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Classificação Fiscal de Mercadorias

INTRODUÇÃO

Classificar mercadorias pode ser um trabalho bem complexo, afinal estamos


falando do estudo de uma ciência, muitas vezes vai muito além da simples
consulta a uma tabela. Atualmente, a tabela de incidência dos produtos
industrializados (TIPI), que detalha os NCMs existentes, possui 10.393 códigos
diferentes. Com isso, a empresa deverá classificar cada um dos itens do seu
cadastro de produtos em um desses códigos.

Você sabia disso?

A merceologia é um estudo a partir de um conjunto de técnicas empregadas nos


processos de classificação e especificação de mercadorias.

Exemplo usual utilizado em um artigo do Prof. Fábio Rodrigues, o parafuso revela


toda complexidade por trás dessa ciência. Em face de todas as regras aplicáveis,
as possibilidades de se cometer erros são muito grandes.

Qual a importância da correta classificação da mercadoria no NCM?

Primeiramente, é importante observar que se trata de uma obrigatoriedade


prevista no Convênio SINIEF s/n° 1970 que disciplina, dentre outras informações
a utilização da NCM-SH na nota fiscal, modelos 1 e 1-A, nas operações realizada
por estabelecimento industrial ou a ele equiparado, nos termos da legislação
federal, e nas operações de comércio exterior. Por força do Ajuste SINIEF n°
7/2005 a obrigatoriedade se estende também a NF-e.

A utilização da NCM também é essencial na definição de vários tributos, assim


como o IPI (art. 130 do RIPI – Dec. 4.544/2002) e com o Imposto de Importação
(art. 94 do RA – Dec. 6.759/2009). Em relação ao ICMS, PIS/PASEP e a
COFINS, a utilização dessa codificação vem se ampliando, e tem sido
fundamental na identificação de benefícios fiscais, substituição tributária,
regimes especiais e tributações diferenciadas.
O enquadramento incorreto da NCM pode levar tanto a recolhimento a maior,
quanto a menor de tributos. Nesta última hipótese, a multa mínima por
lançamento de oficio é de 75% (art. 44 da Lei n° 9.430/1996).

A classificação do parafuso

Utilizando algum sistema de busca na TIPI ou na TEC com a palavra “parafuso”,


teremos como retorno 9 códigos que mencionam esse termo.

Desses, cita-se como exemplo, o código 7318.14.00, cuja descrição é "Parafusos


perfurantes". Poderíamos simplesmente utilizar esse código? E se optássemos
pelo código 7318.12.00, o qual tem por posição "Outros parafusos para
madeira"?

Tendo em vista que nosso parafuso não é perfurante e nem será usado em
madeira, não parece que essas classificações sejam as mais adequadas.
Portanto, precisamos conhecer um pouco mais o nosso produto, e neste sentido
iremos verificar que se trata de um parafuso a ser utilizado em aeronaves.
Poderíamos então utilizar um código mais genérico, o 3926.90.90, cuja descrição
é "Parafusos e porcas".

Mas se este parafuso será utilizado em aeronaves, não seria o caso de analisar
o capítulo 88, que trata das aeronaves, aparelhos espaciais e suas partes?
Afinal, o parafuso não será uma parte da aeronave? Neste capítulo não
encontraremos especificamente o parafuso, mas temos o código 8803.30.00,
cuja descrição é "Outras partes de aviões ou de helicópteros".

Aparentemente, nada proibiria de utilizar essa classificação, no entanto,


analisando a NESH, encontraremos que este capítulo compreende as partes e
acessórios reconhecíveis como exclusiva ou principalmente destinados aos
veículos que engloba. Esse não é o caso de nosso parafuso, que também serve
para outras finalidades.

Talvez seja melhor voltarmos então ao parafuso do código 3926.90.90, que é


mais genérico. No entanto, estaríamos errados, pois esse produto não é
composto do mesmo material do nosso parafuso, que é feito de alumínio. Assim,
tendo em vista sua composição, iremos verificar que o alumínio e suas obras
constam do capítulo 76 e o nosso parafuso, mais precisamente, no código
7616.10.00, que abrange "tachas, pregos, escápulas, parafusos, pinos ou pernos
roscados, porcas, ganchos roscados, rebites, chavetas, cavilhas, contrapinos,
arruelas e artefatos semelhantes".

Fonte: https://www.webcontabil.com.br/ver_noticia_publica.php?v1=96725&v2

SISTEMA HARMONIZADO

A maior parte dos recursos dos Estados advém da tributação. Os tributos incidem
sobre as mercadorias, na sua produção e circulação, inclusive nas operações de
importação e exportação.

Em um cenário de enorme expansão do comércio mundial, existia uma latente


necessidade de se classificar as mercadorias para que fosse possível gerenciar
e aplicar regras próprias para os diversos tipos de produtos. Pois haviam
dificuldades nas negociações devido as grandes diferenças de idiomas e
tributação nessas operações. Também se fazia necessário o controle estatístico
das operações para que fossem direcionados os investimentos, baseados na
necessidade de fomento da produção local.

NBM a NCM

A Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM) foi adotada em 1966 para as


importações e exportações, feito pela aduana. Em 1986 o Brasil adere ao
Sistema Harmonizado, permanecendo a NBM em vigor até 1996.

Em 1991 foi criado o Mercosul e em 1995 tornou-se uma união aduaneira em


que todos os signatários poderiam adotar as mesmas alíquotas para tributar as
importações (TEC – Tarifa externa comum: Estabelece alíquotas unificadas do
Imposto de Importação com base na NCM), com isso, surgia a necessidade de
uma nomenclatura única.

Criou-se então a Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM com base no


Sistema Harmonizado – SH. Em 1996 foi criada a TIPI para os produtos
industrializados, baseada na NCM.
A NCM passou a constituir a nova NBM, fundamentada no Sistema Harmonizado
– SH. Assim, temos várias versões da NCM/SH: 1997, 2002, 2007 e 2012.

A NCM agrupa mercadorias em categorias para facilitar as negociações


internacionais possibilitando a utilização de estatísticas que constatam o volume
do comércio, permitindo planejamento da economia interna do país, limitando ou
favorecendo o comércio de determinado produto. Dá margem para a fiscalização
sanitária, ambiental, bélica e etc.

A estrutura da NCM é baseada no Sistema Harmonizando obedecendo o


seguinte parâmetro: 6 dígitos do SH e 2 dígitos do Mercosul.

Exemplo:

NCM 0104.10.11 – Animais reprodutores de raça pura, da espécie ovina, prenhe


ou com cria ao pé.

Esse código é resultado do seguinte desdobramento:

Seção I - Animais vivos e produtos do reino animal

Capítulo 01 - Animais vivos (dígitos do SH)

Posição 0104 - Animais vivos das espécies ovina e caprina (dígitos do SH)

Subposição 0104.10 – Ovinos (dígitos do SH)

Item 0104.10.1 – Reprodutores de raça pura (dígito do NCM)

Subitem 0104.10.11 – Prenhe ou com cria ao pé (dígito do NCM)

A NCM é hierárquica e considera o nível de industrialização da mercadoria. Nos


primeiros níveis são contemplados os produtos primários, vivos, vegetais,
seguidos por níveis intermediários com produtos como tecido e papel, nos níveis
finais são encontrados os produtos manufaturados com alto índice de
industrialização como maquinas e veículos.

CONCEITOS DA CLASSIFICAÇÃO

Para fazer a classificação correta é fundamental conhecer bem a mercadoria,


respondendo aos questionamentos elencados abaixo:
- Qual o nome? Qual o nome no mercado? Qual o nome cientifico?

- Pra que serve? Do que é feito?

- Em que pode ser utilizado?

Caso você não consiga responder essas perguntas, é recomendável que procure
um especialista. Exemplos: Medicamentos ou substâncias químicas.

É fundamental também conhecer a NCM e os recursos que podem auxiliar na


correta classificação, tais como as RGI/SH (regras gerais de interpretação do
SH), RGC/NCM (regras gerais complementares).

NOTA: TIPI e TEC também possuem regras complementares (‘EX tributários’)

EX tributários: Exceções na tributação onde mercadorias com o mesmo código


possuem tratamentos tributários distintos.

Exemplo da TIPI:

Protetor Solar – NCM: 3304.99.90

EX 01 – Preparados bronzeadores

EX 02 – Preparados anti-solares, exceto os que possuam propriedades de

bronzeadores Dicas:

- A tabela do NCM é hierárquica, portanto vá sempre do maior (seção) para


o menor (subitem), buscando o código de oito dígitos que melhor representa o
produto. Se a descrição não for suficiente, consulte as notas de seção ou capitulo
e a NESH.

- Em último caso é possível também recorrer a RFB por meio de processo


administrativo ou consulta. Vale ressaltar que cada consulta vale apenas para o
consulente uma vez que representa um único caso concreto.

- Descrição “outros” deve ser usada apenas quando claramente a


mercadoria não puder ser identificada em outros códigos NCM. Tem caráter
residual e deve ser usado com cuidado. Seu uso indevido pode gerar um erro
grave!!!
REGRAS GERAIS DE INTERPRETAÇÃO – RGI/SH

O Sistema Harmonizado fornece subsídios para a classificação das mercadorias


além das NESH temos também as Regras Gerais de Interpretação que são
básicas e fundamentais para o enquadramento de qualquer mercadoria.

São seis as regras de interpretação do SH que devem ser usadas


sequencialmente, se a primeira não for suficiente para a adequada classificação
da mercadoria, devemos utilizar a segunda regra e assim sucessivamente.

- Regra 1

“Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos tem apenas valor indicativo. Para
efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das
notas de seção e de capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das
referidas posições e notas, pelas regras seguintes.”

Essa regra se refere à estrutura hierárquica do sistema harmonizado, os títulos


tem valor meramente informativo.

- Regra 2

Artigos incompletos ou inacabados podem ser classificados como completos,


desde que tenham as características dos produtos finais. Artigos desmontados
ou por montar seguem o mesmo principio da regra.

Equipara a mercadoria misturada ás puras, para fins de classificação. A matéria


deve estar mencionada no texto da posição. Deve-se identificar a matéria
predominante ou essencial.

- Regra 3

Quando a mercadoria apresentar, aparentemente, a possibilidade de classificar-


se em duas ou mais posições por aplicação da regra 2, ou por qualquer outra
razão, a posição mais especifica deve prevalecer sobre a mais genérica.

- Regra 4
As mercadorias que não possam ser classificadas por aplicação das regras
acima enunciadas classificam-se na posição correspondente a dos artigos mais
semelhantes.

Somente quando todas as regras anteriores não forem suficientes. A regra 4 tem
caráter residual.

- Regra 5

Estojo para uso especifico do objeto que acondiciona, pode ter a mesma forma,
é classificado como o próprio produto. Não pode ter aplicação diversa. Uso
prolongado e não aferirá característica principal ao produto.

- Regra 6

A regra determina que, uma vez escolhida à posição mais adequada para a
classificação, deve-se observar os textos das subposições, as notas de
subposição e as regras gerais de interpretação, anteriormente tratadas, com as
devidas adequações. Observando claramente a estrutura hierárquica da
nomenclatura.

TABELA DE INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS


INDUSTRIALIZADOS (TIPI)

A TIPI contém a relação dos NCMs e toda sua cadeia hierárquica e está dividido
em vinte e uma seções, a saber:

SEÇÃO I – Animais vivos e produtos do reino animal

SEÇÃO II – Produtos do reino vegetal

SEÇÃO III – Gorduras e óleos animais ou vegetais; Produtos da sua dissociação;


Gorduras alimentares elaboradas; Ceras de origem vegetal ou animal

SEÇÃO IV – Produtos das indústrias alimentares; Bebidas, líquidos alcoólicos e


vinagres; Tabaco e seus sucedâneos manufaturados

SEÇÃO V – Produtos minerais

SEÇÃO VI – Produtos das indústrias químicas ou das indústrias conexas


SEÇÃO VII – Plásticos e suas obras; Borracha e suas obras

SEÇÃO VIII – Peles, couros, peles com pelos e obras destas matérias; Artigos
de correeiro ou de seleiro; Artigos de viagem; Bolsas e artefatos semelhantes;
Obras de tripa

SEÇÃO IX – Madeira, carvão vegetal e obras de madeira; Cortiça e suas obras;


Obras de espartaria ou de cestaria

SEÇÃO X – Pastas de madeira ou de outras matérias fibrosas celulósicas; Papel


ou cartão para reciclar (desperdícios e aparas); Papel ou cartão e suas obras

SEÇÃO XI – Matérias têxteis e suas obras

SEÇÃO XII – Calçados, chapéus e artefatos de uso semelhante, guardachuvas,


guarda-sóis, bengalês, chicotes, e suas partes; Penas preparadas e suas obras;
Flores artificiais; Obras de cabelo

SEÇÃO XIII – Obras de pedra, cimento, gesso, amianto, mica ou de matérias


semelhantes; Produtos cerâmicos; Vidro e suas obras

SEÇÃO XIV – Pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas ou semipreciosas


e semelhantes, metais preciosos, metais folheados ou chapeados de metais
preciosos (plaquê), e suas obras; Bijuterias; Moedas

SEÇÃO XV – Metais comuns e suas obras

SEÇÃO XVI – Máquinas e aparelhos, material elétrico, e suas partes; Aparelhos


de gravação ou reprodução de som, aparelhos de gravação ou reprodução de
imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios

SEÇÃO XVII – Material de transporte

SEÇÃO XVIII – Instrumentos e aparelhos de óptica, de fotografia, de


cinematografia, de medida, de controle ou de precisão; Instrumentos e aparelhos
médicos-cirúrgicos; Artigos de relojoaria; Instrumentos musicais;
Suas partes e acessórios

SEÇÃO XIX – Armas e munições; Suas partes e acessórios

SEÇÃO XX – Mercadorias e produtos diversos


SEÇÃO XXI – Objetos de arte, de coleção e antiguidades

CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS NAS EMPRESAS

Em decorrência da utilização cada vez maior de tecnologias no cumprimento de


obrigações acessórias pelas empresas, tais como: NF-e, NFC-e e os diversos
subprojetos do SPED, tornam-se fundamentais os cuidados e diligências nas
informações prestadas ao fisco. As informações cadastrais de produtos tem
representado significativa parcela dessas informações, onde problemas nas
classificações e cadastros destes acarretam em graves problemas para as
organizações.

Partindo deste cenário faz-se necessário estudarmos a classificação fiscal dos


produtos a partir de diversos aspectos, incialmente vamos tratar dos tipos de
itens, o campo 07 do registro 0200 da EFD ICMS-IPI solicita o preenchimento
conforme as possibilidades abaixo elencadas:

00 – Mercadoria para revenda: Produto adquirido para comercialização;

01 – Matéria-Prima: A mercadoria que componha, física e/ou quimicamente, um


produto em processo ou produto acabado e que não seja oriundo de processo
produtivo. A mercadoria recebida para industrialização é classificada como
tipo 01, pois não decorre de processo produtivo, mesmo que no processo de
produção se produza mercadoria similar classificada como tipo 03;

03 – Produto em processo: o produto que possua as seguintes


características, cumulativamente: oriundo do processo produtivo; e,
preponderantemente, consumido no processo produtivo. Dentre os produtos em
processo está incluído o produto resultante caracterizado como retorno de
produção. Um produto em processo é caracterizado como retorno de produção
quando é resultante de uma fase de produção e é destinado, rotineira e
exclusivamente, a uma fase de produção anterior à qual o mesmo foi gerado. No
“retorno de produção”, o produto retorna (é consumido) a uma fase de produção
anterior à qual ele foi gerado. Isso é uma excepcionalidade, pois o normal é o
produto em processo ser consumido em uma fase de produção posterior à qual
ele foi gerado, e acontece, portanto, em poucos processos produtivos.

04 – Produto acabado: o produto que possua as seguintes características,


cumulativamente: oriundo do processo produtivo; produto final resultante do
objeto da atividade econômica do contribuinte; e pronto para ser
comercializado;

05 - Subproduto: o produto que possua as seguintes características,


cumulativamente: oriundo do processo produtivo e não é objeto da produção
principal do estabelecimento; tem aproveitamento econômico; não se enquadre
no conceito de produto em processo (Tipo 03) ou de produto acabado (Tipo
04); 06 – Produto intermediário - aquele que, embora não se integrando ao novo
produto, for consumido no processo de industrialização.

A classificação da mercadoria não se altera a cada movimentação. Exemplo: não


há impedimento para que uma mercadoria classificada como produto em
processo – tipo 03 seja vendida, assim como não há impedimento para que uma
mercadoria classificada como produto acabado – tipo 04 seja consumida no
processo produtivo para obtenção de outro produto resultante. Nas situações de
um mesmo código de item possuir mais de um tipo de item (destinação), deve
ser informado o tipo de maior relevância na movimentação física, observadas,
no que couberem, as regras de escrituração do Bloco K.

CST – CÓDIGO DA SITUAÇÃO TRIBUTÁRIA

Os Códigos de Situação Tributária foram criados por meio do Ajuste SINIEF 03/
1994, que alterou o Convênio s/nº, de 15.12.1970, acrescentando o anexo com
os referidos códigos.

A tabela foi alterada por meio do Ajuste SINIEF 02/95, que acrescentou novos
códigos. Nesta época, o CST era composto somente por dois dígitos.

A partir de 2001, passaram a serem utilizados os códigos com três dígitos por
meio do Ajuste SINIEF 06/2000. As últimas alterações relevantes aconteceram
em 2013, com a criação de novos códigos identificadores de origem, que se deu
por meio do Ajuste SINIEF 20/2012, com posteriores alterações pelo Ajuste
SINIEF 02 e 15 de 2013.

O código de Situação Tributária e composto por 3 dígitos na forma ABB.

O primeiro digito (A) indica a origem da mercadoria ou serviço, se é nacional,


importada ou etc. Já o segundo e terceiro dígitos (BB) servem para indicar a
forma de tributação do ICMS.

Os contribuintes optantes pelo Simples Nacional utilizam codificação própria para


efeito de emissão de NF-e, Código de Situação de Operação no Simples
Nacional (CSOSN).

TABELA (A) – CÓDIGOS RELATIVOS À ORIGEM

Cód. Descrição Explicação

0 Nacional, exceto as indicadas nos Este código é utilizado em relação a mercadorias cujo
códigos 3, 4, 5 e 8 conteúdo seja inteiramente de origem nacional, sem a
aplicação de qualquer insumo importado do exterior.

1 Estrangeira - Importação direta, Este código é utilizado em relação a mercadorias


exceto a indicada no código 6 importadas, tanto para efeito do documento fiscal relativo à
importação, quanto para efeito do documento fiscal emitido
pelo importador, quando der saída às mercadorias por ele
importadas. Somente se aplica a mercadorias que não
tenham passado por processo industrial após a importação.

2 Estrangeira - Adquirida no Este código é utilizado pelos revendedores de mercadorias


mercado interno, exceto a importadas, em relação às mercadorias adquiridas no
indicada no código 7 mercado interno, que não tenham passado por processo
industrial em território brasileiro, após a importação.
3 Nacional, mercadoria ou bem com Este código é utilizado em relação às mercadorias
Conteúdo de Importação superior industrializadas em território nacional, cujo Conteúdo de
a 40% (quarenta por cento) e
inferior ou igual a 70% (setenta por Importação seja superior a 40%, mas igual ou inferior a
cento 70%. As regras relativas à apuração do Conteúdo de
Importação encontram-se dispostas na cláusula quarta do
Convênio ICMS 38/2013.

4 Nacional, cuja produção tenha Este código é utilizado em relação às mercadorias


sido feita em conformidade com industrializadas em território nacional, produzidas por meio
os processos produtivos básicos de Processo Produtivo Básico.
de que tratam o Decreto-Lei nº Conforme define o Decreto-lei nº 288/67, com redação dada
288/67, e as Leis nºs 8.248/91, pela Lei nº 8.387/91, o Processo Produtivo Básico (PPB) é o
conjunto mínimo de operações, no estabelecimento fabril,
8.387/91, 10.176/01 e 11.484/07 que caracteriza a efetiva industrialização de determinado
produto, para a concessão de incentivos fiscais promovidos
pela legislação da Zona Franca de Manaus e pela legislação
de incentivo à indústria de bens de informática,
telecomunicações e automação, mais conhecida como Lei de
Informática

5 Nacional, mercadoria ou bem com Este código é utilizado em relação às mercadorias


Conteúdo de Importação inferior industrializadas em território nacional, cujo Conteúdo de
ou igual a 40% (quarenta por Importação seja igual ou inferior a 40%. As regras relativas
cento) à apuração do Conteúdo de Importação encontram-se
dispostas na cláusula quarta do Convênio ICMS 38/2013.

6 Estrangeira - Importação direta, Este código é utilizado em relação a mercadorias


sem similar nacional, constante importadas sem similar nacional, bem como em relação às
em lista de Resolução CAMEX e
gás natural operações com gás natural importado.
A exemplo do código 1, é utilizado tanto para efeito do
documento fiscal relativo à importação, quanto para efeito do
documento fiscal emitido pelo importador, quando der

saída às mercadorias por ele importadas. Somente se aplica


a mercadorias que não tenham passado por processo
industrial após a importação
7 Estrangeira - Adquirida no Este código é utilizado em relação a mercadorias
mercado interno, sem similar importadas sem similar nacional, bem como em relação às
nacional, constante em lista de operações com gás natural importado.
Resolução CAMEX e gás natural A exemplo do código 2, é utilizado pelos revendedores de
mercadorias importadas, em relação às mercadorias
adquiridas no mercado interno, que não tenham passado por
processo industrial em território brasileiro, após a
importação.

8 Nacional, mercadoria ou bem com Este código é utilizado em relação às mercadorias


Conteúdo de Importação superior industrializadas em território nacional, cujo Conteúdo de
a 70% (setenta por cento). Importação seja superior a 70%.

TABELA (B) – CÓDIGOS RELATIVOS À TRIBUTAÇÃO PELO ICMS

Cód. Descrição Explicação

00 Tributado integralmente Este código é utilizado nos casos em que a operação seja
tributada integralmente, ou seja, em que não haja
nenhuma previsão de benefício fiscal ou de não incidência.

10 Tributada e com cobrança do ICMS Este código é utilizado nos casos em que a operação seja
por Substituição Tributária tributada integralmente, e que caiba também a aplicação
do regime de Substituição Tributária, em relação a
operação. É utilizada por contribuintes que estejam na
condição de substitutos tributários.

20 Com redução de Base de Cálculo Este código é utilizado caso a base de cálculo do ICMS seja
reduzida na operação.

30 Isenta ou não tributada e com Este código é utilizado caso a operação própria, realizada
cobrança do ICMS por Substituição pelo contribuinte, seja isenta ou não tributada, mas haja
previsão da cobrança do ICMS por substituição tributária,
Tributária em relação a outras operações – normalmente, em
relação a operações subsequentes. É utilizado por
contribuintes que estejam na condição de Substitutos
Tributários.

40 Isenta Este código é utilizado no caso da operação ser isenta do


pagamento do ICMS

41 Não tributada Este código é utilizado nos casos em que a operação não
seja tributada, ou por haver previsão expressa de não
incidência ou de imunidade.

50 Suspensão Este código é utilizado caso haja previsão de suspensão


do ICMS relacionado à operação.

51 Diferimento Este código é utilizado quando a legislação trouxer


previsão de diferimento do ICMS relacionado a operação.

60 ICMS cobrado anteriormente por Este código é utilizado nos casos em que o ICMS já foi
Substituição Tributária recolhido em um momento anterior, em razão da
mercadoria estar sujeita ao regime de Substituição
Tributária. É utilizada por contribuintes que estejam na
função de contribuintes substituídos.

70 Com redução de base de cálculo e Este código é utilizado quando a operação própria estiver
cobrança do ICMS por Substituição beneficiada por redução de base de cálculo, e houver
cobrança do ICMS por Substituição Tributária, em relação
Tributária a outras operações – normalmente, em relação as
operações subsequentes. É utilizado por contribuintes que
estejam na condição de substitutos tributários.

90 Outras Este código é utilizado na hipótese da situação não se


enquadrar em nenhuma das situações elencadas
anteriormente. Trata-se de um código genérico de caráter
residual, a ser utilizado na falta de codificação especifica.

CÓDIGO DA SITUAÇÃO TRIBUTÁRIA – PIS E COFINS

Nas operações de aquisições, custos e despesas geradoras de créditos e em


relação às receitas auferidas, devem ser informados os códigos de situação
tributária de PIS/Pasep e Cofins próprios de cada operação, de conformidade
com normas complementares expedidas pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil, indicando a modalidade de incidência própria do informante.

Código Descrição
01 Operação Tributável com Alíquota Básica
02 Operação Tributável com Alíquota Diferenciada
03 Operação Tributável com Alíquota por Unidade de Medida de Produto

04 Operação Tributável Monofásica - Revenda a Alíquota Zero


05 Operação Tributável por Substituição Tributária
06 Operação Tributável a Alíquota Zero
07 Operação Isenta da Contribuição
08 Operação sem Incidência da Contribuição
09 Operação com Suspensão da Contribuição
49 Outras Operações de Saída
50 Operação com Direito a Crédito - Vinculada Exclusivamente a Receita
Tributada no Mercado Interno
51 Operação com Direito a Crédito – Vinculada Exclusivamente a Receita
Não Tributada no Mercado Interno
52 Operação com Direito a Crédito - Vinculada Exclusivamente a Receita
de Exportação
53 Operação com Direito a Crédito - Vinculada a Receitas Tributadas e
Não-Tributadas no Mercado Interno
54 Operação com Direito a Crédito - Vinculada a Receitas Tributadas no
Mercado Interno e de Exportação
55 Operação com Direito a Crédito - Vinculada a Receitas NãoTributadas
no Mercado Interno e de Exportação
56 Operação com Direito a Crédito - Vinculada a Receitas Tributadas e
Não-Tributadas no Mercado Interno, e de Exportação
60 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada
Exclusivamente a Receita Tributada no Mercado Interno
61 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada
Exclusivamente a Receita Não-Tributada no Mercado Interno
62 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada
Exclusivamente a Receita de Exportação
63 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada a Receitas
Tributadas e Não-Tributadas no Mercado Interno
64 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada a Receitas
Tributadas no Mercado Interno e de Exportação
65 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada a Receitas Não-
Tributadas no Mercado Interno e de Exportação
66 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada a Receitas
Tributadas e Não-Tributadas no Mercado Interno, e de Exportação
67 Crédito Presumido - Outras Operações
70 Operação de Aquisição sem Direito a Crédito
71 Operação de Aquisição com Isenção
72 Operação de Aquisição com Suspensão
73 Operação de Aquisição a Alíquota Zero
74 Operação de Aquisição sem Incidência da Contribuição
75 Operação de Aquisição por Substituição Tributária
98 Outras Operações de Entrada
99 Outras Operações

CLASSIFICAÇÕES COMPLEMENTARES DE PIS/PASEP E COFINS

Existem ainda tabelas que classificam os produtos tributados pelas contribuições


para PIS/PASEP e COFINS, são elas:

• TABELA 4.3.10 - TABELA PRODUTOS SUJEITOS À INCIDÊNCIA


MONOFÁSICA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - ALÍQUOTAS
DIFERENCIADAS (CST 02 E 04) - VERSÃO 1.17 - ATUALIZADA EM
16/03/2016

• TABELA 4.3.11 - TABELA PRODUTOS SUJEITOS À INCIDÊNCIA


MONOFÁSICA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - ALÍQUOTAS POR
UNIDADE DE MEDIDA DE PRODUTO (CST 03 E 04) - VERSÃO 1.19 -
ATUALIZADA EM 30/04/2015

• TABELA 4.3.12 - TABELA PRODUTOS SUJEITOS À SUBSTITUIÇÃO


TRIBUTÁRIA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CST 05) - VERSÃO 1.0.4 -
ATUALIZADA EM 17/11/2014

• TABELA 4.3.13 - TABELA PRODUTOS SUJEITOS À ALÍQUOTA ZERO


DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CST 06) - VERSÃO 1.18 - ATUALIZADA
EM 20/05/2016
• TABELA 4.3.14 - TABELA OPERAÇÕES COM ISENÇÃO DA
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CST 07) - VERSÃO 1.0.3 - ATUALIZADA EM
26/02/2013

• TABELA 4.3.15 - TABELA OPERAÇÕES SEM INCIDÊNCIA DA


CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CST 08) - VERSÃO 1.0.1

• TABELA 4.3.16 - TABELA OPERAÇÕES COM SUSPENSÃO DA


CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CST 09) - VERSÃO 1.12 - ATUALIZADA EM
21/01/2016

• TABELA 4.3.17 - TABELA OUTROS PRODUTOS E OPERAÇÕES


SUJEITOS ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS (CST 02 E CST DE
CRÉDITOS) - VERSÃO 1.07 - ATUALIZADA EM 21/08/2015
As tabelas acima elencadas podem ser acessadas através do link >
http://sped.rfb.gov.br/pasta/show/1616 > e contem a relação de NCMs, bem
como a respectiva fundamentação legal para seu enquadramento tributário.

PENALIDADES DO NCM INCORRETO

O enquadramento incorreto da NCM pode gerar penalidades. No caso do IPI a


classificação incorreta da NCM pode levar do recolhimento de 22% para 0%,
nesses casos, além da diferença do tributo a ser recolhido com correção
monetária, o contribuinte estará sujeito à penalidade pelo enquadramento
indevido variando de 75% a 225% do valor devido.

Exemplo:

Conjunto de garfos de aço inoxidável - NCM: 8215.99.10 (IPI 10%)

Classificado erroneamente como de madeira – NCM: 4419.00.00 (IPI 0%)

Além disso, caso o enquadramento fosse ao sentido contrário haveria


recolhimento a maior do IPI e ainda seria aplicável a multa por enquadramento
incorreto.

No ICMS a classificação incorreta do NCM pode gerar multa, caso influencie na


apuração tributária a multa poderá ser majorada.
PROCEDIMENTOS DE CONSULTA

Mesmo com a aplicação de todos os métodos de classificação fiscal de


mercadorias algumas dúvidas podem persistir. Neste caso, o contribuinte que
desejar poderá formular consulta formal a RFB, no entanto, é sugerível que antes
de protocolizar o questionamento, o contribuinte consulte todo material
disponível para identificar o correto enquadramento, pois consultas que não
comportarem dúvidas razoáveis serão consideradas ineficazes.

Quem pode efetuar a consulta?

Sujeito passivo da obrigação tributária principal ou acessória; órgão da


administração publica e entidades representativas de categorias profissionais. A
consulta deverá ser efetuada por escrito, mediante petição, dirigida a COANA,
conforme formulário próprio disponível no site da RFB conforme indicado na IN
RFB 1.464/2014.

Cada consulta contempla um contribuinte e uma mercadoria, não suspendendo


nem postergando o prazo de recolhimento do tributo.

ROTEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS

1 – Conhecer a mercadoria

É fundamental levantar as principais informações sobre o produto.

O que é? Denominações? Uso e aplicações? Dimensões? Materiais?

2 – Aplicar as RGI/SH

Aplicar as regras em ordem sequencial, buscando por textos e não por títulos,
consultando sempre que necessário as notas de seção, capítulo e NESH.

3 – Aplicar RGC/NCM e RC/TIPI

Buscar identificar a NCM completa de 8 dígitos, verificar a existência de EX


Tributários e evitar o uso de outros (caráter residual).

4 – Analisar o CST e CFOP aplicáveis a operação


Feita a classificação da NCM do produto e identificada a natureza da operação
faz-se necessária a classificação tributária do produto conforme a legislação
fiscal do ICMS, IPI, PIS/PASEP, COFINS e II.

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