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Como vão reagir quando descobrir que o passado pode estar mais
próximo do que imaginam?
ÍNDICE
SINOPSE
PRÓLOGO
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO CATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
EPÍLOGO
BÔNUS
AGRADECIMENTOS
OUTRAS OBRAS
Para todas aquelas que sonham com um
Príncipe encantado.
Cuidado!
Sapo.
PRÓLOGO
Sem pensar muito, corri para meu quarto, que era próximo à cozinha,
nos fundos da casa e entrei embaixo da cama.
O barulho assustador continuou por pouco tempo, até que tudo cessou.
Mesmo assim, o medo que senti me deixou tremendo e não consegui sair do
lugar, mesmo que estivesse escuro.
Em uma rapidez maior do que meu cérebro poderia processar, senti
uma mão grande em meus pés que me puxou para fora da cama. Eu só
consegui fechar os olhos e gritar.
— Não se preocupe, eles não vão mais incomodar você — sua voz
soou indignada e achei tão difícil isso acontecer. A vida toda, eles estavam
ali comigo.
Eu só conhecia a eles, a quem eu só poderia chamar de senhor e
senhora, nunca de pai e mãe.
— Vamos levar a menina pelos fundos. Ela não precisa ver a bagunça
que fizemos na sala. — O homem que me puxou foi firme e a policial
acenou positivamente.
Eles não perderam tempo e fui levada para um carro, nos fundos da
casa.
— Você vai para Paris, onde uma moça que cuida de crianças como
você vai te ajudar. Espero que consiga pais decentes dessa vez. — Estremeci
com a fala da mulher gentil. Como assim “pais decentes”?
— Onde estão meus pais? — sussurrei baixinho para ela, que entrou
no carro comigo.
— Eles te ensinaram?
Neguei com a cabeça.
— Pois seu nome será Belle de agora em diante e os livros vão ser sua
companhia. — Senti verdade em suas palavras.
— Será que foram eles que a sequestraram? — O homem se sentou à
frente do volante, voltando a deixar o clima pesado.
— Espero que sim, Noah. Quero muito desenvolver esse novo projeto.
Sorrio cheio de boas intenções, pois ainda faltam algumas horas para
eu encontrar os Durand.
— No final, tudo que você quer é uma boa foda. — Noah gargalha.
— Ahh, e você é o sócio santinho?
— Só durante o expediente. — Noah deixa subtendido.
— Meu contato foi com Victor, o filho mais velho, e senti bastante
confiança nele. Eles parecem ser uma família bem discreta, ninguém tem
uma rede social e raramente vão a eventos. Conseguimos algumas fotos da
família na Vinícola que eles têm. Lá também é um local de equitação.
— Está com elas aí? — Gosto de ter uma visão de quem vou
encontrar.
Todos se sentam novamente. Belle fica entre a mãe e Noah, que logo
engata uma conversa amistosa com a mulher que desejo.
Se senti ciúmes? Óbvio que não. Meu amigo e eu temos um acordo de
nunca atravessar a conquista do outro, a não ser que haja um acordo mútuo e
ela queira nós dois na cama.
— Acho que podemos nos dar bem como sócios — continuo, falando
a última palavra bem devagar. Pena que a garota não me olha diretamente
para saber sua reação.
Oliver Megalos, sua fama te precede. Nem sei porque estou tão
surpresa com a proposta. Homens safados reconheço logo, pois meu irmão é
exatamente do mesmo jeito, embora bem mais discreto do que esse sentado
ao meu lado.
— Eu não sou como as mulheres que você sai, Sr. Megalos — enfatizo
o sobrenome para deixar clara a minha posição. Me afasto dele e do seu
toque que me deixou sem jeito. Mais cedo, senti como se uma corrente
elétrica percorresse meu corpo quando nos cumprimentamos e agora, só dele
me olhar.
— Óbvio que não é. Provavelmente será minha sócia. Nunca misturei
trabalho e prazer, mas seu jeito mexeu comigo, Belle. Quero você em minha
cama hoje. Prometo que não irá se arrepender. — Se inclina em minha
direção, nos deixando mais próximos. Tão próximos que sinto seu hálito da
bebida que pediu.
— Acho que não entendeu, não sou o tipo que cai de cama em cama,
Sr. Megalos — repito o sobrenome para irritá-lo e uma pequena inclinada
dos seus lábios para a esquerda, me mostra que consegui meu intento.
Quero que ele desista logo de mim para poder voltar ao meu quarto e
terminar um romance que estava lendo em meu kindle quando meus pais me
obrigaram a ir a esse jantar. Achei que só precisava ir à reunião final.
— Sei que não, mas entendo que tem suas necessidades, assim como
tenho as minhas. Sendo discretos, não vai ser problema para ninguém. —
Pisca de um jeito que seus olhos verdes quase me hipnotizam.
— Sou virgem, Sr. Megalos — solto logo a verdade para me livrar
dessa conversa desconfortável.
— Ok, até aceito esse papinho de “não cair de cama em cama”, mas aí
ser virgem?
— Não é “papinho”. — Me levanto e ele também.
— Não, Sr. Megalos. Eu só quero que seja alguém que desperte essa
vontade em mim.
Opa! Acho que falei besteira.
Claro que na vida real, os canalhas nunca seriam bons maridos. Olha
só para o Sr. Megalos. Ele tem cara que nunca vai se apaixonar. Nos livros,
seria o clichê perfeito. Um enemies to lovers ou ele se apaixonar pela
secretária seriam livros de sucesso.
Só de lembrar daquele cretino, percebo que ele quase me pegou de
jeito. Se fosse menos convencido, talvez aceitasse o convite. Como diz a
famosa frase: “o que acontece em Vegas, fica em Vegas”.
— Muito! — Sua postura fica mais séria. Não encontro mais o Oliver
Megalos que conheci ontem. — Onde está seu pai e seu irmão?
— Atendendo uma ligação e o Sr. Walker? — pergunto pelo outro
sócio.
— Sei superar um fora, mesmo que não seja comum. Se lembra que
foi com a ruiva da piscina que passei a noite? — Elevo uma das
sobrancelhas.
— Olie, eu vi como foi o primeiro contato dos dois e garanto que
houve um encantamento mútuo.
Reviro os olhos.
— Eu diria atração. Se fosse “mútuo”, ela teria aceitado meu convite.
— Quer dizer que vai tentar algo com ela? — Se aproxima, todo
curioso.
— Vou, mas não serei tão afoito. Ela vai descobrir aos poucos como é
bom estar na cama comigo.
— Te desejo sorte, Olie. Aquela ali não vai ser fácil de dobrar. Bem,
vamos trabalhar?
— Mande me chamar um pouco antes da reunião. — Me levanto e
abro a porta.
— Hoje vou avaliar os dois na boate. Avisei a Noah para não ter tanto
coração aberto. — Cruza os braços.
— Espero que ele tenha te escutado.
O que mudou?
— Olá, Oliver. Como estão? — o francês é simpático ao me
cumprimentar e estendo a mão para ele.
Faço o mesmo com sua irmã, só que com ela, sinto uma certa
eletricidade ao nos tocarmos, como aconteceu em Vegas. Pela sua reação, ao
quebrar rapidamente nosso contato, ela teve a mesma percepção que a
minha. Aí está a minha curiosidade. Por que ela não aceitou meu convite,
então?
Afasto esses pensamentos e os apresento a Rick. Agora não é o
momento de entender o porquê dessa mulher me atrair tanto.
— Minha irmã não é fã de locais cheios. Fico feliz que sua boate tenha
essa privacidade. — Victor sorri e nos chama para a reunião.
Rick se despede e seguimos, os três, para o andar superior.
— É bem agradável aqui. — Vou até onde está o parapeito e vejo uma
multidão já aglomerada e dançando conforme a música. Me balanço um
pouco, ainda tímida.
— Pode ficar à vontade para dançar. Ninguém vai ver daqui, sócia. —
Oliver se aproxima demais de mim e sinto um arrepio ao escutar ele me
chamando de sócia, em um jeito bem erótico.
Olho para o lado e vejo que Victor e Noah estão de costas para nós,
pegando uma bebida no bar. Nem para meu irmão prestar mais atenção em
mim nessas horas, reclamo em pensamento.
— Sim e em todas que você tentar. Não daria certo, Oliver. Para a
mulher, o sexo vai além do desejo carnal. É preciso ter um sentimento, nem
que seja um bem querer.
— Por isso não fez ainda?
Assinto e quando penso que ele vai recuar, se aproxima mais, tocando
nossos corpos.
— Sou um cara legal, meio nerd, mas Noah pode atestar a veracidade
das minhas palavras.
Socorro de novo! Tenho uma calcinha destruída. Por que esse homem
me faz ter pensamentos tão libidinosos?
Vou precisar de muita meditação para resistir. Respiro forte, tentando
conter tantos pensamentos proibidos que passam pela minha cabeça, que eu
só conheço dos livros.
Não espero pela sua resposta e peço uma bebida doce e leve. No
Brasil, Carina me apresentou a caipirinha e outras bebidas com frutas. Nem
preciso dizer que me apaixonei. Pena que na França não encontramos.
Acredito que aqui também não vou achar. Com o drink na mão, me sento à
mesa ao lado do meu irmão. Oliver já estava ali. Os homens estão com um
copo de Whisky cada.
Sophie:
Chegou bem?
Eu:
Sim.
Eu:
Sophie:
Sophie:
Mentira mesmo.
Eu:
Ia amar sua companhia aqui.
Mostro a foto de Sophie e o chamo para uma selfie. Ele faz uma careta
e bato a foto assim mesmo. Mando logo antes que reclame.
Sophie:
— Até agora não sabemos quem era que estava falando com você,
Belle — Noah eleva as sobrancelhas. — Pela reação de Victor, ele conhece.
— Tem mulheres que devemos nos manter longe. — Noah pisca para
mim.
— Sabia que você tinha percebido! Por que não interferiu? Meu irmão
ciumento ficou em Paris?
— Queria te ver dando o fora. — Ri alto. — Vou adorar observar
Oliver cair do cavalo.
Ok, agora Victor Durand voltou a ser ele mesmo. Não que eu goste de
ver meu irmão batendo em alguém. Só estava achando estranho. Desde meus
doze anos que ele é protetor comigo. Foi muita sorte eu ter beijado na boca
quando tinha catorze e ele não saber. Agora, minha virgindade é muito
preciosa para mim. Não entregaria para Oliver ou qualquer outro em algum
momento de loucura.
Seguro a mão que ele estende para mim e me sinto segura, assim como
anos atrás quando Sophie me encontrou.
CAPÍTULO CINCO
— Rick, quero que investigue uma tal de Sophie que é amiga íntima
dos Durand. — Entro com Noah no escritório dele na boate.
— Oi, Rick, como vai? — meu amigo brinca comigo, com um sorriso
irônico nos lábios. Ele sabe o tanto que sou direto. — Por que está nesta
curiosidade com a francesa? — Cruza os braços.
— Olie se apaixonou, Rick, e quer disfarçar querendo investigar a vida
dela.
Pode ser por interesse ou não, mas eu sinto uma vontade incontrolável
de saber tudo sobre essa mulher.
— Mandei as informações para a equipe. Talvez não tenhamos nada
concreto agora. Se já se divertiram, podem ir para casa. Quando eu souber de
qualquer coisa, receberão uma mensagem imediatamente.
Me dirijo ao meu quarto, tiro minha roupa, jogo no cesto de roupa suja
e faço meu asseio. Quando termino, visto a parte de baixo do meu pijama,
pego meu celular e me jogo na cama. Meu coração acelera com mensagens
no grupo que tem Rick, Noah e eu.
Rick:
Os Durand têm amizade com uma policial.
Investigando ainda.
Eu:
Ou não.
Eles não são do tipo que fazem amizade com pessoas comuns.
Noah:
Espero que essa paranoia não seja por causa de Belle e seu interesse
por ela.
Eu:
Talvez...
Noah:
Brincadeira, Olie.
Temos que ficar precavidos.
Eu:
Estava nos espionando?
Rick:
Só fazendo meu papel.
Rick:
Sabem qual é a minha preocupação?
Noah:
Victor é simpático demais e Belle é uma princesinha.
Eu:
Mais uma verdade incontestável.
Rick:
Vão dormir.
Assim que tiver mais notícias, os comunico.
Já basta o chefe!
— Meu pai quer que eu faça um relatório do progresso do projeto, Sr.
Megalos — enfatiza meu sobrenome, enquanto se senta —, como Victor está
analisando números com Noah... — Cruza as pernas insinuantes e fico na
dúvida se ela está ciente do gesto.
— Ainda vai implorar para eu te foder com força, sócia. — Pisco para
ela. — Só não pode se apaixonar. Eu não sou o príncipe encantado que você
espera. Só posso te dar uma noite de sexo e mais nada.
— Meu Deus, como é convencido. — Revira os olhos e imagens dela
fazendo isso enquanto meu pau está dentro da sua boceta surgem na minha
mente criativa.
Aquela garota me desperta algo que não entendo, me faz querer ser
simpático. Não entendo o porquê da necessidade de tê-la por perto.
— Hum, vou precisar ir às compras quando sair daqui. Não vivo sem
colocar nada doce na boca. — Faz uma cara marota, mas sua última frase me
fez criar novamente imagens bem picantes dela usando a língua em meu
membro, saboreando, como uma sobremesa.
Rick:
Nada ainda.
Acho que estamos procurando no lugar errado.
Assinto e saio da galeria. Como hoje é sábado, vou ao salão cuidar dos
cabelos e acabo fazendo uma sessão de massagem relaxante. Nova Iorque é
uma cidade intensa e se não me cuidar, me desconecto do meu eu.
Preciso desses momentos de calmaria.
— Chamei os caras para vir beber e jogar pôquer hoje aqui em casa —
Victor está sentado no sofá e me avisa quando entro na sala.
— Vai precisar que cozinhe algo? — Lembro logo de mamãe, que
detesta fazer as coisas de última hora.
— Está se sentindo muito só aqui, né? Por que não passa o próximo
final de semana em Paris ou no Brasil com aquela sua amiga?
— É uma ideia a se pensar. Acho que vou chamar Evie — a secretária
dos sócios, que eu fiz amizade, no meio de tanta testosterona — para sair
hoje.
— Ela parece uma boa companhia para você. — Alisa meus cabelos.
— Está cheirosa, irmãzinha. Só me avise onde vai para armar um bom
esquema de segurança.
Pisco para Victor, pegando o celular na bolsa para discar para ela. A
chamo para comer uma pizza, mas ela me convence a ir a um barzinho em
um hotel em Nova Iorque, do marido da minha amiga Lilian. Combinamos
que vou pegá-la no Soho, onde mora, e de lá iremos nos divertir.
— Preciso me arrumar. Ainda bem que fui ao salão hoje. — Me
levanto animada por voltar a ter uma vida social. Me isolei por tempo
demais quando cheguei aqui.
— Nem precisa de tanto para estar linda. — Quem tem um irmão que
te coloca para cima levanta a mão?
Jogo um beijo para ele e vou para meu quarto. Duas horas depois,
estou pronta e vou para a sala.
— Acho que vou precisar de mais homens para dar conta dessa dupla
hoje. — Rick coça a cabeça e pega o celular. — Quando quiser ir, já está
tudo pronto.
— Divirta-se, irmãzinha. — Victor me abraça e me despeço dos
rapazes.
— Ah, se você soubesse. Tem gente ali que só tem cara de santinho.
A vontade de saber sobre Oliver é grande. Quem é esse homem? Me
seguro porque chegamos ao nosso destino. Os seguranças nos escoltam e, de
pé, percebo como minha nova amiga está linda. Evie é ruiva, branquinha e
ainda está usando vermelho.
— Está vestida para matar — brinco com ela, que mexe as mãos em
sinal de desmerecimento.
— Você também, Belle. Muitos olhares para você.
— Para nós duas, Evie. — Nos sentamos em uma mesa que meu irmão
reservou.
— Eu também sou, Evie. É tão difícil ser assim tão solta. Olha a nossa
volta como as mulheres daqui agem? Como conseguem ser sedutoras? Eu
amo dormir com pijama de estampas de flores e bichinhos.
— Te entendo, são tão confortáveis. — Me dá um olhar de
cumplicidade.
— Ele conhece a irmã que tem. Belle, como sua nova amiga te dou um
conselho, segura esse coração para não sofrer. Nós somos muito parecidas.
Agimos mais na emoção, com o coração. Os quatro são o contrário.
— É bem por aí. Eu jamais iria para a cama com um homem e depois
fingir que nada aconteceu.
— Quer saber de uma coisa? Vamos dançar para tirar esses cafajestes
da cabeça? E, de preferência, atrair um verdadeiro príncipe?
Tiro meu sapato, prendo o cabelo e vou para a cozinha. Lavo as mãos
e quando estou pegando os ingredientes no armário, sinto uma mão em
minha cintura. Nem preciso me virar para saber que é meu sapo encantado.
Reconheço o toque dele de olhos fechados. Seu calor é inconfundível.
CAPÍTULO SETE
— Já disse que não sou o príncipe que espera, garota, mas posso te
ensinar coisas que eles não sabem.
— Como quebrar um coração?
Me afasto com suas palavras. Ela tem razão. Demorei duas semanas
para enfrentar o que estava sentindo e esquecer a minha paranoia de achar
que estou sendo espionado. Não era a recepção que esperava, mas
compreendo.
— O que queria pegar quando cheguei?
Belle explica que fez a versão de colher, pois achou mais rápido do
que enrolar de um em um. Mesmo não sendo fã de doce, provo a iguaria. É a
primeira mulher, além de alguma empregada, que faz comida para mim. De
certa forma isso me tocou e elogio o sabor do chocolate.
Belle fica com a gente por mais alguns minutos e se despede. A
acompanho com o olhar até que saia da minha visão.
— Ah, Belle, eu não conheço o amor, não posso te dar o que não sei
— falo para mim mesmo e adormeço lembrando do seu cheiro único.
— Olie, sobre o que disse ontem... — Bingo. Rick inicia quando faz o
primeiro movimento.
— Não vou mudar de opinião. Eu sei que suscitei a dúvida nesse
tempo todo, mas eu estava errado e reconheço. Eles são pessoas do bem e
vida que segue.
Fiquei sem essa resposta até o dia seguinte, quando entramos juntos no
elevador do nosso prédio. Queria falar com Victor, que saiu mais cedo do
trabalho. Nos encontramos na garagem e resolvi pegar o elevador social com
ela.
— Soube que seu irmão foi se encontrar com um possível
investimento hoje — comento despretensiosamente.
— Tão linda, tão macia. — Me aproximo mais dela e vejo que posso
matar um pouco do meu desejo por ela.
Finalmente ela consentiu!
Como uma fruta que quero saborear, toco meus lábios nos dela, que
entreabre, em um convite explícito para que minha língua possa explorar a
sua. Nosso primeiro beijo começa devagar e com cuidado. Uma das minhas
mãos a puxa, pela nuca, para que se aproxime mais. Agora que a provei,
quero mais e mais.
— Olie — sussurra em um dos momentos que paramos para tomarmos
fôlego.
Deus, por que fui me deixar levar desse jeito? O que esse homem tem
que não consigo me controlar ao seu lado.
Mas parece que meu sapo encantado não desiste. Seu olhar queima
sobre mim, eu sei, só não tenho coragem de retornar.
— Belle, olha para mim — o tom em sua voz é impositor e só não
obedeço porque a porta se abre no meu andar.
— Sinto muito, Olie — é a única coisa que falo antes de sair correndo
até meu apartamento.
Ele não me segue, o que agradeço mentalmente. Me sinto sortuda
também por não encontrar Victor e não precisar falar com ninguém. Não
agora. Primeiro aconteceu a crise de pânico por estar em um lugar escuro e
apertado — como debaixo daquela cama em meu antigo quarto — e depois
por beijar quem não devia.
Era para ser apenas um acordo de negócios. Por que complicar tanto
assim? As lágrimas que retesei até agora caem enquanto tiro meu casaco e os
sapatos, me jogando na cama, em seguida.
— Belle, recebi agora uma mensagem de Oliver. Vocês ficaram presos
no elevador? — Meu irmão entra em meu quarto sem bater.
— Ele me contou que estava bem abalada. Teve mais uma crise? —
Ele se deita na cama comigo e me abraça. Involuntariamente lembro de
Oliver e seus braços quentes e protetores. Mesmo assim, aos poucos, vou me
acalmando com seu abraço fraterno.
— Vou pedir para fazer um chá calmante — avisa quando vê que estou
melhor e eu me levanto para ir ao banheiro, me recompor um pouco. — Que
tal um banho? Eu trago sua bebida favorita aqui. — Pisca para mim e eu
sorrio.
Meu irmão é meu porto seguro. Podemos não ter o mesmo sangue,
mas isso nunca chegou a ser importante. Conheci os Durand quase dois
meses depois que estava em Paris. Eles queriam adotar uma criança maior,
pois Victor estava com dez anos e não tinham mais vontade de cuidar de um
bebê. Eu entrei na lista para adoção e nos apaixonamos logo de cara. Foi
uma sintonia mútua e de lá para cá, sempre cuidamos um do outro.
Entro no banheiro e molho meu corpo todo, como se fosse para tirar
toda a experiência de mais cedo da minha cabeça.
Sempre quis saber de onde vim, mas agora apenas dou de ombros.
— O mundo é gigante, Vic. Posso ser de qualquer lugar. — Me recosto
no travesseiro. — Você percebe que quase nunca viajamos para conhecer
algum país? Apenas a trabalho?
— Deus não seria tão ruim assim comigo. Mas tomo meus cuidados.
Noah e Olie são mais relapsos.
— Como assim? — Ah, é só ouvir o nome dele que a curiosidade
aparece.
Assinto com toda força. Nem sei por que ele fica dando em cima de
mim, uma garota virgem e inexperiente como eu.
— Ei, está tomando os remédios para ansiedade? — Os tomo desde
que completei 16 anos.
— Sim, Vic. Acho que a crise foi pela circunstância, o gatilho do lugar
escuro. — Sempre acho que coisas ruins acontecem quando não temos luz.
Durmo até hoje com uma luminária que deixa o quarto na penumbra. — A
última foi há cinco anos, quando estava na faculdade, lembra?
— Como não? Mas agora é o momento de coisas mais alegres. Quer
assistir algum filme?
Vamos para a cozinha e ele faz muitas piadas. Com certeza quer deixar
o ambiente mais leve. Sua comida sai gostosa, apesar dele levar muito tempo
para fazer algo tão simples. Ainda o faço prometer não alarmar nossos pais
contando o que houve.
— Só se você procurar seu terapeuta e falar o que houve — é direto e
eu concordo.
Oliver:
Me desculpe, ma belle[4].
— Me dá um motivo?
— Eu não sou como as mulheres que você anda. Olie, eu sou virgem.
Tenho pouca experiência com o sexo masculino. Na verdade, quase
nenhuma.
— Nunca disse que era como elas. Eu quero você, Belle, exatamente
como é. — Toca em meu cabelo com delicadeza.
— Não me sinto pronta para transar, Oliver. Sinto muito. Pode ir
embora. Aqui não vai encontrar a diversão da noite comigo. — Me levanto e
vou para a varanda tomar um ar. Nova Iorque está com uma noite de clima
ameno.
CAPÍTULO NOVE
Não estou disposto a desistir tão fácil. E olha que não é por querer
sexo agora. Me contento em beijar sua boca carnuda. Pego um dos
chocolates que comprei para ela e vou ao seu encontro.
— Eu não tenho medo do Victor, mas aqui tem câmera? — Pisco para
ela.
— Tem certeza que vai atender? — pergunto esperançoso que ela não
quebre o clima. Eu estava quase lá.
— Sinto muito, Olie. Minha família mora fora.
— Não era assim que eu queria, Belle. Mas não posso estragar nossos
negócios. Vou arrumar uma forma de te beijar sem ele saber. — Eu sei que
ela não iria ceder agora. A garota francesa tem um vínculo enorme com a
família.
— Está falando sério?
Tudo bem, por Belle Durand faço o sacrifício de usar minhas mãos. E
pensar em trazer ela para minha casa, meu santuário.
— Vou usar a nave agora — aviso a Zeus.
Do jeito que estou alerta, jamais iria conseguir dormir. Sem contar que
ainda são dez horas da noite.
Entro no compartimento que apenas eu tenho o poder de entrar. Aqui
tem uma réplica do que há de mais moderno em termo de tecnologia,
algumas que eu criei e ninguém tem acesso, assim como o projeto que estou
ainda desenvolvendo. Noah e Rick sabem apenas do que se trata. O resto do
mundo nem imagina que em um prédio de elite existe alguém que está
fazendo algo tão impactante, mesmo em um estágio inicial.
Meu celular toca e eu olho com desejo que seja Belle. Bingo!
Belle:
Acho que nunca agradeci pelas músicas.
Muito obrigada!
Elas estão me deixando mais calma.
Eu:
Belle:
Jura?
Eu:
Belle:
Convencido.
Eu:
Sou mesmo.
Belle:
Nunca duvidei.
Eu:
Já disse, ma belle.
Você me atrai.
Belle:
Belle:
Com outras?
Merda.
Eu:
Belle:
Eu:
Pena que não consegui sentir o gosto direto dos seus lábios.
Belle:
Realmente uma pena...
Boa noite.
Não acredito que ela solta isso e se despede. Para quem é tão pura,
parece saber muito bem como me deixar doido.
Eu:
— Olie, pelo que te conheço, sei que pode machucá-la. Belle é muito
romântica e está esperando um príncipe ainda. Você não é nada disso. Se
afasta, pelo bem dela — Victor tenta me convencer mais uma vez.
Oliver:
Não foi fácil encontrar com Victor no domingo e ele reclamar comigo.
Me senti como se fosse uma garotinha fazendo algo errado. O problema, é
que não consigo encarar como um. Claro que sei que estar com Oliver
Megalos é brincar com fogo a todo momento, inclusive agora.
Vejo que Noah e Victor estão distraídos com alguns números e aviso
que vou sair para arejar a mente. O sócio americano ainda me olha elevando
uma sobrancelha, mas meu irmão nem responde, tão concentrado que está.
Nunca gostei de mentir para Victor, por isso escolho uma meia-
verdade. Saio da sala sem nem cumprimentar Evie, de tão ansiosa que estou
para encontrar aquele que vem mexendo comigo desde que nos conhecemos,
em Vegas.
Olho chocada para ele por saber qual é minha bebida favorita.
— Te quero tanto, Belle. Quanto mais te beijo, mais quero estar com
você, entende isso? — Segura meu rosto com suas mãos e volta a me beijar.
E assim, começa minha saga de encontros secretos com Oliver
Megalos, onde eu aprendi algumas coisas sobre ele e a me soltar mais.
— Ma belle, tão linda, doce e pura. Como é que você provoca tanto
tesão em mim?
Antes que eu responda, ele me dá mais um de seus beijos, que me
deixa mole.
— Ei, nada de mudar esse semblante. Quero ver você sorrindo ao meu
lado. — Me dá um monte de beijos no rosto e eu sorrio, manhosa que sou.
— Vamos lá para meu quarto? — continua me fazendo a mesma
proposta desde que passei a frequentar sua casa e ainda não aceitei.
— Acho que me olhar é bem melhor que o meu quarto. — Ele eleva
uma sobrancelha, em um estilo bem charmoso e eu o chamo para perto de
mim.
— Olie, não me sinto pronta para perder a virgindade.
— Existe algumas formas de prazer que te mantém intacta.
— Convencido!
Sinto tanta verdade ali que resolvo me abrir. Se ele me achar feia, vai
ser um pretexto para fugir antes que me apaixone mais. Sim, estou
apaixonada por ele, embora tenha conseguido evitar demonstrar o que sinto.
— Como se livrou disso? — Seus punhos estão fechados e sei que não
quer ouvir mais sobre essa parte da minha vida.
— Sophie e sua equipe de policiais me acharam. — Não conto sobre
ela ser da Interpol, pois essa informação pode cair nas mãos de gente errada.
— Receberam uma denúncia que havia uma criança naquela fazenda. Eles
investigaram e chegaram até lá.
— E os Durand?
— Não sei. Parece ser gente perigosa, por isso a polícia apagou
qualquer registro meu sobre a adoção. Não queriam que eles chegassem a
mim novamente.
Por isso que a partir desse momento, não a deixarei mais chorar. Ao
meu lado, darei o que eu conseguir para fazê-la feliz.
— Eu te acho ainda mais incrível por ter dado a volta por cima, ma
belle. Prometo não te machucar. — Deito na cama e a puxo para meus
braços. A abraço apertado até que sua respiração se acalme.
Maravilhoso!
O beijo vai ficando mais intenso e o clima também. Um calor vai
subindo pelo meu corpo e parte do meu sangue se concentra no meio das
minhas pernas.
— Quero você, Belle. Me deixa provar seu sabor? Prometo que vai
continuar virgem. — Apalpo sua bunda e roço meu pau em sua boceta
coberta por tecido.
Ela não responde com palavras e sim com o aprofundamento do beijo.
Inverto nossas posições porque sou mandão mesmo na hora do sexo.
— Se sentir que está além do seu limite eu paro, ok? Pode falar se
gostou e como quer. — Detesto mulheres caladas nessa hora. A participação
é superimportante para atingir o clímax.
— Por enquanto, está maravilhoso.
Minha resposta vai com uma leve mordida em seu pescoço, deixando-
a arrepiada.
— Seus seios são perfeitos, Belle. Olha como cabem na minha mão?
— Os apalpo com vontade. Afinal foram meses até poder tocar
apropriadamente nesta mulher.
É lindo de ver.
— Seu desejo é uma ordem, ma belle. — Volto a chupar seu seio
direito, enquanto apalpo o outro.
Ela geme e arranha minhas costas de leve. Agora sou eu que arrepio e
sinto meu pau pedir para sair e brincar também.
Calma que não é a hora, amigão.
Desço mais um pouco e tiro seu short curto, que mexeu com meu juízo
desde que ela apareceu aqui, realçando mais ainda sua bunda que um dia vou
querer provar.
Toco em seu rosto macio, de porcelana e ela suspira. Ok, vamos aos
poucos. Desço minha mão aos poucos, tocando em seus seios no meio do
caminho e fazendo círculos junto ao seu umbigo.
— Acho que está muito vestido. — Seu olhar está mirando minha
bermuda, mas eu tenho certeza que ela quer ver além.
O que fizeram com minha sócia?
— Toca, gatinha. Ele é todo seu. — Coloco sua mão novamente nele e
a ajudo a movimentar.
Quando eu tiro a mão por cima da dela, ela também tira. Com certeza
ficou envergonhada.
Toco por cima dos seus grandes lábios e ela estremece. Vou colocando
a língua devagar, experimentando seu sabor, que é mais doce que o
brigadeiro. Ouso dizer que é o melhor do mundo até hoje. Não há nada que
supere ter Belle Durand em minha cama, toda entregue a mim e eu ser o
responsável por lhe dar prazer.
Aumento o movimento da língua porque está tão gostoso. Seu gemido
e vê-la se contorcendo, faz meu membro formigar. Ele está duro como pedra.
— Isso, ma belle, se solta. Deixa tudo vir. Esse prazer é todo seu. Não
reprime nada. — Sorrio vendo-a atingir seu próprio ápice.
Enquanto a olho, toco em meu pau e em poucos movimentos, ele joga
para fora todo o tesão que estava acumulado por ela. Me jogo ao seu lado,
ainda sem me limpar. Nunca em minha vida, gozei ao ver uma mulher
fazendo o mesmo. Eu disse que ela tinha algo diferente, que me deixava
louco e a prova está bem aqui.
— Olie, o Victor...
— Seu irmão está em Paris, ma belle. Não ia te deixar sozinha depois
de hoje, do que me contou e do nosso momento.
— Agora você entende por que eu sempre te peço para que não a
machuque? Também não quero que conte a ninguém.
— Não vou. E depois do que eu soube, ela vai ficar aqui comigo.
— Vou avisar para uma parte dos seguranças ficarem na porta da sua
casa. Olie, se você encostar seu pau nela, saiba que será a última vez que
irá usar.
Sinto muito, Vic, mas é impossível não tocar na sua irmã. Porém, vou
tentar manter minha promessa de não tirar sua virgindade.
A não ser que ela queira.
Sem contar que ontem me entreguei a ele sem pudor. Várias vezes.
E queria mais.
— Por que “sapo?” — Faz as aspas com os dedos, elevando uma das
sobrancelhas.
— Você já disse que não era o príncipe. — Dou de ombros e deixando-
o concluir o resto.
— Acho uma ótima ideia. — Tenho certeza que se passar o dia aqui,
minha virgindade será coisa do passado.
Quando fica pronto, saímos de mãos dadas da casa dele, que avisa aos
seguranças dos nossos planos. Descemos o elevador e Olie dá um sorrisinho.
Provavelmente lembrando do nosso primeiro beijo.
— Você me deixou viciado em seu beijo, sócia. E ontem, descobri um
outro tipo de vício — sua voz sai sussurrada em meu ouvido quando
chegamos em minha casa.
— Quero você, ma belle — sua voz sai sedutora, ele apalpa minha
bunda e morde minha orelha.
Gemo com o estímulo gostoso e certo. Ele parece saber onde me tocar.
— Não está enjoado de mim?
— Resumindo, eu nunca recebi amor dos meus pais. Sempre fui criado
por funcionários. Minha única relação de afeto até hoje foi com Noah. A
relação dos meus pais era estranha, nunca consegui entender como
funcionava. Dormiam em quartos separados, mas quando tinham festas,
pareciam o melhor casal do mundo.
— Casamento por conveniência? — presumo e ele afirma que sim.
— Você chegou ao meu ponto, ma petit. Não posso mentir a você que
nunca fiz sexo a três ou quatro, mas foram com pessoas descomprometidas.
Só que o efeito colateral quando descobri a podridão que era a vida dos ricos
de Nova Iorque, foi me fechar ao amor.
— Acho que estamos no mesmo barco, Olie. Nenhum dos dois está
entendendo por que quer tanto a presença do outro.
— Para mim, nós temos que ficar mesmo juntos e descobrir o que está
acontecendo.
Foi assim que se iniciou uma rotina gostosa e bem prazerosa entre nós
dois.
Sorrio lembrando de como está gostoso passar esses dias com Belle.
Nunca imaginei que ia estar tão viciado nela quanto estou. Pena que está
acabando. Victor chega hoje da França e Belle está arrumando algumas
coisas suas que deixou nessas duas semanas que passou em minha casa. Não
estamos namorando, mas caminhando para isso.
Hoje quando meu “cunhado” chegar, vou conversar com ele e deixar
bem claro o quanto gosto da irmã dele. Nesses momentos de convivência e
muitas revelações, percebi por que a quero tanto ao meu lado.
Estou apaixonado e, se possível não vou deixar ela nunca.
— Como não, Olie? Essa não é minha casa. — Vira de frente e coloca
as mãos na cintura, mostrando um certo drama.
Prendo o riso. Com Belle consegui ficar mais solto. Não foi só ela
quem tem aprendido. Noah disse que estou menos carrancudo e que tenho
mais um assunto para falar. Nem retruquei. Meu amigo está falando a pura
verdade.
— Mas é tão bom te ter aqui, ter esses produtos com seu cheiro. — A
enlaço pela cintura e dou um selinho.
Tão bom vê-la amolecer em meus braços. É uma sensação gostosa
demais.
— Eu sei que não, mas prefiro conversar com meu irmão antes.
Sempre fomos honestos um com o outro.
— Ok. — Penso em falar que também vou me reunir com ele, mas
deixo para ser mais uma surpresa. — Já está pronta?
Ah, esses lábios sedutores. Espero que em breve, meu pau possa ser
agraciado com essa boquinha gostosa.
— Uma pena que não almoçaremos juntos hoje. — Belle me tira dos
pensamentos devassos e eu volto à realidade, a uma fria sala de negócios.
— Teremos outros dias. — Pisco para ela. — Final de semana estou
livre, gatinha — sussurro em seu ouvido antes de sair da sala de Noah e ir
para a minha resolver a papelada.
Eu:
Me aguarde nos nossos momentos de folga.
A vejo digitando e a resposta vem rápida.
Belle:
Posso criar expectativas?
Eu:
As melhores possíveis.
— Vou agendar para semana que vem uma reunião com Sr. Walker e
mostrar a ele nosso novo produto — aviso a minha equipe e chamo os mais
competentes para estarem comigo lá em cima.
Sinceramente, ele não foi ríspido e tem toda razão. Só frequento esses
restaurantes para reuniões de negócios. Mesmo assim, faço uma careta
involuntária.
— Evie pode te dar essa resposta — continua —, só torça para ela não
contar a sua namorada.
— Ainda não é, mas de hoje não passa — conto a ele meus planos.
— Victor sabe?
— Não, mas estou indo para uma reunião com ele agora e pretendo
compartilhar que a irmã dele arrebatou meu coração.
— Olie, só faltou você chegar para o trio dos solteirões estar completo
— meu futuro cunhado vem ao meu encontro e me cumprimenta.
— Não podemos nos esquecer de Rick — Noah completa.
— Senti tanto a sua falta. — Enlaço meu braço no dele e aceno com a
cabeça para Oliver quando nos dirigimos ao sofá para a reunião.
Vejo que ele quer me dizer algo, mas evito olhar em sua direção. Pode
parecer covardia, mas não me sinto pronta para ouvir suas desculpas
esfarrapadas.
Pela cara de Noah — e pelo que o sócio viu da minha interação com o
amigo durante a semana —, ele percebe o clima estranho e resolve iniciar a
reunião.
Victor fica satisfeito com a evolução do projeto e marca para segunda
uma visita ao local onde está se desenvolvendo o protótipo do carro.
— Quem perde é ele, amiga — Mica é logo direta. — Chore o que tem
de chorar, pode colocar tudo para fora aqui, mas nunca se acabe por causa de
homem — fala por experiência própria.
— Segunda seja uma nova mulher perto dele. Finja indiferença. Com o
tempo vai passar. Dessa vez, pensei que meu chefe tinha realmente se
emendado. — Evie faz um olhar pensativo. — Na agenda dele não tem mais
aqueles programas estranhos que ele tinha antes de vocês ficarem.
— Vocês são tão engraçadas, mas vejam como estou com razão?
— Primeiro precisamos de um banho de beleza e eu sei onde a gente
vai achar. — Pisco para as duas, me animando.
— Acha que já não pedi isso? — Minha amiga e segurança pisca para
mim. — Ah, só hoje e por você, eu vou abrir uma exceção e tomar um drink
que você escolher.
Gargalho antes de me virar para Evie.
— Eu sei, Mica. Não é culpa de ninguém. Talvez seja até melhor não
ser ele meu príncipe encantado vestido de sapo. Evita mil e uma
complicações.
— Sem contar, que sua vida é em Paris — Evie complementa.
Estamos chegando.
Meu coração bate acelerado. Por que foi que decidi ir para o mesmo
lugar onde ele está?
Avisto minha garota sair da sala de Noah sem nem olhar para mim. A
sua resposta foi atravessada e o olhar demonstra tristeza. Belle pode
disfarçar para qualquer pessoa, menos para mim. Eu sei que ela está
sofrendo.
Assinto com a cabeça e vou para meu carro. Indico ao motorista para
ir à casa de Evie. No trajeto, tento ligar para Belle, que não me atende.
Garota teimosa, só quero me explicar. Você entendeu tudo errado.
Aliás, como foi que meu plano perfeito acabou desse jeito?
Chego ao prédio da minha secretária e continuo a tentar falar com
minha gatinha. Até que tenho a ideia brilhante de ir aos seguranças dela que
estão lá dentro. Os abordo e conto que preciso falar com Belle. Em menos de
cinco minutos recebo uma frustrante negativa.
— Espero que pelo menos isso dê certo. — Olho para cima, pensando
em tudo que aconteceu.
— Nós somos péssimos em planos, né? — Noah assume e eu rio sem
humor.
Rick:
— Olie, não era para você estar aqui. Rick me prometeu. — Ela bate
os pés no chão, fazendo birra.
— Estou te impedindo de fazer uma besteira, ma belle — minha voz
suaviza ao falar com ela. — Precisamos conversar. Você entendeu tudo
errado.
Belle fecha os olhos e assente após alguns segundos, que para mim
pareceram horas.
— Se tivesse chegado um pouquinho depois, estaria escutando uma
declaração, ma belle. Eu estou apaixonado por você, gatinha.
Beijo sua testa e acaricio sua cabeça. Percebo que está em silêncio e,
em pouco tempo, adormece.
CAPÍTULO DEZESSEIS
— Nada que uma boa hidratada não melhore. — Pega uma jarra de
água e me oferece um copo, que eu bebo avidamente. — A não ser que
queira um analgésico.
— Detesto remédios. — Faço uma careta.
— Nem eu, Olie. Estava quase a ponto de voltar para Paris e deixar
Victor aqui — confesso após recuperar o fôlego do beijo.
— Prefiro a irmã dele. — Faz uma careta quando pronuncio o nome
do meu irmão e eu gargalho.
— Preciso falar com ele. — Me lembro que estou sem celular e nem
sei que horas são.
— E o que falou?
— Que ainda estava dormindo. — Dá de ombros.
Vejo que Olie se surpreende com minha ousadia. Até eu fico, mas me
sinto corajosa para este gesto. Tudo está sendo feito com muita naturalidade.
Toco em sua barba com carinho, e o beijo suavemente. Ele corresponde e
aprofunda nossas línguas, me deitando na cama e se encaixando entre
minhas pernas.
— Você é perfeita, ma belle — sussurra em meu ouvido e morde
levemente meu pescoço.
Gargalho.
— Se beijam, namoram, brincam com o corpo um do outro...
— Vou ter que rever minhas técnicas. Demorou demais para você
ceder a mim. — Balança a cabeça para os lados, em uma seriedade que se eu
não o conhecesse, acreditaria.
Em resposta, mordo seu lábio inferior e seus olhos queimam como
brasa.
— Sério que não sabe? — Nem espero sua resposta e emendo. — São
livros de romance, que tem cenas de sexo, escritos por mulheres e homens,
mas acho que as mulheres são o maior público.
— Parece interessante. — Dá um sorriso safado. Meu namorado é
nerd, mas quando o assunto é sexo e computadores, a história muda. — Quer
ler uma cena dessas para mim? — Pisca o olho.
— Convite aceito. Mas hoje no nosso jantar, vou convencer Victor que
você ficou muito bem aqui comigo.
— Que jantar? — pergunto confusa e Oliver bate a mão na testa. — O
que foi? — continuo sem entender.
— Era para você só saber disso mais tarde. — Respira fundo. — Seu
irmão quer fazer um jantar informal hoje à noite na casa de vocês e não quer
que se preocupe com nada.
— Victor tem tudo sob controle. Só quem vai seremos nós, pessoas
que você convive no dia a dia. Ele quer apenas que relaxe e aproveite. Dê
esse voto de confiança para seu irmão.
Respiro fundo e assinto. Olie me chama para almoçar e durante a
refeição, faço perguntas sobre o jantar para ele, que apenas sorri.
— Como até pedra, desde que a gente esteja lado a lado, ma belle. —
Me enrola e resolvo seguir seu conselho, deixando por hora esta história.
Quando terminamos, voltamos ao quarto e pego meu celular. Me
assusto com um monte de mensagens, principalmente do meu grupo com
minhas amigas americanas e de Noah. Nenhuma de Victor. Provavelmente
está realmente querendo me deixar longe do jantar. Abro primeiro a de
Noah.
Noah:
— Ela e Rick são primos. Nosso amigo não vai gostar nada de saber
disso. — Balança a cabeça para os lados.
Eu:
Respondido meu amigo, abro o grupo das minhas amigas, com quase
cem mensagens não lidas. Um breve resumo: elas fazendo gaiatices com
minha suposta perda da virgindade e Mica chateada pelas investidas de
Noah, chamando ele de velho e jurando que não vai ao jantar.
Aparentemente, Noah falou com Evie e pediu que ela levasse Mica.
Vou aguardar ansiosa as cenas dos próximos capítulos. Tenho certeza,
que isso vai dar o que falar.
CAPÍTULO DEZESSETE
— Tem lógica, afinal, Mica tem vinte anos e ele 32. — Minha
namorada gargalha.
Paro porque não quero forçar ela a nada, mas continuo nas carícias
quentes.
— Promete que um dia lê para mim um trecho desses seus romances?
— Confesso que fiquei intrigado com essa revelação. Nunca imaginei que
tinha interesse pelo sexo antes de eu começar a provocá-la.
— Quer mesmo? — sua fala sai ofegante, pois levanto mais a camisa,
expondo seus seios. Sei que quer que os chupe. Ah, o doce prazer da
antecipação.
— Claro que sim! Você se tocava sozinha antes de mim, ma belle? —
minha voz sai rouca, antes de meus dedos brincarem com seu mamilo
direito.
A conversa fica mais amena, pois Evie muda de assunto, falando sobre
uma peça que ela quer ver na Broadway. Minha namorada se empolga e
promete conseguir os ingressos.
Nesse meio tempo, nossos amigos chegam. Percebo que Noah olha
todo o ambiente antes de falar com a gente. Na certa, está esperando que
Micaela apareça. Belle tinha avisado que a amiga não viria, sem dar maiores
explicações. Ele ainda pediu o número dela, mas minha namorada não deu.
— Não acredito que Micaela não veio. — Noah encara Belle e Evie.
Já o sócio dele...
— Não se preocupe porque não vai ser uma recepção formal, apenas
para nos conhecermos melhor e mostrar o quanto Chicago é acolhedora.
Sorrio e prometo dar notícias em breve, saindo em seguida da sala
deles.
Gemo sem nem perceber e Olie ri. Ele gosta de me deixar doida. Acho
que é um dos fetiches dele.
— Está com fome? Quer almoçar? — questiona ao escutar minha
barriga roncar.
— Faminta! E cansada.
— Vou pedir a comida para a gente aqui no quarto então. Pode ser? —
Me abaixa com cuidado e só me solta quando me dá um selinho.
Nosso carro estaciona e saímos para a casa de Matt Carter. Olie toca a
campainha e a porta é aberta por um adolescente de mais ou menos quinze
anos, a cópia do dono da casa.
Matt nos leva para uma sala grande e encontro com Lilian. A abraço
com força e ela me convida para irmos amanhã a uma exposição de artes.
Me animo, mas ao me virar para meu nerd safado, percebo um desconforto.
— Estou planejando um jantar para ela amanhã — se justifica.
— Já tentei reproduzir, mas não fica igual ao que já comi feito por uma
brasileira.
— Não é qualquer um, precisa ter os mesmos ingredientes. Minha
amiga mandava para mim quando estava na França, mas agora achei uma
lojinha brasileira lá em Nova Iorque.
Assim que Paola termina de fazer o jantar, vamos para a sala. Sou
apresentada ao resto dos rapazes. Descobri que a esposa de um deles está de
plantão e não pôde vir. Me sento ao lado de Olie, que mesmo prestando
atenção no jogo, faz carinho em mim.
Mais tarde, já em nosso quarto do hotel, comento com ele o amor em
cada um dos casais que ali estava.
Não disse?
Mesmo com as mãos um pouco trêmulas, ela faz o que peço e, aos
poucos, vai ganhando confiança e intensidade. Respiro fundo para segurar o
tesão que suas mãos pequenas e macias provocam.
Ela não sabe o efeito que seu toque provoca em mim. Tenho certeza,
que nem imagina o quanto mexe comigo essa pureza, o seu jeito doce
tentando ser safada.
Pego em sua bunda, ditando meu ritmo, beijando sua boca mais uma
vez.
Ela assente e a deito na cama. Chupo seu peito direito, que é o que ela
mais sente tesão, enquanto escuto seus gemidos de prazer. Vou descendo
com a língua em todo o seu abdome, vendo-a arquear o corpo, até chegar ao
seu monte.
Chego até seu clitóris e o chupo. Hoje, mais do que nunca, é o
momento de dar a ela o melhor sexo oral que já teve. Meu objetivo é que ela
atinja o ápice antes de meter forte nela.
Esse é todo o incentivo que queria para usar meu ritmo nas estocadas.
Belle fala algumas frases desconexas em francês, até que...
— Uau! Por tudo, Olie. Nunca imaginei que seria tão intenso. Estou
me sentindo nas nuvens. — Seu sorriso é tão radiante que me contagia.
Beijo o dorso da sua mão e vou até o banheiro. Limpo meu pau e pego
uma toalha para fazer o mesmo com ela.
UM MÊS DEPOIS
— Tudo isso? — Entro no jogo dele, que assente e diz que vai me
mostrar.
Coloco o pequeno no chão e ele pega minha mão para me levar para
dentro da casa. Olho para Belle, que abre um lindo sorriso, abraça a mãe e
vai à minha frente.
Depois que fizemos nossa primeira vez sem camisinha, tomamos mais
cuidado. Semana passada, Belle menstruou, mas confesso que se viesse um
bebê, eu seria o homem mais feliz do mundo por ter uma continuação do
nosso amor.
— Oliver, quero te contar algo que não pode sair daqui nem por
decreto. — Henri se ajeita na grama. Sei que vem coisa séria e apenas
assinto. — Eu sei que fomos investigados por você e seu sócio. Não o
recrimino, pois faria o mesmo na sua posição. Só que não encontraram nada
porque somos da Interpol.
— Oliver, vem aqui me contar o que você fez com minha amiga pura e
ingênua — Sophie finge que está chamando meu namorado e caio na
gargalhada.
— Eu não sei o que seria da minha vida sem você. — Me viro de lado
e a abraço.
— Prefiro irmã mais velha. — Minha amiga faz uma pose de dondoca.
— Acho que nunca vi minha namorada rir tanto na vida — a voz
grossa que tanto me atiça chega aos meus ouvidos. — Está tudo bem? —
Apesar da brincadeira, sinto que está tenso.
— Já entendi o perigo. Nem Noah vai saber. — Olie parece que não se
intimida, mas eu sinto que está mexido.
— Ótimo — a voz da minha amiga é seca.
Prendemos todos o riso, mas não resisto ao garotinho curioso que amo
tanto e faço cócegas nele.
— Eu achava que Victor era mais ciumento, mas seu pai... — Digamos
que meu namorado não está exagerando. Durante o passeio dos dois pela
vinícola, o Sr. Durand realmente foi duro com ele, a ponto de tentar
embargar nossa noite romântica. A sorte foi que minha mãe intercedeu.
— Você é meu primeiro namorado — tento conciliar.
— Não sabia que era tão ingênua, sócia. Ele sabe que vou te comer a
noite toda. — Dá um meio-sorriso e balanço a cabeça para os lados.
— Estava primeiro planejando que você fosse meu jantar, mas o cheiro
está ótimo. — Se aproxima e destampa a comida.
— Me contento em ser a sobremesa. — Pisco para ele.
Assinto. Mesmo que não tivesse, falaria que sim. Eu não sou doida de
perder a chance de ser amada por completo.
Olie se levanta e me pega pelo braço, me levando até a janela, me
posicionando de frente a ela. Ele fica atrás de mim.
Sem que eu espere, Olie me solta e escuto o barulho dele tirando sua
roupa. Não demora para seu pau cutucar meu bumbum.
— Empina essa bunda perfeita, gatinha e se apoia na janela — mais
um sussurro que vai entranhando em minhas células e o obedeço. Ele dá um
tapa nela, me fazendo ver estrelas.
Só digo que não foi por sentir dor. Qualquer toque desse homem me
faz ir a outro lugar.
Estou perdida se ele se cansar de mim.
Olie tira e entra de novo, como da primeira vez. Sinto um leve ardor,
mas o prazer dessa investida me excita ainda mais. Agora, sem sair de mim,
ele bombeia rapidamente e eu vou rebolando.
— Gostosa. Demais. — Mais um tapa em minha bunda, agora mais
forte.
Quero me casar com ela, mas não será hoje o pedido e sim, na sexta,
daqui a quatro dias. A ansiedade é porque assim que chegarmos em casa, ela
conhecerá meu grande segredo.
Me despeço do andar de produção e vou para a presidência. É só sair
do elevador que sou invadido pelo cheiro — que está mais para afrodisíaco
— da minha namorada. Certeza que Belle e Evie estão conversando no posto
da minha secretária. Dou mais uns passos e... bingo!
— Oi, amor. — Seu sorriso se ilumina ao me ver e se aproxima. —
Estava com saudades — diz manhosa antes de ficar na ponta dos pés e me
dar um selinho. A enlaço pela cintura, retribuindo com mais intensidade o
beijo.
— Achei que poderia contornar. Você sabe que eu, quando crio uma
programação, tento hackear ela em busca de alguma falha. — Olho para ele,
que continua atento à minha fala. — Foi em um desses momentos, que
descobri que alguém pode acessar remotamente o carro e mudar sua rota.
Noah me olha espantado, sem fala. Nossos clientes, os compradores do
carro, serão pessoas influentes e não irão querer algo que os comprometa.
Belle se assusta com meu movimento brusco. Até hoje, ela não se
acostumou com meus atos impensados e repentinos.
— Olie, o motorista...
— Shii, não estamos fazendo nada demais — a interrompo, falando
baixinho em seu ouvido.
Respiro fundo novamente. Minha namorada vai ficar louca por saber
que temos aqui uma passagem secreta.
— Gatinha, eu preciso te contar algo. — Volto a ficar tenso, passando
a mão pelo cabelo e percebo, em seus gestos que ela também está.
— Parece uma nave espacial — sua voz sai lenta, observando tudo ao
redor. Gostei da sua comparação, pois é como chamo este espaço e, é daqui
que “piloto” minhas maiores invenções. — Acho que estou em um universo
paralelo ou em um filme de ficção científica.
Gargalho com essa ideia porque o que ela está vendo é bem real.
— Como? — Ma belle ainda não saiu do lugar.
— Este é o único lugar que não podemos fazer amor. Está cheio de
câmeras e alarmes.
— Ainda bem que estou assimilando tudo isto e nem pensei em algo
do tipo. Olie, como eu nunca percebi você aqui nesses meses todos juntos?
Como trabalhou sem eu saber aqui dentro?
— Você dorme demais, ma petit. — Pisco para ela. — Quase todo dia
entro aqui quando dorme e antes de acordar. Não preciso dormir oito horas
para estar disposto.
— Às vezes sim, outras não. Tem dias que realmente apago, ainda
mais quando transamos a noite toda. — Tenho muita saúde, mas não sou de
ferro. — Já trabalhei quando você sai com suas amigas e não tenho nada
para fazer. Enfim, sempre deu para conciliar.
— Olie, por que o segredo?
Depois que mostrei a Belle meu “esconderijo” secreto, percebi que ela
está estranha, pensativa, ainda mais quando descobriu o perigo que tem ali.
Acho que ficou com medo que alguém pudesse invadir minha fortaleza.
— Quer dizer que é hoje o dia que vamos perder oficialmente mais um
guerreiro. — Noah aparece, me tirando dos pensamentos.
— Já perdeu faz tempo. — Prendo a risada. — De noite, é só a
constatação do que estamos vivendo nesses quase sete meses.
— Queria ser uma mosquinha para ver a cara dela quando for pedida
em casamento.
Desconhecido:
Entraremos em contato.
Nem preciso dizer que se a polícia ou os seguranças souberem, ela
terá uma morte dolorosa.
— Meu Deus! Como eles sabem? — Noah me olha sem saber o que
fazer, inclusive eu.
CAPÍTULO VINTE E DOIS
Saio do mar assim que minha barriga ronca e vejo que foi na hora
certa, afinal já estou sentindo em minha pele pingos de chuva. Pela minha
experiência, ela não vai acabar tão cedo. Vou ter mais uma tarde enfiada em
casa, suspiro resignada.
Apresso meus passos para chegar em casa e tomo um banho de biquíni
na área externa antes de ir para a cozinha. Resolvo fazer um macarrão, pois é
mais rápido e esquento o bife que tinha feito ontem. Me alimento envolta de
pensamentos e resolvo subir para trocar de roupa e descansar um pouco.
— Senti sua falta. — Ela larga o revólver, sob protesto dos rapazes e
vem em minha direção, me abraçando apertado. — Eu acredito em você,
amiga. Sei que fez tudo por algum motivo forte.
Meus olhos se enchem de lágrimas.
— Onde estão Mica e Rick? — Sinto minha cabeça latejar. Será que a
bati?
— Até você gritar, achei que estava sozinho aqui.
— Olie, desculpa por ter arrastado vocês para isso. Se algo acontecer
com vocês, nunca vou me perdoar.
— Acho que está pedindo algo impossível, Srta. Durand. Eu confiei
em você e fui traído, da pior forma possível — suas palavras são duras e sei
que as mereço.
Me seguro para não chorar, mas as lágrimas caem, sem pedir licença.
— Me dá uma chance de explicar, Olie. Se depois disso, não quiser
mais me ouvir, vou te respeitar.
Eu tive um motivo.
Escuto apenas o silêncio neste momento e percebo, só agora, que
estamos em um lugar com goteira.
— Ok, pode falar. Mas não espere que vá te perdoar. — Nem sei
quanto tempo se passou até Oliver responder.
Respiro fundo antes de desabafar.
— Eu sempre quis saber quem eram meus pais biológicos, pelo menos,
desde que descobri que aqueles que me criaram no início da infância, eram
meus sequestradores. Qual era minha verdadeira origem? Eu comecei a ter
um costume de me comparar a qualquer pessoa que aparecesse na rua, desde
que saí do orfanato. Analisava tudo, queixo, nariz, formato da cabeça, cor
dos olhos e do cabelo. O que eu mais queria era saber a história por trás do
meu nascimento e conhecer meus pais biológicos.
— E o que eu tenho a ver com isso? — Sua voz sai seca, sem nenhum
tipo de empatia.
— Ele é um dos pintores iniciantes que fiz doação para sua exposição.
— Em troca de quê?
Abro os olhos e vejo que ele é o cara que Belle permitiu que entrasse
em minha casa. Na minha frente, vejo que ela está saindo do cômodo,
empurrada por outro sujeito. Passamos por um corredor cheio de pessoas
armadas e ela entra primeiro que eu em um cômodo.
— Devo dizer que seu nome tem tudo a ver com você, menina. — Um
homem aparentando cinquenta anos toca no rosto dela e a vejo recuar. Ele dá
uma risada e sinto vontade de avançar sobre esse tal “chefe”. — Seu destino
sempre foi nos servir.
Aliás, percebi que está bem quieta e com a cabeça baixa. Nem quero
imaginar o que está pensando.
— Eu sei que está gostosa usando apenas esse biquíni, mas fui
convencido a te dar roupas confortáveis. Está frio aqui na sala e não preciso
te ver morrendo congelada. Ainda pode nos ser muito útil no futuro. Ordens
do chefão. — O bandido retorna e entrega a ela calça e blusa simples, nada
comparado ao que está acostumada. Mesmo assim, ela veste correndo.
Não resisto e meu olhar vai para Belle. Sem pensar me levanto para ir
ao seu encontro.
— Se decida se a quer ou não. — O bandido interrompe minha
passagem, mas me libera antes que responda.
— Pensei que ia perguntar por que estou aqui. — Noah finge que ficou
chateado e fecho a cara. Detesto ficar sem respostas.
— Vocês dois foram encontrados abraçados. Belle estava em choque e
deram uma medicação e você estava com uma bala no lado esquerdo das
costas, sangrando e desacordado. Fez uma cirurgia e acordou agora.
A porta se abre e vejo Belle entrar com uma roupa de hospital, bem
tímida. Não tiro a razão dela, afinal estávamos brigados e a chamei de coisas
erradas. Era para conversar antes de qualquer acusação e é isso que iremos
fazer.
A chamo com a mão e ela vem em minha direção, se jogando em cima
de mim.
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
Nem preciso dizer meu alívio ao poder ver e abraçar o homem que
amo.
— Vejo que está bem. — Minha mãe se aproxima e toca em sua mão.
Olie assente com a cabeça.
— Eu sei que estava chateado e te entendo, Olie. Prometo que não foi
intencional. Nada disso foi. Para você ter uma ideia, eu apenas cogitei a
possibilidade antes de nos reencontrarmos em Nova Iorque. Nunca prometi
nada. O problema é que eles vieram atrás, forçando uma situação.
— Eu ainda tinha uma esperança de estar errado sobre você, ma belle,
por tudo que vivemos. Ainda esperava que fosse tudo uma ilusão. A maior
raiva foi ter te observado antes de invadirmos aquela casa e vê-la se
divertindo no mar.
— Aos olhos dos outros, porque estava arrasada. Não tem um dia que
não me arrependa de não ter denunciado aqueles bandidos.
— Por que não fez isso? — Alisa meu cabelo.
— Porque eu achei que eles iriam deixar para lá, já que não dei
resposta nenhuma. Tanto que foram meses sem contato.
— Como foi parar naquela praia? Desculpe tantas perguntas. Não
estou duvidando...
— Sim, por isso ficou tão irritado e fui mostrar que realmente não
sabia, pois minha vida e da minha mãe estavam em risco. Se ela estava na
mira de uma arma antes, podia muito bem ficar novamente. Desculpa por
expor a nave.
— Ela está agora em outro lugar.
— Voltando a matar sua curiosidade, fui levada a força quando ele viu
que não iria conseguir nada ali e queria me colocar como refém. De resto, só
sei que me sedaram a maior parte do tempo até chegar aqui em Bali. Lá me
deixaram livre naquela casa, mas descobri rápido que tinha câmeras em
todos os lugares. Até para tomar banho, ia de biquíni e me trocava debaixo
das cobertas.
— Vai dar tudo certo, amor. — Aliso sua barba. — Vamos estar juntos
o tempo todo.
Olie respira fundo, assimilando a ideia. É muito a se processar. Eu
também fiquei assim quando soube.
— Como descobriu?
— Quando acordei, recebi a notícia. Minha família e nossos amigos
fizeram a maior festa.
— Ah, por isso eles estavam tão estranhos quando perguntava por
você.
— Talvez eu perca esse apelido para ele ou ela aqui na minha barriga.
— Obrigado, amor, por esse presente lindo. Agora uma nova etapa
está surgindo em nossas vidas. Chega de dramas ou coisas ruins. Essa
criança vem para selar tudo de bom entre nós dois. Ah, agora se vira para
preparar esse casamento em dois meses.
— O quê? Olie?
— Sem discussão, futura Sra. Megalos. Chega de perder tempo. — Me
encara com jeito que não vai mudar de opinião.
CAPÍTULO VINTE E CINCO
Assim que Olie tem alta, voltamos para Nova Iorque em um avião
particular, inclusive meus pais. Eles querem aproveitar todos os momentos
do netinho e ver o andamento do projeto em sociedade com Oliver e Noah,
além de checar a parceria com Simon Mackenzie.
— Filha, eu sou a avó. Tenho que ser a primeira a mimar meu netinho.
Gargalho da cara assustada dela.
— Quer sair hoje para fazer compras? — Toco em seu ponto fraco.
Nem preciso dizer que é o meu também.
— Seu pai disse que iria convidar seu noivo para jantar aqui hoje. —
Balança a cabeça para os lados e eu sei é motivo suficiente para não irmos.
— Vamos dar tempo ao tempo. Se tiver que ser, seus pais verdadeiros
descobrirão que trouxeram ao mundo uma filha maravilhosa.
Vou até minha mãe e a abraço apertado. Nossa, como amo essa mulher
incrível. Quero ser para meu bebê pelo menos um terço do que ela é para
mim.
— Belle, você deve imaginar que fui rápido demais para descobrir
tudo, mas tudo leva a crer que nossa história familiar seja a mesma.
Olho confusa para ele. Que charada é essa?
— Há mais de vinte anos, minha família foi tomada por uma tragédia,
perdendo um familiar para as drogas e a máfia. Meu tio foi encontrado morto
em seu apartamento com a namorada. Ninguém investigou porque ele era
um imigrante ilegal e sabiam que tinha relação com o tráfico.
Coloco a mão na boca, já imaginando o que está por vir.
É isso mesmo que você leu, hoje é o dia do meu casamento. Olie tanto
fez que estamos nos casando exatamente meses depois do pedido. Claro que
o dinheiro ajudou para que tudo estivesse pronto a tempo. Vamos nos casar
em um Hotel nos Hamptons, aproveitando o começo da primavera.
— Ainda estamos adiantadas, prima. — Pisco para ela.
Nenhuma das minhas amigas são normais. Bem provável que nem eu
seja por amar e estar próxima de cada uma delas.
E eu, aquela garota fechada em seu próprio mundo, que tinha várias
crises de ansiedade e que queria descobrir quem eram seus pais biológicos,
se apaixonou no processo e ainda ganhou dois primos protetores e uma
família gigante, do jeito que sempre sonhou.
Pensando neles...
— Rick me mandou mensagem avisando que a família Sanchez
acabou de chegar. — Mica me mostra o celular.
— Meninas, bebida não leva a nada! — Mica fala como uma mãe e a
minha concorda totalmente.
— Talvez essa seja a solução para você e Noah, Mica, para dar aquele
primeiro empurrão. Comigo e Henri funcionou.
De braços dados com meu pai, só consigo encarar meu noivo, com
uma feição de alívio e olhos verdes brilhantes.
Como eu amo esse homem, sem tirar nem pôr nada. Sortuda que sou
por estar me casando com uma pessoa de coração tão nobre, mesmo que à
primeira vista, só possamos enxergar um cara frio.
Meu pai é o primeiro a abraçar meu noivo, que rola os olhos com as
palavras que lhe são direcionadas ao pé do ouvido.
Rapidamente, ele vem em minha direção, entrelaça nossas mãos e
toca, com a mão livre, em minha barriga. Meu coração se aquece com o
gesto. Ele não pensava em se casar, muito menos em ser pai, até me
conhecer. Foram as palavras que me foram confessadas dentro daquele
hospital frio em Bali.
Uma música vai tocando e seguindo para outra e não conseguimos nos
desgrudar.
— Eu estava com medo de dar alguma coisa errada. — Olho para ele
sem entender. — Quando ia te pedir em namoro, tudo desandou, assim como
meu pedido de casamento. Foi um alívio te ver andando com seu pai até
mim. — Faz um carinho de vai e vem nas minhas costas.
— Era para ser assim. — Pisco para ele, que relaxa mais.
— Acho que Noah está a ponto de esganar seu irmão. — Aponta com
o olhar para trás de mim e me vira para que eu possa ver.
— Por que Mica está dançando com Victor? — O olho surpresa. É a
primeira vez que Oliver fala algo sobre o amigo e minha prima.
— Quer apostar que Noah está com ciúmes? — Meu marido prende o
riso.
— Da amizade dos dois? — Meu irmão e Mica se aproximaram
bastante depois que descobri que sou uma Sanchez. Digamos que uma
amizade improvável, já que Victor nunca fez amizade com nenhuma mulher,
exceto Sophie e Mica detesta os CEO’s. E, ao que parece, é uma amizade
com bastante confiança e respeito. Não há ali um pingo de atração ou desejo.
— Acho que essa história ainda vai render. Mas agora estou mais
interessado na lua de mel com minha esposa. — Pisca para mim. — Está a
fim de ver estrelas agora? Porque eu estou doido por uma rapidinha nesta
festa.
— Por que não me avisou, amor? Teria vindo mais cedo. — Tiro o
paletó e a gravata, deixando em qualquer canto da sala.
Belle meneia a cabeça para os lados e nos chama para comer. Zelosa
como uma mãe deve ser, minha esposa coloca nossa refeição perto de onde
estávamos para monitorarmos Maggie.
— Ah, você sabe, nosso dia não pode terminar assim, em branco.
— E quer colorir com chocolate? — sussurro no seu ouvido.
Ela sabe que quando estou com fome, ajo com rapidez e eu sei que
esse meu jeito a deixa molhada, sem nem precisar tocá-la.
Deposito minha esposa na mesa e passo um pouco da sobremesa em
seu seio direito. Belle arfa ao saber o que está por vir. Abocanho e chupo seu
mamilo, sem me importar com o doce, só quero sentir o gosto da sua pele.
— A intenção era eu brincar com seu pau. — Sorri safada, com a voz
ofegante.
— Ainda quer?
— Só se for ele dentro de mim.
— Sou seu servo, ma belle. — Substituo meus dedos pelo meu pau,
que está latejando e a ponta brilhando com meus fluidos. Enfio de vez do
jeito que ela gosta e vou metendo rápido.
— Ah, Olie, eu vou gozar rápido assim — sua voz sai entrecortada.
Até que ela começa a falar em francês, seu primeiro sinal antes de apertar
meu pau dentro da sua boceta e eu derramar dentro dela.
Espero minha perna ficar mais firme para a segurar e levá-la para
nossa cama.
— Temos a noite toda um para o outro, mon amour. Estou pronto para
te dar amor e prazer o resto da vida. — Entrelaço nossas mãos e pisco para
ela, completamente rendido desde que a vi, em Las Vegas.
FIM
AGRADECIMENTOS
Às minhas parceiras, tão bom me ajudar a levar essa história para mais
pessoas.
Minha maior gratidão a você, leitor. Obrigada por chegarem até aqui.
Espero que tenham gostado da história de Oliver e Belle e se divertido com
os outros personagens. Eles estão chegando.
SÉRIE CHICAGO
https://amz.run/6n6g
[1]
Protagonista de Um amor em Chicago – livro 2 da série Chicago.
[2]
Também protagonista de Um amor em Chicago.
[3]
Segundo o decreto nº 8901/2016 publicado no Diário Oficial da União, este passou a ser a
nomenclatura que altera o termo DST.
[4]
Minha linda, em francês.
[5]
Minha pequena, em francês.
[6]
Bom dia.
[7]
Meu amor.
[8]
Nome fictício para o dispositivo.
[9]
Extraterrestre.
[10]
Canção de Trio Esperança.