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Copyright © 2022 - Andressa Tucunduva

Capa: Gabriel Oliveira


Revisão: Andressa Tucunduva
Diagramação: Gabriel Oliveira

1ª EDIÇÃO
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos
descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.

Todos os direitos reservados


Proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio,
mecânico ou eletrônico, incluindo fotocópia e gravação, sem a expressa
permissão da autora, A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei
nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
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Playlist
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código abaixo.
Há doze anos o Doutor Matheus Fernandes, um dos herdeiros do
maior escritório de advocacia do Brasil, prometeu ao seu pai em seu
leito de morte que cumpriria seu último desejo: se casaria com Júlia
Becker (vilã), filha de seu ex melhor amigo.

Mas faltando dois meses para o casamento, Matheus encontra Júlia


na cama com outro homem. Ele então desiste do casamento e
decide ir atrás da sua felicidade.

Algumas semanas após o término, Matheus decide ir a uma boate,


onde acaba se envolvendo com Carolina. Uma mulher linda,
inteligente e cheia de personalidade. Os dois vivem uma noite
intensa e cheia de paixão.

No dia seguinte, Carolina vai conhecer seus novos chefes e, acaba


descobrindo que Matheus é um deles, ela então tenta deixar a
paixão de lado para se dedicar ao cargo que tanto lutou para
conseguir.
Matheus acaba se tornando o seu maior desejo, fazendo com que
ela não consiga resistir aos seus encantos. Carolina e Matheus
então, decidem tentar.

Mas quando Júlia, ex de Matheus, descobre sobre a relação dos


dois, faz de tudo para que Carolina desista de Matheus. E, lutando
pela preservação de sua carreira, Carolina decide ir embora, mas
um mês após a sua partida, descobre que está grávida.

AVISO:

Por favor, esteja ciente de que em "Para sempre seu" contém cenas
maduras, para maiores de dezoito anos.
Matheus
Saí da casa de Júlia cedinho para não pegar trânsito e não adiantou
nada, pois estou precisando voltar lá.

Acabei esquecendo meu celular e o pior é que Júlia já estava se


arrumando para ir para o fórum, hoje ela tem audiência cedo.

Mas para minha sorte eu tenho uma cópia da chave e o tag para
entrar no condomínio.

Júlia é minha noiva, estamos juntos há doze anos. Começamos a


namorar no final da minha faculdade, quando meu pai faleceu.

Meu pai, o grande Doutor Marcos Fernandes, fundador da


Fernandes&Associados, fez uma aliança com o seu ex-amigo, o
Doutor Vitor Becker, que é o proprietário da Backer Advocacia.

Essa aliança uniria novamente os dois ex melhores amigos que se


afastaram após desentendimento que aconteceu há cinquenta anos.
Eu nunca soube o motivo do desentendimento.

Mas fui escolhido para cumprir a sua promessa, pois eu tinha quase
a mesma idade da Júlia, então meu pai me fez prometer em seu
leito de morte, que eu honraria o nome dele e cumpriria a promessa.

Mas meu irmão mais velho, Erick Fernandes, atual CEO da


Fernandes&Associados, me libertou desse fardo quando assumiu o
lugar de papai, mas eu sempre me senti no dever de cumprir essa
promessa por ter sido o último desejo do meu pai.
Depois de enfrentar quarenta minutos de trânsito, eu finalmente
cheguei no condomínio de Júlia, eu segui direto para a casa dela, ao
chegar lá, parei o carro em frente ao portão da garagem.

Peguei o controle remoto, que guardo dentro do porta luvas e abri o


portão, mas quando o portão abriu totalmente, eu vi que tinha um
carro desconhecido na minha vaga.

O carro de Júlia também estava na garagem, achei estranho, pois


pela hora, Júlia já devia estar chegando no fórum. Então resolvi
entrar e ver o que estava acontecendo, desliguei o carro e segui
para dentro de casa.

Entrei pela porta da sala e não vi ninguém no primeiro andar, subi as


escadas que dão acesso aos quartos e comecei a ouvir duas vozes
ofegantes vindo do quarto da Júlia, abri a porta e vi o motivo das
vozes ofegantes, não acreditei...

Ela estava transando com outro?

一 Júlia, não sabia que suas audiências eram feitas no seu


quarto… 一 Júlia pulou da cama ao ouvir minha voz

一 Matheus, por favor, eu posso explicar! 一 Disse Júlia puxando


um edredom para se cobrir.

一 Não quero explicações, Júlia! 一 Virei as costas e comecei a


descer as escadas apressadamente.

一 Matheus, por favor, me escuta! 一 Falou enquanto me seguia.


一 Júlia, pelo visto, eu perdi doze anos da minha vida para cumprir
a merda de uma promessa, que meu pai fez para você e para o seu.
Eu vivi para cumprir a porra dessa promessa e agora descubro que
você está me traindo? — Parei no meio da escada e me virei para
olhar para ela

一 Você nunca me amou Matheus, nem tentou! 一 Tentou criar um


motivo para se defender.

一 Eu te respeitei, eu vive para ser o melhor para você, eu posso


não ter te amado, mas eu cuidei de você e nunca te traí! 一 me
virei e continuei a de descer as escadas, caminhei até o portão de
garagem, já puxando o controle remoto do bolso.

一 Me perdoa Matheus, você tem que me perdoar 一 se ajoelhou


no chão aos prantos.

一 Adeus, Júlia! 一 Abri o portão de garagem, entrei no meu carro


e comecei a dirigir…
Carolina
Quase pulei da cama ao ouvir meu celular despertar. Parei uns dez
segundos para conseguir me recompor e sair da cama.

Hoje é o meu primeiro dia na Fernandes&Associados, um dos


escritórios de advocacia mais conceituados da grande São Paulo.

Caminho em direção ao meu banheiro, tiro o meu pijama e o


deposito na cesta de roupas sujas, entro no box e ligo o chuveiro,
deixo a água cair sobre a minha cabeça e fecho meus olhos.

Nesse momento um filme começou a passar em minha mente, me


fazendo lembrar de como lutei para conseguir chegar até aqui.
Quem diria que a menina que foi abandonada na porta de um
orfanato, se tornaria uma advogada que trabalharia defendendo
tantas crianças e adolescentes que são abandonados, esquecidos e
maltratados.

Desde menina eu descobri minha vocação, sempre busquei justiça e


aos quinze, quando cheguei ao ensino médio, tive a certeza que eu
seria a justiça, justiça para crianças abandonadas, idosos
maltratados e adolescentes violentados, eu faria a justiça para
aqueles que são indefesos.

Aos dezoito anos, quando finalmente saí do orfanato, eu comecei a


fazer faxina para ter dinheiro para pagar o cursinho e assim
conseguir passar numa faculdade pública, acordava cedo para fazer
as faxinas e dormia tarde estudando, eu dei o melhor de mim.
Vinte minutos depois eu terminei meu banho, desliguei o chuveiro e
estendi a mão para alcançar minha toalha.

Ainda enrolada na toalha, saí do meu banheiro e me direcionei para


o meu armário para escolher uma roupa.

Optei por uma calça na cor preta, de cintura alta, com uma blusa
branca e um blazer preto.

Abandonei a toalha sobre a cama, escolhi uma lingerie na minha


gaveta e comecei a me vestir.

Depois de estar completamente vestida, eu vi que faltava algo para


completar meu look, então decidi ir até o quarto de Milla, minha
melhor amiga que divide apartamento comigo, para pegar um
scarpin emprestado.

Mas Milla chegou tarde ontem, pois ficou organizando os


preparativos para a inauguração de mais uma loja.

Milla é modelo, mas está abandonado as passarelas para ter sua


própria franquia de lojas de maquiagens. Quando eu recebi a
proposta de emprego, ela decidiu vir para São Paulo comigo para
abrir uma de suas filiais aqui.

Então ao entrar no quarto dela tentei ao máximo não fazer barulho


para ela não acordar, e minha missão foi um sucesso, peguei o
scarpin e saí do quarto sem acordar-lá.

Fechei a porta do quarto dela bem devagar e voltei para o meu


quarto, me olhei outra vez no espelho para conferir minha
aparência, e gostei do que vi, resolvi passar uma maquiagem leve,
pois hoje realmente é um dia especial e merecia esse esforço.

Terminei minha maquiagem, calcei o scarpin que peguei de Milla e


fui até a sala pegar meu notebook, minha bolsa e a chave do meu
carro, alcancei meu celular que estava na mesa e o desbloqueei
para conferir meu checklist.

Graças a Deus estava tudo certo, não estava me esquecendo de


nada

Perfeito!

Fiz carinho em Tom, meu melhor amigo de quatro patas, que veio
roçar em minhas pernas e me levar até a porta, Tom fazia esse ritual
todos os dias e hoje não seria diferente.

Tom me levou até a porta e eu segui para o estacionamento.

Saí do elevador e me direcionei até onde o meu carro, um Honda


HR-V cinza 2020, estava estacionado,

Entrei no meu carro, coloquei minhas coisas no banco do carona e


comecei a dirigir até o escritório, demorei cerca de quinze minutos
para chegar na rua da Fernandes&Associados.

Como eu ainda não tenho o tag do estacionamento do escritório,


decidi deixar meu carro em um estacionamento privado que tem ao
lado do prédio da Fernandes&Associados.

Saí do estacionamento e segui para o escritório, ao chegar em


frente ao prédio, pude olhá-lo melhor e, eu simplesmente parei para
ver como era lindo.
O prédio tinha uma arquitetura moderna, com grandes janelas de
vidro e uma iluminação perfeita, aquele lugar era um sonho, era o
meu sonho!

Então respirei fundo, levantei a cabeça e caminhei para dentro do


prédio.

Hoje mais um ciclo se inicia, que seja tudo perfeito!

一 Bom dia, em que eu poderia ajudar? 一 Falou uma das


recepcionistas assim que eu cheguei na bancada da recepção.

一 Oi, bom dia! Eu sou Carolina De Luca, a nova advogada de


família sênior. O Doutor Erick Fernandes me pediu para procurar a
Louise Miller.

Erick é um dos meus chefes, na verdade é o único chefe que


conheci desde a entrevista. Ainda não tive a chance de conhecer a
Doutora Débora e nem o Doutor Matheus.

一 Ah sim, perfeito! Vou avisar a senhorita Miller que a Doutora já


chegou, só um instante. 一 Falou alcançando o telefone.

一 Está bem.
A recepcionista discou alguns números e logo foi atendida.

一 Senhorita Miller, a Doutora De Lucca acabou de chegar. 一


Informou.

一 Tudo bem, vou avisar que a senhorita está descendo. 一


Desligou o telefone e voltou os olhos para mim.

一 A senhorita Miller disse que já está descendo, a senhora pode


se sentar e tomar um café enquanto aguarda.

一 Tudo bem, obrigada! 一 Agradeci e me afastei da bancada da


recepção.

Me sentei em uma das poltronas, mas logo um dos elevadores abriu


as portas, revelando uma mulher Loira, que devia ter um metro e
sessenta, usando um lindo vestido midi preto.

A loira começou a vir em minha direção e eu me levantei, aquela


devia ser a Louise Miller.

一 Oi, Você deve ser Louise Miller, é um prazer em conhecê-la! 一


Falei quando estava de frente a loira que segurava uma agenda.

一 E você deve ser a Doutora De Luca 一 Falou me estendendo a


mão livre.

一 Não precisamos de tanta formalidade, pode me chamar de


Carolina.

Dei um aperto de mão em Louise.


一 E você pode ficar à vontade para me Chamar para me perguntar
qualquer coisa, mas me diga Carolina, está pronta para conhecer
este império de perto?

一 Prontíssima!

Sorri sem acreditar que aquilo realmente estava acontecendo.

一 Então vem comigo! 一 Falou caminhando de volta para o


elevador.

Segui Louise e quando entramos no elevador, ela apertou o botão


do segundo andar, o prédio da Fernandes&Associados era
composto por quinze andares e mais de cem funcionários.

Louise fez questão de me levar em cada andar do prédio, me


apresentando cada funcionário e cada parte daquele lugar imenso.

Quase uma hora depois que começamos nosso tour, chegamos na


cobertura, onde ficam as salas dos associados e a sala de reunião.

Eu estava observando tudo com muito apreço até que ouvi a voz de
Louise, que me fez olhar para ela.

— Nesse andar, como te falei, ficam as salas dos associados. 一


Me relembrou, pois ela já tinha comentado sobre isso mais cedo 一
Mas como Erick deve ter dito, hoje só o Matheus está aqui.

一 Sim, ele comentou comigo, por isso marcamos a reunião de


apresentação para amanhã.
一 Isso mesmo. Mas Carolina, eu quero te apresentar sua sala 一
Falou seguindo para o lado oposto do elevador, parando em frente a
uma porta.

一 Não sabia que ficaria no andar dos associados, achei que fosse
ficar no terceiro andar, juntos dos outros advogados. 一 Confessei,
porque eu realmente não esperava ficar junto dos associados.

一 Você vai assumir o cargo de advogada sênior, mesmo sendo


nova no escritório, você vai carregar muita responsabilidade e nada
mais do que justo você ficar em uma sala no andar dos associados.
一 Explicou e em seguida puxou uma chave do bolso e começou a
abrir a porta da minha sala. 一 Pode entrar, Carolina. 一 me deu
passagem para eu entrar.

Então passei por Luise e meus olhos brilharam ao conhecer minha


sala, ela é um sonho, a sala é composta por uma parede de vidro
que mostra uma linda vista de São Paulo, tem também uma estante
para eu possa preencher com meus livros, as paredes são brancas
com detalhes em marrom, a sala também conta com móveis
planejados e uma cadeira incrível.

Eu não podia estar mais feliz, ali vi que todo meu foco valeu a pena!
Fechei meus olhos por alguns segundos e agradeci a Deus por
poder viver esse sonho, abri meus olhos quando Louise coçou a
garganta, me chamando de volta para a realidade.

一 Gostou da sua sala? 一 Perguntou se recostando na porta da


sala e cruzando os braço.

Louise percebeu que eu estava encantada com o lugar.

一 É muito mais do que eu podia imaginar, é perfeita! 一 Passei a


mão sobre os detalhes da minha nova mesa de trabalho.
一 Fico feliz que tenha gostado! O Erick escolheu tudo com muito
apreço, mas Carolina, agora eu preciso descer, deixei os números
de todos os ramais do prédio aí ao lado do telefone, qualquer coisa
que você precisar, é só me ligar, ok? — Terminou a frase e se
desencostou da porta, se direcionando para o elevador, que fica de
frente para a minha sala.

一 Mais uma coisa, Louise 一 a chamei fazendo com que ela


olhasse para mim.

一 Sim..? .

一 Obrigada por me mostrar tudo com tanto carinho! 一 Falei ao


me levantar da minha cadeira, indo até a porta.

一 É o meu trabalho, mas confesso que fico feliz de ter pessoas


como você como novo membro de nossa equipe. 一 falou e se
virou para apertar o botão do elevador, que na mesma hora abriu as
portas

一 Mesmo assim, obrigada! 一 agradeci dando-lhe um sorriso


sincero.
Matheus
Já fazia quase uma hora que eu estava no telefone com minha Júlia,
dentro do meu carro, parado no estacionamento da
Fernandes&Associados, convencendo ela de que não teríamos mais
volta.

Inferno! O que essa mulher ainda quer?

一 Júlia, eu já disse que não tenho mais nada para falar com você.
一 fui incisivo

一 Matheus, me perdoa, foi só uma vez, nosso casamento é mês


que vem, você tem que cumprir o último desejo do seu pai!!!

Jogou pesado, mas eu não deixei isso me abalar.

一 Júlia, meu irmão sempre disse que eu estava sendo burro e ele
tinha razão, graças ao seu erro eu pude me libertar dessa loucura!!!
一 bufei. 一 Agora me deixa em paz e vai ser feliz.

Desliguei o telefone

Respirei fundo e deitei minha cabeça no volante. Eu só podia ter


feito alguma merda na minha vida passada, nunca traí ninguém, por
que eu precisava estar passando por isso? Eu só tentei dar o meu
melhor...

Esperei uns minutos para que o meu corpo pudesse diminuir a


adrenalina e assim poder subir de volta para o escritório.
Eu fiquei ali remoendo tudo o que vi, mesmo não amando a Júlia,
nós tínhamos um noivado, pelo menos carinho, respeito e atenção
eu dava para ela e queria a mesma coisa, mas pelo visto ela só
queria o sobrenome Fernandes.

Eu sou muito idiota mesmo!!

Peguei meu celular e desbloqueei o visor, olhei as horas e vi que


passavam das oito da manhã, eu precisava trabalhar e repassar
meus casos. Saí do meu carro, fui em direção ao elevador e subi
direto para minha sala.

Comecei a organizar os meus novos casos, essa semana está


puxada, tenho 10 audiências, que Deus me ajude

Estava peticionando um caso que precisava enviar até meio-dia


quando ouvi uma conversa vindo do lounge de espera, olhei para o
meu relógio de pulso, eram nove e quinze, olhei pela fresta da
minha persiana e vi que era Louise acompanhada de outra mulher.

Nesse momento percebi que tinha me esquecido totalmente que a


nova advogada começaria hoje.

Aaaah, merda! Tudo o que eu menos preciso é ter que falar com
essa advogada nova, mas para minha sorte, a reunião de
apresentação será só amanhã, pois hoje Débora e Erick passarão o
dia fora.
Essa advogada deve ser advogada de família, assim como a Júlia,
mas a Júlia não vinha fazendo um bom trabalho há tempos, o pai
dela esperava que eu fosse a salvação do escritório deles já que
seríamos uma só família

Agora vejo que eles estavam se aproveitando da promessa que fiz


ao meu pai, só para salvar aquele lixo que eles chamavam de
escritório, aquela família não passava de um bando de filhos da
puta!!

Levantei da minha cadeira para respirar um pouco, passei a mão


pelo meu rosto e tentei me acalmar, pois sempre que lembro que
perdi doze anos da minha vida com a Júlia eu sinto ódio de mim!

Decidi espiar um pouco mais e fui até a minha janela, puxei a


persiana para o lado, vi que Louise estava abrindo a porta da sala
que Erick mandou decorar para a nova advogada.

Tentei ouvir um pouco da conversa, mas elas estavam falando muito


baixo.

Queria olhar o rosto da nova advogada, mas ela estava de costas e


eu não consegui ver, dane-se também, isso não faz a menor
diferença, com tanto que ela seja competente, está ótimo!

Erick estava todo contente por essa nova advogada aceitar a


proposta de emprego, mas até agora não entendi o motivo de Erick
dar um cargo tão importante para uma menina tão nova.

Ele deve ter seus motivos, mas eu no lugar dele, não daria tanto
crédito a uma menina.

Espiei mais um pouco e comecei a reparar na tal Dra. Carolina De


Luca.
Carolina, era dona de cabelos castanhos, que passavam dos
ombros, tinha uma cintura fina, que ficou perfeita na calça social de
Cintura alta.

A advogada pareceu ser bem elegante, dona de uma postura


perfeita. A moça devia ter cerca de um e setenta de altura e estava
usando saltos altos, o que deixava as pernas dela alongadas...

De repente me liguei que estava reparando demais a nova


advogada... O que eu estava fazendo? Estava mesmo secando a
nova advogada?

Eu devo ter pirado de vez, só pode!

Parei de viajar e voltei para a real, caminhei de volta para a minha


mesa e percebi que eu realmente estava precisando sair para me
distrair e faria isso hoje.

Passei o resto da manhã organizando os casos da semana passada


que já estavam sendo arquivados e conferindo se tinha alguma
coisa para acertar, mas estava tudo certo, agora só faltava analisar
os novos casos.

Mas o meu estômago avisou que eu precisava comer, olhei a hora


no visor do meu MacBook e marcava meio-dia e meia, era melhor
eu comer logo ou ficaria com uma baita dor de cabeça, pois
costumo comer sempre nos mesmos horários.
Então me espreguicei em minha cadeira, em seguida me levantei,
decidi ir comer no restaurante italiano que fica ao final da rua do
escritório.

Fechei meu computador, coloquei minha carteira no bolso da minha


calça social, peguei meu celular e sai da minha sala, indo em
direção ao elevador que já estava no meu andar.

Um milagre!

Entrei no elevador, apertei o botão para o térreo e desci na recepção


do prédio.

Caminhei em direção ao restaurante e três minutos depois eu já


estava entrando no restaurante.

A menina da recepção quando me viu chegar, logo sinalizou a


minha chegada para Bia, uma das garçonetes mais antigas de lá,
que veio me receber.

一 Boa tarde, Bia! 一 Falei quando ela chegou na recepção.

一 Boa tarde seu Matheus, Vem vou acompanhá-lo até uma das
mesas.

Em seguida, ela se direcionou para dentro do restaurante e, eu a


segui.

一 O que o senhor vai escolher hoje? Temos lasanha no cardápio


do dia e eu sei que o senhor ama nossa lasanha... 一 parou ao
lado de uma mesa vazia — Essa mesa está boa para o senhor? —
Perguntou
一 Está perfeita! — Me sentei na cadeira da mesa que Bia escolheu

Bia sorriu e puxou seu bloquinho e caneta de seu avental.

— Hoje quero uma lasanha à bolonhesa, por favor. 一 informei o


meu pedido.

一 Anotado senhor Matheus, já já sua lasanha ficará pronta, tenha


um bom apetite! 一 falou anotando meu pedido.

一 Obrigado, Bia!

一 Disponha, senhor Matheus! Se precisar de algo é só me chamar.


一 assim ela se retirou e seguiu para a cozinha.

Minutos depois minha lasanha chegou e eu a devorei, realmente


estava com fome. Não demorei muito no restaurante porque estava
com muitas coisas para organizar.

E ainda precisava ligar para Dani e marcar um barzinho, eu estou


necessitando desabafar com o meu melhor amigo, então dei tchau
para a Bia, paguei a conta e já saí do restaurante ligando para Dani.

一 Fala mano, vai fazer alguma coisa hoje? 一 Segui caminhando


em direção ao escritório, o céu estava fechado, parecia que ia
chover e eu queria chegar no escritório antes que a chuva caísse.

一 Fala mano, como assim fazer alguma coisa? Hoje é segunda-


feira, você está bem? — Perguntou em tom preocupado

Meu amigo estava confuso e com razão, eu não era de balada, nem
na época da faculdade eu costumava sair muito.
一 Preciso respirar um pouco fora desse âmbito de trabalho. —
Expliquei

一 Vai inaugurar uma nova boate ali perto de casa, podemos pegar
um camarote, o que acha?

一 Pode ser, mano!

一 Nos encontramos lá na entrada? Pois eu já vou comprar o


camarote e imprimir as pulseira — Sugeriu

一 Perfeito, te encontro às onze lá na entrada 一 Comecei a


apertar o passo, a chuva estava começando a cair.

一 Mano, mais uma coisa... você não acha que você precisa se
abrir para conhecer novas mulheres... e 一 o interrompi

一 Dani, uma coisa de cada vez, eu acabei de sair de um


relacionamento de doze anos, eu acho que não sei nem flertar mais!
一 Eu realmente estava totalmente desatualizado no quesito
paquera.

一 Matheus, você está no auge dos seus trinta e cinco anos, não
precisa mais ficar flertando, só deixe as coisas acontecerem sem se
sabotar. 一 Meu amigo tinha toda razão...

一 Farei isso, Dani! Mas mano, agora eu preciso desligar, começou


a chover e tenho que correr para o escritório. 一 a chuva apertou.

Droga!
一 Valeu mano, mais tarde nos falamos!

一 Valeu 一 desliguei o telefone e comecei a correr para o


escritório. mas sem querer trombei com uma mulher que acabou
caindo no chão.

一 Moça, te machuquei? 一 Perguntei abaixando para ajudá-la

一 Está tudo bem... 一 Falou se levantando

A chuva piorou

一 Não, não está, você ficou encharcada, droga! Me desculpe...

一 Tudo bem, preciso ir. 一 Foi tudo o que a linda moça que
derramei me falou antes de levantar e sair correndo.

A chuva estava severa, então decidi me abrigar em uma marquise,


aquela moça devia fazer o mesmo, mas acho que pela forma que
ela correu, com certeza já deve até ter chego no seu destino.

Depois de uns cinco minutos a chuva começou a diminuir e vi que


aquele era o meu momento, então corri até o escritório, mas mesmo
esperando a chuva diminuir ainda cheguei ao escritório encharcado.

Mas por sorte tenho um banheiro privativo na minha sala, que tem
um chuveiro quente e um armário pequeno com roupas extras.
Então fui até o banheiro, tirei a minha roupa, entrei no box, abri o
chuveiro e deixei a água quente cair em meu corpo, me fazendo
relaxar e esquecer um pouco da loucura que estava minha vida.
Carolina
Não sei se eu estou mais estressada por não ter conseguido
almoçar, ou por ter sido derrubada na rua por um deus grego no
meio de um dilúvio ou por estar secando minha roupa com este
bendito secador no meu primeiro dia de trabalho.

Eu já estava há vinte minutos secando minha blusa e meu blazer


com o secador que achei no banheiro do andar, pois na hora que saí
para almoçar Deus resolveu mandar o segundo dilúvio para a terra e
ainda fez o pecado em forma de gente me derrubar na rua, me
deixando encharcada!

Mas como Deus é bom o tempo todo e eu sou tinhosa, depois de


mais uns quinze minutos passando o secador sobre as peças, elas
estavam secas, agradeci tanto por esse secador. Depois que me
vesti, voltei ao banheiro para guardar o secador.

Segui trabalhando pelo resto do dia, não vi mais ninguém no meu


andar durante o expediente, nem a voz do Doutor Matheus eu ouvi,
acho que ele não deve ter passado a tarde aqui no
escritório.

Estalei meus dedos da mão, tirei um pouco os meus óculos e


coloquei sobre a mesa, me recostei em minha cadeira, respirei
fundo e massageei as minhas têmporas com o meu polegar e com o
indicador.
Após alguns minutos fazendo isso, abri meus olhos, coloquei meus
óculos e voltei a mexer em meu computador, fechei os casos que
ainda estavam abertos e assim comecei a finalizar o meu dia de
trabalho, eu estava morta e só precisava de cansaço.

Quando fui desligar meu notebook para colocar na pasta, vi que já


eram cinco horas da tarde, nesse momento um lembrei saltou em
minha tela, me avisando que eu tinha marcado um date com Milla.

Merda!

Deus me ajude a convencer Milla a não sair de casa hoje, tenho


reunião amanhã e quero descansar. Então peguei minhas coisas e
segui para o elevador. Vi que Louise não estava mais ali, o escritório
já estava bem vazio.

Saí da Fernandes&Associados e fui buscar meu carro no


estacionamento, paguei o estacionamento e o manobrista foi buscar
o meu carro.

Enquanto esperava o manobrista trazer meu carro, me lembrei de


uma frase que minha avó falava: "Você atrai aquilo que pensa e
deseja. Por isso, pensamentos positivos sempre!"

Nesse momento comecei a pensar positivo, emanando toda a


energia que eu tinha para conseguir fazer Milla ficar em casa
comigo.

O manobrista chegou com meu carro, me entregou a chave e eu


parti para casa.

No trajeto até em casa eu continuei pensando positivo, emanando


só coisas boas... na tentativa de conseguir realizar meu desejo de
ficar em casa. Mas conhecendo a amiga que tenho, provavelmente
não iria funcionar.
Foi dito e feito!

Assim que abri a porta de casa já vi Milla, nos preparativos para o


nosso date, ela estava toda animada espalhando roupas em cima
do sofá. Então já caminhei em direção a sala esperando que o meu
poder de argumentação funcionasse.

Mas já sabia que seria uma tentativa fracassada, porque Milla era a
única pessoa que me ganhava, mas não custava nada tentar.

一 Cheguei, madame! Mas estou cansada amiga... Podemos ir na


sexta-feira, por favor? 一 implorei apoiando minhas coisas na mesa
de jantar

一 Doutora Carolina De Luca Albuquerque, você vai nessa boate


nem que seja arrastada, está me devendo uma saída há seis meses
e, como você conseguiu seu emprego dos sonhos precisamos
comemorar!!! 一 Disse ela jogando mais uma peça de roupa em
cima do sofá.

一 Nem roupa para isso eu tenho Milla, por favor, vamos pedir uma
pizza. Pronto! O que acha? — Caminhei até onde Milla estava e me
sentei na parte do sofá que estava vazio para tirar os saltos que
estavam acabando comigo.

一 Você não vai me pegar pela barriga mocinha, vai escolhe um dos
meus vestidos, toma logo um banho e volta aqui na sala que irei te
maquiar. 一 Ordenou

一 Milla, você é a pior amiga! 一 Me levantei e fui em direção ao


banheiro
一 Também te amo sua chata. 一 Falou, rindo na sala enquanto
seguia escolhendo um dos dez looks que ela largou em cima no
sofá.

Como sou uma boa amiga, fiz o que Milla me pediu quase pulando
de alegria para não dizer ao contrário.

Fui para o chuveiro sem acreditar que iria sair para uma noitada em
plena segunda-feira, ainda mais sabendo que tenho reunião
amanhã, aaaah eu ainda mato Milla um dia desses, mas hoje não
posso fazer nada, ela venceu!

Saí do banho, comecei a me secar, depois me enrolei na toalha e


caminhei até o quarto de Milla, pois ainda tinha que escolher um
vestido, mas nem tudo de Milla cabe em mim então aquela tarefa
seria difícil!

Dentre todos os vestidos que Milla tem, o que mais gostei foi um de
seda, na cor preta, curtinho e com uma fenda na perna.

Com esse vestido eu não poderia usar sutiã, então peguei o vestido
e voltei para o meu quarto. Quando entrei no meu quarto, logo
abandonei a toalha sobre a minha cama, vesti o vestido e fui até o
meu armário escolher uma calcinha que não marcasse.

A escolhida foi um fio dental de renda, na cor preta para combinar


com o vestido. Passei o fio dental pelas minhas penas e ajeitei no
meu corpo.

Depois caminhei até o espelho para conferir como eu estava e vi


que o vestido estava enaltecendo as minhas poucas curvas, a
calcinha também não estava marcando e eu estava me sentindo
bonita.
Fui até o banheiro, sequei meu cabelo com secador e depois o
cacheei com o babyliss. Quando meu cabelo estava pronto, fui até a
minha sapateira e escolhi uma sandália de salto alto preta.

Depois que terminei de me arrumar, voltei para a sala, onde minha


amiga iria usar seus dotes de maquiadora em mim.

Ela provavelmente queria me deixar como uma modelo, mas eu não


tinha costume de usar muita maquiagem, sempre usei o básico,
então assim que me sentei na cadeira que Milla separou, tentei
deixar isso claro que eu não iria usar muita maquiagem.

一 O Milla, pelo amor de Deus, nada de maquiagem muito forte,


não tenho costume de usar e vou ficar me sentindo o Patati e
Patata, então pega leve 一 coloquei a cabeça para trás, recostando
na cadeira e dando livre acesso para Milla me maquiar. .

一 Hoje sou eu quem decide, pode parando de dar pitaco e fecha


os olhos para que eu possa trabalhar, docinho. 一 Falou super
animada com sua maleta gigantesca de maquiagem aberta sobre a
mesa de jantar.

一 Isso vai ter volta! 一 Falei fechando os olhos 一 Mas deixa eu


te contar, Amiga.

— Conte-me, sabe que adoro um babado! — Milla espirrou alguma


coisa refrescante no meu rosto

— Menina, hoje eu fui derrubada no chão por um Deus Grego 一


Milla espalhou um creme no meu rosto.

一 Como assim, doida?


一 Eu estava indo almoçar e aí começou a cair um pé d'água,
apertei o passo para chegar até uma marquise para me abrigar, mas
do nada fui atingida por um homem alto, forte e de lindos olhos
azuis.

一 Eu não dou uma sorte dessa! 一 Milla falou se acabando de rir

一 Aquela visão que tive realmente foi uma sorte, mas por outro
lado, fiquei toda encharcada, tive que voltar para o escritório
correndo para me secar e ainda fiquei sem almoço.

一 Pelo menos quem te derrubou era um gostoso!

一 Milla, para de ser safada, Mulher!

一 Fica quieta Carolina, deixa eu terminar de te maquiar!! 一


Obedeci, rindo enquanto lembrava do incidente do com bonitão.

Meia hora depois eu estava parecendo uma super modelo, nem


parecia que eu estava exausta. Milla então foi dar uma última
checada no visual dela e eu peguei minha bolsa e carteira.

一 Tô pronta amiga 一 Avisei saindo apartamento e indo apertar o


botão do elevador.

一 Tá bem. 一 Milla pegou sua bolsa 一 Só vou colocar comida


para Tom.

Depois que Milla colocou comida para Tom, saiu do apartamento e


trancou a porta. O elevador chegou e logo, entramos nele e
segundos depois descemos na portaria.
Milla pegou o telefone e solicitou o Uber, que demorou cerca de dois
minutos para chegar, entramos no Uber e seguimos para a boate.
Quando chegamos no destino, me assustei, pois a casa de show
era luxuosa.

Milla é uma das modelos mais requisitadas do Brasil, mesmo


abandonado as passarelas, ela ainda é muito influente, então
sempre ganha cortesia em troca de uma marcação no Instagram
Pegamos um camarote maravilhoso, mas Milla gosta mesmo é da
pista de dança e logo, quis descer um pouco para dançar, pegamos
um gin tônica e nos encaminhamos para a pista de dança.
Matheus
Saí do Uber já procurando por, logo o avistei e fui em sua direção.

一 Quem diria Doutor, você pegando uma balada em plena


segunda-feira 一 me deu um aperto de mão

一 Fui obrigado depois de me pegar secando a nova advogada do


escritório e depois a mulher que eu sem querer derrubei na rua. 一
Confessei

一 Já conheceu a nova advogada que seu irmão contratou? 一 Me


indagou

一 Só a vi de costas, pela brecha da minha persiana, amanhã que


irei conhecê-la. 一 Expliquei

一 Tu só viu ela de costas e já secou a mulher? — perguntou sem


acreditar no que eu tinha falado — Mano, você precisa transar,
sério! — Meu melhor amigo tinha razão, nem com Júlia eu estava
transado direito, ela estava sempre cansada, agora sei qual era o
cansaço.— Preciso de uma bebida e esquecer o papel de trouxa
que fiz por doze anos. Bora entrar!

一 Bora!

Entramos na boate e subimos para o nosso camarote e de longe


avistei uma morena de vestido preto curtinho, acompanhada de uma
outra morena, um pouco mais alta, descendo as escadas de um dos
camarotes.

一 Ali mano — Chamei Daniel para ele olhas as mulheres — Que


lindas aquelas mulheres.
一 Gostei da mais alta 一 Falou já deixando clara sua preferência.

一 Para sua sorte eu gostei da mais magrelinha — Falei sem tirar


os olhos da Morena.

一 Para de babar Matheus, mal começou a noite e tu já quer ficar


de casal? 一 Daniel era o cara mais galinha que eu conhecia, mas
dizia que iria sair dessa vida quando achasse um amor de verdade.

一 Sou pra casar, não sei ficar nessa putaria não 一 Me defendi
para não ser tirado para emocionado.

一 Vamos lá no bar pegar algo para beber. 一 Daniel falou


seguindo em direção ao bar dos camarotes.

Pedimos dois whiskys, com uma pedra de gelo em cada, assim que
pegamos as bebidas, voltamos para o nosso camarote.

一 Mas me conta mano, como você está? Soube que a Júlia está
desesperada e que o pai dela ameaçou tirar ela do escritório, você
ficou sabendo?

一 Eu quero mais que ela se foda, Daniel. Ela estava se


aproveitando da minha fraqueza, ela sabia o quanto eu me sentia no
dever de cumprir a última vontade de meu pai. 一 Falei puto.

一 Mano, eu sempre te falei que ela não era flor que se cheire,
muito menos aquela família, meu pai um vez me disse que se
tivesse que escolher um lado depois do que aconteceu entre o seu
pai e o pai da Júlia, ele ficaria ao lado da sua família, sem pensar
duas vezes 一 Meu amigo nunca entendeu o motivo do meu pai
depois de tantos anos querer unir as duas famílias outra vez.
一 Eu sei Dani, mas eu estava cego, não queria ouvir ninguém, eu
só queria fazer a vontade do meu pai e joguei doze anos da minha
vida no lixo. 一 Bebi um gole do meu whisky e me virei para olhar a
pista de dança.

一 Pelo menos você descobriu antes do casamento e agora pode


se sentir liberto dessa promessa fodida. 一 Meu amigo parou ao
meu lado e começou a observar a pista de dança.

一 Mas mudando de assunto, aquela morena ali embaixo dançando


com a menina que você gostou é realmente bonita hein, acho que
vou investir. 一 Meu amigo já estava a caça e eu nem sabia como
fazer isso depois de doze anos.

一 Eu gostei mais da amiga, faz mais meu tipo 一 Eu realmente


estava fascinado pela morena magrelinha.

一 Então acho que é sua hora de descer, a sua morena está se


despedindo da amiga, olha só — apontou para as duas amigas que
pareciam estar se despedindo

一 Verdade, Mano! Vou descer logo, antes que essa princesa vá


embora 一 Falei me direcionando para fora do camarote —
Obrigado pela noite, mano! — Agradeci e comecei as escadas.

一 Valeu Mano, eu vou já já descer para encontrar a minha


também! Mas manda uma mensagem quando for embora.

Então eu desci as escadas até a pista de dança e fui atrás da


mulher que me fascinou a noite inteira.
Carolina
Eu realmente estava precisando daquilo, Milla sabia que, nem de
trabalho e estudo eu poderia viver. Dançamos, bebemos, mas
depois de dançar muito e tomar o quarto gin tônica eu percebi que
era o momento de ir para casa.
Então puxei Milla para uma parte mais vazia da pista de dança para
falar com ela.

一 Milla, preciso ir embora, mas você deve ficar, vi que aquele boy
ali está te dando mole 一 Falei me referindo ao rapaz que estava
em um dos camarotes, ele estava acompanhado de um outro
homem, mas os dois não param de nos olhar.

一 Acho que você deveria investir no boy! 一 Completei quando


Milla olhou em direção ao camarote, mas ela logo voltou a olhar
para mim.

一 Vou para casa com você amiga, para de bobagem. 一 Me


abraçou

一 Ainda são uma da manhã, fica aí que vou pedir um uber, fica
tranquila, amiga.

一 Tem certeza? 一 Perguntou segurando meus ombros

一 Tenho amiga, vai pegar o boy, eu preciso descansar, tenho uma


reunião com os meus chefes amanhã bem cedinho. 一 dei mais
um abraço nela.

一 Me avise quando chegar em casa, ok?


一 Pode deixar, amiga! 一 Milla, não perdeu tempo, já terminou
de falar comigo, se direcionando para as escadas que dão acesso
aos camarotes.

Depois que perdi Milla do meu campo de visão, comecei a andar em


direção a saída da boate, mas no meio do caminho, decidi voltar e
passar no bar da pista de dança para pegar uma água antes de ir
embora, pois eu ainda estava meio bêbada, mas o bar estava lotado
e não eu não estava conseguindo fazer o bendito pedido

Inferno!

Ouvi uma voz atrás de mim que disse:

"Tem que ir mais lá para frente se quiser que te escutem"

Então me virei para trás e vi o mesmo homem que me derrubou na


rua.

Que loucura era aquela? Pisquei duas vezes para ter certeza do que
eu estava vendo, e sim, era o cara que me derrubou na rua hoje
cedo.

一 Você? 一 Soltei sem perceber.

一 Desculpa moça, nos conhecemos? 一 O homem perguntou


parecendo tentar lembrar de onde poderia me conhecer.

一 Não, mas hoje você me derrubou na rua, 一 Falei rindo 一


Você se lembra? 一 olhei para os olhos dele e me perdi...

一 Meu Deus, que mundo pequeno, me desculpe por hoje cedo,


deixe-me pelo menos te pagar uma bebida como pedido de
desculpa — Tocou minha mão com delicadeza

一 Não precisa, já está desculpado! Eu preciso ir. 一 Virei de costas


tentando fugir daquela tentação em forma de homem, mas ele me
segurou pelas pontas dos meus dedos.

一 Eu faço questão, por favor? 一 Pediu de forma tão gentil que


olhei pra ele e não consegui dizer não.

一 Tudo bem, mas antes, me diz seu nome? 一 fitei os meus olhos
no dele e sentir minhas pernas fracas

一 Me chamo Matheus e você, como se chama?

一 Carolina, me chamo Carolina

Ele sorriu e me desmontou

一 O que você gostaria de beber, Carolina?

一 Costumo beber Gin & Tônica

一 Então vou pedir dois, irei te acompanhar— entrelaçou a mão


com a minha e me puxou para o balcão do bar.

Assim que chegamos no balcão, o garçom veio nos atender.


Matheus fez o pedido e o barman rapidamente preparou as bebidas
e nos entregou.

Depois que pegamos as bebidas, ele passou o abraço ao redor da


minha cintura, me guiando para fora da multidão. Aquele toque
despertou uma sensação gostosa dentro do meu corpo.
Subimos para um camarote, quando ele parou, e me deu passagem
para entrar, vi que era o camarote dos rapazes que estavam
olhando para mim e Milla.

一 Então você foi atrás de mim lá embaixo… Você é o carinha que


eu peguei me olhando… 一 Falei dando um gole no meu drink

一 Você tomou posse de todos os meus pensamentos desde a hora


que te vi dançando. 一 Matheus pegou a minha taça e colocou
sobre a mesinha que tinha no meio do Camarote.

Então caminhei até a grade do camarote, ficando de costas para a


pista de dança, recostada e olhando para ele.Matheus então veio
em minha direção, parou em minha frente,

Matheus segurou uma mão na grade e com a outra começou a


acariciar meu braço, subiu até meu ombro fazendo movimentos
circulares com as pontas dos dedos.

Isso me fez arrepiar.

Ele passou as pontas dos dedos no meu pescoço e subiu até o meu
rosto, em seguida começou a me acariciar com seu polegar, fechei
os olhos por alguns segundos para sentir o carinho.

Eu estava carente pra cacete!

Então abri os meu olhos e o encarei. Mordi meu lábio inferior, levei
minhas mãos até a cintura dele e o acariciei. Puxei o corpo dele e
colei no meu, nesse momento pude sentir que ele estava desejando
aquilo tanto quanto eu.

Ele percebeu que gostei do que senti e pressionou o seu quadril


contra o meu, me fazendo gemer.
Eu estava rendida aos toques daquele homem...

一 Carolina... não faz assim — Sussurrou em meu ouvido

E eu fiquei molhada

一 Posso pedir o mesmo...

Minha intimidade estava pulsando

一 Carolina, quero sentir mais de você... Quero dançar com você e


sentir seus toques... Você aceita dançar um pouco comigo lá
embaixo? 一 Me pediu ao levar uma das mãos até meu quadril

一 Não posso demorar, eu já estava indo embora quando te vi,


Matheus...

Eu precisava ir embora, mas queria um pouco mais de Matheus


também

一 Fica 10 minutos e depois peço um uber e te acompanho até em


casa, pode ser? — Sugeriu

一 Tudo bem... 一 Ele sorriu quando aceitei e eu vi que estava


perdida, eu o queria demais!

Chegamos na pista de dança e eu me posicionei na frente de


Matheus, ficando de costas para ele.

Matheus segurou minha cintura e deixamos a batida da música nos


levar.
Cada vez que meu corpo esbarrava no dele, eu sentia a
necessidade de tê-lo mais junto de mim, me tocando com suas
mãos grandes e me fazendo arder cada vez mais.

Por minutos, nossa comunicação foi apenas através do balanço de


nossos corpos suados.
Eu dancei colando meu quadril nele e olhei para trás, nesse
momento, meu olhar cruzou com o de Matheus, e pude perceber
que ele estava sendo consumido por um desejo imensurável.

Ele estava desejando mais!

Me virei de frente para ele e ele segurou minha cintura, colou


nossos corpos e me beijou. Não foi um beijo tranquilo, ele busca
mais e mais de mim. Matheus entrelaçou sua língua à minha,
fazendo meu corpo todo desejar mais de sua boca.

Não pude deixar de sentir seu membro roçando em meu ventre,


desejei sentir mais. Matheus afastou um pouco nossas bocas, mas
permaneceu com sua testa colada à minha, ele sorriu entre meus
lábios e eu vi que ele era tudo o que eu precisava.

— Matheus...— Sussurrei

— Quero você — falou e em seguida depositou uma sequência de


três selinhos nos meus lábios.

一 E seu eu também quiser você, serei muito oferecida? 一


Perguntei e ele afastou nossos rostos, segurou com delicadeza o
meu queixo e me fez olhar para os seus olhos.

一 Se você disser sim 一 Colocou uma mexa do meu cabelo atrás


de minha orelha 一 Você estará sendo prática, sem mimimi, não
devemos nada a ninguém, somos só eu e você aqui e, se aceitar,
seremos eu e você na minha cama 一 Matheus me beijou, mas
dessa vez com uma ternura que fez meu corpo estremecer.

一 Vem comigo 一 Falou ao afastar nossos rostos.


Matheus
Carolina estava mexendo com todos os meus sentidos, me virou do
avesso em minutos enquanto dançava comigo.

Deus, eu preciso dessa mulher!

Segurei Carolina pela mão e nos dirigimos para a saída da boate.


Peguei meu celular no bolso, abri o aplicativo do Uber e solicitei a
corrida para minha casa. Quando saímos da boate o Uber já estava
nós aguardamos.

Foi bem rápido!

Entramos no banco de trás e o motorista iniciou a corrida. Eu moro a


dez minutos da boate, mas nesse curto tempo eu e Carolina não
falamos nada, será que ela não estava confortável?

Será que ela estava com medo?

Será que queria desistir?

Céus!

— Carolina? — falei quebrando aquele silêncio ensurdecedor. —


Você está bem?

— Sim, talvez um pouco ansiosa...

Ela sorriu.
Carolina
O uber nos deixou em frente ao condomínio de Matheus em dez
minutos, passamos pela recepção e subimos direto para o
apartamento dele.

Matheus morava em uma senhora cobertura, no décimo segundo


andar, que assim que ele abriu a porta pude ver, que ele era
presenteado todos os dias com uma vista deslumbrante do parque
do Ibirapuera.

Matheus fez sinal com a mão para que eu entrasse.

一 Seu apartamento é lindo, parabéns! 一 elogiei ao passar por


Matheus, caminhando em direção às janelas, que mostravam
aquele lindo parque.

一 Eu também acho lindo, escolhi cada detalhe, queria que fosse


tão perfeita como um sonho, onde eu pudesse deitar a minha
cabeça no travesseiro e chamar de lar. 一 Falou me puxando para
os seus braços, me virando para ele.

Entrelacei meus braços em torno de seu pescoço, colocando meus


lábios quase colados no dele. Ele me segurou pela cintura e me
beijou apaixonadamente, em seguida começou a descer seus beijos
até meu pescoço, deixando com que seu hálito quente me fizesse
arrepiar.

一 Quero... você... 一 sussurrou no meu ouvido

Matheus levou uma das mãos até os meus seios, que só estavam
tapados por uma fina camada de seda.
Ele apertou devagar devagar o bico do meu seio e me fez gemer.
Abaixou a alça do meu vestido e desceu sua boca até o meu mamilo
e passou os dentes levemente.

Eu precisava da boca dele descobrindo cada pedaço do meu corpo.


Queria tudo!

Matheus abaixou a outra alça do meu vestido e a peça caiu sobre os


meu pés, me fazendo ficar somente de calcinha

Então ele segurou meu quadril com as mãos, me impulsionou para o


seu colo. Eu entrelacei as pernas em volta da sua cintura, segurei
seu rosto com minhas mãos, o beijei intensamente.

Matheus me carregou em seu colo até o seu quarto e me colocou de


pé no chão, em seguida minhas mãos foram para a sua camisa e
começaram a desabotoar cada botão, um a um.

Quando terminei, Matheus deixou a peça no chão e terminou de tirar


suas roupas.

Eu não pude deixar de notar que ele era grande, e estava muito
duro, quando vi seu membro, não me contive e salivei. O resto do
corpo de Matheus era perfeito, um corpo esculpido à mão.

Ele era muito gostoso!

Matheus me pegou admirando cada parte de seu corpo e então


disse

— Sou seu, Carolina...

Meu!
Matheus então me levou para sua cama, me deitou no meio dela e
tirou minha calcinha.

Se encaixou entre as minhas pernas, passou o polegar em minha


fenda. Ele viu o quanto eu estava pronta para ele. Matheus então
começou a massagear meu clítoris e em seguida me penetrou com
dois dedos.

Gemi ao sentir como ele era bom com as mãos.

— Matheus.. Não me torture... — Implorei

— Querida, se eu me enterrar em você agora, posso te garantir que


não irei aguentar muito tempo. Olha como estou — pegou uma de
minhas mãos e levou até seu membro.

Apertei e ele gemeu algum palavrão desconexo

— Preciso te sentir dentro de mim, Matheus — aquele foi o sinal


verde que ele precisava.

Matheus se encaixou melhor entre as minhas pernas e me penetrou,


de início devagar, pois era grande e grosso.

Ele gemia cada vez que ele ia mais fundo.

— Gostosa — Aumentou o ritmo das estocadas.

— Matheus, continua... quero mais

Matheus me deu mais e mais, me levou ao meu ápice e eu gemi o


seu nome, cravando minha unhas em suas costas.
E com um urro, Matheus se rendeu e se entregou, se derramando
dentro de mim.

Matheus saiu de cima de mim com delicadeza e deitou ao meu lado,


me puxou para os seus braços e me aninhou. Matheus foi tudo e eu
arriscaria que ele foi dono da melhor noite de sexo que já tive.

Adormeci ali, nos braços do homem mais perfeito que eu já


conheci…
Matheus
Acordei e não achei Carolina, apenas um bilhete que dizia: Adorei a
noite, mas preciso ir, obrigada por me conceder a melhor noite da
minha vida. Com carinho, Carolina.

Você quem transformou minha noite em algo perfeito, sem


cobrança, algo que não tinha em muito tempo, Obrigado Carolina!

Caminhei para o banheiro, estava sorrindo a toa, que porra era


essa? Só de lembrar da noite que tive com Carolina meu pau já deu
sinal de vida, é… eu estava ferrado!

Entrei no box, liguei o chuveiro na temperatura morna, fechei meus


olhos para tirar aquela vontade de sentir Carolina outra vez, mas foi
em vão.

Quando me dei conta eu já estava apoiando com uma mão na


parede e com a outra no meu pau, comecei a me tocar ao lembrar
de como Carolina era gostosa, aumentei a velocidade até que gozei
pensando nela.

Sai do banho, escolhi uma roupa rápido, minha brincadeira no


banho me atrasou, precisava correr para o escritório.Estava tão
atrasado que nem deu tempo de comer nada de café da manhã,
depois da reunião iria a uma confeitaria comer algo.

Peguei a chave do carro, minha pasta com meu notebook e desci


voando para o estacionamento. Corri para o escritório, subi para
sala de reunião e nem parei pra falar com os demais funcionários.
Quando entrei na sala de reunião, Erick e Débora já estavam lá
sentados.
一 Bom dia e me desculpem pelo atraso, família! 一 falei me
sentando em uma das cadeiras.

一 Matheus Fernandes chegando atrasado? Paguei para ver isso


一 Disse meu irmão para me infernizar, ele não perdia uma.

一 HA-HA-HA o senhor está de bom humor hoje, hein!

一 Dessa vez terei que concordar com o Erick, em quase 10 anos


que trabalho aqui, nunca te vi atrasar nem um minuto, a noite deve
ter sido boa! 一 minha cunhada fez questão de deduzir que eu
transei a noite toda.

Puta merda!

一 Isso agora virou um interrogatório? Vocês estão precisando


trabalhar e parar de vigiar a vida dos outros. 一 falei tirando meu
notebook da pasta.

一 Cadê a nova advogada, já devíamos ter chamado ela 一 Eu


precisava mudar o foco daquela conversa, não queria dar corda
para tal assunto.

一 Vou pedir para ela entrar. 一 Débora pegou o telefone da sala


de reunião e discou o um ramal, deduzi ser da nova advogada.

一 Oi Carolina, pode vir, já estamos todos aqui. 一 falou Débora


ao telefone

一 O nome da nova advogada é Carolina? 一 Achei engraçado


tamanha coincidência.
一 Sim e olha, dizem que é a melhor advogada familiarista do
Brasil, estudou na melhor universidade de Direito do RJ. Apesar da
excelente advogada que ela é, tem apenas 24 anos. A garota já
ganhou casos que eu achava quase impossível de serem ganhos.
一 Erick vendeu o peixe da menina.

一 Como a conheceu? 一 Fiquei curioso, Erick nunca comentou


nada sobre essa advogada.

一 O ex professor da faculdade dela é um amigo, me falou um dia


dela e eu busquei saber mais, ela tem construído uma carreira
ótima, decidi fazer a proposta de emprego antes de alguma de
nossas concorrentes fizessem…

Fomos interrompidos ao ouvir a porta se abrir

一 Ela chegou 一 Erick se levantou rapidamente da cadeira e foi


até a porta receber a nova a advogada.

一 Bom dia, Carolina! 一 Estendeu a mão para cumprimentar a


advogada. Eu não consegui ver o rosto dela pois Erick estava na
minha frente.

一 Bom dia, Erick! — Reconheci essa voz…

一 Vem, entra 一 Falou Erick se afastando das porta e revelando


o rosto da nova advogada.

一 Carolina? 一 Deixei escapar saltando da minha cadeira e todos


me olharam

一 Matheus? 一 Falou ficando vermelha igual um pimentão.


一 Vocês se conhecem? 一 Perguntou o bastardo do meu Irmão

Ótimo, agora o que eu vou explicar para ele no meio de uma


reunião?

Inferno!

Mas quando percebi, Carolina já estava tomando as rédeas daquele


momento, ela conseguiu rapidamente criar um argumento para
explicar como nos conhecemos.

一 Sim, mas por um acaso! Nos conhecemos ontem no meu


primeiro dia de Trabalho, por uma uma baita coincidência, ele
acabou me derrubando na rua durante aquela chuva. 一 Falou
Carolina me fuzilando com os olhos, praticamente me proibindo de
falar algo ao contrário.

Pelo visto ela não queria contar sobre o nosso segundo encontro,
fez bem! Eu mesmo contaria para Erick em breve.

一 Caramba que loucura! 一 Disse Erick meio boquiaberto

一 Mas vamos ao que interessa, vamos sentar 一 Falei sentando


em minha cadeira.

一 Perfeito, mas antes me deixe te apresentar nossa terceira


associada 一 Falou Erick guiando Carolina até onde Débora
estava.

一 Carolina essa é a Deborah Fernandes, mas conhecida como


minha cunhada e advogada cível deste escritório. 一 disse Erick
apresentando Débora para Carolina.
一 Prazer em finalmente te conhecer pessoalmente, Carolina! 一
Minha cunhada se levantou e deu um abraço na mulher que tinha
me dado uma noite e tanta de sexo.

一 O prazer é meu, Doutora Débora

一 Pode me Chamar só de Débora, aqui dentro não costumamos


nos tratar com formalidade, aqui somos uma família.

一 Fico feliz, pois eu sempre busquei um escritório assim.

Carolina, Débora e Erick sentaram-se todos ao redor da mesa de


reunião e em seguida Erick iniciou a reunião para passar as
diretrizes do escritório para Carolina.

Carolina passou a reunião inteira evitando fazer contato visual


comigo e eu só pensava em beijá-la, na verdade eu estava a
reunião inteira pensando no corpo de Carolina pesando sobre o
meu.

Mas voltei ao foco da reunião quando Erick olhou para mim e coçou
a garganta querendo minha atenção, ele viu que eu estava viajando,
só não sabia que eu estava viajando nas lembranças da noite
anterior.

一 Carolina, nosso escritório é isso que apresentamos a você.


Tenho certeza que você sabe que seu papel é fundamental aqui
dentro. Você cuidará dos casos difíceis. 一 Falou meu irmão,
passando uma responsabilidade enorme para jovem de apenas 24
anos, mas tenho certeza que ele sabe o que está fazendo e sei que
Carolina é capaz.
一 Darei o meu melhor, tem a minha palavra que irei cuidar dessas
crianças e jovens com todas as minhas forças, eu escolhi essa área
por ter passado muita coisa e hoje me tornei quem sou, para salvar
todos os que estiverem ao meu alcance.

一 Eu sei que você será extraordinária… 一 Falei olhando nos


olhos dela

一 Débora, tem algo para passar para Carolina? 一 Disse Erick,


dirigindo a palavra para minha cunhada.

一 Tudo que decidimos aqui está ótimo, sei que Carolina dará o seu
melhor. 一 minha cunhada parecia bem segura sobre o belo
trabalho que Carolina iria fazer.

一 Então perfeito, agora vamos todos voltar ao trabalho porque


esse escritório não funciona sozinho. 一 Falou Erick a se levantar
da cadeira.

Erick e Débora saíram para almoçar pois logo teriam audiência,


Carolina foi para a sala dela, eu marquei uns dez minutos na sala de
reunião até o andar ficar vazio, então fui atrás de Carolina, eu
precisava falar com ela e não iria esperar nem mais um minuto.
Carolina
Isso só pode ser brincadeira, só pode. Deus do céu… Misericórdia,
eu dormi com meu chefe, isso não pode está acontecendo.

Que loucura!

一 Respira, Carolina, respira 一 Falei sozinha tentando melhorar


minha crise.

一 Foi só uma noite, ele nem vai se lembrar disso semana que vem
一 Tentei me convencer ao falar em voz alta.

Mas sou interrompida por uma batida na porta acompanhada da voz


de Matheus.

一 Carolina, abre a porta.

一 Oi, Doutor Matheus, posso te ajudar? 一 fechei os olhos na


tentativa de me acalmar

Senhor, esse homem será minha tentação.

一 Abre a porta, vai me deixar aqui fora mesmo?

一 Está aqui como meu chefe ou como o cara que eu dormi ontem?
一 Perguntei apoiando a testa na porta.

一 Porque saiu sem me acordar?

一 Misericórdia, Homem… Vamos fingir que ontem não aconteceu,


pode ser?
一 Por que?

一 Porque você é meu chefe?

一 Carolina, pelo amor de Deus, abre essa porta, quero falar com
você!

一 Estamos em horário de trabalho, não posso falar sobre… 一

Pude sentir que venci aquela batalha, mas ainda não tinha vencido
a guerra

一 Então janta comigo Hoje?

一 Doutor Matheus, eu preciso estudar os casos 一 Tentei fazê-lo ir


embora, foi em vão.

一 Agora é Doutor? Ontem era:”Que delícia, Matheus!”

一 Pelo amor de Deus, fala isso baixo, não vamos complicar as


coisas… O que as pessoas vão pensar?

一 Que somos adultos, colegas de profissão que estão se


conhecendo?

一 Você pirou de vez, só pode! A única coisa que vão pensar é que
dormir com você para ter ganhar o cargo 一 Falei bufando

Deus!

一 Carolina… Não faz assim…


一 Matheus, vou ser sincera… eu vim para São Paulo para ser a
melhor na minha área, eu não quero perder meu foco, preciso desse
emprego, trabalhei duro para chegar até aqui e, correr o risco de
falarem que só estou aqui por dormir com você…

一 Eu discordo, mas não quero tirar você do seu foco, mas quero
um último encontro com você, quero um momento para te conhecer
um pouco. Você topa tomar um vinho comigo hoje?

一 Matheus… Não complica as coisas para mim, está me custando


dizer isso, pois o que eu realmente queria era aceitar seu pedido,
mas não posso…

一 Fica comigo, só hoje?

一 Matheus…

一 A Última vez, eu prometo.

Eu ouvi essas palavras e tive que engolir a seco, dentro de mim eu


não queria que fosse a última vez, eu realmente queria poder me
dar uma chance de conhecê-lo.

Mas só o que respondi foi…

一 Tudo bem, vamos jantar em um restaurante Italiano perto do


meu apartamento, te envio o endereço mais tarde.

一 Erick já te colocou no grupo do escritório?

一 Já sim, vou pegar seu número lá.

一 Já vou te mandar um “oi” pelo whatsapp.


一 Tá bem.

一 Carolina?

一 Sim?

一 Você em menos de vinte quatro horas me mostrou ter um caráter


excepcional, eu realmente quero te conhecer… 一 em seguida ouvi
os passos dele indo embora da minha porta, respirei fundo e voltei
para minha mesa, eu precisava trabalhar.

Passei a tarde estudando um dos casos mais importantes que já


peguei. É um caso difícil, dois irmãos que a avó materna estava
pedindo a guarda unilateral, acusava a própria filha por negligência
e maus tratos e o pai por abandono, mas não conseguimos localizar
o pai, então o processo segue só com as acusações contra a mãe.

O ministério público já fez o estudo social e relatou atraso na fala do


mais velho, comportamento agressivo no mais novo, necessidade
extrema de psicólogos e médicos adequados para cuidar da saúde
mental e física dos menores.

Quinta o juiz vai decidir com quem ficará a guarda dos menores,
minha cliente, avó das crianças, tem total condição de cuidar dos
menores e isso é nítido, mas o juiz do caso é um idiota, nunca
levava em consideração os estudos sociais do ministério público,
mas eu espero que dessa vez ele escute o que o Ministério Público
tem a dizer.

Terminei meu expediente às cinco, passei em casa, tomei um


banho, escolhi um vestido midi, coloquei uma sandália preta de salto
alto, passei uma maquiagem leve, fiz um delineado gatinho e passei
um batom vermelho, escovei meu cabelo e peguei meu celular, vi
que Matheus havia me mandado uma mensagem.

Boa noite linda, espero que essa noite seja perfeita!

Ele nunca me chamou de assim …

Não pude deixar de sorrir ao terminar de ler a mensagem, Matheus


sabia exatamente como tratar uma mulher, era cavalheiro e ao
mesmo tempo safado, era um misto de sensações.

Respondi a mensagem com um emoji de coração e em seguida


mandei o endereço do restaurante, que fica a duas quadras do meu
apartamento, peguei minha bolsa, guardei meu celular e caminhei
até a sala.

Quando comecei a verificar se não estava esquecendo nada, ouvi a


porta da sala se abrir, era Milla entrando em casa.

一 Posso saber o motivo da senhora não ter dormido em casa


ontem? 一 Olhou para mim arqueando uma das sobrancelhas.

一 Não vou conseguir sair antes de te contar tudo, né? 一 Falei


deixando minha bolsa no sofá.
一 Começa a falar dona Carolina 一 Falou caminhando até a
cozinha e pegando um copo d’água.

一 Lembra do cara que te falei que me derrubou na rua? 一 Sentei


no sofá.

一 O deus grego de olhos azuis? 一 Perguntou tomando um gole


de água.

一 O próprio!

一 Mas o que ele tem a ver com sua noite de sexo? 一 Falou
voltando para a sala e se sentando ao meu lado no sofá.

一 Calma, vou chegar lá!

一 Fala, mulher! Sou ansiosa 一 Falou do jeito zuero dela de


sempre.

一 Então, ontem me despedi de você para ir para casa 一 Milla


me cortou jogando uma almofada em mim

一 Se despediu de mim para pegar alguém, sua safada! 一 Falou


tacando outra almofada em mim.

一 Não foi bem assim, deixa eu contar! 一 taquei uma das


almofadas de volta nela.

一 Então, como eu estava dizendo, eu me despedi de você e estava


indo embora, mas decidi voltar para o bar da pista de dança e
comprar uma água antes de ir embora. O bar estava lotado e
nenhum garçom me ouvia, foi quando uma pessoa chegou atrás de
mim e falou no meu ouvido, que eu precisava ir mais para frente se
quisesse ser ouvida. No mesmo momento me virei e vi o mesmo
homem que me derrubou na rua.

一 Que babado, Carolina, parece história de filme. 一 Falou minha


amiga boquiaberta.

一 Agora vem a pior parte 一 Falei respirando fundo

一 Como assim? Tá me assustando, Carol. Ele te fez algo? 一


Minha amiga mudou o semblante na hora.

一 Não amiga, é pior! O cara é tudo de bom, bom de cama, bom de


papo, pegada gostosa, lindo demais, inteligente, carinhoso e meu
chefe 一 Milla que estava tomando outro gole da água, engasgou
no momento que ouviu a palavra chefe.

一 Chefe? Como assim? 一 Falou apoiando o copo d'água na


mesinha de centro.

一 Eu saí da casa dele bem cedo, deixei um bilhete agradecendo a


noite e vim embora. Passei aqui em casa só para tomar um banho,
me arrumar, pois eu precisava chegar bem arrumada ao escritório
para a reunião com meus chefes.

一 Quando entrei na sala, adivinha quem era um dos meus chefes?


一 Olhei pra Milla deixando ela tirar sua própria conclusão.

一 O tal homem que te derrubou e depois dormiu com você?

一 Ponto para você, amiga! Eu dormi com o Doutor Matheus


Fernandes, herdeiro do escritório mais famoso do Brasil.
一 Jesus, amiga! E o que você vai fazer? 一 Milla estava chocada.

一 Então, para piorar o meu lado, o cara quer me conhecer a


qualquer forma, mas eu acabei de entrar no escritório e não quero
levar a fama de “quem dorme com o chefe para ganhar o emprego.”
一 Fiquei para baixo ao relembrar o quanto isso poderia prejudicar
minha carreira.

一 Ei amiga, vem cá 一 Milla me puxou para um abraço e eu apoiei


minha cabeça no peito dela. 一 Quero que você levante essa
cabeça, você sabe a sua verdade, não deixe de ser feliz pelo que
vão pensar!

一 Amiga, quero conhecer ele, mas não agora. Eu quero focar em


fazer meu nome nos primeiros três meses dentro daquele escritório
que batalhei tanto para entrar. 一 Falei tentando afastar minha
vontade de ter mais de Matheus.

一 Tenho certeza que se for para vocês ficarem juntos, o destino


fará vocês se encaixarem com ou sem as opiniões alheias. 一
Beijou minha cabeça e eu dei um abraço apertado nela.

一 Amiga, tem mais uma coisa 一 falei me afastando dos braços


de Milla e me levantando.

一 O que, amiga?

一 Como eu e o Matheus não conseguimos nos despedir hoje pela


manhã, ele me convidou para um último encontro, me chamou para
jantar e vamos comer no restaurante Italiano aqui perto de casa.

一 Por isso a senhora estava de saída, né? Sua safada! 一 Falou


se levantando e colocando as mãos na cintura.
一 Exatamente, lá vou eu jantar com o chefe! 一 gargalhei da
situação que eu me encontrava.

Só rindo para não chorar! Milla veio até mim e me deu um abraço.

一 Curta sua noite sem cobranças e deixa o amanhã para amanhã,


ok? 一 Eu assenti que sim com a cabeça.

Milla sempre estava certa quando se tratava de relacionamentos,


por isso que ela não namorava, ela disse que só iria namorar
quando achasse um cara que quisesse viver um amor louco junto
dela.

一 Agora vai, seu advogado bilionário te espera! 一 Falou pegando


minha bolsa e me empurrando em direção a porta.

一 Obrigada, amiga! 一 Agradeci

一 Sabe que te amo! Quero te ver realizada, amiga! 一 Falou


minha amiga sorrindo.

一 Ainda seremos realizadas em todos os sentidos de nossas vidas!


Em dez anos, estaremos lembrando do dia de hoje e rindo dessa
loucura! 一 Falei ao entrar no elevador.

As portas do elevador se fecharam e eu senti meu coração mais


leve ao lembrar das palavras que ouvi da minha melhor amiga.
Então desci até a recepção do prédio e solicitei um Uber.
Matheus
Como iria beber, resolvi pedir um Uber para ir para o restaurante,
cheguei em quinze minutos, Carolina morava em um bairro próximo
ao meu, isso era perfeito! O Uber me deixou na entrada do
restaurante e eu logo entrei para esperar Carolina.

Escolhi uma mesa próxima a janela, que tinha uma vista linda para
um jardim de inverno, o restaurante era bonito e bem aconchegante,
ideal para uma noite à dois.

Cinco minutos depois, Carolina chegou e me avistou de longe, ela


veio caminhando até a mesa e eu me levantei para recebê-la.

一 Você está linda 一 Falei, puxando-a para os meus braços.

一 Você também está lindo, Doutor Matheus. 一 Me elogiou ao


olhar para os olhos.

一 Vem, vamos nos sentar. 一 Falei ao puxar a cadeira para ela se


sentar.

一 Obrigada!...

Me sentei em minha cadeira, ficando de frente para Carolina. O


garçom veio até nossa mesa e Carolina pediu uma salada de
entrada e eu a acompanhei, pedimos também uma garrafa de vinho,
que rapidamente o garçom buscou na adega e nos serviu, em
seguida se retirou nos deixando a sós.

一 Ao que vamos brinda, Carolina? 一 Perguntei erguendo a


minha taça.
一 A novos começos, o que acha? 一 Falou erguendo a sua taça.

一 Acho perfeito! 一 Brindamos!

Conversamos, comemos, tomamos quase duas garrafas de vinhos e


eu queria ficar para sempre ali.

Carolina era extraordinária, veio de baixo, não teve pai e nem mãe,
lutou sozinha para chegar até aqui, conheceu Milla, sua melhor
amiga, quando foi fazer uma faxina na casa dela e desde então
nunca mais se separaram.

Quando Carolina passou na OAB, logo começou a trabalhar como


advogada, pegou bons casos, o que fez ela ficar um pouco mais
conhecida dentro da área de vara família. Então, Erick a convidou
para trabalhar conosco.

À noite estava perfeita, até eu ver um ser humano loiro vindo em


minha direção, eu só podia ter tacado pedra na cruz, era Júlia de
carne e osso vindo em minha direção.

一 Querido, vejo que superou rápido o final de nosso


relacionamento 一 Disse Júlia olhando para Carolina.

一 Superei o chifre que você me colocou por doze anos. E Júlia,


não sei se você percebeu, mas você não é bem vinda aqui.

一 Desde quando você fica com pirralhas, Matheus? 一 Cruzou os


braços.

一 Olha aqui, eu não sei quem é você, mas o Matheus não está
nenhum pouco confortável com a sua presença, seria elegante se
você se retirasse 一 Falou Carolina em um tom elegante e sério.

一 Aproveite pirralha, mas em breve ele voltará a ser meu! 一 Júlia


terminou de destilar o seu veneno e voltou para o quinto dos
infernos de onde ela veio.

一 Me desculpe por isso Carolina…

一 Você quer falar sobre isso?

一 Ela é Júlia Becker, herdeira da Becker advocacia e minha ex-


noiva…

一 Uma mulher a sua altura 一 Disse Carolina e eu pude sentir


uma tristeza vindo do fundo da sua voz.

一 Uma ordinária, que se aproveitou de uma fragilidade minha e me


traiu na cama que dividia comigo.

一 Meu Deus, Matheus, eu não sabia… 一 Segurou minha mão


em cima da mesa.

一 Meu pai e o pai dela foram amigos por muitos anos, mas uma
briga entre eles os fizeram se afastar, mas há doze anos, quando
meu pai ficou doente eles fizeram uma aliança, iriam unir as famílias
e dominar a advocacia de São Paulo.

一 Que loucura Matheus 一 Carolina parecia não acreditar,


realmente eu estava maluco em seguir com Júlia.

一 Eu fui escolhido para casar com Júlia pois tínhamos quase a


mesma idade, Erick era muito mais velho e meu irmão Lorenzo já
namorava a Débora. Meu pai me fez prometer em seu leito de
morte, que eu honraria a aliança e eu fiz isso, até mês passado,
quando peguei ela me traindo.

一 Matheus, não imagino o que você deve ter passado e ela ainda
tem a audácia de querer cobrar algo, é muito salafrária! 一 Carolina
estava indignada.

一 Ela está desesperada, meu melhor amigo me disse que a família


dela está quebrada, contava com nosso casamento para reerguer o
escritório.

一 Você precisa tomar cuidado Matheus, ela não vai desistir de


você tão cedo.

一 Eu espero que ela suma!

一 Olha, como você acabou de esbarrar com sua ex louca, eu acho


melhor a gente ir lá para casa, assistir um filme, o que acha? 一
falou me dando um sorriso

一 Como recusar um convite desses? Vou pedir a conta agora!


Carolina
Enquanto Matheus estava fazendo carinho em Tom, na sala, eu fui
até minha mini adega climatizada, que fica na cozinha e escolhi um
vinho tinto seco.

一 Você sabe que quero mais do que só um vinho com você, certo?
一 Falou ao colocar Tom no chão.

Matheus veio caminhando até onde eu estava e tirou a garrafa de


vinho da minha mão, apoiou ela sobre a ilha da cozinha, me puxou
para os seus braços e me sentou na ilha.

一 E o vinho? 一 Perguntei, sentindo o rosto dele quase colado no


meu.

一 Vamos deixar para mais tarde 一 No final da frase ele colou os


lábios nos meus.

Aquele beijo foi um misto de sentimentos, ele me pegou pela cintura


e me sentou na ilha, em seguida se acomodou entre os meus
joelhos.

Beijou a minha clavícula e apertou minha cintura, meu coração


começou a acelerar, minha respiração estava ficando cada vez mais
ofegante.

— Ah, Carolina… Te quero tanto! — Subiu uma das mãos até a


minha nuca e segurou meu cabelo.

— Matheus, você vai ser a minha ruína…


Matheus tirou a blusa e pude ver seu corpo, tão lindo, tão perfeito
para mim, não consigo entender como alguém poderia ter traído
alguém tão perfeito.

De repente Matheus me tirou de cima da ilha e me pegou no colo,


colocando minhas pernas entrelaçadas em sua cintura

— Ei!

— Seu quarto é da direita ou da esquerda?

— Esquerda.
Matheus
Entramos no quarto de Carolina, coloquei ela no chão e fui trancar a
porta. Quando voltei meus olhos para Carolina, ela estava vestindo
apenas calcinha e sutiã. Caminhei até ela e puxei seu corpo para
junto do meu, segurei sua cintura e ela respirou fundo.

一 Você é perfeita 一 Falei no seu ouvido

一 Na verdade sou muito imperfeita, mas sou sua 一 ela sorriu e


colou os lábios nos meus.

Invadi sua boca com a minha língua e ela me deu passagem,


intensifiquei nosso beijo e ela passou as unhas nas minhas costas,
me fazendo arrepiar.

Com meus lábios colados nos de Carolina a empurrei devagar até


que ela encostasse em sua cama, em seguida a deitei e subi por
cima dela, me encaixando entre suas coxas.

Eu estava duro, pressionei meu membro sobre o ventre dela e ela


gemeu.

一 Por que você precisava ser tão gostoso? 一 sussurrou

Coloquei uma das minhas mãos embaixo de Carolina, abri o fecho


de seu sutiã, libertando seus lindos seios. Eles eram redondos,
pequenos, mas cabiam perfeitamente em minhas mãos.

Pousei minha boca em seu seio e suguei. Carolina mordeu o lábio


inferior, então segurei uma de suas coxas e apertei.
一 Só quero você, Carolina… 一 Gemi

Me levantei, tirei sua calcinha e me livrei do resto de minhas roupas,


Carolina se levantou, sentou na beira da cama e eu pude perceber
uma maldade gostosa no olhar dela.

— Quero te provar Matheus, deita — se levantou para que eu


pudesse ficar onde ela estava.

Quando me sentei ela se ajoelhou em minha frente, entre as minhas


pernas, desceu sua boca até a cabeça do meu pau e me fez soltar
um palavrão. Começou a sugar e depois desceu mais a boca…

Porra… que boca gostosa, quente e muito habilidosa, senti um


pouco de ciúmes por saber que ela já teve outros homens, mas eu
serei o último que ela irá provar.

Ela estava me levando ao meu limite, se ela não parasse agora, eu


encheria a sua boca…

— Carolina, assim eu vou gozar...

Segurei o cabelo de Carolina , me controlando para não gozar


naquela boca deliciosa.

Com meus lábios colados nos de Carolina a empurrei devagar até


que ela encostasse em sua cama, em seguida a deitei e subi por
cima dela, me encaixando entre suas coxas.

Eu estava duro, pressionei meu membro sobre o ventre dela e ela


gemeu.

一 Por que você precisava ser tão gostoso? 一 sussurrou


Coloquei uma das minhas mãos embaixo de Carolina, abri o fecho
de seu sutiã, libertando seus lindos seios. Eles eram redondos,
pequenos, mas cabiam perfeitamente em minhas mãos.

Pousei minha boca em seu seio e suguei. Carolina mordeu o lábio


inferior, então segurei uma de suas coxas e apertei.

一 Só quero você, Carolina… 一 Gemi

Me levantei, tirei sua calcinha e me livrei do resto de minhas roupas,


Carolina se levantou, sentou na beira da cama e eu pude perceber
uma maldade gostosa no olhar dela.

— Quero te provar Matheus, deita — se levantou para que eu


pudesse ficar onde ela estava.

Quando me sentei ela se ajoelhou em minha frente, entre as minhas


pernas, desceu sua boca até a cabeça do meu pau e me fez soltar
um palavrão. Começou a sugar e depois desceu mais a boca…

Porra… que boca gostosa, quente e muito habilidosa, senti um


pouco de ciúmes por saber que ela já teve outros homens, mas eu
serei o último que ela irá provar.

Ela estava me levando ao meu limite, se ela não parasse agora, eu


encheria a sua boca…

— Carolina, assim eu vou gozar...

Segurei o cabelo de Carolina , me controlando para não gozar


naquela boca deliciosa.
— Ainda não! 一 Falou, se levantando e em seguida me empurrou
para que eu deitasse na cama.

Ela montou em mim, encaixou meu pau em sua entrada e começou


a descer devagar, nunca aguentei uma sentada por muito tempo,
mas com ela eu queria aproveitar cada segundo.

Depois de ter me engolido, Carolina começou a cavalgar, segurei


sua cintura, mas deixei ela ditar o ritmo.

Carolina apoiou as mãos em meu peito e vi que ela estava cansada,


esse foi meu momento, comecei a estocar com mais força e ela
gemeu.

— Estou quase…

— Goza pra mim, querida!

Senti a buceta dela contrair e ela gemeu meu nome alto.

Aproveitei e gozei junto com ela…

Eu ainda estava dentro dela quando ela deitou sua cabeça em meu
peito.

— Você está me virando do avesso, me fazendo questionar a mim


mesmo, me fazendo te querer o tempo todo.— Sussurrei

Tirei Carolina com delicadeza de cima de mim, a deitei em meus


braços e beijei seus cabelos.

Adormecemos ali…
Acordei com os raios da luz de sol que começaram a invadir o
quarto de Carolina, vi seus cabelos espalhados sobre o travesseiro
e me perdi naquela cena, a luz do sol deixava ela ainda mais
perfeita.

Fiquei ali observando ela por uns vinte minutos e ela abriu os olhos
e sorriu, aquele sorriso fez o meu dia ficar maravilhoso.

一 Hoje é feriado… 一 Falei depositando um beijo na testa dela 一


Acho que poderíamos ficar juntos e aproveitar um pouco mais um
do outro 一 Propus

一 Sabe de uma coisa, Doutor Matheus… Eu tenho muito medo de


estragar minha carreira, mas você tem sido uma das melhores
coisas que já tive 一 fez carinho em meu peito 一 Então se você
quiser passar o dia comigo, eu aceito!

一 Doutora Carolina de Luca, você acabou de me fazer o homem


mais feliz dessa vida! 一 Puxei ela para o meu peito e ela soltou
um gritinho.

Dessa vez fizemos amor…


Depois que fizemos amor, Carolina se levantou e foi para o banheiro
tomar um para ir para minha casa, decidi ir até a cozinha preparar
algo para ela comer, vesti minha calça que estava jogada no chão,
pois eu não ia sair nu, já que eu podia correr o risco de encontrar a
amiga de Carolina.

Dito e feito!

一 Quem é você… Não pera! Olhos azuis…Você é o chefe


bilionário que minha amiga está tentando não se apaixonar…ai
jesus!

一 Gostei de saber que não sou o único que estou passando por
isso, pois sua amiga já ganhou meu coração.

一 Se você tem amor a sua vida, não machuque Carolina, ela já


sofreu muito 一 Fiquei com medo, mesmo sabendo que nunca
machucaria Carolina, mas sua amiga estava disposta a me matar.

一 Milla! 一 Ouvi a voz da minha garota

一 Amiga, eu só estou te protegendo, como uma irmã mais velha


faz! 一 Se defendeu.

一 Milla, eu farei qualquer coisa para fazer sua amiga feliz, isso se
ela me der uma chance 一 Lancei um olhar para Carolina

一 Sabe que é tudo que quero, mas precisamos fazer uma coisa de
cada vez… vamos ver onde podemos chegar devagar…

一 Sabe que irei te esperar, sempre…


Carolina
Depois do interrogatório de Milla, voltamos para o meu quarto,
peguei duas mudas de roupas, uma para dormir e outra para
trabalhar amanhã.

Matheus me convenceu a passar a noite com ele, então depois que


estava com tudo o que eu precisava, descemos para o
estacionamento, dei minhas chaves para Matheus, entrei no carro e
ele começou a dirigir para o apartamento dele.

No caminho falamos de tudo, tudo mesmo, era estranho abrir todas


as minhas reservas para alguém que conhecia um pouco mais de
quarenta e oito horas, mas Matheus fez com que eu me sentisse à
vontade para me abrir e ele fez o mesmo.

Matheus me contou sobre seu pai, sobre a promessa que o pai dele
fez ele fazer, achei egoísmo do pai dele fazer isso, mas preferir não
externar tal pensamento, talvez isso ainda o machucasse.

Ele me contou que não tem muitas lembranças de sua mãe, pois
quando ele só tinha dois anos, ela veio a falecer. Ele disse que ela
teve um câncer que descobriu tarde demais para tratar.

Matheus era o filho caçula, ele tem outro irmão, que é médico, o pai
dele sempre falava que ele era seu pior investimento, depois dessa
frase passei a odiar o pai dele.

Mas Matheus disse que nem sempre ele foi assim, cinco anos antes
de falecer, segundo Matheus, o pai dele estava preocupado com
algumas coisas, ele não sabia o que era. Disse que seu pai nunca
foi de abrir os seus problemas, mas todos sabiam que ele estava
com algum problema.
Chegamos na casa de Matheus em quinze minutos, como eu podia
descobrir tanta coisa em quinze minutos? Matheus estava ali,
expondo todas as suas feridas, coloquei todas as minhas para fora
também.

Eu senti um medo quando ele estacionou o carro, e se nós não


déssemos certo? e se alguém descobrisse que estamos nos
relacionando? As pessoas são ruins, e sabem como machucar
alguém, sabem como acabar com tudo de bom, apenas com
palavras maldosas.

Matheus é extraordinário, mas talvez o amar possa significar o


fracasso de tudo que construí até aqui, pois sei que todos irão dizer
que cheguei onde cheguei por transar com meu chefe.

Só três meses, só preciso desse tempo para construir meu nome e


mostrar que sou competente o suficiente.
Matheus
Passei a tarde aninhado com Carolina, estava frio, o inverno em São
Paulo chegou com força e estava sendo perfeito ficar agarradinho
com com ela em minha cama, assistimos dois filmes, comemos
pipoca e brigadeiro, fizemos amor e transbordamos felicidade.

Eu nunca tive isso com Júlia, ela não suportava carinho, só ficava
no celular dia e noite, em doze anos, acho que nunca passei uma
tarde com ela. Como eu podia achar aquilo normal? Céus!

Olhei para Carolina, que estava deitada em meu peito e vi que ela
estava dormindo, aquela mulher era tão perfeita, beijei a cabeça
dela e deixei-me levar pelo sono.

Acordei e não vi Carolina ao meu lado, mas vi que a luz da suíte


estava acesa, nesse mesmo momento, Carolina apareceu na porta
da suíte, ela estava com o cabelo preso em um coque, vestia uma
de minhas blusas, que batia um pouco acima de seus joelhos.

一 Por alguns minutos achei que você só acordaria amanhã 一


Sorriu e logo, veio até a cama, se sentou em meu lado e acariciou
meu rosto.

一 Acha que perderia minha noite dormindo sabendo que você está
aqui? 一 Passei a mão em seu braço.
一 Você só acordou por uma noite de sexo, doutor Matheus? 一
Cruzou os braços abaixo dos seios, o que levou meus olhos
diretamente para eles

一 Quero uma noite com você, o sexo só será consequência. 一


Me sentei na cama, ficando com o rosto quase colado no dela.

Então segurei seu rosto, esfreguei meu nariz no dela e ela sorriu

一 Posso te beijar? 一 perguntei

Ela assentiu com a cabeça e, eu colei meus lábios nos dela.


Carolina
São quase dez da noite, eu e Matheus jogamos alguns jogos de
tabuleiro, enquanto tomávamos um vinho, logo depois pedimos uma
pizza e começamos a assistir Vikings, segundo ele, essa era a
melhor série de todos os tempos.

Amanhã eu tenho uma audiência importante, preciso dormir bem.


Então subimos para o quarto de Matheus e deitamos de conchinha,
ligamos o ar na temperatura mais fria e nos cobrimos com o
edredom mais gostoso que eu já vi.

— Eu daria tudo só para passar o resto de minhas noites dormindo


assim com você… — Sussurrou em meu ouvido.

Eu não soube o que responder, apenas senti um tumulto dentro do


meu coração, eu estava realmente me apaixonando por Matheus?

Céus!

Fechei meus olhos para imaginar uma vida inteira ao lado de


Matheus…

Matheus saiu do apartamento antes de eu acordar, mas deixou um


bilhete no criado mudo

“Fui correr, mas preparei um café da manhã para você. Boa sorte na
audiência hoje, estarei torcendo por você!”
Matheus precisa parar de ser perfeito, ele está virando a minha
pessoa favorita…

Cheguei ao fórum quarenta minutos antes da audiência, queria


conversar com minha cliente. Então parei meu carro no
estacionamento do fórum, peguei o elevador e fui direto para o meu
andar, onde minha audiência aconteceria.

Mas quando as portas do elevador se abriram, vi olhares de alguns


advogados e cochichos, não entendi, me senti constrangida e
caminhei até onde onde minha cliente estava.

Não acreditei em quem eu vi…Júlia estava ao lado da minha cliente,


com algumas fotos nas mãos, fotos… Era eu e Matheus nas fotos…
ela tirou fotos quando nos viu no restaurante.

— Júlia, o que está fazendo com a minha cliente? — Perguntei e ela


arqueou uma das sobrancelhas

— Carolina, eu sinto muito, mas não posso ter como advogada


mulheres como você, que dorme com noivos de outras mulheres só
para subir na carreira. — Minha cliente me olhando como se eu
fosse um lixo

Eu queria chorar!
— Carolina, ela é minha cliente agora, acho que você pode se retirar
— disse Júlia.

— Júlia, que coisa feia, calúnia e difamação no mínimo, mas vamos


lá! Conheci Matheus no meu primeiro dia de trabalho, ele pelo que
sei, te deixou tem mais de um mês, quando descobriu que você
estava traindo ele. — Recuperei minha postura — Se eu fosse
você, parava com essas invenções, todos nós sabemos que você
quer Matheus de volta para salvar o escritório de seu pai!

— Não sei do que você está falando sua pirralha! — Disse Júlia me
fuzilando com os olhos.

— Boa audiência, Julia! — Me virei e voltei para o estacionamento.

Entrei no meu carro e pude voltar a respirar, liguei o carro e me


permiti chorar. Chorei por quase uma hora, então decidi mandar
uma mensagem para Matheus explicando o que aconteceu e
pedindo para ele ir para o meu apartamento, pois iria tirar o restante
do dia de folga.

Dirigi para casa e tomei uma decisão…


Matheus
Acabei de socar o meu volante violentamente, Júlia quer tirar o
melhor presente que a vida já me deu e acho que dessa vez ela vai
conseguir… Tudo que Carolina queria era algo discreto, sem
julgamentos e o que Júlia fez foi tudo ao contrário.

Saí do acostamento onde eu estava e voltei a dirigir para o


apartamento de Carolina. Quando cheguei na rua do prédio dela,
achei uma vaga e deixei o carro estacionado.

Caminhei até a entrada do prédio dela, mandei uma mensagem


avisando que estava na portaria, ela respondeu dizendo que já
havia deixado minha entrada liberada.

Passei pela recepção e peguei o elevador, quando as portas do


elevador abriram ela já estava me esperando na porta.

— Carolina…— puxei ela para o meu peito — Me perdoa, eu não


sabia…

— Matheus.. Eu vou voltar para o Rio de Janeiro, não quero ter que
lidar com tudo isso, ela contou para todo mundo…— Carolina se
agarrou em minha jaqueta e se entregou ao choro.

— Não faz isso, Carolina… Por favor, não me deixa…— Implorei

— Eu queria que pudesse ser diferente, mas agora não é o


momento certo — Ela estava certa, eu não podia pedir para ela
ficar, não era justo..
— Carolina, você chegou a minha vida no pior momento, eu queria
que fosse diferente, queria te falar que Júlia não voltará a fazer isso,
queria você como minha mulher…— beijei a cabeça dela — Mas
agora você quer ser a mulher da sua vida e tenho orgulho disso!

— Matheus… Para de ser perfeito… Odiar você me ajudaria a te


esquecer, mas você é perfeito e isso só faz doer mais — Se afastou
um pouco e me olhou nos olhos.

— Carolina, eu te prometo que quando tudo aqui estiver resolvido,


eu vou te procurar, mas por enquanto, só continuei lutando para ser
a melhor juíza do Brasil — Deixei um beijo na testa dela e fiz carinho
no rosto dela com meus polegares, um em cada bochecha —
Prometo que serei para sempre seu!
Carolina
Faz quatro anos que voltei para o Rio de Janeiro, quatro anos que
arrumei minhas malas, deixei uma carta de despedida para Milla,
peguei o meu carro e dirigi de volta para o Rio.

Quatro anos que abri mão do homem extraordinário que conheci, do


homem por quem até hoje eu sou apaixonada, do homem que é pai
da minha filha…

Sim, eu tive uma filha!

Rebecca está com três anos, ela tem os olhos do pai, meus cabelos
e já é uma mini advogada, já me ganha na persuasão… Eu to
ferrada com essa garota!

Estou sentada no tapete da minha sala, assistindo Encanto, na


Disney, Rebecca ama esse filme e eu já decorei todas as músicas.

Essa semana será minha última prova para o cargo de juíza, mas
será em São Paulo, meu coração dá um salto só de pensar em ver
Matheus. Não contei a Mateus sobre a gravidez.
Eu descobri um mês depois que voltei para o Rio de Janeiro, estava
trabalhando e comecei a enjoar, corria para o banheiro e vomitava
tudo que havia comido no café da manhã, achei que fosse só um
mal estar, mas isso se repetiu no dia seguinte, e no seguinte…

Então depois de uma semana vomitando todos os dias pela manhã,


eu resolvi ir no hospital, fiz alguns exames de sangue e quando
voltei ao médico descobri que seria mamãe.

Contei somente para Milla sobre a gravidez, ela me implorou para


contar para Matheus. Mas pedi para ela não falar nada para ele, na
verdade, eu a proibi de falar.

Eu queria esperar ele me procurar, mas ele não me procurou e eu


não quis me sentir rejeitada, então levantei minha cabeça e fiz o que
ele falou, eu continuei lutando!

Mas agora estarei frente a frente com ele, pois ele é o


desembargador que aplicará a prova daqui um mês…E Sim,
Matheus virou desembargador e isso me faz ser ainda mais
apaixonada por ele.

Para piorar minha vida, Milla está noiva do melhor amigo de


Matheus, Daniel, e ela detesta esconder de Daniel que eu tenho
uma filha de Matheus.

Como Milla vai casar em alguns dias, ela resolveu dar um jantar
para os padrinhos e madrinhas do casamento, então vou hoje para
São Paulo e ficarei lá até o dia da minha prova. Mas o meu maior
problema agora, é como vou ficar morando com Milla um mês, sem
que Matheus conheça Rebecca?

Fora que Daniel falaria na hora para Matheus, que eu tenho uma
filha que é a xerox dele e tem três anos, na mesma hora Matheus
vai se ligar que Rebecca é filha dele.

Céus! Estou muito ferrada.


Matheus
Depois de quatro anos eu irei encontrar Carolina e me sinto o pior
homem do mundo...

(Escute a música You are the reason - Calum Scott)

“There goes my heart beating / Lá vai o meu coração batendo


'Cause you are the reason / Porque você é o motivo
I'm losing my sleep / Por eu estar perdendo o sono
Please come back now / Por favor, Volte agora

There goes my mind racing / Lá vai a minha mente correndo


And you are the reason / Pois você é o motivo
That I'm still breathing / Porque ainda estou respirando
That I'm still breathing / Estou sem esperança agora

That I'm still breathing / Eu escalaria todas as montanhas


And swim every ocean / E nadaria todos os oceanos
Just to be with you / Apenas para estar com você
And fix what I've broken / E arrumaria o que quebrei
Oh, ah, 'cause I need you to see / Oh, porque eu preciso que você veja
That you are the reason / Que você é o motivo…”

Depois que Carolina foi embora, Júlia ainda me deu tanto, demorei
cerca de um ano até o pai dela falir de vez e ela sumir do mapa.
Depois que Júlia foi embora, fui morar no sul, onde fiquei estudando
para o concurso de desembargadora.

Voltei para São Paulo no ano passado, quando assumi o meu cargo.
Desde então meu único pensamento é Carolina, mas me sinto tão
inseguro em procurar por ela…
Tive medo de procurar Carolina, medo de procurá-la e descobrir que
ela estivesse casada ou namorando, medo de atrapalhar a carreira
dela outra vez, Carolina merecia as melhores coisas do mundo e
naquela época eu não poderia dar isso para ela.

Mas hoje pela manhã, vi que Carolina de Luca é uma das


candidatas a juíza, eu irei aplicar a prova para ela. Meu coração
está um turbilhão, meu Deus! Como eu preciso pedir perdão a ela,
preciso ver como ela está…

Preciso dela!

Espero de verdade, que um dia ela me perdoe, porque agora eu


tenho uma vida sem uma ex louca, uma vida boa para ela.

Milla está noiva de Daniel, mas a melhor amiga da mulher que amo,
nunca me diz nada sobre Carolina, quando fui para o sul, parei de
tentar obrigar Daniel a tentar obter informações.

Hoje Milla e Daniel irão fazer um jantar com todos os padrinhos, sei
que Carolina estará lá, vou tentar conversar com ela…

Isso se ela não estiver acompanhada Sei que se ela estiver


acompanhada, meu coração ficará em pedaços, mas por outro lado,
eu ficarei feliz por ela estar feliz.
Carolina
Milla está me ajudando a colocar as malas no carro e surtando.

— Carolina, essa menina é a cara de Matheus, Daniel vai se ligar na


hora que chegarmos em casa — Sussurrou ao fechar a mala do
carro.

— Miila, calma, eu já estou nervosa o suficiente, você acha que não


sei que ela é a cara do pai? — Falei baixo para Becca não ouvir

— Amiga, como já está tarde, você sobe com Rebecca coloca ela
na cama e depois desce, para tomarmos um vinho. Podemos contar
para Daniel que você tem uma filha, mas como ele não viu a
Rebecca, ele não vai poder tirar conclusões precipitadas, mas
amanhã você vai ter que encarar o pai da sua filha.

— Senhor, eu nem sei o que falar para ele!

— Vem, vamos para casa…— Milla caminhou até a porta do


motorista e eu fui conferir se Rebecca estava bem protegida na
cadeirinha, que Milla comprou, em seguida entrei no carro, me
ajeitei no banco do carona e Milla deu partida.

Quando chegamos, Daniel estava no banho, entramos na casa e


subimos direto para o quarto. Já eram dez da noite, Rebecca dormiu
no trajeto do aeroporto para a casa cá.
Coloquei Rebecca na cama, arrumei alguns travesseiros ao seu
redor e desci com Milla para cozinha. Fomos até a adega, pegamos
um vinho rosé e servimos em duas taças.
— Amiga, como você acha que será amanhã? — Disse Milla e em
seguida tomou um gole de vinho.
— Não sei amiga, mas espero que ele entenda o motivo por eu ter
feito isso.
— Carolina, mesmo que ele não tenha te procurado, ele merecia
saber que seria pai.
Escutamos Daniel descer as escadas e trocamos de assunto
rapidamente.
Minha amiga me apresentou seu noivo, descobri que eles se
conheceram no mesmo dia em que eu e Matheus nos conhecemos.
Que loucura!
Mas Daniel me contou que não foi fácil conquistar o coração da
minha amiga. Ele teve que provar para ela que realmente tinha
deixado a vida de mulherengo para trás.
Milla disse que até hoje eles implicam um com o outro o tempo todo,
cada história que esses dois já tiveram.
Contei sobre minha filha, falei um pouco sobre as minhas
expectativas para a prova final. Contei que estudei muito e que me
sinto totalmente preparada para a prova. Conversamos sobre muitas
coisas, sobre a vida, sobre casamentos… tudo!
Depois de quatro garrafas de vinho, cada um subiu para o seu
quarto, eu tomei um banho e deitei ao lado de minha filha.
Matheus
Estou na porta da casa de Milla e Daniel, que já moram juntos, mas
estou em desespero, meu coração está acelerado, sinto medo de
Carolina não querer nem olhar na minha cara, tantas incertezas…

Então, mando embora todos os meus medos, toco a campainha e


meu melhor amigo abre a porta segundo depois.

— Mano, acho que você tem alguns assuntos para resolver — falou
meu amigo, parecendo nervoso…

Então Daniel abre a porta por completo, eu entro na casa e vejo


Milla e Carolina, no tapete da sala brincando com uma menininha,
que está de costas para mim. Carolina, ao me ver, se levanta e vem
em minha direção, enquanto Milla sobe com a menininha para o
segundo andar.
Será que aquela menina é filha de Carolina?
Daniel se aproxima de mim e de Carolina, que está a dez passos de
mim
— Eu acho que vocês precisam conversar, eu vou deixar vocês
sozinhos — Disse Daniel, se direcionando para as escadas.
— Matheus…— Disse Carolina ao dar dois passos
— Carolina…— Dei mais dois passos
— Por que nunca me procurou? — Vi seus olhos se encherem
d'água, então corri até ela e a puxei para o meu peito.
— Eu tive medo, medo de atrapalhar você…— Deixei um beijo na
cabeça dela e a abracei forte
— Eu te esperei…— Se agarrou em minha blusa e eu voltei para a
noite em que prometi que seria para sempre dela.
Mas eu falhei e agora estou aqui, tentando recuperar tudo o que
mais importa para mim.
— Eu preciso te contar algo, algo que queria te contar quando você
me procurasse — Falou, em seguida se afastou de mim
— Matheus, você se lembra que nunca usamos camisinha? — Suas
palavras fizeram meu coração bater mais forte…
— Claro que me lembro — Senti meu estômago borbulhar
— Matheus… Um mês depois que fui embora, eu comecei a me
sentir muito enjoada, vomitava muito e depois de uma semana eu
procurei um médico. Fiz alguns exames de sangue e no resultado,
deu que eu estava grávida — Carolina começou a chorar.— Minha
grávidez não foi fácil, mas eu continuei lutando, como você me disse
para fazer…
— Carolina, por que não me procurou? — Passei a mão em meu
rosto.
— Esperei você me procurar, você prometeu que voltaria… achei
que você tivesse desistido de nós — Ela começou a andar de um
lado para o outro, chorando muito
Eu tenho uma filha? E eu perdi tudo dela? E ainda deixei Carolina
passar por tudo sozinha…
Deus!
— Quero conhecê-la — Falei e Carolina voltou a olhar para mim
— Nunca te impediria de ficar na vida dela, Matheus…
— E na sua vida? — Carolina colocou as mãos na cintura e olhou
para baixo.
— Matheus, você prometeu que voltaria, me fez te esperar, eu
esperei quatro anos, mas agora não sou mais aquela menina e eu
preciso de certezas.
— Eu estou aqui, Carolina…— Passei as mãos em meu cabelo e
me aproximei dela.
— Acho que talvez um dia possamos ter algo, mas agora, vamos
focar em fazer você conhecer a Rebecca — As palavras dela me
quebraram por dentro, mas ela tem razão, eu preciso aprender tudo
sobre a minha filha…
— Rebecca é um lindo nome… — Falo imaginando os olhinhos de
minha filha.
— Tão lindo quanto ela… — Sorriu ao falar de nossa filha.
Nossa filha, temos uma filha, eu tenho uma filha!
Carolina
Subi Para conversar com minha filha, chegou a hora dela conhecer
o pai. Quando eu entrei no quarto, vi Milla brincando com ela com
sua boneca favorita, Milla fez uma cabana e elas estavam fingindo
que aquela era a casa da minha neta, Moana.

Cocei a garganta e as duas olharam para mim, Milla se levantou e


caminhou até mim, colocou uma de suas mãos e meu ombro,
demonstrando que estava comigo. Milla sabia que era a hora de
conversar com Rebecca.

— Vai dar tudo certo! — Falou minha amiga e eu assenti com a


cabeça, logo depois ela saiu do quarto, me deixando sozinha com
minha pequena.

— Becca — A chamei pelo apelido, como sempre a chamo e me


sentei ao lado dela.

— Mamãezinha — Minha pequena veio até mim, sentou em meu


colo e apoiou a cabecinha em meu peito.
— Filha, lembra que você me perguntou o por que você não
conhecia seu papai? — Perguntei
— Eu queria um papai igual minhas amiguinhas do colégio tem
mamãe — Falou com uma vozinha triste que sempre parte meu
coração.
— Eu sei filhinha, mas lembra também que eu falei que o papai
voltaria em breve para te conhecer? — Ela assentiu com a
cabecinha
— Eu vou pedir para o papai Noel trazer ele de presente, mamãe e
eu serei uma menina super comportada e, assim ele vai trazer um
papai para mim — Nesse momento eu deixei minhas lágrimas
rolarem
— Sim filha, o papai Noel vai trazer um papai — Minha filha viu que
eu estava chorando e começou a secar minhas lágrimas com suas
mãozinhas gordinhas.
— Não chora mamãezinha, eu não to triste não, eu tenho você, mas
se eu um dia eu tiver um papai vou amar muito ele.
— Minha filha, meu amorzinho, eu acho que o papai Noel adiantou
seu presente, ele trouxe seu papai hoje e deixou ele lá embaixo te
esperando…— Minha filha deu um pulo do meu colo
— Mãezinha, eu tenho mesmo um papaizinho? — Perguntou com
os olhinhos cheios de lágrimas
— Sim meu amor, você tem! — Ela parou em minha frente e meu
deu o abraço mais apertado que eu já recebi.
— Eu vou agradecer muito ao papai Noel por ter me dado meu
presente antes do natal… Eu te amo mãezinha…
Matheus
Eu nunca fiquei tão ansioso na minha vida, Carolina já subiu tem
vinte minutos, senhor! Como eu preciso conhecer minha filha.
Então, logo escuto alguns passos e olho para a escada, vejo
Carolina junto de Rebecca, minha menina, ela era perfeita.

Fico admirando as duas descendo as escadas devagar, consigo ver


que ela tem meus olhos azuis, mas o cabelo e a boca são de
Carolina, o que deixa minha pequena ainda mais linda.

Carolina terminou de descer as escadas e está uns três metro de


distância de mim, caminho até ela e a minha filha se esconde atrás
da mãe, mas fica me olhando com aqueles olhinhos curiosos.

Eu me para em frente a Carolina e me abaixo para ficar na altura da


minha filha.

— Oi princesa, como você se chama? — Perguntei e ela se agarrou


ainda mais nas pernas da mãe.

— Filha, esse é seu paizinho — Falou Carolina ao se abaixar para


ficar na altura da filha.
— Eu sou seu papai, meu amor…— Meus olhos encheram d'água
Carolina segurou as mãozinhas da minha filha e fez carinho com o
polegar.
— Filha, conta para o seu papai o seu nome
— Meu nome é Rebecca e o seu papai? — Aquela pergunta fez
meu coração doer, pois ela já tem três anos e só agora estava me
conhecendo.
— Meu nome é Matheus, mas seu nome é muito mais bonito que o
meu! — Minha filha sorriu, ela tinha um sorriso tão lindo.
— Filha, você dá um abraço no seu pai? — perguntou Carolina a
Rebecca que assentiu com a cabecinha.
Minha filha passou por Carolina, veio até mim e me deu um abraço
tão gostoso que eu poderia paralisar o tempo e viver para sempre
ali. Eu só conheci Rebecca há alguns minutos, mas ela já tinha se
tornado a melhor parte da minha vida.
Carolina
Estou na área gourmet da casa de Milla e Daniel, temperando
algumas carnes enquanto minha amiga corta uma peça de picanha.
Decidimos fazer esse dia ser especial, então Daniel deu uma ideia
de fazer churrasco.

Daniel já começou a preparar a churrasqueira e Matheus e Rebecca


estão na piscina brincando, em cima de uma boia gigante de
unicórnio, não entendi o motivo da minha amiga ter essa boia, mas
Rebecca adorou.

Milla cutucou meu braço com o cotovelo, me fazendo parar de babar


enquanto via Matheus brincando com a filha.

— Que foi doida — cochichei olhando para Milla enquanto passava


o tempero na carne

— Você sabe sua sonsa, quero saber como foi, conta tudo — Falou
minha amiga cortando mais um pedaço de carne

— Acho que foi bom, mas eu não prometi nada sobre nós dois,
nosso foco agora é fazer ele se aproximar de Becca. — Expliquei.

— Estão certíssimos, mas amiga, ela se acostumou rápido com ele,


olha como eles estão se divertindo — Falou Miila, me fazendo voltar
a olhar para os dois na piscina

— Rebecca sonhava em conhecer ou ter um pai e eu fiz questão de


sempre falar que o papai logo logo viria conhecê-la.
— Ah amiga, eu não imagino como isso deve ter sido difícil para
você…— Milla me abraçou sem encostar as mãos em mim, pois
estava suja de carne.

— Teria sido muito mais se eu não tivesse você para me ouvir, me


confortar e sempre me trazer palavras de conforto, obrigada por
tudo!
Matheus
São quase sete da noite e estou vendo minha filha jantando no sofá,
Carolina colocou o pratinho dela apoiado em cima de uma bandeja
de café da manhã, que ficou na altura perfeita para que ela
conseguisse comer sozinha.

Eu estava encostado na ilha que separava a cozinha da sala, fiquei


observando como minha pequena era perfeita, nossa, ela parecia
ter saído de um filme de princesas da Disney, arrisco dizer que
minha filha é a criança mais bonita que já vi na vida.

Eu posso dizer que o dia de hoje foi o dia mais feliz da minha vida,
eu conheci um pedacinho lindo de gente, um pedacinho de gente
que eu e Carolina fizemos.

Eu resolvi hoje, enquanto brincava com Rebecca na piscina, que


lutaria para fazer Carolina me perdoar, pois tudo o que eu mais
queria era ter nossa família.

Daniel veio caminhando em minha direção trazendo duas cervejas,


se recostou na ilha e me entregou uma das cervejas.

— Já tinha imaginado ser papai de menina? — Perguntou meu


amigo e em seguida tomou um gole da cerveja — Não acredito que
minha noiva nunca me contou que Carolina engravidou de você.
— Entendo Milla, ela não queria passar por cima da vontade de
Carolina e isso mostra que ela é uma pessoa leal.
— Mas e você, como se sente em relação a descobrir só agora que
tem uma filha?
— Eu errei em não procurar Carolina, acho que foi o destino me
preparando para ser pai, eu tinha problemas demais naquela época,
acho que foi bom Carolina não ver as loucuras de Júlia, ainda mais
grávida.
— Você tem razão, mas e agora? Será que não tem possibilidade
Júlia voltar a infernizar Carolina? — Meu tocou no assunto que eu
estava torcendo para ser esquecido. Mas ele tem razão, pois
quando Júlia foi embora, depois da falência do pai, ela jurou se
vingar.
— Se ela voltar, eu mando ela de uma vez por todas para o quinto
dos infernos! — Falei tendo a certeza de que ela nunca mais iria
atrapalhar minha vida.
— Te ajudo a fazer isso, mas agora, olha ali quem acabou de jantar
— Falou ao ver Carolina retirando o prato de comida vazio e a
bandeja de cima de Rebecca.
Fiquei chocado quando vi o prato vazio, Carolina colocou um prato
cheio de macarrão com carne moída, aquela menina era boa de
boca igual a mim.
Carolina deixou Rebecca sentada no sofá, passou por mim e deixou
o prato de na pia e guardou a bandeja dentro de um dos armários
da cozinha.
— Matheus, eu vou dar um banho em Rebecca e já te chamo, acho
que você vai querer colocar ela pra dormir junto comigo. — Falou
voltando para a sala, indo até o sofá.
— Vou querer sim, fico te aguardando — Ouvi minha filha tentando
argumentar algo sobre não querer tomar banho.
— Mãezinha, eu prometo de dedinho que amanhã eu tomo banho.
— Disse Rebecca que já parecia pronta para ganhar aquela disputa.
— Dona Rebecca, você não vai me enrolar, vamos já tomar banho.
— Ordenou Carolina e minha filha cruzou os bracinhos.
— To triste com “ocê”, mãe — Foi a primeira vez que ouvi minha
filha falar uma palavra errada.
Carolina comentou no almoço que ela aprendeu a falar super cedo e
agora ela tem uma mini advogada em casa.
— Vai ficar triste de banho tomado, senhorita Rebecca — Rebecca
então desceu do sofá e marchou em direção a escada — Eu queria
rir ao assistir a cena toda, mas eu perderia todo o meu crédito como
pai.
Quando Carolina subiu com Rebecca, vi Milla descendo as escadas,
vindo em minha direção, parando entre eu e Daniel e se encostando
na ilha.
— Querem saber de uma coisa? Eu queria muito que minha amiga
fosse feliz e realizasse o sonho dela de dar uma família completa
para Rebecca — Pegou a cerveja da mão do noivo e deu um gole
— Então senhor Matheus, acho que você deveria convidá-la para
jantar e dizer que o jantar será apenas para ela te contar mais sobre
Rebecca.
— Acho uma boa ideia — Concordou meu amigo pegando a
cerveja da mão da noiva.
— Anotei o recado, depois que Rebecca dormir, eu vou fazer o
convite. — Tomei um gole da minha cerveja, animado ao saber que
meus amigos torcem por mim e Carolina.
— Mas Matheus, se você machucar Carolina outra vez, eu mesma
vou te matar, ok? — Me ameaçou.
— Anotei isso também — Milla não brincou, ela era realmente
capaz de me matar se eu machucasse Carolina outra vez.
— Meu amigo, dessa vez nem poderei te defender — Meu amigo
deixou claro que não impediria sua noiva de me matar.
— Pode deixar, não irei machucar nenhuma das duas. — Afirmei
com todo o meu ser.
Carolina colocou a cabeça na escada e me chamou, pois ela havia
terminado de dar banho em Rebecca, então abandonei minha
cerveja em cima da ilha e subi para colocar minha pequena na
cama.
Subi as escadas e entrei no quarto, quando olhei para a cama,
minha filha estava deitada, esfregando os olhinhos.
Rebecca estava de cabelos penteados, vestia um pijama de
princesa e também usava meias nos pés.
— Eu vou lá embaixo fazer a mamadeira dela — Avisou Carolina
fazendo meus olhos se voltarem para ela.
— Ela ainda mama? — Perguntei
— Sim. Eu ainda não tive coragem de tirar, mas só mama para
dormir. — Explicou
Carolina desceu, e eu deitei na cama ao lado da minha filha. Cinco
minutos depois ela voltou para o quarto e me deu um esporro
porque eu estava brincando de fazer cócegas na barriga de Becca,
segundo ela, Becca ficaria agitada e demoraria para pegar no sono.
Então depois do esporro, Carolina mandou eu me
ajeitar melhor na cama e foi apagar luzes do quarto,
deixando só o abajur ligado, em seguida ela se
deitou do outro lado da cama, deixando Rebecca
entre nós dois.
Carolina beijou a cabecinha da filha e entregou a
mamadeira a Rebecca, que logo levou a mamadeira
até à boca e imediatamente fechou os olhinhos e
começou a fazer carinho na mamadeira.
Carolina começou a cantar uma música bem
baixinha enquanto fazia carinho na cabeça de
Becca. A música que ela cantava, tinha uma letra
linda, uma melodia gostosa.
Então me virei de ladinho, fiquei observando o
rostinho de minha filha, levei uma de minhas mãos
até a sua barriguinha e comecei a fazer carinho
nela… Fechei meus olhos e fiquei preso naquele
momento.
(Escute a música 9 meses - Bárbara Dias)

“Um mês e o tempo voa, eu já sou


E você nem descobriu
São dois e chega perto, mas eu ainda sou
Pequeno demais, viu
Três meses e o tormento
Esse teu sofrimento eu também já posso sentir
Vê se aquieta o coração, pra quando eu sair daqui
Talvez eu dê trabalho, uma vida de despesas
Mas por favor me deixa ficar
E se por um acaso eu não tiver seus olhos
Você ainda vai me amar
Eu sei que a ansiedade é quase uma inimiga
Mas eu não quero ser confusão
Então por favor me deixa na sua vida
Mas vê se aquieta o seu coração
Se é tempestade, todo medo
Se for arrependimento por favor tira daí
Você ainda não me tem inteiro
Nem me conhece direito mas já posso te ouvir
E quando a barriga for crescendo
Você ainda vai ser linda eu nem preciso te ver
Seca o choro e fica aqui comigo
Que até assim tristinha, eu já sei
Que eu amo você…”

Quando Carolina terminou de cantar a canção, eu estava chorando


e minha filha havia pego no sono. Carolina então se levantou
devagarinho e eu fiz o mesmo.
Carolina
Quando saímos do quarto Matheus, insistiu para que eu fosse jantar
com ele, ele disse que queria saber mais sobre Rebecca, sobre a
minha gravidez e eu não podia negar isso a ele, mas meu coração
batia mais rápido só de pensar que ficaríamos sozinhos.

Mas aqui estou, tomada banho, com batom vermelho, usando um


vestido midi, com o cabelo preso em um coque baixo e saltos altos.
Matheus disse que iria em casa rapidinho enquanto eu me
arrumava, pois precisava tomar um banho e trocar de roupa.
Quando eu estava pronta, eu desci as escadas para ir até a sala e
ele já estava no sofá me esperando.

— Estou pronta — ao ouvir minha voz Matheus se levantou do sofá


e veio ao meu encontro.
— Meus Deus, você consegue ficar cada vez mais linda — Falou ao
segurar minha mão, me ajudando a descer os últimos degraus da
escada.
— Posso dizer o mesmo sobre você, doutor!

Eu e Matheus escolhemos um restaurante contemporâneo, que fica


perto da casa de Milla, chegamos ao restaurante por volta das nove
horas. Assim que chegamos pedimos dois drinks Aperol e
começamos a falar sobre tudo que aconteceu nesses quatro anos…

— Como foi sua gravidez — Perguntou Matheus


— Foi complicada, eu tive descolamento da placenta e precisei fazer
repouso, por sorte o escritório que na época eu era funcionária, me
deu licença e eu pude fazer repouso nos primeiros três primeiros
meses, mas voltei a trabalhar no quarto mês e no oitavo tirei a
licença maternidade — Expliquei
— Carolina, eu não imagino como você deve ter ficado ao passar
por tudo isso sozinha, se eu soubesse… Se eu soubesse, teria
voado para o Rio de Janeiro no mesmo momento. — Vi que
Matheus carregava um pouco de culpa, então tentei fazer com que
ele não se torturar .
— Mas o que importa é que deu tudo certo, nossa filha é super
saudável, inteligente demais, ama gatinhos…— Matheus me
interrompeu
— Ela é perfeita, nossa filha é perfeita, assim como você…— Eu
fiquei vermelha e Matheus pode perceber como as palavras dele
ainda me afetam.
Conversamos, o garçom logo voltou à nossa mesa e fizemos nossos
pedidos. Eu pedi um rosti com mignon ao molho madeira, já
Matheus escolheu um risoto de de mignon com cogumelos
salteados.
Conversamos sobre tudo durante o jantar, ele me contou sobre o
mestrado que fez de direito penal, me contou como foram as provas
para o concurso de desembargador, eu contei para ele minha
expectativa para o concurso, ele ficou feliz em saber que mesmo
com as dificuldades de criar uma filha sozinha, eu consegui focar
em meu sonho.
Nossa noite foi perfeita, ele me trouxe de volta para a casa de Milla,
mas minha vontade era de passar a noite com ele, mas eu ainda
não estava totalmente segura, eu precisava ter certeza de que ele
nunca mais desistiria de nós.
Nos despedimos e ele deixou uma beijo em minha bochecha, meu
corpo inteiro estremeceu, me lembrei de como era bom ter Matheus
em minha cama.
Depois de Matheus eu não tive com mais ninguém, nem se quer
uma noite de sexo, eu estava ocupada demais para isso.
Quando Matheus deu partida no carro em direção a saída do
condomínio eu entrei em casa e dei de cara com Milla, que estava
na cozinha fazendo pipoca.
— Carolina De Luca, primeiro, sua filha nem se mexeu, está em um
sono profundo, segundo, você tem cinco minutos para falar como foi
o jantar, pois depois disso terei que subir para assistir um filme e
fazer amor com meu futuro marido.
— Entendi, mas sei que você só quer saber se eu e Matheus nos
pegamos e a resposta é não, mas não posso mentir, pois passei a
noite inteira desejando o corpo, a boca, tudo de Matheus —
Confessei
— Me poupe dos detalhes, mas eu acho que você precisa se dar
uma chance, eu sei que Matheus foi escroto em não te procurar,
mas se você soubesse o que Júlia aprontou enquanto você esteve
fora..
— Então me conta amiga, porque eu só vou tomar uma decisão
depois de eu saber o motivo de Matheus não ter ido atrás de mim —
caminhei até a cozinha e parei ao lado dela, Milla então começou a
me contar.
Ela me disse tudo, detalhe a detalhe…
Júlia foi deserdada pelo pai quando ele descobriu o que ela havia
feito comigo, Matheus mesmo fez questão de ir contar para o velho.
Para piorar, Júlia depois que foi deserdada ela fez uma filmagem
que mostrava ela sofrendo agressão e acusou Matheus de ser a
pessoa do vídeo que agredia ela, mas logo depois que ela foi fazer
corpo e delito, descobriram que a pessoa, sem querer, deixou um
pouco de DNA na blusa dela e, quando foram comparar com o DNA
de Matheus, não bateu.
Júlia infernizou a vida de Matheus por um ano, ele então decidiu
denunciar ela, para piorar o pai dela declarou falência e ela perdeu o
direito de exercer a profissão, pois perdeu a carteira da ordem.
Depois disso ela foi embora, mas ameaçou Matheus dizendo que
voltaria para se vingar.
— Amiga, eu agora entendo o medo de Matheus e entendo o medo
que ele teve de atrapalhar minha carreira outra vez…— Respirei
fundo — Mas e se Júlia voltar? — Perguntei
— Amiga, isso só quem poderá dizer é o tempo, mas eu acho que
você devia se dar uma chance com Matheus, vocês merecem ser
felizes — o microondas apitou dizendo que a pipoca havia ficado
pronta.
— Eu preciso ir amiga — Milla me deu um abraço, pegou a pipoca
no microondas e subiu para o quarto, eu a segui e fui até a suíte
onde eu estava dormindo.
Entrei no quarto sem fazer barulho para não acordar Rebecca, fui
para o banheiro e tomei um banho, refleti sobre tudo que aconteceu
hoje. Foi um dia intenso e amanhã será também, pois é o dia do
jantar que Milla fará para os padrinhos do casamento.
Então coloco meu pijama e me deito ao lado de minha filha, cheiro a
cabecinha dela e me deixo cair no sono.
Matheus
São sete da manhã e meu telefone não para de tocar, vejo na tela
que é Daniel.
— Fala, mano!
— Cadê você?
— Na minha cama, sendo acordado com suas ligações, alguém
morreu?— me sentei na cama
— Me acalmar? Eu caso em vinte dias, você sabe o que é isso?
Milla me acordou às cinco da manhã para me perguntar qual louça
ela devia colocar para servir o jantar!
— Mano, você vai pirar!
— Levanta logo, bela adormecida e vem aqui pra casa, vou te
esperar para você me ajudar a buscar as flores que Milla vai colocar
na decoração.
— Tá bem, chego aí em meia hora.
— Agiliza! — Daniel desligou a ligação e eu me direcionei para o
banheiro, preciso ser rápido ou Daniel vai vir aqui me buscar com a
polícia federal.
Entro no chuveiro e me lembro da noite maravilhosa que passei ao
lado de Carolina, ela continua tão perfeita, mas não é mais tão
magrelinha, sua cintura continua extremamente fina, mas seu
quadril enlargueceu e suas coxas estão mais grossas, ela está
gostosa pra caralho!
Eu passei esses quatros anos pensando nela, tive alguns casinhos
aqui e outro ali, mas nada de apego, somente sexo.
Ver a mulher que eu amo me deixou morrendo de tesão, não posso
negar o quanto eu estava desejando ela, como queria ela na minha
cama…
Mas não senti apenas desejos carnais… Senti algo muito maior que
isso, senti que eu preciso dela, preciso de tudo que ela é, preciso
que ela seja meu norte e meu sul, preciso que ela seja a mulher da
minha vida, que seja a minha mulher!
Minha!

Cheguei na casa de Daniel e ele parecia ter corrido uma maratona,


estava nervoso, suado e andando de um lado para o outro em frente
a casa, meu amigo precisava de um calmante.
— Pode acalmar seu coração, já estou aqui — falei, estacionando
meu carro ao lado do dele.
— Só vou me acalmar quando eu estiver em Paris, curtindo minha
lua de mel
— Vamos no meu carro ou no seu?— Perguntei antes de desligar o
carro
— Vamos no seu, nem sai do carro — Falou meu amigo, dando a
volta no meu carro e entrando no lado do carona.
A floricultura que Milla encomendou as flores era perto do
condomínio, não entendi o motivo do surto de Daniel, talvez ele
quisesse só companhia para não pirar.
Saímos do carro e buscamos as flores, Milla encomendou quase
toda a loja, acomodei cada buquê no banco de trás e Daniel ainda
segurou um arranjo.
— Mano, para que sua mulher quer tanta flor? — perguntei, ao
entrar no carro e ver meu amigo quase sendo engolido por jarro de
rosas brancas.
— Meu amigo, eu não faço a menor ideia, mas se eu não chegar em
casa até às nove com essas flores, eu ficarei 2 dias sem encostar as
mãos na minha noiva super gostosa.
— Quem diria, Daniel Solares sendo chantageado por uma mulher
— Falei, rindo muito.
— Você vai passar por isso, já já você será pau mandado da
doutora De Luca — Gostei do que ouvi.
— Talvez eu já seja, porque faria qualquer coisa que aquela mulher
me pedisse. — dei partida com o carro.
— Meu amigo, você me deve uma! — Falou ajeitando o arranjo que
estava em seu colo.
— Acho que você me deve uma depois dessa missão das flores.
— Você me deve uma, pois você será o par de Carolina, você e ela
entraram juntos no casamento — Eu quase morri de felicidade
— Mano eu realmente te devo uma! — Era meu momento, eu
poderia ficar mais um tempo ao lado de Carolina — Mas me diz,
você viu minha filha hoje? — Eu estou morrendo de saudades do
meu pacotinho.
— Vi, quando eu sair. Rebecca estava em uma séria discussão com
Carolina sobre os benefícios de comer chocolate pela manhã. Sério,
sua filha é muito igual a você e isso me assusta
Carolina
Passei o dia ajudando Milla para o jantar, Matheus, que estava
ajudando Daniel a buscar as coisas que estavam faltando, fez
questão de fazer uma pausa para ficar com a filha, mas Daniel logo
o puxou para ir pegar as bebidas no depósito.

Rebecca corria para dar um abraço no pai toda vez que o via, eu
nunca vi minha filha tão feliz, Matheus foi o melhor presente que ela
já ganhou, ele é o melhor pai do mundo para ela e confesso que
para mim também.

Milla acabou de subir para tomar banho e eu fui com Rebecca fazer
o mesmo.

Arrumei Rebecca e em seguida Daniel buscou ela aqui no quarto


para que eu pudesse me arrumar. Escolhi um vestido azul bebê
longo, que tem um decote nas costas, que desce até o quadril.

Passei uma maquiagem e enrolei o cabelo com a chapinha, calcei


um salto baixo e me olhei outra vez no espelho, coloquei um colar e
desci para ficar com Rebecca e esperar os outros padrinhos.

Mas quando cheguei na sala, vi Matheus com Rebecca no colo,


Daniel cutucou ele e ele olhou para mim. Matheus veio em minha
direção com Rebecca e parou bem na minha frente.

— Mamãezinha tá linda, olha papai! — Minha pequena era a minha


maior fã.
— Filha, você tem razão, sua mamãezinha está linda, na verdade
está perfeita — Corei ao ver ele sorrindo
— Então também sou perfeita, né papai? Porque se minha mãe é
perfeita, eu também sou
— Vocês dois que são perfeitos — Falei, e meu olhar cruzou com o
de Matheus, isso fez voltar há quatros anos, no dia em que nos
conhecemos, no primeiro dia que nossos olhares se cruzaram.

O jantar foi um sucesso. Eu, Matheus e Rebecca não nos


desgrudamos, foi como se fossemos uma família de verdade, agora
estou na cozinha ajudando a Matheus a separar as louças.

— Carolina, sabe o que eu tô pensando? — Matheus perguntou ao


para ao meu lado
— Em que? — Respondi com outra pergunta
— Que seria bom você e Becca dormirem lá em casa, eu sou pai da
Becca, acho que ela tem que conhecer minha casa, você pode
dormir no quarto de hóspedes com ela — Falou me olhando com
aqueles olhos lindos
— Matheus… não faz isso…
Eu sabia onde isso poderia dar e eu queria muito aceitar mas…
— Por que não? Somos bons juntos, olha o que fizemos — ele
olhou em direção a Becca, que estava no sofá assistindo Raya,
outra vez.
— Mas eu não quero atrapalhar as coisas…
Eu não queria misturar tudo, mas meu corpo e alma só desejavam
ele.
— Vamos lá pra casa e aí vemos o que acontece, eu quero muito
colocar minha filha na cama outra vez e também quero sua
companhia — deixou um beijo em meu ombro.
Esse homem é o dono de todos os meus desejos e sonhos
Matheus
Carolina aceitou dormir aqui em casa, ela concordou que seria bom
para Becca conhecer a minha casa, no caminho para cá, becca
dormiu, levei ela para o quarto no colo e a coloquei na cama.

Carolina agora está no meu quarto tomando banho e eu estou


escolhendo um filme, pois ela topou assistir algo antes de dormir, sei
que ela gosta de filme de espaço, então coloquei o meu favorito,
Interestelar.

Dez minutos depois que arrumei tudo, Carolina voltou para a sala
vestindo uma camiseta minha que batia acima do seu joelho, ela
estava com o cabelo lavado e com o rosto corado.

Porra, ela estava linda pra caralho!

— Carolina, assim é maldade… — Ela sabia como eu estava


desejando ela
— Estou com saudade, mas estou com medo de estragar tudo… —
Carolina confessou, enquanto vinha até mim.
— Ah, Carolina, eu preciso de você…
— Também preciso de você — Carolina me abraçou e eu levantei o
queixo dela… e em seguida colei meus lábios nos dela.
Puxei Carolina para o meu colo, fazendo ela entrelaçar as pernas
em minha cintura, beijei seu pescoço enquanto a levava para o
quarto.
— Carolina, não sei se consigo ser carinhoso hoje, eu estou
morrendo de tesão e saudade — Deitei Carolina no meio da cama e
me encaixei entre as suas pernas
— Quero que você me foda com força, Matheus. — falou, mordendo
o lábio inferior é isso me fez perder todo o controle
Eu beijei seus lábios, em seguida tirei sua blusa e, pude ver que ela
estava usando apenas uma calcinha fio dental, nada mais…
— Você sabe como acabar comigo — confessei, levando minha
boca até um de seus seios e rocei os dentes levemente em seu
bico, depois fiz a mesma coisa com o outro.
Comecei a descer os meus beijos pela sua barriga até que cheguei
na sua calcinha, quando comecei a tirar sua calcinha, vi uma cicatriz
— Cesariana? — perguntei deixando um beijo
— Sim — sorriu
Segui descendo meus beijos e cheguei em sua fenda, passei minha
língua e Carolina arqueou as costas
Suguei seu clítoris e ela gemeu
— Gostosa pra caralho! — falei ao sentir quanto Carolina estava
molhada.
Posicionei melhor meu rosto entre suas pernas e apoie suas coxas
em de meus ombros, me dando total acesso a sua buceta.
— Sua, Matheus, sou sua! Me faça gozar, amor
— Aquelas palavras fizeram meu pau endurecer ainda mais dentro
do calção de dormir.
— Carolina, com todo respeito, mas eu vou te foder agora — Me
levantei e tirei o meu calção — Fica de quatro pra mim, amor? Pedi
e ela na mesma hora ficou na posição, empinando a bunda e me
fazendo babar
Subi na cama, fiquei de joelhos, segurei o quadril de Carolina com
uma de minhas mãos e esfreguei meu pau em sua entrada, ela
estava quente, molhada e quando comecei a meter, levei dois dedos
para o seu clitóris e comecei tocá-la.
Ela gemeu
Carolina estava apertando meu pau com a buceta gostosa, eu
estava quase gozando.
— Carolina!
Comecei a estocar devagar, mas com força, Carolina arqueava as
costas a cada metida e quando coloquei tudo ela gemeu meu nome.
— Matheus… assim eu vou gozar — falou e ergueu ainda mais o
quadril para que eu pudesse ir mais fundo
— Goza pra mim querida, sou todo seu, para sempre seu — nesse
momento, senti a buceta contrair outra vez, ficando ainda mais
molhada, ela estava gozando
Segurei sua cintura com força e meti um pouco mais, nesse
momento me derramei dentro dela e em seguida deixei um beijo em
suas costas.
Carolina
Acordei e Matheus não estava na cama, olhei para o relógio digital,
que tem em cima do criado mudo e vi que eram oito da manhã, me
espreguicei um pouco na cama e em seguida me levantei, fui até o
quarto onde Rebecca dormiu e ela não estava lá.

Então me direcionei até a sala, parei de andar quando vi Rebecca e


Matheus no sofá, enrolados em uma coberta e assistindo Raya,
tenho certeza que Rebecca o convenceu a assistir televisão, pois eu
só a deixo assistir desenho depois das dez da manhã, iria deixar
Matheus avisado sobre essa regrinha, mas ao ver os dois
aninhados assistindo desenho, eu desisti de atrapalhar aquele
momento.

Ver Matheus assim, com Rebecca me fez sorrir, me emocionar, pois


eu não esperava que ele fosse se adaptar tão rápido como pai, mas
ele tem se saído perfeito e com isso, o meu coração fica quentinho.

Sou tirada de meus pensamentos quando Matheus olha para trás e


vê que eu acordei. Rapidamente ele passou a informação para
Rebecca, que olhou para mim e, logo se desvencilhou da coberta
que a enrolava, desceu do sofá e veio correndo abraçar minhas
pernas. Matheus se levantou e veio até mim.

— Bom dia, mãezinha, eu bem estava assistindo Raya com o papai


— Falou minha princesa super alegre.

— E sabe filha, eu achei a Raya super parecida com sua mãe, pois
a princesa guerreira, lutava para transformar o mundo em algo
melhor, com mais amor, assim como a sua mãe faz — me
emocionei ao ouvir a comparação… — Bom dia, minha linda —
Matheus deixou um beijo na minha testa.
Minha pequena viu a cena e logo cruzou os bracinhos, eu ri, pois eu
sabia que ela estava com ciúmes do pai.

— Papai, você só deu beijo na testa da mamãe, rum! — Matheus na


mesma hora se abaixou para falar com a filha
— Filha, eu te dei beijo quando você acordou — Tentou acalmar a
pequena fera que batia o pé.
— Mas já faz muito tempo, tô triste! — Virou, dando as costas para
Matheus
— Então a senhorita quer mais beijos, né? Então aqui vai um ataque
de beijos — Matheus pegou a filha no colo e começou a dar vários
beijos na barriga dela, fazendo com que ela soltasse muitas
gargalhadas.
Depois do ataque de beijos que Matheus deu em Rebecca, eles
voltaram para o sofá para assistir o final do filme e eu os
acompanhei.
Depois que o filme acabou, Matheus deu a ideia de irmos comer no
shopping, pois depois do almoço, ele queria passar em uma loja de
brinquedos para comprar alguns para Rebecca.

Minha filha, que não é boba, torrou metade do cartão de crédito do


pai comprando bonecas, casinhas entre outras coisas. Aquela
criança já dominou o pai, eu preciso dar algumas dicas para ele, ele
precisa aprender a dizer não, mas isso será só lá na frente. Agora
quero que eles aproveitem o máximo um com outro, pois em breve
terei que voltar para minha vida no Rio de Janeiro.
Só de lembrar sobre isso, já fico triste, não quero falar isso com
Matheus agora, mas preciso conversar com ele o quanto antes, pois
agora teremos que ver como ele fará para ver Becca.
Após a tarde de compras voltamos para o apartamento, preparamos
macarrão à bolonhesa e jantamos todos na mesa. Agora Matheus
está tentando montar uma barraca rosa no meio da sala de estar.
Matheus
Sei que não sou nenhum engenheiro, mas tomar uma coça para
montar uma barraca infantil já é humilhação. Estou há quase
quarenta minutos tentando montar a barraca que Rebecca escolheu
no shopping, eu prometi que montaria se ela comesse tudo e aqui
estou.

Mas eu não desisto fácil, depois de mais uns vinte minutos…


Tcharam! barraca pronta!

— Papai, você acabou! — Falou minha filha pulando em meu colo e


me fazendo cair para trás.

— Terminei filha e sabe o que temos que fazer agora? — Perguntei,


já querendo anunciar que estava na hora de ir para cama

— Colocar todas as bonecas na cabana e depois fazer uma festa


para elas! — Minha filha fala com tanta convicção, que eu podia
acreditar que, o que ela falou é coerente, mas não posso deixar ela
vencer sempre.

— Dona Rebecca, o que devemos fazer agora é ir para a cama, pois


já está tarde — Falei com segurança, mas desmontei quando ela fez
carinha de triste

Pronto, agora sou pau mandado da mãe da pela filha!

— Rebecca, não maltrate seu pai, você sabe que está na hora de ir
para cama — ouvi a voz de Carolina que estava guardando a louça
na cozinha, mas parecia estar de ouvido em pé nas chantagens da
filha.
Rebecca no momento que ouviu a voz da mãe foi para cozinha, eu
me levantei do chão e fiz o mesmo.

— Mãe, posso eu dormir amanhã, hoje eu queria ficar acordada —


Minha filha estava tentando um acordo, essa menina não desiste
fácil.

— Rebecca de Lucca…

— Fernandes…— Completei e Carolina me olhou sorriu

Carolina argumentou com a filha por mais uns dez minutos, mas
saiu vitoriosa, ganhou a causa e agora eu estou deitando com
minha filha, fazendo carinho na cabeça dela, enquanto Carolina
toma um banho.

Ela estava exausta e não é para menos, Carolina além de ser sócia
do melhor escritório de advocacia do Rio de Janeiro, ela ainda
estuda cerca de quatro horas por dia para o concurso e ainda é
mãe! Ela merece um pouco de descanso e agora ela pode contar
comigo..

Mas confesso que me ofereci para colocar Rebecca na cama pois


essa parte do dia virou a minha favorita. Poder sentir o cheirinho da
cabeça da minha filha é como respirar brisa de ar fresco, ver ela
fazendo carinho na mamadeira com aqueles dedinhos gordinhos,
fez meu coração sentir paz.

Paz que eu não tenho há dezesseis anos, pois desde que decidi ter
um relacionamento com Júlia, minha vida foi só confusão, tristeza e
estresse.

Júlia me afundou com seu jeito possessivo e tóxico, me fez acreditar


que eu não merecia ser feliz, que eu não merecia amar, que eu era
o pior ser humano do universo por terminar com ela dois meses
antes do nosso casamento.
Mas Deus é perfeito, e ele me trouxe tudo que um dia sonhei…
Carolina
Estou no banheiro com uma toalha enrolada no cabelo e de roupão.
Abaixo a tampa da privada e me sento, minhas emoções estão uma
bagunça, então resolvo ligar para Milla.

— Oi amiga…

— Oi, sua safada! pelo visto já virou Doutora Fernandes, né? —


Milla sabia que daria rolo se eu viesse para cá

— Eu estou aqui, porque Rebecca precisa se acostumar com a casa


do pai — tentei enganar a mim mesma

— Te desafio a contar a verdade

— Tá bom!!! Eu transei com Matheus, tive um dia lindo com ele e


Rebecca, estou loucamente apaixonada pelo pai da minha filha e
ainda não disse para ele que voltou para o Rio de Janeiro em vinte
cinco dias. — Confessei e pude respirar melhor

— Carolina, não cometa o mesmo erro de partir por ter medo de


ficar, pode ser difícil caso ela volte, mas agora você é quase juíza e
Matheus já é desembargador, se ela tentar qualquer coisa, ela vai
ser presa.

— Eu sei amiga, mas ainda está muito cedo e eu tenho minha vida
no Rio de Janeiro…

— Pede para Matheus pedir transferência


— Não sei Milla… meu coração diz uma coisa, mas minha razão diz
outra….

— Você ama o Matheus?

— Com todo o meu ser…

— Então você sabe o que fazer

— Obrigada amiga — agradeci ao derramar uma lágrima.

— Sabe que estou aqui para qualquer coisa, Eu te amo muito!

— Também te amo.

(escute a música Photograph - ED Sheeran)

“Loving can hurt / Amar pode doer


Loving can hurt sometimes / Pode doer às vezes
But it's the only thing that I know / Mas é a única coisa que sei
And when it gets hard / Quando fica difícil
You know it can get hard sometimes / Você sabe que pode ficar difícil às vezes
It is the only thing that makes us feel alive / É a única coisa que nos mantém vivos

We keep this love in a photograph / Nós mantemos este amor numa fotografia
We made these memories for ourselves / Nós fizemos estas memórias para nós
mesmos
Where our eyes are never closing / Onde nossos olhos nunca fecham
Hearts were never broken / Nossos corações nunca estiveram partidos
And time 's forever frozen still / E o tempo está congelado para sempre…”

Desliguei a ligação com uma certeza em meu coração: quero tentar


fazer dar certo. Amar Matheus é como ser atingido por uma
avalanche de emoções, tenho paixão, tenho afeto, tenho proteção,
tenho tudo que um dia pedi em um homem, mas também tenho o
medo da ex dele voltar, medo dele não aceitar ir comigo para o Rio
de Janeiro…

Céus… Por que tem que ser tão difícil? Amar não deveria ser tão
complicado!

Desliguei a ligação com uma certeza em meu coração: quero tentar


fazer dar certo. Amar Matheus é como ser atingido por uma
avalanche de emoções, tenho paixão, tenho afeto, tenho proteção,
tenho tudo que um dia pedi em um homem, mas também tenho o
medo da ex dele voltar, medo dele não aceitar ir comigo para o Rio
de Janeiro…

Céus… Por que tem que ser tão difícil? Amar não deveria ser tão
complicado!

Desbloqueio meu celular e vou até a galeria, abro a foto que eu,
Matheus e Becca tiramos hoje, no restaurante em que almoçamos.
Essa foto será para sempre a minha favorita, pois nela estamos
demonstrando tanto amor, nossos sorrisos entregam que estamos
realizados… Então guardarei essa foto para sempre em meu
coração.

Pois quando eu achar que não consigo mais lutar, olharei para essa
foto e verei o quanto nosso amor vale a pena. O quanto o amor
pode doer às vezes, mas o amor também pode curar. E, só ele pode
curar.
Matheus
Assim que Rebecca dormiu, coloquei os protetores na cama e agora
posso ficar mais tranquilo, pois sei que ela não vai cair da cama.
Nas minhas compras de hoje também adquiri uma babá eletrônica,
agora posso ouvir caso ela chore.

Então deixo a babá eletrônica no criado mudo e sigo para o meu


quarto, quando entro, vejo que Carolina está de pijama e óculos de
grau, com o notebook apoiado nas pernas.

Com uma das mãos ela segura uma xícara de chá e com a outra
digita algo no notebook, então coço a garganta para chamar a
atenção dela e ela olha em minha direção.

(Escute a música Perfect - Ed Sheeran)

“...Well I found a woman, stronger / Eu encontrei uma mulher mais forte


Than anyone I know / Do que qualquer pessoa
She shares my dreams / Ela compartilha os meus sonhos
I hope that someday I'll share her home / Espero um dia compartilhar seu lar
I found a love, to carry / Encontrei um amor, para guardar
More than just my secrets / Mais do que meus segredos…”

— Poderia te ver trabalhar todos os dias, pois você fica ainda mais
bonita de óculos — Falei e em seguida caminhei até onde ela
estava, tirei o notebook do colo dela e coloquei do outro lado da
cama.

— E eu poderia me apaixonar todos os dias — Falou Carolina.

Então me inclinei e deixei um beijo nos lábios dela.


— Matheus, precisamos conversar… Eu sei que você tem sua vida
aqui e que talvez… nunca tenha pensado em se mudar…—
Carolina mal consegui formular uma frase — Se eu pedisse… você
se mudaria para o Rio de Janeiro?

A pergunta dela me pegou de surpresa, mas eu sabia que uma hora


iríamos tocar nesse assunto, pois ela mora no Rio e Rebecca tem a
vida dela lá.

— Carolina, você acha mesmo que eu não aceitaria me mudar?


Você e Rebecca são os amores da minha vida, onde vocês forem,
eu vou! Não tenho nada que me prenda aqui em São Paulo. —
Levantei o queixo dela para que ela olhasse para mim

— Ah Matheus…— Fiz carinho no rosto dela e ela derramou uma


lágrima

— Não chora meu amor, tudo vai ficar bem! — Carolina se levantou
e me abraçou

— Precisamos colocar seu nome na certidão de nascimento de


Becca — Falou soluçando, com a cabeça em meu peito.

— Com certeza, faremos isso assim que a gente for para o Rio de
Janeiro — Falei e ela me olhou com os olhos marejados.

Carolina ficou na ponta dos pés, entrelaçou os braços ao redor do


meu pescoço e beijou meus lábios, segurei a cintura dela com força
e depois a deitei na cama.

— Tem uma coisa que quero te dizer há quatros anos…— Tirei a


blusa do pijama dela a deixando a mostra sua lingerie
— Então diga… pois agora estou aqui e nunca mais irei partir —
Falou Carolina, enquanto me ajudava a tirar minha blusa.

— Você foi a parte mais importante da minha vida desde que eu te


conheci…— Tirei a calça do pijama e a calcinha de Carolina.

— Você é tudo o que um dia pedi…— Falou jogando a cabeça para


trás enquanto eu subia uma trilha de beijos das suas penas até o
meio de suas coxas

— Sabe, Carolina — falei ao colocar uma das mãos embaixo das


costas de de Carolina e ela arqueou as costas, me dando acesso ao
fecho de seu sutiã, me permitindo abri-lo — Eu achava que amores
são como sorte, uma em um milhão e eu já tinha aceitado que não
tinha sido sorteado para amar. — Libertei os seios de Carolina do
sutiã

— Todos podemos amar, basta esperar o momento certo…

— Tive quatros para chegar em uma única certeza…. — Me levantei


rapidamente da cama e tirei o restante da minha roupa

— Em quatro anos pude ter muitas certezas…— disse Carolina


enquanto eu voltava para cama e me encaixava outra vez entre as
pernas dela.

— E qual foi a maior certeza que você teve, Doutor Matheus? —


Perguntou olhando em meus olhos e eu me deitei sobre o corpo
dela, apoiando uma das minhas mãos na cabeceira da cama, para
que eu não pesasse sobre ela.

— Que eu te amo! — Segurei uma das coxas dela e a penetrei,


Carolina me beijou intensamente enquanto eu a penetrava
lentamente.
— Eu te amo, Matheus! — Carolina cravou as unhas nas minhas
costas e gemeu

— Carolina…— Gemi

Carolina entrelaçou as pernas ao redor da minha cintura e eu a


penetrei mais rápido e mais fundo.

— Eu te amo muito, Matheus!

— E eu sou para sempre seu…

Carolina gemeu meu nome e eu senti que ela estava gozando,


então me entreguei em seguida.
Carolina
Três meses depois…

De todos os meus sonhos, casar na praia, em um fim de tarde era o


maior deles. E aqui estou eu, realizando meu sonho de menina.

— Matheus de Lima Fernandes, você aceita Carolina de Luca


Albuquerque como sua legítima esposa? — Perguntou o Juiz de
Paz
— Carolina de Luca Albuquerque, você aceita Matheus de Lima
Fernandes como seu legítimo esposo?
— Sim, aceito! — Respondi
— Eu declaro vocês casados.
Matheus deu um passo à frente, segurou meu rosto e me beijou
apaixonadamente.
— Serei para sempre seu… — Falou em meu ouvido.

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