Capítulo X da obra “O Ano da morte de Ricardo Reis

Bom dia a todos, hoje vou dar-vos a conhecer o capítulo décimo da obra “O
Ano da morte de Ricardo Reis”de José Saramago.
O capítulo 10 começa com Ricardo Reis voltando ao seu quarto de hotel
depois de ter jantado com a sua amante, a prostituta espanhola Macunaíma.
Ele se sente culpado e um pouco envergonhado por estar em uma relação
com uma prostituta, mas ao mesmo tempo ele está feliz por ter alguém com
quem compartilhar a sua solidão.
Enquanto Reis está refletindo sobre a sua situação, ele ouve um barulho do
lado de fora do quarto e, ao olhar pela janela, ele vê um homem sendo
atacado por outros homens. Ele se recusa a intervir e, em vez disso, liga para
a recepção para informar a situação. Ele se sente impotente e um pouco
covarde por não ter ajudado o homem.
Logo depois, Reis recebe uma ligação do Dr. Lourenço Marques, que informa
que a irmã de Reis, Lídia, está muito doente e que ele deve ir vê-la
imediatamente. Reis parte para o Porto no dia seguinte e, durante a viagem
de trem, ele reflete sobre a sua vida e a sua morte iminente.
Ao chegar ao Porto, Reis descobre que Lídia já faleceu e ele fica arrasado.
Ele começa a refletir sobre a morte e a vida, e se questiona se a morte é
realmente o fim de tudo. Ele visita o túmulo dos pais e percebe que, assim
como eles, ele também vai morrer um dia.
O capítulo termina com Reis voltando para o seu quarto de hotel em Lisboa,
e ele percebe que a vida é efêmera e que ele deve aproveitar cada momento
ao máximo.
Em resumo, o capítulo 10 de "O Ano da Morte de Ricardo Reis" é uma
reflexão profunda sobre a vida e a morte, e como a mortalidade humana nos
afeta emocionalmente. José Saramago usa a história de Ricardo Reis para
explorar essas questões universais de uma forma poética e emotiva.
José Saramago é conhecido por sua escrita característica, que desafia as
convenções da gramática e da pontuação. No capítulo 10, ele usa a técnica
da escrita em fluxo de consciência para transmitir os pensamentos e as
reflexões de Ricardo Reis de forma fluida e natural.
Saramago também usa uma linguagem poética e metafórica para descrever
as emoções e os sentimentos de Reis. Por exemplo, ele descreve o coração
de Reis como "uma fonte que não cessa de jorrar água". Essa linguagem
poética ajuda a transmitir a profundidade das emoções de Reis e a conexão
que ele tem com o mundo ao seu redor.
Além disso, Saramago usa a técnica do contraste para enfatizar as emoções
de Reis. Por exemplo, ele descreve a alegria que Reis sente ao estar com
Macunaíma como um "riso contido", contrastando com a tristeza que ele
sente ao saber da morte de sua irmã. Esses contrastes ajudam a destacar a
complexidade emocional de Reis e a sua jornada pessoal ao longo do livro.
No geral, o capítulo 10 de "O Ano da Morte de Ricardo Reis" é um exemplo
da habilidade de José Saramago em usar a linguagem de forma poética e
emotiva para transmitir as complexidades da vida e da morte. Ele desafia as
convenções da escrita para criar um estilo único e cativante que prende a
atenção do leitor e o leva a refletir sobre as questões universais que o livro
aborda.
Sim, há outros elementos do capítulo 10 de "O Ano da Morte de Ricardo
Reis" que são importantes e que eu não mencionei anteriormente.
Um desses elementos é a temática do isolamento e da solidão. Reis se sente
sozinho e isolado, apesar de ter uma amante. Ele sente que está vivendo
uma vida vazia e sem sentido, e essa solidão é agravada pela morte de sua
irmã. Esse sentimento de isolamento é um tema recorrente no livro e ajuda a
aprofundar a jornada emocional de Reis.
Outro elemento importante do capítulo é a relação entre Reis e Macunaíma.
Saramago usa essa relação para explorar as complexidades do amor e do
desejo, e como esses sentimentos podem nos levar a fazer escolhas que não
são necessariamente racionais ou morais. A relação entre Reis e Macunaíma
também levanta questões sobre a natureza da identidade e da autoestima, já
que Reis sente que precisa da atenção e do afeto de Macunaíma para se
sentir completo.
Por fim, o capítulo 10 é importante porque marca uma mudança significativa
na trajetória emocional de Reis. Ele começa o capítulo se sentindo culpado e
envergonhado por sua relação com Macunaíma, mas ao final do capítulo, ele
se sente mais consciente da efemeridade da vida e da importância de
aproveitar cada momento. Essa mudança de perspectiva é uma parte crucial
do arco emocional de Reis ao longo do livro.
Portanto, o capítulo 10 de "O Ano da Morte de Ricardo Reis" é rico em temas
e elementos narrativos que contribuem para a complexidade e profundidade
da obra.