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Realeza MC
Carolina Dalcomuni
Copyright © 2016 B. Carolina
1° Edição – 2016
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução no todo ou em parte, por
quaisquer meios, sem a autorização da autora.
Capa: ESCapas
Revisão: Grace
Sinopse
Ele um agente duplo que faria de tudo para garantir a segurança de seu clube, e isso inclui
trabalhar para o FBI e trair a confiança da única mulher a quem já amou.
Cansada de ter que lidar com todos a sua volta ditando o que pode ou não pode fazer e com
homens mentirosos que gostam de partir corações, Lara decide que está na hora de fazer uma visita
para seu pai, que é um dos membros do clube Realeza MC.
Lá ela fica cara a cara com Alek, o homem que partiu seu coração e que aceitou trabalhar
para o FBI, para manter o clube a qual seu pai faz parte em segurança. O que nenhum deles
imaginou é que o destino os colocaria lado a lado no casamento do irmão do Alek. Em Vegas, uma
coisa leva a outra e basta um momento para que ambos cometam um grande erro, que pode ser
também a melhor coisa que já aconteceu com eles.
As vezes tudo o que precisamos é parar por um segundo e ver o que realmente está
acontecendo com o outro. A vida nem sempre é feita de certezas, os riscos tornam tudo melhor.
Capítulo 1
LARA
— Claro. — Diz, mas eu tenho a impressão de que algo mais está por vir. — A gente se vê
lá. Agora eu preciso trabalhar, colocar as coisas que meu primo estragou em ordem. — Ela me
dispensa com essa frase e eu aceno com a cabeça e saio de lá.
***
LARA
Não posso acreditar em tudo que ouvi Alek dizer. Tudo bem, ele não falou exatamente na
minha cara e sim para o amigo dele. Ouvir ele admitir que me usou o tempo todo foi como tomar
um soco no estômago.
Eu já sabia que o que tínhamos não duraria, mas ouvir suas palavras fez com que me sentisse
suja. Agora estou determinada a me reerguer e dar a volta por cima, Alek pode não gostar de mim,
mas eu sei que ele gostaria de estar perto do…
Lamento não falar agora, mas tudo tem seu tempo e esse não é o tempo certo para as
descobertas que estão por vir.
Passo um pouco mais de tempo na empresa, penso em tudo o que vou fazer e finalmente com
a minha cabeça no lugar vou para a minha casa. Durante o caminho evito pensar nos
acontecimentos de hoje, quero esquecer tudo isso, até mesmo já conversei com o meu avô e vou
fazer uma viagem de alguns dias.
E quando voltar vou ficar com meu pai por um tempo, meu avô gosta dele e nunca julgou
minha mãe por ter engravidado de um motociclista, se ele fez uma coisa foi dar apoio e mandar
minha mãe contar a ele. Meu avô sabia que meu pai tem caráter e que ele iria me assumir, e foi
exatamente o que ele fez.
Estaciono meu carro na garagem subterrânea e espero o elevador chegar. Ele não demora
muito e vem vazio, no momento em que entro dentro do elevador um homem aparece, e eu o
reconheço imediatamente. Ele é o mafioso que está atrás da minha prima e está me encarando de
uma forma que me deixa tensa.
— Senhorita Lara. — Fala e eu reconheço o sotaque russo.
— Senhor? — Peço querendo saber seu nome.
— Eu me chamo Dimitri. — Estende a mão em minha direção.
Estou tão cansada de jogos e de fingir que tudo está bem, que decido ser direta com ele.
— Não sei se posso dizer que é um prazer em conhecê-lo, levando em conta o acordo que
você fez com meu primo idiota. — Falo.
— Sua prima é tão fogosa como você? — Pede, com um sorriso no rosto.
Dimitri não parece que precisa de uma resposta, é como se ele já soubesse a resposta e está
apenas gostando de jogar comigo.
— Não. — Falo e vejo um sorriso se formar em seu lábio. — Ela é muito pior que eu. — O
sorriso que estava lá desaparece do rosto dele.
— Acho que vou ter que domá-la. Mas ela tem sorte, eu gosto e muito de cavalos,
principalmente os selvagens. — Fala.
— No seu lugar eu não estaria tão presunçoso, ela não vai ceder fácil. — Digo e pra minha
sorte o elevador chega no meu andar, pro meu azar ele desce também. — Onde você vai?
— Seu avô me disse que sua prima estava aqui, ela está te esperando com as suas coisas
prontas para a tão misteriosa viagem para casa do seu pai. — Diz.
— E o que você quer com ela?
— Eu a quero, existe uma dívida e ela é o pagamento que eu quero. — Responde
simplesmente. — Você pode esclarecer suas merdas com o Alek agora ou você pode ser a maior
empata foda de todos os tempos.
— Posso ser uma mulher pequena, mas machuque minha prima e eu vou arrancar suas bolas
e fazer você comer elas. — Ameaço.
— Se eu a magoar vou deixar que você faça o que quiser. — Diz me pegando de surpresa.
— Como assim? Acho que estou falando com outra pessoa, que não é um mafioso que vai
pegar minha prima. — Respondo.
— Eu conheci sua prima há alguns anos, ela me ajudou em um momento difícil e eu agi
errado, mesmo depois do que eu fiz ela não disse uma palavra sobre mim.
— E você vai retribuir ela dessa maneira? Levando-a para longe de todos que ela ama?
Dimitri não parece muito feliz com o que eu digo.
— Estou protegendo ela porra! Fique fora disso e mantenha sua boca fechada, caso contrário
vai ficar difícil falar em baixo da terra. — Impressionante, em um minuto ele era um cara fofo e
que estava protegendo minha prima e em outro ele ameaça.
— Para quem está querendo proteger minha prima você é um cara bem volúvel, não?
Mais uma vez ele me ignora e continua com as ameaças.
— Eu estou protegendo sua prima e vou continuar fazendo, nem que pra isso você tenha que
desaparecer.
— Se você quer realmente proteger a minha prima eu vou me manter longe, mas se algo
acontecer…
— Já sei, agora vá resolver suas coisas que eu vou resolver as minhas.
E assim ele foi para o meu apartamento enquanto eu vou para o do Alek, queria ter mais
tempo e adiar essa conversa que vamos ter. Mas depois de Dimitri, vou antecipar tudo. Não bato
na porta já que Alek está me esperando, ele disse que podia me sentir à vontade.
E qual é a minha surpresa ao entrar no apartamento dele e encontrar a Fernanda pelada no
meio da sala. No momento em que ela me vê faz um olhar chocado e se não conhecesse a peça,
teria caído na onda dela.
— Oh meu Deus Lara, na…não era nossa intenção que você descobrisse assim. — Mente,
posso ver nos olhos dela o brilho de maldade.
— Oh Fernanda querida, não acredito que você é idiota o suficiente para pensar que eu
cairia nesse seu truque ridículo. Sério isso? — Minha voz está cheia de desdém.
— Não estou te entendendo, sei que está em negação e Alek e eu estávamos discutindo agora
pouco sobre lhe contar. — Fala.
— Fernanda sabe a diferença entre você e eu? — Pergunto, rodeando-a. — É que eu já
provei do Alek e você tem que se rebaixar a isso para tentar conseguir um pouco da atenção dele.
— Você é só uma foda por obrigação. — Diz com um sorriso maldoso nos lábios.
— E você é aquela que ele não foderia nem com uma arma apontada na cabeça, a mulher que
deixa ele de pau mole só de pensar em você. — Vejo ela serrar os punhos e me olhar com raiva.
— Ele me contou tudo! Desde sua cena no escritório dele, até a conversa dele com seu amigo. Se
eu estivesse no seu lugar já teria desistido. Mas fazer o que? Você gosta de ser lixo.
— Sua… — Nesse momento Alek entra na sala e franze a testa ao ver ela totalmente nua em
sua sala, isso era o que eu precisava para saber que ele não me traiu.
Mas o que eu posso fazer? Em uma coisa ela tem razão eu fui a foda por obrigação, uma foda
que teve consequências, mas que ele não vai saber. Quando tomei a decisão de manter essa
informação dele, foi em um momento de raiva, mas eu sei bem como Alek funciona e se ele souber
o que estou escondendo seu senso de responsabilidade vai falar mais alto.
Existem coisas que não precisam ser ditas, Alek não me prometeu nada a não ser um sexo
quente e alucinante, eu não vou fazer com que fique preso e infeliz ao meu lado.
— Lara, não é isso que você está pensando. — Diz ele.
—Tão cliché você Alek, eu podia esperar tudo de você menos isso. — Falo e aponto pra
Fernanda, que está quieta, eu não cai no plano dela, mas isso não muda nada. — Na verdade você
não me deve satisfação. — Lembro.
— Não aconteceu nada! — Garante. — Por favor acredite em mim.
— Eu já estou farta disso Alek, essa vagabunda está sempre armando alguma e você ainda
assim cai nas armações dela. — Conto. — Me mantive quieta sempre porque você em todos os
momentos me lembrou do nosso acordo estúpido.
— Ela foi atacada, e…
— E então ela aparece nua na sua sala. — Completo — Claro que sim! Você é um idiota.
— Não fale assim, porra cresça. Ninguém brinca com uma coisa dessas, você tem que
acreditar em mim. — Fala furioso.
— Acredito em você, mas não posso ficar nesse nosso maldito acordo. Toda vez que ela
arma uma coisa assim você faz de conta que não vê, você me ataca pra defender ela.
— Por favor, não faça isso. — Implora, passando a mão na cabeça. — Nosso acordo sempre
voltando para me assombrar.
— Não posso mais, simplesmente não dá.
— Por favor fique aqui, empreste uma roupa sua para a Fernanda e então ela vai embora.
Assim a gente conversa, só nós dois. — Fala lembrando das roupas que eu deixei aqui há alguns
dias.
Marcho para o quarto e pego um vestido meu, durante todo momento eu sei exatamente o que
vou ter que fazer. Volto para a sala e atiro o vestido para vaca ambulante e ela rapidamente veste e
sai, sem falar nada, ela nunca diz nada quando o Alek está por perto.
Assim que ela sai, ele me puxa para o colo dele. e sussurra;
— Por favor, não me deixe — Pede, sussurrando contra o meu pescoço.
— Alek… — gemo. — Eu não…
— Eu preciso foder você. — Diz, sua voz carregada de necessidade, desejo.
Ele me levanta do colo dele, suas mãos deslizam pelo meu corpo me levando a loucura, em
seguida aperta meus seios, e quando me dou conta eu estou apoiada no braço do sofá com ele
metendo em mim por trás. Seus piercing deslizando sob meu clitóris, o metal gelado me deixa a
ponto de ter outro orgasmo.
O piercing dele desliza sobre as paredes da minha boceta e me deixa louca, quando ele sai
de dentro mim e desliza acidentalmente pelo meu clitóris eu solto um grito, uma mistura de desejo
e necessidade.
— Alek, eu vou gozar. — Aviso. — Mais forte e mais rápido.
— Não goze ainda, eu estou quase lá. — Diz, a voz rouca.
A minha boceta se contrai mais, na medida em que Alek aumenta o ritmo das estocadas.
— Goze agora. — Ordena.
Eu gozo e logo sinto os jatos de porra dele, ele me puxa para perto e eu acabo pegando no
sono. Acordo um pouco desorientada, sem lembrar direito onde estou até que a noite de ontem vem
com tudo e me levanto.
Claro que eu poderia ter lutado contra o Alek, mas ambos precisávamos dessa despedida.
Não quero deixa-lo sem um adeus, sem esse encerramento que tanto precisávamos. Pego uma
caneta e papel e escrevo um bilhete.
A cada palavra que escrevo é como se um pedaço do meu coração estivesse sendo
arrancado. Alek se tornou minha vida e eu não quero o obrigar a ficar com alguém que ele não
ama.
Eu não suportaria o desprezo dele.
Alek
Você disse desde o começo que o que tínhamos era apenas sexo, não sei onde exatamente
meus sentimentos começaram a mudar, mas, na verdade, eu me apaixonei por você. Sei que você
não está à procura de um amor e por isso decidi me afastar.
Espero que seja feliz e que um dia encontre alguém capaz de mudar sua opinião sobre o
amor.
Com Amor Lara.
Depois de escrever o bilhete, vou para meu apartamento e não vejo nada da minha prima ou
do Dimitri, mas para minha sorte ela deixou a minha mala pronta. Tomo um banho rapidamente,
preciso sair daqui antes que o Alek acorde e venha ver onde estou. Coloco um vestido simples e
sapatilhas, prendo meu cabelo em um coque e saio.
— Vai viajar senhorita Lara? — Pergunta meu porteiro.
— Vou, eu preciso passar um tempo fora e depois vou visitar meu pai. — Conto. — Será que
você poderia chamar um táxi pra mim?
— Seu dia de sorte, a moradora do 302 pediu um, mas está demorando, chamo outro para
ela.
Tiro uma nota de cem dólares e entrego para ele, entro no táxi e logo estou a caminho do
aeroporto. Vou aproveitar passar umas semanas em Londres e depois vou para a casa do meu pai,
fiquei sabendo que a Alexa está lá, e tenho certeza que vamos nos divertir muito.
Talvez eu fique por lá mesmo.
E com esse pensamento me distancio da minha casa, da minha família, do meu trabalho e do
homem a quem eu entreguei meu coração. Talvez um dia a gente se encontre, um dia quando ele
estiver pronto para amar ou que eu tenha aprendido a manter meus sentimentos para mim mesma.
Capítulo 5
ALEK
S
coração eu diria que você perdeu sua mente.
e há alguns dias você me dissesse que eu estaria
sendo madrinha de casamento da minha melhor
amiga junto com o irmão do homem que roubou meu
Mas a vida prega peças na gente, e por mais incrível que pareça, estou em pé no altar ao
lado do Alek, em uma das cerimônias mais lindas e perfeitas que eu já vi. Tayler fez tudo que pode
para conseguir realizar o casamento dos sonhos para a Alexa, que estava achando que iria se casar
em uma capela com Élvis.
Mas ao contrário do que se esperava, Tayler fez uma cerimônia enorme em um jardim, com
fileiras de cadeiras brancas distribuídas perfeitamente pelo jardim, o caminho até o altar está
repleto de flores.
O vestido de Alexa é um espetáculo à parte, minha amiga está com uma maquiagem escura
realçando os olhos e um batom claro. Suas bochechas estão coradas e ela tem o maior sorriso que
uma pessoa pode ter. A maior parte das mulheres sonha em se casar em um longo vestido branco,
mas ao contrário de todas essas mulheres, Alexa foi firme em sua decisão de se casar com um
lindo vestido curto, branco com renda.
Eu sinceramente não sei como ela conseguiu andar com salto agulha nessa grama, não
quando eu mesma quase cai. Mas quando olho para o altar e vejo a forma como o Tayler a
observa, sei que nada impediria a minha amiga de chegar até ele.
Estou distraída observando o casal de noivos, quando sinto Alek me encarando, ele está do
outro lado do altar, ao lado de um cara muito bonito, se não me engano seu nome é Nick e ele é um
grande amigo da Alexa.
Depois da cerimônia Tayler e Alexa fazem todas as coisas típicas de noivos como a
primeira dança, cortar o bolo, as fotos, e em tempo recorde, em seguida Alexa reúne todas as
mulheres para atirar o buquê. As convidadas se amontoam, prontas para brigar pelo grande
prêmio. Enquanto isso eu apenas observo sentada no meu lugar designado, não tem motivos para
que eu me levante, não quando não pretendo me casar por um bom tempo.
— E 1…2…3…— Alexa joga o buquê e meus olhos se arregalam no momento em que ele
cai bem no meu colo.
— Quem será que vai ser o homem de sorte? — Pergunta Nick.
— Você com certeza que não. — Corto o papo furado e vejo um sorriso aparecer em seu
rosto.
Idiota, penso.
Ergo meu olhar e vejo Alek, ele está em uma conversa animada com uma garota ruiva e eu
imediatamente a odeio. Mas como uma boa garota, vou me fazer de idiota e me divertir com o
primeiro imbecil que aparecer.
Imbecil esse que no caso é o Nick.
— Que tal a gente ir dançar — Convido.
— Há alguns minutos você estava me dispensando e agora está me convidando pra dançar
— Confuso ele olha na mesma direção que eu estava olhando e vê Alek e a ruiva. — Entendi,
parece que as mulheres do clube só sabem me usar. — Diz, mas ele não está ofendido muito pelo
contrário ele tem um sorriso enorme no rosto. — Vamos dançar.
Ele se levanta e pega minha mão, quando vamos para a pista de dança a música muda e uma
lenta começa a tocar. Nick me puxa contra ele e dançamos colados. Eu podia sentir o olhar do
Alek em nós, e antes de acabar a música ele se aproxima e pergunta:
— Posso interromper essa dança?
— Não. — Digo, ao mesmo tempo em que Nick diz; — Sim.
Alek abre um sorriso presunçoso e toma o lugar de Nick na dança.
— Então está confraternizando com membros do clube? Achei que éramos babacas e que
você nunca ficaria com um de nós. — Acusa.
— Quando eu disse isso, me referi exclusivamente a você. Toda chance de você ficar
comigo novamente foi pelo ralo no momento em que te encontrei se esfregando em uma puta na
festa do clube. — Acuso.
— Eu já disse que eu não estava me esfregando em ninguém! — Ele rosna. — Ela entrou no
meu quarto tentando me seduzir.
— Isso explica por que você estava pelado. — Zombo.
— Eu estava no banho e quando sai ela estava lá, se eu quisesse tanto foder ela eu teria
feito, e não expulsado ela do meu quarto e corrido atrás de você. Tem sido meses desde que eu
tive alguém na minha cama, a última pessoa foi você. — Fala.
— Eu acredito em você, mas isso não significa que vamos voltar. A última vez que
discutimos isso, você deixou bem claro que não fica sério com ninguém. E eu estou procurando um
amor, não mais uma aventura. — Digo sendo sincera.
Quando Alek diz que não ficou com ninguém eu acredito nele, é um idiota, mas não um
mentiroso compulsivo. Embora seu antigo emprego mostre que ele sabe mentir muito bem, afinal,
ser um agente é algo que exige essas coisas.
— E o que eu posso fazer para provar que eu sou esse amor? — Diz e me aperta contra ele.
— Eu gosto de você! Chega de jogar as merdas que eu disse há muito tempo na minha cara, eu não
te conhecia bem e quando fiz…
Ele fica em silêncio e esse silêncio diz mais do que suas palavras.
— Viu só o que estou dizendo? — Peço. — Você não pode nem ao menos dizer que me ama.
Alek eu amo você, mas estar perto de você me faz mal, eu não posso ficar esperando que um dia
você consiga dizer essas palavras. — Me afasto dele e o deixo parado no meio da pista de dança.
Eu preciso sair dessa festa o mais rápido possível. Graças a Deus Tayler é um idiota que
pensa em tudo e contratou um serviço de transporte para todos os convidados. Mal saio da festa e
um dos motoristas já se aproxima e eu entro no SUV prata, e peço para que o motorista me leve
para o hotel.
No momento em que chego lá, em vez de ir para o meu quarto vou em direção ao bar.
— Eu preciso da bebida mais forte que você tem aí. — Digo para uma garota morena
baixinha, que está atendendo no bar do hotel.
— Problemas com homem? — Pergunta.
— Sim.
— Pode deixar, vou trazer a bebida mais forte que eu tenho. — Ela se afasta por alguns
minutos do bar e quando volta traz um copo com um líquido branco.
Eu bebo e me surpreendo em sentir um gosto bom, seguido de uma queimação na minha
garganta. Peço outro e mais outro e em alguns minutos não me sinto mais tão quebrada quanto eu
estava. Essa luta do Alek em dizer que me ama é o que mais me machuca. Ele poderia ao menos
ser sincero comigo, se abrir.
Mas agora já chega, eu não posso mais fazer isso com ele.
Sinto um corpo quente contra as minhas costas, e o perfume dele toma conta de mim, eu
reconheceria esse cheiro e esse corpo a milhas de distância.
— Então você ainda foge? — Alek fala no meu ouvido.
— O que diabos está fazendo aqui? — Pergunto, mas minha voz sai enrolada.
— Eu vim trazer isso aqui para você. — Me mostra uns papéis.
— O que é isso? — Pergunto olhando para o maço de papéis na minha frente.
— Isso é a garantia de que você vai ser feliz! — Diz com sorriso no rosto.
— O que diabos é isso? — Peço, sem conseguir ler o que está escrito.
— Brincadeira. — Fala erguendo as mãos. — É um presente comunitário. Tayler me deixou
encarregado de colher as assinaturas para enviar o documento de doação para a instituição de
caridade. Como ele e Alexa não precisam dos presentes esse foi o pedido deles. — Explica.
— Eu já doei o dinheiro. — Aviso.
— Eu sei, mas a instituição pediu para que todos assinassem, e esse aqui é o seu.
Eu pego o documento e assino sem ler. Pela cara da Alek uma pequena dúvida toma conta de
mim, talvez eu devesse ter lido os papéis, minha mente bêbada protesta “Claro como se você
conseguisse ler qualquer coisa assim.”
Eu pago a conta e vou em direção ao elevador, Alek me segue e a tensão toma conta do meu
corpo. Ele sabe que eu tenho medo de elevadores, afinal ele foi a única pessoa a me ajudar com
esse medo durante um ataque de pânico na empresa do meu avô.
— Você está bem? — Pergunta e coloca as mãos no meu ombro.
— Estou sim. — Falo, e o elevador finalmente chega em meu andar, que por acaso também é
o andar do Alek.
— Venha, não vou deixar você bêbada e sozinha. — Diz.
— Eu estou bem. — Digo de forma enrolada, mas fico tonta e quase caio.
— Não sei porquê, mas não acredito em você. — Fala e me arrasta para o quarto em frente
ao meu.
— Eu não vou transar com você.
— Ainda bem que eu gosto de te foder quando você está acordada e pode gritar meu nome e
me dizer como quer que eu foda essa sua buceta gostosa. — Diz.
— Você é um babaca! — Afirmo.
— Eu sou um maldito deus. — Ri.
O quarto para o qual ele me leva é muito parecido com o meu, a exceção é a bagunça do
Alek, o que me faz lembrar da primeira vez que eu passei a noite com ele. Nós dormimos
tranquilamente, até que no meio da noite ele acordou gritando desesperado, quando ele me viu ao
lado dele, se levantou e me deixou sozinha.
Eu me senti tão magoada com ele, então me levantei, peguei as minhas coisas e sai da casa
dele. Depois disso o nosso relacionamento se baseou em sexo, a gente se encontrava transava e
então cada um ia para o seu canto. Se ele estivesse na minha casa, eu pediria pra que ele fosse
embora, e eu faria o mesmo na casa dele.
O pior é que mesmo com tudo isso fui idiota o suficiente para me apaixonar por ele e pela
merda que estava acontecendo em sua vida. Eu estava apaixonada e ele simplesmente gostava de
mim.
— Só se for o deus da idiotice. — Digo.
— Acho que tenho que te lembrar no que sou bom, mas aí levaríamos muito tempo. —
Provoca. — Vamos deixar para outro dia.
— Não vai haver outro dia. — Respondo, sem me importar em discutir os motivos de nunca
mais ficarmos juntos.
Ele me leva para o banheiro de mau humor.
— Eu posso garantir que vai. — Diz e sai, me deixando sozinha no banheiro.
— O que você quer dizer com isso? — Pergunto, parando na frente da porta e o encarando.
— Amanhã você vai saber. — Ele tira a roupa e entra embaixo das cobertas.
Irritada com toda essa merda e sem acreditar que ele está tentando me manipular dessa
forma.
— Eu vou para o meu quarto. — Falo, saindo do banheiro e começando a andar em direção
a porta.
— Não vai não, e é bom você se acostumar a dormir comigo. — Ele se levanta e se coloca
na minha frente.
Eu o encaro com raiva não apenas de suas palavras, mas também do modo como ele tem
agido.
— Alek eu achei que tivesse deixado claro que não quero mais estar perto de você. — Digo.
— Você não tem mais escolha. — Responde. — Agora você pode deitar aqui e dormir ou
simplesmente ficar aí em pé, mas você não vai sair daqui! — Ele tranca a porta, guarda a chave
com ele, volta pra cama, se vira e fecha os olhos.
Não acredito que ele me trancou aqui.
Com raiva volto para o banheiro e bato a porta atrás de mim, fico um tempo trancada,
sozinha, pensando no comportamento ridículo do Alek. Quando finalmente me recomponho, saio
do banheiro, e vou para o sofá e me deito. A última coisa que preciso é me reaproximar do Alek,
eu já fui muito magoada e não vou sair ferida novamente.
Pego no sono em poucos minutos, durante a madrugada eu sinto braços fortes me levantando
e me levando para a cama. Começo a me mexer, mas a voz do Alek me acalma.
— Chiii.... Eu vou cuidar de você. — Ele sussurra. — Você vai me odiar por um tempo, mas
vai passar.
Estou com tanto sono que nem presto atenção no que ele diz, ou o que suas palavras
significam não só pra mim como para o nosso futuro.
***
Alek
Mesmo contra minha vontade segui com o plano maluco da Alexa. A cadela do meu irmão
tem uma mente do mal e bolou esse plano maluco. Alexa criou um contrato que vai manter a Lara
comigo. Quando eu recebi esse contrato, pensei que ela estava maluca.
Nunca pensei que usaria esse contrato, na verdade pensei em mantê-la comigo de outra
forma, qualquer forma que não envolvesse esse contrato. Mas depois de ontem, me desesperei e
entrei em pânico, então coloquei o contrato na mesa.
Eu sei que a Lara pensa que não me importo com ela, sei que ela pensa que tenho
sentimentos por outra pessoa. Mas a verdade é que eu não sou feito pra esse tipo de coisa, eu não
sei como é amar outra pessoa. Algumas pessoas não são feitas pra ter esse tipo de sentimentos.
Aprendi desde cedo que o amor enfraquece o homem.
O homem que me criou disse isso incansáveis vezes, esse ensinamento geralmente era
acompanhado de uma surra ou de…
Chacoalho a cabeça, tentando me livrar das memórias que esses pensamentos me trazem.
Não importa quanto tempo passe, eu sempre fico mal quando essas lembranças vêm, e isso me
altera durante dias.
Observar Lara dormir ao meu lado, é como se tudo voltasse ao seu devido lugar. Por mais
que eu não a ame, me parece certo tê-la em meus braços, na minha cama e na minha vida. Sei que
vou ter que mentir pra ela quando amanhecer, por isso deixo ela apenas com uma camiseta minha.
Em seguida me levanto e tiro minha roupa, e volto a me deitar ao seu lado e o simples fato dela
estar aqui, já é o suficiente pro meu pau levantar pra vida.
E por mais que dormir de pau duro seja difícil, durmo muito bem.
***
Lara
Acordo com uma dor de cabeça dos infernos, a última coisa que me lembro foi de ir para o
bar do hotel e beber como se a minha vida dependesse disso, tirando essa parte, tudo é um grande
borrão.
Me mexo na cama e sinto um corpo quente e nu, se apertar contra as minhas costas. Se isso
não bastasse, a ereção enorme pressionada contra a minha bunda teria tornado as coisas bem
claras. Talvez a minha noite não tenha sido tão ruim, sexo com um estranho pode ter sido tudo que
eu precisava para tirar o Alek da minha cabeça.
Talvez da cabeça sim, mas quando o assunto é o coração, duvido que ele vá sair de lá algum
dia.
Me afasto do aperto do estranho, que está com a coberta cobrindo a cabeça dele, e começo a
olhar em volta, por mais que o quarto se pareça com o meu, as coisas estão diferentes, não sou
bagunceira a esse ponto.
Parece que eu não levei ninguém para o meu quarto e sim fui para o quarto dele.
Enquanto olho em volta, noto uma jaqueta com o símbolo do Realeza MC em uma cadeira no
canto. É quando eu volto para a cama e puxo a coberta da cabeça do desconhecido, apenas para o
meu coração pular uma batida.
Eu não fui pra cama com qualquer homem, não! Eu simplesmente fui pra cama com o homem
que acha que o meu coração é uma pista de sapateado, de tanto que ele tem pisado nele. Alek está
dormindo na cama, nu como no dia em que nasceu, e com a bunda perfeita dele pare cima, me
dando uma grande visão.
Ao sentir que está sendo observado ele acorda e me encara.
— Já acordou, baby? Pensei que ia querer mais uma rodada. — Diz e um sorriso presunçoso
toma conta de seu rosto.
— Não sou seu amor e não acredito que dormimos junto. — Falo.
Alek não se abala com a minha raiva, muito pelo contrário.
— Que mal tem você dormir com seu marido? — Diz, tentando me irritar.
— Corte essa merda, eu não me casaria com você! — Afirmo, convicta do que estou
dizendo.
— Não é isso que o documento que você assinou diz, agora você é minha mulher! — Ele
coloca as mãos atrás da cabeça, como se fosse um maldito rei esperando ser servido.
— Documento? Que documento? — Pergunto, sentindo a minha confiança ir pelo ralo.
— Um que diz que você é minha mulher.
Isso não pode ser verdade, a Lara bêbada não faria isso comigo, não quando nós duas
estávamos com raiva dele.
— Isso é mentira. — Acuso.
— Se você pensa assim, veja por si mesma. — Ele se levanta e vai até a jaqueta, lá ele
retira alguns papéis e estende pra mim.
Com raiva arranco os papéis da sua mão e começo a ler atentamente. Quanto mais eu leio,
mais certeza eu tenho de que estou além de ferrada.
— Eu…
— Você assinou e ontem estava toda feliz montando em cima de mim, enquanto cavalgava no
meu pau. — Ele diz, e eu me encolho de raiva. — Eu senti falta dessa sua boceta apertada. —
Fala.
— Seu desgraçado, eu te odeio! — Parto pra cima dele dando vários tapas em seu peito,
lágrimas escorrendo pelo meu rosto. — Como pôde fazer isso comigo?
— Eu tinha que garantir que você seria minha. — É a desculpa que ele me dá.
— Eu queria casar com alguém que me amasse, que eu amasse.
— Você me ama! — Fala com um olhar divertido no rosto.
— Mas você não me ama, e eu quero alguém que me ame.
E quando eu penso que ele vai se desculpar e agir como alguém digno, Alek me prova que
ele é apenas um idiota que não merece nada de mim.
— Não seja idiota Lara, o amor é dispensável. — Diz. — Um homem não vai amar sua
personalidade encantadora!
— Então o que ele vai amar? — Zombo.
— Ele vai amar sua boceta apertada, vai amar foder sua bunda virgem, mas ele não vai te
amar. E sabe o porquê? O amor não existe! — Fala entediado.
Eu não posso acreditar nas palavras dele, como alguém pode dizer coisas assim?
— Pode não existir pra você, que é um idiota. — Rio. — Amor não é só sexo, se fosse o que
não faltaria pras putas seriam homens apaixonados. Amor é companheirismo, é cuidado, é carinho,
amizade, é saber estar lá pra pessoa tanto nos bons quanto nos maus momentos. — Ele me encara,
sem demonstrar nada. — Eu sinto muito que você não saiba o que é isso, que você seja tão
emocionalmente deficiente, que não perceba o que está perdendo na vida. — Ele vai começar a
falar, mas eu levanto a mão o impedindo. — Não importa o que você vai dizer, eu vou dar um jeito
de sair desse contrato.
— Tanto faz, mas enquanto você tenta arrumar esse jeito de se livrar de mim, arrume a sua
mala, pois estamos indo embora hoje. — Em seguida ele vai para o banheiro.
Enquanto assisto ele entrar no banheiro, me sento na cama e choro. A essa altura eu não me
importo mais com quem me vê chorando, não quando eu tenho a certeza de que Alek acabou de
matar tudo o que eu um dia senti.
Como pude me apaixonar por ele? Como pude me entregar a alguém que não se importa com
nada e nem ninguém, além de si mesmo e dos prazeres momentâneos?
Capítulo 8
LARA
Q
uando chego no galpão percebo que Bradox mandou Mick
de apoio. Não estou muito confiante dessa noite, acho que
algo ruim vai acontecer, e ainda para ajudar, o pai da minha
mulher está aqui.
Lara vai ficar puta comigo se algo acontecer com o velho dela.
— Essa merda tá fedendo. — Mick diz, se referindo ao fato de a situação estar estranha.
Tirando nós dois, o lugar está praticamente deserto. Os outros dois homens que estão no
local não fazem parte do clube, e eu nunca os vi trabalhando aqui.
— Olá. — Um dos homens se aproxima e o observo com atenção.
Esse filho da puta pode pensar que não percebi, mas eles estão armados
— Meu chefe me mandou no lugar dele, sabe como é, ele é um homem muito ocupado.
Esse filho da puta só pode estar tentando foder comigo.
— Esse não era o acordo e vendo que vocês não cumpriram, não vejo por que ainda estamos
aqui. — Me viro em direção à minha moto e Mick me segue.
— Lamento, mas não posso deixar vocês saírem daqui assim. — Fala o homem.
— Voltaremos para buscar o nosso carregamento quando o seu chefe aparecer. — Mick
responde.
— Não quis dizer sem as armas, mas sim vivos. — O homem ri, nisso ele pega uma arma.
Sabendo o que está por vir, pego a minha arma e aponto para ele, antes que ele saiba no que
se meteu, atiro em sua cabeça. Outro tiro é disparado e quando olho para o lado me deparo com
Mick caído no chão, ensanguentado.
Não sou médico, mas sei que onde a bala o atingiu se não for socorrido em breve Mick
morrerá. Pego meu telefone e disco o número de Bradox, ele vai vir com a médica e tudo ficará
bem.
Tem que ficar!
Não posso voltar para casa e dizer a Lara que o pai dela está morto.
— Mick? — Chamo e espero ele me olhar. — Fica calmo eles estão vindo. — Estanco o
ferimento.
— E… Eu… quero… que… você… cuide… da… minha... me... menina. — Diz com
dificuldade.
— Eu vou cuidar, mas você também estará lá comigo e vai me ajudar a cuidar dela, não
desista pense na Lara e no seu neto.
— Eu…
— Mick, cale-se e lute porra. — Rosno para ele. — Você é um Realeza MC e o que a gente
faz? Nós lutamos! Você vai lutar.
Não sei quanto tempo passo gritando com ele, mas graças ao bom Deus, pouco tempo depois
Willow a médica do clube chega, com uma maleta de cuidados, ela está acompanhada de alguns
enfermeiros, eles vão prepará-lo para ir embora.
— Eu preciso que se afaste Alek e deixe que a gente trabalhe. — Pede com uma voz calma,
tentando me acalmar.
— Mantenha-o vivo. — Peço.
— Vou fazer tudo ao meu alcance para que ele fique vivo. — Ela diz e no momento que me
afasto, ela assume o controle da situação.
— Cara se você falar com ela mais uma vez, vou chutar sua bunda. — Bishop diz ao meu
lado.
— Achei que o seu lance fossem as magras e plastificadas e não as curvilíneas e inocentes.
— Zombo.
— Eu gosto dela, não sei te explicar como, mas eu gosto dela. — Fala.
Bishop pode pensar que gosta da Willow, mas nós dois sabemos o que está acontecendo na
cabeça dele.
— Ela gosta do Erick. — Lembro.
— Antes talvez, mas nos últimos tempos ela o evita. — Diz. — E ele está começando a
perceber.
Eu duvido que o Erick esteja caindo na real, conhecendo o amigo do meu irmão, ele só vai
perceber as coisas quando estiver sozinho.
— Não queria estar na pele do Erick, ainda mais depois de descobrir que ela tem dois
irmãos mafiosos. — Bishop diz.
— Como assim? — Pergunto.
— O pai dela é um dos membros da máfia russa.
Mas que porra é essa?
— Ela é irmã do Dimitri Petrov? — Se for Erick pode dar adeus as bolas dele, os irmãos
Petrov são protetores com a irmã e ela é a única que pode aplacar o velho.
— Eu não queria estar na pele do Erick, mas, de qualquer forma, se algo acontecer com ele,
é porque ele mereceu. Low não é má com as pessoas sem um bom motivo. — Olho meu amigo e
tenho pena dele, coitado.
— Erick é idiota com todos sem motivo, então vamos rezar para não ter que fazer um enterro
duplo. — Rio.
Mesmo com a conversa fiada do Bishop, eu não consigo deixar de pensar no que está
acontecendo com o Mick. A simples ideia de ter que dar uma notícia ruim para Lara, mexe com a
porra da minha cabeça.
— Calma. — Pede. — A Low vai dar um jeito, ela se formou em medicina para cuidar dos
capangas do pai dela.
— Não os chamaria de capangas, levando em conta que para Dimitri eles são família,
exatamente como a gente, a diferença é que eles têm classe. — Provoco.
— É uma péssima comparação para se fazer, mas vamos manter o nosso acordo em pé. —
Me refiro ao acordo que temos com os Petrov.
E nesse acordo, um ajuda o outro e em caso de emergência, se eles precisarem fornecemos
armas. Mesmo com os Petrov sendo traficantes de armas, drogas e outras coisas.
— Vai ligar e contar o que está acontecendo para a Lara?
— Não sei, acho que vou contar apenas se o pior acontecer com ele, não quero colocar ela e
nem o bebê em risco. — Falo, estou com medo da decisão que estou tomando.
Se a Lara ficar com raiva de mim, a nossa paz recém-selada vai para o espaço.
— Acho que está fazendo a coisa certa, mesmo com o risco dela ficar puta com você. — Ele
pega um cigarro do bolso e acende.
Desde quando ele fuma?
— É disso que eu tenho medo, mas sei que estou pensando no bem dela.
Saio de perto dele, não gosto de cigarros.
— Filho. — Bradox me chama e me dá um tapa no ombro.
— Ele está…? — Não posso terminar de falar.
— Não, a bala passou perto do coração, mas o filho da puta tem sorte. Ele vai passar um
tempo fora do ar, mas vai ficar bem.
— Quem fez isso aqui? — Me refiro a tentar nos matar.
— Eu não faço ideia. Seu irmão é quem cuida desses assuntos, mas devido ao acidente e
depois ao casamento ele ficou afastado e isso acabou na mão de Mick. Ele achou que era um dos
clientes antigos. Quem armou isso, sabia que Tayler ia estar fora.
— Então tem alguém tentando nos matar novamente, quando será que essas merdas vão
acabar? — Falo com raiva.
— Nós dois sabemos que isso não vai acontecer tão cedo, parece que a calmaria passou e
agora estamos prestes a entrar em um maldito furação. — Resmunga.
— Seja quem for que está por trás disso tudo merece tomar uma surra, vou matá-lo
lentamente, e não me importa quem seja, homem ou mulher. — Estou com tanta raiva.
— Pode deixar, eles vão ser seus. — Bradox diz. — Agora vá para sua casa e cuide da sua
mulher. — Ele me dá um tapa nas costas novamente e sai andando, mas logo para e diz: — Antes
que me esqueça, você vai ter que reivindicar a Lara.
— Ela já é minha, mas eu vou dar a ela o meu colete. — Lara não me perdoaria nunca se eu
não cuidasse do pai dela.
Subo na minha moto e vou para o clube. Mick vai ser tratado na enfermaria do clube, sorte
do bastardo temos uma ala muito bem equipada, digna de dar inveja a qualquer hospital por aí.
Infelizmente para ele, vamos ter que contar com a ajuda de enfermeiros que nunca vimos antes.
Penso em passar em casa e ver se está tudo bem com a Lara. Mas ela perceberia que a
merda fugiu do controle, basta um olhar para as minhas roupas ensanguentadas e ela vai ver que
algo ruim aconteceu. E mais uma vez estou me questionando se devo ou não contar a ela o que
aconteceu.
É isso, a Lara precisa saber!
Durante o caminho para casa, eu rezo e imploro a Deus e quem quer que esteja me
escutando, para que a Lara escute tudo com calma e não surte, e que por favor, ela não me afaste
dela mais uma vez. No momento em que entro em casa, Lara me recebe com uma carranca, que
logo se transforma em um olhar preocupado quando ela percebe o sangue nas minhas roupas.
— Meu Deus, você está bem? — Pergunta parando a poucos centímetros de mim, insegura se
deve me tocar ou não.
— Sim, mas… eu estava com seu pai. — Falo e ela me encara, pálida. — A gente foi
receber um carregamento e acabou sendo uma emboscada. Nós lutamos, seu pai foi atingido, mas
ele está bem, a bala não atingiu nenhum órgão vital.
Eu jogo tudo em cima dela o mais rápido possível, não quero que ela surte e se preocupe.
— Preciso ir até meu pai, Alek eu preciso ver ele.
— Calma Lara, vai ficar tudo bem. — Garanto. — Seu pai está bem, me deixe tomar um
banho e trocar de roupa e nós dois vamos até ele. — Puxo-a para os meus braços e deixo que
chore contra o meu peito.
— Você tem certeza? — Funga.
— Eu não sai de lá até saber que ele estava bem. — Pego o meu celular e vejo que o Bradox
mandou uma mensagem. — Achei que iam levar para a ala médica do clube, mas a Willow decidiu
que era melhor levá-lo para o hospital municipal. — Mostro a mensagem para ela. — Ele vai para
o quarto amanhã e vai continuar sendo monitorado.
— Eu preciso ir ver ele. — Ela ignora a mensagem, do jeito que eu sabia que faria.
— Eu sei, vamos tomar um banho comigo. — Ela começa a negar, mas eu aponto para suas
roupas. —Você está suja de sangue. — Lara não quer aceitar. — É só um banho, eu disse que não
vou fazer nada com você a não ser que você me peça. — Finalmente a minha garota concorda e
vamos para o quarto.
O banheiro é enorme e espaçoso, temos uma banheira enorme um chuveiro no canto e uma
pia de mármore preto com bancada dupla. Ligo o chuveiro e espero a água esquentar, enquanto
isso ajudo Lara a tirar a roupa dela, quando terminamos eu tiro a minha rapidamente e entramos em
baixo dos jatos de água.
Coloco sabão na minha mão e esfregou as costas dela, estaria mentindo se dissesse que meu
pau não ficou duro com simples contato com sua pele, mas eu me controlei.
— Você prometeu. — Fala vendo a reação do meu corpo ao dela.
— E não estou fazendo nada, mas não consigo controlar meu pau. — Justifico, ela dá de
ombros e se vira. Eu lavo todo o corpo dela e quando vou para boceta dela, ela está encharcada.
— Pelo visto não sou só eu.
— Não vamos fazer nada. — Diz.
— Eu sei, apenas estou te esfregando. — Me defendo.
— Sei, não espere que eu retribua o favor. — A megera rebate.
— Nesse caso, você está limpa.
— Faltou meu cabelo. — Reclama.
— Achei que não queria a minha ajuda.
— Digamos que eu gosto de ser limpa. — Dá de ombros.
Encho minha mão com shampoo e esfrego a cabeça dela em círculos, ela fecha os olhos e
solta um gemido em sinal apreciação.
— Bom?
— Ótimo, se não estivesse com raiva de você eu até te daria um beijo.
— Se eu fizer isso amanhã, tenho chances de ganhar o beijo?
— Quem sabe? Agora é a minha vez. — Ela pega o frasco de shampoo e despeja um pouco
nas mãos, e faz sinal para eu me abaixar um pouco.
Fico um pouco receoso do toque, mas o movimento suave das mãos dela e a leve passada
das unhas dela em meu couto cabeludo me fazem relaxar e fechar os meus olhos.
— Está gostando? — Pergunta.
— Sim, é diferente. — Admito, eu nunca tive esse tipo de aproximação com outra pessoa. —
Mas um diferente bom.
Ela faz sinal para que eu me ajeite e coloque a cabeça em baixo da água.
— Preciso de roupas.
— O seu lado do closet está cheio de roupas que mandei que comprassem para você.
— Você é o que? Algum tipo de Christian Grey?
— Não, mas se quiser que eu bata na sua bunda é só virar que eu faço com todo prazer.
— Isso é…
— Fantástico?
— Ridículo, bem ridículo. Agora termine seu banho de uma vez enquanto eu me visto. Quero
ir ver meu pai. — E assim ela me deixa sozinho no banho.
Não me demoro muito no banho, sei como é difícil ter um parente em um hospital. Eu fiquei
apavorado quando meu irmão tomou um tiro, imagino ela. Me seco e saio nu do banheiro em
direção ao closet. Lara fica parada me olhando com a boca aberta.
— Qual é o seu problema?
— Meu problema?
— Sim cadê suas roupas?
— Eu estou indo pegar, e não é como se você não tivesse me visto pelado agora pouco.
— Mas foi diferente.
— Não foi diferente, e não comece. — A deixo parada no quarto.
Vou para o closet, coloco uma roupa simples. Jeans escuro, camisa branca, jaqueta do clube
e um coturno. Lara está vestida da mesma forma que eu, jeans, camiseta e jaqueta. Por falar em
jaqueta, volto para o meu lado do armário e pego o Patch de senhora dela.
— O que é isso? — Ela diz, olhando para o Patch.
— Meu Patch, você tem que usar ele.
— Não tenho que usar ele, caso não lembre estou com você por causa do maldito contrato e
não por vontade própria. Portanto se quer que eu use suas merdas faça por merecer. — Ela se vira
e me deixa parado em meio ao quarto, com a boca aberta.
Lara está empenhada em me fazer sofrer e estou com muito medo de que consiga. Nesse
pouco tempo ela tem mais coisas minhas do que qualquer outra mulher que já esteve na minha vida
conseguiu.
E ela não faz ideia do que conquistou.
Capítulo 12
ALEXA
***
TAYLER
— Meus parabéns vocês vão ter trigêmeos. — Fala a médica da Alexa nos olhando com um
sorriso.
Fico parado por um tempo digerindo a informação em seguida tenho um misto de
sentimentos; fico feliz, assustado e por fim o medo me vence e a minha vista escurece e não vejo
mais nada. A próxima coisa de que me lembro é de acordar com a Alexa sentada ao meu lado, com
uma cara de riso.
— Finalmente você acordou, Bela Adormecida. — Zomba, passando a mão pelo meu
cabelo. — Agora podemos ir embora?
— Claro. — Faço de conta que não paguei a porra do mico do século, me levanto e dou a
mão para Alexa a puxando gentilmente para fora da sala.
Felizmente o meu desmaio não é o tema de conversa que a Alexa escolheu.
— Satisfeito? Seu pau sabe trabalhar direito e graças a Deus vou ter que passar por uma
única gravidez.
— Não estou gostando de você agora. — Brinco.
— Mas gostava antes de desmaiar no consultório da minha ginecologista. — Ela nunca vai
me deixar esquecer essa merda.
— Vai ficar me lembrando disso para resto das nossas vidas?
— Claro que sim! Mas não só eu, tirei algumas fotos e mandei para o meu pai. — Confessa.
— Vou dar uns tapas na sua bunda. — Pra afirmar o que eu estou dizendo dou um tapa em
sua bunda, devagar.
— Ei, eu não tenho culpa que você é um molenga. — Provoca assim que entramos no carro.
— Vou mostrar o molenga para você lá no hotel. — Ela deita com a cabeça no meu ombro
enquanto dirijo.
Infelizmente no momento em que chego ao hotel, recebo uma chamada do meu irmão e
depois outra só que em outro número, ao que parece as coisas estão fodidamente estranhas no
clube e ele está precisando de mim lá. No entanto, como nada com Alek é normal ou previsível
tenho que alugar a porra de um jato particular e não deixar ninguém saber que estamos voltando
para casa.
— Por que ele pediria uma coisa dessas? — Alexa está sentada em cima das minhas costas
me massageando.
— Alguma merda grande aconteceu, e tudo o que sei é que o clube foi atacado.
Ela sai das minhas costas e deita ao me lado, coloca a mão no meu rosto e faz carinho. Posso
ver pela expressão que ela está com medo.
— Alguém se machucou?
— Alguns prospectos que estavam de guarda morreram, e por mais merda que isso seja, não
quero pensar nisso agora. Esse é nosso último dia aqui e confio neles para segurar a onda enquanto
fingimos que nada está acontecendo por mais algumas horas — Falo me levantando e me
colocando entre suas pernas.
— Não fique assim. — Ela passa os dedos pelos meus cabelos, e suas carícias são sentidas
no meu pau. — Tayler, nós dois sabíamos que isso poderia acontecer, e eu também quero fingir por
mais algumas horas que não tenho o risco de quase te perder mais uma vez.
Porra, eu não quero que ela fique se sentindo dessa forma.
— Não vai acontecer de novo, agora que tenho vocês na minha vida, vou matar antes de
morrer. — Garanto. Nenhum filho da puta vai brincar com a minha família e desde que Lara é
parte do clube e namorada do meu irmão então isso inclui ela.
— Ótimo e como pretende ir para casa sem pegar um voo normal?
— Alugando um jato.
— Isso não vai dar certo! Mesmo pagando eles vão pedir documentos e podemos ser
rastreados.
— Alek disse que podem estar usando os recursos do FBI.
Pensar que alguém que tem conhecimento e poder para nos atacar está correndo por aí a
solta me deixa nervoso.
— Nesse caso vamos usar os meus recursos.
— Eu fico duro só de ouvir você falar assim.
— Sorte sua que sou boazinha e posso dar um jeito nisso. E quando digo isso, estou me
referindo as duas coisas.
— E como você pretende dar um jeito?
— Em você ou em nosso transporte? — Ela franze a testa, a barriga de Alexa está
aparecendo já.
— No voo?
— Eu tenho alguns amigos a quem sempre dou uma ajuda quando se encrencam, e por acaso
eles são pilotos e tem um avião. — Ela sai de baixo de mim e faz com que me deite por baixo
dela.
— Sabe que não podemos ser bruscos. — Reclamo, pensando no que sua médica me disse.
— Pobre bebê, você não pode ser brusco comigo, mas eu posso ser com você. — Provoca.
— Baby, eu só quero estar dentro de você agora. — Com isso eu a puxo com cuidado para
cima de mim e rolo pro lado. — Vamos ser contidos agora.
— Você é tão chato.
— Apenas seguindo ordens médicas, não vamos fazer nada que possa machucar você e os
bebês.
— Bebês. — Repete e suspira. — Já imaginou isso, vamos ter três filhos de uma vez. — Ela
fala com um misto de medo e emoção.
— Não pode negar que sou um garanhão reprodutor. — Me gabo.
— Um garanhão reprodutor que vai transar comigo apenas de camisinha depois que essas
crianças nascerem, não podemos arriscar ter mais bebês, não quando vamos ter três de uma só vez.
— Divaga.
Olho nos olhos da Alexa, e me pergunto como pude viver tanto tempo sem ela? Como eu tive
coragem de afastá-la de mim há sete anos? Se eu tivesse que fazer isso novamente, tenho certeza
de que estaria morto, o meu coração não aguentaria passar por isso mais uma vez.
— Eu te amo e não importa quantos filhos nós teremos, e olha que eu quero muitos com
você.
— Muitos?
— Uns 10 está de bom tamanho, já temos três.
— Você acha que eu sou o que, uma cadela que pari de monte? — Pede irritada.
— Não. — Respondo, para evitar uma briga desnecessária. — A mulher que eu amo e não
vou abrir mão de construir uma família e te manter presa a mim.
— Eu também te amo. — Ela fala e ergo o vestido dela, puxo meu pau para fora da calça,
deslizando-o sobre seu clitóris, em seguida guio para a sua entrada apertada.
Deslizo com facilidade dentro dela já que ela está encharcada. E assim nós fazemos amor
com calma e cuidado, como deve ser quando se está grávida de trigêmeos.
— Se você continuar com essa folia de ir devagar, vou chutar sua bunda e usar um vibrador.
— Ameaça.
— Não me provoque. — Movimento meu quadril fazendo ela gemer mais alto.
— Lara me disse que seu irmão tem um piercing, por que você não põe um? — Alek sempre
fodendo a minha vida.
— Nem fodendo vou deixar uma agulha perto do meu pau. — Meto nela com força, se Alexa
quer uma foda bruta, vou dar uma foda bruta e com carinho ao mesmo tempo.
— Foda sim. — Grita. — Mais forte Tayler, toque meu clitóris. — Pede e eu levo a minha
mão sobre o pequeno botão inchado dela e ela geme e se contorce em baixo de mim. — Mas sobre
o piercing eu adoraria que você colocasse um.
— Meu pau não está bom o suficiente assim? — Giro meu quadril de novo e ela geme e
crava as unhas nas minhas costas, e porra isso é muito sexy.
— Está! Mas sabe como é, a grama é mais verde do outro lado. — Alexa passa língua no
meu pescoço e depois dá um chupão.
— Posso perder a ponta do meu pau se aquilo infeccionar. — Ela quer mesmo ter esse tipo
de conversa em uma hora dessas? Justo quando estou tão perto de gozar?
— Nesse caso, deixa quieto não quero correr o risco de perder uma das… Oh céus, sim…
Eu vou gozar. — Ela interrompe o que estava falando, sinto seu interior se apertar e ela goza em
volta do meu pau.
— Porra Alexa, não vou aguentar mais. — Meto nela mais algumas vezes e enfim gozo,
enchendo a minha mulher, e futura mãe dos meus filhos com a minha porra.
— Eu gosto das nossas conversas durante a foda, elas são esclarecedoras. — Provoca, e eu
a beijo.
— Gosto de todas as nossas conversas. — Admito.
— Que bom, você ainda consegue me deixar surpresa com o quanto pode ser fofo!
— Sou assim com você, só com você. — Respondo com toda sinceridade. — Mesmo
espalhando fotos minha desmaiado. — Dou um selinho nela que cai na gargalhada.
— Eu te amo porque você me faz dar risada quando eu estou apavorada. — Ela acaricia meu
rosto. — Agora preciso levantar e telefonar para esse meu contato.
— Não sei, eu gosto de onde estou. — Digo, mas saio de dentro dela.
— Também gosto de ter você assim baby, mas temos coisas a fazer e uma delas é salvar a
bunda do seu irmão.
Observo Alexa se levantar e andar pelo quarto nua, ela é a grávida mais linda que já vi. E a
ideia de que em breve vamos ter três bebês chegando me deixa com uma sensação de paz, sei que
vamos ficar um tempo sem sexo e também vamos dormir pouco, mas é assim que uma família de
verdade é.
E quero dar para os meus filhos, tudo aquilo que eu não tive.
Capítulo 13
LARA
F
acalmar, mesmo com todo o meu mau humor constante.
inalmente estou no hospital e vou poder ver o meu
pai. Por mais preocupada que eu esteja, tenho que
admitir que Alek foi muito gentil em tentar me
— Olá, estou aqui procurando por um paciente, o nome dele é Mick. — Falo com a
recepcionista. — Ele deu entrada aqui há pouco tempo.
— Lamento, mas eu só posso dar informações para familiares então…
— Eu sou a filha dele e se você não me falar onde ele está vou fazer um escândalo aqui. —
Ameaço.
— Fique calma senhorita, ele está no quarto 210 e o médico está com ele.
Assim que a mulher me diz, eu saio em disparada em direção ao quarto onde meu pai está,
Alek me segue de perto, preocupado comigo e com o que os meus nervos podem fazer com o nosso
bebê.
Ele me disse que me contou sobre o meu pai para que eu soubesse que ele está falando sério
sobre a gente e que não vai mais esconder nada de mim. Não vou negar que fiquei muito
agradecida por sua atitude, mas se Alek pensa que vou facilitar para o lado dele, está muito
enganado.
Por mais que eu sofra no processo, se ele me quiser de volta vai precisar mostrar que está
empenhado em nos fazer dar certo.
Quando entro no quarto, vejo meu pai dormindo. O médico está ao lado dele com uma pasta
nas mãos e fazendo anotações enquanto a enfermeira monitora sua pressão arterial. Assim que
entro sua atenção se volta para mim.
— Quem é você? — Questiona.
— Eu sou a filha, gostaria de saber se está tudo bem com o meu pai. — Respondo.
— Certo. — Diz. — Seu pai nos deu um grande susto, em especial na doutora Willow. A
bala passou perto do coração, por sorte não atingiu nenhuma artéria. — Explica. — Ele está
sedado e vai passar um tempo aqui em observação.
Claro que algum bastardo tentaria matar meu pai. Essa situação tinha que acontecer justo
quando a minha vida está uma verdadeira bagunça.
— Posso ficar aqui com ele?
Sinto Alek me encarando do outro lado do quarto.
— Lamento, mas não. — Ele deve ter visto a minha cara nervosa, pois logo diz; — Vou dar
uns minutos para vocês dois ficarem a sós com ele e em seguida peço que vão embora, ele precisa
de descanso. — Com isso ele sai e a enfermeira o acompanha.
Assim que eles saem, vou até a cama do meu pai e seguro sua mão na minha. A sensação de
medo que estou sentindo é horrível. Eu nunca pensei muito sobre a morte e ter ficado cara a cara
com ela duas vezes em um curto espaço de tempo está me deixando apavorada.
— Lara? — Alek me chama e imediatamente sinto sua mão no meu ombro. — O médico
disse que não podemos ficar muito tempo, nós precisamos deixar seu pai se recuperar.
— Nós acabamos de chegar. — Protesto.
— Não, nós estamos aqui há meia hora e você ficou apenas olhando para o seu pai.
— Estou assustada Alek, quase perdi meu pai. — Me viro e choro contra seu peito. — Não
quero ir embora e deixá-lo aqui.
— Eu sei que é difícil para você ir, mas nós temos que deixar ele sozinho agora. Amanhã de
manhã voltaremos. — Ele me dá um beijo na testa.
Alek me leva para fora do hospital e entramos no carro dele, como não quero conversar, ligo
o rádio e espero que ele entenda que não estou a fim de conversar nesse momento. No entanto,
Alek tem outros planos e em vez de ir para casa, ele para em uma pizzaria.
— Você não comeu nada o dia todo e eu estou faminto, juntei o útil ao agradável e por isso
estamos aqui. — Sai do carro e dá a volta, abrindo a minha porta. — Senhora. - Ele faz uma
reverência, eu desço do carro e ele me guia para dentro da pizzaria.
Quando entramos vejo que o lugar é simples, mas sofisticado ao mesmo tempo, para que
ninguém se sinta deslocado.
— Gostou? — Pergunta.
— Sim, como você conhece esse lugar? Achei que tivesse mudado para Nova York ainda
jovem e esse lugar aqui parece ser novo. — Estou intrigada.
— Venha. — Ele me puxa para uma mesa no canto e eu me sento com ele ao meu lado, e só
então Alek começa a falar. e começa a contar. — Esse lugar está aberto desde que eu era criança,
eles apenas fizeram uma reforma.
— Sua mãe te trazia aqui?
— Às vezes. — Dá de ombros e olha em volta. — Quando ela queria me manter de boca
fechada sobre… — Ele para de falar, vendo que deixou escapar algo. — De qualquer forma, não é
a hora certa para falar disso.
— Um dia você vai ter que falar comigo sobre isso, mas só quando estiver pronto.
— Isso quer dizer que você vai nos dar uma chance? — Pergunta esperançoso.
— Não, isso significa que estou te dando um ano para me conquistar, caso não aconteça vou
embora e a única ligação que teremos será nosso filho.
— Vou te contar, só não estou pronto pra falar agora. — Ele parece desesperado.
— Não vou te pressionar, isso é coisa sua. — O tranquilizo. — Só espero que um dia você
confie em mim. — O garçom escolhe essa hora para aparecer.
— Alek, quanto tempo. — O garçom é um senhor de cabelos brancos com um sorriso gentil.
— É ótimo te ver de volta, gostei da reforma. — Alek responde sorrindo.
— Foi uma coisa necessária, depois da reforma o movimento aumentou muito. — Conta.
— Isso é muito bom. — Alek pisca para mim e nos apresenta. — Toni essa aqui é minha
mulher Lara, Lara esse é Toni, um velho amigo meu. — Estendo minha mão para Toni e ele em vez
de apertar, dá um beijo.
— É um prazer conhecê-la madame. — Me divirto com o galanteio.
— Pode me chamar de Lara, todo amigo do Alek é meu amigo.
— Então você vai ter poucos amigos, esse garoto é marrento. — Toni me faz rir.
— Assim que você parar de flertar com a minha mulher, Toni, vou querer a mesma de
sempre. — Alek brinca.
— Claro, e para beber?
— Refrigerante. — Falo ao mesmo tempo que Alek diz. — Suco de laranja.
Alek me encara e diz;
— Você não pode tomar cafeína e isso tem no refrigerante.
— Eu quero. — Cruzo os braços, Toni está assistindo nossa cena com sorriso no rosto.
— Não pode tomar e ponto! — Rebate ele.
— Se o bebê nascer com cara de Coca-Cola, a culpa vai ser sua. — Digo e isso o convence.
— Tudo bem, mas apenas hoje.
— Ótimo, vou buscar o pedido de vocês dois. — Toni sai.
Alek fica me olhando por um tempo, ele está pensativo, mas o sorriso no rosto dele me faz
querer saber tudo o que está se passando em sua mente.
— Alek, você está me assustando.
— Eu estou feliz, e eu também gosto disso. — Ele acena para nós.
— Disso?
— Estar aqui, com você e em breve nosso filho. — Sorri, e eu realmente percebo o que ele
está querendo dizer. — É como se eu estivesse tendo uma segunda chance.
Ok, essa parte eu não tenho nenhuma ideia do que signifique, mas entendo o que ele diz
sobre estar feliz, eu posso ver um pouco daquela aura sombria e obscura que sempre está presente
em seus olhos.
— Acho que só vou entender as coisas que você fala quando você decidir me contar sobre
seu passado. — Brinco com o meu guardanapo.
— Talvez quando chegarmos em casa eu te conte tudo. — Ele sabe o que está fazendo.
— Você está me deixando nervosa e ansiosa, se você não me contar, vou morrer de
curiosidade. — Declaro, e ele ri.
— Prometo não mudar de ideia, mas não vai ser uma coisa fácil e muito menos bonita. —
Ele fala, meu coração se parte só em pensar que alguém um dia fez mal a ele.
— Eu sei, mas independente disso quero que saiba que estou aqui agora e seu filho e eu
vamos sempre te apoiar e te amar. — Estendo a minha mão por cima da mesa e pego na dele.
— Sei que vou soar como uma bicha agora, mas diga de novo. — Ele pede.
— Dizer o que? — Pergunto confusa.
— Que você e meu filho me amam e sempre estarão comigo. — Vejo dor em seus olhos.
Maldito machismo e sua forma de fazer com que todos tenham que seguir suas regras
estúpidas. Qual o problema que os homens veem em chorar, declarar seu amor e até mesmo pedir
por ele? Demonstrar sentimentos não é algo que deveria fazer as pessoas se sentirem mal.
— Em primeiro lugar, demonstrar sentimentos não faz de você uma bicha, na verdade esse
termo é horrível. — Declaro. — Em segundo lugar, nós sempre estaremos ao seu lado. Eu te amo
Alek e mesmo se no final desse ano nós não ficarmos juntos, sempre vou te apoiar. Acima de tudo
te admiro e isso não muda, nem com esse contrato maluco ou com as camisinhas furadas. —
Admito.
— Eu vou conquistar você, vou te provar que por mais estranho que seja a minha forma de
amar, eu te amo. — Essa confissão dele faz meu coração disparar.
Toni escolhe esse momento para trazer nossos pedidos, a pizza de quatro queijos está
cheirando muito bem. Depois que ele se afasta, Alek nos serve um pedaço e a primeira mordida
que eu dou é como se tivesse tendo um orgasmo pela boca.
Ok! Isso foi estranho, mas a pizza é fantástica! Tão fantástica que eu solto um gemido, e
quando abro meus olhos, Alek está me observando olhos escuros de desejo. Engraçado, achei que
agentes secretos fossem bons em esconder as emoções, mas Alek sempre deixa claro o que está
sentindo, principalmente em relação a sexo.
— Porra Lara, não faça isso. — Diz. — Você não quer que eu te toque, então pare de me
deixar de pau duro. Coma direito essa comida, e não como se tivesse comigo chupando sua boceta.
Claro, ele tem que ser um ogro.
— Céus Alek, não fale essas coisas aqui, alguém pode escutar. — Sinto as minhas
bochechas ficarem vermelhas.
— Não é como se as pessoas possam nos escutar aqui e outra, esses casais também fazem
isso.
— Mas eles não precisam saber que você… — Não consigo terminar de falar, Alek me
interrompe.
— Que eu chupo sua boceta até que você goze e não consiga sentir suas pernas?
— Por aí.
— Bem dona inocente, você está grávida de um filho meu e não foi comendo melancia que
ele chegou aí. — Com um sorriso e uma piscadela, Alek morde sua pizza, e nós damos o assunto
por encerrado.
O resto do jantar é tranquilo e divertido, Alek e eu falamos sobre nossas vidas e o que
vamos fazer no quarto do bebê. Eu quero um quarto branco e com tema de circo, já Alek quer um
quarto amarelo-claro e tema de bichinhos.
Bem depois de ouvir toda a ideia dele eu admito que o quarto ficaria um sonho de tão fofo.
— E quanto ao sexo do bebê? — Questiono.
— O que tem isso? — Pergunta confuso.
— Você quer saber se é menina ou menino antes de nascer, ou vai esperar pelo nascimento?
— Eu queria saber antes, para que a gente possa se preparar para a chegada. Mas se você
quiser saber depois, eu vou aceitar a sua decisão, afinal vindo com saúde é o que importa. — Dá
de ombros e volta beber seu refrigerante.
Alek sempre sabe como balançar o meu mundo. Tem como uma pessoa ser mais amável do
que isso?
— Também quero saber, e assim saber o que comprar de roupas, decoração e enxoval.
— Você e a Alexa vão gostar de ir as compras juntas.
— Claro que sim! Falei com a Alexa hoje e ela me disse que tinha novidades para todos,
Tayler, no entanto, parecia que estava passando mal. — Conto.
— Meu irmão só fica nervoso se for algo envolvendo a Alexa, caso contrário ele resolve
tudo friamente. — Comenta Alek e sei que ele está certo.
— Dessa parte eu sei. — Concordo, lembrando dos dramas do Tayler com o casamento. —
O que nos resta é esperar ambos voltarem para casa. Eles estarão de volta essa semana?
— Tayler não pode ficar tanto tempo longe do clube, e ele quer manter Alexa em casa e
perto de um médico confiável. Por falar nisso, nós precisamos achar um médico na cidade para
acompanhar a sua gestação.
— Eu sei, vou esperar Alexa e Tayler voltarem e vou no mesmo médico que ela.
— A única condição que tenho é que seja um bom médico, quero vocês dois seguros.
— Eu também quero manter o bebê bem seguro. — Falo. — E o Tayler não deixaria a Alexa
na mão de qualquer um. — Lembro e em seguida bocejo, Alek vê e imediatamente levanta a mão,
chamando Toni.
— Sim. — Concorda enquanto ele se aproxima da nossa mesa, e assim que ele chega diz; —
Eu preciso da conta, estamos cansados e a Lara precisa ir para a cama. — Explica e Toni pega um
bloco e calcula tudo o que consumimos, Alek tira uma nota de cem dólares e diz para ele ficar com
troco.
Toni não se surpreende com a gorjeta o que mostra que é algo normal das visitas do Alek a
pizzaria.
— Até a próxima Toni. — Nos despedimos e saímos.
Do lado de fora, Alek me ajuda a entrar no carro. Tento lutar contra o cansaço, ansiosa para
saber sobre a infância dele e o que ele quis dizer no restaurante. Seja o que for que tenha
acontecido fez um grande estrago nele. Mas o som suave do motor do carro e seu movimento logo
me fazem pegar no sono.
Só percebo que já chegamos, quando Alek abre minha porta e me leva no colo para dentro
de casa, não sei como ele consegue subir comigo até o nosso quarto, mas ele me deita na cama e
com um beijo na minha testa me cobre, e logo estou dormindo novamente.
Capítulo 14
LARA
Q
uando desligo o telefone fico preocupado com o que pode
acontecer a seguir. As pessoas que estão por trás disso
seguiram o meu irmão, o que significa que eles sabem onde
estamos, eles sabem do lugar seguro do clube.
Em uma tentativa desesperada de sair daqui sem levantar maiores suspeitas, chamo dois
táxis.
— Porque chamou dois carros? — Lara pergunta.
— Vamos nos esconder em um deles, enquanto o outro vai ser pago para dirigir para fora da
cidade, o mais longe que ele conseguir. — Explico.
— E você acha que isso vai dar certo? Será que esses caras não vão pensar a mesma coisa e
vão se dividir como estamos fazendo?
— Pode ser que sim, porém seriam menos homens para eu enfrentar. — Respondo.
— Tayler e Alexa estão bem?
— Alguma coisa aconteceu.
— O que eles disseram?
— O carro capotou, por sorte eles conseguiram sair do carro antes de quem os perseguia
ateasse fogo. — Meu celular apita com uma mensagem.
Tayler: Alexa não está bem, ela pode perder os bebês
Alek: O que o médico disse?
Tayler: Não falamos com um ainda. Fique vivo e se precisar fale com Bradox, ele está por
dento de tudo.
Alek: Alexa vai ficar bem e os bebês também. Pode deixar que eu vou resolver tudo isso.
Tayler: Sabe os caras que nos atacaram? Eu vou matá-los com as minhas próprias mãos.
Alek: Já são seus!
Essas notícias me fizeram perceber que preciso agir logo contra essas pessoas. Não é só a
minha vida que está em risco aqui, mais a dos meus irmãos do clube, e principalmente da minha
mulher e filho.
— Alguma novidade? — Lara me abraça.
— Alexa está no hospital, e está correndo risco de perder os bebês. — Conto, e sinto-a ficar
tensa contra mim.
— Ela não pode…
— Xiii, eu sei como se sente sobre isso, mas não vou deixar nada acontecer com o nosso
bebê. — Garanto.
— Não estou preocupada com isso, e sim com o fato da Alexa e do Tayler perderem seus
bebês. — Chora. — Me sinto tão culpada, eles estão no meio dessa bagunça por nossa culpa.
Me sinto um lixo em pensar nisso. Lara está certa, meu irmão estava seguro com a mulher
dele em Vegas e agora ele está em um hospital correndo o risco de perder seus filhos, e tudo isso
por que eu não soube me virar sozinho.
A campainha toca e vou atender com a arma na mão. Nesse momento não estou pensando
com clareza, a única coisa que está me mantendo no jogo é a minha raiva, e estou prestes a
descontar um pouco dela em algum desavisado. No entanto, quando abro a porta não tem ninguém,
e quando olho para o chão vejo que deixaram um envelope branco.
Olhando para os lados a procura de quem o deixou ali, eu me abaixo e o pego, em seguida
volto para dentro e tranco a porta. Esses filhos da puta estão cada vez mais ousados, e nós
precisamos sair daqui o mais rápido possível.
Ando até a cozinha, e coloco a minha arma sob o balcão, lá eu abro o envelope e me deparo
com uma caligrafia elegante.
Jovem tolo.
Pensa que pode fugir de mim e se esconder? Sei tudo sobre você e seus atos capazes de
destruir famílias inteiras, ou vai me dizer que sua namorada sabe do seu passado nojento? De
qualquer forma os seus dias estão contados, e quando ficarmos frente a frente, vou te matar
com as minhas próprias mãos.
PS: Não é triste o fato da sua cunhada ter perdido os bebês? E o mais engraçado, tudo
por sua culpa!
Preciso saber quem é esse filho da puta, desgraçado. Esse bilhete não me deu muitas pistas
já que eu fiz muitas coisas desprezíveis no passado, matei, torturei e roubei de pessoas poderosas
para o clube e também para o FBI.
— Quem era? — Lara está agora com as coisas dela prontas e vestida apropriadamente para
uma fuga.
— Um entregador. — Não posso contar a verdade para ela. — Ele estava na casa errada.
— Alek só tem essa casa por aqui. — Diz.
— Na verdade não, tem algumas casas descendo a rua e o único motivo para você não ter
visto é porquê estava escuro.
— Vamos voltar para o clube?
— Ao que parece aonde quer que vamos eles sempre sabem. O clube vai fazer um bloqueio
e vamos ficar bem lá. — Puxo ela para o meu colo e enterro a minha cabeça no pescoço dela.
— O que é um bloqueio? — Pergunta enquanto me dá acesso ao seu pescoço.
— Vamos ficar retidos no clube, ninguém entra e ninguém sai.
— E se essas pessoas decidirem nos atacar lá?
— Essas pessoas uma hora vão aparecer e eu percebi que é melhor estarmos cercados de
pessoas em quem confio e de armas que serão uteis, do que sozinhos e isolados.
— É disso que tenho medo, essa pessoa aparecer e tentar fazer algo contra nós.
— Baby, ela já está fazendo algo contra nós.
— E eu estou com medo, não quero te perder.
Nosso momento é interrompido pelo barulho de carros, e logo em seguida os táxis aparecem.
É quando mando ambos irem para a garagem subterrânea, assim ninguém vai nos ver entrando
neles. Ambos os motoristas são funcionários de um velho amigo meu, que é dono de uma frota de
táxis, e foi a quem eu pedi ajuda.
Enquanto eles fazem o que mandei, viro para Lara e digo;
— Fique aqui, vou ver se não é uma armadilha. — Ela concorda.
Vou até a garagem e comprimento os taxistas, pelo que vi as identificações batem e eles são
realmente quem dizem. No entanto, eu revisto os táxis para ter uma garantia maior de segurança.
— Por que você precisa fazer tudo isso? — Pergunta um deles nervoso, já o outro está
suando frio.
— Por garantia. — Encontro uma arma em baixo do banco e junto um silenciador, pego a
arma e viro para encará-los — Quero saber que tipo de estúpido vocês pensam que eu sou? Sério
mesmo, não se deram ao trabalho nem mesmo de ficar com ela na cintura.
— Ei cara, não viemos fazer nada. — O que estava sentado se levanta e começa a andar em
minha direção. — Tudo o que tínhamos de fazer era levar você e a garota, vivos para o chefe.
— Isso vai ser divertido. — Eles batem em mim e correm pela garagem em direção a saída,
mas eu sou mais rápido e dou um tiro em suas costas, que caem imediatamente no chão.
Não sabia que ia gostar tanto de pessoas idiotas como gostei desses dois, quero dizer, eles
me deram a arma perfeita para detê-los sem que a Lara escute. Infelizmente a minha sorte termina
quando ela aparece na porta.
— Alek, podemos ir? — Lara fica pálida ao ver os dois caídos no chão, sangue saindo de
suas costas. — Eles estão…
— Ainda não. — Interrompo. — Fique lá dentro, eu quero ver se consigo algumas
informações.
Lara concorda e volta para a casa.
Essa cabana já foi usada como enfermaria, e como resultado, ainda tem algumas macas
guardadas aqui, e uma cadeira de escritório. Em uma ocasião diferente, elas seriam usadas para
algo bom, mas hoje, vou usá-las para me divertir com esses dois idiotas.
Com um pouco de dificuldade, arrasto os dois até a maca e a cadeira, com um pouco de
trabalho, arrumo um em cima da maca e outro em sentado na cadeira, amarro bem seus pulsos e me
afasto. Vou até o freezer e pego pedras de gelo, jogo em dois baldes com água, e quando a água
fica gelada, jogo em cima deles.
Não quero perder mais tempo com essa merda.
— Desculpem a minha falta de educação, em interromper o sono de vocês, mas eu estava
louco para brincar um pouco. E para as brincadeiras que tenho em mente, vou precisar da ajuda de
vocês. — Coloco uma luva cirúrgica.
— Cara deixa a gente sair daqui você está louco. — O que está na cadeira fala.
— Logo agora que decidi brincar com vocês?
— Se isso é sobre a puta morena e o cara da estrada, estávamos cumprindo ordens.
— Então foi você? — Ele engole em seco, obviamente arrependido do que deixou escapar.
— Foram ordens, eu tenho família. — O bastardo fala como se não fosse nada demais.
— Apelar para família não vai adiantar, meu irmão estava naquele carro com minha
cunhada, ela estava grávida e por sua culpa perdeu os bebês. Mas fique calmo que com você não
sou eu quem vai brincar.
Tayler quer ter sua vingança contra esse homem, e não sou eu que vai tirar dele.
Alek: Venha agora, tenho um presente pra você.
Tayler: Mano, não tô no clima pra essas merdas agora, e outra eu disse que você e Lara
tem que sair daí.
Alek: Peguei o cara que atacou o carro de vocês, sua chance de fazer ele pagar.
Tayler: Chego em 30 minutos, mantenha ele vivo até eu chegar.
Alek: Ok.
— Não queria estar na sua pele. — Dou um tapinha no ombro do homem sentado na cadeira.
— Enquanto você espera, vou brincando com seu amigo aqui, espero que não se importe. — Ele
grita desesperado, e seu amigo que estava quieto se esperta. — Finalmente, achei que teria que te
dar choque para te acordar.
— Por favor. — Pede e em seguida grita; — Socoroooooo. — Ele tenta se soltar das
amarras que o prendem na maca.
— Pode gritar o quanto quiser, ninguém vai te ouvir. Se quiser ajuda para gritar, posso te
ajudar. — Pego um bisturi e deslizo sobre o peito dele, não corto sua pele, mas faço ele ficar com
medo.
— Por favor! — Ele implora.
— Sabe, eu me coloco no lugar de vocês nesse momento, deve ser difícil saber que está
prestes a morrer. Mas sei que se fosse minha mulher e eu dentro daquele carro, vocês teriam nos
levado para essas pessoas, sem se importar com nosso destino. — Aperto o bisturi em seu mamilo
e o arranco, apreciando seu grito de dor. — Homens como vocês, quando tem uma arma nas mãos,
tornam-se tolos o suficiente a ponto de achar que são invencíveis.
— Pensa que eles não nos vingarão? — Ele tem a audácia de sorrir.
Infelizmente para esse idiota, eu gosto de jogar duro.
— Eu sei que não. — Sorrio. — Vocês se acham importantes, mas não passam de dois paus
mandados de merda. Foram enviados para ser meus brinquedos, eles sabem do que sou capaz e
nesse momento, estou muito feliz com a ideia de matá-los.
O bastardo cospe na minha cara, e o meu sorriso aumenta, parece que alguém quer começar
a brincadeira. Caminho até a bancada de ferramentas e pego um alicate, em seguida me aproximo
do seu ouvido.
— Eu deveria cortar a sua língua, mas como você é o único estúpido que está falando, vou
ser bondoso e apenas arrancar seus dentes. — Digo. — Um a um, cada vez que você abrir a sua
boca para falar merda sobre minha família.
O desgraçado não leva em conta meu aviso, e começa a me provocar.
— Acha que eu ligo para o que você vai fazer comigo? De um jeito ou de outro você e
aquela sua putinha vão acabar mortos. — Diz e eu forço sua boca aberta e arranco um dente.
— Admiro sua resistência, poucos imbecis continuam suas provocações depois disso. —
Sorrio.
— Talvez esteja olhando da forma errada, eu vejo prazer onde você só vê dor. — Olho para
baixo e solto uma maldição, o filho da puta está excitado.
Que tipo de bandido lida bem com a dor e sente prazer em ser torturado? Claro, o tipo de
bandido que é dominado por uma pessoa muito esperta e que sabe manipular pessoas e levá-las a
fazer o que ela quer. É brilhante de certa forma, se eles gostam de dor, não abrem a boca.
—Se você quer se divertir um pouco, vou permitir que faça isso. — Digo. — Antes de
retomarmos a nossa brincadeira, vou garantir que não sinta prazer com mais nada. Está na hora de
te castrar.
Capítulo 23
ALEK
Pego um pouco de soda cáustica e misturo com cuidado, em um recipiente. Se esse filho da puta
gosta de sentir dor, é exatamente isso que vou dar a ele. Talvez eu até seja legal e permita que ele
saia vivo daqui.
— Gosta de sentir dor, não é? — Pergunto enquanto pego uma seringa de metal e encho com
a soda.
O filho da puta tem sorte de ser eu quem está aqui e não o meu irmão. Tayler não é uma
pessoa famosa por sua paciência, muito pelo contrário, meu irmão a essas horas, teria esse filho da
puta pendurado no teto pelo pau dele, e amputaria o membro puxando.
— Alek? — Escuto Lara me chamar e como não a quero aqui, deixo a seringa longe dos dois
e vou até a porta da garagem.
— Lara? — Chamo ela que se aproxima. — Preciso que fique aqui e se a campainha tocar,
você me dá um toque no celular e eu vou ir ver quem é. Mas preciso que você fique longe da porta
de entrada e daqui também. — Aviso.
— Tudo bem, mas o que vai acontecer com eles? — Ela está curiosa e nervosa.
— Esses homens são maus, eles fizeram o Tayler e a Alexa sofrerem um acidente e até agora
a única pista que tenho é de que eles perderam os bebês. E tudo isso graças a esses animais idiotas
que iriam nos levar para nos matarem. — Eu falo. — Agora por favor feche a porta e fique no
quarto e se alguém bater me ligue. — Dou um beijo nela e em seguida me afasto fechando a porta.
Assim que me viro para eles a expressão em meu rosto muda de apaixonada para puto, e eu
estou pronto para matar, e é exatamente isso o que vou fazer. Pego a seringa da mesa e me
aproximo do infeliz deitado lá, esse cara vai pagar por ser burro e vou me encarregar de fazer isso
doer o máximo possível.
— Por que não convida sua namoradinha para assistir enquanto você me dá prazer? —
Mesmo sem dentes e sabendo que vai morrer, ele está sentindo prazer e implorando por mais.
— Pensa que vai conseguir me afetar? — Pergunto escondendo a minha raiva. — Acha que
vai continuar se divertindo?
— Tenho certeza que sim, minha mestra me treinou para isso.
— Quer me falar algo sobre sua mestra? Adoraria que começasse a falar, antes que eu acabe
com você? — Eu removo a parte de baixo da roupa dele e o deixo pronto para a próxima fase.
— Não tem nada que eu vá dizer depois que você brincar comigo. — O sorriso desdentado e
ensanguentado continua lá.
Fico em silêncio, não sinto como se tivesse que falar algo depois dessa cena.
Esse cara tem uma mente venenosa e ardilosa, e se ele continuar sem me dizer o que quero
saber, vou mantê-lo aqui, e as coisas só vão piorar para o lado dele. Não sou o tipo de cara que
vai ficar aqui e deixar que ele se divirta as minhas custas. A minha decisão de injetar o ácido em
seu pau, é a certa, ele não vai ter como sentir prazer com essa merda.
Seu pau é pequeno e está duro, o que facilita para que eu não tenha que tocar nele.
O bastardo sorri quando aproximo a seringa do pau dele, mas o sorriso dele morre quando
começo a injetar o conteúdo da seringa em suas bolas. Mesmo com a dor que começa na medida
em que o líquido vai se espalhando ele ainda ri, e me provoca.
— Isso é estranho, mas, ainda assim, gostoso.
— Vamos ver se você vai gostar disso por muito tempo. — Falo, e na medida que o tempo
passa, ele começa a gritar, e dessa vez seus gritos são de dor.
— Ahhh… Para com isso… Por favor… — Ele tenta se soltar.
De onde estou, posso ver seu saco derretendo.
Olhar o que acabei de fazer a esse homem embrulha o meu estômago, começo a sentir uma
onda de remorso pelo que fiz a ele, até que me lembro que esse cara é a razão pela qual meu irmão
e a Alexa estão no hospital, sofrendo depois de um aborto.
— Não acho que esteja com tesão agora. — Provoco e escuto o outro cara dar uma risada,
me viro pra ele e com o maior sorriso cínico, pergunto; — Achou engraçado? Se eu fosse você,
estava rezando em vez de dar risada. Se pensa que o que estou fazendo com ele é doloroso e
engraçado, não queira estar na sua pele quando meu irmão chegar aqui.
Vejo seus olhos se arregalarem e o medo estampado em seu olhar, me faz dar risada.
Não sei o que está acontecendo comigo; se é a adrenalina ou se sou um filho da puta fodido
que gosta de ver essas coisas. Por um momento me preocupo com a minha sanidade, até que me
lembro que estou aqui pelo meu irmão e pela minha mulher, ninguém fode com a minha família e
sai impune.
— Você é doente. — Geme o que está na maca improvisada.
— Acha que sou doente? Não sou eu quem está sentindo prazer ao ser torturado, também não
eu quem está por aí perseguindo pessoas em nome de um sádico filho da puta. — Rebato.
— Isso não vai acabar tão cedo. — Garante. — Minha mestra não vai te deixar sair impune.
— Chora. — E eu nunca vou falar nada para você. Não com esses truques baratos que está usando,
eu até senti prazer nisso. — Sorri em meio a dor.
Doente do caralho.
— Sua “mestra” — falo fazendo aspas com a mão. — Não dá a mínima para você. Se ela se
importasse com você, te mandaria até mim? Ela sabe o que está acontecendo aqui e até agora não
apareceu.
— Ela vai vir, ele apenas não permite que ela venha agora, precisa dela por mais tempo ao
seu lado.
Esse idiota está me dando o que quero e nem percebeu isso.
Existem duas pessoas por trás de tudo isso, duas pessoas que querem acabar comigo e com a
Lara. Pensando em tudo o que nos aconteceu até agora, o envenenamento da Lara é uma coisa
pessoal. Veneno sempre é algo pessoal, mais fácil de matar, e ajuda a suprir a raiva que o
assassino nutre contra sua vítima, e tudo isso sem levantar pistas.
— Lembra da sua infância? — Pergunta, e fico paralisado com suas palavras. — Todos
aqueles abusos e a dor? — Como ele sabe sobre minha infância? — Não fique parado aí com essa
cara de idiota, não era isso que você queria; que eu te contasse a verdade? Tem certeza que é isso
o que quer?
— Se vai começar a falar faça isso de uma vez, e talvez eu tenha piedade de você. — Falo.
— Era uma vez… não essa não vai combinar com a história que tenho para contar. Vai ficar
muito cliché. — Zomba. — Você pode ter acabado com as minhas bolas, mas quem vai dar o golpe
final aqui sou eu.
— Estou esperando, não vai querer me deixar com raiva. — Digo, ignorando suas palavras.
— Talvez eu queira, mas vamos lá…
"Havia uma pequena garota, ela era filha única de um homem bom e gentil. Esse homem
amava sua esposa e sua filha acima de tudo, mas esse homem foi seduzido pelo poder de
sedução de uma bruxa má e sua pequena cria. A cada dia que passava o homem negligenciava
cada vez mais sua família, e tudo para passar mais tempo com a prostituta do mal, até
brinquedos e presentes ele levava para essa nova família.
A pobre garotinha chorava cada vez que ele saia, e conforme o tempo passava ela
descobriu o lado negro que existia dentro dela, e aos poucos ela foi dominada pela raiva. Como
toda criança, ela não tinha o controle de nada e, na medida em que os anos se passaram essa
raiva só se fez maior.
Um dia o pai dessa garotinha não voltou para casa e quando foram o procurar,
encontraram ele morto. Seu carro havia caído do penhasco e explodido. Mas a menina sabia
que era obra do demônio, e jurou vingança! Não só para quem acabou com a vida de seu pai,
mas para todos aqueles que ele amar."
— Então aquele pedaço de lixo teve uma filha? — Era só o que me faltava. — Uma puta
psicótica querer vingança porquê matei o pai dela?
— Ela é superior a você. — Fala em tom baixo devido a dor.
— Vou te dizer o que vai acontecer, já que você não estará aqui para ver. — Finjo pensar
por um minuto. — Ou talvez eu te deixe sobreviver já que quero fazer essa vadia sofrer. Eu vou
matá-la, mas não vai ser rápido, vou torturá-la tanto que a desgraçada vai desejar estar morta.
Escuto um celular tocando, o barulho vem de dentro da calça que tirei desse verme. Quando
pego o telefone vejo no visor a foto de uma mulher, ela me parece um pouco familiar, então a ficha
cai, eu estudei com ela.
Atendo a ligação e espero que ela termine de falar.
— Até que enfim você atendeu, não posso acreditar que aquele filho da puta te mandou
nessa missão. Assim que voltar vou te castigar por não ter pedido a minha permissão.
— Lamento te informar, mas seu capacho não vai voltar. Vou me divertir tanto torturando ele,
que quando finalmente o matar ele vai me agradecer por isso. Na verdade ele já não tem mais o
saco. — Saúdo a desgraçada.
— Vejo que finalmente pode ter uma pista de quem eu sou. — Consigo ouvir a alegria em
sua voz. — É bom conversar com você depois de tanto tempo.
— Não me venha com essa Charlotte. — Corto a merda do papo furado. — Eu quero que
venha até mim, se quiser realmente ter uma vingança digna ou vai continuar se escondendo como
uma maldita rata? — Ela tem que aparecer.
— Tentador meu amigo, no entanto, tudo tem seu tempo. — Diz. — Não faça nada com
meu pequeno bichinho, isso não vai ser legal para você.
— Quando você decidir dar as caras aqui eu paro de torturá-lo, até lá nosso tempo juntos
vai ser um pesadelo para ele. — Desligo o telefone.
No momento em que eu desligo o celular e me viro vejo Tayler parado na porta.
— Esse telefonema significa que você descobriu quem está por trás de tudo? — Pergunta se
aproximando.
— Sim, lembra de quando estava na escola e tinha uma garota estranha que estudava comigo
que era filha de um traficante de drogas, ele era um dos pequenos. — Não conto para ele sobre o
filho da puta ter me estuprado por anos até que consegui me defender.
— Então a estranha quer vingança pelo que? — Pede, enquanto analisa o estrago que fiz no
homem.
— O pai dela teve um caso com a vadia da nossa mãe. — Conto.
— Não posso acreditar que ela se rebaixou tanto a ponto de sair com aquele desgraçado. —
Diz.
— Mesmo sendo um dos pequenos traficantes, ele tinha dinheiro e ela gostava de qualquer
um que bancasse seus vícios. — Dou de ombros.
— Qual desses dois aqui tentou foder com a vida da minha mulher?
— O que está sentado. — Digo. — Vou aplicar um sedativo no que está na maca e aplicar
uns remédios para a dor.
— Posso saber motivo do cuidado?
— Ele é alguém importante para a vadia, e eu quero fazê-la sofrer. — Conto. — Mas posso
fazer isso depois, vou deixar você se divertir com esse verme aqui. — Falo e com um
comprimento caminho até a porta, mas antes de sair me viro e pergunto. — E a Alexa e os bebês?
— Eles estão bem, foi apenas um susto causado pelo estresse da situação, o médico deu um
sedativo para ela e a deixou em observação. — Explica.
Não consigo descrever a sensação de alívio que toma conta de mim ao receber essa notícia.
Capítulo 24
LARA
— Finalmente! Estávamos cansados de esperar você acordar. — Falo me aproximando dela para
olhar bem em seus olhos.
— Você está latindo para a árvore errada idiota, quer me torturar e me infringir dor? Vá em
frente. — A puta tem a audácia de sorrir.
— Eu quero te torturar e como seus amigos me ensinaram algumas coisas nos breves
momentos que estivemos juntos é que você gosta de dor e tira prazer dela. — Falo. — Não tem como
te castrar como fiz com seu animal de estimação, mas descobri outra maneira.
— E que maneira seria essa? — Ela fala sarcástica.
— É simples. — Me aproximo da parede, ela não teve como notar que o animal dela estava
amarrado pelos braços e pernas, já que Tayler cobriu ele e saiu de perto. No momento em que o pano
cai vejo os olhos dela se arregalarem, mas ela logo máscara as emoções.
— Esse aí — diz com desdém. — Não me importa.
— Não sei qual é o seu problema, puta. Mas sei quando uma pessoa se importa com a outra.
Você queria usar minha família pra me atingir, as pessoas que amo e são inocentes. Agora é a minha
vez de me divertir e te fazer sofrer da pior maneira possível.
— Seu plano não vai funcionar.
— Ah não? — Pergunto. — Acredito que vai e sabe o porquê? Consegui te trazer aqui, te fiz
parar de brincar de gato e rato e a trouxe aqui. Trabalhei pro FBI, tracei o perfil de tantos criminosos
psicopatas como você que conheço seu joguinho de longe. — Falo e me aproximo do armarinho com
rodas, cheios de ferramentas que Tayler deixou preparado pra mim.
Analiso todas as ferramentas e decido pegar uma faca de bico, perfeita para abrir a barriga
dele como um porco. O porco nojento e sádico que ele é. O olhar dela está lá, analisando meus
movimentos atentamente e com muito cuidado.
— Se perguntando qual delas vou escolher puta?
— Meu nome não é puta e não se atreva a me chamar assim outra vez. — Ameaça.
— Você é uma puta, vadia, piranha. Eu não vou te chamar por outra coisa senão um desses
nomes e no seu lugar me acostumaria. Pelo menos nas próximas horas, você não vai viver tanto
mesmo.
— Seu desgraçado.
— Eu me tornei esse desgraçado graças ao nojento do seu pai, ele me fez sofrer por anos, até
que eu finalmente consegui me vingar e matar ele. E sabe como eu fiz? Eu enfiei um bastão bem no cú
dele, ele chorou tanto até que eu finalmente enfiei uma bala na cabeça dele. Seu pai sofreu e você vai
sofrer também.
— Seu filho da puta, desgraçado. Ela luta para se soltar e grita desesperada, raiva brilha em
seus olhos e isso é como um fogo que alimenta a minha alma negra.
— Sou o resultado das atitudes do nojento do seu pai, tudo o que estamos passando é culpa
do seu pai!
— E vai me soltar para nos juntarmos no clube do lamento?
— Não... É tarde demais pra você. Você assinou sua sentença de morte no momento em que
atacou minha família. — Me aproximo do porco pendurado na parede e passo a faca lentamente em
sua barriga, depois de aberta com uma luva abro ela e deixo exposta suas tripas. A vadia começa a
vomitar.
— O que foi? Não faça tanta merda sujando isso, senão antes de te matar vou te fazer limpar.
— Aviso.
— Acha que vou sofrer vendo você fazer isso com ele no decorrer do dia?
— Tenho certeza que sim, caso não se dê por satisfeita posso deixa-lo aqui, na sua frente até
que ele comece a apodrecer por dentro e então mato os dois.
— Mano os homens dela foram todos eliminados, os imbecis não são nem ao menos bem
treinados. — Meu irmão se aproxima de mim e zomba.
— Então você é o famoso Tayler, meus homens falaram de como se divertiram tirando o seu
carro da estrada; sua esposa e seus bebês? Espero que tenham morrido. — Ela diz e ri.
— Minha esposa e filhos estão bem. Não posso nem dizer o quanto ela está com vontade de
meter uma bala na sua cara. — Tayler se aproxima da mesa e pega um alicate, ele me olha pedindo
permissão para entrar na brincadeira. Eu apenas aceno com a cabeça.
— Ela teria coragem? — Pergunta. — Aposto que ela não é capaz de matar nem uma mosca.
— Tem razão, ela não mata moscas e nem gosta de ferir pessoas inocentes. Mas a mãe dela
não era inocente de qualquer forma. Eu posso me lembrar ainda hoje quando ela matou a vaca com
um tiro na cara e ainda pisou nela.
— Ela fez isso? — A vadia está chocada e nem ao menos percebeu que meu irmão está se
aproximando dela com um alicate na mão.
— É claro. Mas agora chega de conversa pra você. Até onde sabemos você não vai falar
nada mesmo. — Meu irmão a puxa pelo cabelo, deixando a cabeça para trás e em seguida colocando
um tipo de equipamento que deixa a boca aberta, merdas de dentista. Ela grita, mas não pode lutar ou
fazer coisa alguma e logo seus gritos viram gemidos.
Quando meu irmão arranca a língua dela, tudo o que vejo é uma única lágrima rolar pelo olho
dela. Não me sinto mal fazendo isso, da mesma forma que eu não vou sentir quando esse dia acabar e
eles estiverem mortos.
— Espero que agora aprenda seu lugar puta, isso vai ajudar a não destilar seu veneno por aí.
— Tayler fala, agora com um sorriso no rosto.
— Vai precisar da minha ajuda com esses dois? — Ele fala. — Agora que terminamos aqui
eu quero voltar para a minha mulher e ficar com ela.
— Eu cuido desses dois, só peça pra que alguém fique esperto para apagar as pistas e
esconder os corpos.
— Pode deixar. — Ele fala e se vira indo embora.
— Somos só nós três aqui, mas não será por muito tempo. Por mais que eu queira brincar com
vocês eu tenho uma mulher me esperando. Por isso... — Começo as minhas brincadeiras.
Primeiro uso uma faca para cortar a pele do rosto do verme e no momento em que está toda
aberta eu puxo a pele fora do rosto dele. Deixando a carne exposta e o fazendo gritar de dor, pelo
canto do olho eu vejo que a vadia está chorando e isso me deixa satisfeito. Mas também me deixa
bravo, o filho da puta não resiste muito tempo e acaba morrendo depois deu arrancar os mamilos
dele e também um par de dedos.
Cada dedo que corto vou colocando em cima da mesa de apetrechos, até ele morrer e quando
o fez, soltei as amarras e deixei o corpo cair bem em frente da piranha. A dor nos olhos dela e as
lágrimas que não paravam de cair, acho que não fiquei grato ao meu irmão por ter cortado a língua
dela, assim eu poderia ter ouvido cada grito de piedade e dor.
— Sabe o que é isso? — Pergunto e não espero a resposta que sei que não virá. — Isso é o
que acontece quando uma puta pensa que é esperta o suficiente para me enfrentar. — Eu seguro o
rosto dela com força e faço ela olhar bem em meus olhos. — Você o matou, matou esse homem que
acredito que te amava por ser uma puta nojenta e mimada. Seu pedaço de lixo.
Na medida em que as lágrimas fluem eu fico ali, olhando e me divertindo de certa forma com
a situação. Eu matei pai e filha, as duas pessoas que mais tentaram me prejudicar no mundo de certa
forma. Duas pessoas que escolheram a pessoa errada para mexer.
— Você cometeu o mesmo erro que seu pai, o seu foi ainda mais grave do que o dele. Seu pai
era um estúpido que morreu sem nem ao menos ter como se defender, ele não esperava pelo que fiz.
Mas você, você tentou vingar um homem que não merecia um pingo de consideração, um homem
morto há anos.
— Eu devia deixar você sofrer um pouco mais olhando para ele. — Aponto pro corpo no
chão. — Mas decidi que vou me divertir um pouco contigo também. Talvez deva contar como seu pai
fez da minha vida um inferno ou como tive que aturar tudo calado por anos, mas ao invés disso
apenas vou te deixar ir. — Solto seus braços e pernas da cadeira e vejo que ela hesita antes de se
levantar. — Anda, eu vou contar até dez e então vou atirar. 1-2-3...
Ela se levanta tenta correr e abrir janelas e portas, mas não encontra nenhuma saída. Gritar
também não adianta muito, já que ninguém pode nos ouvir e os outros cúmplices estão mortos.
— É ruim esse sentimento? Tentar gritar por socorro, mesmo ferido e ninguém o ouvir? É
ruim saber que algo ruim vai acontecer com você se alguém não aparecer? Se sentir impotente e tão
perto do fim. — Vou andando lentamente em sua direção. Ela para e olha para mim. — Foi assim que
me senti durante toda minha infância por causa do seu pai e sabe quando isso parou? Quando o matei
e isso só vai parar quando te matar. Eu queria que não fosse assim, queria mesmo.
Queria poder voltar atrás e ter explicado aquela garota estranha de anos atrás quem o pai dela
era e ter poupado essa busca maluca por vingança, mas não podemos voltar no passado. Eu fui o
mais prejudicado nisso tudo e ainda assim segui em frente.
— Admiro você ter vindo buscar vingança por seu pai, mas onde a morte foi justa a vingança
não será encontrada. Seu pai errou e você seguiu os passos dele. Agora é sua vez de ter um fim. —
Depois de dizer essas palavras puxo o gatilho e ela morre com um tiro na cabeça. Caindo no chão a
poucos passos de mim.
Envio mensagem pro meu irmão pedindo que envie alguns homens para limpar essa bagunça e
sumir com os corpos, enquanto espero aproveito para tomar um banho no andar de cima, quando ouço
a porta da frente se abrir. Imaginando que seja o pessoal do clube pra limpar a bagunça continuo
tomando meu banho bem distraído que não noto que quem está na casa é um estranho e que ele está na
porta do banheiro apontando uma arma para mim.
O barulho do tiro me pega de surpresa, assim como a dor e queimação que atinge meu peito,
me fazendo cair no chão e não ver mais nada. Espero que Lara e nosso bebê fiquem bem.
Capítulo 27
LARA
****
— Tem que contar pra ela. — Escuto a voz de uma mulher, ela não deve estar muito longe,
mas ainda assim tenho dificuldade em ouvir o que diz.
— Não podemos fazer isso com ela. Você está vendo o estado em que ela se encontra, ela
está grávida porra! — Essa é a voz de um homem.
— Foda-se ela merece saber, se fosse comigo eu iria querer saber. — diz a mulher.
Estou lutando contra a onda de sono e cansaço que me domina, preciso saber se isso é sobre
Alek. Por favor Deus que não seja sobre ele. Preciso dele ao meu lado, preciso que ele fique aqui,
comigo e com nosso filho.
— Não é assunto nosso dizer isso para ela. Não sei como estava as coisas entre eles. —
Abro meus olhos devagar e as primeiras pessoas que vejo são Alexa e Tayler. Eles estavam em uma
briga, mas no momento em que me veem colocam um sorriso no rosto e se aproximam da cama.
— Ei garota, está mais calma? — Alexa pergunta.
— Tem notícias do Alek? — Não tem motivos pra falar sobre mim, quero saber do meu
homem.
Tayler e Alexa se olham e isso me faz chorar e pensar o pior.
— Ele mo...morreu? — Falo entre soluços.
— Não, claro que não. Ele já está no quarto apenas sedado, os ferimentos não foram tão ruins
quanto os médicos pensaram, a sorte foi que a bala entrou e saiu. — Fala Alexa.
— Então sobre o que vocês estavam falando?
— Sua prima, ela sofreu um acidente na Rússia e segundo o marido gostoso dela. — Fala e
ignora o olhar assassino no rosto do marido. — Não venha, sabe que sou sua! O culpado é aquela
pessoa que eu te falei que está por trás de muita merda.
— Ele faria isso? — Não posso acreditar que ele seria capaz de fazer isso.
— Ele fez muito pior, o gos...Dimitri — se corrige quando Tayler cruza os braços e a encara.
— Descobriu que ele planejou o sumiço do filho deles. Todos pensaram que ele estava morto, mas na
verdade ele...
— Alek está querendo vir ver se Lara está bem, acho que seria apropriado levar esse assunto
para outro lugar. — Fala meu pai entrando no quarto.
— Tem razão. — Concordam. — Vá ver seu homem enquanto vou ir chamar sua prima por
vídeo e ver se tenho algum vislumbre do barbudo dela. Allyssa é uma puta de sorte. — Ela pisca
para mim é ganha um tapa na bunda no caminho para fora do quarto.
Agora que estou me sentindo mais forte me levanto e corro para o quarto do Alek. Ele está
deitado com uma IV ligada a ele, mesmo machucado e deitado em uma cama de hospital com aquele
vestido horrível, ele parece incrível.
Deve ter voltado a dormir, pelo menos foi o que meu pai disse, que tiveram que seda-lo pra
que não fosse atrás de mim. Me sento na cadeira que está ao lado dele e me inclino, segurando sua
mão na minha e rezando para que ele saia o mais rápido possível desse hospital. As coisas estão tão
complicadas e eu preciso dele ao meu lado.
Eu nunca precisei tanto de uma pessoa como preciso dele. Não tenho dúvida de que vou
largar meu trabalho na empresa do meu avô e vir morar aqui com ele. De alguma forma ele, o clube e
todas as pessoas que entraram na minha vida nesses últimos tempos me fizeram perceber que aqui,
querendo ou não é meu lugar.
E por mais difícil que seja o que nos espera no futuro, eu não tenho outra saída senão lutar
por todas as pessoas que me importo e parar de me esconder.
— Eu te amo e por mais que queira que tudo seja fácil, não é. Vai ter uma hora que vou ter
que te proteger e espero que nada de ruim aconteça e que eu não venha fracassar. Eu te amo tanto. —
Choro.
Capítulo 28
ALEK