Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
20170889
Revisão
Humberto R. Bizzoa,b,*, e Claudia M. Rezendeb
a
Embrapa Agroindústria de Alimentos, 23020-470 Rio de Janeiro – RJ, Brasil
b
Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 21945-970 Rio de Janeiro – RJ, Brasil
THE MARKET OF ESSENTIAL OILS IN BRAZIL AND IN THE WORLD IN THE LAST DECADE. The international trade of
essential oils accounted for more than US$ 10 billion in 2021, with a growing tendence. USA, China, India, France and Brazil are
the main global players. Reliable and comprehensive market data, however, is hard to obtain. Apart from a few government databases
dealing with import/export values, information regarding local (national/internal) production and consumption as well as market
trends, when available, are for sale, and expensive. Data from the global and Brazilian markets in the last decade were gathered and
discussed in this review, with highlights on the balance of trade and the main oils produced in Brazil. As a megadiverse country,
opportunities for new essential oils from Brazil do exist, but several obstacles must be overcome, such as legislation compliance,
quality, supply and safety assurance, so that the market can be conquered.
condições edafoclimáticas nas quais são cultivadas,8 não é raro são computados com base na Classificação Nacional de Atividades
encontrar OEs, supostamente da mesma espécie, de duas ou mais Econômicas (CNAE),20 que agrupa os produtos diferentemente do
procedências com composições qualitativa e quantitativamente SH. A comparação direta de dados não é possível, embora algumas
diferentes.12 Essa falta de uniformidade é, aliás, um dos principais generalizações possam ser feitas.
problemas para os produtores e as indústrias interessadas no seu
emprego. Sistema Harmonizado (SH)
Figura 1. Códigos de numeração usados no Sistema Harmonizado (SH) e Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)
Vol. 45, No. 8 O mercado de óleos essenciais no Brasil e no mundo na última década 951
Norte. Essa predileção por produtos de origem natural tem levado a mercado interno como óleo essencial per se; parte é transformada em
uma gradativa mudança nos ingredientes de alimentos e bebidas, o que coprodutos. É interessante observar que houve um grande aumento
vem se refletindo favoravelmente no mercado de óleos essenciais.24 no volume produzido deste OE entre 2015 e 2016, indo de 54 para
145 mil toneladas (Figura 3), seguido de pequena elevação em
Ameaças ao mercado global de OEs 2017 e 2018. Essa variação, entretanto, não se refletiu nos volumes
exportados para o mesmo período,18 conforme discutido a seguir.
O aumento da demanda não tem sido proporcionalmente
acompanhado por um aumento na produção de matérias-primas
para óleos essenciais. A principal ameaça ao mercado é, portanto, a
redução na oferta destes insumos.
A isso soma-se a concentração da produção dos OEs comerciais
e de diversas matérias-primas das indústrias de aromas e fragrâncias,
ou seja, o cultivo e a produção são localizados, com poucos países
produzindo grande parte do volume comercializado. Eventos
climáticos desfavoráveis e desastres naturais constituem ameaças
ao fornecimento, como foi recentemente observado com a baunilha
de Madagascar, cuja produção foi drasticamente reduzida por vários
ciclones em 2016 e 2017, fazendo o preço subir de US$ 25/kg para
US$ 550/kg.23 Para contornar essa ameaça, os grandes produtores do
setor de aromas e fragrâncias têm buscado diversificar suas fontes de
matérias-primas, como no caso da menta, discutida recentemente na
conferência anual da IFEAT.25
Figura 4. Dados da balança comercial de OE no Brasil em toneladas (A) Óleo essencial de limão Tahiti
e valores (B) No Brasil, o fruto designado limão ou limão Tahiti é conhecido
como lima (lime) no resto do mundo. A nomenclatura comumente
PRINCIPAIS ÓLEOS ESSENCIAIS COMERCIALIZADOS usada, C. latifolia Tanaka, ainda não é aceita como válida.27 Sua
PELO BRASIL designação anterior era C. aurantiifolia var. latifolia Yu.Tanaka.28
Disputas botânicas à parte, o país exportou 168 toneladas do OE de
Todos os dados estatísticos apresentados a seguir foram obtidos e limão Tahiti anualmente, em média, na última década. Somente em
estão disponíveis na base Comex Stat.18 Os dados brutos encontram-se 2020 foram 182,6 toneladas, gerando uma receita de US$ 3,7 milhões.
no material suplementar (Tabelas 3S-6S).
Óleo essencial de petitgrain
Óleo essencial de laranja O óleo essencial de petitgrain é obtido por hidrodestilação das
folhas, ramos e frutos imaturos de laranja (C. aurantium L.). Rico
Na última década, cerca de 95% da quantidade total de OEs em acetato de linalila e linalol, é usado no mercado de fragrâncias.
exportados pelo Brasil a cada ano foi de óleo essencial de laranja, As quantidades exportadas variaram expressivamente ao no período
o que correspondeu de 80 a 90% do total de valores arrecadados analisado, tendo iniciado com 2,5 toneladas em 2011, atingido um
com exportação de OEs no mesmo período. A quantidade exportada máximo de 87 toneladas em 2018 e decrescido para 28 toneladas no
variou pouco ao longo da década, entre 25 e 31 mil toneladas/ano último ano da década.
(Figura 5). Apenas em 2020 houve um aumento mais expressivo, com
35 mil toneladas exportadas. O preço, entretanto, variou fortemente Outros óleos essenciais de cítricos
no mesmo período, tendo ido de US$ 4,6 por quilograma, em 2011, “Outros óleos essenciais de cítricos” é uma classificação que
até o máximo de US$ 8,9/kg no biênio 2017-2018, retornado ao inclui os demais OEs de cítricos não mencionados nas categorias
patamar de US$ 4,6 em 2020, com reflexo direto no total arrecadado anteriores, como as mandarinas e aqueles obtidos por hidrodestilação.
com as exportações nestes dois anos e, consequentemente, no perfil Nesse grupo as quantidades exportadas variaram de 118 a 239
da balança comercial dos OEs (Figura 4B) no período. toneladas/ano entre 2011 e 2020, e a média da década foi de 167
Nos dados de produção interna (Figura 3), por outro lado, verificou- toneladas/ano, com uma receita média anual de US$ 8,4 milhões.
se um aumento no volume produzido entre 2015 e 2016, indo de 54
para 145 mil toneladas, com pequena elevação em 2017 e 2018.19 Óleos essenciais de eucalipto
Óleos essenciais de outros cítricos No Brasil são destilados OEs de ao menos três espécies de
eucalipto: Eucalyptus globulus Labill., E. staigeriana F.Muell.
Com uma participação muito menor quando comparada àquela ex F.M.Bailey e Corymbia citriodora (Hook.) K.D.Hill &
do OE de laranja, o Brasil produz e exporta OE de outros cítricos. L.A.S.Johnson (anteriormente designado E. citriodora Hook).
954 Bizzo e Rezende Quim. Nova
O sistema NCM não faz distinção entre os OEs das diferentes Óleo essencial de vetiver
espécies, codificando-os todos como 33012919 – óleos essenciais
de eucalipto. Os dados, portanto, representam os totais exportados. O vetiver é um bom exemplo da volatilidade do mercado de óleos
Como mencionado anteriormente, os OEs de eucalipto estão na essenciais no país. Os volumes exportados cresceram ao longo da
segunda posição em termos de volume de produção, mas ocupam primeira década deste século, tendo atingido o máximo em 2010, com
o terceiro lugar em termos de quantidades e valores exportados.18 4755 kg. A exportação do produto, entretanto, diminuiu a partir de
Estima-se que cerca de 85% do total produzido e exportado seja 2011, chegando a um mínimo de apenas 30 kg em 2014. Mesmo com
de OE de C. citriodora.26 uma elevação nos anos seguintes, não conseguiu superar 1 tonelada/
A quantidade exportada aumentou ao longo do período 2011- ano até o fim da década (Figura 7).
2020 (Figura 6). O preço médio do produto variou pouco, indo de O Brasil supre sua demanda interna com importação. A
US$ 17/kg em 2011 para US$ 14/kg em 2020.18 quantidade importada, se comparada à exportada, variou pouco no
período, ficando em torno de 4,1 toneladas/ano (média do período).18
O Brasil foi o maior produtor mundial de OE de menta japonesa O efeito do forte terremoto ocorrido no Haiti em 2021 no
ou corn mint (Mentha arvensis L.) nos anos 1970, tendo exportado mercado de óleo de vetiver ainda não pode ser avaliado. Existe a
6.300 toneladas de óleo bruto em 1973.29 A produção foi drasticamente possibilidade da produção e exportação brasileiras terem um grande
reduzida já no final do século passado. Hoje, a Índia cumpre o papel crescimento, como ocorreu em 2010, quando outro terremoto
de principal fornecedor, com 11.550 toneladas exportadas em 2020.16 devastou aquele país? Provavelmente não, pois o Brasil apresentava
Segundo dados do Comex Stat, o Brasil é hoje um grande um crescimento constante na produção de OE de vetiver ao longo da
importador de OEs de mentas.18 Embora o país ainda exporte esses primeira década do século XXI e havia disponibilidade de matéria-
óleos, as quantidades importadas são muito maiores. O produto prima e capacidade instalada para suprir o mercado internacional.
exportado pode ser até mesmo reexportação de material importado. Tal situação, a julgar pelos dados dos últimos anos (Figura 7), não
Na Tabela 3 são apresentados os dados detalhados para o OE de M. mais se verifica.
arvensis.
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Exp 3284 627 245 535 420 4145 3935 6588 9713 5724
Imp 574662 441365 485187 336511 426745 513988 538418 495538 511344 594517
Exp: Quantidades exportadas (kg). Imp: Quantidades importadas (kg). Fonte: Comex Stat.
Vol. 45, No. 8 O mercado de óleos essenciais no Brasil e no mundo na última década 955
Óleo essencial de pau-rosa para menos de 100 toneladas no final do período, exceto pelo atípico
ano de 2014, quando o país exportou 769 toneladas de produtos
Da madeira de Aniba rosaeodora Ducke, o pau-rosa, obteve-se (Figura 8A). As importações variaram menos, ficando entre 300 e
o primeiro OE produzido e exportado em larga escala pelo Brasil, 400 toneladas ao longo da década.18
ainda na década de 1920. A exportação desse OE, produto de alto
valor, chegou a atingir 444 toneladas em 1951, mantendo-se acima de
100 toneladas/ano até o começo da década de 1980 quando, a partir
daí, foi progressivamente reduzida.30 No último decênio, a produção
diminuiu ainda mais, tendo ido de 4160 kg em 2011 para 360 kg em
2020, o equivalente a apenas 2 tambores. O preço do óleo (FOB)
iniciou a década em US$ 164 por quilo, tendo ultrapassado os US$
300/kg em 2018 e terminado o período em US$ 350/kg.
Embora outras fontes mais baratas de linalol, principal
constituinte do OE de pau-rosa, estejam disponíveis, principalmente
o linalol sintético, ou mesmo de fontes naturais, como variedades de
Ocimum basilicum e Lippia alba, o óleo do lenho de A. rosaeodora e
seus componentes minoritários adicionam notas de madeira (woody)
que são desejáveis em fragrâncias, fazendo com permaneça o interesse
da indústria por este óleo essencial.31
O modelo tradicional de exploração do pau-rosa é totalmente
insustentável, pois implica o corte da árvore, uma espécie de
crescimento lento, que leva décadas até atingir o ponto ideal para
abate. As inciativas de cultivo, como o plantio de árvores, iniciado
ainda em meados do século passado, não lograram resultado em
resolver o problema da disponibilidade de matéria-prima.32 Dentre as
diversas dificuldades enfrentadas, estava a própria seleção de material
para propagação, de modo que a espécie correta fosse plantada. Nas
duas últimas décadas esse cenário parece ter mudado, com a expansão
das áreas de plantio, a introdução de práticas de manejo, como a poda
regular da copa, além de estudos de obtenção do óleo essencial de
ramos e folhas.33 O incremento das iniciativas de plantio não tem se
dado sem percalços, com dificuldades até na oferta de mudas.34 A
qualidade do OE de ramos e folhas já foi objeto de estudo.35,36 Figura 8. Dados para “outros óleos essenciais” (NCM 30012990): Quanti-
Não há dados estatísticos disponíveis sobre a produção de dades importadas e exportadas (A) e valores correspondentes (B)
OE de pau-rosa, seja do lenho ou de folhas, somente os dados de
exportação apresentados anteriormente. Embora algumas empresas Houve um pequeno aumento nos valores exportados durante o
já anunciem usar produtos contendo o OE de folhas,37 ainda há, além decênio, exceção feita ao ano de 2014, tendo atingido cerca de US$ 4
dos desafios de todo o processo produtivo e das possíveis variações milhões em 2020 (Figura 8B). Por outro lado, quando se consideram
na composição do óleo, duas questões, interdependentes, que as importações, os valores pagos aumentaram expressivamente no
precisarão ser enfrentadas para se definir o sucesso comercial do OE período analisado, indo de US$ 15 milhões para US$ 35 milhões,
de fontes renováveis: uma, mais objetiva, é que o produto deverá estar embora as quantidades importadas tenham variado muito pouco.18
disponível em quantidade e qualidade para atender a uma eventual
demanda; a outra, mais complexa, é saber se os perfumistas irão Importações brasileiras
acrescentá-lo às suas paletas e, com isso, gerar a demanda.
Como já mencionado anteriormente, a balança comercial
Outros óleos essenciais brasileira para óleos essenciais é superavitária. Entretanto, ainda são
gastos na importação deste tipo de insumo cerca de US$ 75 milhões
Essa categoria inclui algumas dezenas de produtos que são anualmente. O principal produto na pauta de importações é o OE
importados e exportados pelo país. Exceção feita aos produtos listados de M. arvensis. Na última década, entraram no país, em média, 500
separadamente (ver Material Suplementar, Tabela 2S), não há como toneladas anuais, representando US$ 9.7 milhões.18 Também são
fazer inferências particulares com relação aos demais OEs. importados em quantidades e valores expressivos os OEs de limão
É importante notar que nas bases que utilizam somente o sistema siciliano (179 toneladas/ano ou US$ 4.9 milhões), eucalipto (203
harmonizado (SH), como o ITC Trade Map e o Comtrade, a categoria toneladas/ano ou US$ 3.5 milhões), lavanda (77 toneladas/ano ou
300129 vai incluir também os óleos de eucalipto, vetiver, pau-rosa, US$ 2.8 milhões) e aqueles do grupo “outros óleos essenciais” (348
lemongrass, coriandro, pau-santo, cabreúva, lavanda, palmarosa, toneladas/ano ou US$ 23.8 milhões). Os demais óleos discriminados
cedro e citronela, ou seja, os itens que na NCM possuem os códigos com diferentes códigos na NCM são minoritários na pauta de
33012911 a 33012922, além dos muitos óleos já agrupados sob o importações e, somados, correspondem a apenas cerca de 5,5% do
código 33012990. Os dados apresentados a seguir são aqueles do total (Figura 9). Os valores correspondem à média do período 2011-
Comex Stat e referem-se somente aos produtos registrados como 2020, não tendo sido observadas grandes variações entre o início e
33012990. Os demais, quando pertinentes para a balança comercial, o final do período.
foram apresentados anteriormente. Em que medida essas informações podem ser úteis para induzir
Verificou-se uma redução gradativa das quantidades exportadas, os produtores nacionais ao planejamento e desenvolvimento de
de quase 200 toneladas nos dois primeiros anos do decênio 2011-2020 novas cadeias de valor para óleos essenciais? Talvez muito pouco,
956 Bizzo e Rezende Quim. Nova
Para a União Europeia, toda a legislação do REACH (Registration, Qualidade dos estudos iniciais
Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemicals), emitida
pela Agência Europeia de Produtos Químicos (European Chemicals Outra necessidade e, não raras vezes, um problema que inviabiliza o
Agency – ECHA) tem que ser cumprida. “Sem dados, sem mercado” desenvolvimento de um novo produto é a baixa qualidade de estudos de
(No data, no market) é o moto do REACH.41 Óleos essenciais são caracterização tanto da espécie vegetal quanto da composição química
classificados pela ECHA como “substâncias naturais complexas” e do OE. Erros, grosseiros em alguns casos, tanto na análise qualitativa
precisam ser caracterizados do ponto de vista químico (composição), quanto na quantitativa são recorrentes.49–51 Não menos importante
biológico (toxicológico) e ambiental (biodegradabilidade, é a acurácia dos estudos de atividade biológica e identificação de
bioacumulação).41 A China e os EUA adotaram uma legislação similar. compostos alergênicos.52–55 Investigações impropriamente conduzidas
Vol. 45, No. 8 O mercado de óleos essenciais no Brasil e no mundo na última década 957
e conclusões que extrapolam o modelo experimental desenvolvido method; International Organization for Standardization: Genebra, 1998.
corrompem e inviabilizam estudos de quimiotaxonomia, correlação 7. International Organization for Standardization.; ISO 22972:2004.
com características sensoriais, correlação com atividade biológica Essential oils - Analysis by gas chromatography on chiral capillary
e tratamento estatístico dos dados,47 podendo levar ao abandono de columns - General method.; International Organization for
inciativas ou, mais grave, gerar prejuízo a produtores e indústrias, caso Standardization: Genebra, 2004.
os equívocos sejam descobertos tardiamente. 8. Figueiredo, A. C.; Barroso, J. G.; Pedro, L. G.; Scheffer, J. J. C.; Flavour
Fragr. J. 2008, 23, 213.
CONCLUSÕES 9. International Organization for Standardization.; ISO 3515/2002. Oil of
lavender (Lavandula angustifolia Mill.).; International Organization for
O Brasil é um importante ator no mercado global de óleos Standardization: Genebra, 2002.
essenciais, sendo o maior em quantidade e o quinto em valores 10. International Organization for Standardization; ISO 4719:2012.
exportados.17 Dados econômicos sobre óleos essenciais são difíceis Essential oil of spike lavender (Lavandula latifolia Medikus), Spanish
de se obter e, não raras vezes, somente em fontes pagas. Encontram- type.; International Organization for Standardization: Genebra, 2012.
se informações sobre o mercado mundial em termos de importações 11. Associação Brasileira de Normas Técnicas www.abntcatalogo.com.br,
e exportações em bases públicas, mas dados atualizados sobre acessada em março 2022.
a produção e mercado interno não estão disponíveis. Esse tipo 12. Da Silva, E. R.; De Oliveira, D. R.; De Fátima Figueiredo Melo, M.;
de conhecimento é necessário para se orientar o planejamento e Bizzo, H. R.; Leitão, S. G.; Braz. J. Pharmacogn. 2016, 26, 647.
desenvolvimento da cadeia de valor. 13. https://www.statista.com/study/60656/essential-oils-market/, acessada
Há expectativa de crescimento estável do mercado de OE ao longo em março 2022.
da década de 2020. Dentre os setores de aplicação, o de aromaterapia 14. https://www.marketsandmarkets.com/Market-Reports/essential-oil-
tem se destacado, com um incremento médio anual de 10%.14 É market-119674487.html, acessada em março 2022.
necessário lembrar que as aplicações de OES devem seguir os 15. https://www.grandviewresearch.com/industry-analysis/essential-oils-
princípios de eficácia e segurança. Questões relativas a alergenicidade market, acessada em março 2022.
precisam ser estudadas antes da indicação e uso de novos óleos. 16. United Nations, Comtrade Database, disponível em https://comtrade.
Ainda são poucas as espécies nativas exploradas comercialmente, un.org/, acessada em março 2022.
uma situação que não mudou na década 2011-2020. O estabelecimento 17. ITC Trade Map, disponível em https://www.trademap.org/Index.aspx,
de sistemas de produção sustentáveis como fonte de matérias-primas acessada em março 2022.
e, consequentemente, geração de renda para as populações locais, é 18. MDIC, Comex Stat, disponível em http://comexstat.mdic.gov.br/pt/
uma estratégia válida para a preservação da biodiversidade brasileira, home, acessada em março 2022.
que pode e deve ser mais desenvolvida. 19. IBGE, Tabela 6705, disponível em https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/6705,
acessada em março 2022.
MATERIAL SUPLEMENTAR 20. IBGE, Tabelas CNAE, disponível em https://concla.ibge.gov.br/busca-
online-cnae.html, acessada em março 2022.
Tabelas com variações na nomenclatura para rotulagem de 21. https://www.fazcomex.com.br/ncm/sistema-harmonizado-sh-o-que-e/,
alguns óleos essenciais comerciais, correlação entre os sistemas de acessada em março 2022.
codificação de produtos aplicados a óleos essenciais e dados brutos 22. Brasil; Instrução Normativa RFB 1788 de 08 de fevereiro de 2018; 2018.
de importação e exportação para o período 2011-2020, retirados do 23. Hitchen, A.; Brud, W. S.; In Proceedings of the 50th International
Comex Stat, estão disponíveis em http://quimicanova.sbq.org.br, na Symposium on Essential Oils; Vienna, 2019.
forma de arquivo PDF, com acesso livre. 24. F o r t u n e B u s i n e e s s I n s i g h t s ; N o T i t l e h t t p s : / / w w w.
fortunebusinessinsights.com/industry-reports/essential-oils-
AGRADECIMENTOS market-101063, acessada em março 2022.
25. Roques, D.; In IFEAT Conference Proceedings; 2021.
H.R.B. e C.M.R. agradecem ao CNPq pela concessão de bolsas 26. Destilaria Meneghetti; Destilaria Meneghetti http://www.
de produtividade em pesquisa e ao Dr. Andre Cribb por informações destilariameneghetti.com.br/, acessada em março 2022.
sobre o vetiver do Haiti. 27. The Plant List http://www.theplantlist.org/tpl1.1/record/kew-2724168,
acessada em março 2022.
REFERÊNCIAS 28. International Plant Name Index, Citrus aurantiifolia var. latifolia
Yu.Tanaka, disponível em https://www.ipni.org/n/60463222-2, acessada
1. International Organization for Standardization. ISO 9235:2021. em março 2022.
Aromatic natural raw materials – Vocabulary. International Organization 29. Hopp, R.; Lawrence, B. M.; In Mint: The Genus Mentha; Lawrence, B.
for Standardization: Genebra, 2021. M., org.; CRC Press: Boca Raton, 2007; p. 371–398.
2. Bizzo, H. R.; Hovell, A. M. C.; Rezende, C. M.; Quim. Nova 2009, 32, 30. Homma, A. K. O.; O extrativismo do óleo essencial de pau-rosa na
588. Amazônia; Belém, 2003.
3. International Organization for Standardization, disponível em https:// 31. Lupe, F.; Souza, R.; Barata, L.; Perfum. Flavorist 2008, 33, 40.
www.iso.org/home.html, acessada em março 2022. 32. May, P. H.; Barata, L. E. S.; Econ. Bot. 2004, 58, 257.
4. International Organization for Standardization.; ISO 3218:2014. 33. Krainovic, P.; Almeida, D.; Desconci, D.; Veiga-Júnior, V.; Sampaio, P.;
Essential oils - Principles of nomenclature; International Organization Forests 2017, 8, 438.
for Standardization: Genebra, 2014. 34. Lara, C. S.; Costa, C. R.; Sampaio, P. de T. B.; Revista de Economia e
5. International Organization for Standardization; ISO 4720:2018. Sociologia Rural 2021, 59, e221035.
Essential oils - nomenclature; International Organization for 35. Fidelis, C. H. V.; Augusto, F.; Sampaio, P. T. B.; Krainovic, P. M.;
Standardization: Genebra, 2018. Barata, L. E. S.; J. Essent. Oil Res. 2012, 24, 245.
6. International Organization for Standardization.; ISO 279:1998. Essential 36. Zellner, B. d’A.; Lo Presti, M.; Barata, L. E. S.; Dugo, P.; Dugo, G.;
oils — Determination of relative density at 20 degrees C — Reference Mondello, L.; Anal. Chem. 2006, 78, 883.
958 Bizzo e Rezende Quim. Nova
37. Berjé, The state of: Bois de Rose and Linalool ex Bois de Rose, 46. Givaudan, Sur la route du Vétiver, disponível em https://www.givaudan.
disponível em https://www.perfumerflavorist.com/fragrance/ingredients/ com/file/31716/download, acessada em março 2022.
article/21856954/berje-inc-8394-the-state-of-bois-de-rose-and-linalool- 47. Chaintreau, A.; Joulain, D.; Bicchi, C.; In Proceedings of the 50th
ex-bois-de-rose, acessada em março 2022. International Symposium on Essential Oils; Vienna, 2019.
38. Di Bella, G.; Turco, V. Lo; Rando, R.; Arena, G.; Pollicino, D.; Luppino, 48. United Nations, Sustainable Development Goals, disponível em https://
R. R.; Dugo, G.; Nat. Prod. Commun. 2010, 5, 1934578X1000500. sdgs.un.org/goals, acessada em março 2022.
39. Fillâtre, Y.; Gray, F.-X.; Roy, C.; Anal. Chim. Acta 2017, 992, 55. 49. Zhang, Y.; Gao, J.; Mi, F.; Gao, P.; Lai, P.; J. Essent. Oil Bear. Plants
40. Baldin, E. L. L.; Souza, E. S.; Silva, J. P. G. F.; Pavarini, D. P.; Lopes, 2016, 19, 1043.
N. P.; Lopes, J. L. C.; Souza, G. H. B.; Quim. Nova 2012, 35, 2254. 50. Matias, E. F. F.; Alves, E. F.; Silva, M. K. N.; Carvalho, V. R. A.;
41. https://ec.europa.eu/environment/chemicals/reach/reach_en.htm, Figueredo, F. G.; Ferreira, J. V. A.; Coutinho, H. D. M.; Silva, J. M. F.
acessada em março 2022. L.; Ribeiro-Filho, J.; Costa, J. G. M.; Ind. Crops Prod. 2016, 87, 45.
42. Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Resolução da Diretoria 51. Wang, H.; Yang, Z.; Ying, G.; Yang, M.; Nian, Y.; Wei, F.; Kong, W.; Ind.
Colegiada - RDC No 26, de 13 de maio de 2014; Brasilia, 2014. Crops Prod. 2018, 120, 180.
43. Carvalho, A. C. B.; Lana, T. N.; Perfeito, J. P. S.; Silveira, D.; J. 52. Feyaerts, A. F.; Mathé, L.; Luyten, W.; Tournu, H.; Van Dyck, K.;
Ethnopharmacol. 2018, 212, 29. Broekx, L.; Van Dijck, P.; Flavour Fragr. J. 2017, 32, 347.
44. Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Resolução da Diretoria 53. Natsch, A.; Nägelin, M.; Leijs, H.; van Strien, M.; Giménez-Arnau, E.;
Colegiada - RDC No 69, de 8 de dezembro de 2014; Brasilia, 2014. Vey, M.; González, C.; Food Chem. Toxicol. 2019, 127, 156.
45. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Alterações no CQ de 54. Morais, S.; Cossolosso, D.; Silva, A.; de Moraes, M.; Teixeira, M.;
Fitoterápicos industrializados (MF e PTF), conforme Agenda Campello, C.; Bonilla, O.; de Paula, V.; Vila-Nova, N.; J. Braz. Chem.
regulatória 2021-2023, disponível em https://www.gov.br/anvisa/ Soc. 2019, 30, 2404.
pt-br/assuntos/educacaoepesquisa/webinar/medicamentos/arquivos/ 55. Lenardão, E. J.; Savegnago, L.; Jacob, R. G.; Victoria, F. N.; Martinez,
apresentacao-we-28-21-atualizacao-das-normativas-de-fitoterapicos. D. M.; J. Braz. Chem. Soc. 2015, 27, 435.
pdf, acessada em março 2022.
This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License.