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Sobre o autor:
Com 35 anos, Camilo Castelo Branco foi perseguido pela justiça, uma vez que tinha um amor
proibido com Ana Plácido. Camilo Castelo Branco ainda tenta escapar e esconde-se na casa de
amigos de terra a terra. Decide entregar-se e muda a sua vida na prisão, em 15 dias escreve
Amor de Perdição e quando sai da prisão já é um grande êxito.
Os leitores choram as desventuras do amor puro, vivem como os seus amores trágicos de
Simão, Teresa e Mariana.
Camilo Castelo Branco baseia-se na história de vida de seu tio, que tem um paralelismo com a
sua própria vida, e é esta grande coincidência que o leva a escrever. É sujeito, narrador que se
assume como autor que escreve o texto.
Amor de Perdição foi promovido pelo amor infeliz que ocorria. Obra de emoções fortes e com
um grande ritmo na história.
Estrutura da obra
A intriga principal da obra diz respeito dos amores contrariados entre Simão Botelho e Teresa
de Albuquerque.
Sendo assim, a ação concentra-se no essencial e pode ser resumida na seguinte frase: “Amou,
perdeu-se e morreu amando.”
Por outro lado, a frase é também “a história daqueles 18 anos”, ou seja, a história de Simão
Botelho – personagem central (é um jovem apaixonado que apenas viveu 18 anos e cuja vida
passou pelo amor, pela perdição e pela morte.)
● Tristeza
● Medo
● Catástrofe, sem provocar qualquer tipo de riso
Trata-se assim de uma obra de amor dramática, que transmite de certa forma a tragédia aos
leitores. Na obra predomina a ação do verbo.
A conclusão
De carácter dramático.
É onde se dá a diferença entre o sonho e a realidade (“A vida era bela, era, Simão, se
tivéssemos como tu me pintavas nas tuas cartas”)
Mariana é vista por Simão Botelho como uma irmã, enfermeira, anjo, não existindo qualquer
interesse amoroso por parte de Simão.
“...achasse a sepultura no caminho para a Índia” - é nesta altura que se sabe que a febre é
maligna e que Simão está às portas da morte.
A última palavra dita por Simão é “Mariana”, o que demonstra que Mariana faz parte do seu
universo.
Mariana beija-o já morto - E foi o mais que conseguiu do seu amor platónico.
“É ventura morrer quando se vem a este mundo com tal estrela” - significa que estavam
destinados a morrer (Simão e Teresa)
Capítulo I
Simão Botelho: Tem 15 anos e é caracterizado como um rebelde e um jovem conduzido por
impulsos e violência, era também arruaceiro pois dá-se com o povo, pessoas com uma
condição social muito diversa da dele e por isso dá importância ao povo. Convive mal com o
irmão e por isso deixa Coimbra.
Camilo Castelo Branco faz uma crítica à sociedade: No diálogo D. Rita fala com ironia, a troça
das partes (ironia e metáfora)
Alusão a D. Maria I: Tem intenção de ironizar o fato de precisar de uma indemnização. Ironia
devido à forma como enfatiza que a casa estava imobilizável.
Simão espanca homens que haviam maltratado o criado, como consequência vê-se forçado a
fugir de Viseu e a voltar a Coimbra - ficando a aguardar o perdão do pai (O corregedor desiste
de deter o filho)
Herói romântico:
Teresa tem:
- “Força de carácter"
- orgulho
- perspicácia
- violência
- submissão total da mulher ao pai e/ou marido
É a sociedade que Camilo Castelo Branco critica e contra a qual Simão e Teresa se manifestam
Teresa responde de forma elucidativa, com desejo de mudança e de afirmar a sua liberdade:
“Meu pai, mate-me, mas não me force a casar com o meu primo. É escusada a violência,
porque eu não caso!” - Bravura de Teresa, que tem muita coragem nesta coragem nesta
passagem “Ergueu-se sem lágrimas...”
O conflito fica instalado assim como a associação de Simão e Teresa à perdição. Quando Teresa
se recusa, é renovada a ameaça do convento.
“E será o pai feliz com o meu sacrifício?" - Fez um apelo aos sentimentos do pai
Após Teresa enviar uma carta a Simão contando tudo o que sucedera, Simão assume de novo
seu génio sanguinário, a sua rebeldia.
Mas ao ler pela 3ª vez a carta, reflete melhor e considera “menos afrontosa" as ações de
Baltasar - muda o seu plano e vai para Viseu, fica em casa do um ferrador (João da Cruz) onde
conhece Mariana que passará a ser o elo de ligação entre Teresa e Simão.
● Jovem apaixonado, puro, tímido e ansioso - Teresa ao saber que Simão estava em
Viseu marca um encontro com ele à noite no quintal.
Capítulo XIX
Por isso em vez de aceitar passar 10 anos na cárcere em Vila Real, prefere o degredo, porque:
“Ânsia de viver era a sua, não era já ânsia de amar” e também porque “o que é o coração dos
18 anos, o coração sem remorsos"
Teresa muito doente (“As ânsias(...)tosse") pedira-lhe que aceitasse os anos de prisão, mas
Simão já não tinha qualquer esperança.
Mas também a sua aversão aos pais e à família, que representavam uma sociedade:
- estragada
- preconceituosa
- corrompida, pela honra e pelo dinheiro
Ainda que Teresa lhe tenha pedido em carta para aceitar os 10 anos de cadeia ao invés do
degredo, Simão diz que quer morrer, mas não ali (no cárcere)
Já não tem forças para lutar, nem chorar, está desesperada e num sofrimento atroz, Teresa,
por sua vez, está tuberculosa e mais fraca.
Simão desiste, mas percebe que depois de se opor até ao limite, e de luta a luta que deu para
concretizar o amor-paixão
“Factos e não teses é o que eu trago para aqui.” - Narrador a dirigir-se ao leitor
ambição desmentida pela vida: Simão já tem mais ambição de viver e liberdade do que amor
"Assim te sentias tu, infeliz (...) o melhor da alma.” - Quer o degredo, quer a forca mataram o
melhor da sua alma
“A ti mesmo perguntavas (...) pelos ditames da razão” - O narrador dirige-se a Simão (a razão
sobrepõe-se, apesar de Simão não ser racional, a razão leva-o a aceitar que a sociedade nunca
iria possibilitar que concretizassem o seu amor)
“Dez anos!” - profundo valor expressivo (como era possível 10 anos para um jovem)
“Em Portugal, nem a liberdade (...) o teu amor Teresa!” - crítica os que se opuseram, pois,
todos eles são culpados
“A voz única (...) mulher piedosa” - Mariana quando conheceu Simão adivinhou a desgraça, ela
sentia presságios
“Veja a aurora de paz … Adeus até ao céu, Simão.” - A esperança de que se iriam juntar no céu