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Wilma Heck
Sinopse
Ela vai casar com um estranho para salvar a vida de seu pai.
Ele acredita que tudo não passa de uma farsa, por isso começa a investigar
secretamente os passos da bela mulher de olhos castanhos.
Ingênua, Daniela não esperava que aquele jogo de mentiras se tornasse tão
delicioso e ao mesmo tempo perigoso.
Dizem que uma mentira, repetida mil vezes. Acaba de tornando verdade...
Michael Jackson
Dedicatória.
Tenho vinte e dois anos, e tudo o que sei do amor é o que leio nos livros .
Vivo em uma comunidade carente.
Meu pai desde que me conheço por gente vive de mesa em mesa jogando o
dinheiro que ganha trabalhando na obra.
Eu tive que aprender a me virar desde muito novinha para não passar fome.
Minha mae, foi embora quando eu tinha sete anos.
Abandonou meu pai e eu. Disse que não podia me levar pois não sabia nem
pra onde iria.
Lembro de chorar e implorar para que ela me levasse. Mas ela nem sequer
olhou para trás.
A partir daí, a vida foi mais difícil. Uma menina de sete anos tendo que
cuidar sozinha de si mesma.
A minha sorte foi ter a dona Cotinha. Uma vizinha que sempre me trazia
comida.
As vezes ela me deixava dormir na casa dela. Quando papai chegava muito
bêbado.
Desse dinheiro eu tirava meu sustento. Já que meu pai trabalhava durante o
dia para sustentar seu vício a noite.
Fui crescendo e com treze anos já fazia faxina em casas de mulheres ricas.
Sei que devemos estar pensando. Mas como? Era só uma criança!
O mundo real é assim. A maioria ate preferia que fosse eu a uma mulher mais
velha. Pois poderiam pagar menos.
Terminei o ensino médio a muito custo. Dona Cotinha foi ate a minha
colação de grau. Meu pai faziam vários dias que não aparecia em casa.
Já tem três anos. Estou guardando dinheiro para ir para a universidade no ano
que vem.
Terminei de pagar a nossa casa. Agora ela é nossa de verdade.
E posso pensar em estudar novamente.
Eu quero ser fisioterapeuta.
Vou pra casa depois de mais um dia de trabalho. Mas quando chego na nossa
rua os moveis da nossa casa estão todos la fora.
Um homem barrigudo, grande com uma barba grisalha olha pra mim e diz.
Minha visão fica turva, devido as lágrimas. Sinto uma raiva do meu pai. Essa
casa era minha. Eu paguei por ela.
—Escute. O que posso fazer é dar alguns dias para que encontre um lugar
para morar.—O homem fala.
—Obrigada.
—O que você fez? Porque me odeia tanto? Sabe o quanto eu trabalhei pra
pagar essa casa. E você perdeu no jogo!—Grito com ele, que começa a
chorar.
—Eu estava com uma mão boa, não tinha como perder... Mas ele tinha uma
mao melhor, me perdoe filha me perdoe...
Vou para o quarto, e minha cabeça ferve por não saber o que fazer desta vez.
O único dinheiro que tenho é o que eu guardei pra fazer a matricula da
universidade. Agora terei que usa-lo para alugar um lugar.
—Isso ainda vai acabar mal minha filha. Hoje ele tinha a casa. E quando não
tiver mais nada vai apostar o que? Você?
Cotinha sai e fico ali pensando que isso tem que acabar. Vou ate a sala
procurar por meu pai mas ele não está.
Vejo no chão a caixinha onde eu guardava o dinheiro para pagar a faculdade
mas esta vazia.
—Pai! O que você fez? Como pode ? Aquele dinheiro era para pagar um
aluguel e agora onde vamos morar?
—Eu achei que se eu ganhasse hoje poderia ter devolver a nossa casa. Eu
estava com sorte. Já tinha ganhado vento e cinqüenta mil, mas quis tentar o
dobro e perdi tudo.
—E isso não é o pior. Eu peguei mais cem mil emprestado e acabei perdendo.
Agora eu tenho essa divida e dois dias para pagar ou vão me matar.—Sinto o
chão se abir sob meus pés.
—E agora? O que vamos fazer? —Apesar de todas as coisas ele é o meu pai,
e não quero que seja assassinado.
Assim que o dia amanhece saio correndo para o trabalho. Não consigo me
concentrar direito e acabo cobrando coisas a mais de um cliente que vai logo
reclamar com o gerente. Ele me manda para casa e é claro vai descontar do
meu salário.
Sentada no ponto de ônibus decido procurar o lugar onde meu pai sempre vai.
—Espere aqui.—Ele sai e cinco minutos depois volta e me leva para o que
parece ser um escritório.
—Ora, ora. O Tadeu não me disse que tinha uma filha tão bonita.Como é o
seu nome?—Ele me olha da cabeça aos pés, me analisando.—Sente-se. Diga
o que quer.
—É verdade Cem mil. Mas eu fui legal e dei dois dias para ele me pagar.
—Nao temos esse dinheiro.
—Bem, bem. O que posso fazer por você é aumentar o prazo. Que tal um
mês?
—Mas...
—Você é bem bonita. Pode trabalhar pra mim.Ate pagar a divida de seu pai.
—Nem pense em fugir...Eu encontro você nem que eu tenha que procurar
debaixo das pedras, Daniela.
Um calafrio percorre minha espinha. Sei que isso não é apenas uma.ameaça
vã. Pego minha bolsa e saio correndo daquele lugar.
Ao menos consegui um mês.
Pra que?
Um mês para viver minha vida o mais normal possível. Antes de me tornar
uma prostituta dançarina de pole dance. E eu nem sei dançar. As vezes acho
que nasci com dois pes esquerdos.
Estou andando distraída, quando vejo um carro parando ao meu lado. Todo
preto com os vidros escuros.
Congelo!
Sei, sei sou um pouco medrosa. Mas o carro veio do nada.
—Daniela?
—Eu estava la na casa de jogos. E ouvi a sua conversa com Simão.Eu tenho
uma proposta.
—Olha moço. Simão me deu um mes para pagar a dívida. E eu não sou
nenhuma garota de programa...
—Minha proposta é vantajosa pra você. E eu garanto que, não envolve sexo.
Entre vamos conversar.
—Eu ouvi toda a conversa. Como eu disse antes. Eu te dou os cem mil pra
pagar a divida. Em troca você só tem que se casar com meu sobrinho.
—Me deixe explicar. Meu sobrinho esta em coma. E o estado dele segundo
os médicos é irreversível.
—Isso você deixa comigo. Tudo o que tem a fazer é assinar os papéis.
—Mas por que quer que ele se case? Isso é ilegal já que ele nem está
acordado.
—Eu preciso de Você. Quero que assim que ele morrer me passe tudo p que é
dele. Nos dois saimos ganhando.E posso ate mesmo te devolver a sua casa.
Cotinha entra.
Um deles me disse, para dizer pra você. Que não tente fugir. Eles te
encontram.
—Meu pai esta devendo cem mil pro Simao. E agora elementos deu um mês
pra pagar.
Já no hospital, o enfermeiro aceita meu pai. Ele ainda esta desacordado. Sua
cabeça enfaixada.
Duas noites apos o espancamento e meu pai ainda não havia acordado. Dona
Cotinha veio e ficou com ele um pouco para que eu tomasse um banho.
Estou apenas de toalha, meus joelhos tremem de medo do que ele é capaz de
fazer.
—Calma, calma. Não vou fazer nada, ainda. Eu tenho palavra e te deu um
mês.
—Ele estava falando pra todo mundo que iria fugir. Eu te avisei. Consiga o
dinheiro, ou trabalhe pra mim. De uma maneira ou de outra você vai me
pagar. E o que aconteceu com seu pai foi só o começo.—Ele segura meu
queixo me fazendo encara-lo.—Voce vai me fazer ganhar muito dinheiro.
Mas antes vou me divertir um pouco com você.—Cheira meu pescoço. E sai
acompanhado dos seus capangas que me olham com a mesma cobiça dele.
Vou correndo para o banheiro e vomito aquilo que não comi. Pois estou sem
me alimentar direito ha dois dias.
Pego minhas roupas e quando vou vestir a calça jeans o cartão daquele
homem, cai no chão.
—Sim.
Capitulo 2
É uma mansão enorme. Eu nem sabia que era possível as pessoas terem um
lugar assim.
—E está morrendo. Não se engane. Ele era um homem mau. Tratava a todos
com arrogância só por ter dinheiro. Ninguém gostava dele. Era mimado.
Não gostaria dele se o conhecesse.
Sou seu tio, sempre fui seu braço direito. O criei desde que minha irmã e o
esposo faleceram em um acidente de carro. Mas ele foi tão ingrato.
—Sim.
—Tudo bem.
Entro no quarto e me deparo com um lugar que parece ter sido tirado de uma
dessas revistas de ricos e famosos.
A cama é enorme o banheiro então nem se fala. Tem até uma banheira. Eu
nunca tomei banho em uma banheira.
Pedro, Pedro Aguirre. Pego meu celular e faço uma busca com esse nome.
Rolo a tela e vejo várias fotos dele, acompanhado sempre de uma mulher
diferente.
Vários protestos das familias que não querem se mudar são feitos. O processo
segue na justiça pois Pedro Aguirre se diz dono do terreno e que pagar
indenização as famílias que não aceitam a oferta.
São muitas informações. Mas ele era mau. Se o próprio tio disse isso.O tio
que o criou como a um filho.
Saio da banheira e entro em um roupão. Acho que era dele.Pois fuca enorme
em mim.
Estou com fome mas não me atrevo a sair do quarto. Vai que me perca por
esse casa ta grande.
—Bom dia senhora! O senhor Gerson já nos explicou tudo. Estou aqui as
suas ordens. Meu nome é Felicia.Sou a governanta da casa. Qualquer coisa
basta me chamar.
—O senhor Gerson já nos falou. Seu café da manha sera servido em alguns
minutos. Deseja alguma coisa em especial?
—Prefere tomar café aqui ou vai descer para acompanhar o senhor Gerson?
—Eu dei um jeito, preciso que a imprensa faça um alvoroço. Todos devem
saber sobre o casamento as escondidas.
—Ele está aqui. Agora banque a esposa sofrida. Faça de conta que esta
doendo muito o estado que ele se encontra.
Lembro das fotografias. Do quanto ele estava feliz, e do quanto ele era ágil.
Que tristeza.
—Claro.
—Voce foi perfeita ! A parte que você segurou a mão dele foi o toque final.
—Não pense nisso. O médico disse que mais cinco ou seis dias e o quadro
dele será considerado irreversível.
Voce vai receber o seu dinheiro e sua casa. Ele esta praticamente morto. Nao
se sinta culpada.
Eu fico olhando para ele e posso jurar que ele esta feliz com toda essa
situação. Nem parece que o cara no leito do hospital é seu sobrinho.
Meu pai é um viciado em jogo, mas ele me ama. Eu sei disso. Eu conversei
com o Gerson e ele conseguiu uma clínica onde meu pai será internado assim
que sair do hospital.
É o melhor.
Tive que pedir demissão do meu emprego, mas Gerson vai me dar dinheiro a
mais para que eu possa me manter ate conseguir outro emprego.
Parece que minha vida vai melhorar. Pena que alguem terá que morrer para
isso.
Já sei!
Vou todos os dias no hospital, vou falar com ele. Ler um pouco pra ele.
Talvez ele parta deste mundo se sentindo amado só um pouquinho.
—Está ocupado?—Ele me olha por cima dos óculos, sentado em uma cadeira
no escritório.
—Pode entrar.
—Sim. Você é a esposa e pode ficar com ele lá.Mas por quê?
—Eu acho que se ele vai morrer, deve partir tendo alguém como companhia.
Sabe é muito triste. Ele ta sozinho la e...
—Pode ir. Basta pedir ao motorista. Vou ligar para o hospital para que
deixem você ficar no quarto com ele.
—Obrigada.
—Mas não crie fantasias em sua cabeça. Pedro vai morrer. E ainda que
sobrevivesse, nunca se apaixonaria ppr você. Não que não seja bonita. Voce
é. Mas é simples demais. E ele não era um homem bom. Lembre-se disso.
Poxa vida, o cara já está praticamente morto. Por que ele vive repetindo que
ele não era bom?
—Oi, sei que você não me conhece. É uma pena. —Passo a mão levemente
por seu rosto. —Voce é tão bonito. Mas hoje eu vim ate aqui, adivinha! Pra
ler pra você. Encontrei esse livro. Nunca li. Então vamos ler juntos, quer
dizer eu vou ler pra você.
—Ola! Percebi que esta ai ha um bom tempo. Quer comer alguma coisa?
Meu rosto esta em todos os jornais. Gerson pagou a metade da minha divida.
Disse que a outra metade só depois que Pedro falecer o que deve acontecer
amanha.
Pois os médicos vão desligar os aparelhos. E eu terei que assinar os papéis.
—Ja são oito horas, não vai pra casa?—Gema me pergunta. Acabamos nos
tornando amigas.
—Quero ficar aqui, a a última noite dele. Quero estar ao seu lado.
—Você o ama muito não é?—Amor? Não sei o que é esse sentimento. Mas
sinto como se estivesse perdendo alguem querido. Lagrimas vem aos meus
olhos. E meu coração aperta. Gema me abraça.—Você precisa ser forte. Ele
estará melhor, onde estiver.
Quando abro meus olhos, me vejo olhando para os mais belos olhos azuis.,
cravados em mim com uma expressão de surpresa.
E sua mão apertando a minha tão forte que parece que vai quebrar.
Ele não vai morrer. E eu não sei se fico feliz ou triste. Se dou pulos de alegria
ou me desespero.
Esbarro em alguém.
—Me deculpe!—Olho e vejo Gema.—Ele acordou! Ele acordou!
—Isso é impossível. Ele nao tinha quase nenhuma atividade cerebral. Vamos.
—Ela me leva pelo braço até o quarto e vê com seus próprios olhos que digo
a verdade.— Oh meu Deus! É verdade! Vou chamar o médico!
Fico ali parada perto da porta olhando para ele que não tira os olhos de mim.
E agora? Ele vai me desmascarar. Preciso ligar para Gerson.
Saio do quatro e vou para o corredor, o médico entra e começa a examiná-lo.
—Por que? Pedro faleceu?—Posso sentir uma nota de alegria em sua voz?
—Isso é um milagre Daniela. O amor de sua vida voltou. Deus deve gostar
muito de você.—Gema diz me Abraçando.
Ele levanta uma mão, como se quisesse me tocar. Me aproximo e ele fala
com dificuldades.
—Bem vamos fazer uma tomografia, aparentemente ele teve uma perda de
memória. Não é incomum nesses casos. Ele ficou em coma por vinte dias. Na
verdade ele nem deveria ter acordado. Mas ao fazer uma tomografia pra ter
um diagnóstico mais preciso.
O caso dele é bem complexo, eu nunca vi alguém sem atividade cerebral
acordar assim, e ao que parece sem sequelas graves.
Vou deixar vocês a sós, mas a enfermeira virá em breve para o levarmos a
sala de exames.
—Meu sobrinho, o médico disse que você pode ter tido uma perda de
memória. Vocês casaram não lembra?—Ele me olha da cabeça aos pés, me
analisando. Depois balança a cabeça.—Talvez em breve sua memória volte e
assim lembre do quanto estava apaixonado por ela.—Ele abre a boca como se
quisesse dizer algo. Mas não consegue.
Gema vem junto de outro enfermeiro. Eles o levam para a sala de exames.
—Estamos perdidos. Você disse que ele não acordaria. Agora ele vai
descobrir tudo. Eu vou para a cadeia.
—Cale a boca! Ainda temos uma chance. Ele vai achar que esqueceu de
você...
—E o que pretende? Que eu vai pra casa com ele? Que finja que o amo? Eu
não vou conseguir. Dizer que me casei com ele, para as outras pessoas é uma
coisa, agora estar ao lado dele todos os dias, é bem diferente.
—Você vai fazer o que eu disser. Ou seu papaizinho vai enfrentar o Simão. E
você vai para a cadeia.—Gerson aperta meus braços e mostra quem realmente
é.
—E quem vai acreditar? Eu digo que você apareceu para mim com as fotos e
com a certidão em quem acha que vão acreditar?
— Pare, sua maluca! Faça o que eu disser, e tudo vai acabar bem. Pare de
chorar.—Gema volta.—Ah, pobrezinha está emocionada. Acho melhor o
doutor mddica-la, foi um baque para ela.
Ela me leva pela mão, até a poltrona. Não vejo nada, não ouço nada. Não
sinto nada além do meu desespero. Onde é que fui me meter?
Eu não posso dizer a verdade. E acho que não vou conseguir mentir ppr
muito tempo.
—Está tudo bem?—Ele não me responde. É claro o médico disse que vai
levar alguns dias para que ele fale normalmente. Percebo que ele está
desconfortável. Então ajeito seus travesseiros.—Creio que agora esteja
melhor.
Ando de um lado para outro e tento arrumar uma saída para o problema em
que me meti.
Mas não encontro solução.
Olho para trás e Pedro está tentando se sentar. Respiro fundo e volto para o
seu lado.
O ajudo a deitar-se.
E fico sem jeito, sem saber o que fazer.
—Sim. Ele quer água. Mas eu gostaria de pedir água fresca para o quarto.
—O que eu comprei?
—Hã? Eu acho que foi uma água e um salgadinho. Não lembro bem. O dia
foi movimentado e é dificil lembrar.—Ele me olha desconfiado e abre a boca
para perguntar alguma coisa, Gema entra.
—Olá, cheguei com a água e seus medicamentos. Deve tomar todos para ter
auta logo.E pra você um chazinho.
—Por que não pede para te trazerem um roupa, pode tomar banho aqui. E não
precisa, deixa-lo sozinho. Ele não tira os olhos de você. Mesmo não
lembrando o coração deve bater mais forte quando olha pra você.
E se ele descobrir?
Vai me mandar apodrecer na cadeia. E com razão.
Sou uma fraude. Uma mentirosa.
Não consigo dormir, e pela primeira vez em minha vida eu vejo o sol nascer
da janela do hospital.
Meu celular toca e é Gerson.
—Alô.
—Pois talvez isso faça você desistir.—Ele desliga e recebo uma fotografia de
meu pai. Ele esta trabalhando em um tipo de jardim. Todo sorridente.—Está
vendo aqueles homens?—Vejo dois homens perto do meu pai.—Eles tem
ordens de atirar pra matar, caso você faça alguma besteira. Tenho certeza que
não é isso o que você quer. Então faça tudo o que eu disser e seu papaizinho
continua vivo.
Depois ele desliga e manda mais fotos do meu pai ao lado daqueles homens.
Ele parece bem e feliz. Não desconfia de nada.
Me envia mensagens falando que ele está bem na clínica e que qualquer coisa
que eu faça. Pode por sua recuperação em risco.
Ele ainda ironizou dizendo que agora que sou milionária nem deveria me
preocupar com o dinheiro da rescisão.
—Mas já?
—Não é isso. É que eu achei que teria mais exames pra fazer.—Gaguejo um
pouco.
—Os exames foram feitos ontem. E não foi encontrado nada que o impeça de
ir para casa.Mas não vá dizer que contei.—Ela fala baixinho.—Agora vai lá
e dê o café da manhã na boquinha daquele gostoso ali. Eu volto depois com
o médico.
Capitulo 4
Tudo o que consigo lembrar é que eu tinha uma reunião importante com os
acionistas da Empresa.
Eu nunca dirijo. Então Leo foi dirigindo. Ele faz parte da minha equipe de
segurança.
Seu cheiro doce invade meus pulmões, e a suavidade de sua pele acorda meus
sentidos.
Mas quem é essa bela mulher que olha para mim, como um coelhinho
assustado?
Ela me disse algo. Algo que não consigo lembrar.
Uma enfermeira entra com ela, olha para mim como se eu fosse um fantasma
e sai correndo.
—Não lembra dela?—Lembrar do quê? Antes de hoje nunca tinha visto essa
mulher em minha vida.—Você pode ter tido uma perda de memória. Vamos
fazer uma tomografia para ter certeza que não há dano cerebral.
Eu vejo o medo em seus olhos cada vez que ela olha pra mim.
O esperado era que me olhasse com amor.
Tem alguma coisa errada em tudo isso. E vou descobrir.
Sou levado para fazer a tomografia. Mas em momento algum tiro a bela
jovem de cabelos castanhos de minha mente.
Eu sinto que ela está apavorada. Ela esconde algo. E vou saber o que é.
Sou um homem implacável nos negócios.
Me aplicam um sedativo. Mas antes de dormir consigo ver o quanto ela está
nervosa.
Parece que andou chorando.
Vou deixar ela seguir com essa mentira só pra ver onde vai dar.
Talvez eu até consiga aproveitar um pouco esse casamento.
Ela achou que me enganaria, mas mal sabe que nesse jogo de gato e rato, o
gato sou eu.
E ela será a ratinha assustada.
Na madrugada acordo e peço que me ajude a ir ao banheiro.
Depois peço água.
E cada vez mais tenho certeza de que eu nunca a conheci antes de hoje.
Mas por que ela inventou essa mentira?
Mas vou fazer ela pagar cada segundo que mentiu pra mim. E vou cobrar
caro.
Assim que eu sair daqui. Vou investigar tudo. Mas por enquanto vou
aproveitar a minha esposa. Tão dedicada. E linda.
Merda!
É a terceira vez que a vejo dessa forma.
Mas não posso negar o quanto é bonita.
E aquele cheiro doce que encheu meus pulmões e acende meus sentidos.
Ela esta sentada lendo alguma coisa.
Peço que leia em voz alta.
Até mesmo sua voz soa melodiosa aos meus ouvidos.
Fecho meus olhos e me deixo levar pela história que ela le.
Ainda tenho que ver o que aconteceu esse acidente esta muito mal explicado.
Amor é uma ilusão que nos deixa cegos. Eu nunca amei, e nunca vou amar.
O que eu faço é foder.
Se a mulher me agradar, ela pode ter a sorte de estar na minha cama mais de
uma vez.
—Vou deixar vocês dois a sós para tomar o café. Com licença.
—Pode me ajudar?
—Nao estou com fome?—Ela me ajuda a tomar o café. Suas mãos estão
tremendo.
—Podemos ver isso. Eu falei com o medico e ele me disse que não ha nada
que te prenda aqui. Eu trouxe roupas para os dois.Sua esposa nao pode ficar
com a mesma roupa de ontem.
—Daniela. Você precisa se alimentar. A tristeza dos últimos dias acabou. Seu
marido está bem. Deve se alimentar não tem feito isso nos últimos dias.
—Eu não estou com fome. Acho que vou aproveitar que seu tio chegou e vou
tomar um banho.—Ela pega a bolsa com seus pertences e quase corre para o
banheiro. Assim que ouço o barulho do chuveiro peço que meu tio se
aproxime.
—Não te passa pela cabeça que realmente possa ter se casado com a moça?
Ela é bem bonita. E se te conheço bem. Você nunca recusou uma mulher
bonita.
—Tio uma coisa é foder uma mulher bonita, outra bem diferente é me casar
com ela, e ainda dividir tudo o que é meu com ela? Eu só podia estar louco!
—Me viro e vejo Daniela parada na porta do banheiro.
Ela olha para mim com lágrimas nos olhos. E volta para o banheiro.
—Vamos fazer assim. Você vai para casa e depois achamos uma solução para
isso. Até porque a possibilidade de você ter realmente esquecido dela existe.
—Tenho que concordar. Agora com meu tio dizendo que os documentos
foram examinados pelos nossos advogados a duvida paira em minha mente.
—Tudo bem. Tudo o que mais desejo nesse momento é sair daqui.
—Vou falar com o medico agora.—Meu tio sai do quarto.
—Espere! E o Leo?
—Droga! A mulher dele acabou de dar a luz.—É muito triste isso. Um amigo
de anos.
Meu tio tem razao! Cada problema sera resolvido em sua hora.
Não pode ser! Meu pau ficou duro. Somente de sentir o seu cheiro e ouvir
esse gemido baixo.
Nossos rostos estão tão próximos, e sinto uma vontade inexplicável de beija-
la.
—Não interrompeu nada tio. —Me afasto dela que alisa seu vestido e fica
toda sem jeito.—Então o médico me liberou?
—Sim é a melhor forma de sairmos daqui sem que os jornalistas nos vejam.
Prefiro não ter que responder perguntas agora.
Capitulo 5
Ele me beijou!
Pedro me beijou!
—O que foi?—Ele questiona olhando bem nos meus olhos. E esse olhar
inquisitivo é o que mais me incomoda. Seu olhar tem de uma profundidade,
que as vezes penso que pode ver minha alma.
Eles o deixam no quarto e fico ali com ele. Sem saber o que fazer.
—Preciso que me ajude a tirar essa camisa. Esta muito quente.—Ele fica
parado bem na minha frente esperando que eu o ajude. Como demoro um
pouco para entender ele levanta uma das sobrancelhas em um
questionamento silencioso.
—Meu tio me ajudou. Já que você estava trancada no banheiro. Mas agora
ele não é necessário. Já que tenho você, minha esposa.—Ele fala minha
esposa em um tom de deboche. Eu tenho certeza que ele sabe de tudo.
Mas por que reage assim? Por que não me denuncia? Não me confronta?
Ajudo a retirar a camisa e por Deus, ele tem o melhor corpo. Ainda com os
hematomas causados pelo acidente. Mas que barriga é essa?
Posso contar cada gominho de seu abdômen. Tenho que parar de olhar ou
vou acabar babando em cima dele.
—Algum problema?
—Você ficou vermelha. —Droga, bem que senti meu rosto esquentar.
—Hã?
—A tipóia...
—Ah, sim.—Vou até ele e o ajudo a colocar a tipóia, ele aproveita para
cheirar meu pescoço. Eu juro que não queria pensar nisso. Mas fiquei com a
calcinha toda molhada somente com esse gesto.
Os meus mamilos ficaram eretos com a simples respiração dele perto da
minha orelha.
Me afasto.
—O que houve? Nós nunca transamos? Somos casados e isso é mais que
natural.
—Me desculpe meu sobrinho mas temos algumas pendências. Você tem
alguns documentos pra assinar.—Gerson entra. E mais uma vez fui salva pelo
gongo. Pedro não tira os olhos de mim.
—Deixe aí. Depois eu resolvo. Estou tendo uma conversa com minha esposa.
—Eu já falei pra deixar aí. Eu sou o dono e decido o que é urgente.—Pedro é
duro com seu tio e então entendo o que ele quis dizer com "ele é mau".
—Tudo bem, com licença. —Gerson se retira olhando para mim e Pedro
percebe.
—O que? Não, sim... É que ele me recebeu nesta casa depois que eu soube do
acidente. Eu não sabia que você era rico. Você nunca me disse.
—E eu ía ver você dirigindo meu próprio carro?
—Sim. —Meu Deus estou cada vez me envolvendo mais nesta teia de
mentiras.
—E o que fazíamos?
—Sim, mas você não. Me diga como você gosta que eu te toque... Assim...—
Ele passa as mãos por minha cintura em direção as minhas costas.—Assim...
—Agora ele beija meu pescoço. E a combinação de suas mãos e sua boca
provavam em mim sensações que eu nunca achei que poderia sentir.
Seu lábios passeiam do meu pescoço para minhas bochechas, em pequenos e
suaves beijos. Até chegar em minha boca. E desta vez não resisto e me
entrego a esse beijo.
Então percebo que estou caindo em sua teia. É isso o que ele quer, me usar e
depois me denunciar.
—Sim. Mas você não se lembra de mim. Eu sei que teve muitas mulheres. E
assim sem memória eu não sou nada além de mais uma. Quero que lembre de
mim. Que sinta amor por mim.—Pego minha bolsa.—Vou pedir pra Felicia
preparar outro quarto pra mim.
—Isso não faz sentido! Quero você aqui, em meu quarto. Em minha cama.
—Ouça Pedro, sei que está acostumado a que façam todas as suas vontades.
Mas não sou sua empregada. Não me sinto bem aqui. Essa casa, esse mundo.
É tudo tão diferente. Tenho que cuidar até mesmo do que eu falo. Tem
repórteres por todos os lados. E você nem se lembra. Eu acho melhor ir
embora.
—Eu não quero o seu dinheiro? Pode ficar com tudo. Me diga eu assino
qualquer coisa. Mas me deixe partir.—Saio e desço a escada correndo.
—Até que enfim. Pensei que nunca sairia daquele quarto.Venha precisamos
conversar.—Estou atordoada e ele me leva para um escritório.—O que
aconteceu?
—Otimo. E ele?
—Ah, garotinha ingênua. Não permita. Ele vai te usar e depois vai te
descartar. Não caia na lábia dele. Ele é um Dom Juan. Você é novidade pra
ele. É um desafio. Enquanto você não ceder ele vai estar interessado. Depois
que conseguir o que quer de você vai te jogar fora como um chiclete
mascado.E alguém com esse corpo, e esse rostinho não deve ser tratada
assim.—Ele se aproxima e retira meus cabelos do rosto. —Desculpe pelo
tapa. Fiquei nervoso. Vou pedir a Felícia para preparar o quarto de hospedes.
Ele sai e me deixa ali. Confusa e cheia de medo.
—Obrigada, Felícia.
—Fique calma! Não vou forçar você a nada. Sinto muito se pareci um
cafajeste. Mas isso tudo é confuso demais. Você me entende. Eu acordei e de
repente me vi casado. O pior de tudo é não lembrar...
—Eu te entendo. Por isso pedi outro quarto. E quanto a sua pergunta a
resposta é não. Nunca fizemos amor. Nos casamos e você recebeu uma
ligação. Disse que voltaria para me buscar mas nunca mais voltou.—Me sinto
horrível inventando tudo isso. Mas não tem outro jeito.
—Tudo bem. Então vamos dar tempo ao tempo. Vamos nos conhecer
novamente. Sair para passear, jantar, dançar e ir ao cinema. Talvez fazer
essas coisas juntos me faça lembrar de nós.
Então ele sai e me deixa ali,com o peso da culpa. Me jogo na cama e choro
muito. Não tenho como sair disso.
Se o único problema fosse a cadeia, mas tem meu pai.
De um lado Gerson, do outro Simão. Ambos ameaçando a vida dele. Meu pai
não é um homem mau. Ele só tem esse vício. É um homem trabalhador. Mas
descabeçado.
—Oi Dani, menina o que é isso tudo que li nos jornais? Você se casou?
—É uma longa história. Quando eu for ai eu te conto. Só liguei pra avisar que
estou bem.
—Que bom. Um homem chamado Simão esteve em sua casa. Eu falei que
você não estava. Ele queria saber pra onde você foi. Mas como eu não sei, eu
não disse.
— Não, assim se ele voltar eu não tenho nada pra dizer. Me liga e não volte
aqui de jeito nenhum. Beijo.
—Beijo. —É não tem jeito. Tenho que levar essa farsa adiante. Mesmo que
meu coração corra o risco de se quebrar. Pois não me apaixonar por Pedro
Aguirre sera uma missão quase impossível.
Capitulo 6
—Ítalo. Quero que fique de olho em minha esposa. Ela não deve sair dessa
casa sem mim, ou um de vocês. Devo ser informado de cada passo. Onde ela
vai, com quem ela fala. Descubra pra mim tudo o que puder sobre ela. Quem
são seus pais, se tem irmãos. Grampeie o telefone dela. Quero saber pra que
ela liga, com quem fala, sobre o que fala.
—Sim senhor.
— Pode se retirar.
—Com licença.
Vou descobrir o que está por trás disso. Quem quer que tenha planejado isso
vai se dar muito mal.
Mas ela, ela não serei capaz de castigar. Seus olhos castanhos me
conquistaram. A quero, a desejo. Seu jeito meigo e inocente despertaram em
mim um lado protetor que eu nem sabia que tinha.
Sua boca macia e tão gostosa de beijar. Me faz esquecer que ela mente pra
mim.
Pego um porta retrato onde estamos juntos ela vestida de noiva. Esta mais
que óbvio que é uma montagem.
Meu tio ficou a frente de tudo mas não é como eu. Não tem pulso firme.
Ele é apenas dez anos mais velho que eu. Quando meus pais faleceram ele
ficou responsável por mim, porem só tinha dezoito anos. E a vida dele mudou
bruscamente. Cuidar de um garoto órfão de oito anos não foi uma tarefa fácil.
Ele desistiu de sua própria vida para cuidar de mim. Aos doze anos fui
mandado para um colégio interno e quando fiz vinte e um assumi todos os
negócios da Família. Meu tio que ate o momento presidiu tudo ficou como
vice presidente das empresas.
Ele me ensinou tudo sobre as mulheres. Ele mesmo me disse para nunca me
apaixonar. Nunca me casar. Ser solteiro é muito bom. Eu sou livre, era o que
ele sempre me dizia.
Por isso agora aos trinta e um, onde me vejo casado não consigo aceitar.
O quarto de Daniela tem uma porta integrada. Ela nem percebeu mas pedi
que Felicia preparasse esse quarto que fica ao lado do meu. Assim tenho
acesso a ela quando eu quiser.
Tenho que ficar de olho em tudo. Quero saber cada passo dela. Cada
movimento que seja para ir ao banheiro quero saber.
—Boa noite senhor. Seu tio deixou Instruções para o jantar de hoje. Teremos
comida francesa.
—Sim. —Ela mastiga e vejo ela tentar Disfarçar que não gostou.
Então a salada é retirada e o prato dela esta quase intacto.
—Me perdoe mas não gosto de fígado. Posso pedir outra coisa?
—Por que não experimenta?—Ela olha para o prato e faz cara de de nojo.—
Vamos sair daqui. A pego pela mão e peço ao motorista que retire o carro.
—Onde vamos?
—Coma! Você deve estar com fome.—Ela pega uma coxinha eu abro a coca
e entrego a ela.
—O que?
—E por que você precisava fazer isso?—Ela fica tensa. Seguro em sua mão.
—Pode confiar em mim.
—Daniele, pra isso dar certo, precisamos conversar. Quero conhecer você.
Me conte como foi a sua infância.
Ela solta o lanche sobre a pequena caixa de papel onde eles vieram. Limpa as
mãos e boca.
—Eu vivo com meu pai. Minha mãe nos abandonou quando eu era ainda
menina. Nunca mais a vi. Sempre fomos pobres. Mas o problema era o vício
de meu pai. Ele é viciado em jogos. E sempre que tinha dinheiro perdia nas
apostas. Então para não passar fome eu comecei a trabalhar. Vendi panos de
prato no sinal. Fazia lanches para vender na escola. Essas coisas.—Daniela
olha pela janela do carro.—Minha vida foi muito difícil. Não estou
reclamando sempre me virei. Mas não é muito diferente da vida das meninas
da periferia, que tem que trabalhar cedo, para ajudar a pôr comida em casa.
Eu sempre quis estudar. Por isso não tive tempo de namorar. As minhas
colegas todas, já estão casadas, ou são mães eu sou a única que ainda não
tenho filhos. Essa é a realidade da maioria das meninas na minha
comunidade.
—Vamos fazer assim. Você fala com Felícia, e ela manda cozinhar somente o
que você gosta. De vez em quando ela faz algo mais sofisticado para que
aprenda. Pois me acompanhará em alguns jantares de negócios.
—É que eu não sei comer essas comidas chiques e usar todos aqueles
talheres. Você vai se envergonhar de mim.
—Voce é inteligente vai aprende. Vamos fazer isso dar certo ok?
—Aham.
—Esta ai uma coisa! Não responda aham, responda sim, não, tudo bem..
—Tudo bem.—A abraço.
Andamos de mãos dadas pelo parque, encontramos alguns patos por ali.
Me sento enquanto ela observa sorridente, uma mãe com seus filhotes.
—Boa noite!—Ela fala abrindo a porta. Eu a seguro pelo braço e ela se vira
pra mim. Não resisto e a beijo.
Tive vontade de fazer isso durante todo o tempo em que estive ao seu lado.
Eu nunca imaginei, que algum dia sentiria tanta necessidade de estar ao lado
de alguem.
De sentir seu cheiro, seu toque e seu sabor.
Eu preciso de Daniela, eu a quero para mim.
E já está decidido mesmo que eu descubra toda a verdade por trás disso.
Eu a terei em meus braços.
Ela me afasta.
—Desculpe, eu não resisti. Você é tão bonita.—Passo a mão por seu rosto.
—Por favor...Eu...
—Está bem. Mas não me dei por vencido. Boa noite.—Seguro em seu queixo
e ela me encara com aqueles olhos castanhos brilhantes.
Preciso sair daqui antes que eu a leve para minha cama, como um homem das
cavernas.
Tomo um banho gelado, pois só assim posso apagar esse fogo que ela acende
em mim.
—Italo.
—Sim senhor.
—Além de você ser meu patrão, somos amigos ha um bom tempo. Serei
discreto.
—Obrigado.
Desligo e ouço vozes vindas do quarto de Daniela.
—Eu já falei que saímos para jantar...—Ela fala e pelo tom de sua voz está
nervosa.
—E não aconteceu mais nada?—Meu tio. Mas o que ele faz no quarto dela.
Vou entrar e perguntar o que está acontecendo. Mas quando minha mão toca
na maçaneta a ouço dizer:
—E o que o senhor meu tio, tem a ver com isso? Se acontecesse algo entre
nós seria o mais natural não acha? Já que estamos casados.—Me coloco o
lado de Daniela que logo segura em minha mão e se esconde atrás de mim.—
E não quero você aqui no quarto de minha esposa.
—Eu só queria...
—Voce não quer nada com ela. Você só continua aqui por respeito a minha
mãe. Mas se fizer isso novamente eu não respondo por mim. —Nunca senti
tanto ciume como estou sentindo agora.
—Vou me retirar...
—Não.
—De que adianta seguirmos com tudo isso? Você nem se lembra de mim.
Você não me ama! Isso tudo é um erro!
—Entenda de uma vez. Não vamos conseguir seguir em frente. Somos muito
diferentes. Esse não é o meu mundo.Eu quero o divórcio.
—Eu não darei o divórcio. Você me intriga. Quero saber o por que me casei
com você. Portanto não pense em fugir. Não conseguirá chegar ao portão.
Volto para o meu quarto e fico ali na porta que liga nossos quartos a ouvindo
chorar baixinho.
Capitulo 7
As noites tem sido longas, não tenho dormido bem. Pois sou assombrada por
pesadelos terríveis. Onde vejo meu pai, com a cabeça decepada e Pedro me
levando para a cadeia.
Ele saiu daqui a última vez e pude ver em seus olhos que ele sabe a verdade,
mas não tem como provar.
Ele vai me castigar.
Tenho o mantido longe de mim, mas por quanto tempo?
Quanto tempo ele vai acreditar nessa história de que espero que se lembre?
Quanto tempo eu vou resistir?
Eu o quero! O desejo!
Mas não posso tê-lo.
Ele poderia ter um narigão, ou ser vesgo. Sei la alguma coisa que o tornasse
menos atraente para mim.
Mas não, ele tem o melhor corpo, os olhos mais lindos e beija tão bem.
Aqui é tão bonito. Mas me sinto como um passarinho preso em uma gaiola de
ouro.
Tudo é luxuoso, uma simples poltrona custa mais que o meu salario aq do
mês.
Essas cortinas, tapetes e lençóis que parecem que estou deitada em nuvens,
de tão macios.
Em outra ocasião seria um sonho viver aqui.
Mas agora é o pior dos pesadelos.
—Eu prefiro tomar café aqui. Não estou me sentindo bem.—Me sento na
poltrona.
—Me sinto em uma novela. Eu nunca achei que fosse verdade isso de chamar
um médico em casa.
—Você trabalha há muito tempo pra ele?—Pergunto enquanto espero que ela
põe a mesa.
—Desde que ele ainda nem havia nascido. Eu vim da Espanha com os pais
dele.
—Eu o conheço desde menino também. Sempre foi um menino mal educado
e manhoso. Depois que o pai da senhora faleceu ele veio morar com ela. Mas
vivia disputando a atenção dela com o filho.
—O menino tem um bom coração. Quem estragou ele foi o próprio tio que o
mandou para um colégio interno por oito anos. Quando ele voltou, havia se
transformado em um homem fútil e frio. Mas comigo sempre foi bom.
—Daniela?—Pedro entra em meu quarto.—Por que ainda está assim? Não
vai tomar café?
—O que você tem? Nos dê licença por favor.—Ele pede a Felícia, que sai no
mesmo instante.—O que você tem?—Ele torna a questionar.
—Eu quero me desculpar. Não deveria ter agido daquela forma contigo. —
Estou de camisola e meus braços estão a mostra. Pedro vê as marcas de seus
dedos neles.Mesmo que ja estejam sumindo, ainda estão aparentes.—Me
perdoe eu não tive a intenção...—Ele tenta me tocar mas me afasto.
—A única coisa que quero de você é o divórcio.—Peço mais uma vez ainda
que eu saiba que será em vão.
—Por que? Você nem lembra de mim. Não somos nada mais que estranhos.
Eu não me sinto bem aqui. —Vou para a janela. Lágrimas rolam por meu
rosto. Minha angustia é demasiada para que eu possa segura-las.
—Não chore. Me diga a verdade. Diga o que está acontecendo?—Ele fala
atrás de mim, tocando meus cabelos.
Colo meu corpo ainda mais ao seu, em uma ânsia de estar junto a ele.
Enlaço seu pescoço e fico na ponta dos pés, e posso sentir o seu coração
batendo no mesmo ritmo acelerado do meu.
—Eu te quero tanto. —Diz olhando em meus olhos, e me perco naquele azul
profundo. Quero tanto ele também. Mas não posso. Não posso.
—Eu vou, mas a nossa conversa não acabou. Tenho que ir até o escritório.
Mas volto para o almoço. Por favor precisamos conversar.
Ouço seus passos se afastando e a porta que une nossos quartos bater.
Decido tomar um banho.
Fico sei lá quanto tempo embaixo da água.
Coloco um roupão e quando saio dou de cara com Gerson em meu quarto.
—Sua vadia maldita!—Eu caio no chão devido a força com que ele me
acerta.—Você esta se apaixonando por ele?—Gerson segura em meus braços
e me levanta bruscamente.—Você nunca vai ficar com ele.
—Me solta!
—Acha que ele vai se apaixonar por você, e viverão felizes para sempre? Sua
tola. Ele está te usando. Assim que descobrir a verdade vai te chutar direto
para uma cela de prisão.
—Eu estou fazendo tudo o que me pediu. Eu disse que quero o divórcio. —
Digo chorando, pela dor em meus rosto e meus braços.
—Peça novamente! Diga que não o ama. Depois que pegar a metade de tudo
o que é dele. Você vai passar para o meu nome. —Gerson passa suas mãos
por meu rosto e tenta me beijar.
—O que é isso? Por que tentou me beijar? Se afaste de mim.—O empurro
para longe de mim.Mas ele volta e segura meus braços atrás de minhas costas
com uma.das mãos. Com a outra acaricia meu rosto.
—Voce é tão bonita. —Ele aproxima seu rosto do meu pescoço e inspirada
fundo. —Ele não terá você. Escute de uma vez por todas. Quando ele te der o
divórcio. Vou fazer de você uma rainha. Terá tudo o que precisa.
—Sua tola. Acha que ele vai ficar com você? Idiota! Estou de olho. Se eu
perceber qualquer interesse seu por ele, seu papaizinho vai sofrer as
consequências. —Me empurra novamente na cama e sai.
Me deito e choro muito. Por que eu não morro Logo? Assim esse sofrimento
teria fim. Fico o dia todo na cama. E de tanto chorar acabo pegando no sono.
—Senhor ela está aqui sem comer há dias. Hoje pela manhã nem tocou no
café eu liguei para que viesse agora ao meio-dia porque fiquei preocupada.
—Eu viria para o almoço de qualquer maneira.Meu Deus! Fiquei tão
envolvido nos negócios esses dias, que nem me dei conta. Chame o doutor
Contreras. Ela está com febre.—Sinto sua mão gelada tocando minha testa. E
a sensação é boa.—Você vai ficar bem.—Ele me beija a testa. E fica
acariciando meu rosto.
Até que acabo adormecendo novamente.
—Ei você acordou!—Ele diz com aquele sorriso que me desmancha por
dentro.
—O que houve?
—Porque não sei onde ele está.—Ao menos uma vez consigo dizer a
verdade.
—Talvez para os outros pais. Mas para o meu é normal.—Felícia entra com
um prato fumegante de sopa.
—Obrigada!
—Eu sei. Mas quero fazer isso. Ficar aqui com você. Tudo bem?
—Sim. —Eu não consigo comer nem a metade do que está no prato. Pedro
insiste um pouco. Mas desiste quando vê que não adianta.
—Aqui! Mande para o meu número.—E agora não tenho o numero dele?
Disfarço um pouco procurando e encontro Amor. Mas como? Claro, Gerson
planejou tudo perfeitamente. Envio a foto de meu pai a ele.
Como eu queria que tudo isso fosse verdade. Que Pedro e eu estivéssemos
apaixonados, mas uma hora tudo isso vai acabar.
Estou distraída pensando que nem vejo quando ele aparece no quarto usando
somente a calça do pijama.
E minha nossa!
Eu quase desmaiei com tanta beleza.
Como pode alguem ser assim tão bonito?
Antes de conhece-lo eu acreditava que isso só existisse em revistas. Mas
Pedro é real.
Bonito ao extremo.
Não que eu seja feia. Sei que sou bonita. Meu pai sempre diz que me pareço
com minha mãe.
—Vou me deitar. Não acha que vou te deixar sozinha depois do que
aconteceu?
—Querida, acredite estou bem mais vestido que o normal.Mas fique tranquila
vamos apenas dormir. Você está doente e só vou cuidar de você.
Vem cá! Deita aqui.—Ele aponta para o peito e abre os braços. Já que estou
no inferno, porque não abraçar o capeta?
Eu me aconchego em seus braços e seu cheiro de sabonete enche meus
pulmões.
Ah Pedro! Por que você tinha que ser tão bonito, cheiroso, gostoso e ainda
me tratar tão bem.
Se você fosse mau como seu tio disse seria tudo tão mais fácil.
Eu caí de bicicleta, e meu pai cuidou dos machucados. Depois ele ficou me
fazendo cafuné, até eu adormecer.
Capitulo 8
Ela dorme aconchegada em meu peito. Confesso que não achei que fosse
gostar tanto assim de te-la em meus braços.
Acariciar seus cabelos sedosos e com esse cheiro bom. Ela me faz sentir
diferente.
Agora com seu corpo colado ao meu, eu me sinto bem. Como se esse fosse o
lugar perfeito para ela.
Observo seu rosto angelical enquanto ela dorme. Seus lábios bem desenhados
e com esse toque especial. Uma pinta sobre seu buço, perto da boca.
Traço o desenho dele com a ponta dos dedos. Como eu queria beija-la agora.
Tá, talvez essa ideia de dormir com ela não tenha sido boa. Seus seios
esmagados sobre meu peito e sua mão pairada sobre meu braço.
Ela se mexe de novo mas agora se vira de costas, deixando sua bunda virada
para mim.
Levanto um pouco a coberta e tenho a visão disso amplamente.
Talvez deitar de conchinha não seja tão ruim.
Me ajeito e a abraço.
Não atrevo a me mexer, estou gostando disso. Talvez estar casado não seja
tão ruim.
E ela é tão bonita. Seu corpo é perfeito, seus cabelos sedosos são o que eu
mais gosto.
Eles estão espalhados sobre mim e fazem um pouco de cócegas. Mas é bom.
Não tem como não me imaginar os segurando enquanto fodo ela com força.
Meu pau fica duro na hora quando penso nisso.
Eu quero Daniela. Mas é diferente da maneira que quero as outras.
Mas um sentimento de proteção cresce cada dia mais em mim. Eu sinto que
ela não é má.
E desconfio que meu tio está por trás de tudo.
Ela que está me fazendo conhecer algo novo. Algo além de sexo e transas
casuais.
— Bom dia, Felícia. Traga o café no quarto de minha esposa por favor.
—Ela está melhor? Desculpe é que...
—Não se desculpe. Sei que gosta dela. E é normal quem não gostaria?
—As vezes as linhas de Deus são tortas. Mas nunca erradas. Pense nisso.
Vou pedir para trazerem o café. Com licença.—Ela sai e me deixa ali com
meus pensamentos.
—Vão trazer nosso café aqui. Depois quero que vista uma roupa bem bonita.
Vamos passar o dia juntos.—Falo olhando em seus olhos segurando seu
queixo. Ela se afasta.
—Onde vamos?
—Sim senhor.—Desta vez não tomo o café com ela. Mas para Ítalo estar aqui
deve ser importante.
—Ele está em um pequeno sítio, a trinta quilômetros daqui. Mas tem uma
coisa muito estranha.
—O quê?
—Ele é vigiado por dois homens, que ficam armados o tempo todo e...—Ele
receia me dizer alguma coisa.
—Continue.—O encorajo.
—Seu tio, alugou o local. O locatário me disse que ele alugou o sítio, para
seu tio e ele pediu que ninguém aparecesse por la, nunca. E foi bem enfático
quando disse nunca.
—Mas por que meu tio está com o pai de Daniela em cárcere privado?—
Então tenho um estalo. Ítalo me encara como se já soubesse a resposta.
—E não é dificil imaginar o quanto foi fácil para ele encontrar uma jovem
cheia de problemas para aceitar os seus planos.—Italo também acha que o
meu casamento é um golpe.—E tem mais. —Ele reluta em me contar.—
Ainda não tenho provas, mas o acidente dos seus pais não foi um acidente.
—Abra seus olhos de uma vez! Esse homem só quer o seu dinheiro. Você é
tão inteligente nos negócios. Use essa inteligência para o seu bem. Se afaste
de seu tio.
—Acredito que ela tenha aceitado sobre pressão. Mas ainda não posso
afirmar com contundência. O problema é o que você vai fazer depois? O que
ela fez é crime de falsidade ideológica.
—Pode ser. Hoje vou levá-la para passar uma tarde fora dessa casa. Ela não
sai daqui pra nada. Ainda hoje quero o pai dela aqui. Pode fazer isso?
—Com certeza. —Ele destranca a porta.—Eu mando uma mensagem assim
que estiver tudo certo.
—Obrigada! Eu não sei onde vamos. Mas o tempo começou a esfriar e achei
melhor me agasalhar.
—Sim.
—Eu vinha muito aqui quando criança, depois que meus pais faleceram eu
parei de vir. Tem vinte anos desde a ultima vez que estive aqui.
Seguro em sua mão e andamos por entre as lojas e bancas. Logo no início
muitas bancas de frutas.
Frutas de todos os tipos, cores e tamanhos.
—Compramos tanta coisa! —Ela olha para as sacolas que Saulo carrega.—
Desculpe se exagerei é que tem tanta coisa aqui.
—Não vejo exagero. E hoje o dia é para você. Vamos comer alguma coisa.
Tinha um café por aqui, se eu bem me lembro. Mamãe gostava do Capuccino
deles.
—Pedro? Pedro?
—Sim!
—Estou bem. É só que esse lugar não mudou nada em vinte anos. E tenho
muitas lembranças daqui.
—Se você preferir podemos ir pra casa.—Ela afaga meu braço e vejo
preocupação genuína em seu olhar.
Eu nunca pensei que observar alguém beber seria tão sensual. Daniela de
alguma maneira me enfeitiçou ela me tem amarrado a ela.
—Que olhar?
—Na verdade desta vez meu pensamento está bem aqui, com você.
Você é tão bonita, seus olhos rodeados por esses cílios negros deixam você
com um ar de mistério. Tem algo em você que quero desvendar. E isso me
instiga.
—Uma mulher comum que me atrai, me atrai muito.—Seguro sua mão por
sobre a mesa. Ela a retira e já não me olha nos olhos.—O que há de errado?
—Pedro. Somos tão diferentes. Basta eu passar o dia de hoje por minha
memória para perceber.Você comprou pêras que custam tão caro. Dez pêras
dessas são as compras da semana de uma família de quatro pessoas. Eu nunca
nem sequer ousaria olhar para elas.
—Escute...
—Não! Escute você. Talvez esteja acostumado a ter tudo o que deseja. E no
momento eu sou algo que você não conseguiu. Não quero ser mais uma de
suas conquistas. Tenho brios. Você não pode me comprar com presentes, ou
pêras que valem ouro.
—Daniela, não estou tentando comprar você. Quis que você passasse uma
tarde agradável. Já que só fica trancada naquele quarto.
—Pois nesse momento tudo o que quero é voltar para lá.—Ela levanta e fica
emburrada perto da porta enquanto pago a conta. E eu estou confuso por não
entender quando um passeio que era para ser divertido se tornou em um
motivo para brigar.
Seguimos em silêncio ate o carro. E Não trocamos nem mesmo uma palavra
até chegarmos em casa.
Capitulo 9
Tive que fazer uma cena e brigar com Pedro, quando tudo o que eu mais
queria era estar em seus braços.
E cada vez que ele avançava um pouco eu recuava, pois Gerson foi bem claro
quando disse que mataria meu pai se me visse de romancezinho com Pedro.
—Pela varanda. Só vim te parabenizar pois agora vi que você não quer nada
com meu sobrinho. —Aperta mais meu braço.—Você é minha. Entendeu?—
E novamente ele segura em meu braço me deixando bem perto.—Tão
cheirosa. —Estou com tanto medo! Ele me olha com um olhar de louco. Ele
não está bem.— Você, Pedro não vai ter. Ele já tem coisas demais.
—Não sou uma coisa! E muito menos um troféu para ser disputado.—O
empurro. Mas ele nem se mexe.
—Não!
—Mas eu não posso. Pedro vai passar a noite aqui. —Me desespero.
—Dê um jeito. Você será minha esta noite. Não esqueça que basta um
telefonema para que seu pai feche os olhos para sempre.—Ele me beija na
boca. Sinto náuseas.—Te espero.—Esfrego a manga da blusa na boca.
—Importa sim! Tudo que tem a ver com você me importa.—Me deixo ser
abraçada. Pedro afaga minhas costas. E me acalenta. Estar com ele é diferente
de tudo. Não quero mais sair daqui. E estar em seus braços me dá esse
sentimento estranho de ter encontrado meu lugar.
Ele entra de vez no quarto e fecha a porta com o pé. Andamos até a cama sem
parar de nos beijar.
Se abaixa aos meus pés e os livra das minhas botas. Abrindo minha calça.
Olhando em meus olhos ele pede permissão somente com o olhar.
Levanto meus quadris e ele puxa pelas pernas.
Me deita na cama e começa a me beijar novamente.
Suas mãos estão por toda a parte, e onde ele toca é como uma brasa
queimando minha pele.
—Não se cubra, meu anjo! Você é linda. Quero ver tudo. Quero tudo de
você. Se entregue por inteira.
—Eu Também quero tudo de você! Quero que me ame. Me faça sua. Eu
quero ser sua Pedro.—Finalmente eu digo o que estou sentindo. E em seguida
o beijo.
Ele desce com seus beijos por meu pescoço e o vale entre meus seios, segura
um enquanto beija o outro. E sinto uma corrente elétrica percorrer desde o
meu mamilo até meu clitóris.
Eu nem sabia que era possível sentir tantas coisas ao mesmo tempo.
Meu coração batendo freneticamente em meu peito, meu fôlego roubado por
seus beijos tão íntimos. E em minha vagina um latejamento que me faz ansiar
tanto por ele.
Pedro desce mais ainda com seus beijos e retira minha calcinha.
Desta vez não sinto vergonha. Quero que ele me veja. Que saiba que sou toda
sua. Enquanto retira essa peça suas mãos deslizam por minhas coxas
causando arrepios de prazer.
Ele vem beijando da ponta dos meus pés até minhas coxas.
Se levanta e fica em pé a minha frente.
—Linda! Você é linda. —E novamente vem com seus beijos. Até chegar a
minha intimidade. Acho estranho no início e fecho as pernas mas ele as
mantém abertas segurando fitme em minhas coxas.—Confie em mim. —Seus
olhos azuis agora estão tão escuros e meu instinto me diz que é pelo desejo
que sente por mim.
—Oh meu Deus!—Eu falei isso alto? Mas é tão bom que não posso me
controlar. Sua língua passeando por esse lugar sensível e depois sugando
com.seus lábios ...— Oh meu Deus!
Seguro seus cabelos e o prendo ali. Meu corpo todo treme de prazer. E o
calor crescente em meu ventre me faz querer mais e mais.
Até que uma onda elétrica me rompe por meu ventre e uma explosão de
prazer me atinge em cheio.
Meu coração bate tão forte e rápido que parece que vai sair do peito.
Quando abro meus olhos Pedro esta lá parado totalmente nu a minha frente.
Lindo em toda a sua virilidade. Me observando enquanto queimo de paixão
ppr ele.
Sinto meu gosto em sua boca e isso me deixa ainda mais excitada.
—Eu te quero tanto! —Ele se encaixa em mim e força um pouco para entrar.
Sinto dor.
Mas nada comparado a quando ele me penetra totalmente. Solto um gemido
de dor e Pedro paralisa.—Você é virgem?
—Eu acho que era.—Ele tenta levantar.—Não! Não sai. Eu quero isso. Quero
que seja você. Por favor.
—Eu falei p...—Pedro me cala com um beijo. —Eu prometo ser mais
cuidadoso.— Começa a se movimentar dentro de mim.
Ele me beija, segurando minhas mãos sobre minha cabeça, com nossos dedos
entrelaçados até que alcança seu próprio prazer.
Ele se joga para o lado me levando com ele. Me deitando em seu peito.
E nada poderia ter me preparado para o que vivi aqui.
Foi muito melhor que imaginei. Minha primeira vez, foi linda. Cheia de
paixão mas ao mesmo tempo tanto cuidado.
E isso só me deu a certeza de que esse é meu lugar no mundo. Nos braços de
Pedro.
—Você gostou?
—Eu me sinto lisonjeado por ter sido o seu primeiro. E eu quero ser o único.
Quero que nosso casamento dê certo Daniela. —Sinto um aperto no peito. E
me levanto enrolada em um lençol.—Por que se afastou?—Começo a chorar.
E ele não entende.—Meu anjo, não chore. Por que não me conta o que a
aflige? Confie em mim. Eu vou te ajudar.
—Por favor. Me rasga por dentro te ver assim.—Ele chora comigo. E nesse
momento eu sinto que posso confiar nele. Pois minha dor é sua dor. Pedro
está sofrendo por me ver sofrer. E não posso mais esconder a verdade. Não
depois de tudo o que aconteceu.
—Eu vou te contar. Sei que depois que você souber de tudo vai me odiar...
—Me prometa somente, que vai me ouvir até o fim. —Ele se afasta. Se
enrola em outro lençol e fica esperando eu contar.
—Meu pai...
—Não quero ser incomodado agora Felícia.—Diz sem tirar os olhos de mim.
Ele sai.
E me deixa ali sozinha com meu desespero.
—Anjo, eu tenho algo pra te fala...O que está acontecendo? —Ele me abraça.
E chora comigo.—Não aguento mais te ver assim. —Ficamos abraçados e ele
me consola.—Por favor me conta...
—Eu quero contar eu juro! Mas se eu fizer isso meu pai vai morrer! —Vou
até a janela e fico olhando para a o jardim.
— Não, a culpa não é sua anjo. Ítalo foi até o sítio onde ele estava e tinham
dois homens armados. Eles lutaram e seu pai foi atingido de raspão por um
tiro.
—Querida. O médico disse que seu pai já pode ir para casa.—Pedro fala.
—Que bom que está feliz. Você fica tão bonita sorrindo meu anjo.
—Obrigada!
—Eu trabalhei para o seu pai. Eu era mestre de obras da Aguirre construção.
Mas esse mundo é pequeno. Eu conheci você ainda garotinho.
Nossa! Por essa eu não esperava. Meu pai conheceu o pai de Pedro.
Capitulo 10
Levamos seu Márcio para casa. Ele não parava de falar durante o trajeto.
Ficou muito surpreso ao saber sobre nosso casamento.
Os dois foram presos por porte ilegal de armas e por carcere privado. Mas
não abriram a boca para denunciar meu tio.
Ele entra e olha tudo com surpresa. Posso ver que seu Márcio não é uma
pessoa ruim. O vício pode transformar as pessoas.
Vou conversar com ele. Lhe propor um tratamento. E talvez um emprego na
construtora. Ele é mestre de obras e pode ser útil.
—Felícia,este é Márcio, ele.é o pai de Daniela. Por favor leve-o até o quarto
de hospedes. Ele deve repousar.—Ele segue com ela ate o quarto.
—Você merece tudo! Eu quero te dar o melhor. Quero que se sinta amada e
cuidada. —Ela começa a chorar.
A abraço. Nunca me senti assim em relação a uma mulher.
—Eu preciso te contar tudo, Pedro. Não posso mais viver com isso.—Ela
segura minha mão.—Mas seu tio não pode saber que contei.
—Seu pai? —Vejo que ele está furioso. Seu olhar vai Daniela e isso me deixa
irritado.
—Algum problema? Que eu saiba essa casa é minha. E posso trazer quem eu
quiser para cá.
—É claro meu sobrinho. Só fiquei surpreso. Nem sabia que o pai de sua
esposa ainda estava vivo.—Ele diz isso olhando para ela, e sinto algo
subliminar no ar.
—Agora nos de licença. Minha esposa e eu temos que descansar. Boa noite.
—Entramos no quarto. Ela senta na beirada da cama.
—Sim meu anjo. Estou bem.—A beijo e tocar em seus lábios acende o fogo
dentro de mim. A desejo como nunca desejei ninguém. Saber que fui o único
homem que a tocou tão intensamente despertou em mim um lado possessivo
que eu não conhecia.
Depois que fizemos amor. A tive em meus braços e desejei que ela nunca
mais saísse daqui.
—Ei, anjo melhore essa carinha. Seu pai está bem e seguro aqui. Confie em
mim.
Vou até o escritório quero resolver tudo e voltar logo para ficar com minha
esposa.
—Eu tenho algumas coisas pra te mostrar. Não viu minhas mensagens no seu
celular?
—Não, nem tive tempo.—Pego meu celular e vejo diversas fotografias. Meu
tio subindo a árvore que dá na varanda do quarto de Daniela.—Quando foi
isso?
—Hoje logo depois que vocês voltaram do mercado. Tem mais fotos.
Eu rolo as mensagens e vejo uma foto da janela que da pra ver nitidamente
meu tio a beijando.
—O que faz você acreditar que ela também não é culpada? Ela pode ser
cúmplice. E se os dois planejaram tudo isso?
—Não acredito.
—Por que? Porque ela é bonita? Mulheres bonitas também podem ser mau
caráter.
—O ingênuo aqui está sendo você. Nem parece o Pedro Aguirre que
conheço. Por que não pergunta a ela o que seu tio fazia no quarto de vocês.
Deixe que ela responda e o que você decidir eu vou acatar. Se você achar que
ela é inocente eu vou acreditar. Mas faça isso pensando com a cabeça de
cima. —Ele pega o paletó que havia deixado sobre a cadeira.—Eu vou pra
casa, o dia de hoje foi cansativo.
—Sabe que pode contar comigo. E tome cuidado. Seu tio é perigoso.
E se tudo isso fizer parte do plano? Ela se manter virgem para mim. E depois
se entregar ao meu tio?
Daniela é minha. E já que aceitou fazer parte de tudo isso. Agora vai ser
obrigada a me amar.
Desta vez não serei tão carinhoso. Ela vai conhecer o pior de mim.
E meu tio nunca mais tocará em seu corpo. E terá que conviver com o fato de
que ela dorme todas as noites em minha cama e fazemos sexo
apaixonadamente.
Quero faze-la sofrer por me enganar. Quero que doa nela tanto quanto está
doendo em mim.
Daniela usa uma camisola, e por causa da luz da lua, consigo ver a silhueta
de seu belo corpo.
—Pedro, que bom que chegou. Fiquei esperando você voltar. Temos um
assunto pendente.—Ando até ela e a tomo em um beijo avassalador.
Reinvidicando o seu corpo que agora e pertence. Tudo nela me pertence.
Daniela tem o corpo perfeito para o sexo. E é isso que faremos agora, sexo.
Seguro um de seus seios com a mao e exploro o outro com a boca.
—Pedro... O que...
Não sou carinhoso, sou voraz. Quero aplacar esse desejo que sinto por ela.
Ela geme, seguro seus quadris e estoco com força. Ouvindo o barulho de
minha pelvis batendo em sua bunda.
Quero castiga-la. Nao terá meus carinhos. Somente sexo selvagem, cru. Isso é
tudo o que terá de mim.
—É disso que você gosta? Safada. —Acerto um tapa em sua nádega. A fodo
com ganas e desespero.
Desconto a minha raiva nesse ato de prazer. Como ela pode me enganar?
Como fui tolo.
Ela me enganou direitinho mas vai se arrepender de ter feito isso. E meu tio
também.
Vou provar que ele armou esse casamento falso. E vou colocar os três na
cadeia.
Gerson, Márcio e Daniela.
A nossa empresa ficaria com quarenta por cento das unidades. A proposta é
irrecusável.
—Sim.
—E por que não vai para casa? Você nunca ficou aqui quando se sentia mal.
—Não quero ve-la. Prefiro ficar por aqui. Ainda não posso acreditar no que
ela foi capaz de fazer.
— Você perguntou a ela?
—Hoje pela manhã, fui até o cartorio onde supostamente seu casamento teria
sido realizado. E advinha só.
O Juiz de paz que o realizou se aposentou, e está viajando. Até agora ainda
não descobri para onde ele foi.
Não é muita coincidência?
—Droga! Tudo foi muito bem planejado. Meu tio não deixaria nada para o
pegarem, ele é esperto.
—Não vou negar. Eu me apaixonei por ela sim. Mas agora todo esse
sentimento se transformou em ódio. E ela vai conhecer um lado meu que
nunca viu.
—Não exagere. Lembre-se toda história tem dois lados. E a vingança pode
machucar mais você de que ela, meu amigo.
Vou para casa já são dez horas da noite.
Nem mesmo vou até o quarto de Daniela. E isso se seguiu por quinze dias.
—Eu não posso me entregar a você! Me denuncie! Faça isso logo de uma
vez. Talvez assim esse inferno acabe.—Ela fala com voz embargada. —Eu
nunca serei sua, nunca!
—Sua vadia. Eu te disse para não se apaixonar por ele. Há quanto tempo ele
nem sequer fala com você? Acha que não te vejo triste pelos cantos. Você
fala com seu pai alegremente. Para que ele não desconfie da sua tristeza mas
eu já te vi por várias vezes chorando na varanda.—Agora ele muda o tom de
voz.—Se você fosse minha mulher, eu trataria como uma rainha. Eu disse pra
você que assim que ele conseguisse o que queria de você Daniela, você não
teria mais nenhum valor. Seria igual a todas as outras...
—Pare! Vá embora.
—Eu vou. Mas lembre-se, Pedro nunca vai te amar como eu te amo!
Silêncio.
Não ouço nada por alguns segundos e então ela começa a chorar baixinho.
E agora?
Não sei o que pensar. E se ela for inocente? E se a maltratei por um engano?
Ahhhhh! Meu peito aperta com essa dúvida que me dilacera por dentro.
—Daniela?
Ela está sentada na poltrona perto da janela. E olha surpresa pra mim.
—Pedro?
Capitulo 11
—O que faz aqui? Depois de tantos dias lembrou que ainda moro aqui?—Sou
sarcástica.—Ah não, você não esqueceu já que deixou ordens com os
seguranças para não me deixarem sair.
—Não Pedro, você não sente. Quinze dias, foi que levou para você vir aqui
novamente. Quinze dias de indiferença.—Me viro novamente para a janela.
Não quero que ele me veja chorar. O sinto tocar em meu ombro e o afasto.—
Não toque em mim. Eu quero que você me dê o divórcio.
—Pra que? Pra você ficar com meu tio?—Seus olhos faiscam de raiva.
—Chega de mentiras Daniela! Já sei toda a verdade. Sei a trama que você e
meu tio armaram para tirar meu dinheiro. —Ele segura meu braço.—Você
não se verá livre de mim entendeu? Você quis esse casamento. Agora será
minha esposa até quando eu quiser.
—Nao! Eu não serei seu brinquedo. Tenho sentimentos. E sonhos. Não vou
me submeter a você, nem a ninguém. E se você sabe toda a verdade vai logo
e diz a polícia. Com certeza ir para a prisão é melhor que viver esse inferno!
Me solto de suas mãos e saio correndo. Desço a escada, com minha visão
embaçada pelas lágrimas. Abro a porta e saio na chuva sem rumo.
—Me deixe em paz! —Continuo correndo sem rumo. Esse lugar é enorme.
Nem faço ideia de pra onde ir. A chuva fica mais forte. Os relâmpagos
claream a noite, e só assim consigo ver onde piso.
—Não me toque! Eu quero morrer! Não aguento mais isso! Me deixe sair
daqui. Por favor.
—Vem eu te ajudo a levantar.
—Isso seria bom. Assim talvez eu morresse e você não teria que conviver
comigo nem eu com você. —Ele me ergue nos braços. Estou tremendo de
frio.
Pedro sobe a escada comigo em seus braços. E me leva para o seu quarto.
—Por que estamos aqui?—Pergunto tremendo da cabeça aos pés e meu corpo
coberto de lama.
—Temos que conversar. Mas antes você precisa de um banho quente. Tire
essas roupas.—Me encolho.—Se você não tirar eu tiro.
—Eu tiro. Mas não quero que me veja.—Ele vira para o outro lado.
Faço o que ele me pede. Depois saio usando o seu roupão, que fica grande em
mim.
—Sim.
—Sente-se. Felícia trouxe um chá. Beba.—Me sento. Mas ainda não consigo
olhar para ele. Sei que se olhar vou chorar ele me magoou muito.
—Eu já teria contado naquele dia que... Deixa pra lá. Eu queria te contar a
verdade, mas você não deixou.
—Eu não sabia o que fazer para me livrar das ameaças de Simão. E seu tio
me disse que não haveria envolvimento nenhum entre nós, já que você estava
morrendo.
—Eu lia para você todas as noites. E uma dessas noites seu tio me disse que
eu deveria assinar os documentos para desligar os aparelhos. Eu fiquei muito
mal. Ele me disse que o mundo se livraria de um déspota. Que você era um
tirano. Era mau e egoísta. Mas ainda assim eu não queria fazer aquilo.—Me
aproximo dele.—Eu cheguei bem pertinho e pedi que você voltasse. Então
você acordou. E desde esse momento eu vivo com medo de que você
descubra tudo e me mande para a cadeia.
—Não! Ele não sabe de nada. Até hoje ele pensa que estamos casados e
apaixonados.—Tenho vergonha de olhar em seus olhos.—O que vai
acontecer comigo? Agora que sabe a verdade vai me mandar para a cadeia?
Ele me olha e sinto meu peito gelar. O amo, mas sei que ele me odeia. E
nunca mais vai confiar em mim.
—Não, eu não vou mandar você para a cadeia. Eu fechei um negócio
milionário para a construtora. E um escândalo como esse seria prejudicial
para os meus negócios.
—Seu tio está obcecado por mim. Ele agora fica me ameaçando. Diz que se
eu não ficar com ele vai me denunciar.
—Não, você foi o único. Eu tenho nojo dele. Nunca poderia me entregar a
ele.
—Quero que fique tranquila. Não vou denunciar você. Meu anjo. Mas não
pode mais haver segredos entre nós. Quero que me prometa me contar
qualquer coisa que acontecer. Pode fazer isso?
—Sim.
—Ótimo. —Ele me beija. Mas lembro da última vez que estivemos juntos e
me afasto.
—Por favor, não. Não vou suportar ser usada. Não me magoe mais.
—Me perdoe, eu não quis te tratar daquele jeito. Mas fiquei furioso ao
descobrir que meu tio te beijou. Meu ciúme me cegou. —Ele me beija
novamente. E desta vez não resisto e me entrego a esse beijo. Diferente e
cheio de ternura.
Seus beijos passeiam por meu pescoço e ombros. Retirando o roupão que cai
aos meus pés.
Estou fora de mim. Não sou dona de mim, mas Pedro comanda tudo em meu
corpo. Até mesmo as batidas de meu coração são ritmadas por seu toque.
Eu até queria resistir, mas não posso. Meu corpo anseia por seu toque.
—Me perdoe! Eu nunca deveria ter feito aquilo com você!—Pedro beija cada
pedacinho do meu rosto.—Vou te mostrar agora como você deve ser amada.
—Me ergue em seus braços e me leva para a cama deixando-me
delicadamente sobre ela.
—Eu amo sua pele macia, cada uma de suas sardas. —Seus olhos passeiam
por meu corpo. —Tão linda.
Paira sobre mim e apóia seu peso nos braços. Abro minhas pernas para
acomoda-lo melhor.
Ele explora minha boca em um beijo ardente, e sensual com sua língua
invadindo minha boca roubando todo meu ar.
O abraço e acariciou suas costas, esse calor crescente dentro de mim, que só
vai apaziguar com o seu toque, acelera meu coração e me deixa tonta.
—Pedro! Por favor. —Estou implorando para que ele faça amor comigo.
Mais baixo sua boca está sugando um mamilo e solto um gemido alto.
Me contorso sob seu corpo. E Pedro sabe que essa tortura excitante está me
deixando fora de mim.
Explora cada cantinho, com sua língua. Lambendo e sugando até que não
vejo mais nada. Apenas sinto.
Sinto aquele calor e a onda de eletricidade que percorre minha espinha até
meu clitóris.
—Essa paixão avassaladora, essa gana de ter você. Esse desejo que não
consigo saciar. —Pedro ergue a cabeça e me encara.
—Eu não sei. Mas nunca me senti assim com ninguém. Quanto mais te
tenho, mais te quero.—Me beija.
—E o que vai acontecer com a gente? Agora que você sabe que não somos
casados de verdade.
—Ele não pode saber que você me contou tudo. Isso o deixaria de sobreaviso.
Ele me beija e agora sim posso respirar tranquila. Pedro sabe a verdade. E
prometeu cuidar de mim.
Não preciso mais ficar com medo do que Gerson vai fazer comigo ou com
meu pai.
O que me importa é saber que finalmente encontrei meu lar.
E estou repousando em seus braços neste momento.
Capitulo 12
Eu ainda lembro daquele dia. Eu tinha oito anos. Mas nunca esqueci.
A viagem estava planejada para sairmos bem cedinho. Papai gostava de
dirigir.
Eles queriam passar um final de semana em nossa casa de campo.
Eu também iria mas eu não passei em uma prova e papai me deixou de
castigo.
Eram quase nove horas da manhã quando um policial apareceu e avisou meu
tio sobre o acidente.
Meu tio ficou surpreso por saber que eu não fui com eles.
Olho mais uma vez para o meu anjo. E eu não sou idiota de não entende-la.
Ela estava desesperada. E na situação em que ela se encontrava. Ela não teve
escolha.
—Pensando! São muitas coisas para resolver. Não posso tomar nenhuma
decisão precipitada. Pois a empresa se encontra em um momento delicado.
—Eu não temo por mim. Mas muitas famílias dependem dos nossos
negócios.
—Eu sinto muito. Não achei que isso seria tão complexo. Eu realmente achei
que você não sobreviveria. Mas estou feliz que você esteja aqui comigo.—
Ela me beija ternamente.
—Sabe, eu também estou feliz de estar aqui. O meu tio não sabe, mas ele me
fez um favor escolhendo você pra mim.—Agora sou eu que a beijo.—Vamos
dormir o amanhã deixamos para amanhã.
Dormimos aconchegados um ao outro.
Mas bem cedinho já estou de pé.
—Tenho uma reunião importante. Depois de hoje vamos passar uns dias na
casa de campo. Vamos nos afastar um pouco da correria da cidade grande.
Vai ser bom pra gente.
—Calma anjo. Seu pai vai com a gente. Acho que ele vai gostar de lá.—A
beijo.—Dorme mais um pouco ainda tá cedo. Até mais tarde.—A beijo e vou
até a porta. Antes de abrir, Daniela vem correndo, me abraça e me beija mais
uma vez. Adimiro seu corpo coberto pela camisola fina, ela é perfeita.
—É tio, tenho uma coisa a dizer. Estou muito feliz com a esposa que você
escolheu para mim. Acho que vou ficar com ela.—Daniela se esconde atrás
de mim.
—Não entendi.—Ele parece confuso.
—Quero que saiba que Daniela e eu não poderíamos estar mais apaixonados.
Tanto que vamos sair em lua de mel. E quando eu voltar não quero mais te
ver aqui.
—Quero você fora da minha casa! —Me viro para Daniela.—Volte a dormir
amor.—A beijo e ela fecha a porta do quarto.—Se você ainda estiver aqui
quando eu voltar, te expulso a ponta pés. Você não coloca mais os pés na
empresa. —Chego bem perto e falo entredentes.— Você não é mais bem
vindo lá. Já que é apenas um peso morto.
Não se preocupe, em honra a memória de minha mãe você vai receber
dinheiro suficiente para sobreviver.
—Meu sobrinho eu não sei o que andaram te falando, mas eu sempre cuidei
de você. Quando seus pais morreram eu...
—Só que eu não sou seu filho. Só faça o que eu disse. Saia. Dessa. Casa.—
Sou pontual. Não quero me demorar, falar com ele me dá asco.—E se
prepare, pois assim que eu encontrar o juiz de paz. Você vai para a cadeia.E
se eu provar aquele desfalque, você não vai receber nem o mínimo para
sobreviver.
—Eu não sei o que andaram inventando. Mas tome cuidado com sua
esposinha. Pois do mesmo jeito que ela esteve na sua cama ontem, ela já
esteve na minha muitas vezes.—Ouvir ele falar assim de Daniela me deixa
cego de raiva e ciúmes. Vou pra cima dele, e o acerto com um soco.
—Você acha que ela te ama? Mas do mesmo jeito que ela te seduziu ela fez
comigo. Foi tudo idéia dela. E eu apaixonado que estava acabei aceitando
tudo. A culpada é ela...—Agora me jogo sobre ele e rolamos no chão entre
socos.
—Oh, meu Deus Pedro! —Daniela sai do quarto e fica apavorada com a
nossa briga.
—Seu maldito! Diga que é mentira! Diga!—Estou sobre ele e lhe acerto mais
um soco. Seus lábios estão cortados e sangrando.
—Sua vadia! Você disse que não poderíamos ficar juntos. Que a sua primeira
vez deveria ser com Pedro. Assim seria mais fácil dele acreditar em você.—
Como meu tio sabia que ela era virgem? Olho para Daniela incrédulo.—Ela
disse que para você acreditar nela, só poderíamos ficar juntos depois que
você ficasse com ela. Eu não queria aceitar. Mas ela prometeu que seria
somente para você acreditar nela. Eu fiquei louco de ciúmes. Mas ela me
convenceu a aceitar.
—Ela fez você prometer que a protegeria não foi? Mas saiba que antes de
estar com você. Estivemos juntos. Ela foi minha e ela gritou de prazer em
meus braços ...
—Isso é mentira! Seu maldito!—Daniela parte pra cima de meu tio, e lhe
acerta vários socos e tapas. A seguro e ela está atordoada.—Eu odeio você,
eu vou te matar, desgraçado!
—Sai daqui!—Grito com meu tio.— Vai embora! Quero você fora daqui
ainda hoje.—Entro no quarto com Daniela.
—Eu não sei o que pensar. Tenho uma reunião importante e já estou atrasado.
Conversamos depois.—Ela me abraça.
Lavo meu rosto e olhando para minha imagem no espelho, me pergunto o que
fiz para estar passando por tudo isso?
Eu quero acreditar nela, mas essa sementinha, da desconfiança que meu tio
plantou ja começou a brotar.
Prefiro viver sabendo que ela mente pra mim. A descobrir essa verdade
amarga e dolorosa.
—Alô?
—Cara! Minha vida se tornou um inferno. Não sei mais o que pensar.
—Esqueceu que sou o responsável por sua segurança? Eu sei tudo ou quase
tudo o que acontece naquela casa.—Ele se serve de um pouco de café.
—Meu tio e eu tivemos uma briga. Eu pedi que ele saísse de minha casa.Eu
falei que descobri tudo.Não deveria mas ver ele fazendo aquela cara de cínico
me deixou irado e joguei tudo na cara dele, e ainda o expulsei da minha casa.
—E ele obviamente não aceitou. Você deveria ter agido com cautela.
— Eu sei. O pior foram as coisas que ele falou sobre Daniela. Não posso
acreditar que sejam verdade.
—Sim. —Me jogo em minha cadeira. —Estou vivendo um inferno. Não sei o
que pensar. Não sei em quem acreditar. Meu tio é um mal caráter, mas isso
não isenta Daniela de estar me enganando. E isso está me matando.
—Eu acho que você deve observa-la mais um pouco. Que o seu tio planejou
tudo isso já sabemos. Agora é saber se ela está com ele.
—O que?
—Daniela era virgem. E ele sabia disso. Jogou na minha cara na hora da
briga. Disse que ela planejou tudo. Que planejou perder a virgindade comigo,
assim seria mais fácil de me enganar. Depois os dois ficaram juntos. Só de
imaginar os dois rindo de mim sinto uma raiva tão grande. — Esqueço que
minha mão está machucada e dou um soco na mesa.—Droga!
—Voce deve resolver isso logo. Já imaginou o escândalo que vai ser se a
imprensa souber?
—Acha que já não pensei nisso? Não sei o que fazer. Meu tio não vai deixar
barato e pode pôr muita coisa a perder. Eu descobri um desfalque e tenho que
descobrir como isso aconteceu. Sem fazer alarde. Se esse negócio com os
alemães for cancelado. A empresa não se recupera.
—Eu tenho a pessoa certa para investigar isso. Deixa comigo. Você deveria ir
para casa, cuidar desse machucado.
—Eu vou viajar por alguns dias. Vou levar Daniela para a casa de campo. Lá
eu vou fazer ela me contar a verdade.
Capitulo 13
Meu Deus! Pedro não pode ter acreditado no que Gerson falou!
Eu contei toda a verdade, ele tinha acreditado e agora ele pensa que me
entreguei para aquele demônio.
Eu ainda sou jovem, mas meu pai? Ele já está com quase sessenta anos.
Ele é vinte anos mais velho que minha mãe. Talvez seja por isso que ela o
deixou.
A diferença de idade deve ter atrapalhado o relacionamento.
E agora aos 58 anos ele mal pode trabalhar.
-Minha filha o que aconteceu? Que briga foi aquela? Eu cheguei no final mas
pude ver que Pedro e o tio brigavam por causa de você.O tal Gerson passou
furioso. Mas nem olhou pra mim.
-Ah papai! Estou tão triste!-Ele senta na cama e eu deito minha cabeça em
seu colo.-Vou contar tudo o que aconteceu.
Conto para ele desde o início de tudo quando Gerson me fez a proposta até a
manhã de hoje onde os dois brigaram.
-Meu Deus! A culpa é minha. Esse maldito vício. Eu estava tão bem. Já não
jogava há quase um ano. Mas esse dia um homem chegou lá na construção. E
convidou os rapazes para beber. Ele já tinha ido la por algumas vezes. Fomos
a um bar e bebemos. Achei que seria o mesmo lugar. Mas fui parar naquele
lugar.-Ele levanta e passa as mãos no rosto.-Era pra ser um jogo só de
brincadeira. Mas aí esse homem começou a me instigar e começamos a
apostar. Eu ganhei no início. Mas depois foi uma perda atrás da outra e eu
não consegui parar.
-Me diz uma coisa. A empreiteira que está construindo aquele Centro de
eventos esta fazendo o trabalho pra Aguirre construtora não está?
-Não sei.
-Eu preciso descobrir. Me diz outra coisa. O senhor já viu o tio de Pedro, o
Gerson?
-Hoje na hora da briga. Mas nao vi o seu rosto. Nem sabia que ele morava
aqui, até hoje que teve a briga. Mas quando cheguei aqui ele já estava saindo.
Por que?
-Nada só uma coisa que estou pensando. -Se eu estiver certa. Gerson planejou
isso desde o início. Até mesmo já tinha me escolhido para fazer parte dos
seus planos.
-Mas filha e agora o seu marido está achando que você mentiu? O que vai
fazer?
-Vou provar pra ele que estou dizendo a verdade. Pai eu amo o Pedro. Mas
será minha última tentativa. Se ele não acreditar em mim. Eu vou embora,
nós vamos embora.
-Mas vamos pra onde? O Simão vai acabar nos encontrando. E vai te levar
pra aquele lugar horrível.
-Que bom que encontrei vocês juntos. Arrumem suas coisas vamos passar
uns dias na casa de campo.-É tudo o que diz e sai do quarto.
-Vai pai, arruma as suas coisas. É a oportunidade que eu queria. Longe daqui,
longe desse tio malvado. Vamos, talvez ainda haja uma chance.-Meu pai sai
correndo e em meu coração surge um pouquinho de esperança. Talvez ainda
não esteja tudo perdido.
arrumo minhas roupas e espero Pedro voltar.
-Olá, Daniela.
-Olá, Italo.
-Vou levar suas malas. Pedro espera por você e seu pai no carro.
-Obrigada.
Encontro papai no corredor e seguimos até o carro. Pedro já está la. Ele fala
ao telefone. Nem ao menos olha para mim.
Sento no banco de trás com meu pai.
Seguimos viagem e sou totalmente ignorada por Pedro, que não sai do
celular. Quando não está falando, esta digitando.
Papai puxa conversa mas são coisas rápidas, e logo a conversa morre. Meu
coração aperta. Sinto náuseas durante toda a viagem.
Temos que pegar um barco para chegar a casa. Nossas malas vem em outro
barco.
-Esse lugar é muito bonito.-Meu pai fala. E parece que gosta de estar aqui.-Eu
no entanto estou com meu coração apertado. O olhar de Pedro é de
indiferença. Dói muito não ver o amor e a paixão refletidos naqueles azuis
profundos.
Chegamos a casa e eu nunca tinha visto algo tão bonito em minha vida.
Uma casa feita de pedras, em meio a vegetação. Quase rústica mas com toda
comodidade da cidade grande.
Tomo um banho quente e me agasalho bem. Decido sair para andar um pouco
e conhecer o lugar.
O rio fica a frente da casa, é enorme de uma margem a outra. De onde estou
nem consigo ver o outro lado.
Um gramado se estende até um pier onde tem alguns barcos amarrados e uma
lancha ancorada.
Ando bem devagar até o píer. Uma garoa fina cai, coloco a touca do meu
casaco. Esta ficando cada vez mais frio.
Normal para o mês de junho.
Me sento um banco que fica de frente para o rio e por minha mente passam
tantas coisas.
Encolho minhas pernas e seguro meus joelhos, com meu queixo apoiado
neles. E choro.
Pois a lembrança do que vivemos juntos talvez seja tudo o que me reste a
partir de agora.
-É tão difícil saber a verdade, falar a verdade, mas você não acreditar. Eu
nem posso te julgar, pois tudo está contra mim. A final se eu menti uma vez,
por que não mentiria novamente?
E esse beijo espanta o frio que estou sentindo. Cheio de paixão e desejo. Meu
coração começa a bater mais forte no momento em que ele segura em minha
cintura e me aproxima dele.
Ofegantes estamos com nossas testas coladas. E olhando um nos olhos dos
outro.
-Filha, você não vai jantar? Está trancada aqui o dia inteiro.-Meu pai entra.
-Não estou me sentindo bem. Acho que o estresse me deixou assim. Vou
tomar um chá depois.
-Não! Por favor. É só um mal estar. Não o incomode com isso. Vá jantar eu
como alguma coisa depois. Fique tranquilo.
-Tudo bem. Qualquer coisa é só chamar.-Meu pai fecha a porta e corro para o
banheiro.
Tenho sentido essas náuseas tem alguns dias. Mas de ontem para hoje o
vômito tem sido frequente.
-Teu pai me disse que não está se sentindo bem. Quer que eu chame um
médico?-Pedro está parado perto da porta. Olho para ele. Lindo usando calça
jeans e um suéter de lã verde militar. Com as mãos nos bolsos. Coisa que ele
sempre faz quando fica nervoso.
-Não é fingimento.
-Pedro. Eu agradeço que tenha vindo ate aqui. Mas é só cansaço. Em breve
não vou mais ser um estorvo pra você.
-Eu decidi me entregar a polícia. Vou contar a verdade. Não posso mais viver
assim. Com esse medo constante de que você ou seu tio me entreguem. E não
posso mais viver sabendo que você me odeia.
-Justamente por me colocar em seu lugar que vou fazer isso. Chega de
mentiras, de intrigas. Nosso casamento pode ser anulado se eu confessar. Vai
ser o melhor.
-Melhor pra quem? Um escândalo desses vai pôr minha empresa em cheque.
Vou perder credibilidade. E meus clientes vão abandonar as parceirias. Meu
tio vai conseguir o que sempre quis, me tirar da presidência e ficarem meu
lugar.
-Estou tão cansada de tudo isso. Eu era feliz e não sabia. Tinha que batalhar
para comprar até mesmo uma lingerie que eu gostava. Mas eu tinha paz.
Deitava minha cabeça no travesseiro e dormia. Desde que eu vi seus olhos
abertos pela primeira vez, eu não durmo uma noite inteira sequer.-Pedro me
abraça ao ver que estou chorando.-Eu quero acabar com esse tormento de
uma vez.
-Eu sei, mas eu não posso permitir. Não se trata somente de nos dois. Tem
muita coisa em jogo. Espere mais alguns dias por favor. Depois eu penso em
uma forma de sairmos disso sem respingar nada na Construtora. Pode fazer
isso por favor?
-Eu sofro muito cada vez que você olha com dúvidas.
Capitulo 14
Deixar Daniela sozinha naquele quarto foi a coisa mais difícil que já fiz.
Mas precisamos deste distanciamento.
Eu já decidi dar o divórcio a ela. Ítalo já deve estar pagando a dívida dela
com o tal Simão, e a casa dela já foi recuperada.
Depois que ela estiver voltado pra casa, ou retomar a minha vida de antes.
Meu tio vai sair da empresa.
Mas nunca daria certo. Não com tantas duvidas entre a gente. Tudo começou
com uma mentira.
Mas por que não consigo parar de pensar nela? De desejar seu corpo? Eu a
quero pra mim, a abrir mais disso esta sendo a coisa mais dificil que já fiz.
Tomo um banho e quando saio do banheiro ela está ali sentada na cama.
Passo as mãos por meus olhos, temendo estar vendo uma miragem.
—Daniela? Algum problema?
—Eu quero você Pedro. Ainda que seja pela ultima vez.
Ela anda em minha direção e retira a toalha que está enrolada na minha
cintura.
Me beija e com sua mão delicada segura meu pau.
Sua boca quente e macia o toma, e ela começa a sugar fazendo movimentos
se vai e vem.
Enfio meu pau e seguro em seus quadris. Batendo firme. Não ouço mais nada
além dos nossos corpos batendo e nossas respirações ofegantes intercaladas
com os nossos gemidos.
Passo minha mão por suas nádegas firmes e redondas. Acaricio, seu ânus. Eu
poderia comer aqui também.
Com o dedo começo a acariciar entrando aos poucos.
A deito novamente de frente para mim. Quero gozar olhando em seus olhos.
Estoco mais e gozo a beijando abafando seus gritos de prazer.
Vou até a porta, mas desisto de ir atrás dela. Essa é a melhor decisão. Não
podemos ficar juntos.
Fico olhando pela.janela a chuva torrencial que cai. E ela me lembra o meu
coração, escuro, pesado e que chora por ela.
Agora não há mais duvidas. Só estão tentando descobrir para onde este
dinheiro foi.
Italo me ligou, dizendo que está tudo bem que já pagou a dívida e deixou
bem claro para o agiota, que não deve se aproximar de Daniela e do pai.
Jandira a empregada passa por perto do escritório com uma bandeja. Vejo
pela porta entreaberta.
Levanto e vou falar com ela.
—Senhor a sua esposa não comeu nada o dia todo. Preparei uma sopinha de
legumes. Ela precisa se alimentar.
—O senhor Márcio ficou com ela um pouco depois, foi com o Túlio conhecer
alguns lugares.
—Obrigada.
—Meu anjo! Por que não nos conhecemos de outra maneira? Eu seria tão
feliz com você.—Passo as pontas dos dedos por seu rosto. Ela acorda.
—Você não está bem. Coma por favor. Eu preciso falar com você.
—Pedro hoje não. Eu só quero dormir. Não tenho fome. Me deixe sozinha.
—Eu deixo você sozinha depois que comer um pouco. Por favor.—Ela senta
na cama e pega a bandeja. E come um pouco.
Fico mais tranquilo. Não quero o mal dela. Como desejar o mal de quem se
ama?
Amor.
Sim é isso que sinto por ela. Mas vou sufocar esse sentimento em meu peito.
Pois o amor e a confianca andam juntos e entre nos sempre terá o fantasma da
mentira.
Já decidi, seguir em frente. Ainda que isto acabe comigo. É o melhor para nós
dois.
Da janela do escritório consigo ver o rio, revolto e cheio, por causa da chuva.
O píer, esta abaixo da agua, que chegou ate os bancos que ficam a frente da
casa.
—É vai ser o melhor. —Seco suas lagrimas com a ponta dos dedos.—E isso
evita um escândalo também.
—Sim, nunca daria certo. Você e eu. Nosso mundos são muito diferentes. O
certo é cada um voltar pra sua vida.
—Eu quero que saiba que apesar de tudo eu desejo que seja feliz. Quero que
siga sua vida e continue essa mulher que sempre batalhou para se sustentar.—
A abraço.
Ando de volta para a casa, quando estou quase na porta ouço os gritos de
Jandira.
—Amor, amor, acorda por favor!—Eu tento acorda-la.—Ela não está mais
respirando. Não, não ,não! —Me desespero com a simples ideia que ela esteja
morta. —Daniela por favor, por favor. Faço respiração boca a boca. Nada!—
Deus, por favor! Não, Não. Túlio me ajuda a levar ela pra dentro de casa.
Deixo-a no sofá e continuo a respiração boca a boca.—Acorda! Acorda!
—Não morre, amor! Volta pra mim por favor. Eu te amo! Volta pra mim. —
Choro desesperado e angustiado.
Ela cospe a água e tosse muito.—Graças a Deus. A abraço, ela está tremendo
muito.
—Acho melhor ela tomar um banho quente eu vou levar um chá la em cima
daqui a pouco.
A seguro em meus braços, e a levo para o quarto. Ela está muito fraca. Vou
até o banheiro e abro a torneira para encher a banheira.
Retiro suas roupas e as minhas. Assim que a banheira esta cheia entro com
ela na água.
Começo a lavar seu corpo delicadamente. Tem alguns arranhões dos galhos
que estavam na água.
—Eu fiquei com tanto medo, achei que fosse morrer.—Ela fala chorando.
—Você saiu e eu levantei pra voltar pra casa também, ai senti uma tontura e
quando dei por mim estava na dentro d rio com a água me levando. Mas você
me salvou! Obrigada.
Ela se vira para mim. E me beija. Na hora meu sangue ferve. E seguro pela
cintura e ela senta com as pernsa abertas sobre mim.as não devo fazer isso.
—Daniela por favor. Não!—A afasto.—Nao vamos nos magoar mais.
—Eu achei que você quisesse ficar comigo. Por que salvou?
—O fato de nos divorciarmos, não quer dizer que eu quero que você morra.
Eu faria isso por qualquer outra pessoa.—Minto, qualquer outra pessoa não
teria me deixado tao desesperado.
Qualquer outra pessoa não dilaceraria meu coração.
Mas não posso voltar atrás. Ainda que eu a ame mais que a mim mesmo.
Ela se levanta e se enrola na toalha.
Indo para o quarto.
Fico alo na banheira dando um tempo para que ela se vista.
Tenha raiva, por não poder ficar com ela. Tenho raiva do meu tio me deixou
nessa situação. Minha vida era boa. Eu tinha qualquer mulher que quisesse
sem compromissos. Sem promessas e o principal sem sentimentos.
Ate Daniela aparecer e derrubar todos os muros que eu havia levantado.
Ela entrou em meu coração e criou raízes tão profundas que cada vez que eu
tento corta-la da minha vida ela brota novamente.
E eu tenho certeza que nunca mais serei o mesmo. Com ou sem ela.
Ate porque sou um péssimo mentiroso e ficar sem ela, será muito, muito
difícil
Capitulo 15
—Filha, você ainda está chorando. —Meu pai entra no quarto enquanto estou
arrumando as malas.
—Pai, agora tudo acabou mesmo. Pedro disse que vamos nos divorciar.—Me
sento na cama.—Eu falo como se esse casamento fosse de verdade. Como se
Pedro e eu fossemos marido e mulher, mas tudo foi uma mentira tramada por
seu tio. E eu fui idiota o suficiente para me apaixonar por quem não deveria.
—Essas coisas a gente não escolhe meu amor. Eu prometo pra você que
nunca mais vou chegar perto de uma carta de baralho. Vou voltar para o meu
emprego. Pedro conseguiu que me aceitassem de volta. Ele é um homem
bom.
—Não! O senhor não entendeu. Não é maravilhoso. Pedro tem dúvidas sobre
mim. Se eu contar sobre a gravidez vai achar que fiz de propósito ou pior vai
achar que meu filho é do tio dele. Ou pior ainda vai ficar comigo somente por
causa do bebê.
—Jura pra mim! —Fico a sua frente e olho em seus olhos.—Se o senhor
contar pra ele. Eu vou embora e nunca mais ninguém vai saber de mim.
—Infelizmente com a chuva não foi possível viajar de carro. Sei que você
não gosta de voar. Mas não tivemos outro jeito.—Ele me explica.
—Tudo bem.
—Mas não precisa sair tão rápido. Temos ainda alguns dias antes de
assinarmos os papéis do divórcio.
—Você sabe onde fica minha casa. Me liga e eu vou assinar o que você
quiser. Eu não quero seu dinheiro. O que eu queria era pagar a dívida e isso
você já fez. Não vou ser hipócrita de dizer que não precisava. Mas é tudo o
que vou aceitar de você. Amanhã meu pai e eu estamos saindo desta casa e da
sua vida.—Viro as costas e saio.
Vou para o quarto. E gravo na memória cada objeto, a cor do quarto. E fecho
meus olhos sentindo o cheiro daqui. Quero guardar para sempre na memória
o lugar onde fui amada tão intensamente.
—Você vai ser o meu motivo para viver de agora em diante. Um pedacinho
de seu pai. Que eu vou levar comigo. E vou te amar muito. —Passo as mãos
por meu ventre e sinto uma emoção tão grande. E agora minha vida sera bem
diferente. Pois tudo será por meu filho e para meu filho.
****
—Minha filha, você está chorando desde que chegamos. Isso não é bom para
o bebê. Vou chamar a dona Cotinha.—Meu pai sai. Eu até tentei parar de
chorar. Mas meu coração dói. Dói por saber que Pedro não acreditou em
mim.
—Menina, você tem que reagir. Já tem dois dias que vocês voltaram. Eu sei
que está sendo difícil mas a vida continua. Venha eu fiz uma salada de frutas,
e depois você vai comigo até a barraca. Me ajudar a vender meus artesanatos.
Você deveria voltar a pintar. Eu sempre vendia bem suas pinturas.
— É uma boa ideia. Agora com a gravidez não vou conseguir um trabalho tão
fácil. —Ela me serve uma tigela de salada de frutas.
—Então esta resolvido. Você pinta e eu vendo. Você pode ir comigo na
feirinha e me ajudar. Essa velha aqui já não tem a mesma disposição de antes.
—A abraço.
—Estou mais para sua avó.—Ela da aquela gargalhada tão familiar para mim.
—Oi! —Fico la parada sem saber o que fazer. Vendo ele tão lindo. Mas com
cara de cansado. Sua barba maior e seus cabelos também. Mas ainda assim o
meu Pedro com os seus belos olhos azuis.
—Sente-se por favor. O advogado já deve estar chegando.—Ele fala tão
friamente que sinto até meus ossos congelarem.—Eu pedi que ele fizesse
tudo de acordo com a nossa certidão de casamento. Você fica com a metade
de tudo o que tenho.
—Daniela ouça. Você precisa assinar os papéis. Eu vou dar uma procuração
onde eu fico responsável por cuidar dos seus bens. Assim tudo continua
comigo.
—Pedro é duro e calculista, neste momento vejo o Pedro implacável nos
negócios de que tanto ouvi falar.—O advogado entra.
— Boa tarde!
—Boa tarde! Daniela este é Honório Benevides o advogado que te falei. Ele
já me trouxe os papéis e analisei ontem. Eles estão em ordem. Mas se você
quiser ler...
—Você está trabalhando? Onde?—É a única vez que ele parece preocupado.
—Isso não interessa a você. Agora estamos divorciados e não precisa mais se
preocupar comigo.—Levanto, pego minha bolsa e saio de cabeça erguida. A
secretária entojada fica me olhando. Eu aperto o botão do elevador, que
parece levar uma eternidade para chegar.
Assim que entro e a porta se fecha desabo em lágrimas.
Eu o amo tanto. E ele nunca será meu. E agora somos apenas meu bebê e eu.
Tenho que ser forte por ele.
Não posso viver me lamentando.
—Não.
—Ele foi tão frio comigo. Com certeza, hoje ele me tirou da vida dele de vez.
Mal falou comigo, eu era uma estranha para ele. Então pra que falar do meu
filho. Porque esse bebê é meu. Se eu disser a ele que estou grávida é capaz
dele achar que quero dar o golpe da barriga. Ou pior achar que é do tio
asqueiroso dele.
—Você é quem sabe. Mas já pensou que tudo isso se resolve com um teste de
DNA? É bem simples. E seu filho não precisa passar necessidade tendo um
pai rico.
—Eu vou cuidar do meu filho. Estou pensando em ir para o interior. Papai
tem família por lá. E acho que o ar do campo vai ser melhor para o bebê.
—Eu falei pra você que assim que conseguisse o que queria Pedro te daria
um pé na bunda.
—Ora, ora! Então meu sobrinho ainda cuida dessa enganadora. Ele não
aprendeu nada com o que aconteceu.
—É melhor você sair daqui. —Italo diz da altura dos seus quase dois metros.
E Gerson sai com as mãos para cima. Mas não sem dar uma olhada para mim
e piscar.
—Vim te trazer as cópias dos documentos que assinou hoje. Você saiu tão
rápido que nem esperou que o advogado lhe entregasse suas cópias. —Ele me
entrega os papéis de repente sinto uma tontura. Italo me segura.—O que você
tem?
—Não é nada! Ela não anda se alimentando direito.—Cotinha trata logo de
falar.
—Vou levar vocês pra casa. —Pelo modo como fala, eu sei que ele não
aceitara um não como resposta. Assim que me deixa em casa ele me entrega
um cartão.—Tome. Se tiver qualquer imprevisto me ligue. Eu venho na
mesma hora.
—Obrigada!
—Eu sei. Mas esse filho precisa de um pai. E sua barriga já está aparecendo.
Estamos em outubro e as roupas não estão mais escondendo. Acha que ele
não vai saber? Aquele Italo não é bobo. Ele está vigiando você.
—Como sabe?
—Eu vi. Outro dia quando fui na feira. Ele estava la. Disfarçando em outra
banca.
—Então eu devo ir logo pro interior. Pedro não pode saber do bebê.
—Eu não concordo com isso. Mas se você decidiu. Já falei pra minha prima
que você está indo para la. Mas eu não gostaria que meu neto crescesse longe
de mim.
—E o senhor pode vir comigo. A Tania já disse que tem emprego lá. Deixe
tudo isso para trás e vamos recomeçar.
—Eu não sei. Aqui tenho um emprego estável. Estou indo a terapia.
Não.quero voltar a jogar. Tenho medo de parar com a terapia e retroceder ...
—O senhor está certo. Eu ficarei bem. Tia Laura vai me ajudar.—O abraço e
agradeço a Deus pela mudança de meu pai. Ele chega em casa e me faz
companhia. Nunca mais foi a bares a vida realmente mudou.
Os dias se passam muito rápido. Tudo está pronto para a minha viagem.
Só vou ao banco sacar um pouco de dinheiro.
Não quero usar cartão pois Pedro poderia descobrir onde estou.
Papai acabou aceitando vir comigo.
Ele me espera em casa para irmos a rodoviária.
—Ai meu Deus, moço não me mata não, estou grávida.—Meu coração
acelera e sinto minha visão escurecer. Acabo cambaleando.
—Nem vem dona! Me entrega a grana.—Eu quero entregar a bolsa mas não
consigo e acho que ele entende errado e sinto uma pontada nas costas.
—Ei cara! O que está fazendo?—Ouço alguém gritar. Caio no chão com uma
dor lancinante nas costas.
Minhas mãos estão sobre meu ventre, na tentativa de deixar minha filha em
segurança.
Capitulo 16
Estou no escritório quando seu Márcio entra muito nervoso. Discutindo com
a Alba, minha secretária.
—Senhor, me deculpe eu falei que estava ocupado mas ele não me ouviu.
—Tudo bem Alba, nos deixe a sós.—Ela sai.—O que aconteceu seu Márcio?
—Não eu tenho certeza que aconteceu alguma coisa com ela. Ela não atende
o celular. E não sei mais o que fazer.—Ele está realmente muito nervoso.—
Ela saiu de manhã para resolver algumas coisas. Pois estávamos de viagem
marcada para o interior. Mas ainda não voltou.—Olho para o relógio e já
passam das seis da tarde.
—As quatro horas. Estou muito preocupado. Eu tenho certeza que aconteceu
alguma coisa com minha filha.
—Se acalme. Por favor. —Pego o telefone e chamo Alba.—Por favor traz
uma agua e pede pro Ítalo vir aqui.
—Sim senhor.
Sinto minhas pernas moles e meus joelhos não sustentam mais meu corpo. E
caio sentado na cadeira.
—Minha filha ficou com medo que o senhor achasse que ela queria dar um
golpe. Ela o ama. E está sofrendo muito. Sei que ela errou. Mas ela o ama
verdadeiramente.
—Me chamou?
—Sim. Daniela desapareceu. Seu Márcio não sabe onde ela está, ela não
atende o telefone.
—E o que isso tem demais? Ela pode ter ficado sem bateria.
—Eles estavam de viagem marcada para as quatro horas e ela não apareceu.
Ítalo ela saiu cedo de casa.
—Vou procurar por ela. Mas vocês sabem que é como procurar uma agulha
no palheiro!
—Vou fazer isso. —Ítalo sai e fico com o coração na mão. Mas não posso
ficar parado. —Alba quero que ligue para os hospitais da cidade e pergunte
se alguma mulher grávida com as características de minha esposa foi
internada.
—Minha filha é muito forte, ela tem trabalhado todos os dias. Mas eu sei que
ela sofre. As vezes eu escuto ela chorando baixinho. Ela até conversa com
minha netinha.
—Eu sabia! Ele a estava vigiando. Eu falei pra minha filha. Ela naomquis
acreditar.
—Sim. Eu sabia que meu tio não a deixaria em paz. Mas me diga, como ele
não percebeu?
—Ela disse que você pensaria que ela estava te dando um golpe. E acharia
que a menina não era sua. Ela ficou muito magoada quando você duvidou
dela. Achando que ela se entregou ao seu tio.
—Como fui idiota. Eu perdi tanto tempo com essas intrigas. E agora me
enfiei de cara no trabalho. Mas nunca a esqueci. Eu amo Daniela. Achei que
ela não me amasse. Que realmente estivesse comigo por causa da dívida.
Tanto que assim que paguei ela foi embora.
—Ela foi embora por causa da mágoa. Minha filha está muito machucada.
Ela se apaixonou por você e você duvidou dela.
—Eu sei. Fui um idiota.—Me sento na cadeira como coração inquieto. Sei
que sou o culpado por qualquer coisa que acontecer a ela. Eu não suportaria
isso.
De repente Ítalo entra no escritório e a cara dele não é das melhores.—E
então? A encontrou?—Ele fica em silêncio.—Fala logo quer, me matar de
angústia?
—B negativo.
—Só isso?
Afago seus longos cabelos negros, ela está de olhos fechados e sua respiração
e fraca.
—Não me deixa por favor. Eu não suportaria viver em um mundo onde você
não estivesse. Volta pra mim.—A beijo de leve nos lábios. —Volta pra mim
anjo.
—Por favor não fala. Você não pode se esforçar. Eu vim porque eu te amo!
—Você me ama? —Seus olhos estão cheios de lágrimas que escorrem por
seu rosto.
—Sim eu te amo, meu anjo. Por que escondeu de mim que estava grávida?
—Eu fiquei com medo!—Sua voz está cada vez mais fraca.—Você... Não...
Acreditou em mim...
—Shiiiii! Não precisa falar mais nada. Eu não vou sair daqui. Fique tranquila.
Nossa filha precisa de você forte e saudável. Descanse estarei aqui quando
acordar.
—Promete?
A enfermeira entra.
—Eu quero ficar aqui. Prometi que não sairia do seu lado. Por favor.
—O protocolo não permite. Ela vai dormir a noite toda por causa do sedativo.
Amanhã bem cedinho eu lhe chamo. Ela não vai acordar até la.
—É tão frustrante ve-la naquela situação. Ela está muito fraca. Mal conseguia
falar. A culpa é minha. Eu fui tão injusto. Tão duro com ela.
—Calma meu filho. Todos cometemos erros. Eu também sou culpado. Se não
fosse por mim ela não estaria nessa situação. Mas ainda está em tempo. Ela
me perdoou e ela vai te perdoar também. Minha filha te ama.
—Eu prometo que de agora em diante vou fazer até o impossível para ter
Daniela de volta. Eu a amo e vamos ter uma filha.
—Tem uma coisa. Esse assalto está muito estranho. Eu vou investigar. Eu
cuidei dela todo esse tempo para que seu tio não se aproximasse. Mas hoje eu
tinha que conversar com alguém. E não fiquei de olho.
—Não fique assim. Eu sei o quanto você é competente. Foi uma fatalidade.
—Talvez não.
—Sim. Mas vou investigar para confirmar. Preciso ir. Até amanhã.
O médico me chama as oito da manha para me dizer como está o quadro dela.
—Senhor Aguirre. Daniela passou bem a noite. O quadro dela evoluiu para
uma melhora significativa. Ela vai sair da Terapia intensiva. Podemos
transferi-la para um quarto. Mas ela ainda requer cuidados.
—E a bebê?
Daniela me vê.
—Anjo por favor podemos conversar?—Quase imploro pra ela. Não posso
permitir que ela me afaste.
As enfermeiras e o médico nos deixam a sós. —Me perdoe. Por favor!—
Seguro suas mãos e as beijo. E não me envergonho de chorar em sua frente.
Se precisar eu fico de joelhos e imploro.—Eu nunca deveria ter tratado você
daquela maneira.
—Tudo isso é por causa da nossa filha? Não precisa fazer isso...
—Anjo! Eu te amo! Eu te amo! Naquele dia do rio eu senti tanto medo. Saber
que poderia ter te perdido. Descobrir o quanto amava você e o quanto doeria
te perder. Me deixou tão atordoado, que levantei uma parede de gelo entre a
gente. Eu não sabia como lidar com esse sentimento tão instenso. Mas aqui
estou aos teus pés, implorando teu perdão. Saber que quase te perdi outra vez,
me fez abrir os olhos.
—Uma vida sem você não é vida. Não tem sentido ficar separado se te amo
tanto. Eu não durmo, não me alimento direito. A vida perdeu a graça. A graça
era ouvir a tua risada, era sentir o teu cheiro. Ter os teus beijos. E eu quero
tudo isso de volta...
—So agora você diz isso? Eu também te quero de volta. Você foi, é e sempre
será o único pra mim. —Nos beijamos e novamente aquele sentimento de
paz, de estar no lugar certo enche meu coração.—Ah, ela se mexeu!—
Daniela coloca minha mão sobre seu ventre.
E meu peito incha de felicidade.
—Oh! Eu senti! Filha aqui é o papai. Agora você vai ficar protegida. Eu já te
amo muito.—Beijo a barriga de Daniela.—Eu prometo que sempre estarei
aqui pra você.—Olho para meu anjo.—Pra vocês...
Capitulo 17
—Estou cansada de ficar aqui nesse hospital. São quinze dias. Tem alguma
coisa errada comigo ou com nossa filha?—Não suporto mais ficar olhando
essas paredes brancas. Só posso levantar pra ir ao banheiro e tomar banho.—
Minha bunda já está ficando quadrada.
—Seu bumbum continua lindo. E não tem nada de errado. O médico disse
que amanhã podemos ir pra casa. Foi o melhor para que nossa bebê estivesse
em segurança.—Pedro me afaga os cabelos. Acho que ele tem algum fetiche
por cabelos longos. Ele tem me mimado muito. Só sai para tomar banho tem
dias que toma banho aqui mesmo. Trouxe o notebook para trabalhar daqui do
hospital. E como ele mesmo disse que sou sua prioridade.
O bandido que me assaltou foi preso. Ele foi identificado através das câmeras
de segurança. Ele confessou e meus documentos foram encontrados com ele.
Meu pai está trabalhando na construtora agora como mestre de obras. Ele se
sente muito animado.
—Amor. Está tão distante. —Falo para Pedro, que olha para a janela.
—Não da parte financeira. É um risco pois esse tipo de projeto tende a ser
ruim para o nosso mercado. Imagem, amor. Imagem é tudo. Estamos
acostumados a construir condomínios de luxo. Hotéis cinco ou mais estrelas.
Risorts. Entende o quanto fugiríamos dos nossas padrões?
—Você tem um coração bom. Mas nos negócios isso não funciona. Vamos
deixar isso pra lá. Não quero esquentar essa cabecinha, com meus problemas.
—Eu sei que a gravidinha deve estar com fome. O doutor já vem aqui. Não
digam que eu contei, mas acho que alguém vai pra casa hoje.
—Ouvi sim anjo. Mas não fique ansiosa. Não é bom pra você.—Pedro se
aproxima e beija minha mão. —E as costas dela?
—Ela nem precisa mais de curativos, ontem retiramos os pontos. Ela vai
sentir um pouco de desconforto e coceira, natural pela cicatrização. Mas ela
se recuperou muito bem.
—Oun vocês são tão fofos. —A enfermeira fala suspirando. O médico chega
com meu prontuário.
—O que você queria falar com o médico que eu não podia ouvir?
—Amor, não era você que não podia ouvir, era enfermeira.
—Não entendi.
—Eu perguntei se a gente poderia fazer sexo. Estou com saudade. —Deita na
cama e me beija. Um beijo quente apaixonado e cheio de desejo.—Entendeu
agora?—Fico encabulada com o quanto ele é direto. —Ficou vermelha?
Amor eu te desejo. Quero fazer amor com você sempre que der.
—Você está linda. E mais desejável que nunca. Nunca pense o contrário. —
Pedro me beija novamente e me derreto em seus braços.
—Ahhh!
—Essa também foi a minha reação. Mas podemos esperar mais alguns dias.
—Ele esfrega o nariz no meu de um modo carinhoso. E eu o beijo.—Amor
assim você não ajuda.—Nos rimos.—Só mais alguns dias.
Estou em casa, não na minha casa. Mas na casa de Pedro. Ele me leva em
seus braços direto para o quarto.
—Ele gostou muito de lá. Quando voltamos ele só falava do quanto achou
tudo muito bonito...Hum, por que está se despindo?—Pergunto ao ve-lo de
cueca.
—Vou ficar com você. Durante esses dias eu não pude dormir te abraçando.
—E você acha isso bom? Ficar quase nu em minha frente? O médico disse
que não posso ter emoções fortes.—Ele ri e deita a cabeça em meu colo.—
Ela ta mexendo.
—Ela sabe que o papai está aqui.—Pedro beija meu ventre. E fica com a mão
onde da pra sentir nossa filha.—Que nome vamos dar a ela?
—Não! Quando eu era menina. Tinha uma colega de escola que fazia bulling
comigo. E esse era o nome dela.
—Então... Helena!
—Eu vou dizer o nome de uma mulher que eu amei muito. Carmen.
—Quem é essa?
—Minha mãe. Depois de você ela é a mulher que mais amei na vida.—Ele
fala emocionado. Seguro seu rosto entre as mãos, e olho bem nos seus olhos.
—Então está decidido. Nossa filha se chamará Carmen. —Pedro vem mais
pra cima e me beija ternamente. E depois o beijo vai ficando mais cálido e
exigente, com sua língua provando cada recanto de minha boca.
Suas mãos passeando por meus seios me fazendo estremecer.—Amor, amor.
Acho melhor a gente parar.
Agora que estou em casa, Pedro comecou a ir para o escritório. Felícia tem
cuidado de mim. Eu saio apenas até a varanda para tomar sol.
Quero me recuperar logo, para poder andar no jardim, sair desse quarto.
Não sei o que aconteceu com Gerson. É como se a terra o tivesse engolido.
Mas eu sei que ele só está esperando o momento de dar o bote.
—Oi amor!
—Eu também. Hoje vou chegar um pouco mais tarde. Tenho uns assuntos
financeiros para resolver. Pode jantar sem mim.
—Eu também amor. Mas prometo que amanhã vou chegar cedo em casa.
Espero ele chegar. Mas já são quase uma hora da manhã e nada. Pego o
celular e ligo. Mas dá na caixa postal. Então ligo para o escritório.
—Alô?
—Não faça nada. Ela provavelmente viu que você estava ocupado.
—Voce é minha prioridade. —Ele me beija. E suas mãos vão direto para os
meus seios. Deslizando por baixo da camisola parando em meu quadril.—
Será que podemos? —Ele pergunta acariciando meu ventre.
—Se você conseguir...—O provoco pois também não aguento mais ficar ao
lado dele só aos beijos. Sem contar que os beijos me deixam ardendo de
desejo por ele.
Ele começa a me beijar e fazer amor com a barriga de grávida é novidade pra
mim. Mas parece que para ele não diminuir em nada o seu desejo.
—Amor eu não posso esperar mais. —Suas mãos passeiam por meu corpo e
por onde passam é como brasa em fogo. Sua boca me acalenta com beijos
quentes e cálidos.
Sei que desta vez será totalmente diferente, mas não menos prazeiroso.
—Estou um pouco nervoso, não quero machucar você. Me avisa se doer por
favor.—Eu apenas movimento a cabeça afirmativamente. Pedro se posiciona
atrás de mim, estamos de conchinha.
Ele se encaixa em mim e desliza dentro de minha vagina bem devagar. —
Tudo bem?
—Aham! —Falo com a respiração arfante pois meus coração bate acelerado
de excitação.
—Amor, está tudo bem. —Então ele se encoraja a realizar movimentos mais
fortes e potentes, sua mão está em meu clitóris, massageando-o e seus beijos
em meu ombro e pescoço. Tudo isso ao mesmo tempo, me tira de mim e
explodo em orgasmo poderoso, que faz tremer minha carne de tão forte que
acomete.
Ele continua com suas investidas sinto sua pélvis batendo em minha bunda,
então ele levanta minha perna e o prazer se torna ainda mais intenso até que o
sinto gozar tão intensamente quanto eu.
—Tudo bem, anjo? Não te machuquei? Acho que fui muito bruto.—Eu
seguro seu rosto e o faço olhar bem pra mim.
Acordo com os raios de sol e Pedro não está ao meu lado. Tem apenas um
bilhete com um rosa vermelha em seu traveseiro.
"Bom dia meu anjo! Tive um assunto urgente na empresa. Não quis te
acordar. Eu te amo."
—Eu sei. Foi uma ótima escolha. Estou tão feliz, que tenho até medo.
—Medo? Não se sinta assim. Sei que já passou por muita coisa. Mas chegou
o momento de sua recompensa. Só viva esse momento. Pedro te ama muito.
E isso deve bastar.
—Me basta! E o amo também espero que isso baste a ele também...
Sei que tudo está bom demais pra ser verdade. Não consigo evitar esse
sentimento de medo.
Aquele canalha do Gerson ainda não foi encontrado. E ele ainda nos ronda
como um corvo. Esperando o momento certo de arrancar os olhos da sua
vítima.
E instintivamente eu descanso minhas mãos sobre meu ventre.
Acariciando e prometendo silenciosamente que vou proteger minha filha de
qualquer ameaça que venha sobre a vida dela.
Capitulo 18
E isso graças o meu tio. Que durante o pouco tempo que esteve na
presidência depois do meu acidente fez negócios escusos. Aceitando propina.
O pior foi descobrir que o contador da empresa que lhe era muito leal estava
junto com ele nas falcatruas.
Toda a manhã fiquei envolvido com reuniões e telefonemas. Mal tive tempo
de me alimentar.
—Eu vou entrar sim! Quero ver você me impedir...—Ouço a voz de Daniela
só lado de fora da minha sala.
—Alba, minha esposa não é ninguém. Ela pode me interromper sempre que
quiser.
—É, sou a esposa dele. A mãe da filha dele. E espero que tenha ficado claro.
—Daniela está muito agitada.
—Amor, se acalme. Não é bom para nossa filha que fique assim.
—Eu não queria ficar nervosa. Mas ela não queria me deixar entrar. O que é?
Tem mulher aí dentro? Quem está ali?
—Amor, não tem ninguém aqui, eu terminei uma reunião agora. Por isso pedi
pra não ser incomodado. Entre vamos conversar lá dentro.—Ela entra.—
Conversamos depois.—Digo a Alba. Fecho a porta atrás de mim ela esta de
costas.—Por que pensou que eu estava com outra mulher?
—É que... Ela não me deixou entrar. E fiquei desconfiada. Estou tão grande e
existem tantas outras mulheres...
—Hum, meu marido sozinho não pode ser interrompido mas com a esposa
pode? Que estranho!—Desta vez Daniela tem razão. As atitudes de Alba
estão fora do padrão de trabalho dela.
—Poderia ter usado o telefone. E aproveitando que está aqui. Quero deixar
claro. Minha esposa está em primeiro lugar pra mim. Não importa se eu
esteja em reunião com o Papa. Ela é prioridade. Entendeu?
—Sim.
—Ela ligou, você passa a ligação na mesma hora. Ela veio aqui devo ser
avisado no mesmo instante. Espero não ter mais nenhum inconveniente
quanto a esse assunto. Pode se retirar.
—Com licença.
—Obrigada amor! Eu me senti muito mal com a maneira que ela e tratou.—A
abraço.
—Não precisa. Acho que depois de hoje ela não vai mais fazer isso...Mas
vamos ao que me trouxe aqui. Eu quero almoçar com você. E pelo que ouvi
você tem a tarde toda livre.
—Mesmo se eu não tivesse, eu cancelaria tudo para passar a tarde com você,
meu anjo.
Daniela fica cada vez mais insegura e isto acontece sempre que ela vem me
ver no escritório.
Tento conversar com ela mas ela diz que está tudo bem. O que eu não
acredito. Estamos no mês de fevereiro.
Com calor intenso, ela tem tido quedas de pressão. O médico disse que é
normal.
Mas tenho ficado menos no escritório trabalho quase home ofice. Ela pode
dar a luz a qualquer momento e não quero perder isso por nada.
—Amor, eu sei que prometi ficar em casa hoje. Mas tenho um problema
seríssimo para resolver naquela obra de fora da cidade.
—Você vai viajar?—Ela levanta e põe as mãos na cintura. Tão linda com
essa cara de brava.
—Eu vou de helicóptero, volto ainda hoje. Posso ficar sem sinal em alguns
momentos mas eu dou um jeito de falar com você.
—Promete?
—Você é meu anjo. Vou te contar uma coisa. Quando acordei do coma, vi
você olhando pra mim e seus cabelos caindo por cima do meu peito. Eu achei
que tinha morrido e um anjo estava me recebendo. Por isso te chamo de anjo.
—Ela está com lágrimas nos olhos.—Anjo não precisa chorar.
—Devem ser os hormônios estou muito emotiva hoje. —A beijo mais uma
vez e sigo para o heliponto.
—Mas isso é impossível. Temos todas as autorizações. Quem está por trás
disso?
—Alô?
—Estou indo direto pra aí.—Meu coração bate acelerado. Minha princesinha
vai nascer. Finalmente vou conhecer o seu rostinho.
—Doutor, sou Pedro Aguirre, minha mulher é Daniela Córdova. Ela entrou
em trabalho de parto, eu posso assistir o nascimento de minha filha?
—Prazer senhor Aguirre. Sou Alberto Favero. E pode assistir sim. Até
porque sua esposa não para de perguntar por você.
—Por favor senhor, fique ao lado de sua esposa e não olhe atrás do lençol.
Acredite é o melhor.—A enfermeira me Diz.
—Nunca mais se sinta assim. Eu sempre voltarei pra você sempre. —Beijo
sua mão.
Fico segurando a mão dela ate que vejo o médico levantando nossa bebê e a
enfermeira o ajudando com os procedimentos.
Então ouço seu chorinho. E sinto uma emoção tão grande que não cabe em
meu peito e transborda em lágrimas por meus olhos.
—Oi meu amor! —Ela sussurra. —Seja bem vinda Carmen. —Daniela beija
sua cabecinha cheia de cabelos.
—Olha amor quantos cabelos. Iguais aos seus. Ela é linda como você.—
Afago seu rostinho e ela chora muito.
—Vou dar um banho. E ela vai para o berçário até que a senhora se recupere.
O senhor também precisa se retirar pois temos alguns procedimentos para
com a sua esposa. Em duas horas ela vai para o quarto.
—Eles estão a arrumando. Em breve ela vai para o berçário e poderemos ve-
la.
—Minha filha tinha muitos cabelos quando nasceu. Ela puxou a Dani. Com
certeza.—Seu Márcio fala todo orgulhoso.
Ficamos ali babando minha princesa ate que levam Daniela para o quarto.
Ela esta deitada na cama. E já se agita quando nos ve.
—Veja que pulmões fortes ela tem. —Seu Marcio comenta rindo.
Estou tão feliz, que parece que meu peito vai explodir.
Ver a alegria nos olhos de Daniela não tem preço.
E talvez tenha chegado o momento que eu tenho esperado.
Esse é o momento.
Coloco a mão no bolso, e pego a caixinha que tenho levado de um lado para
outro esperando o momento certo, que se faz agora.
—Amor? Esta tão quieto.—Olho para Felícia, seu Márcio e Ítalo que estão
paparicando Carmen. E me aproximo de meu anjo.
—Anjo!—Seguro em sua mão.—Sei que hoje foi um dia exaustivo. Mas não
há outro momento melhor para fazer isso.
Me ajoelho perto da cama.—Você quer se casar comigo? De verdade desta
vez?—Abro a caixinha e ela vê o solitário que escolhi especialmente para ela.
—Oh meu Deus! —Coloca as duas mãos sobre a boca e lagrimas escorrem
por seus olhos. —Sim. Eu aceito!—Encaixo o anel em seu dedo e a beijo.
E o meu dia não poderia ter acabado melhor.
Com a mulher da minha vida e a minha filha. Sou o homem mais feliz do
mundo.
Capitulo 19
Gerson
—Vou enfiar meu pau até o talo,é isso que você quer? —Acerto um tapa em
sua bunda.
Desde que começou a trabalhar no escritório, ela tem sido minha puta
particular.
Eu queria que ela seduzisse meu sobrinho, mas a idiota não conseguiu. Meu
sobrinho é muito profissional e não mistura negócios com prazer.
Cortei o cabo do freio. Mas só isso não adiantava. Eu peguei o carro e fechei
ele em uma curva perto de uma ribanceira.
Eu achei que tinha acabado com a vida dele. Mas ele resistiu ao acidente.
—Ai amor! Não para, vai. Não para.—Lembrar que ele sobreviveu me dá
uma raiva tão grande. Desconto tudo ali naquela boceta. Meto com força, sei
que ela gosta. Alba é mais uma vadia na minha vida. A coitada está se
iludindo que ficarei com ela.
Mal sabe que ela não passa de uma válvula de escape. E ela é meus olhos e
ouvidos dentro do escritório.
Eu até ficaria com o pirralho. Mas Ítalo estava sempre por perto. Não não
pude me aproximar.
—Querido. Você não vem pra cama?—Alba me pergunta. Com sua voz
rouca e sensual. Não posso negar o quanto ela é bonita. Mas não a desejo
como desejo Daniela.
Vou para a cama.
E ela já vem mexendo no meu pau.
Ela é insaciável.
Me deito enquanto ela me chupa.
Deixo que ela faça o que sabe fazer de melhor.
Depois ela encaixa o preservativo e senta em mim. Cavalgando, fico
observando seus seios que sobem e descem no ritmo de sua movimentos.
Seus longos cabelos loiros caindo em casacatas por suas costas.
Inverto novamente nossas posições e agora vou comer aquilo que ela tem de
mais gostoso.
—Ahhh! É disso que você gosta não é vadia? Rebola vai.—Ela faz tudo o
que mando. E mais uma vez eu gozo. Caindo exausto na cama.
Pena que ela não é Daniela.
—Escutem! Nada pode dar errado nesse plano. A casa está ok?
Ele bem que podia ter morrido naquele dia que o empurrei na piscina.
Mas o pai dele o salvou.
Então decidi matar os três. Assim a fortuna ficaria toda para mim.
Eles sempre passavam uns dias na casa de campo.
Alba ficou de me avisar quando Pedro fosse viajar para o canteiro de obra do
novo condomínio.
Vai ser bem na curva da serra que meu plano será executado.
—Estejam atentos não quero falhas. Italo não veio. Não teremos outra
chance.
Aponto a arma.
—Saiam do carro!—Grito.
Um dos homens vai direto para o banco de trás onde Pedro esta.
E o arranca de la.
—Cale-se! Isso significa que você está sendo sequestrado. E se for bonzinho
te deixo viver.—Ele é tão arrogante a minha vontade é mata-lo aqui mesmo.
—Amarrem ele, e coloquem o capuz.
Pedro é levado para o carro. E meu homens dão um jeito no carro dele.
O jogando ribanceira abaixo.
—Por que fez isso?—Ela limpa o sangue que escorre no canto de sua boca.
—Temos que ser realistas. Depois vou recompensar voce. —Agora acerto um
tapa em sua bunda.—Vá e faça sua parte do plano.
Entro no veículo e nos dirigimos para o rancho. Bem, bem longe daqui.
São três horas e meia de viagem e ainda não estamos nem na metade. Não sei
lidar com um Pedro revoltado e falando pelos cotovelos. Isso está me
irritando demais.
—O que você está fazendo aqui imbecil?—Lhe acerto mais um tapa no rosto.
—Deveria ter ido a delegacia.
—Se você não cumprir sua parte no plano, ele não tem sentido. Idiota.—
Seguro em sua garganta ate quase sufoca-la.
—Eu... Não...Cons...
—Quer respirar? Quer? Acho que você está precisando de uma foda, pra te
dar coragem. —Solto sua garganta e ela cai no chão puxando o ar para os
pulmões.—Vem aqui! —Ela rasteja ate a mim.—Tire suas roupas.—Alba me
obedece.—Vá ate o sofá e se incline para mim.— me aproximo a abro a
calça. Enfio meu pau de uma vez em sua boceta. Metendo com força. Sou
bruto e sei que ela gosta. Esta toda lambuzada de tanto tesão. Mas hoje ela
não vai gozar.
Capitulo 20
—Olha a princesinha da mamãe! Que linda. Que linda com esses olhos do
papai.—Acaricio Carmen enquanto ela mama.
Pedro está se arrumando para ir mais uma vez até o canteiro de obras do
condomínio na serra.
—Sim! Ela está mamando muito. —Pedro beija sua cabecinha e depois me
beija.
—Por que você não vai de helicóptero? Não gosto de saber que vai de carro
para a serra.
—Eu usei o helicóptero todos os dias amor. E hoje vou de carro porque
emprestei para Ítalo. Ele foi com Sandra até a casa de campo.
—Eu acho que sim. Ele está apaixonado por ela. E desde que o marido dela
faleceu naquele dia do meu acidente. Ele tem sido um apoio para ela. E me
disse que sente o menino como se fosse dele.
—Eu torço muito pelos dois. —Ele pega sua maleta e me da outro beijo.
—Amo vocês! Eu volto à noite.—Ele vai para a porta do quarto me olha mais
uma vez e me joga um beijo.
Fico ali ainda amamentando minha linda e acariciando seus cabelos macios.
Passo o dia cuidando da minha filha. Pedro queria contratar uma enfermeira.
Mas não aceitei.
Quero cuidar dela pessoalmente. Vou me dedicar cem por cento a ela.
Meu curso de fisioterapia ainda está vivo dentro de mim. E vou realizar esse
sonho.
Já passam das onze da noite. Pedro não me ligou. Nenhuma vez. Eu sei que o
sinal é péssimo la. Mas ele sempre dava um jeito de mandar o menos uma
mensagem.
—Estou preocupada. Pedro nunca fica tanto tempo sem falar comigo.
A campainha toca.
—Nossa quem será a uma hora dessas?—Felícia vai atender e eu vou me
servir de uma xícara de chá.—Querida tem um policial na sala.
Vou rapidamente para a sala. E o policial não está com uma cara boa.
—É o meu marido, não é? —Minhas mãos suam frio e meu coração começa a
bater acelerado.
—Infelizmente ele foi sequestrado hoje pela manhã. A secretária dele, Alba
Couto, fez o boletim de ocorrência. Já estamos investigando, mas
infelizmente ainda não temos nenhuma pista.
—Oh meu Deus! O sequestro foi pela manhã e so agora voces vem me
comunicar?—Sinto o chão se desfazer aos meus pés, minha visão turva e
lagrimas rolam por meu rosto.
— A senhorira Alba, disse que demorou para conseguir uma carona estava
muito abalada. Uma equipe está vindo para cá para auxiliar caso os
sequestradores entrem em contato...—Ela fala mas não ouço mais nada pois
na hora me vem a cabeça o tio dele. Eu sei que Gerson está por tras de tudo.
—Eu sei quem está por trás disso. É o tio dele, Gerson. Ele é foragido da
justiça. Pois foi comprovado que ele causou o acidente onde os pais de Pedro
faleceram e também o acidente em que Pedro ficou em coma e o motorista
faleceu.
Ítalo chega.
—Até agora só suspeitos. E o principal é que Gerson esteja por trás de tudo.
—A Alba.
Ele sai. Vou para o quarto com Carmen. Depois de amamenta-la e deito em
minha cama.
—Alo?
—Gerson?
—Sim meu amor! Não ouse falar pra ninguém que liguei. Ou seu querido
Pedro vai sofrer as consequências.
—O que você fez com ele? Onde ele está?—Meu coração bate acelerado no
peito.
—Vai saber logo, logo onde ele está. Mas depende de você a maneira como
vão encontrá-lo. Vivo ou aos pedaços. Porque acredite. A minha vontade é
corta-lo em pedacinhos.
—Você faria qualquer coisa para que ele volte para casa são e salvo nao
faria?
—Boa menina. Mas lembre-se ninguém deve saber. Nem mesmo o Ítalo, ou a
Felícia.
—Se acalme querida. Enviarei um vídeo a você. Eu quero que você transfira
um milhão de dólares para uma conta internacional, eu sei que você pode
fazer esse tipo de transação.
—Não se preocupe, não tem como rastrearem a conta. Apenas faça isso assim
que eu te mandar o número da conta. —Ele desliga.
—Espera! Espe...—Droga! Meu Deus proteja Pedro.
—Pedro amor!—Ele levanta a cabeça e olha para mim. Mas está muito
machucado. Sua boca tem um corte e seu olho esquerdo está completamente
fechado. —Eu vou te tirar daí eu prometo. A chamada acaba.
—Você disse que ele estava bem! —Sinto uma raiva tão grande. Que mataria
Gerson com minhas próprias mãos.
—Não! Eu disse que ele estava vivo. E só depende de você ele continuar
respirando. Então faça o que eu disse. Assim que o dinheiro cair na conta. Eu
volto com mais notícias.—Novamente ele desliga.
Eu fico ali prostrada no chão e agora estou nas mãos de Gerson. Não posso
pôr a vida de Pedro em risco.
Ele estava tão ferido. Eu não consigo tirar a imagem dele amarrado todo
ensanguentado naquela cadeira não me sai da mente.
—Calma meu amor! Shiii. A mamãe vai trazer o papai de volta eu prometo.
Dou meu seio a ela. E depois que ela se alimenta eu troco sua fralda e a faço
dormir.
—Bom dia querida! Nenhuma notícia ainda? —Ela deixa a bandeja sobre a
mesinha.
—Não fique assim. Logo a polícia encontra ele. Venha tome seu café da
manhã, tem que se alimentar pra cuidar do seu anjinho.
—Alô?
—Alô?
—Eu vou!—Não preciso pensar muito. Eu faria qualquer coisa para salvar
meu amor. —Mas antes você deve me deixar ve-lo.
—Não! Quero ve-lo! Toca-lo. Eu faço tudo o que você quiser. Mas quero me
despedir. Pois depois disso não nos veremos mais.
—Tudo bem. Eu vou mandar alguém pegar você. Espere no portão dos
fundos. E não deixe que Ítalo a veja. Daqui duas horas.
—Posso entrar?
—Sim.E então? —Já vou pra cima dele. Orando para que ele tenha boas
notícias e eu não precise me submeter ao que Gerson quer.
—Descobri uma coisa...
—Alba?
—Não! Meu marido foi sequestrado como pode estar tudo bem?
—Ta. Vou deixar você com Carmen. Estou no escritório, quero saber se a
polícia já descobriu alguma coisa sobre o cativeiro.
—Qualquer notícia me avise.— Ele finalmente sai. Eu tenho que pensar bem.
Se Gerson acha que vai ser tudo muito fácil está muito enganado.
Ele mexeu com uma mãe, disposta a tudo para salvar o pai de sua filha.
Está quase dando o horário. Eu tiro leite para deixar para Carmen. Espero que
o que deixei seja suficiente.
Chegou a hora.
Beijo minha filha! E saio com o coração apertado. Pedindo a Deus que não
seja nossa última vez juntas.
—Entre meu amor! Vamos cumprir sua parte no acordo.—E agora não tem
mais volta eu preciso arriscar tudo para salvar Pedro. É minha única
alternativa.
Capitulo 21
Eu preciso dar um jeito de sair daqui.
Esses caras parecem ter apenas dois neurônios funcionando.
Se deram bem porque estou amarrado.
E meu tio deve estar planejando algo contra Daniela. Pois fizeram uma
chamada de vídeo. E vi o desespero em seus olhos ao me ver assim.
—E aí mauricinho? Passou bem a noite? Seu hotel cinco estrelas lhe foi
Agradável? —Ele ri. —Em breve lhe traremos seu café da manhã meu
senhor. —Faz uma reverência.
—Deixa o cara. Logo ele nem vai estar vivo pra contar história.—O outro
diz.
—Meu amor! Eu vou embora com Gerson. —Daniela olha para meu tio que
está falando com um dos homens enquanto o outro fica em um canto
resmungando porque tomou um soco.
Daniela me abraça e não sei em qual momento ela pega uma faca. E a deixa
em minhas mãos.
—Deixe-me vê-lo só mais uma vez. Eu nem me despedi direito. Por favor...
—Daniela pra gente ser feliz. Pedro não pode estar entre nós. —Meu tio abre
a porta. E me vê sentado. Eu finjo que ainda estou amarrado. E ele aponta
uma arma para mim.
—É! Mas mudei de idéia.—Meu tio engatilha a arma. Daniela se joga sobre
ele, eu aproveito para sair dali.
Acerto um chute nele que derruba a arma e a jogo longe com o pé. Não tenho
tempo para mais nada.
—Pedro! Temos que sair daqui.—Os dois homens vem também para ajudar
meu tio. Dou mais um chute nele, pego a mão de Daniela, pulamos a janela e
saímos correndo da casa.—Para onde vamos?
—Para o carro!
Sem saber pra onde estamos indo. Ouvimos eles atrás de nós.
—Não os deixem escapar! Quero Daniela viva! Mas ele, podem matar.—
Meu tio grita.
—Anjo consegue me acompanhar? —Pergunto vendo a sua dificuldade em
correr comigo.
—Não! Mas isso aqui é ouro. Eu sei que meu celular tem um rastreador. Italo
vai nos encontrar.
—Acho que conseguimos ganhar uma distancia, de carro eles não conseguem
entrar na mata.—Enquanto espero ela descansar, pego o telefone e ligo para
Italo.
—Daniela?
—Sou eu!
—Pedro estou rastreando o celular. Se puderem fiquem onde estão.
—Vocês não estão longe da área urbana. Tem casas por aí. Tentem encontrar
um lugar pra se esconder. Não demoro a chegar.
—Ela está bem. Felícia está cuidando dela. Eu percebi que Daniela saiu assim
que a menina começou a chorar. Por sorte ela levou o celular. Agora vão
achar um lugar seguro.—Desligo e vou ver meu anjo.—Você está bem?
—Olha só! Meu leite está vazando. —Ela chora. Preciso ser prático agora.
Sei que ela está nervosa. Então tenho que ser racional.
Encontramos a saída e vejo uma casa. Mas o carro do meu tio está parado lá.
—Vem agora ou atiro nele.—Meu tio aponta a arma pra mim. Daniela
continua agarrada a mim.
—Escute. —Seguro seu rosto e olho em seus olhos.— Eu quero que saiba,
que se eu morrer hoje. Eu fui o homem mais feliz do mundo, por ter amado
você.
—Para, você não vai morrer. Eu te amo. —Ela me beija.
—Blá, blá, blá... Tirem ela de lá.—Os dois homens a seguram e a arrancam
dos meus braços.
—Agora vamos acabar logo com isso! Já demorei demais aqui. —Meu tio
aponta a arma pra mim.
Olho para Daniela, se vou morrer que ela seja a última pessoa que meus olhos
vão ver.
—Eu te amo!—Ouço o barulho de um tiro, mas não sinto nada. Então vejo
Ítalo chegando com mais dois guarda- costas.
—Me solta! Pedro! Pedro! —Corro em direção ao carro. Mas eles conseguem
escapar.
—Lá estão eles! —Perseguimos o carro pela estrada sinuosa. Meu tio segue
no banco de trás com Daniela enquanto o outro bandido dirige.
Ele atira em nós. Ítalo tem que fazer manobras bruscas para desviar dos tiros.
Alguns atingem nosso carro.
Daniela abre a porta e seu corpo está metade para fora do carro. Meu tio a
puxa para dentro.
—Eu também. Tome cuidado. —Temos dificuldades para descer, pois o local
é íngreme e com rochas soltas.
Com muito esforço consigo chegar até meu amor.
—Amor! Acorda por favor.—Toco seu rosto que está cheio de machucados.
—Não mexa nela. —Deito minha cabeça em seu peito. E ouço se coração
bater.
—Ela está viva! —Sinto um alívio muito grande ao constatar que seu coração
ainda bate.
—Tio, por que não desiste disso tudo? Veja quantas coisas ruins
aconteceram.
Me jogo sobre ele e começamos a lutar. Acerto muitos socos em seu rosto.
Estou sobre ele e minha raiva é tanta que não consigo parar de bater nele.
—Seu cretino! Você vai para a cadeia! —Minha mão está machucada de
tanto acertar a cara dele. Caio deitado ao seu lado ofegante ele se levanta
cambaleante.
—Eu nunca serei preso. Nunca vou passar um noite na cadeia.—Ele olha
para Ítalo que tem uma arma na cintura e vai pega-la. Mas eu levanto rápido e
o empurro, então meu tio cai no penhasco. Batendo nas rochas antes de
acabar todo quebrado lá em baixo.
No hospital estou ao lado dela até que os médicos não me permitem mais
acompanhá-la.
A angústia toma conta de meu peito. Que está tão apertado, que mal posso
respirar.
—Meu Deus! Eu nunca te pedi nada. Mas dessa vez eu imploro. Traz ela de
volta para mim.
Estou de auta, passo no quarto de UTI onde Daniela está. Não posso entrar.
Visualizo ela apenas pelo vidro. O horário de visitas é mais tarde.
—Obrigado, Felícia. Vou tomar um banho para tirar esse cheiro de hospital.
Depois seguro minha filha nos braços.
E assim faço. Tomo um banho muito rápido. Pois estou morrendo de saudade
de Carmen.
—Meu amor. Que saudade o papai estava sentindo. —Beijo sua testinha. E
ela sorri para mim.—Em breve sua mamãe estará aqui com a gente. Porque
ela te ama tanto. Que não poderia partir e te deixar aqui...
E hoje, mais uma vez eu estou aqui. Ouvindo as batidas de seu coração
através do bipe do aparelho.
—Como assim doutor? Minha mulher está aqui há mais de vinte dias.
—E isso me preocupa. A atividade neural dela, tem diminuído dia após dia e
...
—E... O que o senhor quer dizer?—Meu coração quase para. Tamanha a dor
e o medo que sinto.
— Eu não gosto ser o portador desse tipo de notícia. Mas o senhor deve se
preparar para o pior.
—Não! Não! Isso não. —Ela vai acordar. Eu sei... Eu sei... Meu anjo vai
voltar pra mim...
—Então eu vou pedir por esse milagre até que eu não tenha mais forças. —
Dou um soco na mesa.
—Quero que fique tranquilo. Não faremos nada que o senhor não autorize.
Continuaremos lutando incansavelmente, pela sua recuperação. Só quis expor
o quadro clinico dela.
—O horário de visitas...
—Tudo bem. Senhor Aguirre. Pode ficar com sua esposa. O tempo que
quiser.
—Obrigado doutor.
Volto para o quarto e fico parado na porta. Olhando para Daniela, sem
coragem de me aproximar.
Ela é meu coração. Ela é a razão de eu ter me tornado um homem melhor. Ela
me fez ver que tenho coração pulsante e amoroso.
Ela me deu o que tenho de mais precioso neste mundo, uma família.
E isso não tem preço.
Quando chego em casa e vejo a miniatura dela sorrindo pra mim, meu mundo
tem sentido. Mas ao mesmo tempo, falta ela ali.
Ela foi tão forte para ter a nossa filha. Passou por tantas coisas.
A tristeza de uma separação, aquele assalto e agora se encontra aqui.
E é o meu farol. Sem ela meus olhos não tem direção e encontro perdido.
A noite é muito pior, durante o dia o trabalho e a presença da nossa filha
preenchem meu tempo.
Mas a noite, quando tenho que enfrentar a cama fria. É que a saudade aperta.
Passo algumas noites deitado no sofá, para não encarar o seu lado da cama
onde não tem o seu corpo, pra dormir abraçado.
A solidão aperta e me sufoca.
Ando lentamente até a cama. Me ajoelho ao seu lado. E tudo o que consigo
fazer é chorar.
—Eu não posso te perder, meu anjo. Por favor volta pra mim.
Os dias se passam e me divido entre as tarefas, de ser dono de uma empresa,
pai e cuidar de minha mulher.
Tenho lido para ela os livros da Jane Austen, os mesmos que ela lia para mim
quando eu estive em coma.
Esta noite é especial. Pois faz exatamente um ano que eu abri meus olhos e a
vi pela primeira vez.
Ela me disse que os médicos iriam desligar os aparelhos e ela não queria que
eu morresse. Por que tinha se apaixonado por mim.
Vou até a janela do hospital olho para o céu. Mal consigo ver as estrelas, pois
a cidade está muito iluminada.
—Se existe um Deus nesse céu. Peço que traga de volta minha alegria de
viver. —O que estou fazendo? Balanço a cabeça e saio dali.
Lembro que ela me disse, que se aproximou de mim e falou em meu ouvido
para voltar. Depois me beijou. E eu abri os olhos.
E se eu...
Não!
Isso é bobagem.
Quando abro meus olhos. Na esperança de que eu veja seus olhos escuros
olhando para mim. Nada acontece.—Quanta bobagem.
Achei que ela acordaria, como nas histórias que minha mãe lia para mim.
—Ela está bem. Agora ela acostumou com a fórmula. No início ela estranhou
um pouco mas está bem.
—Eu queria tanto ter amamentado ela.—Ela fala com a voz embargada.—
Quantos dias estou aqui?
O médico entra.
—Que coincidência?
—Hoje faz um ano que você me pediu para voltar e eu acordei do coma.
—É tao extraordinário, que parece que foi escrito. Eu sou tão abençoada. Por
ter você emminha vida.
—Eu é que tenho sorte. Quantos homens podem dizer que foram acordados
de um coma pelo amor da vida deles?
—E eu sou o amor de sua vida?—Ela passa a mão por meu rosto, acariciando
minha barba. Eu sei que ela gosta.
—Você é muito mais que isso. Pra mim você é tudo. Você lembra o que eu
disse na hora que meu tio iria me matar?
Ela me beija. E o nosso beijo tem o gosto salgado de nossas lagrimas. Mas
também a doçura da nossa felicidade.
Porque Daniela é isso para mim. A felicidade, o pote de ouro no final do arco
íris, o tesouro do mapa, a cereja do bolo.
Começamos nossa história com uma mentira que nos deu o amor mais
verdadeiro que um homem poderia desejar.
—Eu te amo tanto. Que até meus pensamentos são voltados para você.
—Vai sim amor. —A sento na cadeira de rodas. É só temporária logo ela vai
andar de novo. São só alguns dias.
—Ahhh! Meu Deus como ela cresceu! —Felicia a entrega para Daniela.—
Meu amor, é a mamãe. Você está tão linda. Ela ficou parecida com você. —
Ela olha para mim. E tenho que concordar com Daniela. Carmen é a minha
cópia. Com seus cabelos castanhos e seus olhos azuis.
—Depende! Pois tem dias que ela teima para não dormir, e Carmen sempre
escolhe aquele dia em que estou muito cansado para fazer isso.
Deixo que ela aproveite para matar a saudade, apesar que para ela não se
passou muito tempo, pois ela mal lembra do acidente.
Eu tentei encontrar a mãe de Daniela, pois ela queria saber como ela estava.
Descobri que ela faleceu ha dois anos. E que Dani tem duas irmãs. Uma
ainda adolescente. Que moram com o pai delas.
Ela ficou muito feliz por saber que tinha duas irmãs. Quanto a mae. Ela disse
que ficou triste por saber que ela faleceu, mas que não doeu tanto. Já que ela
era uma estranha.
—Amor podemos deixar ela dormir aqui essa noite? Eu quero dormir
sentindo esse cheirinho.
—Claro que sim. —Ela senta na beirada da cama. Vou até ela e me ajoelho a
sua frente.—Eu tenho uma coisa pra você.—Pego o anel que está em meu
bolso.—Isso deve voltar para o seu dedo. E eu quero saber. Você ainda quer
se casar comigo meu anjo?
—Eu te amo!—Falo com todo o sentimento que tenho por ela.—Eu também
amo você.
Nos beijamos selando nosso compromisso de amor. E sei que agora tudo está
em seu devido lugar.
Uma das minhas irmãs, Telma de vinte anos está me ajudando com o vestido.
Eu fui até a cidade delas. Para conhece-las. E foi muito emocionante. Elas são
bem diferentes de mim. São loiras de olhos claros. Mas me receberam tão
bem.
E acabamos nos dando tão bem. Que elas me visitam com freqüência. Telma
já é casada e está gravida. Elza ainda tem quinze anos. Mas também é uma
menina muito doce e meiga.
Carmen é apaixonada pelas tias. E elas são tão babonas quando estão com
ela.
Eu não poderia estar mais feliz.
—Vamos dar a volta para a frente da igreja, vai eu te ajudo com o véu e a
cauda do vestido. —Telma me diz.
Parada na frente da capela, com minhas mãos suando frio, meu coração
batendo a mil por hora.
Enfim o meu casamento realmente vai acontecer.
Desta vez meu noivo estará de olhos abertos e saberá que está casando
comigo.
As portas de madeira se abrem, e me vejo em meio a um mar de rosas
brancas.
Quando falei para Pedro que queria rosas brancas, ele me disse que traria
todas as rosas brancas do mundo.
As vezes quando acordo pela manhã, me belisco para ver se não estou
sonhando. Pois acordar ao lado dele todas as manhãs, para mim é isso, um
sonho.
Minha maquiagem já era. Minhas fotos vão ficar horríveis mas com certeza a
minha felicidade vai ser muito maior e estara presente nelas.
—Nunca um ditado popular esteve tão certo. Deus escreve certo por linhas
tortas. Nunca pensei que eu precisasse tanto de um amor, até conhecer você.
Eu estava perdido na escuridão. Quando abri meus olhos novamente para o
mundo e lá estava você, meu anjo de cabelos longos. Com os olhos escuros
mais expressivos que já vi. E dos meus olhos a sua imagem foi direto para o
meu coração. Tivemos que passar por muitas coisas para sermos provados e
aprovados. Agora estamos juntos para sempre. E com essa aliança estou
confirmando que você sempre será minha prioridade. Eu te amo.—Ele coloca
a aliança em meu dedo. E eu? Já estou desmanchando em lágrimas.
—Você que eu conheci enquanto seus olhos estavam fechados. Todos os dias
eu chegava lá e tinha a esperança de ver a cor deles. Então um dia esses olhos
azuis se abriram e foi como mergulhar no mar profundo. Eu nunca amei, ou
vou amar tanto quanto amo você. Pedro, você é o amor da minha vida! —
Encaixo a aliança em seu dedo.
Pedro segura meu rosto entre as mãos e me beija ternamente. E nesse beijo eu
sinto todo o amor que ele tem por mim.
Suas mãos estão trêmulas e frias.
—Eu te amo!—Ele me diz e eu sei que é verdade. Pois ele demonstra todos
os dias com pequenos gestos e também nas nossas tórridas noites de amor.
Eu que um dia fui esposa de mentira, hoje sou o amor de sua vida...
Fim.
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Ele vai se casar coma filha do homem que mais odeia para cumprir a palavra
dada no.funeral de sua mãe.