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CONCEITOS GERAIS DA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL


E PARENTERAL
165 minutos

 Aula 1 - Introdução à Terapia Nutricional Enteral e Parenteral

 Aula 2 - Diretrizes e guidelines

 Aula 3 - Parâmetros de avaliação nutricional em Terapia


Nutricional
 Aula 4 - Requerimentos nutricionais

 Aula 5 - Revisão da unidade

 Referências

Aula 1

INTRODUÇÃO À TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E


PARENTERAL
Na primeira parte desta unidade, abordaremos a importância da Terapia Nutricional Enteral e Parenteral
para a manutenção e recuperação do estado nutricional dos indivíduos, assim como apresentaremos os
principais conceitos e definições associados ao tema.
29 minutos

INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Na primeira parte desta unidade, abordaremos a importância da Terapia Nutricional Enteral e Parenteral para
a manutenção e recuperação do estado nutricional dos indivíduos, assim como apresentaremos os principais
conceitos e definições associados ao tema.

Ao final desta aula, você conhecerá a constituição da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) e
será capaz de compreender as suas atribuições, destacando-se, especificamente, as funções do nutricionista
nesta equipe e a sua relevância no cuidado destinado aos pacientes em Terapia Nutricional Enteral e
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Parenteral.

Este é o passo inicial para a compreensão dos conceitos gerais em Terapia Nutricional, sendo um dos pilares
fundamentais para que você consiga atuar nas mais distintas situações e contextos clínicos, visando à
recuperação da saúde e do bem-estar dos pacientes.

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DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL E DA EQUIPE

MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL

A Terapia Nutricional (TN) é o fornecimento de nutrientes enterais ou parenterais em fórmulas, com o objetivo
de manter ou restaurar o estado nutricional. Dessa forma, quando os pacientes não conseguem ou não
comem o suficiente por via oral para sustentar suas necessidades nutricionais por mais de alguns dias, a TN
deve ser considerada parte do plano de cuidados integrados (Mahan; Raymond, 2018).

A Terapia Nutricional Enteral (TNE) é compreendida como um conjunto de procedimentos terapêuticos


empregados para manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio de Nutrição Enteral (NE)
(Waitzberg, 2017). De acordo com a Resolução RCD nº 63, de 6 de julho de 2000, da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde, a NE é definida como:

Alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou
combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada
para uso por sondas ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente
para substituir ou completar a alimentação oral de pacientes desnutridos ou não,
conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou
domiciliar, visando à síntese ou à manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.
— (Brasil, 2000, [s. p.])

A TNE envolve a administração de fórmulas enterais também por via oral. Isso corre a partir da indicação do
uso de Suplemento Nutricional Oral (SNO) (Oliveira et al., 2020; Mahan; Raymond, 2018). Conforme a Portaria
nº 29, de 13 de janeiro de 1998, da Anvisa, os SNOs são definidos como “alimentos especialmente formulados
ou processados, nos quais se introduzem modificações no conteúdo de nutrientes, adequados à utilização em
dietas, diferenciadas e/ou opcionais, atendendo às necessidades de pessoas em condições metabólicas e
fisiológicas especiais” (Brasil, 1998, [s. p.]).

Já a Terapia Nutricional Parenteral (TNP) é compreendida como um conjunto de procedimentos terapêuticos


empregados para manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio de Nutrição Parenteral (NP)
(Cuppari, 2018; Mahan; Raymond, 2018).

De acordo com a Portaria nº 272, de 8 de abril de 1998, da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da
Saúde, a NP é definida como:

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Solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios,


vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou
plástico, destinada a administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em
regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos
tecidos, órgãos ou sistemas.
— (Brasil, 1998, [s. p.])

Figura 1 | Vias de administração de Terapia Nutricional

Fonte: Waitzberg (2017, p. 554).

Para a execução, a supervisão e a avaliação permanentes, em todas as etapas da TNE e TNP, é condição
formal e obrigatória a instituição de uma equipe multiprofissional. Por se tratar de procedimento realizado em
paciente sob cuidados especiais e para garantir a vigilância constante do seu estado nutricional, a Equipe
Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) para TNE e TNP deve ser constituída de, pelo menos, um
profissional de cada categoria, com treinamento específico para esta atividade, a saber: médico, nutricionista,
enfermeiro, farmacêutico, podendo, ainda, incluir profissionais de outras categorias a critério das unidades de
saúde. Soma-se a essa equipe um coordenador técnico-administrativo e um coordenador clínico (responsável
técnico) (Brasil, 2000; Brasil, 1998).

O nutricionista, apoiado pela EMTN, é o profissional responsável por detectar e detalhar a mudança de
comportamento alimentar no indivíduo e adaptar a dieta do paciente à sua nova condição de tolerância e
aceitabilidade dos alimentos (Mahan; Raymond, 2018).

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DIFERENÇAS ENTRE NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTERAL E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE

MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL

Por definição, “enteral” significa usar o trato gastrointestinal (TGI). Dessa forma, a NE se refere à nutrição
fornecida através do TGI funcionante ou parcialmente funcionante por meio de um cateter, sonda ou estoma
que entrega os nutrientes em um ponto distal à cavidade oral com a ponta no estômago ou no intestino
delgado (Mahan; Raymond, 2018). A localização de administração dos nutrientes e o tipo de acesso enteral
dependem (1) da duração prevista para a alimentação enteral, (2) do grau de risco de aspiração ou
deslocamento do tubo, (3) do estado clínico do paciente, (4) da adequação da digestão e absorção e (5) da
anatomia do paciente (por exemplo, após ressecção cirúrgica prévia ou em obesidade extrema) (Cuppari,
2018).

Figura 2 | Vias de acesso da Terapia Nutricional Enteral

Fonte: Cuppari (2018, p. 550).

Já NP é o fornecimento de nutrientes intravenosos, ou seja, diretamente na corrente sanguínea por meio de


um acesso venoso periférico ou central. A TNP é indicada quando o paciente ou indivíduo é incapaz ou não
pode ingerir os nutrientes adequados por via oral ou enteral. Após ser considerado que o paciente necessita
de TNP, o clínico deve escolher entre o acesso central e o

periférico. O acesso central se refere à colocação da ponta do cateter em uma veia grande e de alto fluxo
sanguíneo, como a veia cava superior; essa é a nutrição parenteral central (NPC) ou total (NPT). A nutrição
parenteral periférica (NPP) se refere à colocação da ponta do cateter em uma veia pequena, tipicamente na
mão ou no antebraço (Cuppari, 2018; Mahan; Raymond, 2018).

Figura 3 | Vias de acesso da Terapia Nutricional Parenteral

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Fonte: Mahan e Raymond (2018, p. 827).

Para garantia do sucesso da Terapia Nutricional, ressaltam-se as atribuições da EMTN, incluindo não só o
nutricionista mas também todos os membros da equipe.

Quadro 1 | Atribuições da EMTN

Estabelecer as diretrizes técnico-administrativas que devem nortear as atividades da equipe e suas relações
com a instituição.

Criar mecanismos para que se desenvolvam as etapas de triagem e vigilância nutricional, em regime
hospitalar e domiciliar, sistematizando uma metodologia capaz de identificar pacientes que necessitem de
TN a serem encaminhados aos cuidados da EMTN.

Atender às solicitações de avaliação do estado nutricional do paciente, indicando, acompanhando e


modificando a TN, quando necessário, e em comum acordo com o médico responsável pelo paciente, até
que sejam atingidos os critérios de reabilitação nutricional preestabelecidos.

Assegurar condições adequadas de indicação, prescrição, preparação, conservação, transporte e


administração, controle clínico e laboratorial e avaliação final da TN.

Capacitar os profissionais envolvidos, direta ou indiretamente, com a TN, por meio de programas de
educação continuada, devidamente registrados.

Estabelecer protocolos de avaliação nutricional, indicação, prescrição e acompanhamento da TN.

Documentar todos os resultados do controle e da avaliação da TN.

Estabelecer revisões internas periódicas a serem realizadas por membros definidos pela equipe para
verificar o cumprimento e o registro dos controles e avaliação da TN.

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Analisar o custo e o benefício no processo de decisão que envolve a indicação, a manutenção ou a


suspensão da TNP e TNE.

Desenvolver, rever e atualizar regularmente as diretrizes e os procedimentos relativos aos pacientes e aos
aspectos operacionais da TN.

Fonte: adaptado de Brasil (2000).

Uso da TNE e TNP em diferentes contextos clínicos e importância do nutricionista na EMTN


A NE deve ser considerada quando um indivíduo tem um TGI funcional e é incapaz ou não está disposto a
consumir nutrientes suficientes para satisfazer ²/3 ou ¾ de suas necessidades estimadas (Mahan; Raymond,
2018).

A NP pode ser utilizada como adjuvante à nutrição oral ou NE para satisfazer as necessidades nutricionais, em
pacientes que estão ou ficarão desnutridos e que não têm função gastrointestinal suficiente para conseguir
restaurar ou manter o estado nutricional ideal. A NP pode ser a única fonte de nutrição para pacientes que
perderam a capacidade de absorção de nutrientes pelo intestino (Waitzberg, 2017).

Cabe à EMTN envolver e comprometer plenamente o enfermo e os responsáveis no seu tratamento, fazendo-
os entender a importância da TN no contexto da assistência global. A colaboração de todos é a chave para o
sucesso do tratamento nutricional (Cuppari, 2018; Mahan; Raymond, 2018). Destacam-se as atribuições
específicas do nutricionista nesta equipe.

Quadro 2 | Atribuições do nutricionista na EMTN

Realizar a avaliação do estado nutricional do paciente, utilizando indicadores nutricionais subjetivos e


objetivos, com base em protocolo pré-estabelecido, de forma a identificar o risco ou a deficiência nutricional
e a evolução de cada paciente, até a alta nutricional estabelecida pela EMTN.

Realizar a prescrição dietética com base nas diretrizes estabelecidas na prescrição médica.

Formular a NE estabelecendo a sua composição qualitativa e quantitativa, seu fracionamento segundo


horários e formas de apresentação.

Acompanhar a evolução nutricional do paciente em TN, independente da via de administração, até alta
nutricional estabelecida pela EMTN.

Adequar a prescrição dietética, em consenso com o médico, com base na evolução nutricional e tolerância
digestiva apresentadas pelo paciente.

Orientar o paciente, a família ou o responsável legal quanto à preparação e à utilização da NE prescrita para
o período após a alta hospitalar.

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Garantir o registro, claro e preciso, de informações relacionadas à evolução nutricional do paciente.

Utilizar técnicas pré-estabelecidas de preparação da NE que assegurem a manutenção das características


organolépticas e a garantia microbiológica e bromatológica dentro de padrões recomendados na Diretriz de
Boas Práticas de Preparo da Nutrição enteral (BPPNE).

Selecionar, adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, os insumos necessários ao preparo da NE, bem
como a NE industrializada.

Qualificar fornecedores e assegurar que a entrega dos insumos e NE industrializada seja acompanhada do
certificado de análise emitido pelo fabricante.

Participar de estudos para o desenvolvimento de novas formulações de NE.

Organizar e operacionalizar as áreas e atividades de preparação.

Atender aos requisitos técnicos na manipulação da NE.

Participar, promover e registrar as atividades de treinamento operacional e de educação continuada,


garantindo a atualização de seus colaboradores, bem como para todos os profissionais envolvidos na
preparação da NE.

Fazer o registro, que pode ser informatizado, que conste no mínimo: data e hora da manipulação da NE,
nome completo e registro do paciente, número sequencial da manipulação, número de doses manipuladas
por prescrição, identificação do médico e do manipulador, prazo de validade da NE.

Desenvolver e atualizar regularmente as diretrizes e os procedimentos relativos aos aspectos operacionais


da preparação da NE.

Supervisionar e promover autoinspeção nas rotinas operacionais da preparação da NE.

Fonte: adaptado de Brasil (2000).

VIDEO RESUMO

Olá, estudante! Neste vídeo, você revisará todo o conteúdo desta unidade, esclarecendo todas as dúvidas
sobre os principais conceitos em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, confirmando todo o aprendizado
sobre as condições clínicas em que a Terapia Nutricional deve ser empregada. Além disso, relembrará a
importância da formação da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) e suas atribuições,
destacando-se as atribuições do nutricionista.

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 Saiba mais
Sugestões de leitura:

1. Resolução RCD nº 63, de 6 de julho de 2000 (conceitos gerais e atribuições de cada membro da EMTN
em TNE).

2. Portaria nº 272, de 8 de abril de 1998 (conceitos gerais e atribuições de cada membro da EMTN em
TNP).

Aula 2

DIRETRIZES E GUIDELINES
Nesta segunda aula da unidade, discutiremos as principais resoluções e portarias que regulamentam a
Terapia Nutricional Enteral e Parenteral nos serviços de saúde e que apresentam os principais conceitos,
definições e especificações em Terapia Nutricional.
27 minutos

INTRODUÇÃO

Nesta segunda aula da unidade, discutiremos as principais resoluções e portarias que regulamentam a
Terapia Nutricional Enteral e Parenteral nos serviços de saúde e que apresentam os principais conceitos,
definições e especificações em Terapia Nutricional.

Além disso, apresentaremos as principais diretrizes que trazem as recomendações que envolvem a conduta
necessária para a prática da Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, como as diretrizes da Sociedade
Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN), da Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e
Enteral (ASPEN), da Sociedade Europeia de Nutrição Parenteral e Enteral (ESPEN), da Associação Americana de
Diabetes (ADA) e as Diretrizes Canadenses.

Dessa forma, com base nesta aula, você estará apto não só para compreender a legislação que rege e institui
os requisitos para a terapia nutricional mas também as diretrizes para prescrição e seu acompanhamento.

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DEFINIÇÕES DE RESOLUÇÕES, PORTARIAS E DIRETRIZES

Para garantir a regulamentação da Terapia Nutricional (TN) nos serviços de saúde, assim como apresentar os
principais conceitos, definições e especificações em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, existem algumas
portarias e resoluções da Agência Nacional de Vigilância Nacional (Anvisa) do Ministério da Saúde (MS). As
portarias do MS estabelecem regras e instruções ou tratam da organização e do funcionamento de serviços de
saúde. Já as resoluções servem para estabelecer processos regulatórios, práticas e padrões de qualidade para
produtos e serviços sob regulamentação da Anvisa (Brasil, 2000; Brasil, 1998).

Cronologia das principais resoluções e portarias em Terapia Nutricional

Por outro lado, as Diretrizes para a Prática Clínica, de acordo com Field e Lohr (1992), são declarações
desenvolvidas sistematicamente para auxiliar os profissionais da saúde nas tomadas de decisões no
tratamento clínico de pacientes em situações clínicas específicas. Este importante conceito foi
subsequentemente estendido para a área da Nutrição Clínica por Ballesteros y Vidal para a Nutrição Baseada
em Evidências, definida como “conjunto de recomendações desenvolvidas de maneira sistemática para ajudar

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os profissionais de saúde na tomada de decisões sobre qual a melhor intervenção nutricional para resolver
um problema clínico específico”. Dessa forma, as diretrizes são importantes para nortear as condutas mais
atuais que envolvem a Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral, possibilitando uma uniformização das
práticas em TN.

A ASPEN e ADA são importantes associações americanas que desenvolvem diretrizes clínicas, ou seja,
recomendações sistematicamente desenvolvidas, baseadas em evidências/informadas em evidências, que
auxiliam e orientam profissionais e pacientes nas decisões sobre cuidados nutricionais apropriados para
circunstâncias clínicas específicas, incluindo, entre outros, o papel de modalidades específicas de diagnóstico
e tratamento no manejo nutricional de pacientes.

Já os objetivos das diretrizes da ESPEN são estimular a rápida difusão do conhecimento e sua aplicação na
área de Nutrição Parenteral e Enteral ou, de forma mais ampla, Nutrição Clínica e Metabolismo. As Diretrizes
Canadenses são baseadas nas melhores evidências científicas disponíveis sobre TN nas mais diversas
condições clínicas.

Contudo, os guidelines da ADA, ASPEN e Canadenses foram baseados nos princípios e cuidados norte-
americanos, enquanto os da ESPEN foram baseados nos princípios e cuidados europeus, o que, algumas
vezes, não reflete a realidade nacional. Nesse sentido, a BRASPEN/SBNPE, desde 2009, iniciou o projeto
Diretrizes em Terapia Nutricional (DITEN). Todo o projeto foi desenvolvido junto à Associação Médica Brasileira
(AMB), após treinamento específico, e o envolvimento de um grande número de renomados especialistas na
Nutrição Clínica de todo o Brasil, sendo publicado um volume da série “Projeto Diretrizes” da AMB, dedicado
exclusivamente à Nutrição Clínica. Entretanto, como a ciência evolui rapidamente e, frequentemente,
conceitos válidos há poucos anos mudam e precisam ser revistos, fez-se necessário que as diretrizes fossem
revistas. A atual equipe da BRASPEN tem investido nessas atualizações (BRASPEN, 2018).

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PRINCIPAIS RESOLUÇÕES, PORTARIAS E DIRETRIZES EM TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E

PARENTERAL

A RDC nº 63, de 2000 e, mais recentemente, a RDC nº 503, de 2021, são as principais resoluções da Anvisa
para sanar dúvidas em Terapia Nutricional Enteral (TNE). Essas RDCs esclarecem as condições gerais que as
unidades hospitalares (UH) e as empresas produtoras de bens e serviços em terapia nutricional (EPBS) devem
cumprir para proporcionar uma TNE de qualidade (Brasil, 2021; Brasil, 2000). Em relação à Terapia Nutricional
Parenteral (TNP), existe a Portaria nº 272, de 1998, do MS, que apresenta as principais especificações e
procedimentos sobre o assunto.

Quadro 1 | Objetivos das principais resoluções e portarias em Terapia Nutricional

Portaria ou resolução Objetivo

Aprovar o regulamento técnico referente a alimentos para fins


Portaria nº 29 (1998)
especiais.

Aprovar o regulamento técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos


Portaria nº 272 (1998)
para a terapia de nutrição parenteral.

Aprovar o regulamento técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos


Portaria nº 337 (1999)
para a terapia de nutrição enteral.

Aprovar o regulamento técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos


RDC nº 63 (2000)
para a terapia de nutrição enteral.

Aprovar o regulamento técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos


RDC nº 503 (2021)
para a terapia de nutrição enteral.

Fonte: elaborado pela autora.

Quanto às diretrizes em TN, em 2018, foram publicadas as atualizações de duas importantes diretrizes
brasileiras: Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional no Paciente Grave e Diretriz Brasileira de Terapia
Nutricional Domiciliar. Em 2019, foram lançadas as Diretrizes BRASPEN de Terapia Nutricional no Paciente
com Câncer no Envelhecimento e BRASPEN recomenda: Indicadores de Qualidade em Terapia Nutricional. Nos
últimos três anos, foram publicadas as Diretrizes BRASPEN de Terapia Nutricional no Diabetes Mellitus (2020),
de Enfermagem em Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral (2021), de Terapia Nutricional no Paciente
com Doença Renal (2021) e, por fim, de Terapia Nutricional nas Doenças Neurodegenerativas (2022).

A ASPEN e a ESPEN publicaram, no início dos anos 2000, as suas primeiras diretrizes de cuidados nutricionais
na prática clínica. Foi um importante avanço para a padronização da TN em todo o mundo, e continuam
servindo de guia para toda a comunidade nutricional internacional (BRASPEN, 2018).

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Quadro 2 | Algumas diretrizes atuais (2020-2022) em TN da ASPEN e ESPEN

ASPEN ESPEN

Nutrition Support in Head and Neck Cancer ESPEN practical guideline: Home enteral nutrition

Adult Guidelines for Nutrition Support in


ESPEN guideline on hospital nutrition
Enhanced Recovery After Surgery

Parenteral Nutrition in Neonates ESPEN guideline: Clinical nutrition in surgery

ESPEN practical guideline: Clinical nutrition in chronic


Nutrition Support in Pediatric Intestinal Failure
intestinal failure

Nutrition Support in Pediatric Critically Ill Patient ESPEN practical guideline: Clinical Nutrition in cancer

ASPEN Guidelines: The Validity of Body ESPEN guideline on clinical nutrition in hospitalized
Composition Assessment in Clinical Populations patients with acute or chronic kidney disease

ASPEN Guidelines for the Selection and Care of


Central Venous Access Devices for Adult Home ESPEN guideline on home parenteral nutrition
Parenteral Nutrition Administration

Fonte: elaborado pela autora.

Há, ainda, alguns importantes guidelines, como o canadense para pacientes críticos, Canadian clinical practice
guidelines for nutrition support in mechanically ventilated, critically ill adult patients (2003), cuja última
atualização foi em 2015. A ADA também apresenta guidelines de destaque, como o de manejo nutricional da
diabetes, atualizado em 2022.

ESPECIFICAÇÕES PARA PROCEDIMENTOS EM TNE E TNP CONFORME LEGISLAÇÃO E DIRETRIZES

ESPECÍFICAS

De acordo com a RDC nº 63 e a Portaria nº 272, para que a TNE e a TNP, respectivamente, sejam realizadas em
UH e EPBS, devem cumprir algumas especificações:

1. Possuir licença de funcionamento concedida pelo órgão sanitário competente (devem solicitar o seu
cadastramento à autoridade sanitária local).

2. A complexidade da TN exige o comprometimento e a capacitação de uma equipe multiprofissional para


garantir a sua eficácia e segurança para os pacientes.

A TNE deve abranger obrigatoriamente algumas etapas para garantia de sua qualidade.

Etapas da TNE em unidades de saúde

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As UH e as EPBS que queiram se habilitar à prática da TNP devem contar com farmácia com essa mesma
licença, sujeitas às inspeções sanitárias periódicas. As UH que não possuem as condições previstas podem
contratar os serviços de terceiros, devidamente licenciados, para a operacionalização total ou parcial da TNP,
devendo, nestes casos, formalizar um contrato por escrito. Todas as etapas descritas a seguir devem atender
a procedimentos escritos específicos e serem devidamente registradas, evidenciando as ocorrências na
execução dos procedimentos (Brasil, 1998).

Etapas da TNP em unidades de saúde

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Quanto às diretrizes em TN, cabe destacar algumas específicas e focadas nos procedimentos e no controle de
qualidade para a Terapia Nutricional Enteral e Parenteral. A BRASPEN recomenda: Indicadores de Qualidade
em Terapia Nutricional (2019), e ressalta que, nas últimas décadas, a TN tem demonstrado sua importância,
principalmente por contribuir de maneira positiva nos desfechos clínicos de pacientes desnutridos ou em
risco de desnutrição. Esse desenvolvimento acompanhou a modernização e incorporação de conceitos de
qualidade em saúde. Como a TN deve ser parte integral do tratamento de pacientes graves, desnutridos ou
em risco de desnutrição, ela precisa ser bem instituída, para que apresente os benefícios desejados. No
entanto, muitas vezes, os pacientes têm um plano adequado de intervenção nutricional, porém ele não é
devidamente implementado. Nesse sentido, existe a necessidade de haver equipes multiprofissionais
dedicadas e que exerçam sua atividade profissional dentro dos mais elevados padrões de qualidade na
assistência nutricional.

Já a Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional Domiciliar (2018) e as diretrizes da ESPEN sobre Nutrição Enteral
Domiciliar (2022) e Nutrição Parenteral Domiciliar (2020) enfatizam que a Terapia Nutricional Domiciliar (TND)
faz parte dos cuidados de assistência à saúde no domicílio e compreende a Terapia Nutricional Enteral
Domiciliar (TNED), Terapia Nutricional Parenteral Domiciliar (TNPD) e Suplemento Oral Domiciliar (SOD).
Portanto, sua prática é relevante não apenas no auxílio ao paciente mas também à sociedade, uma vez que
uma boa prática da TND tem capacidade de reduzir os custos com a saúde, otimizar os leitos hospitalares e
promover atendimento mais humanizado. Esta prática deve ser realizada por uma equipe multiprofissional de
saúde, sempre que possível, com especialização em TN e assistência domiciliar.

VIDEO RESUMO

Olá, estudante! Neste vídeo, você revisará o conteúdo desta aula e relembrará as resoluções e portarias que
regulamentam a terapia nutricional enteral e parenteral nos serviços de saúde, destacando-se a Portaria nº
272 e a RDC nº 63. Além disso, confirmará todo o aprendizado sobre as principais diretrizes da BRASPEN,
ASPEN, ESPEN, ADA e Canadenses, que são importantes para nortear as condutas mais atuais que envolvem a
Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral, possibilitando uma uniformização das práticas em TN.

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 Saiba mais
Sugestões de leitura:

Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional no Paciente Grave.

Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional Domiciliar.

BRASPEN recomenda: Indicadores de Qualidade em Terapia Nutricional.

ESPEN guideline on home enteral nutrition.

Aula 3

PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM TERAPIA


NUTRICIONAL
Abordaremos a importância da campanha “Diga Não à Desnutrição”, uma vez que a desnutrição é uma
condição clínica prevalente no ambiente hospitalar, o que aumenta o tempo de internamento, além de
gerar readmissão mais frequente e maiores custos em saúde.
32 minutos

INTRODUÇÃO

Nesta aula, abordaremos a importância da campanha “Diga Não à Desnutrição”, uma vez que a desnutrição é
uma condição clínica prevalente no ambiente hospitalar, o que aumenta o tempo de internamento, além de
gerar readmissão mais frequente e maiores custos em saúde.

Dessa forma, você entenderá a relevância da realização da triagem nutricional, a partir de diferentes
instrumentos, para a identificação de pacientes em risco de desnutrir ou já desnutridos, assim como da
aplicação de ferramentas de avaliação do estado nutricional, como a Avaliação Subjetiva Global (ASG) e os
Critérios GLIM (Global Leadership Initiative on Malnutrition), sendo que este último visa padronizar o
diagnóstico de desnutrição, que é constantemente negligenciado.

A partir do conteúdo discutido aqui, você será capaz de identificar pacientes em risco nutricional ou
desnutridos, a partir de diferentes ferramentas, que serão beneficiados a partir da implementação da terapia
nutricional.

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DEFINIÇÃO E PREVALÊNCIA DE DESNUTRIÇÃO E PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE TRIAGEM E

AVALIAÇÃO NUTRICIONAIS

A desnutrição é definida como o estado resultante da deficiência de nutrientes que podem causar alterações
na composição corporal, funcionalidade e estado mental com prejuízo no desfecho clínico. Esta condição
clínica pode ser causada por fatores primários ou secundários, como privação alimentar, doenças, idade
avançada, isolados ou combinados (Cederholm et al., 2017).

Destaca-se que a desnutrição é um dos principais problemas de saúde pública em países industrializados e
emergentes em todo o mundo, altamente prevalente e frequentemente sub-reconhecida e negligenciada. Ela
está associada ao aumento da morbidade e mortalidade, ao aumento do tempo de hospitalização, à
readmissão mais frequente e a maiores custos em saúde (Toledo et al., 2018; Correia; Perman; Waitzberg,
2017).

Prevalência de desnutrição hospitalar

Diante da prevalência importante, surgiram algumas campanhas de combate à desnutrição. A campanha


“Diga Não à Desnutrição” é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN),
que visa tornar de conhecimento público a prevalência e os problemas causados pela desnutrição hospitalar

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(Toledo et al., 2018).

Objetivos da campanha “Diga Não à Desnutrição”:

Tornar público o conceito sobre a desnutrição hospitalar: responsabilidade social.

Discutir medidas de implementação da campanha com estratégias sistematizadas.

Melhorar o atendimento assistencial prestado ao paciente desnutrido ou em risco.

Reduzir as taxas inaceitáveis de desnutrição hospitalar.

A identificação precoce da desnutrição, por meio de ferramentas validadas, possibilita estabelecer conduta
nutricional mais apropriada e melhora do desfecho nestes pacientes. As principais ferramentas de triagem
nutricional são compiladas de várias combinações de registros ou medições de IMC, perda de peso, ingestão
de alimentos, gravidade da doença e idade (Toledo et al., 2018).

A seleção de um instrumento de triagem nutricional deve considerar a população-alvo, a objetividade e a


rapidez de aplicação do método, uma vez que todos os pacientes internados devem ser triados. Para essa
tarefa, é necessário contar com equipes interprofissionais de Terapia Nutricional (TN). Dentre as principais
ferramentas, destacam-se a NRS 2002 (Nutritional risk screening) e a MST (Malnutrition screening tool), que
são amplamente empregadas em enfermarias e, mesmo com certas limitações, podem também ser úteis para
pacientes críticos (Kondrup et al., 2003; Ferguson et al., 1999).

Figura 3 | Principais ferramentas de Triagem Nutricional

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Fonte: elaborada pela autora.

Após a triagem nutricional, os pacientes em risco e aqueles com longa permanência hospitalar devem ser
submetidos à avaliação nutricional completa para o adequado diagnóstico do seu estado nutricional. A
Avaliação Subjetiva Global (ASG) é um exemplo de ferramenta validada e amplamente utilizada em hospitais
para diagnóstico da desnutrição, tendo sido desenvolvida em 1987 e, desde então, é empregada com sucesso
em diversos grupos de pacientes (Detsky et al., 1987).

As duas principais sociedades de TN já propuseram consensos sobre o diagnóstico de desnutrição, mas essas
propostas são antagônicas. A Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral (ASPEN) propôs um
modelo subjetivo, enquanto a Sociedade Europeia de Nutrição e Metabolismo (ESPEN) sugeriu um modelo
objetivo, que é focado no índice de massa corporal (IMC), no índice de massa livre de gordura (IMLG) e na
perda ponderal. Tanto o modelo subjetivo (dificuldade de obtenção de dados dependentes de memória)
quanto o objetivo (o IMLG ainda não é amplamente utilizado) possuem suas limitações e carecem de
resultados relacionados à sua aplicação. Dessa forma, os critérios preconizados pelo grupo GLIM (Global
Leadership Initiative on Malnutrition) têm sido recomendados, principalmente devido à ausência de um
consenso global para critérios diagnósticos da desnutrição e seus pontos de corte (Cederholm et al., 2019).

MÉTODO MNEMÔNICO DA CAMPANHA “DIGA NÃO À DESNUTRIÇÃO” E CARACTERÍSTICAS DAS

FERRAMENTAS DE TRIAGEM E AVALIAÇÃO NUTRICIONAIS

A desnutrição apresenta como principais complicações: pior resposta imunológica, atraso no processo de
cicatrização, risco elevado de complicações cirúrgicas e infecciosas, maior probabilidade de desenvolvimento
de lesões por pressão, aumento no tempo de internação e do risco de mortalidade, com consequente
considerável aumento dos custos hospitalares (Toledo et al., 2018).

A campanha “Diga Não à Desnutrição” surge para reduzir as taxas de desnutrição e suas complicações por
meio de uma série de ações, que incluem triagem, diagnóstico, manejo e tratamento da desnutrição. Para
facilitar a maneira de difundir estas ações, foi desenvolvido um método mnemônico com a palavra
“DESNUTRIÇÃO”, abordando cada letra inicial de forma simples, desde o conceito até o tratamento da
desnutrição. Desta forma, o método garante uma integração interdisciplinar, além de averiguar os principais
aspectos do cuidado geral do paciente desnutrido (Toledo et al., 2018).

Método mnemônico com a palavra “DESNUTRIÇÃO” da campanha “Diga Não à Desnutrição”

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O diagnóstico precoce da desnutrição, bem como o adequado “manejo”, é necessário, com o intuito de
prevenir o status deficitário ou evitar o agravamento. Para isso, a triagem de risco nutricional é realizada
(Toledo et al., 2018).

A NRS 2002, desenvolvida por Kondrup et al. (2003) e certificado pela ESPEN como método padrão ouro para
identificação de desnutrição ou risco de desenvolvê-la, classifica os pacientes de acordo com a deterioração
do estado nutricional e a gravidade da doença. O instrumento leva em consideração cinco critérios: índice de
massa corporal (IMC), perda de peso não intencional em um período de um a três meses, redução na ingestão
alimentar, alterações metabólicas e gravidade da doença e idade igual ou superior a 70 anos, sendo
considerados os dois últimos critérios como os que mais influenciam na piora do estado nutricional e no
aumento do risco de desnutrição (Kondrup et al., 2003).

A MST é um instrumento considerado simples e de fácil aplicação, que é baseado apenas na perda de peso e
redução do apetite como preditores de risco nutricional (Ferguson et al., 1999).

Pontos de corte para risco nutricional

NRS-2002 

Risco Nutricional = ≥ 3 pontos

MST 

Risco Nutricional = ≥ 2 pontos

A ASG é caracterizada por ser um método essencialmente clínico e subjetivo de avaliação do estado
nutricional, capaz de diagnosticar a desnutrição, e possibilita o prognóstico, identificando pacientes que
apresentam maior risco de sofrer complicações associadas ao seu estado nutricional. Ela é baseada em seis

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parâmetros de avaliação referente aos últimos seis meses: alterações no peso; alterações na ingestão
alimentar; sintomas gastrointestinais; capacidade funcional física; demanda metabólica e exame físico
(incluindo edema) (Detsky et al., 1987).

Em 2019, um grupo de trabalho internacional, denominado GLIM, desenvolveu uma nova definição de
desnutrição com base em critérios fenotípicos e etiológicos, devendo haver a associação entre pelo menos um
dos fatores de cada parâmetro. Desse modo, tem-se uma avaliação completa, envolvendo a combinação da
avaliação subjetiva com parâmetros clínicos, bioquímicos e antropométricos. O grupo esquematiza o curso até
o diagnóstico de desnutrição da seguinte forma:

Figura 6 | Esquema GLIM para triagem, avaliação, diagnóstico e classificação da desnutrição

1. Risco de desnutrição Usar ferramentas de triagem nutricional validadas

Fenotípicos • Perda de peso involuntária

• Baixo IMC

• Redução de massa muscular


2. Avaliação dos critérios
Etiológicos • Ingestão ou absorção alimentar
reduzida

• Carga de inflamação ou doença

3. Encontrar críterios para o diagnóstico de 1 critério fenotípico + 1 critério etiológico


desnutrição

4. Determinação da gravidade da desnutrição Gravidade determinada de acordo com critérios


fenotípicos

Fonte: elaborada pela autora com base em Cederholm et al. (2019).

APLICANDO O MÉTODO MNEMÔNICO DA CAMPANHA “DIGA NÃO À DESNUTRIÇÃO” E AS

FERRAMENTAS DE TRIAGEM E AVALIAÇÃO NUTRICIONAIS

Na prática, para o sucesso do método mnemônico com a palavra “DESNUTRIÇÃO” da campanha “Diga Não à
Desnutrição”, alguns pontos devem ser alcançados quanto à triagem e à avaliação nutricionais:

Triagem e avaliação nutricional de acordo com o método mnemônico da campanha “Diga Não à Desnutrição”

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Triagem nutricional versus avaliação nutricional

TRIAGEM NUTRICIONAL 

Identifica indivíduos desnutridos ou em risco de desnutrição, almejando determinar se existe risco


nutricional e se é necessária uma avaliação nutricional mais detalhada.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 

Além de detectar desnutrição, classifica seu grau e permite coleta de informações que auxiliem em sua
correção.

Alguns parâmetros são importantes na avaliação nutricional, principalmente, relacionados à perda de peso e
massa muscular (Cederholm et al., 2019; Hoffer, 2016).

Figura 9 | Parâmetros importantes na avaliação nutricionalipsum dolor sit amet

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Fonte: elaborada pela autora.

A NRS possui uma boa aplicabilidade, já que foi desenvolvida para aplicação em indivíduos de todas as faixas
etárias, em diferentes condições clínicas (não discrimina pacientes), levando em consideração, além de dados
nutricionais, a gravidade da doença. Apresenta como diferencial a pontuação adicional para aqueles com
idade igual ou superior a 70 anos (Kondrup et al., 2003). Sabe-se que o risco nutricional aumenta conforme a
idade se torna mais avançada, tornando necessário o cuidado reforçado com idosos hospitalizados. Portanto,
por não excluir grupo específico, esta técnica pode ser considerada como a mais recomendada entre demais.
Soma-se a isso sua maior especificidade ao permitir a graduação do efeito das doenças (Kyle et al., 2006).

Contudo, as críticas associadas à NRS 2002 referem-se à obtenção da informação a respeito do peso perdido
em determinado período, ou seja, qual a velocidade em que ocorreu a perda de peso. Nem sempre o
informante sabe essa informação. Ainda sobre a NRS 2002, a quantificação da ingestão alimentar é feita em
quartis (entre 50%-75%, 25%-50% e 0%-25%). No entanto, a informação da ingestão atual em instrumentos de
triagem deve ser obtida por informações qualitativas, indiretas e rápidas (mudança recente, consumo
reduzido e perda de apetite) (Aquino, 2005).

A MST pode ser aplicada e respondida por qualquer indivíduo (tanto por profissional administrativo do
hospital como por acompanhante do paciente) por ser simples e prática. No entanto, torna-se inespecífica e
pouco abrangente quanto à doença e ao estado geral do paciente (Putwatana et al., 2005). Em relação à perda
de peso, esta avaliação é displicente, pois perda de peso de até 5 kg recebe pontuação mínima, sendo essa
perda significativa para determinados grupos. Porém, quando o entrevistado não sabe relatar o peso perdido,
a pontuação é superestimada (Aquino, 2005).

O método ASG para detectar desnutrição tem se mostrado uma ferramenta muito útil na prática clínica há
anos, não somente para avaliação de pacientes cirúrgicos, como foi projetado inicialmente, mas também em
pacientes de outras comorbidades clínicas, pois possui boa aplicabilidade, reprodutibilidade, além de ser uma

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avaliação gratuita e não invasiva. Entretanto, pequenas variações no estado nutricional podem não ser
perceptíveis pelo método, uma vez que a precisão depende da capacidade do observador em detectar
subjetivamente alterações nutricionais significantes (Barbosa-Silva; Barros, 2006).

Quanto aos critérios GLIM, embora não seja validado no Brasil, outros países, como a Austrália, demonstram
bons resultados ao utilizá-lo. Como é um instrumento novo, há carência de estudos evidenciando a sua
eficácia, porém todos relatam o quão importante é a sua utilização para classificar a desnutrição de forma
consensual, através de critérios ainda não presentes em outras ferramentas. Destaca-se que identificar o
estado nutricional precocemente propõe a escolha da terapia nutricional mais bem-sucedida (Contreras-
Bolívar et al., 2019).

VÍDEO RESUMO

Olá, estudante! Neste vídeo, você revisará o conteúdo desta aula, relembrando a importância da campanha
“Diga Não à Desnutrição” para combate à prevalência da desnutrição, assim como confirmará a relevância da
identificação precoce do risco nutricional ou da desnutrição já instalada, a partir de diferentes ferramentas de
triagem e avaliação nutricionais, que permitem intervenção antecipada e adequada por meio da Terapia
Nutricional.

 Saiba mais
Sugestões de leitura:

• Campanha “Diga Não à Desnutrição”.

• Ferramenta NRS 2002 na íntegra.

• Ferramenta MST na íntegra.

• Ferramenta ASG na íntegra.

• Ferramenta Critérios GLIM na íntegra.

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Aula 4

REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS
Na última parte desta unidade, finalmente, discutiremos os requerimentos nutricionais para os pacientes
que estão em uso de Terapia Nutricional Enteral e Parenteral.
25 minutos

INTRODUÇÃO

Na última parte desta unidade, finalmente, discutiremos os requerimentos nutricionais para os pacientes que
estão em uso de Terapia Nutricional Enteral e Parenteral.

Abordaremos os cálculos para estimativas das necessidades energéticas, que podem ser a partir da
calorimetria indireta (método padrão ouro), fórmula de bolso ou equações preditivas, considerando o estado
nutricional, a faixa etária, as doenças e o quadro clínico que o paciente apresenta. Além disso, discorreremos
as recomendações de macronutrientes (proteínas, carboidratos e lipídios), fibras e micronutrientes. Por fim, o
cálculo das necessidades hídricas será retratado.

Dessa forma, ao final desta aula, você conseguirá determinar os requerimentos nutricionais dos pacientes em
uso de Terapia Nutricional (TN), levando em considerações o contexto nutricional e clínico em questão.

IMPORTÂNCIA DA DETERMINAÇÃO DOS REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS

O termo “necessidade nutricional” pode ser definido como as quantidades de nutrientes e de energia
disponíveis nos alimentos que um indivíduo sadio deve ingerir para satisfazer suas necessidades fisiológicas
normais e prevenir sintomas de deficiências. Assim, as necessidades nutricionais representam valores
fisiológicos individuais que se expressam em médias para grupos semelhantes da população (Avesani; Santos;
Cuppari, 2018). Os requerimentos nutricionais de um indivíduo variam de acordo com seu estado nutricional,
idade, sexo, peso, estatura, atividade física, composição corporal e condição fisiológica. Para pessoas estáveis
e saudáveis, os requerimentos nutricionais seguem as Dietary Reference Intakes (DRIs) (Mahan; Raymond,
2018).

Por outro lado, estudos demonstram que a gravidade da doença, a temperatura corporal e certos fármacos
podem elevar ou reduzir o metabolismo energético. O hipermetabolismo e o hipometabolismo podem ocorrer
em resposta à doença e à injúria, como consequência, as necessidades de macro e de micronutrientes podem
variar (Wooley; Frankenfild, 2007). Dessa forma, o aporte de nutrientes e energético deve ser individualizado e
baseado na avaliação atual e passada, composição corporal e condição clínica do paciente.

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A energia é despendida pelo corpo humano na forma de gasto energético basal (GEB) ou taxa metabólica
basal (TMB), efeito térmico do alimento (ETA) e termogênese por atividade física (FA). Esses três componentes
constituem o gasto energético total (GET) diário de uma pessoa (Mahan; Raymond, 2018).

Quadro 1 | Métodos para cálculo das necessidades energéticas (Wooley; Frankenfild, 2007; Kreymann et al., 2002)

Calorimetria indireta

É considerado um método seguro, prático, não invasivo e com a facilidade de uso de equipamento portátil.
Pode ser utilizado à beira do leito em pacientes graves, obesos, aqueles com doença hepática e em outras
condições que requeiram cálculo das necessidades energéticas acurado e individualizado.

Fórmula de bolso

Na impossibilidade de aplicação da calorimetria indireta, recomenda-se estimar o gasto energético pelo


cálculo de quilocalorias por quilo de peso corporal.

Equações preditivas

As equações preditivas são recomendadas para estimar o GET dos indivíduos.

Fonte: elaborado pela autora

Quanto aos macronutrientes, os carboidratos são as principais fontes de energia, e equivalem a maior parte
do GET da dieta (Institute of Medicine; FDA, 2002).

Já a recomendação de proteína segue as DRIs e a American Dietetic Association (ADA). A ingestão de 0,85-1,1
g/kg/dia possibilita alcançar o balanço nitrogenado positivo para a maioria dos indivíduos saudáveis. Para
pacientes enfermos e em condições especiais, as necessidades proteicas podem variar significativamente.

Em TN, os lipídeos são importantes como fonte de ácidos graxos essenciais, são concentrados em energia e
servem como transportadores de vitaminas lipossolúveis. Pacientes gravemente enfermos podem apresentar
menor capacidade de utilização de carboidratos e usar os lipídeos como preferência metabólica de energia
(Institute of Medicine; FDA, 2002).

São conhecidos os efeitos das distintas fibras na função intestinal. Contudo, em TN, as recomendações de
fibras ainda não são claras, principalmente, em pacientes gravemente enfermos e nos pacientes com risco de
isquemia intestinal ou dismotilidade grave (Bliss; Jung, 2007).

As vitaminas e os minerais em pacientes em uso de TN devem seguir as recomendações segundo as DRIs para
o público saudável. No entanto, deve-se levar em consideração as necessidades aumentadas de algumas
doenças (Wooley; Frankenfild, 2007).

A necessidade hídrica deve ser adequada para paciente com estado de hidratação normal, assumindo-se
função renal e cardíaca normais. Fatores, como diarreia, vômitos e febre, podem afetar as necessidades
hídricas (Kreymann et al., 2002).
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RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS DE ENERGIA, MACRONUTRIENTES, MICRONUTRIENTES, FIBRAS

E ÁGUA

A calorimetria indireta estima, por um aparelho, o calor gerado pelo organismo a partir da mensuração do
oxigênio (O2) consumido, do dióxido de carbono (CO2) produzido e do nitrogênio urinário excretado por
determinado período. Esses valores são incluídos na equação de Weir (1949), que fornece o gasto energético
do indivíduo (Avesani; Santos; Cuppari, 2018). Os equipamentos podem variar, contudo envolvem um
indivíduo respirando em um bocal (com protetor nasal), uma máscara que cobre o nariz e a boca ou um capuz
ventilado que captura todo o dióxido de carbono expirado (Mahan; Raymond, 2018).

Figura 1 | Medição da taxa metabólica basal usando um aparelho de calorimetria do tipo sistema de capuz ventilado

Fonte: Mahan e Raymond (2018, p. 80).

Uma maneira prática para cálculo das necessidades energéticas é utilizar a fórmula de bolso, conforme a
seguir.

Quadro 2 | Fórmulas de bolso

Hipocalórica 20 a 25 Kcal/KgP/dia

Normocalórica 25 a 30 Kcal/KgP/dia

Hipercalórica > 30 Kcal/KgP/dia

Fonte: Kreymann et al. (2002, p.).

As equações preditivas que podem ser utilizadas para estimar as necessidades energéticas do paciente em
uso de TN estão descriminadas a seguir.

Equação de Mifflin-St

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Homens: GEB = 10 x peso (kg) + 6,25 x altura (cm) - 5 x idade (anos) + 5

Mulheres: GEB = 10 x peso (kg) + 6,25 x altura (cm) - 5 x idade (anos) - 161

Equação de Harris Benedict

Homens: TMB (kcal/dia) = 66,5 + (13,8 × P) + (5 × E) – (6,8 × I)

Mulheres: TMB (kcal/dia) = 655,1 + (9,5 × P) + (1,8 × E) – (4,7 × I)

TMB: taxa de metabolismo basal; Peso em Kg; E: estatura (cm); I: idade (anos).

Equação de Ireton Jones (pacientes gravemente enfermos)

Paciente em respiração espontânea: GET = 629 – 11(I) + 25 (peso atual) – 609 (O)

Paciente dependente de ventilação: GET = 1784 – 11(I) + 5 (peso atual) + 244 (S) + 239 (T) + 804 (Q)

I = idade (anos), O = obesidade (ausente = 0; presente = 1), S = sexo (masc = 1; fem = 0), Q = queimadura
(ausente = 0; presente = 1).

Quadro 3 | Necessidades de macronutrientes, hídrica e de fibras

10-15% do VET da dieta, ou 0,8-1,0 g/kg/dia (pacientes sem estresse metabólico


Proteínas ou falência de órgãos); 1,0-2,0 g/kg/ dia, dependendo da condição clínica
(pacientes com estresse metabólico).

Carboidratos 45-65% do VET da dieta, ou, no mínimo, 130 g ao dia.

20-35% do VET, baseada nas evidências coletadas para o estabelecimento das


Lipídios DRIs, não devendo ultrapassar 2,5 g/kg/dia, para minimizar o risco de
complicações metabólicas.

Para indivíduos saudáveis, a ingestão adequada de fibras alimentares é de 15 a 30


Fibras
g/dia, sendo 75% das fibras insolúveis e 25% solúveis.

Água A necessidade hídrica para adultos é de 30 a 40 mL/kg/dia ou 1,0 a 1,5 mL/kcal.

Fonte: elaborado pela autora com base em Institute of Medicine e FDA (2002; 2004).

Em TN, as recomendações de vitaminas e minerais são de acordo com os níveis da DRIs e Tolerable Upper
Intake Level (UL), com os valores dos nutrientes em quantidades máximas de segurança. A prescrição de cada
nutriente deve ser individualizada de acordo com a condição clínica.

APLICANDO A DETERMINAÇÃO DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS, DE MACRO E

MICRONUTRIENTES, FIBRAS E ÁGUA EM DIFERENTES CONTEXTOS

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Na aplicabilidade prática dos métodos para calcular as necessidades energéticas, alguns pontos devem ser
observados. Em geral, em pacientes em uso de TN, a depender da injúria ou doença acometida, observa-se
aumento do GET entre 110-120% em pacientes submetidos à cirurgia eletiva, e em clínicos, de 135-150%, em
situações pós-trauma, e de 150-170%, em sepse (Wooley; Frankenfild, 2007).

As DRIs de energia e o documento da OMS/FAO não estabeleceram recomendações para indivíduos que se
encontram em processos de doença. Por essa razão, o cálculo proposto por Kinney e Wilmore pode ser usado
em caso de processos de doença, como em pacientes em uso de TN. Para tanto, deve-se medir ou calcular a
TMB (a partir de equações, como a de Mifflin-St ou Harris Benedict, apresentadas na seção anterior) e
multiplicar esse valor pelos fatores lesão/estresse, fator atividade e fator térmico para chegar ao GET do
indivíduo. Vale ressaltar que o fator térmico deve ser utilizado apenas na vigência de estados febris associados
(Quadro 4).

Quadro 4 | Fator injúria, fator térmico e fator atividade para pacientes que apresentam enfermidades

Fator injúria
Pontuação Fator térmico Pontuação Fator atividade
(lesão/estresse)

Paciente não
1,0 38º 1,1 Acamado = 1,0
complicado

Pós-operatório de Acamado + móvel =


1,1 39ª 1,2
câncer 1,2

Fratura 1,2 40º 1,3 Ambulante = 1,3

Sepse 1,3 41º 1,4

Peritonite 1,4

Multitrauma +
1,5
reabilitação

Multitrauma + sepse 1,6

Queimadura em 30
1,7
a 50%*

Queimadura em 50
1,8
a 70%*

Queimadura em 70
2,0
a 90%*

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*superfície corporal

Fonte: elaborado pela autora.

Observa-se que grande parte das equações preditivas utilizadas para estimar a necessidade energética e de
nutrientes requer a avaliação do peso corporal atual. Portanto, essas estimativas podem ser problemáticas
em situações em que o peso corporal é de difícil aferição ou quando o indivíduo apresenta próteses ou
edema. É importante avaliar se a equação preditiva de gasto energético é adequada a pessoas normais ou
pacientes hospitalizados, antes da sua aplicação. Portanto, as principais diretrizes nacionais e internacionais
vêm adotando a utilização de taxas calóricas específicas para determinadas doenças.

Quanto aos macronutrientes, na prática, é recomendado o máximo de 7 g/kg/dia de carboidratos para


minimizar complicações metabólicas, como a hiperglicemia, as anormalidades no metabolismo hepático e o
aumento do trabalho ventilatório. Além disso, deve-se dar atenção à ingestão adequada de ácidos graxos
linoleico (2-4% do VET) e de alfa-linolênico (0,250,5% do VET). Para a prevenção de doenças cardiovasculares, a
recomendação diária de lipídeos totais na dieta é <30% do VET, ≤10% de gorduras saturadas, 10-15% de
MUFA, <10% de PUFA e < 300 mg/dia de colesterol (Vasconcelos, 2018).

O conteúdo de fibras nas fórmulas enterais é, em média, de 5 a 14 g, portanto pode ser necessário o uso de
módulos de fibras para alcançar pelo menos cerca de 20 a 25 g/dia (Vasconcelos, 2018).

Destaca-se atenção maior para que a oferta de micronutrientes não seja negligenciada em pacientes com
Terapia Nutricional Parenteral, visto que os pacientes podem vir a desenvolver deficiências importantes se as
vitaminas e os oligoelementos não foram prescritos corretamente (Vasconcelos, 2018; Monte; Shima, 2018).

Para a ingestão hídrica, deve-se ter cuidado com pacientes com edema e/ou ascite, já que a restrição hídrica
deverá ser aplicada, principalmente, em pacientes em uso de Terapia Nutricional Enteral ou Parenteral,
considerando-se a quantidade infundida de líquido via fórmula enteral ou parenteral (VASCONCELOS, 2018).

VIDEO RESUMO

Olá, estudante! Neste vídeo, você revisará tudo que aprendeu durante esta aula, esclarecendo todas as
dúvidas sobre os diferentes métodos para calcular as necessidades energéticas, assim como para determinar
as necessidades de proteínas, carboidratos, lipídios, fibras e água, além dos micronutrientes. Da mesma
forma, sintetizará todo o aprendizado adquirido sobre como estabelecer os requerimentos nutricionais nas
diversas situações e contextos clínicos.

 Saiba mais
Sugestão de leitura:

Artigo: The centenary of the Harris-Benedict equations: How to assess energy requirements best?

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Aula 5

REVISÃO DA UNIDADE
37 minutos

CONCEITOS GERAIS, REGULAMENTAÇÃO E RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS EM TERAPIA

NUTRICIONAL

A Terapia Nutricional (TN) consiste na administração de fórmulas de nutrientes por via enteral ou parenteral
com a finalidade de manter ou restaurar o estado nutricional. A Nutrição Enteral (NE) consiste na
administração de nutrientes via trato gastrointestinal (TGI) por meio de sonda ou cateter. Em certos casos, a
NE pode incluir não só o uso de fórmulas enterais mas também suplementos orais. Já a Nutrição Parenteral
(NP) consiste na administração de nutrientes por via intravenosa (Raymond; Ireton-Jones, 2018; Cuppari,
2018). Quando os pacientes são incapazes de comer o suficiente para suprir suas necessidades nutricionais
por cinco a sete dias e possuem o TGI funcionante, a NE deve ser considerada. Por outro lado, A NP deve ser
adotada para os pacientes que estão ou se tornarão desnutridos e para aqueles cuja função gastrointestinal é
insuficiente para manter ou recuperar o estado nutricional (Raymond; Ireton-Jones, 2018).

Para a execução, a supervisão e a avaliação permanentes, em todas as etapas da TN, é condição formal e
obrigatória a instituição de uma Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN). A EMTN deve ser
constituída de, pelo menos, um profissional de cada categoria, com treinamento específico para esta
atividade, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro, farmacêutico, podendo, ainda, incluir profissionais de
outras categorias a critério das unidades de saúde (Brasil, 2000; Brasil, 1998).

As principais resoluções e portarias que regulamentam a TN nos serviços de saúde e que apresentam os
principais conceitos, definições e especificações são: a RDC nº 63, de 2000, e mais recentemente, a RDC nº 503,
de 2021, para sanar dúvidas em Terapia Nutricional Enteral (TNE) e, para Terapia Nutricional Parenteral (TNP),
existe a Portaria nº 272, de 1998 (Brasil, 2021; Brasil, 2000; Brasil, 1998).

Para identificação precoce dos pacientes em risco nutricional ou desnutridos e candidatos à TN, uma vez que
a desnutrição é altamente prevalente no ambiente hospitalar e frequentemente negligenciada, indica-se a
realização da triagem nutricional a partir de ferramentas, como NRS 2002 (Nutritional Risk Screening) e MST
(Malnutrition Screening Tool). Já para avaliação do estado nutricional, recomenda-se a realização da Avaliação
Subjetiva Global (ASG) ou critérios GLIM (Global Leadership Initiative on Malnutrition). Destaca-se a campanha
“Diga Não à Desnutrição”, uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN)
que visa tornar de conhecimento público a prevalência e os problemas causados pela desnutrição hospitalar.
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Os requerimentos nutricionais dos pacientes em TN são baseados nas recomendações da BRASPEN, da


Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral (ASPEN), da Sociedade Europeia de Nutrição Parenteral
e Enteral (ESPEN), da Associação Dietética Americana (ADA) e das Diretrizes Canadenses, que são as principais
diretrizes e guidelines que envolvem a conduta necessária para a prática da terapia nutricional enteral e
parenteral.

REVISÃO DA UNIDADE

Olá, aluno! Neste vídeo, foram reunidas as principais informações sobre o conteúdo apresentado nesta
unidade. Nele, constam os conceitos gerais, indicações e vias de acesso da Terapia Nutricional Enteral e
Parenteral, assim como as atribuições e dos membros da EMTN. Além disso, você revisará as principais
resoluções, portarias e diretrizes nacionais e internacionais que regem a TN. Recapitularemos também as
principais ferramentas de triagem e avaliação nutricionais e os requerimentos nutricionais necessários à
conduta do paciente em TN.

ESTUDO DE CASO

Para contextualizar sua aprendizagem, imagine que você acabou de ser contratado por um hospital (já
regulamentado de acordo com a RDC nº 63, de 2000, a RDC nº 503, de 2021, e a Portaria nº 272, de 1998) para
fazer parte da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN). Você realizará a admissão nutricional
em uma unidade aberta (enfermaria) do seguinte paciente candidato à terapia nutricional: C.A.P., 71 anos,
sexo masculino, admitido na enfermaria, após alta da UTI após Acidente Vascular Cerebral (AVC). No
momento, evolui hemodinamicamente estável, acamado, afebril, contactante, mas não verbaliza. Família nega
Diabetes, mas afirma que ele apresenta diagnóstico de HAS há 10 anos. Ritmo intestinal: dejeções ausentes
há dois dias, ausência de vômitos e outros sintomas do TGI. Ritmo urinário: normal. Aguarda exames de
imagem para determinar alta para casa. Avaliação antropométrica: peso estimado: 50 kg; altura
referida:1,70 m; IMC: 17,3 kg/m2 (baixo peso); Circunferência da Panturrilha (CP): 29 cm (depleção de massa
muscular); família relata perda de peso, mas não sabe especificar quantidade. Exame físico: cabelos frágeis,
mucosas oculares hipocrômicas ++/IV, têmporas proeminentes, língua saburrosa, ausência de peças
dentárias, depleção de tecido muscular em diversos compartimentos corporais, unhas frágeis, depleção do
músculo adutor do polegar, sem edema. Exames bioquímicos: Ht – 36% (VN: 38 a 50%); Hb – 12 mg/dl (VN:
13 a 16 mg/dL); VCM – 78 fl (VN: 80 – 100f l); HCM – 25 pg (VN: 26 – 324 pg); CHCM –29g/dL (VN: 31 a 36 g/dL);
Glicemia – 78 mg/dl (65 – 110 mg/dL); Ureia – 22 mg/dl (VN: 16 a 45 mg/dL); Creatinina – 0,9 mg/dl (VN: 0,8 a
1,3 mg/dL); PCR – 7mg/dL (VN: < 3mg/dL). Ingestão alimentar: paciente tem dificuldade de deglutir desde
episódio de AVC há sete dias, e vem com ingestão alimentar abaixo de 50% das suas necessidades
nutricionais. Médico, após fonoaudiólogo detectar disfagia, determina via de alimentação e liga para setor de
Nutrição, solicitando prescrição nutricional. Observação: a unidade hospitalar utiliza a NRS-2002 como
ferramenta para detectar risco nutricional e critérios GLIM para diagnóstico de desnutrição.

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De acordo com o aprendido ao longo da Unidade 1, responda às seguintes perguntas:

1. O paciente tem indicação de utilizar TN?

2. Qual via e forma de administração da dieta o médico possivelmente indicou?

3. O paciente apresenta risco nutricional?

4. O paciente apresenta desnutrição?

5. Quais os requerimentos nutricionais escolhidos (necessidades energéticas, de proteínas, carboidratos,


lipídios, fibras, líquidos e micronutrientes)?

 Reflita
Para solucionar esse estudo de caso, lembre-se de tudo aprendido na unidade sobre os conceitos gerais
em Terapia Nutricional, bem como situações e contextos em que ela é indicada, assim como a melhor via
e forma de administração e quais as atribuições do nutricionista e dos membros da EMTN. Além disso,
não se esqueça das resoluções e portarias que regulamentam a TN nas unidades de saúde.

Lembre-se de aplicar as ferramentas para avaliar o risco nutricional ou a desnutrição e os instrumentos


empregados para avaliação do estado nutricional.

Para determinar os requerimentos nutricionais, lembre-se das diretrizes, tanto internacionais quanto
nacionais, como as da Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral (BRASPEN), que, inclusive,
publicou recentemente uma diretriz para doenças neurodegenerativas.

Para estimar as necessidades energéticas, você poderá usar diferentes métodos, lembrando-se de que
não há calorimetria indireta disponível neste hospital.

Responda com atenção e boa sorte!

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Para solucionar este estudo de caso, você deverá relembrar o que foi apresentado em relação aos conceitos
gerais em Terapia Nutricional na Unidade 1.

O paciente do estado de caso apresenta indicação de terapia nutricional (quando indivíduos não
conseguem ou não comerão o suficiente por via oral para sustentar suas necessidades nutricionais por mais
de alguns dias), já que, após o AVC, ficou com dificuldade de se alimentar por via oral, apresentando como
sequela a disfagia, detectada pelo profissional habilitado (o fonoaudiólogo). Sendo assim, o médico deve ter
indicado a via de administração terapia nutricional enteral e via sonda nasoenteral. Neste caso, não é

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indicado Terapia Nutricional via acesso venoso (nutrição parenteral), porque o paciente tem o trato
gastrointestinal íntegro, apenas por uma disfunção neuromotora no mecanismo da deglutição está
impossibilitado de comer pela boca.

Destaca-se a importância da avaliação do estado nutricional do paciente, utilizando indicadores nutricionais


subjetivos e objetivos, com base em protocolo pré-estabelecido, de forma a identificar o risco ou a deficiência
nutricional e a evolução de cada paciente. Ao aplicar a NRS 2002, foi identificado risco nutricional no paciente:

Na parte 1:

• IMC < 20,5 kg/m2.

• Perda de peso não intencional nos últimos meses.

• Ingestão alimentar insuficiente na última semana.

Na parte 2:

• Estado nutricional: IMC < 18,5 kg/m2 + prejuízo das condições gerais (paciente apresenta IMC de 17,3 kg/m2)
= 3 pontos (apesar de também apresentar ingestão oral entre 25 e 60% das necessidades normais na última
semana, mas a pontuação maior é soberana).

• Gravidade da doença: AVC = 1 ponto.

Soma-se 1 ponto referente à idade do paciente (71 anos), total da NRS 2002 = 4 pontos. Portanto, o paciente
apresenta risco nutricional.

Quanto à avaliação do estado nutricional, aplicando-se os critérios GLIM, como critério etiológico, o paciente
apresenta tanto ingestão oral insuficiente na última semana (<50% das necessidades nutricionais) e PCR
elevada (marcador de inflamação). Em relação ao critério fenotípico, o paciente apresenta IMC de 17,3 kg/m2
e depleção de massa muscular pela CP. De acordo com os pontos de corte, apresenta desnutrição grave (IMC
< 20 kg/m2 para indivíduos >70 anos).

Por fim, para determinar os requerimentos nutricionais do paciente, você poderá recorrer tanto à Diretriz
BRASPEN de Terapia Nutricional no Envelhecimento (2019) quanto à Diretriz de Terapia Nutricional nas
Doenças Neurodegenerativas (2022). Elas preconizam a regra de bolso para determinar as necessidades
energéticas. De acordo com a regra de bolso para promover ganho de peso = 35 Kcal/KgP/dia, 35 Kcal x 50 kg
= 1750 Kcal/dia. A quantidade de proteína deve ser preconizada levando em consideração a desnutrição
apresentada pelo paciente, logo 1,5 g/KgP/dia = 75 g de proteína por dia (17% do VET), sendo assim, podem
ser distribuídos 55% de carboidratos e 28% de lipídios para complementar 100% do VET. A recomendação
de fibras varia entre 20 e 35 g/dia. A necessidade hídrica pode ser de 30 a 40 mL/kg/dia, dessa forma, 35 ml x
50 kg = 1750 ml de líquidos/dia. Os micronutrientes devem seguir as recomendações das DRIs.

RESUMO VISUAL
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REFERÊNCIAS
15 minutos

Aula 1

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Aula 2

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Aula 3

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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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