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Camilo Castelo Branco- Amor de Perdição

Vida do autor:

 Nasce em Lisboa no Bairro Alto a 16 de março de 1825


 Aos 2anos morre-lhe a mãe
 Aos 10anos morre-lhe o pai
 Em 1835, parte para Trás-os-Montes casa de familiares, onde conhece a história de
seu tio-avô Simão Botelho (personagem de amor de Perdição) -educado pela tia
 1ºcasamento: aos 16anos com Joaquina Pereira(1ªfilha)
Vila Real- relação amorosa com Patrícia Emília(2ªfilha)
 1848/1850-Porto-Vida boémia
 Frequência da faculdade de medicina
 Escrita e publicações diversas
 Jornalista

Inicio de uma paixão e a escrita:

 1849-Conhece Ana Plácido, passado um ano, esta casa-se com Pinheiro Alves
 Vive intensa paixão por Ana Plácido
 Vai para lisboa, decidido a fazer-se escritor, mas não corre como esperado
 Volta ao Porto e muda de vida
 Ingressa no Seminário, porém a invocação religiosa também lhe falha
 Regressa à escrita e publica intensamente
 Em 1856 torna-se conhecido com a obra Onde está a felicidade?
 Em 1858, relação com Ana Plácido, o casal muda-se para Lisboa para escapar à
pressão social
 Em 1859, o marido de Ana Plácido, entra com o caso na justiça
 Em junho de 1860, Ana Plácido é presa por adultério
 Em dezembro de 1860, Camilo acaba por se entregar à justiça
 Amor de perdição é uma obra de ficção, em que predominam as peripécias,
culminando em desfecho trágico;

 Memórias de uma família é uma sugestão de relato histórico e familiar verídico. Tendo
como fontes de obra: livro de entradas no cárcere da Relação do Porto e de saídas
para o degredo, referente a um tio de Camilo Castelo Branco-Simão de Botelho;
(suposto) maço de cartas de amor trocadas entre Simão e Teresa de Albuquerque;

Concentração temporal da ação

A ação decorre em seis anos (1801 a 1807):

 1801-Domingos Botelho é Corregedor em Viseu; Simão tem 15 anos


 1803-Teresa escreve uma carta a Simão, dizendo-lhe que o pai a ameaça de ir para um
convento;
 1804-Simão é preso, tem 18 anos;
 1805 a 1807-Simão encontra-se preso antes de ser degredado fica vinte meses na
prisão; decorrem mais seis meses antes de partir para o degredo;
 1807(17março) - Simão parte para a India
 1807(28março) - Simão morre às 7 da manhã, assim como Teresa morre e Mariana
suicida-se

Concentração temporal

Ação:

Capítulo I:

 Genealogia da família Botelho (período de 40 anos)


 Explicação do ódio entre as famílias

Capítulos I-XX:

 Rebeldia e subsequente prisão de Simão


 Paixão proibida por Teresa
 Morte do antagonista (Baltasar)
 Prisão e condenação ao degredo (período entre 1801 e 1807-6 anos)

Conclusão:

 Partida de Simão para a India


 Morte de Teresa
 Morte de Simão
 Suicídio de Mariana (10 dias)

Relação entre personagens:

Simão Botelho (herói romântico) - “amou, perdeu-se e morreu amando”

Antes de amar:

 Fisicamente: aos 15 anos, parece ter 20; é belo, apresentando as "feições da mãe"
 Detentor de um "génio sanguinário".
 Inteligente e talentoso.
 Irreverente, provocador e independente (escolhe amigos e companheiros que a família
não aprova e escarnece das genealogias).
 Violento e irascível.
 Orgulhoso e arrogante.
 Em Coimbra, foi apreciador do espírito da Revolução Francesa ("jacobino"),
defendendo um "batismo de sangue" e a "ideia regicida".

Transformado pelo amor:

 Tem 17 anos.
 Converte-se "aos deveres, à honra, à sociedade e a Deus".
 Torna-se pacífico e cumpridor.
 Empenha-se no estudo, pensando sempre em Teresa ("alheado").

Perante os obstáculos:

 Age como um animal enjaulado (comparação com o tigre- - Capítulo II).


 Mantém a "índole arrogante", que lhe "escalda o sangue".
 Ao ser confrontado com a possibilidade da sua morte, diz: "Eu não mudo nunca de
cor."
 Misericordioso (critica a crueldade de João da Cruz).
 Insubmisso (a submissão "é uma ignominia").
 Um "homem de ferro".

Teresa de Albuquerque:

 Nas palavras do narrador, "é mulher varonil, tem força de caráter, orgulho fortalecido
pelo amor, desapego das vulgares apreensões"; trata-se de uma "mulher
distintissima".
 Tem 15 anos quando conhece Simão.
 Fisicamente, é "regularmente bonita".
 Absolutamente leal a Simão, a quem escreve cartas profundas e apaixonadas.
 Inflexível.
 Desobediente em nome do amor.
 Verdadeira e honesta.
 No fim, como mártir, aceita a morte.

Mariana:

 Tem 24 anos quando conhece Simão.


 Tem "formas bonitas, um rosto belo e triste" ("bem mais bonita que a fidalga").
 Crente e mística, acredita nos seus sonhos, prevendo a desgraça de Simão.
 Firme, recusou propostas de casamento. É uma mulher nobre e pura ("nobre
coração de mulher pura!").
 A mulher-anjo romântica (o "anjo da guarda" ou o "anjo da caridade" de Simão, a
quem ama "até ao extremo de morrer").
 Vive o amor como penitência ("obscuro martírio").

 O conflito é irresolúvel porque Simão não cede aos valores sociais da época que
condenam o seu amor por Teresa. Assim, a morte é o regresso ao Ser, na sua
dimensão absoluta, num espaço metafórico - o céu.

Definição de Herói Romântico:

 Trata-se de uma personagem de exceção, dotada de grande força vital, nobreza de


carácter bem como de uma aguda sensibilidade romântica;
 É uma figura que se idealiza e idealiza um mundo melhor e o amor;
 Defende inflexivelmente os valores liberais: liberdade, amor, justiça;
 Exclui-se da sua comunidade por não aceitar as regras e valores;
 Torna-se uma figura rebelde, melancólica, introspetiva,
 Como não realiza os seus sonhos, cai numa insatisfação existencial e
morre tragicamente.

Conceito de honra: para o casal apaixonado, liberdade associa-se a esperança, num mundo
além, onde a perfeição do amor vence inexoravelmente as correntes sociais e dilui os valores
desumanos
Amor tema central- Concretiza-se na forma de ideal do amor ou de amor contrariado

Crítica social: Família/honra; justiça; Igreja/falsas virtudes

Família/honra:

 Domingos Botelho/D.Rita Castelo Branco


 Tadeu de Albuquerque e Baltazar(primo)

Crítica às noções de autoridade paterna: relações familiares marcadas pela intransigência e


pela imposição paterna

Igreja/Falsas virtudes:

 Freiras do convento de Viseu


 Freiras do mosteiro de Monchique-Porto

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