Amor de

Perdição
Camilo Castelo Branco
 Biografia
Camilo Castelo Branco nasce em 1825 e morre em
1890. Aos 2 anos fica órfão de sua mãe e aos 10 de
seu pai. Com isso, é criado por sua tia Rita que
inclusive será personagem do livro! Em seus 16 anos
conhece uma camponesa chamada Joaquina Pereira
(de 15 anos) que juntos tiveram uma filha. Após dois
anos de casamento, larga a esposa e a filha, muda
para a cidade do Porto para fazer medicina e direito,
mas acaba reprovando em medicina e desiste do
direito.
Biografia
Depois de desistir da vida de estudante, ele conhece uma moça chamada Patrícia Emília (prima
dele) e acaba tendo um caso com ela. Pra garantir que dessa vez esse amor daria certo, ele
raptou a prima. Foi acusado de rapto, adultério e vai parar na cadeia. A primeira esposa dele
morre, ele continua tendo o caso com a prima, tem uma filha com ela e depois larga ela
também. Depois de tudo isso, ele finalmente conhece a mulher de sua vida, Ana Plácido.
Quando eles dois percebem que estão apaixonados um pelo outro, ela está prometida a casar
com um rico comerciante brasileiro. E ela casa com o comerciante rico. Resultado: O pobre
Camilo entra em depressão e vai ao seminário tentar encontrar a salvação em Deus. Ele não
encontra Deus, mas encontra uma freira com quem ele tem um caso e acaba sendo expulso do
seminário. Oito anos depois, Camilo se encontra com Ana Plácido e ela se entrega para ele, mas
ele comete mais uma vez um adultério. Ele e ela vão parar na cadeia entre 1858 e 1861 e nesse
intervalo de tempo é que ele escreve o fabuloso livro AMOR DE PERDIÇÃO. Eles saem da cadeia,
vão morar juntos, têm dois filhos, mas a vida dele continua sendo um horror, só problemas e
muitos filhos problemáticos. No final de sua vida Camilo desenvolve sífilis que o deixa cego.
Quando ele descobre que a cegueira é irreversível, ele comete suicidio dando um tiro na
cabeça.
Foco Narrativo
Já na frase de abertura da obra, observamos que o narrador
pronuncia-se em primeira pessoa. Entretanto, sua identidade
só é revelada na última frase, quando descobrimos que quem
narra a história é o sobrinho de Simão (cujo nome não nos é
revelado), filho de Manoel Botelho: “Da família de Simão
Botelho vive ainda, em Vila-Real-de-Trás-os-Montes, a
senhora D. Rita Emília da Veiga Castelo Branco, a irmã
predileta dele. A última pessoa falecida, há vinte e seis anos,
foi Manoel Botelho, pai do autor deste livro”. (BRANCO, 2021,
p. 99).
Ao entendermos que o narrador não presenciou a história e
baseia sua narração em, principalmente, cartas de Simão,
observamos que há certo distanciamento entre ele, a ação e
o protagonista, embora seja membro da família Botelho.
Foco Narrativo
O narrador apresenta os fatos predominantemente através de um tratamento dramático,
em cenas, e com o uso de discurso direto para a fala das personagens e transcrições – com
aspas – das cartas de Simão (tanto as que ele escrevera quanto as que recebera). Por outro
lado, o narrador de Amor de Perdição apresenta certa proximidade das personagens porque
este é um narrador onisciente, ou seja, ele sabe o que as personagens pensam e como
agem. Isso pode ser notado, por exemplo, no excerto abaixo, em que o narrador descreve o
processo de mudança da interpretação de Simão, quando lê mais de uma vez uma carta de
Teresa que lhe alerta que o primo dela, Baltasar, estava ameaçando-o:
Simão Botelho releu a carta duas vezes, e à terceira leitura achou menos afrontosas as
bravatas do fidalgo cioso. As linhas finais desmentiam formalmente a suspeita do
aviltamento, com que o seu orgulho o atormentava: eram expressões ternas, súplicas
ao seu amor como recompensa dos passados e futuros desgostos, visões encantadoras
do futuro, novos juramentos de constância, e sentidas frases de saudade. (BRANCO,
2021, p. 17).
Inclusive, comentários do narrador acerca de determinados fatos, ou julgamentos sobre
personagens são recorrentes na narrativa.
Caracterização da Época
Se passa na época de (1825-1890). Podemos perceber isto pela
forma como o Simão e Teresa se comunicam através de cartas.
Como o sistema jurídico funcionava naquela época, onde não
tinha um julgamento propriamente dito e a facilidade que você
iria preso, podemos perceber também através dos nomes dos
próprios personagens. A época em que os personagens estão
não possuía tecnologia, e a questão do casamento era
extremamente forte, como, por exemplo, o pai de Teresa a
vende em casamento para seu próprio primo. Nessa época
para às mulheres era extremamente difícil por conta do
machismo, também é perceptível a dificuldade de ter uma
renda boa e de fazer faculdade da época, caso não se tivesse
muito dinheiro (como é o caso de Mariana, que até antes do
pai morrer nunca iria poder se casar com Simão por ser uma
camponesa).
Caracterização do Tempo
e do Espaço
O livro é narrado, em sua maior parte na
cidade de Viseu. Uma cidade portuária que
tinha tudo para ter um final feliz e romântico.
Entretanto acabou em tragédia já que Simão
morreu e Teresa se matou no mar dá cidade.
Também na história Simão vai estudar em
Coimbra, que para época tinha universidades
muito boas e até era acusada de "ser fábrica
de homens políticos", normalmente formados
em direito e medicina.
 Tipos de Discursos
Amor de perdição faz parte da segunda fase
do romantismo, ou ultrarromantismo. Por
isso, a obra tem um tom extremamente
trágico, dramático, recheado de mortes
motivadas pelo sentimento. Assim, as
personagens são sempre postas à prova ,
enfrentando inúmeros obstáculos, fazendo
com que adquiram um aspecto heroico. Além
disso, as personagens femininas são
marcadas pela passividade, docilidade,
sentimentalismo; enquanto os masculinos
são obstinados, bravos, sanguinários e
impetuosos; demonstrando correspondência
com os padrões românticos.
Ao ler Amor de Perdição, fica bem aparente a semelhança com Romeu e Julieta, de
Shakespeare. Em ambas as obras há amores impossíveis de se concretizar,
obstáculos (pessoas e cenário), rivalidade entre as famílias, morte encadeada do
casal (efeito dominó).
O narrador e o autor se confundem na introdução, apesar do livro ser narrado em
terceira pessoa. O autor faz isso para que a obra tenha mais veracidade.

Exemplificações: A personagem Mariana mostra como às mulheres eram em grande

parte retratada nos romances, ela faz de tudo pelo seu suposto amado. Cuida
dele, vai presa com ele e ainda ajuda ele a ficar com a outra mulher. Tem ciúmes e
inveja de Teresa e mesmo assim continua fazendo papel de esposa com Simão, ela
é dócil, recatada e do lar.
Caracterização Física e Psicológica dos Personagens
Protagonistas
Simão: explosivo, indolente e apaixonado por uma garota de 15 anos, é o estudante que,
inicialmente, adota, em Coimbra, os ideais igualitários da Revolução Francesa;
Teresa: a mocinha que luta contra o pai pelo amor a um estudante defensor de ideias liberais;
Mariana: a jovem apaixonada que sofre em silêncio por um amor não correspondido de um rapaz
que ama outra mulher.

Antagonistas
Tadeu de Albuquerque: fidalgo autoritário de Viseu que, ao deter todos os direitos de pai sobre a
filha, decide criar uma série de empecilhos para afastá-la de seu verdadeiro amor;
Domingos Botelho: fidalgo de Vila Real de Trás-os-Montes, depois juiz de fora de Cascais; tinha
prestígio, mas pouco dinheiro;
Baltasar Coutinho: fidalgo de Castro-Daire, que consegue seus intentos em razão de seu dinheiro;
João da Cruz: camponês rústico, que acaba se tornando o protetor do protagonista quando este
volta para a cidade de Viseu, em busca da amada.
 Enredo
O romance se passa centralmente na cidade de Viseu, embora
mude de cenário algumas vezes, durante o desenrolar dos fatos.A
narrativa começa com a história da família de Simão, seus conflitos
com o pai, seu comportamento agressivo movimentado pelos ideais
da Revolução francesa. Era um jovem engajado em defesas públicas
e acadêmicas, pois estudava numa universidade em Coimbra, muito
movimentada na época.Porém, Simão vai passar um tempo em
Viseu, cidade em que sua família morava. Neste período, seu pai
percebe o comportamento modificado do filho e descobre que ele
está enamorado de sua vizinha, Teresa.O casal mantém sua relação
amorosa pelas janelas de seus quartos, às escondidas, já que as
famílias são inimigas.Motivo da briga de família: Há muito tempo as
famílias tiveram uma briga por motivos jurídicos, mas isso
permanece incomodando até os tempos atuais por causa do
orgulho deles.
 Enredo
Simão retornou à Coimbra para concluir os estudos e se tornar um homem independente, assim,
poderia voltar a Viseu e casar-se com sua amada, como havia prometido. Enquanto isso, Teresa se comunicava com
a irmã de Simão, mas foi descoberta. Então, o pai de Teresa, Tadeu, arquitetou um casamento forçado com um
primo distante para impedir a paixão. Após sofrer muitas ameaças, Teresa envia uma carta para Simão contando
tudo. Simão retorna escondido à cidade e fica hospedado na casa de João da Cruz, sujeito que devia um favor ao pai
de Simão, por causa de uma ajuda que recebera para escapar da forca. Daí em diante, João se tornou o braço direito
de Simão. Em uma noite de festa, Teresa e Simão, que trocavam cartas semanalmente, combinaram de se encontrar
enquanto todos estavam distraídos. Porém, o primo de Teresa estava de olhos fixos em sua prometida e descobriu
o caso. Embora não tivesse denunciado publicamente a identidade de Simão, quis vingar-se. Os dois rapazes
preparam armadilhas e o confronto resultou no ferimento de Simão, que foi para casa de João ser cuidado por
Mariana, filha e enfermeira. Contudo, Mariana se apaixona por seu paciente. Uma jovem já melancólica reconhece
que seu amor é irrealizável, se contentando em ser a fiel serva de Simão. Assim, Mariana se torna mediadora das
cartas e do romance do casal protagonista. Tadeu coloca sua filha no convento de Viseu, como punição. Teresa lida
com os maus modos das freiras deste convento e é dedurada por escrever cartas que mantinham sua relação com
Simão. Então, é mandada para um convento em Monchique, mais distante, onde sua tia era freira. Sempre
informado por cartas, Simão aguarda o momento em que Teresa seria transferida, para tentar raptá-la e fugir com
ela. A emboscada vai mal e Simão é preso.
 Enredo
Domingos, seu pai, não busca retirar o filho da prisão, devido às rixas entre eles.
Porém, quando Simão foi condenado à forca, decide usar de sua influência para alterar a
pena. Tudo o que consegue é que seu filho seja exilado por 10 anos na Índia. Mariana caiu à
beira da loucura com a notícia da forca, mas logo se recuperou, disposta a continuar
ajudando Simão e desejando ir ao exílio com ele. Tadeu percebe que Teresa e Simão estarão
na mesma cidade na hora do embarque e tenta levar Teresa de volta ao primeiro convento,
mas é impedido pela freira que é tia de Teresa. Chegado o dia, Teresa escreve uma carta final
para Simão e vai ao mirante para vê-lo uma última vez. Lá, morre de tristeza, da doença do
amor. Simão recebe a carta e, já no barco, morre a bordo por uma doença.

CLÍMAX
O capítulo 10, na opinião de alguns críticos, pode ser considerado o clímax da
narrativa, pelo fato de se dar a morte de Baltasar. Dessa maneira, do capítulo 11 em diante,
os acontecimentos se precipitam, preparando o desenlace trágico.
Conclusão
 Bibliografia
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/amor-de-
perdicao-camilo-castelo-branco-quantidade-nao-prejudica-a
-qualidade.htm
https://youtu.be/ucx09uYxx7M
https://beduka.com/blog/materias/literatura/resumo-de-amor
-de-perdicao/
https://mafua.ufsc.br/2005/estrategias-para-a-construcao-do
-posicionamento-critico-do-narrador-em-amor-de-perdicao-d
e-camilo-castelo-branco/
https://images.app.goo.gl/dRsXRWfx5vXSK3TDA
Obrigada!
Eduarda Monteiro

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