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coleção

12.º ano
JOSÉ SARAMAGO

O Ano da Morte
de Ricardo Reis
Fernanda Bela Delindro e Maria João Pereira

◆ Guia prático ◆
◆ Perguntas com respostas ◆
◆ Revisão para testes e exames ◆
◆ Exercícios com soluções ◆

A
Coleção Arrumar Ideias | O Ano da Morte de Ricardo Reis

Como se organiza o espaço da ação do romance?

© AREAL EDITORES
◆ Vindo do Brasil, Ricardo Reis chega a Lisboa:
– Alojamento no Hotel Bragança;
– Acomodação no Alto de Santa Catarina;
– Deambulação constante pela cidade.

Qual é a relação entre Saramago, Ricardo Reis e Fernando Pessoa, neste romance?
Ao escrever este romance, Saramago torna-se coautor, em parceria com Fernando
Pessoa, da vida e obra de Ricardo Reis. Na realidade, Fernando Pessoa inventou uma
vida e uma obra para Ricardo Reis, mas Saramago, neste romance, reinventou-lhe a
vida e continuou a escrita da obra. Na Carta a Adolfo Casais Monteiro, de 1935, em
que explica a génese dos heterónimos, Fernando Pessoa refere apenas que Reis partiu
para o Brasil em 1919, por razões políticas, onde vive em 1935. Partindo destes
dados, Saramago continua a história da vida de Ricardo Reis, fazendo-o regressar à
pátria após a morte do seu criador. Este é o ponto de partida do romance.

Por que razão se pode denominar esta obra como um “romance de luz e sombra”?
Esta obra pode ser considerada como um “romance de luz e sombra”, na medida
em que se entrelaçam no texto momentos do passado glorioso de Portugal com o
presente decadente.
Este romance apresenta uma releitura de Portugal à luz da modernidade. Anali-
sa-se o passado glorioso, realça-se a decadência do Estado Novo, mas anuncia-se
um horizonte de esperança com uma nova geração que surgirá. O filho de Lídia
simboliza essa nova geração, que liderará Portugal.

Como se entrelaçam os diferentes discursos dentro do tecido textual do romance?

Reflexões sobre o Produção poética de


Relato do narrador
amor Reis e reflexão literária

Reflexões sobre a
Reflexões irónicas Viagens em Lisboa
política

Comentários das Intertextualidade Reflexões críticas


personagens com autores variados sobre Portugal

Luís de Camões Álvaro de Campos Bernardo Soares

Cesário Verde Alberto Caeiro Camilo Pessanha

Fernando Pessoa Ricardo Reis Jorge Luis Borges

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4. Análise da obra

4.3. Representações do século XX: o espaço da cidade, o tempo


histórico e os acontecimentos políticos

Como se conjugam, no romance, História e ficção?


Este romance não é um livro de história, mas um texto de ficção. Deste modo, os
episódios históricos referidos ou as personagens históricas nomeadas não obede-
cem às regras do discurso histórico, mas do discurso literário. Assim, o que encontra-
mos neste romance são representações do século XX. Na realidade, há uma seleção
de episódios históricos, surgindo referências a personagens reais, no entanto, toda a
organização da ação serve um propósito literário de acordo com a condição ficcional
da obra.

Em que medida estão presentes, neste romance, várias representações do sé-


culo XX?
Saramago recupera um tempo – 1936 −, um poeta – Ricardo Reis −, a poesia de
Fernando Pessoa, um contexto de amizade e de especulação intelectual entre
Ricardo Reis e Fernando Pessoa, sem deixar de lado a ficção e as profecias para o
futuro de Portugal.
O romance situa-se num ano historicamente crítico: 1936, ano decisivo para o
desencadear dos acontecimentos fatais que conduziriam à Segunda Guerra Mun-
dial. Ricardo Reis, na sua forma impassível de ver o mundo – “sábio é o que se
contenta com o espetáculo do mundo” –, sente-se perdido nessa Lisboa revisitada,
debatendo-se durante nove meses neste labirinto que é um país de marinheiros
naufragados em pessimismo e corrupção.
O romance decorre na cidade de Lisboa, no fim de 1935, mas, sobretudo, ao
longo de 1936. Politicamente, Portugal vive os primeiros anos do Estado Novo
(1933-1974), um período de Ditadura dirigido por Salazar. Esta é também a época
de ascensão dos regimes nacionalistas espanhol, alemão e italiano. Em Portugal, a
máquina do regime de Salazar divulga uma imagem idealizada e enganadora das
realidades portuguesa e europeia.

Como se revelam, no romance, os acontecimentos políticos de 1936?


O leitor tem acesso aos acontecimentos políticos de 1936 através do protago-
nista e das reflexões do narrador. Ricardo Reis testemunha vários acontecimentos, lê
várias vezes os jornais, compra mais tarde uma telefonia e dialoga com Fernando
Pessoa sobre a situação política de Portugal e da Europa. Na leitura dos jornais, Reis
não concentra a sua atenção apenas nas notícias políticas, pousa os seus olhos
também em eventos sociais e culturais que marcaram o ano de 1936.
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Coleção Arrumar Ideias | O Ano da Morte de Ricardo Reis

5. Guia de estudo e autoavaliação

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No quadro abaixo, apresentamos um conjunto de questões-chave que permitem
refletir sobre os aspetos fundamentais da obra O Ano da Morte de Ricardo Reis.
Faça a sua autoavaliação e, se necessário, reveja esses aspetos relendo as páginas
que indicamos na coluna da direita.

Releio as
Questões-chave
páginas
1. Contextualizo o autor e a obra. 4-6
2. Conheço o tempo histórico do romance. 7
3. Analiso a estrutura da obra. 11-14
4. Relembro a ação do romance, sequência a sequência. 8-10
5. Analiso um resumo da ação da obra. 8
6. Relembro Ricardo Reis enquanto heterónimo de Fernando Pessoa e confronto-o com 31-32
o protagonista do romance.
7. Analiso o tempo da ação do romance. 13-16
8. Conheço o espaço onde se desenrola a ação. 13
9. Conheço todas as personagens do romance. 23-25
10. Analiso os elementos simbólicos da obra. 38-39
11. Reconheço e analiso as representações do século XX no romance. 15-18
12. Caracterizo o espaço da cidade: lugares concretos e simbólicos. 19
13. Conheço o percurso de Ricardo Reis na cidade. 19
14. Analiso o percurso das estátuas no romance. 20
15. Identifico as várias estátuas referidas na obra. 20
16. Conheço a vida política portuguesa em 1936. 16
17. Reconheço as referências à vida política da Europa no início do século XX. 16
18. Reconheço os elementos paratextuais da obra. 11
19. Caracterizo as personagens do romance. 23-25
20. R
 econheço e analiso as representações do amor na relação de Ricardo Reis com 21-22
Lídia e com Marcenda.
21. Analiso a deambulação geográfica e a viagem literária do protagonista. 18-21

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5. Guia de estudo e autoavaliação

Releio as
Questões-chave
páginas
22. Distingo dados verídicos, verosímeis e inverosímeis presentes na obra. 17
23. Conheço os marcos literários que orientam o protagonista na cidade de Lisboa. 20
24. Reconheço a relação que se pode estabelecer entre Lisboa e um labirinto. 20
25. R
 elembro as características de Ricardo Reis enquanto heterónimo de Fernando 26-27
Pessoa e confronto-o com o protagonista do romance.
26. Analiso as representações do amor no romance. 21-22
27. Conheço o termo intertextualidade. 28
28. Reconheço e analiso marcas de intertextualidade no romance. 28-33
29. Comparo a atitude de Ricardo Reis com a do sujeito poético dos poemas de 32
Cesário Verde.
30. Identifico marcas intertextuais com Fernando Pessoa e os heterónimos. 31-32
31. Analiso marcas intertextuais das Odes de Ricardo Reis. 27
32. Compreendo a subversão do discurso saramaguiano. 17-18
33. Confronto o Adamastor de Os Lusíadas com o Adamastor do romance. 19-20
34. Reconheço e analiso a intervenção de Fernando Pessoa na obra. 31-32
35. Caracterizo o estilo e a linguagem do romance. 34-39
36. Relaciono a primeira com a última frase da obra. 17
37. Analiso a relação que se estabelece entre o título, a contracapa e o texto. 11-12
38. Conheço os elementos simbólicos da obra. 23-25
39. Reconheço os recursos expressivos mais utilizados e a sua importância na obra. 37
40. Analiso a perspetiva crítica deste romance. 36
41. Explicito as características que distinguem Lídia de Marcenda. 22
42. Analiso as razões que levam a considerar este romance uma obra de luz e sombra. 10
43. Reconheço a simbologia dos números mais recorrentes no romance. 38-39
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