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1ª Edição
Brasil, 2020
Plágio é crime!
***
***
Durante o café da manhã, Davi não perde tempo em me provocar.
— Preciso conhecer essa mulher urgente, algo me diz que vou adorar
conhecê-la.
— Um caralho que vai! Essa é minha até segunda ordem, seu
imprestável! — Ele me ignora e vai embora assobiando. Eu fico picado de
raiva e ciúme, sem entender porra nenhuma.
Depois daquela conversa estranha que Maximus e eu tivemos na casa
noturna, nunca mais o vi. E, sinceramente, fico roxa de vergonha quando
lembro as coisas que disse a ele. Tenho que criar o hábito de filtrar o que
penso.
Serena está tranquila e cuidando de sua mãe, ligo pelo menos uma vez
por semana e conto a ela tudo que fiz nas faxinas. Ela morre de medo de
perder esse serviço. Ela ganha muito bem nele e dá para ajudar sua mãe e
ainda se sustentar.
Faço de tudo para mantê-lo para ela. Mas sempre que vou às casas
noturnas, fico vigilante com medo de encontrar o homem que tive a conversa
mais estranha de minha vida.
Já conheço todas as casas noturnas e o estúdio onde fazem os filmes
adultos. Algumas pessoas já me conhecem e agora é mais fácil, chego e vou
direto cuidar da faxina, com isso termino mais cedo, dando tempo de fazer
algum serviço quando chego em casa.
Confesso que procuro o gigante de cabelos claros, olhos azuis e lábios
mais rosados e bicudos que já vi em minha vida.
Já sonhei com o maldito várias vezes. Mas me recuso a pensar nele.
Agora esquecer o tamanho do pau dele é exigir demais de uma mulher.
Estou limpando a mesa do escritório de Davi, quando ouço um raspar
suave de garganta.
Levanto meus olhos e quase caio dura, quando vejo um gigante deus
grego, parado na porta me olhando fixamente e com interesse estranho.
— Boa noite, Clara. — Seus cabelos negros estão em um coque, sua
barba rala e bem feita brilha e os olhos? Os mais verdes que já vi nessa terra.
Fico sem fôlego por um momento, em homenagem a tanta perfeição.
— Clara? — repete e sua voz rouca me faz gemer.
— Puta merda! — Consigo soltar uma palavra.
Ele sorri e a brancura de seus dentes quase me cega.
Isso é um anjo, não é humano, de tanta beleza!
— Morri e estou no paraíso? — Solto minhas pérolas quando estou
nervosa. Porra de boca solta.
— Acho que morremos e estamos ambos no paraíso, doce Querubim
— diz se aproximando. Puta merda, o homem não anda, desliza.
— Você é perfeito, parece um anjo, moço, deus grego... — quando
vejo, já falei e coloco as mãos na boca sem acreditar em minha língua solta.
— Estamos no mesmo dilema, querida. Eu que acredito estar vendo
uma miragem, um anjo de tão belo e...
Escuto uma pancada seca na porta e vejo o homem guloso, com um
bico gigante entrando como um viking vingador, o que tem pau gigante,
lembram? Fico olhando de um para o outro: Luz e Trevas.
É de encher a visão tanta beleza concentrada em dois homens. Tão
belos e tão diferentes fisicamente.
— Porra, Davi, o que te falei, miserável? — Entra o gigante loiro,
irado, todo vestido de negro, inclusive as botas.
O moreno se vira para ele sem se abalar.
— Puta merda, Max, você tem razão é um querubim belíssimo.
Podemos repartir a refeição, o que acha? — Olho de um para o outro sem
entender nada.
— Repartir a refeição? — pergunto com inocência.
Maximus fica vermelho e caminha com rapidez para Davi e o agarra
pelo colarinho, sacudindo-o com força.
— Repartir a refeição? Caralho, vou partir e repartir essa cara sua, seu
desgraçado! O que te falei sobre o anjinho? Esqueceu? Encoste um dedo nela
e te arrebento todo, te faço virar anjo e te mando para o paraíso antes da hora!
— O moreno o olha divertido e tira suas mãos de seu colarinho com
suavidade.
— Calma, parceiro. Entendi. Refeição rara não partilhamos! Certo,
tranquilo.
Fico sem entender nada, mas de olho nesses dois pedaços de mau
caminho. Homens lindos assim só dá trabalho. “Deus me livre, mas quem me
dera!”, penso babando nessas delícias em minha frente.
— Com licença, agora vou limpar a sala do gigante loiro. — Vou
rapidamente para a porta, não sem antes sentir o perfume dos dois.
— Loiro? — Davi indaga com divertimento. Max continua
emburrado. Agora diferencio os dois.
— Sim, Max loiro e Davi moreno. — Abro minha maldita boca mais
uma vez. E vejo agora os dois me olharem divertidos.
— Max ela é uma peça e uma graça — Davi diz, caminhando e
sentando-se em sua cadeira.
— Sim, e muito rara, fique longe! — concorda Max e me puxa
suavemente pelo braço. — Vamos limpar minha sala, quero ela clarinha e
reluzente de tão limpa!
Penso que sou louca, mas acho que encontrei minha trupe! Estou
começando a me sentir em casa, no meio desses dois loucos.
Cansei de tentar tirar Clara da cabeça. Foda-se, quero essa mulher e
vou ter! Ela vai ter que aceitar meu pau grande e grosso. Penso com desgosto
e divertido ao mesmo tempo.
Ela disse que estava brincando sobre a primeira conversa que tivemos,
mas, sinceramente, não acredito em nada.
Vou atacar novamente e, se não der certo, serei um fora da lei pela
primeira vez na vida. Porra! Tenho um plano que, se eu contar a Davi, vai me
chamar de louco e chamar a polícia, e com razão.
Antes de executar meu plano B que pode foder minha vida e
reputação, vou tentar trazê-la para a minha cama como faço com as outras
com o plano A: palavras doces, presentes, viagens e joias. Mas algo me diz
que com essa não vai funcionar. Vamos ver, tenho o plano B, prontinho e
esquematizado na cabeça. Tomara que eu não precise lançar mão dele.
Porque se precisar o farei sem pudor. Foda-se, olha o nível que essa mulher
me fez descer! No momento certo vocês saberão o que tenho em mente para
o falso anjinho! É foda de perigoso!
Chegamos a minha sala e vejo que ela está sem graça.
Passa igual uma bala por mim e aspiro seu cheiro suave de flores.
Meu pobre pau estremece. Coitado, tenho abusado dele ultimamente, mas ele
tem ficado insatisfeito. Exige e quer somente essa louca que está indo para o
armário de produtos de limpeza.
Sento-me na cadeira e giro meu corpo para onde está essa coisinha
minúscula. A mulher é linda, e usa uma camiseta branca, com uma bermuda
jeans soltinha, parece uma bonequinha em forma de anjo.
Olho seus pés e estremeço. Sonhei com esses malditos pezinhos
inúmeras noites seguidas. Esfolei os pés de outras mulheres e só me sentia
vazio e mais necessitado ao terminar de dar vazão as minhas taras e fetiches
com pés alheios.
— E então, Clara Luz, conseguiu arrumar o homem que idealizou
para ceder sua tão bem guardada florzinha? — Trago à tona, a nossa conversa
maluca daquele dia, usando o mesmo linguajar dela. Vejo-a ficar vermelha e
uma escova cair de sua mão.
— Não, ainda não. Não procurei, estou sem tempo — responde a
descarada.
— Eu aceito sua proposta de sermos somente amigos — solto de uma
vez. Ela arregala os olhos e me encara com espanto.
— Não, obrigada, não dá para ser amiga de um homem como você e
não dar. — Ela cobre a boca rapidamente e dou uma gargalhada tão alta, que
Davi vem até a porta e me olha sem entender.
— Fora daqui, Davi! — digo agora com uma carranca enorme, esses
momentos são meus e da Querubim.
Ele sorri para mim e pisca para a ovelhinha. Levanto-me e ele sai
rapidamente, sorrindo de orelha a orelha. Maldito, fura-olhos!
Levanto-me e caminho até onde ela está.
— Quer dizer que me acha atraente? — sussurro em seu ouvido.
— Sim, não! — Ela se enrola toda e sai quase correndo de perto de
mim, colocando-se do outro lado da sala.
— Podemos ser amigos então? — pergunto novamente.
— Não tenho dinheiro — diz e fico sem entender.
— Não quero seu dinheiro, anjo, mas sua amizade. Não entendi o que
você quis dizer, pode me explicar, por favor? — peço realmente intrigado.
— Pessoas como você e Davi são amigos somente de quem tem
dinheiro. Nós que não temos, não passamos de divertimento para vocês. Por
isso recuso sua amizade — responde a miserável e entra no banheiro. Vou
atrás.
— Quem te disse essa asneira, Clara? — Abro a porta e vejo-a
começando a lavar a cuba.
— Ninguém, somente tenho olhos na cara e vejo. Amizades, namoros,
e casamentos entre pobres e ricos não dão certo — fala com certeza.
— Clara, acho que você está me julgando sem me conhecer de fato,
nem todos os ricos e pobres são iguais — rebato sua crítica infundada.
— Ah, é? E como você trata seus empregados? — Agora ela me
acertou na cara sem querer. Sou um merda esnobe.
— Bem...
Ela sorri triunfante.
— Agora que entendeu, com licença preciso ganhar meu pão de cada
dia. — Empurra-me com suavidade e fecha a porta em minha cara. Mulher
maluca essa.
Aguardo-a terminar; enquanto isso resolvo algumas pendências por
telefone. Quando estou terminando de fechar um pedido de bebidas, ela sai
do banheiro vermelha pelo esforço.
— Ok, Clara, pensei no que me disse e acho que tem razão em parte.
Sou meio antissocial com meus empregados, mas eu os pago muito bem. —
Tento amenizar meu lado.
— Verdade, isso o senhor faz muito bem. — Me irrita quando me
chama de senhor.
— Quantos anos acha que tenho? Oitenta? Para de me chamar de
senhor! Porra! — esbravejo e ela continua como se eu não tivesse dito nada.
— Uns sessenta? — retruca com suavidade e me encarando séria.
— Sessenta?
Ela sacode a cabeça.
— Uma porra que acha que tenho sessenta anos! — Já estou
entendendo a cabecinha dessa maluca.
— Cinquenta então? — Clara realmente não tem jeito.
— Vou te mostrar quem tem sessenta e cinquenta anos aqui. —
Caminho rápido e a pego pela cintura. Estremeço como um adolescente; fina
e macia. Levanto-a o mais alto que posso e a seguro no ar. — Qual velho
consegue levantar uma mulher tão alto e mantê-la tanto tempo no ar como
estou fazendo? — pergunto malicioso, quando a vejo ficar vermelha e sem
graça.
— Você! — A peste responde, e gargalho novamente, realmente essa
criaturinha me faz muito bem.
— Clara, Clara, você ainda verá que esse velho aqui é de uma
potência gigantesca! — profetizo divertido.
— Eu já vi... e como vi! — ela solta sem controle e arregala os olhos,
porra! Vou ficar rouco de tanto gargalhar. Há quanto tempo que não gargalho
assim? Mais uma primeira vez com esse falso anjo.
— Verdade... e mesmo assim ainda continua me provocando. Janta
comigo? — solto de uma vez.
Desço Clara suavemente e a deixo deslizar pelo meu corpo até chegar
ao chão, nesse processo meu pau duro a saúda.
— Jantar? — pergunta me encarando, agora vejo a timidez tomar seu
rosto.
— Sim, comer, mas não você, estou dizendo logo, antes que essa
pequena mente poluída pense bobagens! Quero jantar com você em um
restaurante, ou em minha casa. Em minha casa tem uma imensa biblioteca
com centenas de livros em inglês, sei que é professora e, se quiser, pode
pegar alguns emprestados. Mas você é quem escolhe. — Jogo a isca, quero-a
em minha casa.
Vejo seus imensos olhos azuis piscarem. Vou preparando o terreno,
em pouco tempo a terei em minha masmorra erótica e essa obsessão vai para
o inferno.
— Vamos jantar em sua casa. Posso mesmo trazer alguns livros em
inglês emprestados?
Minha doce ovelhinha cai na armadilha. Viu como é importante
sabermos o que as pessoas gostam? Sorrio com o coração cheio de malícia. E
me congratulando pela esperteza e vitória tão fácil.
— Combinado, te pego essa semana, pode ser na quarta? Às 20
horas? — digo rapidamente, antes que a maluca mude de ideia.
— Não posso. — Não falei? Porra de mulher complicada!
— Por quê? — pergunto seco.
— Tenho que limpar seus escritórios, afinal ganho para isso, e não
gosto de faltar sem justa causa. — Ela é louca, só pode ser fugitiva de algum
manicômio.
— Porra, Clara! Você trabalha para mim, eu estou te convidando,
cacete!
Ela sorri largamente.
— Nesse caso aceito. Mas sem segundas, terceiras ou milésimas
intenções, ouviu? Você não se encaixa no perfil que escolhi para partilhar
certas partes de meu corpo — diz com ar puro e inocente.
Quem não a conhece, acredita. Porra! Estou começando a conhecer o
senso de humor dessa pequena mulher ardilosa. Enganei-me com a aparência
angelical dessa pestinha. Agora estou começando a conhecê-la melhor.
— Combinado. Agora vou sair para resolver algumas pendências com
as dançarinas e depois irei embora. Hoje é sexta-feira, dia de coreografia
nova, e as dançarinas se apresentam para mim, antes de mostrar ao público.
Caminho para a porta, minha vontade é de arrastá-la comigo, mas vou
devagar. Como disse, ela é arredia. E onde a quero, tenho que ter calma e
muita paciência.
— Boa noite, Maximus, até quarta-feira — despede-se com voz suave
e meu pau clama por ela.
— Até quarta-feira, Querubim. — Saio com um sorriso no rosto, que
some quando me lembro de que marquei com Davi de irmos a uma festa onde
teremos sexo grupal a noite toda. Por um momento me sinto incomodado
com isso. Balanço a cabeça e vou ver como será a nova coreografia que as
moças estão ensaiando.
Você deve se perguntar, por que um homem bilionário fica
trabalhando nessas coisas aparentemente tão supérfluas, se ele tem dinheiro
para viver sem fazer nada e no luxo por dez vidas? Essa te respondo fácil:
Porque um homem parado e sem sonhos é um homem morto. Já passei por
esse processo de querer só curtir, foi a pior fase de minha vida. Comecei a
me envolver com pessoas erradas, drogas, mulheres em excesso e caí em
uma depressão profunda. Por isso a terapia até hoje. Encontrei no trabalho
a forma de não pensar ou fazer bobagens, pegando o boi pelo chifre, por isso
trabalho muito. Entendem agora?
Eu e Davi vamos para a maldita festa e nos afundamos em devassidão
e podridão. Na segunda, estou um trapo e me sentindo imundo. Até rolou
umas rodadas de pó branco lá. Fiquei doidão e fiz muita merda.
Davi me trouxe para casa na marra, queria ficar lá e continuar na
putaria, talvez assim tiraria, apagaria, aquele anjo perfeito de minha cabeça.
Quando me deixou em casa, depois de me ajudar a tomar um banho, senti-me
um lixo, lembrei-me de Clara e me encolhi na cama. Fitei as estrelas e
demorei a dormir.
Davi me liga no dia seguinte preocupado e digo que está tudo bem.
Mentira, está tudo péssimo. Ligo para o meu terapeuta e conversamos por
muito tempo. Quando desligo, eu me sinto melhor. O final de semana passa
lentamente e aguardo ansioso pela quarta-feira.
Depois do convite de Maximus, confesso que fiquei envaidecida,
afinal nunca ninguém tão lindo demonstrou interesse genuíno em mim.
Como sou uma mulher cautelosa, quando cheguei em casa, apesar de
já ter aceitado jantar com ele, ainda poderia negar. Vasculho a internet e o
que vejo me deixa de cabelo em pé. Maximus como CEO é impecável e
centrado, mas quando viramos para a sua vida íntima, o cara é um garanhão
de primeira. O homem não fica uma semana com suas mulheres. Troca de
mulher igual troca de cueca. Puta merda! Onde estou me metendo?
Ficha de Maximus Bizolli: arrogante, orgulhoso, safado, dono de
produtora de filmes pornôs, dono de várias casas noturnas e, segundo Serena,
testa as mulheres para trabalhar em sua rede de prostíbulo. O que mais falta
para engrossar a lista de pilantragem desse homem lindo?
Vou tentar cair fora. Já me distraí com tanta beleza e quase caí em sua
rede de mentiras e safadezas! E como estou em processo de seleção para
achar um cara de pau pequeno, entendam, somente a primeira vez! Se vocês
vissem o tamanho do pau de Max e do mascarado tarado, vocês me dariam
razão.
E se me envolver com Max, vou penar quando ele quiser tirar minha
pureza, vou sofrer muito, afinal minha pobre boceta é intocada. Seu tamanho
é assustador. Até arrepio e solto um gemido, mas de pavor e não de desejo,
que fique bem claro, de pavor! Minha cara de pau me assusta, assim como o
tamanho do mastro mágico de Max. É mágico, porque o tanto que as
mulheres estavam gritando e gemendo quando presenciei sua safadeza, que
não dormi por dias seguidos, pensando em sua vara mágica. Puta merda!
Fico pensando no que fazer e, de repente, me lembro de um colega de
faculdade, vou convidá-lo para sair e no jantar que vou com Max, digo que já
arrumei meu escolhido.
É isso! Assim ele desiste, de me perseguir. Estou ficando mais mole e
sei que se ele continuar a insistir vou ceder, depois me arrepender. Seu
histórico devasso testifica contra ele, come as mulheres e as enxota sem dó
nem piedade. Como se não fossem nada, somente lixos.
Pego o telefone e abro a agenda. Ligo para o meu colega de pau
pequeno, ele passou o rodo em várias colegas de faculdade. Elas me
contaram, algumas até tiraram fotos e debocharam demais do coitado. Mas
puta merda, é uma coisinha, penso vermelha e com dó. Esse está no jeito para
a minha primeira vez. Quero acabar logo com essa pureza carnal, porque
minha cabeça é um estúdio de cenas hots e apimentadas.
Ele atende ao primeiro toque.
— Clara? — Ele sempre quis me comer, mas eu nunca quis, devido à
falta de desejo e interesse, mas agora é por uma boa causa. Quando Max
souber, me deixará em paz. Sei bem o que o safado quer.
— Jurandir? Quanto tempo, hein? Como está? — pergunto com
desgosto. Será que vale a pena?
— Estou ótimo, Clara, e morrendo de saudades — diz o comedor pau
pequeno, o mais safado da faculdade na época.
— Que bom, podemos sair para jantar? — indago sentindo um gosto
ruim na boca.
— Claro, Clara! Podemos sair hoje? — concorda empolgado, já deve
estar de pauzinho duro, o safado.
— Hoje? Não! Está tarde, podemos marcar para segunda, o que acha?
— adio, para criar coragem. O que o medo de um pau grande e grosso, faz
com a gente. Puta merda, Maximus, seu pau podia ser menor...
— Dá tempo hoje, são 18 horas ainda e...
Corto o tarado de pau minúsculo:
— Amanhã. — Sou curta e grossa.
— Porra, Clarinha... — Que homem chato! — Tudo bem, sempre
quis sair com você. Sabia que ainda veria o quanto é sortuda.
Reviro meus olhos, o que tem de ego grande, tem de pau pequeno.
— Ok, amanhã, às 19 horas, pois trabalho às 22, ok?
— Ok, não preciso de muito tempo... — diz com malícia. Além de
pau pequeno, termina em segundos. Do jeitinho que quero.
— Combinado, te aguardo, você sabe onde moro, já fizemos trabalhos
acadêmicos aqui em casa. Boa noite, Jurandir. — Desligo o telefone sem nem
ao menos ouvi-lo.
Levanto-me e tomo um banho demorado, enquanto isso penso na
loucura que estou prestes a fazer. Mas, ficando com um menos avantajado,
fica mais fácil ficar com homens como Max ou mesmo um como o
mascarado tarado. Porra, para uma menina doce e angelical estou com a
mente poluída. Sorrio divertida. Nunca disse que era santa.
Meu telefone toca e vejo que o número é desconhecido.
Ignoro, insiste e atendo.
— Alô? — digo para quem quer que seja.
— Oi, Querubim. — Sua voz rouca me sacode e minha calcinha
alaga. Puta merda, a voz desse homem faz estragos em meu corpo e mente.
— Maximus? — murmuro sem acreditar.
— Em carne e osso, ovelhinha. Estava aqui sozinho e angustiado e
me lembrei de você — responde com uma nota de tristeza na voz.
— Max? Está tudo bem? — Minha voz soa preocupada.
— Não, Clara, não está nada bem... Estou me sentindo solitário e
com uma angústia muito ruim... — diz baixo e não ouço a voz que estou
acostumada, debochada e safada. Parece mesmo angustiado.
— O que houve? Posso te ajudar de alguma forma? — Sou solícita.
— Tive um final de semana complicado, não quero entrar em
detalhes, mas algumas coisas que fiz me incomodaram muito, achei que
estava livre... — responde baixinho.
— Max, o que você fez? — Se ele me ligou e está me contando,
penso que tenho liberdade para perguntar.
— Coisas que pensei estar livre, Querubim... — fala tão baixo e com
tanta tristeza, que meu coração falha uma batida.
— Onde você está, Max, Davi não está com você? — Assusta-me a
maneira arrasada que ele fala.
— Não, amor, ele está viajando — responde com voz fanhosa, como
se estivesse chorando.
— Max, quer vir aqui ou quer que eu vá aí? — Estou fazendo merda,
mas como deixar uma pessoa nesse estado?
A ligação fica em silêncio por minutos e ouço-o arfar.
— Você viria aqui por mim? — pergunta como se isso fosse
impossível.
— Claro, por que não? — questiono com calma.
— Por que não me conhece bem? Não sabe do que sou capaz? Posso
machucá-la? — pergunta com voz grossa e desaprovadora.
— Sim, sempre faço isso com pessoas que precisam de mim, nunca
me aconteceu nada, permaneço pura e santa até hoje — digo sem medo
nenhum.
— Querubim, você ainda vai ser minha ruína! — diz com voz agora
mais divertida. — Não precisa, querida, eu queria somente desabafar, estou
esperando ansioso quarta-feira, o dia que jantaremos juntos e você levará
meus livros de inglês emprestados. Programão da porra! — brinca e zoa ao
mesmo tempo.
— Se você quiser um encontro mais alegrinho e divertido, chame suas
quengas, safado! — falo sem controle algum, como sempre.
Ouço uma gargalhada estrondosa do outro lado e afasto o telefone,
olho para ele com a testa franzida. O homem é definitivamente louco. Ele é,
eu não!
— Caralho, anjo! Você é aquela brisa que sopra as nuvens negras
que cercam minha vida fodida! — fala seriamente agora.
— Fico feliz em ser uma brisa, espero que meu frescor te baste, se é
que vou ventar em suas zonas algum dia... — digo com a cabeça cheia de
ideias.
— Clara? Não entendi... — diz confuso.
— Se algum dia, eu ventar em suas zonas... quero ser somente eu a
refrescar tudo... entendeu? Se passar alguma outra ventania, eu deixo de ser
brisa e viro tornado. Acabo com você, safado! — falo sorrindo e adorando a
rima no final.
— Puta merda, anjo, será que entendi seu enigma? Se é o que estou
pensando, meu tufão já está se formando! — diz o safado, entendendo minha
safadeza. Sou ótima de conversa, mas quando o bicho pega, corro! Ele ainda
não sabe de minha covardia, sou ousada somente com palavras.
— Até quarta-feira, Maximus, e amanhã à noite vou chegar uns
minutinhos atrasada, mas compenso, ok? — Vou desligar, quando ouço seu
grito.
— Atrasada? Mas que porra vai fazer? Você pega serviço às 22
horas amanhã. Caralho, não tem motivos para chegar atrasada! — fala
irado, como se fosse meu dono.
— Você não é meu dono, em primeiro lugar. E segundo, o que faço
fora do horário de serviço não é da sua conta. — Sou curta e grossa, corto as
asinhas do gavião.
— Uma porra que não tenho. Temos até um encontro quarta-feira!
— diz todo machão.
— Ah, é? Então, já temos que ser fiéis? Se sim, onde você estava esse
final de semana, Max? E não minta para mim!
Ele se cala de repente e sei que estava em algum lugar que vai
comprometê-lo.
— Maximus Bizolli! Seu cafajeste! — brinco divertida, claro que
estava aprontando.
— Clara... eu... bem... — diz todo enrolado.
— Viu? Não temos compromisso nenhum! Porque, Maximus, posso
ter cara de anjo, Querubim como me chama, mas se eu estiver em um
relacionamento com um homem, sou fiel e exijo a mesma fidelidade. Se
descobrir algum dia que meu namorado, marido, ou o que seja o que for,
estiver me traindo, faço questão de viver como se o traidor morresse para
mim. Risco-o de minha vida. Me traiu é morte instantânea para mim, tanto
em relacionamento amoroso quanto em amizade. Por isso nunca namorei.
Sou cautelosa, porque me conheço — digo de uma vez e vejo que o assustei,
claro o homem é um safado infiel. Suas mulheres sofrem, coitadas!
— Porra, Querubim, agora você pegou pesado!
— Sim, agora que me conhece tome cuidado comigo — digo
divertida e ouço sua risadinha. — Boa noite, Maximus. Se precisar de algo,
não hesite em me chamar.
Ouço-o suspirar do outro lado.
— Combinado, querida. Boa noite e até amanhã, sem atrasos. —
Desliga rápido antes que eu possa responder. Descarado. Sorrio.
Segunda chega e trabalho como um cavalo, adianto o que posso para
terça-feira. Quarta-feira quero estar livre. Não quero nada me atrapalhando
quando Clara vier jantar aqui. Já avisei a cozinheira para preparar tudo e
deixar a mesa arrumada e ir embora, quero ficar a sós com Clara Luz.
Pedi a Davi para não aparecer aqui, o puto costuma chegar com o
carro cheio de mulheres e fazemos a festa em minha masmorra erótica. Mas
quero paz, pelo menos o dia em que for jantar com Querubim.
Estou ansioso como há tempos não me sentia. Sinto que vou me foder
com essa mulher. Sinto isso bem no fundo da alma. Mas foda-se se vou
desistir de comer essa coisinha saborosa. Não se esqueçam, qualquer coisa
dando errada no Plano A, tenho o Plano B, espero não precisar usá-lo.
Recordo-me da briga imensa que tivemos quando a descarada chegou
atrasada, não quinze minutinhos, conforme disse, mas quarenta e cinco
minutos, caralho! E ainda estava vermelha e descabelada. Isso me deixou
doido.
— Onde estava? Por que chegou tão atrasada? Clara! — grito ao ser
ao ver como está estranha e vermelha. — Aconteceu alguma coisa...
Querubim?
Ela me olha com os olhos azuis, cintilando de lágrimas. Balança a
cabeça e seus cabelos, em um coque mal feito, despencam por suas costas em
ondas suaves e sedosas. Porra, a mulher é uma miragem!
— Ele... e eu... nós... — Sinto meu corpo gelar e minhas mãos
tremerem. Fico tonto por uns bons segundos.
— Você e ele? O que quer dizer com “nós”? CLARA? — Quando
dou por mim a estou sacudindo com desespero, mil ideias passam por minha
cabeça.
— Me solta, Maximus! — Ela me empurra e a solto, horrorizado com
a forma que a sacudi.
— Desculpe-me, anjo, eu... — Passo a mão na cabeça, nervoso e
desgostoso comigo mesmo.
Ela me olha e pega o material de limpeza.
— Desculpe o atraso, vou ficar até mais tarde para compensar...
— O caralho que estou preocupado com a porra do atraso —
interrompo-a irado. — Quero saber o que aconteceu, você claramente não
está bem — desabafo e vou até ela, tiro os produtos de limpeza de suas mãos
e a empurro suavemente para o sofá.
Sento-me à sua frente em minha cadeira. Olho em seus olhos, de um
azul tão límpido, que me perco neles.
— Querubim, agora me conte o que aconteceu. — Pego em suas
pequenas mãos trêmulas e seguro com suavidade, ela está assustada.
Olha-me e abaixa a cabeça envergonhada.
— Fiz uma grande merda, e tenho vergonha de dizer — Clara
confessa baixinho.
Esfrio e meu coração salta no peito. Levo a mão e massageio o local,
onde ele bate desenfreado. O que está acontecendo comigo? Estou agindo de
maneira irracional com essa mulher! Tem tão pouco tempo que a conheço!
Caralho!
Respiro fundo e tento manter a calma.
— Me conta o que aconteceu, Clara, talvez eu possa ajudá-la. Me
sinto muito grato a você, pois o dia que precisei você me ouviu — digo
suavemente, mas por dentro estou um verdadeiro desequilíbrio. Estou a ponto
de matar um.
— Eu... — Ela fica mais vermelha ainda e vejo que aprontou uma das
boas.
Fecho os olhos e respiro fundo. Não entendo esse modo territorialista
que tenho em relação a essa mulher. Porra, nunca senti isso, caralho! Sempre
dividi minhas mulheres, até as namoradas, sem remorso. Mas agora estou
aqui, parecendo um animal sem controle, somente em pensar que alguém
pode ter tocado nela, estremeço de ódio.
Olho para Clara, que continua de cabeça baixa, pego seu queixo com
delicadeza.
— Me conta.
Clara fecha os olhos e começa a falar:
— Eu sou meio louca, meus pais sempre me dizem que faço antes e
penso depois. Nunca tive tanta certeza de que eles estavam certos até hoje.
Estremeço e me arrepio, sei que nada de bom virá dessa conversa.
— Eu sou virgem por opção e não porque acho que temos que nos
casar virgens, ou mesmo ficar com um homem só.
Trinco os dentes.
— Penso e vivo ciente de que tanto homens como mulheres têm
direitos iguais.
Vou quebrar meus dentes de tanto que trinco o maxilar. Machista eu
sei, mas, porra, ela é um anjo!
— Pensando assim, decidi o tipo de homem que teria minha primeira
vez. E baseado em minhas maluquices, sempre ajo sem pensar, é um defeito
que nasci com ele — soluça e a puxo para perto de mim a abraçando. —
Max, eu fiz uma grande merda hoje e estou tão envergonhada. — Esconde o
rosto em meu peito e estremeço.
— Conta para mim, querida, garanto que não chega nem a um
quilômetro de distância das merdas que faço todos os dias — incentivo-a com
carinho, mesmo querendo comer o rim de alguém.
— Eu escolhi o tipo de homem que queria perder minha virgindade...
— Levanto-me bruscamente, pego um vaso e arremesso na parede,
totalmente descontrolado, ela se levanta assustada e vejo que fiz merda. —
Max... — Caminha para a porta.
— Perdão, Clara, é que só de pensar... desculpe-me. Prometo me
comportar... — Meu coração troveja e minhas mãos tremem tanto, que as
enfio no bolso de minha calça social para disfarçar. Quando ela terminar e eu
souber o nome do desgraçado vou atrás e acabarei com sua vida de merda.
Caminho com cuidado e a pego pela mão novamente, tenho que me
controlar ou a afugentarei de vez.
— Prometo a você me controlar, Clara.
Ela me analisa e relaxa. Estou todo fodido por dentro, mas por fora
exalo calma.
— Então, meu escolhido tinha que ter pau pequeno.
Seguro o riso, essa mulher é uma peça.
— E na faculdade tinha um cara metido a garanhão, que ficava com
todas, mas sempre quis ficar comigo e eu nunca quis.
Suspiro de alívio, para logo em seguida voltar ao desgosto e pressão.
— As meninas me mostraram fotos de seu minúsculo pau e rimos
demais do cara metido a garanhão, com aquela pinça entre as pernas — diz
com desgosto e inocência.
Não consigo me conter e gargalho do pobre infeliz. O jeito que Clara
fala me faz sentir tão bem. Ela me olha magoada e aperto sua mão
suavemente.
— Continue, querida.
Ela tomba a cabeça para o lado, como se estivesse se recordando.
— Me lembrei dele nesse final de semana e marquei com ele hoje.
Mas primeiro queria jantar, sair algumas vezes, sabe?
Tremo de ódio, quando percebo onde isso vai dar.
— Mas ele queria me comer de todo jeito hoje, Max, e quando eu
neguei, ele tentou...
Vejo-a estremecer e seus olhos enchem de lágrimas. Vou matar o
desgraçado!
— Calma, querida, agora está tudo bem. — Puxo-a e a abraço, seu
pequeno corpo encaixa no meu como uma luva. Fecho os olhos e inspiro.
Rosas.
— Ele tentou me beijar à força e rasgou meu vestido...
Afasto-a e vejo que está de camiseta e saia. Olho para ela com
interrogação nos olhos.
— Eu troquei de roupa antes de vir para cá... — revela trêmula.
Desgraçado!
— Qual o nome dele, amor? — pergunto no meio da conversa, ela vai
soltar sem nem perceber. Eu mesmo o matarei.
— Jurandir Macedo. Realmente, ele tem o pau tão minúsculo que,
apesar de eu estar com muito medo, não aguentei e comecei a rir sem parar.
Ele me olhou sem entender nada e, nesse momento, aproveitei e fugi. Ele
correu atrás me ameaçando, até que entrei em um bar e corri para o banheiro,
tranquei a porta e fiquei lá até ter certeza de que o tinha despistado.
“Caralho, olha o nome do defunto aí! Vou ensiná-lo a ser homem,
anjo, prometo a você”, penso com a ira me queimando por dentro.
— Era aqui perto o restaurante que marquei o jantar com ele, para não
me atrasar mais que 15 minutos. Quando cheguei aqui, fui ao banheiro sem
ninguém me ver, me troquei e cá estou. — Termina sua narrativa, trêmula e
enxugando suas lágrimas que descem em abundância.
Continuo abraçado a essa mulher, que está mexendo com meu mundo
com uma força descomunal, e ficamos assim por alguns minutos.
— Max? Obrigada por me ouvir, me sinto muito melhor agora. Vou
limpar aqui, para terminar mais rápido e ir para casa. — Fica na ponta dos
pés e beija meu rosto barbudo. Sinto um calor gostoso demais no lugar que
ficava meu coração íntegro, onde agora fica um coração bandido, ele é de
todas que abrem as pernas para Maximus Bizolli. Ainda existe esse coração
íntegro em mim?
— Vem, querida, vou te levar para casa. Hoje você não tem condições
de trabalhar e não adianta discutir com o patrão. — Belisco seu narizinho
cheio de sardas e imagino como um cara pode querer forçar algo tão delicado
e angelical como essa mulher.
Ela sorri e, pela primeira vez, desde que nos conhecemos não me
contesta e saímos, deixo-a em seu apartamento e sigo para a minha casa.
Preciso fazer umas ligações. “Tem um pau minúsculo solto, querendo
causar estragos”, penso com desgosto. “Vamos ensinar a esse cara como um
homem de verdade deve se comportar”, penso com sorriso maligno.
O jantar com Jurandir foi um fiasco e aprendi a não querer marcar
como as coisas devem acontecer. Jurava que o cara seria um cavalheiro e
esperaria a hora que eu estivesse disposta a transar. Mas não, além de pau
pequeno, o cérebro não é diferente.
Sou grata a Maximus pelo carinho e consideração que teve comigo
ontem. Ouviu-me e me trouxe para casa, confesso que estava trêmula por
dentro, pois nunca esperava isso de Jurandir, pau pequeno.
Ele se transformou quando me neguei a ele, o homem virou um
demônio. O pau e o cérebro podem ser pequenos, mas não posso negar, o
infeliz tem força.
Não mostrei a Maximus o estrago que ele fez em meu corpo. Como
sou muito branca há partes roxas em meus seios e barriga.
Estremeço-me ao lembrar, foram momentos de terror. Nunca mais
procuro homens para perder essa merda de virgindade. Vou deixar acontecer;
se for com um pau pequeno, mas com respeito, ótimo. Se for um taco de
beisebol, que seja. O que eu quero agora é respeito por parte do dono do pau,
não me interessa mais o tamanho. “Agi feito uma louca”, penso
envergonhada. Mas essa é minha natureza. Fazer merda uma atrás da outra.
Quando percebo, já fiz. Minha boca é solta, já me meti em tantas enrascadas
por falar o que devia ser somente um pensamento...
Já cansei de fazer isso, inclusive com Max. Quando penso nas merdas
que já falei a ele, minha cara queima. Merda! Não sei o que ele ainda quer
com uma maluca como eu! Ahhhh, sei sim! O que todo homem quer. Estou
começando a considerar a hipótese de aceitar esse pauzudo para ajudar-me a
livrar de tanta pureza. Pelo que vi de seu desempenho, ele é dos bons. Meu
rosto cora com pensamentos tão despudorados.
Hoje o dia foi mais tranquilo, agora estou aqui terminando a limpeza
no escritório da casa noturna número 03 e nem sinal de Maximus.
Acostumei-me a tê-lo por perto sempre quando estou limpando os escritórios.
Apesar de ser o dono milionário, ele me faz sentir muito bem em sua
presença e nunca me humilhou. Mas sei que com os outros ele não é assim.
Vejo agora os comentários sobre sua arrogância e safadeza.
Cada dia que passa, mais as pessoas comentam, acho que já se
acostumaram comigo aqui e, às vezes, comentam coisas que Maximus faz ou
já fez, que arrepio somente de ouvir. O cara é arrogante sem limites, e já
comeu todas as mulheres que trabalham aqui. Todas não, falta uma ainda: eu.
E ele está no caminho certo. E eu a um passo de ceder. Mas vou dar uma
canseirinha nesse safado, vai ser ele, decido agora. “Mas vai ter que ralar um
pouquinho”, penso corada, e doida para dar para ele de uma vez. Mas aí vem
a dúvida cruel...
Será que trata todas com o carinho que me trata, até comê-las?
Um gosto amargo enche minha boca. Porra, e eu aqui achando que era
especial.
Clara, você vai transar com o cara e não se casar. Aliás, sua maluca,
ele não pediu nem uma coisa, nem outra!
Agora que me dou conta desse fato! Sorrio e penso que um homem
como Maximus não rejeita nunca uma boceta, ainda mais sendo pura luz
igual a minha. Homens como Max, machistas, adoram serem os primeiros,
então vou aproveitar dessa falha de caráter dele e enfiar o pé na jaca.
Termino a faxina e nem sinal do homem, vou embora sentindo falta
de nossas conversas.
***
Chego em casa, tomo um banho e vou elaborar umas provas para os
meus meninos fazerem amanhã. Com isso vou dormir quase de madrugada.
Deito-me e durmo um pouco, levanto-me às oito e preparo meu café,
tomo e, quando termino, meu primeiro aluno chega e logo em seguida os
outros.
Aplico as provas e os meninos fazem; quando vão embora, preparo
meu almoço e, enquanto os outros não chegam, vou corrigindo as provas.
Quando os alunos da tarde vão embora, arrumo tudo e vou tomar meu
banho, hoje é o dia de me encontrar com Maximus Bizolli.
Estou ansiosa desde cedo e agora que estou me enxugando, depois de
um banho caprichado com direito a cabelos lavados e hidratados, olho para o
meu vestido estendido na cama, meu conjunto de lingerie branco e minhas
sandálias prateadas.
Deixo meu cabelo secar naturalmente, visto minha lingerie depois de
hidratar meu corpo. Deslizo o vestido branco pelo meu corpo e sinto sua
maciez. Calço minhas sandálias de salto alto. Faço uma maquiagem bem
suave, sopro um beijo para a mulher refletida no espelho, cujos olhos brilham
exalando felicidade e expectativa.
Pego minha bolsa e celular, vejo a mensagem que acabou de chegar:
Maximus. Meu coração dispara e desço rapidamente.
Vejo-o encostado no carro com uma calça social preta, camisa branca
e um sapato de bico fino também preto. Ele adora calças pretas e realmente
fica lindo, parece um modelo.
Está ao telefone e paro um instante e aprecio. As tatuagens que
cobrem seus braços são de causar inveja em qualquer ser vivente, nessa
Terra. Até em seus dedos há tatuagens. Puta merda, o homem é uma delícia
ambulante!
A calça agarra suas coxas musculosas e o volume que tem na frente
me faz suspirar. Vou morrer antes de chegar até ele.
Caminho trêmula até Max e paro em sua frente. Quando me vê, sorri
largamente e vejo duas covinhas imensas perdidas no meio de sua barba.
Seus dentes são alinhados e brancos, maravilhosos. Quero beijar esse homem.
— Clara Luz. — Desliga o celular sem se despedir e caminha para me
encontrar. Pega minha mão e a beija, seus olhos descem pelo meu corpo e
vejo ele engolir em seco quando fixa seu olhar em meus pés. Já observei que
ele gosta de olhar meus pés. Homem estanho esse.
— Maximus... — murmuro seu nome por falta do que dizer.
— Você está linda, Querubim de Luz.
Coro, desço meu olhar e vejo seu pau duro. Meu Deus! Vou morrer
com certeza antes de chegar à casa de Max.
Levanto meus olhos rapidamente e o vejo me olhando com desejo
ardente nos olhos.
— Melhor irmos, anjo, senão posso fazer uma besteira aqui. — Abre
a porta do carro e entro. Aqui dentro tudo reluz dinheiro.
Vejo-o contornar o carro e entrar e se ajeitar no banco do motorista e
arrumar o cinto, liga o carro e sai suavemente, até dirigindo o homem tem
classe. Belisco-me para ver se é um sonho, estar com um homem tão lindo!
Pensei que esse tipo de homem só existia em romances!
Olho pelo retrovisor e vejo dois carros negros nos seguindo.
— Max tem dois carros nos seguindo... — comento assustada.
Ele me olha e sorri.
— São meus seguranças, anjo. Me seguem para todos os lados, desde
que sofri uma tentativa de sequestro — diz casualmente e sinto o sangue fugir
de meu rosto.
— Sequestro?
Ele me olha, afirmando com a cabeça.
— Sim. Se não fosse Davi na época, não sei se estaria aqui hoje.
— Jesus! — exclamo com o coração descompassado, imaginando-o
preso em algum quartinho minúsculo, passando fome e sede.
— Calma, querida, estou bem. Não conseguiram. E depois disso,
nunca mais andei sozinho — tranquiliza-me, apertando suavemente minha
coxa, arrepio.
— Mas como nunca os vi, seus seguranças? — questiono sem
entender.
— Eles ficam em posições que passam despercebidos, Querubim —
explica e agora ouço um fundo musical delicioso, um jazz bem suave. Adoro,
fecho meus olhos e sinto cada nota musical com o coração.
Desperto quando ele abre a porta e me pega nos braços.
— Minha doce Clara dormiu. Está cansada, querida? — pergunta
roucamente.
— Sim, hoje apliquei provas e corrigi quase todas e ontem, depois
que cheguei da limpeza que fiz em uma de suas casas noturnas, fui elaborar
as provas, fui dormir tarde e acordei cedo. — Ele me olha com ternura e abro
a boca ainda com sono, corando.
— Vou arrumar outra pessoa para limpar, você já trabalha demais
durante o dia.
Olho para ele sem acreditar.
— Não posso fazer isso. Se Serena perder o serviço por minha causa,
não me perdoarei nunca. E prometi a ela ficar, até ela voltar e reassumir —
falo tentando descer.
— Calma, anjo. Ninguém vai perder serviço aqui. Você que não vai
trabalhar em dois, está ficando muito cansada — tranquiliza-me e me coloca
perto de uma imensa montanha coberta de plantas.
Olho em volta, e volto meu olhar para ele, sem entender nada.
— Max? Vamos almoçar perto da montanha? É um piquenique? —
pergunto e ele cai na gargalhada. Não entendo nada.
— Amor, minha casa. Seja bem-vinda! — Olho novamente para a
montanha, ele contorna uma árvore gigante e do lado tem uma porta. Cruzes!
Vejo seguranças andando por todo lado, esse homem é bem resguardado. Isso
aqui parece uma prisão. Arrepio-me.
— Max! Meu Deus! — Vejo-o abrir a porta e meu queixo cai.
Nunca vi nada tão espetacular em toda minha curta vida. Parece que
estamos entrando no túnel do tempo. Tudo aqui nos remete aos castelos
medievais, com uma diferença, existe toda uma tecnologia aqui.
Os sofás gigantes, baús de madeiras antigas, e algo me diz que
aqueles fios dourados são ouro. Os lustres são de cristais brilhantes, cortinas
de veludo, em tons vinho e dourado. Cadeiras Luís XV, conheço porque fiz
decoração, um curso básico de dois anos e aprendi muita coisa. Adoro assistir
canais no YouTube que ensinam a decorar. E aqui o bom gosto é imenso. E a
fortuna gasta também, com certeza. Acho que Maximus é mais rico do que
imagino.
— Max, que lugar maravilhoso! Estou encantada.
Ele sorri de prazer.
— Adoro esse cantinho, Clara — diz com suavidade.
— Cantinho? Quanta modéstia, Max. É esplendoroso! — Ando e vejo
uma mesa de jantar gigantesca. — Max?
Ele sorri.
— Essa pertenceu a uma família nobre do século XVII. A quantidade
absurda de cadeiras era para acomodar toda a família, o casal tinha quatorze
filhos. — Pisca para mim me olhando divertido.
— Quatorze? Coitada dessa mulher! — Penso compadecida de sua
pobre boceta. Ouço uma gargalhada e com certeza pensei alto. Olho para o
lado envergonhada. — Minha boca ainda vai me matar.
Ele continua gargalhando.
— Max! — grito, ele me olha ainda rindo muito.
— Realmente, querida, sou obrigado a concordar com você, a boceta
da pobre mulher pagou um preço alto. Agora vem, vamos conhecer o resto.
Depois do jantar te levo a biblioteca, sei que é aonde mais quer ir. — Ele se
enganou, o lugar que mais quero ir é para o seu quarto e dar para ele a noite
toda. Agora que decidi, estou preparada!
Maximus me mostra os quartos e fico abismada com a suntuosidade
de cada cômodo, tem ouro em tudo. Porra, eu não tenho nem um pingente de
ouro e aqui até a casa do cachorro é de ouro puro!
Ouço outra gargalhada e olho para Max.
— O que foi dessa vez? — pergunto incomodada, será que falei
merda novamente?
— Aqui não temos cachorro, querida, então não temos casa de ouro
para eles, mas o problema de não ter nenhum pingente de ouro podemos
resolver — diz sorrindo largamente e minha cara queima.
— Aiiiiiii, vou ali morrer e já volto. — Eita boca grande essa minha!
— Não, senhorita, fique aqui e vamos continuar nosso tour, está
gostando? — pergunta ansioso.
— Gostando? Estou amando, nunca vi tanto ouro em toda a minha
vida.
Ele gargalha novamente e me puxa pela mão.
Quando olhamos todo o andar superior, fico atordoada com tanta
pomposidade, nunca vi isso tudo nem em revistas de decoração Casa Vogue,
que é uma das mais chiques e clássicas que conheço.
— Max, você usa tudo isso aqui? Para que tantos cômodos? Tanto
ouro? — Sinceramente, não entendo.
— Sou meio excêntrico, querida, e gosto de colecionar... — Fica
sério de repente e me olha estranho, com um brilho diferente no olhar. Lambe
os lábios e me dá um medinho básico.
— Certo, vamos descer agora. — Saio rapidamente de um dos quartos
e Max me segue.
— Agora vamos jantar, Clara, minha cozinheira deixou tudo pronto.
Max me puxa pela mão e vamos para o salão imenso de jantar, dá eco
se falarmos alto de tão grande que é.
A mesa está posta e tudo está fumegando, como se alguém tivesse
colocado tudo nesse exato momento. Ser milionário tem dessas coisas. As
coisas aparecem como mágica. Cruzes!
Maximus puxa a cadeira e me sento, ele se senta ao meu lado e sobra
mais quatorze cadeiras na mesa gigantesca.
— Não tinha uma mesa menor? — pergunto sem entender.
— Não, querida, somente a do jardim atrás da casa, onde fica a
piscina. Mas está escuro, gosto muito de tomar meu café da manhã lá e, às
vezes, almoçar.
— Ah — falo simplesmente. Será que tudo aqui é gigante? Devia
saber, a começar pelo pau de meu anfitrião.
— Vamos jantar, querida. Tem frutos do mar que ama — diz me
servindo.
— Como sabe meu prato favorito de todos, Max? — pergunto feliz
demais e vendo ele encher meu prato.
— Pesquisa de campo, querida, afinal sou um homem querendo
impressionar. — Pisca para mim e balança um suculento camarão, minha
boca se enche de água.
Olho para o cara de pau e sei bem o que ele quer impressionar ou
melhor pressionar.
Ouço mais uma gargalhada e vejo que pensei em voz alta novamente.
— Max, você tem fita dupla face aí para eu colocar em minha boca,
por favor? — Estava tomando um pouco de vinho e, quando disse isso, o
vinho voou longe e ele se engasgou.
— Porra, Clara, para de me fazer rir, caralho! Minha garganta está
doendo de tanto gargalhar. Cacete! — Ele pega um guardanapo e nos limpa
do vinho que respingou sua camisa branquíssima e meu vestido.
Dessa vez, sou eu que caio na gargalhada.
— Posso saber do que a senhorita está rindo? — pergunta com um
ligeiro sorriso no rosto.
— Você! Um CEO todo-pomposo, bilionário, com a boca que tem o
biquinho mais lindo que já vi, mas nesse momento o vejo como um homem
simples. Sua camisa cara e branquíssima toda respingada de vinho, porque
trouxe uma maluca para jantar com você — respondo sorrindo e encantada
com a boca de homem. Totalmente chupável.
Ele sacode a cabeça ainda rindo e enche seu prato, assim como fez
com o meu.
— Com você posso ser eu mesmo, Clara, sem frescura. E sua
boquinha solta faz minha alegria, assim como a minha bicuda faz a sua. Se
estivesse com qualquer outra pessoa, nossos pratos não estariam
transbordando a comida que tanto amamos. Teria uma miséria nos pratos,
ficaríamos com fome, mas não diríamos nada, porque é chique comer pouco
e ficar com fome — diz com seus olhos azuis semicerrados e com um toque
de desgosto na voz. Sua carranca o faz ficar ainda mais lindo. Que boca é
essa?
— Você também ama frutos do mar? — Coincidência demais.
— Adoro, pequena, meu prato favorito de todos. — Max pega com a
mão esquerda um camarão e faço o mesmo. Vejo dezenas de talheres que,
sinceramente, não sei para que serve, todos dourados, devem ser de ouro
também.
Levanto um e mostro a ele.
— Ouro?
Max sorri e dá de ombros com a boca cheia e as mãos segurando uma
ostra.
— Ostra é afrodisíaco. — Ele para com a ostra a meio caminho de sua
boca e gargalha novamente.
— Credo, Max, estou me sentindo mal! Tudo que falo você gargalha!
Me sinto uma palhaça aqui! — esbravejo com ele.
— Ah, amor, você é única. E estou adorando isso, essa sua
espontaneidade é um bálsamo em meio a tanta hipocrisia que vivo, não mude
nunca — pede segurando minha mão cheia de ostras.
— Quem sabe não achamos uma pérola aqui e fico rica? — solto
agora de propósito, já que ele gosta tanto de minha boca solta, vou liberar
geral.
E assim passamos o jantar todo conversando e Maximus gargalhando
tanto, que me apaixonei por suas deliciosas gargalhadas e mais ainda por sua
boca maravilhosa. E agora fazia minhas palhaçadas de propósito, sorrindo de
orelha a orelha.
Terminamos nosso jantar, o melhor de minha vida, pois me senti livre
para ser eu mesmo e Clara é uma excelente companhia. A mulher me fez rir o
tempo todo, confesso que minha barriga e garganta doem de tanto gargalhar.
Ela não tem freio em sua linda boquinha. Não filtra nada e solta quase tudo
que pensa.
Ela está sendo um bálsamo em minha vida de loucuras desregradas.
Tem vários dias que não levo ninguém para a masmorra erótica. A última
vez foi a festa de final de semana que fui com Davi e fiz tanta merda, que me
envergonho só de lembrar. Depois que conversei com Valdir, meu terapeuta,
estou me sentindo melhor. Espero não ter mais recaídas como a que tive
aquele final de semana. Isso me deixa no chão e a ansiedade me faz cometer
loucuras. Sei que me transformo em um homem nada agradável quando tenho
crises de ansiedade.
Por isso, meu amigo Davi, me vigia como se eu fosse uma donzela em
perigo e Valdir faz a mesma coisa.
Essas crises começaram quando quis apenas curtir a vida, pensando
que somente o dinheiro me bastava. Como já disse, comecei a entranhar em
um mundo que me deixou insano. E as pessoas que tentaram me sequestrar,
quando Davi levou um tiro por minha causa, foram as mesmas que me
envolvi quando resolvi seguir os conselhos de pessoas egoístas para que
aproveitasse a vida. Quando mergulhei no fundo do poço, todos que me
aconselharam a curtir a vida sumiram e, se não fosse Davi, teria me fodido
até a morte.
Afundei-me em bebidas, drogas e mulheres, com isso mergulhei no
fundo do poço e repito, se não fosse Davi, eu seria um homem morto agora.
Quem me vê agora, nunca imagina o que já passei. Achei que tinha superado,
mas esse final de semana, brinquei com meu passado e cheirei umas carreiras
e comi mais mulheres do que como em um mês. Fiquei doidão e, como
sempre, Davi foi meu suporte.
Estou sem saber lidar com o sentimento de querer com tanto fervor
essa mulher, Clara. Não gosto de ficar no meio de pessoas, me sinto mal, por
isso as pessoas me chamam de Sr. Arrogante, sem saber exatamente o porquê
ajo assim. O ser humano sempre julga e te condena sem te dar oportunidade
de defesa.
Mas agora encontrei esse anjo e minha vida tem se mostrado mais
colorida.
Levanto-me e estendo a mão para a minha palhacinha.
— Me dê a honra de acompanhar-me até a biblioteca, minha doce
senhorita? — indago fazendo mesura e piscando para ela. Ela sorri
largamente e suas covinhas me encantam. Parece realmente um anjo. Puta
merda! Estende sua pequena mão e coloca sobre a minha. Levanta-se e se
inclina com elegância. Porra!
— Com gosto, meu Senhor. — Quando Clara diz a palavra Senhor,
meu pau traiçoeiro treme e se levanta em alerta total.
Tento esconder e coloco minha mão na frente desse pedaço de meu
corpo que pensa por si próprio.
Vamos para a biblioteca e passamos no extenso corredor, com várias
tapeçarias na parede, vejo os olhos de Clara brilharem.
— Gosta do que vê, pequena? — Sorrio, pois fico assim toda vez que
passo nesse corredor. As tapeçarias me fascinam, muitas são verdadeiros
tesouros.
— Sim, são lindas, Max. — Aperta minha mão e meu coração se
enche de calor.
— Espere até ver a biblioteca, querida — digo impressionado em ver
como temos gostos semelhantes.
— Max, se eu morasse em um lugar como esse não sairia nunca. —
Sorri largamente, essas covinhas ainda me matam. Meus olhos brilham ao
ouvi-la dizer que adoraria morar aqui e não sair nunca.
Uma ideia maluca se forma em minha cabeça, aliás, já está formada
há muito tempo, é meu plano B. Espero não precisar usá-lo, mas com Clara,
se for preciso, o farei. Essa mulher invadiu minha mente e não tenho controle
de minhas ações quando estou perto dela. Minha vontade é prendê-la e nunca
mais deixar sair. Ela me fascina de um jeito que me assusta.
Chegamos ao fim do corredor e abro uma imensa porta de carvalho
envelhecido e empurro minha obsessão para dentro.
Ela entra com suavidade e coloca as duas mãozinhas brancas na boca
e arregala aqueles olhos azuis de anjo. Corre seus olhos pela imensa
biblioteca, que tem estantes que chegam até o teto.
As estantes estão abarrotadas de livros de todos os temas possíveis.
Tudo organizado de acordo com datas, tópicos, temas e línguas. Ela me olha
chocada e encantada ao mesmo tempo.
— Max!
Dou um ligeiro empurrão em suas costas e ela caminha mais um
passo.
— Querida, pode ficar à vontade. — Caminho devagar, me encosto
em minha mesa imensa de madeira, cruzo os braços e sorrio.
— Max... — murmura. Vejo que, pela primeira vez desde que nos
conhecemos, Querubim fica sem palavras.
— Vai ficar aí só dizendo meu nome, não vai explorar e pegar seus
livros emprestados? Confesso que estou envaidecido de ouvir meu nome ser
pronunciado tantas vezes por sua doce boca, mas sei que não é por isso que
está aqui, certo? — Tento alguma brechinha para poder pegar essa gostosa
aqui e agora. Meu pau está tão duro, que tenho que me sentar urgente.
Dou a volta e puxo minha poltrona de couro confortável, que veio
junto com a mesa, ajeito meu pau enquanto Clara caminha para a parte onde
fica os livros em inglês.
Sento-me e sinto meu pau doer, caralho! Abro o zíper e deixo ele
mais à vontade. “Sentado aqui, ela não verá minha situação humilhante”,
penso com desgosto.
— Já achou a parte que mais ama, não é, pequena? — Sorrio
divertido, apesar de meu pau doer feito o inferno.
Ela se vira e me olha com as faces rubras de prazer. Porra, será que
ficará assim quando eu a comer?
— Sim! Maximus, você tem um tesouro aqui! Aliás, só aqui não! Sua
casa é um imenso baú cheio de tesouros! Meu Deus! Tudo aqui é perfeito!
Você vê dinheiro aos montes em cada canto que vai... puta merda! — Sorrio
com suas palavras malucas. — Tem que escolher muito bem quem você traz
aqui, tudo aqui é um convite a ladrões — alerta-me acariciando um livro com
devoção. — É por isso também que tem tantos seguranças lá fora e quando
sai, não é? — Pequena curiosa.
— Também, querida, mas principalmente por ter sido alvo de
sequestro uma vez, lembra-se de que já mencionei a você sobre isso? — digo
a olhando fixamente.
— Sim, me lembro. — Volta com vários livros nos braços. Não posso
ajudá-la, meu pau continua em riste. Caralho!
— Vem aqui, Clara, sente-se. Depois te ajudo a escolher e carregar,
são pesados. — Tento convencê-la, mas sei que será inútil, pois seus olhos
estão brilhando de prazer.
— Não precisa, Max, pode ficar sentado aí. Vou trazendo e colocando
aqui na mesa, se você não se importar — diz já trazendo uns oito livros, custa
chegar até a mesa. Olho divertido para esse pedacinho de gente que me
fascina. Resolvo provocá-la.
— Vou te emprestar somente três livros, portanto escolha com
cuidado — digo isso somente para cutucá-la. Clara me olha com desgosto e
um olhar tão triste, que me arrependo em seguida.
— Três? — pergunta com tristeza e me olha com olhos arregalados.
— Puta merda, Max, tantos livros e você só me emprestará três? Tão
miserável e pão-duro! Agora entendo por que é bilionário, aprendeu com Tio
Patinhas — pensa em voz alta novamente e gargalho sem conseguir me
conter.
— Pão-duro? Miserável? Tio Patinhas? Olha só o que temos aqui,
uma coisinha ingrata bisbilhotando meus livros, levando emprestado vários e
ainda me chama de palavras tão duras?
Ela fica vermelha e sorri sem graça.
— Desculpa... eu e minha boca grande! Perdão, Max, levo os que me
emprestar e te agradeço de coração — fala caminhando e juntando todos,
deixando somente três na mesa. Ajeito meu pau e fecho meu zíper. Magoei
minha menina. Caralho!
Levanto-me e a alcanço, pego em seu braço com suavidade.
— Estou brincando, meu anjo. Pode levar o quanto quiser.
Ela levanta seus olhos azuis celestes e sorri tão largamente que, se eu
morresse agora, morreria feliz.
— Maximus! Eu sabia que você não era um velho miserável e pão-
duro que impediria uma moça de ler e se informar com tantos livros aqui
parados! — fala sem pensar novamente e sorrio a encarando. Pelo tom rosado
de seu rosto, vejo que percebeu que, mais uma vez, falou sem filtrar.
— Velho miserável e pão-duro? — Puxo-a para o meu corpo e
esfregando meu pau tão duro, que parece uma barra de ferro escondida em
minha cueca. Vejo os livros caírem no chão e ela me olhar assustada. Sorrio
cheio de luxúria e malícia.
— Max? — ela indaga, enquanto esfrego meu pau em sua bunda
macia. Levanto-a pela cintura e ela tomba a cabeça em meu ombro.
— Sou eu, querida, o Maximus de prazer que terá em sua vida e
boceta suave. — Carrego-a rapidamente para o sofá e me sento com ela em
meu colo.
— O que está fazendo? — murmura olhando fixamente minha boca.
— Pensando em te beijar, te fazer gozar e fechar o pacote te comendo.
— Ela treme em meus braços. — Por que olha tão fixamente minha boca,
Querubim? Algo aqui a atrai? — sussurro cansado de saber que minha boca
causa estragos, as mulheres adoram, e meu Querubim não consegue esconder
sua fascinação também pelo meu tão famoso bico.
— Sua boca é linda, rosada, lábios grossos e bicuda. É tão bela quanto
seu pau rosado. — Não é o momento, mas tento de todo coração não explodir
em gargalhadas novamente, mas com Clara fica difícil, a mulher não freia
seus pensamentos. Puta merda! Mas me controlo senão vamos quebrar o
clima.
— Então você gosta de um pau grande rosado e uma boca rosada
bicuda? Problema resolvido, tenho ambos a te oferecer — digo cara de pau e
vejo meu anjo enfiar a cabeça em meu pescoço e gemer envergonhada.
— Para, Max! Quero um buraco para me enfiar e ficar lá até o
apocalipse — fala com a voz abafada em meu pescoço e me arrepio todo.
— Ainda bem que eu já tenho um para me enfiar... — sussurro e enfio
a língua dentro de sua pequena orelha. Ela estremece.
— O buraco de minha orelha? — pergunta inocente.
— Também, amor... — Puxo seu rosto, enfio minhas mãos em seus
cabelos na nuca e a puxo com força. Desço minha boca e a beijo como
sempre desejei desde que a conheci. Ela geme e meu pau consegue ficar mais
duro ainda.
Enfio minha língua dentro de sua boca pequena e deliciosa. Tudo
nesse anjo é delicado. Ela se ajeita e passa os braços ao redor de meu pescoço
e geme alto. Esse som me alucina.
— Porra, Clara! Você é tão macia e deliciosa! — gemo em seus
lábios.
— Quero beijar até morrer esses lábios bicudos seus, Max, sonhei
com isso. — Sei que ela falou o que pensou, já estou me acostumando com
seu jeito. Sorrio entre um beijo que ela chupa minha língua com gana. A
moça é fogosa. Bom para mim, que sou um tarado por sexo. Quero essa
mulher de todas as formas possíveis.
Tento afastar-me, mas ela não solta minha língua.
— Hum... — tento falar, mas ela está alucinada.
— Quero dar para Max, mas tenho medo do tamanho de seu pau, mas
está tão gostoso beijar ele, que enfrentarei o tamanho descomunal dessa coisa
entre suas pernas que me cutuca... — Solta as pérolas, enquanto chupa minha
língua e solta para respirar. Estremeço ao saber que ela me quer e as
bobagens de arrumar um homem de pau pequeno são esquecidas.
Aperto ligeiramente seu pescoço e ela solta minha açoitada língua
quando falta um pouco de ar.
— Querida, então resolveu que meu pau será o escolhido? — brinco e
sofrendo horrores de dor em meu sofrido membro.
Ela me olha com os olhos embaçados e, de repente, cai em si.
— Como? Não! — Tenta se levantar, mas a seguro.
— Você acabou de pensar em voz alta e disse que fará o suprassumo
sacrifício de enfrentar o tamanho descomunal de meu pau. Verdade? —
Cutuco uma Clara muito sem graça e a mesmo tempo tarada em meus braços.
Vejo Clara ficar vermelha e baixar a cabeça envergonhada. Sinto-me
um canalha por ter feito minha menina ficar tão tímida.
Levanto seu queixo com delicadeza.
— Me sentirei honrado, Querubim, em ser seu primeiro. Serei
cuidadoso, prometo a você — digo com carinho.
Ela me olha e vejo insegurança em seus olhos tão transparentes.
— Obrigada, Max, estou envergonhada por meu comportamento
tarado e desrespeitoso com você — diz com timidez e penso em como é
inocente. Comportamento tarado e desrespeitoso com um homem como eu?
Porra, já fiz de tudo nessa minha vida comi dezenas de mulheres, fiz troca de
casais, compartilho todas que como... Nesse momento me sinto sujo e pensar
na possibilidade de alguém encostar um dedo em Clara me faz ver tudo
vermelho.
Lembro-me da conversa que tive com Davi um tempo atrás, sobre
dividir mulheres. Ele me contando que seu amigo partiu para a porrada
quando ele sugeriu partilhar a namorada dele. No dia, eu zombei do que ele
me disse e agora só de pensar na possibilidade de outro homem tocar no meu
Querubim, começo a suar frio e a ira me enche o peito.
Então era isso que o amigo de Davi sentia? Sentimento de proteção,
cuidado, zelo e possessividade?
Olho para esse homem lindo com os lábios ainda mais vermelhos,
bicudos, olhando-me e sinto um tremor em minha boceta alagada.
Ele me olha com luxúria e paixão e sinto seu pau duro me cutucar
com força.
Não consigo parar de beijá-lo, sua língua é gostosa demais, minha
vontade é de beijar seu corpo todo e fico imaginando seu imenso pau rosado
e estremeço só com o pensamento. Mas resolvi arriscar ficar com ele, apesar
do tamanho e, para minha eterna consternação, digo tudo isso em voz alta.
Quase morro de vergonha, quando o vejo falando em voz alta o que pensei.
— Me sentirei honrado, Querubim, em ser seu primeiro. Serei
cuidadoso, prometo a você.
Estremeço e penso que ele pode ser cuidadoso o tanto que for, vou
sofrer igual mula manca, pois vi e sei o tamanho do seu pau.
Mesmo sendo um homem vivido e safado, tenho que me desculpar
por minha tara, estou agindo feito uma quenga. Não posso parecer tão fácil,
minha mãe disse que tenho que parecer mais durona com homens. Eles só
querem comer nossa flor imaculada e cair fora. Mas, já me decidi, essa flor
branca e virginal já me cansou, quero agora uma flor vermelha e despetalada.
— Obrigada, Max, estou envergonhada por meu comportamento
tarado e desrespeitoso com você.
Ele me olha divertido e, ao mesmo tempo, sério.
— Amor, nunca tenha vergonha de demonstrar seus desejos comigo.
Nunca, ouviu? — diz segurando meu rosto e se abaixando e chupando meus
lábios. — E pequena? Quero despetalar sua flor branca e imaculada com
fervor.
Gemo com puro desgosto e acabo sorrindo. Vou morrer sem filtro na
boca. É fato.
— Pensei em voz alta novamente, preciso de um tratamento urgente
— murmuro começando a aceitar minha boca de merda.
— Sim, Querubim, e adoro saber seus pensamentos. — Baixa a
cabeça e me beija com paixão.
Sua mão sobe pela minha cintura e para logo abaixo de meu seio
esquerdo. Estremeço e aguardo.
Levanto minha cabeça e o vejo me encarando com aquele bico
exuberante e molho ainda mais minha calcinha. Do jeito que a enchente está
severa nas partes baixas, creio que o pau do Max não terá dificuldade de
afundar nesse aguaçal.
Um gemido alto e ele me agarra agora com força.
— Porra, Clara. Adoro seus pensamentos falados, amor, me deixa
louco. — Minha cara queima sei que falei merda novamente, mas quer
saber... Foda-se quero esse homem e fim!
— Querida, você está pronta? — pergunta me esfregando em seu pau
duro.
— Nasci pronta, Max.
Levanta-se de uma vez e me carrega quase correndo para fora da
biblioteca.
— Max! — Assusto-me, o homem está correndo comigo em seu colo.
Apalpo seus músculos e são fortes e duros! Imagina o pau?
Vejo-o subindo uma escada em caracol de dois em dois degraus e
logo à frente várias portas; ele entra na primeira.
É um quarto imenso e parece que retrocedi a um período histórico e
estou em um quarto no palácio de Versalhes. Esse homem parece que tem
dinheiro que não acabará em dez vidas vividas desregradamente. Olha esse
quarto, esse é mais pomposo que os outros, deve ser o quarto dele!
Parece que a cama dossel, os baús, tapeçarias, são feitos de ouro. O
brilho dourado aqui reina absoluto. Olho para o chão, tem um tapete imenso
areia felpudo, dá vontade de rolar nele até o mundo acabar. Vejo as imensas
cortinas de veludo vinho e dourado e, pelas janelas de vitrais, vejo a colina ao
longe. Lugar lindo, estou em outra era. Puta merda!
Ele me coloca com cuidado na cama e me olha profundamente. Vejo
tanto desejo em seus olhos que estremeço, confesso um pouco amedrontada.
— Faremos e iremos até onde você permitir, amor — fala com
suavidade, acariciando minha bochecha com as costas da mão gigante.
Parece que estou em um quarto, de algum castelo perdido no tempo.
Uma época onde ficava alguém do lado de fora, esperando o Lorde
desvirginar a mocinha, para recolher o lençol com a marca da virgindade
estampada, e sendo exibida para todos. Meu rosto arde.
Ouço novamente uma estrondosa gargalhada, e olho assustada para
Max.
— Você está quebrando o clima, Maximus! — exclamo
envergonhada e, ao mesmo tempo, indignada.
— Porra, amor, como não vou rir de seus pensamentos nada pudicos?
Até para mim esse pensamento seu foi demais! Alguém esperando o lençol
com marca de sangue? Sua pureza? Sinto informá-la, pequena sonhadora,
mas aqui não temos esse tipo de serviço. Somente eu verei essa proeza: sua
ex-virgindade estampada em meus lençóis, que por sorte são brancos! Mas
prometo a você que penduro na janela! — diz com cara de safado, sorrindo
feito lobo e mais duro que pedra, quando meus olhos, que não tem vergonha
nenhuma, descem e se concentram no cume avantajado de Max.
Ele se senta na cama e desce o rosto à altura do meu.
— Quer tomar um banho, meu amor? Posso te massagear enquanto
nos banhamos e deixar minha donzela no ponto... — Lambe minha boca,
pegando meu lábio inferior e chupando com força. Gemo alto.
— Se ficar mais no ponto que já estou, vou estragar... — Penso e olho
rapidamente para ele. Perto desse homem fico com a língua incontrolável. Sei
que tenho língua solta, mas geralmente com outras pessoas sou mais discreta;
com Max, sou um desastre e parece que ele está bem com isso. Graças a
Deus, senão estaria fodida!
Ele sorri largamente e me arrasta para um banheiro maior do que meu
apartamento.
Começa a tirar suas roupas sem pudor, homem safado e delicioso
esse.
Sorri com luxúria e tara. Estremeço.
— Pronto, querida, agora vou tirar a cueca, porque ela não está
suportando o conteúdo, ele está se expandindo... — Pisca e tira de uma vez.
Gemo e levo as mãos à boca. Puta merda, é grande demais, maior do
que imaginava, acho que não tinha a dimensão exata porque estava entrando
e saindo daquela vadia que ele estava comendo a primeira vez que o vi.
Maldito homem filho de uma égua, safado! Quero outros homens para poder
comparar.
Vejo seu rosto ficar vermelho e carrancudo, seu bico fica enorme e se
possível mais sexy e desejável. Caminha para o meu lado e me ergue pela
cintura, fixa meus olhos. Vejo uma veia grossa saltar em sua testa e não
entendo o motivo.
— O homem que ousar encostar um dedo, presta atenção, anjo, um
dedo em você, eu mato. Você é minha desde a primeira vez que a vi. Só nós
dois, sem ninguém no meio, só minha! Entendeu? — Me sacode e morde
minha boca. Gostoso!
— Sim — falo com voz baixa de tanto desejo.
— Em segundo lugar, meu pau é grande e agora é só seu. Você é dona
dele, portanto, aproveite e faça valer a fidelidade desse puto! — Agora sorri
mais calmo e me beija com paixão, enquanto a banheira enche. Coloca-me no
chão e me pede com o olhar.
— Pode ficar à vontade, Max, e tirar a minha roupa.
Ele sorri de orelha a orelha.
— Ficarei, meu amor, como ficarei. — Max começa a tirar meu
vestido, abrindo os lacinhos que o prendem.
Ele cai no chão porque é soltinho e fico somente de calcinha e sutiã
em sua frente. Ele engole em seco.
— Perfeita, porra! Perfeita! — Levanta-me e me beija com ganância.
— Querubim, você é tão macia, perfeita e só minha, não é? — pergunta com
uma ligeira insegurança em sua voz.
— Sim, Maximus, desde que você seja somente meu também. Serei
fiel e jamais te trairei, mas espero o mesmo vindo de você. Se algum dia
quiser outra mulher me fale, por favor, mas nunca, jamais, minta para mim.
Não me traia, por favor, Maximus. Tenho verdadeiro pavor de traições. Me
prometa que nunca me trairá. — Pego seu rosto áspero pela barba e olho em
seus lindos olhos azuis.
— Prometo, meu amor, jamais a trairia. Eu também odeio traições.
Seremos fiéis enquanto estivermos juntos. — Quando vejo que ele estipula
uma data de validade para o nosso relacionamento sinto uma dor forte no
coração, mas concordo. Sei que Maximus não é homem de ficar muito tempo
em um relacionamento ou com uma única mulher, afinal o vi com três de
uma vez.
— Então temos um acordo, bicudinho gostoso!
Ele sorri e me beija com paixão. Sinto sua mão deslizar em minhas
costas e abrir o fecho de meu sutiã.
Quando abre, me afasta e olha meus seios, médios, brancos com bicos
rosados e cobertos de sardas. Vejo-o fechar os olhos e seu pau sacudir. Ele
solta um gemido doloroso e baixo.
— Puta que pariu, Clara! Eles são perfeitos.
Sorrio e fico à espera, quero esse homem pendurado em meus seios
como Tarzan em seus cipós.
Ele geme entre um sorriso e dor.
— Caralho, Clara, vou me pendurar nessas delícias como um
verdadeiro sanguessuga isso sim, Tarzan não chega perto dessas gostosuras,
são minhas!
Arrasta-me para a banheira, ele entra primeiro e me pega pela cintura,
senta-se e me coloca no meio de suas pernas grandes e grossas, que são
tatuadas também. Lindas e musculosas, dá vontade de lamber essas tatuagens
ao longo de suas coxas peludas. Suas mãos gigantes abarcam meus seios e os
amassam com luxúria. Vejo seus braços cobertos por tatuagens coloridas. Ele
tem tatuagens até no pescoço e isso o torna ainda mais sexy e gostoso. Esse
homem é o sonho de consumo de qualquer mulher.
Ele encosta a boca em meu ouvido e enfia a língua dentro e
estremeço, arrepiando até a alma. É hoje!
Quando convidei Clara Luz para jantarmos, não achei que
transaríamos no nosso primeiro encontro. Achei que ela iria se comportar
como uma freira, pois sei que é virgem e nunca namorou. Então pensei que
teria que labutar mais, e se possível a admiro muito mais por não ser cheia de
não me toques. Ela é virgem por opção como me disse, e agora que me
escolheu está decidida e pronto. Admiro uma pessoa que sabe o que quer.
Estava preocupado com o absurdo de Clara em procurar alguém de
pau pequeno para ter seu primeiro relacionamento íntimo. Confesso que achei
que ela tinha um parafuso a menos, e toda pessoa que conversar com ela a
primeira impressão é essa. Ela tem um comportamento atípico. Acho que foi
isso que me atraiu nela. Essa mania de não filtrar nada que pensa, e
manifestar em voz alta me diverte e enternece ao mesmo tempo. É uma
mistura de maluquice com ingenuidade e isso em meu mundo não existe.
Confesso que a primeira coisa que me chamou atenção nela foi sua
beleza angelical. A mulher parece um anjo, toda pequenina, clarinha, com
imensos olhos azuis e a pele salpicada de sardas. Perfeita. Metade exótica e a
outra metade beleza em demasia.
E aqui com o coração batendo feito louco, imensamente feliz, e
sentindo um calor nele, que me dá vontade de gritar de emoção. Além de um
pau tão duro, que me deixa alucinado, minha vontade é de comer essa mulher
sem parar. Deixei-a de calcinha, se tirar tudo vou passar vergonha.
Amasso seus seios macios e meu pau sacode. Merda! Eu vou fazer
feio em nossa primeira vez, estou a um segundo de gozar.
Fecho meus olhos e encosto a cabeça na beirada da banheira. Ela se
mexe e me fode. Gemo e descontrolo, perdendo a postura de vez. Puxo-a com
força e chupo seu pescoço macio com força quando meu corpo é sacudido
por um gozo tão intenso que, por um momento, ouço somente zumbido em
meus ouvidos, o mundo para e sou transportado para um lugar onde o prazer
é senhor absoluto. Sinto os jatos de meu sêmen serem atirados com força e
continuo chupando seu pescoço e gemendo feito um alucinado. Quando
termino meu momento de gozo absoluto e solo, enfio a cabeça em seu
pescoço e vejo a marca imensa e roxa que deixei. Sorrio de satisfação.
Minha!
— Maximus Bizolli, muito bonito o que o senhor fez, gozou e me
deixou na mão! — Ouço divertimento em sua voz.
— Perdão, amor, eu tentei. Mas você é gostosa demais, aí passei
vergonha — digo com o rosto ainda em seu pescoço cheiroso. Sinto, para
minha eterna vergonha, meu rosto corar. Cacete!
— Certo, e quando faremos amor? — pergunta inocentemente. Amor?
Penso com desgosto, nunca fiz, somente trepo. Será que fazer amor é
diferente? Não é somente meter e pronto?
Fico confuso e concordo com ela, mais perdido que cego em tiroteio.
— Certo, amor, vamos fazer amor. — Passeio minhas mãos em seu
pequeno corpo e sinto que ela está ansiosa. — Calma, anjo, farei somente o
que me permitir. — Tento acalmá-la, pois sinto que está um pouco agitada,
ainda que tente mostrar o contrário.
Quando terminamos, saímos da banheira, olho-a com carinho e ela
tira sua calcinha. Gelo. Afasto-a um pouco e olho pela primeira vez sua
boceta e quase tenho uma parada cardíaca. É a bocetinha mais delicada e
rosada que já vi em toda minha vida de promiscuidade e olha que já vi
bocetas de todos os tipos. Mas essa! Puta merda, toda depiladinha e coberta
de sardas.
Minha boca enche de água. Quero prová-la. Cacete, ela tem as três
partes simplesmente perfeitas! Pacote VIP! Nunca, jamais vi pés, boceta e
seios tão lindos na mesma mulher. Querubim é perfeita! Caralho de homem
sortudo eu sou! Estremeço de puro desejo e luxúria.
— Clara Luz, que luz para os meus olhos é seu pequeno corpo. Parece
uma bonequinha, toda delicada e perfeita. — Pego-a com gana e a seco com
cautela.
Levo-a para a cama e ela está muito calada.
— O que foi, pequena? — pergunto quando a deito, deitando-me em
cima de seu corpo pequeno e macio, estremeço e fecho meus olhos.
— Bom, Maximus, eu estou com um pouquinho, só uma gotinha de
medo... afinal seu pau... hum... ele... — Baixa a cabeça tímida.
— Ele é do tamanho certinho de sua bocetinha, amor. Vou te mostrar.
Pego seu rosto com as duas mãos e a beijo como se nunca tivesse
provado seu gosto ou beijado uma mulher na vida, a beijo com tudo de mim.
Ela tem uma doçura e delicadeza que me deixa ensandecido. Vejo as marcas
que o miserável de pau pequeno deixou em seu pequeno corpo e estremeço
de ódio.
— Maldito! — exclamo entredentes. Penso com satisfação que o
deixei quebrado no chão. Dei tanta porrada na cara do desgraçado, que tenho
certeza de que terá que usar uma dentadura. Vinguei minha menina e o ódio
irracional que senti ao saber que tocou e maculou minha Clara Luz.
Desço para seu pescoço e chupo do lado onde já deixei uma marca,
deixando outra, amanhã ela me matará com certeza. Mas foda-se, todos verão
que ela tem alguém na vida que a fode com gosto e ficarão longe, assim
espero. Para não precisar cometer assassinato.
Olho os seios e meu pau indisciplinado sacode com força. São
perfeitos demais!
— Perfeitos, suculentos e macios. — Abocanho um com tanto
desespero que ela se encolhe, acho que suguei com força demais. — Te
machuquei, pequena? — pergunto assustado.
— Não... é bom demais... Max, continua, por favor...
Meus olhos brilham e desço com mais desespero, junto os dois e
chupo tanto que, quando me dou por satisfeito, eles estão vermelhos,
inchados e com os bicos brilhando com minha saliva de tanto que mordi e
suguei. Assopro, Clara estremece. Caralho!
Vejo satisfeito que estão cheios de marcas de chupadas e desço
insano, esfregando a barba em sua barriguinha chapada. Enfio a língua em
seu umbigo e ela dá um gritinho de prazer e agarra meus cabelos.
Meu pobre pau está latejando em expectativa.
— Agora vamos provar o néctar dessa flor suculenta e macia. Seu mel
escorre pelas suas pequenas dobras, querida — digo extasiado por sua
resposta tão clara e entusiasmada as minhas carícias.
Pego suas pernas macias e as abro bem, olho para esse pequeno
reduto molhado e quente, meu pau aponta para a frente em ganância. Boceta
perfeita, a mais delicada e rosada de todas!
Baixo a cabeça e estico a língua e passo com suavidade em seu
pequeno clitóris. Sinto-o sacudir na ponta de minha língua. Chupo com força
os grandes lábios e ela estremece, está a uma chupada de gozar.
Quero que ela goze em meu pau, se não entrar urgente em sua boceta
quente e molhada, vou me envergonhar mais uma vez.
— Amor, depois a faço gozar somente com minha boca, agora preciso
gozar dentro de você. Clara, você pode recusar se quiser, eu vou entender,
mas, amor, meus exames estão em dia, logo ali na mesinha ao lado, e devido
a sua ficha no contrato de trabalho que fazemos, sei que está limpa, e nunca
se envolveu intimamente com ninguém... Então, posso entrar em você sem
proteção?
Não digo que sei também que toma anticoncepcional para cólicas,
senão seria muita falta de respeito, porque invasão de privacidade já era,
invadi tudo que tinha direito. Sei da vida dessa mulher mais que da minha.
Ela me olha com os olhos nublados de desejo e geme um fraco sim.
Debruço-me em cima de seu pequeno corpo, desço minha cabeça e
sugo o seio direito com desespero. Minha mão guia meu pau até sua entrada
úmida e quente e deslizo a cabeça gorda de cima a baixo em sua abertura
quente. Gememos juntos. Vejo seu clitóris inchado e vermelho e coloco a
glande inchada e rosada na abertura de sua bocetinha e passo a chupar o seio
esquerdo com força, massageio seu clitóris com a ponta de meu dedo
indicador e vejo-a jogar a cabeça para trás, e gritar quando o gozo sacode seu
pequeno corpo.
Aproveito o momento e empurro com força até o fundo. Sinto meu
pau entrar rasgando e sou tomado por um prazer tão intenso, que penso que
vou morrer. Ouço Clara gemer como se eu estivesse dentro de uma bolha.
Sua boceta aperta meu pau e perco o controle. Meto com força e desespero.
Entro e saio repetidas vezes e sinto que meu pau endurece e incha mais, pego
suas pernas e jogo em meus ombros e continuo alucinado, até que o gozo me
toma e entro uma última vez e fico quieto enquanto encho seu interior quente
com minha seiva morna e espessa.
O zumbido caraterístico de quando gozo com Clara me ataca e
desfaleço ao seu lado, com meu pau atolado até as bolas dentro dessa mulher
incrível.
Tombo para o lado e continuo de olhos fechados, fui muito bruto.
— Clara? — Estou com medo de encará-la e ver desgosto em seu
semblante. Nunca perdi o controle assim.
Ela não responde e abro os olhos olhando-a com ansiedade. Quando a
vejo sorrindo, meu coração se enche de luz e paz.
— Perdoa, amor, fui muito bruto, perdi o controle... você era virgem
e...
Ela me interrompe subindo e se sentando em meu abdômen. Vejo
sangue em sua pequena e ferida boceta, meu coração balança.
— Caralho, olha o que eu fiz... — Toco o sangue em sua coxa com a
ponta do dedo com reverência.
— Por isso queria um pau pequeno... — A mulher, sem temor pela
vida, diz com malícia e vejo tudo vermelho. Jogo-a na cama e esfrego meu
pau já duro nela.
— Não repita isso nem brincando, amor! Sou capaz de matar quem
pensar em tocar em você, caralho! Você é minha, já combinamos isso! Fiz
amor com você! — digo furioso, como se isso fosse um marco, uma prova de
amor incondicional.
— Sim, fizemos amor, Max, e foi lindo. Obrigada, querido, por me
proporcionar momentos tão lindos e prazerosos — fala com doçura e me
derreto todo.
Porra, se não estou me apaixonando por esse Querubim perfeito! Não
vou precisar usar o maldito Plano B, fico aliviado por isso! Estamos bem e
felizes.
— Agora quero provar seus pés, minha pequena. — Clara fica
vermelha e olho com verdadeiro fascínio seus pés brancos e delicados.
Desço minha boca e os beijo, chupo seus dedos, passo seus pezinhos
em meu peito e beijo a sola macia com tanto prazer, que gemo.
Levanto meus olhos e a vejo me olhando com atenção e os olhos
nublados de desejo.
Pego seus pezinhos brancos e macios, lindos, junto os dois com
suavidade e coloco meu pau no meio deles. Fecho os olhos e tombo a cabeça
para trás, gemendo alto.
Esfrego-os em meu pau com desespero e sinto-o, já intumescido,
engrossar mais ainda, quando sou sacudido novamente pelo gozo mais
delicioso de toda a minha vida. Sinto os jatos de minha semente saírem e
molharem os pés e pernas de Clara.
Fico algum tempo de olhos fechados e meu pau entre seus pés. Abro
meus olhos satisfeito como nunca fiquei e vejo Querubim me olhando com
carinho e uma indagação em seus belos olhos azuis.
— Tenho um pequeno fetiche, amor, por pés, bocetas e seios lindos
como os seus, nunca vi nenhum dos três tão belos em uma mulher e nunca vi
os três em uma só mulher. Porra, Clara, você é perfeita! — falo de uma vez,
atento ao seu olhar.
— Quem diria que o grande Maximus teria fetiches tão estranhos... —
Sorri, corada.
— Sim, querida, e algo me diz que serei um viciado nessas partes em
você! Claro que em meu Querubim, o pacote veio completo, você é toda
linda — digo galante e ela cora.
— Me conta mais sobre esse seu fetiche, Max, fiquei interessada —
pede a mulher que não cansa de me surpreender.
— Claro, amor, tudo o que quiser saber. — Olho-a com adoração e a
carrego para o banheiro, vou cuidar de minha menina e contar tudo o que
quiser saber sobre os meus fetiches. Respondo tudo que pergunta, falo até da
masmorra erótica, mas não conto nada sobre o museu de espólio, esse é um
assunto particular e tenho certeza de que não me entenderia.
A sensação de paz que estou sentindo é inédita. É uma sensação de
bem-estar incrível, devo tudo isso a esse pequeno Querubim em meus braços,
olhando-me com adoração. E eu? Devolvendo o mesmo olhar de veneração.
Mal imaginaria que meses depois, perceberia que fiz a maior merda
de todas em não contar sobre esse maldito museu a minha Querubim. Além
das outras merdas de meu passado que viria para destruir o meu presente e
acabar com meu futuro.
Meses depois...
***
***
***
***
FIM
[1]
Rocco Siffredi, nome artístico de Rocco Tano Oronio (Ortona Mare, 4 de maio de 1964)
é um ator italiano de filmes pornográficos. Atualmente é diretor, produtor de filmes do
mesmo gênero, além de ter sido modelo.
[2]
Uma teleconferência é uma reunião realizada por dois ou mais agentes distantes entre si,
com uso de tecnologias de transmissão de som e imagem. Dentre as principais
infraestruturas utilizadas para esse fim estão as redes de telefonia, internet e rádio.
[3] Bocote é a madeira que é chamada como gênero de plantas Acme, que é usada para
diferentes fins. Há mais do que 300 espécies desta mesma planta no mundo que é
localizada em áreas quentes ao redor do planeta. Esta madeira tem o design lindo nela, que
é naturalmente associado. É principalmente usada para confecção de móveis, por causa da
impecável aparência e elegância também.