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➢ Fundamentos da Fratura

➢ Fratura Dúctil
➢ Fratura Frágil
➢ Princípios da Mecânica da Fratura
➢ Tenacidade à Fratura
➢ Ensaios de Tenacidade à Fratura
Fratura é a separação de um corpo em duas ou
mais partes em resposta a uma tensão imposta que
possua natureza estática. Também pode ocorrer
devido à fadiga e à fluência.
O processo de fratura é normalmente súbito e
catastrófico, podendo gerar grandes acidentes
Envolve duas etapas: formação de trinca e
propagação. Pode assumir dois modos:
• Dúctil,
• Frágil.
- Fratura Dúctil -
• Em metais com boa ductilidade e tenacidade, a fratura dúctil
ocorre normalmente de forma intergranular.
• O material se deforma substancialmente antes de se fraturar.
Pode haver estricção antes da fratura.
• O processo se desenvolve de forma relativamente lenta à
medida que a trinca propaga.
• Este tipo de trinca é denominado estável porque ela para de
se propagar a menos que haja uma aumento da tensão aplicada
no material.
• Em geral, são causadas por sobrecargas,que são aplicações de
tensões muito elevadas ao material.
Empescoçamento inicia e
vazios se formam –
próximos ao centro da
barra – pela nucleação nos
contornos de grãos ou
inclusões. Com a
continuidade da
deformação, cisalhamento
à 45° pode se formar,
produzindo uma fratura do
tipo taça e cone.
Fig. – Cavidades ‘dimples’ se formam durante a fratura dúctil. Cavidades equiaxiais
se formam no centro, onde os microvazios coalescem. Cavidades alongadas,
apontam a origem da falha formando cisalhamento
- Fratura Frágil -
• Ocorre em metais e ligas de alta resistência ou
naqueles com ductilidade reduzida;
• Metais normalmente dúcteis podem se fraturar
de maneira frágil:
•Em baixas temperaturas;
•Seções muito espessas;
•Altas taxas de deformação (impacto);
•Na presença de grandes trincas superficiais.
Fratura frágil
em aço doce

Marcas de
sargento
em forma
de V
• Ocorre sem deformação apreciável até se fraturar;
• O início da trinca ocorre em pequenas
descontinuidades superficiais que causam
concentração de tensão;
• O processo de propagação de trinca pode ser muito
veloz, gerando situações catastróficas;
• A partir de um certo ponto, a trinca é dita instável
porque se propagará mesmo sem aumento da tensão
aplicada sobre o material.
do navio tanque da figura inicial (transição dúctil-frágil)
• Na maioria dos materiais cristalinos frágeis, a trinca
frequentemente se propaga por CLIVAGEM – quebra de
ligações atômicas ao longo de um plano cristalino
específico. Transgranular → trinca da fratura passam
através dos grãos.
• Em algumas ligas, trincas se propagam ao longo dos
contornos de grão → Intergranular (segregação de
elementos químicos diferentes ou inclusões nos contornos
de grãos → interface de baixa resistência →propagação
intergranular)
Princípios da
Mecânica da Fratura
• Fratura frágil de materiais normalmente
dúcteis → necessidade de compreensão dos
mecanismos da fratura.
•→ Mecânica da fratura → permite a
quantificação das relações entre as
propriedades dos materiais, o nível de tensão,
a presença de defeitos geradores de trincas e
os mecanismos de propagação de trincas.
Concentração de tensão
• Presença de defeitos ou trincas muito pequenos,
microscópicos que sempre existem na superfície e
no interior do corpo de um material;
• Defeitos → fator negativo para a resistência a
fratura → a tensão aplicada pode ser amplificada
ou concentrada nas extremidades destes defeitos
→ concentradores de tensão.
•Efeito de um fator de concentração de
tensões é mais significativo em materiais
frágeis do que em materiais dúcteis.
•Materiais dúcteis → distribuição de tensões
mais uniformes na vizinhança do concentrador
de tensões → fator de concentração de
tensões máximo menor que o teórico.
Tenacidade à Fratura
Materiais frágeis
KIC constante = → KIC ↓
Propriedade Materiais dúcteis
do Material → KIC ↑
A principal utilidade da mecânica da fratura na metalurgia é
caracterizar aquelas ligas de ductilidade intermediária que
podem sofrer falha catastrófica abaixo de seu limite de
escoamento devido ao efeito de concentração de tensão dos
defeitos estruturais.
Há três variáveis a se considerar: a propriedade do material
(KIC), a tensão (σ) presente e o tamanho da trinca (a) Para a
condição crítica de fratura, se duas dessas variáveis forem
conhecidas, será possível determinar a terceira
Ensaios de
Tenacidade à Fratura
Diversos ensaios padronizados para medir a tenacidade a
fratura:
• Nos EUA → ASTM (E561-05E1, E1290-08, E1820-08)
• Procedimentos e configurações dos corpos de prova para
a maioria dos ensaios são complicados.
• Para cada tipo de ensaio o corpo de provas contem um
defeito preexistente. O dispositivo aplica uma carga sobre o
corpo de provas, em uma taxa especificada, e também
mede os valores para carga e o deslocamento da trinca.
Maioria dos ensaios para metais.
O ensaio de impacto é um ensaio dinâmico
empregado para análise da fratura frágil de
materiais:
•Medida de energia absorvida pelo corpo de prova;
•Não fornece informações seguras sobre o
comportamento de toda uma estrutura em
condições de serviço;
•Permite a observação de diferenças de
comportamento entre materiais que não são
observadas em um ensaio de tração.
As condições de ensaios de impacto são escolhidas
para representar as condições mais severas em
relação ao potencial de ocorrência de uma fratura,
que são:
1.Deformação a uma temperatura relativamente
baixa;
2.Taxa de deformação elevada;
3.Estado de tensão triaxial (que pode ser introduzido
pela presença de um entalhe).
A principal função dos ensaios Charpy e Izod consiste em
determinar se um material apresenta ou não uma transição
dúctil-frágil com o decréscimo da temperatura e, caso
apresente, em que faixa de temperaturas ocorre o fenômeno.

Morfologias de fratura de Aço A36 testados em Charpycom entalhe em V


Dependência com a temperatura da energia de impacto Charpy com entalhe em V (curva A)
Aços com diferentes Aços com diferentes
concentrações de Carbono estruturas Cristalinas

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