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Fadiga

Seleção de Materiais
Prof. João Victor Soares Chagas
FADIGA
o Selection and Use of Engineering Materials, J. A. Charles, F. A. A. Crane, J. A. G.
Furness, 3rd ed. 1997. Chapter 9: Fatigue.
Introdução
• Fadiga é uma perigosa forma de fratura que
acontece quando materiais estão sujeitos a
carregamentos cíclicos ou flutuantes.
• A fratura por fadiga ocorre através do surgimento
e crescimento progressivo de uma trinca.
Introdução
• As duas características mais marcantes da
fratura por fadiga são as seguintes:
• 1) sua ocorrência acontece sob carregamentos
muito menores que aqueles necessários para
causar a falha por carregamento estático.
• 2) durante o período de tempo necessário para a
trinca se propagar até a fratura, pode não haver
nenhuma indicação óbvia externa de que a
fratura está perto de acontecer.
Introdução
• A fratura por fadiga é mais comum em materiais
metálicos, porém não existe classe de material
imune a esse fenômeno.
• Em seleção de materiais, o problema da fadiga
está atrelado ao projeto. Estruturas projetadas
inadequadamente estarão mais sujeitas a fadiga,
uma vez que detalhes estruturais estão
intimamante relacionados a esse tipo de fratura.
Introdução
• É sabido, também, que algumas características
estruturais estão ligadas a queda na
resistência a fadiga, como irregularidades
geométricas e concentradores de tensão. Essas
características são difíceis de se evitar em
projetos de máquinas reais.
• Por exemplo, presença de juntas (rebitadas,
aparafusadas, adesivas ou soldadas), em projetos
de engenharia, contribuem para a ocorrência de
fratura por fadiga.
Micromecanismos de fadiga em metais
• A fratura por fadiga em metais começa com a
iniciação da trinca. A trinca então se propaga ao
longo de uma seção transversal até o momento em
que a última ligação residual é incapaz de
suportar o carregamento e a fratura finalmente
ocorre por um mecanismo estático.
• Pode-se afirmar que existem dois tipos de
processos envolvidos: iniciação e propagação da
trinca.
Micromecanismos de fadiga em metais
• A iniciação da trinca por fadiga ocorre devido ao
escorregamento cristalográfico e na maioria das
vezes começa na superfície (ou próximo dela).
Isso acontece porque a maioria dos materiais de
engenharia são policristalinos, de maneira que os
grãos da superfície não estão completamente
rodeados por outros grãos. Estes grãos
superficiais estão mais livres para deformar do
que aqueles no interior do material.
Micromecanismos de fadiga em metais
• Logo, grãos favoravelmente orientados na
superfície tendem a sofrer escorregamento em
níveis de tensão menores do que aqueles
usualmente necessários. Já os grãos no interior
do material, mesmo favoravelmente orientados,
não podem deformar a cargas menores, já que
possuem o apoio e restrição dos grãos que estão
ao seu redor.
Micromecanismos de fadiga em metais
• A fadiga, portanto, está relacionada ao
acabamento superficial. Desta maneira, é
necessário cuidado no projeto e fabricação para
evitar concentradores de tensão na superfície.
Micromecanismos de fadiga em metais
Processo de iniciação da trinca:
• A iniciação da trinca pode ocorrer de duas
maneiras principais:
1) Pela formação de bandas de escorregamento,
devido ao escorregamento em um grão da
superfície, seguido pelo desenvolvimento de uma
fenda que eventualmente se torna uma trinca. Esse
processo é mais importante em materiais dúcteis e é
muito acelerado pela presença de concentradores de
tensão.
Micromecanismos de fadiga em metais
2) Como resultado de uma severa
incompatibilidade de deformação ao longo de
inclusões ou partículas de segunda fase. Esse
processo tende a ocorrer em ligas metalúrgicas
endurecidas nas quais a matriz é resistente ao
escorregamento cristalográfico requerido para
formar a trinca.
Micromecanismos de fadiga em metais
Crescimento de trincas em materiais dúcteis:
• Quando a trinca se inicia através da formação de
fendas, existem dois estágios durante o
subsequente crescimento da trinca.
• Estágio I: ocorre enquanto a trinca está
confinada no plano de escorregamento no qual
ela foi iniciada. Em amostras sem concentradores
de tensão, o crescimento no estágio I pode ser
responsável por 90% da vida total em fadiga da
amostra.
Micromecanismos de fadiga em metais
• Estágio II: Eventualmente, porém, à medida que a
trinca cresce, a zona plástica em sua ponta se
torna grande suficiente para se tornar
independente da natureza cristalográfica do
material e a trinca, então, cresce continuamente.
• Como o crescimento no estágio II é mais rápido
que no estágio I, o estágio II geralmente produz a
maior área de uma superfície de fratura por
fadiga.
Micromecanismos de fadiga em metais
• É o estágio II de crescimento que produz as
marcas de praia comumente vistas em
superfícies de fratura por fadiga.
• Uma trinca formada no estágio I pode ser
chamada de microtrinca e a trinca formada no
estágio II é a macrotrinca.
Micromecanismos de fadiga em metais
Micromecanismos de fadiga em metais
• A facilidade com a qual a trinca no estágio I surge
e cresce é dependente da resistência da matriz
na qual se forma a banda de escorregamento.
Portanto, se o crescimento da trinca no estágio I é
parte significante do processo de ocorrência de
fratura por fadiga em determinado material, então
a resistência a fadiga desse material pode ser
aumentada através do aumento da resistência
mecânica do material via métodos metalúrgicos
comuns.
Micromecanismos de fadiga em metais
• Em contraste, o crescimento do estágio II,
quando ocorre em materiais de boa tenacidade, é
um modo contínuo de crescimento que não é
influenciado pelos métodos convencionais de
aumento de resistência mecânica e a redução da
taxa de crescimento do estágio II não é
facilmente alcançada.
Micromecanismos de fadiga em metais
Crescimento de trincas em materiais duros:
• Em materiais de baixa resistência mecânica, a
resistência a fadiga aumenta ao passo que se
aumenta a resistência mecânica, seja por
trabalho a frio, formação de liga ou tratamento
térmico.
• Porém, ao passo que a matriz se torna mais dura e
a iniciação do estágio I, consequentemente, se
torna mais difícil, esse estágio só pode ser
alcançado quando opera um fator adicional.
Micromecanismos de fadiga em metais
• Esse fator adicional é a concentração de tensões
produzidas por partículas de segunda fase.
• Portanto, os métodos de aumento de resistência
a fadiga de um material de alta resistência
devem ser distintos dos métodos de aumento
resistência a fadiga de um material de baixa
resistência, porque no primeiro caso a tensão
cíclica necessária para iniciar a trinca não vai
depender da dureza da matriz, mas, sim, do
tamanho, forma e distribuição de inclusões não
metálicas e partículas de segunda fase.
Micromecanismos de fadiga em metais
• Para aumentar a resistência a performance a
fadiga em materiais de alta resistência, é
necessário torná-los mais “limpos”, isto é,
submetê-los a processos para redução de
impurezas. Esses processos costumam ser
muito caros. Outra alternativa é a utilização de
materiais base de alta pureza, como, por exemplo,
no caso de ligas de Al.
Avaliação da resistência a fadiga
• Existem duas maneiras de se avaliar a resistência
a fadiga:
1) Utilizar relações de tensão-vida, geralmente
conhecidas como curvas S-N, nas quais S é a
tensão aplicada e N é a vida total em fadiga
medida em ciclos de tensão.
2) Usar dados de mecânica da fratura para estimar
taxas de propagação de trincas por fadiga
(FCP).
Avaliação da resistência a fadiga
• O método S-N é o mais velho e o mais
amplamente usado em engenharia. As curvas S-N
de um material são determinadas através da
análise de diferentes amostras submetidas a
diferentes ciclos de tensão até a fratura. Cada
valor de N é plotado num gráfico juntamente da
amplitude de tensão correspondente. Essa prática
em relação a definição de tensão de fadiga é
frequentemente confusa.
Avaliação da resistência a fadiga
• A prática preferida consiste em definir S como a
amplitude de tensão – isso é essencial para
qualquer definição da razão de fadiga.
• Frequentemente, porém, S é plotado no gráfico
como tensão máxima, uma prática que
usualmente se refere a um tipo específico de
carregamento no qual a tensão varia de zero a
algum valor máximo.
Avaliação da resistência a fadiga
• Um carregamento cíclico geralmente produz
falha, independentemente de quão baixa seja a
tensão. Porém, para alguns materiais a curva S-N
tende a um nível específico de tensão,
sugerindo que para esses materiais o limite de
tensão pode ser especificado. Esse valor é
associado ao limite de fadiga, abaixo do qual o
material só fraturaria para um número infinito de
ciclos.
Avaliação da resistência a fadiga
Avaliação da resistência a fadiga
• Alguns materiais que apresentam esse limite de
fadiga são alguns aços ferríticos e ligas de Ti.
Ligas de Al e metais não ferrosos, em geral, não
apresentam o limite de fadiga.
• É importante destacar que grande parte dos
dados vindos de curvas S-N são sujeitos a
muitas limitações. Existem três restrições
principais: configuração de tensão, tensão
média e concentradores de tensão.
Avaliação da resistência a fadiga
Configuração de tensão:
• Para simplificar o ensaio, as curvas S-N são
geralmente determinadas sob condições de
carregamento uniaxial. Isso limita os seus
resultados a esse tipo de carregamento.
Avaliação da resistência a fadiga
Tensão média:
• Quando um carregamento cíclico é totalmente
revertido, a tensão média é igual a zero, e muito
dos dados de fadiga foram obtidos dessa maneira.
Apesar disso, a tensão média é geralmente
diferente de zero. Deve-se levar em conta que se
a tensão média aumenta na direção de tensão,
então a amplitude da tensão deve ser reduzida
para manter a mesma vida em fadiga (diagramas
de vida constante).
Avaliação da resistência a fadiga
Avaliação da resistência a fadiga
• As condições de tensão que levam a falha em N
ciclos estão mostradas nos diagramas de vida
constante.
Avaliação da resistência a fadiga
• Na linha ABC da figura, A é a resistência estática a
tração do material; B é a resistência a fadiga
para uma tensão média igual a zero. C está
contida na região de tensão média compressiva.
A linha ADE está relacionada a valores diferentes
de vida. Quando as linhas de vida constante não são
obtidas através de dados experimentais, elas são
comumente aproximadas por uma ou mais linhas
mostradas na imagem a direita (critérios de
falha).
Avaliação da resistência a fadiga
Concentradores de tensão:
• A grande maioria das máquinas de engenharia

e componentes estruturais possuem entalhes ou


concentradores de tensão.
• Uma maneira de lidar com com essas imperfeições

é obter valores apropriados de fatores de


concentração de tensão, 𝐾𝑡 , e usar valores de
tensão adequados de acordo com as curvas S-N ou
curvas de vida constante.
Avaliação da resistência a fadiga
• Usualmente, esse procedimento é conservador
porque materiais variam em suas
sensitividades a entalhes. Além disso, a redução
na resistência a fadiga causada pela
concentração de tensão é menor que aquela
encontrada teoricamente. Isso acontece
provavelmente devido ao descarregamento da
concentração de tensão devido a deformação
plástica localizada.
Avaliação da resistência a fadiga
Mecânica da fratura e fadiga:
• Em muitas situações de engenharia, é realista

desprezar a contribuição para vida em fadiga


do estágio I de crescimento de trinca.
• Isso acontece por dois motivos: os defeitos
existentes eliminam o estágio I; ou os
concentradores de tensão fazem com que o
estágio I seja muito pequeno.
Avaliação da resistência a fadiga
• Para materiais dúcteis, portanto, é razoável
considerar que a taxa de avanço da trinca no
estágio II é fracamente dependente da
microestrutura. O melhor a se fazer é estimar a
taxa de avanço da trinca e então retirar de
serviço a parte “trincada” do componente de
maneira segura antes que a fratura ocorra.
Avaliação da resistência a fadiga
• Isso só é possível devido a Lei de Paris-Erdogan:

• Se a lei de propagação da trinca é conhecida, então


é possível calcular por integração o número de
ciclos requerido para a trinca crescer de um
comprimento para outro.
Avaliação da resistência a fadiga
Avaliação da resistência a fadiga
• As teorias envolvendo a Lei de Paris-Erdogan se
baseiam em inúmeras aproximações e são
muitamente restritas, de modo que as abordagens
usando a lei de Paris-Erdogan devem ser feitas com
um pensamento extremamente conservador.
• Tendo isso em vista, os procedimentos para se
maximizar a resistência a fadiga em seleção de
materiais se limitam a aplicações muito sensíveis
a fadiga, pois os custos para tais procedimentos são
muito elevados.
Avaliação da resistência a fadiga
Fadiga de baixo ciclo:
• Se um componente sujeito a carregamento cíclico

precisa suportar no máximo 𝟏𝟎𝟓 ciclos ou


menos durante sua vida, é possível que o
componente opere em níveis de tensão muito
maiores do que o limite de fadiga convencional.
Isso é chamado de fadiga de baixo ciclo.
Fatores que influenciam fadiga em metais
Juntas mecânicas:
• As juntas mecânicas podem ser presas por pinos,

rebitadas ou aparafusadas. Independentemente


do método de junção, a resistência a fadiga é
reduzida.
• Existem dois fatores importantes que influenciam a

resistência a fadiga em juntas mecânicas: a


concentração de tensão introduzida pela junta e a
ocorrência de “fretting” entre as superfícies de
contato.
Fatores que influenciam fadiga em metais
• Existem alguns métodos práticos para aumentar a
resistência a fadiga de uma junta mecânica, como
ajuste por interferência e a minimização do
movimento relativo entre partes deterioradas.
Também é possível incorporar compostos “anti-
fretting” em juntas mecânicas.
Fatores que influenciam fadiga em metais
Juntas soldadas:
• A resistência a fadiga de juntas soldadas é sempre

menor que a resistência a fadiga do material


não-soldado, mesmo que sua resistência mecânica
estática seja igual a do material base.
Fatores que influenciam fadiga em metais
• A resistência a fadiga de uma junta soldada é
determinada (1) pelo tamanho e distribuição dos
defeitos dentro do material soldado depositado,
(2) pela magnitude da concentração de tensão
na junta do metal soldado e (3) no caso do aço, pela
descarbonetação na superfície do metal soldado e
da ZTA.
Fatores que influenciam fadiga em metais
• Nenhum dos fatores citados anteriormente oferece
uma base teórica para seleção de materiais, de modo
que torna-se nítido que a resistência a fadiga de
juntas soldadas independe dos materiais que
compõem a junta.
• Nota-se também que a resistência a fadiga de juntas
soldadas independe da resistência mecânica
estática do material base: qualquer que seja a faixa
de resistência mecânica estática, a junta soldada
sempre vai apresentar baixa resistência a fadiga.
Fatores que influenciam fadiga em metais
• As afirmações anteriores podem nos levar a pensar
que é inútil utilizar materiais de alta resistência
(geralmente mais caros) em aplicações estruturais
envolvendo fadiga, já que processos de soldagem
estão quase sempre presentes nesse tipo de
aplicação. Esse pensamento está errado por três
motivos.
Fatores que influenciam fadiga em metais
• 1) Para fadiga de baixo ciclo, materiais de alta
resistência mecânica estática têm maior resistência
a fadiga que aqueles de baixa resistência.
Fatores que influenciam fadiga em metais
• 2) O uso de materiais de alta resistência fornece
proteção contra sobrecarga ou picos de tensão
em casos onde o carregamento está flutuando, não
estando em condição cíclica.
• 3) Para casos onde a tensão média é elevada,
mesmo que a faixa de tensão seja pequena, é
necessária a aplicação de materiais de alta
resistência para evitar o escoamento devido ao alto
valor máximo de tensão.
Fatores que influenciam fadiga em metais
• Processamento de superfície: a resistência a
fadiga de uma amostra metálica vai aumentar se a
superfície da amostra for endurecida.
Consequentemente, superfícies menos duras
possuirão menor resistência a fadiga.
Fatores que influenciam fadiga em metais
Trabalho a frio:
• O trabalho a frio de uma superfície induz tensões

residuais compressivas, que agem para aumentar


o número de ciclos suportados através da
inibição da abertura da trinca por fadiga.
Fatores que influenciam fadiga em metais
Endurecimento superficial:
• Os métodos usuais de endurecimento superficial

agem no sentido de aumentar o limite de fadiga


em aços. Esses métodos são especialmente valiosos
em componentes que contém concentradores de
tensão, de maneira que, em alguns casos, a
resistência a fadiga pode ser dobrada.
Fatores que influenciam fadiga em metais
• Porém, existe a limitação de que a resistência a
fadiga de um material endurecido superficialmente
não pode ser prevista.
• A iniciação e crescimento da trinca de fadiga é
grandemente influenciada pela camada
endurecida. Se a trinca é iniciada na superfície de
um componente, sua taxa de crescimento pode ser
menor ao passar pela camada endurecida, mas irá
acelerar à medida que cresce em direção ao centro
do componente.
Fatores que influenciam fadiga em metais
Amolecimento superficial:
• Camadas superficiais moles, que são quase sempre

danosas a performance em fadiga, podem ser


produzidas por descarbonetação em aço ou por
processos de cladização em ligas de alumínio de
alta resistência.
Fadiga em materiais não-metálicos
• Embora a fadiga tenha sido documentada pela
primeira vez em materiais metálicos, sua
ocorrência também já foi vista em materiais
não metálicos e muitas de suas características são
similares àquelas vistas em metais.
• Curvas S-N também tem a mesma forma daquelas
de materiais metálicos e também é
frequentemente possível observar marcas de
praia em superfícies de fratura.
Fadiga em materiais não-metálicos
• Em seleção de materiais, é prudente assumir que
em qualquer material não-metálico a vida em
fadiga é igual ao número de ciclos necessários
para uma trinca crescer de um tamanho inicial
até o tamanho necessário para a falha final.
Fadiga em materiais não-metálicos
Fadiga em polímeros:
• Embora a fadiga em polímeros seja similar a fadiga

em metais, trata-se de um fenômeno que não é


bem entendido. Isso porque, no caso dos
polímeros, existe a necessidade de se considerar
fatores como peso molecular, grau de ligãções
cruzadas, cristalinidade, efeitos de transição e
efeitos térmicos.
Fadiga em materiais não-metálicos
• A importância de efeitos térmicos significa que a
fadiga em polímeros é muito sensível a
frequência da tensão cíclica. Se as condições não
são isotérmicas, o efeito do aquecimento
histerético gerado durante cada ciclo de tensão
causa uma redução na rigidez de maneira que
eventualmente a amostra se torna incapaz de
suportar o carregamento e, portanto, falha
prematuramente.
Fadiga em materiais não-metálicos
• Para levar isso em conta, existe uma norma da
ASTM que define falha sob condições de fadiga
térmica como o número de ciclos em um certo
nível de tensão necessário para fazer com que a
rigidez caia por 30%.
Fadiga em materiais não-metálicos
• Nos polímeros plásticos, a resistência a fadiga é
influenciada pelo grau de cristalinidade: as
menores taxas de crescimento de trinca por fadiga
são encontrados em polímeros cristalinos.
• Em contraste, polímeros que exibem alto número
de ligações cruzadas possuem as maiores taxas
de crescimento de trinca.
Fadiga em materiais não-metálicos
Fadiga em compósitos:
• Alguns materiais não metálicos frágeis fraturam

por trincamento após um período de tempo sob um


carregamento estático. Esse comportamento é
denominado fadiga estática.
Fadiga em materiais não-metálicos
• Em compósitos, as fibras devem suportar a
maior parte das cargas, de modo que uma função
importante da matriz é transmitir o
carregamento para as fibras. Portanto, as
condições entre a interface das fibras e da matriz
são críticas, pois é na interface que a falha é mais
provável de ocorrer.
• A resistência a fadiga de compósitos é muito
dependente das propriedades da matriz e das
fibras, ou seja, varia bastante com sua composição.
Fadiga em materiais não-metálicos
Fadiga em cerâmicos:
• Os estudos de fadiga em materiais cerâmicos ainda

são muito preliminares. Não existe uma


metodologia ou uma descrição totalmente
aceita do comportamento de materiais
cerâmicos em fadiga. Todavia, sabe-se que esse
tipo de material é suscetível a fadiga já que possui
grande número de defeitos inerentes em seu
interior.
Seleção de materiais para resistência a fadiga
• A seleção de materiais para uso em aplicações
dominadas por fadiga é provavelmente a tarefa
mais difícil encontrado por engenheiros de
materiais. É sempre importante destacar que o
aumento de resistência a fadiga pode significar a
deterioração de outras propriedades mecânicas
desejadas, o que não é um problema, visto que a
missão do engenheiro de materiais é otimizar
as propriedades relevantes.
Seleção de materiais para resistência a fadiga
• Ao lidar com fadiga, a prioridade do engenheiro de
materiais deve ser minimizar a quantidade de
concentradores de tensão. A remoção total desses
concentradores é frequentemente impossível, mas o
esforço de minimização deve ser tão grande quanto
os limites práticos.
• Outra maneira de aumentar a resistência a fadiga é
dar atenção especial ao acabamento superficial
da peça acabada. Mais melhorias podem ser obtidas
através de endurecimento superficial.
Seleção de materiais para resistência a fadiga
• Em aplicações de alta tecnologia, caracterizadas
pela necessidade de se obter uma máxima
resistência a fadiga, é preciso aumentar a
resistência ao estágio I de crescimento de trinca,
como no caso de aeronaves.
Seleção de materiais para resistência a fadiga
• Em aplicações de baixa tecnologia, o foco é
retardar o crescimento de trinca no estágio II
através da manutenção de baixas tensões. Isso
permite a utilização de um material dúctil de baixa
resistência estática, de maneira que é provável que
a maioria dos concentradores de tensão
presentes serão ao menos parcialmente
descarregados por deformação plástica.
Seleção de materiais para resistência a fadiga
• Mesmo se isso não ocorrer e uma trinca
rapidamente se iniciar em um concentrador de
tensões, essa trinca tenderá a crescer para fora
da região de alta-tensão. Ao entrar num campo de
baixa tensão, essa trinca pode até deixar de se
propagar.
Seleção de materiais para resistência a fadiga
• A solução alternativa é reconhecer que a
presença de uma trinca, mesmo uma grande, não
necessariamente impede que um componente
de engenharia cumpra sua funcionalidade
satisfatoriamente.
• Existe um exemplo documentado de um eixo de
turbina que iniciou uma trinca em seu primeiro ano
de serviço e sobreviveu em serviço por mais 19
anos antes da falha final.
Seleção de materiais para resistência a fadiga
• Ao se lidar com uma estrutura que já apresenta
defeitos dessa natureza, é necessário identificar a
presença da trinca (através de algum método
confiável, como ensaios não destrutivos) e
monitorar o seu progresso.
• Também é importante calcular a taxa de avanço
através das teorias de mecânica da fratura
apropriadas. Portanto, inspeções regulares
devem ser feitas para evitar que a estrutura sofra
falha catastrófica.
FIM!

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