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Olá, estudante!
Na primeira parte desta unidade, abordaremos a importância da Terapia Nutricional Enteral e Parenteral
para a manutenção e recuperação do estado nutricional dos indivíduos, assim como apresentaremos os
Ao �nal desta aula, você conhecerá a constituição da Equipe Multipro�ssional de Terapia Nutricional (EMTN)
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nutricionista nesta equipe e a sua relevância no cuidado destinado aos pacientes em Terapia Nutricional
Enteral e Parenteral.
Este é o passo inicial para a compreensão dos conceitos gerais em Terapia Nutricional, sendo um dos pilares
fundamentais para que você consiga atuar nas mais distintas situações e contextos clínicos, visando à
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objetivo de manter ou restaurar o estado nutricional. Dessa forma, quando os pacientes não conseguem ou
não comem o su�ciente por via oral para sustentar suas necessidades nutricionais por mais de alguns dias,
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a TN deve ser considerada parte do plano de cuidados integrados (Mahan; Raymond, 2018).
empregados para manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio de Nutrição Enteral (NE)
(Waitzberg, 2017). De acordo com a Resolução RCD nº 63, de 6 de julho de 2000, da Agência Nacional de
formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializada ou não,
A TNE envolve a administração de fórmulas enterais também por via oral. Isso corre a partir da indicação do
uso de Suplemento Nutricional Oral (SNO) (Oliveira et al., 2020; Mahan; Raymond, 2018). Conforme a
Portaria nº 29, de 13 de janeiro de 1998, da Anvisa, os SNOs são de�nidos como “alimentos especialmente
empregados para manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio de Nutrição Parenteral (NP)
De acordo com a Portaria nº 272, de 8 de abril de 1998, da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da
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Figura 1 | Vias de administração de Terapia Nutricional
Para a execução, a supervisão e a avaliação permanentes, em todas as etapas da TNE e TNP, é condição
formal e obrigatória a instituição de uma equipe multipro�ssional. Por se tratar de procedimento realizado
em paciente sob cuidados especiais e para garantir a vigilância constante do seu estado nutricional, a Equipe
Multipro�ssional de Terapia Nutricional (EMTN) para TNE e TNP deve ser constituída de, pelo menos, um
pro�ssional de cada categoria, com treinamento especí�co para esta atividade, a saber: médico,
nutricionista, enfermeiro, farmacêutico, podendo, ainda, incluir pro�ssionais de outras categorias a critério
O nutricionista, apoiado pela EMTN, é o pro�ssional responsável por detectar e detalhar a mudança de
comportamento alimentar no indivíduo e adaptar a dieta do paciente à sua nova condição de tolerância e
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Por de�nição, “enteral” signi�ca usar o trato gastrointestinal (TGI). Dessa forma, a NE se refere à nutrição
fornecida através do TGI funcionante ou parcialmente funcionante por meio de um cateter, sonda ou
estoma que entrega os nutrientes em um ponto distal à cavidade oral com a ponta no estômago ou no
intestino delgado (Mahan; Raymond, 2018). A localização de administração dos nutrientes e o tipo de acesso
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enteral dependem (1) da duração prevista para a alimentação enteral, (2) do grau de risco de aspiração ou
deslocamento do tubo, (3) do estado clínico do paciente, (4) da adequação da digestão e absorção e (5) da
anatomia do paciente (por exemplo, após ressecção cirúrgica prévia ou em obesidade extrema) (Cuppari,
2018).
um acesso venoso periférico ou central. A TNP é indicada quando o paciente ou indivíduo é incapaz ou não
pode ingerir os nutrientes adequados por via oral ou enteral. Após ser considerado que o paciente necessita
periférico. O acesso central se refere à colocação da ponta do cateter em uma veia grande e de alto �uxo
sanguíneo, como a veia cava superior; essa é a nutrição parenteral central (NPC) ou total (NPT). A nutrição
parenteral periférica (NPP) se refere à colocação da ponta do cateter em uma veia pequena, tipicamente na
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Fonte: Mahan e Raymond (2018, p. 827).
Para garantia do sucesso da Terapia Nutricional, ressaltam-se as atribuições da EMTN, incluindo não só o
Criar mecanismos para que se desenvolvam as etapas de triagem e vigilância nutricional, em regime
hospitalar e domiciliar, sistematizando uma metodologia capaz de identi�car pacientes que necessitem de
TN a serem encaminhados aos cuidados da EMTN.
modi�cando a TN, quando necessário, e em comum acordo com o médico responsável pelo paciente, até
Capacitar os pro�ssionais envolvidos, direta ou indiretamente, com a TN, por meio de programas de
Estabelecer revisões internas periódicas a serem realizadas por membros de�nidos pela equipe para
Desenvolver, rever e atualizar regularmente as diretrizes e os procedimentos relativos aos pacientes e aos
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A NE deve ser considerada quando um indivíduo tem um TGI funcional e é incapaz ou não está disposto a
consumir nutrientes su�cientes para satisfazer ²/3 ou ¾ de suas necessidades estimadas (Mahan; Raymond,
2018).
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A NP pode ser utilizada como adjuvante à nutrição oral ou NE para satisfazer as necessidades nutricionais,
em pacientes que estão ou �carão desnutridos e que não têm função gastrointestinal su�ciente para
conseguir restaurar ou manter o estado nutricional ideal. A NP pode ser a única fonte de nutrição para
pacientes que perderam a capacidade de absorção de nutrientes pelo intestino (Waitzberg, 2017).
chave para o sucesso do tratamento nutricional (Cuppari, 2018; Mahan; Raymond, 2018). Destacam-se as
nutricional e a evolução de cada paciente, até a alta nutricional estabelecida pela EMTN.
Realizar a prescrição dietética com base nas diretrizes estabelecidas na prescrição médica.
Acompanhar a evolução nutricional do paciente em TN, independente da via de administração, até alta
Adequar a prescrição dietética, em consenso com o médico, com base na evolução nutricional e tolerância
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Quali�car fornecedores e assegurar que a entrega dos insumos e NE industrializada seja acompanhada do
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Organizar e operacionalizar as áreas e atividades de preparação.
garantindo a atualização de seus colaboradores, bem como para todos os pro�ssionais envolvidos na
preparação da NE.
Fazer o registro, que pode ser informatizado, que conste no mínimo: data e hora da manipulação da NE,
nome completo e registro do paciente, número sequencial da manipulação, número de doses manipuladas
da preparação da NE.
Olá, estudante! Neste vídeo, você revisará todo o conteúdo desta unidade, esclarecendo todas as dúvidas
sobre os principais conceitos em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, con�rmando todo o aprendizado
sobre as condições clínicas em que a Terapia Nutricional deve ser empregada. Além disso, relembrará a
Sugestões de leitura:
1. Resolução RCD nº 63, de 6 de julho de 2000 (conceitos gerais e atribuições de cada membro da EMTN
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em TNE).
2. Portaria nº 272, de 8 de abril de 1998 (conceitos gerais e atribuições de cada membro da EMTN em
TNP).
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Nesta segunda aula da unidade, discutiremos as principais resoluções e portarias que
regulamentam a Terapia Nutricional Enteral e Parenteral nos serviços de saúde e que
apresentam os principais conceitos, de�nições e especi�cações em Terapia Nutricional.
27 minutos
Nesta segunda aula da unidade, discutiremos as principais resoluções e portarias que regulamentam a
Terapia Nutricional Enteral e Parenteral nos serviços de saúde e que apresentam os principais conceitos,
Além disso, apresentaremos as principais diretrizes que trazem as recomendações que envolvem a conduta
necessária para a prática da Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, como as diretrizes da Sociedade
Enteral (ASPEN), da Sociedade Europeia de Nutrição Parenteral e Enteral (ESPEN), da Associação Americana
Dessa forma, com base nesta aula, você estará apto não só para compreender a legislação que rege e
institui os requisitos para a terapia nutricional mas também as diretrizes para prescrição e seu
acompanhamento.
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Para garantir a regulamentação da Terapia Nutricional (TN) nos serviços de saúde, assim como apresentar
os principais conceitos, de�nições e especi�cações em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, existem
algumas portarias e resoluções da Agência Nacional de Vigilância Nacional (Anvisa) do Ministério da Saúde
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serviços de saúde. Já as resoluções servem para estabelecer processos regulatórios, práticas e padrões de
qualidade para produtos e serviços sob regulamentação da Anvisa (Brasil, 2000; Brasil, 1998).
Por outro lado, as Diretrizes para a Prática Clínica, de acordo com Field e Lohr (1992), são declarações
tratamento clínico de pacientes em situações clínicas especí�cas. Este importante conceito foi
subsequentemente estendido para a área da Nutrição Clínica por Ballesteros y Vidal para a Nutrição
para ajudar os pro�ssionais de saúde na tomada de decisões sobre qual a melhor intervenção nutricional
para resolver um problema clínico especí�co”. Dessa forma, as diretrizes são importantes para nortear as
condutas mais atuais que envolvem a Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral, possibilitando uma
A ASPEN e ADA são importantes associações americanas que desenvolvem diretrizes clínicas, ou seja,
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Já os objetivos das diretrizes da ESPEN são estimular a rápida difusão do conhecimento e sua aplicação na
área de Nutrição Parenteral e Enteral ou, de forma mais ampla, Nutrição Clínica e Metabolismo. As Diretrizes
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Canadenses são baseadas nas melhores evidências cientí�cas disponíveis sobre TN nas mais diversas
condições clínicas.
Contudo, os guidelines da ADA, ASPEN e Canadenses foram baseados nos princípios e cuidados norte-
americanos, enquanto os da ESPEN foram baseados nos princípios e cuidados europeus, o que, algumas
vezes, não re�ete a realidade nacional. Nesse sentido, a BRASPEN/SBNPE, desde 2009, iniciou o projeto
Diretrizes em Terapia Nutricional (DITEN). Todo o projeto foi desenvolvido junto à Associação Médica
especialistas na Nutrição Clínica de todo o Brasil, sendo publicado um volume da série “Projeto Diretrizes” da
AMB, dedicado exclusivamente à Nutrição Clínica. Entretanto, como a ciência evolui rapidamente e,
frequentemente, conceitos válidos há poucos anos mudam e precisam ser revistos, fez-se necessário que as
diretrizes fossem revistas. A atual equipe da BRASPEN tem investido nessas atualizações (BRASPEN, 2018).
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A RDC nº 63, de 2000 e, mais recentemente, a RDC nº 503, de 2021, são as principais resoluções da Anvisa
para sanar dúvidas em Terapia Nutricional Enteral (TNE). Essas RDCs esclarecem as condições gerais que as
unidades hospitalares (UH) e as empresas produtoras de bens e serviços em terapia nutricional (EPBS)
devem cumprir para proporcionar uma TNE de qualidade (Brasil, 2021; Brasil, 2000). Em relação à Terapia
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Nutricional Parenteral (TNP), existe a Portaria nº 272, de 1998, do MS, que apresenta as principais
para a .
para .
para a .
para a .
Quanto às diretrizes em TN, em 2018, foram publicadas as atualizações de duas importantes diretrizes
brasileiras: Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional no Paciente Grave e Diretriz Brasileira de Terapia
Nutricional Domiciliar. Em 2019, foram lançadas as Diretrizes BRASPEN de Terapia Nutricional no Paciente
Nos últimos três anos, foram publicadas as Diretrizes BRASPEN de Terapia Nutricional no Diabetes Mellitus
(2020), de Enfermagem em Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral (2021), de Terapia Nutricional no
Paciente com Doença Renal (2021) e, por �m, de Terapia Nutricional nas Doenças Neurodegenerativas
(2022).
A ASPEN e a ESPEN publicaram, no início dos anos 2000, as suas primeiras diretrizes de cuidados
nutricionais na prática clínica. Foi um importante avanço para a padronização da TN em todo o mundo, e
continuam servindo de guia para toda a comunidade nutricional internacional (BRASPEN, 2018).
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ESPEN guideline: Clinical nutrition in surgery
Há, ainda, alguns importantes guidelines, como o canadense para pacientes críticos, Canadian clinical
practice guidelines for nutrition support in mechanically ventilated, critically ill adult patients (2003), cuja
última atualização foi em 2015. A ADA também apresenta guidelines de destaque, como o de manejo
De acordo com a RDC nº 63 e a Portaria nº 272, para que a TNE e a TNP, respectivamente, sejam realizadas
1. Possuir licença de funcionamento concedida pelo órgão sanitário competente (devem solicitar o seu
A TNE deve abranger obrigatoriamente algumas etapas para garantia de sua qualidade.
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As UH e as EPBS que queiram se habilitar à prática da TNP devem contar com farmácia com essa mesma
licença, sujeitas às inspeções sanitárias periódicas. As UH que não possuem as condições previstas podem
TNP, devendo, nestes casos, formalizar um contrato por escrito. Todas as etapas descritas a seguir devem
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Quanto às diretrizes em TN, cabe destacar algumas especí�cas e focadas nos procedimentos e no controle
de qualidade para a Terapia Nutricional Enteral e Parenteral. A BRASPEN recomenda: Indicadores de
Qualidade em Terapia Nutricional (2019), e ressalta que, nas últimas décadas, a TN tem demonstrado sua
importância, principalmente por contribuir de maneira positiva nos desfechos clínicos de pacientes
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incorporação de conceitos de qualidade em saúde. Como a TN deve ser parte integral do tratamento de
pacientes graves, desnutridos ou em risco de desnutrição, ela precisa ser bem instituída, para que apresente
os benefícios desejados. No entanto, muitas vezes, os pacientes têm um plano adequado de intervenção
nutricional, porém ele não é devidamente implementado. Nesse sentido, existe a necessidade de haver
equipes multipro�ssionais dedicadas e que exerçam sua atividade pro�ssional dentro dos mais elevados
Já a Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional Domiciliar (2018) e as diretrizes da ESPEN sobre Nutrição
Enteral Domiciliar (2022) e Nutrição Parenteral Domiciliar (2020) enfatizam que a Terapia Nutricional
Domiciliar (TND) faz parte dos cuidados de assistência à saúde no domicílio e compreende a Terapia
Nutricional Enteral Domiciliar (TNED), Terapia Nutricional Parenteral Domiciliar (TNPD) e Suplemento Oral
Domiciliar (SOD). Portanto, sua prática é relevante não apenas no auxílio ao paciente mas também à
sociedade, uma vez que uma boa prática da TND tem capacidade de reduzir os custos com a saúde, otimizar
os leitos hospitalares e promover atendimento mais humanizado. Esta prática deve ser realizada por uma
equipe multipro�ssional de saúde, sempre que possível, com especialização em TN e assistência domiciliar.
Olá, estudante! Neste vídeo, você revisará o conteúdo desta aula e relembrará as resoluções e portarias que
regulamentam a terapia nutricional enteral e parenteral nos serviços de saúde, destacando-se a Portaria nº
272 e a RDC nº 63. Além disso, con�rmará todo o aprendizado sobre as principais diretrizes da BRASPEN,
ASPEN, ESPEN, ADA e Canadenses, que são importantes para nortear as condutas mais atuais que envolvem
a Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral, possibilitando uma uniformização das práticas em TN.
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Sugestões de leitura:
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BRASPEN recomenda: Indicadores de Qualidade em Terapia Nutricional.
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Nesta aula, abordaremos a importância da campanha “Diga Não à Desnutrição”, uma vez que a desnutrição
é uma condição clínica prevalente no ambiente hospitalar, o que aumenta o tempo de internamento, além
Dessa forma, você entenderá a relevância da realização da triagem nutricional, a partir de diferentes
instrumentos, para a identi�cação de pacientes em risco de desnutrir ou já desnutridos, assim como da
aplicação de ferramentas de avaliação do estado nutricional, como a Avaliação Subjetiva Global (ASG) e os
Critérios GLIM (Global Leadership Initiative on Malnutrition), sendo que este último visa padronizar o
A partir do conteúdo discutido aqui, você será capaz de identi�car pacientes em risco nutricional ou
terapia nutricional.
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A desnutrição é de�nida como o estado resultante da de�ciência de nutrientes que podem causar alterações
na composição corporal, funcionalidade e estado mental com prejuízo no desfecho clínico. Esta condição
clínica pode ser causada por fatores primários ou secundários, como privação alimentar, doenças, idade
avançada, isolados ou combinados (Cederholm et al., 2017).
Destaca-se que a desnutrição é um dos principais problemas de saúde pública em países industrializados e
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Ela está associada ao aumento da morbidade e mortalidade, ao aumento do tempo de hospitalização, à
readmissão mais frequente e a maiores custos em saúde (Toledo et al., 2018; Correia; Perman; Waitzberg,
2017).
“Diga Não à Desnutrição” é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral
(BRASPEN), que visa tornar de conhecimento público a prevalência e os problemas causados pela
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A identi�cação precoce da desnutrição, por meio de ferramentas validadas, possibilita estabelecer conduta
nutricional mais apropriada e melhora do desfecho nestes pacientes. As principais ferramentas de triagem
nutricional são compiladas de várias combinações de registros ou medições de IMC, perda de peso, ingestão
rapidez de aplicação do método, uma vez que todos os pacientes internados devem ser triados. Para essa
tarefa, é necessário contar com equipes interpro�ssionais de Terapia Nutricional (TN). Dentre as principais
ferramentas, destacam-se a NRS 2002 (Nutritional risk screening) e a MST (Malnutrition screening tool), que
são amplamente empregadas em enfermarias e, mesmo com certas limitações, podem também ser úteis
Após a triagem nutricional, os pacientes em risco e aqueles com longa permanência hospitalar devem ser
submetidos à avaliação nutricional completa para o adequado diagnóstico do seu estado nutricional. A
Avaliação Subjetiva Global (ASG) é um exemplo de ferramenta validada e amplamente utilizada em hospitais
para diagnóstico da desnutrição, tendo sido desenvolvida em 1987 e, desde então, é empregada com
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essas propostas são antagônicas. A Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral (ASPEN) propôs
um modelo subjetivo, enquanto a Sociedade Europeia de Nutrição e Metabolismo (ESPEN) sugeriu um
modelo objetivo, que é focado no índice de massa corporal (IMC), no índice de massa livre de gordura (IMLG)
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memória) quanto o objetivo (o IMLG ainda não é amplamente utilizado) possuem suas limitações e carecem
de resultados relacionados à sua aplicação. Dessa forma, os critérios preconizados pelo grupo GLIM (Global
A desnutrição apresenta como principais complicações: pior resposta imunológica, atraso no processo de
de lesões por pressão, aumento no tempo de internação e do risco de mortalidade, com consequente
A campanha “Diga Não à Desnutrição” surge para reduzir as taxas de desnutrição e suas complicações por
meio de uma série de ações, que incluem triagem, diagnóstico, manejo e tratamento da desnutrição. Para
facilitar a maneira de difundir estas ações, foi desenvolvido um método mnemônico com a palavra
“DESNUTRIÇÃO”, abordando cada letra inicial de forma simples, desde o conceito até o tratamento da
desnutrição. Desta forma, o método garante uma integração interdisciplinar, além de averiguar os principais
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O diagnóstico precoce da desnutrição, bem como o adequado “manejo”, é necessário, com o intuito de
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prevenir o status de�citário ou evitar o agravamento. Para isso, a triagem de risco nutricional é realizada
(Toledo et al., 2018).
A NRS 2002, desenvolvida por Kondrup et al. (2003) e certi�cado pela ESPEN como método padrão ouro para
identi�cação de desnutrição ou risco de desenvolvê-la, classi�ca os pacientes de acordo com a deterioração
do estado nutricional e a gravidade da doença. O instrumento leva em consideração cinco critérios: índice de
massa corporal (IMC), perda de peso não intencional em um período de um a três meses, redução na
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ingestão alimentar, alterações metabólicas e gravidade da doença e idade igual ou superior a 70 anos, sendo
considerados os dois últimos critérios como os que mais in�uenciam na piora do estado nutricional e no
A MST é um instrumento considerado simples e de fácil aplicação, que é baseado apenas na perda de peso e
NRS-2002
MST
A ASG é caracterizada por ser um método essencialmente clínico e subjetivo de avaliação do estado
apresentam maior risco de sofrer complicações associadas ao seu estado nutricional. Ela é baseada em seis
parâmetros de avaliação referente aos últimos seis meses: alterações no peso; alterações na ingestão
alimentar; sintomas gastrointestinais; capacidade funcional física; demanda metabólica e exame físico
Em 2019, um grupo de trabalho internacional, denominado GLIM, desenvolveu uma nova de�nição de
desnutrição com base em critérios fenotípicos e etiológicos, devendo haver a associação entre pelo menos
um dos fatores de cada parâmetro. Desse modo, tem-se uma avaliação completa, envolvendo a combinação
da avaliação subjetiva com parâmetros clínicos, bioquímicos e antropométricos. O grupo esquematiza o
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• Baixo IMC
reduzida
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• Carga de in�amação ou doença
desnutrição
fenotípicos
Na prática, para o sucesso do método mnemônico com a palavra “DESNUTRIÇÃO” da campanha “Diga Não à
Desnutrição”, alguns pontos devem ser alcançados quanto à triagem e à avaliação nutricionais:
Triagem e avaliação nutricional de acordo com o método mnemônico da campanha “Diga Não à Desnutrição”
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Triagem nutricional versus avaliação nutricional
TRIAGEM NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Além de detectar desnutrição, classi�ca seu grau e permite coleta de informações que auxiliem em sua
correção.
Alguns parâmetros são importantes na avaliação nutricional, principalmente, relacionados à perda de peso e
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A NRS possui uma boa aplicabilidade, já que foi desenvolvida para aplicação em indivíduos de todas as
faixas etárias, em diferentes condições clínicas (não discrimina pacientes), levando em consideração, além
de dados nutricionais, a gravidade da doença. Apresenta como diferencial a pontuação adicional para
aqueles com idade igual ou superior a 70 anos (Kondrup et al., 2003). Sabe-se que o risco nutricional
Ver anotações
aumenta conforme a idade se torna mais avançada, tornando necessário o cuidado reforçado com idosos
hospitalizados. Portanto, por não excluir grupo especí�co, esta técnica pode ser considerada como a mais
recomendada entre demais. Soma-se a isso sua maior especi�cidade ao permitir a graduação do efeito das
Contudo, as críticas associadas à NRS 2002 referem-se à obtenção da informação a respeito do peso perdido
em determinado período, ou seja, qual a velocidade em que ocorreu a perda de peso. Nem sempre o
informante sabe essa informação. Ainda sobre a NRS 2002, a quanti�cação da ingestão alimentar é feita em
quartis (entre 50%-75%, 25%-50% e 0%-25%). No entanto, a informação da ingestão atual em instrumentos
de triagem deve ser obtida por informações qualitativas, indiretas e rápidas (mudança recente, consumo
A MST pode ser aplicada e respondida por qualquer indivíduo (tanto por pro�ssional administrativo do
hospital como por acompanhante do paciente) por ser simples e prática. No entanto, torna-se inespecí�ca e
pouco abrangente quanto à doença e ao estado geral do paciente (Putwatana et al., 2005). Em relação à
perda de peso, esta avaliação é displicente, pois perda de peso de até 5 kg recebe pontuação mínima, sendo
essa perda signi�cativa para determinados grupos. Porém, quando o entrevistado não sabe relatar o peso
O método ASG para detectar desnutrição tem se mostrado uma ferramenta muito útil na prática clínica há
anos, não somente para avaliação de pacientes cirúrgicos, como foi projetado inicialmente, mas também em
pacientes de outras comorbidades clínicas, pois possui boa aplicabilidade, reprodutibilidade, além de ser
uma avaliação gratuita e não invasiva. Entretanto, pequenas variações no estado nutricional podem não ser
perceptíveis pelo método, uma vez que a precisão depende da capacidade do observador em detectar
Quanto aos critérios GLIM, embora não seja validado no Brasil, outros países, como a Austrália, demonstram
bons resultados ao utilizá-lo. Como é um instrumento novo, há carência de estudos evidenciando a sua
e�cácia, porém todos relatam o quão importante é a sua utilização para classi�car a desnutrição de forma
consensual, através de critérios ainda não presentes em outras ferramentas. Destaca-se que identi�car o
estado nutricional precocemente propõe a escolha da terapia nutricional mais bem-sucedida (Contreras-
Olá, estudante! Neste vídeo, você revisará o conteúdo desta aula, relembrando a importância da campanha
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“Diga Não à Desnutrição” para combate à prevalência da desnutrição, assim como con�rmará a relevância
da identi�cação precoce do risco nutricional ou da desnutrição já instalada, a partir de diferentes
ferramentas de triagem e avaliação nutricionais, que permitem intervenção antecipada e adequada por
meio da Terapia Nutricional.
Ver anotações
Sugestões de leitura:
25 minutos
Na última parte desta unidade, �nalmente, discutiremos os requerimentos nutricionais para os pacientes
Abordaremos os cálculos para estimativas das necessidades energéticas, que podem ser a partir da
calorimetria indireta (método padrão ouro), fórmula de bolso ou equações preditivas, considerando o
estado nutricional, a faixa etária, as doenças e o quadro clínico que o paciente apresenta. Além disso,
Dessa forma, ao �nal desta aula, você conseguirá determinar os requerimentos nutricionais dos pacientes
em uso de Terapia Nutricional (TN), levando em considerações o contexto nutricional e clínico em questão.
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O termo “necessidade nutricional” pode ser de�nido como as quantidades de nutrientes e de energia
disponíveis nos alimentos que um indivíduo sadio deve ingerir para satisfazer suas necessidades �siológicas
�siológicos individuais que se expressam em médias para grupos semelhantes da população (Avesani;
Ver anotações
Santos; Cuppari, 2018). Os requerimentos nutricionais de um indivíduo variam de acordo com seu estado
nutricional, idade, sexo, peso, estatura, atividade física, composição corporal e condição �siológica. Para
pessoas estáveis e saudáveis, os requerimentos nutricionais seguem as Dietary Reference Intakes (DRIs)
Por outro lado, estudos demonstram que a gravidade da doença, a temperatura corporal e certos fármacos
micronutrientes podem variar (Wooley; Franken�ld, 2007). Dessa forma, o aporte de nutrientes e energético
deve ser individualizado e baseado na avaliação atual e passada, composição corporal e condição clínica do
paciente.
A energia é despendida pelo corpo humano na forma de gasto energético basal (GEB) ou taxa metabólica
basal (TMB), efeito térmico do alimento (ETA) e termogênese por atividade física (FA). Esses três
componentes constituem o gasto energético total (GET) diário de uma pessoa (Mahan; Raymond, 2018).
Quadro 1 | Métodos para cálculo das necessidades energéticas (Wooley; Franken�ld, 2007; Kreymann et al., 2002)
Calorimetria indireta
É considerado um método seguro, prático, não invasivo e com a facilidade de uso de equipamento portátil.
Pode ser utilizado à beira do leito em pacientes graves, obesos, aqueles com doença hepática e em outras
Fórmula de bolso
Equações preditivas
Quanto aos macronutrientes, os carboidratos são as principais fontes de energia, e equivalem a maior parte
Já a recomendação de proteína segue as DRIs e a American Dietetic Association (ADA). A ingestão de 0,85-1,1
g/kg/dia possibilita alcançar o balanço nitrogenado positivo para a maioria dos indivíduos saudáveis. Para
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Em TN, os lipídeos são importantes como fonte de ácidos graxos essenciais, são concentrados em energia e
São conhecidos os efeitos das distintas �bras na função intestinal. Contudo, em TN, as recomendações de
Ver anotações
�bras ainda não são claras, principalmente, em pacientes gravemente enfermos e nos pacientes com risco
A necessidade hídrica deve ser adequada para paciente com estado de hidratação normal, assumindo-se
função renal e cardíaca normais. Fatores, como diarreia, vômitos e febre, podem afetar as necessidades
A calorimetria indireta estima, por um aparelho, o calor gerado pelo organismo a partir da mensuração do
oxigênio (O2) consumido, do dióxido de carbono (CO2) produzido e do nitrogênio urinário excretado por
determinado período. Esses valores são incluídos na equação de Weir (1949), que fornece o gasto energético
do indivíduo (Avesani; Santos; Cuppari, 2018). Os equipamentos podem variar, contudo envolvem um
indivíduo respirando em um bocal (com protetor nasal), uma máscara que cobre o nariz e a boca ou um
capuz ventilado que captura todo o dióxido de carbono expirado (Mahan; Raymond, 2018).
Figura 1 | Medição da taxa metabólica basal usando um aparelho de calorimetria do tipo sistema de capuz ventilado
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Uma maneira prática para cálculo das necessidades energéticas é utilizar a fórmula de bolso, conforme a
seguir.
Hipocalórica 20 a 25 Kcal/KgP/dia
Normocalórica 25 a 30 Kcal/KgP/dia
Ver anotações
Hipercalórica > 30 Kcal/KgP/dia
As equações preditivas que podem ser utilizadas para estimar as necessidades energéticas do paciente em
Mulheres: GEB = 10 x peso (kg) + 6,25 x altura (cm) - 5 x idade (anos) - 161
TMB: taxa de metabolismo basal; Peso em Kg; E: estatura (cm); I: idade (anos).
Paciente em respiração espontânea: GET = 629 – 11(I) + 25 (peso atual) – 609 (O)
Paciente dependente de ventilação: GET = 1784 – 11(I) + 5 (peso atual) + 244 (S) + 239 (T) + 804 (Q)
I = idade (anos), O = obesidade (ausente = 0; presente = 1), S = sexo (masc = 1; fem = 0), Q = queimadura
Lipídios DRIs, não devendo ultrapassar 2,5 g/kg/dia, para minimizar o risco de
complicações metabólicas.
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Fonte: elaborado pela autora com base em Institute of Medicine e FDA (2002; 2004).
Em TN, as recomendações de vitaminas e minerais são de acordo com os níveis da DRIs e Tolerable Upper
Ver anotações
Intake Level (UL), com os valores dos nutrientes em quantidades máximas de segurança. A prescrição de
cada nutriente deve ser individualizada de acordo com a condição clínica.
Na aplicabilidade prática dos métodos para calcular as necessidades energéticas, alguns pontos devem ser
observados. Em geral, em pacientes em uso de TN, a depender da injúria ou doença acometida, observa-se
aumento do GET entre 110-120% em pacientes submetidos à cirurgia eletiva, e em clínicos, de 135-150%, em
As DRIs de energia e o documento da OMS/FAO não estabeleceram recomendações para indivíduos que se
encontram em processos de doença. Por essa razão, o cálculo proposto por Kinney e Wilmore pode ser
usado em caso de processos de doença, como em pacientes em uso de TN. Para tanto, deve-se medir ou
calcular a TMB (a partir de equações, como a de Mi�in-St ou Harris Benedict, apresentadas na seção
anterior) e multiplicar esse valor pelos fatores lesão/estresse, fator atividade e fator térmico para chegar ao
GET do indivíduo. Vale ressaltar que o fator térmico deve ser utilizado apenas na vigência de estados febris
Quadro 4 | Fator injúria, fator térmico e fator atividade para pacientes que apresentam enfermidades
Paciente não
1,0 38º 1,1 Acamado = 1,0
complicado
Peritonite 1,4
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Multitrauma +
1,5
reabilitação
Multitrauma +
1,6
sepse
Queimadura em 30
1,7
Ver anotações
a 50%*
Queimadura em 50
1,8
a 70%*
Queimadura em 70
2,0
a 90%*
*superfície corporal
Observa-se que grande parte das equações preditivas utilizadas para estimar a necessidade energética e de
nutrientes requer a avaliação do peso corporal atual. Portanto, essas estimativas podem ser problemáticas
em situações em que o peso corporal é de difícil aferição ou quando o indivíduo apresenta próteses ou
edema. É importante avaliar se a equação preditiva de gasto energético é adequada a pessoas normais ou
pacientes hospitalizados, antes da sua aplicação. Portanto, as principais diretrizes nacionais e internacionais
aumento do trabalho ventilatório. Além disso, deve-se dar atenção à ingestão adequada de ácidos graxos
linoleico (2-4% do VET) e de alfa-linolênico (0,250,5% do VET). Para a prevenção de doenças cardiovasculares,
a recomendação diária de lipídeos totais na dieta é <30% do VET, ≤10% de gorduras saturadas, 10-15% de
O conteúdo de �bras nas fórmulas enterais é, em média, de 5 a 14 g, portanto pode ser necessário o uso de
módulos de �bras para alcançar pelo menos cerca de 20 a 25 g/dia (Vasconcelos, 2018).
Destaca-se atenção maior para que a oferta de micronutrientes não seja negligenciada em pacientes com
Terapia Nutricional Parenteral, visto que os pacientes podem vir a desenvolver de�ciências importantes se
as vitaminas e os oligoelementos não foram prescritos corretamente (Vasconcelos, 2018; Monte; Shima,
2018).
Para a ingestão hídrica, deve-se ter cuidado com pacientes com edema e/ou ascite, já que a restrição hídrica
deverá ser aplicada, principalmente, em pacientes em uso de Terapia Nutricional Enteral ou Parenteral,
considerando-se a quantidade infundida de líquido via fórmula enteral ou parenteral (VASCONCELOS, 2018).
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Olá, estudante! Neste vídeo, você revisará tudo que aprendeu durante esta aula, esclarecendo todas as
dúvidas sobre os diferentes métodos para calcular as necessidades energéticas, assim como para
determinar as necessidades de proteínas, carboidratos, lipídios, �bras e água, além dos micronutrientes. Da
mesma forma, sintetizará todo o aprendizado adquirido sobre como estabelecer os requerimentos
Ver anotações
Sugestão de leitura:
Artigo: The centenary of the Harris-Benedict equations: How to assess energy requirements best?
37 minutos
A Terapia Nutricional (TN) consiste na administração de fórmulas de nutrientes por via enteral ou parenteral
com a �nalidade de manter ou restaurar o estado nutricional. A Nutrição Enteral (NE) consiste na
administração de nutrientes via trato gastrointestinal (TGI) por meio de sonda ou cateter. Em certos casos, a
NE pode incluir não só o uso de fórmulas enterais mas também suplementos orais. Já a Nutrição Parenteral
(NP) consiste na administração de nutrientes por via intravenosa (Raymond; Ireton-Jones, 2018; Cuppari,
2018). Quando os pacientes são incapazes de comer o su�ciente para suprir suas necessidades nutricionais
por cinco a sete dias e possuem o TGI funcionante, a NE deve ser considerada. Por outro lado, A NP deve ser
adotada para os pacientes que estão ou se tornarão desnutridos e para aqueles cuja função gastrointestinal
Para a execução, a supervisão e a avaliação permanentes, em todas as etapas da TN, é condição formal e
obrigatória a instituição de uma Equipe Multipro�ssional de Terapia Nutricional (EMTN). A EMTN deve ser
constituída de, pelo menos, um pro�ssional de cada categoria, com treinamento especí�co para esta
atividade, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro, farmacêutico, podendo, ainda, incluir pro�ssionais de
outras categorias a critério das unidades de saúde (Brasil, 2000; Brasil, 1998).
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As principais resoluções e portarias que regulamentam a TN nos serviços de saúde e que apresentam os
principais conceitos, de�nições e especi�cações são: a RDC nº 63, de 2000, e mais recentemente, a RDC nº
503, de 2021, para sanar dúvidas em Terapia Nutricional Enteral (TNE) e, para Terapia Nutricional Parenteral
(TNP), existe a Portaria nº 272, de 1998 (Brasil, 2021; Brasil, 2000; Brasil, 1998).
Para identi�cação precoce dos pacientes em risco nutricional ou desnutridos e candidatos à TN, uma vez
Ver anotações
a realização da triagem nutricional a partir de ferramentas, como NRS 2002 (Nutritional Risk Screening) e
MST (Malnutrition Screening Tool). Já para avaliação do estado nutricional, recomenda-se a realização da
Avaliação Subjetiva Global (ASG) ou critérios GLIM (Global Leadership Initiative on Malnutrition). Destaca-se a
campanha “Diga Não à Desnutrição”, uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral
(BRASPEN) que visa tornar de conhecimento público a prevalência e os problemas causados pela
desnutrição hospitalar.
Parenteral e Enteral (ESPEN), da Associação Dietética Americana (ADA) e das Diretrizes Canadenses, que são
as principais diretrizes e guidelines que envolvem a conduta necessária para a prática da terapia nutricional
enteral e parenteral.
Olá, aluno! Neste vídeo, foram reunidas as principais informações sobre o conteúdo apresentado nesta
unidade. Nele, constam os conceitos gerais, indicações e vias de acesso da Terapia Nutricional Enteral e
Parenteral, assim como as atribuições e dos membros da EMTN. Além disso, você revisará as principais
resoluções, portarias e diretrizes nacionais e internacionais que regem a TN. Recapitularemos também as
Para contextualizar sua aprendizagem, imagine que você acabou de ser contratado por um hospital (já
regulamentado de acordo com a RDC nº 63, de 2000, a RDC nº 503, de 2021, e a Portaria nº 272, de 1998)
para fazer parte da Equipe Multipro�ssional de Terapia Nutricional (EMTN). Você realizará a admissão
nutricional em uma unidade aberta (enfermaria) do seguinte paciente candidato à terapia nutricional: C.A.P.,
71 anos, sexo masculino, admitido na enfermaria, após alta da UTI após Acidente Vascular Cerebral (AVC).
No momento, evolui hemodinamicamente estável, acamado, afebril, contactante, mas não verbaliza. Família
nega Diabetes, mas a�rma que ele apresenta diagnóstico de HAS há 10 anos. dejeções
ausentes há dois dias, ausência de vômitos e outros sintomas do TGI. normal. Aguarda
exames de imagem para determinar alta para casa. peso estimado: 50 kg;
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12 mg/dl (VN: 13 a 16 mg/dL); VCM – 78 � (VN: 80 – 100f l); HCM – 25 pg (VN: 26 – 324 pg); CHCM –29g/dL
(VN: 31 a 36 g/dL); Glicemia – 78 mg/dl (65 – 110 mg/dL); Ureia – 22 mg/dl (VN: 16 a 45 mg/dL); Creatinina –
Ver anotações
0,9 mg/dl (VN: 0,8 a 1,3 mg/dL); PCR – 7mg/dL (VN: < 3mg/dL). paciente tem di�culdade
de deglutir desde episódio de AVC há sete dias, e vem com ingestão alimentar abaixo de 50% das suas
necessidades nutricionais. Médico, após fonoaudiólogo detectar disfagia, determina via de alimentação e
liga para setor de Nutrição, solicitando prescrição nutricional. a unidade hospitalar utiliza a
NRS-2002 como ferramenta para detectar risco nutricional e critérios GLIM para diagnóstico de desnutrição.
Para solucionar esse estudo de caso, lembre-se de tudo aprendido na unidade sobre os conceitos
gerais em Terapia Nutricional, bem como situações e contextos em que ela é indicada, assim como a
melhor via e forma de administração e quais as atribuições do nutricionista e dos membros da EMTN.
Além disso, não se esqueça das resoluções e portarias que regulamentam a TN nas unidades de saúde.
Para determinar os requerimentos nutricionais, lembre-se das diretrizes, tanto internacionais quanto
nacionais, como as da Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral (BRASPEN), que, inclusive,
Para estimar as necessidades energéticas, você poderá usar diferentes métodos, lembrando-se de que
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Para solucionar este estudo de caso, você deverá relembrar o que foi apresentado em relação aos conceitos
gerais em Terapia Nutricional na Unidade 1.
conseguem ou não comerão o su�ciente por via oral para sustentar suas necessidades nutricionais por mais
Ver anotações
de alguns dias), já que, após o AVC, �cou com di�culdade de se alimentar por via oral, apresentando como
sequela a disfagia, detectada pelo pro�ssional habilitado (o fonoaudiólogo). Sendo assim, o médico deve ter
indicado Terapia Nutricional via acesso venoso (nutrição parenteral), porque o paciente tem o trato
gastrointestinal íntegro, apenas por uma disfunção neuromotora no mecanismo da deglutição está
de�ciência nutricional e a evolução de cada paciente. Ao aplicar a NRS 2002, foi identi�cado risco nutricional
no paciente:
• Estado nutricional: IMC < 18,5 kg/m2 + prejuízo das condições gerais (paciente apresenta IMC de 17,3 kg/
m 2) = (apesar de também apresentar ingestão oral entre 25 e 60% das necessidades normais na
Soma-se 1 ponto referente à idade do paciente (71 anos), total da NRS 2002 = . Portanto,
paciente apresenta tanto ingestão oral insu�ciente na última semana (<50% das necessidades nutricionais) e
kg/m2 e depleção de massa muscular pela CP. De acordo com os pontos de corte, apresenta
Por �m, para determinar os requerimentos nutricionais do paciente, você poderá recorrer tanto à Diretriz
BRASPEN de Terapia Nutricional no Envelhecimento (2019) quanto à Diretriz de Terapia Nutricional nas
Doenças Neurodegenerativas (2022). Elas preconizam a regra de bolso para determinar as necessidades
energéticas. De acordo com a regra de bolso para promover ganho de peso = 35 Kcal/KgP/dia,
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das DRIs.
Ver anotações
15 minutos
. Aprova o Regulamento Técnico para �xar os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição
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