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TERAPIA NUTRICIONAL

ENTERAL
DISCIPLINA: TÉCNICA DIETÉTICA APLICADA A PRÁTICA CLÍNICA
PROF.ª ESP. NAIANE LIMA
CRUZEIRO DO SUL
2021
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL

Quando o trato gastrintestinal está em


funcionamento, a nutrição enteral é uma forma
de recuperar ou, em casos de danos
repentinos, de manter um estado nutricional
ótimo.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
A impossibilidade de fornecer nutrientes
necessários para atender às exigências metabólicas
é uma preocupação séria em se tratando de
pacientes clínicos e cirúrgicos. Pessoas com doenças
crônicas, como acidente vascular cerebral e câncer
ou ferimentos traumáticos estão particularmente
em risco, assim como os idosos, que são
especialmente vulneráveis às complicações
decorrentes da desnutrição.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
A Terapia Nutricional é um serviço de alta complexidade em terapia nutricional
enteral e parenteral. Entende-se por terapia nutricional o conjunto de
procedimentos terapêuticos que visam à manutenção ou recuperação do estado
nutricional por meio da nutrição enteral ou parenteral, realizada em pacientes
incapazes de satisfazer adequadamente suas necessidades nutricionais e
metabólicas.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
Triagem Nutricional

Avaliação nutricional dos pacientes em risco nutricional ou desnutridos

Cálculo das necessidades nutricionais.

Indicação da Terapia Nutricional a ser instituída

Monitoramento/acompanhamento nutricional

Aplicação dos indicadores de qualidade na Terapia Nutricional


TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
TRIAGEM NUTRICIONAL
O processo mais coerente da abordagem nutricional do indivíduo inicia-se com
a triagem nutricional. A triagem nutricional deve ser de acordo com a rotina de
cada estabelecimento de serviço ambulatorial ou hospitalar.
Identificar fatores de risco para desnutrição, possibilitando intervenção
nutricional precoce e melhor alocação de recursos (BEGHETTO et al., 2008).
Segundo a Academy of Nutrition and Dietetics (AND), a triagem nutricional é
processo simples e rápido, que deve ser realizado na admissão para identificar
indivíduos desnutridos ou em risco.
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TRIAGEM NUTRICIONAL
A – Em adultos: Idade maior ou igual a 20 anos e menor que 60 anos de idade.
NRS 2002.
MUST 2000.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
A segunda parte da triagem leva em consideração alguns fatores importantes:
Avalia a porcentagem de perda de peso em um período determinado.
Avalia a ingestão alimentar.
Considera a gravidade da doença.
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B- Idade igual ou maior a 60 anos.
 MAN A MAN (Miniavaliação Nutricional)
Forma Reduzida tem sensibilidade, especificidade e acurácia na identificação de risco
nutricional em idosos. É método de triagem sensível para identificar risco nutricional e
desnutrição em estágio inicial, uma vez que inclui aspectos físicos e mentais que afetam
o estado nutricional do idoso, além de aspectos dietéticos (AGUILAR-NASCIMENTO,
2011).
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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Uma vez que a triagem tenha identificado o risco nutricional, o próximo passo
é a realização da avaliação nutricional detalhada, para quantificar o problema.
A AGS é método clínico que avalia o estado nutricional baseado em
características da história e exame físico do paciente. É composta por anamnese,
que engloba aspectos da história nutricional como perda de peso recente,
alteração na ingestão alimentar, sintomas gastrointestinais e exame físico
simplificado para aspectos nutricionais. É técnica eficiente, rápida, prática, de
baixo custo, não invasiva e que não demanda o uso de aparelhos, além de ter
sensibilidade e especificidade apropriadas
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS
Para o cálculo das necessidades nutricionais, é preciso considerar a idade, o
estado nutricional do indivíduo, a enfermidade de base e o estado metabólico,
assim como os sintomas presentes.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
INDICAÇÃO DA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL
A indicação de nutrição enteral (NE) deve estar associada ao funcionamento do trato
gastrointestinal (TGI) + ingestão via oral (IVO) insuficiente + grau de desnutrição/
catabolismo/percentual de perda de peso e presença de disfagia.
Nutrição Enteral: Em geral, deve ser indicada para indivíduos com IVO <60% da recomendação.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
A nutrição enteral é uma alternativa para a ingestão de alimentos e pode ser
feita através de uma sonda posicionada ou implantada no estômago, duodeno ou
jejuno. Os alimentos estão na forma líquida ou em pó e contém o mesmo valor
nutricional ( proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais ) que uma
alimentação normal e equilibrada.
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CASEIRA INDUSTRIALIZADA
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
CASEIRA:
Dieta preparada a base de alimentos na sua forma original ( in natura ) que deverá ser
liquidificada, coada e ser administrada apenas em pacientes que possuem gastrostomia.
Caso seja administrada via sonda nasoenteral, necessitará de maior diluição para passar
pelo tubo fino, neste caso haverá perda de nutrientes. Deverá ser preparada seguindo
uma série de recomendações, a fim de evitar contaminação.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
INDUSTRIALIZADA:
É uma dieta pronta, completa em nutrientes e balanceada, onde há menores chances
de contaminação. Pode ser encontrada na forma de:
 Pó: necessitando de reconstituição ou diluição com água.
Líquidas em Sistema Aberto: prontas para uso, devendo ser envasada em um frasco
plástico ( descartável);
Líquidas em Sistema Fechado: prontas para uso, sendo necessário somente conectar o
equipo diretamente no frasco da dieta.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
É IMPORTANTE QUE AS EMBALAGENS DAS DIETAS SEJAM MANTIDAS EM
LUGAR FRESCO E SECO.
AS DIETAS INDUSTRIALIZADAS NÃO DEVEM SER AQUECIDAS, DEVE SER
ADMINISTRADO EM 04 HS, APÓS A DILUIÇÃO ( NO CASO EM PÓ)
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TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
As dietas enterais podem ser administrada de FORMA INTERMITENTE OU CONTÍNUA,
de acordo com a tolerância digestiva do paciente . A forma intermitente é mais parecida
com a alimentação habitual. Consiste em administrar cerca de 250 ml de dieta enteral
de 5 à 8 vezes ao dia. O volume de cada etapa deverá ser proposto em função do
volume total no dia e da tolerância digestiva do paciente.

BOLUS GRAVITACIONAL
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
BOLUS
Administração da dieta enteral com o auxílio de uma seringa de 50 ml.
Método que deve ser utilizado com muito rigor para evitar transtornos digestivos
devido a uma administração rápida demais.
Procedimento: aspirar a dieta com a seringa; conectar a seringa na sonda. Lentamente
empurrar o êmbolo da seringa, para que aos poucos a dieta seja infundida. Não
ultrapassar 20 ml por minuto;
Após a administração de cada etapa da dieta enteral, aspirar 20 ml de água com a
seringa e injetar na sonda para lavá-la
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
GRAVITACIONAL
Administração da dieta em frasco por gotejamento, suspenso em suporte.
Permite uma utilização mais lenta que o bolus e muitas vezes é melhor tolerada.
Procedimento: conectar o equipo ao frasco plástico descartável ou diretamente
no frasco da dieta ( se for o sistema fechado ). A pinça do equipo deve estar
fechada. Abrir a pinça para permitir que o líquido escorra até o outro extremo
do equipo, fechar a pinça, conectar o extremo do equipo na sonda e regular a
velocidade de administração com o equipo.
Deve ser administrado no mínimo em 01 h.
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ADMINISTRAÇÃO CONTÍNUA
A forma contínua consiste numa administração por gotejamento contínuo com
bomba de infusão. A dieta pode ser administrada em períodos de 12 a 24 hs em
função da necessidade do paciente.
PROCEDIMENTO: conectar o equipo da bomba com a pinça fechada ao frasco
da dieta enteral. Suspender o frasco pelo menos 60 cm acima da cabeça do
paciente. Abrir a pinça para permitir que a dieta corra até o outro extremo do
equipo. Fechar a pinça. Colocar o equipo na bomba de infusão e seguir as
instruções corretas de cada bomba. Conectar o extremo do equipo à sonda e
regular a velocidade de administração da dieta enteral. Abrir a pinça do equipo e
iniciar a infusão.
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SONDA: tubo fino ( sonda gástrica ou entérica ) ou mais calibroso ( sonda de
gastrostomia ou jejunostomia ) e flexível, de material tipo poliuretano ou silicone que
permite ao alimento chegar ao estômago ou intestino.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
FRASCO PLÁSTICO: ( para dietas de sistema aberto ). Recipiente de plástico, graduado,
com capacidade para 300 ou 500 ml, para acondicionamento da dieta enteral.
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SERINGA DE 50 ML: para higienização da sonda.
ESPARADRAPO HIPOALERGÊNICO: para fixação da sonda.
ÁGUA FILTRADA E/OU FERVIDA: em temperatura ambiente.
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BOMBA DE INFUSÃO: ( se solicitado pela equipe que acompanhará o
paciente): Equipamento que controla o volume de dieta enteral a ser infundido
no paciente.
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ORIENTAÇÃO PARA UMA ADMINISTRAÇÃO CORRETA DA DIETA ENTERAL
SE O PACIENTE ESTIVER ACAMADO
Eleve a cabeceira da cama de 30 a 45 graus, durante a administração da dieta;
Mantenha o paciente nesta posição de 20 a 30 minutos após a infusão da dieta,
se a administração for intermitente ou por bolus ( com seringa );
Se o paciente estiver recebendo nutrição enteral de forma contínua, mantenha
a cabeceira da cama elevada durante todo o tempo de 30 a 45
SE O PACIENTE NÃO ESTIVER ACAMADO
Mantenha o paciente sentado durante toda a administração da dieta.
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FÓRMULAS NUTRICIONAIS
Recomenda-se que as formulações sejam pré-qualificadas de forma a atender
as diferentes realidades locorregionais, podendo ser a forma de apresentação
em pó ou líquida, em litro ou quilograma, devendo conter no descritivo, quando
necessário, a forma de apresentação da embalagem.
Dieta enteral líquida, polimérica e hipercalórica,
com adição de fibras solúveis e insolúveis.
O Fresubin Energy Fibre 1.5 é uma dieta enteral
líquida, polimérica, nutricionalmente completa,
hipercalórica (1,5 Kcal/ml). Com distribuição
calórica de 15% de proteína (caseinato e
proteína isolada de soja), 50% de carboidrato
(maltodextrina) e 35% de lipídio (óleo de
canola, óleo de girassol de alto teor oléico e
óleo de peixe com alto teor de ômega 3 EPA e
DHA). Com adição de fibras solúveis e
insolúveis e isenta de sacarose e glúten.
Osmolaridade de 325mOsm/l. Produto similar
ao Isosource 1.5 e Trophic 1.5.
•Suplemento em pó nutricionalmente completo que
auxilia no controle da glicemia, com formulação
hipercalórica e hiperprotéica.
•Contribuem para a redução dos picos de glicose no
sangue, como por exemplo, um carboidrato com
absorção mais lenta.
•Fonte de fibras.
•Suplemento que não deve ser usado para
substituir a alimentação diária, devendo ser usado
apenas como complemento.
•Além disso, não pode ser usado em pessoas que se
alimentam por sonda
Nutri Renal 2.0 1L é um alimento para situações
metabólicas especiais para nutrição enteral ou oral
especialmente desenhada para pacientes com
função renal comprometida e que não esteja em
diálise. Não contém Glúten. Isento de lactose e
sacarose.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
Determine a necessidade energética total do paciente;
Escolha se a dieta oferecida será normocalórica ou hipercalórica (densidade energética da
fórmula enteral);
Calcule o volume total da dieta enteral para que se obtenha o valor energético proposto. Para
isso, basta dividir o valor energético total pela densidade energética da fórmula enteral. Por
exemplo: se o valor calórico total é de 1200 Kcal e a fórmula tem densidade calórica de 1,0
Kcal/ml, basta dividirmos 1200 por 1 e obter o resultado de 1200, ou seja, serão necessários
1200 ml para ofertar as 1200 calorias ao paciente.
Determine se a dieta será oferecida pelo método intermitente ou contínuo;
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
No caso da alimentação intermitente, a administração da dieta deve ser iniciada com um
volume baixo (60 ml a 100 ml) até atingir a concentração total diária, dividindo-se o volume total
por 6 a 8 infusões (a cada 3 ou 4 horas, por exemplo), dependendo da aceitação e necessidade
do paciente. Exemplo: o paciente receberá a dieta 7 vezes ao dia, no primeiro dia, será ofertado
60ml por horário, totalizando 420ml no final do dia; no segundo dia receberá 70 ml por horário,
totalizando 490ml no dia, e assim por diante até que se atinja os 1200ml que o paciente precisa
receber por dia;
Quando a infusão for contínua, deve-se iniciar a administração da dieta com 10 ml/hora a 40
ml/hora, com aumento de 10 ml a 20 ml a cada 8 a 12 horas, conforme tolerância do paciente.
Assim, se no primeiro dia forem oferecidos 20ml por hora e o paciente receber dieta por 20h,
serão oferecidos 400ml da dieta em 1 dia.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
Percebe-se que podem ser necessários alguns dias para que o paciente receba o total
de energia necessário a sua recuperação, portanto, o quando antes for iniciada a TNE,
melhor.
A TNE deve fornecer no mínimo 50% a 65% das necessidades energéticas do paciente,
durante a primeira semana de hospitalização, para que se possa obter os benefícios
clínicos.
Se o fornecimento de 100% das necessidades calóricas não puder ser atingido dentro
de 7 a 10 dias por meio da NE, a complementação com nutrição parenteral pode ser
considerada
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
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