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Copyright © 2022 – Lyssa Silver

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Código Penal (artigo 184), o plagiador está sujeito a multa e até a
detenção, de três meses a um ano.
É proibida a reprodução total e parcial desta obra de qualquer
forma ou quaisquer meios eletrônicos, mecânicos e processo
xerográfico, sem a permissão da autora.
Esta obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua
Portuguesa e é uma obra de ficção. Quaisquer semelhanças com
terceiros são mera coincidência.

Revisão Editorial: Patrícia Mendes


Capa: Lyssa Silver
Diagramação: Lyssa Silver

SILVER, Lyssa.
Suíte 369 – Spin-Off de S.E.X, Lyssa Silver – 1ª Ed, 2022.
1. Romance 2. Erótico 3. Contemporâneo 4. Ficção 5. Literatura
Nacional 6. Spin-Off 7. Relação Abusiva 8. Relacionamento Poliamor
9. Ménage à Trois 10. Trisal 11. Threesome 12. Lactofilia. I Título
Você é uma rainha e não precisa da afirmação do outro para se
achar maravilhosa e se amar por inteira. Lembre-se sempre disso,
rainha. Bjx da Lys!!!
Nota da Autora
Sinopse
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Agradecimentos
Nota da Autora

Este livro teve uma versão posta em pré-venda no mês


passado, mas devido a um problema na plataforma, ele foi retirado e
relançado esse mês.

Se você é uma das pessoas que comprou ele na pré-venda, e


se ainda estiver o registro de sua compra na seção “Meus Pedidos”
na sua conta da Amazon ou por acaso ainda tenha no seu Kindle,
tire print ou foto e enviei para o e-mail:
larissa.lyssa.silver@gmail.com, juntamente com seu endereço, para
que você possa ser recompensado com o livro físico + kit de
marcadores.
Sinopse

ELES ESTÃO VIDRADOS NA MISTERIOSA MULHER


DENTRO DAQUELA SUÍTE. ELA ESTAVA ALI TENTANDO SE
ENCONTRAR NOVAMENTE.

ALYNE SE APAIXONOU POR ELES DOIS. VICTOR E


RODOLFO A FIZERAM DELES PARA PROTEGÊ-LA COM UNHAS
E DENTES.

Pode conter gatilhos para pessoas sensíveis então leia com


cuidado!

Alyne Breder, mãe solteira, escritora de romances darks


eróticos e analista de sistema nas horas vagas, tenta superar as
sequelas que seu ex-namorido tóxico fez com sua autoestima.

Seguindo os conselhos da famosa e renomada sexóloga do


Rio de Janeiro, a Dra. Mariana Hayes, Aly decidiu se aventurar em
algo novo para poder se destravar sexualmente e trazer à tona
novamente toda sua feminilidade, sensualidade e autoestima.
Quando um site de encontro nada convencionais está com um
pacote promocional para um encontro à três às cegas, Alyne vê a
oportunidade perfeita para poder se jogar de vez naquela aventura
sexual de autoconhecimento.

A única regra do site...

“Todos os clientes que contratarem pacotes de encontros


deverão ir aos mesmos usando máscara para preservar a
privacidade dos envolvidos”.

Victor Hassum e Rodolfo Alencar, CEOs da RAVH, uma


empresa privada de soluções financeiras, são amigos de longa data.

Cresceram, estudaram, se formaram e agora trabalham


juntos.

Decididos a ter um pouco de divertimento, eles contratam um


pacote promocional à três no site onde são parcialmente assíduos,
especificando suas preferências por mulheres gordas.

O que deveria ser só uma noite de sexo entre três pessoas


mascaradas pode se tornar muito mais.

O destino resolve fazer uma pequena travessura, cruzando os


caminhos dos três novamente em uma situação completamente
diferente e inusitada.
Capítulo 01

O trânsito estava caótico como sempre, à medida que o Uber


se dirigia até o meu destino, o Copacabana Palace Lux, um
grandioso hotel cinco estrelas localizado em frente a linda praia que
levava o mesmo nome do imponente edifício ali erguido.

O meu nervosismo era quase que palpável dentro do meu


estômago, se irradiando para o resto do meu corpo, fazendo a minha
ansiedade se elevar a níveis estratosféricos.

Eu deveria estar em casa, vestindo o meu confortável e velho


blusão de dormir, aumentando ainda mais minhas estrias comendo
um delicioso sorvete com uma pizza suculenta enquanto espero a
hora da próxima mamada da Dudinha chegar.
Mas, estou dentro desse carro, usando um vestido preto estilo
mullet que mais parecia uma capa de botijão de gás por ser folgado,
calçando sandálias de salto alto, maquiada amadoramente com uma
máscara de baile no colo, a caminho de um encontro sexual às
cegas com dois homens desconhecidos.

Nunca fui capaz de fazer esses tipos de loucura na vida.


Sempre fui a careta da turma nos tempos do colégio e na faculdade,
enquanto muitas garotas que eu conhecia saíam para se divertir nas
baladas e ir atrás de macho, eu ficava em casa estudando.

Com isso, me formei em Análise e Desenvolvimento de


Sistemas com a minha grade de notas no máximo, fazendo com que
logo em seguida eu conseguisse um trabalho em uma boa empresa
e foi lá que conheci meu ex.

Na época, não suspeitei de que Maicon tinha vergonha de


mim por ser gorda e achava que o nosso namoro e encontros
deveriam ser escondidos porque éramos da mesma empresa. Após
quase dois anos de serviço, descobri que estava grávida dele e
avisei ao meu chefe, como constava nas regras internas da empresa.

Todavia, fui demitida no mesmo dia. Depois disso, Maicon me


chamou para irmos morar juntos e eu aceitei por estar muito
apaixonada. Foi então que eu realmente vi quem ele era. Não nos
casamos oficialmente, e hoje vejo isso como uma benção, pois foi
menos um empecilho para me livrar dele.

Passei toda a minha gravidez trancada em casa, Maicon havia


feito uma lavagem cerebral tão forte em mim que mesmo morando
na mesma cidade que meus familiares, eu não os visitava porque ele
me fez acreditar que eles queriam nos separar e se aquilo
acontecesse ninguém iria me ajudar a criar meu bebê.

Os berros, os xingamentos e as frases depreciativas vieram


quando minha gravidez já estava bastante avançada. Isolada das
pessoas que me amavam realmente, eu entrei em uma profunda
depressão sem mesmo sentir que a cada dia eu me afundava mais e
mais.

Passei então a descontar minha frustração pela vida na


comida e engordei mais ainda, criando assim um ciclo tóxico onde eu
era criticada e atacada por estar gorda demais, e eu acabava
comendo mais para me sentir bem comigo mesma,
consequentemente recebendo mais ataques e críticas.

Maicon nunca chegou a levantar a mão para me bater, mas eu


preferiria mil vezes que o mesmo o tivesse feito, pois as marcas
físicas são menos destrutivas do que as marcas psicológicas. Um
ferimento na pele em decorrência de uma violência física pode ser
curado ou mascarado por maquiagem, mas uma ferida ligada direto
em seu eu como pessoa é mais profunda, podendo nem sequer
cicatrizar.

A minha ainda se encontrava aberta, sangrando e pulsando


fortemente, mesmo que eu já tenha conseguido me libertar daquele
relacionamento tóxico e abusivo ao qual vivi por meses. Minha
autoestima, meu eu como mulher e a confiança em mim mesma fora
totalmente destruída.

Além da comida, passei a me refugiar nos livros também,


vendo meu lado escritora ser despertado rapidamente. Entre uma
troca de fralda e outra, comecei a escrever pequenos contos com
temáticas eróticas e darks, usando da minha experiência,
mentalidade autodestrutiva e desejo de ser intensamente desejada
sexualmente.

Logo os contos ficaram famosos, então passei a escrever


livros maiores e aos poucos fui sendo reconhecida na Amazon,
chegando a ser autora best-seller. Com a fama veio também a
responsabilidade para com meus leitores. De conscientizá-los e
trazer livros cada vez melhores e informativos, mas para isso
acontecer eu deveria estar bem por completa.
Comecei então a cuidar de mim, iniciando sessões de terapia
com uma psicóloga e uma terapeuta sexual, as melhores que eu
pude encontrar na cidade. Essa dupla de mulheres empoderadas me
fez enxergar o quão profundo eram as feridas deixadas por aquele
relacionamento vivido.

E a cada sessão, elas traziam um pouco da antiga Alyne de


volta. Não que antes eu fosse um poço de confiança, mas pelo
menos eu tinha um pouco antes de Maicon destruí-la por completo. A
loucura que eu estava a caminho de fazer foi uma missão dada pela
Dra. Mariana Hayes, minha terapeuta sexual.

Se eu realmente queria ser desejada na cama, deveria ir atrás


de quem gostasse do meu tipo de corpo. Como a Mari comentou em
uma sessão comigo um dia...

“Não adianta você ir a uma festa, ou a uma balada ou até


mesmo em um barzinho e sair atirando para todos os lados a fim de
achar um cara que goste de gordinha, porque é como se você
procurasse uma agulha em um palheiro. E ainda corre o risco deste
alecrim dourado ser igual ao seu ex”.

Com isso em mente, e seguindo os conselhos dela para que


eu curtisse minha bebê e fosse atrás só de sexo casual, procurei na
internet sites para amantes de mulheres gordas e um se destacou
por oferecer pacotes de encontros para todos os tipos de gostos e
fetiches, dentro do permitido em lei, tendo como lema principal a
privacidade dos envolvidos.

Muitos dos pacotes do site se encontravam a preços


exorbitantes, mas depois de alguns dias, quando entrei novamente,
vi que estava tendo promoção em relação à época do Halloween e
do início do mês da Black Friday. Escolhi então um pacote de
encontro à três. Seria eu e mais dois homens desconhecidos em um
pernoite num hotel escolhido pelo site.

Eu já havia escrito livros com essa temática trisal,


pesquisando a fundo sobre casais a três e suas realidades. Mas, é
aquilo né? Pesquisar sobre um assunto é uma coisa, vivenciar aquilo
era outra totalmente diferente. Era um nível mais elevado de
fidelidade, percepção e qualidade para o seu texto.

— Quanto ficou, senhor? – perguntei ao notar que havíamos


parado.

— Vinte e sete reais.

Paguei o motorista e sai do carro, olhando por alguns


segundos para o grandioso hotel à minha frente. Seria apenas uma
noite de sexo com dois estranhos. Nada mais. Respirei
profundamente, enchendo-me de coragem e me pus em movimento,
dirigindo-me para as portas do edifício.
Capítulo 02

Depois de seguir as orientações dadas pelo site através de


um e-mail de confirmação do lugar do encontro, segui para o
elevador e subi rumo à suíte 369. Antes de passar o cartão
magnético na fechadura da porta, coloquei a máscara em meu rosto,
ajeitando-a e amarrando firme para que o nó não desfizesse e
eventualmente ela acabasse caindo durante o sexo.

O quarto era muito chique, digno daquelas suítes fodas que


vemos na internet em fotos de hotéis de luxo. Eu me encontrava
sozinha então tirei o celular da bolsa de mão e olhei a hora, vendo
que eu estava uns dez minutos adiantada. Explorei o quarto, abrindo
o frigobar para dar uma olhada no que havia ali para beber.

O pacote que contratei estava incluso apenas o valor do


pernoite com um bom desconto, mas tudo que consumíssemos ali no
quarto deveria ser pago do nosso bolso então olhei quanto era a
água no catálogo sobre a mesinha ao lado do frigobar e me espantei
ao ver que a garrafinha de 500 ml era vinte e cinco reais, isso a sem
gás porque a com gás era trinta e oito.

Desisti de querer beber algo e fui para a sacada. A vista dali


era deslumbrante, principalmente com a lua cheia iluminando o mar
à medida que algumas pessoas passeavam pela caçada e os carros
transitavam de um lado para o outro parecendo formiguinhas de tão
pequenos que se encontravam.

Fiquei ali por um bom tempo, conversando por mensagem


com a minha mãe, perguntando como a minha boneca estava se
comportando com a minha ausência. De repente, escutei um barulho
atrás de mim e me virei, vendo dois homens usando máscara de
baile assim como eu, adentrarem a suíte conversando um com o
outro.

Mandei rapidamente uma mensagem para minha mãe,


avisando-a de que eu ia ficar off por algumas horas, mas qualquer
coisa que acontecesse era para ela me ligar porque o celular iria ficar
ligado. A mesma só me respondeu com um “Se divirta, filha” antes
de ficar off-line no WhatsApp.

Guardei o celular na minha bolsinha novamente e voltei a


encarar os dois outros ocupantes do quarto que haviam percebido
minha presença e me olhavam como se me avaliassem. A ansiedade
que tinha dado uma amenizada voltou naquele momento mais
intensa quanto antes.

— Boa noite – os cumprimentei à medida que voltava para


dentro da suíte, me aproximando de ambos, sentindo que minhas
pernas se encontravam meio vacilantes e notando que um deles
empunhava uma sacola grande, daquelas de grife, em uma das
mãos.

“Aí minha Nossa Senhora Protetora das Safadas! Não me


faça fugir agora” pedi mentalmente enquanto mantinha um sorriso
constrangedor em meus lábios.

— Boa noite, minha deusa – um deles falou com um sorriso


safado de canto de boca.

— Nossa deusa, Victor – o outro homem disse, como se


estivesse o corrigindo, dando um sorriso simpático em minha direção
antes de se aproximar e pegar a minha mão, beijando o dorso dela –
Boa noite, nossa rainha.

— B-Boa – gaguejei.

Era estranho ver um homem me chamar de “Deusa” e


“Rainha” como se estivesse me idolatrando ou algo do tipo.

— Nervosa? – ele indagou com seus olhos pretos marcantes


mirando fixamente nos meus então assenti, desfazendo o nosso
contato.

— Estou um pouco.

— É a primeira vez que você fica com dois caras?

— Sim. Mas já escrevi sobre isso – soltei de repente, me


maldizendo no momento seguinte por começar a dar detalhes da
minha vida para um estranho.

— Escreveu? Em diário ou algo parecido?

— Não.

— Livros então? – indagou o outro homem perto do frigobar.

Fiquei calada pois se eu abrisse a boca naquele momento,


com certeza iria falar tudo que não devia sobre minha vida pessoal
para aqueles dois completos desconhecidos.

— Me chamo Rodolfo e aquele ali já assaltando o frigobar é o


Victor. E você, como se chama, rainha?
Franzi o cenho.

— Isso não é contra as regras do site? – inquiri olhando para


ele e depois para o tal do Victor que havia tirado duas garrafinhas de
Skol Beats Senses e tirava uma terceira – Eu não estou bebendo
nada alcoólico – avisei fazendo o mesmo virar o rosto e me encarar.

— O site informa apenas para não tirarmos as máscaras para


que se mantenha a privacidade, mas nós dois sempre fazemos as
nossas próprias regras – Rodolfo disse sorrindo, já tirando a sua
máscara, fazendo-me ficar em choque, tanto pelo gesto inesperado
dele quanto pela beleza de seu rosto recém revelado.

— Gostamos sempre de entrar em um acordo com a mulher


que iremos passar a noite e revelamos nossos nomes, além de
transarmos sem máscaras – Victor comentou abrindo uma das
cervejas enquanto sorria para mim – É mais excitante ver as
expressões faciais quando estamos enchendo de porra as suas
belas bocetas carnudas e ouvir elas gemendo nossos nomes – ele
falou levando sua mão até a calça, marcando seu pau que
aparentava já está bem duro sob a roupa.

— Você decide se quer ou não revelar seu nome e tirar sua


máscara – Rodolfo murmurou.

Alguns questionamentos passaram pela minha cabeça


naquele momento. Eu também adoraria ver eles gemendo o meu
nome, mas será que eu deveria dizer meu verdadeiro nome? Eles
podem ter mentido sobre os deles. Mas se eu disser o meu, eles
também não podem ter certeza de que é o meu verdadeiro. Pensei
por alguns segundos, então tomei a minha decisão.

— Eu me chamo Alyne – informei olhando para um e depois


para o outro.

— Que nome lindo para uma deusa como você – elogiou


Victor se aproximando de nós com uma outra cerveja em mãos e
oferecendo à Rodolfo, que sorveu um pouco da bebida em seguida –
Tem certeza de que não quer uma para você?

— Não, obrigada – recusei sem parecer rude, mas logo


completei – Eu bebo socialmente, mas parei porque estou
amamentando.

Preferi dizer logo, já que durante o sexo poderia vazar leite


dos meus seios, mesmo eu tendo antes de sair de casa esvaziado
eles em pequenas mamadeiras para as mamadas da madrugada da
Maria Eduarda.

— Se quiser eu te chamo de “mamãe” e você me chama de


“bebê” enquanto eu estiver mamando neles – Victor falou dando uma
piscadinha para mim, sorrindo de modo safado, fazendo com que eu
fizesse uma careta e Rodolfo risse à medida que levava a garrafinha
de cerveja à sua boca.

— Acho que ela não curte o Infantilismo, Victor.

— Que pena, porque eu posso ser um bebê bem fofo e


gostoso ao mesmo tempo.

Eles riram, mas não sei se foi da conversa esquisita que


ambos diziam ou se era da minha expressão de espanto porque com
certeza eu estava com essa cara naquele momento.

— Vamos ao que interessa? Meu pau já está durão aqui e eu


preciso pôr ele para trabalhar logo antes que eu tenha um treco –
Victor falou, pegando a sacola que ele havia trazido, já despejando
todo o conteúdo dela em cima da cama, fazendo-me arregalar os
olhos, meio assustada.
Capítulo 03

Ali havia algemas de couro, mordaça com bola, prendedores


de mamilos, corda, máscara para os olhos e alguns vibradores de
estilos variados. Tudo relacionado a BDSM, faltando apenas os
chicotes. Vendo todos aqueles materiais, eu não sabia se ficava
muito excitada ou muito apavorada.

— Vocês vão me amarrar e tirar um dos meus rins ou são


Dominadores? – inquiri, os encarando e ajeitando uma mecha de
cabelo atrás da minha orelha.

Eles riram juntos novamente, balançando a cabeça em


negativa.

— Nós vamos te amarrar... – a voz de Rodolfo pareceu ao


mesmo tempo sexy e ameaçadora – Mas, não é para tirar um rim
seu não, e sim para tirarmos o máximo de prazer do seu íntimo,
nossa deusa.

— Não somos Dominadores, mas conhecemos alguns por aí,


que nos dão algumas dicas. Por isso, sempre trazemos
brinquedinhos para nossas deusas terem a melhor noite de suas
vidas – informou Victor sorvendo mais um pouco de bebida antes de
depositá-la em cima da mesinha de cabeceira e retornar para perto
de mim.

Ele tirou a bolsinha da minha mão, jogando-a possivelmente


sobre a cama, pois meus olhos estavam fixos nos dele. De repente,
Victor deu mais um passo, enfiando uma de suas mãos em meu
cabelo, selando nossas bocas assim como nossos corpos.

Por alguns segundos, eu fiquei meio travada devido fazer


muito tempo que alguém me beijava daquela maneira, com tanto
desejo. Abri então a boca, permitindo que ele me invadisse com sua
língua, aprofundando o nosso beijo. E, pela primeira vez, eu senti
meu corpo reagir de uma forma diferente.

Maicon nunca despertou em mim a vontade de transar com


apenas um beijo, mas Victor o fez e o fez de uma forma tão intensa
que quando ele desfez o contato dos nossos lábios para respirar, eu
os procurei novamente. Todavia, Victor sorriu dando-me um beijo
rápido, mordendo e puxando de leve meu lábio inferior.

— Tem certeza de que não quer tirar essa máscara?

— Victor... – o tom de voz de Rodolfo foi baixo, mas meio


ameaçador, fazendo o outro sorrir.

— Ok, ok. Não toco mais neste assunto – ele murmurou,


passando o polegar em meus lábios de um jeito provocante – Agora
o Rodolfo vai cuidar de você enquanto eu preparo a cama para a
nossa diversãozinha.

Apenas me vi balançar a cabeça em forma afirmativa, como


se eu estivesse hipnotizada.
Estava observando Victor beijá-la, ansiando para que
chegasse a minha vez de tê-la em meus braços e logo isso
aconteceu. Dei então alguns passos lentos na direção dela, lhe
direcionando um sorriso safado.

— Já te provocaram sob o luar? – indaguei avaliando sua


expressão de surpresa ao ouvir a pergunta.

Tanto eu quanto Victor tínhamos uma tara por mulheres


gordas. Não era um fetiche como a maioria dos nossos amigos
achavam e sim senso de realidade em apreciar e reverenciar a
beleza natural, única e real das mulheres que em sua grande maioria
não se consideram dentro do padrão imposto pela sociedade e
sofrem por causa disso.

Tenho a esperança de que um dia esse padrão acabe, porque


toda mulher é gostosa. Toda mulher é perfeita. Independente do seu
tipo físico ou raça.

— Não. Nunca – Alyne respondeu então segurei sua mão e a


conduzi para a sacada da suíte.

Eu daria todo o meu dinheiro para poder ver seu rosto sem
aquela máscara o escondendo, mas tenho que respeitar a decisão
dela. Talvez a mesma fosse casada ou algo do tipo e queira a todo
custo preservar sua identidade. A puxei então para um beijo e
enquanto eu saboreava cada cantinho de sua boca, ia levando-a até
o parapeito da sacada, fazendo Alyne se recostar nele.

Colei então meu corpo ao dela, para que a mesma pudesse


sentir o quão excitado ela havia me deixado. Sua respiração estava
ofegante à medida que eu descia minhas mãos de encontro a sua
boceta, explorando toda a extensão do seu corpo, subindo seu
vestido para despi-la.

— Espera... – Alyne protestou quando tentei tirar aquele pano


que me impedia de apreciá-la completamente – Será que não vamos
ser presos por fazermos isso aqui?

Sorri safadamente.

— Estamos bem alto, rainha. Não há perigo de nos virem. A


não ser que eles tenham binóculos, o que é bem improvável –
comentei rindo, fazendo ela rir também se descontraindo um pouco.

Tirei finalmente seu vestido e porra... Como Alyne era


gostosa. Deu vontade de comê-la ali mesmo logo, mas eu e o Victor
meio que seguíamos um tipo de ritual quando saíamos com uma
mulher. Sempre proporcionávamos o máximo de prazer para nossa
deusa antes de nos satisfazer.

O prazer delas vinha em primeiro lugar. Sempre.

A fiz virar, para se apoiar no parapeito, e assim que ela o fez,


eu desci um delicioso e sonoro tapa naquela bundona. Seu gemido
se misturou ao som dos carros que passavam abaixo de nós. Me
agachei então, trazendo comigo sua calcinha, tirando-a por completo
e quando ergui, desci um outro tapa, ouvindo Alyne gemer enquanto
fechava as pernas, roçando uma na outra.

— Abra as pernas e se incline um pouco para a frente – pedi


em um tom de voz que parecia mais como se fosse uma ordem e
rapidamente ela obedeceu, empinando aquela bunda maravilhosa
cheia de estrias levemente rosadas.

Acariciei as marcas já em um vermelho visível onde minha


mão a havia golpeado às nádegas e desci ela, enfiando-a entre suas
pernas, sentindo Alyne um pouco melada, antes de começar a
dedilhar sua boceta. Massageando aquele pontinho sensível que
deixava as mulheres loucas.
Ela estava entregue as minhas carícias, mas ainda gemia de
modo íntimo então dei um tapa em sua boceta fazendo Alyne se
sobressaltar e virar o rosto, me encarando.

— Doeu? – inquiri.

— Um pou... – um gemido mais alto saiu de sua garganta


interrompendo sua fala quando enfiei dois dedos em seu interior
quente e convidativo.

Meu pau se encontrava a ponto de perfurar minha calça de


tão duro que estava. Fiz Alyne se virar de novo, de frente para mim e
recostada agora de costas no parapeito. Levei então meus dedos à
sua boca, fazendo ela chupá-los, provando de seu próprio néctar que
deveria ser delicioso.

— Não fique tímida, minha deusa. Relaxe e tente libertar a


safada presa aí dentro. Ninguém aqui vai te julgar porque também
somos safados – sussurrei em seu ouvido antes de me apossar
novamente de seus lábios enquanto meus dedos voltavam para
dentro de seu interior ensopado.

Segundos depois, senti Alyne me tocar, deslizando sua mão


pela minha calça à procura do meu pau, já o marcando e o
apertando de leve. Aquilo me deixou louco então segurei firmemente
os cabelos dela à medida que eu a beijava com mais ferocidade.

Logo estava puxando suas madeixas para trás, expondo seu


belo pescoço e colo onde não hesitei em atacar com beijos, lambidas
e mordidas onde eu conseguia.
Capítulo 04

— Posso te chupar? – ela perguntou ofegante quando voltei a


atacar sua boca.

— Você ainda não entendeu... – murmurei acariciando a


bochecha dela, olhando-a fixamente – Você não precisa pedir algo,
minha deusa. Você simplesmente faz ou ordena. Estamos aqui para
te satisfazer e com isso a gente também estará nos satisfazendo.

Vi Alyne assentir com um aceno de cabeça e olhar para o


lado, já me puxando e me empurrando para uma espreguiçadeira
acolchoada disposta ali no canto da varanda, fazendo com que eu
me sentasse no móvel. Com os olhos ainda presos aos meus, ela se
abaixou e começou a desfivelar o meu cinto.
Meu pau saltou enriste quando Alyne puxou minha cueca e eu
senti uma sensação de liberdade plena assim que isto aconteceu.
Finalmente ele se encontrava livre e iria ser bem tratado por aquela
gostosa.

A ajudei então a tirar a minha calça e a cueca, recostando-me


em seguida na espreguiçadeira com as pernas abertas para que ela
pudesse subir e ficar mais confortável ao me chupar, sem que fosse
preciso estar machucando os seus joelhos naquele piso duro.

A mesma segurou meu pau, já o levando para os seus lábios


e eu vi estrelas, literalmente, ao jogar minha cabeça um pouco para
trás, saboreando aquela boca quente envolvendo minha glande.

— Porra! Que boca gostosa você tem – falei ofegante,


abaixando a cabeça e assistindo ela lamber a lateral do meu pau,
subindo até a glande novamente.

Segurei seus cabelos que teimavam em cair para frente,


atrapalhando aquela bela visão, mas não ditei o ritmo de suas
chupadas, deixando com que Alyne fizesse isso por si mesmo. De
repente, vi Victor aparecer na porta da varanda e sorrir para o nosso
rumo.

— Começando a se divertirem sem mim? – ele indagou se


aproximando, fazendo com que ela parasse de me chupar e se
sentasse sobre suas pernas, olhando-o por cima do ombro, seguindo
Victor com o olhar até o mesmo parar ao nosso lado.

Alyne, já mais solta, abriu a calça dele e a puxou para baixo


com a cueca, libertando o pau de Victor, que se encontrava bastante
excitado também. Ela então se apossou dele com a boca à medida
que uma de suas mãos me masturbava. Me ajeitei melhor e puxei
para baixo uma alça do sutiã dela, liberado seu volumoso seio
direito.

Minha boca chegou a salivar ao ver aquela grande aréola em


tons de marrom e rosa claro, com um bico levemente saliente e
bastante convidativo aos meus olhos, mas pela nossa posição não
pude saboreá-lo. Então ergui a mão e o acariciei, capturando o bico
entre os dedos, estimulando-o fazendo Alyne gemer contra o pau do
Victor que também gemia enquanto segurava os cabelos dela.

— Vamos para a cama. Lá é mais confortável – murmurei


baixo entre um gemido ocasionado pela masturbação de Alyne em
mim.

Eles concordaram então nos levantamos e conduzimos ela


para dentro da suíte.

A trouxemos até próximo da cama e terminamos de despi-la,


tirando seu sutiã e sandálias, alisando seu corpo durante o processo,
deixando a mesma toda arrepiada. Pedi então para Alyne se deitar
no meio do colchão, mas com o quadril um pouco próximo da
beirada da cama. E assim ela o fez.

Rodolfo e eu nos abaixamos e começamos a beijar, cada um,


da ponta dos seus pés subindo vagarosamente pelas pernas,
abrindo-as, flexionando os joelhos e apoiando os pés de Alyne sobre
o colchão, deixando-a bem exposta para o nosso belo prazer e
deleite.

Como eu havia percebido o desejo faminto com que Rodolfo


olhava para os seios da nossa deusa, então deixei o mesmo ser o
primeiro a se divertir neles e fiquei beijando as coxas dela à medida
que aprisionava seus tornozelos com as algemas de couro de cama
que tínhamos trazido. Logo fiz o mesmo com seus pulsos,
aproveitando que Rodolfo a distraía enquanto esticava seus braços.
Presa e totalmente nossa. Meu pau vibrou ao vê-la assim e
uma vontade insana de fodê-la logo me atingiu, mas me controlei a
muito custo, pois o prazer delas vinha em primeiro lugar durante as
nossas noites de ménage. Então sai da cama e peguei um dos
vibradores, um simples que estimulava apenas o ponto G, e voltei
para entre as pernas de Alyne.

Abri seus grandes lábios carnudos revelando assim um clítoris


tímido, envolvido quase inteiramente por uma fina camada de pele, e
sua intensa excitação em forma de babinha que escorria, deixando
sua boceta totalmente melada. Não perdi tempo admirando aquela
obra de arte feita por Deus que muitos não gostam e caí de boca
naquela gruta ensopada.

Senti ela repuxar um pouco o quadril, mas abracei suas


coxas, a trazendo para mais perto de mim à medida que minha
língua a explorava aos sons de seus gemidos que me serviam de
estimulante natural para ir mais a fundo e desvendar seu interior. Ela
parecia uma cachoeira, quanto mais eu a chupava mais Alyne
liberava do seu néctar delicioso.

A muito custo tirei minha boca daquele paraíso, pegando o


vibrador e o ligando. Mal toquei ele de leve em sua boceta, ela se
retesou, se tremendo um pouco por com certeza está sensível por
conta do meu oral nela. Apenas sorri travesso, e usando o polegar e
o indicador, afastei a pelezinha sobre seu clitóris, revelando-o bem
vermelho e pulsante.

Em seguida, encostei a ponta do vibrador nele. Alyne deu um


grito e se remexeu no colchão, escapando do meu contato, mas não
muito por estar presa a cama. Logo a trouxe de volta e enfiei o
vibrador em boceta, tirando-o, vendo o mesmo todo ensopado.
Novamente, repousei a ponta naquele botãozinho avermelhado,
arrancando mais gritos dela.

— Não, por favor! Pare! – ouvi Alyne implorar, mas apenas


rodeei o vibrador nas laterais do seu clitóris.
— Acalme-se, rainha. Seu orgasmo logo virar e será intenso.
Confie em nós – Rodolfo falou então trocamos um olhar de
cumplicidade.

Ele desceu sua mão até ali para participar da brincadeira


também, já substituindo o vibrador que tratei rapidamente de
aumentar a intensidade e inserir nela. Comecei fodê-la devagar,
tirando ele quase todo e voltando para dentro, estimulando não só o
ponto G dela, mas todo o canal enquanto os dedos de Rodolfo iam
veloz para lá e para cá sobre seu clitóris.

Alyne tentou fechar as pernas à medida que seu corpo era


atingido por um forte orgasmo, mas pelas contenções de seus pulsos
e tornozelos, ela só se debateu um pouco, arqueando o quadril em
busca de se livrar do vibrador e da mão do Rodolfo. Paramos de
estimulá-la e a deixando repousar o corpo trêmulo no colchão
enquanto sua respiração ofegante era a única coisa que ouvíamos
naquele quarto.

Rodolfo ajeitou a máscara dela que se encontrava meio torta


devido aos seus movimentos bruscos em resposta ao orgasmo e lhe
deu um beijo. Tirei o vibrador de sua boceta e o lambi, saboreando o
gozo de Alyne. Depois fui para seu lado e a beijei também.

— Isso é só o começo, minha deusa. Você é nossa pelo resto


da noite ainda – sussurrei em seu ouvido, antes de me afastar.
Capítulo 05

Não conseguia dizer nada, pois me encontrava meio


anestesiada, em um estado de torpor total após aquele orgasmo
intenso que eu nunca tinha experimentado antes. Eu sentia meus
pés parcialmente dormentes, irradiando para as minhas pernas,
enquanto minha boceta latejava de dentro para fora. Era como se ela
tivesse voltado a vida de jeito novo e perfeito.

De repente, senti mãos acariciando meus seios e sorri,


achando que Rodolfo iria colocar sua boca quentinha neles de novo
e me mamar como tinha feito, mas logo uma dor em um deles me fez
abrir os olhos e encarar quem estava ali. Era Victor e o mesmo me
mostrou um dos prendedores que eles tinham trazido enquanto
apertava meu mamilo.
— Você tem belos seios, mas acho que Rodolfo já lhe disse
isso, não é? – ele comentou sorrindo e o vi pôr o prendedor e ajustá-
lo até deixar o bico do meu peito pressionado entre as piças dele,
fazendo-me sentir uma dor comparada à de um beliscão.

— Não aperta muito não, por favor. Senão vai ferir ele – pedi,
o encarando.

— Não se preocupe, deusa. Já temos experiência nisso então


seu filho não vai ficar sem as mamadeiras favoritas dele. Cuidaremos
bem dessas gostosuras aqui. Esses prendedores doem um pouco,
mas essa dor irá intensificar o seu prazer – Victor falou, já prendendo
o meu outro mamilo.

— Pronta para mais um orgasmo incrível? – ouvi Rodolfo


perguntar, mas não consegui enxergá-lo, todavia segundos depois
um tapa forte foi deferido em minha boceta, causando pequenos
choques elétricos em meu interior e um gemido quase inaudível saiu
de meus lábios entreabertos.

Ele então encostou seu pau em mim e ficou provocando-me,


pincelando o mesmo em meu clitóris antes de me invadir lentamente.
Ao mesmo tempo, Victor segurou a correntinha dos prendedores e a
puxou um pouco, fazendo com que eu mordesse o canto do lábio e
gemesse.

Rodolfo começou a me foder de forma lenta e provocativa. Eu


o sentia tirar seu pau quase todo de minha boceta para em seguida o
colocar novamente de uma vez só, indo fundo, forçando aquele
pedaço de carne pulsante contra o colo do meu útero.

Eu queria perguntar se ele se encontrava de camisinha, mas


logo isso deixou de ser relevante quando o mesmo passou a me
foder com intensidade e Victor a dar pequenas puxadas na
correntinha, causando-me uma pulsação forte em meu interior.

— Fode essa gostosa de jeito, cara – ele incentivava o amigo


à medida que Rodolfo começava a meter com força, então Victor se
ajeitou perto da minha cabeça e colocou seu pau em meus lábios,
dando-me para chupá-lo.

Entretanto, a posição ficou meio desconfortável e o outro deve


ter percebido, pois escutei ele pedir para que Victor me
desamarrasse, mas parecia o mesmo se encontrava absorto,
gemendo de olhos fechados enquanto eu tentava ao máximo pegar a
maior área do seu pau para chupar.

— Ei, mano – Rodolfo falou parando de me foder e tacando


um tapa no braço do amigo dele, que abriu os olhos e o encarou,
meio aborrecido pelo outro ter interrompido sua chupada – Solta os
braços dela. Não tá vendo que ela vai ficar com o pescoço doendo
nessa posição. Se liga, porra.

A cena parecia estranha. Eu, imóvel, com um pau enfiado na


boceta e outro na boca à medida que olhava para os dois, que se
encararam mutuamente por alguns segundos em uma conversa
muda e séria até que Victor se afastou e libertou meus pulsos das
amarras. Rodolfo então saiu de mim e fez o mesmo com meus
tornozelos, já pedindo para que eu ficasse de quatro.

Ele me ajeitou com as pernas para fora da cama, deixando-


me parcialmente de quatro e voltou a me foder enquanto Victor se
posicionava à minha frente, ao qual logo retornei a chupá-lo, agora
com mais facilidade. Eu sentia Rodolfo ir fundo a cada investida forte
dele contra meu quadril e a única coisa que conseguia fazer era
gemer e tentar proporcionar o mesmo prazer para ambos.

Para Rodolfo, eu ficava contraindo minha boceta como se


estivesse mastigando o pau dele e dando investidas para trás com o
meu quadril, ajudando-o a ir mais fundo o que deixava ele louco de
tesão, pois às vezes segurava firme minhas ancas e acelerava o
ritmo. Para Victor, eu o massageava com uma das mãos, já que a
outra me servia de apoio, à medida que saboreava o seu pau.

Eu ia intercalando a massagem entre seu membro e seus


testículos, arriscando uma vez ou outra engoli-lo até seu pau
encostar no fundo da minha garganta, causando muito tesão nele
também. Victor segurava meus cabelos e falava coisas como “Isso,
gostosa! Deixa esse pau pronto pra te foder” e “Caralho! Que boca é
essa que tu tem, safada”.

De repente, escutei Rodolfo xingar meio baixo e ir


gradativamente diminuindo suas investidas e afrouxando o aperto em
meu quadril. Sinal de que o mesmo havia gozado, mas só tive a
confirmação quando ele tirou seu pau da minha boceta, que latejava
bastante, e escutei segundos depois o som da pia no banheiro.

Victor então saiu de sua posição e foi para detrás de mim, já


dando uns tapas em minha bunda, mandando que eu me deitasse de
lado no colchão, subindo para o meio da cama. Mal terminei de me
posicionar como ele queria e o mesmo já foi logo subindo, com seu
pau coberto pela camisinha, levantando uma das minhas pernas, e o
introduzindo em mim, não perdendo tempo em me foder vorazmente.

— Porra! Que delícia de boceta. Diga como você quer que eu


foda ela. Hein, gostosa? – ele pedia enquanto puxava a correntinha
dos prendedores de mamilos, fazendo-me gemer.

Eu sempre fui muito tímida nesta questão. Morria de vergonha


de falar coisas obscenas na hora do sexo. Então a cada pedido dele
eu meio que travava um pouco e só gemia, falando no máximo e
bem baixo coisas como “Isso” e “Assim”. Rodolfo foi a minha
salvação para sair daquela situação, pois ocupei meus lábios, o
beijando assim que ele voltou para a cama, deitando-se ao meu lado.

Não demorou muito para Victor dar indícios de que iria gozar
então o mesmo saiu de dentro de mim, deixando-me apenas o vazio
ali, mas inesperadamente estremeci, gemendo contra a boca de
Rodolfo, ao sentir um tapa forte em minha boceta, para em seguida
ser preenchida de novo e ser fodida impetuosamente.

— Porra! Caralho! – Victor xingava à medida que seu pau


pulsava forte em mim, indicando que ele estava gozando.
Então ele se afastou, indo posteriormente até o banheiro a fim
de jogar a camisinha fora. A essa altura, Rodolfo já tinha tirado os
prendedores dos meus mamilos e se encontrava intercalando entre
beijar meus lábios e meus seios.

— Você não goza com penetração? – ele perguntou de


repente.

— Não. Nunca gozei assim, só quando me masturbam


enquanto me comem.

— Hum... Então você é daquelas que tem orgasmos


clitorianos – Rodolfo comentou já descendo sua mão para minha
boceta, fazendo estremecer ao senti-lo tocar em meu clitóris, o
massageando devagar – Assim está bom?
Capítulo 06

Eu só consegui fazer que “Sim” com a cabeça, fechando os


olhos em seguida, me entregando aquela sensação prazerosa. Ele
logo foi aumentando os movimentos de sua mão e eu comecei a
erguer um pouco o quadril, rebolando contra os dedos dele à medida
que o meu orgasmo ia se aproximando.

— Goza, minha deusa. Quero ver você tendo mais um


orgasmo gostoso. Vai... – Rodolfo sussurrava em meu ouvido.

A excitação do meu orgasmo foi tão grande que quando gozei,


pequenos jatos de leite saíram de ambos os meus mamilos. Rodolfo
sorriu e começou a me limpar com sua boca, cobrindo com lambidas
e beijinhos toda a área onde o leite tinha caído em meu corpo.
Depois se deitou ao meu lado, chamando por Victor que fazia alguns
minutos que se encontrava quieto no banheiro.
— Morreu aí dentro, cara? – ele completou e eu sorri junto
com o mesmo.

— Me deixa cagar em paz, porra! – o outro gritou de volta.

Rodolfo riu e eu acabei rindo também, me descontraindo um


pouco.

— Vocês são amigos mesmo ou só se conhecem por causa


do site? – indaguei depois que um silêncio meio constrangedor se
instalou entre nós dois na cama.

— Somos amigos mesmo. Conheço o Victor desde criança, se


pá desde o útero, já que nossas mães eram muito amigas.

Fiquei curiosa em perguntar o porquê de ele ter falado “eram”


ao invés de “são”, mas achei que seria invasivo demais, além de que
aquilo era algo muito pessoal.

— Ah, então é por isso que vocês não se sentem


incomodados com um pelado na frente do outro, né? Tem homens
que não gostam disso.

— Esses aí têm a masculinidade de vidro da pior categoria.


Qualquer coisa que já se sentem incomodados. Eu e Victor temos
isso não. Desde que me entendo por gente que vejo aquela piroca
torta ficar mais torta ainda.

Não me aguentei e ri do comentário dele. Logo ouvimos um


barulho vindo do banheiro e segundos depois Victor saiu de lá.

— Quem tem a piroca torta?

— Um doido aí que a Alyne conheceu.

— Sei... – ele nos encarava meio desconfiado, mas deixou pra


lá – Então... Segundo round agora? – Victor indagou então o vi
pegando sua calça, procurando por algo até achar um tubinho em
um dos bolsos então ele sorriu em nossa direção – Já fez anal,
deusa?

— Já. Não gosto muito – confidenciei, me sentando e


lembrando de quando Maicon fazia isso do nada.

Estávamos transando normalmente, com ele comendo minha


boceta e me xingando de “Puta” como o mesmo gostava e dai
Maicon tirava o pau dele e enfiava de uma só vez em minha bunda,
ignorando meus pedidos para ele tirar porque estava doendo, já que
o mesmo não era nada gentil.

Depois de gozar, Maicon limpava minhas lágrimas e pedia


desculpas, afirmando que se encontrava com muito tesão e que na
próxima vez iria ser mais amoroso. Nunca foi. Minhas experiências
anais com ele foram sempre brutas, doloridas e angustiantes.

— É por causa da dor? – Rodolfo perguntou me tirando dos


meus devaneios.

— Sim.

— Os caras com quem você saía não sabiam fazer, mas nós
sim. Eu ia perguntar se já tinha feito dupla penetração, mas lembrei
que você disse que era a primeira vez com dois homens.

— Eu tenho receio em fazer, porque pode me rasgar e já tive


fissuras uma vez. É muito dolorido.

— Quer tentar fazer com a gente? E aí se você vê que não


consegue, é só pedir para pararmos que a gente para na hora.
Prometemos.

Mesmo com medo, assenti concordando, pois não queria


fazer feio com eles e também porque eu estava ali para ter
experiências sexuais novas. Rodolfo então pediu uma camisinha
para Victor, e assim que o outro a jogou, ele rasgou a embalagem e
cobriu seu pau, sob meu olhar atento e faminto.
Já pronto, Rodolfo me puxou para cima dele, fazendo com
que eu me sentasse encaixada a ele. Nos beijamos um pouco antes
de começar a rebolar um pouco. Victor logo veio por trás, se
posicionando e me lambuzando com algo que o mesmo informou
que era o lubrificante e que este possuía um pouco de anestésico em
sua composição.

Ele então se encaixou, pressionando a entrada do meu


rabinho bem devagar e introduzindo seu pau aos poucos. Foi difícil e
um tanto quanto sofrido também até que o “anestésico” começasse a
fazer efeito, depois de várias lubrificadas e tentativas.

Depois de alguns minutos sendo fodida lentamente por


ambos, que meio que sincronizavam seus movimentos, e com a dor
já ficando em segundo plano, a sensação de ter dois paus enfiados
em você é algo indescritível.

Mesmo para uma mente fértil e repleta de descrições como a


minha, por conta da minha profissão como escritora, aquilo que eu
me encontrava vivenciando era impossível de se pôr em palavras.
Nenhuma expressão conhecida do nosso vocabulário estaria à
altura.

Você só irá saber como é ser fodida por dois homens se viver,
pois sem vivenciar o prazer daquilo, as melhores descrições em
romances eróticos são apenas palavras sem sentidos para você. A
única coisa que eu sabia era que estava entorpecida com ondas de
ardor, êxtase e dor.

Passaram alguns minutos e Victor segurou firme meu quadril,


trazendo-o para si com mais força, fazendo com que eu me
debruçasse sobre Rodolfo e buscasse seus lábios para ocultar a dor
que eu sentia com aquela voracidade toda de Victor. Mas graças a
Deus tudo acabou em questão de segundos. O senti pulsar
freneticamente enquanto ele gozava.

Victor saiu de mim, mas já pedindo para que eu ficasse


parada por um momento então fiquei. Ele logo passou algo para me
limpar e me deu um tapa forte na bunda, soltando um “Eita bundão
gostoso”, antes de ir para o banheiro, deixando-me a sós com
Rodolfo.

Então me ajeitei, ficando sentada e comecei a rebolar no pau


dele à medida que suas mãos vinham para os meus seios, brincando
com eles. Logo uma ideia me passou pela cabeça e eu parei de
rebolar.

— O que foi, gostosa?

Olhei pelo quarto e localizei um dos vibradores que tipo um


microfone. Então pedi ele para Victor, que se encontrava saindo do
banheiro todo molhado e com uma toalha enrolada na cintura. Bem
sexy pelo visto. O mesmo me deu o vibrador já pegando o seu
celular na mesinha, xingando baixo antes de sair para a varanda,
fechando as portas atrás de si.

— O que será que houve? – inquiri, vendo-o ao telefone.

— Não sei. Mas vamos deixar ele para lá e nos focar aqui,
minha rainha. Quer brincar com isso também?

— Sim. Quero gozar junto com você – informei enquanto


tentava ver como aquilo ligava.

Rodolfo me deu uma ajudinha e colocou o vibrador entre sua


pélvis e meu clitóris já me fazendo gemer e apertá-lo forte.

— Rebola, minha gostosa. Deixa que eu seguro ele aqui – ele


disse então voltei a movimentar meu quadril deixando o tesão me
envolver novamente, criando ondas pré-orgásticas que me acertava
espaçadamente só alimentando meu futuro orgasmo.
Capítulo 07

Quando percebi que Rodolfo se encontrava em seu limite,


mandei ele aumentar mais a intensidade do vibro e gozar, pois eu já
estava quase lá também. Sou incrível aquele orgasmo. Jatos de leite
novamente saíram dos meus peitos, e como antes Rodolfo os limpou
me puxando para baixo para que ele tivesse acesso aos bicos,
sugando-os intercaladamente.

Aquilo somado ao vibrador ainda ligado entre nós me deu


mais uma explosão orgástica que me fez gritar, esquecendo toda a
vergonha que eu tinha. Sai de cima do Rodolfo e me deitei ao seu
lado, meio entorpecida e grogue.

Ouvi Rodolfo dizer algo, como se estivesse conversando com


outra pessoa, provavelmente com o Victor que deve ter voltado ao
quarto, mas logo eu adormeci cansada, tentando recuperar as
energias porque com certeza eles iriam querer mais.

Acordei meio sobressaltada, sem saber que horas eram e logo


senti braços me envolvendo, foi então que percebi que me
encontrava no meio daqueles dois homens que haviam feito meu
corpo despertar para uma nova fase da minha vida.

Ambos dormiam, ressonando baixinho e alheios à minha


vontade de me levantar. Eu queria ir embora sem precisar acordá-
los, mas era impossível sair daquela minha posição sem que Victor e
Rodolfo despertassem. Então tirei as mãos de ambos sobre mim e
comecei a me mexer devagar enquanto ia me saindo do meio deles.

Como o esperado, os dois acordaram e me encararam meio


sonolentos.

— Já é de manhã? – Victor perguntou e eu olhei para a porta


da varanda que tínhamos deixado aberta, observando que ainda se
encontrava escuro lá fora.

— Não. Mas eu preciso ir – informei me pondo em pé


rapidamente e começando a catar minha roupa, bolsinha, celular e
sandálias.

— Tudo bem... – ouvi um deles falar quase inaudível, já dando


sinal de que ambos voltaram a dormir.

Corri para o banheiro da suíte e me tranquei ali para o caso


dos dois inventam de querer fazer sexo matinal. Não que eu não
quisesse, mas precisava ir para casa logo porque os meus seios já
estavam começando a doer, o que indicava que eles se encontravam
cheios de novo. Tomei aquele banho de gato, só para tirar o cheiro
de sexo e me arrumei.

Achei que eles ainda continuavam dormindo então não me dei


ao trabalho de pôr minha máscara, jogando-a no lixeiro do banheiro.
Só que me arrependi de tal ato no momento que abri a porta, pois
acabei dando de cara com o Rodolfo. O mesmo se encontrava com a
mão meio levantada, como se estivesse indo segurar na maçaneta
da porta para abri-la.

Nossos olhares se prenderam um no outro por alguns


segundos e ele foi o primeiro a quebrar aquele clima estranho que
surgiu entre nós de repente.

— Opa – Rodolfo disse dando um sorriso.

— Eu... – meu cérebro precisou de alguns segundos para


processar a situação e voltar a trabalhar direito – Eu já vou indo.
Valeu pela noite – agradeci, passando apressadamente por ele, de
cabeça baixa, já metendo o pé para fora da suíte enquanto o ouvia
ao fundo dizer para mim um “Tchau, Alyne”.

Na segurança do elevador, consegui localizar e chamar um


Uber para me levar de voltar para casa, para a minha realidade.
Fechando os olhos, recostada na parede fria daquele cubículo, eu
me sentia diferente. Sabia que uma nova Alyne havia ressurgido
depois dessa noite e eu esperava que fosse uma melhor do que eu
era antes.

Cheguei em casa ia dar cinco da manhã. Então adentrei não


fazendo muito barulho, mas mal parei em frente da porta do meu
quarto, vi meu pai saindo do banheiro no final do corredor. Dei um
“Bom dia” rápido e entrei no quarto apressada. Mesmo sabendo de
tudo que passei, ele por ser das antigas não gostou muito da ideia de
eu passar a noite fora com um desconhecido.

“Imagina se o meu pai souber que eu dormi foi com dois


homens ao invés de um só. Acho que eu o enfartaria com certeza”

Sorri pelo meu pensamento à medida que eu me aproximava


do bercinho da Maria Eduarda que ainda dormia. Deu tempo de
tomar um banho de vergonha e trocar de roupa, colocando um dos
meus moletons confortáveis. Mesmo um pouco cansada, eu peguei
minha pequena que já havia acordado quando voltei para o quarto e
a enchi de beijo enquanto me aconchegava na cama com ela no
colo.

Foi um pouquinho dolorido aquela mamada da manhã devido


Victor e Rodolfo terem se divertido muito com meus seios naquela
noite, mas estranhamente a sensação incômoda neles me fizeram
lembrar de quando estava amarrada na cama da suíte à mercê dos
dois.

Minha mente de escritora fervilhou de ideias e à medida que


minha filha se alimentava, peguei o celular e fui anotando a
avalanche de ideias que surgiam para um novo livro. Depois que fiz
ela arrotar, me deitei juntamente com a Dudinha, colocando a mesma
para o lado da parede, já que minha cama era encostada nela.

Fiz então minha pequena de seis meses voltar a pegar no


sono e o meu não demorou muito para chegar também.

Despertei com um som estridente ecoando pelo quarto então


tratei rapidamente de pegar o meu celular para que ele não
acordasse a minha bebê, mas logo percebi que ela não se
encontrava mais comigo, fazendo-me deduzir que minha mãe havia
entrado no quarto e pegado ela.

— Alô? – falei fechando meus olhos novamente.

— Aly, me socorre! – o berro que minha prima deu do outro


lado da linha fez com que eu afastasse o celular um pouco do ouvido
na mesma hora, senão ficaria surdinha.

— Bom dia primeiro, né Lane?

Ela riu.

— Bom dia, sua chata. Como está o povo aí?

— Estamos bem.

— E a gostosura da tia como tá?

— Sapeca como sempre. Já está conseguindo se agarrar no


berço para poder ficar em pé. Minha mãe disse que a Duda vai ser
rápida que nem eu, que comecei a andar com oito meses – comentei
rindo, sendo seguida por Gerlane – Mas você não me ligou para isso,
né? Diga logo o que você quer?

— Nossa, acha mesmo que eu só te ligo para pedir algo?

— Quer que eu te responda?

Ela gargalhou.

— Não. Você tá certa. Peraí um segundo...

Ouvi, meio abafado, minha prima falando com uma pessoa ao


fundo e estranhamente senti o tom de voz dela ser bem familiar, mas
eu não me recordava de onde conhecia aquela pessoa. Depois de
alguns segundos, ela retornou a nossa conversa.
— Oi. Voltei. Um dos meus chefes apareceu aqui na minha
sala. Então... O que estávamos falando mesmo?

— Você ia me pedir algo.

— Ah sim. Isso mesmo. Você sabe, né prima? Eu e os


números não somos muito amigos...

— Não acredito que você sempre manda essa desculpa para


me explorar.

— E você sempre se deixa ser explorada por mim, porque eu


sou um amorzinho de pessoa – Lane murmurou rindo ainda.

“É uma palhaça mesmo” pensei me sentando na cama.


Capítulo 08

— Que parada que é agora, hein? Seu computador bugou de


novo?

— Não. Meus chefes estão querendo atualizar o sistema de


toda a empresa, daí como eles me deram carta branca para contratar
mais uma pessoa para me ajudar, eu pensei em te chamar para a
gente trabalhar nisso juntas, já que você não tá fazendo nada
mesmo.

— Eu estou fazendo sim, Gerlane. Eu sou escritora, lembra?


Tenho uma agenda de lançamentos para cumprir.

— Ser escritora não dá dinheiro, oh sua doida.


— Ei, coé? Tá desmerecendo o meu trabalho? A escrita é um
trabalho como qualquer outro. Não é carteira assinada que você tem
um valor fixo todo mês, com todos os direitos que um trabalho
estável lhe garante, mas se está dando retorno financeiro sendo bom
ou mediano é um trabalho como qualquer outro – falei, meio
aborrecida, pois eu não gostava nem um pouco quando comentavam
esses tipos de coisas como se ser escritora fosse fácil e de boa.

— Tá tá. Você vai vir ajudar sua priminha maravilhosa? Sim


ou não?

Me levantei e peguei minha agenda, verificando meu próximo


lançamento e analisando mentalmente se daria para fazer os dois
trabalhos no mesmo período.

— Morreu aí na linha?

— Não, sua enjoada. Eu estava vendo a minha agenda aqui e


vai dar para eu te ajudar nisso sim.

— Eba! Então te espero aqui na empresa às duas da tarde.


Traz um currículo e todos seus documentos com cópia. E duas fotos
3x4 também.

— Beleza.

Gerlane logo se despediu de mim e desligou.

As duas em ponto, me encontrava na frente da empresa onde


a minha prima trabalhava. Era uma tal de RAVH – Soluções
Financeiras. Mandei mensagem para ela e a mesma me respondeu
logo em seguida, pedindo para que eu me identificasse na recepção
ali no térreo e subisse até o andar onde ela ficava.

Assim que a moça me orientou onde era exatamente a sala da


Gerlane, eu segui rumo ao elevador para poder ir até o andar dela.

— Segurem o elevador para mim, por favor – pedi num tom de


voz mais alto para os dois homens de ternos que eu tinha acabado
de ver de relance entrando nele então apressei meus passos.

Mal ergui o olhar, antes de dar um passo adiante, e meus


olhos focalizaram os dois ocupantes do elevador, fazendo-me ficar
em choque ao reconhecê-los.

“Nem fudendo que o universo tá fazendo isso comigo!”


exclamei em pensamento, sem acreditar no que via à minha frente.

Meus olhos dançaram de um para o outro. Rodolfo me


encarava demonstrando um pouco de surpresa, já que fora o único
dos dois que havia visto o meu rosto àquela manhã. Mas Victor
parecia estar alheio à minha identidade real. E eu estava muito grata
por isso.

— Vai ficar parada aí, senhorita? – ele perguntou com a mão


ainda estendida, impedido que as portas se fechassem.

Dei um sorriso amarelo, agradecendo-o, e entrei no elevador,


alojando-me ao centro, mas perto das portas que logo se fecharam
me aprisionando com aqueles dois. Lembranças de nossa noite
intensa me vieram à mente, junto com uma onda de excitação que foi
se espalhando pelo meu corpo, despertando os mesmos lugares que
eles dois haviam conseguido acordar horas atrás.

— Qual o andar, senhorita? – Victor inquiriu e eu me virei um


pouco, o olhando.

Por um momento, me deu um branco total, até que o meu


cérebro desbugou e eu disse o andar onde a Gerlane ficava.
— Conhece alguém que trabalha aqui?

Finalmente Rodolfo falou algo então me virei para ele, o


encarando.

— Minha prima.

— Qual o nome dela? – ele perguntou e seu tom de voz


indicava que o mesmo estava me interrogando, talvez para saber se
eu não tinha ido era atrás deles dois ou algo do tipo.

— Gerlane. Gerlane Almeida. Ela é TI aqui. Eu vim para


conseguir uma vaga no setor dela. Vocês trabalham aqui também?
Claro que trabalham. Estão de ternos e no elevador comigo. Que
pergunta idiota... – eu dizia sem parar até que Rodolfo tocou em meu
braço, pedindo para que eu respirasse fundo e me acalmasse.

— Não precisa ficar nervosa. Os chefes daqui são bem gente


boa – ele informou e eu escutei Victor rir à minhas costas – Você
com certeza vai ser contratada por eles.

Assenti, dando um sorriso meio sem graça em agradecimento


então me afastei do seu toque, voltando para minha posição de
antes, ficando de costas para eles enquanto torcia para que
chegasse logo ao andar da minha prima. Segundos depois, o
elevador deu um pequeno tranco, parando e as portas se abriram.

Tratei rapidamente de sair dali e à medida que me distanciava


podia sentir os dois me observando. Olhei para trás, por sobre o
ombro, mas as portas tinham se fechado novamente então respirei,
aliviada. Depois de pedir orientação sobre a sala da Gerlane para
uma moça que transitava por ali, segui até lá e entrei já encontrando
com minha prima ao computador.

Conversamos um pouco e ela me explicou mais


detalhadamente como seria o trabalho, então comunicou que os
chefes dela queriam me entrevistar antes de fazer o contrato
temporário de trabalho e eu assenti, já a acompanhando para fora da
sala.
Assim que chegamos ao andar onde ficava a diretoria da
empresa, Gerlane falou com a secretária que logo se levantou e foi
até a porta próxima, abrindo-a.

— Com licença, Sr. Hassum, Sr. Alencar. A moça do TI está


aqui com a candidata para a vaga – ela informou.

— Ok. Pode mandá-las entrarem.

Ao ouvir aquela voz, eu fiquei estática ao reconhecê-la e só


sai do lugar quando Lane me puxou pelo braço, soltando uma
piadinha de que não era para eu ter medo porque eles não iam me
morder.

— Chefes, essa daqui é a minha prima Alyne. Ela é fodona


nos computadores que nem eu. Tudo que ela sabe fui eu que ensinei
– Gerlane disse, todavia nem me importei com a mentira dela, já que
meus olhos estavam em Victor e Rodolfo que me encaravam com um
sorriso divertido nos lábios.

Eles agradeceram a minha prima e pediram para que ela


voltasse ao trabalho dela. Gerlane sorriu, desejando-me sorte na
entrevista antes de sair do escritório, fechando a porta atrás de si e
me deixando ali sozinha com aqueles dois gostosos.

— Prazer. Rodolfo Alencar – ele se aproximou, apertando


minha mão, ainda sorrindo.

— Victor Hassum – o outro fez o mesmo que o amigo.

— Alyne Breder – anunciei em um tom de voz meio baixo,


envergonhada.

— Você me parece familiar. Não acha, Rodolfo?

Ri nervosa.

— A gente se encontrou no elevador minutos atrás, lembra? –


comentei.
— Ele sabe de tudo, Alyne. Assim que você saiu do elevador,
eu contei ao Victor que você é a mulher de ontem à noite da suíte.

De repente, o meu celular tocou.


Capítulo 09

Me desculpei e abri a bolsa para ver quem era. Respirei fundo


ao ver que era Maicon então desliguei a chamada, guardando o
telefone de novo na bolsa. Porém, logo em seguida, ele tocou
novamente.

— Me desculpe de novo. É o meu ex-marido me enchendo o


saco. Vou desligar o celular.

— Com licença... – Victor falou já tomando o telefone da


minha mão e o atendendo – Alô?

— Quem está falando?

Olhei para ele assustada, vendo que o mesmo tinha posto no


viva-voz.
— Gostaria de falar com quem, senhor?

— Com a minha mulher.

— E quem seria a sua mulher?

— Alyne Breder. Cadê ela? Passa o celular para essa vadia


seja lá quem você for.

Ambos me encararam.

— Que eu saiba, ela não é nada sua.

— E a mesma está muito ocupada conosco agora – Rodolfo


complementou.

— Quem são vocês? Me deixa falar com ela, seus filhos da


puta!

— Se alterar não levará o senhor a lugar nenhum – Victor


comentou num tom de voz calma e sério.

— Agora, faça o favor de não perturbar mais a Alyne senão


quem irá se alterar seremos nós dois e talvez o senhor não goste de
nos encontrar pessoalmente e, principalmente, alterados – Rodolfo o
ameaçou, me olhando, deixando-me vermelha de vergonha.

— Se não passarem o celular agora mesmo para...

Victor encerrou a chamada, desligando na cara de Maicon.

— Obrigada, mas não precisavam fazer isso.

— Se ele te importunar de novo, nos avise que iremos te


proteger – Victor falou, me devolvendo o celular desligado.

— Bem-vinda a RAVH – Rodolfo parabenizou-me, fazendo


com que eu ficasse sem entender.
— Mas vocês não iam me entrevistar?

— Confiamos no julgamento da Gerlane – informou Rodolfo.

— E também, não vamos perder a chance de ter você perto


da gente para podermos combinar novos encontros – Victor sorriu,
dando uma piscadinha para mim.

“Ai Senhor! Os dois gostosos que há poucas horas me


comeram, agora serão meus chefes... e também guarda-costas? Eu
tô muito ferrada!” pensei assustada, não acreditando ainda no que o
destino havia feito comigo.

Passei o resto da tarde pensando em novos lugares para


encontros à três com a Alyne, quando dou por mim, é com Rodolfo
me chamando, perguntando se eu iria ficar após o horário também,
fazendo-me perceber que já eram quase seis e meia da noite.

— Não. Eu já tô indo embora – informei fechando meu e-mail


– Hoje tem o jantar em comemoração ao aniversário da minha mãe.
Você vai?

— Não. Vou resolver umas coisas aqui que ficaram


pendentes, daí eu vou para casa descansar. Dê um abraço nela e na
vovó Hassum também. E diga para tia Dora que eu vou amanhã lhe
desejar os parabéns pessoalmente e pegar o meu pedaço de bolo,
se você não comer tudo hoje.

Ri assentindo à medida que desligava o computador, já saindo


do nosso escritório em seguida após me despedir dele.
Durante o trajeto para a casa dos meus pais, me preparei
mentalmente para as perguntinhas irritantes de sempre, que meus
familiares faziam toda vez que me viam. O povo não entendia que eu
queria ser solteiro pelo resto da minha vida para poder dormir com a
mulher que eu quisesse, na hora e no dia que eu desejasse.

Assim que cheguei, toquei a campainha do interfone e após


dizer que era eu no portão, o mesmo foi aberto. Fui recepcionado por
alguns primos que estavam ali na espaçosa área da casa, que não
chegava a ser uma mansão grande, mas era menor um pouco que
uma.

Presente dado por mim aos meus pais quando eu e o Rodolfo


conseguimos o nosso primeiro um milhão em lucros com a empresa.
Fui adentrando a casa, falando com um terço dos familiares que se
encontravam ali, já que a nossa família era extremamente numerosa
e muitos moravam em outros estados então não puderam vir.

Finalmente encontrei minha mãe na cozinha, como sempre,


conversando com algumas tias minhas e cumprimentei elas antes de
dar um abraço de parabéns em minha mãe.

Não havia levado presente porque sempre que eu dava um,


ela fazia questão de descobrir onde eu tinha comprado e devolvia,
me informando depois sobre o ocorrido. Minha mãe dizia que ter o
filho dela bem-sucedido era o único presente que a mesma queria
nesta vida e que eu já tinha dado esse orgulho para ela.

— Rodolfo mandou um abraço para a senhora e disse que é


para deixar um pouco de bolo para ele, que o mesmo vem buscar
amanhã e dar os parabéns dele pessoalmente para a senhora –
informei, me afastando da minha mãe após o nosso abraço.
— E por que ele não veio com você?

— Rodolfo precisou terminar umas coisas pendentes lá na


empresa.

— Tudo bem, filho. E como vai o trabalho?

— Muito corrido e um tanto quanto estressante também –


respondi roubando um pouco de frango desfiado reservado para o
salpicão que uma das minhas tias preparava, fazendo com que a
mesma batesse no meu braço.

Sai de perto dela, rindo, e dei a volta no balcão da cozinha.

— Não deveria se estressar tanto, Victor – uma outra tia


comentou.

— Vida de CEO é assim mesmo, tia Elisa. Só nos filmes e


nesses livros de romances bobos que o povo acha que somos
folgados ou que ficamos de cara para o ar só esperando uma mulher
atravessar o nosso caminho para sairmos viajando pelo mundo com
ela, deixando a empresa a Deus dará, entre outros tipos de
irresponsabilidades que eles acham que cometemos por causa de
mulher.

— Por falar em mulher... Quando você irá ser enjaulado, hein?


– tia Mônica perguntou rindo e eu a acompanhei, mesmo estando
sem graça.

— Tia, eu quero ser livre e pegar todas as mulheres gostosas


que estiverem disponíveis nesse mundão lindo de meu Deus –
respondi.

— Seu tio na sua idade já sustentava uma casa, três filhos e


uma esposa esperando o quarto – disse outra tia minha que tinha
dez filhos.

— Ainda bem que não voltamos no tempo e sim, só evoluímos


e nos desapegamos cada vez mais desse modelo de prisão
matrimonial – brinquei, rindo.

Acabei tentando mudar de assunto ao ver as caras fechadas


de algumas tias minhas que eram conservadoras demais e meio que
veneravam esse estilo de vida matrimonial, se é que posso assim
dizer.

— Cadê o pai, mãe?

— Onde mais estaria? Seu pai tá lá no quintal jogando bola.


Não sei por que você foi comprar uma casa justo com um campinho
de futebol de grama. Aquele homem não sai de lá. Tô quase me
sentindo a outra nesse casamento.

Minhas tias caíram na risada com o relato da minha mãe e eu


não fiquei para trás, já saindo em seguida para os fundos da casa
onde vi meu pai, alguns tios e primos jogando bola enquanto outros
assistiam e bebiam. Peguei uma cerveja no isopor e fiquei ali,
bebendo e observando eles terminarem a partida.
Capítulo 10

— Filho! Venha jogar uma pelada com a gente – meu pai me


chamou, mas ouvi minha mãe gritar por mim então me virei e ela me
informou que minha avó queria falar comigo.

— Já eu volto. Vão jogando aí – falei, voltando para dentro de


casa e indo para o andar de cima, onde ficava o quarto dela – Vó? –
indaguei batendo de leve na porta, já abrindo-a um pouco e olhando
para o interior.

— Oi, querido. Entra – ela murmurou com sua voz fraquinha


de gente idosa então adentrei o quarto onde minha avó passava a
maior parte do seu tempo, pois vivia acamada devido as
consequências de uma juventude muito bem vivida, a meu ver.

— Mamãe disse que a senhora queria falar comigo.


— Sim. Sente-se perto de mim.

Atendi seu pedido, me ajeitando perto da cabeceira da cama


onde ela se encontrava parcialmente recostada em meio aos
travesseiros.

— Você sabe que não estou bem de saúde. E eu sinto que


minha hora não vai tardar em chegar...

— Não diga isso, vó – cortei ela, mas logo a mesma levantou


sua mão, me pedindo para escutá-la.

— Estou sendo realista, querido. Infelizmente, essa é a


verdade. Você sabe que eu e seu avô fomos casados por muitos
anos, até a morte dele, e que desse casamento rendeu meus quinze
filhos. Estes, por sua vez, encontraram pessoas muito boas para se
casarem também, e juntos me deram muitos netos lindos. Você é o
meu único neto que ainda não formou uma família e não me deu
bisnetos. Eu gostaria muito de te ver casado com uma mulher, que
encontrasse alguém para cuidar de você.

— Hoje em dia nenhuma mulher precisa ou quer cuidar de


homem, vovó. São outros tempos, muito diferente do seu.

— Eu sei, querido. Mas, quero que a mulher escolhida por


você, cuide principalmente de seu coração. Te dando todo o amor
que você merece. Assim, eu posso morrer feliz – ela disse e eu vi
uma lágrima escorrer dos seus olhos cansados – Você não vai negar
um pedido da vovó no seu leito de morte, vai?

— É claro que não, vó.

— Você jura para sua vovó moribunda?

“Agora eu tô lascado” pensei tentando achar um jeito de sair


daquela situação sem deixar ela triste e logo tive uma ideia.

— A senhora pode guardar um segredo? – indaguei pegando


na mão dela.
— Claro, querido. Sempre guardei seus segredos para te livrar
das chineladas de seus pais – minha avó confidenciou sorrindo e eu
a acompanhei, recordando da minha infância.

Mesmo com peso na consciência por ter que mentir para ela,
eu continuei com meu plano.

— Eu tenho uma noiva – confidenciei num sussurro para


minha avó que me olhou surpresa.

— Sério?

Assenti com a cabeça.

— E por que você nunca a trouxe aqui? – questionou-me.

— Ela é bem tímida e do jeito que conheço essa família, com


certeza iriam ficar tirando graça, deixando tanto ela quanto eu
constrangidos, então tô evitando o máximo isso, vó – tentei enrolar.

— Pois pode trazê-la para eu conhecer imediatamente.

“Oh velhinha insistente!”

— Amanhã eu a trago para almoçar aqui, ok? Mas não conte


para ninguém.

— Tudo bem. Estou muito orgulhosa de você, querido. E


brava também por esconder isso de mim.

Sorri e beijei sua mão. Uma parte do plano estava feito, agora
eu precisava informar a noiva em questão. Amanhã no trabalho, eu
iria abordar a Alyne e espero que ela aceite ser minha noiva de
mentirinha até que minha vó batesse as botas, que pelo estado dela
infelizmente não iria demorar muito.

De repente, escutamos uma batida na porta e vi minha mãe


entrar no quarto.
— Filho, deixe sua avó descansar. Ela precisa de repouso.
Venha. Vamos jantar.

— Ok. Boa noite, vovó – me inclinei um pouco, dando um


abraço de leve nela – Até amanhã.

— Se cuide, querido. E juízo.

Sorri, acompanhando minha mãe para fora do quarto.

— Vai vir amanhã de novo, filho?

— Sim. Tenho que trazer um presente que eu prometi para a


vovó e aí aproveito e fico já para o almoço.

— Ah que maravilha... Vou preparar seus pratos favoritos


então. Rodolfo vem também para o almoço ou só a noite?

— Não sei. Vou mandar uma mensagem, perguntando a ele e


aí eu aviso a senhora, ok?

Ela assentiu então chegamos à mesa e nos sentamos, já nos


servindo em meio à onda de perguntas e piadinhas sobre minha vida
amorosa.

Assim que terminei de resolver minhas coisas, desliguei tudo


e sai do escritório, descendo rumo a recepção. Acabei vendo Alyne
ali, que parecia está mexendo no celular, e estranhei um pouco à
medida que eu me aproximava dela.

— Achei que você tivesse ido embora naquele horário –


comentei fazendo ela me encarar com aqueles lindos olhos meio
esverdeados.
— Minha prima quis logo me familiarizar com o antigo sistema,
para que assim pudéssemos bolar um jeito mais eficiente e acessível
para o novo sistema – Alyne informou dando um sorriso simpático –
Espero que não se incomode por eu começar a trabalhar antes do
dia definido.

— Contando que não peça hora extra adicional referente à


hoje – brinquei, rindo, fazendo ela rir também, meio tímida, e negar
com a cabeça.

— Não vou pedir não. Não se preocupe com isso.

— Quer carona? Ou vai com sua prima?

— A Gerlane já foi para casa com o namorado dela de moto.


Eu estou tentando achar um Uber que aceita desconto na corrida,
mas até agora o app ainda não achou nenhum motorista nas
proximidades que aceite.

— Vem. Eu te levo em casa.

Ela riu, parecendo nervosa.

— Não precisa se preocupar não, Rodolfo.

— Eu insisto. Você provavelmente não vai achar nenhum que


aceite e aí? Vai dormir no trabalho já? – indaguei, torcendo para que
Alyne aceitasse e para minha alegria a mesma aceitou a oferta de
carona, então a conduzi até o meu carro, abrindo a porta do
passageiro como de praxe no cavalheirismo.

Eu não sabia explicar, mas depois que eu ouvi o modo como o


ex dela falava, algo dentro de mim despertou. Foi tipo um sensor de
alerta que me fez ter vontade de proteger a Alyne a todo custo e deu
para perceber que Victor também sentiu o mesmo. Todavia, eu a
queria só para mim.

Nunca tive problema em dividir uma mulher com o meu melhor


amigo, mas o mulherão sentado ao meu lado no meu veículo eu
queria para ser minha esposa e esposas não se dividem com outros
homens, pelo menos eu tinha esse pensamento.

— Quer jantar comigo antes de ir para sua casa? – inquiri, na


esperança de que ela dissesse um “Sim”.

— Não posso. Desculpe. Tenho que ir para casa, porque sou


o jantar de uma pessoinha.

Aquilo me fez lembrar do que Alyne tinha dito na noite


passada, sobre estar amamentando.

— Amanhã à noite então? Assim você se programa e não


deixa seu filho sem a janta dele – insisti, dando um sorriso.

— Eu não quero parecer rude com você, Rodolfo. Até porque


você é um dos meus chefes agora, mas eu não estou à procura de
um relacionamento. Se quiser sair para jantar e depois me levar para
algum lugar para transarmos, tudo bem. Mas, se suas intenções são
para algo sério, infelizmente eu não estou aberta no momento.
Capítulo 11

A encarei, aproveitando a nossa parada no semáforo.

— Seu ex te traumatizou tanto que não quer mais se enrolar


com ninguém? – brinquei, já rindo, mas o meu riso logo foi dissipado
quando percebi que ela se encontrava meio séria.

De repente, Alyne começou a desabafar à medida que eu


colocava o carro em movimento novamente. Foi difícil ouvi-la relatar
algumas situações vividas por ela, em seu antigo relacionamento.
Meus dedos ficaram brancos de tanto que apertei o volante com
raiva.

Eu só queria uns dez minutinhos a sós com esse homem com


“h” minúsculo para ele aprender a como tratar de verdade uma
mulher como a Alyne. Devido, ela ter ficado emotiva pelo desabafo
inesperado, desviei do percurso do GPS até a casa dela e parei
então o carro no estacionamento de uma loja de conveniência ao
lado de um posto de gasolina e fiquei ali, esperando que ela se
acalmasse.

— Desculpe desabafar assim do nada. Eu mal te conheço.


Você deve estar me achando uma idiota por isso – Alyne comentou,
enxugando os últimos resquícios de lágrimas de seu belo rosto.

— Idiota por quê? Por se apaixonar por um babaca? Todo


mundo já se ferrou ao se apaixonar por alguém, Alyne. Isso é se
tornar experiente na vida. Eu já me ferrei muito também.

— Você? Bonitão desse jeito? Eu não acredito.

Sorri.

— Os bonitões também sofrem, viu? – comentei, fazendo ela


rir meio triste – Eu tive uma noiva há alguns anos. Logo que
estouramos com a empresa e tivemos sucesso. Eu estava
completamente apaixonado por ela que nem percebia que a mesma
só queria me usar e me explorar financeiramente. Victor foi quem
abriu os meus olhos, descobrindo e me mostrando que a minha
noiva me metia chifre enquanto gastava com outro o dinheiro que eu
dava para ela.

— Nossa! Eu sinto muito – Alyne murmurou, me encarando.

— Eu não sinto não, pois me livrei de continuar sendo corno.

Aquilo fez ela rir com mais espontaneidade e isso me deixou


feliz.

— Fique aqui. Eu já venho – informei, saindo do carro em


seguida e me dirigindo até a loja de conveniência.

Perguntei ao atendente se eles tinham trufas de chocolate


recheadas com geleia de morango e pimenta, e o mesmo me
encarou como se eu fosse um alienígena. Então, comprei apenas
uma caixa de chocolate da marca que havia disponível ali, já
retornando para o carro.

— Dizem que chocolate deixa as pessoas mais felizes –


comentei, entregando a caixa para Alyne – Não tinha do que eu
queria então espero que goste desse aí.

— Não sei se devo aceitar, Rodolfo.

— Por quê? – inquiri e a vi abaixar a cabeça, suspirando – Eu


tinha duas opções para te deixar feliz depois do seu triste desabafo,
Alyne. Ou eu te dava chocolate ou te beijava e transava com você
aqui mesmo dentro deste carro. E só para constar, eu preferiria a
segunda opção.

Ela me encarou com uma expressão meio assustada, mas


como se fosse de modo voluntário, ou talvez não, vi a mesma morder
o canto do lábio inferior e porra... Aquilo fez o meu autocontrole se
dissipar de vez e eu ser tomado por um desejo incontrolável de beijá-
la.

Avancei então contra Alyne, enfiando uma das minhas mãos


em seu cabelo, puxando sua nuca, já selando nossas bocas em um
beijo feroz. Eu gostava da conexão e da bela sincronia que nossas
línguas possuíam à medida que ela retribuía o beijo intensamente.

— Espere, Rodolfo – Alyne sussurrou, me interrompendo


ofegante, quebrando o nosso beijo e me encarando.

Pelo seu olhar, percebi que havia avançado o sinal rápido


demais, mesmo com ela retribuindo, então me afastei da mesma,
recostando-me no meu banco e ajeitando o meu pau que se
encontrava bastante duro sob a calça.

— Desculpe por isso. Eu vou te levar para casa antes que eu


perca o controle de vez e faça algo que você não queira – murmurei,
já ligando o carro.
— Eu também quero transar com você, Rodolfo. Mas, preciso
ir dar de mamar para minha filha. Se quiser, você pode me deixar em
casa e ir trocar de roupa enquanto estou amamentando. Então
podemos ir para um lugar. Um motel, sei lá... E transar.

A olhei atentamente e assenti, depois de perguntar se Alyne


queria mesmo aquilo.

Mal virei a esquina da rua onde ela morava, notei que Alyne
ficou meio tensa e pediu para que eu a deixasse ali mesmo próximo
da esquina. Mas, ignorei e segui o caminho até parar um pouco
antes de uma moto onde havia um homem e uma mulher sentados,
que nos encararam assim que a luz dos faróis o atingiu fortemente.

— Seu irmão? – inquiri, olhando para Alyne e a mesma negou


com a cabeça.

— Não. Ele é o meu ex. Te espero daqui a pouco. Muito


obrigada pela carona, Rodolfo – ela disse e saiu do carro meio
apressada quando eu assenti com a cabeça.

Resolvi ficar e ver o que iria acontecer, porque eu estava


doido para descer a porrada nesse ex dela.

— Até que enfim você chegou. Tô esperando maior tempão


aqui – o cara falou, visivelmente bravo, saindo de cima da moto
juntamente com a mulher quando Alyne se aproximou.

— O que você está fazendo aqui, Maicon?

— Vim falar contigo. Tem como me descolar a grana da


pensão da Maria Eduarda de volta? Eu tô precisando pra por
gasolina na moto para dar um rolê.

— É sério isso?

— Sim, caralho. Vai dar ou não? – ele disse de cara fechada


com a mulher ao fundo rindo e eu senti o meu ódio pelo mesmo
voltar com força total, lembrando de tudo que Alyne tinha relatado
minutos antes.

— Não acredito que você vai fazer isso. Além de atrasar nos
pagamentos e dar quase uma miséria, você ainda quer o dinheiro de
volta para colocar gasolina na sua moto? Dinheiro esse que é da sua
filha, para comprar coisas para ela comer.

— Sem drama, tá ligado? Depois eu devolvo.

— Não. Você não vai devolver. Eu te conheço, Maicon.

— Também te conheço muito bem para saber o porquê de


você insistir tanto nessa porra de pensão. Você tá mais gorda do que
antes. Acho que eu não sei que anda comprando coisa pra ti comer
ao invés de comida pra menina.

Vi Alyne se sentir acuada então sai do carro e me aproximei


deles. Minha vontade era de arrebentar o cara na porrada por ter
falado daquele jeito, chamando-a de gorda de modo pejorativo, como
se ser “gorda” fosse algo ruim ou um tipo de palavrão ofensivo.

— Não fale assim com ela – ordenei e tanto o cara quanto a


mulher se viraram, me encarando.

Vi a acompanhante dele me encarar como se estivesse


flertando comigo. Nada contra as mulheres do típico “padrãozinho”
que a maioria dos homens preferem pelo simples fato de se vestirem
como se estivesse transformando seus corpos em troféus de carnes
ambulantes, apenas este tipo de mulher não era o meu tipo.
Capítulo 12

— Amigo, isso é um assunto meu e dela.

— Eu não sou seu amigo – informei.

— É melhor você vazar daqui antes que eu te quebre na


porrada, oh seu filho da puta!

— Eu diria o mesmo para você – rebati com uma calma que


de longe refletia o meu interior.

— Tá se intrometendo demais pro meu gosto. Quem diabos é


você?

— Eu sou o namorado da Alyne. E você, quem é?


Ele riu com desdém juntamente com a mulher que o
acompanhava.

— Namorado? Você por acaso é cego, amigo? Como


consegue namorar uma balofa dessa?

Fechei as mãos em punho por um momento, mas relaxei e me


postei entre ele e Alyne, ficando cara a cara com o babaca.

— Deixa para lá, Rodolfo – ouvi Alyne dizer, mas ignorei.

— A sua acompanhante está vestida igual a uma prostitua e


eu não estou interessado em saber como você consegue namorar
alguém tão... dada desse jeito. Mal eu cheguei aqui e ela já foi logo
flertando comigo às suas costas – falei, balançando a cabeça em
reprovação.

Ele olhou para o lado e depois voltou a me encarar puto então


continuei a falar.

— Nesse quesito, essa que está atrás de mim é mais mulher


do que a sua companhia, independente de corpo dela, que aliás eu
amo e sabe por quê? Porque, ao contrário de você que gosta do
corpo, eu gosto é do caráter, principalmente o da Alyne. Agora vai
me dizer quem é você e porque está importunando a minha mulher
ou eu vou ter que te expulsar daqui?

— Eu sou o pai da filha dela.

— É mesmo? Pois tá parecendo mais para doador de


esperma do que um pai de verdade – revidei vendo já o cara me
fuzilar com mais raiva ainda – De quanto é a mesada que ele dar,
amor? – perguntei, mas não obtive resposta então olhei para Alyne
que parecia estar em choque.

Me aproximei dela, dando um sorriso.

— Está tudo bem, amor. Pode me dizer o valor que esse


homem dar todo mês? – inquiri novamente e vi ela assentir me
olhando.

— Cem reais.

— Só? – indaguei surpreso, pois eu achava que o valor de


uma pensão deveria ser bem maior, mas Alyne confirmou que era só
aquele valor.

— E quanto tempo tem a sua pequena mesmo?

— Seis meses – Alyne me informou e eu a agradeci, já


pegando minha carteira e tirando seis notas de cem dela,
estendendo-as rumo ao cara.

— Aqui. O reembolso de todo o dinheiro que você deu para


ela. Suma da vida da Alyne e da filha dela. Ela tem agora um pai de
verdade presente em sua vida. E se você importunar a Alyne ou a
família dela de novo, tenho parentes policiais que darão um chá de
sumiço em você – falei sério, vendo o sujeito terminar de guardar o
dinheiro e subir na moto junto com a mulher, já saindo cantando
pneu pela rua.

— Foi mal por isso. Eu vou te pagar por esse dinheiro – ouvi
Alyne murmurar então a olhei, mas quando eu ia informá-la de que
ela não precisava me pagar, escutamos um barulho de tranca e logo
o portão foi aberto e um senhor apareceu com uma pistola em uma
das mãos.

— Cadê aquele filho da puta? Eu ouvi a voz daquele merda.

— Pai, ele já foi.

— E espero que não volte nunca mais – comentei, virando


rapidamente o alvo do olhar do senhor armado.

— E você quem é?

— Eu...
— Ele é o rapaz com quem eu saí ontem à noite, pai – Alyne
disse me cortando e eu percebi que ela estava nervosa com aquela
situação inusitada.

O pai dela me encarou de cima a baixo, como se estivesse me


avaliando.

— Prazer, senhor. Rodolfo Alencar – falei, estendendo minha


mão, que o mesmo logo a apertou firme, encarando-me ainda com
aquele olhar avaliativo e sério.

— Prazer...

— E descobri que ele é um dos chefes da Gerlane. E vai ser


meu agora também – Alyne complementou fazendo o pai dela mirar
a atenção para ela.

— Conseguiu a vaga, filha?

— Sim, pai. Vou trabalhar lá com a Lane.

— Que bom. Não demore aqui fora, Alyne. Ou se forem ficar


batendo papo por muito tempo, entrem para conversarem lá dentro.
Ontem assaltaram o vizinho quando ele chegava em casa. Ta maior
perigo essa rua.

— Ok, pai. Eu já vou entrar – ela informou e vimos o pai dela


entrar, deixando o portão só encostado, meio entreaberto – Eu já
indo.

Assenti.

— Daqui a pouco eu apareço de novo.

— Ok. E obrigada por me ajudar com o Maicon.

— Esqueça esse babaca. Ele não é mais importante em sua


vida. Você está livre dele a partir de agora.
Ela deu um sorriso meio graça e soltou um “Até logo” antes de
entrar e fechar o portão. Então retornei ao meu carro e sai, me
dirigindo rumo à minha casa que ficava no Bairro da Tijuca.

Mal entrei em casa e minha mãe logo começou a me


bombardear com perguntas devido meu pai ter contado a ela sobre o
Rodolfo. Então não tive outra alternativa e falei quem ele era e o que
o mesmo havia feito minutos antes à medida que me preparava para
dar o peito para a Dudinha que já estava toda enjoadinha no colo da
vovó dela.

— Rapaz cabeça esse, filha. Se você vê que gosta dele e


vice-versa, não perde a oportunidade laçar esse homem.

— Não quero me relacionar com ninguém por enquanto, mãe


– comentei pegando a Maria Eduarda no colo e me sentando na
mesa da cozinha, pois meu pai estava na sala assistindo algum jogo
na TV.

— Eu sei que você sofreu com aquele traste, mas não se


feche para um novo amor, Alyne – minha mãe falou se sentando no
outro lado da mesa.

— Mãe, eu e o Rodolfo não daria certo. Ele é dono de uma


baita empresa então deve nada na grana se duvidar. Eu mal ajudo
vocês e dou o melhor para minha filha com o dinheiro que eu ganho
com meus livros. Tem meses que acerto no enredo e ganho mais,
mas tem mês que mal tiro um salário-mínimo. Além do mais, ele é
mega bonito.

— E você é feia? Que eu me lembre, não pari bebê feio não.


Ri. Minha mãe sempre achava um jeito de me tirar o foco da
conversar quando o assunto é a minha aparência. Todo mundo fala
que eu sou bonita, mas eu só me acho bonita mesmo quando me
arrumo e me maquio. Só que ninguém vive arrumada e maquiada
vinte e quatro horas, os sete dias da semana.

— Tudo que vivi com o Maicon ainda está recente, mãe. Só


vou pensar em namorar ou casar quando a Dudinha tiver maiorzinha.
Até porque não quero qualquer um perto da minha bebê, ainda mais
depois da gente ver tanto caso de caras que abusam das filhas e dos
filhos de suas namoradas. Não quero que nada de ruim aconteça
com a minha bebê – murmurei olhando para minha pequena
esfomeada que sugava forte meu seio.
Capítulo 13

Sorri e acariciei sua bochecha. Pela Maria Eduarda eu seria


capaz de tudo. Até mesmo de matar a pessoa que fizesse mal a ela,
independentemente do motivo. Aproveitei e contei também para
minha mãe sobre o trabalho e quem seria os meus chefes. Apenas
ela sabia que eu tinha ido me encontrar com dois homens na noite
anterior.

— Isso é o destino – ela comentou, sorrindo.

— Quando eu dei de cara com eles no elevador hoje mais


cedo, não vou negar que por um momento achei mesmo que isso
fosse verdade, mas sigo achando que destino é uma criação da
mídia para vender filmes e livros românticos, ou seja, é conversinha
para boi dormir e tirar dinheiro do povo – retruquei fazendo minha
mãe rir.
— Um dia você irá acreditar, filha. Anote o que eu estou
dizendo – ela profetizou.

Me deu até um certo medo da fala dela, porque todo mundo


sabe que palavra de mãe é abençoada. Ela fala uma coisa e aquilo
acontece, cedo ou tarde, mas acontece.

— A senhora está muito cansada hoje? – perguntei, mudando


de assunto antes que a mesma profetizasse mais alguma coisa com
relação a mim.

— Um pouco. Tive que limpar essa maldita que estava até o


gogó de gelo. Um dia eu compro uma dessas geladeira de gente rica
que não fica entupida de gelo. Mas porque, filha?

— Não. Por nada não. O Rodolfo havia me chamado para


jantar fora, mas como eu tinha que dar o peito, ele ia na casa dele
tomar banho e depois passava aqui para me buscar, mas vou
dispensar ele assim que o mesmo aparecer. Não quero te dar mais
trabalho pedindo para a senhora cuidar da Duda mais essa noite.

— Eu amo de cuidar da minha netinha, filha. Mas porque não


a leva para dar uma volta com vocês? Essa menina é igual a mãe,
não dorme cedo mesmo, parece mais uma corujinha noturna – minha
mãe disse rindo, mas parou e me encarou – Ah não ser que vocês
tenham outros planos, hein mocinha?

Ela me olhava com uma expressão maliciosa, fazendo com


que eu sorrisse e ficasse um pouco constrangida, já que eu nunca fui
de conversar abertamente com a minha mãe sobre homens e sexo.

— Eu não sei os planos dele, mas vou levar ela sim. A


senhora pode colocar uma roupinha nela enquanto eu tomo um
banho rápido e me arrumo?

Ela assentiu e pegou a Maria Eduarda no colo para fazê-la


arrotar à medida que eu ajeitava minha blusa para poder correr para
o meu quarto, a fim de escolher uma roupa e pegar minhas coisas
para ir tomar meu banho.
Após terminar de vestir um dos macacões pretos de
manguinha larga, macacões esses que eu tinha comprado na época
que eu me encontrava nos primeiros meses de grávida, me dirigi até
a sala onde minha mãe já estava com a Dudinha arrumada.

— Parece uma boneca a minha princesa – comentei pegando-


a no colo e a enchendo de beijo, fazendo ela dar gritinhos de alegria.

— Vai sair de novo? – meu pai indagou e eu assenti, o


informando que iria sair para jantar, mas que não iria demorar muito
não.

De repente, escutamos uma buzina vindo lá de fora.

— Deve ser o Rodolfo – murmurei e logo tive a confirmação


ao ouvir meu nome sendo chamado no portão.

Peguei então a bolsa de sair da Maria Eduarda e sai, abrindo


o portão dando de cara com Rodolfo.

— Oi – falei e ele sorriu – Minha mãe tá meio cansada hoje,


não tem problema de eu levar minha filha com gente, tem?

— Claro que não. Você tem o bebê-conforto para eu pôr no


carro?

— Não.

— Ok então. Eu passo lá no VillageMall e compro um.

Fiquei sem reação com aquilo.


— Não precisa gastar dinheiro com isso não, principalmente
naquele shopping que é muito caro – comentei, pois o VillageMall só
era frequentado pela elite do Rio de Janeiro, incluindo artistas e
cantores.

— Não vou deixar essa bebê linda correr o risco de se


acidentar estando no seu colo – Rodolfo falou, pegando na mãozinha
dela que riu para ela – Qual o nome dela?

— Maria Eduarda, mas chamamos ela também de “Dudinha”


ou “Duda” – informei, sorrindo ao vê-lo se apresentar para minha
filha à medida que balançava a mãozinha dela.

— Vamos?

Assenti com um breve aceno de cabeça então Rodolfo pegou


a bolsa e a colocou no banco de trás antes de abrir a porta do
passageiro para mim, que o agradeci, entrando no veículo e
ajeitando minha filha em meu colo. Segundos depois, ele adentrou e
ligou o carro, já saindo em seguida.

O shopping estava parcialmente movimentado e o mesmo


tempo que me encontrava deslumbrada pela grandiosidade do lugar,
também me sentia acanhada e meio deslocada, pois à medida que
seguíamos eu via vários artistas da Globo que nem em sonho eu
poderia me imaginar passar por perto.

— O que foi, minha deusa? – Rodolfo indagou meio baixo em


minha direção.

— Não é nada. Apenas não estou acostumada a ver tanta loja


cara assim – disfarcei, mas era pura mentira.
Havia visto o ator que eu era mega fã e que tinha sido o
avatar escolhido por mim para ser o protagonista do próximo livro
que eu iria lançar. O mesmo vinha em nossa direção, conversando
com a atual namorada dele e mesmo assim a minha mente
pervertida de escritora não deixou passar essa oportunidade.

Logo não era mais o ator Igor Duvale que estava vindo em
minha direção e sim Rustem Doroshenko, meu mafioso mega
gostoso, insanamente malvado, dominador e um exímio torturador,
chefe de uma nova máfia que botou a Bratva para correr de Moscou.
Minha boceta até piscou em desejo ao imaginar ele fazendo todas as
cenas hot que eu escrevi no livro.

Mas meu queixo quase caiu mesmo pelo choque foi quando vi
Igor sorrir e vir realmente em nossa direção, cumprimentando
Rodolfo como se fossem velhos amigos. Tentei deixar a fã lunática
bem guardada no meu subconsciente e tentei parecer normal
quando ele e a mulher me cumprimentaram ao ser apresentada
como sendo “namorada” de Rodolfo.

— Você é mais bonito pessoalmente – soltei de repente,


vendo olhares tanto de Rodolfo quanto da namorada de Igor sobre
mim então tratei logo de me explicar para que não houvesse
interpretação errônea ali – Desculpa. Falei sem querer. É que você é
o avatar do protagonista do meu livro.

— Você é escritora?

— Sim. Escrevo romances eróticos e darks – falei sem ainda


acreditar que eu estava falando com ele.

— Que legal. Já lançou o livro?

— Não. Ainda estou escrevendo-o.

— Então quando for lançá-lo, me avise através do Rodolfo


que irei até lá marcar presença e pegar um livro autografado com
você.
Quase infartei naquele momento. Acho que isso deve ser o
sonho de toda autora nacional. Ter o seu protagonista no lançamento
do seu livro físico.

— Claro, aviso sim – falei, consciente que na minha cara


devia ter o maior sorriso do mundo.

Igor fez uma gracinha para minha filha que riu toda
sassariqueira então superei minha vergonha e quando ele estava se
despedindo de Rodolfo, eu aproveitei para perguntar se poderia tirar
uma foto com eles dois e o mesmo aceitou.
Capítulo 14

Pedi para Rodolfo tirar a foto no celular dele, já que o meu


havia ficado dentro da bolsa, no interior do carro dele. Depois da
foto, agradeci aos dois e seguimos, cada casal para um lado.

— Espero um dia ser o avatar de algum livro seu – ouvi


Rodolfo comentar antes do mesmo parar em frente à uma loja infantil
que vendia além de brinquedos, acessórios para crianças.

Adentramos e enquanto ele se dirigiu até o balcão, eu fiquei


olhando as coisas da loja, arregalando os olhos discretamente a
cada etiqueta de preço que eu virava para dar uma espiada. O mais
barato que eu tinha visto era no valor de duzentos e sessenta reais.

— Gostou de algo?
Rodolfo parou do meu lado e eu neguei, todavia Maria
Eduarda estava fissurada em tentar se esticar para pegar uma
boneca de pano que se encontrava perto de nós. Briguei com ela
meio baixo e a mesma fez uma carinha de choro e enfiou o rostinho
no meu pescoço. Então vi Rodolfo pegar a boneca.

— Aqui, princesa. É sua.

O encarei e tentei impedir de comprar a boneca, mas foi em


vão. Saímos da loja com um bebê conforto e um carrinho de passeio
ao qual a Dudinha já se encontrava dentro dele entretida com a sua
nova boneca.

— Quando receber, eu te pago – informei, fazendo Rodolfo


me olhar.

— Você ainda não entendeu que eu quero participar da sua


vida, Alyne. Aliás da vida de vocês duas. Mesmo que você não
queira namorar comigo e que a gente só tenha algo casual, essa
noite eu tomei a responsabilidade de ser o pai da sua filha para mim
– ele disse me deixando sem reação – Depois do que eu vi hoje mais
cedo, a Maria Eduarda precisa de um pai de verdade, mesmo que eu
não tenha chance de me casar com a mãe gata dela.

— Eu nem sei o que dizer, Rodolfo.

Ele sorriu e passou um dos braços por sobre meus ombros e


beijou minha têmpora.

— Não precisa dizer nada, minha rainha. Estou fazendo isso


porque gostei muito de você e agora dessa princesa também. Vou
dar o melhor para ela, incluindo uma pensão.

— O quê? Não precisa, Rodolfo. É sério. Você não é obrigado


a fazer nada disso.

— Eu sei que não sou, porque a Maria Eduarda não é minha


filha de sangue, mas ela vai ser minha filha de coração e vamos
encerrar esse assunto, ok?
Apenas assenti. Era a única coisa que eu poderia fazer.

— Para onde vamos depois daqui? – indaguei enquanto


Rodolfo instalava o bebê-conforto no carro dele.

— Vou te levar para conhecer a minha casa. Nenhum motel


cinco estrelas têm bebidas melhores que a minha adega – ele disse
dando uma piscadinha para mim antes de rir, provavelmente da
minha cara vermelha, mesmo assim sorri e o lembrei de algo, que
pela empolgação Rodolfo talvez tivesse esquecido.

— Não posso beber. Eu amamento, lembra?

— Coé? Você vai na minha humilde residência e não vai


experimentar um dos meus vinhos favoritos? Negativo. Vamos
passar em uma farmácia e compraremos uma bombinha para você
coletar o leite para sua pequena e você vai se divertir um pouco essa
noite, viu?

— Tudo bem. Espero não ficar muito bêbada já que nunca


provei vinho – confidenciei à medida que pegava a Dudinha no colo
para que ele pudesse guardar o carrinho do porta-malas.

— Nunca bebeu? Sério? – Rodolfo me encarou surpreso.

— Vinho de rico não – salientei, rindo – Só aqueles de pobre


que no rótulo está escrito vinho, mas sabemos que é só suco de uva
gasificado.

Ele riu.

— Então hoje você vai virar degustadora de vinhos.


Apenas sorrir e fui colocar minha princesa no bebê-conforto,
antes de ir para o banco e esperar por Rodolfo.

“Humilde residência” era um eufemismo para aquela mansão,


localizada num dos bairros mais nobres e ricos do Rio, a Barra da
Tijuca. Ele me mostrou a casa dele depois colocou minha filha no
carrinho de passeio para ela ficar se divertindo com a boneca e os
botões que o carro possuía enquanto o mesmo começava a preparar
um jantar para nós dois.

Após eu tirar o leite com a bombinha, esvaziando um pouco


os meus seios, Rodolfo trouxe algumas garrafas de vinho e à medida
que o jantar estava no fogo, cozinhando, ele me dava pequenas
doses de cada um deles para que eu experimentasse enquanto me
ensinava sobre os vinhos e seus sabores diversos.

— Acho que estou com a cabeça começando a ficar meio alta


– comentei em dado momento, sorrindo ao terminar de saborear
mais uma dose do jeito que Rodolfo tinha me ensinado.

— Então é hora de pararmos – ele murmurou se levantando e


parando atrás da cadeira, onde eu me encontrava sentada à
bancada da ilha da cozinha, então o mesmo se inclinou, tirando meu
cabelo do meu pescoço, expondo-o e o beijando ali – Te quero sóbria
para depois do jantar você ser minha sobremesa.

Aquilo me causou um arrepio de excitação em toda a minha


coluna, eriçando não só os pelos do meu corpo quanto os bicos dos
meus mamilos, que rapidamente ficaram duros e chegaram a
doerem um pouco por sob o sutiã. Quando pensei em me virar para
beijá-lo, Rodolfo se afastou e foi olhar a panela, informando em
seguida que o jantar estava pronto.
Sentados ali mesmo na bancada, nós dois jantamos,
conversando sobre coisas variadas, incluindo a vida dele. Descobri
que ele havia perdido a mãe aos oito anos de idade para o câncer e
que a mãe do Victor, que na época era vizinha e muito amiga da sua
mãe, meio que tinha criado ele, já que o seu pai era caminhoneiro e
vivia mais na estrada do que em casa.

— Seu pai ainda trabalha sendo caminhoneiro?

— Não. Faz uns seis anos que morreu em um acidente de


carro. Ele estava subindo a Serra quando um deslizamento de terra
ocorreu e arrastou o caminhão dele para o barranco.

— Eu sinto muito, Rodolfo.

— Está tudo bem. Já superei. Mas vamos falar de coisa


alegre. Me conte do seu livro onde o meu amigo Igor é o
protagonista. Fiquei com um pouco de inveja, sabia? – ele falou,
sorrindo.

— Não fique com inveja não, porque depois da nossa noite


naquela suíte eu tive uma nova ideia para um livro – comentei antes
de dar mais uma garfada na comida.

— Ah é? Pode me contar ou é segredo de estado até o


lançamento dele?

Ri, pegando a taça de água e bebendo um pouco.

— Se prometer guardar segredo, eu conto sim.

— Minha boca está selada – Rodolfo falou e fez um gesto


como se estivesse fechando um zíper invisível em seus lábios,
fazendo-me sorrir.

— A ideia que eu tive foi de me inspirar em nossa noite onde a


protagonista marca um encontro às cegas com dois homens.
Chegando lá, ela vai descobrir que ambos são dominadores e eles a
farão assinar um contrato de confidencialidade mútua para ela ser
deles não só aquela noite, mas quando eles dois desejarem – eu
contava para Rodolfo enquanto sentia minha boceta se contrair em
desejo.
Capítulo 15

— Você escreve só sobre Dominação e Submissão?

— Não. Além desse tema, eu escrevo sobre máfia também.

Ele riu.

— Então você é gamadinha em homens fora da lei e com


gostos exóticos na cama.

Aquilo não havia sido uma pergunta, mas a respondi mesmo


assim.

— E quem não gosta, né? – rebati, sorrindo – Mas sendo


sincera agora. O ser humano é hipócrita. Ao mesmo tempo que
falamos mal dos bandidos de colarinho branco, que roubam do povo
ou mandam matar adversários e opositores, nós enaltecemos os
mafiosos tanto os traficantes que existem em nosso próprio país
quanto, e até bem mais, os estrangeiros.

— Sério? Nossa. E ninguém fala nada?

— Falam, mas é o que dar mais dinheiro lá, e se dar dinheiro


é porque tem leitores, e se tem leitores é porque o povo curte ler
essas coisas. Mas como eu disse, somos hipócritas, e eu super
agradeço a essas pessoas que gostam desses tipos de livros um
tanto quanto problemáticos porque é de onde eu tiro o meu sustento
e ajudo um pouco os meus pais.

— Entendi. Hum... Eu posso ser o seu dominador mafioso


gostoso se quiser – Rodolfo comentou me encarando com um ar
safado antes de se inclinar um pouco, enfiando sua mão por debaixo
do meu cabelo, segurando fortemente minha nuca antes de me
puxar para um beijo – Eu posso te amarrar e te foder bem gostoso.
Você adorou ficar amarrada ontem à noite enquanto eu te fodia, não
é?

Nossos olhares estavam um no outro. Minha respiração era


pesada pelo tesão quase palpável que nos envolviam.

— Achei muito excitante sim – admiti, vendo-o sorrir antes de


ter meus lábios capturados novamente por Rodolfo, todavia ele
parou.

— Parece que alguém está com soninho – Rodolfo comentou


indicando com a cabeça um ponto atrás de mim então me virei e vi
minha filha abrindo a boca com a carinha de sono.

— Tem um lugar onde eu posso colocar ela para dormir? –


inquiri e ele assentiu, me informando sobre os quartos de hóspedes
no andar superior.

Ele me conduziu até lá. Após eu fazer a minha princesa dormir


e acomodá-la na cama, fiz uma barricada improvisada com os
travesseiros. Percebi que Rodolfo ajeitava um celular meio que em
pé sobre a mesinha de cabeceira antes de se retirar do quarto junto
comigo.

— Improvisei uma babá eletrônica para a gente ficar de olho


nela – ele disse mostrando um outro celular com a chamada de
vídeo rodando – E também silenciei o microfone desse celular para
que a pequena não nos ouça quando estivermos nos divertindo.
Agora... – Rodolfo me aproximou de mim, que recuei um pouco e
logo estava prensada contra a parede do corredor – Você é toda
minha. Vamos descer para não incomodarmos a bebê.

Assenti então ele sorriu antes de me conduzir para o andar de


baixo.
Agradecimentos

Muito obrigada por conhecer um pouco e se apaixonar tanto


pelo nosso trio apimentado Victor, Alyne e Rodolfo quanto pela
pequena Dudinha, a fofura em pessoa.

O desfecho, podemos assim dizer, da história desse trio é


mostrado no livro S.E.X, pois aqui eu quis pré apresentá-los,
mostrando como eles se conheceram e chegaram a ser um trio,
mesmo que não oficialmente, para que não fique meio perdido no
outro livro.

Não esqueça de avaliar o conto, deixe suas primeiras


impressões e o que você espera para eles em S.E.X. Avaliações
com 5 estrelas ganharão o livro físico autografado de S.E.X (que
incluirá este conto) + marcadores, mas seja sincera(o), só dê 5
estrelas caso você veja que ele mereça mesmo.

Se você decidir dar as estrelinhas, mande o print de sua


avaliação para o e-mail que consta na Nota juntamente com seu
endereço. Obrigada novamente por se aventurar nessa leitura com
algumas temáticas diferentes e outras necessárias. Te espero nos
meus próximos livros. Bjx da Lys!!!
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