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Apicultura

MÉIS COMPOSTOS
RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA
Setor:

APICULTURA

KIT:

MERCADO

KIQ:

COMO DIFERENCIAR PRODUTOS AO MERCADO?

Autor:

James Arruda Salomé

Pesquisadora:

Maria Carolina Pinto Silva

Coordenação de Pesquisa:

Pollyne Marcondes

Dezembro de 2010
SUMÁRIO

O MERCADO DE MÉIS COMPOSTOS ........................................................................ 2


OS MÉIS COMPOSTOS: TIPOS E REGISTRO ............................................................ 3

OPORTUNIDADES E ALTERNATIVAS ...................................................................... 4


CONCLUSÃO .......................................................................................................... 5

FONTES ................................................................................................................. 5
ANEXO...................................................................................................................5

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O MERCADO DE MÉIS COMPOSTOS

O mercado brasileiro de consumo de mel possui uma particularidade extremamente


pontual: a utilização do mel, em sua forma “in natura” e/ou composta com outros produtos
(apícolas ou não), com finalidade terapêutica. O uso do mel com finalidade medicamentosa
ocupa considerável parcela do mercado consumidor brasileiro, principalmente com a
finalidade de tratar, às vezes em associação com outros produtos, problemas relacionados
às vias respiratórias, como tosses, gripes e resfriados.

Com essa visão relacionada à natureza do consumo do mel no Brasil, é possível delinear
estratégias para a comercialização diferenciada de produtos a base de mel que supram as
necessidades atuais do mercado consumidor. Uma das possibilidades é produzir e
comercializar méis compostos direcionados para o público-alvo que tenha essa visão
específica de consumo.

O mel composto geralmente é feito de mel e algum outro tipo de produto, que poderá ser
também derivado das colméias, como geléia real, própolis e pólen, ou extratos vegetais,
principalmente eucalipto, guaco, agrião, gengibre e outros.

Um exemplo típico dessa associação é o produto conhecido comercialmente como


Melagrião, produzido pelo Laboratório Catarinense desde a década de 1980. Campeão de
vendas nesse segmento, o Melagrião é registrado no Ministério da Saúde, obedecendo a
regras específicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). É, portanto,
passível de comercialização em farmácias e drogarias, o que facilita sua comercialização
como produto terapêutico e o aumento do consumo.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o órgão que fornece o


registro de méis compostos e permite a manipulação desses produtos. O produto
registrado no MAPA, no entanto, não pode ser comercializado em farmácias e drogarias,
apenas em mercados e casas de produtos apícolas e naturais, o que diminui seu apelo
terapêutico.

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OS MÉIS COMPOSTOS: TIPOS E REGISTRO

De alto valor agregado, os méis compostos são constituídos, em sua grande maioria, por
mel associado a outros produtos apícolas, como própolis, pólen e geléia real. O mais
comum deles é o mel com própolis, feito através do processo da mistura de mel (98%) e
própolis (2%). O produto final é homogeneizado e envasado em embalagens para
comercialização.

Geralmente, utiliza-se extrato alcoólico de própolis a 30% para essa mistura, e o mel
utilizado contém umidade inferior ou igual a 18%, para que não haja riscos de
fermentação no produto final.

Tanto o extrato alcoólico de própolis como o mel deverão estar em conformidade com as
normas higiênico-sanitárias e tecnológicas para mel, cera de abelhas e derivados, definidas
pela Portaria n°6 de 25 de julho de 1985; o Regulamento Técnico de Identidade e
Qualidade do mel, definido pela Instrução Normativa n°11 de 20 de outubro de 2000; e os
Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade de apitoxina, cera de abelha, geléia
real, geléia real liofilizada, pólen apícola, própolis e extrato de própolis, de acordo com a
Instrução Normativa n°3 de 19 de janeiro de 2001. A rotulagem deverá estar em
concordância com as instruções normativas para aprovação prévia e registro de rótulos de
produtos de origem animal, de acordo com a Resolução n°001 de 05 de julho de 1991
(MAPA).

Os méis compostos de mel e extratos vegetais podem ser produzidos com a adoção de um
ou mais extratos vegetais. Há, por exemplo, mel com agrião, e mel com guaco e agrião.

A manipulação e o registro desses méis com extratos vegetais, além de requerer mais
cuidados, exige a obediência a algumas regras básicas. A seguir, é apresentado o
procedimento para registro do mel composto de mel e guaco.

Quando for proceder à composição do mel com extrato vegetal, o estabelecimento


deve estar em conformidade com a Instrução Normativa (IN) n°49, de 14 de
setembro de 2006, que estabelece as instruções para permissão da entrada e uso
de produtos nos estabelecimentos registrados ou relacionados no Departamento de
Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA). Essa IN tem função de registrar os extratos vegetais em formulário próprio
para proceder à fabricação de méis compostos com extratos vegetais (anexo II).

É importante que a composição final do produto, em se tratando do extrato vegetal,


não ultrapasse os limites para que sirva como efeito terapêutico, por exemplo: se a

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dosagem terapêutica do extrato de guaco é de 7 a 10 ml por dia, a composição final
do mel composto deverá ser de 98,5% de mel e 1,5% (no máximo 2%) para um
pote de 300 gramas.

Nos registros de memoriais descritivos de processos de fabricação, de composição e


de rotulagem do produto junto ao MAPA, deverão ser incluídas as análises do
referido extrato, de acordo com o Oficio Circular n° 04, de 27 de fevereiro de 2007.
Esse ofício exige o laudo realizado por profissional qualificado para confirmação da
identidade botânica da planta utilizada para a formulação do extrato; parte da
planta utilizada para a formulação do extrato, assim como os solventes usados.
Essas informações devem vir acompanhadas de laudo de análise do fornecedor,
testes de pureza e integridade do extrato, incluindo cinzas, umidade e pesquisa de
matérias estranhas ao extrato, e declaração da empresa contendo os níveis de
máximos de utilização do extrato, para que o produto final não apresente valores
de produtos terapêuticos.

Em nenhum momento deve haver, no registro dos rótulos, indicação do produto


para fins terapêuticos, ou estímulo para uso do produto em prol da saúde.

OPORTUNIDADES E ALTERNATIVAS

A comercialização de méis compostos pode ser uma grande alternativa para os entrepostos
de mel e cera, propiciando uma abertura de consumo interno diferenciado, para um
público que busca muitas vezes no mel um produto terapêutico. Dessa forma, conjugado
com extratos vegetais, o mel se torna um produto de consumo com alto valor agregado,
suprindo lacunas de demanda por produtos de uso terapêutico e natural, tendência em
nível mundial em prol de um consumo consciente e saudável.

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CONCLUSÃO

Embora a legislação vigente no país para a produção e comercialização de méis compostos


seja de bastante rigorosa, é possível, através da busca de informações corretas, realizar o
registro desses méis junto ao MAPA, com a finalidade de diversificar a linha comercial do
entreposto, agregar valor ao produto final e diferenciar nichos de mercado e consumo,
com a finalidade de aumentar o faturamento do estabelecimento por meio de produtos
manipulados.

FONTES

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Instruções normativas para


aprovação prévia e registro de rótulos de produto animal. Disponível em:
<http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/servlet/VisualizarAnexo?id=3463>
Acesso em: 23 dez. 2010.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Aprova as Normas Higiênico-


Sanitárias e Tecnológicas para Mel, Cera de Abelhas e Derivados – Disponível em:
<http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-
consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=7916>. Acesso em: 23 dez. 2010.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Aprovar os Regulamentos Técnicos


de Identidade e Qualidade de Apitoxina, Cera de Abelha, Geléia Real, Geléia Real
Liofilizada, Pólen Apícola, Própolis e Extrato de Própolis. Disponível em:
<http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-
consulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=1798>. Acesso em: 23 dez. 2010.

ANEXO

Clique aqui e confira exemplo de formulário padronizado.

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