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Acheron - Nacionais

JOGANDO COM O
DESEJO
LARINHA VILHALBA

Acheron - Nacionais
Acheron - Nacionais

© 2017 Larinha Vilhalba

Capa: Carol Cappia


Revisão: Carol Cappia
Diagramação digital: Carol Cappia

Esta é uma obra de ficção. Seu intuito é entreter as pessoas. Nomes, personagens, lugares
e acontecimentos descritos são produto da imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.

Esta obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa.

Todos os direitos reservados. São proibidos o armazenamento/e ou a reprodução de


qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios– tangível ou intangível –sem o
consentimento escrito da autora.

Criado no Brasil

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº 9.610/98 e punido pelo
artigo 184 do Código Penal.

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Sinopse

Com a morte de sua irmã mais nova, Mariane, em um acidente de carro Adriano se viu no
fundo do poço. Para tentar recomeçar a vida, decide largar tudo e se mudar para Dourados, onde
iria fazer faculdade e ficar do lado de sua noiva Dayana.
Ao invés de ser recebido com beijos, abraços e muito carinho, Dayana acaba com o
noivado de 03 anos, pois a mesma já tinha outro. Em meio a tanta dor e desilusão, Adriano no
primeiro dia de aula acaba conhecendo três amigas, onde acaba depositando todo seu carinho e
sentimentos. Adriano cuida de Clara, Carol e Eva como se fossem do seu próprio sangue.
O tempo passa, a amizade entre os quatros cresce e se fortifica. Ao mesmo tempo o
desejo por certa ruiva se confunde com a amizade, ou a amizade se confunde com o desejo?
Adriano começa a viver em um dilema, se esse sentimento pela ruiva é apenas desejo
disfarçado de amizade, ou é amizade disfarçado em desejo?
A ruiva percebendo o desejo de ambos e a confusão de sentimentos de Adriano começa a
jogar.
Até quando Adriano irá resistir ao Jogo de Desejo de Carol?

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PRÓLOGO
MONTANHA

Acordo com a luz do sol entrando pela janela, olho para o teto tentando lembrar como
vim parar aqui, nesse quarto de motel. Tomo coragem e olho para o lado, vejo minha perdição
dormindo serena com os cabelos vermelhos bagunçados no travesseiro, sua fisionomia está
suave, ela dorme um sono tranquilo. Depois da noite que tivemos o seu sono está mais que
tranquilo.
Desço meu olhar um pouco para baixo, seu delicioso seio redondo e durinho, que cabe
perfeitamente em minha mão e principalmente em minha boca está a mostra, apenas um lençol
fino cobre seu corpo nu até a sua cintura. Isso já é motivo suficiente para alguém lá embaixo dar
sinal de vida.
— Puta que pariu!!!— falo baixo para não acorda-la.
Passo a mão em meu rosto algumas vezes. Não acredito que cai na dela de novo, isso está
se tornando cada vez mais frequente. Antes conseguia resistir ao desejo de tê-la como mulher.
Sua amizade me bastava, mas agora está ficando complicado.
Levanto da cama rápido, antes que eu perca o juízo de novo, dou mais uma olhada para o
monumento de perfeição em forma de mulher na cama e sigo rápido para o banheiro. Preciso
resistir a essa tentação. Confesso que essa tentação em especial é para lá de gostosa e prazerosa,
mas tem muita coisa em jogo, ela não é como as outras. Não é tão simples.
Já estou duro de tesão, ver essa ruiva daquele jeito na cama é para acabar com a sanidade
de qualquer um. Bater uma punheta em homenagem a ela também está fora de cogitação. Preciso
pensar com a cabeça de cima e não com a de baixo.
Ligo o chuveiro e coloco na água gelada, para ver se a água refresca as minhas duas
cabeças, pois não está sendo fácil raciocinar depois daquela bela visão. Sair desse banheiro e me
acabar novamente naquela cama, com a dona daquele corpo é um pulo, mas não posso, tenho que
resistir.
— Adriano o que essa ruiva está fazendo com você? — falo em voz alta enquanto a água
cai em meu corpo.
Acho que vocês não estão entendo muita coisa. Vou começar a explicar, vocês vão
entender, é difícil resistir quando uma certa ruiva está jogando com o desejo de um certo homem.
Nesse caso esse homem sou eu, e a ruiva vocês vão descobrir quem é.
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Tudo começou...

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CAPÍTULO 1 — MONTANHA

Junho de 2012

Hoje faz 3 meses que perdi meu bem mais precioso, a minha menina, minha irmã amada
Mariane.
Como toda semana venho ao cemitério trazer flores para colocar em seu túmulo e de
nossa mãe, estou vivendo um dia após o outro. Mary me fez jurar antes da sua morte que eu não
iria deixar a dor me abater, que seguiria minha vida por ela. Mas está difícil.
Depois que perdemos nossa mãe há alguns anos eu e Mary ficamos ainda mais unidos.
Nosso pai nunca foi presente em nossas vidas, depois da morte da nossa mãe ele se afundou
ainda mais no trabalho. Mary e eu nunca reclamamos, tínhamos um ao outro.
Até agora minha ficha ainda não caiu, sei que tive minha parcela de culpa, talvez se eu
tivesse brigado com ela para pôr o cinto, se eu tivesse feito aquela curva com a velocidade
reduzida o carro não teria derrapado, não teria perdido o controle e batido. Ainda tem o freio,
mesmo puxando o freio de mão ele não funcionou.
Ajoelho no túmulo das duas pessoas mais importantes que amo e acabei perdendo de
forma precoce, coloco os dois vasos de flores, cada um de um lado.
— Me perdoa mãe, jurei no dia da sua morte que eu iria cuidar da nossa menina, no fim
eu fui o culpado por ela estar aqui. — Choro feito criança. — Tata, você não pode imaginar a
falta que me faz. Tudo faz lembrar você, sinto saudades quando você aparecia no meio da noite e
dizia que iria dormir com "Tato". Me desculpa por ter tirado a sua vida tão nova, foi
irresponsabilidade minha, tinha que ter cuidado mais de você, tinha que ter feito você colocar a
porcaria daquele cinto. Daria tudo para estar no seu lugar e você viva. Você tinha tanta coisa para
viver. Eu te amo tanto, dói não ouvir suas risadas, ver seu sorriso e saber que nunca mais a terei
do meu lado de corpo presente. Só o corpo, pois sei que em espirito você sempre irá me
acompanhar... Hoje arrumando as coisas do seu quarto para dar para doação descobri que não
estou cumprindo a promessa que eu fiz para você. Não estou vivendo, portanto pensei muito e
resolvi ir embora da cidade, ir morar na cidade de Dayana, sei que você não gostava muito dela,
mas agora é a única pessoa que eu tenho. Pai está com Daniela, até levou ela para morar lá em
casa, então acho que está na hora de seguir minha vida. Estou pensando em prestar vestibular e
trabalhar em alguma filial de Segurança Patrimonial do nosso pai, andei pesquisando e tudo
indica que em Dourados tem uma, pai já queria que eu fosse encarregado pelo lugar, mas você
me conhece sabe que não gosto de ter privilégios por ser filho do dono, quero apenas ser um
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funcionário qualquer. Dayana ainda não sabe da minha decisão, quero fazer uma surpresa e
marcar logo a data do nosso casamento. Depois do acidente ela ficou distante, sei que está sendo
difícil para ela conviver com uma pessoa quebrada como estou agora. Ela também sente muito a
sua falta, ela sempre se lembra das suas crises de ciúmes por causa dela. Como sinto sua falta
Tata, onde quer que você esteja me deseje sorte nessa nova caminhada.

Fevereiro de 2013

Fiz o que tinha planejado, prestei o vestibular para Geografia—licenciatura na UFGD em


Dourados. Com 28 anos já tenho minha profissão, segui os passos do meu pai, sou segurança
patrimonial desde os vinte anos de idade. A faculdade é mais para ocupar meu tempo e distrair
minha cabeça.
Acabei de passar pela entrada de Dourados, estou ansioso para fazer uma surpresa para
Dayana, ela ainda não sabe que chego hoje, nem imagina que vim para ficar. Já entrei em contato
com algumas imobiliárias e agendei algumas visitas, quero comprar uma casa o mais rápido
possível e me casar logo com ela.
Com o acidente acabei recebendo uma bela bolada, tanto do seguro do carro quanto do
seguro de vida de Mary, eu era seu único benificiário. Mas não peguei um centavo do dinheiro
do seguro de vida dela, esse dinheiro para mim é amaldiçoado. Ele está no banco, mais para
frente decido o que irei fazer com ele, talvez uma doação para alguma entidade.
Estaciono o carro na frente da casa da mulher que vai trazer de volta meu sorriso. Desço
do carro, encosto nele e fico olhando para a porta da casa dela. Pego o celular e ligo para ela.
— Alô — atende.
— Oi minha linda.
— Mor? Oi, tudo bem?
— Estou tentando ficar bem.
— Desculpa não ter ido para Paranaíba esse mês, é que não deu certo.
— Linda você está em casa?
— Estou sim, por quê?
— Sai ai fora que eu tenho uma surpresa para você.
— Que surpresa?
— Sai que você vai descobrir.
— Eu vou gostar?
— Tenho certeza que sim. Sai logo.
— Está bem, estou saindo.
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Não demora muito Dayana aparece na porta com um vestido soltinho e chinelos, seus
cabelos loiros estão soltos, ela está linda, meiga, perfeita como sempre. Abro um sorriso, enfim
ficarei com a mulher que amo.
Ela olha meio assustada quando percebe que a "surpresa" na verdade sou eu. Dayana
caminha até mim e eu vou ao seu encontro, a abraço apertado e lhe dou um beijo cheio de
saudades.
— Você era a surpresa mor — constata.
— Gostou?
— Fiquei surpresa— fala se afastando um pouco de mim.
—Tem mais uma surpresa — digo animado.
—É?
—Sim
—Um presente?
—Não sei... Pode ser.
— Fala logo mor, sabe que sou ansiosa.
— Você quer dar uma volta primeiro?
— Ah mor, estou feia, olhe minha roupa.
— Está linda como sempre. Vamos naquele parque que a gente vai quando venho te ver,
como é dia de semana o movimento vai ser bem pouco.
— O Parque das Nações?
— Esse mesmo.
— Tudo bem, nem vou pegar bolsa vai ser rapidinho.
— Então vamos? — falo abrindo a porta do carro para ela entrar.
Dou a volta, entro no carro e dou partida. Dayana observa as malas no banco traseiro.
— Comprou um carro novo?
— Comprei, não poderia ficar andando com o carro do meu pai.
— Não conheço esse modelo. Desistiu da Hilux.
— Peguei trauma. — O carro que dirigia no dia do acidente era uma Hilux, por isso
troquei o modelo. — Esse é um Chevrolet Onix. Gostou?
— Legal. Vai ficar quantos dias?
— Por que a pergunta?
— Você trouxe bastante coisa, normalmente quando vem traz apenas uma mala pequena
— diz apontando as malas no banco traseiro.
— É que dessa vez vou precisar de mais roupa.
— Então vai ficar bastante dias? E o seu trabalho?
— Entrei em um novo. Para de ser curiosa daqui a pouco conto tudo. Como você tem
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passado esse mês?


— Bem, a semana que vem começam as aulas da faculdade.
— Está animada?
— Claro! sempre quis fazer direito, eu e a Camila.
— Camila, sua amiga?
— Isso, você não a conhece.
Conversamos mais algumas coisas aleatórias até chegar no parque. Estaciono o carro.
— Mor, já chegamos pode dizer qual é a outra surpresa? — pergunta sem descer do
carro.
— A surpresa é que eu também vou fazer faculdade.
— Nossa que legal! Você vai fazer na UEMS de Paranaíba?
— Não na UFGD — digo empolgado.
Dayana me olha confusa.
— UFGD? Aqui? Por isso a quantidade de malas.
— Você falou tanto para marcar a data do nosso casamento que resolvi fazer essa
surpresa, não queria que você largasse a faculdade e sua família que mora aqui. Nada mais me
segurava em Paranaíba, então resolvi vir morar aqui.
— Você deveria ter me avisado! — fala com a voz em tom alto.
— Eu sei linda, quis fazer uma surpresa. Já escolhi umas casas na imobiliária e marquei
uma visita para você escolher a casa que mais lhe agradar. Vou te dar um cartão para você
mobiliar a casa do jeito que quiser. Já podemos marcar a data do nosso casamento, darei outro
cartão para você usar nas despesas da festa. Sei que gasta muito seu vestido, decoração, buffet,
quero que tudo saia como você sempre quis.
— Me leva embora — Dayana fala com a cara fechada.
— O que foi linda? — pergunto sem entender a sua reação.
— Só me leva embora— fala olhando para o outro lado.
Não entendo a atitude de Dayana, ela sempre quis agilizar o casamento, fiz o que ela
sempre quis, vim morar perto dela e ela reage dessa forma?
Dou partida no carro e a levo até a sua casa. Quando chegamos ela desce do carro sem
esperar eu abrir a porta.
Desço do carro e a olho confuso.
— Linda, o que aconteceu? Você não gostou?
— Olha Adriano, vou ser bem direta. Eu não te amo, não vou casar com você, tenho um
namorado aqui, e é dele que eu gosto. Estava dando um tempo por causa da morte da Mariane,
mas eu já ia terminar com você.
— Dayana?
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— Só um tonto para não perceber, já nem estava indo para Paranaíba para não ter que te
ver. Como você vai fazer faculdade na mesma que eu, faça o favor de fingir que não me conhece.
Já basta o que fez com a sua vida e o tempo que perdi com você. Não quero que estrague meu
namoro com Marcelo.
— Há quanto tempo?
— Não sei, já faz um tempo que ficamos, mas namorar faz uns 6 meses ou mais. Sei lá
quanto tempo faz, não sei. Você sabe que não ligo muito para datas.
— Dayana por quê? Larguei tudo para vir atrás de você.
— Para de ser besta, você não largou foi nada. A mimadinha, queridinha, amadinha ou
melhor a sua Tata morreu e agora você se deu conta que eu existo, mas já é tarde, não vou
carregar um peso morto nas minhas costas. Se toca Adriano vai atrás de outra para te consolar,
porque eu não sou Madre Tereza. Tenho minha vida toda pela frente e não quero ficar do lado de
um cara que só fica chorando pela morte da irmãzinha, um acidente que ele mesmo provocou. —
Coloca a mão na boca de forma teatral. — Ah esqueci que você se sente culpado, afinal você
estava dirigindo e não teve como evitar e a coitadinha da Mariane morreu tão nova, cheia de vida
— ela fala com sarcasmo e começa rir.
— Que isso Dayana! Desculpa. Eu sei que fiquei muito abalado com a morte da Mary.
Mas para que você dizer isso, jogar essas coisas na minha cara.
— Sabia que isso me irrita, para de ser perfeitinho, tenho nojo disso, se toca e segue sua
vida, e para de atrapalhar a minha, para de ser chato.
— Ok. Já entendi, essa é uma discussão que não compensa — falo dando a volta e
entrando no carro, o ligo e ainda escuto ela gritar.
— Sempre perfeitinho. Finge que não me conhece pelo menos isso lindão.
Saio sem rumo, dirigindo e batendo a mão no volante, pelo visto caí na lábia da Dayana e
ela não é o doce de pessoa que pensei que era. Lembro-me de uma conversa que tive com Mary
pouco tempo antes dela ir embora dessa vida.
— Tato cuidado, você ainda vai quebrar a sua cara com essa Dayana.
— Para de ser ciumenta Tata ela é uma boa pessoa, isso é implicância sua.
— Não é não, só espero que quando a máscara dela cair você não fique jogado na
sarjeta.
— Já disse você pega muito no pé dela.
— Você não confia mesmo em mim. Promete que quanto você descobrir a bruxa do 71
que ela é, você não vai baixar a cabeça, não vai parar de viver.
— Mary, para com isso — falo.
Ela se aproxima de mim e faz-me abaixar para olha-la.
— Por favor, Tato, jura que não vai deixar de ser essa pessoa maravilhosa com o
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coração bom que tem, que vai continuar sua vida e ser muito, muito, muito feliz.
— Já sou muito, muito, muito feliz — falo a abraçando.
— Você será mais que já é, não vai ter uma falsiane do seu lado. Promete Tato?
— O que você não me pede sorrindo que não faço chorando?
— Credo— diz fazendo bico.
— Eu prometo, Prometo ser feliz a cada dia da minha vida, com ou sem Dayana, nada e
ninguém vai me fazer mudar meu jeito. Feliz agora?
— Sim, pois sei que meu Tato, meu herói não vai baixar a cabeça para a aprendiz de
bruxa.

Um sorriso surge em meu rosto ao lembrar-me desse dia. Mary estava certa, a máscara
caiu. É decepcionante, eu vim cheio de planos, dói descobrir da boca dela tudo, mas a vida tem
que continuar, preciso seguir em frente não por mim, mas pela minha menina, meu anjo que
mesmo não estando presente me ajuda. De onde ela estiver sei que sempre estará comigo me
guiando e iluminando meu caminho.
Não vou voltar para Paranaíba, vim tentar reconstruir minha vida, é isso que irei fazer,
com Dayana ou sem ela, irei seguir os meus planos: trabalhar, estudar, conhecer gente nova, ser
feliz.
Vou para o hotel que eu tinha reservado antes da viagem. Ele é razoavelmente próximo
da faculdade, mas distante da agência de segurança onde vou trabalhar.
As aulas começam na próxima segunda-feira. No mesmo dia também começo no
emprego novo, o esquema é 12/ 24, trabalho 12 horas e folgo 24.
Agora só falta arrumar um barraco, não dá para ficar morando em hotel. Poderia comprar
ou alugar uma casa, mas não quero morar sozinho, vou esperar as aulas começarem para arrumar
vaga em alguma república, então tenho tempo para beber e curtir o pé na bunda que levei da
Dayana.
Eu disse que iria erguer a cabeça e seguir em frente, diferente de mulher que fica
chorando, homem bebe até ficar anestesiado. No outro dia acorda com uma baita dor de cabeça e
bebe novamente, até que a dor física seja maior que a dor do coração.
Segunda é o dia do recomeço, o que me resta agora é beber e esperar a segunda chegar...

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CAPÍTULO 2 — MONTANHA

Como não tenho nada para fazer, só beber e dormir resolvi ir à faculdade para ver se
encontro algum cartaz ou recado para vaga em república. Hotel é bom para passar uns dias, mas
para morar é foda. Achei alguns recados sobre vagas e o telefone. Liguei nos números, fiz
algumas visitas, e acabei achando uma república boa. Com quatro caras, e os quartos são
individuais acabei ficando com essa, os caras parecem ser de boa.
Acabei mudando hoje mesmo para a "República dos Xoxoteiros" e de cara já tem uma
festa para comemorar o novo integrante: no caso eu.
Festa na república é o que está acontecendo nos últimos dias, segundo os caras, é para
aguentar o batidão do semestre, pois em época de prova não sobra tempo nem para transar.
Hoje já é domingo, decido não participar da festa. Amanhã começo no trabalho,
segurança com bafo de cachaça não passa credibilidade, não é porque sou filho do dono que não
desempenho meu trabalho direito.
Acordo cedo e vou para o trabalho. Se eu queria trabalhar e fazer faculdade para ocupar
meu tempo está dando certo. Depois de doze horas de trabalho acabo de chegar no barraco
morto, ainda tenho que ir para a faculdade. Tomo um banho rápido visto a primeira roupa que
encontro e vou para a faculdade.
Chego pouco antes do horário, procuro a sala do primeiro ano de Geografia, quando eu a
encontro entro. Como sou alto caminho até o fundo onde tem uma carteira vaga e me sento,
percebo que fica próxima a três moças. Coloco o caderno em cima da carteira, tiro o celular do
bolso, uma caneta e deposito em cima do caderno. O professor ainda não chegou.
Percebo que esse trajeto foi acompanhado por vários olhares, sei que chamo a atenção
não somente pela altura de 1,80m, mas também pelo meu corpo com músculos definidos, pernas
grossas, barba sempre bem aparada e pelo tamanho do meu cabelo. Sabe aquela música moreno
alto, bonito e sensual? Então, esse cara sou eu, a diferença que meu cabelo é indefinido tem uma
mistura de loiro com castanho em algumas partes e meus olhos são azuis. Levei um pé na bunda,
mas não sou de jogar fora.
Depois de acomodado começo a reparar na sala para ver direito as pessoas com que eu
vou conviver os próximos quatro anos. Acabo me distraindo e derrubo a caneta no chão, quando
tento pegar a maldita derrubo o celular e o caderno junto.
— Caralho — resmungo baixo tentando me levantar para pegar as coisas que derrubei.
— Mais você é desastrado, ein — uma moça morena, com cabelos encaracolados até a
cintura, fala me entregando a caneta.
—Você acha que ele é desastrado? Eu tenho certeza — outra moça de cabelos
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encaracolados castanhos escuros, com a pele também morena fala me entregando o caderno.
—Também com todo esse tamanho — uma ruiva linda de cabelos lisos, fala analisando
todo meu corpo e dando um sorriso sexy. — Ele pode ser o que ele quiser — acrescenta me
devolvendo o meu celular.
Meus olhos avaliam a ruiva de cima a baixo. Como um ser pode ser gostosa desse jeito?
Olho para as outras duas que também são lindas, mas a ruiva...
— Obrigado meninas, o meu tamanho e essa carteira não são compatíveis — digo.
Elas me olham e riem.
—Eu sou Clara — a moça que me entregou a caneta fala.
—Eva— a moça que entregou o caderno fala.
—Eu posso ser o que você quiser — a ruiva fala rindo. — Estou brincando pode me
chamar de Carol.
Olho para as três sorrindo, parece que cada uma tem uma característica e personalidades
diferentes.
A que mais me chamou atenção foi a Carol, já mostrou para que veio. Gostei dela, direta,
sexy, linda e ainda por cima divertida.
— Prazer Clara, Eva, e Carol. Obrigado de novo, eu me chamo Adriano — digo e dou
um beijo no rosto de cada uma.
Quando meus lábios encostam na bochecha da ruiva sinto algo diferente, ela tem um
cheiro bom. Mas como sou homem e ela é mulher isso é de esperar, ainda mais se tratando de um
monumento de mulher como ela.
Não é possível continuar a conversa, o professor entra na sala e começa a falar, e para
meter a pressão já passa um trabalho em grupo de cinco. Como as três meninas eram as únicas
que eu "conhecia" acabo entrando no grupo delas com um carinha chamado Alessandro que está
sentado próximo a nós. Pelo visto elas e ele também não conhecem o restante da turma.
Na hora do intervalo, sento em um dos bancos que tem no campus. Vejo Dayana
passando no corredor abraçada com o namorado, ainda é complicado não sei se sinto raiva,
saudade, ódio ou amor. É difícil afinal foram mais de três anos juntos. Viro o rosto para
disfarçar, quando as três chegam perto de mim.
— Então a gente veio falar do trabalho, algum problema? — Clara pergunta.
— Não, problema nenhum— respondo.
— Realmente o problema vai ser conviver com você sem poder te dar uns pegas — a
ruiva fala fazendo todos rirem.
Levanto-me do banco e a puxo a para um abraço apertado.
—Adoro uns pegas — brinco.
Resolvo cair na brincadeira, está mais que na cara que essa gosta de zoar com a cara das
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pessoas. Quando a abraço sinto aquela mesma eletricidade correndo em minhas veias, meu
coração acelera.
— Meu Deus como você é forte — a ruiva fala apertando meus braços e depois apalpa
minha barriga. — Gente ele tem um tanque aqui cheio de gominhos.
— Acho que você está se aproveitando de mim — digo rindo.
— Para de ser malicioso, é só uma brincadeirinha suave — Carol fala rindo.
— Carol, você é doida menina — diz Clara.
— É sério, aperta ele. Adriano abraça ela para Clarinha ver que eu não estou mentindo —
diz e sai do meu abraço.
— Será? — Clara questiona desconfiada.
— Para de ser boba Clarinha, é sem maldade — Carol fala rindo.
— Sem maldade — confirmo.
—Ah. Então eu quero — Clara fala rindo.
Solto Carol, puxo Clara e a abraço. Como ela é baixinha meu abraço a cobre toda, ela
deposita a cabeça em meu peito e recebe o abraço apertado de bom grado, ela suspira fundo e me
aperta.
— Nossa, você tem um abraço tão gostoso, passa uma energia tão boa, parece que com
esse simples abraço todos os problemas ficam pequenos — Clara fala.
Diferente de Carol que senti meu coração disparar, com Clara parece que sempre a
abracei. Ela me fez sentir saudade de alguém. Olho para ela que está sorrindo com os olhos
fechados, ela é pequena, frágil, tão meiga e doce, parece tanto com a minha Tata, seu jeito, seu
sorriso, até seu cheiro é igual da minha Mary.
— Minha menina. — A aperto mais forte. — Você pode ter um abraço meu quanto você
quiser — digo.
— Jura? — fala fazendo biquinho igual Mary fazia.
— Juro — confirmo a olhando e sorrindo.
— Ah, eu também quero esse abraço — Eva fala, cruzando os braços na minha frente.
Solto, Clara e puxo Eva para o abraço.
—Eu também quero esse abraço todo dia ele é bom mesmo — Eva fala rindo.
—Vocês duas podem parar. Eu vi o bofe primeiro, ele é meu— brinca Carol rindo.
— Nada disso, foi eu — Clara entra no jogo.
— Vocês duas estão enganadas, eu que o vi primeiro — Eva fala saindo do meu abraço.
— Meninas, se acalmem. Aqui tem Adriano para as três — falo abrindo os braços e
rindo.
Elas se olham entre si, como se estivessem conversando através do pensamento, abrem
um sorriso e correm até a mim, e as três me abraçam.
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—Você é nosso, não o dividimos com mais ninguém — a ruiva fala.


— Isso mesmo, vai ter que nos aguentar para o resto da sua vida — Eva avisa.
— Vou cuidar de vocês três. — Fecho meus braços e as abraço.
—Tudo isso é culpa sua. Quem manda ter o abraço tão gostoso — diz Clara.
— Clara sua burra, não é só o abraço. Ele é todo gostoso — insinua Carol rindo.
— Adriano, você é muito grande — comenta Eva.
— Isso é verdade — Carol concorda. — Parece uma montanha de tão forte.
— Já sei! — Clara grita. — Você é o nosso Montanha!
— Montanha? — questiono.
— Montanha! O nosso Montanha, e de mais ninguém — Carol confirma.
— Ok, eu não vou discutir. Sou o Montanha de vocês três. E vocês são as minhas
meninas.
— Posso ser mais que uma menina para você — Carol sugere com um sorriso maroto.
— Carol! — repreendem Clara e Eva juntas.
— O que foi gente? — Carol faz com cara de inocente. — Só quis dizer que vou ser uma
ótima amiga.
—Vocês três já são ótimas amigas, e eu vou cuidar das minhas três meninas como se
fossem as minhas próprias irmãs.
— Quero ser mais que irmã! — solta Carol novamente.
Talvez se fosse em uma outra época eu queria mais que uma irmã, mas por enquanto a
sua amizade é mais que o suficiente.
—Carol! — Eva a repreende.
—Tá bom, tá bom, só estou brincando — a ruiva se defende rindo.
— Já que vou cuidar de vocês três, vamos para a sala que a aula já deve estar começando
— chamo.
Seguimos para a sala, atraindo olhares pelo caminho. Provavelmente por nós quatro
estarmos seguindo o caminho abraçados.
Assim eu conheci as três meninas que foram capazes de aliviar a dor da perda de Mary e
o pé na bunda de Dayana. Mas entre elas tem uma que vai ser capaz de me fazer perder o juízo...

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CAPÍTULO 3 — MONTANHA

1 ano depois

A amizade que começou no primeiro dia de aula entre Carol, Clara, Eva e eu continua
firme. Nunca pensei que fosse possível existir amizade assim entre um homem e três mulheres.
Essas meninas foram capazes de me fazer sentir vivo novamente.
Ainda sinto saudade da minha Tata e sempre irei sentir, lembro-me dela todos os dias,
mas a dor da perda agora é pequena. A saudade e admiração, tomou conta do lugar da dor.
Perdi Mary, mas ganhei três lindas irmãs. Não estou substituindo-a, ainda a amo mais que
tudo. Mas essas três juntas ocupam um lugar especial em meu coração, sem falar do meu tempo.
Cuido delas como se fossem do meu próprio sangue e elas juntas dão muito trabalho. Tem uma
especifica que me faz perder o sono e confundir amizade com desejo. O desejo por ela foi tanto
que vacilei umas cinco vezes desde o dia que nos conhecemos. Tento me controlar ao máximo,
mas é difícil resistir, ela consegue derrubar todas as barreiras e o meu desejo se torna
inexplicável. Quando dou por mim já estou em seus braços. Ela mexe com as minhas estruturas.
Nesse momento estou levando minhas três meninas para casa sobre protesto, nenhuma
queria ir embora. As três estão sentadas no banco traseiro, porque não queriam sentar do meu
lado. Dizem que estão bravas e isso me faz rir.
— Não quero ir embora Montanha, está cedo — resmunga Carol.
— Não está cedo, já são quase 4h00 da manhã — falo dirigindo o carro.
— Eu gosto de você, mas sempre tem que cortar meu barato — diz Eva.
— Culpa de vocês duas, porque eu estava de boa — acusa Clara.
— Ninguém mandou vocês beberem a bebida da festa inteira e ficarem se esfregando
com quem não deviam. Eva se você bebesse mais alguma coisa iria entrar em coma alcoólico —
reclamo.
— Hoje eu posso. Aquela vaca o roubou de mim — Eva diz chorando e rindo ao mesmo
tempo. Ela está muito bêbada. — Vou ligar para ele — avisa pegando o celular.
—Ah não vai não! Me dá esse celular aqui — Carol fala indo para cima da Eva tentando
pegar o celular.
—Vou sim, ele vai me ouvir. Aquele cachorro desgraçado — Eva fala segurando firme o
celular no meio das pernas.
— Pega, pega Carol não deixa ela ligar para aquele idiota — Clara fala tentando segurar
os braços da Eva.
Freio o carro de uma vez no acostamento, e elas vão para frente.
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— Você está loucão é? — grita Carol.


— Quer nos matar? — acusa Clara.
Olho para trás, sério.
— O que aconteceu? — Eva pergunta rindo.
— As três, podem parar com isso. Me dá esse celular aqui. — Estendo a mão e pego o
celular da Eva. — Está confiscado até amanhã, estamos indo embora porque as três bonequinhas
não sabem beber. Na certa iriam fazer cagada e amanhã ainda iriam brigar comigo por ter
deixado.
— Você não é meu pai — Carol fala cruzando os braços. — Só queria dar uns beijinhos
naquele cara.
—Verdade. Eu só estava dançando — Clara fala também cruzando os braços.
— Eu só estava bebendo, eu mereço. Levei um pé na bunda — Eva fala.
— Você. — Aponto o dedo para Carol. — Nem sabia quem era aquele cara, eu ia acabar
tendo que dar um soco na cara dele. Você. — Aponto para Clara. — O cara que estava
dançando é o Edson, você sabe muito bem que ele fica de marcação cerrada, você já ficou com
ele e não deu certo. E você. — Aponto para Eva. — Já disse, mais uma latinha de cerveja iria
entrar em coma alcoólico, ao invés de estar levando você para casa iria levar para o hospital.
— Não é bem assim não. Eu estava conhecendo ele... O Claudio, Claudemir... Ah sei lá o
nome dele — Carol resmunga..
— Isso só comprova que eu estou certo, você nem sabia quem ele era — afirmo.
— E você que estava se esfregando com a peito caído, ai você não fala nada né — acusa
Carol.
—Verdade, ela nem tinha bunda. Loira oxigenada — Clara põe mais lenha na fogueira.
— Sei lá, acho que o rosto dela estava embaçado — Eva ajuda.
— Era uma mocreia. Garota ridícula — Carol fala.
— Não sei se vocês repararam, mas nenhuma mulher presta para vocês três. É o peito
caído, peituda demais, sem bunda, baixa demais, alta demais. Nenhuma serve para ficar comigo,
se eu for por vocês vou virar padre porque não posso transar com mulher nenhuma — solto.
— Para de gracinha Montanha. Não é assim não, você que tem um gosto horrível e a
gente não fez nada — diz Carol.
— Não sei porque você está reclamando. A gente nem fingiu que éramos suas namoradas
dessa vez — zomba Clara.
Acho que me esqueci de dizer. Minhas meninas são ciumentas.
—Ai, está tudo rodando — reclama Eva.
—Realmente não fizeram nada... — digo irônico. — As duas iam sair com caras, que no
final ia dar merda e a outra está bêbada. Eva se for vomitar coloca a cabeça para fora. Agora vou
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levar as três bonecas para casa e não quero ouvir nenhum piu — digo já ligando o carro e
pegando a estrada.
—Piu! — Eva fala rindo.
—Sem gracinha, Eva — ordeno.
—Vou ficar na Clara, então pode levar Eva primeiro — Carol fala.
—Você vai ficar em casa? — Clara pergunta.
—Vou sim — avisa Carol.
Elas ficaram conversando, mas dessa vez sem escândalos. Estou parecendo chofer visto
que as três bonecas estão no banco de trás fazendo gracinha.
Hoje resolvemos sair, pois Alessandro terminou definitivamente com a Eva. Fazia quase
um ano que os dois estavam juntos, mas não era namoro. Agora Alessandro conheceu Camila e
os dois começaram a namorar sério, isso explica o motivo da bebedeira de Eva.
Chego na casa da Eva, e desço do carro para ajudá-la a andar até a porta de casa, as
meninas me acompanham.
Eva pega a chave e tenta abrir a porta.
— A chave não entra — fala rindo.
— Será que você pegou a chave errada? — Carol pergunta.
— Me dá essa chave aqui — peço pegando a chave da mão de Eva e abrindo a porta.
—Não quero entrar, está cedo — Eva resmunga rindo.
—Eva, entra logo — ordeno, tentando fazê-la passar pela porta.
— Vamos ver o pôr do sol? — fala rindo.
—Eva não seria nascer do sol? — questiona Carol.
—Ah tanto faz — Eva gargalha.
—Eva, sua mãe vai acordar com as suas risadas e ai você vai ver só — aviso.
— É mesmo. Será que ela vai me matar?
— Certeza — Clara fala.
— Verdade, melhor eu entrar — Eva fala rindo com a mão na boca.
Quando ela entra, tranco a porta e coloco a chave no bolso.
—Você vai ficar com a chave? — Carol pergunta.
— Vou, amanhã eu devolvo. Vai que ela tenta sair para a rua, é melhor não arriscar.
Vamos, agora só faltam vocês duas.
Voltamos para o carro, Carol e Clara sentam no banco traseiro, mas agora o trajeto até o
apartamento de Clara é feito em silêncio, pelo visto elas cansaram.
— Chegamos — aviso estacionando na frente do apartamento da Clara.
—Então, tchau — Clara fala me dando um beijo na bochecha.
—Tchau, moreninha — me despeço.
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— Carol. Vamos! — Clara chama já fora do carro com a porta aberta.


— Ah não, Clarinha, vou para minha casa mesmo — Carol responde.
— Carol, você disse que iria ficar na Clarinha — digo.
— Desisti, é melhor ir para minha casa, que eu durmo até tarde — Carol fala.
—Tem certeza? — Clara pergunta desconfiada.
— Tenho sim — responde Carol, se fazendo de inocente.
— Então, até — Clara se despede e fecha a porta.
— Vamos lá Carol, agora só falta você.
— Quando chegar você me acorda? — fala deitando no banco.
Não demora nada já é possível escutar a sua respiração pesada, pelo visto desmaiou.
Dirijo em silêncio até a sua casa. Quando estaciono o carro a chamo:
— Carol! Chegamos. — Nem sinal dela levantar. — Carol? Carol! Acorda.
Ela continua dormindo. Desço do carro, abro a porta e a chacoalho chamando seu nome.
— Carol, acorda Carol!
—Me deixa dormir em paz— resmunga virando de lado.
—E agora o que vou fazer? Ficar parado aqui não dá, e essa dorminhoca não vai acordar.
Carol, Carol o que vou fazer com você? Por que não ficou na Clarinha? Amanhã você me paga.
Fecho a porta do carro, volto para o volante e dirijo até a república. Coloco o carro na
garagem, abro a porta da Carol, e a pego no colo. Com dificuldade abro a porta, vou até o meu
quarto e a coloco na minha cama. Sento do lado da cama e a observo, ela está linda. Passo a mão
em seus cabelos, com meu toque ela se vira na cama, pelo visto irá acordar tarde. Tiro seu
sapato, pego o edredom e a cubro. Dou um leve beijo em seu rosto, sinto o cheiro cítrico
misturado com o cheiro de cerveja.
Tomo banho, volto para o quarto, e ela dorme como se estivesse na sua cama. Como pode
ser dorminhoca desse jeito? Ainda reclama quando a levo embora a força. Imagine o que poderia
ter acontecido se ela tivesse ficado com aquele cara. Não tem responsabilidade. A sorte dela e
das outras duas é que elas têm a mim.
Não vou dormir no sofá, nem no chão, vou dormir na minha cama. A sorte que é cama de
casal e vai caber nós dois perfeitamente. Tranco a porta do quarto, apago a luz e deito na minha
cama, do lado da Carol que está com a barriga para cima. Complicado deitar na cama com ela do
lado.
Fico olhando para o escuro esperando o sono chegar. Ela se mexe na cama, fico imóvel
para não acorda-la. Porém ela se vira, usa meu peito como travesseiro e joga as penas sobre mim.
—Fodeu — resmungo baixo.
Respiro fundo e fico imóvel, percebo que ela continua dormindo. Não resisto e acabo
passando meus braços e a abraçando.
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— Ruiva, ruiva você não sabe com quem está mexendo — sussurro dando um beijo em
sua cabeça.
Ela nem se move, só consigo ouvir sua respiração profunda. Acabo pegando no sono.
Sinto meu corpo quente e uma língua entrando na minha boca. Começo a retribuir, esse
beijo é gostoso, quente, molhado. Abro os olhos e vejo que não é um sonho.
— Ruiva?
— Xiii — fala voltando a me beijar.
—Não — Viro o rosto.
— Sim! — Sobe no meu corpo e vai beijando meu pescoço.
— Não podemos. — Tento controlar a minha respiração.
— Eu posso, você pode, eu quero, você quer — diz.
— Quero — digo colocando as minhas mãos em seus cabelos e a puxando para que
minha boca possa tomar conta da sua, enquanto a outra mão aperta a sua cintura fazendo-a sentir
minha ereção.
Mordo seu lábio inferior e o chupo, a jogo do lado e subo em cima do seu corpo. A beijo
novamente, suas unhas cravam em minhas costas, vou descendo meus beijos pelo seu pescoço.
Começo a tirar seu vestido e ela ajuda levantando os braços, volto a beija-la até chegar em seu
seio. Massageio seu seio, cabe perfeitamente na minha mão. Não demoro para começar a chupar
até sentir o seu bico duro. Dou a mesma atenção ao outro a deixando excitada.
—Ahh — Carol geme.
Enquanto chupo um dos seus seios, os dedos da minha mão descem pelo seu corpo até
chegar a sua calcinha. Coloco minha mão dentro e meu dedo invade a sua intimidade, ela está
molhada e isso me faz gemer.
— Delícia — gemo.
Carol tenta tirar minha bermuda com os pés, sinto mordendo meu ombro, tiro meu dedo
de sua boceta, fico de joelho, tirando a sua calcinha, me curvo sobre ela e começo a beijar sua
virilha, dou leves mordidas, até que começo a chupar sua boceta. Ela joga as pernas em meu obro
e ergue seu tronco colocando suas mãos entre meus cabelos rebolando na minha boca.
— Mais — fala entre gemidos. — Quero mais, faz assim! — Rebola em minha boca.
Não demora muito, ela goza em minha boca, deita na cama e tira as pernas dos meus
ombros.
—Vem Montanha, quero mais — pede manhosa.
— Você me deixa louco — digo com a respiração pesada, doido para entrar nela.
Tiro minha bermuda, e me curvo sobre ela, posiciono meu pau em sua entrada e sem que
eu espere Carol levanta seu quadril fazendo-me entrar de uma vez.
— Ah! — gemo em sentir tudo dentro dela, ela é quente, macia, apertada.
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— Faz — geme.
Beijo sua boca e começo a me movimentar dentro dela, enquanto ela rebola no meu pau.
— Assim — pede levantando o quadril e mordendo meu ombro.
Seguro na cabeceira da cama com as duas mãos e intensifico o movimento, saindo,
entrando, rebolando.
— Mais forte — Carol pede gemendo.
Coloco mais força no movimento, ela abraça a minha cintura com suas pernas.
—Assim que você gosta?
— Sim, forte, duro! — Rebola no meu pau.
Sento na cama, encosto minhas costas na cabeceira e a puxo para montar em mim, ela faz
sem protestos, mas logo Carol senta no meu pau e cavalga. A deixo colocar o ritmo, descendo,
entrando, subindo, saindo, rebolando, gemendo, me morde, chupa meu pescoço, puxa meu
cabelo. Como pode ser intensa dessa forma? Quando percebo que ela está perto de gozar aperto
sua bunda e acompanho seu movimento.
— MONTANHA! — grita quando chega no seu clímax.
Dou mais algumas investidas.
— AH RUIVA! — Gozo chamando seu nome.
Ela deita a cabeça em meu ombro, nossas respirações ainda estão agitadas, eu a abraço e
distribuo alguns beijos em sua pele. Ainda estou dentro dela.
— Cansei — ela fala ofegante. Rebolo ainda dentro dela.
—Você acaba comigo, ruiva — digo segurando sua cintura a levantando e saindo de
dentro dela.
Ela se senta e eu a abraço, beijo sua boca, mas dessa vez sem aquela velocidade, mas com
o mesmo desejo. Deito na cama, e a puxo para meus braços, ela encosta a cabeça em meu peito,
puxo o edredom e cubro nossos corpos nus.
Sem demora caímos ambos em um sono profundo.
Acordo com uma batida na porta do quarto e gritos.
— ADRIANOO! O ADRIANO!
Sinto um peso em meu peito, me vem à mente o que aconteceu na madrugada.
— De novo! — resmungo baixo.
— ADRIANOO! — mais gritos e mais batidas na porta.
— O QUE É? — grito de volta tirando Carol do meu peito, ela vira para o lado e continua
dormindo. Essa é dorminhoca.
—VOCÊ NÃO VAI AJUDAR NA FAXINA NÃO?
Levanto da cama ainda pelado, pego a bermuda no chão e a visto, vou até a porta e abro
apenas uma fresta.
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—Se você não parar de bater nessa porra dessa porta e ficar gritando feito uma bichinha
vou socar a sua cara — ameaço.
—Para que essa violência? Olha a hora, hoje é sábado — Gustavo fala.
— Eu sei que hoje é a porra da faxina — respondo irritado.
— Oh se você me pagar, eu quebro essa para você.
— Mercenário — acuso.
— Para de reclamar, é pegar ou largar. Preciso de uns trocados para sair essa noite, eu te
ajudo, você me ajuda e todo mundo fica feliz.
— Quanto?
— 100 pila.
— Você acha que eu ganho dinheiro a rastelo?
— Beleza, levanta e vai fazer o seu serviço. — Gustavo dá de ombros.
Olho para trás, Carol ainda está dormindo, vou ter que conversar sério com ela e leva-la
para casa.
— Merda! Gustavo — chamo. — Eu pago.
—Beleza. Quero o dinheiro antes das 5h — avisa saindo pelo corredor.
Fecho a porta, vou até a cama, sento, passo a mão pelos cabelos de Carol e a chamo.
— Carol! Carol acorda.
— Hum... — Vira do lado e cobre a cabeça.
Puxo o edredom da sua cabeça, e dou uns beijos em seu rosto.
—Vamos Carol, acorda já está tarde. Seus pais devem estar preocupados.
Ela abre os olhos.
—Bom dia para você também.
—Bom dia, dorminhoca. Vamos levantar.
—Nenhum beijinho?
Aproximo-me dela e beijo seu rosto.
—Você vai fazer igual das outras vezes, né?
— Me desculpa Carol, não poderia ter acontecido, gosto muito de você.
— Já sei! — fala levantando, pega sua roupa e a veste. — Gosta de mim, como amigo,
mas de novo não resistiu ao seu desejo por mim e acabamos transando. Você vai pedir para
perdoar você e vai dizer que isso não vai acontecer novamente.
— Carol, a sua amizade é mais importante.
— Sem lamento, cansei disso. Mas te aviso não tente estragar outros lances meus.
— Eu não estrago.
— Estraga sim, ontem quando você me viu com aquele carinha arrumou um jeito de me
tirar dali, é sempre assim, você diz que não quer perder a minha amizade, mas também não deixa
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que me envolva com outras pessoas.


— Vem cá — peço, abrindo os braços.
— Não!
— Vem.
Ela se aproxima de mim e a abraço.
— Mas eu ainda odeio você e estou com raiva.
— Você é muito importante para mim, te amo você sabe disso.
— Quero que você me ame como mulher, não como amiga.
— Amo como irmã.
— Irmão não transa com irmã. Esse papo de irmã pode ser com a Clarinha que é carente,
não comigo. Não te vejo como irmão, te vejo como homem você sempre soube disso.
—Carol, por favor, entenda! Vou tentar não interferir em seus relacionamentos, mas é
difícil, você arruma cada um.
— Digo o mesmo para você.
— É o que vocês dizem.
Putz, esqueci de novo de uma coisa importante.
— Ruiva, você me fez esquecer da camisinha de novo.
— Quando me levar embora passe na farmácia para comprar a pílula do dia seguinte.
— Você acaba com o meu juízo.
— Não o bastante para você ficar comigo.
— Sempre vou estar com você, mas como amigo. — Aperto o meu abraço.
— Sempre vou ser sua amiga.
Como já disse, tenho um carinho especial pelas três, mas essa ruiva é tão quente quanto a
cor do seu cabelo, quando estamos sozinhos tudo pode acontecer. Meu desejo por ela em alguns
momentos chega a ser maior que amizade. Não é tão simples apenas transar sem compromisso,
ela merece mais, muito mais. Esse mais eu não posso oferecer no momento. A sua amizade tem
que bastar.

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CAPÍTULO 4 — CAROL

2 ANOS E 6 MESES DEPOIS.

Sabe como é você ser apaixonada por uma pessoa por mais de três anos e saber que a
única coisa que você recebe dela é amizade? Não estou reclamando, mas a amizade acaba se
tornando um sentimento tão pequeno perto do amor que eu sinto por ele.
No início era apenas um desejo incontrolável, mas depois que fiquei com ele e dormi em
seus abraços percebi que estava perdidamente apaixonada por aquele homem. Por mais que ele
tente negar e dizer que não sente nada além de amizade. Eu sei que sente, eu sinto que ele sente
algo por mim, também sei que não é apenas desejo. É mais.
Mas por que ele se recusa a me dar esse mais? Por que insiste em dizer que é apenas
amor de amizade e carinho de irmão? Já senti diversas vezes em meu corpo e em minha alma que
não é apenas isso. Seu carinho, seu toque, seu cheiro, as vezes que ficamos juntos, que fui sua e
acordei ao seu lado me comprovam que não é apenas amizade.
Há três anos e meio vivo amando um homem, que diz que o que sente é apenas amizade.
Toda vez que tento me envolver com outro para esquecê-lo ele aparece não como amigo, mas
como homem me fazendo reviver da forma mais maravilhosa possível tudo o que sinto por ele. O
pior de tudo que eu o amo em segredo, minhas melhores amigas, Clara e Eva nem sonham que o
envolvimento entre eu e Montanha não é somente amizade. Existe amizade, desejo e
principalmente por mim existe amor. Sei disfarçar bem meus sentimentos.
Hoje iremos a uma festa, como tivemos prova nas duas primeiras aulas resolvemos nos
arrumar na facul mesmo. Como acabei a prova primeiro, fui me arrumar e já estou pronta.
Estou decidida a esquecer esses sentimentos que sinto por Montanha e curtir o máximo
possível dessa noite. Caminho pelo o corredor e vou até onde ele está sentado, todo lindo. Me
aproximo dele que me recebe com um abraço de urso e um beijo na testa.
No primeiro dia de aula Clara disse que o abraço do Montanha tinha o poder de nos fazer
esquecer todos os problemas, e com o tempo isso foi comprovado.
Meu caminho até foi com meu coração apertado, mas agora o sinto mais leve.
— Como sempre está linda, ruiva — elogia Montanha.
Não o respondo apenas dou um sorriso.
Hoje eu caprichei, estou com um vestido tubinho azul bic, acima do joelho, com mangas
curtas, sandálias de salto pretas, cabelo feito um rabo de cavalo, maquiagem leve, e max brincos
da cor preta.
— Como acha que eu estou? — Montanha pergunta.
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Saio de seu abraço e o avalio, olho de cima em baixo, calça jeans azul abraçando
perfeitamente suas pernas, com uma camisa branca remangada até os cotovelos, o cabelo está
solto. Cruzo os meus braços, e olho novamente para ele de cima a baixo.
— Está comestível, te pegava, fácil, fácil — digo rindo, mas o duro é que é verdade, não
pensaria duas vezes em pega-lo.
— Já que você pegaria o Adriano, e eu como estou? Me pegaria também? — Edson fala
se aproximando de nós.
Edson é um "amigo" nosso, na verdade é o nosso carma. Ele ficou com a Clarinha umas
três vezes e agora sempre anda com a gente. Muitas vezes tentamos evita-lo, não é por mal, mas
ele não sabe se pôr no lugar. Confesso que não confio nele. Ele é mais amigo do Montanha que
nosso, mas eu e as meninas acabamos aceitando ele no grupo. Porém Edson nunca será parte do
quarteto fantástico formado por mim, Montanha, Clara e Eva.
—Você dá para quebrar o galho — respondo olhando para o Edson.
— Eu não tenho vez com você mesmo — Edson fala rindo.
Não respondo, Alessandro é o ex ficante da Eva se aproxima com a vaca Camila.
— Estão prontos? — Ale pergunta.
— Não, falta Clarinha e Eva. Elas estão se arrumando — responde Montanha.
— Odeio esperar — resmunga a vaCamila.
Apenas a ignoro, Montanha senta em uns dos bancos, sento do seu lado e ficamos
conversando esperando as meninas ficarem prontas. Normalmente só saímos nós quatro, mas Ale
também quis ir e ficamos sem graça de dizer não, e o Edson já disse é o nosso carma.
Ale é uma pessoa maravilhosa, no início quando nós nos conhecemos ele ficava com Eva,
nunca tinha visto um casal tão fofo como os dois, ficaram quase um ano juntos, mas não era
namoro. Então do nada apareceu a vaCamila e os dois começaram a namorar. Por mais que Eva
negue nós sabemos que ela ainda gosta dele, mas ela disse que é apenas amizade. Tadinha da
Eva eu sei bem o que essa amizade é capaz de fazer.
— Adriano, você vai hoje na Unick? — Uma loira chega perguntando e dando um beijo
em seu rosto.
—Vou — responde.
—Nossa que bom, será que iremos nós encontrar lá? — pergunta uma morena dando um
beijo em seu rosto.
O safado sorri, acho que eu vou matar duas galinhas hoje, uma preta e uma branca.
—Vou ver se as meninas estão prontas — aviso me levantando e saindo antes que eu
mate alguma das duas para uma galinhada.
Bando de mulher oferecida, não tem vergonha na cara de dar em cima dele na maior cara
de pau. Aquele safado desgraçado ainda dá moral, ele me paga.
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Entro no banheiro, onde está Clara e Eva.


— Meninas! Vamos logo, Montanha está nos esperando! — quase grito. Que ódio.
— Carol, menos fia, não precisa gritar — Eva fala.
Minhas amigas não tem culpa, mas ainda quero matar um.
— Tá gente desculpa, é que tem um monte de vaca no cio rodeando o Montanha. Não
aguentam ver um homem gostoso. — Olha para as duas. — Mas vocês estão lindas ein. Eva amei
sua roupa, perfeita como sempre.
Eva é linda, tem cabelos encaracolados castanhos escuros, pele morena, suas roupas
sempre são um arraso. Hoje ela está vestida com uma saia evase preta acima do joelho, com uma
croped rosa com mangas curtas, saltos PeepTooe rosa.
— Carol, você também está linda — elogia Eva.
Não tenho tempo de responder, porque Clarinha nos apressa.
—Sempre lindas e maravilhosas. Mas vamos logo. Tenho que deixar essa mochila lá no
Núcleo de Ensino — Clara avisa.
— Como assim você tem a chave do Núcleo? — pergunto.
— Claro que tenho, Mario me deu a chave, ele é meu orientador, preciso ter acesso livre
ao Núcleo para as minhas pesquisas, ou como vou escrever? Tenho até um armário lá — explica.
— Nenhum aluno tem a chave do Núcleo e muito menos um armário lá.
Eva olha com aquela cara tipo Clara você não existe.
— Não sou qualquer aluno, meninas. Vão na frente, eu encontro vocês no corredor em
cinco minutos. — A convencida da Clara fala, acho que vou bater nela também, como pode ser
tão inteligente desse jeito. Sorte minha que sempre faço trabalho com ela.
Eu e Eva saímos, rumo ao corredor, para encontrar Montanha e os outros, ainda bem que
as galinhas já se foram.
— Cadê a Clara? — Montanha pergunta.
— Vem vindo — respondo, ríspida.
— Está brava? — questiona Montanha.
— Eu não, por que estaria? — Apenas dou de ombros.
— Não sei, saiu daqui com uma cara — Montanha fala.
— É a única cara que tenho.
— Já vi cara suas melhores.
— Vai cagar — digo e começo a puxar conversa com Eva, essa noite ele me paga, fica de
conversinha fiada com aquelas galinhas.
Não demora Clara chega.
— Eita morena hoje você mata um — Edson fala olhando para Clarinha.
Realmente Clarinha é linda, ela está usando um vestido preto de renda que marca bem
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seu busto e cintura, levemente solto no quadril, acima do joelho, saltos Peep Tooe vermelho,
maquiagem marcante.
Como já disse, Edson não se manca que ela não quer nada com ele, Camila não sei o que
faz, acaba fazendo Clara rir. Edson e Camila formariam um ótimo casal, dois pés no saco.
— Então vamos? — Alê fala. — Como vamos dividir as pessoas no carro?
Não sei por que essa pergunta do Alê, ele sabe que eu e as meninas sempre vamos com o
Montanha, e o nosso carma Edson sempre vai atrás. Alessandro e Camila acabam indos sozinhos
no carro deles.
—Carol olha, eles vêm vindo — Eva fala olhando para o casal que vem pelo corredor.
— Evinha que homem é esse? Meu Deus, me deu até calor — digo rindo.
— O que foi? — Clara pergunta sem entender nada. — Podem colocar logo na roda vai.
Clarinha songa como não viu um homem lindo igual aquele.
— Olha lá! — Aponto para o casal que passa por nós.
Pelo visto Clarinha não entendeu muita coisa, pois nos olha com cara que não está nem
ai.
— Aquele é o casal top de linha do bloco de Direito, dizem que ele nunca a traiu— Eva
explica. — Gente, é um desperdício aquele homem todo já amarrado, tudo bem que ela é linda.
— Eles namoram há três anos — completo.
Não acho aquela loira oxigenada linda não. Já vi ela conversando com o Montanha, ela é
uma oferecida, santa do pau oco. Essa cara de putiane não me engana. Já o cara, esse sim é
bonito, não é lindo igual meu Leão, mas é gostosinho. Moreno alto, com uma barba ralinha, com
corpo legal.
Clarinha repara o casal passando por nós.
— Ih conheço esse olhar Moreninha — Montanha fala.
Clara olha para Montanha e dá um sorriso. Ai meu Deus essa safada vai aprontar alguma.
Olho para Eva e mordo os lábios.
— Clara não! — Eu e Eva falamos juntas.
— Para gente, não fiz nada — fala fazendo aquela carinha que nós sabemos que vai
aprontar alguma. — Ainda... — completa.
Ela vai aprontar.
Eu, Montanha, Carol e Eva, começamos a rir, Clarinha não tem jeito.
Seguimos para o estacionamento, chegando lá Edson abre a porta do carro para Clara
entrar.
— Clara, o que você está pensando? Com aquele cara você não tem vez — avisa Edson.
— Edson está desafiando a Clara? — questiono.
Ele não responde, apenas concorda balançando a cabeça de forma positiva.
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Babaca! Será que ele não se manca que Clarinha não quer mais nada com ele. É um pé no
saco mesmo.
Clarinha abre aquele sorriso de menina safada, nos olha e fala:
— Está aberta a temporada de caça. Já disse para vocês que nunca peguei nenhum
carinha do bloco de Direito? — Clarinha pergunta rindo.
Nós olhamos para ela e balançamos a cabeça de forma negativa.
— Montanha coloca meu hino para tocar, pois hoje à noite vai ser pequena — Clarinha
fala.
— Você que manda, Moreninha — Montanha responde ligando o som do carro.
A nossa noite está apenas começando, realmente está noite será pequena, quero beber
tudo que tenho para beber, me acabar na pista de dança e encontrar um homem, talvez quem sabe
um novo amor...

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CAPÍTULO 5 — MONTANHA

Essa noite está apenas começando e os meus problemas já são enormes. Estou fodido.
Isso vai resumir essa noite.
Primeiro: a ruiva chega como uma tentação nesse pedaço de pano que ela chama de
vestido. Linda, gostosa para cacete, isso já é um problema enorme.
Segundo: ficar do lado dela sem a tocar, beijar e faze-la minha, é outro problema.
Terceiro: aquelas duas moças tinham que vir falar comigo justamente do lado da ruiva,
se ela vestida daquele jeito já era um perigo, imagine vestida daquele jeito, com ciúmes e com
raiva. Imaginou? Então você multiplica por 100, pois hoje vai ser difícil eu não deixar ninguém
tocar nela.
Para acabar de completar Clarinha é desafiada a conquistar um cara, até ai tudo beleza,
mas o cara meu irmão é nada menos que Marcelo.
Não sabem quem é ele? Eu explico.
Marcelo é o atual namorado da Dayana, o mesmo cara por quem ela meteu o pé na minha
bunda.
No início pensei em socar a cara dele por ter roubado ela de mim, mas com o tempo
percebi que ele era apenas um fantoche nas mãos dela. Que a única culpada desse triangulo foi a
própria Dayana. Ela é igual uma cobra, linda sedutora, mas do nada ela arma o bote e ataca sua
vítima.
Nesse lance da Clarinha só quero ver no que essa história vai dar, mas prevejo que ela vai
acabar se apaixonando, afinal Marcelo é um cara legal, ele será capaz de curar as feridas do
coração da minha menina.
Estaciono o carro na entrada da Unik, e desço com as meninas e Edson. Alessandro e
Camila estão nos esperando, e juntos seguimos para a entrada.
Unik é uma boate bem badalada aqui em Dourados. Olho para o rosto da minha ruiva
imaginando o tamanho do meu problema. Ela parece estar mais calminha, mas tudo se pode
esperar de uma mulher com raiva.
— Hoje fico até que a lua vire sol galera — Clarinha fala me tirando do foco ruiva.
— Essa não tem jeito mesmo. Pode deixar que eu cuido de você, pode se divertir sem se
preocupar —Edson fala chegando perto de Clarinha.
Edson não entende que o que tinha entre eles já acabou, ele insiste em ficar com ela, já
dei até uns toques nele para deixa-la.
— Cai fora Edson, quem vai cuidar de mim é o Montanha, ele me leva embora—
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Clarinha fala olhando para mim.


— Sempre Moreninha, sempre estarei aqui — digo a abraçando.
Tenho carinho pelas três meninas, mas Clarinha é muito parecida e frágil assim como
Mary, isso me faz feliz e com que me senta perto de minha Tata.
A Unik é ampla, com três ambientes. A pista de dança fica bem ao centro com fumaças e
luzes, a cabine do DJ fica ao alto da pista de dança, no canto esquerdo ficam algumas mesas com
cadeiras, na lateral direita das mesas, tem a parte aberta que sempre toca uma música
diferenciada da pista, que também tem o bar com mesas e cadeiras.
Eu, Alessandro e Edson vamos direto para o bar buscar bebidas enquanto as meninas vão
direto para a pista de dança. Depois que compramos voltamos para perto delas. Começamos a
dançar, depois de um tempo Alessandro e Camila vão se sentar alegando que estão cansados.
Danço próximo a minha ruiva que rebola aquela bunda e uma vez e outra se esfrega em
mim. Hoje vai ser difícil resistir. Vejo que o olhar da Carol muda, ela olha para Eva e Clara,
acompanho o olhar dela e vejo para onde estão olhando.
Respiro fundo. Já disse que hoje estou fodido?
Pelo sorriso das três pode ter certeza que vem treta por ai. Não pensei que o jogo iria
começar tão cedo.
— Nossa cansei — Eva fala. — Vamos sentar um pouco?
Todos concordam e vamos saindo da pista de dança.
— Está muito cheio Eva, acho que não vamos acha mesa para sentar— Carol fala dando
uma olhada em volta, e faz uma cara de surpresa. — Gente olha, o Alê está sentado ali com a
Camila. Vamos lá!
Se eu não conhecesse essa Ruiva e Eva, até cairia no teatrinho delas.
Começo a rir da minha desgraça. Olho para Clarinha que está com o sorriso de orelha a
orelha.
— Você está de prova não fiz nada — Clarinha fala olhando para mim.
— Ainda né Morena, vou buscar uma bebida e encontro vocês — aviso alto para todos
ouvirem e depois sussurro no ouvido de Clara. — Você tem dez minutos. — Meninas não
deixem a Clara sair da mesa sem mim — acrescento.
Não é Clara que tem 10 minutos, mas sim eu. Ter que sentar junto com Dayana e
Marcelo vai ser foda.
Foda não, pois foda ainda é bom, você goza e fica satisfeito. Sentar com Dayana e
Marcelo, fingir que não a conheço vai ser uma prova de fogo.
Caminho até o bar. Sento peço uma dose de uísque puro sem gelo. Viro o copo de uma
vez só. Olho para a mesa e vejo que Carol e Eva juntas com Camila e Day estão saindo. Peço
mais uma dose de whisky, quando olho novamente para a mesa vejo Alessandro levantado com
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cara de poucos amigos.


Então está na hora de ser frio e calculista. Edson olha para mim e dou sinal para ele o
chamando-o. Não quero nada com ele, mas essa é uma boa oportunidade de Clarinha começar o
seu jogo.
Edson se aproxima.
— O que foi Adriano? — pergunta.
— Só quero dar um aviso — digo para enrola-lo.
— O quê?
—Para você não forçar a barra com Clarinha. — Isso é verdade já faz um tempo que
quero avisa-lo sobre isso.
— Não estou forçando barra nenhuma.
— Ela disse que você está pegando no pé dela na academia — digo pedindo uma cerveja
para o garçom.
— Ela fica dando mole para os caras — Edson fala bufando.
— Você disse certo, para os caras e não para você.
— Cara não é justo, gosto dela e ela só zoa com a minha cara. Eu já fiquei com ela posso
ficar de novo.
— Ela não gosta de você. A sua vez já foi, deixa a Clarinha viver a vida dela.
— Não acredito que você apoia a safadeza dela. Até hoje não acredito que você apoie a
safadeza daquelas três.
— Olhe bem como você fala delas. Não admito que você ofenda nenhuma delas. Se você
continuar com marcação cerrada com a Clarinha ou falar algo para denegrir a imagem de uma
delas, esqueço que somos amigos e quebro a sua cara em pedaços.
— Ei! — Levanta as mãos como rendição. — Não precisa usar a violência, eu entendi já.
— Assim espero.
— Pode confiar.
— Eu não confio, mas darei um voto de confiança. — Olho para mesa, e vejo que
Clarinha não está mais lá. Dayana e Camila acabaram de chegar e Alessandro se aproxima.
Está na hora. Peço mais quatro cervejas.
—Vai beber tudo isso? — Edson pergunta.
— Não, vou levar para as meninas.
— Eu te ajudo — diz pegando duas cervejas da minha mão.
Caminhamos até a mesa.
— Senta ai Adriano — Alessandro fala. — As meninas foram no banheiro e já devem
estar voltando.
Puxo o banco e sento, evito olhar para Dayana.
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—Esse é Marcelo e sua namorada Dayana. Marcelo, Dayana esse é Adriano meu amigo.
Cumprimento os dois com um aperto de mão, quando aperto a mão de Dayana ela olha e
sorri, com aquele sorriso que aprendi com o tempo ser falso.
— Prazer em te conhecer, Adriano — ela fala.
Sínica. Dayana é uma sínica.
Não demora, vejo minhas três princesas desfilando. Minha ruiva balança o rabo de cavalo
e sorri para mim, seu quadril balança de forma sensual de um lado para o outro. Que mulher é
essa, meu irmão! Fico fascinado por essa mulher. Isso faz eu esquecer que essa pessoa
desprezível está tão perto.
Elas sentam próximas a mim, estão com cara que aprontaram alguma.
— Como você está? Parece que nem estava chorando — Camila pergunta para Carol.
— O que foi que eu perdi? — Olho desconfiado para as três.
— Não somos mulheres de ficar chorando por homem. Tem tanto homem na noite que
esse foi apenas mais um — Clarinha fala e olha para Marcelo.
— O que aconteceu Moreninha? O que fizeram com você? — pergunto, só falta Marcelo
ter falado alguma coisa que a ofendeu.
— Não foi com a Clara, foi com a Carol — Dayane responde. — Breno terminou com a
Carol para ficar com outra.
Como assim? Carol não está namorando, não tem namorado, quem foi o corno filha da
puta que encostou na minha ruiva? Uma raiva começa a tomar conta.
— Breno? Que Breno? — questiono nervoso, e levo um chute na canela. — Ai... Ah é o
Breno, fica assim não Carol, você só ficou com ele uma semana.
Na certa, foi uma desculpa que elas inventaram. Alívio.
— Mas Carol essa semana você não estava com o Vitor, eu te vi no maior amasso ontem
com ele no estacionamento da faculdade — Edson tem que abrir a boca.
Puta merda! Essa ruiva está ficando com outro cara escondido de mim? Ela vai ter que
me explicar muito bem essa história.
— Edson, você acha que Carol é massa e o Vitor é padeiro para ficar amassando minha
amiga no estacionamento da faculdade? — diz Clara irritada.
— Pensei que fosse meu amigo Edson, você acha que eu seria capaz de ficar com dois
homens ao mesmo tempo — Carol fala olhando para mim.
Essa cara dela eu conheço muito bem. Ela ficou com esse cara.
— Se enxerga Edson, você está ofendendo Carol — Eva defende a amiga.
— Edson não sabe o que falar fica quieto — digo, puto da vida. Essas três juntas só
aprontam.
— Você mexeu com o quarteto errado — Alessandro zomba de Edson.
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— Eu sei — Edson responde.


Chega, melhor levar essas três embora, já deu por essa noite.
— Meninas vamos embora, acho que hoje já deu — aviso já me levantando. Olho para as
três, sabem que não tem acordo. Hora de ir embora.
Nos despedimos rápido, mas dessa vez evito apertar a mão de Dayana. Edson decide
esticar a noite e vai pegar carona com o Alessandro ou com a puta que pariu, não estou nem ai.
Quando todos estamos no carro, e eu dirigindo levando minhas meninas embora
pergunto:
— Vão me dizer o que as minhas três meninas super poderosas aprontaram?
— Montanha a gente está mais para as panteras! — Eva fala fazendo todos rirem
— Vocês sempre serão as minhas meninas, e você Moreninha sempre será a minha
irmãzinha. A minha irmã que perdi — acabo desabafando.
Elas sabem o quanto sofro com a perda da Mary. Clarinha mais que as outras. Por ela me
conhecer bem começa a contar as presepadas da noite.
Contou sobre a conversa com Marcelo. Carol e Eva contaram como surgiu a história do
Breno. Pelo menos isso foi mentira. Mas ainda tem esse tal de Vitor. Falta descobrir quem é
padeiro desgraçado.
— E agora Clara o que pretende? — questiono depois delas contarem as presepadas.
— Eu o quero, vou precisar de você e das Meninas — Clarinha fala e eu concordo
balançando com a cabeça de forma afirmativa.
— Marcelo é um bom rapaz Clara, não o faça sofrer — peço olhando para ela pelo
retrovisor.
— Montanha. Posso fazer uma pergunta? — Clarinha fala enquanto as meninas só
observam. Principalmente Carol.
— Pode, moreninha.
— Por que você me ajudou a ficar sozinha com o Marcelo, e vai me ajudar a ficar com
ele?
— Você disse uma pergunta. Você é uma boa pessoa e o Marcelo também — respondo
por fim.
— Por que sinto que você está me escondendo algo. Que tem algo a mais? — Clarinha
fala.
Não tem como fugir, as meninas sabem o que aconteceu comigo no passado, sabem que
tive uma noiva e vim para cá para me casar e ficar com ela, sabem que fui trocado e levei um pé
na bunda. A única coisa que não sabem é quem a minha ex é, que a mesma esteve mais próxima
que elas possam imaginar. Está na hora delas saberem.
—Dayana é a minha ex noiva.
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CAPÍTULO 6 — CAROL

—Dayane é a minha ex noiva — Montanha fala.


Essas palavras são como facadas em meu corpo. Não consigo acreditar nisso. Montana
finalmente nos contou sua história. Sempre soube que ele é de Paranaíba, mais no interior do
estado, resolveu fazer faculdade aqui por causa da noiva safada.
A sua única irmã Mary, morreu em um acidente de carro, ele se culpa pela morte dela,
pois estava dirigindo o carro no dia do acidente. Para tentar recomeçar a vida decidiu mudar de
cidade, talvez aliviasse mais a dor da perda. A tal da noiva é daqui e quando Montanha chegou
de mala e cuia avisando para a noiva que iria fazer faculdade e morar aqui, a safada "meteu" o pé
na bunda dele. A espertinha já tinha outro besta no gatilho.
O detalhe está que ninguém, nem eu Clarinha ou Eva sabíamos que a piranha estava tão
perto. Montanha nunca disse o nome, cor de cabelo, altura, nunca disse nada sobre essa vaca
safada. Agora do nada ele solta essa bomba, estou corroendo de ódio por dentro. Ele me paga, já
o vi conversando com essa vaca no cio algumas vezes na faculdade. Nunca desconfiei que ela era
a ex pilantra.
Cretino! Como pode esconder isso de mim durante tanto tempo? Olho para a cara desse
safado que dirige em silêncio.
Começo balançar o meu pé, é tipo um tique nervoso que tenho. Eva e Clarinha
conversam. Tento disfarçar minha irá, mas está difícil.
— Carolzita por que está nervosinha? — Eva pergunta.
—Eu? — faço-me de desentendida.
—Não estou nervosa — respondo cinicamente.
— Ah não? Explica então esse pezinho balançando freneticamente — diz Clara.
— Sabe o que é. — Cruzo os meus braços e olho para o Montanha. — Um certo carinha
me fez fazer papel de besta hoje.
— Como assim? — Eva está curiosa.
— Mas deu tempo? — Clara pergunta. — Ficamos tão pouco e ficamos juntas o tempo
todo.
— Oh se deu tempo — digo olhando para o safado.
—Explica isso direito — Clarinha pede.
—Não se preocupem, o que é dele está guardado. Ele não perde por esperar — ameaço
dando o meu olhar mortal.
— Carol! Vejo sangue em seus olhos — zomba Clarinha.
—Estou com medo dela — Eva fala apontando o dedo para mim.
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— Eu também — Clarinha concorda.


— Se vocês duas estão com medo dela. Imagina eu — Montanha fala me olhando com os
olhos arregalados.
Ah seu safado é para estar com medo mesmo, sou capaz de tirar todos seus pelos do saco
com a pinça só para te ver sofrer.
Olho para ele, depois para elas.
— Quando se pisa na bola tem que ter medo de mim mesmo. Mas de boa, depois eu
resolvo.
As meninas mudam de assunto e eu fico na minha, Montanha passa na casa da Eva e
depois no apartamento de Clarinha.
Agora estamos apenas nós dois dentro do carro, pela minha visão panorâmica o vejo
olhando para mim de rabo de olho, mas eu o ignoro. O safado sabe que fez cagada por ter
escondido a identidade da piranha durante tanto tempo. Sabe que o rabo dele está queimando.
Chega na minha casa, tiro sinto, e vou descer do carro. Mas ele me impede puxando meu
braço.
— Ruiva!
— Me solta — peço puxando meu braço.
— Preciso falar com você.
— Nossa olha que engraçado. Eu não preciso falar com você — digo de forma irônica.
— Por favor, ruiva.
—Eu não tenho nada para falar com você. Portanto solta o meu braço.
— Sei que tinha que ter falado sobre Dayana...
— Cala essa maldita boca! — corto. — Não quero saber dessa vaca, eu a odeio só pelo
fato de ser sua ex noiva, mas antes ela era um fantasma, agora essa quenga se materializou e tem
até nome.
— Ruiva, por favor. Escuta.
— Não quero saber! Quero que ela se foda com força!
— Não tenho nada com ela.
— Eu já vi vocês dois conversando na faculdade. Vi com esses dois olhos, não sou besta,
esse joguinho seu é ridículo.
— Te juro ruiva não tenho nada com ela.
— Quer saber de uma coisa. Eu quero que você se foda com força também! Me solta ou
vou começar a gritar aqui.
— Ruiva amanhã então?
— O que tem?
— Amanhã venho te buscar e a gente conversa. Preciso me explicar para você.
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— Não sou nada sua esqueceu? Sou apenas uma amiga que de vez em quando você come
e depois fica arrependido. Não tem nada para se explicar para mim.
— Não fala assim ruiva. Você sabe que não é bem assim, eu amo você. Você é especial,
tenho uma consideração muito grande...
— Ama como amiga, só isso. Deixa eu entrar já deu por hoje.
— Amanhã venho te buscar, vou mandar mensagem te avisando o horário. Não vou levar
um não como resposta. Você precisa me ouvir, só isso que te peço.
Olho para ele com ódio mortal. Não respondo esse cara de pau. Ele solta o meu braço,
saio do carro, caminho até a porta de casa sem olhar para trás.
Entro em casa, e vou direto para meu quarto, tranco a porta e caio na minha cama com
roupa e tudo. Pego o travesseiro e soco na minha cara, me recusando a pensar em tudo que foi
revelado hoje.
Tiro minha sandália, e fico ali até pegar no sono. Um sono perturbado, com uma vaca no
cio loira na qual eu arranco com as minhas próprias mãos, cada mecha daquele cabelo
oxigenado.
Acordo cedo, vou direto para o banheiro tomar banho e tirar tudo de ruim da noite
passada.
Logo aquela vaca? Com tantas tinha que ser ela, e ainda por cima estar tão perto e com
um namorado lindo. Que ódio dela, Clarinha tem que pegar Marcelo para essa pistoleira aprender
a não brincar com a cara de ninguém.
Saio do banheiro coloco uma roupa velhinha e leve.
— Ai meu Deus será que ele ainda gosta da oxigenada por isso ele não me assume?
Deito na minha cama pego o travesseiro e soco algumas vezes na minha cara.
— Burra, Burra, Burra! — grito.
— Burra, é se você não levantar dessa cama e vir limpa essa casa. Vou dar a burra na sua
cara daqui a pouco — Minha mãe fala me olhando da porta.
— Grossa — acuso olhando para ela parada na porta. — Já estou indo.
— Não demore! — Sai me deixando sozinha.
— Mãe! — chamo.
— O que foi?
— Depois do almoço vou ao apartamento da Clarinha, tudo bem?
— Sim minha filha, sem problemas. Vou aproveitar e mandar umas coisas para ela
almoçar, ela está tão magrinha.
— Puxa saco!
— Para de ciúmes, te amo, mas ela é sozinha aqui. Não tem mamãe para fazer comida
para ela. Levanta logo e vai fazer seu serviço.
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— É né, e a senhora tem uma filha que fica explorando com serviços domésticos — digo
levantando da cama.
— Para de drama e vai limpar essa casa logo, ou vou contar para o seu pai a hora que
você chegou essa noite — mãe fala saindo.
— Fofoqueira — grito para ela me ouvir.
Limpo toda a casa sozinha, depois mando mensagem para Eva me dar uma carona até a
casa da Clarinha. Tomo um banho, coloco um short e uma blusinha, e pego as marmitas que mãe
fez para Clara.
Eva passa em casa e vamos para o apartamento da Clara, apertamos a campainha e logo
ela abre a porta.
— Almoço, minha mãe que mandou para você — aviso mostrando a sacola com as
marmitas que minha mãe fez.
—Santa Tia Nice que sempre mata minha fome — Clara, puxa saco da minha mãe, fala.
Caminhamos até a cozinha almoçamos, falamos durante o almoço sobre a revelação de
Montanha. Pelo visto isso da descoberta da identidade da ex nos pegou de surpresa.
Após o almoço nos jogamos no sofá da Clarinha, está na hora de sabermos o que ela vai
aprontar.
— E agora Clara, vai pegar mesmo o Marcelo? — Eva pergunta.
— Agora é uma questão de honra, essa Dayana mexeu com a pessoa errada, ninguém vai
mexer com o Montanha e sair ilesa — Clarinha fala seria.
— Clara, ela tem que pagar por ter enganado o Montanha — Eva fala.
Concordo plenamente com Eva, essa vaca oxigenada tem que pagar.
— O que você pretende fazer agora? — pergunto.
— Trocar de academia — Clarinha fala.
— O que a academia tem a ver com você pegar o Marcelo? — Eva pergunta.
— Espere, deixe-me ligar para o Montanha — Clarinha fala pegando o celular e ligando
para o Montanha.
Não demora e ele atende.
— Fora que você me abandonou hoje, está tudo bem — Clarinha fala para ele.
Todo sábado é dia de faxina na Republica que Montanha mora, provavelmente deve ser
por isso que ele não está aqui hoje. Graças a Deus, não quero olhar para a cara desse safado.
— Fazer o que né Montanha eu aceito. Mas sabe Montanha tem outra coisa que eu
preciso de você. Pode me ajudar? — Clarinha pede. — Quero saber qual academia que o
Marcelo treina.
Clarinha nos olha e então agora entendo porque ela disse que iria trocar de academia.
— Está ótimo, vou fazer uma massa para nós — Clarinha fala desligando o celular.
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— Então esse é o plano? — questiono. — Frequentar a mesma academia que ele.


—Não, o plano é estar presente em todos os lugares possíveis que ele esteja — Clarinha
fala.
— Clara, você vai perseguir ou jogar com ele? — Eva pergunta.
— Os dois, será um jogo de sedução e uma deliciosa perseguição. Vocês sabem que só
entro em um jogo para ganhar — Clarinha fala com um sorriso enorme no rosto.
— Ok! Legal e agora vai explicar como você vai fazer ou vai nos deixar no escuro? —
questiono.
Quero saber o que Clarinha vai fazer, quero que Dayana sofra bastante.
— Meu primeiro passo é aparecer na academia no mesmo horário que ele treina. Carol,
tente descobrir com a VaCamila os lugares que Dayana costuma frequentar, pois será mais fácil
se aproximar por você. A princesa ficou toda sentida por você ter sido traída, use isso ao seu
favor.
— Ok eu posso fazer isso, vou até mandar uma mensagem para a VaCamila, dizendo
obrigada por ontem, e vou pedir o número da princesa — digo pegando o celular e mandando
mensagem para Camila, talvez posso descobrir mais coisas se eu me aproximar das duas vacas.
— Eva, você precisa descobrir em quais grupos de estudos Marcelo participa na
faculdade. Converse com o Alê que ele vai acabar soltando alguma coisa — Clarinha fala.
— Pode deixar comigo Clara, vou ver o que posso fazer.
Tadinha da minha amiga ela pode negar, mas eu vejo no seu olhar que ela ainda ama
muito o Alê, eles eram tão fofos juntos. Ainda não consigo entender como Camila entrou nessa
história fazendo Alê quebrar o coraçãozinho da minha amiga.
Depois das nossas tarefas distribuídas, ficamos mais um tempo conversando bobagens
para matar o tempo. Pelo menos assim penso menos em Montanha.
Falando nesse safado hoje ele já ligou três vezes, claro que ignorei todas as ligações, ele
também mandou umas dez mensagens de textos, mais umas tantas mensagens pelo Whatsapp,
todas ignoradas com sucesso.
Ele sabe que a batata dele está assando, ainda não decidi se vou sair com ele. Também
não quero pensar nisso agora.
No final da tarde eu e Eva vamos embora, o safado vai jantar com Clarinha hoje, lógico
que recusei o convite assim como Eva, dei a desculpa que tenho que fazer trabalho que tem que
ser entregue na segunda-feira. É mentira, o trabalho está pronto só não estou a fim de olhar para
a cara de cachorro abandonado daquele safado.
Chego em casa, deito no sofá, vejo no meu celular e tem mais mensagens do Montanha.
— Carol, o que está pensando? — minha mãe pegunta sentando no sofá do lado.
— Em um idiota — respondo.
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— Se é idiota por que você pensa nele?


— Porque sou uma besta — digo fazendo minha mãe rir.
— O que esse idiota fez para você?
— Ele me escondeu uma coisa.
— Que coisa?
— Não vou falar — digo pegando a almofada do sofá, e colocando na cara.
— Então sua besta se você não contar para mim que sou a sua mãe, como posso te
ajudar?
— Não estou pedindo ajuda — digo petulante, mas logo me arrependo.
— Então besta fica ai remoendo sozinha — mãe fala se levantando.
— Mãe — chamo tirando a almofada do meu rosto.
— Vai dizer?
— Vou, mas a senhora não diz que eu sou idiota?
— Você não é idiota, é besta, lembra?
— Então, eu gosto de um cara...
— Isso eu já sei — me interrompe.
— Deixa eu falar? — Olho para ela de cara feia.
— Continua.
— Faz um tempo que eu gosto desse cara. Ele é lindo, carinhoso, na verdade perfeito, o
problema é que a gente é muito amigo, então a gente fica e não fica. Porque ele fica e depois se
arrepende e me pede mil desculpas. Outro problema é que ele tem uma ex noiva e ontem ele
contou quem é essa ex, e o pior é que ela está mais perto que eu imaginava. Agora estou aqui
sem saber o que fazer.
— Conversa com ele. É um bom início para resolver tudo.
— Mas mãe, estou com ódio dele.
— Se você não conversar com ele esse ódio só vai aumentar. Converse com ele, o deixe
explicar o motivo que escondeu a ex de você e também encoste ele na parede, ou ele assume o
que sente por você ou cai fora.
— E se ele não assumir o que ele sente?
— Então você pega seu amor próprio e cai fora — minha mãe fala, se levanta, dá um
beijo e minha testa e sai.
Pego o celular olho as mensagens do Montanha, então envio uma mensagem.

"Me pega hoje por volta das 22:00"

Resolvo seguir os conselhos da minha mãe, afinal mãe sempre sabe o que falar. A única
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parte que tenho dúvida é a parte que pego meu amor próprio e caio fora.
Meu celular apita e vejo que é a mensagem dele.

"Ok ruiva passo para te pegar, qualquer coisa me liga ou manda mensagem"

Jogo meu celular do lado e fico deitada até pegar no sono, acordo com a minha mãe
gritando para eu ir dormir na cama.
Olho a hora e vejo que é quase 21h00. Vou na cozinha, como um pão com leite, e vou
para meu quarto. Separo uma roupa legal, tomo banho, me arrumo e quando estou pronta mando
mensagem para o Montanha.

"Estou pronta"

Não demora e ele responde.

“Ok, já estou indo, daqui 15 minutos chego”

Confiro o visual no espelho, pego minha bolsa e vou para a sala, e me sento no sofá para
esperar por ele.
— Resolveu? — minha mãe pergunta.
— Vou conversar e pôr os pingos nos is — digo.
— Cuidado para não se ferir ainda mais.
— Terei — falo olhando para a televisão.
Sinto meu celular vibrar e é a mensagem dele avisando que está me esperando. Levanto
do sofá, dou um beijo na minha mãe e saio.
Ele está me esperando fora do carro com um leve sorriso no rosto, está vestido com uma
calça jeans preta e camisa gola V também preta. Que tentação do diabo, ele pelo menos poderia
ter vindo com uma roupa que não valoriza-se tanto seu corpo.
Caminho até ele, quando chego perto, me cumprimenta com um beijo no rosto. Sinto o
cheiro de seu perfume que traz um arrepio por todo meu corpo.
Ele abre a porta do carro, eu entro, coloco o sinto, enquanto ele dá a volta no carro.
—Seja forte Caroline — repito baixinho como um mantra.
Hoje preciso tomar algum rumo nessa relação, não dá mais para ele ficar em cima do
muro, e também quero saber essa história da ex direito.

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CAPÍTULO 7 — MONTANHA

Um dos meus segredos foi revelado, nunca disse para nenhuma das minhas meninas o
nome da minha ex. Tive que dizer o nome da pessoa que me quebrou como homem duas vezes.
Agora elas sabem que Dayana é ela. Pelo que eu conheço a minha ruiva a nossa conversa não
será fácil.
Estou indo busca-la para conversarmos. Depois de muita insistência ela aceitou se
encontrar comigo. As suas palavras da nossa última conversa ainda martelam em minha cabeça.

"Não sou nada sua esqueceu? Sou apenas uma amiga que de vez em quando você come e
depois fica arrependido. Não tem nada para se explicar para mim."

Como ela pode dizer isso? Ela nunca foi apenas uma foda. Carol é mais muito mais que
uma foda. Não sei explicar, mas ela não só isso, ela é mais. Parece balela ou conversa para boi
dormir, mas não sei ao certo o que sinto por essa ruiva, não sei se é amizade, amor ou desejo. A
única coisa que tenho certeza é que ela não é apenas uma foda.
Estaciono o carro em frete da casa dela, pego o celular e envio a mensagem avisando que
estou à sua espera.
Saio do carro e a espero encostado com as mãos no bolso. Não demora e a vejo, abro um
leve sorriso, meu coração dispara, ela vem em minha direção seu quadril balança de um lado
para o outro. Como pode ser tão linda!?
Mesmo com o coração disparado, olho em seu rosto e vejo o seu semblante triste, ela está
linda por fora, mas por dentro está triste. E eu sou o culpado pela sua tristeza.
Quando ela chega perto de mim, dou um beijo casto em seu rosto. Me controlo, pois o
que eu realmente queria era abraça-la bem forte e a confortá-la.
Abro a porta do carro para ela entrar, não falamos nada, apenas trocamos olhares. Pelo
menos hoje não estou vendo sangue em seus olhos.
Dou a volta no carro, entro, e dou partida. Olho para Carol e ela está olhando para longe,
o silêncio reina durante alguns minutos. Fazendo-me ficar tenso.
— Para onde vamos? — pergunto tentando quebrar o silêncio.
— Você pediu para conversar, portanto deve saber para onde estamos indo — Carol
responde de forma fria sem olhar para mim.
— Talvez você queira escolher um lugar para conversarmos.
— No Motel?
— Você quer conversar lá? — pergunto confuso. Será que ela quer ir para um motel
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mesmo?
— Montanha, está pensando que eu sou relógio para você ficar fazendo hora com a
minha cara? Você que quer conversa então para de frescura no rabo e me leve logo em algum
lugar para podermos conversar.
— Pensei que estava falando sério — tento me justificar.
— Que saco! Motel é o último lugar que quero ir com você e se depender de mim nunca
mais vou a nenhum motel.
— Ainda bem — deixo escapar.
— Nenhum motel com você, mas com outro homem pretendo ir muitas vezes.
A merda que vai para motel com algum filho da puta, ele será um sujeito capado no
mesmo minuto.
— Já entendi — respondo ríspido.
— Quem bom! — Olha para frente.
O silencio volta a reinar, decido leva-la a um lugar tranquilo, onde ninguém possa nos
interromper, e não é um Motel. Na verdade é uma pedreira desativada, e onde tiravam as pedras
acabou se tornando uma lagoa de água natural, já vim algumas vezes na madrugada tomar banho,
é um lugar tranquilo, bonito bom para ter essa conversa.
Desligo o carro, abro a porta e sento no capô no carro, Carol me acompanha, senta do
meu lado cruza os braços.
— E ai? — questiona olhando para a lagoa.
— Me desculpa — peço com a cabeça baixa.
— Desculpa pelo que?
— Por não ter te contado sobre quem era a minha ex.
— Já disse você não tem que se desculpar. Não sou ninguém. Sou apenas uma amiga que
de vez enquanto você come e depois fica arrependido.
— Carol chega!
— O que foi? Por acaso estou mentindo?
— Você sabe que não é assim, você não é só uma foda caramba.
— Sim Montanha, é isso que eu sou. É cruel dizer, mas sou apenas uma foda casual.
— Não é. Você sabe disso — digo olhando para ela.
— Acho que essa conversa não vai levar a lugar nenhum, acho que nem deveria ter
aceitado sair com você. É sempre a mesma ladainha, estou cansada disso.
— Já te pedi desculpa, expliquei para você que minha ex noiva era da cidade e que não
tinha mais contato com ela. Não tenho mais nada com Dayana ela faz parte do meu passado isso
não tem como mudar.
— Mentiroso. Você nem fica vermelho para mentir. Acho que tenho cara de palhaça
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mesmo.
— Não estou mentindo.
— ESTÁ SIM! EU VI VOCÊ CONVERSANDO COM ESSA PISTOLEIRA UMAS
TRÊS VEZES NO CORREDOR DA FACULDADE, ENTÃO NÃO DIZ QUE VOCÊ NÃO
TEM CONTATO COM ELA — Carol grita apontando o dedo para mim.
— Não é o que você está pensando. Não tenho mais nada com ela.
— Ah não? Você não tem mais nada? Então o que vocês conversaram? Tipo, Amor você
está gostando da cidade? Vamos relembrar o passado? — Carol fala tentando imitar a voz de
Dayana.
— Não, o assunto não era esse.
— A não era. Então qual era?
— Carol — chamo seu nome como uma advertência.
— Não precisa dizer. Quem sou eu né, não sou nada...
— Ela estava grávida — sussurro a cortando.
— O quê?
— Dayana estava grávida, esperando um filho meu — digo com a voz baixa. Carol
merece saber o motivo da conversa, ela não é uma simples foda.
— Como?
— Você sabe como se faz um bebê – tento ser sarcástico, mas falar sobre esse filho ainda
dói.
— Palhaço. Estou dizendo como isso é possível? Cadê seu filho? você nunca falou dele.
— Não existe mais filho.
— Como assim, ele morreu? Era doente.
— Eu o matei — digo com a voz baixa, além de responsável pela morte dea Mary
também sou responsável pela morte do meu filho.
— Pelo amor de Deus — Carol fala passando a mão pelo rosto. — Me explica essa
história direito.
— Dayana veio me procurar na faculdade, até achei estranho, pois ela deixou bem claro
que a única coisa que queria de mim era distância. Foi quando ela deu a notícia que eu iria ser
pai, ela estava grávida de quase 4 meses, fiquei muito feliz com a notícia, mas a felicidade durou
pouco. O motivo era que ela queria dinheiro para fazer um aborto porque ela não queria o nosso
filho. Segundo ela Marcelo não iria acreditar que o filho era dele, pois eles sempre se cuidaram,
diferente de nós que nunca usávamos proteção alguma.
— Ai meu Deus, você está falando sério?
— Estou — admito, olhando em seus olhos.
— Você aceitou ela fazer isso?
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— Não aceitei que ela abortasse um filho meu. Eu iria ser pai, coisa que eu sempre
planejei. Conversei com ela e tentei de todas as formas tirar a ideia da sua cabeça. Tentei
convencê-la em ter a criança e dar para mim, que eu cuidaria. Mas Dayana foi egoísta e não
aceitou, disse que não queria ter nenhum tipo de ligação comigo e que esse filho seria a
destruição da sua vida. Que era nova e estava começando uma vida nova que nada e ninguém iria
impedi-la de seguir seus planos. Que a única coisa que queria de mim era o dinheiro para se
livrar do problema que eu tinha colocado nela. Para ela o nosso filho era um problema, para mim
ele era uma luz no fim do túnel.
— Montanha. Não estou acreditando nisso.
— Também queria que tudo isso fosse mentira, mas é dolorosamente verdade. Conheci o
pior lado de Dayana, ela é cruel e desumana, usou todo o seu veneno até eu dar a ela a quantia
necessária.
— Então ela fez o aborto?
— 15 dias depois que dei o dinheiro ela apareceu na faculdade feliz, pois tinha se livrado
do problema, e disse que nunca mais queria olhar para minha cara.
— Isso é cruel. — Olho para a minha ruiva e vejo seus olhos cheios de lágrimas.
— Eu matei meu filho, Ruiva — digo com pesar na voz.
— Não foi você. Foi ela.
— Eu dei o dinheiro.
— Ela usou você. Aquela vadia não tem coração.
Carol fica na minha frente e me abraça, sinto seu cheiro e a dor que sinto parece ficar
mais leve.
— Agora acredita em mim quando digo que não tenho nada com Dayana?
— Impossível não acreditar. Se você ainda tivesse algo com ela depois de tudo que ela
fez eu iria cortar seu pinto fora para ver se você tomava vergonha na cara.
— Ai! — falo fazendo careta.
Carol sai do meu abraço, e a olho nos olhos, passo a mão em seu rosto. Mas quando me
próximo para dar um beijo em sua boca, ela vira o rosto.
— O que foi? — pergunto confuso.
— Hoje passei o dia pensando em tudo o que aconteceu, confesso que estava com ódio
mortal de você, mas depois do que você me contou eu te peço desculpa — fala olhando nos meus
olhos.
— Já disse que eu que tenho que pedir desculpa. Por favor não diga que eu não preciso
pedir desculpa, você não é apenas uma foda. Você não é qualquer uma. Você é a minha Ruiva.
Ela sorri e respira fundo.
— Eu não quero ser apenas uma foda. Portanto decidi que para mim não dá mais. Mesmo
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você dizendo o que aconteceu com você, sei que é triste. Você não mereceu passar por isso.
Odeio aquela vaca. Adoro ficar com você, mas pensei muito...
— Ruiva, diz logo, você está enrolando e ficando confusa. Só disse o que aconteceu para
você saber que não tenho nada com Dayana.
— Eu amo você Montanha — confessa.
— Eu também te amo.
— Sei que me ama como amiga. Eu o amo como homem, o quero como homem. Mas eu
me amo mais.
— Não estou entendendo.
— Montanha, ou você assume o que existe entre nós, ou você me deixa seguir a minha
vida. Amo você, mas eu me amo muito mais. Não posso viver de migalhas e encontro às
escondidas. Eu sei o que eu quero agora, falta você decidir o que você quer. Não quero mais
viver assim.
— Ruiva! — Baixo a cabeça, pois não sei o que fazer.
— Pelo seu jeito já sei a resposta. Você ainda será meu amigo, meu melhor amigo, mas a
partir de hoje vou seguir a minha vida e encontrar alguém para ocupar o seu lugar de homem.
— Ruiva. Não é assim, é complicado.
— Então vamos embora? — pede sorrindo fraco. — Muitas emoções para essa noite.
Queria dizer que não, que queria ficar com ela, que essa conversa não pode acabar assim,
queria passar a noite conversando ou apenas ficar olhando para ela. Mas ela está certa, não posso
mais ficar em cima do muro. Então o melhor é levá-la para casa.
O caminho até a casa da Carol, foi tranquilo, quase não conversamos. O seu semblante
está mais suave, e eu ter falado o que aconteceu entre Dayana e eu também me fez bem, tirei um
peso das minhas costas. Estaciono o carro na frente da casa dela nos e despedimos como dois
amigos.
Vejo minha ruiva descer do carro e caminhar até a porta da sua casa. Vai ser difícil ter
que vê-la, somente como amiga. Mas ela está certa é o melhor para nós dois.
Ligo o carro e dirijo pelas ruas de Dourados para tentar processar tudo o que aconteceu
essa noite. Ligo o som do carro e está tocando a música de Gustavo Lima, "Tá faltando eu".

Tá faltando eu em mim
Pergunto, mas não sei quem sou
Não sei se é bom ou se é ruim
Quero ficar, não sei se vou
Sou doce e amargo ao mesmo tempo
Me policio sem razão
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Razão é o tipo que invento


Pra não cair na palma da mão
Tá faltando mais ação
Pra encarar e não fugir
A lava que já foi vulcão
É um iceberg dentro de mim
Pegadas que se tornam areia
Castelo de areia sempre cai
Se olham pra mim de cara feia
Meu coração desaba num ai
Preciso me curtir bem mais
É pena que só olho pros lados
Se a alma quer um banho de sais
O corpo quer me ver apaixonado
O medo aguça a atração
A solidão na pele arde
Espero que quando eu me ver
E acordar não seja tarde.

— CARALHO! — digo em voz alta batendo a mão no volante. — Está faltando eu nessa
porra. Fico inventado desculpa para não ficar com a Carol. Caralho, ela não vai me esperar para
sempre e eu não posso ficar sem ela.
Pego o celular e digito uma mensagem de texto.

"A resposta é NÃO, não vou aceitar você longe de mim, pode até tentar ruiva, mas
você é minha."

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CAPÍTULO 8 - CAROL

Hoje quando sai de casa para conversar e pôr os pingos nos is com o Montanha, sabia que
não iria ser fácil, e realmente não foi.
Senti a dor na voz do Montanha quando ele narrava tudo o que aconteceu no passado com
Dayana. Jamais poderia imaginar que o teor da conversa entre os dois era a decisão de abortar ou
não um filho. Pergunto-me como ele conseguiu conviver com um ser igual Dayana? Como ela
pode descartar uma criança como se fosse uma roupa velha que não gosta mais? A única
conclusão que chego é que ela não tem coração.
Por mais difícil que tenha sido a nossa conversa, decidi pegar o pouco de amor próprio
que existe em mim e cai fora dessa relação conturbada. Eu sei o que eu quero, mas não sei o que
ele quer. Muitas vezes sinto que ele sente algo além de amizade, até que ele me ama como
mulher. Mas eu preciso que ele diga que me ama como mulher assim como o amo como
homem. Quero poder dizer para todos que ele é meu, andar de mãos dadas e trocar carinhos. São
coisas tão simples que nunca desejei. Mas agora eu desejo. Eu quero essa pessoa. Desejo alguém
para estar do meu lado como homem. Por isso dei a opção para ele escolher, se ficaria comigo ou
se deixaria eu seguir a minha vida. A resposta dele foi o silêncio, então deduzi que ele me
deixaria seguir a minha vida. Assim eu irei fazer.
Como disse para o Montanha, eu o amo muito, mas desde pequena aprendi a me amar
acima de qualquer coisa. Por me amar acima dele o melhor é seguir o meu caminho.
Montanha acaba de me deixar em frente da minha casa, me despeço dele, desço do carro
e caminho até a porta com o coração na mão. Dói muito, mas é melhor sofrer agora do que viver
na angustia e de migalhas.
Abro a porta de casa, entro e a fecho. Encosto minhas costas na porta e fecho meus olhos.
— Pela sua cara, essa conversa não foi nada boa.
— Que isso – grito pelo susto que levo.
— Você está doida é? Assustando por nada. Sou eu menina, sua mãe.
— Eu doida? Doida é a senhora sentada a essa hora no escuro ainda por cima com esse
cabelo. Já estava pensando que era uma assombração. Pentear o cabelo de vez em quando é bom
sabia, mãe?!
— Para de frescura menina, seu pai foi pescar com seu tio, vai passar a noite no meio do
mato. Acho que você puxou ele na doideira. Tomei banho, lavei o cabelo e deitei aqui para te
esperar, acho que ele ficou meio bagunçado.
— Meio bagunçado? Está horrível mãe.
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— Para de reparar no meu cabelo, senta aqui e diz o que aconteceu. Pela sua cara tenho
certeza que está pior que o meu cabelo.
Caminho até minha mãe. Me jogo no sofá do seu lado em forma de derrota.
— Então? — pergunta.
— Então, mãe, peguei o restinho de amor próprio e cai fora — digo com desanimo.
— Quer dizer que o rolo com a ex noiva era sério mesmo?
— Ai mãe, é tão complicado. Era sério o lance, mas ele era inocente.
— Se ele era inocente por que você largou aquele gostoso?
— Mãe! — a repreendo. — Que isso? A senhora nem sabe quem é!
— Carol minha filha, você acha que eu sou besta igual seu pai? Claro que sei quem é o
seu rolinho.
— Como assim mãe?
— Menina quem não sabe que seu rolo é com aquele cara lindo que você diz que é seu
amigo, o tal do Montanha, está na cara que é ele. Ele já veio aqui em casa e eu vi muito bem
como um olhava para o outro. Só estava esperando vocês dois oficializar logo esse namoro.
— Também queria oficializar, mas nem tudo que a gente quer acontece né?!
— Minha filha, então o que aconteceu. Ele tinha culpa no cartório?
— Mãe a senhora está saindo uma baita de uma curiosa viu — acuso olhando para minha
mãe.
— Diz logo, se você não contar para mim que sou sua mãe, vai contar para quem? E
outra como vou te dar conselho sem saber o que está acontecendo?
— A senhora está certa — assinto em derrota.
— Então conte logo, que nem dormi esperando para saber o que aconteceu.
Olho para minha mãe e constato, ela está fazendo da minha vida uma novela.
— Ele realmente não tem mais nada com a ex, senti sinceridade em suas palavras e o
motivo pelo qual vi eles conversando era bem pesado. Ele sofreu muito com ela, acho que o
mínimo que ele pode fazer é ficar distante.
— Mas o que aconteceu?
— Mãe!
— Começou a contar, conta tudo, não fique contando pela metade. Odeio história pela
metade.
— Ok! Vou contar a história do início para a senhora entender. Dayana é a ex noiva dele,
ele veio para Dourados depois da morte da irmã e ela largou dele porque já tinha outro ai...
— Ai coitado, além de besta era corno — Mãe fala com os olhos arregalados.
— Mãe!
— Para de falar mãe, se a cada vez que falasse mãe eu ganhasse um real estaria rica.
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Conte logo essa história e para de frescura.


— Está bem, então essa cachorra já tinha outro e largou dele, ele contou toda a sua
história, menos o nome dela, até ontem...
Contei tudo para a minha mãe, como a gente se conheceu, o nosso relacionamento
perturbado, o medo dele de me assumir, sobre Dayana e o aborto que ela fez. A culpa que ele
sente pela morte da irmã e a perda ou melhor aborto do filho.
— Minha filha, esse seu amigo ai sei não, acho que ele precisa de um acompanhamento
psicológico urgente!
— Mãe ele não é doido!
— Não é isso minha filha. Ele passou por perdas e situações muito complicadas. A mãe
morreu, a irmã morreu, era corno, ele mesmo sendo lindo foi chifrudo, levou dois pés na bunda,
o filho morreu. É muita coisa para uma pessoa só carregar.
— Eu sei mãe.
— Ele tem que procurar ajuda de um profissional para desabafar, nem tudo que
aconteceu foi culpa dele. A mãe e a irmã morreram porque Deus quis assim, o filho foi porque
ele não foi homem suficiente de por essa fulana no lugar dela. Tudo isso é consequência, porque
se ele tivesse procurado ajuda desde a morte da mãe ele não estaria assim. Ao invés dessa fulana
ter dado um par de chifres nele ele teria descoberto antes a pistoleira que ela era e tinha colocado
ela para correr.
— Será, mãe?
— Ainda você pergunta? Preste atenção o que está na sua frente minha filha. Esse cara
não vive, ele vegeta. Ele vive para cuidar de você, Clara e Eva. Onde uma está ele está atrás
cuidando, zelando. Você acha que amigo homem é tudo assim? Não é não sua tonta. Por você ele
desenvolveu um carinho além de irmã, de acompanhante, de mulher, carinho da carne, desejo.
Mas como você mesma diz ele sente culpado por sentir isso. Penso por mim que ele se sente
culpado por não poder se entregar a esse amor. Esse cara precisa se tratar, isso não é normal não.
Ele tem que parar de sentir culpa por tudo.
— Mãe a senhora fez psicologia e não me disse? — Meu Deus como minha mãe pensou
em tudo isso?
— Para de ser besta menina eu sou mãe. Mãe é pau para toda hora.
— Já que a senhora diz que é pau para toda hora. Eu fiz certo em pôr um fim no rolo que
gente tinha?
— Ai coitada, você acha que colocou um fim! — Minha mãe fala me olhando com os
olhos arregalados.
— Claro que coloquei.
— É tão tonta que mente para ela mesma — diz balançando a cabeça de forma negativa.
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— MÃE!
— Você fez bem em mentir para ele, dizendo que não quer mais nada e vai seguir a sua
vida sem ele.
— Mãe eu não menti, eu vou fazer isso!
— Tomara minha filha, pois talvez assim ele acorde para a vida. Espero que você se
segure e não vá correndo atrás dele no primeiro sinal que ele der. Você precisa ser forte, ou pelo
menos fingir que não quer nada com ele.
— Vou ser forte mãe — falo pegando o celular em minha bolsa para ver a hora.
Vejo que tem uma mensagem a abro e leio.

"A resposta é NÃO, não vou aceitar você longe de mim, pode até tentar ruiva mas
você é minha."

— Ai meu Deus — grito olhando para o celular.


— O que foi?
— Olha, mãe. — Mostro o celular com a mensagem.
— Acabei de dizer para você ser forte e não sair correndo atrás dele.
— Mas mãe ele disse que sou dele, que me quer! — digo com um sorriso enorme no
rosto.
— Deixa ele provar isso. Ele estava cheio de culpa mudou de ideia muito rápido.
— E agora mãe? O que eu vou fazer?
— Primeiro, vamos para a cozinha fazer um brigadeiro e comer, depois vamos dormir. E
você vai ser forte, e dar um gelo nele até ele acordar para vida.
— A senhora está certa. Tenho que fazer ele pensar que me perdeu, somente assim ele vai
me assumir.
— Isso minha filha seja forte.
— Posso dormir com a senhora hoje?
— Pode, mas se ocupar toda a minha cama te jogo no chão — mãe fala levantando do
sofá e indo para a cozinha.
Levanto do sofá e vou para a cozinha fazer o brigadeiro com minha mãe. A nossa
conversa foi muito boa, tirou um peso enorme das minhas costas, além de tudo me deu esperança
de um futuro junto com Montanha. Não me abri com minhas amigas Clarinha e Eva, mas me abri
com a melhor amiga que pode existir no mundo, minha mãe.

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CAPÍTULO 9 — CAROL

Não existe nada melhor que dormir na cama de mãe, carinho de mãe é tudo de bom,
principalmente quando estamos carentes e tristes. Depois de nos acabar em uma panela de
brigadeiro, me joguei na cama da minha mãe e aproveitei o carinho dela.
Acordei cedo, ajudei mãe a limpar a casa e fazer almoço, durante a tarde troquei algumas
mensagens com Clarinha e Eva e ignorei todas as mensagens e ligações de Montanh. Ainda não
estou pronta para falar com ele. Meu coração não está pronto para falar com ele.
— Oh mãe! — grito deitada no sofá.
— Quem morreu Carol? — diz entrando na sala.
— Meu coração está morrendo — faço drama.
— Para de fazer drama, menina variada.
— Mãe o que eu vou fazer amanhã quando eu ver o Montanha? Ignorar as mensagens
está sendo fácil, mas vê-lo na minha frente vai ser foda.
— Para de ser tonta menina, é só fingir que você não quer mais nada com ele. Ele precisa
pensar que te perdeu para tomar alguma atitude. Atitude de homem.
— É difícil mãe.
— Arruma outro, é fácil.
— Mãe, estou acabada por causa de um e a senhora quer que arrume outro já?
— É só para dar uma pressão nele.
— Quem eu vou arrumar?
— Para de ser burra Carol, nem parece que é minha filha, esse outro pode ser um
fantasminha camarada, mas ele tem que acreditar que existe outro na parada para ter medo e
começar a agir. Agir com atitudes e não por mensagem de texto. Você precisa se valorizar e não
cair no papo na primeira mensagem.
— Nossa a senhora é cruel — digo olhando para ela.
— Eu sou vivida. Agora deixa eu voltar para a meu sono de beleza e você para de encher
meu saco, já disse o que tem que fazer.
Olho para minha mãe saindo da sala, quem vê pensa foi eu que fiquei até tarde acordada
para saber o que tinha acontecido, agora diz que eu estou enchendo o saco dela. Mãe é uma
comédia mesmo.
O restante do dia passa tranquilo, assim como a segunda-feira. A única novidade foi que
Clarinha colocou seu plano em ação.
Arrumo-me para ir para a faculdade, mãe vai me levar, eu não tenho carro nem moto,
então ou pego carona ou vou de ônibus. Vida de pobre não é fácil. Mas fazer o que, é melhor isso
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do que ir à pé.
Quando saio de casa para esperar mãe tirar o carro da garagem, vejo um certo carro preto
muito semelhante ao de uma certa pessoa estacionado em frente de casa. Olho bem para o carro e
caminho até ele.
— Você pode me dizer o que está fazendo?
— Te esperando — responde com a maior cara de cínico, lindo e gostoso, que pode ter.
— Ah vá? Está zoando né?
Montanha abre a porta do carro, desce vem na minha direção.
— Você pensa o que Ruiva? Você me ignorou ontem e hoje o dia inteiro, você acha
mesmo que eu ia deixar isso barato?
— Seu eu não atendi as suas ligações e nem respondi suas mensagens, era pelo simples
motivo que eu não queria falar com você.
— Se você não quer falar comigo o problema é seu. Mas eu quero falar com você. Não
custa nada você entrar nesse carro e no caminho para a faculdade a gente conversar.
— Não estou afim — recuso, cruzando meus braços e dou aquele olhar tipo não estou
nem ai para você.
Sem eu perceber minha mãe se aproxima de nós.
— Oi meu filho que saudades de você. Sumiu de casa, faz tempo que não vem nós fazer
uma visita — minha mãe fala.
— Oi tia — Montanha fala dando um abraço e um beijo em minha mãe. — Também
estou com saudades, vim buscar a Carol para irmos para a faculdade.
— Que bom meu filho, marquei de ir no shopping com minhas amigas e levar ela para a
faculdade só iria me atrasar.
— Como? — pergunto olhando para a minha mãe.
— Vai com ele Carol, estou atrasada já — minha mãe fala com cara de santa.
— Traíra — acuso a fuzilando.
Como ela pode me jogar nos braços do inimigo assim?
— Eu também te amo minha filha. Boa aula crianças, deixa eu ir ou vou me atrasar ainda
mais – mãe fala, já saindo.
Montanha olha para a minha cara com o sorriso de vitória.
— Vamos — chama abrindo a porta do carro para eu entrar.
— Não tenho outra opção. Saiba que estou indo sobre protesto — aviso e entro no carro.
Montanha me olha ri, dá a volta, senta e dá partida no carro. Recuso-me a olhar para a
sua cara de pau.
— Não vai conversar comigo? — questiona depois de alguns minutos de silêncio.
— Quer saber? Não estou a fim não.
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— Ruiva, não quero ficar longe de você.


— Não vai ficar. Nada mudou. A única diferença é que não vamos mais "dormir" juntos.
— Não quero só a sua amizade.
— Você está me pedindo em namoro?
— Quero ficar com você. Mas preciso de um tempo.
— Te dou o tempo que precisar sem nenhum problema
— Então vamos ficar como ficávamos antes?
— Disse que te daria o tempo, mas não que ficaríamos juntos.
— O que você está querendo dizer?
— O que eu já te disse. Eu vou seguir a minha vida, quando você decidir que quer
assumir um relacionamento sério e eu ainda estiver disponível, talvez role.
— Você disse que me daria um tempo.
— Estou te dando o tempo, mas isso não quer dizer que vou te esperar a vida inteira. Isso
entre nós já dura mais de três anos.
— Ruiva, eu gosto de você, mas ainda não estou pronto para um relacionamento mais
sério.
— Eu também gosto de você. Mas estou mais que pronta para um relacionamento mais
sério, se não for com você será com outro.
— Carol você não pode fazer isso comigo.
— Como é que é? Eu não posso fazer isso com você? Cai na real Montanha, quem não
pode ficar mais me enrolando é você. Você que não pode continuar esse jogo comigo.
— Você que começou esse jogo de desejo Carol. Se hoje eu tenho dúvidas do que eu
quero a culpa é sua.
— Culpa minha? Vai se foder Montanha. Eu posso até ter começado, mas você não
reclamou nenhuma das vezes que ficou comigo. Já que foi eu comecei, coloco um fim nessa
palhaçada toda, estou cansada disso.
— Se você quer assim não posso fazer nada.
— Eu quero assim sim, mas quero isso porque você não tem coragem de assumir o que
sente por mim. Portanto se isso acabou foi porque você não está sendo homem suficiente.
Preocupa-se e cuida do bem estar de todo mundo, mas esqueceu que você tem uma vida que
precisa ser vivida. Eu não vou ficar esperando migalhas suas.
— Fique sonhando que vou deixar alguém chegar perto de você.
— Fique sonhando que vou deixar você controlar a minha vida.
— Carol, você não sabe o que sou capaz de fazer se eu pegar você com outro.
— É realmente não sei. Portanto irei fazer o teste.
— Não brinca com fogo.
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— Não estou brincando, estou falando sério. Agora chega dessa conversa, ou nem
amizade irá existir mais entre a gente.

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CAÍTULO 10 — MONTANHA

1 mês e meio depois

O negócio está feio para o meu lado mesmo. Carol disse que iria seguir sua vida sem
mim, e é isso que ela está fazendo. Pelo visto a sua distância de mim está fazendo bem para ela.
Cada dia que passa está mais linda e radiante.
Depois de pensar no que ela disse confesso que ela está certa. Cuido de todas, dou
conselho e tudo mais, mas acabo esquecendo de viver a minha vida e de me preocupar com
aquilo que sinto. Esses anos que se passaram acabei vivendo a vida da Clarinha, Carol e Eva e
esqueci da minha. Decidi tomar um rumo em minha vida.
Primeiro preciso tirar o peso da culpa da morte de Mary, por isso contratei um
especialista para rever o laudo da morte e da vistoria do carro. Sempre tive por mim que tinha
algo errado. Na semana do acidente levei a Hillux para uma revisão. O freio tinha que ter
funcionado, nem o freio de mão funcionou. Isso na época acabou passando despercebido ou
achei mais fácil me culpar. Não quero sentir culpa preciso tirar essa dúvida que está me
perseguindo. Preciso de respostas.
Por falar de cuidar dos outros, estou indo para o apartamento da Clarinha, essa é uma que
hoje precisa de mim.
Estaciono meu carro em frente ao apartamento dela, subo as escadas e toco a campainha,
não demora ela atende a porta. Pela sua cara é possível perceber treta a vista.
— Está tudo bem? - pergunto a abraçando.
— Não, entra.
Pego as garrafas de vinho que trouxe e as entrego. Sento no sofá e a observo.
— Vai beber agora ou vai esperar as meninas? — Clarinha pergunta.
— Esperar as meninas — digo.
Ela vai até a cozinha, volta e senta ao meu lado.
— Vai dizer o que aconteceu para estar com essa cara? — pergunto.
— Marcelo. — Encosta a minha cabeça em seu ombro.
Clarinha se faz de forte, mas é muito carente. Na certa já percebeu que está apaixonada
por ele, mas não vai admitir.
— O que Marcelo fez?
— Me beijou hoje.
— Isso não é bom?
— Não.

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— Mas não era isso que você queria? — Essa em relação a sentimentos sabe ser mais
confusa que eu.
— É... Mas... Ele me agarrou! — diz nervosa.
— Você queria que ele não tivesse te beijado?
— Não... Que dizer...
— Não é bom por que não foi você que tomou a iniciativa? — Traduzo o que ela queria
dizer.
— É — responde e fica quieta como uma criança que fez arte e tem medo de ser
repreendida pelos pais.
— Você gostou do beijo?
— Gostei... Não gostei... Não sei Montanha — fala confusa escondendo o seu rosto com
as mãos.
— O que você sentiu com o beijo? — pergunto, tentando fazê-la questionar a si mesma, o
que isso tudo significa para ela.
— Não sei, foi diferente.
Como disse Clarinha é frágil, sofreu muito no passado, criou muros e mais muros para se
proteger do sentimento que tanto a destruiu.
— Moreninha, você não acha que esse jogo tá ficando sério? — Passo meus braços em
sua volta e a abraço. — Quando começa a surgir sentimentos deixa de ser um simples jogo.
— Não! — Se levanta como se tivesse levado um choque. — É apenas um jogo, não
existe nenhum tipo de sentimentos, só quero transar com ele e nada mais.
— Tem certeza disso?
— Claro que tenho Montanha. Você me conhece muito bem, não existe sentimento é só
prazer.
Clarinha e eu somos muito parecidos, me vejo na fala dela. Também queria que o que
sinto pela ruiva fosse só prazer, mas esse mês que se passou foi possível perceber que não é só
do corpo dela que sinto falta. Sinto falta do seu beijo, seu cheiro, seu toque, sinto falta da minha
ruiva de corpo e alma.
— Vem cá — chamo pegando em sua mão e a fazendo sentar em meu colo como uma
criança assustada.
— Não existe nenhum sentimento Montanha.
— Ei. — Coloco a mão em seu queixo fazendo-a olhar em meus olhos. — Não estou te
recriminando, ou te julgando, como disse eu te conheço. Conheço você menina, até melhor que
sua mãe, só não quero que você se machuque.
— Não existe essa possibilidade.
— Clara, não sei no que essa história vai dar. Mas cuidado minha menina, não se engane
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ou minta para si mesma, esse jogo pode virar e você se machucar. Quero que saiba que não
importa o que aconteça, eu sempre estarei aqui do seu lado. Entendeu?
— Montanha eu ...
— Shiii.. Só quero saber se você entendeu?
Ela não responde apenas balança a cabeça de forma positiva. A abraço e ficamos assim,
até que a campainha toca, ela se levanta do meu colo para abrir a porta.
— Moreninha você entendeu? – pergunto antes dela abrir a porta. Novamente não me
responde apenas balança a cabeça de forma positiva.
Enfim, Eva e Carol chegaram, Clarinha mal abre a porta e já escuto a voz de minha ruiva.
— Espero que você tenha algo sério para contar porque hoje eu tinha um encontro —
reclama Carol.
Como é que é? Ela tem um encontro?
— Que encontro Carol? — Eva pergunta, enquanto as duas caminham até o sofá com as
barras de chocolate na mão.
— Com um cara ai – Carol fala sem citar nomes.
— Que carinha Carol? — Clarinha questiona.
Queria dizer: diz o nome do filha da puta que vai ficar sem os dentes hoje. Mas prefiro
ficar em silêncio. Preciso saber dessa história direito.
Eu a vigiei o mês inteiro, e não a vi se aproximando de nenhum Zé ruela.
— Já disse, um carinha ai — Carol fala dando de ombros.
Ah se eu pego quem é esse filho de uma puta eu acabo com ele.
— Carol se você não quer falar quem é o carinha, não fala, mas eu vou descobrir e você
sabe disso — Clarinha avisa.
A única pessoa que vai descobrir quem é esse cara sou eu, vou acabar com todos os
dentes da boca dele e quebrar as duas pernas para nunca mais correr atrás de mulher de outro.
Clara vai para cozinha, olho para Carol.
— Então você está namorando? – pergunto para Carol.
— Não. Estou conhecendo uma pessoa — responde.
— Posso saber quem é?
— Na hora certa você irá saber — diz simplesmente.
Clarinha que tinha ido para a cozinha, volta com o vinho e as taças em mãos. Passa o
vinho para eu abrir. Abro o vinho e sirvo as taças das meninas.
Não sei se é a raiva que estou sentindo, mas viro a taça de vinho e já encho de novo. Hoje
à noite vai ser longa. Vou descobrir quem é esse filho da puta que está tentando roubar a ruiva de
mim.
Se a Carol acha que vou ficar esperando ela esfregar esse filha da puta na minha cara está
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muito enganada. Deixa ela achar que está por cima. No final da noite vamos ver quem ganha
esse jogo.
— Então Clara, o que aconteceu hoje para você decidir beber e comer chocolate? — Eva
questiona.
— Marcelo — Clarinha responde soltando o ar.
— O que aconteceu? — Eva presta mais atenção curiosa.
— Ele me beijou hoje — conta.
— Ai meu Deus você deu para ele! Sua safada — Carol fala dando risada e tomando
mais vinho.
Mal começou a beber e pelo visto ela já está animadinha. Isso mesmo ruiva bebe bastante
é hoje que eu tiro de você o nome desse filho da puta que quer entrar em meu caminho.
— Não! Carol, foi na biblioteca — Clarinha responde.
— O que é que tem? — Carol fala.
— Carol, sua safada você já deu na biblioteca? — Eva pergunta incrédula.
— Eu não — responde rindo.
— Já deu sim Carol, essa sua cara de safada te condena — acusa Clarinha.
— Foi só uns amassos na biblioteca, eu não dei porque ele não quis, se ele quisesse eu
teria dado ali mesmo. Meninas pensa num cara gotoso, quase gozei só com aqueles amassos —
Carol fala com um sorriso no rosto.
Quando ela fala isso meu sorriso também se alarga, afinal esse cara gostoso sou eu. Nesse
dia quase transamos entre as prateleiras da biblioteca, só não chegamos nos finalmente porque
percebi que tinha gente se aproximando e iriamos ser pegos no flagra.
— O pau dele era grande? — Eva pergunta querendo saber os detalhes da façanha de
Carol.
—Era sim Eva eu apalpei bem — Carol fala entre risos olhando para mim com aquela
cara de safada gostosa que só ela tem.
— Meninas, se controlem tem um homem aqui — aviso.
— Para, Montanha, você já ouviu coisa piores — Eva fala rindo.
— Verdade Montanha, até banho você já deu na gente, e dormiu de conchinha – Clarinha
fala.
Realmente já dei banho nelas e dormi na mesma cama, mas nunca aconteceu nada. Minha
atração sempre foi apenas pela minha ruiva. Nós dois juntos na mesma cama sempre acaba com
ambos suados e satisfeitos.
—Verdade Montanha —Eva concorda. — Você já viu e ouviu coisas que até Deus
duvida.
— Sempre vou cuidar de vocês três e darei quantos banhos for necessário.
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— Você pode cuidar e dar banho em mim a hora que você quiser, Montanha— Carol fala
piscando.
Deixa ela mexer com fogo.
— Carol para de pegar no pé do Montanha — repreende Eva. — Montanha, a gente sabe
que você não nos olha com malícia. Não leve Carol a sério ela precisa de um pau.
Você está certa Evinha, Carol precisa de um pau. O meu pau socado até o talo na boceta
dela.
—Vou comprar um vibrador para você Carol — zomba Clarinha.
Pelo visto o vinho já subiu para a cabeça e daqui em adiante só vai sair besteira da boca
dessas três.
—Se você vai dar um vibrador para a Carol eu também quero, um bem grande — diz
Eva.
— Falando em pau. Clara será que o pau do Marcelo é grande? — Carol pergunta.
— Meninas a Clara só deu um beijo — aviso.
O jeito que Carol está soltinha é capaz de falar o tamanho do meu pau.
— Na verdade ele que me beijou — Clarinha fala.
— Nossa, deve ter sido sem graça esse beijo, ele não roçou nenhum pouquinho o pau em
você? — Carol comenta curiosa.
Pelo que eu conheço dessa ruiva, ela ficou esse tempo todo sem ninguém, ou não estaria
tão assanhadinha.
— Roçou sim, ele me prensou na parede, meu vestido subiu, eu cruzei minhas pernas em
sua cintura e dei uma rebolada para sentir se ele estava duro — Clarinha narra seu beijo rindo.
— E estava duro? — Eva pergunta curiosa com os olhos vidrados.
— Estava sim — Clara fala com orgulho.
— Nossa, será que o pau dele é grande Clara? — Carol pergunta.
Por que mulher quer saber o tamanho do pau do homem de quem ela nunca vai transar?
Eva e Carol saber o tamanho do pau do Marcelo não vai adiantar nada, a única coisa que no
máximo vai acontecer é essas duas estuprarem o cara com os olhos.
— Pelo que eu senti deve ser grande sim — confessa Clara.
— Já pensou Clara, se o pau dele for fino igual do Edson — Carol fala.
É isso mesmo, essas meninas têm fissura em saber o tamanho do pau de um homem e o
coitado do Edson é ridicularizado pelas costas. Não que eu tenha visto, mas segundo Clarinha ele
tem apenas tamanho, pois é fino e ainda não "faz o trabalho bem feito". Sendo esse um dos
motivos que Clarinha quer distância dele.
— Deus me livre — Clarinha fala rindo. — Ninguém merece pau fino.
Melhor pôr um fim nisso, daqui a pouco tenho medo de qual será o assunto da conversa
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dessas três.
— Meninas, acho que vocês estão tomando muito vinho. É melhor cortar esse vinho ou
daqui a pouco não sei o que vocês serão capazes de fazer.
— E você Montanha, que tamanho é o seu pau? — Carol pergunta olhando para mim
com os olhos de peixe morto por causa do efeito da bebida.
— Corta o vinho da Carol — Eva grita rindo.
Carol segura a taça, passa a língua em sua borda, e me olha novamente como se estivesse
me desafiando.
—O meu pau é grande e grosso o suficiente para satisfazer qualquer mulher — digo
olhando para a minha ruiva safada.
Poderia dizer que meu pau é grande o suficiente para satisfazê-la a hora que ela quiser.
Assim como ele já satisfez, a fazendo gozar e gritar o meu nome, assim como ainda vai a
satisfazer muitas outras vezes.
— Ai meu Deus — Eva solta um gritinho.
— Nossa, Montanha, me deixa ver você tomando banho para conferir se você é tudo isso
mesmo — pede Carol como se nunca tivesse visto.
— Carol chega, você já está passando dos limites — repreende Clarinha.
Hoje depois de eu curar essa ressaca dela vou dar a ela os limites que ela quer.
— Verdade Carol, estamos aqui para falar do Marcelo e do pau dele — zomba Eva.
Procuro mudar de assunto.
— Falando em Marcelo, o que você pretende fazer agora, morena?
— Vou virar esse jogo e dar a cartada final — Clarinha fala.
— Como assim, Clara? — Carol pergunta.
— Segunda vocês irão saber. Marcelo não sairá ileso, quem ele pensa que ele é para me
beijar e sair.
— Estou com dó do Marcelo — Carol fala rindo.
O restante da noite, a conversas foi aleatória e também coisas que elas aprontaram em
festas. Essa reunião dourou até as 6 horas da manhã.
— Vamos embora. Eva, deixa a chave do carro, você bebeu demais, levo você e Carol até
em casa.
Eva acaba aceitando sem questionar, Carol reclama, mas no fim acaba aceitando. Nos
despedimos de Clarinha, primeiro deixo Eva em casa, e volto a dirigir.
—Esse não é o caminho da minha casa — Carol fala.
— Quem disse que eu estou te levando para a sua casa?
— O que pensa que você está fazendo?

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—Estou realizando um pedido seu. Não foi você que pediu para eu deixar você me ver
tomando banho? Então hoje você irá ver.

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CAPÍTULO 11 — MONTANHA

Desde a hora que a ruiva chegou na casa da Clarinha, sabia que ela tinha que ser minha.
Ansiava pelo seu toque, seu cheio, seu corpo.
Levei Eva embora, agora somos apenas nós dois, daqui a pouco seremos apenas um,
quando os nossos corpos estiverem fundindo um no outro. Mas primeiro preciso curar a ressaca
dela.
Dirijo até a república, Carol está com as pernas cruzadas, tenho certeza que está tão
excitada quanto eu.
Abro a porta da garagem, desço do carro, dou a volta e abro a porta para que ela possa
descer.
— Nossa que evolução me trouxe para a república mesmo? Não vai ter medo dos seus
amigos me verem aqui?
— Estão todos viajando, a casa é nova. Você não conhece o meu quarto novo.
Eu e os caras resolvemos trocar de casa, usar banheiro comum é foda. Pago um pouco a
mais no aluguel, mas pelo menos meu quarto agora é suíte. Tem uma privacidade maior.
— A é? O que tem no seu quarto novo?
— Tem um banheiro, no qual irei te dar o banho que você pediu mais cedo. Irei lavar
cada canto do seu corpo de um jeito que você nunca mais irá esquecer.
Seguro a sua mão e a conduzo até o meu quarto, quero dar banho nela não só porque ela
pediu. Também a quero sóbria, para que possa ter ela de corpo e alma sem o efeito do vinho.
Apesar pelo que eu conheço da minha ruiva esse vinho não fez efeito nela. Ela é forte
para bebida, para derruba-la tem que ser muito mais que duas garrafas de vinho.
—É, tenho que concordar, esse seu quarto é muito melhor que o antigo — fala
observando o quarto.
— Vem, quero te apresentar o meu banheiro — chamo a conduzindo até o banheiro.
Ela entra na minha frente, fico nas suas costas. Coloco minhas mãos em seu ombro.
— Você está achando que vou transar com você é?
— Não vamos transar — digo dando leves beijos na curva do seu pescoço. — Só se você
pedir.
— Então o que acha que você está fazendo?
— Você disse que eu poderia te dar banho a hora que eu quisesse, é isso pretendo fazer
agora — digo deslizando a alça de sua blusa, distribuindo beijos em seu ombro.
— Só um banho? — pergunta, pendendo a cabeça de lado, me dando acesso ao seu
pescoço.
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— Só um banho — sussurro em seu ouvido enquanto tento desabotoar o botão do seu


short. — Um banho que você nunca mais vai esquecer.
Desabotoo seu short, e o retiro.
—Levanta os braços — peço.
Ela levanta os braços e eu retiro sua blusa, fico a observando de frente, linda, sexy apenas
com o conjunto que lingerie vermelha.
— Por acaso pretendia usar essa lingerie vermelha com alguma pessoa hoje?
— Eu te disse eu tinha um encontro — responde dando os ombros.
Vou mostrar para ela com quem ela vai usar essa lingerie. Aproximo-me, e volto a beijar
seu pescoço, minha mão vai até a lateral de sua calcinha e a rasgo. Levo minhas mãos ao seu
sutiã e também o rasgo, jogando no chão. Seu conjunto de lingerie vermelha vira apenas pedaços
de pano vermelhos rasgados.
— Você me deve um conjunto de lingerie — fala manhosa.
— Te dou até dois, tudo que você quiser.
Pego a sua mão e a conduzo até o chuveiro.
Ligo a ducha, pego o sabonete e começo a ensaboar as suas costas, ao mesmo tempo
coloco seu cabelo de lado e beijo seu pescoço sentindo seu cheiro, o gosto da sua pele. Essa ruiva
tem um cheiro que me deixa doido.
— Você não vai tirar essa roupa?
— Ainda não! — Ensaboo seu seio.
— Por quê?
— Te disse que iria te dar um banho, é isso que estou fazendo.
Minha mão começa a massagear seu seio, logo seu bico fica rígido, convidando a minha
boca para chupa-lo, e assim faço. Chupo seu seio enquanto a minha mão desce até a sua boceta.
Massageio seu clitóris.
—Ah— Carol geme.
Percebo que ela começa a se retorcer por mais, e a gemer mais alto, então meu dedo
invade a sua intimidade. Começo a chupar seu outro seio, enquanto meu dedo a masturba. Ela
está apertadinha, isso comprova que esse tempo que passamos juntos ela não transou com
nenhum outro. Enfio outro dedo, socando e girando dentro de sua boceta apertadinha.
Queria descer e chupa-la todinha, senti-la gozar na minha boca, mas se eu fizer isso irei
perder o meu controle o fode-la agora mesmo, e não é isso que eu pretendo nesse momento.
—Será que eu posso beijar essa sua boca? — peço.
—Ainda não sei porque não beijou.
Grudo a minha boca na dela, minha língua invade sua boca, ela chupa minha língua e
morde meu lábio inferior. Saudades, isso define esse beijo, saudades de estar e sentir minha
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ruiva.
Meu dedo investe mais dentro dela, até que enfim a sinto mole, Carol geme e acaba
gozando na minha mão.
Tiro meu dedo dela, e o chupo. Sentindo o seu gosto.
— Como sempre deliciosa.
— E agora, você vai me foder?
— Não, vou acabar te dar banho — digo distribuindo leves beijos em seu rosto.
Assim faço, dou banho na minha ruiva lavando cada parte do seu corpo, depois de limpa,
a enrolo na toalha e a faço sentar no vaso.
— Já estou limpa. E agora? O que você vai fazer?
—Agora. Você aprecie o show— digo tirando minha camisa molhada...
Carol arregala os olhos, e morde o canto da boca.
— O que você está fazendo? — pergunta enquanto eu desabotoo o botão da calça jeans e
vou tirando de forma lenta.
— Hoje você disse que era para eu te dar banho a hora que eu quisesse. O banho já te dei.
Bom, foi mais que um banho, você até gozou apenas com isso. — Mostro a minha mão e balanço
meus dedos. — Depois você quis saber qual o tamanho do meu pau — continuo, tirando a cueca
e liberando meu pau duro. — Pelo que você pode perceber é grande o suficiente para te satisfazer
e te deixar de pernas moles. Ainda nessa noite você pediu para eu deixar você me ver tomando
banho. Aqui estou eu nu, molhado e excitado. — Massageio o meu pau que lateja. — Pronto
para realizar mais um desejo seu — completo entrando debaixo do chuveiro.
Enquanto Carol me observa com os olhos arregalados, pego o sabonete e ensaboo meus
braços e peitoral de forma lenta e sensual.
— Durante o banho costumo dar uma aliviada. Sei que você me entende — comento
começando a massagear meu pau duro.
Minha mão vai e vem massageando toda a minha extensão.
— Ah! — gemo — Sabe Ruiva, não gosto de movimento leve. Você sabe bater uma
como ninguém. — Os movimentos começam ser mais brutos. — Ah Ruiva!
— Se eu falar que estou com desejo de chupar o seu pau e que você goze na minha boca,
você vai atender o meu pedido?
Olho para ela que morde os lábios.
— Estava esperando você pedir. Vem — digo fazendo um gesto com a cabeça.
Carol se levanta e me observa, tira a toalha que enrolava seu corpo nu e caminha até o
chuveiro. Quando está próxima, coloca as duas mãos em meu peitoral e começa a distribuir
beijos enquanto suas mãos fazem o contorno de cada gomo da minha barriga definida.
—Delícia — fala em um gemido.
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Enrolo seu cabelo no meu punho e puxo sua cabeça para trás, a fazendo olhar nos meus
olhos.
— Seu desejo era colocar essa boca no meu pau para que eu goze nela, estou esperando
Ruiva — digo roçando meu pau ereto no seu ventre.
— Com pressa Leãozinho? — provoca distribuindo beijos no meu peitoral e abaixando
até ficar de joelhos.
— Quero sentir essa boca gulosa engolindo todo o meu pau.
Carol encara meu pau ereto, coloca uma das mãos, e começa a fazer movimento de vai e
vem, coloca a boca no meu saco ao mesmo tempo que sua mão me masturba.
—Ah! — gemo.
Ela para de chupar meu saco, segura com as mãos em cada banda da minha bunda e
engole meu pau até onde a sua garganta aguenta. Começa a me chupar com suas unhas cravadas
em minha bunda.
—Agora eu vou foder essa sua boca gostosa!
Seguro seus cabelos, e começo a foder a sua boca, meto firme e com força do jeito que eu
sei que ela gosta. Ela geme.
Quanto mais eu meto em sua boca, sinto suas unhas mais gravadas em minha bunda,
meto forte, rebolo, ela geme cada vez mais alto. Essa Ruiva é o meu fim, minha perdição.
Depois de algum tempo metendo em sua boca, sinto o meu gozo chegando.
— Vou gozar, prepare-se para engolir tudo sua gostosa.
Meto mais umas três vezes forte, e gozo em sua boca.
Carol engole toda a minha porra, depois chupa meu pau limpando meu gozo. Ainda de
joelhos me olha com cara vitoriosa por ter conseguido me fazer gozar em sua boca e engolir
tudo. Ela se levanta, e joga as mãos em volta do meu pescoço.
— Agora o meu desejo é que você me faça gozar com o seu pau — fala beijando o meu
pescoço.
— Seu desejo é uma ordem — digo a levantando pela cintura.
Ela cruza as suas pernas na minha cintura, a encosto na parede do banheiro, e enfio meu
pau em sua entrada.
—Ah! — geme ao me sentir todo dentro dela.
Deliciosa, gostosa, macia, moldada e feita para o meu pau, assim é a boceta da minha
ruiva. Perfeita para mim.
— Assim que deseja Ruiva? — questiono beijando sua boca e metendo em sua boceta.
— Muito delicado, se você por um pouco mais de força melhora — fala entre gemidos.
— Assim — Arremeto com mais força.
— Acho que você está perdendo o costume. Assim não vou gozar tão cedo — provoca
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mordendo meu ombro.


— Está exigente hoje é?! Sempre gozou no meu pau.
Enquanto uma das minhas mãos a segura prensada na parede, levo a outra em sua bunda
massageando seu orifício.
Como se fosse um botãozinho que aperta o liga/desliga, Carol começa a gemer cada vez
mais alto, rebolando descontroladamente.
Meu pau mete em sua boceta e meu dedo massageia seu orifício.
— É assim que você gosta né safada.
— Está bom, tá gostoso. Vai mete mais, vai.
Meto meu dedo no seu cuzinho apertado enquanto meu pau mete na sua boceta. Sinto sua
boceta estremecer e sei que está perto dela gozar. Meto mais firme.
—Ah, Montanha! — grita gozando.
Meto algumas vezes, chegando também na minha libertação.
— Tenho que dizer que esse seu pau é grosso e grande o suficiente e se encaixa
perfeitamente na minha boceta — fala me abraçando e beijando a minha boca.
— Eu sei — concordo. — Deixa eu dar outro banho em você, pois está toda sujinha com
a minha porra.
— Hum... — geme. — Só deixo se você usar bem essas mãos enquanto me lavar.
Desço Carol da minha cintura, a colocando embaixo do chuveiro. Pego o sabonete e
começo a ensaboar seu corpo. Minhas mãos ensaboam seu seio, seu bico ainda está duro,
convidando para eu chupa-lo novamente. Então o chupo, enquanto continua a ensaboar seu
corpo.
Queria entrar dentro dela novamente, mas preciso dar um descanso para a minha ruiva,
exigi demais do seu corpo hoje. Mas para matar a saudade que estou precisava estar dentro dela
umas 5 vezes no mínimo, para enfim me deixar satisfeito.
Mas deixa para amanhã, meu desejo carnal e saudade podem esperar. Ela é minha, nunca
mais vou deixa-la ficar longe de mim.
Acabo de lhe dar o banho, a enrolo na toalha e a deito na cama para que ela possa
descansar um pouco antes de leva-la embora.
Depois de um breve descanso e matado parte da minha saudade levo minha ruiva embora.
Nem acredito que voltamos as boas de novo. Esse tempo juntos só me fez ver o quando preciso
dela ao meu lado.
Estaciono o carro em frente à sua casa.
— Estamos bem novamente? — pergunto, preciso ouvir da boca dela que estamos juntos
novamente.
— Nunca estivemos brigados, você é o meu melhor amigo.
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— Ruiva não estou falando da nossa amizade. Quero saber se estamos bem em nosso
lance.
— Que lance?
— Eu e você juntos. Além da amizade.
Ela me olha e começa a rir da minha cara.
— Não existe nosso lance, e nada de nós. É apenas eu e você.
— Como assim, Ruiva? Pensei que tivéssemos feito às pazes.
— Ai Montanha, como você é bobinho. Nada mudou, apenas tivemos uma transa bem
gostosa, eu estava precisando me aliviar e você também. Juntamos o útil com o agradável.
— Foi o vinho? O responsável por estar fazendo você agir assim?
Carol começa a rir mais alto.
— Que vinho?
— O vinho que você tomou. Essa sua atitude não condiz com você.
— Lesmontanha você ...
— Lesmo o quê? — pergunto antes de completar a frase.
Ela está me chamando de lesma é isso mesmo? Eu entendi certo? O que aconteceu com
essa Ruiva? Gozou tanto que perdeu o juízo.
— Esquece! O que eu quero dizer é que acha mesmo que duas garrafas de vinho fazem
algum efeito sobre mim?
— Isso justifica a sua atitude.
— Então, está claro que não você me conhece bem. Tudo o que aconteceu foi porque eu
quis, assim como você, estava bem gostoso eu confesso. Estava precisando mesmo de uma foda
bem dada para me deixar mais relaxada. Isso você sabe fazer muito bem. Mas foi só isso, agora
cada um para o seu canto.
— Carol não é bem assim.
— Ai Montanha meu Leãozinho lindo. Me deixa entrar — fala dando um beijo no canto
da minha boca. — Estou cansada. Tenho certeza que você está cansado. Precisa descansar seu
corpinho e esse seu pau gostoso, que foi deliciosamente usado e abusado por mim hoje. Obrigada
pela transa.
Carol abre a porta do carro, desce, e entra na sua casa, me deixando com cara de besta
usado ou como ela disse de lesma.

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CAPÍTULO 12 – CAROL

— Ai meu Deus... Ai meu Deus... — falo baixinho caminhando até a porta da minha
casa. Abro a porta, a fecho e não olho para trás.
— Isso é hora de chegar em casa, Caroline?
Me assusto em ouvir a voz do meu pai, que está sentado no sofá com uma xicara de café.
Agora fodeu tudo mesmo, sou uma pessoa morta e enterrada. Fico o olhando com a cara
assustada.
— José, já te disse que nossa filha dormiu na casa de Clarinha que está com uma virose
feia, ela não podia dormir sozinha. A coitada está muito mal, com febre, Carol foi cuidar dela.
— Só tem Carol para dormir com ela? — meu pai pergunta.
— A menina mora sozinha, a família é de fora José. Nossa filha foi apenas ajudar a
amiga — explica minha mãe.
— Clarinha só tem, Montanha, Evinha e eu, pai. Eu passei a noite e Evinha vai passar o
dia com ela hoje. — Chego perto do meu pai, e sento do seu lado. — Coitada pai, ela está tão
acabadinha, amarela e com febre, deu até dó — digo fazendo cara de pena.
— Quem te trouxe? — meu pai pergunta ainda com a cara feia.
— Aquele amigo meu segurança que o senhor conheceu, Adriano. Hoje de manhã ele
buscou a Evinha, deixou no apartamento da Clarinha para ficar com ela, me pegou e me deixou
em casa.
— Ele dormiu lá com vocês? — pai pergunta.
— Não pai, claro que não. Ele só foi levar a Eva e me trouxe em casa. Adriano é um
homem muito respeitador — minto fazendo cara de santa.
— Vai tomar um banho e tirar essa roupa Carol, aproveita e descansa um pouco. Tenho
certeza que você passou a noite em claro cuidando da sua amiga — minha Mãe ajuda.
— Estou cansada mesmo — digo me levantando. — Vou tomar um banho e dormir um
pouco. — Saio rumo ao meu quarto.
Santa mãezinha das filhas sem juízo. Obrigada pela mãe que eu tenho, que mais uma vez
me livrou de uma bucha enorme.
Entro no meu quarto e tranco a porta. Agora sim estou segura, e posso enfim expressar
minha alegria sobre tudo o que aconteceu. Pego uma roupa, vou no banheiro e tomo um banho
rápido. Volto para a segurança do meu quarto e me jogo na cama. Reviro meus olhos ao sentir
uma leve dormência no meio das minhas pernas. Toco o meu corpo, revivendo as deliciosas
sensações que tive mais cedo.
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Sinto-me saciada, manhosa, alegre...


Podem dizer que eu sou besta, tonta, retardada, que eu disse que não daria o braço a
torcer. Sou tudo isso mas estou feliz. Mega feliz, com um sorriso bobo no rosto. Eu sei que eu
disse que ia seguir minha vida, que daria um gelo no Montanha, mas como poderia resistir a um
homem como aquele?
Diz como resistir a um Montanha vermelho de ciúmes?
Posso dizer que é impossível resistir, aquele homem. Tenho culpa no cartório afinal eu o
provoquei a noite toda, e deu certo, ele ficou irresistível e cheio de tesão.
Depois de pouco mais de um mês sem sentir meu corpo fundindo ao dele ansiava por isso
desde o momento que pisei meus pés no apartamento da Clarinha. Posso dizer que compensou o
crime.
Oh se compensou, foi muito bom, muito gostoso. Meu corpo, minha alma estava com
saudade. Tudo bem que fui fraca, mas tive vários orgasmos e hoje estou molinha, molinha,
completamente relaxada e prontinha para outra.
Para Montanha não achar que eu estou completamente caída por ele, e que aceitaria ficar
do jeito que estávamos, fiz com que ele pensasse que foi apenas uma transa como outra qualquer.
Fiz ele se sentir usado e abusado. Lembro a cara de bobo que ele ficou, Lesmontanha foi um
apelido perfeito. Por um momento senti dó dele com aquela carinha de cachorro sem dono, mas
me mantive firme. Não poderia sair por baixo, então o melhor é ele achar que foi usado e
abusado por minha pessoa.
Acabo pegando no sono e dormindo o restante do dia.
Na segunda acordei cedo, fiz meu serviço de casa e depois li o texto da aula. Quando deu
o horário para ir para a faculdade me arrumei e fui para a aula.
— Mãe obrigada por ontem com o pai — agradeço olhando para a minha mãe que dirige
me levando para a faculdade.
— Pelo visto ontem você não segurou essa periquita.
— Mãe! Isso é coisa que se fale?
— Minha filha, você dormiu o dia inteiro, depois ficou com cara de bobo alegre
limpando a casa. Está na cara que você deu a periquita para o gostoso do Montanha.
— Ok mãe eu não resisti, tá — confesso cruzando os braços.
—Te entendo minha filha, quem vai resistir a um homem daquele. Eu sei, a carne é fraca
e você é besta.
— Mãe!
— O que foi? Disse alguma coisa de errado?
— Eu sei tá, eu tinha que ter me segurado, mas não resisti. Ele estava com ciúmes, estava
tão lindo, estava tãooo...
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— Já entendi! Você é uma besta, e ele estava tudo isso e você caiu no jogo.
— Não foi bem assim, eu fiz ele se sentir usado, quando ele perguntou se estávamos bem
eu simplesmente disse que não tínhamos nada que foi apenas uma transa, ele ficou sem reação e
disse que não queria mais ficar desse jeito.
— Tomara mesmo, você tem que decidir, se você quer esse homem seja firme minha
filha — mãe me aconselha.
Estaciona o carro em frente da faculdade.
— Tudo bem mãe, serei forte. Agora preciso ir para aula — digo dando um beijo em seu
rosto descendo do carro.
— Boa aula Carol, e juízo.
— Obrigada mãe. A senhora sabe o que eu mais tenho é juízo. — Dou uma piscadinha
para ela.
Hoje como cheguei um pouquinho atrasada, vou direto para a sala. Evinha e Montanha já
estão em seus lugares.
— Oi Montanha, oi Evinha. Cadê a Clarinha? — pergunto sentando no meu lugar.
— Mandou mensagem dizendo que não vem hoje — Montanha avisa.
— Não se preocupe ela disse que está cansada — Evinha diz fazendo cara de safada.
— Hum... O que será que aconteceu com aqueles dois, hein?! — digo dando risada, me
referindo a Clara e Marcelo.
— Sei não, mas acho que Clarinha deu uma chave de perna no Marcelo hoje — Eva fala
rindo.
—Duas fofoqueiras — acusa Montanha.
Eva e eu mostramos língua para ele.
O professor entra na sala de aula cortando o assunto e começa a aula. Na hora do
intervalo Evinha e eu sentamos no corredor para jogar conversa fora.
— Oi meninas — Marcelo fala chegando perto de nós duas.
— Oi Marcelo — Evinha e eu falamos juntas.
— Vocês sabem de Clara? — pergunta colocando as mãos no bolso.
Hum ai tem. Essa carinha do Marcelo de cachorro que caiu da mudança diz tudo.
— Ela não veio hoje, disse que estava cansada — conta Eva.
— Por que Marcelo? o que você quer com ela? — pergunto.
— Eu preciso falar sobre um trabalho em dupla que precisamos entregar amanhã —
mente.
Está na cara que essa safadinha da Clarinha aprontou alguma coisa. Ela não, os dois. Essa
carinha de Marcelo nem sabe disfarçar o crime, péssimo ator.
— Se é importante liga para ela Marcelo — Montanha que tinha ido no banheiro, fala
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chegando perto de nós três.


— Não tenho o telefone dela — Marcelo fala sem graça.
— Eu passo para você — Montanha responde.
— Só o telefone, Marcelo? — questiono tirando sarro da cara dele. — Você não quer o
endereço dela também?
— Queria os dois se possível. Preciso falar com Clarinha, não sei, se eu ligar e ela não
vai atender.
Eu sabia, aquela safada deu para ele e nem contou para nós.
— O que você está fazendo aqui Marcelo? — VaCamila pergunta ao se aproximar.
Vaca loira oxigenada tinha que chegar justo agora que iria jogar uns verdinhos em cima
do Marcelo.
— Marcelo veio pegar o número de um amigo. Fernando precisa dos serviços do Marcelo
e eu fiquei de passar o número — Montanha fala mentindo descaradamente.
— Obrigado, cara — agradece Marcelo, entrando no jogo.
— Depois te mando a mensagem com o número — avisa Montanha.
Depois dessa desculpa esfarrapada Marcelo vai embora, e Montanha, Eva e eu voltamos
para a sala.
— Evinha você viu a cara dele? — pergunto.
— Carolzita, Clarinha pegou ele, tenho certeza — Eva fala rindo.
— Pode parar as duas. Amanhã vocês descobrem o que aconteceu — Montanha
resmunga.
— Chato! — digo me virando e prestando atenção na aula.
Na hora de ir embora Montanha me dá uma carona para minha casa. Quase sempre ele
me leva embora, a minha casa é muito longe da de Clarinha ou Eva e dá República também, mas
ele sempre acaba me dando carona e não se importando com a distância.
— Então Ruiva, como você passou de ontem para hoje? — Montanha pergunta.
— Deliciosamente bem.
— Passou bem assim por causa de mim? — questiona com um sorrisinho safado.
Quer ver eu tirar esse sorrisinho da cara dele?!
— Não foi bem por causa de você — digo olhando para sua cara.
— Não? Então foi por que Ruiva?
— Foi por causa do seu pau.
— Como?
— Confesso, sua mão também ajudou.
— Ruiva, não acha que essa sua atitude já deu o que tinha que dar? — Montanha fala
estacionando o carro em frente da minha casa
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— É deu mesmo, eu gozei gostoso — provoco desafivelando o sinto de segurança.


— Ruiva, eu não quero só isso com você. A quero de corpo e alma...
Eu sei, preciso ser forte, então é melhor eu atacar do que ouvir as baboseiras de sempre.
Saio do meu lugar e sento no colo de Montanha com as pernas abertas o beijando e tirando a sua
camisa.
— Ruiva, o que você está fazendo?
— Cala boca e me fode Lesmontanha— peço, abrindo o botão de sua calça.
Tiro a minha calça jeans e calcinha e volto a monta-lo. Não dou tempo para ele protestar
ou falar algo. Não quero ouvir suas desculpas ou lamentações. Literalmente e freneticamente o
ataco dentro do seu carro.
— Carol, estamos na rua.
— O vidro é fume — digo o beijando.
Enfim, consigo liberar sua ereção de dentro de sua cueca, que se mostra dura cheia de
veias pulsantes. Faço alguns movimentos o masturbando, mas logo posiciono seu pau na minha
entrada.
—Ah! — gemo ao sentar na sua ereção e senti-lo todo dentro de mim.
Uma leve dormência vem à tona, visto que Montanha além de bem dotado é grosso, viril,
gostoso perfeito para mim.
Começo a me movimentar com o seu pau socando dentro de mim, beijo sua boca, o
mordo, arranho suas costas.
— Rebola gostosa — fala entre gemidos, dando tapas na minha bunda do jeito que eu
gosto.
Faço como ele pediu e rebolo, enquanto ele aperta minha bunda forçando ainda mais o
atrito do seu pau em minha boceta.
—Ah — gemo.
Montanha tira meu seio para fora da blusa e o chupa, morde de leve meu bico me levando
à loucura.
— Cavalga no meu pau, gostosa — sussurra em meu ouvido.
Assim faço, começo a cavalar lentamente o sentindo todo dentro de mim. Depois vou
aumentando o ritmo. Subo, desço, seu pau entrando e saindo da minha boceta que desliza com
facilidade em seu pau, continuo subindo e descendo sobre seu comprimento. Como pode ser
gostoso desse jeito?!
— Ah! — gemo quando Montanha chupa novamente meu seio e massageia o outro.
Sinto que estou perto de gozar, meu ventre formiga, forço ainda mais seu pau socando
ainda mais fundo na minha boceta.
— Faz mais Montanha, mais! — peço entre gemidos.
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Montanha percebe que estou perto de atingir o meu clímax, coloca sua mão em minha
bunda aumentando ainda mais o movimento. Levanta o quadril socando seu pau ainda mais
fundo.
—Ah! — grito gozando.
Com as pernas moles, começo a diminuir o ritmo, beijo sua boca de forma doce e
delicada, bem diferente de alguns segundos atrás.
—Hum que delícia — digo, já levantando e tirando seu pau de dentro de mim.
Saio do seu colo, pego minha calça no banco traseiro e a visto.
— Ruiva o que você está fazendo? — Montanha pergunta me olhando com cara de bobo.
— Eu? Vestindo a minha roupa, preciso entrar.
— Ruiva, eu não gozei.
— Problema seu, porque eu gozei — Dou de ombros, e acabo de me vestir.
— Você não pode me deixar assim — diz espantado.
— Obrigada meu Leãozinho, pelo seu pau grande grosso e o delicioso orgasmo. Toma.
— Pego a calcinha do chão do carro e coloco na sua mão. — Fica como um presente meu para
você e hoje quando você estiver tomando banho use suas mãos para se aliviar, pense em mim na
hora. — Beijo sua boca, passo a mão em seu pau ainda duro fazendo um carinho. Desço do carro
e entro na minha casa.
Coitado ficou com pau duro, sem gozar, e eu linda leve e solta. Não sei porque, mas me
sinto vitoriosa. Isso de usar o corpo do Montanha está sendo mais gostoso e legal do que eu
poderia imaginar.

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CAPÍTULO 13 – MONTANHA

Puta merda ela fez de novo, e hoje foi pior, pois nem gozar dentro daquela boceta gulosa
ela deixou. Essa safada não vai continuar usando o meu pau e saindo como se nada tivesse
acontecido. Hoje passa, mas amanhã ela me paga. Não vou ficar sendo um brinquedo sexual em
sua mão Ruiva, isso você pode ter certeza. Vai ter volta.
Levanto a minha calça, ajeito meu pau duro e dolorido e fecho o zíper. Visto minha
camisa, pego a fita de pano que ela chama de calcinha e coloco no do bolso. Ligo o carro e dirijo
para a república. Hoje vou precisar bater uma para poder me aliviar. Tudo culpa de uma certa
ruiva.
Queria saber o resultado das investigações do acidente da Mary antes de assumir algo
sério com Carol, tenho certeza que o que eu sinto por ela não é apenas desejo ou amizade. Minha
fome e vontade de ficar ao seu lado e dizer para todos que ela é minha é tão grande que hoje eu
decidi a pedir em namoro. Deixa o resultado das investigações em um segundo plano. Não posso
mais ficar longe da minha Ruiva.
Ensaiei o domingo e hoje o dia inteiro de como eu iria fazer o pedido de namoro, comprei
até um ursinho e uma caixa de bombom que está escondida debaixo do banco para fazer a
surpresa. Queria ser romântico com ela.
Mas o que essa Ruiva fez? Abusou de mim de novo, não deixou eu falar, não me deixou a
pedir em namoro. Usou meu pau, meu corpo, gozou e foi embora. Isso é coisa que se faça?
Para pegar e amarrar de vez essa Ruiva não vou poder ser romântico, porque ela gosta é
de homem bruto, sexo bruto. Então o meu plano será fode-la de todas as formas possíveis, e
depois fazer o pedido.
Só assim para ela aceitar o meu pedido e não usar meu pau e sair triunfante rebolando
aquela bunda gostosa.
Chego na república, vou direto para o meu quarto, tomo banho bato uma, e me jogo na
cama pelado. Amanhã essa Ruiva safada me paga.
Acordo cedo, vou para o trabalho. Chego a tarde, tomo banho e vou para a faculdade.
Chegando lá vou até o banco que sempre sento para esperar as meninas. A primeira a chegar é
Eva, e logo em seguida Carol. A conversa entre as duas é Clarinha que pegou Marcelo, ambas
estão eufóricas para saber o que aconteceu.
Não demora Clarinha chega, senta do meu lado, ficando de frente para Carol e Eva.
— Tudo bem, Moreninha? — pergunto dando um beijo em sua testa.
— Claro que está Montanha, olha a cara dela — zomba Eva.
— Clarinha, você está com uma pele tão linda hoje — Carol fala de forma sarcástica.
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— Acho que ela dormiu muito bem essa noite — Eva completa.
— Será Eva? Eu já acho que ela não dormiu nada. Passou a noite em claro fazendo
atividades educativas — Carol cai na gargalhada e Clarinha vai no embalo.
— Conta para nós Moreninha, como você passou a noite? — pergunto.
— Até você brutus?! — Clarinha fala me olhando.
— Clarinha, para de fazer cu doce. A gente sabe que Marcelo foi ao seu apartamento
ontem — Carol fala.
— Como vocês sabem? Estão me investigando, hein?! — Clarinha fala fazendo cara de
ofendida.
— Ah Clarinha, deve ser porque um certo moreno de 1,80, lindo e gostoso veio procurar
você ontem na hora do intervalo — diz Eva.
— Ai como não encontrou você, Montanha passou seu número e endereço — Carol fala
apontando o dedo para mim.
Papo vem, papo vai e o assunto é em relação a pegação de Clarinha e Marcelo.
— Vamos fazer assim na hora do intervalo vamos jogar uma sinuca e Clarinha diz o que
aconteceu — Acabo sugerindo. É hoje que eu pego de vez essa Ruiva, ela não me escapa.
— Eu não vou sair no segundo tempo — Clara fala cruzando os braços.
— Ah vai sim — insiste Eva.
— Você! — Carol aponta do dedo para Clara. — Não tem querer!
Depois dos protestos de Clarinha, ela acaba aceitando. Ela se despede e vai para a aula,
eu e as meninas pegamos o nosso rumo. A aula é tranquila e passa rápido. Na hora do intervalo,
vamos todos para o estacionamento esperar Clara. Não preciso dizer que Carol e Eva estão
formulando todas as perguntas que vão fazer para Clara em relação ao desempenho sexual de
Marcelo.
Não demora, Clarinha chega, mas tem algo diferente nela, seus olhos estão vermelhos.
—Vamos — fala ao se aproximar.
Ela pode enganar a todos menos a minha pessoa.
— Aconteceu alguma coisa? — pergunto preocupado.
— Não! Vamos. Só foi uma aula estressante — Clarinha responde entrando no carro.
— Clara, você não escapa. Vai dizer tudo o que aconteceu de ontem para hoje — Eva
fala.
— Pode deixar meninas eu falo, mas primeiro preciso relaxar.
Chegamos ao Bola do 8, um bar próximo a faculdade. As meninas estão animadas. O
lugar está cheio, normalmente é frequentado por estudantes. Conduzo as meninas até a mesa de
sinuca e faço os nossos pedidos.
— Dois ou um — Carol fala para vermos quem vai fazer par com quem para jogarmos.
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—Viramos crianças agora — provoco.


— Justo. Vamos tirar no dois ou um — Eva afirma.
— Já que vocês duas não sabem perder, vamos decidir no dois ou um — Clara fala.
— Como que funciona esse dois ou um, Ruiva? — pergunto.
— A brincadeira dois ou um funciona assim, o grupo fala "dois ou uns", todos mostram
ao mesmo tempo um ou dois dedos. Os que colocam um número de dedos iguais formam as
duplas. Simples assim — Carol explica me dando uma piscada.
— Ok, então vamos logo fazer essas duplas — digo.
Fazemos uma roda entre nós quatro, um olha para a cara do outro. Giramos nossas mãos
com punhos fechados e falamos todos juntos:
—Dois ou um.
Na primeira rodada não deu certo. Apenas na quarta vez foi possível fazer as duplas
Clarinha e Carol, eu e Eva.
— Não tem problema Carol, nós vamos ganhar da mesma forma. O Montanha só ganha
porque joga sempre comigo — Clarinha fala rindo, ela sabe que vai perder. A Ruiva é muito
ruim na sinuca.
—Vamos ver quem vai ganhar essa, Moreninha — desafio Clarinha, mas olhando para
Carol.
— Clarinha, já está falando como perdedora — Eva fala rindo.
—Tenho dó de vocês dois — Carol fala apontando o dedo para Eva e eu. — Eu e
Clarinha juntas não tem para ninguém.
Sei muito bem qual o tipo de mensagem que ela quer passar.
— Valendo o que? — pergunto olhando para Carol. Ela sabe o que eu quero se eu ganhar
esse jogo. Afinal ela está me devendo depois do que fez ontem.
— O que você quiser — Clarinha fala.
— Tenho uma ideia melhor — Carol sugere.
Acho que agora vem bomba por ai.
— Qual? — Eva pergunta.
— Vindo da sua cabeça Carol, não é coisa boa — zomba Clara.
— A cada bola encaçapada a dupla tem o direito de fazer uma pergunta para um dos dois
da dupla rival — Carol sugere. — Ou seja eu encapo, tenho o direito de fazer uma pergunta para
o Montanha.
— Igual verdade e desafio? — pergunto.
—Isso, verdade e desafio. Você responde ou é desafiado — Carol fala e olha para todos
nós. Mas seu olhar para em mim.
A safada vai querer aprontar alguma em sua pergunta. Pode vim Carol, estou pronto para
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você.
O jogo começa, como desconfiava todas as perguntas iniciais foram para Clarinha, até
que ela faz a tacada acerta e dirige a pergunta para a minha pessoa.
— Montanha, meu amigo, meu irmão camarada. Diz para mim como está esse seu
coração? — Clarinha faz a sua pergunta direcionada para minha pessoa.
Penso bem nessa resposta, posso abrir o jogo agora e dizer que meu coração está ocupado
por uma Ruiva. Mas me lembro do que ela fez, me usando como um objeto sexual.
Então lá vai a resposta...

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CAPÍTULO 14 — CAROL

— Montanha, meu amigo, meu irmão camarada. Diz para mim como está esse seu
coração? — Clarinha pergunta para Montanha.
Meu coração acelera, enfim ele vai dizer a verdade e sair da moita. Clara sem saber está
me ajudando com essa pergunta. Essa indecisão está me matando e me fazendo brigar com ele
quase todos os dias.
— Tranquilo — Montanha fala, olhando para mim.
— Já foi ocupado por alguém? — Clara insiste.
O que custa ele dizer "Sim está" só isso não vai arrancar pedaço.
— Não sei, quem sabe — Montanha responde.
— Montanha seu safado, você está nós traindo pode falar que é a dita cuja — Eva fala.
— Não disse que tem alguém — Montanha fala de forma cínica.
— Também não disse que não tem — digo nervosa.
Clara faz sua tacada e erra, assim como Eva. Então agora é minha vez não posso errar,
miro bem, enfim acerto a tacada. Olho para Clara, depois olho para o Montanha, e falo:
— Montanha quem é ela?
— Não vou responder— Montanha fala cruzando os braços e olhando para mim.
— Se não vai dizer Montanha, você vai ter que cumprir um desafio — avisa Eva.
— Qual o desafio? — o safado pergunta.
— Eu te desafio a me dar um beijo de língua — desafio.
— Acabou, não vamos mais brincar — Clara corta a brincadeira.
— Por que não Clara? Eu desafio o Montanha — digo.
— Carol, você sabe que ele não faria isso pare de pegar no pé dele. Não consigo entender
porque esse ciúme todo — Eva fala apontando para Montanha. — Nem a Clara que é mais ligada
ao Montanha está dando essa crise de ciúmes.
— Não é ciúmes é um desafio! — digo irritada, é além de ciúmes, é raiva mesmo.
— Meninas. Vamos sentar, tenho mais coisas para falar do Marcelo — Clara tenta tirar o
foco.
— Carol, não vou beijar você, mas quem sabe um dia? — Montanha fala rindo, como
esse safado pode ser tão gostoso?! Que ódio dele.
— Sorte sua que você não me atrai com essa sua juba de leão, ou você ia comer na minha
mão, seu Adriano. — Você ainda não come na minha mão, mais vai comer ou não me chamo
Caroline. — Eu que não quero beijar você, que deve pegar qualquer rameira de beira de esquina
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— finalizo indo rumo do banheiro.


Entro ao banheiro e vou direto para a pia, jogo água em meu rosto e na nuca, preciso me
acalmar. Percebo uma pessoa, olho para trás e vejo que é Eva. Jogo mais um pouco de água em
meu rosto e na nuca.
— Carol! — Eva chama e olho para ela. — O que está acontecendo?
— Nada — digo e me viro para o espelho.
— Não é apenas ciúmes de amizade né? — pergunta, mas não respondo.
Que coisa, eu querendo que Montanha assuma o que sente por mim, mas estou eu aqui,
perdida, sem saber o que falar para a minha amiga.
Eva se aproxima e me abraça.
— Se você não se sente pronta não precisa dizer nada, aceite apenas o meu abraço, pois é
tudo que eu posso te dar nesse momento. Carol lembre-se que eu e Clarinha sempre estaremos
aqui para limpar as suas lágrimas, não importa o que aconteça.
Começo a chorar abraçada a Eva, ela está certa, tenho as melhores amigas do mundo e
também tinha o melhor amigo. Mas esse sentimento de desejo acabou estragando tudo ou quase
tudo.
O desejo por Montanha foi mais forte que a nossa amizade, agora estou eu aqui perdida
no meio desses sentimentos.
Saio do abraço de Eva e a olho nos olhos.
— Obrigada Evinha.
— Não precisa agradecer.
Pego o papel toalha e enxugo meu rosto. Eva passa sua bolsa de mão e pego o kit de
primeiros socorros: pó, lápis e batom. Dou um jeito em meu rosto.
—Pronta? — Eva pergunta.
— Sim!
Saímos do banheiro rumo à mesa que Montanha e Clara estão sentados, ele parece
tranquilo enquanto eu estou acabada por dentro. Ele não poderia ter feito isso comigo.
— Então do que vocês estavam falando? — pergunto como se nada tivesse acontecido.
— Estava falando para a Clarinha da festa de sexta — Montanha fala.
— Fiquei sabendo — Eva comenta. — Vai ser ótima essa festa. Já estão vendendo o
segundo lote.
— Precisamos ir — digo. — Preciso arrumar um pau...
— Carol! — Clarinha me corta. Só por que iria dizer que preciso arrumar um pau amigo
diferente.
— O que foi?
— Vamos ou não nessa festa? — Eva pergunta.
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— Eu vou — Montanha fala.


— Se o Montanha vai é claro que nós vamos, ou é perigoso ele perder o cabelinho dele
ou ser confundido — zombo de forma sarcástica. Nessa festa quero vê-lo rastejando aos meus
pés.
— Bom, eu também vou, mas não é para cuidar do Montanha viu dona Caroline, ele é
bem grandinho e você sabe muito bem disso — Clarinha fala, olhando para mim. — E a senhora
para de implicar com ele, ou vou achar que você quer dar uns perdidos com ele.
Montanha e Eva começam a rir. Penso em dar uma bela resposta para esse Lesmontanha,
mas é melhor eu ficar quieta, o que é dele está guardado.
— Então todas nós vamos e Montanha cuida da gente como sempre — Eva fala toda
animada.
— Vamos todos juntos como sempre, agora vamos que tenho que deixar as minhas
meninas em casa, já está tarde e hoje ainda é terça-feira — Montanha fala se levantando.
Ele leva as meninas em casa, e depois me leva para a minha casa.
— Está bravinha ainda?
— Vai se foder — respondo.
— Se for foder você bem gotoso eu aceito — tira sarro da minha cara.
— Pega o cabo de vassoura e soca no seu cu. Então se fode sozinho.
— Ruiva, hoje você está tão muito delicada.
— Otário.
— Concordo, sou um otário gostoso que você usou nesses dias só para gozar. Eu te disse
que iria ter volta.
— Nossa que volta triunfal — digo de forma sarcástica.
— Bem triunfal, você que quis me beijar na frente de todos — diz estacionando o carro
em frente da minha casa.
— Queria, agora não quero mais, ou vou queimar meu filme se as pessoas descobrirem
que fiquei com você.
— Vem aqui me dar um beijo. Você me provocou a noite inteira e ontem me deixou de
pau duro.
— Não estou com vontade.
— Ruiva para de birra, foi você que começou esse joguinho de ficar me usando e jogando
fora. Me dá um beijo vai, para de ser uma menina má — fala passando a mão em meu cabelo. —
Você sabe que quero algo a mais com você.
— Já disse, eu não quero.
— Vem cá! — Me puxa para um beijo. Eu resisto e mordo a sua boca.
— Ai, você está doida.
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— Então, cansei desse joguinho sem graça, agora jogo você fora de vez — falo descendo
do carro e batendo a porta o mais forte possível.
Ele me paga, me aguarde nessa festa...

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CAPÍTULO 15 — CAROL

Sabe quando você passa a semana programando uma vingança para você acabar,
aniquilar, destroçar uma pessoa?
Está tudo na minha cabeça o que vou aprontar. Ops quer dizer, está tudo na minha cabeça
o que eu pretendo fazer nessa festa para me divertir. Não irei aprontar nada. Talvez só um
pouquinho.
Durante a semana, até comecei a pôr meu plano em ação, que era de chegar na festa
acompanhada por um carinha lindo e gostoso. Na hora dos intervalos da faculdade, arrastei
Clarinha pelos corredores e no prédio de direto à procura da minha vítima. Ops, vítima não, quer
dizer acompanhante. Mas Clarinha acabou vendo Marcelo de longe, e me arrastou de volta para
o nosso prédio. Tudo bem não vou chegar acompanhada, mas o lado bom que posso escolher a
minha vítima quando chegar na festa.
Hoje meu dia se resumiu em descansar meu corpinho afinal pretendo usá-lo essa noite,
escolher um vestido top, com sapato top, acessório top, cabelo top, maquiagem top. Hoje eu
mereço tudo, pois quero deixa aquele Lesmontanha de boca no chão, para ele aprender com
quantos pau se faz uma canoa. Comigo ninguém brinca.
Olho no espelho e vejo o arraso de mulher que fiquei, vestido preto com detalhes de
rendas douradas, com corte profundo nas costas, um pretinho nada nada básico, sandálias de
salto vermelhas, max brinco e colar, maquiagem com os olhos bem marcados e cabelo solto
jogado de lado com leves ondas.
— Ruiva, gostosa e linda — digo me olhando no espelho dando uma última conferida no
visual.
Meu celular apita, vejo que chegou uma mensagem do Montanha avisando que está me
esperando. Pego minha linda bolsa de mão, confiro se tem uma camisinha dentro. Afinal hoje
quero dormir acompanhada e Montanha não será essa pessoa.
Saio de casa, vou até o carro, abro a porta, entro e sento.
— Oi — cumprimento dando um beijo no rosto do Montanha, fazendo ele dar uma
conferida no meu belo decote e sentir o meu perfume.
— Ruiva, tudo isso é para mim? — pergunta, me olhando de cima a baixo.
— Claro... — Abro um sorriso. — Que não. Tudo isso é para mim.
— Espero que seja para você mesmo, Ruiva. Não fique pensando que você vai ficar
soltinha nessa festa — fala dirigindo o carro. — Vamos passar para pegar Eva e depois Clarinha.
— Não estou pensando Montanha, pois eu estou solta, leve, linda e desimpedida. — Ergo
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uma sobrancelha em desafio. — Portanto não enche meu saco.


— Vai sonhando Carol — diz estacionando o carro na frente da casa da Eva. — Manda
mensagem para Eva avisa que estamos esperando.
— Vou mandar mensagem para a Evinha porque eu quero, não porque você está
mandando — aviso já digitando mensagem para Eva. — Não esqueça que você não é o meu pai,
nem minha mãe para mandar em mim.
— Não vou falar nada para você não, depois não diz que eu não te avisei.
— Ai que medo de você — zombo ironicamente.
Não demora, Eva entra no carro toda linda e com um sorriso enorme no rosto. Ai tem
essa está com cara que também quer aprontar hoje.
— Cheguei meu povo — fala animada.
— Que carinha é essa dona Eva? — Montanha fala dirigindo.
— Nada, só estou feliz — Eva fala rindo.
— Nossa Evinha, eu também estou animada hoje!
— Acho que hoje estou fodido e mal pago — Montanha resmunga.
— Ai que eu fiz Montanha? — pergunta Eva.
— Liga não Eva, acho que Montanha está de TPM hoje — zombo.
— O problema está no que vocês vão aprontar essa noite. Primeiro Ruiva chega dizendo
que ninguém é de ninguém agora você, Eva, aparece toda animada — Montanha fala.
— Ae Adoroooooo!!! — Eva fala.
— Eva, vamos lá cante comigo. — Pego meu celular, coloco à música de Humberto e
Ronaldo para tocar. Canto junto com a música.

Eu Não Sou de Ninguém (Humberto e Ronaldo)


Eu não sou de ninguém.
Não quero ninguém.
Dei férias pro meu coração.
Eu não sou de ninguém.
Não quero ninguém.
Dei férias pro meu coração.
Sete dias da semana, sete festas pra curtir,
Sete bocas pra beijar, sete noites sem dormir,
Sete namoradas, sete mil no bolso,
Sete carros na garagem, sete amigos loucos.
Meu coração criou asas, e voou, voou, voou, voou.
Tô livre da tristeza e a felicidade me encontrou.
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Vou levando a vida livre do amor.


Vou levando a vida livre do amor.
Eu não sou de ninguém.

Enquanto eu e Eva cantamos, olho para Montanha que segura firme o volante, com a cara
feia.
— Hoje só vai dar a gente, Carol — Eva fala animada.
— Joguei pedra na cruz, só pode ser — resmunga Montanha.
— O que foi que você está bravo, Montanha? — Eva pergunta.
—Nada — Montanha responde sério parando o carro em frente o apartamento de
Clarinha e mandando mensagem.
Pelo visto aprendeu a mandar mensagem de texto sozinho.
— Relaxa Montanha, a noite está apenas começando — digo rindo.
— Ah meu saco, nem quero imaginar como isso tudo acabar.
— Olá cheguei — Clara fala entrando no carro.
—Agora sim o quarteto está completo — comemoro. — O fervo está formado.
— Gente, não vejo a hora de chegar nessa festa, esperei a semana inteira — Eva comenta.
—Eva, desencantou do Ale mesmo? — Clarinha pergunta.
— Clarinha para! Deixa Eva ser feliz, ela não pode ficar esperando ele acordar para a
vida — digo rindo.
Hoje à noite vai ser pequena.
— Isso mesmo Eva, se divirta, não fique esperando ele não — Montanha fala, olha para
nós três e completa. — Eu sou sortudo mesmo.
— Sortudo por que, Montanha? — Clara pergunta.
— Porque estou indo acompanhado pelas três mulheres mais lindas e gostosas daquela
festa — Montanha fala olhando para mim.
— Acho que hoje você vai ter trabalho, Montanha — Clara ri.
— Já percebi, Morena, porque hoje você está vestida para matar. Não só você mas as três
— Montanha fala e olha para mim de novo.
Coitado, ele não perde por esperar. Se ele vai ter trabalho hoje? Isso eu tenho certeza.

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CAPÍTULO 16 — MONTANHA

Só observo a animação das três, queria curtir e relaxar nessa festa, mas pelo visto não
será possível. Chegamos na "Festa do Bacana", e está lotada, filas enormes, carros com som
ligado, tudo que uma boa festa tem para oferecer.
Essa cara, essa risada, esse jeito da Ruiva hoje não me engana. Na certa ela está
aprontando algo. As três Carol, Clarinha e até Eva estão com cara que vão aprontar. Estou fodido
e mal pago.
Estaciono o carro, e conduzo minhas meninas até a fila de entrada que está enorme.
— Tudo bem que eu sabia que iria estar lotada. Mas gente, ficar nessa fila ninguém
merece vamos demorar mais de meia hora para entrar — Eva reclama desanimada.
— Calma Eva, só nos resta esperar — Carol fala cruzando os braços.
— Montanha, não tem nenhum amigo trabalhando de segurança hoje ai não? — Clarinha
pergunta.
— Esperem aqui meninas vou dar uma olhada — digo indo até a portaria.
Provavelmente conheço alguém, afinal a equipe de segurança responsável pela festa é do
meu pai. Não gosto de privilégios, mas tem vezes que não compensa ficar meia hora esperando
em uma fila. Isso é foda.
—E ai Marcão — cumprimento o segurança da portaria que é meu amigo.
— Fala patrão.
— Tem como quebra um galho meu?
— O que você manda?
— Facilita a minha entrada, e das minhas amigas, porque a fila está foda.
— Vou passar o rádio para a Raquel que está no comando hoje. Rapidinho descolo sua
entrada.
—Raquel? — questiono olhando tordo.
— Fazer o que cara, o trato foi bem dado, por isso ela pega no seu pé.
— Putz espero que ela não apronte nada hoje.
— Por que a preocupação. Não está solteiro?
— Estou meio enrolado.
— A moça compensa?
— Lógico.
— Então investe, não cai na da Raquel não. Vai atrás daquela que faz seu coração bater
mais forte — Marcão fala e passa pelo rádio o recado para Raquel, não demora ela aparece na
portaria.
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Raquel é uma mulher que sai algumas vezes. Morena, alta, e inteligente, mas foi só isso,
ela queria algo a mais e pulei fora. Porém ela não desiste, continua dando em cima de mim.
— Adriano, meu querido, que bom em te ver — Raquel fala dando um beijo em meu
rosto.
— Raquel — cumprimento.
Ela percorre com os olhos meu corpo, e fixa o olhar no meu pau.
— Pelo visto estava com saudades de mim — diz com o olhar fixo no meu pau.
— Nem tanto.
Se ela soubesse que esse pau está duro por culpa de uma Ruiva que está vestida para
matar um hoje.
— Então diga no que eu possa ajudar? — fala dando sinal, para o meu pau. — Talvez
posso te ajudar a resolver esse desconforto.
— Claro que pode, libera a minha entrada e mais de três amigas, estaria resolvendo um
problema importante.
— Você não precisa de autorização sabe que tem passagem livre.
— Valeu Raquel. Vou lá chamar as minhas amigas.
— Adriano, você também tem passagem livre para o camarote. Pode levar suas amigas.
Também vou falar para liberarem uma cortesia no bar.
—Valeu! — respondo me virando para buscar as minhas meninas.
Disfarçadamente ajeito minha ereção para não dar muita bandeira. Fazer o que? Isso é o
efeito Ruiva.

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CAPITULO 17— CAROL

Montanha foi ver se conseguia nos colocar dentro da festa, afinal não podemos cansar a
nossa beleza nessa fila mostro.
Essa noite tudo pode acontecer, já que temos que esperar ele voltar, vou cutucar um
pouco a Clarinha.
— Clarinha e ai? — pergunto.
— E ai o que Carol? — Clara responde distraída.
— Se você encontrar o Marcelo aqui o que vai fazer? — Eva pergunta.
— Era isso Clarinha, mais você está lerda hoje — brinco.
— O Marcelo não vai estar aqui, ele me disse que não gosta desses lugares, prefere
barzinho — Clarinha responde, ela tenta disfarçar, mas sei que ela está balançada.
— Está sabendo bem Clarinha — alfineto.
— Então Clarinha, sinto muito te informar que Marcelo vai sim estar aqui nessa festa,
junto com Dayana, Camila e Alessandro — Eva fala.
— Está brincando né? — Clarinha fala com os olhos arregalados.
— Clarinha, olhe para a cara de bobo alegre da Eva. Por que você acha que ela queria
tanto vir a essa festa?
— Eva? — Clarinha pergunta.
— É verdade, essa semana andei pensando e está na hora do Ale ver que eu existo, vou
reivindicar o meu lugar que a cadela da Camila pegou — Eva fala determinada.
— Evinha, é você mesmo? — Clarinha questiona espantada.
— Eu sei que fui tonta e deixei aquela cadela pegar o Ale de mim sem lutar, mas agora as
coisas mudaram.
— Eva, você já tem o mais importante do Ale — digo.
— O quê? — Eva pergunta.
— A amizade — Clarinha responde.
— E admiração — completo.
Eva pode não perceber, mas ela tem tudo o que precisa para ter Ale de volta, essa
amizade dos dois e admiração que um tem pelo o outro, vai muito além de uma simples amizade.
O problema está que VaCamila é manipuladora e Eva não joga a real para o Alê. Acho que o
motivo dos dois não estarem juntos hoje é esse, eles ainda não descobriram o amor que um tem
pelo o outro.
— Eva, você e Ale sempre formaram um casal lindo, até hoje não consegui entender o
motivo de vocês dois não namorarem naquela época que só ficavam sem compromisso —
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Clarinha fala.
— Eva, vocês viviam se pegando e nada — digo.
— Já entendi, podem parar as duas, Montanha vem vindo — avisa.
Olho no rumo da portaria, não acredito no que estou vendo, aquele desgraçado me paga,
hoje ele está ferrado na minha mão. Nada contra a coitada da mãe dele, mas ele é filho de uma
puta desgraçado.
— Meninas, olhem o Montanha, vocês estão vendo o que eu estou vendo? — pergunto
indignada, isso não pode ser fruto da minha cabeça.
Clarinha e Eva olham para Montanha, e depois para mim.
— O que é que tem Carol? Para mim ele está normal — Clarinha fala.
— Para mim também — Eva completa.
— Claro que não, ele está com o pau duro, vocês não estão vendo? — digo com ódio
mortal, apontando o dedo para Montanha.
— Carol!!! — Clarinha e Eva gritam juntas.
— Está na cara que aquele safado estava se agarrando com alguém, por isso está com o
pau duro.
— Carol chega! Montanha está chegando e não quero você caçando confusão com ele.
Montanha é solteiro, para com esse ciúme besta — Clarinha me repreende, mas ela diz isso
porque não sabe da missa nem a metade.
—Eu não tenho ciúme dele — defendo-me.
— Não tem né Carol, sou eu e Clarinha que temos — Eva fala com ironia.
O safado, sem vergonha, ordinário se aproxima com um sorriso enorme no rosto.
— Meninas, vamos, encontrei um amigo e ele vai liberar a nossa entrada, e o melhor
vamos para o camarote — Montanha fala todo animado.
—Pelo menos prestou para alguma coisa — digo passando por Montanha e puxando a
frente.
Deixa, o que é dele está guardado, ele não perde por esperar.
Chegamos à portaria e acabo descobrindo que o amigo do Montanha que ele disse ter
liberado a nossa entrada na verdade é uma amiga metida a segurança. Biscate.
Mal chegamos e ela se joga para cima do Montanha. Pistoleira.
— Dri, essas são as suas amigas? — a puta pergunta.
— São sim. Meninas, essa é Raquel. Raquel essa são Carol, Eva e Clara — Montanha
apresenta a segurança rameira.
— Se são amigas do Dri, são minhas amigas também — a tal fala.
— Lógico, amigas do Adriano são minhas amigas também. Prazer meninas sou o Marcos
— Um segurança, loiro, alto de olhos verdes, totalmente sexy em um terno preto fala.
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Pelo visto minha noite começou a melhorar.


— Marcos, lógico que sim. Amigo do Montanha é nosso amigo. O prazer em te conhecer
é todo meu — digo olhando para ele.
— Adriano precisa trazer vocês mais vezes para a festa. Pena que não posso aproveitar a
noite na companhia de belas moças.
— Digo o mesmo, pena que não posso desfrutar da sua companhia hoje — provoco.
— Que conversseiro vocês dois hein. Vamos entrar logo Carol, e você Marcão volte para
o seu trabalho.
— Até mais Marcos, espero te encontrar novamente — digo.
— Quem sabe no fim da noite — Marcos fala dando uma piscada de olho.
— Quem sabe — Mal consigo responder, Montanha coloca a mão na minha cintura e me
empurra para dentro da festa.
Se lá fora estava lotado, imaginem aqui dentro. Aquela rameira pelo menos liberou o
camarote. Serviu para alguma coisa.
A banda está tocando um sertanejo universitário, o povo na pista dançando. Hoje eu
quero me acabar de tanto dançar e de quebra arrumar um gatão.
Eva me dá um cutucão, então olho para frente e vejo os dois casais VaCamila e Ale,
Dayana e Marcelo, sentados com cara de tédio, e logo na frente da mesa deles uma mesa vazia.
Isso faz eu e Eva rirmos da situação. A cada minuto que passa essa festa fica melhor.
— Vão contar por que estão rindo? — Clarinha pergunta.
Dou sinal para Eva e ela já sai em direção da mesa desocupada em frente a dos casais
alvo.
Aproximo-me mais de Clarinha.
— Então Clarinha, sei que você não quer nada com o Marcelo, mas nós já achamos uma
mesa — aviso.
— Não vai dizer que vamos sentar com eles de novo? Fala sério! Isso não tem mais graça
— Clarinha fala brava.
— Claro que não! — diz Montanha.
— Evinha, nossa flor já foi lá assegurar para que ninguém pegue o nosso lugar. —
Conduzo Clarinha até a nossa mesa.
Chegamos à mesa, e Eva aponta o banquinho para Clarinha sentar que é bem de frente
com Marcelo e Dayana.
— Ah suas safadas, era isso — Clarinha fala nos olhando feio.
— Relaxa Clarinha, só sentamos aqui porque eu quero dar um show para o Alê ver —
Eva fala rindo.
— Como boa amiga irei ajudar — incito.
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— Montanha pede duas ices, uma dose de red label e um energético — Clarinha pede.
— Vou pedir para o garçom as bebidas de vocês — Montanha fala fazendo gesto
chamando o garçom.
— Não! Isso é para mim, se as meninas quiserem peçam a bebidas delas — Clarinha fala
brava.
— Vai encher a cara mesmo? — Montanha pergunta.
— Não, só vou ajudar Eva a dar um show. — Pelo visto enfim Clarinha entrou no clima.
— Nós três iremos dar um show hoje Montanha, então se prepare para dar banho em mim
— digo de forma irônica.
— Me deixa ir buscar a bebida no bar porque esse garçom está demorando — Montanha
se levanta e vai rumo ao bar. Ele sabe que hoje é o dia.
Ele volta com as nossas bebidas. Percebo que Clarinha está inquieta, na cara está afetada
com a presença de Marcelo.
— Eva vira logo porque o show vai começar — avisa Clarinha.
— Como assim mais já? — Eva pergunta confusa.
— Eva olha o toque da música. Se você quer fazer o show para alguém tem que escolher
a música certa para provocar — Clarinha fala, já levantando e indo para a pista de dança do
camarote.
Antes de caminhar até lá escuto Montanha falar:
— Minhas três meninas estão cruéis hoje. Vão lá quero ver a crueldade das três nessa
pista.
— Você não vem — Clarinha pergunta.
— Não, vou apreciar a vista hoje.
— Aprecie bem então Montanha, essa é apenas a primeira de muitas músicas que irei
dançar hoje — aviso.
— Vai ter alguma em especial para mim, Ruiva? — pergunta.
— Quem sabe — Dou de ombros e sigo para a pista de dança.
A música que toca é " Ela é Cruel " de Fernando e Sorocaba.

Quando ela chega a festa inteira para


Aumenta o som pra ver ela passar
Apavorando, mas ela é cruel
...
E eu que achava que ela tava de olho em mim
Que tava fácil, que ela tava afim
Não tava não, é que ela é cruel...
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Conforme a música toca, eu faço meu show, sei que ele está me olhando, dançando de
forma sensual. Olho para todos os lados menos para Montanha, rebolo, mexo meu corpo e dou
meu sorriso mais sexy, sem um alvo certeiro.
Quando a música acaba, voltamos para a nossa mesa. Clarinha safada até conseguiu um
parceiro para dança.
— Arrasaram no show — parabeniza Montanha.
— O show ainda nem começou — aviso tomando minha bebida.
Conversamos coisas aleatórias, até que o carinha com quem Clara estava dançado chega e
senta na nossa mesa. Ele está todo assanhado por Clarinha, mas ela nem da moral. Não se passa
nem 15 minutos, e Marcelo chega sentando do lado de Clara como macho alfa reivindicando o
seu lugar.
Rapidinho mostra para o carinha quem manda ali, e o coloca para correr. Marcelo puxa
Clarinha para a pista de dança.
— Evinha, quero um macho alfa igual a Marcelo — choramingo.
— Carol eu também — Eva fala. — Você viu a atitude dele?
— Homens igual ao Marcelo são raros, ele disse que quer ela e veio atrás, não ficou em
cima do muro como uns e outros — alfineto olhando para o Montanha.
— Acho que ele terminou da Vaca Dayana — comenta Eva.
— Queria ter visto a cena. — Rio.
Clarinha volta à mesa com os olhos arregalados, pega a bolsa e diz que vai no banheiro.
Logo Marcelo se aproxima.
— Adriano, estou levando Clara embora hoje — Marcelo avisa.
— Ela não disse que iria embora agora — Montanha fala.
— Ela ainda não sabe que está indo embora. — Marcelo dá uma piscadinha.
— Marcelo, eu vou deixar porque confio em você. Mas se você machucar ou brincar com
a Clara, quem vai sair com traumatismo craniano será você. Também irei quebrar as suas duas
pernas para nunca mais ir atrás dela — ameaça Montanha, todo protetor.
— Não vai ser preciso, pode confiar. Então até mais, tchau meninas — Marcelo fala se
despedindo e indo atrás da Clara.
— Está vendo Eva, precisamos achar um homem assim, igual Marcelo — comento.
— Verdade Carol — Eva concorda.
— Tem homens assim, basta vocês quererem— Montanha fala.
— Eu não encontrei nenhum. Só uma lesma que não sabe o que quer — alfineto.
— Nossa então você está com um carinha mesmo Carol? E ai ele é bom mesmo? — Eva
pergunta curiosa.
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— Ele é bom sim, gostoso, viril, pinto grande e grosso. Mas tem um defeito Evinha.
— Qual?
— É uma lesma, é lerdo que só ele. — Caio na gargalhada.
— Carol, vamos diminuir nessa bebida que você está ficando alegrinha demais —
Montanha fala de forma séria.
— O que foi Montanha eu não fiz nada, nem dancei — provoco rindo.
— Deixe ela beber Montanha.
— Se você continuar nesse ritmo vai querer dançar em cima da mesa — Montanha me dá
uma ótima ideia.
Percebo que começa a tocar a música da Anita " Deixa ele Sofrer"
— Mas não é que você me deu uma ótima ideia — digo levantando da cadeira. Me
aproximo dele e falo no seu ouvido. — Essa é para você. Agora aprecie o show.
Subo em cima da mesa, e começo a cantar e a dançar a música de Anita.

Deixa ele chorar, deixa ele chorar


Deixa ele sofrer
Deixa ele saber que eu tô curtindo pra valer
Deixa ele chorar, deixa ele sofrer
Deixa ele saber

Falei, que pra mim ele não é rei


Tudo que eu podia falei
Não ia ficar assim
Se depender de mim
Ele vai enlouquecer

Pode implorar meu prazer


Que eu não vou me arrepender
Eu não sou tão fácil assim
Já acabou pra mim

Falou pra todo mundo que não me quer mais


Que amor e compromisso não te satisfaz
Agora feito bobo vem correr atrás
Sai me deixa em paz (sai me deixa em paz)

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Agora se prepara, cê vai me encontrar


À noite, nas baladas, em qualquer lugar
Com a pessoa certa, pronto pra me amar
Pra me amar

Deixa ele chorar, deixa ele chorar


Deixa ele sofrer
Deixa ele saber que eu tô curtindo pra valer
Deixa ele chorar, deixa ele sofrer
Deixa ele saber

Falei, que pra mim ele não é rei


Tudo que eu podia falei
Não ia ficar assim
Se depender de mim
Ele vai enlouquecer

Pode implorar meu prazer


Que eu não vou me arrepender
Eu não sou tão fácil assim
Já acabou pra mim

Então, falou pra todo mundo que não me quer mais


Que amor e compromisso não te satisfaz
Agora feito bobo vem correr atrás
Sai me deixa em paz (sai me deixa em paz)

Agora se prepara, cê vai me encontrar


À noite, nas baladas, em qualquer lugar
Com a pessoa certa, pronto pra me amar
Pra me amar

Deixa ele chorar, deixa ele chorar


Deixa ele sofrer
Deixa ele saber que eu tô curtindo pra valer
Deixa ele chorar, deixa ele sofrer
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Deixa ele saber (deixa ele sofrer)


Deixa ele saber

Conforme danço e canto, algumas pessoas chegam perto da minha mesa e começam a
gritar e bater palmas. Olho para Montanha, e vejo que ele quer me matar com o olhar. É isso o
que eu quero que ele sinta. Que sinta a mesma raiva que eu sinto dele, por mim quero que ele
chore, sofra.
No meio da música sou puxada de cima da mesa como uma boneca e jogada nos ombros.
— O que você acha que está fazendo sua Lesma? — grito socando suas costas.
— Cuidando do que é meu, Porra!

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CAPÍTULO 18 – MONTANHA

Carol perdeu o resto de juízo que tinha. Ela sobe em cima da mesa, começa a dançar e
cantar olhando para mim, como se fosse um recado.
Tão linda tão gostosa. Fico em transe, olhando ela rebolando aquela bunda gostosa
conforme a batida da música. Como pode ser sexy desse jeito?
Essa Ruiva acaba comigo.
Alguns gritos do meu lado acabam me fazendo despertar do transe.
— GOSTOSA!
— TIRA TUDO!
— VEM QUE EU APAGO O SEU FOGO!
— CHUPA AQUI GOSTOSA!
— TIRA A ROUPA!
— PUTA!
Tem vários homens em volta da mesa, que Carol estás dançando, gritando e batendo
palmas. Isso faz com que ela requebre mais, que dance de forma mais sensual.
— Merda — resmungo.
Esse bando de vespas quer o que é meu.
— Essa vai dançar na minha cama hoje.
Olho do lado e vejo que quem fala é Marcão.
— O que você disse? — pergunto olhando para ele.
— Que hoje como essa Ruiva de quatro na minha cama. Na entrada ela deu em cima de
mim e não vou perder essa. É gostosa pra ...
— Filha da Puta — xingo dando um soco na sua cara, antes dele completar a frase.
Ninguém rela no que é meu.
— Que isso Adriano? — diz limpando o canto da boca sujo de sangue.
— Para você aprender a não ficar dando em cima de mulher minha — grito para ele.
— Eu não sabia cara.
— Fica longe dela — aviso apontando o dedo para Carol.
Olho para a minha Ruiva e vejo que tem um cara preste a pôr a mão nela. Não penso.
Puxo o cara e dou um soco na cara dele. Ele vem para cima de mim.
— Se eu fosse você ficava quietinho e ia embora daqui — aviso em tom de ameaça.
Acaba funcionado, o cara se vira e some no meio da multidão.
Carol está perdida no seu show particular, não tem noção da confusão que está fazendo
eu causar. Vou acabar com essa palhaçada.
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Não penso direto, a raiva me cega. Feito homem das cavernas a puxo de cima da mesa e a
jogo no meu ombro como se fosse um saco de batata.
— O show acabou — digo, mas ela parece nem escutar o que falo.
— Ah — Carol grita.
Não dou ouvidos e continuo andando. MULHER MINHA não vai ficar fazendo show
para um bando de marmanjo.
Vou pôr um fim nessa birra dela hoje. Chega, cansei desse joguinho que ela está fazendo.
A raiva e o ciúme estão me corroendo por dentro. Não fiz nada para que a Ruiva aprontasse isso
comigo essa noite.
— O que você acha que está fazendo sua Lesma? — grita socando as minhas costas.
— Cuidando do que é MEU, PORRA!
— Não sou propriedade sua, seu idiota. Me coloca no chão agora! — grita.
— Não!
— IDIOTA!
— Quietinha — Dou um tapa na sua bunda.
— Ai, seu filho de uma boa mãe.
— Montanha, coloca Carol no chão, todo mundo está olhando — Eva pede do meu lado,
agora que lembrei que ela estava junto.
— Não! — digo olhando para Eva.
— Estou adorando o show de vocês dois, mas coloca a Carol no chão. Montanha vocês
podem conversar como duas pessoas normais — pede Eva.
— Ok, mas se ela fizer mais uma graça vou amarra-la — ameaço.
— Se fosse em uma outra época iria adorar ser amarrada seu babaca — resmunga Carol.
— Adorooooo. Sexo violento — Eva diz morrendo de rir.
— Não começa Carol, minha paciência com você já foi para os infernos — aviso. — Eva
não coloca pilha.
— Vai a merda, Montanha — Carol grita.
— Vou pôr você no chão, mas estamos indo embora — aviso e a coloco no chão ao meu
lado.
— Já te disse que você não é o meu pai e não manda em mim. Não vou embora agora —
Carol teima ajeitando o vestido.
— Chega de gracinha por hoje. — Seguro seu braço a impedindo de voltar pelo caminho
que a trouxe.
— Me larga! — Tenta se soltar.
— Dri posso saber o que está acontecendo aqui? — Raquel pergunta se aproximando.
— Nada! — Carol responde de forma ríspida.
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— Falaram que uma das suas amigas se meteu em confusão — comenta Raquel.
— Está tudo sobre controle Raquel — informo.
— Que bom, ou iria ter que por essa barraqueira para fora — Raquel fala olhando para
Carol.
— O que você disse? — Carol pergunta fuzilando para Raquel.
— Ruiva, calma — peço.
— Nossa Dri, não sei como você pode sair com qualquer uma. Você era bem mais
seletivo...
Paft... Vejo os cinco dedos da mão da Carol marcando o rosto de Raquel.
— Esse tapa é para você parar de dar em cima do meu homem, sua puta — Paft, Carol dá
outro tapa. — Esse por ter me chamado de barraqueira. — Paft outro tapa. — Esse porque eu
quero.
Só o que me faltava para terminar a noite. Briga de mulheres.
— SUA GALINHA! — Raquel grita indo para cima de Carol.
— Vem cá, sua filhote de crus credo que vou te mostrar quem é galinha — Carol grita
puxando o cabelo da Raquel.
— Monta em cima dessa vaca bandida! — Eva incita.
Carol derruba Raquel no chão e monta em cima dela. Enquanto Raquel se debate
embaixo da Carol.
— Arrebenta a cara dela Carol — Eva grita do meu lado, toda animada.
— Eva?! — A fuzilo, pois não está ajudando em nada.
— O que foi? Faz tempo que não vejo uma briga. Vai Carol bate mais — Eva incentiva.
Quando volto a olhar, Carol está distribuindo tapas na cara de Raquel.
— Merda — xingo indo em direção as duas para separar a briga.
— Não! — Eva puxa meu braço. — Deixa a Carol bater mais um pouquinho.
— Eva?!
— Ela chamou minha amiga de barraqueira e galinha — Eva fala indignada.
— Isso já passou dos limites.
— Raquel que começou — acusa.
— Deixa eu separar essas duas — aviso balançando a cabeça, não posso acreditar em
uma coisa dessas.
— Estraga prazer — Eva resmunga e mostra a língua.
— Já chega! — Pego Carol pela cintura e a puxo para longe de Raquel.
— Me solta, deixa eu dar uma lição nessa lacraia — Carol grita se debatendo.
— Galinha! — Raquel grita se levantando do chão.
— Quer apanhar mais um pouquinho né sua vadia! — Carol grita tentando se solta dos
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meus braços. — Espera ai que vou te dar o que você está querendo sua vadia.
— Raquel chega, PORRA — grito.
— Não sei como você pode dar tanta moral para qualquer uma?! — Raquel fala.
— Oh sua quenga de galocha, não sei se você percebeu, mas vou falar bem devagar. EU
NÃO SOU QUALQUER UMA. Aceita que dói menos.
— É uma oferecida — acusa Raquel.
— Cala a boca Raquel, Carol não é igual a você cacete — grito para Raquel.
— PIRANHA!
— Toma aprendiz de Vaca de Segurança! — Eva fala rindo.
— Te disse vadia que não sou qualquer uma. Ele é meu você está entendendo. MEU! —
Carol grita.
— Não é possível que você tenha um caso com essazinha ai?! — diz Raquel indignada.
— Não fala assim dela. Com quem saio ou deixo de sair não é da sua conta.
— Isso não vai ficar assim. Vou processar essa aí por ter me agredido — ameaça Raquel.
— Pode fazer isso vadia, pois vou adorar quebrar a sua cara de piranha de novo — Carol
fala.
— Faça o que quiser Raquel, mas lembre-se que sou um dos donos da empresa que você
trabalha — aviso.
Raquel fica alguns segundos nos observando, mas sei que ela entendeu o recado. Não vou
deixar ninguém passar por cima da minha ruiva, mesmo que eu tenha que usar a minha
influência na empresa do meu pai.
— Vou por vocês para fora. Já arrumaram muita confusão por hoje. Principalmente essa
aí. Você sabe que merece algo melhor — Raquel avisa de forma mais branda.
— Por merecer algo melhor que você Raquel, que estou com a Carol — digo colocando a
mão na cintura da minha ruiva.
— Toma. Poderia ter dormindo sem essa, oferecida — Carol provoca olhando para
Raquel e rindo. Essa ruiva não existe.
Caminhamos até o estacionamento, abro a porta para Carol e Eva entrar. Dou a volta
sento e começo a dirigir.
Alguns minutos se passam e ninguém fala nada.
— Então? — Eva fala quebrando o silêncio.
— O quê? — Carol faz-se de desentendida.
— Você dois não vão explicar aquela cena lá da boate? — Eva questiona.
— Não fiz nada — Carol cruza os braços, fingindo inocência.
— Foi eu que subi na mesa e estava querendo tirar a roupa — ironizo.
— Estava apenas dançando — diz.
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— Dançando e cantando. Amiga você deu um show — Eva fala batendo palmas animada.
— Clarinha perdeu.
— Eva não começa — peço.
— Não fiz nada — resmunga Eva.
— Você estava a ponto de ser agarrada por marmanjos que estavam vendo o seu
showzinho — digo olhando feio para Carol.
— Nossa eu ia adorar — provoca.
— Pode parar com essas suas gracinhas já aprontou demais por hoje — aviso de forma
séria, para que entenda que isso já perdeu a graça.
— Eu aprontei? — pergunta dissimuladamente.
— Você sim. Diz para que fez tudo isso? — questiono tentando entender.
— Você que começou — Carol acusa irritada.
— Eu?
Ela está louca. Não fiz nada naquele caralho de festa. Ela que chegou dando moral para o
Marcão e depois subiu em cima da mesa.
— Você mesmo que ficou se esfregando naquela rameira — Carol fala brava.
— Está louca Ruiva, já sai com a Raquel, mas isso faz tempo. Não tenho mais nada com
ela — digo nervoso. De onde ela tirou isso?
— Estava na cara que já tinha comido ela — comenta.
— Já sai, mas foi antes da gente começar a ser envolver cacete. Bem antes — tento me
explicar.
— Então como você me aparece com o pinto duro do nada Montanha — Carol acusa.
— Meu pau estava duro, por causa de você e desse pedaço de pano indecente que você
chama de vestido. Você queria o que? Não me deixou gozar da última vez — grito de volta.
— Santa Periquita do buraco fundo. Só está faltando a pipoca — Eva fala rindo no banco
traseiro.
— Cala boca Eva — Carol grita.
— Podem continuar, finjam que não estou aqui.
— Não venha com essa desculpa esfarrapada Montanha — Carol grita.
— Não sei porque você está me questionando? Sendo que você estava dando em cima do
Marcão assim que chegamos a essa merda de festa.
— E daí sou solteira — diz cruzando os braços.
— Porra Carol! — grito batendo a mão no volante. — Você não está solteira porra
nenhuma. Já passou da hora de você parar com esse joguinho.
— Não estou jogando.
— Então para com essa birra — grito de volta. — O que você acha que estava fazendo?
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Ficou a semana toda me ignorando para aprontar isso hoje?


— Já disse não aprontei nada. Se eu tivesse aprontado você não teria nada a a ver com
isso.
— Chega Ruiva. Não aguento mais isso. Hoje vamos conversar e coloca um ponto nesse
rolo nosso — digo estacionando o carro. — Desce Eva.
— Não quero! — Eva resmunga cruzando os braços.
— O que? — Olho para Eva que permanece sentada de braços cruzados.
— Eu quero saber o final dessa novela. Caramba vocês dois esconderam da gente, esse
tempo todo que estavam juntos.
— Saiba Eva que não foi por causa de mim. Culpa desse bunda mole — Carol acusa
olhando para mim.
— Está tão emocionante a briga dos dois. Podem continuar, vou ficar quietinha — Eva
fala fazendo o sinal da cruz com os dedos e beijando. — Eu juro.
— Eva, por favor, hoje não. Já basta o que Carol aprontou. Vai, entra logo. Preciso
conversar com ela sozinho.
— Carol, promete que vai me ligar me contando o que aconteceu? – Eva pergunta.
— Você vai ficar sabendo Eva, afinal você vai ser convidada para o enterro do Montanha
— Carol fala.
— Nossa que delícia. Vai rolar sangue vai? — Eva pergunta.
— Eva chega. Desce desse carro antes que eu te arraste até a sua casa — ameaço.
— Nossa que violência. Carol ele é violento na cama assim também é? — Eva pergunta.
— Oh se é — Carol fala rindo.
— O pinto dele é grande e o grosso também? Sempre tive curiosidade para saber.
— CHEGA, EVA, DESCE DESSE CARRO OU VOU TE TIRAR DAÍ.
— Grosso! — Eva reclama descendo do carro. — Depois me conta tudo Carol, tchau
para você também. ADRIANO.
Eva desce do carro, espero ela entrar na sua casa, e volto a dirigir. O silêncio reina no
carro. É bom para que eu possa me acalmar um pouco. Chego na república, abro a garagem e
estaciono o carro. Abro a porta do carro para Carol descer.
Coloco minha mão na sua cintura, mas ela se esquiva. Então a puxo e a seguro firme nos
conduzindo para o interior da república.
Os caras estão todos na sala, jogando.
— Adriano, não quer se juntar a nós? Tem cerva na geladeira — Maicon convida.
— Não obrigado. Vem — falo puxando Carol.
— Apresenta sua amiga pra gente — Ricardo fala olhando Carol com malícia.
— Será um prazer desfrutar da companhia dela — Maicon acrescenta.
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— O prazer vai ser um soco na cara de cada um de vocês. Se não pararem de secar minha
mulher. Já estou avisando que hoje não estou com paciência — ameaço apontando o dedo.
— Ok Já entendemos, não precisa ficar nervoso — Ricardo levanta as mãos.
— Assim espero. Não vou avisar de novo.
Conduzo Carol até o meu quarto. Ela entra e fecho a porta, ela caminha até a cama e
senta cruzando os braços.
— Então? — pergunta olhando para mim.
— Já estou avisando. Você só sai desse quarto quando resolvermos a nossa situação. Não
aguento mais ficar desse jeito.
— Não estou nem ai. Por mim não tem nada para resolvermos — fala petulante.
—É o que veremos Ruiva!

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CAPÍTULO 19 – MONTANHA

Esse jogo de desejo não pode continuar, preciso pôr um fim nisso, está me corroendo por
dentro. A Ruiva hoje passou de todos os limites suportáveis. Chegou a hora de dar um rumo
nesse jogo. Dar um rumo em minha vida.
— Está na hora de resolvermos essa nossa situação — digo olhando em seus olhos.
— Já disse, não existe nossa situação. Não tenho nada com você!
— Você sabe muito bem que não é bem assim, Ruiva — Puxo a cadeira e me sento na
sua frente. — Hoje a gente se resolve.
— Ai ai, lá vem você com essa ladainha de novo — Carol fala deitando na cama e
olhando para o teto.
— Ruiva eu gosto de você. Quer dizer eu não... Eu não gosto de você — digo confuso.
— Blá, blá, blá já estou cansada de ouvir isso. Muda o disco Lesmontanha.
Não me importo com o seu tom irônico e tento me explicar, ela precisa entender o que
sinto, mas essa é teimosa feito uma mula empacada.
— É algo mais além, não sei definir e nem explicar com palavras. Essas malditas somem
quando se trata de definir o que sinto por você.
— Você gosta de mim, mas não sabe definir é isso? — Carol fala levantando da cama e
me encarando.
— É exatamente isso, Ruiva.
— Ah! Por favor, eu não vou ficar ouvindo isso, se você não sabe o quer, não sabe o que
sente segue a sua vida e esqueça que eu existo. Cansei! Chega! Não sou eu que vou ficar te
mendigando atenção, sexo, carinho ou amor. EU CANSEI TÁ. CANSEI DE VOCÊ E DO SEU
PAPO FURADO. VÊ SE NÃO TE METE MAIS NA MINHA VIDA TOME O SEU RUMO —
grita nervosa indo em direção a porta.
A seguro pelo braço e a puxo para mim, coloco uma mão em seu rosto.
— Já acabou? — pergunto olhando em seus olhos.
Ela solta o ar que segurava e apenas confirma com a cabeça.
— Agora senta ai e me escuta — peço apontando para a cama.
— Para que te ouvir, já sei o que vai falar — resmunga indo em direção a cama. — É
sempre a mesma coisa...
— CALA BOCA E ME ESCUTA PORRA!
— O quê? Quem você pensa que é seu idiota arrogante!?
— Eu sou o homem que você ama. Estou tentando falar com você, mas você não sabe
ouvir, prefere ficar colocando palavras em minha boca.
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— Fala. Estou ouvindo.


— Primeiro, aprenda a não ficar colocando palavras na minha boca, segundo para de ser
esquentada e me escuta sem me interromper.
— Já mandei você ir a merda hoje? — Levanta da cama de novo e aponta o dedo na
minha cara.
Para conversar com a Carol tem que ter o saco maior que o do papai Noel. Haja paciência
para tanta birra e petulância.
— Chega! Senta ai e fica quieta, ou vai querer que eu te amarre nessa cama para você
ficar quieta e de preferência com a boca amarrada. Você escolhe, eu deixo — ameaço cruzando
os braços e olhando para ela.
— Ok senhor Adriano, mas veja bem o que vai falar porque essa é a última vez que vou
te escutar. — Carol avisa sentando na cama, e me olhando com desdém.
Oh mulher teimosa.
— Então, como eu disse. Não sei o que sinto por você. Não é balela, ou estou falando
isso para te enganar. Durante muitos anos eu acreditei que amava a Dayana, ela era doce, meiga
e eu era completamente louco por ela. No pior momento da minha vida quando mais eu precisei
dela, ela me mostrou uma face que eu não conhecia. Fria, seca, orgulhosa, interesseira,
mesquinha, cruel. Aquela garota que eu achei que amava não era real, ela não existia. Algumas
semanas depois descobri que ela poderia ser ainda mais cruel abortando o nosso filho. Depois de
tudo de ruim que aconteceu a morte de Mary, a perda do meu filho e a desilusão com Dayana,
pensei que não era capaz de gostar e me envolver sentimentalmente com outra pessoa. Confesso
que tive sorte de Deus colocar três anjos em minha vida. Clarinha, Eva e principalmente você.
Que desde o primeiro dia meu coração bateu mais acelerado. Tão linda, sensual, perfeita. Mas
você me apareceu em um momento tão delicado da minha vida. Estava confuso e quebrado em
mil pedaços. Tente me compreender Ruiva, em um momento eu estava tentando me reerguer,
seguir minha vida e esquecer a dor de tudo, não estava com cabeça para pensar em
relacionamento, mas você junto com as meninas me fizeram enxergar que mesmo em momentos
que você está no fundo do poço desacreditado de tudo, Deus coloca as melhores pessoas na sua
vida para a gente ver que ainda há esperança, que sempre há um recomeço. Vocês três foram o
meu recomeço, me deram forças para continuar, a amizade de vocês é o meu bem mais precioso,
valorizo muito, sempre farei de tudo para preservar e fortalecer essa amizade.
— Eu sei disso, mas nunca quis ser apenas a sua amiga.
— Esse é o problema. Amo vocês três como irmãs, como amigas. Mas com você sempre
foi mais que amizade, o tempo se encarregou de confirmar que aquela atração que eu senti no
momento em que coloquei os olhos em você não era uma simples atração. Conforme o tempo foi
passando o desejo que sentia por você só foi ficando mais forte e quando eu dei por mim, não
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sabia o que fazer. Mesmo desejando você, a vendo de forma diferente eu não poderia abrir mão
de um sentimento lindo e puro como a amizade, por uma atração, por uma foda, mesmo sendo
uma foda incrível.
— Então é isso que sou para você Adriano? — Carol se levanta com os olhos marejados.
— Uma foda incrível?
— Ei, não... — digo a puxando para os meus braços. — Eu não acabei, me deixa terminar
de falar e me ouve teimosa.
— Não quero ouvir mais nada — diz tentando sair dos meus braços.
—Não vou deixar você sair até eu acabar de falar. — A aperto em meus braços a
impedindo de se mexer. — Você não é apenas uma foda incrível. Ruiva, é sim uma foda
deliciosamente incrível sem nenhuma igual, mas além de ser essa foda incrível, você é muito
além disso. É pensando em você que acordo todas as manhãs, você é o motivo de todos os meus
sorrisos, se tornou a alegria do meu viver.
— O que você está querendo me dizer? — pergunta confusa.
— O que eu quero te dizer, é que eu estou perdidamente apaixonado por você, Ruiva. Por
mais que eu tenha medo de tudo isso, ou do que possa acontecer eu quero você. Apenas você.
Quero que todos saibam que você é somente minha e eu sou seu — confesso olhando em seus
olhos.
— Seu idiota. É uma lesma mesmo viu. Lesmotanha do caralho, viu.
— Ruiva, eu me declaro por você, é e assim que você me trata, era para você falar coisas
bonitas — digo confuso.
— Fique sabendo que eu não sou igual a cadela da Dayana, só de pensar no que ele fez
você passar eu tenho vontade de chamar a minha mão de vergonha e meter na cara daquela
desclassificada para ver se ela toma vergonha naquela cara de piranha. Iria fazer pior do que fiz
com Raquel.
— Ruiva você está doida? — Me declaro todo e ela fala essas coisas?
— Cala boca, agora eu que estou falando — fala olhando para mim. — Mas o duro que
tenho que agradecer aquela vaca no cio, pois foi por causa de tudo que ela fez você passar que os
nossos caminhos se cruzaram e pude conhecer esse homem maravilhoso e protetor que você é. O
melhor de tudo solteiro, gostoso, com pau grande feito na medida só para mim.
— Carol o que você está querendo dizer. Não estou te entendo?
— Eu também te amo muito. Eu sei que você não disse que me ama. Mas, disse que está
apaixonado o que já é ótimo, para quem não sabia o que queria da vida. — Carol ri e chora ao
mesmo tempo.
— Não esculacha Ruiva. Você não quer ficar comigo é isso?
— Eu quero muito ficar com você, quero fazer você feliz, eu amo meu leão. — diz
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jogando os braços em volta do meu pescoço.


— Ufa, do jeito que você é doida pensei que estava levando um pé na bunda — conto
dando um beijo em sua testa.
— Agora vamos fazer as pazes adequadamente?! — sugiro abrindo os botões da minha
camisa. — Que jeito você quer?
— Sabe aquela história que você iria me amarrar em sua cama?
— Sei...
— Eu iria adorar — fala toda manhosa e sorridente.
— Isso vai ficar para outro dia, Ruiva.
— Como é que é? E a foda de reconciliação?
— Não vai ter.
— Está de brincadeira né. Agora que a gente se acertou não vai ter foda?
— A foda pode ficar para amanhã Ruiva, amanhã te amarro nessa cama e te fodo do jeito
que você desejar. Mas hoje eu quero apenas fazer amor com você, venerar cada parte do seu
corpo, sem pressa, sem culpa. Me deixa te fazer minha, minha mulher, minha vida.
Seguro seu rosto e a beijo, um beijo casto, suave, delicado, diferente dos beijos cheios de
fome e desejo de costume. Mas um beijo cheio de carinho e afeto, um beijo cheio de promessas e
juras de amor.

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CAPÍTULO 20 — CAROL

Sinto o cheiro do seu perfume, é um sonho que eu não quero acordar, sinto seu peso
sobre meu corpo. Isso não pode ser apenas um sonho.
Com medo e rezando baixinho para que não seja frutos de um sonho, abro meus olhos
lentamente, viro a cabeça para o lado e o vejo na sua plenitude, dormindo como um menino,
lindo e sereno.
Solto o ar preso em meus pulmões. Não foi apenas um sonho, foi tudo real. Fico
quietinha o observando e relembrando tudo o que aconteceu. Ainda não amanheceu. Poderia
ficar horas e horas observando o amor da minha vida.
Ainda estou eufórica, parece mentira mas foi tudo verdade, não foi apenas um sonho, é
real. Meu Lesmontanha se declarou para mim.
Acho que agora não posso mais chama-lo de "Lesmontanha", pois convenhamos que
depois da sua confissão ele me surpreendeu e de uma forma maravilhosa. Mas, quando estiver
brava vou chama-lo de Lesmontanha só para não perder o costume.
Não vai achando que fiquei mole só por causa da declaração. Ele não fez mais que
obrigação em se declarar, faz anos que já estávamos nesse chove e não molha e ele em cima
desse muro. Esse idiota gosto... Ah quem eu quero enganar, estou molinha, molinha, ainda mais
depois dessa noite, posso garantir que ele não tinha nada de Lesmontanha.
Não é segredo para ninguém a minha atração por Montanha, atração essa que só veio a
crescer e hoje posso afirmar que estou perdidamente, enlouquecidamente caindo de amores por
ele. Tudo é muito intenso. Intenso? É lógico! Afinal sou intensa e quente igual a cor do meu
cabelo. Uma Ruiva intensa, não sou mulher de meia boca, que para uns é visto como elogio
outros veem como defeito. Enfim, não podemos agradar a todos, não é mesmo! Então foda-se.
Mas, voltando ao que interessa, depois de ouvir o que tanto queria, saber que Montanha
também sente algo por mim. Mesmo que seus sentimentos não sejam tão intensos e fortes como
os meus. Saber que ele sente algo por mim, parecido com o que sinto por ele me deixa
imensamente feliz.
Montanha me levou ao céu essa noite. Fui ao céu e peguei na mão do todo poderoso com
a nossa primeira noite de amor como namorados, porque óbvio que depois de todas as coisas que
ele me falou ele não seria uma lesma assumida se não me pedisse. Aquela conversa de " nada de
foda de reconciliação " foi esquecida rapidinho e acabamos por nos perder um no outro.
Não foi o sexo, puro e carnal incrível como de costume. Foi muito melhor, me senti
amada, venerada, me entreguei de corpo e alma. Nunca foi tão perfeito como essa noite. Não sei
se é porque existia tantos sentimentos envolvidos, mas essa noite de amor como ele mesmo
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disse, sem dúvidas foi a melhor de todas e absolutamente não vai ser a última.
A maneira como ele me beijou, me acariciou, as belas palavras sussurradas enquanto me
penetrava, as promessas de amor mensuradas em cada investida e o suor dos nossos corpos
acompanhados de gemidos em busca do nosso êxtase e quando alcançamos o ápice da paixão foi
uma confirmação de todos os momentos bons que nos aguardam e que todas as situações e
circunstâncias que a vida impõe em nosso caminho tem uma razão maior.
Eu não passei por muitos momentos ruins para estar aqui, não tenho acontecimentos
drásticos em minha vida (graças a Deus), mas sei que o Montanha teve os dele. Momentos esses
que não sei se conseguiria enfrentar se fosse comigo e é por isso que estar aqui nos braços do
homem que eu amo o olhando nesse momento me faz ter a certeza que vou fazer de tudo para
fazê-lo feliz e para que ele venha me amar...
Eu não sou uma mulher boba, não é porque eu estou perdidamente apaixonada, amando,
arriada os quatros pneus por ele que fiquei cega ou idiota! Pois o safado do senhor Adriano não
me ama, apesar de estar apaixonado, mas sabemos que há uma enorme diferença entre amar
alguém e estar apaixonada e apesar de estar demasiadamente feliz tem o bichinho da insegurança
atormentado meu inconsciente. Como se lesse meus pensamentos os lindos olhos azuis se abrem
e ele me dá um sorriso mais lindo. Me puxa ainda mais para si.
— O que está passando nessa cabeça linda? — Como não respondo ele passa a mão na
minha testa. — Seja o que for essa ruguinha de preocupação não fica bem em você, Ruiva!
— Não é nada meu Leão — digo manhosa com um sorriso tímido.
Com um movimento rápido, Montanha rola para cima de mim, sustentando seu peso em
um braço, com o outro sua mão acaricia meu rosto.
— Ruiva, eu conheço você. Sei que algo está martelando nessa cabecinha, mas seja o que
for, vamos deixar para amanhã, eu quero muito que a gente dê certo, quero fazer você feliz e ser
feliz porque a gente merece e agora eu mereço aproveitar bastante dessa moça linda, gostosa e
sensual que é apenas minha — fala mordendo meu pescoço, roçando de leve a sua barda que me
faz gargalhar. Aquele arrepio gostoso percorre por todo o meu corpo.
— Vai aproveitar mesmo de mim é? — pergunto risonha.
— É isso que estou querendo fazer. Tenho certeza que você vai gostar — provoca o
safado.
— Que coisa feia — digo enrolando minhas pernas em sua cintura e Montanha encaixa
seu pau na minha boceta e me beija. Um beijo cheio de lasciva e desejo, e assim mais uma vez
nos perdemos nos braços um do outro.
Acabamos dormindo de novo. Acordo com um corpo grande em volta do meu, estou
literalmente presa e não é no sentido figurado.
Montanha é enorme, todo trabalhado nos músculos distribuídos nos lugares certos, uma
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obra de arte de invejar qualquer Picasso e ainda tem esse cabelo um pouco abaixo dos ombros
que faz do homem um tesão, um convite ao sexo explícito e o pau, gente o sonho de qualquer
mulher que gosta de homem, mas não vou ficar falando dos dotes do meu homem.
Me remexo tentando me soltar dos braços e pernas enrolados em mim, o que é quase
impossível, até que desisto e acabo o cutucando para acorda-lo já que estou morrendo de vontade
de fazer xixi.
— Montanha, amor, acorda. Eu preciso ir ao banheiro e não consigo me soltar...
— Ruiva, não acredito que você está me acordando pra isso, eu pensei que você queria
fazer sexo gostoso pela manhã, nosso primeiro sexo matutino — Montanha fala com sua voz
rouca de quem acabou de acordar, esfregando sua ereção em minhas coxas.
— Sério Montanha eu preciso ir ao banheiro e também estou muito dolorida, você acabou
comigo na noite passada, nada de sexo matutino. Agora já é tarde— falo o empurrando.
— Ruiva estraga prazer — reclama me soltando. — Vai lá, já está me negando o que é
meu por direito. — Montanha fala rindo e sai de cima de mim o que me faz levantar e sair
correndo para o banheiro ao som de sua gargalhada.
Olho-me no espelho e vejo minha cara de quem foi bem fodida a noite inteira, estou
acabada, mas com o sorriso de orelha a orelha.
Quando estou fazendo xixi, lembro da nossa noite, fazendo meu coração disparar.
— PUTA QUE PARIU, FUDEU TUDO AGORA! — xingo em voz alta.
Muito calma nessa hora. Calma Caroline, não vamos nos desesperar, só parei de tomar o
anticoncepcional essa semana, só transamos algumas vezes essa noite, tudo bem que ele gozou
dentro todas as vezes. Mas isso não quer dizer que vou engravidar assim né?!
— Calma Carol você não vai ficar grávida — digo comigo mesma tentando ficar calma,
até porque não estou no meu período fértil e não tem problema. Escovo meus dentes com a
escova do Montanha e quando vou entrar no box dois braços fortes me abraçam pela minha
cintura e cheira meu pescoço sussurrando em meu ouvido:
— Te desculpo pelo sexo matinal. Mas você não vai se livrar do nosso primeiro banho
juntos como namorados.
E assim mais uma vez, meus medos e preocupações se vão e me perco nos braços do
homem que amo...

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CAPÍTULO 21 – MONTANHA

Enfim consegui enfiar na cabeça dura da Ruiva, que sinto por ela algo a mais que
amizade, não sei se o que sinto é amor, mas posso dizer que esse sentimento que tenho por ela é
bem próximo. Vamos ver no que isso vai dar, a única coisa que tenho certeza, é que não posso
ficar longe dela.
Passamos o domingo juntos, levei ela para almoçar, depois fomos ao cinema assistir uma
comedia romântica. Programas de namorados mesmo não sabendo o que somos nesse momento.
O importante é que eu e Ruiva estamos juntos.
Hoje, segunda-feira, estou a caminho da casa da Ruiva para irmos para a faculdade
juntos. Estaciono o carro em frente à sua casa e buzino, não demora ela aparece vestida com uma
saia que parece mais um cinto de tão curta.
— Pode me dizer que roupa é essa? — digo para ela assim que entra no carro.
— Oi para você também — fala me dando um beijo quente cheio de promessas.
— Só por causa desse beijo te desculpo. O bom desse pedaço de pano é que minha mão
tem livre acesso — digo passando as mãos em suas pernas.
— Precisamos buscar a Eva.
— Não estou a fim não, ela vai querer fazer uma entrevista completa — resmungo
dirigindo.
— Larga de ser besta Montanha, ela é nossa amiga.
— Se eu for busca-la o que ganho com isso?
— Uma coisa bem gostosa — Ruiva fala com a mão por cima do meu pau massageando.
— Então vamos buscar logo a Eva, pois estou doido para cair de boca nessa coisa
gostosa.
Ruiva continua massageando meu pau, com uma mão dirijo para a casa de Eva e com a
outra mão coloco na sua perna. Minha mão vai subindo, afasto sua calcinha e meu dedo invade
sua intimidade.
— Ah — geme baixinho.
Tiro meu dedo para poder trocar a marcha do carro, mas logo invado sua intimidade
novamente. Massageio seu clitóris, enfio mais um dedo, quando vou tirar para trocar a marcha
novamente ela segura a minha mão.
— Não tira, continua... — sussurra.
— Preciso trocar a marcha.
— Eu troco, é para segunda?
— Segunda.
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Ela troca a marcha e meus dedos continuam em sua intimidade, invisto mais duas vezes,
e a minha ruiva se contorce e goza em meus dedos.
Tiro meus dedos de sua intimidade levo até a boca e chupo.
— Tem um sabor delicioso, Ruiva — digo olhando para ela, que agora está molinha.
— Eu sei.
— Está fraquinha hein, nem parece que passamos ontem juntos parecendo dois coelhos.
— Meu amor isso foi ontem, hoje é hoje, só esse dedo seu não me satisfez não. Depois da
aula quero ser bem fodida e com o seu pau, dedo é fino demais, mas é melhor que esperar até a
noite.
— Gulosa.
— Minha boceta é bem gulosa mesmo e está doida para engolir seu pau todinho.
— Acho melhor darmos a volta e irmos para a minha casa.
— Bem que eu queria, mas já estamos chegando para pegar a Eva.
Estaciono o carro na frente da casa de Eva e buzino, enquanto ela não vem aproveito para
beijar a minha Ruiva.
— Oi casal — Eva cumprimenta entrando no carro.
— Oi Eva — digo desanimado, pois sei que o interrogatório vai começar.
— E ai vão me contar o que tem entre vocês dois? Olha, porque aquela briga de vocês foi
um babado enormeeeeeee — Eva fala animada.
— Evinha minha flor, eu e Carol estamos juntos, isso já faz algum tempo. Eu gosto dela,
ela gosta de mim, pronto — explico tentando pôr um ponto final no assunto.
— Mas esse rolinho de vocês faz tempo? — Eva é a legitima brasileira, não desiste
nunca.
— Faz Eva — Carol afirma.
— Caramba, como eu e Clarinha não tínhamos percebido isso — Eva se questiona
pensativa.
— Evinha, vamos mudar de assunto, você já sabe agora chega.
— Vou contar outro babado, então — Eva fala.
— Está saindo uma baita de uma fofoqueira hein — acuso.
— Montanha, deixa a menina. Ai Eva o que você descobriu? — Carol pergunta curiosa.
— Então menina, o Ale me chamou ontem para dar uma volta no parque das nações...
— Ai você deu uns amassos nele?! — Carol fala sorridente.
— Bem que eu queria, mas não é isso.
— Desembucha logo e fala— pede Carol impaciente.
— Continuando, chegando no parque eu e Ale damos de cara com Marcelo e Dayana
vaca chifruda.
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— Eita pega Evinha, e ai? — Carol pergunta curiosa.


— Sei não, mas acho que a Vaca chifruda levou um pé na bunda do Marcelo, ela parecia
uma vaca louca de tão brava — Eva fala entre risos.
— Será?
— Vamos — digo interrompendo a conversa das duas fofoqueiras.
— Já chegamos? — Eva reclama.
— As duas ficam falando da vida dos outros que nem perceberam que chegamos — digo
descendo do carro.
— Vai a merda Montanha — Carol me xinga.
— Carol, o que eu estava dizendo que vamos saber o que aconteceu hoje, será que
Clarinha fisgou o gato do Marcelo — Eva comenta.
— Eva, tenho pena dele viu, Clarinha não namora, todo mundo sabe disso.
— Eu acho que Marcelo consegue dobrar aquela baixinha marrenta — comento.
— Olha o fofoqueiro resolveu fazer parte da conversa — Ruiva zomba sarcástica.
Caminhamos até os bancos que costumamos ficar. As duas, doidas para falar com
Clarinha e saber qual foi o destino de Dayana.
— Ai meu Deus — Eva solta um gritinho.
— O que foi doida?
— Olha lá o novo casal da faculdade chegando — Eva aponta.
Marcelo e Clarinha estão vindo na nossa direção de mãos dadas como um verdadeiro
casal e lógico as meninas os colocam em uma sabatina para saber tudo o que aconteceu.

***

Mais tarde quando vou deixar Carol em sua casa, sinto que ela está quieta demais e sei
que algo a está incomodando.
— Ruiva, aconteceu alguma coisa? — pergunto ao estacionar em frente à sua casa.
— Aconteceu.
— O quê? — Aliso seus cabelos.
— Você disse que iria me foder hoje com o seu pau, mas ao invés disso me trouxe para
casa, isso não é justo.
— Então você está bravinha por isso?
— Não estou brava.
— Não?
— Não. Eu estou excitada — diz de forma sensual.
— O que podemos fazer em relação a isso? — digo a puxando para montar no meu colo.
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— Adivinha?
— Acho que já sei o que posso fazer. Posso dizer que estou gostando dessa saia.
Rasgo as laterais de sua calcinha, com uma mão massageio a sua bunda enquanto com a
outra abaixo sua blusa para ter acesso ao seu seio. O chupo até que o bico fique rígido, dou a
mesma atenção ao outro enquanto minha mão sai da sua bunda e começa a massagear o seu
clitóris.
— Assim está bom? — pergunto com a voz rouca.
— Não — fala manhosa.
— O que está faltando, Ruiva?
— Isso — diz abrindo o zíper da minha calça e liberando a minha ereção.
— É todo seu, Ruiva, pode brincar a vontade com seu brinquedinho.
— É tudo que desejo nesse momento.
Assim começa a nossa noite. Aonde isso vai parar não sei, hoje estou nas mãos dela, ela
que faça o que quiser de mim, sou dela...

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CAPÍTULO 22 – MONTANHA

— Preguiçinha, preguiçinha. Vamos acordar! — tento acordar minha Ruiva.


— Não quero. — Cobre a cabeça com o edredom.
Puxo o edredom, passo a mão em seu cabelo, desço e deixo a mão em sua cintura,
deposito beijos em seu pescoço.
— Me deixa dormir — reclama, vira-se de costas e rebita a bunda.
— Assim você judia, arrebitando essa bunda gostosa é sinal que quer ser acordada — fala
a abraçando.
— Não quero — geme manhosa.
— Quer sim! — A aperto mais em meus braços.
— Montanha?
— Hum
— Tem uma coisa furando minha bunda.
— Nem te conto o que é.
— Safado!
— Vem Ruiva seu parque de diversão está pronto para você.
— Não quero.
— Não estou te reconhecendo. Faz mais de 15 dias que você me usa e abusa, mas esses
dias está em uma preguiça.
—Hum... Sono, muito sono — fala se espreguiçando.
— Estou percebendo — digo sentando na cama e escorando as costas na cabeceira.
Carol puxa o edredom, e se enrola nele igual uma gatinha manhosa. Essa última semana
ela só come e dorme, está em uma preguiça. Acho que é verme a única explicação.
— Leãozinho!
— Hum.
— Queria comer um docinho.
— Eu tenho um pirulito aqui debaixo desse edredom, serve esse — provoco animado.
— Não, queria doce de doce mesmo.
— Você está doida? Olha a hora?
— Eu sei — Vira para mim, abraça pela cintura. — Mas queria tanto um docinho.
— Está muito cedo Ruiva, nada de doce. Você também está comendo muito doce, por
isso está nessa preguiça.
— Credo, só queria um docinho. — Beija meu abdômen. — Por favor, só um docinho,
juro que não te peço mais nada.
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— Não vai pedir mais nada nunca mais? — Olho para ela desconfiado.
— Ai já quer demais né. Não vou pedir mais nada hoje.
— Folgada!
— Sem coração, estou aqui deitada com vontade de comer um docinho inocente e você se
recusa a me dar. Isso é cruel, custa você me dar só um docinho, só hoje?
— Carol você venceu — digo levantando da cama e vestindo um short. — Vou ver o que
tem na cozinha e já volto.
— Montanha?
— Oi.
— Vai sair do quarto sem me dar nenhum beijinho?
— Ruiva quero te dar mais que um beijinho, você sabe disso.
Vou até a cama, lhe dou um beijo e saio do quarto. Essa noite, a Ruiva passou comigo
aqui na república. Faz quase 20 dias que estamos juntos e sem frescura. Ela agora é só minha,
assim como eu sou dela. Estamos nos acostumando a ficar juntos sem se esconder, mas quando
estamos perto de Clarinha e Eva não somos um casal, somos apenas amigos, isso acaba sendo
automático.
Abro o armário em busca de algum doce, Ricardo é uma formiga na certa deve ter algum
doce, toda vez que a gente faz compra para a república o infeliz enche o carrinho de porcaria.
—Achei, isso vai ter que servir.
Pego o pote de nutella e uma colher, e volto para o quarto. Carol está do mesmo jeitinho
que a deixei enrolada no edredom.
— Ruiva? — chamo.
— Hum.
— Aqui.
Ela se vira, olha o pote de nutella, se senta na cama com as pernas cruzadas.
—Me dá — fala esticando a mão.
Dou o pote a ela, seus olhos brilham, cabelos bagunçados, vestida apenas uma camiseta
minha, fico abobalhado admirando tanta perfeição em forma de mulher enquanto ela come e se
lambuza toda de doce.
— O que está olhando?
Sento do seu lado e dou um beijo no topo de sua cabeça.
—Você é linda.
Ouvindo isso minha ruiva dá um sorriso e se aconchega em meus braços.
— Nós vamos na festa hoje? — pergunta.
— Vamos sim, não podemos demorar muito, depois da festa quero pegar a estrada.
— Para onde você vai?
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— Lembra que eu te disse que contratei um detive para investigar a morte da Mary?
— Lembro.
— Então marquei de encontrar ela amanhã em Campo Grande.
— Tem alguma novidade?
— Parece que sim, ele vai passar tudo que encontrou.
— Não poderia ser aqui em Dourados mesmo?
— Hoje ele ia acabar de juntar algumas informações em Campo Grande, é mais fácil eu
ir.
— Vou ficar com saudades.
— Ruiva, segunda de manhã estou de volta.
Ela fica quietinha em meus braços durante alguns minutos.
— Enjoou do doce? — pergunto.
— Não, é que eu estou com vontade de outra coisa.
— Você disse que não iria pedir mais nada hoje — digo a olhando desconfiado.
— É uma coisinha inocente. — Pisca o olho.
— Mas essa minha Ruiva está com cada vontade.
— Chega estou com água na boca.
— O que seria?
— Nutella com pirulito.
— Ruiva onde vou achar pirulito a essa hora para você?
— Não precisa sair, você tem um bem aqui — diz colocando a mão em cima da minha
cueca fazendo minha ereção se desperta.
— Ah! Esse pirulito.
— Quero muito chupar esse pirulito coberto de nutella.
Deito na cama, coloco meus braços debaixo da minha cabeça.
— É todo seu, pode chupar a vontade eu deixo...
Carol me olha com desejo, igual criança em parque de diversões. Fica de joelho entre as
minhas pernas, coloca o bote de nutella ao lado, e libera minha ereção. Distribui pequenas
mordidas na minha virilha. Sem pedir permissão pega uma colherada generosa de nutella e
coloca na cabeça do meu pau. Ela morde o lábio, se inclina e começa a chupar a cabeça do meu
pau como se fosse o doce mais gostoso do mundo...
Carol poderia ter mais desses tipos de desejos ou vontades, irei realizar sempre com todo
o prazer.
Como o combinado a noite fomos a festa, nos divertimos muito, mas como tinha que
pegar a estrada fomos embora mais cedo. Depois de levar Eva e Carol para casa, peguei a estrada
e vim para Campo Grande. Meu coração está apertado, tenho medo de saber o que o detetive
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descobriu. Estou sentado no bar do hotel o esperando.


Meu celular toca, olho e vejo que é Clarinha, atendo e ela acaba falando que a mãe sofreu
um acidente, que precisar ir para Rubineia urgente. Em prantos ela pede que eu a leve.
Moreninha tem uma história mal resolvida lá, nunca mais voltou para a sua cidade sozinha,
acabo pedindo a ajuda de Marcelo. Ele irá leva-la e ficar com ela enquanto eu não chego.
Já estou angustiado para saber o que o detetive tem para falar, agora com essa notícia da
Clarinha fico mais puto ainda. Apenas eu sei o que aconteceu no seu passado, a nossa ligação é
forte, sei como vai ser difícil para ela enfrentar os monstros de seu passado.
— Adriano?
— Sim, sou eu.
— Sou Rodrigo, o detetive — diz sentando-se do meu lado. — Ainda bem que te
encontrei mais cedo, preciso que me autorize uma visita.
— Não estou entendendo.
— Aqui está. — diz me passando uma pasta. — Nessa pasta está tudo que eu encontrei
em relação ao seu acidente e as pessoas envolvidas com a sabotagem do seu veículo.
— Como? — pergunto sem acreditar nas suas palavras.
— Está tudo explicado nesse dossiê, não posso perder tempo lhe explicando agora. Quero
sua autorização para ir atrás de um sujeito que tem mais informações. Esse cara vai ser
transferido hoje de penitenciaria, por volta das duas horas. Precisa pensar rápido.
— Então foi armado? Não foi acidente.
— Tudo indica que não, está tudo explicado no dossiê. Preciso ir falar com esse sujeito
para acabar de montar o quebra cabeça.
— Faça o que for preciso para descobrir quem é o culpado.
— Preciso de dinheiro, para entrar lá vou ter que pagar para uns caras.
— Qual o valor?
— É alto.
— Não me importa o valor.
Ele passa o valor em um papel e transfiro para a sua conta.
— Adriano, assim que eu tiver mais informações entro em contato com você. Preciso ir,
ou irei perder o sujeito.
Rodrigo se vai atrás de informações, fico no bar perdido, sem acreditar que alguém foi
capaz de planejar a minha morte. Mas quem é essa pessoa? Por causa dela hoje Mary está morta.
Pelo visto não será apenas Clarinha que irá enfrentar os mostros do passado. Eu também
irei enfrentar e acabarei com a pessoa que foi a culpada pela morte da minha irmã.

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CAPÍTULO 23— MONTANHA

Dói...
Uma dor que pensei que tinha superado. Meu peito dói... Meu coração volta a sangrar,
nunca sarou, mas a dor e a saudades estavam guardadas. Lágrimas escorrem pelos meus olhos.
Dói em saber que minha irmã, minha doce Mary foi arrancada da minha vida, arrancada
dessa vida de forma brutal. Definitivamente não foi um simples acidente. Era para eu morrer em
seu lugar. Mas estou vivo e ela morta.
Não poderei ver Mary entrar na faculdade, não a verei casar, não terei sobrinhos, Mary se
foi, não tem mais volta...
Enquanto eu vivo...
Vivo machucado e agora com sede de vingança. Vou descobrir o filho da puta que a tirou
de mim e irei acabar com a sua raça. Não vou descansar enquanto não descobrir quem é.
Esse desgraçado mexeu com a pessoa errada.
Mas agora preciso ajudar Clarinha, minha menina, a enfrentar seus monstros, enfrentar o
seu passado. Agora preciso fazer como disse Clarice Lispector:
"Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso. E fui."
Clarinha precisa de mim... Eu disse que amanhã de manhã estaria com ela e será isso que
irei fazer. Guardar a minha dor e cuidar da dor de minha menina...

1 mês depois...

Cuidei da minha menina, quebrei o pau com ela, disse o que ela precisava ouvir, vi raiva
em seus olhos, mas foi o certo, hoje ela está bem e feliz.
Não tive a oportunidade de ver Mary casando, mas como consolo vi Clarinha. Ela se
casou com Marcelo, em uma cerimônia simples, mas linda como ela é e merece. O que era para
ser um Jogo de Sedução acabou virando algo sério. Fico feliz por isso, minha menina merece
esquecer o seu passado e ser feliz no seu presente.
Depois do casamento da minha Moreninha, volto a fazer as investigações sobre a morte
de Mary. Sempre soube que tinha algo a mais além do laudo que a polícia me entregou. O
detetive que contratei já me deu muitas respostas, a mais importante que alguém queria me ver
morto. Depois de muita investigação ele conseguiu um nome, e através desse nome será possível
descobrir quem está por trás do acidente que acabou matando minha irmã. O nome do cara que
tem as informações de quem foi o mandante é Augusto. Foi difícil chegar até ele, Ricardo teve
que molhar a mão de muita gente e investigar cada informação nova para ver se era verdade.
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Augusto é o cara que pode responder minhas perguntas, ele é a chave do quebra cabeça.
Mas para esse filho da puta abrir a boca tenho que molhar a mão dele. O valor pedido é alto. Mas
já disse que o valor não importa, estou usando o dinheiro que recebi do seguro de vida da Mary,
nunca relei nesse dinheiro, mas agora ele está sendo usado para uma boa causa, acabar com as
pessoas que foram responsáveis pela sua morte.
Conversando com Ricardo a respeito desse sujeito, resolvi eu mesmo fazer a visita no
presidio onde ele está preso. Ricardo de início não aceitou a ideia, mas depois acabou
concordando. Conforme for a conversa eu pagarei pela informação, não me importa o valor.
Quero descobrir o que realmente aconteceu.
Chego ao presídio, minha visita já estava marcada, tive que molhar as mãos dos guardas
para conseguir entrar. Nunca entrei em um presídio, é frio, cinza, o ar carregado. Mas por Mary
estou aqui por ela iria até o inferno sem pensar duas vezes.
Estou sentado em uma sala pequena esperando o cara que pode ser a chave do acidente
que me fez perder a pessoa que mais amei e amo nessa vida. Minhas mãos suam, meu coração
está acelerado.
Não demora Augusto entra acompanhado por dois guardas, ele se senta, me encara e fala:
— Trouxe a grana?
— Não.
— Então vou voltar para a minha cela, sem grana nada feito.
— Quero ouvir o que você tem a falar.
— Maluco, sem grana não tô a fim de falar nada não. Tenho memória fraca, tá ligado.
— Não trouxe o dinheiro, mas com uma ligação transfiro o dinheiro para o número da
conta que você passar.
— Então você está disposto a pagar bem para saber o que aconteceu?
— Você está disposto a falar?
— Brinco em serviço não. Não ia falar para tu vim aqui se não tivesse a informação que
tu queria. Tá ligado.
— O que me garante que você falar não é mentira?
— Meu irmão, já estou engaiolado não tenho nada a perder não, maluco.
— Já que não tem nada a perder. Você pode estar mentindo — digo me levantando. Vou
embora, esse Zé Ruela não vai falar só está querendo me enrolar.
— Oh patrão espera ai, o que tenho pra falar tu vai gostar.
— Diz um motivo para eu não sair dessa sala e te ouvir.
— Preciso da grana.
— Acho que esse dinheiro não vai ser muito útil para você aqui dentro.
— O negócio é o seguinte tenho um moleque pequeno. Ele está doente, tá ligado, essa
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grana vai para a mãe dele paga o tratamento.


— Respondendo sua pergunta estou disposto a pagar bem para ouvir o que você tem a
falar.
— Aquela Loirinha gostosa veio me procurar para o serviço. Trabalhava na oficina, ela
sempre ia lá e ficava me atiçando, sempre me oferecia um dinheiro, uns agrado...
Augusto fica em silêncio me olhando.
— Continue...
— Maluco, a carne é fraca. Estava doido para sentir o gosto daquela boceta no meu pau.
Naquele dia a putinha foi na oficina com a amiguinha dela. Segurou no meu pau, fez uns
agrados, até que perguntou se eu aceitaria uma transa a três, em troca eu tinha que fazer um
serviço para ela, não resisti.
— Pode ser mais claro? Que loirinha?
— Eu enfiei meu pau no cu e na boceta da loira que chamava Diane e da amiguinha dela.
— Diane? — Não posso acreditar.
— Acho que era isso, Diane, Daiane, Daiana, sei lá o nome daquela puta. Só sei que
naquele dia aquelas duas juntas me fizeram ver estrelas. Além de comer as duas safadas, elas me
deram uma boa grana para ficar com bico fechado.
— Qual era o serviço?
— Ela queria se vingar do namorado que batia nela, tudo que eu tinha que fazer era cortar
o cabo do freio de uma Hilux prata que era do namorado dessa loirinha gostosa, a Diane. Ela ia
receber uma grana preta se esse namorado morresse então dei uma ajuda. Fui claro.
Enquanto Augusto narra é como se eu levasse várias facadas em meu peito. Por que ela
fez isso? Sempre dei tudo que ela pediu.
— Como água.
— E o dinheiro?
— Sabia que a minha irmã morreu nesse acidente — digo baixo com a voz embargada.
— Você que era para ser o difundo?
— Esse carro era o meu, minha irmã morreu nesse acidente.
— Então a loirinha se fodeu. Me pagou a maior grana e de quebra ainda chupou meu pau
e no fim não conseguiu bolada porra nenhuma. — Ri.
Não consigo me controlar. Levanto da cadeira e começo a socar a cara desse desgraçado,
é necessário três guardas para me tirar de cima do filha da puta.
— Pelo visto a informação foi valiosa — diz dando risada.
— Você acabou com a vida da minha irmã seu desgraçado — grito.
— E daí, vai me matar agora?
Paro e penso, poderia fazer isso, mas não sou assassino.
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— Não sou igual a você.


Não sou igual a ele, mas que essa noite ele vai levar uma bela surra aqui dentro isso vai.
— Vai cumprir a sua parte e me dar a grana?
— Qual o número da conta?
— Pelo visto é homem de palavra.
— Vou acabar com você e com aquela cobra — aviso com ódio
— Mano, eu já estou fodido. Fui condenado a 30 anos de prisão em regime fechado pior
que está não tem como ficar.
— Você acabou com a vida de uma jovem que tinha uma vida inteira pela frente — volto
a repetir.
— Cara, não quero saber. Já abri o bico e disse o que você queria saber. Eu sou fodido
sem coração, o pouco de compaixão que estou tendo é abrir o bico para conseguir o dinheiro para
o tratamento para o meu moleque. Pelo menos uma vez na vida estou fazendo alguma coisa por
ele. Vai arrumar a grana ou só veio aqui encher o saco.
— Qual o número da conta?
— Marca ai o número da mãe do meu moleque passa o dinheiro para ela.
— Até o fim da tarde o dinheiro vai estar na conta dela — digo caminhando até a porta.
— Boa vingança para você — o filho da puta fala.
Não dou ouvidos, saio do presídio, entro no meu carro e dirijo por alguns quilômetros no
automático.
Lágrimas começam a escorrer pela minha face, encosto o carro no acostamento e choro.
Choro por ter perdido minha irmã, por ter me culpado todos os dias pela sua morte. Choro por
confiar tanto em Dayana.
Dayana planejou a minha morte de olho no meu seguro de vida que coloquei ela e Mary
como minhas únicas beneficiárias. Tudo que ela sempre quis foi o maldito do dinheiro.
Isso não vai ficar assim, vou acabar com ela e com sua comparsa.
As duas vão pagar caro pelo que fizeram com a minha irmã. Pego meu celular e ligo para
quem acho que pode me ajudar.
— Alô!
— Marcelo, está sozinho?
— Estou.
— Preciso da sua ajuda...

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CAPÍTULO 24 — CAROL

— Nossa Clarinha nem dá para acreditar que você está casada — Eva fala deitada no
tapete do chão da sala do apartamento de Clara.
— Nem eu acredito — Clarinha fala. — Carol, você vai passar mal de comer tanto
brigadeiro.
— Hi, vai começar — resmungo sentada com uma panela de brigadeiro no colo.
— Clarinha, você não viu nada. Carol parece aquelas formigas atrás de açúcar
ultimamente —Eva fala.
— Já mandei você ir cuidar da sua vida hoje? — digo olhando feio para Eva. Por que
agora todo mundo resolveu pegar no meu pé só porque estou com vontade de comer doce?
— Já mandou sim Carol, mas sempre sobra um tempinho então eu cuido da sua vida
também.
— Abusada! — Mostro a língua para Eva. — Clarinha, o que você vai fazer agora?
— Como assim Carol?
— Onde vai morar? Agora você é uma senhora casada, recatada e do lar. — Rio.
—Verdade Clarinha, Marcelo tem o apartamento próprio e esse aqui é alugado, vocês são
casados, logo não podem morar cada um em um canto — Eva fala.
— Eu sei meninas! — diz cobrindo o rosto com os braços — Mas....
— Clarinha o que aconteceu? O que tem esse mais? — Eva pergunta.
— Clarinha, você tem Pimenta mexicana aí? — pergunto.
— Acontece que eu não quero morar na casa e dormir na cama que a Vaca da Dayana
dormia e frequentava. Carol só tem um biscoitinho salgado serve?
— Está certa, coloca fogo naquela cama contaminada que a Vaca dormiu — Eva pões
lenha na fogueira.
— Queria pimenta mexicana, mas esse salgadinho serve. Posso pegar?
— Claro Carol pega lá no armário na parte de cima.
— Tá.
Vou até a cozinha, abro o armário e pego o salgadinho. Aproveito e pego Coca-Cola na
geladeira, três copos e volto para a sala.
— Quem quer coca? — pergunto colocando a coca e os copos na mesinha de centro.
Sento-me no chão, cruzo as pernas, pego minha panela de brigadeiro, e coloco no meio
das pernas. Abro o pacote de salgadinho e despejo tudo dentro da panela. Misturo bem e começo
a comer. Nossa ficou muito bom. Levanto a cabeça e percebo que Clarinha e Eva estão me
olhando assustadas.
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— O que foi? — pergunto sem entender o motivo da cara delas.


— Carol, você está bem? — Clarinha pergunta.
— Eu estou. Por que? — digo comendo. — Nossa está muito bom, vocês querem?
Ambas continuam a me olhar com cara de assustadas, balançam a cabeça de forma
negativa.
— Carol isso vai te fazer mal — Eva fala.
— Você tem certeza que está bem? — insiste Clara.
— Estou ótima — digo enchendo meu copo de coca e tomando. — Podem continuar a
conversa. O que você decidiu, Clara?
— Vou conversar com Marcelo e explicar porque não quero morar no apartamento dele.
— Está certa — concordo.
— E o Montanha Carol? — Eva pergunta.
— Ele viajou. Vocês sabem.
—Foi para onde? — questiona Eva.
— Não sei direito. Só sei que foi resolver um assunto sério, ele disse que não queria me
preocupar. Você sabe o que é Clarinha?
— Também não, Ele disse que era pessoal.
— O que será que é hein?!— Eva está curiosa.
— Não faço a mínima ideia — respondo.
— Vai demorar? — Clarinha pergunta.
— Não sei — digo colocando a panela na mesinha e deitando no chão.
— Você e Montanha, nos enganaram direitinho durante todos esses anos — acusa
Clarinha.
— Fala sério Clarinha, a gente foi burra por não perceber nada — zomba Eva.
— Quando um sumia o outro também — Clarinha fala.
— Para gente, era só amizade — digo olhando para o teto.
— Tô sabendo a amizade — Clarinha ri.
— Amizade com benefícios — comenta Eva.
— Duas exageradas.
— Sabe Clarinha, o que me deixa mais triste é que Carol nem nos conta dos atributos do
Montanha — Eva faz bico.
— Vai vendo Eva, ainda diz que é nossa amiga — Clara reclama.
—Não vou ficar fazendo propaganda do meu homem não, suas safadas — digo.
— Para de ser do mal, diz pelo menos um atributo — choraminga Clara.
— Não precisa ser o tamanho do pinto, pois o volume da calça dele já diz muita coisa.
Nossa é uma bela visão... — Eva provoca.
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— Eva! — grito a cortando.


— Estou mentindo Carol?
— O duro que não — assumo.
— Duro, imagine aquilo duro. Nossa Carol você é muito sortuda — Eva fala.
— É minha amiga, tenho que concordar. Você é mega sortuda — Clarinha concorda.
— Eu sei, mas foi difícil fazer ele sair da moita.
— Saiu na marra — Eva fala rindo.
— Meu querido amigo não resistiu aos seus encantos Ruiva — Clarinha fala rindo.
— Verdade, tenho meus encantos.
— Então, não vai dizer pelo menos um atributo dele para nós? — Eva pergunta.
— Me deixa pensar. — Respiro fundo. — Montanha faz uma massagem maravilhosa.
— É né, massagem no seu útero, safada sortuda — Eva ri.
— Eva, você está impossível hoje — Clarinha fala e eu apenas dou risada, estou tão
cansada.
— Clarinha, posso tirar um cochilo no seu tapete? — pergunto.
— Oh amarelão hein, Carol — Eva fala.
— Dorme Carol. Isso que dá comer esse tanto de doce — diz Clarinha.
Viro-me de lado e logo adormeço, até que sinto uma dor forte na barriga que me faz
acordar. Sento, e sinto meu estômago revirando. Levanto correndo e vou direto para o banheiro.
— Carol! Carol! O que foi? — Escuto as meninas gritarem correndo atrás de mim.
Não tenho tempo para responder, me ajoelho no chão, abraço a privada e jogo tudo para
fora.
— Eu te disse que ia passar mal — Clarinha fala segurando meus cabelos.
Vômito mais um pouco.
— Nossa Carol, dá até para ver os pedacinhos de carne que você comeu no almoço —
Eva fala olhando o vômito dentro da privada.
— Eva, não começa — sussurro.
— Eva, depois a gente tem um papo reto com ela. Deixa a Carol melhorar.
Sento no chão sem falar nada, Clarinha passa a mão molhada em meu rosto e dá uma
toalha para eu secar o rosto.
— Melhoro? — Eva pergunta.
Olho para ela é não dá tempo de responder, e nem de mirar na privada. Vômito nos pés
de Eva.
— Ai que nojo Carol. Você está mal mesmo. Vem cá — Eva fala me puxando pelas
mãos. — Clarinha me ajuda vamos dar um banho nela.
Não consigo reagir, Eva e Clara me seguram e me levam até o chuveiro. Sinto minhas
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pernas moles.
— Ai meu Deus ela vai desmaiar...
Não vejo mais nada...
Ouço vozes bem longe. Abro meus olhos e pisco algumas vezes, vejo apenas o teto, não
estou no chuveiro e nem na casa de Clarinha, olho para o lado.
— Ela está acordando...
— Graças a Deus...
Clara e Eva estão do meu lado.
— O que aconteceu? Onde estou? — pergunto ainda sonolenta.
— Como você está, Carol? — Clarinha pergunta.
— Carol, sua loca, nos deu o maior susto. Pensei que eu tinha matado você — Eva fala.
— Graças a Deus não vou carregar a culpa da sua morte.
—Estou com uma dor na cabeça, com sono, mas estou bem — digo. — O que aconteceu?
— pergunto de novo.
— Você desmaiou Carol — Clarinha esclarece.
— Caiu feito uma jaca podr e— Eva fala e leva uma cotovelada de Clarinha. — Ai sua
louca.
— Segura a língua, Eva — Clara a repreende.
— Clarinha me deixa falar. Então Carol, a gente foi dar banho em você, porque você
estava vomitando feito uma vaca velha.
— Eva! — Clarinha a repreende de novo.
— Está bem, vou resumir. — Eva revira os olhos e volta a falar. — Quando a gente
percebeu, suas pernas pareciam duas gelatinas, não aguentei o peso. Confesso, que te deixei cair,
ai você bateu a cabeça, foi sangue para tudo que foi lado. Não fique brava só foi um cortezinho
pequenininho, nem vai ficar a marca. — Coloco a mão na minha testa e sinto o curativo. —
Menina, mas o corte é pequeno e tem poder, porque foi sangue hein. Lavou o banheiro da Clara
de sangue. Ainda bem que não vai ser eu a limpar. A sorte que Marcelo chegou, ai ele pegou a
jaca do chão, ou seja você, e trouxe para o hospital. Foi tanto sangue que pensei que tinha
matado você. Desculpa Carol te deixei cair, eu juro que não queria, mas você é pesada — Eva
fala rápido demais.
— Eu bati a cabeça, e estou no hospital? — pergunto me situando.
— Isso Carol — Clarinha afirma. — Está doendo muito?
— Um pouco, meu estômago ainda está ruim — digo.
— Por que será né doninha, ficou só no bem bom...
— Eva! — Clarinha a corta de novo.
— Já posso ir para casa?
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— Não, o médico vai fazer uns exames ainda — explica Clarinha.


— Na cabeça? – pergunto.
— Não é da barriga mesmo — Eva fala levando outra cotovelada. — Ai Clara, que saco
essas suas cotoveladas dói, fia.
— Da barriga? — pergunto sem entender muito.
— Isso Carol, para saber qual o motivo de tanto vomito — Clarinha fala.
— Acho que misturei muita coisa, isso me fez mal.
— Ah sim foi isso Carol, misturou muita coisa, você o Montanha virou uma mistureba
danada — Eva fala sarcástica.
— O que você está querendo dizer Eva? — pergunto.
— Que bom que acordou.
Uma enfermeira fala entrando no quarto e impedindo Eva de falar.
—Eva? — chamo seu nome como se fosse uma pergunta para que ela possa me dizer o
que está realmente acontecendo.
— Que bom que você chegou Dona Enfermeira, vamos logo levar Carol para esse exame,
pois quero ter certeza se esse mal estar dela tem dois bracinhos e perninhas — Eva fala
empurrando a enfermeira para perto de mim.
— Eva você é doida. — Rio.
—Então vamos senhora Caroline, trouxe essa cadeira de rodas. No seu estado não é bom
andar, por causa da pancada na cabeça você pode sentir tontura.
Eva e Carol me ajudam a descer da cama e sentar na cadeira de rodas.
— Obrigada, meninas.
— Sentiu alguma tontura? — a enfermeira pergunta.
— Não, que exame irei fazer? É na cabeça?
— Não, é uma ultrassonografia — a enfermeira responde com um sorriso no rosto.
— Por quê? — pergunto confusa.
— Na hora a médica te explica direito, se as suas amigas quiserem podem vir junto — a
enfermeira fala.
— Lógico que eu quero — Eva fala. — Estou doidinha para ver esse ultrassom.
— Eu também quero — Clara fala.
— Meninas, vocês estão escondendo alguma coisa de mim? Eu tenho alguma doença
grave? — pergunto.
— Não temos certeza de nada...
— Eu tenho, já até apostei 100 reais com o Marcelo — Eva fala cortando a fala de Clara.
— Eva se segura. Vamos fazer esse ultrassom, Carol, assim a gente vai ter certeza do que
você tem — Clara fala.
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Fico apreensiva. O que será que tenho? Enquanto a enfermeira empurra a cadeira de
rodas pelo corredor do hospital o meu medo e angustia aumenta. Não posso estar doente. Será
que estou morrendo? Por isso Eva achou que tinha me matado com a queda?
A enfermeira entra em uma sala.
— Caroline, pode deitar nessa maca, a Doutora Claudia já vem — fala.
Deito-me na maca, e fico olhando para o teto esperando a tal Doutora Claudia, sinto
alguém segurando a minha mão.
— Não se preocupe — Clara me acalma.
Olho e vejo que Clarinha e Eva estão segurando a minha mão.
— Sempre estaremos com você Carol — Eva fala.
— Obrigada, meninas.
A porta se abre.
— Oi, sou a Claudia e irei fazer a ultrassom — a Doutora fala sentando na cadeira do
meu lado. — Como não sei de quanto tempo você está, farei por cima, pois se estiver com mais
de doze semanas pode ser arriscado.
— Tudo bem! — Eu não entendo muito que ela fala, mas acabo concordando.
A Dra. Claudia passa um creme na minha barriga parecendo um gel, Clara segura a
minha mão e sei que ela e Eva sempre estarão do meu lado.
Quando a médica coloca o aparelho na minha barriga, um som toma conta do consultório.
Tu, tu, tu tututu tututu tututu... Minha cabeça gira e ouço Clarinha falar com os olhos
cheios de lágrimas:
— Ai meu Deus então é verdade mesmo?!
— Está tudo bem com ele, coração está com os batimentos ótimos, deixa eu tentar medir
o tamanho — diz a dra.
— Já dá para saber quantas semanas? — Eva pergunta.
— Deixa eu acabar de medir que já falo as semanas.
— Por favor, alguém pode me explicar o que está acontecendo? — pergunto confusa.
— Você não sabia? — a dra. Claudia pergunta.
— Não sabia o quê? É grave? Vou morrer? Por isso que Clara e Eva estão chorando?
— Olha Carol, Clarinha está chorando por causas dos hormônios e eu porque literalmente
fiquei para titia, minhas duas amigas grávidas e eu encalhada — Eva fala.
— Clarinha, você está gravida? — pergunto e ela balança a cabeça de forma afirmativa.
— Não ia me contar?
— Ia sim, estava esperando Montanha voltar de viagem para fazer um jantar em casa e
contar a novidade. Descobri na sexta — Clarinha explica.
— Por que a Eva já sabe?
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— Porque sou esperta minha filha. — Eva se gaba. — Achei o exame na gaveta do
quarto da Clarinha ela não tinha como negar.
— Parabéns, vou ser titia, mas Eva, espera ai. Quem é a outra amiga sua grávida?
— Carol os seus hormônios já deixaram você lesada. Olha ai fia nesse monitor, você está
gravida. Vou repetir bem devagar GRÁVIDA, não ouviu o coração do Montanha Junior batendo
— Eva fala depois ri.
— Grávida? — pergunto olhando para a médica.
— Gravidíssima! Você está com 9 semanas e seu bebe está com 6 cm, vou pôr para ouvir
de novo o coraçãozinho dele.
O som estridente volta a tomar conta da sala, meu coração infla de tanta emoção. Eu
grávida, um amor que eu jamais pensei que existia surge. Meu filho, eu vou ser mãe, e já amo
esse pequeno com todas as minhas forças. Lágrimas brotam dos meus olhos, são lágrimas de
alegria. Eu mãe?! Parece mentira.
Clarinha e Eva me abraçam, e nós três choramos juntas. Não poderia estar com outra
pessoa a não ser com elas para receber essa notícia.
— Obrigada meninas.
— Três bobonas chorando! — Eva fala rindo em meio as lágrimas.
Depois de muitas lágrimas e abraços, sou liberada. Juntas passamos em uma loja de bebê,
compro um sapatinho escrito eu sou do papai e um body. Passamos na farmácia e compramos
um teste de gravidez.
— Carol, minha linda grávida. Explica-me para que esse exame de farmácia se você já
sabe que está gravida? — Eva pergunta confusa.
— Quero fazer uma surpresa para o Montanha, vou pegar tudo isso e colocar em uma
caixinha e dar de presente para ele — conto animada.
— Ele vai amar Carol — Clarinha fala. — Marcelo desconfiou primeiro da minha
gravidez, então ele comprou o teste e me fez fazer, foi emocionante.
— Acho que vou comprar um cachorrinho — solta Eva.
— Cachorro? — Eu e Clarinha falamos juntas.
— É, já que não estou grávida, pelo menos vou ser mãe de um filho de quatro patas —
Eva explica, rindo.
— Cachorra! — xingo.
— Au, Au — zomba ela.
Depois de montar a supressa para Montanha, as meninas me deixam em casa. Por
enquanto não irei contar para a minha família, preciso contar primeiro para o Montanha. Depois
nós dois juntos enfrentamos as feras daqui de casa.
Pego o celular mando uma mensagem para ele.
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Leozinho, preciso falar com você. Tenho uma novidade para te contar. Estou com
saudades!

Não demora, chega a mensagem dele.

Chego amanhã de manhã ruiva. Não importa o que aconteça nunca esqueça que eu
amo você.

A primeira vez que ele disse que me ama, hoje é o meu dia de sorte. Mando outra
mensagem.

Também te amo muito

Deito na cama e acabo pegando no sono... Amanhã irei contar que ele vai ser papai.

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CAPÍTULO 25 — MONTANHA

UMA SEMANA DEPOIS...

Caminho pelo parque da Alvorada, e a vejo sentada em um dos bancos no final da trilha.
O mesmo banco que ficávamos horas e horas conversando. Aproximo-me, sento ao seu lado, e
dou um beijo casto em seu rosto. Seu cheiro me embriaga. Tanto tempo longe não me lembrava
mais do seu cheiro, do seu perfume muito menos do seu gosto. Talvez seja porque todo esse
tempo minha mente, corpo e coração pertenceram a outra pessoa.
— Quando vi suas mensagens no meu celular, não acreditei — diz.
— Por que não?
— Depois te tudo o que aconteceu.
— Já passou, o tempo fez questão de apagar.
Nem tudo o tempo apaga...
— Nem tudo se apagou, ainda me pegava pensando em você. Em nós — diz tentando
fazer-se de inocente.
— Eu também.
— Fico feliz que você veio.
— Estava com saudades — digo.
— Confesso que eu também.
Ficamos em silêncio durante alguns minutos, até que ela quebra o silêncio.
— Por que você me mandou mensagem?
— Já disse, estava com saudades.
— Então por que me procurou somente agora?
— Agora você está solteira. Sempre soube que esse seu lance não iria durar, por isso
fiquei te esperando.
— Me esperou durante todo esse tempo?
— Sim.
— Você ainda me ama?
— Sim — minha afirmação sai embargada.
— Eu estava com outro, mas pensava em você todos os dias. Eu sempre te amei. Me
arrependo por tudo que fiz para ficar longe de você.
Enquanto fala, sinto meu coração levando várias facadas, preciso ser forte.
— ENTÃO FOI POR ESSA RAMEIRA QUE VOCE ME LARGOU, SUA LESMA? —
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Não preciso olhar para saber que quem grita é a Carol.


— Olha bem como você fala comigo queridinha. Adriano me ama e sempre me amou —
Dayana fala.
— Adriano? — Carol fala meu nome como se fosse uma pergunta. Ela nunca me chamou
pelo nome.
Olho para Carol e vejo seus olhos cheio de lágrimas, Clarinha e Eva estão do seu lado.
Marcelo está com elas.
— Você era apenas um passa tempo — Dayana continua. — Ele viu que me livrei do
Marcelo e veio correndo para meus braços. Fazer o que? É duro ser linda e maravilhosa.
— Mas é iludida mesmo! — Eva fala. — Foi o Marcelo que se livrou de você Piriputa.
Agora está feliz com Clarinha e daqui uns meses vai ser papai.
— Então está explicado essa aí — Dayana fala apontando para Clarinha — deu o golpe
da barriga. Também o que esperar de uma mulher baixa e sem classe. —Dayana fala.
— Vou te mostrar quem é sem classe sua vaca no cio — Clara fala indo para cima de
Dayana, mas Marcelo a segura.
— Minha linda, pense no nosso filho. Você sabe que eu te amo, não de ouvidos a essa
cobra — Marcelo pede de forma carinhosa.
— Uma cobra que você comeu durante todos esses anos – Dayana atiça.
— Comeu, minha filha, do verbo passado. Fala com a titia Eva, PASSADO, que não
come mais, se conforme — Eva provoca rindo. — Entendeu ou quer que eu desenhe.
— Então é isso Leãozinho você largou de mim por causa desse serumaninho rídiculo? —
Carol pergunta chorosa.
Não tenho coragem de olhar em seus olhos. Balanço a cabeça de forma afirmativa e olho
para baixo.
— Se conforme sua puta — Dayana fala.
— Espera ai que vou te mostrar quem é a puta, sua RAMEIRA! — Carol grita e parte
para cima de Dayana.
A seguro e a abraço. Impedindo ela de sair na pancadaria com a Dayana.
— Ruiva não —falo, sério.
— Me solta, deixa eu quebrar a cara dessa vagabunda.
— Não — nego ainda a segurando.
— Vou repetir mais uma vez me solta! — Carol grita.
— Você está esperando um filho meu, não vou deixar você sair no braço com a Dayana
— aviso, sério.
— Olha a outra também querendo dar o golpe da barriga — Dayana fala com desdém. —
Mas acho que ele....
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Plaft!
Quando percebo Eva dá um soco no rosto de Dayana.
— Pode deixar Carol, eu bato nessa galinha. Eu não estou grávida e posso despenar essa
galinha todinha – fala rindo, dando uma rasteira em Dayana e a derrubando no chão.
— Que isso sua doida encalhada — Dayana fala tentando se livrar dos socos de Eva.
— Isso é para você não mexer com as minhas amigas, sua vaca — Eva segura com as
duas mãos os cabelos de Dayana e começa a chacoalhar.
— ME SOLTA! – Dayana grita desesperada. — Vou processar você. Vou acabar com
você!
— Por mim você pode ir até na puta que pariu que não estou nem ligando.
Eva pega Dayana pelos cabelos e sai a arrastando.
— Para com isso, você está me machucando — chora Dayana.
— Essa é minha intenção — Eva fala rindo.
— Para!
— Cobra rasteja no chão, quero esfregar a sua cara na lama para nunca mais mexer com
as minhas amigas e muito menos com meus sobrinhos. — Eva esfrega a cara de Dayana em uma
poça de lama do parque.
— Socorro! Alguém me ajuda — Dayana grita.
— Cadê a valentona agora? Cadê a encalhada? Sua puta de beira de esquina. Vagabunda!
— Eva xinga.
— Marcelo, faz alguma coisa — falo ainda segurando Carol.
— Eu não, ela mexeu com a minha esposa e meu filho, quero que ela se foda. — Marcelo
se nega.
— Isso mesmo Eva, esfrega a cara dessa rameira na lama. Mexeu com a pessoa errada —
Clarinha fala, adorando o show.
— Por favor Carol, vou te soltar para separar as duas, cuide do nosso filho. — Dou um
rápido beijo no alto de sua cabeça e a solto.
— Eva já chega — falo me aproximando das duas.
— Por favor, Adriano me ajude — Dayana fala.
— O que foi Montanha, quer apanhar também? — Eva ameaça ainda com as duas mãos
no cabelo de Dayana.
Coloco as duas mãos no ombro de Eva.
— Eva já chega — peço novamente.
Ela solta Dayana, que fica jogada no chão.
— Tire suas mãos podres de cima de mim Montanha, pensei que fosse meu amigo! —
Eva acusa. — NOSSO AMIGO. — Jogou a nossa amizade na lama quando decidiu voltar para
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essa cobra.
—Você acabou sendo uma decepção para mim, Montanha — Carol fala com lágrimas
nos olhos.
— Tudo que passamos juntos. Agora nos abandona, abandona a Carol grávida de um
filho seu. Jamais pensei que você faria isso. Ainda por cima abandonar o filho por causa dessa
víbora que te largou e te deixou na sarjeta — Clarinha fala decepcionada.
— Eu me arrependo de tudo que fiz, Adriano. Eu sempre te amei, não dê ouvidos para
essas interesseiras que só querem te dar o golpe da barriga — Dayana fala chorosa.
— Meninas vocês precisam me entender — digo sem olhar no rosto de nenhuma.
— Cara você errou feio abandonar uma mulher grávida. Isso não é coisa de homem —
Marcelo fala.
— Darei tudo que meu filho precisar, só não posso ficar com ela — digo como se
estivesse levando várias facadas a cada palavra. Meu coração está em pedaços.
— Vamos embora meninas, foi emoção demais para todos hoje. Principalmente para
você, minha linda — Marcelo fala dando um beijo em Clara. — E para você também Carol, não
fique triste eu sou homem suficiente para cuidar de vocês três.
— Marcelo, você está ruim nas contas hein meu filho. Na verdade agora somos cinco:
Clarinha, Carol, meus dois sobrinhos lindos e eu. Logo seremos seis porque vou adotar um
cachorrinho lindo. Não vai ser cachorro de duas pernas, será de quatro mesmo — Eva fala se
aproximando.
Eles me dão as costas e vão embora juntos sem olhar para trás...

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CAPÍTULO 26 – DAYANA

Perdi o besta do Marcelo e de brinde o corno manso do Adriano veio atrás de mim.
Lógico que não dei de difícil, é melhor ele que nada.
No início quando li duas mensagens achei que era mentira. Mas depois de ver o show que
os três carrapatos deram cheguei à conclusão que realmente é verdade. Como pode ser otário?
Vir atrás de mim depois de tudo que fiz.
Fazer o que, é o amor. Irei usar esse sentimento para ter tudo o que eu preciso. A vaca
que engravidou dele vai querer raspar o dinheiro. Mas dessa vez farei tudo da maneira correta.
Não irei errar. Não será uma buchuda que vai me impedir.
Depois que vejo que as três vão embora, percebo o idiota triste. Não posso deixar ele se
arrepender.
Levanto do chão toda suja e rasgada, e começo a chorar. Seguro a sua mão e falo:
— Meu amor, não fique assim.
— Carol está esperando um filho meu.
— Deixa essa criança nascer, que entramos na justiça e pegamos a guarda dele.
— Você faria isso por mim?
— Faria tudo o possível para vê-lo feliz.
— Você sempre prestativa.
— Me leva para casa? Não tenho condições de dirigir.
O tonto aceita me levar para casa, no caminho dou um beijo nele, vamos conversando.
Ele disse que quer casar o mais rápido possível, eu aceitei e está tudo melhor que eu pensava.
Chegando no meu apartamento o convido para entrar. Adriano aceita, entra e senta no sofá.
— Belo apartamento — comenta.
— É simples, Marcelo que me ajudou a comprar. Não estava mais dando certo morar
com os meus pais. Me matava de trabalhar e o meu dinheiro era todo para dentro de casa.
— Amanhã vá em uma mobiliária e escolha um apartamento para você.
— Mas por quê?
— Eu te darei de presente. Não quero você morando onde tem dinheiro do Marcelo.
— O meu carro foi ele que me deu também.
— Então amanhã escolha o apartamento e um carro novo. Pode ser qualquer um, eu pago.
— Mas Adriano, o que irei fazer com esse apartamento e o carro que Marcelo me deu? —
me faço de pobre coitada.
Lógico que irei escolher o apartamento mais caro e um carro importado. É para isso que
aceitei voltar com ele. Pelo visto dessa vez está mais bonzinho, não está mais mão de vaca.
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— Eu percebi que você e Camila ainda continuam bem amigas. Dê esse apartamento
mobiliado e o carro de presente para ela. Você não precisa disso, eu te darei tudo o que necessita.
Tudo novo e do seu agrado. Afinal você merece.
— Nossa Adriano, não posso aceitar, é muita coisa.
— Pode sim, estou mais rico do que na época que éramos noivos. Pode escolher o que
você quiser e não se preocupe com o preço.
— Muito obrigada — digo distribuindo beijos em seu rosto.
— Vai lá tomar um banho, você está toda suja de lama.
— Nossa verdade. Vou tomar um banho. Você me espera aqui para matarmos a saudade?
— Sim espero. Pode ir tranquila estarei aqui.
Saio da sala, vou para meu quarto e mando mensagem para Camila.
“O jogo virou, Adriano está na minha”
Não demora ela responde.
“Como assim?”
Respondo a ela rapidamente.
“ELE está na sala. Quando sair eu mando mensagem para você vir aqui, ai te conto
tudo.”
Depois de mandar mensagem para Camila, tomo um banho rápido e visto um vestido
sexy, vou ter que dar para ele. Odeio essa parte, mas para conseguir ir embora e ficar com o amor
da minha vida longe de tudo e todos, faço esse sacrifício.
Volto para a sala. Adriano está na janela falando pelo celular. Quando termina de falar
vem ao meu encontro.
— Desculpa Dayana. Surgiu um imprevisto na empresa preciso ir.
— Mas já?
— Acabaram de me ligar da empresa. Parece que um dos carros forte foi assaltado.
Preciso ir verificar o que aconteceu — fala indo até a porta.
— Tudo bem, mas você vem mais tarde? — pergunto.
— Se você quiser eu venho.
— Dorme comigo essa noite?
— Pode se, preciso ir — diz, já saindo.
— Não vai me dar nenhum beijo?
— Desculpa! — Vem até mim e me dá um beijo rápido. — Preciso ir.
Sorte a minha que não vou precisar transar com esse bunda mole. Pego o celular e ligo
para Camila.
— Alô
— Mila ele já foi, vem aqui para eu te contar as novidades.
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— Já estou aqui em baixo. Vi ele acabando de sair.


— Sobe logo.
Mila desliga o celular, pego uma garrafa de champanhe e duas taças. A porta se abre,
Mila tem acesso ao meu apartamento a hora que quiser.
Vou até ela e a abraço, seguro seu rosto com as duas mãos e a beijo. Sua língua invade a
minha boca, a sugo.
— Nossa a novidade deve ser boa amor, para eu ser recebida com um beijo desse — Mila
fala.
— Olha! — Mostro a garrafa de champanhe. — Temos muito o que comemorar e depois
quero te chupar todinha para ficar com seu gosto na minha boca. Para mais tarde conseguir
transar com o mané.
Abro a garrafa, sirvo a minha taça e da Mila e sentamos no sofá. Conto tudo o que
aconteceu, o encontro no parque, o aparecimento das amigas, a briga, as amigas o criticando, a
vinda dele no meu apartamento, ele falando para escolher um apartamento novo e um carro.
— Mentira? — Mila fala se servindo de mais champanhe.
— Não!
— E esse apartamento?
— Ele disse para eu dar de presente para você. — Rio. — Muito burro em cair na minha
pela segunda vez.
— Amor, toma cuidado isso pode ser um jogo. Você sabe. Você caiu fora porque a casa
poderia cair.
— Não é um jogo. Ele não tem como descobrir o que aconteceu.
— Como pode ter certeza disso?
— Há cinco dias quando ele começou a me mandar mensagem fui atrás daquele sujeito
que fez o serviço. Ele está preso e vai morrer na cadeia. Está até em outro estado. Não tem como
Adriano descobrir nada.
— O dia que você me fez transar com você e aquele mecânico foi um pesadelo. Aquelas
mãos sujas de graxa me tocando, aquele pinto entrando no meu, cu eu odeio dar o cu. Ainda por
cima vendo ele comer você.
— Bem que você gozou.
— Gozei porque você me chupava enquanto ele te comia.
— Mila foi um sacrifício necessário, precisávamos de alguém para sabotar o carro do
Adriano e o serviço foi bem feito. Nunca ninguém desconfiou. Adriano mereceu, ele estava
enrolando para marcar o casamento, não me dava nada de valor. Quando descobri que o seguro
de vida estava no meu nome e no da chata da irmã dele. O melhor seria ele morto.
— Deu certo, mas quem morreu não foi ele, saiu ileso com apenas alguns arranhões.
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— Isso que não me conformo, poderia ter morrido os dois, não iam fazer falta nenhuma.
— Assim nossos planos foram por água abaixo. Não ia poder atentar contra a vida dele
de novo ou iria desconfiar.
— Tive que cair fora, não ia conseguir nada dele. Por isso meu envolvimento com
Marcelo.
— Que também te enrolou.
— Pelo menos desse consegui um carro, apartamento, emprego e sempre me dava uma
quantia em dinheiro. Melhor que nada.
— Mas ele te trocou por outra.
— Lamentável. Mas Adriano está de volta ao jogo, dessa vez ele não escapa.
— Você vai tentar mata-lo de novo?
— Não sei, pelo visto ele está com a mão aberta. Vou me casar o mais rápido possível e
se tiver a oportunidade de acabar com a vida dele não vou pensar duas vezes.
— Tem que ter cuidado.
— Terei. A nossa liberdade está próxima Mila, quando pôr a mão no dinheiro do Adriano
vamos embora desse país.
— Um brinde — Mila fala erguendo a taça.
— A nossa felicidade.
— Ao nosso amor — completa.
Depois de tomar uma garrafa de champanhe, decidimos ir para o quarto, quando começo
despir Mila a campainha toca.
—Vai atender amor, talvez seja ele.
Vou até a porta para abrir, Mila me acompanha. Quando eu abro a porta vejo dois
policiais.
— Pois não?
— Dayana Aparecida Bernal? — o policial pergunta.
— Sim, sou eu — Respondo confusa.
— Você está presa pelo assassinato de Mariane Martines e tentativa de assassinato de
Adriano Martines, e formação de quadrilha.
— Não, eu sou inocente — grito.
— E agora Day? — Mila diz preocupada.
— Camila Fernão Dias? — o policial pergunta.
— Sim — Mila responde chorando.
— Você está presa pelo assassinato de Mariane Martines e tentativa de assassinato de
Adriano Martines.
Os policiais nos algemam, e nos conduzem para fora do prédio. Quando chegamos ao
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lado a viatura, Adriano, Carol, Clara, Eva e Marcelo estão nos esperando.
— Você? — digo olhando para Adriano.
— Assassina! — Carol grita e cospe no meu rosto.
Minha casa caiu.

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CAPÍTULO 27 — MONTANHA

UMA SEMANA ANTES...

No caminho de volta para casa, conto tudo que eu descobri para Marcelo, já marco uma
reunião com ele para entregar as provas que eu tenho. Dayana vai pagar por tudo que ela fez com
Mary.
Carol, manda uma mensagem dizendo que precisa conversar comigo, mal sabe ela que é
eu que preciso dela.
Dirijo de volta para casa no automático, sem parar para ir no banheiro ou comer. Chego
em Dourados e vou direto para a casa da minha ruiva, preciso do seu abraço, só nele irei
encontrar o conforto que eu necessito nesse momento.
Bato na porta, ainda é cedo, eu sei. Mas não posso esperar, preciso dela.
— Pode me dizer o que você está fazendo a essa hora aqui? — a mãe da Carol fala
quando me vê na porta.
— Preciso ver e falar com a Carol — sussurro.
— Pelo bagaço que você está parece que o assunto é sério. Só espero que não seja um
neto antes da hora ou o pai dela capa você.
— Me deixa entrar?
— Vai, entra longo antes que o pai dela acorde. Ela está dormindo, vê se não faz barulho.
— Valeu sogrinha — digo passando por ela e dando um beijo em sua testa.
Vou rapidamente para o quarto da Carol, antes que o pai dela acorde. Entro no quarto e a
vejo dormindo, linda abraçada a um urso amarelo com os cabelos ruivos espalhados pelo
travesseiro.
Caminho até ela, sento na beirada da cama e admiro a sua beleza. Agradeço a Deus por
ter colocado essa ruiva na minha vida.
Carol é a mulher com quem eu quero passar o resto de minha vida, ela será a mãe dos
meus filhos.
Vigio seu sono por mais alguns minutos, passo a mão pelos seus cabelos e distribuo
beijos em seu rosto.
—Ruiva — chamo baixinho.
Ela se mexe, mas não acorda.
— Ruiva, acorda — A chamo de novo.
—Hum... — Ela se espreguiça e olha para mim. — Acho que estou sonhando.
—Estou aqui meu amor, não é um sonho — digo a puxando para os meus braços.
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— Leãozinho é você, estou com tanta saudade — diz me abraçando.


— Eu também Ruiva, vim direto te ver.
— Fico feliz em saber.
—Tenho uma coisa para te contar. O motivo real de eu ter feito essa viagem.
— Olha antes de você contar, quero lhe dar um presente. — Carol se levanta da cama
correndo igual uma menina, vai até o guarda roupa e pega uma caixinha cinza e me entrega.
— O que é Ruiva?
— Uma surpresa — fala animada.
— Primeiro, vou te contar o motivo da viagem ai eu abro, tudo bem.
Ela faz uma carinha triste pela minha decisão de abrir depois.
— O que você vai contar é bom ou ruim?
— É bom e ruim ao mesmo tempo — digo. — Tirei um peso das minhas costas, isso é
bom e ruim, pois é pior que eu pensava.
— A minha surpresa é boa. Então conte o que tem para falar, depois abre a surpresa.
Conto para Carol tudo o que descobri sobre a morte da Mary e principalmente o
envolvimento de Dayana e Camila, não foi um simples acidente, foi criminal. Carol fica perplexa
conforme eu vou falando.
— E agora? O que você vai fazer?
— Conversei com Marcelo, reuni as provas que tenho. Ele junto com o pai, vão pedir a
prisão preventiva das duas.
— Ai meu Deus essas duas têm que mofar na cadeia.
— Vou fazer de tudo para que isso aconteça.
— Você vai se encontrar Marcelo hoje?
— Vou, preciso entregar o resto das provas para ele.
— Eu vou também.
— Acho melhor marcar na casa dele, assim minhas três meninas podem estar junto.
— Acho uma boa ideia — diz me dando um beijo.
— Bom, agora vou abrir meu presente — digo pegando a caixa prata de cima da cama.
Carol abre um sorriso e fica me olhando. Tiro a fita que está em volta da caixa e a abro.
Tem um par de sapatinhos de bebe escrito "sou do papai", pego na mão e começo a rir feito
bobo. Olho para Carol para confirmar as minhas suspeitas, mas ela não diz nada. Volto a olhar a
caixa e vejo uma roupinha de bebê escrito "cópia autenticada do papai"
— Ruiva é isso mesmo? — Não contenho a emoção e começo a chorar.
Olho novamente na caixa e encontro o teste de gravidez. Agora tenho certeza, a mulher
que eu amo espera um filho meu, fruto do nosso amor. Puxo a minha ruiva e a abraço, a beijo.
— Obrigado, obrigado por me fazer o homem mais feliz da face da terra.
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— Fiquei com medo de você ficar bravo.


— Jamais ficaria bravo em saber que a mulher que eu amo está à espera de um filho meu
— digo depositando a minha mão em seu ventre.
Depois de muitos beijos e carinhos trocados, vou embora. A tarde passo na casa da Carol
e a levo para o apartamento de Clara.
Chegando lá Eva já estava nos esperando, Marcelo já contou tudo para as duas. Depois de
nos dar parabéns pelo nosso filho, descubro que Clarinha também está gravida. Fico feliz em
saber que vou ser tio e pai ao mesmo tempo.
— Então, são provas suficientes para pôr aquelas duas na cadeia — digo depois que
Marcelo analisa as provas que tenho.
— Aqui ficou claro que o carro foi sabotado, mas não está claro quem foi o mandante —
Marcelo fala.
— Como assim? Aquelas duas vão ficar soltas depois tudo que fizeram? — diz Carol
indignada.
— Precisamos de algo mais específico, que mostre que elas estão envolvidas — Marcelo
explica.
— Uma confissão seria o suficiente? — pergunta Clara.
— Seria — Marcelo fala.
— Até parece que aquelas duas vão confessar algo — bufa Eva.
— Ah vão sim — Clarinha fala.
— Clara, o que você está pensando? — Carol pergunta.
— Implantar uma escuta no apartamento de Dayana, assim gravamos a confissão das
duas — Clarinha fala.
— Impossível, quem vai conseguir entrar lá para colocar a escuta — falo.
—Você Montanha — sugere Clara.
— Eu?
— Sim você — confirma
— Clarinha, explica isso direito — Eva fala.
— A vaca assassina estava de olho na grana do Montanha, quando largou dele, já tinha a
próxima vítima, o Marcelo. Agora ela não tem ninguém. Então Montanha, tente se aproximar
dela, ela vai cair feito um patinho — esclarece Clara.
— Na certa ela vai te convidar para ir na casa dela, ai você coloca a escuta — Eva fala.
— Clarinha, você é um gênio.
— Você também diz que quer casar o mais rápido possível, fala que vai dar casa, carro e
tudo que ela quiser — Carol fala.
— Meninas, estou me assustando com a cabeça de vocês. — Marcelo brinca. — Mas isso
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não vai dar certo.


— Vai sim. Montanha, faz o teste, mande uma mensagem para Dayana — pede Clarinha.
— Não tenho o número — digo.
— Eu posso conseguir no escritório — Marcelo fala.
Marcelo consegue o número, e mando mensagem, quase que na mesma hora ela me
responde.
— Falei que caia — Clara se gaba.
— Que comece o jogo — diz minha ruiva.
Dayana, seus dias de liberdade estão contados...

UMA SEMANA DEPOIS


Dayana caiu feito uma patinha em nosso plano, assim que consigo implantar escutas, na
sala, cozinha e quarto, invento uma desculpa e vou embora.
Chego no apartamento de Clara e a primeira coisa que faço é abraçar a minha Ruiva.
—Não estava combinado a ida de vocês três quase enfartei – Falo.
—Viu como somos boas atrizes, ela acreditou é uma palhaça mesmo— Carol fala rindo.
—Nossa ainda bem que fomos, pude quebrar a cara dela— Eva fala rindo.
—Montanha foi necessário, ela precisava de provas que você queria volta para ela,
sabendo que nós estávamos contra você foi uma prova.— Clarinha explica.
—O importante é que deu certo, Camila já está no apartamento e elas já confessaram
tudo, já liguei para o meu pai mandei as gravações por e—mail e o pedido de prisão das duas já
foi pedido. Elas podem ser presas a qualquer momento— Marcelo fala.
— O que estamos esperando? Vamos gente agilizar quero ver as cobras sendo presas —
Eva fala nos empurrando para fora do apartamento.
Quando chegamos ao apartamento de Dayana as duas já estão saindo algemadas. Ela olha
para mim e fala:
—Você?— Dayana parece não acreditar.
—Assassina— Carol fala cuspindo na cara de Dayana.
—Vamos embora, essa ai vai pagar por tudo que fez com a minha irmã, vou cuidar para
que você apodreça na cadeia.— Falo puxando a Ruiva e a levando para casa.
Agora só quero me preocupar com a minha mulher e meu filho que está a caminho.

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CAPÍTULO 28 — MONTANHA

Dayana e Camila enfim foram presas, pensei que o plano de Clarinha não ia dar certo,
mas deu. Dayana tem o ego muito alto, caiu na armadilha na hora, não passou pela cabeça dela
que poderia ser um plano. Ela pensou que eu nunca descobriria seus planos perversos e
mesquinhos.
Com a ajuda das meninas e do Marcelo conseguimos uma confissão das duas, mais o
dossiê do detetive são provas suficientes para as duas ficarem atrás das grades durante muito
tempo.
Dayana virou assassina, segundo ela para viver seu amor com Camila longe do
preconceito das pessoas. O que ela não percebeu que o preconceito partiu dela mesma não
assumindo o que sente, se escondendo atrás de uma pessoa que não é, tramando planos e até
assassinatos para viver esse tal de amor. A partir do momento que você está se prejudicando e
prejudicando as pessoas em sua volta isso não pode ser considerado amor.
Ela foi egoísta, mesquinha e interesseira, hoje está pagando pelos crimes que cometeu em
nome desse "amor".
Depois que a justiça foi feita, agora preciso cuidar da minha Ruiva e dessa criança que
vem vindo por ai. O primeiro passo é conversar com os pais da Carol.
Hoje, uma semana depois da prisão de Dayana e Camila, resolvi contar para os meus
sogros que está chegando um netinho. Logo me lembrei do dia em que descobri que iria ser pai, a
mãe da Carol falando que não queria neto tão cedo, a coitada nem imaginava que o neto já estava
a caminho.
Dona Nice é suave, mas seu pai é tenso. O senhor distinto com a cabeça fechada, acho
que ele acha que Carol ainda é virgem. Antes que eu me esqueça ele tem um facão e sempre
disse que iria usá-lo naquele que desonrasse sua filha.
Graças a Deus que meu filho já está a caminho corro sério risco de ficar sem o meu pau e
consequentemente não poder mais fazer outros filhos.
Agora estou parado na porta da casa da minha ruiva, criando coragem para entrar e contar
a novidade.
— Vamos Montanha, entra! — Carol fala parada na porta da sua casa.
— Estou com medo — confesso.
— Para de ser bunda mole e entra logo.
— Mas Ruiva ele tem um facão — tento me justificar.
— E daí?
— E daí, que você vai ficar sem o seu brinquedo.
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— Para de drama Montanha.


— Drama? Não é de você que vai ser arrancado o que tem no meio das pernas. — Essa
Ruiva não sabe o tanto que o pai é perigoso.
— Você é um homem ou uma lesma?
— Nesse momento sou uma lesma.
— Entra logo, ou vocês vão ficar de papo na porta — alguém grita de dentro da casa.
— Conheço essa voz — digo enfim entrando.
Entro na casa e olho assustado para pessoa que está sentada no sofá com um sorriso
enorme no rosto e uma bacia de pipoca no colo.
— Eva — constato assustado. — O que você está fazendo aqui?
— Você acha mesmo que eu ia perder o show? — diz Eva e joga algumas pipocas na
boca.
— Que show? — pergunto.
— A notícia bombástica. — Olha para os lados e fala baixinho. — Até pedi para a tia
estourar pipoca. — Mostra a bacia de pipoca. — Você quer um pouco?
— Carol, faz alguma coisa! — peço.
— Fazer o quê? — Carol pergunta.
— Olha a Eva!
— Você não está entendendo, eu já fiz. Eva queria filmar tudo para mostrar para a
Clarinha, pois Marcelo não a deixou vir porque está enjoada. Então sinta-se satisfeito em ela só
presenciar tudo.
— É, eu nem vou falar nada. Vou comer minha pipoca, tomar o meu refrigerante e ficar
quietinha assistindo tudo de camarote — Eva fala com cara de santa.
— Espero que o seu pai não queira me capar. Afinal, Eva vai estar aqui para me defender
— digo sentando no sofá.
— Vou defender ninguém não. Já disse, vou ficar quietinha e assistir tudo de camarote —
Eva fala comendo a pipoca.
— Chega, vocês dois. Vou chamar a minha mãe e o meu pai e acabar logo isso — Carol
fala saindo da sala.
— Conta ai Montanha. Como você vai fazer? — Eva pergunta curiosa.
— Fazer o quê?
— Contar sobre o meu sobrinho. É cada pergunta viu.
— Ainda não sei, faz uma semana que estou ensaiando tudo, está complicado — digo me
dando por vencido.
— E o anel?
— Que anel Eva?
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— Rapaz você não vai pedir Carol em casamento? Você nem comprou um anel? Toma
vergonha na sua cara Montanha.
— Eva, eu pensei em dar o anel em um momento mais íntimo. Não aqui na frente de
todos.
— Mas é sem graça. Por que não trouxe o anel? Assim iria amolecer o coração do tio, seu
besta.
— Não pensei nisso. Eva, foi um prazer em te conhecer, diz para o meu filho que eu o
amo muito. Acho que estou fodido.
— Quer um conselho, Montanha?
— Tenho medo dos seus conselhos. Você é minha menina super poderosa Evinha, mas é
muito doidinha.
— Também te amo — Eva fala mandando um beijo — Meu tatão.
— Fala.
— Falar o quê?
— O conselho, a essa hora estou aceitando tudo — digo conformado.
— Não enrola muito, solta a bomba e pronto. Se ninguém enfartar você está no está no
lucro.
— Seu conselho ajudou muito viu, Eva — digo sarcasticamente.
— De nada, sou uma gênia!
— Percebi.
Ficamos em silêncio por alguns minutos. Enquanto eu mentalmente estou pedindo força
para o além. O pai e a mãe de Carol entram na sala, e eu me levanto em um pulo.
— Bom dia Senhor — cumprimento estendendo a mão para o pai da Carol, que aperta,
mas não responde — Bom dia senhora.
— Pelo visto o assunto é sério. Sua mão está suada e agora já é 15h30 da tarde então é
boa tarde — a mãe da Ruiva fala segurando a minha mão.
Não respondo, só a olho com cara de paisagem. Ambos se sentam no sofá.
Sento no sofá com a Ruiva do meu lado e Eva do outro lado, e os pais de Carol na minha
frente.
— Então? — o pai da Carol me pergunta.
— Então o quê? — Estou nervoso. — Ai! — Eva me dá um tapa no braço.
— Então você tem que dizer o que veio fazer aqui — Eva fala dando outro tapa no meu
braço. — Tonto.
— Como você veio sentar do meu lado que nem vi? — pergunto olhando para Eva.
— Vim te dar apoio moral. Agora para de enrolar e conta logo a novidade — Eva fala
batendo palmas.
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— Pela alegria da Eva posso imaginar que é coisa boa — dona Nice fala com um sorriso
nos lábios.
Olho para a minha Ruiva, seguro sua mão, respiro fundo e falo:
— Senhor, senhora, vim informar que sou completamente apaixonado pela filha de
vocês, que pretendo me casar com ela o mais rápido possível, e que Carol está grávida de um
filho meu — digo rápido atropelando as palavras.
— Como que é? Repete meu jovem, não entendi o final — pede o pai da Carol.
— Sou completamente, apaixonado pela filha do senhor, que pretendo... — começo a
repetir o que tinha falado, mas ele me corta.
— Essa parte eu entendi, o que não deu para entender foi o final — diz.
— QueCarolestágrávidadeumfilhomeu — digo rápido de novo. Estou suando frio.
—O quê? — o velho surdo pergunta de novo.
— Aff, Carol está gravida. Nossa tio, o senhor é surdo hein. Vai ter que repetir quantas
vezes para o senhor entender — solta Eva.
—Eva, fica quieta — Carol a repreende.
Olho para o meu futuro sogro e ele está em choque, olha para a minha sogra e ela está
sorridente, isso já é um alivio.
— Pai? Pai, diz alguma coisa — Carol fala.
— O como é que é? — o velho levanta do sofá e me encara com o olhar em fúria.
— Estou grávida pai — Carol fala se levantando e ficando na minha frente. — O filho é
do Montanha estamos juntos já faz um tempo.
— CAROLINE COMO ISSO FOI ACONTECER? — grita o pai da Carol.
— A cegonha, tio, resolveu presentear a Carol e Montanha com um bebezinho — Eva
fala rindo.
— Sei bem a cegonha — Carol fala dando um sorriso discreto e rindo baixinho.
— Você é muito do safado, e desonrou a minha filha — o velho fala olhando para mim.
— Não tem amor no que tem no meio das pernas rapaz.
Olho assustado para o velho, olho para Carol e mentalmente peço ajuda para minha
sogra. Pelo visto ela entende e solta um grito.
— AH— grita a minha sogra.
— Mãe? — Carol fala assustada.
— Um netinho — a mãe de Carol fala levantando do sofá e abraça a filha. — Parabéns
minha menina, que essa criança seja bem-vinda. Enfim você vai desencalhar.
— Obrigada mãe — Carol abraça a mãe e as duas começam a chorar.
Eva se aproxima, as três se abraçam e começam a pular na sala.
— Tia, vou ter um sobrinho ou uma sobrinha — Eva fala rindo.
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— Parabéns para você também, grandão. Tenho certeza que vai ser um bom pai — minha
sogra fala saindo do abraço triplo e me abraçando.
— Obrigado — respondo desconfiado. Olho para o pai da Carol e ele continua sério
olhando para mim.
— Para de frescura no rabo homem, e vem parabenizar a nossa filha pelo nosso netinho
— dona Nice fala emocionada.
— Vou pegar meu facão — diz pai de Carol.
Como forma de proteção coloco as duas mãos tapando o meu pau.
— Não vai pegar merda nenhuma de fação. Vem aqui e dê os parabéns para eles logo,
para de ser um velho ranzinza. O cara veio aqui, já disse que vai casar, vai assumir a nossa filha
e o nosso netinho. Quer mais o quê? — minha sogra salvadora de genros fala.
Meu sogro se levanta desconfiado, e aperta a minha mão.
— Quando é o casório? — pergunta.
— Pai? — minha ruiva fala tentando cortar a fala do pai.
— Filha, ele desonrou você. Tem que casar agora — fala. — Casa ou fica sem os
documentos.
— Garças a Deus que ele desonrou nossa filha, ou a gente ia morrer e ela não ia nos dar
um netinho — minha sogra fala animada.
— Por um homem desse, até eu queria ser desonrada. Daria minha honra com todo prazer
— Eva fala rindo.
— O que você disse menina? — meu sogro pergunta.
— Disse que Montanha é um homem de virtude, um bom partido, Carol é moça de sorte,
tio — Eva grita para que ele ouça.
— Ah bom menina, então eu ouvi errado. Parabéns rapaz, seja bem-vindo a família, cuide
bem da minha filha e do meu neto. Eu tenho um facão, amolo ele com muito esmero toda
semana. Se você magoar minha filha sabe o que acontece com o seu documento — ameaça.
Nunca rezei tanto. Milagres acontecem, estou vivo, meu pau inteiro. Pensei que iria ser
pior. O importante é que estou inteiro.
Depois do sermão de quase uma hora, do pai da Ruiva enfim ele aceitou. A data do nosso
casamento já está marcada. Clarinha e Eva serão nossas madrinhas. Quero ter minha Ruiva como
minha esposa, usando meu nome. Vou cuidar dela e ama-la todos os dias da minha existência.
Carol me leva até o carro, ela está feliz, eu estou feliz, nossas vidas estão tomando rumo
juntas.
— Pronta para ser a Senhora Martines? — pergunto lhe dando um beijo na testa,
depositando a mão no seu ventre.
— É tudo que eu mais desejo — diz me abraçando.
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— Esse também é o meu desejo, você e nosso filho são as coisas mais importantes da
minha vida — digo tomando sua boca com um beijo.

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CAPÍTULO 29 — CAROL

Um mês depois...

Eu grávida, parece mentira, mas é verdade. Estou amando essa criança com todas as
minhas forças. Amando ver as modificações do meu corpo por carregar essa vida.
Hoje é dia de consulta do pré-natal e do ultrassom. Parece que depois que descobri a
gravidez, minha barriga cresceu do dia para noite. Já estou com 15 semanas de gestação. Dessa
vez Clarinha e Eva não vão estar presentes.
Clarinha resolveu se mudar para uma casa, ela e Marcelo chegaram ao consenso que
apartamento não foi feito para criar criança. Eva como tia babona foi ajudar Clarinha na
mudança e na decoração do quarto do bebê. Proibi ela de vir junto na consulta.
Antes que me esqueça ninguém tirou da cabeça de Eva adotar um cachorro, segundo ela
seria mãe de um cachorrinho de quatro patas já que não tinha ninguém para desonra-la. Na
verdade tem, depois da prisão da Camila, Ale foi atrás de Eva parecendo um cachorrinho com o
rabinho entre as pernas, mas ela não quis. Disse que não vai ser prémio de consolação. Que ele
vai ter que provar que gosta mesmo dela, enquanto isso ela está na pista.
Eva achou um filhote na rua e resolveu adotar ele, é um vira lata, colocou o nome de
Sandro, o nome é homenagem ao Ale, que foi feito cachorro atrás dela. Onde vai leva o
cachorro, segundo ela é a sua companhia, é melhor o Sandro de quatro patas que não vai a
abandonar ao Ale que tem duas patas e pode a abandonar a qualquer momento.
Tenho que tirar o chapéu para o Ale, pois o mesmo está disposto a conquistar Eva, e
recuperar o tempo perdido. Mesmo Eva dizendo que superou o amor que sentia por Ale, tanto eu
quanto Clarinha, Montanha e Marcelo sabemos que ela o ama, que só não quer dar o braço a
torcer.
Esse mês que passou muitas coisas aconteceram, como meu casamento que foi do jeito
que sempre sonhei: simples em uma manhã de domingo. Clarinha, Marcelo, Eva e Ale como
nossos padrinhos. Por incrível que pareça Sandro também foi no casamento, Eva colocou uma
gravatinha nele, treinou o coitado para entrar com as alianças, e ele fez o maior sucesso.
Quem fez sucesso também foi o Ale, subiu e cantou para Eva, mas isso não foi o
suficiente para amolecer seu coração. Ela fingiu que não sentiu nada, disse que o amor dele está
no xilindró. Esses dois tem muita história para contar, muitas emoções para ser vividas. Vão ter
que descobrir juntos qual será o melhor caminho.
Graças a Deus depois de três anos e meio, enfim eu e Montanha estamos no mesmo
caminho, seguindo as nossas vidas juntos, um do lado do outro.
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Nunca imaginei que eu pudesse ser tão feliz, que aquele Jogo de Desejo me faria hoje
uma mulher realizada, mãe e esposa.
Esse homem que está aqui do meu lado roendo as unhas, deu trabalho para conquistar,
mas todo meu JOGO DE DESEJO foi compensado, ele é meu. Meu homem, meu marido, pai
dessa criança que carrego. Sei que me ama, ele faz questão de dizer isso todos os dias e
comprovar com atitudes esse amor.
Olho para Montanha e o sorriso sai fácil, ele está nervoso e não consegue se controlar. Se
ele está assim em uma consulta de pré-natal imagine no dia do parto.
Se tudo correr bem, e se o nosso filho colaborar saberemos o sexo. Tenho o nome em
minha cabeça, eu e Montanha ainda não conversamos sobre isso, mas tenho certeza que ele vai
amar o nome que escolhi. Dizem que mãe sabe, sente se é menino ou menina. Eu sinto que sei o
sexo, quero apenas confirmar.
— Nervoso? — pergunto para Montanha que está roendo as unhas sentado do meu lado
esperando a nossa vez para a consulta.
— Muito! — fala me dando um sorriso amarelo.

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CAPÍTULO 30 — MONTANHA

Carol pergunta se eu estou nervoso. Nervoso é pouco, estou tenso, sei que é uma simples
consulta, mas hoje vou poder ver meu filho e escutar o seu coração batendo. Isso já é um teste
para cardíaco Não estou fazendo drama, é real. Só um pai sabe o que estou sentindo nesse
momento.
— Fica calmo, não dói nada — Carol fala dando um beijo em meu rosto.
— Estou tentando — digo beijando a sua mão.
— Caroline Martines, pode entrar — A atendente do consultório fala.
— Vamos? — digo dando a mão para Carol levantar.
Entramos no consultório, e cumprimentamos a Doutora. Puxo a cadeira para Carol sentar
e me sento ao seu lado.
— Como passou esse mês Caroline, enjoo, dores. Está se alimentando bem? — a doutora
pergunta.
— Passei bem, algumas emoções por causa do casamento, mas não senti nada de
anormal. Só um pouco de sono e uma fome mostro — Carol responde.
— Parabéns pelo casamento. É normal sentir esse sono e fome, durma bastante que é
bom para o desenvolvimento do bebê, cuidado no comer. Coma coisas leves e saudáveis, não
queremos uma mamãe com excesso de peso. Agora vamos ver como está esse bebê?
— Vamos — Carol e eu respondemos juntos.
Caminhamos para sala em anexo ao consultório para fazer o tão sonhado ultrassom, na
primeira não estava presente. Mas agora quero estar presente em todas consultas e ultrassons,
pois esse é o meu papel de pai e quero realizar.
Carol deita na maca, e a Doutora mede a pressão, a circunferência da barriga e diz que
está tudo bem. A Doutora senta na cadeira do lado da maca, levanta a blusa da Carol passa um
gel na sua barriga. Liga o aparelho.
Seguro a mão de Carol. Vejo o nosso filho no monitor, ele é lindo, nunca imaginei que
uma imagem em preto e branco seria tão linda.
— Olha papai e mamãe — a doutora fala.
Beijo a mão de Carol, e continuo olhando o nosso filho. Enquanto a doutora vai
mostrando as partes do corpo do nosso filho e explicando tudo.
— Já dá para saber o sexo? — Carol pergunta.
— Dá sim, querem saber? — pergunta.
Olho para Ruiva e balanço a cabeça. Quero muito saber se será um príncipe ou uma
princesa.
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— Queremos — Carol assente.


— Papai, o que você acha? É um menino ou uma menina? — a Doutora pergunta.
— Não sei, quero muito esse filho. — É a única coisa que consigo dizer.
— E você mamãe? — pergunta para Carol.
— Acho que é uma menina — fala com um sorriso no rosto.
Ela nunca me disse que tinha um palpite para o sexo do bebê, quando alguém perguntava
sempre disse que não queria opinar. Que iria esperar o dia do ultrassom.
— Parabéns papai e mamãe, está a caminho uma menininha. A mamãe está certa —
conta a doutora.
— Uma princesa? — pergunto olhando para a médica.
— Isso mesmo papai, uma menina — afirma.
Aperto a mão da Carol e beijo a sua testa.
— Nossa Mariane está a caminho — Carol fala olhando em meus olhos.
— Mariane? — pergunto com lágrimas nos olhos.
— Sim, a nossa Mariane, a nossa vida, que já amamos muito, e tenho certeza que lá de
cima a minha cunhadinha irá amar o nome da nossa filha, ela irá protege-la e guiar seus passos
aqui na terra.
— Obrigado, Ruiva — digo distribuindo beijos em seu rosto. Nossas lágrimas se
misturam.
Minha filha, minha Mariane, vem para esse mundo para marcar uma nova fase em minha
vida, em nossas vidas. Vem para esse mundo para dar novos rumos, novas esperanças, novo
sentindo. Veio trazer o brilho que faltava.

FIM

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EPÍLOGO

—Preguiçinha, preguiçinha. Vamos acordar! — digo tentando acordar a minha Ruiva.


— Mary está acordada?
— Ainda não, fui olhar e ela está dormindo. Hora do papai e da mamãe namorar um
pouco — digo cheio de desejo.
—Não quero. — Cobre a cabeça com o edredom.
Puxo o edredom, passo a mão em seu cabelo, desço e deixo a mão em sua cintura,
deposito beijos em seu pescoço.
—Só um pouquinho, Ruiva.
— Me deixa dormir — Reclama, vira de costas e arrebita a bunda.
— Assim você judia, vamos brincar um pouco — digo a abraçando.
— Não quero — diz manhosa.
— Vem Ruiva, seu parque de diversão está pronto para você.
— Não quero.
— Não estou te reconhecendo. Você nunca negou fogo, foi um sacrifício danado para
conseguir segurar na sua dieta quando Mary nasceu, mas esses dias está em uma preguiça.
— Hum... Sono, muito sono — diz se espreguiçando.
— Estou percebendo — digo sentando na cama e escorando as costas na cabeceira.
Carol puxa o edredom, e se enrola nele igual uma gatinha manhosa. Essa última semana
ela só come e dorme, está em uma preguiça.
Essa sua atitude me faz voltar ao passando e me lembrar que essa mesmo cena aconteceu
pouco mais de dois anos atrás
—Leãozinho!
—Hum.
— Queria comer um docinho.
Está se repetindo.
— Eu tenho um pirulito aqui debaixo desse edredom, serve esse — digo animado já
sabendo a sua resposta.
—Não, queria doce de doce mesmo.
—Está muito cedo para comer doce Ruiva.
—Por favor, só um docinho — fala fazendo bico.
Levanto-me da cama, vou na cozinha, pego um bote de nutella, uma colher e volto para o
quarto. Entrego para Ruiva, seus olhos brilham ao ver o pote, e logo começa comer.
Me sento na cama e fico esperando o próximo pedido.
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—Montanha?
— O que deseja, Ruiva? — pergunto já na expectativa.
— Eu quero seu pau com nutella.
Caio na risada e a abraço, distribuo vários beijos em seu rosto.
— Te amo, te amo, te amo. Obrigado Ruiva.
— Também te amo, mas por que está dizendo obrigado?
Passo a mão em seu rosto, beijo sua testa.
— Vem vindo o Enzo ai — falo.
— Será? — Ela me olha confusa. — Meu Deus eu fiquei uma semana sem tomar o
anticoncepcional.
— Enfim Mary vai ganhar um irmão — falo rindo.
— Mais um — Ruiva faz biquinho
— Nosso Enzo está vindo!
— Então vamos aproveitar, pois a quarentena mata — minha Ruiva fala se jogando em
meus braços.
Essa Ruiva me ganhou JOGANDO COM O DESEJO, o que era apenas um jogo, um
desejo, hoje é amor, é a minha vida, minha riqueza.

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AGRADECIMENTOS

JOGANDO COM O DESEJO, é o meu segundo livro de romance, foi tão difícil quando
o primeiro. Quando comecei a escrever estava grávida, a cada capítulo escrito minha gestação
estava mais avançada. Bruno Gabriel nasceu no meio da escrita do livro, depois de seu
nascimento foi muito difícil continuar a escrever. Mas eu consegui.
Por isso preciso agradecer primeiramente a Deus, por ter me guiado e me abençoado com
um filho lindo que amo muito. Segundo agradecer a todas as mensagens de leitores e amigas que
me incentivaram a não desistir e a continuar a escrita.
Agradecer a minha família, mãe, irmã, sobrinha e marido por sempre me incentivar.
Agradecer especialmente a Carol Cappia que disse “Vamos publicar eu te ajudo”, foi o
necessário para eu virar noites e mais noites em claro para enfim conseguir a publicação desse
romance.
OBRIGADA, SOU ETERNAMENTE GRATA A TODOS QUE ME AJUDARAM E
INCENTIVARM A CONTINUAR.

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JOGANDO COM O AMOR


PROLÓGO

Eu amo olhar em seus olhos, são de um preto tão escuro, tão intenso que quando me olha
eu sinto que ele consegue desvendar a minha alma. Eu não sei em que momento eu me apaixonei
por Alessandro. Talvez tenha sido quando ele me olhou pela primeira vez com aquele olhar de
menino travesso, que parecia me despir, ou talvez quando ele me abraçava sem motivos apenas
pelo simples fato de me abraçar, ou talvez tenha sido em uma das noites que ficamos até tarde na
janela conversando sobre livros, músicas, viagens e sonhos...
Eu não sei quando tudo começou, mesmo eu gostando do Alessandro eu nunca tentei algo
ou me declarei, talvez por medo de estragar nossa amizade. Até que um dia assim como ele
chegou ele se foi. A família resolveu mudar de cidade. Agora anos depois o reencontro na
faculdade, cursando o mesmo curso e na mesma sala.
Desde o primeiro momento que o olhei meu coração disparou, não o reconheci de
primeira, hoje ambos estamos mudados, não somos mais duas crianças. Depois de algumas
trocas de palavras acabei reconhecendo o meu primeiro amor.

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