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ÍNDICE
Capítulo um
A Face de um cafajeste
Capítulo dois
Começando no trabalho
Capítulo três
A culpa foi minha…
Capítulo quatro
A Ressaca
Capítulo cinco
A transa Inesperada
Capítulo seis
Domingo…
Capítulo sete
A Gravidez
Capítulo oito
O Casamento do ano...
Prefácio
Capítulo um
A face de um cafajeste….
“As vezes não sabemos qual é a diferença entre o amor e a paixão, e isso é
essencial!”
5 minutos depois…
Capítulo dois
Começando no trabalho
Luana chegou em casa perplexa, não podia acreditar no que realmente havia
conhecido. Conheceu um homem podre de rico, e nem se deu conta. Ele era
um cara gentil e simples, e não parecia em nada com a pessoa que o
descreveram. As aparências realmente enganam.
Porém Luana não poderia nem sequer pensar muito naquela situação, afinal
deveria começar a se concentrar no seu emprego, não poderia deixar uma
oportunidade daquela escapar, o salário valia super a pena, e a empresa era
mega renomada, qualquer um queria ter como referência a ‘Robert
Companhia’.
Luana foi dormir com aquela imagem na cabeça, não podia parar de pensar,
estava empolgada, sentia como se o seu coração fosse sair pela boca, será
que aquilo iria durar? Não se sabia, contudo as vezes as pessoas se
empolgam com as outras, e acaba que nada acontece. Mas alguma coisa dizia
a Luana, que aquele homem marcaria a vida dela.
Na manhã seguinte…
Sempre pontual, Luana arrumou tudo com antecedência, e foi para o seu
primeiro dia de emprego. Colocou seus óculos na bolsa, e foi, chegou no
prédio e logo entrou no elevador, e lá estava ela, no último andar, as pessoas
andavam de um lado para o outro, e pareciam realmente ocupadas, papéis e
mais papéis eram visto em suas mesas, fora os inúmeros cafés que bebiam
constantemente, a equipe estava totalmente entrosada, e Luana era a novata
da vez.
Um pouco tímida a primeira vista, a secretária da diretoria viu sua mesa,
afinal só poderia ser essa, já que estava com seu nome e o nome do cargo
embaixo, um café estava em sua mesa transparente, e uma pilha de papéis,
compromissos, agendas, reuniões, tudo isso tinha que ser marcado e
coordenado por ela, parecia ser muita pressão, mas Luana parecia não se
intimidar por isso, porém agora fazia sentido dizer que aquele trabalho era
extremamente estressante.
Um computador branco, lindo, diga-se de passagem, as pessoas pareciam tão
ocupadas que nem gastavam muito tempo com sociais em intervalos de 5 em
5 minutos, aquela empresa funcionava praticamente como uma fábrica.
Luana começou a ler alguns documentos que estavam em sua mesa, doações,
faturamentos trimestrais, licenças que deveriam ser pedidas em um prazo
curto, reuniões em âmbito pessoal e profissional, encontros com “ficantes”,
sim estava escrito isso em uma das agendas, havia pelo menos nomes de 20
garotas para quem Robert ligava quando estava se sentindo “solitário”,
parecia ser bem competitivo, a secretária-executiva tinha que fazer
praticamente tudo dentro da Companhia, além de ser uma babá.
Ainda nem tinha chegado a metade do expediente, e Luana ainda não tinha
encontrado o seu ‘salvador da pátria’. Ele era muito ocupado, e parecia estar
em um evento midiático como palestrante, ‘Como ser um multimilionário
antes dos 30’, bom ele sabia como ser, afinal ele era.
Depois de um longo tempo, ele chegou olhando para a tela do seu celular,
que ainda nem tinha sido lançado no Brasil, Luana estava com um
hambúrguer e o pior, havia machado sua blusa com ketchup, isso porque o
trabalho não parava. Ela tinha que fazer 5 coisas ao mesmo tempo.
A maleta de Robert parecia estar pesada, e vários funcionários vieram
abordá-lo, ele disse que estava muito ocupado naquele momento, Luana com
seus óculos remendados (ela estava passando por um mal momento
financeiro) fingiu que não ficou abalada com a chegada dele, pois ela
também precisava ‘mostrar serviço’, ele a olhou e disse que precisava falar
com ela, Luana pegou a agenda, e mesmo um pouco destrambelhada
conseguiu entrar no escritório principal.
- Quais são as boas novas?
- Bom, amanhã o senhor tem 3 reuniões pela manhã, 2 compromissos na rua,
e quando voltar tem mais duas reuniões importantes;
- Antes de tudo, não me chame de senhor, ou eu pareço ser velho?!
- Claro que não senhor! Me desculpa, Robert…
- Assim é bem melhor, e agora voltando ao trabalho eu quero dizer que estou
muito feliz que você tenha perdoado aquela gafe da representante do RH, e
tenha ficando com a gente, quero que saiba que desejo que nós sejamos uma
bela equipe, e que possamos trabalhar juntos.
- Eu que agradeço o senhor, que acreditou em mim… E com certeza seremos
uma dupla e tanto…
- Ótimo! E voltando, quero se você poder claro, um relatório completo do
dia, eu faço isso todos os dias, é uma coisa que é muito útil, assim eu posso
controlar melhor, e faço resumos semanais também, é um velho hábito.
- Claro.
- A outra coisa é que se você quiser, a gente pode ir comer um cachorro
quente.
- Agora?
- Sim, agora! Eu preciso descontrair um pouco, tirar 5 minutos, você sabe?!
- Claro, vamos lá!
- Ótimo, te vejo em 10 minutos.
- Ok.
Luana saiu da sala, foi até sua bolsa e pegou seu kit de maquiagem de
imergência. No banheiro, ela deu um tapa no visual, escovou os dentes, e
colocou mais um pouco de perfume, só para garantir. Pensou em voz alta: -
Aposto que ele não faz isso com as outras! -
Até que foi surpreendida por uma mulher que estava no banheiro.
- Não faça isso!
- O que?!
- Eu escutei o que você disse!
- E o que foi que eu disse?!
- Você está se maquiando toda, colocou perfume, e está com essa cara ‘Estou
disponível e a gente pode até transar, mas antes eu quero um anel no meu
dedo!’
- Eu não estou tão desesperada assim!
- Eu sei querida, ele causa esse efeito nas mulheres, e todas elas sonham em
fisgar um homem rico, bonito e jovem! Ele te chamou para ir comer um
cachorro quente?!
- Sim.
- Droga! Antes de tudo, saiba que isso é um teste!
- Um teste?!
- Sim um teste. Ele vai te levar para comer um cachorro quente, e se você
ceder, bom… amanhã você estará no olho da rua, ele não mistura assuntos
profissionais com assuntos pessoais! Afinal, isso não faz bem para os
negócios!
- Mas eu achei que ele estava sendo simpático comigo!
- Todas acham isso, mas lembre-se, se quiser passar no teste e manter o seu
emprego, fique longe dele! Não esqueça que está mais difícil arranjar um
emprego hoje em dia, do que um marido!
- Tudo bem, eu consigo superar isso! E qual é o seu nome?!
- Me chamo Sara, eu trabalho no setor 4, qualquer coisa, é só me chamar! E
não fique assim, poderia ser pior, ele poderia deixar a carteira dele cair, e
você não devolver, seria justa causa. Mas se você for esperta mesmo, deixe
ele te assediar, isso rende muito mais, tô brincando e eu nunca disse isso!
Luana ri, e decide ir para a tal ‘descontração’ com o chefe. Quando ela
chega em sua mesa, ele já está a esperando, com um sorriso matador no
rosto, ela só fica mais desconfiada.
- Estava te esperando!
- Eu já estou pronta!
- Você está linda.
- Obrigada! Então vamos?!
- Claro, vamos!
Eles entraram no elevador e não disseram nada em quanto desciam todos
aqueles andares.
Havia uma barraquinha de cachorro quente logo em frente ao prédio, os dois
vão até lá, Robert faz o pedido e eles se sentam em uma praça para
comerem.
- Você parece está incomodada com alguma coisa?!
- Não, eu sou só um pouco tímida!
- Sempre achei que as tímidas tinham um encanto especial, não sei te
explicar, elas sempre pareceram mais interessantes.
- Só se for no seu mundo, as garotas tímidas sofrem muito, principalmente na
época da escola!
- E quem é que não sofre na época da escola?! Aquilo parece uma selva de
pedra!
- Isso é verdade! Mas deve ter sido diferente pra você, o senhor sempre foi
rico!
- Sim, mas poucas pessoas sabem que a ‘Robert Companhia’ começou
pequena, meu avô passou fome, e todas as dificuldades da pobreza extrema,
por isso hoje nós damos muito valor a tudo aquilo que conseguimos. Eu sou
a terceira geração, meu avó era Robert, meu pai o Robert Filho, e eu sou o
Robert Neto…
- Nossa! Quanto Robert! E o próximo, vão chamar de tataraneto?
Os dois riem, e começam a caminhar…
- E você, como foi parar nessa empresa?!
- Eu estava desempregada, um pouco endividada e essa oportunidade surgiu.
- Foi um prazer empregá-la!
- O prazer foi todo meu!
- E o seu namorado, o que ele acha disso?!
- Não sei! Até porque eu não tenho um namorado!
- Nossa! Eu pensei que você fosse comprometida!
- Não, não sou! Meu último namorado fugiu com uma das amigas de
infância…
- Meus Deus! Como assim?! Amiga de infância! Puxa!
Os dois dão gargalhadas!
- Ainda bem que eles fugiram juntos! E o que você deseja para eles?
- Eu queria ser uma pessoa evoluída e desejar felicidades, mas aviões caem,
acidentes de carros acontecem, tijolos caem de prédios em construção…
Robert ri alto, e todos em sua volta reparam…
- Você é engraçada!
- Não acho, prefiro o meu papel de tímida!
- Mas para o castigo ser melhor, o avião onde os dois estivesse poderia cair
em cima de um carro, e tijolos atingiram a aeronave, e só os dois morrerem!
- Começo acreditar em telepatia, pois nos meus sonhos exatamente isso
acontece!
Os dois se entreolham, riem e o clima está no ar, porém Luana continua
mantendo a distância, afinal ela quer passar no teste, depois de andarem
mais um pouco Robert decide comprar dois sorvetes…
- E foi só essa vez que você foi traída?
- Não, isso acontece o tempo todo, as vezes achava que o problema estava
em mim. Mas a minha psicóloga disse que eu não tenho culpa se essas
pessoas não possuem caráter.
- Gostei, mas por que você vai na psicóloga?!
- Bom, quando o meu noivo e a minha irmã se casaram…
- O que?
- Sim eles se casaram, eu, digamos, tive um pequeno colapso, nunca pensei
que isso poderia acontecer, e foi quando tive que procurar ajuda
profissional!
- Você só pode estar de brincadeira?!
Luana sorri e disse:
- Não estou, foi verdade! No fim do mês passado os dois tiverem o terceiro
filho, quero dizer, filha e colocar o nome da menina de Luana, em minha
homenagem…
Robert não se contém…
- E eles acharam que se colocassem o seu nome no bebê, isso solucionaria
as coisas?!
- Sim, foi o que eles fizeram. Não posso nem ao menos desejar o pior, afinal
ela é minha irmã, mas…
- Mas o que?
- Os três partos foram normais, e todos doeram muito, me sinto satisfeita…
- Verdade, três parto normais é o castigo perfeito!
- Eu sei disso!
- Temos que voltar agora!
- Tudo bem!
- Eu gostei de sair com você. Se você quiser, a gente pode marcar um jantar
amanhã?!
- Amanhã?
- Sim, amanhã!
- Não posso, amanhã tenho outro compromisso a noite!
- Claro, eu entendo.
Robert fica um pouco frustrado, mas Luana tem que seguir o protocolo. Os
dois entram novamente no prédio e em seguida no elevador, o chefe começa
a puxar assunto…
- Foi bem legal!
-É, eu também gostei!
- Você é uma boa pessoa!
- Obrigada.
Luana concordava com a cabeça…
- Eu só quero dizer que espero que você fique muito tempo com a gente.
- Juro pela minha irmã…
Os dois riem, até que Robert tem uma atitude inesperada, puxa a blusa de
Luana e dá um beijo nela, que corresponde, ele encosta ela na parede do
elevador, e passa a mão debaixo da saia dela, porém a voz de Sara
atormenta os pensamentos de Luana, que não consegue se entregar ao
momento - Passe no teste! Passe no teste! - Até que a secretária se afasta e
dá um tapa na cara de Robert.
- O que foi isso?
- Isso senhor, é assédio!
- Mas no início você correspondeu!
- Não, eu não correspondi, apenas fiquei sem reação! Não achei que o
senhor faria uma coisa dessas!
- Mas, mas eu achei que tivesse rolado um clima entre nós! Jamais eu faria
isso, se você não tivesse me dado abertura!
- Abertura?! Eu?! Eu apenas estava sendo simpática, afinal você é o chefe!
- Então você só me tratou assim, e disse aquelas coisas, porque eu sou o seu
chefe?!
- Eu não disse isso!
- Disse sim!
- Não, eu disse que estava tentando ser gentil, pois você é o meu superior!
Eu só queria passar no teste!
- Que teste?!
- Não se faça de santo! Eu sei que você testa as secretárias, e se elas
cederem você coloca elas no olho da rua!
- Meus Deus! Quem disse isso pra você?! Eu nunca fiz isso! Eu, de verdade,
te chamei porque me pareceu uma pessoa legal! Não existe teste nenhum!
- Ok, eu vou passar no RH e pedir minha demissão!
- Não! Eu não vou te demitir! Afinal eu preciso de uma secretária
competente!
- Mas eu só trabalhei aqui um dia!
- Mas eu já percebi que você é uma funcionária competente! Por isso quero
que você permaneça! Contudo a partir de agora, vamos manter nossa relação
apenas no nível profissional!
- Tudo bem!
- Ótimo!
O elevador chega….
Luana não consegue acreditar no que fez, deu um tapa na cara do chefe
depois dele ter a beijado, parecia uma situação bem constrangedora, ainda
mais para um primeiro dia. A secretária tentou acabar bem o dia de trabalho,
e resolveu esquecer por alguns momentos do ocorrido. Mas, ela ainda não
tinha pedido desculpas para Robert, e tinha que fazer aquilo, estava se
sentindo mal. Luana foi até o banheiro, e retocou novamente a maquiagem,
quando voltou, decidiu ir até a sala do chefe. Ela até pensou em bater na
porta, mas ele poderia estar ocupado, e não gostaria de ouvir barulhos.
Quando Luana entrou, viu Sara em cima da mesa com a blusa aberta, e
Robert com o zíper da calça aberto, uma imagem valem mais que mil
palavras para descrever, tudo aconteceu muito rápido, os dois nem se deram
conta que Luana estava ali, e ela saiu bem devagar, fechou suavemente a
porta, ela se sentiu destroçada, além de se sentir uma burra, caiu direitinho
na armação de Sara, e todo aquele papo de ‘teste’.
Ela foi até a sua mesa, pegou suas coisas, desligou o computador, e apagou a
luminária da mesa, e foi embora dali… triste, pois querendo ou não, já
estava gostando dele.
Capítulo três
Luana foi para casa, e não conseguia se perdoar – Que Vergonha- pensava!
Não conseguia se perdoar, uma mulher de vinte e tantos anos cair naquela
historinha?! Era inaceitável. Em sua cama, Luana se revirava e pensava
ainda mais, a competição feminina era dura, mas Luana admitiu: - A culpa
foi minha!
O beijo, ai o beijo, o cara tinha lábios doces, e uma língua que fazia os
movimentos certos, tudo parecia se encaixar, inclusive quando ele passou a
mão debaixo da saia dela, sabe-se lá o que aconteceria, se ela deixasse
rolar! A atração, era forte, mas Luana sabia que talvez, um cara daquele não
ficaria com ela, a secretária tinha uma visão bem modesta sobre si mesmo.
Nunca antes, ela tinha ficado com um cara de uma classe social diferente da
dela, e isso a intimidava.
Talvez Luana fosse apenas mais um passatempo para Robert, que via as
mulheres como as cartas de um baralhos, as tinha e depois as descartava,
mas será que uma conexão forte não poderia surgir entre os dois?! Agora era
tarde, Luana também não gostava de ser vista como mais uma, Robert tinha
muito poder, isso é certo, mas ele não tinha o direito de usar e jogar fora, a
secretária estava cansada de encontrar caras desses tipo, embora Robert
tivesse um charme peculiar em seu jeito, e também fosse simpático, e
humilde, características que são difíceis de encontrar em chefes, ainda mais
naquela posição.
Luana decidiu, também iria ter uma relação estritamente profissional em seu
trabalho. Deixaria suas ideias românticas de lado, pois só atrapalhavam.
No dia seguinte, fez o mesmo trajeto, parecia que estava trabalhando ali a
meses, e era só o seu segundo dia. Tentou fazer tudo certo, cumprimentou o
porteiro, chegou e disse bom dia a recepcionista Kimberly, e seguiu até a sua
mesa, como se nada tivesse acontecido no dia anterior. Ligou seu
computador, foi até a sala de Robert, e deixou todos os compromissos do dia
na mesa dele. Depois das reuniões, o chefe chegou, e chamou Luana…
- Por favor, na minha sala.
Luana chega na sala, e os dois se entreolham por alguns instantes, e depois
voltam ao mundo real.
- O que houve com os seus óculos?
- É que ele quebrou e eu não tinha como comprar um novo, tive que
remendá-lo.
- Entendi, nem dá pra perceber, parece que você fez de propósito, para
parecer mais legal do que realmente é!
Ela ri…
- Por que o senhor me chamou?!
- Bom, não foi para discutir sobre o tapa que você me deu ontem!
- Eu pensei que isso tivesse superado?!
- E está! Mas nunca se sabe, vai ver você gosta de estapear as pessoas
inocentes, como eu?!
- Entendi! Mas o que o senhor deseja?!
- Eu tenho um compromisso chatíssimo essa noite, é uma social do trabalho,
e como você é a minha secretária, bom… você tem que ir comigo!
- Uma social?!
- Sim.
- Entendi! Mas eu não estou nem tão bem-vestida assim…
- Que isso, você está ótima! E afinal, só ficaremos alguns minutos, é só pra
marcar presença mesmo! E depois vamos embora!
- Se é assim, que horas nós vamos?!
- As 7, esteja pronta!
- Não preciso ficar pronta, porque eu já estou pronta!
- Ótimo, é assim que se fala! Te vejo as 7! E não se esqueça que isso não é
um teste!
- Parece que o senhor não vai esquecer isso!
- Vai ser difícil.
Luana volta para sua mesa, ajeita algumas coisas, e promete que não vai
beber nessa festa, bebidas alcoólicas e Luana não podem se misturar, é uma
combinação perigosa.
Chega as 7 horas, e Luana vê que Sara passa e entra no escritório de Robert,
a secretária vai atrás, quer saber o que ela foi fazer lá.
- Já estou pronta Robert?
Diz Sara retocando o batom.
- Hoje não é você que vai Sara!
- Como assim?! Eu sempre fui nas sociais com você!
- Mas hoje a Luana vai me acompanhar, eu preciso de uma secretária ao meu
lado!
- Tudo bem como você quiser!
Sara olha para Luana com se a tivesse fulminando com os olhos, e a
secretária diz bem devagar…
- Estou pronta chefe!
- Ok, vamos, não quero me atrasar!
Os dois descem, Robert abre a porta para Luana, e lá fora os dois vão em
direção a um carro.
- Pra onde você está indo?
- Pro meu carro!
- Nós vamos no seu carro?!
- Sim, qual é o problema?!
- Não sei, isso não é pessoal demais?
- Claro que não!
- Eu posso ir de táxi!
- De jeito nenhum, nós vamos no meu carro, assim economizamos tempo!
Acredite, eu não vou tentar nada!
- Tudo bem, vamos no seu carro!
Luana entra no carro de Robert, e Sara observa tudo de longe! De longe os
dois parecem até namorados apaixonados.
Chegando na ‘social’, há muitas pessoas, mas quase não dá para ouvir o que
elas diziam, pois o som está bem alto. Luana se sente um pouco incomodada
e Robert percebe, nesse momento passa um garçom que estava servindo
champagne, e ele pega duas taças, uma para ele e outra para ela.
- Aqui, toma você vai se sentir mais relaxada!
- Eu não posso beber!
- E por que não?
- Eu me transformo em outra pessoa quando bebo!
- Eu não sabia disso!
- Agora sabe!
- Mas só uma tacinha não vai te fazer mal!
- Tem certeza?
- Absoluta!
- Tudo bem!
Luana tomou a primeira taça, e ela não deveria ter tomado, depois daquela
dose, ela tomou, outra e outra e outra! Estava razoavelmente bêbada, porém
foi suficiente para soltar o outro lado da personalidade dela! Solta, louca,
descolada e dançarina, em questões de poucos minutos, Luana estava
dançando em cima da mesa, e Robert estava a observado, encantado. Ele não
esperava que ela guardava aquilo tudo dentro de si! Era realmente
impressionante! Os empresários que estava conversando com Robert
disseram:
- Onde você encontrou ela?
- Ela que veio até mim.
- Ela é ótima!! Secretária no horário normal, e dançarina nas horas extras!
- Nem eu sabia disso!
Luana continuava bebendo, e rebolando, até que um homem a chamou em um
canto, e colocou uma nota dentro da blusa dela!
- Eu não sou garota de programa!
- Quanto você cobra?
- Eu já disse que eu não sou prostituta! Dá pra me soltar!
- Você veio com o Robert, deve ser acompanhante dele!
- Não, eu sou a secretária dele, e hoje é o meu segundo dia!
- Secretária?! Sei! E você faz o serviço completo?!
Luana empurra o cara, e Robert percebe que está se aglomerando pessoas, e
ouvi gritos!
- Eu já disse pra você me soltar!
- Tudo bem querida, não precisa ficar brava assim!
Robert chega e pergunta para Luana o que está acontecendo?! E ela
responde:
- Esse cara, ele tá achando que eu sou garota de programa, só porque eu
estava dançando!
- O que?!
- Isso mesmo!
Robert olha para o cara e diz:
- Está havendo uma confusão, ela é minha secretária, e está aqui para me
auxiliar!
- Fala sério Robert, isso é uma festa! E não uma reunião de trabalho! E,
aliás, ela é bem gostosinha!
Robert se vira e dá um soco no sujeito que cai na hora, Luana comemora!
- É isso aí! Quebra a cara desse idiota! Garçom me traz mas uma bebida!
Que essa festa está ótima!
- Luana vamos embora agora! Essa festa já acabou!
- Pra quem? Porque pra mim ela só está começando!
Robert pega Luana no colo, e a leva até o seu carro!
- Meu Deus! O que foi aquilo?!
- O que? Diz Luana.
- Você definitivamente não pode beber! Você fica louca! Sai de si! Perde o
controle! Não se parece em nada com aquela santa!
- E por que você acha que meus ex-namorados me abandonavam? Eles se
apaixonaram pela louca aqui, mais não me aguentavam quando eu ficava
sóbria! Por isso me deixaram!
- Eu não acredito nisso!
- Por que não?! Eu sou insuportável sóbria!
- Não, não é! Você é apaixonante!
- Nossa, que brega, o que o cara não faz por uma transa?!
Os dois riram, e Robert colocou Luana no carro, e levou até em casa…
- Aqui, é o 62, bom você está em casa.
- Isso mesmo, minha casinha!!!!
Luana tenta sair do carro, mas não consegue abrir a porta…
- Você precisa de ajuda?!
- Não, eu consigo!
Luana tenta três vezes, mas sem sucesso, até que Robert abre a porta e quase
que ela cai, mas ele a segura…
- Está tudo bem?
- Sim, eu estou ótima!
- Eu vou e ajudar!
- Tudo bem!!!
O chefe tenta levar a secretária até a porta, mesmo com muita dificuldade!
- Ai, eu estou com vontade de correr! Vamos correr?!
- Não, nós não vamos correr, você vai entrar agora, e dormir! Amanhã você
corre!
- Mas eu quero correr agora, e nua!
- Definitivamente você precisa de uma noite de sono!
- Eu já te contei que minha irmã se casou com o meu noivo!
- Já, e você foi homenageada, sua sobrinha divide o mesmo nome com você!
- Isso é verdade! Meu Deus que brega! Duas Luanas, como vai ser, vão
chamar Luana, e nós não vamos saber quem é!
- Isso é um problema bem grave!
- Sim, a não se que a chamem de Lulu, Lu ou Luluzinha!
- Você é ótima em arranjar soluções!
- Eu sei.
Luana tenta colocar a chave na fechadura, mas também não consegue!
- Você precisa de ajuda?
- Não, tudo bem, eu vou acertar!
Luana não consegue!
- Meu Deus! Nunca foi não difícil abrir essa porta!
- Posso tentar?!
- Claro!
Robert consegue!
- Você parece ter experiência em acertar coisas nos alvos certos!
- Realmente!
- Então é isso!
- É isso!
- Você vai conseguir ir até a cama?
- Vou!
- Então é isso!
-É!
- Ótimo!!!!!!!
- Se você quiser, a gente pode transar?!
Robert fica espantado, não esperava aquela proposta de Luana!
- Mas você está bêbada?!
- É assim que eu faço as melhores coisas, bêbada!
- Você tem certeza?!
- Eu queria muito transar com você agora!
Luana dá um beijo roubado em Robert, que a princípio resiste, mas depois
acaba cedendo, ele pega a bolsa dela abre a porta, e depois a fecha,
enquanto a pega no colo, e continua a beijando, ele a encosta na pilastra, e os
dois se beijam atrapalhadamente, afinal Luana está bêbada, mas mesmo
assim, os lábios se tocam de maneira delicada e apaixonada.
Robert tira os sapatos, e Luana começa abrir a blusa, os dois continuam se
beijando! Até que o chefe a coloca em cima da mesa, e tira a saia dela, eles
vão retirando tudo do caminho. Mas...
- A camisinha?
- Você tem uma?!
- No banheiro, dentro do armário!
- Ok, no armário! Eu vou lá pegar!
- Enquanto isso eu te espero na cama! Diz Luana!
- Tudo bem! Eu vou pegar a camisinha e já volto!
Robert corre para o banheiro, abre o armário e acha a única camisinha que
tinha! Enquanto isso Luana está na cama, e pega no sono… Robert, ainda na
adrenalina volta, mas percebe que a ‘louca’ apagou. Ele a cobre, acaricia
seu rosto, pega seus sapatos e vai embora fechando a porta!
Capítulo quatro
A Ressaca
Na manhã seguinte Luana acordou com muita dor de cabeça, parecia que um
ciclone tinha passado pela casa, e pouco a pouco ela foi se lembrando da
noite anterior.
- Droga! Não acredito que eu fiz isso!
Mas tinha feito, ela jurou que teria apenas uma relação profissional com o
seu chefe, e algo a mais aconteceu, quem mandou ela soltar aquela louca?!
Ela mantêm essa personalidade guardada a sete chaves, pois sabe que ela é
perigosa, mas agora isso não importa, ela tinha que se recuperar daquela
ressaca, e encarar mais um dia de trabalho, na verdade seria o terceiro.
Tomou um remédio para dor de cabeça, colocou os sapatos, pegou seus
óculos remendados e já estava saindo, quando percebeu que a camisinha
estava fechada em cima da mesa!
- Meus Deus! O que eu fiz ontem?!
Mas a melhor pergunta seria: ‘O que ela deixou de fazer na noite passada?’,
pois não havia acontecido nada.
Atrasada, desconjuntada e de ressaca, Luana custava para fazer coisas que
normalmente ela faria com tranquilidade.
Chegou ao prédio ‘Robert Companhia’, e percebeu que havia um burburinho,
- Claro, na festa de ontem, eu devo ter dado um show -
E coitado de quem não comprou ingresso, pois perdeu uma festa e tanto,
bebidas, danças e discussões, realmente, o show foi completo. Luana pegou
o elevador e chegou até o andar presidencial, na recepção Kimberly falou
para a secretária:
- A festa foi boa!
- Não sei do que você está falando?!
- É isso aí, as melhores festas te deixam com amnésia.
Luana resolveu ignorar Kimberly e ir direto a sua mesa, e mais uma vez a
olhavam de uma maneira estranha. Os comentários não cessavam, e a
secretária só queria se esconder atrás da sua mesa.
Apesar disso, tentou levar o seu dia como se nada tivesse acontecido, e
jurou para si mesma que entre ela e o chefe, não haveria mais nada, isso não
era possível, ela era novata na empresa, e já tinha acontecido aquilo tudo!
Qual era a surpresa que o terceiro dia aguardava?!
Robert já estava em seu escritório, tinha chegado cedo, telefonou para
Luana, e solicitou sua presença, junto com os relatórios e a agenda do dia.
A secretária entrou, olhando para baixo, estava se sentindo envergonhada…
- E a ressaca?
- Eu não estou de ressaca!
- Pela quantidade de álcool que você ingeriu ontem! Era pra estar com uma
dor de cabeça insuportável.
- Não senhor, estou muito bem!
- Que bom… E você se lembra do que aconteceu ontem?
- Sim senhor….
- E o que aconteceu?
- Eu bebi, e fiz besteiras, que eu nunca faria se eu estivesse sóbria.
- Tem certeza que você nunca faria?
- Absoluta, mas antes de tudo quero dizer que o senhor me incitou a beber, eu
havia alertado que o meu consumo de bebidas alcoólicas era altamente
perigoso!
- Agora a culpa é minha? E pra falar a verdade, eu não vi nada de mais, você
fica ainda mais divertida, solta, um pouco louca, e mais liberal.
- Não senhor, eu sou um perigo, mas eu quero esquecer o que aconteceu
ontem, e eu peço que o senhor faça o mesmo, se não pudermos ter uma
relação profissional, creio que será impossível minha permanência nessa
empresa, apesar claro de estar gostado muito de trabalhar aqui.
- Tudo bem, se é assim que você quer! Eu vou respeitar a sua decisão!
- Ótimo, podemos voltar para o trabalho?!
- Sim.
Robert se sente rejeitado por Luana mais uma vez.
- O senhor tem compromissos em quatro lugares só hoje, além de ter que
começar o balanço trimestral, também deve ver as cotações das ações da
empresa, e administrar e divulgar alguns pontos da política social da ‘Robert
Companhia’ para os funcionários!
- Tudo bem, isso vai ser no auditório?!
- Isso mesmo! Então agora eu vou voltar para a minha mesa, deseja mais
alguma coisa?
- Sim, eu comprei uma coisa pra você.
Robert abre a gaveta e tira uma caixinha lá de dentro.
- Eu comprei um óculos pra você, porque acho que você vai trabalhar
melhor com eles, sabe?! É uma coisa estritamente profissional!
- Estritamente profissional?!
- Exatamente, estritamente profissional!
Luana abre a caixa.
- Mas, esses óculos devem ser caríssimos?!
- Não, foram bem baratos!
Era uma mentira, os óculos foram caríssimos!
- Jura?
- Juro! Você gostou?
- Claro, achei lindo!
- De verdade?! Robert ri, apaixonado.
- Sim, eu já tinha visto na ótica, mas a situação estava um pouco crítica pra
mim.
- Entendo, mas o importante é que você gostou?!
- Sim, eu amei! Vou voltar para o trabalho!
-Ok, te vejo no auditório mais tarde.
- Te vejo lá…
Luana voltou para sua mesa, e logo estreou seus óculos, e como eles eram
confortáveis, parecia ser realmente feito pra ela.
As horas foram passando, e os funcionários foram se encaminhando para o
auditório, a palestra iria começar dentro de poucos minutos, todo mundo já
estava entediado, ‘novos pontos na política social da empresa’, parecia ser
bem chato, mas protocolo é protocolo, e todos tinham que estar presentes.
Lá estava o ‘data show’, e um cara ajeitava os últimos detalhes, os primeiros
palestrantes foram se apresentando, e o último a fazer sua conferência, seria
o CEO Robert Neto.
Duas horas depois, todo mundo já estava dormindo nos bancos, até que a
entrada do chefe foi anunciada, fazendo todos despertarem dos seus
cochilos, e obviamente ele foi muito aplaudido, era o chefe, essas rituais de
puxa-sacos da vida social são bizarros. Luana estava em um canto, Sara está
no palco com Robert, e também com o microfone, mas o que ninguém
esperava, era o que Sara iria fazer.
- Atenção! Queridos funcionários! Hoje além da ‘política da empresa’,
vocês poderão assistir um show ao vivo e a cores, uma secretária novata
bebeu um pouco a mais na noite anterior e deu um vexame na social. Tanto
que o chefe teve que detê-la, solta o vídeo Fernando.
Em questão de segundos, aparece na tela um vídeo de Luana dançando em
cima da mesa, e bebendo todas, imediatamente todos começam a olhar para
ela, que tenta se abaixar na cadeira, ela, nesse momento, está morrendo de
vergonha!
Sara morre de rir, junto com os funcionários que estavam dentro daquele
auditório, Luana estava sendo ridicularizada. Até que Robert fala em um tom
acima do normal.
- Fernando, para esse vídeo agora!
Todos param de rir, inclusive Sara.
- Ontem eu e a senhorita Luana, fomos em uma social, e nos divertimos
muito! Não vejo a graça que vocês acharam nesse vídeo! Só vejo uma
pessoa se descontraindo, afinal é para isso que serve as festas, ou não?
Ela foi a protagonista da social, e nós sabemos que quando se é protagonista,
isso incomoda muita gente.
Robert olha para Sara nesse momento.
- Mas continuando, quero e exijo, isso é uma ordem, que vocês respeitem a
senhorita Luana, ela é a minha secretária, e se ela me disser alguma coisa
que vocês fizeram, fazem ou farão contra a sua pessoa, não vai me importar
se esse funcionário esteja trabalhando a trinta anos aqui, será despedido!
Essa ordem está clara para todos aqui?!
Se ouviu um harmônico sim.
- E quero dizer senhora Sara, que essa foi uma brincadeira de péssimo gosto,
e espero que não se repita!
- Sim senhor!
-Ótimo, agora vocês estão liberados, acho que por hoje foi o suficiente!
Todos começam a sair do auditório, e Robert chama Luana no seu
escritório….
- Nossa, até eu fiquei com medo de você!
Robert ri…
- Você viu a cara deles quando eu falei “não importa se o funcionário
trabalha aqui a 30 anos, será despedido”?!
- Vi, eles ficaram aterrorizados! Mas por que você me defendeu?!
- Isso é simples, porque eu gosto de você!
- Gosta de mim, de que jeito?
- Como secretária, é óbvio!
Robert disfarça.
- Obrigada!
- Disponha! E como você vai pra casa?
- Vou de ônibus!
- Se você quiser, eu posso te levar?!
- Acho melhor não! Assim a gente mantêm o distanciamento do
profissionalismo!
- Entendo! Tudo bem!
Luana vai embora, e depois Sara entra no escritório de Robert:
- Oi chefinho, me desculpa!
- O que você está fazendo?!
- A gente pode fazer coisas legais aqui!
- Não tô afim Sara!
- Como assim?! Nós já fizemos tantas coisas aqui mesmo, e você sempre
gostou!
- Mas hoje eu não quero, será que você não entende?!
- O que foi?! Foi por causa do negócio do auditório?! Eu já pedi desculpas!
- Não foi só por isso! Foi muito legal enquanto durou, mas acho que vamos
parar por aqui!
- Você está me dando um fora Robert?!
- Não é isso, só estou dizendo que o nosso lance acabou!
- E qual vai ser o próximo passo, você vai me despedir?!
- Não Sara, você é uma ótima funcionária, só estou dizendo para manter
nossa relação estritamente profissional!
- Agora você quer uma relação profissional?! Você sempre faz isso Robert,
procura as mulheres, conquista elas, as usa e depois as joga fora, assim com
uma facilidade absurda!
- Isso não é verdade Sara!
- Claro que é, ou você se esqueceu?! Foi você que me procurou!
- Eu sei disso!
- Mas claro, agora eu não sou mais uma novidade! O que? Agora você quer
comer quem?! É a secretária, não é?!
- Sara eu não estou te rejeitando por ninguém!
- Claro que está, antes você saia com todas, mais desde que essa garota
chegou aqui, você mudou!
- Eu mudei?!
- Sim, parece um idiota quando está do lado dela, parece até estar
apaixonado!
Sara começa a chorar!
- Eu não estou apaixonado por ninguém Sara!
- Claro que está, está escrito na sua cara! E deve ser paixão mesmo, porque
ela só trabalha aqui a três dias! E olha como você está! Ela te enfeitiçou!
- Sara não complique as coisas!
- Eu estou complicando as coisas?! Eu só estou apaixonada por você, e sabe
como é difícil você ver a pessoa que você gosta, apaixonada por outra?!
- Não estou apaixonado por ela! Ela é apenas minha secretária!
- É por que ela é pobre?! O que você viu nela, o que gostou tanto?!
- Acho melhor nós pararmos por aqui?!
- Tudo bem, eu não vou mais incomodar você! E obrigada por me dar um
fora, mas ser tão gentil e manter o meu trabalho! Realmente, você é um cara
super legal!
- Me desculpa Sara!
E Sara vai embora, Robert ajeita suas coisas, e vai para sua casa, toma um
drink, tira a gravata e pensa em Luana, senta no seu sofá e se questiona:
- O que está acontecendo comigo?!
Toma outro drink, e decide ver o vídeo de Luana na festa, dançando, ele ri!
- Que sensação é essa?!
Um calafrio, coração acelerado, mãos suandas, e não consegue parar de
pensar na pessoa!
Robert estava apaixonado pela primeira vez, mas ainda não sabia disso! Mas
o que ele se questionava, era como aquilo aconteceu tão rápido, ele a
conheceu faz pouquíssimos dias, e mesmo assim parecia que a conhecia de
toda uma vida.
O beijo! E que beijo! Robert não conseguia esquecer o que tinha acontecido,
Luana era destrambelhada, não sabia exatamente o que queria, e era
completamente confusa, mas mesmo assim, o chefe a admirava, admiração é
um dos primeiros sinais da paixão, empatia é outro, será que ele não se deu
conta? E o pior é que ele não percebeu, para ele era uma atração forte, e que
em algum momento iria passar.
Já na casa de Luana, ela fazia planos, “quem sabe, daqui a dois eu não junte
um bom dinheiro e saia de lá?! Sim porque com as comissões e horas extras,
meu salário quase dobra! E com esse dinheiro, eu posso viver por quase 6
meses!”
Luana sempre foi romântica, mas dessa vez era diferente, a coisa era forte de
mais, e chegava a dar medo, ela temia um envolvimento muito grande, pois
assim também a decepção seria grande!
Luana estipulava um tempo! Quando alguém partia seu coração, ela
demorava em média 5 meses para se recuperar, ela curtia a deprê, via filmes
extremamente dramáticos, comia sorvete sem parar, dizia para si mesma que
nunca mais iria se apaixonar, negava, falava que o cara não prestava, e
voltava a se reergue, até o próximo vir, e ela fazer tudo aquilo novamente.
Mas Robert era diferente, por mais que pensasse não conseguia calcular
quanto tempo ela demoraria para se recuperar, e olha que essa é a primeira
coisa que ela faz quando vê um homem, calcula quanto tempo vai demorar
para esquecê-lo.
(Aquele é médio, em 3 meses eu me esqueço, já aquele é acima da média, 5
meses ainda não seriam suficiente, já aquele é um cafajeste, talvez sete
meses bastassem, porém duvido muito, esses sempre são os mais difíceis de
se esquecer).
Robert era uma incógnita, mas para não se machucar, Luana terá que se
preservar, colocará o emprego em primeiro lugar.
Foi até o espelho do banheiro e jurou:
- Ele é gostoso, mas não vale o esforço!
Ele é gostoso, mas não vale o esforço!
Ele é gostoso, mas não vale o esforço!
Repetiu aquela frase até virar uma verdade na sua cabeça…
Será que vai funcionar?
Capítulo cinco
A transa Inesperada
Ainda bem que era sábado, nada de trabalho, um dos melhores dias da
semana. Luana acordava no sofá, fazia frio, o que mais ela poderia fazer?!
Dormir, primeiro dormiu na cama, depois foi para o sofá, e dormiu mais um
pouco, em seguida pulou para o sofá menor, e também tirou mais um cochilo.
De pantufas e pijama, ela foi até cozinha e preparou um pouco de pipoca,
ligou a televisão, e foi ver o que tinha de bom para ver, escolheu uma
comédia romântica, que iria começar em 5 minutos, dava tempo dela ir ao
banheiro e fazer xixi, e depois voltar para o sofá e se divertir um pouco!
Ela viu o filme, e adorou, aquela sensação que fica depois de ver um filme
que se gosta. Após a sessão cinema, resolveu escutar um pouco de música,
bem alta, e dançou, até não ter mais energia.
Tomou banho, e era hora de ler alguma coisa, que tal um romance?! E foi
essa a sua escolha, Luana tinha um dom, lia sem parar, desde que começou a
primeira página, ela não para, e vai até a última, ela sempre gostou de
concluir as coisas rapidamente! Ela riu, chorou, ficou com raiva, não
concordou com a autora, dizia: “Mas ele deveria ter ficado com ela! Não
consigo aceitar isso!”
Já era noite, quando finalmente chegou a pizza que ela estava esperando,
quentinha, além da porção de batatas fritas e o molho especial que vinha
junto, e de graça!
Comeu, ela estava faminta! Depois deitou mais um pouco no sofá, estava um
pouco entediada, e lembrou-se que tinha uma garrafa de vinho no armário da
cozinha. Mas ela não poderia fazer aquilo! Quando ela bebe, perde
totalmente o controle.
Mas ela estava tão entediada, só beberia um pouco, e afinal de contas, ela
não sairia. Tudo iria dar certo, ela beberia um pouco, e depois iria dormir!
Abriu o vinho, pegou uma taça e a encheu, tomou tudo, até que ela escuta
uma campainha tocar…
- Quem será essa hora?
Ela foi até a porta para ver quem era, e aí a surpresa, era ele…
- Você?
- Eu!
- O que você está fazendo aqui?!
- Bom, eu estava um pouco entediado, e queria solucionar algumas questões
de trabalho, sabe?!
- Agora?
- Sim, mas claro, se não for incomodar?!
- De jeito nenhum, você é o chefe!
- Sou? Sim sou!
- Entra!
- Você já está de pijama?!
- Na verdade, eu nem tirei o pijama hoje!
- Por que não?
- Porque hoje é sábado, e sábado você dorme o dia inteiro!
- Eu estou sentindo um cheiro de vinho, ou é impressão minha?!
- Não, eu bebi uma taça, sabe?! Estava um pouco entediada também, e queria
me divertir um pouco!
- Eu também queria me divertir um pouco!
- É mesmo?
- Sim, que tal a gente ir tomar alguma coisa, sabe, só uma dose?!
- Uma dose?
- Sim, relaxamos um pouco e voltamos!
- Mas o trabalho?
- Não tem problema! Nós resolvemos segunda-feira!
- Ok, só uma dose?
- Só uma.
- Mas eu vou vestida assim mesmo!
- Tudo bem!
- Então vamos!
- Vamos!
Luana e Robert saíram, foram até o bar mais próximo, que inclusive já
estava fechando.
- O que você quer?!
- Talvez uma taça de champanhe?
- Ótimo, e eu vou querer uma dose de vodca.
Enquanto as bebidas não chegam, os dois conversam…
- E aí, como foi o seu dia?
- Bom, eu acho! Foi bom, eu comi porcarias, fiquei deitada o dia todo!
Depois dancei, li um livro, só falta eu plantar uma árvore!
- Parece que o seu dia foi bem legal!
- E você, o que fez hoje?!
- Eu tive um encontro, ou eu acho que aquilo foi um encontro!
- Na hora do almoço?!
- Sim, na hora do almoço!
- Encontros diurnos não costumam dar certo!
- Isso é verdade!
- Tem alguma coisa na noite! Uma coisa que faz acontecer! Uma magia, um
encanto, e as nossas crenças de que sexo acontece a noite!
– Você disse tudo!
As bebidas chegam, e eles tomam de uma vez só.
- Vai querer outra?! Pergunta Robert.
- Vou, não vai fazer mal, não é?!
- Claro que não, só que agora eu quero uma taça de champagne!
- E eu, quero uma dose de vodca!
E eles continuam conversando…
-E por que o encontro não deu certo?
- Eu queria fazer um teste, se as pessoas estão comigo por causa dessa
pessoa aqui, ou por causa do dinheiro!
- E qual foi o resultado?
- Descobri que era por causa do dinheiro!
Os dois riem alto!
- Por que?
- Eu disse para ela, que iria declarar falência em breve, e que ninguém sabia
que eu vivia de aparências! Estava devendo até as calças!
- E o que ela disse?!
- Ela estava muito interessada, inclusive me disse que poderíamos transar,
mas quando eu acabei de montar o meu drama de empresário falido, ela
disse que tinha que ir ao toalete, e nunca mais voltou!
Mais risos, de doer a barriga… As bebidas chegam, e eles tomam
novamente, de uma só vez.
- Você quer outra?
- Aceito, o que poderia acontecer, esse homem aqui está falido!!!! Me traga
outra vodca!
- Eu também quero vodca! Porque eu estou falido!!!!!!!
Os dois gritam…
- Eu acho que estamos assustando as pessoas!
- Não, imagina! Elas estão acostumadas! Afinal isso aqui é ou não é um bar?
O garçom chega perto da mesa e diz:
- Estamos fechando, essa é a última dose!
Luana levanta seu copo!
- A última dose!
- A última dose!
E bebem mais uma vez.
- Vamos embora!
- Sim, mas a gente vai pra casa?
- Por que, pra onde você que ir?
- Eu quero dançar!
- Ok, vamos dançar!
- Vamos pra uma boate!
- Isso mesmo, vamos pra uma boate!
- Vamos dançar, até cair!
- Concordo!
- Vamos correndo?!
- Obvio!
E eles começam a correr, até a boate mais próxima, chamada ‘La La La’. A
chuva caia, lentamente, eles entraram, e tocava uma música contagiante, do
tipo daquelas que não se pode ficar parado.
Eles dançaram juntos e separados, o momento parecia mágico.
Depois se algum tempo, eles vão embora…
- E aí, vamos pra onde agora? Pergunta Luana.
- Acho que devemos ir para casa.
- De quem?
- Vamos primeiro para a sua, e depois eu vou para minha.
- Tudo bem.
Os dois caminhavam até a casa de Luana.
- Essa foi uma das melhores noites da minha vida. Diz Robert.
- Também gostei muito, me diverti! Hoje foi um excelente dia!
- Também achei bem proveitoso.
- Olha, já estamos chegando em casa!
- É verdade, nem me dei conta!
Os dois chegam até a porta…
- Vai precisar de ajuda hoje?!
- Ajuda?
- Com a chave!
- Não, obrigada. Minha capacidade motora não foi completamente detonada
pela quantidade de álcool que eu consumi hoje!
- Então…
- Então é melhor eu entrar, e você vai para sua casa….
- Tem certeza?
- Claro, se você entrar, eu vou ter que pedir as contas!
- Isso, não seria muito legal, não é?!
- Não, não seria nada legal!
- Tudo bem, então boa noite!
- Boa noite!
Luana entra, e Robert fica do lado de fora, se passam 13 segundos, e Luana
abre a porta e percebe que Robert continua ali!
- O que você está fazendo aqui ainda?
- Por que você abriu a porta?
- Eu perguntei primeiro?
Luana dá um selinho em Robert, que se surpreende, e dá um beijão nela. Os
dois entram, continuam se beijando, os lábios se encaixam perfeitamente, há
muita química entre os dois, Robert tira os sapatos, e coloca Luana em cima
do sofá, ele tira a blusa dela, e passa a mão no seu corpo. Ela está por cima
e pergunta:
- Você trouxe a camisinha?!
- Trouxe, tá aqui no meu bolso.
- Ok!!!
Ela tira a camisa dele, e beija o seu corpo, depois tira a calça dele…
- Eu vou colocar a camisinha!
- Ok, sem pressa! Pode colocar!
Robert tira a cueca, mas não consegue abrir a camisinha!
- Meu Deus! Não consigo abrir a camisinha!
- Essas são as piores! Tenta abrir com o dente!
- Eu já tentei, não consigo abrir de jeito nenhum!
- Eu acho que tenho uma tesoura!
Luana abre uma gaveta, e pega uma tesoura, só que como estava muito
bêbada, acaba cortando a camisinha pelo meio!
- Meu Deus! O que você fez?!
- Droga! Cortei nossa única camisinha ao meio!
- E aquela que você tinha aqui?!
- Joguei fora, sei lá, pensei que não fosse fazer isso por muito tempo!
- E agora?!
- Não sei!
- Eu tô com muito tesão!
- Eu também, sabe quanto tempo eu não faço isso?!
- Eu tenho uma proposta!
- Tirando o saco plástico, eu aceito!
- Saco plástico?!
- Desculpa, foi só uma alternativa idiota, eu nem deveria ter falado isso em
voz alta!
- Tudo bem! Talvez a gente pudesse fazer sem camisinha, o que você acha?!
- Não sei! Talvez tenha que fazer perguntas que possam te magoar, mas
lembre-se não é nada pessoal!
- Que tipo de pergunta?
- Você tem algum tipo de doença sexualmente transmissível?!
- Como assim?
- Gonorreia, Sífilis, AIDS, dentre outras?!
- Eu sei o que são doenças sexualmente transmissíveis!
- Que bom!
- Eu só não entendi o por que da pergunta?!
- Simples, que tem relações sexuais com meio mundo?! Não sou eu!
- Eu uso preservativos para isso!
- Não sei, então por que você me propôs fazer sexo sem camisinha?!
- Por causa da situação, nós dois estamos com vontade, mas não temos
preservativos! Essa hora, todas as farmácias estão fechadas!
- Tudo bem, já que você afirma que não tem nenhuma doença sexualmente
transmissível!
- Mas espera aí, e se você engravidar?!
- Isso não vai acontecer!
- E como você tem tanta certeza disso?!
- Simples, porque eu não estou ovulando!
- Você tem certeza?!
- Claro que tenho! Eu controlo os meus ciclos!
- Então, tudo bem! Podemos fazer sem?!
- Ok, mas se eu sofrer qualquer tipo de consequência, te processarei, e vou
pedir todos os meus direitos!
- Eu pagarei!
- Ok, vamos fazer!
- Vamos!
Luana tira a calcinha e Robert fica por cima dela, e faz a penetração!
- Ai Meus Deus!
- O que foi?!
- O seu pênis, está muito gelado!
- Tudo bem, eu vou esquentar um pouquinho!
- Faça isso!
Robert retira o pênis, e começa a aquecê-lo com as mãos!
- Você vai demorar muito?!
- Não! Só não quero que esteja gelado!
- Ok, eu espero!
- Acho que agora está quentinho!
- Na verdade, eu não acho que o seu pênis esteja frio, na verdade acho que a
minha vagina está quente demais!
- Realmente, vendo desse ponto de vista faz sentido!
- Mas acho que agora vai!
- Tudo bem, vamos lá!
Robert volta a penetrar a vagina de Luana, e eles começam a se beijar,
beijos longos e lentos, assim que já estava chegando o momento da
ejaculação…
- Ai Meu Deus! Isso é muito bom! Continua, não para Robert, não para!
- Não vou parar!
- Isso, continua, eu estou quase chegando!
- Eu também!
- Não para Robert!
Luana começa a arranhar as costas de Robert!
- Não vou parar! Você quer que eu ejacule fora?! Não sei?!
- Não, não tem problema pode gozar dentro!
- Ok, já está chegando!!!
- Ótimo! Eu tô quase lá!
- Continua Robert, não para!
- Não vou parar! Vamos lá!
- Acho que eu também tô chegando!
- Calma eu tô quase lá!
- Droga!
- O que foi, eu fiz alguma coisa errada?!
- Não, é que me deu vontade de fazer xixi!
- Você está muito apertada?!
- Sim! Se eu não fizer agora, vou fazer xixi no meu sofá inteiro! Eu bebi
muito, sabe como é?!
- Tudo bem, você vai lá rápido, e eu espero, mas não demora muito se não
vai dar errado, você sabe né?!
- Não, imagina! Eu vou rapidinho!
- Ok!
Luana vai até o banheiro, e começa a fazer xixi!
- Meu Deus! Acho que tive um orgasmo!
Depois volta para sala!
- E aí?!
- Tudo bem, fiz xixi rapidinho! Vamos continuar!
- Ok! Vamos lá!
Robert volta a penetrar Luana.
- Acho que agora vai!
- Vai Robert!
Até que finalmente Luana goza, e em seguida Robert!
- Meu Deus! Foi ótimo!
- Foi muito bom mesmo!
- Com certeza!
- Se você quiser, a gente pode fazer por trás!
- Pelo ânus?!
- Sim!
- Não faz isso comigo hoje!
- Por que?
- Porque doí muito! Principalmente para mulheres da minha profissão, que
ficam muito tempo sentadas!
- É, quem sabe em um outro dia?!
- É, quem sabe!
- E antes de tudo, eu queria te dizer que você é muito bonita!
- Meu Deus,não fale em beleza! O seu corpo é escultural! Muito lindo
mesmo!
- Jura?! Eu também adorei o seu corpo, principalmente as manchinhas que
tinham no seu traseiro!
- Eu não tenho manchas no traseiro Robert! Aquilo são estrias!
- Nem reparei! Me pareceu tão bonito!
- Nunca mais toque nesse assunto!
- Ok! Foi mal!
- Foi péssimo!
- E você gostou?!
Luana dá uma gargalhada!
- O que foi? Pergunta Robert abismado!
- Essa transa foi um desastre!
- Meus Deus! Graças a Deus que você falou isso! Achei que só eu tinha
pensado isso!
- Isso que dá, ficar transando bêbados!
Os dois riem!
- Verdade! Nós já estávamos muito, mais muito bêbados! Mas até que não foi
tão ruim assim!
- Realmente não foi ruim! Foi péssimo!
- Quem sabe, quando a gente transar sóbrios?!
- É verdade! Sóbrios será bem melhor!
- Vamos dormir?!
- Sim, vamos! Mas você vai pra sua casa!
- Você vai me mandar agora pra casa?!
- Realmente, você pode ser estuprado por aí! Pode ficar!
- Gracias!
- Mas amanhã você vai embora!
-Amanhã é domingo!
- E daí?!
- O dia do descanso!
- Amanhã você vai!
- Ok, não vou implorar!
Capítulo seis
Domingo…
Capítulo sete
A Gravidez
Mais uma segunda-feira começando no planeta Terra, com certeza o dia mais
odiado da humanidade, mas essa segunda tinha um sabor especial, e tinha
dois seres humanos que estavam aguardando por ela.
Começava mais um dia na ‘Robert Companhia’, ligações, fofocas de
corredores, pessoas andando pra lá e pra cá incessantemente, homens com
gravas alinhadas, e mulheres com saltos agulha. Tudo parecia andar
conforme o esperado.
Luana chegava para mais um dia de trabalho, e estranhou o comportamento
de seus companheiros de trabalho, agora a olhavam com muito mais respeito,
já que parecia ser a primeira-dama do local.
Kimberly até mesmo a cumprimentou na chegada, algo que é raríssimo.
- Boa dia senhorita Luana.
- Boa dia Kimberly!
- Posso te ajudar em alguma coisa?
- Não, não estou precisando de nada!
- Tem certeza?! Nem um café? Uma água?! Um refrigerante?
- Não Kimberly, eu estou bem assim!
- Tudo bem! Mas não esqueça de me chamar se você precisar de qualquer
coisa!
- Não esquecerei disso!
Luana saiu dali pasma, afinal nenhuma pessoa antes tinha puxado o saco
dela, e a situação é um pouco incomoda, porque você sabe que a pessoa está
sendo falsa com você, mas não pode falar isso, é realmente constrangedor.
Quando chegou a sua mesa, mais uma surpresa, tinha café quentinho na sua
mesa, e ela não precisou nem pedir, parece ter surgido do nada! Luana não
estava entendendo, afinal ela era apenas uma secretária.
Mas o que ela não sabia, era o que Robert tinha feito na noite anterior, tinha
mandado um e-mail pra todo mundo da empresa, dizendo que Luana era sua
nova namorada, e que eles poderiam até mesmo se casar.
Ela ficou de boca aberta, se sentiu um pouco constrangida, mas não gostou
muito, pois achava que o mundo inteiro não precisava saber daquilo.
E aí estava a explicação. Luana decidiu ir até o escritório de Robert para
tirar algumas satisfações. E chegando lá…
- Oi amor!
- É isso que você tem pra me dizer?! Oi, amor!
- O que aconteceu?!
- Nada, fora o fato de você ter colocado no jornal que nós começamos a
namorar ontem!
- Você ficou chateada?! Eu pensei que as mulheres gostassem de serem
assumidas publicamente!
- Isso não foi publicamente, isso foi mundialmente! Todo mundo está olhando
pra minha cara como se eu fosse um extraterrestre!
- Que isso amor?! Não é pra tanto!
- Inclusive, quando eu vinha pra cá, eu escutei alguém cochichando: “Como
ela fez, isso que é um golpe do baú bem dado!” E olha que nunca mais eu
tinha ouvido essa palavra: ‘Golpe do baú’.
- Deixe essas fofoqueiras pra lá, não precisa gastar energia com isso!
- Você tem razão, até porque a gente tem que voltar ao trabalho!
- Isso mesmo!
- Inclusive, tem uma reunião com o vice, um tal de Marcos, mais tarde.
- Meus Deus! O Marcos?! Eu tinha esquecido completamente dele, ele voltou
de uma viajem de negócios! Mas voltou mais cedo, já que era pra ele ficar
no mínimo duas semanas.
- E ele ficou quanto tempo!
- Acho que ele ficou 8 dias! Mas ele só faz isso pra me provocar!
- Por que te provocar?!
- Ele não gosta de mim! Ele me acha muito irresponsável, e que eu não
deveria ter assumido a empresa! Sabe aquele típico cara, todo certinho?! É o
Marcos.
- Nossa! Parece mesmo que você não gosta desse moço! E ele é o vice-
presidente?!
- Sim, infelizmente o meu pai adora ele! E indicou ele pra vaga!
- Relaxa, se ele é vice-presidente, deve saber o que está fazendo!
- Não sei! Ele gosta de pegar tudo o que é meu!
- Vamos parar com isso! Temos que focar no trabalho!
Robert se aproxima de Luana.
- Mas antes de tudo, você não vai me dar um beijo?!
- Aqui?!
- Sim aqui, por que, qual é o problema?
- Aqui é um local de trabalho Robert!
Robert entra na frente da porta e diz:
- Eu não vou sair daqui, até você me dar um beijo!
- Tá bom, mas como você é teimoso!
Robert e Luana se beijam, e a câmera que tem na sala presidencial permite
que todos os funcionários vejam o beijo dos dois.
Algumas funcionárias comentaram:
- Essas secretárias são as piores!
- Não sei como ela consegue?!
- Eu tinha certeza que ele era um solteiro convicto!
- Deixa eu ir pro meu serviço, porque a vida dessa aí está ganha!
- Ela chegou devagarzinho, olha o que ela conseguiu?! O chefe todinho pra
ela!
- Não sei que feitiço foi esse, olha a cara de bobo dele!
- Verdade, não consegue nem disfarçar que está apaixonado!
- Essas com carinhas de santas, são as piores!
- Definitivamente, ‘Quem vê cara, não vê coração’.
Voltando para o escritório presidencial…
- Meus Deus Robert! A câmera está ligada!
- E o que que tem?
- Nada! Só fato de nós sermos a atração principal dos funcionários lá de
baixo!
- Ok, vamos voltar ao trabalho! Mas tarde a gente marca alguma coisa.
- Tá bom.
Luana sai do escritório, e ajeita os últimos detalhes da reunião.
O casamento do ano…
Luana volta para casa inconformada, depois daquela segunda-feira,
destroçada, acabada, humilhada e descontrolada. Como alguém pode viver
uma coisa com uma pessoa, e de repente, tudo aquilo acabar?!
Luana realmente acreditou que dessa vez iria ser diferente, pelo menos
parecia, mas novamente, o cara pula fora! E agora, o que aconteceria?! Ela
precisava daquele emprego mais que nunca! Mas quem mandou se envolver
com o chefe?
Enquanto Luana curtia sua fossa, Robert foi afastado temporariamente do seu
cargo, seu pai disse que ele deveria se focar nos preparativos do seu
casamento, e depois da sua lua de mel.
Robert pai, Robert Neto e Sara foram até um restaurante e brindaram a mais
um casamento da elite…
Alguns dias se passaram, e Luana não voltou mais para a empresa, achou que
a haviam demitido, porém as pessoas de vez em quando surpreende, o
telefone toca, e Luana atende.
- Alô, quem fala?
- Luana, aqui é do RH da ‘Robert Companhia’, queremos saber por que você
não voltou ao trabalho?!
- Eu achei que eu tinha sido demitida, ainda mais agora que eu faltei alguns
dias?!
- Não, não temos nenhuma ordem de demissão pra você. Pelo contrário você
foi remanejada.
- Remanejada pra onde?
- Como o senhor Robert tirou alguns dias, o senhor Marcos assumiu
temporariamente o cargo da diretoria-executiva, e ele ficou muito
impressionado com o seu trabalho, ele quer que você seja a nova secretária
dele!
- O que?
- Sim, o senhor Marcos pessoalmente, pediu para que a senhora fizesse parte
da equipe dele, ele quer que você comece amanhã mesmo!
- Mas eu nem conheço ele direito?!
- Ele é o chefe agora, mas você decide?
Luana não teve muito tempo para pensar, mas precisava do emprego, e agora
iria trabalhar para o senhor Marcos, em outro setor, não teria que bater de
frente toda hora com Robert! Talvez essa fosse a melhor opção.
- Tudo bem, amanhã estarei aí sem falta!
- Ok, vou confirmar com o senhor Marcos.
No dia seguinte:
Luana se levantou, ainda não estava recuperada, colocou em sua cabeça que
iria demorar 6 meses para esquecer Robert, e jurou para si mesmo que nunca
mais se envolveria com ninguém do trabalho! Isso nunca dá certo!
Luana se arrumou rapidamente, escovou os dentes, pegou seus óculos, os
velhos, porque os novos ela tinha jogado fora, não queria nada que lembra-
se Robert na sua casa, na sua bolsa ou na sua vida.
Depois de algum tempo pegou um táxi e foi direto a empresa, porém quando
se lembrou que Robert iria se casar, ela começou a chorar ali mesmo, e o
motorista perguntou para ela:
- Aconteceu alguma coisa moça?
- O cara que eu gostava vai se casar com outra?!
- E por que você não vai atrás dele?!
- Porque ele não vale a pena moço, ele é um cafajeste!
- Tudo bem.
Luana seca as lágrimas, se recompõe, e entra na ‘Robert Companhia’ como
se nada tivesse acontecido. Quer evitar comentários dos outros funcionários,
que acham que ela está na pior por causa do ‘casamento do ano’.
Ela ergueu a cabeça o máximo que pode, e entrou naquele prédio como se
nada tivesse a abalado! Chega de sofrer por homens que não valem a pena!
Ela agora trabalharia na ala 2, onde ficava localizada a vice-presidência,
mesmo Marcos tendo assumido o cargo mais importante da empresa, preferiu
ficar no seu antigo escritório, até porque seria provisório, logo Robert
voltaria e retomaria o seu posto.
Luana chegou cedo, viu sua nova mesa, e começou a arrumar suas coisas,
colocou os seus óculos remendados, e ficou impressionada com a
pontualidade de Marcos, era como um inglês, era o primeiro a chegar e o
último a sair.
Ele era muito mais discreto do que o Robert, porém tinha o seu charme, seu
tom sério o deixava ainda interessante. Ele fazia as mulheres suspirarem,
porque era o tipo ‘pra casar’.
Marcos sai de seu escritório e chama sua nova secretária.
- Olá senhorita, nós não fomos apresentados oficialmente, me chamo
Marcos, e atualmente sou o CEO dessa empresa, então saiba que você é
secretária direta do CEO da ‘Robert Companhia’.
Devo dizer que não gostaria de ouvir sobre suas relações interpessoais com
o CEO afastado, estamos claros?
- Claríssimos.
- Gostaria também de aclarar que nós não teremos certas intimidades, que
Robert permitia! Isso está Ok pra você?
- Sim.
- E gostaria de confessar que sua índole me parece duvidosa, espero que não
se ofenda, mas o que eu ouvi sobre a senhora é caracterizado como
comportamento antiprofissional!
- Eu não me sinto ofendida senhor, as vezes a imagem que você demostra não
corresponde a realidade, mas o que pode ser feito?! Vivemos no mundo onde
as aparências importam mais do que a própria verdade!
Luana parece estar um pouco nervosa, mas mesmo assim Marcos não baixa a
guarda.
- Espero não estar sendo rígido com a senhora, mas preciso colocar certos
pontos em seus devidos lugares.
- Não, de nenhuma maneira!
- Porém também pude notar, pelos relatórios que você fez, que nenhuma
outra secretária foi tão cirurgicamente competente como a senhora, seus
balanços e suas projeções te qualificariam para o cargo de maior destaque,
Robert realmente não viu o tesouro que tinha nas mãos. Eu poderia até
mesmo efetivá-la agora, mas dados os escândalos recentes envolvendo o seu
nome, creio que não seria de bom tom, já que alguns chefes da alta cúpula,
pediram a sua cabeça!
- Minha cabeça?!
- Sim, o pai de Robert assinou uma ordem de demissão, porém quando
analisei o seu trabalho, percebi que isso seria um tremendo absurdo, por
esse motivo, eu vou bancar a sua volta. E espero que trabalhemos por muito
tempo.
- Obrigada senhor Marcos, juro que não vai se arrepender dessa decisão.
- Assim espero, assim espero…
- O que eu posso fazer hoje pelo senhor?!
- Eu quero que você marque uma reunião com o conselho, e quero um
relatório de cada setor, porém com demarcações entendíveis, as vezes há
tantos vícios nos textos, que um conhecedor médio do assunto, não consegue
captar a mensagem.
- Sim senhor.
-Também quero que marque um almoço com a minha noiva no restaurante
‘Lamarque’. A mesa deve ficar no canto esquerdo da entrada, e tem que ser
nessa exata localização.
- Sim senhor. Mas alguma coisa?
- Quero saber, se a senhora pode fazer uma análise sobre os últimos meses
da empresa, um favor, sabe…
- Eu?
- Sim, a senhora mesma, ou tem outra pessoa nessa sala?!
- Mas eu sou apenas uma secretária?!
- Tudo bem, se a senhora não poder fazer a análise eu entendo, não é o
trabalho que a compele.
- Não, eu faço, se o senhor quiser, eu faço, posso fazer.
- Tudo bem. Mas tarde nós vemos isso!
Luana sai do escritório de Marcos, e vai direto ao telefone, para fazer as
reservas, e logo as consegue, já que Marcos é um cliente vip do restaurante.
- Alô senhor Marcos, só para avisar que a reserva está feita.
- Tudo bem, obrigada.
Na hora do almoço, Marcos sai do seu escritório falando ao telefone:
- Eu já marquei, a reserva já estava feita… Como assim você não vai poder
ir, e me avisa assim? Em cima da hora?! Tudo bem, mais tarde a gente se
vê…
Marcos fica um pouco atordoado, e decide ir até a mesa da sua secretária…
- Aconteceu alguma coisa senhor?
- Minha noiva, ela não vai poder ir ao restaurante!
- Que pena!
- É, que pena!
- Que pena mesmo!
Marcos olha para Luana…
- E você, já almoçou?!
- Eu?!
-É, você!
- Não.
- Sabe, a reserva é pra dois, então, sabe?
- Sei o que?
- Você poderia me acompanhar?!
- Mas eu não posso senhor!
- Por que?
- Porque o senhor é o meu chefe!
- Mas esse almoço seria para tratar de assuntos profissionais! Na verdade
nós nem nos falaríamos. Comeríamos, e depois iríamos embora, não vejo
nada de incomum nessa situação.
-É verdade, vamos lá, o que custa?…
Luana pega sua bolsa, e sai junto com Marcos, quando Kimberly vê os dois
saindo comenta:
- Essa aí não perde tempo.
Marcos e Luana chegam ao restaurante, e se sentam…
- O que a senhora deseja?! Pergunta o garçom.
- Eu vou comer o mesmo que o senhor Marcos.
- E o que o senhor deseja?!
- O de sempre pra mim e pra ela. Obrigada.
- E para beber?!
Luana rapidamente responde:
-Água.
- Eu também, quero água!
Os dois começam a comer, e Marcos observa discretamente Luana, que se
sente incomodada.
- Algum problema? Pergunta Marcos.
- É que o senhor está olhando pra mim! E eu não consigo comer quando tem
alguém olhando pra mim!
- Me desculpa, não era a minha intenção.
- Tudo bem.
Marcos e Luana não falaram uma palavra sequer, enquanto o almoço rolava,
já que o atual CEO era muito reservado. Luana também não queria puxar
assunto, pois poderia passar a impressão errada.
- A comida estava boa?! Pergunta Marcos.
- Sim, deliciosa!
- Que bom.
Depois eles se ajeitam, e voltam ao trabalho, e mais um dia na ‘Robert
Companhia’ acaba.
2 semanas depois….
Enquanto isso…
Luana e Marcos estão em um restaurante conversando sobre negócios,
quando a secretária começa a passar mal…
Ela vai até o banheiro, e as náuseas era insuportáveis, Marcos entra no
banheiro e pergunta para Luana:
- O que você tem?
- Eu estou grávida…
“As vezes não sabemos qual é a diferença entre o amor e a paixão, e isso é
essencial!”
Aguarde a segunda parte da história…
O CEO e a Secretária
Livro II
Elena Cadena
Sinopse
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 1
O Casamento de Robert
Robert Neto, não consegue impedir o seu casamento com Sara, que acaba
acontecendo, mesmo ele não tendo a menor vontade de ter algum tipo de
relacionamento sério com Sara, que agora é só esposa.
O CEO estava receoso, contudo na hora de dizer a resposta, foi certeiro,
respondeu sim, seu pai estava ali, ao seu lado, o “forçando” a fazer a coisa
certa.
Depois houve a festa, e em seguida, o final de tudo o que parecia ser uma
coisa tão bonita.
Robert Pai:
- Finalmente filho, fez o que era certo, se casou, como todo homem honrado
deve fazer, e vai esperar a chegada do primogênito, está ansioso?
Robert Neto:
- Sim pai, estou muito ansioso para conhecer o meu filho, mas devo dizer
que voltarei para empresa imediatamente.
Robert Pai:
- Não tão fácil senhorzinho, e sua lua de mel?! Vai desrespeitar assim a mãe
do seu filho, onde está o amor e o companheirismo vindo da sua parte como
marido?! Não se preocupe com a empresa, ela está em excelentes mãos. E o
que estou pensando não seja verdade, espero que você não esteja ansioso
para encontrar com aquela moça, acho que já deve ter a esquecido, por
favor!
Robert Neto:
- Eu nem citei o nome dela, quem está fazendo isso é você pai.
Robert pai:
- Não parece, que pressa é essa para voltar para a empresa?! Você sabe que
Marcos é um excelente profissional, tomará conta da empresa, enquanto você
viajará com sua esposa.
Robert Neto:
- O senhor precisa ficar me lembrando toda hora que ela é minha esposa?!
Robert pai:
- Sim, preciso… As vezes eu tenho a impressão que você quer esquecer
desse fato.
Robert Neto:
- Eu fiz o que você queria, não é mesmo pai?! Me casei, vou assumir a minha
paternidade, serei um excelente marido, por que tanta cobrança?!
Robert pai:
- Ai Robert, você ainda é tão jovem, vai descobrir tantas coisas nessa vida,
nem tudo é como você quer, as vezes temos que tomar as escolhas certas,
para que assim possamos colher bons frutos.
Robert Neto:
- O que você quer dizer com isso?!
Robert pai:
- Já percebi que você está bêbado, é assim que deseja que sua esposa te
veja?!
Robert Neto:
- Cada vez mais, eu me importo menos com o que os outros pensam.
Robert pai:
- Robert, não são os outros, é a sua esposa e futura mãe do seu filho, não
entendo essa mania de querer esconder o que ela é na sua vida, ela é a
mulher mais importante na sua vida nesse exato momento, deve tratá-la bem.
Robert Neto:
- E não a trato bem, olha essa castelo, olha essa riqueza, tem tudo e mais um
pouco aqui dentro, não é o suficiente?!
Robert pai:
- Eu só queria entender, porque um homem que acabou de se casar, está
assim, cabisbaixo, como se tivesse cometido um crime. Bêbado até a
centésima geração.
Robert Neto:
- Você sabe pai…
Robert pai:
- Eu sei de quê?!
Robert Neto:
- Eu não estou apaixonado pela Sara, acho que nunca estive, no começo era
uma atração, mas logo acabou, não sinto nada profundo por ela.
Robert pai:
- E você sente alguma coisa profunda por quem Robert?! Me diga, quero
ouvir da sua boca.
Robert Neto:
- Não vou dizer o que é óbvio, e você sabe.
Robert pai:
- Olha pra você Robert, olha pra esse castelo, olha pra essa riqueza! Eu não
consigo conceber, que você troque uma mulher que nasceu em todo esse
luxo, por uma que é simplesmente uma secretária, uma lacaia, uma
empregada, mais uma ninguém nesse mundo! Não vou permitir que você
volte para aquela empresa agora, primeiro vou deixar o seu casamento ficar
mais consolidado, para que assim você se torne um homem de verdade, e
assuma as suas responsabilidades.
Robert Neto:
- Claro que o senhor não vai permitir que eu volte para a empresa, o Marcos
vai cuidar de tudo, não é mesmo meu pai?! Enquanto isso vou ficar atado a
Sara, sabe-se Deus até quando?! Pois essa é a sua vontade, as vezes acho
que você é um imperador, cheio de prepotência, que pensar que só você
pode ter querer.
Robert pai:
- Não fale assim comigo Robert, foi você que engravidou a Sara, assuma as
consequências da vida que você tinha, não posso voltar no tempo e apagar as
coisas, o que posso fazer é remediar os danos, e é o que estou fazendo.
Robert Neto:
- O senhor quer mandar na minha vida!
Robert pai:
- Eu mando na sua vida, eu mando na empresa, e eu vou mandar no seu filho,
assim as coisas sempre funcionaram, e você nunca reclamou.
Dito isso, Robert pai deixa a sala do Castelo, e vai até o quarto, onde se
encontra Sara, que estava guardando seu vestido de noiva…
Sara:
- Pela sua cara as coisas não estão muito boas.
Robert pai:
- Se pudesse, voltava hoje mesmo para a empresa.
Sara:
- Mas que inferno, qual vai ser o dia que ele vai esquecer essa mulher?!
Robert pai:
- Não sei, esse problema quem deveria solucionar é você! Acredito que
esteja sendo muito bem recompensada para isso!
Sara:
- As coisas não são tão simples como você pensa!
Robert pai:
- Com o que eu te pago, as coisas deveriam se brincadeirinhas de crianças.
Eu não quero mais ter problemas com o meu filho, você me entendeu?! Ainda
mais agora que ele é seu marido, haja como uma verdadeira esposa, que vai
ter um filhinho daqui a alguns meses!
Sara:
- Eu vou transformar o Robert em um pai, o senhor sabe o que é isso?!
Robert pai:
- Um milagre, como uma mãe vai transformar seu marido em pai, mesmo ele
não tendo contribuído com essa gestação?!
O senhor Robert gargalha, e Sara pede para ele se conter…
Sara:
- Quer que o mundo inteiro descubra que esse filho não é do homem com
quem eu acabei de me casar?!
Robert pai:
- Obvio que não, isso me prejudicaria, e muito! Por que eu faria isso?!
Sara:
- Então deveria controlar suas zombarias, para parar de dar bandeira.
Robert pai:
- Me desculpe Sara, não consigo conter minhas risadas, é que você é muito
cínica, se não te conhecesse, até diria que esse filho realmente é do Robert,
você diz com tanta verdade!
Sara:
- O senhor está me ofendendo!
Robert pai:
- Fique tranquila Sara, isso é um jogo, pessoalmente sabe que não tenho nada
contra você, pelo contrário, tenho muito apresso! Viaje com Robert, leve ele
para bem longe daquela empresa, quem sabe a distância não faça ele
esquecer daquela desempregada?!
Sara:
- Não há amor que sobreviva a distância! Eu conheço os homens, e muito
bem, não acha mister Robert?!
Capítulo 2
Luana:
- Senhor Marcos, trouxe o último relatório, assim como o senhor me pediu!
Marcos:
- Você calculou em cima dos lucros?!
Luana:
- Sim, a cota é o percentual que dá a margem de lucro.
Marcos:
- Muito obrigado Luana, realmente estava precisando de alguém com esses
conhecimentos técnicos, para enriquecer a qualidade do balancete.
Luana:
- De nada doutor, deseja mais alguma coisa?!
Marcos:
- Não, mas gostaria de fazer uma perguntar a nível pessoal!
Luana:
- Diga doutor, o que eu puder ajudar!
Marcos:
- Fomos no restaurante, e você me confessou que estava grávida, esse filho é
do Robert, não é mesmo?!
Luana:
- Por favor doutor, não se intrometa nisso é melhor!
Marcos:
- Senhorita Luana, se ele é o pai, deve saber a verdade, não acha?!
Luana:
- Eu não queria ser grosseira com o senhor, mas por favor, não se intrometa
na minha vida pessoal, é a melhor coisa que se deve fazer em uma relação
simplesmente laboral.
Marcos:
- Essa não era a minha intenção, doutora Luana, de nenhuma maneira, muito
pelo contrário, apenas queria ser útil! Não apenas por você, mas pelo bebê
que você está esperando. Eu nunca conheci o meu, e eu sei como é difícil
não ter um.
Luana:
- Eu não sabia disso doutor.
Marcos:
- Muitas pessoas não sabem disso, sou discreto, até porque realmente não
acho que os empregados devam saber desse tipo de coisa, é muito privado.
É uma parte da minha vida, que não gosto de falar para ninguém!
Luana:
- Exatamente por isso, não quero que as pessoas saibam da minha gravidez,
quero sigilo.
Marcos:
- Tudo bem, não vou mais perguntar sobre esse assunto, você é quem sabe!
Luana:
- É melhor assim.
Luana sai da sala do atual CEO da empresa, enquanto isso Isabel liga para o
noivo para saber como ele está…
Isabel:
- Nossa, finalmente… pensei que não iria mais te encontrar nessa empresa.
Marcos:
- Não seja exagerada Isabel, sabe que agora devo trabalhar o dobro!
Isabel:
Isabel:
- Trabalhar muito, ok! Mas você nem retorna as minhas ligações!
Marcos:
- Isso não é verdade Isabel, quem me deixou plantado outro dia no
restaurante foi você mesmo, não se esqueça!
Isabel:
- Sua mãe também está te procurando, também não tem tempo pra ela?!
Marcos:
- Hoje mesmo ela vai vir a empresa, por que está me provocando tanto
Isabel?! Está de péssimo humor!
Isabel desligou o telefone na cara de Marcos, porém o CEO nem se deu ao
trabalho de ficar chateado, pois a entrada sua mãe foi prontamente anunciada
por Luana:
Luana:
- Doutor, a senhora Luísa está aqui!
Marcos:
- Deixe ela entrar por favor…
Luísa entra na sala do CEO, e é bem recebida…
Marcos:
- Que saudades mãe, pensei que não te veria mais!
Luana:
- Sempre pecando pelo exagero, ou pela frieza, me diga como vai?!
Marcos:
- Estou ótimo minha mãe, do que posso reclamar, estou no comando da
empresa, depois de tanto tempo, não poderia estar mais satisfeito!
Luísa:
- Finalmente o seu esforço foi recompensado!
Marcos:
- Mas não podemos esquecer que é temporariamente, até o Robert voltar!
Luísa:
- Eu sei disso eu filho, o mimado do Robert sempre teve as melhores
oportunidades por ser o filho do poderoso chefão, e você ali, sempre no
canto esperando o primeiro vacilo dele para poder demostrar todo o seu
talento.
Marcos:
- Não diga as coisas desse jeito mãe, eles acabam perdendo a verdade, e
parece recalque!
Luísa:
- Tudo bem não vou insistir sempre na mesma história, que você é um homem
muito melhor do que o Robert, isso o tempo provará que é uma verdade!
Marcos:
- Você não veio aqui para ficar falando do Robert, não é mesmo?!
Luísa:
- Tem razão, vim aqui para falar de você!
Marcos:
- Manda! O que você quer saber?!
Luísa;
- Quero saber se não tem medo de enfrentar o poderoso chefão dessa
Companhia, eu sou que o velho Robert deu ordens expressas para demitirem
a secretária que quase tirou o filho dele dos trilhos, e o que você faz?! Vai lá
e contrata ele, e ainda a coloca na secretária da presidência!
Marcos:
- Agora você vai falar da Luana, não acredito! Sou um CEO, não tenho
tempo para ficar fofocando da vida dos meus funcionários, apenas penso no
bem-estar dessa empresa, e a senhorita Luana, é uma excelente aquisição
para essa Companhia!
Luísa:
- Filho, essa moça representa um problema, e quando o Robert voltar da lua
de mel?! E a esposa dele, o que vai achar disso?! A amante trabalhando na
mesma empresa do marido?!
Marcos:
- Mãe, essas questões não são problemas nossos, e tem mais, a senhorita
Luana, precisa desse trabalho, como tantos outros funcionários dessa
empresa!
Luísa:
- Sinto que não está raciocinando bem meu filho, presta atenção, você
demorou tanto para conseguir esse cargo, não merece perdê-lo por uma
simples secretária, se demite uma, e se entra dez com facilidade!
Marcos:
- Mãe é só isso que você tem pra falar?! Ou está desviando do assunto que
tivemos na nossa última conversa?!
Luísa:
- Não me lembro que assunto é esse?!
Marcos:
- Eu quero saber quem é o meu pai, e você sabe disso?!
Luísa:
- Eu não quero falar disso, você sabe que eu não gosto de tocar nesse
assunto!
Marcos:
- Mas vai ter que gostar, pois eu estou enfadado das suas escusas!
Luísa:
- Acho melhor eu pegar o meu rumo Marcos! Você está nervoso demais!
Marcos:
- Deve ser porque eu estou cansado das suas mentiras!
Luísa:
- Está na minha hora Marcos, não vou mais tomar o seu tempo! E por favor,
tente me entender!
Marcos:
- Eu tento, mas eu não sai porque você protege tanto o nome desse homem,
porque você tem tanto medo dele!
Luísa:
- Um dia você vai entender, um dia você vai me dar razão!
Marcos:
- Que esse dia chegue logo, não aguento mais viver assim, sendo enganado
pela própria mãe!
Luísa da sala de Marcos, e vai ver Luana, para tentar tirar alguma
informação dela…
Luísa:
- Você é a Luana, não é mesmo?! A secretária do meu filho!
Luana:
- Isso mesmo, no que eu posso ajudar?!
Luísa:
- Você pode me ajudar saindo dessa empresa!
Luana:
- Por que a senhora está dizendo isso pra mim?!
Luísa:
- Minha filha, aqui não é o seu lugar, preste bem atenção… Se você
continuar aqui, vai arranjar muitos problemas, não só pra você, mas para
outras pessoas também, a sua presença nessa empresa, pode acarretar
verdadeiras desgraças! Você é amante do CEO dessa empresa, e ele acabou
de se casar, a esposa dele está grávida de um filho dele, não há esperanças
de algum dia ele voltar para você!
Luana:
- Não fale do que a senhora não sabe, eu não sou amante de ninguém, muito
pelo contrário, eu seria incapaz de me relacionar com um homem
comprometido, eu sei respeitar isso e também não guardo falsas esperanças
dentro de mim, não sou uma boba iludida que está esperando o
excelentíssimo CEO retornar, para que assim eu me torne sua concubina!
Luísa:
- Belas palavras, mas será que você irá cumpri-las!
Luana:
- Eu não tenho que provar nada para a senhora!
Luísa:
- Realmente, para mim você não deve provar nada, você deverá provar para
a esposa do CEO dessa empresa, quando ela voltar!
Depois dessa última provocação, Luísa vai embora, e Luana voltar para o
seu trabalho…
Capítulo 3
Ibiza…
Sara:
- Eu sempre gostei de viver no luxo, sempre gostei da vida fácil! Sempre me
achei grande demais para certos cenários, nunca gostei de trabalhar, você
sabe, não é mesmo meu amor?!
Robert:
- Claro que eu sei Sara!
Sara:
- E olhe onde estamos, em Ibiza, essas praias… esse clima, essas pessoas,
isso aqui é outro nível…
Robert:
- Eu acho que eu vou dar uma volta no iate!
Sara:
- Faça isso meu amor, apesar de dissimular, eu sei que você sempre gostou
de ser filhinho de papai!
Robert:
- Sara, acho que você já bebeu o suficiente, não é mesmo?!
Sara:
- Eu não estou bêbada, e não estou nem perto de ficar bêbada, você está
querendo que eu vá embora que eu ignore essa paisagem, que eu ignore a
nossa lua de mel! Mas temos um problema aqui!
Robert:
- Que problema Sara?!
Sara:
- Eu quero dar, quero ser comida, quero que você me foda! Agora eu sou a
sua esposa, quero que você me faça sentir uma mulher! Quero tensão, quero
tesão!
Robert:
- Sara… por favor…
Sara:
- Qual é o problema Robert, você nunca foi de negar amor! Estamos na nossa
lua de mel, o que as pessoas fazem em lugares assim?!
Robert:
- Sara, escuta…
Sara:
- A única coisa que eu quero ouvir Robert, é o gemido da sua voz, nada além
disso, não tenho medo, só quero que você venha, ou você não me acha mais
atraente?!
Robert:
- Não é isso…
Sara tira a roupa, e fica nua na frente de Robert, em seguida pega a taça de
champagne que estava na mão do CEO, e derruba em cima de seu corpo…
Sara:
- Vem Robert, passa a língua, me seque.. eu seu que você quer isso.
Robert:
- Você sabe..
Sara:
- Eu sei que você é homem, e não se negaria a um convite como esse…
Sara conduz Robert até a cama, desfivela seu cinto, abaixo sua calça, e
começa a fazer sexo oral nele, ao princípio Robert tentou impedi-la, porém
depois permitiu…
Ela chupou o pênis dele por alguns minutos, e Robert sentia o prazer que o
corpo poderia produzir, já possuído pelo tesão, jogou Sara em cima da
cama, e começou a comê-la, pela frente, e também por trás…
Primeiro a pegou, ela estava ensandecida pelo desejo, arranhava as costas
dele, ele fazia movimentos circulares, seu pênis era bem grande, o que
facilitava o ápice do prazer…
Depois foi a vez por trás, ele seguia, era um garanhão, poderia fazer aquilo
por horas, e horas…
No final, Sara não poderia deixar de provocar Robert:
Sara:
- Esse é seu grande amor pela secretária?
Robert:
- Você tem que estragar tudo, não é mesmo Sara?!
Sara:
- Não estou reclamando Robert, finalmente você esqueceu a pobretona!
Finalmente, só estou impressionada com o cinismo dos homens, jurava amor
eterno em um dia, e no outro, bom… transa com outra…
Robert:
- Não seja leviana Sara!
Sara:
- Calma Robert, não estou exigindo que você seja o homem perfeito, sei que
existe alguns por aí, mas com certeza você não é um deles!
Robert:
- Eu vou sair Sara, as vezes você tem o dom de ficar insuportável!
Sara:
- Amor, não me julgue pela minha sinceridade, eu posso ser o que for, mas eu
estou falando a verdade pra você, seu sentimento por essa mulher era tão
fraco, que acabamos de matá-lo agora mesmo, aí em cima dessa cama!
Robert pegou suas coisas e saiu, deixando Sara falando sozinha, Ricardo foi
falar com a irmã depois disso…
Ricardo:
- O que você fez com esse homem?! Ele saiu igual a um furacão!
Sara:
- Disse algumas verdades pra ele!
Ricardo:
- Quais verdades?!
Sara:
- Que ele não vale nada, jura amor eterno para uma em um dia, e no outro
acaba comendo a primeira que passa pela frente! Posso ser o que for, mas
sou mulher, sei o que passamos.
Ricardo:
-Você é muito hipócrita mesmo Sara, deus me livre!
Sara:
- Sabe, deveria ter seguido o conselho do meu sogro, e não ter te trago junto,
você é totalmente desnecessário!
Ricardo:
- Não seja a irmã má comigo Sara!
Sara:
- Você me obriga Ricardo, as vezes uso seu veneno contra você mesmo!
Ricardo:
- E me diga uma coisa, como é transar com o pai e o filho ao mesmo tempo!
Sara:
- Já disse pra você não falar isso alto!
Ricardo:
- Pelo amor de Deus Sara, quem vai descobrir?!!!
Capítulo 4
O grande segredo…
O velho Robert voltou para sua casa, onde teria um encontro muito
significativo com Luísa, a mãe de Marcos…
Robert pai:
- Quanto tempo Luísa, cada vez me deu conta que o passar dos anos não
fazem bem às mulheres!
Luísa:
- É assim que vai me receber Robert?! Como se eu fosse um traste velho.
Robert pai:
- Mas você é um traste velho Luísa!
Luísa:
- Não vim até aqui para discutir isso com você, queria saber como vão as
coisas?!
Robert pai:
- Que coisa?!
Luísa:
- Como vai Robert e a história da secretária?!
Robert:
- Você é da família Luísa?! Seu filho é da família?! Só queria te dizer para
não se meter na vida privada dessa família, você não absolutamente nada a
ver com isso!
Luísa:
- É assim que pretende me tratar?! Pensei que viria até, seria útil em alguma
coisa, mas vejo que me equivoquei!
Robert:
- Obvio que você se equivocou, o que uma inútil como você poderia fazer
nessa situação?!
Luísa:
- Me diga o senhor, sempre estive aqui ao seu lado, te servindo, te amando
em silêncio!
Robert pai:
- Por favor não seja ridícula Luísa! Me amando em silêncio, é patético! Você
nunca passou de uma empregadinha, que teve a sorte de trabalhar na minha
casa, essa foi a grande chance da sua vida!
Luísa:
- Por favor senhor Robert, pare de me humilhar!
Robert pai:
- Não paro, você merece, será que não se dá conta?! Você é uma inferior!
Luísa:
- Por isso que o senhor nunca assumiu o meu filho, por isso nunca registrou
Marcos como seu filho, seu herdeiro!
Robert pai:
- Nunca iria registrar um bastardo, um filho de empregadinha como um filho
legítimo, como fiz com Robert Neto! Isso nunca iria acontecer na sua vida
Luísa, nem nos seus melhores sonhos! Mas você é uma ingrata, por algum
acaso não dei os melhores estudos para o Marcos, não o criei como um
filho?! Olha, agora é o CEO temporário da minha empresa, enquanto o meu
filho legítimo está na sua lua de mel!
Luísa:
- Não estou reclamando, o senhor fez o que pôde pelo nosso filho…
Robert pai:
- Nunca mais diga nosso filho em voz alta, jamais eu quero que saibam que
eu tive um filho com uma mulher tão baixa, que um dia limpava as minhas
latrinas!
Luísa:
- Por favor, não diga isso Robert, você sabe que eu sempre nutri uma paixão
por você!
Robert pai:
- Você realmente não se enxerga Luísa, qual seria o dia que eu iria colocar
uma mulher como você, para ser a dona dessa casa?! Você melhorou muito,
esse é o dom do dinheiro, mas nunca será uma mulher de classe, isso vem de
berço!
Luísa:
- Eu sei que jamais vou chegar no seu nível, a única coisa que peço, é que
você continue acreditando no talento de Marcos, ele é um homem
excepcional, um homem de caráter!
Robert pai:
- Muito caráter não é uma coisa boa, melhor ser fraco, assim fica mais fácil
de conduzir, veja o Robert, ele é um fraco, assim é mas fácil de comandar a
vida dele ao meu bel-prazer!
Luísa:
- Eu sei que o senhor jamais vai amar o Marcos, como você ama o Robert, a
única coisa que peço, é que tenha justiça pelo trabalho do meu filho, ele é um
excelente profissional! Acho que é só isso, já vou me retirar, acho que o
assunto já foi bem delineado, e eu sinceramente não quero ser mais
humilhada por hoje!
Robert pai:
- E o Marcos, vai mesmo noiva com aquela moça, a Isabel?!
Luísa:
- Sim, o casamento será realizado o mais rápido possível!
Robert pai:
- Que o Marcos tenha a mesma sorte que Robert, Isabel é uma mulher com
posição, ela trará respeito ao nome de Marcos…
Luísa decide não falar mais nada, e vai embora, obviamente se sentindo
humilhada, pisada, massacrada…
Alguns dias depois…
Na empresa…
Final de expediente…
Marcos:
- Luana, já vou indo…
Luana:
- Sim doutor, até amanhã! Que descanse bem!
Marcos:
- Escuta, não querendo me intrometer na sua vida, mas não está muito tarde
para você pegar um ônibus?!
Luana:
- De forma alguma, hoje eu estou saindo mais tarde, mas já estou
acostumada!
Marcos:
- Não é muito perigoso, ainda mais agora… você sabe… está grávida,
deveria pensar na segurança do seu bebê.
Luana:
- Doutor, porque está falando isso tudo?!
Marcos:
- Se você não achar nenhum inconveniente, poderia te levar em casa!
Luana:
- Que isso doutor, não queria te dar trabalho.
Marcos:
- Não é trabalho nenhum, de verdade… Assim poderei dormir tranquilo,
sabendo que uma grávida chegou bem em sua casa.
Luana:
- Ai doutor, as vezes penso que o senhor não existe, quanta gentileza, vou
aceitar!
Marcos:
- Então vamos?!
Luana:
- Vamos…
Os dois descem juntos, e vão até o carro de Marcos, o CEO abre a porta
para Luana, que começa a evitar alguns tipos de flertes que foram surgindo
no percurso, ela sentia que não poderia cometer o mesmo erro duas vezes…
Marcos era mais acanhado, mais tímido, porém do mesmo jeito, tentava
seduzir com doçura, era uma tática diferente…
Luana estava apreensiva, não queria deixar uma coisa daquelas acontecer,
então todas as vezes cortava o assunto…
Fora que Luana seguia apaixonada por Robert, e não conseguia ocultar
isso…
Finalmente Marcos chega, e Luana agradece a carona…
Luana;
- Doutor, muito obrigada pela carona, agora eu devo ir…
Marcos:
- Você não vai mesmo me contar de quem é esse filho que está esperando?!
Luana:
- Já disse que é melhor não misturarmos as coisas, nada de pessoal e
profissional, da última vez que juntei os dois mundos, fui eu que saí ferida!
Marcos:
- Tudo bem, só estava tentando ser solicito!
Luana:
- Solicito doutor Marcos?! O senhor estava flertando comigo!
Marcos:
- Flertando com você Luana, por favor não seja ridícula!
Luana:
- Sim, desde a primeira vez em que eu vi o senhor naquela sala de reuniões,
o senhor flerta comigo, de uma maneira mais discreta, mas flerta!
Marcos:
- Está começando a inventar coisa na sua cabeça, de verdade! Está lendo
gentileza como flerte!
Luana:
- Eu conheço os homens, eles tentam táticas diferentes, mas no fundo querem
a mesma coisa!
Marcos:
- Acabo de concluir que a senhorita é completamente descompensada! Eu
sou noivo!
Luana:
- Por isso mesmo, deveria demostrar um pouco mais de respeito pela sua
noiva!
Marcos:
- Eu nunca traí a Isabel, e não seria com você a primeira vez!
Luana:
- Veja agora, está me insultando só porque me recusei a entrar no seu
joguinho de sedução!
Marcos:
- Joguinho de sedução? De onde você tira essas coisas?! Da sua
imaginação?!
Luana:
- Não seja cínico doutor! E tomara que a dona Isabel abra os dois olhos com
o senhor, porque eu não vou cometer o mesmo erros duas vezes!
Marcos:
- Acho que é melhor a senhorita sair do meu carro! E lembre-se, eu sou o
CEO da empresa em que você trabalha, deveria ter um pouco mais de
respeito!
Luana:
- Eu tenho muito respeito pelo senhor, mas isso não significa que eu deva
ficar flertando com o senhor vinte quatro horas por dia!
Marcos:
- Pense o que a senhora quiser, mas não ache que eu vou voltar a dar carona
para você, não vou cometer esse erro pela segunda vez!
Luana:
- Que ótimo, na realidade sinto um alívio!
Marcos:
- Eu não sei de onde você tirou que eu estava flertando com você, eu sou
inteiramente fiel a minha noiva, jamais faria uma coisa desse tipo!
Luana sai do carro, e imediatamente Marcos acelera, estava alteradíssimo o
CEO…
Ele corre, e chega até sua cobertura de luxo, e quando entra lá, tem uma
pequena surpresa…
Isabel:
- Oi amor, quanto tempo! Precisava te ver de qualquer jeito!
Marcos:
- Oi amor!
Marcos dá um beijo em Isabel…
Isabel:
- Esqueceu que tem uma noiva?! Não liga mais, não sente saudades?!
Marcos:
- Não seja boba Isabel! É claro que eu estava com saudades, mas pela
décima vez, estou com trabalho até o talo.
Isabel:
- O que foi amor, parece que está alterado?!
Marcos:
- Alterado, eu?! Imagina! Por que eu estaria alterado, nunca vivi uma época
tão maravilhosa na minha vida!
Isabel:
- A recepcionista me disse que você iria levar a menina problema até a casa
dela, devo me preocupar com isso?!
Marcos:
- Kimberly sempre fofocando dentro daquela empresa, não sabia que agora
você paga as funcionárias para me vigiar…
Isabel:
- Não é isso Marcos, sou uma mulher precavida, devo cuidar do que é meu,
ainda mais quando você coloca uma vagabunda dentro do seu carro!
Marcos:
- Isso é palavra para descrever outra mulher Isabel?!
Isabel:
- O que foi, agora está defendendo essa mulher?!
Marcos:
- Não se trata disso, é uma questão de respeito com o próximo! Que palavra
horrível, me admira uma mulher como você dizer uma coisa que degrade
assim outro ser humano!
Isabel:
- Você sabe que eu sou uma mulher de classe Marcos, mas eu sei muito bem
perder a compostura, viu?!
Marcos:
- Isso não é necessário, você sabe que eu sou fiel a você, e além disso, fui
apenas levar a secretária em casa, foi um gesto amigável, nada além disso!
Isabel:
- Espero mesmo que você não esteja fazendo mais nada com essa mulher,
porque não vai ser o segundo homem daquela empresa que vai perder as
estribeiras por causa daquela secretária!
Marcos:
- Você sabe que a primeira coisa que importa na minha vida, é a minha
carreira! E aliás, eu não sou o Robert que tem pai rico, se eu cair, tenho que
construir tudo de novo, é assim que funciona para homens como eu!
Isabel:
- Não diga isso meu amor, todo mundo sabe que você é dez mil vezes melhor
que Robert, mas nem sempre a vida é justa! Mas vamos parar de falar sobre
isso, vamos focar no nosso casamento, que já está bem pertinho, além
disso… agora é a hora de dormir, e a gente pode se divertir muito!
Marcos:
- Eu estava precisando mesmo de carinho!
Isabel:
- Então você procurou a pessoa certa!
Isabel e Marcos vão para cama…
E a história segue…
Capítulo 5
Os segredos de Isabel…
Beatriz:
- O que está acontecendo com você Isabel?! Está distraída, vivendo no
mundo da lua!
Isabel:
- Você sabe Beatriz, que o meu problema tem nome e sobrenome!
Beatriz:
- Meu Deus Isabel, de novo essa história?! Supera isso, agora você vai
casar, vai construir uma vida com o Marcos, você vai ver que pouco a pouco
você vai esquecer!
Isabel:
- É exatamente isso que eu sou incapaz de fazer! Não posso esquecer!
Beatriz:
- Isabel, esse homem ainda vai ser a sua ruína!
Isabel:
- Diga isso para a minha mente, que não para de pensar nele! Ainda me
lembro das noites, ele pegava, me comia dentro do banheiro, me erguia, e
mantinha aquele pênis dentro de mim! A minha calcinha chega a ficar toda
molhada só de imaginar, os lábios, a saliva, os dedos me penetrando, ele
lambendo os meus seios, todas aquelas malditas noites, em que ele me fazia
tremer!
Beatriz:
- Meu Deus Isabel! Você não está se ouvindo, está falando isso dentro de um
restaurante!
Isabel:
- Eu sei, eu tento me controlar, mas parece uma droga, quando você tem da
primeira vez, fica tentando voltar, uma e outra vez, é assim que acontece!
Beatriz:
- Onde está minha amiga centrada?!
Isabel:
- Não existe mais! Aqui só tem uma louca!
Beatriz:
- O que você vai fazer com o Marcos?!
Isabel:
- Não sei!
Beatriz:
- Essa é a sua resposta?! Não sei!
Isabel:
- O que você quer que eu diga?!
Beatriz:
- Queria ver um pouco mais de ânimo!
Isabel:
- E ânimo pra quê?! Vou voltar pra casa, e continuar pensando naquelas
noites! Sem parar!
Beatriz:
- Você está completamente fora de rotação!
Isabel:
- E não era para menos! Esse homem me envolveu!
Beatriz:
- Isso que eu temia!
Isabel:
- Aconteceu, eu não pude controlar!
Beatriz:
- Essas coisas acontecem, mas apenas para ser uma noite, não algo além
disso!
Isabel:
- Primeiro foi só uma noite, que virou uma segunda, quando percebi, já tinha
perdido as contas!
Beatriz:
- E você diz isso com um sorriso no rosto, isso que é o mais preocupante!
Isabel:
- Eu já aceitei a minha situação Beatriz!
Beatriz:
- Pois não deveria, isso jamais vai sair dessa sua imaginação, essa relação
não tem futuro, e você sabe muito bem disso!
Isabel:
- Eu sei que essa história não tem esperanças, mas não consigo esquecer dos
toques, dos momentos, dos cheiros, dos gestos!
Beatriz:
- Homens fazem isso desde que o mundo é mundo, mas nós Isabel, nós
sabemos que não devemos nos entregar por completo, quando um homem tem
a alma de uma mulher em suas mãos, eles nos jogam ao vento…
Isabel:
- Eu senti que comigo iria ser diferente, acho que todas pensa isso! Que
mulher nunca pensou que iria colocar um mulherengo nos trilhos, mas foi em
vão!
Beatriz:
- Acho melhor mudarmos de assunto, a sua sogra está chegando…
Isabel:
- Tem razão…
Luísa senta-se a mesa…
Luísa:
- Como vai Isabel, ajeitando os últimos detalhes?!
Isabel:
- Com toda a certeza minha sogra, quero que tudo saia perfeito!
Luísa:
- Quando tempo não te via Beatriz! Como vai!
Beatriz:
- Muito bem, estávamos aqui falando sobre o seu filho! E principalmente da
secretária que vem colocando aquela empresa de cabeça para o ar!
Luísa:
- O que a secretária fez dessa vez?!
Isabel:
- Por enquanto nada, mas eu sei que devo ficar esperta, senão corro o risco
de nem ao menos me casar!
Luísa:
- Por que está dizendo isso Isabel?!
Isabel:
- Porque a piranha daquela secretária, está de olho no Marcos, e eu sei
disso!
Luísa:
- Está delirando Isabel, como sabe disso?!
Isabel:
- Não se fala outra coisa entre os funcionários da empresa, ela colocou as
garras no Robert, e depois que Marcos assumiu a presidência, ela anda atrás
dele! Mas o bobo não percebe, inclusive já deu carona para ela!
Luísa:
- Isso não pode ser verdade!
Isabel:
- Pode acreditar, ainda bem que eu não nasci ontem, e já liguei as minhas
anteninhas, eu não vou deixar o meu noivo escapar com essa secretária
sedutora!
Beatriz:
- Parece que essa secretária, é como a Helena de Troia, que causou a
destruição de um império por despertar uma paixão avassaladora em dois
homens!
Isabel:
- Não diga essas besteiras Beatriz!
Beatriz:
- Me desculpe, mas vocês falam tanto dela, que tenho até curiosidade para
conhecer essa pobretona! O que ela tem que causa tantos problemas assim?!
Luísa:
- Você precisa usar esse termo Beatriz?! Por acaso os pobres não têm vez?
Beatriz:
- Não, por isso que nós que somos ricos, gostamos tanto de sermos ricos,
porque nos sentimos superiores por causa da nossa classe! Se não, qual seria
a graça!
Luísa:
- As vezes você são demasiadamente perversas, conheço muitas pessoas
pobres que são dignas, que possuem caráter, e conheço muita gente rica, que
não passa de uma fatia de bolo fina, de uma poça rasa, de uma folha
superficial!
Isabel:
- Não fique assim Luísa, tenho certeza que Beatriz tinha as melhores
intenções, apenas se expressou de uma maneira equivocada!
Beatriz:
- Com toda a certeza! Me expressei de uma maneira errônea, isso não voltará
acontecer, te garanto Luísa!
Luísa:
- Que assim seja! Enquanto isso, vou investigar esse assunto, quero o meu
filho bem distante dessa mulher! Não quero que Marcos caia nas garras de
uma interesseira, embora eu confia no meu filho, e saiba que ele jamais
cometeria essa falha!
Isabel:
- Assim espero, pois acho quero ser deixada plantada no altar!
Luísa:
- Vou investigar, e farei o possível e o impossível para tentar descobrir
alguma coisa! Também tentarei garantir que Luana seja demitida daquela
empresa, essa mulher se transformou em um fantasma em nossas vidas!
Isabel:
- Você sabe que eu amo seu filho, e não quero perdê-lo por nada! Por favor,
faça alguma coisa para me ajudar!
Luísa:
- Farei, pedirei a cabeça de Luana em uma bandeja de prata!
Beatriz:
- Resta saber se Marcos concordará com esse plano de vocês, ele pode ser
contra!
Luísa:
- Eu sou a mãe dele, eu me sacrifiquei por ele, acho que mereço uma
demostração de gratidão!
Isabel:
- Eu quero a cabeça daquela mulher, custe o que custar!
Luísa:
- Ela não terá espaço para acabar com a vida de outro CEO daquela
empresa, e eu me encarregarei disso…
Capítulo 6
E na empresa…
Luísa:
- Filho, espero que você tenha tempo para me receber!
Marcos:
- Claro que tenho mãe, me diga, a que devo a ilustríssima presença da sua
visita?!
Luísa:
- Bom, eu vim até aqui para falar sobre um assunto nada agradável.
Marcos:
- Assunto desagradável?! Manda, qual é problema?!
Luísa:
- O nome do problema é a sua secretária! Robert já voltar para o comando
da empresa, e essa mulher vai estar aqui quando ele chegar, além do mais,
sua noiva está desconfiada, e com toda a razão, Luana já saiu com o CEO
dessa empresa…
Marcos:
- A Luana e mais metade das funcionárias dessa empresa, não entendo a
razão de toda essa implicância?! Vocês descrevem a minha secretária como
se fosse um verdadeiro demônio!
Luísa:
- E ela pode chegar a ser! Filho, você tem que focar na sua noiva, você tem
que focar na sua carreira, seu casamento está para acontecer!
Marcos:
- Eu entendo tudo isso mãe, só não compreendo porque a Luana é a grande
vilã dessa história!
Luísa:
- Não é perseguição, e além disso, você sabe que o velho Robert não quer
essa mulher trabalhando aqui!
Marcos:
- E o que ele tem a ver com as contratações dessa empresa, ele deveria ficar
feliz com o lucro que essa companhia dá a cada trimestre, e não trazer
assuntos pessoais para aqui!
Luísa:
- As vezes eu acho que você está enfeitiçado, não está escutando o que está
dizendo!
Marcos:
- Mãe, se for só isso, pode ir, não quero mais falar sobre esse assunto,
apenas quero ficar tranquilo!
Luísa:
- Cuidado meu filho, para não dormir no ponto!
Luísa sai da sala de Marcos, e vai novamente tentar intimidar Luana…
Luísa:
- Será que você não se dá conta?! Não é bem-vinda nessa empresa!
Luana:
- Eu já sei disso, mas não é por causa disso que eu vou arrumar as minhas
coisas e vou embora!
Luísa:
- Não vai demorar muito, e você começará a gerar muitos problemas!
Luana:
- Eu sei que a senhora não gosta de mim, mas eu não vou mudar a minha
postura para te agradar, e nem penso em ir embora!
Luísa:
- Se você não for por bem, você vai por mal!
Luana:
- Isso é o que iremos ver!
Luísa:
- Não sabe com que tipo de gente está se metendo!
Luana:
- Claro que eu sei, estou lidando com o pior tipo de gente que existe,
interesseiros.
Luísa:
- Como ousa falar assim comigo!
Luana:
- Falo com a permissão que a senhora me deu, no momento que veio até aqui
me ofender, não posso fazer nada para mudar o passado, mas posso tomar
novas atitudes, para mudar o futuro, e é isso que eu pretendo fazer!
Luísa:
- Não terá um minuto de paz dentro dessa empresa, é só questão de tempo até
você ser demitida!
Luana:
- Vamos ver quem aguenta mais! E passar bem senhora, eu tenho muito
trabalho para fazer!
Luísa vai embora, e Luana fica consternada, por que as pessoas tratavam ela
daquela maneira?!
Luana entra na sala de Marcos, evidentemente que o clima não era dos
melhores, a situação de ontem deixou os dois extremamente travados…
Luana:
- Trouxe alguns papéis urgentes para o senhor assinar!
Marcos:
- Não olhe muito pra mim, eu sou um tarado, flerto como um maluco!
Luana:
- Eu nunca disse que o senhor era um tarado, o senhor ouviu isso saindo da
minha boca?!
Marcos:
- Nem foi preciso, sou um taradão e pronto! E olha que eu estava tentando
ser gentil, educado e compreensível!
Luana:
- O senhor quer mesmo discutir disso aqui dentro?!
Marcos:
- Sim, é isso que eu estou fazendo! Já que o seu chefe está te assediando!
Luana:
- Não diga isso!
Marcos:
- Mudando um pouco de assunto, e sendo mais objetivo, preciso que você
assine esses papéis para mim!
Luana:
- Que papéis?!
Marcos abre a gaveta, e pega alguns papéis…
Marcos:
- São alguns documentos contratuais da sua ficha que estavam faltando, me
dei ao trabalho de imprimir aqui mesmo, depois vou mandar para o RH.
Luana assina os papéis sem nem ao menos ler uma linha…
Ela devolve a caneta para Marcos, e em seguida conversa segue…
Marcos:
- Você tem um dom Luana!
Luana:
- Um dom?! Como assim um dom?! Que tipo de dom?!
Marcos:
- O dom de ser odiada, não sei o que você fez nas suas vidas passadas, mas
há uma karma entre nós. Muita gente está querendo a sua cabeça em uma
bandeja d prata!
Luana:
- Eu sei…
Marcos:
- Sabe que deve se cuidar, ficar mais atenta!
Luana:
- As vezes acho que é melhor ir embora dessa maldita empresa, e acabar de
uma vez por todas com esses problemas! Mas não posso me demitir, e o
senhor sabe o porque!
Marcos:
- Sei, e por enquanto só eu sei, mas daqui a pouco vai ficar mais difícil
esconder a verdade, o que pretende fazer?!
Luana:
- Vou levando, tenho que juntar um dinheiro, tenho que ter o bebê em um
hospital particular, outros gastos também virão, o senhor sabe?!
Marcos:
- Não quero me intrometer na sua vida pessoal, mas se precisar de qualquer
coisa, é só me falar!
Luana:
- Muito obrigada doutor! Mas eu acho que tenho que enfrentar tudo isso
sozinha!
Marcos:
- Não vou conseguir te manter aqui por muito tempo…
Luana:
- Eu sei! E já que o senhor está sendo tão gentil comigo, acho que posso me
abrir…
Marcos:
- Diga.
Luana:
- Esse filho que eu estou esperando é do Robert sim…
Marcos:
- Eu sabia! Sabia!
Luana:
- E sinceramente não sei o que fazer com isso!
Marcos:
- Não vai contar para ele?!
Luana:
- Me prometa uma coisa doutor!
Marcos:
- Prometer o que?!
Luana:
- Eu contei para o senhor que o Robert é o pai do meu filho, mas por favor,
me jure que nunca vai contar isso para ninguém!!!
Marcos:
- Tem certeza?! Robert é rico, poderia te ajudar com a educação do seu
filho!
Luana:
- Eu não quero saber do dinheiro dessa família, eu não quero saber do
Robert, a única coisa que quero, é criar o meu filho em paz, longe de toda
essa maldade!
Marcos:
- Se é assim que você quer, tudo bem! Não vou contar absolutamente nada
para ninguém, pode confiar em mim!
Luana:
- Obrigada doutor.
Marcos:
- Você sabe Luana, o Robert está voltando, o que sente sobre isso?!
Luana:
- Sinto um aperto no coração! Eu… eu me sentir usada por esse homem, ela
simplesmente me usou, e depois me jogou fora, como se eu não valesse
absolutamente nada. Me deixou jogada, fazendo eu acreditar
verdadeiramente que não era grande coisa!
Marcos:
- É assim que você se sente, usada?!
Luana:
- Sim, me sinto mais uma, o senhor nunca vai saber o que isso significa na
vida de uma mulher, se sentir mais um número em uma lista.
Marcos:
- Infelizmente Robert sempre foi assim, pulava de mulher em mulher, nunca
se apegada, esse era o seu maior truque de conquistador…
Luana:
- Só que eu engravidei, não é doutor? Cometi um dos piores erros,
engravidei de um homem que não vale nada!
Estou sozinha nesse mundo…
Marcos:
- Não diga isso Luana, eu estou aqui!
Luana:
- Eu sei doutor, mas isso é uma coisa pelo qual eu terei que passar sozinha…
Luana sai da sala do CEO…
Luana pegas suas coisas para sair, hoje está indo embora mais cedo e
Marcos percebe…
Marcos:
- Já vai Luana?
Luana:
- Sim, mas sua agenda não mudar, basta o senhor intercambiar os horários, se
for preciso!
Marcos:
- E aonde você vai?!
Luana:
- Vou fazer uma ultrassonografia, quero saber como vai o bebê!
Marcos:
- E você vai sozinha?!
Luana:
- Sim, por que?
Marcos:
- Me espera um pouco, se você quiser eu posso ir com você!
Luana:
- O senhor tem certeza?! Está cheio de compromisso doutor!
Marcos:
- Se você quiser, eu vou! Basta aceitar…
Luana:
- Tudo bem!
Marcos:
- Então estamos combinados, eu já vou!
Marcos ajeitou algumas coisas, e em seguida foi junto com Luana…
Chegando lá, os dois esperaram por alguns minutos, e logo foram
chamados…
A médica recebeu os dois, e automaticamente pensou que Marcos fosse o pai
da criança…
Médica:
- Vejo que dessa vez você trouxe o pai…
Luana:
- Não doutora, ele é só um amigo!
Médica:
- Me desculpe, é que eu pensei…
Marcos:
- Não tem nenhum problema, imagina…
Luana se deitou, e a médica começou o exame…
Médica:
- O bebê está bem, muito bem!
Luana:
- Dá pra ver o sexo doutora?!
Médica:
- Sim, e parabéns, você vai ter uma menina!
Luana:
- Uma menina?!
Médica:
- Sim, é uma menina!
Luana:
- Nossa, eu queria tanto que fosse uma menina, estou muito feliz!
Marcos:
- Parabéns Luana, você vai ser mãe de uma menininha.
Capítulo 7
A irmã de Sara…
Finalmente Sara e Robert voltaram de sua lua de mel, enquanto ela foi direto
para sua nova mansão, o CEO não exitou, e foi direto para a empresa…
Contudo o que Sara não sabia, era que sua irmã Bela, estava a esperando…
Sara:
- Minha querida irmãzinha, você já veio dar as boas vindas!
Bela:
- Eu não estou aqui para te dar boas vindas, estou aqui por que quero saber
que como da noite pro dia você ficou milionária?! O que você fez?!
Sara:
- Eu já nasci rica meu amor, se tropecei, foi no meio do caminho!
Bela:
- Não sei como você consegue ser irônica numa hora dessas!
Sara:
- Relaxa e goza irmãzinha, o que não tem remédio, remediado está!
Bela:
- De onde vem esse dinheiro, o que você fez para o Robert casar com você?!
Do nada, ele nunca te amou, e você sabe disso!
Sara:
- Eu não quero o amor do meu marido, eu quero o dinheiro! Até porque quem
quer o amor de Robert Neto é você Bela, não é mesmo?!
Bela:
- Já disse que essa história está no passado!
Sara:
- Sim, está no passado, mas quem não gosta de um revival?! Não é mesmo?!
Bela:
- Você não muda, sempre se aproveitando da situação, sempre querendo
ganhar alguma coisa, sempre com algum interesse! E passa por cima de quem
for, até da própria irmã!
Sara:
- Eu já disse um milhão de vezes, mas vou repetir, já que isso é tão
importante pra você! Quem é a verdadeira mocinha dessa história é você, eu
sou a vilã!
Bela:
- Você sabe o que acontece com as vilãs nos finais da história, não é
mesmo?!
Sara:
- Eu não vou me dar mal Bela, não mesmo! Estou grávida do homem que
você amou na vida, é por isso que você está aqui!
Bela:
- Cala essa maldita boca Sara! Você não sabe o que diz!
Sara:
- Claro que eu sei! Competição entre duas irmãs, e eu ganhei… ganhei o
homem, casei com ele, estou grávida dele, é isso que você não suporta,
porque você fracassou como mulher, como mulher!
Bela:
- Eu juro por Deus, esse Deus poderoso que está acima de nós, eu te perdoei,
te perdoei, porque o meu amor era platônico, e você sabia disso, você nunca
conseguiu aceitar uma derrota, tinha que ganhar em tudo, essa competição
feroz que mora dentro de você, ainda vai te matar!
Sara:
- Eu prefiro ser competidora e vencedora, do que uma mulher que sempre
deseja, e nunca vai pegar o seu prêmio! Eu peguei o meu…
Bela:
- Que grande prêmio Sara, grávida de um homem que não te ama, um homem
que gostaria de estar com outra mulher!
Sara:
- Isso não me fere Bela, muito pelo contrário, só engrandece a minha vitória,
mesmo saindo em desvantagem, dei a volta por cima, e cheguei primeiro na
linha de chegada!
Bela:
- Não pode atrapalhar a vida dos outros assim Sara, você nunca vai
entender… um ser humano jamais vai te amar, você é uma víbora!
Sara:
- Olha onde a víbora está?! Agora veja onde a santa do pau oco está?! Acho
que estou preferindo ser uma cobra por enquanto! E afinal, o que veio fazer
aqui!
Bela:
- Quero saber se o Robert é realmente pai do seu filho?!
Sara:
- Você tem alguma dúvida disso?! É óbvio que ele é o pai, embora que saiba
que você não gostaria de ouvir essa verdade!
Bela:
- Essa criança não merece a mãe que vai ter!
Sara:
- Ela terá que se contentar, e acho que enquanto cresce rodeada de riqueza,
ela não encontrará nenhum inconveniente!
Bela:
- Tudo se resume a dinheiro, dinheiro… poder… nada de amor, nada de
compaixão, nada de carinho, tudo se reduz a dinheiro!
Sara:
- E tem coisa melhor que isso?!
Bela:
- Não vou mas discutir com você, só espero que a secretária faça um inferno
na sua vida!
Sara:
- A santa desejando o mal para a própria irmã!
Bela:
- Você não é minha irmã!
De repente Ricardo chega, e percebe que as irmãs estão brigando:
Ricardo:
- Queria saber qual é o motivo de tantas brigas, estamos nessa mansão,
podemos beber champagne o dia inteiro, mas não… preferem brigar até o
dia amanhecer…
Sara:
- Eu não estou brigando com ninguém, quem veio procurar intrigas foi nossa
querida Belinha!
Bela:
- Vocês não tem noção de como sinto vergonha de ter vocês dois como
irmãos!
Ricardo:
- Não fale assim Bela, assim você fica até feia…
Ricardo e Sara riem…
Sara:
- Deixa ela falar as merdas que ela quiser Ricardo, afinal a boca é dela! Mas
vai falar isso em outro lugar, meu ouvido criou eco, não quero mais você
aqui, vai embora da minha casa, e se puder, esqueça o endereço!
Bela:
- Um dia, cada um de vocês irão pagar, esse dinheiro… não ficará com
ninguém, nem essa maldita empresa!
Ricardo:
- Do que você está falando?!
Bela:
- Logo vocês irão saber! Cada um vai ter o que merece!
Ricardo:
- Ai Bela, do jeito que você fala… me dá até uma arrepio!
Sara:
- Não liga para ela, está blefando, o que a Bela pode fazer contra nós?!
Bela:
- É, O QUE EU POSSO FAZER CONTRA VOCÊS?!
- O que você está falando Marcos, parece que está se envolvendo demais…
Marcos:
- Sei até onde devo ir, tenho meu limite de segurança…
Bela:
- É melhor, não se apaixone meu amigo, esse é o melhor concelho que eu
posso te dar! O amor só serve pra nos destruir!
Marcos:
- Eu sei, não quero me apaixonar nunca mais, eu sei o que eu sofri, sofri com
uma traição de uma mulher, depois a rejeição de um pai, meu coração
acabou ficando congelado…
Bela:
- É a melhor maneira para não se machucar, veja o que aconteceu comigo! O
homem que eu mais amei em toda a minha vida, foi pra cama com a minha
irmã, a minha própria irmã, você não acha que eu mereço vingança?!
Marcos:
- Claro…
Bela:
- No início, ele parecia o homem perfeito… engraçado, doce, gentil…
Depois as coisas foram mudando, de desejada, eu comecei a me sentir usada,
mais uma, só mais uma, não me sentia mais uma garota especial, aquela que
ele me fez acreditar que eu era, depois veio as frases, aquelas frases que as
mulheres morrem pra ouvir, tantas declarações, tantas palavras…
Tudo era mentira…
Tudo não passava de um engano…
Foi quando eu percebi que ele começou a se cansar de mim, demostrava
estar entediado, enfadado, cada dia piorava mais…
Foi quando eu descobri que ele estava transando com a Sara, aquilo me
destruiu, me senti a pior pessoa do mundo…
Ele me disse que era homem, necessidade, nada além disso, era só sexo, eu
acho que essa foi a pior desculpa que ele poderia inventar!
Naquele momento de dor, jurei para mim mesma, que não importava quanto
tempo iria passar, eu iria me vingar dele, iria me pagar gota por gota daquele
sofrimento, lágrima por lágrima…
Eu quero ver esse homem humilhado, rejeitado, destruído…
Eu não fui a única, a secretária também não, a lista é enorme, ele já fez mal
pra muita gente…
Eu apenas vou fazer o trabalho da outra parte do universo, vou equilibrar as
coisas…
Ela já venceu muito nessa vida, chegou a hora de descobrir o que é a
derrota, chegou a hora…
Marcos:
- Agradeço aos céus por ter encontrado você!
Bela:
- O universo nos juntou, e não há como separar, não enquanto essa vingança
não ser encaminhada!
Marcos:
- Como será que a Luana vai reagir a isso tudo?!
Bela:
- Não sei se ela vai querer olhar na sua cara, mas espero que ela fique muito
feliz com o final dela!
Marcos:
- Creio que ela ficará! Todas as mulheres querem a cabeça dela, minha mãe,
minha noiva, sua irmã e também o velho!
Bela:
- Robert quer ela como um troféu! Enquanto isso Luísa, Isabel e Sara morrem
de medo da Luana, porque temem que elas destrua a vidinha delas! Isabel e
Sara não gostam dela por causa de macho, Luísa teme que seu segredo seja
descoberto, também não quer desagradar o velho!
Marcos:
- Não sei como ainda estou mantendo ela dentro daquela empresa?!
Bela:
- Com a chegada de Robert, acho que ela não ficará muito tempo lá, ele vai
ficar correndo atrás dela…
Marcos:
- Mas o importante é que ela já assinou os papéis!
Bela:
- Sim, isso é o que importa!
Marcos:
- Confesso que estou louco pela reação de todos…
Bela:
- Imagina quando descobrirem que Luana embargou a empresa, e a dona
daquele maldito lugar, acho que todos infartarão!
Marcos:
- Nem me diga, espero por isso a cada segundo do meu dia!
Bela:
- Será um grande prazer, será o orgasmo da nossa vingança!
Marcos:
- Fico pensando na reação da minha mãe…
Bela:
- Ela vai te odiar!
Marcos:
- Não estou muito preocupado com isso!
Bela:
- Não deveria ficar mesmo, é a vida, toda ação, causa uma reação!
Marcos:
- Minha mãe escolheu o lado errado da força!
Bela:
- Não é a primeira vez que uma pessoa próxima escolhe o lado ruim da
força, e nem vai ser a última!
Marcos:
- Espero que ela compreenda…
Bela:
- A vida está aí pra provar que nem sempre o bem venci no final, mas dessa
vez vai ser diferente!
Marcos:
- Eles vão pagar…
Bela:
- Sim, essa família vai pagar por todo o mal que fez, por todo o sofrimento
que causou…
Marcos:
- Pelo menos a Luana vai se livrar do Robert pra sempre…
Bela:
- A Luana pode ficar tranquila, porque o Robert vai ficar pra mim…
Isso ainda não acabou…
Capítulo 8
No dia seguinte…
Robert Neto foi o primeiro a chegar na empresa, estava ansioso para ver
Luana, porém seus planos não iriam sair como o planejado, pois Marcos não
estava desposto a facilitar a vida do meio irmão…
Luana chegava para mais um dia de trabalho, e quando foi entrar na sala do
CEO da empresa, teve uma grande surpresa…
Robert Neto estava sentado na cadeira do principal cargo da Companhia…
Luana:
- Senhor Marcos…
Robert:
- Não Luana, o verdadeiro CEO dessa empresa está de volta, você agora é
minha secretária…
Luana parecia não acreditar no que estava vendo, era impossível…
Ela queria fugir dali, mas não iria dar esse gostinho para Robert…
Luana:
- O senhor voltou?!
Robert:
- Por favor Luana, não me chame de senhor, vamos parar com essas
formalidades!
Luana:
- E como deseja que eu o chame?! O senhor é o presidente dessa empresa, e
eu sou apenas uma secretária…
Robert:
- Sabia que eu estava morrendo de vontade de te ver! Pensei que você ficaria
mais entusiasmada com a minha volta!
Luana:
- E por que ficaria?! O senhor é meu chefe, e nada a mais…
Robert:
- Pensei que tudo voltaria a ser como antes…
Luana:
- Nada vai ser como antes, o senhor está casado, sua esposa está grávida,
acho que isso são motivos suficientes para nada ser igual!
Robert:
- Isso são detalhes, apenas detalhes! Pensei que não daria tanta importância a
isso!
Luana:
- Isso é primordial, e se o senhor não pode me respeitar profissionalmente,
eu vou me demitir!
Robert:
- Por favor Luana, eu sei que você gosta de mim! Sei que está nessa empresa,
na esperança de me encontrar, diga que é mentira?!
Luana:
- Isso é mentira, porque eu estou aqui pelo meu emprego, e não pelo senhor,
porque o que houve entre nós, jamais vai voltar a se repetir, eu me dei conta
de quem você é de verdade, por isso jamais voltaria a acontecer alguma
coisa, jamais!
Robert:
- Todas as mulheres dizem isso Luana, e sabem como acaba?! Elas acabam
na minha cama!
Luana:
- Isso jamais acontecerá, porque eu aprendo com a minha primeira falha!
Marcos entra na sala e interrompe a conversa…
Marcos:
- Vejo que você está de volta Robert.
Robert:
- Sim, voltei ao meu cargo de CEO, para a sua decepção! Eu disse que eu
voltaria!
Marcos:
- Eu sei disso! A empresa vai recomeçar a penar, já que você é um péssimo
administrador de empresas! Só não estamos na ruína ainda, porque eu
sempre estive aqui para dar respaldo!
Robert:
- Se você é tão bom no que faz, porque eu sou o CEO dessa empresa?!
Marcos:
- Simplesmente por ser o filho do chefe, você não mérito nenhum! Agora
pretendo voltar para a minha sala de vice-presidente…
Luana:
- Eu posso ir com o senhor?!
Marcos:
- Você quer vir comigo?!
Luana:
- Sim, gostaria muito continuar como sua secretária, agora na vice-
presidência…
Robert:
- Está louca Luana?! Não pode deixar o seu posto aqui!
Marcos:
- Claro que pode, se quiser vir Luana, será muito bem-vinda!
Robert:
- Agora eu estou entendendo… vocês estão juntos, não é mesmo?!
Luana:
- Nem todo mundo tem o seu mesmo comportamento senhor Robert!
Marcos:
- Robert, de verdade… você é patético! Eu respeito as minhas funcionárias,
não sou como você que se utiliza do seu status nessa empresa, para
assediar…
Robert:
- Eu não assédio ninguém Marcos, todas as mulheres que eu tive, ficaram
comigo por livre e espontânea vontade!
Marcos:
- Claro, se você acredita nisso, quem sou eu para discordar! Só queria te
dizer para agora você agir como um homem casado, pois é isso que você é
agora Robert!
Robert;
- Não se meta no meu casamento, não se meta na minha vida pessoal! Isso
não interessa a você!
Marcos:
- Não irei mais me meter, é só uma questão de tempo para udo vir a tona!
Robert:
- O que virá a tona?!
Marcos:
- A hipocrisia dessa maldita família!
Marcos vai embora, e Luana vai atrás dele, deixando Robert sozinho ampla
sala da presidência…
No escritório da vice-presidência…
Luana:
- Senhor Marcos, está tudo bem?!
Marcos:
- Sim Luana, mas na verdade era eu que deveria estar fazendo essa pergunta,
você está bem?!
Luana:
- Sim, apesar de ter ficado um pouco chocada com a volta desse senhor, me
recuperei rapidamente. Acho que o meu tempo está acabando nessa
empresa…
Marcos:
- Não diga isso, seu tempo está apenas começando…
Luana:
- O que quer dizer com isso?
Marcos:
- Que ainda há muita água pra correr por baixo dessa ponte, muita…
Capítulo 9
No dia seguinte…
Robert pai chega a empresa, está decidido a conversar com Marcos sobre
um assunto que ele considera um problema, a secretária Luana…
Robert pai:
- Marcos, chegou a hora de termos uma conversa de homem para homem…
Marcos:
- Aqui estou senhor Robert.
Robert pai:
- Espero que sua mãe já tenha o avisado, quero a secretária fora dessa
empresa.
Marcos:
- Que secretária, tem milhares delas nessa empresa?!
Robert pai:
- Você sabe de quem eu estou falando, a mulher que ficou com o meu filho…
Marcos:
- Es aí mais um problema de comunicação, Robert já ficou com quase todas
as funcionárias dessa empresa!
Robert pai:
- Luana é o nome dela, a demita… Não quero mais me preocupar com isso!
Marcos:
- Eu não vou demitir a Luana, isso está fora de cogitação…
Robert pai:
- O que você está dizendo?
Marcos:
- O que você ouviu, não vou demitir a Luana, ela não vai sair dessa empresa!
Robert pai:
- Te desconheço Marcos, você que sempre prezou pela sua carreira, agora
está defendendo com unhas e dentes uma simples secretária!
Marcos:
- O senhor tem a liberdade de pensar o que seja, mas não vou demitir uma
pessoa injustamente, apenas para atender caprichos dos donos dessa
empresa!
Robert pai:
- Tudo bem, se você não demitir… eu vou pedir para o meu filho fazer
isso…
Marcos:
- Esqueça isso, está fora de cogitação também, o Robert vai fazer de tudo
para levá-la para cama novamente, não irá demiti-la, e o senhor sabe disso,
por isso veio até mim!
Robert pai:
- Pensei que você era mais inteligente que isso, pensei que fosse mais
sensato!
Marcos:
- Eu sou sensato, por isso não vou abrir mão de excelente funcionária!
Robert pai:
- Já sei o que está acontecendo aqui…
Marcos:
- E o que está acontecendo?!
Robert pai:
- Você está comendo ela, não é mesmo?! Não quer demiti-la porque ela virou
sua amante!
Marcos:
- Eu nunca fiquei com uma funcionária dessa empresa, e sabe por que?!
Porque eu as respeito, não fico atormentando, aproveitando da minha
posição, do meu cargo, isso me parece repugnante!
Robert pai:
- Você não é esse santo que fica se colocando no altar!
Marcos:
- Era só isso que o senhor veio me pedir?! Porque se sim, por favor, se retire
do meu escritório que eu tenho muito trabalho a fazer!
Robert pai:
- Você está colocando sua carreira em risco por causa dessa mulher?! O
homem mais calculista que eu já conheci, está se transformando no mais
idiota...
Isabel chega discretamente, ela estava desesperada para ver Robert Neto, e
resolve saciar sua vontade de vê-lo…
Isabel:
- Finalmente você voltou Robert, eu estava morrendo de saudades!
Robert se esquiva do beijo de Isabel…
Marcos:
- O que você está fazendo Isabel, alguém pode nos ver!
Isabel:
- E qual é o problema se alguém ver, me diga?!
Robert:
- Por favor Isabel, eu sou casado e você é a noiva de Marcos…
Isabel:
- Isso já não me interessa mais, eu estou louca por você, te desejo, penso em
você dia e noite, não consigo evitar isso, é mais forte do que eu!
Robert:
- Tivemos o nosso lance, foi muito bom, mas já acabou Isabel! Não posso
mais ficar com você!
Isabel:
- E por que não?! Você gostava tanto, se lembra?!
Robert:
- Eu ficava com você Isabel, para ter o prazer de saber que eu estava
pegando a mulher do Marcos…
Isabel:
- O que você está dizendo Robert?! Eu sei que você gostava de mim!
Robert:
- Nunca gostei, transei com você, foi bom, e ponto!
Isabel:
- Você não pode me descartar desse jeito, como se eu não fosse nada!
Robert:
- Você não representa absolutamente nada na minha vida! Não queria dizer
isso, inclusive estou ficando com pena, vou te dar um último beijinho para
você guardar uma doce recordação dos nossos velhos tempos…
O CEO beija Isabel, que mesmo depois de ouvir aquilo tudo, corresponde ao
beijo, o que ambos não esperavam, era que Robert pai surgiria de surpresa,
e pegasses os dois naquele momento tão íntimo…
Robert pai:
- O que é isso?
Robert:
- Nada pai, a Isabel já estava de saída!
Robert pai:
- Isabel, você e o Robert, estão juntos?!
Robert:
- Óbvio que não pai!
Isabel:
- Não minta Robert! Nós estamos apaixonados, essa é a verdade!
Robert:
- Do que você está falando sua maluca, eu não estou apaixonado por você!
Robert pai:
- Isabel, você e o Marcos estão de casamento mancado, e agora eu descobro
que você e o meu filho são amantes!
Robert:
- Eu posso explicar pai!
Robert pai:
- Cale a boca Robert! Será que eu terei que solucionar os seus problemas até
quando, me diga?! Isso não deve sair daqui, seria um escândalo! Uma
injúria, vá embora Isabel, e não conte isso para ninguém, se case com o
Marcos! E você Robert, nunca mais fique com as mulheres dos acionistas ou
funcionários dessa empresa!
Robert:
- Eu não tenho quinze anos!
Robert pai:
- Mas parece! Onde foi que eu errei com você Robert?!
Isabel se retira da sala, e ainda atordoada, vai até o banheiro, precisa se
recompor, chegando lá percebe que Luana estava em uma das cabines ao
lado, e depois de algum tempo, escuta a conversa que a secretária estava
tendo com uma amiga ao celular…
Ouvi uma bomba, descobre que Luana está grávida, depois disso sai
imediatamente do banheiro…
Isabel associa os fatos, e pensa que o filho que Luana está esperando é de
Robert Neto…
Ela pretende usar essa informação na hora exata…
Capítulo 10
Luana ajeita a gravata de Marcos, que está muito agradecido por ela estar
ali…
Marcos:
- Obrigado por ter vindo…
Luana:
- Imagina doutor, o senhor é o meu chefe, era minha obrigação!
Marcos:
- Você poderia ter se recusado.
Luana:
- Depois de tudo o que o senhor fez por mim, e ainda está fazendo, me sinto
em dívida!
Marcos:
- Pois não se sinta, de verdade! Faço isso porque sei que você é uma pessoa
extraordinária!
Luana:
- Não diga isso doutor, eu não sei receber elogios!
Marcos:
- Pois deveria aprender…
Luana:
- A senhora Isabel é uma mulher de sorte, eu nunca conheci um homem como
o senhor, tão respeitador, tão honrado, com um caráter inquestionável, e com
uma índole perfeita!
Marcos:
- Agora sou eu que estou ficando sem graça, também sou tímido, não se
esqueça…
Luana:
- Haha… ela é uma mulher de sorte, acho que o senhor deve amá-la e
muito…
Marcos:
- Pois está enganada, eu não amo a Isabel, se quer saber…
Luana:
- Que?! O que o senhor acabou de me dizer doutor?!
Marcos:
- Que não amo a minha noiva, e isso faz muito tempo!
Luana:
- Mas então porque o senhor está com ela?!
Marcos:
- Por vingança, quero que ela pague por uma coisa que fez comigo!
Luana:
- Vingança?! Do que o senhor está falando?!
Marcos:
- Ela me traiu Luana, me traiu.
Luana:
- Nossa, eu sinto muito. Como isso aconteceu?!
Marcos:
- Peguei ela na cama com outro.
Luana:
- Que pesado! Eu entendo o ressentimento, mas é preciso se vingar dela?!
Não acha que é um pouco demais?!
Marcos:
- Se ela tivesse me traído, eu a perdoaria, eu era muito apaixonado por ela…
o problema foi com quem ela me traiu…
Luana:
- E com quem foi?
Marcos:
- Com o pai do seu filho…
Luana:
- O Robert?!
Marcos:
- Ele mesmo, ele queria me provocar, por isso ficou com ela! A idiota se
deixou envolver, se apaixonou por ele, está completamente enfeitiçada!
Luana:
- Não posso acreditar no que o senhor está me dizendo!
Marcos:
- Pois acredite, e saiba que não foi apenas você que ele usou, a lista das
mulheres que ele machucou é extensa, mas um dia ele vai pagar, mágoa por
mágoa…
Luana:
- Do que o senhor está falando?!
Marcos:
- Na hora certa você saberá! Mas lhe adianto que se soubesse os segredos
sórdidos que guardam essa família, ficaria ainda mais boquiaberta…
Luana:
- Espero que o senhor não conte para ninguém o meu segredo…
Marcos:
- Não contarei para ninguém, seu segredo está seguro comigo…
Enquanto isso…
Sara:
- Quem será a vítima da vez Robert, o que está procurando tanto?!
Robert:
- Se você não quer saber a resposta, é melhor não perguntar minha cara!
Sara:
- Como você é cínico Robert, ainda fico me perguntando porque me casei
com você!
Sara:
- Se casou comigo por causa do dinheiro!
Sara:
- Deveria ter deixado, a Bela saberia muito bem como tratar você, ela te
daria um jeito!
Robert:
- Não meta a sua irmã no nosso casamento fracassado!
Sara:
- Desculpa, não cito mais o nome dela! Mas mudando de assunto, se eu
realmente fosse esperta, teria ficado com o Marcos, ele sim é um homem
diferente, o um em um milhão, sorte de Isabel, que irá se casar com esse
homem hoje…
Marcos:
- Eu não me aceito…
Isabel ficou consternada com a resposta do noivo, fora a vergonha que
estava sentindo, por praticamente ser abandonada no altar…
Isabel:
- O que você está fazendo Marcos?!
Marcos:
- Estou te abandonando.
Isabel:
- Por que você está fazendo isso comigo?!
Marcos:
- Porque você merece!
Isabel:
- Não, eu não mereço isso!
Marcos:
- Claro que merece!
Isabel:
- O que eu te fiz?!
Ao que Marcos grita:
Marcos:
- O que você fez?! Você teve um caso com Robert bem debaixo do meu
nariz!!!
Todos ficam chocados com a revelação de Marcos, e Sara vai tirar
satisfações com o marido…
Sara:
- Isso é verdade Robert?!
Robert:
- Não vamos discutir isso aqui!
Luísa fica envergonhada com aquela situação…
Luísa:
- Que vergonha meu deus!
Robert pai:
- Isso é um verdadeiro escândalo! O que vão dizer disso?!
Isabel:
- Você não deveria ter feito isso?!
Marcos:
- Vai negar Isabel?! Vai negar que ia pra cama com o CEO que está ali, e que
se casou não faz nem muito tempo?!
Isabel:
- Não, não vou negar! Tive um caso com ele sim, e o que vocês tem a ver
com isso?! O que?! Fui pra cama com ele várias vezes! Mas você não podem
apenas me julgar! Me acharem uma vagabunda, eu não fui a única!
Marcos:
- Cala a boca Isabel, você está falando muita merda!
Isabel:
- Não, agora eu vou falar tudo o que eu sei! Estão vendo aquela moça ali
atrás, sim ela mesma! Ela é secretária, o nome dela é Luana, e ela teve um
caso com o Robert!
Todos ficam espantados…
Marcos:
- Cala boca Isabel, não envolva quem não tem nada a ver com isso!
Isabel:
- Eu não vou pro buraco sozinha! Não mesmo! Essa mulher aí, ela teve um
caso com o CEO, e quase todo mundo dessa festa sabe disso, mas o que não
sabem, é que…
Marcos:
- Fique quieta Isabel…
Isabel:
- Não tem muito tempo, eu fui na empresa, e na saída dei uma passada no
banheiro, e chegando lá eu ouvi a Luana conversando com uma amiga, e
fiquei bem surpresa com o conteúdo da conversa! Ela, a Luana… disse que
estava grávida, e eu sei que esse filho é do Robert, parabéns papai, vai ter
dois filhos na mesma época, um da sua esposa, e o outro da secretária…
A notícia da gravidez de Luana cai como uma bomba…
Marcos, em um ato generoso de preservar o segredo de Luana, decide se
sacrificar…
Marcos:
- Isso não é verdade!
Isabel:
- O que Marcos, vai negar que a secretária vai ter um filho do Robert?!
Marcos:
- Ela vai ter um filho, na verdade é uma menina, mas o pai da filha dela sou
eu!
Os convidados ficam surpresos com as reviravoltas da conversa…
Marcos:
- Eu sou o pai…
Isabel:
- O que Marcos?! Você engravidou a secretária?!
Marcos:
- Sim, a menina que ela espera é minha, minha!
Depois dessa revelação, Marcos vai em direção a Luana, e pega em sua
mão, a secretária fica comovida com o gesto dele…
Luana:
- Quem é você?!
Bela:
- Meu nome é Bela, tudo bem Luana?!
Luana:
- Como você sabe o meu nome?!
Bela:
- Você não me conhece Luana, mas eu sei muito bem quem você é!
Marcos:
- Vamos te contar absolutamente tudo, e espero que nos compreenda!
Luana:
- Mas compreender o que?!
Bela:
- Precisamos da sua ajuda, é isso!
Marcos:
- Precisamos que você os ajude a colocar um plano em prática!
Luana:
- Que plano?
Bela:
- Um plano de vingança!
Luana:
- Me desculpe, isso está me parecendo loucura demais! Plano de vingança,
do que vocês estão falando?!
Bela:
- Eu sei que agora tudo parece muito confuso, mas quando te contarmos a
verdade, você nos ajudará!
Luana:
- Que verdade!
Bela:
- A partir desse momento, Luana… você é uma mulher rica!
Luana:
- O quê?! Isso é loucura, do que você está falando?!
Marcos:
- Não tem aqueles papéis que eu pedi para você assinar naquele dia?!
Luana:
- Sim… eu lembro.
Marcos:
- Aqueles documentos era a firma autentificada de uma pequena empresa,
essa empresa embargaria a Robert Companhia, fazendo assim você
comandar aquilo tudo!
Luana:
- Espera aí, você está me deixando confusa!
Marcos:
- Desde que Robert começou sua gestão, os balances eram péssimos, e
nebulosos, imprecisos para ser mais exato. Eu maquiei os balances, e fiz
uma pequena empresa comprar ações da Robert Companhia, também fez
empréstimos, assim, ela tem a grande maioria das ações e do capital da
Robert Companhia, essa pequena empresa domina a empresa maior, me
entende?!
Luana:
- Sim, mas o que eu tenho a ver com isso?!
Marcos:
- Eu precisava de um nome desconhecido para facilitar os trâmites, e essa
pessoa tinha que ser da minha extrema confiança, coloquei então o seu nome
nessa pequena empresa, você é a única responsável pela gestão, a única! A
única que pode ter acesso ao capital, tanto da sua empresa, quanto a Robert
Companhia!
Luana:
- Isso é loucura demais!
Marcos:
- Eu sei, mas não temos muito tempo, daqui a poucos todos do conselho
saberão que você embargou a Robert Companhia, e que você, Luana, é a
nova CEO da empresa!
Luana:
- Meu Deus?! Eu?! A CEO da Robert Companhia?!
Marcos:
- Isso mesmo?! Você é uma mulher rica, e além disso presidente daquela
multinacional!
Bela:
- Quem diria que você Luana, que entrou naquela empresa como uma
secretária, que foi humilhada por todos, que sofreu tanto, se tornaria a CEO
daquilo tudo!
Luana:
- Ainda não consegui acreditar!
Bela:
- Pois acredite, aquilo tudo, agora é seu! Você foi a escolhida!
Luana:
- E por que eu?!
Marcos:
- Sabíamos que poderíamos contar com você! E seria uma excelente
recompensa, não é mesmo?! Você como uma grande CEO.
Luana:
- E o que vocês ganham com isso?!
Bela:
- Vingança…
Marcos:
- Satisfação…
Luana:
- O que fizeram com vocês:
Marcos:
- Aquela família guarda um monte de segredos! Eu quero vingança, porque
sou filho do velho Robert…
Luana:
- O que?! Filho do Robert?
Marcos:
- Sim, Robert Filho é o meu pai, e Robert Neto, é o meu meio irmão!
Luana:
- Mas por que isso? Por que ele nunca te assumiu?!
Marcos:
- Eu sou o filho da empregada! Robert filho é orgulhoso demais para assumir
um bastardo!
Luana:
- Meu Deus!
Bela:
- Calma que ainda vem mais…
Luana:
- E o que poderia ser pior?!
Marcos:
- O filho que a Sara está esperando, não é do Robert.
Luana:
- Como assim, ele não é o pai, então quem é?!
Marcos:
- Prepare o estômago! O pai da criança é o meu pai…
Luana:
- O que?! Não estou entendendo!
Bela:
- Sara está grávida do pai, e não do filho! Robert Filho é o pai do filho da
Sara!
Luana:
- Isso é inacreditável!
Bela:
- Pois pode começar a creditar, é a pura verdade!
Luana:
- O pai engravidou, e o filho vai assumir!
Marcos:
- Exatamente!
Luana:
- E o Robert sabe que o filho que ele pensa que é dele, é do próprio pai!
Marcos:
- Ele ainda não sabe a verdade, como também não sabe que somos meio
irmãos!
Luana:
- Nossa que família doida! Estou chocada! Mas me diga Bela, o que fizeram
com você?!
Bela:
- Fui usada da pior maneira, traída! Apunhalada pelas costas!
Luana:
- Mas uma vítima de Robert Neto?!
Bela:
- Sim, mas uma! Ele acabou com a minha vida!
Luana:
- O que ele fez?!
Bela:
- Primeiro me traiu com a minha própria irmã, depois e casou com ela!
Luana:
- O que, você é a irmã da Sara?!
Bela:
- Infelizmente, não se pode escolher família!
Luana:
- Ele te traiu com a sua própria irmã?!
Bela:
- Sim, por isso eu quero vingança! Eu quero Luana, que você destrua um por
um…
Luana:
- Essas coisas não ficarão impunes…
Marcos:
- Eu sei, a vingança está próxima…
Fim…
Atenção:
Essa é obra de ficção que não tem o menor vínculo com a
realidade.
O Tráfico humano movimenta por ano cerca de 32 bilhões de
dólares.
Vítimas saem dos países mais pobres do mundo, e são
exploradas sexualmente.
Estima-se que 98% das pessoas traficadas para fins sexuais
sejam mulheres.
Elas vão em busca de melhores condições de vida, ajudar as
famílias ou sustentarem os filhos que já tiveram.
Porém se deparam com um verdadeiro pesadelo...
Prefácio
O que você faria pelo amor da sua vida?
Flávia vai em busca de uma vida melhor em outro país, mas o pior acontece,
a brasileira é uma vítima a mais do ‘Tráfico Internacional de Mulheres’.
Apesar do pesadelo, ela acaba se apaixonando pelo CEO Alemão Albert
Hans, herdeiro da Multinacional ‘Hans’. O romance começa a ficar mais
sério, no entanto ele nem desconfia que na realidade Flávia seja uma garota
traficada.
Entre tramas mal resolvidas, segredos e traições, ‘As Traficadas’ farão de
tudo para reconquistarem sua liberdade.
O que você faria se você fosse traficada?
‘O CEO e a Última virgem’ (Traficadas – Parte I)
Uma história onde todos procuram a mesma coisa, a liberdade…
“A Distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno,
inflama o grande”
“O Tempo não faz alguém esquecer um amor mal resolvido, o tempo só o
fortalece, pois tudo aquilo que não é vivido, não morre dentro da gente”
“Tudo aquilo que não é vivido,
não morre dentro de você”
Índice:
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Capítulo dez
Capítulo onze
Capítulo doze
Capítulo um
Não me culpem, era 1998 e eu era apenas uma garota de 18
anos.
Ainda me lembro daquele ano, foi um dos piores da minha vida, tinha
acabado de enterrar o meu pai e minha mãe se foi apenas dois meses depois,
a minha vida desabou, meus parentes não foram muito úteis naquela hora, na
verdade eles também me abandonaram, me vi sozinha em um ‘mundo cão’
que parecia querer me engolir, cansada de tantas pressões e com a cabeça
cheia, eu tentava, tentava de verdade não ver tudo de uma maneira negativa,
mas isso parecia praticamente impossível, é muito difícil ter que aceitar que
daqui para frente eu iria ter que me virar sozinha.
Me lembro também da época da escola, todas as garotas tinham ‘ficantes’ e
namorados, e eu ficava no zero a zero, nunca tive certos traquejos para ser
uma garota que se doava, eu sempre fui muito retida, foi por isso que minha
virgindade foi preservada por muito tempo, tinha tanto medo de fazer sexo,
para os outros parecia tão fácil, mas pra mim, sei lá… parecia uma coisa
muito incomoda, primeiramente por causa da minha autoestima, não me
sentia a vontade com o meu corpo, segundo porque eu achava que nenhuma
pessoa iria me amar, na verdade eu dizia isso porque eu nunca tinha sido
amada por ninguém em toda minha vida, então era extremamente fácil pra
mim acreditar no negativo, sabe, as vezes as pessoas te colocam pra baixo, e
você começa a acreditar nelas.
Eu não estou reclamando ou sendo demasiado dramática, é que na minha
história as tristezas são muitas, coisas horríveis aconteceram, eu pensei que
estava acabada, mas… teve alguém que se sacrificou por mim, teve alguém
que me amou incondicionalmente, teve alguém que me enxergou por trás das
minhas barreiras, essa pessoa, é a essa pessoa que hoje eu agradeço pela
minha liberdade.
Era verão de 1998, como já relatei, um dos anos que eu queria esquecer que
havia existido. Tinha acabado de concluir o meu ensino médio, e só me
restava ingressar no mercado de trabalho, sem os meus pais a situação ficou
ainda pior pra mim, eu não tinha opção, as escolhas eram escassas, meu
futuro era como um céu nublado, eu não conseguia ver absolutamente nada,
só tinha o meu hoje, andava e andava, dava voltas, nada… nada…
Até que uma esperança surgiu, estava lendo o jornal, e foi quando vi que
estavam precisando de garotas entre 17 e 25 anos para fazer parte de um
projeto internacional, era necessário falar inglês intermediário, e uma das
coisas que eu mais gostei no anúncio foi: ‘Viaje o mundo inteiro com a JF’,
me parecia libertador, era exatamente o que eu queria naquele momento da
minha vida, viajar, eu era só uma garota em busca de um pouco de sossego,
imagina, poder trabalhar e viajar ao mesmo tempo? Parecia mesmo um
sonho, um sonho possível…
Me julgo muito por causa daquela decisão, mas na verdade isso não deveria
acontecer, já que hoje vejo a situação de uma maneira panorâmica, vivi tudo
aquilo, e aquela Flávia de 18 anos não tinha a menor ideia do que iria
acontecer com ela.
Eu era inocente demais, estava em um péssimo momento financeiro,
realmente aquela proposta era como uma luz no fim do túnel, sei que hoje as
garotas estão mais ligadas nessas ‘propostas imperdíveis’, mas aquilo era
em 1998, as coisas eram bem diferentes e não tínhamos tanta informação
como temos agora.
Circulei aquele classificado e fui até aquele endereço, a faixada não era
muito convidativa, mas mesmo assim resolvi entrar, afinal o que eu tinha a
perder? Mal sabia eu, que tinha tudo a perder.
Subi aquelas escadas vermelhas, até que me deparei com aquela porta
amarela, bati duas vezes, e logo a vi, um dos piores seres humanos que
conheci na minha vida, Cristina abriu a porta e simultaneamente também
abriu um sorriso, ela era sem dúvida muito amistosa, te tratava super bem,
oferecia as estrelas, o céu, a lua, tudo que eu pedisse para ela naquele
momento, ela estava disposta a me dar, parecia realmente uma mulher
incrível, depois descobri sua verdadeira cara.
Ela me disse que eu trabalharia em um navio fazendo cruzeiros pela Europa,
seria uma ‘faz tudo’, seria garçonete, camareira, e teria que fazer qualquer
serviço na área de limpeza, porém seria extremamente recompensada por
isso, e fora que viajaria para os quatro cantos da Terra, parecia realmente
algo verídico, ela era muito convincente, me mostrou os catálogos, e depois
as rotas de viagens, me deu os nomes das empresas, e também os pré-
contratos, que eram chatos demais para eu ler, lembro que ela me disse.
- Flávia, não precisa ler muito, basta apenas assinar, acredite eu estou te
fazendo um favor…
Os lugares que ela me mostrou... nossa! Era um sonho, eu nunca tinha visto
lugares daquele jeito. Antes de começar a trabalhar nos cruzeiros, eu tinha
que fazer um curso na Alemanha, coisa de três meses no máximo, depois
começaria o meu novo ‘trabalho’.
O mais engraçado, foi que em nenhum momento eu desconfiei dela, muito
pelo contrário, ela me guiava, era a primeira pessoa em muito tempo que
começava a sorrir para mim, era uma época muito vulnerável.
Passou um mês, eu assinei os pápeis que ela me pediu, a papelada estava
toda em inglês, pois aquele tinha que ser um documento universal, ela
também adiantou uma parcela do meu primeiro salário, tirei o passaporte e
também comprei algumas roupas, também passei nas e livrarias comprei
vários livros de inglês, queria aprimorar a língua, e estudei, estudei como
nunca tinha estudado na minha vida, mais dois meses se passou, até que
Cristina novamente entrou em contato, eu estava pronta para recomeçar a
minha vida, em um outro lugar, era exatamente o que eu queria.
Sem nenhum receio, e com toda a inocência do mundo, arrumei as minhas
malas e fui até o aeroporto, a bagagem estava um pouco pesada, afinal de
contas achei que não fosse mais voltar. Um pouco desnorteada, vi Cristina
me esperando, fui até ela, que me fez uma pergunta um pouco indiscreta:
- Você é virgem Flávia?
Eu estranhei, mas respondi com a cabeça que sim, vi imediatamente um
sorriso sair do canto da sua boca, quando uma garota é virgem ela vale o
triplo do preço para os atravessadores, depois que eu fui sacar isso.
Quando estávamos passando pelo controle, estranhei outra coisa, Cristina
disse que ela era minha tia, e que nós íamos a passeio para Alemanha,
voltaríamos no prazo de 90 dias no máximo, não entendi por ela mentiu, mas
eu confiava tanto nela, que tudo o que ela fazia parecia certo. Tanto que eu
nem a questionei sobre isso.
Depois de algumas escalas, lá estávamos nós, Alemanha, eu nunca tinha
pisando em um país estrangeiro, a sensação era boa, de recomeço de vida,
saímos do aeroporto, e Cristina pegou um táxi, eu não sabia muito bem aonde
eu estava, o nome da cidade, e nem nada disso, apenas confiava em Cristina
como se ela fosse minha mãe.
Até que o táxi parou em uma esquina deserta, tinha uma van branca, me
lembro que tinha dois homens, Cristina pediu para eu esperar, ela
conversava com aqueles homens, e entregou alguns pápeis, eles deram um
envelope pra ela, em seguida ela pediu para eu me aproximar, eu fui, me
lembro das portas daquela van branca, elas se abriram, e eu vi muitas
garotas desmaiadas, antes que eu pudesse gritar, me lembro de Cristina rindo
e dizendo:
- Boa sorte Flávia, tenha uma boa vida…
Depois daquela frase não me lembro de mais nada, tudo apagou, de tão forte
que foi a pancada que um daqueles homens deram na minha cabeça.
Me lembro de recobrar a consciência, e ouvir em inglês vozes dizendo….
- Cuidado com a carga, cuidado com a carga.
Estava em uma espécie de container, todas desnorteadas, todas acordando
para um pesadelo, havia 12 meninas agrupadas em um espaço mínimo, mal
dava para se mexer, algumas gritavam outras não tinham força para fazê-lo,
ficavam caladas, esperando a caixa ser aberta, só escutávamos ecos, e o que
seriam as tais cargas que eles falavam? Éramos nós as cargas, pois eles não
nos viam como seres humanos, nós éramos apenas mercadorias, que tinham
que ser vendidas.
A porta se abriu e vimos homens armados até os dentes, o medo era latente,
a qualquer momento alguma coisa poderia acontecer, algumas garotas
gritavam em uma língua que eu não entendia, mas pela dor com que elas se
expressavam, deveriam estar pedindo socorro, e perguntando por que aquilo
estava acontecendo, nós não tínhamos a menor noção do que estava
acontecendo.
Nós levaram até uma casa, e que lugar era aquele? Bem diferente daquelas
paisagens afrodisíacas que Cristina tinha me mostrado.
Não tinha camas, apenas colchões velhos, roupas sujas, era um lugar
deplorável, havia garotas nessa casa, mas elas já não gritavam mais, na
verdade pareciam já estar conformadas com aquela situação, seus rostos
tinham uma expressão de derrotismo, e eu só queria ir embora dali
imediatamente.
Nos levaram até um quarto, que cheirava mal, havia apenas três colchões e
dois pratos de comida. E nos deixaram lá, estávamos catatônicas. Eu nem
poderia chorar, não conseguia, minha cabeça doía muito e estava sangrando.
Ficamos assim por aproximadamente duas horas, até que a porta do quarto se
abriu e eu o conheci, ele era a personificação do mal, falava com
agressividade ao mesmo tempo que parecia um psicopata…
- Atenção, eu sou o encarregado por essa leva…
Encarregado é nome que eles dão para os cafetões.
- Aqui quem não trabalha não come, quem não trabalha não dorme, quem não
trabalha não vive. Se você consumiu você tem que pagar, você já me devem
2.500 euros, e eu vou cobrar com juros, todas vocês possuem uma caderneta,
onde será pautado todos os seus gastos, esses 2.500 euros são os gastos das
suas passagens, e da primeira parcela do salário de vocês.
Eu nem sabia o que pensar, nunca tinha escutado o termo ‘Tráfico de
mulheres’ na minha vida, e nem sabia que estava sendo vítima disso.
As garotas que estavam comigo tentaram indagar o nosso cafetão, mas em
vão, ele deu um soco na boca de uma menina que estava na minha frente, ele
não gostava muito daquelas que abriam a boca.
Seu nome era Klaus, e ele será um personagem recorrente do meu pesadelo,
no final, ele nos disse porque aquelas 12 garotas estavam ali juntas,
separadas das outras.
- Vocês, são nossas últimas 12 virgens, e acho melhor não fazerem nada com
essa virgindade que vocês possuem no meio dessas pernas, pois é isso que
fazem vocês serem tão valiosas.
Era difícil conceber a ideia de que você é apenas um parque de diversões de
cafetões e homens ricos, eu acreditava que a escravidão humana já havia
acabado, mas muito pelo contrário, ela só se fortalece ao longo dos anos, e
continua girando bilhões e bilhões de dólares todos os anos.
Com uma desesperança na mente, e um grande desespero no coração, as
horas pareciam não passarem naquele lugar, as garotas conversavam e
tentavam entender, eu já havia entendido, seríamos escravas sexuais, objetos
nas mãos daqueles seres humanos deploráveis, tão novas e tão indefesas, as
histórias eram sempre as mesmas, garotas pobres que precisavam de
dinheiro o mais rápido possível, mas a maioria delas não sabiam o que as
aguardava.
Nós não falávamos a mesma língua, tampouco tínhamos sido criadas sob a
mesma cultura, mas éramos irmãs, não tinha como você passar por aquilo
tudo e não criar laços afetivos com aquelas pessoas, era praticamente
impossível.
Passou-se uma semana, o tempo não passava naquele lugar, demorava para
anoitecer e demorava para amanhecer, as horas eram enfadonhas, a comida
escassa e cara, quando chegava o prato de comida os ‘guardas’ faziam
questão de anotar o que você estava consumindo, e você teria de pagar na
hora certa.
Das 12 virgens que foram compradas por Klaus, apenas 6 realmente nunca
haviam tido relações sexuais, e uma das quais mentiu para o atravessador foi
Angélica, ela chegou encurvada, não queriam que descobrisse que ela estava
grávida, ela acariciava sua barriga, achou que indo para a Europa daria um
futuro melhor para o seu filho, mas ela era uma carga, não um ser humano, e
seria tratada assim, como uma simples mercadoria.
As náuseas foram ficando mais frequentes, eu tentava ajudá-la, mais era
como tapar o sol com a peneira, eles descobriam em poucos dias que a
‘virgem’ estava grávida, no dia seguinte a levaram, não sabíamos o que iria
acontecer com Angélica, tememos pela sua vida, mas quando a noite caiu ela
estava de volta, serena, calada, e com uma tristeza profunda no olhar, já não
sorria mais, já não passava mais a mão na sua barriga.
Ninguém se atreveu a perguntar o que tinha acontecido com Angélica, ela
apenas ficou quieta no seu canto. 4 dias depois soubemos que eles pediram
para um veterinário fazer o aborto, e como o procedimento foi feito de uma
maneira precária, Angélica veio a óbito algumas horas depois de passar mal,
ela vomitava sangue, e estava tremendo, sua boca estava branca.
Uma vida perdida para o tráfico, na verdade duas…
Capítulo dois
As seis virgens do harém
Quando você vê a primeira morte, aquilo te abala e te revolta, e o pior foi
que as outras garotas pareciam não se importam com isso, e era excelente
para aqueles cafetões, colocaram medo, e Angélica tinha sido o primeiro
exemplo, seja obediente e nunca fique grávida.
Parecia mesmo ser a primeira lição.
As 6 virgens que poderiam reder o que foi investido eram: Angela, Ester,
Mônica, Sabine, Eva e eu.
As primeiras a serem vendidas eram as mais bonitas, eu agradecia por ser
uma das menos favorecidas com a beleza que eles cultuavam.
Mônica foi a primeira, um milionário iria pagar muito dinheiro só para ser o
primeiro a passar uma noite com ela.
Mônica tomou banho, e a vestiram com as melhores roupas, ela tinha que
aparentar ter 16 anos, mesmo tendo 19, o magnata queria uma menininha,
considerava as maiores de 18 anos ‘muito maduras’.
Mônica foi, e nós esperamos sua volta, com um olhar de curiosidade, ela
voltou com a boca manchada, e marcas por todo o seu corpo, Klaus a
enganou, primeiramente disse para ela que seria um homem só. Ela voltou, e
no seu colchão, nos disse o segundo absurdo que eu vivi dentro daquele
lugar, nos contou que foi obrigada a ter relações sexuais com 5 homens, era
uma orgia de magnatas, ela disse que tinha que sorrir, foi apenas a primeira
vez dela, depois disso ela voltava a ser prostituída por um valor mais
abaixo, e não ganhava nada, já que devia mais do que conseguia com o seu
estupro coletivo.
Em um ritmo acelerado, era chegada a vez de mais uma garota perder a
virgindade, e a escolhida foi Angela.
A mais nova das 6, parecia um anjo, quando eu a vi arrumada, parecia um
anjo que havia caído do céu. Sua doçura era cativante, conseguia com um
olhar dizer o que sentia.
Ela foi, e mais uma vez esperávamos a sua volta, o que aconteceria? Angela
voltou, completamente bêbada, mal se aguentava em pé, mais uma vez, o
corpo estava cheio de marcas.
Angela dizia que aquele homem não a tratava como uma pessoa, mas sim
como um objeto, que era usado e depois descartado, um brinquedinho.
Ester, talvez a mais realista das seis, se preparou para tudo de ruim que
poderia acontecer, estava tentando se preparar psicologicamente para o mal.
Mas uma vez, lá vai mais uma, e eu ficava angustiada, estava chegando a
minha vez.
Ela foi e voltou, não havia marcas, mas Ester nos contou uma das histórias
mais peculiares daquele lugar, quem havia a contratado foi uma mulher, ela
queria que seu marido fizesse sexo com uma virgem, e que ela presenciasse
tudo, e foi o que aconteceu, a mulher viu todo o ato sexual, Ester contou que
tudo foi muito bizarro, mas que resolveu fingir que não estava ali, pelo
menos enquanto acontecia.
O que Sabine temia, aconteceu, era sua vez de sacrificar-se, com medo, ela
nem conseguiu dormir, mas foi rápido, nos contou, disse que era um só, e ele
não era velho, ela apenas tirou a roupa e se deitou na cama, o resto ele fez, e
deu uma certa quantia a mais para Sabine.
Klaus disse que era a vez de Eva, que ela deveria ser uma boa garota e
cumprir com a sua obrigação como todas as outras tinham cumprido, porém
Eva era diferente, não aceitava tudo tão fácil, ela resistia, não duraria muito
tempo ali.
Na noite anterior, Eva tentou fugir, mas alguém já havia alertado Klaus sobre
os planos de Eva, ela levou uma surra, e ficou tão mal, que não tinha como
fazer o programa na noite seguinte, acabando assim, que eu tive que
substituí-la, e assim é o destino, funciona de maneira misteriosa e confusa,
ainda me pergunto se Eva tivesse ido no meu lugar, aonde eu estaria agora?
Klaus me avisou que eu substituiria Eva, ele comprou um vestido e mandou
eu me maquiar, antes ele tinha uma conversa com cada garota, era na verdade
um ultimato, ele dizia que eu tinha um determinado tempo para voltar e fazer
o programa, se eu não voltasse até essa hora, ele mataria uma garota a cada
hora, e a culpa seria minha, se eu contasse para os clientes que eu estava
sendo mantida em cárcere privado, e sendo prostituída contra a minha
vontade, elas também sofreriam as consequências.
Ele me disse que esse cliente não fazia noção que aquilo era uma rede de
tráfico internacional, e que por isso eu não poderia demostrar estar
desconfortável, eu era uma ‘dançarina’, e iria em uma despedida de solteiro,
o melhor amigo do noivo tinha me ‘contratado’ para ‘alegrar’ a noite do
solteiro.
Esse amigo do noivo era um dos homens mais ricos da Alemanha, o nome
dele era Albert Hans, um CEO de uma empresa familiar, era a festa das
elites.
O motorista me levou até o prédio, a festa estava acontecendo na cobertura,
entrei no elevador, e quanto mais eu me aproximava, mas a música parecia
estar alta, muita gente na piscina, bebidas por todos os lados, e eu tinha que
ir falar com o homem que havia me contratado.
Chegando, foi a primeira vez que eu o vi, ele estava falando ao telefone,
parecia realmente estar super ocupado, ele era um homem muito atraente, e o
que ele tinha de bonito, ele tinha de arrogante.
De cara eu não gostei dele ‘que tipo de pessoa contrata uma mulher virgem,
para que o amigo se divirta na despedida de solteiro?’ Deve ser um
machista, que acha que é melhor do que todo mundo só porque é rico, mas eu
estava ali para fazer aquilo o mais rápido possível, não estava com medo
tampouco nervosa, só queria fazer para aquilo acabar.
Quando me viu, eu fui logo me apresentando:
- Eu sou a garota do Klaus.
- Você é a garota do Klaus, ok… que bom que você chegou…
- Onde está o meu cliente?
- Eu sou o seu cliente, eu te contratei para o meu amigo, que aliás está caindo
de bêbado. De onde você é?
- Do mesmo lugar que você, do planeta Terra.
- Você é interessante, mas aonde você nasceu?
- Brasil.
- Você é brasileira, é eu já sabia… O Klaus me veio com uma conversa de
que você era virgem, na verdade isso não me interessa, eu só queria uma
garota de programa.
- Mas eu sou virgem senhor, na verdade eu achei que o senhor tinha me
contratado especialmente por isso.
- Eu não acredito nisso, isso é conversa, também não me interessa muito se
você é virgem ou não.
- Então por que o senhor me contratou?
- Eu gosto como se pronuncia o seu nome, Flávia…
- Você não deveria pagar o triplo do preço por causa de um nome.
- Quando eu gosto de algo, eu pago o que for preciso para ter aquela coisa.
- Eu não sou uma coisa senhor.
- Eu sei disso. E em que lugar do Brasil você nasceu?
- Eu sou do Rio de Janeiro…
- Rio de Janeiro, é uma dos lugares mais bonitos do planeta…
- Você acha?
- Sim… O que uma brasileira veio fazer na Alemanha?
- Eu acho que eu devo encontrar o seu amigo agora, não é?
- Você está com pressa?!
- Não, apenas não estou entendendo o propósito dessa conversa.
- Vou ser sincero com você, eu não gosto muito dessas festas, e na verdade
eu não conheço o seu ‘chefe’, na verdade acho que foi um dos acionistas que
contratou você. A empresa achou que Sebastian deveria ter uma despedida
de solteiro inesquecível, eu particularmente não gosto desse tipo de coisa,
você sabe, contratar uma pessoa?!
- Então foi a empresa que me contratou?! Isso não te livra de ser uma
machista que só vê nas mulheres um objeto?
- Me desculpa, mas você disse que esse era o seu trabalho.
- Você já parou para pensar que as vezes as pessoas não tem escolhas, e que
são obrigadas a fazerem coisas que elas não querem fazer?! Nem todo mundo
nasce com a sorte de ser rico e poder fazer o que quiser na vida.
- Agora você vai me dar um sermão?!
- Não! Eu só estou dizendo que você não é tão santo quanto aparenta ser,
tenta se livrar da culpa dizendo que foi a diretoria da sua empresa, que me
contratou, mas você também foi cúmplice!
- Eu não sei por que você está com tanta raiva?!
- Acredite eu tenho meus motivos! Se eu pudesse, eu iria embora agora!
- Tudo bem Flávia, ninguém está te forçando a ficar!
- Então tudo bem, eu estou indo!
Flávia sai, vai até o elevador, mas se lembra que não pode voltar sem o
dinheiro, e volta….
Ela olha para Albert e diz…
- Eu não posso voltar sem o dinheiro senhor Hans!
- Eu sei disso, eu iria pagar depois para o seu ‘representante’.
- Se o senhor for gentil, por favor me pague agora.
- Tudo bem, se é assim que você prefere.
Albert abre a gaveta e pega um envelope e dá para Flávia.
- E agora? Pergunta Flávia.
- Está tudo certo. Garante Albert.
- Você vai contar para o meu ‘representante’ que nada aconteceu?
- Não, não tenho nenhuma intenção de fazer isso!
- Ok, eu agradeço!
- Mas me diga uma coisa, por que você está assim, tão nervosa, com raiva,
parece que está desconfortável?!
- É impressão do senhor!
- Você veio até a Alemanha obrigada?
- Não, eu vim porque eu quis!
Albert não era burro, concluiria a verdade em pouco tempo.
Ele me olhava, até que Sebastian bateu a porta, e entrou, logo perguntou:
- Esse é o meu presentinho?!
- Não, Sebastian, essa é uma convidada minha, ela é a pianista que é uma das
candidatas para tocar no seu casamento. Disse Albert.
- Se ela é mesmo a pianista, pede para ela tocar alguma coisa?!
- Não Sebastian, ela já estava de saída.
- Eu quero ouvir ela tocar.
Albert e eu nos entreolhamos, e Sebastian foi até a sala e abriu o piano, e
pediu para a música parar, todos olham para ouvir o que ele está falando…
- Atenção, meus queridos amigos, eu acho que o Albert quer ficar com o meu
presente, e inventou que essa moça aqui era pianista! Essa é a piada do ano!
Mas para a surpresa de todos ali, eu fui até o piano, abri e comecei a tocar,
minha mãe tinha me ensinado um pouco, o suficiente para me sair bem, afinal
aquelas pessoas estavam todas bêbadas, para elas não faziam diferença de
uma ópera para um ‘dó, ré, mi, fá, sol, lá, si’.
Achei que depois daquilo poderia finalmente ir embora, estava no lucro, não
precisei ficar com ninguém, e ainda fui paga, parecia que foi a melhor coisa
que tinha acontecido. Além disso, me livrei de Sebastian, que era um
completo idiota.
A única coisa que eu estranhava, era a atração que estava sentido por aquele
idiota do CEO, ele me seduzia com os olhos, um homem nunca tinha me
olhado daquele jeito, estranhamente nós não nos comunicávamos bem,
nossas conversas eram sem sentido, perguntávamos coisas sem nexo, mas os
olhares, os olhares diziam tudo, era um pouco confuso, mas eu gostava do
jeito que ele me seduzia, não sabia o que era aquilo, um homem nunca havia
demostrado interesse por mim, eu estava vivendo um pesadelo, mas ao
mesmo tempo, eu não tinha me arrependido de ter conhecido aquele homem.
Acabei de tocar, e Sebastian já estava disperso, encostado na pilastra,
Albert me observava, fui até o seu escritório para pegar minha bolsa, que eu
tinha deixado lá.
- Eu não sabia que você era pianista?!
- Nem eu.
- Você já vai?
- Acho melhor? Mas antes você poderia me fazer um favor?
- O que eu poder ajudar?!
- Você poderia tirar minha virgindade, é que eu vim aqui para isso!
Me lembro até hoje da expressão dele, primeiro me olhou com espanto, e
depois sem falar uma palavra, me levou até o quarto.
Ele acendeu a luz, e me deu um selinho no canto da minha boca, ele era um
homem muito carinhoso, depois ele começou a tirar os sapatos, a gravata, eu
tirei o vestido, e ele começou a beijar os meus lábios novamente, ele pegou
na minha cintura, e não dizia nada, eu também achei que as palavras só iriam
atrapalhar naquele momento.
Ele me deitou na cama, tirou minha calcinha, e ele tirou a calça, e aconteceu
o que tinha que acontecer, foi extremamente prazeroso, ele chupava
levemente os meus seios, e me beijava de uma maneira tão suave.
Eu achei que aquela noite iria ser traumatizante, e de repente eu estava
gemendo de prazer em cima da cama de um cara que eu nem conhecia
direito, e olha que era a minha primeira vez. Aquilo era como acertar na
loteria.
Eu definitivamente era a última virgem, visto que algum tempo depois foi
descoberto que Eva tentou fugir, porque já não era mais virgem, e temia ser
castigada por causa disso.
Foi com ele que eu perdi a virgindade, mas o meu tempo estava acabando,
teria que voltar, o motorista já devia estar me esperando.
Depois, ele dormiu, e eu aproveitei para sair sem ser percebida.
Quando desci, lá estava, meu carrasco a minha espera…
Capítulo três
Ainda bem que eu encontrei você
Voltei para aquele lugar, era tudo o que me restava, a primeira coisa que
era para ser entregue era o dinheiro, não poderia faltar nenhum centavo. O
desrespeito imperava, os homens de Klaus, com um sorriso de canto de boca
me diziam:
- E aí, como foi sua primeira vez?
Eu estava completamente envergonhada, nunca pensei que me tornaria uma
prostituta, mesmo que eu não estivesse me sentindo assim, na verdade aquilo
era uma grande sorte, pois o meu ‘cliente’ não me pediu para fazer nada
bizarro, tampouco me agrediu fisicamente ou psicologicamente, eu tinha
adorado fazer sexo com ele, mas não poderia transparecer isso, não queria
me sentir melhor do que as outras, pois eu sei o quão traumatizante havia
sido suas experiências, contudo também não queria mentir para elas, achava
isso injusto, então decidi dar apenas alguns detalhes.
Quando cheguei no nosso quarto, todas elas vieram me abordar, queriam
saber o que tinha acontecido…
- Foi muito ruim Flávia?! Me perguntou Mônica.
- Não, acho que foi normal.
- Doeu muito, ele te bateu? Falava baixinho Ester, que estava reprimida por
aquele lugar.
- Não, ele não me bateu.
- Ele fez alguma coisa esquisita? Disse Sabine.
- Não, foi algo bem natural, não teve nada demais.
- Então você teve sorte. Concluiu Eva.
- Pode-se dizer que sim.
- Ela não quer falar, mas com certeza foi a que teve mais sorte, dentre todas
nós! O cara era rico e jovem, quem aqui não queria ficar com alguém
assim?!
E eu disse:
- Eu mesma Sabine! Não gostaria de ficar com alguém com uma relação
simplesmente de dinheiro! Eu queria ficar com alguém por amor!
- Amor? Riu Mônica! - Acorda pra vida, olha onde você está?! E ainda vem
falar de amor?!
- Falo, que acredito nessas coisas, eu acredito que as pessoas podem ficar
juntas por amor uma a outra!
- Não me venha com essas besteiras! A única coisa que os homens querem
de nós, é o que temos no meio das pernas! Conclui Angela!
Ester se interveio, e foi ao meu favor.
- Eu também acredito que nós não devemos julgar todos os homens pelos
lixos que vocês conheceram na vida, e deram o nome de namorado! Seria
uma idiotice odiar as rosas, só porque uma te espetou!
- Nossa! Que belas palavras da Ester, disse tudo, e não disse nada ao mesmo
tempo! Parece realmente que você não aterriza na realidade! Você é uma puta
de merda, que fica sonhando que há pessoas diferentes lá fora, e que algum
desses homens com quem você fode, vai te libertar, pelo amor de deus!!!!!!
Disse Mônica revoltada.
- Não sou tão pessimista quanto a Mônica, acredito que tem pessoas boas no
mundo, só que acho que nós estamos muito longe delas. Falou Eva.
- Também acho, eu não disse que acho que algum desse homens vão se casar
com a gente e realizar nossas fantasias românticas, só acho que talvez
alguém pudesse ajudar a gente a sair daqui, não sei, avisar alguém.
- Flávia, você acha que alguém realmente iria se arriscar? As pessoas são
egoístas.
- Não sei Angela, talvez… Não estou dizendo pra gente fazer isso com
qualquer cliente, nós poderíamos sondá-los, ver se eles são de confiança ou
se são só uns filhos da puta!
- Isso parece muito perigoso, sabe o que aconteceria com a gente, caso
alguns desses homens dissessem que nós estamos tentando fugir?!
- Mas é exatamente isso que eu estou tentando dizer Sabine, eu disse pra
primeiro sondar, se você vê que o cara tá na sua, e te faz algum tipo de
pergunta mais pessoal, aí sim, aí sim nós podemos falar alguma coisa! Qual
é o nosso contato com o mundo lá fora? Só os clientes podem ajuda a gente!
- Isso faz sentido Flávia! Mas isso tem que ser feito com muita cautela, afinal
uma está se arriscando por todas!
- Eu sei Sabine, mas veja bem, é a única chance que a agente tem, ou vocês
querem ficar aqui até o final de suas vidas?!
- Eu não quero! Disse Eva! - Estou com você, acho que a gente tem que
tentar tudo! Isso não é vida, eles batem na gente, fazem a gente trepar com
aqueles nojentos, pra eles ficarem com todo o dinheiro!
- A Anett disse que nós ainda temos sorte, daqui um tempo eles vão começar
a nos drogar, para manter a gente nesse lugar horroroso! Eles só não fizeram
isso ainda, porque querem a gente limpa, porque os clientes são vips! A
partir do momento que isso mudar, eles vão começar a nos tratar como fazem
com as outras! Primeiro o retorno, depois a escravidão! Concluiu Eva.
- Isso faz sentido, primeiro nos usam, depois vem a parte mais difícil. Disse
Ester.
- Não acho que nós sejamos beneficiadas, o que acontece é que vocês não
deram uma boa olhada naquelas garotas lá fora, elas são zumbis, mortas em
vida, eles enchem elas de drogas, e elas não conseguem nem falar, uma me
disse que todas trabalham no bar aqui do lado, e que depois de um tempo,
nós vamos pra lá também.
Nos informou Mônica.
- Eu sei, cada dia que a gente fica aqui é pior! Esbravejou Eva.
- Por isso que tem que ser rápido!
- Eu sei disso Flávia!
- Eu também sei disso Angela!
- E o plano b? Perguntou Sabine
- Que plano b? Indagou Ester.
- Se isso não funcionar, a gente tem que dar um jeito de se proteger!
- Concordo, nós não podemos confiar plenamente nos clientes!
- A Mônica tem razão, a gente precisa de alguma coisa pra chantageá-los,
algo que eles tenham medo!
- Isso é genial Flávia, mas temos que ser rápidas, não podemos ser notadas!
- Exato, por isso que é melhor ter clientes fixos, assim você sabe da vida do
cara, e consegue alguma coisa mais rápido!
- Isso mesmo Sabine! Quanto mais você conhece o cara, mais chances você
tem de pegar algum podre dele.
- E quem aqui tem mais chances de saber disso?!
- A Flávia, ela disse que o cara não era ruim!
- Mas eu também não disse que ele era um cordeiro!
- Fala sério – Disse Mônica – O cara é um CEO, podre de rico jovem e
ainda te tratou bem, quais são as chances que temos de encontrar alguém
assim?!
- Não sei Mônica, mas não vou sair confiando assim em um cara com quem
eu fiquei só uma vez!
- Isso é verdade! Me defendeu Ester!
- E o pior, eu nem sei se eu vou encontrar com ele de novo!
- Quem gosta, sempre volta! Disse Angela.
- Ainda não acredito nessa história, você foi lá pra ficar com o noivo, e
acabou ficando com o amigo, e o pior, o cara era podre de rico e gentil, você
tem mesmo muita sorte!
- Não sei se tanto Eva, mas foi exatamente isso que aconteceu!
- Parece até mentira, mas pode me agradecer! Pois esse cliente era para ser
meu! Brincou Eva!
- Quem mandou perder a virgindade na hora errada! Disse Ester para Eva!
- Ester cala boca, eu não iria guardar uma coisa tanto tempo, igual você!
- Cala boca você Eva!
- Parem de brigar, temos que ficar unidas! Apaziguou Sabine.
- E Eva, não leve os créditos por esse cliente, você não viu que ele mudou
de ideia, ele escolheu a garota que se chamava Flávia, porque gostou como o
nome soava! Me provocou Mônica!
- Isso é tão brega, parece aqueles filmes românticos com aquelas falas
ridículas! Seguiu Angela!
- Eu gosto de filmes românticos com falas bregas! Confessou Eva.
- É verdade, eu não posso ficar com os créditos, já que o grande CEO
gostosão, que deve fazer sexo como um rei, escolheu a brasileirinha ali!
- Por favor parem de falar assim, vocês parecem esquecer em quais
circunstâncias as coisas foram feitas!
- Para Flávia! Eu aqui posso falar por experiência própria, já que vocês não
tinham experiência no assunto! Foder com um homem bonito, é uma das três
melhores coisas do mundo!
- E quais são as outras duas Eva?! Perguntou Ester!
- Ser rica, e foder com o cara com quem você gosta!
- Eu pensei que você já tinha dito foder, na verdade você disse a mesma
coisa duas vezes! Disse Sabine!
- Não, eu não disse isso! Eu disse três coisas, a primeira foder com um
homem bonito, a segunda ser rica, e a terceira é foder com o homem com
quem você gosta!
Tem uma enorme diferença em fazer sexo por fazer, e fazer sexo com quem
você gosta! É mil vezes melhor fazer amor, do que transar por transar!
- Agora Eva virou uma garota idiota e romântica!
- Eu não sou idiota Mônica por querer fazer amor com o cara que eu gosto,
você que é burra demais para não perceber que isso é realmente muito bom!
Assumam, o amor é o ingrediente mais vital em uma boa foda! Disse a
poetiza Eva.
- Olha do que vocês estão falando, as vezes parecem que vocês perdem o
senso de realidade! Terra chamando!
- A Angela faz sempre questão de foder com as nossas conversas! Disse
Ester!
- Claro, ela é uma amargurada! Opinou Sabine!
- Da próxima vez Sabine, que você dizer isso, eu juro que vou quebrar a sua
cara!
- Eu quero ver você quebrar de verdade!
- Quer saber… vai se foder e esquece que eu existo!
- Atenção garotas, vamos manter o foco no nosso plano A, e também no
nosso plano B! Precisamos nos unir e deixar nossas diferenças de lado!
Todo mundo aqui tem o mesmo objetivo, que é sair daqui!
- A Flávia tem razão, temos que manter focadas! Vamos ser garotas
inteligentes! Disse Ester!
Albert foi trabalhar no dia seguinte normalmente, mas alguma coisa naquela
garota o deixava desconcertado, sua arrogância se anulava na presença dela,
era como se ela o transformasse em outra pessoa. Entre as doses de cafés
intermináveis, Cláudia foi fazer uma visita…
- Quem é vivo sempre aparece!
- Oi irmãozinho, vim ver como você estava administrando os nossos
milhões!
- É Cláudia, eu administro e você os gasta!
- Você sempre foi melhor com números do que eu!
- Isso com certeza é um fato, e uma das coisas mais inteligentes que você vai
dizer hoje!
- Deixando um pouco de lado as suas brincadeiras sem graça! Como foi a
despedida de solteiro ontem? Se divertiu?!
- Sim, não posso negar que foi bem proveitosa!
- E com quantas garotas o meu irmão incorrigível foi para cama?!
- Não vou falar as minhas intimidades pra você!
- Ok, me desculpa se eu sou curiosa!
- Não fale assim! A festa foi normal! E não me descreva como um homem
cafajeste, eu só amo as mulheres!
- Eu sei que você ama as mulheres, mas o problema é que você ama todas
elas!
- E tem alguma coisa de errado nisso?!
- Depende do ponto de vista de cada um!
- Exatamente!
- Um passarinho me contou que você contratou até mesmo uma garota de
programa! E que o sotaque dela era bem sexy!
- Por favor Cláudia! Pare de ouvir o que os funcionários dizem!
- O que eu posso fazer! Gosto de saber de tudo!!!!!!!!!!! É o meu defeitinho…
- Com certeza você está sendo modesta, quando diz que é um defeitinho!
- Meu Deus Albert! Você não me diz nada! Eu quero saber se ela é
brasileira! Eu sempre gostei das brasileiras, elas parecem tão bonitas! E o
sotaque delas é tão bonito! Me dá vontade de falar igualzinho a elas!
- Não adianta Cláudia! Não vou dizer nada!
- Tudo bem, não pergunto mais!
- Me diz, o que você vai fazer quando sair daqui!
- Ah, deixa eu ver: Eu vou comprar, depois eu vou comprar mais um pouco,
e para finalizar eu vou comprar mais metade da loja!
- Você é compulsiva!
- O que eu posso fazer! Fui criada assim, não posso fazer nada para mudar!
Eu sou uma princesa! E vivo como quero, ao contrário de você!
- O que você quer dizer com isso?
- Você é um bom CEO, mas tenho certeza que seria um excelente jornalista!
Você nasceu para investigar!
- Pra você é fácil dizer isso, já que não é você que tem que lidar com a
pressão do chefão!
- Você tem razão! Mas dei sorte, papai me trata como uma princesa, deixa eu
fazer tudo o que eu quero, não tenho culpa se ele é mais seu ‘chefão’ do que
seu pai!
- Cláudia, se você não percebeu, eu estou ocupado!
- Tudo bem, mas que tipo de irmão você é?
- Do tipo, muito ocupado!
- Mas antes de ir embora, eu queria te mostrar uma coisa!
- O que é?!
- Eu trouxe um presente!
- Pra mim?
- Pra mais quem seria?!
- E o que é?
Cláudia tira um embrulho da bolsa! E depois pega sua máquina fotográfica.
Albert abre o presente…
- Um porta-retratos? Eu já tenho um milhão de porta-retratos!
- Mas você vai separar um espacinho pro meu! Porque nós vamos tirar uma
foto agora! Diga X!!!!
Cláudia tirou a foto de surpresa!
- Meu Deus Cláudia! Você me pegou em um péssimo ângulo!
- Você é lindo de qualquer jeito irmão!
- Eu não vou colocar essa foto no meu escritório!
- Claro que vai! Pensa assim, um dia, daqui a muitos anos, você vai olhar
essa foto, e você vai sentir saudade dessa época, acredite em mim você vai
sentir saudades desse dia!
- Acho que eu nunca vou sentir saudade dessa foto!
- Claro que vai! Principalmente porque você vai se lembrar que nessa época
você estava apaixonado!
- Meu Deus! Você é louca, por quem eu estaria apaixonado?!
- Ainda não sei! Um dia vou conhecer ela! Mas dá pra perceber que você
está apaixonado, o único problema é que ainda não percebeu isso!
- Acho que você vê coisas demais.
- Não vejo coisas demais, apenas tenho uma sensibilidade afiada para ver
apaixonados de longe! O que posso fazer, é uma espécie de dom!
- Tudo bem, mas dessa vez, acredite… esse dom está descalibrado!
- Tudo bem! Vamos ver… agora eu tenho que ir…
- Vai ao seu labor diário de todos os dias, fazer compras até os cartões não
passarem mais!
- Meus cartões são iluminados, desculpa por isso! Mas não esqueça de
colocar esse porta-retrato em um lugar bem destacado!
- Pode deixar Cláudia, que não farei isso!
- Tudo bem, eu tenho certeza que um dia você amar essa foto, e que ainda vai
sentir falta dessa época!
- Tudo bem Cláudia, você e suas previsões malucas!
- Não vou tomar o seu tempo irmão! Beijinhos e até a próxima!
- Até a próxima!
Cláudia foi embora, e Albert continuou a fazer seu trabalho enfadonho, mas
não conseguia parar de pensar naquela brasileira, ele ficou enfeitiçado pelo
seu jeito de falar, tudo nela o atraia, se lembrava dos seus lábios, e das
curvas do seu corpo. Pensou naquilo o dia inteiro.
Sua pela, seu toque, sua inexperiência no sexo, o deixava ainda mais
excitado, era algo tentador, ele não sabia entender que química era aquela,
mas com certeza sentia uma forte conexão.
Quando Albert olhou para Flávia, e Flávia olhou pra Albert, pronto… todo
mundo entendeu, não precisava dizer mais nada, era algo, que em português
tinham 4 letras, e um super significado, ‘Amor’, uma das palavras mais
bonitas em qualquer língua…
O que será que as pessoas faziam por amor?
Sacrifícios.
Juras eternas.
Correriam riscos.
Perderia tudo o que tem.
Viveria sem nada.
Jogaria tudo ao vento, só para viver com aquela pessoa?
Era difícil saber, mas com certeza, aquela não era uma história de amor
convencional, os obstáculos eram reais e assustadores, pois mostravas duas
faces do ser humano, a boa e a má, mostrava o que os seres humanos
poderiam fazer de pior, e o que os seres humanos poderiam fazer de melhor,
mas no final qual triunfaria, a generosidade ou a ganância, a amizade ou a
maldade, o amor ou o ódio?!
As vezes, na vida real, as coisas não acabam como nos contos de fadas, mas
o mundo ainda não está perdido, ainda há esperança, afinal seria uma
idiotice odiar as rosas, só porque uma delas te espetou...
Capítulo quatro
Eu quero a garota brasileira…
Em sua sala, por mais que Albert tentasse se distrair, não tinha como,
sempre que estava ansioso cruzava os braços, o CEO alemão simplesmente
não conseguia parar de pensar naquela brasileira, era fatal, era algo
inevitável, o céu estava forrado de estrelas, e ele olhava pela janela a vista,
era uma vida tão solitária, sozinho naquele escritório, mal se notava a vida
acontecendo lá fora, o cheiro da vida, o gosto da vida, a cor da vida, se há
algo mais excitante do que alguém que te desperta curiosidade, isso é uma
coisa que ainda não foi descoberta.
Ele pensou, pensou, tentou evitar, analisou papéis e mais papéis, foi até a sua
mesa, queria se manter distraído, mas tudo era em vão, não podia controlar a
sua vontade de ligar…
Depois de mais algumas tentativas frustradas de tentar fazer alguma outra
coisa, Albert pegou o telefone, abriu a gaveta onde tinha o contato de Klaus,
discou o número, e logo foi atendido…
- Senhor Albert Hans, um dos nossos clientes mais vips! No que posso
ajudar?
- Eu queria saber se aquela garota que você me mandou ontem está
disponível?
- Qual garota?
- A brasileira?
- A brasileira, o senhor ficou satisfeito com os serviços dela, ou ela fez
alguma coisa que não o agradou?
- Eu só quero saber se ela está disponível?!
- Calma senhor Hans, não se preocupe, para clientes tão importantes como o
senhor temos garotas de alta classe, alguém que se equivale ao seu nível!
- Eu não quero outra! Eu quero a garota brasileira.
- Tudo bem se o senho insiste! Mas tem um problema aqui!
- Qual problema?
- É que a brasileira já tinha um cliente hoje!
- E não dá para o senhor fazer nada?!
- Sempre tem um jeito para fazer alguma coisa, só que isso custa?
- Quanto?
- Não posso dispensar um cliente assim em cima da hora! Terei que cobrar o
dobro da última vez.
- Não tem problema! Que horas e aonde?
- Vou marcar com o senhor, daqui a uma hora, ela encontrará o senhor!
- Vou estar esperando.
Klaus desligou o telefone e disse para um de seus homens:
- Vai chamar a brasileira!
- Sim senhor!
- Essa garota ainda vai render muito dinheiro pra gente! Ela é uma galinha
dos ovos de ouro!
Cláudia mais uma vez foi visitar o irmão, só que desta vez, ele não estava
sozinho. Sebastian estava junto com o CEO. Cláudia não se intimidava,
mesmo que tivesse um pé atrás.
- Olá irmão! Como está sendo o seu dia.
- Está indo muito bem. Você não vai falar com o Sebastian Cláudia?! Onde
está a sua educação?!
- Hoje eu deixei ela em casa!
- Cláudia!
- Tudo bem Albert, não precisa obrigar ela a falar comigo! Disse Sebastian
se fazendo de vítima.
- Nossa. Como ele está sensível hoje!
- Cláudia, pare de provocá-lo.
- Tudo bem Albert, não falo mais nada! Desculpa eu bancar a chata! Mas
vocês dois não valem nada! A Isabel não sabe, mas o que vocês fizeram foi
imperdoável!
- O que?
- Me admira você Albert, esse cara vai se casar com a sua irmã, e você faz
uma despedida de solteiro pra ele?! Eu até jurei que não iria falar nada!
Mas isso é muita sacanagem!
- Eu já falei Cláudia, foi só uma festa entre amigos, não teve nada demais!
Se retrata Albert.
- Nada demais?! Você contratou uma prostituta para o seu futuro cunhado!
- Eu me arrependi Cláudia, tanto que depois eu não deixei ele ficar com
ela!
- Aí você ficou né Albert?! Comenta Sebastian.
- Nossa, vocês dois são dois nojentos!
- Foi um erro Cláudia, não podemos nos arrepender dos nossos erros?!
- Eu sei Albert que você pode ter dado uma vacilada, em você eu confio,
mas nele não!
- Não fique com ciúmes Cláudia, se eu escolhi a sua irmã, e não você!
- HaHaHaHaHa!!!!!!!! Isso é uma piada?!
- Não diz isso Sebastian! Diz Albert!
- Eu nunca quis ficar com você Sebastian!
- Eu sei que você guarda ressentimentos, mas você era muito nova pra mim
Cláudia!
- Desce dessa nuvem que você subiu! Eu nunca quis nada com você, e você
é ridículo de supor uma coisa dessa!
- Vamos para com essa discussão! Tenta harmonizar Albert.
- Eu não sou ridículo Cláudia, só que nós homens temos necessidades!
- Não me venha com essa conversa machista e sem nexo! E quer saber de
uma coisa, hoje eu não saí de casa para ouvir merda! Por isso vou sumir
daqui!
- E qual foi motivo da sua visita Cláudia!
- O papai, ele me mandou para te perguntar sobre os desfalques da
empresa!
- Isso sim está tirando o meu sono! Os relatórios não fecham, tem alguém
que está nos roubando! Diz Albert.
- Isso é mesmo um problema sério! Lealdade é tudo! Diz Sebastian.
- É difícil saber quem fez, pois o cara camufla tudo, podemos culpar a
pessoa errada, e isso eu não me perdoaria!
- Realmente Albert, você deve agir com muita cautela!
- Cláudia, diz para ‘chefão’, que depois nós resolvemos isso! Afinal temos
um casamento para comemorar!
- Infelizmente!
- Por favor Cláudia!
- Tudo bem Albert, não falo mais nada! Minha boca é um túmulo!
Você sabe que eu e a Isabel não nos damos muito bem, por isso não vou
mais falar desse aí, mas saibam que eu não sou obrigada a guardar o
segredinho de vocês!
- Por favor Cláudia, não vá criar problemas com a família, por causa de
nada! Diz Sebastian!
- Quer saber de uma coisa, eu não vou falar mais com você, finge que eu
não existo! Porque eu já faço isso há muito tempo!
- Tudo bem Cláudia, se assim que você prefere?!
- E para de se fazer de santo Sebastian, porque você pode enganar todo
mundo aqui, mas a mim você não engana!
- Tudo bem!
- Estou indo!
- tchau Cláudia!
Cláudia saiu do escritório do irmão, foi até o banheiro para retocar a
maquiagem, porém quando mesmo esperava Sebastian aparece bem na sua
frente…
- O que você está fazendo aqui? Ficou louco de vez?!
- Não só vim até aqui pra te dizer que é melhor você parar com essas
ameaças!
Sebastian pega no braço de Cláudia…
- Você está me machucando Sebastian!
- E é pra machucar, aí de você se continuar no meu caminho!
- Me solta! Descompensado! Eu não tenho medo de você!
- Mas se você fosse uma garota inteligente, teria muito medo de mim!
- E por que?
- Você não me conhece Cláudia! Não sabe o que eu sou capaz!
- Eu não sei o que você é capaz, mas sei que você não vale nada!
Sebastian tenta beijar Cláudia na boca, mas ela resiste…
- O que você está fazendo?!
- Me diz, você ainda é virgem ou aquele idiota do seu namorado já se portou
como um homem de verdade, e deu o que você merece?!
- Me solta seu porco! Eu não vou dizer isso pra você!
- Tudo bem! Mas você é tão gostosinha! Se eu tivesse a chance, você veria o
que é um homem com H maiúsculo!
- Duvido muito! Você é um covarde!
- Você não deveria tratar assim o noivo da sua irmã!
- Pena que a Isabel seja tão burra, e não perceba que você e nada são a
mesma coisa!
- Você quer saber de uma coisa?! Eu nunca gostei da sua irmã como eu gosto
de você!
- Se você tentar mais alguma coisa, eu juro que eu conto tudo pro meu pai!
- Vai pode ir contando pro seu papaizinho! Mas ninguém vai acreditar em
você! Todo mundo confia em mim! Seu pai, seu irmão, sua irmã, inclusive
vou me casar com ela!
- Ela não gosta de você! Seu nojento!
- E quem disse que as pessoas se casam porque são apaixonadas?! As
pessoas se casam porque isso é conveniente!
- Quer saber de uma coisa?! Se ela quiser se enganar o problema é dela, mas
eu não sou obrigada a ficar aqui com você! Eu te odeio! E um dia, um dia a
sua máscara vai cair, e todo mundo vai saber quem é você de verdade!
- Se conforme Cláudia! Esse dia não vai chegar nunca!
- Se eu fosse você, eu não teria tanta certeza assim! Porque nunca, é muito
tempo!
- Eu sempre quis te comer Cláudia!
- Sabe o dia que isso vai acontecer Sebastian?! Nunca!
- Nunca, é muito tempo Cláudia!
Cláudia se solta, e vai embora, transtornada! Mas não pode ir imediatamente
para casa, tem que encontrar o seu namorado…
Ela pega o carro, e o espera em um café próximo de uma escola, é quando
Antônio chega até a mesa.
- Oi Cláudia.
- Meu Deus! Até quem em fim você chegou! Sabe quanto tempo eu te
esperei?!
- Eu já disse pra você não chegar tão cedo, eu estava dando aulas, e agora
tenho que fazer isso em dois turnos…
- Você trabalha demais amor! Eu já disse que se você quiser eu te dou uma
ajudinha!
- Eu já disse que eu não quero o seu dinheiro Cláudia! O seu pai já acha que
eu estou com você só por causa do seu dinheiro! Quero dizer, todo mundo
acha isso! Alguém como você, não deveria ficar com alguém como eu!
- E por que não?! Eu te amo Antônio e é isso que importa!
- Eu também te amo Cláudia! Mas…
- Mas o que? Deixa os outros pra lá Antônio! Aqui, a única coisa que
importa é você e eu. Mas mudando de assunto, como foi o seu dia?
- Um pouco estressante, mas eu estou levando. E o seu?
- Também foi um pouco estressante, mas eu também estou levando!
- O que você quer fazer?!
- Eu quero transar!
- Na minha casa ou na sua?!
- Na sua!
- Feito.
Cláudia e Antônio saíram dali, e foram direto para a casa dele. Tudo estava
bagunçado! Mas Cláudia não se importava com isso, pulou no colo do
professor, e foi logo tirando a roupa, Antônio por sua vez, um pouco
atrapalhado, estava tentando tirar a blusa, mas não estava conseguindo,
depois deixou os óculos caírem.
Cláudia jogou um sapato para cada lado, e Antônio não conseguia andar
muito já que ele não tinha tirado a calça por completo, e ainda tinha que
carregar Cláudia, quase que ele tropeçou!
Ele estava se conduzindo para a cama, mas Cláudia o interrompeu.
- Não, na cama não!
- E aonde você quer?
- Em cima da máquina de lavar!
- A máquina de lavar roupa?!
- Sim! Eu quero lá em cima!
- Ok, vamos pra máquina de lavar!
- Não esquece de ligar ela!
- Você quer que a gente transe em cima da máquina de lavar roupa ligada?
- Exatamente! Você tem algum problema com isso?!
- De jeito nenhum! É por isso que eu te amo!
- Vamos pra máquina!
- Vamos pra máquina!
Antônio chega até a máquina de lavar, a liga, e os dois começam a transar ali
mesmo, o balanço não os incomodava!
- E aí amor tá gostando?!
- Tô adorando amor! Balança um pouco, mas depois de um tempo a gente se
acostuma!
- Isso aí amor! Não para não!
- Não vou parar amor!
30 minutos depois…
- E aí amor, gostou?
- Você tá brincando comigo?! Isso foi muito bom! Disse Antônio!
- Sabe o que eu mais gosto em você?!
- O fato do professor aqui ser pobre!
- Não palhaço! É você me entender assim! A gente se completa, sabe! Eu sou
a garota materialista, e você é o cara que condena o consumismo! Realmente,
os opostos se atraem.
- Realmente!
- Agora eu tenho que ir!
- Por que tão cedo?!
- Tem um jantar idiota na minha casa hoje! “O casamento idiota da minha
irmã” se esqueceu?!
- Não, não me esqueci!
- Então hoje todo mundo vai resolver os últimos detalhes dessa besteira, e eu
tenho que estar lá!
- Que pena! Você poderia ficar mais um pouco!
- Esquece Antônio! Meu pai me obrigou a ir! Não tenho como fugir, afinal de
contas, não vou perder o meu cartão de crédito favorito, só por causa
daquele idiota!
- Tudo bem, então quando vamos nos ver de novo?!
- Eu te ligo!
- Ok, fico aguardando!
-Se eu não te ligar, eu venho aqui! Não tem nenhum problema, não é?
- De nenhuma maneira! Se eu pudesse, ficaria o dia inteiro com você!
- Fazendo o que?
- O que você mais gosta de fazer?!
- Não me faça essa perguntinha! Agora vamos parar com a brincadeira, eu
realmente preciso ir!
- Tudo bem, vai lá amor! Mas eu vou sentir saudades!
- Eu vou sentir mais!
- Não, eu vou sentir mais!
- Me dá um beijo e me leva até a porta!
Antônio dá um beijo em Cláudia!
- E aí como foi esse beijo?!
- Esse beijo foi melhor do que o de ontem! E o de amanhã, vai ser melhor do
que o de hoje!
- Você sempre diz isso Cláudia!
- As melhores coisas ainda vão acontecer! Tchau!
- Tchau! Boa sorte!
- Me deseje mesmo! Porque eu vou precisar!
Cláudia entra no carro, e manda um beijo para Antônio!
A patricinha, chega em sua mansão, onde está acontecendo um jantar muito
importante, quando Cláudia chega, seu pai vai em sua direção para abraçá-
la. Alexandre nunca fez questão de esconder que Cláudia era sua filha
favorita. Isso incomodava algumas pessoas.
Isabel, a irmã de Cláudia, e Sebastian os observavam de longe, ele fazia
questão de destilar o seu veneno…
- Olha lá! Nem no jantar de organização do seu casamento ele se lembra de
você Isabel! Ele a ama, e vai amar muito mais os filhos que ela tiver! Você
terá que se contentar com as sobras!
- Por favor Sebastian! Será que você pode parar de me provocar pelo menos
hoje?!
- Isso não é provocação Isabel! Isso é constatação! E eu nem sei por que
você fica tão nervosa com essa situação?! Sempre foi assim, desde que ela
nasceu, roubou toda atenção!
- Ela não é perfeita!
- Claro que é! Olha só, todos gostam dela, é autentica! Inclusive namora um
professorzinho barato, e ninguém se opõe as suas vontades! Enquanto que
você se casará com o partido que lhe corresponde! E ninguém te dá atenção!
Você faz tudo o que seu pai manda você fazer, e mesmo assim ele não te ama,
como ama ela.
- Você pode parar com isso Sebastian!
- Não, não vou parar! Ela é um perigo! Eu já te avisei! Se você não fizer
nada! Ela sempre estará entre você e o amor do seu pai! Lembra como ele te
amava, quando você ainda era a filha única?!
Hoje te resta apenas as migalhas!
- O que você quer que eu faça! Essas suas conversas não vão nos levar a
lugar nenhum! Melhor você ficar quieto e aceitar o lugar que a minha família
está te oferecendo!
- Atenção a todos, vamos a mesa! O jantar está servido! Disse Alexandre!
E Sebastian solta o último comentário venenoso…
- Claro, a filha favorita dele chegou, agora nós podemo ir até a mesa! Porque
nós temos a noiva mais desimportante de todas!
Isabel não diz nada, mas está envenenada por sua inveja, não consegue mais
dissimular todo o ódio que sente pela sua irmã.
Todos vão até a enorme mesa de jantar da família Hans.
Alexandre começa a falar…
- Antes de tudo, eu quero agradecer a presença de todos, e dizer que quero
dar as boas vindas ao meu futuro genro, Sebastian é um grande prazer
recebê-lo aqui!
- O prazer é todo meu senhor Alexandre, estou muito feliz de poder fazer
parte dessa família tão especial!
- E você filha tem alguma coisa a dizer? Pergunta Alexandre para Isabel.
- Eu queria também agradecer a presença de todos, e dizer que vou realizar
um sonho, me casarei com o homem certo pra mim! Que manterá a minha
estirpe elevada! Ao contrário da minha irmã! Que só dá dores de cabeça
para o meu pai!
- Vai começar! Sussurrou Albert.
- O que você quer dizer com isso Isabel?! Pensei que hoje fosse o seu dia, e
que eu não devesse abrir a boca!
- Exatamente Cláudia! Mas ficamos aqui a sua espera! O papai não queria
que o jantar fosse servido até você chegar! Você sabia que hoje era um dia
importante para mim! Por que você não chegou?! Onde você estava?!
- Eu estava transando com o meu namorado!
Todos se entreolham, Albert desaperta o nó da gravata, Alexandre bebe um
pouco de vinho e Sebastian ri.
- Por favor Cláudia, não baixe o nível dessa conversa! Disse Isabel.
- Me desculpa Isabel, mas quem baixou o nível dessa conversa foi você!
Rebate Cláudia.
- Eu só perguntei aonde você estava! Não te pedi detalhes da sua vida
privada!
- Você me provocou, eu só respondi a altura!
Alexandre se mete na conversa…
- Por favor meninas, não vamos brigar! Vamos ficar em harmonia! O
casamento está chegando…
- Eu não acredito nisso pai! Ela fala uma coisa nessa na mesa, e eu não
posso nem ao menos criticá-la! Esbraveja Isabel…
- Vamos manter a compostura Isabel!
- Diga isso para a Cláudia! Não fui eu que disse que transei com o meu
namorado!
- E digo de novo Isabel! Transei com ele! E foi muito bom! Ao contrário do
que você faz com esse crápula, que vai ser o seu marido!
- Não chame ele de crápula Cláudia!
- Eu chamo sim! Porque é isso que ele é! Um crápula! Você não percebe
Isabel, você vai cometar o maior erro da sua vida se casando com ele!
- Eu não vou cometar erro nenhum! Ele será o maior acerto da minha vida!
Não sou eu que gosto de um homem de uma classe inferior!
- Você é muito soberba! Julga os de baixo e os de cima! E a única coisa que
realmente te importa é a classe social de alguém, as contas bancárias! Mas
me diga uma coisa Isabel, você transa com as contas bancárias do
Sebastian?!
- Cláudia por favor! Diz Alexandre!
- Não pai, eu não vou me calar! Eu não posso me calar! Eu sei que eu gosto
de comprar coisas, mas eu sei que no fundo não é aquilo que me completa! E
ela não pode me julgar por eu namorar um cara pobre! Porque ela também já
se apaixonou por um!
Isabel se levanta e grita descontrolada…
- Cala boca!!! Você não tem o direito de dizer isso!
Alexandre fala de novo…
- Por favor Cláudia, não nos lembre desse episódio! Isso ficou no passado!
- Não, eu não vou fingir que nada aconteceu! Por que a culpa também é sua
pai!
- Minha?!
- Sim, você sabe, no fundo a culpa é sua! Não deixou a Isabel ficar com o
motorista, e olha só no que deu?! Caiu de paraquedas nos braços desse
aproveitador!
- Cala boca Cláudia! Você não tem o direito de falar sobre isso! Isso não é
problema seu!
- Você tem razão! Se você é uma fraca, e não conseguiu nem ficar com quem
você queria ficar de verdade, realmente isso não é problema meu!
- Eu não sou fraca! Apenas obedeci o meu pai!
- Se obedecer significa nunca fazer o que se quer fazer, prfirio mil vezes
desobedecer!
- Vamos controlar os ânimos! Disse Albert…
- Não se meta nesse assunto Albert, isso não tem nada a ver com você! Diz
Cláudia.
- Tudo bem…
- Um dia, vocês vão saber que esse cara aí, que é tão estimado por vocês,
não vale absolutamente nada! Eu sinceramente espero que não seja tarde
demais!
- Tarde demais para que? Pergunta Sebastian ironicamente.
- As vezes não adianta dizer, mas o tempo vai mostrar quem você é!
- Eu sou o que vocês estão vendo! Um amigo da família! Vocês me conhecem
desde sempre! Acha que eu faria alguma coisa?!
Alexandre responde…
- Claro que não Sebastian, você é de casa, conheço seu pai desde que
éramos adolescentes…
Albert também se manifesta a favor do amigo…
- Por favor Cláudia, Sebastian é um excelente amigo na vida pessoal, e um
ótimo parceiro nos negócios!
- Pensem o que vocês quiserem?! Em terra de cego quem tem um olho é rei!
Diz Cláudia;
- Sabe Cláudia, por que você não fica quieta?! É melhor, ninguém aqui liga
para sua opinião! Diz Isabel sorrindo.
- Não diga isso Isabel! É óbvio que nos ligamos para o que a sua irmã pensa
e diz! Defende Alexandre!
- Claro pai, o jantar é meu, mas você não para se orbitar em torno da
Cláudia!
- Por favor filha, não fique com ciúmes! Eu amo vocês três da mesma
maneira!
- Não diga isso, porque é uma mentira!
- E lá vem a Isabel se fazendo de vítima!!! Diz Cláudia!
- Eu não me faço de vítima, eu apenas estou constatando! Você faz tudo o que
ele desaprova, mas mesmo assim continua sendo a favorita!
- Para com esses seus dramas! Não me culpe pelas suas frustrações! Por que
você não desiste de tudo isso, e vai correndo atrás daquele seu motorista!
- Olha ela me provocando pai!
- Por favor Cláudia, deixe a sua irmã em paz! E esqueça desse assunto!
- Não. Não vou esquecer! Porque todo mundo acha que essa família é
perfeita! E isso é uma mentira! Uma hipocrisia! Essa família está desabando,
e ninguém faz nada! Essa família está convidando um inimigo pra fazer parte
da mesa, e não percebe, porque ele se disfarça de cordeiro, mas ele é um
lobo! Então eu não vou fazer coro para loucuras de vocês! Se você quiser se
casar Isabel, então case! Mas quero que você saiba, que você ainda vai ser
uma mendiga, que vive implorando por amor, mas que nunca vai recebê-lo
em abundância! Você deu as costas para você mesma! Não coloque a culpa
em mim, não fui eu quem te traiu, você fez isso consigo mesma!
Todos ficam calados!
Cláudia se levanta da mesa, e vai embora, e Alexandre anuncia…
- Acho que não temos mais clima para jantar!
- Concordo pai! Diz Albert.
- Então, acho que devo dizê-los, que tenho uma reunião com alguns clientes,
e como aqui acabou mais cedo, acho que devo ir andando.
Diz Sebastian…
- Reunião a essa hora? Questiona Alexandre…
- Sim, devo adiantar algumas negociações antes do casamento…
- Entendo, então vá. Diz Alexandre…
- Vou indo Isabel.
- Tudo bem.
Quando Sebastian estava de saída, ouvi Alexandre dizer:
- Que bom que você veio Albert, precisamos falar sobre os desfalques, cada
vez o rombo fica maior.
- Eu sei pai, não entendo como está acontecendo, o controle é tão rígido!
Quem está fazendo isso, com certeza é de confiança!
- Eu sei! Temos que descobrir quem é!
Pedido de ajuda
Sebastian chamou Albert para ir até uma festa, mas o CEO parecia estar
desanimado.
- O que está acontecendo Albert? Vai ter uma mulherada top lá! Eu sei que eu
não posso, mas você é livre, desimpedido. Aproveita essa vida de solteiro!
- Eu não estou com vontade de ir nesses lugares, cansei disso!
- Eu sei o que está acontecendo! Desde que você conheceu aquela prostituta,
você está esquisito! Fica olhando pro nada! Pensando não sei no que!
- Não é isso Sebastian, eu só quero ficar no meu canto! Curtindo a minha
solidão!
- Não minta pra mim! Por que você não vê a garota de novo!
- Bem que eu queria! Mas tem alguma coisa de estranho! Não sei, o cafetão
dela, ela mesma, parece que está escondendo alguma coisa! É tudo muito
nebuloso, por isso resolvi deixar isso pra lá!
- E faz muito bem! Essa coisa de prostituição é muito barra pesada! É melhor
você não se meter nisso!
- Mas você não acha que tem alguma coisa de errado?!
- Não, é assim mesmo cara, quem paga mais leva a prostituta pra casa!
- Não sei!
-Lá vem você, montando castelos de areia! Não tem nada cara, relaxa!
- Mas me diz uma coisa, como você descobriu esse tal de Klaus, você
conhece ele faz muito tempo?!
- Que isso Albert?! Eu tendo relações com cafetões? Por favor né?! Um
conhecido me passou o cotado dele, eu nem conheço esse cara!
- Não só te perguntei, porque foi você que tinha o contado dele.
- Eu sei disso, mas agora porque eu sei o número de um cafetão, eu estou
envolvido com ele?
- Eu não disse isso! Eu sei que você jamais estaria envolvido com esse tipo
de pessoa!
- Ainda bem que você sabe disso!
- Bom, vou acabar de fazer esse relatório e vou pra casa!
- Então tá ok! Amanhã a gente se fala.
- Tá certo! Tchau, e lembre-se que o grande dia está chegando, não faça
nenhuma besteira!
- Pode deixar, tenho que ter responsabilidades de um futuro homem casado!
- Isso mesmo!
- Tchau, e não vá embora muito tarde!
- Pode deixar….
Sebastian vai embora, e Albert fica sozinho. O que será que está
acontecendo?!
Por mais que Albert tente negar para si mesmo! Não consegue tirar aquela
garota da cabeça! Tem algum mistério que sonda a vida dela, e cada vez ele
está mais curioso! Fora que o jeito como ela é, o encantava.
- O que está acontecendo comigo?! Se pergunta Albert.
Tentou fugir, andava de um lado para outro, resolveu ir embora. Ele já não
conseguia se concentrar, não fazia nada direito, aquilo nunca tinha
acontecido! Albert era um CEO muito competente, focado, e ao que tudo
indica, nunca havia se apaixonado por ninguém.
Chegou em seu apartamento, tudo estava impecável, a decoração cinza, dava
um ar diferente ao ambiente.
Se tinha alguma coisa que Albert adorava, era sua organização, nenhum
talher fora do lugar. Mas faltava algo naquele apartamento tão luxuoso,
amor…
Lustres, luxo, uma vista impecável da cidade, um lugar muito agradável,
porém também era muito frio. A solidão, algo que Albert estava muito
acostumado, de repente começou a incomodá-lo. Faltava algo, algo faltava…
Ele ainda não sabia o que era…
Com um uísque na mão, ele caminhava pelo seu apartamento…
- E se ela estivesse aqui? Pensava ele…
- Talvez se sentasse naquela cadeira ou talvez caminhasse, e iria ver a
paisagem… Será que criticaria alguma coisa? Ou diria que o lugar é muito
agradável?! - Meu Deus! O que eu estou pensando?! Tenho que me afastar
dela, estou perdendo o controle! Estou perdendo o controle! Ela me
seduziu…
Albert achava que Flávia estava jogando com ele, que o seu jeito tímido, era
apenas algo para atraí-lo, e que ela fazia isso com todos…
Parecia estranho, outro uísque pronto, - Será que ela faz isso com todos? -
Meus Deus por que eu não consigo parar de pensar nessa mulher?! - Que
tormento -
O amor é um furacão, não se pode evitá-lo, ele acontece, quando passa, que
se pode dar conta do tamanho do estrago deixado por ele.
Uma tormenta, uma tormenta, não se pode fugir, muito menos se esconder….
- E quando ela morde os lábios – Que boca! Que boca!
Albert recordava os beijos, que foram de tirar o fôlego!
Algo dentro dele o movia, tinha que ligar, tinha que ligar, mas não poderia,
não poderia…
- Só mais uma vez! Só mais uma vez! E isso tudo acaba!
Albert começou a mentir para si mesmo, “Só mais uma vez”.
“Só mais uma vez” Será que isso era possível?
Quando acabou de tomar o terceiro uísque, Albert pegou o telefone e ligou
novamente, Klaus não acreditou que o CEO estava ligando novamente…
- Olá senhor Albert, no que posso ajudar?!
- Eu quero saber se a brasileira está disponível hoje?!
- Senhor Albert, como o senhor é um cliente especial, hoje vou te mandar
uma garota top, jovem, e muito mais bonita do que a brasileira! Também vou
fazer um preço especial para o senhor.
- Eu pago o dobro pela brasileira…
- Infelizmente hoje, ela não está disponível, senhor…
- Eu pago o triplo…
Klaus não acredita no que escuta, o triplo, era uma oferta quase irresistível,
mas ele se manteve firme…
- Infelizmente, hoje ela não pode…
- Eu não quero nenhuma outra garota, e não gosto de ficar negociando
pessoas, mas como isso é um negócio, eu pago 5 vezes mais do que o outro
cliente está pagando…
Klaus não poderia recusar aquela oferta, era as regras do jogo, em um
programa, uma garota ganhar tanto assim, isso era praticamente
impossível…
- Ok senhor Albert, vou mandar a brasileira. Qual o endereço?
- No meu apartamento.
- Ok, dentro de uma hora ela chegará aí…
- Estou esperando….
Quando desligou o telefone Albert comemorou, iria finalmente encontrá-la
novamente…
Mas Klaus tinha outros planos….
- Arrume a Mônica, hoje ela tem um programa, mas peça para ela se arrumar
bem, o cliente vai pagar uma fortuna…
- Mas senhor, o cliente não pediu a brasileira?!
- Ele é um homem poderoso, vou mandar a Mônica, ela é mais bonita que a
Flávia, e com certeza vai agradá-lo mais! Também não quero que a
brasileira se envolva muito com os clientes, não quero que isso vire um
romance, você sabe como que é quando eles se apaixonam!
- É verdade!
- Então vai logo, arrume a Mônica, peça para ela ficar bem sensual, que hoje
ela vai encontrar um CEO.
- Sim senhor.
Ivan chega até o quarto e pede para Mônica se arrumar…
- Mônica, vai se arrumar, hoje você tem um programa;
- E com quem que eu vou me encontrar?!
- Isso não deveria te interessar! Mas saiba que não vai ser nenhum sacrifício,
vai ser com um homem bem rico, um CEO.
Quando escuta aquilo, Flávia fica um pouco receosa, será que era Albert, ela
só saberia quando Mônica voltasse…
Mônica se arrumou, colocou um vestido do tipo ‘matador’, e foi ao encontro
só seu cliente.
Albert estava ansioso, ajeitou seu cabelo, passou perfume, parecia até
mesmo um adolescente.
Andava de um lado para o outro, aguardava a chegada dela…
Mônica chegou ao prédio de Albert, e ficou impressionada com a riqueza do
lugar….
Subiu até a cobertura, tocou a campainha e aguardou…
Albert foi até a porta, e estava até nervoso, porém quando abriu, se deparou
com Mônica, que com certeza era uma mulher muito atraente, porém Albert
não conseguiu disfarçar a frustração…
- Quem é você?
- O Klaus me mandou.
- Mas eu pedi a brasileira….
- Ela não pôde vir, foi aí que ele me mandou…
- Me desculpa, mas eu queria mesmo a Flávia…
- Olha pra mim, eu não sou atraente?!
- Não, eu não disse isso! É que eu realmente estava a esperando! Você é
muito bonita, mas eu estou pagando 5 vezes mais, porque eu queria que fosse
ela.
Mônica não aguentou a rejeição, não poderia entender, se achava mais bonita
do que Flávia, então por que aquele homem não queria transar com ela?
Mônica ficou surpresa, não esperava que Albert fosse tão bonito e educado,
o que fez ela ficar com mais raiva ainda.
Ela começou a tirar a roupa, e Albert a perguntou:
- O que você está fazendo?
- Olha pra mim! O meu corpo é perfeito, por que a gente não faz o que temos
que fazer?!
Albert viu Mônica nua, e disse…
- Você realmente é muito bonita, mas eu não estou no clima! Vou te pagar o
que combinamos, mas por favor se vista!
- Tudo bem.
Mônica se sentiu humilhada…
- E você conhece a Flávia? Pergunta curioso Albert…
- Sim, eu conheço ela! Adora seduzir homens como você, ela se faz de
tímida, e fisga os clientes mais inocentes!
Mônica demostrava o seu veneno…
- Eu não acho ela falsa! Defende Albert…
- Deve ser porque você não a conhece!
- Eu já percebi que você não gosta muito dela!
- Não é isso! É que eu só não consigo entender como alguém como o senhor,
viu alguma coisa de especial nela.
- As vezes as palavras não conseguem explicar os sentimentos.
- Eu acho melhor eu ir embora.
Albert pega a carteira, e dá o valor acordado para Mônica…
- Aqui está, mas diga para o seu chefe não me enganar mais!
- Muito obrigado por me pagar! Mesmo a gente não tendo feito nada!
- Não precisa agradecer! Afinal você veio até aqui!
- Em vão!
- É, foi em vão.
Albert abre a porta para Mônica ir embora.
O CEO fica decepcionado, até pensa em ligar para Klaus para reclamar, mas
depois desiste!
Bebi mais três uísques e cai na cama.
Mônica volta até o seu cativeiro. Klaus quer saber como foi o programa.
- E aí ele te pagou?
- Aqui está o dinheiro!
Klaus pega o dinheiro e mostra para Ivan…
- Aqui Ivan, eu te falei que ele ia gostar da Mônica, pagou cinco vezes
mais… O que você fez para ele gostar tanto de você?
- Eu não fiz nada!
- Como assim você não fez nada?!
- Você enganou ele, disse que iria mandar a Flávia, e me mandou! Ele não
gostou disso!
- Se ele não gostou, por que te pagou 5 vezes mais?! Se ele não tivesse
gostado não teria nem te pagado!
- Ele me pagou porque é educado! Porque ele não fez absolutamente nada
comigo, ele queria a brasileira!
- Como assim ele não fez nada com você?!
- Ele não fez nada, eu fiquei nua na frente dele, e ele pediu para eu me vesti
novamente! Nem me tocou.
- Você deve ter feito alguma coisa de errado!
- Eu não fiz nada! Quero dizer, ele não fez nada!
- Não estou gostando disso!
- Volta para o seu quarto, e se alguém perguntar, diga que o serviço foi feito!
- Então eu vou contar uma mentira?!
- Eu mando em você! E se eu mandar você mentir, você simplesmente menti!
Você está me entendendo?! Ou quer ficar uma semana sem comer?!
- Não!
- Então faça o que eu mandar você fazer!
- Sim senhor!
- Agora vai! Ivan leva ela!
- Sim senhor.
Ivan leva Mônica até o quarto.
Todas estão ansiosas para saber o que aconteceu.
Ivan diz para Mônica que é melhor ela fazer o que Klaus mandou, pois senão
sofreria as consequências.
A porta abre…
A primeira a aborda Mônica é Eva…
- E aí, era o mesmo cara?
- Que cara?
- O CEO da Flávia, era o mesmo?
- Eu não sabia que a Flávia tinha um CEO.
- Fala logo Mônica, era o mesmo cara? Insiste Eva.
E Mônica responde…
- Sim, era ele mesmo.
Eu juro que eu poderia ouvir qualquer coisa, menos aquilo, senti meu
coração apertado na hora que ela confirmou.
Todas ficaram perplexas.
- Por que ele não chamou a Flávia? Perguntou Ester.
- Porque ele queria uma coisa diferente.
- Como assim ele queria uma coisa diferente? Insistiu Ester.
- Ele queria variar, o cara é rico pra caramba, você acha que ele ia se ligar
em uma garota só?
- Não sei, isso está muito esquisito! Diz Eva.
- Esquisito por que Eva?!
- Porque o cara parecia interessado nela, e de repente pede uma outra
garota?! Você pode muito bem estar mentindo!
- Eu não estou mentindo Eva, se você quiser eu posso dar detalhes!
Aí eu me pronunciei…
- Não precisa de destalhes Mônica!
- Mas eu quero saber Flávia! Quero saber se isso é mesmo verdade, ou essa
aí está mentindo!
- Eva, eu não sou mentirosa! Eu já disse que eu fiz o serviço, e ele gostou
tanto, que me pagou 5 vezes mais!!!
- Que?!!!!!!! Exclama Sabine…
- Sim, isso que vocês estão ouvindo, ele me pagou 5 vezes mais, eu queria
perguntar para Flávia, se ele já pagou tanto assim pra ela?!
Eu abaixei a cabeça, e disse..
- Não.
- Ela não tem nem vergonha de mentir tanto! Contestou Eva.
- Eu já disse que não estou mentindo!
- Mas eu não acredito em você!
- Eva, se não quer acreditar em mim, não acredite!
Confesso que fiquei decepcionada.
- É parece que foi melhor eu não ter falado nada! Ele não era de confiança!
- Como você sabe Flávia?! Me perguntou Eva.
- Você não ouviu o que ela disse?! Eu ache, eu achei…
- Achou o que Flávia?! Que ele estava gostando de você?! Cai na real, eu
sou a mais bonita daqui, e todo mundo sabe disso!
- Nossa! A humildade passou longe! Diz Ester!
- Quem é bonita não precisa ser humilde!
- Mônica, por que você não cala essa sua boca?!
- Por que? Quem vai calar, você Eva?!
- Se você dúvida eu posso aí fazer você calar essa boca!
- Então vem…
Sabine se pronuncia…
- Por favor, não vão brigar por causa disso!
- Como assim não vão brigar?! Essa idiota acabou com a nossa única chance
de sair daqui! Grita Eva.
- Agora a culpa é minha?! Eu só fui lá pra fazer um programa! Eu não tenho
culpa se ele gostou de mim!
- Ele gostou de você Mônica?! Faça-me o favor!!! Diz novamente Eva!
- Claro, quando eu fiquei nua, ele ficou paralisado!
- Ninguém quer saber disso Mônica!
- Eu pensei que vocês queriam detalhes!
- Não, ninguém aqui quer saber de nada disso!
- O cara é um garanhão, agora eu entendo porque a Flávia sempre voltava
com um sorriso no rosto!
- Para de provocar ela Mônica!
- Será que dava pra vocês pararem com isso! Se não conseguimos desse
jeito, vamos arrumar outra maneira! Agora eu vou no banheiro tomar banho!
Vou pensar um pouco, vamos encontrar outro jeito de sair daqui!
Sai dali, entrei no banheiro, liguei o chuveiro, e chorei, não podia evitar, as
palavras de Mônica me feriram profundamente. Não queria que ninguém
percebesse, mas estava desolada.
Do lado de fora, Eva dizia:
- Aposto que ela está chorando! Ligou o chuveiro pra gente não perceber!
- Também acho! Disse Ester.
- Ela gostava dele! Deve ter sido decepcionante! Falou Ester.
- Você não tem pena do que você falou pra garota?! Perguntou Eva para
Mônica.
- O mundo é cruel…
Capítulo sete
A descoberta do desfalque
20:00
Cláudia estranha, era 20h e Albert sai apressado do trabalho – Pra onde ele
está indo? - Se perguntou ela, e com tanta pressa assim?
Era estranho, pois Albert era um dos últimos a saírem, mas passou mais
alguns minutos e nada de Clóvis sair…
Cláudia continuou esperando, alguma coisa estava errada ali, ela não sabia o
que, mas hoje iria descobrir…
22:20
Sebastian sai da empresa, algo realmente estranho, já que ele teria um jantar
em breve com a Família Hans, era demasiado tarde.
22:45
Clóvis sai da empresa.
Cláudia segue Clóvis, sem que ele perceba, ela acelera o carro, parece que
está com muita pressa. Não era para ele está na festa de Irina?
A intuição de Cláudia estava certa…
Clóvis vira duas vezes a esquerda, e chega a uma ponte, lá estava Sebastian
sentado em um dos bancos, não havia ninguém naquele lugar, os dois se
aproximam e se cumprimentam, mas Cláudia não consegue ouvir
absolutamente nada, ela precisa se aproximar, ela se enconde atrás de uma
pilastra, e percebe que Clóvis está retirando alguma coisa do porta-malas.
Era uma bolsa, ele a entrega para Sebastian, que a abre e confere, Cláudia vê
dinheiro, e fica espantada.
- Eu sabia! Era ele o tempo todo!
Quando ia tirando a máquina de fotografar de sua bolsa, Cláudia percebe que
Sebastian está se movimentando se uma maneira estranha, ele toca no
sobretudo de Clóvis, e pega a sua arma.
Sebastian diz para Clóvis?
- Por que você trouxe isso ao nosso encontro?
- Foi por segurança Sebastian!
- Você não estava pensando em atirar em mim, estava?!
- Claro que não Sebastian, eu não sou um assassino! Eu só quero ir embora e
ver a minha filha!
- Sabe qual é o seu maior problema Clóvis? Você é muito medíocre! Sempre
se satisfaz com pouco! Sempre esperando as migalhas caírem da mesa! E
sabe qual é o problema disso Clóvis?!Pessoas como você são simplesmente
esquecidas pela história! Você é uma pessoa que não veio pra acrescentar
nada! É só um velho decrépito que já não serve pra mais nada.
- Por que você está me dizendo isso Sebastian, eu não fiz tudo o que você
mandou?!
- Sim, você fez. Mas também trouxe um problema junto!
- Que problema!
- Eu não sei como você pode ser tão burro!
- Você está sendo seguido, e nem se deu conta disso!
- Seguido, eu? Impossível!
- Você trouxe a vagabundinha até aqui! Seu desgraçado!
- Que vagabunda Sebastian, de quem você está falando?!
- A Cláudia te seguiu, e está vendo tudo o que nós estamos fazendo aqui,
agora! Você o tamanho do problema que você me arranjou?! Agora como eu
vou limpar essa merda toda?!
- Não sei, hoje eu vi a senhorita Cláudia na minha casa, ajudando minha filha
no aniversário dela!
- Ela deve ter visto alguma coisa!
- Deve ter sido a pasta que eu uso para maquiar os desfalques! ‘Desfalque
Sebas’!
- Mas me diga uma coisa, quem é que desvia dinheiro, e coloca uma pasta
com o nome ‘Desfalque Sebas’? Você realmente é um ser com uma
inteligência abaixo do normal.
- Mas ninguém nunca viu essa pasta.
- Parece que agora alguém viu! Vou ter que arranjar um problema por sua
causa!
- Você já não me serve para nada! Inútil.
Cláudia de longe fotografa, Sebastian com uma arma na mão, e Clóvis com
as mãos levantadas.
- Solta a bolsa Clóvis!
- Não, não vou solta! Eu quero ir embora!
- Solta a bolsa, que eu deixo você ir embora!
- Não, primeiro me devolve o revólver!
Clóvis fica com a bolsa em uma das mãos, e vai se aproximando da porte.
Sebastian fica apontando o revólver para a cabeça de Clóvis, Cláudia está
vendo tudo e também registrando…
- Me dá a merda do dinheiro Clóvis!
- Não, me deixa ir embora, eu tenho família Sebastian, eles dependem de
mim! Hoje é aniversário da minha filha!
- Me dá o dinheiro e eu deixo você ir pra casa!
- Não você está mentindo.
Clóvis não se dá conta que está andando de costas diretamente para a ponte.
Uma queda, seria fatal.
- Clóvis, raciocina! Você quer que aqui seja o fim da linha pra você?! Pensa
bem, você não quer ver seus netos?! Você é um homem honrado!
- Eu era um homem honrado, hoje eu sou um ladrão!
- Ladrão todos nós somos um pouco, a diferença é o que você está roubando!
- Eu nunca me senti bem com isso!
- Eu sempre soube que você era um fraco.
- Se ser fraco é ser honesto, então eu sou fraco!
- O mundo Clóvis, é dos mais fortes! Quem vai sobreviver hoje?! Eu ou
você?!
- Você é um louco!
- Não sou louco! Eu sou um jogador, e quem deverá ganhar o jogo hoje sou
eu!
- Não!
- Game Over…
Sebastian se aproxima dele e dá um tiro a queima-roupa na cabeça de
Clóvis, com a própria arma do contador, e acaba caindo da ponte com a
bolsa nas mãos.
Cláudia vê aquela cena toda, e fica em estado de choque, ela para de
fotografar, e corre até o seu carro, ela abre a porta, e quando coloca a mão
na chave, percebe que ela não está lá.
- Cadê a chave?! Cadê?
Cláudia fica desesperada, e procura a chave no porta-luvas, até que
Sebastian aparece do lado de fora da outra porta, e ele está com a chave nas
mãos!
- Procurando alguma coisa, cunhadinha?!
Cláudia fica branca, pega sua bolsa no desespero e começa a correr, pedi
ajuda, mas ali é um lugar deserto, ninguém a escuta…
- Pra onde você pensa que vai Cláudia?!
- O que você fez?! Você matou o Clóvis?!!!!
- Sim matei! Algum problema com isso?!
Cláudia está visivelmente abalada pelo que viu!
- O que você vai fazer comigo?!
- Cláudia, eu falei pra você não se meter no meu caminho, e agora o que eu
faço com você?! Quer nadar com o contador Clóvis!
Cláudia anda desesperada, e Clóvis ri…
- Olha pra você, ainda não se recuperou?! É só uma morte, não é pra tanto!
- Era você o tempo todo, eu sempre soube! Mas todo mundo vai saber quem
você é!
- Será que vão mesmo?!!! Acho difícil!
- Você é um doente, você não vai se casar com a minha irmã!!!
- E o que faz você acreditar que ela não sabia de nada?! Só por ela é sua
irmã?
- Do que você está falando, seu assassino?!
- Que os iguais se reconfortam! E eu e a sua irmã somos iguais! Tão
parecidos!
- Minha irmão não é igual a você
- Tem razão, ela deve ser pior!
- Você vai pagar pelo que acabou de fazer!
- Eu, vou pagar pelo que? Não fiz nada!
- Você se acha um Deus! Que vai ficar impune, mas saiba que eu tirei fotos!
- Quais, aquelas que eu posso queimar na hora que eu quiser?!
- Eu vi tudo! Você acha que o meu pai não vai acreditar em mim?!
- É verdade! Ele pode até acreditar em você, mas isso se você fosse ver ele
de novo! Uma coisa que não vai acontecer nunca mais!
Uma coisa eu te prometo, nunca mais você vai ver o seu querido papai!
- Por que? Você vai me matar?
- Deveria! Você só me traz problemas!
- Então me mata que eu quero ver se você tem coragem!
- Não me desafie Cláudia! Você não me conhece!
- Não, aí que você se engana! Eu sempre soube quem você era! Sempre,
soube que você não valia nada!
- Agora você quer ser a esperta?! Ok!
- O que você vai fazer comigo?!
- Bom, eu vou te levar pra um lugar! Você fez eu perde o meu dinheiro todo,
vou ter que consegui-lo de outra maneira!
- Do que você está falando?!
- Bom, até descobrirem o corpo do nosso amigo ali, vai demorar uns três
dias! Enquanto isso, eu vou ver o que vou fazer com você, mas te garanto,
você ferrou com tudo! Não vai dar para se despedir da família! Que pena!
- Eles vão descobrir tudo Sebastian, mas cedo ou mais tarde!
- Eu vou te falar uma coisa Cláudia que não insiram na sua escola, as
maiores verdades do mundo, nunca vem a tona.
Nesse momento Sebastian dá um golpe na cabeça de Cláudia, que desmaia
na hora, e a coloca dentro do porta-malas dele.
Ele coloca um pano na boca dela, além de prender suas mãos.
Sebastian assovia, e fecha o porta-malas, depois friamente dirige até a
mansão ‘Hans’, e Cláudia está desacordada no porta-malas.
Chegando lá, há uma pequena festa, porém o barulho é ensurdecedor.
Ele coloca o carro na garagem, entra na mansão e socializa como se nada
tivesse acontecido.
Sebastian chama Isabel em um canto…
- Vai pegar o carro da sua irmã nesse endereço…
Sebastian dá um papel para Isabel.
- Mas por que pegar o carro dela?
- Faz o que eu estou te mandando, some com o carro dela!
- Mas por que?
- Você o amor do seu pai de volta?!
Isabel diz que sim com a cabeça.
- Então faça o que eu estou te pedindo.
Isabel sai rapidamente, Sebastian dá a desculpa que ela foi buscar uma
amiga.
Isabel acha o carro de Cláudia, e o esconde em um estacionamento
clandestino, onde ela dá um nome falso.
Ela regressa até sua festa, e Sebastian pergunta se ela conseguiu…
- Consegui, sumi com o carro do radar, o que aconteceu com ela?!
- Ela viu demais, ela está desacordada no porta-malas do meu carro dentro
da garagem do seu pai!
- Desacordada ou morta?!
- Desacordada!
- E por que você foi trazer ela justamente pra cá Sebastian?!
- Eu precisava de um álibi?!
- De um álibi?!
- Depois eu te explico, agora haja naturalmente?!
- Eu tenho que ir lá ver ela, desacordada! Eu tenho que ver isso!
- É perigoso Isabel!
- Que seja! Eu vou lá!
Isabel abre a garagem, e vai até o carro de Sebastian, chegando lá, ela abre o
porta-malas lentamente, com tranquilidade ela o fazia, e com um imenso
prazer, não tinha perigo, o barulho da festa não permitia ninguém ouvir algum
pedido de socorro.
Ela abre e vê a Cláudia amarrada e amordaçada, sua cabeça sangrava,
enquanto a olhava, Isabel sorria, por dentro e por fora.
Cláudia despertava lentamente e quando viu o rosto de Isabel, pediu ajuda
com os olhos, depois tentava falar mas era em vão, Isabel sorria e disse…
- Era assim que eu sempre quis te ver na vida, sem voz, assim você não pode
chamar a atenção de todo mundo, não é?
Cláudia chorava de desespero, estava na casa de seu pai, mas não poderia
pedir ajuda…
- Tenta gritar Cláudia, ninguém vai te ouvir…
Enquanto estava com o porta-malas aberto, Alexandre chega pela frente e
pergunta o que Isabel estava fazendo ali.
Isabel fica apreensiva.
- Estava guardando um presente pai.
- E a sua amiga, cadê ela?
- Que amiga papai?
- Sebastian disse que você saiu porque iria busca uma amiga para a festa!
- Ha… Sim, ela não pode vir…
Cláudia tentava se mexer dentro do carro, pois tinha escutado a voz do seu
pai…
- Que barulho é esse Isabel?
- Que barulho pai?
- Que está vindo do porta-malas?!
- Não ouvi nada, o barulho é da música!
- Não Isabel, o barulho está vindo do porta-malas! Deixa eu ver o que tem aí
dentro?!
- Não tem nada!
Cláudia fazia ainda mais barulho, e Alexandre desconfiava! Isabel estava
nitidamente nervosa, já que se ele visse Cláudia ali, tudo estaria acabado…
- Abra o porta-malas Isabel!
- Não tem nada aqui!
Alexandre vai em direção ao porta-malas, porém quando estava bem perto, a
porta da garagem se abre, e Sebastian está com o microfone na mão,
chamando o sogro para fazer um discurso, ela até pensa em ver o porta-
malas, mas desiste, não queria deixar os convidados esperando.
Quando chega ao palco, Alexandre diz:
- Onde está a minha a Cláudia, alguém viu ela hoje?
Isabel respira aliviada...
Capítulo oito
Traficadas...
Para despistar Albert, Klaus liga para ele e diz que finalmente Flávia está
disponível. O CEO não acredita, e logo marca um encontro com a
brasileira, há dias Albert não conseguia dormir, precisava encontrá-la, e
assim, de repente surgiu a oportunidade perfeita, o irmão de Cláudia nem
desconfiou do “cafetão” de Flávia.
Novamente, o CEO marcou um encontro em seu apartamento, e as 20:00h
ele saiu da empresa.
Enquanto isso no cativeiro…
Flávia não tinha acordado bem naquele dia, estava com náuseas, além do
mal humor, a brasileira já não estava aguentando mais aquela situação,
ela estava extremamente estressada.
A noite, Ivan chegou até o quarto das ‘ex-virgens’, elas haviam brigado
tanto, que nenhuma dirigia mais a palavra.
(Naquele dia eu estava muito fora de mim, só conseguia chorar e chorar
mais, estava sensível por algum motivo, já fazia alguns meses que eu
estava ali, e já não aguentava mais. Na minha cabeça não iria ficar tanto
tempo em cativeiro, e lógico que isso começou a abalar o meu psicológico,
vomitava e sentia uma azia terrível.
Eu só tinha 18 anos, meu Deus… como o tempo voa, eu me lembro que
naquela semana foi muito difícil, eu não estava falando com a Mônica, por
mais que eu não tivesse absolutamente nada com o Albert, estava
profundamente decepcionada com ele, senti como se fosse uma traição,
longe da minha casa, longe do meu país, eu não conhecia ninguém ali,
estava rodeada de pessoas estranhas, e era a única coisa que eu tinha.
Estava desolada, me imaginei mais de um milhão de vezes sendo
resgatada, voltando para minha casa, andando livremente pelas ruas, mas
infelizmente a minha esperança estava se esgotando, já havia chegado ao
meu Limite.
Ainda assim, naquele dia anoiteceu, me lembro de Ivan ter entrado no
nosso quarto e mandado eu me arrumar, tinha um programa aquela noite,
eu ainda estava dando sorte, não tinha me relacionado com mais ninguém
além de Albert, mas eu sabia que uma hora teria que enfrentar tudo aquilo.
Sem a ajuda de ninguém fui até o banheiro, me olhei no espelho e pensei: -
Hoje eu vou fugir! Não me importa mais! Eu não aguento mais isso! Está
me matando! - Mesmo eu sabendo que se eu não voltasse, as outras iriam
pagar as consequências, porém quando alguém está desesperado, não olha
muito o que irá acontecer depois de um ato precipitado. Eu tinha uma vida
e tinha que vivê-la, até ali, eu ainda achava que poderia superar o fato de
ter sido traficada, poderia esquecer, passar uma borracha, recomeçar, mas
a realidade te alcança, te derruba, te tortura…
Andei pelo corredor da morte, estava de saco cheio daquele lugar, queria
ir embora sem olhar pra trás, a essas alturas tanto fazia o que
acontecesse, inconsequentemente eu achei que não tinha mais nada a
perder, e a vida depois me mostrou que eu tinha muito o que perder, e que
isso me deixaria dilacerada.
Era um jogo de perdas e ganhos, ganhei um amor, e perdi dois…
Era um edifício muito alto, tipicamente de Classe A, mas já não importava,
fiquei em dúvida, não sabia se fugia dali mesmo ou se faria o programa
para roubar o dinheiro para poder me sustentar por uns dias.
Quando estava dentro do elevador, lembre dos rostos de Mônica, Eva,
Sabine, Angela e Ester, e de tantas outras, me sentia culpada, o remorso
me consumia, mas era eu ou elas.
Já não podia mais aguentar aquilo calada…
Cada garota traficada tem uma história de sonhos destroçados para
contar a alguém, e isso era o mais encantador em cada uma delas, suas
histórias eram motivadoras, até chegarem ali.
Sabe aquele sonho que te vendem, - Seja Feliz, é pra isso que a gente
nasceu, para ser feliz! Foi para isso que Deus fez o ser humano! -
Bom, descobri que isso tudo não passava de palavras bonitas, eu nunca
tinha sido feliz na minha vida, ninguém nunca tinha me dito ‘Ei, eu te
amo’, ou coisas desse tipo, eu só era uma garota querendo um pouco dessa
tal felicidade, que até agora nunca havia chegando, será que é tão difícil
entender que a vida é mais dura pra uma garota solitária?!
Abriu a porta do elevador, ela corria para a direita, parecia que eu estava
entrando em um cemitério, não queria vender o meu corpo, um tapete
vermelho conduzia até a grande porta branca, onde meu ‘cliente’ estava
me aguardando, os lustres eram hipnotizantes, e havia um quadro,
coincidentemente uma garota chorando, quando o vi, fiquei ainda mais
triste, não queria fazer aquilo.
A menina do quadro chorava, mas o mais engraçado era que ela ainda
transparecia algum tipo de alívio, me lembrei da minha infância, e depois
recordei que eu era tão romântica, acreditava em coisa como ‘O amor da
sua vida’, e que um dia ele chega para todos, será?
Estava exatamente a um passo da porta, e não toquei, simplesmente entrei.
Albert estava sentado no sofá da sala, quando o vi, mesmo não querendo,
meu coração bateu mais forte, olhei pra ele, e senti um imenso alívio, e
também algum tipo estranho de felicidade momentânea, ela sorriu, e veio
até mim, me abraçou, ele parecia estar muito nervoso, e eu não sabia o por
que.
Quando ele me abraçou, sentia que os meus problemas no espaço daquele
abraço, desapareciam, me sentia confortável, quando ele me tocava, sentia
um ‘Choque’, desculpa, mas eu não posso descrever de outra maneira,
saía faísca, mas eu não podia esquecer que estava chateada, afinal de
contas ele tinha transado com a Mônica, e isso me partiu no meio, mesmo
que eu disfarçasse.
- Meu Deus! Eu achei que não iria te ver mais!
Eu tentei ser bem fria, mas não me contive e perguntei:
- Por que?
- Simplesmente porque eu estava tão ansioso para te ver, eu precisava te
ver, eu precisava falar com você, eu precisava te tocar.
- Não sei por que toda essa ansiedade?
- Deve ser porque eu gosto de você!
- Gosta mesmo?
- Por que você está me perguntando isso?
- Porque você contratou outra garota de transou com ela.
- O que? Isso não é verdade! Eu não transei com mais ninguém depois de
você!
- Não minta pra mim Albert, a Mônica me contou que vocês transaram sim!
- Não, isso é uma mentira, e se eu tivesse feito isso, te contaria!
- Não sei, por que a Mônica mentiria pra mim?!
- Não sei, mas ela chegou a vir aqui, mas eu juro que não aconteceu
absolutamente nada!
- E por que eu deveria acreditar em você?!
- Por que você deveria acreditar em mim?! Bom, hoje eu tinha um festa de
família para ir, mas quando eu soube que poderia me encontrar com você,
deixei tudo pra trás.
- Que festa?
- A minha irmã mais velha, ela vai se casar em breve, e hoje tinha tipo uma
cerimônia pré casamento só para os amigos e familiares. E deixei tudo, só
pra falar com você! Inclusive eu tinha que falar com a Cláudia, mas hoje
eu não vi ela!
- Quem é Cláudia?!
- Minha irmã mais nova, quando você conhecer ela, vocês vão se tornar
grandes amigas, disso eu não tenho dúvida!
- E quem disse pra você que eu vou conhecer sua irmã?!
- Eu supus que sim.
- Baseado em que?
E Albert diz a frase que caiu como um raio diretamente no coração de
Flávia…
- Deve ser porque Eu te amo.
Flávia não acredita no que escuta…
- Você o que?
- Eu sei que isso é estranho, mas eu nunca senti isso, e cheguei a essa
conclusão…
- De que?…
- Eu te amo, tá na cara, Eu te amo muito, não tenho como esconder isso…
- Você tem noção do que você está dizendo?! Está dizendo para uma
prostituta que ama ela!
Flávia começa a chorar, e Albert se aproxima dela, e toca em seu rosto…
- Eu amo você, eu amo você desde a primeira vez que te vi, u também não
sei explicar isso! Mas não me importa que você seja uma prostituta,
porque desde do momento que eu te vi, tudo o que é meu é seu, e tudo que
é seu é meu.
Eu sou seu, minha alma, meu corpo e o meu coração te pertencem, estou
completamente enfeitiçado, eu tentei, eu tentei fugir, mas todos os
caminhos me levavam direto pra você. Me deixe tentar te fazer feliz, e
por favor, não me negue essa oportunidade.
Foram as palavras mais bonitas que eu tinha escutado na minha vida, fico
arrepiada só de recordá-las, como quando se escuta uma música que você
gosta muito, e que faz anos que você não a escutava. Essa era a sensação,
eu nem sabia o que dizer pra ele!
Fiquei ali, paralisada, estava dominada por aquele sentimento, e fiquei
surpresa quando escutei aquilo, logo eu que há pouco dizia que ninguém
nunca havia me dito Eu te Amo, escutei várias vezes em um curto intervalo
de tempo.
Ele me olhou profundamente, me entendia completamente, eu só queria
que ele me beijasse, e com lágrimas correndo pelo meu rosto, ele me
beijou da maneira mais perfeita que eu pudesse imaginar nos meus sonhos
mais impossíveis.
Foi um beijo longo, doce e apaixonado…
Ele sorriu, e eu soube que poderia confiar nele, na ocasião não repeti para
ele que eu também o amava, ainda estava me acostumando com aquelas
expressões, que foram tão raras até então no vocabulário da minha vida.
Era ele, ele que poderia me ajudar, e não só a mim, mas todas que se
encontravam naquela situação.
Me sentei e comecei a dizer, aquilo parecia tão secreto, que eu tinha medo
de falar em voz alta.
Ele viu a minha expressão e me perguntou:
- O que foi?
- Eu tenho uma coisa pra te falar!
- O que, eu fiz ou disse alguma coisa de errado?
- Não, não é nada relacionado a você, é outra coisa!
- Então me diga!
- Eu, Albert, não estou aqui porque eu quero!
- Como assim? Você queria estar aqui no meu apartamento?!
- Não, eu estou falando que eu não vim até a Alemanha porque eu queria!
- Então veio por que?
- Eu fui obrigada a vir aqui!
- Obrigada?!
- Sim obrigada, sabe no Brasil eu não era prostituta.
- Eu sabia disso, você não me disse que era virgem?
- Exatamente isso, eu só estou aqui porque eu era virgem.
- E que isso significa?!
- Virgens valem três vezes mais…
- Do que você está falando?
- Antes de te contar, eu tenho que voltar um pouco a história.
- Tudo bem. Siga!
- Eu estava no Brasil, eu era pobre e não tinha nenhuma oportunidade a
vista, até que eu conheci uma pessoa.
- Quem?
- O nome dela era Cristina, ela parecia um anjo, sempre disponível,
sempre me agradando, e eu estava tão suscetível naquela época!
- O que ela fez com você?!
- Primeiro ela me ofereceu um emprego com um salário exorbitante, era
tanto, que parecia irrecusável, eu não poderia virar as costas pra aquela
proposta.
- E então?
- Cristina me adiantou uma parte do salário, e aí não tinha mais volta, eu
não podia mais recusar o trabalho.
Depois de um tempo, finalmente ela marcou a data da viajem, e tudo
parecia um sonho, iriam ter uma vida em um outro lugar, mas eu não tinha
a menor ideia no que estava me metendo.
- O que aconteceu depois disso?
- Nós viajamos, e aí cheguei aqui na Alemanha, logo Cristina me mostrou
sua verdadeira face, e descobri no que eu iria trabalhar!
- Espera aí, você está querendo me dizer que você foi…
- Sim, eu fui traficada, vivo em cativeiro, e não só eu, dezenas de garotas
também estão. Elas são mantidas como escravas sexuais, vendem seu
corpo, e não ficam com absolutamente nada! Chegam aqui com promessas
de uma vida nova, um sonho, e acabam se tornando prostitutas de homens
ricos.
A Cristina foi a minha atravessadora, Klaus o responsável pelo nosso
grupo, eu vivo em um quarto com outras 5 garotas!
Albert fica atordoado com as revelações de Flávia.
- Mas por que você não me disse isso desde a primeira vez?!
- Eu não podia, ele nos ameça, diz que se a gente abrir a boca, as outras
vão pagar! Nós ficamos totalmente acuadas!
- Isso é muito grave Flávia!
- Eu sei disso! Você não tem ideia em que condições nós vivemos!
- Isso não pode continuar assim! Bem que eu nunca confiei naquele
homem!
- E como você conheceu ele?!
- E não o conhecia, quem me passou o contato dele foi o Sebastian.
- Se ele souber que eu te contei tudo, eu sou uma garota morta!
- Você não vai voltar pra lá Flávia, eu vou te ajudar, a gente vai dar um
jeito de tirar aquelas garotas de lá!!!
- Você jura?!!
- O poder tem que servir pra alguma coisa Flávia?!
- E o que a gente vai fazer?!
- Vamos pra impressa pra expor toda essa sujeira! Depois vamos colocar
todas essas pessoas atrás das grades!
- Você jura Albert?!!!
- Claro Flávia, o que você esperava, que iria me contar tudo isso e eu iria
ficar quieto?!!!
- Não, eu sabia que você iria me ajudar!!!
- Primeiro vamos até a casa do meu pai! Ele é um homem influente, vai
saber o que fazer!
- Sim!
- Depois vamos salvar as outras! Mas antes de tudo me diz o endereço do
lugar onde vocês estão sendo mantidas me cativeiro!
- O endereço eu não sei ao certo, eles tentam manter isso em silêncio! Mas
eu sei que o nome do bar é ‘JF’.
Albert abre sua agenda e anota esses nomes, Klaus, Cristina, bar Jf, e
tráfico de mulheres.
Ele pega a chave do carro e sai do apartamento.
- Nós não podemos sair pela frente, o motorista vai ver a gente.
Alerta Flávia.
- Não, tem uma saída por trás. Ninguém vai ver a gente!
- Tudo bem!
Os dois descem até o subterrâneo, onde fica a garagem.
Albert abre a porta do carro, e Flávia também entra, os dois seguem até a
saída traseira do prédio.
No carro, Albert acelera, está visivelmente desnorteado, não consegue
acreditar em tudo o que está acontecendo.
Ele coloca a mão sobre a mão esquerda de Flávia e tenta tranquilizá-la:
- Vai dar tudo certo no final, você vai ver!
- Eu sei Albert!
- Eu te amo!
Albert dá um selinho na boca de Flávia, para acalmá-la e demostrar
apoio!
- Você não vai voltar pra aquele lugar horrível! Eu te prometo!
- Jura pra mim!
- Eu juro Flávia, pra aquele lugar você não volta!
- Tudo bem, eu acredito em você!
Chegando perto da mansão de Alexandre, Albert vê que a festa ainda está
rolando, mesmo que ele não de importe nem um pouco com aquilo.
Ele estaciona o carro de qualquer maneira, está com pressa para alar com
o pai.
Sai do carro e pega na mão de Flávia, e eles entram na festa, os
convidados cumprimentam Albert, que nem se dá conta disso, já que seu
único objetivo era falar com Alexandre.
Entrando na casa, Albert vai diretamente ao escritório do pai, que está
sentado e pensativo, querendo saber onde Cláudia está.
Albert entra com Flávia e diz:
- Pai, precisamos conversar urgentemente!!
Alexandre percebe que o filho está muito abalado e também inquieto, e
estranha a reação dele. O que também se dá conta é que o filho chegou
com uma garota de programa, o que não o agrada nem um pouco!
- O está acontecendo Albert?
- Eu preciso da sua ajuda!
- Por que você está tão descomposto?
- Pai eu preciso que você faça…
- Antes de tudo, peça para a moça aí esperar lá fora, se é uma conversa
importante, vamos conversar a sós.
Albert pede para Flávia sair…
- Flávia, por favor, me espera lá fora, eu juro que já te encontro!
- Tudo bem, eu te espero lá fora!
Flávia sai do escritório, e espera na sala da mansão de Alexandre.
Sebastian percebe que Flávia está na casa de seu sogro, e concluí que ela
tenha aberto a boca. Ele fica preocupado, mas depois se acalma, pois sabe
que ela não sabe que ele e Klaus são cúmplices.
Ele sobe as escadas e vai até o quero de Isabel, pega o telefone e disca um
número.
- Alô.
- Quem é?!
- É o Sebastian, quem mais seria!
- O que você quer agora?!
- Estou te ligando para te fazer um grande favor; a sua garota, ela abriu o
bico! Está aqui na casa do meu sogro, já deve ter contado tudo, com
detalhes, para o Albert, por isso se apressa, não vai demorar muito pra
polícia bater aí no seu barzinho!
- Desgraçada! Eu sabia que ela iria abrir a boca! Era tão óbvio! Vou ter
que tirar todo mundo daqui! Filha da puta! Essa ela vai me pagar muito
caro!
- Isso mesmo, se eu fosse você, começava a deslocar as mercadorias agora
mesmo!
- Eu quero ela, Sebastian, fica de olho e me diz tudo! Você acha que o seu
sogro vai fazer alguma coisa?!
- Acho que não, Alexandre é muito egoísta para se preocupar com os
problemas de uma putinha! Mas te mantenho informado de tudo o que
acontecer!
- Tudo bem!
No Escritório de Alexandre…
Capítulo nove
A Ameaça
Enquanto tudo se encaminhava, lá estava Cláudia, despertando
lentamente, o despertar era o mais difícil…
Ela já não estava mais no porta-malas do carro de Sebastian, estava
sentada em uma pequena sala, que tinha uma luminária bem fraca, e que
ficava se mexendo para lá e pra cá.
Cláudia estava desnorteada e sentia muita dor de cabeça, por causa dos
golpes que Sebastian tinha dado nela.
Com as mãos amarradas e a boca amordaçada, Cláudia se contorcia pra
ver se tinha algum jeito de sair dali, mas não podia gritar, e estava fraca
para conseguir tirar as amarras.
O desespero começou a tomar conta dela, começou a chorar, e ninguém,
ninguém poderia ouvir seus anseios por ajuda.
Até que a porta finalmente se abre, e ela avista um homem que nunca tinha
visto na vida. Era Klaus, a primeira vez que tinha visto aquele rosto, um
semblante aterrorizante, e uma imensa cicatriz que percorria todo o lado
direito da sua face. Uma tatuagem no braço esquerdo, era alto, e sua
presença impunha medo.
- Oi mocinha, dormiu bem?
Cláudia não diz nada…
- Quer que eu tire a sua mordaça, vou fazer isso, e não pense em gritar,
porque ninguém vai te ouvir.
Klaus vai até Cláudia e tira sua mordaça…
- Pronto, assim é bem melhor, eu sabia que você seria uma boa garota…
Cláudia olha pra ele e diz:
- Eu não vou gritar, não tenho força pra isso! Eu só quero saber por que eu
estou aqui!!!
- Você está aqui porque quis bancar a detetive, e descobriu coisas demais,
e quem sabe muito, sempre tem que ter a boca calada, de um jeito ou de
outro!
- O que foi? Você é o cúmplice do Sebastian?!!
- Temos negócios juntos.
- Que tipo de negócios?
- Importações e exportações.
- E o que vocês importam e exportam?
- Você logo vai saber!
- É você quem vai me matar.
- Talvez.
- Eu não sabia que o Sebastian era um bandido tão barra pesada, pensei
que ele fosse só mais um parasita!
- Ele realmente tem muito talento pra o mundo do crime; mas você não
deveria ter bancado a heroína que quer desmascarar tudo e todos, o
mundo é assim, um derrubando os outros, e todo mundo querendo o
mesmo, poder. Seu pai é um homem importante, logo você também é,
pagaria uma boa quantia pra te ter de volta.
- Então é isso? Eu fui sequestrada, você vai pedir o resgate?!
- Calma, que eu não disse isso!
- Mas insinuou que isso aqui é um sequestro!
- Não, eu só pensei alto; mas você não é de e jogar fora, é bem bonita,
iriam chover cliente pra você…
Klaus chega perto de Cláudia, e começa a passar a mão nos cabelos
dela…
- E ainda é bem tratada, sempre foi rica, não é? Dá pra notar, nunca
passou por nenhuma necessidade nessa vida, nunca soube o que
significada a palavra não. A princesa pedia, e papai sempre dava, sempre
foi assim, não é?
- Aonde você quer chegar com essa conversa?
- A lugar nenhum, mas as vezes assim é a vida, estamos lá em cima, e de
repente caímos de uma só vez.
De repente Ivan bate na porta, e diz para Klaus:
- Ele chegou.
- Então deixe ele entrar….
Sebastian entra na sala:
- Então esse aqui é o seu novo esconderijo?!!
- Você não ideia como foi difícil tirar tudo de lá tão rápido, ainda bem que
a equipe é grande.
Cláudia confronta Sebastian:
- Pra que você me trouxe aqui?!
- Você tem sorte de ainda está viva.
- Então por que você não me mata logo?!
- Vontade é o que não me falta.
Klaus acalma os ânimos…
- Calma, temos que seguir os planos Sebastian, tudo deve ser feito com
paciência, a pressa é inimiga da perfeição.
- Você tem razão! Só que as vezes eu perco o controle, por causa dessa
vagabunda eu perdi uma mala de dinheiro.
- Calma Sebastian, vão-se os anéis e ficam os dedos. Diz Klaus.
- Já descobriram o corpo do maldito contador! Eu achei que todo mundo
só iria saber daqui a três dias, mas um ciclista filho da puta viu o corpo
daquele desgraçado boiando.
- Calma, poderia ser pior! Vamos seguir o plano!
- Eu estou nervoso, está todo mundo em cima do caso, quem matou e essas
coisas! Acho bom esse seu plano funcionar!
- Você está com a arma do crime?
- Sim.
- E o carro da garota?!
- Também está escondido!
- Já se deram conta que ela sumiu?!
- Já, o namorado estava preocupado e foi procurar o meu sogro!
- O Antônio?! Pergunta desesperançosa Cláudia!
- Cala a boca! Você nunca mais vai ver aquele professorzinho! Você me
entendeu?! Diz Sebastian.
- Presta atenção Sebastian, vamos seguir com o plano!
- Ok, vamos seguir com o plano! E cadê aquela vagabunda brasileira?
- O jornalista me entregou ela em uma bandeja de prata!
- Quem, o Benjamim?
- Sim. Ele mesmo!
Quando escuta o nome Benjamim, Cláudia estranha, será que seria o
amigo de Albert, mas o que ele teria a ver com tudo isso?! E quem era a tal
brasileira?!
- E o que você fez com ela?
- Dei uma boa surra! Não aguentei, bati nela com o meu próprio cinto, eu
falei que aquela desgraçada iria me pagar, mas ainda é pouco!
- E você confirmaram mesmo isso?!
- Sim, a amiga dela contou, e nós já descobrimos, podemos colocar o
plano em prática agora mesmo!
- Vamos apresentar as cunhadas?! Diz Sebastian rindo.
- Claro. Vou chamar ela agora mesmo!
Klaus abriu a porta, e deu uma ordem a Ivan:
- Traz aquela piranha aqui!
- Sim chefe!
Flávia não conseguia andar sozinha, sua boca estava sangrando, seu olho
estava roxo, suas costas estavam em carne viva por causa da surra que
tinha levado de Klaus, mas o mais engraçado, é que ela não chorava, em
seu semblante só se via a dor de alguém que viu a liberdade escapar entre
suas mãos…
Arrastada por Ivan, Flávia chega até a salinha, e senta em uma cadeira de
frente para Cláudia, que vê aquela moça toda surrada, e fica espantada, a
irmã de Albert nunca tinha visto a violência tão de perto, indignada ela
pergunta:
- O que vocês fizeram com ela?!
Por mais que Flávia fosse uma desconhecida para Cláudia, ela pode sentir
a dor que aquela moça estava sentindo.
- Bom, agora vamos apresentar, uma para a outra, tudo bem?! Debocha
Sebastian…
- Vamos fazer o que deve ser feito!
- Nossa Klaus, você acabou com ela! Está toda suja de sangue, por favor
diga pra ela se afastar de mim, não quero que suje o meu terno! Diz
Sebastian!
Cláudia fica indignado com o que Sebastian disse:
- Ela é um ser humano! Um ser humano! Como você pode tratar alguém
assim?!!!
Ninguém responde…
- Vamos lá Cláudia, o plano é o seguinte, considere-se uma pessoa morta!
Você me viu matando o contador, e se sair daqui vai contar isso pra todo
mundo!
- Com certeza! Diz Cláudia!
- É por isso que você vai morrer! Mas antes disso, eu vou te dar a chance
de ligar para o seu pai, e se despedir, mas obviamente você dirá o que eu
mandar você dizer!
- Nunca…
- Calma, eu ainda não acabei! Você vai dizer que quem matou o Clóvis,
foram as mesmas pessoas que te sequestraram, porque lembre-se, você foi
sequestrada, por esse mesmo motivo que quando acharem o seu carro, vão
encontrar a arma que matou o Clóvis, eles vão demorar tanto tempo pra
desvendar esse caso!
Aí você se despedirá da sua amada família!
- Se você me der um telefone, eu vou gritar que foi você que matou o
Clóvis e está me mantendo em cárcere privado junto com os seus bandidos!
- Eu acho que você não vai fazer isso!
- Tenha a certeza que sim!
- Sabe por que eu tenho certeza que você vai fazer o que eu mandar você
fazer?! Porque você sempre quis bancar a heroína, sempre… Sempre quis
salvar o mundo, sempre ajudando o próximo…
- Mas eu não vou te ajudar…
- Eu sei disso, na verdade eu nem esperava isso!
- Então como você acha que eu vou ligar pro meu pai e não vou contar
nada?!
Sebastian pega uma arma, vai até Flávia, puxa o cabelo dela pra cima e
diz:
- Você não vai me ajudar, você vai ajudá-la!
- O que, você vai me chantagear?!
- Sabe quem é essa moça aqui?! Ela é a prostituta por quem o seu irmão
estava apaixonado! Ela é a brasileira!
- Eu não sabia!
- Agora sabe! E sabe qual é a melhor parte?!
- O que você quer Sebastian?
- Sabe o seu querido irmão? A felicidade dele está em suas mãos, agora eu
quero ver se você é tão boa quanto diz que é! As moças que estavam no
mesmo quarto de Flávia, disseram que ela estava passando muito mal,
sabe! Depois Flávia foi malcriada e contou para o seu irmão que ela tinha
sido traficada! O Benjamim, sabe, o amigo jornalista do Albert?! Ele
entregou ela para o meu amigo Klaus aqui! E você pode ver o estrago,
Klaus não teve nenhuma piedade de Flávia, ele açoitou a pobrezinha,
depois fez um teste de gravidez nela! E sabe o que ele descobriu, bingo…
Flávia está grávida, e sabe qual é a melhor parte?! Ela só transou com o
seu irmão, então essa puta aqui, está esperando um herdeiro do seu
querido irmão, Albert Hans, uma das maiores fortunas da Alemanha, e
olha onde está o filho dele, no ventre de uma vagabunda de rua!
- Grávida?! Diz espantada Cláudia.
- Grávida! Ela vai ter um filhinho ou uma filhinha do seu querido
irmãozinho, você vai ser titia!
- O que você vai fazer com ela Sebastian?!
- Bom, aí depende de você!
- O que você quer que eu faça?!
Nessa hora, Sebastian aponta a arma para a barriga de Flávia…
- Você vai ligar agora para o seu pai, e vai dizer tudo o que eu mandar
você dizer, e se você for teimosa, na hora eu dou um tiro no seu sobrinho, e
você vai ser a única culpada pela morte dele.
A tensão aumenta naquela sala, e Cláudia começa a chorar, Flávia se
pronuncia…
- Não faça o que eles querem! Sussurra a brasileira…
(Não faça o que eles querem!)
- Cala a boca, ou você quer perder esse bebê que está dentro do seu
ventre?!! Diz Klaus…
- Não vale a pena! Sussurra Flávia novamente!
Nessa hora Klaus dá um tapa fortíssimo em Flávia, e Cláudia grita
desesperada:
- Não faça isso com ela! Por favor! Vocês já bateram muito nela!
Sebastian fala:
- Tem gente que não aprende nem apanhando!
- Por que você tá fazendo isso Sebastian?! Questiona Cláudia.
- Eu não tenho nenhum problema com você, só que agora Cláudia você se
transformou em uma ameaça. Você sabe demais! Daqui a pouco o seu pai
morre, nós sabemos que você e o Albert iriam ficar com quase tudo, Isabel
iria ficar apenas com as sobras, e nós não podemos admitir! Tirando você
da jogada, o único que sobra é o Albert, que vai estar tão distraído te
procurando, que não vai prestar atenção em mais nada.
Sebastian continua apontando a arma para o abdômen de Flávia.
- E aí Cláudia, vai ligar agora ou vai esperar eu matar o seu sobrinho
primeiro?!
- Eu ligo. Diz Cláudia desesperada.
Klaus disca esse número aqui! Depois passa o telefone para nossa querida
amiga ali.
Klaus começa a ligar, a tensão só aumenta, Flávia tem a boca
amordaçada, Sebastian fica um pouco apreensivo, nada pode dar errado,
sabe que Alexandre está esperando o pior.
O telefone chama três vezes…
- Alô… Atende Alexandre…
Sebastian continua apontando a arma para Flávia, está com o dedo
trêmulo no gatilho…
- Pai, sou eu Cláudia… Chorando ela atende, sabe que a última vez que
ouvirá a voz do pai.
- Filha, onde você está?! Nós estamos preocupados! Tá todo mundo te
esperando!
- Me sequestraram pai, as mesmas pessoas que mataram o Clóvis, elas me
sequestraram! Eu ia pra festa da filha dele, e uns homens fecharam o
carro, mataram ele, levaram o meu carro, e eu estou aqui!
Alexandre se surpreende com a declaração de Cláudia, ele coloca a mão
no telefone e fala para Isabel, Antônio e Albert…
- Ela foi sequestrada…
Antônio e Albert ficam espantados com a revelação de Alexandre, Isabel
finge que também ficou surpresa…
- Tudo bem filha, quanto eles querem pra te liberar, seja quanto for, eu
pago!
- Eles ainda não falaram pai, mas por favor fica tranquilo, eles disseram
que vão entrar em contato com você!
Agora me escuta, eu vou ficar bem, diz pro Albert que eu vou sentir muita
falta dele… Cláudia não consegue falar, os nós em sua garganta deixam
sua voz travada, era um sacrifício, sua vida por outra. Ela tinha que fazer
isso, não suportaria ter que conviver com a morte do filho do seu irmão.
Mais difícil ainda eram as despedidas, imagine ter que se despedir das
pessoas que mais ama na vida, e não poder contar o que está
acontecendo?!
Cláudia retomou, as lágrimas deslizavam pelo seu rosto, o semblante de
dor era indescritível…
- Pai, eu te amo, Albert eu ti amo, Antônio segue a dua vida…
A ligação foi interrompida, não tinha mais nada para ser dito…
Era o fim, o fim…
- Muito bem Cláudia, fez o que deveria ser feito, estou orgulhoso de você!
Diz Sebastian, que abaixa a arma…
Do outro lado, todos ficam apreensivos…
- Chame a polícia, Cláudia foi sequestrada pelos homens que mataram o
Clóvis. Anuncia Alexandre…
- Mas pai, como assim?! Eles não pediram o resgate?! Pergunta Albert
ansioso!
- Ainda não, são bandidos profissionais. Primeiro criam a expectativa, e
depois ligam de novo.
- Mas o que o senhor vai fazer?! Pergunta Antônio.
- Já disse, vamos chamar a polícia.
O telefone toca novamente, Alexandre corre para atender…
- Alô…
Alexandre escuta, e depois desliga…
- Quem era pai? Questiona Isabel.
- Era a polícia disseram que acharam o carro da sua irmã, e também
acharam a arma que matou o Clóvis.
- São profissionais, não deixaram pistas! Nenhuma sequer. Diz Isabel.
- Vamos esperar o próximo contato…
- Eu tenho que sair! Tenho que buscar a Flávia, deixei ela com o
Benjamim, e depois de tudo que aconteceu, é melhor eu mantê-la por
perto! Diz Albert.
- Sua irmã sequestrada, o mundo desabando, e você só pensa nos
problemas alheios Albert, essa garota não nos interessa! Diz Alexandre.
- Ela pode não interessar você, mas ela me interessa e muito!
Albert sai e vai buscar Flávia na casa de Benjamim…
- Onde está o Sebastian nessa hora?!! Questiona Alexandre.
- Ele estava procurando a Cláudia papai, você deveria ter mais
consideração com ele, afinal ele estava super preocupado! Diz falsamente
Isabel.
Albert chega na casa de Benjamim, já era bem tarde, já havia passado da
hora, mas aquele dia não estava sendo fácil pra ninguém…
Ele toca a campainha, Albert está visivelmente alterado, ainda não tinha
dado tempo dele assimilar tudo o que tinha acontecido, ele só queria
pegar a Flávia e ir embora…
Benjamim estava aguardado Albert, e já tinha arranjado toda a farsa,
tinha acabado de limpar o sofá, que estava sujo de sangue de Flávia, já
que Klaus tinha espancado a brasileira bem na sua frente. Com uma frieza
de psicopata, ele abre a porta…
Albert entra…
- Tudo bem Albert?
- Não, Benjamim, nada está bem! Minha irmã foi sequestrada, nós estamos
desesperados, eu só vim aqui pra buscar a Flávia e ir embora, sabe?! Se
não fosse tão grave…
- Que coisa mais lamentável Albert, a Cláudia foi sequestrada?!
- Foi…
- Isso sempre acontece com as famílias mais ricas…
- É, eu sei… Mas onde está a Flávia?!
- É isso que eu queria te contar.
- O que? Aconteceu alguma coisa com ela?
- Sim.
- Onde ela está?
- Ela não está aqui Albert!
- Como assim ela não está aqui?! Se altera Albert.
- Ela quis ir embora.
- Por que?!
- Depois que eu descobri a farsa dela, ela achou melhor ir embora!
- Que farsa?! Do que você está falando?!!!
- Ela mentiu pra você Albert, eu estranhei, a história dela estava cheia de
furos, você sabe que eu estudo com tráfico de mulheres estrangeiras! E
ela, ela não me contou detalhes importantes sobre como uma mulher era
trafica, o cativeiro também, você mesmo viu que não tinha nenhum lugar,
não havia nenhuma garota sequer para confirmar a história dela, a polícia
não achou um vestígio! Tudo isso fez eu juntar as peças do quebra-cabeça,
ela era só mais uma prostituta querendo se dar bem com um homem rico.
- Do que você está falando Benjamim?! Pergunta Albert furioso pegando
na camisa de Benjamim, e quase batendo nele.
- Se acalme Albert, seu sei que você gostava muito dela, mas acredite em
mim, ela era só uma golpista.
- Ela não era golpista, ela estava falando a verdade, me disse que foi
obrigada a estar aqui! Então não me venha com isso!
- Você é um homem inteligente Albert, ela tentou te envolver nessa história
desde começo. Primeiro te encontrou na despedida de solteiro, depois veio
com aquela conversa de ser virgem, e me responda agora, você se deu
conta que ela era virgem?
- Não, mas talvez eu…
- Não Albert, ela não era virgem coisa nenhuma, ela apenas estava
começando a te manipular! Ela mesmo me contou!
- Te contou o que?
- Me contou que percebeu que você era diferente dos outros clientes dela,
primeiro viu que você era um homem muito rico e influente, ela e o cafetão
dela planejaram tudo, ela mesmo teria pedido para ele dizer que ela não
estava disponível para você, assim manteria o interesse da sua parte,
depois as transas, todas sem camisinha, ou eu estou errado?
- Não, nós não usamos camisinha.
- Exatamente por isso! Depois ela sabia que tinha que te comover com
algo realmente grande, e inventou que tinha sido traficada, porque assim
você ficaria do seu lado, e daria todo o apoio necessário. Eu confesso que
telefonei para alguns contatos e ninguém conhecia os nomes que ela tinha
dado, eram falsos.
- Por que ela faria isso?
- Dinheiro Albert, dinheiro, queria que você ficasse com ela, ela mesmo me
confessou…
- Ela disse tudo isso pra você?
- Sim. Me confessou tudo, depois que eu a desmenti! Inclusive quis fazer
um programa comigo, obviamente eu não aceitei!
- O que?
- Sim, ela disse que se eu quisesse nós poderíamos dormir juntos!
- Isso é mentira!
- Não é Albert!
- Eu não acredito em você Benjamim!
- Em quem você prefere acreditar Albert, em um amigo da vida toda ou
uma garota que você mal conhece? Mas eu sabia que você custaria pra
acreditar, ela disse que ligaria daqui a pouco para aclarar as coisas, e eu
acho que você deve esperar, para ouvir da própria boca dela…
Do outro lado…
Cláudia fica perplexa, tiram a mordaça de Flávia, e em seguida Klaus
começa a falar com a brasileira…
- Presta bem atenção, seja grata com o gesto da sua amiga ali, e comece a
falar agora, vou te dar a chance de falar com o seu CEO, você vai dizer a
ele que tudo o que você disse era mentira, e que só estava tentando sair da
vida, e que o usou por causa disso, se você não for convincente, eu dou um
tiro na cabeça da irmã dele…
Flávia olha pra Cláudia, e percebe que vai ter fazer aquilo, pois ela tinha
acabado de salvar a vida do seu filho, mesmo sem nunca antes ter
conhecido ela.
Klaus liga pra a casa de Benjamim…
O telefone toca, Albert fica apreensivo, Benjamim vai atender o telefone…
Klaus aponta uma pistola para a cabeça de Cláudia…
- Albert, é ela…
Albert se levanta e vai direto ao telefone. Angustiado ele diz…
- Flávia, onde você está, eles te pegaram de volta, te bateram, fizeram
alguma coisa com você?!! Me diz por favor!
- Não existe ninguém Albert, ninguém, foi tudo uma mentira.
- Por que Flávia, por que?!
- Eu tive uma vida tão difícil, mais tão difícil, eu só queria dinheiro, e você
tinha tanto Albert, queria engravidar, mas eu não consegui! Aí eu pensei,
ele não vai querer ficar comigo! A não ser, a não ser que ele tenha pena de
mim. Aí ele vai querer ficar comigo, mas eu percebi que isso não era legal,
sabe, mentir só pra conseguir ficar com um homem rico, e eu sempre menti
pra você, desde o princípio! Eu vi que você era um homem com um
coração de ouro, e me aproveitei disso!
- Não Flávia, eu não consigo acreditar…
- Eu sei que é difícil, mas é verdade, você era tão rico…
- Você então gostava do meu dinheiro! Mas antes de tudo, me responda
uma coisa, você algum dia chegou a gostar de mim?
Flávia fecha os olhos, a garganta fecha, a voz não sai, e ela diz bem
baixinho…
- Não, eu nunca gostei de você, você é muito inocente, pra não dizer bobo.
- Mas eu sim te amo…
- Você não deveria ter sentimentos tão nobres por pessoas que só desejam
o seu dinheiro..
A ligação é finalizada...
Capítulo dez
Vendida…
Na salinha…
- Tem algum jeito de escapar daqui? Pergunta Cláudia para Flávia.
- Não, não tem.
- Então você era a garota por quem meu irmão estava apaixonado?!
- Eu acho que nesse momento ele deve estar me odiando.
- Calma Flávia, vamos dar um jeito de sair daqui!
- Você sabe o que está te aguardado Cláudia, você sabe o que é isso aqui?
- Não.
- É uma rede internacional de tráfico humano, e eles tiram o melhor de
você, te usam, te exploram, depois te jogam fora, como se você não tivesse
nenhum valor.
- Nós podemos fugir.
- Eu tentei fugir, e olha o que aconteceu comigo, descobrir hoje que eu
estou grávida, e não tenho nenhuma esperança, sei que não vou poder
ficar com o meu bebê.
- O que eles vão fazer com você?
- Eles vão me levar até um veterinário, e ele vai fazer um aborto em mim.
Uma garota como eu, não posso me dar ao luxo de ter um bebê nesse lugar.
Imagina se fosse uma menina então? Iriam esperar ela crescer para ter o
mesmo destino da mãe.
- Isso não vai acontecer Flávia, me escuta, tudo vai dar certo, nós vamos
sair daqui, e também vamos contar a verdade pra todo mundo, eles vão me
procurar.
- Mas quanto tempo será que eles vão continuar te procurando. Eu aprendi
na vida, que não há um sentimento eterno, as pessoas sempre te esquecem,
de uma maneira ou de outra, o tempo passa e vai apagando tudo, qualquer
amor, qualquer lembrança, qualquer vestígio de algo que algum dia foi
muito bom. As pessoas vão substituindo umas pelas outras, e assim o
tempo passa…
- Não Flávia, você vai nós vamos sair daqui.
- Eu também já tive esperança, mas ela morreu hoje.
- Flávia olha pra mim. Nós não vamos morrer aqui!
- Morrer, viver, qual é mesmo a diferença?
Por mais que Cláudia se mostrasse esperançosa, Flávia já tinha se se
entregado, estava rendida e sem forças, perdeu o brilho da rebeldia,
perdeu a pouca fé que ainda tinha dentro dela. Era o amor que alimentava
Flávia, era o amor que fazia ela se levantar cada dia, e agora? Em um
piscar de olhos, ela tinha todas as chances do mundo, e agora estava em
um beco sem saída, era o mundo, girava como um oito, pra cima e pra
baixo, de baixo pra cima.
Klaus chegou até a salinha, e chamou Ivan.
- Leve a brasileira até o meu quarto.
Flávia já nem fazia mais questão de se debater, com hematomas por todo
corpo, Ivan a levou até o quarto.
Antes de sair, Klaus olhou pra Cláudia e disse:
- Bem-vinda ao time.
Cláudia não entendeu muito bem o que ele quis dizer com aquilo.
Depois disso Klaus deu outra ordem.
- Leve essa aqui pro quarto das virgens.
- Sim senhor.
Era um corredor interminável, parecia um esconderijo perfeito, ninguém
iria procurar em um hotel de beira de estrada. Homens para todos os
lados, faziam a segurança, e garantiam que ninguém estrava e ninguém
saia.
Carregada por Ivan, Flávia finalmente chegou ao quarto de Klaus, era
escuro, sinistro, não se podia ouvir nada.
Ela se sentou em cima da cama, suas costas doíam muito, seus joelhos
estavam arrebentados, e suas mãos raladas.
Sua roupa estava ensanguentava, e ao fundo poderia se ouvir uma canção
no rádio, era uma canção dos anos 60, dizia que o amor vinha rápido e
demora pra ir embora, não adiantava, os anos passavam e o esquecimento
não vinha, um grande amor é assim, o tempo o alimenta e a espera o faz
mais forte.
Era uma canção tão romântica, que chegou como uma flecha no coração
de Flávia, ela chorava lágrima por lágrima, passava a mão pela sua
barriga…
“O amor é assim, chega rápido, tão rápido,
mas demora, como demora, pra ir embora.
Os anos passam, e eu te amo mais.
Achei que algum dia iria te esquecer,
mas não adianta, não adianta.
Quando se ama alguém, como eu amo você.
O tempo é alimento, e a espera o fortalece.
Quem dera, que eu pudesse te encontrar de novo.
Só pra dizer que nunca gostei de alguém, como eu gostei de você;
Por que? Por que? Por que você me abandonou daquele jeito?
Eu não sei…
Eu não sei…
O amor é assim, chega rápido, como uma flecha
Mas você já viu, como é doloroso tirar uma flecha de um coração?
Você levou meu coração, no dia em que você foi embora…
Desde aquele dia, não respiro, não acordo, não vivo mais.
Por isso volte, volte… Traga de volta o que você levou contigo.
O amor demora, quem dera eu pudesse te dizer...”
A canção rolava, e Flávia a ouviu, porém de repente a porta rangeu, e era
ele, caminhava devagar, seus passos eram assustadores, Flávia ia se
encolhendo, e ele ia ficando cada vez mais gigante.
Ele desligou o rádio, e disse:
- Odeio essa rádio, só toca essas porcarias românticas, pra tolas no
mundo inteiro, tolas como você.
Flávia não responde nada.
- Você tinha tanto potencial! Quando eu bati o olho em você, sabia que
seria uma das melhores garotas daqui. Mas assim é a vida, quanto mais se
espera, mais se decepciona.
Por isso eu fiquei com tanta raiva, sabe por que? Porque você era a garota
dos meus olhos, minha brasileirinha. Eu paguei caro por você, esperei, te
reguardei, não injetei nenhuma porcaria no seu corpo, e nem te explorei,
mas tudo isso vai mudar a parti de agora. Não vou mais ser tão bom, isso
não funciona.
Você vai me pagar cada centavo que eu investi em você, cada moeda, vai
me devolver cada grão que você comeu até hoje.
Mas olha só pra ela! Parece que não está ligando pra nada que eu digo,
ela é superior?! Grita Klaus! Ela se acha superior, só porque está grávida
de um CEO filho da puta, que não quer saber mais dela!
Klaus bebe um drink, e solta suas gargalhadas, Flávia fecha os ouvidos.
- Você não que ouvir?! Mas foi você quem procurou por tudo isso! Iludida!
Iludida! Você não se enxerga? Você não sabe o seu lugar? Veio daquela
favela, e achou que a vida iria te colocar no topo do mundo?! Olha pra
você!!! Uma pobre coitada, o que você iria ser no Brasil? Nada. Eu te dei
a chance de conhecer, ter clientes de luxo, e olha como você me paga?! Me
apunhalando pelas costas.
Mas tudo tem um preço, o que vai sempre volta, e o mundo não é como nos
filmes, que os vilões são punidos no final, e os mocinhos são felizes para
sempre, o mundo real não é assim Flávia! No mundo real, existe um vilão a
cada esquina, disposto a foder com a sua vida!!! Esse é o mundo real.
O que eu faço com você, e com esse seu maldito bebê?!
O que eu faço.
Na hora que Klaus falou no bebê de Flávia, ela levantou a cabeça e
demostrou interesse, com os seus olhos tristes.
- Ah, ela se importa com o bebê dela! Que bonito, só depende de você o
que eu vou fazer com essa criança aí!
- Eu quero que ele viva!
- Fala mais alto que eu não estou te escutando!
- Eu quero que ele viva!
- Isso só vai depender de você!
- O que eu tenho que fazer?!
- Bom, a partir de agora, você vai se tratada como uma puta, vai trabalhar
bastante, e será um exemplo, quem sabe eu não seja benevolente?!
- O que você quer?!
- Bom, eu poderia chamar o meu amigo veterinário, sabe quantas vezes ele
fez isso pra mim?! Nossa, foram tantas vezes que eu até já perdi a conta!
- Eu não quero abortar.
- Você não tem querer aqui. Você vai fazer o que quiser que você faça!
- Eu só quero que o meu bebê sobreviva!
- É né, uma criança que foi feita com tanto amor, não merece terminar
assim, não é verdade! Mas eu ainda vou pensar no seu caso, bom por
agora te confesso que não posso te matar, seria um tiro no pé, só mato uma
garota minha quando o caso é irreversível, o que não é o seu caso. Quanto
ao bebê, ainda estou pensando.
- Por favor não me obrigue abortar, é a única coisa que eu te peço!
- Não adianta pedir! Eu vou fazer o que eu quero! Mas tem algo que pode
amolecer meu coração!
- O que?
- Sabia, eu trabalho tanto, estou tão estressado, e você está aqui, tão
bonita, sabia, que assim machucada, destruída, você parece ser ainda mais
bonita? Na verdade eu sempre gostei da sua beleza ocultada, a primeira
vista é imperceptível, mas quando se olha mais de outra maneira, percebe-
se que tem algo especial em você!
Deve ser a sua nacionalidade, as brasileiras são especiais, todo homem
sabe disso, por isso que vocês são as mais caras, porque valem a pena.
- O que você quer?!
- Essa foi a pergunta mais inteligente que você fez hoje.
Klaus se aproxima de Flávia…
- Você foi a última virgem da minha leva, sabia?! Não tem mais virgens por
aí, bem que você é praticamente virgem ainda, só se dentou com um
homem, e poucas vezes…
Está quase intacta, o CEO teve muita sorte de te pegar assim, virgem,
pura… Isso é raríssimo.
Klaus passa a mão nos cabelos de Flávia…
- Minha última virgem, contou tudo pro CEO ricaço, as mulheres sempre
se deslumbram com dinheiro e poder.
- O que você quer?!
- Fica de quatro…
Flávia não se moveu.
- Fica de quatro agora!
Flávia vai para cima da cama.
- Eu não quero fazer isso!
- Desculpa amor, você não tem opção! Talvez eu não seja tão romântico
quanto o seu CEO.
- Eu não quero!
- O que foi? Verdade, você só fez com aquele idiota, mas não se preocupe,
agora você vai conhecer um homem de verdade, e com deve-se tratar uma
mulher!
- Por favor, não!
- Não adianta pedir!
- Eu não quero, eu tô grávida!
- Isso não é problema meu!
- Tira a roupa agora, ou amanhã o veterinário vai vir cuidar de você
pessoalmente!
- Não, não!!!
- Fica de quatro, agachada… Tira a calcinha agora.
Flávia pensou, não podia deixar Klaus se livrar do seu bebê, então ela fez
o que tinha que ser feito, ela lutou pela vida só seu filho.
Flávia ficou de quatro, Klaus segurou seus cabelos.
- Agora você vai ver como um homem de verdade pega uma mulher…
Puxando os cabelos de Flávia, Klaus começou a estuprá-la em cima
daquela cama, o corpo da brasileira estava todo dolorido, mas isso já nem
importava, a tristeza nos olhos dela demostravam seu sofrimento.
Klaus era cada vez mais agressivo, batia nela, xingava, humilhava, aí
estava o seu prazer, ele repetia…
- Está gostoso ou o CEO fazia melhor?! Hem, me responde…
Flávia não conseguia dizer nada, só queria que aquilo acabasse logo…
Violência e estupro do seu corpo…
Ela só estava tentando proteger alguém ainda nem tinha nascido…
O estupro, é a maior violência contra um corpo…
O amor, é a maior força da natureza...
Capítulo onze
O Casamento de Isabel e Sebastian
Alguns dias se passaram, na mansão dos ‘Hans’ agentes entravam e saiam,
esperavam a ligação dos ‘sequestradores’, que nunca mais iriam manter
algum tipo de contato.
Os policiais chegaram a avisar a família, que em casos de sequestros de
filhos ricos, a probabilidade da vítima desaparecer ou morre são muito
grandes. Porém isso não tirava a fé de Alexandre, ele queria encontrar sua
filha de qualquer maneira, gastaria o quanto fosse preciso. Antônio não
estava nem conseguindo dar suas aulas, foi acompanhar o desenrolar do
sequestro, porém Alexandre o olhava de uma maneira tão estranha, que ele
preferiu não voltar mais, mas sempre mantinha contato com Albert, que
sempre tentava dar as informações mais recentes.
Albert vai à casa de Antônio…
- Oi, tudo indo? Perguntou Albert.
- Não, não consigo comer, dormir nem trabalhar.
- Mas as notícias não são animadoras.
- Alguma pista.
- Nada, desapareceu do mapa, nem os agentes estão com esperança,
disseram que já era pra eles terem ligado.
- Não, mas temos que manter a esperança, por que esses caras
sequestrariam uma garota rica? Eles estão querendo alguma coisa, tem
algum interesse.
- Eu sei, eu estou confiante, acho que eles estão criando expectativa pra
pedirem mais dinheiro. Mas sei lá, para que as desgraças não vem
sozinhas.
- Por que? É a tal brasileira?
- Sim cara, ela me fez de trouxa, e eu acreditei em tudo o que ela disse! Fui
muito burro mesmo!
- Não fique assim cara, você ainda vai conhecer uma garota bacana, você
vai ver!
- Pior que eu gostava dela pra caramba, não consigo entender por que ela
fez isso comigo!
- As pessoas sempre tentam se aproveitar. Ela viu que você era um cara
rico, ela só viu uma chance de mudar de vida, também não vou culpá-la
por completo, vai saber em quais condições a vida dela de desenvolveu,
talvez ela só queria uma oportunidade!
- Não acho que seja isso, ela quis me fazer de otário, se o Benjamim não
tivesse descoberto tudo, quem sabe até onde ela chegaria? Eu estava
disposto a tudo Antônio, eu queria me casar com ela, você sabe o que é
isso?! Eu nunca quis me casar com ninguém, mas sei lá, ela parecia tão
diferente!
- Assim são as decepções, em um momento você acha que a pessoa é a
certa, e depois descobrir que a tal pessoa não existe, era apenas uma
idealização da sua mente!
- É, talvez você esteja certo, acho que eu idealizei demais. O erro foi meu,
me entregue muito rápido, deveria ter ido mais devagar!
- E a paixão lá espera alguma coisa? Quando você vê, já está
completamente dominado por ela. E assim são as melhores coisas da vida,
as que acontecem rápido, e que demoram para ir embora. Reserve algum
tempo pra esquecer essa mulher aí, dá pra perceber que você está bem
apaixonado por ela.
- Se eu conseguir esquecer ela! Ainda tem essa!
- O tempo cura tudo, o tempo faz os sentimentos ficarem mais fracos.
- E seu eu disse pra você esquecer a Cláudia?! Você responderia da mesma
forma.
- Não.
- E por que não?
- Porque a Cláudia vai voltar em breve, e nesse caso, o tempo só iria fazer
eu gostar mais dela.
- Pois a minha conclusão é quase a mesma! Tudo o que não é vivido, não
morre dentro da gente, o tempo só iria potencializar isso!
- Acho melhor nós pararmos com isso! Vamos focar no sequestro, e vamos
fazer o possível para trazer a Cláudia de volta.
- Isso, enquanto isso eu esqueço aquela mulher, que só me fez mal.
- Isso cara, esquece o que não te faz bem.
- Eu vou esquecer, eu vou esquecer!
Na casa de Antônio…
“O lobo sabe que sua pele afasta as pessoas, por isso roubou o
pobre cordeiro, e anda por aí com sua pele, cara de santo com
um coração cheio de maldade.”
“Olha aqui
Preste atenção
Essa é a nossa canção
Vou cantá-la seja aonde for
Para nunca esquecer
O nosso amor.
Alexandre até tentou, mas Isabel não seguiu suas instruções, e fez uma
festa para 500 convidados, algo nada aconselhável para uma família que
estava passando por um drama de um sequestro.
Semanas passaram, e A família Hans não tinha recebido mais nenhum
telefonema dos sequestradores, a polícia disse que estava desconfiada que
Cláudia poderia ter sido vendida, ou no pior das hipóteses, poderia ter
morrido nas mãos dos tais bandidos.
Mas Alexandre não iria desistir assim, queria encontrar Cláudia com vida
de qualquer maneira, mas não havia rastro, nenhuma pista sequer que
pudesse mostrar o paradeiro da herdeira dos Hans.
Era como procurar uma agulha em um palheiro.
A festa começava, os convidados já estavam em seus devidos lugares, tudo
parecia muito luxuoso, Sebastian já estava no altar, ao lado de Albert.
E chegou a hora de Isabel entrar, seu vestido era deslumbrante, um
modelo original feito sob encomenda em Paris, o custo era exorbitante,
equivalia quase ao custo final da festa, também era cravejado em pedras
preciosas.
Ela passou bem devagar pelo tapete vermelho, seu maior orgulho, seu pai
a segurou pelo braço e a conduzia, não existia mais o fantasma de Cláudia
para roubar a atenção de Isabel, apenas ela brilhava, era novamente a
filhinha do papai, nem desconfiava que ela e um futuro marido eram
cúmplices no desaparecimento de sua própria irmã, e o pior, sabiam do
tráfico de mulheres, e venderam Cláudia, assim como na Bíblia, quando
José foi vendido pelos próprios irmãos, Isabel não sentiu o menor remorso
quando soube que seu noivo tinha vendido Cláudia para pagar dívidas
com o cafetão.
Era algo repulsivo, a inveja e o ódio destroem elos fraternos, amizades
falsas, amores fingidos, a aparência realmente engana, e os segredos que
estavam sendo guardados por Isabel e Sebastian, teriam consequências
irreparáveis.
Quanta glória Isabel ostentava naquele momento, com certeza era o
momento de maior satisfação de sua vida.
Seu pai a conduzia, rumo ao pior homem do mundo, mas ela não se
preocupava com isso, ela não o amava, ele não a amava, era apenas
interesses e conveniências, algo que era o bastante para os dois.
Quanto tempo aquele castelo de mentiras permaneceria de pé?
Quanto tempo os segredos seriam mantidos naquela família?
Por quanto tempo aquela Família ficaria presa as aparências?
Por quanto tempo seriam mantidos enganados?
E os destinos dessas pessoas?
E os inocentes?
E os culpados?
Quais seriam seus desfechos?
Ou nada iria ser descoberto, e a verdade nunca viria a tona?
“A mentira é um doce veneno que é tomado em doses extrapoladas, e a
verdade é a coisa mais difícil de se tragar, quando por muito tempo o que
se imperou foi uma ilusão.”
A mentira ilude corações que não enxergam a beleza da verdade...
Isabel finalmente se casou com Sebastian, sob os olhares de aprovação de
seu irmão e de seu pai, era realmente um absurdo, até que ponto alguém
pode ser enganado dessa forma?
Enganar, iludir e omitir, três artes dominadas por Isabel e Sebastian, os
dois realmente nasceram um para o outro.
Sumário:
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Brasil – Rio de Janeiro
Mais um dia na minha vida, quando eu penso que as coisas vão melhorar,
infelizmente elas pioram ainda mais, meu pai está de cama, e eu temo que ele
não aguente esse segundo infarto, com todas as minhas forças suplico pra que
ela possa se recuperar, eu não sei o que vai ser da minha vida se ele morrer,
não tenho com quem conversa, pelo menos não confio completamente em
alguém para contar a exaustão dos meus problemas…
Sei que ainda muita coisa acontecerá, mas o meu maior medo é não ter
forças para poder superá-las…
3 dias depois…
Querido diário, Kate já demostra complicações em sua doença, a cada dia
suas crises respiratórias se tornam mais frequentes, o dinheiro já não está
dando para comprar remédios, ontem mesmo levei ela em um posto de
saúde, e não havia um médico, esse é o problema de ser pobre em um país
como o Brasil, você sofre e parece que ninguém liga…
Meu pai não dá sinais de melhora, já tranquei a faculdade para cuidar dele, e
quero que Kate conclua logo o ensino médio, ela vai estudar, ela vai ser
alguém, vou me sacrificar para que ela triunfe, ela merece, minha irmã não
vai se abater, ela não pode perder para essa maldita doença, as vezes me
pergunto, por que Deus permitiu que minha irmã ficasse doente, e o meu pai
em uma cama? Não tenho respontas, uma vez no hospital, uma enfermeira via
o meu sacrifício, colocou a mão sobre o meu ombro, e me disse:
- Nada acontece por acaso, as vezes o destino nos leva para longe…
Ninguém sabe o que a vida reserva para cada um… -
Agradeci seu cometário, afinal de contas ela queria me consolar, mas
confesso que não entendi o que ela quis dizer com isso.
- Pai, eu já disse que com o dinheiro que eu tenho a gente consegue se virar
por mais algum tempo!
Exclama Maite, que queria controlar a situação…
Lionel estava de cama, e queria ser útil em alguma coisa…
- Filha, você já fez demais por mim! Quero dizer, por nós!
Está na hora da vida te sorrir!
- A vida não sorri pra quem é pobre, pai! Vai, descansa e tira essa ideia da
cabeça!
- Eu sou teimoso, minha filha! Quando coloco uma coisa na cabeça, ninguém
tira! E você Maite, sabe muito bem disso!
- Não sei pai, será?!
- Eu ligo pra ele, pergunto se tem um emprego, se não tiver, tudo bem, é vida
que segue, mas se ele dar esse emprego pra você minha filha, imagina?! É
uma chance de ouro, você não pode deixar escapar! Quando se é pobre
Maite, a oportunidade passa uma vez só pela sua porta, e você tem que
agarrá-la, com todas as forças!
- Não sei pai!
- Confia no seu velho! E você sabe que eu sou um inútil, não consigo nem
ajudar a sua irmã!
- Não diga isso pai, não é verdade!
- É verdade sim! Você precisa de uma chance, e eu vou ligar para o Carlos,
ele foi meu amigo, vai me ajudar!
- Tudo bem pai, você é muito teimoso!
- Pega o telefone Maite!
Maite pega o telefone que estava encima da escrivaninha…
Lionel começa a discar, o telefone chama, e Carlos atende:
- Alô, poderia falar com Carlos Vilar?!
- É ele quem fala!
- Carlos! Aqui é Lionel, Lionel Boyer, lembra de mim?!
- Lionel! Meu Deus! Quanto tempo?! Como vai?!
- Doente meu velho amigo, doente! Por isso preciso de um grande favor seu!
- Pois então peça agora mesmo, não vou negar um favor para um amigo
doente!
- Tenho duas filhas, e por causa da minha condição, infelizmente não posso
mais trabalhar, minhas duas filhas batalham para me sustentar, mas aqui no
Brasil, você sabe! Não tem oportunidade para os pobres! Mas na América é
diferente, aí é a terra das oportunidades! Tenho certeza que se Maite e Kate
chegarem até aí, vão poder ter uma vida melhor! E isso meu caro, só
depende de você! Sei que tem negócios aí, dois empregos para minhas filhas,
e pronto, tudo estará resolvido!
- Você sabe Lionel, as coisas não são assim tão fáceis! Para entrar nos
Estados Unidos você precisa de visto, a passagem de avião é cara também!
- Você adianta Carlos, e nem que as minhas filhas trabalhem o dobro, elas
vão te pagar centavo por centavo!
- Vou ver o que posso fazer por você Lionel! Faça o seguinte, mande duas
fotos das suas duas filhas, e veremos!
- Duas fotos?! E pra quê?!
- Para ir adiantando os trâmites Lionel! Você não está desconfiando de mim,
não é mesmo velho amigo?!
- De nenhuma maneira! Vou pedir para minha filha providenciar isso
imediatamente!
- Ótimo, quando as fotos chegarem, eu vou ligar novamente com uma
resposta definitiva!
- Tudo bem Carlos! Eu sabia que você honraria nossos velhos tempos!
- Não me agradeça Lionel, ajudar um amigo, é uma obrigação!
Lionel desligou o telefone, e disse para Maite mandar suas fotos para o
senhor Carlos Vilar, ela o fez imediatamente…
Depois do trabalho, Maite o mandaria, ela era camareira, e tinha que voltar
para o Hotel de Luxo, precisava limpar uma suíte, era sua hora extra da
semana…
Capítulo 1
O suicídio e o diário perdido…
Maite chega para limpar a suíte, que ela pensava estar desocupada, porém
prontamente ela percebeu que havia alguém ali…
E estava no banheiro…
Maite foi até lá, sentia que alguma coisa estava errada, e bateu três vezes:
- Serviço de quarto. Pediram uma limpeza nesse quarto…
Ao ponto que uma mulher loira, com o batom todo borrado e com um copo
de vodca em sua mão direita sai daquele banheiro…
- Eu pedi sim por uma limpeza completa!
Imediatamente Maite percebeu que a mulher, que parecia estar perturbada,
não era brasileira, já que falava português com dificuldade e com um forte
sotaque…
- Sim senhora, eu vou começar a limpeza imediatamente…
- Está bem, enquanto isso eu vou beber mais, eu preciso beber, eu preciso
esquecer!
Maite viu que aquela mulher estava um pouco confusa, e falava coisas que
não tinham nexo…
A camareira então tentou puxar assunto:
- De onde a senhorita é?!
- Sou americana!
- E quem te ensinou a falar português?!
- Meu noivo, ele é brasileiro.
- Então a senhora mora aqui?!
- Não, vivemos em Nova York, ele não gosta muito do Brasil, e eu adoro
esse país! Mas o que posso fazer?!
Estamos aqui porque ele é um grande CEO, e veio em uma conferência aqui
no Rio, mas já voltaremos pra casa!
Se eu aguentar!
- E qual é o seu nome?!
- Laura, e o seu?!
- Maite!
- Sabe Maite, eu estou bebendo nesse quanto faz tempo, penso, penso, minha
cabeça dá voltas, eu penso em fazer uma coisa, mas não sei se vou ter
coragem!
- O que quer fazer senhora?!
- Quero morrer! É isso! Quero morrer, a culpa que eu sinto, não me deixa
dormir a noite!
- Morrer, mas você é tão jovem, tem a vida toda pela frente! Além disso, é
rica, me desculpa mas não sei como uma pessoa como você quer largar essa
vida tão boa!
- Eu sei, a capa engana, as aparências não demostram o que tem abaixo da
superfície! Eu entendo, pareço fútil demais, mas não sou! E o dinheiro, ele
não compra a paz! Eu sinto remorso, e nenhuma moeda de troca desse
mundo, será capaz de aliviar a minha angustia!
- E porque está assim?! Não quero parecer intrometida, mas porque está se
mortificando desse jeito?!
- Eu fiz uma coisa, que não deveria ter feito! Brinquei com o destino, me
deixei levar, e hoje não consigo dormir em paz!
- Não deve ser algo tao grave assim!
- Sim, é grave! A única coisa que consegue aliviar um pouco os meus
sofrimentos é o meu diário.
- Você tem um diário?! Que coincidência, eu também tenho um!
- E o que você escreve nele?!
- Coisas!
- Entendi, ninguém gosta de falar o que escreve no diário! Porque senão,
qual seria o sentido em ter um diário?!
- Justamente!
- No meu diário, eu conto sobre coisas que aconteceram na minha vida,
episódios que me deixaram destruída, pessoas que me fizeram muito mal.
- Vejo que você não está muito bem, porque não vai tomar um banho e tentar
descansar?!
- Não posso, não consigo dormir! Se pudesse, ficaria sobre a cama o dia
inteiro, para esquecer, esquecer os meus problemas, esquecer a minha vida!
- Não fique assim, você ama o seu noivo?!
- Sim.
- Pois então, em breve você irão se casar!
- Eu sei, mas há coisas no caminho! Tem uma pedra bem no meio do meu
caminho, que não me deixa seguir, não me deixa viver!
Um dia, alguém vai entender o que eu vou fazer…
- E o que a senhorita está pensando em fazer?!
- Tirar essa culpa que carrego sobre os meus ombros, ela é tão pesada, que
parece que carrego o mundo inteiro!
- A vida é dura, porém em algum sentido, ela tem que valer a pena! Se não
achar um motivo para viver, encontrará 99 para morrer!
Eu tenho que fazer a limpeza, preciso do dinheiro dessa hora extra, e também
daqui a pouco passará a chefe das camareiras, para ver se realmente eu
limpei esse quarto…
- Tudo bem…
Maite se distraí limpando o quanto, e não percebe quando Laura pega sua
bolsa e leva para dentro do banheiro…
Lá, a americana pega seu diário, e o coloca dentro da bolsa da camareira
Maite…
Depois, Laura coloca a bolsa de Maite no lugar, para que ela não se desse
conta…
Depois de limpar o quarto todo, Maite se despediu de Laura, e foi embora…
Desesperada, Laura toma uma decisão precipitada, vai até a sacada do hotel
e se joga…
A americana morreu na hora, e o suicídio chocou a todos…
Seu corpo, ficou completamente desfigurado…
Capítulo 2
A repercussão do suicídio
Maite ajudava o pai, quando ouviu isso na Televisão, ela achou que poderia
ser Laura, mas depois duvidou dessa possibilidade, já que achava que a
americana não iria chegar nesse ponto.
Depois disso, Maite foi até o seu quarto e sem esperar nada, abriu sua bolsa,
e lá viu um diário, na cama dizia ‘O diário de Laura’. - O que isso estava
fazendo aqui? - Se perguntou imediatamente Maite.
Um enorme curiosidade tomou conta da camareira, que abriu o diário, ela
leu apenas a primeira página…
“ Era uma linda manhã, a brisa soprava a meu favor, parecia que por mais
que eu tentasse, jamais perderia, eu tenho medo de perder, tenho medo de
não controlar as coisas, um poetiza diz que a derrota sempre vem, e por mais
que ainda não tenha topado com ela, sei que um dia vou perder, vou perder.
Alessandro jamais vai me perdoar, sei disso, seu desprezo é a minha maior
derrota, sem ele, não sei o que faria, ele não entende tudo o que aconteceu,
ele não sabe o perigo que está correndo, e está perto…
O amor está longe, está longe de nós, eu o amor, e sei que ele me ama, porém
há uma barreira entre nós, não sei dizer o que é, mas talvez nosso amor seja
frio, talvez o amor tenha que ser algo que mexa com as nossas estruturas, que
nos abale por completo, que nos deixe sem saída, que nos faça sofrer, que
nos faça infelizes, que doa na carne, que alimente a nossa alma sedenta.
Ele nunca vai perdoar pelo que fiz, nunca irá me perdoar, e eu sei disso, amo
Alessandro, amo… Mas pouco são nobres o suficiente para saber perdoar
uma fraqueza…
O ser amado cuida, não julga, porém apenas quando o amor vale a pena…
Mas a alma, a alma está na lama, a alma é pequena…
Esse segredo, me devora, não sei o que irá acontecer quando Alessandro
descobrir a verdade…”
Maite fechou o diário e falou consigo mesma: “Não Devo ler as confissões
alheias, não tenho esse direito, tenho que devolver esse diário.”
Suíte 885…
Um homem chora sob a cama de Laura:
- Por que Laura, Por que?! Diz ele deixando as lágrimas escorrerem pelo seu
lindo rosto, o desespero e o mistério consome a alma daquele homem…
- Suicídio, eu não consigo entender! Ela parecia estar bem!
O delegado que acompanha o caso, tenta consolar Alessandro…
- Senhor Alessandro, ainda não sabemos se realmente foi suicídio, os
indícios levam a crer que sim, porém ainda não sabemos.
- E o corpo, onde está o corpo?!
- Já foi retirado da calçada. O senhor terá que reconhecer o corpo!
- Como assim reconhecer?!
- É um protocolo da corporação, infelizmente o rosto, parte do troco e
pernas sofreram bastantes alterações com o impacto do choque, ela está
desfigurada!
Cada palavra que o delegado diz, fere o CEO, que não percebeu que Laura
estava tão desesperada assim, para chegar ao ponto de tirar a própria vida…
- Eu não vou ver a Laura desse jeito! Não quero ver seu corpo destruído
assim!
- E há algum outro parente próximo que possa reconhecer o corpo da sua
noiva?!
- Sim, outra pessoa irá reconhecer o corpo, vou providenciar tudo. Só não
entendo o por quê?! Não entendo por que Laura se jogou dessa altura, não
sei!
- A perícia nos dará mais respostas senhor Alessandro.
Algumas horas depois…
Casa Maite
Lionel começa a passar mal, Maite e Kate levam ele até um hospital público,
e ele é atendido, as duas irmãs aguardam notícias do pai…
Do outro lado da ala, desponta o médico que estava fazendo a cirurgia em
Lionel…
- E então doutor?! Como está o nosso pai, Lionel?! Perguntou Kate,
esperançosa…
O médico olhou para as duas, e Maite já havia entendido, ela segurou a mão
de sua irmã mais nova, e gelou por dentro, seus ouvidos iriam escutar a
notícia mais triste da sua vida, e ela tinha que demostrar força…
- Fizemos de tudo, operamos com cautela a orta, porém infelizmente o pai de
vocês não aguentou e veio a óbito!
Kate desabou, as lágrimas corriam desenfreadamente pelo seu rosto, Maite
se conteve, desmoronava por dentro, e demostrava força por fora, abraçou a
irmã, e olhava para o nada…
Era um choque, e muito triste ver uma pessoa com quem você conviveu tanto
tempo, indo embora assim, sem dizer adeus, sem dizer um até logo…
Um dia depois…
Enterro de Lionel, apenas Maite e Kate viram o caixão descer a sepultura…
Maite tinha uma rosa branca em sua mão, deixou uma lágrima sobre ela e a
beijou, e a alocou suavemente por cima da terra que cobria o corpo de seu
pai…
- Vai em paz, eu sei que um dia nós nos veremos…
Disse ela, Kate estava mais sensível perante aquela situação:
- Pai, eu sempre vou te amar, sempre. Não vai ter um dia nessa minha vida
que eu não vou me lembrar de você! Eu nunca vou te esquecer!
E no meio daquela despedida comovente, um delegado chega perto de Maite
e pergunta:
- A senhorita é Maite Boyer?!
- Sim.
- Pois eu sou o investigador Alves, e estou aqui por causa da morte de Laura
Hall, soubemos pelas câmeras do hotel que a senhorita esteve com ele, antes
dela se jogar do oitavo andar!
- Aquela moça se jogou?! Pergunta Maite surpresa, afinal era mesmo ela, no
mesmo momento ela teve um calafrio.
- Sim, supostamente foi suicídio, porém queremos saber o que ela falou com
você antes de se matar, se disse algo relevante! Precisamos que a senhorita
contribua para a investigação!
- O senhor não vai respeitar esse nosso momento, delegado?! O nosso pai
acabou de morrer, estamos enterrando o seu corpo, o senhor vem até aqui,
porque uma pessoa importante morreu?!
- Assim é a vida, eu não inventei as regras!
Maite teme que pelo fato de Laura ter colocado o diário dentro de sua bolsa,
alguma coisa aconteça a ela, e sabe que Kate precisará da irmã mais velha,
mais do que nunca.
Ela aceita ir falar com o delegado, porém ocultará o fato do diário, assim a
camareira se sentia mais segura…
Capítulo 3
- E então?!
- Tudo bem, vou empregar você e sua irmã poderá ficar aqui com você!
Pagarei o tratamento, porém quando juntar um dinheiro, quero que deixe a
minha casa! Você me ouviu?!
Maite pula de tanta alegria…
- Não acredito! Você disse que sim?!
- Exatamente, mas quero o diário pra ontem!
- Eu sabia, eu sabia que lá no fundo, o senhor era uma boa pessoa!
- Não confunda as coisas moça, te ajudarei pois você me chantageou, e eu
faria qualquer coisa para saber o que Laura escreveu nesse maldito diário!
- Esse diário foi a minha salvação, bendita foi a hora que a sua noiva
colocou dentro da minha bolsa!
- Vamos ver se isso realmente foi uma benção ou uma maldição!
- Vou falar com a Kate, puxa! Estou tão feliz, finalmente vou conseguir
reconstruir a minha vida, finalmente vou poder começar aqui, em Nova York!
Esse lugar guarda coisas boas para a gente!
- Vou pedir para o mordomo acomodar você e sua irmã, e amanhã mesmo
quero o diário na minha mesa! Será uma simples empregada nessa casa!
- Sem problemas, eu não tenho medo de trabalhar!
- Que ótimo, espero que você cumpra com a sua parte, assim como eu estou
cumprindo com a minha!
- Eu sou uma mulher de palavra senhor Alessandro, quando dou a minha
palavra, não volto atrás!
- Assim espero, que você não se torne mais uma decepção…
- Não serei, pelo contrário, me tornarei uma agradável surpresa!
Capítulo 4
A ganância é capaz de romper qualquer laço raso que nutrimos nas nossas
vidas falsas…
Naquela mansão havia mais do que membros de família, havia mais do que
empregados, naquele lugar havia segredos, segredos que fariam aquela
estrutura inteira vir abaixo.
Não se poder negar que o mal existe no mundo, ele está em qualquer lugar,
tocando alguém exatamente agora, assustando inocentes, e fazendo vilões do
cotidiano se sentirem grandes…
Se Maite soubesse estava pisando, jamais entraria naquela Mansão, há gritos
nos corredores, há segredos por detrás das portas, onde está o culpado pelo
suicídio de Laura?! Está naquela Mansão, e é grande…
Heitor, primo de Alessandro, fala ao telefone com alguém misterioso… O
também CEO planeja além…
- Ninguém pode imaginar que isso aconteceu, jamais saberão a verdade,
jamais! O diário sumiu e o segredo morreu com a Laura, nunca saberão! Essa
herança é minha, minha por direito, e eu não vou deixar ninguém tirá-la de
mim!
Alessandro, ele não vai se intrometer no meu caminho novamente, dessa vez
eu não vou cometer erros, vou cortar os fios que tiver que cortar! Sem dó e
nem piedade!
E a avó, que tentava administrar aquela casa, senhora Lúcia Martín Ferro,
viúva de Fábio Martín Ferro, o homem que tinha criado tudo aquilo, o
primeiro dono de todo aquele patrimônio.
Outrora, havia paz naquela casa, porém nada mais poderia voltar ao normal.
Era uma batalha por aquela enorme fortuna, quem ao final conseguiria ficar
com ela?!
Mariana, que é a esposa de Heitor, atiça o marido a querer mais, e mais…
No quarto dos dois, uma estranha conversa começa a circular…
- Com quem você estava falando Heitor, está tão nervoso?!
- Com um cliente importante, tirando isso, não é nada de mais!
- Não me engane Heitor, eu te conheço! Sei que estava falando com a tal
pessoa misteriosa!
- Mariana, não comece! Não tenho tempo para suas especulações agora, e se
você quer saber de uma coisa, estou de sanco cheio, não aguento mais ter
que lidar o tempo todo com as suas provocações!
- Tudo seria diferente se você largasse essa mulher, essa mulher que não
deixa a gente em paz!
- Não me cobre fidelidade Mariana, eu não suportar mais as suas
hipocrisias! Quem é que fica se jogando pra cima do Alessandro?!
- Você sabe muito bem que isso faz parte de um jogo, eu não gosto dele de
verdade!
- Não gosta?! Por favor! A quem você acha que está enganando?! O que foi
hem?! Agora que a Laura é carta fora do baralho, acho que você vai correr
atrás dele, como sempre fez!
- Ele gosta da Laura, e acho que não vai conseguir esquecê-la, digo com toda
a certeza que Alessandro nunca mais voltará a amar uma mulher, e esse é o
nosso caminho! Vamos colocar a mão na Multinacional, vamos colocar a
mão nessa bendita herança! Vamos fazer, o que todos nessa casa fariam se
tivessem oportunidade!
- Não é assim tão fácil Mariana!
- Faça ser fácil! Só espero, que esse maldito diário da Laura, não tenha nada
comprometedor! Assim espero!
- E por que teria algo comprometedor?!
- Porque você não para de falar nesse maldito diário, parece até que está
com medo do que está escrito nele!
- Você está completamente louca Mariana, o que eu tenho a ver com esse
diário?!
- Não sei! Espero que não me surpreenda!
- Eu tenho que ir para empresa, depois conversamos!
- Claro Heitor, eu sempre fico para depois mesmo!
Heitor sai do quarto, e encontra Alessandra no corredor, e algo seria
revelado, mais um segredo que estava escondido naquela mansão…
Alessandra Martín Ferro, é a irmã mais nova de Alessandro, quase ninguém
sabe, porém ela e Heitor nutrem um tórrido romance as escondidas!
Heitor puxa Alessandra para dentro do quarto dela:
- Você não atende mais as minhas ligações, por que está me evitando?!
Pergunta Heitor, para sua prima, que também era sua amante.
- Eu quero acabar com isso Heitor! Já não suporto mais essa situação. Diz a
irmã mais nova do CEO.
- Que foi Alessandra?! Não gosta mais dos meus beijos?! Não está curtindo
mais ficar comigo?!
- Não me faça responder essa pergunta!
- Ou apareceu alguém na sua vida?!
- Se aparecesse, você seria o último a saber! Não te devo nenhum tipo de
satisfação!
- Ótimo, você realmente quer discutir agora?!
- Claro que não, eu acho que você já cumpriu sua cota de brigas conjugais
por hoje, sei que estava discutindo com a Mariana!
- Escuta Alessandra, me dê mais um tempo! Vou me separar da Mariana, e
vou assumir o nosso relacionamento!
- Não me faça rir Heitor! Faz anos que eu vivo escutando a mesma
historinha! Vou deixar a minha mulher, vamos ficar junto, eu vou conversar
com o seu irmão, e nada! Nada!
- Não posso deixá-la agora Alessandra! Mariana está fragilizada com toda
essa situação, o suicídio da Laura mexeu com a cabeça dela! Temos que
ficar unidos exatamente agora! Você sabe, que eu sou loucamente apaixonado
por você!
- Sabe de uma coisa Heitor! Eu já não tenho mais tanta certeza disso!
- Você é minha prima, e eu vou te dizer uma coisa que você jamais deve
esquecer!
-O quê?!
“Amor de primo, não acaba nunca”!
- Acaba sim, o nosso já se consumiu! E acho melhor você sair agora!
- Você não vai me dar nem um beijinho de despedida!
Alessandra se aproxima de Heitor, e diz em seu ouvido:
- Não!
Heitor puxa Alessandra, e diz:
- Você sabe que eu não aceito não como resposta!
E tasca um beijo na boca dela, daqueles de tirar o fôlego, intensamente
proibido, o relacionamento improvável de dois primos…
Alessandra interrompe o beijo, e dá um tapa na cara de Heitor, quando
percebe que pesou a mão, e tenta se redimir:
- Heitor, machucou?!
Ele e ri, e fala antes de sair:
- Pancada de amor, não dói!
Capítulo 5
O Início de um novo amor…
Os dias se passam na Mansão Martín Ferro, e a tensão fica cada vez mais
latente, Alessandro e Maite já não se entendem mais, o jogo em que eles se
colocaram fica cada vez mais perigoso…
Depois de mais um dia de trabalho, Maite vai até seu quarto para descansar,
Kate já estava lá, havia acabado de voltar de uma consulta, e sua irmã mais
velha tinha perguntas para lhe fazer…
Contudo, quando Maite girava a chave para abrir a porta de seu quarto, viu-
se abordada por um homem de voz grave, que torcia seu pulso, e a colocava
contra a parede:
- Vá embora, ninguém quer você aqui! Dizia o homem, que tentava fazer o
possível para não mostrar o rosto.
- Eu não vou embora, seu covarde! Mostra a cara, quero ver quem é você!
Dizia Maite, que não se conformava com aquela situação, sobretudo porque
achava que quem estava a ameaçando, era inclusive o senhor Alessandro.
- Quem te mandou aqui, o senhor Alessandro?! Diz logo na minha cara!
Até que o homem respondeu:
- Foi ele mesmo, e é melhor você sair daqui o mais rápido possível! Você
não é bem-vinda! Vá embora enquanto você ainda pode!
- Eu não vou, não vou até o covarde do seu Alessandro não vir até aqui me
expulsar!
O homem vai embora, o pulso de Maite fica completamente marcado, e a
empregada promete tirar satisfações!
Ela entra e fecha bem a porta, vendo a irmã alterada, Kate vai até ela, para
acalmá-la:
- O que foi Maite, você está alterada! Aconteceu alguma coisa, não é
mesmo?!
- Não se preocupe Kate, eu quero que você fique em repouso! Não aconteceu
nada!
- Mas como assim não aconteceu nada?! Você está com o pulso marcado,
está ofegante! Não esconda as coisas de mim!
- Não estou escondendo nada de você, apenas estou te preservando!
- Por quê?! Porque eu estou tão doente, que não posso nem te perguntar o que
anda acontecendo na sua vida?!
- Não é isso Kate!
- Claro que é! Acha que eu sou uma inútil! Que não valho nada! Sou apenas
um problema a mais na sua vida, não é verdade! As vezes eu fico me
perguntando: “Por que eu?!” Por que?! Todas as garotas da minha idade são
saudáveis, e eu não!
- Kate, você vai se curar, daqui a um tempo você perceberá que tudo isso vai
passar!
- E como você sabe que eu vou me curar?! Como você pode ter tanta certeza
disso?!
- Eu sei! Eu sei Kate, que você vai se curar e vai viver muito! Você vai ser
alguém! Olha só pra gente, estamos na América, aqui é a terra das
oportunidades! Você verá, vamos conseguir dar a volta por cima aqui!
- Se eu tiver tempo para ver isso!
- Não diga isso kate, não gosto quando te vejo tão triste!
- O que eu posso fazer Maite, talvez você não entenda o que é estar tão
doente, e não saber se você vai abrir os olhos amanhã…
Finaliza Kate, que depois vai para sua cama, Maite fica pensativa depois de
ouvir as palavras da irmã.
Na manhã seguinte…
Maite acorda bem cedo, passa na cozinha, pega a bandeja de café da manhã
de Alessandro, e vai até o escritório do CEO…
Ela sabia que tinha que se adiantar, caso quisesse ver o CEO em casa…
Ela bate a porta três vezes, ao que escuta:
- Pode entrar, a porta está aberta.
Em seguida Maite entra com a bandeja nas mãos, e deixa bem a frente de
Alessandro.
- Não precisa vir servir o café da manhã, de verdade! O quanto menos topar
com a minha pessoa, melhor!
- Também concordo com o senhor! Mas tinha que vir aqui, só para fazer uma
coisa!
- E eu posso saber o que você veio fazer aqui?!
Maite se aproxima do CEO, mira o suco que esta sobre a bandeja, o pega, e
sem pensar duas vezes, joga em cima da cabeça de Alessandro, que não
acredita na atitude de sua empregada:
- Você está louca?!
- Completamente!
- Sabe quanto custa esse terno?!
- Não, nunca comprei um!
- O seu salário de três anos!
- É interessante saber que um ser humano paga melhor por um pedaço de
pano, do que para um serviço feito por uma pessoa, com tanta dedicação!
- Dedicação?! Você entornou suco em cima de mim! E o pior, foi de
propósito!
- Não duvide disso! Realmente, foi de propósito!
- Você está demitida, você é muito abusada, insolente! Quero te ver fora da
minha casa!
- Não precisa me expulsar! Depois do que o senhor fez ontem, eu juro que
não fico mais um dia dentro dessa casa!
- E eu posso pelo menos saber o que eu fiz ontem?!
- Nada demais! Só mandou um homem ir me ameaçar no meu quarto ontem a
noite! O senhor é tão covarde quem nem se deu ao trabalho de ir você
mesmo!
- Você não pode sair por aí acusando as pessoas sem mais nem menos! E eu
não mandaria uma pessoa, eu mesmo mandaria você ir embora!
- Pelo amor de Deus! Eu não acredito em você!
Profundamente irritado, Alessandro levanta de sua cadeira, e vai até Maite,
chega bem perto dela e diz:
- Eu não sou nenhum covarde! E eu mesmo vou averiguar para ver quem fez
isso! Não sou de mandar homens baterem em mulheres! Esse não é o meu
perfil!
- Tenho lá minhas dúvidas, as vezes acho que o senhor é um grande imbecil!
- Como ousa falar assim comigo?!
- Abrindo a boca e deixando as palavras saírem!
- Se eu quisesse tomar o diário de você, já teria o feito!
- E como você conseguiria?! Ele está bem escondido!
- Não acredito em você! Parece que você está blefando!
- Eu não sou de mentir!
- E como vou saber?! Se eu nem te conheço!
- Eu já disse que quando eu me sentir mais segura, te entrego o diário!
- Que assim o seja! O que eu mais quero nessa vida, é esse bendito diário!
- Quem sabe você não o consiga em breve! Assim as coisas serão bem
diferentes!
- Você é uma charlatã, fica ameaçando os outros para conseguir o que quer!
- Pelo menos eu não fico mandando capangas nos quartos dos outros!!!
- Eu já disse que não fui eu!
- E eu já disse que não acredito no senhor!
De repente os dois foram interrompidos por Lúcia, a avó de Alessandro:
- Atrapalho alguma coisa?! Pergunta a matriarca da família…
- De jeito nenhum, minha cara avó!
- Meu neto, que trajes são esses?! Seu terno está todo lambuzado de suco!
Como fez isso?!
- Um acidente vó, sabe como eu sou destrambelhado!
- Você?! Você é o meu neto mais centralizado, mais certinho, nunca derruba
nada, sempre andando na linha, não é mesmo?!
- É vó, mas de vez em quando nós cometemos falhas, não é mesmo?!
- Essa deve ser a nova empregada?!
- Sim senhora, sou a nova empregada, foi o próprio senhor Alessandro que
me contratou!
- Claro minha filha, meu neto nunca foi de se meter nessas coisas! Mas você
deve ser especial, para que ele tenha a trazido do Brasil para viver aqui com
a gente!
- Claro senhora Lúcia, acho que o senhor Alessandro me considera uma
pessoa especial!
- Na verdade não! Só te dei o emprego porque precisava!
Maite e Alessandro se entreolham nesse momento, e dona Lúcia percebe um
clima no ar…
- Depois de toda aquela tragédia da Laura, não é mesmo meu neto?!
- Exatamente vó, e você muito bem que eu não vou descansar até eu
descobrir quem fez aquilo com a minha noiva! Nem que eu tenha que mover
Terra e céus!
Finaliza Alessandro…
Maite se retira do escritório…
Ela então decide ir até seu quarto, para dar uma olhada na sua irmã:
- Ai Maite, você aqui de novo?!
- É pecado querer ver como a minha irmã está?!
- Sim, quando você faz isso de cinco em cinco minutos!
- Eu quero saber onde você foi ontem?!
- Onde eu iria?! Fui até o hospital?!
- No hospital?! Como assim Kate?! E você não me avisa nada?! Você está
bem agora?!
- Sim, estou! Foi uma queda de pressão! Sorte que aquele homem me ajudou!
- Quem te ajudou Kate?!
- O seu patrão! O senhor Alessandro! Ele me colocou no carro, e me levou
até o hospital! Ele foi exigente, pediram para fazer vários exames! Eu nunca
tinha entrado em um lugar daqueles!
- Ele te ajudou?! O senhor Alessandro?!
- Sim Maite, ele mesmo! Por que a surpresa?!
- Não, nada… é que ele sempre me pareceu um egoísta! E te ajudou assim,
do nada! É obvio que eu ficaria surpresa!
- Acho que você não deveria julgar as pessoas tão mal! Ainda mais sem
conhecê-las!
- Não venha me dar lição de moral Kate, pelo amor de Deus, era o que me
faltava!
- Por que?! Só porque sou mais nova do que você! Isso não significa nada!
Sabe Maite… eu estou sentindo tanta falta do pai!
- Eu também! Ele era tão bom com a gente!
- Eu queria tanto que ele estivesse aqui com a gente!
- Nós vamos reencontrá-lo um dia, você vai ver!
- Assim espero!
- Agora deixa eu ir, tenho que voltar para o trabalho!
- Vai lá, enquanto isso vou ir para o jardim, estou cansada de ficar trancada
nesse quarto!
- Vai Kate, mas tome cuidado para não ser pega!
- Pode deixar!
Maite volta para os seus afazeres, e Kate decide ir até o jardim imenso da
Mansão:
No jardim da Mansão:
Enquanto Kate passeava pelo jardim, de repente foi surpreendida por um
membro da Família Martín…
Bruno, fez questão de ser bem desagradável com Kate:
- Quem é você, e por que está andando pelos jardins da minha casa assim,
tão à vontade?!
- Por que você está falando assim comigo?! Eu não te fiz nada!
- Deve ser porque você invadiu a minha casa!
- Não invadi a casa de ninguém! Me respeita, você não deveria falar assim
com ninguém!
- E por que não?!
- Só porque acha que é rico, pensa que o mundo inteiro gira em torno de
você!
- Garota, você não sabe absolutamente nada da minha vida! Eu que até agora
não sei quem é você!
- E nem faço questão de me apresentar! Você é um grosseiro!
- Quem você pensa que é para falar assim comigo?!
- Não sou ninguém, é melhor assim!
Vendo a confusão, Alessandro resolve se intrometer:
- O que está acontecendo aqui Bruno?!
- Essa moça, Alessandro, invadiu a nossa casa, vou chamar agora mesmo os
seguranças!
- Calma Bruno, está tudo bem, ela não invadiu nada! É irmã mais nova da
empregada! Kate só estava tomando um pouco de ar puro, qual é o problema
Bruno?!
- Eu não sabia!
- Pois agora sabe! E eu nem preciso te lembrar que quem mandar aqui sou
eu, não é mesmo?! Quero que respeite minhas empregadas e minhas
convidadas! Vai Kate, continuar o seu passeio! Fique à vontade!
- Obrigada senhor Alessandro, você é mesmo muito gentil! Diz Kate,
olhando para Bruno!
- Não acredito que ela me provocou dessa maneira! Diz Bruno para
Alessandro…
Ao que o CEO replica:
- O que foi isso Bruno?! Nunca te vi desse jeito antes?! Tratando os outros
tão mal!
- Não sei o que aconteceu comigo, realmente acho que extrapolei um pouco!
- Acho que você extrapolou bastante! Agora vá, deixe a moça em paz!
- É, você deve estar interessada nela, já que a defendeu dessa maneira!
- Que isso Bruno, ela é praticamente uma criança, quem sabe ela não fique
melhor pra você, já que são adolescentes!
- Primo, não seja ridículo, eu jamais olharia pra essa garota, nosso santo não
bateu!
- Tudo bem, não está mais aqui quem falou! Vou para empresa, que com
certeza ganho mais!
Na empresa da Família Martín:
Capítulo 6
Maite começa finalmente em seu novo trabalho, ela precisa provar que se
sairá muito bem em sua nova missão, como secretária terá que provar que
será capaz de cumprir suas novas tarefas.
Atrás de sua mesa, está ele, Alessandro.
Ele a aguardava.
Ela se sentia desconfortável naquele lugar.
A empresa era absolutamente grandiosa.
Toda aquela riqueza assustava Maite.
Sabia que os Martín Ferro eram ricos, porém não tinha da noção de quanto.
Era agitação de Nova York.
Ela chega em seu escritório, e lá está ele…
Como sempre, fazia tudo parecer simples.
Ele era tão seguro.
Ela, tão destrambelhada…
Ele não tinha medo…
Ela temia por dois…
Ele olhava…
Ela contestava seu olhar, de uma maneira forçada.
Alessandro era frívolo com seus funcionários…
Maite tentava ser o mais gentil possível.
Se novata, de longe.
A tensão e o tesão estavam no ar.
Todos percebiam que havia algo a mais por trás de toda aquela indiferença.
Parece mesmo, que só os dois não percebiam.
Ela era leve…
Ele carregava o peso do luto em seu coração…
Alessandro amava Laura.
Laura amava Alessandro, porém caiu em uma armadilha, que havia lhe
custado a vida, será?
Maite ficava entre os dois, ficava entre a irmã e seu pai, sempre no meio,
estava ela Maite.
Papéis, canetas, cochichos, rabiscos, fofocas de corredores…
Olhares:
Perdidos.
E achados.
Vidas que se cruzavam sem nenhuma pretensão…
Amores que aconteciam sem ocasião…
O que cabe em um beijo,
cabe em um abraço,
cabe em um gesto,
cabe em olhar,
cabe em um adeus.
Por quê tudo tem que acabar assim, sem mais nem menos?
Uma hora a verdade aparece, mas quando ela dará as caras?
Que segredo é esse que circula a morte de Laura Hall?
Por quê a noiva de Alessandro estava tão angustiada, o que fez ela se jogar?
O que fez?
Quais são os segredos daquela família?
E a herança da Família Martín Ferro?
E qual era a verdadeira intenção de Alessandro? O CEO New York sabia
que estava sentindo uma leve atração pela sua mais nova secretária, mas
para onde isso o levaria?
O perigo se aproximava, dos dois, tão perto e ao mesmo tempo tão longe.
Tem gente que gosta de perder, perder oportunidade de ser feliz, tem gente
que pode estar de frente para a pessoa amada, e não percebê-la.
Invisivelmente apaixonados, inevitavelmente condenados,
enlouquecidamente alucinados, pelo desejo de ser amado, de ser completo,
pelo menos por alguns segundos, segundos que são eternizados, em um beijo,
em um gesto, um sorriso ou um abraço.
Nunca se sabe por onde o amor anda…
Nunca se sabe aonde ele está.
Não se sabe em qual pessoa irá encontrá-lo, mas quando passar pela sua
frente, não deixe escorregar entre as mãos.
O tempo é curto, e o amor é grande, as vezes terá que vencer adversidades
para vivê-lo,
as vezes o seu amor cause inveja, não irão deixar vivê-lo.
Mas se valer a pena, lute.
Se for amor de verdade, lute por ele, se está incomodando tanto, deve ser
porque vale a pena.
Um CEO – Alessandro.
Uma camareira – Maite.
Pessoas que nunca viverão no mesmo mundo, pessoas que nunca sonharam
em se apaixonar…
Mas a vida tem dessas surpresas.
Um dia te nega, outro dia te dá.
Um dia de choro, e o outro de alegria.
Um dia é amor, e no outro se tornar ódio, para depois voltar a se tornar um
grande amor…
Apagar?
Como apagar?
Uma mágoa?
Uma coisa que te fere tanto.
Um ressentimento.
Uma ferida aberta.
Os Deuses criaram o amor.
Para os seres humanos compartilharem…
Mas o ódio nasceu do amor, como uma criação independente.
Alimentou seus corações…
Amargurou suas almas.
Criou ligações, e cortou outras…
Como é difícil encontrar o amor, em um mundo regido pelo ódio.
Difícil é lidar com o ódio que existe dentro de si.
Esse é o mais difícil.
E a vingança, ela se tornou o centro.
O alvo, de um coração partido.
Um coração que agora pulsa apenas para ver seus inimigos desabarem
perante de seus olhos.
A vida reserva escolhas, que talvez no começo, você não pudesse imaginar.
O pecado de odiar, o ser amado de ontem…
Quem cairá…
Que se levantará nesse limbo…
A vingança promete ser, imbatível implacável…
Nos laços da vingança, nas ondas do prazer…
Quem se atreverá a questionar a noite de amor, que ficou marcada na pele,
como se fosse uma tatuagem.
Implacável…
Imbatível…
Invencível…
Quem consegue controlar a paixão?
Fim do expediente…
Maite vai até o escritório de Alessandro, os dois não falam nada, a atração é
mais forte…
Durante um longo período, os olhares incendiaram seus corpos…
Foi quando, movida por um impulso, Maite beijou Alessandro, e depois de
uma resistência, ele cedeu…
E foi quando, eles se entregaram a paixão…
“Era tarde para mim,
muito tarde,
quando me dei conta já estava envolvida,
envolvida por um crápula escroto, que era
extremamente sensual e doce,
era tarde para mim,
quando ele me penetrava por trás, e me fazia gozar múltiplas vezes em cima
daquela maldita mesa de escritório,
era tarde pra mim, quando ele me via nunca e me comia com aquele olhar
que erradicava e me tornava uma mulher que eu queria ser,
antes eu era apenas mais uma pessoa nesse mundo, mas quando ele dizia meu
nome
– Maite, Maite –
o tempo parava,
meu mundo fechava, e a única coisa em que eu conseguia prestar atenção, era
naqueles lindos lábios,
que me comiam,
que me fulminavam,
minhas pernas tremiam,
eu gozava...
Apenas com o tom de sua voz.
Ele era puro Fire, fogo que me consumia,
fogo que eu deixava arder na minha alma…
Fire…
Fire…
Fire…
Ele passavam a mão nos meus seios, devagar, bem devagar, e eu sentia um
imenso prazer naquele toque consentido, que me levava a loucura do
prazer…
Também havia sido o dia do chocolate,
eu chupei seu pênis depois de comer uma barra inteira de chocolate,
ainda me lembro do gosto,
a mistura perfeita entre o doce do chocolate,
e o gozo que fermentava na minha língua,
ele me colocou sobre a mesa, minha calcinha estava toda molhada, era muita
atração,
com a língua mais úmida do que o habitual,
ele chupou toda minha vulva,
eu mal conseguia respirar de tanto prazer,
minhas pernas estavam estáticas,
eu simplesmente não conseguia as mexer,
e depois veio a penetração, e ele não parava de me beijar,
a mistura perfeita de amor e sexo,
eu queria gritar,
não podíamos,
havia gente do lado de fora do escritório,
eu pensei que não conseguiria conter o prazer,
até ele gozar dentro de mim,
e que sensação era aquela?!
Eram gotas, mas eu juraria que tinha um litro de esperma saindo da minha
vagina…”
Capítulo 7
A aparição do Passado
Depois daquela noite, tudo parecia voltar ao normal, pelo menos era o que
Maite e Alessandro pensavam em fazer, mas não daria certo.
Cansada de ocultar o tão valioso ‘diário de Laura’, Maite decide desenterrá-
lo, e por que a tentação da agora secretária fosse lê-lo para desvendar o
mistério de sua morte, ela preferiu respeitar a memória da ex-noiva de
Alessandro.
Chegando na empresa, a secretária foi diretamente para o escritório do CEO,
porém não era ele que estava em sua sala, e sim Bárbara.
- Você deve ser a nova secretária, não é mesmo?! Pergunta Bárbara.
- Sim, exatamente isso!
Maite estava com o diário em sua bolsa, ela o retirou e o colocou sobre a
mesa do CEO, contudo uma grande surpresa a aguardava…
Bárbara viu que Maite colocou o diário sobre a mesa, e estava olhando
fixamente para ele, como se o quisesse pegar.
Ao que ela se pronuncia:
- Hoje um homem chegou aqui, e estava procurando pela senhorita, pedi para
ele esperar pela senhorita. Diz Bárbara.
- E quem é esse homem?! Pergunta Maite, ansiosa.
- Sou eu Maite, Carlos Vilar, seu noivo, ou você já se esqueceu disso?
Entra assim, Carlos Vilar, o amigo de seu pai, lá estava ele, era uma
aparição do passado.
- Você?! Pergunta Maite surpresa.
- Sim, em carne e osso! Seu noivo, você não tem ideia de quanto eu te
procurei! Por toda essa cidade!
Vendo que Maite está distraída, Bárbara pega o diário de Laura…
Ainda em choque, a secretária fica estarrecida, não consegue nem ao menos
falar…
- Houve um erro, minha secretária te deu o endereço errado, e eu achei que
você viria em outro voo. Tenta se explicar Carlos Vilar.
- Mas o senhor, o senhor não apareceu?!
- Eu sei Maite, mas já disse, foi um engano! Mas agora que nos
reencontramos, juro que cada momento que passarmos juntos, valerá a pena!
Nesse meio tempo, Alessandro Martín Ferro entra em seu escritório, e
pergunta o por quê de todo aquele movimento em sua sala:
- O que está acontecendo aqui?!
Bárbara é mais rápida, e responde:
- Nada demais, apenas que o senhor Vilar encontrou finalmente a noiva, que
é justamente a sua nova funcionária.
Alessandro tenta disfarçar, porém não o consegue, fica também estarrecido:
- Noivo?! A senhorita Maite nunca me havia falado sobre estar noiva de
alguém!
- Mas… Maite tenta explicar, mas em vão.
- Sim, inclusive ela veio para Nova York para se casar comigo.
- Isso é verdade senhorita Boyer?!
Pergunta o CEO.
- Eu iria te conta senhor Martín.
- Não precisa senhorita Maite Boyer, eu não tenho nada com a sua vida
privada!
- Vamos meu amor, você e sua irmã, vamos para minha casa, já preparei o
nosso quarto! Diz Carlos Vilar.
- Eu não vou me casar com você! Diz Maite.
- Como não?! Você me deu a sua palavra. Cobra Carlos.
Alessandro já está visivelmente alterado, e é autoritário:
- Os senhores poderiam discutir suas questões pessoais em outro lugar?!
Antes de Maite sair do escritório, Alessandro a provoca:
- Bárbara, vamos sair para jantar hoje, só nós dois, resolvi dar uma nova
chance para a vida?!
- Claro Alessandro, hoje mesmo vamos naquele restaurante italiano, já
recebi ótimas recomendações!
- Ótimo, vamos hoje mesmo!
Maite sai da sala arrasada, Carlos vai atrás dela, e a fica rodeado:
- Você não vê que eu estou no meu trabalho?!
Diz Maite, irritada.
- Mas quando vamos conversar?! Questiona Carlos.
- Na hora do meu almoço, eu te procuro! Diz Maite.
- Ótimo.
Com os ânimos exaltados, Maite e Alessandro se esqueceram completamente
do diário de Laura, que inclusive foi pego por Bárbara…
Desolada, Maite vai até a sala de Alessandro, e tenta explicar tudo para o
CEO:
- Por favor, deixa eu explicar o que aconteceu?! Suplica Maite.
- Noiva?! Sério?! Você disse que não conhecia ninguém nesse país, e de
repente, do nada, você é noiva de um cara!
- É que essa foi a condição imposta por ele! Eu teria que me casar, se
quisesse entrar nos Estados Unidos, eu queria o tratamento para minha irmã,
entenda os meus motivos!
- O que eu entendo é que você mentiu para mim, e eu caí como um pato nessa
sua conversa de boa moça desesperada! Mas aí está você, uma bela golpista,
que deve estar louca para se casar com esse velho rico!
- Você está me ofendendo, eu nunca quis casar por dinheiro, pelo contrário,
eu queria apenas ajudar, essa foi a minha intenção, e eu tenho certeza que foi
com todas as boas intenções possíveis!
- De boas intenções, o inferno está cheio!
Você me enganou, me fez de idiota, sorte que eu nunca assumi nada para
ninguém! Teria feito papel de otário! De babaca, era isso que queria. Não é
mesmo?! Se o velho não se cassasse com você, o trouxa aqui serviria de
step!
- Minha intenção nunca foi pegar o seu dinheiro!
- Por isso todo aquele joguinho com o diário da Laura, simplesmente para
me envolver nessa sua conversa!
- Não, isso não é verdade!
- Agora, tudo está muito claro na minha cabeça! Você se aproximou, como
todas as outras o fazem, apenas pelo meu dinheiro!
- Você está me acusando injustamente, eu vim até aqui…
- Não me venha com essa conversa de irmã, pois eu não caio mais! Vai
procurar outro idiota!
- Mas Alessandro, você está entendendo tudo errado… Deixa eu explicar as
coisas!
- Não precisa explicar nada, e pra você é senhor Martín Ferro. Você está
demitida, tem 24 horas para sair da minha casa!
- Mas… mas e a gente?!
- Nunca existiu a gente?!
Maite vai embora, pega suas coisas, não precisa mais voltar para a empresa,
Alessandro não quer mais vê-la, e ela também ficou ressentida:
Na hora do almoço, foi se encontrar com Carlos:
- Como você aparece assim no meu trabalho?!
- Eu queria te fazer uma surpresa!
- Essa sua surpresa me custou o trabalho!
- Calma Maite, você não precisa trabalhar mais! Case-se comigo, e todos os
seus problemas serão solucionados.
- Eu não vou me casar com o senhor! Eu não te amo!
- Mas você me deu a sua palavra Maite!
- Não importa, já estou pagando caro por essa maldita promessa! Você não
poderá me cobrar essa dívida!
- Nem se eu te disser que estou doente?! Tenho pouquíssimo tempo de vida,
e queria passar ao seu lado!
- Você não me disse que estava doente!
- Mas estou, tenho uma doença gravíssima, não tem cura!
- Sinto muito, mas não posso me casar com você por pena!
- Mas é isso que eu te peço! Já sou um velho, e você ainda tem a vida toda
pela frente, quando morrer, toda minha fortuna será sua, não está de bom
tamanho essa recompensa?!
- Eu não quero o seu dinheiro, senhor Vilar!
- Bom, vou te dar um tempo para pensar, depois você me liga!
- Não espere por essa ligação, ela jamais chegará…
Capítulo 8
A Ligação, A morte e o diário…
(Segredos)…
Maite ficou vagando por algumas horas, precisava pensar na vida, até que
finalmente se lembrou do diário de Laura, que havia deixado sobre a mesa
de Alessandro, ela então resolve ligar para o CEO:
- Droga! Tenho que ligar pra ele!
O telefone toca 5 vezes e ele atende:
- Alô, Alessandro Martín Ferro falando…
- Senhor Alessandro, sou eu, Maite! Por favor, não desliga o telefone.
- O que você quer agora?!
- Só quero te dizer que eu deixei o diário da sua ex-noiva sobre a sua mesa!
- Mentira! Não há absolutamente nada sobre minha mesa!
- Como assim?! Hoje de manhã eu o deixei bem aí em cima!
- O que foi?! Isso é outro de seus truques?! O que você quer dessa vez?!
- Não é mentira, eu o deixei aí! Sobre a mesa! Por favor, procure direito!
- Não há nada sobre a mesa!
- Então aquela moça pegou, a Bárbara!
- Já estou entendendo o seu jogo! Quer acusar a Bárbara de pegar o diário de
Laura?! E por que ela faria isso?!
- Não sei! Mas deve ter sido ela!
- Quer saber?! Nem sei porque ainda estou falando com você! Você é uma
golpista, mentirosa! Devolva o diário da Laura, e pare de inventar coisas
sobre Bárbara, ela não é da sua estirpe!
Alessandro desliga o telefone, e Maite fica confusa, “O que será que tinha
acontecido com o diário de Laura”.
Maite liga para Kate, para que ela ajeite as coisas, elas terão que ir embora
da mansão:
- Alô Kate, está tudo bem com você?!!!
- Sim Maite! Acho que quem não está bem é você, seu tom está tão triste!
- Depois eu te conto tudo! Mas eu te liguei para te pedir para ajeitar as
coisas, vamos nos mudar!
- Como assim, a gente vai embora daqui?!
- Sim, não podemos mais ficar aí!
- E por quê?!
- Depois eu te explico Kate!
- Só queria e dizer que estou mega feliz!
- E eu posso saber por quê?!
- Hoje o médico disse que vai tentar um novo tratamento!
- Kate, mas que notícia maravilhosa!
- Eu sei, estou tão esperançosa!
- Vai dar tudo certo, você vai ver!
- Eu sei disso! Então tchau, beijos! E nunca esqueça que eu te amo Maite!
- Eu te amo mais! Beijos!
E Maite desligou, o destino estava selado…
Capítulo 9
Família Torres:
Nessa história, o destino vai atando cada pessoa a sua verdadeira alma
gêmea, mas será que o amor pode triunfar no meio de tanta ganância, e tanto
ódio?!
Será que Santiago Andrade conseguirá superar seu ódio, e deixar o amor por
Gleici Castilho sobreviver?
Ou matará todo seu amor, por causa de sua vingança?
- Hoje faz dez anos que a minha irmã desapareceu, e até agora, não tenho
uma notícia de seu paradero, onde está Antônia Andrade?! É a última vez
que eu pergunto!
Cláudio parece não temer as ameaças feitas por Santiago.
- Você está completamente louco, senhor Santiago! Desde da morte de seu
pai, aquela família desandou mais do que o habitual!
Santiago deu um tiro para o alto, estava alarmando…
- Todos aqui em Vila Madalena sabemos, que a família mais sem escrúpulos
é a Castilho! Deveria acabar com toda essa raça de uma só vez!
Emílio responde:
- O que pensa fazer Santiago?! Irá nos matar aqui, na beira de uma estrada?!
De uma maneira covarde?!
- É exatamente isso que vocês três merecem, a morte!
Gleici fica em silêncio:
Ao que Santiago continua:
- Quem é essa?! É a sua bastardinha, que veio morar com você?! Uma
condenada!
Gleici fica em silêncio, Santiago está completamente fora de si, qualquer
deslize, e a tragédia seria anunciada…
Vou fazer uma proposta pra você:
- Quando eu acordei hoje, eu ajoelhei e falei com Deus, que iria tirar uma
coisa que jamais poderia devolver. Eu respeito Deus, mas tenho mais
semelhanças com o diabo.
Me diga Cláudio, vou pedir pra você fazer uma escolha, e quero que preste
bem atenção.
Entre a vida de seu irmão ou de sua filha bastarda, quem você escolhe?!
Cláudio parece não entender o que Santiago disse, ele está mandado ele
escolher entre o irmão e a filha?!
Gleici deixa suas lágrimas rolarem, caindo sobre sua boca, Santigo percebe
cada canto do rosto daquela moça, cada tristeza que suas lágrimas demostra,
e aponta a espingarda para Gleici, bem no meio de seu coração:
- O que você sentiria Cláudio, se eu atirasse agora no peito da sua filha?! O
que você faria, vendo lentamente a vida abandonar o corpo dela?!
- Você está completamente louco, sai com essa arma, apontando pra qualquer
um, achando que tem poder sobre a vida e a morte!
Exclama Cláudio.
- E tenho, estou em maioria! Tenho uma espingarda, e principalmente, tenho
a coragem de usá-la!
Nesse momento, Gleici é levada por seu desespero, e corre…
Santiago pede para um de seus capangas a pegar…
Ele desce do cavalo, e fica cara a cara com Gleici, ela se rebate, mas o
capanga segura:
- Somos inimigos, tem sangue Castilho correndo nas suas veias, se você
morrer hoje moça, coloque a culpa no seu pai, o que te concedeu a vida, pois
ele te amaldiçoou grandemente com esse maldito sangue!
- Você é um louco, deveria estar em um hospício! Grita Gleici!
- A moça fala, fala não, grita! A terceira filha do demônio, o que eu faço com
ela?! Do que adianta viver tanto, vai morrer hoje, ou amanhã?! Talvez
demore dez anos, eu apenas estou adiantando as coisas! É isso que eu faço!
Santiago coloca Gleici do lado de Emílio, e pede para Cláudio escolher,
entre a vida de seu irmão ou sua filha:
- E então Cláudio, já decidiu, eu não estou brincando, quem continuará vivo,
e quem deve morrer?! Decida agora!
Cláudio se exalta:
- Eu não vou decidir absolutamente nada! Você está fora de si!
- Eu não estou brincando, filho do diabo, decida, antes que eu o faça, quem
você quer que morra?!!
Cláudio olhou rapidamente para seu irmão, e para sua filha, e tomou sua
decisão:
- Se você está tão louco assim, quero salvar meu velho irmão!
- Ouviram isso, eu sempre soube que você iria escolher pela vida do rato do
seu irmão! Emílio Castilho merece viver mais do que a bastarda! Esse é seu
veredicto! Pois eu tenho o meu…
Santiago engatilhou, enquanto falava as últimas palavras:
- Disse pra mim mesmo, que mataria aquele que você escolheu salvar…
Gleici espremia os olhos, e depois, só se ouviu três disparos, a queima-
roupa…
Emílio morreu ali, bem ao seu lado, há uma distância mínima…
Santiago deu três tiros direto no coração de Emílio, ele morreu na hora,
antes mesmo de seu corpo sem vida tocar no chão.
Cláudio foi socorrer o irmão, Gleici gritou, nunca tinha vivido uma situação
daquela, seu choro era incontrolável…
Santiago olhou para Cláudio, que estava de joelhos, tocando o corpo do
irmão, e disse:
Santiago – Da próxima vez, que irá morrer, será você! E se qualquer uma de
suas três filhas estiver com você, será quatro corpos no chão! Minha irmã,
será vingada com o sangue dos Castilho!
Não é novidade, em Vila Madalena, o sangue escorre, para haver justiça…
Cláudio não disse nada, e a última ordem de Santiago foi:
- Tragam a bastarda pra casa, vamos apresentar a Fazenda Andrade pra ela!
Um de seus capangas pegou Gleici a força, e a colocou na garupa do cavalo,
e lá foram eles, um atrás do outro, deixando a morte para trás…
O corpo de Emílio estava ali, Santiago havia matado o irmão de Cláudio a
sangue frio…
E ainda sequestrou sua filha…
A vingança viria, mas uma guerra iniciada em Vila Madalena…
Até que abriram caminho, e lá estava ela, com o roso baixo, e sentada em um
cantinho, seu rosto havia sido esbofeteado, estava sangrando, mas suas
lágrimas lavavam seu semblante:
- Alguém aqui tocou nela?! Gritou Santiago…
E um dos capatazes, rindo disse:
- Ainda não deu tempo, a festa iria começar agora!
Santiago rebateu gritando:
- Ela é filha de Cláudio Castilho, filha do demônio, mas ainda assim é uma
mulher, merece respeito! E aqui é uma fazenda de respeito, aqui nós
respeitamos nossas mulheres, não é mesmo! Não será feito coisa alguma, se
a dama em questão não quiser!
Santiago se aproximou de Gleici, e a pegou no colo, iria levá-la, até a Casa
Grande, mas em seu descuido, Gleici pegou uma arma que Santiago
carregava na cintura, ao se dar conta, Gleici já havia se distanciado:
No meio do caminho, entre o galpão e a Casa Grande, Gleici apontou uma
arma diretamente para Santiago:
Todos os funcionários começaram a rodear os dois, inclusive Diego e Lucas,
os irmãos dos fazendeiros:
Santiago, com uma arma apontada para seu peito, desafia ainda mais Gleici:
- Vamos lá, é só atirar, é só puxar o gatilho, um impulso, e pronto!
- Você é um homem ruim, matou o meu tio na frente do meu pai!
Diz Gleici, em prantos…
- O que você quer que eu diga? Que eu me arrependi, pois não há uma gota
de arrependimento circulando a minha consciência, muito pelo contrário, eu
tenho muito orgulho! Livrei o mundo de mais um verme asqueroso! Você não
sabe como as coisas funcionam nessa cidade!
Diz Santiago, e Gleici responde:
- Como uma pessoa mata outro ser humano, e não sente nem um pingo de
culpa pelo que fez! Você não tem coração, é cheio de ódio por dentro! Se vê
a sua amargura, tenta descontar em pessoas que não tem na a ver com os seus
problemas!
- Mostrei piedade, mesmo com alguém que não merece, você é uma Castilho,
mereceria tudo de ruim que te acontecesse dentro daquele galpão, mas eu
mostrei ser um homem com princípios, não deixei nenhum capataz te
encostar!
- O que você acha que eu devo fazer?! Agradecer!
Diz Gleici…
- Pra início de conversa, seria uma boa pedida!
- Eu vou te matar, vou devolver o que você quer, com ódio se paga a
violência, é assim que o mundo funciona, não é mesmo?!
Santiago rasgou a blusa que estava usando e se aproximou de Gleici:
A situação estava ficando cada vez mais descontrolada, todos em volta
estavam apreensivos, os irmãos alertam Santiago:
Lucas – Santiago, cuidado, ela pode atirar em você!
Diego – Não desafie uma Castilho!
Ele não deu ouvidos…
Santiago – O que vocês fizeram com a minha irmã?! Onde ela está?!
Gleici – Eu nem sei quem é sua irmã! Não sei o que aconteceu com ela, mas
não pode culpar o resto do mundo pelo aconteceu a ela!
Santiago: Não culpo o mundo, culpo os Castilho, e somente! Essa raça de
desgraçados, que não merecem absolutamente nada de bom! Nenhum tipo de
consideração!
Gleici: Me dê um motivo pra não puxar o gatilho?!
Santiago: Puxe, não vai ser uma bala de uma Castilho que vai me matar!
Gleici olhou para Santiago profundamente, e lentamente abaixou a arma,
dizendo:
- Não sou igual a você! Não sou uma assassina! Não vou devolver o ódio
com mais violência!
- É um mal da sua família, está no seu sangue! São uns covardes!
Santiago pega no braço de Gleici, e a leva para dentro da Casa Grande…
Chamou a empregada Valéria, e ordenou que ela levasse Gleici até o quarto
de hóspedes, e desse alguma coisa para comer, era essencial que a porta do
quarto ficasse trancada…
No jantar da Família Andrade:
Lucas parece ser o mais sensato dos três irmão:
- O que pretende Santiago, o que quer fazer com essa moça trancada lá
encima?!
- A hora da janta sempre foi sagrada nessa casa!
Disse Santiago..
Diego parece concordar com o irmão mais velho:
- Deixa ele Lucas, não sabe como o Santiago é! Deixa ele, com as loucuras
dele!
Lucas – Vocês simplesmente estão ignorando a realidade, não é mesmo?!
Daqui a pouco chega a polícia, você sequestrou uma das filhas de Cláudio
Castilho! E matou o irmão do homem, ele vai dar queixa!
Santiago – Se esse é o seu medo Lucas, fique tranquilo, essa é a bastardinha,
ele não liga muito pra ela, tanto que me deu a ordem para matá-la, eu que não
quis, além do mais, quem manda nessa cidade é o dinheiro! Nada vai
acontecer comigo, isso eu posso te garantir!
Lucas – O que você vai fazer com essa moça?!
Santiago – Ainda não sei, estou pensando em coisa para atingir aquele velho
demônio!
Valéria desceu as escadas, com uma bandeja intacta nas mãos:
- Senhor Santiago, sua convidada não quis tocar na comida!
Santiago – Que morra de fome então! Aqui ela não será mimada! Muito
obrigado Valéria, qualquer coisa eu te chamo!
- De nada senhor!
- Antes de ir Valéria, me dê a chave do quarto da bastardinha, eu quero dar
uma olhada nela!
Valéria já estava dando as chaves nas mãos de Diego, quando Santiago
coloca a mão sobre a do irmão, e pega as chaves, dizendo:
- As chaves ficarão comigo, eu irei resolver os problemas com a bastarda,
você Diego, não tem nada a ver com isso! E afinal de contas, o que se passa
por essa cabeça?! Quer se deitar com uma Castilho?! Se deleitar com uma
mulher que carrega o sangue da família que desgraçou com nossas vidas?!!
- Claro que não irmão, que ideia! Disse Diego!
Lucas:
- Mas ela é bem bonita, isso não se pode negar! E você olhou de um jeito
estranho pra ela!
Santiago:
- Olhei com ódio, como olho para qualquer uma das Castilhos! Se eu quiser
ter qualquer mulher dessa cidade, eu tenho! Sempre gostei da companhia de
uma fêmea, mas sei escolher, jamais iria desejar uma pessoa que acabou com
a vida da minha irmã!
- De dez palavras que você fala Santiago, onze são Antônia! Diz Diego!
- E o que você acha que eu deveria fazer Diego, esquecer nossa irmã?!
Questiona Santiago!
- Claro que não! Responde Diego!
- Eu ainda tenho esperança que vamos encontrá-la com vida!
Diz Santiago…
- Você parece tão tranquilo para um homem que matou um ser humano hoje,
Santiago!
Ele responde:
- Estou tranquilo, porque sei que mandei um demônio a mais para o inferno!
Diego ri do comentário do irmão mais velho…
- Você não deveria rir disso Diego, esse assunto é sério!
Pondera Lucas…
Santiago resolve responder o irmão:
- Sabe qual é o seu problema Lucas, você é certinho demais!
- Eu não sou certinho, sou sensato! Vocês dois parecem loucos, falam cada
absurdo! E pra completar, tem uma moça sequestrada no quarto de hóspedes,
e ninguém acha isso anormal!
- Esse é o problema! Vamos mantê-la aqui por agora, não para sempre! Pare
de ser dramático Lucas!
Adverte Santiago…
Diego parece já ter acabado o jantar, e vai saindo…
- Onde vai com tanta pressa?!
Pergunta Lucas…
- Vou no bordel de Vila Madalena! Lá é o meu lugar!
Diz Diego.
- De novo?!
Questiona Lucas!
- Quanto mais eu vou, mas eu quero ir! Estou viciado naquele lugar!
Completou Diego.
- Escute bem Diego, não quero que se envolva com alguma daquelas
mulheres!
Diz Santiago.
- Se o seu medo é esse, pode ficar tranquilo, se apaixonar é para os fracos!
Não sou desses!
Adverte Diego…
- Essas coisas de paixão e amor são pra mulher, homem não sente isso!
Homem sente desejo, e só! Nunca que eu vou ficar igual um idiota em cima
de uma mulher!
Disse Santiago, garantindo que nunca teve um sentimento profundo por uma
mulher.
Lucas:
- Me desculpa, mas eu não sou obrigado a ouvir essas barbaridades!
- Falou o mais sensível! Vai Lucas, ninguém suporta essa sua chatice! Falou
Diego.
Enquanto Diego foi cair na Gandaia, Lucas foi para seu quarto ler, era um de
seus hábitos prediletos…
Santiago chegou em seu quarto e revirou sobre sua cama, não conseguia
relaxar, os gritos o atormentava, essa era a grande verdade por trás daquele
CEO fazendeiro, ele era um homem atormentado pelo ódio que nutria dentro
de seu peito…
Era alimentado por rancor, não tinha um minuto de paz…
Enquanto se olhava no espelho, tentando achar alguma face de serenidade em
seu ser, ouviu um barulho, uma bandeja caindo…
Valéria foi servir um pouco de água para Gleici, e ela derrubou, estava
cansada, revoltada, queria ir embora, conseguiu se desvencilhar da
empregada, mas não contava com a presença de Santiago do outro lado do
corredor, ele a encurralou, estava sem camisa, a pele de ambos se
encostaram por alguns segundos, e o olhar foi atravessado, obvio que o
momento foi interrompido, Gleici começava a nutrir um sentimento muito
negativo por Santiago, e com muita razão, já que hoje ele quase a matou, e
ela apontou uma arma para ele:
- Até que você é bem esquentada para alguém que prega a paz, não acha?!
Diz Santiago, segurando Gleici pelos dois braços…
- Eu quero ir embora daqui!
Disse ela, um pouco desesperada…
- E pra onde você vai, seu pai hoje queria vê-la morta!
- Pra onde eu vou, não é um problema seu!
- Claro que é! Eu te roubei do seu pai, tenho que devolvê-la intacta!
- Eu não sou uma coisa! Não sou um objeto!
- Eu sei disso, uma coisa não daria tanto trabalho!
Santiago pegou Gleici no colo, e a levou até o quarto de hóspedes!
- Você vai ficar aqui, até na hora que eu decidir te soltar, você está me
entendendo?!
- Eu devia ter apertado aquele maldito gatilho, a essas horas, eu estaria
longe!
- Lhe faltou coragem, uma característica típica de sua família! E você não
sobreviveria nem alguns segundos nessa cidade, aqui as coisas funcionam de
uma maneira diferente!
Valéria entra um pouco assustada no quarto, sua mão está sangrando, o corte
aconteceu na hora que Gleici arremessou o copo, mas não era sua intenção
machucá-la.
- A sua mão está sangrando… Disse Gleici preocupada!
- Sim, acho que entrou um caco de vidro e eu não consigo tirar! Disse
Valéria.
- Vamos na cozinha, lá eu te ajudo!
- Como assim, vamos na cozinha?! Você acha que está na sua casa?!
Perguntou Santiago, ao que Gleici responde:
- Eu sou enfermeira, posso te ajudar com o corte! E também me redimir, não
queria te ferir, eu sou contra a violência!
- Se o senhor Andrade permitir?
Pediu Valéria, ao que Santiago responde:
- Vou até a cozinha com vocês, senão é bem capaz de alguém querer fugir!
Gleici, Santiago e Valéria vão até a cozinha, e lá a enfermeira faz um
curativo profissional na empregada da casa dos Andrade…
Quando estava terminando, Valéria pediu para a senhorita Gleici dar uma
olhada em sua sobrinha, que estava com febre…
- Posso levá-la até o meu quartinho, senhor Santiago?!
Perguntou Valéria…
Santiago respondeu:
- Claro, Bruninha merece um atendimento, mesmo que seja dessa criatura…
Gleici começa a ignorar Santiago, não olha mais pra ele, e nem responde
suas perguntas e insinuações maldosas…
Chegando lá, Gleici examina Bruninha, e percebe que muito provavelmente,
a menina está com anemia, por isso está tão fraquinha, ela então pedi que
Valéria faça uma sopa reforçada para ela, e na manhã seguinte a leve para
fazer exames na capital…
Valéria fica agradecida, e enquanto Santiago está distraído, a empregada
fala:
- Não sei como vou fazer exames na minha sobrinha, só tenho dinheiro no
meu próximo pagamento, que é justamente no início do mês!
Gleici então convence a empregada:
- Você deve fazer esses exames amanhã!
Gleici coloca a mão em seu bolso da calça, e pega algumas notas de
dinheiro, e entrega para Valéria…
- Toma, sei que não é muito, mas acho que é suficiente para fazer os exames
principais!
Diz Gleici…
- Por que a senhorita está fazendo isso por mim?!
- A pergunta a se fazer Valéria é: por que eu não faria isso?! Tome, aceite!
Faça os exames amanhã mesmo, e não diga nada para ninguém! Você sabe
que nessa casa, todos me odeiam, e eu não sei porque!
- Calma senhorita, vou dar um jeito de te libertar, o senhor Lucas é mais
calmo e sensato, tenho certeza que quando o senhor Santiago virar as costas,
ele vai te libertar, e poderá voltar pra sua casa!
- Eu não tenho casa Valéria, não tenho família, mal conheço o meu pai! Eu
não sou de lugar nenhum!
Santiago volta, e logo repreende Gleici e Valéria…
- Que tanto cochicho é esse?! Posso saber?! Já acabou, vamos voltar para o
seu quarto!
Gleici deu um beijinho na testa de Bruninha, e logo depois Santiago pegou
ela pelo braço, e subiram as escadas, estavam indo rumo ao quarto de
hóspedes…
Chegando lá…
Santiago: - Não pense que você me engana com essa coisa de enfermeira
boazinha!
Gleici: Eu não preciso te enganar! Você pra mim, não existe!
Santiago se sentiu incomodado com o que Gleici havia falado, feriu o ego
dele, dizendo que ele não existia, foi quando a enfermeira começou a olhar
para a janela, via a vista, e como aquela fazenda era bonita…
Santiago se sentou, e disse:
- Vamos ver, o que o seu pai vai fazer pra te ter de volta!
Vamos ver quanto a bastarda dele vale!
Ria Santiago…
- Você tenta me diminuir me chamando de bastarda, mas saiba que é em vão,
eu não me importo! Não ligo pra opinião de quem não significa
absolutamente nada pra mim!
- Você é ardilosa, mansa e perigosa! Eu sei lidar com o perigo, não caio
nesse seu jogo de boazinha! Comigo esse personagem não cola!
- Quem disse que eu estou tentando te provar alguma coisa?! Estou na casa
de um louco, já aceitei isso! Um louco não, um assassino, matou meu tio, ele
era um homem tão bom!
- Como você sabia que Emílio Castilho era um homem bom, você nem o
conhecia?!
- Ele parecia ser um homem bom! Disse Gleici!
- Parecer é bem diferente de ser! E já que é tão esperta, deveria saber disso!
- Acho melhor essa conversa acabar, não estou com vontade de escutar a sua
voz! Diz Gleici!
- Você não quer ouvir as verdades sobre a sua família, tem medo de
descobrir os podres, e não poder conviver com eles!
Como pensa que eu me tornei isso, tive que aprender a conviver com as
piores coisas que a vida pode proporcionar para um homem!
- Não quero ouvir os seus dramas, sou enfermeira, não psicóloga!
- Veja só, é muita audácia uma Castilho me afrontar assim dentro da minha
Fazenda!
- Audácia não, coragem! Uma característica que você disse que faltava na
minha família!
- Você é rápida, isso eu não posso negar! Mas saiba, você só vai embora
daqui, quando eu permitir!
- Eu vou fugir, e eu garanto que você nunca mais vai me ver!
- Tenta fugir daqui! Eu quero ver! Meus homens jamais permitirão, minha
Fazenda é uma verdadeira fortaleza, nada sai e nada entra sem a minha
permissão!
- Você não manda em mim, não manda nos seus funcionários, você não
manda nem na sua vida!
Santiago se irrita e encosta no rosto de Gleici:
- Você é filha do homem que eu mais odeio na vida, o que faz você pensar
que eu não possa fazer alguma coisa com você?!
- Faça, se quer fazer faça! Não me responsabilizo pelos seus atos, mas tudo
que vai volta, a que se faz… a que se paga!
- Não faça de virgem puritana que eu não acredito!
- Até porque eu não sou virgem, e não estou esperando um príncipe em um
cavalo branco! A afinal de contas, você está bem longe de ser um príncipe,
está mais para um mostro, um demônio! Você não tem alma!
- Que bom que sou tudo isso que você acabou de dizer, e saiba que você é a
última mulher na face dessa terra, pra quem eu colocaria os olhos!
Gleici toma uma atitude inesperada, abaixa as mãos agressivas de Santiago,
e lhe dá um beijo, o primeiro contato dos lábios, causa estranheza, mas
depois o fazendeiro se entrega, lentamente, fatalmente…
Era inevitável…
Um beijo bem lento, com todos os recantos dos lábios, com toda a doçura da
mistura das salivas, quente e lento, selvagem e calmo, ao mesmo tempo,
sereno e arrebatador…
Gleici toca nas costas de Santiago, sem nenhum movimento brusco, e ele a
envolve em seus braços…
As línguas trabalham como em uma dança, extremamente sintonizada…
Segundo após segundo, movimento após movimento…
Até que é interrompido, Santiago volta ao normal, depois do pequeno
‘surto’…
- Por quê você fez isso?!
Pergunta o fazendeiro…
- Não sei! Porque eu quis, sei lá! Eu nem gostei!
- Muito menos eu, eu odiei! Rebate Santiago!
- Não me admira, você só sabe usar essa palavra, ódio! Talvez lhe falte
amor, mas não sou eu que vou te dar esse sentimento tão nobre, você não
merece!
- Nunca mais faça isso, nunca toquei em uma Castilho!
- Nunca até agora né?! Porque a parti desse momento, não pode mais dizer
isso! E se me der muita vontade, vou dizer pra todo mundo, que nós nos
beijamos bem aqui, debaixo do seu teto!
Provoca Gleici!
Santiago cai no jogo de Gleici:
- Você não seria louca de fazer uma coisa dessas?!
- Me provoque pra você ver!
- Eu tenho uma reputação a zelar!
- A sim, a reputação do seu ódio, pode deixar, acho que vou esconder essa
vergonha que foi te beijar!
- Vergonha?! Quem tem vergonha aqui sou eu!
Diz Santiago, que já está profundamente irritado!
- Vem aqui meu amor, vem! Vem que eu te dou mais um beijinho pra te
acalmar!
Provoca Gleici mais ainda, deixando Santiago louco de raiva, ele acaba
saindo do quarto…
Ele tranca a porta, e do lado de fora pensa:
- Por quê eu fiz isso meu deus?! Eu odeio essa mulher!
Em seu cativeiro, na Fazenda Andrade, Gleici Castilho também pensa:
- Por quê eu beijei esse “tronco”, ele não tem nada a ver comigo, devo estar
ficando maluca!
Foi um beijo, bem mais que um simples beijo…
Capítulo três – The Love
(A ligação – A tentativa de fuga – O refúgio)
Ainda tímidos…
Gleici colocou sua roupa…
A mesma coisa fez Santiago…
O enterro…
As lojas de Vila Madalena estavam fechadas, em sinal de respeito pela
morte de Emílio, seu caixão passava pelo meio da multidão, e todos estavam
a caminho do enterro, muitas pessoas presentes, e o único sentimento que
circundava aquele lugar, era o medo…
Mais sangue seria derramado, para sanar as primeiras gotas que caíram
naquele solo tenebroso…
O caixão desceu a sepultura, Gleici jogou uma rosa branca, uma despedida
simbólica, já que viu os últimos momentos daquele homem, que parecia ser
bom, já que uma multidão estava presente em sua ida para o outro plano…
O padre falava suas últimas palavras, Cláudio não derrubou uma lágrima
sequer, sua masculinidade doentia, não permitia demostrar nenhum tipo de
sentimento.
- Quem dentre vós não cometeu nenhum pecado, que atire a primeira pedra -
Disse o padre, que finalizou dizendo:
- Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal
algum...-
Era Emílio Castilho um homem digno, um homem bom?
O tempo faria questão de contar essa história…
Não adianta esconder a verdade, uma hora ela fica evidente…
Havia chegado ao fim, Cláudio e suas três filhas haviam voltado para casa…
Gleici já tinha seu quarto preparado, o que não esperava era a visita de uma
de suas irmãs, Sara precisava demarcar território, era uma mulher cheia de
ressentimentos, e coisa mal resolvidas dentro de si:
- Está bem acomodada em seu novo quarto Gleici?!
Perguntou Sara…
Mas Gleici estava pensando em Santiago, por isso não iria se deixar levar
pelas mágoas de sua meia-irmã, ela estava demasiado distraída…
- Sim, estou bem acomodada, obrigada Sara pela preocupação.
Disse a enfermeira…
- Não é preocupação, eu não ligo pra você Gleici, só estou usando a minha
educação! Acho que isso deve ser tolerável nesse momento, já que estamos
todos passando por um momento muito difícil.
Disse Sara…
- Então está admitindo que está na verdade sendo falsa, já que finge um
sentimento em nome de uma convenção social?!
- Sempre soube que você não iria se limitar ao seu papel dentro dessa casa,
de uma bastarda, nem somos irmãs!
- Sim somos, para o seu azar somos irmãs, mesmo você não querendo Sara!
Isso é um fato que você jamais vai conseguir apagar da sua vida, mesmo que
eu morra, vou continuar sendo sua irmã!
- Triste foi o dia que meu pai traiu a minha mãe, você é o resultado dessa
traição!
- Nem sempre somos concebidos com amor, mas aqui estou eu, viva na sua
frente! A prova dessa traição, a mácula que vocês sempre tentaram apagar da
história dessa ilustre família!
- Além de tudo, não mede as palavras!
- Não sou de disfarçar as palavras, não fui eu que vim com ressentimentos,
não fui eu que estou atormentando outra pessoa assim!
- Eu não vim até aqui te atormentar! Vim até aqui para você saber o que
todos nessa fazenda pensam de você, você não é bem-vinda e sabe disso!
- Sei lidar com rejeições, fui chutada minha vida inteira, e aqui estou eu,
“vivinha da Silva”, não quero que sejamos inimigas, essa não é minha
intenção! Mas não pense que eu ficarei procurando por você, ou me
subjugando a você, não sou esse tipo de pessoa, não trato como prioridade,
quem pensa em mim de uma maneira tão desprezível, esse não é o objetivo
da minha vida!
- Não gostamos de você, minha falecida mãe te odiava, não podia ouvir o
seu nome ser pronunciado, que desgosto teria de vê-la nessa casa,
caminhando com toda essa empáfia!
- Sara, sabe qual é o problema da sua vida, você ouviu de mais aquela sua
mãe amargurada, acabou se tornando uma versão mais jovem dela, não ama
ninguém, é maledicente, trata os outros, como se o mundo se baseasse entre
os superiores e os inferiores, pensa que eu não percebi como você olha para
os outros, pensa que eu não percebi como você destila desprezo por esse seu
olha arrogante?!
- Não fale mal da minha mãe, o nome dela não merece estar na sua boca!
- Sara, vou te falar uma coisa, e espero que você leve isso pra vida: olha pra
você, está morta, pensa que nada mais tem brilho, tudo é cinza. Sara, a vida é
uma coisa maravilhosa, pra quem saber enxergá-la! Ressuscite Sara, saia
desse poço de amargura que você se colocou, há vida lá fora, há vida aqui
dentro, se permita, e o mundo se abrirá pra você, não feche mais as janelas,
deixa o sol entrar, o sol da vida!
Sara parede não gostar muito do que Gleici falou para ela, foi embora,
batendo a porta, estava irritadíssima.
Depois de algum tempo, foi a vez de Paola vir falar com Gleici, Paola não
era igual Sara, estava um pouco chateada, mas na verdade era bem
animada…
- O que você falou pra Sara?! Ela faltou quebrar a porta?!
Iniciou a conversa Paola.
- Nem sei, não sei se eu falei coisas certas, talvez ela esteja um pouco
sensível com os últimos acontecimentos, só queria ter a certeza que ela fique
bem.
- Posso te fazer uma pergunta?! Estou muito curiosa!
- Faça!
- O que você fez tanto tempo na casa dos Andrade?!
- Nada… fiquei trancada a maioria do tempo!
- Fala a verdade Gleici! Como é a casa deles, sempre tive curiosidade para
saber, nunca entrei lá!
- E nem deveria pensar em entrar! Eles odeiam o coronel, odeiam, e por
consequência detestam tudo que é relacionado a eles, não viu o que
aconteceu ao tio Emílio?! Me surpreende que você ainda faça essa pergunta!
- Sim foi uma fatalidade! Mas não posso negar que tenho curiosidade para
descobrir sobre essas coisas, sabe?! Parece que o proibido é mais atraente!
- Paola, não procure sarna para se coçar, é melhor se manter bem afastada
daquele lugar! Os Andrade, só querem nos fazer mal!
- Por quê diz isso Gleici?! Aconteceu alguma coisa que você não quer nos
contar?!
- Não nada, o que aconteceu naquela fazenda, morreu lá!
Paola olha desconfiada, parece que a irmã está escondendo alguma coisa,
mas ela não insiste…
Paola vai embora, e sozinha em seu quarto, ela reflete:
- Eu preciso esquecer isso, meu deus! Está me fazendo mal…
Mas a noite, era mais difícil, ainda mais difícil…
Enquanto olhava pela janela na Fazenda Castilho…
Santiago olhava para a lua em seu quarto, na Fazenda Andrade, porém
Marcelo chega para contar as novidades para o seu patrão…
Marcelo – Patrão, tudo foi feito como o senhor mandou!
Santiago – E ela… ela deixou algum recado, falou alguma coisa?!
Marcelo – Não, não deixou nenhum recado.
Santiago – Ela parecia estar triste com a partida, você percebeu alguma
coisa?! Alguma expressão?
Marcelo – Não senhor, ela estava normal! Acho que estava satisfeita pelo
fato de ir embora!
Santiago – Era isso que ela transparecia?! Estar feliz!
Marcelo – Acho que sim, inclusive disse que nunca mais colocaria os pés
nessa fazenda!
Santiago – Ela disse isso! Que bom… que bom… não quero uma Castilho
pisando no solo dessa fazenda, imagina a vergonha, que bom que ela disse
isso, até porque eu nunca iria concordar com um absurdo desse!
Disse Santiago, visivelmente chateado, e também decepcionado!
Santiago – Pode ir Marcelo, e muito obrigado!
Marcelo – Que isso patrão, é minha obrigação!
Marcelo deixa o quarto, e Santiago vai se deitar, e é difícil, do outro lado
Gleici faz a mesma coisa, mas pensa no CEO fazendeiro, que parece ter
virado sua cabeça…
E no Silêncio da noite, onde os apaixonados aproveitam seus toques, seu
fogo, e sentem a ausência insuportável dos mesmos…
Depois de alguns dias ausentes, já era a hora das irmãs Castilho irem até a
Fazenda Maias, para fazer os balances de produção de gado, Paola convidou
Gleici para se juntar a ela e a Sara nessa visita…
Era a hora de Gleici conhecer as três irmãs Maias (Aline, Amanda e
Angélica).
E de carro, lá foram as três irmãs Castilho, Sara demostrava estar
visivelmente incomodada com a presença de Gleci, algo que tentava ser
contornado por Paola, ela tentava equilibrar a paz..
Chegaram na Fazenda Maias, a falta de verba já estava visível, as irmãs
enfrentavam um mau momento financeiramente, as dívidas estavam levando
suas últimas economias…
Mesmo assim, as Maias tentavam levar a vida de uma maneira leve, não se
sabia se conseguiam, mas tentar, elas tentavam…
Em uma visita casual, elas serviam comes e bebes, e Gleici se afastou por
um momento para admirar a paisagem…
Aline, Amanda e Angélica estavam sentadas junto com Sara e Paola, e óbvio
que o assunto era a novidade da cidade, a enfermeira e sua ida a Fazenda
dos Andrade…
Aline – E aí Sara, já faz as pazes com sua irmãzinha?!
Sara – Aline, só a trouxe porque Paola me obrigou, não suporto ela!
Paola – Sara, não fale assim, querendo você ou não, ela é nossa irmã!
Sara – Não consigo conceber isso!
Amanda – Meu Deus, eu morro de curiosidade pra saber o que fizeram com
ela na Fazenda dos Andrade!
Paola – Até tentei tirar alguma coisa dela ontem, mas nada! Ela é um túmulo!
Angélica – Segredos não conseguem ser guardados muito tempo nessa
cidade! Só sei que ela tentou fugir, mas foi pega pelos mercenários
desgraçados dos Torres, dizem as línguas, que o fazendeiro maior deu 80
cavalos pra levá-la de volta para a fazenda dele, agora me diga o por quê?!
Sara - “Fazendeiro maior”, é assim que agora vocês chamam aquele
assassino, ele matou o meu tio, sabiam!
Angélica – Por favor Sara, nós sabemos que Emílio Castilho não era nenhum
Santo! Não se passe! Mas eu quero mesmo é saber o que aconteceu na
fazenda Andrade enquanto a irmã de vocês esteve lá, me endividaria mais
um pouco, só pra saber o que eles fizeram com ela!
Paola – Acho que não foi muito ruim, porque se não ela não estaria tão
tranquila, só sinto que ela está um pouco triste!
Sara – Natural, deve ter vivido dias de horror juntos com aqueles demônios!
Amanda – Não sei se eles foram agressivos com ela?!
Sara – Você tem alguma dúvida disso?! Ela é bastarda, mas mesmo assim
tem sangue Castilho, nos odeiam de graça, se pudessem matariam todas nós!
Paola - Meu Deus, Sara! Como você é dramática!
Angélica – O povo fala, e falam muito! Se não sabem o que aconteceu,
começa a inventar suas próprias versões! Eu pensei que Dom Santiago
Andrade iria matá-la, mas não aí está ela, viva! Isso que eu não consigo
entender, tinha certeza que ele iria tentar se vingar do pai de vocês através
dela!
Aline – Vai ver ele saciou com o cadáver do velho Emílio, não precisou
fazer mais mal a ninguém!
Angélica – Você não conhece aquele homem, Aline?! Ela tem fogo nos olhos,
e quando se trata de Família Castilho, ele não perdoa, matou Emílio sem
nenhum remorso, mas por que não fez nada contra nossa cara Gleici?!
Paola – Desavenças de lado, vamos falar a verdade, os três irmãos Andrade,
um é mais bonito que o outro, nossa!
Sara – Paola, está louca?! Deixa o papai ouvir o que você está dizendo!
Paola – Claro que eu nunca vou dizer isso na cara do papai, você está
louca?! Mas uma verdade é uma verdade! Os três são gatos!
Aline – Santiago tem uma beleza mais rústica, Diego é um mulherengo
assumido, vive no bordel da cidade, e o mais certinho mesmo é o outro,
Lucas Andrade, o mais sensato com certeza!
Sara – Não sei como você ousam pensar nesses absurdos!
Amanda – Pronto, a carocha Sara não fala nesses pecados, já foi a missa
hoje?!
Sara – Não brinque com isso, tenho minha religião, e respeito ela!
Paola – Ela ainda é virgem, vocês acreditam nisso?!
Todos riem na mesa…
Sara – Paola, precisava me expor assim?!
Paola – Mas é verdade!
Aline – Eu sabia que você era virgem Sara, você tem cara de virgem!
Amanda – E um beijinho, me diga que você já tocou nos lábio de outra
pessoa nessa sua vida!
Sara fica em silêncio:
Amanda – Espera aí, não estou acreditando, você nunca beijou?!
Gleici escuta a conversa de longe, e percebe que Sara ficou envergonhada
com esse assunto, essas eram suas intimidades e não deveriam ser expostas e
nem ridicularizadas, cada qual tem seu momento…
Gleici se aproxima, e defende a irmã:
Gleici – Não entendo por que tantas risadas?! Afinal de contas todo mundo
tem um tempo diferente, e ninguém é anormal por querer respeitar sua hora!
Amanda – Estamos brincando Gleici, estamos nos divertindo! A Sara não
liga!
Gleici – Me desculpe, mas não parece que minha irmã está a vontade com
essas “brincadeiras”! Na verdade ela parece estar bem incomodada! Sexo e
beijo na boca são coisas boas, quando nós nos sentimos seguras e confiantes
para fazê-las, fora isso não!
Paola – Eu não queria ridicularizar a minha irmã, estamos apenas
descontraindo!
Gleici – Não me pareceu isso, estão pressionando ela, dizendo que se ela
não fazer as coisas como vocês fazem, ela está errada ou é anormal! Existe
um limite entre a brincadeira e a ridicularização, e isso está no sentimento
do outro, no conforto do outro, na permissão dessa pessoa, não imponha para
ela o que vocês fazem, se ela quiser fazer, fará, mas do seu jeito, no seu
tempo, na hora que ela se sentir mais confortável!
Mas estou me alongando de mais nesse assunto, não quero atrapalhar a
conversa de vocês, e nem o prato principal, que parece ser eu mesma!
Gleici se afastou, Sara pela primeira vez olhou com uma admiração
acanhada para a irmã, ela sempre se envergonhou com esses assuntos,
sempre se sentia mal quando as meninas falavam disso, se sentia anormal
por não ter tido um relacionamento, e se sentiu grata a Gleici, por sua defesa,
e sua empatia…
Angélica ficou visivelmente impressionada com Gleici:
Angélica – Agora entendo porque Santiago Andrade deu 80 cavalos por essa
mulher! Tenho que ir lá falar com ela…
Ela se levantou e foi em direção a Gleici, e puxou uma conversa com ela…
Angélica – Estamos falidas, se um milagre não acontecer, vamos ter que
demitir mais trabalhadores, o que seria um desrespeito com essa gente, que
fez essa fazenda!
Gleici – Espero que vocês consigam reerguer essa fazenda, se nota que
vocês amam muito o que fazem!
Angélica – Sim, embora essa cidade estava cada dia mais banhada em
sangue, não posso negar o apresso que sinto por esse lugar, nasci aqui, e se
depender de mim, vou morrer nessas terras!
Gleici – Eu não conheço muito bem essa cidade, e nem entendo o mapa de
ódio que existe aqui! Cheguei aqui, a primeira coisa que vi foi um homem
bom ser assassinado!
Angélica – Como tem tanta certeza que Emílio Castilho era um bom homem!
Gleici – Não sei se era, os Andrade dizem que ele era um demônio, já na
Fazenda Castilho o pintam como um anjo, não sei em quem acreditar!
Angélica – Isso é mais antigo que a roda, em Vila Madalena sempre houve
briga por poder, por demarcações de terras, por amores frustrados!
Sempre… Os Andrade e os Castilho são como cães de gatos, um não
consegue viver com o outro, compartilham uma coisa em comum, o ódio!
São as duas famílias mais poderosas da cidade, escondem segredos,
segredos do passado!
Gleici – Quais segredos?!
Angélica – Coisa que tenho certeza que algum dia virá a luz, mas que por
agora continuam ocultadas debaixo dessas terras…
Gleici – Mas acho que você sabe da história de Antônia Andrade?!
Angélica – Quem não sabe nessa cidade de Antônia Andrade?! A irmã mais
nova dos três mosqueteiros! Ela era muito jovem, já faz mais de dez anos,
um dia saiu e nunca mais voltou, pelo histórico da rivalidade entre os
Andrade e os Castilho, dizem que foi retaliação!
O povo conta muitas histórias, sequestro, estupro, dizem até que o corpo foi
esquartejado, consegue entender agora a revolta dos Andrade, imagina a dor
de saber que sua irmã pode ter sido morta desse jeito, tão brutal?!
Eu ficaria do mesmo jeito, eu não sei como eles conseguem dormir, ainda
mais sem saber uma notícia concreta…
Antônia nunca mais voltou, e Santiago tem certeza que foi a família Castilho
que fez alguma coisa com ela!
Mas entre os três irmãos, ele é o que mais mantém a esperança que ela vai
voltar um dia…
Gleici – E o que você acha, acha que Antônia está viva?!
Angélica – Pra dizer bem a verdade, acho que ela morreu! Acho que Diego e
Lucas também tem essa noção, o único que acredita que ela inda possa estar
viva é Santiago! Mas ela já desapareceu há tanto tempo…
Gleici fica intrigada com essa história..
Gleici – Mas ainda não acharam o corpo, ela pode estar viva em algum
lugar!
Angélica – Improvável, ninguém pensa que ela pode estar viva por aí
durante tanto tempo!
Gleici – As vezes o impossível acontece! Vou ficar mais por dentro dessa
história, apurar algumas coisas!
Angélica – Eu sei que se conselho fosse bom, se vendia e não se dava, mas
não se meta nessa história, é uma história de ódio e medo, as vezes certos
mistérios não devem ser revelados, para o bem do todo! Vai por mim,
quando você vê o sangue escorrer por causa de dinheiro, aquilo te muda pra
sempre! Não se sabe quem são os culpados e os inocentes nesse meio de
caminho, de vez em quando acho que não tem santo nessa história, todo
mundo tem um certo tipo de culpa ali…
Gleici – Uma menina não deveria ter sua vida interrompida assim?!
Angélica – Nem sempre a vida justa, vivemos assim, um entrando no
caminho dou outro, e mudando o rumo.
Gleici – Eu não tenho medo, vou descobrir tudo, vou até o fim!
Angélica – Até se descobrir que a trilha da morte pode estar dentro da sua
casa!
Gleici – Nunca tive medo da verdade, eu a enfrento, seja qual for a
consequência!
Angélica – Você é uma mulher corajosa!
Gleici – Aprendi na minha vida, a enfrentar os meus medos, eu não tinha uma
cama pra me esconder!
Angélica – Só te peço para ser cautelosa, Antônia saiu um dia e nunca mais
voltou, assim é em Vila Madalena, se deve andar com os dois olhos bem
abertos, é uma terra sem lei, tudo se resolve com sangue, com morte…
O ódio parece ser o oxigênio desse lugar!
Gleici – Eu já percebi isso, e onde o ódio está plantado, não se pode colher
amor!
Angélica – O amor é estranho, quando pensamos que está morto, ele
ressuscita, volta com todas as forças, ressurge das trevas…
Gleici – Eu não acredito mais no amor, todas vezes parece que acaba da
mesma maneira, machucando… massacrando…
Capítulo 6 – The Sex
Fazenda Andrade…
Mais um dia começava…
No café da manhã dos irmãos…
A desconfiança de Diego…
Diego sempre soube que Santiago era um homem de hábitos, nunca viu o
irmão mais velho ficar em casa em um dia de trabalho, estava acontecendo
alguma coisa, e ele sabia disso.
Diego estava quase seguro, que a mudança de comportamento de Santiago
tinha a ver com a presença de Gleici naquela casa, não havia outra
explicação.
Desde que a filha de Cláudio havia ido embora, Santiago anda cabisbaixo,
pensativo, aéreo…
Diego resolve conversar com Marcelo, para averiguar a situação…
Marcelo – Bom dia patrão, no que posso ajudar?!
Diego – Quero saber de algumas coisas aí, e acho que você pode esclarecer
umas dúvidas pra mim!
Marcelo – Sou todo ouvidos.
Diego – No dia que você levou a senhorita Castilho pra fazenda do pai dela,
ela por algum acaso, falou alguma coisa sobre nós, alguma coisa que chamou
a sua atenção?!
Marcelo – Acho que não, ela não falou nada demais!
Diego – Tem certeza?!
Marcelo – Sim, apenas disse que nunca mais queria colocar os pés nessa
fazenda, mas acho que isso é normal, já que ela trazida pra cá de uma
maneira forçada.
Diego – Sim, claro. Isso não me surpreende.
Marcelo – Não é só o senhor que queria saber com detalhes as opiniões
finais da senhorita Castilho, o patrão Santiago, também queria saber com
cada vírgula, o que ela havia me confidenciado no carro, enquanto ela ia
embora.
Diego – Então quer dizer que o Santiago quis saber cada detalhe?!
Marcelo – Sim, se mostrou bem interessado, não posso negar que fiquei
surpreso, nunca vi o patrão querer saber de tanto, ele sempre foi um homem
discreto, calado!
Diego – Claro, não vou mais tomar seu tempo. Volte ao trabalho, e seja
discreto Marcelo, nunca tivemos essa conversa, certo?!
Marcelo – Como o patrão quiser, aqui estou eu. Nasci para servir os
Andrade!
Diego – Sabemos disso, sabemos sobre a sua lealdade!
Diego confirmou sua desconfiança, era óbvio que Santiago estava
interessado em Gleici, e não gostou nada de saber disso, ficou puto, era
evidente que iria tirar satisfações com o irmão, e a briga iria começar:
Chegando em casa:
No dia seguinte…
Festa na Fazenda das Irmãs Maias…
Sara, Paola e Gleici confirmaram suas presenças…
Os Irmãos Andrade já estão presentes…
Os Irmãos Torres também já se apresentaram, mesmo sabendo que não são
bem-vindos naquela casa, já que não possuem uma relação amistosa com as
Irmãs Maias…
Aline: - Elas chegaram, agora que esse lugar vai ficar ainda mais pequeno…
Em meio a tantas guerras por poder, Vila Madalena se revelava uma bonita
cidade, cheia de cenários deslumbrantes, e segredos amorosos..
Simone era uma jovem empregada da Família Castilho, era muito próxima
das três irmãs, (Sara, Paola e Gleici), sempre fez seu trabalho bem, porém
guardava um segredo…
Simone, mais uma vez escondida, foi até a cachoeira de Vila Madalena,
encontrar um homem, Marcelo, o capataz da fazenda Andrade.
Os dois trabalhavam para famílias que eram arquirrivais, mas o que o amor
tem a ver com isso, não é mesmo?!
Quando viu Simone, Marcelo deu um sorriso, aquele frio na barriga bateu,
estavam apaixonados…
Ao primeiro passo, se abraçaram, com muita ternura, depois se beijaram
apaixonadamente, era necessário matar a saudade, por motivos óbvios, não
podiam se encontrar com regularidade…
Simone e Madalena já nutriam um relacionamento há um bom tempo, não era
de hoje…
Depois de passarem mais um momento juntos, foi a vez de voltarem para
suas respectivas fazendas…
Fazenda Andrade -
A tarde…
Santiago sabia que Marcelo estava se envolvendo como uma das empregadas
da Fazenda Castilho, não recriminava o capataz por causa disso, muito pelo
contrário, queria lhe pedir um favor…
Marcelo – No que posso ajudar patrão?!
Santiago – Onde você foi Marcelo?!
Marcelo – Estava trabalhando patrão!
Santiago – Por favor Marcelo, não minta pra mim! Sei que você estava com
aquela moça!
Marcelo – Por favor patrão, não peça pra que eu termine com ela, gosto tanto
dela!
Santiago – Não era isso que eu estava querendo dizer, preciso te pedir um
favor!
Marcelo – Diga, no que posso ajudar?!
Santiago - Preciso que sua namorada entregue uma carta pra mim!
Marcelo – Uma carta?! E pra quem seria?!
Santiago – Preciso que ela entregue uma carta para a senhorita Gleici, pode
fazer isso por mim?!
Marcelo – Patrão, isso é muito perigoso!
Santiago – Eu quero saber, se pode fazer isso ou não?!
Marcelo – Onde está a carta?!
Santiago – Eu sabia que você não iria me decepcionar!
Santiago enviou uma carta para Gleici, através de Marcelo…
Fazenda Castilho:
Quando chegou lá, tudo estava diferente, não conseguia olhar pra aquilo tudo
como antes…
Desconfiava da própria sombra…
Subiu, foi até o seu quarto, Simone a seguiu, percebeu que ela estava um
pouco perturbada…
No quanto da enfermeira, Simone fecha a porta, e pergunta Gleici:
Simone:
- Senhorita, está bem?! Parece pálida?!
Gleici:
- Estou bem, só um pouco cansada!
Simone:
- A senhorita saiu a tarde toda, todos perguntaram por você! Tive que
inventar mil desculpas!
Gleici:
- Por favor Simone, não conte pra ninguém que eu fui me encontrar com
Santiago! Sabe como o meu pai reagiria!
Simone:
- Fique tranquila, não contei nada, e se depender de mim, ninguém vai saber!
Gleici:
- Obrigada pela compreensão!
Simone:
- Eu só quero que você fique bem!
Gleici: - Farei o possível para que isso aconteça!
Que tudo fique bem, que tudo termine bem…
Capítulo 9 – The Bory
Sara havia passado o dia inteiro na igreja, estava muito cansada, mas mesmo
assim resolveu pegar a estrada.
Sara estava muito triste com a morte de Simone, ela a conhecia desde
menina, era doloroso para ela…
Enquanto dirigia, um cavalo entrou bem na sua frente, ela conseguiu evitar o
pior, foi uma freada brusca…
Quem estava em cima do cavalo era Zé Neto Torres, e já se sabe que esses
irmãos não são muito educados..
Sara sai revoltada de dentro do carro:
Sara:
- Por quê você fez isso?! Poderia ter acontecido uma tragédia!
Zé Neto:
- Desde menina você é assim Sara, extremamente dramática e sem graça!
Das três irmãs, você é disparado a mais sem sal!
Sara:
- Você é um grande idiota! Nem sei porque ainda perco meu tempo
discutindo com os trogloditas da sua família!
Zé Neto:
- Seu pai não compartilha da sua opinião! Ele nos adora, por ele seríamos
apenas uma família!
Sara:
- Meu pai não sabe quem são vocês de verdade!
Zé Neto:
- Ou talvez você não saiba quem verdadeiramente é o seu pai!
Sara:
- O que você está querendo dizer com isso?!
Zé Neto:
- A gente pode dizer tantas coisa, pode sentir tantas coisas, pode ver tantas
coisas! No final tudo é uma grande besteira!
Sara:
- Você está bêbado, ou algo do tipo?! Porque se nota que não está nos seus
cinco sentidos!
Zé Neto:
- Vou ter que concordar com você, só fora de mim pra fazer o que quero
fazer com você agora!
Zé Neto desceu do cavalo, e foi pra cima de Sara, a sensação dela, era de
aquilo não estava acontecendo de verdade…
Ele a estava forçando, e ela tentava se desvencelhar a todo custo!
Pela estrada, vinha outro carro… Era Diego, que estava voltando do bordel
de Vila Madalena, ele viu aquela cena, e resolveu parar…
Zé Neto estava arrancando o vestido de Sara, que gritava e chorava, pedia
socorro, estava desesperada…
Diego saiu do carro, e foi até Zé Neto, e o separou de Sara, não bateu nele,
apenas o afastou, Sara estava em estado de pânico, chorava muito…
Diego:
- O que está acontecendo aqui Zé Neto?!
Zé Neto:
- Não se meta Diego, não vê que estava passando um excelente momento
com a minha amiga Sara?!
Diego:
- Não parece que ela compartilha dessa mesma opinião, por que ela está
chorando?!
Sara andando, vai para trás de Diego:
Sara:
- Ele tentou me estuprar!
Diego olha pra Sara e pergunta:
Diego:
- Ele fez alguma coisa contra você?!
Sara:
- Só não fez porque você chegou aqui!
Diego:
- Então é isso que você faz Zé Neto?! Obriga as mulheres a fazerem coisas
com você! Você é um moleque mesmo!
Zé Neto:
- Por quê você está tão preocupado! É ela, Sara Castilho, sua inimiga, vocês
se odeiam! E afinal de contas, eu estava fazendo um favor pra ela, estava
ensinando coisas novas!
Diego parte pra cima de Zé Neto, bate nele, soco atrás de soco, ficou
extremamente nervoso, Sara percebeu que aquilo poderia culminar em uma
tragédia, e pediu para Diego parar:
Sara:
- Por favor Diego, você vai matá-lo!
Diego:
- Deveria mesmo fazer um favor pro mundo, e matar esse desgraçado, é isso
que ele merece!
Sara:
- Não faça isso por favor, já não basta todas as tragédias que aconteceram?!
Diego:
- Sara, ele não fez nada com você, não é mesmo?!
Sara:
- Graças a Deus, não deu tempo!
Diego:
- Essa família Torres, é mesmo uma escória! É o que faz essa cidade ser um
lixo!
Diego chuta Zé Neto…
Sara:
- Não posso ir pra casa assim, meu vestido está todo rasgado!
Diego:
- Vem, vou te levar pra minha casa, lá arranjamos roupas pra você! Vem!
Sara:
- Eu nunca entre na propriedade Andrade!
Diego:
- Mas pra tudo tem uma primeira vez, não é mesmo?!
Diego e Sara vão juntos no mesmo carro…
Não se falam, ela ainda parece estar bem nervosa com o acontecido, e ele
limpa as mãos, que estão sujas de sangue, depois do ocorrido…
Mesmo temerosa, Sara chega na propriedade Andrade…
Ela olha em volta, e fica encantada com a beleza da fazenda…
Quando chega lá, Diego pede ajuda para Valéria, que se espanta quando vê a
senhorita Castilho ali, bem na sua frente…
Diego:
- Valéria, por favor ajude a senhorita Castilho, auxilie no banho, dê o que
vestir depois prepare alguma coisa pra ela comer…
Valéria:
- O que você fez com ela, senhor Diego?!
Diego:
- Eu não fiz absolutamente nada! Para de perguntas, e ajude ela logo. A Sara
não está bem! Leva ela pro quarto de hóspedes!
Valéria:
- Sim senhor!
Valéria leva Sara e a ajuda…
Depois de algum tempo, Diego bebe alguns drinks olhando para a lareira da
sala, chegam Lucas e Santiago…
Lucas:
- Que história é essa de trazer Sara Castilho, para dentro dessa casa?! Já não
basta as loucuras do Santiago, agora você também?! É uma casa de loucos,
de loucos!
Santiago:
- Não me coloque no meio dessa história, que dessa vez eu juro que não
tenho nada a ver!
Diego:
- Lucas, eu estou nervoso e a última coisa que eu quero dar adora é
satisfação!
Lucas:
- Desculpa, vou fingir que nada aconteceu aqui, pelo menos fingir, mas não
sei se vou conseguir!
Santiago:
- Não era você que dizia que eu era louco Diego?! Que a pior laia eram as
Castilho, e veja só, trouxe uma para dentro de casa!
Lucas:
- Você é um inconsequente! O pai dela vai matar meio mundo quando
descobrir aonde a santa da filha dele está!
Diego:
- O Zé Neto tentou estuprar ela no meio da estrada, eu cheguei e evitei o
pior!
Santiago:
- O quê?!
Diego:
- Isso mesmo que você ouviu!
Lucas:
- Vocês brigaram?! A sua cara está toda machucada!
Diego:
- Sim, me descontrolei! Quando vi ele por cima dela, por cima dela, o
sangue ferveu!
Santiago:
- Esses irmãos Torres não valem absolutamente nada!
Lucas:
- Agora que você percebeu isso?!
Diego:
- Trouxe ela pra cá! Estava com a roupa toda rasgada, não podia voltar pra
casa naquele estado! Valéria está lá em cima cuidado dela!
Lucas:
- Amanhã mesmo, ele tem que voltar pra casa dela, senão isso vai virar um
verdadeiro pandemônio!
Diego:
- Que você acha Lucas, que eu trouxe ela pra morar aqui, não seja ridículo!
Eles brigavam, mas sempre depois entravam em um consenso…
Na manhã seguinte, Sara pediu para que Valéria ligasse para Paola e Gleici
irem buscá-la…
Quando souberam da gravidade do assunto, as duas não pensaram duas
vezes, e foram até a fazenda Andrade, isso era inédito…
As três irmãs Castilho em terras Andrade…
Gleici e Paola chegaram, logicamente que não contaram nada para Cláudio,
ele não podia nem sonhar com isso…
Sara estava no quarto de hóspedes, sendo super bem tratada…
Ela contou tudo o que aconteceu para as irmãs…
Sara já estava mais calma…
Os três irmãos estavam no andar de baixo, aguardando as Castilho descerem,
mas elas ficaram conversando por um bom tempo…
Logo Santiago subiu, e Gleici saiu do quarto de hóspedes, eles se
encontraram no corredor…
Bastou um olhar…
Santiago puxou ela para dentro do seu quarto, e os dois se beijaram
apaixonadamente:
Santiago:
- Eu estava com saudade.
Gleici:
- Eu também!
Santiago:
- Eu pensei que não ia mais te ver!
Gleici:
- Eu estou aqui…
Santiago:
- Por quê você foi embora daquele jeito?!
Gleici:
- É melhor assim!
Santiago:
- Que saudade do seu cheiro!
Os dois voltaram a se beijar, matavam as saudades, e sabiam que o tempo
era curto, Santiago, tentava… mas não conseguia se entregar, interrompeu o
momento, e repetia em voz baixa:
Santiago:
- Eu não posso, eu não posso!
Gleici:
- É por isso que isso nunca vai dar certo! Nós não nascemos para ficar
juntos!
Santiago:
- Sim, essa é a verdade! E sempre é melhor a verdade, não é mesmo?!
Gleici:
- Eu queria ser como você, e saber lidar com os meus sentimentos de uma
maneira tão fácil, mas não posso! Tudo pra mim é mais sofrido, mas
doloroso!
Santiago:
- Você não entendi, eu não consigo esquecer a Antônia, ela era a luz da minha
vida! Me sinto culpa pelo desaparecimento dela!
Gleici:
- Eu sei! Mas a culpa não é sua, e nunca a esqueça! Ela é sua irmã!
Santiago:
- As vezes eu esqueço de como era o seu rosto, e tom sua voz, eu esqueço do
seu olhar! E eu não suporto isso, quero mantê-la viva, nem que seja na minha
memória!
Gleici:
- Você é um excelente irmão, defende o Diego e o Lucas com unhas e dentes,
e nunca perdeu a esperança de um dia reencontrar a Antônia!
Santiago:
- Todos dizem que eu sou louco de ainda, depois de tantos anos, ter
esperanças com a volta dela!
Gleici:
- Você não é louco, você está certo! Eu sei que um dia, ela vai voltar pra
vocês!
Gleici e Santiago se abraçam, e voltam a trocar olhares e carícias, o beijo
veio, como um conforto, como um: “vai ficar tudo bem”.
No meio do beijo, Lucas entra no quarto sem bater, e surpreende os dois no
momento mais íntimo…
Lucas:
- Meu Deus!
Santiago:
- Você não bate antes de entrar?!
Lucas:
- Desculpa, eu deveria ter batido!
Gleici fica sem graça, e sai do quarto…
Ela volta para o quarto de hóspedes, onde Paola pergunta onde é o banheiro,
e Gleici responde:
- Na segunda porta a esquerda.
Paola:
- Vou lá rapidinho!
Enquanto isso no quarto de Santiago:
Lucas:
- Meus Deus! Santiago, o que você está fazendo?!
Santiago:
- Não estava acontecendo absolutamente nada demais?!
Lucas:
- Santiago, vocês estavam se beijando!
Santiago:
- Foi uma coisa do momento!
Lucas:
- Coisa do momento?! Essa vai ser mesmo a sua melhor desculpa?!
Santiago:
- Quer saber de uma coisa Lucas, eu não te devo nenhum tipo de satisfação!
Sai do meu quarto, vai!
Lucas sai, e vai em direção ao banheiro, estava tão atordoado, que nem
percebeu que estava ocupado…
Paola tinha entrado, tirado a blusa, o sutiã a estava incomodando…
E quando ela estava assim, Lucas entra, e vê seu seios:
Lucas:
- Meu Deus!
Paola se assusta!
Paola:
- Você não bate na porta?!
Lucas:
- Eu não sabia que estava ocupado!
Paola acaba tapando os seios…
Paola:
- O que você está aí fazendo?! Sai logo daqui!
Lucas assustado se retira, ambos ficam sem graça…
Alguns minutos depois…
Os Andrade estão na sala, esperando…
As castilho finalmente descem…
E antes de Sara ir embora, ela olha para Diego, e em um momento íntimo
diz:
Sara:
- obrigada…
E foram…
A obrigação…
Sara:
- Como assim casar?!
Cláudio:
- É o que você ouviu, você irá se casar com Zé Paulo! Precisamos unir as
famílias, agora mais do que nunca, precisamos de aliados, o mais rápido
possível!
Gleici:
- Você não pode abrigar nenhuma de nós a se casar, o que pensa que é, nosso
dono!
Cláudio:
- Sim, sou o pai de vocês! Me devem obediência! Não é porque já são
mulheres formadas, que podem mandar nas próprias vidas!
Paola:
- Não pode fazer isso, não pode obrigar a Sara a se casar com aquele idiota,
todo mundo sabe que ele não presta! Eu pensava papai, que você sempre
quis o melhor para nós!
Cláudio:
- Eu quero o melhor para vocês, mas também temos que pensar no nosso
futuro, nas nossas finanças, na nossa fazenda! Isso é o junto!
Sara:
- Sempre colocando o dinheiro na frente de tudo, não é mesmo papai?! E os
sentimentos, onde ficam, onde?!
Cláudio:
- Não quero saber de lamentações, você vai se casar e ponto!
Sara corre para o quarto, e chora… Fica desesperada com a notícia do
casamento.
Gleici e Paola, a seguem…
Sara:
- Ele não pode fazer isso comigo, não pode me obrigar a casar com aquele
estúpido! Ele é irmão do homem que tentou me estuprar, como vou conviver
na mesma casa?!
Paola:
- O papai só pode estar louco, de onde ele tirou essa ideia absurda?!
Gleici:
- Interesses! Dinheiro! Ele é muito ambicioso! Deve haver alguma coisa por
trás desse casamento repentino, temos que descobrir, investigar!
Sara:
- Se tivermos tempo de descobrir, parece que ele quer me casar o mais
rápido possível, com aquele homem!
Gleici:
- Fique tranquila Sara, nós vamos arranjar um jeito, vamos conseguir
impedir essa loucura!
Fazenda Andrade:
Amanda chega, e é recebida por Valéria…
Amanda:
- Chame por favor o Santiago, diga que a Amanda está aqui e precisa falar
com ele…
Valéria:
- Espere um momento, que eu vou chamar e já volto…
Poucos minutos, depois Santiago desce e para receber Amanda na sala…
Santiago:
- Amanda, o que você está fazendo aqui?!
Amanda:
- É assim que você recebe uma velha amiga?!
Santiago:
- Desculpa, a que devo a honra dessa visita?!
Amanda:
- Estou aqui, porque estou morrendo de saudades, sinto falta das suas mãos,
da sua pegada! Estou carente!
Amanda vai se aproximando de Santiago…
Santiago:
- Eu já disse Amanda, não temos nada a ver! Foi bom nossos momentos, mas
já passou! Não quero que você passe por essa situação!
Amanda:
- Você que me coloca nessa posição, sabe que eu gosto de você, mas me
despreza! O que custa me dar um pouco de carinho, atenção! Afinal, você
está solteiro, eu estou solteira, estamos desimpedidos!
Santiago:
- Não é assim que funciona Amanda!
Amanda:
- E por quê não é assim que funciona?! Você é homem e eu uma mulher, isso
acontece assim desde que mundo é mundo!
Santiago:
- Você é uma mulher bonita, tenho certeza que qualquer homem cairia aos
seus pés!
Amanda:
- Mas eu não quero outro! Eu quero você!
Santiago:
- Não insista Amanda! Nós dois sabemos que isso jamais funcionaria, não
adianta no enganar! Não quero fazer você passar por essa situação! Não
posso ficar com você…
Amanda:
- Eu já sei, tem outra mulher entre nós dois, não é mesmo?!
Santiago:
- Não é nada disso!
Amanda:
- Como que não, olha pra mim, qual homem me mandaria pra casa?! Só pode
ser outra, e você está tentando se manter fiel a ele, ao sentimento que sente
por ela, por isso me rejeita desse jeito!
Santiago:
- Você está começando a inventar histórias na sua cabeça, eu não tenho nada
com ninguém, sou livre!
Amanda:
- Eu sou mulher, eu sinto quando um homem está apaixonado por outra, ele
fica diferente, tenta ser fiel, mesmo ela não estando perto, não pode trair,
pois estar enfeitiçado por ela, não consegue se entregar! E esse é o seu caso!
Santiago:
- Você está delirando Amanda, não existe nenhuma outra mulher na minha
vida!
Amanda:
- Eu sei que existe! E o pior que eu desconfio de quem seja, mas me renego a
acreditar!
Santiago:
- Agora fica inventando mulheres que não existem!
Amanda:
- É a Gleici, não é mesmo?!
O semblante de Santiago muda quando ela diz o nome de Gleici,
evidenciando que era realmente ela, a outra mulher…
Amanda:
- Eu sabia que era ela!
Santiago:
- De onde você tirou isso?!
Amanda:
- Não disfarce, seu rosto entregou na hora que é ela mesmo!
Santiago:
- Agora eu tive a certeza absoluta que você está enlouquecendo!
Santiago fica um pouco nervoso, e vai até o bar para preparar uma bebida!
Amanda:
- Seus pais devem estar se revirando dentro de suas sepulturas, quem diria
que o filho mais honrados dele, daria um desgosto desse!
Santiago:
- Eu sinceramente não sei colocou essas coisas na sua cabeça, mas realmente
não fazem sentido! Olha na minha cara, onde eu iria me interessar pela filha
de Cláudio Castilho?! Eu tenho um nome a zelar!
Amanda:
- Como diz o povo por aí: “Quem manda no coração?” Eu já sei, você achou,
vou dar uns beijos, talvez uns amassos, talvez até mesmo você tenha levado
ela pra cama, mas não, tudo está sob controle, vou saber me distanciar na
hora certa, mas quando se deu conta, estava envolvido, não é mesmo?! Diga
que não foi isso que aconteceu?! Diga…
Santiago:
- Eu não vou falar uma mentira, só porque você veio aqui para ouvir uma!
Amanda:
- Para de negar Santiago, é pior ficar negando o óbvio! Sei que você gosta
dela, mas talvez você não tenha a coragem de ficar com a bastarda, sim,
porque seria uma vergonha, imagina a cidade inteira falando disso, dizendo
que você não honrou o nome da sua irmã, esqueceu da Antônia, esqueceu
dela, assim, rápido?! Foi só aparecer essa mulher para você esquecer todo o
mal que ela sofreu, quem sabe onde está agora, quem sabe se está viva?!
Amanda sabia que aquele era o ponto fraco de Santiago, e ficou o
atormentando com isso!
Santiago:
- Você não tem o direito de colocar a Antônia no meio disso tudo!
Amanda:
- Eu só lembre do nome dela, porque você a amava, e muito… mas parece
que já deixou ela se tornar apenas uma lembrança!
Santiago:
- Você mais do que ninguém, sabe o quanto eu procurei por ela, sabe como
honrei o seu nome, e nunca deixei que ela fosse esquecida!
Amanda:
- Eu sei disso, mas será que a Gleici um dia vai querer dividir você com a
lembrança da sua irmã desaparecida?! Ela é uma mulher egoísta, só pensa
nela mesma, deve estar armando com o pai para te enganar, será que você
não percebe isso?!
Pouco a pouco, ela fará você tirar essa ilusão de achar a Antônia, da sua
cabeça!
Santiago:
- Ninguém jamais vai conseguir tirar da minha cabeça a ideia de procurar a
Antônia!
Amanda:
- A Gleici vai conseguir, veja como você está?! É outro homem, cadê aquele
ódio que te definia, toda aquela raiva que havia dentro de você?! Toda
aquela sede por vingança?! Ela te quebrou, te amansou, te domou!
Santiago:
- Você está tentando me provocar, mas não vai conseguir! Sai da minha casa!
Amanda:
- Tudo bem, eu vou! Mas estou feliz, pois sei que essa desconfiança sempre
estará aí, Antônia jamais permitirá que vocês fiquem juntos, a lembrança
dela não vai deixar!
Fazenda Torres:
Aline:
- E aí gostoso, quanto tempo, pensei que tinha me esquecido?!
Zé Paulo:
- Você sabe que isso é impossível!
Zé Paulo e Aline se beijaram… Aline tentava tirar alguma coisa do herdeiro
Torres:
Aline:
- E aí, quais são as novidades?!
Zé Paulo:
- Porque você não me diz logo o que veio saber?!
Aline:
- Você gosta de ir direto ao assunto, não é mesmo?!
Zé Paulo:
- Minha querida tia Zoraide me alertou, sabia que você viria até aqui tentar
arrancar alguma coisa de mim, mas eu não tão burro assim, eu já sabia que
você não prestava!
Aline:
- Eu não presto. Mas eu sei que você adora isso!
Zé Paulo:
- Sim, mas vamos pra diversão, porque o que você quer saber, descobrirá na
hora certa! As terras relicário, vão parar nas minhas mãos!
Aline:
- Como?!
Zé Paulo:
- Seus olhos brilharam, mas fique calma, logo saberá!
Aline a Zé Paulo vão pra cama…
No dia seguinte…
Sara estava angustiada, e resolveu sair logo cedo para relaxar um pouco,
embora isso fosse muito difícil…
Foi até a cerca que corta as terras Castilho das terras Andrade, um ponto de
tensão, já que era uma área pouco visitada, contudo naquele diz, o destino ou
a coincidência, fizeram que Sara e Diego fossem estar no mesmo lugar e na
mesma hora…
Sara o viu de longe, depois foi a vez dele perceber a presença dela ali, ele
se entreolharam e foram em direção a cerca…
Não havia muito o que ser dito, mas aquele clima de ódio entre os dois,
havia dado uma trégua…
Diego:
- Como você vai!
Sara:
- Não muito bem.
Diego:
- Aconteceu alguma coisa?!
Sara:
- Sim, meu pai vai me obrigar a casar com um homem que eu nem conheço
direito!
Diego:
- Obrigar a casar?! De onde saiu isso?! Essa ideia é absurda!
Sara:
- Sim, eu sei disso!
Diego:
- Sara, eu te conheço desde criança e você nunca foi de aceitar as coisas
assim!
Sara:
- O problema é agora o meu pai precisa de mim, não si como negar isso pra
ele! Tenho medo que ele fique debilitado, ele não está bem desde a morte do
meu tio!
Diego:
- Acho melhor não falarmos nisso!
Sara:
- Também acho!
Diego:
- Mas você não pode aceitar isso!
Sara:
- Eu tenho medo!
Diego:
- Medo de quê?!
Sara:
- De quando ele me tocar, de quando ele beijar os meus lábios, não foi desse
jeito que eu idealizei!
Diego:
- E como você havia imaginado?!
Sara:
- Antes eu tinha vergonha de dizer, antes eu não falaria isso com ninguém,
muito menos com um homem…
Diego:
- O que você não gostaria que nenhum homem soubesse?
Sara:
- Eu nunca fui beijada…
Sara disse com sutileza, Diego ficou intrigado, mas aquilo também o
encantou…
Quis se tornar seu professor, quis ser o seu primeiro…
Pulou a cerca, pegou em seu rosto, e deu um terno beijo, estava rendido…
Sara não sabia, mas Diego era apaixonado por ela, desde que era um
menino, mas sempre escondeu isso…
Foi um beijo lindo, o sentimento era puro, não havia qualquer tipo de
interesse…
Foi um beijo doce, suave, natural…
Depois disso, Sara interrompeu o beijo, e assustada, saiu correndo…
Diego, com um sorriso no canto da boca, perguntou:
- Pra onde você vai?!
Ela não respondeu, apenas queri fugir, e correu, correu…
Pra onde ela iria?
Não se sabe.
Mas aquele primeiro beijo, ela e nem ele, esqueceriam…
Já sabiam, que havia marcado…
A boca não consegue negar os sentimentos, no calor de um beijo…
Capítulo 12 – La Pasión
Ainda sem fôlego, Sara chega em casa, e logo vai falar com Gleici:
Sara:
- Eu não posso, eu não posso me casar com Zé Paulo!
Dizia ela, com um sorriso no rosto…
Gleici:
- O que aconteceu Sara?!
Sara:
- Eu não posso, me casar com ele, porque eu estou apaixonada por outro
homem! Isso estava adormecido, mas parece que despertou dentro de mim!
Gleici:
- Eu não estou entendendo nada do que você está falando Sara!
Sara:
- Eu sou apaixonada por ele, eu não posso mais mentir! Eu gosto dele!
Gleici:
- Dele quem?!
Sara:
- Eu estou apaixonada por Diego Andrade!
Gleici:
- Meu Deus! Fale isso baixo Sara, alguém pode te ouvir!
Sara:
- Que escutem, eu não vou ficar mais me reprimindo, não posso, eu tenho que
viver isso, eu tenho que viver isso, se não isso vai me matar!
Gleici:
- E como que você descobriu que estava apaixonada pelo Diego, você não
está confundindo as coisas?!
Sara:
- Não estou! Ele acabou de me dar um beijo, e se eu soubesse que era tao
bom, já tinha feito antes! Gleici por quê você não me disse que era tão bom
beijar a boca da pessoa que a gente gosta?!
Gleici:
- Tô vendo que você está bem animada!
Sara:
- Eu acho que pela primeira vez na vida, eu experimentei o que é me sentir
feliz! Eu estou tão feliz Gleici!
Gleici;
- Que bom! Se você está feliz, eu também fico feliz!
Sara:
- Eu estou tão feliz, que parece que eu vou explodir!
Gleici:
- O amor faz isso com a gente, dá mais vontade de viver!
Sara:
- Sim, eu nunca senti isso antes, é tão renovador, é tão bom!
Sara foi para o quarto, estava muito feliz, e Gleici viu isso, estava contente
pela irmã, sabia que uma chama havia sido acesa na sua vida…
O sacrifício…
Gleici parece estar bem conformada com o seu casamento por obrigação, ela
queria salvar Sara, logo agora que sua irmã estava tão feliz…
Cláudio desliga o telefone, e comemora, a intenção dele nunca foi casar Sara
com Zé Paulo, ele sabia que Gleici iria se sacrificar, e não iria desconfiar de
seu plano, para conseguir botar as mãos nas terras relicários!
No dia seguinte:
Casamento no civil entre Gleici Castilho e Zé Paulo Torres…
Tudo foi muito rápido, Gleici chegou e assinou os papéis, em seguida foi a
vez de Zé Paulo, ela não desconfiou de absolutamente nada, e o plano contra
a enfermeira avançava, não tinha como ela sair daquela situação, o jogo
estava contra…
Os dois se casaram, e em seguida Gleici foi morar na Fazenda Torres…
Capítulo 13 – El amor
O despeito de Santiago…
A noite, todos em Vila Madalena já sabiam do casamento entre Gleici e Zé
Paulo, obviamente Amanda foi até a Fazenda Andrade para consolar o
fazendeiro Santiago…
Zé Paulo:
- Já estava ansioso pela lua de mel!
Gleici:
- Que lua de mel?! Eu casei com você, mas não vou fazer absolutamente nada
com um ser tão escroto quanto você!
Zé Paulo:
- Agora você é minha esposa, e vai cumprir seu papel de mulher!
Zé Paulo pega Gleici pelo braço:
Gleici:
- Me solta, eu não vou para lugar nenhum com você! Não vou fazer nada!
Zé Paulo:
- Claro que vai, sabe quanto tempo eu estou esperando por essa noite?! Eu te
quero faz tanto tempo! Hoje você vai me saciar!
Gleici:
- Me larga, você não vai me tocar!
Prima Zoraide ouve a gritaria no andar de cima da casa, e se aproxima:
Prima Zoraide:
- O que está acontecendo aqui?!
Zé Paulo:
- Minha esposa não quer cumprir com seus deveres conjugais!
Gleici:
- Você não vai encostar a mão em mim!
Zé Paulo:
- Isso é o que vamos ver!
Prima Zoraide:
- Zé Paulo, deixe sua mulher em paz, você não vai obrigá-la a nada! Minha
filha, você pode dormir no quarto de hóspedes!
Zé Paulo:
- Mas tia…
Prima Zoraide:
- Mas nada! Ela vai dormir sozinha, e você Zé Paulo, trate de não fazer
nenhuma gracinha, eu estarei de olho!
Gleici:
- Obrigada!
Prima Zoraide:
- Vai minha filha, vai dormir que hoje o dia foi muito longo! E você Zé
Paulo, vá para o seu quarto!
Zé Paulo, contrariado vai para o quarto, enquanto Gleici respira aliviada…
A Primeira noite de Diego e Sara…
Sara sai a noite, era o momento mais oportuno, não tinha ninguém vigiando…
Diego sabia que poderia ir até a cabana que ficava localizada na Fazenda
Andrade, era um lugar tranquilo, pouquíssimo frequentado.
Sara foi até a cabana, e viu que Diego teve a mesma ideia, já que viu ele a
esperando…
Ele abriu a porta, e ela entrou, sem falar absolutamente nada…
Eles não conversaram, mais o clima estava tão intenso, que os gestos por si
decifravam os sinais do corpo…
Ele beijou o canto da boca dela…
Ela estava nervosa…
Se sentia inexperiente…
Mas ele teve toda a paciência do mundo…
Soube fazê-la se sentir a vontade…
Começou pela boca…
E depois foi beijando cada quina do corpo dela…
Cada curva…
Cada linha…
Olhava nos olhos…
Nunca parava com o contato visual..
Sara estava ficando excitada…
Seu corpo reagia de uma forma muito natural…
Diego foi o primeiro…
E queria ser o único…
El Placer…
Ele deitou-se nu por cima dela…
E a penetrou, com doçura…
Sara passava a mão por cima das curvas de Diego…
Ele nunca imaginou, que o corpo pudesse dar tamanho prazer…
Ela já havia entendido a mecânica do sexo, a ida e a vinda…
E assim, sorrisos…
Carinhos, eles se amaram, mesmo tendo todos os motivos do mundo para se
odiarem…
A Descoberta...
Alguns minutos depois, Sara e Diego permaneceram deitados, em silêncio…
Não se deram conta que alguns homens estava se aproximando da cabana…
Cláudio Castilho, desconfiado, resolveu seguir Sara, para ver aonde a filha
estava indo, levou alguns homens da Fazenda…
Ele se surpreendeu quando viu ela entrando em terras Andrade, porém
resolveu dar corda…
Depois, Cláudio junto de seus homens se aproximaram da cabana…
O barulho era tanto, que Marcelo acordou Santiago, e pediu para eles irem
até a cabana com alguns homens, pois achava que estava havendo uma
invasão…
Diego e Sara não ouviram absolutamente nada, estavam em seu próprio
mundo…
Cláudio pediu para que um de seus capangas arrombasse a porta, e assim o
fez…
Cláudio entrou e surpreendeu Sara e Diego, seminus em cima da cama…
O coronel ficou completamente transtornado de ver aquela cena, logo Sara, a
filha que ele considerava a mais santa, a mais pura, seminua na cama com um
de seus piores inimigos…
Sara ficou sem reação, estava desconcertada…
Não sabia o que fazer…
Diego se levantou, colocou as calças, e logicamente foi enfrentar Cláudio:
Cláudio:
- Sara, como uma vagabunda deitada na cama com esse crápula, filho de uma
miserável, por quê Sara?! Esperava isso de qualquer uma, não de você!
Diego foi pra cima de Cláudio:
- Quem é a vagabunda?! Que é o filho de uma miserável?
Mas os capangas do coronel, conseguiu separar os dois…
Cláudio:
- Olha essa vergonha Sara, como vou explicar isso para os homens que
trabalham comigo?!
Sara começa a chorar e a se vestir, enquanto isso Santiago, Marcelo e Lucas
e mais alguns homens chegam na cabana…
Santiago:
- O que está acontecendo aqui?! Que bagunça é essa?!
Santiago e Lucas se dão conta do que estava acontecendo, quando viram os
lençóis revirados e Diego e Sara se vestido:
Cláudio:
- Seu nobre irmão, Santiago Andrade, está pensado que a minha filha é mais
uma das vagabundas que ele pega naquele maldito bordel!
Lucas:
- Meu Deus! Não posso acreditar que isso está acontecendo!
Santiago:
- Diego, o que você fez?!
Cláudio:
- Isso virou um escândalo, e vou ter que lavar a honra da minha família!
Santiago:
- O senhor não vai limpar honra de ninguém hoje, vai dar meia volta, e ir pra
sua fazenda!
Cláudio:
- E quem disse que eu vou ir embora tão facilmente assim?!
Santiago:
- Ou o senhor vai por boa vontade, ou vai a base de bala. O senhor decide!
Sara:
- Por favor não façam disso uma guerra, eu não quero mais sangue
derramado nessa cidade!
Cláudio:
- E o que pretende fazer Sara?! Como vou explicar uma vergonha dessa?!
Você foi pega na cama com esse homem, amanhã a cidade inteira vai
comentar, e a sua reputação estará no lixo!
Sara:
- Se a minha reputação for para o lixo, isso é um problema meu! Eu estou
cansada de viver conforme as suas vontades, eu quero andar com as minhas
próprias pernas, eu quero realizar os meus sonhos, eu quero viver a minha
vida, mesmo que eu chore, mesmo que eu me decepcione, eu quero pagar a
conta pelas minhas escolhas, mas elas serão sempre as minhas escolhas!
Cláudio:
- O que pensa em fazer Sara?! Esse homem ficou com você hoje, amanhã
estará com outra! E qual vai ser o teu destino?!
Sara:
- Não sei o que será do amanhã, mas o meu destino eu que vou escolher!
Cláudio pega Sara pelo braço e diz:
- Vamos para casa, lá eu vou fazer você voltar a ser como antes, a obedecer
o seu pai!
Sara:
- Me solta!
Diego tira Sara dos braços de Cláudio:
Sara:
- Eu não vou com o senhor!
Cláudio:
- Então é isso?! Você fez a sua escolha?! Você vai ficar com esse homem?!
Diego:
- Ela vai ficar comigo!
Cláudio:
- Tudo bem, mas a partir de hoje, não me chame mais de pai, uma filha hoje
morreu pra mim!
Sara sentiu seu peito rasgar quando ouviu aquilo, porém era o preço da sua
decisão, e só o tempo demostraria se ela tinha feito a coisa certa ou não…
Cláudio foi embora…
Santiago, Lucas, Marcelo, Diego e Sara voltaram para a casa grade da
Fazenda Andrade…
Ficou decidido, que agora Sara moraria com os irmãos Andrade, já que não
tinha pra onde ir, Diego ficou muito feliz, e na primeira noite, ele e Sara
dormiram juntos, Diego sempre consolando Sara…
Ele se tornou uma pessoa tão doce…
O amor tirou o ar de prepotente que ele tinha…
Enquanto isso, Lucas e Santiago comentavam sobre o ocorrido:
Lucas:
- O que foi isso que aconteceu?! Parecia até que não era real!
Santiago:
- Não me pergunte Lucas, eu achava que Diego não suportasse Sara Castilho,
vai ver era paixão encubada e a gente não sabia!
Lucas:
- Meu Deus, o coronel pegou os dois na cama, chega a ser engraçado!
Santiago:
- Pra mim não tem graça nenhuma! Na verdade, poderia ter acabado em
desgraça!
Lucas:
- Agora ela vai morar aqui, com a gente!
Santiago:
- A casa também é do Diego, ele também tem direito!
Lucas:
- Até porque você não tem o direito de reclamar de nada, já que andou se
cruzando com a outra filha do coronel!
Santiago:
- Não fale do que você não sabe! Isso são apenas coisa da cabeça de vocês,
minha mente é no lugar, eu jamais me envolveria com uma Castilho! Mas se
o Diego quer ficar com uma, isso já é um problema dele!
Lucas:
- Não tente disfarçar, todo mundo já percebeu! Você e a Gleicinha tiveram
alguma coisa, desde que sequestrou ela!
Santiago:
- Eu poderia discutir com você agora Lucas, mas pra ser bem sincero, estou
com preguiça! E já quero ir deitar, amanhã acho que o dia será longo!
Lucas:
- Vai Santiago, vai sonhar com a sua Gleicinha!
Capítulo 14 – El Alma
Angélica:
- Aline, estamos nas suas mãos, da cartola da Amanda não vai sair nenhum
coelho!
Amanda:
- Você fala como se a culpa fosse minha!
Angélica:
- De certo modo, a culpa é sua mesmo!
Amanda:
- O que eu posso fazer, quer que eu obrigue o cara a ficar comigo?!
Angélica:
- Agora já era, aceita que tu perdeu ele pra Gleicinha!
Amanda:
- Jamais vou aceitar isso, aquele é homem é meu, e ele vai voltar pra mim!
Angélica:
- Você acha que ele vai voltar pra você, depois de saber que todas nós
sabíamos por todos esses anos, do paradeiro de Antônia?!
Amanda:
- Cala essa maldita boca Angélica! Ele nunca vai saber disso, nunca! Se ele
desconfiar disso, ele vai me odiar pro resto da vida!
Angélica:
- Mas quem sabe se ele te odiar, você tenha alguma chance, pense bem, ele
odiava a Gleicinha, e agora está apaixonado por ela!
Amanda:
- Para de rir das desgraças dos outros!
Aline:
- Angélica, pare de dizer em voz alta que nós sabemos do paradeiro de
Antônia Andrade, as paredes têm ouvidos, e eu pensava que você era um
pouquinho mais inteligente!
Angélica:
- Desculpa, foi sem querer, sabe como é?! As vezes a língua gosta de soltar
segredos, e aí a gente dá uma segurada!
Aline:
- Então se segura, porque se descobre que nós sabíamos de tudo, podemos
parar na cadeia, e você sabe disso! O que você quer, passar o resto da vida
vendo o sol nascer quadrado?!
Angélica:
- Óbvio que não!
Aline:
- Então segure a língua! E preste atenção, que eu tenho coisa muito
interessante pra contar!
Amanda:
- Desembucha!
Aline:
- Zé Paulo estava tentando me enrolar, mas eu saquei tudo, ele casou com a
bastarda, pois ela é a grande herdeira da Terras Relicário!
Angélica e Amanda ficam espantadas com a revelação de Aline:
Aline:
- Sim, podem acreditar, a Gleici é podre de rica, única herdeira das terras
relicário, o petróleo é todo dela! Por isso Zé Paulo se casou com ela, pra
botar a mão na grana dela, é óbvio que vai ter que dividir com o coronel
Cláudio, e se depender de mim, vamos entrar nesse esquema!
Angélica:
- Como você deduziu isso?!
Aline:
- Simples, porque eu sempre fui a irmã mais inteligente!
Amanda:
- Segundo a qual fonte?!
Aline:
- A mim mesma! Pelo menos eu to perto do ouro, né Amanda?! Já você, o
que posso dizer, não é mesmo?!
Zé Paulo é caidinho por mim, fiz o serviço bem feito, já você deixou o seu
homem escapar em um piscar de olhos!
Amanda:
- Não me provoque!
Aline:
- Não é provocação, apenas estou te falando a verdade na sua cara!
Angélica:
- Porque a gente não vai logo pra parte da qual vemos o dinheiro entrando!
Aline:
- Eu vou colar no Zé Paulo, vou garanti o dinheiro dessa fazenda, e fazer
muito mais! Tudo que vocês terão na vida, vão dever a mim!
Amanda:
- Não seja tão convencida Aline, a coisa ainda nem deu certo e você já está
comemorando!
Aline:
- Eu confio no meu taco Amanda, eu sei que vai dar certo, porque eu vou
fazer dar certo!
Angélica:
- Assim que se fala, com confiança!
Aline:
- Agora deixa eu ir ficar bem pertinho da minha galinha dos ovos de ouro!
Depois da conversa com suas irmãs, Aline segue para a Fazenda Torres, lá é
bem recebida…
Vai direto para o quarto de Zé Paulo, e Gleici vê ela abraçando e entrando
no quanto de seu “marido”…
Prima Zoraide percebe que Gleici viu Aline entrando junto com Zé Paulo, e
comenta com ela:
Prima Zoraide:
- Ainda não é chegada a hora…
Diz prima Zoraide para Gleici…
Gleici:
- Eu pensei que as irmãs Maias era pessoas boas, pelo menos elas
aparentavam isso…
Prima Zoraide:
- As aparências enganam, esse deve ser o ditado mais antigo do mundo.
Essas irmãs não prestam, se você puder, se afaste! Elas não tem alma, não
tem escrúpulos! A alma é podre, podre…
No quarto:
Aline:
- Agora sou a amante!!!!
Zé Paulo:
- Não vai demorar muito, vou colocar uma aliança no seu dedo! Você vai ser
a oficial!
Aline:
- Nossa, vai ficar viúvo assim, tão rápido?!
Zé Paulo:
- Não se faça, eu sei que você não é burra!
Aline:
- Você sabe que eu estou aqui para fazer o que você me mandar!
Zé Paulo:
- Então fique preparada! Quando eu pedir, você vai fazer, sempre foi assim,
não é meu amor?!
Aline:
- Sempre foi assim, você manda, e eu obedeço!
Zé Paulo:
- Agora vem, que já que a minha esposa não faz o serviço dela, vou ter que
pedir para a minha amante!
Aline:
- E se Deus Quiser, essa amante aqui, vai ter um lar!
Os dois vão pra cama…
Capítulo 15 – La Lengua
Fazenda Andrade…
Para sua sorte, nenhum dos três irmãos estavam em casa, o que possibilitou
Paola a conversar mais tranquilamente com Sara, e por mais estranho que
aquela situação poderia ser, Paola se surpreendeu quando viu a irmã feliz…
Paola:
- De quem é esse quarto?!
Sara:
- Do Diego, na verdade agora esse quarto é meu e dele!
Paola:
- Você dorme com ele todos os dias?!
Sara:
- Sim, todos os dias!
Paola:
- Quem te viu, e quem te vê, hem Sara?! Antes não podia ouvir o nome do
Diego, e agora… dorme com ele todas as noites!
Sara:
- As coisas mudam Paola, nem tudo é pra sempre, podemos mudar de
opinião sobre as pessoas, qual é o problema disso?!
Paola:
- Eu acho que a sua opinião sobre o Diego pode ter mudado, mas o
sentimento que tinha por ele, acho que isso existe aí dentro de você há um
bom tempo!
Sara:
- Talvez isso seja verdade! Mas me diz, como está o papai?!
Paola:
- As vezes acho que ele está enlouquecendo, não para de falar sobre as
terras relicário, as vezes pego ele falando sozinho!
Sara:
- E ainda está com muita raiva de mim?!
Paola:
- Não queria te falar isso, mas não pode nem ouvir o seu nome, ainda mais
depois do burburinho da cidade, não se fala em outra coisa, estamos na boca
do povo, você por estar com o Diego, e a Gleici por ter casado com Zé
Paulo a força..
Sara:
- Queria tanto visitar a Gleici, poxa… ela se sacrificou por mim, mas como
posso entrar naquela casa, e topar de frente com o crápula do Zé Neto?!
Paola:
- Vamos deixar a poeira baixar, ainda não é o momento mais apropriado!
Você vai ver, uma hora tudo isso vai passar!
Sara:
- Que Deus te ouça, não aguento mais ter que viver no meio dessa guerra, a
qualquer momento a sua paz pode acabar, eu só quero nós três sejamos
felizes!
Paola:
- E seremos! Mas mudando um pouco de assunto, para aliviar a tensão, e aí?!
Eu sempre quis saber, vocês dois fazem aquilo muitas vezes por dia?!
Sara:
- Meu Deus, que pergunta é essa Paola?!
Paola:
- Ai, eu não posso ter curiosidade?! Eu não tenho um namorado, não sei
como essas coisas funcionam!
Sara:
- Você sabe muito bem como essas coisas funcionam, não se faça!
Paola:
- Mas pra você é diferente, você agora tem um namorado, e eu queria saber
do ritmo?! Fazem quantas vezes?!
Sara:
- Eu não vou te falar isso!
Paola:
- Ai irmã, por favor… me conta, eu quero saber! Não me mate de
curiosidade!
Sara:
- Depende do momento Paola, as vezes acontece umas três vezes, as vezes
quatro…
Paola:
- Meu Deus! Isso por dia?! Cristo Jesus!
Sara:
- Quando você tiver um namorado, você vai me entender!
Paola:
- Eu quero um namorado, não um coelho! Como é que vocês arranjam tempo
para comer?! Respirar, trabalhar?!
Sara:
- Acho que eu já falei demais!
Paola:
- É, você sempre foi discreta demais pro meu gosto! Mas não vou mais
insistir, até porque já tenho que ir embora, imagina se papai descobre que eu
estou aqui, é capaz de querer me bater!
Sara:
- Então vai logo, não quero outro escândalo! Vou te acompanhar até a
porta…
Paola:
- Não precisa, a Valéria me trouxe, eu peço ajuda pra ela, não quero te
incomodar mais!
Sara:
- Então tudo bem, vá com cuidado!
Paola:
- Pode deixar, não vai acontecer nada comigo!
E no exato momento que Paola estava saindo, surge Lucas com apenas uma
toalha cobrindo suas partes íntimas…
Lucas:
- O que vocês está fazendo no meu quarto?!
Paola:
- Me desculpa, é que eu me perdi, e eu nem sabia se tinha alguém aqui!
Lucas:
- Você não pode sair entrando no quarto dos outros assim!
Paola:
- Eu já falei que não foi por querer, agora se não quiser acreditar, isso já é
um problema seu!
Lucas:
- Eu não acredito que você vai ficar aqui batendo boca comigo, é uma louca
mesmo!
Paola:
- Se tem uma coisa que eu não sou, é louca!
Lucas:
- Mas parece uma!
Paola:
- Se dizem que você é o irmão mais educado, eu não quero sem saber dos
outros dois!
Lucas:
- Vai ficar me ofendendo dentro da minha casa?! Você tem que ter muita
coragem de fazer isso!
Paola:
- Coragem nunca me faltou!
Lucas estava tão exaltado com a discussão, que sem querer deixou a toalha
cair, e por um instante não se deu conta disso, só percebeu pela reação de
espanto de Paola…
Paola:
- Meu Deus! Tá tudo aí, aparecendo!
Lucas:
- O que está aparecendo?… Meu Deus, a toalha caiu!
Paola:
- Ainda por cima é um tarado!
Disse Paola tapando os olhos.
Se cobrindo, Lucas disse:
- Eu respeito muito as mulheres! Nunca faria isso, ainda mais com você, que
não me atrai nem um pouco!
Paola:
- Graças a Deus eu não sou o seu tipo, pois você também não é o meu!
Lucas:
- Que bom, jamais olharia pra você, se enxerga menina?!
Paola:
- Eu me enxergo bem enxergadinha, me olho no espelho todo o dia, e gosto
muito do que vejo!
Lucas:
- Como se não bastasse, também é prepotente!
No meio daquela discussão, uma coisa de pele começa a florescer, se chama
atração física…
Paola olhou para Lucas, Lucas olhou para Paola, e pronto, os corpos
entenderam o sinal, e no meio de uma ofensa aqui, e um ofensa ali, acabou
que os dois se beijaram…
Lucas:
- Você é uma louca!
Paola:
- Você que é um traste!
E no meio daqueles beijos desajeitados, e dois foram pra cama, e o que tinha
que rolar, rolou, e foi bem do jeito doido dos dois, entre tapas e beijos…
Depois de transarem quatro vezes consecutivas, Lucas ajudou a Paola a sair
escondida da Fazenda Andrade, os dois fingiram que aquilo só foi um
momento, será?
Fazenda Andrade…
Hora do jantar…
Marcelo, Santiago, Lucas, Diego e Sara estão conversando…
Diego percebe que Sara está incomodada com alguma coisa…
Diego:
- Aconteceu alguma coisa Sara?! Você está tão distante!
Sara:
- Minha irmã, a Paola está me deixando louca!
Santiago:
- O que ela fez dessa vez?!
Sara:
- Eu nem sei se deveria falar sobre isso…
Diego:
- O que foi que aconteceu com ela?!
Sara:
- Ela está grávida.
Quando escuta a palavra ‘grávida’, Lucas engasga na hora, e Marcelo o
ajuda:
Marcelo:
- Está tudo bem senhor Lucas?!
Lucas:
- Tudo, só dei uma leve engasgada, mas já estou melhor, obrigado pela
preocupação!
Santiago:
- Então quer dizer que a Paola está grávida?! Que felicidade, e quem é o
pai?!
Sara:
- Aí está o problema, ela não quer me dizer o nome do pai!
Lucas:
- Ela não quer dizer o nome do pai da criança?!
Sara:
- Não, até fugiu de mim, quando eu a pressionei pra descobrir o nome do
pai!
Lucas pede licença:
- Eu já estou satisfeito, vou me retirar, que amanhã o dia começa bem cedo
pra mim!
Santiago desconfia, e em seguida vai atrás do irmão em seu quarto:
Santiago:
- Por quê você ficou nervoso Lucas?!
Lucas:
- Fiquei nervoso com o quê?!
Santiago:
- Com a gravidez da Paola!
Lucas:
- Eu nem liguei pra isso Santiago, você não está prestando atenção muito
bem nas coisas!
Santiago:
- Meu Deus, Lucas… Me diga que não há a menor possibilidade de você ser
o pai dessa criança?!
Lucas:
- Você pirou?! Obvio que não!
Santiago:
- Você é o pai, não é mesmo?! Como isso foi acontecer?!
Lucas:
- Aconteceu, foi uma vez… sabe, um momento…
Santiago:
- E olha no que o momento deu?! Parabéns ao futuro papai!
Lucas:
- Não brinque com isso Santiago, é uma coisa muito séria!
Santiago:
- Eu sei disso, a Paola teve que fugir da irmã pra não conta que o pai da
criança é você! Me desculpa, mas é engraçado sim!
Lucas:
- Meu Deus, vou ser pai, ainda nem acredito nisso!
Santiago:
- Acho bom você ir procurar a mãe do seu filho!
Lucas:
- É isso que eu vou fazer!
Capítulo 16 – El Dulce Beso…
Fazenda Torres…
Zoraide:
- Você ainda precisa ficar dentro dessa casa, ainda não é o momento de ir
embora…
Gleici:
- Eu já estou cansada dessa casa, não aguento mais o Zé Paulo no meu pé!
Zoraide:
- Você não disse que gostaria de descobrir a verdade, isso tem um preço,
mas você ainda terá que ficar aqui!
Gleici:
- Eu só estou aqui até agora, porque você me prometeu que iria me contar
sobre o segredo de Antônia Andrade, porque eu já sei que Zé Paulo só se
casou comigo por interesse, está de olho nas minhas terras…
Zoraide:
- Eu te disse Gleici, que se você não agir no momento certo, as coisas não
vão funcionar!
Gleici:
- Você sabe o perigo que eu estou correndo nessa casa?!
Zoraide:
- Tudo vai valer a pena, as vezes para matar todos os ratos, devesse colocar
todos eles no mesmo lugar, é assim que a armadilha funciona!
Gleici:
- Se eu estou aqui é pela Antônia, é pelo Santiago, é pelo bem das minhas
irmãs, mas isso não significa que eu não sinta medo!
Zoraide:
- Você ama aquele homem, não é mesmo?!
Gleici:
- Sim, eu amo o Santiago.
Zoraide:
- Então se você ama mesmo, mantenha ele afastado de tudo isso, estará
salvando sua vida!
Gleici:
- Você já me disse isso!
Zoraide:
- Mas repito, não é o momento de vocês ficarem juntos! Sabe como Zé Paulo
é violento, fará muito mal ao seu fazendeiro!
Gleici:
- É por isso que eu ainda não fui atrás dele!
Zoraide:
- Deixe ele bem longe disso tudo!
Quarto Zé Paulo…
Gleici está muito nervosa, enquanto Zé Paulo e Aline estão ansiosos para
saber se o desfecho do plano deu certo…
Gleici anda de lá pra cá, de cá pra lá, está inquieta, tudo parece ficar ainda
mais perigoso, quando alguém bate na janela de seu quarto, e é Santiago…
Ela abre a janela:
Gleici:
- Meu Deus, o que você está fazendo aqui?!
Santiago:
- Precisava te ver!
Ele entra no quarto dela…
Gleici:
- Você sabe que você pode vir aqui!
Santiago:
- Faz tanto tempo que eu não te vejo!
Gleici:
- Pensei que você não quisesse saber nada de mim, ainda mais depois que eu
me casei com outro homem!
Santiago:
- É verdade, não deveria mais olhar na sua cara, mas quem disse que eu
consigo fazer isso?!
Gleici:
- Eu só quero que você me deixe em paz!
Santiago:
- Então quer dizer que você e ele estão realmente juntos?!
Gleici:
- Isso não te interessa!
Santiago:
- Se isso não me interessasse, eu não viria até aqui, entraria pela janela, e
agiria assim, feito um grande idiota!
Gleici:
- Você me rejeitou outras vezes, e eu tento reconstruir a minha vida com
outro homem, mas você não deixa, por causa desse ego ferido!
Santiago:
- Você está tentando se vingar de mim! Eu sei disso, talvez eu até mereça,
mas eu vim até aqui hoje, eu não posso ganhar nem um beijo?!
Gleici:
- Um beijo?!
Santiago:
- Sim, eu queria um beijo!
Gleici:
- E pra quê um beijo, se depois você vai sair correndo, dizendo que jamais
vai poder ficar comigo?!
Santiago:
- Gleici, eu só quero um beijo!
Santiago:
- Eu já te disse que eu adoro quando você fala o meu nome?! Vem cá!
Santiago e Gleici se beijam, as bocas já se encaixam naturalmente, as línguas
se movimentam em total conexão, um beijo doce, daqueles deliciosos, que
não dá vontade de parar…
Capítulo 17 – El Cuerpo
(A Desconfiança Aflora)
“Não há uma viva alma nesse mundo, que não cometeu um pecado na vida,
mas eu sei que cometi um dos piores pecados. Se alguém um dia ler essa
carta, saiba que eu não fui um ser humano exemplar, estava longe de ser um
santo, mas parecia um demônio, tudo por causa dessa maldita guerra, tudo
por causa dessa maldita cidade.
Ela, sempre tão doce…
Uma menina inocente…
Quem mata um anjo?!
Mataram um anjo…
Mataram um anjo há 10 anos atrás…
Mataram a inocência de um anjo…
Quem matou?
Não vou ser eu que vou colocar a culpa em ninguém.
Não o culpo, ela era um anjo…
Um pardal…
Ele quis prendê-la em uma gaiola só pra ele…
Não deixava mais ninguém ver o pardal…
Mas ela também já não falava…
Ela não gritava…
Ela não pedia ajuda…
Ela só chorava…
O sol se foi de sua vida…
O que restou foi a escuridão…
Era um pardal preso em uma gaiola.
Que irá libertar o pardal?
Não serei eu, mas poderá ser você, que está lendo essa carta agora…
O pardal, qual será a prisão do pardal?
Emílio Castilho.”
Gleici entendeu que Emílio não poderia ser direto, ele falou em códigos,
quem seria o pardal?! Qual seria sua prisão?
O único lugar naquela casa, onde Cláudio jamais deixou ninguém entrar, era
o porão…
Cláudio:
- Posso te ajudar filha?! Você quer alguma coisa?
Gleici disfarça, teme qual seja a reação do pai…
Gleici:
- Estava procurando uma lanterna, a luz caiu duas vezes, então pensei que
talvez aqui embaixo houvesse alguma coisa para iluminar!
Cláudio:
- Engraçado, eu não vi a luz caindo nenhuma vez!
Gleici:
- Também o senhor não estava na fazenda, não é mesmo?!
Cláudio:
- Isso é verdade, acabei de chegar!
Gleici:
- Já que a luz já se estabeleceu, acho que não preciso mais da lanterna, não
mesmo?!
Cláudio:
- Depende do que você está procurando Gleici?!
Gleici:
- Talvez a lanterna que eu esteja procurando, não esteja aqui. E se estiver, eu
tenho certeza que eu irei encontrar em um outro momento!
Cláudio:
- As vezes é melhor não procurar muito, possa ser que encontremos algo que
não estávamos a procura!
Gleici:
- Sim, mas se não procurar, como achar, não é mesmo?! Lembra papai,
lembra que o tio Emílio sempre gostou de pardais, e eu me lembro da Sara
dizendo pra ele: “tio, liberte os pardais, eles jamais serão felizes aí presos”,
e ele dizia: “Eu os prendo, porque eu quero admirá-los na solidão da minha
gaiola!”
Cláudio:
- Engraçado você lembrar disso, você quando era pequena vinha tão pouco
aqui, a minha falecida esposa te odiava tanto, era tão difícil ela tolerar uma
visita sua!
Gleici:
- Sim eu lembro disso, mas eu nunca fiquei com raiva da dona Isaura, porque
a minha mãe sempre dizia “Gleici, ela não te ama, mas o meu amor é tao
grande, que vale por mais de um milhão de pessoas.”
Diz Gleici, comovida…
Gleici:
- Eu nunca superei a morte da minha mãe, ela era uma pessoa maravilhosa,
sempre me senti muito amada por ela, eu lembro que quando você levava a
Sara e a Paola lá na minha casa, ela ficava tão feliz, mas as minhas irmãs
estavam envenenadas pelo ódio da sua falecida esposa.
Cláudio:
- Violeta era uma mulher especial…
Gleici:
- Sim, ela era uma pessoa especial, diferente de você pai! Demorou toda
uma vida para me registrar como sua filha, e depois me obrigou a casar com
o primeiro crápula que viu pela frente! Mas antes de ir embora, eu quero te
confessar uma coisa, uma coisa que eu não teria coragem de dizer em outra
época, mas agora já não tenho mais medo…
Cláudio:
- Diga Gleici, nada do que você disser vai me surpreender.
Gleici:
- Eu amo Santiago Andrade, e hoje antes de vir para cá, fiz amor com ele na
fazenda do meu esposo, beijei seus lábios, dei meu corpo pra ele, dei minha
alma pra ele, dei todo o meu amor pra ele!
Cláudio dá um tapa na cara de Gleici…
Cláudio:
- Como você tem a coragem de dizer isso na minha cara?!
Gleici:
- Diga a verdade, e ela vos libertará…
Gleici sabia que não poderia ir embora, ela tinha que ver o que havia
naquele porão…
Ela resolveu ligar para Santiago, foi rápido, estava esperando seu pai se
distrair…
Pegou o telefone, discou o número, chamava, chamava e ninguém atendia, até
que ela ouviu a voz dele:
Santiago:
- Alô…
Gleici:
- Santiago, é a Gleici… eu não posso falar muito, mas por favor venha pra
fazenda do meu pai, eu preciso muito de você, vem pra cá agora!
Santiago:
- O que está acontecendo?!
Gleici:
- Não pergunte nada, só vem pra cá agora, eu preciso muito de você!
Santiago:
- Eu estou indo!
Gleici:
- Isso, isso… venha rápido!
Desce as escadas, chega até o fundo do porão, há uma porta trancada, ela
pega o extintor de incêndio para arrombar, e com duas estocadas, consegue,
a adrenalina de ver o que há atrás daquela porta é tão grande, que ela não
percebe que há um homem descendo as escadas, está bem perto…
Santiago imediatamente vai socorrer Gleici, que está com a mão sobre a
ferida:
Santiago:
- Você vai ficar bem, você vai ficar bem… Não me deixa, eu amo você, eu
amo você!
Gleici:
- Eu também te amo…
Com a mão ensanguentada, Gleici aponta para o canto onde está Antônia…
Gleici:
- Ali… Sua irmã… Antônia…
Santiago se vira…
Antônia está de pé…
Há quanto tempo aqueles dois esperavam por aquele reencontro…
Ele tremeu…
E as lágrimas caíram…
Ele abraçou ela, com todo amor que havia dentro dele…
Antônia chorou…
Gleici também, e foi um choro de felicidade, depois de tanto sofrimento…
De tanto ódio, o amor prevaleceu…
Depois disso, Santiago pegou Gleici no colo, e pegou Antônia pela mão, e
saíram de dentro do porão…
Gleici havia libertado o pardal…
Sara:
Fim…
No dia seguinte:
Como havia avisado, Nice chegou bem cedo ao quarto de Margot, sua
sobrinha já estava uniformizada, estava pronta para o trabalho...
Primeiro entrou nos armário de toalhas da Mansão torres, que diga-se de
passagem, era enorme, pegou algumas e foi trocando por todos as suítes...
Em cada quarto que entrava, Margot, percebia que os donos da casa
dormiam até tarde, e havia que cuidar para trocar tudo em silêncio, se
alguém acordasse, isso poderia se converter em um motivo de demissão, por
isso a cautela redobrada...
Trocou tudo, com extrema eficiência, até que chegou na última suíte, era do
filho mais velho da família, senhor José Augusto, um homem bilionário...
Ao entrar, Margot tomou um susto logo de cara, pois esparramado em sua
king cama, o chefe está como veio ao mundo, completamente nu, de bruços,
era possível ver suas belas nádegas...
O susto da empregada era compreensível, nunca havia ficado com um homem
na vida, e ficar assim de cara, com um homem nu, deve ser realmente um
situação perturbadora, e altamente sexual...
Era ele, José Augusto, o homem mais bonito que a doméstica já tinha visto
na vida, era praticamente um galã, ficou contemplando sua imagem por
alguns instantes, ali dormindo, ele lhe parecia tão inocente...
Margot ficou hipnotizada por aquela imagem, alguma coisa nascia no fundo
de seu coração, que batia rapidamente, em uma velocidade descomunal...
Sem querer, quando iria trocar as toalhas, deixou a jarra de água cair,
despertando assim José Augusto...
José Augusto:
- O que é isso?!
Exclamou bravo como uma leão o bilionário...
Margot:
- Eu só estou trocando as toalhas senhor...
Sem perceber, José Augusto levantou, e não percebeu que se podia ver todo
o seu aparelho reprodutor, para o desespero de Margot, depois de se dar
conta, ele recorreu a uma toalha que estava nas mãos da doméstica...
José Augusto:
- Quem é você?! Perguntou ele, que nunca havia visto aquele rosto antes...
Margot:
- Eu sou a nova empregada!
José Augusto:
- Só poderia mesmo ser nova nessa casa, será que ninguém te contou que não
se entra em meu quarto antes do ponteiro bater no 12?!
Margot:
- Me desculpe senhor isso não vai mais acontecer!
José Augusto:
- Não vai acontecer mesmo, na próxima você está demitida!
Margot:
- Me demitir, só porque eu derrubei uma jarra, isso parece uma futilidade!
José Augusto:
- Está zombando da minha autoridade, senhorita?! Saiba que ninguém passa
por cima da minha palavra nessa casa!
Margot:
- Agora eu devo entender o porquê, o senhor é completamente mau
humorado, as pessoas devem morrer de medo de bater de frente com o
senhor!
José Augusto:
- Como a senhorita é, não é mesmo?! Parece que fala tudo o que lhe vem a
cabeça, e isso é demasiadamente perigoso!
Margot:
- Não acho que seja perigoso, na verdade acho que é uma das minhas
maiores qualidades!
José Augusto:
- Vejo que está tomando demasiadas liberdade para com o seu patrão!
Margot:
- Não senhor, apenas estou tentando fazer o meu trabalho, é para isso que o
senhor paga o meu salário não é mesmo?!
José Augusto:
- É impressão minha ou está me provocando?!
Nesse momento Nice aparece para fiscalizar o serviço de Margot, mas
percebe que há alguma coisa de errado! Vê José Augusto enrolado em uma
toalha, praticamente discutindo com Margot, Nice conhecia bem o gênio do
bilionário...
Nice:
- O que está acontecendo aqui?!
José Augusto:
- Acontece que todos nessa casa sabem que não se pode entrar em meu
quarto antes do meio dia, mas a nova empregada quebrou essa regra logo de
cara!
Nice:
- Desculpe senhor José Augusto, eu deveria advertir a minha sobrinha sobre
esse pormenor, mas infelizmente são tantas obrigações que deixei essa
passar...
José Augusto:
- Quer dizer que a nova empregada é a sua sobrinha?!
Nice:
- Sim senhor, pedi para a senhora Augusta ceder uma vaga para Margot, e
com toda a bondade que a compete, ela empregou a minha sobrinha!
José Augusto:
- Quer dizer que o nome dela é Margot, deve ser de origem francesa,
Margot!
Margot nesse momento não fala nada, percebe que sua tia está altamente
aborrecida com ela, e somente está esperando ficar a sós com ela, para lhe
dar a bronca que merece, pobre Margot...
Nice:
- Se o senhor nos dá sua devida licença, agora vamos limpar o setor sul da
mansão...
José Augusto:
- Você tem toda a licença, e ensine logo para sua sobrinha como funciona
essa casa, senão ela não vai durar muito tempo aqui!
Nice:
- Com toda a certeza senhor José Augusto, com licença!
Nice praticamente puxou Margot pelo braço, e nos corredores da Mansão
Torres, soltou os seus cachorros em cima de sua sobrinha...
Nice:
- O que está fazendo?!
Margot:
- Nada tia, só estava trocando as toalhas, como a senhora me pediu!
Nice:
- Porque quando eu cheguei, você estava discutindo com o patrão, você sabe
que não se deve enfrentar os donos da casa!
Margot:
- Não estava discutindo com ninguém tia, apenas estava respondendo as
perguntas que aquele homem estava me fazendo!
Nice:
- Aquele homem, Margot, é o patrão, e não se deve bater de frente com ele,
ou você quer perder o emprego?!
Margot:
- Não tia, não quero!
Nice:
- Então ande na linha, senão você não vai durar muito tempo aqui nessa
casa...
Deixando essa frase na cara de Margot, Nice saiu pisando duro, enquanto
isso, a imagem de José Augusto nu, não saia da cabeça da doméstica....
Capítulo 2
Apresentando Margot| Humilhações intragáveis...
Ela pede para Jonas, o motorista da família Torres, tire o seu carro, enquanto
isso ela espera, e Patrício a alcança...
Patrício:
- Você já vai embora?!
Alba:
- O que você quer Patrício?! Você viu como o seu irmão me tratou!
Patrício:
- Porque você está esperando aqui na frente?!
Alba:
- Pedi pro Jonas tirar o meu carro, eu quero ir logo embora daqui! Não
aguento mais ficar um segundo nessa casa!
Patrício:
- Tantas vezes que eu te disse Alba! O José Augusto não te merece!
Alba:
- Por favor Patrício! Não comece com isso!
Patrício:
- Não estou começando nada, só estou te falando a verdade!
Alba:
- Eu não quero mais saber disso!
Patrício:
- Eu posso esconder isso dos outros, mas não posso esconder isso de você!
Alba:
- Você sabe que eu amo o seu irmão! Sou completamente apaixonada por ele!
Patrício:
- E se você estiver errada, se você só quisesse ficar com ele por uma
teimosia que você colocou na sua cabeça!
Alba:
- Isso não é um capricho, se é isso que você está insinuando! Sabe quanto
tempo eu esperei pelo seu irmão?!
Patrício:
- Você sabe, no fundo você sabe, que todo esse tempo foi perdido, foi jogado
fora!
Alba:
- Não, isso não é verdade!
Patrício:
- Você sabe que ele nunca vai se casar com você, pra ele isso é apenas uma
brincadeira! Você sabe!
Alba:
- Você não vai conseguir me desencorajar, eu sei que embora ele não
demostre, ele é apaixonado por mim!
Patrício:
- O pior cego, é aquele que não quer ver!
Alba:
- Eu não estou cega, você que está tentando me enganar!
Patrício:
- Eu não preciso te enganar Alba, você já faz isso sozinha! Você é uma
iludida!
Alba:
- Eu não sei porque eu ainda perco o meu tempo te ouvindo!
Patrício:
- Você sabe... você sabe muito bem que eu te amo, sempre te amei, as coisas
sempre foram assim...
Alba:
- Por favor Patrício, não está certo você me dizer essas coisas!
Patrício:
- E por que não?!
Alba:
- Porque eu sou a noiva do seu irmão, entende isso de uma vez por todas! Eu
vou me casar com o seu irmão! Tenta aceitar isso!
Patrício:
- Eu posso engolir isso, mas jamais vou aceitar! Faz muito tempo que você
sabe que eu sou completamente apaixonado por você, essa rejeição me mata
cada dia um pouco mais, já não consigo mais sobreviver com esse
sentimento que me atormenta quando eu me levanto, até quando eu vou me
deitar!
Alba:
- Na vida, a gente não pode ter tudo que se quer Patrício!
Patrício:
- É injusto você me dizer isso, porque você está buscando tudo o que você
quer nessa vida!
De repente Patrício rouba um beijo de Alba, que ao princípio rejeita, mas
depois aceita...
Depois de trocarem um caloroso beijo, Jonas, o motorista vê a cena, mas não
deixa que percebam que ele viu o beijo entre os cunhados...
Até que finalmente Alba afasta Patrício e dá um tapa em sua cara depois,
exalta ela diz:
Alba:
- Nunca mais volte a fazer isso na sua vida!!!
Patrício:
- Se você odiou tanto, porque correspondeu?!
Alba:
- Não seja ridículo Patrício! Eu não correspondi nada!
Patrício:
- Tudo bem, como você quiser, não vou ficar insistindo para sempre!
Alba:
- Espero que você tenha consciência e não diga isso pra ninguém! Imagina o
escândalo que seria se descobrissem que você me beijou?!
Patrício:
- Você fala como se fosse a primeira vez que isso acontece!
Alba:
- Não foi a primeira, mas com certeza foi a última!
Jonas:
- Aqui está o seu carro senhorita Alba!
Alba:
- Muito obrigada Jonas! Tenho que ir agora!
Alba entra no carro, e não olha para trás, para poder dissimular...
Jonas:
- Tudo bem senhor Patrício?!
Patrício:
- Tudo, tudo ótimo!
Patrício entra em seguida...
Enquanto voltava para o seu quarto, Margot foi surpreendida por Nice,
obviamente o comentário que a sobrinha fez não passaria impune...
Nice:
- Quem você pensa que é Margot?!
Margot:
- Ué, eu sou eu mesma!
Respondeu a sobrinha, em um tom bem divertido...
Nice:
- Vai, começa mesmo com as suas gracinhas! Aproveita que ainda tem um
teto, e comida quente, porque sinceramente, eu não sei qual será o seu futuro!
Margot:
- Ai tia, por que você está tão brava?!
Nice:
- Estou assim por causa do seu comentário na sala de jantar, perante os
convidados da dona Augusta!
Margot:
- Me desculpe se eu te envergonhei, mas aquela conversa toda, toda aquela
discussão, me senti no dever de falar alguma coisa, minha boca abriu, e as
palavras sopraram como o vento!
Nice:
- Eu não sabia que você era tão inconveniente Margot, pensava que você era
mais na sua!
Margot:
- E o que é ser mais na minha tia?! Ficar obedecendo ordens, e abaixar a
cabeça pra tudo que te falam?!
Nice então, nervosa com as palavras da sobrinha, deu um belo e pesado tapa
na cara de Margot, que ficou sem reação ao receber aquela agressão...
Margot:
- Por que você fez isso tia?!
Nice:
- Porque você mereceu! O que você acha, que eu obedeço porque eu gosto?!
Margot:
- Você me bateu!
Nice:
- Sim, te bati, e se você fazer de novo, saiba que eu irei segurar minha mão!
Margot:
- Eu pensei que você gostava de mim, por que você fez isso?!
Nice:
- Vai pro seu quarto, e fique lá até segunda ordem, eu não sei o que vai
acontecer com você, não sei nem se você voltará a trabalhar nessa casa!
Margot:
- O que é isso, eu vou embora só por causa de uma frase que eu falei, eu não
mereço isso!!!
Nice:
- O que você merece Margot?! Quem você acha que é?! Acha que vai virar a
dona dessa casa?! Porque acha que possui todas as liberdades, mas a vida
não é assim, rosa como você acha, e cedo ou tarde, você vai se dar conta
disso...
Margot vai até o seu quarto, chora a noite inteira, se sente sozinha e
vulnerável, pensava que sua tia iria cuidar dela, mas percebeu que não
poderia contar com Nice...
No Dia Seguinte...
José Augusto acordou naquela manhã com disposição de colocar o seu plano
em prática, iria começar o jogo da conquista, o bilionário era extremamente
competitivo, e Margot seria mais uma diversão no seu catálogo...
Ele foi até a cozinha, e chegando lá viu Nice, imediatamente perguntou pelo
seu alvo favorito...
José Augusto:
- Nice, onde está a sua sobrinha?! Não a vi ainda, já era pra estar
trabalhando, não é mesmo?!
Nice:
- Mas por que está procurando por ela, quer falar alguma coisa?! Eu posso
deixar o recado!
José Augusto:
- Se eu quisesse falar com você, eu falava, mas é com ela que eu tenho que
resolver algumas pendências, onde ela está?!
Nice:
- No quarto. Pode deixar que eu vou chama-la!
José Augusto:
- Não precisa, eu vou até lá!
Nice:
- O senhor tem certeza?!
José Augusto:
- Lógico que eu tenho certeza!
José Augusto vai até o quarto de Margot, Nice o acompanha...
Ele bate três vezes a porta, até que a empregada atende, logicamente ela se
surpreende com a presença do bilionário ali, bem à sua frente:
Margot:
- O senhor?!
José Augusto:
- O que está acontecendo que você não está trabalhando Margot?!
Margot:
- É que eu...
Nice:
- Ela não estava bem, sabe como são essas coisas senhor José Augusto,
coisas de meninas!
Interrompeu Nice...
José Augusto:
- Mas e agora, você está melhor Margot?!
Margot:
- Sim, estou bem melhor!
José Augusto:
- Ótimo, quero que você leve o café da manhã no meu quarto hoje...
Nice e Margot se surpreenderam com o pedido inusitado do bilionário:
Nice:
- Levar o café no seu quarto?! A Margot?
José Augusto:
- Sim, isso é uma ordem, e quero que me obedeça, me entendeu?!
Margot:
- Já vou levar o café da manhã no seu quarto, senhor José Augusto...
José Augusto:
- Assim que eu gosto. Estou esperando o meu café da manhã!
José Augusto foi esperar em seu quarto, e Nice desconfiou daquela situação
no ato, foi quando alertou sua sobrinha:
Nice:
- Espero que você saiba guardar distância Margot, esses homens não sabem
os limites, seja dura...
Margot:
- É só um café da manhã, e vai ver ele me chamou até lá para me dar uma
bronca, vai saber...
Nice:
- Assim espero...
Depois de passar pela cozinha, estar devidamente uniformizada, Margot
seguiu em direção a suíte do bilionário, abriu a porta, e ele estava a
esperando em sua cama, apenas de cueca, obviamente a empregada ficou
sem graça com a situação...
José Augusto:
- Pode deixar a bandeja aí em cima Margot...
Ela colocou a bandeja em cima de uma pequena mesa de centro, em seguida
já havia se deslocado para a porta, estava de saída, até que José Augusto
levantou sorrateiramente, e fechou a porta com seu musculoso braço
esquerdo:
José Augusto:
- Aonde você vai Margot?!
Margot:
- Vou embora, já trouxe o seu café da manhã, agora tenho que descer para
fazer outras coisas...
José Augusto:
- Eu mandei você ir embora?
Margot:
- Não...
José Augusto:
- Então se acalme, quando nós terminamos, pode deixar que eu deixou você
ir embora...
Margot:
- E mais o que o senhor deseja de mim?!
Até que veio a pergunta mais sensual do dia, e que realmente a empregada
não esperava...
O bilionário era direto, e isso não se podia negar...
Ele era rápido, como uma flecha lançada...
José Augusto:
- Eu queria te fazer uma pergunta...
Margot:
- Que tipo de pergunta?!
José Augusto:
- Um pergunta pessoal...
Margot:
- Pode falar...
José Augusto:
- VOCÊ É VIRGEM, MARGOT?!
Margot rapidamente ficou ruborizada, não esperava isso, e ficou ofendida...
Margot:
- Que pergunta é essa?!
José Augusto:
- Uma pergunta qualquer, e só por essa reação eu já sei que você é virgem!
Margot:
- Eu não vou falar isso com você!
José Augusto:
- Calma Margot, eu conheço as mulheres, sei muito bem o que cada uma
quer! Por isso eu te chamei aqui, queria te fazer uma proposta!
Margot:
- Que conversa mais louca é essa?! Primeiro o senhor me pergunta se eu sou
virgem, e depois diz que quer fazer uma proposta?!!!
José Augusto:
- Não vejo nada de errado nisso, muito pelo contrário! Sou um homem de
negócios, e como tal, devo ser rápido no gatilho, é assim que as coisas
acontecem no meu mundo!
Margot:
- E que proposta é essa?!
José Augusto:
- Eu quero comprar a sua virgindade. Simples assim...
Margot ficou mais vermelha ainda, não conseguia acreditar no que seus
ouvidos estavam escutando:
Margot:
- É isso mesmo que eu ouvi?!
José Augusto:
- Se você não for surda, já é meio caminho andado!
Margot:
- O senhor quer que eu vá pra cama com você?!
José Augusto:
- Isso mesmo, quero ser o primeiro homem da sua vida.
Margot:
- E em troca, eu ganharia o quê?! Dinheiro?!
José Augusto:
- Isso mesmo, te daria uma considerável quantia de dinheiro, te garanto que
seria muito mais do que você ganharia em um ano de trabalho!
Margot:
- Acho que o senhor se enganou redondamente comigo! Eu não sou garota de
programa!
José Augusto:
- Por favor Margot, sem moralismo tacanha! É só uma noite de prazer, sexo é
sexo! Mas é claro que eu não vou fazer nada do que você não queira, e ainda
vou te recompensar, dinheiro... você ainda vai ganhar dinheiro, só pra
dormir comigo, sabe quantas mulheres estariam desesperadas para estarem
no seu lugar?!
Margot:
- Nem ao menos posso supor, já que o senhor deve ser o cafajeste
irresistível, que toda a mulher já teve um dia na vida!
José Augusto:
- Não sabia que você era tão careta, isso não combina com você!
Margot:
- Você fala como se me conhecesse, mas você não tem a menor ideia de
quem eu sou!
José Augusto:
- Vamos lá Margot, quem sabe depois de você saber os valores, você muda
de ideia, eu te dou cinquenta mil reais, se você dormir comigo, o que você
acha?!
Margot:
- Cinquenta mil reais?!
José Augusto:
- Exatamente, dou esse dinheiro em notas de cem, se você quiser!
Margot:
- Você deveria me respeitar, sabia?!
José Augusto:
- Eu estou te respeitando!
Margot:
- O senhor é comprometido!
José Augusto:
- E daí?! Você já deveria saber que eu não amo a minha noiva, estou com a
Alba por estar!
Margot:
- Eu não entendo como as pessoas se casam sem amor...
José Augusto:
- Isso se chama a vida real...
Margot fica sem reação, de alguma maneira, aquela oferta mexe com seus
pensamentos de uma maneira veloz, se ela pegasse aquele dinheiro, poderia
ir embora dali, e se sustentar por um bom tempo, era só nisso que ela
pensava naquele exato instante...
José Augusto começa a se aproximar de Margot...
José Augusto:
- No que você tanto está pensando, hem Margot?! Daria um milhão só para
saber o que se passa nesses pensamentos...
Margot:
- Faz mesmo as suas gracinhas, mas saiba que eu não com a menor maldade
perante as suas atitudes...
José Augusto:
- Que foi, vai dizer que você não me gostou de me ver de cueca?! Ou melhor
ainda, você pode me ver sem essa cueca, e garanto que você enfartará!
Margot:
- Creio que a sua memória não é tão boa assim, porque para o seu governo,
eu já vi o senhor nu, e não me surpreendi nada!
José Augusto:
- Não diga isso Margot, assim você acaba com o meu ego masculino! Mas
quer saber de uma coisa, melhor do que falar, é fazer...
E assim, José Augusto deu um beijo em Margot, Levantou seus braços, a
imobilizou por completo, a empregada ficou sem ar...
Foi um beijo de tirar qualquer um do sério, Margot nunca havia sentido todo
aquele fogo, todo aquele tesão...
Talvez até mesmo uma dose de amor, já que ela se sentiu atraída por José
Augusto, desde a primeira vez que ela o viu...
Aquela sensação foi maravilhosa, a pegada daquele homem era uma coisa de
louco, e ela se rendeu ao momento, pelo menor era assim que ela se sentia,
rendida, nos braços do bilionário...
Não demorou muito tempo, para que os dois fossem interrompidos, Patrício
bateu a porta...
Patrício:
- José Augusto, você já está atrasado, precisamos ir para a empresa!
Ao que ele respondeu:
José Augusto:
- Já estou indo!
E nisso Margot aproveitou para escapar dos braços de José Augusto:
José Augusto:
- Aonde você vai?!
Margot:
- Eu vou embora!
José Augusto:
- Você não gostou do beijo?!
Margot:
- Eu odiei!!!
E assim ela saiu batendo a porta, para a surpresa de Patrício que estava a
espera de seu irmão mais velho...
José Augusto pensou...
José Augusto:
- “Essa aposta já está ganha”!
Capítulo 5
Comprando a Virgindade | A Sedução do Bilionário
Margot já estava esgotadas das humilhações que sofria naquela casa, a oferta
de José Augusto, a essas alturas, já lhe parecia irresistível...
Ter a chance de sair daquela casa, realmente lhe parecia um desejo, que ela
sabia exatamente como cumprir...
Heloísa:
- Ela não pode fazer isso com você Margot! Ela não pode simplesmente
mandar você lavar todas aquelas panelas, pesadíssimas!
Margot:
- Deixa ela Heloísa, ela está mês testando! Mas não fique assim, eu acho que
sei como vou fazer para me livrar disso tudo, dessas humilhações diárias!
Heloísa:
- O que você vai fazer, vai ir embora?!
Margot:
- Na hora certa, você saberá!
Heloísa:
- Não se preocupe Margot, eu vou te ajudar a lavar a louça!
Margot:
- Muito obrigada Heloísa, você está sendo uma excelente amiga!
Heloísa:
- É pra isso que eu estou aqui...
A noite caiu, e depois de ter lavado as panelas, Margot finalmente foi para o
seu quarto descansar...
José Augusto tinha chegado, ela trouxe com ele uma maleta...
Ele foi até o seu quarto, e depois ligou para o quarto de Margot, ela
atendeu...
Margot:
- Alô, quem é?!
José Augusto:
- Quem mais poderia ser... e então, pensou na minha proposta?!
Margot:
- Não quero falar sobre isso agora!
José Augusto:
- Tem certeza, porque eu acabei de chegar da empresa, foi um dia estressante
e exaustivo, e advinha o que eu queria agora?!
Margot:
- Imagino o que o senhor quer...
José Augusto:
- Eu quero comprar a sua virgindade, e então!
Margot:
- Amanhã nós conversamos sobre isso!
José Augusto:
- Amanhã não, eu quero que você venha agora no meu quarto, é isso o que eu
mais desejo no momento...
Margot:
- Não posso ir...
José Augusto:
- E por que não?!
Margot:
- Alguém pode ver!
José Augusto:
- Estão todos dormindo, anda logo, para de fazer doce!
Margot:
- O que você quer?!
José Augusto:
- Eu quero você...
Margot desligou o telefone, abriu a porta do quarto, Heloísa percebeu que
ela saiu, mas não falou nada, sabia que alguma coisa estava acontecendo,
mas achou melhor não se aprofundar no assunto...
Margot subiu as escadas, bem devagar...
Como se fosse uma pluma, ela chegou a suíte do bilionário...
Ele abriu a porta, ainda estava de terno, na verdade quando a viu ele deu um
sorriso de canto de boca, maliciosamente...
Tirava a gravata, enquanto bebia um uísque doze anos...
Os dois já estavam dentro da suíte, e ela viu uma maleta bem em cima da
cama...
José Augusto:
- Que bom que você veio...
Margot:
- Eu estou aqui...
José Augusto:
- E aí, o que vai ser...
Margot:
- O que tem dentro daquela maleta?!
José Augusto:
- A felicidade...
Margot:
- É o que eu estou pensando?
José Augusto:
- Exatamente, como nós combinamos... cinquenta mil reais...
Margot:
- Tem certeza que você quer fazer isso?!
José Augusto:
- Óbvio, é isso o que eu quero!
Margot:
- Eu aceito...
José Augusto:
- Eu sabia que você não iria conseguir me evitar por muito tempo...
E nesse momento, José Augusto partiu para cima de Margot, e os dois
começaram a se beijar, ardentemente...
O sentimento era latente, a química perceptível...
Os dois começaram a tirar a roupa, até que foram parar na cama, depois
disso...
Só se viu a primeira fresta de luz entrar na suíte do bilionário...
Margot foi a primeira a se levantar, não levou a maleta, só o que continha
dentro, eram cinquenta mil reais...
Ela o olhou uma última vez, e saiu do quarto, como toda a delicadeza, para
não fazer nem sequer um estalo...
Chegou ao seu quarto, e colocou o dinheiro dentro de sua mala, era aquilo,
tudo o que tinha...
Ela não estava arrependida, gostou da sua primeira vez, apesar de ter uma
pegada forte, ele soube ter a delicadeza que o momento pedia, só havia uma
medo habitando Margot, e essa medo estava em seu coração, o medo de se
apaixonar...
Ela sabia, no fundo ela sabia, que para aquele bilionário, ela havia sido
apenas mais uma noite, mas para ela aquela noite, havia sido algo a mais,
uma coisa além, uma coisa especial...
José Augusto comprou a virgindade de Margot, mas pena que ela só sabia de
um lado dessa história...
Capítulo 6
A premiação do Vencedor da Aposta...
Foi quando Laila, a irmã de José Augusto, começou a ouvir a conversa toda
bem atrás da porta do escritório...
José Augusto:
- Pode parar por aí Pedro, não existe mais aposta...
Pedro:
- Como assim não existe mais aposta?! Nós não tínhamos combinado que
quem levasse a Margot pra cama primeiro ganharia uma dólar?! Qual é, vai
dizer que você esqueceu?!
Laila ficou chocada quando ouviu aquela conversa atrás da porta, ela não
poderia supor que escutaria uma coisa assim!
José Augusto:
- É óbvio que eu não esqueci!
Pedro:
- Então o que está pegando, cara?!
José Augusto:
- O que acontece é que eu venci a aposta...
Pedro começa a rir, e duvida que o bilionário conseguiu tão rápido...
Pedro:
- Espera aí, você já dormiu com a empregada?! Você está de sacanagem
comigo...
Laila fica espantada com a revelação de seu irmão mais velho...
José Augusto:
- Fale mais baixo Pedro, por favor isso não pode sair daqui!
Pedro:
- Você deve ter trapaceado, não é possível, você foi muito rápido!
José Augusto:
- Eu não tenho culpa se nenhuma mulher resiste aos meus encantos, sou um
cara extremamente charmoso!
Pedro:
- Quer dizer que você e a empregadinha já...
José Augusto:
- Apesar de tudo, eu sou um cavalheiro, não vou entrar em detalhes com
você, pode esquecer disso!
Pedro:
- Não é possível, como assim?! Você seduziu ela muito rápido!
José Augusto:
- Bati o meu recorde, não vou te enganar! Mas como eu sempre digo, José
Augusto Torres sempre ganha, apesar de tudo, e você Pedro, mas uma vez
perdeu pra mim!
Pedro:
- Nossa! Realmente, estou impressionado com a sua agilidade! Mas algo
ainda me diz que você deve ter feito alguma manobra!
José Augusto:
- Aceite Pedro, eu sou um homem mais rápido que você!
Pedro:
- E empregada não ligou que você, sabe... fosse noivo?!
José Augusto:
- Nesse ponto eu falei a verdade pra ela, estou com a Alba por conveniência,
mas a verdade é que eu não sinto mais nada por ela, faz um tempão! Pra ser
bem sincero, eu gostei de ter ficado com a Margot, sei lá, me sinto mais
desestressado, sei lá, acho que eu realmente estava precisando disso!
Pedro:
- Disso o quê?! Romantismo?!
José Augusto:
- Por favor Pedro?! Romantismo?! Você sabe que eu não acredito nisso,
nunca me apaixonei por nenhuma mulher nessa vida, e você sabe disso!
Pedro:
- Tudo bem! Já que você não está nem aí pra empregadinha, você não vai se
importar se eu der uma azarada na nosso querida Margot, não é mesmo?!
De repente José Augusto fica sério...
José Augusto:
- Não mexa com ela Pedro! Deixe ela em paz, não quero saber de você ficar
rondando ela!
Pedro:
- Opa! Espera aí, por que eu não posso me aproximar da doméstica, qual é o
problema, agora ela é sua?!
José Augusto:
- Óbvio que ela não é minha, mas não quero que ninguém brinque com ela, o
que eu já fiz, foi o suficiente!
Pedro:
- Daqui a pouco José Augusto, eu vou começar a achar que você está com
ciúmes da sua empregada favorita, é isso mesmo?!
José Augusto:
- Ciúmes, por favor! Olha bem na minha cara! Está pra nascer a mulher que
vai me colocar cabresto nessa vida! Não tenho ciúmes de ninguém, a
primeira pessoa na minha vida, sou eu mesmo!
Pedro:
- Esse é o José Augusto que eu conheço! Egoísta e mulherengo, do jeitinho
que Deus criou! Mas chega de jogar conversa fora, hora de coroar do
vencedor...
Pedro abriu a carteira, e Laila via tudo do lado de fora...
Pedro pegou um dólar e deu para José Augusto...
Pedro:
- Parabéns meu caro, és o novo vencedor, conseguiu levar a empregada para
a cama em um tempo Record! Você ganhou a aposta!
José Augusto:
- Obrigado, e é muito bom ganhar, sempre...
Pedro:
- E você lá sabe perder José Augusto?! Sempre foi assim, desde criança,
sempre com essa cede de vencer tudo na vida sempre!
José Augusto:
- Isso mesmo... Essa eu ganhei...
Pedro:
- O grande vencedor da aposta...
Laila observava tudo, pasma do lado de fora...
Mas o que a irmã de José Augusto faria com toda aquela informação?
Ela havia descoberto o segredo, a aposta... tudo...
Capítulo 7
Coração Apaixonado| Quando um homem ama uma mulher...
No dia Seguinte...
Segunda festa do Noivado de José Augusto e Alba na Mansão Torres...
Entre muitos convidados, Margot resolve servir no jardim da Mansão para
ficar o mais longe possível de José Augusto...
Depois de alguns minutos, Pedro se aproxima de Margot:
Pedro:
- Olá Margot, como vai?!
Margot:
- O senhor sabe o meu nome?!
Pedro:
- Claro que eu sei, como eu poderia não saber o nome de uma moça tão
bonita?!
Margot fica sem graça com o elogio....
Pedro nitidamente está tentando seduzir a empregada...
Margot:
- Por favor senhor Pedro, eu até fiquei sem graça...
Pedro:
- Por que?! Por algum acaso você não está acostumada a receber elogios?!
Se me disser que não, vou agora mesmo te chamar de mentirosa...
Margot:
- Ai senhor Pedro, não deveria perder o seu tempo comigo, em uma festa
com tanta gente importante, o senhor está perdendo tempo com a garota que
está servindo o bifet?!
Enquanto joga sua conversa em Margot, Pedro levanta uma situação
extremamente incômoda, já que de longe, José Augusto começa a observar
os dois, e não fica nada feliz com o que vê...
O bilionário até tenta se segurar por uma tempo, mas depois para de
cumprimentar os convidados, com a sua noiva, para ir até onde Pedro e
Margot estão, no jardim...
A abordagem de José Augusto é super agressiva, e chama a atenção de
algumas pessoas que ali estavam...
José Augusto:
- Pedro, o que você está conversando com a Margot?!
Disse ele, nitidamente alterado...
Pedro não entende a reação do amigo...
Pedro:
- Que show é esse José Augusto?!
José Augusto:
- Espero que eu já tenha vendidos ingressos o suficiente para o espetáculo de
quinta categoria que vai ter aqui se você não me explicar o que está
acontecendo aqui?!!!
Margot:
- Senhor José Augusto, por favor, as pessoas estão percebendo! Acho que
ninguém está entendendo o que está acontecendo aqui!
José Augusto:
- Mas eu acho que sim! Vocês dois estão muito sorridentes para o meu gosto!
Pedro:
- O que que tem eu conversar com a empregada, José Augusto?!
José Augusto:
- Eu falei pra você não chegar perto dela, não falei?!
Margot:
- Como assim não chegar perto de mim?! O senhor não é o meu dono!
José Augusto pega no braço de Margot:
José Augusto:
- Não sou seu dono mesmo, se até para o meu melhor amigo você está dando
conversa!
Pedro:
- Meu Deus José Augusto, que cena de ciúmes é essa?! Ainda mais na festa
do seu próprio noivado!
José Augusto:
- Não é nenhuma cena de ciúmes! É apenas uma aviso que eu estou te dando,
não chega perto dela! Eu te proíbo!
Margot se solta de José Augusto e sai andando, para tentar disfarçar...
Augusta e Nice se chocam com a imagem que vê, Laila por outro lado vê
tudo com tranquilidade, afinal ela já sabia que seu irmão estava indo para a
cama com a sobrinha de Nice...
Augusta fica boquiaberta, não consegue acreditar, Nice tem uma reação
parecida...
Ninguém esperava que os dois tinham um caso...
Augusta se descompõe e quase grita, interrompendo aquele beijo tão
apaixonado...
Augusta:
- José Augusto, o que você está fazendo?! É a festa do seu noivado!
José Augusto e Margot ficam desesperados ao perceberam que foram pegos
no flagrante...
José Augusto:
- Mãe por favor, se acalme!
Augusta:
- Como eu vou me acalmar, você está beijando a doméstica na cozinha, em
plena festa de noivado! Como você queria que eu reagisse?!
Nice:
- Margot, o que você está fazendo da sua vida?! Não acredito que você caiu
na conversa do senhor José Augusto!
Margot:
- Tia, por favor... eu posso explicar...
A tensão aumenta naquela cozinha...
Laila:
- Explicar o que?! Tudo está bem claro, meu irmão e a empregada tem um
caso!
Augusta:
- E você fala com essa tranquilidade! Isso é grave Laila!
Nice:
- Margot, eu nem sei o que falar! Você não poderia ter feito isso comigo! Isso
é uma traição sem tamanho!
Margot:
- Tia, por favor... deixa eu explicar como as coisas aconteceram!
Augusta:
- Não é necessário explicar nada, você sua maldita empregada seduziu o meu
filho, e veja bem o que fez?! Eu sabia Nice, no dia que eu coloquei essa
moça para dentro, que ela seria uma maldição nessa casa! E não deu outra!
José Augusto:
- Mãe, larga de ser dramática!
Augusta:
- Ela veio para destruir as nossas vidas, será que vocês não percebem isso!
Maldito foi o dia que eu deixei essa mulher entrar nessa casa!
Nice:
- Margot, tanto que eu te adverti! Tanto que eu te falei pra você tomar
cuidado, e tudo pra quê?! Você foi pra cama com o patrão, e o que você acha
que vai acontecer agora?!
No meio de toda essa confusão, Alba e Patrício chegaram na Cozinha, e o
escândalo só aumentou...
Alba:
- O que está acontecendo aqui, que gritaria é essa no meu noivado?! Por
favor tenham um pouco de respeito!
Laila:
- Aqui nessa casa o respeito saiu quando nós estramos!
Patrício:
- O que está acontecendo Laila, por que vocês estão com essa cara?!
Laila:
- Mamãe está dando um troço só porque descobriu que o José Augusto
dormiu com a Margot...
Alba fica chocada com a revelação da cunhada...
Alba:
- Como assim ele dormiu com a empregada!
Laila:
- Dormindo, ou você quer que eu seja específica e diga as posições que os
dois usaram?! Me desculpa, mas eu não sei de mais detalhes!
Alba se aproxima de José Augusto:
Alba:
- Você me traiu José Augusto?!
Ao que o noivo responde sem nenhuma consternação, e é direto e reto:
José Augusto:
- Sim, eu te traí!
Ao que Alba responde com toda a raiva que carregava dentro de si:
Alba:
- Você me traiu com essa vagabunda?!
José Augusto:
- Ela não é nenhuma vagabunda, e eu exijo que você a respeite!
Nesse momento Margot está completamente constrangida no meio daquela
situação, ninguém a defendia, ninguém estava do seu lado...
Patrício então tentou acalmar Alba, mas ela o afastou, tomado por um uma
crise de consciência, o irmão resolveu acabar com aquele teatro de vítima
de Alba, e começou a dizer a verdade, o que tornou aquele momento épico e
trágico:
Patrício:
- Alba, não se faça de vítima! Esse não é o seu papel na história!
Alba:
- Cala boca Patrício, você vai se arrepender do que você está fazendo! E
saiba de uma coisa, eu nunca vou te perdoar, você está me entendendo!
Laila:
- Conta logo Patrício! Aproveita que hoje a gente tá tirando os esqueletos do
armário!
Patrício:
- Eu quero deixar bem claro, que a Alba não pode falar da traição de José
Augusto! Porque ela também o traiu, e foi comigo, eu sempre amei a Alba,
desde que vocês se conheceram, depois de tanto ser ignorada por você José
Augusto, finalmente ela me deu uma chance! Mas ela nunca quis algo mais
sério comigo...
José Augusto:
- Espera aí, então quer dizer que vocês dois eram amantes!
Patrício:
- Sim...
Augusta desmaia quando escuta a confissão de Patrícia, todos vão acudi-la, e
aí que Margot decide ir até o seu quarto, para pegar sua mala, ela deseja ir
embora...
Percebendo a saída de Margot, Laila corre atrás dela...
Ainda na Cozinha:
Alba:
- Você está vendo o que você fez Patrício?!
Patrício:
- Agora eu estou mais leve, falei essa verdade que estava me sufocando!
Alba:
- Você acabou com tudo! No dia do meu noivado!
Patrício olhou para José Augusto e pediu-lhe algo...
Patrício:
- Você me perdoa José Augusto, você me perdoa por eu ter ficado com a sua
noiva!
José Augusto:
- Eu te perdoo meu irmão! Quem sou eu para te julgar, eu sei hoje o que é ter
um sentimento grandioso dentro do peito!
Alba:
- Então tudo vai terminar assim?!
José Augusto:
- Alba, eu tenho mais uma coisa pra te dizer!
Alba:
- O que?!
José Augusto:
- Eu nunca te amei, nunca...
Alba:
- Então porque você noivou comigo, porque você me fez acreditar que um
dia eu iria formar uma família com você?!
José Augusto:
- Porque por um longo tempo eu fui um idiota, e se de alguma maneira eu te
feri, te peço com toda a sinceridade perdão! Eu te deixo livre, pra você ficar
com quem quiser, porque assim é a vida! E vou mais além, o fato de você ter
ficado com o Patrício não muda nada, você não me deve nada!
Alba:
- Mas você me deve!
José Augusto:
- O seu ressentimento só criará mais ressentimento, eu estou te deixando
livre Alba! Faça uma favor a si mesma, e não perca mais um segundo da sua
vida com uma pessoa que não quer ficar ao seu lado...
José Augusto então vai ver como sua mãe está, Nice também tenta reanimar a
patroa...
Todos na cozinha, e algo importante acontecerá no quarto da empregada
Margot...
Quarto da Empregada...
Laila vê Margot chorando e arrumando a sua mala, é quando ela decide abrir
o jogo de vez...
Laila:
- Pra onde você vai Margot?!
Margot:
- Vou embora, não dá mais para eu ficar nessa casa!
Laila:
- E despois de tudo isso, você vai se encontrar novamente com o meu
irmão?!
Margot:
- Não sei! Quem sabe a gente invista na nossa história, e isso possa dar em
alguma coisa, sei lá...
Laila:
- Você está apaixonada por ele, não é mesmo?!
Margot:
- Por que você está me perguntando isso?!
Laila:
- Porque se você está apaixonada por ele, esse foi o pior erro que você
cometeu!
Margot:
- E se eu estiver, qual é o problema?!
Laila:
- O problema é que ele te enganou...
Margot:
- Como assim me enganou?!
Laila:
- Me diga uma coisa, só pra eu esclarecer uma dúvida, o meu irmão te
ofereceu algum dinheiro recentemente?!
Margot:
- Porque você está me perguntando isso?!
Estranha Margot.
Laila:
- Por favor Margot, seja sincera comigo! Eu estou tentando juntar as peças, e
preciso saber se ele te deu dinheiro!
Margot:
- Sim, ele me deu cinquenta mil reais para eu dormir com ele!
Laila:
- Então era isso! Pegue esse dinheiro Margot, e vá para o mais longe que
você conseguir!
Margot:
- Por que você está falando isso?!
Laila:
- Meu irmão te fez de boba! Pra você ele era apenas uma brincadeira!
Margot:
- Por que você está me falando isso?!
Laila:
- Infelizmente essa é a mais pura verdade! Ele fez uma aposta idiota com o
Pedro, os dois apostaram por você!
Margot:
- Aposta?! Mas apostaram o que?!!!
Laila:
- Apostaram para ver quem levava você pra cama primeiro! Essa era a
aposta, e eu sei disso porque eu ouvi tudo atrás da porta do escritório do
meu irmão!
Margot:
- Não, isso não pode ser verdade!
Laila:
- Mas é! Eles apostaram para ver quem dormia com você primeiro!
Margot:
- Não! Eu não acredito!
Laila:
- Foi por isso que o José Augusto te deu esse dinheiro, queria ter a certeza
que ele seria o primeiro e único a levar você para cama! Assim, ele venceu a
aposta!
Margot perde o chão...
Fica completamente desnorteada...
Escuta as palavras de Laila, mas não consegue assimilar...
Margot:
- Uma aposta, pra ver quem me levava pra cama! Isso é muito nojento, é
desprezível! É inumano!
Laila:
- Assim são os homens! São crianças e acham que mulheres são os seus
brinquedos!
Margot:
- Ele apostou com o senhor Pedro, por isso a pressa de fazer amor comigo!
Laila:
- Entenda uma coisa Margot, ele não fez amor com você, ele te usou!
Margot:
- Eu me sinto tão mal com isso que você está me dizendo! É tão horrível a
sensação de que você foi utilizada como um objeto! Eu sinto repulsa por ele,
eu sinto nojo!
Laila:
- Eu sei, mas é a pura verdade!
Margot:
- As vezes é melhor uma mentira doce, do que uma verdade amarga!
Laila:
- Mas a vida é assim Margot, a ilusão da mentira, não dura muito tempo, a
verdade sempre vem a tona! Se o amor é real ele sobrevive a qualquer coisa,
mas se era falso, não aguenta nem ao menos um leve sopro...
Margot:
- Bom, é isso! Chegou a hora! Vou embora pra bem longe, onde ninguém
possa um dia me encontrar!
Laila:
- E a sua tia?!
Margot:
- Não devo nada para a minha tia! Ela nunca quis saber de mim, e isso eu
descobri no dia em que eu desci daquele ônibus, e no dia que eu vim morar
nessa casa. Talvez a sua mãe esteja realmente certa, vim até essa casa,
acabou com a minha vida...
Deixando essas palavras de profunda dor, Margot pegou sua velha mala, e
passou pela porta de saída da Mansão Torres...
Laila viu ela sair, Heloísa tentou abordar Margot dizendo:
Heloísa:
- Margot, pra onde você vai?! Você não pode sair assim de mala e cuia no
meio dessa chuva...
Margot:
- Vou me perder nesse mundo grande de meu Deus! Não posso olhar pra
trás....
Heloísa:
- Não faça isso Margot! Por favor, fique!
Implorou a empregada, mas ouviu outra recusa...
Margot:
- Não posso, sinto que está na hora de ir embora!
Heloísa:
- E sua tia Nice?!
Margot:
- Ela vai sobreviver...
Heloísa:
- Um dia você voltará?!
Margot:
- Quem pode saber....
E dizendo essas palavras Margot foi embora, sem dizer nada...
Sumiu no mundo...
Capítulo 9
A Dor do Desencontro| Só o amor liberta a Alma...
Depois de longos três anos, Carlos, o investigador liga para a Mansão dos
Torres...
Por casualidade do destino Augusta atende...
Carlos:
- Alô, poderia falar com o senhor José Augusto?
Augusta:
- É mãe dele, pode falar...
Carlos:
- Achei a Margot, achei ela! Depois de três anos, finalmente descobri onde
ela mora, estou com endereço aqui, se quiser posso passar pra senhora
agora! O senhor José Augusto vai vibrar de felicidade...
Capítulo 10
A Redenção do perdão...
Augusta pega o endereço de Margot, e mesmo sabendo que José Augusto
daria a vida para saber aquela informação, ela oculta dele...
A matriarca chama sua filha mais nova, e vai a cidade de Salvador do Norte,
chegando lá vai até a pensão onde Margot se hospedava...
Augusta e Laila chegam naquele quarto humilde, e Margot abre a porta para
as duas, obviamente ela se surpreende, mas não é ríspida ao ponto de deixa-
las plantadas para o lado de fora...
Margot:
- O que vocês estão fazendo aqui?! Como descobriram aonde eu moro?!
Laila não consegue esconder a alegria de ver Margot...
E dá um abraço forte nela...
Laila:
- Meu Deus, eu não consigo acreditar que nós te achamos! Finalmente!
Margot:
- Por que?! Vocês estavam me procurando?!
Laila:
- Desesperadamente!
Margot convida Laila e Augusta para se sentarem, a matriarca não acredita,
que ela está ali, bem na sua frente...
Augusta:
- Eu não consigo acreditar...
Margot:
- No quê?!
Augusta:
- De que depois de tanto tempo, nós te encontramos!
Margot:
- Eu estou aqui!
Augusta:
- Como você tem se sustentado?!
Margot:
- Continuo sendo doméstica em casa de família!
Laila:
- Entendo...
Margot:
- E como vai a tia Nice...
Augusta:
- Ela vai bem... Levando a vida...
A conversa estranhamente caminha em um tom amigável...
Margot:
- Mas por que vocês estão aqui?!
Augusta:
- Eu vim até aqui, antes mesmo de falar para o meu filho...
Diz Augusta entre lágrimas, a emoção era latente, era como se ela visse na
sua frente a esperança, e também uma redenção...
Augusta:
- Eu vim até primeiro para te pedir perdão em meu nome, e em nome de toda
a minha família!
Margot:
- Eu pensei que eu não fosse viver para ouvir essas palavras da boca da
senhora...
Augusta:
- Eu fui estúpida, eu foi arrogante eu errei muito com você! Eu fui
extremamente preconceituosa com você, só por causa do seu ofício, e nunca
vi o seu valos como ser humano, por isso eu tinha que antes de tudo, vir até
para olhar no seu rosto e te falar essas palavras...
Margot deixava as lágrimas escorrerem pelo seu rosto...
Augusta:
- Erramos, ponto! Vamos ao que interessa, eu vim até aqui para te suplicar
algo!
Margot:
- O que a senhora tanto quer de mim?!
Augusta:
- E te peço, na verdade eu te imploro, que você venha comigo e com a Laila
para ver o meu filho... Ele está muito mal, desde que você foi embora, ele
caiu em uma depressão profunda, não consegue mais fazer nada na vida...
Margot:
- O que ele fez comigo foi grave...
Augusta:
- Eu sei, mas se ele errou, saiba que ele pagou caro por esse erro, na
verdade é como se fosse uma penitência, todos os dias ele paga um parcela...
depois de você, meu filho se transformou em outra pessoa...
Margot:
- Me desculpa, mas isso não me convence...
Augusta:
- Na vida Margot, qualquer um pode cometer um erro, mas a diferença, é o
que você faz depois desse erro, se você vai continuar fazendo sempre a
mesma coisa, ou se você quer mudar o rumo da sua vida, e foi isso que o
José Augusto fez, ele nunca mais falou com o Pedro, na verdade hoje ele o
considera um inimigo...
Margot:
- Era o mínimo que ele poderia fazer...
Augusta:
- Alba e Patrício se casaram...
Margot:
- A senhorita Alba não iria se casar com o senhor José Augusto?!
Augusta:
- Veja como é a vida, ela dá muitas voltas! Alba e Patrício oficializaram sua
relação, e já são casado faz algum tempo...
Margot:
- Que surpresa!
Augusta:
- Patrício também é o novo CEO da empresa, infelizmente José Augusto não
podia mais trabalhar.
Margot:
- E por que?
Augusta:
- Porque ele a única coisa que fazia na vida, era procurar por você! Isso
consumiu o meu filho de um jeito, que não podia mais ter vida, não mais sem
você!
Margot:
- Eu não sabia disso!
Augusta:
- Por isso eu estou te contando tudo isso! Por isso eu estou aqui hoje na sua
casa! Por favor, não te peço para que você volte com o meu filho, a única
coisa que te imploro, é para você deixar ele te ver, para que volte a ter paz
em seu coração... eu te imploro Margot, por tudo que é mais sagrado na sua
vida...
Nesse momento, Margot vai até o outro quarto, e volta com uma criança em
seus braços...
Augusta e Laila se surpreendem, a criança deve ter quase três anos...
As três se emocionam...
Augusta:
- Que é esse?!
Margot:
- Esse é o meu filho, ele se chama Samuel...
Augusta emocionadíssima começa a chorar, e faz a pergunta que não poderia
calar por muito tempo...
Augusta:
- Ele é filho do...
Ao que Margot responde:
- Sim, ele é filho do José Augusto...
Augusta e Laila pegam o menino no colo...
E Augusta fala:
- Isso vai fazer o meu filho ressuscitar, imagina quando ele descobrir que é
papai...
Laila:
- Ele vai explodir de tanta felicidade...
Augusta e Laila ficam contentes com a notícia...
Augusta:
- Meu Deus, eu sou avó!
Laila:
- E eu sou titia!
Augusta:
- Por favor Margot, volte com a gente, também leve o Samuel, você não sabe
o quanto isso vai fazer bem para o meu filho, ele vai reviver, depois que
você foi embora, ele morreu em vida...
Margot não respondeu nada...
Augusta e Laila voltaram para casa, e lá estava José Augusto, triste olhando
pela a janela...
Sua mãe foi falar com ele...
Augusta:
- José Augusto, preciso que você vá até aquele Campo na fazenda que era de
seu pai, aquele campo florido, cheio de flores, o lugar mais bonito que eu já
vi na vida...
José Augusto:
- E o que eu vou char lá mãe?!
Augusta:
- A sua redenção...
José Augusto foi até aquele Campo, era um lugar maravilhosamente bonito...
Se perdia de vista, somente a vastidão...
Ele estava sozinho, deixava a brisa bater em seu rosto, até que no horizonte
vinha uma mulher com vestido florido, segurando um menino, e ela se
aproximava no meio daquele campo florido...
Não demorou muito para José Augusto reconhecer aquela mulher, era
Margot, segurando Samuel...
Era inexplicável a emoção que aquele homem sentiu quando viu aquela
mulher, as palavras seriam injustas para descrever aquele reencontro,
simplesmente imagine a magia do momento...
Ele correu, correu rápido ao encontro daquela mulher, e a primeira coisa que
disse foi...
José Augusto:
- Eu te achei...
Margot:
- Sim...
E a segunda coisa..
José Augusto:
- Você me perdoa?!
Margot:
- Sim, eu te perdoo pelo filho que nós tivemos, o fruto do nosso amor...
José Augusto pegou seu filho no colo, e estava explodindo de felicidade, foi
quando com Samuel de um lado, usou o outro braço para entrelaçar a cintura
de Margot, e dar-lhe um apaixonado beijo...
Um momento que ficaria marcado para sempre na mente daqueles dois
eternos apaixonados...
“O amor não escolhe nada, além de almas para habitá-las...”
Fim...
O Bilionário e a Moça Pobre
Elena Cadena
Há diferenças entre pessoas, elas não são iguais, muitas das vezes não
sequer parecidas, porém o que garante que duas pessoas consigam
ultrapassar os limites das classes sociais?
Capítulo 1
A Carta
“Meu nome é Leandro Lobo, e essa é a última carta que escrevo na minha
vida, sei que não deveria fazer isso, e muito pensarão que sou um covarde,
quem me dera ser um covarde, contudo não consigo conviver com isso…
Eu amei uma mulher, e por causa de suas mentiras e traições, sei que hoje
não posso mais prosseguir com a minha vida, ela me destruiu em todos os
sentidos, não posso mais suportar tamanho ultraje, não posso mais aguentar a
dor da traição no meu peito.
Não faço isso por ressentimento, faço pela enorme dor que carrego dentro de
mim, sei que em breve acharão meu corpo sem vida, e indagarão: ‘Por que
Leandro fez isso?’ Só eu sei, esse segredo pertence apenas a mim.
Fui rico a minha vida inteira, sempre vive cercado pelo luxo, mas foi na
simplicidade que aprendi o que era o amor, foi na simplicidade que aprendi
o que era trocar um olhar de afeto puro e verdadeiro.
Agradeço a pessoa que mais me ouviu nos últimos dias, ela sabe que estou
falando com ela, não pronunciarei sei nome, pois minha família é como
abutres, que circunda a caniça antes do entardecer….
A quem se importar com a minha morte, digo que não tive uma morte
tranquila, com a paz dentro do meu coração, muito pelo contrário, morri com
o desespero dentro da minha alma, a dor de saber que jamais vou sentir
novamente aquela emoção, que acalenta a alma e o coração.
Meus bens, aí meus bens, coisas materiais, se isso realmente trouxesse
felicidade, não estaria eu aqui, desesperado, angustiado, procurando na
morte, um subterfúgio para todas as minhas dores…
Me perdoe Alexandre, sei que nunca deveria ter feito isso com você, mas
tente me compreender, eu já não posso mais viver assim, não posso, é mais
forte do que eu...”
Leandro Lobo.
No dia seguinte…
No enterro de Leandro Lobo…
Enquanto o corpo desce a sepultura, o padre começa a dizer algumas
palavras:
“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.
Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu
nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum,
porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a
minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da
minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.”
O corpo desce a sepultura, ele é enterrado, todos vão embora, e Alexandre
diante do sepulcro do seu irmão faz uma promessa…
Ele pega um punhado de terra, e diz com toda a força do seu ser, e quando se
fala com toda a força do ser, a Terra treme, as palavras têm poder…
- Eu juro, juro que vingarei a morte do meu irmão, quem fez isso pagará!
Quem te fez o mal Leandro, pagará caro, seria melhor que não houvesse
nascido! Quem fez o mal, merece receber o mal como responta…
Que me fez o mal, não merece a minha vingança?
Os culpados, pagarão…
Capítulo dois
O testamento...
No Dia Seguinte:
No outro dia, a missão não estava concluída, pois se Ana Júlia não
conseguiu, outra integrante da família Foster iria tentar.
Antônia foi a escolhida, a irmã chique de Ana Júlia, sempre foi cobiçada
pelos homens, era uma mulher de classe, e sempre fez questão de deixar isso
bem evidenciado, sempre teve uma ‘quedinha’ por Alexandre…
Antônia mirava nos olhos azuis do bilionário, e sabia que Ana Júlia tinha
falhado, quem sabe ela não teria mais sorte…
Se Ana Júlia deu alguma voltas, Antônia decidiu se mais incisiva em sua
abordagem…
Alexandre caminhava pelo lindo jardim da Mansão dos Foster, quando
percebeu que Antônia se aproximava sorrateiramente…
- Olá Alexandre, quer conversar?!
- Oi Antônia, como vai?! Sobre o que queria conversar?!
- Não sei, talvez você quisesse desabafar sobre tudo o que aconteceu?!
- Na realidade, não queria falar sobre isso.
- Ok, não está aqui quem perguntou!
- Me desculpe, eu não quero parecer grosseiro, na verdade nem sei mais o
que estou falando!
- Fique tranquilo, você não foi grosseiro, até porque isso seria impossível,
já que você é tão educado.
- Obrigado, Antônia.
- De nada. Já que entramos nesse assunto, acho que devo te confessar um
coisa…
- O que?! É como se fosse um segredo?!
- Praticamente é isso aí, um segredinho…
- Então o que você está esperando para me contar?
- Eu sempre gostei de você Alexandre, sempre te achei um dos homens mais
bonitos que eu vi na minha vida! Sempre tive uma paixonite por você, mas é
claro que eu nunca demostrei nada…
Alexandre fica sem reação…
- Antônia, eu nem sei o que te dizer, de verdade!
- Eu sei, isso é muito embaraçoso! Mas eu sentia que tinha que te dizer…
- Obrigada por me dizer, mas eu realmente não sei o que falar pra você!
- Não precisa dizer nada, eu só senti essa necessidade de te contar, antes que
você vá embora.
- Então é isso, obrigada por me contar!
- Mas agora me diga a verdade, você acha que eu tenho alguma chance?!
- Você sabe, a Antonella?!
- É, eu sei, a sua noiva. Ela é uma mulher de sorte, por ter alguém como
você.
- Obrigada Antônia, você é uma mulher muito agradável…
- Eu sempre tive que ser a agradável, já que a Ana Júlia sempre foi a mais
bonita.
- Não diga uma coisa dessas, você é muito bonita!
- Por favor Alexandre, não precisa ser legal comigo! Todo mundo sabe o seu
lugar, e trabalha com o que tem. Mas você não me respondeu a pergunta, eu
tenho alguma chance?!
- Você parece ser uma pessoa incrível, mas eu gosto muito da Antonella,
vamos nos casar em breve.
- É um sentimento dúbio, ao mesmo tempo que fico feliz por você, também
nem fico tão feliz assim, já que você vai se casar com outra mulher.
- Um dia você vai achar um cara que te mereça, e que vai te fazer feliz.
- É , quem sabe um dia eu não ache esse cara assim, do jeito que você está
dizendo. Mas se Deus fosse meu amigo, ele iria me mandar um cara como
você! Com uns olhos inacreditáveis, e com uma personalidade apaixonante.
- Obrigada pelos elogios, estou começando a ficar sem graça.
- Sei que você possui duas personalidades aí dentro, uma face é esse
cordeiro, doce e encantador, que faz qualquer mulher se atirar nos seus
braços, porém a outra face não é tão agradável, guarda um lobo, que é capaz
de destroçar tudo que vê pela frente.
- Esse lobo só se revela, se fazem algo contra ele…
- E fizeram, não é mesmo Alexandre?! O que você vai fazer com a Anita?!
- O que é dela, está guardado. Isso é tudo o que posso te dizer! Vou descobrir
tudo, cada detalhe, e depois disso, vou colocá-la atrás das grades, eu tenho
poder suficiente para fazer isso! Mas antes vou me vingar, pelo meu irmão.
Um Lobo não se entrega tão facilmente.
- Faça justiça, porém não faça destrua os inocentes.
- E quem aqui é inocente?! Você está defendendo a empregada?
- Não é isso, mas o que as vezes me assusta, não é os gritos dos maus, e sim
o silêncio dos inocentes…
Depois de dizer isso, Antônia vai embora, Alexandre fica com a sensação de
que ela sabia de mais alguma coisa.
Tinha alguma coisa de errado com aquela família, tinha alguma coisa de
errado circulando por dentro daquela mansão…
Depois que Antônia se retirou, foi a vez de Eduardo se aproximar…
- Como vai Alexandre?! Pela sua cara a Antônia estava te incomodando! Diz
Eduardo.
- Não, de nenhuma maneira. Antônia sempre é muito agradável, não tenho do
que reclamar!
- Deixa eu adivinhar, a primeira a se jogar pra cima de você foi a Ana Júlia,
não é mesmo?! E depois veio a Antônia?! Estou certo ou errado?
- Certíssimo, coo você sabia disso?!
- Simples, você é bilionário, e coisas assim devem acontecer um tempo todo.
- Confesso que não estaria sendo arrogante, que confirmasse que sim, isso
acontece o tempo todo, quando o seu nome está naquela lista de bilionários.
- Ai que inveja, confesso que para homens comuns, as coisas não são assim
tão fáceis!
- Suponho que não.
- Mas perdoe minhas irmãs, sabe como que é, estamos precisando de um
empréstimo e só você pode conceder, os ânimos ficam alterados! Aí de
repente bate o desespero, sabe?!
- Eu entendo tudo isso Eduardo, não estou julgando ninguém aqui! Eu sou um
homem de negócios, e dei lhe dar com dinheiro, isso é natural!
Quando uma pessoa rica, sente que seu patrimônio está ameaçado, ela
começa a usar as armas que têm.
- Ainda bem que você entende isso! Não é uma coisa pessoal, e sim uma
questão de dinheiro!
- E por que você está dizendo isso Eduardo?!
- Porque as vezes somos obrigados a fazermos coisas que não concordamos,
por um bem maior.
- Isso são os negócios, os fins justificam os meios.
- Sim, exatamente isso! Os fins justificam os meios, mas será que os meios
justificam os fins?! Deixa pra lá, acho que não dá pra salvar muita coisa,
quando tudo já começa errado.
- Do que você está falando Eduardo?!
- Dessa família Alexandre, essa família já começou errada!
- Têm alguma coisa que você queria me contar Eduardo?!
- Não, apenas estou pensando alto! Não é nada com você!
- Tem certeza?!
- Tenho, não é nada… Mas me diga, quando você vai partir?!
- Por que?! Está me expulsando da mansão Foster?!
- De nenhuma maneira?! Mas é perceptível, que você é um homem de
negócios, um homem da cidade! E acho que você não foi feito para ficar
muito tempo em uma casa de campo, como essa!
Acho que você está aflito para voltar ao caos da cidade, voltar para sua
noiva, voltar aos negócios!
Sei que vida de bilionário não é fácil não!
- Sim, você está absolutamente certo! Já não aguento mais ficar olhando para
os bosques e plantas, gosto da agitação do me trabalho, já não aguento mais
ficar aqui!
Mas ainda vou ficar, até as coisas ficarem claras para mim!
Quero a verdade, custe o que custar…
Capítulo 3
O Primo De Anita…
A noite, Fernando não conseguia dormir, a culpa não permitia, por mais que
ele tentasse, nada funcionava.
Ele achava que Anita não seria prejudicada, que após dizer tudo aquilo para
o Alexandre, ele iria embora, e nunca mais voltaria, só que não foi assim que
as coisas se desenrolaram…
Na mesma noite, Fernando foi até a casa de Anita, queria deixar algo para
prima. Fernando já havia tomado uma decisão e não voltaria atrás.
Chegando na casa de Anita…
- Fernando, o que você está fazendo aqui uma hora dessas?! Pergunta Anita.
Fernando trazia consigo um pacote, estava bem envolvido.
- Eu vim até pra te dizer uma coisa.
- O que é então?! Pra você vir aqui a uma hora dessas!
- Pegue esse pacote!
Fernando dá o pacote diretamente para Anita.
- O que é isso?!
- Abre!
Anita abriu, e viu que eram dólares, e não era pouco…
- Que dinheiro é esse Fernando?!
- Eu quero que você fique com ele!
- Não Fernando! De onde você tirou tanto dinheiro, eu não posso aceitar!
- Por favor Anita, fique com ele! Eu te imploro!
- Mas Fernando…
- Fique com esse dinheiro Anita, talvez você precise dele!
- Mas precisar pra quê?! Eu não estou tão bem financeiramente falando, mas
logo vou arranjar outro emprego!
- Não Anita, você tem que ir embora daqui! Pra bem longe!
- Mas ir embora por que?! Eu adoro o campo, me faz bem!
- Só estou te pedindo para guardar esse dinheiro! Se precisar fugir, por
algum motivo, use ele, e vá embora!
Corra Anita, corra e não olhe pra trás!
- Mas Fernando, por quê eu fugiria?! Pra onde?! Ninguém vai vir atrás de
mim! Se você está preocupado com aquele negócio do suicídio, eu já fui até
a delegacia, e esclareci tudo! Pode ficar tranquilo!
- Me escuta Anita! Pegue o dinheiro, só por garantia, se precisar de fugir,
por qualquer motivo que se apresentar, pegue o dinheiro e vá!
Anita não compreende muito bem a atitude de Fernando, parece que ele está
dando um aviso, porém para não contrariá-lo, ela pega o dinheiro…
- Tudo bem Fernando, eu fico com o dinheiro! Mas me diz uma coisa, por
que você estão tão desesperado desse jeito?! Você sabe de alguma coisa que
eu não sei?!
- Me escuta Anita, você deve tomar muito cuidado, não confie em ninguém!
Isso é um jogo de podridões! Fuja na hora certa, e não deixe que eles te
joguem em uma cela, por um crime que você não cometeu!
- Eu sei disso Fernando! Eu vou tomar cuidado, eu vou!
- E principalmente, tome muito cuidado com o Alexandre Lobo, ele é o mais
perigoso, ele vai fazer de tudo para te colocar atrás das grades!
- Eu sei disso Fernando, esse homem me odeia, e o pior que eu nem sei o
motivo de tanto rancor!
- Olha pra mim Anita! Vai ficar tudo bem, mas se acontecer alguma coisa
comigo, se cuida!
- Mas o que vai acontecer com você Fernando?! Eu não estou entendendo o
que você está falando!
- Calma, respira! Vai ficar tudo bem! Fique com esse dinheiro, e na hora
certa, parta, vá pra bem longe, onde jamais Alexandre Lobo posso te
encontrar…
Anita começa a chora, Fernando está muito nervoso, e ela não entende
porque ele está falando aquelas coisas:
- Fernando, para de dizer essas coisas! Parece que você está se despedindo
de mim!
- Não prima, não é uma despedida! Vamos nos ver novamente, só que eu não
sei quando! Só te peço uma coisa, perdão!
- Mas Perdão pelo quê Fernando?!
- Um dia você saberá, mas até lá, por favor, não fique com raiva de mim, e
nem com ressentimento, não fiz nada por mal, na verdade, eu só queria um
pouco de dinheiro…
- Essas palavras não fazem sentido para mim!
- Mas um dia fará Anita, um dia fará!
Fernando foi embora, e Anita guardou o pacote com o dinheiro em uma
gaveta no guarda-roupa do seu quarto.
Algo muito ruim iria acontecer, e estava próximo…
Nasceu um outro dia, e Fernando foi até a Mansão dos Foster, queria
devolver o dinheiro, e desmentir tudo o que havia dito para a polícia.
Obviamente que a família não ficaria contente com a bomba que Fernando
soltaria, já que o empréstimo estava garantido, e que a relação entre os
Foster e os Lobo estavam indo de vento em polpa.
Se revelasse a verdade, os Foster se veriam obrigados a contar o segredo,
que fez com que Leandro se matasse, e isso era algo impossível de acontecer
para essa família real.
Contudo, Fernando não mudaria de ideia, estava firme, não poderia fazer
isso com Anita…
A alta cúpula da Linhagem Foster, novamente se agrupou, em uma reunião,
que não teria um final feliz, e isso era mais do que certo.
- Eu vim até, para devolver o dinheiro que vocês me ofereceram para mentir
pro bilionário arrogante…
Começou Fernando.
- E você trouxe tudo? - Perguntou Henrique.
- Não, trouxe 40 mil, o resto que garanto que pagarei a vocês, aos poucos!
Disse Fernando…
Henrique riu e disse:
- Não foi esse o acordo filho, te demos 50 mil, e se você não devolver os 50
mil, bom… então é melhor ficar com o bico calado! E me desculpe a minha
curiosidade feroz, mas o que fez com os 10 mil?
- Comprei algumas coisas!
- E por quê não pega esse dinheiro, e vai para um lugar tranquilo, onde
ninguém poderá te encontrar?!
- Não posso fazer isso, não posso deixar a minha prima levar a culpa por
uma coisa que não fez! Não posso continuar sustentando essa mentira! É tudo
muito pesado, meus ombros não dão conta de carregar!
- Bonito gesto filho, chega a ser comovente! Mas você entende que não
podemos deixar você nos delatar assim, não é mesmo?!
- Já pensei em tudo, não vou citar o nome de nenhum de vocês! Isso você
podem ter certeza! Vou dizer que inventei tudo sozinho! Garante Fernando.
- Olha, que rapaz mais nobre, nem parece que nasceu na plebe! Então você
vai se incriminar, e não vai entregar nem a mim, nem a ninguém da minha
família?!
- Isso mesmo! Não vou citar o nome de ninguém dessa sala!
- Te subestimei sabia Fernando?! Não pensei que você fosse tão inteligente!
E já que encontrou essa maneira de resolver o problema, bom… faça-o. Tem
nossa permissão! Desde que não diga os nossos nomes…
- Isso eu não farei, podem ter certeza! Vou agora mesmo na delegacia!
- Se acalme filho, ainda é muito cedo! Para ver que não guardamos mágoas,
venha aqui na Mansão a noite, Murilo vai treinar com você o novo
depoimento! E não se preocupe com os 10 mil, não precisa nos pagar! Já
devolveu os 40, os 10 foram uma espécie de presente, fique com ele!
- Puxa doutor Henrique, eu nem sei como agradecer! Estarei aqui a noite, não
faltarei! Diz Fernando, aliviado!
- Venha com a certeza que tudo acabará bem!
- Eu sei disso senhor Henrique, a única pessoa que me preocupa é o senhor
Alexandre, ele é muito vingativo, e também perigoso!
- Com certeza, também acho que você deve temê-lo, é um homem muito rico,
e também muito influente! E está com essa obsessão com a morte do irmão!
- Não o culpo, porque realmente esse suicídio do irmão dele foi muito
estranho, mas agora ficar procurando culpado a todo custo, isso é
desnecessário!
- Você não conhece o Alexandre, ele é um lobo em pele de cordeiro, e
procura sua vítima pelo cheio, caça sem parar, até que finalmente ostenta sua
presa morta para os outros lobos, para que a alcateia o respeite.
Mas voltando ao assunto, volte mais tarde, Murilo o auxiliará…
- Voltarei, e muito obrigada pelos conselhos!
- De nada, volte sempre filho!
Disse Henrique, após a saída de Fernando, o patriarca da linhagem Foster,
fecha as portas, pega seu charuto e diz diante dos outros membros da
distinguida família.
Chorando em seu quarto, Murilo começa a bater forte a porta, mas Antônia
não atende…
Deixando algumas lágrimas caírem pelo se rosto, Antônia olha pela última
vez para a porta, pega o revólver, e puxa o gatilho, um tiro mortal…
Fatalidades, fugas e mentiras…
Quem o lobo protege, se torna seu amigo?
Os lobos circundam, uivam e andam em bando…
Os covardes andam em bandos…
Esperam os cordeiros se dissiparem, para pegar apenas um, é assim que
funciona…
O segredo do lobo, é que ele jamais anda sozinho…
A sina do cordeiro, é que é difícil ele andar em bando…
Sempre saindo, nunca voltando…
Capítulo 5
Horas depois…
Apartamento da Antonella…
A campainha toca, Antonella ansiosa vai abrir, e vê que é seu noivo, pula no
colo dele, e o enche de beijos, já ele parece se esquivar um pouco, ele estar
estranho…
- Aí meu amor, que saudades!
- Antonella, calma por favor, não estou com clima para essas coisas!
- Mas Alexandre, já faz meses que a gente não se toca, e quando você chega,
me trata com essa frieza?!
- Antonella, me escuta, meu irmão se suicidou, a Antônia fez a mesma coisa
dias depois, e o que você espera de mim?! Que eu esteja bem?! Que eu
esqueça de tudo o que aconteceu?!
- Se você não esqueceu, pelo menos finja que não se importa tanto com isso,
nosso casamento está chegando!
- De cada dez palavras que você fala Antonella, onze são de casamento!
Será que você não tem a menor sensibilidade de ver que o meu irmão se
suicidou?!
- Eu sei meu amor, e fico muito triste, porém a vida segue, continua, você me
entende?! Está na hora de deixar os mortos de lado, e nos importamos mais
com os vivos!
- As vezes juro que não acredito nas coisas que você fala!
- E o que têm de errado?! Eu só estou tentando ser feliz, isso é algum
pecado?!
- Não Antonella, mas as vezes pensar nos outros é um sinal de humanidade,
sabe?! E quer saber de uma coisa, eu estou me sentindo um pouco incômodo
pelo fato de você menosprezar a morte do Leandro.
- Não estou menosprezando, é você que está obcecado demais com isso!
- E a Antônia, que sempre foi uma boa amiga, fez a mesma besteira do
Leandro, tão jovens e tão infelizes!
- Por isso meu amor, a vida é curta, por isso temos que desfrutá-la da melhor
maneira! Também por isso, contratei uma empregada para você, ela vai
ajudar nos serviços da casa, enquanto nós dois ajeitamos os últimos detalhes
da cerimônia.
- Você contratou uma empregada?! E me desculpe Antonella, mas eu não vou
poder ajudar nos detalhes no casamento, sou um homem muito ocupado,e
você sabe disso!
- Tudo bem amor, se você estiver no altar, já será de grande ajuda!
- Por favor Antonella, hoje eu não quero ser vítima do seu sarcasmo!
- Ok, e você vai dormir aqui hoje, não é mesmo!
- Terei que fazer isso, estou muito cansado, não vou ter saco para ir para o
meu apartamento agora!
- Que bom, podemos colocar as coisas em dia!
- Que coisas?!
- Sabe quanto tempo faz que você não me beija com carinho, que não me
toca?! Sabe quanto tempo a gente não faz amor?!
- Eu peço desculpas Antonella, mas hoje realmente estou muito cansado!
- Sabe Alexandre, as vezes eu acho que você não gosta de mim!
- Não diga uma coisa dessas, por favor! Você quer um carinho, é isso?!
- Sim, eu sou sua noiva agora, acho que você deveria fazer carinho sem que
eu pedisse!
- Tudo bem, é isso que você quer?! Então tá!
Alexandre beija Antonella, que corresponde, as carícias continuam, até que
o bilionário a pega no colo, e a leva até a cama…
Os dois começam a tirar a roupa em clima de romance, depois disso a noite
cai…
Um novo dia começa, e Alexandre sai apressado para o seu apartamento, só
para se trocar e comer alguma coisa…
Alexandre pega seu carro, acelera, e não para de pensar em Anita, e como
ela deve ter alguma coisa a ver também com o suicídio de Antônia, ele
estava realmente obcecado.
Chegando ao seu apartamento de luxo, o bilionário abre a porta e entra, ele
coloca a maleta no cano de sempre, e vai em direção a cozinha, quer ver
quem é a nova empregada que Antonella contratou…
Já na cozinha, Anita ajeitava os últimos detalhes do café da manhã, ela sabia
que o novo patrão chegaria em breve…
Anita se virou para pegar uma jarra de suco, quando Alexandre chega por
trás, e diz:
- Você é a nova empregada, seu nome é Lisa, não é mesmo?!
Anita reconheceu a voz imediatamente, era ele, Alexandre Lobo. Nesse
momento ela deixou a jarra cair no chão…
Alexandre se assustou, e ela se vira revelando sua verdadeira identidade…
Ninguém consegue fugir do próprio destino…
- Você?! Diz Alexandre desconcertadamente atordoado…
- Você que é o noivo da senhorita Antonella?! Diz Anita, completamente sem
chão…
- O que você está fazendo aqui?!
- Eu só vim trabalhar aqui!
- Você deveria estar em uma cadeia nesse momento, pagando pelos crimes
que você cometeu!
- Eu não cometi crime nenhum, você que quer me incriminar por tudo! Mas
eu não vou pagar por uma coisa que eu não fiz!
- Matou seu próprio primo! O tal Fernando!
- Eu nunca faria nada de mal contra o Fernando! Mesmo descobrindo que ele
disse mentiras sobre mim na delegacia! Você acha que eu sou tão burra
assim?! Eu descobri que ele era a testemunha!
- Eu sei que você descobriu, tanto que matou ele em seguida!
- Eu já disse que eu não sou nenhuma assassina! Na verdade, as vezes penso
que você fez isso para poder me ver atrás das grades!
- Nada me daria mais prazer do que te ver atrás das grades! Mas confesso
que nunca sujaria minhas mãos de sangue por causa disso!
- Você é um covarde! Eu vou embora agora mesmo!
- “Lisa”, você não vai para lugar nenhum, a polícia está te procurando! E eu
mesmo vou te entregar para as autoridades competentes!
- Não, você não pode fazer isso comigo!
- Sinto muito, mas você vai pagar pela morte do Leandro, pela morte do
Fernando, e também pelo suicídio da Antônia!
Anita olha bem nos olhos de Alexandre e diz:
- Por que você insiste em me culpar, eu nunca fiz nada contra você! Nunca, e
agora o senhor me persegue, e vai jogar alguém inocente no fundo de uma
cela, sem liberdade, sem nada! Na maior miséria que existe, e tudo isso pra
quê! Eu sinto muito pela morte do Leandro, fiquei triste com a morte do meu
primo, e também não consigo entender o suicídio da senhorita Antônia, não
sou esse mostro que você criou.
- Tente encantar alguém que não conheça a face de uma golpista! Eu não sou
burro, senhorita Anita, muito pelo contrário!
- Eu só te peço que não faça isso, por favor! Deixa eu ir embora!
Anita tenta ir embora, porém Alexandre retém sua saída…
Em uma atitude desesperada, Anita puxa uma faca, e começa a ameaçar o
bilionário:
- Eu quero ir embora, me deixa sair!
- Isso, me mostra sua verdadeira cara! E você não vai embora daqui, até eu
chamar a polícia!
- Por favor, eu juro que você não vai mais me ver!
- Não, você fica!
De repente, Anita se distrai, e a faca cai em cima da sua perna esquerda, e o
sangue começa a jorrar…
Ela cai…
- O que você fez?! Diz Alexandre!
- Deixei a faca cair, estava muito afiada! Diz Anita, gritando de dor!
Alexandre, contrariado seus argumentos anteriores, socorre Anita, tira sua
blusa e envolve na perna da empregada, em seguida pega ela no colo…
Era um momento de muito desespero…
- Você precisa ir para um hospital! Diz Alexandre…
- Não, eu não posso! Sou foragida, o meu nome é falso! Não posso ir para
um hospital!
- Tudo bem, então vou chamar um médico! Diz Alexandre, que coloca Anita
em cima do sofá, pega o telefone e liga para um médico!
As gotas de sangue vão caindo pelo chão, já que Alexandre leva Anita até o
seu quarto, para ser examinada lá!
O médico chega, e faz um curativo em Anita…
- Ainda bem que não foi mais profundo, você poderia estar morta numa hora
dessas?!
- Obrigada doutor, e não vou mais brincar com as facas!
- Não faça mais isso! Vou pedir para o seu namorado te vigiar da próxima
vez! Disse o médico.
- Não doutor, eu só trabalho aqui! Disse Anita.
- Me desculpe, é que pela preocupação do senhor Alexandre, eu pensei que
vocês fossem mais íntimos!
- Não, eu só sou uma empregada!
Alexandre entra no quarto e pergunta para o médico:
- E aí doutor, vai ficar tudo bem?!
- Sim, ela vai ficar bem, é só mantê-la bem longe das facas, e tudo vai
terminar bem!
- Tudo bem doutor! Disse Alexandre…
- Agora eu vou indo! Diz o médico.
- Eu te acompanho até a porta!
O médico vai embora, Anita continua na cama de Alexandre, e o bilionário
vai até lá…
O telefone toca, e Alexandre atende bem na frente de Anita:
- Alô…
Delegado Santos estava bem do outro lado da linha…
- Alô Alexandre, é Santos, Delegado Santos, como vai?
- Delegado Santos, vou muito bem e o senhor?!
Anita quando soube que era o delegado, ficou trêmula..
- Vou bem, queria saber se o senhor queria alguma atualização sobre o caso
Leandro?!
- Claro, tem alguma novidade para me contar?!
- Ainda não, mas continuamos procurando a principal suspeita, Anita Silva!
- Ainda não acharam ela?!
- Não, ela simplesmente desapareceu!
- Imagino!
- E o senhor soube alguma coisa dela?!
Alexandre ficou pensativo, mas acabou negando ao final, por algum motivo
não entregou Anita, e ela se surpreendeu com a atitude do bilionário…
- Não delegado, não sei absolutamente nada sobre Anita Silva.
- Tudo bem, qualquer coisa me ligue!
- Farei isso, se for necessário!
Alexandre desliga o telefone, e imediatamente Anita o contesta:
- Por que o senhor não me entregou, se era isso que mais queria?!
- Não fique feliz, só não disse a verdade pro delegado, porque eu mesmo
vou levar você até a delegacia para ter a certeza que você não vai fugir!
Anita não fala nada!
- O senhor não tem que ir trabalhar?! Não é um homem muito importante?!!
- Nem pense em fugir, vou deixar dois seguranças na porta, e eles não vão
deixar você ir embora!
- Então quer dizer que eu estou presa!
- De certa maneira sim!
- E qual é a diferença de estar aqui ou na prisão?!
- Acredite, esse quarto aqui é bem melhor do que qualquer cela!
- O que faz o senhor pensar que eu mesma não posso ligar para o delegado e
dizer onde eu estou?!
- Não é você quem diz que não quer ir para a prisão? Que seria uma
injustiça?! Então acho que você não vai fazer isso!
- Posso te surpreender!
- Não nesse sentido!
Alexandre vai trabalhar, fica oito horas fora, e volta imediatamente para
casa…
O bilionário pergunta para o segurança:
- E aí, foi tudo tranquilo?!
- Sim senhor, ela não tentou fugir!
- Tudo bem, ótimo trabalho!
- Obrigado senhor!
Alexandre vai até o seu quarto, e não encontra Anita, depois segue até o
quartinho de empregada, que tem no último cômodo do apartamento, e a
encontra:
- Vejo que você não fugiu?!
- E como eu faria isso?!
- E a perna, está melhor?!
- Está doendo um pouco, mas acho que está melhor! Quando você vai me
levar até a delegacia!
- Ainda estou pensando! Mas tenha a certeza que será em breve!
- Ótimo, porque já não aguento ficar nesse apartamento com você, isso é um
verdadeiro inferno!
- Sorte sua eu ainda ser benevolente, e você ainda chama isso de inferno!
Você realmente é muito mal-agradecida!
- Não sou mentirosa senhor, e te acho insuportável, o que posso dizer! Se
acha o dono da verdade, pois a sua posição é muito cômoda, você julga as
pessoas de cima, e nunca se arrisca, na verdade nunca vi uma vida mais
monótona!
- Eu não tenho uma vida monótona, me divirto muito!
- Pois eu acho que você tem uma vida monótona, e olha que você é rico! Até
eu que sou pobre, me divirto mais que o senhor, na verdade o seu irmão
sempre dizia que a sua vida era o trabalho!
Alexandre se senta na cada de Anita, e fica interessado no assunto, quando
ela começa a falar de Leandro!
- O Leandro dizia isso?!
- Dizia isso e muito mais, ela sempre me contava de como a sua vida era um
saco, e como a sua noiva era insuportavelmente fútil! Não acreditava muito,
até que eu conheci o senhor, e me desculpa, mas a senhorita Antonella me
pareceu bem fútil mesmo!
Os dois riram…
- Vocês eram tão próximos assim?!
- Sim, ele vivia me contando sobre as lembranças de infância! E ele falava
com muita alegria sobre as aventuras de vocês, ele te amava muito, dava pra
perceber…
- Eu sei que ele me amava, por isso não me conformo com a morte dele!
Desabafa Alexandre…
- Eu acho que quando a gente gosta muito de uma pessoa, e ela vai embora,
nós não devemos nos conformar, e sim nos confortar, e guardar a lembrança
para sempre dessa pessoa em nossos corações!
- O Leandro era exatamente como você, extremamente sensível, porém
também muito teimoso!
- Eu acho que é melhor eu ir dormir agora!
- É, vai dormir! Amanhã nós veremos o que vamos fazer!
- Tudo bem! E como o Leandro dizia, a verdadeira face do Lobo é dócil!
- A verdadeira face do Lobo é dócil!
Capítulo 6
A primeira noite…
Do ódio ao amor…
As revelações dos segredos…
Na Delegacia…
- Foi o filho do meio. Ele explodiu todo mundo! Estava escrito na carta que a
empregada entregou!
Disse o delegado…
- Que loucura foi isso, não?! Completou Vigário.
- E bota loucura nisso! Na carta o tal Eduardo confirmou que o assassino de
Fernando Silva foi Murilo Foster, ele deu tiro mortal. O suicídio da irmã,
Antônia Foster, foi ocasionado por isso, a irmã sabia que a família
arquitetou a morte do primo de Anita Silva, e não suportou, por esse motivo
Antônia tirou a própria vida.
- Então foi a família toda que arquitetou o assassinato de Fernando Silva?!
Disse Vigário impressionado!
- Sim, e têm muito mais! A família Foster era especialista em dar golpes, não
foi só esses que eles mataram!
- Vai me dizer que eles também mataram Leandro Lobo?! Perguntou Vigário!
- Não, mas aí que é a parte mais cabeluda dessa história toda! Disse o
delegado Santos.
- E por que?! Perguntou curioso Vigário…
- Leandro Lobo estava mantendo um relacionamento com Ana Júlia Foster, e
é claro que a família estava soltando rojões, já que ele era rico! Mas foi ai
que Leandro chegou um dia mais cedo em casa, e pegou a amada o traindo
com outro!
- Com quem?!
- Se espante, Ana Júlia estava transando com o próprio irmão, Murilo Foster.
E foi aí que Elandro descobriu o incesto de sua querida Ana Júlia! Ele não
aguentou, gostava muito dela, tirou a própria vida, se suicidou quando
descobriu que a namorada estava transando com o próprio irmão!
- Então os dois mantinham uma relação incestuosa?!
- Sim, e ao que tudo indica, os Foster não se opunham, muito pelo contrário,
sempre concordaram com o relacionamento amoroso dos próprios filhos!
- Então foi por isso, Leandro Lobo se suicidou porque viu a namorada
fazendo sexo com o próprio irmão!
- Parece até mentira, é lógico que eles precisavam achar um culpado, nada
melhor do que a empregada, que era amiga de Leandro, foi aí que Anita
entrou, e foi incriminada por tudo!
- Que família hem?!
- O tal Lúcio, o “namorado” da Anita, se chama de verdade Renato Oliveira,
era um velho amigo da família Foster, já prendi ele! Vai ficar um bom tempo
atrás das grades, sorte dele não estar naquela mansão!
- Eu vim para te confirmar, que não houve sobreviventes, foram encontrados
os restos mortais de : Henrique, Aurora, Igor, Murilo, Ana Júlia e Eduardo.
- Ok…
- E Anita Silva, o que vai acontecer com ela?!
- O que já aconteceu, né?! Alexandre Lobo veio até a cidade para pagar a
fiança dela, e foi uma fortuna! Contei tudo para ele, o que o bilionário ficar
ainda mais culpado! Ele correu para ir encontrar com ela na saída da prisão!
- Sabia que ali tinha alguma coisa!
- Se tinha, ela está com a vida ganha, um bilionário louco por ela, nós aqui
que temos que trabalhar!
- É, vai ficar rica! Realmente, ela tirou a sorte grande!
Na saída da prisão…
Anita descobre toda a verdade, fica arrasada, mas também aliviada de ser
inocentada…
Saia da cadeia, quando um carro luxuoso parou bem na sua frente, ele abriu a
porta do carro, e estava impecável, seus olhos azuis imploravam por perdão,
mas será que Anita iria aceitar?
- Eu vim até aqui, porque queria te pedir perdão!
Alexandre Lobo, pela primeira vez na vida, pediu perdão de joelhos par uma
mulher…
- E por que eu deveria te perdoar?! Pergunta Anita.
- Porque eu te amo! Você quer que eu grite?! Eu vou falar pro mundo inteiro!
- Não precisa gritar, porque eu também amo você!
Os dois se beijam apaixonadamente…
Depois de dois anos juntos, nasceu Leandro, o primeiro filho do casal, seu
nome foi uma singela homenagem ao irmão de Alexandre…
Alexandre Lobo e Anita Lobo viveram felizes com seu filho…
E no final, o amor foi mais forte do que o ódio…