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 O ensaio de impacto se caracteriza por

submeter o corpo ensaiado a uma força


brusca e repentina, que deve rompê-lo.

 É bem melhor saber quanto o material


resiste a uma carga dinâmica numa situação
de ensaio do que numa situação real de
uso.
 As fraturas produzidas por impacto podem
ser frágeis ou dúcteis.

 As fraturas frágeis caracterizam-se pelo


aspecto cristalino e as fraturas dúcteis
apresentam aparência fibrosa.

 Os materiais frágeis rompem-se sem


nenhuma deformação plástica, de forma
brusca.
 Porém, mesmo utilizando materiais dúcteis,
com resistência suficiente para suportar
uma determinada aplicação, verificou-se na
prática que um material dúctil pode
romper-se de forma frágil.
Um material dúctil pode romper-se sem
deformação plástica apreciável, ou seja, de
maneira frágil, quando as condições abaixo
estiverem presentes:

 velocidade de aplicação da carga


suficientemente alta;
 trinca ou entalhe no material;
 temperatura de uso do material
suficientemente baixa.
 Uma trinca promove concentração de
tensões muito elevadas, o que faz com que
a maior parte da energia produzida pela
ação do golpe seja concentrada numa
região localizada da peça, com a
conseqüente formação da fratura frágil.

 A existência de uma trinca, por menor que


seja, muda substancialmente o
comportamento do material dúctil.
 A existência de trincas no material, a baixa
temperatura e a alta velocidade de
carregamento constituem os fatores básicos
para que ocorra uma fratura do tipo frágil
nos materiais metálicos dúcteis.
Cobre comercialmente puro. Fratura e mecanismo de fratura dúcteis.
Aço baixo carbono na temperatura ambiente. Fratura e mecanismo de
fratura dúcteis.
Latão. Fratura e mecanismo de fratura frágeis.
Aço baixo carbono a –190oC. Fratura e mecanismo de fratura frágeis.
 O ensaio de impacto consiste em medir a
quantidade de energia absorvida por uma
amostra do material, quando submetida à
ação de um esforço de choque de valor
conhecido.

 O choque ou impacto representa um


esforço de natureza dinâmica, porque a
carga é aplicada repentina e bruscamente.
 No impacto, não é só a força aplicada que
conta. Outro fator é a velocidade de
aplicação da força. Força associada com
velocidade traduz-se em energia.
 O método mais comum para ensaiar metais é o do
golpe, desferido por um peso em oscilação.
 A máquina correspondente é o martelo pendular.
 O pêndulo é levado a uma certa posição,
onde adquire uma energia inicial.
 Ao cair, ele encontra no seu percurso o
corpo de prova, que se rompe.
 A sua trajetória continua até certa altura,
que corresponde à posição final, onde o
pêndulo apresenta uma energia final.
 A diferença entre as energias inicial e final
corresponde à energia absorvida pelo
material.
 De acordo com o Sistema Internacional de
Unidades (SI), a unidade de energia adotada é o
joule.
 A máquina é dotada de uma escala, que indica
a posição do pêndulo, e é calibrada de modo a
indicar a energia potencial.
 A fórmula de energia potencial (Ep) é:

Ep = m x g x h
m = massa
g = gravidade
h = altura
 Nos ensaios de impacto, utilizam-se duas
classes de corpos de prova com entalhe: o
Charpy e o Izod.
 Os corpos de prova Charpy compreendem
três subtipos (A, B e C), de acordo com a
forma do entalhe.
 Corpos de prova de ferro fundido e ligas
não ferrosas fundidas sob pressão não
apresentam entalhe.
 As diferentes formas de entalhe são
necessárias para assegurar que haja ruptura
do corpo de prova, mesmo nos materiais
mais dúcteis.
 O corpo de prova Charpy é apoiado na
máquina e o Izod é engastado, o que
justifica seu maior comprimento.
 A única diferença entre o ensaio Charpy e o
Izod é que no Charpy o golpe é desferido na
face oposta ao entalhe e no Izod é desferido
no mesmo lado do entalhe.
 A temperatura, especificamente a baixa
temperatura, é um fator de extrema
importância no comportamento frágil dos
metais.

 A temperatura influencia muito a resistência


de alguns materiais ao choque.
 Temperatura de transição: faixa de
temperatura relativamente pequena na qual
a energia absorvida pelo corpo de prova cai
apreciavelmente.

 A temperatura de transição é aquela em que


ocorre uma mudança no caráter da ruptura
do material, passando de dúctil a frágil ou
vice-versa.
 A faixa de temperatura de transição
compreende o intervalo de temperatura em
que a fratura se apresenta com 70% de
aspecto frágil (cristalina) e 30% de aspecto
dúctil (fibrosa) ou 70% de aspecto dúctil e
30% de aspecto frágil.
 A definição dessa faixa é importante porque

só podemos utilizar um material numa faixa


de temperatura em que não se manifeste a
mudança brusca do caráter da ruptura.
 Os metais que têm estrutura cristalina CFC,
como o cobre, alumínio, níquel, aço
inoxidável austenítico etc., não apresentam
temperatura de transição, ou seja, os
valores de impacto não são influenciados
pela temperatura.

 Por isso esses materiais são indicados para


trabalhos em baixíssimas temperaturas,
como tanques criogênicos, por exemplo.
O intervalo de transição é influenciado por certas
características como:
 Tratamento térmico - Aços-carbono e de baixa
liga são menos sujeitos à influência da
temperatura quando submetidos a tratamento
térmico que aumenta sua resistência;
 Tamanho de grãos - Tamanhos de grãos
grosseiros tendem a elevar a temperatura de
transição, de modo a produzir fratura frágil em
temperaturas mais próximas à temperatura
ambiente. Tamanhos de grãos finos abaixam a
temperatura de transição;
 Encruamento - Materiais encruados, que
sofreram quebra dos grãos que compõem
sua estrutura, tendem a apresentar maior
temperatura de transição;
 Impurezas - A presença de impurezas, que
fragilizam a estrutura do material, tende a
elevar a temperatura de transição;
 Elementos de liga - A adição de certos
elementos de liga, como o níquel, por
exemplo, tende a melhorar a resistência ao
impacto, mesmo a temperaturas mais
baixas;
 Processos de fabricação - Um mesmo aço,
produzido por processos diferentes, possuirá
temperaturas de transição diferentes;
 Retirada do corpo de prova - A forma de
retirada dos corpos de prova interfere na
posição das fibras do material. As normas
internacionais geralmente especificam a
posição da retirada dos corpos de prova, nos
produtos siderúrgicos, pois a região de onde
eles são retirados, bem como a posição do
entalhe, têm fundamental importância sobre os
valores obtidos no ensaio.
 Os corpos de prova retirados para ensaio de
impacto devem ser resfriados, até que se atinja
a temperatura desejada para o ensaio.
 As técnicas de resfriamento são determinadas
em normas técnicas específicas. Um modo de
obter o resfriamento consiste em mergulhar o
corpo de prova num tanque contendo
nitrogênio líquido, por aproximadamente 15
minutos.
 Outra forma de obter o resfriamento é por
meio de uma mistura de álcool e gelo seco,
que permite atingir temperaturas de até 70 C O

negativos.

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