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NUTRIÇÃO

Terapia Nutricional Enteral

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
NUTRIÇÃO
Terapia Nutricional Enteral
Ana Lúcia Salomon

Sumário
Terapia Nutricional Enteral. . .......................................................................................................... 4
1. Conceitos Básicos de Nutrição Enteral e Legislação Pertinente....................................... 4
1.1. Etapas Obrigatórias da Terapia de Nutrição Enteral......................................................... 5
1.2. A Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional............................................................ 6
1.3. Indicações e Contraindicações da Terapia de Nutrição Enteral. . .................................... 7
2. Características da Terapia de Nutrição Enteral................................................................... 11
2.1. Vias de Acesso.......................................................................................................................... 11
2.2. Características da Nutrição Enteral................................................................................... 14
3. Cálculos da Nutrição Enteral, com Questões...................................................................... 18

4. Complicações da Terapia de Nutrição Enteral.................................................................... 22


Questões de Concurso.................................................................................................................. 29
Gabarito............................................................................................................................................ 53
Referências...................................................................................................................................... 54

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Ana Lúcia Salomon

Apresentação
Querido(a) aluno(a),
Eu sou a Professora Ana Lúcia Salomon, responsável pelas aulas de Nutrição Clínica do
Gran Cursos online.
Nesse módulo abordaremos o conteúdo de Nutrição Enteral, com enfoque nos temas que
usualmente são contemplados em concursos públicos para a carreira de Nutricionista, bem
como em concursos para Residência em Nutrição.
Algumas bancas costumam dar um maior enfoque em legislações sobre o tema, incluindo
o papel do nutricionista na Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional, e suas respectivas
atribuições, assim como as etapas de indicação da terapia de nutrição enteral e requisitos para
manipulação das fórmulas. É usual cobrarem também as principais indicações e contraindica-
ções dessa terapia. Outras bancas estabelecem como foco a resolução de cálculos pertinen-
tes à terapia. Nesse sentido, no decorrer desse material, abordaremos questões de concursos
diversos para que você esteja preparado para enfrentar, com sucesso, os vários tipos de ques-
tões inseridas nos concursos.
É importante que você tenha a constância nos seus estudos, para que possa compreender
bem o tema. Mas tenha a consciência que pausas para descanso são também recomendadas,
pois querer estudar tudo em um só dia, pode prejudicar o seu andamento, bem como confundir
seu raciocínio para a resolução das questões e entendimento do tema abordado. Assim, no
momento em que sentir que não está tendo um rendimento como esperado, faça as suas pau-
sas e procure relaxar, com atividades de laser.

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TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL


1. Conceitos Básicos de Nutrição Enteral e Legislação Pertinente
Querido(a) aluno(a),
Nós vamos começar agora um módulo específico sobre a terapia de nutrição enteral, então
nós vamos dar uma base atual em termos de legislações, conceitos da terapia, vamos explicar
as vias de acesso, vamos trabalhar alguns cálculos, e aí ao final do módulos nós teremos a
discussão de questões, certo?
Então para nós iniciarmos, nós vamos entrar aqui com a definição de nutrição enteral, em
conformidade com a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) n. 503/2021 da Agência Nacio-
nal de Vigilância Sanitária (ANVISA). A nutrição enteral é definida como alimento para fins
especiais, que demande um controle da ingestão dos nutrientes, e que tem uma composição
definida ou estimada - então ela deve ser bem calculada para que a gente tenha certeza do que
o nosso paciente está recebendo. Ela é elaborada para ser usada por via sonda ou cateteres
implantados diretamente nos órgãos, os estomas, e aí, no Brasil, nós temos a peculiaridade de
podermos usar os produtos de nutrição enteral, para a via oral no sentido de suplementarmos
as necessidades energéticas dos nossos pacientes ou proteicas ou ainda de outros nutrientes.
A nutrição enteral visa então complementar ou substituir a alimentação oral, com a fina-
lidade de manter ou recuperar o estado nutricional e ela pode ser aplicada tanto em regime
hospitalar, quanto ambulatorial e ainda domiciliar – assim, todo esse processo deve ser de-
vidamente acompanhado por um nutricionista. Então essa é a definição de nutrição enteral,
ou seja, nós estamos falando diretamente das fórmulas que vão ser administradas para os
pacientes, porém quando a gente trata dos procedimentos, nós temos a definição de terapia de
nutrição enteral, que engloba então as vias de acesso, os modos de administração e para isso
cada profissional tem a sua competência.
Dentre os objetivos principais da terapia de nutrição enteral, podemos citar: prevenir ou tra-
tar uma desnutrição já instalada, preparar o paciente para procedimentos clínicos e cirúrgicos
que aumentem o gasto energético - por se tratarem de procedimentos um pouco mais invasi-
vos -, modular resposta orgânica ao estresse advindos dessas terapias clínicas ou cirúrgicas,
prevenir e tratar complicações infecciosas e não infecciosas advindas dos procedimentos clí-
nicos e cirúrgicos, ou seja, seriam complicações secundárias a própria internação hospitalar.
Melhorar a qualidade de vida do paciente, proporcionando aí a oferta de nutrientes para que
ele possa desempenhar suas atividades normalmente e ainda reduzir o tempo de internação
hospitalar, reduzir a mortalidade por prevenir complicações e, consequentemente, gerar uma
economia dos gastos em saúde, dos recursos hospitalares nesse sentido, favorecendo a alta
hospitalar mais precoce e a disponibilização de leitos para atendimento de novas demandas.

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Em termos de regulamentação, a terapia de nutrição enteral é regulamentada pela RDC n.


503, da ANVISA, que foi publicada em 27 de maio de 2021, revogando a então vigente, RDC n.
63/2000. Essa resolução fixa os requisitos mínimos exigidos para terapia de nutrição enteral,
se aplicando a unidades hospitalares ou empresas prestadoras de bens e serviços, públicas
ou privadas. Nessa resolução, nós temos alguns capítulos que são extremamente importan-
tes para a gente estar observando, pois em casos de fiscalização, essas exigências é que vão
ser observadas no sentido de cumprimento de toda legislação. Então no Capítulo IV, nós te-
mos as atribuições da equipe multiprofissional de terapia nutricional (EMTN), no Capítulo V, as
boas práticas de preparação de nutrição enteral (BPPNE), no Capítulo VI, as boas práticas de
administração da nutrição enteral (BPANE). Já nos anexos, constam-se dois importantes do-
cumentos, a saber: Anexo I - Roteiro para identificação da empresa e inspeção das atividades
da EMTN, incluindo o Roteiro de inspeção para a preparação de nutrição enteral e o Roteiro de
inspeção para atividades de administração de nutrição enteral; Anexo II - informe cadastral de
Unidade Hospitalar (UH) ou Empresa Prestadora de Bens e Serviços (EPBS), para a prática da
terapia nutricional. Esses anexos é que englobam os roteiros de inspeção, que são utilizados
pela vigilância sanitária para fins de controle de todos os processos e garantia da qualidade
dos produtos que serão ofertados aos pacientes.

1.1. Etapas Obrigatórias da Terapia de Nutrição Enteral


Como etapas obrigatórias da terapia de nutrição enteral, nós temos primeiramente que a
indicação dessa terapia, é feita pelo médico, que também é o responsável pela prescrição mé-
dica dessa terapia, que vai definir então a via de acesso, o tipo de cateter (nasal ou estoma), e
vai fazer a prescrição médica indicando também qual seria a doença do paciente que deve ser
priorizada para fins de formulação da nutrição enteral.
Após a indicação e prescrição médicas, segue-se a prescrição dietética, que corresponde
então à prescrição de toda a composição da nutrição enteral em termos de macro e micronu-
trientes, água e fibras. Tanto a prescrição dietética como a supervisão de todas as etapas de
preparo, conservação, armazenamento e transporte, são de responsabilidade do nutricionista,
que deve respeitar as exigências das BPPNE, para garantir a manutenção das características
organolépticas, bem como o controle bromatológico e microbiológico das preparações. Se a
nutrição enteral não for ser utilizada imediatamente, devem ser seguidas regras para que essa
nutrição seja armazenada em temperatura adequada, inviabilizando a contaminação por pató-
genos, conforme recomendações do fabricante. Nesse sentido, vale ressaltar que a nutrição
enteral artesanal (preparada com alimentos in natura), não pode ser armazenada, mas deve ser
administrada imediatamente após o seu preparo.

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O transporte é feito da unidade do laboratório de nutrição enteral até a enfermaria ou o


quatro em que o paciente está internado. Existe ainda a possibilidade de que as empresas ter-
ceirizadas, EPBS, possam fazer todas essas etapas de preparação, conservação e transporte e
aí nesse caso existe toda uma legislação em relação aos veículos de transporte para que não
haja contaminação durante o processo.
A administração da nutrição enteral vai envolver justamente a conexão ao equipo, se hou-
ver o uso de bomba de infusão é a conexão a própria bomba de infusão, a conexão a sonda do
paciente e, a própria programação do fluxo de dieta que vai ser recebido. Essa é uma respon-
sabilidade do enfermeiro, que deve se atentar aos critérios determinados nas BPANE.
Segue-se então à etapa de controle clínico laboratorial. Assim, todos os pacientes que
usam a terapia de nutrição enteral, demandam um controle, um monitoramento dos seus exa-
mes laboratoriais mais precisos com uma certa rotina, para evitar quaisquer instabilidades clí-
nicas. E por fim se tem a avaliação final, que vai determinar a alta ou a manutenção da terapia,
nesses pacientes.

1.2. A Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional


Falando um pouco da equipe multiprofissional da terapia nutricional, vale enfatizar que sua
constituição é uma obrigatoriedade para todas as unidades que queiram trabalhar tanto com a
terapia de nutrição enteral, quanto parenteral, ou mesmo, com apenas uma delas.
Por definição, ela é um grupo formal, ou seja, tem que estar devidamente registrada, oficia-
lizada, no hospital - em hospitais públicos, ela tem que estar devidamente publicada em diário
oficial. De acordo com a RDC n. 503/2021, ela deve ser constituída por pelo menos, um pro-
fissional das seguintes áreas, um médico, um nutricionista, um enfermeiro e um farmacêutico.
Esses 4 profissionais são profissionais obrigatórios, de integrarem a equipe e, nós vamos ver as
atribuições de cada um deles, porém a equipe também pode contar com outros profissionais,
desde que sejam habilitados e treinados especificamente para a prática da terapia nutricional,
que se fazem extremamente importantes para a garantia da qualidade da terapia e da resposta
ao paciente. Então nós temos aí fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, dentre outros, que
podem fazer parte formal da equipe, desde que a unidade hospitalar assim o determine.
Dentre os membros da EMTN é eleito um coordenador clínico, que deve obrigatoriamente ser
o médico e preferencialmente com especialização em terapia nutricional, em enteral e parenteral,
e também um coordenador técnico administrativo que é o responsável pelos treinamentos, pelos
agendamentos de reuniões, de educação continuada, entre outros, que pode ser também o médi-
co, caso ele queira assumir essa função ou outro profissional de saúde, desde que devidamente
habilitado, ou seja, especialista também nos procedimentos de terapia nutricional.

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Nas atribuições determinadas pela RDC 503/2021, nós temos basicamente as seguintes: o
médico é responsável pela indicação da via de acesso e pela prescrição médica da terapia nu-
tricional, ou seja, será uma dieta, por exemplo, via sonda nasogástrica para um paciente crítico
que esteja em ventilação mecânica, por exemplo, certo?
O nutricionista é responsável pela avaliação do estado nutricional dos pacientes e é somen-
te após essa avaliação e da determinação do diagnóstico nutricional, que ocorre a indicação
da terapia nutricional. Então essa avaliação precede as outras etapas, descritas aqui. Então
o nutricionista vai também determinar as necessidades nutricionais, tanto de macro como de
micronutrientes, para os pacientes para que possa então fazer um ajuste de fórmulas às neces-
sidades do paciente e fazer então a prescrição dietética, elaborando aí todos os nutrientes que
comporão a nutrição enteral. O nutricionista é responsável ainda pela supervisão de todas as
etapas de preparação da nutrição enteral, ou seja, ele é o responsável técnico pelas etapas de
avaliação das prescrições dietéticas recebidas pelo laboratório de nutrição enteral, qualificação
de fornecedores, supervisão da manipulação das fórmulas, do controle de qualidade, da con-
servação e do transporte, até que a fórmula enteral seja entregue para o profissional da enfer-
magem, que é o responsável que administração. Vale ressaltar ainda que o nutricionista é o res-
ponsável pela rotulagem, amostragem (para fins de contraprova) e registro de todas as etapas.
O enfermeiro é responsável pela administração da nutrição enteral e pela prescrição dos
cuidados de enfermagem, bem como por toda a atenção de enfermagem prestada aos pacien-
tes - então manutenção da via de acesso, higienização correta, programação de volumes de
infusão, enfim, todas as etapas que envolvem a administração. Caso a nutrição enteral não
seja administrada assim que recebida pela enfermagem, o enfermeiro se torna responsável
pela conservação após o recebimento, valendo reforçar que a nutrição enteral é inviolável até
o final da sua administração.
O farmacêutico é responsável pela aquisição dos insumos, armazenamento e distribuição,
quando essas etapas não forem responsabilidade do nutricionista. Porém o farmacêutico tem
também um papel central na terapia nutricional que, é checar compatibilidades de nutrientes
entre si e com os medicamentos prescritos para o paciente. Então, verificar interações dro-
gas-nutrientes e nutrientes-nutrientes, de forma a garantir a maior qualidade e segurança dos
procedimentos prestados ao paciente.

1.3. Indicações e Contraindicações da Terapia de Nutrição Enteral


A primeira questão que a gente vai avaliar, é a estabilidade hemodinâmica, então se o pa-
ciente está estável em termos das suas funções vitais. A partir dessa estabilidade ele pode
ser alimentado, e aí nós vamos verificar então a capacidade de ingestão via oral - se ele tem
capacidade de ingerir, nós vamos seguir com a via oral normal, verificando então se a dieta via
oral que ele vem recebendo atinge as suas necessidades de nutrientes. Quando essa via é sufi-
ciente, a gente mantém a dieta padrão que ele vinha recebendo e vamos reavaliá-lo novamente

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em 7 dias para verificar se não houve alteração do estado nutricional ou ainda se ele está man-
tendo as suas necessidades nutricionais exclusivamente pela via oral, se não houve qualquer
intercorrência que esteja impedindo a ingestão, a digestão ou a absorção dos nutrientes.
Quando a via oral é incapaz de satisfazer todas as necessidades do paciente, e aí a gen-
te considera como ponto de corte, 70 a 75% das necessidades, ou seja, aquele paciente que
não consegue manter a ingestão oral suficiente para atingir minimamente 70 a 75% das suas
necessidades, a gente vai então avaliar essa ingestão, para ver se existe necessidade de adap-
tação de consistência. Se mesmo alterando a consistência, o paciente não conseguir manter
essas necessidades mínimas, aí sim nós vamos indicar a nutrição enteral. Quando a necessi-
dade é menor do que 75%, a gente tenta a terapia nutricional enteral via oral, ou seja, a gente
vai usar produtos enterais, pela via oral mesmo, com a finalidade de complementação das ne-
cessidades, o que usualmente é chamado de Suplementação Oral. Quando o atingimento das
necessidades é inferior a 60%, aí a gente passa para a própria nutrição enteral, mas para isso
nós temos que avaliar a funcionalidade do trato digestório.
Se o trato digestório está funcionante, nós vamos utilizá-lo para não ter riscos de atrofia
intestinal e provavelmente uma translocação bacteriana por conta dessa atrofia, então nós
vamos utilizar a terapia enteral. Quando o trato gastrointestinal não funciona, aí já é indicação
direta da terapia parenteral, para que as necessidades dos pacientes sejam atingidas. E um
fator importante a ser considerado é que, mesmo na nutrição enteral, a gente tem que avaliar
se o paciente consegue receber todo o volume que foi prescrito para atingir as suas necessida-
des nutricionais. Se o volume está sendo infundido normalmente, sem intercorrências, ótimo,
nós vamos manter na nutrição enteral, porém se ele não consegue evoluir o volume de fórmula
para atingir as suas necessidades, e aí a gente considera os mesmos 60% de corte, indicando
que a gente vai precisar complementar a nutrição enteral com a nutrição parenteral. Assim, a
nutrição parenteral, pode servir como fonte exclusiva de dieta, mas ela também pode ser uma
via complementar para atingir as necessidades totais do paciente, evitando a desnutrição.
Em termos de indicações, como eu falei, a primeira indicação para qualquer via de nutrição,
é a estabilidade hemodinâmica, então os sinais vitais dos pacientes têm que estar estáveis,
bem controlados e bem monitorados, e a partir dessa estabilidade, nós vamos avaliar a funcio-
nalidade do trato digestório. Se o trato digestório funciona, mesmo que parcialmente - quando
a gente fala em parcialmente a gente pode pensar em algum processo obstrutivo de algumas
partes superiores do trato digestório e aí nós citaríamos, por exemplo, uma obstrução esofá-
gica, em que teríamos ainda estômago e intestinos, para manter a nutrição desse paciente -,
então nós vamos usar o trato digestório.
E a regra de ouro da nutrição enteral é essa daqui: quando o intestino estiver funcionan-
do, use-o ou perca-o, porque o intestino depende de nutrição também. Quando a gente não
faz uso do intestino, vai ocorrendo uma atrofia das vilosidades intestinais, ocasionando aí
um risco de translocação e um risco para menor tolerância da introdução dietética pelo trato

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digestório. Então mesmo que parcialmente, nós devemos utiliza-lo. E quando o paciente não
quer, quando ele se recusa a comer, quando ele não deve comer, justamente por questões
obstrutivas, que impõe riscos a própria saúde do paciente ou ainda quando ele não pode
comer por necessidades de repouso de partes do trato digestório, nós temos que pensar na
possibilidade da nutrição enteral.
Então exemplos de pacientes que não podem se alimentar, são aqueles pacientes incons-
cientes, casos de anorexia nervosa, lesões orais importantes, que impeçam a ingestão oral,
pacientes sequelados de acidentes vascular encefálico ou com alguns tipos de neoplasias que
obstruem o trato digestório, assim como doenças desmielinizantes que vão afetar a capacida-
de de motilidade digestória. Então nesses casos, o paciente não pode se alimentar, e a gente
vai então dar prioridade a terapia de nutrição enteral. Ainda dentro desses casos, nós temos
pacientes em ventilação mecânica, porque a intubação orotraqueal, aumenta o risco de bron-
coaspiração do alimento, então ela já demanda diretamente o uso de uma nutrição enteral.
Outras indicações incluem pacientes com ingestão oral insuficiente, como é o caso de trau-
ma, sepse, alcoolismo, depressão e queimaduras, e aqui nós temos um quadro de doenças ou
estados que afetam de forma importante, o aproveitamento dos nutrientes, e muitas dessas
situações aumentam de forma importante, o gasto energético, de maneira que a via oral, se
torna insuficiente para suprir, as necessidades de nutrientes. No caso do alcoolismo crônico,
existe uma depleção muito intensa de vitaminas, principalmente vitaminas do complexo B, que
são essenciais para o metabolismo energético e proteico, então por mais que a pessoa con-
siga ingerir alguma coisa (embora normalmente o etilismo leva a alterações neuropsíquicas
que acabam culminando com uma anorexia), mesmo que ela consiga ingerir, ela não consegue
atingir todas as suas necessidades e, consequentemente, vai demandar uma terapia nutricional.
Já nos pacientes críticos, politraumatizados, queimados, sépticos, normalmente a necessi-
dade energética para recuperação desses quadros é muito elevada, desde que passada a fase
crítica. E aí para que a gente possa oferecer todo o aporte nutricional para esses pacientes, é
necessária então uma via alternativa de alimentação, para fornecimento total das necessidades.
Outras situações incluem os pacientes que tem dor ou desconforto com o uso da via oral,
que é o caso das doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn, retocolite ulcerati-
va, cânceres do trato digestório, pancreatite e, quimo e radioterapia, que muitas vezes acabam
por lesionar células saudáveis e causar então, um desconforto com o uso da via oral.
Então nesses casos, em que o paciente tem inflamações, no trato digestório ou obstruções,
por vezes a via oral não vai conseguir suprir as necessidades do paciente, porém a gente vai
avaliar a funcionalidade do trato digestório e vai utiliza-lo mesmo que essa função seja parcial.
E por fim, nós temos os pacientes com disfunção do trato digestório, como síndrome de má
absorção, fístulas de alto débito e a própria síndrome do intestino curto, então nesses casos,
a gente normalmente avalia uma má absorção por uma diarreia muito intensa, e que não cede
com as terapias convencionais.

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Essa diarreia, por aumentar muito a motilidade do trato digestório, vai levar a uma má ab-
sorção dos nutrientes que, é o que acontece também na síndrome do intestino curto, em que
ressecções muito extensas de porções do intestino, acabam comprometendo a área absortiva
e acabam levando a uma motilidade gastrointestinal muito elevada, impedindo um tempo de
contato dos nutrientes adequados com a mucosa, para que eles sejam devidamente absor-
vidos. Então em fases em que a má absorção está muito pronunciada, a gente vai usar a via
parenteral, porém a medida que as síndromes de má absorção vão se recuperando e o nível de
diarreia vai reduzindo a gente retorna ao uso do trato digestório por meio da nutrição enteral.
Fístulas, que são comunicações anormais entre órgãos ou vasos, entre cavidades ocas,
são classificadas em alto e baixo débito. Então, fístulas de alto débito, são aquelas que secre-
tam mais de 500 ml por dia e aí, dependendo da localização da fístula, a gente pode ou não
usar o trato digestório. Por exemplo, uma fístula de esôfago, que esteja secretando bastante,
ela vai estar secretando principalmente, produtos do trato superior a ela, então de cavidade
oral, de início, da orofaringe ao esôfago, porém a gente pode colocar uma sonda abaixo, cerca
de 50 cm abaixo da fístula e alimentar o paciente normalmente. Então se fosse uma fístula
esofágica, a gente conseguiria alimentá-lo pela via gástrica. No caso de uma fístula gástrica, a
gente conseguiria alimentá-lo diretamente pelo intestino. Agora, quando as fístulas são intes-
tinais e de alto débito, os nutrientes que a gente infundir pela dieta vão ser perdidos na fístula,
em grande parte, e aí não é indicado o uso do trato digestório.
Uma outra peculiaridade da nutrição enteral que vale chamar a atenção, são as pancreati-
tes, principalmente as pancreatites agudas. Por muito tempo, com a ideia de manter o órgão
em repouso, foi indicado o uso da nutrição parenteral para as pancreatites, porém, com a evo-
lução científica se verificou que a dieta enteral, é bem tolerada nesses casos, devendo ser a
primeira via de escolha nos casos graves de pancreatites agudas. Hoje em dia, já se parte para
a dieta gástrica mesmo, mas em alguns casos há necessidade de posicionamento da sonda
em jejuno, justamente para não estimular as secreções pancreáticas que ocorrem a partir da
entrada do alimento no duodeno, pois é a partir dessa entrada que, principalmente lipídicos,
mas também aminoácidos, estimulam a secreção da colecistocinina, que vai estimular então
o pâncreas a liberar as suas enzimas digestivas. Por isso, um posicionamento jejunal, ou seja,
pós duodeno, para garantir um maior conforto para esses pacientes. Mais uma vez, como eu
falei, hoje em dia a via gástrica tem sido recomendada como primeira escolha.
Bom, então quando contraindicar a terapia nutricional enteral? Nós vimos algumas situa-
ções de indicação, aqui nós temos situações que contraindicam. Então, na obstrução intestinal
mecânica, por tumores ou parasitoses maciças - e aí a gente vai ter o comprometimento da
nossa área absortiva - e portanto, a nutrição parenteral é que vai ser indicada. Doenças em
fases terminais, e aqui não seria uma contraindicação pela doença em si, mas seria mais pela
questão de conforto do paciente, porque as terapias nutricionais são extremamente invasivas

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- passar uma sonda ou confeccionar um estoma, demanda procedimentos cirúrgicos, proce-


dimentos mais invasivos, que muitas vezes levam a um desconforto físico e psíquico para o
paciente -, então nesses casos a gente vai observar a vontade do paciente, se ele não quiser a
sonda ou estoma, a gente vai respeitar essa vontade e manter a nutrição pela via oral.
Outras contraindicações envolvem inflamações severas do trato gastrointestinal que este-
jam cursando com as diarreias intensas, sangramentos gastrointestinais em que há necessi-
dade de um repouso para que as ulcerações cicatrizem e esse sangramento ceda. Fístulas de
alto débito, como nós já discutimos, então são fístulas no intestino, que produzem mais de 500
ml por dia. Diarreias intratáveis, como já conversamos também, e isquemia gastrointestinal,
quando não existe um fluxo sanguíneo adequado para o intestino, para manter a capacidade
absortiva desse órgão. E nós temos ainda, o íleo paralítico prolongado, que vai ocorrer princi-
palmente por bloqueios anestésicos, que levam a um retardo do retorno a motilidade do intes-
tino, então nos casos de íleo prolongado, a gente vai optar de fato, pela via parenteral.
Nós ainda temos os vômitos incoercíveis, em que o paciente fica constantemente vomi-
tando, o que pode ocasionar um deslocamento da sonda, que pode até impor riscos inclusive
de aspiração da dieta que é recebida. Então nesses casos, a via parenteral também vai ser a
mais indicada.

2. Características da Terapia de Nutrição Enteral


2.1. Vias de Acesso
Olá! Então vamos dar continuidade com as vias de acesso para viabilizar a terapia de nu-
trição enteral, quer seja então por sondas ou cateteres. Então, quanto às vias de acesso, elas
podem ser classificadas em não cirúrgicas e aí normalmente nós temos as sondas que são
passadas em adultos, normalmente, pela via nasal e posicionadas diretamente no estômago,
no duodeno ou no jejuno. Então nós temos as sondas nasogástricas, nasoduodenais ou naso-
jejunais, que servirão para manter o fluxo de dieta até o órgão alvo.
Em pediatria, também é habitual se fazer o acesso oral, e aí essas sondas são passadas
então pela boca e posicionadas nos órgãos alvo. Então nós temos sondas orogástricas, oro-
duodenais ou orojejunais.
Em relação ao posicionamento distal (ponta que fica dentro do órgão alvo), podemos clas-
sificar o tipo de sonda ou ostomia, em intragástrica (posição gástrica propriamente) ou pós-
-pilórica, casos em que a extremidade distal da sonda será posicionada no duodeno ou jejuno.
É importante falar que, as sondas pós pilóricas normalmente precisam ser passadas com
auxílio de um endoscópio, porque a sonda não migra naturalmente para esses locais. Assim,
há necessidade de um endoscopista para fazer esses acessos mais inferiores, o que demanda
disponibilidade desse profissional. E por isso, muitas das diretrizes mais atuais, trazem como
primeira via de escolha, a via nasogástrica, porque a via nasogástrica independe do endosco-
pista e com isso ela é viabilizada de forma mais rápida para o paciente, permitindo a infusão

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precoce da nutrição enteral. De qualquer forma, qualquer seja a sonda, seu posicionamento
deve ser documentado por raio-X, conforme estabelecido pela própria RDC 503/2021. Somen-
te após a confirmação do local da sonda, se pode começar a infusão de dieta para esses pa-
cientes. Essas vias são as vias não cirúrgicas, vias nasais ou orais.
Em termos cirúrgicos, as vias chamadas de cirúrgicas são aquelas que dependem da im-
plantação direta do cateter no órgão, através da confecção de estomas ou ostomias - novas
“bocas” criadas diretamente para acessar os órgãos alvo e essas vias podem ser estabeleci-
das por procedimentos cirúrgicos mesmo ou então por acesso endoscópico - nesse sentido
nós temos as gastrostomias ou as jejunostomias. A gastrostomia corresponde à confecção
de um estoma gástrico e a implantação do cateter ou sonda nesse estoma. Na jejunostomia,
o estoma é feito direto no jejuno por procedimentos cirúrgicos ou também por procedimento
endoscópico, durante os quais é implantada a sonda.

2.1.1. Como Escolher as Vias de Acesso para a Terapia de Nutrição Enteral?

Existem alguns passos a serem seguidos para a gente decidir qual vai ser a melhor via para
o paciente. O primeiro trata-se da perspectiva de duração da terapia, o paciente vai precisar
usar a nutrição enteral por mais ou menos de 6 semanas? Então esse é o nosso ponto de corte,
embora alguns autores, especialmente internacionais, tragam 4 semanas como corte. Assim,
de 4 a 6 semanas, a gente pode utilizar uma via não cirúrgica, ou seja, uma via nasal ou o posi-
cionamento da sonda pela via oral.
O segundo passo se trata do grau de risco de aspiração ou deslocamento da sonda. Dessa
forma, se o paciente tem história de refluxos graves de repetição, com desenvolvimento de
pneumonias decorrentes desses refluxos, isso determina que ele tem um alto grau de aspira-
ção broncopulmonar e aí, nesse caso, as vias pós pilóricas, são as vias mais recomendadas.
O terceiro passo compreende a presença ou a ausência de digestão normal, então se exis-
te comprometimento de algum órgão, como por exemplo, o estômago que vá demandar um
posicionamento pós pilórico dessa sonda. Outro aspecto a ser considerado é a existência de
planejamento de intervenção cirúrgica ou endoscópica - então o paciente precisa de uma nu-
trição enteral, não se sabe por quanto tempo, mas ele já tem uma cirurgia prevista ou uma
endoscopia, então já se pode favorecer aí um posicionamento pós pilórico, no caso de sondas
nasais ou ainda de confecção de estomas propriamente.
Um outro aspecto fundamental diz respeito ao conforto do paciente ou sua qualidade de
vida. Dessa forma, deve-se levar em conta que, para aqueles pacientes que demandam de uma
terapia de nutrição enteral por muito tempo, a sonda nasal implica riscos mecânicos para a
própria cavidade naso-oral do paciente. Isso quer dizer que o paciente pode desenvolver otites,
sinusites, ou outras intercorrências, por conta da presença mecânica da sonda que é um agen-
te invasivo. Nesses casos as ostomias são muito mais confortáveis, práticas e do aspecto
psicológico na realidade, elas ficam cobertas pela roupa, então leva-se a uma diminuição da
estigmatização do paciente frente a sua família e a seu convívio social.

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Intragástrica ou Pós-pilórica?

Como nós falamos, intragástrica para a maioria dos pacientes e a pós pilórica vai ser des-
tinada principalmente para aqueles pacientes ou que tem uma obstrução gástrica ou que apre-
sentam um alto risco de broncoaspiração.
Então a gente vê o tempo em semanas - o trato gastrointestinal funciona? Se sim, mas
não pode ser utilizada a via oral, nós vamos então para a via enteral. A duração é menor de
6 semanas? Se sim, então nós podemos pensar num acesso via sonda mesmo, num acesso
não cirúrgico e aí nós vamos avaliar se tem risco de aspiração. Se esse risco é baixo, se pro-
cede à escolha de uma sonda nasogástrica, se esse risco é elevado, da sonda nasoduodenal
ou nasojejunal. Por outro lado, se a duração for superior a 6 semanas, a gente vai avaliar
também o risco de aspiração. Se esse risco inexiste, a gastrostomia é a mais indicada; já, se
esse risco é elevado, a gente opta então pela jejunostomia. Então 6 semanas, o nosso ponte
de corte definido para a decisão por um acesso cirúrgico ou endoscópico ou então por um
acesso não cirúrgico, certo?

2.1.2. Administração da Nutrição Enteral

Em termos de administração da dieta enteral, nós temos 2 métodos praticamente. Um mé-


todo que se chama intermitente, que segue mais ou menos a via mais fisiológica de alimenta-
ção, ou seja, a infusão da dieta é durante alguns períodos do dia com pausas para repouso. Te-
mos também o método contínuo, que normalmente é usado para aqueles pacientes que estão
mais inconscientes, que não tem uma vida mais ativa para que ele necessite desses repousos.
Então a escolha vai depender justamente da tolerância digestiva e dos meios disponíveis na
internação ou no domicílio.
A administração intermitente pode ser feita de três maneiras. Ela pode ser feita por bolus,
que é através de infusão pela seringa, onde o paciente ou seu cuidador aspira com o êmbolo da
seringa um volume de dieta e administra diretamente na sonda. Pode ainda ser gravitacional,
que é quando o frasco contendo a nutrição enteral é conectado a um equipo e este, por sua
vez, é conectado à sonda. Nesse caso, a gravidade é que vai garantir o fluxo dessa dieta, com
o controle feito pela pinça de rolete do equipo, por meio da contagem de gotas. E ainda existe
a possibilidade da administração por bomba de infusão, que é usualmente mais utilizada em
método contínuo. Nesse caso, o frasco contendo a nutrição enteral é conectado a um equipo
específico para a bomba de infusão e este, por sua vez, é conectado à sonda. A própria bomba
faz o controle do fluxo de dieta, mediante uma programação prévia de volume por hora (ml/h).
A bomba de infusão demanda alguns cuidados, de verificação periódica do próprio fluxo e, se
existe ar no sistema, ela apita, bloqueando o fluxo da dieta.

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Pela própria indisponibilidade de bombas de infusão para todos os pacientes hospitaliza-


dos, uma vez que a maioria dos pacientes utilizam bomba para medicação e aí não sobram
bombas para dieta, normalmente a gente vê a infusão por bomba, somente nos ambientes de
terapia intensiva, quando existe a necessidade de um monitoramento muito seguro, do fluxo
que vai estar sendo infundido no paciente.
O método contínuo pode ser realizado de duas maneiras: por gravidade ou por bomba de
infusão. Se define como contínuo, pois ele utiliza normalmente no mínimo 12 horas contínuas
de infusão sem pausas, mas pode chegar a 24 horas do dia. É usual se fazer a infusão contínua
por 20 a 24 horas, que é o que a gente mais observa nos hospitais.
Em termos de preparo do paciente, quando a sonda vai ser administrada pelo método gra-
vitacional, existem algumas necessidades a serem observadas. Por exemplo, o frasco da dieta
tem que estar a uma altura 60 cm acima do acesso do paciente - no caso de uma sonda nasal,
ele tem que estar 60 cm acima do nariz -, para garantir um fluxo adequado, um gotejamento
adequado e mais preciso para o paciente. Outra necessidade é a elevação da cabeceira da
cama, para evitar o refluxo do conteúdo gástrico e a broncoaspiração. Essa elevação recomen-
dada então é de 30 a 45 graus. Mas se o paciente tiver capacidade de se sentar, o ideal é que
ele fique sentado durante a administração.
Então esse é o método de preparo do paciente para fins de recebimento da nutrição en-
teral. No caso de infusão por bomba, como a própria bomba garante o fluxo de dieta para o
paciente, não há tanta essa necessidade dos 60 cm, mas a cabeceira tem que ser elevada,
para prevenir o refluxo.

2.2. Características da Nutrição Enteral


2.2.1. Sistemas de Nutrição Enteral

As dietas enterais são classificadas em não industrializadas ou artesanais, que são aque-
las produzidas com alimentos convencionais, que são liquidificados e acrescidos de água para
que eles possam passar pela sonda.
Temos também as dietas industrializadas, que já são preparadas pela indústria com a fina-
lidade de nutrição enteral, mas ainda assim elas sofrem uma subclassificação, ou seja, podem
ser classificadas em sistema aberto e sistema fechado. O sistema aberto é aquele em que em
algum momento da etapa de manipulação, a nutrição enteral vai sofrer contato com o ar e aí
esse contato pode favorecer a contaminação microbiana das fórmulas. Por isso é de suma
importância respeitar as técnicas higiênico sanitárias para manipulação e respeitar o tempo de
validade das dietas, conforme indicação do fabricante. De qualquer forma, a RDC n. 503/2021,
recomenda que periodicamente sejam realizados exames microbiológicos das fórmulas, para
garantir que os procedimentos de manipulação estão sendo corretamente aplicados.

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Exemplos de sistema aberto incluem as fórmulas em pó que precisam ser reconstituídas em


água - pode ser em um copo por meio de reconstituição com o uso de uma colher, pode ser por
meio de liquidificadores ou mixers, só que isso acrescenta a necessidade de uma higiene mais
controlada desses equipamentos. Normalmente, em hospital se faz com equipamentos mesmo,
pelo volume de fórmulas que é produzido em cada etapa. Como outro exemplo de sistema aber-
to, a gente ainda tem os sistemas líquidos, que seriam prontos para uso, mas são considerados
como sistema aberto porque eles precisam ser transferidos da sua embalagem original para o
frasco de administração da dieta. Então como existe a abertura da embalagem original e o pró-
prio envase do produto, existe um contato com o ar o que caracteriza o sistema como aberto.
O sistema fechado é aquele que é inviolável, ou seja, se evita o contato entre a dieta e o
ar, por meio de um equipo específico e um frasco que contém um lacre que será rompido pelo
próprio equipo. Então a dieta vem com uma tampa tradicional, porém quando essa tampa é
retirada, ela ainda vem com um lacre e esse lacre vai ser perfurado pelo equipo, ou seja, o con-
tato com o ar é praticamente inexistente, a menos que o equipo seja desconectado. Assim se
define um sistema fechado. Mesmo para o sistema fechado, todo cuidado de higiene tem que
ser seguido. Houve o recebimento do produto, os equipos normalmente vêm em embalagem
estéril, então a tampa do produto é higienizada com álcool a 70%, assim como a embalagem,
há a abertura dessa tampa, abertura do equipo, perfuração do frasco e aí já se faz a conexão
direta para evitar qualquer contaminação nesse procedimento.

2.2.2. Classificação da Nutrição Enteral de acordo com a Integridade de


seus nutrientes

As fórmulas podem ainda ser categorizadas quanto ao grau de integridade das moléculas
de macronutrientes que a compõem. Nesse sentido temos as fórmulas poliméricas, ou seja, são
fórmulas constituídas totalmente por polímeros de macronutrientes. Assim, um exemplo de polí-
mero de carboidrato seria um amido, um carboidrato mais complexo; um polímero dos aminoáci-
dos seriam as próprias proteínas e dos lipídeos, os triglicerídeos de cadeia longa, normalmente.
Então a fórmula polimérica é a nutrição enteral composta por macronutrientes na sua forma ínte-
gra, intacta, normalmente na forma que a gente ingere esses nutrientes. As fórmulas poliméricas
têm a indicação de serem utilizadas pela maior parte dos pacientes. Então, se eu preciso decidir
por uma fórmula, eu opto primeiramente por uma fórmula polimérica a não ser que meu paciente
tenha alguma peculiaridade em termos de função absortiva e digestiva.
Nós temos ainda as fórmulas parcialmente hidrolisadas, também chamadas de oligoméri-
cas. Normalmente quando a gente fala em hidrólise de nutrientes na nutrição enteral, a gente
fala de hidrólise proteica, porque se a gente hidrolisar todos os nutrientes, a concentração des-
ses nutrientes na fórmula aumenta muito a osmolaridade, o que vai tornar a fórmula intolerável
ao trato digestório, ocasionando diarreias osmóticas. Então normalmente a gente lida com
uma proteína parcial ou totalmente hidrolisada - alguns autores ainda chamam essas fórmulas

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de elementares, quando a proteína é totalmente hidrolisada, mas mais uma vez, para efeitos
de nutrição enteral a fórmula parcialmente hidrolisada ou oligomérica ou elementar, se refere
apenas a hidrólise de proteínas.
Essas fórmulas são indicadas normalmente para os pacientes que têm um comprome-
timento de funções digestivas ou absortivas, que seria por exemplo, numa suspeita em um
paciente que vem fazendo diarreia com a fórmula polimérica. Então a gente pode testar uma
fórmula oligomérica para verificar se existe de fato uma incapacidade digestiva e verificar se o
paciente tolera melhor essa fórmula.
Nós temos ainda as fórmulas chamadas de especializadas, que são formas constituídas
pelas indústria especificamente para alguma doença, então nós temos fórmulas para diabé-
ticos, fórmulas para nefropatas, para hepatopatas, para pneumopatas, dentre outras. Enfim
elas são fórmulas elaboradas especificamente para uma condição clínica. Mas como eu falei,
a maioria dos pacientes pode tranquilamente usar a fórmula polimérica, conforme indicam vá-
rias diretrizes, mesmo para pacientes com doenças inflamatórias intestinais. Normalmente as
fórmulas especializadas por terem adição ou retirada de algum nutriente importante, acabam
tendo um custo muito mais elevado.
E nós temos ainda os módulos de nutrientes, em que os nutrientes vem na sua forma
isolada. Então temos módulo só de carboidrato, módulo só de proteína, módulo só de lipídeo
e isso me permite modular uma fórmula pronta para atingir as necessidades específicas de
um paciente. Assim, se eu tenho um paciente que esteja precisando de mais lipídeo, eu posso
acrescentar a uma fórmula padrão mais lipídeo através de um módulo lipídico. Temos módulos
de fibras também para casos de fórmulas que são isentas de fibras. Dessa maneira, a gente
pode estar adicionando esses módulos às fórmulas completas para cobrir então todas as ne-
cessidades de um paciente.

2.2.3. Classificação da Nutrição Enteral de acordo com a Osmolaridade

Como nós falamos um pouquinho da questão da hidrólise, é importante falar da osmola-


lidade de uma fórmula. Osmolalidade compreende a quantidade de solutos presentes em um
solvente. Então é a carga de solutos existentes dentro de um solvente. Quando a gente fala
na osmolalidade, a gente fala justamente em quantidades de partículas dentro da água, por
kg de água que é a unidade que a osmolalidade mede – miliOsmois por quilograma de água
(mOsm/kg). A osmolaridade, tem um significado semelhante, a diferença é que ela vai avaliar
a quantidade de partículas na solução, então ela já considera a diluição da fórmula. Então essa
é a diferença das duas, mas elas refletem o mesmo significado, quanto maior a osmolaridade
ou a osmolalidade significa que eu tenho muito mais partículas livres dentro daquele produto,
o que pode gerar uma intolerância digestiva para o paciente. Pode, mas nem sempre vai gerar.

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Então quanto maior a hidrólise do nutriente, como nós falamos de fórmulas oligoméricas,
fórmulas elementares, consequentemente nós vamos ter mais partículas dispersas na solu-
ção ou na água, e isso vai aumentar a osmolalidade da fórmula. Assim, os aminoácidos têm
um efeito osmótico muito maior do que as proteínas, porque as proteínas são intactas; a gli-
cose tem um efeito osmótico muito maior do que o amido e os minerais e eletrólitos, também
têm um efeito osmótico por serem partículas livres na solução.
E aí, para classificar as fórmulas quanto a osmolalidade, são usados os seguintes termos:
fórmulas hipotônicas ou hiposmolares, que tem uma osmolaridade ou osmolalidade, menor
do que a osmolalidade sanguínea, então essas fórmulas normalmente contêm entre 280 a 300
mOsm/kg de água. Fórmulas isotônicas, normotônicas ou normosmolares, que são aquelas
fórmulas entre 300 e 350 mOsm/ kg de água, fórmulas levemente hipertônicas, que variam de
350 a 500 mOsm/kg de água, normalmente as fórmulas parcialmente hidrolisadas, as fórmu-
las oligoméricas se enquadram nessa classificação.
As fórmulas hipertônicas ou hiperosmolares, que são aquelas que têm de 550 a 750 mOsm/
kg de água, e as fórmulas acentuadamente hipertônicas ou acentuadamente hiperosmolares,
as que têm mais de 750 mOsm/ kd de água. Essas fórmulas acentuadamente hipertônicas (e
mesmo as hipertônicas) é que não são bem toleradas pelo trato digestório, e acabam geran-
do aí uma diarreia, principalmente quando elas são administradas diretamente no intestino,
porque o estômago, como tem uma função de reservatório, segura as partículas ali dentro, até
que elas estejam adequadamente diluídas, então o estômago tem a capacidade de ajustar a
osmolaridade, o intestino não. Quando a gente infunde uma fórmula hiperosmolar no intestino,
o intestino perde água para equilibrar essa osmolaridade e isso vai causar as diarreias.

2.2.4. Classificação da Nutrição Enteral de acordo com a Densidade Calórica

Classificamos também as fórmulas enterais quanto à sua densidade calórica, ou seja,


quanto a quantidade de calorias que elas fornecem por ml da solução. Assim, nós podemos
classifica-las em: acentuadamente hipocalóricas - são aquelas fórmulas que têm menos de 0,6
kcal/ml. As hipocalóricas, normalmente de 0,6 a 0,8 kcal/ml, as normocalóricas, são normal-
mente as fórmulas padrão que vão ter então de 0,9 a 1,2 kcal/ml. As hipercalóricas, que usual-
mente têm de 1,3 a 1,5 kcal/ml e as acentuadamente hipercalóricas que tem mais de 1,5 kcal/
ml, ou seja, em cada ml oferecem mais de 1 caloria e meia. A densidade calórica é bastante
utilizada para fins de cálculo do volume de nutrição enteral a ser administrado ao paciente.
Temos ainda a questão de teor hídrico das fórmulas, de acordo com a densidade calórica.
De acordo com as kcal/ml, nós vamos ter um percentual de água livre, ou seja, a água que foi
utilizada para diluição da fórmula, porém que serve para a hidratação do paciente. Então uma
parte da água é complexada aos nutrientes da fórmula e a outra parte da fórmula, fica disponí-
vel para hidratar o paciente, que é o que a gente chama de água livre na fórmula.

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Então, fórmulas normocalóricas, vão fornecer um percentual entre 80 a 86% de água livre.
Fórmulas hipercalóricas, entre 76 a 78% de água livre e as fórmulas acentuadamente hiperca-
lóricas, entre 69 a 71% de água livre.
A gente volta aqui, ao cálculo das necessidades hídricas de um indivíduo. Então existem
várias maneiras da gente calcular as necessidades hídricas, vou trazer aqui as mais comumen-
te utilizadas. A gente pode usar 1500 ml por cada m2 da superfície corporal, é uma maneira um
pouco mais complexa da gente calcular. Para crianças a gente usa 1500 ml para os primeiros
20 kg mais 20 ml por quilo acima, então se a criança pesa 21 kg, a gente vai usar 1500 + 20,
então 1520 ml. Se ela pesa 23 kg, os 3 kg excedentes vezes 20, 60, então 1560 ml.
Para os adultos, de 18 a 64 anos, normalmente a gente usa um padrão de 30 a 35 m/kg, a
depender da intensidade de atividade da pessoa - se forem pessoas que tem a atividade muito
intensa, a gente vai usar uma quantidade muito superior, porém aqui eu estou falando em pes-
soas comuns, pessoas de atividade mais leve. De 55 a 65 anos, cerca de 30 ml/kg. Para idosos,
nós temos uma diretriz específica de 2019 que fala que para mulheres idosas, o mínimo de
ingestão hídrica deveria ser de 1600 ml/ dia ou 1,6 l e, para homens, 2000 ml/ dia, ou 2 l. E a
gente ainda tem a recomendação da própria RDA, que diz para a gente usar de uma maneira
mais simples, 1 mL por cada caloria oferecida.

3. Cálculos da Nutrição Enteral, com Questões


É importante esclarecer que, no caso da infusão intermitente gravitacional ou da contínua
gravitacional, a gente precisa indicar no rótulo, não só o volume que o paciente vai receber em
1 hora, em mililitros por hora (ml/h), mas também o número de gotas por minuto (gts/min), por-
que o profissional da enfermagem quando vai instalar a dieta, precisa dessa informação para
que ele possa programar o fluxo em gotas por minuto. Então para fins desse cálculo a gente
adota a seguinte referência: 1 ml corresponde a 20 gotas.
Então calculando aqui, um volume total prescrito de 1.500 ml, a ser administrado de forma
contínua em 22 horas, a gente vai dividir esse volume total do dia, pelas horas de infusão. A
partir disso, a gente obtém o volume em ml por hora. Assim: 1.500/22 = 68,18 ml/h.
Pegamos então esse volume por hora e vamos converter em gotas, ou seja, vamos multipli-
car o volume em mL pelas 20 gotas. Dessa forma: 68,18 x 20 = 1.363,6 gotas em 1 hora. Como
em 1 hora temos 60 minutos, para calcularmos as gts/min, vamos dividir as gotas obtidas por
esses 60 minutos. Assim: 1.363,6/60 = 22,72 gts/min. E aí, como não temos como contar 0,72
gotas, arredondamos para 23 gts/min.
Então esse é o cálculo do gotejamento e essa informação precisa estar no rótulo, mais
uma vez para orientar os profissionais da enfermagem que vão fazer a administração.
Vamos então resolver um exercício sobre nutrição enteral.

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001. Paciente, do sexo masculino, adulto, que tem um peso atual de 60 kg, está eutrófico e
pretendemos manter o estado nutricional dele. Ele precisou utilizar a nutrição enteral, por ter
apresentado uma sequela (disfagia grave) após um acidente vascular encefálico. A meta ener-
gética estabelecida foi de 30 kcal/kg/d. Se dispomos de uma fórmula enteral de densidade
igual a 1,2 kcal/ml, qual o volume total de fórmula que devemos ofertar a esse paciente?

Passo 1. VET = 30 kcal/kg/d = 30 x 60 = 1.800 kcal/d.


Passo 2. Cálculo do volume total. A densidade da fórmula é de 1,2 kcal/ml, o que significa dizer
que em 1 ml temos 1,2 kcal. Para calcular o volume que eu vou fornecer dessa fórmula, eu vou
pegar as calorias totais que eu calculei, o VET, e vou dividir pela densidade calórica:
1.800/1,2 = 1.500 ml de fórmula ao dia.

002. Utilizando o mesmo caso apresentado na questão anterior, quanto de água seria neces-
sário complementar para atender as necessidades hídricas do paciente?

Passo 1. Para fins de necessidade hídrica, vamos considerar a recomendação da RDA, ou seja,
1 ml/ kcal. Como calculamos o VET de 1.800 kcal, o paciente precisaria de 1.800 ml de água.
Passo 2. Cálculo da água livre da fórmula. A fórmula como a gente viu, apresentava uma den-
sidade calórica de 1,2 kcal/ mL. E aí nós vimos que para a gente atingir as 1800 kcal, a gente
precisaria de 1500 mL de fórmula, mas o cálculo não é tão simples assim - não é só pegar a
necessidade hídrica, 1800, menos 1500, então ele tem que receber 300 ml de água adicional,
não. A gente vai utilizar aqueles percentuais de água livre, para ver quanto na fórmula é água
disponível para hidratação do paciente. E a partir daí é que a gente vai fazer a diferença da
necessidade hídrica.
Então vamos lá, considerando que a fórmula é normocalórica, então a gente tem uma fórmula
de 1,0 a 1,2 kcal/ ml, nós vamos ter então de 80 a 86% de água livre, então nós vamos utilizar
com uma caloria um pouquinho maior, 80% de água livre.
Então voltando para o exercício, em 1500 ml da fórmula (e ai eu preciso trabalhar com o vo-
lume e não com as calorias), eu tenho 80% de água livre, então multiplicando 1500 por 0,8 eu
obtenho, 1200 ml de água livre.

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E aí eu pego a necessidade hídrica do paciente de 1800 ml, e vou então descobrir, quanto eu pre-
ciso complementar de água, para manter a hidratação desse paciente. Então 1800 - 1200 = 600
ml de água que eu vou precisar complementar para o paciente, para atingir as suas necessida-
des hídricas, evitando que ele corra o risco de se desidratar se ele ficar somente com a fórmula.
Então esse cálculo é bastante importante, para que a gente previna distúrbios hidroeletrolíticos
no paciente.

003. Paciente homem, adulto, necessitando da terapia de nutrição enteral (via sonda nasogás-
trica) após a sequela do AVE, um peso atual de 60 kg e uma estatura de 1,65 m. Um VET de
1800 kcal e a fórmula que eu tenho disponível para usar com o paciente, é uma fórmula nutri-
cionalmente completa, polimérica, com densidade calórica de 1,2 kcal/ ml, com 20% de proteí-
nas, 50% de carboidratos e 30% de lipídeos, atingindo 100% das DRIs para vitaminas e minerais
em 1500 ml e, essa fórmula ainda contém 14 g de fibras para cada litro fórmula. Considere a
infusão contínua em 22 h. Estabeleça a prescrição dietética para esse paciente.

De acordo com o Conselho Federal de Nutricionistas, a prescrição dietética deve estabelecer


a via, a consistência - que no caso das nutrições enteral e parenteral não se aplicam -, o fra-
cionamento, o valor energético total, valor de proteínas em grama, percentual de carboidratos,
percentual de lipídeos, vitaminas e minerais, fibras e água. Então nós teremos aqui uma dieta
via enteral, infundida de forma contínua em 22 horas, com uma fórmula polimérica, nutricional-
mente completa, com densidade calórica de 1,2 kcal/ ml.
No caso da nutrição enteral (bem como da parenteral) é interessante estabelecer os gramas
por quilograma de peso de todos os macronutrientes, bem como definir a relação quilocalorias
não proteicas por grama de Nitrogênio (kcal ñ PTN: g N). Essa relação é que dá nó na cabeça
de muita gente, mas ela é bem simples.
Vamos relembra-la então. Quando eu falo de kcal não proteicas, significa que eu vou excluir
as kcal proteicas, então a gente começa calculando quantas calorias de proteína eu tenho na
minha fórmula. Então dentro de um VET total, eu vou ter um percentual de proteínas e aí eu cal-
culo as calorias proteicas. Outra forma de calcular as kcal ñ PTN é somar as kcal de CHO e LIP.
O segundo passo é converter as calorias de proteínas em gramas de proteína, a gente sabe que
1 g de proteína, fornece 4 kcal. Então a gente vai dividir as calorias de proteínas por 4 para des-
cobrir então a gramatura de proteínas. Para a gente calcular os gramas de nitrogênio, a gente
pega os gramas de proteína e divide por 6,25, considerando que a proteína tem cerca de 16%
de nitrogênio disponível. Então essa é a fórmula base, a gente divide gramas de proteínas por
6,25 e aí a gente descobre os gramas de nitrogênio. Aí, basta em fazer a divisão das calorias
não proteicas, pelos gramas de nitrogênio obtidos.

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Vamos aos cálculos:


1. Eu vi que a fórmula tem 20% de proteínas, então em 1800 kcal, 20% corresponde a 360
kcal de PTN.
2. Vou converter as calorias de proteínas, para gramas, dividindo as calorias por 4. Então 360/
4, eu obtenho então 90 g de proteína.
3. Vou dividir os gramas de proteína por 6,25 para chegar aos gramas de nitrogênio da minha
fórmula. Então 90/ 6,25 vai me dar 14,4 gramas de nitrogênio.
4. Vamos passar então para as calorias não proteicas. Então eu tenho 360 kcal de proteína, vou
pegar o meu valor total, 1800 – 360 e ai eu acho 1440 calorias não proteicas.
5. Aí é só fazer a divisão final, kcal ñ PTN, ou seja, 1440 divido pelos gramas de nitrogênio, ou
seja, 14,4 e ai eu obtenho uma relação de 100: 1, ou seja, para cada 1 grama de nitrogênio eu
tenho de suporte 100 kcal não proteicas. O que me indica que essa é uma dieta hiperproteica,
mas que eu vou estar utilizando a proteína para fins proteicos propriamente e não para fins de
conversão em energia.
6. Calculamos os g/kg de PTN: 90 /60 = 1,5 g por kg de peso.
7. Vamos calcular os g/kg dos outros macronutrientes:
50% de carboidratos x 1.800 kcal = 900 kcal. 1 g CHO = 4 kcal. 900 kcal = 225 g CHO. 225/60 =
3,75 g/kg de CHO.
30% de lipídeos x 1.800 kcal = 540 kcal. 1 g LIP = 9 kcal. 540 kcal = 60 g LIP. 60/60 = 1,0 g/
kg de LIP.
8. Vamos calcular o total de fibras da dieta. Se a fórmula oferta 14 g em 1.000 ml, em 1.500 ml,
ofereceremos 21 g.
E aí a gente chega então, mediante a todos os cálculos que a gente fez, à prescrição final para
o paciente:
Resposta: dieta enteral, via sonda nasogástrica, infundida de forma contínua em 22 horas, com
uma fórmula polimérica, nutricionalmente completa, com densidade calórica de 1,2 kcal/ ml,
perfazendo um valor energético total de 1800 kcal, ou seja, 30 kcal por kg de peso, um valor
total de proteínas de 90 g, ou seja, 1,5 g por kg de peso (20% do VET), com 50% de carboidratos
(225 g, 3,75 g/kg), 30% de lipídeos (60 g, 1,0 g/kg), vitaminas e minerais atingindo 100% das
DRIs, com uma relação caloria não proteica por grama de nitrogênio de 100: 1, com 21g de
fibras, em um volume total de 1500 mL, que corresponde a um volume por hora de 68,18 mL/ h
e com 23 gotas/ min. E para água, a necessidade hídrica é de 1800 mL, a fórmula me fornece
1200, então eu tenho a necessidade de complementar 600 mL de água, para atingir a necessi-
dade hídrica de 1800 mL/ dia. Fechamos a prescrição dietética em nutrição enteral para esse
nosso paciente.

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4. Complicações da Terapia de Nutrição Enteral


Nós vamos entrar agora, nas complicações mais frequentes da nutrição enteral, para que a
gente possa saber como manejar essas complicações na nossa atuação clínica. As complica-
ções mais frequentes são as gastrointestinais, e a diarreia é o carro chefe dessas complicações.
Então por que que a diarreia pode ocorrer nesses pacientes? Ela pode acontecer por uma
fórmula hiperosmolar, como nós já falamos. Algumas fórmulas contêm lactose, então quando
a gente administra para pacientes intolerantes vão ocasionar diarreia também. A diarreia pode
acontecer principalmente pelas dietas hiperosmolares infundidas pós estômago, pós-pilóricas,
pode acontecer também por contaminação bacteriana da dieta ou da própria sonda, então
quando os cuidados de manipulação não são devidamente tomados ou quando a higienização
da sonda entre as administrações, não é feita adequadamente, pode haver contaminação.
Elas podem acontecer também por uma administração muito rápida, que é mais comum
acontecer na forma de infusão por bolus, porque as vezes as pessoas não têm paciência de in-
jetar a dieta de uma forma mais lenta e isso acaba ocasionando uma diarreia. Podem acontecer
por dietas fornecidas ao paciente, em temperaturas geladas, então o correto é que a dieta seja
administrada em temperatura ambiente. “Ah, mas eu preciso conservar minha dieta em geladei-
ra.” Ok. Então meia hora antes de administrar, você leva essa fórmula para a temperatura am-
biente, retira da geladeira em um ambiente controlado. E aí só vai administrar, meia hora após,
para que a administração seja feita em temperatura ambiente. E a diarreia ainda pode acontecer
por antibióticos, então a gente tem que ter um diálogo muito próximo com os médicos, com os
farmacêuticos e enfermeiros, para que a gente descarte as possíveis causas de diarreia.
Se a suspeita é contaminação da fórmula, o que eu vou fazer? Primeiro eu preciso veri-
ficar se outros pacientes que estão usando a mesma fórmula no hospital, também tiveram
diarreia. Se não, há pouca probabilidade de a dieta ter sido contaminada, mas eu posso subs-
tituir a fórmula para uma que tenha menor manipulação, para testar se realmente a causa é
a fórmula. Se você trocou a fórmula e não resolveu a diarreia, então a gente tem que partir
para a avaliação das outras causas: antibióticos, contaminação por medicamentos que são
administrados pela sonda, velocidade de infusão, dentre outros, e aí, a gente precisa de uma
boa interação com a equipe.
Outra complicação, é a constipação, já que muitas fórmulas enterais são isentas de fibra e
muitas vezes a gente esquece de prescrever a água complementar. Então a constipação pode
ser um sinal da desidratação e a forma de a gente ajustar, é tentar usar as fórmulas com fibra
e estimular o paciente a caminhar, quando possível, para que haja um estímulo para a própria
musculatura abdominal auxiliar nesse processo de evacuação.

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Náuseas e vômitos, são complicações comuns também, e isso vai depender muito da velo-
cidade de infusão da dieta. Então mesmo naquele paciente que está com infusão gravitacional,
as vezes com a própria movimentação do paciente, o fluxo da dieta acelera. Assim, a gente
tem que orientar, o paciente ou o seu acompanhante, a estar monitorando cuidadosamente se
a velocidade de infusão não está sendo rápida demais.
E progredir volumes gradualmente. Então a gente vai iniciar com volume menor e vai pro-
gredindo conforme a tolerância do paciente, para não ocasionar esses sintomas. Usar fórmu-
las isosmolares ou isotônicas, para prevenir qualquer desconforto. Usar fórmulas com baixos
teores de lipídeos, já que o lipídeo retarda um pouco o esvaziamento gástrico e pode causar
essa sensação de plenitude e desconforto gástrico. Mas se o paciente tem uma necessidade
um pouco maior de lipídeo, a gente vai trabalhar mesmo na velocidade de infusão.
Não há necessidade de suspender a alimentação, exceto se o paciente vomitar em grande
quantidade. Nesse caso a recomendação é, suspender no horário seguinte, avaliar se o quadro
vai permanecer e aí, normalmente os médicos vão entrar com medicamentos que a gente cha-
ma procinéticos, para estimularem a propulsão gástrica, o esvaziamento gástrico mais rápido
e então a gente volta a dieta e vai avaliar a tolerância. Se esses sintomas permanecerem, o
ideal é que o posicionamento seja feito pós-pilórico, mas para isso, a infusão tem que ser mais
cuidadosa ainda e aí, normalmente é indicação de uso da bomba de infusão.
Estase gástrica, que é essa questão de a dieta ficar muito tempo no estômago, por uma
baixa motilidade gastrointestinal, que muitas vezes é causada por drogas, medicamentos,
como as drogas vasoativas, pode também ocorrer. Então a gente tem que conversar com a
equipe médica para ver a possibilidade de administração dos prócinéticos - metoclopramida,
cisaprida, ondansetrona, eritromicina - e, considerar a suspensão como eu falei, se houver vô-
mito elevado, adotando aquele protocolo.
Ainda podem acontecer, distensão abdominal, cólicas e muita flatulência, para o que nós te-
mos a opção de suspeitar de má absorção ou de intolerância a algum componente da fórmula.
Então a gente tem que verificar se a fórmula tem lactose - se tiver, substituir por outra fórmula
e no caso desses sintomas associados à diarreia, a gente vai testar as fórmulas mais hidroli-
sadas para ver se o paciente tolera melhor. Verificar se a administração não está sendo muito
acelerada e orientar mais uma vez um controle mais rigoroso da velocidade de infusão de dieta.
Refluxo gastroesofágico, que normalmente ocorre por uma pressão gástrica aumentada,
que pode estar relacionada a um volume muito grande infundido ou à presença de ascite tam-
bém que, vai comprimir o estômago e vai proporcionar a ocorrência do refluxo. Pode ainda in-
dicar problemas de motilidade, tanto gástrica quanto duodenal e aí a gente tem que considerar,
diminuir um pouco o volume de dieta, tornar o gotejamento mais lento, observar se a elevação
da cabeceira está sendo feita corretamente, entre 30 e 45 graus, conversar com os médicos
sobre a possibilidade de prescrição de medicamentos, que aumentem a pressão do esfíncter
esofágico inferior, reduzir um pouquinho o teor de lipídeos na dieta e caso persista, considerar
o posicionamento da sonda pós pilórico.

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Dentre as complicações mecânicas, nós temos complicações relacionadas ao próprio proce-


dimento de passagem da sonda, mas também nós temos complicações advindas da própria pre-
sença mecânica da sonda, no canal nasal. Na colocação da sonda, pode ocorrer lesão de vias aé-
reas superiores, então a sonda tem que ser passada com todos os cuidados adequados e, nesse
sentido, para prevenir se tem cada vez sondas mais finas no mercado para promover um conforto
ao paciente e minimizar esses riscos; perfuração de traqueia ou lesões do trato gastrointestinal,
aumento de pressão intracraniana com risco de isquemia, pela própria passagem da sonda.
Ruptura de varizes esofágicas, naqueles pacientes que tem cirrose hepática e que tem
essa complicação. Assim a enfermagem é extremamente apta a prevenir essas ocorrências,
o que demanda a passagem da sonda por um profissional qualificado para isso. E por isso
também a gente deve documentar, a posição da sonda pelo raio-x, porque as vezes acontece
que durante o momento de inserção da sonda, o tubo se enrola e não chega ao local adequado
causando essas consequências.
Complicações na presença da sonda: podem acontecer erosão nasal, necrose de aba
nasal, sinusite aguda, rouquidão, otites e faringites. Por isso não se recomenda que a sonda
fique por mais de 6 semanas no paciente e que, toda higiene nasal e oral, seja feita de ma-
neira adequada.
Nas vias aéreas inferiores, a broncopneumonia, insuficiência respiratória e enfisema ocor-
rem mais pela questão de aspiração, e no trato gastrointestinal, esofagites, ulceração esofá-
gica, estenose, fístula, caso haja alguma perfuração, piora de hemorragia no caso de rupturas
de varizes esofagianas e obstrução. E ainda existe a saída acidental da sonda, em muitos pa-
cientes que ficam mais agitados e que a arrancam, e aí, vale lembrar que não é recomendada
a fixação da sonda, exceto, por materiais propriamente feitos para isso.
Ainda nas complicações mecânicas, nós temos a própria obstrução da sonda, que normal-
mente acontece quando a gente usa dietas mais viscosas, quando a gente acrescenta muita
fibra ou muito módulo na dieta enteral. Esses produtos podem alterar a viscosidade, se eles
não forem usados conforme a recomendação do fabricante, levando à obstrução da sonda.
E ainda, medicamentos que são triturados, macerados e diluídos em água, para serem pas-
sados na sonda, mas cuja recomendação do fabricante contraindique esse procedimento, isso
pode causar obstrução também. Então é importantíssimo se fazer a lavagem da sonda, antes
e após a administração da dieta. No caso de obstrução se pode utilizar uma água mais morna,
ou então se fazer a diluição de enzimas pancreáticas na água e administrar, dar um tempo de
ação - normalmente isso desobstrui a sonda. Tentar evitar o acréscimo de muitos produtos
na própria fórmula, até porque isso aumenta a manipulação e as chances de contaminação. E
verificar se existe uma diluição e trituração adequada, no caso de dietas caseiras, que tem um
maior risco de causarem as obstruções.

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Outras causas são os produtos com proteínas não hidrolisadas, excesso de fibra, sondas
dobradas, sondas de calibre muito fino que são usadas para o conforto do paciente, mas que
podem obstruir com mais facilidade então, os cuidados de higienização têm que ser redobra-
dos e, medicamentos que, quando administrados também prescindem da lavagem da sonda
(antes e após a administração), para desobstruir e remover qualquer resíduo que tenha per-
manecido, certo?
Daremos continuidade então, com as complicações infecciosas. Dentre as principais com-
plicações infecciosas associadas a terapia de nutrição enteral, nós temos as complicações
gastrointestinais por contaminação da própria fórmula, sendo fatores contaminantes, a pró-
pria manipulação, então quanto mais manipulada uma fórmula, maior seu risco de contami-
nação. Utensílios e equipamentos mal higienizados podem contribuir para a contaminação ou
ainda, esta pode ocorrer no momento da própria administração da fórmula, por interação com
outros componentes que são administrados também pela mesma via, ou pelo mesmo equipo
da nutrição enteral.
Lembrando então que as dietas enterais, são um excelente meio de cultura, já que elas dis-
ponibilizam todos os nutrientes para o crescimento microbiano e, nesse sentido, há necessida-
de de um rígido controle de todas etapas: desde avaliação da integridade das embalagens que
são recebidas no laboratório de nutrição enteral, higienização dessas embalagens, o devido
armazenamento das fórmulas, a própria manipulação adequada, incluindo uma higienização
correta das mãos, em todas as etapas de início de preparo de uma nova fórmula e ao final das
mesmas e, a higienização correta de equipamentos, utensílios, bancadas onde esses produtos
serão manipulados e, o armazenamento adequado caso a fórmula não vá ser imediatamente
administrada, que deve ser feito em geladeira, entre 2 a 8 graus C, respeitando-se o tempo de
armazenamento indicado pelo próprio fabricante.
Então o controle de estrutura deve ser muito rigoroso, assim como, a partir do momento
que, o serviço de nutrição entrega a fórmula para a enfermagem, para que ela seja então admi-
nistrada, deve-se haver um rígido controle também de todos os processos inerentes à adminis-
tração. As complicações, estão relacionadas então ao aumento da permanência do paciente
no hospital, aumentando também as chances de mortalidade, por isso essas complicações
têm que ser bem controladas. Todos os processos devem ser bem monitorados e documenta-
dos no sentido de evitar a contaminação, para prevenir riscos para o paciente. Então a RDC n.
503/2021, já estabelece todos os roteiros de preparo e de administração, instituindo as boas
práticas de preparo (BPPNE) e de administração (BPANE) de nutrição enteral e isso em que ser
muito bem observado.
Os principais agentes microbianos contaminantes dessas fórmulas são o Staphylococcus
epidermidis, aureus, Streptococcus, Klebisiella, Enterobacter, Pseudomona gram -, Bacillus ce-
reus, Salmonella, além de bolores, fungos e coliformes totais fecais. Então é importante dizer
que na própria resolução da ANVISA, são permitidas cargas mínimas microbianas, que são

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inerentes ao próprio processo de preparo da nutrição enteral, porém em níveis não prejudiciais
ao paciente. E por isso, a cada etapa de preparação devem ser colhidas contraprovas, e men-
salmente ou periodicamente (conforme estabelecido pela Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar, CCIH), deve ser feita uma análise microbiana de um número amostral representati-
vo, para se detectar se as etapas de manipulação e de controle ambientais não estão impondo
um risco a uma contaminação superior ao que é preconizado pela ANVISA.
Então os fatores de risco mais associados são os alimentos in natura, tendo em vista que
a sua manipulação exige mais procedimentos e aí o risco de contaminação se torna maior.
Após as fórmulas artesanais, as fórmulas em sistema aberto, principalmente as fórmulas que
demandam mais manipulação, como é o caso de fórmulas em pó, que precisam ser recons-
tituídas em água e as fórmulas que precisam de envase. Então deve-se haver um controle
microbiológico também da água utilizada pelo laboratório de enteral, o controle dos próprios
utensílios, como nós já mencionamos e dos equipamentos que vão ser utilizados para a re-
constituição dessas fórmulas, normalmente, mixers ou liquidificadores. Assim devem-se ado-
tar padrões de higiene em relação às menores partes que podem ser focos de contaminação.
Deve-se ter muito cuidado com a reutilização de materiais. Então só para a gente lembrar,
as fórmulas vêm com a recomendação de tempo de preparo e de tempo de armazenamento
pelos próprios fabricantes. As fórmulas artesanais não devem ser armazenadas, mas preci-
sam ser imediatamente administradas após seu preparo. Normalmente as fórmulas em siste-
ma aberto, a depender do tipo de fórmula, têm uma validade de 12 a 24 horas sob refrigeração
e durante a administração, as fórmulas em pó costumam ter uma validade máxima de 6 horas,
ao passo que as fórmulas já líquidas que normalmente são estéreis, podem ter uma validade
de até 12 horas em sistema aberto, durante a infusão. Porém tudo tem que ser observado para
evitar pragas e garantir as condições de higiene locais, para que essas validades tenham real-
mente seu prazo garantido.
Como já comentado, as fórmulas têm que ser administradas em temperatura ambiente, o
que aumenta o risco de contaminação. Então fórmulas que foram previamente preparadas e
estão armazenadas em geladeira, precisam ser retiradas do refrigerador, com meia hora antes
da administração, para evitar complicações em decorrência da temperatura baixa, como es-
pasmos gástricos ou intestinais que acabam gerando outras complicações. E muito cuidado,
com a adição de substâncias, durante a administração – reforçamos que, de acordo com o
estabelecido na RDC n. 503/2021, as fórmulas enterais são invioláveis até o término de sua
administração. Então, enquanto a dieta está sendo infundida, se eu for administrar concomi-
tantemente um medicamento ou outra substância, isso aumenta os riscos de contaminação
da fórmula, o que deve ser evitado. Cada administração deve ter seus tempos adequados,
assim como a higienização correta de equipo e sonda devem ser feitos, entre as etapas de
administração, para evitar esses riscos de contaminação.

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A própria ANVISA já recomenda, quanto a locais que não tenham um laboratório de nutrição
enteral que seja devidamente aprovado pela Vigilância Sanitária local, devem preferencialmen-
te usar produtos estéreis, ou seja, sistemas fechados que independam dessa manipulação.
Todos os procedimentos devem estar fixados para lembrar os profissionais a necessidade
constante do controle ambiental e pessoal. Assim como higienização dos utensílios, equipa-
mentos da própria área física, conforme recomendações da própria RDC n. 503. Após o pre-
paro, utilização imediata das fórmulas ou armazenamento sob refrigeração, em temperaturas
entre 2 e 8 graus, devendo ser retirada do refrigerador, meia hora antes da administração.
Evitar a reutilização de material, então só para a gente lembrar, os equipos usados na ad-
ministração da nutrição enteral têm validade, segundo os fabricantes, de 24 horas, uma vez
que eles são esterilizados previamente a sua abertura porém, no momento em que ele é aberto
para ser conectado a sonda e ao próprio frasco de dieta, a validade é de 24 horas e isso deve
ser respeitado, porque quanto mais reutilizado maior o risco então de sobrarem sujidades ao
longo desse equipo, por mais que se faça a higiene adequada e essas sujidades acabam por
contaminar as dietas enterais. Então esses prazos devem ser respeitados, assim como seguir
as recomendações dos fabricantes para outros insumos.
Em relações às complicações metabólicas, nós temos principalmente a questão da hidra-
tação, em que pode haver um excesso de hidratação, levando à hiper-hidratação e o paciente
acaba como consequência, desenvolvendo edemas e o risco de edema agudo de pulmão se
torna aumentado com esse fato. Assim como a desidratação que pode ocorrer pelo não for-
necimento adequado da quantidade de água que o paciente precisa, para se manter hidratado.
A hiperglicemia e a hipoglicemia, normalmente ocorrem por fórmulas com excesso de car-
boidratos ou inadequação, uma falta desses carboidratos. Porém, como nos hospitais a maior
parte das fórmulas que são utilizadas, pela própria estrutura física de manipulação, são as pró-
prias industrializadas, existe um menor risco para essas complicações, mas a gente deve aten-
tar pelo fato de o paciente já ser diabético e aí a gente tem que adequar os percentuais de car-
boidrato à própria doença que o paciente apresenta. Lembrando que não é somente o excesso
de carboidrato o responsável pelos distúrbios glicêmicos, mas a própria oferta energética total.
Anormalidades eletrolíticas, como hipercalemia ou hipocalemia, a hipercalcemia ou hipo-
calcemia, a hipofosfatemia, a hiponatremia ou hipernatremia, a hipomagnesemia e hipozinque-
mia, dentre outros eletrólitos, podem acontecer e isso está diretamente relacionado ao tempo
de inanição que o paciente vinha apresentando antes da instalação da terapia nutricional, que
é o que a gente chama então de síndrome da realimentação. Essa síndrome será melhor abor-
dada no material de terapia de nutrição parenteral.
Em termos de complicações respiratórias, uma das complicações mais severas da terapia
de nutrição enteral, se chama justamente a broncoaspiração ou aspiração pulmonar da fórmu-
la e isso acontece principalmente em pacientes que tem um risco maior para refluxo gastro-
esofágico. Então a administração de grandes volumes de dieta enteral, mesmo no estômago,

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estando o paciente deitado, pode favorecer um fluxo retrógado, dessa fórmula para esôfago e
esfíncter esofágico superior, atingindo então as vias respiratórias e levando a pneumonia. As-
sim, pacientes que possuem um retardo de esvaziamento gástrico ou disfunções mecânicas
intestinais, envolvendo inclusive os pacientes com um dano neurológico, devem ser avaliados
quanto ao risco de desenvolvimento de pneumonia aspirativa, justamente para que se venha
prevenir essa ocorrência e aí nesse caso, a posição mais correta da sonda, seria um posicio-
namento pós pilórico, em duodeno ou jejuno. Porém esse posicionamento depende de uma
colocação endoscópica da sonda.
Outra coisa que nós temos que avaliar é a elevação da cabeceira da cama do paciente - o
paciente nunca deve ficar totalmente na horizontal, porque isso pela própria ação mecânica da
gravidade favorece o refluxo, então a gente tem que observar se o leito do paciente está com
a cabeceira elevada, entre 30 a 45 graus, justamente para evitar essa complicação. Verificar
se o paciente está fazendo distensão abdominal, se está tendo vômitos, porque isso tudo já é
indício de uma intolerância gástrica e motivo de a gente avaliar a colocação da sonda em um
posicionamento pós-pilórico.
E por fim, nós temos as complicações psicológicas, principalmente naqueles pacientes
que estão conscientes e que fazem uso de nutrição enteral. Então ocorre uma quebra das
vinculações sociais, já que a interação social maior que nós fazemos envolve a alimentação.
Quando o paciente está com uma sonda, seja ela via nasal, seja ela via estoma, muitas vezes
essa socialização fica prejudicada, o que acaba fazendo com que o paciente vá se isolando
socialmente, levando a um maior risco de depressão. A própria ansiedade do paciente em
relação ao seu quadro clínico, aumenta esse risco de complicação, a falta de estímulos na
cavidade oral, acabam também levando à propensão para a depressão.
Essa monotonia alimentar, já que todos os dias, em todos os horários o paciente recebe a
mesma fórmula, com a mesma aparência, e isso acaba impactando negativamente no psicológi-
co e muitas vezes até os acompanhantes acham que o que está sendo ofertado não é suficiente
para manter o estado nutricional e de saúde do paciente. E aí, nesse sentido, a parceria de um
profissional da psicologia é essencial para avaliar os riscos de depressão, e para melhorar as
possibilidades de socialização do indivíduo, para que ele possa se recuperar mais rapidamente
e evitar os transtornos associados à própria depressão e ao estigma psicológico das terapias.

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QUESTÕES DE CONCURSO
004. (IBFC/NUTRICIONISTA/2014) Diversos fatores devem ser considerados na escolha e na
prescrição de fórmula enteral para um paciente. Dentre esses fatores pode-se citar:
a) Densidade calórica da fórmula; uma vez que indivíduos com restrição hídrica podem se be-
neficiar de fórmulas com menor densidade calórica, como as de 1,0 quilocaloria/mililitro.
b) Capacidade digestiva e absortiva do paciente; uma vez que indivíduos com distúrbio de má
digestão ou má absorção podem ser beneficiados com o uso de fórmulas monoméricas, que
contêm peptídeos ou aminoácidos.
c) Osmolaridade da fórmula; uma vez que fórmulas com proteína ou amido íntegros são con-
traindicadas em caso de diarreia, por apresentaram maior osmolaridade do que aquelas com
esses nutrientes na forma hidrolisada.
d) Posicionamento da sonda; uma vez que no posicionamento pós-pilórico a infusão de grandes
volumes de fórmula em curto tempo é mais bem tolerada do que no posicionamento gástrico.
e) Presença de fibras na fórmula; uma vez que em casos de diarreia, a presença de fibras in-
solúveis prebióticas, como a lignina e a celulose, contribui para a redução da velocidade de
trânsito intestinal.

a) Como nós já comentamos a respeito sobre a densidade energética de uma fórmula, quando
o paciente tem restrição hídrica, ou seja, ele precisa receber um volume de água menor, a gente
tem que usar fórmulas mais concentradas para não ultrapassar essa capacidade hídrica de in-
gestão que ele tem. Então quanto maior a densidade calórica de uma fórmula, menor o volume,
então essa questão está incorreta.
b) Opção correta, uma vez que pacientes que tenham a capacidade digestiva e absortiva com-
prometida vão se beneficiar de fórmulas que exijam menos digestão e menos absorção, ou
seja fórmulas mais hidrolisadas.
c) Se fala que fórmulas intactas tem maiores osmolaridades do que fórmulas hidrolisadas e
como nós vimos, quanto maior a hidrolise de um nutriente, maior a sua osmolaridade, ou seja,
as fórmulas íntegras, as fórmulas poliméricas intactas são as que apresentam menor osmola-
ridade, o que torna essa alternativa errada.
d) Se fala que posicionando a sonda pós estômago se tem tolerância a maiores volumes, e
isso está errado porque na verdade quem o órgão capaz de regular volume para o intestino é o
próprio estômago, então ele tolera muito mais volume do que o intestino.
e) Errada, porque fala que as fibras insolúveis, como a lignina e a celulose, são as fibras prebió-
ticas, na verdade quem faz esse papel de fibra prebiótica, são as fibras solúveis, como a inulina,
os frutoligossacarídeos.
Letra b.

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005. (IBFC/NUTRICIONISTA/2015) Paciente apresenta contraindicação de alimentar-se por


via oral pelas próximas 2 semanas. Possui função gastrointestinal normal, sem obstruções
mecânicas ou outros fatores que inviabilizem sua utilização para fins de nutrição. Não apre-
senta refluxo gastroesofágico ou vômitos. A indicação preferencial de terapia nutricional a
esse caso é:”
a) Nutrição parenteral periférica
b) Nutrição enteral via gastrostomia
c) Nutrição enteral via sonda com inserção nasal e posicionamento intragástrico
d) Nutrição enteral via sonda com inserção nasal e posicionamento pós pilórico.

Fatores importantes para considerar nessa questão, primeiro, não vai conseguir se alimentar
por via oral nas próximas 2 semanas, então a gente tem um tempo previsto de terapia enteral
de 14 dias. Segundo ponto, a função gastrointestinal está normal, o que indica que a gente
deve optar pelo uso do trato digestório se existe uma função normal e além disso, o paciente
não tem refluxos, não tem vômitos, ou seja, ele não tem risco para broncoaspiração da dieta.
Considerando esses aspectos a gente vai decidir pelo uso do trato digestório, então nós já ex-
cluímos a opção que fala de parenteral (letra A).
E aí nós vamos usar então a sonda nasogástrica, porque nós vimos que indicativos para osto-
mias são pacientes que vão precisar da nutrição enteral por um período superior a 6 semanas,
então nesse caso vamos usar uma sonda nasal. Então as letras C e D que seriam as nossas
opções. E aí quanto ao posicionamento da sonda, se o paciente não tem risco de aspiração,
indicado pela ausência do refluxo gastroesofágico e pela ausência de vômitos, e possuindo
uma função intestinal normal, nós vamos proceder então a um acesso gástrico, preservando
aí a maior funcionalidade do trato digestório possível, para que a digestão e absorção ocorram
na sua forma melhor.
Letra c.

006. (IBFC/NUTRICIONISTA/2015) Pode-se classificar as fórmulas enterais de acordo com


a complexidade dos nutrientes nelas presentes. A esse respeito, relacione o tipo de dieta com
suas características nutricionais.
Tipo de dieta enteral:
Oligomérica
Polimérica
Elementar

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E as características nutricionais
( ) Todos os macronutrientes estão hidrolisados prontos para o processo de absorção; apre-
senta elevada osmolaridade.
( ) Os macronutrientes estão parcialmente hidrolisados, porém ainda se faz necessário o pro-
cesso de digestão.
( ) Os macronutrientes estão em sua forma integra e necessitarão passar pelo processo inte-
gral de digestão.
A alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo é:
I, III e II.
II, I e III.
III, I e II.
II, III e I.
III, II e I.

Se nós lembramos das características nutricionais que nós já citamos a respeito das fórmu-
las enterais, a gente lembra que uma fórmula polimérica é intacta, ou seja, em todos os seus
nutrientes estão na forma mais complexa. Isso me diz que a polimérica seria justamente, a
última alternativa. A fórmula oligomérica, a gente vai ter moléculas parcialmente hidrolisadas,
mas com uma digestão um pouco mais facilitada, então a alternativa que caberia aqui seria a
segunda alternativa. E a fórmula elementar é a que todos os seus nutrientes estão na forma de
monômeros, hidrolisados, que caberia então na primeira alternativa.
Letra c (III, I e II).

007. (IBFC/NUTRICIONISTA/2019) A nutrição enteral é uma importante ferramenta nutricio-


nal para pacientes que, em determinado momento não conseguem atingir a necessidades diá-
rias se alimentando via oral, devido a alguma enfermidade. Quanto às doenças em que a dieta
enteral não é recomendada, assinale a alternativa correta.
a) Queimaduras extensas
b) Câncer de boca
c) Disfagia orofaríngea pós acidente vascular encefálico
d) Fístulas intestinais de alto débito

Então lembrando, a contraindicação da dieta enteral, se dá justamente na impossibilidade do


uso do trato digestório, seja por comprometimento nas suas funções digestivas ou absortivas.
Na queimadura, a gente tem uma necessidade energética muito elevada, porém normalmente
o trato digestório se faz íntegro, e aí a nutrição enteral é de fato uma via bastante associada a
via oral, para que o paciente consiga atingir as suas metas energéticas. No câncer de boca, a

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cavidade oral é comprometida, impedindo a ingestão dos nutrientes, no entanto o acesso pode
ser feito via nasogástrica e eu consigo tranquilamente manter a utilização do trato digestório.
Na disfagia orofaríngea, há uma dificuldade nos processos iniciais de deglutição, aumentando
o risco de aspiração, mas eu posso colocar o posicionamento da sonda intragástrica, fazendo
um acesso nasogástrico ou via acesso gastrostomia a depender do tempo de duração da nu-
trição. Já nas fístulas intestinais de alto débito, existe uma perda muito intensa, dos conteúdos
intestinais, ou seja, inviabilização de área absortiva e área que finaliza a digestão dos nutrien-
tes, então essa (letra D) seria a contraindicação da nutrição enteral.
Letra d.

008. (IBFC/NUTRICIONISTA/2019) Joana, hospitalizada não está com o trato gastrointesti-


nal funcionando há mais de 10 dias; perdeu 15% de seu peso; relata hemorragia gastrointesti-
nal frequente. Sobre as indicações gerais da terapia nutricional no caso da Joana, assinale a
alternativa correta.
a) Terapia nutricional enteral oral
b) Gastrostomia e jejunostomia
c) Terapia Nutricional Parenteral
d) Terapia Nutricional Enteral por sonda

Nós temos que ressaltar aqui que primeiro, o trato gastrointestinal não está funcionando, o que
já é indicativo de nutrição parenteral. Para eu poder atingir todas as necessidades, eu preciso
fornecer 100% das necessidades dessa paciente, principalmente pela apresentação da perda
de 15% do seu peso, bastante significativa, o que indica que ela já está em processo de desnu-
trição. E aí nesse caso, a única via que me permite fornecimento total das necessidades, é a
terapia nutricional parenteral.
Letra c.

009. (VUNESP/NUTRICIONISTA/2015) Segundo o Regulamento Técnico para a Terapia de


Nutrição Enteral – RDC no 63, de 06.07.2000, compete ao nutricionista
a) avaliar e assegurar a administração da nutrição enteral observando as informações conti-
das no rótulo, confrontando-as com a prescrição médica.
b) garantir o registro claro e preciso de todas as informações relacionadas à evolução nutricio-
nal do paciente.
c) assegurar a manutenção da via de administração da nutrição enteral.
d) receber a nutrição enteral e assegurar a sua conservação até a completa administração.
e) detectar, registrar e comunicar à EMTN e/ou ao médico responsável pelo paciente as inter-
corrências de qualquer ordem técnica e/ou administrativa

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As atribuições pertinentes à administração da nutrição enteral são responsabilidade do enfer-


meiro, o que exclui as letras A, C e D.
Letra E - O gerenciamento de aspectos técnicos e administrativos da terapia nutricional é de
competência do coordenador técnico-administrativo da equipe e essa função pode ser exerci-
da por qualquer membro da equipe.
Letra b.

010. (IBFC/NUTRICIONISTA/2019) A nutrição enteral é uma alternativa terapêutica para ali-


mentar pessoas que não podem e/ou não conseguem se alimentar pela boca em quantidade
suficiente para manter a saúde. O nutricionista é o responsável por realizar todas as operações
inerentes à prescrição dietética, composição e orientação sobre a preparação da nutrição en-
teral. Considerando o exposto, assinale a alternativa incorreta.
a) A nutricionista poderá indicar dietas artesanais/ caseiras e/ou industrializadas.
b) Orientar o manipulador da dieta, para preparar para o consumo imediato ou no máximo o
consumo em 24 horas.
c) Orientar o manipulador ao uso direto de água da rua, com fervura facultativa, pois não pode
oferecer nada em temperaturas elevadas ao paciente com sonda.
d) A nutricionista deverá orientar o manipulador quanto a temperatura adequada da dieta, sen-
do sempre ambiente.

Mediante todas as observações feitas a respeito do controle de qualidade que se deve ter na
manipulação da nutrição enteral, a única alternativa que não preza por essa atenção é a C.
Letra c.

011. (IBFC/NUTRICIONISTA/2019) O pâncreas é um órgão localizado no abdômen, faz parte


do sistema digestivo e endócrino, e é responsável por produzir insulina. Quando o pâncreas
está inflamado, chamamos de pancreatite, essa inflamação causa dores abdominais intensas,
náusea e diarreia. Pode ser apresentada de duas formas, aguda ou crônica.
Considerando o disposto, analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiros (V) ou Falsos (F).
( ) Na pancreatite aguda, a ingestão oral deve ser evitada. A maioria dos pacientes apresenta a
pancreatite aguda leve, nesses casos a dieta é reiniciada com líquidos sem resíduos e evoluída
progressivamente.
( ) Na pancreatite aguda grave é recomendado que inicie com nutrição enteral e a posição da
sonda deve ser nasojejunal, evitando complicações no quadro do paciente.

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( ) No caso da pancreatite aguda leve, quando há ingestão oral, a dieta mais indicada é rica em
carboidratos e proteínas, mas baixa em lipídeos.
( ) No caso da pancreatite aguda grave deve iniciar imediatamente a dieta parenteral para evitar
complicações ao paciente.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, V, V, F
b) V, V, F, V
c) V, F, V, F
d) V, F, V, V

Nos casos de pancreatite aguda, a ingestão oral é desencorajada na vigência de sintomato-


logia. No entanto, nos casos de doença leve a moderada em que o paciente tenha seus sinto-
mas controlados pelo tratamento clínico, a via oral pode ser retomada, fazendo-se a evolução
gradativa da consistência, para monitorar sintomas gastrointestinais, com característica hipo-
lipídica. Na pancreatite aguda grave, é usual a indicação de nutrição enteral, dada a condição
mais crítica do paciente, sendo a via gástrica a mais indicada, ou jejunal, na persistência de
sintomas. Assim, os três primeiros itens são corretos.
Letra a.

012. (FCC/NUTRICIONISTA/2018) As fórmulas de dietas enterais podem ser classificadas


segundo sua osmolalidade. O valor da osmolalidade em mOsm/kg de água para ser conside-
rada uma fórmula isotônica é:
a) 351-549
b) < 299
c) 300-350
d) 550-749
e) > 750

Conforme estudado na parte teórica, a fórmula isotônica é aquela cuja osmolalidade se aproxi-
ma à da própria corrente sanguínea, ou seja, entre 300 e 350 mOsm/kg de água.
Letra c.

013. (VUNESP/NUTRICIONISTA/2015) Dietas enterais isotônicas, teoricamente, são de me-


lhor tolerância digestiva com osmolalidade igual a
a) 200 mOsm/kg de água.
b) 250 mOsm/kg de água.
c) 300 mOsm/kg de água.
d) 350 mOsm/kg de água.
e) 400 mOsm/kg de água.

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Conforme referenciado na questão anterior, a alternativa apontada pela banca é a D.


Letra d.

014. (UFG/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2018) Paciente com diag-


nóstico de câncer de pâncreas e estágio C da ASG-PPP necessitou de cirurgia de ressecção
do tumor, com retirada parcial do pâncreas e parte do duodeno. Permaneceu com mais de 150
cm de intestino delgado e houve preservação de cólon. Encontra-se no pós-operatório com
sonda nasoentérica posicionada após a anastomose intestinal. Que tipo de dieta enteral deve
ser priorizada na terapia nutricional?
a) Dieta polimérica, hipercalórica e hiperproteica.
b) Dieta hidrolisada, hipercalórica e hiperproteica.
c) Dieta polimérica, hipercalórica e normoproteica.
d) Dieta hidrolisada, hipercalórica e normoproteica.

Como verificado na teoria, a indicação inicial da nutrição enteral será sempre feita com uma
fórmula polimérica. Em se tratando de paciente desnutrido grave (estágio C da ASG-PPP) e de
pós-operatório, para recuperação de seu estado nutricional se faz necessária uma dieta hiper-
calórica e hiperproteica.
Letra a.

015. (UFG/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2018) Para um paciente


em terapia nutricional enteral foi oferecida uma fórmula composta de 24% de proteína (77% de
caseinato de cálcio e sódio, 23% L-arginina), 53% de carboidrato (100% maltodextrina) e 23%
de lipídios (19% TCM, 67% óleo de peixe, 12% de óleo de milho e 2% de lecitina de soja), acres-
cida de arginina e nucleotídeos, isenta de lactose, sacarose e fibra. Essa dieta é classificada
como sendo:
a) monomérica.
b) oligomérica.
c) polimérica.
d) elementar.

Para fazer a classificação de uma fórmula quanto ao grau de integridade de seus macronu-
trientes, deve-se observar a predominância da composição de cada um deles. Nesse sentido,
77% das proteínas e 100% dos carboidratos são intactos, o que classifica como polimérica.
Letra c.

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016. (VUNESP/NUTRICIONISTA/2015) A quantidade de água nas dietas enterais varia de


acordo com a densidade calórica. Em uma dieta de densidade calórica de 2,0, qual a porcenta-
gem de água da dieta?
a) De 69 a 71%.
b) De 66 a 69%.
c) De 76 a 78%.
d) De 80 a 86%.
e) De 90 a 95%.

Como visto na teoria, uma dieta acentuadamente hipercalórica contem de 69 a 71% de água livre.
Letra a.

017. (UFG/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2018) Cem gramas de pó


de um suplemento dietético apresentam em sua composição 30% de proteínas, 25% de lipíde-
os e 45% de carboidratos. Qual é o volume necessário para suplementar uma dieta com 600
kcal, considerando-se que o suplemento foi diluído a 30%?
a) 350 mL
b) 380 mL
c) 400 mL
d) 420 mL

Em 100 gramas de pó, temos então:


30% PTN = 30 g = 120 kcal
25% LIP = 25 g = 225 kcal
45% CHO = 45 g = 180 kcal
Assim, 100 g de pó = 525 kcal
A diluição do suplemento é feita a 30%, ou seja, 30 g em 100 ml.
Assim, em 30 g = 157,5 kcal.
Se desejam 600 kcal, para o que seriam necessários 180 g de pó.
Se em 100 g, temos 157,6 kcal, para 600 kcal, precisaríamos de 380,9 ml.
Letra b.

018. (IADES/CRN-3/NUTRICIONISTA FISCAL/2019) A Equipe Multiprofissional de Terapia


Nutricional (EMTN) é um grupo formal e obrigatoriamente constituído por pelo menos um pro-
fissional de cada categoria a seguir: médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico. Ela pode
ainda incluir profissionais de outras categorias, habilitados e com treinamento específico para
a prática da terapia nutricional (TN). Quanto às atribuições do nutricionista na EMTN, assinale
a alternativa correta.

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a) Proceder ou assegurar a colocação da sonda oro/nasogástrica ou transpilórica.


b) Formular a nutrição enteral, estabelecendo a respectiva composição qualitativa e quantitati-
va, fracionamento segundo horários e formas de apresentação.
c) Indicar e prescrever a terapia nutricional enteral.
d) Avaliar a formulação das prescrições médicas e dietéticas quanto à compatibilidade físico-
-química droga-nutriente e nutriente-nutriente.
e) Preparar o paciente, o material e o local para o acesso enteral.

a) Atribuição do enfermeiro.
c) Atribuição do médico.
d) Atribuição do farmacêutico.
e) Atribuição do enfermeiro.
Letra b.

019. (USP/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2018) Com base na Reso-


lução da Diretoria Colegiada (RDC) número 63 de 06.07.2000, analise as três afirmações sobre
os controles aos quais a nutrição enteral deve ser submetida:
I – A inspeção visual é necessária para assegurar a integridade física da embalagem e condi-
ções organolépticas gerais.
II – A água a ser utilizada no preparo da nutrição enteral deve ser analisada quanto às caracte-
rísticas microbiológicas, pelo menos uma vez por mês, ou por outro período, desde que acor-
dado com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
III – Toda nutrição enteral preparada deve ser mantida sob refrigeração, em geladeira exclusi-
va, à temperatura maior que 10 °C.
Está correto apenas o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

O único item incorreto é o III, pois a temperatura de refrigeração deve ser de 2 a 8º C.


Letra d.

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020. (COREMU – SES/GO/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2017) Du-


rante o estado de hiperinflamação da sepse, o catabolismo é intenso devido ao aumento da de-
manda metabólica. Assim o manejo nutricional, bem como o cálculo das necessidades nutri-
cionais seguem protocolos diferenciados, de modo a adequar ao estado de saúde do paciente.
O início da terapia nutricional do paciente crítico com sepse deve ocorrer:
a) imediatamente após a admissão na Unidade de Terapia intensiva.
b) após estabilização do estado hemodinâmico e dos quadros de acidose e hiperlactatemia.
c) após o paciente restabelecer o quadro de consciência.
d) imediatamente após a retirada da ventilação mecânica.

Relembramos aqui os passos para a indicação de qualquer terapia nutricional: 1) estabilidade


hemodinâmica; 2) funcionalidade do trato gastrointestinal.
Letra b.

021. (COREMU – SES/GO/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2017) A


indicação de terapia nutricional enteral ocorre na inviabilidade do paciente em atingir as suas
necessidades nutricionais por meio da via oral, seja pela instauração da doença de base, por
inadequações da ingestão alimentar, problemas absortivos, baixa aceitação da dieta (disfagia,
anorexia). A seleção da fórmula enteral apropriada trata-se de uma atividade extremamente
complexa e exige avaliação e acompanhamento da capacidade digestiva e absortiva do pa-
ciente, além de profundo conhecimento da fonte e da forma do substrato nutricional veiculado
pela dieta enteral. Para a seleção da fórmula enteral apropriada, o nutricionista deve conhecer
sobre sua composição. Assim sendo, a dieta enteral pode estar disponível na forma
a) polimérica, em que os macronutrientes apresentam-se de maneira intacta (polipeptídeo),
com exceção da proteína, que é apresentada de maneira parcialmente hidrolisada.
b) elementar polimérica, em que os macronutrientes, com exceção da proteína, apresentam-se
na sua forma totalmente hidrolisada (aminoácidos).
c) oligomérica, em que os micronutrientes encontram-se com uma osmolalidade variando de
250 a 800 mOsm/L e a osmolaridade variando entre 850 a 950 mOsm/kg.
d) elementar, em que os macronutrientes, em especial a proteína, apresentam-se na sua forma
totalmente hidrolisada (aminoácidos).

Retomamos os conceitos sobre a integridade das fórmulas enterais. Assim, polimérica é a


fórmula que contém todos os seus macronutrientes intactos. Oligomérica ou elementar usual-
mente diz respeito a hidrólise da fração proteica, onde na oligomérica se têm oligopeptídeos
e na elementar, aminoácidos livres. Letra B – não existem fórmulas elementares poliméricas.
Letra d.

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022. (COREMU – SES/GO/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2018) Con-


siderando-se o caso de um paciente hospitalizado, com diagnóstico de Aids e desnutrição mode-
rada, lesões esofágicas e diarreia, a composição da fórmula nutricional enteral deve ser uma dieta
a) hipercalórica, polimérica, isenta de lactose e sacarose, isenta de fibras, normolipídica e en-
riquecida com triptofano.
b) normocalórica, elementar, isenta de lactose, com mix de fibras solúveis e insolúveis, hiperli-
pídica e enriquecida com ômega 3 e 6.
c) acentuadamente hipercalórica, polimérica, isenta de sacarose, com fibras insolúveis, normo-
lipídica e enriquecida com carnitina.
d) hipercalórica, oligomérica, isenta de lactose e sacarose, com fibras solúveis, hipolipídica e
enriquecida com glutamina.

Nos casos de pacientes com AIDS, que apresentam quadros diarreicos, é recomendado o uso
de glutamina por um período. Como já vimos, também podem se indicar fórmulas oligoméri-
cas para manejo da diarreia. Quanto às fibras, pela sua capacidade em formar géis e retardar o
trânsito gastrointestinal, as solúveis também são empregadas para controle da diarreia.
Letra d.

023. (COREMU – SES/GO/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) Se-


gundo Toledo e Castro (2015), quais são as principais indicações para a realização de jejunos-
tomia em pacientes admitidos na UTI?
a) Estase pós-operatória no trato gastrintestinal alto; instabilidade hemodinâmica e sepse gra-
ve; alto risco de broncoaspiração; fístulas entéricas de alto débito e necessidade de rápida
recuperação do estado nutricional.
b) Falência intestinal por inflamação grave ou estase pós-operatória; inviabilidade de acesso
ao estômago nos casos de politraumatismo grave e fístulas entéricas de alto débito.
c) Contraindicação de nutrição precoce no pós-operatório ou após traumatismo; necessidade
de terapia nutricional enteral por período de tempo inferior a seis semanas e alto risco de bron-
coaspiração.
d) Necessidade de terapia nutricional enteral por período de tempo superior a seis semanas;
impossibilidade de acesso ou de funcionamento do estômago; alto risco de aspiração nos ca-
sos de cirurgia no trato gastrintestinal acima do jejuno.

a) Instabilidade hemodinâmica contraindica qualquer via de nutrição.


b) Falência intestinal é indicativa de nutrição parenteral.
c) Terapia de nutrição enteral por tempo inferior a 6 semanas seria indicação de sonda nasoje-
junal, no caso do risco elevado para broncoaspiração.
Letra d.

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024. (UFG/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) Leia o relato do


caso a seguir: Paciente S.R.N., de 48 anos, portador de desnutrição moderada, com insufici-
ência renal aguda e insuficiência respiratória, intubado há quatro dias na UTI, com câncer de
esôfago e estômago estadiamento III. O paciente apresentou distensão abdominal, sinais de
desidratação e sintomas de diarreia antes da intubação.
Diante deste quadro, qual é a melhor conduta para a terapia nutricional de S.R.N.?
a) Gastrostomia com dieta polimérica, hiperproteica.
b) Jejunostomia com dieta polimérica, hiperproteica.
c) Terapia por sonda nasogástrica, dieta oligomérica, hiperproteica.
d) Terapia nutricional parenteral.

Como os sintomas gastrointestinais foram apresentados antes da intubação e o paciente já


está em ventilação mecânica há 4 dias, entendemos que esses quadros cederam, o que permi-
te o uso do trato digestório. Tendo em vista que o câncer acomete esôfago e estômago, não
sendo possível estimar o grau de obstrução desses órgãos, seria interessante pensar em uma
via pós-pilórica.
Letra b.

025. (UFG/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) Leia o relato do


caso a seguir: Paciente F.V.S., idoso, com 80 kg e com necessidade energética de 30 kcal/kg
em restrição hídrica de 25 mL/kg/dia.
Nesse caso, o paciente deverá receber uma fórmula com densidade calórica mínima de
a) 1.0 kcal/mL.
b) 1.2 kcal/mL.
c) 1.5 kcal/mL.
d) 2.0 kcal/mL.

VET = 30 x 80 = 2.400 kcal.


Restrição hídrica = 25ml/kg = 25 x 80 = 2.000 ml
Como a densidade calórica diz respeito a kcal/ml, dividimos o VET pelo volume máximo.
2.400/2.000 = 1,2 kcal/ml.
Letra b.

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026. (UFJF/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2017) Assinale com (V)


para afirmativas Verdadeiras e (F) para as Falsas quanto a conduta nutricional no paciente crítico
I – ( ) O início da dieta deve ser precoce, mesmo o paciente recebendo altas doses de medica-
ção vasoativa.
II – ( ) Em casos mais graves, iniciar a dieta enteral isosmolar com baixo volume, cerca
de 20 mL/h.
III – ( ) É recomendável não ultrapassar 1g/kg/dia de lipídios para evitar sobrecarga reticulo-
endotelial.
IV – ( ) Recomenda-se o uso de arginina na dose de 4% do VET, para auxiliar na cicatrização e
resposta imune.
Assinale a alternativa CORRETA sobre as afirmativas anteriores:
a) I. (V), II. (F), III. (V), IV. (F).
b) I. (V), II. (F), III. (F), IV. (V).
c) I. (F), II. (V), III. (F), IV. (V).
d) I. (F), II. (V), III. (V), IV. (F).
e) I. (F), II. (F), III. (V), IV. (F).

I – Não se indica o uso de terapia nutricional em pacientes dependentes de altas doses de


drogas vasoativas.
II – e III. São recomendações corretas para o paciente crítico.
IV – Arginina não é recomendada na fase aguda da doença grave.
Letra d.

027. (UFAL/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019-2020) Paciente em


unidade de terapia intensiva portador de pancreatite aguda severa, em coma induzido, equi-
líbrio hemodinâmico, uso decrescente de drogas vasoativas e resíduo gástrico em pequeno
volume. De acordo com as orientações da BRASPEN (2018), esse paciente deve
a) iniciar terapia parenteral para repouso pancreático.
b) permanecer em dieta zero para repouso pancreático.
c) permanecer em dieta zero até o desmame da droga vasoativa.
d) receber terapia enteral, hidrolisada, hipocalórica e hiperproteica.
e) receber terapia enteral, polimérica, hipocalórica e hiperproteica.

Conforme já mencionado, na pancreatite aguda grave é indicada a terapia de nutrição enteral,


em posicionamento gástrico e com fórmula polimérica. Como o paciente está em equilíbrio
hemodinâmico, uso decrescente de drogas vasoativas e resíduo gástrico em pequeno volume,
essa conduta pode ser adotada.
Letra e.

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NUTRIÇÃO
Terapia Nutricional Enteral
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028. (ESPCE/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) A seleção da fór-


mula enteral, as necessidades de líquidos, energia e nutrientes, bem como a função gastrointes-
tinal, determinam a escolha de um produto enteral. Qual a melhor conduta, no que diz respeito
à seleção de fórmulas enterais, para um paciente com sepse, em Unidade de Terapia Intensiva?
a) Usar fórmula enteral polimérica tradicional, desde que o paciente não mostre intolerância.
b) Usar, de rotina, dieta enteral imunomoduladora contendo arginina, glutamina e antioxidantes.
c) Usar fórmula enteral polimérica com fibra insolúveis para manter o peristaltismo do intestino.
d) Usar fórmula normolipídica, com pouco triglicerídeo de cadeia média, caso não tolere a
fórmula-padrão.

Dietas imunomoduladoras e/ou com fibras (sobretudo insolúveis) são contraindicadas na fase
aguda da doença grave. O quadro de sepse não justifica o uso de TCM.
Letra a.

O paciente L.D.A., de 45 anos de idade, está internado na unidade de terapia intensiva de um


hospital, com diagnóstico de acidente vascular cerebral (AVC) e disfagia severa. Acerca desse
caso clínico e dos conhecimentos relativos à terapia nutricional, julgue os itens a seguir.

029. (ESCS/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) O paciente tem in-


dicação para terapia parenteral quando o trato gastrointestinal está acessível e funcionante.

Dentre os critérios para a seleção da via de nutrição a ser utilizada, parte-se sempre da que
mais se aproxima da fisiologia. Assim, se o trato gastrointestinal está acessível e funcionante,
embora a via oral não deva ser utilizada (disfagia severa), a terapia enteral é a mais indicada.
Errado.

030. (ESCS/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) O paciente tem in-


dicação para dieta enteral quando a respectiva ingestão calórica por via oral é de 40% ou me-
nos do que o recomendado.

Como vimos na teoria, o ponto de corte para a definição da necessidade de terapia de nutrição
enteral é quando a ingestão oral não atinge 60% ou menos das necessidades do paciente.
Errado.

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Terapia Nutricional Enteral
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031. (ESCS/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) A nutrição enteral


é indicada para os pacientes em que a nutrição parenteral não tenha sucesso.

Novamente, em relação à ordem de decisão, em conformidade à fisiologia, seria usar o trato


digestório (enteral) e, quando este está inacessível ou não funcionante, se partir para a paren-
teral. Assim, esse item encontra-se invertido.
Errado.

032. (ESCS/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) Em pacientes que


necessitam de nutrição enteral por curto período de tempo (inferior a seis semanas), a gastros-
tomia é mais utilizada que a sonda nasoenteral, por ter baixo custo e ser de fácil colocação.

Quanto ao caráter temporal para indicação das vias de acesso, as terapias de curto prazo (in-
feriores a 6 semanas) têm a recomendação do uso dos dispositivos nasais ou orais, por esses
representarem menor custo e serem menos invasivos, atrelados a menor risco.
Errado.

033. (ESCS/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) Para os pacientes


com indicação de terapia enteral e em risco de aspiração, a sonda deve ser posicionada em
localização pós-pilórica.

A respeito do posicionamento da extremidade distal da sonda, os acessos pós-pilóricos são


reservados a pacientes com alto risco de aspiração ou que não tolerem a via gástrica.
Certo.

034. (ESCS/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) Quando localizada


no estômago, a sonda enteral permite a progressão mais rápida para alcançar o valor calórico
total ideal do que quando posicionada no duodeno ou jejuno.

Conforme abordado na parte teórica, pela função reservatória do estômago, este apresenta
uma melhor tolerância de volumes do que o intestino, o que vai favorecer a evolução mais rá-
pida da dieta.
Certo.

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Terapia Nutricional Enteral
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035. (ESCS/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) A sonda localiza-


da no jejuno tolera melhor fórmulas hiperosmóticas que quando localizada no estômago.

Relembramos que o órgão que apresenta função de reservatório, permitindo a retenção de vo-
lumes até que haja adequada diluição das fórmulas é o estômago. Assim, o estômago, e não o
intestino, tolera melhor fórmulas hiperosmóticas.
Errado.

036. (ESCS/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) Para evitar a atro-


fia intestinal, recomenda-se o uso de nutrição parenteral preferencialmente à nutrição enteral.

Como a nutrição parenteral isola o trato gastrointestinal, ela é justamente a que mais promove
a ocorrência de atrofia intestinal.
Errado.

037. (UFPA/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) Em relação à pre-


sença de diarreia em terapia nutricional de pacientes críticos, considere as seguintes afirmativas:
1. A diarreia no paciente crítico pode ser causada por diversos fatores isolados ou pela asso-
ciação de vários deles simultaneamente. Entre as principais causas, têm sido destacadas as
seguintes: medicamentos, infecções, incluindo o Clostridium difficile, as próprias doenças de
base e fatores relacionados à dieta enteral.
2. Estudos têm demonstrado associação entre diarreia e carboidratos pobremente absorvidos,
conhecidos pelo acrônimo FODMAP, devido à elevada osmolaridade e rápida fermentação pe-
las bactérias intestinais.
3. Para os doentes críticos, as evidências são insuficientes para suportar o uso rotineiro de fi-
bras (solúvel ou insolúvel) em fórmulas enterais. Porém, em pacientes com diarreia persistente
que estejam hemodinamicamente compensados e não tenham dismotilidade, o uso de fibras
solúveis pode ser considerado.
4.Devido à variedade de definições de diarreia na literatura, a incidência relatada é ampla e
sugere-se que a nutrição enteral seja interrompida automaticamente em caso de diarreia, para
evitar desequilíbrios hidroeletrolíticos.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras

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Terapia Nutricional Enteral
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Dentre os 4 itens apresentados, o único que não encontra respaldo na diretriz BRASPEN de
Terapia Nutricional no Paciente Grave é o 4, uma vez que não há indicação de suspensão da
dieta enteral em casos de diarreia.
Letra c.

038. (UFPA/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) As Diretrizes Bra-


sileiras de Terapia Nutricional envolvem um conjunto de recomendações desenvolvidas de
maneira sistemática para auxiliar profissionais de saúde na tomada de decisões sobre qual
a melhor intervenção nutricional para resolver um problema clínico específico. Em relação à
seleção de fórmulas em terapia nutricional e nutrientes especiais para pacientes críticos, con-
sidere as seguintes afirmativas:
1. Formulações enterais imunomoduladoras não devem ser utilizadas rotineiramente em UTI.
2. O uso de glutamina enteral em pacientes traumatizados e queimados pode ser considerado.
3. O uso de fórmula enteral com ômega 3 e antioxidantes está indicado em pacientes com
síndrome de angústia respiratória aguda (SDRA).
4. O uso de probióticos pode ser indicado em doentes críticos selecionados, desde que não
haja imunossupressão.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 4 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.

Novamente, em se tratando da diretriz BRASPEN de Terapia Nutricional no Paciente Grave o


único item que contradiz as recomendações dessa diretriz é o 3.
Letra d.

039. (UFPA/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019) Ao longo do tra-


tamento da doença oncológica, devido ao elevado estresse metabólico e oxidativo, muitos
pacientes evoluem para um quadro crítico, necessitando de cuidados em Unidade de Terapia
Intensiva (UTI). Acerca da avaliação nutricional e terapia nutricional em pacientes oncológicos
adultos críticos, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) Recomenda-se a utilização das seguintes ferramentas de triagem e avaliação nutricional:
Nutritional Risk Screening (NRS 2002), Avaliação Subjetiva Global (ASG), ASG-PPP e Índice de
Prognóstico Nutricional (IPN).

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Terapia Nutricional Enteral
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( ) Para alguns pacientes com trato digestório parcialmente funcionante, a nutrição enteral tró-
fica (de 10 a 20 ml/h) está indicada para manter a integridade da mucosa intestinal, evitando a
translocação bacteriana. A maior oferta de nutrientes será via parenteral.
( ) Considerando a Terapia Nutricional Enteral (TNE), fórmulas imunomoduladoras com argi-
nina, ômega-3 e glutamina não devem ser utilizadas rotineiramente em pacientes oncológi-
cos críticos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – F – F.
b) V – V – V.
c) F – V – F.
d) F – F – V.
e) V – V – F.

Embora o gabarito da banca tenha apontado a letra B como resposta, ou seja, todos os itens
verdadeiros, o Índice de Prognóstico Nutricional (IPN) não seria uma ferramenta útil para pa-
cientes oncológicos críticos, uma vez que, na fase aguda da doença grave, marcadores como a
albumina e outras proteínas séricas, bem como linfócitos encontram-se alterados pela doença
crítica e não são sensíveis para predizer o estado nutricional. Esse índice não é mencionado na
diretriz BRASPEN. Os demais itens estão em conformidade com a diretriz.
Letra b (questionável).

Um paciente de 64 anos de idade, com diagnóstico de infecção por SARS-CoV-2, sintomático


para Covid-19, comparece à emergência da unidade hospitalar. Em razão da piora do quadro,
apresenta hipotensão (100 mmHg x 60 mmHg), FR = 26 irpm; e Sp02 = 84%, sendo transferido
à unidade de terapia intensiva (UTI). É realizada uma intubação orotraqueal.
Considerando esse caso clínico e os conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir.

040. (IADES/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL SES-DF/NUTRICIONISTA/2020-21) Suge-


re-se não utilizar fórmulas com alto teor lipídico e baixo teor de carboidrato para manipular coe-
ficiente respiratório e reduzir produção de CO2 em pacientes críticos com disfunção pulmonar.

De acordo com a Revisão do parecer BRASPEN de terapia nutricional em pacientes hospitali-


zados com COVID-19, publicada em 2021, “Sugerimos não utilizar fórmulas com alto teor lipí-
dico/ baixo teor de carboidrato para manipular coeficiente respi­ratório e reduzir produção de
CO2, em pacientes críticos com disfunção pulmonar”.
Certo.

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041. (IADES/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL SES-DF/NUTRICIONISTA/2020-21) Há


evidências de que o uso de fórmula enteral com ômega 3, óleo de borragem, antioxidantes
e fibras em pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo diminui o tempo em
respiração artificial.

Ainda em conformidade com a Revisão do parecer BRASPEN de terapia nutricional em pacien-


tes hospitalizados com COVID-19, publicada em 2021, “O uso de uma fórmula enteral com
ômega 3, óleos de borragem e antioxidantes em pacientes com síndrome do desconforto res-
piratório agudo (SDRA) não parece trazer benefícios clínicos.”
Errado.

042. (IADES/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL SES-DF/NUTRICIONISTA/2020-21) Se o


paciente estiver na posição prona, recomenda-se ofertar nutrição enteral em bomba de infusão.

A posição prona tem sido bastante empregada para promover melhor conforto respiratório ao
paciente com a COVID-19. A revisão do Parecer BRASPEN de 2021 reforça que, nessa posição,
não se deve suspender a oferta de nutrição enteral (exceto nos tempos recomendados pela
instituição para a alternância das posições supina-prona e prona-supina) e que a oferta da nu-
trição enteral deve ser feita de forma contínua, em bomba de infusão.
Certo.

043. (FGV/PREFEITURA DE OSASCO-SP/NUTRICIONISTA/2014) As situações a serem con-


sideradas para a indicação da terapia nutricional enteral estão relacionadas ao risco de desnu-
trição. Entretanto, quando o trato digestivo encontra-se total ou parcialmente funcional, algu-
mas contraindicações devem ser avaliadas, como:
a) deglutição comprometida de causa muscular/neurológica;
b) Íleo paralítico intestinal;
c) anorexia;
d) lesão de face e mandíbula;
e) queimaduras.

Dentre as opções apresentadas na questão, a única que contraindica o uso da nutrição enteral,
por falha nos processos absortivos decorrentes de dismotilidade intestinal, seria o íleo paralí-
tico. Todas as demais condições admitem o uso da nutrição enteral.
Letra b.

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Terapia Nutricional Enteral
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044. (FGV/PREFEITURA MUNICIPAL DE CUIABÁ – MT/SMS/NUTRICIONISTA/2014) Se-


gundo a Resolução da Diretoria Colegiada referente ao Regulamento Técnico para fixar os re-
quisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral, a equipe multidisciplinar deve ser
composta, obrigatoriamente, por
a) nutricionista, psicólogo, médico e farmacêutico.
b) psicólogo, assistente social, médico e nutricionista.
c) médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico.
d) assistente social, médico, enfermeiro e nutricionista.
e) psicólogo, enfermeiro, nutricionista e farmacêutico.

De acordo com a Resolução RDC n. 503/2021, a EMTN é um grupo formal que deve ser com-
posta, obrigatoriamente, por médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico.
Letra c.

045. (FUNDAÇÃO CEFETBAHIA/NUTRICIONISTA/2019) Segundo a Resolução RDC n. 63, de


6 de julho de 2000, Regulamento Técnico que fixa os requisitos mínimos exigidos para a Tera-
pia de Nutrição Enteral, é correto afirmar que
a) se recomenda reservar, por pelo menos 30 dias, uma amostra de cada sessão de preparação
de nutrição enteral para contraprova.
b) a indicação da terapia nutricional enteral deve ser precedida da avaliação nutricional do pa-
ciente e esta deve ser repetida diariamente.
c) a equipe multiprofissional de terapia nutricional deve obrigatoriamente ser constituída de,
pelo menos, um profissional de cada categoria: médico, nutricionista, enfermeiro e psicólogo.
d) a prescrição dietética é atribuição do nutricionista e deve contemplar o tipo e a quantidade
dos nutrientes requeridos pelo paciente, considerando seu estado mórbido, estado nutricional
e necessidades nutricionais, e condições do trato digestivo.
e) cabe ao nutricionista realizar todas as operações inerentes à administração da nutrição en-
teral, que deve ser executada de forma a garantir ao paciente uma terapia segura e que permita
a máxima eficácia, em relação aos custos, utilizando materiais e técnicas padronizadas.

a) Errada, pois as contraprovas devem ser armazenadas por um período de 72 horas.


b) A parte inicial está correta, mas a avaliação nutricional será repetida conforme o estado
nutricional, o que não indica necessariamente que deverá ser diária.
c) Não faz parte do rol de profissionais obrigatórios na EMTN, o psicólogo.
e) Administração é atribuição do enfermeiro.
Letra d.

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046. (COMPERVE/NUTRICIONISTA/2018) A nutricionista de um hospital dispõe diversas fór-


mulas industrializadas a serem oferecidas por nutrição enteral. Em seu plantão do dia, ela
precisa realizar a indicação de fórmula para paciente adulto que está na UTI por acidente vas-
cular encefálico. As funções intestinais e urinárias apresentam-se normais, estando o paciente
estável hemodinamicamente. A família relata que o paciente apresenta grave intolerância à
lactose e que não manifesta outras alergias alimentares. Dentre as fórmulas disponíveis, a
nutricionista indicou para o paciente a que continha as seguintes características:
Ingredientes - Água deionizada, amido de milho e mandioca, polissacarídeos de soja, proteína
isolada de soja, óleo de canola, triglicerídeos de cadeia média, óleo de milho, citrato de potás-
sio, citrato de sódio, fosfato tricálcico, bitartarato de colina, cloreto de potássio, óxido de mag-
nésio, palmitato de vitamina A, ascorbato de sódio, acetato de vitamina E, sulfato ferroso, vita-
mina D, sulfato de zinco, niacinamida, sulfado de manganês, vitamina K, pantotenato de cálcio,
gluconato de cobre, biotina, vitamina B6, iodeto de potássio, vitamina B2, vitamina B1, selenito
de sódio, ácido fólico, vitamina B12, acetato de cromo, molibdato de sódio, antiespumantes:
mono e diglicerídios de ácidos graxos, estabilizante: lecitina de soja, espessante: carragena,
aromatizante artificial de baunilha, corante natural de urucum. Densidade - calórica 2,0 Kcal/
mL Proteínas - 100% proteína isolada de soja Carboidratos - 85% amido de milho e mandioca,
15% polissacarídeos soja Lipídios - 54% óleo de canola; 24% TCM; 16% óleo de milho; 3,5% leci-
tina de soja; 2,2% ácido linoleico e 0,3% ácido linolênico Osmolalidade - 330 mOsm/Kg de água
A fórmula indicada pela nutricionista é
a) de baixo teor de lactose, hipercalórica e polimérica.
b) isenta de lactose, normocalórica e parcialmente hidrolisada.
c) de baixo teor de lactose, normocalórica e parcialmente hidrolisada.
d) isenta de lactose, hipercalórica e polimérica.

a) A fórmula é isenta de lactose (fonte proteica: soja) e não de baixo teor.


b) Ela é hipercalórica (2,0 kcal/ml) e polimérica (fonte proteica: proteína isolada de soja – não
se fala em hidrólise).
c) A fórmula é isenta de lactose e polimérica.
Letra d.

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047. (IBFC/NUTRICIONISTA/2016) A seleção de uma fórmula enteral apropriada requer ava-


liação da capacidade digestiva e absortiva do indivíduo e conhecimento das fontes de subs-
tratos e sua forma. Em relação à composição da fórmula enteral destinada a adultos, é correto
afirmar que:
a) A fonte predominante de proteína nas fórmulas é a albumina.
b) A maioria das fórmulas comerciais é isenta de amido de milho e maltodextrina.
c) Ácidos graxos polinsaturados e triglicerídeos de cadeia longa contribuem para a osmolali-
dade da fórmula.
d) A forma predominante de fibra utilizada nas fórmulas é o polissacarídeo da soja.
e) A maioria das fórmulas contem 44 a 60% de água.

a) A fonte predominante de proteína nas fórmulas é o caseinato de cálcio ou sódio, ou a prote-


ína isolada de soja.
b) Muitas fórmulas utilizam como fonte de CHO a maltodextrina e algumas o amido.
c) A contribuição dos lipídios para a osmolaridade é pequena – 0,15 mOsm para cada kcal de
LIP. Os nutrientes que mais contribuem são os CHO e as PTN hidrolisados.
e) Vimos que a variação de água nas fórmulas é de 69 a 86%.
Letra d.

048. (COREMU – SES/GO/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2020-21)


Na seleção de dietas enterais deve-se fornecer aminoácidos em quantidade adequada à con-
dição clínica e metabólica do paciente. Desta forma, nos casos em que a capacidade diges-
tiva e absortiva estão reduzidas ou há insuficiência pancreática, qual é a fonte proteica a ser
escolhida?
a) Aminoácidos cristalinos.
b) Dipeptídeos e tripeptídeos.
c) Proteína intacta.
d) Proteína parcialmente hidrolisada.

Para facilitar os processos digestivos e absortivos sem sobrecarregar a osmolaridade da solu-


ção, o ideal é se trabalhar com a proteína parcialmente hidrolisada.
Letra d.

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049. (COREMU – HC/UFG/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2020-21)


Leia o caso a seguir. Paciente A.P.S., de 25 anos, internada há dez dias após acidente vascular
cerebral, desnutrida, em terapia de nutrição enteral, com dieta de 1,2 kcal/mL. Para a dieta,
prescrita a essa paciente, atingir 2.400 kcal por dia, em infusão contínua é necessário prescre-
ver o gotejamento de aproximadamente:
a) 73 mL/h.
b) 76 mL/h.
c) 83 mL/h.
d) 96 mL/h.

Considerando a infusão contínua em 24 horas, vamos primeiramente calcular o volume total


necessário de fórmula.
VET/dc = volume
2.400/1,2 = 2.000 ml
2.000/24 horas = 83,3 ml/h.
Letra c.

050. (COREMU – HC/UFG/RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL/NUTRICIONISTA/2019-2020)


Leia o caso a seguir. Paciente T.N.C., de trinta anos, no sétimo dia de internação na clínica mé-
dica, cardiopata, desnutrida, em terapia de nutrição enteral, com dieta de 1,5 kcal/mL adminis-
trada sob infusão contínua. Para administrar nesta paciente um total de 2.100 kcal diárias é
necessário prescrever o gotejamento de, aproximadamente:
a) 50 mL/h.
b) 54 mL/h.
c) 56 mL/h.
d) 58 mL/h.

Considerando a infusão contínua em 24 horas, vamos primeiramente calcular o volume total


necessário de fórmula.
VET/dc = volume
2.100/1,5 = 1.400 ml
1.400/24 horas = 58,33 ml/h.
Letra d.

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Gostaria de agradecer a você, por compartilhar sua trajetória de estudos comigo!!! Gratidão!!
Desejo muito sucesso na sua carreira!!
Um grande abraço,
Profª Ana Lúcia Salomon

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GABARITO
4. b 28. a
5. c 29. E
6. c 30. E
7. d 31. E
8. c 32. E
9. b 33. C
10. c 34. C
11. a 35. E
12. c 36. E
13. d 37. c
14. a 38. d
15. c 39. b
16. a 40. C
17. b 41. E
18. b 42. C
19. d 43. b
20. b 44. c
21. d 45. d
22. d 46. d
23. d 47. d
24. b 48. d
25. b 49. c
26. d 50. d
27. e

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NUTRIÇÃO
Terapia Nutricional Enteral
Ana Lúcia Salomon

REFERÊNCIAS

ANVISA. Resolução RDC n. 503 de 27 de maio de 2021. Dispõe sobre os requisitos mínimos
exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. Brasília, 2021.

Campos, L.F., et al. Revisão do parecer BRASPEN de terapia nutricional em pacientes hospitali-
zados com COVID-19. BRASPEN Journal, vol. 36, n. 1, p: 122-6. 2021.

Castro, M.G., et al. Diretriz Brasileira de terapia nutricional no paciente grave. BRASPEN Jour-
nal, vol. 33, Supl. 1, p: 2-36. 2018.

Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN n. 304, de 26 de dezembro de 2003. Dispõe


sobre critérios para Prescrição Dietética na área de Nutrição Clínica e dá outras providências.
Brasília, 2003.

Silva, M.L.T., et al. Terapia Nutricional na Doença de Crohn. Projeto Diretrizes - Associação Mé-
dica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, 2011.

Volkert, D., et al. ESPEN guideline on clinical nutrition and hydration in geriatrics. Clin Nutr, vol.
38, p. 10e47, 2019.

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Ana Lúcia Salomon
Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Nutrição Humana pela UnB.
Especialista em Gestão de Instituições de Saúde pela FEPECS. Especialista em Nutrição Parenteral e Enteral
pela SBNPE. Especialista em Nutrição Clínica pela ASBRAN. Especialista em Nutrição Funcional pela VP/
UniCSul. Especialista em Fitoterapia pela UNYLEYA. Graduada em Nutrição pela UnB. Professora Titular do
Curso de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Professora de Nutrição Clínica do Gran
Cursos online. Professora do Curso de Pós-Graduação em Terapia Nutricional Hospitalar do IBRANUTRO
Ensino. Docente Permanente dos Mestrados Profissional em Ciências para a Saúde e Acadêmico em
Ciências da Saúde da ESCS.

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