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Nutrição

Enteral
e Parenteral

Profª. Dra. Susy Barros


Universidade Federal do Amapá
Dietas de acordo com valor nutricional

● Dieta hiperprotéica e hipoprotéica


● Dieta hipercalórica: VCT> 3000 kcal
● Dieta hiperglicídica ou hiperhidrocarbonada
● Dieta hipocalórica
● Dieta hipogordurosa ou hipolipídica
● Dieta hipossódica
● Dieta assódica: hipertensos graves e doenças renais
● Dieta neutropênica
De acordo com a consistência dos alimentos, as dietas hospitalares são:

● Dieta líquida de prova


● Dieta liquida: requerendo o mínimo de trabalho digestivo.
● Dieta líquida-pastosa: pré e pós operatório, em situações em que se
devem poupar o trabalho gastrointestinal, doenças infecciosas e
febris, pacientes com dificuldade de mastigação e deglutição de
alimentos sólidos.
● Dieta pastosa: alimentos de consistência cremosa, minimizando assim
o trabalho digestivo.
● Dieta branda: é normal em calorias e nutrientes, com condimentação
suave, indicadas em patologias do aparelho digestivo, em pos
operatório na transição para dieta normal e para convalescentes pela
facilidade de digestão.
● Dieta ZERO
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE TERAPIA NUTRICIONAL
(EMTN)

● Os requisitos mínimos exigidos para a prática da terapia nutricional


enteral e parenteral são estabelecidos pela ANVISA e pelo
Ministério da Saúde (MS), através da resolução nº 63/00 e portaria
272/98, respectivamente.

● Essas legislações definem a EMTN como: “grupo formal e


obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional de cada
categoria, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro e
farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras
categorias, habilitados e com treinamento específico para a prática
da Terapia Nutricional” (BRASIL, 1998; BRASIL, 2000).
Atribuições do Médico

● Art. 72. Compete ao médico:


● I - indicar e prescrever a TNE;
● II - assegurar o acesso ao trato gastrointestinal para a TNE e
estabelecer a melhor via, incluindo estomias de nutrição por via
cirúrgica, laparoscópica e endoscópica;
● III - orientar os pacientes e os familiares ou o responsável legal,
quanto aos riscos e benefícios do procedimento;
● IV - participar do desenvolvimento técnico e científico relacionado ao
procedimento;
● V - garantir os registros da evolução e dos procedimentos médicos.
Atribuições do Nutricionista

● Art. 73. Compete ao nutricionista:


● I - realizar a avaliação do estado nutricional do paciente, utilizando
indicadores nutricionais subjetivos e objetivos, com base em
protocolo pré-estabelecido, de forma a identificar o risco ou a
deficiência nutricional;
● II - elaborar a prescrição dietética com base nas diretrizes
estabelecidas na prescrição médica;
● III - formular a NE estabelecendo a sua composição qualitativa e
quantitativa, seu fracionamento segundo horários e formas de
apresentação;
● IV - acompanhar a evolução nutricional do paciente em TNE,
independente da via de administração, até alta nutricional
estabelecida pela EMTN;
● V - adequar a prescrição dietética, em consenso com o médico, com
base na evolução nutricional e tolerância digestiva apresentadas
pelo paciente;
● VI - garantir o registro claro e preciso de todas as informações
relacionadas à evolução nutricional do paciente;
● VII - orientar o paciente, a família ou o responsável legal, quanto à
preparação e à utilização da NE prescrita para o período após a alta
hospitalar;
Atribuições do Nutricionista
● VIII - utilizar técnicas pré-estabelecidas de preparação da NE que assegurem a
manutenção das características organolépticas e a garantia microbiológica e
bromatológica dentro de padrões recomendados na BPPNE (Capítulo V);
● IX - selecionar, adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, os insumos
necessários ao preparo da NE, bem como a NE industrializada;
● X - qualificar fornecedores e assegurar que a entrega dos insumos e NE
industrializada seja acompanhada do certificado de análise emitido pelo fabricante;
● XI - assegurar que os rótulos da NE apresentem, de maneira clara e precisa, todos os
dizeres exigidos na Subseção IV – Rotulagem e Embalagem, da Seção V da BPPNE
(Capítulo V).
● XII - assegurar a correta amostragem da NE preparada para análise microbiológica,
segundo as BPPNE; XIII - atender aos requisitos técnicos na manipulação da NE; XIV
- participar de estudos para o desenvolvimento de novas formulações de NE;
● XV - organizar e operacionalizar as áreas e atividades de preparação;
● XVI - participar, promover e registrar as atividades de treinamento operacional e de
educação continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores, bem como para
todos os profissionais envolvidos na preparação da NE;
● XVII - fazer o registro, que pode ser informatizado, onde conste, no mínimo: a)
data e hora da manipulação da NE; b) nome completo e registro do paciente; c)
número sequencial da manipulação; d) número de doses manipuladas por
prescrição; e) identificação (nome e registro) do médico e do manipulador; e f)
prazo de validade da NE.
● XVIII - desenvolver e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos
aos aspectos operacionais da preparação da NE; e
● XIX - supervisionar e promover autoinspeção nas rotinas operacionais da preparação
Atribuições do enfermeiro

● Art. 74. Compete ao enfermeiro:


● I - orientar o paciente, a família ou o responsável legal quanto à utilização e
controle da TNE;
● II - preparar o paciente, o material e o local para o acesso enteral;
● III - prescrever os cuidados de enfermagem na TNE, em nível hospitalar,
ambulatorial e domiciliar;
● IV - proceder ou assegurar a colocação da sonda oro/nasogástrica ou
transpilórica.
● V - assegurar a manutenção da via de administração;
● VI - receber a NE e assegurar a sua conservação até a completa
administração;
● VII - proceder à inspeção visual da NE antes de sua administração;
● VIII – avaliar e assegurar a administração da NE observando as informações
contidas no rótulo, confrontando-as com a prescrição médica;
● IX - avaliar e assegurar a administração da NE, observando os princípios de
assepsia, de acordo com as BPANE (Capítulo VI);
● X – detectar, registrar e comunicar à EMTN e ou o médico responsável pelo
paciente, as intercorrências de qualquer ordem técnica e ou administrativa;
● XI - garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à
administração e à evolução do paciente quanto ao: peso, sinais vitais, tolerância
digestiva e outros que se fizerem necessários;
● XII - garantir a troca do curativo e ou fixação da sonda enteral, com base em
procedimentos préestabelecidos;
Atribuições do enfermeiro

● XIII - participar e promover atividades de treinamento operacional


e de educação continuada, garantindo a atualização de seus
colaboradores;
● XIV - elaborar e padronizar os procedimentos de enfermagem
relacionadas à TNE;
● XV – participar do processo de seleção, padronização, licitação e
aquisição de equipamentos e materiais utilizados na
administração e controle da TNE;
● XVI - zelar pelo perfeito funcionamento das bombas de infusão;
● XVII - assegurar que qualquer outra droga e ou nutriente
prescritos, sejam administrados na mesma via de administração
da NE, conforme procedimentos preestabelecidos.
Terapia Nutricional Enteral

Alimentos para fins especiais, com ingestão controlada


de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de
composição definida ou estimada, especialmente
formulada e elaborada para uso por sonda, ou via oral,
industrializado ou não, utilizada exclusivamente ou
parcialmente para substituir ou complementar a
alimentação oral em pacientes desnutridos ou não,
conforme a sua necessidade nutricional , em pacientes
hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese
ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.
Terapia Nutricional Enteral

Vantagens:

• Preservar o funcionamento do TGI

• Mantém o sistema imunológico intestinal

• Mantém a secreção hormonal e o fluxo sanguíneo da


mucosa intestinal

• Reduz o risco de translocação bacteriana

•Baixo custo e alta praticidade


Terapia Nutricional Enteral
Indicações da TNE:
Indicações

● Pacientes em risco de desnutrição e desnutridos, incluindo gestantes, com


ingestão oral inferior a dois terços (67%) das necessidades nutricionais
diárias durante os 5 dias que antecederam a indicação, sem expectativa de
melhoria da ingestão;
● Pacientes clínicos e cirúrgicos com: neoplasias orofaríngeas, gastrointestinais,
pulmonares, esofágicas, cerebrais; inflamação; trauma; cirurgias
gastrointestinais; pancreatite; doenças inflamatórias intestinais; síndrome do
intestino curto;
● Paciente eutrófico com ingestão abaixo de 50% de suas necessidades e perda
de peso >2% em 1 semana;
● Disfagia grave secundária a processos neurológicos e megaesôfago;
● Pacientes com nível de consciência rebaixado;
● Pacientes submetidos a cirurgia maxilo-facial (lesão de face e mandíbula); •
Má absorção, alergia alimentar múltipla;
● Politraumatismo;
● Insuficiência hepática e grave disfunção renal;
● Doença inflamatória intestinal;
● Pancreatite aguda grave com motilidade gastrointestinal preservada;
Terapia Nutricional Enteral
INDICAÇÕES DA TNE EM CRIANÇAS :
❖ Anorexia
❖ Desnutrição
❖ Insuficiência respiratória que impossibilite a alimentação
via oral = fibrose cística
❖ Risco de aspiração (Doença do Refluxo
Gastroesofágico);
❖Atingir ganho ponderal mínimo para realização do
transplante renal.
❖ Pacientes com necessidades energéticas aumentadas
(doença cardíaca congênita, fibrose cística agudizada, pré
ou pós-operatório, queimaduras moderadas e graves,
sepse, trauma)
❖Câncer associado a quimioterapia, radioterapia e cirurgia
❖ Diarreia crônica não específica
❖Distúrbio da sucção/deglutição

❖ Anomalias congênitas
Fissura do palato
Atresia do esôfago (estreitamento/ausência
do esôfago)
Terapia Nutricional Enteral
CONTRA- INDICAÇÕES DA TNE:

❖Doença terminal quando as complicações potenciais


superarem os benefícios;
❖ Diarreia grave e Vômitos (intratáveis);
❖Disfunção TGI ou repouso intestinal
❖ Obstrução do TGI
❖ Íleo paralítico
❖ Hemorragia severa
❖Volume residual gástrico > 400 ml/24h (suspender a
alimentação e reavaliar a tolerância do paciente);
❖ Pancreatite aguda grave sem motilidade
gastrointestinal.
❖ Síndrome do intestino curto do tipo maciça (< de 60 cm
de intestino delgado, sem válvula íleo-cecal e ressecção de
cólon);
❖ Fístulas no TGI de alto débito (> 500 mL/L) =>
comunicações anormais entre duas superfícies epiteliais,
em geral, entre o tubo digestivo e a pele.
❖TN indesejada pelo pct ou responsável legal
Prescrição

 Equipe médica e nutricionistas


 Cálculo da meta nutricional
 Volume, densidade energética e teor protéico
 Via de acesso
 Técnica/método de administração
 Sistema fechado ou aberto
 Escolha da fórmula enteral mais adequada
 Evolução? Gradativa conforme a avaliação da equipe
multiprofissional

Decidido o volume final de dieta enteral a ser infundida, água


filtrada deve ser acrescentada por sonda, em intervalos, de 3
em 3 horas, para suprir as necessidades hídricas.
Vias de administação
Terapia Nutricional Enteral

Tempo
necessário Grau de
consciência
de terapia do paciente
nutricional

Risco de
broncoaspiração

Escolha da via de administração


da TNE
Posição da sonda

● Gástrica ou pré-pilórica

○ Nasogástricas

○ Orogástrica

● Pós-pilórica

○ Nasoentérica

■ Nasoduodenal

Nasojejunal

● Ostomias
Terapia Nutricional Enteral
Tipos de sonda

● SONDA LEVIME
○ 1 Lumen
○ SNG
○ Lavado gástrico
○ Gavagem
○ Descompressão
○ Material mais rígido=> alimentação?
○ Carvão ativado=> fezes escuras

● SONDA DUBBHOFF
○ Mais mole=> Tem fio guia
○ Dieta

Teste de auto escuta


Teste de aspiração
Terapia Nutricional Enteral

SONDAS NASOENTERAIS
Uso em curto prazo < 3 a 4 semanas
Benéficas para processo digestivo

NASOGÁSTRICAS

• Via mais tolerável a grandes volumes


• Progressão rápida do VCT
• Fácil posicionamento
• Confirmação por ausculta de insuflação
de ar ou radiografia

Desvantagens:
• Risco de aspiração em pct idosos e pct
com dificuldade deglutição
• Risco de saída acidental da sonda
Terapia Nutricional Enteral

SONDAS NASOENTERAIS
Uso em curto prazo < 3 a 4 semanas
Benéficas para processo digestivo

NASODUODENAL/JEJUNAL

• Usada em casos de distúrbios de


motilidade gástrica ou refluxo
gastroesofágico, pós-operatório imediato
• Idade avançada
• Menor risco de aspiração
• Menor risco de saída acidental da sonda
Desvantagens:
• Desalojamento acidental, podendo
causar RGE
• Requer dietas normo ou hipoosmolares
• Menores volumes
• Complicações metabólicas
● Passagem de sonda nasogástrica | Sua Saúde na Rede - YouTube
Terapia Nutricional Enteral

OSTOMIAS
❖ É uma comunicação direta do estômago/intestino com o exterior,
criada artificialmente por meio de um procedimento cirúrgico.

❖Uso prolongado de TNE > 4 semanas

❖ Em pacientes ostomizados as sondas de gastrostomias devem ser


posicionadas através de técnicas endoscópicas. O acesso por
jejunostomia deverá ser obtido por cirurgia convencional, endoscopia
ou videolaparoscopia.

❖A gastrostomia endoscópica (GE) é menos invasiva e sua indicação deverá ter


a atuação da EMTN. A realimentação do paciente após a GE pode ser iniciada
nas primeiras 24 horas, sendo obtido o volume dietético total (meta nutricional
prescrita) em até 48 horas. O hospital deverá providenciar a aquisição de kits
de GE para os pacientes que tiverem indicação das mesmas. Na ausência do kit,
será realizada a gastrostomia convencional (cirúrgica).
Terapia Nutricional Enteral
GASTROSTOMIA
• Necessário esvaziamento
•gástrico normal
•Ausência de RGE
• Contra-indicado: obesidade,
ascite, hipertensão portal
Indicações gastrostomia

● Pacientes que necessitam de alimentação via sonda nasoenteral a longo prazo


(mais de 30 dias) com TGI íntegro e funcional
● Pacientes com distúrbios neurológicos, apresentando disfagia, pós-acidente
vascular encefálico ou trauma crânioencefálico, pacientes com tumor cerebral,
paralisia bulbar, doença de Parkinson, paralisia cerebral e esclerose lateral
amiotrófica;
● Pacientes que, mesmo sem disfagia, apresentam doenças crônicas com
necessidade de suplementação nutricional (Síndrome do Intestino Curto,
doença de Crohn, síndromes de má-absorção) ou em pacientes com condições
catabólicas agudas ou crônicas que requerem suporte nutricional
complementar (grandes queimados, SIDA, fibrose cística, doença cardíaca
congênita);
● Pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço;
● Descompressão do trato gastrointestinal, em doentes com obstrução, quando
se preveem riscos de íleo adinâmico ou paralítico
Terapia Nutricional Enteral

JEJUNOSTOMIA Indicado em casos de:

•Risco de RGE
•Risco elevado de aspiração
•Esvaziamento gástrico lento
•Função gastrica anormal
•Cirurgia abdominal
•Incapacidade do TGI superior

Contra-indicado:

•Ascite
•Doença inflamatória intestinal
•Fístulas intestinais
Tipos de dietas
Prescrição da Dieta
Recomendação hídrica

● É importante considerar no volume diário se as necessidades hídricas


foram contempladas e, caso necessário, incluir prescrição de água. A
recomendação para adultos é de 25 - 30 mL/kg/dia.

● febre, diarreia, vômitos


Evolução do Volume e Aporte Calórico

● O volume inicial será determinado conforme prescrição dietoterápica


após avaliação nutricional em concordância com outros
profissionais da equipe médica.
● Como padrão, a dieta administrada pelo método intermitente deve
iniciar com o volume de 150ml em cada horário para pacientes com
sondas entéricas com posição gástrica ou pós-pilórica.
● Em pacientes submetidos à gastrostomia (GT) endoscópica ou
cirúrgica, o volume inicial será de 100 ml em cada horário.
● A densidade calórica (Kcal/ml) das formulações padrão das dietas
enterais varia de 1.0 Kcal/ml a 1.5 Kcal/ml e será determinado
conforme a prescrição dietoterápica do nutricionista.
Progressão de volume

● A progressão do volume deverá seguir o seguinte esquema (conforme


a tolerância e necessidade do paciente):
• Primeiro dia: 150 ml por horário;
• Segundo dia: 200 ml por horário;
• Terceiro dia: 250 ml por horário;
• Quarto dia: 300 ml por horário;
• Quinto dia: 350 ml por horário.

Os volumes também poderão ser evoluídos a cada 8h a 12h, após


avaliação do médico ou nutricionista.

A progressão para volumes superiores a 350 ml deverá ser feita


conforme prescrição do nutricionista ou médico, depois de avaliadas a
tolerância e necessidade do paciente.
Administração de Água

● Utilizar somente água filtrada;


● Passar a água após a administração da dieta para lavar a sonda e
hidratar o paciente;
● Esse volume pode variar de 100 a 200 ml de água após cada etapa da
dieta;
● Em caso do paciente estar com restrição hídrica, deve-se verificar a
quantidade de água a ser administrada após cada etapa da dieta com
o Médico ou Nutricionista.

● A administração de água deverá ser feita após cada etapa, utilizando


outro frasco de dieta limpo;
Tipos de alimentação por TNE
● Caseira: dieta preparada à base de alimentos na sua forma original (in natura) que
deverá ser liquidificada, coada. Desafio?

● Industrializada: é uma dieta pronta, completa em nutrientes e balanceada, em que há


menores chances de contaminação. Pode ser encontrada nas seguintes formas:
○ Pó: necessita de reconstituição ou diluição com água; •
○ Líquida em Sistema Aberto: pronta para uso, devendo ser envasada em um frasco
plástico (descartável);
○ Líquida em Sistema Fechado: pronta para uso, sendo necessário somente conectar
o equipo diretamente no frasco da dieta.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DAS DIETAS OU FÓRMULAS ENTERAIS

Osmolalidade

Fonte e
Densidade
complexidade
calórica
do nutriente

Via de administração e a
fórmula enteral
Dietas ou fórmulas

Podem ser classificadas quanto a complexidade do


nutriente:

1. Fórmulas poliméricas
2. Fórmulas parcialmente hidrolisadas – oligoméricas ou
monomérica
3. Fórmulas industrializadas específicas
4. Módulos industrializados
Fórmulas enterais
→ Osmolalidade
Expressão do número de mili-osmoles por kg de água
(mOsm/Kg de água)

Está relacionada com a tolerância digestiva na TN enteral

Incompatíveis com
sonda enterais
Fórmulas enterais

→ Osmolaridade

As dietas oligoméricas e elementares, por possuírem um


maior número de partículas (sejam elas hidrolisadas, simples
ou eletrólitos), contam com uma maior osmolaridade.
De modo geral, são preferíveis as fórmulas
isotônicas, devido à maior tolerância digestiva.

Em contrapartida, dietas hipertônicas mal administradas


podem causar diarreia osmótica, má absorção, desconforto
abdominal e distensão. Por isso, recomenda-se uma
administração lenta e gradual.
Fórmulas enterais

→ FÓRMULAS ENTERAIS POLIMÉRICA

Consideradas como a abordagem padrão da nutrição enteral


• São nutricionalmente completas
• Compostas por nutrientes quase intactos
Proteína íntegra como fonte nitrogenada
•Carboidratos provenientes de oligossacarídeos, maltodextrina ou
amido
• Lipídeos de óleos vegetais
• Minerais, vitaminas e oligoelementos
• Osmolaridade é próxima dos níveis fisiológicos
(300 mOsm/L)
• Densidade calórica 1,0 – 1,3 kcal/mL

Ex: dietas enterais artesanais e algumas fórmulas industriais


Fórmulas enterais

→ FÓRMULAS ENTERAIS OLIGOMÉRICAS OU MONOMÉRICAS


•Necessitando de mínima digestão, sendo quase
completamente absorvidos
• Contêm baixo teor de resíduos
• Peptídeos e aminoácidos, têm maior impacto na
osmolalidade das fórmulas hidrolisadas

Indicação de uso:
Pacientes criticamente doentes com intolerância alimentar
Síndrome de intestino curto
Pancreatite aguda ou crônica
Doença de Crohn com intolerância alimentar
Fórmulas enterais

→FÓRMULAS INDUSTRIALIZADAS ESPECÍFICAS: fornecer


nutrientes específicos para doentes
Custo mais elevado do que a dieta padrão
Métodos e Técnicas de
Administração
MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DA TNE

Bolus

Intermitente
gravitacional

Intermitente
com bomba
de infusão
Administração em bolus

Uso da técnica gravitacional com infusão lenta

Aplicado com seringa de 60 mL para difundir fórmulas enterais,


com volumes de 100 -300 mL, a cada 2-6 horas, durante 20 – 30
minutos

Seguida de Irrigação da sonda com 20 mL de água potável

Usada para paciente estável e estômago funcionante

Utilizada em domicílios

Risco de aspiração
Administração gravitacional intermitente

● Administração da dieta em frasco por


gotejamento, suspenso em suporte.
● Procedimento: conectar o equipo ao frasco
plástico descartável ou diretamente no
frasco da dieta (sistema fechado)
● Suspender o frasco pelo menos 60 cm
acima da cabeça do paciente.
● Volumes de 50 -500 mL da dieta enteral, a
cada 3 - 6 horas, durante 20 – 60 minutos
● Irrigar a sonda com 20 mL de água potável
● Usada para paciente mais autônomos

● Contra-indicado:
- Gotejamento > 140 gotas/min. que altera o
ritmo intestinal, causa diarreia e cólica
- Pacientes com elevado risco de aspiração
Gotejamento Intermitente Gravitacional
Administração contínua por
bomba de infusão
● A administração contínua: consiste em
uma administração por gotejamento
contínuo com bomba de infusão.
● A dieta pode ser administrada em
períodos de 12 a 24 horas, em função
da necessidade do paciente.
● Suspender o frasco pelo menos 60 cm
acima da cabeça do paciente.
● Velocidade de infusão INICIAL é 25 a
150 mL/h, MÁXIMA é 100-150 mL /h
interrompida por 6 a 8h para irrigação
de 20mL de água potável
● Apropriado para pct que não toleram
grandes volumes
● Reduz os riscos de aspiração, diarreia e
distensão abdominal
● Indicado para pacientes com sonda
duodenal/jejunal que não suportam
grandes volumes
Método Intermitente por Bomba de Infusão
Inspeção da bolsa
Exemplos de dietas em má conservação
Exemplos de dietas
Exemplos de dietas
Complicações
COMPLICAÇÕES DA TNE
Complicações mecânicas
São relacionadas ao deslocamento ou remoção da sonda

Causas:
-Má fixação da sonda
- Movimentos bruscos Irrigar com
-Administração medicamentos 20-25 mL de
- Tosse, naúseas, vômitos água potável
- Abcesso no septo nasal após
- Sonda de Calibre inadequado medicamento,
- Obstrução da sonda ou a cada 2-
4h

Usar
Fixação Usar sonda
Mobilização medicamento
adequada da de
do pct triturado ou não
sonda poliuretano
usar
COMPLICAÇÕES DA TNE
Complicações gastrointestinais
DIARREIA

Causas:
Manipuladores
-Velocidade de infusão sem infecção
inadequada
- Dietas hipercalóricas
- Contaminação bacteriana da Preparo de dieta
em ambiente
dieta
estéril
- Uso de antibiótico de amplo
espectro
Frascos
- Pct com quadro neurológico descartáveis
tem > frequência de
evacuações (desconhecida)

Definida pela ocorrência de três ou mais -Usar água


evacuações líquidas ou amolecidas em um período
potável
de 24 horas; ou fezes líquidas ou amolecidas ao dia
por dois dias consecutivos.
Para controle da diarreia devem-se seguir os seguintes passos:

● A princípio, a NE não deve ser suspensa.


● Reduzir o volume da dieta para 100 ml por horário ou 30 ml/h nas
próximas 24 horas.
● Adequar ou mudar a formulação de NE prescrita, usando fórmulas
isotônicas ou hipertônicas diluídas;
● Adequar a quantidade e qualidade de fibras (solúvel + insolúvel) na
dieta.
● Na melhora da diarreia, aumentar o volume da dieta até atingir o
aporte calórico-protéico necessário.
● Caso as evacuações líquidas persistam, o médico deverá solicitar
exames de fezes, objetivando identificar uma causa infecciosa ou
inflamatória para a diarreia. Nesse momento, mantenha o volume de
dieta diminuído e troque a formulação da dieta para semi-elementar
ou elementar.
● Se, mesmo após a troca da formulação da dieta, a diarreia persistir,
discutir com o médico responsável pelo paciente a suspensão da NE e
a prescrição de Nutrição Parenteral.
COMPLICAÇÕES DA TNE
Complicações gastrointestinais
NÁUSEAS E VÔMITOS

Causas: Monitorar
-Volumes muito grandes, atentamente o
administrados muito volume residual
rapidamente; gástrico
-Posição da sonda; o seu
deslocamento para o esôfago
pode provocar regurgitação e Diminuir o fluxo,
vômitos reduzir a oferta de
volume,
posicionamento
pós pilórico, dieta
sem lactose
COMPLICAÇÕES DA TNE
Complicações gastrointestinais
Cólicas, empachamento e flatulências

• Usar fórmulas isotônicas, sem lactose e normolipídicas (não exceder


35% do Valor Calórico Total);
• Administrar a dieta em temperatura ambiente;
• Reduzir o volume da dieta pela metade;
• Rever o gotejamento da dieta e, se necessário, diminuir o fluxo de
infusão.
COMPLICAÇÕES DA TNE
Complicações gastrointestinais
Constipação

• Aumentar a hidratação por sonda e corrigir adequadamente a


ingestão de fibra para 20 a 30g por dia ou mais, sendo a fibra
insolúvel em quantidade superior a 10 g por dia;

• Em caso de uso de fórmulas com densidade calórica (DC) ≥ 1,5


kcal/ml, deve-se aumentar a hidratação do paciente pela sonda;

• Persistindo a constipação por mais de 3 dias consecutivos após a


intervenção, outras medidas sejam tomadas (administração de óleo
mineral, uso de laxativos, estimulantes intestinais)
Complicações metabólicas
COMPLICAÇÕES DA TNE
Úlcera por Pressão

● Lesão localizada, acometendo pele e/ou tecidos subjacentes, geralmente


sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão, ou pressão
associada a cisalhamento e/ou fricção.

● Os locais mais comuns para as lesões por pressão são as áreas


lombar, sacral e cóccix (47%), nádega (17%) e calcanhar (14%)88.
A administração de dieta enteral não
contraindica a alimentação oral, se esta não
implicar em riscos para o paciente
Condutas para Transição da Terapia Nutricional Enteral

● A alimentação por via enteral deve ser mantida até que a


realimentação oral atinja dois terços (2/3) das necessidades
nutricionais do paciente por pelo menos 3 dias consecutivos.
● “observar e relatar adequadamente”
● “falta de apetite e saciedade”

● Intercalar horários, diminuir o volume, manter apenas no período


noturno.
Monitorização
O que monitorar?

● a) Avaliação física (ver protocolo do Nutricionista);


● b) Exame físico (incluindo sinais vitais e excesso ou deficiência de
nutrientes);
● c) Ingestão atual de alimentos e líquidos (oral, enteral e parenteral);
d) Volume urinário, perdas gastrointestinais, etc;
● e) Variação do peso;
● f) Dados laboratoriais (hemograma, glicemia, uréia, creatinina, Na, K,
Ca, Mg, P, TGO, TGP, bilirrubinas, triglicérides, proteinograma
completo, glicosúria);
● g) Checar medicamentos utilizados, assim como interação fármaco-
nutriente;
● h) Checar tolerância gastrointestinal: frequência e consistência das
fezes, presença de sangue nas fezes, dor ou distensão abdominal,
vômitos, aspecto e quantidade do VRG e débito da ostomia.
Antropometria

● Primeiro dia de acompanhamento nutricional


● a cada 7 a 10 dias, ou em intervalo menor em caso de mudanças
relevantes da composição corporal. O

● aferição da CB em todos os pacientes, CP apenas nos indivíduos


idosos, além de novas estimativas de peso e cálculo de IMC.
Terapia Nutricional Enteral
RESÍDUO GÁSTRICO

É a quantidade de líquido ou secreção presentes no estômago


após a alimentação.

Técnica: Após a adaptação da seringa à extremidade da


sonda, o conteúdo gástrico é aspirado suavemente e medido

Indicativo do esvaziamento gástrico está adequado ou não.


Verificação de Resíduo Gástrico

● Será realizada a verificação do volume residual gástrico (VRG) a cada 4


horas, antes da administração de cada etapa, do primeiro ao quinto dia de
Terapia Nutricional (DTN), e a cada 12h a partir do sexto DTN.
● Esta verificação será feita por meio da aspiração da
sonda/gastrostomia/jejunostomia com seringa de 20mL ou mais.
● Caso seja identificada presença de resíduo na seringa, manter a sonda
aberta por 30 minutos em recipiente posicionado abaixo do nível do
estômago do paciente e avaliar aspecto e volume do resíduo drenado.
● Será considerado:
○ VRG baixo: volume ocasional de 50 a 100mL
○ VRG moderado: volume de 50 a 100mL em toda as verificações
ou um volume ocasional de 200 a 400mL
○ VRG alto: acima de 500 mL, independente da frequência.

Um episódio isolado de resíduo gástrico ou vômito não é indicação de suspensão


da NE, mas de cuidados redobrados na sua administração e monitorização.
Protocolo de resíduo gástrico
Parâmetros Metabólicos e Bioquímicos

● A monitorização de exames bioquímicos é parte da rotina


diária da UTI.
● Entre os exames solicitados estão eletrólitos séricos:
○ Sódio (Na),
○ potássio (K),
○ fósforo (P),
○ magnésio (Mg),
○ Cálcio (Ca),
○ uréia,
○ creatinina,
○ hemograma,
○ bilirrubinas,
○ transaminases,
○ gasometria arterial e venosa.

Além dos exames de rotina, semanalmente deve ser solicitado


o proteinograma do paciente.
Preparo e controle da TN enteral

ÁREA DE PREPARO DE TN ENTERAL


Preparo e controle da TN enteral

MANIPULADOR

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