Você está na página 1de 151

Copyright © 2021 Editora Angel

Copyright © 2021 Cláudia Pereira

Todos os direitos reservados.


Nenhuma parte dessa obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer
forma, meios eletrônicos ou mecânico sem a permissão por escrito da Autora
e/ou Editora.
(Lei 9.610 de 19/02/1998.)

1ª Edição

Produção Editorial:
Editora Angel

Capa e Projeto gráfico:


Denis Lenzi

Revisão e Diagramação:
Carla Santos

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos


descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.

TEXTO REVISADO SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA


LÍNGUA PORTUGUESA.
Editora Angel
Campinas/SP
Capa
Folha de Rosto
Ficha Catalográfica
Epígrafe
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Epílogo
O que vem por aí...
Agradecimentos
Biografia
Série Os Bilionários: Livro 1
“A era que vivemos hoje é um sonho se tornando realidade.”
(Walt Disney)
Saí de mansinho da cama para não acordar a mulher que estava dormindo;
ela se remexeu, mas não acordou. Peguei minhas roupas do chão, minhas coisas
e saí do quarto. Vesti-me rapidamente e, ao pegar meu celular, constatei que,
mais uma vez, estava atrasado.

— Puta que pariu! — exclamei alto e saí rapidamente da suíte de hotel na


qual estava acostumado a trazer minhas conquistas para apenas uma transa.
Não queria me prender a ninguém, apenas comer todas que caíam em meu
colo, nuas, sem cobrança de um namoro ou de uma segunda transa. Só de pensar
em repetir mulher me dava uma coceira, e todas eram cientes disso, já deixei
bem claro este detalhe antes de arrancar as roupas delas; e todas tiravam sem
mesmo eu terminar meu recado, que era de apenas uma transa e nada mais.

John: Descendo.

Enviei uma mensagem para o meu segurança assim que entrei no elevador.
Assim que saí pela porta, meu fiel escudeiro já estava com a minha moto na
frente, peguei o capacete de suas mãos.

— Aqui, senhor.

Estendi minha mão, pegando-o e colocando-o sobre a cabeça.

— Obrigado, Oliver — agradeci, montei na moto e saí rapidamente, sem me


importar com a velocidade.

Segui para a minha casa, para tomar um banho e trocar de roupa. Por mais
que eu esteja atrasado precisava ir à empresa apresentável, e não cheirando a
sexo, com perfume de mulher impregnado e roupas amassadas. Não pegava bem
para um bilionário como eu andar assim, onde precisava passar respeito e
confiança aos meus funcionários.
Em menos de quarenta minutos, estava entrando no andar da presidência e,
assim que me viu, minha secretária se levantou e veio em minha direção.

— Bom dia, senhor John!

— Bom dia, Milla. Terei que te demitir, se continuar a me chamar de senhor,


me sinto com a idade do meu pai. — Sorri de lado.

— Senh... John, seu pai está na sala.

— Ele está bravo?

— Não está com uma cara nada boa, até mesmo o senhor está atrasado pelo
trigésimo dia consecutivo.

Antes de entrar na minha sala, parei e a fitei.

— Está contando? — quis saber.

— Sim, irei enviar para o RH para descontar do seu salário — respondeu


tranquilamente, indo até a sua mesa.

— Irei mandar diminuir seu salário — brinquei.

— Eu deveria ganhar o dobro pelas coisas que encoberto.

— Preciso de um favor seu...


Antes de eu falar, ela levantou a mão.

— Já sei. Liga para o hotel, pois deixei uma mulher dormindo. Pede para
levarem seu café da manhã e paga o que foi consumido.

— Por isso que a acho a melhor funcionária desta empresa.

— Entra logo na sua sala antes que seu pai perca a paciência.

— Outra coisa...

— Agenda em dez minutos e seu cafezinho amargo sem açúcar e uma água
com gás.

Entrei na minha sala e meu pai estava com cara de poucos amigos.

— Bom dia, pai! — cumprimentei-o e segui para a minha mesa, que estava
organizada e meu notebook ligado.

— Isso é hora de chegar na empresa? — indagou irritado.

— Tive um contratempo.

— Aprenda a ter responsabilidades. Se chegar mais um dia atrasado irei te


tirar da presidência da empresa e colocar seu irmão. Eu me aposentei para curtir
o que não pude fazer enquanto construía tudo que temos hoje e dava uma vida
boa para vocês. Então, aprenda a dar valor, senão tiro tudo de você.

— Eu faço minhas obrigações, pai, me esforcei para te substituir. — Minha


voz saiu calma e baixa.
— Então se dê o exemplo, seja o primeiro a chegar aqui e o último a sair. —
Com isso, ele se levantou e saiu da minha sala, me encostei na cadeira e respirei
fundo.

Logo escutei uma batida de leve na minha porta.

— Pode entrar! — gritei.

Minha secretária entrou carregando uma bandeja, e seu tablet, como todos os
dias. Levantei-me para ajudá-la, peguei a bandeja e coloquei na minha mesa, e
assim começou mais um dia do meu trabalho, vendo o que tinha agendado para
aquele dia.

— Por enquanto é só isso, John. — Milla se levantou e caminhou para sair


da minha sala.

— Só me passe ligações importantes. E não se esqueça de reservar o


restaurante para a reunião com o pessoal do resort.

— Irei fazer isso.

Respirei profundamente e senti o perfume de minha secretária. Em todo


lugar que ela ia, quando saía seu perfume ficava impregnado no ar.
Saí da sala do meu chefe e fui fazer o que fazia todos os dias: ligar para o
hotel para eles despacharem a mulher premiada da noite.

— Hilton Cabana, bom dia! — atendeu uma voz, que já sabia de quem era.

— Bom dia, Juliana! Sou eu, a Milla, secretária do Sr. Conner.

— Bom dia, Milla! — cumprimentou-me a recepcionista com sua voz


simpática.
— Mesmo procedimento de sempre — pedi a ela e ambas rimos.

— Já sei. Enviar o café da manhã e te encaminhar o valor para pagar.

— Exatamente. Não se esqueça do bilhetinho — frisei e ela já sabia.

— Qual o recado desta vez? — perguntou.

— “Noite boa, só que não repito. Assinado: Homem da noite”.

Dei risada, todos os dias quando ligava pedia para ser deixado um bilhetinho,
e torcia para que meu chefe nunca descobrisse isso.

— Estes bilhetes estão ficando cada dia piores. — Juliana, a recepcionista


do hotel, falou.

— Estou perdendo minha inspiração. Preciso ser mais criativa — falei,


acabamos rindo e desligamos.

Continuei mais um dia puxado de trabalho, com meu chefe me chamando a


cada cinco minutos.

No final do dia, fui até a sua sala. Já estava na hora de ir embora, na verdade
já havia passado quase duas horas. Bati devagar na porta até escutar sua voz.

— Entra! — Abri a porta e entrei, ele estava sem paletó e bem concentrado
em seu notebook.

— John, precisa mais de algo? — Ele levantou a cabeça, sério.

— Pensei que já havia ido embora.


— Acabei adiantando as planilhas de custos do resort que tinha me pedido.

— Não vou precisar de mais nada, pode ir descansar.

— E você irá compensar as horas que chegou atrasado? — atrevi-me a


perguntar, segurando o riso.

— Estou também adiantando alguns contratos e vendo alguns projetos, pois


iremos ter que viajar daqui a uns dias para conferir de perto a construção do
resort em Key West — respondeu calmo, e nem reclamou da minha pergunta.

— Sério?

— Seríssimo. Onde vou, a minha secretária vai comigo — confirmou.

— Desde que eu receba hora extra, irei com certeza. — Caminhei para a
porta.

— Está muito mercenária — disse, rindo.

— E você muito explorador de secretária.

Nem o esperei responder, saí da sua sala, peguei minhas coisas e fui embora.

Estacionei meu carro e logo já visualizei o do meu namorado. Minha vontade


na hora foi de voltar para a empresa, para voltar a trabalhar, do que encarar Jack.
Na verdade, gostava muito dele, mas estava ficando cansada e muito
incomodada com as cobranças da parte dele, fazia quatro meses que começamos
a namorar.

Ao entrar em casa, encontrei meus pais e o Jack sentados na sala de estar.

— Chegou tarde, minha filha — minha mãe falou e se levantou vindo até
mim e dando um beijo em meu rosto.

— Boa noite! — Fui na direção do Jack e do meu pai e dei um beijo neles.

— Será rotina você chegar em casa este horário todos os dias? — Jack me
perguntou com cara feia.

— É o meu trabalho e, se for para eu chegar este horário ou mais tarde, por
ser uma secretária eficiente, então sim, meus horários poderão ser loucos —
respondi sem paciência nenhuma para cobranças.

— Filha! — meu pai chamou minha atenção.

Nem me preocupei em falar nada e segui em direção à cozinha. Assim que


me sentei para comer, o Jack apareceu e sentou-se na minha frente.

— Poderia comer menos e se alimentar melhor.

— Sério isso, Jack, vai ficar falando sempre da forma como me alimento?

Uma coisa que sempre me irritou era esta mania dele de querer controlar
tudo que eu comia.

— Só quero o seu bem, poderia sair mais cedo do trabalho e fazer uma
academia. Posso te indicar uma nutricionista.
— Jack, estou bem com meu corpo, tenho ciência de que não estou na
melhor forma física, só que você me conheceu assim, então não venha ficar me
cobrando que tenho que emagrecer, não levará nosso relacionamento a nenhum
lugar.

— Como seu namorado posso muito bem falar o que é melhor para você. E
se fosse realmente te cobrar o que desejo, este fato não é o único.

— Era só que me faltava, agora irá me falar que sou virgem, que, para a
minha idade, é antiquado. — Estava ficando com raiva dele.

— Outro assunto que podemos conversar, já estamos um bom tempo juntos e


você fica aí com este sonho bobo de se casar virgem.

— Sério isso, Jack?

— Milla, eu gosto de você e vamos ficar juntos, então não vejo problema da
gente transar.

Fiquei em silêncio e, a cada garfada que levava à boca, era um pensamento


de como xingá-lo. Por um momento refleti sobre o que ele estava falando. Será
que realmente preciso de regime, será que preciso logo perder a virgindade,
como ele estava me pressionando?
Fiquei o dia inteiro refletindo as palavras do meu pai, ele tinha razão. Eu já
estou com trinta e dois anos e ele confiou a presidência da empresa a mim, agora
era minha obrigação fazer a construtora chegar em outro patamar, meu pai fez o
nome dela ser referência, tinha ciência de que podia fazer mais, sempre fui
responsável, estudei e trabalhei muito para chegar até aqui. Não irei deixar de
curtir as mulheres, só que precisava ser um exemplo na empresa.

Meu celular não parava de tocar, peguei e vi que era o meu amigo, olhei o
horário e já passava das dez da noite.
— Fala, Peter! — atendi depois dele persistir em ligar.

— Cadê você, cara? Estamos aqui na Mansion e você não responde nossas
mensagens.

Suspirei cansado.

— Peter, hoje não irei, estou lotado de coisas ainda para fazer na construtora.

— Qual é, cara? Larga tudo aí e vem, tem várias mulheres gostosas loucas
para irem para a nossa cama. — Ri da sua animação, Peter era tão safado
quanto eu.

— Terei que decepcionar as mulheres hoje, realmente preciso adiantar um


monte de documentos importantes, antes de eu viajar a trabalho.

— Cara, se mudar de ideia, já sabe onde nos encontrar.

— Pode deixar, Peter. — Despedi-me e desliguei a ligação, abri as


mensagens dele e logo apareceu uma foto de várias mulheres gostosas e com
vestidos curtos, quase saí correndo para ir à balada e depois ficar a noite
enterrado dentro de uma gostosa, só que, por segundos, não caí na tentação,
porque minha consciência falou mais alto e continuei a trabalhar mais um pouco.

Meu estômago reclamou, e percebi que precisava ir embora, me alonguei na


minha cadeira, estralando meu pescoço, peguei minhas coisas e segui para a
minha cobertura.
Antes de subir para o meu quarto para tomar um banho e descansar, comi
algo leve. Quando me deitei na minha cama macia e encostei minha cabeça em
meu travesseiro, percebi o quanto estava cansado e não demorei muito para
pegar em um sono profundo.

Ela caminhou em minha direção nua, não pensei duas vezes, agarrei sua
cintura e a joguei na cama e subi me encaixando no meio de suas pernas, sem
dar tempo dela pensar estava enterrado todo meu pau nela.

— John... Ahhh... como você é gostoso.

— Você gosta, né, safada de me dar.

Acelerei minhas estocadas dentro dela, que gemia cada vez mais, abocanhei
sua boca rosada, chupando sua língua.

— Vou gozar, John... Ahhhh... — ela gemeu alto, arranhando minhas costas.

Ela gozou apertando meu pau, que foi suficiente para eu começar a gozar,
gemi alto e...
Acordei ofegante e senti que meu pau estava duro, só que, para a minha
surpresa, havia uma pessoa sentada do meu lado, que me assustou. Ela estava
assustada, com olhos arregalados.

— Milla! O que faz aqui? — indaguei ofegante, me sentando e puxando o


edredom para esconder minha ereção.

Ela levantou-se da cama, antes de Milla virar o rosto percebi que ela estava
com o rosto avermelhado.

— Ahhh... desculpa, John... Ééé... que, como não chegou na empresa e não
atendeu minhas ligações, fiquei preocupada. Liguei para um de seus seguranças
e eles informaram que ainda estava no apartamento, e acabei vindo para cá. Ele
abriu a porta para mim e, quando cheguei no seu quarto, bati várias vezes e,
como não respondeu, acabei entrando e percebi que estava queimando de febre.

Ela falou tão rápido, que foi difícil entender suas palavras, na hora senti uma
dor terrível em meu corpo e me deitei novamente.

— Liguei para o seu pai e sua mãe veio de imediato para cá te ver.
Chamamos um médico para te medicar, ele queria te levar para o hospital para
fazer alguns exames, só que, mesmo com muita febre, e falando nada com nada,
você se recusou a ir.

Comecei a ter lembranças de algumas coisas, como se fosse um sonho.

— Que dia é hoje?

— Quarta-feira — Milla respondeu.

— Estou praticamente a quase dois dias assim?


— Sim, está — respondeu sem olhar para mim.

— Você está aqui cuidando de mim este tempo todo? — quis saber.

— Não, sua mãe estava cuidando de você. Vim pra cá hoje. Aqui estou eu,
além de secretária, também sendo enfermeira.

— Eficiente — falei baixo.

— Irei cobrar pela dupla função.

— Está virando uma funcionária mercenária. — Fechei meus olhos, meu


corpo estava desperto, e eu com vergonha da minha secretária ter me visto
naquele momento constrangedor. Fiquei quieto, como se eu tivesse voltado a
dormir.
Ele falou baixo e fechou os olhos, depois de alguns segundos pensei que
estava dormindo.

Comecei a pensar como fiquei sem reação quando estava colocando um pano
morno em sua testa, e percebi que ele estava tendo um sonho, tive certeza de que
era sonho erótico quando elevou sua mão nas partes baixas. Sem reação, fiquei
parada e, quando pensei em me levantar da sua cama e sair de seu quarto, ele
acordou. Não sabia onde enfiar minha cara, fiquei com vergonha quando ele
John me pegou ali no quarto dele, claro que não falou nada.
— John? — chamei-o baixinho, ele não respondeu.

Coloquei minha mão em sua testa para ver sua temperatura e, na mesma
hora, ele abriu seus olhos.

— Pensei que tinha voltado a dormir.

— Tudo dói, minha cabeça, meu corpo.

— Vou pegar seu remédio, que já está na hora. Tenta se sentar um pouco para
beber água, precisa se hidratar.

— Hum-hum... — ele disse. Peguei uma garrafa e um comprimido enquanto


via seu esforço em encostar-se na cabeceira da cama.

— Toma. — Entreguei a John, que, devagar, colocou o comprimido na boca


e depois começou a beber a água, aos poucos.

— O que o médico disse?

— Ele diagnosticou que está com gripe. Só que os resultados dos seus
exames ainda não saíram.

— Não me lembro qual foi a última vez que fiquei doente.

— Há doze anos — falei.

— O quê?

— Sua mãe falou que faz uns doze anos, a última vez que ficou doente.
— Faz tempo.

— Sim.

John me estendeu a garrafa de água, peguei-a e ele se deitou novamente.

— Está com fome? Vou descer e pegar uma sopa para comer.

— Não estou com fome.

— Precisa comer algo e beber muita água, John.

— Depois então.

Fiquei um tempo e percebi que ele havia dormido novamente. Saí de seu
quarto e fui para a cozinha, Sarah, a mãe dele, cozinhava algo nas panelas, que
estava com um cheiro maravilhoso.

— Como está meu filho? — ela perguntou.

— Ele acordou mais consciente, tomou remédio e voltou a dormir, está sem
febre no momento.

— Estou fazendo uma sopa para ver se ele toma mais tarde.

— O cheiro está bom.

— Fiz comida para a gente comer.

— Obrigada, estou sem fome, e daqui a pouco irei embora — fui logo
falando.
— Queria te pedir um favor. — Ela olhou para mim.

— O que eu puder ajudar.

— Pensei em ir até a minha casa pegar mais roupas, pode ficar um pouco
mais, eu te pago, realmente não quero deixá-lo sozinho.

— Eu fico aqui sim, sem nenhum problema. E não precisa me pagar por isso,
o John é um patrão bom e no que puder ajudar eu farei.

Ela abriu um sorriso.

— Caso ele acordar e eu não estiver aqui, faça-o comer um pouco da sopa,
ele já está há muito tempo sem nada no estômago.

— Pode deixar que o farei comer tudinho.

Ela riu cúmplice. Adorava-a, sempre me tratou muito bem na empresa.

— Obrigada, Milla. Sempre falei para Anthony que você é uma boa
funcionária, mesmo tentando encobrir meu filho.

Dei risada.

— Assim fico com vergonha.

— Quero muito que o John arrume uma mulher igual a você, será a nora que
sempre pedi.

Na mesma hora, senti meu rosto esquentar de vergonha.


Fui salva daquela conversa quando o telefone dela tocou e saiu para atendê-
lo. Sentei-me na bancada e fui ver as mensagens do meu celular, as do Jack nem
visualizei. Apenas avisei minha mãe que chegaria mais tarde. Logo, Sarah
retornou.

— Venha, Milla, se servir.

Não me fiz de rogada, peguei um prato e me servi, ela tinha feito legumes
marinados na manteiga, um filé e arroz.

— Que delícia a sua comida — falei assim que dei a primeira garfada.

— Eu amo cozinhar.

— Eu amo comer. — Não era à toa que estava com alguns quilos a mais.

— Era o Anthony. Saiu os resultados dos exames do John e, pelo que o


médico informou, está tudo normal, sem nenhuma alteração, o que confirma que
é uma gripe. — Ela respirou alto, aliviada.

— Que bom que não é nada grave! — exclamei.

— Tenho certeza de que é esta mania de beber tudo gelado, saindo com
aquela moto pegando friagem — Sarah disse como toda mãe, que repreendia seu
filho por fazer besteiras.

— Com certeza, depois dessa ele aprende.

— Aprende nada, são anos e anos que falo a mesma coisa, meus filhos são
teimosos, e o John é um deles.
Apenas balancei a cabeça afirmando. Entre as conversas dela, contando o
que os filhos aprontaram, terminamos de comer e a ajudei a arrumar tudo na
cozinha.

Assim que ela saiu subi novamente para o quarto de John para verificar
como ele estava, coloquei minha mão em sua testa para verificar a temperatura,
sua mão agarrou meu pulso, na mesma hora meu coração disparou e meu corpo
teve uma reação que nunca havia sentido antes, minha pele arrepiou, meus
mamilos enrijeceram, foi tão forte que acabei me sentando na cama.

— Milla... — Sua voz saiu baixa como um gemido, John abriu seus olhos,
deve ter percebido a reação do meu corpo, e senti meu rosto esquentar, com
certeza estava vermelha de vergonha.
Assustei-me quando senti uma mão macia em minha testa e minha reação na
hora foi segurar o pulso. Quando senti o movimento na minha cama, abri os
olhos e fiquei surpreso que era a minha secretária.

— Milla! — sussurrei tão baixo, forçando minha garganta dolorida a sair um


som.

Senti sua pele se arrepiar ao meu toque, olhei em seu rosto. Um vermelho
tomou conta de sua bochecha, ela ficou linda e não parou por aí, percebi a
mudança de sua respiração, desci meus olhos e constatei seus mamilos
destacados, aquilo foi demais para mim, pois meu pau endureceu na hora, me
fazendo soltar seu pulso.

— John! — Sua voz era como um gemido para mim, e aquilo estava
piorando.

— Estou doente, Milla, mas não morto. Você teve reação ao meu toque? —
Minha pergunta saiu meio que uma acusação, na verdade parecia mais que eu
estava delirando.

— Você me pegou de surpresa e me assustei. — Ela estava mentindo, só que,


por enquanto, eu deixaria passar, nunca pensei nela apenas como minha
secretária, nada, nada mesmo sensual.

— Também me assustei com sua mão me tocando. — Queria fugir daquele


assunto, eu o maior pegador de mulher.

— Sua mãe foi até a casa dela e fez uma sopa, que está uma delícia, para
você comer.

— Não estou com fome. — Virei-me olhando para o teto do meu quarto,
para pensar em algo que distraísse meu amigão lá embaixo, que estava em
posição de guerra.

— Precisa comer, John.

— Não quero.

— Não é nenhuma criança, John, vai comer, nem que eu tenha que fazer
aviãozinho na sua boca e fazer igual se faz para uma criança mimada e birrenta
quando não quer comer algo. — Olhei-a incrédulo com suas palavras.

— Não sou mimado e nem criança.

— Está parecendo uma, se negando a comer. Pode ficar desidratado e ter que
ser levado ao hospital.

Virei meu rosto para ela e mostrei que não estava satisfeito, na verdade
mostrei uma cara fechada.

— Não adianta me olhar com esta cara de bravo, não tenho medo.

— Ainda sou seu patrão. Posso te mandar embora.

— Onde assino minha demissão? — Milla falou me desafiando, se levantou


e logo pegou uma bandeja que tinha um prato e copo de suco.

— Antes quero tomar um banho, acho que me sentirei melhor.

— Tem certeza, não prefere comer, assim, quando se levantar, não sentirá
tanta fraqueza. — Antes de terminar de falar, tirei a coberta de cima de mim, e
me esforcei a me sentar com as pernas para fora da cama, senti uma leve tontura,
fechei meus olhos e aguardei.

— Teimoso. — Escutei a voz dela.

— Me ajuda a ir até o banheiro? — pedi.

— Espera. Vou colocar a banheira para encher, com água morna, será bom
para a sua febre.
Apenas balancei a cabeça concordando, e escutei o barulho dela se
movimentando lá dentro.

— Vamos? — Sua voz perto de mim me causou uma sensação boa. Pela
segunda vez, meu corpo estava reagindo a ela, e naquela hora torci para ela não
perceber.

Devagar me levantei da cama, e ela me abraçou pela cintura, a tontura


voltou, mas nada falei. Com passos curtos, e devagar, caminhamos até o
banheiro. Quando chegamos perto da banheira, sentei-me na beirada e ela foi
desligar as torneiras.

— Consegue tomar um banho sozinho?

— Se eu falar não, vai me dar um banho igual uma criança mimada e


birrenta? — perguntei segurando o riso.

— Não, simplesmente irá voltar para a sua cama, porque não vou dar banho
em um marmanjo.

— Agora sou adulto?

— Criança em corpo de homem. — Olhei para a sua cara.

— Vai perder a oportunidade de olhar este corpo lindo. — Joguei estas


palavras para ver a reação dela, foi como imaginei. Ficou corada na hora.

— Não estarei perdendo nada. — Virou-se saindo do banheiro, fechando a


porta — Qualquer coisa me grita — falou da porta.

Tirei minhas roupas devagar, e me esforcei para entrar na água, que senti um
certo conforto na hora. Não tive nenhuma pressa, lavei meu rosto, meus cabelos,
meu corpo... Aquele banho estava fazendo bem para o meu estado febril, me
sentindo um pouco mais disposto.

Encostei minha cabeça na banheira e relaxei, não sabia quanto tempo havia
se passado, só me dei conta de que fazia tempo, pois escutei a porta se abrindo.

— John?

— Oi! — falei sem me mexer.

— Está tudo bem? Fiquei preocupada, faz mais de uma hora que você está aí.
— Levantei a cabeça, e percebi que ela havia apenas aberto a porta, falava de
fora do banheiro, sem entrar nele.

— Estou bem, este banho me fez bem, estou me sentindo como gente
novamente, já estou saindo.

— Certo. — E fechou a porta novamente.

Levantei-me pegando uma toalha, me enxuguei, e caminhei até pia,


precisava escovar meus dentes. Quando me olhei no espelho, quase me assustei
comigo, pela aparência: meus olhos estavam fundos e minha pele pálida. Fiz
minha higiene bucal, vesti um roupão e saí do banheiro.
Arrumei sua comida em uma pequena mesa que havia no seu quarto e me
sentei na outra cadeira para poder ficar de frente para ele quando ele fosse
comer. Me distraí olhando em meu celular várias mensagens do meu namorado
que estava fazendo algumas cobranças que não estava mais aguentando, com
isso me distraí do tempo que o John estava no banheiro, fui até a porta e abri o
suficiente para saber se estava tudo bem, e voltei a me sentar quando ele garantiu
que estava tudo certo, e um tempo depois ele saiu do banheiro de roupão, tentei
disfarçar minha vergonha de ver um homem naquele traje tão íntimo.
— Eu precisava de um bom banho, estou até mais disposto — falou indo em
direção ao seu closet.

— Que bom que está se sentindo melhor.

Alguns minutos depois ele apareceu vestindo uma calça de moletom e uma
camiseta, que estava marcando o quanto era musculoso.

— Sua comida. — Apontei para o prato na mesa.

— Já deve estar fria. — Não tinha me tocado deste detalhe.

— Verdade. Eu vou lá esquentar novamente.

— Não precisa. — Ele sentou-se e começou a comer devagar.

— A comida da sua mãe é maravilhosa — comecei a falar para acabar aquele


silêncio.

— O que mais sinto falta de quando morava na casa dos meus pais.

— Imagino.

— Minha mãe foi embora?

— Ela foi pegar algumas roupas, e receberei por ser babá fora do horário de
expediente — fui falando com a voz de divertimento, ele olhou para a minha
cara e deu risada.

— Estou achando que está virando uma secretária mercenária.

Dei uma gargalhada da cara dele.


— Para te aguentar e ficar todos os dias dispensando seus casos, eu mereço
ganhar muito bem. Se for pensar, estou exercendo duas funções.

— Não estão não.

— Então, já que não estou fazendo duas funções, não irei mais ficar ligando
para nenhum hotel para dispensar a presa da vez. Quero ver você fazer isso todos
os dias.

— Eu me rendo, você é mercenária, porém confesso que é bem eficiente.

— Viu, não é difícil admitir que sou eficiente e sem mim não é nada.

— Não precisa aumentar seu ego — John falou com cara de divertimento.

— Eu sei que sou boa em tudo que faço. — Na mesma hora, ele parou de
comer e me olhou. Só depois percebi que minhas palavras poderiam soar em
outro sentido.

Fui salva quando meu telefone começou a tocar e vi no visor que era o Jack,
meu namorado.

— Preciso atender. — Levantei-me com o celular na mão.

— Fique à vontade — John disse baixo. Caminhei para fora de seu quarto,
não deu tempo de atender e parou de tocar. Assim que cheguei na sala, retornei a
ligação, ele atendeu no segundo toque.

— O que está acontecendo, Milla? Nem atende mais meus telefonemas, fica
aí atrás deste riquinho do seu patrão — Jack foi falando sem parar.

— Boa noite, Jack! Como vai? — Fui bem sarcástica.


— Não venha com ironia para o meu lado. Quero saber se já está vindo
embora? — O tom de voz dele não estava me agradando, ele nunca se importou
onde eu estava, ou que horas chegava em casa. Resumindo: ele era um namorado
que nunca se importou, muito estranha esta atitude dele.

— Não tenho horas para voltar — atentei a dizer apenas isso.

— Está dando para seu patrão riquinho, por isso está diferente.

Na hora, meu sangue subiu e minha vontade era de xingá-lo, só que dei
apenas um aviso:

— Amanhã conversaremos, não sou mulher para aceitar este tipo de


humilhação. — Desliguei o celular sem ouvir sua resposta.

Respirei fundo, caminhei até a cozinha, peguei um copo de água e bebi de


uma vez. Meu celular estava tocando em minha mão, não fiz nem questão de
saber quem era.

Aguardei por um tempo e depois subi para ver como John estava e o
encontrei deitado na cama.

— Tudo bem? — perguntou.

— Sim.

— Não parece, está com uma cara... — falou baixinho.

— Estou não — teimei.

— Está sim — retrucou e eu simplesmente o ignorei. Caminhei até a mesa de


cabeceira e peguei seu remédio e um copo d’água.
— Hora do remedinho — falei me divertindo, como se ele fosse uma
criança.

— Estou me sentindo com cinco anos. — O entreguei e logo tomou me


devolvendo o copo e deixei no mesmo lugar. Vi-o se ajeitando melhor na cama,
se cobrindo com uma coberta.

— Vou esperar sua mãe lá embaixo. Qualquer coisa me chama.

Ele apenas balançou a cabeça positivamente, saí rápido do quarto e fui


aguardar na sala, perdi o tempo que fiquei mexendo no celular e nada da mãe
dele aparecer. Subi novamente para vê-lo, quando coloquei a mão em sua testa
percebi que estava com febre. Caminhei até o banheiro, peguei uma toalha
molhada e me sentei na cama. Coloquei o pano em sua testa, ele resmungou, só
que permaneceu dormindo. Como estava cansada, encostei-me cabeceira da
cama e adormeci.
Não sei quanto tempo dormi, acordei com algo em minha testa, que retirei e
vi que era uma toalha. E, para minha surpresa, Milla estava adormecida
encostada na cama. Com cuidado, para não a acordar, a arrumei para que se
deitasse na cama. Cobri-a e me ajeitei também, e comecei a olhar para o seu
rosto, algo que nunca havia visto. Não deveria, o certo era chamar ela, só que
fiquei com dó, ela devia estar cansada.

Fechei meus olhos em alguns segundos e voltei a encarar seu rosto: havia
algumas pintinhas imperecíveis; sua boca rosada, que deu vontade de beijar, para
saber seu gosto. Levantei minha mão e passei carinhosamente pelo seu rosto, ela
resmungou algo, só que continuou dormindo pacificamente.

Recriminei-me internamente por estar desejando tocar nela, provar ela, meu
corpo agiu de forma diferente, com um leve tremor. Levantei-me para não fazer
uma loucura, caminhei até o banheiro e, quando cheguei na pia, abri a torneira e
joguei água fria no rosto, para dissipar aquela sensação diferente. Após minutos
perdidos em meus pensamentos, resolvi voltar para a cama, ainda me sentindo
fraco.

Quando voltei ao quarto, meu irmão Noah estava na porta.

— Por que sua secretária está deitada em sua cama? — perguntou baixo para
não acordá-la.

— Eu dormi. Quando acordei, ela estava encostada de mau jeito, arrumei ela
na cama, não tive coragem de chamá-la — respondi baixo, indo na direção dele.

— Como você está? Mamãe me pediu para ficar aqui hoje com você.

— Não precisa, estou bem melhor — falei passando pela porta, saindo do
meu quarto. Fechei a porta devagar, descemos e fomos na direção da cozinha.

— Fazia tempo que não ficava doente — Noah comentou, sentando-se na


cadeira na bancada da cozinha, enquanto eu pegava uma garrafa de água e bebia
tudo imediatamente.

— Verdade — concordei ficando mudo em seguida.

— John, você precisa começar a maneirar um pouco. Leva uma vida de


festas e bebidas todos os dias, uma hora seu corpo iria cobrar o preço disso tudo.
— Sabia que ele estava certo.

— Vou me cuidar mais, só não posso ficar sem uma mulher todos os dias.

Ele riu alto.

— Não estou te pedindo para deixar de comer uma gostosa por dia, estou
falando para pegar leve.

— Até mesmo você é igualzinho a mim, irmãozinho — falei.

— Aprendi a ser um puto com você, irmão mais velho.

— Então aprendeu com o melhor — falei e ambos rimos.

Eu e meu irmão sempre nos demos muito bem, ele não quis seguir os passos
de nosso pai, sendo um engenheiro, preferiu ser um dentista e ele era bem-
sucedido na sua profissão, seus clientes eram do alto escalão.

— Realmente está bem, John? Por mais que eu seja um dentista, posso tentar
te ajudar em algo.

— Estou bem sim. Tenho certeza de que amanhã estarei bem melhor.

Ele balançou a cabeça e se levantou.

— Então como está em boa companhia vou embora.

Acompanhei-o até a porta.

— Obrigado por se preocupar, Noah — agradeci apertando sua mão em


despedida.
— Estou à disposição, John, qualquer coisa me liga ou liga para a mamãe. E
não faça nada que não faria, ou não faça nada que vá se arrepender depois.

— O quê? — perguntei, pois não tinha entendido nada. Ele apenas riu e saiu,
fechei a porta e subi indo em direção ao meu quarto. Com o dilema de ir para ele
ou para o quarto de visitas, decidi ir para o meu.

Deitei-me de costas para ela, demorei para dormir, porque meu corpo dava
sinais de que queria ficar mais perto dela, uma loucura, pois ela era a minha
secretária, e nunca, em momento nenhum, veio em minha cabeça ter algo
sexualmente com ela. Sempre a respeitei. E outra, ela tinha namorado ou noivo,
algo do tipo, e não iria me arriscar nunca ir para este caminho e perder a melhor
secretária que já tive, com estes pensamentos adormeci.

— Meu Deus! — Acordei assustado com o grito da Milla e, quando abri os


olhos, percebi que estávamos agarrados, suas pernas em cima das minhas e a
minha ereção matinal bem presente e encostada nela.
Durante a noite, me senti mais aquecida, nem me importei, estava muito
gostoso, dormi tão bem, mal me movi na cama.

Quando acordei de manhã, antes mesmo de abrir meus olhos, meu coração
acelerou e depois senti meu corpo preso a outro, com braços fortes segurando
fortemente minha cintura. Assustei-me quando sabia que eu estava abraçada ao
meu patrão e não acreditando que havia dormido na sua cama. Quando ele, em
um sono profundo, se aproximou mais e senti algo duro embaixo, me assustei na
hora.
— Meu Deus! — gritei sem me importar, e ele acordou de imediato. Senti
que o nosso coração acelerou. Tentei me afastar dele, porém suas mãos
apertaram minha cintura.

— Milla! — exclamou, mesmo acordado dava para perceber que estava


sonolento.

— Me solta, John — pedi firme e ele me soltou, assim saí imediatamente da


sua cama. Meu coração estava disparado. — Deveria ter me acordado para eu ir
embora — acusei-o.

Ele se sentou, encostando-se à cabeceira da cama, calcei meu sapado


rapidamente.

— Calma, Milla, não aconteceu nada, você estava cansada e acabou


adormecendo. Eu fiquei com dó de te acordar e acabei dormindo também.

Peguei meu celular e tinha várias ligações do Jack, dos meus pais.

— Preciso ir embora e depois ir trabalhar.

Eu estava nervosa e toda atrapalhada, meu corpo estava diferente, e me


negava a pensar que aquela sensação era porque eu estava perto de um corpo de
um homem, ou melhor, do meu chefe.

Meus pensamentos eram como eu iria olhar para ele, sabendo que o senti
perto de mim e aquilo dele bem presente perto de mim. Nem percebi que ele se
aproximou de mim.

— Milla, olha para mim — ele falou baixo, continuei sem olhar e peguei
minha bolsa. — Milla! — ele tornou a me chamar e o olhei envergonhada. John
tinha percebido que eu estava sem jeito.

— Tira o dia de folga, eu também não irei para a empresa. Arruma suas
coisas, vamos viajar amanhã, não posso mais adiar a nossa ida para o resort.

— Mas você está doente, pede para um diretor ir em seu lugar. — Tentei
persuadi-lo a desistir.

— Estou me sentindo melhor, hoje ficarei em casa e tentarei trabalhar daqui.


Não posso passar esta reunião para outro diretor, eu cuidei desde o começo deste
projeto, então ninguém melhor que eu para estar lá e ver tudo com meus próprios
olhos.

— Qualquer coisa me liga. Vou aproveitar meu dia de folga, coisa que nunca
aconteceu durante anos. Estou começando a ter esperanças de que meu patrão
tem um coração bom — tentei brincar com a situação.

— Estou quase desistindo disso.

— Antes que mude de opinião, estou indo embora.

Quando cheguei na porta e abri, escutei-o me chamando:

— Milla!

Virei-me para ele.

— Sim.

— Somos adultos, e nada aconteceu enquanto estava dormindo. Não precisa


ficar pensando nada de errado sobre mim, sempre te respeitei e sempre irei te
respeitar. Posso ser um homem promíscuo, porém nunca desrespeitei uma
mulher.

Balancei minha cabeça, e saí. Não sabia o que pensar, só que meu corpo
estava reagindo com sua proximidade, coisa que nunca me aconteceu, aquilo
estava me assustando.

Logo encostei o carro em casa e nem percebi todo o caminho que percorri até
aqui, de tanto que estava fervendo em pensamentos contraditórios, ou melhor,
único pensamento: meu chefe John.

Entrei em minha casa, só queria me enfiar debaixo do chuveiro e tentar


pensar em outra coisa, uma delas era conversar com o Jack, não estava dando
para a gente continuar a nossa relação, ele já tinha passado de todos os limites, e
depois da nossa conversa por telefone, era impossível nossa relação dar certo.
Quando estava subindo as escadas, escutei minha mãe me chamar.

— Filha!

Ela apareceu saindo da cozinha.

— Oi, mãe!

— Onde você se enfiou? A gente ficou preocupado, principalmente o Jack,


que esteve aqui falando com seu pai coisas absurdas.
Suspirei, desci as escadas e fui até ela e a abracei.

— Avisei a vocês que iria ver o John na casa dele. E aconteceu que a mãe
dele me pediu para ficar de olho nele enquanto ela iria para casa pegar algumas
coisas. Não consegui falar não, mãe. E acho que estava tão cansada, que me
deitei para esperar ela e acabei adormecendo — contei a minha mãe, só não
podia mencionar onde eu dormi, e quem estava ao meu lado. Minha mãe me
olhou com cara de interrogação.

— Entendi. O Jack insinuou que está tendo um caso com seu chefe.

Na hora, minha raiva subiu.

— Vocês acreditaram nele? — quis saber.

— Jamais, filha. Seu pai ficou bravo com ele por insinuar isso de seu caráter.
Conhecemos muito bem a filha que criamos; e outra, tenho certeza de que, se
fosse para ter alguma coisa pelo seu chefe, você iria terminar seu namoro. Faz
anos que vocês trabalham juntos, e sabemos que, se fosse para acontecer algo
entre os dois, era para ter acontecido há muito tempo, e não é o caso. — Respirei
aliviada.

— O Jack está me pressionando a muitas coisas, mãe, e a cada dia está


piorando, acho que nossa relação já terminou, só não percebemos ainda pela
comodidade.

— Se não o ama de verdade, é melhor os dois seguirem cada um para o seu


lado.

— Hoje estou de folga e amanhã iremos viajar. Assim que eu voltar irei ter
uma conversa definitiva com o Jack e terminar nosso namoro, cada um tem
objetivos diferentes, e não posso conviver com um homem que me cobra para
emagrecer, para ter intimidade, e que me acusa, isso não é saudável.

— Faça isso, filha. Tenho certeza que logo irá encontrar o amor verdadeiro,
aquele que irá te apoiar em tudo e saberá te respeitar. — Ela riu para mim, aquilo
aqueceu meu coração.

Sabendo que meus pais sempre iriam me apoiar, dei um beijo em seu rosto e
subi para o meu quarto. Fui diretamente para o banheiro, meu corpo ainda estava
quente, liguei na água gelada e entrei, comecei a pensar no John, peguei uma
esponja com sabonete e comecei a esfregar meu corpo, sentindo aquela sensação
gostosa, nunca havia me tocado como agora e pensando em um homem, que
estava mexendo comigo de uma hora para outra. Me perdi naquele momento
somente meu, imaginando-o com aquelas mãos tocando cada pedaço do meu
corpo.
Assim que a Milla saiu do meu quarto, soltei todo o ar que estava segurando,
corri para o banheiro e liguei na água gelada, meu pau estava duro igual uma
rocha, não pensei em nada, comecei a me masturbar, tentei pensar nas ultimas
mulheres que esteve em minha cama, mas apenas uma tomou conta dos meus
pensamentos. Imaginar como era seu corpo por baixo daquelas roupas, pele
branquinha, comecei a ir mais rápido com minha mão, estava ofegante e, quando
meu pensamento foi de como era ela toda aberta para mim, comecei a gozar na
mão igual um adolescente, e um único nome saiu da minha boca.
— Milla — falei baixo, gemendo.

Encostei minha testa no piso frio, com o coração acelerado, ofegante. Nunca
tinha gozado tanto somente me masturbando. Na hora desta constatação me
apavorei, precisava sair e comer alguma mulher, para distrair a minha mente da
minha secretária. Não podia pensar nela desta forma, era errado, há anos
trabalhamos juntos e nunca a olhei de forma diferente, sempre tivemos respeito
um pelo outro.

Saí do banheiro, me arrumei e desci e, quando cheguei na cozinha, encontrei


minha mãe.

— Bom dia, mãe. — Fui até ela e a abracei.

— Oi, meu filho. Pela sua aparência parece bem melhor.

— Estou me sentindo bem, mãe, foi uma gripe passageira.

— Você nos deu um susto, nunca te vi ficar assim, pegou um resfriado forte.
Precisa se cuidar mais — disse.

Mãe sempre era mãe, sempre querendo o nosso melhor.

— Pode deixar, dona Sarah, irei me cuidar. — Ri e me sentei para me servir


das coisas deliciosas que estavam sobre a bancada. — Estou morrendo de fome
— falei mordendo um pão doce recheado.

— Percebi que a Milla dormiu aqui, ela passou voando por aquela porta e
nem percebeu minha presença. — Quase me engasguei, levantei meu olhar para
ela e a sua cara dizia que ela tinha subido até meu quarto e viu a gente dormindo
na mesma cama.
— Nem venha, mãe! — repreendi-a.

— Oxe, menino, não falei nada.

— Nem precisa, mãe, eu te conheço muito bem.

— Só iria falar que sua secretária é bem legal e dedicada.

— Isso que somos, mãe, secretária e patrão. — Ela fez uma cara satisfeita.
— E pode tirar este sorrisinho do rosto, entre mim e a Milla há apenas o
profissional — frisei.

— Se está dizendo isso, quem sou eu para contradizer. Apenas estou falando
o quanto ela é bonita...

— Mãe! — Não a deixei terminar de falar.

— Ok, não falo mais nada. — Calou-se e segundos depois disse: — Ela será
uma ótima esposa.

— Mãe! Quer parar de falar da Milla, como se a gente fosse algo? — tornei a
recriminá-la. Voltei a comer e ela ficou ali comigo.

— Ainda irá viajar? — quis saber.

— Iremos amanhã — respondi.

— A Milla irá junto?

Olhei para ela.

— Ela é minha secretária, e precisa estar comigo.


— Vão ficar hospedados juntos? — tornou a fazer outra pergunta.

— Vamos ficar cada um em seu quarto no resort — respondi sua


curiosidade.

— Por que não ficam no chalé? — Comecei a perceber que as suas perguntas
eram para arrancar alguma informação minha ou ela tinha outras intenções sobre
elas.

— No resort é mais fácil, devido as reuniões que serão lá também. E fica


mais perto das obras.

— Está bem para viajar?

— Estou, mãe.

— Qualquer coisa, a Milla cuida de você. — Aquilo foi estranho,


principalmente a sua insistência sobre a minha secretária.

— Mãe, pare de querer que eu arrume uma esposa. Não pense que não
percebi suas indiretas sobre a minha secretária. Entre a gente não irá acontecer
nada, eu sou um homem livre e quero comer todas e não vou ficar apenas
comendo exclusivamente uma, onde posso ter todas. — Com isso me levantei da
mesa e segui para meu escritório em minha casa, fui tentar trabalhar um pouco e
ocupar minha cabeça de pensamentos inapropriados.

Tentei colocar meu trabalho em dia, era tanto e-mail para ser respondido,
que, quando me senti cansado, parei e fui atrás da minha mãe que ainda estava
em minha casa.
— Aí está a senhora — falei assim que a achei em meu quarto, com uma
mala aberta em cima da minha cama e várias roupas espalhadas. — O que está
fazendo?

— Arrumando sua mala — falou como se fosse normal.

— Mãe, não precisa fazer isso, eu sei muito bem arrumar a minha própria
mala.

— Não tinha o que fazer, vim aqui para arrumar seu quarto e vi que não tinha
arrumado nada e quis te ajudar. — Dei risada de como ela falou, me senti uma
criança de cinco anos.

— A mala eu arrumo em dois minutos, mãe; e outra, são poucos dias, e


homem adora uma praticidade.

— Deixa de ser mal-agradecido e vamos terminar logo isso! — falou brava.


Fui até ela e abracei.

— Vou te roubar do papai e te trazer para a minha casa — falei


carinhosamente.

— Você precisa é trazer uma esposa para a sua casa e não sua mãe. — Soltei
uma gargalhada.

— Estou muito bem solteiro. Para que me prender a uma se posso ter todas.

— Quando abrir os olhos, vai ver que a mulher perfeita para você sempre
esteve ao seu lado e, quando perceber isso, irá cair de quatro por ela.

— Vamos parar com este papo sinistro e arrumar logo minha mala. —
Caminhei em direção ao closet e fui pegando o que iria usar nos dez dias de
viagem.

— Acho que isso não irá demorar — minha mãe falou depois que fechamos
a mala e percebi que ela estava sorrindo.
Já era noite, tinha arrumado minha mala e tudo que iria usar durante os dez
dias de viagem, estava com um tablet na mão revisando tudo que iríamos fazer,
as confirmações das reuniões, os almoços, jantares todos marcados e reservados
nos melhores restaurantes, as visitas às obras, não poderia ter nenhuma falha.
Até os momentos que poderíamos descansar, eu cronometrei.

Escutei baterem em minha porta e, em seguida, ela sendo aberta.

— Filha! — Ouvi a voz que amava aparecendo no meu campo de visão.


— Oi, pai. — Levantei-me, fui até ele e o beijei no rosto.

— Tudo bem? — Ele estava com uma voz calma e com um jeito que queria
falar algo.

— Sim, papai. Já arrumei minhas coisas, porque amanhã viajo para Key
West.

— E seu patrão está bem para viajar? — questionou.

— Quando saí da sua casa hoje de manhã, ele estava bem melhor, acredito
que até amanhã esteja mais ainda.

— Vão apenas vocês dois nesta viagem? — quis saber. E entendi na hora: o
Jack encheu sua cabeça.

— Pai, não é a primeira viagem que fazemos juntos e não será a última.
Como secretária dele, eu assinei no contrato que tinha disponibilidade para fazer
isso. E o senhor me conhece muito bem, sou responsável e não aceito falhas.

— Eu sei, minha filha. É que o Jack... — Levantei a mão não o deixando


finalizar.

— Imagino que o Jack te falou e encheu sua cabeça, pai, e ele está errado. Eu
não tenho nenhum caso com o meu patrão, como ele insinuou que tenho, é
estritamente profissional e o John sempre me respeitou.

— Ele é seu namorado e não gostou que você dormiu na casa de outro
homem.

— Pai, sendo sincera com o senhor, assim que eu voltar irei terminar meu
namoro com o Jack. As atitudes dele e sua cobrança estão abusivas, e não irei
aceitar isso. Não posso me submeter a nenhum homem e fazer o que ele deseja.

— Não irei me intrometer na sua vida, como seu pai quero apenas seu bem e
que seja feliz. Se acha que as atitudes do Jack estão sendo abusivas, então te
apoio em terminar um relacionamento assim, não quero ver minha filha sofrer
em mão de nenhum homem, não te criei para isso. — Sorri para ele e beijei sua
face novamente, meu pai era homem maravilhoso, sempre me deu tudo que quis,
sempre muito carinhoso e atencioso, não poderia aceitar um homem que fosse o
oposto dele, queria ter uma relação com um homem igual era a relação que meus
pais tinham, precisava seguir o exemplo que cresci vendo.

— Te amo, pai — declarei, sem nenhuma vergonha.

— Também, minha filha. Vim te chamar para jantar. Vamos logo, antes que
sua mãe venha nos buscar pelas orelhas. — Rimos e descemos abraçados.

Nosso jantar estava como todos os dias, um falando um pouco como foi seu
dia, rindo, meus pais falando que sentiriam minha falta, até a campainha tocar.

— Eu atendo! — minha mãe exclamou e foi atender a porta. Quando


retornou, Jack estava ao seu lado.

— Acho que a sua conversa será antecipada! — meu pai exclamou baixo
para mim.

— Boa noite! — Jack nos cumprimentou.

— Boa noite! — meu pai disse. Eu não falei nada, apenas me levantei.

— Oi, meu amor! — Jack falou e veio até mim, na hora me desviei do seu
beijo, que acabou sendo no rosto. Na hora, ele ficou sem jeito.
— Venha, vamos conversar! — exclamei e fui em direção ao escritório. Ele
me seguiu. Assim que Jack entrou fechei a porta.

— O que foi, Milla? — Sua voz já estava diferente, ali eu percebi que,
quando as pessoas estavam perto, ele me tratava de outra forma, mais carinhosa;
e longe, era no tom arrogante. Aquela constatação só me fez querer me socar,
por não ter percebido isso durante todo este tempo.

— Serei bem direta, não gostei e nem estou gostando dessa sua arrogância
para cima de mim, principalmente a cobrança para coisas que disse que não
estava preparada, e o estopim de tudo foi sua ligação insinuando que eu estava
dando para o meu patrão. Não vou e nem irei aceitar isso, então, Jack, estou
avisando que, a partir de hoje, estou terminando o que a gente tinha, se é se
tínhamos algo.

— Está terminando nosso namoro de anos? — Seu tom de voz saiu alto.

— Estou sim. E abaixe esta voz, estou falando de boa com você. Somos
adultos o suficiente, e percebi que você tem seus objetivos e desejos, e os meus
estão o oposto do seus. Então melhor assim, cada um para o seu caminho. — Ele
veio em minha direção e segurou meus braços com força.

— É por causa do seu patrão riquinho? Com certeza já deu para ele e, para
mim, fica se negando, falando que é virgem.

— Me solta, Jack, está me machucando — falei quase chorando, e ele


apertou mais.

— Fala, Milla! É por isso? — Ele me sacudiu.


— Claro que não. Você está se tornando uma pessoa que não conheço —
falei tentando sair de seu aperto, que era inútil, com lágrimas escorrendo por
meu rosto.

— Você é minha! — Tornou a me sacudir.

— Me solta, Jack! — implorei.

— Solta a minha filha agora! — meu pai gritou e tirou Jack de perto de mim.

— Estou conversando com a minha namorada — Jack falou alto com meu
pai.

— Escutei você gritando com ela. Já perdeu a razão assim que aumentou seu
tom de voz.

— Ela está terminando nosso relacionamento por causa que deve estar
apaixonada pelo patrão — ele falou alto.

— Aceita que nosso namoro estava caminhando para o fracasso, Jack. Não
quero mais isso.

— Escutou minha filha, rapaz? Ela terminou o relacionamento de vocês,


aceita. Pelo pouco que presenciei, foi bom. Jamais iria aceitar minha filha com
um homem que se descontrolou como você fez agora.

— Não é nada disso, senhor, eu fiquei nervoso, eu amo a Milla e não soube
como me expressar quando ela tentou terminar o nosso namoro.

— Não tentei, Jack, eu terminei. Assume que, quando as pessoas estão perto,
você é um homem; e quando sou apenas eu e você, existe só cobrança, tem
atitudes diferentes; eu estava cega e não via isso, só que você começou a piorar a
cada dia, e não posso mais ficar em um relacionamento como o nosso.

— Um relacionamento abusivo — completou minha mãe que estava na porta


e nem percebi.

— Exatamente isso, pelo pouco que vi — meu pai concordou.

— Jack, aceita que não somos apaixonados um pelo outro, apenas nos
acostumamos a ficar juntos.

— Eu te amo, Milla — Jack falou de forma inesperada.

— Não, Jack, não ama. Aceita, tenho certeza de que irá encontrar alguém
ainda que realmente te ame. Quero que seja feliz. Não dificulta as coisas e aceite
— falei calma.

— Vamos sair e conversar apenas eu e você, Milla. Iremos nos entender e


sem ninguém para interferir — terminou de falar olhando para o meu pai.

— Minha filha não fica mais sozinha com você, Jack! — exclamou meu pai.

— É isso que você quer, Milla? Sua decisão? — Jack perguntou.

— Sim. Estou totalmente certa do que desejo para a minha vida e futuro.

Ele balançou a cabeça negativamente. Sem falar mais nada, caminhou rumo
a saída e, segundos depois, escutamos barulho da porta batendo com muita força.

Nesta hora, meus pais vieram até mim e me abraçaram.

— Está bem, querida? — minha mãe perguntou.


— Sim — confirmei.

— Tem certeza? — foi a vez do meu pai questionar.

— Tenho sim. Foi bom eu ter percebido antes o que estava acontecendo com
nosso relacionamento.

— Nunca imaginei que ele reagiria desta forma com você — minha mãe
falou.

— Nem eu! — exclamei baixo. — Vou subir para o meu quarto, amanhã
sairemos cedo. — Dei um beijo no rosto deles e fui para o meu quarto.

Coloquei um pijama e, assim que me deitei na cama e encostei minha cabeça


no travesseiro, senti um certo alívio, e lágrimas vieram apenas pela decepção da
reação dele, e não por estar sofrendo pelo término. Estávamos acomodados com
a relação, nunca houve aquele fogo entre a gente, o nosso erro foi ter confundido
a amizade de colégio e ter começado um namoro.
Acordei animado e já não sentia nada, estava bem melhor, pronto para outra.
Tomei um banho e coloquei uma roupa confortável para viagem. Peguei meu
celular e vi que eram seis da manhã, e logo Milla estaria aqui. Pedi para o Oliver
ir à casa dela buscá-la.

Mudei meus planos, não iremos mais de carro, pegar estrada de quase quatro
horas, decidi ir de helicóptero, assim economizaremos um tempo antes da
primeira reunião.
Desci para aguardá-la, depois de uns dez minutos ela entrou com Oliver ao
seu lado.

— Bom dia, John!

— Bom dia, Milla! — Depois me dirigi ao meu segurança. — Obrigado,


Oliver, vamos sair em instantes.

— Ok, John. — Ele assentiu e saiu.

— John, a gente tinha combinado de sair da empresa — ela falou.

— Mudei de ideia. — Peguei minha bolsa e caminhei em direção à porta.

— Como assim, mudou de ideia? Não vai mais para Key West? — Ela me
seguiu.

— Vamos, só que não de carro. — Quando avistei o heliporto, apontei na


direção.

— O quê? Não mesmo! — ela exclamou.

— Vamos de helicóptero, assim vamos economizar umas quatro horas de


viagem.

— Eu prefiro ir de carro, John. Nunca andei nisso aí. — Sua voz saiu baixa e
trêmula, percebi que estava com medo e me aproximei dela.

— Milla, é supertranquilo. E, quando estiver no ar, irá admirar a vista que é


de lá de cima.
— Posso ir com o Oliver de carro — ela disse. Ele estava colocando as malas
dela no helicóptero.

— Todos vamos de helicóptero. — Dei risada da cara dela, nisso Oliver se


aproximou da gente.

— Tudo pronto, chefe.

— Então vamos — falei caminhando em direção ao helicóptero, quando me


virei a Milla estava parada no mesmo lugar.

— John, posso ir então sozinha de carro — ela falou.

— Você tem medo? — perguntei, e ela apenas balançou a cabeça afirmando.

— Tem medo de voar, secretária?! — foi a vez de Oliver exclamar.

— Sim — ela respondeu apenas, e ele caiu na risada.

— Achei um trunfo contra você, secretária. Eu pensava que era um robô,


sem nenhum defeito. — Ele riu e ela fechou a cara, virou na direção dele, cruzou
os braços e começou a bater o pé no chão, igual a uma criança mimada.

— Fica quieto, cão de guarda. — Isso o fez rir mais, na hora alguma coisa
mexeu comigo, não gostei, pela primeira vez, desta camaradagem que sempre
existiu entre os dois, e só agora percebi os apelidos trocados entre os dois, nunca
me importei e agora me incomodou.

— Posso ir com ela de carro, John — Oliver falou ainda rindo, e aquilo
estava fora de cogitação, os dois sozinhos de carro, não mesmo gritei por dentro
e na hora endureci minha pose.
— Vamos todos de helicóptero, e sem conversa. Venha, Milla — falei grosso,
eles olharam para mim e vieram.

— Cadê o piloto? — Milla quis saber.

— Na sua frente — falei de mim mesmo, e abri a porta da frente para ela
entrar, nisso o Oliver já entrou na parte de trás.

— Você vai pilotando esta coisa? Desde quando faz isso?

— Faço isso desde os meus dezoito anos. Antes eu queria ser piloto, meu pai
aceitou que eu fizesse o curso de pilotos, fazendo a faculdade de engenharia
também, no fim amei ser engenheiro e pilotar é apenas um hobby — respondi
para ela, a orientando como prender o cinto de segurança.

Entrei, coloquei os cintos e todos nós colocamos os fones de ouvido, e logo


estava ligando os motores e pedindo autorização para decolar e, quando fui
autorizado, olhei para o lado e vi que a Milla estava pálida e suas mãos brancas
apertando o banco, antes de subir encostei minha mão na sua e apertei, ela me
olhou e ri, tentando tranquilizá-la.

— Prontos? — perguntei.

— Não — Milla negou.

— Curtem a pequena viagem. — Assim mexi no comando e logo o


helicóptero subiu e ganhou os céus de Miami, rumo a Key West. Fiz questão de
passar pela costa praiana, vimos os grandes barcos na marina, percebi que a
Milla foi relaxando.

— Como é lindo daqui de cima! — falou maravilhada.


— É outra visão, olha como mar fica azulzinho.

— Verdade — concordou.

Oliver não abriu a boca para nada, estava em silêncio, olhei para trás e ele
estava prestando atenção nas paisagens que se destacava fora.

Foi um voo tranquilo e rápido e logo estava descendo no resort que iremos
ficar. Oliver desceu assim que desliguei os motores e foi ajudar a Milla. Assim
que ela pegou a mão dele para descer, minha vontade foi de falar para deixar que
eu a ajudava, mas fiquei em silêncio.

— Não acredito que andei nesta coisa e, ainda por cima, gostei — ela falou
assim que cheguei perto.

— Sabia que depois iria adorar, e olha como chegamos rápido. — Já tinha
pessoas do resort pegando nossas bagagens.

— Vamos fazer o check-in — disse.

— Vamos! — exclamei, coloquei a minha mão na sua costa, e na hora senti


que seu corpo se retraiu. Fingi que não percebi e caminhamos em direção à
recepção.

— Seja bem-vindo, Sr. Conner! — falou a recepcionista.

— Obrigado. — Não gostei que ela se referiu apenas a mim e não aos outros.
Infelizmente, em muitos lugares, as pessoas tentavam puxar o saco para chamar
a atenção dos que tinham dinheiro.

Pegamos as chaves e subimos para os quartos, minha exigência era todos


perto um do outro.
Assim que chegamos na porta do meu, eu me virei para a minha secretária.

— Ainda temos umas três horas antes da primeira reunião, vamos aproveitar
e ir até a piscina e relaxar um pouco.

— Pode ir, John, ficarei aqui revisando a pauta da reunião.

— Nada disso, você vem comigo.

— Nem roupa de banho eu trouxe.

— Como assim, você vem para um resort e não traz nada de banho? Você
não irá trabalhar vinte e quatro horas, Milla. Terá horas para descansar e relaxar.

Ela baixou a cabeça e abriu a porta de seu quarto.

— Eu não irei, o senhor pode ir — falou baixo.

— Certo.

Não falei mais nada, nem entrei no meu quarto. Saí andando em direção
onde sabia que havia lojas, entrei na primeira que vi.

— Posso ajudar? — Uma vendedora veio me atender.

— Quero algumas roupas de banho.

— Qual tamanho? — perguntou. Tentei puxar na minha mente qual tamanho


a Milla usaria, imaginei as curvas de seu corpo, algo que acabou dando errado,
porque alguém nas minhas calças queria acordar.
— Tamanho médio — disse de forma inesperada, e a vendedora caminhou
até uma arara.

— Aqui estão todos deste tamanho. — Fui até lá, e comecei a pegar as cores
e modelos que combinaria com sua pele clara e seus cabelos loiros. Saí da loja
satisfeito e com várias sacolas.

Assim que bati na porta do quarto da Milla, em segundos ela abriu.

— Sem desculpas. — Empurrei as sacolas para ela.

— O que é isso? — perguntou-me.

— Roupas de banho, tudo que precisa. Sem desculpas, tem cinco minutos
para se arrumar.

— Não posso aceitar, John.

— Pode e vai.

— Você é louco.

— Agradeça apenas.

— Não vou! — falou alto quando eu caminhava em direção ao meu quarto.


— Cinco minutos — tornei a dizer. — Senão te levarei como está. Isso é
uma ordem. — Entrei e ainda a ouvi me xingar.

Rapidamente abri minha mala e logo me troquei de roupa e saí. Quando bati
no quarto dela, nada, bati novamente e demorou um pouco. Já estava perdendo a
paciência e, quando pensei em bater novamente, a porta se abriu e a vi em um
maiô preto, mostrando um pouco da sua cintura linda, meu pau acordou na hora.

— Puta merda!
Minha vontade foi de mandar meu chefe à merda. Quem eu era para fazer
isso? Peguei as sacolas e espalhei pela cama. Além de doido era exagerado.
Havia vários biquínis, maiôs, saídas de banho, tudo que podia imaginar o louco
comprou. Contra minha vontade, peguei um biquíni vermelho. Quando me olhei
no espelho não gostei, minha gordurinha ficou muito em evidência, peguei o
maiô preto e, quando estava vestindo, escutei batidas na porta, eu ignorei.
Quando terminei de vestir bateram novamente na porta, estava com vergonha,
mas acabei indo abrir a porta, porque sabia que era meu patrão.
— Puta merda! — ele exclamou assim que abri a porta, fiquei envergonhada.

— Eu sei que está ridículo. Sou gorda e por isso não uso estas coisas — falei
triste.

— O quê? — indagou, entrando no meu quarto.

— Isso mesmo que ouviu, sou gorda, John, e não devo usar estes trajes de
banho. — Tentei entrar no banheiro para trocar de roupa, só que John me puxou.

— Você só pode estar louca em falar que é gorda! — John falou um pouco
alto.

— Para, John, eu sei que sou gorda.

Vi-o respirando profundamente, segurando minha mão e me colocou na


frente de um espelho, fiquei com vergonha na hora.

— Sabe o que estou vendo no espelho? Uma mulher linda e com todo
respeito, Milla, uma mulher muito gostosa, sensual. Acredite em mim, estou
sendo sincero e você sabe que conheço muito bem deste assunto.

— O Jack jogou na minha cara que sou gorda.

Sua cara mudou de expressão na hora.

— Seu namorado é um imbecil em te chamar de gorda.

— Ex — falei baixo.

— O quê? — John perguntou.


— Ex-namorado, terminei com ele — expliquei e o John deu um sorriso de
canto.

— Fez bem em terminar esta relação que estava caminhando para o fracasso,
homem que é homem elogia sua parceira.

— Pode ir para a piscina, prefiro ficar aqui. — Saí de perto dele, e me sentei
na cama.

— Nada disso. Anda!

— Não! — exclamei.

— Ou você vai caminhando ou vai nas minhas costas. A decisão é sua.

— Você não seria louco — o desafiei, continuei sentada. Segundos depois,


ele não falou nada, simplesmente caminhou em minha direção e, como se eu
fosse um saco de batatas, me jogou em suas costas e gritei na hora:

— John, me coloca no chão!

— Não! — ele falou e saiu do quarto.

— Seu louco! John, me solta! — Estávamos fazendo uma cena. Várias


pessoas passavam por nós, mesmo de ponta cabeça dava para ver que muitos
riam da nossa situação.

— Eu avisei.

— John, um monte de homem está vendo minha bunda. — alertei-o, acho


que isso o despertou, pois ele parou de andar.
— Droga! — exclamou, então me desceu, meu corpo esfregando no seu. Na
hora me arrepiei e, quando estava de frente a ele, fixei meu olhar no seu, vi que
ele estava numa luta interna igual a mim. Pela primeira vez, desejei beijar sua
boca, sentir suas mãos em meu corpo. Senti-o apertar minha cintura e aquilo
piorou minha situação, coloquei minhas mãos em seu peito, senti seu colar
através do tecido de sua camiseta.

— John... — falei baixinho, mas parecia mais um gemido.

Ele fechou brevemente os olhos e se afastou de mim, na hora senti falta


daquele contato, vi-o tirar a camiseta e o short e pular na piscina. Quando
emergiu do outro lado, não virou na minha direção. Para não ficar igual boba ali
parada babando naquele corpo, fui para a beira da piscina e me sentei.

Ele continuou a nadar de uma borda a outra, e não percebi que um homem se
aproximou de mim.

— Lindo este lugar? — Me assustei na hora, quando olhei para o estranho.

— Ah... é sim. — Tornei a olhar para o meu chefe.

— Está passeando? — Percebi que o homem queria puxar conversa.

— Não, a trabalho — respondi sem olhar para ele.

— Nossa, que coincidência! Também estou a trabalho. Como cheguei cedo


para a primeira reunião, quis aproveitar este paraíso e acho que fiz bem, achei
uma bela sereia perdida.

— Ela não está perdida. — Escutei a voz do John, que eu nem tinha
percebido que estava perto, pois, quando o homem não parou de falar, eu acabei
olhando para a cara dele. John veio para o meio das minhas pernas, estranhei
aquilo.

— Pensei que ela estava sozinha aqui — o homem falou e saiu.

Olhei para meu chefe.

— O que foi isso?

— Aquele homem estava te cantando — esbravejou.

— E daí? E se eu estivesse gostando? Sou solteira, John — falei alto e tentei


me levantar, só que ele me puxou e caí dentro da piscina e ele me encostou no
azulejo.

— Te conheço, Milla, você não estava gostando.

— Não fale por mim, John. Não me conhece.

— Sim, conheço Milla — afirmou, aproximando-se mais de mim.

— John! — tentei sair, só que seu corpo encostou mais no meu e senti que
algo estava bem acordado embaixo.

— Milla, não sei o que está acontecendo. — Ele suspirou e abaixou sua
cabeça em meu pescoço.

— John, não podemos.

— Somos livres! — exclamou e senti quando beijou meu pescoço.


— Você é meu patrão, e trabalhamos há anos juntos. Não podemos — falei
novamente.

Ele pegou minhas pernas, entrelacei sua cintura e senti como ele estava.

— Eu te quero, Milla! — falou por fim e se esfregou em mim, eu precisava


evitar aquilo, não era o certo.

— John... — falei seu nome, na verdade eu gemi. Meu corpo estava quente,
nunca nenhum homem tinha despertado aquela sensação em meu corpo. Abracei
seu pescoço enquanto ele agarrou mais minha cintura, estava se esfregando em
mim.

— Estou quase gozando na sunga, Milla, estou te sentindo tão quente. — Se


esfregou mais em mim, meu corpo começou a tremer. Quando ele me olhou e
sabia que iria me beijar, eu precisei muito forte e detê-lo.

— Não, John! — Desci minhas pernas de sua cintura, ele tentou que não
tirasse, mas fui firme e ele me soltou.

— Milla!

— Não podemos, John. Está aproximação é errada.

— Não é, Milla. Eu desejo você e sinto que também me deseja — falou


baixo.

— Entre nós nada irá acontecer, você é homem de uma mulher por noite, e
eu desejo um homem para a minha vida inteira.

— Não existe isso nos dias de hoje, Milla, apenas desejo carnal.
— Então ficarei iludida até arrumar alguém que tenha os mesmos objetivos
que eu. — Saí da piscina e caminhei apressada para o meu quarto.

Passei a pulseira na porta e entrei ofegante, nem me importei de bater à


porta, só queria fugir dele. Meu corpo ainda estava pegando fogo, desejando
meu chefe. Mal sabia ele que ainda era virgem, que ele era o primeiro que senti
desejo de ir até o fim. Tirei o maiô e me deitei na cama, comecei a acariciar o
meu corpo, imaginando o John ali com suas mãos enormes, seus lábios mornos.

— John... — gemi alto quando alcancei meu centro e com a outra mão
apertei meu seio. — John...
Assim que a Milla saiu da piscina, minha vontade foi de ir atrás dela e levá-
la para o meu quarto. Desde que a vi naquele maiô meio pau estava duro, tentei
nadar para aliviar, só que nada adiantou, e olha que, quando aquele homem
chegou perto dela, algo aflorou dentro de mim e cheguei perto, e logo aquele
infeliz saiu, sim demarquei meu território, ela era minha secretária, Milla era
minha.

Pensando assim, saí da piscina, me vesti rapidamente e caminhei em direção


ao quarto dela. Precisava falar com ela e, assim que vi que estava apenas
encostada, entrei sem bater. Na hora parei, sem nenhuma reação, ela estava nua
na cama se tocando, me virei para sair, mas quando escutei meu nome foi
impossível.

— John... — Fechei meus olhos, eu não iria aguentar, e quando ela falou
meu nome novamente, gemendo, não aguentei e me aproximei.

— Milla! — chamei-a com minha voz falha.

— John... que delícia. — Aquilo estava sendo demais para a minha sanidade
e era a cena mais linda que já tinha visto, uma mulher se masturbando e ainda
chamando por mim. Ela estava tão perdida no seu desejo, que não percebeu
minha presença. Cheguei mais perto, tirei sua mão de sua boceta e substituí pela
minha, acariciei seu clitóris, e beijei levemente, subi pelo seu corpo beijando
cada pedaço de sua pele branca, suas pernas agarraram minha cintura e meu pau
duro encostou nela.

— Milla! — chamei-a baixo, e nisso ela percebeu que estava ali com ela.

— John... — Sua voz falhou, ela agarrou meu pescoço e encostou sua boca
na minha, e logo abraçou seu corpo trazendo mais para perto do meu, e a beijei
com paixão, suguei sua língua, ela mordeu meu lábio. Seu beijo era uma delícia,
senti um toque de inocência e, ao mesmo tempo, de explosão erótico. Ajeitei
melhor nosso corpo na cama, ela tirou minha camiseta, arranhando minhas
costas.

— Eu não aguento mais, Milla, preciso te foder agora.

— Eu te quero, John, seja o meu primeiro. — Ao ouvir aquilo me fez parar


de beijá-la na hora.
— Você é virgem? — perguntei não acreditando.

— Sim — respondeu tentando me beijar novamente. Aquilo fez meu corpo


gelar.

— Não posso fazer isso, Milla — lamentei, nunca peguei uma virgem.

— Eu quero, John, meu corpo está queimando de desejo por você — ela
falou baixo.

Então, agarrei-a e nosso beijo desta vez foi explosivo, ela enfiou a mão no
meu short e na sunga e acariciou meu pau, aquilo estava sendo demais para a
minha sanidade.

— Milla... — Foi a minha vez de gemer em sua boca. Desci minha boca em
um dos seus seios, naquela aréola rosinha, e chupei. E com a outra mão,
esfreguei seu clitóris; enfiei a ponta do meu dedo em seu centro quente e
escorregadio, ela estava pronta para mim.

— John... estou pegando fogo.

— Está quase gozando, Milla, e eu também, apenas por sentir sua mão em
mim e sentir seu desejo.

Apertei com força meus olhos, e me imaginei ali tirando sua virgindade, e
depois ela se apegaria a mim, e, no meu caso, não queria nenhum compromisso.
Com muito custo, levantei meu corpo, ela soltou meu pau e me levantei
ofegante.

— Desculpa, Milla. Não posso ser seu primeiro. — Mal terminei de falar, vi
sua cara de decepção e uma lágrima descendo pelo seu rosto. Antes dela falar
algo, saí de imediato de seu quarto e fui para o meu ao lado igual a um trem-
bala.

Entrei e bati a porta, com vontade de voltar e terminar o que havíamos


começado, só que consciente de que não era certo. Fui tirando minha roupa e
entrei debaixo do chuveiro de água gelada, peguei meu pau e comecei a me
masturbar, para tentar acalmá-lo um pouco. Quando alcancei o ápice do prazer,
foram jatos e jatos de sêmen saindo. Senti-me fraco, pela primeira vez senti
prazer, sem estar enterrado em uma mulher me proporcionando aquilo, apenas
pensando em uma: Milla.

Estava quase na hora da reunião, já estava pronto, vesti um terno preto,


peguei minhas coisas e saí para a sala de reuniões que havia no resort. Hoje seria
uma reunião com os arquitetos, paisagismo para definição final do que seria
feito. Assim que entrei na sala, todos já estavam lá, e ela também, caminhei para
perto dela.

— Tudo bem? — indaguei baixo assim que me aproximei.

— Tudo certo, senhor John, para a reunião, todos já estão presentes — falou
seca comigo, sem emoção nenhuma.

— Milla! — tentei falar, porém fui cortado por ela.

— Vamos começar, senhor — ela falou e saiu de perto. Por educação fui
cumprimentar os presentes na sala.

A reunião já acontecia há quatro horas, fizemos apenas uma pequena pausa


para um café, que foi servido ali mesmo na sala. Sempre achei a Milla uma
excelente secretária, ela fazia aquilo com prazer e fora que ela era muito
eficiente.
Durante várias vezes na reunião, eu me perdia olhando para ela quando não
sentia ela me olhando. Eu a cobiçava, só que até que ponto seria viável uma
relação entre nós? Sempre fui homem de uma mulher por noite, como ela mesmo
jogou na minha cara, e não queria jamais magoá-la.

— John! — chamou minha atenção e saí do meu devaneio.

— Sim — respondi olhando para ela.

— Você estava distraído — ela falou baixo, eu apenas balancei a cabeça


afirmando.

Voltei minha atenção a reunião, e agradeci quando terminou; e tudo havia


sido decidido. À noite, ficou combinado de todos irem a um jantar, antes de
todos saírem da sala, vi Milla juntar o que era preciso e sair rapidamente, me
despedi de todos e fui atrás dela, que alcancei já na entrada do hall em direção
aos quartos.

— Milla! — chamei-a segurando sua mão.

— Precisa de algo, senhor? — ela indagou fria.

— Agora voltamos ao senhor? — perguntei de forma inesperada.

— O senhor é meu patrão e é uma forma de respeito chamá-lo assim.

— Precisamos conversar.

— Não há nada para ser falado, senhor. — Ela levantou seu olhar e vi nele
tristeza e decepção. Quis me socar ali mesmo.

Ela se soltou do meu agarre e caminhou apressadamente e a segui.


— Teimosa. Milla, volta aqui.

Ela não parou, antes dela entrar no quarto a virei para mim e aprisionei-a na
parede, com meu corpo bem perto. Vi quando ela ofegou.

— John! — Ela tentou me afastar.

— Milla, vamos conversar como adultos.

— Então, é por isso que terminou comigo, sua puta? — Escutamos alguém
falar atrás da gente, quando me virei vi que era o seu ex.

— Jack! — Milla falou.

— Sabia que estava dando para o seu patrão. Se fingia de virgem para o meu
lado e, para ele, abriu suas pernas, sua vagabunda.

— Não é nada disso, Jack, eu e o John não temos nada. E outra, eu terminei
com você e dou para quem eu quiser, seu imbecil!

Ele soltou uma gargalhada.

— Depois do que presenciei aqui, não me convence que é uma puta mesmo.
— Aquilo foi demais para mim, apenas soquei sua cara com toda raiva por estar
ofendendo a Milla.

— Vou arrebentar você, seu imbecil! — gritei e o soquei novamente. Ele


tentou me acertar, mas pegou de raspão. Agarrei-o e o joguei no chão.

— John... para, por favor, vai matá-lo. — Milla tentava me tirar de cima
dele.
— Chega, John! — Escutei a voz do meu segurança e fui puxado de cima
daquele imbecil, e os outros seguranças o pegaram do chão.

— Está defendendo essa putinha! — ele gritou, enquanto tentei sair do


aperto do Oliver.

— Me solta, Oliver. — Queria acabar com aquele infeliz.

— Não, John! — Oliver esbravejou, tentei me soltar novamente até a Milla


aparecer na minha frente, chorando.

— Por favor, John, não faz isso. — Ela me abraçou, nesta hora senti que
Oliver me soltou e eu a abracei.

— Tira este imbecil daqui — pedi para Oliver.

Senti o corpo dela tremer e não pensei duas vezes, a peguei no colo e fui para
o meu quarto.
Senti quando John sentou-se comigo em seu colo. Não conseguia parar de
chorar pelas ofensas do Jack.

— Nunca fui tão humilhada em minha vida... — sussurrei.

— Deveria ter matado aquele imbecil! — John exclamou e sua voz estava
alterada.

— Aí você iria preso.


— Iria feliz, não posso aceitar ele te ofendendo, Milla. Isso nunca.

Desencostei-me de seu peito e fixei meu olhar no dele.

— John!

Ele elevou a mão e acariciou meu rosto. Fechei meus olhos sentindo seu
toque. Minha respiração começou a mudar, quando tornei a abrir meus olhos seu
rosto estava bem perto do meu, sua boca quase encostada na minha, tornei a
fechar meus olhos e tomei a coragem de encostar minha boca na sua. Escutamos
batidas na porta.

— Merda! — John xingou. — Entra. — Assim que ele autorizou a pessoa a


entrar no quarto, imediatamente saí de seu colo, mas ele tentou me impedir, só
que fui mais rápida.

— John, já escoltamos ele para fora do resort. — Oliver informou.

— Certo, Oliver.

— Mais alguma coisa, John? — Oliver quis saber.

— Não, pode ir. — Ele saiu do quarto. Assim que a porta se fechou caminhei
também em direção a ela, para ir ao meu quarto. Quando peguei na maçaneta,
uma mão pegou em meu braço.

— Aonde pensa que vai?

— Para o meu quarto. Estou cansada, quero dormir e esquecer que este dia
aconteceu.

— Fique aqui — John simplesmente pediu.


— Melhor não.

— Sim, Milla! — Encostei meu corpo na porta e logo seu corpo estava
totalmente colado ao meu. — Vou fazer você esquecer aquele otário.

E com isso me beijou, um beijo desesperado, agarrei seu pescoço, ele elevou
minhas pernas em sua cintura, que entrelacei nela. Na hora senti que ele estava
excitado.

— John! — gemi seu nome.

— Quero muito tirar sua roupa e fazê-la minha, só que não farei isso. O que
aconteceu a deixou tensa e a quero bem relaxada quando tomá-la para mim.

— Estou bem.

— Não está — afirmou e tornou a me beijar.

Senti que ele segurou firme minha cintura e me desencostou da porta e


caminhou. Quando abri meus olhos percebi que estávamos dentro do banheiro e
me colocou sentada na bancada.

— Vamos relaxar.

Ele caminhou até a banheira e ligou as torneiras, pegou um vidro de


sabonete, cheirou e depois despejou na água. Fiquei observando cada movimento
dele, na verdade babando nele.

Quando virou na minha direção, começou a caminhar a passos lentos e


tirando seu paletó e jogando em algum canto do banheiro, depois a gravata teve
o mesmo destino, foi desabotoando sua camisa. Comecei a ficar nervosa, parecia
que estava vendo em câmera lenta.
Quando ele entrou no meio das minhas pernas, ainda estava de calça, já
estava totalmente hipnotizada. Sem falar uma palavra, desceu o zíper do meu
vestido e foi baixando uma alça, depois a outra, ele ficou embolado em minha
cintura, logo o senti desabotoando meu sutiã, claro que o infeliz tinha
experiência em fazer isso, pois não teve nenhum trabalho. Ele olhou para os
meus seios, na hora senti meu rosto esquentar de vergonha.

— Lindos! — exclamou rouco. Pegou meus seios em sua mão, que estava
um pouco gelada.

— John...

— Estou com água na boca em tê-los novamente em minha boca. — Quando


terminou de falar, ele abaixou e abocanhou um seio, depois o outro, aquilo
elevou a temperatura do meu corpo.

— John... ahhh... — gemi, ele me tirou da bancada e meu vestido caiu aos
meus pés, ficando de calcinha, que logo teve o mesmo destino que as outras
peças de roupas.

— Preciso ser forte. — John olhava fixamente em meu corpo. Tornou a me


abraçar e se esfregou em mim.

— Melhor não, John — tentei argumentar, aquilo era errado.

— Sente como estou por você, Milla? — Nada respondi. — Sentiu, Milla?
— Ele tornou a perguntar.

— Simmm.... — respondi quase sem fôlego.

— Estou tão excitado que você não tem noção, e eu nunca me senti desta
forma, Milla, é a primeira vez.

Agarrei seu rosto e o beijei. Quando estávamos sem fôlego, ele se afastou,
tirou rapidamente sua calça e a boxer, pegou minha mão e caminhamos até a
banheira. Ele entrou em seguida, entrei, encostando minhas costas em seu peito,
senti como ele estava. Foi beijando meu pescoço, suas mãos acariciando meu
corpo.

— Vou te fazer gozar. — Estremeci com sua voz bem na minha orelha,
raspando seus dentes no lóbulo, uma mão estava em meu seio e a outra foi
descendo pela minha barriga até chegar em meu sexo.

— John.

— Tão receptiva, Milla. — Ele deslizou um dedo no meu interior. — Quente


e apertada — gemeu em meu ouvido.

— Nunca senti isso, John. Meu corpo parece que vai pegar fogo. — Minha
voz saiu baixa e rouca.

— Meu corpo também está em chamas, Milla, estamos muitos excitados. —


Ele moveu sua mão, levantou minhas pernas para cima das dele, assim fiquei
elevada e sua ereção encostada em minha bunda.

— Oh, meu Deus! — Joguei minha cabeça para trás, entregue naquela
sensação deliciosa.

— Quando você gozar, não vou conseguir me segurar. — Virei minha cabeça
olhando para ele. Seus movimentos aumentaram e, quando ele apertou meu
clitóris e um dedo entrou mais fundo, não aguentei, meu orgasmo explodiu.
— Ohhh... John. — Seu braço apertou minha cintura, meu corpo estava
mole, senti-o movimentando sua ereção bem perto do meu sexo o estimulando.

— Milla — gemeu meu nome e senti que seu corpo estremecer. — Porra,
que delícia. — Ele tinha gozado também. Na hora virei meu corpo de frente ao
dele, e o beijei.

— John, eu quero que me faça sua — falei baixinho, tentando recuperar meu
fôlego.

— Te farei minha, não hoje. Quero que seja especial. — Apenas balancei
minha cabeça, e encostei em seu ombro. — Amanhã, depois da reunião, quero
que libere nosso dia, vamos para outro lugar e voltaremos no dia seguinte de
manhã.

— Não podemos desmarcar nada. — Tentei dizer.

— Vai sim. Então, que façam reunião sem mim.

— Vou ver o que posso fazer — disse com um sorriso. Ele me deu um beijo.

— Vamos dormir — falou e saímos da banheira, nos enxugamos.

— Melhor eu ir para o meu quarto.

— Nada disso, mocinha, pode deitar-se aqui. — Ele afastou o edredom e se


deitou, fiquei na dúvida, só que, sem pensar, me deitei ao seu lado, ele tinha um
sorriso lindo. — Milla faz anos que trabalhamos juntos, e nunca tinha te olhado
com segundas intenções, só que algo está mudando dentro de mim, ainda não sei
o que é de fato. Só sei dizer que é bom, gostoso e quero continuar sentindo.

— Eu também nunca te vi como um homem para mim, até mesmo porque te


considero um puto número um de Miami, e segundo seu irmão. — Ele soltou
uma gargalhada. — Sendo sincera, John, também estou sentindo algo, só que
estou com medo.

— Não tenha — ele disse e me beijou. Ficamos nos encarando até que o
sono nos venceu.

Estamos caminhando lado a lado em direção ao café da manhã, para depois ir


para a primeira reunião do dia. Até que, antes de entrar no restaurante,
escutamos uma voz de seriema:

— John, querido, que coincidência te encontrar.

— Coincidência?! — questionei, elevando minha sobrancelha.

— Hum... bom... — ele não falou nada, ficou sem reação.

— Perdeu a fala, querido? — provoquei-o. A loira aguada ignorou minha


presença e foi para a frente dele.

— O que acha da gente repetir aquela noite, que foi maravilhosa.

— Olha que ideia maravilhosa a dela — falei irritada, e o John continuou


calado.
— Deve me compensar, por ter me deixado sozinha, e foi muito maldade sua
ter me deixado aquele bilhete, fiquei chateada.

— Bi... bilhete? Não deixei nenhum.

Virei meu rosto, fingindo.

— Mas posso ignoraá-lo, caso você for muito generoso igual àquela noite. —
Ela estava relando em seu peito.

— Que oferta, hein? — alfinetei. Oliver, que estava atrás do John, estava
tentando segurar riso, porém estava falhando.

— Escuta ela, querido, sou uma boa oferta para você. — Sua voz estava me
dando náuseas.

— Isso, John, me escuta. — provoquei-o. Vi quando ela colocou algo em seu


bolso, aquilo já estava sendo demais para mim. Sempre soube que ele era um
homem de muitas mulheres, e eu estava morrendo de ciúmes dele naquele
instante, que encontrou uma foda aleatória.

— Estou aqui a trabalho — ele que até então estava mudo falou.

— Tenho certeza de que consegue arrumar um tempinho.

Estava perdendo a paciência.

— Olha só, posso olhar sua agenda, John, se tem um tempinho vago para
coisas desnecessárias. Ah, me lembrei, senhor John, sua agenda foi liberada até
amanhã. — A loira aguada olhou para mim e seu olhar era mortal, apenas sorri
falsamente.
— Não precisa mudar minha agenda. — Ele me olhou com um olhar de
raiva.

— Legal — disse e caminhei em direção ao restaurante.

— Ciúmes, secretária? — Oliver falou assim que passei por ele.

— Não, cão de guarda. Ele não é nada meu para ter ciúmes. — Na verdade,
minha vontade era de tirar ele dali.

— Sei. — Ignorei Oliver e caminhei apressadamente.


Não fazia ideia do nome da mulher em minha frente, só sabia que estava
incomodado, lembrava-me dela, foi uma das minhas últimas fodas antes de ficar
doente.

— Não quero ser indelicado. Só provo uma única vez, deixei isso bem
avisado. — Sem dar tempo dela me responder, saí atrás da Milla, ela sim me
interessava.
— Idiota, babaca! — Escutei a loira me xingando. Fui apressadamente atrás
de quem realmente me interessava. Quando cheguei na porta do restaurante,
Oliver já estava ali.

— Sem comentários — falei logo para ele.

— Nem abri minha boca — ele se defendeu.

— Mas te conhecendo bem, sei que iria soltar alguma coisa. — Ouvi sua
risada, olhei para dentro do restaurante localizando de imediato a Milla, pior de
tudo que o mesmo infeliz que havíamos encontrado na piscina estava ao seu lado
conversando. Sem pensar, fui apressadamente na direção deles.

— Bom dia! — cumprimentei enlaçando a cintura da Milla.

— Bom dia! — aquele idiota respondeu.

— Olha só que legal, ele está me convidando para um passeio — Milla falou
me olhando com uma cara de quem me daria o troco por ter me encontrado com
uma foda minha.

— E você com toda certeza recusou, pois nossa agenda está bem corrida.

— Na verdade, ela ainda não me respondeu, tenho certeza de que ela tem sua
carga de horário de trabalho. Principalmente à noite, que é o melhor horário, ela
deve estar livre. — Aquele infeliz estava pedindo para levar um soco.

— À noite, quando ela está livre, fica comigo — respondi e levei uma
cotovelada.

— Ele está brincando, olha agradeço seu convite, só que tenho que declinar.
Com licença — ela terminou de falar e caminhou para longe da gente.
— Fique longe dela — avisei e fui atrás dela, que já estava sentada, me
sentei.

— Gostou do convite dele? — Encarei-a.

— Sim — respondeu na cara dura e, na hora, fechei minha cara.

— Sabe qual é a intenção dele?

— Sim! — repetiu.

— Sério isso?

— Sim!

— Que porra, Milla! Agora virou monossílaba?

— Sim! — respondeu.

De raiva, me levantei e fui em direção à comida para me servir e tentar


esfriar meu ciúme por ela. Não queria demonstrar. Quando retornei, ela nada
falou.

— Faltam quinze minutos para o início da primeira reunião.

— Ok! — disse e continuei a tomar o meu café.

— Quer que libere mais horas em sua agenda?

— Não! — respondi como ela estava me respondendo.

— Certo! — Ela olhou para o lado e a loira que havíamos encontrado passou
do nosso lado.

— Estou curioso. Que história é essa de bilhete, já que nunca fiz isso?

— Vai saber. Talvez é algum procedimento de agradecimento do hotel que


você é quase sócio, de tanto que gasta lá.

Quis rir, senti que ela estava com ciúmes.

— Pelo que entendi, não é bilhete nenhum de agradecimento.

Ela virou a cara, para não me encarar.

— Milla! — alertei-a.

— O que foi?

— O que você aprontou?

— Eu não fiz nada.

— Após a reunião de agora de manhã, iremos para outro lugar. Pega uma
peça de roupa para voltar amanhã. — Peguei sua mão que estava em cima da
mesa.

— Tem certeza de que eu vou? Não se preocupe comigo, pode chamar


aquela modelo plastificada para te fazer companhia.

Gargalhei na hora.

— Ciúmes?
— De você? Jamais.

— Milla, trabalhamos há anos juntos e você, mais do que ninguém, sabe da


minha vida, me conhece quase do avesso, sabe o que desejo apenas de eu olhar
para você. Então, eu quero que me olhe no fundo dos meus olhos e acredite que
eu jamais irei te machucar. Acabou de terminar um relacionamento de anos, um
cara babaca que não deu valor a mulher maravilhosa que estava ao seu lado.
Algo mudou dentro de mim depois que fiquei doente, quando cuidou de mim, ali
eu me senti diferente. E quando te beijei... — Parei de falar, fechei meus olhos,
respirei e continuei: — Tive a certeza de que a queria para mim, não consigo te
tirar da minha cabeça, dos meus pensamentos. A noite passada você pode não
acreditar, foi a melhor da minha vida, mesmo que não houve sexo, houve carinho
e entrega por parte de ambos, Milla. Não sei o que o futuro nos reserva, só quero
no momento pensar no presente, estar junto, e eu serei o único a te tocar.

Seus olhos estavam lacrimejando.

— Não sei o que dizer, John.

— Não precisa me dizer nada. — Sorri para ela, e elevei sua mão até minha
boca e a beijei.

— Precisamos ir — ela lembrou.

— Sim, vamos. — Nos levantamos, entrelacei nossas mãos e caminhamos


para o nosso compromisso.

Fui contando cada minuto para sair dali e pegar a Milla e ir para o chalé da
família. Tinha solicitado para os caseiros providenciarem algumas coisas para
mim, e deixei claro que ninguém iria se aproximar da casa principal, até o Oliver
que, na hora que avisei, não gostou de deixar minha segurança, mas entendeu
meus argumentos.

— Pronta? — indaguei assim que ela abriu a porta do seu quarto.

— Estou. — Dei um selinho nela e caminhamos para fora para pegar o carro.
Do resort ao chalé era uma distância de quarenta minutos de carro.

— Tudo certo, Oliver? — perguntei ao meu segurança, assim que guardamos


nossas mochilas.

— Sim, John. Qualquer coisa me liga imediatamente — ele me alertou.

— Pode deixar. — Abri a porta para Milla, e, em seguida, caminhei para lado
do motorista, liguei o carro e logo ganhamos a estrada rumo ao chalé.

— Parece tensa.

— John, estou nervosa.

— Posso não aparentar, mas eu também estou — disse a verdade, por dentro
estava nervoso, pois eu iria ficar com uma vssirgem pela primeira vez.

— Duvido.
— Verdade, Milla, posso ter a experiência no quesito sexo, só que nunca
fiquei com alguém como você.

— Quer dizer, virgem — declarou.

— Não queria colocar nestes termos. — Fomos conversando o resto do


caminho sobre vários assuntos, rimos, cantamos, queria distraí-la.

— Chegamos. — Estacionei na frente da casa e logo ela desceu.

— Que lugar lindo.

— Aqui é, foi uma das primeiras casas que meu pai construiu. Hoje em dia
mal viemos aqui.

— Deveriam aproveitar mais.

— O nosso dia a dia é tão corrido, que mal temos tempo para aproveitar
muitas coisas. Venha, vamos entrar. — Peguei sua mão e entramos. Assim que
deixei nossas coisas no sofá e vi a Milla indo na direção da sacada, fui até ela e a
abracei, beijando sua nuca.

— Realmente aqui é um lugar lindo — falou suspirando, percebi seu corpo


tenso.

— Milla, estamos aqui para ficarmos em paz, vamos curtir o momento, não
fica imaginando que só estamos aqui porque quero transar com você, relaxa e
curte. Se caso acontecer aconteceu, se não for o que deseja vou respeitar seu
tempo.

Ela se virou em meus braços, entrelaçou seus braços em meu pescoço.


— Eu quero muito você, John.

Encostei meu corpo no dela e a beijei sem nenhuma delicadeza, puxei sua
cintura e me esfreguei nela.

— Está sentindo que em questão agora de estar perto de você fico assim? —
Fui beijando-a até chegar em seu pescoço, ela gemia aos meus pequenos toques
ao seu corpo.

— Sim... John. — Me afastei dela.

— Venha, vamos comer algo, antes que eu te leve direto para o meu quarto e
não vou ser forte o suficiente para me segurar desta vez.

Fomos até a cozinha e nos servi uma taça de vinho e uma tábua de frios, que
estava preparada na geladeira.

— Já venho — falei para ela e segui em direção ao meu quarto, queria


conferir se estava tudo arrumado, a nossa noite precisava ser especial. Quando
entrei, o cheiro de rosas predominava o quarto, havia vários vasos espalhados e
velas, fui e acendi uma por uma, fechei as cortinas, e vi que o cômodo era um
cenário perfeito para a nossa primeira vez.

— Tudo bem? — perguntou assim que voltei.

— Sim, está. Venha. — Peguei sua mão e caminhamos em direção ao quarto.


Abri a porta e a deixei entrar, e visualizei a sua reação.

— Pediu para preparar este quarto?

— Sim — respondi apenas, entrei e fechei a porta.


— Que tal uma dança? — propus.

— Sabe dançar? — questionou.

— Quando desejo. — Acionei meu celular ao sistema de som do quarto e


selecionei uma playlist de músicas que considerava românticas, a voz invadiu o
quarto, envolvi sua cintura e começamos a dançar na melodia de Use Somebody,
de Shawn Mendes.

“I've been roamin' around


Always lookin' down at all I see
Painted faces fill the places I can’t reach”

Encostei minha boca em sua orelha e cantei para ela:

“You know that I could use somebody


You know that I could use somebody”

Comecei a tirar peça por peça de suas roupas, ela foi tirando a minha,
estávamos bem envolvidos, embalamos nossos corpos, fui beijando sua boca
com paixão, segurei firme seu corpo e caminhei em direção à cama e a deitei
com cuidado.

— Agora é o momento de desistir, Milla. — Minha voz saiu rouca.

— Eu quero, John, me faça sua. — Beijei-a, e fui descendo pelo seu corpo,
explorando cada pedacinho. Com a ponta da minha língua, estimulei seu mamilo
e, em seguida, abocanhei, sugando-o.

— Ahhh... Jooohn. — Ela gemia meu nome.

Desci mais até chegar na sua boceta, passei a língua devagar, e depois com
minha língua habilidosa comecei uma sucção forte.

— Oh! Meu Deus... — ela praticamente gritou. — John...

Suguei ela, enfiei minha língua dentro dela. Um dedo meu foi de encontro ao
seu clitóris e esfreguei, senti seu corpo tremer, ela estava quase gozando, enfiei
um dedo dentro dela, entrando e saindo rapidamente, estimulei-a ainda mais.

— Goza, Milla... — falei e na hora ela gozou, fui chupando mais ela. Percebi
que seu corpo ficou mole, fui subindo até chegar em sua boca e a beijei. Encostei
meu pau em sua entrada quente e preparada para mim, fui entrando
devagarzinho até sentir a barreira de sua inocência.

— Milla, não tem outra forma de fazer sem que tenha dor. Você precisa
relaxar. — Tentei falar, estava tão ofegante, meu corpo tremeu.

— John, está bem.

— Estou nervoso, Milla. — Fui sincero e a beijei novamente para tentar


distraí-la e entrei com tudo.

— Ai! John... — Ela gemeu, me fazendo sair um pouco e voltando devagar.

— Sua boceta é apertada, Milla — gemi junto com ela. — O pior já passou.
— Ela enlaçou suas pernas em minha cintura, me fez ir mais fundo dentro dela e
perdi a razão. Comecei a entrar e sair rapidamente, meu corpo estava tremendo.
— John... — gemeu baixinho arqueando as costas.

— Porra! Muito gostosa, Milla — rosnei já fora de mim, nossos corpos


totalmente suados, senti sua boceta me apertando. Ela vai gozar e não vou
conseguir segurar. Desci minha boca na sua e a beijei, acelerei minhas estocadas.

— John... eu vou gozar.

— Goza, Milla. — Ela gozou falando meu nome, outras coisas desconexas,
como eu também, entrando bem fundo nela, fui esvaziando dentro dela.
Meu corpo estava todo mole e meu coração disparado.

— Tudo bem, Milla? Te machuquei? — perguntou baixo.

— Estou bem, foi uma delícia. — Senti-o rindo, no meu pescoço.

— O pior que não quero sair de dentro de você. — Mexeu o quadril e o senti
ainda duro em meu interior. — Se eu não sair irei te machucar. — Ele saiu
devagarzinho de dentro de mim, e quase lamentei aquela sensação gostosa, nem
parecia que minutos atrás eu era virgem, ele deitou-se ao meu lado e me puxou
para o seu peito e o senti beijando minha cabeça.

Ficamos em silêncio por um tempo até que ele se levantou.

— Venha, vamos tomar um banho. — Ele deu um sorriso lindo. Me estiquei


na cama com uma preguiça, uma dorzinha chata.

— Depois eu vou, pode ir. — Me virei fechando os olhos para dormir.

— Nada disso, Milla. — Me puxou me pegando no colo.

— John! — soltei um gritinho.

— Deixa de ser preguiçosa. — E assim caminhou até o banheiro comigo em


seus braços, ele fez questão de esfregar cada parte do meu corpo, foi difícil
segurar.

— John... — gemi seu nome.

— Para de gemer meu nome, Milla, senão não irei aguentar e irei me afundar
novamente em você, e não quero te machucar.

Comecei a passar minhas mãos pelo seu corpo até chegar em algo bem duro,
peguei e comecei a massageá-lo bem devagar.

— Estou fazendo certo? — perguntei baixinho, nunca tinha feito isso e sentia
medo de machucar ele.

— Simmm... — Sua voz saiu rouca e isso me incentivou a movimentar mais


ainda minhas mãos para cima e para baixo, senti seu corpo estremecer com meu
toque.
— Nunca fiz isso — confessei, na hora ele encostou meu corpo no azulejo
gelado e me beijou desesperadamente, um beijo diferente, mais erótico,
chupando minha língua. Peguei seus lábios entre meus dentes e mordi de leve,
sem tirar minhas mãos dele. Ele ergueu uma perna minha, acabei me segurando
em seus braços, e ele se esfregou na minha entrada e entrou devagarzinho.

— Ah! John. — Senti uma ardência, mais uma sensação gostosa.

— Serei o único homem que irá tocar desta forma, Milla — sussurrou em
meu ouvido possesivo, entrando e saindo devagar dentro de mim.

— Serei a única? — Não conseguiu pensar em nada, meu corpo parecia que
ia pegar fogo, uma sensação maravilhosa, ele sabe muito bem provocar o corpo
de uma mulher, também com a experiência que ele tinha.

— A única que irei tocar, é a única que estou sentindo um tesão que nunca
senti na minha vida, Milla. — Ele saiu e entrou com tudo, não aguentei e gritei
seu nome.

— John!

— Sente como estou dentro de você?

— Simmm... — consegui falar entre meus gemidos.

Assim que apertou meus seios, gritei quando puxou os bicos sensíveis.

— Porra, Milla, você é deliciosa. — Ele me segurou com mais firmeza e


começou a me devorar, gemi sem nenhum pudor.

— John...
— Milla... — gemeu rouco. Ergueu minha outra perna para a sua cintura,
saiu de dentro de mim e voltou lentamente. Foi aumentando o ritmo, era
delicioso. — Vamos, goze, não consigo mais segurar. — Estremeci inteira e
comecei a gozar. Senti seu corpo tremer e jorros quentes dentro de mim.
Estávamos ambos ofegantes, meu corpo parecia uma gelatina de tão mole que
estava. Assim que recuperamos, terminamos nosso banho e, quando deitamos na
cama macia e quentinha, logo adormeci, agarrada ao seu corpo.

— Descansa, querida, amanhã será um novo dia para gente. — Foi a última
coisa que escutei dele antes de cair em um sono profundo com um sorriso.

— Nem acredito que amanhã já vamos embora! — exclamei abraçada ao


John, meu rosto em seu pescoço, estávamos na varanda do seu quarto,
apreciando a vista.

— Quer ficar aqui? — perguntou.

— Se eu pudesse sim. Só que o senhor precisa voltar ao escritório. Nossos


compromissos aqui já finalizaram, agora é só acompanhar o processo da
construção do resort, acho que daqui uns três meses vai precisar vir aqui para ver
os andamentos das coisas.

— Foi bom eu ter vindo para cá para tomar algumas decisões, e fora que os
acionistas amaram passar um tempo aqui neste paraíso — John falou em modo
profissional.
— Pelo que eu vi no projeto, o resort será lindo, amei cada detalhe. Percebi
que será algo muito luxuoso e o diferencial está na privacidade que cada hóspede
terá.

— Sim, este era o objetivo desta construção! — exclamou.

— Vou arrumar minhas coisas para a gente ir embora — falei já me


afastando dele.

— Fica! — pediu fazendo um bico, ri e beijei seus lábios.

— Realmente preciso arrumar as coisas, senão vamos nos atrasar para irmos
embora, John.

— Antes quero conversar com você. — Na hora meu corpo gelou, pois seu
tom de voz era sério e até sua fisionomia mudou.

— Ok, vamos conversar — falei receosa.

— Venha! — Pegou minha mão, entramos e nos sentamos na poltrona que


havia na antessala do quarto.

— O que está acontecendo, John? — Fui logo perguntando em agonia, sabia


que a hora que saíssemos dali, ele não iria querer mais nada comigo, fui apenas
mais uma transa para ele. Durante estes dias, em alguns momentos cheguei a
sonhar que teríamos algo, só uma tola para pensar assim, homens como o John
não se apegam a nenhuma mulher quando podem ter qualquer uma.

— Nenhum — simplesmente respondeu, olhando fixamente para mim.

— Qual é o problema? Disse que queria conversar comigo.


— Milla, quero ser bem sincero com você, não quero criar falsas esperanças.
— Naquela hora, meu coração falhou, porque naqueles poucos dias que
vivemos, para mim foi intenso, nunca havia imaginado ter nada com ele, mas
nossa atração foi inesperada, de repente.

— Pode falar, John. Melhor, já sei o que irá falar, que, quando sairmos daqui,
o que aconteceu aqui fica aqui, e seremos apenas patrão e secretária assim que
chegarmos em Miami — disse de uma vez.

— Não, Milla, não é isso que quero falar, está totalmente enganada, todos
estes dias que ficamos juntos foi maravilhoso, eu nunca em minha vida tinha
transado mais de uma vez com a mesma mulher, sendo bem sincero, o que quero
te falar é que quero continuar o que estamos tendo, não quero rotular, até mesmo
porque você acabou um relacionamento de anos há pouco tempo. E eu não quero
te pressionar. Só não quero esconder o que temos de ninguém. Não somos mais
adolescentes, somos adultos para sabermos das nossas escolhas.

— Tem certeza, John? — Ri ao perguntar.

— Sim, Milla, pela primeira vez na minha vida tenho certeza desta decisão,
não sei no momento classificar meus sentimentos, só sei dizer que quero isso, na
verdade gostei disso. Só que temos um grande problema nisso tudo?

— Qual problema?

— Será difícil trabalhar com você e não querer ficar com minhas mãos pelo
seu corpo, te sentir, te beijar — respondeu e me puxou para o seu colo.

— Realmente será um grande problema, senhor John. — Rimos e nos


beijamos.
— Vamos dar um jeito — John afirmou.

— Sim iremos, John — confirmei.

Nosso retorno para Miami foi de helicóptero, fui mais tranquila e, quando
chegamos, John fez questão de me levar até minha casa.

— Vou sentir saudades de dormir agarrado ao seu corpo. Tenho certeza de


que terei insônia! — exclamou.

— Eu também.

— Então vamos voltar para a minha casa.

— Não posso, estou com saudades dos meus pais, e você deveria ir ver os
seus também. — Ele encostou a cabeça no encosto do banco do carro.

— Já que não consegui te convencer a dormir comigo, vou seguir seu


conselho e ir ver meus pais. — Ele virou seu rosto e, por alguns segundos, quase
concordei de ficar com ele, só que a razão e a saudade de casa falou mais alto.

— Até amanhã, chefinho. — me despedi, rindo, e desci do carro. Ele desceu


também, pegou minha mala no porta-malas e levou até o portão.

— Esqueceu de uma coisa?

— O quê? — perguntei. Antes dele responder me beijou um beijo diferente.

— Do meu beijo. Até amanhã, Milla — disse assim que nos afastamos sem
fôlego e caminhou para o carro.

Entrei em casa com coração acelerado e a certeza de que estava corada.


— Cheguei, família — falei assim que entrei na sala e encontrei meus pais
sentados. Ambos se levantaram e me abraçaram.

— Sentimos sua falta, filha — disse mamãe.

— Faz falta em casa — endossou papai.

— Eu sei que faço falta aqui. — Beijei seus rostos. Amava eles e tínhamos
uma relação linda e de confiança, e isso me fez lembrar dos meus dias em Key
West, precisava falar com eles.

— Vamos nos sentar, quero contar algumas coisas, e espero que não me
julguem e nem fiquem bravos comigo.

— O que foi, filha? — Papai foi logo perguntando. Contei aos dois sobre a
aparição do Jack, a humilhação que me fez passar e, por fim, contei que estava
envolvida com o John.

— Tem certeza, minha filha? — minha mãe perguntou.

— Sim, mãe, trabalhamos há anos juntos, e eu nunca o tinha visto como algo
a mais; e, inesperadamente, estamos envolvidos.

— Espero que ele não esteja brincando com você, minha filha — Papai ficou
reticente.

— Ele é muito sincero, papai. O que o John não quer, ele simplesmente não
aceita. Com ele não existe meia palavra.

— Espero isso, e quero ter uma conversinha com ele, então espero que venha
aqui conversar com a gente.
— Nossa filha é uma adulta para tomar suas decisões, só espero que o John
não te machuque — disse minha mãe.

— Eu sinto que é diferente agora, não sei explicar — falei rindo para eles.

— Você está diferente, Milla, tem um brilho no olhar.

— Este brilho, papai, é porque estou feliz.

— Ela está apaixonada. — Assim que minha mãe falou, outra realidade
bateu em minha cara.

“Será?”, perguntei-me internamente.


Uma semana já havia se passado desde a nossa viagem, só consegui
convencê-la de dormir apenas um dia da semana em minha casa, melhor
tentamos dormir, pois eu queria ficar dentro dela a noite inteira, e claro que
minha vontade de ficar perto da Milla não diminuía, pelo contrário estava sendo
difícil ter que ficar o dia inteiro com ela perto e não poder ficar o tempo todo
com as mãos nela, beijando ela.

— Milla, pode vir até minha sala — interfonei para ela.


— Estou indo.

Encostei-me na minha cadeira e, segundos depois, a porta se abriu revelando


minha secretária, minha mulher toda sensual entrando.

— O que posso ajudar, senhor John?

— Senhor John?

— Sim, meu patrão — falou petulante.

Levantei-me e caminhei até ela, me posicionando atrás dela e beijando sua


nuca.

— John!

— Hummm... — Continuei beijando seu pescoço, enlaçando sua cintura.

— John, para, alguém pode entrar.

— Estava com saudades. — Virei seu corpo e beijei sua boca, fui fazendo ela
andar de costas até encostar na minha mesa, levantei-a e fiquei no meio de sua
perna.

— Você é louco — falou sobre minha boca.

— Louco por você, Mila. — Ataquei sua boca novamente, enfiei minha mão
dentro de sua saia, ela foi tirando meu paletó.

— John, alguém pode entrar. — Não escutei ela, simplesmente estávamos


entregues aquele momento nosso.
— Atrapalho? — Escutei a voz do meu pai atrás da gente, congelei minha
boca na dela.

— Fodeu! — falei baixo apenas para ela ouvir.

— Que vergonha! — ela exclamou.

— Então? — Ele tornou a falar.

Ajudei Milla a descer da mesa, ela se ajeitou. Quando olhei para o seu rosto
estava totalmente vermelho.

— Oi, pai! — falei me virando.

— Que foi, homem, ainda parado na porta? — Minha mãe logo em seguida
entrou na sala.

— Encontrei seu filho aos beijos com a Milla, mais um pouco e acho que
veria algo pior. — Minha mãe virou na hora na nossa direção e soltou um grito,
veio até a gente e nos abraçou ao mesmo tempo.

— Não acredito que vocês estão juntos, Deus ouviu minhas preces!

— Mãe! — alertei.

— Filho ingrato, nem para falar nada. — Ela deu um tapa no meu braço. —
Minha nora — falou para Milla, que estava muda.

— Se me derem licença vou voltar para a minha sala — Milla disse e


começou a sair.
— Pode ficar, Milla, quero conversar com ambos. — A voz do meu pai
estava difícil de identificar. Fui até ela e entrelacei nossas mãos.

— Maravilhoso! — exclamou minha mãe, batendo palmas.

— Sua culpa — Milla cochichou.

— Não tenho culpa se não estou conseguindo ficar com minhas mãos longe
— falei e ela me olhou feio.

— Podem me falar o que estava acontecendo nesta sala? — meu pai


perguntou sério.

— Nem precisa ser um gênio, querido, pelo jeito ambos estavam namorando.
— Quis sorrir ao ouvir o que minha mãe falou.

— Querida, deixa os dois responderem! — meu pai a repreendeu.

— Querido, quantas vezes a gente também se agarrou no seu escritório —


ela cochichou no ouvido dele.

— Sinceramente, não quero saber da vida sexual de vocês dois — disse, e a


Milla estava segurando para não rir.

— E nem eu quero ver o meu filho — falou meu pai.

— Eu e a Milla estamos namorando — falei de uma vez.

— Estamos? — ela perguntou virando na minha direção.

— Sim.
— Sim? — questionou.

— Filho, acho que se esqueceu de comunicar a ela — disse dona Sarah,


rindo.

— Estão namorando? — meu pai perguntou.

— Sim!

— Não!

Falamos juntos e cada um deu uma resposta.

— Depois vocês dois decidem se sim ou não. Só quero respeito aqui dentro
da empresa, e se forem se agarrar garantem que a porta esteja trancada, pois
poderia ser outro entrando aqui e não pegaria bem. E que isso que estão tendo
não venha a prejudicar a amizade que vocês dois criaram durante estes anos.
Seja bem-vinda, minha nora — papai disse e, em seguida, saiu da sala.

— Pensei que vocês dois nunca iriam ver o que estava estampado na cara de
ambos: que tinham algo. Vocês são muitos lerdos.

— Mãe!

Ela foi até a Milla e a abraçou.

— Amei saber que é minha nora. Vamos reunir as famílias. — Jogou a


bomba e saiu também da sala.

Milla caminhou até o sofá da minha sala e se jogou nele.


— Que vergonha, John. — Também me sentei nele e a puxei para o meu
colo, beijando seu pescoço.

— Na próxima vez vou seguir o conselho do meu pai, irei trancar a porta
para não ser interrompido.

Ela me deu um tapa do braço.

— Não tem jeito mesmo. Agora virei somente quando realmente for
necessário.

— Acho que irei reformar minha sala, e colocar sua mesa de frente para a
minha. O que acha? — sugeri.

— Acho que pirou de vez. — Tentou se levantar, só que não deixei.

— John!

— Onde paramos mesmo?

— Paramos na parte que eu estava indo para a minha sala, pois meu chefe é
um chato tarado.

— Chato tarado?

— Sim — confirmou.

— Tarado? — Tornei a falar.

— Sim — respondeu quase gemendo meu nome, a virei deitando seu corpo
no sofá, levantei rapidamente fui até a porta a tranquei e voltei, ela estava na
mesma posição.
— Vai ver quem é o tarado. — Ri e a beijei com paixão, nós nos entregamos
ali, entre beijos e sussurros.

Já era fim de expediente, após Milla sair da minha sala, meu serviço rendeu.
Trabalhei feliz, finalizei minhas coisas e saí da sala, indo ao encontro da Milla.

— Vamos nos ver hoje? — ela me perguntou.

— Hoje não, tenho um compromisso agendado — respondi e na hora ela fez


uma cara confusa.

— Não me lembro de ter agendado nada agora a noite para você — falou
indo em direção a sua agenda.

— Este compromisso eu mesmo agendei.

— Ah, tá. Pensei que tínhamos combinado de jantar na sua casa. — Percebi
seu desconforto.

— Fica para amanhã, infelizmente não vou poder desmarcar.

— Posso saber o que é? — Ela nunca foi curiosa.

— Nada demais. Amanhã conversamos, preciso ir, que já estou atrasado. —


Beijei sua boca em despedida, e saí rapidamente.
Oliver já estava me esperando na frente do prédio.

— Vamos, Oliver — falei assim que entrei no carro. Ele balançou a cabeça e
logo o carro ganhou as ruas de Miami em direção ao meu destino.

— John, não quero me meter em sua vida. Tem certeza disso? — Oliver me
questionou.

— Tenho, Oliver — respondi firme.

— Sabe o carinho que tenho pela Milla, ela é uma mulher decente e fico feliz
que estão juntos.

— E agradeço sua preocupação. Antes que eu me esqueça, pode parar de


ficar de gracinhas com ela. — Ele riu alto.

— A secretária o tem pegado pelas bolas.

— Olha como fala, Oliver, sou seu patrão.

— Só estou te dizendo a verdade, John, está nítido como vocês dois estão
apaixonados, só ambos que precisam enxergar isso.

Fiquei pensativo, até que chegamos em nosso destino.

— Tem certeza disso? — ele tornou a perguntar.

— Sim, tenho. É o meu destino, quem eu fui a vida inteira. — Saí do carro,
entrei e logo escutei vozes altas.
Fiquei parada vendo John entrar no elevador e estranhei sua atitude, pior
ainda ele não falar nada sobre seu compromisso, o que me levou a crer que era
algo pessoal e eu não poderia saber. Terminei de organizar minhas coisas, peguei
minha bolsa e desci para pegar meu carro.

Ao invés de ir para casa, resolvi passar no shopping já que tinha combinado


de sair com o John e ele nem fez questão de me comunicar sua mudança de
planos.
Fiz compras, aproveitando para inovar alguns modelos de vestidos, sapatos,
tentar parecer mais sexy, fui fazendo tudo pensando no John. Quando estava
satisfeita fui embora.

— Não iria passar a noite na casa do seu namorado? — minha mãe


perguntou assim que me viu entrar em casa.

— Ele teve um compromisso e desmarcamos.

— O que são estas sacolas — quis saber.

— Aproveitei e fui ao shopping. Quer ver?

— Claro! — respondeu e subimos para meu quarto. Enquanto ela foi vendo
cada peça, eu fui aproveitando e arrumando no meu guarda-roupa.

Estava cansada quando me deitei, queria ligar para o John, só que acabei
resistindo e não fiz, demorei a pegar no sono, pensando em tantas coisas.

Estava estranhando o atraso do John, faltava pouco para uma reunião e nada
dele, seu celular estava dando caixa postal direto. Oliver, seu cão de guarda,
também não atendia ao telefone. Estava quase ligando para o senhor Anthony,
mas escutei o elevador parar no andar da presidência e dele sair John, Oliver,
duas mulheres e um homem, que nunca havia visto. Todos saíram rindo, me
levantei, quando eles se aproximaram.
— Bom dia! — Todos me cumprimentaram.

— Bom dia! — respondi educada. — John, já estava preocupada. Te enviei


mensagens, te liguei e nada.

Seu semblante era sério, me aproximei um pouco dele.

— Meu celular deve ter acabado a bateria — disse simplesmente, sua atitude
não estava normal.

— Está tudo bem? — perguntei um pouco baixo.

— Tenho certeza de que ele está bem, depois da noite que passamos, bem é
até pequeno. — A morena respondeu pelo John, encostando-se em seu ombro.

— Noite? — quis saber.

— Sim, querida, John é maravilhoso, deu conta de várias a noite inteira. Os


anos de prática fez muito bem. — A outra mulher falou com riso na voz.

— Entendi. — Aquelas palavras foram como um balde de água fria na minha


cabeça, e para meias palavras tinha entendido que ele simplesmente tinha
passado a noite como sempre fez, regado a diversão e mulheres. Tentei ser forte
na frente deles, peguei uma pasta e estendi na sua direção.

— Tudo para a reunião de agora está na pasta, aliás, está atrasado. — Ele
pegou e saí caminhando em direção ao elevador que ainda estava parado no
andar, quando apertei o andar que desejava.

— Milla! — Escutei John me chamando quando as portas estavam se


fechando, ele estava vindo na direção, só que não deu tempo de ele chegar e as
portas se fecharam. Assim que saí no terraço do prédio já não consegui segurar
minhas lágrimas. O meu medo tinha se concretizado, e a certeza de que o John
nunca iria conseguir ser homem de uma mulher só. Escutei passos atrás de mim,
rapidamente limpei meu rosto.

— Milla! — John me chamou, meu coração imbecil acelerou, não respondi.


— Milla! — ele tornou e me chamar, sua voz era baixa e tinha certeza agora de
que estava mais próximo.

— O que está fazendo aqui? — quis saber.

— Era para eu ter ido pegar uns documentos no setor do RH, só que apertei
aqui e resolvi respirar ar puro, já que o ar do escritório ficou poluído — menti
em partes. — Deveria estar na reunião, senhor John. — Tentei soar fria.

— Cancelei a reunião.

— Não deveria. — Minha voz era de indiferença.

— Olha para mim, Milla. — Não me virei. — Por favor, Milla! — Fui me
virando.

— Pronto.

— Quero falar com você.

— Pode falar.

— Aqui não. — Ele tentou pegar minha mão, só que não permiti.

— O que precisa falar pode ser dito aqui mesmo, não vejo necessidade de ser
em outro lugar.
— Nada que escutou lá embaixo é o que está pensando.

Ri quando ele falou.

— Sério, John? Agora me fala, o que estou pensando? — quis saber.

— O jeito como as palavras foram colocadas, deu a entender que eu estava à


noite na farra, te traindo.

— E você estava na farra me traindo?

— Nunca, jamais faria isso com você, Milla.

— Não foi o que pareceu. Você está estranho desde ontem, marcou
compromisso e só me comunicou quando já estava saindo, sem ter a
consideração de me avisar que não iríamos sair mais. Hoje fiquei te ligando e o
celular estava desligado. Para completar, chega na empresa com duas mulheres
rindo, e quando te perguntei não me respondeu, deixou elas falarem por você, e
não é nada que estou pensando. John, eu não posso nem cobrar nada, não temos
nada, estamos como devo dizer transando.

— Pode deixar eu falar? — Já estava impaciente.

— Não precisa, John, já entendi o recado. No fundo, eu sabia que não iria
mudar nunca. É um galinha e não sabe ficar apenas com uma.

— É isso que acha de mim?

— Sim, é — falei e tentei passar por ele, que segurou meu braço. — Solta
meu braço, John.

Ele não soltou e se aproximou mais.


— Não entendo por que está fugindo não deixando eu me explicar.

— Não estou fugindo.

— Está — afirmou.

— Vou simplificar, John, isso que tivemos foi um erro.

— Um erro? — Sua voz era baixa, ele respirou fundo e fixou seu olhar no
meu. — Milla, estou há semanas tentando mudar por você.

— Não te pedi isso! — rebati.

— Não, Milla, não me pediu para que eu mudasse, eu senti que precisava
mudar, porque estava com a mulher que passei a minha vida inteira procurando,
e ela estava embaixo do meu nariz e eu nunca a tinha percebido, até que algo nos
aproximou e eu a enxerguei. — Ele soltou meu braço e se virou.

— Era isso que queria falar comigo?

— Não, Milla — respondeu sem se virar. — Estou tentando te dizer que não
te traí. Sim, passei a noite com alguns conhecidos, não era para farrear e te trair,
estamos fazendo outra coisa.

— Me fala. — Ele permaneceu em silêncio. — Sabe de uma coisa, John,


estou descendo. — Ele se virou.

— Não vá, Milla.

— Preciso voltar a trabalhar, John.


— Não tem nenhuma razão da gente ficar aqui em cima, não estamos
chegando a lugar nenhum com nossa conversa. — Vi quando ele respirou fundo,
colocou as mãos dentro do bolso da calça.

— Estou loucamente apaixonado por você, Milla.

— John! — Meu coração parou com sua declaração.

— Não consigo mais ficar sem pensar em você a cada segundo do meu dia.
— Ele se aproximou de mim. — Eu queria te fazer uma surpresa hoje à noite e
falar sobre meus sentimentos, por isso ontem eu chamei alguns amigos e fomos
até uma casa que tenho e arrumamos para tentar deixá-la especial para a gente, é
a primeira mulher que me apaixono, e será a única, então queria um lugar único
também, só que aquelas duas mulheres que chegaram comigo são as esposas dos
meus conhecidos e são arquitetas e me ajudaram também, só que a fala delas deu
a entender um duplo sentido, para quem estava de fora, e elas não sabiam que
tudo que fizemos era para você.

— John! — Deixei algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

— Acredite em mim, Milla, jamais te trairia. Você foi feita para mim, Milla.
É minha!
Encurtei o espaço que estávamos e peguei seu rosto com minhas mãos, senti
que ela estava trêmula, limpei as lágrimas que escorriam pelo seu lindo rosto.

— Estou apaixonado por você, Milla — repeti minha declaração, antes dela
falar quaisquer coisas colei nossos lábios e a beijei com toda paixão, abracei seu
corpo.

— John, não está falando isso por falar? — Vi dúvidas em seu olhar.
— Não, Milla, você me conhece bem, não iria falar e nem fazer o que não
sinto ou desejo. — Ela franziu a testa.

— Estamos indo muito rápido.

— Não estamos não. — Ri e segurei sua mão. — Venha, quero te levar em


um lugar. — Saímos em direção ao elevador.

— Preciso pegar minha bolsa e celular.

— Antes de vir aqui, peguei e entreguei ao Oliver deixar no meu carro. —


Assim que entramos no elevador e as portas se fecharam, indo na direção da
garagem, a abracei bem apertado. Fiquei a noite inteira preparando uma surpresa
para ela, só que as coisas saíram de controle e não posso mais demorar para
mostrá-la.

— Onde vamos? — quis saber.

— Surpresa. — Me limitei a dizer.

Assim que chegamos na garagem, Oliver já estava com o carro perto, pronto
para eu sair.

— Tudo certo, John — ele falou, abri a porta do carro para Milla. Assim que
ela entrou, fui na direção do motorista.

— Obrigado, Oliver. Só seguir conforme combinamos.

— Tudo será perfeito — ele falou, acenei positivamente, entrei no carro e


seguimos em direção a minha surpresa para ela. Em nosso trajeto, a gente foi
conversando normalmente, rindo, até que encostei na casa que fiz questão que
fosse nosso cantinho, para fugir da loucura da cidade.
— Que lugar lindo, John! — exclamou admirando a paisagem em sua frente.

— Aqui será nosso refúgio, rodeado pela mata, ar fresco. Venha. — Peguei
sua mão e caminhamos em direção à entrada da casa. Assim que abri a porta, fiz
questão dela entrar primeiro. — Ontem, assim que saí da construtora, viemos
direto para cá, foi uma ideia que tive de última hora. Tenho esta casa há uns
anos, só que nunca tinha feito nada nela, e quando pensei em fazer algo, pedi
favores a algumas pessoas e passamos a noite aqui, pintando, limpando,
mobiliando ela.

— Você é louco, John.

— Sou louco por você, Milla.

— Poderia ter pedido para os seus empreiteiros fazerem para você.

— Sim, eu poderia pedir para fazerem, só que não seria eu a colocar a mão
na massa e fazer. Aprendi com meu pai que, quando a gente quer fazer algo
especial para a pessoa que amamos, devemos trabalhar nela, nem que seja se
sujar de terra, tinta, pegar pesado, a gente dá mais valor quando derramamos
nosso suor ali, e fazemos com amor. Então não poderia pedir para os
empreiteiros da construtora fazer, eu precisava fazer eu mesmo, sou engenheiro,
aprendi a fazer tudo, antes de chegar onde estou hoje, tive ajuda, claro, senão
terminaria em algumas horas, mas tenho o orgulho em dizer que tudo aqui teve
minhas mãos. — Assim que terminei de falar vi seus olhos lacrimejarem.

— Amei a surpresa, aqui é lindo.

— Aqui é. — Vi-a se afastar de mim e explorar a casa, deixei-a fazer sozinha


e saí na porta que dava acesso à piscina, admirei o trabalho que foi feito nela.
— John! — Escutei-a me chamando.

— Estou aqui! — gritei de volta, e me virei de costas para a porta, senti dois
braços me abraçarem e seu rosto encostar em minhas costas.

— Amei tudo. Agora estou com vergonha do meu ataque, enquanto passava
várias coisas em minha cabeça, você estava aqui. — Ri da sua declaração.

— Você estava com ciúmes de mim. — Fiquei feliz por dentro saber da sua
reação, era sinal que ela se importava comigo.

— Não é ciúmes.

Ri alto.

— Certeza? — A trouxe para a frente do meu corpo e olhei fundo em seus


olhos.

— Confesso que fiquei com ciúmes. — Balancei a cabeça com um riso de


orelha a orelha, sem esconder minha felicidade da sua confissão.

— Também tenho muito ciúmes de você, para deixar claro — admiti antes de
beijá-la.

— Adorei a surpresa — sussurrou sobre meus lábios.

— Não é a surpresa completa.

— Não?

— Não — respondi.
— O resto da surpresa depende de você.

— De mim? — perguntou.

— Quando pensei no nosso cantinho, pensei em arrumar aqui, e te trazer à


noite e me declarar, mas algumas coisas saíram do meu controle. — Ri. —
Muitos podem me chamar de louco, que estamos há pouco tempo juntos, mas
nunca estive tão certo em toda a minha vida, Milla. Estou apaixonado por você,
já estou até repetitivo, mas não me importo, só quero te dizer eu te amo, Milla.
— Ela segurou meu rosto e me deu um beijo terno. — E você? — Estava
ansioso para ouvir as mesmas palavras.

— O que tem eu?

— Eu disse meus sentimentos, fiz uma confissão.

— Sim, você fez — confirmou.

— E?

— Me declarei para você.

— Falou que me ama — ela disse com olhar lindo.

— Você não vai falar nada?

— Tenho que confessar meus sentimentos porque você me disse?

— Sim! — Fiquei um pouco envergonhado na hora.

— Não acha que estamos nos apressando?


— Não acho — respondi.

— E se eu te disser que eu te odeio? — Ri, sabia o que ela estava tentando


fazer.

— Saberei que está mentindo. — Ela encostou seus lábios próximos aos
meus, senti sua respiração na minha pele.

— Meus sentimentos por você são recíprocos, John. Estou com medo de
tudo que está acontecendo rapidamente, como se fosse um furacão. A gente
conhece tão bem um ao outro, jamais passou pela minha cabeça me apaixonar
pelo meu chefe. Era isso que queria ouvir?

Fechei meus olhos antes de responder.

— E?

— Eu também estou loucamente apaixonada por você, John — confessou, e


na hora a agarrei, paramos nosso beijo para recuperar o fôlego.

— Então não me chamará de louco? — Virei seu corpo devagar e direcionei


para que ela reparasse na piscina. Na hora, ela colocou as mãos na boca.

— John!

— Casa comigo? — Estava escrito na piscina com flores. — Não quero ficar
mais um dia sequer longe de você, a quero logo do meu lado.

— Não sei o que falar. — Peguei o anel que estava no meu bolso e me
ajoelhei na sua frente.

— Apenas diga sim, Milla. — Fiquei na expectativa.


— O que as pessoas vão pensar?

— Não importa o que elas pensarão, Milla, o que importa é o que sentimos.
Então?

— Aceito me casar com você, amor. — Peguei sua mão, coloquei o anel, me
levantei e a beijei, fui caminhando para trás de propósito, até cairmos na piscina.

— Seu louco! — ela me recriminou rindo, agarrada a mim.

— Seu louco, Milla. — Prensei-a na parede da piscina e, em segundos,


estávamos nus. Levantei suas pernas na minha cintura e me afundei dentro dela,
ela agarrou meu pescoço e começou a arranhar minhas costas, me fazendo ficar
mais excitado e ir mais fundo e rápido dentro dela.

— John... Ohhh... — ela gemeu meu nome, arqueou as costas me oferecendo


seus peitos. Abaixei a cabeça abocanhei um e depois o outro.

— Deliciosa, não quero sair daqui de dentro nunca mais — rosnei estocando
com firmeza bem fundo dela, senti que ela estava quase gozando, meu coração
estava acelerado.

— John... eu vou gozar... — gemeu e gozou.

— Milla... — gemi seu nome, e gozei junto com ela, esvaziando tudo dentro
dela, tomado pelo prazer mais completo que já tive em minha vida.

— Eu te amo, Milla — falei ofegante sem nenhuma força.

— Te amo, John. — Sua voz é baixa.


Estava de noite e tínhamos nos arrumado, tinha comprado um lindo vestido e
acessórios para ela, estávamos sentados na sala conversando, quando escutamos
carros chegando. Eu já sabia quem eram.

— Alguém chegou? — indagou.

— Sim, são nossos pais.

— O quê? — perguntou já se levantando e indo na direção da porta.

— Tinha combinado com o Oliver de trazer seus pais, preciso fazer o pedido
oficial.

— Você é doido mesmo, acabei de ter certeza. — Sua voz era divertida.

— Sim, doido de amor — confirmei.

— Meus pais já sabiam que eu iria te pedir em casamento, este anel foi
minha mãe que me deu, pertenceu a minha avó. Meus pais estão felizes com
nossa relação.

— Os meus vão ficar felizes em saber que eu estou feliz.

— Isso eles podem ficar tranquilos, irei te fazer a mulher mais feliz do
mundo.
Saímos em direção a todos e cumprimentamos, logo uma equipe de um chef
chegou para preparar nosso jantar.

Estávamos sentados comendo, quando pedi a atenção de todos.

— Eu preparei tudo isso hoje, pois quero falar na presença de todos que
tomei uma grande decisão. Senhor Oliver, Mary, quero pedir a vocês dois
oficialmente a mão da Milla em casamento. — Minha mãe bateu palmas, os pais
dela estavam com os olhos arregalados.

— Antes de dar minha opinião preciso ter certeza da minha filha, John.
Milla, é isso que deseja? — perguntou a filha.

— Sim, papai, eu amo o John.

— Então, John, já tem minha reposta. Só quero que a faça feliz.

— A amarei eternamente — falei e todos se levantaram e nos abraçaram.

— Vai se amarrar, irmão, acabou as noites de putaria. — Noah me abraçou.

— Achei a mulher certa, e um dia você também achará a sua.

— Quem procura acha, John, e neste quesito não estou procurando. —


Rimos.
— Mary, temos um casamento para preparar. — minha mãe disse a mãe da
Milla, logo as duas saíram em direção a sala enquanto fui até minha noiva, e
futura esposa.

— Em breve estaremos casados, amor, Sra. Conner — falei beijando sua


cabeça.

— Sim, Sr. Conner.


Quatro anos depois...

Tinha acabado de chegar em casa e escutei um gritinho agudo que amava


escutar e logo uma cabeleira loira apareceu correndo em minha direção.

— Papai... chegou... Papai...

— Oi, meu amor. — Me abaixei para pegar minha princesinha no colo e a


enchi de beijos. Como sempre, estava fantasiada de alguma princesa da Disney
que meu irmão fazia questão de comprar para ela.

— Sou a Cindelela, papai.

— Hoje você é a Cinderela?

— Sim, e o titio No é o príncipe — respondeu toda animada.

— O papai que é o príncipe, seu tio Noah é o sapo — falei já com ciúmes da
minha filha.

— Papai é o lei — falou errado.

— Rei — corrigi-a.

— Isso.

Coloquei-a no chão e saiu correndo e fui atrás da minha mulher, a encontrei


no jardim da nossa casa embalando nosso filho Peter, de seis meses, adormecido.

— Oi, amor — disse beijando sua cabeça.

— Demorou hoje, John.

— A reunião demorou muito no resort, inclusive encontrei com a Maya e


Brent e te mandaram beijos, que logo vem nos visitar.

— Que legal, John, a Maya é uma mulher guerreira depois de tudo que ela
passou e hoje em dia tem sua linda família.

— Como a gente, Milla, formamos a nossa linda família. — Me sentei e


peguei meu filho no colo e cheirei aquele cheirinho de bebê.
— Não foi fácil, mas provamos que nosso amor é maior. — Balancei a
cabeça concordando.

Realmente não foi fácil nosso relacionamento, não pensem que casamos logo
que ficamos noivos. Demorou mais de um ano, e neste período chegamos até
terminar nosso relacionamento devido que eu a queria logo comigo na minha
casa. Ela não aguentou minha cobrança de se casar logo e, querendo esperar
mais, terminou comigo. Ficamos afastados por quase vinte dias, e foram os
piores da minha vida, tentei de tudo para voltar comigo e prometi que não iria
pressioná-la, que seria no seu tempo.

Na época, fiquei imaginando que ela não me amava realmente, por isso
estava me enrolando, e na hora da raiva falei isso, piorando nossa situação;
quando ela me perdoou, segui minha promessa que a quebrei fazendo um
casamento surpresa quando ficamos sabendo que ela estava grávida da nossa
filha Emilly. Ela não fugiu, aceitou se casar e desde então sou o homem mais
feliz do mundo, realizado profissionalmente, tenho a mulher que amo ao meu
lado e dois filhos lindos.

— Papai... papai... — Saí dos meus devaneios com a Emilly me chamando.

— Oi, meu amor — disse carinhosamente.

— Amanhã vou na Disney com meu tio No.

Bufei.

— Seu tio vai te levar novamente lá? Vocês dois foram semana passada.

— Ele disse que tem fantasias novas de outras princesas e eu quero, papai —
falou com aquela carinha linda igual a mãe, impossível de resistir, nem respondi
e ela saiu correndo novamente.

— O quarto dela não tem mais lugar para estas fantasias, Noah precisa ter a
filha dele, e parar de estragar a nossa! — reclamou Milla.

— Ele usa de desculpa que precisa ser um bom tio.

— O que o meu marido estava pensando? Estava todo aí perdido em


pensamentos. — Levantei-me, beijei a cabecinha do meu filho e o coloquei no
carrinho. Sentei-me novamente, trazendo minha esposa para o meu colo.

— Estava me lembrando como se fez de difícil e me enrolou para se casar —


falei beijando seu pescoço.

— Eu te enrolei?

— Sim, Milla, por mais de um ano. Tenho certeza de que, se eu não tivesse
feito nosso casamento surpresa, você estaria me enrolando até hoje.

Ela deu uma gargalhada.

— Deixa de ser dramático, homem. Só não queria que fosse tudo muito
rápido como foi nosso relacionamento. Em poucos dias estávamos loucos um
pelo outro.

— Na verdade, amor, eu estava cego, e não via que o amor da minha vida
estava o tempo todo comigo ao meu lado.

— John, você não era cego, era um galinha, queria traçar todas, e claro que
não iria olhar para sua simples secretária.
— Aí que você se engana, sempre te achei linda, só que tinha namorado, e
fora que era uma secretária muito eficiente, não poderia dar sopa para o azar.

— Posso te confessar uma coisa? — perguntou se aconchegando mais no


meu colo e rebolando sua bunda.

— Pode — respondi quase gemendo.

— Sempre te achei gostoso, principalmente quando tirava seu blazer e ficava


de colete e gravata, suas calças apertadas sempre marcaram suas joias, sua
bunda. Era uma loucura não babar.

— Então, a minha secretária babava por mim?

— Não, amor, ainda babo por você. Estes ternos sob medida, o deixa gostoso
até me dá tesão ao te ver — Milla falou passando suas mãos pelo meu peito,
apertei mais sua cintura e a beijei com paixão, até escutarmos um chorinho
fraco.

— Nosso tempo acabou! — exclamou a Milla, saindo do meu colo, indo


pegar Peter.

— Amanhã vou despachar os dois com o tio tão atencioso.

— John! — ela me repreendeu.

— O que foi?

— Não fala assim dos nossos filhos.

— Não falei nada demais, Milla, amo meus filhos, eles são minha vida. Já
que o Noah quer levá-los para passear não vou me opor.
— Ele avisou que vai levar a Emilly.

— Aqui é assim, pega um e leva dois.

— Você não tem jeito mesmo. — Me levantei e fui até eles.

— Vem com o papai, meu garotão. — Peguei Peter do colo da mãe, que veio
todo sorridente. — Quando crescer vou te ensinar a pegar várias gatinhas.

— Eu vou ensinar a Emilly a agarrar uns gostosões.

Fechei minha cara na hora.

— Vai não. Minha princesinha não vai namorar tão cedo.

Ela riu.

— Não se iluda, papai, nossos filhos vão crescer e traçar seus caminhos,
estaremos aqui apenas para apoiá-los, quando isso acontecer.

— Escutou sua mãe, Peter, mas papai não quer que vocês cresçam. — Ele ria
com sua boca banguela, babando.

— Como é injusto! Carreguei por nove meses e nascer sua cópia — Milla
falou do meu lado, também babando no nosso filho.

— Em compensação, a Emilly é a sua cópia, precisava igualar isso. —


Falando em nossa filha, um minifuracão chegou toda ofegante. Milla a pegou no
colo.

— Oi, irmãozinho — ela falou com todo carinho, passando a mão no rosto
do Peter. — Quer brincar? — perguntou na sua inocência.
— Ele ainda é muito pequeno, filha, daqui uns meses ele estará correndo
atrás de você — Milla explicou.

— Vai demolá?

— Demorar. Só um pouco — respondi, e ela se aconchegou mais nos braços


da mãe.

Fiquei ali admirando os amores da minha vida, Milla me ensinou a ser uma
pessoa melhor e um homem de respeito, em momento nenhum me arrependo de
ter trocado a minha vida de antes pela o que tenho agora. Passei um braço pelo
ombro da minha secretária, minha mulher, amiga e o meu amor.

— Te amo, minha secretária.

— Te amo, meu bilionário.

— Te amo, papai. Te amo, mamãe. — A voz infantil da nossa filha inflamou


meu coração.

— Vocês três são a minha vida — declarei, olhando para Milla.


SINOPSE:

Cursando o último ano da faculdade de Odontologia, Paige amava sua futura


profissão e acabou aceitando um estágio em um dos consultórios mais
renomados do país, frequentado pelo alto escalão.

Noah era um bilionário que só pensava em curtir a vida noturna de Miami,


um solteiro que muitas mulheres tentavam agarrar, mas não conseguiam. A
pedido de seu pai, aceitou que a filha de um amigo fosse sua estagiária, mas se
arrependeu assim que ela começou a trabalhar em seu consultório, já que, além
de atrapalhada, era bocuda; no primeiro dia de trabalho caiu sentada no colo de
um cliente, um grande jogador da NBA.

Será que Paige irá enlouquecer Noah?

Será que Noah irá se apaixonar pela estagiária atrapalhada?


Quero agradecer primeiramente sempre a Deus, pela inspiração em fazer
mais um livro.

A minha família, marido, filhos, mãe e irmãos, que sempre me apoiam.

Meu agradecimento e carinho pelas minhas leitoras do Wattpad, que


comentaram e que vibravam pelo casal.

Obrigado a você que leu meu livro, espero que tenha gostado da Milla e
John.

Agora nos vemos no livro do Noah e da Paige.

Beijinhos.

Cláu.
Cláudia Pereira é uma canceriana, nascida em julho. Casada, tem um casal
de filhos.

Encontrou na escrita uma nova paixão e se aventurou neste mundo.


Apaixonada por livros, especialmente romances. Quando não está lendo ou
escrevendo, está assistindo a inúmeros filmes.

Tem várias obras, entre elas: Resultado do meu amor, Despertar de uma
paixão e Despertar de um amor (série Despertar) e Minha Fera, publicadas pela
Editora Angel.
Livro 1

Maya foi em busca de realizar o seu maior sonho, o intercâmbio. Mas o que
era para ser uma linda aventura acaba se tornando um grande pesadelo. Passando
por dificuldades financeiras, a única esperança é uma vaga como babá do filho
de um dos empresários mais importante da Irlanda. Essa é sua grande chance de
não deixar os seus planos morrerem. Mas nada é tão fácil como parece. O
menino tem uma fama terrível, tendo assustado e afugentado suas últimas babás.
Mas é pai da criança que começa a fazer o coração da doce e inexperiente babá
disparar mais forte.

Desde que ficou viúvo, Brent Turner tem evitado qualquer contato com
Quinn, seu filho, agora com sete anos. Conhecido por ter um coração frio e uma
mente implacável, não faz questão alguma de mudar a forma que as pessoas o
descrevem. Isso até a chegada da tímida, mas determinada babá que não se
intimida ao enfrentá-lo. Maya é doce, inocente e representa um perigo que Brent
não está disposto a correr.

Será que o pequeno Quinn e a corajosa babá derrubarão os muros que


Brent acredita serem intocáveis ou haveria uma chance para voltar a abrir seu
coração até então fechado?

O Livro faz parte de uma série chamada: Os bilionários. Todos os livros


são únicos.

Cada livro terá um casal diferente, podendo ter ou não crossover entre
eles.

Você também pode gostar