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Teoria geral do Estado

normativa, mas sim de vários vieses, a exemplo o


sociológico.

Foucault em vigiar e punir: tutela coletiva dos


Introdução corpos – por que o Estado tem a garantia e o dever
O que é? de punir aquele que estão transgredindo as normas
Assunto jurídico que estuda o Estado desde sua penais? (visão sociológica)
origem, sua formação, suas características, sua
função, estrutura, formas, finalidade e evolução. As
grandes disciplinas do direito derivam de TGE As 4 grandes escolas jurídicas
(constitucional, público, penal, tributário, etc.)
 Naturalismo: procura humanizar o direito
natural e afastá-lo da dependência divina,
Tudo que envolve o estado é direito público.
tornando-o autônomo e acessível a todos aqueles
Quando o Estado causa um dano a outrem ele que estivessem dispostos a usar a razão para
precisa resolver. conhecê-lo. Priorizava os princípios anteriores
ao homem, os princípios e regras ditos naturais,
Art. 927 parágrafo único: “Haverá obrigação de
reparar o dano, independentemente de culpa, nos
justas, como o princípio da dignidade humana e o
casos especificados em lei, ou quando a atividade princípio do direito à vida.
normalmente desenvolvida pelo autor do dano  Positivismo: Hans Kelsen teoria pura do direito –
implicar, por sua natureza, risco para os direitos se uma lei determina que uma norma deve ser
de outrem”. aprovada de determinada forma, ela não precisa
ser justa, só precisa obedecer a um
Direito privado x Direito público procedimento.
 Direito privado: regula relação entre pessoas, o positivismo gerou o nazismo, por isso
físicas ou jurídicas. a influência caiu
 Direito público: regula relação do Estado com  Racionalismo
outros entes, não importando qual seja ele, a não  Pós positivismo
ser que seja um ente Supranacional.
Fonte da tge
Fontes diretas: paleontologia, história, instituições
Teoria Geral do Estado . . políticas passadas e vigentes. Os mais antigos
TGE pode ser agrupada em 3 aspectos (Dalmo documentos que esclarecem o estudo da matéria são
Dallari): o Código de Hamurabi, Leis de Manu, Código da
China, Leis de Zaleuco, Charondas e Sólon, leis de
1. TGE existe na tentativa de procurar uma Gortina, Leis das XII Tábuas, Declaração Universal
justificativa paro o Estado existir, a partir dos Direitos do Homem.
de valores éticos humanos.
2. TGE sempre foca em fatos concretos e Fontes indiretas: O estudo das sociedades animais,
basta se aproximar da sociologia do Estado das sociedades humanas primitivas e o estudo das
3. Quando você analisa o objeto do TGE por um sobrevivências.
olhar normativo, você cria uma espécie de Origem da palavra Estado
inépcia jurídica, TGE não pode ser abordado
com uma visão estritamente jurídica, Teve origem nos gregos e romanos.

Primeiro teórico a falar em Estado – Platão (No


livro: “A república”): descreve o Estado ideal.
Segundo teórico – Aristóteles (No livro “Política”): não é de necessidade material, mas sim de um
Estado na concepção real. instinto natural do ser humano. Complementando
Aristóteles, São Tomás de Aquino afirmava que
Vacatium nomines – período sabático
E finalmente no Século XVI a vida solitária é exceção, e só pode ser
Renascimento + feudos + estado moderno, cria-se a necessidade enquadrada numa de suas três hipóteses:
de escrever e relatar os fatos excellentia naturae, quando um indivíduo for
Terceiro teórico – Maquiavel, escreveu “o Príncipe”, extremamente virtuoso, corruptio naturae, em
lançando os fundamentos da política, como a arte de casos de anomalia mental, mala fortuna, quando
atingir, exercer e conservar o poder. Caso o por acidente o ser humano passa a viver sozinho.
governante tenha que escolher entre ser amado ou Além disso, na modernidade, Ranelleti, afirma
temido deve preferir ser temido. que o ser humano só consegue chegar a algum
lugar se for em sociedade.
Objeto da tge  Teoria Contratualista: Defende que a
É o estudo do Estado, sua origem, funcionamento, sociedade é produto de um acordo de vontades,
estrutura, organização, finalidade e evolução. um contrato hipotético celebrado entre os
homens, onde estes transferem mutuamente
Noção de estado direitos, que é cumprido por temor ao castigo
imposto pelas normas.
O Estado é a união de uma sociedade onde os
o O Leviatã de Thomas Hobbes – o
homens vivem subordinados a uma instituição
Estado como um ser superior que
superior na finalidade de atingir um bem comum.
tem o dever de corrigir os seres.
O homem se viu compelido pelos medos, e percebeu o Rousseau: Contrato Social, o homem
que caso cerceasse parte da sua liberdade para ser cede sua liberdade em troca da
comandado por algum líder, ele poderia ter proteção de um ente superior, sendo
benefícios, como proteção. este o Estado, explica como os
homens saíram das tribos e como
Por que o Estado pode coercitivamente impor sua
formaram sociedades complexas.
vontade a todos que habitam seu território? Pois ele
visa a ordem e a defesa social para realizar o bem A sociedade e seus elementos
coletivo.
Segundo Dallari, para que um agrupamento humano
Conceito Moderno de Estado – organização seja chamado de sociedade deve possuir três
político-jurídica de uma sociedade para realizar o elementos:
bem comum, com governo próprio e território
 Finalidade ou valor social: o homem tem
determinado.
consciência de que deve viver em sociedade e
procura fixar uma finalidade condizente com
suas necessidades fundamentais e com aquilo
Sociedade .
que lhe parece mais valioso, nesse caso, o bem
. comum.
Conceito: sociedade é uma coletividade de  Manifestações de conjuntos ordenadas (ordem
indivíduos reunidos e organizados para alcançar um social ou jurídica): Para a consecução dos
objetivo comum. objetivos da sociedade, os membros devem
estar de acordo em suas manifestações, que
Não tem a finalidade de realizar o bem comum!!!! serão reiteradas e permanentes.
o reiteração (se manifestar
Origem da sociedade
reiteradamente sobre o objetivo
– 2 teorias comum)
o ordem (como atuar para atingir o
 Teoria da sociedade natural: maior número de
objetivo comum)
adeptos e maior influência concreta na vida do
Estado. Surge com “o homem é um animal
naturalmente político”, de Aristóteles, a origem
o adequação (visa segurar a permanência 3. É necessário objetivar o poder, já que ele
da finalidade. Sociedade orientar as não é investido numa pessoa, mas sim em
novas gerações) uma entidade que terá seu poder exercido
 Poder social: Explicando poder: Socialidade é a por uma pessoa.
visão de que o poder é um fenômeno social, 4. O poder não é subordinado a um individuo
representação coletiva, ninguém tem poder específico, mas sim há uma instituição, os
sozinho. Bilateralidade: o poder é sempre a objetivos daquele que manda não podem ser
correlação de duas ou mais vontades, onde uma de caráter pessoal, mas sim coletivo.
delas predomina, o poder só existe onde há
Sociedades políticas
discordância.
o Anarquia: teoria que nega o poder; o São sociedades políticas todas aquelas que, visando
homem deve viver como sua própria criar condições para a consecução dos fins
natureza, vivendo da forma que ele é, particulares de seus membros, ocupam-se da
(exemplo: cristianismo – santo totalidade das ações humanas, coordenando-as em
gostinho – o cristianismo deveria função de um fim comum. A sociedade política de
governar o mundo pois é a vontade de maior importância devida a sua capacidade de influir
Deus na terra) e condicionar, bem como sua amplitude é o ESTADO.
o todas as teorias propostas podem ser
- Sociedades de fins particulares e sociedades
reduzidas a duas: Teorias Religiosas,
de fins gerais
revelam a presença de uma crença
capaz de influir poderosamente na ação Fins particulares: que têm a finalidade
humana; Teorias Econômicas, as que definida voluntariamente por seus membros, visando
indicam a predominância de um fator direta e imediatamente o objetivo que inspirou sua
de natureza econômica, na base da criação, por ato consciente e voluntário;
diferenciação entre governantes e
Fins gerais: cujo objetivo, indefinido e
governados.
genérico, é criar as condições necessárias para que
o Max Weber defende 3 hipoteses para
os indivíduos e as demais sociedades, que nela se
legitimar o poder:
integram, consigam atingir seus fins particulares.
 Poder tradicional: não depende
de legalidade formal
 Poder Carismático: líderes que
conseguem convencer O Estado .
 Poder Racional: exercido pelas .
autoridades investidas na lei.
Requisitos para existência do Estado:
Poder social – capacidade que as sociedades tem de
1. Soberania – capacidade de aplicar e dizer as
governar suas ações, ou dentro da lei optar por suas
regras a serem seguidas sem a interferência
escolhas e se autotutelar
de terceiros dentro de seu território;
As atuais configurações de poder social podem 2. Território – espaço geograficamente
ser sintetizadas em 4 tópicos: delimitado;
3. Povo – conjunto de nacionais que habitam um
1. O poder, reconhecido como necessário, quer
território
também o reconhecimento de sua
legitimidade, o que se obtém mediante o Classificações do Estado
consentimento dos que a ele se submetem;
Quanto aos elementos:
2. Embora o poder n chegue a ser puramente
jurídico, ele age concomitantemente com o o Estado perfeito (possui a
direito, buscando coincidências entre os plenitude dos 3 elementos)
objetivos de ambos, assim, para existir o Estado Imperfeito (aquele que
poder ele não pode ser contrário a lei. embora possua os 3 elementos
algum deles possui restrição,
normalmente sobre a soberania)

Quanto à soberania:

o Estado simples ou unitário: só há


um único poder soberano, tem
divisões internas, mas são
meramente administrativas
(França)
o Estado composto (união pessoal
ou união real ou união
incorporada): união de dois ou
mais Estados, onde há uma
divisão do poder, pois o dois
possuem capacidade de delimitar
seu poder pelo território.
Internamente o Estado possui
dois poderes, mas externamente
eles são representados por um
poder só.
 União pessoal: forma própria da
monarquia, que ocorre quando
dois ou mais Estados se
subordinam a um só monarca
pois ele é herdeiro direto dos
dois. (Ex: união ibérica 1600).
 União real: união de 2 ou mais
Estados que mantém a sua
autonomia, mas que juntos
formam uma espécie de único
Estado soberano (ex: Escócia,
Irlanda e Inglaterra até 1707).
 União incorporada: união de
dois ou mais Estados distintos
para criação de uma nova
entidade, os Estados se
incorporam tendo em vista que
eles deixam de existir (ex: Grã-
Bretanha).
o Confederação: união de Estados
independentes para garantir a
defesa ou a paz externa, mas que
não abrem mão de sua soberania,
normalmente só existe em
momentos de guerra (ex:
Estados Unidos durante a Guerra
Civil).
o Federação: união de vários
estados que perdem a soberania
para uma União Federal, mas
mantendo uma autonomia.

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