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7 - TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA
- Das várias formas de se transmitir potência veremos nesse capítulo as mais usuais:
• Parafusos de acionamento
• Correias trapezoidais
• Correias dentadas de precisão
• Correntes e pinhões
• Cabos de aço
• Engrenagens
• Acoplamentos
Figura 7.1
Retirada e adaptada do livro: Elementos de máquinas – M. F. Spotts
Figura 7.2
Figura 7.3
181
- É lógico que esse movimento de subida ou descida é devido à rampa (hélice) da rosca.
- Considere o ponto de contato do bloco p com o filete da rosca No ponto “O”, indicado
na figura abaixo.
Figura 7.4
- Nesse ponto de contato surge uma força normal N, conforme mostrado em 7.4(a).
- Observe que nessa normal, têm-se a inclinação devido ao perfil da rosca e também
devido ao ângulo de hélice.
- O movimento de giro do parafuso, que faz elevar a porca, é semelhante à rampa
mostrada na figura 7.4(d).
182
- Nos interessa é o torque para acionar o parafuso que acarrete uma força vertical igual
a P.
D
T1 = F . = FR = ( N . cosθ N .senα + µ11.N . cos α ) R (7.3)
2
- Além disso, temos que vencer o atrito no colar, vide figura 7.1.
T2 = P.µ 2 .RA (7.4)
Onde:
µ1 – atrito entre os filetes de rosca
µ2 – atrito entre apoio e colar
Aplicação 1:
- Qual o torque necessário para aperto de 10 ton num parafuso de rosca métrica M30 x
3,5 passo.
Figura 7.5
Dados:
µ1 = µ 2 = 0,2
Considere:
D = 26,5 mm
40 + 32
RA = = 18
4
P = 10000 Kgf
θ = 30o
Ângulo de hélice:
Passo 3,5
tgα = = = 0,042 ⇒ α = 2,4o
πD π .26,5
De (7.5):
θ N = arctg (tgθ . cos α ) = arctg (tg 30. cos 2,4) ⇒ θ N ≅ 30
Aplicação 2:
Idem a aplicação 1, considerando porém: µ1 = 0,1 (rosca lubrificada) e µ2 = 0,05
(mancal grafitado).
Resposta:
T = 30m.Kgf
Aplicação 3:
- Um elevador de automóveis para oficinas tem que ser projetados para veículos com
peso até 2500 kg, qual o torque necessário caso seja utilizado uma rosca trapezoidal TR
60 para acionar cada lado?
Figura 7.6
São dados:
µ1 = 0,15
µ2 = 0 (rolamento axial)
OBS.: Desconsidere o braço de alavanca do apoio. Considere a carga centrada.
Da tabela 7.1:
D = 55,5 mm
θ = 15º
Passo = 9 mm
Resposta:
Cada um dos dois parafusos deve sofrer um torque de T = 7,23 m.Kgf, para
levantamento de carros com peso de 2500Kgf
185
7.2 – CORREIAS
Figura 7.7
• A correia deve ter uma tensão inicial. O sistema deve permitir o esticamento das
correias.
• Uma correia com tensão abaixo do adequado, pode causar excessivo
deslizamento acarretando: perdas na transmissão e aquecimento na correia
consequentemente provocando a redução de sua vida útil.
• Caso utilize-se uma transmissão com mais de uma correia, sempre substitua
todas as correias de uma vez (por manutenção preventiva ou por rompimento de
uma ou mais das correias). As correias utilizadas apresentarão propriedades
distintas de uma nova, principalmente em relação ao comprimento.
• Verifique a compatibilidade da correia com a temperatura e atmosfera do local
de trabalho.
• Para a menor polia, utilize o maior diâmetro possível. Isso reduz a flexão na
correia e aumenta sua vida útil.
• Preferencialmente o esticamento da correia deve ser feito com a movimentação
de uma das polias. Evite se possível, polias tensoras.
7.2.1 - Correias em V
Figura 7.8
A – Esforços na correia:
- Na correia mostrada na figura 7.9, tem-se o ramo tenso, indicado pela tensão T1, e o
ramo frouxo indicado pela tensão T2. Veja que a tensão vai reduzindo de T1 até T2 no
trecho de arco DE, e aumentando entre B e C.
- Quando A correia entra na polia vinda do trecho reto, sofre um aumento de tensão
devido à curvatura da polia. Quanto menor o raio da polia, naturalmente ocorre uma
maior tensão devido à flexão.
- A potência transmitida ou recebida pela correia é proporcional a (T1-T2).
188
Figura 7.9
- As tensões que ocorrem numa correia durante uma volta completa, estão indicadas na
figura 7.10.
Figura 7.10
Retirada e adaptada do livro: Elementos de máquinas – M. F. Spotts
Figura 7.11
189
Temos o seguinte:
2µN – força de arraste máxima da polia sobre a correia.
Fc – Força centrífuga.
q – peso da correia por comprimento linear.
v – velocidade da correia.
θ – ângulo de abraçamento.
R – raio médio da polia motriz
β – ângulo da ranhura – padronizado β = 17º; 18º e 19º
Obs: Na correia esse β = 21º
∑F x =0
− (T + dT ) cos(dα / 2) + T cos(dα / 2) + 2 µN = 0
dT = 2µN
dT
N= (7.7)
2µ
∑F y =0
− (T + dT ) sen(dα / 2) − Tsen(dα / 2) + dFc + 2 Nsenβ = 0 (7.8)
Sendo:
q.R.dα v 2 q.v 2 .dα
dFc = x = (7.9)
g R g
Substituindo a força centrífuga (7.9) na expressão (7.8):
q.v 2 .dα
− (T + dT ) sen(dα / 2) − Tsen(dα / 2) + + 2 Nsenβ = 0
g
q.v 2
(T − )dα = 2 Nsenβ , substituindo N pela expressão (7.7)
g
q.v 2 senβ
(T − )dα = dT
g µ
dT µ
= dα , integrando teremos:
q.v 2
senβ
(T − )
g
θ
T1
dT µ
∫T 2 q.v 2 = ∫0 senβ dα
(T − )
g
q.v 2
(T 1 − ) µ
θ
g senβ
= e (7.10)
q.v 2
(T 2 − )
g
190
q.v 2
Denominando como tensão centrífuga Tc, teremos:
g
µ
(T 1 − Tc ) θ
= e senβ (7.11)
(T 2 − Tc )
- Na equação (7.11) têm-se a relação entre a tensão do ramo tenso com a tensão do
ramo frouxo em função da tensão centrífuga, aderência correia/polia e do ângulo de
abraçamento.
- Abaixo de certo valor de velocidade, o valor Tc fica muito pequeno em relação aos
valores T1 e T2, podendo dessa forma ser desprezado.
- A aderência correia/polia não é um valor fixo, depende principalmente da tensão entre
ambos, do tempo de vida da correia e da sujeira na interface correia/polia.
- Para um ângulo de 180º de abraçamento, um valor adequado para o termo a direita da
equação deve ficar entre 5 e 8.
- Um aumento da tensão inicial da correia, gera uma maior tensão T2 e naturalmente
uma maior tensão T1, ou seja, um aumento da tensão inicial possibilita uma maior carga
a ser transmitida.
- Um esticamento além do necessário porém, acarreta uma redução na vida útil da
correia.
B – Dimensionamento de correia:
Aplicação 1:
- Um gerador de 50kw é acionado por um motor a gasolina com uma rotação de 1200
RPM e o gerador deve girar com 800 RPM.
- Determine a(s) correia(s) a ser utilizada
- Considere sala fechada, sem poeira e sem umidade.
- Polia tensora utilizada no ramo frouxo.
- Para dimensionamento:
D+d
Para i < 3 ⇒ C = +d (7.14)
2
Para i ≥ 3 ⇒ C = D (7.15)
2) Abraçamento
- Utilize para a menor polia um abraçamento > 120º
3) Potência transmitida:
PT = 50kw = 67 HP
5) Potência de projeto:
Pp = PT x1,7
Pp = 67 x1,7 = 114 HP
6) Escolha da seção:
- Na figura 7.12, temos um gráfico que nos possibilita uma escolha inicial para o
tamanho do perfil.
- Nessa mesma figura são mostrados 5 tipos de perfis
- Vemos que por esse gráfico, escolheríamos a correia D.
A - Correia perfil C:
- Da figura 7.12 verificamos para correia que o diâmetro da menor polia recomendado,
varia de 7”a 13”.
192
- Com esse valor encontrado de 9,6 Hp/correia e 1200 rpm, verificamos entrando na
figura da página 7.12 que entramos na faixa de correia de tamanho B. Por ser um
tamanho inferior ao da correia de perfil C, pode-se afirmar que a correia perfil C atende.
No de correias:
114
N correias = = 12,24 ⇒ N correias = 13
9,6 x0,97
10a) Resposta:
- Utilizar 13 correias C-81 (valor excessivo de correias)
Correia perfil D:
- Com esse valor encontrado de 22,1 Hp/correia e 1200 rpm, verificamos entrando na
figura da página 7.12 que entramos na faixa de correia de tamanho C. Por ser um
tamanho inferior ao da correia de perfil D, pode-se afirmar que a correia perfil D
atende.
No de correias:
114
N correias = = 5,3 ⇒ N correias = 6
22,1x0,97
194
Resposta:
6 correias D-136
195
Tabela 7.3 – Fator de serviço para correia trapezoidal – adicional para correção
Figura 7.12
Correias trapezoidais – seleção de perfil
199