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Aula 08
14 de Abril de 2021
Aula 08
COMÉRCIO INTERNACIONAL
AULA 08
Sumário
Dando continuidade ao nosso curso de Comércio Internacional com foco no concurso para o cargo
de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, na aula de hoje nós trataremos da classificação fiscal
de mercadorias. Vamos lá? Firmes no propósito!
1.1. GENERALIDADES:
Imaginemos um exportador brasileiro que venda laranjas aos EUA! No despacho aduaneiro de
exportação, ele apresenta a mercadoria à Receita Federal do Brasil (RFB), classificando-a no código
0805.10. Chegando o produto nos EUA, a mercadoria será apresentada à Aduana daquele país. E
com qual código? Com o mesmo código apresentado à Aduana brasileira (pelo menos os 6 primeiros
dígitos serão sempre iguais!). Isso ocorre graças ao Sistema Harmonizado!
Se cada um dos países adotasse uma Nomenclatura diferente, a operação de comércio exterior em
questão seria mais onerosa. Isso porque a necessidade de se atribuir à mercadoria uma nova
designação implicaria em maiores custos.
Seria muito mais fácil se, ao invés de ficarem tratando de termos técnicos nas negociações (o que se
torna mais difícil ainda em razão das diferenças de idiomas!), fossem utilizados os códigos. O
diplomata japonês iria pedir uma redução do I.I sobre o produto de código 8426.41 e o brasileiro já
saberia do que se tratava. O diplomata brasileiro poderia solicitar, em contrapartida, uma redução
do I.I sobre o produto de código 1201.00 – soja, e o japonês também ia saber do que se tratava. Com
códigos padronizados internacionalmente fica, sem dúvida, mais fácil.
Mas como assim o SH serve de base para outros sistemas de classificação fiscal?
Um país pode, então, criar uma Nomenclatura que possua 8 (oito) ou 10 (dez) dígitos. No entanto,
se ele for signatário da convenção que instituiu o SH, os 6 (seis) primeiros dígitos deverão ser,
obrigatoriamente os mesmos do SH. Daí podermos dizer que há sistemas de classificação fiscal que
derivam do Sistema Harmonizado. Entendido isso?
Exemplificando, podemos apontar alguns sistemas de classificação fiscal baseados no SH: a NCM
(Nomenclatura Comum do MERCOSUL), a NALADI (Nomenclatura Aduaneira da Associação Latino-
Americana de Integração) e a Nomenclatura Combinada da União Europeia. Destaque-se que, até
dezembro de 1995, o Brasil teve seu próprio sistema de classificação fiscal, o qual possuía 10 dígitos
e também se baseava no SH: a NBM (Nomenclatura Brasileira de Mercadorias).
Foram criadas 21 Seções, que agrupam dentro de cada uma produtos semelhantes. A Seção I agrupa
os “Animais Vivos e Produtos do Reino Animal”; a Seção II os “Produtos do Reino Vegetal”; a Seção
V os “Produtos Minerais; a Seção VI os “Produtos das Indústrias Químicas ou Indústrias Conexas”, a
Seção XVII “Material de Transporte”, etc. Não precisa decorar o que cada Seção estabelece, ok? O
objetivo é somente que você possa visualizar melhor como funciona o SH.
Foram criados 96 Capítulos, que agrupam produtos que também guardam semelhança entre si. Na
Seção XVII, por exemplo, estão agrupados todos os meios de transporte. Dentro dessa Seção, estão
os Capítulos 86, 87, 88 e 89. Vejamos o que cada um deles representa:
• Capítulo 86: Veículos e material para vias férreas ou semelhantes, e suas partes;
aparelhos mecânicos (incluídos os eletromecânicos) de sinalização para vias de
comunicação.
• Capítulo 87: Veículos automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres, suas
partes e acessórios.
• Capítulo 88: Aeronaves e aparelhos espaciais, e suas partes.
• Capítulo 89: Embarcações e estruturas flutuantes.
Percebam meus amigos, que não existem 99 Capítulos. Isso porque os Capítulos 77, 98 e 99 foram
deixados em branco! Bastante atenção porque isso é importante! O Capítulo 77 foi reservado para
utilização futura e os Capítulos 98 e 99 foram reservados para usos especiais pelas Partes
Contratantes da convenção internacional que instituiu o SH. No caso específico do Brasil, o capítulo
99 é utilizado para o registro de operações especiais na exportação, dentre as quais se enquadram
as de consumo de bordo de combustíveis.
Além das Seções e Capítulos, há ainda outras subdivisões. Dentro do “Capítulo 87: Veículos
automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios”, temos por
exemplo, vários equipamentos. Assim, os tratores receberam a numeração 8701; os veículos
automóveis de passageiros 8703; os veículos automóveis de transporte de mercadorias 8704; etc.
As subdivisões que possuem quatro dígitos em seu código de formação são chamadas de posições.
Dentro das posições, ainda é possível realizar novas subdivisões. Assim, foram criadas as
subposições de 1º nível (quinto dígito) e subposições de 2º nível (sexto dígito). Vejamos, a título de
ilustração, como se divide a posição 8701:
8701- Tratores
8701.10- Motocultores
8701.20- Tratores Rodoviários para semi-reboque
8701.30- Tratores de lagartas
8701.90- Outros
Como vocês já devem ter percebido, o Sistema Harmonizado (SH) classifica as mercadorias em
códigos de 6 dígitos. Vejamos o que representa cada um deles! Tomemos como exemplo o código
8426.41.
Ex: 8426.41
- 84. Esses dois primeiros números dizem respeito ao capítulo, isto é, o produto integra o
Capítulo 84. Embora as mercadorias sejam agrupadas em Seções, o número destas não entra
na classificação fiscal.
(*) Cabe destacar que o SH também possui subcapítulos. No entanto, nem todos os capítulos do SH
são divididos em subcapítulos, mas tão somente os capítulos maiores. Um detalhe que podemos
observar é o de que os números dos subcapítulos, assim como os números das seções, não entram
na formação do código de 6 (seis) dígitos do Sistema Harmonizado. A finalidade dos subcapítulos é
meramente organizatória.
- 8426. Esses quatro primeiros números dizem respeito à posição. Caso seja possível fazer
divisões dentro da posição, dizemos que a posição será desdobrada, dando origem a
subposições de 1º nível. Caso não seja possível fazer divisões dentro da posição, esta não será
desdobrada e devemos completar a classificação com “zeros”. Um exemplo de posição não
desdobrada seria se tivéssemos 9018.00.
8426.4. Temos, nesse caso, uma subposição de 1º nível. A posição 8426 foi desdobrada. A
subposição de 1º nível é também conhecida como subposição simples ou subposição de um
travessão.
8426.41. Temos, nesse caso, uma subposição de 2º nível, também chamada de subposição
composta ou subposição de dois travessões. Podemos afirmar que a subposição 8426.4 foi
desdobrada. Caso não fosse possível desdobrar a subposição 8426.4, completaríamos com
um “zero” e teríamos 8426.40.
“Professor, você pode explicar de novo como funciona esse negócio de posição desdobrada e não
desdobrada?”
Ok, meu amigo! Sem problemas! Um exemplo de posição não desdobrada é a 8902.00 – Barcos de
pesca, navios-fábrica e outras embarcações para o tratamento ou conservação de produtos de
pesca. Como você pode ver, se a posição não foi desdobrada, simplesmente se completa com zero
à direita até o sexto dígito. O mesmo aplica-se para as subposições de 1º nível que não forem
desdobradas. Entendido?
Um detalhe interessante aqui é que se o quinto dígito for zero, o sexto dígito também
obrigatoriamente será zero.
É o seguinte: se uma posição for desdobrada, o quinto dígito será diferente de zero, ok? Ex: 9018.1.
Agora, se a posição não for desdobrada, o quinto dígito será zero e, portanto, a subposição de 1º
nível também não poderá ser desdobrada. Logo, o sexto dígito também será zero. Dessa forma, é
impossível que exista no SH (pode procurar que você não vai encontrar!) uma posição com o quinto
dígito sendo 0 e o sexto dígito diferente de zero, como por exemplo 9032.01. Isso é totalmente fora
dos padrões!
21 seções e 96 capítulos
Estrutura do Sistema
Harmoziado
Capítulos 98 e 99: reservados para usos especiais
pelas Partes Contratantes da convenção que institui
o SH
1. (AFRFB-2009)
A classificação aduaneira das mercadorias é recurso essencial para a aplicação, pela autoridade
aduaneira, dos direitos que incidem sobre a exportação e importação de mercadoria e é objeto
de convenções e instrumentos internacionais.
Comentários
Gabarito: certa
2. (ACE-2002)
Comentários
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: errada
4. (AFRF-2005)
Comentários
Gabarito: certa
5. (AFRFB-2009)
Comentários
3) O SH pode sim sofrer adaptações pelos países signatários da convenção internacional que os
instituiu. Com efeito, os países podem criar seus próprios sistemas de classificação fiscal, os quais
deverão, todavia, estar baseados no SH.
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: errada
A classificação fiscal não é algo tão simples como talvez você imagine. Às vezes, surgem situações
em que se torna difícil saber em qual código determinada mercadoria deverá ser classificada. Nesse
sentido, para dirimir dúvidas que porventura surjam, foram criadas 6 (seis) regras para a
interpretação do Sistema Harmonizado: são as chamadas Regras Gerais de Interpretação (RGI).
Seguindo as RGI, pode-se encontrar o código exato de cada mercadoria.
Pessoal, não pretendo de forma alguma ensinar aqui vocês a fazerem classificação fiscal. Quando
estiverem no Curso de Formação ou, ainda, fazendo um curso de especialização, aí vocês se
preocupam com isso!
Desde já, é importante ter em mente que o Sistema Harmonizado trata-se de um sistema racional
e completo. É racional porque existem critérios objetivos para a determinação da classificação de
uma mercadoria, além do que a cada mercadoria somente pode ser atribuído um único código
tarifário; é completo, porque abrange todas as mercadorias hoje existentes no universo e, ainda,
aquelas que irão surgir no futuro. Até mesmo a energia elétrica possui uma classificação fiscal.
É importante que vocês tenham em mente que sempre que se vai proceder à classificação fiscal de
uma mercadoria, é necessário levar-se em consideração as Regras Gerais de Interpretação de forma
sequencial. Isso quer dizer que, em um primeiro momento, tenta-se classificar a mercadoria pela
RGI nº 1. Caso não seja possível, tenta-se a RGI nº 2, depois a RGI nº 3 e assim sucessivamente.
A RGI nº 01 estabelece que “os títulos das seções, capítulos e subcapítulos do Sistema Harmonizado
têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação fiscal é determinada pelos textos
das posições e das Notas de Seção e de Capítulo.” Mas o que isso quer dizer?
Vamos entender...
A primeira parte da RGI nº 1 diz que os títulos das seções, capítulos e subcapítulos têm apenas valor
indicativo. O que quer dizer “valor indicativo”?
Quando alguém vai classificar uma mercadoria no Sistema Harmonizado, ele tentará seguir uma
lógica. Imagine, por exemplo, que o bem a ser classificado é um automóvel. O que o classificador
fará?
Primeiro, ele irá olhar as Seções e, dentre elas, encontrará uma dentro da qual supostamente se
encaixa o automóvel: “Material de Transporte”. Segundo, ele irá olhar os Capítulos dentro dessa
Seção e encontrar algum em que se encaixe o automóvel: Capítulo 87- “Veículos automóveis,
tratores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios.”
Pois bem, como você pode ver, o que guiou o classificador foram os títulos das seções, os títulos dos
capítulos e os títulos dos subcapítulos (quando estes existirem) Assim, estes três elementos têm
efeito indicativo, ou seja, servem para que o classificador possa procurar o código exato de
classificação da mercadoria em homenagem ao princípio da especificidade.
Todavia, os títulos das seções, capítulos e subcapítulos não têm valor jurídico, não produzindo
efeitos legais. O que vale mesmo para os fins legais é o texto das posições e as notas de seção e de
capítulo.
o) as coifas e redes, para o cabelo, chapéus e artefatos de uso semelhante, e suas partes, do
Capítulo 65”
Se alguém for realizar a classificação fiscal de um chapéu feito de um tecido, poderá, ao olhar o título
da Seção XI, achar que ele se encontra dentro da mesma. No entanto, o que vale para fins legais não
é o título da seção, devendo o classificador ler as notas da seção. Ao passar os olhos pelas notas de
seção, ele verá que os chapéus estão excluídos da Seção XI.
Assim como existem as notas de seção, existem também as notas de capítulo, de forma que quando
alguém for classificar uma mercadoria em uma determinada posição, deverá:
Em muitas questões de prova, cobra-se a literalidade da RGI nº 01. Logo, é importante que você a
guarde bem, ok?
A RGI nº 2-a tem como objetivo orientar o classificador na determinação do código atribuível a
artigos incompletos, inacabados e desmontados. Ao fazê-lo, a RGI nº 2-a amplia a nomenclatura do
Sistema Harmonizado, evitando que nele sejam incluídas inúmeras posições para cada um desses
casos.1 Vejamos o que ela diz!
RGI nº 2-a: “Qualquer referência a um artigo em determinada posição abrange esse artigo mesmo
incompleto ou inacabado, desde que apresente, no estado em que se encontra, as características
essenciais do artigo completo ou acabado. Abrange igualmente o artigo completo ou acabado, ou
como tal considerado nos termos das disposições precedentes, mesmo que se apresente
desmontado ou por montar.”
Analisando a RGI nº 2-a, verificamos que podem aparecer duas situações diferentes:
Simples. Ele será classificado na mesma posição do automóvel completo. O fato de ele estar sem
as rodas e sem os vidros não faz com que ele deixe de ser um automóvel, justamente em razão de
ele possuir, no estado em que se encontra, as características essenciais de um automóvel.
Cabe destacar, todavia, que a determinação do que são as características essenciais de uma
mercadoria é algo bastante subjetivo. De maneira simplificada, pode-se dizer que a característica
1
WERNECK, Paulo. Como classificar mercadorias: uma abordagem prática. São Paulo, Aduaneiras:
2008
essencial é aquilo que permite determinar, com grau de certeza razoável, qual seria a mercadoria
final. 2
Cabe destacar que tudo o que dissemos para os artigos incompletos ou inacabados também vale
para os artigos desmontados ou por montar. Em outras palavras, o artigo desmontado ou por
montar classifica-se como se estivesse montado.
Vamos a uma situação da vida real em que vocês vão visualizar a importância dessa regra. Imagine
que a CAMEX aplique direitos antidumping contra a importação de ventiladores originários da China,
mas que tal medida não seja estendida para as partes e peças de ventiladores. Nesse caso, seria
possível que um “espertinho”, visando burlar a medida de defesa comercial, trouxesse para o Brasil
ventiladores chineses desmontados, classificando-os como partes e peças de ventiladores. Diante
disso, qual seria a conduta correta da autoridade aduaneira (Auditor-Fiscal RFB)?
A autoridade aduaneira deverá constatar, na inspeção física, que, na verdade, o importador não está
trazendo para o país partes e peças de ventiladores, mas sim ventiladores desmontados. Dessa
forma, pela aplicação da RGI nº 2-a, o Auditor da RFB exigirá que o importador retifique a
classificação do produto, enquadrando-o como ventilador e fazendo incidir o direito antidumping.
Suponha que você necessite fazer a classificação fiscal de uma camisa de algodão e poliéster (a
camisa não é só de algodão, tampouco só de poliéster!) Vamos imaginar, ainda, que existam as
seguintes posições no Sistema Harmonizado3:
2
WERNECK, Paulo. Como classificar mercadorias: uma abordagem prática. São Paulo,
Aduaneiras: 2008.
3
Trata-se de um exemplo que foge à realidade, cujo objetivo é dar maior didática à aula.
E agora, meu amigo? Em qual posição deverá ser classificada a camisa de algodão e poliéster?
Pela RGI nº 2-b, qualquer referência a uma matéria em determinada posição diz respeito a essa
matéria, quer em estado puro, quer misturada ou associada a outras substâncias. Assim, quando
a posição 6105 faz referência à matéria “algodão”, ela está se referindo ao “algodão puro” ou ao
“algodão com poliéster”, “algodão e seda”, etc. Da mesma forma, quando a posição 6106 faz
referência ao “poliéster”, ela está se referindo ao “poliéster puro” ou ao “poliéster com algodão”,
“poliéster com seda”, etc.
A RGI nº 2-b não classifica ela mesma uma determinada mercadoria, mas sim remete o classificador
à utilização da RGI nº 3. Isso é o que se depreende a partir da leitura da RGI nº 2-b, que determina
que a classificação dos “produtos misturados ou artigos compostos efetua-se conforme os princípios
enunciados na Regra 3.”
A RGI nº 3-a é conhecida como a “regra do desempate”, subdividindo-se em três: RGI nº 3-a, RGI nº
3-b e RGI nº 3-c. Ela é utilizada quando, aparentemente, uma mercadoria possa ser enquadrada em
duas ou mais posições. Vocês se lembram do exemplo que demos anteriormente?
Tínhamos uma camisa de algodão e poliéster! Pela aplicação da RGI nº 2-b, essa camisa poderia se
classificar tanto como “camisa de algodão” quanto como “camisa de poliéster”. Havia ocorrido um
empate!
A RGI nº 3 serve justamente para que o classificador possa escolher, entre alternativas validas, qual
a posição mais adequada para a mercadoria objeto da classificação. 4 Em suma, é ela que resolve o
problema do empate!
Inicialmente, tentamos aplicar a RGI nº 3-a, que dispõe que a posição específica prevalece sobre a
posição genérica. Destaque-se que são consideradas igualmente específicas as posições que fazem
4
WERNECK, Paulo. Como classificar mercadorias: uma abordagem prática. São Paulo, Aduaneiras:
2008
referência a apenas uma parte das matérias constitutivas de um produto misturado ou artigo
composto. Esse é o entendimento que se tem a partir da leitura da literalidade da RGI nº 3-a:
“3. Quando pareça que a mercadoria pode classificar-se em duas ou mais posições por aplicação
da Regra 2 b) ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuar-se da forma seguinte:
a) A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. Todavia, quando duas ou
mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma parte das matérias constitutivas
de um produto misturado ou de um artigo composto, ou a apenas um dos componentes de
sortidos acondicionados para venda a retalho, tais posições devem considerar-se, em relação
a esses produtos ou artigos, como igualmente específicas, ainda que uma delas apresente
uma descrição mais precisa ou completa da mercadoria.”
Nós queremos classificar uma “camisa de algodão e poliéster”. Pela aplicação da RGI nº 2-b,
verificamos que, aparentemente, ela pode ser classificada como “camisa de algodão” ou como
“camisa de poliéster". Será necessário, então, um desempate! Aplicando-se a RGI nº 3-a, percebe-
se, todavia, que as posições “camisa de algodão” e “camisa de poliéster” são igualmente específicas,
pois cada uma delas faz referência a apenas uma das matérias constitutivas do produto misturado
(“camisa de algodão e poliéster”)
A RGI nº 3-b dispõe que quando não for possível a classificação pela RGI nº 3-a, a mercadoria deverá
ser classificada pela matéria ou artigo que lhe confira a característica essencial, quando for possível
fazer esta determinação. Vejamos:
Mas vamos complicar um pouco mais! E se a camisa fosse 50% de algodão e 50% de poliéster? Bem,
aí precisamos aplicar a RGI nº 3-c...
Chamo sua atenção para aquilo que a RGI nº 3-b denomina “sortidos acondicionados para venda a
retalho”. Mas o que vem a ser “sortidos acondicionados para venda a retalho”?
Se olharmos nos Pareceres da OMA, teremos um bom exemplo! Imagine que seja importado, em
uma única embalagem, um sanduíche de carne acompanhado de batatas fritas para ser esquentado
em forno micro-ondas. Trata-se de um sortido para venda a retalho (dois produtos vendidos como
um único produto!) 5
A classificação fiscal será, então, determinada pelo produto que confere a característica essencial
ao conjunto (aplicação da RGI nº 3-b). No caso específico, a OMA decidiu que a classificação fiscal
seria 1602.50, que é o código tarifário correspondente ao sanduíche de carne.
A RGI nº 3-c determina que a mercadoria irá se classificar na posição situada em último lugar na
ordem numérica, dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em consideração. Dessa forma,
considerando-se que, em nosso exemplo, a posição 6105 se refere às camisas de algodão e a posição
6106 às camisas de poliéster, o conflito se resolveria em favor da última. Vejamos o que diz a
literalidade da RGI nº 3-c:
“c) nos casos em que as regras 3 a) e 3 b) não permitam efetuar a classificação, a mercadoria
classifica-se na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis
de validamente se tomarem em consideração.”
Regra Geral de RGI nº3-b: mercadoria se classifica pela matéria que lhe
Interpretação nº 3 confere a caracterísitica essencial
Caso não seja possível classificar a mercadoria utilizando-se as três Regras Gerais de Interpretação
precedentes, partimos para a utilização da RGI nº 4, que determina que a classificação será realizada
pela mercadoria mais semelhante.
Percebe-se que a RGI nº 4 é uma regra destinada a obter o fechamento do sistema, ou seja, ela
garante definitivamente que todas as mercadorias existentes e por existir no universo recebam
uma classificação fiscal.
RGI nº 5-a / 5-b: “Além das disposições precedentes, as mercadorias abaixo mencionadas estão
sujeitas às Regras seguintes:
a) Os estojos para aparelhos fotográficos, para instrumentos musicais, para armas, para
instrumentos de desenho, para jóias e receptáculos semelhantes, especialmente fabricados para
conterem um artigo determinado ou um sortido, e suscetíveis de um uso prolongado, quando
apresentados com os artigos a que se destinam, classificam-se com estes últimos, desde que
sejam do tipo normalmente vendido com tais artigos. Esta Regra, todavia, não diz respeito
aos receptáculos que confiram ao conjunto a sua característica essencial.
A RGI nº 5-a estabelece o tratamento aplicável às embalagens de uso prolongado, definindo um rol
exemplificativo (não-exaustivo) desse tipo de embalagens (estojos para aparelhos fotográficos, para
instrumentos musicais, para armas, etc). As embalagens de uso prolongado recebem a mesma
classificação fiscal do produto que acondicionam, salvo quando conferirem ao conjunto sua
característica essencial. Dessa forma, temos duas situações possíveis:
A RGI nº 5-b, por sua vez, estabelece o tratamento aplicável às embalagens de uso único e às
embalagens de uso repetido.
As embalagens de uso único deverão ser classificadas em conjunto com o produto, desde que
sejam do tipo normalmente utilizado para seu acondicionamento. Seria o caso, por exemplo, de
uma lata de refrigerante! O classificador atribuirá uma única classificação fiscal ao conjunto lata +
líquido.
Em relação às embalagens de uso repetido, a RGI nº 5-b não estabelece uma disposição mandatória
para classificá-las. Ao contrário, ela dispõe que não há obrigatoriedade de que elas sejam
classificadas em conjunto com o produto que acondicionam. Ao conferir esse caráter facultativo à
classificação das embalagens de uso repetido, o Sistema Harmonizado dá margem para que os países
estabeleçam regras específicas para determinar a classificação fiscal destas.
As embalagens de uso repetido são aquelas que podem ser reutilizadas. Seria o caso, por exemplo,
de cilindros contendo gases, os quais são retornáveis após a utilização de seu conteúdo. Tais
cilindros, por serem uma embalagem de uso repetido, poderão ser classificados autonomamente
ou em conjunto com o conteúdo. Isso vai depender das regras específicas de cada país ou bloco
regional. Destaque-se que o MERCOSUL criou regras especiais para as embalagens de uso repetido,
sobre as quais estudaremos mais à frente.
No entanto, o SH é um código de 6 (seis) dígitos. Assim, faz-se necessária uma nova regra para
classificar as mercadorias nos dois dígitos restantes. É esse o objetivo da RGI nº 06: classificar as
mercadorias em suas subposições correspondentes.
Ela determina que a classificação de mercadorias nas subposições deve ser realizada com base nos
textos dessas subposições e nas notas de subposição respectivas (análogo à RGI nº 01). Além disso,
devem ser aplicadas, “mutatis mutandis”, as regras precedentes, isto é, as RGI’s nº 01 a 05. A
expressão “mutatis mutandis” significa “mudando o que tem que ser mudado”. Ela é utilizada em
virtude da necessidade de que, ao classificar uma mercadoria na subposição tarifária pela aplicação
das RGI nº 01 a 05, o classificador substitua a palavra “posição” por “subposição”. Com efeito, as RGI
nº 01 a 05 fazem menção, por diversas vezes, à posição tarifária.
As Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) são disposições que estabelecem o alcance
do texto das posições e, adicionalmente, fornecem a interpretação autêntica das regras gerais de
interpretação (RGI’s). Nesse sentido, são fundamentais para fornecer esclarecimentos sobre os
códigos do SH. Considerando-se a grande abrangência do Sistema Harmonizado, é natural que
existam mercadorias em que seja necessário um conhecimento técnico mais apurado para se
proceder à classificação fiscal.
É nessas horas que a NESH irá auxiliar, detalhando e explicando o conteúdo de alguns códigos
tarifários. Ressalte-se que a aplicação das NESH é subsidiária, ou seja, trata-se de um meio auxiliar
para a interpretação do Sistema Harmonizado (SH).
8. (AFRF-2003)
Comentários
Gabarito: certa
9. (AFRF 2002.2)
Comentários
Vejam só, meus amigos! Mais uma questão sobre a estrutura do SH! Isso não cai na prova! Despenca!
Conforme afirma o enunciado, o SH está dividido em 21 Seções e 96 Capítulos (não precisa decorar
o número de posições e subposições, pois isso muda muito!). Os Capítulos 77, 98 e 99 foram
deixados em branco, sendo que o Capítulo 77 foi reservado para utilização futura e os Capítulos 98
e 99 reservados para utilização pelas partes contratantes. Trata-se de um sistema racional e
completo. Racional porque as mercadorias são classificadas com base em critérios objetivos.
Completo porque abrange todos os bens existentes e por existir no universo, inclusive a energia
elétrica. Por tudo isso, a questão está correta.
Gabarito: certa
10. (AFRF-2005)
Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos do Sistema Harmonizado têm apenas valor
indicativo. Para os efeitos legais, a classificação fiscal é determinada pelos textos das posições
e das Notas de Seção e de Capítulo.
Comentários
A questão traz a literalidade da RGI nº 01! Segundo essa regra, os títulos das seções, capítulos e
subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação fiscal é determinada
pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo.
Gabarito: certa
Quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma das matérias
constitutivas de um produto misturado, a posição mais específica prevalece sobre a genérica.
Comentários
Pela RGI nº 3-a, a posição mais específica prevalece sobre a genérica. No entanto, quando duas ou
mais posições se referirem, cada uma delas, a apenas uma das matérias constitutivas de um produto
misturado, elas serão consideradas igualmente específicas. Nesse caso, a classificação será feita pela
RGI nº 3-b, que resolve o conflito a favor da posição que diz respeito à característica essencial da
mercadoria.
Gabarito: errada
Quando não se consegue encontrar classificação fiscal para uma mercadoria aplicando-se as
RGI no 1, no 2 e no 3, deve ser utilizada a classificação dos artigos mais semelhantes.
Comentários
Caso não seja possível classificar uma mercadoria pela aplicação das RGI’s nº 01, nº 02 e nº 03, deve-
se utilizar a RGI nº 4. E o que diz essa regra? Segundo a RGI nº 04, as mercadorias devem se classificar
na posição correspondente aos artigos mais semelhantes.
Gabarito: certa
Comentários
Segundo a RGI nº 2-a, o artigo incompleto ou inacabado classifica-se na mesma posição do artigo
completo, desde que possua, no estado em que se encontra, as características essenciais do artigo
completo.
Gabarito: certa
Comentários
O SH estabelece que as embalagens de uso prolongado é que devem classificar-se juntamente com
a mercadoria que acondicionam, desde que não confiram a característica essencial ao conjunto.
Em relação às embalagens de uso repetido, o SH não diz que elas devem nem que elas não devem
se classificar juntamente com a mercadoria que acondicionam. O SH diz apenas que as embalagens
de uso repetido não precisam obedecer à regra aplicável às embalagens de uso geral. Conclusão:
elas podem ter classificação autônoma em relação à mercadoria que acondicionam, mas não
necessariamente terão. Isso vai depender das regras próprias definidas por cada país.
Gabarito: errada
Segundo a RGI 5-b, as embalagens contendo mercadorias classificam-se com estas últimas
quando sejam do tipo normalmente utilizado para o seu acondicionamento.
Comentários
As embalagens contendo mercadorias se classificam com estas últimas quando forem do tipo
normalmente utilizado para seu acondicionamento. É o caso, por exemplo, de uma garrafa de
refrigerante, que se classifica juntamente com o líquido em seu interior.
Gabarito: certa
16. (AFTN-1998)
Para efeito de classificação das mercadorias na Nomenclatura e Aplicação das Regras Gerais
para a Interpretação do Sistema Harmonizado, quando inaplicável a RGI nº 1, o artigo
incompleto ou inacabado não pode ser classificado na posição do artigo completo ou acabado
porque as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado determinam sua classificação segundo
a matéria preponderante no artigo em referência.
Comentários
O artigo incompleto ou inacabado pode sim ser classificado na posição do artigo completo ou
acabado, bastando que este apresente, no estado em que se encontra, as características essenciais
do artigo completo ou acabado.
Gabarito: errada
Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos tem apenas valor indicativo; para os efeitos
legais, a classificação é determinada pelas notas explicativas do Sistema Harmonizado e pelas
Regras Gerais e Complementares.
Comentários
Essa era pegadinha! Não sei se consegui te enrolar! As notas explicativas do SH são elementos
subsidiários na classificação de mercadorias. A questão estaria correta se afirmasse que os títulos
das seções, capítulos e subcapítulos têm somente valor indicativo e que para fins legais devem ser
consideradas as notas de seção, notas de capítulo e os textos das posições.
Gabarito: errada
Os subcapítulos são subdivisões dos capítulos para facilitar a ordenação. Todos os capítulos são
subdivididos em subcapítulos.
Comentários
Nem todos os capítulos são divididos em subcapítulos. Apenas os maiores possuem subcapítulos.
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: certa
A classificação fiscal é feita a partir dos títulos das seções, capítulos e subcapítulos do Sistema
Harmonizado, que têm valor legal de acordo com a RGI nº 1.
Comentários
Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para efeitos legais, o que
vale são as notas de seção, as notas de capítulo e os textos das posições.
Gabarito: errada
Comentários
O artigo incompleto ou inacabado classifica-se na posição do artigo completo ou acabado desde que
no estado em que se encontre apresente as características essenciais deste.
Gabarito: errada
22. (AFTN-1989)
Comentários
Segundo a RGI nº 2-b, qualquer referência a uma matéria em determinada posição diz respeito a
essa matéria quer no estado puro, quer associada ou misturada a outras substâncias.
Gabarito: certa
23. (AFRF-2005)
Comentários
Gabarito: errada
Uma embalagem de uso prolongado que confira ao conjunto a sua característica essencial é
sujeita a classificação própria, independente da classificação da mercadoria.
Comentários
As embalagens de uso prolongado poderão ter classificação junto com a mercadoria que
acondicionam ou ainda poderão classificar-se autonomamente. Quando elas conferem a
característica essencial ao conjunto, elas têm classificação própria, conforme afirma a assertiva.
Gabarito: certa
Uma embalagem de uso prolongado que não confira ao conjunto a sua característica essencial
e seja apresentada com o artigo a que se destina, classifica-se com este último, desde que seja
do tipo normalmente vendido com tais artigos.
Comentários
Quando as embalagens de uso prolongado não conferem a característica essencial ao produto que
acondicionam, elas acompanham sua classificação fiscal.
Gabarito: certa
Quando uma mercadoria aparentemente possa ser classificada em duas ou mais posições, a
classificação deve ser feita na posição mais específica em detrimento da genérica, devendo-se
considerar igualmente específicas as posições que se refiram a apenas uma parte das matérias
constitutivas de um produto misturado ou de um artigo composto, ou a apenas um dos
componentes de sortidos acondicionados para venda a retalho, salvo se uma delas apresenta
uma descrição mais precisa ou completa da mercadoria.
Comentários
Segundo a RGI nº 3-a, quando uma mercadoria possa, aparentemente, ser classificada em duas ou
mais posições, a classificação será feita na posição mais específica em detrimento da genérica.
São consideradas igualmente específicas as posições que façam referência a apenas uma parte das
matérias constitutivas de um produto misturado ou de um artigo composto, ou a apenas um dos
componentes de sortidos acondicionados para venda a retalho, ainda que uma delas apresente uma
descrição mais precisa ou completa da mercadoria. Viram o que eu sublinhei? Pois é: a assertiva usa
a expressa “salvo se”, que muda completamente o sentido da frase.
Gabarito: errada
27. (AFTN-1998)
Para efeito de classificação das mercadorias na Nomenclatura e Aplicação das Regras Gerais
para a Interpretação do Sistema Harmonizado, quando inaplicável a RGI nº 1, o artigo
incompleto ou inacabado é classificado na posição do artigo completo ou acabado, sempre que
apresente, no estado em que se encontra, as características essenciais do artigo completo ou
acabado, aplicável tal regra também para o artigo desmontado ou por montar.
Comentários
Perfeita a assertiva! Ela descreve exatamente a RGI nº 2-a! Guarde isso, meu amigo, pois cai muito
em prova!
Gabarito: certa
28. (AFTN-1998)
Para efeito de classificação das mercadorias na Nomenclatura e Aplicação das Regras Gerais
para a Interpretação do Sistema Harmonizado, quando inaplicável a RGI nº 1, o artigo
incompleto ou inacabado é abrangido pela posição do artigo completo ou acabado, desde que
apresente, no estado em que se encontra, as características essenciais do artigo completo ou
acabado, não valendo essa regra para o artigo completo ou acabado desmontado ou por
montar.
Comentários
A RGI nº 2-a se aplica aos artigos incompletos ou inacabados e também aos artigos desmontados ou
por montar.
Gabarito: errada
Comentários
Para que um artigo incompleto ou inacabado possa ser classificado na mesma posição do artigo
completo ou acabado, ele precisa apresentar, no estado em que se encontra, as características
essenciais do artigo completo ou acabado.
Gabarito: errada
Qualquer referência a uma matéria em determinada posição diz respeito a essa matéria, quer
em estado puro, quer associada ou misturada a outras matérias.
Comentários
Gabarito: certa
É possível, em situações excepcionais, que uma mercadoria possa ser classificada em mais de
uma posição do Sistema Harmonizado.
Comentários
Ao final da classificação fiscal, a mercadoria somente poderá ser classificada em uma única posição.
Se isso não fosse feito dessa forma, haveria inúmeros problemas, particularmente no que se refere
à tributação.
Gabarito: errada
Segundo a RGI no 2, o artigo incompleto ou inacabado irá possuir a mesma classificação fiscal
atribuída ao artigo completo ou acabado.
Comentários
O artigo incompleto ou inacabado somente irá possuir a mesma classificação fiscal atribuída ao
artigo completo ou acabado caso, no estado em que se encontre, possuir as características essenciais
do artigo completo ou acabado.
Gabarito: errada
33. (CODESP-2011)
Comentários
Para os efeitos legais, a classificação de mercadorias é determinada pelos textos das posições e pelas
Notas de Seção e de Capítulo.
Gabarito: errada
34. (CODESP-2011)
Qualquer referência a uma matéria em determinada posição diz respeito a essa matéria, quer
em estado puro, quer misturada ou associada a outras matérias.
Comentários
Gabarito: certa
35. (CODESP-2011)
Comentários
Os estojos são embalagens de uso prolongado e sua classificação obedece ao que dispõe a RGI nº 5-
a. Em regra, eles serão classificados em conjunto com os produtos que acondicionam. Ressalte-se,
todavia, que, para isso, eles não podem ser apresentados separadamente do produto que
acondicionam e, além disso, não podem conferir a característica essencial ao conjunto.
Gabarito: errada
Quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma das matérias
constitutivas de um produto misturado, a posição mais específica prevalece sobre a genérica.
Comentários
Pela RGI nº 3-a, a posição mais específica prevalece sobre a genérica. No entanto, quando duas ou
mais posições se referirem, cada uma delas, a apenas uma das matérias constitutivas de um produto
misturado, elas serão consideradas igualmente específicas. Nesse caso, a classificação será feita pela
RGI nº 3-b, que resolve o conflito a favor da posição que diz respeito à característica essencial da
mercadoria.
Gabarito: errada
Comentários
A RGI nº 5- b não apresenta regra impositiva quanto à classificação fiscal das embalagens de uso
repetido. Ela apenas estabelece que este tipo de embalagem não precisa seguir a classificação dos
produtos que acondicionam. Ou seja, de acordo com essa regra, as embalagens de uso repetido
podem ter classificação própria.
Gabarito: errada
Comentários
Isso é exatamente o que dispõe a RGI nº 3-a! A posição mais específica prevalece sobre a mais
genérica.
Gabarito: certa
Comentários
Essa é a literalidade da RGI nº 6, que determina como é feita a classificação fiscal nas subposições.
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: certa
41. (CODESP-2011)
Comentários
O erro da questão foi falar em sortidos acondicionados para venda a varejo. Os sortidos
acondicionados para venda a retalho recebem a classificação pela matéria ou artigo que lhes confira
a característica essencial.
Gabarito: errada
2.1. GENERALIDADES:
A Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) entrou em vigor em 1996, sendo utilizada pelos
países desse bloco regional em todas as suas operações de comércio exterior. Trata-se de um
sistema de classificação fiscal baseado no Sistema Harmonizado (SH), que dá amparo à existência
da Tarifa Externa Comum (TEC). Destaque-se que a adoção da TEC e da NCM teve como
consequência a extinção dos sistemas nacionais de classificação de mercadorias dos países membros
do MERCOSUL.
Conforme já estudamos, o MERCOSUL é uma união aduaneira e, portanto, seus membros aplicam,
em regra, alíquotas idênticas sobre as importações de terceiros países. Com efeito, para que isso
seja viabilizado, é imprescindível que exista uma tabela única de códigos associados às suas
respectivas alíquotas do imposto de importação. Essa ”tabela de códigos” é justamente a NCM! No
Brasil, a NCM substituiu a NBM (Nomenclatura Brasileira de Mercadorias), que vigorou até
dezembro de 1995 e também era baseada no SH.
A NCM associa cada produto existente e por existir a um código numérico de 8 (oito) dígitos. Na
condição de nomenclatura baseada no SH, os 6 (seis) primeiros dígitos da NCM são idênticos aos 6
(seis) primeiros dígitos do SH. Todavia, a NCM possui dois dígitos adicionais (desdobramentos
regionais específicos), o que significa que ela promove um maior detalhamento dos códigos
previstos no SH. O sétimo dígito é denominado item e o oitavo dígito é chamado de subitem.
Um detalhe interessante! Vocês se lembram de que quando uma posição não era desdobrada, o
quinto dígito seria zero e, assim, obrigatoriamente, o sexto dígito também seria zero? Pois bem, na
NCM, ocorre fato semelhante. Se o sétimo dígito for zero, o oitavo dígito será obrigatoriamente
zero.
Aí você pode me perguntar: “Professor, é possível que uma posição não desdobrada em subposições
seja desdobrada em itens e subitens da NCM?”
A resposta é SIM. Duvidam? Então dêem uma olhadinha lá na TEC e vejam a NCM 1101.00.10-
Farinha de trigo. Ou seja, nosso macete aqui é o seguinte:
Conforme já estudamos, o SH possui 6 (seis) Regras Gerais de Interpretação, as quais são utilizadas
para classificar as mercadorias. A NCM possui, além das mesmas 6 (seis) Regras Gerais de
Interpretação (RGI’s), 2 (duas) Regras Gerais Complementares (RGC’s).
As 6 (seis) Regras Gerais de Interpretação são utilizadas para se classificar uma mercadoria nos 6
dígitos do Sistema Harmonizado. Considerando-se que, no âmbito do MERCOSUL, foi criada a NCM,
que possui 8(oito) dígitos, foi necessário criar uma regra complementar para classificar as
mercadorias nesses 2 (dois) novos dígitos – item e subitem.
A Regra Geral Complementar nº 1 (RGC 1) tem justamente o objetivo de dizer como devem ser
classificadas as mercadorias no item e subitem (7º e 8º dígitos). Tal classificação será feita, “mutatis
mutandis” (mudando o que tem ser mudado), com a aplicação das Regras Gerais de Interpretação
do Sistema Harmonizado. Trata-se de regra análoga à RGI nº 06, dispondo o seguinte:
O Sistema Harmonizado não estabeleceu uma disposição mandatória para a classificação fiscal das
embalagens de uso repetido, dispondo apenas que estas não precisam classificar-se em conjunto
com o produto que acondicionam. Dessa forma, ficou a cargo dos países signatários da convenção
que instituiu o SH definir como será feita a classificação fiscal de embalagens de uso repetido.
Vejamos o que foi definido no MERCOSUL!
A RGC nº 2 estabelece como será feita a classificação fiscal das embalagens de uso repetido no
âmbito do MERCOSUL. Segundo essa regra, as embalagens de uso repetido somente terão
classificação fiscal autônoma quando forem submetidas aos regimes aduaneiros especiais de
admissão temporária ou exportação temporária.
É muito comum que haja confusão quanto à classificação fiscal de contêineres! Seriam eles
embalagens de uso repetido? Eles recebem classificação fiscal?
Pode ocorrer, todavia, de esses contêineres serem importados a título definitivo. É o caso, por
exemplo, em que um contêiner é nacionalizado com o objetivo de ser usado como uma instalação
para fins médico-hospitalares. Nesse caso, considerando-se que o contêiner é o próprio bem
importado, ele receberá classificação fiscal própria (8609.00.00), submetendo-se a despacho para
consumo. Como curiosidade, muitos contêineres são usados em missões de paz da ONU como
alojamento para militares!
Suponha que uma empresa brasileira vai realizar uma exportação para a Alemanha. Nesse caso, ela
deverá apresentar as mercadorias à Aduana brasileira para que seja feito o despacho de exportação.
Posteriormente, essas mercadorias serão apresentadas à Aduana alemã. Ao apresentar a
mercadoria à Aduana brasileira, a empresa deverá classificá-la na NCM. Por outro lado, ao
apresentar a mercadoria à Aduana alemã, deverá classificá-la na Nomenclatura Combinada (que é a
nomenclatura da UE!)
A conclusão que retiramos desse exemplo é a de que, sempre que a mercadoria for apresentada à
Aduana brasileira (seja em uma importação ou exportação!), ela deverá estar classificada na NCM.
Por outro lado, ao apresentá-la à Aduana de outro país, a classificação fiscal será feita com base no
sistema de classificação utilizado por aquele país.
A classificação fiscal na NCM é realizada, no Brasil, em conformidade com o que dispõe o art. 94 do
Regulamento Aduaneiro:
Parágrafo único. Para fins de classificação das mercadorias, a interpretação do conteúdo das
posições e desdobramentos da Nomenclatura Comum do Mercosul será feita com observância das
Regras Gerais para Interpretação, das Regras Gerais Complementares e das Notas
Complementares e, subsidiariamente, das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de
Designação e de Codificação de Mercadorias, da Organização Mundial das Aduanas.”
Interpretando o parágrafo único do art. 94, verifica-se que a classificação fiscal na NCM é feita
observando-se: i) as 6 (seis) Regras Gerais de Interpretação do SH; ii) as 2 (duas) Regras Gerais
Complementares da NCM e; iii) subsidiariamente, as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado
(NESH).
De acordo com a IN RFB nº 1.747/2017, também são elementos subsidiários fundamentais para a
classificação de mercadorias na NCM os Pareceres da OMA (Organização Mundial de Aduanas).
Destaque-se que, tanto a NESH quanto os Pareceres da OMA não possuem valor legal.
Outra nomenclatura utilizada pela Receita Federal é a NVE (Nomenclatura de Valor Aduaneiro e
Estatística). A classificação na NVE é realizada com base em atributos e especificações. O objetivo
da NVE é permitir a formulação de estatísticas detalhadas sobre a importação de mercadorias que
são objeto de valoração aduaneira (controle do valor declarado) pela Receita Federal.
42. (AFRF-2005)
A classificação fiscal da mercadoria deve ser feita pelo próprio importador. Não obstante, em
caso de dúvida sobre a classificação do bem, há previsão legal para que, respeitados
parâmetros, seja formulada consulta à autoridade aduaneira com vistas à correta classificação
da mercadoria.
Comentários
Gabarito: certa
43. (ACE-2008)
Comentários
A NCM não substituiu a NALADI (Nomenclatura Aduaneira da ALADI), mas sim a NBM (no caso do
Brasil!). A NALADI é um sistema de classificação fiscal utilizado pelos países-membros da ALADI e
está em pleno vigor.
Gabarito: errada
44. (AFTN-1996-adaptada)
Comentários
Gabarito: errada
45. (AFTN-1996-adaptada)
Comentários
Gabarito: certa
46. (CODESP-2011)
Comentários
A questão não faz qualquer menção à RGC nº 2. Assim, podemos analisá-la sob duas óticas:
b) O examinador não considerou a RGC nº 2: Nesse caso, pela aplicação da RGI nº 5-b, o
botijão (embalagem de uso repetido) poderá ou não seguir a classificação fiscal do
produto que acondiciona. Vai depender do que as regras específicas do país ou do bloco
regional estabelecerem! A questão também estaria errada sob essa ótica.
Gabarito: errada
47. (AFTN-1996-adaptada)
Comentários
A NCM não é um conjunto de informações estatísticas, mas sim um sistema de classificação fiscal de
mercadorias.
Gabarito: errada
48. (AFRFB-2009)
Comentários
A NCM é baseada no SH, possuindo dois dígitos adicionais em relação a este. Ademais, ela substituiu
a NBM no Brasil.
Gabarito: certa
49. (AFRFB-2009)
Com o advento da Tarifa Externa Comum, os países do MERCOSUL substituíram seus sistemas
nacionais de classificação de mercadorias pelo Sistema Harmonizado de Designação e
Codificação de Mercadorias (SH).
Comentários
Gabarito: errada
50. (AFRFB-2009)
Comentários
A adoção da TEC teve como consequência a extinção dos sistemas nacionais de classificação de
mercadorias dos países membros do MERCOSUL. Logo, não há que se falar que esses sistemas de
classificação fiscal foram harmonizados. Ao contrário, eles foram extintos, surgindo um sistema de
classificação fiscal único, aplicável a todas as operações de comércio exterior realizados pelos países
do bloco regional.
Gabarito: errada
51. (AFRFB-2009)
Comentários
A NBM não existe mais desde novembro de 1995. A referência para a NCM é o Sistema Harmonizado
(SH), no qual ela se baseia. Com efeito, os 6 (seis) primeiros dígitos da NCM são exatamente iguais
aos 6 (seis) dígitos do SH.
Gabarito: errada
52. (ACE-1997-adaptada)
Comentários
A NCM é aplicada a todas as operações de comércio exterior dos países membros do bloco regional,
independentemente da origem da mercadoria.
Gabarito: errada
53. (AFRF-2005)
Dos oito dígitos que compõem a Nomenclatura Comum do MERCOSUL, os seis primeiros são
formados pelo Sistema Harmonizado, ao passo em que o sétimo e oitavo dígitos correspondem
a desdobramentos específicos definidos no âmbito do MERCOSUL.
Comentários
A NCM é um sistema de classificação fiscal baseado no SH, o que faz com que os 6 (seis) primeiros
dígitos dessa nomenclatura sejam idênticos aos 6 (seis) dígitos do SH. A NCM possui, entretanto, 8
(oito) dígitos, os quais são desdobramentos regionais específicos. O sétimo dígito é denominado
item e o oitavo dígito é chamado de subitem.
Gabarito: certa
54. (AFRF-2003)
Comentários
a) A classificação fiscal na NCM é feita com base no texto das posições e nas notas de seção
e de capítulo (RGI nº 1).
b) A classificação fiscal na NCM é feita com observâncias das RGI’s e das RGC’s.
d) As NESH e os Pareceres da OMA possuem aplicação subsidiária e não têm valor legal.
Gabarito: certa
Comentários
Segundo a RGC nº2, as embalagens de uso repetido seguirão seu próprio regime de classificação
fiscal (classificação autônoma) quando submetidas aos regimes aduaneiros especiais de admissão
temporária ou de exportação temporária. Caso não estejam submetidas a esses regimes aduaneiros
especiais, elas serão classificadas em conjunto com as mercadorias que acondicionam.
Gabarito: certa
Comentários
O enunciado da questão está incompleto. Segundo as regras da NCM, as embalagens de uso repetido
terão classificação própria quando submetidas aos regimes de admissão temporária ou exportação
temporária.
Gabarito: errada
57. (AFRF-2002.2)
Comentários
Gabarito: errada
58. (AFRF-2002.2)
Comentários
De fato, o contêiner não é objeto de classificação fiscal na Declaração de Importação para consumo.
Gabarito: certa
59. (AFRF-2002.2-adaptada)
Comentários
Gabarito: certa
60. (AFRF-2002.2-adaptada)
Comentários
Pela RGC nº 2, as embalagens de utilização repetida seguirão a classificação das mercadorias quando
forem nacionalizadas ou quando forem submetidas a outros regimes aduaneiros especiais diferentes
da admissão temporária e exportação temporária.
Gabarito: errada
61. (AFRF-2002.2-adaptada)
Comentários
Gabarito: errada
62. (AFRF-2002.2-adaptada)
Comentários
Gabarito: errada
Comentários
Segundo a RGI nº 2-a, o artigo incompleto ou inacabado se classifica na mesma posição do artigo
completo ou acabado, desde que, no estado em que se encontre, apresente as características
essenciais do artigo completo ou acabado. Isso também se aplica ao artigo desmontado ou por
montar.
Gabarito: errada
Comentários
O que determina que um artigo desmontado ou por montar será classificado na mesma posição do
artigo montado é a presença das características essenciais do artigo montado. Logo, está errado
dizer que o fator determinante é que os componentes do artigo desmontado executem a mesma
função do artigo montado.
Gabarito: errada
65. (AFRF-2000-adaptada)
Comentários
A Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) é baseada no SH, isto é, seus 6 (seis) primeiros dígitos
são idênticos aos 6 (seis) dígitos do SH. A NCM serve como base para a formulação da Tarifa Externa
Comum (TEC), que é uma lista que associa cada código tarifário a uma alíquota do imposto de
importação.
Gabarito: certa
66. (AFRF-2000-adaptada)
Comentários
A NCM é aplicável em todas as operações de comércio exterior dos membros do MERCOSUL, sejam
elas intrabloco ou extrabloco.
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: errada
68. (AFRF-2000-adaptada)
Comentários
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: errada
70. (ACE-1997-adaptada)
Comentários
A NCM não é utilizada para calcular o valor das importações, mas sim para classificar mercadorias
nas operações de comércio exterior realizadas pelos países-membros do MERCOSUL.
Gabarito: errada
71. (ACE-1997-adaptada)
Comentários
Gabarito: errada
72. (ACE-1997-adaptada)
Comentários
Gabarito: certa
O erro de classificação fiscal por parte do importador gera uma multa de 1% do valor aduaneiro
da mercadoria, além do importador ser obrigado a pagar um possível imposto complementar
decorrente da nova classificação.
Comentários
Segundo o Regulamento Aduaneiro, a classificação fiscal errada realizada pelo importador o sujeita
a multa de 1% do valor aduaneiro da mercadoria.
Gabarito: certa
Comentários
Há sim meios legais disponíveis para o importador, uma vez que é possível que ele realize uma
consulta à RFB.
Gabarito: errada
Comentários
Há sim liberdade para quem quiser criar novos dígitos além dos seis já previstos no SH. Um país pode
ter uma nomenclatura com quantos dígitos quiser! Não tem problema! No entanto, é de se supor
que ele deverá criar Regras Complementares para permitir a classificação segundo esses novos
dígitos.
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: certa
Comentários
Segundo o art. 94, parágrafo único, do Regulamento Aduaneiro, a classificação das mercadorias na
NCM deverá ser feita com observância das RGI do SH e das RGC da NCM, além das Notas
Complementares. Existem ainda como elementos subsidiários os Pareceres da OMA e as Notas
Explicativas do Sistema Harmonizado.
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: certa
Pode-se dizer que a posição identificada com o código 0106.00.00 é uma posição não
desdobrada.
Comentários
Quando uma posição não é desdobrada, o seu quinto dígito é zero e assim também será o sexto
dígito. Logo, a questão está correta.
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: errada
Comentários
As embalagens de uso prolongado, segundo a RGI 5-a podem classificar-se junto com a mercadoria
que acondicionam ou, ainda, autonomamente. Caso confiram a característica essencial ao conjunto,
serão classificadas separadamente. Do contrário, serão classificadas juntamente com a mercadoria.
Não há qualquer disposição na RGC nº 2 da NCM com relação às embalagens de uso prolongado.
Gabarito: errada
Comentários
Gabarito: errada
Comentários
Isso é exatamente o que dispõe o art. 94, parágrafo único, do Regulamento Aduaneiro! A
classificação fiscal deverá ser feita observando-se as RGI’s, as RGC’s, as Notas Complementares e,
subsidiariamente, as NESH.
Gabarito: certa
Comentários
Gabarito: certa
Comentários
A RGC nº 2 é que dispõe que as embalagens de uso repetido terão classificação autônoma quando
submetidas ao regime de admissão temporária ou exportação temporária. A RGI nº 5-b diz apenas
que as embalagens de uso repetido não precisam se classificar junto com a mercadoria que
acondicionam, o que dá ampla margem de decisão para que cada signatário da convenção que
instituiu o SH defina suas próprias regras.
Gabarito: errada
QUESTÕES COMENTADAS
1. (ACE-2012-adaptada)
Comentários
Letra A: errada. A Nomenclatura de Valor Aduaneiro (NVE) é usada apenas pelo Brasil, em relação
aos produtos sujeitos ao exame de valor aduaneiro. A NVE é baseada em atributos e especificações
(e não em posições adicionais às do SH!)
Letra C: errada. Na classificação fiscal realizada pelos países do MERCOSUL, usa-se a NCM, que é
baseada no SH, possuindo, no entanto, dois dígitos adicionais em relação a este.
Letra E: correta. A NCM é um desdobramento do SH, possuindo dois dígitos adicionais. O sétimo
dígito é o item e o oitavo dígito o subitem.
Gabarito: letra E
Quanto às Regras Gerais para Interpretação (RGI) do Sistema Harmonizado, assinale a opção
correta.
a) A classificação de uma determinada mercadoria deve basear-se nos títulos das Seções e dos
Capítulos.
d) A Regra Geral n. 2 pode ser aplicada mesmo que contrarie o texto das posições e das Notas
de Seção e de Capítulo.
e) Conforme a Regra Geral n. 1, para efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos
das posições e das Notas de Seção e de Capítulo.
Comentários
Letra A: errada. Os títulos das seções e dos capítulos têm apenas valor indicativo.
Letra B: errada. Segundo a RGI nº 2-a, a referência a um artigo em determinada posição diz respeito
a esse artigo mesmo incompleto ou inacabado, desde que, no estado em que se encontre, apresente
as características essenciais do artigo completo ou acabado.
Letra C: errada. O artigo desmontado ou por montar receberá a mesma classificação do artigo
montado.
Letra D: errada. A RGI nº 2 não irá contrariar a RGI nº 1, ou seja, não pode ser aplicada de modo a
contrariar o texto das posições e das Notas de Seção e de Capítulo.
Letra E: correta. A RGI nº 01 determina que os títulos das seções e dos capítulos têm apenas valor
indicativo; para os efeitos legais, o que vale mesmo são os textos das posições e as notas de posição
e de capítulo.
Gabarito: letra E
Quanto às Regras Gerais para Interpretação (RGI) do Sistema Harmonizado, assinale a opção
incorreta.
a) A Regra Geral nº 3 serve para determinar a classificação de uma mercadoria quando pareça
que a referida mercadoria possa classificar-se em duas ou mais posições por aplicação da Regra
Geral nº 2.
Comentários
Letra A: correta. A RGI nº 3 é a “regra do desempate”, aplicável quando uma mercadoria puder,
aparentemente, classificar-se em duas ou mais posições pela aplicação da RGI nº 2.
Letra B: errada. Os produtos misturados se classificam pela matéria que lhes confira a característica
essencial.
Letra C: correta. Segundo a RGI nº 3-a, a posição específica prevalece sobre a genérica.
Letra D: correta. As embalagens de uso repetido podem ter classificação fiscal autônoma. Cabe aos
Estados-parte da convenção que instituiu o SH decidir qual o tratamento será dado a essas
embalagens.
Letra E: correta. Segundo a RGI nº 3-c, a mercadoria será classificada na posição situada em último
lugar na ordem numérica.
Gabarito: letra B
Comentários
Letra D: correta. No SH, as mercadorias são ordenadas segundo o grau de participação humana na
sua elaboração. As mercadorias em que houve maior grau de elaboração (maior participação
humana) estarão nos Capítulos do SH de maior número.
Gabarito: letra B
5. (Questão Inédita)
d) Quando uma mercadoria puder, aparentemente, ser classificada em duas ou mais posições,
a classificação será feita na posição mais genérica em detrimento da específica.
e) Quando duas posições forem consideradas igualmente específica, a classificação será feita
na posição correspondente aos artigos semelhantes.
Comentários
Letra B: errada. Segundo a RGI nº 2-a, o produto incompleto ou inacabado classifica-se na mesma
posição do artigo completo ou acabado, desde que, no estado em que se encontre, apresente as
características essenciais do produto completo ou acabado.
Letra C: correta. Pela RGC nº 2, as embalagens de uso repetido receberão classificação própria
quando submetidas ao regime de admissão temporária ou exportação temporária.
Letra D: errada. É o contrário! Pela RGI nº 3-a, a posição específica prevalece sobre a posição
genérica.
Letra E: errada. Se duas posições forem igualmente específicas, a classificação será feita na posição
que conferir a característica essencial ao produto.
Gabarito: letra C
LISTA DE QUESTÕES Nº 01
1. (AFRFB-2009)
A classificação aduaneira das mercadorias é recurso essencial para a aplicação, pela autoridade
aduaneira, dos direitos que incidem sobre a exportação e importação de mercadoria e é objeto
de convenções e instrumentos internacionais.
2. (ACE-2002)
4. (AFRF-2005)
5. (AFRFB-2009)
8. (AFRF-2003)
9. (AFRF 2002.2)
10. (AFRF-2005)
Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos do Sistema Harmonizado têm apenas valor
indicativo. Para os efeitos legais, a classificação fiscal é determinada pelos textos das posições
e das Notas de Seção e de Capítulo.
Quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma das matérias
constitutivas de um produto misturado, a posição mais específica prevalece sobre a genérica.
Quando não se consegue encontrar classificação fiscal para uma mercadoria aplicando-se as
RGI no 1, no 2 e no 3, deve ser utilizada a classificação dos artigos mais semelhantes.
Segundo a RGI 5-b, as embalagens contendo mercadorias classificam-se com estas últimas
quando sejam do tipo normalmente utilizado para o seu acondicionamento.
16. (AFTN-1998)
Para efeito de classificação das mercadorias na Nomenclatura e Aplicação das Regras Gerais
para a Interpretação do Sistema Harmonizado, quando inaplicável a RGI nº 1, o artigo
incompleto ou inacabado não pode ser classificado na posição do artigo completo ou acabado
porque as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado determinam sua classificação segundo
a matéria preponderante no artigo em referência.
Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos tem apenas valor indicativo; para os efeitos
legais, a classificação é determinada pelas notas explicativas do Sistema Harmonizado e pelas
Regras Gerais e Complementares.
Os subcapítulos são subdivisões dos capítulos para facilitar a ordenação. Todos os capítulos são
subdivididos em subcapítulos.
A classificação fiscal é feita a partir dos títulos das seções, capítulos e subcapítulos do Sistema
Harmonizado, que têm valor legal de acordo com a RGI nº 1.
22. (AFTN-1989)
23. (AFRF-2005)
Uma embalagem de uso prolongado que confira ao conjunto a sua característica essencial é
sujeita a classificação própria, independente da classificação da mercadoria.
Uma embalagem de uso prolongado que não confira ao conjunto a sua característica essencial
e seja apresentada com o artigo a que se destina, classifica-se com este último, desde que seja
do tipo normalmente vendido com tais artigos.
Quando uma mercadoria aparentemente possa ser classificada em duas ou mais posições, a
classificação deve ser feita na posição mais específica em detrimento da genérica, devendo-se
considerar igualmente específicas as posições que se refiram a apenas uma parte das matérias
constitutivas de um produto misturado ou de um artigo composto, ou a apenas um dos
componentes de sortidos acondicionados para venda a retalho, salvo se uma delas apresenta
uma descrição mais precisa ou completa da mercadoria.
27. (AFTN-1998)
Para efeito de classificação das mercadorias na Nomenclatura e Aplicação das Regras Gerais
para a Interpretação do Sistema Harmonizado, quando inaplicável a RGI nº 1, o artigo
incompleto ou inacabado é classificado na posição do artigo completo ou acabado, sempre que
apresente, no estado em que se encontra, as características essenciais do artigo completo ou
acabado, aplicável tal regra também para o artigo desmontado ou por montar.
28. (AFTN-1998)
Para efeito de classificação das mercadorias na Nomenclatura e Aplicação das Regras Gerais
para a Interpretação do Sistema Harmonizado, quando inaplicável a RGI nº 1, o artigo
incompleto ou inacabado é abrangido pela posição do artigo completo ou acabado, desde que
apresente, no estado em que se encontra, as características essenciais do artigo completo ou
acabado, não valendo essa regra para o artigo completo ou acabado desmontado ou por
montar.
Qualquer referência a uma matéria em determinada posição diz respeito a essa matéria, quer
em estado puro, quer associada ou misturada a outras matérias.
É possível, em situações excepcionais, que uma mercadoria possa ser classificada em mais de
uma posição do Sistema Harmonizado.
Segundo a RGI no 2, o artigo incompleto ou inacabado irá possuir a mesma classificação fiscal
atribuída ao artigo completo ou acabado.
33. (CODESP-2011)
34. (CODESP-2011)
Qualquer referência a uma matéria em determinada posição diz respeito a essa matéria, quer
em estado puro, quer misturada ou associada a outras matérias.
35. (CODESP-2011)
Quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma das matérias
constitutivas de um produto misturado, a posição mais específica prevalece sobre a genérica.
41. (CODESP-2011)
42. (AFRF-2005)
A classificação fiscal da mercadoria deve ser feita pelo próprio importador. Não obstante, em
caso de dúvida sobre a classificação do bem, há previsão legal para que, respeitados
parâmetros, seja formulada consulta à autoridade aduaneira com vistas à correta classificação
da mercadoria.
43. (ACE-2008)
44. (AFTN-1996-adaptada)
45. (AFTN-1996-adaptada)
46. (CODESP-2011)
47. (AFTN-1996-adaptada)
48. (AFRFB-2009)
49. (AFRFB-2009)
Com o advento da Tarifa Externa Comum, os países do MERCOSUL substituíram seus sistemas
nacionais de classificação de mercadorias pelo Sistema Harmonizado de Designação e
Codificação de Mercadorias (SH).
50. (AFRFB-2009)
51. (AFRFB-2009)
52. (ACE-1997-adaptada)
53. (AFRF-2005)
Dos oito dígitos que compõem a Nomenclatura Comum do MERCOSUL, os seis primeiros são
formados pelo Sistema Harmonizado, ao passo em que o sétimo e oitavo dígitos correspondem
a desdobramentos específicos definidos no âmbito do MERCOSUL.
54. (AFRF-2003)
mercadorias ou, quando submetidas aos regimes aduaneiros especiais de admissão temporária
ou de exportação temporária, seguirão seu próprio regime de classificação.
57. (AFRF-2002.2)
58. (AFRF-2002.2)
59. (AFRF-2002.2-adaptada)
60. (AFRF-2002.2-adaptada)
61. (AFRF-2002.2-adaptada)
62. (AFRF-2002.2-adaptada)
70. (ACE-1997-adaptada)
71. (ACE-1997-adaptada)
72. (ACE-1997-adaptada)
O erro de classificação fiscal por parte do importador gera uma multa de 1% do valor aduaneiro
da mercadoria, além do importador ser obrigado a pagar um possível imposto complementar
decorrente da nova classificação.
Pode-se dizer que a posição identificada com o código 0106.00.00 é uma posição não
desdobrada.
LISTA DE QUESTÕES Nº 02
1. (ACE-2012-adaptada)
Quanto às Regras Gerais para Interpretação (RGI) do Sistema Harmonizado, assinale a opção
correta.
a) A classificação de uma determinada mercadoria deve basear-se nos títulos das Seções e dos
Capítulos.
d) A Regra Geral n. 2 pode ser aplicada mesmo que contrarie o texto das posições e das Notas
de Seção e de Capítulo.
e) Conforme a Regra Geral n. 1, para efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos
das posições e das Notas de Seção e de Capítulo.
Quanto às Regras Gerais para Interpretação (RGI) do Sistema Harmonizado, assinale a opção
incorreta.
a) A Regra Geral nº 3 serve para determinar a classificação de uma mercadoria quando pareça
que a referida mercadoria possa classificar-se em duas ou mais posições por aplicação da Regra
Geral nº 2.
5. (Questão Inédita)
d) Quando uma mercadoria puder, aparentemente, ser classificada em duas ou mais posições,
a classificação será feita na posição mais genérica em detrimento da específica.
e) Quando duas posições forem consideradas igualmente específica, a classificação será feita
na posição correspondente aos artigos semelhantes.