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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO SOCIOECONÔMICO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Jéssica Dias Pupo

IMPACTO DOS NEGÓCIOS DIGITAIS DURANTE A PANDEMIA

Florianópolis

2023
Jéssica Dias Pupo

IMPACTO DOS NEGÓCIOS DIGITAIS DURANTE A PANDEMIA

Trabalho de Curso apresentado à disciplina CAD 7305


como requisito parcial para a obtenção do grau de
Bacharel em Administração pela Universidade Federal
de Santa Catarina.
Enfoque: Monográfico – Artigo
Área de concentração: marketing
Orientador: Prof. Dr. Leandro Dorneles dos Santos

Florianópolis

2023
Catalogação na fonte elaborada pela biblioteca da Universidade Federal de Santa
Catarina

Pupo, Jéssica IMPACTO DOS NEGÓCIOS DIGITAIS DURANTE A PANDEMIA / Jéssica Pupo ;
orientador, Leandro Santos, 2023. 32 p.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro


Socioeconômico, Graduação em Administração, Florianópolis, 2023.

Inclui referências.

1. Administração. 2. Negócios digitais. 3. Hamburguerias. 4. Estratégias digitais. 5. Estratégia


adaptativa. I. Santos, Leandro . II. Universidade Federal de Santa Catarina. Graduação em
Administração. III. Título.

Jéssica Dias Pupo


IMPACTO DOS NEGÓCIOS DIGITAIS DURANTE A PANDEMIA

Este Trabalho de Curso foi julgado adequado e aprovado na sua forma final pela
Coordenadoria Trabalho de Curso do Departamento de Ciências da Administração da
Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 08 de dezembro de 2023.

________________________
Prof. Ana Luiza Paraboni
Coordenador de Trabalho de Curso

Avaliadores:

________________________
Prof. Leandro Dorneles dos Santos, Dr.
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina

________________________
Prof.ª Gabriela Gonçalves Silveira Fiates
Avaliadora
Universidade Federal de Santa Catarina

________________________
Prof. Mário de Souza Almeida
Avaliador
Universidade Federal de Santa Catarina
Dedico este trabalho à
centelha divina, que aqui
me trouxe e até aqui me
sustentou. Dedico
também aos meus pais,
Cid Pupo e Valdete Dias,
que me deram a base de
meu caráter e de meus
estudos. Por fim, dedico
às minhas amigas Natália
Sanchez, Raphaella Souza
e Tamiris Pupo, que
foram meu apoio
emocional diário nesta
jornada.
AGRADECIMENTOS

Agradeço ao professor Leandro Dorneles dos Santos pela orientação que, com
paciência e dedicação, acompanhou todo o processo de elaboração deste trabalho, fornecendo
orientações valiosas e contribuindo para seu desenvolvimento. Sem sua colaboração, este
trabalho não seria possível.
“Não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo.”
(Peter Drucker)
RESUMO

A pandemia de COVID-19 iniciada em 2020, culminou no isolamento social e fechamento de


inúmeras empresas de diversos setores, o que impactou a estabilidade do setor econômico.
Neste contexto, não restou outra alternativa que não fosse a adaptação das empresas ao "novo
normal", adotando alternativas para continuarem a prestar seus serviços evitando
aglomerações, e até mesmo atendimento presencial. As ferramentas disponíveis mais
acessíveis naquele momento, foram as mídias sociais e canais digitais, que possibilitaram a
conexão das empresas com seus clientes, mesmo em isolamento social. Dado o exposto, o
objetivo geral deste artigo foi identificar as estratégias digitais adotadas pelas hamburguerias
localizadas no entorno da Universidade Federal de Santa Catarina para se manter no mercado
durante a pandemia de COVID-19. O presente artigo utilizou de metodologia de pesquisa
qualitativa e exploratória, sendo também utilizadas as técnicas de pesquisa bibliográfica e
estudo de casos, buscando considerar os benefícios dos recursos digitais. A partir das
informações obtidas foi possível identificar as estratégias digitais utilizadas e suas
consequências, e por fim, por meio desta pesquisa foi possível também elencar os desafios
dos empreendedores nesta adaptação.

Palavras-chave: Negócios. Digitais. Transformação. Resultados. Expansão.

ABSTRACT

The COVID-19 pandemic that began in 2020 culminated in social isolation and the closure of
numerous companies from different sectors, which impacted the stability of the economic
sector. In this context, there was no alternative other than for companies to adapt to the "new
normal", adopting alternatives to continue providing their services, avoiding crowds, and even
in-person service. The most accessible tools available at that time were social media and
digital channels, which made it possible for companies to connect with their customers, even
in social isolation. Given the above, the general objective of this article was to identify the
digital strategies adopted by burger restaurants located around the Federal University of Santa
Catarina to remain in the market during the COVID-19 pandemic. This article used qualitative
and exploratory research methodology, using bibliographic research and case study
techniques, seeking to consider the benefits of digital resources. From the information
obtained, it was possible to identify the digital strategies used and their consequences, and
finally, through this research it was also possible to list the challenges faced by entrepreneurs
in this adaptation.

Keywords: Business. Digital. Transformation. Results. Expansion.


1 INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o mundo não estava preparado para


enfrentar um novo vírus que causou uma pandemia a nível global, levando o planeta inteiro a
se manter em isolamento, no início de 2020, sendo que, com a chegada do Coronavírus,
muitos casos e mortes estavam sendo registrados num curtíssimo espaço de tempo - conforme
dados da OMS - o que causou grande preocupação e a mobilização do mundo inteiro (OMS,
2022). Ninguém ainda sabia como esse vírus agia e como os seres humanos iriam responder a
ele, mas de fato o número de mortes súbitas estava crescendo de forma alarmante, o que
culminou no isolamento social completo nos 4 cantos do planeta (Opas, 2020). Nesse
primeiro momento o foco era preservar a vida humana, e enquanto os especialistas estudavam
sobre alternativas para combate ao vírus, o restante da população não tinha outra opção a não
ser permanecer em casa.
Apenas os serviços essenciais poderiam permanecer abertos, o que culminou no
fechamento de diversas empresas, e o mais preocupante, sem previsão para retorno, o que
deixou todos aflitos, pois enfrentavam de fato uma ameaça mortal e, sobretudo, se
questionavam como iriam sobreviver sem trabalho? (OMS, 2022).
Esse contexto levou as empresas a buscarem se adaptar de modo que conseguissem
manter suas atividades mesmo em isolamento para que continuassem a prestar seus serviços
sem aglomeração ou até mesmo atendimento presencial. Neste momento, a saída encontrada
pelos empresários foi tornar suas empresas presentes no universo digital para que pudessem
vender produtos/serviços ou apenas interagir com seus clientes, mantendo sua marca viva na
memória das pessoas que a conheciam, e que não podiam mais passar em frente às empresas
ou visitar seus endereços físicos. É característico ao empreendedor encarar problemas como
desafios, visando transpor barreiras para alcançar seu propósito, superando as adversidades
para se manter resiliente frente ao objetivo de empreender. Dornelas afirma que para
conquistar o sucesso, o empreendedor deve apresentar as seguintes características: ser
visionário; tomar decisões corretas; fazer a diferença; explorar o máximo de oportunidades;
independência e direção do próprio destino; ser líderes. (Dornelas, 2005).
Segundo Dornelas “Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que,
em conjunto, levam a transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação
destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso.” (Dornelas, 2008, p. 22). Para ter
sucesso num cenário de incertezas, o empreendedor deve buscar transformar obstáculos em
oportunidades, somando pensamento crítico a atitude para inovar, traçando assim uma
estratégia eficaz para seu negócio.
Dentre tantas opções estratégicas para gestão de uma organização, neste contexto de
pandemia e de isolamento, a utilização de ferramentas de tecnologia para adaptação ao novo
normal trouxe mais benefícios do que o mercado poderia prever. Impulsionada pelas recentes
crises econômicas e de saúde globais, a inovação está se acelerando. As empresas líderes que
haviam progredido ao longo de sua jornada de transformação digital puderam se adaptar
rapidamente à realidade comercial alterada. Elas apoiaram o número de trabalhadores
conectados remotamente muito antes do esperado e utilizaram wearables e outras tecnologias
para apoiar os demais funcionários da linha de frente que não podiam ser enviados para casa.
Com o que aprenderam, agora estão repensando como gerenciar operações usando dados
compartilhados, análises, trabalho distribuído e gêmeos digitais. O setor passou de um ponto
de inflexão, tendo visto o poder das tecnologias disruptivas para transformar operações de
negócios e estratégias competitivas, melhorar a resiliência, reduzir custos e atender melhor os
clientes. Agora, está a toda velocidade (Bhs, 2020).
Uma das primeiras ações observadas logo no início da pandemia foi a adaptação dos
colaboradores de empresas que puderam adotar este modelo ao home office. Segundo o
Media Lab Estadão (2020), em poucos dias as organizações se movimentaram para que seus
colaboradores pudessem dar continuidade a operação, mesmo trabalhando de suas próprias
casas, sendo que o resultado foi bastante positivo, já que não havia mais problemas de
deslocamento, como trânsito ou superlotação em transportes públicos e, além disso, muitas
empresas que tinham suas operações funcionando em espaços físicos, economizaram gastos
exorbitantes.
Foi observada também, uma maior qualidade de vida do colaboradores, devido a
flexibilidade do modelo em relação a horários, e uma melhora na organização da rotina diária
em geral, possibilitando usufruir de mais horas de sono, e mais horas com a família, o que
impacta diretamente no estado psíquico e emocional dos colaboradores. Os funcionários que
trabalham em casa geralmente demonstram uma maior pré-disposição, já que estão no
conforto de seus lares, sem ter que manter o estresse que é a vida de escritório ou o tempo no
trânsito se deslocando até as empresas. Nesse sentido, o aumento do tempo para outras
atividades também influencia na qualidade de vida dos funcionários, já que ficando menos
tempo fora de casa se deslocando até os lugares, podem usar esse tempo para outras
atividades que podem ser incentivadas pelas empresas (Sheifer, 2018). Houve também um
fortalecimento na cultura das organizações, o que levou ao aumento da produtividade e
melhores resultados. Outro fator que o home office trouxe a este novo contexto, foi a
liberdade geográfica (Pontotel, 2021).
Com a possibilidade do trabalho remoto, muitas pessoas optaram por sair dos grandes
centros, buscando alternativas de lifestyle mais saudáveis e tranquilas, retornando para suas
cidades de origem, visando passar mais tempo com a família, ou buscando outros locais como
praia ou campo, que proporcionam um maior contato com a natureza. Trabalhando a
distância, sem a necessidade de bater o ponto no escritório, milhares de famílias estão de
mudança para recantos onde mais importante do que ganhar muito dinheiro e ter acesso ao
que há de melhor em convívio social e cultura, é poder desfrutar uma existência da mais alta
qualidade (Ferraz, 2021). O intercâmbio cultural é outro fator positivo acarretado pela
liberdade geográfica. Segundo Ju Fernandez, “a liberdade geográfica melhora a criatividade,
pois experiências novas nos renovam e fazem nossa mente ser mais criativa, além, é claro, de
sentir uma vontade grande de realizar coisas diferentes quando estamos em contato com
cenários, pessoas e culturas distintas” (Fernandez, 2022, p.1).
Uma das maiores preocupações estava relacionada ao comércio varejista, que
representa parte do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O PIB é a soma de todos os bens e
serviços finais produzidos por um país (IBGE, sd). No período inicial da quarentena, que se
deu em março, houve uma queda de aproximadamente 20% nas vendas online e logo no mês
de Abril, as vendas aumentaram 47% em comparação com o mesmo período do ano anterior,
segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm, 2020). Outra
alta significativa, neste mesmo período, foi no consumo da rede de internet, que subiu 30% de
acordo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel e Celular Pessoal
(SindiTeleBrasil, 2020). Esses dados concluem um aumento significativo do consumo através
da internet, comportamento que transpôs a margem de tendência e se consolidou como a nova
forma de consumo atual. Desta forma, as empresas entenderam que neste ambiente digital
estaria a solução para sobreviver a esta crise mundial e, além disto, se encontrou uma nova
perspectiva de negócio.
O maior desafio das empresas foi se adaptar às novas tecnologias, sem o conhecimento
e familiaridade com ferramentas digitais, visto que a grande maioria das empresas não
possuíam um departamento específico de tecnologia ou comunicação com o cliente através de
canais digitais. Segundo Luciano Calchi, considerando a transformação digital das empresas
passou a ser cada vez mais necessária, potencializada pela pandemia, sendo uma questão de
sobrevivência para a maior parte delas, principalmente para empresas de pequeno e médio
porte. Lojas online, serviços de delivery, aulas virtuais, não só contribuíram para o controle da
pandemia, mas para que as empresas pudessem se manter nesse cenário (Calchi, 2022).
Dentre estas empresas, destacam-se as hamburguerias, nicho bastante expressivo na cidade de
Florianópolis, e que se tornou febre em meados de 2014, mas que se mantém aquecido até os
dias de hoje. Marciano Diogo atribui o sucesso das hamburguerias ao requinte dos ambientes,
que contam com uma moderna decoração, aliada às opções gourmet que agradam diversos
paladares (Diogo, 2014).
Diante do contexto apresentado anteriormente, observa-se a problemática do impacto
causado pelos negócios digitais durante a pandemia e os possíveis resultados decorrentes da
adoção de ferramentas digitais como alternativa para o isolamento social devido à pandemia
de COVID-19, iniciada em março de 2020. Sendo assim, a questão-problema que esta
pesquisa busca responder é: como as hamburguerias localizadas no entorno da Universidade
Federal de Santa Catarina conseguiram se manter no mercado durante a pandemia de
COVID-19?
A fim de responder a este problema, este projeto de pesquisa tem como objetivo geral
identificar as estratégias digitais adotadas pelas hamburguerias localizadas no entorno da
Universidade Federal de Santa Catarina para se manter no mercado durante a pandemia de
COVID-19. Para cumprir com este objetivo, são definidos objetivos específicos: a) Levantar o
perfil dos gestores; b) Identificar as estratégias tecnológicas adotadas para o enfrentamento da
pandemia; c) mensurar os possíveis benefícios, desafios, dificuldades e desvantagens que os
empreendedores encontraram ao utilizar ferramentas digitais no auxílio de seus processos.
Pelos recentes acontecimentos e devido ao avanço da tecnologia no atual cotidiano, se
dá a justificativa dessa pesquisa, que busca esmiuçar qual foi o resultado da implementação de
tecnologias digitais nas empresas durante a pandemia. A pesquisa deverá apontar os detalhes
de todo o trajeto que os empreendedores encaram ao atualizarem seus processos conforme
tendências digitais. Visando diminuir a lacuna acadêmica devido ao curto período desde o
final da pandemia, notou-se a viabilidade de elaborar um projeto de pesquisa com ênfase na
disseminação dos dados levantados para auxílio dos empreendedores, para corroborar junto a
sociedade o meio digital como alternativa de expansão do negócio. Para a ciência da
administração o estudo contribui agregando dados recentes do impacto de algo mundialmente
vivido, que foi a pandemia.
2 REVISÃO DE LITERATURA

Neste tópico serão abordados os conceitos e teorias estudadas sobre o tema da presente
pesquisa, mais especificamente, sobre gestão estratégica, estratégias adaptativas, e tecnologias
digitais, conforme segue.

2.1 GESTÃO ESTRATÉGICA

A estratégia pode ter mais de um conceito ou aplicação, mas o mais conhecido deles é
como um plano para a realização de um objetivo de longo prazo. Estratégia é a criação de um
plano de alto nível com informações sobre como executar as metas estabelecidas. No contexto
empresarial, o conceito de estratégia é mais bem definido como um plano alcançável de longo
prazo, capaz de oferecer vantagem competitiva a uma empresa no futuro, tomando como base
as tendências previstas e os hábitos de compra dos clientes (McKean, 2012). Segundo
McKean (2012, p. 26), “a estratégia é a definição do melhor futuro para a sua equipe ou
empresa, mapeamento da rota para alcançá-lo e sua clara comunicação”. Por meio da
estratégia é possível definir o melhor futuro, mas este futuro deve ser algo alcançável, ou seja,
ao definir uma estratégia deve-se considerar metas que possam ser cumpridas de acordo com
quem vai executá-la. Para tanto, é necessário um roteiro que comunique de forma clara, a
todos os envolvidos, os objetivos e atividades necessárias para execução das estratégias.

Os mercados de hoje são semelhantes aos campos de batalhas do passado. Os


produtos e serviços são armas. Estratégia significa procurar os melhores produtos e
serviços para competir nos mercados certos no momento certo. Aqueles que
compreendem a estratégia – e a experiência me mostra que são muito poucos – estão
no caminho certo para ir direto ao ponto em termos de sucesso nos negócios (
McKean, 2012, p. 26).

A estratégia empresarial é definida por Oliveira (2013) como um caminho, maneira ou


ação estabelecida e adequada para alcançar os resultados da empresa, representados por seus
objetivos, desafios e metas. E uma situação pode ser considerada estratégica quando existe
interligação entre os aspectos internos - controláveis - e externos - não controláveis. (Oliveira,
2013). Quando o empreendedor se depara com interferências externas, não controláveis, ele
precisa estar apto para fazer uma série de análises relacionadas ao ambiente que sua empresa
está inserida para traçar o melhor plano de ação visando a adaptação a essas interferências
externas (Oliveira, 2013).
A administração estratégica é uma administração do futuro, que de forma
estruturada, sistêmica e intuitiva, consolida um conjunto de princípios, normas e
funções para alavancar, harmoniosamente, o processo de planejamento da situação
futura desejada da empresa como um todo e seu posterior controle perante os fatores
ambientais, bem como a organização e a direção dos recursos empresariais de forma
otimizada com a realidade ambiental, com a maximização das relações interpessoais
(Oliveira, 2013, p. 6).

Atuando de forma interativa com os fatores ambientais que se modificam


constantemente, e são incontroláveis pela empresa, a administração estratégica é considerada
visionária, por ter a capacidade de prever e se adaptar a possíveis fatores que impactam direta
ou indiretamente a organização. De acordo com Oliveira (2013), os princípios da
administração estratégica estão em constante evolução, por isso ela se mantém moderna,
sistêmica e interagente, e sua abordagem evolutiva permite que ela sempre se atualize. Suas
partes são integradas, e o fluxo ativo com fatores ambientais garante um ajustamento
interativo. A administração estratégica traz como benefício uma gestão cada vez mais
simples, flexível e contínua, uma vez que essa abordagem traz clareza e objetividade em cada
passo do processo que cada pequena parte da empresa precisa desenvolver para que o todo
alcance o objetivo organizacional. (Oliveira, 2013).
Outros benefícios que a administração estratégica proporciona para as empresas, se for
implementada de maneira adequada, podem variar de acordo com o contexto de cada
organização, porém, de acordo com Oliveira (2013), os principais são: a) modelo de gestão
simples e flexível; b) facilidade em identificar o perfil de cada colaborador, observando
capacidades e pontos a melhorar de maneira mais assertiva; c) consolidação do
posicionamento da organização, de acordo com as necessidades atuais e futuras do contexto
que a organização está inserida; d) Aumento da motivação, comprometimento, produtividade
e qualidade na organização.
Ainda, Mintzberg et al. (2009) destacam que as mudanças ambientais devem se refletir
nas mudanças organizacionais, conforme diz a maioria das teorias organizacionais, uma vez
que existem tendências que geram estas mudanças, as quais irão proporcionar adaptação por
parte das organizações a fim de que se mantenham competitivas. Historicamente, as rápidas
mudanças ambientais favorecem as organizações que são flexíveis e conseguem se adaptar,
pois caso isso não ocorra, estas tendem a desaparecer e, devido a isso, hoje existe uma
disposição maior para organizações sistêmicas e adaptáveis (Mintzberg et al., 2009).
2.1.1 Estratégia adaptativa

A partir da evolução dos conceitos e todo o conhecimento provenientes da estratégia,


nasce um modelo que considera a execução operacional e também as competências essenciais,
para que de forma integrada e interdependente, a inovação assegure a competitividade da
organização (Magaldi; Salibi Neto, 2020). A estratégia adaptativa tem como elemento central
o aprendizado e desenvolvimento de todos os níveis hierárquicos e individuais da empresa.
Magaldi e Salibi Neto (2020) destacam que a vantagem competitiva é transitória, portanto a
estratégia deve ser flexível e ágil para acompanhar as movimentações do mercado, e que a
cultura do aprendizado favorece a organização, pois quanto maior o desenvolvimento dos
colaboradores, melhores tomadas de decisão.
Para auxiliar no processo de tomada de decisão é preciso utilizar um gerenciamento
consistente, capaz de mensurar informações de forma clara e objetiva, e dessa necessidade
surge a gestão baseada em dados. A tecnologia desenvolveu ferramentas capazes de gerar e
organizar dados com apenas um toque. A análise de dados garante uma vantagem
competitiva, pois permite identificar oportunidades, expandir potencial de mercado e
aprimorar os processos da organização (Edicom, 2022) “Todas as organizações que têm
crescido exponencialmente adotam uma arquitetura de dados que lhes permite extrair insights
de forma organizada com agilidade” (Magaldi; Salibi Neto, 2020, p. 74).
Magaldi e Salibi Neto (2020) orientam que para aplicar uma estratégia adaptativa de
maneira assertiva deve-se considerar 4 elementos fundamentais para implementar as
inovações, são eles: a) obsessão pelo cliente; cultura organizacional; agilidade; gestão de
dados;
O foco principal da estratégia adaptativa está no cliente, não apenas oferecendo um
produto ou serviço, mas oferecendo também opções de compra, para que cada cliente possa
fazer a melhor escolha considerando suas necessidades. Neste ponto é crucial observar o
comportamento do consumidor para entender suas demandas e saber exatamente como
facilitar sua vida. Um exemplo simples e atual é a modernização dos meios de pagamento,
que viabiliza transações através dos celulares. Notou-se uma certa constância no
comportamento dos consumidores que eventualmente esqueciam suas carteiras, ou por
qualquer motivo estavam sem cartão no momento da compra, gerando o cancelamento da
transação e até mesmo um certo constrangimento. Para sanar este problema bancos e
empresas de tecnologia encontraram uma solução prática e eficiente. Por outro lado, o
estabelecimento que não adotar uma estratégia adaptativa para acompanhar esta inovação
certamente irá perder clientes.
A cultura organizacional é um fator indispensável para qualquer empresa que deseja
alcançar bons resultados, não apenas por dar forma a sua identidade que engloba crenças,
valores normas, mas também por nortear cada ação adotada na organização, desde o
funcionário que ocupa o menor cargo na hierarquia até o topo do alto escalão. Em todos os
momentos a cultura organizacional estará presente, e ficará em evidência principalmente no
contato com os cliente, portanto é importantíssimo que ela esteja alinhada com os objetivos da
empresa. É importante destacar que quanto mais aberta a inovações estiver a cultura
organizacional maiores as chances de alcançar uma estratégia adaptativa.
O terceiro elemento deve se tornar uma característica intrínseca e obrigatória a
qualquer empresa. Atualmente a alta tecnologia traz inovações e mudanças no comportamento
de consumo quase que diariamente. Se tornou imprescindível para qualquer empresa buscar
desenvolver a agilidade, tanto na tomada de decisão, como em suas efetivas ações. Inovação
está diretamente ligada à velocidade. É preciso acompanhar as mudanças de cenário e as
novas tecnologias para não ser “engolido” por elas (Marketing Assensus, 2022).
A pandemia de COVID-19 pegou o mundo de surpresa, muitas empresas que não
conseguiram se adaptar fecharam suas portas. Segundo Leonardo Vieceli (2021) foram quase
600 mil empresas encerrando as atividades em decorrência da crise gerada pela pandemia de
COVID-19. “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente. Quem sobrevive é o
mais disposto à mudança.” Charles Darwin
Para a estratégia adaptativa funcionar, ela deve estar pautada em dados. Inovação é
ciência, e os dados comprovam sua aplicabilidade, além de servir como embasamento para
tomada de decisão. As ferramentas de coleta, armazenamento e análise de dados, assim como
proteção de dados, organização e processamentos são de extrema importância para a
segurança e automatização dos processos.

2.2 TECNOLOGIAS DIGITAIS

Atualmente os consumidores têm acesso a uma vastidão de dados dos mais diversos
assuntos, produtos e serviços. Isso os torna cada vez mais exigentes e específicos em suas
demandas, suas preferências vão mudando conforme recebem novas informações, seja de
tendências ou outras opções de fornecedores. Em contrapartida, a concorrência cresce
exponencialmente, o que dificulta ainda mais a competitividade no mercado. Mas existem
formas de prever a demanda do cliente e de projetar variedades de produtos.

A tecnologia de informação é sempre a força condutora que resulta em vantagem


competitiva para esses novos projetos organizacionais. Assim como existia sinergia
entre os projetos de produção em massa e invenção, uma nova sinergia está se
desenvolvendo entre esses novos projetos. Essa sinergia pode começar a definir as
bases de competição para o próximo século (Mintzberg et al., 2009, p. 307).

Com a difusão das tecnologias digitais, se tornou comum o uso de plataformas de


dados que auxiliam as organizações em todos os processos, desde a prestação de serviços até
a análise de dados que desenham o comportamento de consumo de um determinado público.
Segundo Tableau, esse conceito é chamado de Business Intelligence, que combina os
processos e métodos de coleta, armazenamento e análise de dados das operações ou atividades
para otimizar o desempenho dos negócios. Essa cadeia de dados torna a capacidade de
conhecimento e de execução de processos da organização muito mais assertiva e estável, pois
a organização consegue prever a adaptação às mudanças ambientais de forma específica,
tornando os outros processos da cadeia produtiva mais claros e eficientes, resultando na
melhora dos processos organizacionais como um todo (Tableau, 2022). A partir do
desenvolvimento da ideia de plataformas digitais, surgem diversas vertentes que possam
atender vários nichos de mercado (Tableau, 2022). Um exemplo clássico e já bastante
difundido é o e-commerce, ou comércio eletrônico, e refere-se aos negócios que estruturam
seu processo de compra e venda na Internet. Assim, todas as transações comerciais são
realizadas por meio de ferramentas online (Sampaio, 2019).
Outro exemplo de plataformas digitais são as redes sociais. Seu uso já vinha crescendo
vertiginosamente ao redor do planeta, e também aqui no Brasil, mas com a imposição do
distanciamento social causado pela pandemia de COVID-19 as interações digitais se tornaram
indispensáveis. Esse comportamento também se refletiu na economia, pois segundo pesquisa
da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgada em setembro de 2021,
91% dos consumidores conectados realizaram alguma compra em lojas on-line entre 2020 e
2021, sendo que, desse total, 87% utilizaram o smartphone para concluir o negócio.
(Berticelli, 2022). Por isso, as estratégias organizacionais devem considerar o uso de redes
sociais, pois quanto mais usuários atraírem em seus perfis, maiores a chances de conversão
nas plataformas, como por exemplo o Ifood1.

1
Plataforma para venda de alimentos on-line.
3 MÉTODO

Quanto à classificação da presente pesquisa, destaca-se que foi exploratória, visando


atingir os objetivos já descritos. A pesquisa exploratória proporciona maior familiaridade com
o problema, visando explicitá-lo, e seu objetivo principal é desenvolver ideias e ampliar a
visão, baseando-se em um planejamento flexível, que possibilite considerar variados aspectos
(Gil, 2010). Foi feita uma análise dos dados coletados visando constatar a realidade do objeto
estudado. Também buscou-se compreender um fenômeno ainda pouco estudado ou aspectos
específicos de uma teoria ampla (Branski; Franco; Lima, 2010).
Dentre as diversas técnicas de pesquisa disponíveis, nesta investigação foi adotada a
pesquisa bibliográfica, pois utiliza como base teórica material impresso e/ou digital como
livros, teses, dissertações e artigos científicos. Gil (2010, p. 29) destaca que as principais
vantagens da pesquisa bibliográfica são: “a) a possibilidade de investigar fenômenos de uma
forma muito mais ampla, do que uma pesquisa direta. Dessa forma é possível ter acesso a
muito mais informações; b) Para recorrer a históricos é indispensável consultar dados
bibliográficos”.
Outra técnica a ser utilizada é o estudo de caso (Yin, 2015), sendo que a pesquisa
abordou casos múltiplos para então chegar a uma conclusão única através do cruzamento de
casos. Os resultados de casos múltiplos são mais convincentes, e o estudo global é visto
como sendo mais robusto (Yin, 2015). Na escolha de mais de um caso existe a possibilidade
comparativa, e a partir disso é possível criar linhas de convergência e divergência sobre o
levantamento dos dados (Carneiro, 2018).
O método de estudo de casos múltiplos utiliza, geralmente, dados qualitativos,
coletados a partir de eventos reais, com o objetivo de explicar, explorar ou descrever
fenômenos atuais inseridos em seu próprio contexto (Eisenhardt, 1989; Yin, 2009).
Caracteriza-se por ser um estudo detalhado e exaustivo de poucos, ou mesmo de um único
objeto, fornecendo conhecimentos profundos (Eisenhardt, 1989; Yin, 2009). A metodologia é
usada com frequência em pesquisas na área de administração, mas nas demais áreas é pouco
compreendida e bastante criticada. (Branski; Franco; Lima, 2010). Um estudo de caso é
formado por cinco etapas: delineamento da pesquisa; desenho da pesquisa; preparação e
coleta de dados; análise dos casos de forma individual e comparativa e, finalmente;
elaboração dos relatórios, segundo Brasnki; Franco; Lima (2010).
Na primeira etapa de delineamento da pesquisa, iniciou-se com a definição clara e
precisa do tema que foi estudado. O tema foi escolhido devido ao grande impacto da
pandemia de COVID-19 em todo o comportamento socioeconômico a nível global. Após o
levantamento e revisão bibliográfica, seguiu-se para a segunda etapa, que é o desenho da
pesquisa, composto por quatro aspectos: validade externa, confiabilidade, validade do
constructo e validade interna (Ellram, 1996; Gerring; McDermott, 2010). Segundo Yin
(2009), por meio da proposição é possível delimitar o escopo da pesquisa, indicando onde
procurar evidências, quais dados coletar e quais descartar, e como analisá-los. A coleta e
análise das informações obtidas na pesquisa de campo é que permite confirmar ou refutar as
proposições e, finalmente, responder às questões de pesquisa. Para delimitar o escopo da
pesquisa foi escolhida a área do entorno da Universidade Federal de Santa Catarina para a
seleção das empresas, tornando a pesquisa executável.
A seleção dos casos deve observar dois aspectos: os casos devem ser teoricamente
úteis para os objetivos da pesquisa, e em número suficiente para permitir a análise desejada
(Branski; Franco; Lima, 2010). Quanto à adequação dos casos, a questão é se representam de
fato o fenômeno estudado, fornecendo os elementos necessários para verificar as proposições
e responder às questões de pesquisa (Yin, 2009). Neste ponto foram considerados dois
aspectos essenciais para a seleção dos casos: 1) As empresas selecionadas devem se
caracterizar pelo perfil de hamburguerias, que são lanchonetes especializadas em lanches
gourmet; 2) As empresas selecionadas devem funcionar desde antes do surgimento da
pandemia de COVID-19 em 2020; Quanto ao número de casos, não há um número mínimo
requerido para o desenvolvimento da metodologia. Ainda na segunda etapa foram definidos
os instrumentos de coleta de dados, sendo a entrevista um dos mais importantes porque, além
de estar direcionada aos objetivos específicos do pesquisador, produz o aprofundamento e a
riqueza das informações que se espera da metodologia. Estudos de casos normalmente
utilizam entrevistas abertas e semi-estruturadas para um maior detalhamento (Branski;
Franco; Lima, 2010).
Para a coleta de dados, existem procedimentos rigorosos que seguem regras
pré-estabelecidas, aplicadas a todos os casos estudados. Segundo Braski; Franco; Lima
(2010), a definição do roteiro de entrevista permite a replicação do processo em outros casos
escolhidos. Neste caso, devem estar detalhadas no roteiro de entrevista as formas de condução
das atividades durante todo o processo. Ou seja, definindo previamente o perfil desejado dos
informantes, a forma de aplicação do roteiro de entrevista e de registro das respostas, para
preparação dos entrevistados, e do próprio pesquisador. E finalmente, após a entrevista,
estabelece como os dados foram tratados e organizados.
Já na terceira etapa, de preparação e coleta de dados, o pesquisador entra em contato
com os possíveis entrevistados para verificar a viabilidade da entrevista, nesta parte acontece
o filtro dos casos pré-selecionados, seja pela falta de qualificação ou de interesse em
participar do estudo. Após a definição dos casos, se inicia a coleta de dados, e o pesquisador
aborda os entrevistados se apresentando e resumindo o objetivo da pesquisa, com uma cópia
do roteiro de entrevista. Após a coleta de dados, deve ser realizada a organização de todo o
material levantado pelo pesquisador para a constituição da base de dados.
Na etapa seguinte, a quarta, é feita a análise dos dados. Estudos qualitativos, sobretudo
os estudos de casos múltiplos, requerem a utilização de técnicas que facilitem a síntese e
compreensão dos dados (Miles, Huberman, 1994). A técnica proposta por Miles e Huberman
(1994), envolve três atividades: analisar os dados, apresentar os dados e, finalmente, verificar
as proposições e delinear a conclusão. Na análise dos dados o pesquisador filtra as
informações levantadas, e as organiza, descartando as informações desnecessárias, neste
momento ocorre o confrontamento dos dados, também chamado de triangulação, o que evita a
distorção das informações levantadas. Segundo Brasnki; Franco; Lima (2010), as informações
devem ser organizadas em uma estrutura de análise pré-definida que deve ser aplicada em
todos os casos. Casos pré-estruturados evitam a sobreposição de dados, problema recorrente
nos estudos qualitativos, e facilitam a revisão e a síntese (Ellram, 1996). A quinta etapa é a de
relatórios, após a elaboração de relatórios individuais para cada caso, ocorre a revisão, que é
importante, pois permite corrigir erros, preencher lacunas e validar os dados coletados
(Branski; Franco; Lima, 2010). Segundo Miles e Huberman (1994), a segunda atividade é a
organização e apresentação dos casos. Os diversos casos devem ser analisados e comparados,
buscando similaridades e diferenças e identificando padrões (Branski; Franco; Lima, 2010).
Na terceira etapa ocorre a verificação das proposições e delineamento da conclusão. As
evidências observadas através dos dados levantados nos estudos de casos irão corroborar as
conclusões do pesquisador. Enfim pode ser feita a revisão do relatório final que encerra a
última etapa no desenvolvimento dos estudos de casos (Branski; Franco; Lima, 2010).
A coleta dos dados foi realizada por meio da aplicação de entrevistas
semiestruturadas (APÊNDICE A), pois segundo Olsen (2015) estrutura básica que preenche o
tempo alocado deve ser definida previamente. A entrevista foi aplicada junto ao gestor das
hamburguerias via ferramenta aplicativo de mensagens Whatsapp, e foi gravada para posterior
transcrição.
Quanto à natureza e análise dos dados, a presente pesquisa tem o viés qualitativo.
Oliveira (2007) diz que a pesquisa qualitativa é o processo de reflexão e análise da realidade
através da utilização de métodos e técnicas (análise de conteúdo) para compreensão detalhada
do objeto de estudo. Esta pesquisa utilizou tal processo que implica em estudos de teorias,
aplicação de entrevistas e análise de dados que devem ser apresentados de forma descritiva
(Oliveira, 2007). A pesquisa qualitativa demanda um cronograma, a definição do lugar (região
em torno da UFSC - Florianópolis), tempo (2023), revisão de literatura (seção 2) e coleta de
dados.
No QUADRO 1 são apresentadas as categorias e os elementos chave utilizados para a
estruturação das entrevistas e posteriormente a análise dos casos. Por meio desta análise
foram identificadas as semelhanças e possíveis diferenças explicitadas pelas organizações
estudadas relacionadas entre si, além de realizado comparativo entre os resultados e o estudo
teórico.
Quadro 1: Categorias e elementos de análise

Categorias Analíticas Elementos de Análise

Perfil dos gestores Gênero; Escolaridade; Cargo

Caracterização da empresa Tempo de atividade; Características de destaque; Consumo


no local;

Motivos para abertura do Oportunidade de negócio; Necessidade; Falta de emprego;


negócio Realização pessoal;

Utilizavam ferramentas Plataformas de delivery; Redes sociais; Anúncios; Site


digitais antes da pandemia? próprio;

Estratégias digitais Plataformas de delivery; Redes sociais; Anúncios; Site


adotadas durante a próprio;
pandemia

Resultados das estratégias Benefícios; Desafios; Dificuldades; Desvantagens;


digitais adotadas

Como limitações do método, destacam-se a proveniente da utilização de estudo de


caso que refere-se apenas aos casos estudados, não sendo possível a extrapolação dos
resultados para outros casos semelhantes (Yin, 2016). Ressalta-se ainda a limitação da análise
de conteúdo que pode conter o viés da pesquisadora (Bardin, 2016). No entanto, acredita-se
que essas limitações não prejudicaram os resultados alcançados, pois a análise dos dados
coletados visou constatar a realidade do objeto estudado.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A seguir serão abordados subtópicos para análise dos resultados, sendo eles, a seleção
dos casos estudados e a análise comparativa dos casos, conforme segue.

4.1 SELEÇÃO DOS CASOS ESTUDADOS

Para escolha dos casos estudados foi realizado um mapeamento com as principais
hamburguerias especializadas em hambúrguer gourmet, situadas nos bairros do entorno da
Universidade Federal de Santa Catarina, sendo eles bairro Trindade, bairro Carvoeira e bairro
Pantanal. Nesta região existem várias outras lanchonetes que não foram selecionadas por
fazerem parte de outro perfil, como por exemplo lanches prensados que são mais populares.
Outro critério de seleção foi o tempo de empresa, sendo escolhidas apenas aquelas que já
existiam antes da pandemia de COVID-19. Após a listagem dos estabelecimentos foi iniciada
a abordagem dos gestores de tais estabelecimentos. No contato inicial era apresentada a
pesquisadora, assim como o conceito da pesquisa, e uma cópia do roteiro de entrevista. Na
sequência o gestor era direcionado a responder as perguntas previamente definidas e
estruturadas.

4.2 ANÁLISE COMPARATIVA DOS CASOS

Quatro empresas participaram do estudo de caso, as entrevistas foram realizadas com


um gestor de cada empresa. A primeira categoria analisada foi o perfil dos gestores,
apresentado no QUADRO 2.

Quadro 2: Perfil dos gestores


Elementos de EMPRESA A EMPRESA B EMPRESA C EMPRESA D
Análise

Gênero Masculino Masculino Masculino Masculino

Gestores 3 Gestores 1 Gestor 2 Gestores 1 Gestor

Escolaridade 1º Sócio: Sem formação 1º Sócio: Sem formação


Formação em Formação em
Gastronomia Direito
2º Sócio: 2º Sócio:
Formação em Formação em
Administração engenharia
3º Sócio:
Formação em
Hotelaria

Cargo 1º Sócio: Gestor Subgerente Sócios Proprietário


Operacional Proprietários
2º Sócio: Gestor
de RH
3º Sócio: Gestor
Financeiro

Todos os gestores são do sexo masculino, e apenas o gestor entrevistado da empresa B


é funcionário, os outros 6 gestores das empresas A, C e D, são sócios das empresas estudadas.
A segunda categoria analisada foi de características da empresa, apresentada no QUADRO 3.

Quadro 3 - Características da Empresa

Elementos de EMPRESA A EMPRESA B EMPRESA C EMPRESA D


Análise

Tempo de 10 anos 4 anos 3 anos 8 anos


atividade

Características Uma das mais Além de Sem atributos Disponibilizam


de destaque antigas servirem de destaque diversos jogos
hamburguerias hambúrgueres, para interações
da cidade. também servem no local
chopps em um
espaço com
música ao vivo

Consumo no Consumo no Consumo no Consumo no Consumo no


local/Apenas local e delivery local e delivery local e delivery local e delivery
delivery

As empresas A e D possuem maior tempo de atividade, enquanto as empresas B e C


ainda estão abaixo dos 5 anos de atividade. Todas as empresas oferecem tanto serviço de
delivery quanto a opção de consumir no local. A empresa A se destaca pelo histórico antigo,
sendo uma das primeiras hamburguerias da cidade, enquanto a empresa B se destaca pela
estrutura do local de consumo, oferecendo uma variedade de opções de bebidas e
eventualmente música ao vivo. A empresa D também tem um local diferenciado para
consumo dos produtos, onde são oferecidas diversas opções de jogos para interação no local.
As empresas A, B e D possuem um público fiel, que frequentam seus locais para consumo, o
que pode aumentar o faturamento, com a possibilidade de vendas de mais produtos por
cliente. A empresa C não possui nenhum atributo de grande destaque.
A terceira categoria analisada foi de motivos para abertura do negócio, apresentada no
QUADRO 4.

Quadro 4: Motivos para abertura do negócio

Elementos de EMPRESA A EMPRESA B EMPRESA C EMPRESA D


Análise

Oportunidade Um dos sócios Quiseram Um dos sócios Família sempre


de negócio; já era investir em um era servidor trabalhou com
Necessidade; cozinheiro, e negócio pela público e quis alimentação, há
Falta de surgiu a localização se tornar 8 anos decidiu
emprego; oportunidade de (bairro Santa empreendedor. investir em seu
Realização atuarem no Mônica, via próprio negócio
pessoal; local de gastronômica alimentício.
atividade da em
empresa até os Florianópolis)
dias de hoje.

As empresas A, B e C surgiram pela oportunidade de negócio, já a empresa C surgiu


pela busca de realização pessoal de um dos sócios. A quinta categoria analisada foi a
utilização de ferramentas digitais antes da pandemia, apresentada no QUADRO 5.

Quadro 5: Utilizavam ferramentas digitais antes da pandemia?

Elementos de EMPRESA A EMPRESA B EMPRESA C EMPRESA D


Análise

Utilizavam Redes sociais e Redes sociais e Focou no Plataforma


ferramentas Delivery. Delivery delivery durante Ifood
digitais antes da Plataforma Plataforma a pandemia.
pandemia? Ifood e Ifood, Plataforma
Quais? Whatsapp Plataforma Ifood e
Boomer e Whatsapp
Whatsapp

Todas as empresas selecionadas possuíam presença digital, mas intensificaram o


engajamento nas redes durante a pandemia de COVID-19. Das 4 empresas estudadas, apenas
A e B são ativas em redes sociais, as empresas C e D possuem perfis em redes sociais mas
não atualizam com frequência, nem realizam uma comunicação intencional nas redes. As
empresas A e B já utilizavam plataformas de delivery antes, as empresas C e D passaram a
desenvolver o atendimento através de plataformas de delivery durante a pandemia, e
atualmente todas as empresas seguem utilizando plataformas de delivery, sendo a plataforma
Ifood a mais utilizada. As empresas A, B e C também já recebiam, e continuam recebendo
pedidos pela plataforma de mensagens WhatsApp.

A quinta categoria analisada foi de Resultados das estratégias digitais adotadas, apresentada
no QUADRO 6.

Quadro 6: Resultados das estratégias digitais adotadas

Elementos de EMPRESA A EMPRESA B EMPRESA C EMPRESA D


Análise

Resultados das Aumento nas Aumento nas Delivery Resultados


estratégias vendas devido vendas por meio possibilitou operacionais
digitais ao aumento de da plataforma continuar com o são melhores ao
adotadas engajamento em Boomer negócio durante utilizar
suas redes a pandemia sem plataformas
sociais. maiores perdas, digitais
e
desenvolviment
o de habilidades
digitais

A empresa A já possuía uma clientela fiel ao seu delivery, portanto, não tiveram
maiores prejuízos no momento em que não se podia atender presencialmente. Seu espaço para
consumo no local também é relativamente pequeno, ou seja, suas maiores vendas sempre
foram representadas pelo delivery. Por ser uma empresa engajada nas redes sociais, seu gestor
destacou o desafio de criar anúncios e conteúdos para diversas plataformas. Já a empresa B
destacou o aumento nas vendas durante a pandemia através da plataforma Boomer. A empresa
C tinha foco em atendimento no local, e passou a desenvolver o atendimento via delivery
durante a pandemia. Seu gestor relata que o resultado foi positivo, já que ao contrário de
vários colegas empreendedores do mesmo ramo, conseguiu manter sua empresa aberta
realizando as vendas via delivery, que exigiu baixo investimento. A empresa D também tinha
foco em atendimento no local, e passou a adotar estratégias digitais durante a pandemia. Seu
gestor relata um resultado positivo em decorrência da utilização de ferramentas digitais, tanto
para pedidos via delivery, quanto na utilização de sistemas internos de atendimento que
auxiliam na otimização dos processos.
Segundo Oliveira (2013) o empreendedor precisa estar preparado para lidar com
interferências externas, não controláveis. É possível constatar que as empresas estudadas
utilizaram da gestão estratégica como alternativa à crise da qual não possuíam nenhum
controle. Ao identificar as ferramentas digitais como forma de alavancar o negócio, os
empreendedores passaram a trabalhar de maneira mais eficiente e assertiva, o que ocasionou
aprendizado e desenvolvimento de todos os níveis hierárquicos e individuais da empresa,
elemento central da estratégia adaptativa. Magaldi e Salibi Neto (2020). Foram considerados
os 4 elementos fundamentais para implementar as inovações, são eles: a) obsessão pelo
cliente; cultura organizacional; agilidade; gestão de dados;
Passando a oferecer opções de compra através de ferramentas digitais as empresas
estudadas priorizaram o atendimento ao cliente, se adaptando rapidamente ao novo cenário e
utilizando a gestão de dados para otimização dos processos.

5 CONCLUSÕES

Para ter sucesso e vida longa, uma empresa precisa desenvolver a capacidade de
adaptação e renovação, encarando com resiliência os desafios enfrentados em seu mercado de
atuação. O mundo globalizado está sempre passando por mudanças e isso se reflete no
comportamento dos consumidores. Além disso, as empresas estão suscetíveis a situações
inesperadas e improváveis, como foi a pandemia de COVID-19. Nestes casos a visão
estratégica busca a melhor forma da empresa se adaptar ao novo contexto, a fim de que
consiga se manter saudável e atuante, mesmo em tempos de crise. O cenário apresentado pela
pandemia de COVID-19 exigiu agilidade e habilidade para encontrar alternativas ao
isolamento social. Para tanto, foi necessário que os gestores estivessem atentos às tendências
de mercado e comportamento humano, e a partir dessa análise puderam traçar um plano
estratégico desenvolvendo ações e competências para contornar as adversidades (Santos,
2020).
È papel dos gestores a) redefinir o mercado, pontuando as mudanças que ocorreram na
forma de consumo e de oferta de serviços e produtos; b) identificar quais preferências ainda
fazem sentido ao consumidor e quais deixaram de fazer; c) definir a melhor estratégia para
direcionar os objetivos de seu negócio. Levando em consideração que a pandemia causou
mudança de hábitos e padrões de comportamento em decorrência das diversas restrições (Ey
Parthenon, 2020). A partir disto, compreender este novo mercado através de novos estudos,
comparar e analisar as possíveis alternativas de adaptação, buscando sempre a melhor
estratégia de acordo com o nicho definido.
A presente pesquisa buscou identificar as estratégias digitais adotadas pelas
hamburguerias localizadas no entorno da Universidade Federal de Santa Catarina para se
manter no mercado durante a pandemia de COVID-19. Os gestores entrevistados são do sexo
masculino e ocupam 100% dos cargos de liderança, 50% das empresas possuem mais de um
gestor, nestas empresas todos os gestores possuem formação academica. Nas outras empresas
lideradas por apenas por 1 gestor, este não possui formação acadêmica. Conclui-se que com as
restrições causadas pela pandemia de COVID-19, os gestores das empresas estudadas
buscaram alternativas para manter o funcionamento das empresas, através das ferramentas
digitais, que inclui a utilização de redes sociais e plataformas de delivery. Após o término da
pandemia as empresas deram continuidade a utilização destas ferramentas atestando o
resultado positivo que culminou no aumento das vendas e consolidação em novas formas de
atendimento, como o delivery.
A presente pesquisa cumpriu com seus objetivos específicos, relacionando o perfil dos
gestores; identificando as estratégias tecnológicas adotadas para o enfrentamento da
pandemia; e mensurando os possíveis benefícios, desafios, dificuldades e desvantagens que os
empreendedores dos casos estudados encontraram ao utilizar ferramentas digitais no auxílio
de seus processos.

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YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman. 2015.
APÊNDICE A - ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA

Nome do entrevistado:
Cargo:
Data:
Meio:

● Características da empresa;
● Perfil dos gestores (formação acadêmica, cursos específicos, como entraram nessa
área);
● Quais estratégias digitais adotaram durante a pandemia;
● Quais resultados (benefícios, desafios, dificuldades e desvantagens) encontraram ao
utilizar ferramentas digitais no auxílio de seus processos.

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