Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. AUTORES
Saulo Leite de Paula
Ana Cecilia C. Martins S. Mourão
Arnaldo Aires Peixoto Júnior
Luiz Barbosa as Silva Neto
Gabrielle Mendes Gott
2. INTRODUÇÃO
A Assistência Nutricional é fundamentada nos protocolos apropriados para rastreamento, avaliação e
conduta, com o objetivo de evitar desnutrição intra – hospitalar, possibilitando uma intervenção adequada de
forma a auxiliar na recuperação e/ou manutenção do estado nutricional dos pacientes (SOBOTKA, 2008 &
CUPPARI, 2005).
A doença crítica normalmente é associada a um estado de estresse catabólico em que os pacientes
geralmente demonstram uma resposta inflamatória sistêmica. Esta resposta é associada às complicações
infecciosas, aumento de morbidade, multi-disfunções de órgãos, hospitalização prolongada e mortalidade. O
apoio nutricional à população crítica é essencial para fornecer combustíveis exógenos para o paciente em
toda a fase de estresse e preservar a massa muscular, atenuando o hipermetabolismo, preservando lesões
celulares oxidativas e modulando resposta imune (ASPEN, 2016).
A Terapia Nutricional Enteral compreende um conjunto de procedimentos terapêuticos para a
manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente, por meio da ingestão controlada de nutrientes
(DAVID M. C, 2001). Essa terapia tem se difundido rápida e progressivamente graças à precocidade na
indicação de seu uso, com o intuito de oferecer nutrientes necessários a pacientes com alto catabolismo,
sendo a primeira opção de escolha na prevenção da desnutrição hospitalar, na impossibilidade de se
implementar a ingestão oral. Essa difusão está ocorrendo, em razão do aprimoramento do arsenal utilizado
para sua administração, como a formulação enteral industrializada, cumprindo rigoroso controle no padrão
microbiológico; o emprego de bombas de infusão específicas para a Terapia Nutricional Enteral, propiciando
controle adequado do volume administrado e a qualidade das sondas para reduzir as intercorrências tanto na
passagem como durante a manutenção destas (MATSUBA C. S. T, 2003).
Embora a TN não reverta o hipercatabolismo, ela permite manter o doente em melhores condições e
por mais tempo, enquanto se corrige sua causa, atuando na doença básica, com medidas específicas. Os
objetivos da TN incluem a correção da desnutrição prévia, a prevenção ou atenuação da deficiência calórico-
proteica que costuma acontecer durante a evolução da enfermidade que motivou a hospitalização,
equilibrando o estado metabólico com a administração de líquidos, nutrientes e eletrólitos com diminuição da
morbidade com a consequente redução do período de recuperação (FISBERG et al., 2005).
A nutrição precoce favorece inúmeros benefícios ao paciente grave, como a restauração e manutenção
da função imunológica do intestino e sistêmica, além da integridade morfofuncional do intestino, previne
translocação bacteriana e hemorragia digestiva, mantém o fluxo esplâncnico e possibilita uma melhor tolerância
na administração precoce de dieta oral convencional (DUARTE & CASTELLANI, 2003).
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.NTR.004 - Página 2/17
Emissão: 29/06/2018
Título do Documento: TERAPIA NUTRICIONAL EM ADULTAS
Revisão Nº: 01 – 27/10/2018
6. CONTRAINDICAÇÕES EM TNE
Doença terminal (relativo);
Obstrução intestinal mecânica ou pseudo-obstrução;
Sangramento gastrointestinal intenso;
Vômitos incoercíveis;
Diarreia profusa;
Fístulas intestinais de alto débito;
Íleo prolongado;
Hiperêmese gravídica.
Adaptado de WAITZBERG, 2009.
8.1 CONDUTA
Monitorar aceitação de dieta e adequação de necessidades calórico-protéicas, modificando quando
necessário;
Reavaliação nutricional em 7 dias, se permanecer internado.
Monitorar aceitação de dieta e adequação de necessidades calórico-protéicas, modificando quando
necessário.
Parâmetro Método
Peso atual Pesagem direta ou peso estimado
Estatura Mensuração direta ou altura do joelho ou recumbente
Peso Habitual Relatado pela paciente ou acompanhante
Peso ideal IMC ideal (adulta: 20,8 ; Idosa 24,5) x Altura²
Adequação de peso (Peso atual x 100) / peso ideal
Peso Ajustado (peso ideal – peso atual) x 0,25 + peso atual
Circunferência do Braço Realizada no ponto médio entre o acrômio e o olecrano, com
o indivíduo em pé e o braço relaxado ao longo do corpo.
Circunferência da Panturrilha Realizada na perna esquerda, que deve estar posicionada
90° , medida na parte mais protuberante.
Obs1: Peso estimado e altura do joelho serão utilizados apenas para pacientes sem possibilidades de
deambulação.
Obs 2: Utilizar peso ajustado para pacientes com adequação de peso <95% ou >115% em unidades abertas
e peso ideal para pacientes obesas em UTI.
IDOSOS
IMC(kg/m2) DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
22 BAIXO PESO
22-27 ADEQUADO OU EUTRÓFICO
27 SOBREPESO
LIPSCHITZ, 1994
Negra Branca
19-60 anos: 68,10 + [1,86 X AJ* (cm) ] - [0,06x I* 19-60 anos: 70,25 + [1,87 x AJ* (cm) ] – [0,06 x I*
(anos) ] (anos) ]
> 60 anos: 58,72 + (1,96 x AJ*) > 60 anos: 75 + (1,91 x AJ*) – (0,17 x idade)
Negra Branca
19-59 anos: (AJ x 1,24) + (CB x 2,97) - 82,48 19-59 anos: (AJ x 1,01) + (CB x 2,81) - 66,04
60-80 anos: (AJ x 1,50) + (CB x 2,58) - 84,22 60-80 anos: (AJ x 1,09) + (CB x 2,86) - 65,51
CHUMLEA, 1988
Obs.: Usar peso atual ou peso ajustado para pacientes com adequação de peso <95% ou >115% CUPARI,
2014.
Sim Não
Consegue
Consegue ingerir/absorver
ingerir/absorver
nutrientes intactos?
nutrientes intactos?
Sim Não Não
Sim
Sim* Não*
- Causas infecciosas (pesquisa de toxina A e B - Critério para probiótico (se paciente não
do Clotridium difficile) crítico).
Nutricionista
3º DIA - Suspender a dieta por 4 horas (ou 1 dieta) e - Reavaliação da intervenção anterior
Se persistência reiniciar com metade do volume da dieta
de diarreia anterior
Iniciar com 50% das necessidades energéticas da paciente e aos finais de semana e feriados:
Observações:
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
19. LACEY, K.; PRITCHETT, E. Nutrition care process and model: ADA adopts road map to quality care
and outcomes management. J Am Diet Ass, v. 103, p. 1061-72, 2003.
20. LIPSCHITZ, D. A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary Care, v. 21, n. 1, p. 55-67,
1994.
21. MARTINS, C.; CARDOSO, S. P. Terapia Nutricional Enteral e Parenteral: Manual de Rotina Técnica.
Curitiba: Nutroclínica, 2000.
22. MCCLAVE, S. A..; TAYLOR, B, E.; MARTINDALE, R. G.;WARREN, M. M. Guidelines for the Provision
and Assessment of Nutrition Support Therapy in the Adult Critically Ill Patient: Society of Critical Care
Medicine (SCCM) and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (A.S.P.E.N.). JPEN; v.
40, n. 2, p. 2-53, July, 2016.
23. ROSA, M.; HEYLAND, D. K.; FERNANDES, D.; RABITO, E. I.; OLVEIRA, M. L.; MARCADENTI, A.
ESPEN Board of Directors and the Clinical Guidelines Task Force. Guidelines for the use of parenteral
and enteral nutrition in adult and pediatric patients. JPEN, v. 26 (1 Suppl), p. 1SA-138SA, 2002.
24. SOBOTKA, L. Bases da Nutrição Clínica. 3 ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2008.
25. THE EUROPEAN SOCIETY FOR CLINICAL NUTRITION AND METABOLISM. Translation and
adaptation of the NUTRIC Score to identify critically ill patients who benefic the most from nutrition
therapy, Clinical Nutritional ESPEN 14, p. 31-66, Apr, 2016.
26. TOLEDO, D; CASTRO, M. Terapia Nutricional em Uti. 1 ed. Rio de janeiro: Rubio, 2015.
27. WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3ª ed. São Paulo: Atheneu,
2006.
28. WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 4ª ed. São Paulo: Atheneu,
2009.
29. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: preventing and managing the global epidemic.
30. WHO Technical Report Series, Geneva, jun, 1997.
31. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: preventing and managing the global epidemic.
32. WHO Technical Report Series, Geneva, n. 894, 1998 (Technical Report Series, n. 894).
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.NTR.004 - Página 15/17
Emissão: 29/06/2018
Título do Documento: TERAPIA NUTRICIONAL EM ADULTAS
Revisão Nº: 01 – 27/10/2018
ANEXO 1
VERSÃO REDUZIDA
______________________________
Nutricionista
ANEXO 2
Idade: Altura:
Diagnóstico: % peso:
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.NTR.004 - Página 16/17
Emissão: 29/06/2018
Título do Documento: TERAPIA NUTRICIONAL EM ADULTAS
Revisão Nº: 01 – 27/10/2018
FASE 1
Sim Não
1. Apresenta IMC < 20,5?
2. Houve perda de peso nos últimos três meses?
3. Houve redução na ingestão alimentar na última semana?
4. Portador de doença grave, mau estado geral ou em UTI?
Sim: Se a resposta for “sim” para qualquer questão, continue e preencha a fase 2.
Não: se a resposta for “não” para todas as questões, reavalie o paciente semanalmente.
Se for indicada uma cirurgia de grande porte, continue e preencha a fase 2.
FASE 2
Gravidade da doença (aumento das
Prejuízo de estado nutricional
necessidades)
Ausente Ausente Necessidades nutricionais
Estado nutricional normal
Escore 0 Escore 0 normais
Fratura do quadril, pacientes
Perda de peso > 5% em três
crônicos, em particular com
Leve meses ou ingestão alimentar de Leve
complicações agudas, cirrose,
Escore 1 50% a 75% das necessidades Escore 1
DPOC, hemodiálise crônica,
calóricas na última semana
diabetes e câncer
Perda de peso > 5% em dois
meses ou IMC entre 18,5 e 20,5 +
Cirurgia abdominal de grande
Moderado queda do estado geral ou ingestão Moderado
porte, fraturas, pneumonia
Escore 2 alimentar de 60% das Escore 2
grave, leucemias e linfomas
necessidades calóricas na última
semana
Perda de peso > 5% em um mês (>
15% em três meses) ou IMC < 18,5
Transplante de medula óssea,
Grave + queda do estado geral ou Grave
pacientes em cuidado intensivo
Escore 3 ingestão alimentar de 0% a 25% Escore 3
(APACHE > 10)
das necessidades calóricas na
última semana
Soma dos
+ = ESCORE TOTAL
escores
Escore ≥ 3: o paciente está nutricionalmente no limite de risco e o cuidado nutricional é indicado.
Escore < 3: reavaliar o paciente semanalmente. Se o paciente tem indicação para cirurgia de grande
porte, considerar plano de cuidado nutricional para evitar riscos associados.
Escore 1 = paciente com doença crônica, admitido no hospital devido às complicações. O paciente
está fraco, mas sai da cama regularmente. As necessidades de proteínas são maiores, mas podem ser
supridas por alimentação ou suplementação oral na maioria dos casos.
Escore 2 = paciente acamado devido à doença, após cirurgia abdominal de grande porte. As
necessidades de proteínas são consideravelmente maiores, mas podem ser compensadas através de
alimentação artificial (NE ou NP), necessária em muitos casos.
Escore 3 = paciente em cuidado intensivo com ventilação assistida. Maior necessidade de proteínas
pode ser parcialmente compensada por alimentação artificial. O catabolismo protéico e a perda de nitrogênio
podem ser significativamente atenuados.
Se a idade do paciente for maior ou igual a 60 anos, na utiliza a classificação de risco nutricional (NRS
2002 modificado), soma-se mais 1 ponto.
Resultado NRS:________________________ _________________________
Nutricionista
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.NTR.004 - Página 17/17
Emissão: 29/06/2018
Título do Documento: TERAPIA NUTRICIONAL EM ADULTAS
Revisão Nº: 01 – 27/10/2018