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ESCOLA SUPERIOR DE HOTELARIA E TURISMO DE I’BANE

CURSO DE GESTÃO

Pesquisa de Mercado

Tema: Tipos, fontes e formas de colecta de dados

Discentes:
Alberto, Bento Ariel Alberto
Fernando, Marta Lucas
Horácio, Waldemar De Deus
Inguane, Graciete Daniel
Machava, Leonor
Neves, Eufrazia Alexandre
Uanicela, Carla Amilcar

Docente:
MSc. Leonildo Fernando Benjamim

Inhambane, aos 11 de Dezembro de 2020


ÍNDICE
1. Introdução.................................................................................................................. 1
2 Objetivos ................................................................................................................... 2
2.1 Objetivos Geral ........................................................................................................... 2
2.2 Objetivos específicos .................................................................................................. 2
3 Metodologia .............................................................................................................. 2
4 Pesquisa ..................................................................................................................... 3
4.1 Pesquisa exploratória .................................................................................................. 3
4.2 Pesquisa descritiva ...................................................................................................... 4
4.3 Pesquisa Causal ........................................................................................................... 4
5 Tipos de dados ........................................................................................................... 5
5.1 Dados secundários ....................................................................................................... 5
5.2 Dados primários .......................................................................................................... 5
6 Fontes de dados em pesquisas de marketing ............................................................. 6
6.1 Pesquisado ................................................................................................................... 6
6.2 Pessoas que tenham informações sobre o pesquisado ................................................. 6
6.3 Situações similares ...................................................................................................... 6
6.4 Dados disponíveis ....................................................................................................... 6
7 Formas de colectas de dados ..................................................................................... 7
7.1 Planeamento das operações de coleta de dados........................................................... 7
7.2 Formas eletrónicas para a colecta de dados................................................................. 7
8 Erros em pesquisa de marketing................................................................................ 9
8.1 Erros amostral ............................................................................................................. 9
8.2 Erros não amostrais ..................................................................................................... 9
8.2.1 Erros na preparação e colecta de dados ............................................................ 9
8.3 Medidas e escalonamento em pesquisas de marketing ............................................. 10
8.4 Instrumentos de colecta de dados .............................................................................. 10
8.4.1 Formulário (para registros de observações) .................................................... 11
8.4.2 Roteiro de entrevistas (para pesquisas de natureza qualitativa) ...................... 11
8.4.3 Questionário (pesquisas de natureza quantitativa) .......................................... 11
9 Conclusão ................................................................................................................ 12
10 Referências Bibliográficas ...................................................................................... 13
1. Introdução

O presente trabalho de pesquisa bibliográfica vai abordar sobre os diferentes tipos, fontes e
formas de colecta de dados em uma pesquisa de mercado. O tema em análise é de extrema
importância pois constitui a base para a realização de uma pesquisa de mercado.

Para a obtenção de informações recorreu-se a diversas obras de diferentes autores que


abordaram sobre o assunto em análise, com o grupo sempre primando pela ética na elaboração
de trabalhos científicos através de citação dos autores. Espera-se que o trabalho retrate com o
máximo de clareza e sucintamente o tema apresentado.

O corpo principal do trabalho será composto por 5 subtemas em conformidade com o plano
sugerido pelo docente através do plano analítico para este tema. Primeiro serão identificados e
debatidos cada um dos tipos de pesquisa de mercado existentes; segundo abordar-se-á a respeito
das tipologias de dados com os quais o pesquisador poderá se deparar; no terceiro subtema
serão identificadas as diferentes fontes de informação que o pesquisador poderá encontrar ao
realizar uma pesquisa de mercado; no quarto subponto serão arrolados e discutidos as diferentes
formas pelas quais são possíveis obter dados bem como serão identificados as etapas do
processo de colheita de informações; por último, já no quinto subtema vamos abordar sobre os
erros que os pesquisadores podem se deparar no processo de pesquisa e que devem ser sempre
minimizados ou evitados quando possível.

É importante destacar que as referências e citações patentes neste trabalho de pesquisa


bibliográfica estão em linha com as normas do sistema Internacional Standard Organization
(ISO690), que é o modelo oficial usado pela Universidade Eduardo Mondlane1, e
consequentemente em suas unidades académicas incluindo a Faculdade de Economia e ESHTI,
entidades que respetivamente supervisionam e ministram o curso de Licenciatura em Gestão.

1
ESHTI (Escola Superior de Hotelaria e Tusrimo de Inhambane). Regulamento de Culminação do Curso.
Inhambane, 2016. Disponível em: http://www.eshti.uem.mz/images/pdfs/RegulamentoCulm.Curso.pdf .p.21
1
2 Objetivos

2.1 Objetivos Geral

 Estudar os diferentes tipos, fontes e formas de colecta de dados existentes em uma


pesquisa de mercado.

2.2 Objetivos específicos

 Identificar e discutir as diferentes tipologias de pesquisa;


 Discutir sobre os diferentes tipos e fontes de dados;
 Apresentar e discutir as diferentes formas de colecta de dados;
 Debater sobre os diferentes erros que uma pesquisa de mercado esta sujeita.

3 Metodologia

O presente trabalho enquadra-se em uma pesquisa bibliográfica que segundo Gil (2008. p.50)
é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos
científicos. Para a realização desta pesquisa recorreu-se a diferentes fontes que abordaram sobre
este assunto.

Por meio de livros disponíveis nas plataformas eletrónicas e livros físicos foi possível compilar
a informação necessária para a realização deste trabalho, tendo sido devidamente citadas e
referenciados todas fontes consultadas.

2
4 Pesquisa

Pode-se definir pesquisa como o processo formal e sistemático de desenvolvimento do método


científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante
o emprego procedimentos científicos (Gil, 2006, p.26). Assim, partir dessa conceituação, pode-
se, portanto, definir pesquisa social como o processo que, utilizando a metodologia científica,
permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social.

Para Izuno (2004) apud Rosseto (2015, p. 53) existem, atualmente, diferentes nomenclaturas
para designar os tipos de pesquisa e os autores as subdividem de acordo com o enfoque principal
de informação que será dado ao estudo. Com isso, observa-se a existência de várias
classificações utilizadas, tornando possível observar a grande quantidade de métodos e
variações de investigação para a realização de pesquisas de marketing (VIEIRA, 2002 apud
ROSSETO, 2015, p.53).

Para Mattar (1999, p. 77) apud Rosseto (2015, p. 53):

Cada uma delas leva em consideração aspectos diferentes como: natureza das
variáveis pesquisadas, natureza do relacionamento entre as variáveis estudadas,
objetivo e grau em que o problema de pesquisa está cristalizado, forma para a coleta
de dados primários, dimensão da pesquisa no tempo, possibilidade de controle sobre
as variáveis em estudo, ambiente de pesquisa (MATTAR, 1999, p. 77 apud
ROSSETO, 2015, p.53).

No entanto para neste trabalho serão abordados os mais utilizadas que de uma forma ampla
podem ser classificadas em exploratórias e conclusiva2.

4.1 Pesquisa exploratória

O objetivo da pesquisa exploratória é auxiliar na compreensão do problema enfrentado pelo


pesquisador, sendo flexível e não estruturada, por isso seu desenvolvimento dependerá em
muito da criatividade do pesquisador (MALHOTRA, 2001 apud ROSSETO, 2015, p.55). De
acordo com Mattar (2014), a pesquisa exploratória visa a proporcionar ao pesquisador um maior
conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva.

Esse tipo de pesquisa utiliza métodos bastante amplos e versáteis. Os métodos empregados
compreendem: levantamentos em fontes secundárias (bibliográficas, documentais etc.),
levantamentos de experiência, estudos de casos selecionados e observação informal (a olho nu
ou mecânica)3. Révillion (2003, p.18) apud Rosseto (2015, p. 56) afirma que:

Como o objetivo de um estudo exploratório é encontrar hipóteses de investigação, a


principal característica dos métodos utilizados é a flexibilidade. Conforme a
investigação avança, o pesquisador deve reconhecer as inter-relações entre as
informações que são levantadas, buscando novas ideias. Segundo a literatura
consultada, os principais métodos empregados em estudos exploratórios, dentro da

2
De acordo com Rosseto (2015, p. 53)
3
Segundo Vieira (2002) apud Rosseto (2015)
3
ótica objetivista, são: levantamentos em fontes secundárias, levantamentos de
experiências, observação e estudos de caso (RÉVILLION 2003, p.18 apud
ROSSETO, 2015, p.56).

Muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigação mais
ampla. O produto final deste processo passa a ser um problema mais esclarecido, passível de
investigação mediante procedimentos mais sistematizados (GIL, 2006).

4.2 Pesquisa descritiva

Para Tosta (2013, p.67), a pesquisa descritiva é conduzida quando existe um problema claro,
não resolvido, ou seja, quando há incerteza. Segundo a mesma autora:

Esse tipo de pesquisa é chamado por Malhotra (2006) de pesquisa para solução de
problemas – são pesquisas que ajudam a resolver problemas específicos de marketing,
como, por exemplo: as pesquisas de segmentação (determinar base de segmentação,
estabelecer potencial e sensibilidade do mercado para vários segmentos, selecionar
mercados-alvo e criar perfis de estilo de vida e características demográficas, de mídia
e de imagem do produto); pesquisas de produto (testar conceitos, testes de
embalagens, posicionamento e reposicionamento da marca); pesquisa de preço
(importância do preço na seleção da marca, elasticidade, demanda/preço, resposta a
alterações de preço); pesquisa promocional (relacionamento de promoção de vendas,
decisões sobre mídia, avaliação da eficácia de propagandas) e; pesquisa de
distribuição (tipo de distribuição, atitudes dos membros do canal, localização de
pontos de varejo e atacado), (TOSTA, 2013, p.67).

Já Mattar (2014) afirma que a pesquisa descritiva é utilizada quando o objectivo são: descrever
as características dos grupos; Estimar a proporção de elementos numa população específica que
tenham determinadas características ou comportamentos; Descobrir ou verificar a existência de
relação entre variáveis. Sendo assim, podemos afirmar que as pesquisas descritivas são as mais
utilizadas na área de marketing, pois a maioria delas busca compreender o ambiente que cerca
as organizações e, por que não, seu ambiente interno (TOSTA, 2013, p.68).

4.3 Pesquisa Causal

Já a pesquisa causal é aquela na qual temos certeza absoluta do problema de pesquisa. Também
é chamada de pesquisa experimental (TOSTA, 2013, p.68). Seu objetivo principal é comprovar
uma relação de causa e efeito. De acordo a mesma aurora acima referida, no marketing a
pesquisa casual é pouco usual, pois em pesquisa social é muito difícil encontrar essa “certeza”.
Nesse caso, o que vemos são quase experimentos, em que a rigorosidade da relação de causa e
efeito não é tão intensa.

De acordo com Churchill e Peter (2000) apud Rosseto (2015), as pesquisas causais procuram
estabelecer relações de causa e efeito entre as variáveis em estudo, ou seja, elas não investigam
simplesmente se há uma relação entre duas variáveis, em vez disso, elas procuram, conforme
Malhotra (2001) apud Rosseto (2015): a) compreender quais variáveis são a causa (variáveis
independente) e quais são o efeito (variáveis dependente) de um fenômeno; b) determinar a
natureza da relação entre as variáveis causais e o efeito a ser previsto.

4
5 Tipos de dados

Os dados em pesquisas de marketing são classificados em dois grandes grupos: dados primários
e dados secundários4.

5.1 Dados secundários

Para Tosta (2013) os dados secundários são aqueles que foram coletados para outra finalidade
que não a realização da pesquisa em questão. A pesquisa feita em dados secundários objectiva
encontrar o que já existe em termos de dados coletados sistematicamente ou para outras
pesquisas acerca do tema a ser estudado, em face disso, normalmente funciona como pesquisa
exploratória (TOSTA, 2013).

Por sua vez Mattar (2014, p. 92) afirma que:

Dados secundários são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e, às


vezes, até analisados, sem o propósito de atender às necessidades da pesquisa em
andamento, e que estão catalogados à disposição dos interessados. As fontes básicas
de dados secundários são: a própria empresa, publicações, governos, instituições não-
governamentais e serviços padronizados de informações de marketing (MATTAR,
2014, p.92).

Suas vantagens estão ligadas particularmente à disponibilidade, uma vez que já estão coletados
e incorreriam em menores custos e menos tempo. Por outro lado, há a preocupação constante
com a fonte desses dados, se são confiáveis, se os dados se aplicam à população que se pretende
estudar, entre outros fatores (TOSTA, 2013).

5.2 Dados primários

Os dados primários são aqueles que ainda não estão disponíveis para consulta. Trata‑se de dados
novos, coletados para auxiliar na resolução de um problema de pesquisa (POYER e BASTOS,
2011, p.42).

Por sua vez Mattar, ao conceituar dados primários Mattar afirma:

Dados primários são aqueles que não foram antes coletados, estando ainda na posse
dos pesquisados, e que são coletados com o propósito de atender às necessidades
específicas da pesquisa em andamento. As fontes básicas de dados primários são:
pesquisado, pessoas que tenham informações sobre o pesquisado e situações similares
(MATTAR, 2014, p.93).

Esses dados primários estão em mãos de indivíduos e podem ser coletados através de
levantamento, observação ou experimentação (POYER E BASTOS, 2011, p.42). Os dados
coletados podem ser: características demográficas, socioeconômicas e de estilo de vida; atitudes
e opiniões; conscientização e conhecimento; motivações; comportamento passado e presente; e
intenções (MATTAR, 2014).

4
Segundo Mattar, F. (2014)
5
6 Fontes de dados em pesquisas de marketing

Existem quatro distintas fontes de dados em pesquisas de marketing nomeadamente:


pesquisado, pessoas que tenham informações sobre o pesquisado, situações similares e dados
disponíveis.

6.1 Pesquisado

De acordo com Mattar (2014), os pesquisados constituem a maior fonte de dados em pesquisas
de marketing. O dado pode ser obtido do pesquisado por meio de sua própria declaração,
oralmente ou por escrito, ou por meio de sua observação.

6.2 Pessoas que tenham informações sobre o pesquisado

Situações em que o pesquisado releva-se inacessível, ou então possui pouco conhecimento da


informação desejada ou tem dificuldade de se expressar, às vezes é mais fácil adquirir a
informação com outras pessoas que convivem com o pesquisado do que com ele próprio
(MATTAR, 2014). Ainda segundo o mesmo autor é muito normal em pesquisas de marketing,
obter informações sobre as crianças de uma casa com a mãe, ou do marido com a esposa, do
chefe com a secretária, do subordinado com o chefe, do cliente com o vendedor etc.

6.3 Situações similares

Uma das fontes de informações para a pesquisa de marketing é a busca de conhecimento em


situações análogas ou similares, naturais ou criadas pelo pesquisador5. Para Mattar (2014) pode-
se aprender muito em saber como outra empresa procedeu para o lançamento de um produto
similar, como outras empresas do mesmo ramo trabalham com a variável promoção de vendas,
como foram as reações dos consumidores quando determinado produto foi lançado em outro
mercado etc.

6.4 Dados disponíveis

Há uma grande quantidade de dados úteis para marketing que já foram coletados, tabulados e,
às vezes, até analisados, que estão catalogados à disposição dos interessados e que vão exigir
deles apenas o esforço de dedicar algum tempo na internet, em bibliotecas, nas visitas a órgãos
governamentais, na leitura de jornais e revistas, na consulta de informações padronizadas de
empresas de pesquisas ou na consulta de informações internas da própria empresa (MATTAR,
2014).

5
Cf. Mattar (2014)
6
7 Formas de colectas de dados

7.1 Planeamento das operações de coleta de dados

Visa definir uma série de medidas que venham a facilitar a realização da coleta de dados e que
minimizem a ocorrência de fatos que possam comprometer os resultados da pesquisa.

Figura 1- Diagrama do processo de planeamento de colecta de dados


Fonte: Mattar (2014)

Para Mattar (2014, p.37):

O planeamento da coleta de dados vai depender do tipo de pesquisa e dos métodos e


técnicas a serem utilizados, e pode compreender as seguintes definições: Perfil dos
entrevistadores e dos supervisores de campo; Número de entrevistadores e de
supervisores de campo, número de entrevistas diárias por entrevistador, distribuição
dos entrevistadores e supervisores de campo pelas áreas de pesquisa; Prazo para
realização do campo; Sistema de remuneração dos entrevistadores; Material e forma
de treinamento dos entrevistadores; Procedimentos de coleta de dados a serem
seguidos por entrevistadores; Procedimentos de supervisão a serem seguidos por
supervisores de campo; Procedimentos de verificação das entrevistas realizadas
(MATTAR, 2014, p.37, grifo nosso):

É importante realçar que o processo de planeamento das operações de colecta de dados não
apenas minimizará a ocorrência de falhas que tem o potencial de prejudicar o processo de
pesquisa como também vai permitirá ter uma ideia inicial dos custos estimados envolvidos neste
processo, deixando o pesquisador minimamente preparado para os encargos que deste processo
irão advir.

7.2 Formas eletrónicas para a colecta de dados.

Em algumas situações de marketing é mais apropriado substituir as formas humanas de coleta


por outra forma de colecta, mecânica, elétrica ou eletrônica, que eleve a precisão dos dados e
que ao mesmo tempo reduza os custos necessários a execução deste processo. Os equipamentos
usados para a colecta de dados abrangem: câmaras fotográficas, câmaras de TV, audímetros (ou
tevêmetros), gravadores de som, leitores óticos nos caixas das lojas, psicogalvanômetros,

7
câmaras de movimento dos olhos (oftalmógrafo), pupilômetro e contadores de tráfego. Mattar
(2014, p.34) aborda cada uma dessas formas eletrónicas de colecta de dados nos seguintes
moldes:

Câmeras fotográficas – O registro visual dos fatos observados é feito de forma estática
por câmeras fotográficas e operadores ocultos. Câmeras de TV – O registro visual e
sonoro dos fatos é feito de forma dinâmica por uma câmera de TV oculta, e a operação
da câmera pode ser automática ou feita a distância por um operador oculto.
Audímetros (ou tevêmetros) – Os audímetros,, são utilizados para medir a audiência
de TV. Consiste num aparelho que, acoplado ao televisor, registra a cada 30 segundos
se o televisor está ligado e em qual emissora. Gravadores de som – Foram muito
utilizados para o registro de informações em sessões de entrevista focalizada de
grupos de consumidores, e serviam, junto com os dados taquigráficos, para auxiliar o
moderador a interpretar, analisar e elaborar o relatório da pesquisa. Leitores óticos
nos caixas das lojas – Trata-se de um instrumento novo que está começando a surgir,
com um potencial enorme para ser utilizado em pesquisas por observação. O leitor
ótico é um aparelho que substitui a digitação nos caixas das lojas. Psicogalvanômetro
– Também conhecido como detector de mentiras, é um aparelho que mede a mudança
na transpiração, por meio da qual se infere a reação emocional das pessoas sujeitas a
determinado estímulo. Câmera de movimento dos olhos (oftalmógrafos) – É utilizada
para se determinar como uma pessoa lê determinada propaganda impressa, uma
página de revista ou jornal, embalagens etc.Pupilômetro – Mede a mudança no
diâmetro da pupila dos olhos. Sabe-se que as pessoas não têm controle sobre o
diâmetro da abertura de suas pupilas. Contadores de tráfego – Compreendem
aparelhos manuais, mecânicos (catracas) ou eletrônicos que objetivam contar o
número de pessoas que passam por determinado ponto ou frequentam determinado
local (MATTAR 2014, p.34)

Os mais utilizados em pesquisas de marketing têm sido os cinco primeiros (MATTAR, 2014),
sendo que as outras formas eletrónicas descritas são a título de curiosidade.

8
8 Erros em pesquisa de marketing

É difícil evitar erros em pesquisas particularmente em pesquisa de marketing, e um dos


principais papéis do pesquisador é minimizar sua ocorrência. O erro total a que uma pesquisa
está sujeita pode ser de dois tipos: erros amostrais e erros não amostrais. Assim o erro total será
igual a soma dos erros amostrais e erros não amostrais6.

8.1 Erros amostral

Segundo Rosseto (2015) erro amostral é a diferença entre um resultado amostral e o verdadeiro
resultado populacional; tais erros resultam de flutuações amostrais aleatórias. Já Mattar (2014,
p.140) afirma que:

Os erros amostrais ocorrem única e exclusivamente em função do número de


elementos da amostra e do processo de seleção desses elementos; pela Teoria das
Grandes Amostras, os erros ocorrem ora num sentido, ora noutro. Se a amostra não
for viesada, esses erros tendem a se neutralizar e, quanto maior o tamanho da amostra,
menores serão (MATTAR, p.140).

Um erro amostral de 5% indica que os percentuais de respostas obtidas podem variar para mais
5% ou menos 5% (Gomes, 2005 apud Rosseto 2015, p.104).

8.2 Erros não amostrais

Na visão de Mattar (2014, p.101) os erros não amostrais são todos os erros cometidos durante
o processo de pesquisa de marketing que não sejam oriundos do tamanho e do processo de
seleção da amostra.

8.2.1 Erros na preparação e colecta de dados

Tal como evidenciado acima, os erros não amostrais podem ter diferentes fontes, dentre as quais
destacam-se as ligadas ao próprio processo de preparação e colecta de dados. Para Mattar
(2014) inúmeros fatores concorrem para a ocorrência dos erros não amostrais, e que, entre eles,
os que mais contribuem são os erros cometidos durante as operações de preparação e de coleta
dos dados. As principais fontes de erros, durante a preparação e a coleta de dados, são: erros na
amostragem, erros de não resposta e erros durante a coleta de dados.

Erros na amostragem: os erros oriundos do processo de amostragem podem ocorrer


por diversas razões: utilização de processo de amostragem não probabilístico,
utilização de listagens da população em estudo incorretas ou incompletas e localização
errada da unidade a ser pesquisada; Erros de não resposta: os erros de não resposta
surgem em função da impossibilidade de se obterem respostas de elementos da
amostra e constituem-se numa das maiores fontes de erros não amostrais em pesquisas
de marketing; Erros durante a coleta dos dados: ocorrem no momento da coleta de
dados. Grande parte das formas de se evitar, ou minimizar, a ocorrência desse tipo de
erro está relacionada com a qualidade dos recursos humanos utilizados na pesquisa
(MATTAR, 2014 p.142-143, grifo nosso).

6
Mattar (2014)
9
O pesquisador deve procurar ao máximo minimizar a ocorrência desses erros com vista a
obtenção de resultados realistas e satisfatórios e que lhe proporcionem uma visão correcta de
como actuar no mercado.

8.3 Medidas e escalonamento em pesquisas de marketing

A atividade de realizar medições é fundamental para a pesquisa de marketing. Em sua essência,


a atividade de pesquisa de marketing conclusiva (descritiva ou explicativa) consiste em realizar
medições. Alguns exemplos propostos por Mattar (2014, p.143) são:

• Medir a quantidade de consumidores que preferem um produto a outro(s). •


Descrever, por meio de medidas, quem são os consumidores de determinado produto
em relação a inúmeras características demográficas, socioeconômicas e psicológicas.
• Medir qual o potencial de mercado para determinado produto. • Medir atitudes,
comportamentos, percepções, preferências, intenções de compra etc. (MATTAR,
2014, p.143).

Para realizar essas medições, o pesquisador precisa desenvolver instrumentos adequados para
que as medidas efetuadas correspondam efetivamente ao que se deseja medir (validade) e para
que o erro não amostral seja o menor possível (confiabilidade) diante dos recursos disponíveis.
O escalonamento, então, nada mais é do que uma continuação da medição. De acordo com
Malhotra (2004) apud Rosseto (2015, p.109), é a criação de um conjunto contínuo no qual se
colocam os objetos medidos. Há quatro escalas principais de medição nomeadamente:

Escala nominal ou categórica: os números servem apenas como rótulos ou etiquetas


para identificar e classificar objetos; Escala ordinal: escala de graduação em que se
atribuem números a objetos para indicar até que ponto possuem determinada
característica, e se possuem em maior ou menor grau do que um outro objeto, assim,
essa escala indica uma posição relativa, mas não a magnitude das diferenças entre os
objetos; Escala intervalar: escala em que se utilizam números para classificar
objetos, de tal modo que distâncias numericamente iguais na escala representam
distâncias iguais na característica que está sendo medida; Escala de proporção:
Permite ao pesquisador identificar ou classificar os objetos, dispô-los em ordem de
posto, e comparar intervalos de diferenças (MALHOTRA,2004 apud ROSSETO
2015, p.110 grifo nosso).

Malhotra, 2004 citado por Rosseto (2015) alerta para o fato de que esses quatro tipos principais
de escalas não esgotam a categoria de níveis de medida. As escalas comparativas e não
comparativa ampliam a quantidade de técnica de escalonamento disponíveis ao pesquisador.

8.4 Instrumentos de colecta de dados

Para Mattar (2014) um instrumento de coleta de dados é o documento no qual as perguntas e


questões são entregues aos respondentes e em que se registram os dados e as respostas obtidos.
Ainda segundo o mesmo autor:

Todo o trabalho de planeamento e execução das etapas iniciais do processo de


pesquisa se consolida no instrumento de coleta de dados. Chama-se genericamente de
instrumento de coleta de dados a todos os possíveis formulários utilizados para
relacionar dados a serem coletados e (ou) registrar os dados coletados, utilizando-se
de qualquer das possíveis formas de administração: questionário, formulário para
10
anotações de observações, rol de tópicos a serem seguidos durante uma entrevista de
grupo focalizada etc. (MATTAR, 2014, p.165, grifo nosso)

A construção do instrumento de coleta de dados é a primeira atividade que se faz nesta etapa e
tem grande importância para o alcance dos objetivos da pesquisa (ROSSETO, 2015, p.129). Os
instrumentos de pesquisa mais comuns são: Formulário (para registros de observações); Roteiro
de entrevistas (para pesquisas de natureza qualitativa); Questionário7.

8.4.1 Formulário (para registros de observações)

Segundo Malhotra (2004) apud Rosseto (2015) os formulários para registrar dados
observacionais são mais fáceis de elaborar em comparação aos questionários, que serão
apresentados adiante. Não há necessidade de se preocupar com a maneira de formular as
perguntas e com o impacto psicológico. O instrumento deve possibilitar que o observador
registre as informações e seja simplificada a codificação. Nos formulários observacionais,
devem ser especificados: quem, o que, quando, onde, por que e o modo de comportamento a
serem observados (ROSSETO, 2015).

O formulário deve ser bem planeado para que possibilite ao observado registrar as informações
individuais, sem resumi-las para não conduzir a erros. Porém, antes de partir para a pesquisa
definitiva no campo, é importante que seja feito o préteste do formulário a fim de corrigir as
falhas que podem prejudicar a pesquisa (Ibidim).

8.4.2 Roteiro de entrevistas (para pesquisas de natureza qualitativa)

Roteiro para pesquisa qualitativa, segundo Samara e Barros (2002) apud Rosseto (2015), deve
conter tópicos em uma subdivisão por assunto. Como as técnicas qualitativas exigem gravação
das entrevistas, o roteiro não contém espaços para respostas. É um guia para o moderador do
grupo de discussões. Para Rosseto (2015) o, roteiro de entrevistas para pesquisa qualitativa
também deve ser elaborado a partir dos objetivos determinados e deve conter tópicos
subdivididos em blocos de assuntos. Como a técnica exige gravação das entrevistas, o roteiro
não contém espaços para repostas, como acontece no questionário.

8.4.3 Questionário (pesquisas de natureza quantitativa)

O questionário pode ser definido como uma “técnica estruturada para coleta de dados que
consiste em uma série de perguntas, escritas ou orais, que um entrevistado deve responder”
(MALHOTRA, 2004 apud ROSSETO, 2015). As perguntas dos questionários devem ser claras
e objetivas com termos simples. Não há um modelo ideal de questionário em relação ao
conteúdo ou ao número de perguntas, cada projeto exige criatividade e formas adequadas de
formulação de perguntas cujas respostas atendam a todos os objetivos propostos (PEDRINHA,
2001 apud ROSSETO, 2015)

7
Cf. Rosseto, 2014, p.129
11
9 Conclusão

Através da pesquisa feita podemos concluir que existem três tipologias de pesquisas. A primeira
é referente a pesquisa exploratória que objectiva auxiliar na compreensão do problema
enfrentado pelo pesquisador, sendo flexível e não estruturada, o segundo tipo de pesquisa
corresponde a pesquisa descritiva que é usada para estimar a proporção de elementos numa
população específica que tenham determinadas características ou comportamentos e descobrir
ou verificar a existência de relação entre variáveis. Por fim temos a pesquisa causal que procura
compreender quais variáveis são a causa e quais são o efeito de um fenômeno e/ou determinar
a natureza da relação entre as variáveis causais e o efeito a ser previsto.

Vimos que os dados podem ser primários ou secundários, sendo que os primeiros dizem respeito
a aqueles que ainda não estão disponíveis para consulta e os segundos referem-se àqueles que
foram coletados para outra finalidade que não a realização da pesquisa em questão. Chega-se a
conclusão, que existe várias fontes de dados sendo de destacar nomeadamente: o pesquisado;
pessoas que tenham informações sobre o pesquisado; situações similares e dados disponíveis.
Também vimos as diferentes formas eletrónicas de colecta de dados nomeadamente: câmaras
fotográficas, câmaras de TV, audímetros (ou tevêmetros), gravadores de som, leitores óticos
nos caixas das lojas, psicogalvanômetros, câmaras de movimento dos olhos (oftalmógrafo),
pupilômetro e contadores de tráfego.

Por último abordamos sobre os erros em pesquisa, onde vimos que uma pesquisa está sujeita a
dois tipos de erros nomeadamente: erros amostrais e erros não amostrais. Assim o erro total
será igual a soma dos erros amostrais e erros não amostrais. Onde os erros não amostrais podem
ser causados por diferentes factores como: definição errada do problema de pesquisa; definição
errada da população de pesquisa; definição parcial da população de pesquisa; não resposta;
instrumentos de coleta de dados; escalas; entrevistadores; entrevistados; inferências causais
impróprias; processamento; análises e interpretação.

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10 Referências Bibliográficas
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