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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KANGONJO DE ANGOLA

ÁREA DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO


CURSO DE PSICOLOGIA

AUTO-ESTIMA NO DESEMPENHO ESCOLAR

(CASO DA ESCOLA Nº 4083)

Trabalho de fim do curso elaborado por:


Gizela Maria F. dos Santos Prazeres Eduardo

Orientador: Adriano Domingos Augusto

LUANDA / 2016
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO KANGONJO DE ANGOLA
ÁREA DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PSICOLOGIA

AUTO-ESTIMA NO DESEMPENHO ESCOLAR

(CASO DA ESCOLA Nº 4083)

Trabalho de fim do curso elaborado por:


Gizela Maria F. dos Santos Prazeres Eduardo

Orientador: Adriano Domingos Augusto

Trabalho de fim de Curso apresentado no


Instituto Superior Politécnico Kangonjo de
Angola, como requisito, para a obtenção do título
de Licenciatura em Ciências de Educação na
Especialidade de psicologia, sob orientação do
Professor Adriano Domingos Augusto.

LUANDA / 2016
Gizela Maria F. dos Santos Prazeres Eduardo

AUTO-ESTIMA NO DESEMPENHO ESCOLAR

(CASO DA ESCOLA Nº 4083)

Trabalho de fim de Curso apresentado no


Instituto Superior Politécnico Kangonjo de
Angola, como requisito, para a obtenção do título
de Licenciatura em Ciências de Educação na
Especialidade de psicologia, sob orientação do
Professor Adriano Domingos Augusto.

Data de aprovação: ____/____/_____

Banca examinadora
Presidente do Júri__________________________
Prof...................................................
1º vogal____________________________
Prof...................................................
2º vogal____________________________
Prof...................................................

LUANDA / 2016
ÍNDICE

EPIGRAFE..................................................................................................................................7

DEDICATÓRIA..........................................................................................................................8

AGRADECIMENTO...................................................................................................................9

RESUMO...................................................................................................................................10

ABSTRACT...............................................................................................................................11

Lista de siglas, abreviatura e palavras dificeis............................................................................12

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................14

CAPITULO I – PROBLEMÁTICA...........................................................................................16

1.1 Problemática.....................................................................................................................16

1.2 Objectivos de estudo........................................................................................................16

1.3 Justificativa da Escolha do Tema.....................................................................................16

4. Limitação e Delimitação do tema de estudo.......................................................................17

CAPÍTULO II - ENQUADRAMENTO TEÓRICO...................................................................18

2.1 Definição de termos e conceito.........................................................................................18

2.2 Auto Estima......................................................................................................................19

2.2.1 Evolução histórica da Auto estima............................................................................24

2.2.2 Desenvolvimento e dimensões da Auto Estima.........................................................26

2.2.3 Tipos de Auto-estima................................................................................................28

2.3 As causas da baixa auto-estima........................................................................................30

2.3.1 As causas mais comuns de baixa auto-estima............................................................31

2.3.2 Características de uma pessoa com baixa auto-estima...............................................32

2.4. A auto imagem................................................................................................................33

2.5 Auto estima e desempenho escolar...................................................................................34

2.6 Importancia da auto-estima..............................................................................................36

2.6.1 As diversas dimensões do autoconceito.....................................................................39

2.6.2 Diferenças no desenvolvimento do autoconceito em rapazes e raparigas..................40

4
2.7 Como melhorar a autoestima............................................................................................41

CAPÍTULO III: METODOLOGIA............................................................................................44

3.1 Plano Metodológico.........................................................................................................44

3.2 População e Amostra........................................................................................................44

3.3 Instrumentos.....................................................................................................................45

3.4 Tratamento dos dados.......................................................................................................46

CAPÍTULO IV: ANALISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS.............................................47

4.1 Apresentação da caracterização dos entrevistados............................................................47

4.2 ANALISE DO CONTEÚDOS DAS ENTREVISTAS.....................................................48

4.2.1 Aos Professores.........................................................................................................48

4.2.2 AOS ALUNOS..........................................................................................................50

4.2.3 AOS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO.............................................................53

CONCLUSÃO...........................................................................................................................55

RECOMENDAÇÕES................................................................................................................57

SUGESTÕES.............................................................................................................................58

BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................59

ANEXOS...................................................................................................................................62

5
INDICE DE TABLAS

Tabela 2- Representação da amostra..........................................................................................45


Tabela 3 - Caracterização dos participantes...............................................................................47

6
EPIGRAFE

Uma percepção positiva de si próprio contribui


para o desenvolvimento de atitudes correctas que
irão, eventualmente, tornar-se a base para o
sucesso ou insucesso de qualquer coisa que tentar
realizar.
(Miguel Ángelo Núñez, 2011)

7
DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado primeiramente aos filhos pelo apoio e compressão


demonstrada ao longo da minha formação, aos meus pais Joaquim Prazeres (in
memoria) e Auroura António por criarem em mim a pessoa que eu sou hoje pelo
carinho e dedicação demonstrada ao longo da minha infancia e não só; ao meu esposo
pelo apoio e força na minha formação.
As minhas irmãs e irmãos por fazerem parte da minha formação.
E a toda minha familia e amigos que me encorajaram.

8
AGRADECIMENTO

Começamos por agradecer primeiramente a Deus Todo-Poderoso pela vida e


saúde elementos que sem qual não estaria a escrever este trabalho. A todos aqueles que
anseiam pelo conhecimento, aqueles que, contribuíram para que esta pesquisa chegasse
ao resultado final que ora se apresenta.

Aos Directores, professores, alunos e encarregados de educação da escola


nº4083 JIKA do Município de Cacuaco pela autorização cedida para a aplicação do
questionário e, aos alunos das mesmas, pela prontidão em responder ao questionário,
sem os quais este trabalho não seria possível.

Aos nossos amigos e colegas de profissão pelas sugestões e pela preciosa ajuda
na recolha dos dados.

Aos nossos familiares pelo acolhimento, carinho e incentivo ao longo deste


percurso.

A empresa, Mefi-Grafica su, Lda pela digitalização e organização técnica desta


monografia.

9
RESUMO

O presente trabalho monográfico enquadra-se no plano curricular, constituindo


um dos requisitos para a obtenção de licenciatura em psicologia. Este trabalho intitula-
se “Auto-estima no desempenho escolar”. Procura-se com este trabalho, conhecer a
auto-estima e sua influencia no desempenho escolar caso alunos da ecsola n.º4083-JIKA
no Municipio de Cacuaco Bairro 4 de Fevereiro - Ecocampo bem como a relação entre
auto-estima com a aprendizagem. Participaram deste estudo duzentos e vinte individuos
divididos em cento e sessenta e oito alunos (168), quinze (15) professores e trinta e oito
(38) encarregados de educação), sendo cento e vinte e sete (127) do sexo feminino e
noventa e três (93) do sexo masculino. Para a recolha de dados utilizamos metodologia
de natureza qualitativa. A análise dos dados procedeu-se com análise de conteúdo das
entrevistas feitos aos alunos, professores e encarregados de educação, o que nos
permitiu analisar as dimensões da auto-estima dos alunos e conhecimentos que os
entrevistados possuem a respeito do tema e sua importancia no desempenho escolar. Os
resultados deste estudo revelam que a auto-estima encontra-se presente nos alunos desta
escola 4083-JIKA apesar de haver muitos alunos que encontram-se com baixo nivel de
auto-estima, mostrando assim índice de pouco aproveitamento. Também parece haver
influência e relação entre auto-estima, desempenho escolar e aprendizagem.

Palavra-chave: Auto estima, desempenho escolar.

10
ABSTRACT

This monograph is part of the curriculum, constituting one of the requirements for
obtaining a degree in psychology. This work is entitled "Self-esteem in school
performance." Wanted this work, know the self-esteem and their influence in the case
school performance of student’s number 4083-JIKA school in the municipality of
Cacuaco district Ecocampo and the relationship between self-esteem with learning. The
study included one hundred sixty-eight students (168), being one hundred (100) female
and sixty-eight (68) male, fifteen (15) teachers and thirty-eight (38) parents. For data
collection methodology used for qualitative nature. Data analysis proceeded with
content analysis of the interviews made to students, teachers and parents, which allowed
us to analyze the dimensions of self-esteem of students. The results of this study show
that self-esteem founds present the students of this school 4083-JIKA although there are
many students who are low level of self-esteem, showing little utilization rate. Also
seems to be influence and relationship between self-esteem, school performance and
learning.

Keywords: Alcohol, income, teen, school.

11
Lista de siglas, abreviatura e palavras dificeis

Apud: Normalmente é usada no corpo do texto com o significado de “citado


por”, “segundo” ou “conforme”, indicando ao leitor que a citação é feita conforme o que
foi lido e referenciado por um outro autor que teve acesso à obra original.

Discrepâncias: Designação da diferença entre dois elementos que supostamente


seriam semelhantes; desigualdade ou disparidade; Divergência, dissonância ou
diversidade de pensamentos, opiniões ou comportamentos; inexistência de semelhança
ou acordo; disarmonia ou discórdia

Ego: o “eu de cada um”, ou seja, o que caracteriza a personalidade de cada


indivíduo.

Et all: e outros

Extasiada: Pessoa que se encontra em estado de êxtase, que está maravilhada,


embevecida, enlevada, entusiasmada

Fanfarrones: Jactar-se, enaltecer-se

Hipersensibilidade: alteração de um tecido causada por uma resposta imune que


ocorre de forma exagerada ou inapropriada

Holistico: que procura compreender os fenômenos na sua totalidade e


globalidade.

Ibidem: no mesmo lugar". É usado nas citações de um texto para referir uma
fonte repetida, na nota subsequente, da mesma obra

Idem: o mesmo”, “do mesmo modo”, “igualmente”. É usado para indicar que as
palavras da linha superior se repetem na linha inferior

Inapta: Que não possui nem demonstra capacidade e/ou aptidão. Que não é
capaz; sem habilidade; inábil: um indivíduo inapto para dirigir.

P: pagína

Presunções: Aquele que possui uma opinião positiva muito elevada de si mesmo;
que se julga melhor que os demais; que se acha belo,.

12
Relutantes: Que resiste; que não aceita; que reluta; obstinado ou teimoso

Reptos:

S/D: Sem data

Self: Eu

Shell: Concha

Tennessee: é o nome de um estado dos EE.UU. situado no


centro-leste do país, com cerca de 5,8 milhões de habitan -
tes e com capital na cidade de Nashville. Seu território é montanhoso com cordilheiras e
vales; banhado pelos rios

The I: No Eu

The Me: Do Eu

13
INTRODUÇÃO

Desde a infância, o ser humano vai forjando a sua personalidade, com toda a sua
riqueza e complexidade, através das experiencias positivas e negativas que vive no seu
ambiente afectivo. Começa pelo círculo mais íntimo a mãe, em seguida o pai, os irmãos
e depois passa para o mais amplo, que inclui a família alargada, os amigos, os colegas,
os professores entre outros. E é na construção destas relações que vai se construindo o
seu auto conceito e auto estima.

Neste sentido, o objectivo deste trabalho foi dar voz aos alunos e professores,
que por meio de suas falas, pudessem explicitar os sentimentos, atitudes buscando
compreender a auto estima dos alunos e professores, averiguar se há influência da
mesma na aprendizagem dos alunos, a perspectiva dos seus professores sobre o
comportamento dos alunos, e a sua interferência no desempenho escolar desses alunos.

A auto estima é um tema muito amplo vêm ganhando importância ao longo do


percurso, e vem evoluindo ao longo dos tempos. Inicialmente começou-se a descobrir o
valor e a importância do self e esse self, foi-se evoluindo e hoje temos um
desenvolvimento a nível dos estudos e descobertas sobre o auto conceito e auto estima.

Sendo assim William James, definiu auto estima como constructo psicológica.
No seu livro os princípios da psicologia, William James fala das dimensões do nosso Eu
global num Eu conhecedor e num Eu conhecido. A partir destas dimensões nasce a auto
estima (ou auto conceito). A auto-estima é um aspecto fundamental na formação da
personalidade, no auto da realização e no tratamento das alterações psicológicas.
(Bonet,1997).

Ao longo deste trabalho teremos a oportunidade de conhecer um pouco sobre a


evolução deste conceito e conhecer alguns estudos sobre o mesmo.

Embora vivamos grandes transformações conceituais e tecnológicas na esfera da


comunicação, informação e intercâmbio de ideias, têm sido ainda poucas as
oportunidades de encontrar pessoas com deficiência visual e família para discutirem
com profissionais e escolas sobre seus sentimentos, desejos, necessidades e
expectativas. Actualmente, ouve-se falar muito da educação para todos, ou seja todos os
países aprovam o programa de educação inclusiva, no âmbito de formar uma sociedade

14
inclusiva, onde todos têm a oportunidade de estudar e progredir independentemente da
sua diferença.

Esperamos que este trabalho venha ser mais um contributo na compreensão da


auto-estima e sua importancia no desempenho escolar.

Este trabalho monográfico, encontra-se estruturado, por quatro capítulos:

 O primeiro capítulo se refere a problematica, seguida dos objectivos,


justificativa da escolha do tema;
 O segundo capítulo trata do enquadramento teorico;
 O segundo capítulo destina-se a descrição metodologia da investigação,
os procedimentos as técnicas utilizados, bem como a caracterização da
amostra em estudo.
 Seguidamente, no quarto capítulo faz-se uma exposição, análise e
interpretação dos dados obtidos através da entrevista com os alunos,
professores e encarregados de educação. Por ultimo apresentamos as
conclusões e as recomendações a bibliografia e finalmente os anexos.

15
CAPITULO I – PROBLEMÁTICA

1.1 Problemática

Nesta óptica decidimos dar o nosso contributo no estudo desses fenómenos, que
esperamos ser uma contribuição valiosa. A nossa preocupação levou-nos a formular a
seguinte pergunta:

Será que a auto-estima influenciam o desemepnho escolar dos alunos da


Escola 4083-JIKA?

1.2 Objectivos de estudo

2.1 Objectivo Geral

 Compreender as causas do baixo nivel de auto-estima dos alunos da


Escola 4083.

2.2 Objectivos Específicos

 Analisar auto-estima no desempenho dos alunos da Escola 4083;


 Verificar a influencia do baixo nivel da auto-estima no desempenho
escolar dos alunos;
 Descrever a relação entre a Auto-Estima com o sucesso na aprendizagem
dos alunos;

1.3 Justificativa da Escolha do Tema

A auto-estima, desemepnho escolar e aprendizagem é um tema que chama a


atenção dos profissionais, a nível do ensino, pelo facto de se notar que ela, pode estar
envolvida no processo ensino aprendizagem, no normal funcionamento emocional de
um indivíduo, desperta interesse para estudo nas mais diversas áreas do saber e nas mais
diversas vertentes.

Escolhemos como sujeitos da amostra, alunos, professores e encarregados de


educação porque notamos que muitos alunos têm baixa notas ao longo do trimestre ou
mesmo ano lectivo e muitos deles não se sentem bem e a vontade na sala de aula;

16
percebemos que seria muito bom trabalhar o nosso tema, escolhendo como a amostra os
alunos e ver os seus modo de relacionar com os outros e os seus resultados escolares e
se a auto-estima influenciam as suas aprendizagem.

Pretendemos trazer contributos para a compreensão, do estudo em questão, e


também trazer algumas recomendações para melhorar a qualidade de desempenho dos
alunos nestas situações e não só.

4. Limitação e Delimitação do tema de estudo

Limitação

O nosso tema leva abordagem de muitas questões pois é um tema bastante


abrangente, mas nós limitar-nos-emos a tratar as questões referente a “auto-estima no
desempenho escolar” tipos, causas e sua importancia. No PUNIV 4083 do municipio de
Cacuaco.

Delimitação

Delimitamos o nosso estudo aos professores, alunos da 11ª classe dos cursos de
ciencias Fisicas e Biologicas e Economica e Juridica e encarregados de educação da
escola do ensino secundário nº4083 em Cacuaco.

17
CAPÍTULO II - ENQUADRAMENTO TEÓRICO

2.1 Definição de termos e conceito

Auto-estima

Segundo Santana (2010, p21) A auto-estima é o julgamento, a apreciação que


cada um faz de si mesmo, sua capacidade de gostar de si. O caminho mais viável para
uma auto-avaliação positiva é o autoconhecimento. Conhecer seu próprio eu é
fundamental, pois implica ter ciência de seus aspectos positivos e negativos, e valorizar
as virtudes encontradas. Este diálogo interior requer um voltar-se para si mesmo, a
determinação de empreender essa jornada rumo à essência do ser, deixando um pouco
de lado o domínio do ego.

Autoestima é a qualidade que pertence ao indivíduo satisfeito com a sua


identidade, ou seja, uma pessoa dotada de confiança e que valoriza a si mesmo. (Dic.
L.P, 2009)

No âmbito da psicologia, a autoestima consiste numa avaliação subjetiva que


determinado indivíduo faz de si próprio. Neste caso, características como a dignidade, o
respeito e a confiança são presentes na personalidade dessa pessoa.

A Autoestima cria-se em um processo de comparação que envolve valores e


discrepâncias. O nível de autoestima das pessoas relaciona-se com a percepção do sim
mesmo em comparação com os valores pessoais. Estes valores fundamentais foram
desenvolvidos através do processo de socialização. Na medida que a distância entre o se
mesmo ideal e o se mesmo real é pequena, a autoestima é maior. Pelo contrário, quanto
maior é a distância, menor será a autoestima, ainda que a pessoa seja vista
positivamente por outros.

De acordo a Branden, a autoestima tem dois componentes: um sentimento de


concorrência pessoal e um sentimento de valor pessoal, que refletem tanto seu
julgamento implícito de sua capacidade para sobrelevar os reptos da vida bem como sua
crença de que seus interesses, direitos e necessidades são importantes.

Um antecedente ao conceito de Autoestima na psicologia, o podemos também


encontrar no texto de Alfred Adler, quando se refere aos sentimentos de inferioridade e
superioridade.
18
Adler afirma que depois de uma pessoa que se sente como se fosse superior,
podemos suspeitar que se esconde um sentimento de inferioridade, que precisa grandes
esforços para se ocultar. Os sentimentos de inferioridade podem ser expressado de
muitas maneiras, e são comuns a todos, dado que nos achamos em situações que
desejamos melhorar. Podemos definir o complexo de inferioridade como aquele que
aparece em frente a um problema ante o qual o indivíduo não se acha convenientemente
preparado, e expressa sua convicção de que é incapaz do resolver. Como os sentimentos
de inferioridade sempre produzem tensão, terá um movimento de compensação para os
sentimentos de superioridade, mas não estará encaminhado à resolução do problema.

Desempenho

Segundo Procópio (2010) Desempenho (ou performance) é um conjunto de


características ou capacidades de comportamento e desempenho de um indivíduo, de
uma organização ou grupo de seres humanos, de animais ou de outros seres vivos, de
máquinas ou equipamentos, de produtos, sistemas, empreendimentos ou processos, em
especial quando comparados com metas, requisitos ou expectativas previamente
definidos.

Denomina-se desempenho ao grau de desenvoltura que uma entidade qualquer


tem sobre algo. Assim, por exemplo, um trabalhador pode ter bom ou mau desempenho
de acordo com a execução de seu trabalho, uma empresa pode ter bom ou mau
desempenho conforme a qualidade de seus serviços através dos custos oferecidos, uma
máquina terá um nível de desempenho de acordo com seus resultados obtidos para que
foi criada, um estado terá determinado desempenho de acordo com a realização das
políticas estabelecidas do governante em questão, etc.

2.2 Auto Estima

A auto-estima, resulta da opinião ou seja é uma componente do auto conceito que


a pessoa tem, ligando aspectos cognitivos, emocionais e sociais da personalidade,
fazendo com que se valorize mais ou menos, isto é, tendo uma auto estima baixa ou alta.
(Gizela 2016)1

1
Finalista de 2014 do curso de psicologia no ISKA

19
Este é um assunto, muito estudado, a nível da psicologia, e acreditamos ser do
consenso geral que o auto-conceito e auto estima tem uma implicação muito grande na
vida das pessoas, influenciando-as de forma positiva, ou negativa.

É do consenso de vários autores (Burns, 1988; Harter, 1989) que o


desenvolvimento do Auto – conceito não ocorre a partir de um certo momento. Cada
pessoa tem múltiplas concepções sobre si e é razoável crer que a criança se apercebe de
diferentes características, em graus diferentes de clareza ao longo do seu
desenvolvimento. Este facto pode ser justificado pela evolução cresce e riqueza das suas
vivencias, que se vão diversificando e complexificando á medida que ela, pois o leque
de pessoas com quem vai interagindo vai aumentando (amigos, colegas, professores)
sendo as inteirações sociais.

Peixoto e Mata (1993 pág. 401):

Continuando ainda com o conceito da auto estima, foi


também definido da siguiente maneira A auto-estima incluí dois
aspectos básicos, o sentimento de auto eficácia e o sentimento de
se ter valor. A auto-estima seria a convicção de que se é
componente e de que se tem valor para os outros. A auto-
apreciação abarca as emoções, os afectos, os valores e a conduta.
Tem a ver tanto com ideias como com sentimentos, os quais se vão
configurando na pessoa, sobretudo na infância e na interacção com
outras pessoas do ambiente circundante.

Branden (1981):

A interacção com a vida, com o mundo e com as outras


pessoas faz o sujeito atribuir valores diferentes tanto as pessoas
como as áreas da vida. Este valor que o sujeito atribui a si tem uma
importância muito grande na formação do seu auto conceito e na
determinação do nível da sua auto-estima.

As apreciações que pessoas significativas produzem sobre um sujeito, assim


como o resultado percebido das experiencias por eles vividas, assumem particular
importância no processo de estruturação do “Self”, inicialmente visto como uma
realidade psicológica singular e unitária, fornecendo informação que conduz à definição
de um valor próprio (“Self-Worth”).Coley citado por Senos (1996)

20
Nesse sentido o conceito que uma pessoa forma de si mesmo é determinado, em
parte, pelo conceito que ela pensa que os outros têm de si. Se desde a infância houver
uma interiorização de certos valores, estes terão, no futuro, a forma necessária para
fazer com que a pessoa se ponha a caminho para alcança-los, visto que os valores tem a
propriedade de orientar a conduta das pessoas.

De uma maneira geral podemos dizer que auto estima contém em si os conceitos
auto-conceito, o amor próprio e auto valorização e auto confiança, ou seja como disse
Maias, na sua publicação electrónica de 07 de Abril de 2005, de que a auto estima
constitui na “opinião acerca de si... somada ao valor ou sentimento que se tem de si
mesmo..., adicionando a todos os demais comportamentos e pensamentos que
demonstram a confiança, segurança e valor que o individuo dá a si... nas relações e
interacções com outras pessoas e com o mundo.

Dentre vários estudos realizados sobre esta matéria nós gostaríamos de destacar
alguns em que a auto estima e auto conceito estiveram como variáveis de análise.
Através desses mesmos estudos, conseguiremos vislumbrar a importância destes
conceitos na formação e desenvolvimento do ser humano enquanto ser social e
relacional.

Lucimar e col. (2006,p.35), realizaram um estudo onde os resultados


encontrados revelaram mais uma vez o valor do auto conceito e auto estima na vida do
sujeito. Os resultados indicam que alunos com baixa auto estima, relacionam-se de
forma pior com colegas e professores que os pares de elevada auto estima além de se
colocarem na posição de vítimas de violência na escola e terem mais dificuldades de
sentirem-se bem no espaço escolar.

Peixoto e Mata (1993, p. 413), concluíram no seu estudo que há uma influência
da variável idade para todos os domínios considerados e das variáveis sexo e nível
sociocultural para algumas áreas específicas do auto conceito.

Jacob, A. e Loureiro, S. (s/d) na pesquisa realizada sobre o auto conceito,


desempenho escolar e comportamento, no final do estudo concluíram que os resultados
apresentados na avaliação do auto-conceito mostraram que os grupos, diferenciaram-se
não apenas no desempenho em prova específica, mas também em relação à auto -
avaliação, indicando a presença de dificuldades comportamentais segundo pais e
professoras (Jacob e Loureiro, s/d:6).

21
No geral, as crianças que tiveram na prova específica de desempenho, maior
facilidade para leitura e escrita, com desempenho compatível à série cursada ou à faixa
etária, avaliaram-se mais positivamente que as crianças que tiveram maiores
dificuldades de desempenho nestas áreas, o que aponta no mesmo sentido da literatura,
na qual os autores encontraram nas crianças com dificuldade de aprendizagem
avaliações de baixo auto-conceito, comparativamente às crianças sem essa dificuldade.
(Ibidem).

De acordo com Peixoto (2004), no seu trabalho em que foi explorar as relações
entre qualidade das relações familiares, auto-conceito, auto-estima e desempenho
escolar, chegou a conclusão de que os resultados evidenciam efeitos principais de
desempenho escolar e da qualidade das relações familiares nas auto - representações. O
desempenho escolar introduz diferenças nas dimensões académicas do auto conceito,
mas não na auto estima.

a) Auto estima Baixa

Segundo J. Gill, em Indispensável “Self-Esteem,”, a pessoa com baixa Autoestima


pode ter os seguintes sintomas:

 Autocrítica rigorista, tendiente a criar um estado habitual de insatisfação


consigo mesma.
 Hipersensibilidade crítica, que a faz se sentir facilmente atacada e a
experimentar ressentimentos pertinaces contra seus críticos.
 Indecisión crônica, não tanto por falta de informação, senão por medo
exagerado a se equivocar.
 Desejo excessivo de comprazer: não se atreve a dizer «não», por temor a
desagradar e perder a benevolência do peticionario.
 Perfeccionismo, ou autoexigencia de fazer «perfeitamente», sem uma só
falha, quase todo quanto tenta; o qual pode a levar a se sentir muito mau
quando as coisas não saem com a perfeição exigida.
 Culpabilidad neurótica: condena-se por condutas que não sempre são
objetivamente más, exagera a magnitude de seus erros e delitos e/ou os
lamenta indefinidamente, sem chegar a se perdoar por completo
 Hostilidade flutuante, irritabilidad a flor de pele, sempre a ponto de
estourar ainda por coisas de pouca importância; própria do supercrítico a

22
quem todo lhe senta mau, tudo lhe desagrada, tudo lhe decepciona, nada
lhe satisfaz.
 Tendências defensivas, um negativo generalizado (todo o vê negro: sua
vida, seu futuro e, sobretudo, seu sim mesmo) e uma inapetencia
generalizada do desfruto de viver e da vida mesma.

Martín Ross, no “Mapa da Autoestima”, explora a situação da pessoa abandonada


por seu casal. A falta de Autoestima dá ocasião à dependência da pessoa que abandona,
dependência emocional que pode ser extrema. Se essa pessoa volta, o abandonado pode
voltar a sentir-se uma pessoa e a considerar-se digno de valor. Se não volta, somente
merece se desprezar a si mesmo, e condenar a uma vida de infelicidade. O aparecimento
de estratégias “” para “recuperar” a quem abandonou-nos, somente aprofunda a baixa de
Autoestima.

b) Auto-estima alta e seus efeitos.

Segundo Natalie Branden, à medida que você desenvolva seu autoestima, tenderá
para o seguinte:

 O rosto, seus gestos e sua maneira de falar e de mover-se tenderão


naturalmente a projetar o prazer que lhe causa estar vivo.
 Em algum momento notará que é mais capaz de falar de seus lucros ou de
suas imperfeições de maneira direta e sincera, já que manterá um bom
relacionamento com os fatos.
 Estará mais aberto à crítica e a sentir-se bem ao reconhecer seus enganos,
pois seu autoestima não estará unida a uma imagem de perfeição "".
 Suas palavras e movimentos tenderão a ser desenvolvidos e espontâneos,
já que não estará em guerra com você mesmo.
 Terá a cada vez mais harmonia entre o que você diga e faça, e seu aspeto,
seu modo de falar e de se mover.
 Descobrirá que tem uma atitude a cada vez mais aberta e curiosa para as
idéias e experiências novas, as novas possibilidades que lhe oferece a vida,
já que para você esta se converteu em uma aventura.
 Os sentimentos de angústia ou insegurança, se apresentam-se, terão menos
possibilidades de intimidá-lo ou abrumarlo, já que controlá-los e superá-
los lhe parecerá mais fácil.

23
 Será mais flexível ao responder a situações e desafios, movido por um
espírito de inventiva e inclusive uma capacidade lúdica, já que confiará em
sua mente e não verá a vida como uma fatalidade ou uma derrota.
 Se sentirá mais cômodo com uma conduta enérgica (embora não
beligerante); será mais rápido para defender-se e falar por você mesmo.
 Tenderá a preservar a harmonia e a dignidade em situações de stress, já
que a cada vez lhe resultará mais natural se sentir equilibrado.

Segundo Martín Ross, a Alta Autoestima está diretamente relacionada com a


Sedução, entendida como a capacidade de desatar a suave loucura do amor romântico.
Neste sentido, o autor interna-se na problemática das diferentes formas de sedução que
utilizam os homens e as mulheres a partir da Autoestima. A Alta Autoestima é, entre
outras caraterísticas, o que dá pé a uma maior autenticidade na forma de se vincular, e
que potencia as capacidades de sedução para concretizar um novo casal, ou para manter
o “amor romântico” e permitir de modo que dure e se consolide o casal actual.

2.2.1 Evolução histórica da Auto estima

Há muitos anos que investigadores deram “conta” da importância do “Eu” no bem


estar do individuo, isto é, mesmo antes da Psicologia enquanto ciência, pudesse dar
inicio aos estudos do auto conceito, filósofos, teólogos e outros profissionais não
ligados a psicologia, já mostravam interesse por este tema e efectuaram algumas
pesquisas neste sentido (Sherif, 1972, citado por Albuquerque e Oliveira).

A história inicia-se com William James, psicólogo americano, no final do séc. 19


no ano 1890, inaugurou-se a análise psicológica do fenómeno auto conceito, procurando
demarcar-se as posições Filosóficas anteriormente assumidas, na busca de uma
perspectivação mais psicológica do termo auto – conceito. (Albuquerque e Oliveira)

No seu estudo sobre a importância do auto conceito, Albuquerque e Oliveira (s/d)


apresentam os quatro componentes identificado pelo W. James sobre esse construto:
Self espiritual, material, social e corporal.

William James concebeu o Eu do individuo em duas partes; uma parte seria


designada de “The I” e a outra seria “The Me”. O “The I” consiste no Eu, enquanto
conhecedor, que organiza e interpreta de forma subjectiva as experiência do sujeito; este
é o Eu como Sujeito. Em relação ao “The Me”, refere ele que se trata do Eu enquanto

24
Objecto, ou seja, seria o Eu enquanto conhecido; conhecido pelas características
materiais (corpo, família, bens) pelas características espirituais (estado de consciência,
faculdades psíquicas) e pelas características sociais (relações, papeis e personalidade),
características essas que tornam o sujeito como uma individualidade. (Marsh e
Shavelson, 1985 citado por, Albuquerque e Oliveira).

Outros trabalhados realizados sobre o auto conceito, e ainda na perspectiva da


evolução e desenvolvimento desse construto, mostraram a interacção entre o Eu e o
Outro. James Baldwin, contemporâneo de William James nos seus estudos mostrou a
perspectiva interacionista no desenvolvimento do Eu. Segundo ele “o Eu e o Outro...
nasceram juntos” (Albuquerque e Oliveira).

Muitos foram os estudos sobre as designações auto conceito e auto estima,


desenvolvidos ao longo dos anos.

Apesar da literatura não revelar uma definição operacional clara, concisa e


universalmente aceite, existe uma certa concordância em torno da definição geral do
auto conceito como sendo a percepção que o indivíduo tem de si.(Byrne (1986) citado
por Albuquerque e Oliveira, s/d:3).

Porem Crozier (2001,p.207), os primeiros investigadores preferiam trabalhar a


auto estima como uma ideia geral. Diz ele “que los primeros investigadores preferían la
idea de una auto estima” general” o global, de manera que los cuestionarios
proporcionaban una solo puntuación que indicaba la posición de un individuo en esta
dimensión única”.

Susan Harter foi uma das investigadoras que trabalhou as várias dimensões da
auto-estima do sujeito, demonstrando que o sujeito pode ter uma baixa auto estima
numa dimensão uma auto estima média ou alta em outras dimensões. (Albuquerque e
Oliveira, s/d: 3).

De acordo com as idades ou fases do desenvolvimento Harter apresentou as


dimensões da auto-estima mais valorizada pelas crianças; assim temos crianças de 4 a 7
anos de idade, que segundo ela, fazem auto julgamentos em 4 domínios: competência
cognitiva, competência física, aceitação social e conduta comportamental. Já as crianças
dos 8 aos 12 anos de idade diferenciam 5 domínios, de acordo com Harter: Competência
Escolar, Competência Atlética, Aceitação Social, aspectos comportamentais e aparência

25
física. Ao mesmo tempo que trabalhou as dimensões da auto-estima, também estudou a
sua manifestação em diferentes idades. Peixoto e Mata (1993,p.402)

2.2.2 Desenvolvimento e dimensões da Auto Estima

Tudo tem um começo e segue também um ciclo de desenvolvimento. Com o


auto conceito e auto estima, também, não acontece diferente. Nenhum indivíduo nasce
com “pré auto conceito ” ou uma auto estima formada, ou pelo menos até agora não
conhecemos estudos que evidenciam estes factos.

Os investigadores Stipek et al, (1990) realizaram um estudo sobre o


desenvolvimento do auto conceito e após terem entrevistado mães de 123 crianças entre
os 14 e 40 meses, identificaram o auto conceito começa a emergir na seguinte
sequencia: (1) auto reconhecimento físico e auto consciência, (2) auto - descrição e auto
- avaliação, e (3) resposta emocional ao comportamento errado. (Papalia & col.
2001,p.257, 273)

Na idade pré – escolar de acordo com Papalia et col (2001), ocorre mudança no
auto - conhecimento do sujeito, à medida que a memória autobiográfica e uma teoria da
mente mais sofisticada se desenvolvem, ou seja, o auto conceito constitui o quadro
global das capacidades e traços de cada um; desenvolve-se gradualmente ao longo da
vida.

O auto conceito na idade escolar é considerado como mais realista e mais


complexo, tendo em conta o desenvolvimento cognitivo que ocorre nesta fase. (Papalia
& col. 2001:466).

Na perspectiva neo – piagetiana, o desenvolvimento cognitivo permite à criança


no período escolar formar sistemas representacionais, que são mais equilibradas e
realistas que anteriormente. (Papalia & col. 2001:499). As crianças nesta fase, que é
considerada terceira fase do desenvolvimento, segundo a perspectiva supra citada
(operações concretas) são capazes de comparar o Self real com o Self ideal; elas
conseguem vislumbrar várias dimensões de seu auto conceito, com capacidade para
fazer uma avaliação de si de acordo com os critérios social (Ibidem).

Embora a evolução histórica da auto estima, enquanto construto, possa coincidir


com a evolução histórica do auto conceito, a sua formação e desenvolvimento no sujeito
não são, contudo, tão coincidentes. Estudos têm demonstrado que as crianças só
26
conseguem articular um conceito de valor pessoal por volta dos 8 anos mas, antes disso
mostram que já o possuem através de seus comportamento (Harter, 1990, 1993 citado
por Papalia, 2001:356).

Ainda o mesmo autor afirma “embora de uma forma muito delicado se possa
verificar um pouco do valor próprio, que caracteriza a auto estima, nos sujeitos, antes
dos 8 anos, é só a partir dessa idade que se possa falar efectivamente do
desenvolvimento desse fenómeno no sujeito. As crianças na idade pré – escolar, não
estão equipadas cognitiva e socialmente para fazerem uma avaliação comparativa de
suas competências e capacidade”.

Susan Harter afirma que... “apesar das crianças mais novas conseguirem fazer
julgamentos acerca da sua competência em várias actividades, ainda não estão aptas
para os colocarem por ordem de importância e tendem em aceitar o julgamento dos
adultos, que frequentemente lhes dão um feedback positivo e acrítico” (Harter, 1990
citado por Papalia, 2001:356).

No estudo Harter (1989) abordou as dimensões da auto-estima segundo a idade.


As crianças de 4 a 7 anos apresentavam 4 dimensões da auto-estima: competência
cognitiva, competência física, aceitação social e conduta comportamental. (Peixoto e
Mata, 1993), como referimos anteriormente.

Ainda Harter, citado Crozier (2001,p.208) diz “ Entre los ocho y los doce años,
los niños pueden discriminar cinco campos del yo: competencia escolar, competencia
deportiva, aceptación social de los compañeros, conducta e apariencia física”. A sua
classificação continua até a idade adulta, passando pela fase da adolescência onde é
novamente valorizado muito o aspecto físico, que de acordo também com outros
autores, é muito valorizado pelas crianças mais novas.

Assim podemos dizer que a auto estima é algo que começa a formar-se e
desenvolver desde muito cedo, mas tendo em conta a capacidade cognitiva do sujeito,
ela só é manifestada, efectivamente, a partir da idade escolar, momento em que a
criança está preparada cognitivamente para se avaliar, competir e comparar com os
outros.

É nesta fase também, que de acordo com a Teoria Psicossocial de Erikson, a


criança começa a vivência os sentimentos positivos ou negativos em relação a si.

27
Segundo Enriksom (1982) citado por (Papalia, & col, 2001,p.466) um dos
principais factores determinantes da auto-estima é a visão das crianças acerca da sua
capacidade para o trabalho produtivo; a questão a resolver no período escolar é Industria
versus inferioridade. O “aspecto positivo”que se desenvolve após uma resolução bem
desenvolvida desta crise é a competência, uma visão de si próprio como sendo capaz de
dominar competências e completar tarefas.

Harter (1999), por exemplo, apresenta os seguintes exemplos de terminologia


associada ao self: auto-conceito, auto-imagem, auto-valor, auto-avaliações, auto-
percepções, auto-representações, auto-esquemas, auto-eficácia e auto-monitorização.

Por seu turno, Hattie (1992),citado por ( Papalia, & col, 2001,p.466) refere que
termos como self, auto-estimação, auto-identidade, auto-imagem, auto-percepção, auto-
consciência, e auto-conhecimento têm sido utilizados indiscriminadamente como
sinónimos de auto-conceito, enquanto que termos como auto-respeito, auto-reverência,
auto-aceitação, auto-valor, auto-sentimento e auto-avaliação surgem muitas vezes em
substituição de auto-estima.

Deste modo, poderemos considerar a auto-estima e o auto conceito como duas


entidades psicológicas distintas e que reenviam para diferentes formas de avaliação do
self. Enquanto o auto conceito se constitui como uma componente avaliativa de cariz
cognitivo, a auto-estima assume-se como possuindo uma forte componente afectiva.

Assim, passaremos a utilizar a designação auto conceito sempre que nos


referirmos a representações relativas a domínios específicos de competência e ao seu
somatório (auto conceito global), podendo ainda utilizar como sinónimos os termos
auto-percepção ou auto-descrição. Sempre que nos referirmos à auto-estima estaremos a
reportar-nos a avaliações de cariz global e com conotações afectivas.

2.2.3 Tipos de Auto-estima

Há, segundo postula Martin Ross no “Mapa da Autoestima”, três estados da


Autoestima:

 Autoestima Derrubada, Autoestima Vulnerável, Autoestima Forte.

28
Autoestima derrubada:

 É o estado da pessoa que não se aprecia a si mesma, se odeia a si mesma.


Comummente, quem tem a Autoestima Derrubada se auto-descreve com o
nome de uma anti-façanha.

O exemplo seria a adolescente que considera que ter um peso superior à moda é
uma grave antifaçanha, se descreve a si mesma como “uma gorda”. Ou o homem que
considera que não conseguiu suficiente sucesso na vida e considera isto uma anti-
façanha, se descreve a si mesmo como “um perdedor”. Observa-se que tanto a idade
como o gero mudam a posição no Mapa da Autoestima: enquanto para a adolescente
mulher o excesso de importância pode ser uma anti-façanha muito grave, para o homem
de idade o excesso de importância não o é mas se o é o não atingir certo sucesso na vida
que considera importante.

A Autoestima Derrubada pode ser visto em pessoas deprimidas, que si auto-


criticam, se têm lástima, carecem de iniciativas, e estão presas de sentimento de culpa e
de ódio para si mesmas.

Autoestima vulnerável:

 A Autoestima Vulnerável. Aqui a pessoa respeita-se a si mesma, mas tem


uma Autoestima frágil à possível chegada de anti-façanhas (derrotas,
verguenzas, motivos de desprestigio) e por isso sempre está nervoso e
utiliza mecanismos de defesa.

Um típico mecanismo de proteção de quem têm Autoestima Vulnerável consiste


em evitar tomar decisões: no fundo tem-se demasiado medo a tomar a decisão
equivocada (anti-façanha) já que isto poderia pôr em perigo seu Autoestima Vulnerável.

Muitos denominados fanfarrones teriam Autoestima Sustentada, que consiste em


um tipo de Autoestima Vulnerável pelo qual a pessoa sustenta sua Autoestima de
alguma façanha designadamente -como pode ser sucessos ou riquezas ou poder ou
beleza ou méritos- ou de uma imagem de superioridade que custa manter. Embora
mostra-se muito seguro de se mesmo, pode ser justamente o contrário: a aparente
segurança somente demonstra o medo às antifaçanhas (falhanços, derrotas, verguenzas)
e a fragilidad da Autoestima. Trata de jogar culpas para proteger sua imagem de se de
situações que a poriam em risco. Emprega mecanismos de defesa tais como tratar de

29
perder para demonstrar que não se importa com uma derrota ( proteger a seu orgulho
dessa derrota).

Autoestima forte:

 A Autoestima Forte é a daqueles que têm uma boa imagem de se fortalecer


para que as antifaçanhas não a derrubem.
 Menor medo ao falhanço.

São as pessoas que se vêem humildes, alegre, e isto demonstra certa fortaleza para
não presumir das façanhas e não lhe ter tanto medo às anti-façanhas. Pode ser animado a
lutar com todas suas forças para atingir seus projetos porque, se lhe sai mau, isso não
compromete sua Autoestima. Pode reconhecer um erro próprio justamente porque sua
imagem de si é forte e este reconhecimento não a compromete. Vivem com menos
medo à perda de prestígio social e com mais felicidade e bem-estar geral. No entanto,
nenhuma Autoestima é indestructivel, por situações da vida ou circunstâncias, pode ser
caído e sair de um ponto apertado a qualquer outro dos estados da Autoestima.

2.3 As causas da baixa auto-estima

Auto-estima é a essência da vida com positividade e enfrentar os desafios da vida


de uma forma realista. A auto-estima de uma pessoa que tem o potencial de fazer ou
quebrar ele em sua vida pessoal e profissional. Baixa auto-estima é o resultado de
circunstâncias desfavoráveis infância que causou uma pessoa para entrar no shell de
indiferença. O resultado final de baixa auto-estima geralmente leva à degradação do que
rouba uma pessoa de confiança e pensamento racional (Site Salut, 2016).

Baixa auto-estima faz uma cara de vida de uma pessoa com indiferença e atitude
negativa. Emoções pessoas são estimulados e têm o potencial de causar consequências
graves. As pessoas que não são fortes o suficiente para lidar com a baixa auto-estima,
pode destruir a sua vida. Baixa auto-estima é responsável por causar emoções extremas
que podem levar à depressão, tentativas de suicídio, transtornos mentais e físicas,
gravidez na adolescência ou a delinquência juvenil. Baixa auto-estima também é
responsável pela violência em adolescentes, causando danos físicos e mentais
irreparáveis.(Idem, 2016)

30
2.3.1 As causas mais comuns de baixa auto-estima

Segundo o site Salut (2016) a baixa auto-estima é causada por factores


dependendo do fundo e do estatuto da pessoa, o ambiente, a idade, a associação com o
mundo exterior, etc. A fim de enfrentar com êxito esses problemas, é preciso primeiro
determinar as causas do baixo estima. A melhor maneira de lidar com qualquer
problema é olhar para os erros do passado.

a) Negligência: Crianças que crescem em condições em que o amor e carinho


está ausente, eles se sentem abandonados e insignificante como eles
cresceram. Eles acham muito difícil confiar nas pessoas e conviver com
eles.
b) Preocupação excessiva do eu: Quando uma criança é constantemente
lembrado de que ele é bom para nada, leva à depressão e criança perder a
confiança em si mesmos. Esses eventos criam um sentimento de
inutilidade, de modo que o pessimista e relutantes em fazer algo positivo.
c) Influência dos pais e da família: Os pais tendem a influenciar uma criança
com o reflexo de seus sonhos não realizados. Eles cometem o erro de
escolher uma carreira que as crianças não estão felizes de seguir.
d) Conquistas: Você trabalha para alcançar o sucesso em sua vida e se não,
depois de trabalhar duro, tratar a insuficiência como a verdade suprema
que faz com que a perda de auto-estima.
e) A aparência física: A impressão de uma pessoa física é muito importante
porque é a mais influente. Pessoas com maus olhos se sentir inferior em
comparação com uma pessoa melhor. Isso cria um sentimento de repulsa,
que isola uma vida social ativa.
f) A experiência negativa: Alguns problemas de baixa auto-estima são
causados por causa da experiência negativa. As crianças tendem a levar a
negatividade em torno de você. Os adultos também desfrutar de algumas
actividades que podem danificar a auto-estima de uma pessoa.
g) Abuso Infantil: A maioria das pessoas com baixa auto-estima tem um
histórico de abuso físico e mental durante a infância. O abuso físico,
incluindo o abuso sexual, pode ser tratada a um ponto, no entanto, o abuso
mental está profundamente arraigada e extremamente difícil de tratar. A

31
causa mais provável do abuso infantil são amigos da família, parentes,
vizinhos, estranhos e de acolhimento ou padrasto.
h) Desemprego: Uma pessoa que está desempregado sente inútil e impotente.
A falta de sustentar sua família, cria uma sensação de baixa auto-estima.

2.3.2 Características de uma pessoa com baixa auto-estima

Pessoas que sofrem de baixa auto-estima tem esses sintomas básicos não são
facilmente encontrados.

 Na falta de habilidades sociais e auto-confiança, o que faz com que você


evitar a vida social.
 Dê uma olhada conturbado e deprimido a maior parte do tempo.
 Eles sofrem de transtornos alimentares, como anorexia leva à obesidade,
que é prejudicial para o seu corpo.
 Sofrem de pensamentos negativos e não reconhecem o seu potencial.
 Temer as críticas e tirar elogios negativamente.
 Eles têm medo de assumir a responsabilidade.
 Eles têm medo de formar a sua própria opinião.
 Pessimista maneira de viver a vida.
 Dicas para combater os problemas de baixa auto-estima
 Sempre evitar situações negativas.
 Tente entrar em uma companhia de pessoas positivas.
 Use um diário para registrar as coisas positivas que acontecem ao seu
redor.
 Eles sempre têm um pensamento positivo.
 Não hesite em pedir ajuda em tempos difíceis.
 Procure ajuda profissional para tratar de problemas graves.

Uma coisa boa sobre a vida, o que nos dá a capacidade de lidar com qualquer
situação que enfrentamos, incluindo a baixa auto-estima. Não deixe que o sentimento de
inutilidade que os impedem levando uma vida feliz. ((Site Salut, 2016)

32
2.4. A auto imagem

A auto-imagem é a parte descritiva do conhecimento que o indivíduo tem de si


próprio, chamado por William James si mesmo(inglês.self). Ou seja é a descrição que a
pessoa faz de si mesma. Esse conhecimento tem também uma parte valorativa, que é
a auto-estima. (Potreck at all 2006)

O uso da palavra no singular, no entanto, pode levar à ideia enganosa de que cada
pessoa tenha apenas uma auto-imagem (e uma autoestima). Na verdade esses dois
conceitos são antes contexto específicos e uma pessoa pode ter uma imagem de si como
um grande matemático e ao mesmo tempo como um esportista fracassado. Além disso
Kanning diferencia entre a auto-imagem individual, que se relaciona às características
que fazem a pessoa ser única, a auto-imagem coletiva, que são as informações sobre a
pertinência aos diferentes grupos sociais de que o indivíduo faz parte, e as autoimagens
potenciais, ou seja a imagem que a pessoa tem de si no futuro. Assim fica claro que a
auto-imagem e a auto estima são mutáveis - e dessa forma também o "si mesmo".
Grande parte da auto-imagem é construída na infância, mas mesmo na idade adulta,
quando ela já se estabilizou, permanece um conceito dinâmico. Esse caráter dinâmico
do si mesmo é condição básica para a psicoterapia. (Kanning, 2000)

Segundo Núñez (2011) afirma que:

“uma imagem é uma ilusão óptica. Quando nos chamamos ao espelho, o que
vemos que não existe em forma física, uma vez que é apenas a reflexão da nossa
pessoa. Existe apenas como ilusão óptica, uma mistura de luz e sombra.

Todavia, mesmo que a imagem reflectida no espelho não tenha a sua propria
existência, serve para permitir que nos vejamos a nós próprios. Pois não saberiamos se
estamos asseados ou desleixados se não fosse pela imagem reflectida no espelho. O
mesmo acontece com a imagem mental que temos de nós proprios. É uma ilusão
cognitiva que depende de nós para poder exister. É da responsabilidade pessoal de cada
um sobre que imagem mental ira desenvolver de si própria. (Idem, 2011, p19)

Para Mosquera (1987, p. 62), o autoconceito é “[...] aquilo que pensamos ser e
envolve a nossa pessoa, nosso caráter, o status, a aparência e, ao mesmo tempo, nossa
necessidade de nos projetar além do tempo”.

33
Stobäus (1983, p. 55) considera que o autoconceito “[...] fornece um quadro
referencial para o próprio sujeito, propiciando-lhe uma visão globalizadora da sua
própria pessoa”. Também afirma (p. 56) que o autoconceito forma-se por meio da:

[...] retroalimentação do ambiente social e físico, já que esta


retroalimentação fornece chaves que ajudam a pessoa a descrever o
tipo de indivíduo que ela é, definindo as fronteiras de seus
envolvimentos e compromissos que subjacem às presunções que
ela faz sobre como deve ser tratada pelos outros e como deve tratar
os outros.

Coopersmith e Feldman (apud STOBÄUS, 1983) destacavam que a pessoa deve


experienciar sucessos e fracassos e sentir-se responsável por eles, para que obtenha um
autoconceito realista e saudável. Refletindo mais, seria o que denominamos hoje
(auto)limites, neste caso os introjetados a partir do processo de socialização, para uma
(auto)constução contínua pessoal o mais real possível.

2.5 Auto estima e desempenho escolar

A procura de manutenção de uma auto-estima positiva é uma característica


importante do ser humano. Assim sendo, é natural que a ameaça representada por um
auto conceito escolar baixo possa accionar mecanismos de protecção da auto-estima, de
modo a que esta se mantenha em níveis aceitáveis para o indivíduo. Uma das
explicações para a protecção da auto-estima pode ser encontrada à luz da teoria da
identidade social. De acordo com esses teórico, quando a identidade social é ameaçada,
colocam-se várias hipóteses ao indivíduo, enquanto elemento de um grupo, para fazer
face a essa ameaça: a primeira consiste na mobilidade social, isto é, o abandono do
grupo de origem e a afiliação a um outro que lhe possibilite a reaquisição de uma
identidade social positiva. (Wetherell, 1996) citado por Peixoto, 2004).

Uma outra possibilidade consiste em tornarem-se “socialmente criativos”


reinterpretando a situação ameaçadora, auto conceito escolar de modo que as
comparações desfavoráveis deixem de o ser. Essa reinterpretação da situação poderá
passar pela mudança do grupo de comparação (isto é, comparar-se com grupos que
apresentem desempenhos inferiores nas dimensões em questão), encontrar dimensões
alternativas que possibilitem comparações favoráveis ou inverter os valores das
características que originam as comparações desfavoráveis.(Idem)

34
Robinson, Tayler, & Piolat; (1990) baseia-se na teoria da identidade social para
tentar explicar o insucesso e o desinteresse escolar. De acordo com este autor, e
reportando-se ao contexto educativo, a primeira estratégia de protecção da identidade, a
mobilidade social, estará vedada à maioria dos alunos com insucesso, uma vez que a
maior parte destes dificilmente passará a ter sucesso (Peixoto, F (2004).

A vida académica é um aspecto muito importante da vida das crianças e


adolescentes, pelo que o sucesso ou insucesso na escola afecta necessariamente a auto-
estima e/ou o autoconceito. Muitas pessoas, especialmente educadores, assumiram sem
hesitações que medidas de sucesso ou capacidade escolar deveriam estar fortemente
correlacionadas com auto-concepções de realização e competência bem como com
autoconceito geral. No entanto, e embora a maior parte dos estudos estabeleçam uma
relação positiva entre o auto-conceito e os resultados escolares. Burns (1979)

Byrn (1996b), diz a forma como o auto-estima e o desempenho escolar são


operacionalizados varia bastante de estudo para estudo, o que leva necessariamente a
resultados divergentes.

Marsh (1987), num estudo longitudinal com 2213 rapazes australianos a


frequentarem o 10º ano procurou analisar as relações da auto-estima com o
desempenho escolar. Para tal, utilizou a escala de auto-estima de Rosenberg e três itens
para avaliação do auto conceito escolar. O desempenho escolar foi operacionalizado
através da média das classificações escolares. Os resultados obtidos permitiram
evidenciar a existência de uma relação mais forte entre o auto conceito escolar e o
desempenho (50) do que entre este e a auto-estima (24).

Os resultados mostraram que a relação entre auto-estima e desempenho era mais


fraca (valores de correlação entre .12 e .26) que a que existia entre o auto conceito
escolar e a classificação do desempenho dos alunos (valores de correlação entre .37 e .
65).

Shavelson e Bolus (1982), num estudo longitudinal com 99 alunos do 7º e 8º anos,


utilizaram a escala de auto conceito de Piers-Harris e a escala de auto conceito do
Tennessee para avaliação do auto conceito global, e a escala de auto conceito de
competência de Brookover, para avaliar o auto conceito escolar. Os resultados obtidos
permitiram constatar que as correlações do desempenho escolar eram menores com o

35
auto conceito global (entre .11 e .14) do que com o auto conceito escolar (entre .34 e .
41) ou com os auto conceitos específicos (entre .34 e .59).

2.6 Importancia da auto-estima

Existem certos conceitos que são introduzidos de tal maneira na consciência


colectiva que a maioria das pessoas acredita possuir uma boa compreensão do seu
significado. Isto acontece com a ideia de"auto-estima". Contudo, porque muitas pessoas
falam sobre o assunto, não significa o mesmo esteja devidamente esclarecido.

Núñez (2011, p.25) diz que:

“o termo auto-estima aplica-se a uma capacidade


desenvolvida por todos os indivíduos. Quer seja positiva ou
negativa, todas as pessoas têm alguma percepção de si próprios,
independentemente de estarem cientes deste facto ou não. A
questão reside no facto desta crença ou visão que tem de si próprio
ser correcta. Uma auto-estima negativa ocorre quando 'íbaixa as
suas capacidades. Por outro lado, quando faz uma avaliação boa e
correcta de si próprio a auto-estima é positiva.”

Contudo, o problema central da auto-estima é que este é um conceito muito


subjectivo. A auto-estima de uma pessoa não obedece a factores objectivos,sendo
influenciada principalmente pelo que as pessoas pensam de si próprias.

Ultimamente, uma atenção especial tem sido dada pelas Ciências da Educação e
pela Psicologia, à questão da autoestima no processo educativo. No espaço escolar é
comum vivenciarmos os sinais de ocorrência da baixa autoestima e dificuldades de
aprendizagem apresentados pelos alunos, como o desinteresse pelas aulas e atividades,
notas baixas, cansaço, dificuldade de convivência, complexo de inferioridade, tristeza,
sentimento de culpa agressividade e timidez; um caminho inverso da capacidade
desenvolvida socialmente, descrita por Tiba (2002 apud Núñez, 2011, p.25)

A baixa autoestima é uma característica das pessoas que se sentem inadequadas


para enfrentar os desafios da vida, não acreditam em seus potenciais, na sua capacidade
de aprender e de dar resposta às questões da vida. Esses indivíduos tem uma imagem
negativa de si, estrutura emocional pouco sólida,o que gera o pessimismo e sucessivas
situações de fracasso. A falta de respeito próprio e o sentimento de inferioridade fazem
com que uma pessoa com baixa autoestima não tenha senso básico de respeito por si

36
mesma, se desvalorize e não se sinta merecedora de amor e respeito por parte dos
outros.

O intelecto humano é desenvolvido gradativamente do nascimento até a vida


adulta e formado por um conjunto de faculdades intelectuais, dentre as quais destacam-
se criatividade, intuição, imaginação, inovação e a capacidade de aprender.

Desse modo, como evitar que a criança venha a se transformar em uma pessoa
com baixa autoestima, derrotada e falida em seus objetivos?

Os pais e a escola devem se esforçar em contribuir para que a criança adquira


confiança para assumir riscos, estimulá-la a superar desafios e dificuldades, resolver
situações de conflitos, elogiar a criança pelos seus acertos e ajudá-la a se sentir mais
segura nos momentos de fracasso e dificuldades, desafiando-a e encorajando-a a
enfrentar e superar situações difíceis.

 A afectividade é requisito primordial para o desenvolvimento da


autoestima e aprendizagem, pois, a sala de aula deve revestir-se de
sentimentos de respeito, de valorização do outro, de compreensão e
atividades dinâmicas.
 Educadores precisam entender que o acto de ensinar requer afeto e que
quando existe prazer em aprender, certamente aprende-se melhor.A
construção de uma autoestima saudável só é possível através do afeto,
imagem positiva de si mesma, estímulos positivos, respeito e
reconhecimento do valor de cada um.
 O desenvolvimento de actividades que contribuam com a elevação da
autoestima dos alunos, deve fazer parte do planejamento escolar, assim
como, o método que a escola utiliza, pois, de nada adianta nos
preocuparmos apenas com o método, sabendo que a autoestima é o
combustível da motivação e a certeza da capacidade de aprender de cada
um.

Pois, uma criança com a autoestima saudável é capaz de aprender com mais
facilidade, se relacionar bem com as pessoas, desempenhar suas funções com confiança
e competência ( Núñez, 2011, p.26-28 ).

37
Uma percepção positiva de si próprio contribui para o desenvolvimento de
atitudes correctas que irão, eventualmente, tornar-se a base para o sucesso ou insucesso
de qualquer coisa que tentar realizar.

O termo 'autoconceito' faz referência à percepção que uma pessoa tem de si


própria. Isto significa que se entender que é gordo, mesmo que na realidade seja magro,
não se trata de uma questão objectiva e sim de uma percepção subjectiva que só existe
na sua mente. A auto-percepção é uma questão totalmente pessoal e não está
necessariamente relacionada com a realidade objectiva (Núñez, 2011, p.28).

Por outro lado, a auto-estima fundamenta-se na sua auto- percepção; está


relacionada com o que aprecia ou não em si próprio com base na percepção que tem de
si. Por exemplo, se pensa que é uma pessoa alegre e gosta desta característica que
possui, então poderá ter uma boa auto-estima.

Pode surgir outro tipo de problema quando a pessoa tem um autoconceito


equivocado, o que pode gerar uma auto-estima incorrecta. Por exemplo, se alguém
pensa ter talentos artísticos quando, na realidade, não os tem, pode criar um sentimento
de frustração. Eventualmente, esta frustração irá resultar numa auto-estima baixa devido
ao conflito constante entre a realidade e a percepção. Neste caso, a abordagem saudável
seria entender quais as aptidões que a pessoa realmente tem, evitando assim a frustração
de não ser capaz de fazer aquilo para o qual a pessoa é inapta (Idem).

Todos os seres humanos necessitam de descobrir quais são as suas aptidões


naturais, senão, desenvolverão conceitos inadequados de si próprios e a frustração
resultante irá conduzira uma auto-estima negativa.

Uma auto-estima saudável é crucial para o equilíbrio psicológico da pessoa.


Ninguém desenvolve uma auto-estima saudável a tentar ser o que realmente não é.
Apesar da minha estatura não permitir que me tornasse campeão de salto em altura,
consegui descobrir outros talentos que possuo e tive oportunidade de desenvolver essas
áreas. Todos nós podemos conseguir realizações e destacar-nos em alguma área. O
ponto de partida reside na descoberta das aptidões pessoais que possuímos. É óbvio que
as aptidões nunca serão descobertas se nos sentarmos e nunca tentarmos nada.
Devemos, pelo menos, fazer um esforço para sabermos se somos ou não capazes de
fazer algo. Se não tentar não vai chegar a lugar nenhum (Núñez, 2011, p.30).

38
O autoconceito não tem apenas um aspecto cognitivo (raciocínio), mas também
está relacionado com as nossas emoções, como nos sentimos acerca da percepção que
temos de nós próprios. De muitas formas, são os dois lados da mesma moeda. Estes são
dois elementos muito importantes da nossa pessoa.

2.6.1 As diversas dimensões do autoconceito

Durante muito tempo, o autoconceito era considerado como unidimensional. Mais


tarde, foi proposto um modelo multidimensional, o qual é utilizado actualmente,
composto por dimensões académicas e não académicas. A dimensão académica diz
respeito ao que o indivíduo entende com respeito às suas aptidões em áreas de
aprendizagem como linguística, história, matemática, artes e ciências. A dimensão não
académica está dividida em três partes:

 O autoconceito social. Esta é a forma como nos relacionamos com os


outros e a percepção que temos das nossas interacções sociais. O
autoconceito social leva ao desenvolvimento de ideias como "Tenho jeito
para falar em público"; "Gosto de lidar com pessoas desconhecidas";
"Tenho facilidade em travar amizades"; "Não tenho dificuldade em
aproximar-me de pessoas de autoridade e falar com elas", etc.
 O autoconceito emocional. Esta é a imagem que a pessoa desenvolve com
respeito aos seus estados emocionais e quais os factores que afectam o seu
bem-estar emocional. Isto leva as pessoas declararem, "Sinto-me mal
quando as pessoas discutem"; "Os dias chuvosos deixam-me triste"; "Não
me incomodo com o que os outros pensam de mim - continuo a ser eu",
etc.
 O autoconceito físico. Esta é a percepção que temos das nossas
capacidades físicas e da nossa aparência. Isto leva a expressarmos ideias
como, "Jogo bem futebol mas não basquetebol"; "Gosto do meu cabelo,
favorece o formato do meu rosto" ; "Tenho dificuldade em trabalhar com
ferramentas e fazer trabalhos mecânicos"; "Tenho pernas bonitas", etc.

Esta abordagem multidimensional ajuda-nos a entender que as nossas aptidões


estão ligadas a diversos aspectos da nossa pessoa, não apenas à nossa proficiência
académica. É importante considerar todos os nossos pontos fortes e fracos, assim como

39
aquilo de que gostamos ou não gostamos, ao desenvolvermos o nosso autoconceito. Isto
irá ajudar a criar uma auto-estima saudável (Núñez, 2011, p.30).

2.6.2 Diferenças no desenvolvimento do autoconceito em rapazes e raparigas

Os estudos têm mostrado que, à medida que os rapazes e raparigas crescem, os


seus autoconceitos desenvolvem- se de forma diferente. Durante o ensino primário tanto
os rapazes como as raparigas geralmente têm autoconceitos positivos e não apresentam
diferenças significativas. Mas à medida que crescem, começam a surgir diferenças
acentuadas.

Por exemplo, segundo Núñez, (2011, p.32) a auto-estima da maioria das raparigas
diminui ao entrarem na adolescência. Uma explicação pode ser que, ao crescerem vão-
se apercebendo mais do papel de subserviência atribuído às mulheres, fazendo com que
se sintam intelectualmente inferiores. Para além disto, as raparigas vão percebendo as
mensagens da mídia que exaltam certas características físicas, as quais são geralmente
irrealistas e não constituem a norma para a maioria das pessoas. Com o passar do tempo
começam a ver-se como menos desejáveis.

Da mesma forma, os rapazes têm tendência a receber tratamento preferencial dos


professores. Começam a dar valor a características como a virilidade, valentia e
capacidade de atrair raparigas, o que é considerado um motivo de estima no grupo. Os
rapazes também costumam ter mais oportunidades para se destacarem na área
desportiva e receberem elogios pelas suas realizações. Para além disto, nas sociedades
onde abundam as desigualdades entre os homens e as mulheres, os jovens começam a
compreender a posição privilegiada em que se encontram. Isto reforça a sua auto-
imagem e permite que desenvolvam um melhor autoconceito do que as raparigas
(Núñez, 2011, p.33).

Em resposta a estas diferenças gostaria de enfatizar alguns pontos:

1. O valor de uma pessoa não depende desta ser homem ou mulher, mas
!
simplesmente de ser humana.
2. As diferenças de auto-imagem entre homens e mulheres são motivadas por
valores subjectivos que não estão relacionados com a biologia.
3. Deus criou homens e mulheres à Sua imagem. Nenhum dos sexos deve
sentir-se inferior ao outro.

40
4. O seu valor depende exclusivamente da opinião que tem de si mesmo;
ninguém pode dizer-lhe o que pensar de si próprio.
5. Se é homem, este facto não o faz superior às mulheres. Se é mulher, não
tem razão para sentir-se inferior ao sexo oposto. Ambos os homens e
mulheres necessitam de entender que o seu valor como pessoas não
depende do seu género e sim da avaliação positiva das suas qualidades,
assim como da escolha do desenvolvimento de carácter e valores morais
que os ajudem a se diferenciarem dos demais.

Um autoconceito saudável é vital para o desenvolvimento harmonioso e


equilibrado. Na realidade, para que haja um desenvolvimento adequado, é imperativo
primeiro a pessoa ter um autoconceito correcto. O autoconceito diz respeito a diversas
áreas da vida humana; não tem apenas uma dimensão. Esta complexidade constitui um
benefício uma vez que nos oferece, como seres humanos, a oportunidade de
compreendermos que temos capacidade para desenvolvermos em outras áreas.

Quando possuímos um autoconceito saudável somos capazes de apreciar o nosso


valor em termos realistas.

2.7 Como melhorar a autoestima

Há diversas receitas que se propõem para melhorar a Autoestima.

Segundo Abraham Maslow, o “Auto-realização”, é a maneira de atingir a


felicidade e bem-estar.

A auto-realização traduz-se em uma maneira de expressar melhor o próprio


potencial criativo.

Maslow propõe a “Experiência Cimeira”: uma idéia difícil de resumir, parecida à


espiritualidad do Não-Ego de Buda. A Experiência Cimeira está associada a uma forte
alegria, felicidade, serenidad e paz. A dissolução do ego pode ser dado quando uma
pessoa se vê ultrapassada pela percepção de algo extraordinariamente belo. A
Experiência Cimeira tem caraterísticas místicas, é uma conexão com o tudo, com o
Universo, pode ter formas religiosas, ou pode ser dado no amor romântico, ou na
contemplação extasiada da mirada de um bebe.

41
Carl Rogers, desde seu famoso livro “O processo de converter-se em pessoa” em
adiante, descreve a terapia psicológica como uma forma de fortalecer a autoestima.
Propõe, entre outros muitas indicações que foram seguidas por aqueles que se
inscrevem dentro de sua escola, considerar ao paciente “cliente” para reforçar sua
participação e importância dentro do processo.

Martín Ross, no “Mapa da Autoestima”, faz ênfase na importância de aprender a


ver os processos emocionais que nos guiam. Muitas vezes os problemas de Autoestima
traduzem-se em conflitos no casal ou dificuldades no espaço de trabalho, ou nos
relacionamentos sociais. Ao internar no conhecimento de nós mesmos, desenvolvemos
o que o autor chama o “Treinamento Emocional”, e com isso ganhamos mais liberdade
para levar nossa vida para a felicidade. Temos que conhecer as façanhas e as anti-
façanhas na vida quotidiana, e auto-nos conhecer para evoluir e dessa forma melhorar
nossos laços, nossa vida, e nossa Autoestima.

Além da prática do “Treinamento Emocional”, sugere a importância de colocar-se


“metas” por garotas que sejam para sair de uma depressão ou de uma crise.

Alfred Adler explica que o anseio de superioridade é comum a todos.

No entanto, os únicos indivíduos que podem ser confrontado com as dificuldades


da vida e as superar, são aqueles que mostram um anseio a enriquecer aos demais, que
progridem de tal forma que beneficiam também àqueles que mostram um anseio a
enriquecer aos demais, que progridem de tal forma que beneficiam também aos outros.
Se acercamo-nos à gente de maneira adequada, não nos resultará difícil a convencer:
Todos os critérios humanos do valor e do sucesso se acham fundados na cooperação. O
grande local comum compartilhado por toda a raça humana. Todo o que fazemos, deve
servir para nossa cooperação humana.

Desta maneira, se temos um complexo de inferioridade é que nossa maneira de


canalizar nosso afã de superioridade está desencajada. A partir de encontrar o problema
de fundo desde o qual surge este anseio de superioridade, poderemos curar esta
neurosis, e buscar, justamente na cooperação humana, a maneira de fortalecer nossa
Autoestima.

David Burns, em seu livro “Feeling good: the new mood therapy”, propõe
técnicas para subir o Autoestima:

42
 Aprender a reconhecer os pensamentos automáticos, autocríticos e
disfuncionales que fazem sentir mau consigo mesmo.
 Aprender a substituir pensamentos negativos por pensamentos mais
racionais e menos perturbadores.
 Responder a tua crítica interna.

Outro dos mecanismos para subir a Autoestima mais utilizados consiste,


diretamente, na prática das Afirmações Positivas.

 Trata-se, simplesmente, de repetir em voz alta frases que nos dão valor
para que essas frases se convertam em pensamentos e depois esses
pensamentos redirijam nossa vida.

Rhonda Byrne, no livro “O Segredo” propõe a hipótese de que os pensamentos


positivos teriam a propriedade de atrair “” acontecimentos positivos à vida da pessoa.
Ao visualizar palcos positivos, se ativaria uma Lei de Atração que levaria a que estes
fatos se acerquem à vida da pessoa. Então desenvolve-se um paradigma da Abundância,
segundo o qual o pensar na

Paulo Cohelo, no livro “O Alquimista”, e outros similares, propõe a idéia da


Lenda Pessoal. Consiste no sonho mais profundo da cada pessoa, sua missão a vida.
Aquelas pessoas que estão cumprindo sua Lenda Pessoal ou que se encontram em
caminho à conseguir teriam uma alegria maior, uma força maior, uma luz maior, que se
lhes irradiaría através da personalidade. Portanto, segundo o autor, lutar por nossos
sonhos e acercar a nossa Lenda Pessoal, seria a forma de subir a Autoestima. Quando
alguém tem um sonho, e realmente quer algo, todas as forças do universo conspiran para
que concretize seu desejo.

43
CAPÍTULO III: METODOLOGIA

3.1 Plano Metodológico

A metodologia é um estudo analítico e critico dos métodos de investigação e de


prova, uma reflexão sobre a actividade científica que está sendo desenvolvida para
obter, em determinado momento, um retrato dessa actividade. O objectivo da
metodologia é de ordenar a investigação, de maneira a controlar os elementos, visando
aumentar a probabilidade de aproximação entre realidade e interpretação (Quivy &
Campenhoudt, 1998,p.80).

Devido a complexidade do comportamento humano e dos fenómenos


psicológicos a aplicação do método experimental coloca algumas dificuldades (…)
vários fenómenos são difíceis de observar sem serem afectados, muitas situações são
irrepetíveis (Almeida e Freire,2000,p.27).

Para o presente estudo utilizamos o Método Qualitativo, uma vez que a análise
dos resultados assenta essencialmente na compreensão e descrição dos conteúdos
através dos dados recolhidos levando em consideração os nossos objectivos.

Segundo Leandro Almeida (2000), podemos incluir dentro da metodologia


qualitativa, a busca da globalidade e da compreensão dos fenómenos, ou seja um
enfoque de análise de cariz indutivo, holístico e ideográfico.

3.2 População e Amostra

Na visão de Pocinho (citado por CHEMIN, 2012: 64), população é o “somatório


dos indivíduos ou elementos, com qualquer característica comum e que estão sujeitos a
uma análise estatística, por terem interesse para o estudo: quanto à sua origem, pode
ser um conjunto de pessoas, de animais, coisas ou acontecimentos”.

Uma investigação é dirigida a testagem de hipóteses e que se pretende, ao definir


um plano de investigação, criar as condições para que os dados obtidos sejam
significativos para o problema em questão. Tal significância passa indubitavelmente

44
pela qualidade das amostras, ou seja, juntos de quem foi realizada a investigação
(Almeida e Freire, 2000, p.99)

A amostra foi seleccionada de forma aleatória, ou seja todos os sujeitos, tem


igual oportunidade de integrar a amostra, a selecção de um sujeito não interfere ou
condiciona a selecção do sujeito seguinte, seleccionamos um sub-grupo da população
que passa a ser considerado como representativa da mesma, com base em informação
previamente recolhida junto desta mesma amostra.

Foram tomados como amostra desta investigação duzentos e vinte e um sujeitos


(221): sendo cento e sessenta e oito (168) alunos, quinze (15) professores, e trinta e oito
(38) encarregados de educação. Conforme a tabela abaixo.

Tabela 1- Representação da amostra

Descrição Amostra percentagem


Alunos 168 76%
Professores 15 7%
Encarregado/educaçã 38 17%
o
Total/frequência 221 100%

3.3 Instrumentos

Os instrumentos de pesquisa utilizados tem a finalidade de levantar dados e


informação para a explicação e análise de aspectos teóricos estudados. São ferramentas
essenciais para a fidelidade, qualidade e complexidade da pesquisa (Michel,2005,p37)

Para a recolha de dados foi utilizada a entrevista. A escolha da técnica tem a ver
com as características muito particulares do grupo que se pretendia estudar e das
variáveis que se pretendia analisar.

“A entrevista é o encontro entre duas pessoas a fim de que uma delas obtenha
informação a respeito de determinado assunto mediante uma conversação de natureza
profissional”(Michel,2005).

A entrevista para avaliação da auto estima baseou-se num guião previamente


elaborado, para os alunos. Para os professores e encarregados de educação foram feitas
45
guiões previamente elaborado formado por 12 perguntas fechadas e abertas para
averiguar o conheceimento dos professores em relação a auto estima e sua importancia
no desempenho escolar.

3.4 Tratamento dos dados

Depois de recolhidos os dados os mesmos foram transcrito no programa de


edição de texto Microsoft Word 2013 e utilizamos o programa de analise estatistica
SPSS v.24 para acharmos a frequência das variaveis.

46
CAPÍTULO IV: ANALISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

4.1 Apresentação da caracterização dos entrevistados

Tabela 2 - Caracterização dos participantes

Género N/Académic Curso/Actuado Periodo


Nome Idade
o
M F
5 da Manha
9 Licenciado,
33 à 40 8 de C.F.B e 7 de 5 da Tarde
Prof. 8 7 5 Bacharel e
anos C.E.J e 5 de
1 Mestre
Noite
80 da
Mnaha
18 à 26 90 de C.F.B e 78
Alunos 76 92 10ª Classe 50 de Tarde
anos de C.E.J
e 38 de
Noite
Enc./Educ 33 à 60
20 18
. anos
11
104
Total 7
221

Quanto a variante género tivemos uma participação dividida da seguinte


maneira: 8 dos professores são do género masculino e 7 do feminino; enquanto nos
alunos 76 do género masculino e 92 do feminino, já nos encarregados de educação dos
entrevistados 20 são masculino e 18 são feminino.

Na variante idade os professores encontram-se entre os 33 aos 40 anos de idade;


nos a sua idade ficou-se entre os 18 aos 26 anos de idade; nos encarregados tivemos
uma amostra que variou entre os 33 aos 60 anos de idade.

Com respeito ao nivel academico dos professores, encontram-se bem dividido


pois tivemos 9 licenciados, 5 bacharel e um (1) mestre. Nos alunos todos os
participantes são da 10ª classe, dos dois cursos que a escola possui nomeadamente
Ciencias Fisicas e Biologicas e Ciencias Economicas e Juridicas, divididos nos três
periodos: manhã, tarde e noite.

47
4.2 ANALISE DO CONTEÚDOS DAS ENTREVISTAS

4.2.1 Aos Professores

1. Sobre a auto-estima

Questionado sobre o que é a auto estima 10 dos professores responderam que é


um sentimento de amor-próprio, determinação e confiança de si mesmo. Outros 5 que é
a valorização daquilo que nós somos ou representamos.

2. Sobre os tipos de auto-estima

Quanto ao tipos de auto-estima os professores foram unânimes em responder,


sendo que 8 responderam que existam 3 tipos (auto-estima alta, baixa e normal);
enquanto 7 responderam que existam apenas 2 tipos a (alta e a baixa).

3. O nível de interesse dos seus alunos para aprendizagem

Quando questionados sobre o nível de interesses de seus alunos para


aprendizagem, a maioria (N=12) responderam que são motivado em aprender outros
(N=3) responderam existem alguns alunos pouco motivado quanto a sua aprendizagem.

4. Causa de baixo auto estima

Quanto questionamos os professores sobre as possíveis causas de baixo auto-


estima tivemos diversas respostas pois 5 dos entrevistados responderam que é a
influência dos pais e familiares, pois segundo estes, as famílias exercem grande
influência no bem-estar dos seus educandos; 4 apontaram que é a negligencia; pois a
negligencia pode causar auto estima baixa no individuo, houve ainda 3 professores que
apontaram a exclusão social como uma das causas que levam a baixa auto estima; 2
professores acharam que são as conquistas que um individuo faz ao longo da sua
formação e ainda houve um que apontou como uma das causa a preocupação excessiva
que uma pessoa faz de si.

48
5. Consideração em relação aos seus alunos

Na quarta questão os professores foram questionados sobre a sua motivação


quantos aos seus alunos 13 responderam que estão muito motivado enquanto 2
professores responderam que estão pouco motivado.

Importante que os professores estejam motivados para que o processo de ensino


e aprendizagem alcance os seus objectivos, quanto a estes professores não conseguimos
identificar o porque de não estarem motivados e quais as reais causas do seu estado.
Lembrando que isto se não for melhorado pode prejudicar o professor, os alunos bem
como a imagem da instituição.

6. Alunos com baixa auto-estima

Questionado sobre a presença de alunos com baixo auto-estima os 15


professores responderam que existem muitos alunos nesta situação.

Isto é preocupante porque muitos dos alunos nestas situações podem


desenvolver outros problemas que condicionam o seu desempenho escolar bem como o
seu ambiente social.

7.Atitudes que toma com alunos com baixa auto-estima.

Sobre as atitudes que toma com alunos com baixa auto-estima, 10 dos professores
disseram que dão exercícios nos alunos de maneira que ele possa sentir-se melhor com
ele e ainda a ajuda a melhorar as suas notas no caso de fraco desempenho; outros 4
responderam chamam os encarregados de educação e explica-lhe o estado do seu
educando o que pode ser feito para que ele melhora o seu amor-próprio e 1 dos
professores respondeu que procura chegar mais perto do alunos tornando mais amigo do
mesmo mostrando que ele é importante na sociedade e a sua formação poderá lhe abrir
outros horizontes melhores.

Porém, na nossa opinião além dos pressupostos colocadas aos professores devem
criarem na escola um gabinete psico-pedagógico para resolver situação desta natureza
conversando sempre com estes alunos.

8. O que é importante para ajudar os alunos

Sobre o que achas importante fazer para ajudar os alunos a melhorar a sua auto-
estima na aquisição de conhecimento, a maioria dos professores concordam nas

49
respostas (N=11) ao dizer que é importante começar sempre uma aula bem disposto
apesar de qualquer problema isto vai fazer com o aluno esteja mais atento e
participativo na aula, houve ainda outros (4) que disseram que é importante que os pais
em conjunto com a escola criem espaços mais inclusivo onde o aluno se sinta que faz
parte deste lugar.

9. Conselhos que deixa aos alunos.

Questionado sobre que conselho deixas aos seus alunos sobre a importância da
auto-estima na convivência social e no desempenho escolar, os professores pediram que
os alunos sejam felizes com as pequenas coisas que a vida oferece, que valorizem-se
sempre independentemente do que os outros digam, outros pedira aos alunos que se
esforçassem mais nas aulas e nunca perder o amor-próprio pois isto é, dar valor naquilo
que a pessoa faz com carinho e dedicação.

4.2.2 AOS ALUNOS

1. Para si o que é a auto-estima?


Para verificar se os alunos mantem conhecimentos sobre o tema questionamo-los
sobre o que é a auto-estima, a maioria isto 83 dos alunos entrevistados respondeu que é
a auto-valorização, segurança, respeito próprio e habilidades diante dos desafios; outros
50 responderam que é uma força positiva que nos proporcionam bem-estar, ainda houve
os 35 alunos que responderam que auto estima é uma força emotiva e saudável
psicologicamente no individuo.

2. A falta de auto-estima pode afectar negativamente a pessoa de certas formas:


Questionados sobre se a falta de auto-estima pode afectar a pessoa, 74 alunos
concordaram que pode causar depressão e diminuir o rendimento escolar, enquanto 55
alunos afirmaram que pode levar a pessoa a exclusão social e 39 que pode incentivar o
uso de bebidas alcoólicas.

3. Como consideras o seu nível de auto-estima?


Quando questionamos os alunos sobre o nível da sua auto-estima 62 alunos
entrevistados responderam que o seu nível encontra-se muito alta, outros 50 que
encontram alta, 40 alunos que encontra-se muito baixa e 16 alunos responderam que o
seu nível esta baixo.

50
4. Como se consideras?
Ao questionarmos os alunos sobre como se consideram a maioria 84 se
considerou que se consideram uma pessoa feliz, 59 responderam que se consideram
uma pessoa infeliz e outros 25 entrevistados que se consideram uma pessoa realizada.

5. Gostas de si mesmo?
Para sabermos como os alunos se consideram to seu auto conceito, questionamo-
los sobre se gostam de si mesmo, e tivemos três respostas onde 69 que gostam de si
muito, 80 alunos responderam que gostam-se pouco de si mesmo e 19 que gostam muito
pouco.

6. O que mais gostas em si?


Para entendermos o que os alunos gostam mais em sim questionamos os nossos
entrevistados e 90 dos entrevistados que gostam mais da sua aparência, 31 que é da sua
beleza, ainda houve 25 dos entrevistados que gostam da suas amizades e 22 que das
suas coisas.

7. Qual é a relação que manteis com os teus pais?


Para verificarmos a relação que os alunos mantem com os seus pais e comprovar
sé isto é um dos factores do fraco rendimento ecsolar, questionarios 168 alunos sobre a
sua relação com os pais e as suas respostas foram satisfcatoria para nós pois 49
responderam tenhem muita boas relações, 46 que tenhem pessimas relações com os seus
pais, outros 30 que têm boa relação e apenas 27 disseram que a relação com os seus pais
é ruim.
No nosso estudo pudemos notar que muitos dos entrevistados mostram que a
relação com os pais afecta-lhe o seu desempenho e a sua baixa auto-estima.
Aproveitamos aqui chamar atenção aos pais para que fortifiquem os seus canais
comunicativos e afectivos com os seus filhos.

8. Qual é a relação que manteis com os colegas?


Sobre os seus colegas, a maioria respondeu têm muitas boas relações com os seus
colegas, enquanto que outros dos entrevistados mostram que têm boa relações e ainda
outros responderam que a sua relação com os seus colegas é pessimo.

51
Quanto a isto os nossos entrevistados mostraram que mantnhem boas reações de
convivencias com os seus colegas, apenas pequeno grupo que mostrou-se que as suas
linhas de relação não são das melhores.

9. Qual é a relação que manteis com os professores?


Ainda para comprovar se a relação com os professores pode ser um dos factores
do fraco rendimento e da baixa auto-estima, e verificamos segundo as respostas dos
alunos que eles mantêm uma boas relações com os seus professores, em comparação
com uns muitos poucos que responderam que não tenhem muitas boas relações.

10. Consideras que para se ter boa auto-estima é importante termos bens
matérias?
Quando questionados se a boa auto-estima depende de bens materiais, a marias
respondeu que sim, 41 respondeu que não e uns que um pouco ajuda.
As resposta dos alunos mostram o conhecimento vago que eles possuem sobre a
importancia da auto-estima e o valor que eles dão nas coisas materias e não na
felicidade do bem-estar com ele mesmo.

11. Achas importante termos uma boa auto-estima para melhorar a nossa relação
com os outros?
Também procuramos saber soubre a boa auto-estima na relação social, as
respostas dos alunos foi satisfactoria pois quase que todos responderam que sim uma
boa auto-estima pode nos ajudar a sermos social com outros, e com nós mesmos, apenas
um pequeno grupo respondeu que não.

12. O que a escola em conjunto com encarregados de educação devem fazer para
melhorar a auto-estima dos alunos?
Na ultima pergunta, procuramos saber o que os alunos acham que deve ser feito
tanto a escola como os seus encarregados (pais) para melhorar a auto-estima e seu
desempenho escolar e tivemos varias opções de respostas pois alguns responderam seria
o maior acompanhamento na sua formação, outros que houvesse mais incentivos mesmo
quando as notas não são satisfactória, e tivemos uns outros que estejam mais motivados

52
quando transmitirem conhecimento e por último que fosse criado um espaço em que
todos se sentissem iguais e importante.

4.2.3 AOS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO

1. Causa que esta na base do baixo nível da auto-estima

Aos encarregados de educação quando questionado sobre a causa que está na base
do baixo nível da auto estima na melhoria do desempenho do seu educando 8
responderam que é financeiro, 15 responderam que é a social, outros 5 que é a causa é a
psicológica e outros 10 que é a falta de acompanhamento dos mesmos.

2. A auto-estima baixa pode afectar.

Na segunda pergunta questionamos os encarregados sobre o que a baixa auto


estima pode afectar e 13 disse que pode afectar a convivência social do aluno, enquanto
outros 11 que pode afectar o desempenho escolar, outros 10 encarregados disseram que
pode afectar o amor-próprio do individuo e ainda houve 4 dos encarregados que
respondeu que pode afectar a nossa segurança.

3. Causas do baixo auto-estima

Quando questionados os encarregados confirmaram as respostas dos professores


que umas das princiapis causas é a influência dos pais e familiares, ainda outros que é
por causa de problemas de saúde e outros poucos que é por causa de problema
financeira.

4. O nível da auto-estima dos filhos

Questionado sobre como considera o nível da auto-estima do seu filho 15 dos


entrevistado respondeu que está baixa, enquanto 14 respondeu que encontra-se boa; 6
dos encarregados disseram que o nível dos seus filhos encontra-se muito boa e tivemos
também 3 que responderam que o seu filho encontra-se com uma auto-estima muito
baixa.

5. Quando começa a nossa atenção, afecto e acompanhamento dos nossos


filhos.

Sobre quando começa a nossa atenção, afecto e acompanhamento dos nossos


filhos, a maior (20) encarregado respondeu ao nascer; enquanto 16 respondeu que

53
começa enquanto a criança encontra-se no ventre da mãe, outros 2 encarregado
responderam que começa na adolescência.

6. A falta de acompanhamento/incentivo dos pais afecta o desempenho dos


filhos.

Nesta questão a maioria dos encarregados concordou que SIM (23) afecta o
desempenho dos alunos 8 responderam que afecta um pouco apenas o desempenho dos
seus filhos; enquanto 7 encarregado respondeu não afecta em nada o desempenho do
seu filho.

7. A falta de auto-estima pode provocar.

Quando questionado sobre a falta de auto-estima pode provocar, os 19 dos


entrevistados responderam que pode baixar o desempenho escolar; 10 dos encarregados
que pode provocar a exclusão social; outros 5 que pode provocar a desvalorização
propria e 4 responderam que pode criar sentimentos anti-social.

54
CONCLUSÃO

O nosso trabalho foi projectado com o objectivo de compreender as causas do


baixo nível de auto-estima dos alunos da escola 4083, e as perspectivas dos seus
professores, alunos e encarregados de educação.

Tendo uma abordagem qualitativa constituída por duzentos e vinte e um (221)


sujeitos, este estudo remete-nos a uma limitação, além do facto de estudarmos apenas
uma pequena amostra, o que nos impossibilita de generalizar os resultados para a
população geral.

Como toda a investigação, foi inevitável deparar com as dificuldades ao longo


da sua realização. Observa-se escassez de literatura sobre auto estima no nosso país e a
aprendizagem.

Consideramos que os resultados desta pesquisa atenderam aos objectivos


propostos anteriormente, para compreender as causas do baixo nível de auto-estima dos
alunos da escola 4083, e contribuir para a melhoria nessa matéria.

Acreditamos que conseguimos responder a pergunta de partida inicialmente


formulada: “Será que a auto-estima influenciam o desempenho escolar dos alunos
da escola 4083-JIKA”. O reforço a essa afirmação consta na análise da entrevista
efectuadas aos alunos, aos seus professores e encarregados de educação.

Com as técnicas escolhidas acabamos por ter acesso à variável auto-estima do


sujeito, verificamos que de uma forma geral estes caracterizaram-se pela presença de
ideias e pensamento positivo, contentes, alegres, e dinâmicos, ou seja a forma positiva
de encarar a vida faz com que desenvolvam a auto-estima, o que interfere sobretudo no
seu desempenho, académico, social e comportamental. Frisaram a importância e o apoio
dos amigos dos professores e familiares na melhoria da auto-estima e do desempenho
escolar.

Pois segundo Sánchez e Escribano (1999) mostraram que é importante


desenvolver uma auto-estima positivo para se ter uma boa qualidade de vida. Para tanto,
as relações que o indivíduo estabelece na família, na escola, no seu meio social são
fundamentais para a formação da auto-estima.

55
Em conformidade com análise da entrevista aos professores podemos afirmar
que a maioria dos alunos tem um auto conceito auto estima valorizado, interferindo nas
suas aprendizagem de modo positivo. Afirmam a maioria, que os alunos são muitos
activos e persistente e gostam de aprender e estar na escola, eles sentem muitos seguros
firmes querem aprender como as crianças ditas normais e são muitos exigentes.

Para Cubero e Moreno (1992), o auto conceito académico encontra-se


relacionado com o sucesso escolar, condicionando os resultados escolares que o aluno
apresenta. Alunos com uma atitude positiva face às suas tarefas escolares, têm na
realidade melhores resultados e consequentemente, um auto conceito académico
reforçado, esta relação entre auto conceito e sucesso académico de natureza recíproca,
uma vez que aquele é causa do sucesso académico e ao mesmo tempo efeito.

Como apreciação final, todos devemos juntarmos e pensarmos como melhorar a


qualidade de ensino, as dificuldades deverão ser superadas e de certeza ser ultrapassadas
é necessário investir para trabalhar a auto-estima, buscando transformar as concepções
sociais estabelecidas, de forma a destigmatiza-las.

A partir dos resultados encontrados entendemos que a escola necessita de


desenvolver estratégias de acção que possibilitam a melhor qualidade de ensino para ter
melhores resultados melhorando o dia-dia na escola. Esses resultados mostram que
poderemos conseguir minimizar os problemas enfrentados pelos alunos, auxiliando de
forma positiva no seu desenvolvimento.

É importante lembrarmos que a formação e o desenvolvimento futuro do país,


depende das bases que estão sendo construídos actualmente, e se fecharmos os olhos
para os alunos estaríamos a marginalizar e desvalorizando as suas potencialidades
pessoais.

56
RECOMENDAÇÕES

Ao longo deste trabalho confrontamos com algumas situações ou pontos que não
foram pensados antes da investigação que consideramos importante que estudos
posteriores debrucem sobre eles. (o genero com índice mais elevado de baixa auto
estima; Que papel desempenham os pais e a comunidade na preparação dos
adolescentes na melhoria da auto estima)

No nosso trabalho, a nossa amostra todos frequentam a escola 4083-JIKA e não


demos ênfase á alunos que não frequentam esta escola seria muito interessante se os
próximos realizassem um trabalho relativamente fazendo uma comparação para verem
se o auto conceito e a auto estima permaneciam positivo nas outras crianças, se no caso
das crianças frequentadores do centro não há uma influencia do centro na valorização
dos seus auto conceito auto estima.

Por isso aconselha-se que próximos estudos consideram este ponto para a
recolha de informações.

Esperamos que outros que vêm após nós tenham essa “boa sorte” e que outros
estudos, sejam feitos sobre a matéria permitindo um melhor conhecimento deste factor
condicionante do bem-estar do individuo e possibilitando uma melhor actuação, por
partes dos profissionais, dos pais e professores e todos interessados em conhecer e
ajudar os alunos.

Que a escola e a comunidade se preocupem mais com o bem-estar dos seus


educandos e que hája uma boa comunicação entre os mesmos para que os alunos
consigam alcançar uma boa auto-estima.

57
SUGESTÕES

Sugerimos que a escola crie um espaço social para inclusão de todos os alunos.
Que a escola melhora o seu canal de comunicação e participação dos encarregado de
educação na forrmação do seu educando. Que tenha uma área especifica de um
especialista no comportamento humano no caso um psicologo para puder ajudar os
alunos a lidar com este problema

Aos encarregados de educação que acompanhem mais a formação dos seus


filhos, que façam do incentivo um habito nos seus filhos para fortificar a sua confiança.

Aos professores que nunca percam a esperança dos alunos com mau
desempenho, porque todo o ser humano aprende alguns mais rapidos outros menos, que
leccionem sempre com muita motivação para que os alunos criem o amor e o incentivo
necessario da aula e não só.

Que criem um canal de ascutação dos alunos com baixa auto estima e com fraco
desempenho para puderem os ajudar.

- Que se criem na escola um gabinete psico-pedgogíco afim de orientar alguns


com problemas aqui estudados sobe direcção de professor formador na àrea de
psicología escolar e clinica.

58
BIBLIOGRAFIA

 Potreck-Rose, Friederike & Jacob, Gitta (2006). Selbstzuwendung,


Selbstvertrauen, Selbstakzeptanz - Psychoterapeutische Interventionen zum Aufbau von
Selbstwertgefühl. Stuttgart: Clett-Kota.

Kanning, U.P. (2000). Selbstwertmanagement. Die Psychologie des


selbstverdienlichen Verhaltens. Göttingen: Hogrefe.

Marcos Luís Procópio. "Reflexões sobre a Avaliação Individual de


Desempenho." Portal Guia RH. (acessado em 10/11/2010)

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Braga, instituto Piaget Ed.

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Lisboa, instituto de inovação educacional;

Azanha J. M (1993) Autonomia da escola: um reexame. Série Idéias n.16, São


Paulo: FDE.

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escola, companheiros.

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Psicológico e Educação: psicologia evolutiva. Porto Alegre: Artes Médicas, vol 1.

Doron, R. & Parot, F.(2001), Dicionário de Psicologia, Lisboa, Climepsi Ed

Michel, M. Helena (2005),Metodologia e pesquisa cientifica em ciências sociais:


um guia pratico para o acompanhamento da disciplina e elaboração de trabalhos
monográficos, Altas Ed.

Papalia, et al (2001), O Mundo da Criança, 8.a, Mc Graw Hull, Portugal

59
Pavan, S. M. A Escola e o Auto-conceito. (1993). Dissertação (Mestrado).
Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

Peixoto, F.(2004), Qualidade das Relações familiares, auto-estima, auto-conceito


e desempenho escolar, in Análise Psicológica, vol. XXII, n.º 1

Senos J. (1996), Atribuição Causal, auto estima e resultados escolares, in


Análise

Psicológica, vol. XIV, n. º 1.

Oliveira, G. C. (2000) Autoconceito do adolescente. In: SISTO, F. F. (e Colab.).


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Senos J. (1996), Atribuição Causal, auto estima e resultados escolares, in


Análise

Psicológica, vol. XIV, n. º 1.

Harter/lssues in the Assessment of the Self-Concept of Children and


Adolescents", 292-325 in A. M. La Greca, ed., Through the Eyes ofthe Child: Obtaining
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Construct Interpretations", Reviewof Educational Research, 46/3 (1976): 407-441.

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60
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visão. In: Encontro de educação especial, 1. Anais. São Paulo: USP, Faculdade de
Educação.

Jacob, A. V.; Loureiro, S. R. Autoconceito e o desempenho escolar. , 1999.

Fontaine, A.M. (1987). Expectativas de sucesso e realização escolar em função


do contexto social. Cadernos de Consulta Psicológica, consultado em 14/06/2015

Buscaglia (1993) O Reconhecimento das dificuldades dos filhos

Cubero e Moreno (1995) Auto conceito academico, percepções e espectativas


dos pais.

61
ANEXOS
ANEXOS N.º1

QUESTIONÁRIO APLICADA AOS PROFESSORES

Estamos realizando uma pesquisa qualitativa sobre a auto-estima no desempenho


escolar. Por isso pedimos a sua participação neste questionário respondendo conforme
solicitado ou marcando com um (X) as questões abaixo.

SEXO / IDADE
( ) Masculino ( ) Feminino ( ) Anos

NIVEL ACADEMICO
( ) Ensino Medio ( ) Bacharel ( ) Licenciado ( ) Mestre ( ) Doutor

CURSO QUE ACTUA


( ) C. Físicas e biológica ( ) C. Económica e Jurídicas

PERIODO
( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite

1. SENHOR(a) PROFESSOR(a) O QUE É A AUTO-ESTIMA?


________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

2. SENHOR (A) PROFESSOR (A) QUANTOS TIPOS DE AUTO ESTIMAS


ACHAS QUE EXISTEM? PODE CITALOS?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

3. SENHOR (A) PROFESSOR (A) COMO CONSIDERAS O NIVEL DE


INTERESSE DE SEUS ALUNOS PARA APRENDER?
( ) Muito Motiva ( ) Motivado ( ) Pouco Motivado ( ) Desmotivado
4. SENHOR (A) PROFESSOR (A) QUAIS AS CAUAS QUE ESTÃO NA
BASE DE BAIXA AUTO-ESTIMA?
( )Negligência ( )Preocupação excessiva com o eu
( )Influência dos pais e da família, ( )Conquistas ( )Problema de saúde
( )Problema financeiro ( )Exclusão social

5. SENHOR (A) PROFESSOR (A) COMO SE CONSIDERAS EM


RELAÇÃO AOS SEUS ALUNOS?
( ) Muito Motiva ( ) Motivado 8 ) Pouco Motivado ( ) Desmotivado

6. NO SEU CURSO TÊM HAVIDO ALUNOS COM BAIXA AUTO-


ESTIMA?
( ) Sim ( ) Não

7. QUE ATITUDES TENS TOMADO COM ALUNOS COM BAIXA AUTO-


ESTIMA?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

8. O ACHAS IMPORTANTE FAZER PARA AJUDAR OS TEUS ALUNOS


A MELHORAR A SUA AUTO-ESTIMA NA AQUISIÇÃO DE
CONHECIMENTO?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

9. PARA TERMINAR QUE CONSELHO DEIXAS AOS SEUS ALUNOS


SOBRE A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA NA CONVIVENCIA
SOCIAL E NO DESEMPENHO ESCOLAR?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Obrigado pela sua participação

ANEXOS 2
QUESTIONÁRIO APLICADA AOS ALUNOS

Estamos realizando uma pesquisa qualitativa sobre a auto-estima no desempenho


escolar. Por isso pedimos a sua participação neste questionário respondendo conforme
solicitado ou marcando com um (X) as questões abaixo.

SEXO / IDADE
( ) Masculino ( ) Feminino ( ) Anos

CURSO QUE FREQUENTA


( ) C. Físicas e biológica ( ) C. Económica e Jurídicas

PERIODO
( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite

13. PARA SI O QUE É A AUTO-ESTIMA?


( )É uma força positiva que nos proporciona bem-estar
( )É uma força emotiva e saudavel psicologicamnete
( )É a auto valorização pessoal, segurança, respeito prorpio e habilidades diante
dos desafios

14. A FALTA DE AUTO-ESTIMA PODE AFECTAR NEGATIVAMENTE A


PESSOA DE CERTAS FORMAS:
( )Pode causar depressão diminuir o rendimento escolar
( )Incentivar o uso de bebidas alcoolicas
( )Leva-lo a inclusão social.

15. COMO CONSIDERAS O SEU NIVEL DE AUTO-ESTIMA?


( ) Muito alta ( ) Alta ( ) Muito Baixo ( ) Baixo

16. COMO SE CONSIDERAS?


( ) uma pessoa feliz ( ) Uma pessoa infeliz ( ) Uma pessoa Realizada
17. GOSTAS DE SI MESMO?
( ) Muito ( ) Muito pouco ( ) Pouco

18. O QUE MAIS GOSTAS EM SI?


( )A sua aparencia ( ) A minha beleza
( )as minhas coisas ( ) a minha amizade

19. QUAL É A RELAÇÃO QUE MANTEIS COM OS TEUS PAIS?


( ) Muito boa ( )Boa ( )Muito mal ( )Ruim ( )Péssimo

20. QUAL É A RELAÇÃO QUE MANTEIS COM OS COLEGAS?


( ) Muito boa ( )Boa ( )Muito mal ( )Ruim ( )Péssimo

21. QUAL É A RELAÇÃO QUE MANTEIS COM OS PROFESSORES?


( ) Muito boa ( )Boa ( )Muito mal ( )Ruim ( )Péssimo
22. CONSIDERAS QUE PARA SE TER BOA AUTO-ESTIMA É
IMPORTANTE TERMOS BENS MATERIAS?
( )Sim ( ) Não ( )Um pouco

23. ACHAS IMPORTANTE TERMOS UMA BOA AUTO-ESTIMA PARA


MELHORAR A NOSSA RELAÇÃO COM OS OUTROS?
( ) Sim ( )Não

24. O que a escola em conjunto com encarregados de educação devem fazer


para melhorar a auto-estima dos alunos?
( ) Acompanhar mais a formação
( )Darem sempre incentivo mesmo na presença de notas baixas
( )Estarem sempre motivados
( ) Criarem um espaço em que todos possam sentirem se iguais e importante

Obrigado pela sua participação


ANEXOS 3

QUESTIONÁRIO APLICADA AOS ENCARREGADO DE EDUCAÇÃO

Estamos realizando uma pesquisa qualitativa sobre a auto-estima no desempenho


escolar. Por isso pedimos a sua participação neste questionário respondendo conforme
solicitado ou marcando com um (X) as questões abaixo.

SEXO / IDADE
( ) Masculino ( ) Feminino ( ) Anos

1. QUAL É A CAUSA QUE ESTA NA BASE DO BAIXO NÍVEL DA AUTO-ESTIMA?


( ) Financeiro ( ) Social ( ) Psicológico
( ) A falta de acompanhamento ( ) Outras

2. A AUTO ESTIMA É UM MAL QUE PODE AFECTAR NEGATIVAMENTE E


PSICOLOGICAMENTE:
( ) a convivência social ( ) o nosso desempenho escolar
( ) o nosso amor próprio ( ) a nossa segurança

3. SENHOR (A) PROFESSOR (A) QUAIS AS CAUAS QUE ESTÃO NA BASE DE BAIXA
AUTO-ESTIMA?
( )Negligência ( )Preocupação excessiva com o eu
( )Influência dos pais e da família, ( )Conquistas ( )Problema de saude
( )Problema financeiro ( )Exclusão social

4. COMO CONSIDERAS O NIVEL DA AUTO-ESTIMA DOS SEUS FILHOS?


( ) Muito Boa ( ) Boa ( ) Baixa ( ) Muito Baixa

5. SENHOR ENCARREGADO, PARA TI QUANDO COMEÇA A NOSSA ATENÇÃO,


AFECTO E ACOMPANHAMENTO DOS NOSSOS FILHOS?
( ) No ventre ( ) Ao nascer ( ) Na adolescência

6. É VERDAE QUE A FALTA DE ACOMPANHAMENTO OU INCENTIVO AFECTA O


DESEMPENHO DOS NOSSOS EDUCANDO?
( ) Sim ( ) Não ( ) Um pouco

7. A FALTA DE AUTO-ESTIMA PODE PROVOCAR:


( ) Baixo desempenho escolar ( ) Desinteresse as aulas ( ) Exclusão social ( )
Sentimentos anti social ( ) A nossa desvalorização
Obrigado pela sua participação

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