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Escola Profissional CIOR

Curso Técnico de Animação Sociocultural – ASC20

Modulo 5 – Os Maias e amor de perdição

Aluno: Beatriz Goncalves, nº. 4712


Disciplina: Português
Docente: Carla Carvalho

Vila Nova de Famalicão


2022/2023
Índice
Introdução.......................................................................................................................................3
1. Primeiro Título.........................................................................................................................4
1.1. Primeiro Subtítulo................................................................................................................4
2. Segundo Título.........................................................................................................................5
2.1. Segundo Subtítulo................................................................................................................5
Conclusão........................................................................................................................................6
Bibliografia......................................................................................................................................7
Anexos.............................................................................................................................................8

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Introdução

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1. «Amor de perdição» de Camilo Castelo Branco
1.1. Atividade 1 - Biografia de Camilo Castelo Branco;
Camilo Castelo Branco (1825-1890) foi um dos maiores escritores portugueses do século
XIX. "Amor de Perdição" foi sua novela mais importante. Suas novelas passionais fazem do
escritor o representante típico do Ultrarromantismo em Portugal. Foi um dos primeiros
escritores portugueses a viver exclusivamente do que escrevia. Recebeu o título de Visconde
concedido pelo rei de Portugal, D. Luís I.
Camilo Castelo Branco nasceu na freguesia dos Mártires, em Lisboa, Portugal, no dia 16
de março de 1825. Filho de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco e de Jacinta Rosa do
Espírito Santo Ferreira, ficou órfão de mãe com um ano e de pai com 10 anos. Foi morar com
uma tia e depois com sua irmã mais velha.
Em 1841, com apenas 16 anos, casou-se com uma jovem de 15 anos, Joaquina Pereira,
mas logo a abandonou.
Em 1843 ingressou na Escola de Medicina no Porto, mas se entregue à boémia e não
conseguiu concluir o curso.
Em 1845 publicou seus primeiros trabalhos literários.
Em 1846 colabora com o jornal O Povo. Nesse mesmo ano, foge com a jovem Patrícia
Emília, mas a abandona, poucos anos depois.
Em 1847, morreu a sua esposa legitima e depois a sua filha que tinha com a mulher que
havia falecido.
Em 1850, passou por uma crise espiritual e ingressou no seminário do Porto,
pretendendo seguir a vida religiosa, ainda em 1850, conheceu Ana Plácido, casada com um
comerciante.
Em 1859, Ana abandona o marido e vai viver com Camilo.
Em 1860, é processado e preso por crime de adultério(traição), mas é
absolvido(inocente).
Em 1861, passando a viver com Ana. O casal vai morar em lisboa. E depois em são
Miguel de Seide, Famalicão. Ele teve sempre com muitos problemas financeiros.

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1.2. Atividade 2 - Resumo global da obra «Amor de Perdição»;

A história amor de perdição circunda se na cidade portuguesa chamada Viseu, mas a


história não se centra absolutamente nessa cidade. No seculo XIX, conta a história que
Simão Botelho e Teresa Albuquerque, dois nobres e rivais pertencentes á mesma família.
Pela sua forma de ser, Simão está sempre envolvido em confusões – por este
motivo, o seu pai mandou-o para Coimbra estudar, onde acaba por se meter em novas
brigas, sendo detido. Já em liberdade, regressa a Viseu, onde conhece Teresa Albuquerque,
a vizinha por quem se apaixona perdidamente.
É este o evento que provoca no rapaz uma série de transformações positivas: regenera-
se, torna-se estudioso, passa a compreender a importância do amor
Quando descobrem o namoro do filho com uma das integrantes da família Albuquerque,
os Botelho ordenam que Simão regresse a Coimbra. A Teresa é oferecida duas opções: ou se
casa com o seu primo Baltazar, ou vai para um convento. Proibidos de viver a paixão fulminante
que os acometeu, com a ajuda de uma mendiga e de Mariana, filha do ferreiro João da Cruz, os
jovens enamorados passam a trocar correspondência. Mariana sucumbe à paixão por Simão,
embora saiba que o seu amor jamais será correspondido.
Todavia, sente-se satisfeita ao ver a felicidade do amado.
Após sofrer diversos atentados e ameaças, Teresa recusa o casamento, facto que a
levará ao convento de Monchique, no Porto. Ao descobrir o exílio da amada, Simão decide
raptá-la, matar o seu rival e entregar-se à polícia. João da Cruz, o ferreiro, oferece ajuda a
Simão, propondo que fuja; contudo, Simão recusa, comprovando assim o típico
comportamento de um herói romântico.
Ao matar por amor a Teresa, Simão assume o seu gesto desesperado e faz questão de
pagar por este; por isso, vai preso. O destino de Teresa é o convento, enquanto Mariana segue
firme ao lado de Simão, oferecendo sempre ajuda ao homem que ama. Condenado à forca, a
sentença é atenuada e Simão é degredado para a Índia.
No momento da sua partida, Teresa, padecendo de uma doença grave, pede que a
coloquem no mirante do convento, para que assim possa assistir à partida do navio que levará
o seu amor para longe. Depois do último adeus, morre, condenada pelo amor exagerado que a
levou à perdição.
Durante a viagem, Mariana, companheira inseparável, mostra a Simão a última carta de
Teresa e, ao saber da morte da mulher amada, Simão tem uma febre inexplicável, acabando
por morrer. Tal e qual Teresa, o amor de Simão levou-o à perdição. Na manhã seguinte, o seu
corpo é lançado ao mar.
Mariana, por não suportar tal infortúnio, atira-se ao mar, abraçada ao cadáver de
Simão. Os três personagens são, portanto, vítimas de um amor inexequível, um amor de
perdição.

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1.3. Atividade 3 - Caracterização das personagens da obra «Amor de
Perdição»

Teresa de Albuquerque:
Protagonista, menina de 15 anos que se apaixona por Simão, também sai adquirindo
densidade heroica ao longo da obra: firme e resoluta em seu amor, ela mantém-se inflexível
perante os pedidos, as ameaças -e finalmente as atrocidades e violências cometidas pelo pai
severa e autoritário, seja pata casá-la com o primo, seja para transformá-la em freira.
Neste sentido, a obstinação que a caracteriza é a mesma presente em
Simão, com a diferença de que nela o heroísmo consiste não em agir, mas em
reagir. Isto por pertencer ao sexo feminino, símbolo da fragilidade e da
passividade perante o caráter viril, másculo, quase selvagem do homem
romântico.
Na medida em que não faz o jogo do pai, dando a vida pelo
sentimento que a possui, Teresa constitui uma heroína romântica típica, um
exemplo da imagem da mulher anjo que vigorou no Romantismo.

Mariana:
Moça pobre e do campo, de olhos tristes e belos, tem sido considerada, algumas vezes,
como a personagem mais romântica da história, porque o sentir a satisfaz, sem necessidade ao
menos de esperança de concretizar-se a seu amar par Simão.
Independente do amor entre Simão e Teresa, Mariana o ama e
todo faz por ele: cuida de suas feridas, arruma-lhe dinheiro, é cúmplice
da paixão proibida, abandona o pai para fazer-lhe companhia e prestar-
lhe serviços na prisão e, finalmente, suicida-se após a morte de Simão.
Estas atitudes abnegadas, resignadas e totalmente desvinculadas
de reciprocidade, fazem de Mariana uma personificação do espírito de
sacrifício, o que torta a sua dimensão humana abstrata, pouco palpável.

Domingos Botelho e Tadeu de Albuquerque:


O pai de Simão e Tadeu de Albuquerque, o pai de Teresa, são tão passionais, tão radicais
em seu comportamento, quanto Simão e Teresa.
Entretanto, ambos podem ser considerados simetricamente o oposto dos heróis, na
medida em que representam a hipocrisia social, o apego egoísta e tirano à honra do
sobrenome, aos brasões cuja fidalguia e é ironicamente ridicularizada, desmoralizada pelo
narrador.

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Baltasar Coutinho:
O primo de Teresa assassinado por Simão, acrescenta à vilania do tio,
de quem se faz cúmplice, a dissimulação, o moralismo hipócrita e oportunista
de um libertino de 30 anos, que covardemente encomenda a criados a morte
de Simão. Em suma, nele se concentram toda perversidade, toda a
prepotência dos fidalgos. Tal personagem constitui. sem nenhuma duvida, o
vilão da história.
João da Cruz:
O pai de Mariana, destaca-se como personagem mais sensato, mais equilibrado, o único
personagem que possui traços realistas, de Amor de Perdição. Ferreiro e transformado em
assassino numa briga, João da Cruz consegue de Domingos Botelho, pai de Simão, a liberdade.
Em nome dessa divida de gratidão, torna-se protetor do herói com
palavras sempre oportunas, lúcidas, estratégicas, e com atos corajosos e
violentos, quando necessário. A sua linguagem cheia de provérbios e ditados
populares, a simplicidade de sua vida, somadas ao amor que dedica á filha,
por quem vive, desfazem aos olhos do leitor os crimes que comete e os
substituem por uma honradez, uma bondade inata. forte e viril, que nos
parecem representativas da visão do autor a respeito das coroadas rurais
em Portugal.
Simão Botelho:
Inicialmente é apresentado como um jovem de temperamento sanguinário e violento.
Perturbador da ordem para defender a plebe com quem convive e agitador na faculdade, onde
luta de forma brutal pelas ideias jacobinizas, o seu caráter se transforma, e repentinamente, a
partir do capítulo 2.
É que conhecera e amara, durante os três meses em que esteve em Viseu, a vizinha
Teresa. Ele com 17 anos, ela com 15, passam a viver desde então o amor romântico: um amor
que redime os erros, que modifica as personalidades, que tem na pureza de intenções e na
honestidade de princípios as suas principais virtudes.
Aliás, são as virtudes que caracterizam os sentimentos de Simão, desde que
experimenta este amor. Torna-se recatado, estudioso e até religioso, o que não o impede de
sentir uma sede incontrolável de vingança, que resulta no assassinato do rival Baltasar
Coutinho. Esse ato exemplifica a proximidade entre “o sentimento moral do crime” ou “o
sentimento religioso do pecado” e a tentativa de consumação do amor.
O modo como assume este crime, recusando-se a aceitar todas
as tentativas de escamoteá-lo, feitas pelos amigos de seu pai, acaba de
configurar o caráter passional do comportamento de Simão. Nem a
possibilidade da forca e do degredo, nem as misérias sofridas no
cárcere conseguem abater a firmeza, a dignidade, a obstinação que
transformam Simão Botelho em símbolo heroico da resistência do
individuo perante as vilezas da sociedade. Trata-se de um típico herói
ultrarromântico, em outras palavras.

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1.4. Atividade 4 - Resumo detalhado da introdução, capítulo I, IV, X e
conclusão da obra «Amor de Perdição».

Introdução:
As razoes que o levaram á escrita desta história romântica foram várias. Eles expõem
que encontrou na cadeia da relação do porto, antigos registros da entrada dos prisioneiros
onde la tinha uma nota sobre a prisão de simão botelho.
Nela encontra alguns conhecimentos sobre o prisioneiro, especificamente a admissão.
Informa se que nesse registo que simão partiu para o banimento da índia no dia 17 de março
de 1807. Em seguida o narrador afeto se co a dor do condenado, jovem de apenas 18 anos,
com a causa que o levou para aquele sítio foi:
 O amor genuíno
 Inocente e adolescente
 Única causa da sua perdição
Simão protagoniza, uma novela romântica e tocante no coração, o narrador cita na frase
«amou, perdeu se e morreu amando». Essa frase em tom coloquial dirige se sobretudo as
leituras que certamente se emocionam com a história do simão, esperando dele compaixão
pelo seu caso, que é injusto aos olhos de simão.
Neste intuito, da conta o leitor da raiva e indignação que sentiu, quando se afrontou
com a história do jovem, no caso foi a vítima da injustiça e da insensibilidade dos homens.
Capítulo I
Em 1779, Domingos Botelho, fidalgo de Vila Real de Trás-os-Montes que exercia a
função de juiz de fora em Cascais, casa com D. Rita Preciosa, uma dama do paço que era «uma
formosura». Em 1784, quando nasce Simão, o penúltimo dos filhos (o casal teve dois filhos e
três meninas: Manuel, Simão, Maria, Ana e Rita), Domingos Botelho consegue transferência
para Vila Real, sua «ambição suprema».
Aí, são recebidos pela nobreza da vila. D. Rita estranha o atraso das gentes,
respondendo com altivez à cordialidade; também desdenha das comodidades. É construída
uma nova casa.
Apesar de não ter razão, Domingos Botelho sofre com os ciúmes, temendo não
conseguir preencher o coração de sua mulher e porque se considera muito feio (comparando-
se, mitologicamente, a Vulcano casado com Vénus). Em 1790, consegue transferência para
Lamego, o que muito desagrada a D. Rita.
Em 1801, Domingos Botelho exerce funções de corregedor em Viseu. Manuel, o filho
mais velho, e Simão estudam em Coimbra (o «segundo ano jurídico» e Humanidades,
respetivamente), enquanto as meninas preenchem a vida de D. Rita. Manuel escreve ao pai
queixando-se do «génio sanguinário» do irmão (este comprava pistolas, convivia com
perturbadores, insultava os habitantes e incitava-os a lutarem com ele).
Domingos Botelho admira a bravura do filho, mas Manuel insiste nas suas queixas e
pede mesmo para seguir outro rumo. Com esse objetivo, vai para Bragança para se tornar
cadete. Simão, por sua vez, passa nos exames, sendo perdoado pelo seu comportamento.

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Aos poucos, D. Rita passa a ter desgosto por ter um filho como Simão. Este tem amigos
e companheiros que a família não aprova (escolhendo-os na plebe de Viseu), escarnece das
genealogias e faz com que as irmãs mais velhas o temam. Também Domingos sente aversão por
Simão.
Quando estão a terminar as férias, um dos criados de Domingos Botelho quebra, por
acidente, umas vasilhas, enquanto dá de beber a um macho, sendo espancado pelos
aguadeiros. Simão, que por ali passa, toma o partido do criado e acaba por partir «muitas
cabeças». Após a queixa dos feridos, Simão foge para Coimbra, com o dinheiro da mãe, ficando
a aguardar o perdão do pai. O corregedor desiste de deter o filho.
Capítulo IV
O capítulo abre com uma caracterização de Teresa, a partir do diálogo com Baltasar
Coutinho, destacando o narrador que ela é uma mulher de «orgulho fortalecido pelo amor».
Por carta, Teresa relata o sucedido a Simão, omitindo apenas as ameaças do primo. A vida de
Teresa parece regressar à normalidade (não entrara no convento, não se falava em casamento
e Baltasar Coutinho estava ausente), até ao momento em que o pai lhe diz que, nesse dia, ela
deve casar com Baltasar. Teresa responde descrevendo aquilo que lhe é pedido como um
sacrifício e afirmando que odeia o primo. Tadeu amaldiçoa a filha e diz-lhe que ela morrerá
num convento.
Ao sobrinho Baltasar, diz que não lhe pode dar a mão de Teresa porque já não tem filha.
Teresa acaba por não ser enviada para um convento, segundo o conselho do primo, e escreve
uma carta a Simão contando-lhe o sucedido. Simão fica fora de si e planeia matar Baltasar, mas
abandona esta ideia ao perceber que essa ação o afastaria de Teresa para Sempre.
O estudante resolve ir a Viseu para ver a filha de Tadeu. Como precisa de um sítio
seguro onde ficar, o arrieiro recomenda-lhe a casa de um primo seu, que fica perto de Viseu.
Simão envia uma carta a Teresa e combinam um encontro às onze horas, no dia do aniversário
desta. À hora combinada, Simão fica surpreendido por ouvir música vinda de uma casa que ele
sempre considerara triste e sem vida.
Capítulo X
Mariana leva a carta ao convento onde se encontra Teresa. Nos seus pensamentos,
sonha ser amada como ela. Acabam por conversar com as duas. Teresa deseja que Simão não
faça nada no momento da sua partida para o convento de Monchique, no Porto, porque isso
seria muito perigoso. Enquanto regressa a casa, Mariana pensa na beleza de Teresa («linda
como nunca vi outra!»). Simão ouve de Mariana o recado, mas mantém a ideia de ver Teresa
antes de esta partir para o Porto.
Na carta que escreve, Simão considera Teresa perdida e dá a entender os seus intuitos
quando afirma que «o rancor sem vingança é um inferno». Quando Simão sai, de noite, escuta
as palavras de Mariana e sente que ela é o seu «anjo da guarda». Os dois despedem-se como se
fosse para sempre. Simão chega ao convento e aguarda pela madrugada, quando chega a
comitiva que levaria Teresa. Nessa comitiva está Baltasar. Teresa reafirma, perante o pai, a
intenção de entrar num convento. Troca algumas palavras com Baltasar, evidenciando sentir
por ele repugnância. Simão aparece e, depois de ofensas trocadas com Baltasar, este aperta-lhe
a garganta, morrendo em seguida com um tiro dado pelo filho de Domingos Botelho.

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Depois do sucedido, surge João da Cruz, que pede a Simão que fuja. Esta recusa e,
quando o meirinho-geral lhe quer proporcionar a fuga, insiste em assumir as responsabilidades:
«Fui eu.»

Conclusão:
Simão lê a última carta de Teresa, a carta de um espírito, da sua «esposa do Céu»: «É já
o meu espírito que te fala, Simão.» É uma carta de despedida profundamente triste, como o
destino de ambos. Teresa diz-lhe que não poderia viver e recorda a felicidade com que os dois
sonharam nas cartas trocadas, nos últimos três anos.
Depois da leitura, Simão adoece, sofrendo com a febre, as ânsias e o delírio. Pede a
Mariana que, se ele morrer no mar, atire ao mar a correspondência e todos os seus papéis.
Em 27 de março, Mariana parece ter envelhecido e Simão continua a delirar,
atormentando-se com a recordação dos seus sonhos de felicidade. No seu delírio, refere
também a possibilidade de Mariana o acompanhar no Céu: «ser-te-emos irmãos no Céu».
Simão morre e Mariana beija-o pela primeira e última vez. Quando o corpo de Simão é
lançado à água, Mariana atira-se e braceja para se abraçar ao cadáver. Os homens que tentam
salvar Mariana recolhem a correspondência de Simão e Teresa, que estava «à flor da água».
Na última linha do texto, encontra-se a informação de que Manuel Botelho, irmão de
Simão, é o pai do autor do livro.

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2. «Os Maias» de Eça de Queirós
2.1. Atividade 1 - Biografia de Eça de Queirós;
José Maria Eça de Queirós foi um escritor português. Autor da obra “O Crime do Padre
Amaro”, considerada o marco inicial do Realismo em Portugal.
Nascido no dia 25 de novembro de 1845 na cidade de Póvoa de Varzim, Portugal. Filho
de pai brasileiro, mãe portuguesa e foi criado pelos avós paternos. Era aluno interno no Colégio
da cidade do Porto e ingressou em 1861 na Universidade de Coimbra, onde se formou em
Direito em 1866. Exerceu a advocacia e seus primeiros trabalhos no jornalismo. Em 1867, já na
cidade de Évora, dirigiu o jornal de oposição “O Distrito de Évora”.
Voltou para Lisboa e iniciou como escritor no folhetim “Gazeta de Portugal”. Em 1869,
atuando somente como jornalista, assistiu a inauguração do Canal de Suez no Egito, vivência
que inspirou a criação da obra “O Egito”.
Em 1871 escreveu a novela policial “O Mistério da Estrada de Sintra”, com a colaboração
do escritor Ramalho Ortigão. Nesse mesmo ano lançou o folheto mensal "As Farpas", recheado
de sátiras direcionadas à sociedade portuguesa.
No mesmo ano, referido anteriormente, Eça de Queirós profere uma conferência no
Cassino de Lisboa, com o tema "O Realismo Como Nova Expressão de Arte". Em 1872 ingressa
na carreira diplomática e é nomeado cônsul em Havana, sendo transferido para a Inglaterra em
1874.
Em 1875 é considerado o marco inicial do Realismo em Portugal, com o lançamento do
romance "O Crime do Padre Amaro”. Na obra, Eça faz duras e diretas críticas à vida social
portuguesa, denunciando a corrupção do clero e a hipocrisia escondida pelos valores
burgueses. O autor continua com essa linha de críticas sociais em seu próximo romance "O
Primo Basílio", publicado em 1878 e também em "Mandarim" de 1880 e em "Relíquia", 1887.
Em 1888 foi nomeado cônsul em Paris e publicou "Os Maias", história de uma família
durante três gerações. Nesse romance, o escritor deixa transparecer uma profunda descrença
no progresso, trazendo colocações recheadas de ironia e pessimismo.
Em suas próximas obras, o autor manifesta a valorização das virtudes nacionais e a
saudade da vida no campo. É a fase que traz os romances "A Ilustre Casa de Ramires" e "A
Cidade e as Serras", o conto "Suave Milagre" e algumas biografias religiosas.
Eça de Queirós morreu na França, em Neuilly-sur-Seine, no dia 16 de agosto de 1900.
Foi o único escritor português a conquistar fama internacional em sua época, sendo
considerado o maior representante da prosa realista em Portugal. Teve algumas obras
adaptadas para cinema e televisão.

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2.2. Atividade 2 - Geração de 70;
A segunda geração romântica, geração ultrarromântica, liga-se ao período da
Regeneração, fase de estabilização aparente da vida social e política, conseguida através da:
 eliminação da ala esquerda do Liberalismo;
 criação duma oligarquia que deturpou as reformas sociais de Mouzinho da
Silveira, degradou os ideais do Liberalismo e deu lugar a uma nova classe
dominante.
Esta geração romântica, despojada da pureza dos ideais que tinha caracterizado a
primeira geração, vivia num compromisso assumido e proveitoso com o governo, ocupava
cargos privilegiados, dominava a administração pública, a imprensa, a política e a literatura.
Tudo parecia querer traduzir a vontade e os princípios orientadores do governo. A Literatura é
mais do que nunca um fenómeno oficial, marcado pelo conservadorismo ideológico e pela
deterioração duma estética cada vez mais estereotipada.
O paternalismo / autoritarismo destes valores tem em Castilho o seu representante
máximo. Este poeta ultrarromântico, com uma formação neoclássica e conservadora, é a figura
venerada, o patriarca dos ultrarromânticos a cuja apreciação sujeitam toda a produção literária
com o objetivo de obterem a sua adesão, a sua avaliação favorável, condição suficiente para os
impor junto dos editores e do público em geral. Castilho alimentou este clima, este estado de
espírito medíocre que nada tinha de promissor e de fecundo, tornando-se um dos grandes
responsáveis pela decadência do Romantismo português e pela rutura polémica que lhe pôs
fim.
Esta situação literária, que tem como suporte o enfeudamento ao poder, o elogio
mútuo, o protecionismo e a consequente falta de qualidade e de criatividade, dá azo a que um
grupo de jovens intelectuais, ligados à Universidade de Coimbra assuma a coragem da
"rebelião" contra os literatos de Lisboa e o seu mestre e protetor. Este grupo ficou a ser
conhecido por Geração de 70.
A Geração de 70 é, basicamente, um grupo de jovens intelectuais estudantes na
Universidade de Coimbra, do qual fazem parte Antero de Quental, Eça de Queirós, Teófilo
Braga, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro e outros, que surge a contestar os excessos do
Ultrarromantismo, representados por uma plêiade de escritores sob a égide de António
Feliciano de Castilho.

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2.3. Atividade 3 - Questão Coimbrã;
O primeiro sinal da renovação literária e ideológica foi dado na Questão Coimbrã, onde
se defrontaram os defensores do status quo literário e um grupo de jovens escritores
estudantes em Coimbra, mais ou menos entusiasmados pelas leituras e correntes estrangeiras.
O motivo da "Questão" foi aparentemente trivial. O conjunto de acontecimentos que a
rodearam pode resumir-se da seguinte forma:
 Publicação, em 1862, do poema D. Jaime, de Tomás Ribeiro;
 A Conversação preambular, escrita, em 11 de julho de 1862, por António Feliciano de
Castilho, para apadrinhar o poema D. Jaime, ultrapassa todos os limites, traçando um
confronto entre essa obra e Os Lusíadas, considerando-a uma epopeia superior à
epopeia camoniana.
 Leitura a Castilho dos poemas, até então inéditos, de Antero e Teófilo, que os acolheu
com hiperbólica ironia.
 Escaramuças jornalísticas entre Pinheiro Chagas, crítico dos «coimbrões», e Germano
Meireles, seu apologista.
 Em agosto de 1865, Antero de Quental publica Odes Modernas, influenciado por
escritores e filósofos franceses, afirmando no prefácio que “A poesia é a voz da
Revolução”.
 Em 27 de setembro de 1865, Castilho (uma espécie de padrinho oficial de escritores
mais novos, tais como Ernesto Biester, Tomás Ribeiro ou Pinheiro Chagas, à volta do
qual se constelou um grupo de admiradores e protegidos - «escola do elogio mútuo»,
chamar-lhe-á Antero - em que o academismo e o formalismo anódino das produções
literárias correspondiam à hipocrisia das relações humanas.
 Antero responde, em novembro de 1865, com um folheto intitulado Bom Senso e Bom
Gosto (as duas virtudes que Castilho negara aos dois academistas). Nele defendia a
independência dos jovens escritores; apontava a gravidade da missão dos poetas na
época de grandes transformações em curso, a necessidade de eles serem os arautos do
pensamento revolucionário e os representantes do «Ideal»
Os sequazes de Castilho replicaram de imediato e os folhetos começaram a chover de
ambos os lados. Quental arremeteu com novos opúsculos nesse mesmo ano, sob o título A
dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais, enquanto Teófilo replicou com Teocracias
Literárias (1866). Castilho não reagiu publicamente, mas teve como defensoras figuras ilustres.
Um deles foi Ramalho Ortigão, que mais tarde se haveria de integrar no grupo de Coimbra, mas
que nesta altura saiu à liça como paladino de Castilho em Literatura de Hoje (1866),
repreendendo Antero com ásperos adjetivos pelo seu desrespeito, o que provocou um duelo
entre ambos. Note-se, porém, que nesse folheto Ramalho marcou uma posição de
independência, criticando também a fuga de Castilho às lutas das ideias. Outro combatente das
hostes de Castilho foi Camilo, que, em Verdades Irritadas e Irritantes (1866), com o seu temível
sarcasmo polémico, veio atacar a nova geração.
De notar que a Questão Coimbrã se alimentou de incompatibilidades literárias, que se
foram juntando as sociais, políticas e filosóficas e, por último, os pessoais. Por exemplo, Antero
e Teófilo não deixaram de causar estupefação com a brutalidade das alusões à idade e à
cegueira de Castilho.

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2.4. Atividade 4 - Resumo global da obra «Os Maias» de Eça de Queirós;
A ação de “Os Maias” passa-se em Lisboa, na segunda metade do século XIX. No outono
de 1875, Afonso da Maia, nobre e rico proprietário, instala-se no Ramalhete (casa cuja
descrição abre o primeiro livro). Do matrimónio com Maria Eduarda Runa, nasce o único filho
do casal, Pedro da Maia, rapaz de temperamento nervoso, fraco e de grande instabilidade
emocional. Muito ligado à mãe, que o criou com enorme apego e devoção, Pedro vê-se
inconsolável após a morte desta, mas consegue recuperar quando conhece uma bela mulher
chamada Maria Monforte, filha de um traficante de escravos.
Afonso da Maia rejeita o relacionamento do seu filho com Maria Monforte, todavia, os
jovens casam-se mesmo a contragosto do patriarca. Deste casamento nascem duas crianças,
Maria Eduarda e Carlos Eduardo; não obstante, pouco depois do nascimento do garoto, Maria
Monforte enamora-se por Tancredo, um príncipe italiano, visita da casa, com o qual foge,
levando embora consigo a filha. Ao chegar a casa, Pedro descobre a fuga e, desesperado,
refugia-se na casa do seu pai, levando o filho, ainda bebé. Nessa mesma noite, redige uma
longa carta destinada ao pai e, por não suportar o abandono, comete suicídio.
Aos cuidados do avô, Carlos Eduardo recebe uma educação forte e austera; passados
alguns anos, contra a vontade de todos, exceto do seu avô Afonso, o jovem transfere-se para
Coimbra, para estudar medicina. Após se formar, regressa ao Ramalhete e monta um
consultório, mas sem prescindir de uma vida de aventuras burguesas ao lado dos seus amigos
intelectuais João da Ega, Alencar, Damaso Salcede, Palma de Cavalão, Euzébinho, o maestro
Cruges, entre outros.
Um dia, Carlos conhece uma mulher chamada Maria Eduarda e apaixona-se por ela,
mesmo acreditando ser esta senhora casada com um cavalheiro brasileiro de nome Castro
Gomes. A despeito da sua condição, o jovem tenta-se aproximar dela, sem obter êxito, até que
recebe o chamado de Maria Eduarda, que necessitava dos seus serviços médicos, visto que a
sua governanta se encontrava doente. Em razão das frequentes visitas de Carlos à casa de
Maria Eduarda, ambos começam a envolver-se e decidem viver um romance.
Amantes, encontram-se às escondidas numa casa na quinta dos Olivais. Ao descobrir o
envolvimento do casal, Castro Gomes, o brasileiro com quem Carlos julgava que Maria Eduarda
era casada, decide procurar o jovem médico para lhe contar que ela não é sua esposa, mas sim
uma dama de companhia, revelação que põe fim ao romance proibido. Contudo, uma
reviravolta no enredo de Os Maias aclara o passado misterioso de Maria Eduarda que, ao
receber documentos e objetos de um viajante, que portava papéis que comprovavam a sua
riqueza e um cofre, herança da sua mãe, tem o seu sobrenome exposto.
Ao ter acesso à verdadeira identidade da sua amada, Carlos descobre que a mãe de
Maria Eduarda era Maria Monforte, a sua mãe, que havia fugido anos antes com o príncipe
napolitano e abandonando-o e ao pai, Pedro. Ou seja, ele e Maria Eduarda eram irmãos.
Apesar da aterradora constatação, Carlos ignora o facto e, sem revelar a sua descoberta
para Maria Eduarda, decide continuar com a relação incestuosa. O seu avô, Afonso da Maia,
descobre toda a verdade e morre de desgosto. Quando Maria Eduarda finalmente descobre ser
irmã do próprio amante, parte rumo a Paris, onde tempos depois se casa. Para esquecer a sua
triste sina, Carlos resolve viajar pelo mundo, regressando dez anos depois a Portugal, onde
reencontra os seus velhos amigos.

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2.5. Atividade 5 - Resumo detalhado dos capítulos atribuídos;
Afonso da Maia, um nobre e rico proprietário, vive em Lisboa em uma casa denominada
Ramalhete. É lá que se desenvolve grande parte da ação do romance.
Pedro da Maia, seu filho, casa-se contra a vontade do pai com Maria Monforte, filha de
um traficante de escravos, um negreiro, como se dizia. Com ela, Pedro da Maia tem um casal de
filhos. Porém, apaixonada por um napolitano, Maria Monforte abandona o marido e foge,
levando a filha. Pedro da Maia se suicida e o filho – Carlos da Mala – é entregue aos cuidados
do avô.
Afonso da Maia cria o neto e o encaminha para cursar medicina em Coimbra. Após
formar-se, Carlos retorna ao Ramalhete e cerca-se de amigos intelectuais e da burguesia
lisboeta.
Carlos vem a conhecer Maria Eduarda, esposa de Castro Gomes, um brasileiro. A
pretexto de atender clinicamente a governanta inglesa de Maria Eduarda, miss Sarah, Carlos
passa a frequentar a casa diariamente. Os dois tomam-se amantes, e Carlos compra uma quinta
nos Olivais para seus encontros com Maria Eduarda. Assim, divide o tempo entre o Ramalhete e
a Quinta dos Olivais, que procura esconder do avô.
Certo dia, Carlos da Maia recebe a visita de Castro Gomes que vem lhe contar que,
embora em Lisboa todos dessem Maria Eduarda como sua esposa, ela, na verdade, era apenas
sua amante. Embora livre para se casar com Maria Eduarda, outra tragédia irá se abater na
família dos Maias.
Chega de viagem o senhor Guimarães, trazendo consigo um pequeno cofre que havia
recebido de Maria Monforte, que morrera em Paris. No cofre, a revelação: Maria Monforte
havia sido a esposa que levara o marido, Pedro da Maia, pai de Carlos, ao suicídio. Descobre-se,
assim, que os dois amantes – Carlos e Maria Eduarda — eram irmãos.
O velho Afonso da Maia, vendo novamente a tragédia rondar sua família, morre. Maria
Eduarda vai para Paris e lá se casa. Carlos parte para uma longa viagem. Dez anos depois volta
para Portugal e reencontra os amigos, particularmente João da Ega, seu grande amigo desde os
tempos de Coimbra. Juntos recordam o passado, com ironia e desesperança.

16
2.6. Atividade 6 - Resolução do questionário;

17
Conclusão

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Bibliografia

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Anexos

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