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Meu amores, antes de começarem a leitura, gostaria de falar um
pouco do livro A Bonequinha da Máfia, esse livro está sendo algo
inesperado até para mim mesma, estou saindo dos romances clichês para
escrever algo novo, estou saindo da minha zona de conforto daquilo que já
estou acostumada, pois como muitos já perceberam, sou muito romântica e
os meus livros sempre tem finais felizes, sempre é tudo muito dentro do
romance, então decidi explorar um pouco mais esse meu desejo de fazer
algo diferente.
Não entendo muito de máfia mas mesmo assim resolvi me arriscar, e
estou levando em conta tudo que já li em alguns poucos livros de mafiosos
aqui na plataforma, vou me esforçar para fazer algo bacana e espero que
gostem, por mais que não seja algo como vocês já estão acostumados a
lerem por aí, kkk...
Bom, estou adorando escrever esse livro e até o final dele, espero
atender as expectativas de todos... Bjs! Então vamos nessa e tenham todos
uma boa leitura.
Michael D'ávila é o famoso chefe de um cartel muito respeitado na
Itália, Nuestro Poder. Um dos homens mais ricos do mundo, o seu poder é
inigualável e todos o temem como o rei da máfia, o soberano, um homem
muitíssimo poderoso no mundo do crime.
Michael D'ávila está envolvido em muitos negócios ilícitos, entre
eles as suas inúmeras boates de prostituição, venda e distribuição de drogas,
além das empresas usadas para lavagem de dinheiro, empresas de fachadas.
Michael D'ávila não teme a ninguém, nem mesmo a si próprio e
muito menos aos seus inimigos.
O poderoso e soberano Michael D'ávila adora se divertir, e entre as
suas boates com prostitutas com nomes de pedras preciosas, ele se
surpreenderá com a jóia mais bela entre todas, Safira, a mais nova dançaria
de sua boate despertará desejos, fúria e a compaixão do inabalável e
poderoso Michael D'ávila.
Brenda, conhecida como Safira na boate Top Night, não abaixar a
cabeça para o chefe poderoso, isso fará dela uma mulher forte, uma mulher
capaz de dominar a fúria do criminoso mais temido no mundo do crime,
conquistando não só a sua confiança mas também o seu poder ao se tornar a
bonequinha do mafioso.
Obrigada a todos os meus leitores do Wattpad, pela ótima aceitação
desse livro, vocês são demais, dedico esse livro a todos vocês com muito
carinho. Um grande beijo a todos!
Só há um caminho para a felicidade. Não nos preocuparmos com
coisas que ultrapassam o poder da nossa vontade.
Epicuro
— Ricardo! Me mande a garota de sempre, eu preciso dela, para
agora! — Peço impaciente.
— Desculpa, Sr. Michael, mas a garota de sempre não veio hoje, ela
está hospitalizada por causa do último cliente de ontem, o cara era muito
agressivo e quase matou a garota... Mas temos uma novata que chegou
ontem e ela foi muito elogiada pelos clientes, acho que o senhor pode
gostar dela, ela é bastante experiente. — Suspiro frustrado por não
conseguir o que eu quero.
— Tudo bem, já que Esmeralda está indisponível, pode mandar a
novata, espero que não me decepcione... Me mande os dados que você tiver
do cliente que agrediu Esmeralda, eu resolvo isso. — Concordo me dando
por vencido.
— Como quiser, senhor... E para quando vai querer a novata? Por
quanto tempo?
— Para hoje ainda! Quero ela por três dias... Vou viajar para fora
da cidade a trabalho, preciso de uma acompanhante e você já sabe do que
eu gosto... Espero não me decepcionar, ouviu? Fico aguardando. — Aviso
antes de encerrar a ligação.
Saio do meu escritório e vejo o meu soldado pessoal andando pela
sala.
— Charles! Preciso que resolva um problema para mim... Vá até a
boate Top Night, Ricardo vai te passar algumas informações e quero o
serviço resolvido ainda hoje, eu fui claro? — Me aproximo dele com um
olhar sério.
— Sim, chefe! Agora mesmo...! Mas antes eu preciso avisar que o
carregamento que esperávamos, acabou de chegar, o nosso pessoal já está
fiscalizando tudo. — Concorda antes de sair para cumprir as minhas ordens,
mas volta na minha direção para avisar sobre a mercadoria.
— Perfeito! Eu vou passar para conferir antes de seguir viagem...
Agora faça o que mandei e me mantenha informado quando tudo estiver
resolvido. — Ordeno mais uma vez antes de ir para as escadas.
Sigo para ao meu quarto e tomo um banho bem demorado para
relaxar o corpo, andei o dia todo para fiscalizar os meus negócios, agora
tudo que quero é um bom descanso e uma boa foda, mas como conseguir
isso se Esmeralda está hospitalizada? Eu devia matar eu mesmo aquele
infeliz por maltratar a minha garota preferida, mas tenho os meus homens
para resolver isso por mim então vou descansar um pouco antes da viagem.
Tenho dois clientes para visitar e gosto de tratar de negócios eu mesmo, e
pessoalmente para não haver problemas.
Depois de meia hora no banho eu saio e me arrumo ao invés de
descansar, não tem jeito, eu já me acostumei a ficar de um lado para o outro
e não consigo parar quieto em casa, o cansaço me alimenta e assim eu não
relaxo nos meus compromissos.
Decido ir ver como anda a fiscalização do carregamento que chegou
hoje, preciso ter certeza de que tudo está como tem que estar, assim não me
aborreço com ligações impertinentes.
Saio de casa com o motorista e sigo para o armazém onde as drogas
são recebidas antes da distribuição para vendas, já temos clientes fixos que
compram conosco semanalmente, esses tem as mercadorias separadas e
enviadas mediante os pagamentos, e a venda e recebimento dos valores
acontecem pontualmente.
Chego na boate e entro indo direto para o meu escritório, a casa está
cheia pois aqui o atendimento é 24hs por dia. Encontro Ricardo no meio do
meu trajeto e ele faz sinal para uma das meninas no palco seminua, uma
bela morena de seios fartos e um olhar atrevido, vamos ver se ela é tão
gostosa o quanto é bonita.
Entramos no escritório e a garota entra logo atrás.
— Boa tarde chefe! Essa é a Diamante, ela é a novata de quem falei.
— Ricardo se aproxima com a garota ao seu lado e eu a admiro de cima
abaixo.
— É um imenso prazer conhecê-lo, Sr. D'ávila. — A garota se
aproxima sorridente e se senta na ponta da mesa erguendo mais o pedaço de
pano que ela usa como saia.
Encaro a sua calcinha transparente e consigo ver a sua boceta
lisinha, a encaro novamente e encaro Ricardo.
— Nos deixe a sós, Ricardo! E não quero ser interrompido. —
Ordeno em um tom firme e rapidamente ele me obedece.
Encaro a mulher sentada na minha mesa e ela está ofegante, giro a
cadeira me afastando da mesa e encaro atento a mulher. Apenas ergo uma
sobrancelha e ela se aproxima abrindo as minhas pernas e se ajoelha entre
elas, a morena agarra o meu cinto e o abre puxando a minha cueca para
libertar o meu pau semiereto, ela me masturba e passa a língua me
estimulando, rapidamente estou duro na boca dela com ela me chupando
feito uma esfomeada.
Seguro os seus cabelos pela nuca e forço ela a me engolir inteirinho,
ela se engasga mas não larga o meu pau, gemi sentindo as minhas veias
pulsar e o meu pau latejar na sua garganta, ela me encara com os olhos
arregalados e vejo uma lágrima rola dos seus olhos, não me importo, ela
tem que me aguentar até eu gozar.
A morena tenta se soltar mas eu não deixo, forço ela a me engolir
inteiro novamente, seguro a sua cabeça no lugar e gozo na sua garganta a
obrigando a engolir todo o meu gozo. Solta-a e ela se joga para trás caindo
de bunda no chão tossindo, vermelha feito um tomate, me encarando com
os olhos levemente arregalados e eu me divirto com o seu espanto.
Tiro o meu lenço do bolso e me limpo fechando a minha calça
novamente, enquanto ela abaixa a cabeça limpando a boca.
— Está arrependida? Se estiver não precisa me acompanhar, eu levo
outra no seu lugar, do contrário, vá arrumar as suas coisas pois partiremos
em alguns minutos. — Me levanto indo em direção a porta deixando ela ali,
sentada no chão.
Saio sem esperar a sua resposta e sigo até o bar pedindo uma dose
dupla de uísque, bebo em uma só golada e ligo para saber se o jatinho está
pronto para minha viagem. Olho para trás e vejo a garota conversando com
Ricardo enquanto ajeita os cabelos, volto a minha atenção para o bar e peço
mais uma dose de uísque, bebo todo o líquido que mais uma vez desce
queimando na garganta, me viro e vou em direção a Ricardo e a garota sai
rapidamente indo em direção ao camarim.
— E então, Ricardo? A garota vai ou terei que escolher outra? Não
sei o porquê estou sendo tão bonzinho, na verdade não estou me importando
com ela, eu queria Esmeralda, mas já que ela não está aqui terei que aturar
outra garota. — Comento me virando para o palco admirando algumas
meninas dançando.
— Ela vai sim, senhor! Ela foi pegar as coisas dela, ela não iria
perder uma oportunidade como essa. — Explica enquanto tenho a minha
atenção presa em uma loira no palco.
Ela dança tão sensual, seus movimentos são tão provocantes e
envolvente, o sorriso em seu rosto me prende nela, seus lábios são
vermelhos e carnudos e seus olhos são azuis intensos, seu corpo é perfeito,
suas coxas são bem torneadas e ela tem uma bela bunda.
— Senhor? Está me ouvindo? — Saio da minha análise com
Ricardo me chamando.
— Quem é aquela garota? De onde ela é? Ela é nova na casa? —
Pergunto curioso sem desviar os meus olhos dela, a sua beleza chamou a
minha atenção.
— Ela não é exatamente nova aqui, senhor, na verdade já faz três
meses que ela está conosco, mas ela não faz programas, ela está no grupo
das Stripers... Ela é a Safira. — Explica enquanto eu contemplo aquele anjo
dançando para todos esses homens aqui dentro.
— Então ela não faz programa...? Isso é uma pena, mas nada que
uma boa proposta não a convença. — Comento comigo mesmo ainda
admirando-a.
— Sinto muito em decepcioná-lo, senhor, mas já fizeram excelentes
propostas a ela e a mesma recusou... Ela tem namorado e não quer aceitar o
programa. — Explica me fazendo encará-lo atento com essa novidade, mas
não digo nada sobre isso.
— Bom, eu vou indo e ficarei fora por três dias, mas quero que me
mantenha informado sobre tudo... Envia a garota para o hangar, eu vou dar
uma passada rápida em casa para pegar alguns documentos... Continue
mantendo tudo em ordem! — Saio em seguida e sigo para ao meu carro
sem olhar para trás.
Entro no mesmo e sigo para mansão D'ávila, em poucos minutos
estou entrando pelos portões da mesma e paro na porta principal, entro em
casa indo direto para o escritório mas a empregada vem me avisar que a
minha bagagem já está sendo posta no carro.
Pego os documentos que preciso e ponho na minha pasta, saio
novamente de casa e passo algumas instruções aos meus seguranças antes
de entrar no carro, seguindo para ao meu hangar onde vou decolar.
— Eu já falei para você largar esse cara, ele não presta, Brenda!
Esse infeliz só quer te explorar e você não vê isso, nem te ver no final de
semana ele não vem porque está muito ocupado gastando o seu dinheiro
com outra! Como você pode acreditar que esse homem te ama, minha
amiga? Um homem que deixa a própria mulher se exibir em uma boate
cheia de tarados e não se importa, isso não é amor, isso é interesse na boa
vida que você dá a ele...! Deixa de ser boba e para de dar o seu dinheiro a
esse encostado, Brenda! — Isabela reclama pela milésima vez e sei que ela
tem razão.
— Eu sei Isa, você tem razão mas eu não consigo deixá-lo... Eu o
amo e não quero perdê-lo, o que eu faço...? Esse cachorro não muda e
mesmo assim me sinto presa a ele... Eu quero deixá-lo mas não consigo...
— Choro por mais uma vez Eduardo me deixar esperando por duas horas e
nem sequer ligou para dar satisfação, e nem atende aquele maldito telefone.
— O que você tem que fazer você já sabe, só basta tomar uma
atitude minha amiga... Sei que você o ama mas ele não te merece, ele é
lindo? Sim, mas beleza não é tudo, esse mal caráter estar te extorquindo, até
trabalhar em uma boate você foi só para dar boa vida a esse cretino! Era ele
quem devia estar te bancando e não o contrário...! E esse maldito ainda
bateu em você, como pode amar um homem que te agride, Brenda? —
Retruca irritada ao falar de Eduardo, não sei mais como argumentar pois ela
tem razão, o que eu sinto por Eduardo é doença e não amor e eu preciso me
livrar disso. Só não sei como.
— Falando de mim, Isabela? — Dou um pulo do sofá ao ouvir a voz
dele parado na porta.
— Amor você demorou, porque não avisou que se atrasaria...? Você
ainda quer sair? — Me aproximo dele com um largo sorriso e o coração
acelerado, como posso amar tendo esse homem se ele não me demostra o
mesmo?
— O que vocês estavam falando de mim? Essa ridícula está
enchendo a sua cabeça outra vez...? Eu vou te avisar só uma vez, Isabela!
Você não me conhece, então não se meta onde não foi chamada! Você pode
se arrepender. — Ele passa por mim encarando Isabela de um jeito que não
sei decifrar, ele parece mau, parece perverso como no dia em que me
agrediu.
— Deixa ela, Eduardo! Ela só está preocupada comigo porque você
está brincando com a minha cara, está brincando com o meu amor, eu não
aguento mais isso...! Eu estou sempre provando que te amo mas você não
consegue sequer aparecer na hora combinada para sairmos, já faz tempo
que não me demonstra um pouquinho de carinho e isso me fere. — Me
explodo com essa situação e solto tudo que estava entalado na garganta, ele
me encara com uma sobrancelha erguida e aquele mesmo sorriso cínico de
sempre.
— Não me interessa o que você acha! Não me interessa se está
gostando ou não, você é minha mulher e não vai se quer pensar em me
deixar, eu fui claro? Eu já te mostrei do que sou capaz, então não testa a
minha paciência porque eu consigo ser bem pior, você ouviu, Brenda? —
Eduardo me segura pelo queixo apertando com força enquanto me lança
aquele olhar sinistro e diabólico.
Me solto dele correndo para o meu quarto, mas quando chego na
porta sinto ele me agarrar pelos cabelos me puxando com tudo me
arremessando longe. Vou parar no chão o encarando perplexa, não
acreditando que mais uma vez ele está me agredindo.
— Alô! É da polícia? Eu quero denunciar o namorado da minha
amiga que está agredindo ela nesse exato momento, dentro da minha casa!
— Ouço a voz alterada de Isabela e Eduardo se vira para ela sacando uma
arma que estava escondida não sei onde.
— Desliga! Agora...! Ou eu mato você e depois mato a sua
amiguinha! — Ordena entre dentes e eu me levanto correndo até Isabela e
tomo o telefone da sua mão desligando o mesmo.
— Vai embora Eduardo! Se for para me agredir e me ameaçar então
não precisa voltar aqui outra vez... Eu não quero te ver mais! Eu quero que
você suma da minha vida! — Esbravejo abraçada a minha melhor amiga e o
infeliz gargalha se aproximando sorrateiramente, me deixando em pânico.
— Acho que você não ouviu bem o que eu disse... Você é minha
mulher e não vai me deixar! E se você tentar se esconder eu te acho, e te
meto uma bala no meio do peito...! Vai ser uma pena porque você é muito
gostosa, mas de mulheres gostosa o mundo está cheio. — Seu tom
autoritário faz as minhas lágrimas descerem silenciosamente não
acreditando em tudo que está acontecendo.
— Depois de dois anos juntos... Eu não acredito que fui tão cega
esse tempo todo... Você é um monstro...! Como eu pude amar por tanto
tempo um ser com você...? — Me afasto aos prantos levando Isabela
abraçada a mim.
— Eu não vou ficar jogando na sua cara que te avisei que esse cara
não prestava, mas vou pedir para ser forte, nós vamos sair dessa situação
juntas porque você não está sozinha... E você! Saia da minha casa! A
polícia deve ter rastreado a ligação e eles já devem estar chegando... Some
daqui seu desgraçado! — Isabela lança-lhe um olhar mortal e ele respira
fundo.
— Eu vou! Mas a minha mulher vem comigo! — Eduardo me
arranca dos braços de Isabela me arrastando em direção a porta.
— Me solta! Eu não vou com você a lugar algum...! Se quiser me
matar, então me mata agora! Mas eu não vou sair daqui com você! — Me
solto dele abruptamente e ele aponta a sua arma para mim trincando os
dentes de ódio.
— Ok, você fica! Mas não vai mais faltar ao trabalho na boate, eu
preciso de cada centavo do que você recebe lá e agora que já sabe como eu
sou, é bom não me desafiar, é bom não brincar comigo ou não terei piedade
de você...! E é bom reconsidera a proposta do programa, você vai ganhar
muito mais transando com aqueles otários ricos... Agora me dê um beijo!
Eu preciso ir. — Novamente ele se aproxima daquele jeito manso e me
segura pelo queixo, me beijando a força.
Ele me solta e encara Isabela antes de se virar e sair pela porta.
Corro para o meu quarto com Isabela correndo a trás de mim e pego a
primeira mala que vejo na frente, começo a juntar as minhas coisas
enquanto ela tenta me acalmar.
— Não vai adiantar você fugir dele, Brenda, esse canalha é um
bandido...! Meu Deus como não percebemos isso antes? — Isabela anda de
um lado para ao outro, nervosa enquanto eu choro em silêncio e arrumo as
minhas coisas de qualquer jeito na mala.
— Me perdoa Isa...? Eu não queria ter metido você nesse
problema... Aí meu Deus amiga, o que eu vou fazer? Ele não vai me deixar
em paz... Tenho medo dela fazer algo contra você, eu preciso ir embora
daqui, não podemos mais ficar juntas com esse maldito nós ameaçando. —
Me atiro em seus braços aos prantos e ela me aperta chorando junto
comigo.
— Você não vai me deixar aqui sozinha, eu não vou aceitar isso...!
Só temos uma a outra, Brenda, não é justo nos separamos agora. — Ela me
aperta tão forte que uma sentimos a aflição da outra.
— É a terceira vez que ele me agride, Eduardo está a cada dia mais
violento e mesmo pedindo desculpa, eu sentia que ele não iria mudar... Eu
não posso submeter você a isso, não é justo! — Me solto dela nervosa com
essa situação e volto a mexer na minha mala, mas ela segura as minhas
mãos me encarando confiante.
— Esse desgraçado vai te encontrar, amiga, não o conhecemos
como imaginávamos... Mas se você fugir eu vou com você! Eu não vou te
deixar sozinha e não quero ficar sozinha sem você... Podemos alugar um
cantinho para nós em outro lugar, longe daqui... Teremos que arranjar outro
emprego mas... — Ela limpa o rosto e se afasta pensativa, mas a
interrompo.
— Não, Isabela! Eu coloquei a gente nessa enrascada e não vou
permitir que você pague pelos meus erros... Não pagamos aluguel aqui, a
casa é sua e apenas dividimos as despesas, não vou deixar você sair da sua
casa por minha culpa... Vou ter que aturar Eduardo até conseguir me livrar
dele, talvez ele se canse de mim porque eu não pretendo dar mais um único
centavo a ele. — A encaro decidida e ao mesmo tempo pensativa.
Sei que não vai adiantar fugir daquele mal caráter, só agora estou
vendo quem ele realmente é.
— Você não pode aturar esse maldito, não pode permitir que ele
toque em você só para nos livrar dele...! Eu não vou aceitar que você faça
isso... — Contesta inquieta voltando a andar de um lado para o outro, mas
eu não tenho escolha.
— Eu prefiro morrer a permitir que aquele maldito volte a me tocar,
mas eu não posso contrariá-lo agora, eu não sei do que realmente ele é
capaz, não sei o quê ou quem ele é... Temo que ele faça algo contra você
por me defender contra ele... Eu prometo me cuidar mais, prometo jamais
me deixar cegar pelo sentimento... Eu sou uma idiota mesmo... Isa ele
apontou uma arma para nós... Meu Deus ele pode nos matar se eu não o
obedecer, e se eu fugir e ele me encontrar eu morro... — Choro mais uma
vez com raiva de mim mesma por ter confiado tanto naquele desgraçado.
— Não se sinta culpada minha amiga, poderia ser eu no seu lugar, e
eu quase me ferrei com aquele maldito do Kalebe... Eu só fui mais esperta
que você, você se envolveu de uma maneira que não sei explicar, você não
conseguia ver o que eu via... Mas enfim, agora já chega de chorar, você
precisa trabalhar para não dar motivos para aquele desgraçado te bater de
novo, mas não faça o que ele sugeriu, não vai aceitar se prostituir, você me
entendeu, Brenda...? Se você fizer isso, eu mesma mato aquele canalha!
Você não tem necessidade de fazer isso... Enquanto você estiver somente
dançando eu vou te apoiar, mas se você fizer... — Isabela me encara com
um olhar decidido mas também apreensivo.
— Não se preocupe, amiga! Nada e nem ninguém vai me obrigar a
vender o meu corpo, isso eu não farei jamais...! Me perdoar por essa
situação? Eu não imaginava passar por isso e muito menos envolver você
também. — Me sento na minha cama me sentindo derrotada, me sentindo
ferida, enganada, usada por aquele cretino.
— É claro que eu te perdoo, você é mais que uma amiga, você é
uma irmã para mim... Só temos uma a outra e sei que sempre estaremos
juntas, sempre estaremos aqui uma para a outra. — Ela se senta ao meu
lado segurando a minha mão com carinho e eu a abraço com ternura.
— É sério Isa, se eu estiver te incomodando, se você não quiser
passar por tudo isso, você está no seu direito e eu vou aceitar numa boa...
Só não quero perder a sua amizade nunca, não quero de jeito algum
prejudicar você, você sabe disso, não é? — A encaro triste e decepcionada
comigo mesmo.
— Vem comigo! Eu não vou te responder mas não com palavras, e
sim com imagens. — Ela me puxa pela mão e me arrasta de volta para sala.
Paramos em frente a uma enorme foto nossa pendurada na parede,
estamos sorrindo abraçadas, era um dia feliz para nós duas no momento
daquela foto. Choro ainda mais e puxo a minha melhor amiga para os meus
braços, sorrimos juntas e mais uma vez me desculpo.
Arrasto ela para cozinha e fomos tomar sorvete enquanto fazemos
brigadeiro, sempre fazemos isso quando estamos querendo nos animar
depois de uma decepção.
QUATRO DIAS DEPOIS...
Algumas horas depois vejo que estamos passando pela nossa cidade
novamente, o meu coração se aperta mas não posso fazer mais nada, apenas
choro em silêncio abraçada Isabela que me encara apreensiva, se segurando
para não chorar também, me passando o que resta das suas forças e
confiança.
Vejo o carro se afastar seguindo para a área nobre da cidade, na
verdade, estamos entrando no bairro mais rico de Roma. Para onde estamos
indo? O que vão fazer conosco?
— Para onde vocês estão nos levando? Já estamos nesse carro a
horas e não chegamos a lugar algum. — Questiono olhando para fora do
carro admirando as muitas mansões luxuosas ficando para trás.
— Estamos indo ver o chefe, ele está nos aguardando. — Diz curto
e grosso e é a última vez que ouço a sua voz, o homem se cala e não diz
mais nada.
Poucos minutos mais tarde o carro entra por uma propriedade tão
luxuosa que nem em sonho jamais vi algo assim, meu queixo vai no chão
com tamanha riqueza desse lugar, o jardim é tão grande que caberia outra
mansão ao lado dessa que ofusca os meus olhos, isso aqui não pode ser real.
O carro para na entrada principal da mansão e os homens saem nós
arrastando para fora do carro, seguimos em direção a entrada da casa e
somos jogadas para dentro como dois sacos de baratas, indo parar no chão.
Nós levantamos olhando tudo a nossa volta e mais uma vez o meu
queixo vai no chão com todo o luxo desse lugar. Olho de um lado para o
outro mas o segurança novamente me pega pelo braço, me arrastando até o
meio da sala.
— Porque vocês mulheres tem que complicar tanto as coisas?
Porque você fugiu se sabia que seria encontrada, Safira? — Ouço mais uma
vez aquela voz que me arrepia e me faz treme.
O vejo sair de algum lugar com as mãos nos bolsos e qualquer
mesmo sobretudo cobrindo os seus ombros, com a mesma pose de mafioso
que me amedronta, ele parece tranquilo e eu agradeço a Deus por isso.
— Peço desculpas por tê-lo contrariado, senhor, mas temi pela
minha vida pois Eduardo procurou pela minha amiga, aliás, ela não tem
nada a ver com tudo isso então... — Tento me justificar mas sou
interrompida por ele enquanto se aproxima.
— Então você achou que se escondendo de mim você se livraria
daquele bastardo...? A sua amiga fugiu com você mesmo não tendo nada a
ver com tudo isso, e agora eu tenho que poupá-la porque você está
pedindo...? Você não está em condições de me pedir nada e quem decide
aqui sou eu, e não você! Pensasse nisso antes de fugir. — Rebate em um
tom rude me encarando daquele jeito furioso.
— Sei que errei, senhor, e estou disposta a pagar pelo meu erro, mas
peço que deixe a minha amiga ir, eu imploro? Ela é a única família que eu
tenho e não quero que ela pague junto comigo pelos meus atos. — Insisto
enquanto ele para na minha frente mas a sua expressão continua a mesma.
Ele olha de mim para Isabela e volta a me encarar, ele se aproxima
olhando dentro dos meus olhos e me segura pelo braço.
— Vamos! Você precisa se arrumar, temos uma viagem para seguir e
já estamos atrasados por conta das suas atitudes... Quando a sua amiga...
Levem-na para o Royal, vocês já sabem o que fazer. — Ordena em um tom
firme e me arrasta para algum lugar.
— NÃO! POR FAVOR? NÃO FAÇA NADA CONTRA ELA EU
FAÇO O QUE O SENHOR QUISER...? Por favor tenha piedade? Ela não
te fez nada... Ela é a minha única família? Por favor? — Me atiro aos seus
pés chorando em meio as minhas súplicas, ele me encara incrédulo.
— Levem-na! Façam o que estou mandando! — Ordena aos berros
e eu me ergo segurando as suas mãos com força.
— Me mate? Faça o que quiser comigo mas deixe ela ir? Por favor
eu faço qualquer coisa... Qualquer coisa... — Tento me afastar para correr
até Isabela mas ele me puxa para ao seu corpo me prendendo a ele.
— Brenda! Brenda...! Me ajuda? Me soltem! Me soltem! — Súplica
desesperada e eu me apavoro.
— Mande soltá-la! Soltem ela agora! Isabela? Isabela...? Soltem...
Soltem... Ela... — Me debato em meio ao desespero e vejo tudo rodar, não
sinto as minhas pernas e espero pelo impacto do chão.
— Não! Não! Não faz isso Safira! Safira? Por Deus o que está
acontecendo com essa mulher? — Sua voz se distância aos poucos e tudo
que me resta é a escuridão e o desespero.
Minha consciência está pesando toneladas, não vou me perdoar
nunca se acontecer algo com a minha amiga, que Deus me perdoe porque
eu não vou me perdoar jamais.
— Obrigado pela sua ajuda, Leon, saiba que pode contar comigo
para o que for, meu amigo! Não importa o como ou com o quê, eu vou estar
a sua disposição. — O abraço apertando já me despedindo depois de dois
dias na sua companhia.
Eu precisava que todos soubessem que sempre estive em Dubai com
Leon, assim não levanto suspeitas sobre a minha participação no confronto
ao Cartel Los Guardianes.
— Eu te devia uma, então o que fiz não foi só por obrigação, mas
porque você é um grande amigo e me salvou no passado, ainda me sinto em
dívida com você e acho que jamais conseguirei pagar pelo que fez, Michael,
mas saiba que sempre poderá contar não só comigo, mas com o meu Cartel
também, os meus soldados sempre estarão a sua disposição. — Comenta
enquanto andando pelo seu extenso jardim e eu sorrio satisfeito, eu não
esperava outra atitude sua que não fosse essa.
— Bom, meu amigo, eu preciso ir, mas se precisar de mim você
sabe como me encontrar.
Nós despedimos e eu sigo para o meu carro com Charles e mais
alguns seguranças, saímos da mansão e seguimos para o hangar particular
de Leon, sairei da cidade sem ser notado pois não quero ser rastreado por
qualquer um, e de lá vou poder sair sem que saibam que sou eu.
Chego no hangar e decolo com Charles em um helicóptero que veio
me buscar, sigo para a minha ilha particular e sei que a minha chegada está
sendo aguardada.
Ontem falei com Safira por telefone e mais uma vez a sua angustia e
preocupação comigo me surpreendeu, essa mulher me deixa de um jeito que
não sei explicar, tenho pensado nela com muita frequência e isso está me
assustando, nunca pensei tanto em uma única mulher, nem com Esmeralda
que era a minha preferida até conhece Safira, eu não me importava tanto
com ela, só mandei que fossem atrás do cliente que a agrediu porque fiquei
sem os seus serviços por causa de um infeliz. Mas Safira está me
surpreendendo mais do que eu gostaria, a paciência que possuo com ela eu
não tenho com mais ninguém, nem mesmo com Joaquim que é sangue do
meu sangue.
Poucos minutos depois avisto um iate a baixo de nós e o reconheço
logo de cara, é o meu iate, os meus homens foram até a cidade me buscar,
mas como optei por voar até a ilha eles aproveitaram para pegar a visita que
veio de Roma, então pousando no heliporto do dele e seguimos o nosso
percurso até chagar na minha ilha.
Encontro a bordo alguém que Safira vai gostar de ver, com isso
espero conseguir que ela baixe um pouco mais a guarda comigo, já estou
farto dela me rejeitar.
Ergo o seu queixo fazendo ela me encarar nós olhos, suas lágrimas
ainda descem silenciosamente, mas mesmo assim ela sustenta o meu olhar.
— Nenhuma mulher escolhe se apaixonar por um mafioso... Mas eu
me apaixonei por você... Droga! Eu amo você, Michael... Pode me chamar
de boba, pode me achar uma tola por me apaixonar por você, mas foi isso
que aconteceu... Sei que não sente o mesmo por mim e talvez nunca sinta,
mas eu não me importo... Eu só quero ser sua... Só isso. — Confessa com
lágrimas nos olhos e mal sabe ela o quanto as suas palavras me assustam,
mas também me faz muito feliz.
— Você sempre será minha... Sempre... — Acaricio o seu rosto e
beijo-a com calma, um beijo tão doce, tão profundo e intenso que me
apavora, mas me deixa desesperado por mais.
Me deito ao seu lado sem quebrar o beijo e ela vem para os meus
braços, sem nem aos menos eu precisar trazê-la para mim.
— Eu preciso de um banho... Me acompanha? — Peço entre os
beijos recebendo o seu olhar de surpresa.
— Isso foi um pedido...? Não foi uma ordem? — Pergunta
finalmente me dando um pequeno sorriso, me fazendo sorrir também.
— Você é minha mulher, então sim, não estou ordenando, estou
pedindo. — Me levanto lhe estendendo a mão e ela vem me encarando
espantada.
— Estou passada... Você não está ordenando, está me pedindo para
acompanhá-lo no banho...? E se eu não quiser ir? O que acontece? —
Questiona cruzando os braços e eu reviro os olhos com essa sua teimosia
em me questionar.
— Se você não quiser ir eu vou te levar de qualquer jeito!
— Para que eu fui perguntar, não é...? Mas já que sou sua mulher,
então me leva no colo? — Pede limpando o rosto, me dando um breve
sorriso. Não consigo dizer não a ela e pego ela no colo.
Sigo com ela para o banheiro e assim que entro ponho ela no chão,
enquanto tiro a minha blusa ela tira o seu hobby me dando as costas, em
seguida tira o sutiã e a calcinha se virando para mim, me dando essa vela
visão do seu corpo nu.
Ofego enquanto tiro a minha calça e ela entra no box ligando a
ducha, tiro a cueca já sentindo o meu pau babando de ansiedade por estar
dentro dela. Entro no box me juntando a ela embaixo da água e suas mãos
acariciam o meu peito.
— Estou muito sensível hoje... Se eu pedir para fazer amor comigo,
você atende ao meu pedido? — Seus olhos meigos e sedutores me encaram
atentos.
— Fazer amor? O que seria fazer amor...? Eu nunca fiz isso antes,
então me diz como é? — A encaro surpreso e ela sorrir de lado.
— Fazer amor é transar devagar, com clama e com carinho, com
cuidado... Você pode fazer isso por mim? — Sua mão toca o meu rosto em
um carinho suave, ela me encara com ternura de um jeito que me deixa
rendido a ela.
— Eu posso fazer muito mais que isso... Mas por hora eu vou fazer
o que você quer... — Beijo ela com calma, devagar com ela disse.
Ergo Brenda em meus braços e ela envolve as suas pernas na minha
cintura, sem quebrar o beijo eu me encaixo nela e preencho-a por inteiro,
me movo lentamente curtindo essa sensação enlouquecedora, a sua carne
quente envolvendo a minha e os seus gemidos na minha boca, estou no
paraíso, eu tenho em meus braços a perfeição em forma de e mulher e ela
me ama.
— Isso é perfeito... Você é perfeito... Ahhh te amo... Michael... Eu te
amo... — Encaro o seu rosto e ela está de olhos fechados mordendo o lábio
inferior.
Sinto dentro de mim o meu coração bater desesperado, me sinto
eufórico, me sinto estranho, me sinto diferente mas não sei explicar. Beijo o
seu pescoço sentindo a sua veia pulsar na minha boca, desço os meus lábios
até o seu seio e chupo delicadamente, sem pressa tentando sentir como é
fazer amor.
Me perco nos braços dessa mulher e gozo como nunca gozei antes,
uma angústia, a necessidade insana de me deixar levar por ela, uma
ansiedade imensa de sentir ela se derramar para mim e rapidamente ela o
faz, gemendo o meu nome enquanto penetro-a um pouco mais rápido, me
sentindo desesperado com essa sensação surreal.
— Gostosa... Você é maravilhosa... Perfeita... Ahhh... Minha
mulher... Ohhh Brenda... — Gemi admirando o seu rosto corado a pós o
sexo.
Ela ainda geme abraçada ao meu pescoço e me beija ferozmente, um
beijo faminto arrancado todo o ar dos meus pulmões.
— Então isso é fazer amor...? Fazer amor me deixou esgotado... Me
deixando completamente sem forças... — Sussurro no seu ouvido e ela me
aperta, beija o meu ombro e sobe para o meu pescoço.
— Fazer amor me deixou ainda mais apaixonada... Fazer amor me
faz te amar mais... Mas eu te amo igual quando me pega com força, te amo
de qualquer jeito... — Sua voz doce e suave me estremece de um jeito
assustador, não estou acostumado com esse tipo de coisa. O que ela está
fazendo comigo?
Desço ela do meu colo e tomamos um banho bem demorado entre
beijos e carícias, acabamos transando de novo e mesmo com uma pegada
mais forte eu me estremeço do mesmo jeito, senti as mesmas sensações e
mais uma vez isso me assustou, mas não quero perder isso, não quero
perdê-la.
Depois do nosso banho nos secamos e nos acomodamos na cama
ainda nus, trago a minha mulher para os meus braços e ela vem de bom
grado se aninhando em meu peito, essa sensação é tão gostosa, tê-la assim é
tão bom que já me acostumei com isso.
— Já que você quer tanto trabalhar, você começa amanhã mesmo!
Esteja preparada porque quando estiver trabalhando, você não será apenas
minha mulher, você também será um dos meus soldados fiéis e leais... Eu
posso contar com isso? — Disparo de uma só vez e ela ergue o rosto me
encarando surpresa.
— Sim, soberano! — Ela se senta fazendo reverência me fazendo
sorrir.
— Engraçadinha...! Um dia todos vão se curvar a você também, pois
você será a minha rainha, a minha soberana. — Puxo ela de volta para os
meus braços e beijo os seus lábios doces e carnudos.
— Eu serei o que você quiser, desde que esteja comigo. —
Concorda bocejando e eu apago o abajur para dormirmos.
Rapidamente nós entregamos ao sono pois eu estou exausto de tanto
que andei, e ela também pois andou junto comigo. Fiz algo que jamais me
imaginei fazendo, levei Brenda para conhecer todos os meus negócios,
visitamos todas as minhas boates, todos os armazéns e também todas as
minhas empresas, todos a conhece agora como minha mulher, e não como
uma prostituta que eu coloquei como minha exclusiva, Brenda é
oficialmente a minha mulher.
HORAS DEPOIS...
Acordo com o quarto todo escuro e vejo Isabela deitada ao meu lado
na minha cama, só então me dou conta de que ele não estará mais aqui, ele
me deixou e o que será de mim agora? O que vou fazer sozinha sem ele?
Me levanto ainda me sentindo zonza pelo efeito do remédio e vou
para o banheiro, tomo um banho pouco demorado e visto um roupão indo
para o closet. Escolho uma roupa para me vestir e quanto tiro o roupão na
frente do espelho, encaro a minha barriga me dando conta de que estou
esperando um filho dele.
— Meu amor... Você se foi sem saber que vou te dar um filho... Um
pedacinho seu está crescendo dentro de mim... O que vamos fazer sem
você...? — Choro acariciando a minha barriga e me sento no tapete
abraçada as minhas pernas.
Choro desesperadamente pela falta que ele já está me fazendo. Olho
em direção a porta e vejo Isabela me encarando com cara de choro.
— Ele se declarou para mim, Isa... Minutos antes de morrer ele
disse que me ama... Ele me fez uma declaração tão linda, parecia que estava
se despedindo... Aquele cretino me fez amá-lo e agora me deixou. — Choro
entre soluços e ela se aproxima se abaixando na minha frente.
— Vocês viviam uma vida muito perigosa, minha amiga, o mundo
do crime é assim, nunca se sabe o dia de amanhã, em um confronto
ninguém sabe quem vai morrer e quem vai escapar com vida, você sabia
disso quando entrou nessa vida... E eu não estou te recriminando porque eu
fiz igual... Eu poderia ter perdido Charles também, mas infelizmente uma
de nós duas teve uma perda muito grande, eu sei o quanto você o amava...
— Ela tenta me consolar mas a interrompo abraçando-a forte.
— Eu ainda o amo, Isa... O amo e sempre vou amar. — Afirmo
entre soluços mas ela se solta de mim me encarando nos olhos.
— Não queria que você estivesse passando por tudo isso, eu juro...!
Mas você não está sozinha, eu sempre vou estar aqui com você e também
com o seu bebê... Meu Deus você está grávida... Está esperando um filho
dele... Como vai ser a sua vida agora minha amiga? O que você pretende
fazer? — Seus olhos tristes me mostram o quanto ela realmente se preocupa
comigo.
— Vou continua ao lado dele, Isa... Vai ser como se ele ainda
estivesse aqui, eu vou assumir os negócios de Michael! — Revelo em um
tom firme e ela me encara espantada.
— Mas Brenda? Você vai se colocar na mira do perigo, minha
amiga! Pensa no seu filho? Vocês vão estar na mira dos maiores traficantes
desse país, pior! Vocês vão estar na mira dos Carteis mais perigosos do
mundo pois vão vir para cima de você, agora que Michael não está mais
aqui, eles vão achar que uma mulher no comando não terá o mesmo pulso
firme que seu marido... Essa é outra questão, ninguém além de mim e
Charles sabemos que vocês se casaram, você vai precisar provar que
merece ocupar o lugar de Michael D'ávila e... — Retruca visivelmente
preocupada mas me levanto interrompendo-a.
— Eu sei de tudo isso, Isa! E quando eu assinei aqueles
documentos, Michael me explicou exatamente o que eu deveria fazer caso
algo acontecesse com ele... Eu só não esperava que isso fosse acontece tão
rápido, tão cedo... Eu preferia que ele estivesse aqui e eu não tivesse
assinado nada, eu só queria ele aqui... Mas ele não está então vou fazer o
que ele me instruiu ainda em vida! — Digo em um tom decidido e ela
respira fundo se levantando também.
— Já que você não vai sair dessa vida, então eu também não vou!
Eu quero fazer parte disso junto com você! — Me surpreendo com a sua
decisão mas no fundo estou aliviada por ter o seu apoio.
UMA SEMANA DEPOIS...
Minha vida tem sido maravilhosa, meu marido tem sido perfeito
comigo, mas não vou mentir, a sua empolgação maior se deve ao fato de ter
lhe dado o filho homem que ele tanto queria. Maycon tem quatro anos e é a
paixão de Michael, para meu marido é Deus no céu e o filho na terra, mas
também não tenho do que reclamar, Michael me dá toda atenção do mundo.
Meu marido tem cumprido a risca a sua promessa de fazer tudo para
me ver sorrindo, hoje olhando para o passado, Michael não é nem a sombra
do homem perverso que conheci naquela boate, aquele homem que
ameaçava matar por qualquer motivo que o contrariasse.
No Cartel ele continua com a mesma mão firme de antes, mas
muitos ainda o tem como morto e é para esses muitos que eu tenho me
empenhado em ser a melhor líder que uma facção pode ter.
Todos me respeitam exatamente como respeitavam Michael, e ainda
respeitam a sua memória, alguns Carteis ainda implicam com o fato de ter
uma mulher no comando de uma facção, e já tentaram tomar o meu posto,
tentaram me tirar do poder, mas eu mostrei que mereço estar onde estou.
Fiz novas alianças com algumas facções vizinhas, mas sem abrir
muito a guarda com eles pois sou uma mulher no comando de uma das
maiores facções da Itália, a facção mais temida em todo país. Muitos
tratados de paz foram feitos e muitos estão sendo mantidos de anos atrás, e
todos estão respeitando essa nossa aliança.
Leon tem se feito mais presente depois que se associou a Michael
em um novo esquema de venda e distribuição das nossas mercadorias para
o México. Leon tem se mostrando um verdadeiro amigo e sua família tem
se aproximado bastante, estamos com muitos clientes em comum nas duas
facções, e por termos um laço de amizade isso não é motivo para iniciarmos
uma guerra.