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Saúde e Segurança na

Agroindústria
Crisleide Maria da Silva Nascimento Acioly

Curso Técnico em
Segurança do Trabalho
Saúde e Segurança na
Agroindústria
Crisleide Maria da Silva Nascimento Acioly

Curso Técnico em
Segurança do Trabalho

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

2.ed. | março 2023


Professor Autor Catalogação e Normalização
Crisleide Maria da Silva Nascimento Acioly Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)

Revisão Coordenação Executiva (Secretaria de Educação


Crisleide Maria da Silva Nascimento Acioly e Esportes de Pernambuco | SEE)
Ana Cristina Cerqueira Dias
Coordenação de Curso Ana Pernambuco de Souza
Alcione Moraes de Melo
Coordenação Geral (ETEPAC)
Coordenação Design Educacional Arnaldo Luiz da Silva Junior
Deisiane Gomes Bazante Gustavo Henrique Tavares
Maria do Rosário Costa Cordouro de Vasconcelos
Design Educacional Paulo Euzébio Bispo
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Secretaria Executiva de
Jailson Miranda
Educação Integral e Profissional
Roberto de Freitas Morais Sobrinho
Escola Técnica Estadual
Diagramação
Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Jailson Miranda
Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução ................................................................................................................................... 5

1.Competência 01 | Conhecer os Procedimentos e Rotinas do Trabalho na Agroindústria à Luz dos


Procedimentos de SST .................................................................................................................. 7

1.1 As responsabilidades ..................................................................................................................................9


1.2 Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural – SESTR ............................................... 12
1.3 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio no Trabalho Rural – CIPATR ...................... 16
1.4 Área de vivência ....................................................................................................................................... 20
2.Competência 02 | Conhecer e Aplicar Programas e as Técnicas e Fundamentos Legais na
Prevenção de Acidentes na Agroindústria ................................................................................... 26

2.1 Riscos químicos na atividade rural - Agrotóxicos ..................................................................................... 28


2.1.1 Principais danos causados pelo uso de agrotóxicos ............................................................................ 31
2.1.2 Medidas de proteção e boas práticas quanto a utilização de agrotóxicos ........................................... 33
2.2 Riscos Ergonômicos na atividade rural .................................................................................................... 38
2.3 Riscos Biológicos na Atividade Rural ........................................................................................................ 39
2.4 Riscos Mecânicos ou de Acidentes na atividade Rural ............................................................................ 41
2.5 Ferramentas manuais, máquinas e implementos agrícolas..................................................................... 44
3.Competência 03 | Compreender as Técnicas de Sinalização Industrial para a Segurança do
Trabalho..................................................................................................................................... 49

3.1 Sinalização por cores ................................................................................................................................ 49


3.2 Rotulagem de Segurança ......................................................................................................................... 54
3.3 Placas de sinalização ................................................................................................................................ 55
Conclusão................................................................................................................................... 58

Referências ................................................................................................................................ 59

Minicurrículo do Professor ......................................................................................................... 62


Introdução
Olá Estudante!
É dado o início a mais uma etapa do nosso curso com a disciplina de Saúde e Segurança
na Agroindústria. Desejamos que você seja muito bem-vindo!
Antes de tudo, é importante termos o conhecimento que a atividade agroindustrial,
muitas vezes confundida com a agricultura apenas, abrange todas as atividades relativas a
transformação de matéria-prima, seja ela proveniente da: pecuária, aquicultura, silvicultura e
agricultura. Já o agronegócio (também chamado de Agribusiness), que muito se ouve falar, é toda
relação com a atividade industrial ou comercial que envolva a produção agrícola. Com essas
definições, temos uma noção do quão vasto é este mundo agroindustrial não é mesmo? Além de
vasto, é um dos segmentos mais importantes para o nosso país.
Para que você tenha o devido conhecimento quanto a importância da atividade que você
irá estudar, é necessário refletir um pouco sobre as afirmativas a seguir:
• De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a
agricultura e o agronegócio no ano de 2020 contribuíram com 24,3 % do Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro.
• Ainda segundo a CNA, o setor agropecuário tem se destacado por sua contribuição
no combate aos efeitos econômicos resultante da pandemia. Isto porque, além de
assegurar o abastecimento no país, o referido segmento apresentou um crescimento
que corresponde a 1,9% do PIB no primeiro trimestre de 2020, quando comparado
ao mesmo período no ano de 2019;
Interessante não é mesmo?
Então, o que você acha de explorar esse setor e adquirir conhecimentos na área de Saúde
e Segurança relativos a ele? Conhecimentos estes, que lhe proporcionará o desenvolvimento de uma
visão crítica, a qual será o diferencial em sua atuação como profissional. Isto porque não podemos
tratar do que não conhecemos não é mesmo? E o conhecimento da atividade desenvolvida será
fundamental para lhe direcionar a ação a ser tomada! Então, vamos adiante!
Nossa disciplina será trabalhada por um período de três semanas, e na primeira delas
você irá conhecer os procedimentos e rotinas do trabalho na agroindústria à luz dos procedimentos
de SST, nos aprofundando nas NR’s específicas, para assim melhor conduzir nossa rotina laboral, a

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fim de proporcionar boas condições de trabalho a todo trabalhador. Já na segunda semana serão
abordados os programas, as técnicas e os fundamentos legais a serem aplicados na prevenção de
acidentes na agroindústria, e como é de nosso conhecimento, é necessário entender o que são os
riscos, para que possamos atuar sobre eles de forma eficiente.
Finalizando com a terceira semana, onde serão compreendidas as Técnicas de Sinalização
Industrial para a Promoção da Segurança no Ambiente Laboral, você aprenderá como uma boa
sinalização dará o devido suporte, tornando o ambiente de trabalho mais seguro.

ATENÇÃO!
Não esqueça que a sua participação no AVA é fundamental. Nossa
equipe de professores estará sempre disponível para esclarecer as possíveis
dúvidas, através dos canais de comunicação (Fóruns, chats e mensagens
diretas). Vamos nessa? Este é o momento de buscar o diferencial para sua
vida profissional!

Bons Estudos!

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1.Competência 01 | Conhecer os Procedimentos e Rotinas do Trabalho na
Agroindústria à Luz dos Procedimentos de SST
Quando pensamos na segurança em atividades agroindustriais, automaticamente somos
direcionados à NR – 31, Norma específica que trata da Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,
Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Agricultura. A referida norma se encontra em vigor desde
março de 2005.
Mas, você já parou para pensar que esta se trata de uma norma bastante recente, quando
comparada ao surgimento da atividade agrícola? E antes da referida norma entrar em vigor, como se
cuidava da segurança e saúde dos trabalhadores deste ramo de atividade?
Medidas preventivas começaram a ser implantadas de forma efetiva na atividade
agroindustrial na década de 70, esse processo se deu a partir do surgimento das Normas
Regulamentadoras Rurais, as chamadas NRRs, dadas a partir da promulgação da Lei nº 5.889, de 08
de junho de 1973, relativas à Segurança e Higiene do Trabalho Rural, nas quais foram estabelecidas
algumas definições importantes, tais como, trabalhador e empregador rural. Além de definições,
foram determinados pontos de grande relevância, dentre eles: a limitação nos horários de realização
das atividades por parte dos trabalhadores e a idade mínima para a realização destas.

As NRR’s, composta por cinco normas, foram aprovadas apenas no final da década de 80,
a partir Portaria n° 3.067 de 12 de abril de 1988, apresentadas da seguinte forma:

• NRR 1 - Disposições Gerais, constam as obrigações dos empregadores e dos


empregados;
• NRR 2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural –
SEPATR;
• NRR 3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural – CIPATR;
• NRR 4 - Apresenta Equipamento de Proteção Individual e coletiva;
• NRR 5 - Trata da utilização de Produtos Químicos.

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No ano de 1999, foram iniciados os debates relativos a necessidade de criação de uma
norma específica para a atividade, a NR-31, porém esse assunto foi posto em evidência no ano de
2001 a partir da ação do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, o qual colocou como meta
prioritária as condições de trabalho do setor rural. Isto porque, no mesmo ano, a organização
Internacional do trabalho – OIT promulgava a Convenção de Segurança e Saúde na Agricultura, o que
fez o setor ganhar maior visibilidade.
No ano de 2005, foi instituída a Norma Regulamentadora de nº 31, que estabelece as
condições a serem observadas no ambiente de trabalho das atividades da agricultura, pecuária,
silvicultura, exploração florestal e aquicultura, com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.

Você poderá ter acesso a NR 31, na íntegra e atualizada, na página oficial do


Governo Federal, disponível em:
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-
regulamentadoras/nr-31-atualizada-2022-modif-item-31-7-4.pdf

Com isso, as NRR’s apresentadas acima foram revogadas, ou seja, tornaram-se sem efeito,
através da portaria nº 191, de 15 de abril de 2008, e foram compiladas dando origem a NR 31, a qual
encontra-se em vigor. Desde sua criação, a referida NR passou por 8 atualizações, sendo a última bem
recente, em dezembro de 2022.
Neste momento, antes de prosseguirmos com o estudo sobre a NR – 31, convido você a
assistir o vídeo a seguir que apresenta um pouco da realidade de uma, dentre inúmeras, atividades
agroindustriais. A atividade mostrada no vídeo, é desenvolvida no estado de São Paulo, mas, foi
escolhida por retratar de uma realidade encontrada também em nosso estado, que ainda realiza, em
algumas situações o corte da cana de açúcar de forma manual. Apesar de o vídeo não ser tão recente,
ainda hoje nos deparamos com situações semelhantes.
Peço que assistam até o final, vale muito a pena a reflexão para nós profissionais da área.

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O vídeo apresentado é intitulado como:
Condições De Trabalho Rural Melhoraram, mas Ainda Há Problemas.
https://www.youtube.com/watch?v=dAA77DO7Cl8&t=4s

Agora que você assistiu o vídeo, com seu olhar de futuro técnico de segurança,
observando os riscos os quais os trabalhadores se expõem ao exercer esta atividade reflita:
Realmente é necessária uma legislação que estabeleça ações a serem tomadas a fim de
garantir a integridade física destes trabalhadores?
Será que ainda há problemas na atividade apresentada, mesmo sabendo que o
empregador cumpre com o que estabelece a legislação vigente?

De que forma nós, como profissionais da área, podemos atuar para que não ocorra
apenas o cumprimento da norma, mas que possamos realmente melhorar as
condições de trabalho de nossos funcionários? O que acha de compartilhar sua
resposta no fórum de dúvidas e discussões desta competência? Estamos
aguardando você para o esclarecimento de possíveis dúvidas!

A partir desta reflexão e debate, sigamos adiante para que possamos entender a
importância deste questionamento. Vamos lá?

1.1 As responsabilidades
A NR-31 tem por finalidade estabelecer os preceitos a serem observados na organização
e no ambiente de trabalho rural, para que assim torne compatível o planejamento e o
desenvolvimento das atividades do setor com a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho rural.
Conforme mencionado anteriormente, as novas atualizações da NR 31, dadas em
dezembro de 2022, traz em seu texto alguns subitens que permaneceram vigentes até 19 de março
de 2023 e os que entraram em vigor na mesma data.

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O subitem 31. 2 da referida norma, denominada Campo de Aplicação, aborda as
condições e competências bem como as responsabilidades de cada parte. Vamos então iniciar com
as responsabilidades atribuídas ao empregador!
Vale salientar que nós como profissionais da área, temos por obrigação juntamente com
o empregador, cumprir e se fazer cumprir o que é estabelecido na norma. A primeira das atribuições
é que o empregador deve garantir adequadas condições de trabalho, higiene e conforto, para todos
os trabalhadores, segundo as particularidades apresentadas por cada atividade e as características
de cada região, contanto que não acarrete riscos à saúde e segurança do trabalhador.

E agora, como saberemos que condições adequadas são estas?


Calma! A própria NR traz as mínimas condições de higiene e conforto que
devemos seguir para garantir a saúde e segurança de nossos trabalhadores!

Como dito anteriormente a norma estabelece o “mínimo” a ser seguido, porém isto não
significa que não podemos contribuir com o nosso “algo a mais”.
Outra atribuição do empregador é a de adotar procedimentos em casos de ocorrência de
acidentes e doenças do trabalho, dentre eles a análise e a investigação dos mesmos.
A realização das avaliações dos riscos a fim de garantir a segurança e saúde dos
trabalhadores e, a partir dos resultados obtidos, acatar as medidas preventivas necessárias a fim de
garantir que todas as atividades, sejam seguras e estejam de acordo com o que a norma estabelece,
também consta em suas obrigações, sendo assim, cumprirá ao mesmo tempo uma outra atribuição
que é a de promover melhorias nos ambientes e nas condições de trabalho.
Agora tudo faz sentido, não é mesmo? Entendeu o porquê da necessidade de conhecer
os riscos os quais os trabalhadores podem estar expostos no ambiente laboral? Essa necessidade de
identificação do risco, atribuição dada ao empregador, não se aplica apenas ao segmento em estudo,
e sim para toda atividade desenvolvida pelo trabalhador independentemente de sua área de atuação.
Outra responsabilidade por parte do empregador que podemos citar é a de informar aos
trabalhadores os resultados de exames médicos realizados e de avaliações ambientais, assim como
os riscos decorrentes do trabalho e as medidas de proteção implantadas.

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O empregador também deve permitir que o representante dos trabalhadores, legalmente
constituído, acompanhe a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e saúde
no trabalho, assim como disponibilizar à Inspeção do Trabalho todas as informações relativas à
segurança e à saúde no trabalho.
Conforme mencionado anteriormente, é direito do trabalhador conhecer os riscos, os
quais eles estão expostos, ao desenvolverem sua atividade laboral!
E como podemos atender a essa exigência? Essa informação pode ser cedida desde uma
documentação apresentada pelo empregador, ou através de treinamentos e até mesmo pela
disposição de mapas de riscos no ambiente de trabalho. O importante é que o trabalhador esteja
ciente destes riscos e de como proceder ao se deparar com eles.
Agora que você conhece as responsabilidades do empregador, vamos conhecer as
obrigações do empregado?
Primeiramente o trabalhador deverá cumprir todas as determinações dadas pela
empresa, colaborando com a mesma na aplicação desta NR, acerca das formas seguras de
desenvolver seu trabalho, em especial, quando houver Ordens de Serviço para esse fim. Isto é, o
trabalhador deverá acatar todas as solicitações feitas pela empresa no âmbito de saúde e segurança.
Outra atribuição é a de aderir as medidas de prevenção que o empregador determinar,
a fim de estar em conformidade com esta NR, dentre estas, submeter-se aos exames médicos
previstos. O trabalhador também deve submeter-se aos exames médicos previstos na NR bem como
colaborar com a empresa na aplicação da Norma.
Uma atribuição, que ao nosso ver está ligada a uma questão básica de educação, mas que
também está estabelecida na NR é referente ao zelo e conservação de áreas de vivencia, bem como
cumprir todas as orientações relativas aos procedimentos seguros, incluindo o desmonte e descarte
das ferramentas, máquinas e equipamentos.

Lembrando que a recusa injustificada por parte do trabalhador em atender


estas solicitações, constitui ato faltoso, podendo ele ser penalizado.

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A NR 31, além de tratar das obrigações, também estabelece os direitos que os
trabalhadores têm, dentre estes podemos destacar: ambientes de trabalho seguros e saudáveis, em
conformidade com o disposto na NR; ser consultados, por meio de seus representantes CIPATR, que
estudaremos adiante, sobre as medidas de prevenção que serão adotadas pelo empregador; lhe cabe
também o direito de escolher sua representação em matéria de segurança e saúde no trabalho, além
de receber instruções em matéria de segurança e saúde, bem como orientação para atuar no
processo de implementação das medidas de prevenção que serão adotadas pelo empregador.

Você sabia que também constitui um direito do trabalhador o poder de


interromper suas atividades quando constatar uma situação de trabalho onde,
a seu ver, envolva um risco grave e iminente para a sua vida e saúde? Esta ação
deve ser informada imediatamente ao seu superior hierárquico

Quando comprovada pelo empregador, a situação de grave e iminente risco, não pode
ser exigida a volta dos trabalhadores à atividade enquanto não sejam tomadas as medidas corretivas.
Ações como estas funcionam com o apoio da equipe que compõe o SESTR. Ops... mas o que é o
SESTR? Você já ouviu falar? Caso não, vamos conhecer adiante, caso sim, vamos nos aprofundar neste
conteúdo. Está pronto? Sigamos...

1.2 Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural – SESTR


SESTR é o Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural, assim como o
SESMT constante na NR 04, porém o SESTR é específico para as atividades rurais de acordo com o
especificado na NR – 31.
Este serviço conta com profissionais legalmente habilitados que são:
• Profissionais de nível superior: Médico do trabalho, Engenheiro de Segurança do
Trabalho e Enfermeiro do trabalho;
• Profissionais de nível médio/ Técnico: Técnico de Segurança do Trabalho, auxiliar ou
Técnico de enfermagem do trabalho.

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O SESTR realiza uma atividade destinada ao desenvolvimento de ações relativas às
práticas de gestão de segurança, saúde e meio ambiente de trabalho, com o intuito de deixar o
ambiente em que o empregado desenvolve suas atividades em conformidade com o que é
estabelecido na referida norma, a fim de promover a segurança, saúde e a preservação da integridade
física do trabalhador rural, e deve ser constituído atendendo um dos modelos a seguir:
• Individual - constituído em casos onde o estabelecimento se enquadra no Quadro 1
da NR 31, isto é, para o estabelecimento que possuir 51 (cinquenta e um) ou mais
trabalhadores contratados por prazo indeterminado.
• Coletivo - Indicado quando um segmento empresarial ou econômico tornar coletiva
a contratação dos profissionais especializados.
O dimensionamento no SESTR, ou seja, a quantidade de profissionais necessária para
compor este grupo não é realizada de forma aleatória, ou mesmo por determinação do empregador.
Vale ressaltar que este se dá a partir do que é estabelecido na própria NR-31, a qual dispõe dos
quadros de dimensionamento que devem ser seguidos conforme apresentado abaixo:

Figura 1: Quadro I da NR-31 – utilizado no dimensionamento de SESTR individual e coletivo.


Fonte: NR-31 – Secretaria de Inspeção do Trabalho/ ENIT - Disponível em:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-31.pdf
Descrição da imagem: A figura é composta por um quadro onde: na primeira coluna consta intervalos numéricos do
quantitativo de trabalhadores e nas demais colunas o número de profissionais necessários para cada intervalo numérico

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O que você acha de colocar em prática esse aprendizado relativo ao
dimensionamento do SESTR? Para isso responda o exemplo apresentado a
seguir.

Figura 2: Processo produtivo em indústria de abate de frango.


Fonte: Revista Globo Rural - Disponível em:
https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/Aves/noticia/2018/02/abate-de-frango-no-parana-atinge-1573-
milhoes-de-cabecas-em-janeiro.html
Descrição da imagem: Na figura está sendo mostrado o processo produtivo em uma indústria de abate de frangos, onde
há um grupo de trabalhadores, devidamente protegido, trabalhando em uma bancada de corte.

Em uma indústria de abate de frangos, o quadro de efetivos é composto por 94


funcionários na produção e 12 no setor administrativo, todos com vínculo empregatício. Diante
dessas informações dimensione o SESTR desta empresa de acordo com o estabelecido na NR – 31.

O que acha de compartilhar sua resposta no fórum de dúvidas e discussões


desta competência? Estamos aguardando você para o esclarecimento de
possíveis dúvidas!

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Agora que você já sabe o que significa SESTR, como é feito seu dimensionamento, quem
são os profissionais que o compõe e quais os tipos existentes, vamos conhecer o porquê da sua
importância a partir de suas atribuições?
São elas:
• Elaborar plano de trabalho e monitorar metas, indicadores e resultados de segurança
e saúde no trabalho;
• Ser responsável técnico pela orientação dos empregadores e trabalhadores quanto
ao cumprimento do disposto na norma, assim como realizar atividades de orientação,
informação e conscientização dos trabalhadores para a prevenção de acidentes e
doenças relacionadas ao trabalho;
• Manter permanente interação com a CIPATR e propor imediatamente a interrupção
das atividades e a adoção de medidas corretivas e/ou de controle quando
constatadas condições ou situações de trabalho que estejam associadas a grave e
iminente risco para a segurança ou saúde dos trabalhadores;
• Conduzir as investigações e análises dos acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho e estabelecer no PGRTR as medidas de prevenção em segurança e saúde no
trabalho.

E falando em PGRTR, você sabe do que se trata? Então não perca a nossa
primeira
videoaula que trata desta temática cheia de particularidades e de grande
relevância.
Vale a pena conferir!

Agora que você assistiu a vídeo aula, se tratando de SESTR.... É muito trabalho não é
mesmo? Você percebeu o quanto é importante desenvolver essas atribuições no ambiente laboral?
Ainda vou mais além... você já parou para pensar que essas atribuições de extrema importância
também serão de sua responsabilidade como profissional da área que irá compor o SESTR?
Diante disso, vale ressaltar que os empregadores rurais ou equiparados, são responsáveis
por proporcionar os meios e recursos necessários para que objetivos e atribuições dos SESTR sejam

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cumpridos, ou seja, a norma estabelece que o empregador dê o suporte necessário para a atuação
do SERTR. Juntamente com o SESTR, vale ressaltar o apoio de uma equipe bastante atuante nas
questões voltadas a saúde e segurança, se trata da CIPATR, o que acha de conhecermos sobre seu
principal objetivo e atribuições de seus membros? Vamos lá?

1.3 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio no Trabalho Rural –


CIPATR

A CIPATR, assim como a CIPA constante na NR 5, trata da formação de uma comissão


interna de prevenção de acidentes com funcionamento obrigatório em empresas que contam com
20 ou mais trabalhadores contratados por prazo indeterminado. E tem como objetivo a promoção da
saúde e prevenção de acidentes e doenças relacionados ao trabalho, de modo a compatibilizar,
permanentemente, o trabalho com a preservação da vida do trabalhador.
Em estabelecimentos que possuem até 19 trabalhadores (seja em períodos de safra ou
de elevada concentração de empregados contratados por prazo determinado), cabe ao empregador
garantir a assistência ao trabalhador, no que se refere à segurança e saúde no ambiente laboral, seja
pelo empregador ou profissional por ele contratado.

Você sabia que até o dia 19 de março de 2023 a sigla CIPATR significava:
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural? Pois bem,
agora a CIPATR significa: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de
Assédio do Trabalho Rural.
Notoriamente houve uma abrangência na preocupação com o bem-estar não
apenas físico, mas também mental/ psicológico do trabalhador! Vitória para
a Segurança!

A NR-31 estabelece que CIPATR deverá ter em sua composição representantes indicados
pelo empregador e representantes eleitos pelos empregados, devendo estes estarem divididos de
forma paritária, ou seja, em igual quantidade para ambas as partes.

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Na própria NR-31 encontramos um quadro que será a base para o dimensionamento do
quantitativo de membros, a partir do número de trabalhadores que atuam na empresa, conforme
apresentado na imagem a seguir.

Figura 3: Quadro de dimensionamento dos membros da CIPATR.


Fonte: NR-31 – Secretaria de Inspeção do Trabalho/ ENIT ENIT - disponível em:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-31.pdf
Descrição da imagem: A figura é composta por um quadro, onde está relacionado o número de representantes do
trabalhador e do empregador para o número de funcionários que atuam na empresa

O quadro apresentado acima estabelece o número de membros que irão compor a


CIPATR a partir do total de trabalhadores atuantes na empresa. Vale ressaltar que os membros que
representam os trabalhadores são eleitos a partir de um processo eleitoral organizado pela própria
empresa onde os trabalhadores participam com seu voto secreto.
Aqueles candidatos participantes, porém, não eleitos, deverão ser relacionados na ata de
eleição, em ordem decrescente de votos, o que possibilitará sua posse como membros da CIPATR em
casos de surgimento de uma nova vaga, seja por motivo de desistência, substituição de algum
membro ou situação em que exija a convocação de mais um trabalhador.
Outra informação importante é relativa ao mandato dos membros eleitos da CIPATR, a
qual terá duração de 2 (dois) anos, permitida uma reeleição, lembrando que, o coordenador da
CIPATR será escolhido pela representação do empregador, no primeiro ano do mandato, e pela
representação dos trabalhadores, no segundo ano do mandato, dentre seus membros.
Finalizando o processo eleitoral e estando organizada a CIPATR, toda documentação
relacionada à votação, assim como as atas de eleição e posse, e o calendário das reuniões, devem
estar sempre disponíveis no estabelecimento à disposição de uma possível fiscalização do trabalho.
Vale ressaltar que o empregador não poderá reduzir o número de representantes, como
também não poderá inativar a CIPATR antes do término do mandato de seus membros, mesmo que
haja a redução do número de empregados.

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Fique atento!
Você viu que a CIPATR não poderá ser desativada pelo empregador, porém
para esta regra há uma exceção, e esta ocorre quando as atividades da
empresa se dão por encerradas! Apenas neste caso, o empregador estará
acobertado para tornar inativa uma CIPATR.

Agora que você sabe o que significa a CIPATR e como esta é formada, vamos prosseguir
nossos estudos conhecendo algumas atribuições desse grupo:
Uma delas é de acompanhar a implementação das medidas de prevenção, assim como a
avaliação das prioridades de ação no ambiente laboral. Outra atribuição é de identificar as possíveis
situações de riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores, no estabelecimento rural, quando
isto ocorrer o empregador deverá ser informado para que este tome as devidas providências.
Cabe também aos membros da CIPATR a elaboraração de plano de trabalho que
possibilite a ação preventiva em segurança e saúde no trabalho, bem como, colaborar no
desenvolvimento e implementação do PGRTR.
Lembrando que também é atribuição da CIPATR participar da análise das causas dos
acidentes e doenças relacionadas ao trabalho e propor medidas de solução para os problemas
identificados e promover, anualmente, em conjunto com o SESTR a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho Rural - SIPATR.
A CIPATR também deverá propor ao empregador a realização de cursos e treinamentos
que para os trabalhadores, bem como elaborar o calendário de suas reuniões ordinárias.
É também de responsabilidade da CIPATR incluir em seus treinamentos temas referentes
à prevenção e ao combate ao assédio sexual e a outras formas de violência no trabalho nas suas
atividades e práticas.
Agora que você conhece as atribuições desta importantíssima comissão, vale salientar
que o empregador também tem participação ativa no funcionamento da CIPATR. Vejamos a seguir
de que forma estas ações tornam-se efetivas:
a) Através da convocação de reuniões ordinárias e extraordinárias da CIPATR;
b) Ao conceder os meios necessários, garantindo que os componentes da CIPATR
possam desempenhar suas atribuições;

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c) Avaliando as recomendações e tomando as medidas necessárias, sempre
informando a CIPATR;
d) Permitindo a colaboração dos trabalhadores na gestão da CIPATR.

Este é o momento de dar uma paradinha na leitura, porém sem deixar de


adquirir conhecimentos, e por falar em conhecimentos...
Você sabe como funciona o processo eleitoral para compor uma CIPATR? Apesar
de simples, traz bastante detalhes que devem ser levados em consideração!
Confira estes detalhes, apresentados de forma bem objetiva, em nosso podcast.
Te aguardo lá!

Agora que você descansou a vista, ouvindo o podcast, vamos retornar a nossa leitura e
entender um pouco sobre as reuniões que devem ser realizadas pela CIPATR... vamos lá!
Quanto aos encontros que irão ocorrer conforme calendário preestabelecido por parte
dos membros da CIPATR, as chamadas reuniões ordinárias, ocorrerá bimestralmente, em local
apropriado e em horário normal de expediente.
Já as reuniões convocadas em caráter emergencial, as chamadas reuniões
extraordinárias, irão ocorrer em caso de acidentes com consequências de maior gravidade, sendo
necessária a presença do responsável pelo setor em que ocorreu o acidente, no máximo até cinco
dias úteis após a ocorrência.
Outra informação importante está relacionada à contratação de empreiteiras ou
empresas terceirizadas. A CIPATR da empresa contratante deve, juntamente com a contratada,
definir ações de integração, garantindo a participação de todos os trabalhadores em relação às
decisões tomadas pela referida comissão.
Em relação ao quesito TREINAMENTO em segurança e saúde no trabalho para os
membros que irão compor a CIPATR, estes podem ser realizados de forma semipresencial, de acordo
com o conteúdo mínimo que é estabelecido na própria NR -31, conforme apresentado a seguir:
• Noções sobre a organização, o funcionamento, a importância e a atuação da CIPATR;
• Estudo das condições de trabalho, levando em consideração a análise dos riscos
originados do processo produtivo e as medidas de controle a serem adotadas;

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• Estudo dos acidentes ou doenças do trabalho, e métodos de investigação e análise a
serem desenvolvidos;
• Noções de primeiros socorros e sobre prevenção e combate a incêndios;
• Conhecer os princípios gerais de higiene no trabalho; proteção de máquinas
equipamentos e noções de ergonomia.
E no novíssimo conteúdo que vale a pena destacar por ter entrado em vigor em 20 de
março de 2023:
• Prevenção e combate ao assédio sexual e a outras formas de violência no trabalho.

Este treinamento terá carga horária mínima de 20 (vinte) horas, sendo permitido no
máximo 8 (oito) horas diárias, por ser o limite legal de jornada de trabalho, nele deve ser abordado
os principais riscos a que estão expostos os trabalhadores em cada atividade especifica desenvolvida.
Agora que você conhece como funciona uma CIPATR em sua constituição, processo
eleitoral e atribuições, é possível perceber que esta apresenta muita semelhança com a CIPA tratada
na NR – 05 concorda? Então, você como futuro Técnico tem total capacidade de participar do
processo de constituição da CIPATR caso atue na atividade tratada! Vamos agora conhecer um pouco
sobre a importância da área de vivência para os trabalhadores! Concentra aí na leitura!

1.4 Área de vivência

Uma área de vivência é o local destinado aos trabalhadores em momentos de almoço,


intervalos de trabalho e pausas para descanso, a qual deverá ser composta de instalações que
garantam segurança e conforto para os trabalhadores, garantindo seu bem-estar.
A própria NR-31 estabelece como atribuição do empregador oferecer Condições
Sanitárias e de Conforto no Trabalho Rural, e dentre estas condições está a disponibilização da área
de vivência, que deve ser composta por: instalações sanitárias, locais para refeição, alojamentos, local
adequado para preparo de alimentos, lavanderias e em alguns casos moradia.
As áreas de vivência devem atender a alguns requisitos, tais como: Condições adequadas
de conservação, asseio e higiene; Paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente; Piso

20
cimentado, de madeira ou de material equivalente; Cobertura que proteja o trabalhador contra as
intempéries (sol e chuva); Iluminação e ventilação adequadas.
Infelizmente, apesar de ser uma prática obrigatória, muitas empresas ainda não seguem
essas determinações, deixando o trabalhador sem as mínimas condições que permitam a realização
de seu trabalho com dignidade. Lembra do vídeo que assistimos lá no início da competência? Retrata
exatamente condições inadequadas oferecidas aos trabalhadores.
No ambiente rural isso é bastante comum! Acompanhe a seguir, um caso recente (2018)
ocorrido no interior do RN, que trata de uma operação de fiscalização, na qual foram resgatados 25
trabalhadores que desenvolviam suas atividades em situação precária, deixando-os vulneráveis a
acidentes.

Operação do Ministério do Trabalho resgata 25 pessoas de trabalho escravo


no interior do RN
https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2018/11/15/operacao-
do-ministerio-do-trabalho-resgata-25-pessoas-de-trabalho-escravo-no-
interior-do-rn.ghtml

A partir do que foi apresentado na reportagem acima, qual a conclusão que você, como
profissional da área de segurança do trabalho, tira em relação a importância da área de vivência para
que o trabalhador desempenhe melhor suas atividades? Área de vivência é algo básico que o
empregador deve oferecer? Que ações você, como Técnico em segurança, tomaria diante a situação
apresentada? Boa reflexão!
A partir de agora vamos adiante!
Você conhecerá o que a NR-31 estabelece para a garantia destas condições mínimas de
conforto que nós, profissionais de segurança, juntamente com o empregador devemos proporcionar
a nossos trabalhadores.
• Instalações sanitárias fixas:
As instalações sanitárias devem dispor dos seguintes itens e seus respectivos
dimensionamentos: Lavatório, vaso sanitário e mictório (na proporção de uma unidade para cada
grupo de vinte trabalhadores ou fração); e chuveiro (na proporção de uma unidade para cada grupo
de dez trabalhadores ou fração).

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Além disso, estas instalações devem conter: Portas de acesso que garantam a privacidade
do trabalhador que está utilizando; ser separadas por sexo; ter instalações em locais de fácil e seguro
acesso para o trabalhador; ter sempre disponível água limpa para higienização das mãos e corpo além
de papel higiênico; estar ligadas à sistema de esgotamento sanitário, fossa séptica ou equivalente; e
possuir recipiente para coleta de lixo (ideal que seja com tampa).
Outra exigência para as instalações sanitárias é referente a água destinada para banho,
que deve ser disponibilizada de acordo com os usos e costumes da região ou na forma estabelecida
em convenção ou acordo coletivo. Um exemplo disso seria a disponibilização de água quente em
regiões frias, que não é nosso caso!
E como funciona estas instalações para uma frente de trabalho?

O termo Frentes de trabalho significa: uma área de trabalho móvel e


temporária muito comum em atividades rurais, onde um grupo de
trabalhadores se desloca, por exemplo, para atuação em lavouras situadas a
grandes distancias de estruturas fixas.

As instalações sanitárias nas frentes de trabalho, devem ser disponibilizadas de modo fixo
ou móvel, devendo esta última ser composta por vasos sanitários e lavatórios, na proporção de um
conjunto para cada grupo de quarenta trabalhadores ou fração.

22
Figura 4: Representação de uma frente de trabalho
Fonte: Canal Rural - Disponível em: https://canalrural.uol.com.br/noticias/quem-podera-integrar-cadastro-agricultura-
familiar-68099/
Descrição da imagem: A imagem apresenta um grupo de trabalhadores atuando na lavoura, onde não se visualiza
estrutura fixa apenas vegetação.

• Locais para refeição:


Os locais destinados as refeições do trabalhador rural devem garantir boas condições de
higiene e conforto; devendo possuir quantitativo de assentos que possibilitem que todos realizem
suas refeições sentados; água limpa para higienização de mãos e utensílios; mesas com tampos lisos
e laváveis; água potável, em condições higiênicas e depósitos de lixo, com tampas.
Independentemente do número de trabalhadores o empregador deverá disponibilizar de
local ou recipiente para a guarda e conservação de refeições, em condições de higiene e em caso de
frentes de trabalho cabe ao empregador disponibilizar abrigos, sejam eles fixos ou moveis, que
protejam os trabalhadores contra as intempéries, durante suas refeições.

Figura 5: Exemplo de adaptação para proteção do trabalhador contra intempéries.


Figura: Rosana Bunho - Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-19122011-
091838/pt-br.php
Descrição da imagem: A imagem apresenta o momento de refeição de um grupo de trabalhadores, onde foi adaptado
um refeitório na lateral de um ônibus que utiliza uma estrutura móvel de coberta, estilo um toldo, com intuito de
proteção contra intempéries.

23
• Alojamentos:
Em casos onde o trabalhador permaneça no local de trabalho entre jornadas, o
empregador deverá dispor de alojamento para que estes trabalhadores sejam atendidos, devendo
estes locais dispor de: camas com colchão, podendo ser utilizado camas tipo beliches. As camas
poderão ser substituídas por conforme costume local, uso de redes por exemplo, desde que seja
obedecido o espaçamento mínimo de um metro entre as mesmas; o empregador deverá
disponibilizar armários para guarda de objetos pessoais do trabalhador de forma individual. O
alojamento deve ter portas e janelas que ofereçam boas condições de vedação e segurança; ter
recipientes para coleta de lixo; e além disso, ser separados por sexo.
No interior dos alojamentos, é terminantemente proibido o uso de fogões, fogareiros ou
similares, visto que a própria NR-31 estabelece a obrigatoriedade de locais destinado a preparo das
refeições, o que será visto no item a seguir.

Atenção!
Não é permitida a permanência de pessoas com doenças infectocontagiosas
no interior do alojamento.

• Locais para o preparo de refeição:


Os locais destinados para preparo de refeições não podem ter ligação direta com os
alojamentos, conforme dito anteriormente. Devem dispor de lavatórios, sistema de coleta de lixo e
instalações sanitárias de uso exclusivo para os profissionais responsáveis por manipular os alimentos.

Até então só abordamos a NR 31, norma esta que está diretamente ligada à nossa
temática, sendo considerada uma norma específica a atividade, mas, não podemos deixar de citar a
NR 36, que trata da Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de
carnes e derivados, setor que também se enquadra na agroindústria. A referida norma tem por
principal objetivo estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos
riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e

24
derivados destinados ao consumo humano. Foi publicada no ano de 2013 e passou por 5 atualizações,
sendo a última delas bem recente, em dezembro de 2022.
A NR 36 trata de pontos a serem observados no desenvolvimento das atividades, tais
como: mobiliário, postos de trabalhos, manuseio de produtos, levantamento e transporte de
produtos e de cargas. Um ponto de grande relevância que a norma também se detém, refere-se ao
manuseio (recepção e descarga) de animais, bem como a utilização de máquinas, equipamentos e
ferramentas.

Você poderá ter acesso a NR 36, na íntegra e atualizada, na página oficial do


Governo Federal, disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-
previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-
regulamentadoras/nr-36-atualizada-2022.pdf

Agora que você conhece os Procedimentos e Rotinas do Trabalho na Agroindústria,


iniciaremos nossa segunda competência que tem por objetivo apresentar programas, técnicas e
fundamentos legais na prevenção de acidentes na agroindústria.
Vamos lá?

25
2.Competência 02 | Conhecer e Aplicar Programas e as Técnicas e
Fundamentos Legais na Prevenção de Acidentes na Agroindústria
Iniciaremos a partir de agora mais uma competência de grande relevância para sua
formação! É nela que você identificará os riscos os quais os trabalhadores rurais estão expostos.
Para isso, é necessário conhecer a área de atuação profissional para uma melhor
identificação de possíveis riscos e consequentemente atuar de forma efetiva na causa raiz que levam
a acidentes e doenças ocupacionais.
Isto se aplica para qualquer atividade, por isso nunca esqueça! Para adoção de medidas
preventivas mais eficazes é necessário conhecer o ambiente de trabalho, bem como as atividades
que nele são desenvolvidas. Vamos lá então?
Inicialmente gostaria de apresentar para você de forma breve, visto que este tema é
desenvolvido com maior aprofundamento em outra disciplina, sobre os riscos ocupacionais tratados
nas NR- 01 e NR -09, que tratam respectivamente de: Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos
Ocupacionais e Avaliação e Controle Das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e
Biológicos.
Será que o trabalhador Rural está exposto a algum destes agentes? Ou a todos eles? Pois
bem, a resposta vai de acordo com a atividade exercida, mas acredite: Em grande maioria, na
atividade rural, o trabalhador acaba se expondo a todos estes agentes de forma concomitante, ou
seja, todos ao mesmo tempo.
O risco Físico que o trabalhador rural geralmente está vulnerável se dá principalmente a
partir da exposição excessiva à radiação solar intensa por períodos longos. Pode ser citado como
exemplo o trabalho de um cortador de cana.
Ainda se enquadram neste tipo de agente, a exposição a ruídos elevados, presente em
atividades com uso de máquinas e equipamentos como motosserras e tratores, por exemplo, o que
pode também expor o trabalhador à vibração, ao manusear ou operar alguns destes equipamentos.
Já exposição ao agente químico, tem como principal vilão o manuseio de defensivos
agrícolas, que são os fertilizantes, agrotóxicos, produtos veterinários e venenos utilizados no controle
de pragas e parasitas.

26
Tratando-se dos agentes biológicos, podemos citar os ataques de animais peçonhentos
(por conta de toxinas) e os contatos com agentes nocivos, infecciosos e parasitários que transmitem
doenças, tanto de origem animal quanto vegetal.
Os riscos mecânicos ou de acidentes são bastante comuns a partir do manuseio de
ferramentas e máquinas agrícolas, acidentes por contato com animais (coices, mordidas e cabeçada),
animais peçonhentos (por conta da lesão), transporte de funcionários juntamente com ferramentas,
entre outros.
E, por fim, as condições ergonômicas como as intensas rotinas de trabalho, atividade
repetitiva sem pausa para descanso, como por exemplo a atividade de colheita, as quais podem
resultar nas famosas LER/ DORT - Lesões por Esforços Repetitivos/Doenças Osteomusculares
Relacionadas com o Trabalho.
Agora que você já tem uma noção com relação aos riscos que o trabalhador rural pode se expor, seria
interessante assistir ao vídeo disponibilizado a seguir. Faça uma reflexão sobre o que está sendo apresentado
em relação ao uso do agrotóxico, tema que será abordado inicialmente.

Prevenção de acidentes na área Rural.


https://www.youtube.com/watch?v=cqiHWCQKfhU

Ao assistir ao vídeo qual foi a sua percepção quanto ao nível de conhecimento do


trabalhador que utiliza o agrotóxico? Será que ele tem a ciência quanto ao dano que este produto
pode causar a sua saúde? Esta reflexão recai mais uma vez no que foi abordado anteriormente: “ É
atribuição do empregador informar ao trabalhador sobre os riscos os quais poderá estar exposto ao
desenvolver suas atividades”, lembra?
Cabe também a você estudante, futuro profissional de segurança, garantir que o
trabalhador esteja ciente quanto a estes riscos, e como deve atender as medidas preventivas
propostas pela empresa a fim de garantir sua integridade física.

27
2.1 Riscos químicos na atividade rural - Agrotóxicos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento define agrotóxico como produtos


e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, que tem utilização em setores de produção,
de armazenamento e de beneficiamento de produtos agrícolas, pastagens, proteção de florestas,
nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais.
No seu ponto de vista, a utilização de agrotóxicos no Brasil é muito elevada? Se você
acredita que sim, isso nos leva a concluir que essa utilização em grande escala, eleva juntamente o
número de trabalhadores expostos?
Este pode ser considerado um fator preocupante visto que a técnica de uso, aplicação e
descarte ainda estão longe de atingirem patamares de excelência em algumas propriedades rurais.
Para que você tenha propriedade relativa a estes questionamentos é necessário obter
conhecimento acerca do tema concorda? Então siga adiante!

Número de agrotóxicos registrados em 2020 é o mais alto da série histórica;


maioria é genérico, diz governo:
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2021/01/14/numero-
de-agrotoxicos-registrados-em-2020-e-o-mais-alto-da-serie-historica-maioria-
e-produto-generico.ghtml

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), atualmente o Brasil é


o quarto maior exportador mundial de produtos agropecuários, perdendo no ranking apenas para a
União Europeia, EUA e China.
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(CEPEA/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2020, o
total de bens e serviços gerados no agronegócio chegou a R$ 1,98 trilhão ou 27% do PIB – Produto
Interno Bruto brasileiro. Sendo o ramo agrícola o responsável pela maior parcela entre os segmentos,
correspondente a 70% desse valor (R$ 1,38 trilhão), já o setor da pecuária corresponde a 30%, o que
equivale a R$ 602,3 bilhões.

28
Afinal, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo?
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-
Ambiente/noticia/2019/06/afinal-o-brasil-e-o-maior-consumidor-de-
agrotoxico-do-mundo.html

Você sabia que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, disponibiliza


informações técnicas atualizadas acerca dos agrotóxicos? Uma outra fonte de pesquisa bastante rica,
que vale muito a pena o aprofundamento, encontra-se na página eletrônica da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária – ANVISA. Vale a pena a consulta!

Os agrotóxicos têm sua utilização nas atividades agrícola, com o objetivo principal de
extinguir as pragas que infestam as plantações. O uso destes compostos, quando em excesso ou de
forma inadequada, podem trazer sérios danos à saúde humana e ao meio ambiente. De acordo com
o Ministério da Saúde, no Brasil os agrotóxicos se enquadram como um dos principais responsáveis
por causar intoxicação.
De acordo com o Ministério da Agricultura, no ano de 2021, foram liberados no Brasil 562
tipos de agrotóxicos, e muitos desses apresentam em sua composição substancias que já são
proibidas em outros países, consideradas altamente tóxicas, por causarem alterações no sistema
nervoso central, e até mesmo gerar mutações genéticas severas. Para termos acesso a esses dados
contamos com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas – SINITOX, que é um órgão
vinculado à Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ e tem por atribuição coletar, analisar e divulgar os
casos de intoxicação e envenenamento registrados pela Rede Nacional de Centros de Informação e
Assistência Toxicológica – RENACIAT.
Uma forma de classificação do agrotóxico é dada a partir do uso que o mesmo é
destinado, podendo ser: agrotóxicos de uso agrícola e os não agrícolas, nos quais se enquadram os
agrotóxicos de uso doméstico, produtos veterinários e raticidas.

29
Você sabia que no ano de 2019 a ANVISA mudou as regras para a
classificação de risco dos agrotóxicos?
https://summitagro.estadao.com.br/canal-agro/agrocenarios/entenda-o-
novo-marco-regulatorio-dos-agrotoxico/

Conforme apresentado na reportagem a ANVISA deferiu no mês de julho de 2019 um


novo marco regulatório relativo à avaliação e classificação toxicológica de agrotóxicos. Esta mudança
trouxe alterações nas informações contidas nas embalagens desses produtos e aos fabricantes destes
foi dado o prazo de um ano para que se adequassem as novas determinações.
A identificação nas embalagens traz especificações a partir de cores e frases tais como:
“mata se for ingerido”, “tóxico se em contato com a pele” e “provoca queimaduras graves”. Ainda
conta com um informativo mais compreensivo com advertência, pictogramas, e frases de perigo.
Além disso, o novo marco remove a exigência de teste em animais para a regulação dos produtos.
Os novos rótulos dos produtos apresentam 6 tipos de classificações, em substituição das
4 utilizadas anteriormente, e essas novas classificações passaram a ser feitas da seguinte maneira:
extremamente tóxico, altamente tóxico, moderadamente tóxico, pouco tóxico, improvável de causar
dano agudo e não classificado (por não ter toxicidade).
Com esta mudança O Brasil passou a adotar o padrão internacional Sistema de
Classificação Globalmente Unificado (Globally Harmozed System of Classification and Labelling of
Chemicals — GHS). De acordo com a ANVISA, este método é mais determinante que o usado
anteriormente, por tratar da mesma maneira o risco de morte e o de irritação.

Vamos reforçar o entendimento sobre esta classificação, para que não haja nenhuma
dúvida? Acesse o link a seguir:
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/07/24/entenda-o-que-
muda-na-classificacao-dos-agrotoxicos-pela-anvisa.ghtml

30
Vamos reforçar o entendimento sobre esta classificação, para que não haja
nenhuma dúvida? Acesse o link a seguir:
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/07/24/entenda-
o-que-muda-na-classificacao-dos-agrotoxicos-pela-anvisa.ghtml

Agora que você já sabe o que são os agrotóxicos e qual a sua representatividade no nosso
país, vamos aos danos que estes podem causar aos trabalhadores caso não tenham a devida
orientação ao realizarem suas atividades.

2.1.1 Principais danos causados pelo uso de agrotóxicos

Independentemente de qual substância está presente em sua composição, o fato é que


todo agrotóxico é prejudicial à saúde e ao meio ambiente.
Quanto as questões ambientais, que também é de grande relevância e não podemos ser
omissos diante destas, os danos causados geralmente é advindo do manejo, utilização e descarte sem
o devido cuidado. A Contaminação do ar e do solo (no processo de aplicação de agrotóxico), e dos
mananciais (por ação da chuva ou do próprio sistema de irrigação onde o material aplicado é
carreado, atingindo os corpos d’água, o que causa a contaminação de forma efetiva) são os principais
danos.
Além dos danos ambientais, os agrotóxicos atingem a saúde humana, foco de nosso
estudo, muitas vezes de forma severa e irreversível.
O vídeo a seguir apresenta uma problemática enfrentada no brasil referente a intoxicação
a partir do agrotóxico, atingindo não apenas os trabalhadores que o manuseia. Os casos de
intoxicações vão além, pois atingem a população do entorno.

31
Brasil registra 40 mil casos de intoxicação por agrotóxicos em uma década.
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/globo-
rural/noticia/2019/03/31/brasil-tem-40-mil-casos-de-intoxicacao-por-
agrotoxicos-em-uma-decada.ghtml

Conforme pesquisa realizada pela FIOCRUZ e pelo Ministério da Saúde, foi constatado o
aumento do número de mortes e intoxicações referentes ao uso de defensivos agrícolas no Brasil.
No ano de 2017 o número de registros foi de 4.003 casos de intoxicação por contato com
agrotóxicos no país, dentre estes, foi totalizado o número de 164 mortes e 157 casos de profissionais
incapacitados para o trabalho, além disso, vale salientar sobre os casos de intoxicações que
desencadeiam doenças denominadas crônicas, como por exemplo, o câncer e a impotência sexual.
Mas você sabe de que forma essas intoxicações acontecem?

Convido você caro estudante a assistir nossa videoaula que abordará sobre:
Vias de intoxicação por agrotóxicos e danos que estes podem causar a saúde
humana. Vale a pena conferir!

As intoxicações geralmente ocorrem pela exposição de uma ou mais substâncias


consideradas tóxicas, podendo se enquadrar em:
• Intoxicação Intencional: Nos casos de tentativa de suicídio, de homicídio, e de
tentativa de aborto;
• Intoxicação acidental: no caso de reutilização de embalagens, contato de crianças
ou animais ao produto;
• Intoxicação ocupacional: ocorre no desempenho da atividade laboral, foco de nosso
estudo, e por fim;
• Intoxicação Ambiental: Nos casos onde são atingidos a água, o ar, e o solo.

32
2.1.2 Medidas de proteção e boas práticas quanto a utilização de agrotóxicos

Para a realização das atividades de manipulação, preparo e aplicação de defensivos


agrícolas é necessário que além do uso dos equipamentos de proteção individual, o trabalhador rural
atenda aos procedimentos indicados, tanto nas embalagens dos produtos utilizados quanto nas
orientações dadas através dos treinamentos, os quais garantirão a sua integridade física na realização
de seu trabalho.
Em relação aos equipamentos de proteção, é atribuição do empregador o fornecimento
do EPI adequado bem como promover os devidos treinamentos quanto ao uso, já o trabalhador tem
o papel de seguir essas recomendações, sendo considerado ato faltoso o não cumprimento destas.
O EPI utilizado em atividades agrícolas, sendo de boa qualidade e utilizado de maneira
correta, deve impossibilitar a ocorrência de intoxicações, as quais são dadas pelas vias de
contaminação tratadas anteriormente em nossa videoaula. Vale ressaltar que o EPI atua como uma
proteção extra ao trabalhador, desta forma o mesmo não deve substituir outros cuidados necessários
para se evitar a contaminação e sim complementar esta barreira.
Para desempenhar a atividade de aplicação de agrotóxicos, o trabalhador deve estar
provido de EPIs específicos, assim como para o tipo de agrotóxico que o mesmo irá manusear. São
exemplos de EPIs para estas atividades: luvas, protetor facial, máscara, jaleco ou camisa de manga
longa, calça hidro-repelentes, capuz ou touca, avental e botas, itens indispensáveis conforme
apresentado a seguir:

33
Figura 6: Trabalhador devidamente protegido para o trabalho com aplicação de agrotóxicos.
Fonte: Preço Ideal - disponível em: http://www.precoideal.com.br/conjunto-para-aplicac-o-de-agrotoxicos-agr-300-
sayro.html
Descrição da imagem: A imagem apresenta um trabalhador devidamente protegido utilizando luvas, protetor facial,
máscara, jaleco, calça hidro-repelentes, touca árabe, avental e botas.

Vale salientar que ao tratar de questões de segurança devemos levar em consideração


alguns aspectos como a exposição do trabalhador (direta ou indireta), a toxicidade do produto que
está sendo manuseado e o risco o qual o trabalhador está exposto.
Podemos dizer que a exposição se classifica como direta quando há contato com: a pele,
olhos, boca ou nariz durante a aplicação, e indireta quando há contato com: plantas, alimentos,
roupas ou objetos contaminados por quem não manuseou o produto.
Já em relação a toxicidade, esta pode ter interferência tanto da dose do produto, isto é,
a quantidade utilizada, quanto da sensibilidade individual, ou seja, o que é tóxico para um indivíduo
pode não ser tóxico para outro. O critério de classificação toxicológica é estabelecido pelo Ministério
da Saúde e ANVISA conforme abordado anteriormente.
Quanto ao risco de intoxicação, que pode ser classificado como alto e baixo, devem ser
levados em consideração dois fatores que são: a toxicidade do produto e o tempo de exposição do
aplicador, sendo assim esta correlação pode ser observada conforme imagem a seguir:

34
Figura 7: Tabela de correlação entre a toxicidade e exposição ao produto.
Fonte: ANDEF - disponível em: https://slideplayer.com.br/slide/355446/
Descrição da imagem: A imagem apresenta uma tabela onde o risco que o trabalhador está exposto é classificado a
partir da correlação entre a toxicidade do produto e o tempo de exposição do trabalhador. Na primeira coluna estão
classificados o grau de toxicidade em alta e baixa, na segunda coluna estão classificados a exposição em alta e baixa o
que resulta na terceira coluna que é o produto entre a primeira e a segunda, resultando no risco que é dado por alto e
baixo.

Vale ressaltar que que além dessa correlação, também devemos levar em consideração
as condições do ambiente de trabalho, as quais poderão demandar ou dispensar o uso de
determinados equipamentos de proteção.

Você sabia que na retirada do equipamento de proteção Individual poderá


ocorrer intoxicação ao trabalhador?

Isto acontece quando a maneira e a sequência de retirada são feitas de forma incorreta,
o que ocasiona o contato do EPI contaminado com as vias respiratória, cutânea e digestiva. A
higienização do equipamento e vestimentas deve ser realizada de forma separada de qualquer outra
roupa, a fim de se evitar a contaminação da mesma. Quanto à forma correta de retirar a vestimenta
você pode conferir de forma bem didática no manual ilustrado disposto a seguir:

35
Manual de boas práticas no uso de EPI’s.
https://www.segurancadotrabalho.ufv.br/wp-
content/uploads/2019/03/ANDEF_MANUAL_BOAS_PRATICAS_NO_USO_DE_E
PIs_web.pdf

Agora que você já sabe a importância de vestir e retirar o EPI de maneira correta, o que
acha de associar esse conhecimento a boas práticas que devem ser seguidas na aplicação dos
agrotóxicos? Vamos lá?
Essas boas práticas estão relacionadas às medidas preventivas que devem ser seguidas
pelo trabalhador ao desenvolver suas atividades. Vale ressaltar que o empregador deve ter
participação nesta ação através da orientação e incentivo a seu funcionário. Você irá perceber que
dentre estas práticas há atribuições que devem ser seguidas pelo empregador, justificando assim a
importância de seu engajamento, são elas:
• O trabalhador deverá ser informado sobre os riscos os quais estará exposto ao
desenvolver sua atividade, além disso deverá ter o conhecimento devido sobre os
cuidados a serem seguidos a fim de evitar intoxicação;
• Ter acesso a ficha de informações de segurança de produtos químicos – FISPQ;
• O empregador deve garantir vigilância médica contínua aos trabalhadores expostos
a agrotóxicos, através da realização de exames periódicos;
• O trabalhador deverá ser orientado quanto o descarte adequado de resíduos de
agrotóxicos e suas embalagens;
• O trabalhador deverá aguardar o período estipulado entre a aplicação do agrotóxico
e a colheita ou consumo;
• Devem ser seguidas pelo trabalhador as recomendações relativas a higienização das
mãos antes de manipular alimentos e no final da jornada de trabalho;
• Quanto a higienização da roupa do trabalho, deve ser realizada separadamente das
demais, sendo indicado que a mesma ocorra no próprio local de trabalho, a fim de
evitar que os contaminantes sejam levados para o ambiente doméstico.

36
O que acha de conhecer um pouco mais sobre o que é a FISQP? Acesse o link a
seguir e descubra qual a sua importância para a segurança e saúde do
trabalhador.
https://www.higiclear.com/artigos/ficha-fispq/

Ainda referente as boas práticas, destacamos ações a serem seguidas quanto ao preparo
e aplicação do produto, conforme apresentado a seguir:
• Nunca deve se trabalhar sozinho quando for manusear os produtos tóxicos;
• Deve ser levado em consideração os cuidados ao preparo do material a ser aplicado
(diluição), estando sempre atento às indicações do rótulo do produto;
• Circulação de pessoas não autorizadas no local não devem ser permitidas;
• Deve ser considerada as condições climáticas no momento da aplicação, tais como:
temperatura e umidade relativa do ar, fatores estes que interferem na evaporação
do produto. Recomenda-se o início da manhã e o final da tarde para a realização da
atividade;
• O trabalhador nunca deve estar contra o vento no momento do manuseio e aplicação
do produto;
• O descarte das embalagens vazias deve ser realizado de forma que não traga danos
à saúde e ao meio ambiente.

Existem inúmeras práticas que devem ser seguidas, as quais deverão ser implantadas de
acordo com as características da atividade, respeitando as particularidades de cada uma delas, ou
seja, não existe uma “receita padrão” e sim as adaptações necessárias para cada realidade! E você
como profissional da área terá papel fundamental no atendimento destas demandas.
Agora que você conhece algumas das boas práticas da referida atividade, o que acha de
compartilhar conosco ações que não foram contempladas no nosso material, mas que você considera
de grande relevância?

37
Compartilhe conosco as boas práticas que você, no papel de Técnico de
Segurança, adotaria na sua empresa a fim de garantir a integridade física de
seus trabalhadores.
Aguardamos você no nosso fórum de dúvidas e discussões!

2.2 Riscos Ergonômicos na atividade rural

Uma das atribuições do empregador rural é a de adotar medidas voltadas para a


ergonomia a fim de garantir a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas
dos trabalhadores, com o intuito de promover melhorias relativas à segurança, além de fornecer
conforto no ambiente laboral.
Você, como profissional da área, consequentemente responsável por essa ação
juntamente ao empregador, acredita que medidas em prol desse objetivo vem sendo tomadas? De
que forma você poderia contribuir neste âmbito?
Sabemos que no desenvolvimento da atividade rural, que é bastante diversa, nos
deparamos com situações onde a ergonomia e a preocupação com o conforto do trabalhador é
inexistente. Inúmeras são as doenças ocupacionais causadas por posturas inadequadas,
levantamento de cargas, repetitividade de esforços, sobrecargas de trabalho, entre outros.

O que acha de dar uma paradinha na leitura, porém sem deixar de adquirir
conhecimentos, combinado? Te convido a ouvir o podcast desta competência,
onde será abordado sobre o que estabelece a NR 36 neste contexto
ergonômico.... Se eu fosse você não perderia! Te espero lá.

Agora que você ouviu o podcast, acredito que as ideias clarearam em relação aos danos
que podem ser causados aos trabalhadores que realizam atividades sem se preocupar com a postura
ou mesmo seus limites corporais.
Estas situações inadequadas, as quais os trabalhadores estão expostos, podem aumentar
os riscos de acidentes, reduzir o desempenho na realização de suas atividades além de provocar

38
danos à sua saúde, com o surgimento de lesões por esforços repetitivos - LER e doenças
osteomusculares relacionadas ao trabalho – DORT.
A ação mais indicada para evitar estes problemas é sem dúvida a prevenção. Os métodos
que podem ser adotados são: exercício laboral, alongamentos e pausas, a fim de proporcionar aos
trabalhadores melhores condições ao realizarem suas atividades. Além destas, uma medida
preventiva de grande relevância é a realização de Análise Ergonômica do Trabalho – AET, que trata
do estudo de itens e ações desenvolvidas a partir da observação dos postos de trabalho. Orientações
dadas através de informativos e treinamentos é uma outra medida bem aceita pelos trabalhadores,
um exemplo disto pode ser visto no vídeo a seguir que apresenta um programa que oferece
informações importantes a serem seguidas.

Informações sobre educação postural para o trabalhador rural.


https://www.youtube.com/watch?time_continue=12&v=AbTShvrdFRU

2.3 Riscos Biológicos na Atividade Rural

Os riscos biológicos na atividade rural apresentam, em sua grande maioria, relação com
a exposição e contato com pólen, fibras, detritos de origem animal e animais peçonhentos (em
relação as toxinas). Vamos agora conhecer os danos causados por cada um destes.

• Animais peçonhentos:
São considerados animais peçonhentos aqueles que produzem peçonha (veneno),
apresentam capacidade natural em atingir predadores e presas através da inoculação do veneno por
picadas ou mordidas. Geralmente esses animais possuem dentes modificados, ferrões, cerdas
abrasivas (que provocam arranhões), espinhos, entre outros, o que pode causar acidentes.
No Brasil há algumas espécies que se destacam por serem consideradas as que mais
causam acidentes na atividade rural, dentre estas podemos ressaltar: serpentes, escorpiões, aranhas,
mariposas e suas larvas, abelhas, formigas, vespas, besouros, lacraias, águas-vivas, caravelas e até
mesmo algumas espécies de peixes. Pelo fato de haver um grande número de ocorrências, relativas

39
a acidentes causados por animais peçonhentos, todas as ocorrências devem ser notificadas ao
Governo Federal assim que confirmadas, esta ação irá contribuir em ações prevencionistas a esse tipo
de acidente.
Em caso de acidentes com abelhas, as quais utilizam ferrões para injetar o veneno, é
importante considerar que a sensibilidade individual do trabalhador pode fazer com que este
apresente sintomas, que variam desde uma pequena inflamação local até uma reação alérgica grave,
o que pode levar o indivíduo a um choque anafilático ou até mesmo a óbito. Essa afirmação ressalta
a importância de encaminhar o trabalhador acidentado a um serviço médico especializado, visto que
não podemos mensurar o dano que este acidente pode causar a sua saúde.
Falando em abelhas, você acredita que é possível adotar medidas que venham a atenuar
problemas relacionados a acidentes com o trabalhador que as manipulam? Você sabia que existe uma
modalidade de criação que certamente poderá ser uma alternativa para eliminar riscos de acidentes
para os apicultores: São as Abelhas sem ferrão

A seguir você irá verificar algumas recomendações que devem ser adotadas pelo
trabalhador na prevenção de acidentes com animais peçonhentos, são elas:
• Utilizar calçados fechados, luvas de raspa de couro e EPI’s necessários conforme
demanda da atividade, tais como: o transporte de lenhas, corte de vegetação,
limpeza de áreas e atividades rurais em geral;
• Ficar sempre atento ao local de trabalho e seu entorno além de caminhos a serem
percorridos;
• Não pôr as mãos em tocas, buracos na terra, ocos de árvores, espaços entre lenhas
ou pedras, porém sendo necessário mexer nesses lugares, o mesmo deve utilizar
materiais que impeçam o contato direto, tais como um pedaço de madeira ou
ferramentas.
• Verificar roupas, luvas e calçados antes de vesti-los.

40
2.4 Riscos Mecânicos ou de Acidentes na atividade Rural

Os riscos mecânicos ou de acidentes que ocorrem na atividade rural são na maioria


relacionados ao uso de ferramentas manuais cortantes, operação de
máquinas e implementos agrícolas, contato com animais peçonhentos (considerando as lesões que
estes podem causar), transporte de materiais, sendo estes bastante debatidos, porém não podemos
esquecer que o trabalho desenvolvido em silos de armazenamento tem se tornado muito frequente,
chegando a bater recordes sucessivos em seus registros.
A BBC News Brasil, realizou um levantamento o qual revelou que de 2009 a 2018, pelo
menos 106 trabalhadores vieram a óbito ao desenvolverem suas atividades em silos de
armazenamento de grãos no país, onde grande maioria das mortes se deram por soterramento.
Preocupante não é mesmo? E porque não ouvimos falar nesses acontecimentos? Pois
bem, a resposta que vou lhe fornecer é ainda mais preocupante!
Neste número apresentado foram apenas contabilizados os casos noticiados pela
imprensa, ou seja, o número de ocorrências é bem maior que isso. De acordo com a referida pesquisa,
no ano de 2017 houve o maior registro de acidentes fatais, totalizando o número de 24 óbitos.
Para entender melhor a dinâmica de ocorrência desses acidentes precisamos conhecer
um conceito muito importante: o que são Silos?

O silo é um reservatório fechado, podendo ser de material metálico, concreto


ou similar. São de construção acima ou abaixo do solo, e tem por finalidade o
armazenamento de material, como: cereais, grãos, cimento etc.

Agora que você já sabe o que são silos, vamos conhecer como é dada a ocorrência de
acidentes e doenças ocupacionais no interior deles, e em seguida apresentaremos algumas práticas
que devem ser seguidas.
• Explosões: Sim, um silo de armazenamento pode vir a explodir, isso acontece quando
um caminhão, ao descarregar o produto no interior do silo, produz uma nuvem de
poeira, em condições e concentrações favoráveis a uma explosão. Um outro fator

41
que contribui para esse tipo de acidente ocorre quando a poeira de grãos
armazenados é aquecida até o ponto de liberação de gases de combustão que,
podendo dá início ao incêndio a partir de uma fonte de ignição com energia. O
aquecimento da massa de grãos acontece de forma natural, visto que o grão é um
material vivo e em metabolismo ativo, o que faz ocorrer a liberação de gases e
vapores inflamáveis. Essa ocorrência também se dá em processo de decomposição.
Explosões em silos também são comuns em serviços de manutenção destes, isto
ocorre quando não são seguidos os devidos procedimentos antes do início destas
atividades.

Em caso de soldagem de manutenção em silos, você sabe que medidas de


segurança devem ser adotadas? O que acha de discutimos esse tema no
nosso fórum? Aguardo você lá!

• Doenças causadas por exposição a agentes biológicos: Ocorre quando a estocagem


de grãos não é adequada, o que ocasiona proliferação de fungos, bactérias, insetos e
ácaros. Além disso, esta condição atrai animais em busca de alimento, como por
exemplo, pombos e roedores que acabam contaminando o material armazenado
com seus excrementos, o que irá comprometer a saúde do trabalhador. Isto porque,
pelo fato do trabalho neste setor ser intenso, a frequência respiratória do
trabalhador aumenta, aumentando também absorção destes agentes biológicos por
inalação.
• Quedas de Altura: Os Silos são estruturas com alturas consideráveis, o que pode
causar acidentes a partir da queda de trabalhadores caso não esteja devidamente
protegido, utilizando cinto de segurança e seguindo o que é estabelecido na NR - 35,
segurança para Trabalho em Altura.
• Soterramento de trabalhadores: Trabalhadores que atuam em interior de silos, corre
sérios riscos de soterramentos. Isso acontece quando o trabalhador entra sozinho no
compartimento e anda sobre os grãos, sem o cinto de segurança.

42
• Choque elétrico: É comum a ocorrência de choque elétrico no trabalho em silos de
armazenamento em geral. Este tipo de acidente acontece tanto em serviços de
manutenção, serviços de soldagem, por exemplo, quanto em relação às instalações
elétricas do próprio silo.

Você sabia que os silos são considerados espaços confinados?


Pela própria definição contida na NR - 33 onde diz que: É considerado um
espaço confinado qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação
humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja
ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde
possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

Sabendo que os silos se enquadram na definição de espaços confinados, há cuidados


específicos que devem ser seguidos, tais como:
• O trabalhador nunca deve estar sozinho, as atividades desenvolvidas no interior de
um silo devem ser sempre acompanhadas;
• Para que seja realizada qualquer atividade dentro do espaço confinado é necessária
a emissão da Permissão de Entrada e Trabalho (PET);
• Por se tratar de um espaço confinado, os silos devem estar sempre identificados,
assim como devem ser informados seus riscos específicos;
• Caso haja suspeita ou comprovação de condição de risco grave e iminente, as
atividades devem ser interrompidas com abandono imediato do local;

A matéria apresentada a seguir nos mostra ocorrência de soterramentos, inalação de


gases tóxicos e ainda mostra relatos de sobreviventes. Vale a pena se aprofundar no tema!

43
As silenciosas mortes de brasileiros soterrados em armazéns de grãos
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45213579

2.5 Ferramentas manuais, máquinas e implementos agrícolas

Na atividade agrícola, há uma grande diversidade de instrumentos e ferramentas de


trabalho, algumas destas são de utilização manual, porém as de uso automatizados têm sido cada vez
mais comuns.
Acidentes com ferramentas de uso manual podem gerar incapacidade permanente ou
temporária ao trabalhador, visto que a quantidade de cortes profundos e até mesmo mutilações são
frequentes. As causas destes acidentes, na maioria das vezes, estão relacionadas ao uso de
ferramentas de forma indevida, ou seja, não são utilizadas na finalidade a qual se destina, assim como
a falta de manutenção de algumas ferramentas. Um exemplo disso é em relação as ferramentas
cortantes, que precisam estar devidamente afiadas evitando assim um esforço excessivo e
desnecessário do trabalhador ao manuseá-las.
Por outro lado, o uso de ferramentas manuais mecânicas ou motorizadas, como por
exemplo, as motosserras, roçadeiras, entre outras, podem causar danos maiores e até mesmo
acidentes fatais, sendo necessário maior atenção ao utilizá-las. O vídeo a seguir apresenta algumas
dicas importantes no manuseio de uma motosserra.

Como operar uma motosserra de forma segura? Confira


https://www.youtube.com/watch?v=Zc6_ARyzw-0

Alguns cuidados e recomendações devem ser seguidas, em relação ao uso de


ferramentas, os quais estão apresentados a seguir:
• O transporte das ferramentas manuais deve ser realizado de modo apropriado, ou
seja, não devem estar espalhadas ou soltas nas carrocerias ou cabines dos

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caminhões. Seu transporte deverá ser realizado em compartimento separado do
trabalhador;
• O ideal é a utilização de estojo de proteção, bainhas ou similares para as ferramentas
cortantes, no caso de foices, machados, facões, entre outros;
• Todo equipamento dever ser mantido em condições adequadas, ou seja, deve passar
por manutenções para que o mesmo atinja a eficiência a qual foi projetado, evitando
assim um esforço maior na operação por parte do trabalhador;
• As ferramentas devem ser acondicionadas em locais seguros, evitando o acesso de
pessoas não autorizadas e não capacitadas para o uso;
• Ao operar as ferramentas, o trabalhador deverá estar provido de EPIs necessários,
como por exemplo, perneiras, botas ou luvas;
• Durante a utilização do equipamento, deve ser mantida uma distância segura
impedindo que outro trabalhador seja atingido em sua movimentação;
• Toda ferramenta deverá ser entregue na mão do colega e nunca ser jogada ou
arremessada.
Você já imaginou, em sua atuação como profissional de segurança na atividade rural,
aplicar seus conhecimentos e habilidades empreendedoras em prol da melhoria das condições no
ambiente laboral? A observação do desenvolvimento da atividade e o conhecimento da mesma é um
fator primordial nesse aspecto!
No vídeo a seguir, você irá conhecer uma invenção que se deu a partir das dificuldades
encontradas no ambiente rural, esse é o maior incentivo e prova de que todos somos capazes de
melhorar um ambiente de trabalho.

Agricultor inventor viabiliza o trabalho da família na agricultura familiar:


https://www.youtube.com/watch?v=eSnT2sAdPWo

Em relação a máquinas e implementos agrícolas, é essencial a realização de serviços de


manutenção, o que irá prevenir acidentes e garantir a segurança do trabalhador. Além disso o

45
trabalhador que opera máquinas e equipamentos deve ser habilitado para tal, sendo necessário a sua
participação em treinamentos e capacitações.
A própria NR 31 estabelece as diretrizes a serem seguidas, quanto a operação de
máquinas e implementos, uma delas é que devem ser levadas em consideração as especificações
técnicas do fabricante, obedecendo os limites de operação e restrições por ele indicados.
Um outro ponto de grande relevância está relacionado com as proteções, dispositivos e
sistemas de segurança, os quais devem integrar as máquinas desde a sua fabricação, sendo
considerados itens obrigatórios, ou seja, não é permitido adaptações ou retirada de proteções de
partes móveis dos implementos. Além disso devem ser elaborados e seguidos, os procedimentos de
segurança e as permissões de trabalho, quando necessários, o que garantirá o uso seguro de
máquinas e implementos.
Vale ressaltar que a própria NR proíbe o transporte de pessoas em máquinas e nos seus
implementos, visto que ações como esta colocam em risco a vida do trabalhador.
Em caso onde haja máquinas cujo acionamento por pessoas não autorizadas possa
oferecer risco à saúde ou integridade física de qualquer pessoa devem possuir sistema ou chave de
ignição, que permita o bloqueio de seus dispositivos de acionamento.
Você pode aprofundar nesta temática, que trata das recomendações que devem ser
seguidas quanto ao trabalho com máquinas e implementos agrícolas na própria NR-31, a qual
encontra-se disposta de forma atualizada no link do Ministério do Trabalho e Previdência, fornecido
neste e-book anteriormente.
Inúmeras são as máquinas e os implementos utilizados por trabalhadores do setor rural,
porém vale salientar que nesta atividade é indispensável a utilização dos tratores, a qual deve ter
uma atenção especial pois o número de acidentes de trabalho tem apresentado um crescimento
considerável.
Diversas são as causas de acidentes com uso de tratores, dentre elas podemos destacar
algumas:
• A mecanização agrícola pode ser uma delas, pois o que era realizado de forma manual
passou a ser feito com a utilização de máquinas, onde em muitos casos, os
trabalhadores que ali atuavam assumiram o controle dos novos equipamentos. Com

46
isso, a inexperiência na operação destes contribuíram para a ocorrência de acidentes
laborais;
• A falta de manutenção do maquinário, a falha humana no operacional, a não
utilização dos equipamentos de segurança e o uso inapropriado do trator, como por
exemplo, o transporte de pessoas penduradas na cabine, são fatores que culminam
em acidentes;
• A operação perigosa também é uma das principais causas de acidentes em especial
o tombamento do veículo, causado geralmente por: excesso de velocidade, falta de
atenção em curvas e trabalhos próximos a superfícies irregulares.
Agora que você conhece as principais causas de acidentes no trabalho com utilização de
tratores, apresentaremos a seguir algumas dicas de segurança:
• As operações com tratores agrícolas devem ser realizadas por profissionais
capacitados, qualificados ou habilitados e autorizados;
• Não deve ser realizado o transporte de pessoas no trator;
• É importante a utilização do cinto de segurança, bem como da cobertura de proteção
no trator, no caso onde o mesmo não dispõe de cabine fechada, a fim de evitar que
o operador seja esmagado, em situações onde ocorra tombamento;
• O motor do trator deverá ser desligado em momentos de abastecimento, além de ser
terminantemente proibido fumar durante esta ação;
• Nunca devem ser realizadas operações de manutenção com o motor em
funcionamento;
• Ao parar o trator o mesmo deve ser desligado, e ter o freio de estacionamento
acionado antes da saída do trabalhador do veículo; assim como o motor só deverá
ser acionado quando o trabalhador estiver acomodado no assento do veículo;
• Não é recomendado ligar o motor do trator em locais fechados e sem ventilação, isto
porque os gases emitidos podem causar danos à saúde dos presentes no local.

Para finalizar as recomendações de boas práticas, assista o vídeo a seguir, nele você
encontrará algumas dicas valiosas que contribuirão no seu cotidiano como profissional de segurança!

47
Procedimentos Seguros com Máquinas e Implementos Agrícolas.
https://www.youtube.com/watch?v=6pcEWy7HK70

48
3.Competência 03 | Compreender as Técnicas de Sinalização Industrial
para a Segurança do Trabalho
Caro Estudante, iniciaremos agora nossa última competência da disciplina de Segurança
na Agroindústria, nela será abordada a importância da sinalização no ambiente de trabalho, a qual
tem por finalidade chamar a atenção do trabalhador e ao mesmo tempo informar sobre os riscos os
quais os mesmos estão expostos.
Além de informar em relação aos riscos, a sinalização de segurança pode indicar qual
procedimento deve ser seguido pelo trabalhador diante determinadas situações de emergência.
Iremos tomar conhecimento sobre a importância da sinalização por cores, rotulagem de segurança e
placas de sinalização, cada uma com sua particularidade, mas com o mesmo intuito: Promover a
segurança do trabalhador.
Vamos lá!

3.1 Sinalização por cores

A utilização das cores em indústrias, estabelecimentos ou locais de trabalho em geral, tem


por intuito principal a advertência e indicação sobre os riscos existentes.
A NR - 26, é a norma que estabelece medidas quanto à sinalização e identificação de
segurança a serem adotadas nos locais de trabalho. A referida norma, aprovada pela Portaria n.º
3.214, de 08 de junho de 1978, passou por 3 atualizações, sendo a última no ano de 2022.

Você pode consultar a NR 26 na íntegra e de forma atualizada a partir do link:


https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-26-atualizada-2022.pdf

A ideia principal da NR - 26 é que a sinalização por cores, símbolos, entre outros,


possibilite a informação de maneira a ser compreendida por todos, o que minimizará os possíveis
erros de interpretação e consequentemente reduzirá os riscos. Em síntese, a sinalização objetiva:

49
• Promover a Prevenção de Acidentes;
• Identificar os equipamentos de segurança e delimitar áreas;
• Identificar as Tubulações de líquidos e gases advertindo contra riscos;

Vale ressaltar que a utilização de cores não substitui ou desobriga o emprego de outras
formas de prevenção de acidentes, esta se trata de uma medida complementar e deve ser empregada
o mais reduzido possível, para que não ocasione distração, confusão e fadiga ao trabalhador. A
própria NR 26 estabelece que a sinalização por cores deve atender ao disposto nas normas técnicas
oficiais, no caso, as NBR’s, conforme apresentadas a seguir:

• NBR 6493 - Refere-se ao emprego de cores para identificação de tubulações. Esta


norma tem por principal objetivo, promover maior segurança do trabalhador em
indústrias. Segundo prescrito na NBR 6493, as cores que devem identificar as
tubulações são as seguintes:
o alaranjado: indica o uso de produtos químicos não gasosos;
o amarelo: destinada ao uso de gases não liquefeitos;
o azul: indica que a tubulação é pressurizada por ar comprimido.
o branco: indica uso de vapor.
o cinza-claro: utilizados na Indicação de tubulações de vácuo.

É importante ressaltar que estas tubulações (branco e cinza-claro) podem


chegar a altas temperaturas, sendo necessário a instalação de isolamento
térmico, evitando acidentes por contato; A cor desse isolamento deve
acompanhar a cor da tubulação;

o cinza-escuro: indicam tubulações de eletrodutos;


o cor-de-alumínio: destinado ao uso de gases liquefeitos, inflamáveis e
combustíveis de baixa viscosidade. Como por exemplo: óleo Diesel, gasolina, óleo
lubrificante entre outros;

50
o marrom-canalização: utilizada para indicar materiais fragmentados (minérios) e
petróleo bruto;
o preto: utilizado para produtos inflamáveis e combustíveis que tenham alta
viscosidade. Como por exemplo óleo combustível, asfalto, alcatrão, piche;
o verde-emblema: utilizada para água de uso industrial em geral.
o vermelho: Identifica e distinguir tubulações e demais equipamentos de proteção
destinados ao combate a incêndio. Lembrando que os acessórios destes
equipamentos (válvulas, registros e filtros) devem ser identificados na cor
amarela.
o lilás: Indica tubulações utilizadas para Lixívia, Álcalis e Soda Cáustica.

• NBR 7195 - Trata das cores para segurança que devem ser empregadas nas
instalações, conforme apresentadas a seguir:

a) vermelha: Utilizada na identificação de equipamentos de proteção e combate a


incêndio, e sua localização, (ex.: portas de saída de emergência). Também
empregada em sinais de parada obrigatória e de proibição, bem como nas luzes
de sinalização de tapumes, botões interruptores para paradas de emergência. A
cor vermelha também é utilizada em mangueiras de equipamentos de soldagem,
indicando o uso do acetileno.

Vale ressaltar que a própria NBR 7195 estabelece que a cor vermelha não deve
ser de forma alguma utilizada para indicação de perigo!

b) alaranjada: Indica perigo. Utilizada geralmente em partes móveis e perigosas de


máquinas e equipamentos, nas faces e proteções internas de caixas de
dispositivos elétricos e em equipamentos de salvamento aquático, (bóias
circulares, coletes salva-vidas, entre outros).

51
c) amarela: A cor amarela é utilizada para indicação de alerta, cuidado! Seu emprego
se dá em corrimãos, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que
apresentem riscos, espelhos de degraus, bordas de portas de elevadores que se
fecham automaticamente, bem como nas faixas de entrada localizadas no piso de
elevadores, meios-fios ou diferenças de nível, faixas de circulação conjunta de
pessoas e empilhadeiras, máquinas de transporte de cargas, fundos de letreiros
em avisos de advertência, cabines, caçambas e torres, equipamentos que
apresentem risco de colisão (pilastras, vigas, postes, colunas), dispositivos para
bloqueio de passagem (cavaletes, cancelas), para-choques de veículos pesados de
carga, acessórios da rede de combate a incêndio
d) verde: A cor vende tem indicação de segurança, utilizadas em localização de caixas
de equipamentos de primeiros socorros, caixas contendo EPI’s, chuveiros de
emergência e lava-olhos, localização de macas) faixas de delimitação de áreas
seguras quanto a riscos de acidentes, sinalização de portas de entrada das salas
de atendimento de urgência e por fim, emblemas de segurança (CIPA, SESMT).
e) azul: A cor identifica uma ação obrigatória. Tal como: determinar o uso de EPI,
impedir a movimentação ou energização de equipamentos.
f) púrpura: É indicada para identificar os perigos provenientes das radiações
eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares. Por exemplo: portas de
acesso a locais onde se manipulam ou armazenam materiais radioativos ou
contaminados por estes, sinais luminosos para indicar equipamentos produtores
de radiações eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares.
g) branca: utilizada para demarcação de passarelas e corredores pelos quais circulam
exclusivamente pessoas, localização de coletores de resíduos.
h) preta: utilizada em identificar coletores de resíduos.

Muitas informações não é mesmo? Mas, estas são fundamentais para sua atuação como
profissional de segurança! O que acha de revisar de forma breve essas novas informações? Acesse o
link a seguir e veja de forma prática a aplicação das cores apresentadas.

52
Segurança e padronização de cores no trabalho.
https://www.youtube.com/watch?v=OURGdHi-BKg&t=32s

Vale ressaltar a importância das seguintes NBR’s que tem aplicações específicas:
• NBR 7485 -Que estabelece o emprego de cores para identificação de tubulações em
usinas e refinarias de açúcar e destilarias de álcool.
• NBR 13193- Que trata do emprego de cores para identificação de tubulações de gases
industriais;

Agora que você adquiriu novos conhecimentos, o que acha de pôr em prática todo o seu
aprendizado? Vamos lá! Ânimo...

Figura 2: Variação de cores em tubulações industriais.


Fonte: BP solutions - disponível em: http://www.bpsolutions.com.br/voce-sabe-os-significados-das-cores-das-
tubulacoes-industriais/
Descrição da imagem: a imagem apresenta tubulações industrial nas seguintes cores: vermelha, azul, alaranjada e
amarela, na sequência de baixo para cima)

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Com base na figura apresentada, indique qual o material deverá estar contido em cada
tubulação de acordo com o que estabelece a NBR 6493.

Agora que você conseguiu identificar, poste sua resposta no nosso fórum de
dúvidas e discussões da competência 3. Aguardo você lá!

3.2 Rotulagem de Segurança

Em termos de rotulagem de segurança, vale ressaltar que todos os rótulos devem ser
escritos de maneira clara e de fácil compreensão, a fim de evitar equívocos dos usuários. A própria
NR 26 estabelece que:
• A rotulagem preventiva do produto químico classificado como perigoso à segurança
e à saúde dos trabalhadores deve utilizar procedimentos definidos pelo GHS (Sistema
Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos -
GHS, da Organização das Nações Unidas);
• A rotulagem deve conter a identificação e composição do produto químico;
pictograma (s) de perigo; palavra de advertência; frase (s) de perigo; frase (s) de
precaução; e informações suplementares.
• O produto químico não classificado como perigoso à segurança e saúde dos
trabalhadores, conforme o GHS, deve dispor de rotulagem preventiva simplificada
que contenha, no mínimo, a indicação do nome, a informação de que se trata de
produto não classificado como perigoso e recomendações de precaução.

Você sabe o que é uma rotulagem preventiva? E o porquê essa rotulagem é


importante? Faça uma reflexão sobre o assunto!

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Outras informações também são de extrema importância, e devem ser seguidas como
medidas preventivas, são elas:
• Identificação do nome técnico do produto especificando sua natureza, facilitando as
devidas medidas no atendimento médico, em casos de acidente;
• Palavra de advertência designando o grau de risco; tais como: PERIGO: para indicar
substâncias que apresentem alto risco; CUIDADO: para substâncias que apresentem
risco médio; ATENÇÃO: para substâncias que apresentem risco leve;
• Indicações de risco, tais como: inflamável, nocivo se ingerido, entre outros;
• Identificação de medidas preventivas, tais como: evite contato com a pele, mantenha
afastado do calor, entre outros;
• E por fim, orientações relacionadas a primeiros socorros, indicando as medidas a
serem tomadas antes da chegada ao médico, tais como: lavar com água corrente em
caso de contato com a pele e olhos; caso haja inalação do produto manter a vítima
em local ventilado até a chegada do atendimento médico; não provocar vômito em
caso de ingestão, entre outros.

A seguir, através do link disposto você pode aprofundar seu conhecimento no tema, a
partir de uma matéria bastante rica sobre a rotulagem de produtos químicos, a qual cita as NBR’s
relativas ao tema bem como os benefícios aos trabalhadores que manuseiam tais produtos, quando
as recomendações são seguidas.

A importância da rotulagem de produtos químicos


https://revistaadnormas.com.br/2018/08/14/a-importancia-da-rotulagem-de-
produtos-quimicos/

3.3 Placas de sinalização

Conforme apresentado na primeira competência de nossa disciplina, uma das atribuições


do empregador é a de preservar a segurança de todos os trabalhadores bem como garantir sua
integridade física no ambiente laboral, e as placas de sinalização de segurança é um item de grande

55
importância nesse processo, servindo para alertar os profissionais a respeito dos riscos, além de
oferecer orientações às pessoas que frequentam o local.
Vale salientar que a sinalização deve ser uma ferramenta capaz de trazer esclarecimento
a todos, independentemente de seu nível de instrução, pois em nossa vida profissional vamos nos
deparar com trabalhadores que não tiveram a oportunidade de frequentar à escola, e o fato de
possuir pouca escolaridade pode dificultar no entendimento de situações que são de extrema
importância.
As placas de sinalização consideradas um Equipamento de Proteção Coletiva - EPC, não
eliminam os riscos, porém nos alerta quanto a presença destes. São de grande utilidade pois
promovem um ambiente mais seguro, a partir da indicação de: equipamentos, locais restritos,
situações de grave e iminente risco, frases de efeitos, entre outros.

O que acha de aprofundar o conhecimento sobre esta temática? A sinalização


de segurança estará presente em nossa atuação profissional, então este é o
momento do aprendizado. Vale a pena conferir!

Alguns exemplos de sinalização de segurança são os pictogramas, as placas de utilização


de EPI, placas de identificação de extintor de incêndio, rota de fuga, placas indicando piso molhado,
e outras informações importantes.
Certamente você acabou de ler no parágrafo acima uma palavra não muito conhecida,
porém bastante utilizada não só na atuação profissional de um Técnico de Segurança, mas até mesmo
em nosso cotidiano, você pode até não associar ao nome, mas tenho certeza que você já viu um ...
Pictograma... o que seria?

Pictogramas são representações de objetos e conceitos através de uma forma


gráfica simplificada. São utilizados geralmente em sinalizações públicas,
instruções, embalagens de produtos, com o intuito de transmitir informações
mesmo que não apresente texto.

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Agora, você pode observar três exemplos de pictogramas, analise e reflita: É necessário
que haja texto nas imagens a seguir? Você consegue identificar facilmente o que estas representações
gráficas querem dizer? Pois bem ... os questionamentos acima se enquadram perfeitamente na
definição de pictograma!

Figura 3: Representação de pictogramas.


Fonte: ADV COMM - disposto em: http://www.advcomm.com.br/pictogramas-na-sinalizacao-de-seguranca/
Descrição da imagem: estão apresentadas 3 imagens, da esquerda para a direita, a primeira delas é composta de um
cigarro com um círculo vermelho e um traço no meio indicando proibição de fumo, a figura do meio possui um
retângulo, fundo verde com a figura de uma pessoa se dirigindo a uma saída com indicação de seta para o sentido
direito indicando a direção da saída de emergência, e a terceira figura apresenta um quadrado, fundo vermelho com a
imagem de um extintor de incêndio, indicando a localização do mesmo.

Tratando-se de sinalização de segurança, estas podem ser classificadas em quatro tipos


conforme apresentados a seguir:

• Placas de alarme e equipamentos: Tem por finalidade indicar onde estão localizados
os equipamentos de combate a incêndio e os alarmes disponíveis nas edificações.
• Placas de orientação e salvamento: Objetiva indicar as rotas fuga em casos de
emergência, orientando a forma mais rápida e segura da saída da edificação.
• Placas de proibição: Indicam ações que não devem ser realizadas dentro da
edificação ou em determinados locais.
• Placas de alerta: como a própria nomenclatura apresenta, a finalidade deste tipo de
placa é a de alertar os trabalhadores sobre as áreas e materiais que têm potencial de
risco de acidentes.

57
Conclusão
Estimado Estudante,

Finalizando nossa disciplina de Segurança na Agroindústria, após o estudo de três


competências, esperamos ter contribuído com seu aprendizado!
O conteúdo abordado no decorrer destas três semanas, sem dúvidas, será de grande
relevância para sua atuação profissional, e mesmo que não venha a atuar no segmento agroindustrial,
certamente o que foi trabalhado contribuiu para o despertar de uma visão crítica e mais criteriosa no
que diz respeito as condições do ambiente laboral, o que lhe permitirá uma maior facilidade na
identificação dos riscos, bem como nas medidas a serem tomadas, as quais você como profissional
de segurança será responsável!
Não se limite ao que foi fornecido no e-book, vídeo aulas, fóruns e chats! Avance, busque
pela informação, procure sempre atualizar-se e seja ousado! Um bom profissional precisa estar
atento e aberto a mudanças, desta forma, você certamente fará diferença na vida das pessoas!

“Eu não posso mudar o mundo, mas posso mudar a vida de alguém”.
Mário Fortuna
Pense nisso!
Profa. Crisleide Nascimento.

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Referências

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Associação Brasileira de Normas Técnicas- ABNT. Emprego de cores para identificação de tubulações
de gases industriais. NBR 13193:2018. Disponível em:<
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por-guilherme-vieira-1>. Acesso em 02 de setembro de 2019.

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Minicurrículo do Professor

Crisleide Maria da Silva Nascimento Acioly


Mestra em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Pós-
Graduada em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UPE – POLI. Engenheira Agrícola e Ambiental
pela Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. Técnica de Segurança do Trabalho pela
Escola Técnica Almirante Soares Dutra - ETE EASD. Técnica em Saneamento Ambiental pelo Centro
Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco - CEFET-PE.

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