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PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
EPÍLOGO
AGRADECIMENTOS
SINOPSE
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Etan
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*****
Meus olhos assistiam ao jogo, mas eu só conseguia
pensar em Talya e na sua tentativa de me evitar. Até bebi
algumas latas de cerveja com a intenção de tirar a garota dos
meus pensamentos, mas não consegui. Será que ela ficou
envergonhada depois daquela ligação? Isso era pouco
provável considerando o jeito travesso que Talya falou comigo
enquanto se masturbava, mas também não era uma hipótese
que podia ser descartada, afinal eu não sabia muita coisa sobre
ela.
Quando o jogo terminou, meu peito queimava com
uma inquietação que jamais senti na vida. Eu me sentia um
pouco tonto pela cerveja que bebi, mas ainda pensava em
Talya. Ela ficou a noite inteira trancada no quarto e eu não vi
sequer a sua sombra. Já passava das 23h30 e por mais que eu
não quisesse, comecei a me preparar para ir embora.
Terminei de comer a última fatia de pizza que sobrou e
me levantei do sofá para me despedir de Davison. Minha
cabeça rodou e eu tentei disfarçar quando meu corpo pendeu
para o lado. Infelizmente, o homem percebeu o meu estado,
pois ele se levantou da poltrona com um olhar divertido e
caminhou até mim.
— Não pode dirigir desse jeito, você bebeu oito latas.
— Davison segurou o meu braço. Ele também estava bêbado,
mas não tanto quanto eu. — Passe a noite aqui… vou pedir
para a minha governanta preparar o quarto de hóspedes.
Meu coração bateu acelerado quando recebi aquela
proposta. Eu podia facilmente chamar um táxi, mas passar a
noite ali me daria uma chance de ver Talya e falar com ela pela
manhã. Porra, nem mesmo o álcool foi capaz de afastar a
garota da minha mente!
Apesar de tudo, me senti culpado em dar trabalho para o
homem apenas porque eu queria ver a sua filha. Achei melhor
não abusar da hospitalidade de Davison mais do que eu devia.
— Já que insiste, amigo — concordei, sentando-me de
volta no sofá. — Mas não precisa se preocupar em preparar
um quarto. Ficarei confortável aqui na sala.
Davison arqueou uma sobrancelha.
— Não posso permitir que você durma no sofá quando
existe uma cama disponível no andar de cima…
— Eu insisto, Davison. — Balancei as mãos, recusando
a sua oferta. — Prefiro ficar aqui na sala onde poderei assistir
TV até pegar no sono.
O homem pensou por alguns instantes.
— Tem certeza, Etan?
— Absoluta.
— Bom, então vou pegar os travesseiros… — Davison
saiu da sala, mas em poucos minutos já estava de volta com
um travesseiro de fronha branca e um cobertor azul.
— Obrigado. — Sorri, enquanto pegava as coisas que
ele trouxe e as colocava no assento ao meu lado.
— Boa noite. — O homem bocejou e me entregou o
controle remoto. — Caso tenha interesse, a senha do canal
adulto é 8562.
— Certo… — Uma risada me escapou. — Boa noite,
amigo. E obrigado por me deixar ficar aqui, espero não
atrapalhar.
— A segurança do meu amigo vem sempre em primeiro
lugar. — Ele bocejou outra vez e olhou para os degraus que
levavam até o andar superior.
A sala estava em um local que tinha uma boa
visibilidade dos outros cômodos. De onde eu estava sentado
era possível ver perfeitamente a escada e a entrada para a
cozinha, além de uma pequena parte da sala de jantar.
— Boa noite, Etan. — Davison se despediu outra vez e
caminhou em direção às escadas.
Quando ele desapareceu do meu campo de visão,
coloquei o travesseiro em uma das extremidades do sofá e me
deitei com a cabeça virada para a TV.
Enquanto o sono não vinha, fiquei assistindo uma luta
de UFC e tentando afastar da minha mente a vontade que eu
sentia de subir até o segundo andar e vasculhar cada cômodo
até encontrar o quarto de Talya. Confesso que só não cedi à
tentação porque não queria que Davison me pegasse
bisbilhotando a sua casa na primeira noite que ele me deixou
dormir aqui.
Depois de um tempo, desliguei a TV e tirei a camisa
que eu usava, estava calor e eu não queria sair procurando pelo
interruptor do ar-condicionado. Fechei os olhos e fiquei
pensando nos projetos que estavam em andamento na empresa
— eu precisava mentalizar qualquer coisa que desviasse o meu
foco para longe de Talya.
Mantive-me firme nas próximas horas até que ouvi um
barulho vindo da escada. Espiei sorrateiramente, sem levantar
muito a cabeça para não chamar atenção, já passava das 3 da
manhã e eu não queria que me vissem acordado àquela hora.
Quando meus olhos se fixaram na silhueta que descia a
escada, meu peito se aqueceu e eu senti o coração acelerar. As
luzes estavam apagadas e eu não consegui enxergar o rosto da
pessoa, mas a altura e o contorno do corpo me fizeram ter
certeza de que era Talya — bom, só podia ser ela considerando
que Davison não tinha outra filha ou esposa.
Sentindo-me estranhamente animado, fiquei em
silêncio e apenas observei a garota entrar na cozinha. Seu
cabelo estava solto — como na primeira vez em que a vi — e
o jeito apressado que ela andava não parecia com o de uma
pessoa que estava passando mal.
Foda-se… não vou esperar até de manhã. Vou falar com
ela agora!
Em um movimento rápido, porém, silencioso, levantei-
me do sofá e caminhei na ponta dos pés em direção à cozinha.
— Agora ela não me escapa…
CAPÍTULO 6
Etan
*****
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Talya
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Etan
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Talya
*****
Etan
*****
Eu estava sentado na sala de espera do hospital, com
uma aflição enorme no peito enquanto esperava que o médico
retornasse com notícias sobre o estado de Talya. O lugar
estava cheio e Davison precisou ficar na cadeira ao meu lado,
já que não havia nenhum outro lugar para ele se sentar.
Permanecemos em silêncio, olhando para qualquer lugar
que não fosse o rosto do outro por pelo menos duas horas. Eu
estava prestes a me sentar no assento que havia ficado vago no
outro lado da sala quando Davison se remexeu inquieto na
cadeira e pigarreou. Olhei de soslaio para o homem e suspirei
ao notar que ele me encarava.
— Me desculpe — sussurrou, de forma quase inaudível.
Arqueei uma sobrancelha com a reação inusitada.
— Acho que não ouvi direito… pode repetir? —
provoquei, sutilmente. Eu tinha entendido que Davison queria
pedir desculpas, mas percebi que ele pronunciou aquelas
palavras com uma grande dificuldade. No fundo, eu queria que
ele engolisse ainda mais o seu ego.
Davison suspirou, hesitando por alguns segundos.
— Me desculpe. — Dessa vez a sua voz saiu um pouco
mais alta. — Eu fui um grande idiota e por causa disso a
minha filha veio parar no hospital.
— É, você foi sim — concordei, voltando meu olhar
para o homem.
— No fundo, eu estava com medo de que Talya
crescesse, saísse de casa e me abandonasse assim… — Ele
suspirou. — Assim como a mãe dela fez comigo…
Fiquei surpreso com a revelação.
— Eu não sabia que a mãe da Talya tinha feito isso —
admiti.
— Isso não é uma coisa que eu fico espalhando por aí —
ele respondeu.
Concordei em silêncio e encarei o chão por um tempo.
Davison foi um belo de um filho da puta, mas agora ele está
tentando se redimir e é melhor eu aproveitar essa chance para
fazê-lo perceber que não quero o mal para a filha dele.
— Eu sei que antes dessa coisa toda acontecer a Talya
não te abandonaria nem mesmo se ela fosse morar em outro
país — comentei, pensativo. — Mas agora eu não sei o que a
sua filha pensa de você depois do jeito que a tratou.
— Espero que ela possa me perdoar — falou, perdido
em pensamentos. — Que vocês dois possam…
— Pare de tratar a Talya como uma criança — pedi. —
Ela já é adulta, se quiser que ela te perdoe, deixe que ela seja
independente e apoie a sua filha nas escolhas que ela fizer.
Davison assentiu, embora eu tenha notado que ainda
havia uma sombra de hesitação em seu rosto. Ele precisaria de
tempo para mudar seus pensamentos por completo, mas a
vontade de ser um pai diferente já era um bom começo.
Depois que Davison e eu deixamos de nos estranhar e
acertamos as nossas diferenças, um médico de meia-idade veio
até nós.
— Estão aguardando notícias de Talya Lincon? —
perguntou.
Concordei imediatamente e me levantei da cadeira.
Davison fez o mesmo, ficando meu lado enquanto aguardava o
médico falar.
— A Talya sofreu um pequeno trauma na cabeça, mas
com repouso e acompanhamento médico, ela ficará bem…
— Graças a Deus! — Davison cortou o médico,
aliviado. — Quando a minha filha receberá alta?
— Bom, considerando o estado de desnutrição em que
a sua filha se encontra, teremos que administrar algumas
vitaminas e fazer um acompanhamento do seu metabolismo.
Por isso, ela ficará internada aqui durante alguns dias — o
homem de jaleco branco continuou. — Imagino que ela não
estava conseguindo se alimentar direito por causa da gravidez.
Porra! Meu sangue gelou naquele momento. Eu não
fiquei surpreso por saber que Talya estava grávida, mas
Davison não fazia ideia dessa notícia até alguns segundos
atrás. Parece que a minha trégua com o homem está prestes a
acabar.
— Por causa do quê? — Davison indagou, incrédulo.
Engoli em seco e senti vontade de sair dali, mas não
podia fugir daquela situação.
— Por causa da gravidez — o médico repetiu, um
pouco hesitante. — Não sabia que ela estava grávida?
Suspirei, já me sentindo inquieto pela bomba que
estava prestes a estourar. Cocei a barba e olhei de esguelha
para Davison, não ficando surpreso ao perceber que o homem
já estava com o seu olhar irritado fixo em mim.
— Foi você que fez isso?! — Davison gritou,
colocando-se à minha frente e apontando o dedo em meu
peito.
— Nós fizemos as pazes, lembra? — tentei amenizar a
situação.
O pai de Talya semicerrou os olhos, a veia em sua testa
estava saltada para fora. Ele abriu a boca para dizer algo, mas
a fechou quando o médico colocou a mão em seu ombro.
— Estamos em um hospital, não pode haver discussões
aqui — o homem interferiu. — Se quiserem brigar, façam isso
no estacionamento.
— Eu só quero ver a Talya — falei para o médico, na
esperança de desviar o assunto.
Eu sabia que Davison também queria ver a sua filha e
torci para que nesse momento a sua vontade de saber que ela
estava bem superaria qualquer rancor por eu ter engravidado a
garota.
— Ela já pode receber visitas, mas vocês dois precisam
manter a calma se forem ficar no quarto ao mesmo tempo. —
O homem leu o prontuário que carregava em sua mão. —
Talya ficará internada por vários dias por causa da anemia que
adquiriu. Ela precisa receber as vitaminas e os cuidados
necessários para que não haja problemas no futuro da
gestação.
— Compreendo — respondi, com o coração palpitando
de ansiedade. Talya ficará bem e eu me sinto aliviado agora,
mas não vou ficar completamente satisfeito até vê-la com os
meus próprios olhos.
— Quero ver a minha filha, doutor — Davison se
manifestou. — Prometo que vamos nos comportar enquanto
estivermos naquele quarto.
O médico assentiu e olhou novamente o prontuário.
— Venham comigo então, vou levá-los até a Talya. —
Ele fez sinal para que o acompanhássemos e saiu da sala de
espera, atravessando uma porta dupla que havia próximo ao
balcão da recepção.
Davison e eu seguimos o médico em silêncio. Naquele
momento, só queríamos ver Talya e confirmar que ela estava
bem. As brigas e discussões poderiam esperar até que a nossa
garota recebesse alta.
CAPÍTULO 22
Etan
Talya
Fim.
AGRADECIMENTOS
Muito obrigada por acompanhar essa história!
Eu me diverti muito escrevendo esse livro e espero que ele
também possa ter sido um ótimo entretenimento para você.
Se gostou dessa história e tem interesse em ler outras obras da
minha autoria, estarei deixando aqui o nome dos livros que
tenho publicados até o momento:
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