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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E SOCIAIS


LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

Importância da auditoria interna na garantia de boas práticas


administrativas e na prevenção e combate de erros e fraudes: o caso a Área
Operacional de Inhambane no período entre 2016-2019.

Monografia apresentada em cumprimento parcial dos requisitos exigidos para obtenção do


grau de Licenciatura em Ciências Económicas e Sociais com orientação em Contabilidade e
Auditoria na Universidade Técnica de Moçambique

Agostinho Pedro Guirrugo

Maputo, 2021
UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E SOCIAIS
LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

Importância da auditoria interna na garantia de boas práticas


administrativas e na prevenção e combate de erros e fraudes: o caso a Área
Operacional de Inhambane no período entre 2016-2019.

Monografia apresentada em cumprimento dos requisitos exigidos para obtenção do grau de


Licenciatura em Ciências Económicas e Sociais com orientação em Contabilidade e
Auditoria na Universidade Técnica de Moçambique

Agostinho Pedro Guirrugo

LICENCIATURA ORIENTADA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E SOCIAIS


UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE

Tutora: Dra. Cândida Cândido

Maputo, Abril de 2021

O JÚRI:

O Presidente O Tutor O Arguente Data

.......................... .......................... ................................ ......./......../.......


iii

DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Agostinho Pedro Guirrugo, declaro que este Trabalho de monografia nunca foi
apresentado na sua essência para obtenção de qualquer grau académico e ele constitui o
resultado da minha pesquisa pessoal, atesto ainda que todas as fontes estão devidamente
citadas.

Maputo, Abril de 2021

---------------------------------------------------
Agostinho Pedro Guirrugo
iv

DEDICATÓRIA

À minha mãe Eldorada Julia Massingarela e (Pedro Captine Guirrugo) em memória,


dedico este trabalho, que mesmo, em dificuldades foram e continuam sendo minha
maior força e fonte de inspiração.
Foi nosso sonho e com orgulho digo-vos que por nós eu fiz isto.
v

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela força e pela fé durante esta longa caminhada;


Aos meus pais, Eldorada Julia Massingarela e (Pedro Capitine Guirrugo) em memória,
pelo incondicional amor, compreensão, dedicação e por investirem na minha educação;
À tia Celsa e o tio Elves, meus segundos pais, por todo amor, compreensão, apoio e
sobretudo, por nunca me terem abandonado quando eu mais precisei, por me terem
acolhido, ate ao fim desta grande jornada;
À tia Edite e tio Délio por se preocuparem sempre comigo;
À minha avó Joana Pedro pelo suporte pela força e o amor incondicional que tem
demostrado por mim desde a minha existência;
À minha noiva Iolanda Flora pelo amor, força, amizade e acima de tudo pela
compreensão e paciência;
Aos meus irmãos Aberlardo e Daila por serem o meu incentivo;
As minhas primas Kassia e Sharmila por existirem e os ter no coração;
Ao meu amigo Waldemar pela consideração e amizade;
À minha supervisora a Dra. Cândida Cândido pelas dicas e orientações dadas para a
realização deste trabalho de pesquisa vai o meu muito obrigado.
vi

LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Princípios e regras dos auditores internos.......................................................10
Tabela 2- Práticas que que podem ser empreendidas visa no âmbito da Gestão da ética e
integridade.......................................................................................................................22
Tabela 3- Praticas que podem ser empreendidas no âmbito do Controle preventivo.....24
Tabela 4- Práticas que podem ser empreendidas no âmbito da transparência e
Accountability.................................................................................................................24
Tabela 5- Praticas que podem ser empreendidas no âmbito do controle detectivo.........26
Tabela 6- Práticas que podem ser empreedidas no ambito do estabelecimento de canais
de denúncias....................................................................................................................26
Tabela 7- Acções a serem empreendidas no âmbito da Auditoria Interna......................27
Tabela 8- Relação percentual dos elementos da amostra................................................37
Tabela 9- Percepção de importância da auditoria interna do FIPAG..............................38
Tabela 10- Nível académico dos auditores inquiridos....................................................41
vii

RESUMO
O presente trabalho de pesquisa insere-se nos esforços de perceber o papel e a importância da auditoria
interna nas actividades realizadas pelo Área Operacional de Inhambane. Devido a pouca investigação
feita sobre este assunto até ao momento, este trabalho permitirá dar ao público informações que lhes serão
uteis para o entendimento do papel da auditoria interna na organização objecto de estudo. A organização
objecto do estudo de pesquisa foi o Área Operacional de Inhambane, sendo que o objectivo geral e
principal que conduziu a sua realização foi o de analisar a importância que processo de auditoria interna
no FIPAG ao nível do Município de Inhambane teve na garantia de boas práticas administrativas e na
prevenção e combate de erros e fraudes no período entre 2016-2019 e os objectivos específicos de:
identificar o papel da auditoria interna na prevenção e combate de erros e fraudes no FIPAG em
Inhambane; descrever as contribuições que o processo de auditoria interna exerce nas decisões emitidas
pelos órgãos de gestão da empresa objecto de estudo; propor sugestões que visem melhorar o processo de
auditoria interna dentro do FIPAG em Inhambane. Essa pesquisa foi de caracter exploratório, tendo
adoptado como técnicas de colheita de dados, a entrevista e o questionário. Feito o estudo pode-se
concluir que a o processo de auditoria interna é importante na prevenção e detecção de fraudes dentro do
Área Operacional de Inhambane, muito devido a qualidade elevado nível de formação de seus
profissionais de auditoria interna que tem monitorando todas as actvidades da empresa, impedindo que
situações de erros e/ou fraudes ocorram dentro da organização.

Palavras-passes: Auditoria interna, FIPAG Área Operacional de Inhambane -, boas práticas


administrativas; Fraudes e Erros; Prevenção e Detecção.
viii

ABSTRACT

The present research work is part of the efforts to understand the role and the importance of the internal
audit in the activities carried out by FIPAG - Delegation of the Municipality of Inhambane. The little
research done on this subject so far, this work will allow to provide the public with information that will
be useful for understanding the role of internal audit in the organization under study. The organization
object of the research study for FIPAG- Inhambane Municipal Delegation, the general and main objective
that led to its realization was to analyze the importance that the internal audit process at FIPAG at the
level of the Municipality of Inhambane had. ensuring good administrative practices and preventing and
combating errors and fraud in the period between 2016-2019 and the specific objectives of: identifying
the role of internal audit in preventing and combating errors and fraud at FIPAG in Inhambane;
description as contributions that the internal audit process makes to the decisions issued by the
management bodies of the company under study; propose suggestions to improve the internal audit
process of FIPAG in Inhambane. This research was of an exploratory nature, having adopted as
techniques of data collection, the interview and the questionnaire. Once the study has been done, it can be
realized that the internal audit process is important in the prevention and detection of fraud within the
FIPAG- Delegation of the Municipality of Inhambane, largely due to the high level of training of its
internal audit professionals who have monitored the company's activities, preventing the possibility of
errors and / or fraud from occurring within the organization.

Passwords: Internal audit, FIPAG-Delegation of the Municipality of Inhambane, good administrative


practices; Fraud and Errors; Prevention and Detection.
ÍNDICE
DECLARAÇÃO DE HONRA.........................................................................................iii
DEDICATÓRIA...............................................................................................................iv
AGRADECIMENTOS......................................................................................................v
LISTA DE TABELAS.....................................................................................................vi
RESUMO........................................................................................................................vii
ABSTRACT...................................................................................................................viii
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO........................................................................................1
1.1 Contextualização.................................................................................................1
1.2 Problematização..................................................................................................3
1.3 Objectivos............................................................................................................4
1.3.1 Objectivo Geral..........................................................................................4
1.3.2 Objectivos específicos...............................................................................4
1.4 Hipóteses.............................................................................................................4
1.5 Justificativa..........................................................................................................5
1.6 Delimitação do tema............................................................................................5
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA...............................................................6
2.1 Definição de conceitos-chave no contexto da pesquisa......................................6
2.1.1 Auditoria....................................................................................................6
2.1.1.1 Contextualização..........................................................................6
2.1.1.2 Fases do processo de auditoria....................................................7
2.1.1.3 Auditoria Interna..........................................................................7
2.1.1.4 Ética do Auditor Interno..............................................................8
2.1.2 Controlo interno.......................................................................................10
2.1.3 Práticas administrativas...........................................................................12
2.1.4 Conceitos de fraude e erros......................................................................13
2.1.5 Tipos de fraudes.......................................................................................14
2.1.5.1 Fraude Contabilística.................................................................15
2.1.5.2 Fraude Eletrônica.......................................................................16
2.1.5.3 Fraude Bancária Online.............................................................16
2.1.5.4 Fraudes por Corrupção..............................................................17
2.2 Forma de atuação dos fraudadores....................................................................17
2.2.1 Formas de actuação nas fraudes contabilística........................................17
2.2.2 Formas de actuação nas fraudes eletrônicas............................................18
2.2.3 Formas de actuação nas fraude por corrupção.........................................19
2.3 Fatores que incentivam as fraudes....................................................................20
2.4 Prevenção e detectação fraudes.........................................................................20
2.4.1 Prevenção.................................................................................................21
2.4.1.1 Gestão da ética e integridade.....................................................22
2.4.1.2 Controles preventivos................................................................23
2.4.1.3 Transparência e accountability..................................................24
2.4.2 Detecção...................................................................................................25
2.4.2.1 Controles detectivos...................................................................26
2.4.2.2 Canal de denúncias....................................................................26
2.4.2.3 Auditoria interna........................................................................27
2.5 O papel do auditor interno nas fraudes ou erros................................................28
2.6 Evidências.........................................................................................................30
2.7 FIPAG- Fundo de investimento e património de abastecimento de água.........31
CAPÍTULO III: METODOLOGIA.................................................................................33
3.1 Método científico..............................................................................................33
3.2 Tipologias de pesquisa......................................................................................33
3.2.1 Quanto aos objectos.................................................................................33
3.2.2 Quanto a abordagem................................................................................34
3.2.3 Quanto ao procedimento..........................................................................34
3.3 Técnicas de recolha de dados............................................................................35
3.3.1 Entrevista.................................................................................................35
3.3.2 Questionário.............................................................................................35
3.4 Universo e amostra............................................................................................36
3.4.1 Universo...................................................................................................36
3.4.2 Amostra e Amostragem...........................................................................36
CAPÍTULO IV: ANÁLISE E DEMOSTRAÇÃO DOS RESULTADOS......................38
4.1 Importância do processo de auditoria interna no auxílio a boas práticas
administrativas no Área Operacional de Inhambane................................................38
4.2 Eficácia da auditoria interna no FIPAG-Delegação de Inhambane..................39
4.3 Grau académico dos auditores internos do Área Operacional de Inhambane...41
4.4 O papel da auditoria interna na prevenção e detecção de possíveis casos de
sobrefacturação.........................................................................................................42
4.5 Acções a serem tomadas visando dar maior relevância e eficácia ao processo de
auditoria dentro da empresa.....................................................................................43
CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES...............................................45
5.1 Recomendações.................................................................................................46
5.1.1 Para os gestores........................................................................................46
5.1.2 Para os auditores internos........................................................................46
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................48
ANEXOS
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
As organizações estão a reestruturar-se, a reinventar-se e a sofrer transformações de
reengenharia para mudarem as suas metas e os seus processos com vista a responder
adequadamente a uma envolvente em constante mutação. Neste quadro de mudança e de
crescente competitividade em todos os segmentos de mercado, as organizações têm que
aperfeiçoar os seus métodos de gestão, que se modernizar e racionalizar, assim como
tem que procurar ganhos de produtividade, competitividade e rendibilidade.
A auditoria, em sentido amplo, pode constituir um importante instrumento ao serviço da
gestão para a prossecução desses objectivos. No entanto, para tomar em consideração as
necessidades da gestão das organizações, tornou-se necessária uma actuação mais
periódica da auditoria, com maior grau de profundidade e visando outras áreas da
organização (MORAIS, 2006, p.1).
Para Emanuely et al (2017, p.2) os principais problemas que atingem as instituições
públicas e privadas são os desvios, erros e fraudes, quem são designados de corrupção,
procedimento este que está relacionado com a falta de controlo adequado sobre um
determinado processo, implicando em um conjunto de actos que provocam a utilização
indevida do processo e dos recursos pertencentes às entidades, seja para benefício
próprio ou de terceiros.
A sociedade moçambicana, maioritariamente estruturada numa óptica de economia de
mercado, exige que a função de auditoria seja cada vez mais interveniente no
diagnosticar de determinadas situações, como é o caso da viabilidade da empresa, na
denúncia de fraudes e de actos ilegais, na apreciação da economia, eficiência e eficácia
das organizações.
Neste sentido, o papel desempenhado pela auditoria é um reflexo das necessidades e
expectativas da organização como um todo para sobreviver e singrar numa dada fase de
desenvolvimento. Os auditores tornam-se facilitadores da mudança ao fornecerem
conhecimentos sobre o verdadeiro estado da organização e sobre a velocidade da
mudança que está a ter lugar nos processos da organização.
Nesta perspectiva, o posicionamento da auditoria numa visão actual do funcionamento
das organizações, centra a sua atenção não na auditoria aos órgãos da empresa, mas às

1
actividades que esta exerce1. Não obstante, o alcance e objectivos de auditoria variam e
dependem do tamanho e estrutura da organização.
Desta forma, o presente estudo de pesquisa científica tem por objectivos trazer uma
reflexão sobre a importância da auditoria interna na garantia de uma boa gestão e
combate a fraudes: o caso a FIPAG 2- Área Operacional de Inhambane no período entre
2016-2019. A escolha desse período deveu-se ao facto da organização objecto de estudo
ter apresentado grandes dificuldades na sua gestão, com um aumento nas reclamações
dos clientes em função dos sucessivos cortes no fornecimento de água e a uma cada vez
maior desconfiança em relação as facturas mensais emitidas, que era vistas como irreais
e até mesmo fraudulentas em função consumo que estes afirmavam apresentar.
Assim o presente trabalho comportará sete capítulos nomeadamente: o primeiro capítulo
que é a introdução irá conduzir o leitor a um campo particular da pesquisa e serão
igualmente apresentados o tema em estudo, o problema, as hipóteses, os objectivos, e a
justificativa da escolha do tema em estudo, bem como a delimitação do tema; o segundo
capítulo é o da revisão da literatura, na qual serão discutidos conceitos e expressões
relevantes para melhor percepção da presente pesquisa científica, tendo como base
opiniões de vários autores; o terceiro capítulo consiste na metodologia, onde serão
evidenciadas as fases, métodos, técnicas, bem como instrumentos e recursos utilizados
na realização do trabalho; o quarto capítulo refere-se a análise e discussão dos
resultados onde serão desvendados e analisados os resultados obtidos no campo. No
quinto e último capítulo serão feitas as conclusões finais e recomendações a respeito do
trabalho de pesquisa elaborado.

1
MORAIS, M. (2006, p.3)
2
FIPAP- Fundo de investimento, património e abastecimento de água potável

2
1.2 Problematização
Formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita, clara, compreensível e
operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver,
limitando o seu campo e apresentando suas características. Desta forma, o objetivo da
formulação do problema da pesquisa é tomá-lo individualizado, específico,
inconfundível (RUDIO, 1978, p.75 apud LAKATOS & MARCONI, 2003, p.127)
É sabido que o FIPAG- Delegação Município de Inhambane é a única entidade
responsável pelo fornecimento de água potável, o que a transforma numa organização
com o monopólio no abastecimento deste precioso líquido. Desde o início de suas
actividades, esta instituição sempre foi vista como responsável e cumpridora do seu
propósito que é o fornecimento de água, sem interrupções aos munícipes da cidade de
Inhambane, sendo que as facturas emitidas por esta organização eram vistas como o
realísticas pelos munícipes, com estes excluindo qualquer hipótese sobrefaturação por
parte dos funcionários do FIPAG. No entanto, a partir de 2016 temos vindo assistir a
práticas administrativas danosas ao cliente a até mesmo a própria instituição, como o
facto de na grande maioria de bairros o fornecimento de água ser interrompido a partir
das 8 ou 9 horas todos os dias e somente é retomado por volta das 17 horas.
Mesmo assim, as facturas que chegam mensalmente as residências dos clientes desta
instituição, apresentam valores avultados, fazendo crescer uma desconfiança no seio dos
munícipes de uma existência de erros ou sobrefaturação praticadas por funcionários
afectos a organização no processo de registro da quantidade consumida pelos
munícipes. Os munícipes na qualidade de clientes tem direito em reclamar quando
acharem que estejam a ser injustiçados no entanto é importante enfatizar que em
instituições desta magnitude, como é o caso da Área Operacional de Inhambane, a
auditoria interna as operações e contas da organização é levada muito a sério.
Assim levando em consideração o plasmado acima, a existência erros ou possivelmente
fraudes recorrentes acompanhadas de práticas gerenciais inadequadas só faria sentido se
o processo de auditoria tanto interna quanto externa fosse demasiado ineficiente e
ineficaz. Deste modo a pergunta que nos fazemos e que apresentamos como questão de
partida da pesquisa é: Que importância o processo de auditoria interna no FIPAG-
Área Operacional de Inhambane teve na garantia de boas práticas de administrativas
e na prevenção e combate de erros e fraudes no período entre 2016-2019?

3
1.3 Objectivos
1.3.1 Objectivo Geral
 Analisar a importância que processo de auditoria interna no FIPAG- Área
Operacional de Inhambane teve na garantia de boas práticas administrativas e na
prevenção e combate de erros e fraudes no período entre 2016-2019.

1.3.2 Objectivos específicos


 Identificar o papel da auditoria interna na prevenção e combate de erros e
fraudes no Área Operacional de Inhambane;
 Descrever as contribuições que o processo de auditoria interna exerce nas
decisões emitidas pelos órgãos administrativos da empresa objecto de estudo;
 Propor sugestões que visem melhorar o processo de auditoria interna dentro do
Área Operacional de Inhambane.

1.4 Hipóteses
Hipótese é uma suposição que antecede a constatação dos factos e tem como
características uma formulação provisória, deve ser testada para determinar sua
validade, que pode ser correcta ou errada, de acordo ou contrária ao senso comum e
sempre conduz a uma verificação empírica3. Ela tem como função propor explicações
para certos factos e ao mesmo tempo orientação, a busca de outras informações.
Por outro lado, Gil (1999) advoga que é uma preposição que pode ser colocada a prova
para determinar sua validade. Neste sentido, hipótese é uma suposta resposta ao
problema a ser investigado e que será aceite ou rejeitada somente depois de
devidamente testada e tem o papel de sugerir explicações para os factos.
Para a problema da presente pesquisa apresentam-se como possíveis as hipóteses
seguintes:
H1 – A auditoria interna na Área Operacional de Inhambane é importante e eficaz,
contribuído para boas práticas administrativas bem como prevenido e combatendo erros
e fraudes;
H2 - A auditoria interna na Área Operacional de Inhambane é ineficaz não mostrando-
se capaz de auxiliar a administração em tomar as decisões mais apropriadas bem como
sendo incapaz de prevenir e combater erros e fraudes.
1.5 Justificativa
3
Marconi e Lakatos (2003, p.126),

4
A presente pesquisa, releva-se de extrema importância na medida que vai dar subsídios
para entender o papel da auditoria interna no FIPAG- Área Operacional de Inhambane e
como isso tem afectado os munícipes na sua relação com esta organização. Além disso,
devido a existência de muito poucas pesquisas que se debruçaram sobre o mesmo
problema, a presente pesquisa vai aumentar o acervo literário nesta matéria, podendo
servir para encorajar outros pesquisadores a aprofundar ainda mais o problema que se
propõe discutir neste trabalho.
Ao identificarmos o papel e importância do processo de auditoria interna no Área
Operacional de Inhambane estaremos também ajudando a organização em estudo, na
medida que estes passarão a ter uma visão mais esclarecida da eficácia ou então
ineficácia dos processos de auditoria interna e assim delinear acções com vista a
melhorar o desempenho desta ferramenta indispensável que é a auditoria interna.
Por último, podemos afirmar que esta pesquisa mostra-se relevante pois vai fornecer ao
público em geral a grande importância que a auditoria interna tem sobre o desempenho
de qualquer organização e de como sua ineficiência pode ser nociva para determinada
empresa.

1.6 Delimitação do tema


Uma vez feita a apresentação do tema em estudo, é fundamental circunscrevê-lo, sendo
neste âmbito que se procede com a delimitação do tema, que tem como fundamento dois
critérios essenciais, i) o critério temporal; e ii) o critério espacial (Gil 2008).
Esta pesquisa está focada em estudar a importância que o processo de auditoria interna
teve no FIPAG ao nível do Município de Inhambane no período entre 2016-2019. Deste
modo a pesquisa limita a esse horizonte temporal no que concerne as conclusões a
serem retiradas desta pesquisa.
Por outro lado, já no critério espacial o estudo limita a sua pesquisa ao nível do FIPAG-
Área Operacional de Inhambane, pelo que as conclusões a serem obtidas não são de
modo algum aplicáveis a outras delegações da FIPAG situadas fora dos limites
geográficos do Município de Inhambane.

5
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
Este capítulo visa definir e debater os conceitos indispensáveis para a percepção do
trabalho, tendo como alicerce obras bibliográficas de autores que se debruçaram sobre
os conceitos em causa.

2.1 Definição de conceitos-chave no contexto da pesquisa


Para um entendimento selectivo do problema em pesquisa, é importante conceptualizar
na perspectiva de diversos autores as palavras e/ou expressões que serão frequentemente
utilizados neste trabalho de pesquisa. Neste contexto, abaixo são debatidos e
conceptualizados aspectos que se revestem de grande importância para o trabalho.

2.1.1 Auditoria
2.1.1.1 Contextualização
A palavra auditoria, de acordo com Attie (1998) apud Reiter (2014, p.14), é oriunda da
cultura inglesa e significa examinar, ajustar, corrigir, certificar. Acredita-se que seu
surgimento tenha-se dado no século XIV, na Inglaterra, na qualidade de dominadora dos
mares e do comércio em épocas passadas, teria iniciado a disseminação de
investimentos em diversos locais e países e, por consequência, o exame dos
investimentos mantidos naqueles locais.
No entanto, como experiência sistemática, teve início apenas no século XIX, com o
aparecimento das primeiras associações de contadores públicos, profissionais que
cumpriam a função de auditor na época, tendo progredido notavelmente no século
passado, em virtude do desenvolvimento das firmas, do aumento de sua complexidade e
da ligação do interesse da economia popular nos enormes projectos (FRANCO;
MARRA, 2011 apud REITER 2014, p.14).
A auditoria tem por objectos acontecimentos documentados e também naqueles que não
foram documentados, mas sim, somente expostos por pessoas ligadas à empresa, desde
que essas informações sejam confiáveis, seguras e indiquem a realidade (FRANCO E
MARRA, 2011).
Os diferentes autores garantem também que, além das informações de dentro da
organização, são apreciadas as informações adquiridas fora da empresa, sendo que as
mesmas, normalmente, mais honestas do que as conseguidas de pessoas de dentro da
instituição.

6
Para Crepaldi (2010, p. 4) apud Reiter (2014, p.17), a auditoria tem por objecto os
“registros contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a
legitimidade dos atos da administração, bem como sua sinceridade na defesa dos
interesses patrimoniais.

2.1.1.2 Fases do processo de auditoria


O processo de desenvolvimento da auditoria é feito em várias fases que devem ser
minuciosamente executadas de modo a garantir que ocorra sem sobressaltos. De acordo
com Semedo (2012, p.12), as fases pelas quais são desenvolvidas qualquer auditoria são
as seguintes:
 Análise preliminar – nesta fase o auditor analisa a entidade com objectivo de
conhecer minimamente as actividades;
 Planeamento – é a fase inicial da auditoria onde se levanta todos os dados
necessários para a execução dos trabalhos;
 Execução – a fase conhecida como trabalho do campo auditoria propriamente
dita;
 Conclusão – a fase onde se faz o relatório final da auditoria;
 Follow-up – a fase onde o auditor interno avalia a eficácia e oportunidades das
medidas tomadas face ao relatório apresentado;
 Avaliação da auditoria - é a última fase do processo de Auditoria, a de revisão e
avaliação do desempenho do auditor.

2.1.1.3 Auditoria Interna


Existem diversos tipos de auditoria, no entanto o presente trabalho vai se focar em
abordar as particularidades relativas a auditoria interna nas diferentes organizações.
De acordo com Crepaldi (2010, p. 28), apud Reiter (2014, p.21) a auditoria interna é o
conjunto de procedimentos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e
eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e
operacionais da entidade”, além de auxiliar os membros da administração no
desempenho efetivo de suas funções e responsabilidades, fornecendo-lhes análises,
opiniões e aconselhamentos pertinentes às atividades examinadas.
Para Sawyer (1988, p. 7) apud Teixeira (2006) uma autoridade no campo da auditoria
interna, define a moderna auditoria interna como: “uma sistemática e objectiva
avaliação, realizada por auditores internos, das diversas operações e controlos de uma

7
organização, para determinar se se seguem as políticas e procedimentos definidos, se se
seguem as normas estabelecidas, se se utilizam os recursos eficientemente e se são
alcançados os objectivos da organização”.
A auditoria interna é considerada como um meio funcional que permite aos
responsáveis por uma entidade obter de fonte interna a segurança de que os processos,
pelos quais são responsáveis, funcionam de forma que se encontrem reduzidas ao
mínimo, as probabilidades de existência de fraudes, erros ou ineficiência (INTOSAI
1999 apud TEIXEIRA 2006).
Ela deve ser efectuada por um profissional de confiança dos administradores, o qual
realiza uma inspeção nos procedimentos adotados pela empresa, predominando “a
verificação constante de controlos internos, a manipulação de valores e a execução de
rotinas administrativas”, e se constitui como um instrumento de controle e ferramenta
gerencial da administração (CREPALDI, 2010, p. 28 apud REITER 2014, p.21).
O profissional que realiza a auditoria interna, o auditor interno, deve ter vínculo
empregatício com a entidade, mas não deve receber ordens de pessoas de quem examina
o trabalho, sendo, portanto, independente. Essa independência é crucial para a
existência de uma transparência no processo e consequente credibilidade dos resultados
obtidos pela auditoria.
De acordo com Almeida (2012, p.14),
A implantação da auditoria interna de forma periódica possibilita à
administração uma maior profundidade nos procedimentos, mirando também
outras áreas não relacionadas com a contabilidade, como os sistemas de
controlo de qualidade, administração de pessoal entre outras (ALMEIDA
2012, p.14),

Entende-se, portanto, por auditoria interna o conjunto de comportamentos de inspeção


nos processos de uma organização, realizados por profissional com vínculo
empregatício com a instituição, tendo a função de auxiliar a gestão, de forma constante
e meticulosa, com autonomia e idoneidade para retratar o real cenário da empresa,
aconselhando as devidas medidas e precauções a serem tomadas quando se fizerem
necessárias.

2.1.1.4 Ética do Auditor Interno


No mundo contemporâneo, com o conjunto de compreensões requeridos ao auditor
interno no desenvolvimento da sua actividade, é essencial que valores como integridade,
objectividade e ética sejam fundamentais.

8
O Auditor Interno deverá ser prudente e competente, saber relacionar-se, comunicar e
manter-se informado, para que não haja incertezas acerca do cultivo desses valores e
lhes sejam efectivamente reconhecidos (SEMEDO, 2012).
Para Semedo (2012) é imprescindível e apropriado dispor de um código de ética para a
profissão de auditoria interna, fundamentada na fiabilidade posta na governação, gestão
de risco e controlo. Eles têm o compromisso de pôr freio às condutas inapropriadas
transformar - nos em diques de contenção, em barreiras protectoras através da promoção
de integridade e a transparência em todos os níveis da organização
O código de ética deve estabelecer os auditores certificados apliquem e respeitem os
dentre outros os seguintes princípios:
 Integridade;
 Independência;
 Responsabilidade;
 Competência;
 Urbanidade;
 Legalidade;
 Sigilo profissional.
O IIA (The Institute of Internal Auditors) homologou em 2009 que o auditor interno
deve respeitar e praticar os seguintes princípios e regras de conduta: Integridade;
Objectividade; Confidencialidade; Competência.
Princípios Princípios Regras de conduta dos auditores internos
1. Integridade 1.1.Deverão executar o seu trabalho com honestidade, diligência e
responsabilidade.
1.2.Deverão respeitar as leis e divulgar o que se espera seja feito ao
abrigo das leis e da profissão.
2. Objetividade 2.1.Não deverão participar em qualquer actividade ou manter uma
relação que prejudique ou que se presuma possa prejudicar o seu
julgamento imparcial.
2.2.Não deverão aceitar nada que possa prejudicar ou que se presuma
possa prejudicar o seu julgamento profissional.
3. Confidencialidade 3.1.Deverão ser prudentes na utilização e protecção da informação
obtida no desempenho das suas actividades.
3.2.Não deverão utilizar a informação para qualquer benefício próprio
ou que de outra maneira estaria em desacordo com as leis ou em
detrimento dos objetivos legítimos e éticos da organização.
4. Competência 4.1.Aceitarão apenas serviços para os quais disponham do necessário
conhecimento, proficiência (capacidade, habilidade) e experiência.
4.2.Desempenharão os serviços de auditoria interna de acordo com as

9
Normas Internacionais para a Pratica Profissional de Auditoria
Interna.
Tabela 1- Princípios e regras dos auditores internos
Fonte: IIA (The Institute of Internal Auditors)

2.1.2 Controlo interno


O processo de controlo interno é bastante importante para as organizações actuais como
o caso da FIPAG em Inhambane e outras que precisam garantir uma boa transparência
nos dados apresentados pelos diferentes sectores dentro das empresas.
Crepaldi (2010) apud Reiter (2014, p.21) define controlo interno como sendo todos os
instrumentos da organização destinados à vigilância, inspeção e verificação
administrativa, que permitam prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos
que se verificam dentro da empresa e que produzam reflexos em seu patrimônio.
Controlo interno constitui o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os
objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a
administração na condução ordenada dos negócios da empresa (ALMEIDA, 2012).
Igualmente se tem como objetivos a aquisição de informações adequadas, a estimulação
da consideração e do acatamento aos princípios da gestão e a elevação da eficiência e
eficácia operacional (JUNIOR, 1998 apud REITER,2014).
Não existe alguma instituição por mais pequena que execute a seu funcionamento
operacional sem ter implementado um qualquer sistema de controlo interno. O controlo
interno precisa fazer parte da actividade regular da empresa independentemente da sua
dimensão. Em empresas mais pequenas, é o próprio dono da organização quem define
as regras e norteia o seu negócio.
Os sistemas de controlo interno não são e muito menos devem ser equivalentes em todas
as instituições, alteram dependendo do sector em que actua, da natureza e dimensão da
organização e outros configurações que identificam uma organização.
Para Franco e Marra (2011) apud Reiter (2014, p.26), os meios de controlo interno são:
[...] todos os registros, livros, fichas, mapas, boletins, papéis, formulários,
pedidos, notas, faturas, documentos, guias, impressos, ordens internas,
regulamentos e demais instrumentos de organização administrativa que
formam o sistema de vigilância, fiscalização e verificação utilizados pelos
administradores para exercer o controlo sobre todos os fatos ocorridos na
empresa e sobre todos os atos praticados por aqueles que exercem funções
diretas ou indiretamente relacionadas com a organização, o patrimônio e o
funcionamento da empresa (FRANCO; MARRA, 2011, p. 267 apud
REITER,2014, p.26),).

10
A organização pode utilizar de três meios de controlo interno. O controlo antecedente,
que examina um fato antes que ele aconteça, o controle concomitante, que analisa o fato
simultaneamente a sua ocorrência e o controle consequente, que registra o fato após sua
ocorrência. Este último se dá através da contabilidade, mediante a escrituração4.
Almeida (2012) apud Reiter (2014) destaca que os controles internos têm limitações,
entre as quais a combinação entre funcionários para a apropriação dos bens da empresa,
funcionários inadequadamente instruídos com relação às regras internas e negligência
na execução de seus afazeres diários.
Referente às irregularidades mais comuns dentro de uma organização, Crepaldi (2010)
apud Reiter (2014) destaca que o suborno como sendo uma propina que alguém recebe
ou benefício direto que obtém para tomar determinada decisão. A fraude, se configura
pela adulteração de documentação e o desfalque, que se define pela simples retirada de
dinheiro.
Para tentar evitar tais situações, é necessário que no instante de contratação de um
funcionário, além da habilitação técnica, deve-se verificar os valores morais, analisar se
o candidato investe em sua qualificação e de que forma houve avanço em sua vida
social, além de examinar se o nível de vida do candidato está acima da situação
financeira que a mesmo exteriormente possui.
Segundo Almeida (2012) apud Reiter (2014) para certificar-se de que todos os
processos de controlos internos sejam concretizados, para apontar erros e
irregularidades e para responsabilizar os indivíduos por faltas cometidas na realização
das tarefas da organização, torna-se imprescindível que haja manuais internos em que
constem as delimitações das tarefas a serem executadas por cada funcionário e sua
efetiva aplicação.
Desta forma, torna-se essencial, também, que o indivíduo com acesso aos ativos não
seja a responsável pelos lançamentos contábeis, por exemplo, pois a mesma conseguiria
manipular os dados para acobertar algum desvio realizado, sendo a prática aconselhável,
para impedir este tipo de fraude, a comparação periódica entre os ativos e os registros
contabilísticos.
Um bom sistema de controlo interno aliado ao trabalho de auditoria está sendo cada vez
mais privilegiado nas empresas, contribuindo para a eficácia dos resultados finais em
qualquer companhia, sendo que, quanto melhor for o controle interno, menos testes

4
Franco; Marra, 2011 apud Reiter,2014, p.26

11
precisarão ser realizados pelos auditores, enquanto que, se ocorrer o oposto, mais testes
deverão ser aplicados (CREPALDI, 2010 apud REITER, 2014).
Assim podemos concluir que os controles internos são uma forma de vigiar e fiscalizar
os processos que acontecem em uma organização com o fim de proteger o patrimônio e
levar a mesma ao crescimento almejado, além de auxiliar o trabalho da auditoria. Outro
sim, podemos dizer que para o eficaz andamento do controle interno, cada funcionário
deve ter sua função delimitada dentro da organização, através de manuais internos, para
que a ocorrência de erro ou fraude possa ser facilmente constatada, e, assim, minimizar
ou evitar práticas que são desfavoráveis à empresa.

2.1.3 Práticas administrativas


A presente pesquisa tem como um dos finalidades saber sobre a importância da
auditoria interna na garantia de boas práticas administrativas, sendo por isso importante
trazer a discussão o conceito de administração para que possamos perceber com mais
clareza o restante da pesquisa.
Para Pinheiro (1998:28) a indispensabilidade de gerir existe desde as mais clássicas
sociedades, no entanto foi com o desenvolvimento do processo de produção industrial
na Inglaterra, França e EUA que as mudanças na composição de trabalho com a divisão
entre concepção, execução e controle, fizeram com que a prática e a teoria da
administração do trabalho adquirissem impulso.
Para Chiavenato (1993:92) o termo administrar vem do latim ad (direcção, tendência
para) e minister (obediência), constituindo aquele que executa uma função, uma tarefa,
sob um comando, para o outro, sendo muitas vezes relacionada à função controle.
No seu primórdio a administração e o controle possuíam como características a rigidez e
coerção, com o desenvolvimento da prática e da teoria geral da administração, as
feições de controlos foram se modificando incorporando a agilidade, comunicação e
negociação como estratégias, passando a ser entendida como forma de monitoramento
das práticas.
Administrar nos dias que correm denota fazer um estudo dos objectivos propostos pelas
instituições e empresas e transformá-las em acção organizacional, direcção e controle
através do esforço de todos, realizado em todas as áreas e em todos os níveis da
organização, a fim de alcançar os objectivos sugeridos da maneira mais adequada a
situação (Chiavenato, 1993, p.95).

12
Na visão de Park (1997:25) a administração é uma filosofia em acção, pois ao
enxergamos a realidade, edificamos nossas ideias, que são modificadas em acção pelo
principio criativo e a administração visa um equilíbrio entre o entendimento e a
dimensão de nossas ideias.
Por sua vez Druker (2001:45) diz que administrar é usar o conhecimento à acção, uma
vez que a gerência modifica a informação em conhecimento e este em acção.
Segundo Megginson et all (1998:14) a administração tem dois propósitos fundamentais
nomeadamente alcançar a eficiência onde os meios, métodos, processos, regras e
regulamentos sobre como as coisas devem ser feitas na empresa com o propósito de que
os recursos sejam correctamente alocados, sendo que o outro propósito é de alcançar a
eficácia que diz respeito aos objectivos e resultados a serem alcançados pela empresa,
significa a capacidade de realizar um objectivo ou capacidade de se chegar dos
resultados previamente fixados.

2.1.4 Conceitos de fraude e erros


Podemos observar a diferença entre erros e fraudes: erros são atos não intencionais, já
as fraudes são atos intencionais nas transações, adulterações e nos demonstrativos
contábeis, o que as distingue é o elemento vontade, na intenção ou não de praticar a
ação. De acordo com o autor Ferreira (2008) apud Moura e Barbosa (2016) a diferença
entre fraude e erro está no elemento vontade, no fato de existir ou não a intenção
quando da ação ou omissão. Uma mesma ação ou omissão pode se caracterizar como
fraude ou erro, dependendo de haver ou não a motivação do agente (FERREIRA (2008
apud MOURA e BARBOSA, 2016).
Para Pickettt (2000, p.550) apud Moura et al (2014, p.13) a fraude pode ser entendida
como qualquer comportamento no qual uma pessoa pretende tirar uma vantagem
desonesta em cima da outra. Apesar de esta definição sugerir a obtenção de uma
vantagem sobre uma outra pessoa, é razoável aceitar que também a vantagem desonesta
pode ser obtida em uma organização ou empresa como o caso do FIPAG, que a presente
pesquisa tem vindo a abordar.
A fraude é um acto secreto, com a intenção de privar outros de algum valor em prol do
seu próprio enriquecimento5. Esta definição é mais abrangente pois não considera
apenas os demostrativos contábeis como a grande maioria das pessoas no nosso país e
no mundo acredita.
5
Davia, Coggins e Wideman, 1992, 48 apud Moura et al, 2014, p.4

13
O ganho do valor em função da fraude pode ser intencional como sem intenção e as
fraudes podem ser cometidas por meio do dolo, falsas declarações, declarações
incompletas e omissões (ALLEN, 1999, p.18). Esta perpectiva é ainda mais abrangente
que as apresentadas pelos autores acima mencionados ao considerar a fraude pode ser
acto não intencional. Fazendo uma análise destes conceitos, pode-se observar que
fraude é um termo genérico e abração os meios múltiplos que a ingenuidade humana
pode inventar, com o objectivo de adquir alguma vantagem em cima de outro através de
falas representações.
Por sua vez o termo erro consiste em um acto não-intencional de omissão, desatenção,
desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros, informações e
demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da entidade, tanto em
termos físicos quanto monetários (FREITAS E SENAS).
Para Batista et al., 2014 apud Freitas e Senas (2014, p.583):
Erros são atos cometidos por colaboradores ou administradores sem a
intenção de prejudicar ou atrair para si ou para terceiros, vantagens. Não há a
intenção de burlar leis e normas, são ações cometidas por desconhecimento,
desatenção, mas que acabam prejudicando a entidade na elaboração das suas
demonstrações contábeis (BATISTA et al., 2014 apud FREITAS E SENAS,
2014, p.583).
A importância do cumprimento da ética e da moral pelos próprios gestores do negócio é
tão importante, quanto à atitude ética e moral de cada funcionário da empresa. A prática
de atitudes comportamentais corretas entre as duas classes evita mutuamente a
ocorrência de ilícitos e erros na entidade. Dessa forma, contribuindo para o crescimento
e fortalecimento da mesma.

2.1.5 Tipos de fraudes


Apesar dos conceitos acima mencionados sugerirem a fraude como sendo cometidas por
pessoas é importante salientar que as fraudes também podem ser perpetradas pelas
empresas contra o governo, bem como fraudes do governo contra o seu povo e por
funcionários ou terceiros contra organizações dos mais variados tipos. Ainda sim, o
nosso foco sempre sempre as fraudes cometidas contra as empresas, pelos seus
funcionários ou terceiros.
Para Moura et al (20114, p.4) dentre as principais fraudes destacam-se as seguintes:
Furto (1): o furto seria a apropriação indevida de algo com o objectivo de
privar permanentemente a pessoa de sua propriedade, um exemplo comum é
a apropriação indevida de dinheiro de caixa; Pirataria (2): é a fraude com
prejuízo intencional para a organização quanto à disseminação de processos e
produtos, concretizada por profissionais internos ou externos às entidades
junto ao mercado e particularmente para a concorrência; Corrupção (3): para

14
um melhor entendimento do que é a corrupção procuramos dividir o seu
conceito em suborno e propina. Suborno: pode ser entendido com algo, tipo
dinheiro ou favor, oferecido ou dado a alguém em posição de confiança para
induzir a agir desonestamente. Propina: normalmente é o pagamento de uma
percentagem para uma pessoa capaz de controlar ou influenciar um negocio;
Falsificação (4): Uma pessoa pode ser culpada de falsificação quando fizer
um falso instrumento com intenção de negocia-lo ou induzir alguém a aceita-
lo como genuíno; Espionagem (5): a espionagem pode ser dar de duas
formas, a primeira se dá quando um funcionário repassa informações
confidenciais da empresa para um concorrente em troca de dinheiro ou outro
benefício, a segunda se dá quando um funcionário tendo informações
privilegiadas sobre a empresa faz denúncias com o intuito de prejudicá-las;
Conspiração (6): envolve o acordo ilegal entre duas ou mais pessoas para
executar propósitos ilegais ou um propósito legal por meios ilegais, um
exemplo seria a conspiração para anular controles internos (MOURA ET AL
20114, P.4).

Todas estas formas de fraudes que nos são propostas este autor nós observamos com
muita frequência nas nossas organizações e contribuem para prejuízos avultados destas,
levando inclusive a falência de algumas empresas ou mesmo a dificuldades financeiras.
Há ainda outras formas de fraude que o mesmo autor menciona como o perjúrio, a
conivência e a conversão.
Por outro lado, Machado (2018, p.33) propõe como tipologias de fraudes que podem ser
observadas em diferentes organizações tanto públicas como privadas as seguintes:

2.1.5.1 Fraude Contabilística


Lourenço e Sarmento (2008) apud Machado (2018) afirma que os bancos comerciais à
semelhança do problema do Subprime americano, por muito crédito bancário concedido
com exagerado risco, necessitando de segurança mínima o retorno dos capitais
emprestados, tornando a organização demasiado dependente do banco que, por sua vez,
não tem vocação nem interesse em assumir a gestão efetiva da entidade. Esta fragilidade
pode ser forma para as mais variadas situações de fraude.
Ventura (2005) entende que tanto a nível doméstico como internacional, potenciado
pelo desenvolvimento das relações comerceias e financeiras, a eliminação de barreiras à
livre circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais, e pela internacionalização
das empresas e a permissividade de alguns países neste domínio. Podem ser
identificados diversos motivos para que as pessoas se furtem ao pagamento da respetiva
carga fiscal. Entre eles encontra-se o alto fardo fiscal dos Estados modernos que
pressiona fortemente os rendimentos e patrimônio dos agentes econômicos. Situação
agravada pelo fato de os contribuintes que não observam as suas obrigações fiscais
diminuírem as receitas do Estado, que se vê obrigado a aumentar impostos,

15
sobrecarregando ainda mais os contribuintes cumpridores que, desta forma, se podem
também sentir tentados a incumprir.
Oliveira (2012) apud Machado (2018, p.34) ainda destaca as fraudes financeiras, que
envolvem os funcionários e as demonstrações contábeis. As fraudes com funcionários
tratam do roubo ativos, “por meio de esquemas com pagamentos, reembolsos com
despesas, muitas vezes existe a participação de dois ou mais funcionários” (OLIVEIRA,
2012, p. 28 apud Machado 2018, p.34)). Já as fraudes nas demonstrações contábeis,
“são caracterizadas pela omissão ou alteração intencional de relatórios financeiros, ou
seja, a manipulação, alteração ou falsificação de demonstrações financeiras ou
documentos que dão suporte a elas” (OLIVEIRA, 2012, p. 28 apud Machado 2018,
p.34).

2.1.5.2 Fraude Eletrônica


As fraudes eletrônicas representam atualmente uma grande ameaça tanto às colossais
empresas quanto para as pessoas físicas. O crescimento do comércio eletrônico tem
gerado simplicidade, flexibilidade e rapidez nas transações comerciais e financeiras
cotidianas, mas sua segurança ainda é questionável.
Para Pinheiro (2001) apud Machado (2018: p.35), os crimes em informática são
classificados em virtuais puros, mistos e comuns. O crime virtual puro seria o ilícito
contra o computador (sistema e equipamento). O crime virtual misto seria aquele que o
delito transcorre com o uso da informática, mas visa atingir outros bens. Já o crime
virtual comum é aquele que já encontra tipificação penal na lei.
A fraude eletcrónica vai tornar-se no futuro a questão da maior relevância e sua
detectação cada vez mais difícil, devido à sofisticação dos meios computacionais. A
ampliação da virtualização do crime à medida que aumentam os riscos de ataques aos
ativos organizacionais, força a contratação de mão-de-obra qualificada destinada a
prevenir e combater ações ilícitas.

2.1.5.3 Fraude Bancária Online


A evolução dos hábitos da humanidade e o advento de novas ferramentas e tecnologias
cria também oportunidades para os fraudadores, é o caso da Internet. Além de facilitar
operações como transações bancárias e compras ela fez surgir uma nova modalidade de
fraudes: as fraudes online. Para Guimarães (2010) apud Machado (2018) a fraude
bancária online é um tipo de fraude eletrônica.

16
Na opinião de Guimarães (2010) apud Machado (2018, p.36):
O mais importante meio de fraude na Internet é o phishing, que se
fundamenta no despacho de um correio electrónico fraudulento com o
objetivo de obter códigos de acesso e dados financeiros. A obtenção destes
dados pode ser feita de diversas maneiras. As mais comuns são os bankers,
que monitoram a troca de informações entre a vítima e os sistemas dos
bancos, e as páginas falsas, que tentam se passar por páginas verdadeiras de
bancos (GUIMARÃES, 2010 apud MACHADO, 2018, p.36).

Os crimes digitais afetam todo o mundo, muitas entidades financeiras e milhares de


pessoas sem que o agressor sequer saia de casa. As ameaças antes restritas a
especialistas e estudiosos, são muitas vezes disponibilizadas de forma grátis pela
internet, tais como programas para fraudar senhas, disseminar vírus, monitorar redes,
identificar fragilidades e atacar servidores.

2.1.5.4 Fraudes por Corrupção


As práticas corruptas se constituem em atributos de ameaça à gestão dos riscos da
organização por gerarem perdas e reflexos nos resultados.
As ações corruptas no sistema financeiro podem ser praticadas por dois agentes
corruptores (um interno e outro externo), por um único funcionário, ou por indivíduos
ou grupos que atuam externamente, como é o caso dos crimes virtuais (PARDINE;
COSTA; MATUCK; FILHO, 2011 apud MACHADO, 2018,).
O arrolamento de práticas corruptas que são vivenciadas nas atividades bancárias diárias
pode possibilitar o exame que dos desvios de condutas é utilizado bem como também
assegurar o cumprimento de metas organizacionais.

2.2 Forma de atuação dos fraudadores


Um dos aspectos importantes ao analisar a fraudes no seio das organizações é a correcta
identificação do modus operandus dos infratores. É neste contexto que abaixo faremos
uma análise das principais formas de actuação dos fraudadores nos diferentes tipos de
fraude já evidenciados acima.

2.2.1 Formas de actuação nas fraudes contabilística


Para Lourenço e Sarmento (2008) através de um mau uso de estimativas e julgamentos
pode ser considerado como um relevante motivo das altas distorções e erros que estão
escondidos nas demonstrações contábeis. Logo, provisões podem ser manipuladas para

17
baixo, ou até mesmo serem inexistentes na contabilidade; assim como receitas de
serviços podem adotar metodologias complicadas somente com o intuito de fraudar.
Geralmente escândalos financeiros e fraudes contábeis são maquiados nas
demonstrações financeiras por meio da contabilidade inovadora, sendo os estoques uma
das contas mais fáceis de serem manipuladas na contabilidade. Assim, a fraude contábil
normalmente está associada à superavaliação dos estoques, o que proporciona maior
lucro para as empresas (SÁ, 2011 apud MACHADO, 2018).
Erros contábeis ou a manipulação de dados por funcionários de alta confiança podem
gerar fraudes financeiras. Outro sim, a falta de procedimentos adequados nas operações
pode propiciar atitudes ilícitas, que posteriormente acarretará uma fraude.
Para Medeiros, Moura e Botelho (2012) constituem exemplos de formas de actuação
neste tipo de fraude: somas feitas sem computar parcelas, crédito em dobro, inversão de
números, esquecimento de realizar transportes de números, classificação indevida de
documento etc. Esses fatores podem causar grandes problemas às organizações, uma
vez que podem causar a falência da empresa, como também provocar a perda de seus
clientes, entre outros fatores.

2.2.2 Formas de actuação nas fraudes eletrônicas


Para Bastos e Pereira (2015) as pessoas de fora que invadem um sistema podem também
estar agindo através de um pacto com outro pertencente à organização, o que
potencializa a possibilidade de sucesso de um ataque fraudulento. Já quando a pessoa de
fora da organização age sozinha, é necessário que tenha um forte conhecimento técnico
de informática e da estrutura de montagem dos controles lógicos de determinada
plataforma de informática. A ocorrência de fraudes em nível elevado afeta a qualidade
organizacional, particularmente quando atingem consumidores dos produtos ou serviços
da empresa.
Outra possibilidade de ataque possível é por meio da indução do usuário a clicar em um
link presente em uma mensagem falsa recebida, que fará o redireccionamento do mesmo
a um site falso que simula o site oficial da instituição bancária. Regra geral, esse site
falso vai solicitar dados pessoais do usuário, inclusive número da conta e senha, que
serão disponibilizadas pelo cliente diante de sua crença em se tratar do site verdadeiro
do banco, por isso, confiável (AZEVEDO, apud MACHADO, 2018).
Os e-mails enganadores aproveitam-se de temas que supostamente dizem respeito à
vítima ou que mexem com sua curiosidade. Para aumentar a credibilidade da fraude são

18
usados logos das empresas originais, linguagem adequado, estrutura fiel à da mensagem
original, remetente falso se passando pela empresa em questão, etc.
Entre os temas mais recorrentes temos: bancos pedindo que a vítima atualize o
dispositivo de acesso ao Internet Banking, sob pena de bloqueio; notícias falsas de forte
apelo, como morte de alguma celebridade ou algum tema atual; fotos e vídeos sensuais,
fotos provando traições; recebimento de alguma mensagem de texto acessível em
alguma página, como torpedos, telegramas online; notificações financeiras e cadastrais
diversas6.
De acordo com Bastos e Pereira (2015) apud Machado (2018) é cada vez mais normal
notícias de fraudes com cartões de crédito, seja por compra através de telefone, internet
ou por fax ou, até mesmo, pelo simples fato de o cliente entregar o cartão ao vendedor e
o mesmo levá-lo a lugares fora do seu campo de visão. Também se tornou comum
notícia de fraude por e-mail, através do qual se induz os clientes a fornecer dados
pessoais, senhas, contas corrente e o número do cartão de crédito.
Azevedo (2012) apud Machado (2018) coloca que o cliente bancário é o alvo principal
das fraudes eletrônicas que infectam o computador utilizando uma ferramenta maliciosa
ou a indução da própria vítima a partir de uma mensagem fraudulenta que tem como
objetivo de repassar as informações para o agente fraudador. Diante disso, percebe-se
que o próprio sistema de informática da instituição bancária sofre invasão ou ataque
direto, nem mesmo aqueles provenientes dos provedores Internet.
As principais tentativas de fraude concretizadas sobre clientes do sistema financeiro e
usuários do ambiente Internet, se baseiam principalmente em ataques pishing scam e
pharming7.

2.2.3 Formas de actuação de fraudes por corrupção


A utilização do poder conferido ao corrupto é uma das principais formas de se conseguir
vantagens pessoais. Esse poder é manifestado tanto por posições e cargos exercidos que
garante acesso a processos específicos, quanto pela detenção de informações
privilegiadas relativas a diversos assuntos (PARDINI, et all 2011 apud MACHADO,
2018).
Para Pardini et al apud Machado (2018) as instituições bancárias adotam códigos de
conduta e medidas de conscientização educacionais no combate da corrupção. Outro

6
Guimarães (2010)
7
Segundo Azevedo apud Machado (2016)

19
recurso bastante usado é a conferência da veracidade e legalidade dos dados informados
nas operações de crédito. Essa tarefa é também operacionalizada pelas auditorias que
funcionam como mecanismos de pressão no monitoramento e verificação das suspeitas
e denúncias de ações corruptas.
As práticas de corrupção mais comuns compreendem os diferentes tipos de
desvios de recursos, a falsificação de documentos, a facilitação de assaltos, as
fraudes diversas, a lavagem de dinheiro, o pagamento ou recebimento de
propina, o tráfico de influência, a abertura de contas fantasmas, a quebra de
sigilo bancário, a venda ou utilização indevida de informações privilegiadas
(PARDINI et al apud MACHADO, 2018, p.41).

Dentre essas práticas, as mais recorrentes são a falsificação de documentos para fins
diversos, o pagamento ou recebimento de propina e a venda ou utilização indevida de
informações privilegiadas. No que se refere às práticas ou ações corruptas de maior
impacto, pode-se destacar o pagamento ou recebimento de propina para fins diversos e
as ações que envolvem maior risco de imagem para as instituições envolvidas.

2.3 Fatores que incentivam as fraudes


Existem sinais de alerta que podem ajudar na prevenção e identificação de fraudes nas
instituições, como as transações de compras e vendas fictícias, por exemplo. Assim, a
estrutura ou atuação inadequada da administração de uma entidade auditada, as pressões
internas e externas, as transações que pareçam anormais, problemas internos no
cumprimento dos trabalhos de auditoria e fatores específicos no ambiente de sistemas de
informação computadorizados são aspectos que também podem evidenciar a
predisposição à fraude8.
Cressey (1973) faz menção a existência de três elementos para explicar a ocorrência de
uma fraude: pressão, oportunidade e racionalização, cujos fatores passaram a ser
denominados de Triângulo da Fraude. Posteriormente, Wolfe e Hermanson (2004)
acrescentaram o quarto elemento: a capacidade que, em conjunto com as características
psicológicas do indivíduo (como mente criminosa e arrogância), formam o chamado
Diamante da Fraude.

2.4 Prevenção e detectação fraudes


O processo de prevenção de fraudes está intrinsecamente relacionado a possibilidade de
perdas para a organização. Uma análise de custo-benefício mensurando a probabilidade

8
Segundo Crepaldi (2009)

20
de danos e perdas prováveis que poderiam ser combatidas com a implantação de um
sistema de prevenção de fraudes deve ser considerada.
Os golpes podem ser inteligentes e engenhosos, mas nunca o bastante se souber como
evitá-los (CARREIRO, 2018).

2.4.1 Prevenção
A mais eficiente e proativa atitude para preservar os recursos da oganização é prevenir
que sejam desviados dos seus propósitos. Ainda que os componentes da prevenção
(gestão da ética, controles preventivos, transparência e accountability) 9 não impeçam
totalmente a ocorrência de fraude e corrupção, eles fazem parte das primeiras atividades
de defesa para diminuir o risco de fraude e corrupção numa organização (CARREIRO,
2018).
Em geral, devido ao melhor custo-benefício, medidas preventivas devem ser adotadas
para evitar o risco de fraude e corrupção, reduzindo as chances do seu cometimento.
Uma vez que o recurso toma um destino fraudulento, tentar mitigar o dano provocado
por um desvio é uma atividade pouco eficiente. O histórico de recuperação
administrativa desses ativos é desfavorável para qualquer tipo de organização,
especialmente no caso das empresas moçambicanas. Os meios de recuperação são lentos
e custosos, obrigando a organização a alocar recursos humanos, e, portanto, mais
recursos financeiros, para recuperar o recurso desviado e sem garantia de êxito.
No entanto, a grande perda não está no recurso desviado nem no seu custo de
recuperação, porque mesmo se ao fim de um procedimento administrativo ou judicial
for possível recuperar um recurso desviado, o dano provocado pela perda de
oportunidade é irrecuperável (CARREIRO, 2018).
Na medida em que um recurso é alocado a atender a uma política pública, um serviço
público, uma obra ou algum outro benefício à sociedade e por conta do desvio deixa de
se atingir esse objetivo inicial, a posterior recuperação desse recurso não vai
restabelecer o benefício social que deixou de ser proporcionado, gerando uma perda de
oportunidade.
O risco de fraude e corrupção deve ser considerado já nas etapas iniciais de elaboração
de políticas, programas, atividades ou processos organizacionais, para que medidas
preventivas sejam concebidas desde a origem.
Na visão de Carreiro (2018, p.35):
9
Para mais informações sobre as formas e tipos de prevenção de fraudes ler Carreiro (2018)

21
A prevenção não é só mais eficiente na preservação do recurso da
organização, mas também confere efetividade ao benefício social que se
pretenda alcançar com esses recursos. Com isso em mente, o mecanismo da
prevenção é composto por três componentes: gestão da ética, controles
preventivos, transparência e accountability (CARREIRO, 2018, P.35).

Por meio de um ambiente ético, reduz-se a disposição para desvios de condutas e


formação de conluios e aumenta-se a propensão para denúncias. Por meio de controles,
reduz-se o risco de que vulnerabilidades sejam exploradas por fraudadores e corruptos.
Por meio da transparência e accountability, aumenta-se a capacidade de observação dos
atos e fatos na gestão pública pelas partes interessadas (stakeholders) da organização e
aferição dos resultados obtidos. Abaixo arrolamos os mecanismos de prevenção de erros
e fraudes

2.4.1.1 Gestão da ética e integridade


Se a prevenção é o mecanismo mais eficaz no combate a fraude e corrupção, a gestão da
ética e integridade é o seu componente imprescindível. A gestão da ética e integridade é
a fundação para a gestão das demais atividades da organização (CARREIRO, 2018).
Para Perreira (2015), se omissa ou falha, manchará a gestão, e qualquer atividade pode
levantar dúvidas quanto à legitimidade, probidade e motivação dos seus atos.
Ainda segundo o autor acima:
Sem essa confiança de que a gestão está sendo feita pelos motivos certos,
servidores e partes interessadas podem se questionar se vale a pena manter os
seus valores e passar a assumir comportamento reprovável, levando a
organização a uma espiral decadente (PERREIRA, 2015, p.45).

Segundo Carreiro (2015, p.37) A gestão da ética se faz tanto com controles sutis (soft
controles) quanto com controles duros (hard controls).
Os controles sutis podem ser considerados medidas que influenciam a motivação –
lealdade, integridade, tom da alta administração, inspiração e valores dos servidores
(CARREIRO, 2015, p.37).
Componente P1 – Gestão da ética e integridade
Prática P1.1 – Promover a cultura da ética e da integridade na organização
Prática P1.2 – Estabelecer comportamento ético e íntegro da alta administração
Prática P1.3 – Estabelecer, divulgar e esclarecer o código de ética e de conduta
Prática P1.4 – Promover comissão de ética
Prática P1.5 – Instituir política de prevenção de conflitos de interesse
Prática P1.6 – Estabelecer condições para lidar com variação significativa de
patrimônio
Prática P1.7 – Regular o recebimento de presentes e participação em eventos
Tabela 2- Práticas que que podem ser empreendidas visa no âmbito da Gestão da ética e integridade

22
Fonte: Carreiro

O comportamento resultante dessas medidas é a cultura organizacional. Já os controles


duros podem ser definidos como medidas que induzem uma mudança direta e visível no
comportamento dos servidores por meio de normas, estruturas, controles, tarefas,
responsabilidades e autorizações (PERREIRA, 2015).
Se por um lado os controles duros são tangíveis, objetivos e fáceis de testar, por outro
lado os controles sutis são intangíveis, subjetivos e difíceis de testar. Devido a essa
característica, as auditorias internas têm dificuldade de avaliar os controles sutis,
preferindo atuar nos controles duros, o que abre espaço para condutas antiéticas, ainda
que em conformidade com as normas.
Perreira (2015) afirma que as práticas do componente “gestão da ética e integridade”
baseiam-se principalmente no exemplo da alta administração, no estabelecimento de
códigos, estrutura, comunicação, treinamento, sanções e monitoramento.
Prestigiar a integridade dos servidores e promover o comportamento ético da alta
administração são medidas abstratas, ao passo que estabelecer um código e comissão de
ética são medidas concretas (CARREIRO, 2015, p.38).
As práticas desse componente acautelam as fraudes, levando os envolvidos com a
organização a nem considerarem a hipótese de as cometer.

2.4.1.2 Controles preventivos


Uma vez estabelecido um ambiente positivo de cultura organizacional por meio das
práticas do componente anterior, a prevenção ainda requer o ceticismo de que nem
todos, incluindo a alta administração, membros dos conselhos, servidores e partes
interessadas, se comportarão conforme esperado apenas pela influência de seus valores
morais e éticos (CARREIRO, 2018).
Assim, para Perreira (2015) havendo oportunidade, existirão pessoas dispostas a atentar
contra a organização. Mesmo que esse contingente seja pequeno perante o todo, seu
desejo de obter ganhos ilícitos pode provocar grandes perdas à organização.
Na visão de Carreiro (2018, p.46) para que a organização se proteja desse grupo de
pessoas, a prevenção se faz por meio de controlos.
Esses controles geram uma expectativa nos potenciais fraudadores e
corruptos de que poderão ser pegos e, com isso, eles podem preferir não
correr esse risco. Os controles preventivos funcionam dissuadindo o
cometimento da fraude e da corrupção (CARREIRO, p.46).

23
Componente P2 – Controles preventivos
Prática P2.1 – Estabelecer sistema de governança com poderes de decisão
balanceados e funções críticas segregadas
Prática P2.2 – Estabelecer política e plano de combate a fraude e corrupção da
organização
Prática P2.3 – Estabelecer política e práticas de gestão de recursos humanos para
prevenir fraude e corrupção
Prática P2.4 – Estabelecer política e práticas de gestão de relacionamento com
entidades e pessoas que recebam recursos financeiros ou que dependam do poder de
compra e de regulação da organização
Prática P2.5 – Gerenciar riscos e instituir mecanismos de controle interno para o
combate a fraude e corrupção
Prática P2.6 – Implantar função antifraude e anticorrupção na organização
Prática P2.7 – Promover programa de capacitação sobre combate a fraude e
corrupção
Prática P2.8 – Comunicar a política e gestão de risco de fraude e corrupção e os
resultados das correções nos casos detectados
Tabela 3- Praticas que podem ser empreendidas no âmbito do Controle preventivo
Fonte: Carreiro (2018)

Machado (208) afirma existir forte ligação entre a incidência de fraude e corrupção e
fracos controles preventivos. Em muitos casos em que a fraude e a corrupção são
detectadas, é possível que tenham havido falha nos controles preventivos, que
permitiram que o incidente ocorresse.
É essencial que a organização reavalie seus controles preventivos direcionados para a
fraude e corrupção e decida se algum aperfeiçoamento é necessário. Em caso positivo, o
aperfeiçoamento deve ser implementado assim que for possível, desde que a relação
custo-benefício seja vantajosa (PERREIRA, 2015).
As empresas devem sempre considerar que estão ininterruptamente sujeitas à ocorrência
de fraude e corrupção e ciente de que nem toda fraude e corrupção pode ser prevenida e,
nesses casos, deve avaliar se é mais vantajoso implementar controlos detectivos do que
preventivos.

2.4.1.3 Transparência e accountability


Se a organização se esforça para ter um ambiente correto e ético e atua para que a
fraude e corrupção não ocorram, não há motivos para que ela não demonstre isso à
sociedade (CARREIRO, 2018, p.36).
Componente P3 – Transparência e accountability
Prática P3.1 – Promover a cultura da transparência e divulgação proativa das
informações, utilizando-se especialmente dos meios de tecnologia da informação
Prática P3.2 – Promover a cultura da prestação de contas e responsabilização pela

24
governança e gestão
Tabela 4- Práticas que podem ser empreendidas no âmbito da transparência e Accountability
Fonte: Carreiro (2018)

Permitir que terceiros observem as decisões da alta administração e acompanhem os


resultados da gestão contribuirá para que a própria organização reveja os seus processos
antifraude e anticorrupção, identificando os aspectos que precisam ser melhorados. Mas
isso só é possível se a organização instrumentalizar a sociedade com dados e fatos,
promovendo a transparência e o accountability.

2.4.2 Detecção
A detecção consiste na obtenção de informações suficientes que garantam uma
investigação. Essas informações podem resultar de controlos estabelecidos, de
auditorias realizadas e de fontes internas e externas à organização.
Um forte fator de dissuasão da fraude e corrupção é a consciência em todos de que
mecanismos detectivos estão em vigor, o que acaba tendo o efeito de prevenção.
Entretanto, enquanto na prevenção as medidas são aparentes, na detecção as medidas
são, por natureza, ocultas, o que significa que, em sua maioria, são executadas sem que
servidores e partes interessadas saibam que estão sendo operacionalizadas no dia-a-dia
da organização (CARREIRO, 2018).
Fazem parte dos componentes de detectação de fraudes segundo Carreiro (2018): os
controlos detectivos; os canais de denúncias e por fim a auditoria internam 10.Ainda
segundo a mesmo autor acima citado o objetivo primário da detecção é evidenciar a
fraude e a corrupção que está ocorrendo ou já ocorreu.
A detecção tem a função de identificar as fraudes e corrupções, caso as medidas
preventivas falhem. Há que se considerar que, mesmo com as práticas de prevenção
implantadas, alguns agentes podem decidir pelo cometimento de fraude e corrupção,
seja porque avaliam que os riscos são baixos, seja porque os benefícios são vultosos, ou
seja, a relação risco-benefício da fraude e da corrupção é, ainda, favorável na sua
avaliação (MACHADO, 2018).
Para Carreiro (2018) no combate a determinados esquemas de fraude e corrupção, os
mecanismos de detecção se tornam mais atraentes, pois apresentam custo-benefício
melhor do que os mecanismos de prevenção. No entanto, toda organização deve

10
Para mais informações sobre as formas e tipos de prevenção de fraudes ler Carreiro (2018)

25
considerar tanto a prevenção quanto a detecção da fraude, pois, combinados, esses
mecanismos aumentam a efetividade da estratégia de combate.
Os mecanismos de detectaçao propostos pelos autores estão apresentados abaixam:

2.4.2.1 Controles detectivos


Tal como o gerente da atividade é o principal agente na prevenção por meio de
controlos internos, ele também deve ser o principal responsável pelos controles internos
detectivos.
O propósito desses controles é verificar os registros em busca de fraudes e corrupções
que já ocorreram ou estão ocorrendo (CARREIRO, 2018, p.66).
Componente D1 – Controles detectivos
Prática D1.1 – Controles reativos de detecção
Prática D1.2 – Controles proactivos de detecção
Prática D1.3 – Documentar as técnicas de detecção de fraude e corrupção
Tabela 5- Praticas que podem ser empreendidas no âmbito do controle detectivo
Fonte: Carreiro (2018)

Segundo Machado (2018), a detecção das fraudes e corrupções não só aciona os


mecanismos de investigação e de correção a fim de identificar e punir o responsável e
recuperar o montante desviado, mas também pode impedir a sequência de novas fraudes
e corrupções, possuindo, portanto, efeitos preventivos.

2.4.2.2 Canal de denúncias


A denúncia é um dos principais mecanismos pelo qual a fraude e a corrupção são
identificadas (FERREIRA, 2015).
As organizações nunca eliminarão o risco de fraude e corrupção por completo; por mais
que se esforcem em detectar fraude e corrupção com base em controles e informações
internas, há limites práticos para isso (CARREIRO, 2018).
Componente D2 – Canal de denúncias
Prática D2.1 – Estabelecer canal de denúncias
Prática D2.2 – Gerenciar as denúncias recebidas
Prática D2.3 – Análise e admissibilidade das denúncias
Tabela 6- Práticas que podem ser empreendidas no âmbito do estabelecimento de canais de denúncias
Fonte: Carreiro (2018)

Ainda de acordo com Carreiro (2018) controles baseados em amostragem deixam


margem para que a fraude e a corrupção ocorram por longos períodos até serem
detectadas. As fraudes e corrupções que ocorrem abaixo dos limiares dos controles, em

26
geral por gestores que sabem dos valores desses limiares, se tornam também invisíveis.
Fraude e corrupção cometidas mediante conluio de servidores, alta administração,
beneficiários de programas, usuários de serviços públicos e fornecedores desafiam todos
os controles possíveis.
Esses são casos que justificam a adoção de canais denúncias. Os indivíduos e as partes
interessadas estão em todos os lugares, e a organização deve estar preparada para tira
aproveito desse controle difuso e gratuito.

2.4.2.3 Auditoria interna


O processo de auditoria interna representa o foco do presente trabalho de pesquisa.
Carreiro (2018) identifica esta como sendo um dos mecanismos possíveis de detectação
de erros e fraudes.
Carreiro (2018) justifica sua posição afirmado que:
A auditoria interna auxilia a organização no tocante à avaliação da eficácia e
adequação da política e do plano de combate a fraude e corrupção, da gestão
de risco de fraude e corrupção, dos respectivos controles internos e da gestão
da ética e da integridade organizacional, por meio de aconselhamento e de
propostas de aperfeiçoamento, sendo a sua função primordial avaliar se os
controles internos implementados pelo gestor são adequados para mitigar os
riscos de fraude e corrupção identificados (CARREIRO, 2018, p.77).

Pode, também, auxiliar o disgestor a identificar e avaliar os riscos enfrentados por sua
organização. Assim, a importância que uma organização atribui às atividades de
auditoria interna é uma indicação do compromisso da alta administração com uma
política e um plano de combate a fraude, com uma gestão de riscos, com a ética, com a
integridade e com controles internos de fraude e corrupção eficientes e eficazes.
Eventualmente, a auditoria interna pode identificar fraude e corrupção no curso de uma
auditoria ou contribuir com seu conhecimento técnico para subsidiar uma investigação.
Componente D3 – Auditoria interna
Prática D3.1 – Avaliar a política, o plano, a gestão de risco de fraude e corrupção e os
controles internos da organização
Prática D3.2 – Avaliar a cultura e gestão da ética e da integridade
Prática D3.3 – Planejar e realizar auditorias e investigações de fraude e corrupção
Prática D3.4 – Estabelecer uma sistemática de divulgação de relatórios que tratam de
fraude e corrupção
Tabela 7- Acções a serem empreendidas no âmbito da Auditoria Interna
Fonte: Prórpia

Machado (2018), por sua vez afirma que em organizações com alto risco de fraude e
corrupção, a auditoria interna tem sido demandada a detectar indícios ou investigar

27
ocorrências de tais crimes. Investigações, usualmente, utilizam como base as falhas de
controle e os indícios de fraude e corrupção identificados nas avaliações.
Auditorias internas com papel complementar de investigação devem possuir suficientes
competências sobre esquemas de fraude e corrupção, técnicas de investigação, medidas
corretivas e punitivas, e cooperação e parceria com órgãos de controle, fiscalização,
investigação e judiciais (CARREIRO, 2018).
Grandes organizações usualmente possuem unidades antifraude e anticorrupção com
atribuição de investigação. Nesse caso, parcerias podem ser formadas entre essa unidade
e a auditoria interna, com o objetivo de melhor investigar os eventuais casos.
Segundo Perreira (2015), na condução de auditorias, a responsabilidade do auditor
interno no tocante à detecção de fraude e corrupção é ter suficiente conhecimento sobre:
os esquemas de fraude e corrupção, para ser capaz de identificar indícios dessas
ocorrências; a existência de controlos fracos que podem permitir a ocorrência de fraude
e corrupção; testes adicionais direcionados para a identificação de outros indicadores de
fraude e corrupção; avaliação de indicadores de fraude e corrupção que podem ter
ocorrido e decidir se alguma ação adicional é necessária ou se uma investigação deveria
ser recomendada; notificação das autoridades apropriadas da organização, se existir
suficiente indício para recomendar uma investigação.
As avaliações realizadas pela auditoria interna acerca da adequação e suficiência dos
controles internos de fraude e corrupção são fundamentais para a identificação de
indícios e até mesmo de evidências de fraude e corrupção, e servem de base para
investigações internas ou externas (MACHADO, 2018).
A organização deve proporcionar aos auditores internos oportunidade de capacitação na
teoria e na prática de combate a fraude e corrupção, para que possam desempenhar o
papel que é esperado deles.

2.5 O papel do auditor interno nas fraudes ou erros


De acordo com Lima et al (2014, p.14) a responsabilidade primária na prevenção e
identificação de fraude e erros é da administração da entidade, através da
implementação e manutenção de adequado sistema contábil e de controlo interno.
Mesmo assim, não podemos eximir totalmente os auditores na luta pela prevenção
contra as fraudes, uma vez que são estes que geralmente estão directamente ligados a
contabilidade da empresa e possuem conhecimentos profundos para uma rápida
detectação de possíveis fraudes ou erros.

28
Sá (2002, p. 51) apud Lima et al (2014, p.14) afirma que “o auditor localiza, relata a
correção dos erros, mas não é sua responsabilidade a execução da correção”.
O trabalho do auditor é garantir que a contabilidade da empresa esteja precisa e honesta,
e quando for planejar a auditoria deve averiguar com a administração da organização
sobre qualquer fraude ou erro que tenha sido detectado anteriormente; ele deve possuir
o conhecimento necessário das atividades de auditoria interna para auxiliar, planejar e a
desenvolver de maneira eficaz (LIMA et al 2014, p.14).
Podemos entender com isso que o acima mencionado propõe que ao auditor cabe-lhe
apenas obrigação de notificar a fraude ou erro à administração da entidade e recomendar
medidas corretivas, informando sobre os possíveis efeitos no seu parecer, caso elas não
sejam adotadas. Ele deverá ainda avaliar o sistema contábil como um todo, ou seja,
verificar a estrutura e o desempenho da administração se é controlada sem uma
supervisão eficaz ou se existe uma estrutura departamental organizada.
Ao empregar os serviços de auditoria, é fundamental à ação conjunta da administração e
do auditor, além de um bom controlo interno que adequará a realidade da organização à
situação real econômica e financeira, a fiscalização das transações ocorridas, a
credibilidade das demonstrações contábeis, dentre outros.
Além disso, alguns princípios deverão ser seguidos para que os objetivos e as
metas dos sistemas de controlos internos sejam cumpridos de forma eficaz e
eficiente. São eles: responsabilidade, rotinas internas, acesso aos ativos,
segregação de funções, confronto dos ativos com os registros, amarrações do
sistema e auditoria interna (SIMÃO, 2009, p. 5 apud LIMA et al 2014, p.15)

A detecção de fraudes não é tarefa fácil de realizar, até porque pessoas que planejam
fraudes normalmente são pessoas muito inteligentes e que tentam preservar-se de
quaisquer suspeitas, utilizando-se, para tal fim, vários meios, inclusive as facilidades
que a tecnologia traz. Em contrapartida, a detecção do erro é mais simples porque ele
vem sempre seguido de falhas, ficando evidente que houve o erro devido à ignorância
por parte de quem efetuou ou desenvolveu11.
Como afirmamos anteriormente não é a principal função da auditoria a detecção de
fraudes e erros, mas sim de emitir uma opinião quanto à confiabilidade das
demonstrações; no entanto, em sua execução poderá ser detectados erros e fraudes
cabendo ao auditor comunicar a administração da empresa, bem como sugerir possíveis
correções.

11
Segundo Lima, 2014, p.16

29
Para tal os auditores utilizam-se de algumas estratégias e técnicas para identificar e
dimensionar as fraudes contra a organização que são: conciliação de saldos e contas,
análise comparativa, inspeção de documentos, inspeção física (por exemplo, em
estoques), confirmação com terceiros, investigação a agentes internos e externos
(funcionários, clientes, fornecedores, etc), aplicação de números e conformidade dos
procedimentos internos (LIMA et al 2014, p.17)
Assim, acordo com o Almeida (2008, p.134) para as organizações, existem inúmeras
medidas eficazes para prevenir e combater as fraudes internas, nomeadamente:
Analise dos fluxos operacionais e identificação prévia dos pontos de risco
para sucessivo intenso monitoramento e adoção de outras medidas
preventivas; Troca periódica (a cada dois ou três anos no máximo), ou
rotação, dos auditores; Criação de um apropriado manual de normas e
procedimentos internos, a ser aplicado pelos funcionários em todas as
funções sensíveis; Estruturação de um sistema de administração e
monitoramento eficientes com troca e verificação constante e redundante de
informações entre os vários departamentos; Rotação frequente, quando
possível, de funcionários em posições sensíveis a fraudes; Criação de equipas
para condução de funções chave e sensíveis a fraudes, eliminando estruturas
de decisão e centros de controlo independentes; Estruturação de uma
adequada política de alçadas, autorizações e controles em todas as funções
sensíveis (por exemplo, no uso de senhas para operações bancárias via
internet); Monitoramento de mudanças repentinas e/ou injustificadas no estilo
de vida ou comportamento de funcionários responsáveis por posições
sensíveis; Adoção de regras de segurança no projeto e desenvolvimento dos
sistemas informativos internos; Atenção à reclamações de fornecedores ou
clientes que possam ter origem em comportamentos fraudulentos de
funcionários; etc (ALMEIDA 2008, p.134).

Essas medidas propostas por esse autor constituem uma mais-valia para as organizações
que desejam prevenir contra os erros ou fraudes como é ocaso da empresa Mcel, que é
objecto de estudo da presente monografia.

2.6 Evidências
É impossível que a presenta monografia debata o assunto relacionado com o processo
de auditoria interna na FIPAG sem que seja esclarecido ou debruçado sobre o que são
evidências num processo auditoria. Isso vai permitir dentre outras coisas que possamos
ter uma melhor compreensão nos pontos subsequentes que serão abordados neste
trabalho.
Segundo Carneiro (2012, p.18) evidência em auditoria compreende as informações
utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião,
sendo que inclui as informações contidas nos registros contábeis que suportam as
demonstrações contábeis e outras informações.

30
Para o mesmo autor a adequação da evidência de auditoria é uma medida da qualidade
da evidência de auditoria, isto é, a sua relevância e confiabilidade para suportar as
conclusões em que se fundamenta a opinião do auditor. Já no que refere a Suficiência da
evidência de auditoria Carneiro (2012, p.18) afirma por sua vez que é a medida da
quantidade da evidência de auditoria. A quantidade necessária da evidência é afetada
pela avaliação do auditor dos riscos de distorção relevante e também pela qualidade da
evidência da auditoria.
A prova adquirida pelo auditor em consequência de utilização dos métodos de auditoria
é denominada de evidência, que é empregado para explicar se os critérios utilizados
estão ou não reflectindo as fases de planeamento.
Em auditoria existem os seguintes tipos de evidência:
Evidência Física- observação de pessoas, locais ou eventos. Pode ser obtido
por meio de fotografias, vídeos, mapas, e costuma causar grande impacto. A
fotografia de uma situação insalubre ou insegura, por exemplo, pode ser mais
convincente do que uma longa descrição; Evidência Documental - é o tipo
mais comum de evidência. Pode estar disponível em meio físico ou
eletrônico. É obtida de informações já existentes, tais como ofícios,
memorandos, correspondências, contratos, extratos, relatórios. É necessário
avaliar a confiabilidade e a relevância dessas informações com relação aos
objetivos da auditoria; Evidência Analítica - obtida por meio de análises,
comparações e interpretações de dados e informações já existentes, este
trabalho pode envolver análise de taxas, padrões e tendência mais difícil de
obter; Evidência Testemunhal- obtida por meio de entrevistas, grupos focais,
questionários. Para que a informação testemunhal possa ser considerada
evidência, e não apenas contextualização, é preciso corroborá-la, por meio de
confirmação por escrito do entrevistado ou existência de múltiplas fontes que
confirmem os fatos (CARNEIRO 2012, p.18)

Diante de evidências que expõem de erros e fraudes, pode-se declarar que determinados
setores dentro da empresa, particularmente de onde são provenientes de fraudes e erros
merecem uma atenção especial do auditor no que referem-se à apreciação do controle
interno e possíveis indícios de projeto de fraudes.
Sendo assim a auditor interno precisa ser muito prudente, possuir entendimento intenso
do negócio da empresa e da legislação moçambicana para se certificar se os
procedimentos contábeis utilizados estão em conformidade com os princípios
fundamentais de contabilidade e a legislação vigente.

2.7 FIPAG- Fundo de investimento e património de abastecimento de água


O Fundo de investimento e património de abastecimento de água, é uma empresa
estabelecida pelo decreto numero 73/98 do Conselho de Ministros de 23 de Dezembro
de 1998. O abastecimento de água com fundos fixos, previamente na disposição das

31
empresas estatais nas cidades de Maputo, Beira, Quelimane, Nampula e Pemba foram
transferidas ao FIPAG.12
Foi constituído um fórum Coordenador com órgão consultivo na Participação do sector
privado (PSP) para o Ministério das Obras Públicas e Habitação e é Presidido pelo
Director do DNA (Direção Nacional de Águas) inclui membros nomeados pelo
Ministério do Plano e Finanças e MAE- Ministério da Administração Estatal, assim
como representantes da CRA, FPAG e autoridades locais13.
O FIPAG foi criado para assumir os trabalhos e compromissos para o estabelecimento
de águas das quatro empresas de água de Beira, Quelimane, Nampula e Pemba. A
autoridade e responsabilidade do FIPAG incluem: (1) a gestão financeira e investimento
para a reabilitação e expansão do património dos sistemas de abastecimento de água;
(2)a maximização da eficiência e o retorno do património existente e; (3) o contrato de
gestão, monitoramento e garantia do cumprimento das obrigações contratuais do
operador privado em Moçambique14.
Ao nível do de Inhambane, o Sitesma de Abasteciemtno de Água Operacional de
Inhambane (AOI) localiza-se na cidade de Inhambane, município do mesmo nome e
integra 4 sistemas nomeadamente: da Cidade, Salela, Nhamua e Josina Machel
dispondo de cerca de 148.081km de tubagem de rede de distribuição e 15.352km de
tubagem de autoras15.
A principal fonte de captação de água é superficial para o sistema de Guiua e
subterraena para os Sistemas de Salela, Nhamua e Josina Machel. No geral a capacidade
de captação situa-se na ordem de 14.436m3/dia e a média praticada na ordem de
14916m3/dia. A capacidade de produção instalada é de 30536m3/dia e actualmente a
praticada esta na ordem dos 11176m3/dia16.

12
Segundo o FIPAG. Disponivel em: http://www.fipag.co.mz/index.php/pt/sobre-nos/historial-do-fipag
13
Segundo o FIPAG. Disponível em: http://www.fipag.co.mz/index.php/pt/sobre-nos/historial-do-fipag
14
Segundo o FIPAG. Disponível em: http://www.fipag.co.mz/index.php/pt/sobre-nos/historial-do-fipag
15
Segundo o FIPAG. Disponível em: http://www.fipag.co.mz/index.php/pt/areas-de-actuacao/inhambane
16
Segundo o FIPAG. Disponível em: http://www.fipag.co.mz/index.php/pt/areas-de-actuacao/inhambane

32
CAPÍTULO III: METODOLOGIA
Este capítulo aborda a maneira como foi realizada a pesquisa, com a respectiva menção
dos passos que se deram para a concretização deste trabalho de pesquisa.

3.1 Método científico


O método é o conjunto das actividades sistemáticas e racionais que, com maior
segurança e economia, permite alcançar o objectivo, conhecimentos válidos e
verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista, (MARCONI & LAKATOS, 2003).
Assim, para a realização deste trabalho de pesquisa foram adoptados métodos
científicos que permitiram ao pesquisador a obtenção de dados e sua posterior
interpretação, observando sempre as diretrizes que estão convencionadas no âmbito de
realização de uma pesquisa científica.
É importante realçar que esse trabalho fez uso de um método indutivo no que ao
processo de inferência de dados colhidos diz respeito. A indução é um processo mental
por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados,
infere-se uma verdade geral ou universal, a partir das partes examinadas, (MARCONI &
LAKATOS, 2003). Desta forma, podemos afirmar que a partir dos dados obtidos no
terreno, passaremos a generalizar para o contexto organizacional, neste caso o FIPAG-
Delegação de Inhambane.

3.2 Tipologias de pesquisa


3.2.1 Quanto aos objectos
Tendo este trabalho de pesquisa o intuito de saber a influência que o processo de
auditoria interna desempenhou na prevenção de erros e fraudes, o método de pesquisa
exploratória revela-se o mais adequado na medida que vai possibilitar uma maior
compreensão do problema identificado.
O método de pesquisa exploratória é usado com o objectivo de proporcionar uma visão
geral, de tipo aproximativo acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado
especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele
formular hipóteses precisas e operacionalizáveis (GIL, 2007).
A pesquisa exploratória facilitou o processo de desenvolvimento, esclarecimento de
conceitos e ideias, que garantiram um maior entendimento da importância e relevância
que o processo de auditoria interna apresenta nas actividades do FIPAG-AOI, com base

33
nas informações retiradas da entrevista e questionário realizada no local objecto de
estudo. Ademais, este tipo de pesquisa possibilitou a uma maior aproximação entre o
pesquisador e o problema.

3.2.2 Quanto a abordagem


Em relação a abordagem essa pesquisa é mista, pois incorpora no seu corpo análise
qualitativas e quantitativas.
A abordagem qualitativa preocupa-se com aspectos da realidade que não podem ser
quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações
sociais (GERHARDT e SOUZA, 2009, p.37). Assim foi possível explicar de forma
mais aprofundada possível, as informações recolhidas no terreno mesmo que não
fossem quantificáveis.
Por outro lado, também foi feito o uso de uma abordagem quantitativa na análise dos
dados, que segundo Fonseca (2002) apud Garhardt e Souza (2009) são pesquisas que se
centram na objectividade, considerando ainda que a realidade só pode ser compreendida
com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos
padronizados e neutros.
Por esse tipo de pesquisa recorrer a linguagem matemática para descrever as relações
entre as variáveis, o seu uso revelou-se imprescindível na realização desta monografia.

3.2.3 Quanto ao procedimento


Uma vez que se pretende estudar sobre a importância do processo de auditoria interna
em uma instituição específica, no caso o Área Operacional de Inhambane, fica claro que
o procedimento usado foi o de estudo de caso. Para Garhardt e Souza (2009) um estudo
de caso pode ser caracterizado como sendo um estudo de uma entidade bem definida
como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa ou uma
entidade social.
Assim, ao proceder-se com a análise da relevância da auditoria interna na garantia de
boas práticas administrativas bem como no combate e prevenção de erros e fraudes,
esperamos que as conclusões a serem retiradas deste estudo sejam de grande utilidade
não só para os gestores da instituição em estudo como também para o público
interessado no problema levantado nesta pesquisa.
No estudo de caso da instituição objecto de estudo, o pesquisador não pretende interferir
no problema identificado, mas sim revela-lo como ele percebe.

34
3.3 Técnicas de recolha de dados
Para a recolha de dados, foram usadas como instrumentos de obtenção de dados a
entrevista e questionário. A escolha dessas técnicas deveu-se a natureza da instituição e
do tema a ser abordado nesta pesquisa. Abaixo apresentamos com mais detalhes as
motivações para a escolha de cada uma dessas técnicas bem como as facilidades ou
vantagens que tais instrumentos proporcionaram na obtenção de dados.

3.3.1 Entrevista
A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha
informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza
profissional (MARCONI e LAKATOS, 2003).
A escolha dessa técnica para a colheita de dados no FIPAG-AOI deve-se ao facto de: a
entrevista possibilitar a obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida
social; a entrevista é uma técnica muito eficiente para a obtenção de dados em
profundidade acerca do comportamento humano; os dados obtidos são suscetíveis de
classificação e de quantificação.
Assim foram entrevistados funcionários de diferentes níveis hierárquicos do FIPAG-
Delegação de Inhambane de modo que as respostas obtidas fossem satisfatórias e
representativas o máximo possível da instituição em analise.

3.3.2 Questionário
O questionário consiste no conjunto de questões que são submetidas as pessoas com o
propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores,
interesses, expectativas, aspirações, comportamento presente ou passado etc. (GIL,
2009, p.12).
A adopção dessa técnica deveu-se as inúmeras vantagens que esta proporciona como:
possibilita atingir grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas numa área
geográfica muito extensa, já que o questionário pode ser enviado pelo correio; implica
menores gastos com pessoal, posto que o questionário não exige o treinamento dos
pesquisadores; garante o anonimato das respostas; permite que as pessoas o respondam
no momento em que julgarem mais conveniente; não expõe os pesquisados à influência
das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado.

35
No entanto esta técnica também apresenta inconvenientes e limitações que segundo Gil
(2009) consistem em: excluir as pessoas que não sabem ler e escrever, o que, em certas
circunstâncias, conduz a graves deformações nos resultados da investigação; impede o
auxílio ao informante quando este não entende corretamente as instruções ou perguntas;
impede o conhecimento das circunstâncias em que foi respondido, o que pode ser
importante na avaliação da qualidade das respostas; não oferece a garantia de que as
maiorias das pessoas devolvam-no devidamente preenchido, o que pode implicar a
significativa diminuição da representatividade da amostra; envolve, geralmente, número
relativamente pequeno de perguntas, porque é sabido que questionários muito extensos
apresentam alta probabilidade de não serem respondidos; proporciona resultados
bastante críticos em relação à objetividade, pois os itens podem ter significado diferente
para cada sujeito pesquisado.

3.4 Universo e amostra


3.4.1 Universo
Segundo Gil (2008), universo ou população é um conjunto definido de elementos que
possuem determinadas características. Para a presente pesquisa constituem o universo
todos os funcionários do FIPAG-AOI.
Dados obtidos no terreno apontam que existem cerca de 78 elementos afectos a
instituição objecto deste estudo que exercem suas actividades nos diferentes
departamentos do FIPAG.

3.4.2 Amostra e Amostragem


Amostra é um subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se
estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população (GIL, 2008).
O tamanho da amostra foi de 25 elementos sendo 21 funcionários dos diferentes
departamentos, 3 auditores e 1 que é o gestor da organização, neste caso administra o
FIPAG-AOI. Esse número de elementos da amostra é bastante significativo tratando de
um estudo de caso, pelo facto destas apresentarem como uma das suas particularidades
ser profundo no processo de pesquisa, mas com pouquíssima amplitude em termos de
dimensão da amostra, já que o grande objectivo não é fazer estimativas da população
mas si, compreender e se familiarizar com mais profundidade o problema identificado.

Quantidades Instrumentos

36
Descrição Universo Amostra utilizados na
recolha de dados
Funcionários 71 21 (29,58%) Questionário
Auditores 6 3 (50%) Questionário
Gestores/Director 1 1 (100%) Entrevista
Total 78 25 (32,05%)
Tabela 8- Relação percentual dos elementos da amostra
Fonte: Própria

O processo de amostragem escolhido foi de amostragem intencional ou por julgamento


que mostrou ser bastante conveniente já que permitiu inquerir elementos que julga-se
serem os mais aptos a responder as questões de modo realístico, de tal forma que se
possam ter resultados mais próximos a realidade actual do problema identificado na
instituição objecto deste estudo.

CAPÍTULO IV: ANÁLISE E DEMOSTRAÇÃO DOS RESULTADOS


Nesta etapa vamos proceder com análise dos principais pontos, com base nos dados
obtidos no campo com o fim de esclarecer o problema identificado. A análise vai
obedecer uma abordagem qualitativa e quantitativa tal como afirmávamos na
metodologia, com esta última abordagem exigindo muita das vezes a elaboração de
gráficos de modo a sintetizar os dados obtidos. A análise dos dados será acompanhada
sempre que necessária com teorias e opiniões de autores conceituados nas matérias em
discussão.

4.1 Importância do processo de auditoria interna no auxílio a boas práticas


administrativas no Área Operacional de Inhambane
O presente trabalho de pesquisa em termos de problema identificado pode ser subdivido
em duas partes: a primeira prende-se com a importância do processo de auditoria interna
no auxílio de boas práticas administrativas pelos órgãos da gestão do FIPAG-AOI e
uma segunda parte sobre a sua importância no combate e prevenção de erros e fraudes.
Relativamente ao primeiro aspecto em discussão neste tópico, a opinião dos
funcionários é unânime com todos os 21 funcionários que responderam ao inquérito
afirmando que a auditoria interna tem sido importante para o alcance de boas práticas de
gestão.
Descrição N° %
A auditoria interna é importante no FIPAG-AOI 21 100,00

37
A auditoria interna não é importante no FIPAG-AOI 0 0,00
Total 21 100,00
Tabela 9- Percepção de importância da auditoria interna do FIPAG-Área Operacional de Inhambane
Fonte: Primária

O mesmo pensamento é partilhado pelo gestor da instituição, que lhe foi dirigida uma
entrevista, sendo que ao perguntarmos sobre a importância da auditoria interna no
auxílio as decisões tomadas pelos órgãos de gestão ele respondeu nos seguintes termos:
“Sim (é importante a auditoria interna para a gestão do FIPAG), dado que é
com base no trabalho e nas recomendações da auditoria interna que
melhoramos os procedimentos internos de gestão, o sistema de controlo
interno e asseguramos que as políticas contabilísticas adoptads estejam de
acordo com as normas internacionais de relato financeiro e legislação fiscal
em vigor no país com vista a garantir a fiabilidade da informação
financeira”

Este pronunciamento é bastante elucidativo da importância deste processo na melhoria


das práticas administrativas, principalmente quando vindas do gestor da organização em
causa e consubstancia o defendido por Teixeira (2006) auditor interno deve ser um
componente activo da engrenagem da gestão interna, fazendo com que as suas
observações recolhidas nos trabalhos de campo, sejam úteis e essenciais na procura de
uma adequada gestão de recursos.
Ainda sobre a importância do auditor interno o mesmo autor sustenta que esta permitirá
que as organizações sejam mais credíveis aos olhos da sociedade e dos parceiros
estratégicos da mesma (TEIXEIRA, 2006).
Assim, pode-se induzir que a auditoria interna tem estado a contribuir
significativamente para o melhoramento dos processos administrativos, e que em
relação especificamente ao problema de possíveis erros ou fraudes de sobrefacturação
das facturas os auditores internos especializados nestas questões estejam auxiliando os
gestores na tomada de decisões administrativas correctas visando solucionar esse
embaraço na vida dos munícipes de Inhambane. Todavia, se por um lado afirmamos que
este processo tem-se revelado importante para os gestores isso não significa
necessariamente que as contribuições dos auditores internos são plenamente eficazes, já
que apesar de seu papel relevante para a administração os problemas que são
identificados neste estudo persistem.

4.2 Eficácia da auditoria interna no FIPAG- Área Operacional de Inhambane

38
O FIPAG-AOI pela forma como tem lidado com o problema da sobrefaturação, com
muitos clientes levantado a possibilidade da total ineficácia e/inexistência da auditoria
interna nesta instituição que possa detectar possíveis erros ou mesmo fraude dentro da
organização. Assim, com vista a abordar esse tema com mais substancia e propriedade,
decidimos inquirir os funcionários do FIPAG-AOI, sobre a sua perceção da eficácia da
auditoria interna.
Os números são surpreendentes, grande parte deles afirma que a auditoria interna no
FIPAG- Área Operacional de Inhambane tem sido eficaz, tal como podemos observar o
gráfico abaixo que estiliza essa situação.

Descrição N° %
A auditoria interna é eficaz no FIPAG-AOI 16 76,19
A auditoria interna não é eficaz no FIPAG-AOI 5 23,81
Total 21 100,00
Figura 1- Percepção de eficácia pelos funcionários do FIPAG- Área Operacional de Inhambane
Fonte Primária

Isso não significa no entanto, que verdadeiramente este processo tem sido eficaz já que
trata-se apenas da opinião destes e não se baseia em dados concretos obtidos pelo
departamento de auditoria interno sobre os casos de erros ou fraudes detectados. Ainda
sim, permite-nos ter uma visão mais ou menos clara do quanto este processo tem sido
decisivo na detectação de erros e fraudes, o que segundo Teixeira (2006) significa que a
administradores e gestores podem-se amparar em informações vindas da auditoria
interna com poucas rservas, visando tomar as decisões mais apropriadas.
Por outro lado e segundo o que sustenta Costa (2000) a verificação e análise da
eficiência e eficácia de um controlo interno cabem à auditoria interna, que se reportará
directamente ao gestor da empresa em caso de não cumprimento dos controlos internos,
o que significa assim que a eficácia deste processo deve ser avaliado pelos próprios
auditores internos.
Ao analisarmos este ponto, o nosso foco esta precisamente saber o quão eficaz tem
disso a auditoria interna de modo a avaliarmos o seu possível desempenho na resolução
do problema vivido pelos munícipes de Inhambane.

39
Podemos aqui, presumir que as tão reclamadas facturas de água na verdade não são
problemas oriundos de esquemas de erros ou fraudes, mas sim de ajustes tarifários.
Dada a percepção de eficácia da auditoria interna no Área Operacional de Inhambane, a
outra suposição que poderíamos fazer aqui é que os consumidores estejam exagerando
na sua abordagem sobre a sobrefacturaçao e que na verdade o facto de haverem cortes
frequentes no abastecimento de agua esteja fazendo com que estes pensem que o seu
consumo seja infinitamente baixo quando na verdade consomem bastante,
principalmente tendo em consideração que o período de maior consumo de agua tende a
ser pela manha e também a partir das 16, período esse que o abastecimento de agua é
assegurado sem quaisquer interrupções.
Qualquer das suposições acima feita é unicamente baseada no facto de assumirmos que
a auditoria interna é eficaz tal como afirmam os funcionários, o que não significa que a
auditoria interna seja de facto totalmente eficaz e as suposições assumidas nesta
pesquisa sejam de facto verdadeiras.

4.3 Grau académico dos auditores internos do Área Operacional de Inhambane


Qualquer actividade para que seja feita com a qualidade desejada necessita que os
executores tenham as competências necessárias para a execução de tais actividades. A
área de contabilidade e auditoria em Moçambique é fiscalizado pela Ordem dos
Contabilistas e Auditores de Moçambique (OCAM), que entre outras tarefas atribui a
carteira profissional para os indivíduos que queiram exercer tal profissão mediante o
cumprimento de requisitos exigidos para o efeito.
Todos os auditores do FIPAG inqueridos no âmbito do estudo afirmam primeiro,
possuir a carteira de habilitação da OCAM e segundo possuir o nível superior nas áreas
de Contabilidade e/Auditoria.
Nível académico N° %
Superior 3 100
Médio 0 0,00
Básico 0 0,00
Total 3 100
Tabela 10- Nível académico dos auditores inquiridos
Fonte: Primária

Esse dado é de extrema importância já que, permite-nos ter uma noção da qualidade dos
auditores que o Área Operacional de Inhambane apresenta, o que muito é um indicativo

40
de que muito provavelmente os funcionários estejam correctos ao afirmar que o
processo de auditoria interna seja eficaz na sua instituição.
Umas das consequências da existência de profissionais qualificados neste sector de
auditoria interna de acordo com Costa (2000) é a independência, integridade e
objectividade na forma de actuação destes profissionais. A independência mental por
exemplo, faz com que os auditores actuem com liberdade quanto ao seu juízo
profissional, encontrando-se livre de constrangimento que limite sua imparcialidade na
consideração objectiva dos factos, assim como na formulação de suas conclusões
(COSTA, 2000).
Não parece haver muitas dúvidas do elevado nível de importância da auditoria interna
na melhoria não só de boas práticas administrativas como também de prevenção de
detecção de erros e fraudes.

4.4 O papel da auditoria interna na prevenção e detecção de possíveis casos de


sobrefacturação
O principal motivo que nos leva a estudar a importância da auditoria interna no FIPAG-
Área Operacional de Inhambane, são as recorrentes queixas dos moradores desta urbe
sobre possíveis valores das facturas acima do verdadeiro nível de consumo ao longo de
mês. Os diferentes auditores entrevistados afirmaram saber das queixas mas que não
existem quaisquer indicações de erros ou fraudes, pois o sistema de contabilização do
consumo de água bem como o seu pagamento é muito sofisticado de tal maneira que um
erro ou fraude seria praticamente impossível.
Um dos auditores afirmou quando perguntado a respeito desse tema que:
Não acredito que hajam casos de sobrefacturação, na medida em que o
sistema de contabilização da água consumida é bastante sofisticado bem
como a forma de pagamento das facturas, pois usa-se procedimentos de
pagamento electrónicos e cujos valores caem directamente na conta da
instituição, o que torna difícil para não dizer impossível a perpetuação de
ações erros ou fraudes. Seja como for, a nossa repartição realiza auditorias
permanentes, para avaliar se as taxas aplicadas estão com conformidade
com as estabelecidas pelos órgãos de gestão”.
Esses pronunciamentos fazem todo sentido se avaliarmos o nível de electronização do
registro da quantidade consumida bem como dos processos de pagamentos dentro do

41
FIPAG- Área Operacional de Inhambane, o que cria um ambiente totalmente inviável
para erros e/ou fraudes. Assim, podemos afirmar que na verdade estamos diante de
falsas impressões dos populares que ao se depararem com cortes sucessivos no
fornecimento deste liquido no período da tarde, esquecem muitas vezes que grande
parte do consumo nem sequer tem origem nesta altura pois muitos encontram-se nos
postos de trabalhos.
Com tudo isso podemos descartar a possibilidade de ocorrência de sobrefactração
dentro desta instituição.
Diante desta situação, de insatisfação por parte dos moradores é necessário que os
órgãos da instituição consciencializem e façam perceber os seus clientes que os valores
presentes nas facturas em estão em conformidade com o nível de consumo dos
moradores, e que o processo de auditoria interna é eficaz o suficiente para averiguar e
detectar possíveis situações de sobrefacturação.

4.5 Acções a serem tomadas visando dar maior relevância e eficácia ao processo de
auditoria dentro da empresa
Pela análise já feita acima, podemos constatar claramente que auditoria interna reveste-
se de grande relevância no FIPAG- Área Operacional de Inhambane, com grande parte
dos funcionários inquiridos partilhando tal opinião. Mesmo assim, existe espaço para
melhora deste sector, já que não se pode afirmar de forma alguma que um dado sector
seja perfeito o suficiente para não admitir melhoras.
Assim, como forma de melhorar ainda mais a relevância deste sector para a
credibilidade dos processos administrativos e financeiros dentro Área Operacional de
Inhambane, procuramos saber dos funcionários que medidas na sua visão deveriam ser
tomadas visando dar maior efectividade ao processo de auditoria interna, sendo as
respostas foram várias sendo de desatacar as seguintes:
“Observância rigorosa das recomendações da auditoria interna e mais
instrumentos financeiros como as normas I de relato financeiro e legislação
fiscal em vigor no país”.

Esta visão é particularmente partilhada por quase a totalidade dos grandes pensadores
sobre a auditoria no geral e auditoria interna em particular, de tal forma que o seu
cumprimento implicaria a existência de uma auditoria imparcial e que com muita
facilidade conseguiria detectar as causas problemas ligados com a organização. Outro
dos comentários que vale a pensam destacar é:

42
“Para tal os auditores internos devem continuar a ser imparciais,
independente no seu exercício dentro da empresa e respeitar todas as regras
e princípios contabilísticos e da auditoria”.

Alguns requisitos que a auditoria deve cumprir para a melhoria da sua eficácia e que
muito se falam são de acordo com o Costa (2000) são nomeadamente: (1) o exame deve
ser executado por pessoas que tenham treinamento adequado e estejamos legalmente
habilitados para exercer a profissão; (2) o auditor deve ter independência moral em tudo
que se relacione com o seu trabalho, para garantir a imparcialidade e objectividade dos
seus juízos e por ultimo (3) na execução do seu exame e na preparação dos relatórios
deve proceder com a diligência profissional.
Com todos esses pressupostos cumpridos fica bastante claro que qualquer processo de
auditoria apresentará os resultados mais fiáveis e que expressam a realidade da
organização.

CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES


Uma vez feita a pesquisa pode-se concluir pelos dados obtidos que de facto a auditoria
interna é importante no FIPAG – Delegação da cidade de Inhambane, tanto no âmbito
do auxílio das decisões administrativas como na prevenção de erros e fraudes. A
elevada qualidade dos auditores internos tem contribuído grandemente para a eficácia
deste processo dentro da organização.
Ademais, notamos que existe uma percepção por parte dos gestores do FIPAG-AOI,
que as informações vindas da repartição de auditoria interna são importantes e são
levadas em consideração no processo de tomada de decisões.
Conclui-se também o sector da auditoria interna sempre acompanhou e continua
acompanhando o processo emissão e pagamento das facturas e em relação aos possíveis
casos de sobrefaturação na verdade trata-se de equívocos dos munícipes, já que segundo
os próprios auditores os sistemas registro de consumo e pagamentos são todos
informatizados impossibilitando erros ou fraudes. Mesmo assim, a auditoria interna
realiza contínuas diligências de modo a garantir que a instituição seja a mais credível e
respeitada no mercado.

43
A importância da auditoria interna nesta organização tem de certo modo contribuído
para que a mesma não recorra a auditorias externas com muita frequência, pois
internamente os gestores depositam confiança de prevenção e/ou detectação de erros e
fraudes dentro da instituição. Além disso, o facto de esta organização estar a registrar
níveis de recetas significativas nos últimos anos, o que mostra de uma certa forma uma
clareza nos processos de realização de investimentos de capital, capazes de melhorar o
seu desempenho. E como é claro, o sector de auditoria interna jogou um papel muito
importante neste processo, pois vezes sem conta procedia com a monitoração desses
investimentos desde a sua concepçao até a materialização dos empreendimentos.
O facto de termos uma auditoria interna eficaz e interventiva nos processos do FIPAG-
AOI, é um sinal positivo de um futuro brilhante e transparente, o que permitirá que a
delegação do FIPAG-AOI esteja entre as mais dinâmicas a nível nacional.
Assim, é fundamental que os gestores continuem acarinhando esse processo de auditoria
interna e continuem mantendo a independência que os auditores internos têm tido
relativamente aos outros funcionários.
Com tudo, aceitamos a primeira hipóteses anteriormente estabelecida que afirma que a
auditoria interna na Área Operacional de Inhambane é importante e eficaz, contribuído
para boas práticas administrativas bem como prevenido e combatendo erros e fraudes.

5.1 Recomendações
As recomendações abaixo apresentadas visam melhorar ainda mais o processo de
auditoria interna no FIPAG-AOI, mediante ações concretas que devem ser
empreendidas pelos principais actores dentro da organização objecto de estudo,
nomeadamente os gestores e principalmente os próprios auditores internos, de modo a
tornar a organização mais solida e credível.
Estas recomendações são de modo geral aplicáveis a qualquer tipo de organização, e
não são as únicas dicas para o aprimoramento da relevância da auditoria interna, no
entanto estão entre as principais.

5.1.1 Para os gestores


 Continuar aderindo as opiniões e sugestões emitidas pelos auditores internos
sobre aspectos relevantes para o crescimento da organização;

44
 Continuar mantendo a independência dos auditores internos no âmbito do
cumprimento das suas actividades profissionais;
 Oferecer e/ou promover formações dos auditores internas para que estes
continuem aprimorando as suas aptidões;
 Criar condições materiais para que os auditores internos estejam melhores
equipados e dispostos a realizar com o seu trabalho;

5.1.2 Para os auditores internos


 Continuar a observação de estrita das normas de contabilidade e auditoria
geralmente aceitas na execução de suas actividades;
 Procurar ao máximo ser íntegro possível, evitando influências de colaboradores
próximos para um possível favorecimento;
 Buscar novas formações académicas ligadas a auditoria em geral e ao processo
de auditoria interna em particular;
 Buscar experiencia de auditores renomados e conceituados sobre como melhor
proceder com as actividades de auditoria interna;
 Procurar sugerir aos gestores os melhores caminhos para se chegar a resultados
desejados em função das avaliações feitas nos relatórios financeiros da
organização.

45
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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organização. São Paulo: FACECAP;
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 Drucker, P. F. (2001). O melhor de Peter Drucker: a administracao. São Paulo,
Nobel LIMA, K. et al (2014). A importância da auditoria para a prevenção de
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 Emanuely, D. et al (2017). A importância da auditoria nas organizações e seu
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Coimbra: Universidade Aberta;
 Megginson, l.C. (1998). Administração: conceitos e aplicação . São Paulo. Trad.
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 Semedo, L. (2012) Impacto da auditoria interna no MED: Caso prático da
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Minimização dos riscos trabalhistas em uma indústria Localizada no vale do
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Reimpr.
 Da Costa, C.(2000). Auditoria Financeira - Teoria e Prática. 7 Edição. Lisboa

47
Anexos
Introdução (Questionário)
Caro participante, antes de mais gostaria de agradecer pela sua colaboração nesta pesquisa.
Este questionário enquadra-se no âmbito da pesquisa em curso sobre: Importância da auditoria
interna na garantia de uma boa gestão e combate a fraudes: o caso a FIPAG-AOI no período
entre 2016-2019, no contexto da realização do trabalho de fim do curso de Licenciatura em
Contabilidade e Auditoria, na Universidade Técnica de Moçambique (UDM).

I. Dados gerais
1. Qual é a sua faixa etária?
a) Menor de 18 anos
b) 19 a 45 anos
c) 46 a 60 anos
d) Maior de 60 anos

II. Para funcionários


1. Acha que o processo de auditoria interna tem ajudado na melhoria das práticas de
gestão do FIPAG?
a) Sim. ____
b) Não____
2. Acha que órgãos de decisão durante o processo de tomada de decisão levam em
consideração a opinião emitida pelo auditor interno relativamente as falhas detetadas e
nas sugestões emitidas?
a) Sim____
b) Não____
3. Já houve casos de tentativa de fraudes que você tenha detectado ou que tenha tido
informação de ter sido descoberto pela auditoria interna?
a) Sim ____
b) Não ____
4. Como acha que tem sido a interação entre os auditores internos com os demais
colaboradores da organização, do ponto de vista do relacionamento interpessoal?
a) Boa____
b) Razoável ____
c) Má ____
5. Como descreve a gestão da FIPAG no período entre 2016-2019?
a) Boa____
b) Razoável _____
c) Má____
6. O que acha que deve ser feito para que o processo de auditoria interna tenha maior
relevância na prevenção de fraudes e outros erros?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_____________________________________________________________

Muito obrigado, pela sua disponibilidade em responder as questões.


.
Introdução (Guião de entrevista)
Caro participante, antes de mais gostaria de agradecer pela sua colaboração nesta
pesquisa.
Esta entrevista enquadra-se no âmbito da pesquisa em curso sobre: Importância da
auditoria interna para a garantia de uma boa gestão e combate a fraudes: o caso a
FIPAG-AOI no período entre 2016-2019, no contexto da realização do trabalho de fim
do curso de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria, na Universidade Técnica de
Moçambique (UDM).

Para tomadores de decisão (gestores)


1. O processo de auditoria interna no FIPAG tem tido relevância na melhoria de
boas práticas de gestão? Porquê?
2. Sente que o processo de auditoria interna tem sido eficaz no processo de
detetação de fraudes e/ou erros?
3. Como tem sido o relacionamento entre gestores desta organização com os
auditores internos?
4. Já sentiu-se pressionado a tomar certa decisão, mesmo por força de uma
constatação feita pela auditoria interna?
5. Qual o papel desempenhado pelo governo visando a desestimular práticas de
gestão danosas dentro do FIPAG?
6. No mundo corporativo actual o que pode ser feiro pelos gestores, tanto de nível
estratégico, como tático e operacional no combate a fraudes nas suas
organizações?
7. No âmbito da tomada de decisões, você como gestor tem dado importância as
conclusões e sugestões emitidas pela auditoria interna ou da auditoria externa?
8. Como descreve a gestão do FIPAG no período entre 2016-2019?
9. O que pode ser feito para que gestão desta empresa, a todos níveis seja a mais
correcta e isenta de erros possível?

Muito obrigado, pela sua disponibilidade em responder as questões.

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