Você está na página 1de 195

Título original: Desejada por um CEO

Copyright © 2022 Bruna Catein.

Todos os direitos reservados.


Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
em qualquer meio ou forma – impresso, digital ou audiovisual
– sem o consentimento por escrito da autora.

1ª edição, janeiro de 2022. Rio de Janeiro.

Revisão: Patrícia Suellen.


Capa e diagramação: Bruna Catein.
Imagens: Freepik.com
SUMÁRIO

PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
EPÍLOGO
AGRADECIMENTOS
SINOPSE

Talya tem 19 anos, é uma garota tímida, porém, privilegiada,


que mora em um condomínio de classe alta em Beverly Hills.
Seu pai lhe dava uma vida de princesa, mas também a tratava
com uma superproteção fora do normal. Ela passava os dias
presa em sua gaiola de ouro, contentando-se com as coisas
caras que recebia, mas isso muda quando Etan Thorne, um
empresário de 33 anos que é amigo do seu pai, começa a
visitar a sua casa. Desde o primeiro minuto ela se sente
inexplicavelmente atraída pelo homem e Etan faz questão de
deixar claro que o sentimento da garota também é
correspondido.
Incapazes de resistir à tentação, os dois acabam se envolvendo
romanticamente e entram em um jogo perigoso onde tentarão
esconder esse relacionamento proibido do pai de Talya, mas
entre quatro paredes tudo vai pegar fogo.
Desejo, luxúria, entrega e paixão.
Até onde Etan e Talya conseguirão levar esse segredo?
Dedicatória:
Dedico este livro a você que está
prestes a ler esta obra.
Espero que a história te divirta.
Boa leitura!
PRÓLOGO
Talya

Meu mundo caiu! — Esse foi o único pensamento que


passou pela minha cabeça enquanto eu olhava para as fotos em
cima da mesa de vidro na sala de reuniões. Haviam dezenas de
imagens que me mostravam aos beijos com o melhor amigo do
meu pai.
Não tive coragem de encarar o meu velho por muito
tempo depois daquele vexame. O olhar de surpresa e raiva que
surgiu em seu rosto quando ele viu as primeiras fotografias já
dizia tudo que eu precisava saber. Ele vai me matar! Eu estou
morta… morta e enterrada!
Sempre fui a garotinha perfeita aos olhos dele, mas
agora eu não fazia ideia do que esperar. Com certeza serei
deserdada… ou na pior das hipóteses, meu pai me impedirá de
ver Etan. A ideia de não poder me encontrar com o meu
namorado me assustava muito mais do que aquelas fotos
tiradas em um momento de descuido.
Eu devia saber que me envolver com um homem mais
velho não acabaria bem, mas não pude evitar. Quando Etan
apareceu na minha casa com o seu sorriso arrebatador, jeito
mandão e olhar penetrante foi impossível resistir. Parecia que
um ímã me puxava até ele. Senti tanto desejo por aquele
homem que o meu corpo doeu de necessidade por dias e eu
não o recusei quando ele veio até mim, querendo me fazer
mulher.
Etan roubou a minha virtude, o meu coração e agora
estava roubando a imagem de garotinha inocente que eu ainda
tinha aos olhos dos outros. Estou acabada! Jamais vou
conseguir encarar o meu pai novamente…
CAPÍTULO 1
Talya

Suspirei, aflita, enquanto terminava de pranchar meu


cabelo castanho em frente ao espelho do banheiro da minha
suíte. Estava me preparando para jantar com o meu pai e outro
homem importante que ele disse ser seu melhor amigo do
trabalho. Tentei fazer de tudo para não comparecer à ocasião,
sempre odiei jantares de negócios — ainda mais os que são
feitos na minha casa, como esse —, mas o meu pai não cedeu.
Mesmo que fosse contra a minha vontade eu tinha a
obrigação de comparecer, pois era a única família do meu pai
desde que a minha mãe nos deixou. Eu tinha cinco anos
quando ela saiu de casa em uma noite e não voltou mais. A
mulher deixou apenas um bilhete escondido em sua gaveta de
meias dizendo que partiu para recomeçar uma vida nova, que
eu e meu pai fomos um erro e que ela merecia outra chance.
Nunca vou perdoá-la pelo que fez e sei que meu velho
também pensa da mesma forma. Na época, papai ganhava a
vida como vendedor de carros e precisou se virar para cuidar
de mim. Sempre admirei a força que ele teve ao se levantar em
cada tombo da vida, me criar sozinho e ainda subir no
emprego. Hoje ele ocupava um alto cargo na diretoria da
empresa automotiva onde começou como vendedor há 25 anos
quando eu sequer era nascida.
No fundo, eu desejava ter metade da força e
determinação que o meu pai tinha. Fui criada com regalias e
uma superproteção fora do normal e agora que eu estava
entrando para a vida adulta, aos meus 19 anos, comecei a
perceber o quanto a minha criação privilegiada me prejudicou.
Não vou negar que eu gostava de ser mimada, mas isso
me deixou completamente insegura para lidar com questões da
vida adulta e conseguir me impor em determinadas situações.
Não conseguia ir bem nas entrevistas de emprego e, na maioria
das vezes, não me preocupava em continuar desempregada,
pois eu sabia que se precisasse de dinheiro o meu pai iria me
dar. Isso era ruim, sabia disso, mas acabei me acomodando
tanto com essa situação que simplesmente não conseguia
encontrar forças para sair da minha zona de conforto.
Depois de refletir um pouco mais sobre o estado de
inércia em que a minha vida se encontrava, finalizei meu
longo cabelo castanho passando um pouco de óleo anti-frizz e
o deixei solto ao redor dos meus ombros. Apliquei um pouco
de rímel à prova d’água para destacar os cílios e espalhei um
gloss de cereja em minha boca volumosa.
Após dar uma última olhada no meu vestido rosa de
mangas curtas e saia de babado que terminava acima do
joelho, constatei que já estava pronta para passar as próximas
horas ouvindo o meu pai tagarelar sobre ações e empresas com
algum sujeito engravatado.
Um pouco apressada, saí do banheiro para o meu quarto
confortável. Três paredes do cômodo foram pintadas de um
rosa quase branco e na parede principal onde estava a minha
enorme cama havia um papel de parede florido com tons
pastéis. Meu colchão estava forrado por um edredom pink e
junto aos travesseiros haviam almofadas peludas em vários
tons de rosa. No chão de madeira branca estava forrado um
grande tapete felpudo — também rosa — que tomava conta de
quase toda a extensão do cômodo.
Ao lado da única janela que havia ali estava a minha
escrivaninha com um notebook, um porta-canetas e uma
agenda que eu raramente usava. Ao lado da porta do banheiro
estava o meu closet onde guardava roupas, bolsas e sapatos
dos modelos mais variados. Ainda descalça, fui até lá e calcei
uma sapatilha rosa-bebê para combinar com o meu vestido e
finalmente saí do quarto.
Enquanto eu seguia pelo corredor em direção às escadas
que levavam até o primeiro andar, comecei a ouvir duas vozes
masculinas conversando alegremente. Uma pertencia ao meu
pai e a outra eu tinha certeza que nunca ouvi na vida, era uma
voz grossa, imponente e cada palavra dita parecia acelerar
gradativamente o meu coração. Sem dúvidas, é o nervosismo
querendo me atacar. Não convivo com muitas pessoas, além
do meu pai e da governanta que trabalha na casa, então cada
vez que sou apresentada a alguém novo me sinto
completamente apreensiva.
Quando desci as escadas, segui as vozes até que cheguei
à sala de estar. Logo avistei o meu pai sentado em sua poltrona
de couro bege, conversando alegremente com um homem que
estava acomodado no sofá branco reclinável de três lugares. O
sujeito estava de costas para mim, então tudo que pude ver foi
um ombro largo e uma cabeça com cabelo preto em um corte
undercut meio bagunçado. Os dois pareciam imersos em um
assunto sobre baseball e levou algum tempo até que o meu pai
notasse a minha presença. Ao me ver de pé à porta, ele deixou
de falar e fez sinal para que eu me aproximasse.
— Etan, essa é a Talya, a minha garotinha — meu pai
me apresentou, em um tom orgulhoso.
O homem sentado no sofá virou o rosto em minha
direção enquanto eu adentrava na sala. Nossos olhares se
cruzaram por acidente, mas continuei o encarando de maneira
totalmente intencional. Para a minha surpresa, o amigo do meu
pai também não desviou seu olhar, ao invés disso, analisou-me
minuciosamente de cima a baixo por mais tempo que o
necessário.
Sem saber o que fazer, deixei que Etan me encarasse e
aproveitei o tempo para dar uma boa olhada em sua aparência
também. Confesso que o sujeito era bonito. A barba por fazer
e o cabelo despojado lhe davam uma aparência selvagem, seus
olhos azuis pareciam duas safiras em meio a pele naturalmente
bronzeada.
Foi a primeira vez que me senti atraída por um homem
mais velho. Não faço ideia de qual é a idade exata de Etan, ele
parece mais novo que o meu pai, no entanto, tenho certeza que
é pelo menos dez anos mais velho que eu.
— Prazer em conhecê-la, Talya. — O homem sorriu de
um jeito que fez o meu coração vibrar.
— P-prazer, Sr. Etan — gaguejei, completamente
insegura. O sorriso daquele homem me desestabilizou por
inteira.
— Apenas Etan — ele me corrigiu, e eu concordei em
silêncio.
Etan passou os próximos segundos me encarando e eu
também não consegui desviar meu olhar para longe. Parecia
que estava hipnotizada por seus intensos e brilhantes olhos
azuis — até me esqueci da presença de meu pai na sala.
Somente quando ouvi a governanta anunciar que o jantar
estava pronto foi que voltei à realidade. Pisquei algumas vezes
e obriguei meu rosto a virar em qualquer direção em que Etan
não estivesse. Fixei o olhar em meu pai e fiquei aliviada ao ver
que o homem estava concentrado em seu celular — por sorte,
ele não notou a estranha troca de olhares que tive com o seu
amigo.
— Então, vamos comer? — disse meu pai, animado, e
desligou a tela do seu iPhone antes de guardar o aparelho no
bolso da calça.
Etan concordou e se levantou do sofá. Tentei não
arquejar quando vi aquele homem de pé na minha frente. Ele
era mais alto que eu e aparentava estar em boa forma. A
camisa azul-marinho de botões e manga comprida que ele
usava fazia seus músculos parecerem salientes por baixo do
tecido, a calça social preta que ele usava deixava o seu
bumbum tentadoramente empinado.
Onde estava com a cabeça? Melhor parar de admirar o
porte físico desse homem antes que eu comece a ficar
constrangida na presença dele.
CAPÍTULO 2
Talya

A sala de jantar era grande e espaçosa. Havia uma


grande janela de vidro com vista para o jardim onde era
possível ver alguns vaga-lumes sobrevoando as plantas
naquela noite. No centro do cômodo estava uma mesa de vidro
grande e retangular com dez cadeiras.
Sobre ela havia algumas travessas de porcelana onde foi
colocada a comida. Para acompanhamento havia arroz
integral, purê de batata e salada com tomate. Já no centro da
mesa estava o prato principal: um frango assado grande e
apetitoso que deixou o lugar inteiro inundado com o aroma
suculento. Preciso admitir que a Sra. Richards faz a melhor
comida do mundo…
Ao ver toda aquela comida cheirosa na minha frente o
meu estômago roncou e logo me sentei em uma das cadeiras,
pegando um prato de vidro para arrumar a minha refeição.
Como anfitrião da casa, o meu pai se sentou no assento
principal que estava na ponta esquerda da mesa, próximo de
onde eu estava acomodada.
Enquanto cortava um pedaço do frango, observei pelo
canto do olho quando o amigo do meu pai puxou a cadeira que
estava de frente para a minha e se sentou ali. Respirei fundo e
tentei manter a calma, fazendo o possível para não deixar que
o nervosismo tomasse conta de mim. Céus, eu só quero
aproveitar essa refeição deliciosa em paz… Será que consigo
fazer isso com esse homem me encarando pelo resto do
jantar? Duvido!
Depois de muita força de vontade, prometi a mim
mesma que não iria encarar Etan outra vez — pelo menos, não
até que eu terminasse de comer —, mas foi impossível manter
aquela promessa. Quando o homem abriu a boca para falar,
meu sistema nervoso agiu por conta própria e fez o meu rosto
se virar em direção ao desgraçado.
Para o meu azar, encarei Etan no exato momento em que
ele umedecia seus lábios volumosos e avermelhados. Meu
corpo inteiro estremeceu e por um instante, me perguntei qual
seria a sensação de beijá-lo. Já beijei alguns garotos na vida,
mas isso foi há muito tempo, quando eu ainda estava na
escola.
Desde que terminei o High School, há dois anos, o meu
pai não me deixava sair de casa desacompanhada, então eu
nunca mais tive a chance de paquerar. Tenho quase 20 anos e
me envergonho em dizer que não aproveitei a maioria das
coisas boas da vida. Porra, eu não beijo ninguém há mais de
dois anos e ainda sou virgem… Honestamente, tenho medo de
permanecer assim até os 30.
Fiquei me martirizando em silêncio por um tempo até
perceber que Etan estava imerso em uma conversa com o meu
pai. Então, decidi que iria comer antes que a minha fome
aumentasse. Com um suspiro, enchi a minha taça com água —
já que o meu pai não me deixava beber vinho ou qualquer tipo
de bebida alcoólica — e comecei a comer. O frango estava
divino, exatamente como imaginei, e o arroz com purê que
coloquei no prato deixou o sabor ainda mais gostoso.
Já estava quase terminando de jantar quando ouvi o meu
nome ser mencionado na conversa. Tomando coragem, encarei
o meu pai e tentei entender qual era o assunto da vez.
— Quando te vi na semana passada acho que você tinha
mais cabelo, Davison — Etan comentou, de um jeito divertido.
Meu pai limpou a boca com um guardanapo de seda e
sorriu, parecendo um pouco envergonhado com a calvície que
o atingiu nos últimos anos.
Enquanto observava os dois, tentei fazer um
comparativo entre os homens para tentar descobrir o quão
velho era o sujeito que estava sentado diante de mim. Ao
contrário do meu pai, Etan não tinha rugas ao redor dos olhos,
tampouco exibia qualquer sinal de calvície ou cabelos brancos.
Chutando mentalmente, eu diria que ele tinha, no máximo, 30
anos. Pergunto-me onde os dois se conheceram.
— Quando você fala da sua filha lá no trabalho faz
parecer que ela tem cinco anos de idade. — Etan me incluiu no
foco da conversa e eu gelei. — Confesso que fiquei surpreso
quando vi o tamanho dela.
Olhei de soslaio para o homem e fiquei corada ao
perceber que ele estava me encarando. Rapidamente, fixei
minha atenção no meu pai e tentei agir como se Etan não
estivesse me afetando profundamente.
— Bom, confesso que eu sempre mimei a Talya — meu
pai se explicou. — Ela é minha única filha… sempre será a
minha garotinha e eu não consigo enxergá-la de outra forma,
não importa o quanto ela cresça.
Etan sorriu e o meu pai voltou a comer seu jantar.
Imaginando que o assunto estava encerrado, espetei com o
garfo o último pedaço de frango que havia no meu prato e o
levei até a boca. Mastiguei educadamente, me deleitando com
o sabor daquela refeição. Meu nervosismo estava quase se
dissipando até que senti o olhar de Etan sobre mim outra vez.
Forcei-me a engolir e respirei fundo.
— Quantos anos você tem, garotinha? — indagou o
homem sentado à minha frente, sua voz carregava um tom
irônico e provocativo que fez o meu corpo inteiro se aquecer.
Uma estranha umidade surgiu no meio das minhas
pernas quando ouvi Etan me chamar daquela forma. Ergui meu
rosto até ele e no instante em que nossos olhares se cruzaram,
minha intimidade pulsou com uma leve dor de excitação. O
que está acontecendo comigo? Ele usou algum tipo de feitiço
para me deixar assim? Não é possível!
— Dezenove — respondi, sentindo uma certa ansiedade.
O jeito que o homem me encarava com seu par de olhos
azul-safira era tão intenso que roubou o meu fôlego e inundou
a minha calcinha. Etan me direcionou um meio-sorriso e
assentiu. Sustentei seu olhar por mais alguns segundos até que
ele direcionou sua atenção para o prato e voltou a saborear o
restante da refeição. Eu, no entanto, não consegui comer mais
nada.
Depois daquela intensa troca de olhares, comecei a
sentir um estranho frio na barriga, meu coração ficou
acelerado e as minhas partes femininas doíam mais a cada
minuto que passava. O que esse homem fez comigo? Já tive
algumas paixonites na adolescência, mas nunca fiquei tão
atraída por alguém em tão pouco tempo.

*****

Depois do jantar, Etan e meu pai voltaram para a sala de


estar e passaram as próximas duas horas conversando sobre
assuntos de empresas que eu não entendia.
Não sei explicar ao certo o porquê resolvi ficar ali com
os dois. Quando se levantaram da mesa de jantar eu apenas os
segui involuntariamente e me sentei na extremidade oposta do
mesmo sofá em que Etan estava — honestamente, eu queria
ter sentado ao lado dele, mas não tinha tanta coragem. Meu pai
havia se acomodado em sua poltrona de couro e enquanto
tagarelava parecia completamente alheio aos olhares que eu
trocava com seu amigo em certos momentos.
Fiquei ali na sala, sentada em silêncio, com meus olhos
se desviando entre Etan e o tapete do chão até que o celular do
meu pai tocou. Ele observou a tela e interrompeu a conversa
dizendo que precisava atender aquela ligação. Seu amigo
concordou sem hesitar e após pedir desculpas uma segunda
vez, meu pai saiu do cômodo enquanto colocava o celular no
ouvido.
Ao perceber que eu estava sozinha com o homem que
estava abalando o meu emocional há horas, senti uma enorme
dificuldade de respirar e meu coração voltou a ficar acelerado.
Mesmo encarando o tapete de pele que havia no chão eu ainda
pude perceber quando Etan virou seu rosto até mim. Fechei
meus olhos por alguns segundos e respirei fundo, tentando
controlar minhas emoções.
Um silêncio desconfortável pairou no ambiente por um
longo tempo até que abri os olhos e decidi encarar o homem
de volta, curiosa para ver se ele faria alguma coisa agora que o
meu pai não estava mais aqui.
— O que você faz da vida, Talya? — Etan finalmente
iniciou um assunto.
— Ah… eu… eu não faço nada, por enquanto —
gaguejei, envergonhada. — Estou procurando um emprego.
Etan assentiu e tirou seu celular do bolso da calça.
— Qual é o seu número de telefone? — indagou,
enquanto desbloqueava a tela.
Meu queixo caiu naquele instante e eu não consegui
disfarçar a expressão de surpresa que cruzou o meu rosto.
Espera… o amigo do meu pai quer o meu número?
— Por quê? — Foi tudo que saiu da minha boca.
O homem sorriu e deixou seus olhos intensos passearem
brevemente pelo meu corpo.
— Sou CEO de uma agência de publicidade — se
gabou. — Me dê o seu número e eu ligo para você assim que
surgir uma vaga para pessoas sem experiência.
Franzi o cenho.
— O que te faz pensar que não tenho experiência para
trabalhar com marketing? — Tentei deixar o nervosismo de
lado. — É só fazer propaganda, não?
Etan sorriu de um jeito estranho e fixou seus olhos nos
meus.
— Posso ver que você é inexperiente em muita coisa,
Talya. Não apenas no marketing. — Ele me entregou o celular.
— Agora anote o seu número.
Não sei o que deu em mim… apenas segurei o aparelho
e digitei o meu telefone na área dos contatos, salvando logo
em seguida como “Talya Lincon”. Quando entreguei o celular
de volta para Etan, ele verificou a tela e sorriu, satisfeito.
— Ligarei mais tarde para checar se o número está certo
— garantiu.
Minha mente me deu uma bronca dizendo que eu não
devia ter dado o meu número para aquele homem, mas o
batimento acelerado do meu coração me fez ignorar qualquer
sinal de alerta que o meu cérebro pudesse emitir. Saber que
Etan ligaria mais tarde me causou outra dor de excitação que
eu precisei lutar para ignorar. Cruzei minhas pernas com força
e suspirei. Não posso sentir desejo por um homem mais velho
que é amigo do meu pai… é estranho e errado.
— Quantos anos você tem? — indaguei, apenas para
desencargo de consciência.
Etan pareceu surpreso com a pergunta, mas uma
expressão provocadora surgiu em seu rosto logo em seguida.
— Por que deseja saber a minha idade? — Ele me
direcionou um sorriso malicioso.
Engoli em seco e dei de ombros.
— Apenas puxei assunto — disfarcei, já sentindo a
insegurança me abater. — Pensei que poderíamos… ah…
talvez, ter alguma amizade.
O sorriso de Etan se alargou ainda mais quando ele
ouviu aquilo. Seus olhos cor de safira passearam pelo meu
corpo outra vez e então se fixaram no meu rosto.
— Se for uma garota esperta, não vai querer ser minha
amiga. — Embora seu tom de voz estivesse divertido, senti
que aquela frase era um alerta.
— Digamos que eu seja burra — deixei escapar.
No fundo, sei que minhas palavras não estavam muito
longe da realidade. Eu vinha trocando olhares desde cedo com
um homem mais velho que era amigo do meu pai. Uma garota
inteligente jamais faria uma coisa dessas… eu acho.
Etan se moveu no sofá e em um piscar de olhos ele
estava no assento ao meu lado. Sem conseguir me conter,
encarei-o nos olhos e estremeci quando ele descansou seu
braço no encosto do sofá atrás de mim.
— Talya, querida, não diga isso… eu sei que você é uma
garota inteligente.
Ele estendeu a mão e colocou uma mecha de cabelo
atrás da minha orelha. Seus dedos roçaram em minha
bochecha e o meu corpo inteiro se arrepiou. Ao perceber
minha reação involuntária, Etan sorriu de um jeito convencido.
— Está sentindo isso também, não está?
— S-sentindo o quê? — hesitei.
— Essa conexão estranha entre nós — admitiu, seus
olhos azuis pareciam perdidos nos meus.
— Eu… eu não sei do que está falando — menti. Na
verdade, eu sentia essa conexão desde que nossos olhares se
cruzaram pela primeira vez, mas não queria admitir. Etan era
mais velho e eu mal o conhecia, na verdade, tinha medo que
ele só estivesse brincando comigo.
O homem não pareceu nem um pouco convencido com a
minha resposta, mas também não disse nada. Apenas ficou me
encarando em silêncio, seus olhos se voltavam para a minha
boca vez ou outra e eu comecei a nutrir uma pequena
expectativa de que ele iria me beijar.
O último beijo que dei foi em um adolescente que usava
aparelho e foi terrível. Perguntei-me como seria deixar que a
língua de um homem experiente como Etan explorasse a
minha boca. Não tinha dúvidas de que seria absurdamente
bom.
Eu estava a ponto de engolir a vergonha e inclinar o meu
rosto até que nossos lábios se tocassem quando o homem
quebrou o silêncio.
— Eu tenho trinta e três anos, querida — sussurrou, de
um jeito malicioso. — Não brinque com fogo ou vai acabar se
queimando.
O “querida” no final da frase fez minha intimidade doer
outra vez e eu pouco me importei com a ameaça tentadora que
veio logo em seguida. Vendo por esse lado, achava que eu não
me importaria de me queimar se o fogo fosse Etan… Era uma
pena que eu não tinha coragem para fazer nada além de
encará-lo e sorrir envergonhada quando não sei o que dizer.
Minutos passaram, e nós dois permanecemos em uma
intensa, porém, silenciosa, troca de olhares até que ouvimos
passos se aproximando da sala de estar. Etan se afastou de
mim rapidamente, voltando para o lado oposto do sofá e
deixando um assento vago entre nós. Não demorou muito até
que o meu pai entrasse na sala.
O homem com quem eu flertei a noite toda ficou de pé e
se aproximou do meu pai antes que ele se sentasse na poltrona.
— Davison, eu lamento dizer isso, mas preciso ir —
Etan falou, pegando-me de surpresa. Será que ele não gostou
da conversa que tivemos?
Meu pai pareceu surpreso ao ouvir aquilo, mas não
pressionou para que seu amigo ficasse. Ele apenas assentiu e
coçou a careca.
— Certo, eu entendo. Você tem trabalho amanhã. —
Deu alguns tapinhas no ombro do homem. — Eu te levo até a
saída.
Etan concordou com a cabeça e seguiu meu pai. Antes
de ele sair da sala ele virou seu rosto em minha direção.
— Tchau, Talya — se despediu, com um tom neutro.
Apenas acenei em resposta, ainda estava confusa com a
saída repentina do homem.
Etan me direcionou uma breve piscadela e então
desapareceu pelo arco que levava até o hall de entrada. Pensei
em segui-lo até a porta da frente, mas ao me levantar do sofá
quase caí no chão. Minhas pernas estavam bambas e eu mal
conseguia ficar de pé sem me apoiar em alguma coisa.
Depois de pensar por alguns segundos, constatei que o
melhor a se fazer seria ir para o meu quarto e encerrar aquela
noite. Parte de mim ainda não acreditava no que vivenciei. Em
apenas algumas horas conheci um homem intenso que flertou
comigo e me despertou sentimentos que até então eu
desconhecia.
Apesar dos nossos 14 anos de diferença, Etan me deixou
completamente excitada apenas com olhares e palavras… —
Imagino o que ele me faria sentir se realmente tentasse me
excitar. — Estremeci com a ideia e minha boceta doeu outra
vez. Ignorando aquela sensação, forcei minhas pernas e subi a
escada em direção ao segundo andar. Enquanto me movia,
pude sentir minha calcinha terrivelmente úmida.
Vou tomar um banho gelado e torcer para que isso
apague o fogo que Etan acendeu entre as minhas pernas.
CAPÍTULO 3
Talya

Quando tirei a roupa e entrei no boxe, minha intimidade


pulsava e doía. Embora fosse difícil, decidi ignorar a excitação
que eu sentia e abri o chuveiro. Dei alguns passos para trás
quando a água fria saiu e meu braço se arrepiou.
Fiquei parada por alguns segundos observando as gotas
d’água caírem no piso de mármore branco do meu banheiro.
Eu ainda me lembrava perfeitamente de cada detalhe do rosto
daquele homem, da sua barba por fazer, dos seus traços firmes
e masculinos e dos seus lindos olhos azul-safira. Etan é de
tirar o fôlego.
Aproveitei o calor que invadiu o meu corpo naquele
momento e comecei a me lavar na água fria — já que um
banho quente não apagaria o meu fogo. Minha pele não se
arrepiou como da última vez, graças a chama que queimava
em meu interior.
Ao ensaboar minhas partes íntimas, gemi com a
sensibilidade que havia na região. Eu poderia me masturbar
pensando no homem intenso que abalou completamente a
minha sanidade. Talvez, isso alivie o desejo que eu sinto por
ele… Toquei suavemente o meu clitóris e não fiquei surpresa
ao perceber que ele estava tão sensível e dolorido quanto o
resto do meu corpo. No entanto, antes que eu pudesse seguir
com as carícias, minha mente acendeu um alerta: Se eu fizer
pensando em Etan, nunca mais vou conseguir agir
naturalmente quando estiver perto dele. Isso, supondo que eu
consiga vê-lo outra vez…
Sentindo uma grande dificuldade, levei meus dedos para
longe da minha área sensível e me enxaguei rapidamente.
Chega! Eu não farei isso hoje. Vou me secar, vestir um pijama
confortável e tomar um remédio para dormir. Talvez, eu já
tenha esquecido esse homem quando acordar amanhã.
Mantive aquela linha de pensamento enquanto saía do boxe e
pegava a minha toalha rosa.
Após me secar brevemente, enrolei o tecido felpudo no
meu corpo e saí do banheiro, indo em direção ao closet para
vestir alguma coisa. Pendurei minha toalha molhada no
gancho da porta e abri as gavetas em busca do meu pijama
favorito: um short de algodão branco e uma blusa rosa de
cetim. — Espero que a Sra. Richards não tenha o pegado para
lavar… — Meu pensamento foi interrompido quando ouvi o
inconfundível toque do meu celular. Suspirei, aborrecida, e
segui o som até o meu quarto.
Ao entrar no cômodo, logo avistei o meu iPhone de
última geração em cima da cama. Corri até lá e o peguei,
estranhando ao ver na tela um número restrito.
— Alô — atendi, hesitante.
— Talya… fico feliz que esse número realmente seja seu.
— Era Etan do outro lado da linha.
Levei uma mão até o peito e me sentei na cama,
tentando me recuperar do susto. Ouvir a voz daquele homem
me deixou mais abalada do que eu já estava.
— Ainda está na linha? — ele indagou, quando fiquei
muito tempo em silêncio.
— Ah… estou — gaguejei.
— Você demorou para atender. Estava ocupada? Se eu
estiver te atrapalhando, posso ligar outra hora.
— N-não… eu… é que eu estava no chuveiro — deixei
escapar.
Ouvi uma risada do outro lado da linha.
— Estava tomando banho, Talya? — Etan perguntou,
com um certo interesse.
— Sim… — respondi por reflexo.
— Você está molhada?
— O quê?! — fiquei em choque. — Como sabe que
eu…
— Imagino que mal tenha tido tempo de se secar —
comentou, de um jeito malicioso.
Engoli em seco e minha boceta doeu outra vez. O tom da
sua voz e o rumo daquela conversa estavam me deixando
ainda mais excitada.
— Eu consegui me secar — respondi, com uma leve
inclinação para entrar naquele jogo perigoso. — Mas ainda
não tive tempo de vestir nada.
Quase mordi minha língua ao terminar aquela frase.
Comecei a sentir uma vergonha arrebatadora até que ouvi o
que pareceu um gemido do outro lado da linha.
— Você está pelada? — perguntou, com a voz rouca.
Notei que ele parecia estranhamente ofegante.
— Na verdade, estou de toalha… — Um calor surgiu em
meu corpo e eu decidi seguir com aquela ousadia. Levei
minhas mãos até o nó que prendia o tecido ao redor do meu
corpo e suspirei. — Mas acho que vou tirá-la.
— Por favor, faça isso — Etan pediu, de um jeito
desesperado. — Onde você está?
Sorri involuntariamente e tirei a toalha do meu corpo,
jogando o tecido rosa no chão. Ainda sentada, balancei meu
quadril e rocei a minha boceta na cama. Um suspiro me
escapou, eu estava terrivelmente sensível, meu coração batia
acelerado e eu sentia uma leve adrenalina por aquele momento
excitante.
— Estou no meu quarto… sozinha — respondi. — E a
propósito, já tirei a toalha. Estou em cima da cama
completamente sem roupas.
— Porra — rosnou, do outro lado da linha. — Eu
mataria para estar aí com você, safadinha.
Mordi os lábios ao ouvir aquilo e arrastei o meu corpo
para trás até ficar sentada confortavelmente com as costas
apoiadas nas almofadas macias que haviam na cabeceira da
cama.
— Você me acha safadinha? — provoquei.
— Ainda não tenho um veredito sobre isso, mas
sinceramente, eu te achei gostosa pra cacete! — Etan ofegou.
Fiquei boquiaberta. Ele me acha gostosa? Pois adivinhe
só, o sentimento é recíproco!
— Também te achei gostoso pra cacete, Etan —
confessei.
— Achou? — Ele ofegou. — Sabe, você realmente é
uma safadinha. Aquele vestidinho rosa e carinha de inocente
não enganam ninguém.
Senti outra dor em minhas partes femininas e suspirei.
Essa sensação não vai passar a menos que eu alivie esse tesão
acumulado. E no momento só há uma maneira de fazer isso…
Sentindo-me um pouco nervosa, abri as pernas e deixei
a mão que não segurava o telefone se esgueirar até o meio
delas. Assim que meus dedos tocaram o meu clitóris eu gemi,
incapaz de me controlar. Eu estava muito úmida e dolorida,
precisava fazer aquilo e seria com a voz de Etan falando no
meu ouvido.
— O que está fazendo, Talya? — indagou, com um ar
malicioso.
Engoli a vergonha que ainda havia me restado e
respondi com a verdade:
— Estou me masturbando, Etan — gemi, na intenção
de provocá-lo. — Estou brincando com o meu ponto inchado
enquanto penso em você.
— Caralho… está querendo me matar de tesão? — Ele
parecia extremamente necessitado.
— Eu queria que você estivesse aqui agora —
confessei de um jeito provocante, enquanto massageava o meu
clítoris com movimentos circulares. — Onde você está, Etan?
— Estou no meu sofá, com a calça aberta, batendo
uma punheta para você desde o momento em que fiz essa
ligação — respondeu, ofegante.
Deixei um gemido escapar e comecei a me acariciar
mais rápido. Eu estava perto do fim, mas fazia o possível para
atrasar o meu orgasmo. Eu não queria terminar, não queria
deixar de sentir aquela sensação perigosamente excitante de
me masturbar durante uma ligação com um homem mais velho
e desconhecido que era muito gostoso.
— Sabe o que eu faria se estivesse com você agora,
Talya?
— O quê? — perguntei, com um gemido.
— Eu te colocaria de quatro, daria uns tapas nessa
bunda e te foderia com bastante força.
— Oh… céus! — comecei a sentir o meu clímax se
aproximar.
— No caminho até em casa, fiquei imaginando o
quanto você deve ser apertadinha… — disse, ofegante.
— Etan… — gemi, com um certo desespero pelo
prazer que inundava o meu corpo.
— Talya… — Ele ofegou e gemeu, em seguida,
suspirou.
Fechei os olhos e mordi os lábios para conter o gemido
que quis escapar quando o meu orgasmo veio. A sensação de
prazer caiu sobre o meu corpo como uma grande onda,
varrendo tudo que estava pela frente e me deixando sem
fôlego.
Acho que o homem gostoso do outro lado da linha
também havia terminado, pois tudo que eu ouvia na ligação
era uma respiração ofegante e entrecortada. Fechei os olhos
por alguns segundos e descansei, sem tirar o telefone do
ouvido. Fui trazida de volta à realidade quando ouvi Etan me
chamar.
— Talya… eu… porra, eu vou ter que desligar. Gozei
tanto que sujei a minha roupa — admitiu, com a voz cansada.
— Tudo bem — balbuciei, enquanto o meu cérebro
recobrava a consciência.
— Na primeira oportunidade que tivermos eu juro que
vou te foder bem gostoso — prometeu. — Boa noite,
safadinha.
— B-boa noite — respondi.
Ele encerrou a ligação e eu deixei o celular de lado na
cama. Um sorriso se curvou em meus lábios quando pensei na
promessa que Etan fez, mas se desfez no instante em que a
minha parte racional teve consciência do que havia acontecido.
Porra! Não acredito no que eu fiz!
Minha bochecha começou a queimar com vergonha e
eu cobri o rosto com uma das almofadas que haviam na cama.
Acabei de fazer sexo por telefone com o amigo do meu pai e
ele prometeu que vai me foder da próxima vez que nos
encontrarmos! Onde foi que eu me meti?
CAPÍTULO 4
Etan

Acordei pela manhã sentindo o meu pau absurdamente


duro dentro da calça cinza de moletom que eu usava. Mesmo
que eu evitasse admitir, eu sabia que aquilo não era uma
simples ereção matinal, era desejo por Talya. Gozar enquanto
falava com ela no telefone ontem à noite não foi o suficiente,
eu queria mais.
Quero ouvi-la gemendo enquanto soco com força dentro
da bocetinha gostosa que eu sei que ela tem, quero dar uns
tapas naquela bunda empinada até a sua pele ficar
vermelha… porra! Não me importo se ela é a filha novinha do
meu amigo e sócio de negócios… eu quero aquela garota e
vou tê-la para mim.
Não consegui resistir e enviei uma mensagem de bom-
dia para a safadinha, perguntando se ela dormiu bem.
Precisava confessar que gostei de flertar com ela ontem, havia
algo em seu olhar que chamou a minha atenção desde o
primeiro minuto em que a vi. A quem eu quero enganar?
Estou louco para vê-la de novo!
No entanto, não posso aparecer de repente na casa do
meu amigo sem ter um bom motivo. Davison é um homem
com agenda cheia e não gosta de visita surpresa, até mesmo o
jantar de ontem havia sido marcado com um mês de
antecedência. Talvez, seria mais fácil arranjar algum motivo
para ter Talya por perto.
Sou dono de uma empresa, posso conseguir algum
trabalho para ela. Teria que ser um cargo em que a garota
ficasse a maior parte do tempo ao meu lado para que não
suspeitassem de nada, Davison não poderia sequer desconfiar
que eu estaria passando o tempo ao lado da filha dele com
segundas intenções. Não posso correr o risco de arruinar a
nossa parceria de negócios, afinal os anúncios do setor
automotivo onde ele trabalha são os que mais movimentam as
ações da minha empresa.
Enquanto eu me arrumava para o trabalho, fiquei
listando mentalmente todos os setores que estavam com vagas
disponíveis, mas infelizmente não havia nenhum em que eu
pudesse encaixá-la. Desde o momento em que pedi o número
de Talya eu estava apenas com interesse de manter contato
com ela, não cheguei a pensar se realmente haveria como
contratá-la. Talvez, eu invente algum tipo de estágio
remunerado e ofereça para ela…
Ao me sentar na sala de jantar para tomar o café da
manhã preparado pela minha governanta, olhei para o celular e
fiquei levemente desapontado ao ver que Talya ainda não tinha
respondido a minha mensagem — ela sequer havia
visualizado. Talvez, ainda esteja dormindo. Se ela não tinha
emprego, certamente não teria motivos para levantar da cama
cedo. Mas isso mudará quando a safadinha ficar comigo…
vou colocá-la na linha.
Cheguei à empresa perto das 09h30. Todos os
funcionários já estavam lá, incluindo Sandy, a minha diretora-
criativa. Ela era uma mulher firme e autoritária,
completamente dedicada à sua vida profissional, no entanto,
não saía de cima de mim. Às vezes, eu me perguntava se ela
tinha mais entusiasmo pelo seu cargo ou pelo fato de trabalhar
na minha empresa.
Sandy já tentou me convidar para sair várias vezes, mas
em todas eu recusei. Sabia que ela queria algo sério e eu não
poderia dar isso a ela. Eu não era um homem de compromisso,
não gostava de me sentir preso a alguém e não queria fazer
uma das minhas melhores funcionárias sofrer — embora eu
soubesse que a minha recusa em seus convites a magoava.
Mas não importa… é melhor que Sandy saiba desde o começo
que não pretendo ter um envolvimento romântico com ela.
Entrei na minha sala e verifiquei o ambiente para ter
certeza que tudo estava organizado antes de começar mais um
dia de trabalho. O cômodo de paredes verdes era um local
privado e sem janelas, a única entrada e saída era pela porta
que sempre possuía uma persiana cobrindo o visor de vidro —
odiava que alguns funcionários enxeridos ficassem me
espiando por ali, então sempre mantinha a abertura coberta.
Em uma das paredes havia uma grande estante de
madeira onde eu guardava os documentos e pastas com
informações sobre os pedidos dos clientes, no canto ao lado da
porta estava um suporte para um quadro de apresentações e no
centro de tudo ficava uma mesa de madeira fechada na frente
com uma confortável cadeira de couro atrás.
Fui até a estante e peguei uma pasta verde, onde estavam
as informações dos anúncios que estávamos preparando para
uma empresa de produtos alimentícios. Passei boa parte da
manhã lendo e verificando se todo o conteúdo proposto pelos
designers estava do meu agrado. Quando terminei, já estava
perto do horário do almoço.
Em meu momento de descanso, Talya foi a primeira
pessoa que veio em meu pensamento e eu liguei o celular para
ver se ela já havia me respondido.
— Visualizado às 10h32 — li em voz alta as
informações sobre a mensagem e fiquei irritado. Ela não me
respondeu…
Em um gesto impulsivo, decidi ligar para a garota a fim
de conferir se algo havia acontecido. Esperei na linha durante
15 toques e ainda assim não obtive nenhuma resposta. Bufei,
irritado, e passei a mão pelo cabelo. Espero que ela tenha um
bom motivo para isso.
Apesar da minha irritação interior, não consegui deixar a
raiva transparecer na próxima mensagem que enviei
perguntando se estava tudo bem. Talvez, tenha acontecido
alguma coisa hoje de manhã e ela esteja ocupada. Forcei-me a
pensar.
Eu não queria colocar na cabeça que a safadinha estava
me evitando porque isso me deixaria puto! Sou um homem
que não gosta de ser contrariado e sempre tenho tudo o que
consigo. Eu odiaria saber que Talya estava me evitando
propositalmente.
Fiquei o resto do dia pensando na ligação que fiz ontem
à noite e em como foi bom gozar ouvindo a voz de Talya. Meu
pau ficava duro toda vez que eu me recordava da promessa
que fiz a ela. Eu preciso daquela garota na minha cama.
O expediente na empresa já estava chegando ao fim
quando recebi uma ligação de Davison Lincon — o pai de
Talya. Atendi no primeiro toque, sentindo uma leve
empolgação por aquele telefonema.
— Oi, Davison… como está? Posso ajudar em alguma
coisa? — tentei ser o mais amigável possível. No fundo, eu
queria desesperadamente arranjar algum motivo para ir até a
casa dele outra vez.
— Olá, Etan — o homem do outro lado da linha me
cumprimentou. — Como foi o seu dia?
— Normal — respondi de imediato. Nem morto eu iria
contar que passei o dia fantasiando com a filha dele. — E o
seu dia, como foi?
— Exaustivo como sempre. — Ele fez uma pausa e
suspirou. — Estou precisando de um tempo para lazer.
— O final da temporada de baseball na semana que vem
será a ocasião perfeita — sugeri, imaginando que o homem
poderia se sentir tentado a comprar um ingresso e assistir aos
jogos que estavam acontecendo em outro estado. Se Davison
estiver fora de casa, eu não me importo de ir até lá visitar
Talya…
— Tem razão, amigo — concordou, com uma certa
alegria. — O que acha de assistirmos ao jogo na minha TV de
70 polegadas? Podemos comer pizza e beber algumas
cervejas…
Fiquei em silêncio enquanto pensava. Não era bem isso
que eu tinha em mente, mas ao menos recebi um convite para
ir até a residência dele outra vez. Acho melhor aceitar.
— Combinado então… — Fiz uma pausa para respirar
fundo e conter o tom de empolgação que surgiu em minha voz.
— Nós nos vemos na semana que vem?
— Isso! Chegue meia hora antes do jogo começar e não
se esqueça de trazer as latinhas.
— Pode deixar. — Sorri maliciosamente, já que ele não
podia ver o meu rosto. — Até o dia da final então.
— Ei, espere… liguei para saber como andam os
preparativos para o anúncio da nova linha de automóveis.
— Ah… claro. — Obriguei-me a voltar para a postura
profissional. — Só um minuto.
Levantei-me da cadeira e fui até a estante para pegar a
pasta azul onde estavam guardadas as informações da empresa
automobilística Veron. Com o auxílio do meu ombro, mantive
o celular no ouvido enquanto folheava os papéis que estavam
lá dentro. Tudo parecia estar acontecendo conforme o
planejado, a próxima reunião marcada com a equipe para a
amostra das propagandas seria no final do mês. Havia tempo
de sobra para preparar a campanha e o comercial.
— Está tudo em ordem, Davison. A próxima reunião
será na última terça-feira desse mês — informei, enquanto
colocava a pasta de volta na estante.
— Certo, amigo, vou informar o meu pessoal. E você eu
vejo na semana que vem. — Ele encerrou a ligação.
Suspirando, olhei para o meu relógio de pulso e vi que já
estava na hora de ir embora. Peguei as chaves do carro dentro
de uma das gavetas da mesa e saí da sala, trancando a porta
logo em seguida.
Enquanto eu caminhava até o elevador que levava para o
térreo do prédio, Sandy me cercou — não sei como ela
conseguia se mover tão depressa usando saltos plataforma
daquele tamanho. A mulher de cabelo ruivo encaracolado e
vestido azul parou diante de mim com um sorriso empolgado
em seus lábios vermelhos.
— Etan? — Ela virou seu tablet em minha direção,
mostrando o esboço de uma arte digital. — Minha equipe está
começando a desenvolver o anúncio para a revista de moda
que fechou contrato na semana passada. Gostaria de dar uma
olhada nos esboços? As outras artes estão na minha sala e…
— Já estamos no fim do expediente, Sandy, quase todos
os funcionários foram embora. Verei amanhã de manhã.
A mulher encolheu os ombros e colocou o tablet atrás de
si.
— Não quer tomar um café então? Tenho uma garrafa
cheia na minha sala, podemos dividir.
Ergui uma sobrancelha para ela. Uma pessoa maliciosa
como eu sabia reconhecer quando alguém estava com
segundas intenções — e era nítido que Sandy só estava
procurando um pretexto para ficar sozinha comigo em sua
sala. Tentador, eu admito, mas só estou interessado em uma
pessoa no momento: Talya.
— Vamos? — Suas mãos seguraram o meu braço e ela
me puxou discretamente na direção oposta ao elevador.
— Sandy, eu não vou para a sua sala — Suspirei,
impaciente. Melhor cortar isso pela raiz. — Já disse que não
quero nada com você. Somos apenas colegas de trabalho, nada
mais.
— Quem sabe se você me conhecer melhor não muda de
ideia? — Ela me puxou outra vez.
— Não estou interessado. — Desvencilhei meu braço do
seu aperto e dei alguns passos para trás. — Eu não quero um
relacionamento, Sandy. Sei que gosta de mim, mas não posso
te corresponder desse jeito.
Sandy ficou em silêncio e seu rosto ganhou uma
expressão de desgosto.
— Está bem, então. Apenas esqueça que isso aconteceu
— pediu com a voz amarga, e se afastou de mim.
Não fiquei parado observando para ver em qual direção
a mulher iria. Aproveitei a deixa para virar as costas e
caminhar apressadamente até o elevador. Quero me concentrar
em Talya, por enquanto. Ela é o foco da minha atenção no
momento e desconfio que será assim pelos próximos meses.
Porra, a garota só não pode se apaixonar…
CAPÍTULO 5
Talya

Uma semana se passou desde que conheci Etan e eu


ainda não conseguia deixar de sentir vergonha toda vez que
lembrava daquela ligação. O homem vinha tentando entrar em
contato comigo desde aquele dia, mas eu estava me
esquivando o máximo que podia. Sentia-me horrível por
ignorar as suas mensagens e ligações o dia inteiro e durante a
noite enviar alguma desculpa dizendo que tive um dia agitado
e que já estava indo dormir. Eu queria falar com ele, queria ter
coragem para responder o seu “bom-dia” e puxar algum
assunto logo em seguida, mas não conseguia conter a minha
timidez.
Sinceramente, não sei o que houve comigo quando falei
no telefone com Etan naquela noite… definitivamente, eu
estava fora de mim! Me masturbei com ele na linha e agora
não consigo esquecer daquilo. Não sei o que farei quando
estiver na presença dele novamente.
Também não posso negar que tenho me sentido
extremamente atraída pelo homem — até andei dando uma
bisbilhotada nas fotos dele na internet. E que gato! Cada foto
sem camisa ou sorriso que encontro é uma nova flechada no
meu coração. Desde o momento em que acordo até a hora em
que vou dormir Etan é sempre o foco dos meus pensamentos.
Questionei-me se ele pensava em mim alguma vez no dia.
Bom, acho que pensava… caso contrário, ele não estaria
entupindo o meu celular de mensagens.
Hoje, fiquei ainda mais apreensiva ao ouvir meu pai
comentar com a governanta que Etan viria aqui à noite para
assistir um jogo de baseball. Parte de mim queria poder passar
a noite fora apenas para não correr o risco de encontrá-lo, mas
a outra queria correr para ele e fazê-lo cumprir a promessa que
me fez naquela maldita ligação.
Sinceramente, achava que Etan não tentaria fazer nada já
que o meu pai também estaria em casa, mas não sei se terei
autocontrole para me comportar normalmente na presença
dele. Não queria que meu pai estranhasse o meu
comportamento incomum e começasse a me fazer perguntas
— eu certamente ficaria envergonhada estando no mesmo
cômodo que Etan e começaria a dizer coisas sem sentido.
Melhor inventar uma desculpa e passar a noite inteira
trancada no quarto sem descer para o jantar.

Etan

Talya passou a semana inteira me ignorando. Nas raras


vezes em que respondia às minhas mensagens ela sempre dizia
que estava ocupada ou que havia saído, mas eu sabia que era
mentira. A safadinha não tinha emprego, não estudava, não
havia qualquer coisa que pudesse tomar o seu tempo a ponto
de ela não conseguir responder uma simples mensagem ou
atender uma ligação. Nem eu que sou dono de uma empresa e
tenho centenas de funcionários sob o meu comando fico tão
ocupado assim.
Mas hoje à noite, Talya terá uma surpresa. Ficarei
frente a frente com ela e irei confrontá-la a respeito das suas
atitudes. Não vou admitir que uma garotinha daquelas me
coloque em uma saia justa e fique ignorando as minhas
tentativas de contato. Se ela não me atende no mundo digital,
vou falar à moda antiga.
Enquanto eu organizava as pastas na estante da minha
sala, a minha mão coçava com vontade de dar umas boas
palmadas na bunda de Talya. Lembrei-me de quando a vi em
sua casa. Ela estava usando a porra de um vestido de babado
cor-de-rosa que terminava acima dos joelhos. Ah, se ela
ficasse sozinha comigo em uma roupa daquelas…
Meu pau endureceu quando me imaginei deitando a
safadinha no meu colo de bunda para cima, levantando a saia
do seu vestido e deixando que a minha mão fizesse o seu
serviço. Eu bateria naquela bunda arrebitada e depois faria
Talya gozar usando apenas o meu dedo. Preciso ficar sozinho
com ela… A cada dia que passa e eu não tenho aquela garota
me sinto mais perto de surtar!
— Porra, o que está acontecendo comigo? —
resmunguei, enquanto guardava a última pasta na prateleira.
Eu não conseguia tirar Talya da minha cabeça. Estava
sempre pensando nela, na voz dela ao telefone gemendo para
mim… Precisarei de muito autocontrole hoje à noite e terei
que ter cuidado quando confrontá-la, garantindo que o seu pai
não esteja por perto para ouvir a nossa conversa. Apesar das
dificuldades que eu sabia que iria enfrentar, eu me sentia
confiante. Não vou deixar aquela safadinha fugir de mim.

*****

Ao chegar à casa de Davison, que ficava localizada em


um condomínio de classe alta em Beverly Hills, hesitei por um
tempo antes de tocar o interfone. Da última vez que estive aqui
eu estava tranquilo achando que seria um simples jantar na
casa de um amigo, jamais imaginei que durante a ocasião eu
conheceria alguém que seria capaz de me deixar tão
desesperado.
Eu desejava Talya como nunca desejei alguém antes.
Talvez, seja o fato de ela ser proibida aos meus olhos que
deixa tudo mais interessante. Quando eu quero uma coisa eu
sempre consigo e eu vou conseguir uma noite com aquela
garota.
Não vou entrar em julgamentos internos me policiando
por desejar a filha do meu melhor amigo, já aceitei há muito
tempo que sou um cara mau. Um cara mau que é capaz de
fazer até a mulher mais fria gritar de prazer na cama. E eu
farei isso com Talya… a safadinha vai gritar de prazer comigo
custe o que custar.
Respirei fundo e tentei me controlar. Eu não podia entrar
na casa com o pau duro, seria muito desconfortável se Davison
percebesse o volume na minha calça. Ajeitei a minha ereção
para que ela ficasse o menos perceptível e toquei o interfone,
segurando em uma das mãos o engradado com as latas de
cerveja. Não demorou muito até que a porta se abrisse.
— Olá, Etan. — Davison me cumprimentou com um
aperto de mão e um sorriso amigável. — Está 50 minutos
adiantado.
— Saí de casa mais cedo pensando que haveria
trânsito, mas o caminho estava tranquilo — inventei uma
desculpa. Na verdade, apareci mais cedo aqui com a intenção
de ver Talya.
— O trânsito só aparece quando estamos atrasados —
ele comentou, com uma leve diversão na voz. — Por favor,
entre. Acabei de pedir a pizza… deve chegar daqui a alguns
minutos.
— Ótimo. — Direcionei-lhe um sorriso breve e entrei na
residência.
Enquanto seguia Davison até a sala de estar, analisei
cada canto dos cômodos por onde passamos em busca do real
motivo para eu estar ali: Talya. Infelizmente, não a vi em parte
alguma. Será que ela realmente anda ocupada nos últimos
dias?
— Sente-se, fique à vontade. — Davison tirou o
engradado de cervejas da minha mão e o colocou sobre a mesa
de centro.
Acomodei-me no lado direito do sofá — já que ficava
mais próximo da tela — e deixei que o homem se sentasse em
sua poltrona de couro. Enquanto Davison ligava a TV, meu
peito começou a comichar com uma curiosidade fora do
comum. Eu não ficaria satisfeito até saber onde a filha dele
estava.
Sentindo-me inquieto por dentro, decidi puxar algum
assunto para levar a conversa até um ponto onde eu poderia
sanar a minha dúvida sem que parecesse estar interessado na
garota.
— Apenas nós dois assistiremos o jogo? — indaguei,
em um tom casual.
Davison concordou em silêncio, enquanto colocava no
canal em que seria transmitido o torneio final.
— Até chamei outros colegas do trabalho que gostam
de baseball, mas nenhum deles estaria disponível hoje, apenas
você — respondeu, depois de um tempo.
Talvez seja porque eu cancelei todos os meus
compromissos de hoje apenas para estar aqui essa noite e ver
a sua filha… — pensei, sem me arriscar em dizer aquilo em
voz alta.
— Onde está a sua filha? Ela não assiste baseball com
você? — perguntei, achando que seria a hora certa.
— A Talya? — Davison riu, ironicamente. — Ela odeia
esportes, nunca assistiu nem dez minutos de jogo comigo.
Duvido muito que hoje ela queira sair do quarto para fazer isso
no estado em que está.
Como assim?
— O que houve com ela? — Não consegui resistir à
tentação.
— Mais cedo, Talya me disse que não estava se
sentindo bem e que iria descansar — explicou. — Ela nem
quis sair do quarto quando eu avisei que iria pedir pizza, disse
que iria dormir e pediu que eu não a acordasse.
Não consegui entender como Davison se deixou ser
enganado desse jeito. Estava claro que Talya inventou essa
desculpa somente para não precisar ser vista essa noite. Ela
realmente está fugindo de mim. Como irei vê-la se ela não
pretende sair do quarto? Porra…
Apesar do nervosismo, eu sabia que não podia deixar a
preocupação transparecer. Decidi responder alguma coisa para
o homem e fiz o possível para fingir que não fiquei mexido
com a informação.
— É uma pena que mais ninguém venha essa noite,
teremos que beber essas cervejas sozinhos. — Estiquei-me até
a mesa de centro e peguei uma latinha.
Davison deixou um sorriso escapar e também pegou
uma cerveja. Ele a abriu e estendeu na minha direção fazendo
um pequeno brinde.
— Até que não será tão ruim… há muito tempo eu não
bebo uma gelada. — Ele levou a latinha até a boca e começou
a beber.

*****
Meus olhos assistiam ao jogo, mas eu só conseguia
pensar em Talya e na sua tentativa de me evitar. Até bebi
algumas latas de cerveja com a intenção de tirar a garota dos
meus pensamentos, mas não consegui. Será que ela ficou
envergonhada depois daquela ligação? Isso era pouco
provável considerando o jeito travesso que Talya falou comigo
enquanto se masturbava, mas também não era uma hipótese
que podia ser descartada, afinal eu não sabia muita coisa sobre
ela.
Quando o jogo terminou, meu peito queimava com
uma inquietação que jamais senti na vida. Eu me sentia um
pouco tonto pela cerveja que bebi, mas ainda pensava em
Talya. Ela ficou a noite inteira trancada no quarto e eu não vi
sequer a sua sombra. Já passava das 23h30 e por mais que eu
não quisesse, comecei a me preparar para ir embora.
Terminei de comer a última fatia de pizza que sobrou e
me levantei do sofá para me despedir de Davison. Minha
cabeça rodou e eu tentei disfarçar quando meu corpo pendeu
para o lado. Infelizmente, o homem percebeu o meu estado,
pois ele se levantou da poltrona com um olhar divertido e
caminhou até mim.
— Não pode dirigir desse jeito, você bebeu oito latas.
— Davison segurou o meu braço. Ele também estava bêbado,
mas não tanto quanto eu. — Passe a noite aqui… vou pedir
para a minha governanta preparar o quarto de hóspedes.
Meu coração bateu acelerado quando recebi aquela
proposta. Eu podia facilmente chamar um táxi, mas passar a
noite ali me daria uma chance de ver Talya e falar com ela pela
manhã. Porra, nem mesmo o álcool foi capaz de afastar a
garota da minha mente!
Apesar de tudo, me senti culpado em dar trabalho para o
homem apenas porque eu queria ver a sua filha. Achei melhor
não abusar da hospitalidade de Davison mais do que eu devia.
— Já que insiste, amigo — concordei, sentando-me de
volta no sofá. — Mas não precisa se preocupar em preparar
um quarto. Ficarei confortável aqui na sala.
Davison arqueou uma sobrancelha.
— Não posso permitir que você durma no sofá quando
existe uma cama disponível no andar de cima…
— Eu insisto, Davison. — Balancei as mãos, recusando
a sua oferta. — Prefiro ficar aqui na sala onde poderei assistir
TV até pegar no sono.
O homem pensou por alguns instantes.
— Tem certeza, Etan?
— Absoluta.
— Bom, então vou pegar os travesseiros… — Davison
saiu da sala, mas em poucos minutos já estava de volta com
um travesseiro de fronha branca e um cobertor azul.
— Obrigado. — Sorri, enquanto pegava as coisas que
ele trouxe e as colocava no assento ao meu lado.
— Boa noite. — O homem bocejou e me entregou o
controle remoto. — Caso tenha interesse, a senha do canal
adulto é 8562.
— Certo… — Uma risada me escapou. — Boa noite,
amigo. E obrigado por me deixar ficar aqui, espero não
atrapalhar.
— A segurança do meu amigo vem sempre em primeiro
lugar. — Ele bocejou outra vez e olhou para os degraus que
levavam até o andar superior.
A sala estava em um local que tinha uma boa
visibilidade dos outros cômodos. De onde eu estava sentado
era possível ver perfeitamente a escada e a entrada para a
cozinha, além de uma pequena parte da sala de jantar.
— Boa noite, Etan. — Davison se despediu outra vez e
caminhou em direção às escadas.
Quando ele desapareceu do meu campo de visão,
coloquei o travesseiro em uma das extremidades do sofá e me
deitei com a cabeça virada para a TV.
Enquanto o sono não vinha, fiquei assistindo uma luta
de UFC e tentando afastar da minha mente a vontade que eu
sentia de subir até o segundo andar e vasculhar cada cômodo
até encontrar o quarto de Talya. Confesso que só não cedi à
tentação porque não queria que Davison me pegasse
bisbilhotando a sua casa na primeira noite que ele me deixou
dormir aqui.
Depois de um tempo, desliguei a TV e tirei a camisa
que eu usava, estava calor e eu não queria sair procurando pelo
interruptor do ar-condicionado. Fechei os olhos e fiquei
pensando nos projetos que estavam em andamento na empresa
— eu precisava mentalizar qualquer coisa que desviasse o meu
foco para longe de Talya.
Mantive-me firme nas próximas horas até que ouvi um
barulho vindo da escada. Espiei sorrateiramente, sem levantar
muito a cabeça para não chamar atenção, já passava das 3 da
manhã e eu não queria que me vissem acordado àquela hora.
Quando meus olhos se fixaram na silhueta que descia a
escada, meu peito se aqueceu e eu senti o coração acelerar. As
luzes estavam apagadas e eu não consegui enxergar o rosto da
pessoa, mas a altura e o contorno do corpo me fizeram ter
certeza de que era Talya — bom, só podia ser ela considerando
que Davison não tinha outra filha ou esposa.
Sentindo-me estranhamente animado, fiquei em
silêncio e apenas observei a garota entrar na cozinha. Seu
cabelo estava solto — como na primeira vez em que a vi — e
o jeito apressado que ela andava não parecia com o de uma
pessoa que estava passando mal.
Foda-se… não vou esperar até de manhã. Vou falar com
ela agora!
Em um movimento rápido, porém, silencioso, levantei-
me do sofá e caminhei na ponta dos pés em direção à cozinha.
— Agora ela não me escapa…
CAPÍTULO 6
Etan

A cena que vi quando entrei na cozinha fez o meu pau


endurecer quase instantaneamente. A porta da geladeira inox
estava aberta e Talya se encontrava inclinada, olhando para o
interior do eletrodoméstico, com a bunda empinada em minha
direção.
Graças a luz da geladeira eu pude ver o seu corpo de
um jeito melhor e quase enlouqueci. A safadinha usava uma
camiseta rosa de cetim e um short curtinho de algodão que
mostrava parte da sua bunda.
Fiquei em silêncio, tentando controlar até mesmo a
minha respiração enquanto a observava daquele ângulo
perfeitamente satisfatório. Ela parecia estar procurando
alguma coisa no interior da geladeira e se encontrava
completamente alheia às coisas que aconteciam ao seu redor
— sequer notou quando entrei no cômodo.
Minha mão coçou para dar um tapa na bunda perfeita
que estava diante de mim, mas tive medo de assustá-la com
uma ação que ela não estava esperando. Por mais tentador que
fosse, não queria correr o risco de fazer Talya gritar e
Davison aparecer por aqui.
A cada segundo que eu passava admirando aquela
garota, meu pau doía de necessidade no interior da minha
calça. Não consegui resistir… em um momento, meu desejo
por Talya falou tão alto que cheguei mais perto e inclinei meu
quadril para frente, roçando a minha ereção na bunda
empinada que estava diante de mim. A sensação me fez
ofegar.
Talya arquejou e se virou abruptamente. Ela estava
prestes a gritar quando viu que era eu e se calou. A garota me
encarou com os olhos arregalados, sua atenção se desviando
entre meu rosto e o meu tórax que estava à mostra. Ela parecia
chocada com a minha presença.
— P-pensei que você já tinha ido embora — gaguejou,
parecendo confusa e assustada.
— E eu pensei que você estava doente — disparei.
Talya ficou envergonhada e desviou seus olhos para o
chão. Ela havia deixado a porta da geladeira aberta e a luz que
saía de lá me permitiu enxergar um leve rubor em sua pele.
Toquei o seu queixo e a fiz olhar para mim novamente. Seus
olhos encontraram os meus e eu senti uma estranha euforia.
— Por acaso está me evitando? — Embora eu já
soubesse a resposta, decidi questioná-la para ver se ela teria a
coragem de admitir.
— N-não… — a danadinha mentiu, e desviou seus
olhos dos meus. Ela só não afastou seu rosto porque eu
mantinha um aperto firme em seu queixo.
Está na hora de pressioná-la até que diga a verdade…
vou fazer essa garota falar.
Colocando a minha tática em ação, aproximei-me de
Talya até que nossos corpos estivessem colados novamente.
Meu membro roçou na barriga dela e ela pareceu estar bem
ciente da presença dele. Deixei apenas os nossos rostos
afastados para que eu pudesse encará-la melhor. Em seus olhos
castanhos eu podia ver um misto de surpresa, receio e desejo.
— Me conte a verdade, senão eu vou cumprir agora a
promessa que te fiz no telefone. — Colei minha boca ao pé do
seu ouvido e sussurrei com um tom ameaçador. — Quer
mesmo que eu te foda aqui nessa cozinha? Se não começar a
falar nos próximos 5 segundos eu vou rasgar esse short
minúsculo e meter com força dentro de você.
Talya gemeu com a minha ameaça, me pegando
completamente de surpresa. Dei uma mordida no lóbulo da sua
orelha e comecei a contar.
— Um… dois… três… — Coloquei minhas mãos em
sua bunda e comecei a puxar o tecido delicado daquele short
de algodão. — Quatro…
— Está bem, eu falo! — ela cedeu.
Sentindo-me um pouco decepcionado, deixei de puxar
o seu short, mas mantive o meu aperto em sua bunda gostosa e
macia.
— Então fale — exigi, e afastei o meu rosto para
encará-la.
Talya suspirou e encolheu os ombros, seus braços
descansavam ao redor do seu corpo.
— Eu fiquei com vergonha… — admitiu. Seu olhar
carregava um brilho culpado, porém, sincero. — Não sabia
como olhar para você depois do que aconteceu na ligação.
Franzi o cenho e dei alguns passos para trás, para que
pudesse observá-la de cima a baixo. Talya agora possuía um ar
tímido que não se assemelhava nem de longe com a safadinha
que se masturbou comigo na linha.
— Você não se parece nem um pouco com a garota
com quem falei aquela noite. — Ergui uma sobrancelha.
— Aquela não era eu… não sei o que houve comigo
naquela noite, mas não era a Talya de verdade.
— Eu discordo — observei, com um tom malicioso. —
A safadinha que falou comigo está escondida sob toda essa
timidez. Acho que ela só precisa ser provocada para se mostrar
novamente.
Segurei a alça da sua camiseta de cetim e a deslizei para
o lado até que ela pendesse no seu ombro. Deslizei meus
dedos pela região e Talya suspirou, notei que a sua pele ficou
arrepiada apenas com aquele simples toque.
Fiquei completamente satisfeito e acariciei o seu rosto
de traços delicados. Meu pau latejou enquanto eu fazia aquilo
e um gemido escapou da minha garganta. Rapidamente, me
afastei e dei mais alguns passos para trás — não sei se eu seria
capaz de me controlar estando tão perto dela.
A cada segundo que passava, a minha ereção ficava mais
rígida e dolorida dentro da calça. Preciso acabar com essa
atmosfera excitante antes que a minha cabeça de baixo fale
mais alto. Eu adoraria pegar Talya aqui nessa cozinha, mas
não podia correr o risco de Davison acordar e me flagrar
comendo a filha dele no meio da madrugada.
— O que está fazendo aqui uma hora dessas? — tentei
iniciar um assunto casual.
— Eu não estava conseguindo dormir. — Ela ajeitou a
alça da sua camiseta e olhou brevemente para a geladeira. —
Pensei em beber um pouco de leite, mas acho que acabou.
Terei que buscar outra caixa na dispensa.
Caralho! Leite? — Meu pau doeu outra vez. Sei que
não foi intencional, mas as palavras da safadinha acabaram
com o último vestígio de controle que havia restado em mim.
— Ela quer leite? Então eu darei para ela…
Talya fechou a porta da geladeira e me direcionou um
sorriso amarelo. Ela se preparou para sair da cozinha, mas eu
segurei o seu braço, já sentindo todos os músculos do meu
corpo se tensionarem.
— Não precisa ir até a despensa… eu tenho leite aqui
— provoquei. Vou fazer a safadinha se mostrar…
A garota arquejou ao entender o que eu estava dizendo
e olhou para o meio das minhas pernas. Aproveitei o momento
e comecei a acariciar a minha ereção através do tecido da calça
preta.
— Você me deixou duro, Talya… — Apertei o meu
pau com força. Os olhos da garota estavam fixos nas minhas
mãos e no que eu fazia com elas. — Sabia que eu odiei o que
fez comigo nos últimos dias? Vou te ensinar a não fugir de
mim nunca mais.
Sem esperar uma resposta, abri a minha calça e puxei
meu membro para fora. Talya arfou e o encarou com um misto
surpresa e fascínio — por um instante, achei que ela nunca
tinha visto um desses antes. Talvez, não um tão grande e
grosso quanto o meu.
— Gosta do que vê? — perguntei a ela, enquanto
começava a me masturbar diante dos seus olhos.
A safadinha apenas assentiu e mordeu os lábios, ela
não conseguia desviar seu olhar de mim.
Fiquei me acariciando por alguns segundos,
provocando-a com gestos firmes e olhares safados, mas
chegou uma hora que não consegui me conter. Estiquei o braço
e puxei Talya para perto, quando seu rosto ficou a milímetros
de distância do meu, eu a beijei. Não conseguia aguentar a
necessidade intensa que eu sentia por aquela garota. Confesso
que jamais fiquei assim por alguém.
Soltando a minha ereção, segurei a nuca da garota para
impedir que ela afastasse a sua boca da minha enquanto nossas
línguas se entrelaçavam. Guiei o ritmo do beijo, deixando
claro que eu estava sob o controle ali, e quando me senti sem
ar afastei nossos lábios por um instante.
Talya estava com a respiração acelerada e um brilho
safado no olhar, ela roçou sua coxa no meu pau e eu gemi.
Segurei sua mão e a incentivei para que ela o tocasse. A
safadinha hesitou por alguns segundos, mas acabou firmando
seus dedos ao meu redor. Gemi e apertei a sua bunda quando
ela começou a me masturbar, imitando os movimentos que eu
havia feito minutos atrás. Ter sua mão delicada acariciando a
minha pele estava me enlouquecendo. O toque dessa garota é
perfeito.
— Está gostando de bater punheta para mim? —
indaguei, com a respiração entrecortada.
Talya assentiu e me direcionou um sorriso tímido.
Levei minha boca até a dela e mordi com força o seu lábio
inferior. Ela estava me levando à loucura.
— Quer conhecer o meu cacete mais de perto? —
perguntei, olhando em seus olhos. — Quer me chupar,
safadinha?
Ela concordou em silêncio e o meu peito explodiu com
satisfação. Tirei sua mão de mim e a incentivei a ficar de
joelhos na minha frente. Quando Talya já estava na posição,
meu pau ficou diante do seu rosto e ela permaneceu com a
atenção fixa em minha rigidez. A safadinha ainda estava
surpresa com o que via, mas um sorriso malicioso curvava o
canto da sua boca — ela parecia ansiosa para me provar.
Inclinando o quadril para a frente, esfreguei-me em seu
rosto e ofeguei ao sentir a textura da sua pele macia. Porra,
essa garota será a minha ruína.
— Você queria leite, safadinha? Eu tenho aqui… — Bati
meu músculo rígido em sua bochecha. — É só chupar e vai
sair bem quentinho para você. — Encaixei o pau na entrada
dos seus lábios e o empurrei para dentro com o auxílio do meu
quadril. — Quero que beba tudo, até a última gota. Você me
entendeu?
Talya não pôde falar já que a sua boca estava cheia,
então ela apenas assentiu enquanto me encarava nos olhos.
Seus cabelos soltos caíram em seu campo de visão e eu os
penteei para trás com o auxílio dos dedos, enrolando seus
longos fios castanhos em um rabo de cavalo que prendi com a
minha mão direita.
Levando um segundo para ganhar coragem, ela respirou
fundo e começou a me chupar suavemente, segurando a base
do meu pau com as mãos para facilitar seus movimentos.
Um gemido rouco saiu da minha garganta quando senti
sua boquinha quente, molhada e macia se movendo para me
dar prazer. Sua língua pincelava ao redor da glande algumas
vezes e percebi que aos poucos Talya foi ganhando mais
confiança nos movimentos. Imaginei que essa garota era
inexperiente desde a primeira vez em que coloquei os olhos
nela, mas vendo toda essa insegurança enquanto ela me chupa
até faz parecer que ela nunca fez um boquete na vida.
Usei a mão que segurava o seu cabelo para guiar os
movimentos que sua cabeça fazia, levando-a para trás e depois
trazendo para frente ao encontro do meu pau. Fui fazendo isso
gradativamente até que a safadinha conseguisse acomodar
todo o meu tamanho dentro da sua boca. Ela aprendia rápido,
pois logo começou a se mover sozinha, chupando-me com
mais vontade e determinação.
Sorri enquanto a observava e deixei que ela fizesse o
trabalho sozinha a partir daí. Sua boca envolvia toda a minha
extensão, sugando-me e lambendo enquanto seu rosto fazia um
movimento de vai e vem. Talya começou esse boquete com
timidez, mas agora fazia como uma profissional.
— Está gostando de me chupar, safadinha? —
Acariciei seu rosto com a minha mão livre. Talya me chupou
com mais força e eu gemi intensamente. — Porra, que boca
gostosa… — Ofeguei. Já estava à beira de perder o juízo.
A safadinha me sugava com vontade. Ela engolia o meu
pau com a sua boca carnuda e molhada, deixando um barulho
de sucção escapar dos seus lábios vez ou outra. Olhar para
baixo e vê-la me chupando já era motivo suficiente para me
deixar à beira de explodir, mas eu consegui me controlar por
um tempo. Somente quando ela engasgou e eu senti a sua
garganta se apertar contra a minha glande foi que eu gozei.
Gemi e agarrei o seu rosto, mantendo-o colado à minha
virilha para garantir que cada centímetro meu ficasse dentro
dela e nenhuma gota do meu sêmen escapasse por entre os
seus lábios.
Talya ofegou e segurou em minha coxa esquerda para se
equilibrar enquanto engolia o meu gozo. A safadinha não
reclamou, apenas me sugou com vontade, soltando um
pequeno gemido cada vez que um jato de porra descia pela sua
garganta.
— Boa garota — ofeguei, enquanto acariciava o topo
da sua cabeça e soltava o seu cabelo.
Quando o último vestígio de sêmen saiu do meu corpo,
tirei o meu pau da boca de Talya. Suas bochechas e nariz
estavam corados, olhos lacrimejantes e ela respirava fundo,
tentando recuperar o fôlego. Um pouco de saliva
esbranquiçada escorria pelo canto dos seus lábios, mas ela
logo limpou com o auxílio de uma das mãos.
— Preciso beber água… — a garota disse, ofegante.
Quando ela se levantou do chão e foi até a pia, notei que suas
pernas estavam trêmulas.
Talya não se deu ao trabalho de pegar um copo, ela
simplesmente abriu a torneira e encheu uma das mãos com
água para beber. Quando ela terminou de aliviar sua sede,
puxei-a para perto outra vez, virando-a de frente para mim.
Depositei um beijo apressado em sua boca e pude sentir o
gosto da minha porra misturado com a sua saliva.
— Ainda não acabei com você… — rosnei contra os
seus lábios, e voltei a beijá-la.
Sem separar nossas bocas, empurrei o corpo da garota
para trás até que ela estivesse pressionada entre a pia e eu.
Apressado para conhecê-la mais a fundo, enfiei uma das
minhas mãos dentro do seu short e sorri ao sentir a sua virilha
lisinha. Ela disse que estava me evitando e mesmo assim se
depilou… parece que uma parte dela ainda colocava
expectativa na minha visita de hoje.
A safadinha gemeu contra os meus lábios no instante
em que meu dedo médio passeou pelas dobras quentes e
molhadas da sua boceta. Brinquei com o seu grelinho,
estimulando-o em movimentos rápidos e Talya se segurou em
meus braços, enquanto arqueava o quadril para mim.
Sua boceta estava tão molhadinha que não consegui
resistir à tentação de penetrar a sua entrada. Sem pensar duas
vezes, abandonei o seu clitóris e enfiei meu dedo em seu canal
com uma força desmedida. Porra… que delícia! Ela é muito
apertada aqui. Talya arfou e gemeu com desconforto quando
fiz aquilo. Ela fechou suas pernas em um ato involuntário e
enterrou as unhas em meus braços.
Parei imediatamente o que eu estava fazendo e encerrei
o beijo para que pudesse olhá-la nos olhos. Ela não devia estar
sentindo dor já que a sua boceta está completamente
encharcada. A não ser que…. a safadinha seja virgem. O
pensamento me fez rir internamente. Não havia como uma
garota gostosa igual Talya ser virgem. Tenho certeza de que
por onde ela passava recebia inúmeras propostas de encontros.
Movi meu dedo, tirando-o de dentro dela, e o seu corpo
se tensionou novamente. Agora que eu a encarava, pude ver
um olhar de desconforto cruzar o seu rosto. Porra, será que
ela realmente é virgem?
— Está sentindo dor? — resolvi confirmar o óbvio.
Ela concordou em silêncio e mordeu os lábios, um
pouco envergonhada. Minha suspeita aumentou ainda mais.
Não pode ser…
— Talya, você é virgem? — perguntei, sem desviar
meu olhar do seu.
A garota arregalou os olhos brevemente, mas logo
ficou envergonhada. Depois de um longo tempo em silêncio,
ela assentiu, me dando uma resposta positiva. Caralho!
Virgem?
CAPÍTULO 7
Etan

A notícia me deixou inquieto. Isso quer dizer que não


poderei ser totalmente bruto com ela em sua primeira vez, mas
preciso admitir que também estou feliz por saber que sou eu
quem romperá o lacre daquela bocetinha…
Com essa recente descoberta, tive que mudar meus
planos para aquele encontro na cozinha. Antes, eu pretendia
colocá-la contra a pia e fodê-la até que eu ficasse sem forças,
mas eu não poderei fazer isso hoje, considerando que Talya é
virgem.
Além do desejo incontrolável que eu sentia por essa
garota eu também me preocupava com ela. Não queria que a
sua primeira vez fosse em uma cozinha, encostada contra o
mármore frio de uma pia. Ela merecia uma cama grande e
quente para se manter confortável, já que a minha penetração a
faria gritar independente do cenário em que estivéssemos. Não
que eu esteja querendo me gabar, mas um pau do tamanho do
meu fará um estrago naquela bocetinha apertada.
Após pensar por alguns segundos, guardei meu pau
endurecido dentro da calça e decidi que nessa noite eu iria
apenas chupá-la. Sei que no futuro haverá uma hora mais
oportuna para abrir a boceta de Talya.
— Vem cá, safadinha. — Levantei-a em meus braços e a
deitei no chão da cozinha, atrás da ilha de mármore que havia
no centro do cômodo para que não ficássemos tão expostos.
Talya ficou surpresa com o que eu fiz e deixou uma
risada escapar. Ela ergueu seu rosto e me encarou com uma
expressão curiosa.
— O que vai fazer comigo? — perguntou, havia uma
pequena insegurança em sua voz.
Não respondi, apenas me inclinei sobre o seu corpo com
um sorriso malicioso e levantei a sua camiseta de cetim. Seus
lindos seios de bicos protuberantes e rosados ficaram de fora e
eu suspirei. Não resisti à tentação e os apertei, ficando feliz ao
perceber que seu tamanho mediano permitia que se
encaixassem perfeitamente em minhas mãos.
Talya gemeu e deixou sua cabeça cair para trás,
enquanto recebia o meu aperto. Em certo ponto, retirei minha
mão do seu seio esquerdo e envolvi seu mamilo com a boca,
saboreando o gosto doce de baunilha que a pele dela tinha.
O corpo da garota começou a se contorcer enquanto
minha língua explorava a área sensível das suas mamas. Suas
pernas estremeciam vez ou outra e suas mãos seguravam os
meus braços para me manter por perto. Talya está ficando
louca. Vamos ver como reagirá quando eu a lamber em outro
lugar…
Abandonei os seus seios e, em um movimento rápido,
puxei o seu short de algodão para baixo trazendo junto a
calcinha que ela usava. Talya arquejou e só não fechou as
pernas porque eu me posicionei entre elas e as segurei abertas.
Espero que ninguém apareça por aqui.
Passei um tempo em silêncio apenas admirando o
corpo da garota que estava esparramada no chão diante de
mim. Apesar da pouca luz que havia no local, pude enxergar
um brilho molhado escorrendo pela fenda no meio das suas
pernas. Ela tinha uma boceta perfeita e carnuda que me fez
querer enterrar o pau ali sem me preocupar com o amanhã.
Preciso me controlar… hoje não é o momento para isso.
Abaixei o meu rosto e depositei um beijo suave na sua
virilha macia. Extremamente excitado, corri meu nariz pelo
local, inspirando o aroma gostoso da sua boceta. Quando
minha boca chegou próximo à sua fenda, espalhei mais a sua
pele até que meus olhos encontraram o clitóris. Sorri
maliciosamente ao ver que estava inchado pelas provocações
que a garota recebeu e logo coloquei minha língua sobre ele
para aliviar o desejo que ela sentia.
Talya gritou de prazer, me pegando de surpresa. Levei
um susto e usei minha mão livre para tapar a sua boca,
impedindo que ela fizesse qualquer outro som.
— Controle os seus gemidos ou vou colocar uma
mordaça em você — avisei, sem tirar a boca do seu clitóris. —
Não queremos que o seu pai apareça aqui logo na sua vez de
se divertir…
— T-tá bom… — ela murmurou, com a voz trêmula. —
Vou tentar ficar quieta.
— É melhor conseguir. — Voltei a lamber seu clitóris,
desta vez com mais intensidade, colocando mais pressão em
minha língua.
A safadinha levou suas mãos até a boca e a cobriu por
conta própria enquanto seu corpo inteiro estremecia, exibindo
reações prazerosas ao meu estímulo. Suas pernas se abriram o
máximo que podiam para me dar melhor acesso à sua boceta
enquanto eu a lambia. Aposto todo o meu dinheiro que essa é a
primeira vez que Talya recebe sexo oral. Agora, também tenho
certeza de que o boquete que ela me fez mais cedo foi o seu
primeiro.
Decidido a tornar aquela experiência o mais memorável
possível para ela, mudei o jeito que a estimulava, passando a
depositar beijos fortes e chupões em seu clitóris. Ela arqueava
as costas e rebolava contra o meu rosto, enquanto tentava fazer
o possível para conter seus gemidos.
Parte de mim ainda não acreditava que eu estava ali,
deitado no chão daquela cozinha, com a filha do meu melhor
amigo de pernas abertas para que eu a lambesse. Confesso que
a ideia errada dessa situação me excita ainda mais…
— Etan… — Talya gemeu, erguendo a cabeça para me
encarar.
Levantei meus olhos para ela, mas não afastei meu rosto
das suas partes sensíveis de sabor divino.
— Por favor… coloque seu dedo dentro de mim outra
vez… — ela implorou, com o rosto tomado por uma expressão
necessitada de prazer.
Gemi com aquelas palavras e quase atendi ao seu
pedido, mas me contive.
— Por favor! Foi um pouco dolorido, mas eu gostei de
senti-lo — Talya fez um beicinho. Porra.
— Não vou fazer isso, safadinha. Não quero correr
nenhum risco de romper o seu hímen — falei, decidido, e lhe
dei outra lambida.
— Não tem problema se isso acontecer — ela gemeu.
— Ah, tem problema sim… — Ergui meu rosto para
encará-la nos olhos. — A única coisa que vai abrir a sua
boceta será o meu pau. E fim de assunto.
Talya ficou surpresa ao ouvir aquilo. Deixei-a com seus
pensamentos e voltei a chupá-la. Confesso que eu estava
começando a me sentir viciado no seu sabor. Eu queria fazer
aquilo para sempre, queria lamber e chupar aquelas dobras
quentes, me deleitar com o gosto da sua excitação.
Usei todo o meu empenho com a língua para fazer a
safadinha gozar na minha boca. Não demorou muito até eu
sentir a sua bocetinha pulsar e estremecer quando Talya gemeu
languidamente, fazendo o possível para se manter em silêncio.
Mantive minha boca ali por um tempo e lambi a umidade nova
que havia surgido com o seu orgasmo.
Quando me dei por satisfeito, coloquei-me de pé e ajudei
a safadinha a se levantar também. Suas pernas estavam
trêmulas e ela precisou se apoiar em mim por um tempo. Sorri
ao ver o estado em que a deixei. Ter Talya por perto estava me
deixando eufórico e meu coração parecia estar amolecendo.
No fundo, eu me sentia triste por saber que a nossa
brincadeira teria que chegar ao fim. Eu não sabia que horas
Davison acordava e pela cor do céu que eu via através da
janela da cozinha, percebi que já estava começando a
amanhecer. Está na hora de mandar Talya ir dormir e reforçar
que ela não pode continuar me ignorando.
— Melhor ir para o seu quarto — falei, ao perceber que
Talya já era capaz de ficar em pé sem precisar se apoiar em
meu corpo. — Seu pai não pode acordar e nos ver aqui. Vista o
seu short e suba.
A garota me lançou um olhar aflito, mas concordou e
ajeitou a sua blusa, enquanto caminhava até o lugar em que eu
havia deixado o seu short e a sua calcinha. Acho que ela
também não ficou feliz ao ver que estava na hora de se
despedir.
— Não me evite de novo, Talya — alertei, enquanto ela
vestia a sua peça de roupa. — Eu quero você e deixei isso bem
claro hoje.
Para a minha surpresa, a safadinha concordou com as
minhas palavras e sorriu timidamente.
— Vou responder suas mensagens, eu prometo.
— E atender as ligações também — exigi, e quando ela
se aproximou de mim eu a puxei para perto. — Não tem
motivo para ficar com vergonha de falar comigo, pelo
contrário… quero que se sinta segura e confie em mim para
conversar sobre o que quiser. Em troca, serei sincero com você
também.
— Você gosta de mim, Etan? — sua pergunta me pegou
de surpresa.
Antes que eu pudesse formular uma resposta, as
palavras escaparam dos meus lábios involuntariamente.
— Se eu pudesse, teria você por perto o tempo inteiro —
admiti, e deixei minha mão acariciar o seu rosto. — Não
consigo tirar você da minha cabeça, por mais que eu tente.
— Também não consigo tirar você da minha cabeça,
Etan — ela confessou. — Não sei o que está acontecendo
comigo, mas passo o dia pensando em você.
Ouvir Talya dizer como se sentia por mim me fez
perceber que eu também estava igual.
Suas palavras soaram como as de uma adolescente
apaixonada, e teriam me assustado se o meu pensamento não
fosse tão idêntico ao dela. Eu passava o dia com aquela garota
tomando conta dos meus pensamentos, desejava tê-la por perto
o tempo inteiro — não apenas transar, mas para cuidar.
Porra, não tem outra explicação… eu estou apaixonado
pela Talya e ela… bom, parece que ela também está
apaixonada por mim. Caralho, como foi que as coisas
chegaram a esse ponto tão rápido? Eu não queria ficar preso
desse jeito a alguém, não estava nos meus planos, mas
aconteceu… e agora não podemos fugir disso.
— Boa noite, Etan. — A voz da garota me tirou dos
meus pensamentos.
Ela ficou nas pontas dos pés e me beijou. Sua língua
ousada passou pela abertura entre meus lábios e logo se
encontrou com a minha. Talya parecia mais confiante naquele
beijo e completamente entregue. Deixei minhas mãos
passearem pelas suas costas e descerem até a bunda. Dei um
tapa nela e a apertei. Melhor parar antes que alguém
apareça… já está amanhecendo.
— Chega… — Relutante, afastei nossas bocas e a olhei
nos olhos. — Guarde esse beijo para outra ocasião, não se
esqueça que a minha promessa ainda é válida. Eu vou te foder
bem gostoso quando estivermos sozinhos de verdade.
Talya me direcionou um sorriso tímido, no entanto, um
brilho malicioso surgiu em seu olhar.
Sem esperar por uma resposta, virei o seu corpo e a
empurrei suavemente em direção à saída da cozinha. Não
resisti à tentação e dei um outro tapa em sua bunda, dessa vez
forte o suficiente para que o barulho ecoasse pelo cômodo.
Talya resfolegou e virou seu rosto para me encarar.
— Agora que já bebeu leite, vá dormir. — Direcionei-
lhe uma piscadela. — Boa noite, safadinha.
A garota sorriu e massageou a região da sua bunda em
que eu bati.
— Boa noite, Etan — ela respondeu, e caminhou para
fora da cozinha.
CAPÍTULO 8
Talya

Alguns dias se passaram desde tive aquele encontro


erótico com o Etan na cozinha durante a madrugada. Foi uma
das melhores experiências da minha vida e eu desejava
fervorosamente que pudéssemos fazer aquilo outra vez. Nunca
pensei que eu gostaria tanto assim de fazer um boquete e
sequer imaginei que ser chupada fosse tão bom, quando a
língua de Etan brincou com o meu clitóris, eu me senti no céu.
Foi perfeito.
As coisas que ele disse enquanto me lambia não saíram
dos meus pensamentos na última semana e eu estava
completamente animada para vê-lo outra vez. Queria que Etan
cumprisse logo a sua promessa, que empurrasse aquele
membro grande para dentro do meu corpo e me tomasse para
ele.
O homem vinha me provocando dia e noite com
palavras ousadas que me enviava durante as nossas conversas
por mensagem. Etan era a mistura perfeita de um cara
simpático, autoritário e malicioso, eu me senti uma idiota por
ter ignorado os seus assuntos no início. Agora, nós realmente
estávamos nos dando bem.
Às vezes, conversávamos por videochamada durante à
noite e em algumas situações, quando a conversa se
desenrolava para um rumo totalmente erótico, Etan batia
punheta em frente a câmera enquanto eu o assistia. — E não
vou mentir… eu adoro quando ele faz isso. — Às vezes, até
criava coragem e mostrava parte do meu peito para ele. Era
divertido, já que não podíamos nos ver pessoalmente.
Era noite e, como sempre, eu estava na minha cama
com o notebook aberto conversando com Etan pela webcam.
Ele estava sem camisa, encostado na cabeceira preta estofada
da sua cama que se encontrava forrada por um cobertor cinza-
escuro.
— Ainda não consigo entender como uma garota linda
igual você é virgem. Você nunca havia feito nada além de um
beijo antes de me conhecer… Nunca saiu para se divertir?
— Meu pai é superprotetor — falei, um pouco
cabisbaixa. — Ele não me deixa sair de casa, a não ser que eu
esteja na companhia dele.
Etan riu do outro lado da linha.
— Parece que toda essa superproteção não adiantou
muito no fim das contas, não é? — perguntou com ironia.
Sem saber o que responder, eu apenas sorri e concordei
com a cabeça.
— A cada dia que passa eu fico mais ansioso para te
foder — mudou drasticamente de assunto.
— Também estou ansiosa por isso. — Mordi meu lábio
inferior. Agora, eu já não sentia mais tanta vergonha de falar
com ele sobre esses assuntos, na verdade, até gostava.
— Talya, posso te pedir uma coisa? — Seu rosto ficou
com uma expressão maliciosa enquanto ele esperava a minha
resposta. — Manda uma foto para mim?
Arqueei as sobrancelhas.
— Que tipo de foto? — quis saber, embora já
desconfiasse o que ele tinha em mente.
— Bom… — Etan pensou por alguns segundos. — Que
tal uma foto tomando banho, com esses peitos cobertos de
espuma?
Minha boceta doeu com a ideia.
— Só mando se você me mandar uma também. —
Sorri maliciosamente.
— Quer ver o meu peito coberto de espuma? — ele
sondou.
— Não… quero ver o seu pau.
Etan abriu um sorriso ferino e concordou sem hesitar.
— Vou te enviar amanhã, depois que eu chegar do
trabalho — prometeu. — Pode mandar a sua nesse horário
também, assim teremos a noite inteira para conversar sobre
isso…
— Tudo bem — concordei, antes que a minha
vergonha aparecesse. Nunca enviei fotos assim para Etan, mas
ele já viu os meus seios antes, então acho que não preciso
ficar tão nervosa…
Enquanto eu refletia em silêncio, Etan bocejou do outro
lado da linha e eu percebi que ele já estava cansado.
— Precisa acordar cedo amanhã, não é? — perguntei,
sentindo-me culpada por prendê-lo naquela ligação até a meia-
noite.
O homem hesitou, mas assentiu e tentou reprimir outro
bocejo.
— Vá dormir, então… conversaremos amanhã —
sugeri, com uma leve tristeza. Eu gostava de passar o tempo
conversando com Etan.
— Está bem, Talya — ele concordou. — Vou dormir,
mas só porque quero que as horas passem rápido para eu
receber a sua foto. Não se esqueça de enviar, por favor.
— Não vou esquecer — garanti.
— Boa noite, safadinha. — Ele me mandou um beijo
pela câmera.
— Boa noite. — Mandei um beijo para ele também e
encerrei a chamada.
Com certeza, eu não conseguiria dormir. Passaria as
próximas horas acordada tentando pensar na melhor pose e
ângulo para tirar aquela foto.

*****

No jantar do dia seguinte, eu tentava manter a calma


enquanto saboreava o enrolado de carne que a Sra. Richards
preparou. Meu pai estava sentado diante de mim e, como
sempre, queria saber o que eu fiz durante o dia. Inventei uma
história boba sobre ter passado a tarde treinando maquiagens
que vi em um blog de beleza. Por sorte, ele sequer desconfiou
que eu estava mentindo. Eu estaria morta se meu pai
descobrisse que fiquei fazendo pose embaixo do chuveiro até
conseguir a melhor foto possível para mandar para o seu
amigo.
Embora eu estivesse apreensiva e sem coragem de
enviar aquele nude, eu tinha quase certeza que Etan iria adorar
ver meus seios molhados e cobertos de sabão. O homem era
um safado e qualquer coisa serviria como um gatilho para
colocar um sorriso malicioso em seu lindo rosto.
Fiquei perdida em pensamentos, mastigando a comida
e bebericando o suco de laranja até que meu celular apitou.
Olhei para a tela e arregalei os olhos ao ver a notificação de
que Etan tinha me enviado uma foto.
Com a curiosidade me dominando, abri o aplicativo de
mensagens e suspirei. Etan cumpriu a sua promessa. Ele havia
me enviado uma foto no banho, seu pau estava ereto e
deliciosamente molhado — até havia algumas espumas de
sabão ao longo da sua base — minha boceta doeu enquanto eu
observava aquela imagem. Recebi uma mensagem de texto
logo em seguida:
“Quero ver a sua foto agora.”
Etan permaneceu on-line à espera da minha resposta.
Criei coragem e abri a galeria do meu celular. Em
poucos cliques selecionei a foto dos meus seios que tirei mais
cedo e enviei para Etan, fazendo uma careta logo em seguida.
Céus, espero que ele goste. Nunca tirei uma foto assim em
toda a minha vida.
— Com quem está conversando, Talya? — meu pai
perguntou, de um jeito desconfiado.
Desliguei a tela do celular rapidamente e tentei não
ficar nervosa enquanto o encarava.
— Ah… é uma amiga da época de escola — menti,
descaradamente, e ainda coloquei um sorriso amarelo no rosto.
Nos últimos anos, acabei perdendo o contato das
garotas com quem eu estudei, mas por sorte o meu pai não
sabia sobre isso.
— Não mexa no celular enquanto come — exigiu. —
Termine sua refeição primeiro.
Concordei com ele, sentindo-me aliviada por ter sido
convincente. Odiaria que meu pai tivesse um surto e pedisse
para ver o meu celular, para ter certeza que eu realmente
estava conversando com essa amiga.
Por mais que eu estivesse ansiosa para ver a reação de
Etan com a minha foto, decidi desligar o telefone para que não
chegasse mais nenhuma mensagem enquanto eu estava perto
do meu pai. Respirando fundo, voltei a comer fazendo o
possível para terminar a refeição rapidamente.
Assim que o jantar acabou, inventei uma desculpa
dizendo que iria dormir e subi as escadas em passos largos
enquanto ligava o meu celular. No instante em que entrei no
quarto, o aparelho começou a apitar avisando que haviam
inúmeras notificações. Levei um susto quando vi que haviam
15 mensagens e 9 ligações perdidas de Etan. Porra!
Sentei-me na cama apressadamente, enquanto ligava
para o homem. Não fiquei surpresa quando ele atendeu no
primeiro toque.
— Onde você estava? — perguntou, sem se dar ao
trabalho de dizer “olá.”
— Eu estava jantando quando enviei a foto — suspirei,
ao me lembrar da situação. — Meu pai acabou dizendo para eu
não mexer no celular enquanto jantava.
— Estava trocando nude comigo na mesa de jantar?
— sua voz carregava um misto de surpresa e diversão.
— Bom… sim — admiti, involuntariamente.
Etan deu risada do outro lado da linha.
— É dessa safadinha que eu gosto. — Ele fez uma
pausa e suspirou. — E, Talya, que foto foi aquela?
— Você não gostou? — perguntei de imediato.
— Porra, eu adorei… — Etan assoviou, com admiração.
— Precisei de muito esforço para não ir até a sua casa,
invadir o seu quarto e te jogar na cama para chupar essas
duas delícias.
Sorri ao ouvir aquilo e deixei meu corpo cair para trás
no colchão sem tirar o celular do ouvido.
— Você pode vir, se quiser… — As palavras saíram da
minha boca sem que eu pudesse contê-las, mas não me
arrependi do que eu disse.
— Não posso ir aí com o seu pai em casa.
— Meu pai não está em casa durante o dia… —
insinuei.
Minha calcinha já estava encharcada desde a hora que
abri a foto de Etan durante o jantar, mas agora que me passava
pela cabeça que eu podia ficar sozinha com ele durante a tarde,
a umidade no meio das minhas pernas aumentou ainda mais.
Eu quero que isso aconteça.
— Está brincando com fogo, Talya — disse, em tom de
alerta.
— Se você for o fogo, eu quero me queimar —
provoquei.
— Porra. — Sua voz ficou rouca. Eu sabia que quando
Etan falava nesse tom era porque estava excitado. — Eu
adoraria aceitar esse convite, mas também trabalho durante o
dia.
— Você é dono de uma empresa, sei que consegue
arranjar uma desculpa para não aparecer por lá — disparei. Eu
me sentia realmente ansiosa para passar uma tarde sozinha
com Etan.
— Não é bem assim que as coisas funcionam,
safadinha. — Ele suspirou e, em seguida, mudou para um tom
de voz mais sério. — E por falar em empresa, você gostaria
de trabalhar para mim?
— Trabalhar para você? — Recordei-me brevemente
de quando Etan veio pedir meu número, ele usou como
desculpa que seria para entrar em contato caso surgisse alguma
vaga de emprego. Agora estamos aqui trocando nudes e
falando besteira pelo telefone…
— Se você trabalhasse aqui na minha empresa
poderíamos nos ver mais vezes — comentou, de um jeito
sugestivo.
— Bom, eu nunca trabalhei…, mas adoraria que a
minha primeira vez fosse com você.
Etan deu uma risada do outro lado da linha e eu quase
mordi a língua ao perceber o duplo sentido da minha frase.
— Primeira vez no trabalho… ah, você me entendeu —
tentei me retratar.
— Sua outra primeira vez também será comigo — o
homem garantiu. — Vá se preparando, porque ficará difícil de
andar por alguns dias.
— Está falando sério? — Fiz uma careta, me sentindo
um pouco temerosa.
— Pode apostar que estou. Talya, quando eu entrar em
você…
— Filha? — Meu pai bateu à porta, pegando-me de
surpresa.
Sentei-me na cama abruptamente e deixei de prestar
atenção nas coisas sujas e excitantes que Etan dizia.
— Sinto muito, meu pai está aqui… preciso desligar —
sussurrei, apressada. — Boa noite, beijos.
— Boa noite, safadinha. Te vejo amanhã. — Etan
desligou.
Franzi o cenho, confusa. “Te vejo amanhã?” O que ele
quis dizer com isso?
— Talya? Ainda está acordada? — Meu pai bateu à
porta outra vez, tirando-me dos meus pensamentos. — Estou
aqui para dar boa noite.
— Já vou abrir a porta — respondi, enquanto me
levantava da cama e deixava o celular sobre o colchão.
Pode ser que ouvi errado. Talvez, Etan tenha dito “até
amanhã” e não “te vejo amanhã”. Ao menos, é o que eu
espero.
CAPÍTULO 9
Etan

Cheguei à casa de Talya às 11 da manhã, pois sabia que


neste horário Davison não estaria em casa. Espero que isso
não saia dos trilhos. Estou me arriscando demais vindo até
aqui sem que o meu amigo saiba, mas vale a pena para ver
aquela linda garota outra vez.
Respirei fundo e apertei o interfone da porta da frente,
torcendo para que Talya ainda não estivesse dormindo, já que
ela acordava tarde quase todos os dias. Meu coração estava
acelerado e uma ansiedade fora do normal incomodava o meu
peito. Finalmente, estarei a sós com a safadinha e de hoje ela
não escapa. Eu não trouxe esse pacote de camisinhas à toa…
Por um instante, fiquei imaginando a quantidade de
coisas que eu faria com Talya quando entrasse naquela casa.
Meu pau estava duro e eu contava os segundos para ter aquelas
mãos perfeitas e delicadas me tocando outra vez. Porra, se ela
não abrir essa porta, vou derrubá-la.
Tirei meu telefone do bolso e liguei para Talya. Depois
de 5 toques, ela atendeu.
— Oi… — balbuciou, com a voz sonolenta.
— Estava dormindo até essa hora? — perguntei, sem
rodeios.
— Ah… estava. Por quê?
— Porque estou aqui na sua porta, esperando para te
ver — respondi. — Desça aqui antes que alguém me veja.
Houve um silêncio por alguns segundos.
— Meu Deus! — Talya exclamou, com surpresa. — Eu
já vou abrir a porta…
— Faça isso. — Desliguei o telefone e o guardei no
bolso da calça.
Nem me dei ao trabalho de passar na empresa hoje de
manhã, saí de casa e vim direto para cá. Eu usava uma camisa
polo cinza de tecido leve e uma calça preta que agora estava
incômoda e apertada por causa da minha ereção.
Enquanto eu esperava, observei o ambiente ao meu
redor. Em ambos os lados do caminho de ladrilhos que levava
até a porta havia um canteiro de plantas e flores tropicais. O
pequeno jardim era cercado por pedras de tamanho mediano
que foram pintadas de branco, elas impediam que a vegetação
tomasse conta da entrada da casa.
Infelizmente, as plantas que estavam nas proximidades
não eram o suficiente para manter o lugar fresco. O dia estava
quente e ensolarado, mas isso era típico do verão no estado da
Califórnia. Eu estava há apenas alguns minutos parado ali e já
podia sentir as primeiras gotas de suor escorrendo pela minha
testa. Nem mesmo a sombra projetada pela estrutura da casa
moderna de 2 andares era suficiente para diminuir o calor.
— O-olá, Etan — Talya disse, ao abrir a porta.
Deixei um suspiro escapar quando percebi que ela ainda
estava vestindo o pijama — que por sinal, era o mesmo da
noite em que a encontrei na cozinha.
— Não imaginei que você realmente iria aparecer — ela
não conseguiu disfarçar a surpresa.
— Está sozinha? — decidi confirmar.
— A governanta está em casa, mas acho que está na
varanda dos fundos. — Ela olhou ao seu redor brevemente. —
Teve sorte de ela não ouvir o interfone tocar.
Porra… pensei que Talya ficava completamente sozinha
nesta casa. Se a governanta me visse perambulando por ali,
com certeza iria contar ao Davison sobre a minha visita.
— Se não está sozinha, então acho melhor eu ir embora
— falei, já me arrependendo.
Talya mordeu os lábios enquanto pensava e logo
balançou a cabeça negativamente.
— Por favor, entre… apenas faça silêncio — ela pediu,
enquanto abria espaço para que eu pudesse passar.
— Não quero que tenhamos problemas.
— Nós não teremos — garantiu. — A Sra. Richards
passa o dia fazendo as coisas de casa, ela raramente cruza o
meu caminho.
Apesar de estar receoso, a minha cabeça de baixo
acabou falando mais alto e eu entrei na casa.
Depois de fechar a porta, Talya gesticulou para que eu a
seguisse e caminhou em passos apressados até a escada que
levava para o segundo andar. Deixei que ela subisse os degraus
na minha frente para que eu pudesse ter uma boa visão do seu
corpo por trás. Ah, mas eu darei uns tapas nessa bunda
empinada hoje…
Ao chegar ao andar de cima, Talya abriu a primeira
porta à direita do corredor e me puxou para dentro do cômodo.
Fiquei um pouco perdido ao observar a decoração
exageradamente rosa do lugar. Não tenho dúvidas de que esse
é o quarto dela.
Ergui uma sobrancelha enquanto olhava para a cama
cheia de almofadas de diversos tons de rosa, sobre o colchão
também havia um edredom pink completamente bagunçado —
Talya, com certeza, levantou às pressas para atender a porta.
Ainda bem que não arrumou a cama, porque iremos bagunçá-
la ainda mais.
— Podemos conversar tranquilamente aqui — ela disse,
ao trancar a porta.
Quando Talya parou na minha frente, eu não resisti.
Estiquei um braço e a puxei para perto até que seu corpo
estivesse colado ao meu e a beijei, rocei minha língua na dela
com vontade até que ambos ficamos sem fôlego. Afastei meu
rosto por alguns segundos para retomar a respiração e deixei
meus olhos se fixarem nos seus.
A garota pareceu surpresa com o que eu fiz, mas não se
afastou, suas mãos delicadas estavam espalmadas em meu
tórax e seus dedos torciam levemente o tecido da minha
camisa. Ficamos nos encarando por um tempo, completamente
perdidos no olhar um do outro, até que resolvi quebrar o
silêncio.
— Eu não vim para conversar. — Enquanto eu falava,
olhava no fundo dos olhos dela. — Estou aqui para cumprir a
promessa que te fiz, Talya. Hoje você vai virar mulher.
Sem esperar por uma resposta, levantei a garota nos
braços e a deitei na cama. Ela ofegou quando suas costas
atingiram o colchão macio e minha boca se curvou em um
sorriso malicioso. Antes de me juntar a Talya, livrei-me dos
meus sapatos e tirei a camisa, jogando-a em um canto qualquer
daquele quarto cor-de-rosa. Deslizei para baixo o zíper da
minha calça e fiquei aliviado quando aquela peça de roupa
saiu do meu corpo.
A safadinha ficou recostada em seu monte de
almofadas, observando silenciosamente enquanto eu me despia
e ficava apenas com a minha cueca boxer branca. O volume do
meu pau agora estava bem visível e eu não pude deixar de
notar que os olhos da garota estavam fixos nele.
Havia um brilho ladino em seu olhar, mas suas pernas
cruzadas e rosto corado indicavam que Talya ainda estava
tímida com aquela situação. Farei ela se soltar em um
instante…
Direcionei um sorriso safado para a garota que me
observava e fui até a cama, posicionando-me de joelhos na
frente da safadinha. Tirei a camiseta de cetim que ela usava,
deixando seus adoráveis seios de fora, e plantei um beijo
delicado em sua boca macia. Em um movimento rápido, fixei
minhas mãos ao redor da cintura de Talya e a girei até que ela
ficasse deitada de bruços, com o rosto enterrado nas
almofadas. Abaixei o seu short, deslizando o tecido de algodão
para fora das suas pernas e ela resfolegou.
Meu sorriso se alargou quando vi a sua bunda diante de
mim vestida com uma minúscula calcinha de renda lilás. Não
me aguentei e ergui a mão até a altura do meu rosto, em
seguida, acertei em cheio a sua nádega esquerda. Talya gemeu
e arqueou as costas. Sua reação me deixou completamente
satisfeito e eu lhe dei outro tapa — esse foi um pouco mais
forte que o primeiro e fez um barulho alto o suficiente para ser
ouvido por qualquer pessoa que passasse no corredor.
Talya levantou seu rosto e quando bati novamente em
sua bunda ela apertou uma almofada rosa felpuda que estava à
sua frente, deixando um leve gemido escapar da sua garganta.
Meu pau pulsou dentro da cueca que eu vestia e eu suspirei.
— Você tem a bunda mais perfeita que eu já vi, mas
devia se envergonhar por ficar dormindo até tarde. — Dei-lhe
outro tapa e ela gemeu mais uma vez.
Passei os próximos minutos deixando a marca da minha
mão na bunda daquela garota e só me dei por satisfeito quando
a sua pele ficou vermelha. Virei Talya novamente para deixá-la
de barriga para cima e abri as suas pernas.
Acomodei-me de joelhos entre as suas coxas para
garantir que meu corpo ficasse no caminho caso Talya tentasse
fechar as pernas naquele momento. Com o peito explodindo de
desejo, vislumbrei o contorno tentador da sua boceta sob o
tecido delicado da calcinha. Levei minhas mãos até a borda
daquela roupa íntima e a rasguei sem nenhuma dificuldade.
Em poucos segundos, a calcinha de Talya se transformou em
retalhos de pano que estavam espalhados ao redor das suas
pernas naquela cama.
Fiquei surpreso ao ver sua boceta exposta diante de
mim. Eu ainda não havia feito nada para estimulá-la naquele
lugar e mesmo assim, Talya já estava molhadinha. A umidade
tentadora escorria pela sua entrada em tanta quantidade que até
já molhava o cobertor pink que estava sob nós. Não imaginei
que meus tapas pudessem deixá-la tão animada. A safadinha
está perfeitamente pronta para me receber em seu corpo.
Sem conseguir me conter, espalhei suas dobras com as
mãos até ver cada parte da sua boceta perfeitamente. Meu pau
latejou quando vi o pequeno hímen rosado na entrada do seu
canal e eu o toquei delicadamente com um dos meus
polegares. Preciso estar dentro dela.
— Etan… — Talya gemeu e inclinou seu quadril na
minha direção, enquanto eu a acariciava. — Você… você vai
transar comigo hoje?
Desviei minha atenção para o seu rosto e vi que a
garota me encarava com uma expressão de prazer. Ela quer
isso tanto quanto eu. Não há mais motivo para esperar, Talya
já está pronta para me receber em seu interior.
— Vou transar agora — prometi.
Afastei minhas mãos da sua boceta e tirei a minha
cueca sem ter o trabalho de me levantar da cama. Uma vez que
eu já estava completamente nu, estendi o braço e puxei a calça
que deixei jogada no chão, pegando o pacote de camisinhas
que estava no bolso de trás. Rapidamente, abri uma das
embalagens e coloquei o preservativo no meu membro.
Talya me observava ansiosa, com as pernas abertas,
esperando por qualquer novo tipo de contato. Com um sorriso
malicioso, inclinei-me sobre ela e deixei que o meu pau
tocasse a sua boceta. A garota ofegou, parecendo gostar da
sensação, e eu aproveitei o momento para acariciar toda a
extensão da sua intimidade com a cabeça do meu pau.
Quando passei minha glande pela sua entrada, não
aguentei e fiz pressão para penetrá-la. A sensação quente e
macia da pele daquela garota era tão viciante que me
incentivou a seguir em frente. Em um único movimento firme,
enterrei-me dentro dela, sentindo o aperto quando passei pelo
seu hímen. Porra, ela é perfeita! Quente, macia e
fodidamente apertada.
Talya franziu o cenho com desconforto e deixou um
grito escapar. Sua mão apertou o meu braço e seus músculos
internos se contraíram em resistência ao meu pau que a
penetrava. Um gemido rouco me escapou quando ela fez
aquilo e precisei de toda a minha concentração para não gozar
naquele mesmo instante. Vai ser difícil aguentar por muito
tempo se essa garota continuar me apertando assim.
Com os músculos já tensos, apoiei meus braços no
colchão e comecei a me mover. Eu queria ir rápido, mas não
podia com Talya sentindo dor. Terei que ser delicado, mas só
dessa vez. Mesmo com todo o meu cuidado durante as
investidas, minha garota ainda possuía uma expressão de
desconforto em seu rosto. Nossos olhos se encontraram e ela
abriu a boca para falar.
— Etan… está doendo — ela protestou, apertando-se
ao meu redor outra vez.
Peguei uma das suas mãos delicadas e a coloquei entre
os nossos corpos até que ela mesma tocasse o seu clitóris.
— Se masturbe enquanto eu entro em você… assim
também sentirá prazer — sugeri, com a voz rouca.
A garota fechou os olhos por alguns segundos e
concordou.
Parei de me mover e fiquei observando atentamente ela
brincar com o seu ponto inchado. Seus dedos vez ou outra
roçavam a base do meu pau e me faziam suspirar com
excitação.
Depois de um tempo, Talya começou a arquear suas
costas, gemendo com prazer. Decidi que estava na hora de
prosseguir e voltei a fazer minhas investidas, dessa vez sem
pausas. Eu trazia metade do meu pau para fora do seu corpo e
em seguida empurrava de volta, fazendo os músculos da
garota se contraírem ao meu redor.
— Porra, que bocetinha gostosa você tem — rosnei,
enquanto movia meu quadril ao seu encontro com mais força.
A safadinha gemeu em resposta e começou a se
masturbar mais depressa.
Alguns segundos mais tarde o meu prazer se tornou tão
alto que não fui capaz de me conter e acabei gozando. Talya
ficou imóvel embaixo de mim e me observou ofegar cansado,
enquanto recuperava o fôlego.
Quando me recompus e saí de dentro da garota, notei
que ela ainda não havia alcançado seu orgasmo. Sentei-me no
colchão, ainda com o corpo acomodado entre as pernas abertas
de Talya e retirei a camisinha suja de sangue. Limpei o sêmen
que escorria pela extensão do meu pau com um dos pedaços da
calcinha que rasguei mais cedo e fixei meu olhar na bocetinha
que acabei de abrir. Não consegui conter meu sorriso satisfeito
quando vi que a sua entrada molhadinha estava suja com uma
pequena quantidade de sangue.
Segurei meu membro e me ajoelhei mais perto de Talya.
Afastei a mão que ela usava para tocar o seu clitóris e coloquei
meu pau ali. A safadinha arfou e mordeu os lábios no instante
em que comecei a estimulá-la em seu ponto mais sensível. Ela
lançou a cabeça para trás e começou a inclinar seu quadril para
mais perto de mim.
Fiquei satisfeito com a visão do seu corpo enquanto a
masturbava e senti que estava perto de gozar novamente.
Passei um bom tempo esfregando o seu clitóris com a cabeça
do meu pau e tentando controlar minha libertação o máximo
que podia até que a safadinha gozou. Ela gemeu e eu vi o seu
corpo estremecer, enquanto ela era tomada por sua onda de
satisfação.
Senti meu gozo se aproximando e xinguei
mentalmente. Eu não posso sujar o lençol dela com a minha
porra, já que não é Talya quem lava a roupa de cama. Em um
gesto involuntário, movi meu corpo até ficar ajoelhado ao lado
dos seios da safadinha. Ela me encarou, confusa, sua
respiração ainda estava ofegante e em sua testa havia fios de
cabelo grudados no suor.
Não havia tempo de pedir permissão, apenas segurei
meu pau e o coloquei entre os seios dela. Fiquei me
masturbando até que a primeira gota de sêmen fluiu e caiu
sobre a pele delicada de Talya. Ela resfolegou ao ver o que eu
estava fazendo e fixou seus olhos na minha ereção enquanto
eu despejava meu gozo sobre os seios rosados da garota —
algumas gotas até espirraram em seu rosto e sorri ao vê-la suja
com a minha libertação.
— Está feito — sussurrei. Embora eu estivesse
ofegante, um sorriso presunçoso surgiu em meus lábios.
Eu me sentia o sujeito mais feliz do mundo por ter sido o
primeiro homem de Talya. Agora, ela nunca me esquecerá,
mas preciso ser sincero, no fundo, sei que nunca esquecerei
essa garota também. Por incrível que pareça, essa ideia me
deixou completamente realizado.
Fui tirado de meus pensamentos quando senti mãos
finas e delicadas segurarem o meu pau já amolecido. Olhei
para Talya segundos antes dela deslizar a língua pela minha
glande e limpar uma gota de sêmen que escorria.
— Se fizer isso outra vez eu vou entrar em você de
novo — ameacei, já sentindo a minha excitação voltar. Porra,
nunca tive tanta energia para transar repetidamente como
estou tendo hoje.
Talya rapidamente fechou as pernas e afastou sua boca
do meu pau.
— Minha boceta está doendo — ela protestou, com um
leve desconforto na voz.
— Eu sei — admiti, ao me lembrar do quão apertada
ela estava quando a penetrei. — Levará alguns dias até que
você não sinta mais nada.
A garota ficou preocupada com o que ouviu.
— Tome um analgésico, pode ajudar a aliviar suas
dores — aconselhei.
Talya assentiu, em seguida, desviou seu olhar para os
seus seios que estavam sujos com o meu gozo.
— Vou pegar algo para você se limpar — ofereci,
enquanto levantava da cama. Eu adorei ver Talya coberta com
a minha porra, mas eu odiaria que ela se mexesse e o líquido
escorresse para o colchão.
— No banheiro tem lenços descartáveis — ela avisou,
sem se dar ao trabalho de levantar. — Eu costumo usá-los para
remover a maquiagem.
— Certo, fique aí.
Caminhei apressadamente até uma porta que estava
entreaberta e mostrava parte de uma parede de mármore —
concluí que o banheiro devia ser ali. Ao entrar no cômodo
perfeitamente limpo e arrumado, peguei uma caixa de lenços
umedecidos que estava sobre a bancada da pia e voltei para o
quarto.
Ajudei Talya a se limpar, fazendo questão de massagear
seus seios com os lenços sempre que surgia a oportunidade,
até limpei o sangue que escorria da sua boceta antes que ele
manchasse o lençol da cama.
Quando minha safadinha já estava perfeitamente limpa e
cheirosa, o celular dela que estava em cima da mesa de
cabeceira apitou. A garota suspirou ao olhar para a tela do
aparelho. Seu rosto ganhou uma expressão de pânico no
instante em que ela me encarou.
— O que foi? — perguntei, curioso.
— Meu pai me enviou uma mensagem… — Ela
respirou fundo e engoliu em seco. — Ele acabou de chegar em
casa!
— Está brincando, não está? — Tentei não acreditar
naquelas palavras, mas o pânico em seu olhar me dizia que era
real. Porra!
Talya se levantou da cama, apressada, e eu fiz o
mesmo. Ela correu até o seu closet para pegar algo para vestir
e eu comecei a colocar minhas roupas que estavam espalhadas
pelo chão. Quando a garota voltou para o quarto ela estava
usando uma bermuda jeans e uma blusa rosa que deixava parte
da sua barriga à mostra. Eu também já estava vestido e agora
tentava pensar em um jeito de sair daquela casa sem encontrar
com o meu amigo.
— O que vamos fazer? — questionei, com um leve
desespero na voz. — Você tem alguma ideia para me tirar
daqui?
— Ah… — Talya olhou ao seu redor. — Saia pela
janela! Meu pai ainda deve estar na garagem.
Ela correu até a estrutura de vidro e abriu as cortinas.
— Não vou fazer isso — protestei. Se eu caísse
daquela altura teria que explicar ainda mais coisas para o meu
amigo. — Deve haver outra saída.
— Tem a porta dos fundos — sugeriu, apreensiva.
— Vamos então. — Segurei a mão de Talya e a levei
até a porta que saía do quarto, torcendo para que Davison
ainda estivesse entrando pela porta da frente no primeiro
andar.
Descemos a escada de maneira apressada e
praticamente corremos até a porta que havia nos fundos da
residência. Quando Talya a abriu para que eu pudesse sair,
respirei aliviado por não ter encontrado Davison no caminho.
— Te envio uma mensagem quando chegar em casa —
avisei, para que ela não se preocupasse.
— Tudo bem — Talya respondeu, e ficou na ponta dos
pés para me dar um delicado beijo nos lábios.
Sorri para a garota e acariciei a bochecha dela
ternamente. Eu estava irritado por ter que sair às pressas
daquele jeito, mas infelizmente não tinha outra opção.
— Até breve. — Ela retribuiu o meu sorriso e eu me
afastei, caminhando para fora da casa.
Quando dei às costas, senti um estranho arrepio
involuntário subir pela minha espinha.
— Etan? O que está fazendo aqui? — ouvi Davison
perguntar, em um tom sério.
Porra… Não acredito!
CAPÍTULO 10
Talya

Tentei lutar contra a dor que eu sentia no meio das


pernas enquanto descia as escadas correndo ao lado de Etan.
Posso dizer que perder a virgindade com ele foi uma ótima
experiência — tirando a dor, o sangue e isso que estava
acontecendo agora.
Gostei de passar algumas horas no meu quarto com
Etan, mas agora a felicidade que experimentei estava
ameaçada com a recente chegada do meu pai. Não acredito
que ele escolheu o dia de hoje para chegar mais cedo do
trabalho!
Quando Etan e eu chegamos à porta dos fundos, eu a
abri e me despedi rapidamente dele com um beijo nos lábios.
Estar perto desse homem aquecia o meu coração e, apesar do
medo que crescia em meu peito desde que recebi a mensagem
do meu pai, eu já estava me perguntando quando veria Etan
novamente.
Uma pequena lágrima escorreu pelo canto do meu olho
quando vi o homem virar as costas e caminhar para fora da
casa, mas foi a voz do meu pai atrás de mim que quase me fez
desmaiar.
— Etan? O que está fazendo aqui? — Seu tom sério me
fez engolir em seco. Me pergunto o quanto ele viu da nossa
despedida.
— Papai? — Virei-me em direção ao meu velho e lhe
direcionei um sorriso amarelo.
— O que ele está fazendo aqui, filha? — meu pai
insistiu novamente.
Ah, não! E agora? Será que ele desconfia de alguma
coisa? Ou pior… será que ele viu alguma coisa?
Enquanto eu tentava pensar em uma resposta que não
parecesse inventada, Etan decidiu falar.
— Davison, amigo! — O homem se aproximou do meu
pai, direcionando-lhe um sorriso amigável e estendendo a mão
para cumprimentá-lo.
Se Etan não tivesse se saído bem com a empresa, tinha
certeza de que ele seria ator, porque admito que o homem
sabia atuar. Mesmo estando em pânico, ele conseguia disfarçar
suas emoções perfeitamente.
— Olá. — Meu pai apertou a sua mão. Tentei disfarçar
a minha careta ao perceber que uma sombra de desconfiança
pairava no seu rosto do meu velho.
— Bom, eu vim oferecer uma vaga de emprego para a
sua filha — Etan respondeu, enquanto direcionava seu olhar
para mim. — A vaga apareceu de última hora e como eu não
tenho o número da Talya, decidi vir até aqui para fazer a
proposta pessoalmente.
Arqueei uma sobrancelha, mas decidi que iria
concordar com tudo que o homem dizia. Olhei para o meu pai
e confirmei a história, balançando a cabeça em afirmação.
Meu velho nos encarou por um tempo e logo em
seguida, me envolveu em um abraço — o que me pegou
totalmente de surpresa.
— Meus parabéns, filhinha! — Sua voz saiu
completamente feliz e eu respirei aliviada. — Conseguiu o seu
primeiro emprego!
— O-obrigada — gaguejei, enquanto me soltava do seu
abraço.
Meu pai olhou para Etan e lhe deu alguns tapinhas no
ombro.
— Etan, eu também te agradeço por ter um bom coração
e dar a oportunidade para a minha filha, mesmo que ela não
tenha nenhuma experiência.
— Não me agradeça, Davison — Etan sorriu, um pouco
sem graça.
Olhei para o meu pai brevemente e eu senti um grande
alívio ao perceber que a sua desconfiança havia desaparecido.
— E, Etan… não pegue leve com a Talya só porque ela
é minha filha, viu?
— Como quiser… Prometo que não vou pegar leve
com ela. — O amigo do meu pai sorriu ironicamente em
minha direção. Minhas bochechas coraram. Eu sei que Etan
não está se referindo ao trabalho.
— Gostaria de ficar para o jantar? — meu pai o
convidou, entusiasmado. — Será em algumas horas, mas já
que está aqui, pode esperar…
— Eu adoraria, mas tenho coisas para resolver na
empresa. Preciso revisar os documentos para a contratação de
Talya já que ela ficou com a vaga — Etan recusou a oferta.
Confesso que fiquei decepcionada, seria bom tê-lo por perto
mais algumas horas.
— Tudo bem — meu pai concordou, e deu um pequeno
abraço em seu amigo. — Obrigado mais uma vez por dar essa
chance para a Talya.
— Não me agradeça… Eu tenho que ir agora. — Etan
tocou brevemente o ombro do meu pai e, em seguida, me
encarou. — Te vejo amanhã, Talya. Você começa às 9h.
Sem esperar por uma resposta, o homem deu as costas
e se afastou da casa. Fiquei atordoada enquanto observava
Etan até que ele sumiu do meu campo de visão. Agora irei
trabalhar para ele? Com carteira assinada e um salário todo
mês? Isso com certeza foi uma reviravolta inesperada.
Embora eu estivesse feliz pela oportunidade de
começar a construir minha própria carreira, não gostei de saber
que precisaria estar na empresa do Etan às 9h da manhã. Para
dar tempo de me arrumar e sair de casa sem atrasos eu teria
que acordar às 7h. Céus, acho que essa será a pior parte. Há
muito tempo eu não acordo tão cedo assim.

*****

Passei algumas horas da noite limpando qualquer


vestígio que pudesse ter restado do que Etan e eu fizemos no
meu quarto, para que ninguém desconfiasse de nada.
Além da camisinha usada e ensanguentada que
encontrei no chão, também estavam espalhados pela cama os
lenços que Etan usou para limpar o meu corpo. Eu não podia
acusar que o homem deixou aquele lixo de propósito,
considerando que ele precisou fugir às pressas quando o meu
pai chegou.
Depois de juntar todas as evidências incriminatórias em
uma pilha, joguei-as no cesto de lixo do meu banheiro e
coloquei papel higiênico por cima para que nada ficasse à
mostra. Fiz a limpeza antes de dormir e quando me deitei na
cama estava me sentindo tão cansada — e dolorida — pelo
dia, que acabei pegando no sono assim que fechei os olhos.
Acordei com o alarme do celular tocando às 7h da
manhã. Resmunguei e desliguei o som, questionando-me se
devia tirar mais um cochilo ou ir tomar um banho e me
preparar para o meu primeiro dia de trabalho. Acabei
escolhendo a segunda opção.
Quando saí do chuveiro, vesti uma blusa branca básica
e uma calça pantalona rosa-bebê. Calcei uma bota branca de
cano curto e decidi prender meu cabelo em um rabo de cavalo.
Eu não sabia qual função iria exercer na empresa de Etan,
então decidi me vestir com uma mistura de elegância e
praticidade.
Após escovar os dentes, fiz uma maquiagem básica
para o dia, com um delineado simples nos olhos e um gloss de
melancia para dar brilho aos meus lábios. Depois de olhar o
meu reflexo no espelho por alguns segundos, eu decidi que
estava pronta.
Desci as escadas com cautela, lembrando-me de que eu
não poderia fazer movimentos bruscos durante o dia já que as
minhas partes femininas ainda estavam doloridas pelo que
Etan fez comigo ontem. Nunca pensei que perder a virgindade
poderia me causar tanto incômodo… acho que eu devia ter
previsto isso com antecedência ao ver o tamanho do pau que
entraria em mim. Sinceramente, ainda não sei como tudo
aquilo coube dentro do meu corpo…
Quando cheguei à sala de jantar, o café da manhã já
estava na mesa. Meu pai estava sentado na cadeira principal,
comendo uma torrada enquanto lia o jornal. Era a primeira vez
em muito tempo que eu me sentaria com ele para aproveitar a
primeira refeição do dia.
Arrastei uma das cadeiras para me sentar e o meu pai
olhou sobre a folha de jornal. Ao ver que era eu, ele abriu um
sorriso e deixou o papel sobre a mesa para que pudesse me dar
atenção.
— Bom dia, pequena. É bom te ver por aqui essa hora
— ele disse, com um bom humor evidente na voz. — Está
animada para o seu primeiro dia na empresa?
— Estou. — Direcionei-lhe um sorriso amarelo e me
sentei na cadeira. Tentei disfarçar o desconforto que senti
quando coloquei o peso do meu corpo em minha intimidade
dolorida.
— Já que não sabe onde fica a empresa do meu amigo,
vou te levar até lá, na verdade, é caminho para o trabalho —
decidiu. — E quando eu estiver voltando para a casa, passarei
lá para te buscar.
Embora eu me sentisse completamente sufocada com
essa necessidade constante que o meu pai tinha de estar
sempre por perto cada vez que eu iria sair de casa, fiquei
aliviada dessa vez por ganhar uma carona até o trabalho.
Principalmente no dia de hoje, eu não gostaria de percorrer
longas distâncias a pé. E como o meu pai mesmo disse, eu não
sabia onde ficava a empresa de Etan.
— Está bem, papai — concordei, enquanto pegava
algumas torradas e colocava em um prato de porcelana. —
Agradeço pela carona.
Tomamos o nosso café tranquilamente e às 8h30
saímos de casa. A empresa de Etan ficava localizada em
Westwood, a mais ou menos 20 minutos da minha casa. Estou
feliz por esse trabalho não ser do outro lado do estado. Graças
à carona do meu pai, cheguei ao local 10 minutos adiantada.
A sede da Thorne Media estava localizada em um prédio
grande com longas janelas de vidro que devia ter cerca de 13
andares, ficava em uma avenida bem localizada e logo na
entrada do lugar já havia uma recepção. Fui até lá para me
informar e a recepcionista me instruiu a seguir para o 10°
andar onde ficava o escritório principal da empresa.
Enquanto o elevador subia até o andar indicado, fiquei
pensando que Etan realmente era um homem muito rico,
considerando que ele era o dono do prédio inteiro. Até onde
constatei, haviam algumas salas nos primeiros andares que
foram alugadas por empresas menores ou médicos que
atuavam com seus próprios consultórios — lembro de ver na
recepção um anúncio de um dentista no 2° andar e outro de um
psicólogo no 4°.
Quando as portas do elevador se abriram, vi-me em um
ambiente colorido com várias artes e ilustrações digitais
enfeitando as paredes. O espaço era amplo e aberto, muitos
funcionários transitavam por ali com tablets ou cartazes de
alguma campanha — a maioria das pessoas pareciam jovens
que acabaram de se formar na faculdade.
Haviam alguns sofás espalhados pelo local, além de
algumas mesas de trabalho onde alguns funcionários mexiam
em seus notebooks com olhares concentrados na tela. Nas
paredes laterais onde não haviam janelas de vidro com vista
para a cidade de Los Angeles, haviam portas brancas que
provavelmente deviam levar até as salas de reuniões ou
escritórios mais privados.
Nos poucos segundos que eu estava ali, comecei a
gostar do ambiente que seria o meu novo local de trabalho.
Esse lugar tem uma energia animada e jovial. Acho que posso
me acostumar com isso.
Fiquei tão perdida observando o ambiente que não
percebi quando se aproximaram de mim. Senti alguém tocar o
meu ombro e quando me virei, dei de cara com uma garota de
óculos quadrados e cabelo black power. Ela vestia uma calça
jeans, acompanhada por uma camisa de super-herói e
carregava um tablet nas mãos.
— Oi, você parece perdida… — a garota começou a
falar, enquanto me observava de um jeito entusiasmado. Ela
não aparentava ser muito mais velha que eu. — Posso te
ajudar em alguma coisa?
Essa garota parece ser legal, quem sabe não viramos
amigas daqui a um tempo?
— Ah, sim… eu estou começando hoje. Bom… é o
meu primeiro dia aqui no trabalho — falei, desconcertada. Eu
estava há tanto tempo sem interagir com gente nova que tinha
uma grande dificuldade para me comunicar na maioria das
vezes.
A garota de óculos franziu o cenho, como se
estranhasse o que acabei de dizer.
— Mas até onde eu sei, não tínhamos nenhuma vaga
disponível — ela admitiu, e ajeitou seus óculos. — Tem
certeza de que está na empresa certa?
— O dono desse lugar se chama Etan Thorne, não é?
— tentei confirmar. Céus, espero que eu não tenha vindo
parar no andar errado.
— Sim, esse é o nome do meu chefe — a garota
assentiu, mas permaneceu confusa.
Naquele instante, uma mulher de vestido roxo
executivo e cabelo ruivo encaracolado passou perto de nós. A
garota que estava perto de mim acenou para ela e fez sinal
para que se aproximasse, notei que a sujeita não ficou muito
contente com aquilo.
— Sra. Sandy, desculpe interromper, mas por acaso
havia alguma vaga de emprego para ser preenchida e alguém
novo ficou de aparecer? — perguntou, confusa. — Essa moça
acabou de chegar. Ela disse que começa hoje, mas não fiquei
sabendo de nada. Devo apresentar a empresa para ela?
Sandy me olhou de cima a baixo e colocou as mãos no
quadril com um ar de desdém.
— Não temos nenhuma vaga para ser preenchida,
Lana. — A voz da mulher carregava um tom debochado que já
parecia ser seu por natureza. — Essa garota deve ser mais
uma daquelas pessoas desesperadas que entregam currículo e
aparecem fingindo que já estão contratadas para mostrar seu
desempenho e conseguir uma assinatura na carteira.
Fiz uma careta ao ouvir aquilo. Etan não avisou sobre
a minha chegada? Ontem ele disse que iria preparar os
contratos e deixar tudo pronto para a minha contratação.
Sequer falei com ele à noite, pois o homem avisou que tinha
muito trabalho para fazer quando chegou em casa. Será que
Etan se esqueceu de mim?
CAPÍTULO 11
Talya

Fui tirada dos meus pensamentos conflitantes ao ouvir


a voz de Sandy.
— Garota, se você não for embora eu vou chamar o
segurança para te escoltar até a saída! — a mulher ameaçou.
Céus, não acredito que estou passando por isso em
meu primeiro dia de trabalho…
— O que está acontecendo aqui? — Etan perguntou,
parando ao meu lado.
Ele estava divinamente perfumado e usava um terno
preto, porém, estava sem a gravata. Notei também que
embaixo do seu braço esquerdo havia uma pasta cinza para
guardar documentos.
Respirei com alívio ao vê-lo ali e fiquei tentada a lhe
dar um abraço, mas me senti intimidada ao ver que Etan
sequer olhava para mim. Sua atenção estava fixa na mulher
ruiva que se encontrava à minha frente.
— Não é nada, Etan… apenas uma garota desesperada
por contratação. — Sandy me olhou com desdém. — Já estou
resolvendo isso.
Os olhos azul-safira de Etan finalmente se voltaram até
mim.
— Olá, Talya. Chegou na hora certa. — Ele me
estendeu a mão para que eu pudesse cumprimentá-lo e sorriu
amigavelmente.
— Olá, Etan — respondi e apertei a sua mão,
retribuindo também o seu sorriso.
— Ah… eu não entendo o que está acontecendo aqui.
— Os olhos confusos de Sandy vagavam entre mim e Etan. A
garota de óculos quadrado também observava tudo em
silêncio.
— Essa é Talya — ele me apresentou para as duas
mulheres. — Ela é a nova funcionária da empresa.
— Não fiquei sabendo sobre novas vagas de emprego
— Sandy tentou entender. — Então devo esperar mais
funcionários aparecerem pelo resto do dia?
Etan sorriu, divertido, e balançou a cabeça
negativamente.
— Talya é filha de um amigo meu. Abri uma exceção
para ela e a contratei — o homem explicou. — De hoje em
diante ela ficará trabalhando como a minha assistente pessoal.
Sandy torceu a cara ao ouvir aquilo e me encarou de
cima a baixo por mais tempo que o necessário. Já estava me
sentindo incomodada com a atenção da mulher quando ela
virou as costas e saiu andando para longe.
Franzi o cenho com aquela reação estranha. Sandy não
pareceu muito feliz com a notícia de que eu trabalharia ali,
mas também não estou feliz em saber que terei que trabalhar
com uma mulher esnobe igual a ela.
— Não fique chateada, a Sra. Sandy é assim com todo
mundo — a garota de óculos quadrado tentou me confortar.
Lancei um sorriso amigável e assenti.
— Eu sou Lana — se apresentou, enquanto me estendia
a mão.
— Talya. — Apertei a mão da garota.
— Posso te apresentar aos setores da empresa e aos
outros funcionários, se quiser — Lana se ofereceu.
Estava prestes a concordar quando Etan colocou sua
mão quente e pesada em meu ombro para chamar a minha
atenção.
— Pode apresentá-la para a empresa mais tarde, Lana.
Agora, tenho que conversar a sós com a Talya. Ainda não
defini tudo sobre a contratação dela — o homem explicou.
— Claro, chefe… — Lana sorriu para Etan e voltou
sua atenção até mim. — Talya, quando terminar seus assuntos
me procure. Vou apresentá-la aos outros funcionários.
— Tudo bem… eu agradeço. — Sorri para a garota e
ela sorriu de volta antes de se afastar.
— Venha comigo, Talya. — Etan começou a andar e
fez sinal para que eu o seguisse.
Caminhei ao lado do homem até que ele parou em
frente a uma porta branca com um visor de vidro que estava
coberto por uma persiana. Ele olhou ao seu redor e depois de
constatar que não havia ninguém por perto, suspirou.
— Me desculpe por isso, não consegui avisar aos
outros funcionários que você estaria aqui hoje porque ontem
quando cheguei à empresa a maioria do meu pessoal já tinha
ido embora — explicou, enquanto colocava a mão no bolso da
calça e retirava de lá uma pequena chave prateada. — Foi tudo
muito repentino… virei a noite fazendo o seu contrato.
Etan me entregou a pasta cinza que ele carregava
embaixo do braço e então destrancou a porta. O homem fez
sinal para que eu entrasse no cômodo e eu imediatamente
obedeci. Etan entrou logo atrás de mim e trancou a porta.
Fui surpreendida quando ele me envolveu em seus
braços e me beijou com extrema necessidade. Sua língua se
entrelaçou na minha e eu deixei um gemido escapar quando
Etan deu um tapa em minha bunda. Acabei deixando cair a
pasta que eu segurava e entrelacei meus braços ao redor do
pescoço do homem para aproveitar aquele momento. É tão
bom estar com ele assim…
— Infelizmente, não posso te cumprimentar desse jeito
na frente dos outros funcionários — Etan disse, ao interromper
nosso beijo. Ambos estávamos ofegantes e eu não fiquei nem
um pouco surpresa quando senti o volume da sua ereção roçar
em minha barriga.
— Eu entendo — respondi, atordoada.
Etan beijou a minha bochecha com carinho e deu outro
tapa na minha bunda antes de afastar o seu corpo do meu. Ele
pegou a pasta cinza que deixei cair no chão durante o beijo e
caminhou até a sua mesa, sentando-se na cadeira grande de
couro que havia ali.
— Sente-se. — Apontou para uma cadeira menor que
estava posicionada na frente da mesa.
Assenti e me acomodei no assento, tomando cuidado
para não sentar com muita força e aumentar o desconforto que
eu sentia em minha intimidade.
Fiquei em silêncio, observando o homem tirar alguns
papéis da pasta cinza. Ele empurrou uma folha em minha
direção e em seguida me entregou uma caneta.
— Assine na linha pontilhada, bebê — instruiu, com
calma.
Dei uma breve olhada na folha e ergui uma sobrancelha
ao ver um alto valor monetário em um dos parágrafos.
— É isso que irei receber? — Apontei para o trecho.
— Sim — Etan confirmou, sem se dar ao trabalho de
olhar para o contrato. — Você será a minha assistente pessoal.
— 10 mil dólares por mês é um valor muito alto para o
salário de uma assistente, não acha?
— Pare de reclamar e assine logo, Talya… temos
trabalho a fazer.
— Não estou reclamando — defendi. — Só fiquei com
medo que você pudesse ter cometido algum engano e colocado
um zero a mais na hora da digitação.
— Eu nunca cometo enganos — Etan falou, olhando
nos meus olhos. — Agora assine o contrato.
— Está bem… — Assinei na linha pontilhada e deixei
a caneta sobre a mesa assim que terminei.
Etan pegou a folha e não escondeu sua satisfação ao
ver a minha assinatura.
— Bem-vinda à Thorne Media, Talya. — Ele me
direcionou um sorriso malicioso. — A partir de agora eu sou o
seu chefe.
— O-obrigada — gaguejei, e retribuí o seu sorriso.
Etan e eu passamos alguns minutos em silêncio,
perdidos no olhar um do outro. A essa altura, eu não tinha
dúvidas de que o homem estava tão interessado por mim
quanto eu estava por ele.
— Vem aqui, Talya… sente-se no meu colo — Etan
quebrou o silêncio e fez sinal para que eu me aproximasse.
Sem hesitar, fui até ele e deixei que o homem me
puxasse para sentar sobre as suas pernas. Fiquei de lado na
cadeira e coloquei um dos meus braços ao redor do seu
pescoço para que eu pudesse me apoiar melhor. Nossos rostos
estavam tão próximos que eu podia sentir a sua respiração
quente fazendo cócegas em minhas bochechas.
Etan plantou um beijo delicado em meus lábios e
acariciou o meu rosto de maneira terna. Seus olhos azuis me
analisavam, atentos, e me traziam uma inexplicável sensação
de paz.
— Como está a sua boceta? Ainda dói? — perguntou
com a voz baixa.
Engoli em seco ao ouvir aquela pergunta inusitada, mas
decidi responder com sinceridade.
— Um pouco — admiti, sem desviar meus olhos dos
seus.
Etan beijou o meu rosto e acariciou o meu braço com a
ponta dos dedos.
— Prometo que da próxima vez será mais gostoso para
você, afinal eu não terei mais que me controlar.
— Estava se controlando ontem? — Arqueei uma
sobrancelha, um pouco surpresa.
— O que eu fiz com você ontem não é nem a metade
do que eu realmente posso fazer. — A boca dele se curvou em
um meio-sorriso convencido. — Quando você se recuperar,
vou mostrar o que é prazer de verdade.
Embora eu ainda estivesse dolorida, minha boceta se
contraiu com excitação quando ouvi as palavras do homem.
Espero que eu me recupere logo…
— Me pergunto onde poderemos ficar sozinhos da
próxima vez — divaguei. — Acho que você não vai querer
voltar lá em casa depois do que aconteceu…
Etan deixou uma risada escapar.
— Vou pensar em alguma coisa, safadinha — garantiu.
Notei que ele ficou pensativo por alguns segundos antes de
voltar a falar. — Ontem foi bom para você?
— Foi perfeito. — Senti minhas bochechas corarem
após aquela confissão. — Apesar das coisas que aconteceram
depois, é claro.
O homem pareceu satisfeito ao ouvir aquilo e
aproximou o seu rosto do meu até que as nossas bocas se
tocaram. A língua de Etan tomou conta do meu interior,
roçando tentadoramente contra a minha e me fazendo suspirar
de excitação. Sua mão firme acariciava as minhas pernas sob o
tecido da calça rosa que eu usava e sem que eu me desse
conta, comecei a agarrar a gola do terno que ele vestia. Eu
podia sentir o seu pau pulsando contra a minha bunda,
parecendo ficar mais rígido a cada segundo que passava.
Levei um susto ao ouvir o toque de um alarme de
telefone e Etan cessou o nosso beijo. Ele levou a mão até o
bolso interno do paletó e tirou de lá seu celular. Após desligar
o alarme, o homem suspirou e me lançou um olhar
entristecido.
— Tenho uma reunião em cinco minutos — falou, em
um tom de desculpas. — Vou me ausentar por algumas horas.
Compreendendo que Etan tinha coisas para fazer,
levantei-me do seu colo e abri espaço para que ele pudesse
ficar de pé.
— Até mais tarde então. — Encolhi os ombros,
enquanto o observava se levantar da cadeira.
Seu corpo alto — que era cerca de 20 centímetros maior
que o meu — ficou na minha frente e eu precisei erguer meu
rosto para olhá-lo nos olhos.
— Durante a minha ausência, procure a Lana e peça
para ela te mostrar a empresa e apresentar você aos outros
funcionários. Precisa se enturmar — Etan sugeriu. Concordei
silenciosamente e ele afagou o meu braço.
— Vou fazer isso. — Sorri, tentando disfarçar o meu
nervosismo. Eu não sei como interagir com muita gente, mas
parece que de hoje em diante terei que aprender.
— Até mais tarde, Talya. — Etan beijou a minha testa e
me direcionou uma piscadela.
Fiquei encostada na sua mesa de madeira e o observei
virar as costas e sair da sala, deixando a porta entreaberta.
Bom, agora terei que engolir minha vergonha e
procurar a Lana.
CAPÍTULO 12
Talya

Durante o meu passeio pela empresa guiado por Lana,


conheci os funcionários de todos os setores — desde a redação
até a área de designer. Todos eram simpáticos e a maioria
parecia ter entre 20 e 30 anos, eram pessoas animadas e
comunicativas, até consegui deixar a minha timidez de lado
para cumprimentar todo mundo com um sorriso sincero.
Na área de fotografia, haviam algumas meninas
testando maquiagens que seriam usadas para anunciar uma
campanha de cosméticos e elas até deixaram que eu passasse
um batom vermelho-cereja que estavam usando na modelo
para as imagens.
Quando voltei da minha caminhada turística, eu estava
com um lindo batom na boca e com a certeza de que todos os
funcionários da Thorne Media eram gentis e simpáticos,
apenas Sandy — a diretora criativa — era a entojada. Mas em
todo lugar sempre tem uma pessoa de mal com o mundo, não
é?
Um pensamento que ficou pairando em minha cabeça
foi que todos naquela empresa possuíam uma função, exceto
eu. Até Lana precisou me abandonar para trabalhar em uma
nova logomarca com a sua equipe de designers. Fiquei
sozinha, sentada em um sofá redondo que havia no meio do
salão principal, olhando para a porta da sala de Etan e
torcendo para que ele voltasse logo daquela reunião.
Respirei aliviada quando vi o homem se aproximar. Ele
entrou na sala e eu não hesitei em me levantar de onde estava e
correr até lá. Entrei no cômodo e fechei a porta logo em
seguida.
— Oi, safadinha — Etan me cumprimentou, com seu
sorriso arrebatador. Ele estava de pé ao lado de uma estante
cheia de pastas coloridas que pareciam guardar documentos.
— Como foi o passeio pela empresa?
— Foi bom — murmurei, um pouco perdida.
Etan tirou uma pasta vermelha da estante, colocando-a
sobre a mesa, em seguida, voltou seu olhar para mim.
— Alguma coisa está te incomodando — ele sondou,
enquanto erguia uma sobrancelha.
Engoli em seco ao ouvir aquilo. Como ele sabe?
— Me conte o que é. — Etan se aproximou de mim,
parando a poucos centímetros de distância.
Suspirei e encolhi os ombros, preparando-me para dizer
o que estava me afligindo.
— Bom, eu notei que todos os trabalhadores aqui têm
uma função… menos eu.
Etan fez uma careta, parecendo um pouco
envergonhado.
— Qual é a minha função aqui, Etan? Você disse que
eu seria a sua assistente… o que uma assistente faz?
— Para ser sincero, Talya, todas as funções aqui na
empresa já estão preenchidas, eu não preciso nem mesmo de
uma assistente — confessou. — Ainda não sei ao certo o que
vou mandar você fazer. Não tive tempo de pensar sobre isso
direito, só te contratei ontem para contornar a situação com o
seu pai.
Enquanto pensava, o homem coçou a barba por fazer e
olhou para cada canto da sala, como se estivesse buscando por
alguma ideia.
— Bom, acho que você pode ficar aqui no meu
escritório… mantenha ele organizado e me traga café a cada
duas horas — decidiu, embora ainda parecesse perdido em
pensamentos.
Franzi o cenho depois de refletir por alguns instantes.
— Vou receber 10 mil dólares por mês apenas para
limpar a sua sala e te trazer café? — Ergui uma sobrancelha.
— Sim — respondeu naturalmente, como se não visse
nenhum problema naquela situação.
— Os outros funcionários trabalham muito mais e
tenho certeza de que não recebem nem a metade desse valor…
— Não vamos falar sobre isso, Talya. — Etan colocou
seu dedo indicador sobre os meus lábios para que eu ficasse
quieta. — Aceite esse privilégio que eu te dei e não reclame.
Não tive tempo de responder. Em um piscar de olhos,
Etan aproximou seu rosto do meu e me prendeu com um beijo
intenso, seus lábios macios e volumosos acariciavam os meus
enquanto nossas línguas se entrelaçavam avidamente. Suas
mãos se fixaram em minha cintura e me prenderam em um
aperto firme para impedir que eu tentasse me afastar. Não tive
outra escolha a não ser desfrutar daquele beijo maravilhoso.
Etan era habilidoso e experiente. Ele sabia me beijar de
um jeito que me deixava de pernas bambas e calcinha
molhada. Bendito seja o dia em que esse homem apareceu
para jantar na minha casa!
Sentindo-me ousada, deixei minhas mãos passearem
por seus braços — que mesmo cobertos com o tecido do terno
ainda se mostravam firmes e musculosos. Confesso que estou
louca para ver Etan sem roupas novamente. Embora eu ainda
estivesse dolorida, já me sentia ansiosa para estar com ele
outra vez, para sentir seu membro me preenchendo, para vê-lo
gozar… Acho que estou ficando viciada neste homem.
Uma batida repentina na porta atrapalhou o nosso
momento e fomos obrigados a nos afastar. Etan levou alguns
segundos para retomar o fôlego. Quando a sua respiração
voltou ao normal ele caminhou até a porta e antes de abri-la,
me direcionou uma piscadela. Meus olhos se fixaram
brevemente em sua boca, percebi que seus lábios estavam
sujos com o batom vermelho-cereja que as meninas dos
cosméticos me fizeram experimentar mais cedo.
Para o meu azar, não tive tempo de avisá-lo. Etan abriu a
porta em um movimento rápido e espiou para ver quem estava
batendo. Arquejei ao ver que quem chamava era Sandy — a
diretora criativa que vivia de mau humor.
— Isso na sua boca é batom? — Os olhos da mulher se
arregalaram no instante em que ela percebeu o que havia de
errado no rosto de Etan.
Sandy desviou seu olhar para longe do chefe e me
encarou, sua expressão de surpresa se transformou em irritação
e eu senti minhas bochechas corarem. Porra! É claro que a
minha boca também está borrada. Não acredito que fomos
pegos!
Completamente envergonhada, virei-me de costas para a
mulher e fingi que estava organizando uma pilha de papéis que
se encontravam sobre a mesa. Meus pensamentos estavam
enevoados por aquele flagrante vergonhoso e eu não consegui
ouvir com coerência sobre o que os dois conversavam — só
entendi que tinha a ver com um projeto que estavam
desenvolvendo.
Para o meu alívio, a conversa terminou rápido e eu logo
ouvi o som da porta se fechar. Senti as mãos de Etan
acariciarem o meu ombro e eu me virei para ficar de frente
para ele. Sua boca ainda estava suja de batom e eu me apressei
em limpá-la. Ele apreciou o gesto e fez o mesmo por mim,
tirando a tinta borrada dos meus lábios com o auxílio do seu
dedo.
Apesar de tudo, Etan não parecia estar nervoso com o
que aconteceu, então resolvi manter a calma e não surtar.
Afinal de contas, os funcionários não iriam se meter na vida
do chefe. Tenho certeza de que aquela mulher guardará o que
viu apenas para si.
— Talya, sinto muito te dizer isso, mas terei que
comparecer a outra reunião. — Etan segurou o meu queixo e
acariciou o meu lábio inferior com o seu polegar. Fiquei
perdida observando seus olhos azulados enquanto ele fazia
aquilo. — Receio que não estarei aqui para me despedir no
horário da saída, seu turno acaba às 17h. Quando der esse
horário, poderá ir embora.
— Meu pai disse que viria me buscar quando estivesse
voltando do trabalho — informei.
Etan concordou em silêncio e beijou delicadamente a
minha testa.
— Então, acho que terei que me despedir agora. — Ele
aproximou sua boca da minha e me beijou.
O restante do dia correu bem. Às 17h05 meu pai me
enviou uma mensagem dizendo que estava com o carro
estacionado em frente ao prédio, me esperando. Saí da sala de
Etan, me despedindo dos funcionários que encontrei no
caminho até o elevador e logo estava no carro, sentada no
banco do carona ao lado do meu pai.
No caminho até em casa, meu velho me perguntou como
foi o meu primeiro dia no trabalho e o que eu fiz. Contei que
conheci muitas pessoas legais e que estava trabalhando como
assistente do seu amigo, mas não fui louca de mencionar o
valor do meu salário, afinal de contas, eu tinha cérebro para
pensar que qualquer um estranharia a quantidade monetária
absurda que Etan pretendia me pagar no fim do mês.
A noite passou rápido e, como sempre, fiquei pendurada
no telefone em uma conversa sugestiva com Etan alguns
minutos antes de dormir. No dia seguinte, acordei no mesmo
horário e peguei carona com o meu pai até a empresa. Eu já
não me sentia mais tão nervosa quanto no meu primeiro dia de
trabalho e, felizmente, o incômodo que eu sentia em minha
intimidade já havia passado.
As primeiras horas na empresa se mostraram
promissoras. Ajudei Lana a decidir entre dois esboços para um
anúncio de uma loja de roupas e levei café para Etan — que
fazia questão de me beijar intensamente cada vez que
ficávamos sozinhos.
Quando Etan foi para uma reunião por volta das 14h,
fiquei sozinha na sala dele, girando em sua cadeira de couro já
que não tinha mais nada para fazer. Até passei o dedo sobre os
móveis do cômodo para ver se precisava tirar poeira de algum,
mas tudo estava impecavelmente limpo. Com certeza, alguém
faz faxina por aqui antes dos trabalhadores chegarem.
Estava me sentindo tão entediada que resolvi sair da
sala do meu chefe e ver se podia oferecer ajuda a qualquer
pessoa que estivesse precisando no momento. Caminhei por
alguns metros no espaço amplo da empresa onde haviam
algumas mesas com pessoas trabalhando concentradas nas
telas de seus computadores. Notei que todos ali estavam
ocupados com seus afazeres — todos, menos eu. Jamais
pensei que ficaria incomodada por não trabalhar.
Dei uma olhada ao meu redor procurando por Lana,
mas não a encontrei. Ao invés disso, meus olhos avistaram
Sandy, que estava de pé supervisionando uma equipe de
designers a alguns metros de distância. Devo ter levantado da
cama com o pé esquerdo, porque no instante em que observei
a mulher, ela ergueu seu rosto em minha direção e fez sinal
para que eu me aproximasse. Xinguei mentalmente e fui até
ela.
Sandy havia se afastado um pouco dos outros
funcionários, como se quisesse falar comigo em um local mais
privado. A mulher me olhou de cima a baixo e cruzou os
braços diante do peito quando parei na frente dela.
— Posso ajudar em algo? — Tentei ser prestativa, apesar
do jeito intimidador que Sandy me olhava.
— Na verdade, quero ter uma conversa com você. —
Ela limpou a garganta, antes de prosseguir. — Talya, você está
abusando demais da sorte.
Franzi o cenho, estranhando aquelas palavras.
— Acho que não entendi… eu fiz alguma coisa errada?
— Tentei recapitular o meu dia, mas até onde me lembrei eu
não havia feito nada de mais.
— Para ser sincera, você fez sim — Sandy concordou,
com a voz azeda. — Acho que devia tentar crescer na área
profissional por mérito próprio e parar de deixar o chefe te
comer.
— O quê?! — me surpreendi com a acusação.
— Não faça essa cara de desentendida, eu vi o jeito que
você e o Etan estavam na sala dele ontem. — Sandy me
direcionou um sorriso sarcástico. — Aposto o meu cu que
você só conseguiu esse emprego porque ele está te comendo.
Fiquei sem reação. Eu não conseguia acreditar que
estava sendo atacada daquela maneira.
— Talya, você é uma garota jovem, precisa ser mais
esperta que isso… — A voz de Sandy mudou para um tom
sério. — É melhor você parar de andar com o Etan. Faça isso
pelo bem da sua carreira, se é que você pretende construir
uma.
Antes que eu pudesse responder, Sandy me deu às
costas e caminhou em passos apressados para longe de mim.
Fiquei mal pelas coisas que aquela mulher falou — eu
realmente não precisava levar isso para casa hoje —, mas o
que me causou mais dor foi saber que as suas palavras não
estavam completamente erradas. Consegui esse emprego
depois de transar com Etan e ele mesmo admitiu que só me
contratou porque meu pai o viu saindo da minha casa e ele
precisava de uma desculpa para estar ali…
Bufei, em uma tentativa de controlar a irritação que
crescia em meu peito. Eu não queria ficar com isso na cabeça,
mas agora era tarde, as palavras de Sandy já haviam penetrado
o meu subconsciente. Será que Etan me daria esse emprego se
eu não tivesse dado a minha boceta para ele?
Não vou aguentar ficar com isso na cabeça pelo resto do
dia, preciso criar coragem e confrontá-lo. Neste momento, a
minha paz de espírito é muito mais importante do que a minha
timidez.
CAPÍTULO 13
Etan

Quando voltei da reunião com a equipe de marketing,


fui para a minha sala e percebi que Talya não estava lá. Fiquei
sentado em minha mesa, revisando alguns projetos, até que um
tempo depois a porta se abriu. Talya entrou na sala trazendo
um copo de café, com um semblante irritado no rosto.
Estranhei seu mau humor imediatamente.
— O que aconteceu? — perguntei, quando ela me
entregou o copo.
Talya hesitou em falar, mas acabou cedendo quando
percebeu que eu não mudaria de assunto até que ela explicasse
o que estava acontecendo.
— Me contratou só por termos transado? — As
palavras saíram da boca de Talya como um disparo direto no
meu peito.
— De onde você tirou essa ideia absurda? — Bebi um
pouco do café, mas fiz uma careta ao perceber que estava
quente demais.
— Você mesmo disse isso. — A garota cruzou os
braços diante do peito. Sua voz vacilante deixou claro que ela
estava insegura. — Que só me contratou para escapar do meu
pai.
— Fiquei com vontade de ter você por perto desde o
jantar na sua casa e eu percebi logo no início que o melhor
jeito de fazer isso seria trazendo você para trabalhar na minha
empresa. — Deixei a bebida sobre a mesa para que esfriasse
um pouco e meu olhar encontrou o de Talya. — Eu fiquei
esperando até que desocupasse uma vaga decente em que você
pudesse trabalhar de verdade por aqui, mas o desespero que
me atingiu quando seu pai quase nos surpreendeu em um
momento íntimo me fez tomar uma decisão precipitada. Te
contratei principalmente porque queria ter você por perto,
Talya, queria poder vê-la mais vezes.
Talya me ouvia atentamente, mas o seu olhar ainda
estava hesitante. Eu não podia culpá-la por seus pensamentos
duvidosos, a situação que se desenrolou no dia em que
transamos não ajudou em nada e, considerando que a garota
tinha sentimentos por mim, era perceptível que ela ficasse com
medo que eu estivesse apenas me aproveitando do seu rostinho
bonito para me satisfazer.
Eu também tenho sentimentos por Talya e posso
garantir que são intensos. Ela não sai da minha cabeça desde
o dia em que a vi pela primeira vez com aquele vestido rosa de
babado, carinha de inocente e corpo de mulher.
E então, eu percebi que se quisesse fazer Talya acabar
com aquela desconfiança em mim eu precisaria ser sincero e
deixar claro o que eu sentia por ela. Sei que cruzarei uma linha
ainda mais perigosa a partir daqui, mas não posso arriscar
que a garota continue me olhando desse jeito. Talya precisa
saber que não estou brincando com ela.
Respirando fundo, levantei-me da cadeira e caminhei
lentamente até o canto perto da porta onde Talya estava. Em
momento algum separei nossos olhares e a cada passo que eu
dava eu percebia um brilho de ansiedade crescendo em seus
olhos castanhos. Só me dei por satisfeito quando a garota
estava com as costas coladas na parede e eu a centímetros de
distância dela.
Coloquei meus braços na parede, cercando o seu corpo e
a deixei encurralada.
— Talya, eu realmente gosto de você. — Quando eu
disse aquela frase, ela engoliu em seco e respirou fundo. —
Não queria admitir isso antes porque tudo entre nós aconteceu
muito rápido, mas porra, eu estou apaixonado por você.
Fiquei em silêncio, com o coração acelerado,
observando a reação da garota. Seus olhos se arregalaram e
sua boca se abriu um pouco, como se ela quisesse dizer algo,
mas estivesse receosa.
— E-eu… eu… — Talya gaguejou. Ela colocou uma
mão no peito, fechou os olhos e respirou fundo, tentado se
acalmar. Depois de alguns segundos, fixou seu olhar em mim e
sorriu, parecendo nervosa. — Eu também estou apaixonada
por você, Etan.
Porra, era isso que eu queria ouvir!
Em um movimento rápido, tirei minhas mãos da parede
e as coloquei ao redor do rosto de Talya. Puxei sua cabeça para
perto até que nossas bocas se encontrassem e então a
presenteei com um beijo apaixonado. A garota suspirou e
aconchegou seu corpo contra o meu.
Nossas línguas se entrelaçavam intensamente e meu
coração parecia estar em chamas. Eu disse que essa garota
seria a minha ruína, mas agora sinto que, na verdade, ela será
a minha salvação. Enquanto a beijo, só desejo tê-la por perto,
cuidar dela e mantê-la segura. Se eu pudesse, passaria o resto
da minha vida prendendo Talya contra essa parede e
demonstrando com beijos e toques tudo que eu sentia por ela.
Como se o destino quisesse acabar com a minha
alegria, ouvi uma batida na porta. Xinguei e afastei nossos
lábios relutantemente. Talya sorriu para mim, enquanto
retomava o fôlego e deixou seus dedos acariciarem o meu
maxilar. Devolvi o seu sorriso e depositei um beijo em seu
rosto antes de me afastar para ver quem chamava na porta.
Aproveitando a deixa, Talya correu e se sentou na
cadeira que havia em frente à minha mesa. A danadinha já
está aprendendo a disfarçar…
Quando abri a porta, meus olhos se arregalaram quase
que instintivamente. Era Davison, o pai de Talya.
— Olá, Etan. — O homem apertou a minha mão em
um cumprimento, em seguida, direcionou seu olhar para o
interior da sala. — Filha? Fico surpreso que esteja aqui na sala
do chefe.
A garota apenas direcionou um sorriso amarelo para o
pai e permaneceu sentada na cadeira sem saber o que fazer.
— A Talya andou aprontando? — Davison me
perguntou com a voz baixa, enquanto entrava na sala. — Pode
puxar a orelha dela se precisar.
Ao notar a presença do pai, Talya se levantou da
cadeira e ficou ao lado dele, parecendo um pouco
envergonhada.
— Sua filha é uma boa garota — comentei, com
sinceridade. — Ela está na minha sala porque sendo a minha
assistente, preciso dela por perto o tempo todo.
O homem compreendeu o que eu dizia e fiquei aliviado
por ele não fechar a cara.
— Sei disso, também tenho um assistente, mas o garoto
é todo atrapalhado — Davison confessou. — Só não o demiti
porque sei que ele está se esforçando para fazer o melhor que
pode.
— Com o tempo ele irá se achar… — comentei, apenas
para não deixar o homem falando sozinho.
— É o que eu espero. — Ele deu um sorriso sarcástico.
— E como a minha filha está se saindo?
— Talya é muito boa no que faz — admiti, sem
conseguir deixar de achar graça do duplo sentido que apenas
eu entendia.
— É claro que ela é! — Ele bagunçou o cabelo de
Talya como se ela fosse uma criança de 5 anos. — Minha
garotinha puxou o pai dela.
Talya deu um sorriso fraco e arrumou seu cabelo onde
Davison havia bagunçado. Suas bochechas coradas indicavam
que ela estava com vergonha da atitude do pai. Confesso que
achei graça da situação. Davison realmente não faz ideia das
coisas que a garotinha dele faz quando ele não está por perto.
— Bom, eu estou aqui para buscar a sua assistente — o
homem mudou de assunto.
— Claro — concordei, e direcionei meu olhar para
Talya. Infelizmente, o seu turno já havia acabado 15 minutos
atrás. — Te vejo amanhã, assistente.
Notei que ela se controlou para não rir quando me
ouviu chamá-la daquele jeito.
— Até amanhã, chefe — ela entrou na brincadeira.
Davison apertou a minha mão em despedida e saiu da
sala. Talya acenou para mim e seguiu seu pai, fechando a porta
quando passou por ela. Agora, só me resta ir para casa e
esperar pela conversa ao telefone que eu tenho todas as noites
com a minha assistente safadinha.

Talya

Saí da sala de Etan, acompanhada pelo meu pai e


estranhamente eu não me sentia mais tão nervosa quando via
os dois homens lado a lado. Talvez, eu já esteja me
acostumando com a situação…
Enquanto eu seguia meu velho em direção ao elevador,
recordei-me da declaração que Etan fez alguns minutos atrás.
Ele disse que está apaixonado por mim… também sinto o
mesmo e isso deixa o meu coração aquecido com a
possibilidade de que nossa relação possa ficar ainda mais
séria no futuro. Não vou negar que adoraria ter Etan como
namorado, mas isso também significa que terei que levá-lo
para casa e apresentá-lo ao meu pai…
Fui tirada dos meus pensamentos quando uma figura
feminina se colocou à nossa frente. Ergui meu rosto para ver
quem nos cercou e meu sangue gelou ao perceber que era
Sandy. Merda! Espero que ela não comece a tagarelar sobre o
Etan na frente do meu pai…
— Com licença, Sr. Lincon? — ela dirigiu a palavra ao
meu pai como se já o conhecesse há um bom tempo. — Eu
gostaria de discutir alguns detalhes sobre a campanha que
estamos preparando para a automobilística Veron. Teria um
minuto?
Um grande alívio me atingiu quando percebi que a
mulher só estava ali para falar sobre trabalho e que eu não
tinha nada a ver com o assunto.
— Claro, eu estou com tempo — meu pai concordou, e
logo, me encarou. — Talya querida, me espere no carro?
Concordei imediatamente.
— Vocês dois são parentes? — Sandy perguntou, com
uma certa curiosidade.
— Ela é minha filha — meu pai respondeu, orgulhoso.
A mulher arqueou uma sobrancelha e me olhou de um
jeito irônico. Porra! Melhor ir para o carro e ficar o mais
longe possível dessa mulher. Ela já envenenou a minha cabeça
hoje cedo para que eu enxergasse o Etan como um vilão,
espero que não faça o mesmo com a mente do meu pai.

*****

Eu me sentia cada vez mais aflita conforme os minutos


passavam e eu permanecia sentada no banco do carona,
esperando pelo meu pai. Não conseguia deixar de me
perguntar se Sandy não aproveitou que eu havia saído para
contar a ele todas as suas suspeitas — que infelizmente, eram
verdade.
Depois de quinze minutos de espera, não aguentei e
liguei para Etan, na esperança de que o homem pudesse me
confortar. Por sorte, ele atendeu no primeiro toque.
— O que houve? — indagou, um pouco preocupado.
— Você não costuma ligar nesse horário.
— Sandy desconfia que você e eu temos alguma coisa
— disparei, tentando controlar a minha inquietação. — Na
saída da empresa, ela cercou a mim e ao meu pai e disse a ele
que tinha algumas ideias para discutir sobre uma campanha.
Estou com medo de que ela fale algo sobre nós dois para o
meu pai…
— Ei, fique tranquila — Etan disse, com um tom
calmo. — Seu pai é um grande cliente da minha empresa e a
Sandy sabe que deixá-lo irritado não será bom para os
negócios. Ela não vai dizer nada para ele.
— Tem certeza? — Eu ainda me sentia insegura.
Queria acreditar nas palavras de Etan, afinal ele
conhecia aquela mulher há mais tempo. No entanto, senti
medo que o palpite dele estivesse errado e a essa hora o meu
pai já estivesse ciente do tempo que eu passava dando uns
amassos no meu chefe às escondidas.
— Sim, Talya, eu tenho certeza — garantiu. — Sandy
tem muito amor ao seu emprego e perder o contrato com seu
pai faria a empresa perder milhões, eu teria que demitir
funcionários… Imagino que a Sandy não queira correr o risco
de parar no olho da rua.
Fiquei mais tranquila depois do que ouvi, mas meu
medo ainda não havia cessado por completo. Apesar de tudo,
decidi confiar na intuição de Etan.
— Tudo bem — concordei com o que o homem disse.
Meus olhos se fixaram no retrovisor no momento exato em
que meu pai estava saindo do prédio e eu me apavorei. —
Etan, preciso desligar, o meu pai está vindo…
— Por falar no seu pai, não conte a ele sobre o quanto
estou te pagando — pediu, um pouco cauteloso.
— Não precisa se preocupar quanto a isso — o
tranquilizei. — Falo com você mais tarde, beijo.
— Até logo, safadinha. — Etan desligou a ligação e eu
sorri involuntariamente enquanto retirava o celular do ouvido.
Segundos depois, meu pai entrou no carro e eu o
observei pelo canto do olho, um pouco desconfiada, para ver
se ele carregava qualquer traço de irritação. Por sorte, o
homem parecia estar agindo normalmente e até ligou o rádio
em uma música animada antes de dar a partida no carro. Fico
feliz que Sandy não tenha feito fofoca para ele, mas sei que
essa possível ameaça não sairá da minha cabeça tão cedo.
CAPÍTULO 14
Talya

— Você não faz ideia do quanto eu fiquei nervosa


quando a Sandy cercou o meu pai lá na empresa — comentei,
enquanto segurava uma almofada no colo.
Era noite e eu me encontrava sentada em minha cama,
com o celular no ouvido, conversando com Etan sobre as
coisas que aconteceram durante o dia.
— Não vamos falar sobre essa mulher — Etan cortou o
assunto. — Eu já percebi que você está estressada com isso
que aconteceu, mas tenho uma ótima ideia para te fazer
relaxar.
Arqueei uma sobrancelha e um pequeno sorriso curvou
a minha boca.
— O que você tem em mente? — comecei a sentir uma
leve empolgação.
— Ainda está sentindo dor, Talya? — ele sondou.
— Não. — Remexi-me na cama para testar e, por sorte,
não senti mais nenhum incômodo vindo das minhas partes
femininas. — Estou perfeitamente bem agora.
Etan deu uma risada do outro lado da linha.
— Então se prepare porque eu tenho uma surpresa
para você.
— Que surpresa?
— Se eu contar deixará de ser surpresa. — Sua voz
ganhou um tom ferino. — Você terá que esperar até amanhã
para descobrir.
Bufei, sentindo-me inquieta, mas não tive outra saída a
não ser esperar pelo dia seguinte. Etan acabou desligando a
ligação mais cedo dizendo que iria trabalhar na minha surpresa
e eu fiquei acordada até as primeiras horas da madrugada,
tentando lidar com a ansiedade até que caí no sono.

*****

No dia seguinte, cheguei à empresa com o coração


acelerado e as mãos suando frio. Desde que abri os olhos eu só
conseguia pensar no que Etan tinha em mente para aquele dia.
Antes de ir até a sala do meu chefe, peguei um copo
bem grande de café na cantina para levar até ele — talvez, isso
o deixe de bom humor e ele acabe soltando os seus planos.
— Etan? — Bati na porta da sala dele com a mão livre.
Não demorou muito até a porta se abrir e eu dar de cara
com o homem vestindo uma calça preta social e uma blusa
azul de manga comprida. Era a primeira vez desde que
comecei a trabalhar aqui que eu não o via de terno em seu
horário de trabalho.
— Eu trouxe café. — Ofereci o copo para ele e lhe
direcionei um sorriso amigável.
— Obrigado. — O homem pegou o copo e quando
tentei entrar na sala ele colocou a mão livre em meu ombro,
impedindo-me de prosseguir.
— O que está acontecendo?
Etan saiu da sala e fechou a porta, a trancando com
uma chave logo em seguida.
— Daremos um passeio hoje. — Ele piscou para mim,
rapidamente, e caminhou em direção ao elevador. — Venha.
Arqueei uma sobrancelha e, por mais que eu estivesse
completamente confusa, não tive outra opção a não ser seguir
o homem para fora da empresa.
Etan me levou até o estacionamento aberto da Thorne
Media enquanto terminava de beber o seu café. Ele deixou o
copo vazio em uma lata de lixo reciclável e abriu a porta do
carona de um conversível prateado que estava em uma vaga
reservada. Entrei no carro, apreciando o seu cavalheirismo e
coloquei o cinto de segurança. Etan me direcionou um sorriso
enquanto se sentava atrás do volante e ligava o carro.
— Para onde vamos? — perguntei, quando o homem
deu partida no veículo.
— Você já vai descobrir — respondeu, com um tom
estranhamente animado, e guiou o conversível para fora do
estacionamento.
Quando o carro pegou velocidade na Veteran Avenue, o
vento começou a bagunçar meu cabelo que estava solto e eu
precisei prendê-lo para o lado. Etan riu da minha situação e até
perguntou se eu queria que ele subisse o teto do carro, mas eu
recusei. Por mais que o meu pai fosse um diretor importante
em uma empresa de automóveis aquela era a minha primeira
vez andando em um conversível e eu queria ter a experiência
completa.
A manhã estava quente e ensolarada, e eu apreciei a
sensação dos raios de sol aquecendo a minha pele durante o
trajeto. Fiquei tão imersa no passeio que até me esqueci que
Etan estava me levando para um lugar que eu desconhecia
completamente.
Cerca de 10 minutos depois que saímos da empresa,
Etan estacionou seu conversível na vaga da garagem de uma
mansão de 2 andares, com estrutura moderna, localizada no
bairro rico de Bel Air. Ele desceu do veículo rapidamente e
veio até o meu lado, abrindo a porta para que eu pudesse sair.
— Onde estamos? — questionei, enquanto observava a
casa.
Uma cerca viva de arbustos podados em altura mediana
cercava toda a extensão da residência, deixando apenas um
gramado aberto na parte da frente e um caminho de pedras que
levava até a porta principal.
— Essa é a minha casa. Passaremos o dia aqui. — Etan
me direcionou um sorriso matreiro e segurou a minha mão.
Quase perdi o fôlego quando ele começou a me levar em
direção à porta da frente. — Eu até dispensei os empregados
para que você e eu pudéssemos ficar completamente sozinhos
hoje.
Minha intimidade doeu com excitação quando ele disse
aquilo. Agora eu sei qual é o plano de Etan para me fazer
relaxar. Safado!
O homem destrancou a porta da casa e abriu espaço
para que eu pudesse entrar.
— Fique à vontade e não se preocupe com o horário —
ele pediu. — Vou levar você de volta para a empresa antes do
seu turno de trabalho acabar, assim o seu pai nem vai perceber
que passamos o dia fora quando aparecer por lá para te buscar.
Concordei silenciosamente, enquanto observava o
interior da casa de Etan. A decoração do lugar era moderna e
quase tudo possuía tons pretos ou acinzentados — exceto o
piso de mármore, que era de uma cor esbranquiçada.
Na parede central do hall de entrada havia uma escada
que levava para o segundo andar e nas paredes laterais haviam
passagens abertas que provavelmente davam acesso para os
outros cômodos da casa.
— À esquerda fica a cozinha e a sala de jantar, e à
direita fica a sala de estar que possui uma saída para o quintal
que dá na piscina — Etan explicou, ao perceber que eu
analisava o ambiente. — Podemos ir até lá se você quiser, mas
confesso que agora eu estou louco para subir essas escadas e te
levar até o meu quarto.
Ele deu um tapa forte na minha bunda e eu arquejei. O
tecido da minha calça skinny branca não amenizou o impacto
e eu logo comecei a sentir uma ardência na região. Não vou
negar que eu gosto disso… me excita. Ah! Que se dane a
piscina e os outros cômodos da casa! Eu quero que Etan me
leve para o seu quarto e faça todas as coisas maliciosas que
eu sei que ele está pretendendo fazer.
Com minha decisão tomada, virei-me de frente para
Etan e lhe direcionei um sorriso capcioso. Também criei
coragem e entrelacei meus braços ao redor do seu pescoço.
— Etan, você disse que o que fez comigo aquele dia
não era nem a metade do que sabia fazer — provoquei,
roçando a minha barriga no volume que havia abaixo da sua
cintura. O homem suspirou e eu sorri, zombeteira. — Quero
que hoje você me mostre tudo… não se controle.
Como se aquilo fosse música para os seus ouvidos,
Etan me puxou contra ele e me beijou com força, em seguida,
me ergueu em seus braços e começou a subir os degraus da
escada. Ao chegar ao segundo andar, ele me levou para a
última porta que havia no fim do corredor e eu logo me
deparei com um quarto amplo, com decoração nitidamente
masculina, longas janelas de vidro com vista para o jardim e
uma cama grande de cabeceira estofada, com o colchão
forrado por um edredom preto.
Sem aviso prévio, Etan jogou o meu corpo na cama e
eu quiquei com o impacto. Deixei um riso escapar e só tive
tempo de me deitar com a barriga para cima antes que ele se
acomodasse sobre mim, capturando minha boca com a sua.
Nossos lábios começaram a se mover intensamente e o homem
pressionou sua ereção em minha coxa, ao mesmo tempo, sua
mão subiu e apertou o meu seio esquerdo. Deixei um gemido
escapar e ele pareceu satisfeito com a minha reação.
Etan separou nossas bocas e enterrou o rosto em meu
pescoço, espalhando pequenas mordidas pela região. Sua mão
ainda estimulava meu seio esquerdo e eu decidi esgueirar
meus dedos entre os nossos corpos até eles tocarem o volume
da sua ereção. O homem gemeu, com a boca colada em minha
pele e eu deixei meu aperto se firmar ao redor do seu pau. Ele
começou a mover seu quadril, roçando sua rigidez em minha
mão mesmo com o tecido da calça entre nós.
Depois de um tempo, ele se sentou sobre as minhas
pernas e tirou a camisa, deixando à mostra o seu tórax
bronzeado e esculpido. Com certeza, ele deve malhar em
algum momento do dia. Perdi-me por um tempo, encarando o
seu corpo até que senti minha blusa de alça ser deslizada por
cima dos meus ombros. Fiquei deitada no colchão com um
sutiã branco de renda e Etan aproveitou alguns segundos para
me encarar.
Prendi o fôlego quando ele levou as mãos até o fecho
frontal do meu sutiã e o abriu, deixando meus seios expostos.
Etan não perdeu tempo e começou a estimulá-los, envolvendo
um mamilo com a boca e apertando o outro entre os dedos.
Gritei quando seus dentes me mordiscaram levemente e ele
sorriu contra a minha pele, satisfeito. Seus dedos faziam uma
pressão absurda em meu mamilo esquerdo e quando ele os
retirava, eu ficava apenas desejando mais. Esse homem
realmente sabe o que está fazendo.
Eu já podia sentir minha calcinha inundada quando
Etan se afastou e levantou da cama. Apoiei-me em meus
cotovelos e ergui a cabeça para encará-lo no momento exato
em que ele retirou a calça e a cueca que vestia, ficando
completamente nu à minha frente. Meus olhos curiosos se
fixaram em seu membro grosso e ereto que agora estava livre.
Ao perceber que eu o encarava, Etan sorriu
maliciosamente e colocou suas mãos na barra da minha calça,
puxando-a para fora do meu corpo junto com a calcinha.
Minha respiração acelerou consideravelmente quando fiquei
nua e senti seu olhar de desejo queimando o meu corpo.
— Sente-se na cama, safadinha. De preferência, em
uma posição confortável.
Concordei imediatamente e me sentei no colchão,
apoiando as costas na cabeceira estofada do móvel e deixando
minhas pernas esticadas para descansar. Agora que já estou
acomodada como Etan pediu, olhei com uma certa
expectativa, perguntando-me o que ele faria a seguir.
Etan subiu na cama e deu um pequeno tapa em minha
coxa.
— Abra as pernas — exigiu, seus olhos azul-safira
carregavam um brilho intenso que fez o meu corpo inteiro se
arrepiar com excitação. — Mostre essa bocetinha deliciosa
para mim.
Sem hesitar, fiz o que o homem pediu e dobrei minhas
pernas enquanto as abria, deixando os joelhos na mesma altura
que os meus seios. Etan sorriu e se sentou de frente para mim,
a poucos centímetros de distância. Seu olhar estava fixo na
fenda molhada que havia no meio das minhas pernas.
O homem deslizou seu dedo indicador pelas minhas
dobras e eu suspirei. Ele pareceu completamente satisfeito ao
ver o estado de excitação em que eu me encontrava.
— Porra, você é tão gostosa… — rosnou, enquanto
deslizava o dedo para cima e para baixo, passando inúmeras
vezes pelo meu clitóris e pela minha entrada. — Vou te
enlouquecer hoje.
Depois daquela promessa, Etan enfiou seu dedo no
meu canal e eu gemi, apertando-me ao redor dele
involuntariamente. O homem sorriu de um jeito lascivo e me
penetrou com um segundo dedo. Meu coração acelerou e seu
sorriso se alargou ainda mais.
Seus dedos começaram a deslizar para dentro e para
fora do meu corpo em movimentos lentos que aumentaram
gradativamente com o passar do tempo. Perdi toda a
compostura quando seu polegar se acomodou sobre o meu
clitóris e começou a massageá-lo em movimentos rápidos e
circulares. Gritei e agarrei o edredom que estava abaixo do
meu corpo.
Etan mordeu seu lábio inferior, parecendo se deliciar
com o meu estado de prazer, e então, introduziu um terceiro
dedo em mim. Ofeguei ao senti-lo e arregalei os olhos para o
homem. Ele apenas me deu uma piscadela e aumentou a
velocidade com que movia a sua mão. Seus dedos batiam
contra a parede do meu canal e me faziam gritar de prazer.
— Está gostoso, safadinha? — Etan perguntou, com
um tom divertido na voz. Seus olhos se desviavam entre a
minha boceta e o meu rosto, ele parecia estar se divertindo
enquanto assistia a cada expressão de prazer que eu fazia.
— Está… — gemi, e levei meu quadril para mais perto
da sua mão.
Etan diminuiu o ritmo dos movimentos que fazia com
os dedos e voltou a sorrir lascivamente para mim.
— Agora vai ficar ainda melhor… — Ao terminar
aquela frase, Etan colocou seu dedo mindinho na minha boceta
e voltou a me foder com seus dedos, dessa vez se movendo
mais rápido que antes.
— Porra, Etan! — gritei, levando a minha cabeça para
trás. — Está querendo me rasgar?!
— Quer que eu pare? — retrucou, e seus dedos
investiram contra mim com mais força.
Um prazer inimaginável tomou conta do meu corpo e eu
não consegui fazer mais nada a não ser gritar, gemer e arquear
meu quadril para mais perto do homem.
Seu polegar se esfregava histericamente em meu clitóris,
enquanto os outros quatro dedos da sua mão penetravam a
minha boceta em um ritmo tão acelerado que fez os músculos
do braço de Etan se tensionarem enquanto ele se movia. Ele
realmente está me fazendo enlouquecer!
— Não! — gritei, revirando os olhos de prazer. —
Porra! Por favor, não pare!
Etan sorriu com a minha reação e seguiu com seus
movimentos apressados. Não consegui segurar por muito mais
tempo, em poucos segundos o orgasmo me atingiu com força e
eu gritei histericamente enquanto gozava na mão dele. Meu
corpo inteiro se contorcia em espasmos de prazer e eu só
conseguia me contrair ao redor da mão do homem, enquanto
puxava o ar para os meus pulmões, tentando restaurar o
controle da minha respiração.
Enquanto eu me recompunha, Etan retirou sua mão da
minha boceta e eu arregalei os olhos ao ver o tanto de umidade
que havia em seus dedos. O homem lambeu seu dedo médio e
suspirou, com puro deleite, em seguida, voltou seu olhar para
mim. Ele aproximou sua mão do meu rosto e encaixou o dedo
indicador na abertura da minha boca.
— Lambe tudinho — exigiu, empurrando seu dedo
para dentro.
Não tendo outra escolha, lambi dedo por dedo,
provando o gosto do meu orgasmo que estava impregnado em
sua mão. Aquilo foi inesperado e completamente erótico.
Quando terminei, Etan sorriu e segurou a minha nuca,
puxando o meu rosto para perto. Nossas bocas se encontraram
e mergulhamos em um beijo intenso, desesperado e cheio de
paixão.
Enquanto nossas línguas se entrelaçavam, ele me puxou
para o seu colo e eu me sentei sobre as suas pernas, sentindo
seu membro pressionar a minha intimidade. Rocei meu corpo
naquele músculo quente e rígido que pulsava abaixo de mim e
Etan gemeu contra a minha boca.
Em um movimento rápido, o homem se encaixou na
minha entrada e me penetrou com uma única investida. Gemi
quando seu membro se enterrou completamente em meu
interior. Sem avisar, Etan começou a mover o seu quadril
vigorosamente, fazendo-me quicar em seu colo, entrelacei
meus braços ao redor do seu pescoço para me equilibrar e
mordi meu lábio inferior com o prazer que comecei a sentir. É
bom tê-lo dentro de mim sem todo aquele desconforto que
esteve presente na minha primeira vez. Agora, sinto apenas
desejo, paixão e um pau deliciosamente quente pulsando no
interior do meu corpo.
Ficamos abraçados por um tempo, com Etan apenas
flexionando o quadril para cima e me levando em seu ritmo,
até que em um certo ponto comecei a me mover por conta
própria. Quando percebi, eu já estava controlando os
movimentos, subindo e descendo no colo do homem e o
levando à loucura.
Etan mantinha as mãos em minha bunda e a apertava
com força enquanto eu me movia. Seus olhos semicerrados,
respiração ofegante e músculos tensos indicavam que ele
estava sentindo tanto prazer quanto eu. Inclinando seu rosto
para frente, Etan começou a chupar os meus mamilos,
mordiscando as suas pontas vez ou outra.
Enterrei meus dedos em seu cabelo e gritei quando o
segundo orgasmo do dia me atingiu. Etan sorriu contra a
minha pele e logo me moveu para fora do seu colo. Fiquei um
pouco triste quando nossos corpos se separaram e me sentei na
cama, tentando controlar a respiração. Meu corpo suava e
estremecia levemente pelo êxtase que havia acabado de me
atingir.
Observei em silêncio, enquanto Etan esticava seu corpo
e abria a gaveta da mesa de cabeceira. Ele tirou de lá uma
camisinha e a colocou rapidamente. Um sorriso involuntário
apareceu em meus lábios assim que percebi que o nosso
momento de prazer ainda não tinha acabado.
Quando Etan voltou para mim, ele segurou o meu
quadril com firmeza e guiou o meu corpo até que eu estivesse
com as mãos e os joelhos apoiados no colchão. Suor escorria
pelo meu corpo e minhas pernas já estavam cansadas pelos
dois orgasmos que experimentei, mas me mantive firme
naquela posição. Meu coração martelava no peito, ansioso
para saber o que viria a seguir.
Senti um tapa forte em minha bunda e ofeguei. A
palmada de Etan teve força o suficiente para fazer o meu corpo
balançar para frente e causar uma ardência instantânea no
local, mas não foi comparada ao que veio depois. O homem
me penetrou com uma força desmedida — o que me fez perder
o equilíbrio — minhas mãos fraquejaram e eu deixei minha
metade superior cair na cama. Minhas pernas e bunda
permaneceram inclinadas para Etan, mas só porque ele me
segurava com firmeza naquela região.
No entanto, ele não pareceu se importar com a minha
mudança de posição. Mantendo o aperto em meu quadril, Etan
começou a se mover com força, deslizando o seu pau para fora
e, em seguida, enterrando-se fundo no meu corpo outra vez.
Gemi e apertei o cobertor, estava sensível pelo orgasmo
recente e isso deixou as coisas ainda mais intensas.
Suas investidas ficaram mais rápidas à medida que os
segundos passaram e eu já não tinha consciência de nada que
não fosse aquele momento. Etan fodia a minha boceta com
força, sem piedade, castigando-me com o seu membro grosso,
quente e perfeito. Meus olhos se reviravam de prazer toda vez
que ele se enterrava em meu corpo e dava um tapa em minha
bunda. Isso é exatamente o que ele disse que faria comigo em
nossa primeira ligação…
Parecendo estar perto de gozar, Etan colocou seu peso
sobre mim, apoiando uma das mãos em meu pescoço enquanto
a outra aumentou o aperto em meu quadril. Sua virilha se
chocava contra a minha bunda com força e o seu membro
deslizava rapidamente em meu canal, preenchendo cada
centímetro que havia em meu interior. Eu gritava o seu nome,
agarrava o edredom e me contorcia, rebolando contra ele, em
uma tentativa de intensificar ainda mais aqueles movimentos.
— Está gostoso? — perguntou, com a voz rouca e os
dentes cerrados. Eu não podia ver o seu rosto, mas tinha
certeza de que ele estava louco de prazer.
Abri a boca para responder à pergunta, mas apenas um
gemido agudo saiu, entrecortado pela força das investidas.
— Está gostando de foder, safadinha? — Etan soltou o
meu pescoço e deu outro tapa forte em minha bunda. — Está
gostando do meu pau metendo na sua boceta?
— Porra… sim! — gritei, e mais um orgasmo me
consumiu.
Fechei os olhos e gemi intensamente enquanto eu era
atingida por aquela forte onda de prazer. Minha boceta
sensível se apertava ao redor de Etan e ele seguiu bombeando
dentro do meu corpo até que deu outro tapa em minha bunda e
ofegou pesadamente. Seus músculos se tensionaram e ele
gemeu o meu nome em um tom completamente necessitado.
Segundos depois, Etan se deixou desabar em cima de
mim, prendendo-me contra o colchão. Senti seu tórax suado
contra as minhas costas, enquanto a sua respiração ofegante e
pesada soprava ao pé do meu ouvido. Um sorriso fraco
apareceu em meus lábios. Estávamos os dois cansados,
ofegantes e completamente satisfeitos. Eu definitivamente
quero experimentar essa sensação mais vezes, de preferência,
pelo resto da minha vida. Me pergunto se Etan deseja isso
também…
— Qual será o nosso futuro? — questionei, quando a
minha respiração já estava mais calma.
Etan deixou uma risada escapar e saiu de cima do meu
corpo, seu membro também abandonou a minha boceta e me
deixou com uma angustiante sensação de vazio. O homem se
deitou ao meu lado no colchão, colocando um braço embaixo
da cabeça, e me encarou. Permaneci deitada de bruços, com a
bunda para cima, pois ainda me sentia cansada demais para
fazer qualquer movimento — por mais simples que fosse.
— Honestamente? Eu adoraria que você fosse minha…
de verdade — Etan confessou, enquanto seus olhos azuis me
encaravam com um brilho intenso. — Queria que você fosse a
minha mulher e que todos soubessem disso.
Sorri com a ideia.
— Eu também gostaria disso — admiti, sentindo-me
um pouco triste por precisarmos esconder que estávamos
juntos.
Etan ficou em silêncio, com um olhar pensativo, mas
logo o seu rosto ganhou uma expressão divertida e ele sorriu
para mim.
— Quer ser minha namorada, Talya? — perguntou,
repentinamente.
Arregalei os olhos ao ouvir aquilo, mas sem pensar
duas vezes, respondi com as palavras que estavam em meu
coração.
— Com certeza eu quero. — Lancei um sorriso
radiante.
Etan me puxou para perto, até que eu estivesse deitada
com o rosto acomodado em seu peito suado e perfeitamente
esculpido, e depositou um beijo no topo da minha cabeça.
Deixei minha mão descansar em sua barriga de tanquinho,
sentindo os músculos descerem e subirem no ritmo da sua
respiração.
— Então, a partir de agora, você é oficialmente a
minha namorada. — Ele deu um tapa em minha bunda, que já
estava dolorida pela quantidade de palmadas que recebi alguns
minutos atrás. Com certeza, terei problemas quando eu for me
sentar em alguma cadeira mais dura… — Mas essa decisão
exige uma coisa: contar para seu pai que estamos juntos.
Levantei meu rosto imediatamente e encarei Etan com
um olhar assustado.
— Não… meu pai vai nos matar — disparei. — Ou
melhor, acho que ele vai matar você… literalmente.
Etan sorriu e afagou as minhas costas para que eu me
acalmasse. Seu toque era pesado, mas reconfortante, acolhedor
— e eu adorava.
— Calma, não precisa ficar tão alarmada. Podemos nos
assumir aos poucos… começando pela empresa — sugeriu,
otimista.
— É uma boa ideia — concordei, no calor do
momento.
A melhor parte de assumir o nosso namoro na empresa
— é claro, tirando o fato de que não precisaríamos mais
disfarçar toques e olhares quando estivéssemos próximos de
algum funcionário — era que isso seria um tapa na cara de
Sandy, já que a mulher achava que Etan só estava brincando
comigo.
CAPÍTULO 15
Talya

Quando retornamos para a empresa, já eram 16h20 da


tarde. Como havíamos decidido mais cedo, resolvemos
assumir o nosso novo relacionamento, começando pelo
ambiente de trabalho. Etan e eu saímos do elevador de mãos
dadas, caminhando em direção à sala dele. Por mais que eu
estivesse nervosa com o que os outros iriam pensar, caminhei
de cabeça erguida ao lado do meu novo namorado e tentei
ignorar os olhares dos funcionários sobre mim.
Antes de chegarmos à porta da sala, fomos parados por
Sandy. A mulher nos encarou de cima a baixo e logo fixou seu
olhar em Etan, ela parecia estranhamente ofendida.
— Vocês estão… de mãos dadas? — Ela franziu o
cenho. — Estão namorando?
— Sim. Estamos — Etan respondeu, sem hesitar.
Sandy torceu a cara ao ouvir aquilo.
— Pensei que você não quisesse ter relacionamentos
sérios — a mulher comentou, com um estranho tom de ironia.
— E eu não queria…, mas mudei de ideia quando vi
Talya. — Etan me direcionou um sorriso afetuoso e eu senti
minhas bochechas corarem. — Agora, se nos der licença,
temos trabalho a fazer.
Etan se desviou do caminho da mulher e seguiu em
direção à sua sala, me levando junto com ele.
*****

Quando meu pai me deixou na empresa no dia


seguinte, Etan ainda não havia chegado e a sua sala estava
trancada. Não tive outra escolha a não ser ficar perambulando
pelo salão principal da empresa, onde outros funcionários já
começavam a transitar por ali, apressados para realizar as suas
tarefas do dia.
Dei uma breve olhada pelo lugar à procura de Lana —
a garota de óculos com quem acabei criando amizade quando
cheguei aqui. Quando eu não estava com Etan, geralmente
passava meu tempo jogando conversa fora com ela, mas
infelizmente, Lana também estava atrasada hoje.
Enquanto eu andava sem rumo de um lado para o outro
em meio aos funcionários atarefados, ouvi uma mulher me
chamar. Estremeci quando reconheci o tom insuportável da
voz de Sandy. Coloquei um sorriso falso no rosto e me virei na
direção dela.
— O que está fazendo andando de um lado para o
outro? — a mulher indagou, com seu tom debochado de
sempre.
— Estou procurando algo para fazer — admiti. — Etan
ainda não chegou…
— Ah, claro… eu quase me esqueci que você é o novo
brinquedinho dele. — Ela esfregou as têmporas e suspirou. —
Bom, já que está à toa, tenho um trabalho para você fazer…
— É só falar — respondi, ignorando o comentário que
Sandy tinha feito anteriormente.
— Está vendo aqueles cartazes sobre a mesa do canto?
— Ela apontou para uma mesa branca que estava perto da
parede, onde haviam alguns banners enrolados. — Quero que
você os jogue fora. As ideias foram descartadas pela empresa
que encomendou e estamos refazendo os anúncios. Não
precisaremos mais deles.
— Claro… — concordei, sentindo-me aliviada por ela
não ter pedido algo mais difícil. Só preciso jogar alguns
papéis fora, posso aproveitar e pegar um pouco de ar no
caminho.
— Normalmente, eu mandaria outra pessoa fazer isso,
mas como já percebeu, você é a única por aqui que está
desocupada.
— Vou me livrar desses cartazes agora mesmo —
respondi, e corri em direção à mesa. A verdade era que eu
estava desesperada para sair de perto daquela mulher.

*****

Precisei subir em um caixote de madeira para abrir a


tampa da caçamba de lixo que ficava no estacionamento da
empresa. Deixei os cartazes no chão enquanto tentava abrir a
tampa de ferro que parecia estar emperrada. Fiz força por
alguns minutos, mas no fim eu consegui.
Desci do caixote e peguei os cartazes que estavam
enrolados, sem ao menos me dar ao trabalho de ler. Sandy
disse que não precisaria mais deles, então ela deve saber o
que está fazendo.
Joguei a primeira folha no lixo, depois a segunda, e
estava prestes a jogar a terceira quando ouvi um assovio. Virei
meu rosto em direção ao som e vi Etan caminhando até mim,
com as mãos no bolso da calça.
— Está fazendo o que aí, safadinha? — perguntou, com
uma expressão divertida no rosto.
— Jogando esses cartazes fora. — Mostrei a ele uma
das folhas enroladas que eu carregava embaixo do braço e, em
seguida, joguei-as dentro da caçamba.
Etan franziu o cenho e parou na minha frente. Pegando
um dos cartazes debaixo do meu braço, ele o abriu e seu rosto
ganhou uma expressão irritada.
— Esses cartazes são para a reunião da semana que
vem com a empresa em que o seu pai trabalha! — falou, com
raiva. Ele me tomou o restante das folhas que eu ainda
carregava. — Você ficou louca?
Encolhi os ombros ao ver o quão irritado Etan ficou de
uma hora para a outra. O homem se inclinou dentro da
caçamba, pegou os outros cartazes que eu havia jogado fora e
acomodou as folhas enroladas embaixo do seu braço direito.
Merda! O que eu faço agora?
— Por que estava fazendo isso, Talya? — questionou
com a voz séria. Seus olhos azuis se tornaram gélidos e aquilo
me causou um terrível incômodo no peito. — Essa campanha é
extremamente importante para a empresa, não posso perder a
porra do contrato!
— Mas… a Sandy me disse que esses cartazes não
tinham serventia — balbuciei, um pouco intimidada. Eu não
tinha outra saída a não ser contar a verdade.
— Espere, a Sandy disse isso? — Ele arqueou uma
sobrancelha, parecendo incrédulo.
Engoli em seco e assenti, com os olhos arregalados.
— Sim… ela que me pediu para jogar esses cartazes
fora… — completei, com medo que Etan não acreditasse na
minha palavra. — Eu não olhei o que era, apenas obedeci à
mulher.
O homem passou a mão livre pelo cabelo e suspirou.
— Porra, já entendi o que está acontecendo aqui… —
Etan chegou mais perto e eu percebi que a sua expressão
zangada havia se suavizado um pouco, no entanto, ele
permanecia irritado. — Talya, como minha assistente nessa
empresa você responde apenas a mim. Não obedeça às ordens
de Sandy ou de qualquer outra pessoa, apenas as minhas. Você
entendeu?
Assenti sem pensar duas vezes. Etan respirou fundo e
ficou visivelmente mais aliviado.
— Agora vamos entrar. — Ele se virou, caminhando
em direção à saída do estacionamento.
Segui-o em passos apressados e não consegui tirar da
cabeça o que tinha acontecido. Me pergunto se Sandy mandou
que eu jogasse aqueles cartazes fora de propósito para tentar
me atingir…, mas por que ela faria isso?

Etan

A raiva pulsava em minhas veias enquanto eu andava


pela empresa em direção à sala de Sandy. O que essa mulher
tinha na cabeça para mandar Talya jogar fora os cartazes da
campanha para a Veron, que é a nossa maior cliente?
Nem quero imaginar o que teria acontecido se eu
chegasse 10 minutos mais tarde naquele estacionamento.
Cabeças rolariam na reunião da próxima terça-feira e, com
certeza, eu perderia a minha credibilidade diante de Davison.
Agora, mais do que nunca, eu não podia arriscar a minha boa
imagem com o pai de Talya. Preciso cair nas graças do
homem se eu quiser que ele aceite pacificamente a notícia de
que estou namorando a sua filha.
Ao chegar à sala de Sandy, não me dei ao trabalho de
bater à porta. Simplesmente entrei e a deixei escancarada, para
quem passasse por perto me ouvisse dando bronca na mulher.
Não vou deixar que ela provoque Talya e saia impune. Estava
claro que Sandy ficou irritada com a notícia do meu namoro
com a garota, mas não pensei que ela desceria tão baixo a
ponto de tentar destruir uma das nossas campanhas mais
importantes do ano.
— Etan, bom dia — Sandy me cumprimentou sentada
em sua cadeira. Ela me direcionou um sorriso largo, como se
não tivesse feito nada de errado.
— O que estava pensando quando mandou Talya jogar
aqueles cartazes fora? — disparei, deixando claro a minha
irritação.
Sandy arregalou os olhos e levou a mão ao peito,
fingindo estar surpresa.
— Eu não sei do que está falando, Etan… Talya jogou
alguma coisa importante no lixo?
— Como se você não soubesse! — rosnei, e bati os
punhos na mesa da mulher.
Sandy piscou ao se assustar com a minha reação, mas
não perdeu a postura de sonsa.
— Não ache que tenho culpa se aquela garota
imprudente que você contratou fez alguma besteira. Tenho
inúmeros funcionários para supervisionar durante o dia, não
posso prestar atenção apenas no que ela faz.
— Não banque a cínica perto de mim, Sandy, eu te
conheço muito bem…
— Tão bem que preferiu ficar com aquela patricinha
mimada e inexperiente do que comigo. — Ela torceu a cara,
deixando claro o seu descontentamento.
— Não misture as coisas! — vociferei, irritado. —
Você é uma ótima profissional, mas está se mostrando ser uma
péssima pessoa.
— Você não pode me dar lição de moral pelo tipo de
pessoa que eu sou! — A mulher se levantou da cadeira,
irritada. — Porra, Etan, você está comendo uma garota que se
fosse pelo menos quatro anos mais nova teria idade para ser a
sua filha… — Sandy pensou por um instante e então, me
direcionou um sorriso irônico. — O pai dela sabe disso? Me
pergunto o que um homem sério como Davison Lincon deve
pensar a respeito dessa situação.
— Não meta o Davison nisso! — gritei, exasperado.
Inevitavelmente, acabei deixando que o meu medo do homem
descobrir a verdade falasse mais alto. — Você é apenas uma
funcionária, não tem o direito de se meter na minha vida
pessoal, porra! E se mesmo assim o que eu faço te desagrada,
acho que devia procurar outra empresa para trabalhar.
Sandy arregalou os olhos.
— Está me demitindo? — indagou, confusa.
— Não, estou apenas lembrando que você não é
indispensável. — Lancei um olhar sério. — Portanto, pense
bem antes de tentar prejudicar uma campanha da empresa
outra vez. Esse é o seu primeiro aviso, no segundo, você vai
para a rua.
Deixando claro que eu desaprovava as suas atitudes
imprudentes e infantis, virei as costas e caminhei em direção à
saída da sala. Quando passei pela porta, parei e olhei para trás.
Sandy estava em pé do lado da sua mesa, encarando-me como
uma criança emburrada.
— E mais uma coisa: deixe a Talya em paz — ordenei,
e fechei a porta da sala com força, deixando Sandy lá dentro
com a sua raiva.
Tenho certeza de que a mulher ficou contrariada porque
provavelmente ainda sentia algo por mim, mas ela teria que
superar essa paixonite idiota. Agora eu pertenço à Talya e a
Talya pertence a mim. Não há espaço para outros.
CAPÍTULO 16
Talya

Os dias passaram rápido e perfeitamente bem. Era


segunda-feira, já estávamos no início de outra semana e Sandy
estranhamente havia me deixado em paz. Ela sequer olhava
torto para mim, simplesmente me ignorava quando eu cruzava
o seu caminho pela empresa. Fico pensando se isso tem
alguma coisa a ver com a raiva de Etan quando contei que
Sandy me mandou jogar os cartazes fora na semana passada.
Era hora do almoço e ainda assim, a maioria dos
funcionários da empresa estavam atarefados preparando os
últimos detalhes dos anúncios que seriam mostrados na
reunião do dia seguinte com os diretores e acionistas da
automobilística Veron.
Apesar da rotina corrida que se mostrava para algumas
pessoas, o dia estava bem calmo para Etan e eu — tão calmo
que minutos atrás, nos trancamos em sua sala e começamos
uma árdua troca de beijos apaixonados e toques pelo corpo.
Agora, Etan estava sentado em sua cadeira, com a calça aberta,
gemendo e suspirando enquanto eu lhe fazia um boquete.
Eu estava ajoelhada entre as pernas do homem, com o
cabelo preso em um coque feito às pressas e lambia com
vontade toda a extensão do seu músculo rígido e quente que
pulsava no aperto da minha mão.
Etan acariciava o topo da minha cabeça enquanto eu
brincava com o seu pau, chupando-o, lambendo e mordiscando
suavemente. Eu explorava cada parte dele para saber o que lhe
dava mais prazer e ficava completamente satisfeita ao ouvir os
seus gemidos necessitados em resposta.
— Chupe direitinho, como a boa garota que você é. —
Ele ofegou, e inclinou o quadril para mais perto da minha
boca.
Sorri ao ver que estava deixando o homem louco de
tesão. Comecei a intensificar os movimentos que eu fazia com
a boca, lambendo-o mais rápido e chupando com mais força.
Um gemido rouco escapou da garganta de Etan e logo em
seguida ele gozou.
Coloquei a ponta do seu membro em minha boca e fiz o
possível para engolir o sêmen que saía do seu corpo — eu não
queria que alguém entrasse na sala e notasse vestígios de uma
coisa esbranquiçada pelo chão. Quando terminei de beber a
última gota, ergui meu olhar para Etan e ele me direcionou um
sorriso cansado.
Sem se dar ao trabalho de colocar o pau dentro da calça,
ele segurou em meu braço e me levantou, puxando-me para o
seu colo. Sentei-me sobre as suas pernas e o vestido rosa de
saia rodada que eu usava permitiu que eu sentisse melhor a
ereção abaixo de mim.
Minha calcinha, que já estava encharcada, ficou ainda
pior quando percebi que o homem estava duro e pronto para
gozar novamente. A última vez que transamos foi na semana
passada, quando Etan me levou para a casa dele e me fez gozar
inúmeras vezes, sentindo um prazer que eu jamais pensei que
pudesse existir. Minha boceta doía com necessidade cada vez
que eu me lembrava daquela tarde e eu só conseguia me
perguntar quando faríamos aquilo outra vez.
Enquanto eu me perdia em pensamentos, senti um dedo
se aventurar dentro da minha calcinha. Etan me direcionou um
sorriso malicioso e começou a deslizar seu dedo pela minha
intimidade. Gemi quando ele tocou o meu clitóris e começou a
brincar com ele, estimulando-o em movimentos rápidos e
contínuos.
Eu estava tão sensível e necessitada pelo toque daquele
homem que senti meu orgasmo se aproximar logo nos
primeiros segundos. Agarrei a blusa de Etan e enterrei meu
rosto em seu pescoço enquanto seu dedo fazia o trabalho. Eu
estava prestes a gozar quando alguém bateu na porta.
O susto que levei por aquele barulho repentino me fez
levantar do colo de Etan apressadamente. Olhei assustada para
a porta enquanto ajeitava a saia do meu vestido e soltava o
meu cabelo.
— Etan? — chamaram outra vez e eu arquejei. Porra, é
a voz do meu pai!
Desesperado, Etan se levantou da cadeira e guardou seu
membro dentro da calça, afivelando o cinto logo em seguida.
Ele me olhou de um jeito assustado antes de responder.
— Já estou indo — gritou, tentando controlar o pânico
na voz.
— Como está a minha aparência? — perguntei, com
medo que tivesse algo suspeito.
Etan se aproximou do meu rosto e me cheirou, em
seguida, balançou a cabeça negativamente.
— Não pode deixar que o seu pai te veja — decidiu. —
Se esconda embaixo da mesa. — Ele apontou para o móvel de
madeira que possuía a frente fechada e serviria como um
ótimo esconderijo.
— Por quê? — sussurrei, para que o meu pai lá fora
não ouvisse a minha voz.
— Seu rosto e até o seu hálito estão com o cheiro da
minha porra — ele sussurrou de volta, apreensivo. — Seu pai
vai perceber na hora que tem alguma coisa errada.
Concordei em silêncio e senti minhas bochechas
corarem.
— Se enfie embaixo da mesa e faça silêncio. — Ele me
guiou até que eu estivesse escondida embaixo do móvel e
empurrou a cadeira para cobrir o espaço da abertura onde
normalmente se colocavam as pernas.
Fiquei ali, agachada, controlando o ritmo da minha
respiração, e torcendo para que o meu pai não decidisse vir até
o outro lado da mesa e se sentar na cadeira de Etan. Ouvi o
som da porta se abrir e logo começaram as vozes.
— Olá, Davison. Peço desculpas pela demora — Etan
falou, com um tom absurdamente calmo.
— Tenho certeza de que você estava ocupado — meu
pai respondeu. — Eu tive uma folga e resolvi passar aqui para
buscar a Talya para almoçar. Onde ela está?
Ouvi passos se aproximando da mesa e o meu coração
quase saiu pela boca com o nervosismo. Fiquei paralisada,
estava com tanto medo que o ar mal passava em meus
pulmões.
— Bom… a Talya… — Etan fez uma pausa, com
certeza, estava pensando em uma desculpa. — A Talya saiu
para supervisionar a impressão de alguns cartazes de
propaganda há mais ou menos meia hora. Provavelmente, já
está almoçando em algum restaurante com a outra garota que a
acompanhou.
Fiquei boquiaberta. Etan sabia mentir tão bem que
agora eu estava com receio de que um dia ele usasse essa
habilidade para esconder algo de mim. Porra, espero que isso
nunca aconteça…
— Bom é uma pena. — Ouvi um suspiro decepcionado
do meu pai e mais passos perto da mesa. Engoli em seco. — Já
que Talya não está aqui, o que acha de me acompanhar no
almoço?
— Ah… eu adoraria, mas infelizmente já almocei —
Etan se desviou do convite. — Que tal amanhã? Depois da
reunião?
— Perfeito — meu pai concordou, sem hesitar. — Por
falar na reunião, como estão os preparativos para a
apresentação da campanha?
— Está tudo em ordem — garantiu. — Pode dormir
tranquilo hoje porque não iremos decepcionar os seus
investidores.
— Gostei do que ouvi. — Meu pai deu uma risada e
Etan fez o mesmo. — Você deve ter muito o que organizar
para amanhã, seus funcionários parecem atarefados lá fora.
— E eles estão…
— Sendo assim, acho melhor eu ir. — Ouvi passos se
afastarem da mesa e ficarem cada vez mais distantes. — Te
vejo amanhã na reunião, Etan. E diga para Talya que virei
buscá-la às 17h, como todos os dias.
— Está certo, darei o seu recado.
Ouvi o som inconfundível da porta se fechando e logo
sendo trancada. Suspirei, sentindo um grande alívio no peito.
— Já pode sair — Etan me alertou.
Não perdi tempo e empurrei a cadeira para o lado,
enquanto engatinhava para sair de baixo da mesa. No instante
em que me coloquei de pé, Etan me agarrou por trás e afastou
meu cabelo para o lado, depositando um beijo demorado em
meu pescoço. Suas mãos puxaram a saia do meu vestido até
que ela estivesse dobrada na altura da minha cintura e eu senti
o ar frio do ar-condicionado da sala soprando em minhas
coxas.
— Onde foi que paramos? — perguntou, com a boca
colada em minha pele. Cada palavra que ele dizia me
provocava um delicioso arrepio. — Ah, sim… eu estava
prestes a fazer você gozar.
Sem aviso prévio, Etan inclinou meu corpo para baixo,
fazendo-me apoiar a barriga, rosto e os seios na mesa.
Arquejei com surpresa quando ele baixou a minha calcinha até
a altura dos meus tornozelos e eu senti o vento gelado em
minha região íntima.
Etan deu um tapa forte em minha bunda e eu gemi. Ouvi
o som de um cinto caindo no chão e um zíper sendo puxado
para baixo e segundos depois, um músculo quente, rígido e
grosso penetrou o meu corpo. Mordi o lábio inferior com a
sensação prazerosa e apertei a borda da mesa de madeira.
As mãos de Etan se firmaram em meu quadril e ele
começou a se mover com força e rapidez. O móvel balançava
cada vez que o homem empurrava seu quadril ao meu
encontro e por consequência o meu corpo também se movia
junto.
Sem que eu me desse conta, comecei a gemer o nome de
Etan em um tom desesperado e agudo, enquanto ele me comia.
O homem segurou meu cabelo, puxando-o para trás, e
começou a dar tapas na minha bunda cada vez que o seu
membro entrava em mim.
A essa altura, eu nem me importava se alguém lá fora
podia ouvir os sons que fazíamos. Eu estava tão imersa
naquele momento de prazer que o prédio inteiro poderia pegar
fogo e eu permaneceria ali, sentindo Etan socar cada
centímetro do seu pau dentro de mim, e não desejaria estar em
nenhum outro lugar que não fosse aquele.
Com o passar do tempo, meus gemidos se tornaram cada
vez mais altos e constantes, Etan começou a ofegar
pesadamente atrás de mim e de uma hora para a outra, senti
um líquido quente jorrar em meu interior. A sensação foi tão
boa que me apertei mais contra o músculo que me preenchia e
gozei, deixando meu corpo inteiro ser tomado por uma
maravilhosa sensação de êxtase.
— Porra! — Etan xingou, e saiu do meu corpo.
Levantei-me do móvel em que eu estava curvada e virei
de frente para o homem. Senti minhas pernas fraquejarem e
apoiei minha bunda na mesa — eu sempre ficava atordoada
depois de um bom orgasmo.
— O que aconteceu? — indaguei, ao notar que Etan
carregava uma expressão assustada no rosto.
— Não consegui me controlar e acabei gozando dentro
de você — admitiu, enquanto guardava seu membro no
interior da calça. — Vai me dizer que não sentiu?
Oh, então foi aquilo…
— Sim, eu senti. — Abaixei a saia do meu vestido e
subi minha calcinha de volta para o lugar dela.
— Vou comprar uma pílula para você tomar e trarei
amanhã — decidiu. — Não queremos ter problemas.
— Certo… eu odiaria ter que explicar para o meu pai
que estou grávida do melhor amigo dele — comentei, sentindo
uma leve apreensão.
Etan sorriu e concordou comigo.
— Realmente, agora não seria uma boa hora para isso.
— Ele acariciou minha bochecha com o polegar e me deu um
beijo rápido. — Se não se importa, agora eu preciso
supervisionar como estão os preparativos para a reunião de
amanhã.
— Tudo bem. — Sorri para ele. — Até mais tarde
então.
Etan me deu uma piscadela e caminhou para fora da
sala, deixando-me sozinha.

*****

Quando cheguei à empresa no dia seguinte, meu pai


desceu do carro e me seguiu até o prédio, ele adentrou no
elevador comigo e subiu até o andar em que eu trabalhava.
Acabei descobrindo de última hora que a reunião aconteceria
logo cedo.
Por sorte, meu pai me deixou no pátio principal da
empresa ao encontrar outros acionistas da Veron que já
estavam no local e acompanhou os homens engravatados para
a sala de reuniões. Aproveitei a deixa e corri até a sala de Etan,
respirando aliviada ao vê-lo sentado atrás da sua mesa, como
de costume.
No instante em que seus olhos pousaram em mim, ele
tirou uma pequena caixa de remédio do bolso interno do seu
paletó preto e a colocou sobre a mesa. Eu rapidamente entendi
que aquela era a pílula que eu precisava tomar.
— Como você está? — ele parecia, preocupado.
— Perfeitamente bem, apenas um pouco nervosa porque
o meu pai também está aqui… Ele já foi para a sala de
reuniões com os outros acionistas. — Sentei-me na cadeira
que havia em frente à mesa de Etan. — Não sei por que, mas
não gosto de saber que ele vai passar algumas horas na mesma
sala que a Sandy. E se ela falar alguma coisa sobre nós?
— Ela não vai fazer isso. — Etan parecia confiante ao
dizer aquilo. Ele pegou a caixa de remédio e a empurrou na
minha direção. — Não se esqueça de tomar a pílula… se ela
não estiver no seu organismo até o fim do dia, corre o risco de
não fazer efeito.
Concordei com o que ele disse e me levantei para pegar
um copo d’água para ajudar o comprimido a descer. Naquele
instante, a porta da sala se abriu e eu vi Sandy espiar pela
abertura.
— Etan? A reunião já vai começar — ela o chamou.
O homem suspirou e se levantou da mesa, enquanto
ajeitava o seu terno.
— Eu volto em algumas horas, Talya. Não se esqueça de
fazer o que eu pedi. — Olhou de soslaio para a caixa de
remédio em cima da mesa.
— Não vou esquecer — garanti.
— Na verdade, acho que a Talya poderia estar na
reunião também — Sandy se intrometeu. — A garota é sua
assistente, não? Seria bom para ela começar a aprender como
as coisas funcionam aqui na empresa.
Estranhei a reação amigável da mulher e olhei para Etan,
sentindo-me um pouco receosa. Para a minha surpresa, ele
concordou com a ideia e segurou a minha mão.
— Vamos para a reunião, assim você pode se
familiarizar mais com a área de propagandas e até começa a
ganhar experiência para deixar de ser apenas a minha
assistente algum dia. — Ele se inclinou para sussurrar em meu
ouvido: — Pode tomar a pílula quando voltarmos de lá.
Embora eu estivesse confusa, concordei
silenciosamente e deixei que Etan me levasse para fora da sua
sala.
CAPÍTULO 17
Talya

Quando entrei na sala de reuniões, fiquei um pouco


envergonhada ao ver a quantidade de gente que estava sentada
ao redor da extensa mesa de vidro com formato oval. Além do
meu pai, havia alguns acionistas da automobilística Veron e 3
designers da nossa empresa, Lana também estava entre eles.
A sala não era muito grande, mas possuía um slide na
parede principal que já estava ligado e exibia o nome da
Thorne Media na tela de descanso. Havia também um quadro
de apresentações onde estava um gráfico de barras com
estatísticas sobre o público que eles pretendiam atingir com
aquela campanha comercial.
— Vamos começar? — Sandy tentou iniciar a reunião,
enquanto pegava um pequeno controle remoto para mexer no
slide.
Etan assentiu e cumprimentou o meu pai e os acionistas
que estavam sentados ao redor da mesa com um breve aperto
de mão.
Os únicos lugares que haviam disponíveis eram uma
pequena cadeira entre Lana e o meu pai e o assento principal
que ficava na ponta da mesa — mas com certeza esse lugar já
estava reservado para Etan. Não vendo outra opção, me dirigi
até a cadeira que ficava entre o meu velho e a minha colega de
trabalho e me sentei ali.
— Que surpresa ver você aqui, filha — meu pai
comentou.
— Vou participar da reunião para começar a ganhar
experiência na área — falei, sentindo-me um pouco animada
com a situação.
Meu pai concordou em silêncio e voltou sua atenção
para o slide no minuto em que Sandy começou a falar.
Estava sendo apresentado o plano de marketing da nova
linha de veículos que a automobilística Veron lançaria no final
do ano. Todos os olhares da sala — inclusive o meu —
estavam fixos no slide que passava na parede principal. Sandy
apresentava os anúncios e explicava os pontos que podiam ser
alterados caso os clientes desejassem, mas os homens
pareciam satisfeitos a cada banner e vídeo de carro que
passava na tela.
Em um momento, quando Sandy clicou no botão do
controle para avançar para o próximo slide, apareceu uma foto
de Etan e eu aos beijos em sua sala. O quê?! Meu queixo caiu
e meus olhos se arregalaram no mesmo instante. Talvez seja
apenas coisa da minha imaginação…
— Mas o que é isso?! — meu pai indagou, com a voz
completamente alterada.
Oh, não é coisa da minha imaginação… todos nessa
sala estão vendo no slide o mesmo que eu. Porra!
Olhei de soslaio para o meu pai e percebi que ele estava
com os olhos fixos na tela, o cenho franzido e os braços
cruzados. Desviei meu olhar para Lana e notei que ela
observava a imagem com as mãos na boca e os olhos
arregalados. Quando encarei Etan, ele estava com o olhar
perdido e a expressão de quem tinha acabado de ver um
fantasma — na verdade, acho que o homem preferia ver um
fantasma do que aquela foto passando no telão… e confesso
que eu também.
— Oh, céus! Isso não devia estar aqui… — Sandy
pareceu atrapalhada enquanto mexia no controle. Ela pulou
para o próximo slide e outra foto apareceu, dessa vez, Etan e
eu estávamos andando de mãos dadas pela empresa. Mas que
caralho! — Senhoras e senhores, mil perdões… — Sandy
olhou de um jeito arrependido para todos que estavam
sentados naquela mesa. — Algum estagiário deve ter se
confundido e colocado o slide da apresentação no mesmo
pendrive em que estavam as fotos do mais novo casal da
Thorne Media.
Naquele instante, todos os olhares da sala se voltaram
para Etan e eu. Engoli em seco e encarei meu namorado,
ficando surpresa ao ver que seu rosto estava vermelho —
honestamente, eu não sabia dizer se era vergonha ou raiva que
ele estava sentindo. Seus olhos azul-safira estavam escuros,
como um céu tempestuoso. Com certeza, ele está com raiva.
Mas não o culpo, afinal meu pai acabou de descobrir sobre o
nosso relacionamento da pior forma possível!
— Que história é essa, Talya? — meu velho perguntou,
em um tom sério e repreensivo.
Instintivamente, virei o rosto em direção ao meu pai e
percebi que ele me encarava de um jeito confuso e irritado,
não tive coragem de sustentar aquele olhar por muito tempo e
apenas abaixei a cabeça. Não haviam palavras para descrever
o quanto eu estava envergonhada. Como aquelas fotos foram
parar lá? Quem as tirou? Agora seria uma boa hora para
Etan fazer o seu show de atuação e inventar uma desculpa
muito boa para esse vexame.
— Talya? Eu te fiz uma pergunta! — meu pai insistiu.
O tom da sua voz estava passando de sério para irritado.
— É… é mentira — foi tudo que eu consegui dizer,
enquanto encarava os meus pés. Minhas mãos tremiam e
suavam frio.
— Mentira?! — Sandy repetiu, incrédula.
Olhei para a mulher no momento exato em que ela
começou a passar mais fotos de Etan e eu. Fiquei boquiaberta
ao perceber que haviam até mesmo imagens minhas entrando
no carro de Etan quando ele me levou para a sua casa na
semana passada. Não… não!
— Mas é claro que isso é uma montagem — Etan
finalmente abriu a boca, mas dessa vez ele não conseguiu
parecer convincente na sua atuação. Bom, ao menos o homem
tentou…
— Montagens? — Sandy riu e entregou para o meu pai
um envelope de papel pardo. — Essas fotos parecem
montagens, Sr. Lincon?
Franzindo o cenho, meu pai abriu o envelope e
despejou seu conteúdo sobre a mesa de vidro. Ouvi Etan
xingar ao fundo e se levantar da cadeira em que estava
sentado.
Devido ao choque do momento, acabei ficando
atordoada demais para prestar atenção em qualquer outra coisa
que não fosse na reação do meu pai ao ver as imagens que
estavam em seu campo de visão. Ele ficou em silêncio
enquanto observava com descontentamento dezenas de
fotografias impressas que me mostravam aos beijos com Etan.
Meu mundo caiu! Ele vai me matar! Eu estou morta… morta e
enterrada!
Sempre fui a garotinha perfeita aos olhos do meu pai,
mas agora eu não sei o que esperar. Com certeza serei
deserdada… ou meu pai me impedirá de ver Etan… Não, isso
não pode acontecer! Estranhamente, a ideia de me afastarem
do meu namorado me assustava muito mais do que aquelas
fotos tiradas em um momento de descuido.
Eu devia saber que me envolver com um homem mais
velho não acabaria bem, mas não pude evitar. Quando Etan
apareceu na minha casa com o seu sorriso arrebatador, jeito
mandão e olhar penetrante foi impossível resistir. Parecia que
um ímã me puxava até ele. Senti tanto desejo por aquele
homem que o meu corpo doeu de necessidade por dias e eu
não o recusei quando ele veio até mim, querendo me fazer
mulher. Etan roubou a minha virtude, o meu coração e agora
estava roubando a imagem de garotinha inocente que eu ainda
tinha aos olhos dos outros. Estou acabada!
Devia ser apenas uma reunião para apresentar o nosso
plano de campanha, mas agora eu estava em uma linha tênue
entre ser deserdada ou envergonhada na frente dos
funcionários que estavam presentes na sala. Acho que a minha
vida de filha única e adorada acaba por aqui… Jamais terei
coragem de olhar para o meu pai outra vez!
— Isso não é uma montagem, Talya! — meu pai gritou,
enfurecido. Ele estava bem ao meu lado e meus ouvidos
zumbiram com o som estridente da sua voz.
— Se quiserem assistir, também tenho um vídeo de
uma coisa que aconteceu ontem na sala do… — Sandy foi
interrompida quando Etan pegou o controle da sua mão e o
jogou no chão.
— Chega dessa merda, sua vadia! — Ele pisou com
raiva em cima do objeto, quebrando-o em vários pedaços.
— Vadia? Não era eu que estava te fazendo um boquete
ontem na hora do almoço — Sandy debochou.
Minha cara foi no chão e Etan semicerrou os olhos,
enfurecido.
— Eu já ouvi o suficiente! — Meu pai ficou de pé, com
a raiva queimando em seu rosto. — Vamos embora, Talya!
Sem me dar tempo para reagir, meu pai segurou o meu
braço e me levantou da cadeira. Tentei resistir, mas ele me
puxou em direção à porta da sala de reuniões sem ao menos
permitir que eu me explicasse. Pensei em me agarrar em
algum objeto e lutar para ficar no cômodo, mas eu não queria
fazer um show ainda maior para os funcionários e acionistas
que estavam ali presentes e assistiam à cena espantados.
— Etan! — gritei, enquanto eu era puxada para fora da
sala.
Infelizmente, o homem estava tão enfurecido gritando
com Sandy que sequer me ouviu ou olhou em minha direção.
Tenho certeza de que essa vadia debochada está por trás das
fotos vazadas, não existe outra explicação!
Por causa de Sandy, eu estava sendo humilhada e puxada
pelo braço até a saída da empresa. Todos os funcionários por
quem passamos ficaram nos encarando com olhares curiosos e
confusos. Quem não estava na sala de reuniões ainda não sabia
o que tinha acontecido, mas em breve iriam descobrir…
fofocas corriam dentro da empresa e eu podia afirmar que um
escândalo desse tamanho não passaria despercebido.
Quando chegarmos em casa, o meu pai gritará comigo
até a nossa mansão desabar. Fico pensando o que eu fiz para
aquela mulher me prejudicar dessa maneira. Porra, esse é o
meu fim!

*****

Eu estava errada. Meu pai não gritou comigo quando


chegamos em casa. Ele descontou toda a sua raiva gritando e
batendo no volante do carro enquanto fazíamos o nosso
caminho de volta para Beverly Hills. Fiquei tão envergonhada
e constrangida pelas coisas que ouvi que se não fosse o risco
de me machucar, eu teria pulado do veículo em movimento
apenas para escapar daquela situação.
Agora, o meu pai achava que Etan era o pior homem do
mundo. Um pervertido que corrompeu a filha dele apenas
porque queria se divertir um pouco. Novamente, ele me
rebaixou a apenas uma garotinha indefesa. Disse que eu não
tinha ideia do que estava fazendo e que o mundo era um lugar
perigoso demais para mim. Isso é um absurdo! Já estou
crescida, tenho o direito de viver minhas paixões e fazer as
coisas que eu quero!
— Você é ingênua demais para esse mundo, Talya —
meu pai resmungou, enquanto virava o carro para entrar na rua
do condomínio de luxo em que morávamos.
— Eu não…
— Esqueça o trabalho, não vou deixar você voltar
naquela empresa novamente — ele me cortou pela milésima
vez.
Desde que entrei no carro eu estava tentando me explicar
e contar a história como ela realmente aconteceu, mas meu pai
não me deixava falar. Ele não queria aceitar nada além da sua
própria verdade.
— Aquele filho da puta! — gritou outra vez, e bateu as
mãos no volante. — É exatamente por isso que eu não deixo
você sair de casa sem a minha companhia… Apenas alguns
dias trabalhando fora e essa merda acontece!
Eu apenas suspirei e desisti de falar. Não adianta, não
vou conseguir mudar o pensamento dele. Entendo que meu pai
se preocupe até um certo ponto, mas esse nível de
superproteção já está fora do normal. Ouvi-lo repetindo
inúmeras vezes que sou frágil e inocente me deixa sufocada,
me faz sentir impotente e desprotegida. Etan não é esse
homem mal que meu pai agora está convencido de que ele
seja. Meu namorado não me prejudicou em nada… quando
estou com ele me sinto segura, livre e imensamente feliz.
Queria que Etan estivesse aqui agora…
Quando cheguei em casa, subi as escadas em passos
largos e com os olhos ardendo pelas lágrimas que queriam sair.
Estive me segurando o caminho inteiro e agora eu só queria ir
para o meu quarto, me enfiar embaixo das cobertas e chorar.
— Talya?! — meu pai gritou, enquanto subia atrás de
mim.
Não parei para olhá-lo, apenas corri com a intenção de
me esconder em meu cômodo de descanso. Infelizmente, antes
que eu fechasse a porta, meu pai colocou a mão na madeira e
me impediu.
— Tem mais uma coisa — disse, com um tom sério.
Respirei fundo e uma lágrima caiu do meu olho quando
o encarei. Eu sentia vergonha pelo que aconteceu, mas
também estava chateada por ele nem ter se dado ao trabalho de
ouvir o meu lado da história.
— Que coisa? — Não disfarcei o mau humor em minha
voz.
— Quero que me dê o seu celular e o notebook —
exigiu.
Arqueei uma sobrancelha e senti como se um soco
tivesse sido dado em meu estômago.
— Por quê? — minha voz oscilou, com pânico.
— Porque eu quero você longe daquele pervertido de
todas as maneiras possíveis!
Meu pai me empurrou para o lado e entrou no quarto.
Ele foi até a mesa que ficava próxima da janela onde o meu
notebook estava carregando e tirou o aparelho da tomada sem
o mínimo de cuidado.
— Pare, por favor! — Tentei pegar o notebook das suas
mãos, mas a força do homem era maior e ele se desvencilhou
facilmente para longe de mim.
— Estou fazendo isso para o seu próprio bem, Talya.
— Ele colocou o notebook embaixo do braço e em um gesto
rápido, puxou o meu celular que estava à mostra no bolso da
minha calça, guardando o aparelho para si.
A vergonha que eu sentia se transformou em
indignação e eu já não consegui evitar que minhas lágrimas
saíssem.
— Isso é para o meu próprio bem? Por acaso eu pareço
bem? — questionei, em meio ao choro. — O Etan não é
ruim… ele é um homem maravilhoso e o senhor sabe disso, o
conhece há mais tempo que eu! Por favor, não me impeça de
vê-lo…
Meu pai simplesmente ignorou o que eu disse e virou as
costas, saindo do meu quarto. Quando ele fechou a porta,
cerrei os punhos com força e gritei, indignada.
Estou praticamente sendo isolada do resto do mundo!
Como vou falar com o Etan agora? Espero que ele venha aqui
para resolver essa situação, caso contrário, estarei condenada
a passar um longo tempo dentro desse quarto, com o meu pai
controlando até mesmo a minha respiração.
CAPÍTULO 18
Etan

A raiva e o ódio que eu sentia por Sandy estavam tão


descontrolados que eu não conseguia pensar em outra coisa
além de gritar com aquela mulher até que ela se sentisse tão
envergonhada quanto eu. Que merda ele estava pensando?!
Arruinou a campanha mais importante do ano e ainda expôs o
meu relacionamento com Talya dessa forma tão baixa!
— Se quiserem assistir, também tenho um vídeo de
uma coisa que aconteceu ontem na sala do… — Caralho!
Tirei o controle do slide das mãos da mulher antes que ela
rebaixasse ainda mais a imagem do meu relacionamento.
— Chega dessa merda, sua vadia! — gritei, furioso, e
joguei o controle no chão.
Eu estava com tanta raiva que pisei em cima do aparelho
com toda a força que eu tinha e fiquei satisfeito quando o ouvi
quebrar.
— Vadia? Não era eu que estava te fazendo um boquete
ontem na hora do almoço — Sandy sorriu de um jeito irônico.
— Como sabe disso? Colocou a porra de uma câmera
escondida na minha sala?! — gritei. Minha raiva estava tão
grande que eu não conseguia me concentrar em nada além
daquela discussão com Sandy.
A mulher apenas deu de ombros e pareceu indiferente
com a pergunta.
— Por que fez isso, sua louca? Arruinou a sua carreira
nessa empresa apenas porque estava com ciúmes? — Apontei
o dedo para ela e cerrei os dentes enquanto falava. — Mesmo
que Talya não tivesse aparecido na minha vida, eu jamais teria
ficado com você.
Sandy pareceu abalada com as minhas palavras, mas
logo respirou fundo e se recompôs.
— Quando uma mulher está chateada, ela é capaz de
fazer qualquer coisa para se vingar…
— Foda-se! A sua tristeza vai crescer ainda mais agora
que você está no olho da sua! — vociferei. — Pegue as suas
coisas e saia dessa empresa até o meio-dia… ou vou mandar o
segurança chutar a sua bunda até a calçada.
Sandy torceu a cara, mas não pareceu surpresa com o
que ouviu. Com certeza, ela pensou muito bem antes de fazer
essa palhaçada e sabia que as consequências para isso seriam a
sua demissão.
— É melhor eu procurar outro emprego mesmo — ela
debateu. — Sem os clientes da automobilística Veron, a sua
empresa vai falir até o fim do ano.
— Some da minha frente, porra! — Apontei para a
porta da sala.
Sandy me mostrou o dedo, empinou seu nariz e saiu da
sala de reuniões em passos apressados.
Passei a mão pelo cabelo e suspirei. Apesar do ar-
condicionado que estava ligado no cômodo, um suor de
nervosismo escorria em minha testa. Olhei ao meu redor e
fiquei surpreso ao ver que não havia restado mais ninguém na
sala de reuniões — nem mesmo Talya ou seu pai estavam ali.
Todos foram embora e eu fiquei sozinho com um problema
gigante nas costas. Caralho!
Eu devia ir até a casa de Davison e conversar para tentar
resolver essa situação, mas também não podia sair da empresa
no momento. Não iria demorar muito até que o alvoroço entre
os funcionários começasse e eles viessem me perguntar se
perdemos a campanha mais importante do ano. Terei que
esperar até o fim do expediente para ir falar com Talya…
talvez, Davison me aceite como namorado da sua filha depois
que eu explicar que ela e eu temos sentimentos verdadeiros um
pelo outro.
No slide, havia uma foto — que provavelmente havia
sido tirada ontem — de Talya e eu aos beijos na minha sala, no
horário do almoço. Porra, não quero nem ver o vídeo que a
vadia da Sandy mencionou. Puxei o aparelho da tomada com
tanta raiva que o frágil cabo de energia quase se partiu. Eu
realmente preciso encontrar a porra dessa câmera escondida.
Voltei para a minha sala em passos apressados e assim
que entrei no cômodo, outra preocupação me atingiu. A pílula
que comprei para Talya tomar e evitar uma possível gravidez
ainda estava sobre a mesa, intacta. Falei para ela tomar o
remédio depois que a reunião terminasse, mas pelo visto essa
foi uma péssima ideia!
Tirei meu celular do bolso e liguei para Talya, na
esperança de falar com ela, mas para o meu azar a chamada
caiu na caixa postal. Decidi mandar uma mensagem,
perguntando como estavam as coisas com o seu pai e avisando
que ela precisava dar um jeito de tomar aquela pílula até o fim
do dia, mas o texto sequer foi entregue. Provavelmente, o seu
celular estava desligado. Caralho!
Eu não estava conseguindo falar com Talya e só pensava
na reação que Davison teve com tudo isso. Nos poucos
segundos em que olhei para o homem enquanto o meu segredo
era exposto, notei que ele estava visivelmente irritado e
encarava as imagens que passavam no slide com a fúria
queimando em seu olhar. Nesse momento, ele deve estar
gritando com a filha.
— Será que o meu dia não pode ficar pior? —
resmunguei, enquanto sentava de qualquer jeito em minha
cadeira.
Meu celular tocou e eu olhei a tela antes de atender.
Caralho, é o Davison… Aceitei a chamada e coloquei o celular
no ouvido enquanto respirava fundo para conter os ânimos.
— Olá, Davison. — Tentei ser o mais natural possível.
Eu não sei como está o humor do homem agora.
— Fique longe da minha filha! — ele gritou, do outro
lado da linha.
Fechei os olhos e engoli em seco. Parece que Davison
não reagiu muito bem.
— Olha… eu posso explicar — tentei me posicionar
diante da situação.
— Não! Eu não quero ouvir uma palavra sequer vinda
de você, seu filho da puta! Todos os nossos contratos estão
cancelados!
— Davison…
— Amanhã um advogado da Veron vai até aí para
resolver a papelada — ele me cortou. — Nunca mais quero
ver a sua cara!
— Me deixe explicar, porra! — me exaltei. Eu não
estava com o humor muito bom para discutir assuntos
delicados como esse, mas não podia esperar. — A Talya e
eu… nós realmente temos sentimentos um pelo outro. Foi
inevitável, apenas aconteceu.
— Apenas aconteceu? Talya sequer demonstrava que
tinha interesse em relacionamentos, ela era inocente… você
mexeu com a cabeça da minha filha!
Apesar da raiva que eu sentia, não deixei de rir
ironicamente do que ouvi. Talya, inocente? Ela até podia ser
virgem e tímida quando a conheci, mas inocente não…
— Você realmente não conhecia a sua filha — deixei
escapar.
— E você a conhecia?! — ele debateu. — Se quiser se
divertir com garotas novinhas o problema é seu, mas fique
longe da minha filha!
— Quer que eu fique longe dela?! — gritei, com a
raiva queimando no peito. A ideia de não ver Talya outra vez
me deixava indignado, aflito e confesso que até assustado. Não
sei mais se consigo viver sem aquela garota.
— Exatamente… fique longe dela! — Davison
ordenou, com raiva. — Você é um homem nojento que só quer
se aproveitar da minha filha e eu não deixarei isso acontecer!
— Me aproveitar dela?! — Levantei-me da cadeira,
irritado. — Davison, seu filho da puta desgraçado, eu amo a
Talya! Jamais faria mal algum para ela!
Só me dei conta do que eu havia dito depois de alguns
segundos, mas eu não me arrependi das minhas palavras — na
verdade, senti um pequeno alívio por colocar aquilo para fora.
— Já viu a diferença de idade que existe entre você e
ela? Devia se envergonhar! — Davison não pareceu levar em
conta nada do que eu disse. — Eu confiei em você para entrar
na minha casa e é isso que você faz, seu filho da puta?! Você
estava com a minha filha esse tempo todo! Pelas minhas
costas!
— Ah, então quer dizer que se Talya e eu tivéssemos
contado sobre o nosso relacionamento desde o início você teria
aceitado? — questionei, com ironia.
— Vá se foder! — ele gritou e eu ouvi alguma coisa ao
fundo se quebrar. — Não procure a Talya, ela está magoada e
não quer mais te ver. Desapareça das nossas vidas ou eu vou
pedir uma ordem de distanciamento contra você! — Davison
desligou.
— Caralho! — Joguei o celular na parede e cerrei os
punhos com força.
Comecei a andar de um lado para o outro na sala,
enquanto sentia o meu sangue fervilhar com a raiva. Ao me
aproximar da estante com pastas dos arquivos dos clientes, me
senti tão irado que puxei o móvel para frente e o derrubei no
chão. O barulho da queda foi tão alto que ecoou pelo cômodo
e eu tive certeza de que os funcionários puderam ouvir
também. Eu estava fora de mim.
Como tudo pode estar dando errado em apenas um
dia? Fui separado a força de Talya e ela provavelmente estava
sendo castigada pelo pai nesse momento. Demiti a diretora-
criativa que me passou a perna e me fez perder o contrato mais
lucrativo da Thorne Media. Agora, a minha empresa corria o
risco de fechar se eu não conseguisse outro cliente grande
antes do fim do ano… Minha vida inteira está desmoronando
diante dos meus olhos e, honestamente, não sei se consigo
evitar que isso aconteça.
CAPÍTULO 19
Etan

Cinco malditas semanas se passaram desde a reunião


que destruiu a minha vida. Há cinco semanas eu vinha
tentando falar com a Talya, mas nunca tinha uma resposta —
seu celular ainda estava desligado. Eu não conseguia tirar da
cabeça que ela não tinha tomado a porcaria da pílula e
começava a me perguntar se a garota estava grávida a essa
altura. Não tinha como eu saber de nada, pois Talya também
não me atendia em nenhum aplicativo de mensagens e a última
vez que esteve online foi há exatamente cinco semanas.
Provavelmente, o merdinha do Davison confiscou o celular e o
notebook dela.
No mesmo dia em que a briga aconteceu, fui à casa de
Talya durante a noite em uma tentativa de falar com Davison
pessoalmente e convencê-lo a me deixar ver a garota. Fiquei
horas tocando o interfone da residência e ninguém me atendeu.
No fim, o desgraçado chamou a polícia e um guarda me
escoltou para fora do condomínio dizendo que eu estava
perturbando a paz dos moradores.
No dia em que tomei vergonha na cara e decidi
consertar a bagunça que eu fiz em minha sala quando derrubei
a estante de documentos, acabei encontrando a porra da
câmera que Sandy havia escondido — o pequeno aparelho
estava no canto de uma das prateleiras, preso com uma fita
dupla-face. Quis me bater por não ter notado que aquilo estava
lá antes, mas por mais que eu quisesse consertar o passado,
ainda não podia mudar o que estava acontecendo em meu
presente.
Agora, eu me encontrava sentado na cadeira da minha
sala, analisando uma pilha de currículos das pessoas que se
candidataram para a vaga que ficou disponível depois que
demiti Sandy. Eu ainda não havia contratado ninguém e estava
receoso em fazer isso já que a empresa ainda corria o risco de
fechar em dezembro, mas eu precisava dar continuidade aos
projetos dos outros clientes, então tinha que nomear logo um
novo diretor — ou diretora — de criação.
Peguei outro currículo para ler e enchi meu copo de
vidro com mais whisky. Eu não costumava beber no trabalho
antes, mas agora, o álcool era a única coisa que deixava o
vazio em meu peito mais suportável — eu não conseguia
cumprir as obrigações da empresa quando estava tendo uma
crise de raiva pela falta que Talya fazia em minha vida. Parece
que, no fim das contas, a garota realmente foi a minha ruína…
Quando comecei a me concentrar para ler o papel que
estava em minhas mãos, alguém bateu à porta. Porra… aposto
que é outro funcionário querendo opiniões. Sem a Sandy para
controlar as coisas, agora todos os projetos estavam sendo
supervisionados por mim e isso estava me deixando ainda
mais louco.
— Entre — resmunguei, e deixei o currículo sobre a
mesa.
A porta se abriu e Lana, uma das melhores designers da
empresa, entrou na sala. Notei que ela não trazia nenhuma
amostra de ilustração consigo e parecia um pouco intimidada.
Bebi um gole do meu whisky e direcionei minha atenção para
a garota de 22 anos.
— Precisa de ajuda em algum projeto? — perguntei,
para que ela falasse de uma vez.
— Na verdade, não… — Lana encolheu os ombros e
ajeitou seus óculos. — Eu… não quero parecer intrometida,
mas preciso saber se o senhor tem alguma notícia sobre a
Talya.
O que Lana disse me pegou de surpresa. Eu sabia que
ela e Talya conversavam às vezes, mas não imaginei que a
garota fosse se preocupar a ponto de vir falar comigo.
— Eu tentei falar com ela nos últimos dias, mas todas
as ligações caíram na caixa postal e as mensagens nem foram
entregues — Lana prosseguiu. — Como o senhor é o
namorado dela, eu pensei que talvez teria algum outro número
de telefone ou endereço em que eu possa procurá-la.
Honestamente, estou preocupada com o jeito que o pai dela a
levou para fora da empresa.
Passei a mão pelo meu cabelo que já estava
despenteado. Eu sequer vi quando Talya saiu da sala de
reuniões, nem consegui me despedir ou falar com ela sobre o
que aconteceu… isso estava me corroendo nos últimos dias.
Não podia nem mesmo voltar até a casa dela já que Davison
me ameaçou por telefone novamente depois que estive lá
naquela noite. No entanto, a presença de Lana em minha sala
me deu uma excelente ideia. Acho que Davison não vai
impedir a garota de falar com Talya.
— Vou te dar o endereço dela. — Peguei uma folha em
branco e comecei a anotar as instruções.
— Obrigada, Sr. Thorne — a garota agradeceu, um
pouco sem jeito.
Lana aguardou pacientemente até que eu terminasse de
escrever e quando lhe entreguei o papel ela sorriu, agradecida,
e o guardou no bolso da calça jeans.
— Me avise se conseguir falar com ela, por favor —
pedi, já que a garota era a minha única alternativa de contato.
— Avisarei sim. Vou até a casa dela depois do
trabalho…
— Pode ir agora — disparei, um pouco ansioso. — Te
darei o resto do dia de folga para que resolva essa questão,
pois é prioridade saber como Talya está.
Lana arqueou as sobrancelhas, obviamente surpresa
com a minha decisão.
— Se te deixarem entrar na casa, quero que me informe
tudo que está acontecendo lá, principalmente qual é o estado
de Talya… — pedi. — Quero saber se ela está se alimentando,
se está chorando ou… com algum tipo de mal-estar.
— Como quiser, Sr. Thorne. Vou até lá agora mesmo. E
mais uma vez, obrigada por me dar o endereço. — Lana sorriu
e saiu da sala em passos apressados.
Espero que ela volte com notícias de Talya…

Talya

Não sei ao certo quanto tempo se passou desde a última


vez que vi Etan. Ultimamente, tenho passado a maior parte do
dia e da noite em meu quarto, deitada na cama, chorando e
olhando pela janela, na esperança de que o meu namorado
apareça por aqui novamente.
Já faz alguns dias que ele esteve aqui e passou horas
chamando no interfone. Quando vi Etan parado na porta da
frente o meu coração se aqueceu e eu desci às escadas
correndo para atendê-lo, mas o meu pai me pegou pelo braço
antes que eu chegasse na porta e me deixou trancada no
banheiro do seu quarto — já que era o cômodo mais distante
da casa e meus gritos não poderiam ser ouvidos de lá. Passei o
resto da noite sentada no chão frio de mármore, chorando e
implorando para que aquela situação terminasse logo.
Quando o meu pai me tirou do banheiro, já estava de
madrugada e Etan não se encontrava mais na porta. Eu corri
para o meu quarto e me tranquei lá, jurando que nunca mais
dirigiria a palavra ao meu pai novamente e assim eu tenho
feito desde então.
Não consigo fazer outra coisa além de chorar enquanto
sinto meu peito ardendo com raiva, angústia e vergonha. Eu
mal sentia vontade de comer e já estava começando a ficar
magra — meus ossos estavam mais destacados e eu evitava
passar em frente ao espelho, pois a minha atual aparência só
me lembrava o quanto eu estava sofrendo. Meu pai estava tão
abalado que nem se dava ao trabalho de ficar exigindo que eu
me alimentasse — desde a visita de Etan ele não me disse
mais nenhuma palavra e eu também estava o tratando da
mesma maneira. Honestamente, prefiro ficar em meu quarto
sentindo tonturas pela falta de alimentação do que descer
para comer com o homem que transformou a minha vida em
um pesadelo.
Às vezes, quando eu me sentia muito fraca, descia
sorrateiramente até a cozinha e pegava um lanche na geladeira
ou então esquentava o que sobrou do jantar no micro-ondas e
comia durante a madrugada quando todos estavam dormindo.
Mas ainda assim, eu não conseguia comer toda a comida.
Inicialmente, o motivo foi o nó de desespero que se instalou
em minha garganta, mas recentemente, não conseguia terminar
minhas refeições porque sempre vomitava. A pior parte era
pela manhã, quando eu acordava — mesmo estando de barriga
vazia, o meu corpo insistia em colocar alguma coisa para fora.
Me pergunto se não passei tempo demais sem comer e agora
que estou tentando o meu corpo não quer mais receber
proteínas… Não, acho que isso não é possível.
A maior parte do tempo que eu passava acordada eu
estava com lágrimas nos olhos. Chorar havia se tornado um
hábito para mim e eu nem tentava afastar Etan da minha
cabeça porque sabia que era impossível. Cada dia que passava
eu ficava me perguntando até quando eu ficaria nessa situação.
Eu tinha que ser realista, se continuasse me alimentando do
jeito que eu estava, no mês seguinte eu não estaria mais nessa
prisão domiciliar, estaria no cemitério de Los Angeles.
Estranhamente, eu não me sentia assustada com essa
possibilidade. Talvez, a morte seja melhor que essa situação
em que me encontro.
CAPÍTULO 20
Talya

Mais um dia estava passando e eu ainda me encontrava


deitada na cama, chorando abraçada com uma almofada e
encarando o teto de gesso. Vez ou outra a minha visão ficava
turva e eu não sabia se era pelo choro, ou se o meu corpo já
estava começando a falhar.
Uma batida na porta do quarto me fez levar um susto,
mas nem me dei ao trabalho de levantar. Devia ser a Sra.
Richards me chamando para o almoço, mas eu não conseguia
comer nem metade da comida antes de colocar tudo para fora.
Nos últimos dias, comecei a me questionar se meus
enjoos eram por causa da falta de comida ou porque não tomei
a pílula do dia seguinte que Etan comprou. Lembrei desse
detalhe há algum tempo e agora fico ainda mais angustiada
com medo que tenha um bebê crescendo na minha barriga.
Não tenho vitaminas no meu corpo nem para mim, como terei
para ele?
Bateram à porta outra vez e eu suspirei. Eu realmente
não estava com ânimo para levantar da cama e ir até o
primeiro andar comer apenas para vomitar minutos depois.
Melhor evitar essa situação, assim também não sujo a minha
camisola rosa de cetim que agora está tão larga que cabem
até duas Talyas dentro dela.
— Talya? — Bateram à porta novamente e eu arquejei
ao ouvir a voz de Lana. Oh, isso é novidade!
Não sei de onde tirei ânimo para levantar da cama, mas
quando dei por mim, já estava abrindo a porta do quarto para
que a única amiga que eu fiz no trabalho pudesse entrar.
Quando Lana me viu, ela arregalou os olhos
discretamente, enquanto me encarava de cima a baixo — com
certeza, estava reparando no quanto eu emagreci. Fiquei um
pouco envergonhada, e cruzei os braços diante do peito, sem
saber como devia reagir com a presença dela.
— Como é bom te ver. — Lana me surpreendeu com
um abraço e eu retribuí, afagando as suas costas. — Fiquei
preocupada. Sei que é uma pergunta idiota de se fazer, mas
como você está?
— Acho que o meu estado deixa bem claro como
estou. — Soltei-me do seu abraço e lhe direcionei um sorriso
fraco.
— O que aconteceu, Talya? Por que está tão magra,
com os olhos fundos e essa voz cansada? — Lana estava
visivelmente preocupada. — Se estiver precisando de ajuda,
pode contar comigo, para o que precisar.
Por sorte, o meu pai não estava em casa no momento e
como a Sra. Richards só foi instruída a proibir a entrada de
Etan, Lana pode me visitar sem problema algum. Eu estava
feliz por ver um rosto amigo ali, mas pensar em Etan fez o
meu coração doer outra vez e sem que eu me desse conta,
comecei a chorar. Lana percebeu a minha mudança de humor e
afagou o meu ombro esquelético, em uma tentativa de me
confortar.
Acabei deixando minhas emoções falarem mais alto
naquele fim de manhã e quando percebi, já estava contando
para ela tudo que aconteceu — desde a primeira vez em que vi
Etan até o momento em que meu pai tirou qualquer meio de
comunicação que eu pudesse ter e estava me mantendo
trancada dentro de casa. A garota ouviu tudo com muita
atenção e sempre me confortava quando percebia que eu
estava mais emocionada que o normal. Fiquei me sentindo
mais aliviada quando terminei o relato e Lana não me julgou.
Ela me entendeu perfeitamente e até começou a compartilhar
um certo ódio pelo meu pai.
Lana me contou que Etan estava interessado em saber
qual era o meu estado e ele até a liberou do serviço para que
viesse até aqui. Embora eu estivesse envergonhada por saber
que Lana contaria a minha situação lamentável para ele
quando chegasse à empresa, agora eu tinha a esperança de que
Etan tentaria tomar alguma atitude mais drástica para me tirar
dessa prisão. Eu conhecia o meu namorado e sabia que quando
ele queria algo, não parava até conseguir. Sei que ele irá me
ajudar…
Quando a Sra. Richards veio anunciar que o almoço
estava pronto, Lana conseguiu me convencer a descer e
aproveitar a refeição ao lado dela. Acabei concordando, depois
de me lembrar que as chances de eu estar grávida eram bem
altas. Eu não podia continuar naquela greve de fome, senão o
meu possível bebê e eu estaríamos com os dias contados.

*****

Depois de colocar a quinta colher de comida na boca eu


já não conseguia segurar mais nada no estômago. Ignorei o
fato de que Lana ainda estava na metade do seu prato e me
levantei da mesa, enquanto tapava a boca.
— Talya? — Lana me chamou, confusa.
Não havia tempo de explicar a ela onde eu estava indo,
apenas corri até o banheiro do primeiro andar o mais rápido
que pude. Quando cheguei ao cômodo, só tive tempo de me
ajoelhar na frente do vaso sanitário e levantar a tampa. No
minuto seguinte, toda a comida que engoli no almoço subiu
pela minha garganta e saiu da minha boca.
Uma queimação horrível atingiu o meu estômago
enquanto eu vomitava e mesmo depois de já ter acabado,
permaneci sentada ao lado do vaso pensando no quanto a
minha vida estava ruim.
Quando vi a Lana entrar no banheiro, eu rapidamente
abaixei a tampa do vaso e dei descarga. Ela me direcionou um
olhar de pena e preocupação e ficou pensativa por alguns
segundos. Depois de um tempo, minha amiga tirou o celular
do bolso.
— Aqui… ligue para o Etan. — Ela me entregou o
aparelho. — Você precisa falar com ele.
Lágrimas de gratidão escorreram dos meus olhos quando
encarei o telefone que estava em minhas mãos.
— Muito obrigada… — Direcionei-lhe um sorriso
agradecido.
— Estarei te esperando no corredor. — Lana retribuiu o
meu sorriso e fechou a porta do banheiro para me dar
privacidade durante a ligação. Essa garota não tem noção
ainda, mas ela acabou de salvar a minha vida!
Com um entusiasmo que eu não sentia há dias, digitei o
número de Etan e aguardei ansiosamente que ele atendesse.
— Quem é? — resmungou, irritado, quando atendeu o
telefone.
Contive um soluço que veio em minha garganta. Ouvir a
voz de Etan depois de todo esse tempo serviu como um
bálsamo para as feridas em meu coração.
— Eu tenho mais o que fazer, caralho! — Ele parecia
realmente aborrecido e impaciente. Parece que eu não fui a
única a ser afetada pela nossa separação. — Se for algum
vendedor, eu não quero plano de internet nenhum!
— Etan… sou eu — solucei, emocionada — A sua
Talya…
— Talya? — Seu tom foi de irritado para incrédulo. —
É você mesma?
— Sim… sou eu. — Limpei algumas lágrimas que
escorriam pela minha face. — Estou com tanta saudade.
— Também estou com saudade. — Ele suspirou,
emocionado. — O que aconteceu? Está tudo bem com você?
— Meu pai tirou o meu celular e qualquer outro meio
que eu pudesse ter para entrar em contato com você — contei
a história, sentindo uma angústia ao me lembrar daquele
momento. — Lana está aqui… ela me emprestou o celular dela
para que eu pudesse te ligar.
— Vou promover aquela garota só por causa disso —
ele parecia animado. — Caralho, nem acredito que estou te
ouvindo depois de tanto tempo…
— Estou com tanta saudade de você, Etan — minha
voz oscilou pelo choro e ganhou um tom mais fraco.
— O que aconteceu com a sua voz, Talya? Está mais
fraca… — O homem não deixou aquele pequeno detalhe
passar despercebido.
Suspirei e decidi lhe contar a verdade.
— Não estou conseguindo comer direito há várias
semanas. — Suspirei e passei a mão pelo meu cabelo
embolado, que não era penteado há um bom tempo. — E para
piorar, nos últimos dias eu comecei a vomitar tudo que tentava
comer.
— Caralho... — Ele parecia aflito. — É claro que está
assim, você não tomou a pílula…
— Eu sei o que você quer dizer, Etan. — Solucei,
sentindo o pânico crescer em meu interior. — Meu pai está
louco… tenho medo do que ele fará comigo se descobrir que
estou grávida.
Etan suspirou e ficou em silêncio do outro lado da
linha. Eu já estava com medo de que ele não fosse falar mais
nada quando finalmente, ouvi a sua voz.
— Arrume as suas coisas, Talya. Eu estou indo te
buscar.
— O-o quê? — gaguejei, surpresa.
— Você me ouviu… te vejo em breve. Beijo. — Ele
desligou.
Fiquei sem ar por alguns segundos enquanto
processava as palavras que acabei de ouvir. Etan está vindo me
buscar? Bom… eu com certeza irei embora com ele,
independentemente do que o meu pai diga!
Tomada por um pensamento impulsivo, levantei-me do
chão rapidamente, mas praguejei quando a minha visão
escureceu. Apoiei-me na parede até que tudo voltasse ao
normal e saí do banheiro, com um sorriso esperançoso no
rosto.
— Conseguiu falar com ele? — Lana perguntou,
quando lhe entreguei o telefone. Ela estava encostada na
parede do corredor, me esperando, como disse que faria.
— Etan está vindo me buscar — contei, animada. —
Ah… e ele também disse que você vai receber uma promoção.
Lana sorriu com a informação que recebeu e me deu
outro abraço surpresa.
— Estou feliz por você e por mim! — Ela me soltou do
abraço e me encarou. — Você precisa ir embora com o Etan. O
que seu pai está fazendo não está certo, não pode ficar aqui,
Talya.
— Eu sei… vou arrumar as minhas coisas — decidi.
— Vou te ajudar. — Lana segurou a minha mão e
caminhamos para o meu quarto.
Um sorriso de alívio estava estampado em meu rosto
enquanto eu colocava o máximo de coisas importantes dentro
da minha mala de viagens que estava sobre a cama. Era bom
não sentir mais tanta tristeza. Depois de ter falado com Etan,
um grande sentimento de esperança tomou conta do meu peito
e eu queria me manter assim.
Não ficarei nessa casa nem mais um dia! Quando Etan
chegar eu sairei daqui nem que seja pela janela. Não me
importo de quebrar alguns ossos, contanto que o homem que
eu amo fique ao meu lado.
Lana me ajudou a separar algumas peças de roupa
essenciais que eu provavelmente usaria nos próximos dias. No
banheiro peguei minhas maquiagens, escovas de cabelo e
alguns produtos de higiene feminina. Consegui colocar tudo
dentro da mala e quando tentei arrastá-la pelo chão, notei que
estava absurdamente pesada. Não importa, vou usar o restante
de força que ainda tenho para descer com ela pelas escadas e
ir até Etan. Esse pesadelo está perto de acabar.
Quando eram 16h30, Lana se despediu de mim dizendo
que precisava ir embora. Fiquei triste com a despedida, mas
acabei concordando e acompanhei minha amiga até a porta da
frente, pois não queria que o meu pai chegasse em casa e
percebesse que eu estava com visitas.
Fiquei no meu quarto desde que Lana saiu e resolvi dar
um jeito na minha aparência. Penteei meu cabelo, sofrendo
para desembolar os nós que se formaram com o passar dos
dias e vesti um conjunto de saia e blusa lilás que com certeza
era mais apresentável do que a minha camisola larga.
Eu torcia para que Etan viesse me buscar antes que o
meu pai chegasse em casa para evitar uma confusão, mas
infelizmente isso não aconteceu. Olhei o relógio digital que
ficava sobre a minha mesa de cabeceira e vi que eram 17h30.
Meu pai já havia chegado do trabalho a essa hora e nada de
Etan aparecer para me buscar.
Fiquei andando de um lado para o outro em meu
quarto, sentindo-me completamente aflita. Minhas pernas já
estavam doendo pelo tempo que passei em pé quando ouvi
uma discussão se iniciar no primeiro andar da casa. Meu
coração acelerou quando prestei atenção na segunda voz
masculina que ecoava em meio aos gritos de raiva do meu pai.
Ele chegou! Meu príncipe de armadura brilhante está aqui
para matar o dragão e me salvar dessa maldita fortaleza. Etan
veio me buscar!
CAPÍTULO 21
Talya

Com o coração quase saltando pela boca de tanta


ansiedade, peguei a minha mala e lutei para arrastá-la para fora
do quarto o mais rápido possível. Há algum tempo eu não teria
achado ela tão pesada, mas agora que eu estava com vários
quilos a menos, arrastar a mala até a escada estava se tornando
um verdadeiro desafio — mesmo com as rodinhas que ela
tinha.
Precisei ter um cuidado redobrado enquanto descia
com a minha bagagem pelos degraus da escada — qualquer
passo em falso e a mala despencaria escada abaixo, levando-
me junto com ela. Depois de alguns minutos de apreensão,
meus pés finalmente tocaram o piso de mármore do primeiro
andar.
Quando cheguei ao hall de entrada com passos
apressados e desengonçados, vi Etan parado na porta da frente
sendo impedido de entrar na casa pelo meu pai, que estava
com o braço no caminho da porta. Meu coração se aqueceu
por vê-lo depois de tanto tempo. Ele usava um terno preto sem
gravata e seus cabelos escuros estavam despenteados, a barba
por fazer não parecia ser aparada há dias e seus olhos azul-
safira carregavam uma sombra de irritação enquanto ele
encarava o meu pai.
— Eu só sairei daqui com a Talya! — Etan exigiu,
completamente furioso.
— Se não sair daqui nos próximos 5 segundos eu vou
chamar a polícia! — Meu pai tirou o celular do bolso em
ameaça. — Você tirou a inocência da minha garotinha, seu
pervertido! Ela não quer mais te ver…
— Etan! — gritei, sem conseguir me conter. Acabei
deixando a mala para trás e corri na direção do homem. Eu só
quero abraçá-lo e sentir o calor dos seus braços…
Etan arregalou seus olhos quando meu viu, mas não
teve muito tempo para perceber o quanto eu estava abatida, já
que eu usei toda a minha energia restante para correr até ele o
mais rápido possível. Passei por baixo do braço do meu pai e
logo envolvi Etan em um abraço apertado, enterrando meu
rosto em seu peito e sentindo o seu perfume amadeirado. Meu
namorado afagou as minhas costas e deu um beijo rápido no
topo da minha cabeça. Pela primeira vez em muito tempo eu
me sentia segura, amada e protegida.
— Suba para o quarto, Talya! — meu pai exigiu. Suas
mãos agarraram o meu braço e me puxaram para longe do
corpo de Etan. Ele tentou me empurrar para dentro da casa,
mas eu firmei os pés no chão, em relutância. Eu não vou voltar
para aquela prisão outra vez!
— Já chega! — gritei com raiva, apesar de estar com a
voz um pouco fraca. — Eu não sou mais uma garotinha!
Dei alguns passos para trás, me afastando da porta e
voltando para perto de Etan, que segurou a minha mão. Meu
pai ficou surpreso ao me ver falando daquele jeito com ele e
arregalou os olhos.
— Já sou maior de idade, posso fazer o que eu quiser e
ficar com quem eu quiser! — me exaltei. — Eu quero ficar
com o Etan e o senhor não vai me impedir!
Aproveitando que Etan segurava a minha mão, virei-
me e o puxei para que fôssemos embora. Seguimos por alguns
metros pelo caminho de ladrilho que era cercado pelas pedras
do jardim, até que senti alguém puxar a minha mão livre para
que eu voltasse para trás. O solavanco foi tão forte que acabei
me soltando do aperto de Etan.
— Você não vai embora, Talya! — Meu pai me puxou
em direção à casa.
— Eu vou sim! — Firmei meus pés no chão e forcei o
meu corpo para trás, tentando me soltar do aperto da sua mão.
— Davison, deixe a garota ir. Ela não quer ficar com
você, porra! — Etan se intrometeu, a alguns metros de
distância.
Segui fazendo força para me soltar até que minhas
mãos suadas escapuliram do aperto do meu pai. Infelizmente,
aquilo me fez perder o equilíbrio. Meus pés se embolaram e
minhas pernas, que já estavam fracas, não conseguiram evitar
a queda. Em questão de segundos, meu corpo tombou para o
lado e eu senti uma terrível dor na cabeça antes de perder a
consciência.

Etan

— Talya?! — gritei, desesperado, enquanto dava


pequenos tapas em seu rosto.
A garota desmaiou depois de bater com a cabeça em
uma das pedras que havia no canteiro do jardim. Tentei
segurá-la, mas não fui rápido o suficiente. Agora, eu me
encontrava ajoelhado ao seu lado, torcendo para que ela
abrisse os olhos e falasse alguma coisa. Isso é culpa do
Davison! Se o filho da puta não tivesse feito aquela cena
tentando puxar Talya de volta para a casa, nada disso estaria
acontecendo. Caralho!
A primeira coisa que notei quando vi minha garota
depois de tanto tempo foi no quanto ela estava magra e
abatida. Meu coração doeu por vê-la assim, estava claro que
Talya não se alimentava direito ou ao menos tinha uma boa
noite de sono. A garota estava mal e Davison parecia não se
importar com o estado da filha. Que tipo de pai é esse
desgraçado? Só não dou um murro na cara dele porque estou
preocupado demais com Talya nesse momento…
— Talya? Acorde… — Dei outro tapa em seu rosto,
com uma certa delicadeza.
Eu não sabia até que ponto ela havia se machucado,
então achei melhor não mover a sua cabeça para longe do
lugar em que ela bateu. Porra, não quero pensar o pior, mas
Talya pode estar com sérios problemas… melhor chamar uma
ambulância.
Tirei meu celular do bolso e liguei para a emergência.
Enquanto eu passava o endereço do lugar, meu coração parecia
ficar cada vez mais apertado. O medo e a angústia por não
saber o que tinha acontecido com Talya estavam me matando
por dentro.
— Ela não está se mexendo? — Davison perguntou,
cauteloso, mantendo uma certa distância de onde eu estava.
Desliguei a ligação e ergui meu olhar até ele. O medo
que tomava meu coração cedeu lugar para a raiva e tudo que
eu consegui fazer foi gritar.
— Isso é culpa sua! — Fiquei de pé e caminhei em
direção ao Davison com a raiva queimando em meu interior.
— Talya está fraca e abatida, parece que não come uma
refeição decente há semanas! Deixou a garota trancada no
quarto, seu filho da puta? — Perdi o controle e empurrei o
homem para trás. Ele cambaleou por alguns centímetros, mas
não caiu.
— Talya podia sair e pegar comida a hora que quisesse!
— Davison me empurrou de volta, mas eu sequer saí do lugar.
— Ela não queria comer por livre e espontânea vontade!
— E você não fez nada para resolver a situação? Iria
deixar a garota morrer de fome?! — Cerrei os punhos, eu
estava louco para quebrar a cara daquele sujeito, mas precisei
de todo o meu esforço para controlar aquela vontade. Ao invés
disso, contentei-me em apenas segurar a gola da sua blusa e
apontar um dedo na sua direção. — Sua filha está nesse estado
porque você nos separou! Se alguma coisa acontecer com ela,
a culpa será toda sua! — Respirei fundo quando um
pensamento incômodo surgiu em minha mente. — Caralho…
se a Talya morrer… se eu perder ela por sua causa… eu juro
que te mato!
Soltei o homem e ele cambaleou alguns passos para
trás.
Davison ficou em silêncio por alguns segundos, seus
olhos vagaram entre mim e a Talya. Ele levou as mãos até a
cabeça e começou a andar de um lado para o outro,
visivelmente perturbado.
— Não posso perder a minha garotinha… —
murmurou, em um tom aterrorizado. — Ela é tudo que eu
tenho.
— Se Talya é tudo o que você tem, devia ter cuidado
melhor dela — cuspi aquelas palavras, com a intenção de
atingi-lo ainda mais.
Davison não me respondeu. Apenas ficou atordoado,
andando de um lado para o outro, perdido em seus próprios
pensamentos. É bom que ele sofra, talvez, assim aprenda a
respeitar as decisões da filha.
Deixei o homem se martirizando sozinho e voltei para
perto da garota que eu amava. Ajoelhei-me ao seu lado e
acariciei suavemente o seu ombro magro de pele macia. Uma
angústia incontrolável se abateu sobre mim e eu respirei fundo
quando meus olhos arderam com as lágrimas que queriam sair.
Eu não posso perdê-la. Talya também é tudo de mais
importante que eu tenho…

*****
Eu estava sentado na sala de espera do hospital, com
uma aflição enorme no peito enquanto esperava que o médico
retornasse com notícias sobre o estado de Talya. O lugar
estava cheio e Davison precisou ficar na cadeira ao meu lado,
já que não havia nenhum outro lugar para ele se sentar.
Permanecemos em silêncio, olhando para qualquer lugar
que não fosse o rosto do outro por pelo menos duas horas. Eu
estava prestes a me sentar no assento que havia ficado vago no
outro lado da sala quando Davison se remexeu inquieto na
cadeira e pigarreou. Olhei de soslaio para o homem e suspirei
ao notar que ele me encarava.
— Me desculpe — sussurrou, de forma quase inaudível.
Arqueei uma sobrancelha com a reação inusitada.
— Acho que não ouvi direito… pode repetir? —
provoquei, sutilmente. Eu tinha entendido que Davison queria
pedir desculpas, mas percebi que ele pronunciou aquelas
palavras com uma grande dificuldade. No fundo, eu queria que
ele engolisse ainda mais o seu ego.
Davison suspirou, hesitando por alguns segundos.
— Me desculpe. — Dessa vez a sua voz saiu um pouco
mais alta. — Eu fui um grande idiota e por causa disso a
minha filha veio parar no hospital.
— É, você foi sim — concordei, voltando meu olhar
para o homem.
— No fundo, eu estava com medo de que Talya
crescesse, saísse de casa e me abandonasse assim… — Ele
suspirou. — Assim como a mãe dela fez comigo…
Fiquei surpreso com a revelação.
— Eu não sabia que a mãe da Talya tinha feito isso —
admiti.
— Isso não é uma coisa que eu fico espalhando por aí —
ele respondeu.
Concordei em silêncio e encarei o chão por um tempo.
Davison foi um belo de um filho da puta, mas agora ele está
tentando se redimir e é melhor eu aproveitar essa chance para
fazê-lo perceber que não quero o mal para a filha dele.
— Eu sei que antes dessa coisa toda acontecer a Talya
não te abandonaria nem mesmo se ela fosse morar em outro
país — comentei, pensativo. — Mas agora eu não sei o que a
sua filha pensa de você depois do jeito que a tratou.
— Espero que ela possa me perdoar — falou, perdido
em pensamentos. — Que vocês dois possam…
— Pare de tratar a Talya como uma criança — pedi. —
Ela já é adulta, se quiser que ela te perdoe, deixe que ela seja
independente e apoie a sua filha nas escolhas que ela fizer.
Davison assentiu, embora eu tenha notado que ainda
havia uma sombra de hesitação em seu rosto. Ele precisaria de
tempo para mudar seus pensamentos por completo, mas a
vontade de ser um pai diferente já era um bom começo.
Depois que Davison e eu deixamos de nos estranhar e
acertamos as nossas diferenças, um médico de meia-idade veio
até nós.
— Estão aguardando notícias de Talya Lincon? —
perguntou.
Concordei imediatamente e me levantei da cadeira.
Davison fez o mesmo, ficando meu lado enquanto aguardava o
médico falar.
— A Talya sofreu um pequeno trauma na cabeça, mas
com repouso e acompanhamento médico, ela ficará bem…
— Graças a Deus! — Davison cortou o médico,
aliviado. — Quando a minha filha receberá alta?
— Bom, considerando o estado de desnutrição em que
a sua filha se encontra, teremos que administrar algumas
vitaminas e fazer um acompanhamento do seu metabolismo.
Por isso, ela ficará internada aqui durante alguns dias — o
homem de jaleco branco continuou. — Imagino que ela não
estava conseguindo se alimentar direito por causa da gravidez.
Porra! Meu sangue gelou naquele momento. Eu não
fiquei surpreso por saber que Talya estava grávida, mas
Davison não fazia ideia dessa notícia até alguns segundos
atrás. Parece que a minha trégua com o homem está prestes a
acabar.
— Por causa do quê? — Davison indagou, incrédulo.
Engoli em seco e senti vontade de sair dali, mas não
podia fugir daquela situação.
— Por causa da gravidez — o médico repetiu, um
pouco hesitante. — Não sabia que ela estava grávida?
Suspirei, já me sentindo inquieto pela bomba que
estava prestes a estourar. Cocei a barba e olhei de esguelha
para Davison, não ficando surpreso ao perceber que o homem
já estava com o seu olhar irritado fixo em mim.
— Foi você que fez isso?! — Davison gritou,
colocando-se à minha frente e apontando o dedo em meu
peito.
— Nós fizemos as pazes, lembra? — tentei amenizar a
situação.
O pai de Talya semicerrou os olhos, a veia em sua testa
estava saltada para fora. Ele abriu a boca para dizer algo, mas
a fechou quando o médico colocou a mão em seu ombro.
— Estamos em um hospital, não pode haver discussões
aqui — o homem interferiu. — Se quiserem brigar, façam isso
no estacionamento.
— Eu só quero ver a Talya — falei para o médico, na
esperança de desviar o assunto.
Eu sabia que Davison também queria ver a sua filha e
torci para que nesse momento a sua vontade de saber que ela
estava bem superaria qualquer rancor por eu ter engravidado a
garota.
— Ela já pode receber visitas, mas vocês dois precisam
manter a calma se forem ficar no quarto ao mesmo tempo. —
O homem leu o prontuário que carregava em sua mão. —
Talya ficará internada por vários dias por causa da anemia que
adquiriu. Ela precisa receber as vitaminas e os cuidados
necessários para que não haja problemas no futuro da
gestação.
— Compreendo — respondi, com o coração palpitando
de ansiedade. Talya ficará bem e eu me sinto aliviado agora,
mas não vou ficar completamente satisfeito até vê-la com os
meus próprios olhos.
— Quero ver a minha filha, doutor — Davison se
manifestou. — Prometo que vamos nos comportar enquanto
estivermos naquele quarto.
O médico assentiu e olhou novamente o prontuário.
— Venham comigo então, vou levá-los até a Talya. —
Ele fez sinal para que o acompanhássemos e saiu da sala de
espera, atravessando uma porta dupla que havia próximo ao
balcão da recepção.
Davison e eu seguimos o médico em silêncio. Naquele
momento, só queríamos ver Talya e confirmar que ela estava
bem. As brigas e discussões poderiam esperar até que a nossa
garota recebesse alta.
CAPÍTULO 22
Etan

Quando entramos no quarto de Talya, ela estava


dormindo. Davison logo se sentou em uma poltrona que havia
no lado direito da cama de hospital em que a garota estava. Eu
preferi ficar de pé, ao seu lado esquerdo, segurando a sua mão
até que ela acordasse.
Era bom tocá-la depois de tanto tempo. Apesar da
frágil condição em que ela se encontrava, senti-me aliviado
por ao menos tê-la por perto outra vez.
— Quando ela receber alta, ficará na minha casa e
ponto final — declarei, enquanto acariciava suavemente a mão
de Talya.
Davison fechou a cara e respirou fundo. Ficou nítido
que ele estava se segurando para não iniciar uma discussão já
que não podíamos brigar dentro do quarto em que Talya estava
internada.
— Minha filha ficará na casa de quem ela quiser — o
homem resmungou, depois de um tempo.
Um sorriso convencido curvou os meus lábios naquele
instante. Talya, com certeza, vai querer ficar comigo, na
minha casa, dormindo na minha cama e recebendo os meus
agrados… Espero que minha safadinha fique boa logo.
Dei um beijo na testa de Talya e acariciei o topo da sua
cabeça. Não conseguia conter a leve preocupação por ela ainda
estar desacordada. O médico disse que isso era um efeito dos
analgésicos que recebeu e que ela acordaria em breve, mas eu
ainda sentia um pequeno receio.
— Etan, eu quero te pedir desculpas novamente —
Davison disse, em um tom mais calmo. Ele ainda estava
sentado na poltrona e me observava enquanto eu acariciava a
cabeça de Talya ternamente. — Está claro que você realmente
gosta da minha filha… eu deixei o ciúme de pai e a raiva
falarem mais alto. Espero que me perdoe e Talya também
quando ela acordar.
— Eu te perdoo por ser um cuzão, Davison, mas quem
dará a palavra final é ela. — Desviei minha atenção para Talya
no momento exato em que seu rosto se moveu e seus olhos se
abriram. Ela piscou algumas vezes e observou o ambiente ao
seu redor, completamente confusa.
Abri um sorriso ao ver que a garota havia acordado e
acariciei a sua bochecha com ternura. Ela ainda aparentava
estar fraca, mas com os cuidados médicos sei que ficaria
melhor nos próximos dias. Quando seu olhar se fixou em mim,
Talya sorriu de um jeito radiante, mas quando ela olhou para
seu pai, o sorriso em seus lábios se desfez e uma expressão de
medo apareceu em seu rosto.
Parece que Davison terá que redobrar o seu pedido de
desculpas para agradar a filha.

Talya

Quando minha visão deixou de ficar turva e eu vi o


maravilhoso rosto de Etan em meu campo de visão, um grande
sorriso curvou a minha boca. Não tenho ideia de onde estou,
mas se Etan está aqui sei que tudo ficará bem.
Infelizmente, meu momento de alegria passou rápido.
Analisei um pouco mais do ambiente ao meu redor e logo
encontrei o meu pai, sentado na poltrona ao lado da cama em
que eu estava e me encarando com um olhar indecifrável. Ah
não… ele vai querer me levar para casa! Meu coração
acelerou e eu comecei a me sentir em pânico.
— Que bom que acordou, Talya — Etan disse, à minha
esquerda.
No mesmo instante, desviei minha atenção para o
homem de lindos olhos azuis e deixei meu pai de lado.
Quando minha visão se fixou em Etan o meu corpo inteiro
relaxou. Ele acariciava o meu rosto ternamente e estava com
uma expressão de alívio e felicidade.
— Você nos deu um grande susto. — Etan acariciou o
topo da minha cabeça e eu sorri com seu gesto de carinho. —
Como está se sentindo?
— Minha cabeça dói — resmunguei, com leve
desconforto em minha nuca. — Onde estou?
— No hospital — meu pai respondeu, e eu voltei a
sentir um incômodo no peito quando ouvi a sua voz. —
Trouxemos você para cá quando caiu e bateu a cabeça no
canteiro do jardim.
Meus olhos se desviaram entre Etan e o meu pai. Os
dois pareciam extremamente preocupados comigo e eu fiquei
me perguntando se haviam resolvido as suas diferenças, já que
não estavam discutindo entre si.
— Talya, eu quero te pedir desculpas por tudo que eu
fiz… — meu pai explicou, um pouco envergonhado.
Arqueei minhas sobrancelhas com surpresa e observei
ele se aproximar da cama onde eu estava. O homem segurou a
minha mão direita e eu vi um brilho de arrependimento em seu
olhar.
— Eu estava com medo de te perder — confessou. —
Tinha medo que você saísse de casa para viver a vida e se
esquecesse de mim. Você é o que eu tenho de mais precioso,
não queria te perder. — Meu pai acariciou a minha cabeça e
fixou seus olhos nos meus. Fiquei sensibilizada ao ver que ele
estava chorando. — Reconheço que passei dos limites e que
nunca poderei me redimir o suficiente pelo estado em que
deixei você ficar, mas, ainda assim, quero te pedir desculpas.
Espero que aceite…
— Me deixará ficar com o Etan? — as palavras saíram
da minha boca automaticamente.
Eu estava inclinada a aceitar as desculpas do meu pai,
mas somente se ele prometesse que não iria me proibir de
namorar o homem que eu amava.
Antes de responder a minha pergunta, meu pai olhou
para o seu amigo e eu fiquei surpresa quando percebi que ele
parecia estar considerando aceitar o meu pedido. Quanto
tempo fiquei desacordada? Agora parece que eles não estão
mais se odiando…
Quando encarei Etan, percebi que ele olhava de um
jeito apreensivo para o meu pai.
— Prometo que não vou magoar a sua filha, Davison
— ele falou, em um tom sério. — Vou tratar Talya como uma
princesa, porque é isso que ela é.
Fiquei tocada com o que ouvi e um sorriso vacilante
curvou a minha boca.
— Tudo bem — meu pai respondeu, me pegando de
surpresa. Seu olhar se fixou no meu rosto e ele me direcionou
um sorriso paternal. — Você pode ficar com o Etan, se quiser,
Talya… apenas prometa que não irá me esquecer.
Sem conseguir controlar a felicidade que explodiu em
meu interior, sorri emocionada e me sentei na cama de
hospital, puxando o meu pai para um abraço.
— Papai, eu te amo… — falei, sentindo algumas
lágrimas de alegria escaparem dos meus olhos. — Eu te
perdoo, e também sinto muito pelo vexame que o senhor
passou naquela reunião.
— Também lhe devo desculpas por ter te tratado
daquela forma… — meu pai afagou as minhas costas. — Eu
não devia ter tirado você da empresa daquele jeito. Sinto
muito, filha.
Assenti silenciosamente e passei um tempo abraçada
com o meu pai, aproveitando aquele momento de perdão.
— Falando na reunião… — Ouvi a voz de Etan ao meu
lado. — Vocês já fecharam contrato com alguma outra
empresa de marketing?
Meu pai deu uma risada ao ouvir aquela pergunta e se
afastou do abraço para que pudesse encarar o seu amigo. Olhei
para o meu namorado e fiquei surpresa ao ver que ele parecia
levemente envergonhado por ter levantado aquela questão.
— Não… ainda não assinamos contrato com nenhuma
empresa. — Meu pai ergueu uma sobrancelha. — Mas já sei
exatamente onde você quer chegar.
Etan sorriu, um pouco intimidado, e cruzou os braços
diante do peito.
— Bom, tirando algumas imagens vergonhosas que
passaram no slide, eu gostei dos primeiros anúncios que
mostraram sobre os automóveis… — Meu pai suspirou. —
Tudo bem. A Veron vai assinar contrato com a sua empresa
novamente.
A boca do meu namorado se curvou em um sorriso
vitorioso e ele apertou a mão do meu pai.
— Obrigado, Davison — disse, agradecido. — Não
vamos decepcioná-lo outra vez.
Fiquei feliz por ver que agora a empresa de Etan não
corria mais o risco de fechar. Lembro de Lana me dizer que as
coisas por lá estavam ficando difíceis depois que a
automobilística Veron tinha cancelado o contrato. Parece que
tudo voltará a ser como antes… confesso que quero ter o meu
emprego de volta também.
— Eu gostaria de trabalhar com você novamente, Etan
— falei, antes que a minha coragem desaparecesse.
Meu pai desviou seu olhar até mim e eu encolhi os
ombros me perguntando se ele iria me impedir de alguma
coisa.
— Essa decisão é toda sua, filha — ele disse, ao
perceber que eu estava lhe encarando à espera de uma
resposta.
Arregalei os olhos, surpresa. Será que trocaram a
mente do meu pai enquanto eu estava desmaiada? Bom, não
importa! Ele está compreensivo agora e isso já é o bastante
para mim.
— Então, voltarei a trabalhar na Thorne Media
novamente — decidi, lançando um pequeno sorriso para o
meu namorado.
Etan me direcionou uma piscadela e eu percebi que ele
ficou animado com a notícia. Eu me sentia completamente
feliz agora que tudo parecia ter se resolvido, apesar de
fisicamente sentir o meu corpo exausto e a minha cabeça
dolorida.
— Vou avisar ao médico que você já acordou — meu
pai disse, e então saiu da sala.
Ao perceber que fiquei a sós com Etan, fiz sinal para
que meu namorado se aproximasse um pouco mais. Ele
inclinou seu rosto para baixo e quando já estava ao alcance das
minhas mãos, segurei sua nuca e o beijei avidamente para
compensar por todos os dias que ficamos longe um do outro.
Etan se sentou na beira da cama, com um certo
cuidado, e deixou sua língua envolver a minha, guiando o
beijo em um ritmo intenso e apaixonado. Suas mãos
percorreram suavemente os meus braços e um arrepio
delicioso surgiu em minha pele.
— Senti tanta falta do seu toque… — sussurrei, quando
ele separou nossas bocas para que retomássemos o fôlego.
— Eu senti falta de você todinha. — Etan mordeu o
meu lábio inferior e colou sua testa na minha. — Não vou ficar
longe de você de novo, eu prometo.
Afastei meu rosto para que pudesse encará-lo melhor
enquanto conversávamos.
— O que aconteceu entre você e o meu pai? Fizeram as
pazes? — perguntei, com curiosidade.
— Acabamos nos entendendo na sala de espera do
hospital — admitiu, com um pequeno sorriso. — E você ficará
na minha casa quando receber alta, já resolvi isso também.
O sorriso que eu dei quando ouvi aquilo foi tão grande
que fez meus músculos faciais ficarem doloridos. Vou morar
com o Etan, o verei todos os dias, vamos dormir e acordar
lado a lado… será perfeito!
— E, Talya, tem outra coisa que preciso te dizer… —
Etan pigarreou e sua voz adquiriu um tom mais sério. — Você
realmente está grávida. O médico confirmou isso quando
saíram os resultados dos seus exames.
A notícia caiu como um baque e eu toquei o meu
ventre. Não fui pega totalmente de surpresa, afinal, eu já
desconfiava da gravidez, porém, ouvir essa confirmação era
outra coisa. Agora é real, estou grávida e novamente existe o
risco do meu pai me matar!
— Não se preocupe, eu vou cuidar de você e do bebê.
— Etan colocou sua mão sobre a minha e acariciou meu rosto
ternamente, ao perceber meu momento de aflição. — Eu
prometo.
Esbocei um sorriso agradecido, mas a preocupação que
eu sentia não era sobre Etan me abandonar — meu coração
sabia que ele jamais faria isso — eu estava preocupada com a
reação que o meu pai teria ao descobrir sobre esse assunto.
Agora que as coisas foram resolvidas, tenho que lidar com
outra questão polêmica…
— O meu pai vai me matar! Ele já sabe? — perguntei,
sentindo a minha aflição retornar.
— Sim, já sabe… — Etan deu um pequeno sorriso. Sua
resposta tranquila fez os meus olhos se arregalarem. Meu pai
sabe que estou grávida e mesmo assim está de bom humor? —
Ele quis puxar briga comigo na sala de espera, mas a situação
já foi resolvida. Não precisa ficar com medo dele.
Concordei em silêncio, enquanto respirava fundo para
retomar o controle das minhas emoções. Tudo está resolvido
então…
Fiquei calada por um tempo, perdendo-me nos lindos
olhos azuis do homem que estava há poucos centímetros de
mim. Deixei minha mão acariciar o seu maxilar por um tempo
e enquanto eu fazia isso, senti uma incontrolável necessidade
de lhe dizer o que estava em meu coração.
Criando coragem, respirei fundo e confessei:
— Eu te amo, Etan. — Sorri para ele e deixei meus
dedos traçarem a barba em seu rosto.
O homem sorriu com o que eu disse e acariciou a
minha bochecha ternamente.
— Também te amo, Talya — declarou, com um olhar
feliz e sincero.
Meu coração se encheu de alegria naquele instante e eu
não consegui me conter. Puxei o rosto de Etan para perto e o
beijei outra vez. Depois de tantos dias sofrendo, finalmente
seremos felizes.
CAPÍTULO 23
Etan

Alguns dias mais tarde, Talya recebeu alta do hospital e


eu finalmente pude levá-la para a minha casa. Fiquei feliz por
Davison ter deixado de bancar o idiota e apesar do olhar
levemente irritado que o homem me lançou quando Talya
entrou no meu carro, ele não disse nada e nem a impediu. No
fundo, Davison sabe que a sua filha estará mais feliz comigo.
Talya acabou convencendo o seu pai a visitá-la na
minha casa em alguns dias da semana, quando ele estivesse
voltando do trabalho, e isso acabou amenizando o clima tenso
que ainda pairava entre mim e Davison em certos momentos.
Refizemos o contrato com a automobilística Veron e a minha
empresa já não estava mais ameaçada. Até consegui promover
Lana e agora ela ocupava o cargo de diretora de criação que
foi deixado por Sandy. Pela primeira vez em muito tempo, as
coisas iam bem na minha vida profissional e amorosa.
O dia de hoje estava ensolarado e quente em Bel Air.
Estacionei o meu conversível prateado na garagem aberta da
minha casa e saí do carro, me apressando em abrir a porta do
carona para que Talya pudesse descer do veículo.
Quando minha linda namorada saiu do carro e ficou de
pé, dei uma boa olhada em seu corpo e fiquei feliz por ver que
ela já não estava mais abatida e havia recuperado a sua forma
delineada de antes. O vestido tubinho pink que ela usava
destacava o contorno do seu quadril e me fez gastar alguns
segundos admirando a sua forma. Quando meus olhos
pousaram em sua barriga reta, me peguei sorrindo ao imaginar
que nos próximos meses ela estaria redonda com o nosso bebê
que crescia lá dentro. Quem diria… há alguns meses eu sequer
pensava em construir uma família e agora estou aqui, feliz
porque engravidei a garota por quem estou completamente
apaixonado.
Segurando a mão de Talya, guiei-a para dentro da
residência e ao abrir a porta me deparei com a minha equipe
de empregados esperando no hall de entrada para receber a
nova moradora da casa. Haviam duas faxineiras que cuidavam
especialmente da limpeza dos ambientes, uma governanta e o
jardineiro. Todos beiravam os cinquenta anos e possuíam
sorrisos amigáveis no rosto.
Depois que todos os trabalhadores da casa
cumprimentaram Talya, instruí-os que pegassem as malas da
garota que estavam no carro e as levassem para o meu quarto.
Passei um bom tempo apresentando cada cômodo da casa para
a nova moradora e eu não conseguia deixar de me sentir feliz
por saber que ela moraria comigo permanentemente. Não vou
deixar que nada e nem ninguém me separe de Talya outra vez.
Quando a bagagem da garota já estava no meu quarto,
fui com ela até lá para ajudá-la a guardar suas coisas. Assim
que Talya organizou seus produtos de higiene no meu banheiro
e suas roupas no espaço que deixei vazio no meu closet, ela
voltou para o quarto e ficou parada em frente à minha cama,
olhando o ambiente ao seu redor como se estivesse pensando
no que iria fazer agora que estava em sua nova casa.
Não resisti à tentação e me aproximei sorrateiramente,
abraçando-a por trás. Talya suspirou quando sentiu o meu
toque e recostou o seu corpo no meu, roçando a sua bunda em
minha virilha. A chama em meu interior se acendeu
imediatamente e eu suspirei, já sentindo a excitação chegar.
Empurrei o cabelo de Talya para o lado e rocei o nariz
em seu pescoço, inspirando profundamente o perfume da sua
pele. Seu cheiro doce era como uma droga para mim, deixava-
me excitado, despertava o animal em meu interior e me fazia
querer jogá-la na cama para me satisfazer com o seu corpo. Eu
sabia que precisava ir com calma já que ela acabou de receber
alta do hospital, mas o jeito travesso que Talya estava
mexendo a bunda contra o volume já rígido da minha ereção
me fez acreditar que ela estava boa o suficiente para transar.
— Como está se sentindo? — perguntei, com a boca
colada em sua pele. Minhas mãos, que antes estavam fixas em
sua cintura, começaram a explorar as curvas do seu corpo.
Uma desceu para o seu quadril e a outra subiu até apertar um
dos seus seios.
— Estou me sentindo quente, Etan — ela respondeu à
minha pergunta, com uma voz provocante. — Muito quente…
— Talya esfregou a bunda no meu pau outra vez e eu gemi.
Parece que a safadinha quer brincar…
— Bom, então vamos apagar esse fogo… — Levantei
o seu corpo do chão e a carreguei no colo até a cama.
Quando as costas de Talya atingiram o colchão, ela
deixou uma risada escapar e me encarou com um olhar
malicioso enquanto eu me deitava sobre ela.
— É nessa cama que você vai dormir e gritar de prazer
todos os dias a partir de hoje — falei, com um sorriso
satisfeito no rosto. O pensamento de tê-la por perto o tempo
inteiro me agradava imensamente.
Talya me direcionou um sorriso malicioso e segurou a
minha nuca, trazendo o meu rosto para perto do seu. Nossas
bocas se encontraram e ela iniciou um beijo intenso, cheio de
fogo e paixão. Suas mãos delicadas passeavam pelas minhas
costas enquanto a minha língua se entrelaçava na dela de um
jeito ávido e desesperado. Eu estava há tanto tempo sem sentir
o corpo de Talya que apenas pensar em estar dentro dela já me
deixava perto de gozar.
Não resisti e me levantei brevemente para tirar a
camisa polo que eu vestia. Talya sorriu quando o meu peitoral
ficou à mostra e ela correu as mãos por cada contorno dos
meus músculos. Deixei que ela me explorasse um pouco, mas
logo tirei aquele vestido apertado do seu corpo e ofeguei ao
ver que ela usava apenas uma calcinha branca por baixo.
Levei minhas mãos até seus seios e os apertei,
deixando a minha boca brincar com o par perfeito de mamilos
rosados que a garota tinha. Ela começou a gemer e arquear
suas costas para mais perto do meu rosto. Seus dedos
afundaram em meus cabelos enquanto eu a lambia e chupava.
No interior da minha calça, o meu pau doía com necessidade
de penetrá-la. Eu estava louco para sentir a sua boceta
apertadinha envolvendo cada centímetro da minha rigidez,
queria ouvi-la gemendo histericamente enquanto eu socava
fundo dentro dela… Porra, não posso mais esperar!
Deixando os seios de Talya de lado, fiquei de pé apenas
para tirar a minha calça e cueca. Os olhos da safadinha
brilharam quando ela viu meu pau ereto e pronto para
preenchê-la. Fiquei completamente satisfeito quando Talya
deitou sua cabeça no travesseiro e abriu as pernas para mim,
preparando-se para me receber. Ela ainda estava de calcinha,
mas isso podia ser facilmente resolvido.
Com a respiração ofegante, subi na cama novamente e
me posicionei entre as suas pernas. Segurei o tecido delicado
da sua calcinha e o rasguei em um movimento rápido. Assim
que a roupa íntima se desfez a bocetinha molhada de Talya
ficou à mostra e eu sorri com malícia. Mal posso esperar para
estar dentro dela e descontar toda a necessidade que passei
nas últimas semanas…
Deitei-me sobre o corpo dela e encaixei o pau em sua
entrada quente e macia. Talya mordeu o lábio inferior e seus
olhos encontraram os meus — além do desejo também percebi
um brilho apaixonado em seu olhar e aquilo aqueceu o meu
coração. Estamos apaixonados um pelo outro e eu sinto que
isso nunca mudará.
Tomado pela excitação do momento, entrei com força
dentro dela para tirar o atraso de todas aquelas malditas
semanas que passei sem tê-la em meus braços. Talya gemeu
quando fiz aquilo e apertou o lençol que forrava a cama. Sorri
para a safadinha e comecei a me mover rapidamente, entrando
e saindo do seu corpo com vontade e ofegando a cada
investida.
Ela é realmente minha agora… a minha mulher e eu a
amo. E porra… fico louco com essa bocetinha apertada que
ela tem.
Mantive um ritmo forte e intenso que fazia os seios de
Talya chacoalharem cada vez que eu a penetrava. Da sua
garganta, começaram a escapar gritos e gemidos de prazer,
entrecortados pela sua respiração ofegante. Ela afundou as
unhas em meus braços e eu rosnei com a excitante sensação de
ardência que se espalhou pela região.
— Etan… — gemeu, de um jeito agudo e necessitado.
— Está gostando, safadinha? — indaguei, ofegante,
enquanto a penetrava com força.
Eu estava à beira do fim, mas queria que ela terminasse
primeiro. Eu queria ver a expressão de prazer absoluto
dominar o seu lindo rosto e só então gozaria, admirando a sua
face tomada pelas sensações intensas que apenas eu a fazia
sentir.
— Etan… eu estou quase lá… — Talya sussurrou,
enquanto fechava os olhos. Suas unhas se afundaram ainda
mais em meus braços e ela arqueou o seu quadril.
— Vamos lá, safadinha… goze para mim — pedi, e
mordisquei o seu pescoço.
Talya apenas choramingou e gemeu em resposta.
Sem tirar meus olhos do seu rosto, tensionei os meus
músculos colocando toda a força que eu podia naquela
penetração. Talya gritou, sua boceta se apertou ao meu redor e
tremores involuntários começaram a fluir pelo seu corpo. Seu
rosto se contorceu em uma intensa expressão de prazer e eu
sorri no minuto em que o orgasmo a atingiu.
Satisfeito com a visão que eu tinha, dei mais algumas
investidas e deixei me controlar. Meu gozo saiu e se espalhou
pelo interior do canal apertado em que eu estava enfiado. Senti
algumas gotas vazarem para fora da sua entrada, mas não me
importei. Ela já está grávida mesmo, não faz diferença agora.
Em um movimento rápido, saí do corpo de Talya e
desabei no colchão ao seu lado. Fechei os olhos e suspirei
enquanto um sorriso cansado se desenhava em meus lábios,
minha respiração estava ofegante e a minha pele suada parecia
estar em chamas. Não demorou muito até eu sentir o corpo
delicado da garota se aconchegar no meu.
Saber que Talya está esperando uma criança minha é a
confirmação de que ficaremos um ao lado do outro pelo resto
das nossas vidas. Essa sensação de paz e satisfação serão
constantes na minha vida de agora em diante.
— Não faz ideia do quanto estou feliz por ter colocado
um filho na sua barriga — confessei, enquanto minha mão
acariciava as suas costas. — Você é oficialmente minha
agora… pelo resto da vida.
Talya deu uma risada e eu abri os olhos. Notei que ela
estava com a cabeça erguida me encarando.
— Você parece até um homem das cavernas falando
desse jeito — brincou. — Não acha que devia me perguntar
primeiro como me sinto sobre isso?
Uma leve preocupação me atingiu. Talya não quer
passar o resto da vida comigo? Não parece que ela se sente
dessa forma…, na verdade, está nítido em seu olhar o quanto
ela me ama.
— Como se sente sobre isso? — perguntei, decidido a
acabar com qualquer dúvida.
Talya me direcionou um sorriso doce que aqueceu o meu
coração e a minha alma. Sua mão se apoiou em meu peito e
ela acariciou a minha pele com seus dedos delicados.
— Bom, eu me sinto feliz… — admitiu. — Concordo
em ser sua pelo resto da vida, se você também prometer que
será apenas meu.
Segurei a sua mão e depositei um beijo demorado em
sua palma. Na primeira vez que vi Talya o meu coração
decidiu que eu pertenceria apenas a ela pelo resto da minha
vida. Demorou um pouco para que a minha mente percebesse
isso também, mas agora que o meu corpo inteiro está em
harmonia com esse pensamento, não voltarei atrás na decisão.
— Eu sou todo seu, Talya. — Soltei a sua mão para que
pudesse acariciar o seu rosto. — Ficaremos juntos até que a
morte nos separe.
Os olhos da garota brilharam quando ela me ouviu dizer
aquilo e eu percebi o quanto minha frase a deixou feliz.
— Sim… — Talya aproximou seu rosto do meu. — Até
que a morte nos separe.
Ao terminar aquela frase, ela me presenteou com um
beijo apaixonado para selar a promessa que fizemos um ao
outro. Talya e eu nos amamos e ficaremos juntos pelo resto
das nossas vidas.
EPÍLOGO
Talya

Alguns meses depois…


Meus olhos se encheram de lágrimas quando a
enfermeira me entregou um pequeno pacotinho rosa para que
eu segurasse. Eu estava sentada na cama, no quarto chique de
uma maternidade cara em Los Angeles, olhando para o ser
mais bonito do mundo que eu conhecia há apenas algumas
horas.
Enrolada em uma manta rosa, estava Carly, minha linda
bebezinha. Ela havia nascido às 08h15 da manhã do dia 09 de
maio. Meu coração se encheu de alegria enquanto olhava com
admiração para a bebê que eu amamentava. Suas bochechinhas
eram grandes, rosadas e seus olhinhos possuíam o mesmo tom
azul-safira do pai.
Etan também estava morrendo de amores pela nossa
garotinha. Ele esteve ao meu lado desde o momento em que
entrei em trabalho de parto e agora, encontrava-se na beira da
cama, disputando espaço comigo para brincar com a nossa
filha.
Eu me sentia a pessoa mais realizada do mundo. Passei
os últimos meses ao lado de Etan e posso dizer que foi o
melhor período da minha vida. Nós nos casamos quando
completei o 5º mês de gestação e tivemos uma pequena lua de
mel em Miami. Agora que a nossa tão esperada filha havia
nascido, eu sabia que outro período maravilhoso se iniciava e
estava feliz por ter certeza que Etan estaria sempre ao meu
lado.
— Agora eu entendo o motivo pelo qual seu pai ficou
surtado quando descobriu sobre o nosso relacionamento —
Etan comentou, enquanto acariciava a cabeça careca de Carly.
— Se no futuro um cara como eu quiser ficar com a nossa
filha, eu também vou sair da linha.
Franzi o cenho para o meu marido.
— Nem comece com as paranoias porque ainda
teremos muito tempo com a Carly bebê — adverti, com uma
leve diversão na voz. — Vamos deixar que a nossa filhinha
cresça no tempo dela.
Etan me direcionou um sorriso torto, em seguida,
depositou um beijo carinhoso na testa de Carly e outro na
minha boca.
— Eu vou cuidar de vocês duas e protegê-las para
sempre — ele prometeu, colocando um braço ao redor do meu
ombro para que eu pudesse me aninhar em seu abraço.
Fechei os olhos por um momento e sorri. Sei que a
minha vida será perfeita com Etan ao meu lado.

Fim.
AGRADECIMENTOS
Muito obrigada por acompanhar essa história!
Eu me diverti muito escrevendo esse livro e espero que ele
também possa ter sido um ótimo entretenimento para você.
Se gostou dessa história e tem interesse em ler outras obras da
minha autoria, estarei deixando aqui o nome dos livros que
tenho publicados até o momento:

Desire – A Ilha do Desejo (livro 1)

(E-book disponível na Amazon, livro físico disponível na


Uiclap.)

Desire – Um Selvagem na América (livro 2)

(E-book disponível na Amazon e livro físico disponível na


Uiclap.)

Savana

(E-book disponível na Buenovela)

Me acompanhe nas redes sociais para não perder os meus


próximos lançamentos:

Instagram: @autorabrunacatein

Facebook: facebook.com/autorabrunacatein

TikTok: @autorabrunacatein

Você também pode gostar