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Amor de

Perdição
Trabalho de Grupo

Ana Carolina, Beatriz Jesus, Carolina Canedo e


Inês Almeida
ÍNDICE

Introdução…………………………………………………………………………………1

Caracterização das personagens…………………………………………….1/2

Capítulo I…………………………………………………………………………………..3

Capítulo II………………………………………………………………………………….3

Capítulo X………………………………………………………………………………….3

Capítulo XIX……………………………………………………………………………….3

Conclusão………………………………………………………………………………….3

Resolução do questionário da página 177………………………………….4

Link do “Bubbl”………………………………………………………………………….4

Texto de opinião coletivo………………………………………………………….5

CARACTERIZAÇÃO DAS PERSONAGENS, E DO NARRADOR, E RESUMO DE CADA UM


DOS CAPÍTULOS DA OBRA AMOR DE PERDIÇÃO

Introdução

O autor-narrador dá início a um processo narrativo, assumindo-se como contador de uma história real.
Quando este teve acesso ao registo da condenação do Simão Botelho no cartório da cadeia, decidiu
narrar a história do jovem Simão, que se resume na frase “Amou, perdeu-se, e morreu amando.”
Baseou-se em fontes como «livros de antigos assentamentos», o narrador aproxima-se então de um
historiador.

Caracterização Geral das personagens

Simão: Antes de tudo, é importante dizer que Simão é o protagonista da obra. Simão encarna na
perfeição o herói romântico, não só em termos físicos, mas também em termos psicológicos. No inicio
da obra, Simão mostra-nos ser um jovem violento e impulsivo. Tem características hereditárias como,
ser um homem rebelde, determinado e corajoso/valente. Por vezes sente-se só, face á sociedade. Simão
tem na sua vida duas grandes forças, o amor e a violência. É um rapaz constante, que não desiste dos

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seus objetivos. Tem um amor puro por Teresa, que acaba por o conduzir á dor, á perdição, e num último
momento á morte. Vive então um amor transfigurador, que redime os erros. Simão era um homem fiel
aos seus princípios, por isso deixou que a justiça o condenasse, assumindo o seu crime.

Teresa: Teresa também é uma das protagonistas. É uma menina de 15 anos, e é filha única de Tadeu de
Albuquerque. Não tem mãe. É fidalga, bonita, uma mulher-anjo e uma heroína romântica. É uma mulher
obstinada. Teresa é herdeira de um enorme património. Também é apaixonada por Simão. Tal como ele,
é “heroica”, lutando firmemente pelo seu amor. Apesar de todas as atrocidades e violências cometidas
por Tadeu de Albuquerque, seu pai, esta resiste e mantém-se forte, acabando por morrer após se
despedir de Simão á janela do convento.

Domingues Botelho e Tadeu de Albuquerque: Domingues é o pai de Simão. Tadeu é o pai de Teresa.
São o oposto de heróis, uma vez que representam a hipocrisia social, o egoísmo, o conservadorismo, a
crueldade, o apego ao nome da família e a tirania. Tentam fazer de tudo para acabar com o amor de
ambos os filhos. Odeiam-se mutuamente, por causa de uma disputa entre famílias. Ambos preferem
magoar os sentimentos dos filhos, que são sangue do seu sangue, do que deixarem o orgulho e o ódio
de lado em prole/em favor, da felicidade dos seus filhos.

Baltasar Coutinho: Baltazar Coutinho é fidalgo de Castro Daire e Primo de Tadeu de Albuquerque. É
considerado o anti-herói da história, uma vez que é o oposto de Simão. Este armou uma armadilha a
Simão, para que dois homens a mando dele, o assassinassem. Ele encarna a cobardia, a perversão pelo
interesse do sentimento amoroso, pois não se conforma com o facto da sua prima o ter recusado. Nele
se concentra toda a influência dos fidalgos e toda a crueldade. Tem uma imagem odiosa.

João da Cruz: João da Cruz, destaca-se por ser a personagem mais sensata e mais equilibrada. É a única
personagem que contém características de Amor de Perdição. É pai de Mariana. Tinha a profissão de
ferreiro e mais tarde é considerado assassino após uma briga. João da cruz consegue acesso à liberdade
através de Domingos Botelho, pai de Simão. Após o sucedido, como João da Cruz ficou em dívida de
gratidão para com Domingos Botelho, tornou-se protetor de Simão quando este precisou da sua ajuda.
Albergou-o em sua casa quando foi ferido pelos homens de Baltazar Coutinho, e deixou que a sua filha
Mariana trata dele, acabando por o aconselhar da melhor forma em relação aos seus problemas, tanto
com Baltazar, como ajuda-lo a ficar com a Teresa. Utiliza uma linguagem com bastantes provérbios e
ditados populares. Tem uma vida simples, é amoroso perante a filha, e vive por ela. Apesar de todos os
crimes que cometeu, estes são desfeitos aos olhos do leitor que são substituídos pela sua honra, e pela
sua bondade. João da Cruz acaba por morrer com um tiro do filho do homem que ele tinha matado.

Mariana: Mariana era uma jovem do povo, filha de João da Cruz. Era bela e de formas bonitas. Sofre em
silêncio por amor (mártir). Esta é como um Anjo, é delicada, generosa e altruísta. Mariana por vezes é
considerada a personagem mais romântica da história, pois apesar do seu amor por Simão não ser
correspondido, esta faz tudo o que está ao seu alcance para o ajudar, inclusive, sacrifica o seu amor
próprio ao partir com o Simão para o degredo, anulando com a morte de Simão a sua vida. Ou seja,
suicida-se.

D. Rita: D. Rita Preciosa é a mãe de Simão. Representa o sentimento materno, agindo por obrigação de
mãe, e não pelo afeto que têm pelos filhos. É maternal em relação a Simão, porque é o mais parecido
com ela. É incapaz de se opor á decisão do seu marido, de quem é submissa. No entanto pede-lhe que
não deixe que Simão seja condenado á forca e que interceda junto do juiz. Esta é caracterizada como
uma mulher formosa, presunçosa, orgulhosa, mesquinha, teimosa, soberba, mas bela. D. Rita era dama
da rainha D. Maria l, e pertencia à nobreza. As suas poses económicas, provem de uma herança que lhe
foi deixada.

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Ritinha: Ritinha é irmã mais nova de simão, e era a mais próxima do mesmo. Distingue-se das outras
irmãs pela sua capacidade afetiva. Esta para além de ter o mesmo nome que a sua mãe, tem também
alguns traços da beleza da mesma.

Capítulo I

O primeiro capítulo da obra começa por contar a história de Domingues Botelho e da sua família. Em
1767, Botelho já era corregedor. Botelho casou com D. Rita e tiveram cinco filhos dois rapazes e três
raparigas. Os filhos, Manuel e Simão estudam em Coimbra. Simão em 1801 tinha 15 anos, e estudava
humanidades, tinha um génio sanguinário e convivia muito mal com Manuel. O capítulo termina com
um relato de um episódio ocorrido em Viseu, que envolve Simão, que é forçado a regressar a Coimbra
com ajuda da mãe, para fugir ao castigo da lei e de seu pai.

Capítulo II

Este capítulo faz referência à Revolução Francesa. Vemos Simão a ser denunciado pelos seus colegas,
por causa de um discurso de "ideias liberais”, e a ser preso. Regressa a Viseu e ocorre uma mudança
drástica, mas positiva, no seu comportamento, pois começara a amar Teresa. Este amor não é aceite
pelas famílias, devido a motivos litigiosos. Antes de partir para Coimbra, Simão vê Teresa a ser arrancada
da janela e ouve gemidos. Recebe uma carta de Teresa a contar-lhe que o pai a quer mandar para um
convento. Simão aplica-se nos estudos e anseia regressar a Viseu.

Capítulo X

Mariana chega ao convento, encontra-se com Teresa e entrega-lhe a carta de Simão. As duas conversam
e Teresa pede-lhe que diga a Simão que não vá ao seu encontro em Viseu, os seus familiares irão
acompanhá-la e será perigoso. Apesar de Mariana e seu pai tentarem demover, Simão parte para Viseu.
Simão ao ver Baltasar a aproximar-se de Teresa corre para ele, envolvem-se discussão violenta e, no
momento em que Baltazar tenta apertar a garganta a Simão, este atinge-o com uma bala, matando-o.
João da Cruz diz a Simão para fugir, assim como o próprio meirinho-geral, mas Simão recusa e decide
assumir aquilo que fez.

Capítulo XIX

Ao fim de dezanove meses de cárcere, a melhor parte da alma de Simão já estava morta e este já não
tinha ânsia de amar pois, tudo o que estava a passar tinha debilitado o seu coração e o seu espírito.
Teresa, que está tuberculosa, pede-lhe que aceite dez anos de cadeia em vez do degredo. A 10 de março
Simão recebe a intimação para partir do Douro a caminho da Índia. Mariana prepara as coisas de Simão
e dela e parte com ele rumo ao degredo.

Conclusão

Simão lê a última carta de Teresa, em que esta se despede do seu amado dizendo que não conseguia
viver mais. Depois de ler a carta Simão adoeceu ficando com febre, delírios e enjoos. Este foi
diagnosticado com febre maligna, pediu então a Mariana que, se morresse, todas as suas cartas fossem
atiradas ao mar. Passados nove dias o condenado morre, e quando os marujos se preparam para atirar o
corpo ao mar, Mariana atira-se ao mar seguindo o seu amado com as cartas deste na cintura.

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Manual página 177

1. A relação estabelecida entre a apresentação de Domingos Botelho e a de D. Rita Preciosa é uma


relação de desigualdade social, pois Domingos Botelho é um fidalgo de linhagem enquanto que D.
Rita Preciosa é filha de capitão de cavalos.

2. O narrador recorre à ironia na apresentação e na caracterização dos pais de Simão Botelho em


quase todo o excerto do capítulo I. Podemos ver isso nos seguintes exemplos: Camilo Castelo
Branco utiliza o recurso expressivo já referido, na origem de Domingos Botelho, e de D. Rita
Preciosa, “[…] Rita era uma formosura […] E não tinha outro dote, se não é dote uma série de
avoengos […]”; Utiliza também a ironia na caracterização dos pai, “bacharel flautista”, e na
caracterização da mãe, “O aprumo da fidalga dobrou-se até aos grandes da província, ou antes
houve por bem levantá-los até ela.”.

3.
3.1 De acordo com D. Rita preciosa a província era um lugar pouco desenvolvido comparado a Lisboa,
tinha famílias antigas que lá viviam, as pessoas de lá eram ignorantes e pouco higiénicas, podemos
ver o quão pouco desenvolvida é a província nas seguintes falas e frases: “D. Rita, avistando o
préstito das liteiras, […]” (linha 48); “- Em que século estamos nós nesta montanha? […] / – Em que
século?! O século tanto é dezoito aqui como em Lisboa. /– Ah! sim? Cuidei que o tempo parara aqui
no século doze...”.
3.2 O recurso expressivo utilizado na apresentação desse contraste é a ironia pois, D. Rita ao ser irónica
demonstra a sua admiração pelo o atraso da província, sendo que Lisboa está muito mais
desenvolvida comparando à referida.

4.
4.1 Este segmento contribui para a verosimilhança da caracterização de D. Rita Preciosa pois, o
narrador-autor pretende, mais uma vez, demonstrar-nos a altivez e a mesquinhice que D. Rita
Preciosa demonstra ao longo do capítulo. “[…], porém da soberba com que nos tratou ficamos
pensando que seria ela a própria rainha.”.

5. O narrador é considerado apenas narrador e não personagem, pois este não participa na ação, logo
é heterodiegético, acabando por recorrer à terceira pessoa. O mesmo é sensível à história narrada,
estabelecendo uma relação com o leitor e é convocado para com ele partilhar emoções. Camilo
Castelo Branco tem também uma expectativa de que o público leitor se identifique com a história
narrada, partilhando consigo a dor, a amargura e respeito pelos factos narrados, ou seja, empatia
com o leitor.

Link

http://go.bubbl.us/b56f2e/6d32?/AMOR-DE-PERDIÇÃO

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Texto de opinião coletivo

No geral, nós as quatro gostamos bastante de trabalhar esta obra. Achamos uma obra muito
interessante, e sem dúvida a melhor que demos este ano. A paixão profunda, mas muito dramática
entre Simão e Teresa, torna a história de amor deles triste e sem esperança. É uma história diferente
daquela a que estamos habituadas porque não tem um final feliz. Também gostamos muito da forma
como Castelo Branco escreveu, mesmo sabendo que foi uma coisa apressada. Aconselhamos vivamente
a leitura desta historia a todos os estudantes, é bastante interessante e não se vão arrepender, de todo.

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