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Figura 1: Eficiência na transmissão de potência do motor em função do ângulo de avanço no sentido de converter a
rotação do motor em movimento linear. Para ângulo de avanço de 5° e condição de lubrificação ideal (gerando
menos atrito), um fuso de esferas transmite 98% da potência do motor enquanto o fuso trapezoidal transmite
somente 45% ou seja, acionamento através de fuso trapezoidal necessita o dobro de potência ou mais para
transformar movimento rotativo em movimento linear
Figura 2: Função de frenagem ou travamento da carga. Fusos trapeizoidais com ângulos de avanço menores de 5,5°
são auto travantes no sentido de transformar movimento linear em movimento rotativo. Fusos de esferas
necessitam de motofreio para impedir a carga descer sobre ação da força da gravidade
Sistemas de mancais de apoio do fuso
Tipos de mancais
Mancais mais comuns
FUSOS DE ESFERAS
https://www.kalatec.com.br/fusos-de-esferas-pronta-entrega/
Exemplo 1
Mesa linear para deslocar carga com massa 5000kg apoiada sobre guias com buchas deslizantes
Deslocamento 1600mm em 40 segundos
Desenhos e cálculos https://medias.schaeffler.com/medias/pt!hp.ec.br/LTS..-TR..-0
Calculo da força de aceleração necessária para iniciar o movimento da mesa em função do tempo pré determinado
𝑝𝑒𝑟𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜 1600𝑚𝑚 40𝑚𝑚 40𝑚𝑚/𝑠
𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = = = → = 0,04𝑚/𝑠
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 40𝑠 𝑠 1000
𝑣 0,04𝑚/𝑠
𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 = = = 0,02𝑚/𝑠²
𝑡𝑎 2𝑠
𝑡𝑎 = tempo de aceleração
𝐹𝑎 = 𝑚 ∗ 𝑎 = 5000𝑘𝑔 ∗ 0,02𝑚/𝑠² = 100𝑁
Força axial necessária para o acionamento. Deve ser igual ou maior do que a soma das forças resistentes acima
F = força axial de tração ou compressão
Ft = força tangencial
p = passo da rosca
𝑑2 = diâmetro médio da rosca
𝜃 = ângulo de avanço do fuso
O fuso está apoiado axialmente (e radialmente) do lado da motorização por um mancal com 2 carreiras de esferas.
No lado oposto por um mancal com rolamento de esferas.
Como no gráfico a carga está em kgf (sistema técnico), retornamos o valor da força axial para esse sistema.
Então, F = 1010kgf e de acordo com o sistema de mancais, deveremos tomar os valores da linha B para traçar a reta
correspondente ao valor da força axial e outra reta perpendicular correspondente ao valor do comprimento do fuso.
No ponto de confluência das duas retas, o primeiro fuso acima é o de diâmetro 32mm. Selecionamos este.
No gráfico a seguir, deveremos conferir qual a rotação máxima admitida, traçando uma reta horizontal partindo do
valor do comprimento até a reta correspondente ao fuso selecionado.
No gráfico abaixo determinamos a eficiência da transmissão (𝜀 ) de potência do fuso com ângulo de avanço 5,7°
𝜀 = eficiência da transmissão com acionamento através de fuso de esferas e lubrificação pouco eficiente: 0,92
Cálculo da potência requerida considerando a eficiência da transmissão
𝐹∗𝑣 9900𝑁 ∗ 0,04𝑚/𝑠
𝑃= = = 0,45𝑘𝑊
1000 ∗ 𝜀 ∗ 𝜂 1000 ∗ 0,92 ∗ 0,95
𝜂 = rendimento do redutor
Exemplo 2: Mesa de elevação acionada através de fusos de esferas ou trapezoidais. Os fusos trabalham sobre
esforço de tração e apoiados em mancais com rolamentos axiais montados na parte superior da estrutura.
Elevação: 900mm. Tempo de percurso: 30 segundos
A carga mais a estrutura móvel com massa de 2200kg, deverá ser elevada por dois conjuntos de motoredutores e
fusos. Então a força axial F em cada fuso será no valor de 1100kg.
Alternativa de projeto com fuso de esferas
Entrando no gráfico cujo valor da força axial é a própria carga atuante em cada fuso (kgf no sistema técnico)
Força axial = 1100kgf; comprimento do fuso = 1000mm
Gráfico para seleção do diâmetro do fuso em função da carga e comprimento do fuso
Pelo gráfico, o fuso diâmetro 40mm e comprimento 1000mm, atende valor maior do que a força axial de 1100kgf.
No gráfico a seguir, traçando uma linha horizontal correspondente ao comprimento do fuso de 1000mm até a reta
correspondente ao fuso selecionado, poderemos verificar até que rotação o mesmo pode trabalhar: 1100rpm
Gráfico para verificação da rotação máxima do fuso
No gráfico a seguir, determinamos a eficiência da transmissão (𝜀 ) de potência do fuso com ângulo de avanço 4,56°
𝜀 = eficiência com acionamento através de fuso de esferas e lubrificação pouco eficiente: 0,90
Selecione no seu catálogo de motorredutores com 1700 rpm de entrada o que tenha capacidade imediatamente
acima da calculada. 0,55kW – 4polos carcaça 71.
Seleção do rolamento
Rolamento para 10000hs de trabalho e força axial F = 1100kg
Cálculo da capacidade de carga
𝑓ℎ ∗ 𝐹 2,7 ∗ 10780𝑁
𝐶= = = 72765𝑁
𝑓𝑛 0,4
3 rolamentos NSK 30 TAC 62B combinação DTD. Carga básica axial Ca = 63000N – carga limite 129000N
O filete da rosca deverá resistir à força axial calculada. Conforme notas no gráfico, para porca de bronze, as
velocidades recomendadas de deslizamento entre o fuso e a porca variam de 2,5 a 25m/min e a pressão específica
nessas velocidades de 4 a 8N/mm².
Conforme recomendações do fabricante, uma volta do filete da rosca deve suportar 38% da força axial:
10780N x 0,38 = 4096N
Para ficar dentro da pressão específica permitida, uma força de 4096N necessita de uma área resistente de
4096𝑁
= 1024𝑚𝑚²
4𝑁/𝑚𝑚²
Conforme tabela, o fuso que atende acima desse valor, é o TR 75x10 com 1100mm² mas vamos utilizar passo 16mm
que atende melhor a necessidade de menor velocidade de deslizamento entre o fuso e a porca
Verificando a resistência de uma volta do filete da porca submetida à 38% da força axial F
-- Tensão de esmagamento ou compressão
Cálculo da área de uma volta do filete sobre compressão
𝜋 𝜋
𝐴 = ∗ (𝐷4 2 − 𝐷1 2 ) = ∗ (772 − 592 ) = 1922𝑚𝑚²
4 4
Tensão específica de compressão com 38% da força axial sobre uma volta do filete
𝐹 ∗ 0,38 10780𝑁 ∗ 0,38
𝜎𝑒 = = = 1,8𝑁/𝑚𝑚²
𝐴 1922𝑚𝑚²
OK. A tensão de compressão é menor do que a tensão admissível do material da porca 4,5N/mm².
Cálculo da força tangencial na rosca devido ao atrito de deslizamento entre os materiais do fuso e da porca (Shigley)
𝑁𝑒 = Número de entradas ou filetes da rosca. Todos os fusos trapezoidais tabelados têm 1 entrada
= ângulo da rosca = 15° → sec15° = 1,035
Cálculo do momento de torção devido às forças Ft e Fat. Essas forças deverão ser somadas, mas, como atuam em
diâmetros diferentes, há necessidade de separação na fórmula,
𝐹𝑡 ∗ 𝑑2 + 𝐹𝑎𝑡 ∗ 𝐷 2869𝑁 ∗ 67𝑚𝑚 + 54𝑁 ∗ 46,5𝑚𝑚
𝑀= = = 97,5𝑁𝑚
2000 2000
D = diâmetro médio do rolamento de apoio. Não há necessidade de muita precisão porque não muda de forma
significativa o valor do torque de acionamento
Verificando o ângulo de torção que deve ser limitado a 0,35 graus por metro.
Com o diâmetro mínimo de rosca do fuso selecionado d3 = 57mm, calculamos o momento de inércia polar do fuso
𝜋 ∗ 𝑑3 4 3,14 ∗ 574
𝐽= = = 1035807𝑚𝑚4 → 1035,8𝑚4
32 32
J = momento de inercia polar para eixo maciço
Selecione no seu catálogo de motores com 4 polos, um que tenha capacidade imediatamente acima do calculado.
1,5kW – 4polos (1700rpm) - carcaça 90S. Redutor redução (1700/112,5 = 15) 1:15 e capacidade acima do motor
Cálculo da força axial necessária para vencer as forças resistentes ao deslocamento do carro.
-- força de atrito devido à resistência ao rolamento das rodas sobre os trilhos
2 ∗ 𝑓1 ∗ 𝑘 2 ∗ 𝑓2 2 ∗ 0,5 ∗ 1,2 2 ∗ 0,1
𝐹𝑎𝑡 = 𝑚 ∗ 𝑔 ( + ) = 1600𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² ∗ ( + ) = 134,2𝑁
𝐷𝑟 𝑑 230𝑚𝑚 60𝑚𝑚
Dr = diâmetro das rodas = 230mm
d = diâmetro médio dos rolamentos das rodas = 60mm
f1 = braço de alavanca da resistência ao rolamento aço sobre aço = 0,5mm
f2 = Atrito dos rolamentos dos mancais das rodas = 0,1mm
k = coeficiente referente ao atrito dos flanges das rodas com os trilhos = 1,2 para trilhos bem alinhados
1,5 para trilhos mal alinhados
-- força necessária para aceleração do carro em função do tempo de aceleração pré determinado - 𝑡𝑎 = 1𝑠
Antes é necessário calcular a velocidade do carro
𝑝𝑒𝑟𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜 0,9𝑚
𝑣= = = 0,036𝑚/𝑠
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 25𝑠
𝑚 ∗ 𝑣 1600𝑘𝑔 ∗ 0,036𝑚/𝑠
𝐹𝑎 = = = 57,6𝑁
𝑡𝑎 1𝑠
Força axial necessária para o deslocamento. Deve ser igual ou maior do que a soma das forças resistentes acima
𝐹 = 𝐹𝑎𝑡 + 𝐹𝑎 = 134,2 + 57,6 = 191,8𝑁
Conforme recomendações do fabricante, uma volta do filete da rosca deve suportar 38% da força axial:
191,8N x 0,38 = 73N
Para ficar dentro da pressão específica permitida, uma força de 73N necessita de uma área resistente de
73𝑁
= 18,2𝑚𝑚²
4𝑁/𝑚𝑚²
Conforme tabela, o menor fuso com passo de 3mm, TR 14 x 3, atende acima desse valor
Geometria da rosca
DIMENSÕES PROPORCIONAIS
𝑣 60 36𝑚𝑚 60
𝑛= ∗ = ∗ = 720𝑟𝑝𝑚
𝑝 𝑠 3𝑚𝑚 𝑠
Conforme a reta correspondente a velocidade calculada – 28,3m/min (linha vertical vermelha traçada no gráfico na
página anterior), a pressão específica corrigida é 3,5N/mm² (linha horizontal)
Verificando a resistência de uma volta do filete da porca submetida à 38% da força axial F
- Tensão de cisalhamento
2 ∗ 𝐹 ∗ 0,38 2 ∗ 191,8𝑁 ∗ 0,38
𝜏𝑐𝑖 = = = 1,24𝑁/𝑚𝑚²
𝑝 ∗ 𝐷2 ∗ 𝜋 3𝑚𝑚 ∗ 12,5𝑚𝑚 ∗ 3,14
- Tensão de esmagamento ou compressão
Cálculo da área de uma volta do filete sobre compressão
𝜋 𝜋
𝐴 = 4 ∗ (𝐷4 2 − 𝐷1 2 ) = 4 ∗ (14,52 − 112 ) = 70𝑚𝑚²
Cálculo da força tangencial na rosca devido ao atrito de deslizamento entre os materiais do fuso e da porca (Shigley)
𝜇𝑒 ∗ 𝜋 ∗ 𝑑2 ∗ 𝑠𝑒𝑐𝛼 + 𝑝 ∗ 𝑁𝑒
𝐹𝑡 = 𝐹
𝜋 ∗ 𝑑2 − 𝜇𝑒 ∗ 𝑝 ∗ 𝑁𝑒 ∗ 𝑠𝑒𝑐𝛼
0,18 ∗ 3,14 ∗ 12,5𝑚𝑚 ∗ 1,035 + 3𝑚𝑚 ∗ 1
𝐹𝑡 = 191,8𝑁 ∗ = 51,1𝑁
3,14 ∗ 12,5𝑚𝑚 − 0,18 ∗ 3𝑚𝑚 ∗ 1 ∗ 1,035
𝑁𝑒 = Número de entradas ou filetes da rosca. Todos os fusos trapezoidais tabelados têm 1 entrada
= ângulo da rosca =15° → sec15° = 1,035
Cálculo do momento de torção devido às forças Ft e Fat. Essas forças deverão ser somadas, mas, como atuam em
diâmetros diferentes, há necessidade de separação na fórmula,
𝐹𝑡 ∗ 𝑑2 + 𝐹𝑎𝑡 ∗ 𝐷 51,1𝑁 ∗ 12,5𝑚𝑚 + 0,9𝑁 ∗ 34𝑚𝑚
𝑀= = = 0,35𝑁𝑚
2000 2000
D = diâmetro médio do rolamento de apoio. Não há necessidade de muita precisão porque não muda de forma
significativa o valor do torque de acionamento
Verificando o ângulo de torção que deve ser limitado a 0,35 graus por metro.
Com o diâmetro mínimo de rosca do fuso selecionado d3 = 10,5mm, calculamos o momento de inércia polar do fuso
𝜋 ∗ 𝑑3 4 3,14 ∗ 10,54
𝐽= = = 1193𝑚𝑚4 → 1,19𝑚4
32 32
J = momento de inercia polar para eixo maciço
O ângulo de torção será determinado pela fórmula
𝑀 ∗ 𝐿 ∗ 180° 0,35𝑁𝑚 ∗ 1𝑚 ∗ 180°
𝑎= = = 0,22°
𝐽∗𝐺∗𝜋 1,19𝑚4 ∗ 75𝑁/𝑚² ∗ 3,14
L = comprimento do fuso ou distância máxima da ponta de eixo do motor até a porca = 1m
G = módulo de elasticidade transversal para eixos de aço = 75 GPa = 75N/m²
L = comprimento do fuso ou distância máxima da ponta de eixo do motor até a porca = 1m
= índice de esbeltez.
𝐾 ∗ 𝐿 ∗ 4 0,5 ∗ 1000𝑚𝑚 ∗ 4
𝜆= = = 190
𝑑3 10,5𝑚𝑚
K = Valor teórico para fuso com as extremidades bem apoiadas lateralmente K = 0,5
Sendo o índice de esbeltez acima de 100, a força axial máxima pode ser calculada pela fórmula de Euler
Motor de 0,12kW – 4 polos, 1720rpm, conjugado nominal 0,07kgfm = 0,7Nm. Conjug. máximo = 3 x nominal
Observações: O fuso com essas dimensões, suporta com folga as forças que incidem sobre o mesmo, se não houver
nenhum obstáculo casual sobre os trilhos, desalinhamento dos mesmos ou uso indevido do equipamento.
O torque nominal no eixo de saída do redutor = 1,6Nm, é 4,8 vezes maior do que o torque e a força necessária para o
deslocamento do carro (0,35Nm).
Desenhos:
Detalhes da estrutura de apoio do carro, fuso roscado, mancal axial com rolamentos para suportar a força de
deslocamento do carro em ambos os sentidos, anel elástico de trava e parafuso e arruela no centro do fuso para
suportar a força de tração atuante sobre o fuso
Observações: o furo oblongo tem a função de permitir que o suporte da porca roscada desloque sua posição para
cima ou para baixo de acordo com a real posição do motor e do mancal que apoiam o fuso.
Motoredutor em balanço fixado rigidamente à estrutura através de flange. Acoplamento rígido de união entre o eixo
do redutor e o fuso roscado. O motoredutor serve de segundo mancal do fuso mas somente para força radial. Não
tem que suportar a força axial suportada pelo mancal em ambos os sentidos,
Seleção do rolamento
Rolamento para suporte de fusos de esferas para 30000hs de trabalho e força axial, F = 191,8N
Cálculo da capacidade de carga conforme gráfico a seguir
𝑓ℎ ∗ 𝐹 3,9 ∗ 191,8𝑁
𝐶= = = 1918𝑁
𝑓𝑛 0,39
Rolamento selecionado pelo diâmetro do fuso é superdimensionado para a força axial atuante
Exemplo 4: Mesa linear acionada manualmente através de fuso trapezoidal
Planilha de cálculos
Vamos usar como exemplo uma mesa linear da IGUS a SHT-20-AWM
https://www.igus.com.br/info/drive-technology-drylin-drive-systems
A mesa deve ser deslocada linearmente na horizontal com uma carga de massa 650kg que exerce uma força radial
sobre os tubos de apoio de alumínio anodizado duro com 20mm de diâmetro.
𝐹𝑟 = 𝑚 ∗ 𝑔 = 650𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² = 6370𝑁
O acionamento é manual através de um volante de 200mm de diâmetro. O curso da mesa deve ser 200mm para
cada lado. Para efetuarmos nossos cálculos, como não temos os detalhes do projeto da mesa da Igus, o fuso original
será substituído pelo fuso da Bimeccanica - representada no Brasil pela https://www.atibrasil.com.br/ porém com
mesmas dimensões. Material do fuso: aço laminado e porca de bronze.
Fuso/porca TR 18 x 4.
Pelos dados na tabela acima supomos que, para deslocar a carga de massa 650kg apoiada sobre as guias horizontais
(650kg x 9,8m/s²= 6370N), é prevista uma força axial F de 1600N sobre o fuso e conforme gráfico da Igus a seguir,
para uma força axial F = 1600N sobre o fuso TR 18x4 (linha vermelha), corresponde o torque de acionamento de
aproximadamente 8,7Nm
Comparando nossos cálculos com os dados da Igus
Para calcular a força axial F, é necessário conhecer a força de atrito que se opõe ao movimento gerado pelo
escorregamento da mesa sobre as guias de apoio. Tabela da Igus
A força resistente ao giro, gerada pelo atrito de deslizamento entre o fuso de aço e a porca de bronze, é calculada
pela fórmula de Shigley
𝜇𝑒 ∗ 𝜋 ∗ 𝑑2 ∗ 𝑠𝑒𝑐𝛼 + 𝑝 ∗ 𝑁𝑒
𝐹𝑡 = 𝐹
𝜋 ∗ 𝑑2 − 𝜇𝑒 ∗ 𝑝 ∗ 𝑁𝑒 ∗ 𝑠𝑒𝑐𝛼
0,20 ∗ 3,14 ∗ 16𝑚𝑚 ∗ 1,035 + 4𝑚𝑚 ∗ 1
𝐹𝑡 = 1274𝑁 ∗ = 371𝑁
3,14 ∗ 16𝑚𝑚 − 0,20 ∗ 4𝑚𝑚 ∗ 1 ∗ 1,035
= ângulo da rosca = 15° → sec15° = 1,035
Equipamentos acionados manualmente e utilizados para deslocamento horizontal como na mesa em estudo, pode
ter o fuso apoiado na própria estrutura e esse sistema gera uma força de atrito Fat resistente ao giro do fuso (área
em vermelho na figura abaixo). Assim como na rosca, não é aconselhável a velocidade periférica no colar ultrapassar
25m/min.
𝜋 ∗ 𝐷 ∗ 𝑛 3,14 ∗ 30𝑚𝑚 ∗ 50𝑟𝑝𝑚
𝑣𝑐𝑜𝑙𝑎𝑟 = = = 4,7𝑚/𝑚𝑖𝑛
1000 1000
Cálculo do momento de torção devido às forças Ft e Fat. Essas forças deverão ser somadas, mas como atuam em
diâmetros diferentes, há necessidade de separação na fórmula
𝐹𝑡 ∗ 𝑑2 + 𝐹𝑎𝑡 ∗ 𝐷 371𝑁 ∗ 16𝑚𝑚 + 205,7𝑁 ∗ 30𝑚𝑚
𝑀= = = 6𝑁𝑚
2000 2000
Verificando a resistência de uma volta do filete da porca e da velocidade relativa com o fuso
Cálculo da velocidade relativa entre o fuso e a porca
A velocidade do fuso acionado manualmente depende do operador e normalmente não ultrapassa 50rpm
𝑑2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑛 16𝑚𝑚 ∗ 3,14 ∗ 50𝑟𝑝𝑚
𝑣𝑠𝑡 = = = 2,5𝑚/𝑚𝑖𝑛
1000 1000
A velocidade baixa é compensada por uma maior resistência determinada pelo gráfico e, a pressão específica
corrigida em função da velocidade para o contato, é 8N/mm² - 8MPa
De acordo com o fabricante, 38% da força axial deve ser suportada por uma volta do filete da rosca da porca
-- Tensão de cisalhamento devido a 38% da força F
2 ∗ 𝐹 ∗ 0,38 2 ∗ 1274𝑁 ∗ 0,38
𝜏𝑐𝑖 = = = 4,8𝑁/𝑚𝑚²
𝑝 ∗ 𝐷2 ∗ 𝜋 4𝑚𝑚 ∗ 16𝑚𝑚 ∗ 3,14
Verificando o ângulo de torção do fuso que deve ser limitado a 0,35 graus por metro.
Sendo o diâmetro mínimo de rosca do fuso selecionado d3 = 13,5mm, calculamos o momento de inércia polar
𝜋 ∗ 𝑑3 4 3,14 ∗ 13,54
𝐽= = = 3260,9𝑚𝑚4 → 3,26𝑚4
32 32
J = momento de inercia polar para eixo maciço
O ângulo de torção será determinado pela fórmula
𝑀 ∗ 𝐿 ∗ 180° 6𝑁𝑚 ∗ 0,25𝑚 ∗ 180°
𝑎= = = 0,35°
𝐽∗𝐺∗𝜋 3,26𝑚4 ∗ 75𝑁/𝑚² ∗ 3,14
L = distância máxima da ponta de eixo do volante até a porca = 250mm -> 0,25m
G = módulo de elasticidade transversal para eixos de aço = 75N/m²
M = momento de torção, 6Nm
Cálculo da força exercida pelo operador sobre o volante de diâmetro 200mm no momento do acionamento
𝑀 ∗ 2 6000𝑁𝑚𝑚 ∗ 2
𝐹= = = 60𝑁 → 6,1𝑘𝑔𝑓
𝑑 200𝑚𝑚
Flambagem
Em alguns equipamentos, principalmente os de elevação quando o mancal de apoio está na parte inferior, o fuso fica
submetido ao esforço de compressão no sentido axial, ou seja, à flambagem. Deve ser verificado se o fuso suporta a
carga sem curvar sempre que a relação L/d for muito elevada.
Situação 1 – fuso sem apoio lateral Situação 2 – fuso bem apoiado lateralmente
Momento de inércia
𝜋 ∗ 𝑑3 4 3,14 ∗ 294
𝐼= = = 34701𝑚𝑚4
64 64
= índice de esbeltez
𝐾 ∗ 𝐿 ∗ 4 2 ∗ 600 ∗ 4
𝜆= = = 165
𝑑 29
Sendo o índice de esbeltez acima de 100, a carga máxima pode ser calculada pela fórmula de Euler
Valor de K = 2
Com o valor do coeficiente de esbeltez abaixo de 100, não poderá ser utilizada a fórmula de
Euler para o cálculo da tensão crítica pois, a flambagem ocorrerá no regime não elástico do
material.
Então utilizar a fórmula recomendada no anexo E da NBR 8400 – Tabelas na página seguinte
𝜎𝑒 ∗ 𝐴
𝑭𝒇𝒍𝒂 =
𝜔
2
𝐴 = 𝜋 ∗ 𝑅 = 3,14 ∗ 14,5² = 660𝑚𝑚²
- Para 𝜆 = 41,4 → 𝜔 = 1,14 conforme tabela 42
A força aplicada deve ficar dentro de um limite de segurança determinado por normas
- Tensão admissível conforme recomendação
𝜎𝑒 370𝑁/𝑚𝑚²
σadm = = = 246𝑁/𝑚𝑚²
𝑞 1,5
𝜎𝑎𝑑𝑚 ∗ 𝐴 246𝑁/𝑚𝑚² ∗ 660𝑚𝑚²
𝐹𝑎𝑑𝑚 = = = 142421𝑁
𝜔 1,14
A = Área transversal do perfil submetida a compressão
𝜔 – coeficiente em função da esbeltez conforme tabela 42 do anexo E da NBR 8400
q = coeficiente de segurança
𝜎𝑒 = tensão de escoamento do material do fuso
https://www.acoespecial.com.br/aco-sae-1045-propriedades.php