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CAPÍTUL

OI
• Apresentação dos pais de Simão Botelho:
Domingos Botelho Mesquita e Meneses;
▪ Fidalgo de linhagem de Trás-os-Montes;
▪ Juiz de fora de Cascais;
▪ Casado com D. Rita Teresa Castelo Branco;
▪ Provinciano;
▪ Enamorado, malsucedido;
▪ Extremamente feio;
▪ Sem dotes físicos nem fortuna;
▪ Sem grandes dotes de espírito;
▪ Alcunha de Brocas;
▪ Excelente flautista;
▪ Chegado à rainha D. Maria I;

D. Rita Teresa Preciosa Margarida da Veiga Caldeirões Castelo Branco;


▪ Dama da corte;
▪ O casamento não lhe traz felicidade;
▪ Vive com saudade do paço;
▪ Teve cinco filhos: Manuel, Simão, Maria; Ana; Rita.

• Domingos e Rita vão para Trás-os-Montes, seguindo a vontade de Domingos (1874);


• Desajuste de D. Rita;
• Descrição da chegada o Descrição da casa;
• Descrição da relação de D. Rita com as gentes e com o marido.

Nota: De Vila Real passaram para Lamego e depois Viseu onde se vão estabelecer durante um longo período;

• Apresentação de Simão
▪ Tinha um “génio sanguinário” – ou seja estava sempre envolvido em lutas, violência;
▪ Não dava valor à linhagem;
▪ O seu pai gostava que este vivesse dentro das regras.
CAPÍTUL
• Tadeu impõe o casamento de Baltasar e Teresa, mas elaO IVe é ameaçada de clausura;
recusa
• Inicialmente, Teresa não informou Simão, nas suas cartas, do sucedido, pois tinha medo do que poderia acontecer, ela
conhece bem Simão e sabe que este poderia perder o controlo se soubesse;
• Simão vai a Viseu para se encontrar com Teresa;
• Baltasar sugere que Tadeu espere pela vinda de Simão a Viseu.
• O narrador mostra a sua adesão à personagem de Teresa. Esta foge ao convencionalismo da personagem feminina
romântica: consciente do seu compromisso amoroso e da sua dignidade, mas vai reger-se por princípios diferentes
daqueles que lhe impõe a educação tradicional burguesa.
• Realce para a oposição entre a atitude de relativa serenidade de Teresa e a violência, simbolismo de sociedade
repressiva e a determinação obstinada do pai.
• Teresa mostra-se forte moralmente, nada parece abalar a sua resistência. Tal como Simão, na impossibilidade de
consumar o seu amor, deixa que o amor a consuma. “Teresa ergueu-se sem lágrimas e entrou serenamente no seu
quarto.”
• Baltasar é o rival que convém a Simão, em termos novelísticos, pois realça o prestígio de Simão: presumido, cínico,
arrogante, vaidoso, sem brios – vilão.
• Baltasar opõe-se à ideia de clausura com o objetivo de criar uma emboscada a Simão.
• Depois de receber a carta de Teresa, Simão revela-se impulsivo (o que Teresa tinha já previsto), animado por
sentimentos contraditórios. Conflito interior explorado pelo narrador através de focalização interna e exploração do
espaço psicológico de Simão.
• Simão está ainda preocupado com o facto de poder ter sido difamado. Mais uma vez a honra toma poder de Simão.
• O arrieiro é mais uma personagem funcional. Fará a ligação com o ferrador João da Cruz, com quem Simão contará
numa ida escondida a Viseu.
• O capítulo termina com a antecipação do encontro. Simão está à espera.
CAPÍTU
• Teresa é transferida para Monchique; LO X
• Acrescenta-se ainda um cómico de situação que acentua a crítica ao clero;
▪ Vemos que os membros do clero que frequentava aquele convento não vivia sob as regras do clero, não respeitava o
seu voto, eles levam uma vida leviana, profana. Por exemplo, o padre capelão fala com Mariana com desejo e de
manda-lhe piropos, a freira ao ver tal atrocidade em vez de defender Mariana, fica com ciúmes desta. O que evidencia
que aquela freira e aquele padre capelão mantinham relações mais íntimas entre eles.

• Mariana visita Teresa e leva-lhe uma carta: este encontro põe em evidência o seu sentido de abnegação;
• Caracterização de João da Cruz- um homem humilde que adora Simão e que o aconselha sempre, é também o mais
responsável, mais coerente.
• Simão vai ao convento; deseja ir sozinho assumindo os perigos e as consequências dos seus atos; afirma-se como
herói romântico;
▪ Adiamento do encontro para o plano metafísico – depois da morte (ou seja, estes amantes adiam o seu primeiro
encontro para depois da morte).

• Mariana continua a desempenhar a sua função de coro, anunciando a desgraça;


• Simão intercepta Teresa; o narrador escolhe apenas os elementos fundamentais para descrever a situação. Faz uma
descrição seletiva dos factos, sem se arrastar em pormenores. Ritmo rápido.

• Simão quer ver Teresa e por isso vai ao convento e fica à espera de frente a este, enquanto esperava pensava em
Teresa, Mariana, Tadeu e Baltasar, para além disso o tempo que passa apenas aumenta a sua sede de vingança.
(expressões que mostram a passagem do tempo “Era uma hora” – “Às quatro e um quarto”) ;
• Oposição entre a natureza e o estado emocional das personagens:
▪ Natureza inspirada por Deus – calma;
▪ Estado de alma – agitação e desespero;

• Baltasar culpa Tadeu por ter sido demasiado brando com ela, Tadeu diz que foi suave pois esta era a sua única filha;
• Teresa assume o seu destino, preferindo ser considerada má filha, mas não mentirosa;
• Simão mata Baltasar (“perdeu-se”) e não oferece resistência – rende-se/assume a sua perdição;
▪ O facto de assumir a responsabilidade é também uma característica do herói romântico, para além disso
apesar de João da Cruz ter dito que se iria dar como culpado Simão não aceitou;
▪ Uma das grandes razões para este não ter aceitado é porque este queria ser punido, diz que o sofrimento é o
melhor caminho.

• Mais uma vez são postas a descoberto algumas falhas do sistema judicial isto porque quando Simão se dá como
culpado meirinho geral diz para este fugir por ser filho do corregedor.
• A partir daqui os dois apaixonados afastam-se definitivamente e o ritmo narrativo torna-se mais lento.
• A coragem e a nobreza moral vão ser os principais traços de Simão que o definirão como ser de exceção – conquista o
leitor mesmo sendo um assassino.
• Simão e Teresa afastam-se no espaço físico. Os espaços amplos vão ser substituídos pelas respetivas celas.
CAPÍTUL
O XIX
• Súplica vã de Teresa para que Simão não aceite o degredo e cumpra o mesmo período na cadeia (10 anos);
• Simão recebe a intimação para partir para o degredo;
• Alteração do perfil de Simão:
▪ “ânsia de viver era a sua; não era já ânsia de amar.”
▪ Esta frase demonstra que a diferença entre os dois personagens se acentuou, pois Simão não era capaz de
morrer por amor, enquanto Teresa era;
• Teresa sabe que está a exigir demais de Simão. Sabe que o perderá.
• São mais evidentes a doença e o estado débil de Teresa. Mesmo que Simão escolhesse ficar, o narrador mostra como
ela não poderia suportar ou vencer esses dez anos;
• Ao longo de toda a obra as cartas tiveram a função de:
▪ Assegurar a comunicação entre os dois protagonistas;
▪ Comunicar decisões;
▪ Pôr o outro ao corrente e levá-lo a tomar decisões.
▪ Exprimir sentimentos.

• Teresa incapaz de resistir assume a sua morte e a desistência perante o amor, perante a vida e chega a desejar que ele
viva para a chorar.
• Estas despedidas terminam a intensa história de amor:
▪ Teresa quer que Simão viva, mas em sofrimento;
▪ Mariana quer que Simão viva feliz, mesmo que não faça parte dessa felicidade;
▪ Simão está dominado, consumido pelo sofrimento. Deseja, enlouquecido, que saibam, pelo menos da morte
um do outro.

Notas:
1. O facto de este não ter aceitado “os dez anos de ferros em que lhe quiseram minorar a pena”, mostra que
este era extremamente egocêntrico, ou seja que só se interessa pelo que ele pensa enão o que os outros
aconselham, pois seria contra a honra dele;
2. O narrador assume-se como uma personagem, apesar de não participar na história? Ao assumir-se com
discurso na 1ª pessoa, ao interpelar o leitor e ao dirigir-se a Simão como um interlocutor dá-se a intrusão na
história “como se de uma personagem se tratasse” é caracterizado, assim, como um narrador interno.
CONCLUS
ÃO
• Simão já vai no degredo lê a carta que Teresa escreveu;
• Começa pela última carta - É uma carta de despedida, como se ela falasse da sepultura: “É já o meu espírito que te fala
(…)” – Teresa sabia que assim que visse Simão a ir-se embora morreria.
• Teresa culpa Simão de lhe roubar a esperança, mas não lhe quer acrescentar remorsos;
• Teresa condena Simão à morte e à dor, numa efusão lírica;
• “Tu nunca hás de amar, não, meu esposo?”
• “Adeus! À luz da eternidade parece-me que já te vejo, Simão!”
▪ Visão metafísica do amor;
▪ Antevisão do final de Simão;

• Simão, quando descobre que a Teresa morreu, morre de amor, de febre maligna; Mariana já não consegue chorar,
continua tranquila;
• A morte de Simão era já prevista por Teresa na sua carta “Tu morrerás de saudade, se o clima do desterro não matar
ainda antes de sucumbires à dor do espírito”
• “Há três anos, Simão, e já entendia os teus anelos de glória, e imaginava-os como obra minha, se me tu dizias, como
disseste muitas vezes, que não serias nada sem o estímulo do meu amor” – Há três anos ainda eram crianças e sabiam
que não seriam nada sem o seu amor;
• A nau parte e o narrador marca o avançar do tempo de forma lenta para fazer aumentar a expectativa do leitor e o
sofrimento do Simão – exploração do tempo psicológico.
• Simão entra em delírio e diz a Mariana que ela se juntará a Simão e Teresa e que serão “irmãos no céu”;
• Simão tem uma morte rápida tal como Teresa. Apesar da rapidez há elementos que anunciam a morte:
▪ apagar a luz – símbolo e vida;
▪ escuridão – sem sensações visuais táteis e auditivas.

• Mariana atira-se ao mar, esta personagem aceita que nuca será amada pelo seu amado, mas assim morre com ele.
• O suicídio de Mariana é a concretização do amor de Mariana ocorre quando se atira ao mar, abraça-o e por fim o beija
(ele estava já morto);
• As cartas servem para conferir verosimilhança à história - Camilo não inventou.

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