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CÁLCULO DA POTÊNCIA E SELEÇÃO DE FUSOS DE ESFERAS E TRAPEZOIDAIS

Comparação da eficiência entre fusos de esferas e fusos trapezoidais


Figura 1 Figura 2

Figura 1: Eficiência na transmissão de potência do motor em função do ângulo de avanço no sentido de converter a
rotação do motor em movimento linear. Para ângulo de avanço de 5° e condição de lubrificação ideal (gerando
menos atrito), um fuso de esferas transmite 98% da potência do motor enquanto o fuso trapezoidal transmite
somente 45% ou seja, acionamento através de fuso trapezoidal necessita o dobro de potência ou mais para
transformar movimento rotativo em movimento linear
Figura 2: Função de frenagem ou travamento da carga. Fusos trapeizoidais com ângulos de avanço menores de 5,5°
são auto travantes no sentido de transformar movimento linear em movimento rotativo. Fusos de esferas
necessitam de motofreio para impedir a carga descer sobre ação da força da gravidade
Sistemas de mancais de apoio do fuso

Tipos de mancais
Mancais mais comuns

FUSOS DE ESFERAS
https://www.kalatec.com.br/fusos-de-esferas-pronta-entrega/
Exemplo 1
Mesa linear para deslocar carga com massa 5000kg apoiada sobre guias com buchas deslizantes
Deslocamento 1600mm em 40 segundos
Desenhos e cálculos https://medias.schaeffler.com/medias/pt!hp.ec.br/LTS..-TR..-0

Links para selecionar o tipo de guia linear para apoio da mesa


- com rolamentos
https://www.youtube.com/watch?v=Xmv84es9lr0
https://www.avasistema.com.br/trilhos-lineares.php
- com deslizamento sobre polímeros
https://www.igus.com.br/info/linear-guides-plastic-vs-metal
Calculo da força de atrito que se opõe ao movimento da mesa e depende do coeficiente de atrito de deslizamento da
mesa sobre as guias de apoio 𝜇𝑔

𝐹𝑎𝑡 = 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ 𝜇𝑔 = 5000𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² ∗ 0,20 = 9800𝑁


𝑔 = aceleração da gravidade

Calculo da força de aceleração necessária para iniciar o movimento da mesa em função do tempo pré determinado
𝑝𝑒𝑟𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜 1600𝑚𝑚 40𝑚𝑚 40𝑚𝑚/𝑠
𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = = = → = 0,04𝑚/𝑠
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 40𝑠 𝑠 1000
𝑣 0,04𝑚/𝑠
𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 = = = 0,02𝑚/𝑠²
𝑡𝑎 2𝑠
𝑡𝑎 = tempo de aceleração
𝐹𝑎 = 𝑚 ∗ 𝑎 = 5000𝑘𝑔 ∗ 0,02𝑚/𝑠² = 100𝑁

Força axial necessária para o acionamento. Deve ser igual ou maior do que a soma das forças resistentes acima
F = força axial de tração ou compressão
Ft = força tangencial
p = passo da rosca
𝑑2 = diâmetro médio da rosca
𝜃 = ângulo de avanço do fuso

𝐹 ≥ 𝐹𝑎𝑡 + 𝐹𝑎 = 9800𝑁 + 100𝑁 = 9900𝑁 → 1010𝑘𝑔𝑓

O fuso está apoiado axialmente (e radialmente) do lado da motorização por um mancal com 2 carreiras de esferas.
No lado oposto por um mancal com rolamento de esferas.
Como no gráfico a carga está em kgf (sistema técnico), retornamos o valor da força axial para esse sistema.
Então, F = 1010kgf e de acordo com o sistema de mancais, deveremos tomar os valores da linha B para traçar a reta
correspondente ao valor da força axial e outra reta perpendicular correspondente ao valor do comprimento do fuso.
No ponto de confluência das duas retas, o primeiro fuso acima é o de diâmetro 32mm. Selecionamos este.

No gráfico a seguir, deveremos conferir qual a rotação máxima admitida, traçando uma reta horizontal partindo do
valor do comprimento até a reta correspondente ao fuso selecionado.

Achamos o valor aproximado de 1800rpm


Conferindo na tabela, fuso de esferas diâmetro 32mm passo 10mm suporta carga axial até 4805kg

FUSOS COM ESFERAS RECIRCULANTES LAMINADOS E RETIFICADOS PRECISÃO C7 KALATEC

Diâmetro Passo Carga dinâmica Carga


Modelo Especificação
(mm) (mm) (Kg) estática (Kg)

Cálculo da rotação do fuso com passo 10mm:


𝑚𝑚 40𝑚𝑚
𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 ( ) ∗ 60 = ∗ 60 = 2400𝑚𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑠 𝑠
𝑣 2400𝑚𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑛= = = 240𝑟𝑝𝑚
𝑝 10𝑚𝑚

𝜃 = ângulo de avanço do fuso


𝑝 180° 10𝑚𝑚 ∗ 180
𝜃= ∗ = 2 = 5,7°
𝜋∗𝑑 𝜋 𝜋 ∗ 32𝑚𝑚

No gráfico abaixo determinamos a eficiência da transmissão (𝜀 ) de potência do fuso com ângulo de avanço 5,7°

Ângulo de avanço (graus)

𝜀 = eficiência da transmissão com acionamento através de fuso de esferas e lubrificação pouco eficiente: 0,92
Cálculo da potência requerida considerando a eficiência da transmissão
𝐹∗𝑣 9900𝑁 ∗ 0,04𝑚/𝑠
𝑃= = = 0,45𝑘𝑊
1000 ∗ 𝜀 ∗ 𝜂 1000 ∗ 0,92 ∗ 0,95
𝜂 = rendimento do redutor

Exemplo 2: Mesa de elevação acionada através de fusos de esferas ou trapezoidais. Os fusos trabalham sobre
esforço de tração e apoiados em mancais com rolamentos axiais montados na parte superior da estrutura.
Elevação: 900mm. Tempo de percurso: 30 segundos

A carga mais a estrutura móvel com massa de 2200kg, deverá ser elevada por dois conjuntos de motoredutores e
fusos. Então a força axial F em cada fuso será no valor de 1100kg.
Alternativa de projeto com fuso de esferas
Entrando no gráfico cujo valor da força axial é a própria carga atuante em cada fuso (kgf no sistema técnico)
Força axial = 1100kgf; comprimento do fuso = 1000mm
Gráfico para seleção do diâmetro do fuso em função da carga e comprimento do fuso

Pelo gráfico, o fuso diâmetro 40mm e comprimento 1000mm, atende valor maior do que a força axial de 1100kgf.
No gráfico a seguir, traçando uma linha horizontal correspondente ao comprimento do fuso de 1000mm até a reta
correspondente ao fuso selecionado, poderemos verificar até que rotação o mesmo pode trabalhar: 1100rpm
Gráfico para verificação da rotação máxima do fuso

>10³ ~1100 rpm


De acordo com a tabela, o fuso de esferas diâmetro 40mm com castanha simples suporta carga axial acima de 1100kg
com 3 opções de passo. Optamos pelo passo de 10mm que suporta maior carga: 5399kg
FUSOS COM ESFERAS RECIRCULANTES LAMINADOS E RETIFICADOS PRECISÃO C7 KALATEC

Diâmetro Passo Carga dinâmica Carga estática


Modelo Especificação
(mm) (mm) (Kg) (Kg)

Cálculo da rotação do fuso com passo 10mm:


𝑣 ∗ 60 30𝑚𝑚/𝑠 ∗ 60
𝑛= = = 180𝑟𝑝𝑚
𝑝 10𝑚𝑚
𝜃 = ângulo de avanço do fuso
𝑝 180° 10𝑚𝑚 ∗ 180
𝜃= ∗ = 2 = 4,56°
𝜋∗𝑑 𝜋 𝜋 ∗ 40𝑚𝑚

No gráfico a seguir, determinamos a eficiência da transmissão (𝜀 ) de potência do fuso com ângulo de avanço 4,56°

Ângulo de avanço (graus)

𝜀 = eficiência com acionamento através de fuso de esferas e lubrificação pouco eficiente: 0,90

Força axial (sistema internacional)


𝐹 = 𝑚 ∗ 𝑔 = 1100𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² = 10780𝑁
𝑔 = aceleração da gravidade
Nota: na elevação, a força de inércia é desprezível em relação a força da gravidade podendo ser descartada

Cálculo da potência requerida considerando a eficiência da transmissão


𝐹∗𝑣 10780𝑁 ∗ 0,03𝑚/𝑠
𝑃= = = 0,38𝑘𝑊
1000 ∗ 𝜀 ∗ 𝜂 1000 ∗ 0,90 ∗ 0,95
𝜂 = rendimento do redutor
Cálculo do torque no fuso
9550 ∗ 𝑃 9550 ∗ 0,38𝑘𝑊
𝑀= = = 20𝑁𝑚
𝑛 180𝑟𝑝𝑚

Selecione no seu catálogo de motorredutores com 1700 rpm de entrada o que tenha capacidade imediatamente
acima da calculada. 0,55kW – 4polos carcaça 71.

Seleção do rolamento
Rolamento para 10000hs de trabalho e força axial F = 1100kg
Cálculo da capacidade de carga
𝑓ℎ ∗ 𝐹 2,7 ∗ 10780𝑁
𝐶= = = 72765𝑁
𝑓𝑛 0,4

3 rolamentos NSK 30 TAC 62B combinação DTD. Carga básica axial Ca = 63000N – carga limite 129000N

Porca SKF para sustentação do fuso. KMT 6


Diâmetro da rosca M30 x 1,5. Capacidade de carga axial estática 160kN (160000N)

Projeto com fuso trapezoidal – Planilha de cálculos


A elevação será feita por 2 conjuntos de motoredutores e fusos então, a força axial F em cada fuso será
𝑚 ∗ 𝑔 2200𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠²
𝐹= = = 10780𝑁
2 2
Comprimento do fuso = 1000mm
Seleção do fuso da Bimeccanica conforme notas no gráfico. O gráfico com as notas foi copiado do catálogo da
Bimeccanica e traduzido pelo distribuidor no Brasil https://www.atibrasil.com.br/

O filete da rosca deverá resistir à força axial calculada. Conforme notas no gráfico, para porca de bronze, as
velocidades recomendadas de deslizamento entre o fuso e a porca variam de 2,5 a 25m/min e a pressão específica
nessas velocidades de 4 a 8N/mm².
Conforme recomendações do fabricante, uma volta do filete da rosca deve suportar 38% da força axial:
10780N x 0,38 = 4096N
Para ficar dentro da pressão específica permitida, uma força de 4096N necessita de uma área resistente de
4096𝑁
= 1024𝑚𝑚²
4𝑁/𝑚𝑚²
Conforme tabela, o fuso que atende acima desse valor, é o TR 75x10 com 1100mm² mas vamos utilizar passo 16mm
que atende melhor a necessidade de menor velocidade de deslizamento entre o fuso e a porca

Cálculo da rotação do fuso com passo 16mm:


𝑣 ∗ 60 30𝑚𝑚/𝑠 ∗ 60
𝑛= = = 112,5𝑟𝑝𝑚
𝑝 16𝑚𝑚

Cálculo da velocidade de deslizamento entre fuso e porca


𝑑2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑛 67𝑚𝑚 ∗ 3,14 ∗ 112,5𝑟𝑝𝑚
𝑣𝑠𝑡 = = = 23,7𝑚/𝑚𝑖𝑛
1000 1000

Verificando a resistência de uma volta do filete da porca submetida à 38% da força axial F
-- Tensão de esmagamento ou compressão
Cálculo da área de uma volta do filete sobre compressão
𝜋 𝜋
𝐴 = ∗ (𝐷4 2 − 𝐷1 2 ) = ∗ (772 − 592 ) = 1922𝑚𝑚²
4 4

Tensão específica de compressão com 38% da força axial sobre uma volta do filete
𝐹 ∗ 0,38 10780𝑁 ∗ 0,38
𝜎𝑒 = = = 1,8𝑁/𝑚𝑚²
𝐴 1922𝑚𝑚²

OK. A tensão de compressão é menor do que a tensão admissível do material da porca 4,5N/mm².

Cálculo da força tangencial na rosca devido ao atrito de deslizamento entre os materiais do fuso e da porca (Shigley)

F = força axial de tração ou compressão Ft = força tangencial 𝜃 = Ângulo de avanço do fuso


p = passo da rosca 𝑑2 = Diâmetro médio da rosca  = ângulo da rosca
𝜇𝑒 ∗ 𝜋 ∗ 𝑑2 ∗ 𝑠𝑒𝑐𝛼 + 𝑝 ∗ 𝑁𝑒
𝐹𝑡 = 𝐹
𝜋 ∗ 𝑑2 − 𝜇𝑒 ∗ 𝑝 ∗ 𝑁𝑒 ∗ 𝑠𝑒𝑐𝛼
0,18 ∗ 3,14 ∗ 67𝑚𝑚 ∗ 1,035 + 16𝑚𝑚 ∗ 1
𝐹𝑡 = 10780𝑁 ∗ = 2869𝑁
3,14 ∗ 67𝑚𝑚 − 0,18 ∗ 16𝑚𝑚 ∗ 1 ∗ 1,035

𝑁𝑒 = Número de entradas ou filetes da rosca. Todos os fusos trapezoidais tabelados têm 1 entrada
 = ângulo da rosca = 15° → sec15° = 1,035

Cálculo da força de atrito devido ao mancal de apoio com rolamentos

R é a força resistente à força axial e, estando em equilíbrio R = F

𝐹𝑎𝑡 = 𝐹 ∗ 𝜇𝑚 = 10780𝑁 ∗ 0,005 = 54𝑁


𝜇𝑚 = coeficiente de atrito do mancal de apoio: 0,002 a 0,005 para mancal com rolamento.
A força Fs necessária para rotacionar o fuso é o resultado da soma da força tangencial (de atrito) Ft, gerada pelo
conjunto fuso/porca, com a força de atrito Fat gerada pelo mancal de apoio
𝐹𝑠 = 𝐹𝑡 + 𝐹𝑎𝑡 = 2869𝑁 + 54𝑁 = 2923𝑁

Cálculo do momento de torção devido às forças Ft e Fat. Essas forças deverão ser somadas, mas, como atuam em
diâmetros diferentes, há necessidade de separação na fórmula,
𝐹𝑡 ∗ 𝑑2 + 𝐹𝑎𝑡 ∗ 𝐷 2869𝑁 ∗ 67𝑚𝑚 + 54𝑁 ∗ 46,5𝑚𝑚
𝑀= = = 97,5𝑁𝑚
2000 2000
D = diâmetro médio do rolamento de apoio. Não há necessidade de muita precisão porque não muda de forma
significativa o valor do torque de acionamento

Verificando o ângulo de torção que deve ser limitado a 0,35 graus por metro.
Com o diâmetro mínimo de rosca do fuso selecionado d3 = 57mm, calculamos o momento de inércia polar do fuso
𝜋 ∗ 𝑑3 4 3,14 ∗ 574
𝐽= = = 1035807𝑚𝑚4 → 1035,8𝑚4
32 32
J = momento de inercia polar para eixo maciço

O ângulo de torção  será determinado pela fórmula


𝑀 ∗ 𝐿 ∗ 180° 97,5𝑁𝑚 ∗ 1𝑚 ∗ 180°
𝑎= = = 0,072°
𝐽∗𝐺∗𝜋 1035,8𝑚4 ∗ 75𝑁/𝑚² ∗ 3,14
L = comprimento do fuso ou distância máxima da ponta de eixo do motor até a porca = 1m
G = módulo de elasticidade transversal para eixos de aço = 75 GPa = 75N/m²

Cálculo da potência em função do torque necessário e da rotação do fuso


𝑀∗𝑛 97,5𝑁𝑚 ∗ 112,5𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 1,1𝑘𝑊
9550 ∗ 𝜂 9550 ∗ 0,95

Selecione no seu catálogo de motores com 4 polos, um que tenha capacidade imediatamente acima do calculado.
1,5kW – 4polos (1700rpm) - carcaça 90S. Redutor redução (1700/112,5 = 15) 1:15 e capacidade acima do motor

Exemplo 3: Projeto do sistema de movimentação de um carro de transporte através de fuso trapezoidal.


Massa do carro + carga = 1600kg; deslocamento - curso: 900mm. Tempo para efetuar o percurso 25s
Planilha de cálculos

Cálculo da força axial necessária para vencer as forças resistentes ao deslocamento do carro.
-- força de atrito devido à resistência ao rolamento das rodas sobre os trilhos
2 ∗ 𝑓1 ∗ 𝑘 2 ∗ 𝑓2 2 ∗ 0,5 ∗ 1,2 2 ∗ 0,1
𝐹𝑎𝑡 = 𝑚 ∗ 𝑔 ( + ) = 1600𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² ∗ ( + ) = 134,2𝑁
𝐷𝑟 𝑑 230𝑚𝑚 60𝑚𝑚
Dr = diâmetro das rodas = 230mm
d = diâmetro médio dos rolamentos das rodas = 60mm
f1 = braço de alavanca da resistência ao rolamento aço sobre aço = 0,5mm
f2 = Atrito dos rolamentos dos mancais das rodas = 0,1mm
k = coeficiente referente ao atrito dos flanges das rodas com os trilhos = 1,2 para trilhos bem alinhados
1,5 para trilhos mal alinhados

-- força necessária para aceleração do carro em função do tempo de aceleração pré determinado - 𝑡𝑎 = 1𝑠
Antes é necessário calcular a velocidade do carro
𝑝𝑒𝑟𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜 0,9𝑚
𝑣= = = 0,036𝑚/𝑠
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 25𝑠
𝑚 ∗ 𝑣 1600𝑘𝑔 ∗ 0,036𝑚/𝑠
𝐹𝑎 = = = 57,6𝑁
𝑡𝑎 1𝑠

Força axial necessária para o deslocamento. Deve ser igual ou maior do que a soma das forças resistentes acima
𝐹 = 𝐹𝑎𝑡 + 𝐹𝑎 = 134,2 + 57,6 = 191,8𝑁

Seleção do fuso da Bimeccanica conforme notas no gráfico.


O filete da rosca deverá resistir à força axial calculada. Conforme notas no gráfico, para porca de bronze, as
velocidades recomendadas de deslizamento entre o fuso e a porca variam de 2,5 a 25m/min e a pressão específica
nessas velocidades de 4 a 8N/mm².

Conforme recomendações do fabricante, uma volta do filete da rosca deve suportar 38% da força axial:
191,8N x 0,38 = 73N
Para ficar dentro da pressão específica permitida, uma força de 73N necessita de uma área resistente de
73𝑁
= 18,2𝑚𝑚²
4𝑁/𝑚𝑚²
Conforme tabela, o menor fuso com passo de 3mm, TR 14 x 3, atende acima desse valor

Geometria da rosca
DIMENSÕES PROPORCIONAIS

Cálculo da rotação do fuso com passo 3mm:


0,036𝑚 ∗ 1000 36𝑚𝑚
𝑣= =
𝑠 𝑠

𝑣 60 36𝑚𝑚 60
𝑛= ∗ = ∗ = 720𝑟𝑝𝑚
𝑝 𝑠 3𝑚𝑚 𝑠

Cálculo da velocidade de deslizamento entre o fuso e a porca


𝐷2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑛 12,5𝑚𝑚 ∗ 3,14 ∗ 720𝑟𝑝𝑚
𝑣𝑠𝑡 = = = 28,3𝑚/𝑚𝑖𝑛
1000 1000

Conforme a reta correspondente a velocidade calculada – 28,3m/min (linha vertical vermelha traçada no gráfico na
página anterior), a pressão específica corrigida é 3,5N/mm² (linha horizontal)
Verificando a resistência de uma volta do filete da porca submetida à 38% da força axial F

- Tensão de cisalhamento
2 ∗ 𝐹 ∗ 0,38 2 ∗ 191,8𝑁 ∗ 0,38
𝜏𝑐𝑖 = = = 1,24𝑁/𝑚𝑚²
𝑝 ∗ 𝐷2 ∗ 𝜋 3𝑚𝑚 ∗ 12,5𝑚𝑚 ∗ 3,14
- Tensão de esmagamento ou compressão
Cálculo da área de uma volta do filete sobre compressão
𝜋 𝜋
𝐴 = 4 ∗ (𝐷4 2 − 𝐷1 2 ) = 4 ∗ (14,52 − 112 ) = 70𝑚𝑚²

Tensão específica de compressão de uma volta do filete


𝐹 ∗ 0,38 191,8𝑁 ∗ 0,38
𝜎𝑒 = = = 1,1𝑁/𝑚𝑚²
𝐴 70𝑚𝑚²
OK. As tensões são menores do que a tensão admissível do material da porca cujo valor é 0,35N/mm²

𝜃 = Ângulo de avanço do fuso


𝑝 180° 3𝑚𝑚 ∗ 180
𝜃= ∗ = 2 = 4,38°
𝜋 ∗ 𝐷2 𝜋 𝜋 ∗ 12,5𝑚𝑚

Cálculo da força tangencial na rosca devido ao atrito de deslizamento entre os materiais do fuso e da porca (Shigley)
𝜇𝑒 ∗ 𝜋 ∗ 𝑑2 ∗ 𝑠𝑒𝑐𝛼 + 𝑝 ∗ 𝑁𝑒
𝐹𝑡 = 𝐹
𝜋 ∗ 𝑑2 − 𝜇𝑒 ∗ 𝑝 ∗ 𝑁𝑒 ∗ 𝑠𝑒𝑐𝛼
0,18 ∗ 3,14 ∗ 12,5𝑚𝑚 ∗ 1,035 + 3𝑚𝑚 ∗ 1
𝐹𝑡 = 191,8𝑁 ∗ = 51,1𝑁
3,14 ∗ 12,5𝑚𝑚 − 0,18 ∗ 3𝑚𝑚 ∗ 1 ∗ 1,035
𝑁𝑒 = Número de entradas ou filetes da rosca. Todos os fusos trapezoidais tabelados têm 1 entrada
 = ângulo da rosca =15° → sec15° = 1,035

Cálculo da força de atrito devido ao mancal de apoio com rolamentos

R é a força resistente à força axial e, estando em equilíbrio, R = F


𝐹𝑎𝑡 = 𝐹 ∗ 𝜇𝑚 = 191,8𝑁 ∗ 0,005 = 0,9𝑁
𝜇𝑚 = coeficiente de atrito do mancal de apoio: 0,002 a 0,005 para mancais com rolamento.
A força Fs necessária para rotacionar o fuso é o resultado da soma da força tangencial (de atrito) Ft, gerada pelo
conjunto fuso/porca, com a força de atrito Fat gerada pelo mancal de apoio
𝐹𝑠 = 𝐹𝑡 + 𝐹𝑎𝑡 = 51,1𝑁 + 0,9𝑁 = 52𝑁

Cálculo do momento de torção devido às forças Ft e Fat. Essas forças deverão ser somadas, mas, como atuam em
diâmetros diferentes, há necessidade de separação na fórmula,
𝐹𝑡 ∗ 𝑑2 + 𝐹𝑎𝑡 ∗ 𝐷 51,1𝑁 ∗ 12,5𝑚𝑚 + 0,9𝑁 ∗ 34𝑚𝑚
𝑀= = = 0,35𝑁𝑚
2000 2000
D = diâmetro médio do rolamento de apoio. Não há necessidade de muita precisão porque não muda de forma
significativa o valor do torque de acionamento
Verificando o ângulo de torção que deve ser limitado a 0,35 graus por metro.
Com o diâmetro mínimo de rosca do fuso selecionado d3 = 10,5mm, calculamos o momento de inércia polar do fuso
𝜋 ∗ 𝑑3 4 3,14 ∗ 10,54
𝐽= = = 1193𝑚𝑚4 → 1,19𝑚4
32 32
J = momento de inercia polar para eixo maciço
O ângulo de torção  será determinado pela fórmula
𝑀 ∗ 𝐿 ∗ 180° 0,35𝑁𝑚 ∗ 1𝑚 ∗ 180°
𝑎= = = 0,22°
𝐽∗𝐺∗𝜋 1,19𝑚4 ∗ 75𝑁/𝑚² ∗ 3,14
L = comprimento do fuso ou distância máxima da ponta de eixo do motor até a porca = 1m
G = módulo de elasticidade transversal para eixos de aço = 75 GPa = 75N/m²
L = comprimento do fuso ou distância máxima da ponta de eixo do motor até a porca = 1m

Verificando a possibilidade de flambagem. Ver matéria


No afastamento do carro do motor, como o fuso é comprido e trabalha sobre compressão axial, é necessário
verificar a possibilidade de ocorrer a flambagem
Diâmetro mínimo d3 = 10,5mm.
Comprimento do fuso L = 1000mm
Momento de inércia
𝜋 ∗ 𝑑3 4 3,14 ∗ 10,54
𝐼= = = 596𝑚𝑚4
64 64

 = índice de esbeltez.
𝐾 ∗ 𝐿 ∗ 4 0,5 ∗ 1000𝑚𝑚 ∗ 4
𝜆= = = 190
𝑑3 10,5𝑚𝑚

K = Valor teórico para fuso com as extremidades bem apoiadas lateralmente K = 0,5
Sendo o índice de esbeltez acima de 100, a força axial máxima pode ser calculada pela fórmula de Euler

𝜋 2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼 3,142 ∗ 200000𝑁/𝑚𝑚² ∗ 596𝑚𝑚4


𝐹𝑓𝑙𝑎 = = = 4700𝑁
(𝐾 ∗ 𝐿)² (0,5 ∗ 1000)²
OK - Força axial 191,8N, menor do que a força máxima resistente à flambagem 4700N
E = módulo de elasticidade do aço

Cálculo da potência necessária do motor para acionamento do fuso.


𝑀∗𝑛 0,35𝑁𝑚 ∗ 720𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 0,03𝑘𝑊
9550 ∗ 𝜂 9550 ∗ 0,95
𝜂 = rendimento do redutor

Seleção do motor e redutor


Neste caso, é melhor utilizar motor de 4 polos (mais barato) com redutor para chegar na rotação calculada de
720rpm. O redutor com redução 1:2,4 deve ser selecionado acima da capacidade do motor.

Motor de 0,12kW – 4 polos, 1720rpm, conjugado nominal 0,07kgfm = 0,7Nm. Conjug. máximo = 3 x nominal
Observações: O fuso com essas dimensões, suporta com folga as forças que incidem sobre o mesmo, se não houver
nenhum obstáculo casual sobre os trilhos, desalinhamento dos mesmos ou uso indevido do equipamento.
O torque nominal no eixo de saída do redutor = 1,6Nm, é 4,8 vezes maior do que o torque e a força necessária para o
deslocamento do carro (0,35Nm).

Desenhos:
Detalhes da estrutura de apoio do carro, fuso roscado, mancal axial com rolamentos para suportar a força de
deslocamento do carro em ambos os sentidos, anel elástico de trava e parafuso e arruela no centro do fuso para
suportar a força de tração atuante sobre o fuso

A seguir: Fuso roscado, porca roscada, suporte da porca, elemento de ligação

Observações: o furo oblongo tem a função de permitir que o suporte da porca roscada desloque sua posição para
cima ou para baixo de acordo com a real posição do motor e do mancal que apoiam o fuso.

Motoredutor em balanço fixado rigidamente à estrutura através de flange. Acoplamento rígido de união entre o eixo
do redutor e o fuso roscado. O motoredutor serve de segundo mancal do fuso mas somente para força radial. Não
tem que suportar a força axial suportada pelo mancal em ambos os sentidos,
Seleção do rolamento
Rolamento para suporte de fusos de esferas para 30000hs de trabalho e força axial, F = 191,8N
Cálculo da capacidade de carga conforme gráfico a seguir
𝑓ℎ ∗ 𝐹 3,9 ∗ 191,8𝑁
𝐶= = = 1918𝑁
𝑓𝑛 0,39

Rolamento selecionado pelo diâmetro do fuso é superdimensionado para a força axial atuante
Exemplo 4: Mesa linear acionada manualmente através de fuso trapezoidal
Planilha de cálculos
Vamos usar como exemplo uma mesa linear da IGUS a SHT-20-AWM
https://www.igus.com.br/info/drive-technology-drylin-drive-systems

Material do fuso: aço laminado


Material dos eixos: alumínio anodizado duro

A mesa deve ser deslocada linearmente na horizontal com uma carga de massa 650kg que exerce uma força radial
sobre os tubos de apoio de alumínio anodizado duro com 20mm de diâmetro.
𝐹𝑟 = 𝑚 ∗ 𝑔 = 650𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² = 6370𝑁
O acionamento é manual através de um volante de 200mm de diâmetro. O curso da mesa deve ser 200mm para
cada lado. Para efetuarmos nossos cálculos, como não temos os detalhes do projeto da mesa da Igus, o fuso original
será substituído pelo fuso da Bimeccanica - representada no Brasil pela https://www.atibrasil.com.br/ porém com
mesmas dimensões. Material do fuso: aço laminado e porca de bronze.

Fuso/porca TR 18 x 4.

Pelos dados na tabela acima supomos que, para deslocar a carga de massa 650kg apoiada sobre as guias horizontais
(650kg x 9,8m/s²= 6370N), é prevista uma força axial F de 1600N sobre o fuso e conforme gráfico da Igus a seguir,
para uma força axial F = 1600N sobre o fuso TR 18x4 (linha vermelha), corresponde o torque de acionamento de
aproximadamente 8,7Nm
Comparando nossos cálculos com os dados da Igus
Para calcular a força axial F, é necessário conhecer a força de atrito que se opõe ao movimento gerado pelo
escorregamento da mesa sobre as guias de apoio. Tabela da Igus

𝐹 ≥ 𝐹𝑎𝑡 = 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ 𝜇𝑔 = 650𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² ∗ 0,20 = 1274𝑁

A força resistente ao giro, gerada pelo atrito de deslizamento entre o fuso de aço e a porca de bronze, é calculada
pela fórmula de Shigley
𝜇𝑒 ∗ 𝜋 ∗ 𝑑2 ∗ 𝑠𝑒𝑐𝛼 + 𝑝 ∗ 𝑁𝑒
𝐹𝑡 = 𝐹
𝜋 ∗ 𝑑2 − 𝜇𝑒 ∗ 𝑝 ∗ 𝑁𝑒 ∗ 𝑠𝑒𝑐𝛼
0,20 ∗ 3,14 ∗ 16𝑚𝑚 ∗ 1,035 + 4𝑚𝑚 ∗ 1
𝐹𝑡 = 1274𝑁 ∗ = 371𝑁
3,14 ∗ 16𝑚𝑚 − 0,20 ∗ 4𝑚𝑚 ∗ 1 ∗ 1,035
 = ângulo da rosca = 15° → sec15° = 1,035

Equipamentos acionados manualmente e utilizados para deslocamento horizontal como na mesa em estudo, pode
ter o fuso apoiado na própria estrutura e esse sistema gera uma força de atrito Fat resistente ao giro do fuso (área
em vermelho na figura abaixo). Assim como na rosca, não é aconselhável a velocidade periférica no colar ultrapassar
25m/min.
𝜋 ∗ 𝐷 ∗ 𝑛 3,14 ∗ 30𝑚𝑚 ∗ 50𝑟𝑝𝑚
𝑣𝑐𝑜𝑙𝑎𝑟 = = = 4,7𝑚/𝑚𝑖𝑛
1000 1000

𝐹𝑎𝑡 = 𝐹 ∗ 𝜇𝑐 = 1274𝑁 ∗ 0,17 = 205,7𝑁

Cálculo do momento de torção devido às forças Ft e Fat. Essas forças deverão ser somadas, mas como atuam em
diâmetros diferentes, há necessidade de separação na fórmula
𝐹𝑡 ∗ 𝑑2 + 𝐹𝑎𝑡 ∗ 𝐷 371𝑁 ∗ 16𝑚𝑚 + 205,7𝑁 ∗ 30𝑚𝑚
𝑀= = = 6𝑁𝑚
2000 2000
Verificando a resistência de uma volta do filete da porca e da velocidade relativa com o fuso
Cálculo da velocidade relativa entre o fuso e a porca
A velocidade do fuso acionado manualmente depende do operador e normalmente não ultrapassa 50rpm
𝑑2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑛 16𝑚𝑚 ∗ 3,14 ∗ 50𝑟𝑝𝑚
𝑣𝑠𝑡 = = = 2,5𝑚/𝑚𝑖𝑛
1000 1000

A velocidade baixa é compensada por uma maior resistência determinada pelo gráfico e, a pressão específica
corrigida em função da velocidade para o contato, é 8N/mm² - 8MPa
De acordo com o fabricante, 38% da força axial deve ser suportada por uma volta do filete da rosca da porca
-- Tensão de cisalhamento devido a 38% da força F
2 ∗ 𝐹 ∗ 0,38 2 ∗ 1274𝑁 ∗ 0,38
𝜏𝑐𝑖 = = = 4,8𝑁/𝑚𝑚²
𝑝 ∗ 𝐷2 ∗ 𝜋 4𝑚𝑚 ∗ 16𝑚𝑚 ∗ 3,14

-- Tensão de esmagamento ou compressão devido a 38% da


força F
Cálculo da área de uma volta do filete sobre compressão
𝜋 𝜋
𝐴 = ∗ (𝐷4 2 − 𝐷1 2 ) = ∗ (18,52 − 142 ) = 114,8𝑚𝑚²
4 4

-- Tensão de compressão específica sobre uma volta do filete


𝐹 ∗ 0,38 1274𝑁 ∗ 0,38
𝜎𝑒 = = = 4,2𝑁/𝑚𝑚²
𝐴 114,8𝑚𝑚²
OK. As tensões são menores do que a tensão admissível do
material da porca, ou seja, 8N/mm²

Verificando o ângulo de torção do fuso que deve ser limitado a 0,35 graus por metro.
Sendo o diâmetro mínimo de rosca do fuso selecionado d3 = 13,5mm, calculamos o momento de inércia polar
𝜋 ∗ 𝑑3 4 3,14 ∗ 13,54
𝐽= = = 3260,9𝑚𝑚4 → 3,26𝑚4
32 32
J = momento de inercia polar para eixo maciço
O ângulo de torção  será determinado pela fórmula
𝑀 ∗ 𝐿 ∗ 180° 6𝑁𝑚 ∗ 0,25𝑚 ∗ 180°
𝑎= = = 0,35°
𝐽∗𝐺∗𝜋 3,26𝑚4 ∗ 75𝑁/𝑚² ∗ 3,14
L = distância máxima da ponta de eixo do volante até a porca = 250mm -> 0,25m
G = módulo de elasticidade transversal para eixos de aço = 75N/m²
M = momento de torção, 6Nm

Cálculo da força exercida pelo operador sobre o volante de diâmetro 200mm no momento do acionamento
𝑀 ∗ 2 6000𝑁𝑚𝑚 ∗ 2
𝐹= = = 60𝑁 → 6,1𝑘𝑔𝑓
𝑑 200𝑚𝑚

Flambagem
Em alguns equipamentos, principalmente os de elevação quando o mancal de apoio está na parte inferior, o fuso fica
submetido ao esforço de compressão no sentido axial, ou seja, à flambagem. Deve ser verificado se o fuso suporta a
carga sem curvar sempre que a relação L/d for muito elevada.
Situação 1 – fuso sem apoio lateral Situação 2 – fuso bem apoiado lateralmente

K=2 Flambagem K = 0,5 Flambagem


As figuras acima representam as situações que influem na resistência à flambagem. Na situação 1, não há
sustentação lateral do fuso e da carga provocando maior desequilíbrio. Na situação 2, as colunas dão sustentação
lateral não permitindo que o fuso curve facilmente e, portanto, o equilíbrio é maior, mas mesmo assim a flambagem
pode ocorrer.
Valor teórico de K (norma NBR 8400)

Situação 1 – macaco de parafuso com diâmetro mínimo d = 29mm e comprimento L = 600mm


calcular qual a carga F que o mesmo pode suportar sem flambar

Momento de inércia
𝜋 ∗ 𝑑3 4 3,14 ∗ 294
𝐼= = = 34701𝑚𝑚4
64 64

 = índice de esbeltez
𝐾 ∗ 𝐿 ∗ 4 2 ∗ 600 ∗ 4
𝜆= = = 165
𝑑 29

Sendo o índice de esbeltez acima de 100, a carga máxima pode ser calculada pela fórmula de Euler

Valor de K = 2

𝜋 2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼 3,142 ∗ 200000𝑁/𝑚𝑚² ∗ 34701𝑚𝑚4


𝑭𝒇𝒍 = = = 47519𝑁
(𝐾 ∗ 𝐿)² (2 ∗ 600)²
I = momento de inércia E = módulo de elasticidade do aço
Situação 2 – No sistema a direita, a resistência à flambagem é bem maior considerando o
mesmo fuso. Mas não poderá ultrapassar a tensão de escoamento do material
Valor de K = 0,5
𝐾 ∗ 𝐿 ∗ 4 0,5 ∗ 600 ∗ 4
𝜆= = = 41,4
𝑑 29

Com o valor do coeficiente de esbeltez abaixo de 100, não poderá ser utilizada a fórmula de
Euler para o cálculo da tensão crítica pois, a flambagem ocorrerá no regime não elástico do
material.
Então utilizar a fórmula recomendada no anexo E da NBR 8400 – Tabelas na página seguinte
𝜎𝑒 ∗ 𝐴
𝑭𝒇𝒍𝒂 =
𝜔
2
𝐴 = 𝜋 ∗ 𝑅 = 3,14 ∗ 14,5² = 660𝑚𝑚²
- Para 𝜆 = 41,4 → 𝜔 = 1,14 conforme tabela 42

A força aplicada deve ficar dentro de um limite de segurança determinado por normas
- Tensão admissível conforme recomendação
𝜎𝑒 370𝑁/𝑚𝑚²
σadm = = = 246𝑁/𝑚𝑚²
𝑞 1,5
𝜎𝑎𝑑𝑚 ∗ 𝐴 246𝑁/𝑚𝑚² ∗ 660𝑚𝑚²
𝐹𝑎𝑑𝑚 = = = 142421𝑁
𝜔 1,14
A = Área transversal do perfil submetida a compressão
𝜔 – coeficiente em função da esbeltez conforme tabela 42 do anexo E da NBR 8400
q = coeficiente de segurança
𝜎𝑒 = tensão de escoamento do material do fuso

NORMA NBR 8400 – ANEXO E


Gráficos e tabelas extraídas do catálogo da ATI do Brasil
https://www.atibrasil.com.br/20-fusos-e-porcas-trapezoidais
https://pdf.directindustry.com/pt/pdf-en/bimeccanica-srl/bfc/160938-627050.html

Fusos trapezoidais Bimeccanica SRL/BFC – Características técnicas


Matéria prima dos fusos da Bimeccanica
Fuso trapezoidal em aço R50 (11SMnPb37)

Fuso trapezoidal em aço inoxidável (AISI 304 ou AISI 316)

Matéria prima das porcas


DIMENSÕES DE FUSOS TRAPEZOIDAIS CONFORME NORMA DIN 103
https://www.bornemann-gewindetechnik.de/wordpress/wp-content/uploads/2016/04/Trapezoidal-thread-EN.pdf
Dimensões do perfil da rosca para fusos trapezoidais (em mm)
PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS (fonte Unicamp)
TENSÃO DE RUPTURA Tensão Alonga
MPa(N/mm2) Escoamento mento OBSERVAÇÕES
MATERIAL TRAÇÃO COMPRE CISALHA MPa(N/mm2) %
SSÃO MENTO Tração
SAE 1010 350 350 260 130 33
SAE 1015 380 380 290 170 30
SAE 1020 420 420 320 190 26 aço carbono, recozido ou
SAE 1025 460 460 350 210 22 normalizado.
SAE 1030 500 500 370 230 20
SAE 1040 580 580 430 260 18
SAE 1050 650 650 490 360 15
SAE 1070 700 700 520 420 9
SAE 4130 690 690 520 570 20 aço cromo molibdênio,
SAE 4140 760 760 570 650 17 recozido ou normalizado
SAE 4150 810 810 610 690 15
SAE 4320 840 840 630 650 19 aço cromo níquel molibid.
SAE 4340 860 860 650 740 15 recozido ou normalizado
SAE 8620 620 620 460 560 18 aço Ni Cr Mo, recoz. ou norm.
SAE 8640 750 750 560 630 14
AISI 301 770 770 580 280 55
AISI 302 630 630 470 240 55 aço inoxidável cromo níquel
AISI 310 690 690 510 310 45
AISI 316 600 600 450 240 55
AISI 410 490 490 370 260 30 aço inoxidável
AISI 420 670 670 500 350 25 cromo
FoFo 150 600 - - - ferro fundido

Material Ruptura Escoamento


Aços até 0,3% de carbono 𝑆𝑠𝑟 = 0,6 ∗ 𝑆𝑟 𝑆𝑠𝑒 = 0,5 ∗ 𝑆𝑒
Alumínio
Aços acima de 0,3%C até 0,7%C 𝑆𝑠𝑟 = 0,75 ∗ 𝑆𝑟 𝑆𝑠𝑒 = 0,75 ∗ 𝑆𝑒
Aço acima de 0,7%C 𝑆𝑠𝑟 = 𝑆𝑟 𝑆𝑠𝑒 = 𝑆𝑒
𝑆𝑠𝑟 = 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑟𝑢𝑝𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑡𝑜𝑟çã𝑜 − 𝑐𝑖𝑠𝑎𝑙ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 0,75 ∗ 𝑆𝑟

https://www.acoespecial.com.br/aco-sae-1045-propriedades.php

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