Você está na página 1de 7

Amor de Perdição

NOTAS:
- Obra foi escrita em 15 dias algures em 1861 enquanto o autor estava preso
na cadeia da relação do Porto, por adultério
- Relaciona-se com a obra Romeu e Julieta pois como a mesma, focaliza dois
apaixonados que têm como obstáculo para o seu amor a rivalidade das suas
famílias.

RESUMO GERAL:

A ação desta obra passa-se em Portugal no século XIX (1800). O narrador diz
contar factos que ocorreram a seu tio Simão.
Residentes em Viseu, duas famílias, Nobres, Botelho e Albuquerque,
odeiam-se por causa de uma disputa judicial que o Juiz Domingues Botelho
deu a vitória ao lado de interesse contrário da família Albuquerque. Siamo é
um dos 5 filhos do Juiz.

Devido ao seu temperamento explosivo, Simão envolve-se em confusões e o


seu pai manda-o ir estudar para Coimbra mas o mesmo envolve-se em mais
confusões e acaba por ser preso. Quando é libertado volta para Viseu e
apaixona-se pela sua vizinha, Teresa Albuquerque.

A partir daí, opera-se uma rápida transformação no rapaz. Simão regenera-se,


torna-se estudioso, passa a ter como valor maior o amor, e todos os seus
princípios são dele decorrentes. Os pais descobrem o namoro.

O corregedor manda o filho para Coimbra.


Para Teresa restam duas opções: casar-se com o primo Baltasar ou ir para o
convento. Proibidos de se encontrar, os jovens trocam correspondência,
ajudados por uma mendiga e por Mariana, filha do ferreiro João da Cruz.

Mariana apaixona-se por Simão, embora saiba que esse amor jamais poderá
ser correspondido, seja pelo fato de Teresa dominar o coração do rapaz, seja
pela diferença social: ela era de condição humilde, filha de um ferreiro. Mesmo
assim, ama a tal ponto de encontrar felicidade na felicidade do amado.

Depois de ameaças e atentados, Teresa rejeita o casamento o primo Baltazar.


Por isso será enviada para o convento de Monchique, no Porto.

Simão resolve raptá-la, acaba por matar o seu rival (Baltazar) e entrega-se à
polícia. João da Cruz oferece-se para ajudá-lo a fugir, mas ele não aceita, pois
é o típico herói romântico. Matou por amor à Teresa, portanto assume seu ato
e faz questão de pagar.
Enquanto Simão vai para a cadeia, sua amada vai para o convento. Mariana,
por sua vez, procura estar sempre ao lado de Simão, ajudando-o em todas as
ocasiões. Condenado à forca, a sentença é comutada (substituída por uma
menor) e Simão é expulso do país e enviado para a Índia. Quando ele parte,
Teresa, pede que a coloquem no mirante do convento, para ver o navio que
levará seu amado para longe. Após acenar dizendo adeus, morre. Seu amor
exagerado leva-a à perdição. Durante a viagem, Mariana, que acompanha
Simão, mostra-lhe a última carta de Teresa. Ele fica sabendo da sua morte, tem
uma febre inexplicável e morre. Seu amor exagerado leva-o à perdição. Na
manhã seguinte, seu corpo é lançado ao mar. Mariana não suporta a perda e
atira-se ao mar, suicidando-se abraçada ao cadáver de Simão. Seu amor
exagerado leva-a à perdição.

RESUMO POR CAPÍTULOS:

Introdução

● Apresentação do início do processo criativo


○ Ida de Castelo Branco, Autor da obra, para a cadeia da Relação do
Porto onde esteve o seu tio, onde encontrou os registos
prisionais do mesmo
● Apresentação do Herói→ Simão Botelho
○ Exploração sobre a inocência e a força dos dezoito anos
■ Como Poderiam as pessoas terminar o futuro de um rapaz
de 18 anos, prendendo-o
○ “Amou, perdeu-se e morreu amando” → estrutura da obra

● Interpelação à “sua leitora”


○ A sua leitora era uma mulher sensível e piedosa, Camilo
descreve-a como alguém choraria “ se lhe dissessem que o pobre
moço perdeu a honra, reabilitação, pátria, liberdade, irmãs, mãe,
vida, tudo, por amor da primeira mulher que o despertou de
inocentes desejos.
○ Camilo considera que se Simão tivesse sido julgado por uma
mulher ela teria sido muito mais compreensiva.

● Esta história inspira no Narrador “amargura, respeito” e "ódio"

● Narrador assume-se participante e não participante desta história.


○ Pronomes Pessoais usados revelam a proximidade entre a
história de Camilo ( que sofreu por amor e foi preso por se
relacionar com uma mulher casada) e a de Simão

Capitulo 1

● São apresentados os pais de Simão Botelho


○ Domingos Botelho Mesquita e Meneses
■ Fidalgo da linhagem de Trás-os-Montes
■ Juiz de Fora de Cascais
■ Bacharel provinciano (formou-se)
■ Enamorado
■ Extremamente feio
■ Sem dotes físicos
■ Rico
■ Sem dotes de espírito
■ Alcunha de Brocas
■ Excelente flautista
■ Amigo chegado da rainha D. Maria I
■ Frequentava o Paco (residência do rei) e recebia pensão da
Rainha

○ D. Rita Teresa Castelo Branco


■ Dama da corte
■ Casamento não lhe traz felicidade
■ Vive com saudade do paco
■ Teve 5 filhos: MAnuel, Simao, Maria, Rita e Ana

● Domingos e D. Rita vão para Trás-os-Montes, por vontade de Domingos

● Provincialismo(modo de ser da terra) evidente e o desajuste de D. Rita


○ Descrição da chegada
○ Descrição da casa
○ Descrição da relação de D. Rita como o marido e com as gentes

● Apresentação de Simão
○ Tinha um "gênio sanguinário" – Ou seja estava sempre envolvido
em Lutas, Violência
○ Não dava valor a linhagem
○ Seu Pai gostava que ele vivesse dentro das regras
CAPÍTULO 4

● Tadeu impõe o casamento de Baltasar e Teresa;

● Teresa recusa casar com Baltasar e é ameaçada de clausura;

● Inicialmente, Teresa não informou Simão, nas suas cartas, do sucedido,


pois tinha medo do que poderia acontecer, ela conhece bem Simão e
sabe que este poderia perder o controlo se soubesse;

● Simão vai a Viseu para se encontrar com Teresa;

● Baltasar sugere que Tadeu espere pela vinda de Simão a Viseu.

● O narrador mostra a sua adesão à personagem de Teresa. Esta foge ao


convencionalismo da personagem feminina romântica. “A mulher do
romance quase nunca é trivial, e esta de que falam os meus
apontamentos era distintíssima.”
● Teresa está consciente do seu compromisso amoroso e da sua
dignidade, mas vai reger-se por princípios diferentes daqueles que lhe
impõe a educação tradicional burguesa.

● Tadeu assume uma postura de tirano, simbolizando a sociedade


repressiva.

● Realce para a oposição entre a atitude de relativa serenidade de Teresa


e a violência e a determinação obstinada do pai.

● Teresa mostra-se forte moralmente, nada parece abalar a sua


resistência. Tal como Simão, na impossibilidade de consumar o seu
amor, deixa que o amor a consuma. “Teresa ergueu-se sem lágrimas e
entrou serenamente no seu quarto.”

● Baltasar é o rival que convém a Simão, em termos novelísticos, pois


realça o prestígio de Simão: presumido, cínico, arrogante, vaidoso, sem
brios – anti-herói.

● Baltasar opõe-se à ideia de clausura com o objetivo de criar uma


emboscada a Simão.

● Depois de receber a carta de Teresa, Simão revela-se impulsivo (o que


Teresa tinha já previsto), animado por sentimentos contraditórios.
Conflito interior explorado pelo narrador através de focalização interna
e exploração do espaço psicológico de Simão.

● Simão está ainda preocupado com o facto de poder ter sido difamado.
Mais uma vez a honra toma o poder de Simão.

● O arrieiro é mais uma personagem funcional. Fará a ligação com o


ferreiro João da Cruz, com quem Simão contará numa ida escondida a
Viseu.

● O capítulo termina com a antecipação do encontro. Simão está à espera.


Gramática

Dêiticos

Dêiticos pessoais→ identificam as pessoas que participam ou são referidas na


interação verbal

Podem ser:

Pronomes pessoais (eu, tu, -nós, -lhes);


Determinantes ou pronomes possessivos (meu, nosso, seu);
Marcas de flexão verbal referentes à pessoa e ao número
(andamos,respondes);
Constituintes com a função sintática de vocativo (- Anda cá, Matilde.)

Dêiticos espaciais→ identificam o espaço, tendo como ponto de referência o


local onde o locutor produz o enunciado

Podem ser:

Advérbios ou locuções adverbiais de lugar (aqui, ali, lá, por aqui, por aí);
Verbos que indicam movimento (ir, entrar);
Determinantes ou pronomes demonstrativos (este, isso, aquela)

Dêiticos Temporais→ identificam o tempo, tomando como ponto de partida o


momento em que o discurso é produzido

Podem ser:

Advérbios ou locuções adverbiais de tempo (hoje, amanhã, de tarde);


Marcas de flexão verbal que indicam o tempo quando referenciado pelo
contexto (andarás, vemos)

Você também pode gostar