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De início, o livro apresenta o personagem Joaquim Dos Anjos, grande amante da

música que trabalhava como carteiro pela região, em sua descrição, era visto como: “um
homem de estatura acima da média, considerado alto, de ombros quadrados e rija
musculatura’’. Quando ainda jovem, se apaixonou pela arte da música, porém, não aprendeu a
parte teórica da área, assim, não fluindo em seus conhecimentos. O carteiro tinha a missão de
sair da sua terra natal, assim, aceitando a proposta de um emprego para atuar como servente
para um engenheiro inglês e, posteriormente, por ter um bom desempenho no trabalho, foi
convidado para ir para o Rio de Janeiro com um engenheiro inglês, o qual era o seu chefe.
Dessa maneira, seu chefe pagou suas despesas no tempo em que Joaquim ficou no estado do
Rio de Janeiro, e também deu a segurança de se Joaquim quisesse voltar para a sua terra
natal, ele daria o dinheiro necessário para a viagem do homem, mas o carteiro negou. No Rio
de Janeiro, ele procurou um emprego que desse o sustento necessário para ele se manter no
estado e iniciar uma família, que foi o que ele fez logo depois, casando-se com Dona
Engrácia alguns meses depois.
Nesta nova etapa da sua vida, herdou a herança de sua falecida mãe e comprou uma
casa pequena, mas que satisfazia às necessidades da época, para morar com a sua família que
iria construir, ele morava em uma rua tranquila e muito calma, sem movimentos e festas pela
noite. No contexto gestacional, Dona Engrácia perdeu alguns filhos antes do nascimento de
Clara, assim, fazendo com que a menina fosse muito amada por seus pais, pela sua educação
e também por ter sido a primeira filha sobrevivente, considerada um milagre.
Em um dia descontraído, Joaquim convidou Marramaque e Lafões para a sua casa,
com a finalidade de jogar com os seus amigos e se divertirem um pouco, nesse encontro,
Joaquim chama Clara para comparecer na mesa, prestando um favor a ele e, ao chegar lá,
Marramaque perguntou sobre seu casamento, e ela respondeu que não pensava sobre esse
assunto. Nesse contexto, o Lafões pede a Joaquim para chamar um amante da música, ao
aniversário de Clara, que era chamado de mestre do violão, sendo conhecido como Cassi.
Muito curiosa, a menina encheu Lafões de questionamentos, irritando seu padrinho, que fala
que Cassi não é um sujeito que pode entrar em casa de família, assim, declarando seu
desprezo pelo garoto, o que, posteriormente, acaba influenciando bastante o pai de Clara com
seu pensamento sobre o menino. Cassi era um rapaz que encantava muitas mulheres e se
aproveitava disso, cometendo escândalos desde novo, mesmo filho de pais tão conservadores
e repletos de ignorância social, sua mãe, era quem sempre salvava o menino dos escândalos
em que ele se metia. O pai de Cassi não se metia muito na vida do garoto, mas quando ele
deixou a amiga de sua irmã grávida, foi o ápice de suas confusões, e ele foi expulso de casa, a
mãe da menina foi conversar com dona Salustiana, buscando satisfações sobre o ocorrido,
mas ela não faz nada, diz que seu filho já tem responsabilidade para resolver tudo, e a mãe da
menina fica em dúvida se coloca ele na justiça, mas o processo não dá certo, e ela comete
suicídio logo depois pelo caso.
Voltando ao aniversário de Clara, Cassi compareceu com o convite de Lafões para a
celebração da menina, e eles se conheceram lá. No dia do evento, Cassi chama atenção de
várias garotas presentes, que comentavam sobre ele entre si. Na festa, Joaquim pede para
Cassi cantar, mas ele diz que não podia, mas Clara chega logo depois fazendo o mesmo
pedido, e Cassi não resiste à menina, e canta em seu aniversário, deixando Clara apaixonada
por ele. O padrinho da menina ficou fortemente incomodado com o romance que se iniciava,
assim, influenciando os pais dela na visão negativa que ele tinha sobre o menino. Desse
modo, Cassi percebeu que Marramaque ia atrapalhar os seus desejos pela menina. Além
disso, a mãe de Clara achou o garoto desrespeitoso e indecente, e ainda indagou que não
aceitava mais a presença dele em sua residência.
Dona Engrácia era uma mulher bastante tranquila em relação a sua filha, por ela ser
muito educada, nunca precisou agir de forma grosseira, porém depois que conheceu Cassi, se
tornou uma mãe muito rude, a qual não permitia muitos dos desejos de Clara. Nesse viés,
Cassi se tornou mais focado em destruir as barreiras para viver um amor com a moça. Dona
Margarida, viúva que tinha muito carinho pela Clara, se preocupava bastante com os homens
que a garota se relacionava, principalmente Cassi, por causa das brigas que Cassi se envolvia
e todo mundo tinha conhecimento. Assim, Dona Engrácia passou a não aceitar que sua filha
tivesse contato com esse tipo de garoto, seguindo os pensamentos do padrinho da menina
sobre o rapaz. Nesse contexto, Cassi desejava esclarecer quem estava se mostrando como um
desafio para o seu amor com Clara, então, decide ir até a casa de Lafões para ver se descobria
que eram essas pessoas, já que o homem era amigo de Joaquim e gostava muito do garoto,
pois foi ele que fez ocorrer o encontro dele com a Clara, dando a ideia de convidar o rapaz
para o aniversário dela. Assim, durante a conversa, Cassi fala muito sobre a situação em que
a menina vivia, falando sobre a pobreza do local em que sua amada vivia, ambiente precário.
Com relação aos casos em que Cassi se metia, surge uma lista contendo todos os
crimes cometidos por Cassi, fazendo ele perceber que seus pais não iriam mais salvá-lo,
deixando ele com muito medo do resultado disso. Cassi tenta descobrir quem fez e quem tem
essa lista, e logo depois descobre que Marramaque, padrinho de Clara, possui ela.
Com o desenrolar dos acontecimentos, Cassi percebeu que Clara era uma menina que
estava repleta de segurança, rodeada de pessoas que poderiam dificultar a sua relação com a
garota e criar problemas para o menino caso ele fizesse algo com ela, o que fez ele conversar
com ela e ter certeza de seus sentimentos, saber se realmente queria continuar o romance
diante dos obstáculos que os circundavam. Nesse viés, Cassi se pergunta como poderia
contatar Clara, logo depois, ele encontra um homem chamado Praxedes na no seu caminho
para depositar um dinheiro, e Cassi pergunta a ele sobre a moça, o qual responde que não
conhecia muito ela, mas lembra do acontecido recente de que viu o Dr. Meneses passando por
lá, a caminho da casa da garota, para cuidar dela. Assim, Cassi pensa em usar o doutor como
uma desculpa para ir até a casa de Clara, já que ele era conhecido do doutor. Sob essa lógica,
como meio de se comunicar com a garota, ele pergunta se o Dr. Meneses poderia levar as
suas cartas até Clara. Um tempo depois, os pais da garota descobriram que ela e Cassi
estavam enviando cartas um para o outro, e ela mente, falando que quem fazia a
correspondência era uma amiga, porém seus pais, desconfiados, vão conversar com
Marramaque sobre isso, e esse diz que Joaquim esclarecer o seu ponto de vista com Cassi,
mostrando que não o queria com Clara, e, caso isso não funcionasse, ele deveria denunciar
ele para a polícia. Clara, que escutava toda a conversa, escreve uma carta contando o que
ouviu para Cassi, e o rapaz, incerto com o que poderia lhe acontecer, decide assassinar o
padrinho de Clara, juntamente de seu comparsa Arnaldo. Assim, em uma rua pouco
movimentada, espancaram Marramaque até que esse ficasse extremamente debilitado, e o
homem, sem conseguir pedir ajuda, morreu ao clarear do dia.
Assim que amanheceu, algumas pessoas encontraram Marramaque morto, assim, se
perguntando como isso poderia ter ocorrido. A notícia alastrou-se pela cidade e, rapidamente,
a polícia chegou no local da ocorrência. Os policiais, em seguida, foram para a casa dele para
tentar descobrir o motivo dessa morte inesperada, mas não encontraram nada de relevante,
apenas o caderno contendo os crimes de Cassi, já possuído pelo delegado. Mais tarde,
Arnaldo foi ver o corpo de Marramaque, e assustou-se ao ver o estado dele, depois disso, foi
ao encontro de Cassi, o que enfureceu o garoto, pois ele temia que alguém desconfiasse deles
ou que Arnaldo os denunciasse, o que fez com que o rapaz perseguisse o colega por alguns
dias. Logo que soube da morte de Marramaque, Clara passa a desconfiar de Cassi, lembrando
das ameaças veladas que o garoto fazia ao seu padrinho em suas correspondências, para tirar
esses questionamentos, ela pede para se encontrar com Cassi às escondidas, com o intuito de
conversarem. Cassi, sendo suspeito do assassinato, se sente encurralado e busca alternativas
para contornar esse problema, dessa forma, ele tem a ideia de sair do Rio de Janeiro,
contando para sua família que iria para o Mato Grosso para conseguir um emprego. No
entanto, sua mãe ficou extremamente triste, pois iria envergonhar a sua família, mas o resto
de seus familiares ficaram felizes com essa notícia, pois iria afastar o garoto de mais
confusões na região e dos rumores que rodavam sobre ele. Nesse viés, Cassi foi à cidade para
depositar o dinheiro que tinha arrecadado das vendas que ele tinha feito, mas acabou se
encontrando com uma de suas primeiras vítimas. A mulher desabafa sobre tudo o que ela
tinha passado por causa dele, porém, ele não expressava nenhum remorso.
Em uma noite, ao observar o céu estrelado de seu quarto, Clara reflete muito sobre a
situação que se encontrava, se pergunta sobre sua relação com Cassi, pois o garoto não falava
com ela há mais de uma semana, questionando a si mesma os seus motivos para ter chegado
onde chegou. Com o passar do tempo e a retomada da troca de cartas, Cassi consegue retomar
a confiança que tinha na moça, assim, voltando ao panorama romântico quando esse decide
se casar com ela, mas a menina não aceita de início, pois ela se preocupa com o futuro, e pede
para ele assumir as suas responsabilidades antes disso, arrumando um emprego, por exemplo.
Em seu quarto, Clara pensa muito sobre o dia em que engravidou e permitiu se descuidar da
situação, no momento em que permitiu Cassi entrar em seu quarto pela noite, ali, se perdendo
em suas noções da situação em que se meteu.
Nesse viés, ninguém ainda suspeitava que Clara estaria grávida de Cassi, nem mesmo
seus familiares, que ainda sofriam com a morte de Marramaque, já que era o amigo mais
próximo de Joaquim. Entretanto, o Dr. Meneses após descobrir sobre a morte do homem,
estava desconfiando de Cassi. Assim, Cassi com muito medo do homem suspeitar de seus
planos de fuga para o Mato Grosso, se afastou de Menezes, fugindo do Rio de Janeiro. Em
um passeio com Meneses e seu amigo Leonardo, um tempo depois, os dois deitam para
dormir na grama e o doutor acaba falecendo por complicações da idade, assim, Leonardo
quando acorda, percebe o acontecido, se assusta, logo trazendo um alvoroço no ambiente, não
demorando muito para os oficiais chegarem ao local, com eles o advogado Praxedes,
causando drama como o de costume, quando esse é chamado para a delegacia, o qual em
seguida acaba indo para a casa de Joaquim contar o que tinha acontecido, mas Joaquim não
estava em sua residência, portanto o advogado conta a morte do Meneses para Clara e Dona
Engrácia, conta que Cassi e Joaquim era as pessoas mais próximas que ele conhecia, a ter
mais afinidade com o doutor. Nesta hora, Praxedes se sentiu culpado por não contar a essas
pessoas, mas Cassi não estava mais morando no Rio de Janeiro. Nesse instante, Clara pensa
como vai conseguir esconder a gravidez, agora que percebeu que o garoto tinha fugido da
cidade por causa dela, essa lamentando em seu quarto, pensa na possibilidade de até abortar a
criança, cogitando pedir um abortivo para Dona Margarida, porém, acaba pedindo dinheiro
emprestado para alguém que conhecia, pagando com seus trabalhos manuais, contudo,
Margarida, não se convenceu com suas intenções, dizendo que Clara não estava falando a
verdade, afirmando que esta estava a esconder algo. A moça negou, sabendo que ela estava
encobrindo algo, rodeou Clara de perguntas, essa não viu outra maneira de sair dessa situação
a não ser contar o que realmente estava pensando, acaba contando sobre sua gravidez para
Dona Engrácia. Margarida, pergunta se a menina conhece a família do pai da criança, já que
acreditava ser necessário que a família estivesse consciente do ocorrido. A mãe de Cassi, não
se importou com a situação pois já conhecia as péssimas ações de seu filho, dizendo que não
havia nada a se fazer, mas pergunta a Clara o que ela quer que ela faça, com um tom de ironia
e a moça responde, pedindo para que se case com ela, em seguida a mãe de Cassi com
inferioridade, diz que o que Clara pedia era justo pelo que Cassi fez com ela, após algumas
trocas de arrogância, Dona Salustiana chama suas filhas, argumentando que estava sendo
maltratada por Margarida. O dono da casa chega e pergunta o que estava acontecendo ali,
como Clara conhecia o homem, clamou para que a situação fosse controlada, mas o homem
diz que não tem mais esse tipo de relação com o filho. O pai de Cassi começa a ficar tonto,
chegando a cair, as mulheres recebem ordens das filhas do pai de Cassi para que saiam da
casa, essas tentando ajudar seu pai. Ao sair da casa de Cassi, na rua, Clara pensa muito sobre
o constrangimento que aconteceu, além de perceber sua posição na sociedade discriminadora
que se encontra. Clara reflete que deveria ter aprendido que devido a sua origem viriam
determinadas situações injustas com a mesma, pois ela não era como eles. Vendo que era
necessário melhorar o seu amadurecimento, para se caso aparecesse semelhantes como o
rapaz em sua vida, ela soubesse como se proteger.Após isso, as moças chegaram na casa de
Dona Engrácia, e, Dona Margarida relatou o acontecido, e com isso veio o choro da filha.
Logo depois, em um determinado momento, Clara se levantou de sua cadeira, foi em direção
à mãe e disse, com um ar de aflição: — Mamãe! Mamãe! — ela respondeu — Que é minha
filha? — e a menina concluiu — Nós não somos nada nesta vida.

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