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SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
NUTRIÇÃO
Terapia Nutricional Enteral
Ana Lúcia Salomon
Sumário
Terapia Nutricional Enteral. . .......................................................................................................... 4
1. Conceitos Básicos de Nutrição Enteral e Legislação Pertinente....................................... 4
1.1. Etapas Obrigatórias da Terapia de Nutrição Enteral......................................................... 5
1.2. A Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional............................................................ 6
1.3. Indicações e Contraindicações da Terapia de Nutrição Enteral. . .................................... 7
2. Características da Terapia de Nutrição Enteral................................................................... 11
2.1. Vias de Acesso.......................................................................................................................... 11
2.2. Características da Nutrição Enteral................................................................................... 14
3. Cálculos da Nutrição Enteral, com Questões...................................................................... 18
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Terapia Nutricional Enteral
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Apresentação
Querido(a) aluno(a),
Eu sou a Professora Ana Lúcia Salomon, responsável pelas aulas de Nutrição Clínica do
Gran Cursos online.
Nesse módulo abordaremos o conteúdo de Nutrição Enteral, com enfoque nos temas que
usualmente são contemplados em concursos públicos para a carreira de Nutricionista, bem
como em concursos para Residência em Nutrição.
Algumas bancas costumam dar um maior enfoque em legislações sobre o tema, incluindo
o papel do nutricionista na Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional, e suas respectivas
atribuições, assim como as etapas de indicação da terapia de nutrição enteral e requisitos para
manipulação das fórmulas. É usual cobrarem também as principais indicações e contraindica-
ções dessa terapia. Outras bancas estabelecem como foco a resolução de cálculos pertinen-
tes à terapia. Nesse sentido, no decorrer desse material, abordaremos questões de concursos
diversos para que você esteja preparado para enfrentar, com sucesso, os vários tipos de ques-
tões inseridas nos concursos.
É importante que você tenha a constância nos seus estudos, para que possa compreender
bem o tema. Mas tenha a consciência que pausas para descanso são também recomendadas,
pois querer estudar tudo em um só dia, pode prejudicar o seu andamento, bem como confundir
seu raciocínio para a resolução das questões e entendimento do tema abordado. Assim, no
momento em que sentir que não está tendo um rendimento como esperado, faça as suas pau-
sas e procure relaxar, com atividades de laser.
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Nas atribuições determinadas pela RDC 503/2021, nós temos basicamente as seguintes: o
médico é responsável pela indicação da via de acesso e pela prescrição médica da terapia nu-
tricional, ou seja, será uma dieta, por exemplo, via sonda nasogástrica para um paciente crítico
que esteja em ventilação mecânica, por exemplo, certo?
O nutricionista é responsável pela avaliação do estado nutricional dos pacientes e é somen-
te após essa avaliação e da determinação do diagnóstico nutricional, que ocorre a indicação
da terapia nutricional. Então essa avaliação precede as outras etapas, descritas aqui. Então
o nutricionista vai também determinar as necessidades nutricionais, tanto de macro como de
micronutrientes, para os pacientes para que possa então fazer um ajuste de fórmulas às neces-
sidades do paciente e fazer então a prescrição dietética, elaborando aí todos os nutrientes que
comporão a nutrição enteral. O nutricionista é responsável ainda pela supervisão de todas as
etapas de preparação da nutrição enteral, ou seja, ele é o responsável técnico pelas etapas de
avaliação das prescrições dietéticas recebidas pelo laboratório de nutrição enteral, qualificação
de fornecedores, supervisão da manipulação das fórmulas, do controle de qualidade, da con-
servação e do transporte, até que a fórmula enteral seja entregue para o profissional da enfer-
magem, que é o responsável que administração. Vale ressaltar ainda que o nutricionista é o res-
ponsável pela rotulagem, amostragem (para fins de contraprova) e registro de todas as etapas.
O enfermeiro é responsável pela administração da nutrição enteral e pela prescrição dos
cuidados de enfermagem, bem como por toda a atenção de enfermagem prestada aos pacien-
tes - então manutenção da via de acesso, higienização correta, programação de volumes de
infusão, enfim, todas as etapas que envolvem a administração. Caso a nutrição enteral não
seja administrada assim que recebida pela enfermagem, o enfermeiro se torna responsável
pela conservação após o recebimento, valendo reforçar que a nutrição enteral é inviolável até
o final da sua administração.
O farmacêutico é responsável pela aquisição dos insumos, armazenamento e distribuição,
quando essas etapas não forem responsabilidade do nutricionista. Porém o farmacêutico tem
também um papel central na terapia nutricional que, é checar compatibilidades de nutrientes
entre si e com os medicamentos prescritos para o paciente. Então, verificar interações dro-
gas-nutrientes e nutrientes-nutrientes, de forma a garantir a maior qualidade e segurança dos
procedimentos prestados ao paciente.
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em 7 dias para verificar se não houve alteração do estado nutricional ou ainda se ele está man-
tendo as suas necessidades nutricionais exclusivamente pela via oral, se não houve qualquer
intercorrência que esteja impedindo a ingestão, a digestão ou a absorção dos nutrientes.
Quando a via oral é incapaz de satisfazer todas as necessidades do paciente, e aí a gen-
te considera como ponto de corte, 70 a 75% das necessidades, ou seja, aquele paciente que
não consegue manter a ingestão oral suficiente para atingir minimamente 70 a 75% das suas
necessidades, a gente vai então avaliar essa ingestão, para ver se existe necessidade de adap-
tação de consistência. Se mesmo alterando a consistência, o paciente não conseguir manter
essas necessidades mínimas, aí sim nós vamos indicar a nutrição enteral. Quando a necessi-
dade é menor do que 75%, a gente tenta a terapia nutricional enteral via oral, ou seja, a gente
vai usar produtos enterais, pela via oral mesmo, com a finalidade de complementação das ne-
cessidades, o que usualmente é chamado de Suplementação Oral. Quando o atingimento das
necessidades é inferior a 60%, aí a gente passa para a própria nutrição enteral, mas para isso
nós temos que avaliar a funcionalidade do trato digestório.
Se o trato digestório está funcionante, nós vamos utilizá-lo para não ter riscos de atrofia
intestinal e provavelmente uma translocação bacteriana por conta dessa atrofia, então nós
vamos utilizar a terapia enteral. Quando o trato gastrointestinal não funciona, aí já é indicação
direta da terapia parenteral, para que as necessidades dos pacientes sejam atingidas. E um
fator importante a ser considerado é que, mesmo na nutrição enteral, a gente tem que avaliar
se o paciente consegue receber todo o volume que foi prescrito para atingir as suas necessida-
des nutricionais. Se o volume está sendo infundido normalmente, sem intercorrências, ótimo,
nós vamos manter na nutrição enteral, porém se ele não consegue evoluir o volume de fórmula
para atingir as suas necessidades, e aí a gente considera os mesmos 60% de corte, indicando
que a gente vai precisar complementar a nutrição enteral com a nutrição parenteral. Assim, a
nutrição parenteral, pode servir como fonte exclusiva de dieta, mas ela também pode ser uma
via complementar para atingir as necessidades totais do paciente, evitando a desnutrição.
Em termos de indicações, como eu falei, a primeira indicação para qualquer via de nutrição,
é a estabilidade hemodinâmica, então os sinais vitais dos pacientes têm que estar estáveis,
bem controlados e bem monitorados, e a partir dessa estabilidade, nós vamos avaliar a funcio-
nalidade do trato digestório. Se o trato digestório funciona, mesmo que parcialmente - quando
a gente fala em parcialmente a gente pode pensar em algum processo obstrutivo de algumas
partes superiores do trato digestório e aí nós citaríamos, por exemplo, uma obstrução esofá-
gica, em que teríamos ainda estômago e intestinos, para manter a nutrição desse paciente -,
então nós vamos usar o trato digestório.
E a regra de ouro da nutrição enteral é essa daqui: quando o intestino estiver funcionan-
do, use-o ou perca-o, porque o intestino depende de nutrição também. Quando a gente não
faz uso do intestino, vai ocorrendo uma atrofia das vilosidades intestinais, ocasionando aí
um risco de translocação e um risco para menor tolerância da introdução dietética pelo trato
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digestório. Então mesmo que parcialmente, nós devemos utiliza-lo. E quando o paciente não
quer, quando ele se recusa a comer, quando ele não deve comer, justamente por questões
obstrutivas, que impõe riscos a própria saúde do paciente ou ainda quando ele não pode
comer por necessidades de repouso de partes do trato digestório, nós temos que pensar na
possibilidade da nutrição enteral.
Então exemplos de pacientes que não podem se alimentar, são aqueles pacientes incons-
cientes, casos de anorexia nervosa, lesões orais importantes, que impeçam a ingestão oral,
pacientes sequelados de acidentes vascular encefálico ou com alguns tipos de neoplasias que
obstruem o trato digestório, assim como doenças desmielinizantes que vão afetar a capacida-
de de motilidade digestória. Então nesses casos, o paciente não pode se alimentar, e a gente
vai então dar prioridade a terapia de nutrição enteral. Ainda dentro desses casos, nós temos
pacientes em ventilação mecânica, porque a intubação orotraqueal, aumenta o risco de bron-
coaspiração do alimento, então ela já demanda diretamente o uso de uma nutrição enteral.
Outras indicações incluem pacientes com ingestão oral insuficiente, como é o caso de trau-
ma, sepse, alcoolismo, depressão e queimaduras, e aqui nós temos um quadro de doenças ou
estados que afetam de forma importante, o aproveitamento dos nutrientes, e muitas dessas
situações aumentam de forma importante, o gasto energético, de maneira que a via oral, se
torna insuficiente para suprir, as necessidades de nutrientes. No caso do alcoolismo crônico,
existe uma depleção muito intensa de vitaminas, principalmente vitaminas do complexo B, que
são essenciais para o metabolismo energético e proteico, então por mais que a pessoa con-
siga ingerir alguma coisa (embora normalmente o etilismo leva a alterações neuropsíquicas
que acabam culminando com uma anorexia), mesmo que ela consiga ingerir, ela não consegue
atingir todas as suas necessidades e, consequentemente, vai demandar uma terapia nutricional.
Já nos pacientes críticos, politraumatizados, queimados, sépticos, normalmente a necessi-
dade energética para recuperação desses quadros é muito elevada, desde que passada a fase
crítica. E aí para que a gente possa oferecer todo o aporte nutricional para esses pacientes, é
necessária então uma via alternativa de alimentação, para fornecimento total das necessidades.
Outras situações incluem os pacientes que tem dor ou desconforto com o uso da via oral,
que é o caso das doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn, retocolite ulcerati-
va, cânceres do trato digestório, pancreatite e, quimo e radioterapia, que muitas vezes acabam
por lesionar células saudáveis e causar então, um desconforto com o uso da via oral.
Então nesses casos, em que o paciente tem inflamações, no trato digestório ou obstruções,
por vezes a via oral não vai conseguir suprir as necessidades do paciente, porém a gente vai
avaliar a funcionalidade do trato digestório e vai utiliza-lo mesmo que essa função seja parcial.
E por fim, nós temos os pacientes com disfunção do trato digestório, como síndrome de má
absorção, fístulas de alto débito e a própria síndrome do intestino curto, então nesses casos,
a gente normalmente avalia uma má absorção por uma diarreia muito intensa, e que não cede
com as terapias convencionais.
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Essa diarreia, por aumentar muito a motilidade do trato digestório, vai levar a uma má ab-
sorção dos nutrientes que, é o que acontece também na síndrome do intestino curto, em que
ressecções muito extensas de porções do intestino, acabam comprometendo a área absortiva
e acabam levando a uma motilidade gastrointestinal muito elevada, impedindo um tempo de
contato dos nutrientes adequados com a mucosa, para que eles sejam devidamente absor-
vidos. Então em fases em que a má absorção está muito pronunciada, a gente vai usar a via
parenteral, porém a medida que as síndromes de má absorção vão se recuperando e o nível de
diarreia vai reduzindo a gente retorna ao uso do trato digestório por meio da nutrição enteral.
Fístulas, que são comunicações anormais entre órgãos ou vasos, entre cavidades ocas,
são classificadas em alto e baixo débito. Então, fístulas de alto débito, são aquelas que secre-
tam mais de 500 ml por dia e aí, dependendo da localização da fístula, a gente pode ou não
usar o trato digestório. Por exemplo, uma fístula de esôfago, que esteja secretando bastante,
ela vai estar secretando principalmente, produtos do trato superior a ela, então de cavidade
oral, de início, da orofaringe ao esôfago, porém a gente pode colocar uma sonda abaixo, cerca
de 50 cm abaixo da fístula e alimentar o paciente normalmente. Então se fosse uma fístula
esofágica, a gente conseguiria alimentá-lo pela via gástrica. No caso de uma fístula gástrica, a
gente conseguiria alimentá-lo diretamente pelo intestino. Agora, quando as fístulas são intes-
tinais e de alto débito, os nutrientes que a gente infundir pela dieta vão ser perdidos na fístula,
em grande parte, e aí não é indicado o uso do trato digestório.
Uma outra peculiaridade da nutrição enteral que vale chamar a atenção, são as pancreati-
tes, principalmente as pancreatites agudas. Por muito tempo, com a ideia de manter o órgão
em repouso, foi indicado o uso da nutrição parenteral para as pancreatites, porém, com a evo-
lução científica se verificou que a dieta enteral, é bem tolerada nesses casos, devendo ser a
primeira via de escolha nos casos graves de pancreatites agudas. Hoje em dia, já se parte para
a dieta gástrica mesmo, mas em alguns casos há necessidade de posicionamento da sonda
em jejuno, justamente para não estimular as secreções pancreáticas que ocorrem a partir da
entrada do alimento no duodeno, pois é a partir dessa entrada que, principalmente lipídicos,
mas também aminoácidos, estimulam a secreção da colecistocinina, que vai estimular então
o pâncreas a liberar as suas enzimas digestivas. Por isso, um posicionamento jejunal, ou seja,
pós duodeno, para garantir um maior conforto para esses pacientes. Mais uma vez, como eu
falei, hoje em dia a via gástrica tem sido recomendada como primeira escolha.
Bom, então quando contraindicar a terapia nutricional enteral? Nós vimos algumas situa-
ções de indicação, aqui nós temos situações que contraindicam. Então, na obstrução intestinal
mecânica, por tumores ou parasitoses maciças - e aí a gente vai ter o comprometimento da
nossa área absortiva - e portanto, a nutrição parenteral é que vai ser indicada. Doenças em
fases terminais, e aqui não seria uma contraindicação pela doença em si, mas seria mais pela
questão de conforto do paciente, porque as terapias nutricionais são extremamente invasivas
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precoce da nutrição enteral. De qualquer forma, qualquer seja a sonda, seu posicionamento
deve ser documentado por raio-X, conforme estabelecido pela própria RDC 503/2021. Somen-
te após a confirmação do local da sonda, se pode começar a infusão de dieta para esses pa-
cientes. Essas vias são as vias não cirúrgicas, vias nasais ou orais.
Em termos cirúrgicos, as vias chamadas de cirúrgicas são aquelas que dependem da im-
plantação direta do cateter no órgão, através da confecção de estomas ou ostomias - novas
“bocas” criadas diretamente para acessar os órgãos alvo e essas vias podem ser estabeleci-
das por procedimentos cirúrgicos mesmo ou então por acesso endoscópico - nesse sentido
nós temos as gastrostomias ou as jejunostomias. A gastrostomia corresponde à confecção
de um estoma gástrico e a implantação do cateter ou sonda nesse estoma. Na jejunostomia,
o estoma é feito direto no jejuno por procedimentos cirúrgicos ou também por procedimento
endoscópico, durante os quais é implantada a sonda.
Existem alguns passos a serem seguidos para a gente decidir qual vai ser a melhor via para
o paciente. O primeiro trata-se da perspectiva de duração da terapia, o paciente vai precisar
usar a nutrição enteral por mais ou menos de 6 semanas? Então esse é o nosso ponto de corte,
embora alguns autores, especialmente internacionais, tragam 4 semanas como corte. Assim,
de 4 a 6 semanas, a gente pode utilizar uma via não cirúrgica, ou seja, uma via nasal ou o posi-
cionamento da sonda pela via oral.
O segundo passo se trata do grau de risco de aspiração ou deslocamento da sonda. Dessa
forma, se o paciente tem história de refluxos graves de repetição, com desenvolvimento de
pneumonias decorrentes desses refluxos, isso determina que ele tem um alto grau de aspira-
ção broncopulmonar e aí, nesse caso, as vias pós pilóricas, são as vias mais recomendadas.
O terceiro passo compreende a presença ou a ausência de digestão normal, então se exis-
te comprometimento de algum órgão, como por exemplo, o estômago que vá demandar um
posicionamento pós pilórico dessa sonda. Outro aspecto a ser considerado é a existência de
planejamento de intervenção cirúrgica ou endoscópica - então o paciente precisa de uma nu-
trição enteral, não se sabe por quanto tempo, mas ele já tem uma cirurgia prevista ou uma
endoscopia, então já se pode favorecer aí um posicionamento pós pilórico, no caso de sondas
nasais ou ainda de confecção de estomas propriamente.
Um outro aspecto fundamental diz respeito ao conforto do paciente ou sua qualidade de
vida. Dessa forma, deve-se levar em conta que, para aqueles pacientes que demandam de uma
terapia de nutrição enteral por muito tempo, a sonda nasal implica riscos mecânicos para a
própria cavidade naso-oral do paciente. Isso quer dizer que o paciente pode desenvolver otites,
sinusites, ou outras intercorrências, por conta da presença mecânica da sonda que é um agen-
te invasivo. Nesses casos as ostomias são muito mais confortáveis, práticas e do aspecto
psicológico na realidade, elas ficam cobertas pela roupa, então leva-se a uma diminuição da
estigmatização do paciente frente a sua família e a seu convívio social.
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Intragástrica ou Pós-pilórica?
Como nós falamos, intragástrica para a maioria dos pacientes e a pós pilórica vai ser des-
tinada principalmente para aqueles pacientes ou que tem uma obstrução gástrica ou que apre-
sentam um alto risco de broncoaspiração.
Então a gente vê o tempo em semanas - o trato gastrointestinal funciona? Se sim, mas
não pode ser utilizada a via oral, nós vamos então para a via enteral. A duração é menor de
6 semanas? Se sim, então nós podemos pensar num acesso via sonda mesmo, num acesso
não cirúrgico e aí nós vamos avaliar se tem risco de aspiração. Se esse risco é baixo, se pro-
cede à escolha de uma sonda nasogástrica, se esse risco é elevado, da sonda nasoduodenal
ou nasojejunal. Por outro lado, se a duração for superior a 6 semanas, a gente vai avaliar
também o risco de aspiração. Se esse risco inexiste, a gastrostomia é a mais indicada; já, se
esse risco é elevado, a gente opta então pela jejunostomia. Então 6 semanas, o nosso ponte
de corte definido para a decisão por um acesso cirúrgico ou endoscópico ou então por um
acesso não cirúrgico, certo?
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As dietas enterais são classificadas em não industrializadas ou artesanais, que são aque-
las produzidas com alimentos convencionais, que são liquidificados e acrescidos de água para
que eles possam passar pela sonda.
Temos também as dietas industrializadas, que já são preparadas pela indústria com a fina-
lidade de nutrição enteral, mas ainda assim elas sofrem uma subclassificação, ou seja, podem
ser classificadas em sistema aberto e sistema fechado. O sistema aberto é aquele em que em
algum momento da etapa de manipulação, a nutrição enteral vai sofrer contato com o ar e aí
esse contato pode favorecer a contaminação microbiana das fórmulas. Por isso é de suma
importância respeitar as técnicas higiênico sanitárias para manipulação e respeitar o tempo de
validade das dietas, conforme indicação do fabricante. De qualquer forma, a RDC n. 503/2021,
recomenda que periodicamente sejam realizados exames microbiológicos das fórmulas, para
garantir que os procedimentos de manipulação estão sendo corretamente aplicados.
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As fórmulas podem ainda ser categorizadas quanto ao grau de integridade das moléculas
de macronutrientes que a compõem. Nesse sentido temos as fórmulas poliméricas, ou seja, são
fórmulas constituídas totalmente por polímeros de macronutrientes. Assim, um exemplo de polí-
mero de carboidrato seria um amido, um carboidrato mais complexo; um polímero dos aminoáci-
dos seriam as próprias proteínas e dos lipídeos, os triglicerídeos de cadeia longa, normalmente.
Então a fórmula polimérica é a nutrição enteral composta por macronutrientes na sua forma ínte-
gra, intacta, normalmente na forma que a gente ingere esses nutrientes. As fórmulas poliméricas
têm a indicação de serem utilizadas pela maior parte dos pacientes. Então, se eu preciso decidir
por uma fórmula, eu opto primeiramente por uma fórmula polimérica a não ser que meu paciente
tenha alguma peculiaridade em termos de função absortiva e digestiva.
Nós temos ainda as fórmulas parcialmente hidrolisadas, também chamadas de oligoméri-
cas. Normalmente quando a gente fala em hidrólise de nutrientes na nutrição enteral, a gente
fala de hidrólise proteica, porque se a gente hidrolisar todos os nutrientes, a concentração des-
ses nutrientes na fórmula aumenta muito a osmolaridade, o que vai tornar a fórmula intolerável
ao trato digestório, ocasionando diarreias osmóticas. Então normalmente a gente lida com
uma proteína parcial ou totalmente hidrolisada - alguns autores ainda chamam essas fórmulas
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de elementares, quando a proteína é totalmente hidrolisada, mas mais uma vez, para efeitos
de nutrição enteral a fórmula parcialmente hidrolisada ou oligomérica ou elementar, se refere
apenas a hidrólise de proteínas.
Essas fórmulas são indicadas normalmente para os pacientes que têm um comprome-
timento de funções digestivas ou absortivas, que seria por exemplo, numa suspeita em um
paciente que vem fazendo diarreia com a fórmula polimérica. Então a gente pode testar uma
fórmula oligomérica para verificar se existe de fato uma incapacidade digestiva e verificar se o
paciente tolera melhor essa fórmula.
Nós temos ainda as fórmulas chamadas de especializadas, que são formas constituídas
pelas indústria especificamente para alguma doença, então nós temos fórmulas para diabé-
ticos, fórmulas para nefropatas, para hepatopatas, para pneumopatas, dentre outras. Enfim
elas são fórmulas elaboradas especificamente para uma condição clínica. Mas como eu falei,
a maioria dos pacientes pode tranquilamente usar a fórmula polimérica, conforme indicam vá-
rias diretrizes, mesmo para pacientes com doenças inflamatórias intestinais. Normalmente as
fórmulas especializadas por terem adição ou retirada de algum nutriente importante, acabam
tendo um custo muito mais elevado.
E nós temos ainda os módulos de nutrientes, em que os nutrientes vem na sua forma
isolada. Então temos módulo só de carboidrato, módulo só de proteína, módulo só de lipídeo
e isso me permite modular uma fórmula pronta para atingir as necessidades específicas de
um paciente. Assim, se eu tenho um paciente que esteja precisando de mais lipídeo, eu posso
acrescentar a uma fórmula padrão mais lipídeo através de um módulo lipídico. Temos módulos
de fibras também para casos de fórmulas que são isentas de fibras. Dessa maneira, a gente
pode estar adicionando esses módulos às fórmulas completas para cobrir então todas as ne-
cessidades de um paciente.
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Então quanto maior a hidrólise do nutriente, como nós falamos de fórmulas oligoméricas,
fórmulas elementares, consequentemente nós vamos ter mais partículas dispersas na solu-
ção ou na água, e isso vai aumentar a osmolalidade da fórmula. Assim, os aminoácidos têm
um efeito osmótico muito maior do que as proteínas, porque as proteínas são intactas; a gli-
cose tem um efeito osmótico muito maior do que o amido e os minerais e eletrólitos, também
têm um efeito osmótico por serem partículas livres na solução.
E aí, para classificar as fórmulas quanto a osmolalidade, são usados os seguintes termos:
fórmulas hipotônicas ou hiposmolares, que tem uma osmolaridade ou osmolalidade, menor
do que a osmolalidade sanguínea, então essas fórmulas normalmente contêm entre 280 a 300
mOsm/kg de água. Fórmulas isotônicas, normotônicas ou normosmolares, que são aquelas
fórmulas entre 300 e 350 mOsm/ kg de água, fórmulas levemente hipertônicas, que variam de
350 a 500 mOsm/kg de água, normalmente as fórmulas parcialmente hidrolisadas, as fórmu-
las oligoméricas se enquadram nessa classificação.
As fórmulas hipertônicas ou hiperosmolares, que são aquelas que têm de 550 a 750 mOsm/
kg de água, e as fórmulas acentuadamente hipertônicas ou acentuadamente hiperosmolares,
as que têm mais de 750 mOsm/ kd de água. Essas fórmulas acentuadamente hipertônicas (e
mesmo as hipertônicas) é que não são bem toleradas pelo trato digestório, e acabam geran-
do aí uma diarreia, principalmente quando elas são administradas diretamente no intestino,
porque o estômago, como tem uma função de reservatório, segura as partículas ali dentro, até
que elas estejam adequadamente diluídas, então o estômago tem a capacidade de ajustar a
osmolaridade, o intestino não. Quando a gente infunde uma fórmula hiperosmolar no intestino,
o intestino perde água para equilibrar essa osmolaridade e isso vai causar as diarreias.
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Então, fórmulas normocalóricas, vão fornecer um percentual entre 80 a 86% de água livre.
Fórmulas hipercalóricas, entre 76 a 78% de água livre e as fórmulas acentuadamente hiperca-
lóricas, entre 69 a 71% de água livre.
A gente volta aqui, ao cálculo das necessidades hídricas de um indivíduo. Então existem
várias maneiras da gente calcular as necessidades hídricas, vou trazer aqui as mais comumen-
te utilizadas. A gente pode usar 1500 ml por cada m2 da superfície corporal, é uma maneira um
pouco mais complexa da gente calcular. Para crianças a gente usa 1500 ml para os primeiros
20 kg mais 20 ml por quilo acima, então se a criança pesa 21 kg, a gente vai usar 1500 + 20,
então 1520 ml. Se ela pesa 23 kg, os 3 kg excedentes vezes 20, 60, então 1560 ml.
Para os adultos, de 18 a 64 anos, normalmente a gente usa um padrão de 30 a 35 m/kg, a
depender da intensidade de atividade da pessoa - se forem pessoas que tem a atividade muito
intensa, a gente vai usar uma quantidade muito superior, porém aqui eu estou falando em pes-
soas comuns, pessoas de atividade mais leve. De 55 a 65 anos, cerca de 30 ml/kg. Para idosos,
nós temos uma diretriz específica de 2019 que fala que para mulheres idosas, o mínimo de
ingestão hídrica deveria ser de 1600 ml/ dia ou 1,6 l e, para homens, 2000 ml/ dia, ou 2 l. E a
gente ainda tem a recomendação da própria RDA, que diz para a gente usar de uma maneira
mais simples, 1 mL por cada caloria oferecida.
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001. Paciente, do sexo masculino, adulto, que tem um peso atual de 60 kg, está eutrófico e
pretendemos manter o estado nutricional dele. Ele precisou utilizar a nutrição enteral, por ter
apresentado uma sequela (disfagia grave) após um acidente vascular encefálico. A meta ener-
gética estabelecida foi de 30 kcal/kg/d. Se dispomos de uma fórmula enteral de densidade
igual a 1,2 kcal/ml, qual o volume total de fórmula que devemos ofertar a esse paciente?
002. Utilizando o mesmo caso apresentado na questão anterior, quanto de água seria neces-
sário complementar para atender as necessidades hídricas do paciente?
Passo 1. Para fins de necessidade hídrica, vamos considerar a recomendação da RDA, ou seja,
1 ml/ kcal. Como calculamos o VET de 1.800 kcal, o paciente precisaria de 1.800 ml de água.
Passo 2. Cálculo da água livre da fórmula. A fórmula como a gente viu, apresentava uma den-
sidade calórica de 1,2 kcal/ mL. E aí nós vimos que para a gente atingir as 1800 kcal, a gente
precisaria de 1500 mL de fórmula, mas o cálculo não é tão simples assim - não é só pegar a
necessidade hídrica, 1800, menos 1500, então ele tem que receber 300 ml de água adicional,
não. A gente vai utilizar aqueles percentuais de água livre, para ver quanto na fórmula é água
disponível para hidratação do paciente. E a partir daí é que a gente vai fazer a diferença da
necessidade hídrica.
Então vamos lá, considerando que a fórmula é normocalórica, então a gente tem uma fórmula
de 1,0 a 1,2 kcal/ ml, nós vamos ter então de 80 a 86% de água livre, então nós vamos utilizar
com uma caloria um pouquinho maior, 80% de água livre.
Então voltando para o exercício, em 1500 ml da fórmula (e ai eu preciso trabalhar com o vo-
lume e não com as calorias), eu tenho 80% de água livre, então multiplicando 1500 por 0,8 eu
obtenho, 1200 ml de água livre.
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E aí eu pego a necessidade hídrica do paciente de 1800 ml, e vou então descobrir, quanto eu pre-
ciso complementar de água, para manter a hidratação desse paciente. Então 1800 - 1200 = 600
ml de água que eu vou precisar complementar para o paciente, para atingir as suas necessida-
des hídricas, evitando que ele corra o risco de se desidratar se ele ficar somente com a fórmula.
Então esse cálculo é bastante importante, para que a gente previna distúrbios hidroeletrolíticos
no paciente.
003. Paciente homem, adulto, necessitando da terapia de nutrição enteral (via sonda nasogás-
trica) após a sequela do AVE, um peso atual de 60 kg e uma estatura de 1,65 m. Um VET de
1800 kcal e a fórmula que eu tenho disponível para usar com o paciente, é uma fórmula nutri-
cionalmente completa, polimérica, com densidade calórica de 1,2 kcal/ ml, com 20% de proteí-
nas, 50% de carboidratos e 30% de lipídeos, atingindo 100% das DRIs para vitaminas e minerais
em 1500 ml e, essa fórmula ainda contém 14 g de fibras para cada litro fórmula. Considere a
infusão contínua em 22 h. Estabeleça a prescrição dietética para esse paciente.
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Náuseas e vômitos, são complicações comuns também, e isso vai depender muito da velo-
cidade de infusão da dieta. Então mesmo naquele paciente que está com infusão gravitacional,
as vezes com a própria movimentação do paciente, o fluxo da dieta acelera. Assim, a gente
tem que orientar, o paciente ou o seu acompanhante, a estar monitorando cuidadosamente se
a velocidade de infusão não está sendo rápida demais.
E progredir volumes gradualmente. Então a gente vai iniciar com volume menor e vai pro-
gredindo conforme a tolerância do paciente, para não ocasionar esses sintomas. Usar fórmu-
las isosmolares ou isotônicas, para prevenir qualquer desconforto. Usar fórmulas com baixos
teores de lipídeos, já que o lipídeo retarda um pouco o esvaziamento gástrico e pode causar
essa sensação de plenitude e desconforto gástrico. Mas se o paciente tem uma necessidade
um pouco maior de lipídeo, a gente vai trabalhar mesmo na velocidade de infusão.
Não há necessidade de suspender a alimentação, exceto se o paciente vomitar em grande
quantidade. Nesse caso a recomendação é, suspender no horário seguinte, avaliar se o quadro
vai permanecer e aí, normalmente os médicos vão entrar com medicamentos que a gente cha-
ma procinéticos, para estimularem a propulsão gástrica, o esvaziamento gástrico mais rápido
e então a gente volta a dieta e vai avaliar a tolerância. Se esses sintomas permanecerem, o
ideal é que o posicionamento seja feito pós-pilórico, mas para isso, a infusão tem que ser mais
cuidadosa ainda e aí, normalmente é indicação de uso da bomba de infusão.
Estase gástrica, que é essa questão de a dieta ficar muito tempo no estômago, por uma
baixa motilidade gastrointestinal, que muitas vezes é causada por drogas, medicamentos,
como as drogas vasoativas, pode também ocorrer. Então a gente tem que conversar com a
equipe médica para ver a possibilidade de administração dos prócinéticos - metoclopramida,
cisaprida, ondansetrona, eritromicina - e, considerar a suspensão como eu falei, se houver vô-
mito elevado, adotando aquele protocolo.
Ainda podem acontecer, distensão abdominal, cólicas e muita flatulência, para o que nós te-
mos a opção de suspeitar de má absorção ou de intolerância a algum componente da fórmula.
Então a gente tem que verificar se a fórmula tem lactose - se tiver, substituir por outra fórmula
e no caso desses sintomas associados à diarreia, a gente vai testar as fórmulas mais hidroli-
sadas para ver se o paciente tolera melhor. Verificar se a administração não está sendo muito
acelerada e orientar mais uma vez um controle mais rigoroso da velocidade de infusão de dieta.
Refluxo gastroesofágico, que normalmente ocorre por uma pressão gástrica aumentada,
que pode estar relacionada a um volume muito grande infundido ou à presença de ascite tam-
bém que, vai comprimir o estômago e vai proporcionar a ocorrência do refluxo. Pode ainda in-
dicar problemas de motilidade, tanto gástrica quanto duodenal e aí a gente tem que considerar,
diminuir um pouco o volume de dieta, tornar o gotejamento mais lento, observar se a elevação
da cabeceira está sendo feita corretamente, entre 30 e 45 graus, conversar com os médicos
sobre a possibilidade de prescrição de medicamentos, que aumentem a pressão do esfíncter
esofágico inferior, reduzir um pouquinho o teor de lipídeos na dieta e caso persista, considerar
o posicionamento da sonda pós pilórico.
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Outras causas são os produtos com proteínas não hidrolisadas, excesso de fibra, sondas
dobradas, sondas de calibre muito fino que são usadas para o conforto do paciente, mas que
podem obstruir com mais facilidade então, os cuidados de higienização têm que ser redobra-
dos e, medicamentos que, quando administrados também prescindem da lavagem da sonda
(antes e após a administração), para desobstruir e remover qualquer resíduo que tenha per-
manecido, certo?
Daremos continuidade então, com as complicações infecciosas. Dentre as principais com-
plicações infecciosas associadas a terapia de nutrição enteral, nós temos as complicações
gastrointestinais por contaminação da própria fórmula, sendo fatores contaminantes, a pró-
pria manipulação, então quanto mais manipulada uma fórmula, maior seu risco de contami-
nação. Utensílios e equipamentos mal higienizados podem contribuir para a contaminação ou
ainda, esta pode ocorrer no momento da própria administração da fórmula, por interação com
outros componentes que são administrados também pela mesma via, ou pelo mesmo equipo
da nutrição enteral.
Lembrando então que as dietas enterais, são um excelente meio de cultura, já que elas dis-
ponibilizam todos os nutrientes para o crescimento microbiano e, nesse sentido, há necessida-
de de um rígido controle de todas etapas: desde avaliação da integridade das embalagens que
são recebidas no laboratório de nutrição enteral, higienização dessas embalagens, o devido
armazenamento das fórmulas, a própria manipulação adequada, incluindo uma higienização
correta das mãos, em todas as etapas de início de preparo de uma nova fórmula e ao final das
mesmas e, a higienização correta de equipamentos, utensílios, bancadas onde esses produtos
serão manipulados e, o armazenamento adequado caso a fórmula não vá ser imediatamente
administrada, que deve ser feito em geladeira, entre 2 a 8 graus C, respeitando-se o tempo de
armazenamento indicado pelo próprio fabricante.
Então o controle de estrutura deve ser muito rigoroso, assim como, a partir do momento
que, o serviço de nutrição entrega a fórmula para a enfermagem, para que ela seja então admi-
nistrada, deve-se haver um rígido controle também de todos os processos inerentes à adminis-
tração. As complicações, estão relacionadas então ao aumento da permanência do paciente
no hospital, aumentando também as chances de mortalidade, por isso essas complicações
têm que ser bem controladas. Todos os processos devem ser bem monitorados e documenta-
dos no sentido de evitar a contaminação, para prevenir riscos para o paciente. Então a RDC n.
503/2021, já estabelece todos os roteiros de preparo e de administração, instituindo as boas
práticas de preparo (BPPNE) e de administração (BPANE) de nutrição enteral e isso em que ser
muito bem observado.
Os principais agentes microbianos contaminantes dessas fórmulas são o Staphylococcus
epidermidis, aureus, Streptococcus, Klebisiella, Enterobacter, Pseudomona gram -, Bacillus ce-
reus, Salmonella, além de bolores, fungos e coliformes totais fecais. Então é importante dizer
que na própria resolução da ANVISA, são permitidas cargas mínimas microbianas, que são
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inerentes ao próprio processo de preparo da nutrição enteral, porém em níveis não prejudiciais
ao paciente. E por isso, a cada etapa de preparação devem ser colhidas contraprovas, e men-
salmente ou periodicamente (conforme estabelecido pela Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar, CCIH), deve ser feita uma análise microbiana de um número amostral representati-
vo, para se detectar se as etapas de manipulação e de controle ambientais não estão impondo
um risco a uma contaminação superior ao que é preconizado pela ANVISA.
Então os fatores de risco mais associados são os alimentos in natura, tendo em vista que
a sua manipulação exige mais procedimentos e aí o risco de contaminação se torna maior.
Após as fórmulas artesanais, as fórmulas em sistema aberto, principalmente as fórmulas que
demandam mais manipulação, como é o caso de fórmulas em pó, que precisam ser recons-
tituídas em água e as fórmulas que precisam de envase. Então deve-se haver um controle
microbiológico também da água utilizada pelo laboratório de enteral, o controle dos próprios
utensílios, como nós já mencionamos e dos equipamentos que vão ser utilizados para a re-
constituição dessas fórmulas, normalmente, mixers ou liquidificadores. Assim devem-se ado-
tar padrões de higiene em relação às menores partes que podem ser focos de contaminação.
Deve-se ter muito cuidado com a reutilização de materiais. Então só para a gente lembrar,
as fórmulas vêm com a recomendação de tempo de preparo e de tempo de armazenamento
pelos próprios fabricantes. As fórmulas artesanais não devem ser armazenadas, mas preci-
sam ser imediatamente administradas após seu preparo. Normalmente as fórmulas em siste-
ma aberto, a depender do tipo de fórmula, têm uma validade de 12 a 24 horas sob refrigeração
e durante a administração, as fórmulas em pó costumam ter uma validade máxima de 6 horas,
ao passo que as fórmulas já líquidas que normalmente são estéreis, podem ter uma validade
de até 12 horas em sistema aberto, durante a infusão. Porém tudo tem que ser observado para
evitar pragas e garantir as condições de higiene locais, para que essas validades tenham real-
mente seu prazo garantido.
Como já comentado, as fórmulas têm que ser administradas em temperatura ambiente, o
que aumenta o risco de contaminação. Então fórmulas que foram previamente preparadas e
estão armazenadas em geladeira, precisam ser retiradas do refrigerador, com meia hora antes
da administração, para evitar complicações em decorrência da temperatura baixa, como es-
pasmos gástricos ou intestinais que acabam gerando outras complicações. E muito cuidado,
com a adição de substâncias, durante a administração – reforçamos que, de acordo com o
estabelecido na RDC n. 503/2021, as fórmulas enterais são invioláveis até o término de sua
administração. Então, enquanto a dieta está sendo infundida, se eu for administrar concomi-
tantemente um medicamento ou outra substância, isso aumenta os riscos de contaminação
da fórmula, o que deve ser evitado. Cada administração deve ter seus tempos adequados,
assim como a higienização correta de equipo e sonda devem ser feitos, entre as etapas de
administração, para evitar esses riscos de contaminação.
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A própria ANVISA já recomenda, quanto a locais que não tenham um laboratório de nutrição
enteral que seja devidamente aprovado pela Vigilância Sanitária local, devem preferencialmen-
te usar produtos estéreis, ou seja, sistemas fechados que independam dessa manipulação.
Todos os procedimentos devem estar fixados para lembrar os profissionais a necessidade
constante do controle ambiental e pessoal. Assim como higienização dos utensílios, equipa-
mentos da própria área física, conforme recomendações da própria RDC n. 503. Após o pre-
paro, utilização imediata das fórmulas ou armazenamento sob refrigeração, em temperaturas
entre 2 e 8 graus, devendo ser retirada do refrigerador, meia hora antes da administração.
Evitar a reutilização de material, então só para a gente lembrar, os equipos usados na ad-
ministração da nutrição enteral têm validade, segundo os fabricantes, de 24 horas, uma vez
que eles são esterilizados previamente a sua abertura porém, no momento em que ele é aberto
para ser conectado a sonda e ao próprio frasco de dieta, a validade é de 24 horas e isso deve
ser respeitado, porque quanto mais reutilizado maior o risco então de sobrarem sujidades ao
longo desse equipo, por mais que se faça a higiene adequada e essas sujidades acabam por
contaminar as dietas enterais. Então esses prazos devem ser respeitados, assim como seguir
as recomendações dos fabricantes para outros insumos.
Em relações às complicações metabólicas, nós temos principalmente a questão da hidra-
tação, em que pode haver um excesso de hidratação, levando à hiper-hidratação e o paciente
acaba como consequência, desenvolvendo edemas e o risco de edema agudo de pulmão se
torna aumentado com esse fato. Assim como a desidratação que pode ocorrer pelo não for-
necimento adequado da quantidade de água que o paciente precisa, para se manter hidratado.
A hiperglicemia e a hipoglicemia, normalmente ocorrem por fórmulas com excesso de car-
boidratos ou inadequação, uma falta desses carboidratos. Porém, como nos hospitais a maior
parte das fórmulas que são utilizadas, pela própria estrutura física de manipulação, são as pró-
prias industrializadas, existe um menor risco para essas complicações, mas a gente deve aten-
tar pelo fato de o paciente já ser diabético e aí a gente tem que adequar os percentuais de car-
boidrato à própria doença que o paciente apresenta. Lembrando que não é somente o excesso
de carboidrato o responsável pelos distúrbios glicêmicos, mas a própria oferta energética total.
Anormalidades eletrolíticas, como hipercalemia ou hipocalemia, a hipercalcemia ou hipo-
calcemia, a hipofosfatemia, a hiponatremia ou hipernatremia, a hipomagnesemia e hipozinque-
mia, dentre outros eletrólitos, podem acontecer e isso está diretamente relacionado ao tempo
de inanição que o paciente vinha apresentando antes da instalação da terapia nutricional, que
é o que a gente chama então de síndrome da realimentação. Essa síndrome será melhor abor-
dada no material de terapia de nutrição parenteral.
Em termos de complicações respiratórias, uma das complicações mais severas da terapia
de nutrição enteral, se chama justamente a broncoaspiração ou aspiração pulmonar da fórmu-
la e isso acontece principalmente em pacientes que tem um risco maior para refluxo gastro-
esofágico. Então a administração de grandes volumes de dieta enteral, mesmo no estômago,
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estando o paciente deitado, pode favorecer um fluxo retrógado, dessa fórmula para esôfago e
esfíncter esofágico superior, atingindo então as vias respiratórias e levando a pneumonia. As-
sim, pacientes que possuem um retardo de esvaziamento gástrico ou disfunções mecânicas
intestinais, envolvendo inclusive os pacientes com um dano neurológico, devem ser avaliados
quanto ao risco de desenvolvimento de pneumonia aspirativa, justamente para que se venha
prevenir essa ocorrência e aí nesse caso, a posição mais correta da sonda, seria um posicio-
namento pós pilórico, em duodeno ou jejuno. Porém esse posicionamento depende de uma
colocação endoscópica da sonda.
Outra coisa que nós temos que avaliar é a elevação da cabeceira da cama do paciente - o
paciente nunca deve ficar totalmente na horizontal, porque isso pela própria ação mecânica da
gravidade favorece o refluxo, então a gente tem que observar se o leito do paciente está com
a cabeceira elevada, entre 30 a 45 graus, justamente para evitar essa complicação. Verificar
se o paciente está fazendo distensão abdominal, se está tendo vômitos, porque isso tudo já é
indício de uma intolerância gástrica e motivo de a gente avaliar a colocação da sonda em um
posicionamento pós-pilórico.
E por fim, nós temos as complicações psicológicas, principalmente naqueles pacientes
que estão conscientes e que fazem uso de nutrição enteral. Então ocorre uma quebra das
vinculações sociais, já que a interação social maior que nós fazemos envolve a alimentação.
Quando o paciente está com uma sonda, seja ela via nasal, seja ela via estoma, muitas vezes
essa socialização fica prejudicada, o que acaba fazendo com que o paciente vá se isolando
socialmente, levando a um maior risco de depressão. A própria ansiedade do paciente em
relação ao seu quadro clínico, aumenta esse risco de complicação, a falta de estímulos na
cavidade oral, acabam também levando à propensão para a depressão.
Essa monotonia alimentar, já que todos os dias, em todos os horários o paciente recebe a
mesma fórmula, com a mesma aparência, e isso acaba impactando negativamente no psicológi-
co e muitas vezes até os acompanhantes acham que o que está sendo ofertado não é suficiente
para manter o estado nutricional e de saúde do paciente. E aí, nesse sentido, a parceria de um
profissional da psicologia é essencial para avaliar os riscos de depressão, e para melhorar as
possibilidades de socialização do indivíduo, para que ele possa se recuperar mais rapidamente
e evitar os transtornos associados à própria depressão e ao estigma psicológico das terapias.
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QUESTÕES DE CONCURSO
004. (IBFC/NUTRICIONISTA/2014) Diversos fatores devem ser considerados na escolha e na
prescrição de fórmula enteral para um paciente. Dentre esses fatores pode-se citar:
a) Densidade calórica da fórmula; uma vez que indivíduos com restrição hídrica podem se be-
neficiar de fórmulas com menor densidade calórica, como as de 1,0 quilocaloria/mililitro.
b) Capacidade digestiva e absortiva do paciente; uma vez que indivíduos com distúrbio de má
digestão ou má absorção podem ser beneficiados com o uso de fórmulas monoméricas, que
contêm peptídeos ou aminoácidos.
c) Osmolaridade da fórmula; uma vez que fórmulas com proteína ou amido íntegros são con-
traindicadas em caso de diarreia, por apresentaram maior osmolaridade do que aquelas com
esses nutrientes na forma hidrolisada.
d) Posicionamento da sonda; uma vez que no posicionamento pós-pilórico a infusão de grandes
volumes de fórmula em curto tempo é mais bem tolerada do que no posicionamento gástrico.
e) Presença de fibras na fórmula; uma vez que em casos de diarreia, a presença de fibras in-
solúveis prebióticas, como a lignina e a celulose, contribui para a redução da velocidade de
trânsito intestinal.
a) Como nós já comentamos a respeito sobre a densidade energética de uma fórmula, quando
o paciente tem restrição hídrica, ou seja, ele precisa receber um volume de água menor, a gente
tem que usar fórmulas mais concentradas para não ultrapassar essa capacidade hídrica de in-
gestão que ele tem. Então quanto maior a densidade calórica de uma fórmula, menor o volume,
então essa questão está incorreta.
b) Opção correta, uma vez que pacientes que tenham a capacidade digestiva e absortiva com-
prometida vão se beneficiar de fórmulas que exijam menos digestão e menos absorção, ou
seja fórmulas mais hidrolisadas.
c) Se fala que fórmulas intactas tem maiores osmolaridades do que fórmulas hidrolisadas e
como nós vimos, quanto maior a hidrolise de um nutriente, maior a sua osmolaridade, ou seja,
as fórmulas íntegras, as fórmulas poliméricas intactas são as que apresentam menor osmola-
ridade, o que torna essa alternativa errada.
d) Se fala que posicionando a sonda pós estômago se tem tolerância a maiores volumes, e
isso está errado porque na verdade quem o órgão capaz de regular volume para o intestino é o
próprio estômago, então ele tolera muito mais volume do que o intestino.
e) Errada, porque fala que as fibras insolúveis, como a lignina e a celulose, são as fibras prebió-
ticas, na verdade quem faz esse papel de fibra prebiótica, são as fibras solúveis, como a inulina,
os frutoligossacarídeos.
Letra b.
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Fatores importantes para considerar nessa questão, primeiro, não vai conseguir se alimentar
por via oral nas próximas 2 semanas, então a gente tem um tempo previsto de terapia enteral
de 14 dias. Segundo ponto, a função gastrointestinal está normal, o que indica que a gente
deve optar pelo uso do trato digestório se existe uma função normal e além disso, o paciente
não tem refluxos, não tem vômitos, ou seja, ele não tem risco para broncoaspiração da dieta.
Considerando esses aspectos a gente vai decidir pelo uso do trato digestório, então nós já ex-
cluímos a opção que fala de parenteral (letra A).
E aí nós vamos usar então a sonda nasogástrica, porque nós vimos que indicativos para osto-
mias são pacientes que vão precisar da nutrição enteral por um período superior a 6 semanas,
então nesse caso vamos usar uma sonda nasal. Então as letras C e D que seriam as nossas
opções. E aí quanto ao posicionamento da sonda, se o paciente não tem risco de aspiração,
indicado pela ausência do refluxo gastroesofágico e pela ausência de vômitos, e possuindo
uma função intestinal normal, nós vamos proceder então a um acesso gástrico, preservando
aí a maior funcionalidade do trato digestório possível, para que a digestão e absorção ocorram
na sua forma melhor.
Letra c.
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E as características nutricionais
( ) Todos os macronutrientes estão hidrolisados prontos para o processo de absorção; apre-
senta elevada osmolaridade.
( ) Os macronutrientes estão parcialmente hidrolisados, porém ainda se faz necessário o pro-
cesso de digestão.
( ) Os macronutrientes estão em sua forma integra e necessitarão passar pelo processo inte-
gral de digestão.
A alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo é:
I, III e II.
II, I e III.
III, I e II.
II, III e I.
III, II e I.
Se nós lembramos das características nutricionais que nós já citamos a respeito das fórmu-
las enterais, a gente lembra que uma fórmula polimérica é intacta, ou seja, em todos os seus
nutrientes estão na forma mais complexa. Isso me diz que a polimérica seria justamente, a
última alternativa. A fórmula oligomérica, a gente vai ter moléculas parcialmente hidrolisadas,
mas com uma digestão um pouco mais facilitada, então a alternativa que caberia aqui seria a
segunda alternativa. E a fórmula elementar é a que todos os seus nutrientes estão na forma de
monômeros, hidrolisados, que caberia então na primeira alternativa.
Letra c (III, I e II).
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cavidade oral é comprometida, impedindo a ingestão dos nutrientes, no entanto o acesso pode
ser feito via nasogástrica e eu consigo tranquilamente manter a utilização do trato digestório.
Na disfagia orofaríngea, há uma dificuldade nos processos iniciais de deglutição, aumentando
o risco de aspiração, mas eu posso colocar o posicionamento da sonda intragástrica, fazendo
um acesso nasogástrico ou via acesso gastrostomia a depender do tempo de duração da nu-
trição. Já nas fístulas intestinais de alto débito, existe uma perda muito intensa, dos conteúdos
intestinais, ou seja, inviabilização de área absortiva e área que finaliza a digestão dos nutrien-
tes, então essa (letra D) seria a contraindicação da nutrição enteral.
Letra d.
Nós temos que ressaltar aqui que primeiro, o trato gastrointestinal não está funcionando, o que
já é indicativo de nutrição parenteral. Para eu poder atingir todas as necessidades, eu preciso
fornecer 100% das necessidades dessa paciente, principalmente pela apresentação da perda
de 15% do seu peso, bastante significativa, o que indica que ela já está em processo de desnu-
trição. E aí nesse caso, a única via que me permite fornecimento total das necessidades, é a
terapia nutricional parenteral.
Letra c.
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Mediante todas as observações feitas a respeito do controle de qualidade que se deve ter na
manipulação da nutrição enteral, a única alternativa que não preza por essa atenção é a C.
Letra c.
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( ) No caso da pancreatite aguda leve, quando há ingestão oral, a dieta mais indicada é rica em
carboidratos e proteínas, mas baixa em lipídeos.
( ) No caso da pancreatite aguda grave deve iniciar imediatamente a dieta parenteral para evitar
complicações ao paciente.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, V, V, F
b) V, V, F, V
c) V, F, V, F
d) V, F, V, V
Conforme estudado na parte teórica, a fórmula isotônica é aquela cuja osmolalidade se aproxi-
ma à da própria corrente sanguínea, ou seja, entre 300 e 350 mOsm/kg de água.
Letra c.
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Como verificado na teoria, a indicação inicial da nutrição enteral será sempre feita com uma
fórmula polimérica. Em se tratando de paciente desnutrido grave (estágio C da ASG-PPP) e de
pós-operatório, para recuperação de seu estado nutricional se faz necessária uma dieta hiper-
calórica e hiperproteica.
Letra a.
Para fazer a classificação de uma fórmula quanto ao grau de integridade de seus macronu-
trientes, deve-se observar a predominância da composição de cada um deles. Nesse sentido,
77% das proteínas e 100% dos carboidratos são intactos, o que classifica como polimérica.
Letra c.
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Como visto na teoria, uma dieta acentuadamente hipercalórica contem de 69 a 71% de água livre.
Letra a.
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a) Atribuição do enfermeiro.
c) Atribuição do médico.
d) Atribuição do farmacêutico.
e) Atribuição do enfermeiro.
Letra b.
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Nos casos de pacientes com AIDS, que apresentam quadros diarreicos, é recomendado o uso
de glutamina por um período. Como já vimos, também podem se indicar fórmulas oligoméri-
cas para manejo da diarreia. Quanto às fibras, pela sua capacidade em formar géis e retardar o
trânsito gastrointestinal, as solúveis também são empregadas para controle da diarreia.
Letra d.
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Dietas imunomoduladoras e/ou com fibras (sobretudo insolúveis) são contraindicadas na fase
aguda da doença grave. O quadro de sepse não justifica o uso de TCM.
Letra a.
Dentre os critérios para a seleção da via de nutrição a ser utilizada, parte-se sempre da que
mais se aproxima da fisiologia. Assim, se o trato gastrointestinal está acessível e funcionante,
embora a via oral não deva ser utilizada (disfagia severa), a terapia enteral é a mais indicada.
Errado.
Como vimos na teoria, o ponto de corte para a definição da necessidade de terapia de nutrição
enteral é quando a ingestão oral não atinge 60% ou menos das necessidades do paciente.
Errado.
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Quanto ao caráter temporal para indicação das vias de acesso, as terapias de curto prazo (in-
feriores a 6 semanas) têm a recomendação do uso dos dispositivos nasais ou orais, por esses
representarem menor custo e serem menos invasivos, atrelados a menor risco.
Errado.
Conforme abordado na parte teórica, pela função reservatória do estômago, este apresenta
uma melhor tolerância de volumes do que o intestino, o que vai favorecer a evolução mais rá-
pida da dieta.
Certo.
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Relembramos que o órgão que apresenta função de reservatório, permitindo a retenção de vo-
lumes até que haja adequada diluição das fórmulas é o estômago. Assim, o estômago, e não o
intestino, tolera melhor fórmulas hiperosmóticas.
Errado.
Como a nutrição parenteral isola o trato gastrointestinal, ela é justamente a que mais promove
a ocorrência de atrofia intestinal.
Errado.
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Dentre os 4 itens apresentados, o único que não encontra respaldo na diretriz BRASPEN de
Terapia Nutricional no Paciente Grave é o 4, uma vez que não há indicação de suspensão da
dieta enteral em casos de diarreia.
Letra c.
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( ) Para alguns pacientes com trato digestório parcialmente funcionante, a nutrição enteral tró-
fica (de 10 a 20 ml/h) está indicada para manter a integridade da mucosa intestinal, evitando a
translocação bacteriana. A maior oferta de nutrientes será via parenteral.
( ) Considerando a Terapia Nutricional Enteral (TNE), fórmulas imunomoduladoras com argi-
nina, ômega-3 e glutamina não devem ser utilizadas rotineiramente em pacientes oncológi-
cos críticos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – F – F.
b) V – V – V.
c) F – V – F.
d) F – F – V.
e) V – V – F.
Embora o gabarito da banca tenha apontado a letra B como resposta, ou seja, todos os itens
verdadeiros, o Índice de Prognóstico Nutricional (IPN) não seria uma ferramenta útil para pa-
cientes oncológicos críticos, uma vez que, na fase aguda da doença grave, marcadores como a
albumina e outras proteínas séricas, bem como linfócitos encontram-se alterados pela doença
crítica e não são sensíveis para predizer o estado nutricional. Esse índice não é mencionado na
diretriz BRASPEN. Os demais itens estão em conformidade com a diretriz.
Letra b (questionável).
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A posição prona tem sido bastante empregada para promover melhor conforto respiratório ao
paciente com a COVID-19. A revisão do Parecer BRASPEN de 2021 reforça que, nessa posição,
não se deve suspender a oferta de nutrição enteral (exceto nos tempos recomendados pela
instituição para a alternância das posições supina-prona e prona-supina) e que a oferta da nu-
trição enteral deve ser feita de forma contínua, em bomba de infusão.
Certo.
Dentre as opções apresentadas na questão, a única que contraindica o uso da nutrição enteral,
por falha nos processos absortivos decorrentes de dismotilidade intestinal, seria o íleo paralí-
tico. Todas as demais condições admitem o uso da nutrição enteral.
Letra b.
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De acordo com a Resolução RDC n. 503/2021, a EMTN é um grupo formal que deve ser com-
posta, obrigatoriamente, por médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico.
Letra c.
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Gostaria de agradecer a você, por compartilhar sua trajetória de estudos comigo!!! Gratidão!!
Desejo muito sucesso na sua carreira!!
Um grande abraço,
Profª Ana Lúcia Salomon
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GABARITO
4. b 28. a
5. c 29. E
6. c 30. E
7. d 31. E
8. c 32. E
9. b 33. C
10. c 34. C
11. a 35. E
12. c 36. E
13. d 37. c
14. a 38. d
15. c 39. b
16. a 40. C
17. b 41. E
18. b 42. C
19. d 43. b
20. b 44. c
21. d 45. d
22. d 46. d
23. d 47. d
24. b 48. d
25. b 49. c
26. d 50. d
27. e
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REFERÊNCIAS
ANVISA. Resolução RDC n. 503 de 27 de maio de 2021. Dispõe sobre os requisitos mínimos
exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. Brasília, 2021.
Campos, L.F., et al. Revisão do parecer BRASPEN de terapia nutricional em pacientes hospitali-
zados com COVID-19. BRASPEN Journal, vol. 36, n. 1, p: 122-6. 2021.
Castro, M.G., et al. Diretriz Brasileira de terapia nutricional no paciente grave. BRASPEN Jour-
nal, vol. 33, Supl. 1, p: 2-36. 2018.
Silva, M.L.T., et al. Terapia Nutricional na Doença de Crohn. Projeto Diretrizes - Associação Mé-
dica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, 2011.
Volkert, D., et al. ESPEN guideline on clinical nutrition and hydration in geriatrics. Clin Nutr, vol.
38, p. 10e47, 2019.
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Ana Lúcia Salomon
Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Nutrição Humana pela UnB.
Especialista em Gestão de Instituições de Saúde pela FEPECS. Especialista em Nutrição Parenteral e Enteral
pela SBNPE. Especialista em Nutrição Clínica pela ASBRAN. Especialista em Nutrição Funcional pela VP/
UniCSul. Especialista em Fitoterapia pela UNYLEYA. Graduada em Nutrição pela UnB. Professora Titular do
Curso de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Professora de Nutrição Clínica do Gran
Cursos online. Professora do Curso de Pós-Graduação em Terapia Nutricional Hospitalar do IBRANUTRO
Ensino. Docente Permanente dos Mestrados Profissional em Ciências para a Saúde e Acadêmico em
Ciências da Saúde da ESCS.
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