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Elementos de Apoio

Profª. Dário Machado Júnior


Elementos de Máquinas
Elementos de Apoio

- Definição:

São elementos de máquinas que


auxiliam no correto funcionamento de
sistemas e máquinas, sendo utilizados
para facilitar a ação de componentes
em rotação e movimentos lineares.
Elementos de Apoio

- Aplicação:

Em todos os sistemas que utilizam rodas e eixos


(ou outros movimento rotacional) é preciso
algum acessório que auxiliem em um movimento
adequado, reduzindo o atrito entre os
componentes mecânicos.
Elementos de Apoio

- Os elementos de apoio mais comuns são:


- BUCHAS
- GUIAS
- ROLAMENTOS
- MANCAIS
Buchas

- São anéis de metal de forma cilíndrica ou cônica;


- Elas devem impedir o desgaste de peças girantes devido ao atrito que ocorre
pelo movimento rotativo entre elas;
- Normalmente, são fabricadas com material menos duro que o eixo.
Guias
- Tem a função de manter a direção de uma peça em movimento:
- Essas peças deslizam dentro de outra peça com forma geométrica
semelhante;
Rolamentos
- São dispositivos que permitem o movimento de giro controlado entre duas partes;
- Podem ser de diversos tipos: de esferas, de rolos ou de agulhas.
Mancal
- Podem ser definidos como suportes ou guias onde se apoia o eixo;
- No ponto de contato entre a superfície do eixo e a superfície do mancal, ocorre atrito.
- Dependendo da solicitação de esforços, os mancais podem ser de deslizamento ou de
rolamento.
Tolerâncias e Ajustes
Tolerâncias e Ajustes
Tolerâncias e Ajustes
Tolerâncias e Ajustes
Tolerâncias e Ajustes
Tolerâncias e Ajustes
Tolerâncias e Ajustes
Exemplo
Exemplo
Exemplo
Exemplo
Tolerâncias e Ajustes
Tolerâncias e Ajustes
EXEMPLO: Furo de diâmetro 12mm e qualidade de trabalho IT7
Tolerâncias e Ajustes
Tolerâncias e Ajustes
Rolamentos
- São componentes que permitem o movimento rotativo entre dois ou mais elementos;
- Serve principalmente para reduzir o atrito entre as superfícies de contato (eixos, polias ou
mancais por exemplo);
- Possuem fabricação normatizada;
- Segue altos padrões de qualidade, medidas controladas e materiais de alta resistência.
Rolamentos
Rolamentos
- Consistem em um anel interno, um anel externo, vários corpos rolantes e uma gaiola.
Rolamentos
- Terminologia:
Rolamentos

- Suportam cargas axiais, radiais ou combinadas.


Rolamentos

- DE ESFERA:

- São os mais utilizados no mercado e


mais comuns em aplicações que exigem
suportar cargas axiais e radiais;
- Principalmente utilizados em aplicações
industriais e automotivas, são os
modelos mais exigidos em aplicações e
desempenho.
Rolamentos

- DE ROLO:

- São elementos que suportam uma


maior carga, principalmente radial.
- Operam com velocidades reduzidas
quando comparadas com o rolamento
de esferas de mesmo tamanho.
Rolamentos
Rolamentos
- Dimensionamento:

- Para dimensionar um rolamento, é importante definir inicialmente o tipo de solicitação ao


qual estará submetido;
- Além de determinar se estará sujeito a carga estática ou dinâmica.

- NA CARGA ESTÁTICA, O ROLAMENTO ENCONTRA-SE


PARADO OU OSCILA LENTAMENTE (< 10 rpm).
- NA CARGA DINÂMICA, O ROLAMENTO SE MOVIMENTO
COM VELOCIDADE MAIOR (>10 rpm)
Rolamentos
- Carga Estática

- Quando o rolamento estiver atuando parado ou com oscilações, é


dimensionado por meio de carga estática (C0).

𝐶0 = 𝑓𝑠 ∙ 𝑃0
Em que:
C0 – capacidade de carga estática (kN)
fs – fator de esforços estáticos (adimensional)
P0 – carga estática equivalente (kN)
Rolamentos
- Carga Estática Equivalente

- É uma suposta carga resultante, determinada em função das cargas axiais


e radiais, que atuam simultaneamente no rolamento.

𝑃0 = 𝑋0 ∙ 𝐹𝑟 + 𝑌0 ∙ 𝐹𝑎
Em que:
X0 – fator radial (adimensional)
Y0 – fator axial (adimensional)
Fr – carga radial (kN)
Fa – carga axial (kN)
Rolamentos
- Fator de Esforços Estáticos

- É um coeficiente de segurança que preserva a ocorrência de deformações plásticas


excessivas nos pontos de contato.

1,5 ≤ fs ≤ 2,5 → para exigências elevadas


1,0 ≤ fs ≤ 1,5 → para exigências normais
0,7 ≤ fs ≤ 1,0 → para exigências reduzidas
Exemplo
Em um “moitão” para ponte rolante, é utilizado um rolamento de esferas, que
deve suportar uma carga axial de 20 tf.
O rolamento sofre pequenas rotações.
Considerando um trabalho com exigências elevadas, selecione o rolamento
adequado.
Exemplo
Exemplo

Carga Estática Equivalente: Fator de Esforços Estáticos:

𝑃0 = 𝑋0 ∙ 𝐹𝑟 + 𝑌0 ∙ 𝐹𝑎
𝑃0 = 𝑌0 ∙ 𝐹𝑎 1,5 ≤ fs ≤ 2,5 → para exigências elevadas
1,0 ≤ fs ≤ 1,5 → para exigências normais
𝑃0 = 1 ∙ 20 𝑡𝑓 0,7 ≤ fs ≤ 1,0 → para exigências reduzidas
𝑃0 = 20 𝑡𝑓
Exemplo

Carga Estática:

𝐶0 = 𝑓𝑠 ∙ 𝑃0

𝐶0 = 2,0 ∙ 20 𝑡𝑓

𝐶0 = 40 𝑡𝑓

𝐶0 = 400 𝑘𝑁
Rolamentos
- Carga Dinâmica

- Quando o rolamento estiver atuando com movimento > 10 rpm, é


dimensionado por meio da carga dinâmica (C).

𝑓𝐿
𝐶 = ∙𝑃
Em que: 𝑓𝑛
C – capacidade de carga dinâmica (kN)
fL – fator de esforços dinâmicos (adimensional)
fn – fator de rotação (adimensional)
P – carga dinâmica equivalente (kN)
Rolamentos
- Carga Dinâmica Equivalente

- É uma suposta carga resultante, determinada em função das cargas axiais


e radiais, que atuam simultaneamente no rolamento.

𝑃 = 𝑋 ∙ 𝐹𝑟 + 𝑌 ∙ 𝐹𝑎
Em que:
X – fator radial (adimensional)
Y – fator axial (adimensional)
Fr – carga radial (kN)
Fa – carga axial (kN)
Rolamentos
Os valores de x e y variam de acordo com o tipo de rolamento, com a configuração dele e
com a relação entre a carga axial e a carga radial atuantes no rolamento. A tabela a seguir
apresenta alguns valores de cálculo para a carga dinâmica equivalente.

Rolamentos de rolos cilíndricos

Relação de carga Carga dinâmica equivalente

Fa/Fr = 0,4 P = 0,93.Fr + 0,69.Fa

Fa/Fr = 0,5 P = 0,93.Fr + 0,45.Fa

Fa/Fr = 0,6 P = 0,96.Fr + 0,33.Fa

Fa/Fr = 0,7 P = 0,96.Fr + 0,22.Fa

Rolamentos de esfera

Fa/Fr = 0,8 P = 0,4.Fr + 0,8.Fa


Rolamentos
- Carga Dinâmica

- Quando o rolamento estiver exposto à altas temperaturas, torna-se necessário considerar


um fator adicional (fator de temperatura):

𝑓𝐿
𝐶= ∙𝑃
Em que:
𝑓𝑛 ∙ 𝑓𝑡
C – capacidade de carga dinâmica (kN)
fL – fator de esforços dinâmicos (adimensional)
fn – fator de rotação (adimensional)
P – carga dinâmica equivalente (kN)
Rolamentos

- Fator de Temperatura

Temperatura Máxima de Serviço 150 °C 200 °C 250 °C 300 °C


Fator de Temperatura (ft) 1,0 0,73 0,42 0,22
Rolamentos
- Vida Útil do Rolamento:

- Compreende o período no qual o rolamento consegue desempenhar corretamente sua


função. A vida útil termina quando ocorre o desgaste do material.

𝐿𝑛𝑎 = 𝑎1 ∙ 𝑎2 ∙ 𝑎3 ∙ 𝐿ℎ
Em que:
Ln – duração até a fadiga (horas)
a1 – fator de probabilidade (adimensional)
a2 – fator de matéria-prima (adimensional)
a3 – fator de condições de serviço (adimensional)
Lh – vida nominal do rolamento (tabelado)
Rolamentos
- Fator de Probabilidade (a1)

Probabilidade de 10% 5% 4% 3% 2% 1%
falha
Duração L10 L5 L4 L3 L2 L
Fator a1 1,0 0,62 0,53 0,44 0,33 0,21

- Fator de Matéria Prima (a2):


- Considera as características da matéria-prima e seu respectivo
tratamento térmico.
- Fator de Condições de Serviço (a3):
- As condições de serviço influenciam na vida do rolamento.
Rolamentos

- a2=Fator de matéria prima Este fator considera as características da


matéria prima e o respectivo tratamento térmico.
- Para aços de qualidade: a2=1
- Para materiais tratados termicamente: a2=1,2

- As condições de serviço influenciam diretamente na vida útil do rolamento.


A duração é prolongada quando o ambiente de trabalho é limpo, a
lubrificação é adequada e a carga atuante não é excessiva.
- Condições ideais – a3=1
- Condições drásticas – a3=0,6
Rolamentos

- Fator a23

- Como o fator a2 e a3 são variáveis, eles podem ser estimados em um único


componente, chamado de fator a23

- O fator a23 pode ser determinado utilizando alguns diagramas, conforme


mostrado a seguir:
Rolamentos
Exemplo

O rolamento de esferas utilizado no redutor indicado na figura a seguir,


funcionará submetido à ação de uma carga radial de 6,0 kN e com uma
rotação de 450 rpm.
O diâmetro do eixo é de 45 mm.
A temperatura de funcionamento encontra-se em torno de 80 °C.
A viscosidade do óleo a 40 °C é de 200 cSt.

Dimensionar o rolamento e determinar sua vida útil, supondo uma


probabilidade de falha de 5%.
Exemplo
Exemplo

- Carga Dinâmica

𝑓𝐿
𝐶= ∙𝑃
𝑓𝑛 ∙ 𝑓𝑡
Em que:
C – capacidade de carga dinâmica (kN)
fL – fator de esforços dinâmicos (adimensional)
fn – fator de rotação (adimensional)
P – carga dinâmica equivalente (kN)
Exemplo

- Carga Dinâmica Equivalente

𝑃 = 𝑋 ∙ 𝐹𝑟 + 𝑌 ∙ 𝐹𝑎
𝑃 = 1,0 ∙ 𝐹𝑟 + 0 ∙ 𝐹𝑎
𝑃 = 1,0 ∙ 6,0
𝑃 = 6,0 𝑘𝑁
Exemplo

- Fator de Esforços Dinâmicos (fL)


Exemplo
- Fator de Rotação (fn)
Exemplo

- Fator de Temperatura (f t)

Temperatura Máxima de Serviço 150 °C 200 °C 250 °C 300 °C


Fator de Temperatura (ft) 1,0 0,73 0,42 0,22
Exemplo

- Carga Dinâmica

𝑓𝐿
𝐶= ∙𝑃
𝑓𝑛 ∙ 𝑓𝑡
2,0
𝐶= ∙ 6,0
0,42 ∙ 1,0

𝐶 = 28,57 𝑘𝑁
Exemplo

- Conferindo a seleção:

𝑓𝐿
𝐶= ∙𝑃
𝑓𝑛 ∙ 𝑓𝑡

𝐶 ∙ 𝑓𝑛 ∙ 𝑓𝑡
𝑓𝐿 =
𝑃
32,5 ∙ 0,42 ∙ 1
𝑓𝐿 =
6,0
𝑓𝐿 = 2,28
Exemplo

- Vida Útil:

𝐿𝑛𝑎 = 𝑎1 ∙ 𝑎2 ∙ 𝑎3 ∙ 𝐿ℎ
Em que:
Ln – duração até a fadiga (horas)
a1 – fator de probabilidade (adimensional)
a2 – fator de matéria-prima (adimensional)
a3 – fator de condições de serviço (adimensional)
Lh – vida nominal do rolamento (tabelado)
Exemplo

- Fator de Probabilidade (a1):

Probabilidade de 10% 5% 4% 3% 2% 1%
falha
Duração L10 L5 L4 L3 L2 L
Fator a1 1,0 0,62 0,53 0,44 0,33 0,21
Exemplo

35 30

65
𝜐𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜
𝑘=
𝜐𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎

30
𝑘=
35 1,5

𝑘 = 0,85 0,6
Exemplo
- Vida Nominal do Rolamento:

𝐿ℎ ≅ 5.850 ℎ
Exemplo

- Vida Útil:

𝐿𝑛𝑎 = 𝑎1 ∙ 𝑎2 ∙ 𝑎3 ∙ 𝐿ℎ

𝐿𝑛𝑎 = 0,62 ∙ 0,6 ∙ 5.850

𝐿𝑛𝑎 = 2.200 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠

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