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Ceo Mentiroso

Angelina Jane Lira e Elena Cadena

ÍNDICE
Capítulo um
A Face de um cafajeste
Capítulo dois
Começando no trabalho

Capítulo três
A culpa foi minha…

Capítulo quatro
A Ressaca

Capítulo cinco
A transa Inesperada

Capítulo seis
Domingo…

Capítulo sete
A Gravidez

Capítulo oito
O Casamento do ano...
Prefácio

Robert Neto é um rico CEO que comanda o grupo de família


intitulado ‘Robert Companhia’, ele aproveita todos os privilégios
de ser multimilionário e poderoso. Um verdadeiro cafajeste.
Tudo começa a mudar quando a engraçada e atrapalhada Luana
entra em sua vida.
Os dois acabam se apaixonando. Mas Robert tem um terrível
defeito, obedece cegamente o seu pai autoritário. Será que essa
paixão sobreviverá as diferenças de classes sociais?!
E para complementar, Marcos aparece, um homem sério, ríspido
e arrogante, e o triângulo amoroso está formado.
Quem será que a secretária Luana escolherá?!
“As vezes não sabemos qual é a diferença entre o amor e a
paixão, e isso é essencial!”

Capítulo um

A face de um cafajeste….

“As vezes não sabemos qual é a diferença entre o amor e a paixão, e isso é
essencial!”

Luana persistia, mesmo com vários outros relacionamentos fracassados, ela


ainda acreditava que conheceria o ‘cara certo’, por mais que seus antigos
namorados dissessem que o problema estava nela!
Luana era uma romântica incorrigível, sonhava com um homem perfeito, seu
‘príncipe azul’ que chegaria em um cavalo branco, e a defenderia de tudo e
de todos.
Mas até agora isso não tinha acontecido, muito pelo contrário, na trajetória
de Luana havia trastes de todos os tipos, e o pior é que logo depois de
‘conseguirem o que queriam’, eles a deixavam, e ela se sentia usada, logo
parecia uma outra novidade, e o interesse deles logo acabavam.
- Mas nem todos os homens são iguais! - Pensava Luana, querendo se
consolar, sempre estava buscando…
Já fazia cerca de 5 meses que Luana estava desempregada, o aluguel estava
atrasado, as contas se acumulavam, e ninguém aparecia para ajudá-la.
Esta manhã, Luana tinha uma entrevista de trabalho, colocou sua melhor
roupa, e foi com a cara e a coragem. O cargo de secretária não lhe pareceu
pouco, já que ela tinha ambições de ser efetiva, afinal ela poderia crescer
muito na ‘Robert Companhia’, uma empresa renomada, especializada em
exportações ilimitadas. Parecia realmente, um lugar muito requisitado e
prestigiado, tudo o que ela sabia era, que o CEO da empresa tinha o mesmo
nome da empresa, ele era Robert Neto, herdeiro de uma das maiores fortunas
do país, e super jovem, ele tinha acabado de completar 30 anos, era o
solteiro mais cobiçado, várias mulheres já haviam tentado conquistá-lo,
porém sem sucesso, o cara era um total cafajeste, diziam que ele tinha uma
‘Cara de Santo’, mas quem vê cara não vê coração. Atrizes, cantoras,
famosas de todos os tipos tentaram se casar com ele, porém o cara era difícil
de se fisgar.
Mas voltando a entrevista, Luana chegava perto do prédio, eram tantos
andares, que ela até tentou contar, mas não conseguiu, parecia um lugar
luxuoso, e só pessoas bem-vestidas entravam ali, quando ia se aproximando
da porta, um homem que entrou na sua frente, segurou gentilmente a porta, e a
deixou entrar, e como ele era galanteador, 8 segundos foram suficientes, eles
se entreolharam, e lá estava Luana, apaixonada pelo cara que segurou a porta
pra ela, esse era o novo recorde dela. Se sério ele era bonito, quando abriu
um sorriso, Luana se derreteu, agradeceu mil vezes ao homem misterioso, e
ficou extremamente nervosa, tanto que sem querer derrubou o café que o cara
gentil estava levando em sua mão direita, ficando completamente sem graça.
- Me desculpa.
- Não tem problema! É só eu trocar a gravata.
E como era linda a gravata azul dele! Gravata essa que ficou encharcada de
café descafeinado. Luana tentou demostrar que realmente sentia muito, e
pegou a ponta de sua camisa para limpar a roupa do galã.
- Eu te ajudo, e por favor me desculpa!
- Mas você também vai se sujar!
- Não tem problema!
- Eu tenho que ir agora…
- Tudo bem…
- Se você quiser, a gente pode tomar um café depois?!
- Ok.
Luana ficou pasma, e lógico, aceitou, com aquele ela iria casar, o homem
ficou fascinado com a inocência de Luana, ela era tão simples e sincera, não
fazia jogo, como as demais, ela demostrava seus verdadeiros sentimentos, se
entregava.
- Então um dia desse a gente se vê.
- É, agora eu estou indo para uma entrevista de emprego.
- Em que andar?
- No último, tenho uma entrevista para ser a nova secretária do CEO, e
dizem que ele não presta!
- Como assim?
- Bom, é o que eu ouvi.
- E o que você ouviu?
- Que o cara é um cafajeste, eu até já me preparei! Ele deve ser um
assediador!
- Eu já tenho uma opinião diferente, ele parece ser um cara bem legal.
- Então você não o conhece direito, ele usa as mulheres…
- Não acho que ele as use, ele só faz elas se divertirem!
- Bom, não foi isso que eu ouvi…
- Não acredite em tudo o que você escuta por aí, as pessoas inventam muitas
coisas…
- É, quem sabe?
- Agora de verdade, eu tenho que ir, tenho uma reunião em poucos minutos…
- Tudo bem, então tchau!
- Tchau, foi um prazer conhecê-la!
- Igualmente!
E lá se foi, como veio, doce, sincero, não fala mal dos outros, parece ser o
cara perfeito.
Luana ainda tinha que fazer a bendita entrevista, foi até o elevador, e chegou
no último andar, logo era possível ver uma recepcionista…
- Bom dia, aqui é o andar da presidência e só pessoas autorizadas podem
entrar!
- Eu vim para uma entrevista…
- Desculpa querida, mas não posso te ajudar!
- Mas eu vim até aqui para falar com a senhora Carla…
- Entendi, eu sou Kimberly, sou a recepcionista principal. Você deve ser a
nova coitada que será a secretária do chefe.
- Coitada?!
- Sim coitada, o senhor Robert é extremamente exigente.
- Só nesse mês 4 secretárias foram demitidas…
- Mas eu preciso do emprego!
- Bom querida, isso já não é problema meu. Vou te encaminhar para a Carla e
ela vê o que faz com você… Qual é mesmo o seu nome?
- Luana.
Kimberly pega o telefone e diz:
- Alô, é a Carla?
- Quem mais seria?
- Tem uma fulana aqui querendo falar com você sobre a vaga da coitada da
semana!
- Manda ela vir até aqui!
- Tudo bem.
Kimberly desliga o telefone.
-Ela pediu pra você ir até ela, Joana.
- Meu nome é Luana!
- Que seja! Sala três. A sua direita você verá um corredor.
- Ok, então obrigada!
Kimberly nem deu atenção para Luana, que vai procurar a tal sala três, ela
bate três vezes e é atendida…
- Você é a Luana?!
- Sou!
- Por favor entre e feche a porta!
- Ok!
- Bom, você está para a entrevista da vaga de secretária?!
- Isso mesmo!
- O seu currículo é até ok, mas…
- Mas o que?
- Você talvez não se encaixe no perfil da empresa?
- Como assim?
- Tem que ter boa aparência para se trabalhar em lugares requintados como
esse, e você parece um pouco desleixada, sabe?
- Eu continuo sem entender!
- Você é lenta né querida, você não é bonita o suficiente para trabalhar na
‘Robert Companhia’!
- Eu pensei que aqui não fosse uma agência de modelos, mas um Companhia
de exportações! Mas sou eu que não quero ser funcionária de uma empresa
que desrespeita assim as pessoas.
- Ótimo querida, porque você nunca vai trabalhar em uma Companhia como
essa, se enxerga! Procure o lugar que te convém!
Luana saiu com a cabeça baixa, não pensou que seria tão desrespeitada,
ainda mais daquele jeito.
As lágrimas foram inevitáveis, elas corriam pelo rosto de Luana, que estava
realmente precisando daquela oportunidade, mas é difícil viver em um
mundo em que o seu currículo não importa nada, mas sim a beleza
superficial exigida por pessoas tão vazias quanto Carla.
Luana decidiu ir até o banheiro para se recompor, para depois voltar a luta, e
ir em outra entrevista. Entre lágrimas e soluços, Luana percebe que alguém
entra lentamente no banheiro, era ele o ‘homem misterioso’ da porta. Ela se
assusta e mesmo chorando diz:
- Aqui é o banheiro das mulheres!
- Eu sei, mas eu ouvi alguém chorando e entrei para ver o que estava
acontecendo!
- É que eu não consegui o emprego!
- E por que não?
- Porque eu não tenho uma “boa aparência”!!! Eu não achei que para
trabalhar aqui precisaria ser mega bonita!
- Mas se fosse necessária ser ‘Mega Bonita’, o emprego já era seu.
Luana fica sem graça…
- Mas a responsável do Rh não achou isso!
- Quem? A Carla?!
- Sim, esse é o nome dela! Mas não tem problema eu vou tentar outra coisa!
- Não, você não vai embora! Aqui nessa empresa o que tem que valer não é a
aparência do funcionário, mas sim sua competência.
- Eu não quero trazer problemas para você, já sujei sua roupa, e agora você
pode ser até demitido por minha causa!
- Pode deixar, eu não vou ser demitido!
- E por que você tem tanta certeza disso?
O homem ri e diz?
- Eu sou amigo do chefe!
- Quem, do tal Robert?
- Ele mesmo!
- Entendi, mas mesmo assim! Não quero te meter em confusões!
- Me dê 5 minutos, espere aqui, eu já volto!
- Ok.

5 minutos depois…

Carla entra no banheiro feminino, Luana se surpreende…


- O que você está fazendo aqui?
- Antes de tudo senhorita Luana, queria pedir desculpas em nível pessoal, e
por toda a empresa! O meu comportamento foi inaceitável, e jamais deveria
falar daquele jeito com uma jovem tão estimada quanto a senhorita.
Luana fica pasma, não era a mesmo mulher que tinha falado com ela a
momentos atrás, pelo contrário, Carla parecia um cordeiro!
- E por que você está me dizendo tudo isso?!
- Recebi ordens explícitas e diretas para não tratá-la dessa maneira. Meus
superiores creem que eu fui injusta com a senhora, e que deveria me
desculpar pessoalmente, ou faria isso ou perderia meu emprego nessa
Companhia. Também vim até aqui para dizer que o emprego é seu, amanhã
poderá começar como a nova secretária do CEO Robert Neto, e terá que
cumprir todas as suas obrigações!
- Nossa! Bem que ele disse que iria resolver!
- Ele quem?
- Um amigo que eu conheci hoje quando cheguei aqui, ele me disse que era
amigo desse tal Robert.
- Amigo?
- Sim, amigo!
- Deve haver algum engano, a senhora se confundiu!
- Por que me enganei?
- Porque o homem que saiu desse banheiro e foi falar diretamente comigo, é
Robert Neto, proprietário desse prédio e diretor executivo dessa
Companhia!
- O que? Luana fica espantada!
- Isso mesmo que a senhora ouviu, ele não é o amigo do chefe, ele é o chefe.
- E por que ele mentiu pra mim?!
- Creio que o senhor Robert em nenhum momento mentiu, creio que ele
omitiu o fato.
- Mas ele parece ser uma pessoa tão simples…
- Lembre-se: quem vê cara, não vê coração….

Capítulo dois

Começando no trabalho
Luana chegou em casa perplexa, não podia acreditar no que realmente havia
conhecido. Conheceu um homem podre de rico, e nem se deu conta. Ele era
um cara gentil e simples, e não parecia em nada com a pessoa que o
descreveram. As aparências realmente enganam.
Porém Luana não poderia nem sequer pensar muito naquela situação, afinal
deveria começar a se concentrar no seu emprego, não poderia deixar uma
oportunidade daquela escapar, o salário valia super a pena, e a empresa era
mega renomada, qualquer um queria ter como referência a ‘Robert
Companhia’.
Luana foi dormir com aquela imagem na cabeça, não podia parar de pensar,
estava empolgada, sentia como se o seu coração fosse sair pela boca, será
que aquilo iria durar? Não se sabia, contudo as vezes as pessoas se
empolgam com as outras, e acaba que nada acontece. Mas alguma coisa dizia
a Luana, que aquele homem marcaria a vida dela.
Na manhã seguinte…
Sempre pontual, Luana arrumou tudo com antecedência, e foi para o seu
primeiro dia de emprego. Colocou seus óculos na bolsa, e foi, chegou no
prédio e logo entrou no elevador, e lá estava ela, no último andar, as pessoas
andavam de um lado para o outro, e pareciam realmente ocupadas, papéis e
mais papéis eram visto em suas mesas, fora os inúmeros cafés que bebiam
constantemente, a equipe estava totalmente entrosada, e Luana era a novata
da vez.
Um pouco tímida a primeira vista, a secretária da diretoria viu sua mesa,
afinal só poderia ser essa, já que estava com seu nome e o nome do cargo
embaixo, um café estava em sua mesa transparente, e uma pilha de papéis,
compromissos, agendas, reuniões, tudo isso tinha que ser marcado e
coordenado por ela, parecia ser muita pressão, mas Luana parecia não se
intimidar por isso, porém agora fazia sentido dizer que aquele trabalho era
extremamente estressante.
Um computador branco, lindo, diga-se de passagem, as pessoas pareciam tão
ocupadas que nem gastavam muito tempo com sociais em intervalos de 5 em
5 minutos, aquela empresa funcionava praticamente como uma fábrica.
Luana começou a ler alguns documentos que estavam em sua mesa, doações,
faturamentos trimestrais, licenças que deveriam ser pedidas em um prazo
curto, reuniões em âmbito pessoal e profissional, encontros com “ficantes”,
sim estava escrito isso em uma das agendas, havia pelo menos nomes de 20
garotas para quem Robert ligava quando estava se sentindo “solitário”,
parecia ser bem competitivo, a secretária-executiva tinha que fazer
praticamente tudo dentro da Companhia, além de ser uma babá.
Ainda nem tinha chegado a metade do expediente, e Luana ainda não tinha
encontrado o seu ‘salvador da pátria’. Ele era muito ocupado, e parecia estar
em um evento midiático como palestrante, ‘Como ser um multimilionário
antes dos 30’, bom ele sabia como ser, afinal ele era.
Depois de um longo tempo, ele chegou olhando para a tela do seu celular,
que ainda nem tinha sido lançado no Brasil, Luana estava com um
hambúrguer e o pior, havia machado sua blusa com ketchup, isso porque o
trabalho não parava. Ela tinha que fazer 5 coisas ao mesmo tempo.
A maleta de Robert parecia estar pesada, e vários funcionários vieram
abordá-lo, ele disse que estava muito ocupado naquele momento, Luana com
seus óculos remendados (ela estava passando por um mal momento
financeiro) fingiu que não ficou abalada com a chegada dele, pois ela
também precisava ‘mostrar serviço’, ele a olhou e disse que precisava falar
com ela, Luana pegou a agenda, e mesmo um pouco destrambelhada
conseguiu entrar no escritório principal.
- Quais são as boas novas?
- Bom, amanhã o senhor tem 3 reuniões pela manhã, 2 compromissos na rua,
e quando voltar tem mais duas reuniões importantes;
- Antes de tudo, não me chame de senhor, ou eu pareço ser velho?!
- Claro que não senhor! Me desculpa, Robert…
- Assim é bem melhor, e agora voltando ao trabalho eu quero dizer que estou
muito feliz que você tenha perdoado aquela gafe da representante do RH, e
tenha ficando com a gente, quero que saiba que desejo que nós sejamos uma
bela equipe, e que possamos trabalhar juntos.
- Eu que agradeço o senhor, que acreditou em mim… E com certeza seremos
uma dupla e tanto…
- Ótimo! E voltando, quero se você poder claro, um relatório completo do
dia, eu faço isso todos os dias, é uma coisa que é muito útil, assim eu posso
controlar melhor, e faço resumos semanais também, é um velho hábito.
- Claro.
- A outra coisa é que se você quiser, a gente pode ir comer um cachorro
quente.
- Agora?
- Sim, agora! Eu preciso descontrair um pouco, tirar 5 minutos, você sabe?!
- Claro, vamos lá!
- Ótimo, te vejo em 10 minutos.
- Ok.
Luana saiu da sala, foi até sua bolsa e pegou seu kit de maquiagem de
imergência. No banheiro, ela deu um tapa no visual, escovou os dentes, e
colocou mais um pouco de perfume, só para garantir. Pensou em voz alta: -
Aposto que ele não faz isso com as outras! -
Até que foi surpreendida por uma mulher que estava no banheiro.
- Não faça isso!
- O que?!
- Eu escutei o que você disse!
- E o que foi que eu disse?!
- Você está se maquiando toda, colocou perfume, e está com essa cara ‘Estou
disponível e a gente pode até transar, mas antes eu quero um anel no meu
dedo!’
- Eu não estou tão desesperada assim!
- Eu sei querida, ele causa esse efeito nas mulheres, e todas elas sonham em
fisgar um homem rico, bonito e jovem! Ele te chamou para ir comer um
cachorro quente?!
- Sim.
- Droga! Antes de tudo, saiba que isso é um teste!
- Um teste?!
- Sim um teste. Ele vai te levar para comer um cachorro quente, e se você
ceder, bom… amanhã você estará no olho da rua, ele não mistura assuntos
profissionais com assuntos pessoais! Afinal, isso não faz bem para os
negócios!
- Mas eu achei que ele estava sendo simpático comigo!
- Todas acham isso, mas lembre-se, se quiser passar no teste e manter o seu
emprego, fique longe dele! Não esqueça que está mais difícil arranjar um
emprego hoje em dia, do que um marido!
- Tudo bem, eu consigo superar isso! E qual é o seu nome?!
- Me chamo Sara, eu trabalho no setor 4, qualquer coisa, é só me chamar! E
não fique assim, poderia ser pior, ele poderia deixar a carteira dele cair, e
você não devolver, seria justa causa. Mas se você for esperta mesmo, deixe
ele te assediar, isso rende muito mais, tô brincando e eu nunca disse isso!
Luana ri, e decide ir para a tal ‘descontração’ com o chefe. Quando ela
chega em sua mesa, ele já está a esperando, com um sorriso matador no
rosto, ela só fica mais desconfiada.
- Estava te esperando!
- Eu já estou pronta!
- Você está linda.
- Obrigada! Então vamos?!
- Claro, vamos!
Eles entraram no elevador e não disseram nada em quanto desciam todos
aqueles andares.
Havia uma barraquinha de cachorro quente logo em frente ao prédio, os dois
vão até lá, Robert faz o pedido e eles se sentam em uma praça para
comerem.
- Você parece está incomodada com alguma coisa?!
- Não, eu sou só um pouco tímida!
- Sempre achei que as tímidas tinham um encanto especial, não sei te
explicar, elas sempre pareceram mais interessantes.
- Só se for no seu mundo, as garotas tímidas sofrem muito, principalmente na
época da escola!
- E quem é que não sofre na época da escola?! Aquilo parece uma selva de
pedra!
- Isso é verdade! Mas deve ter sido diferente pra você, o senhor sempre foi
rico!
- Sim, mas poucas pessoas sabem que a ‘Robert Companhia’ começou
pequena, meu avô passou fome, e todas as dificuldades da pobreza extrema,
por isso hoje nós damos muito valor a tudo aquilo que conseguimos. Eu sou
a terceira geração, meu avó era Robert, meu pai o Robert Filho, e eu sou o
Robert Neto…
- Nossa! Quanto Robert! E o próximo, vão chamar de tataraneto?
Os dois riem, e começam a caminhar…
- E você, como foi parar nessa empresa?!
- Eu estava desempregada, um pouco endividada e essa oportunidade surgiu.
- Foi um prazer empregá-la!
- O prazer foi todo meu!
- E o seu namorado, o que ele acha disso?!
- Não sei! Até porque eu não tenho um namorado!
- Nossa! Eu pensei que você fosse comprometida!
- Não, não sou! Meu último namorado fugiu com uma das amigas de
infância…
- Meus Deus! Como assim?! Amiga de infância! Puxa!
Os dois dão gargalhadas!
- Ainda bem que eles fugiram juntos! E o que você deseja para eles?
- Eu queria ser uma pessoa evoluída e desejar felicidades, mas aviões caem,
acidentes de carros acontecem, tijolos caem de prédios em construção…
Robert ri alto, e todos em sua volta reparam…
- Você é engraçada!
- Não acho, prefiro o meu papel de tímida!
- Mas para o castigo ser melhor, o avião onde os dois estivesse poderia cair
em cima de um carro, e tijolos atingiram a aeronave, e só os dois morrerem!
- Começo acreditar em telepatia, pois nos meus sonhos exatamente isso
acontece!
Os dois se entreolham, riem e o clima está no ar, porém Luana continua
mantendo a distância, afinal ela quer passar no teste, depois de andarem
mais um pouco Robert decide comprar dois sorvetes…
- E foi só essa vez que você foi traída?
- Não, isso acontece o tempo todo, as vezes achava que o problema estava
em mim. Mas a minha psicóloga disse que eu não tenho culpa se essas
pessoas não possuem caráter.
- Gostei, mas por que você vai na psicóloga?!
- Bom, quando o meu noivo e a minha irmã se casaram…
- O que?
- Sim eles se casaram, eu, digamos, tive um pequeno colapso, nunca pensei
que isso poderia acontecer, e foi quando tive que procurar ajuda
profissional!
- Você só pode estar de brincadeira?!
Luana sorri e disse:
- Não estou, foi verdade! No fim do mês passado os dois tiverem o terceiro
filho, quero dizer, filha e colocar o nome da menina de Luana, em minha
homenagem…
Robert não se contém…
- E eles acharam que se colocassem o seu nome no bebê, isso solucionaria
as coisas?!
- Sim, foi o que eles fizeram. Não posso nem ao menos desejar o pior, afinal
ela é minha irmã, mas…
- Mas o que?
- Os três partos foram normais, e todos doeram muito, me sinto satisfeita…
- Verdade, três parto normais é o castigo perfeito!
- Eu sei disso!
- Temos que voltar agora!
- Tudo bem!
- Eu gostei de sair com você. Se você quiser, a gente pode marcar um jantar
amanhã?!
- Amanhã?
- Sim, amanhã!
- Não posso, amanhã tenho outro compromisso a noite!
- Claro, eu entendo.
Robert fica um pouco frustrado, mas Luana tem que seguir o protocolo. Os
dois entram novamente no prédio e em seguida no elevador, o chefe começa
a puxar assunto…
- Foi bem legal!
-É, eu também gostei!
- Você é uma boa pessoa!
- Obrigada.
Luana concordava com a cabeça…
- Eu só quero dizer que espero que você fique muito tempo com a gente.
- Juro pela minha irmã…
Os dois riem, até que Robert tem uma atitude inesperada, puxa a blusa de
Luana e dá um beijo nela, que corresponde, ele encosta ela na parede do
elevador, e passa a mão debaixo da saia dela, porém a voz de Sara
atormenta os pensamentos de Luana, que não consegue se entregar ao
momento - Passe no teste! Passe no teste! - Até que a secretária se afasta e
dá um tapa na cara de Robert.
- O que foi isso?
- Isso senhor, é assédio!
- Mas no início você correspondeu!
- Não, eu não correspondi, apenas fiquei sem reação! Não achei que o
senhor faria uma coisa dessas!
- Mas, mas eu achei que tivesse rolado um clima entre nós! Jamais eu faria
isso, se você não tivesse me dado abertura!
- Abertura?! Eu?! Eu apenas estava sendo simpática, afinal você é o chefe!
- Então você só me tratou assim, e disse aquelas coisas, porque eu sou o seu
chefe?!
- Eu não disse isso!
- Disse sim!
- Não, eu disse que estava tentando ser gentil, pois você é o meu superior!
Eu só queria passar no teste!
- Que teste?!
- Não se faça de santo! Eu sei que você testa as secretárias, e se elas
cederem você coloca elas no olho da rua!
- Meus Deus! Quem disse isso pra você?! Eu nunca fiz isso! Eu, de verdade,
te chamei porque me pareceu uma pessoa legal! Não existe teste nenhum!
- Ok, eu vou passar no RH e pedir minha demissão!
- Não! Eu não vou te demitir! Afinal eu preciso de uma secretária
competente!
- Mas eu só trabalhei aqui um dia!
- Mas eu já percebi que você é uma funcionária competente! Por isso quero
que você permaneça! Contudo a partir de agora, vamos manter nossa relação
apenas no nível profissional!
- Tudo bem!
- Ótimo!
O elevador chega….
Luana não consegue acreditar no que fez, deu um tapa na cara do chefe
depois dele ter a beijado, parecia uma situação bem constrangedora, ainda
mais para um primeiro dia. A secretária tentou acabar bem o dia de trabalho,
e resolveu esquecer por alguns momentos do ocorrido. Mas, ela ainda não
tinha pedido desculpas para Robert, e tinha que fazer aquilo, estava se
sentindo mal. Luana foi até o banheiro, e retocou novamente a maquiagem,
quando voltou, decidiu ir até a sala do chefe. Ela até pensou em bater na
porta, mas ele poderia estar ocupado, e não gostaria de ouvir barulhos.
Quando Luana entrou, viu Sara em cima da mesa com a blusa aberta, e
Robert com o zíper da calça aberto, uma imagem valem mais que mil
palavras para descrever, tudo aconteceu muito rápido, os dois nem se deram
conta que Luana estava ali, e ela saiu bem devagar, fechou suavemente a
porta, ela se sentiu destroçada, além de se sentir uma burra, caiu direitinho
na armação de Sara, e todo aquele papo de ‘teste’.
Ela foi até a sua mesa, pegou suas coisas, desligou o computador, e apagou a
luminária da mesa, e foi embora dali… triste, pois querendo ou não, já
estava gostando dele.
Capítulo três

A culpa foi minha…

Luana foi para casa, e não conseguia se perdoar – Que Vergonha- pensava!
Não conseguia se perdoar, uma mulher de vinte e tantos anos cair naquela
historinha?! Era inaceitável. Em sua cama, Luana se revirava e pensava
ainda mais, a competição feminina era dura, mas Luana admitiu: - A culpa
foi minha!
O beijo, ai o beijo, o cara tinha lábios doces, e uma língua que fazia os
movimentos certos, tudo parecia se encaixar, inclusive quando ele passou a
mão debaixo da saia dela, sabe-se lá o que aconteceria, se ela deixasse
rolar! A atração, era forte, mas Luana sabia que talvez, um cara daquele não
ficaria com ela, a secretária tinha uma visão bem modesta sobre si mesmo.
Nunca antes, ela tinha ficado com um cara de uma classe social diferente da
dela, e isso a intimidava.
Talvez Luana fosse apenas mais um passatempo para Robert, que via as
mulheres como as cartas de um baralhos, as tinha e depois as descartava,
mas será que uma conexão forte não poderia surgir entre os dois?! Agora era
tarde, Luana também não gostava de ser vista como mais uma, Robert tinha
muito poder, isso é certo, mas ele não tinha o direito de usar e jogar fora, a
secretária estava cansada de encontrar caras desses tipo, embora Robert
tivesse um charme peculiar em seu jeito, e também fosse simpático, e
humilde, características que são difíceis de encontrar em chefes, ainda mais
naquela posição.
Luana decidiu, também iria ter uma relação estritamente profissional em seu
trabalho. Deixaria suas ideias românticas de lado, pois só atrapalhavam.
No dia seguinte, fez o mesmo trajeto, parecia que estava trabalhando ali a
meses, e era só o seu segundo dia. Tentou fazer tudo certo, cumprimentou o
porteiro, chegou e disse bom dia a recepcionista Kimberly, e seguiu até a sua
mesa, como se nada tivesse acontecido no dia anterior. Ligou seu
computador, foi até a sala de Robert, e deixou todos os compromissos do dia
na mesa dele. Depois das reuniões, o chefe chegou, e chamou Luana…
- Por favor, na minha sala.
Luana chega na sala, e os dois se entreolham por alguns instantes, e depois
voltam ao mundo real.
- O que houve com os seus óculos?
- É que ele quebrou e eu não tinha como comprar um novo, tive que
remendá-lo.
- Entendi, nem dá pra perceber, parece que você fez de propósito, para
parecer mais legal do que realmente é!
Ela ri…
- Por que o senhor me chamou?!
- Bom, não foi para discutir sobre o tapa que você me deu ontem!
- Eu pensei que isso tivesse superado?!
- E está! Mas nunca se sabe, vai ver você gosta de estapear as pessoas
inocentes, como eu?!
- Entendi! Mas o que o senhor deseja?!
- Eu tenho um compromisso chatíssimo essa noite, é uma social do trabalho,
e como você é a minha secretária, bom… você tem que ir comigo!
- Uma social?!
- Sim.
- Entendi! Mas eu não estou nem tão bem-vestida assim…
- Que isso, você está ótima! E afinal, só ficaremos alguns minutos, é só pra
marcar presença mesmo! E depois vamos embora!
- Se é assim, que horas nós vamos?!
- As 7, esteja pronta!
- Não preciso ficar pronta, porque eu já estou pronta!
- Ótimo, é assim que se fala! Te vejo as 7! E não se esqueça que isso não é
um teste!
- Parece que o senhor não vai esquecer isso!
- Vai ser difícil.
Luana volta para sua mesa, ajeita algumas coisas, e promete que não vai
beber nessa festa, bebidas alcoólicas e Luana não podem se misturar, é uma
combinação perigosa.
Chega as 7 horas, e Luana vê que Sara passa e entra no escritório de Robert,
a secretária vai atrás, quer saber o que ela foi fazer lá.
- Já estou pronta Robert?
Diz Sara retocando o batom.
- Hoje não é você que vai Sara!
- Como assim?! Eu sempre fui nas sociais com você!
- Mas hoje a Luana vai me acompanhar, eu preciso de uma secretária ao meu
lado!
- Tudo bem como você quiser!
Sara olha para Luana com se a tivesse fulminando com os olhos, e a
secretária diz bem devagar…
- Estou pronta chefe!
- Ok, vamos, não quero me atrasar!
Os dois descem, Robert abre a porta para Luana, e lá fora os dois vão em
direção a um carro.
- Pra onde você está indo?
- Pro meu carro!
- Nós vamos no seu carro?!
- Sim, qual é o problema?!
- Não sei, isso não é pessoal demais?
- Claro que não!
- Eu posso ir de táxi!
- De jeito nenhum, nós vamos no meu carro, assim economizamos tempo!
Acredite, eu não vou tentar nada!
- Tudo bem, vamos no seu carro!
Luana entra no carro de Robert, e Sara observa tudo de longe! De longe os
dois parecem até namorados apaixonados.
Chegando na ‘social’, há muitas pessoas, mas quase não dá para ouvir o que
elas diziam, pois o som está bem alto. Luana se sente um pouco incomodada
e Robert percebe, nesse momento passa um garçom que estava servindo
champagne, e ele pega duas taças, uma para ele e outra para ela.
- Aqui, toma você vai se sentir mais relaxada!
- Eu não posso beber!
- E por que não?
- Eu me transformo em outra pessoa quando bebo!
- Eu não sabia disso!
- Agora sabe!
- Mas só uma tacinha não vai te fazer mal!
- Tem certeza?
- Absoluta!
- Tudo bem!
Luana tomou a primeira taça, e ela não deveria ter tomado, depois daquela
dose, ela tomou, outra e outra e outra! Estava razoavelmente bêbada, porém
foi suficiente para soltar o outro lado da personalidade dela! Solta, louca,
descolada e dançarina, em questões de poucos minutos, Luana estava
dançando em cima da mesa, e Robert estava a observado, encantado. Ele não
esperava que ela guardava aquilo tudo dentro de si! Era realmente
impressionante! Os empresários que estava conversando com Robert
disseram:
- Onde você encontrou ela?
- Ela que veio até mim.
- Ela é ótima!! Secretária no horário normal, e dançarina nas horas extras!
- Nem eu sabia disso!
Luana continuava bebendo, e rebolando, até que um homem a chamou em um
canto, e colocou uma nota dentro da blusa dela!
- Eu não sou garota de programa!
- Quanto você cobra?
- Eu já disse que eu não sou prostituta! Dá pra me soltar!
- Você veio com o Robert, deve ser acompanhante dele!
- Não, eu sou a secretária dele, e hoje é o meu segundo dia!
- Secretária?! Sei! E você faz o serviço completo?!
Luana empurra o cara, e Robert percebe que está se aglomerando pessoas, e
ouvi gritos!
- Eu já disse pra você me soltar!
- Tudo bem querida, não precisa ficar brava assim!
Robert chega e pergunta para Luana o que está acontecendo?! E ela
responde:
- Esse cara, ele tá achando que eu sou garota de programa, só porque eu
estava dançando!
- O que?!
- Isso mesmo!
Robert olha para o cara e diz:
- Está havendo uma confusão, ela é minha secretária, e está aqui para me
auxiliar!
- Fala sério Robert, isso é uma festa! E não uma reunião de trabalho! E,
aliás, ela é bem gostosinha!
Robert se vira e dá um soco no sujeito que cai na hora, Luana comemora!
- É isso aí! Quebra a cara desse idiota! Garçom me traz mas uma bebida!
Que essa festa está ótima!
- Luana vamos embora agora! Essa festa já acabou!
- Pra quem? Porque pra mim ela só está começando!
Robert pega Luana no colo, e a leva até o seu carro!
- Meu Deus! O que foi aquilo?!
- O que? Diz Luana.
- Você definitivamente não pode beber! Você fica louca! Sai de si! Perde o
controle! Não se parece em nada com aquela santa!
- E por que você acha que meus ex-namorados me abandonavam? Eles se
apaixonaram pela louca aqui, mais não me aguentavam quando eu ficava
sóbria! Por isso me deixaram!
- Eu não acredito nisso!
- Por que não?! Eu sou insuportável sóbria!
- Não, não é! Você é apaixonante!
- Nossa, que brega, o que o cara não faz por uma transa?!
Os dois riram, e Robert colocou Luana no carro, e levou até em casa…
- Aqui, é o 62, bom você está em casa.
- Isso mesmo, minha casinha!!!!
Luana tenta sair do carro, mas não consegue abrir a porta…
- Você precisa de ajuda?!
- Não, eu consigo!
Luana tenta três vezes, mas sem sucesso, até que Robert abre a porta e quase
que ela cai, mas ele a segura…
- Está tudo bem?
- Sim, eu estou ótima!
- Eu vou e ajudar!
- Tudo bem!!!
O chefe tenta levar a secretária até a porta, mesmo com muita dificuldade!
- Ai, eu estou com vontade de correr! Vamos correr?!
- Não, nós não vamos correr, você vai entrar agora, e dormir! Amanhã você
corre!
- Mas eu quero correr agora, e nua!
- Definitivamente você precisa de uma noite de sono!
- Eu já te contei que minha irmã se casou com o meu noivo!
- Já, e você foi homenageada, sua sobrinha divide o mesmo nome com você!
- Isso é verdade! Meu Deus que brega! Duas Luanas, como vai ser, vão
chamar Luana, e nós não vamos saber quem é!
- Isso é um problema bem grave!
- Sim, a não se que a chamem de Lulu, Lu ou Luluzinha!
- Você é ótima em arranjar soluções!
- Eu sei.
Luana tenta colocar a chave na fechadura, mas também não consegue!
- Você precisa de ajuda?
- Não, tudo bem, eu vou acertar!
Luana não consegue!
- Meu Deus! Nunca foi não difícil abrir essa porta!
- Posso tentar?!
- Claro!
Robert consegue!
- Você parece ter experiência em acertar coisas nos alvos certos!
- Realmente!
- Então é isso!
- É isso!
- Você vai conseguir ir até a cama?
- Vou!
- Então é isso!
-É!
- Ótimo!!!!!!!
- Se você quiser, a gente pode transar?!
Robert fica espantado, não esperava aquela proposta de Luana!
- Mas você está bêbada?!
- É assim que eu faço as melhores coisas, bêbada!
- Você tem certeza?!
- Eu queria muito transar com você agora!
Luana dá um beijo roubado em Robert, que a princípio resiste, mas depois
acaba cedendo, ele pega a bolsa dela abre a porta, e depois a fecha,
enquanto a pega no colo, e continua a beijando, ele a encosta na pilastra, e os
dois se beijam atrapalhadamente, afinal Luana está bêbada, mas mesmo
assim, os lábios se tocam de maneira delicada e apaixonada.
Robert tira os sapatos, e Luana começa abrir a blusa, os dois continuam se
beijando! Até que o chefe a coloca em cima da mesa, e tira a saia dela, eles
vão retirando tudo do caminho. Mas...
- A camisinha?
- Você tem uma?!
- No banheiro, dentro do armário!
- Ok, no armário! Eu vou lá pegar!
- Enquanto isso eu te espero na cama! Diz Luana!
- Tudo bem! Eu vou pegar a camisinha e já volto!
Robert corre para o banheiro, abre o armário e acha a única camisinha que
tinha! Enquanto isso Luana está na cama, e pega no sono… Robert, ainda na
adrenalina volta, mas percebe que a ‘louca’ apagou. Ele a cobre, acaricia
seu rosto, pega seus sapatos e vai embora fechando a porta!

Capítulo quatro
A Ressaca
Na manhã seguinte Luana acordou com muita dor de cabeça, parecia que um
ciclone tinha passado pela casa, e pouco a pouco ela foi se lembrando da
noite anterior.
- Droga! Não acredito que eu fiz isso!
Mas tinha feito, ela jurou que teria apenas uma relação profissional com o
seu chefe, e algo a mais aconteceu, quem mandou ela soltar aquela louca?!
Ela mantêm essa personalidade guardada a sete chaves, pois sabe que ela é
perigosa, mas agora isso não importa, ela tinha que se recuperar daquela
ressaca, e encarar mais um dia de trabalho, na verdade seria o terceiro.
Tomou um remédio para dor de cabeça, colocou os sapatos, pegou seus
óculos remendados e já estava saindo, quando percebeu que a camisinha
estava fechada em cima da mesa!
- Meus Deus! O que eu fiz ontem?!
Mas a melhor pergunta seria: ‘O que ela deixou de fazer na noite passada?’,
pois não havia acontecido nada.
Atrasada, desconjuntada e de ressaca, Luana custava para fazer coisas que
normalmente ela faria com tranquilidade.
Chegou ao prédio ‘Robert Companhia’, e percebeu que havia um burburinho,
- Claro, na festa de ontem, eu devo ter dado um show -
E coitado de quem não comprou ingresso, pois perdeu uma festa e tanto,
bebidas, danças e discussões, realmente, o show foi completo. Luana pegou
o elevador e chegou até o andar presidencial, na recepção Kimberly falou
para a secretária:
- A festa foi boa!
- Não sei do que você está falando?!
- É isso aí, as melhores festas te deixam com amnésia.
Luana resolveu ignorar Kimberly e ir direto a sua mesa, e mais uma vez a
olhavam de uma maneira estranha. Os comentários não cessavam, e a
secretária só queria se esconder atrás da sua mesa.
Apesar disso, tentou levar o seu dia como se nada tivesse acontecido, e
jurou para si mesma que entre ela e o chefe, não haveria mais nada, isso não
era possível, ela era novata na empresa, e já tinha acontecido aquilo tudo!
Qual era a surpresa que o terceiro dia aguardava?!
Robert já estava em seu escritório, tinha chegado cedo, telefonou para
Luana, e solicitou sua presença, junto com os relatórios e a agenda do dia.
A secretária entrou, olhando para baixo, estava se sentindo envergonhada…
- E a ressaca?
- Eu não estou de ressaca!
- Pela quantidade de álcool que você ingeriu ontem! Era pra estar com uma
dor de cabeça insuportável.
- Não senhor, estou muito bem!
- Que bom… E você se lembra do que aconteceu ontem?
- Sim senhor….
- E o que aconteceu?
- Eu bebi, e fiz besteiras, que eu nunca faria se eu estivesse sóbria.
- Tem certeza que você nunca faria?
- Absoluta, mas antes de tudo quero dizer que o senhor me incitou a beber, eu
havia alertado que o meu consumo de bebidas alcoólicas era altamente
perigoso!
- Agora a culpa é minha? E pra falar a verdade, eu não vi nada de mais, você
fica ainda mais divertida, solta, um pouco louca, e mais liberal.
- Não senhor, eu sou um perigo, mas eu quero esquecer o que aconteceu
ontem, e eu peço que o senhor faça o mesmo, se não pudermos ter uma
relação profissional, creio que será impossível minha permanência nessa
empresa, apesar claro de estar gostado muito de trabalhar aqui.
- Tudo bem, se é assim que você quer! Eu vou respeitar a sua decisão!
- Ótimo, podemos voltar para o trabalho?!
- Sim.
Robert se sente rejeitado por Luana mais uma vez.
- O senhor tem compromissos em quatro lugares só hoje, além de ter que
começar o balanço trimestral, também deve ver as cotações das ações da
empresa, e administrar e divulgar alguns pontos da política social da ‘Robert
Companhia’ para os funcionários!
- Tudo bem, isso vai ser no auditório?!
- Isso mesmo! Então agora eu vou voltar para a minha mesa, deseja mais
alguma coisa?
- Sim, eu comprei uma coisa pra você.
Robert abre a gaveta e tira uma caixinha lá de dentro.
- Eu comprei um óculos pra você, porque acho que você vai trabalhar
melhor com eles, sabe?! É uma coisa estritamente profissional!
- Estritamente profissional?!
- Exatamente, estritamente profissional!
Luana abre a caixa.
- Mas, esses óculos devem ser caríssimos?!
- Não, foram bem baratos!
Era uma mentira, os óculos foram caríssimos!
- Jura?
- Juro! Você gostou?
- Claro, achei lindo!
- De verdade?! Robert ri, apaixonado.
- Sim, eu já tinha visto na ótica, mas a situação estava um pouco crítica pra
mim.
- Entendo, mas o importante é que você gostou?!
- Sim, eu amei! Vou voltar para o trabalho!
-Ok, te vejo no auditório mais tarde.
- Te vejo lá…
Luana voltou para sua mesa, e logo estreou seus óculos, e como eles eram
confortáveis, parecia ser realmente feito pra ela.
As horas foram passando, e os funcionários foram se encaminhando para o
auditório, a palestra iria começar dentro de poucos minutos, todo mundo já
estava entediado, ‘novos pontos na política social da empresa’, parecia ser
bem chato, mas protocolo é protocolo, e todos tinham que estar presentes.
Lá estava o ‘data show’, e um cara ajeitava os últimos detalhes, os primeiros
palestrantes foram se apresentando, e o último a fazer sua conferência, seria
o CEO Robert Neto.
Duas horas depois, todo mundo já estava dormindo nos bancos, até que a
entrada do chefe foi anunciada, fazendo todos despertarem dos seus
cochilos, e obviamente ele foi muito aplaudido, era o chefe, essas rituais de
puxa-sacos da vida social são bizarros. Luana estava em um canto, Sara está
no palco com Robert, e também com o microfone, mas o que ninguém
esperava, era o que Sara iria fazer.
- Atenção! Queridos funcionários! Hoje além da ‘política da empresa’,
vocês poderão assistir um show ao vivo e a cores, uma secretária novata
bebeu um pouco a mais na noite anterior e deu um vexame na social. Tanto
que o chefe teve que detê-la, solta o vídeo Fernando.
Em questão de segundos, aparece na tela um vídeo de Luana dançando em
cima da mesa, e bebendo todas, imediatamente todos começam a olhar para
ela, que tenta se abaixar na cadeira, ela, nesse momento, está morrendo de
vergonha!
Sara morre de rir, junto com os funcionários que estavam dentro daquele
auditório, Luana estava sendo ridicularizada. Até que Robert fala em um tom
acima do normal.
- Fernando, para esse vídeo agora!
Todos param de rir, inclusive Sara.
- Ontem eu e a senhorita Luana, fomos em uma social, e nos divertimos
muito! Não vejo a graça que vocês acharam nesse vídeo! Só vejo uma
pessoa se descontraindo, afinal é para isso que serve as festas, ou não?
Ela foi a protagonista da social, e nós sabemos que quando se é protagonista,
isso incomoda muita gente.
Robert olha para Sara nesse momento.
- Mas continuando, quero e exijo, isso é uma ordem, que vocês respeitem a
senhorita Luana, ela é a minha secretária, e se ela me disser alguma coisa
que vocês fizeram, fazem ou farão contra a sua pessoa, não vai me importar
se esse funcionário esteja trabalhando a trinta anos aqui, será despedido!
Essa ordem está clara para todos aqui?!
Se ouviu um harmônico sim.
- E quero dizer senhora Sara, que essa foi uma brincadeira de péssimo gosto,
e espero que não se repita!
- Sim senhor!
-Ótimo, agora vocês estão liberados, acho que por hoje foi o suficiente!
Todos começam a sair do auditório, e Robert chama Luana no seu
escritório….
- Nossa, até eu fiquei com medo de você!
Robert ri…
- Você viu a cara deles quando eu falei “não importa se o funcionário
trabalha aqui a 30 anos, será despedido”?!
- Vi, eles ficaram aterrorizados! Mas por que você me defendeu?!
- Isso é simples, porque eu gosto de você!
- Gosta de mim, de que jeito?
- Como secretária, é óbvio!
Robert disfarça.
- Obrigada!
- Disponha! E como você vai pra casa?
- Vou de ônibus!
- Se você quiser, eu posso te levar?!
- Acho melhor não! Assim a gente mantêm o distanciamento do
profissionalismo!
- Entendo! Tudo bem!
Luana vai embora, e depois Sara entra no escritório de Robert:
- Oi chefinho, me desculpa!
- O que você está fazendo?!
- A gente pode fazer coisas legais aqui!
- Não tô afim Sara!
- Como assim?! Nós já fizemos tantas coisas aqui mesmo, e você sempre
gostou!
- Mas hoje eu não quero, será que você não entende?!
- O que foi?! Foi por causa do negócio do auditório?! Eu já pedi desculpas!
- Não foi só por isso! Foi muito legal enquanto durou, mas acho que vamos
parar por aqui!
- Você está me dando um fora Robert?!
- Não é isso, só estou dizendo que o nosso lance acabou!
- E qual vai ser o próximo passo, você vai me despedir?!
- Não Sara, você é uma ótima funcionária, só estou dizendo para manter
nossa relação estritamente profissional!
- Agora você quer uma relação profissional?! Você sempre faz isso Robert,
procura as mulheres, conquista elas, as usa e depois as joga fora, assim com
uma facilidade absurda!
- Isso não é verdade Sara!
- Claro que é, ou você se esqueceu?! Foi você que me procurou!
- Eu sei disso!
- Mas claro, agora eu não sou mais uma novidade! O que? Agora você quer
comer quem?! É a secretária, não é?!
- Sara eu não estou te rejeitando por ninguém!
- Claro que está, antes você saia com todas, mais desde que essa garota
chegou aqui, você mudou!
- Eu mudei?!
- Sim, parece um idiota quando está do lado dela, parece até estar
apaixonado!
Sara começa a chorar!
- Eu não estou apaixonado por ninguém Sara!
- Claro que está, está escrito na sua cara! E deve ser paixão mesmo, porque
ela só trabalha aqui a três dias! E olha como você está! Ela te enfeitiçou!
- Sara não complique as coisas!
- Eu estou complicando as coisas?! Eu só estou apaixonada por você, e sabe
como é difícil você ver a pessoa que você gosta, apaixonada por outra?!
- Não estou apaixonado por ela! Ela é apenas minha secretária!
- É por que ela é pobre?! O que você viu nela, o que gostou tanto?!
- Acho melhor nós pararmos por aqui?!
- Tudo bem, eu não vou mais incomodar você! E obrigada por me dar um
fora, mas ser tão gentil e manter o meu trabalho! Realmente, você é um cara
super legal!
- Me desculpa Sara!
E Sara vai embora, Robert ajeita suas coisas, e vai para sua casa, toma um
drink, tira a gravata e pensa em Luana, senta no seu sofá e se questiona:
- O que está acontecendo comigo?!
Toma outro drink, e decide ver o vídeo de Luana na festa, dançando, ele ri!
- Que sensação é essa?!
Um calafrio, coração acelerado, mãos suandas, e não consegue parar de
pensar na pessoa!
Robert estava apaixonado pela primeira vez, mas ainda não sabia disso! Mas
o que ele se questionava, era como aquilo aconteceu tão rápido, ele a
conheceu faz pouquíssimos dias, e mesmo assim parecia que a conhecia de
toda uma vida.
O beijo! E que beijo! Robert não conseguia esquecer o que tinha acontecido,
Luana era destrambelhada, não sabia exatamente o que queria, e era
completamente confusa, mas mesmo assim, o chefe a admirava, admiração é
um dos primeiros sinais da paixão, empatia é outro, será que ele não se deu
conta? E o pior é que ele não percebeu, para ele era uma atração forte, e que
em algum momento iria passar.
Já na casa de Luana, ela fazia planos, “quem sabe, daqui a dois eu não junte
um bom dinheiro e saia de lá?! Sim porque com as comissões e horas extras,
meu salário quase dobra! E com esse dinheiro, eu posso viver por quase 6
meses!”
Luana sempre foi romântica, mas dessa vez era diferente, a coisa era forte de
mais, e chegava a dar medo, ela temia um envolvimento muito grande, pois
assim também a decepção seria grande!
Luana estipulava um tempo! Quando alguém partia seu coração, ela
demorava em média 5 meses para se recuperar, ela curtia a deprê, via filmes
extremamente dramáticos, comia sorvete sem parar, dizia para si mesma que
nunca mais iria se apaixonar, negava, falava que o cara não prestava, e
voltava a se reergue, até o próximo vir, e ela fazer tudo aquilo novamente.
Mas Robert era diferente, por mais que pensasse não conseguia calcular
quanto tempo ela demoraria para se recuperar, e olha que essa é a primeira
coisa que ela faz quando vê um homem, calcula quanto tempo vai demorar
para esquecê-lo.
(Aquele é médio, em 3 meses eu me esqueço, já aquele é acima da média, 5
meses ainda não seriam suficiente, já aquele é um cafajeste, talvez sete
meses bastassem, porém duvido muito, esses sempre são os mais difíceis de
se esquecer).
Robert era uma incógnita, mas para não se machucar, Luana terá que se
preservar, colocará o emprego em primeiro lugar.
Foi até o espelho do banheiro e jurou:
- Ele é gostoso, mas não vale o esforço!
Ele é gostoso, mas não vale o esforço!
Ele é gostoso, mas não vale o esforço!
Repetiu aquela frase até virar uma verdade na sua cabeça…
Será que vai funcionar?

Capítulo cinco

A transa Inesperada
Ainda bem que era sábado, nada de trabalho, um dos melhores dias da
semana. Luana acordava no sofá, fazia frio, o que mais ela poderia fazer?!
Dormir, primeiro dormiu na cama, depois foi para o sofá, e dormiu mais um
pouco, em seguida pulou para o sofá menor, e também tirou mais um cochilo.
De pantufas e pijama, ela foi até cozinha e preparou um pouco de pipoca,
ligou a televisão, e foi ver o que tinha de bom para ver, escolheu uma
comédia romântica, que iria começar em 5 minutos, dava tempo dela ir ao
banheiro e fazer xixi, e depois voltar para o sofá e se divertir um pouco!
Ela viu o filme, e adorou, aquela sensação que fica depois de ver um filme
que se gosta. Após a sessão cinema, resolveu escutar um pouco de música,
bem alta, e dançou, até não ter mais energia.
Tomou banho, e era hora de ler alguma coisa, que tal um romance?! E foi
essa a sua escolha, Luana tinha um dom, lia sem parar, desde que começou a
primeira página, ela não para, e vai até a última, ela sempre gostou de
concluir as coisas rapidamente! Ela riu, chorou, ficou com raiva, não
concordou com a autora, dizia: “Mas ele deveria ter ficado com ela! Não
consigo aceitar isso!”
Já era noite, quando finalmente chegou a pizza que ela estava esperando,
quentinha, além da porção de batatas fritas e o molho especial que vinha
junto, e de graça!
Comeu, ela estava faminta! Depois deitou mais um pouco no sofá, estava um
pouco entediada, e lembrou-se que tinha uma garrafa de vinho no armário da
cozinha. Mas ela não poderia fazer aquilo! Quando ela bebe, perde
totalmente o controle.
Mas ela estava tão entediada, só beberia um pouco, e afinal de contas, ela
não sairia. Tudo iria dar certo, ela beberia um pouco, e depois iria dormir!
Abriu o vinho, pegou uma taça e a encheu, tomou tudo, até que ela escuta
uma campainha tocar…
- Quem será essa hora?
Ela foi até a porta para ver quem era, e aí a surpresa, era ele…
- Você?
- Eu!
- O que você está fazendo aqui?!
- Bom, eu estava um pouco entediado, e queria solucionar algumas questões
de trabalho, sabe?!
- Agora?
- Sim, mas claro, se não for incomodar?!
- De jeito nenhum, você é o chefe!
- Sou? Sim sou!
- Entra!
- Você já está de pijama?!
- Na verdade, eu nem tirei o pijama hoje!
- Por que não?
- Porque hoje é sábado, e sábado você dorme o dia inteiro!
- Eu estou sentindo um cheiro de vinho, ou é impressão minha?!
- Não, eu bebi uma taça, sabe?! Estava um pouco entediada também, e queria
me divertir um pouco!
- Eu também queria me divertir um pouco!
- É mesmo?
- Sim, que tal a gente ir tomar alguma coisa, sabe, só uma dose?!
- Uma dose?
- Sim, relaxamos um pouco e voltamos!
- Mas o trabalho?
- Não tem problema! Nós resolvemos segunda-feira!
- Ok, só uma dose?
- Só uma.
- Mas eu vou vestida assim mesmo!
- Tudo bem!
- Então vamos!
- Vamos!
Luana e Robert saíram, foram até o bar mais próximo, que inclusive já
estava fechando.
- O que você quer?!
- Talvez uma taça de champanhe?
- Ótimo, e eu vou querer uma dose de vodca.
Enquanto as bebidas não chegam, os dois conversam…
- E aí, como foi o seu dia?
- Bom, eu acho! Foi bom, eu comi porcarias, fiquei deitada o dia todo!
Depois dancei, li um livro, só falta eu plantar uma árvore!
- Parece que o seu dia foi bem legal!
- E você, o que fez hoje?!
- Eu tive um encontro, ou eu acho que aquilo foi um encontro!
- Na hora do almoço?!
- Sim, na hora do almoço!
- Encontros diurnos não costumam dar certo!
- Isso é verdade!
- Tem alguma coisa na noite! Uma coisa que faz acontecer! Uma magia, um
encanto, e as nossas crenças de que sexo acontece a noite!
– Você disse tudo!
As bebidas chegam, e eles tomam de uma vez só.
- Vai querer outra?! Pergunta Robert.
- Vou, não vai fazer mal, não é?!
- Claro que não, só que agora eu quero uma taça de champagne!
- E eu, quero uma dose de vodca!
E eles continuam conversando…
-E por que o encontro não deu certo?
- Eu queria fazer um teste, se as pessoas estão comigo por causa dessa
pessoa aqui, ou por causa do dinheiro!
- E qual foi o resultado?
- Descobri que era por causa do dinheiro!
Os dois riem alto!
- Por que?
- Eu disse para ela, que iria declarar falência em breve, e que ninguém sabia
que eu vivia de aparências! Estava devendo até as calças!
- E o que ela disse?!
- Ela estava muito interessada, inclusive me disse que poderíamos transar,
mas quando eu acabei de montar o meu drama de empresário falido, ela
disse que tinha que ir ao toalete, e nunca mais voltou!
Mais risos, de doer a barriga… As bebidas chegam, e eles tomam
novamente, de uma só vez.
- Você quer outra?
- Aceito, o que poderia acontecer, esse homem aqui está falido!!!! Me traga
outra vodca!
- Eu também quero vodca! Porque eu estou falido!!!!!!!
Os dois gritam…
- Eu acho que estamos assustando as pessoas!
- Não, imagina! Elas estão acostumadas! Afinal isso aqui é ou não é um bar?
O garçom chega perto da mesa e diz:
- Estamos fechando, essa é a última dose!
Luana levanta seu copo!
- A última dose!
- A última dose!
E bebem mais uma vez.
- Vamos embora!
- Sim, mas a gente vai pra casa?
- Por que, pra onde você que ir?
- Eu quero dançar!
- Ok, vamos dançar!
- Vamos pra uma boate!
- Isso mesmo, vamos pra uma boate!
- Vamos dançar, até cair!
- Concordo!
- Vamos correndo?!
- Obvio!
E eles começam a correr, até a boate mais próxima, chamada ‘La La La’. A
chuva caia, lentamente, eles entraram, e tocava uma música contagiante, do
tipo daquelas que não se pode ficar parado.
Eles dançaram juntos e separados, o momento parecia mágico.
Depois se algum tempo, eles vão embora…
- E aí, vamos pra onde agora? Pergunta Luana.
- Acho que devemos ir para casa.
- De quem?
- Vamos primeiro para a sua, e depois eu vou para minha.
- Tudo bem.
Os dois caminhavam até a casa de Luana.
- Essa foi uma das melhores noites da minha vida. Diz Robert.
- Também gostei muito, me diverti! Hoje foi um excelente dia!
- Também achei bem proveitoso.
- Olha, já estamos chegando em casa!
- É verdade, nem me dei conta!
Os dois chegam até a porta…
- Vai precisar de ajuda hoje?!
- Ajuda?
- Com a chave!
- Não, obrigada. Minha capacidade motora não foi completamente detonada
pela quantidade de álcool que eu consumi hoje!
- Então…
- Então é melhor eu entrar, e você vai para sua casa….
- Tem certeza?
- Claro, se você entrar, eu vou ter que pedir as contas!
- Isso, não seria muito legal, não é?!
- Não, não seria nada legal!
- Tudo bem, então boa noite!
- Boa noite!
Luana entra, e Robert fica do lado de fora, se passam 13 segundos, e Luana
abre a porta e percebe que Robert continua ali!
- O que você está fazendo aqui ainda?
- Por que você abriu a porta?
- Eu perguntei primeiro?
Luana dá um selinho em Robert, que se surpreende, e dá um beijão nela. Os
dois entram, continuam se beijando, os lábios se encaixam perfeitamente, há
muita química entre os dois, Robert tira os sapatos, e coloca Luana em cima
do sofá, ele tira a blusa dela, e passa a mão no seu corpo. Ela está por cima
e pergunta:
- Você trouxe a camisinha?!
- Trouxe, tá aqui no meu bolso.
- Ok!!!
Ela tira a camisa dele, e beija o seu corpo, depois tira a calça dele…
- Eu vou colocar a camisinha!
- Ok, sem pressa! Pode colocar!
Robert tira a cueca, mas não consegue abrir a camisinha!
- Meu Deus! Não consigo abrir a camisinha!
- Essas são as piores! Tenta abrir com o dente!
- Eu já tentei, não consigo abrir de jeito nenhum!
- Eu acho que tenho uma tesoura!
Luana abre uma gaveta, e pega uma tesoura, só que como estava muito
bêbada, acaba cortando a camisinha pelo meio!
- Meu Deus! O que você fez?!
- Droga! Cortei nossa única camisinha ao meio!
- E aquela que você tinha aqui?!
- Joguei fora, sei lá, pensei que não fosse fazer isso por muito tempo!
- E agora?!
- Não sei!
- Eu tô com muito tesão!
- Eu também, sabe quanto tempo eu não faço isso?!
- Eu tenho uma proposta!
- Tirando o saco plástico, eu aceito!
- Saco plástico?!
- Desculpa, foi só uma alternativa idiota, eu nem deveria ter falado isso em
voz alta!
- Tudo bem! Talvez a gente pudesse fazer sem camisinha, o que você acha?!
- Não sei! Talvez tenha que fazer perguntas que possam te magoar, mas
lembre-se não é nada pessoal!
- Que tipo de pergunta?
- Você tem algum tipo de doença sexualmente transmissível?!
- Como assim?
- Gonorreia, Sífilis, AIDS, dentre outras?!
- Eu sei o que são doenças sexualmente transmissíveis!
- Que bom!
- Eu só não entendi o por que da pergunta?!
- Simples, que tem relações sexuais com meio mundo?! Não sou eu!
- Eu uso preservativos para isso!
- Não sei, então por que você me propôs fazer sexo sem camisinha?!
- Por causa da situação, nós dois estamos com vontade, mas não temos
preservativos! Essa hora, todas as farmácias estão fechadas!
- Tudo bem, já que você afirma que não tem nenhuma doença sexualmente
transmissível!
- Mas espera aí, e se você engravidar?!
- Isso não vai acontecer!
- E como você tem tanta certeza disso?!
- Simples, porque eu não estou ovulando!
- Você tem certeza?!
- Claro que tenho! Eu controlo os meus ciclos!
- Então, tudo bem! Podemos fazer sem?!
- Ok, mas se eu sofrer qualquer tipo de consequência, te processarei, e vou
pedir todos os meus direitos!
- Eu pagarei!
- Ok, vamos fazer!
- Vamos!
Luana tira a calcinha e Robert fica por cima dela, e faz a penetração!
- Ai Meus Deus!
- O que foi?!
- O seu pênis, está muito gelado!
- Tudo bem, eu vou esquentar um pouquinho!
- Faça isso!
Robert retira o pênis, e começa a aquecê-lo com as mãos!
- Você vai demorar muito?!
- Não! Só não quero que esteja gelado!
- Ok, eu espero!
- Acho que agora está quentinho!
- Na verdade, eu não acho que o seu pênis esteja frio, na verdade acho que a
minha vagina está quente demais!
- Realmente, vendo desse ponto de vista faz sentido!
- Mas acho que agora vai!
- Tudo bem, vamos lá!
Robert volta a penetrar a vagina de Luana, e eles começam a se beijar,
beijos longos e lentos, assim que já estava chegando o momento da
ejaculação…
- Ai Meu Deus! Isso é muito bom! Continua, não para Robert, não para!
- Não vou parar!
- Isso, continua, eu estou quase chegando!
- Eu também!
- Não para Robert!
Luana começa a arranhar as costas de Robert!
- Não vou parar! Você quer que eu ejacule fora?! Não sei?!
- Não, não tem problema pode gozar dentro!
- Ok, já está chegando!!!
- Ótimo! Eu tô quase lá!
- Continua Robert, não para!
- Não vou parar! Vamos lá!
- Acho que eu também tô chegando!
- Calma eu tô quase lá!
- Droga!
- O que foi, eu fiz alguma coisa errada?!
- Não, é que me deu vontade de fazer xixi!
- Você está muito apertada?!
- Sim! Se eu não fizer agora, vou fazer xixi no meu sofá inteiro! Eu bebi
muito, sabe como é?!
- Tudo bem, você vai lá rápido, e eu espero, mas não demora muito se não
vai dar errado, você sabe né?!
- Não, imagina! Eu vou rapidinho!
- Ok!
Luana vai até o banheiro, e começa a fazer xixi!
- Meu Deus! Acho que tive um orgasmo!
Depois volta para sala!
- E aí?!
- Tudo bem, fiz xixi rapidinho! Vamos continuar!
- Ok! Vamos lá!
Robert volta a penetrar Luana.
- Acho que agora vai!
- Vai Robert!
Até que finalmente Luana goza, e em seguida Robert!
- Meu Deus! Foi ótimo!
- Foi muito bom mesmo!
- Com certeza!
- Se você quiser, a gente pode fazer por trás!
- Pelo ânus?!
- Sim!
- Não faz isso comigo hoje!
- Por que?
- Porque doí muito! Principalmente para mulheres da minha profissão, que
ficam muito tempo sentadas!
- É, quem sabe em um outro dia?!
- É, quem sabe!
- E antes de tudo, eu queria te dizer que você é muito bonita!
- Meu Deus,não fale em beleza! O seu corpo é escultural! Muito lindo
mesmo!
- Jura?! Eu também adorei o seu corpo, principalmente as manchinhas que
tinham no seu traseiro!
- Eu não tenho manchas no traseiro Robert! Aquilo são estrias!
- Nem reparei! Me pareceu tão bonito!
- Nunca mais toque nesse assunto!
- Ok! Foi mal!
- Foi péssimo!
- E você gostou?!
Luana dá uma gargalhada!
- O que foi? Pergunta Robert abismado!
- Essa transa foi um desastre!
- Meus Deus! Graças a Deus que você falou isso! Achei que só eu tinha
pensado isso!
- Isso que dá, ficar transando bêbados!
Os dois riem!
- Verdade! Nós já estávamos muito, mais muito bêbados! Mas até que não foi
tão ruim assim!
- Realmente não foi ruim! Foi péssimo!
- Quem sabe, quando a gente transar sóbrios?!
- É verdade! Sóbrios será bem melhor!
- Vamos dormir?!
- Sim, vamos! Mas você vai pra sua casa!
- Você vai me mandar agora pra casa?!
- Realmente, você pode ser estuprado por aí! Pode ficar!
- Gracias!
- Mas amanhã você vai embora!
-Amanhã é domingo!
- E daí?!
- O dia do descanso!
- Amanhã você vai!
- Ok, não vou implorar!

Capítulo seis

Domingo…

Amanhecia na casa de Luana, e a dor de cabeça era insuportável, ela dormiu


na cama, porém esqueceu uma pequena surpresa no sofá da sala.
Ainda de calcinha ela caminhava lentamente até a cozinha, e viu um pé quase
imperceptível no sofá, e foi aí que se lembrou!
- Não pode ser!
Exclamou ela, que começou andar nas pontas dos pés, os roncos também
eram bem altos, - Nossa, como a pessoa perde o glamour quando está
dormindo! - Pensou Luana, que abria a geladeira bem devagarzinho, não
queria enfrentar aquela situação nem tão cedo.
Na verdade ela pensou em sair e dizer – Me desculpa, eu tinha que comprar
pão, só que não tinha pão na padaria daqui, e eu demorei 4 horas procurando
outra padaria! Não! Essa não vai colar!
Depois pensou:
- Isso nunca vai dar certo, olha o que aconteceu ontem?! Foi um desastre!
Quem é que faz xixi bem no meio do sexo?! Eu!
- Não, vou dizer que tem outra pessoa, e que eu gosto muito dela! Isso sim
vai espantá-lo! Mas na hora dele me perguntar quem?! O que eu vou fazer?!
Bem que o Serginho tá me devendo um favor, mas o Serginho?! O Serginho
não engana ninguém!
- Será que eu devo ser romântica melosa e dizer que até já marquei a data do
nosso casamento?!
- Talvez essa seja uma boa opção, assim ele vai fugir rapidinho! Está aí!
Essa vai ser minha única alternativa!
- Até porque foi a melhor ideia que eu tive!
- Será que eu espero ele acordar naturalmente?!
- Ou forço ele a acordar?
- Vou acordar ele! Sim, assim vou parecer mais insuportável!
Luana vai até o sofá e começa a catucar Robert.
- Acorda, AMOR! Preciso te dizer uma coisa!
Robert começa a despertar lentamente…
-Foi impressão minha, ou você me chamou de amor?!
- Não, de nenhuma maneira, você ouviu certo, eu te chamei de amor!
- Nossa! Adorei, me dá um beijinho!
- O que, você gostou?
- Sim, eu gosto desses apelidos de namorados!
- Namorados?!
- Sim, eu achei… bom, você me chamou de amor, eu dormi na sua casa,
achei que nós já fossemos íntimos!
- Mas não no nível namorados!
- Tudo bem, se você quiser ir com calma!
- Não amor, eu não quero ir com calma! Eu inclusive já estava pensando no
nosso casamento, nos nomes dos nossos filhos, inclusive, como você é rico,
estava pensando em comprar uma mansão bem esbanjadora, brega e
esquisita, para nós morarmos todos junto, eu, você, nossos filhos e nossos
cachorros! Mas lembre-se amor, quero fidelidade! Por isso vai deixando
essa sua vida de solteiro para trás.
Robert ri…
- Não faça isso!
- Isso, o que?
- Eu sei o que você está fazendo!
- Sim, estou planejando o nosso futuro!
- Você é mais esperta do que eu pensava!
- Do que você está falando?!
- Você está fingindo que é uma desesperada, só pra eu senti que você está me
sufocando, e que eu devo pular fora agora mesmo!
- E eu sou uma desesperada!
- Não, não é! Está tentando se livrar de mim!
- Por que eu faria isso?!
- Não sei, diga você!
- Ok, você é um gato, rico, e tudo mais, mas essa situação aqui é
constrangedora, eu te conheço faz pouco tempo, e olha aí, você está até
dormindo no meu sofá!
- Eu gostei muito do seu sofá!
- É, eu sei, ele é muito confortável, e dá vontade de dormir nele o dia
inteiro!
- Isso é verdade!
- Mas voltando ao assunto, como eu vou voltar para aquela selva de pedra,
se nós, nós, nós…
- Nós transamos!
- Isso mesmo! É uma coisa um pouco chata, sabe como é?!
- Mas isso é tão natural! Sabe, o chefe e secretária! Você sabia que é um dos
maiores clichês de livros de romances da Amazon?!
- Eu não estou brincando Robert!
- Eu sei que você não está brincando, mas eu não consigo ver nenhum
problema nisso! Afinal, somos livres para fazer o que bem entendemos!
- Bom… você pode fazer o que você quiser porque é rico, mas eu não, pelo
contrário, sou pobre!
- E o que que tem?! A gente não pode ficar junto por causa disso?! As
pessoas são livres Luana!
- Mas e o preconceito?!
- A gente precisa ligar pra isso?!
- Vão falar que eu estou com você só por dinheiro!
- E não é verdade?!
Luana ri, e fala…
- Para com a palhaçada!
- Se falarem isso eu vou responder: Ainda bem que eu tenho dinheiro pra ela
ficar comigo!
- Meus Deus! Você só fala merda!
- Eu sei disso! É um defeito?!
- Não acho! Acho que as melhores pessoas são aquelas que falam merda!
- Viu como a gente combina!
- Talvez, mas se isso for continuar, saiba que temos que tentar transar
sóbrios dessa vez!
- Concordo plenamente, ontem a coisa não funcionou!
- Não funcionou mesmo!
- E hoje é domingo, o que você quer fazer?!
- Não sei, você poderia me chamar pra fazer uma coisa de rico!
- O que você quer esquiar, ir em um restaurante, tomar champanhe com
morangos! Pode escolher!
- Não sei, na verdade eu estou com muita preguiça! Que tal você cozinhar
alguma coisa pra mim! Aí nós vemos um filme, e depois a gente pode tentar
transar de novo?!
- Concordo plenamente, gostei do seu plano! Porque eu também estava com
um pouco de preguiça de pegar o helicóptero, aqueles caminhos de rosa e
tal. Sabe, isso tudo é muito cansativo!
- Realmente, além de cansativo, sempre achei essas coisas bregas!
- Um pouquinho brega é mesmo!
- Mas voltando aqui! A única coisa que tem pra comer é macarrão!
- Macarrão?!
- Sim, macarrão!
- Ótimo, porque eu sei fazer uma massa maravilhosa!
- Então vamos começar a fazer?!
- Não, eu vou fazer, faço questão!
- Ok, só fico vendo!
Robert lavou as mãos, pegou alguns tomates, e começou a cozinhar, quem
diria que o chefe tinha tanta desenvoltura na cozinha, ele fazia aquilo com
simplicidade e facilidade. Luana só o observava!
Robert parecia estar muito feliz, Luana também aparentava um sorriso, como
duas pessoas de mundos tão diferentes, podiam ter coisas tão parecidas?!
Os dois se completavam de uma maneira rara, um começa a piada e o outro
terminava. Robert não parecia ser aquele homem frio e distante que o
descreviam, e Luana não era apenas uma secretária, ela tinha alma, e era isso
que fascinava Robert.
Os dois se apaixonaram de uma maneira tão fácil. Se conheceram, e aí está!
Robert finalizava…
- Será que tá bom?!
- Com certeza, foi a minha mãe que me ensinou a cozinhar.
- Sua mãe?!
- Sim, ela sempre dizia que os homens deveriam aprender a cozinhar.
- E por que?
- Motivos da minha mãe! Ela era feminista, sempre me disse que os homens
que valiam a pena, sempre lavavam a louça no final do jantar.
- Isso é verdade!
-Já o meu pai, era machista, dizia que eu deveria ter da mulher o melhor
dela, o sexo!
- Nossa, que horror!
- É, meu pai não é tão legal!
- Por isso que você ficou assim, fofo e compreensivo, e cafajeste idiota…
- Pode-se dizer que sim.
- Fofo e cafajeste, essa mistura é perigosíssima!
- Por que?
- Porque a gente não consegue mandar o homem embora porque ele é fofo,
mas também não consegue ficar com ele porque é um cafajeste, entendeu?
- Acho que sim! Você foi bem clara!
- Sempre procuro ser bem clara!
- Então vamos prometer que nós vamos ser sinceros um com o outro!
- Isso mesmo! Sinceridade em primeiro lugar!
- E se um trair o outro, vamos contar?!
- Sim, e se um enganar o outro, vamos contar?!
- Sim.
- A sinceridade é a base de um relacionamento!
- Com certeza!
- Vamos brindar a sinceridade!
- Com que?!
- Com água!
- Concordo!
- Então um brinde a sinceridade! Vamos tentar ser os mais sinceros
possíveis!
- Com certeza!
E eles brindaram com água, e colocaram seus pratos.
- Você vai comer na mesa?! Perguntou Robert.
- Não, vamos pegar os pratos e comer no sofá!
- Estava pensando nisso.
Eles foram até o sofá.
-Estava pensando, a comida tem um gosto diferente, quando se está no sofá!
- Com certeza, é mais divertido comer no sofá, mais relaxante!
- É, tira aquela pressão social de quando você come em um restaurante
chique, onde todas as pessoas usam trocentos talhares em uma única
refeição!
- Também nunca entendi isso! Pra que sujar tantos talheres?! Chega a ser uma
questão de conscientização ambiental. Quanto menos tralhares você usa,
menos água você gasta lavando-os.
- Salvemos o planeta!
- Vamos fazer um brinde a isso.
- Vamos.
- Menos talheres.
- Menos talheres!
Os dois acabaram de almoçar, e decidiram ver um filme!
- Qual filme você quer ver?! Perguntou Robert.
- Não sei! Na verdade eu comprei semana passada um filme de cachorro,
embora eu não goste muito desse gênero, mas sei lá, eu gostei da carinha
dele.
- Ok, vamos ver o filme do cachorro!
- Vamos ver!
E começaram a ver o filme no sofá, até que quando acabaram de assistir, os
dois estavam se debulhando em lágrimas…
- Meu Deus! - Exclamava Luana. - Por que o maldito cachorro tinha que
morrer?!
- Eu não sei! Poderiam ter mantido o cachorro vivo! Mas fazem isso para
mexer com as nossas emoções!
- Esse filme acabou comigo, eu achei que seria uma coisa bobinha, que eu
nem iria me lembrar amanhã! Mas olha pro meu estado, vou demorar uma
semana pra superar a morte desse cachorro!
- Eu não quero ver esse filme nunca mais!
- Nem eu!
- Olha os meus olhos, estão inchados de tanto que eu chorei!
- Olha os meus! Te conheço a menos de uma semana, e você já está me
vendo nessa situação.
- Tudo bem! Não gosto de homens que não choram! Eles na verdade, me dão
medo!
-É, qual é o problema dos homens chorarem?!
- Também não sei! Deve ser mais algumas dessas bobeiras impostas por essa
sociedade maluca!
- Também acho!
Robert pergunta para Luana:
- O que você que fazer agora?
- Que tal a gente tirar um cochilo?! Eu preciso me recuperar!
- Ok, a gente pode dormir! Mas aonde?!
- Na cama.
- Vamos lá!
Robert ajeita a cama, e Luana se deita, depois disso, se passa algumas horas.
E os dois despertam….
- Oi.
- Oi.
- Dormiu bem?
- Sim, acho que sim! E você?!
- Fazia muito tempo que eu não dormia tão bem assim! Confessa Robert.
- Que bom! E o que você gostaria de fazer agora?!
- A gente pode ficar mais um pouquinho aqui!
- Tudo bem!
Robert começa a fazer um carinho na perna esquerda de Luana, e começa a
surgir um clima. Os dois começam a se beijar.
- Me beija de língua Robert!
E Robert começa a colocar levemente a língua na boca de Luana, a coisa fica
cada vez mais intensa.
Luana começa a tirar a blusa.
Robert também abre os botões da sua camisa branca.
Eles se entreolham e Luana começa a tirar a calça, Robert faz o mesmo.
Os beijos eram constantes…
- Você ainda não tirou a calcinha! Diz Robert.
- É verdade!
E Luana tira a calcinha lentamente, ele começa a beijar todo o corpo dela,
até chegar na sua vagina, e começa a fazer sexo oral nela, que grita
delicadamente, e começa a segurar a quina da cama, de tanto prazer. Robert
estimula o clitóris de Luana, e seu corpo estremece.
Até que ela tem o primeiro orgasmo.
Depois disso, Luana fica por cima, e Robert a penetra, ele geme de prazer, e
os dois continuam se beijando. Ambos não falavam uma frase sequer!
Também as palavras nesse momento, são totalmente inúteis, afinal, a sintonia
era perfeita, e nada poderia estragar aquilo.
Robert colocou os seios de Luana na sua boca, e foi aí que ela ficou por
baixo, enquanto ele beijava delicadamente seu pescoço. As sensações eram
estremecedoras, e também inexplicáveis. Enquanto a transa caminhava para
o seu término, Robert pensava:
- Eu nunca tive uma transa assim!
Já Luana pensava:
- Eu acho que eu estou muito apaixonada por ele.
A transa chegou ao fim, com um orgasmo e tanto. Depois disso eles ficaram
um tempo sem se falarem.
Se a primeira transa foi um desastre, a segunda compensou tudo, foi além das
expectativas dos dois.
Foi um domingo para ficar na memória, dois estranhos passaram um dia
inesquecível, mas tudo que é bom, acaba.
E aquele dia estava acabando.
- Acho que está na hora de você ir! Diz Luana.
- Tudo bem, mas amanhã nós vamos nos ver na empresa, não é?!
- Assim espero!
Robert pegou suas coisas e foi embora, Luana ficou, quando estavam
sozinhos os dois pensaram…
- Acho que me apaixonei.
Isso não era novidade para Luana, mas para Robert sim, nunca tinha sentido
aquilo por ninguém, e nunca tratou uma mulher com tanta doçura, aquilo só
poderia ser paixão.
Os dois não conseguiam ocultar o sorriso, e amanhã se veriam novamente.
Mas o que estaria escrevendo o destino?!

Capítulo sete

A Gravidez
Mais uma segunda-feira começando no planeta Terra, com certeza o dia mais
odiado da humanidade, mas essa segunda tinha um sabor especial, e tinha
dois seres humanos que estavam aguardando por ela.
Começava mais um dia na ‘Robert Companhia’, ligações, fofocas de
corredores, pessoas andando pra lá e pra cá incessantemente, homens com
gravas alinhadas, e mulheres com saltos agulha. Tudo parecia andar
conforme o esperado.
Luana chegava para mais um dia de trabalho, e estranhou o comportamento
de seus companheiros de trabalho, agora a olhavam com muito mais respeito,
já que parecia ser a primeira-dama do local.
Kimberly até mesmo a cumprimentou na chegada, algo que é raríssimo.
- Boa dia senhorita Luana.
- Boa dia Kimberly!
- Posso te ajudar em alguma coisa?
- Não, não estou precisando de nada!
- Tem certeza?! Nem um café? Uma água?! Um refrigerante?
- Não Kimberly, eu estou bem assim!
- Tudo bem! Mas não esqueça de me chamar se você precisar de qualquer
coisa!
- Não esquecerei disso!
Luana saiu dali pasma, afinal nenhuma pessoa antes tinha puxado o saco
dela, e a situação é um pouco incomoda, porque você sabe que a pessoa está
sendo falsa com você, mas não pode falar isso, é realmente constrangedor.
Quando chegou a sua mesa, mais uma surpresa, tinha café quentinho na sua
mesa, e ela não precisou nem pedir, parece ter surgido do nada! Luana não
estava entendendo, afinal ela era apenas uma secretária.
Mas o que ela não sabia, era o que Robert tinha feito na noite anterior, tinha
mandado um e-mail pra todo mundo da empresa, dizendo que Luana era sua
nova namorada, e que eles poderiam até mesmo se casar.
Ela ficou de boca aberta, se sentiu um pouco constrangida, mas não gostou
muito, pois achava que o mundo inteiro não precisava saber daquilo.
E aí estava a explicação. Luana decidiu ir até o escritório de Robert para
tirar algumas satisfações. E chegando lá…
- Oi amor!
- É isso que você tem pra me dizer?! Oi, amor!
- O que aconteceu?!
- Nada, fora o fato de você ter colocado no jornal que nós começamos a
namorar ontem!
- Você ficou chateada?! Eu pensei que as mulheres gostassem de serem
assumidas publicamente!
- Isso não foi publicamente, isso foi mundialmente! Todo mundo está olhando
pra minha cara como se eu fosse um extraterrestre!
- Que isso amor?! Não é pra tanto!
- Inclusive, quando eu vinha pra cá, eu escutei alguém cochichando: “Como
ela fez, isso que é um golpe do baú bem dado!” E olha que nunca mais eu
tinha ouvido essa palavra: ‘Golpe do baú’.
- Deixe essas fofoqueiras pra lá, não precisa gastar energia com isso!
- Você tem razão, até porque a gente tem que voltar ao trabalho!
- Isso mesmo!
- Inclusive, tem uma reunião com o vice, um tal de Marcos, mais tarde.
- Meus Deus! O Marcos?! Eu tinha esquecido completamente dele, ele voltou
de uma viajem de negócios! Mas voltou mais cedo, já que era pra ele ficar
no mínimo duas semanas.
- E ele ficou quanto tempo!
- Acho que ele ficou 8 dias! Mas ele só faz isso pra me provocar!
- Por que te provocar?!
- Ele não gosta de mim! Ele me acha muito irresponsável, e que eu não
deveria ter assumido a empresa! Sabe aquele típico cara, todo certinho?! É o
Marcos.
- Nossa! Parece mesmo que você não gosta desse moço! E ele é o vice-
presidente?!
- Sim, infelizmente o meu pai adora ele! E indicou ele pra vaga!
- Relaxa, se ele é vice-presidente, deve saber o que está fazendo!
- Não sei! Ele gosta de pegar tudo o que é meu!
- Vamos parar com isso! Temos que focar no trabalho!
Robert se aproxima de Luana.
- Mas antes de tudo, você não vai me dar um beijo?!
- Aqui?!
- Sim aqui, por que, qual é o problema?
- Aqui é um local de trabalho Robert!
Robert entra na frente da porta e diz:
- Eu não vou sair daqui, até você me dar um beijo!
- Tá bom, mas como você é teimoso!
Robert e Luana se beijam, e a câmera que tem na sala presidencial permite
que todos os funcionários vejam o beijo dos dois.
Algumas funcionárias comentaram:
- Essas secretárias são as piores!
- Não sei como ela consegue?!
- Eu tinha certeza que ele era um solteiro convicto!
- Deixa eu ir pro meu serviço, porque a vida dessa aí está ganha!
- Ela chegou devagarzinho, olha o que ela conseguiu?! O chefe todinho pra
ela!
- Não sei que feitiço foi esse, olha a cara de bobo dele!
- Verdade, não consegue nem disfarçar que está apaixonado!
- Essas com carinhas de santas, são as piores!
- Definitivamente, ‘Quem vê cara, não vê coração’.
Voltando para o escritório presidencial…
- Meus Deus Robert! A câmera está ligada!
- E o que que tem?
- Nada! Só fato de nós sermos a atração principal dos funcionários lá de
baixo!
- Ok, vamos voltar ao trabalho! Mas tarde a gente marca alguma coisa.
- Tá bom.
Luana sai do escritório, e ajeita os últimos detalhes da reunião.

Algumas horas depois…

A reunião está rolando como sempre, mais entediante impossível, até a


chegada de Marcos, o vice-presidente da empresa, sério e de óculos com seu
cabelo alinhado, ele se senta na sua cadeira, Robert tinha ocultado o fato
dele ser extremamente bonito, uma beleza que até desconcertava.
Ele não era obvio, e conseguia ser o oposto de Robert.
Contido e belo. Quando Marcos olhou para Luana alguma coisa vibrou, não
se sabe ao certo o que, mas algo aconteceu, uma pequena atração talvez.
Luana ia em direção a Marcos, pra lhe entregar o relatório dos últimos dias,
já que o vice estava ausente, porém quando foi entregar os papéis, ela deixou
cair, ele se levantou de sua cadeira, e a ajudou a pegá-los, as mãos dos dois
se tocaram por um segundo, e Robert percebeu.
- Me desculpa. Disse Luana.
- A culpa não foi sua.
- Eu deveria ter entregado nas suas mãos.
- Tudo bem, não tem problema.
Robert interrompe a conversa dos dois…
- Está acontecendo alguma coisa?
- Não, a secretária só deixou algumas folhas caírem.
- Sim, a culpa foi minha, senhor Robert.
- Então seja mais cuidadosa da próxima vez. Disse Robert.
- Eu já disse Robert, que a culpa não foi dela, e acho que temos coisas mais
importantes para tratar.
- Também acho Marcos, mas parece que você e senhorita Luana estão
achando sua conversa paralela mais interessante.
- Você sabe Robert, que eu prezo pelas coisas mais importantes nessa
empresa, tanto mais que o próprio CEO.
- O que você quer dizer com isso Marcos?
Luana os interrompe….
- Senhores, os acionistas estão aguardando suas declarações, vamos deixar
as discussões para um outro momento.
- Veja Robert, perderam a noção da hierarquia nessa empresa, a secretária
acha que pode dar ordens nos dois cargos mais altos dessa Companhia. Diz
Marcos olhando para Luana, mas a secretária não iria ficar quieta, e
responde no mesmo tom.
- Eu não estou dando ordens senhor, apenas acho que brigas idiotas não vão
levar essa reunião a lugar algum!
- Talvez essas brigas não sejam idiotas, e sim o resultado da incompetência
de uma pessoa.
- De quem? Pergunta Robert.
- Sua. Óbvio, de mais quem mais seria?! Você não respeita as regras. Só é o
CEO dessa empresa, porque o seu pai era o sócio majoritário!
- Você quer falar de nepotismo?! Porque o meu pai também te colocou aqui
dentro!
- Pelos meus próprios méritos, acho! Não foi nenhum favor.
- Méritos?! Se for por isso, eu também tenho os meus!
- E quais seriam eles?!
- Você quer que eu os enumere?!
- Por favor Robert, você acha que eu não vi o que você está fazendo nessa
empresa?! Pra você isso é tudo uma brincadeira! Eu vi você beijando a
secretária e todos viram, os funcionários estão comentando nos corredores!
E você acha isso tudo muito engraçado! Mas o seu pai vai saber disso!
- Ótimo! Conte pra ele, eu não ligo para o que as pessoas pensam.
- São os seus funcionários!
Luana fica sem graça de ouvir aquilo, e decide sair da sala de reuniões.
Robert dá o seu ultimato….
- Essa reunião acabou!
Marcos fica insatisfeito com aquela decisão, mas não fala mais nada,
enquanto isso Robert vai atrás de Luana, que ele acredita estar no seu
escritório. Mas quando chega lá, é outra pessoa que encontra. Advinha
quem?
Sentada na cadeira, Sara aguardava a chegada de Robert.
- O que você está fazendo aqui Sara?!
- Eu estava te esperando! Preciso falar com você!
- Falar o que? Se não for assuntos de trabalho, acho melhor você sair!
- Por que você está tão bravo?!
- Tive uma discussão com Marcos na sala de reuniões! Ele me tira do sério!
- Entendi! Eu só queria falar algumas coisas com você!
- Se for coisas pessoais, eu não quero nem saber!
- Eu liguei para o seu pai.
- O que?! Como assim eu liguei para o meu pai?!
- Eu chamei ele pra conversar com a gente, talvez ele faça você
compreender.
- Sara, do que você está falando, o que o meu pai vai fazer eu compreender?!
Eu já disse que a gente acabou Sara, você sabe que eu gosto da Luana!
- Não é questão de gostar Robert, é questão de cumprir!
- Cumprir o que?
O pai de Robert chega na empresa, e vê que tudo está fora do lugar, os
funcionários nos corredores, ninguém parece estar trabalhando, na mesa,
onde deveria estar a secretária-executiva, está vazia. Robert Filho sabia que
alguma coisa de errado estava acontecendo, mas ele chegou para colocar
tudo em seu devido lugar, ou melhor, fazer as coisas ficarem como ele gosta,
mesmo que para isso tenha que ferir algumas pessoas. Mas isso não o
importava, ele só queria manter o seu império, e ai de quem entrasse no seu
caminho.
O patriarca decide entrar na sala do filho, Robert se surpreende com a
presença do pai…
- Pai, o que você está fazendo aqui?
Friamente Robert pai responde:
- É assim que você recebe o seu pai?
- Não pai, desculpa, como vai?!
- Nada bem filho, eu recebi alguns telefonemas nada agradáveis, a não ser a
ligação dessa moça tão bela que está na nossa presença.
Sara sorri…
- E a mãe, como está?
- Eu não vim aqui pra falar da sua mãe! Eu vim aqui porque você está usando
as funcionárias, e exibindo para Deus e mundo, filho! Isso não se faz.
- Quem te disse isso?!
- As notícias correm! As notícias correm! Se você não tomar uma postura
mais rígida! Terei que colocar o Marcos pra comandar essa empresa!
Imagine filho, um estranho se tornando o CEO da ‘Robert Companhia’?! Que
vergonha! Seu avô estaria se revirando em sua santa tumba, mas fazer o que?
O Marcos é mais competente que você, mais sério, mais honrado. E nunca
falhou comigo, é um vice-presidente impecável, com mais formações para
presidir do que você. E melhor ainda, não se deixa levar por paixonites
passageiras, que não vão levar a lugar algum.
- Por que você está dizendo tudo isso?!
- Porque filho, as vezes você não sabe o que é o melhor pra você mesmo, aí
entra o papai, para ajeitar as coisas. Estava vendo que funcionária exemplar
nós temos aqui, Sara sem dúvida tem um valor e tanto! Sabia que ele vem de
uma família muito tradicional?!
- Não, não sabia!
- Sim, ela tem berço filho, e isso que importa, o berço. As vezes oportunistas
aparecem, e confundem a cabeça de um homem inocente, como você! Que
sempre gostou de um rabo de saia!
- O que você quer dizer com tudo isso?!
- Quero dizer que está na hora de você entrar nos trilhos! Tomar algumas
responsabilidades importantes. Quem sabe no futuro, você não siga uma
carreira na política?! E você sabe que tem que ter uma vida privada
impecável.
- Eu tenho meus próprios planos pai!
- Ok, mas quem te deu tudo o que você tem? O dinheiro, os carros, os
estudos na Europa, as viagens onde você esbanjava o dinheiro que o seu avô
demorou anos e anos para juntar?! Tudo isso, eu dei a você! Sou o seu pai, e
era minha obrigação, mas não abuse da minha confiança! Quando se trata dos
negócios, não se pode brincar em serviço.
- E o que o senhor quer, eu ainda não entendi o intuito dessa conversa?!
- É simples, filho, muito simples!
Sara fala:
- Eu estava aguardando o senhor para dar a notícia!
- Você é maravilhosa querida! Tão benevolente! Sabia que eu joguei golf
com o seu pai semana passada?!
- Papai me contou!
- Que alegria, quando soube que você e meu filho estavam se relacionando!
- Não pai, nós não estamos nos relacionando!
- Como não filho, a distinta senhorita Sara me contou o que vocês fizeram!
- Você contou isso para o meu pai?!
- Sim, qual é o problema Robert, ele tinha o direito de saber que nós
estávamos apaixonados!
- Apaixonados?! Eu nunca me apaixonei por você Sara!
- Não minta pra você mesmo! Eu sempre fui a pessoa certa pra você!
- A pessoa certa!
- Sim, da mesma classe social! Dos mesmos costumes!
- Meu Deus! Se eu soubesse que você era igual ao meu pai, nunca teria tido
nada com você!
- Mas você teve! E é tarde demais!
- Tarde demais, por que?!
Robert pai então diz a frase enfática:
- Robert, ela está grávida, e o filho é seu! A quarta geração dos Robert,
parabéns!
Robert fica sem palavras, e o seu mundo vem abaixo, antes ele estava de pé,
mas quando ouviu a notícia se sentou, estava se sentindo derrotado.
- Grávida?!
Sara sorri, e confirma…
- Sim, eu estou grávida!
- Mas como isso foi acontecer?! A gente sempre usou camisinha!
- Mas as camisinhas não são 100% seguras!
- Assim é o destino filho, quando uma coisa tem que ser ela é…
- Mas o que eu vou fazer agora?!
- Relaxe filho, eu já sei exatamente o que vamos fazer!
Sara faz mais um de seus comentários…
- Eu estou tão feliz! Nunca pensei em ter um filho, e agora vou realizar esse
sonho junto com o homem que eu amo…
- Sim, toda a mulher sonha em ser mãe, e agora chegou a sua vez Sara, estou
tão feliz por vocês dois.
Robert continua em catarse, ouvindo tudo aquilo, mas sem entender. Até que
resolve se pronunciar, pois seu pai e Sara conversam como se ele não
estivesse ali.
- Eu vou assumir o meu filho, vou ajudar a criá-lo, e com certeza vou amá-
lo, mas saiba de uma coisa, que quero que isso fique bem claro, eu não vou
ficar com você Sara!
- Como assim Robert?! Vamos ter um filho juntos, e você já pensa em
abandoná-lo?!
- Não vou abandoná-lo Sara, apenas não vou ficar com você!
- É a mesma coisa, aposto que é por causa daquela secretária!
Robert pai se pronuncia:
- A secretária! A secretária, ela está dando trabalho! Vamos demiti-la.
- Como assim demiti-la?! Ela não fez nada!
- Ela está atrapalhando a sua vida filho! É melhor ela ir embora! Vamos
garantir todos os direitos dela!
- Não pai, você não pode demiti-la, eu gosto dela!
- Você gosta de todas, filho! Não é primeira vez que você fica entusiasmado
com uma garota! Mas hoje a brincadeira acabou!
- Acabou, por que?!
- Preste bem atenção, você vai se casar com a futura mãe do seu herdeiro, e
será uma cerimônia muito luxuosa, com convidados da alta classe, e nada de
se misturar com os mais desprovidos! Depois do casamento, você poderá
permanecer como o CEO da Companhia.
- Me casar?! Eu não vou me casar com ela! Você ouviu!
- Que rebeldia Robert, quem te ensinou a tratar assim o seu pai?!
Mas, eu quero que saiba, que se você não casar com a senhorita Sara, mãe
do seu filho, eu…
- Você vai o que pai?
- Vou tirar a diretoria-executiva das suas mãos, e dar para alguém
competente, você terá que ver o Marcos assumindo o seu cargo! E depois
farei questão de congelar suas contas bancárias, afinal o dinheiro é meu!
Quero ver você bancar essa vida de playboy! Sem dinheiro, sem cargo e sem
status!
- Você não faria isso!
- Claro que eu faria Robert, eu sou o seu pai! E tudo o que você tem, você
deve a mim! Você vai se casar, ou será que você vai morar com aquela
secretária, vai viver de que? De amor? Por favor Robert você foi criado no
luxo! Não sabe o que é passar uma necessidade na vida! E de um dia pro
outro, vai perder tudo?! Não dou uma semana pra você voltar correndo!
- Eu posso te surpreender!
- Não Robert, não vai! Você é um dependente! Sempre foi, um fraco! Um
homem sem vigor! Sempre foi acostumado na boa vida! Sempre foi o
filhinho da mamãe! Não é ninguém sem os milhões de dólares da sua conta!
- Por que você está dizendo isso pai?
- Porque eu não vou ver você desfazer os planos que eu fiz para sua vida!
Você nasceu pra ser um conquistador, e não um fraco, você me ouviu?! As
mulheres filho, só servem para uma coisa, pra serem mães, e boas donas de
casa, e nada mais! Elas servem para serem ostentadas nas festas, como um
troféu, e não pra serem as protagonistas das nossas vidas! Coloque isso na
sua cabeça!
- Eu não vou fazer isso que você está me mandando!
- Você sempre faz o que eu mando! E dessa vez, não será diferente!A
secretária vai ser demitida, e você vai se casar com a Sara! E vai voltar a
ser o diretor-executivo dessa empresa!
- Mas eu gostava dela pai!
- Não tem problema filho, você supera isso! Essas coisas passam!
- Você acha pai?!
- Claro filho, isso não dura muito!
- Mas eu não quero que você demita ela!
- Mas por que?!
- É isso que eu peço pai!
- Tudo bem filho, se você prometer que não vai mais cometer erros tolos?!
- Eu não vou mais cometer erros!
- Isso mesmo, mantenha o seu cargo em primeiro lugar! É isso que importa,
você perderia milhões só por causa de uma garota?! Acho que não, e quem
fizesse isso merecia a nomenclatura de grande imbecil.
Sara comemora:
- E pra quando será a cerimônia? Não pode demorar muito, já que daqui a
pouco vai ficar perceptível!
- Tem razão Sara, teremos que fazer esse casamento o mais rápido possível!
Robert parece estar inconsolável, afinal entrou no escritório querendo falar
com Luana, e saiu de lá noivo, e com um bebê a bordo, o mundo é realmente
um oito, tudo muda de uma hora para outra, e as surpresas vem antes mesmo
de você abrir a porta!
Determinado a contar tudo para Luana, Robert sai do seu escritório, e seu
pai e Sara nem percebem, já que estão satisfeitos com as promessas de um
futuro elitista.
Robert sabia que Luana só poderia estar em um lugar, no banheiro feminino,
e foi pra lá que ele foi.
Chegando lá, Robert pede para que todas as funcionárias saiam, menos
Luana, que estava na última cabine, ele bate duas vezes na porta e ela abre.
- Oi, nós precisamos conversar!
Luana percebe que Robert está abatido, porém não decide dizer nada, ainda
está chateada com a discussão da sala de reuniões.
- Eu preciso te falar algumas coisas que aconteceram a pouco!
- Eu sei o que aconteceu a pouco, você e aquele vice, brigaram por nada! E
sobrou até pra mim! Eu sabia Robert que daria problemas a gente se
beijando no seu escritório, e olha só o que aconteceu!
- É, eu deveria ter te ouvido!
- Mas o que aconteceu, por que você está assim, tão pra baixo?!
- Lembra que lá na sua casa, a gente juraria que seriamos sinceros um com o
outro?!
- Lembro! Mas o que que tem?
- Meu pai veio hoje aqui na empresa, inclusive ele continua aqui!
- O que ele veio fazer aqui?
- É, muito difícil o que eu tenho que dizer! Mas eu peço que você
compreenda!
- Aconteceu alguma coisa grave?!
- Sim, depois daquilo que aconteceu na reunião, eu fui até o meu escritório
pra falar com você, mas infelizmente, você não estava lá! Quem eu encontrei
foi a Sara, me esperando…
- O que ela queria com você?!
- Ela queria me contar uma coisa, mas não me disse a tal coisa até o meu pai
chegar, porque ela sabia que ele iria me pressionar!
- Diz logo o que ela queria!
- Ela está grávida Luana, a Sara está grávida, e o filho é meu!!!
Luana olha para o rosto de Robert, e fica sem entender, aquilo foi como uma
faca fria entrando em um coração quente, nem nos seus piores pesadelos ela
poderia esperar uma coisa dessas. É muito difícil você escutar que uma
garota está grávida do cara que você gosta.
- Ela está grávida?!
- Sim, ela está grávida!
- Nossa! Eu nem poderia supor isso! A gente começou a namorar ontem, e
olha o que temos hoje? Uma gravidez! Isso realmente é uma coisa grave, e
que faz nós pensarmos se vale a pena continuar!
- Eu não queria que ela estivesse grávida! Eu juro!
- Se você não quisesse mesmo! Você não transaria com ela na mesa do seu
maldito escritório Robert!
- Nós sempre usamos preservativos!
- Robert, me poupe dos detalhes! Porque eu não quero saber!
- Como você sabe, que eu e a Sara, fizemos no escritório…
- Porque eu vi! Eu vi! Eu sabia que você iria me decepcionar! Tudo estava
muito perfeito, você era muito perfeito pra ser de verdade!
- Mas o que aconteceu entre nós, foi verdadeiro Luana!
- Tudo bem Robert, a gente pode lidar com uma gravidez! Mas eu acho que
você está me escondendo alguma coisa!
- Eu vim aqui pra te dizer a verdade, e te fazer uma proposta!
- Proposta, que proposta?!
- O Meu pai me ameaçou.
- Com o que?
- Ele queria tirar a diretoria do meu comando!
- Por que?
- Porque ele quer que eu faça o que ele mande!
- E o que ele mandou você fazer?!
- Ele quer que eu me case?!
- O que?!!!
- Ele quer que eu me case com a Sara, e assuma o bebê!
- Como assim? Ele quer que você se case?!
- Meu pai leva muito em consideração essas imposições sociais, de
casamento, filhos… Por isso quer tanto que eu me case com a Sara!
- Robert você fala isso com a maior naturalidade do mundo, você parece que
se esqueceu do que nós vivemos ontem!
- Eu não me esqueci Luana, pelo contrário! Aqueles momentos foram
maravilhosos…
- O que foi Robert?! Você está terminando comigo?!
- Não, não estou! Por isso que eu estou querendo te fazer essa proposta,
queria que você aceitasse ser minha namorada, mesmo eu estando casado. Eu
me caso para agradar o meu pai, mas nós não nos separamos!
- Namorada?! Se você for casado e se eu seguir me encontrando com você,
eu serei a sua amante! É isso que você quer que eu seja? Sua amante?! E
como você tem cara de dizer isso assim?!
- Não é amante Luana, a gente só iria se esconder!
- Engraçado, porque faz poucas horas que você me disse que achava que as
mulheres queriam ser assumidas pro mundo inteiro, e agora você me diz que
quer me esconder?! Como você muda de opinião rápido!
- A culpa não é minha! Diz exaltado Robert.
- Eu queria que a gente tentasse, eu realmente gostei de você, eu gosto como
você vive a sua vida! Eu gosto da sua simplicidade!
- Você diz simplicidade, para não me chamar de pobre, não é?!
– Claro que não, eu nunca olhei para sua classe social!
- Então Robert, me diz agora! Você contou pro seu pai que você tinha
começado a namorar a secretária ontem, e não poderia dar um pé nela por
causa disso?! Você disse isso, que nós estávamos namorando?! Me diz?!
- Não, não disse!
- E sabe porque você não disse, porque você nunca tinha intenções comigo
de verdade! Só queria, o que todos querem, e depois vão embora!
- Eu juro que não! Com você foi diferente, eu me apaixonei por você de
verdade Luana!
- Sabe?! Eu não acredito nisso! Na verdade nunca acreditei! Você não presta,
sempre usou as mulheres como quis! E eu achei que você iria mudar! Como
eu fui burra!
Luana fica indignada, e decide, sair do banheiro, Robert fica desesperado,
pois ela não aceitou a proposta. O que aconteceria depois?
Capítulo oito

O casamento do ano…
Luana volta para casa inconformada, depois daquela segunda-feira,
destroçada, acabada, humilhada e descontrolada. Como alguém pode viver
uma coisa com uma pessoa, e de repente, tudo aquilo acabar?!
Luana realmente acreditou que dessa vez iria ser diferente, pelo menos
parecia, mas novamente, o cara pula fora! E agora, o que aconteceria?! Ela
precisava daquele emprego mais que nunca! Mas quem mandou se envolver
com o chefe?
Enquanto Luana curtia sua fossa, Robert foi afastado temporariamente do seu
cargo, seu pai disse que ele deveria se focar nos preparativos do seu
casamento, e depois da sua lua de mel.
Robert pai, Robert Neto e Sara foram até um restaurante e brindaram a mais
um casamento da elite…
Alguns dias se passaram, e Luana não voltou mais para a empresa, achou que
a haviam demitido, porém as pessoas de vez em quando surpreende, o
telefone toca, e Luana atende.
- Alô, quem fala?
- Luana, aqui é do RH da ‘Robert Companhia’, queremos saber por que você
não voltou ao trabalho?!
- Eu achei que eu tinha sido demitida, ainda mais agora que eu faltei alguns
dias?!
- Não, não temos nenhuma ordem de demissão pra você. Pelo contrário você
foi remanejada.
- Remanejada pra onde?
- Como o senhor Robert tirou alguns dias, o senhor Marcos assumiu
temporariamente o cargo da diretoria-executiva, e ele ficou muito
impressionado com o seu trabalho, ele quer que você seja a nova secretária
dele!
- O que?
- Sim, o senhor Marcos pessoalmente, pediu para que a senhora fizesse parte
da equipe dele, ele quer que você comece amanhã mesmo!
- Mas eu nem conheço ele direito?!
- Ele é o chefe agora, mas você decide?
Luana não teve muito tempo para pensar, mas precisava do emprego, e agora
iria trabalhar para o senhor Marcos, em outro setor, não teria que bater de
frente toda hora com Robert! Talvez essa fosse a melhor opção.
- Tudo bem, amanhã estarei aí sem falta!
- Ok, vou confirmar com o senhor Marcos.

No dia seguinte:
Luana se levantou, ainda não estava recuperada, colocou em sua cabeça que
iria demorar 6 meses para esquecer Robert, e jurou para si mesmo que nunca
mais se envolveria com ninguém do trabalho! Isso nunca dá certo!
Luana se arrumou rapidamente, escovou os dentes, pegou seus óculos, os
velhos, porque os novos ela tinha jogado fora, não queria nada que lembra-
se Robert na sua casa, na sua bolsa ou na sua vida.
Depois de algum tempo pegou um táxi e foi direto a empresa, porém quando
se lembrou que Robert iria se casar, ela começou a chorar ali mesmo, e o
motorista perguntou para ela:
- Aconteceu alguma coisa moça?
- O cara que eu gostava vai se casar com outra?!
- E por que você não vai atrás dele?!
- Porque ele não vale a pena moço, ele é um cafajeste!
- Tudo bem.
Luana seca as lágrimas, se recompõe, e entra na ‘Robert Companhia’ como
se nada tivesse acontecido. Quer evitar comentários dos outros funcionários,
que acham que ela está na pior por causa do ‘casamento do ano’.
Ela ergueu a cabeça o máximo que pode, e entrou naquele prédio como se
nada tivesse a abalado! Chega de sofrer por homens que não valem a pena!
Ela agora trabalharia na ala 2, onde ficava localizada a vice-presidência,
mesmo Marcos tendo assumido o cargo mais importante da empresa, preferiu
ficar no seu antigo escritório, até porque seria provisório, logo Robert
voltaria e retomaria o seu posto.
Luana chegou cedo, viu sua nova mesa, e começou a arrumar suas coisas,
colocou os seus óculos remendados, e ficou impressionada com a
pontualidade de Marcos, era como um inglês, era o primeiro a chegar e o
último a sair.
Ele era muito mais discreto do que o Robert, porém tinha o seu charme, seu
tom sério o deixava ainda interessante. Ele fazia as mulheres suspirarem,
porque era o tipo ‘pra casar’.
Marcos sai de seu escritório e chama sua nova secretária.
- Olá senhorita, nós não fomos apresentados oficialmente, me chamo
Marcos, e atualmente sou o CEO dessa empresa, então saiba que você é
secretária direta do CEO da ‘Robert Companhia’.
Devo dizer que não gostaria de ouvir sobre suas relações interpessoais com
o CEO afastado, estamos claros?
- Claríssimos.
- Gostaria também de aclarar que nós não teremos certas intimidades, que
Robert permitia! Isso está Ok pra você?
- Sim.
- E gostaria de confessar que sua índole me parece duvidosa, espero que não
se ofenda, mas o que eu ouvi sobre a senhora é caracterizado como
comportamento antiprofissional!
- Eu não me sinto ofendida senhor, as vezes a imagem que você demostra não
corresponde a realidade, mas o que pode ser feito?! Vivemos no mundo onde
as aparências importam mais do que a própria verdade!
Luana parece estar um pouco nervosa, mas mesmo assim Marcos não baixa a
guarda.
- Espero não estar sendo rígido com a senhora, mas preciso colocar certos
pontos em seus devidos lugares.
- Não, de nenhuma maneira!
- Porém também pude notar, pelos relatórios que você fez, que nenhuma
outra secretária foi tão cirurgicamente competente como a senhora, seus
balanços e suas projeções te qualificariam para o cargo de maior destaque,
Robert realmente não viu o tesouro que tinha nas mãos. Eu poderia até
mesmo efetivá-la agora, mas dados os escândalos recentes envolvendo o seu
nome, creio que não seria de bom tom, já que alguns chefes da alta cúpula,
pediram a sua cabeça!
- Minha cabeça?!
- Sim, o pai de Robert assinou uma ordem de demissão, porém quando
analisei o seu trabalho, percebi que isso seria um tremendo absurdo, por
esse motivo, eu vou bancar a sua volta. E espero que trabalhemos por muito
tempo.
- Obrigada senhor Marcos, juro que não vai se arrepender dessa decisão.
- Assim espero, assim espero…
- O que eu posso fazer hoje pelo senhor?!
- Eu quero que você marque uma reunião com o conselho, e quero um
relatório de cada setor, porém com demarcações entendíveis, as vezes há
tantos vícios nos textos, que um conhecedor médio do assunto, não consegue
captar a mensagem.
- Sim senhor.
-Também quero que marque um almoço com a minha noiva no restaurante
‘Lamarque’. A mesa deve ficar no canto esquerdo da entrada, e tem que ser
nessa exata localização.
- Sim senhor. Mas alguma coisa?
- Quero saber, se a senhora pode fazer uma análise sobre os últimos meses
da empresa, um favor, sabe…
- Eu?
- Sim, a senhora mesma, ou tem outra pessoa nessa sala?!
- Mas eu sou apenas uma secretária?!
- Tudo bem, se a senhora não poder fazer a análise eu entendo, não é o
trabalho que a compele.
- Não, eu faço, se o senhor quiser, eu faço, posso fazer.
- Tudo bem. Mas tarde nós vemos isso!
Luana sai do escritório de Marcos, e vai direto ao telefone, para fazer as
reservas, e logo as consegue, já que Marcos é um cliente vip do restaurante.
- Alô senhor Marcos, só para avisar que a reserva está feita.
- Tudo bem, obrigada.
Na hora do almoço, Marcos sai do seu escritório falando ao telefone:
- Eu já marquei, a reserva já estava feita… Como assim você não vai poder
ir, e me avisa assim? Em cima da hora?! Tudo bem, mais tarde a gente se
vê…
Marcos fica um pouco atordoado, e decide ir até a mesa da sua secretária…
- Aconteceu alguma coisa senhor?
- Minha noiva, ela não vai poder ir ao restaurante!
- Que pena!
- É, que pena!
- Que pena mesmo!
Marcos olha para Luana…
- E você, já almoçou?!
- Eu?!
-É, você!
- Não.
- Sabe, a reserva é pra dois, então, sabe?
- Sei o que?
- Você poderia me acompanhar?!
- Mas eu não posso senhor!
- Por que?
- Porque o senhor é o meu chefe!
- Mas esse almoço seria para tratar de assuntos profissionais! Na verdade
nós nem nos falaríamos. Comeríamos, e depois iríamos embora, não vejo
nada de incomum nessa situação.
-É verdade, vamos lá, o que custa?…
Luana pega sua bolsa, e sai junto com Marcos, quando Kimberly vê os dois
saindo comenta:
- Essa aí não perde tempo.
Marcos e Luana chegam ao restaurante, e se sentam…
- O que a senhora deseja?! Pergunta o garçom.
- Eu vou comer o mesmo que o senhor Marcos.
- E o que o senhor deseja?!
- O de sempre pra mim e pra ela. Obrigada.
- E para beber?!
Luana rapidamente responde:
-Água.
- Eu também, quero água!
Os dois começam a comer, e Marcos observa discretamente Luana, que se
sente incomodada.
- Algum problema? Pergunta Marcos.
- É que o senhor está olhando pra mim! E eu não consigo comer quando tem
alguém olhando pra mim!
- Me desculpa, não era a minha intenção.
- Tudo bem.
Marcos e Luana não falaram uma palavra sequer, enquanto o almoço rolava,
já que o atual CEO era muito reservado. Luana também não queria puxar
assunto, pois poderia passar a impressão errada.
- A comida estava boa?! Pergunta Marcos.
- Sim, deliciosa!
- Que bom.
Depois eles se ajeitam, e voltam ao trabalho, e mais um dia na ‘Robert
Companhia’ acaba.

2 semanas depois….

O casamento se aproximava mais ainda, na casa de praia dos ‘Robert’, a


cerimônia será sob a luz do luar.
Sara está radiante, a felicidade está estampada na sua cara, enquanto isso
Robert está bebendo mais do esperado no escritório da casa, o patriarca
também está exibindo a sua felicidade, afinal casará o seu herdeiro, porém
há um pouco mais de satisfação no rosto daquele homem.
Sara e seu irmão Ricardo estão no quarto do andar de cima.
- Abre um champanhe! Não é só o Robert que tem direito de encher a cara
hoje!
- Cuidado irmãzinha, isso não é bom para o bebê.
- Eu não estou nem aí pra esse bebê.
- Mas deveria, ele é a nossa salvação! Ou você esqueceu que nós estamos
falidos?!
- Não, não esqueci isso! Se não pra que eu estaria trabalhando naquela
empresa?! Eu não nasci pra isso!
- Então, mais um motivo! Cuida bem desse bebê, porque é por ele que a
gente vai entrar em uma das famílias mais ricas do Brasil.
- Eu sei disso!
Robert pai, se aproxima do quarto da sua futura nora…
- Imagina, consegui! Consegui me livrar daquela secretária, e ficar com ele!
- Imagina quando ele saber que não é o pai dessa criança?!
- Cala boca Ricardo! Eu já não disse pra você não dizer isso em voz alta?!
Robert pai que estava atrás da porta, escuta tudo e entra no quarto!
- Você contou pra ele Sara?!
- Mas eu só contei pra ele senhor Robert!
- Muito bem, mas imagina se ele conta isso pra alguém?!
- O Ricardo não vai contar isso pra ninguém!
Robert pai se aproxima de Sara e diz…
- Se o meu filho souber que esse bebê que você está esperando não é dele,
eu juro que eu te mato Sara! E deixou você e sua família de imprestáveis na
miséria, você me ouviu?!
- Sim, eu juro que ninguém vai saber que esse filho não é do Robert!
A cerimônia começa, os músicos começam a tocarem, e Robert começa a
caminhar rumo ao altar…

Enquanto isso…
Luana e Marcos estão em um restaurante conversando sobre negócios,
quando a secretária começa a passar mal…
Ela vai até o banheiro, e as náuseas era insuportáveis, Marcos entra no
banheiro e pergunta para Luana:
- O que você tem?
- Eu estou grávida…

“As vezes não sabemos qual é a diferença entre o amor e a paixão, e isso é
essencial!”
Aguarde a segunda parte da história…

‘O CEO e a Secretária – Livro II’

Prévia do Segundo Livro:


Luana está grávida.
Segredos serão revelados na sequência.
De quem é o filho que Sara está esperando?
Por que Robert pai sabe que o bebê de Sara não é de seu filho, mas mesmo
assim quer casá-lo com ela?!
Será que Robert vai mesmo se casar?!
Marcos começa a se apaixonar por Luana.
Reviravoltas e surpresas tomarão conta da sequência de ‘O CEO e a
Secretária – Livro II’. Aguarde….

Diga nas avaliações o que você caro Leitor(a), achou do livro.


Isso é muito importante, desde já agradeço por ter lido essa história, e
espero que esteja aguardado a sequência.

O CEO e a Secretária
Livro II
Elena Cadena
Sinopse

Luana está grávida.


Segredos serão revelados na sequência.
De quem é o filho que Sara está esperando?
Por que Robert pai sabe que o bebê de Sara não é de seu filho, mas mesmo
assim quer casá-lo com ela?!
Será que Robert vai mesmo se casar?!
Marcos começa a se apaixonar por Luana.
Índice:

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 1

O Casamento de Robert

Robert Neto, não consegue impedir o seu casamento com Sara, que acaba
acontecendo, mesmo ele não tendo a menor vontade de ter algum tipo de
relacionamento sério com Sara, que agora é só esposa.
O CEO estava receoso, contudo na hora de dizer a resposta, foi certeiro,
respondeu sim, seu pai estava ali, ao seu lado, o “forçando” a fazer a coisa
certa.
Depois houve a festa, e em seguida, o final de tudo o que parecia ser uma
coisa tão bonita.

Robert Pai:
- Finalmente filho, fez o que era certo, se casou, como todo homem honrado
deve fazer, e vai esperar a chegada do primogênito, está ansioso?
Robert Neto:
- Sim pai, estou muito ansioso para conhecer o meu filho, mas devo dizer
que voltarei para empresa imediatamente.
Robert Pai:
- Não tão fácil senhorzinho, e sua lua de mel?! Vai desrespeitar assim a mãe
do seu filho, onde está o amor e o companheirismo vindo da sua parte como
marido?! Não se preocupe com a empresa, ela está em excelentes mãos. E o
que estou pensando não seja verdade, espero que você não esteja ansioso
para encontrar com aquela moça, acho que já deve ter a esquecido, por
favor!
Robert Neto:
- Eu nem citei o nome dela, quem está fazendo isso é você pai.
Robert pai:
- Não parece, que pressa é essa para voltar para a empresa?! Você sabe que
Marcos é um excelente profissional, tomará conta da empresa, enquanto você
viajará com sua esposa.
Robert Neto:
- O senhor precisa ficar me lembrando toda hora que ela é minha esposa?!
Robert pai:
- Sim, preciso… As vezes eu tenho a impressão que você quer esquecer
desse fato.
Robert Neto:
- Eu fiz o que você queria, não é mesmo pai?! Me casei, vou assumir a minha
paternidade, serei um excelente marido, por que tanta cobrança?!
Robert pai:
- Ai Robert, você ainda é tão jovem, vai descobrir tantas coisas nessa vida,
nem tudo é como você quer, as vezes temos que tomar as escolhas certas,
para que assim possamos colher bons frutos.
Robert Neto:
- O que você quer dizer com isso?!
Robert pai:
- Já percebi que você está bêbado, é assim que deseja que sua esposa te
veja?!
Robert Neto:
- Cada vez mais, eu me importo menos com o que os outros pensam.
Robert pai:
- Robert, não são os outros, é a sua esposa e futura mãe do seu filho, não
entendo essa mania de querer esconder o que ela é na sua vida, ela é a
mulher mais importante na sua vida nesse exato momento, deve tratá-la bem.
Robert Neto:
- E não a trato bem, olha essa castelo, olha essa riqueza, tem tudo e mais um
pouco aqui dentro, não é o suficiente?!
Robert pai:
- Eu só queria entender, porque um homem que acabou de se casar, está
assim, cabisbaixo, como se tivesse cometido um crime. Bêbado até a
centésima geração.
Robert Neto:
- Você sabe pai…
Robert pai:
- Eu sei de quê?!
Robert Neto:
- Eu não estou apaixonado pela Sara, acho que nunca estive, no começo era
uma atração, mas logo acabou, não sinto nada profundo por ela.
Robert pai:
- E você sente alguma coisa profunda por quem Robert?! Me diga, quero
ouvir da sua boca.
Robert Neto:
- Não vou dizer o que é óbvio, e você sabe.
Robert pai:
- Olha pra você Robert, olha pra esse castelo, olha pra essa riqueza! Eu não
consigo conceber, que você troque uma mulher que nasceu em todo esse
luxo, por uma que é simplesmente uma secretária, uma lacaia, uma
empregada, mais uma ninguém nesse mundo! Não vou permitir que você
volte para aquela empresa agora, primeiro vou deixar o seu casamento ficar
mais consolidado, para que assim você se torne um homem de verdade, e
assuma as suas responsabilidades.
Robert Neto:
- Claro que o senhor não vai permitir que eu volte para a empresa, o Marcos
vai cuidar de tudo, não é mesmo meu pai?! Enquanto isso vou ficar atado a
Sara, sabe-se Deus até quando?! Pois essa é a sua vontade, as vezes acho
que você é um imperador, cheio de prepotência, que pensar que só você
pode ter querer.
Robert pai:
- Não fale assim comigo Robert, foi você que engravidou a Sara, assuma as
consequências da vida que você tinha, não posso voltar no tempo e apagar as
coisas, o que posso fazer é remediar os danos, e é o que estou fazendo.
Robert Neto:
- O senhor quer mandar na minha vida!
Robert pai:
- Eu mando na sua vida, eu mando na empresa, e eu vou mandar no seu filho,
assim as coisas sempre funcionaram, e você nunca reclamou.
Dito isso, Robert pai deixa a sala do Castelo, e vai até o quarto, onde se
encontra Sara, que estava guardando seu vestido de noiva…
Sara:
- Pela sua cara as coisas não estão muito boas.
Robert pai:
- Se pudesse, voltava hoje mesmo para a empresa.
Sara:
- Mas que inferno, qual vai ser o dia que ele vai esquecer essa mulher?!
Robert pai:
- Não sei, esse problema quem deveria solucionar é você! Acredito que
esteja sendo muito bem recompensada para isso!
Sara:
- As coisas não são tão simples como você pensa!
Robert pai:
- Com o que eu te pago, as coisas deveriam se brincadeirinhas de crianças.
Eu não quero mais ter problemas com o meu filho, você me entendeu?! Ainda
mais agora que ele é seu marido, haja como uma verdadeira esposa, que vai
ter um filhinho daqui a alguns meses!
Sara:
- Eu vou transformar o Robert em um pai, o senhor sabe o que é isso?!
Robert pai:
- Um milagre, como uma mãe vai transformar seu marido em pai, mesmo ele
não tendo contribuído com essa gestação?!
O senhor Robert gargalha, e Sara pede para ele se conter…
Sara:
- Quer que o mundo inteiro descubra que esse filho não é do homem com
quem eu acabei de me casar?!
Robert pai:
- Obvio que não, isso me prejudicaria, e muito! Por que eu faria isso?!
Sara:
- Então deveria controlar suas zombarias, para parar de dar bandeira.
Robert pai:
- Me desculpe Sara, não consigo conter minhas risadas, é que você é muito
cínica, se não te conhecesse, até diria que esse filho realmente é do Robert,
você diz com tanta verdade!
Sara:
- O senhor está me ofendendo!
Robert pai:
- Fique tranquila Sara, isso é um jogo, pessoalmente sabe que não tenho nada
contra você, pelo contrário, tenho muito apresso! Viaje com Robert, leve ele
para bem longe daquela empresa, quem sabe a distância não faça ele
esquecer daquela desempregada?!
Sara:
- Não há amor que sobreviva a distância! Eu conheço os homens, e muito
bem, não acha mister Robert?!

Capítulo 2

Luana e Marcos – A secretária e o CEO


Na Empresa Robert Companhia

Marcos havia assumido o cargo de CEO da empresa, enquanto Robert estava


ausente, Luana por sua vez continuava sendo sua secretária.

Luana vai até a sala de Marcos…

Luana:
- Senhor Marcos, trouxe o último relatório, assim como o senhor me pediu!
Marcos:
- Você calculou em cima dos lucros?!
Luana:
- Sim, a cota é o percentual que dá a margem de lucro.
Marcos:
- Muito obrigado Luana, realmente estava precisando de alguém com esses
conhecimentos técnicos, para enriquecer a qualidade do balancete.
Luana:
- De nada doutor, deseja mais alguma coisa?!
Marcos:
- Não, mas gostaria de fazer uma perguntar a nível pessoal!
Luana:
- Diga doutor, o que eu puder ajudar!
Marcos:
- Fomos no restaurante, e você me confessou que estava grávida, esse filho é
do Robert, não é mesmo?!
Luana:
- Por favor doutor, não se intrometa nisso é melhor!
Marcos:
- Senhorita Luana, se ele é o pai, deve saber a verdade, não acha?!
Luana:
- Eu não queria ser grosseira com o senhor, mas por favor, não se intrometa
na minha vida pessoal, é a melhor coisa que se deve fazer em uma relação
simplesmente laboral.
Marcos:
- Essa não era a minha intenção, doutora Luana, de nenhuma maneira, muito
pelo contrário, apenas queria ser útil! Não apenas por você, mas pelo bebê
que você está esperando. Eu nunca conheci o meu, e eu sei como é difícil
não ter um.
Luana:
- Eu não sabia disso doutor.
Marcos:
- Muitas pessoas não sabem disso, sou discreto, até porque realmente não
acho que os empregados devam saber desse tipo de coisa, é muito privado.
É uma parte da minha vida, que não gosto de falar para ninguém!
Luana:
- Exatamente por isso, não quero que as pessoas saibam da minha gravidez,
quero sigilo.
Marcos:
- Tudo bem, não vou mais perguntar sobre esse assunto, você é quem sabe!
Luana:
- É melhor assim.

Luana sai da sala do atual CEO da empresa, enquanto isso Isabel liga para o
noivo para saber como ele está…

Isabel:
- Nossa, finalmente… pensei que não iria mais te encontrar nessa empresa.
Marcos:
- Não seja exagerada Isabel, sabe que agora devo trabalhar o dobro!
Isabel:
Isabel:
- Trabalhar muito, ok! Mas você nem retorna as minhas ligações!
Marcos:
- Isso não é verdade Isabel, quem me deixou plantado outro dia no
restaurante foi você mesmo, não se esqueça!
Isabel:
- Sua mãe também está te procurando, também não tem tempo pra ela?!
Marcos:
- Hoje mesmo ela vai vir a empresa, por que está me provocando tanto
Isabel?! Está de péssimo humor!
Isabel desligou o telefone na cara de Marcos, porém o CEO nem se deu ao
trabalho de ficar chateado, pois a entrada sua mãe foi prontamente anunciada
por Luana:
Luana:
- Doutor, a senhora Luísa está aqui!
Marcos:
- Deixe ela entrar por favor…
Luísa entra na sala do CEO, e é bem recebida…
Marcos:
- Que saudades mãe, pensei que não te veria mais!
Luana:
- Sempre pecando pelo exagero, ou pela frieza, me diga como vai?!
Marcos:
- Estou ótimo minha mãe, do que posso reclamar, estou no comando da
empresa, depois de tanto tempo, não poderia estar mais satisfeito!
Luísa:
- Finalmente o seu esforço foi recompensado!
Marcos:
- Mas não podemos esquecer que é temporariamente, até o Robert voltar!
Luísa:
- Eu sei disso eu filho, o mimado do Robert sempre teve as melhores
oportunidades por ser o filho do poderoso chefão, e você ali, sempre no
canto esperando o primeiro vacilo dele para poder demostrar todo o seu
talento.
Marcos:
- Não diga as coisas desse jeito mãe, eles acabam perdendo a verdade, e
parece recalque!
Luísa:
- Tudo bem não vou insistir sempre na mesma história, que você é um homem
muito melhor do que o Robert, isso o tempo provará que é uma verdade!
Marcos:
- Você não veio aqui para ficar falando do Robert, não é mesmo?!
Luísa:
- Tem razão, vim aqui para falar de você!
Marcos:
- Manda! O que você quer saber?!
Luísa;
- Quero saber se não tem medo de enfrentar o poderoso chefão dessa
Companhia, eu sou que o velho Robert deu ordens expressas para demitirem
a secretária que quase tirou o filho dele dos trilhos, e o que você faz?! Vai lá
e contrata ele, e ainda a coloca na secretária da presidência!
Marcos:
- Agora você vai falar da Luana, não acredito! Sou um CEO, não tenho
tempo para ficar fofocando da vida dos meus funcionários, apenas penso no
bem-estar dessa empresa, e a senhorita Luana, é uma excelente aquisição
para essa Companhia!
Luísa:
- Filho, essa moça representa um problema, e quando o Robert voltar da lua
de mel?! E a esposa dele, o que vai achar disso?! A amante trabalhando na
mesma empresa do marido?!
Marcos:
- Mãe, essas questões não são problemas nossos, e tem mais, a senhorita
Luana, precisa desse trabalho, como tantos outros funcionários dessa
empresa!
Luísa:
- Sinto que não está raciocinando bem meu filho, presta atenção, você
demorou tanto para conseguir esse cargo, não merece perdê-lo por uma
simples secretária, se demite uma, e se entra dez com facilidade!
Marcos:
- Mãe é só isso que você tem pra falar?! Ou está desviando do assunto que
tivemos na nossa última conversa?!
Luísa:
- Não me lembro que assunto é esse?!
Marcos:
- Eu quero saber quem é o meu pai, e você sabe disso?!
Luísa:
- Eu não quero falar disso, você sabe que eu não gosto de tocar nesse
assunto!
Marcos:
- Mas vai ter que gostar, pois eu estou enfadado das suas escusas!
Luísa:
- Acho melhor eu pegar o meu rumo Marcos! Você está nervoso demais!
Marcos:
- Deve ser porque eu estou cansado das suas mentiras!
Luísa:
- Está na minha hora Marcos, não vou mais tomar o seu tempo! E por favor,
tente me entender!
Marcos:
- Eu tento, mas eu não sai porque você protege tanto o nome desse homem,
porque você tem tanto medo dele!
Luísa:
- Um dia você vai entender, um dia você vai me dar razão!
Marcos:
- Que esse dia chegue logo, não aguento mais viver assim, sendo enganado
pela própria mãe!
Luísa da sala de Marcos, e vai ver Luana, para tentar tirar alguma
informação dela…
Luísa:
- Você é a Luana, não é mesmo?! A secretária do meu filho!
Luana:
- Isso mesmo, no que eu posso ajudar?!
Luísa:
- Você pode me ajudar saindo dessa empresa!
Luana:
- Por que a senhora está dizendo isso pra mim?!
Luísa:
- Minha filha, aqui não é o seu lugar, preste bem atenção… Se você
continuar aqui, vai arranjar muitos problemas, não só pra você, mas para
outras pessoas também, a sua presença nessa empresa, pode acarretar
verdadeiras desgraças! Você é amante do CEO dessa empresa, e ele acabou
de se casar, a esposa dele está grávida de um filho dele, não há esperanças
de algum dia ele voltar para você!
Luana:
- Não fale do que a senhora não sabe, eu não sou amante de ninguém, muito
pelo contrário, eu seria incapaz de me relacionar com um homem
comprometido, eu sei respeitar isso e também não guardo falsas esperanças
dentro de mim, não sou uma boba iludida que está esperando o
excelentíssimo CEO retornar, para que assim eu me torne sua concubina!
Luísa:
- Belas palavras, mas será que você irá cumpri-las!
Luana:
- Eu não tenho que provar nada para a senhora!
Luísa:
- Realmente, para mim você não deve provar nada, você deverá provar para
a esposa do CEO dessa empresa, quando ela voltar!
Depois dessa última provocação, Luísa vai embora, e Luana voltar para o
seu trabalho…
Capítulo 3

A lua de mel de Robert e Sara…

Ibiza…

Sara:
- Eu sempre gostei de viver no luxo, sempre gostei da vida fácil! Sempre me
achei grande demais para certos cenários, nunca gostei de trabalhar, você
sabe, não é mesmo meu amor?!
Robert:
- Claro que eu sei Sara!
Sara:
- E olhe onde estamos, em Ibiza, essas praias… esse clima, essas pessoas,
isso aqui é outro nível…
Robert:
- Eu acho que eu vou dar uma volta no iate!
Sara:
- Faça isso meu amor, apesar de dissimular, eu sei que você sempre gostou
de ser filhinho de papai!
Robert:
- Sara, acho que você já bebeu o suficiente, não é mesmo?!
Sara:
- Eu não estou bêbada, e não estou nem perto de ficar bêbada, você está
querendo que eu vá embora que eu ignore essa paisagem, que eu ignore a
nossa lua de mel! Mas temos um problema aqui!
Robert:
- Que problema Sara?!
Sara:
- Eu quero dar, quero ser comida, quero que você me foda! Agora eu sou a
sua esposa, quero que você me faça sentir uma mulher! Quero tensão, quero
tesão!
Robert:
- Sara… por favor…
Sara:
- Qual é o problema Robert, você nunca foi de negar amor! Estamos na nossa
lua de mel, o que as pessoas fazem em lugares assim?!
Robert:
- Sara, escuta…
Sara:
- A única coisa que eu quero ouvir Robert, é o gemido da sua voz, nada além
disso, não tenho medo, só quero que você venha, ou você não me acha mais
atraente?!
Robert:
- Não é isso…
Sara tira a roupa, e fica nua na frente de Robert, em seguida pega a taça de
champagne que estava na mão do CEO, e derruba em cima de seu corpo…
Sara:
- Vem Robert, passa a língua, me seque.. eu seu que você quer isso.
Robert:
- Você sabe..
Sara:
- Eu sei que você é homem, e não se negaria a um convite como esse…
Sara conduz Robert até a cama, desfivela seu cinto, abaixo sua calça, e
começa a fazer sexo oral nele, ao princípio Robert tentou impedi-la, porém
depois permitiu…
Ela chupou o pênis dele por alguns minutos, e Robert sentia o prazer que o
corpo poderia produzir, já possuído pelo tesão, jogou Sara em cima da
cama, e começou a comê-la, pela frente, e também por trás…
Primeiro a pegou, ela estava ensandecida pelo desejo, arranhava as costas
dele, ele fazia movimentos circulares, seu pênis era bem grande, o que
facilitava o ápice do prazer…
Depois foi a vez por trás, ele seguia, era um garanhão, poderia fazer aquilo
por horas, e horas…
No final, Sara não poderia deixar de provocar Robert:
Sara:
- Esse é seu grande amor pela secretária?
Robert:
- Você tem que estragar tudo, não é mesmo Sara?!
Sara:
- Não estou reclamando Robert, finalmente você esqueceu a pobretona!
Finalmente, só estou impressionada com o cinismo dos homens, jurava amor
eterno em um dia, e no outro, bom… transa com outra…
Robert:
- Não seja leviana Sara!
Sara:
- Calma Robert, não estou exigindo que você seja o homem perfeito, sei que
existe alguns por aí, mas com certeza você não é um deles!
Robert:
- Eu vou sair Sara, as vezes você tem o dom de ficar insuportável!
Sara:
- Amor, não me julgue pela minha sinceridade, eu posso ser o que for, mas eu
estou falando a verdade pra você, seu sentimento por essa mulher era tão
fraco, que acabamos de matá-lo agora mesmo, aí em cima dessa cama!
Robert pegou suas coisas e saiu, deixando Sara falando sozinha, Ricardo foi
falar com a irmã depois disso…
Ricardo:
- O que você fez com esse homem?! Ele saiu igual a um furacão!
Sara:
- Disse algumas verdades pra ele!
Ricardo:
- Quais verdades?!
Sara:
- Que ele não vale nada, jura amor eterno para uma em um dia, e no outro
acaba comendo a primeira que passa pela frente! Posso ser o que for, mas
sou mulher, sei o que passamos.
Ricardo:
-Você é muito hipócrita mesmo Sara, deus me livre!
Sara:
- Sabe, deveria ter seguido o conselho do meu sogro, e não ter te trago junto,
você é totalmente desnecessário!
Ricardo:
- Não seja a irmã má comigo Sara!
Sara:
- Você me obriga Ricardo, as vezes uso seu veneno contra você mesmo!
Ricardo:
- E me diga uma coisa, como é transar com o pai e o filho ao mesmo tempo!
Sara:
- Já disse pra você não falar isso alto!
Ricardo:
- Pelo amor de Deus Sara, quem vai descobrir?!!!

Capítulo 4

O grande segredo…

O velho Robert voltou para sua casa, onde teria um encontro muito
significativo com Luísa, a mãe de Marcos…

Robert pai:
- Quanto tempo Luísa, cada vez me deu conta que o passar dos anos não
fazem bem às mulheres!
Luísa:
- É assim que vai me receber Robert?! Como se eu fosse um traste velho.
Robert pai:
- Mas você é um traste velho Luísa!
Luísa:
- Não vim até aqui para discutir isso com você, queria saber como vão as
coisas?!
Robert pai:
- Que coisa?!
Luísa:
- Como vai Robert e a história da secretária?!
Robert:
- Você é da família Luísa?! Seu filho é da família?! Só queria te dizer para
não se meter na vida privada dessa família, você não absolutamente nada a
ver com isso!
Luísa:
- É assim que pretende me tratar?! Pensei que viria até, seria útil em alguma
coisa, mas vejo que me equivoquei!
Robert:
- Obvio que você se equivocou, o que uma inútil como você poderia fazer
nessa situação?!
Luísa:
- Me diga o senhor, sempre estive aqui ao seu lado, te servindo, te amando
em silêncio!
Robert pai:
- Por favor não seja ridícula Luísa! Me amando em silêncio, é patético! Você
nunca passou de uma empregadinha, que teve a sorte de trabalhar na minha
casa, essa foi a grande chance da sua vida!
Luísa:
- Por favor senhor Robert, pare de me humilhar!
Robert pai:
- Não paro, você merece, será que não se dá conta?! Você é uma inferior!
Luísa:
- Por isso que o senhor nunca assumiu o meu filho, por isso nunca registrou
Marcos como seu filho, seu herdeiro!
Robert pai:
- Nunca iria registrar um bastardo, um filho de empregadinha como um filho
legítimo, como fiz com Robert Neto! Isso nunca iria acontecer na sua vida
Luísa, nem nos seus melhores sonhos! Mas você é uma ingrata, por algum
acaso não dei os melhores estudos para o Marcos, não o criei como um
filho?! Olha, agora é o CEO temporário da minha empresa, enquanto o meu
filho legítimo está na sua lua de mel!
Luísa:
- Não estou reclamando, o senhor fez o que pôde pelo nosso filho…
Robert pai:
- Nunca mais diga nosso filho em voz alta, jamais eu quero que saibam que
eu tive um filho com uma mulher tão baixa, que um dia limpava as minhas
latrinas!
Luísa:
- Por favor, não diga isso Robert, você sabe que eu sempre nutri uma paixão
por você!
Robert pai:
- Você realmente não se enxerga Luísa, qual seria o dia que eu iria colocar
uma mulher como você, para ser a dona dessa casa?! Você melhorou muito,
esse é o dom do dinheiro, mas nunca será uma mulher de classe, isso vem de
berço!
Luísa:
- Eu sei que jamais vou chegar no seu nível, a única coisa que peço, é que
você continue acreditando no talento de Marcos, ele é um homem
excepcional, um homem de caráter!
Robert pai:
- Muito caráter não é uma coisa boa, melhor ser fraco, assim fica mais fácil
de conduzir, veja o Robert, ele é um fraco, assim é mas fácil de comandar a
vida dele ao meu bel-prazer!
Luísa:
- Eu sei que o senhor jamais vai amar o Marcos, como você ama o Robert, a
única coisa que peço, é que tenha justiça pelo trabalho do meu filho, ele é um
excelente profissional! Acho que é só isso, já vou me retirar, acho que o
assunto já foi bem delineado, e eu sinceramente não quero ser mais
humilhada por hoje!
Robert pai:
- E o Marcos, vai mesmo noiva com aquela moça, a Isabel?!
Luísa:
- Sim, o casamento será realizado o mais rápido possível!
Robert pai:
- Que o Marcos tenha a mesma sorte que Robert, Isabel é uma mulher com
posição, ela trará respeito ao nome de Marcos…
Luísa decide não falar mais nada, e vai embora, obviamente se sentindo
humilhada, pisada, massacrada…
Alguns dias depois…

Na empresa…
Final de expediente…

Marcos:
- Luana, já vou indo…
Luana:
- Sim doutor, até amanhã! Que descanse bem!
Marcos:
- Escuta, não querendo me intrometer na sua vida, mas não está muito tarde
para você pegar um ônibus?!
Luana:
- De forma alguma, hoje eu estou saindo mais tarde, mas já estou
acostumada!
Marcos:
- Não é muito perigoso, ainda mais agora… você sabe… está grávida,
deveria pensar na segurança do seu bebê.
Luana:
- Doutor, porque está falando isso tudo?!
Marcos:
- Se você não achar nenhum inconveniente, poderia te levar em casa!
Luana:
- Que isso doutor, não queria te dar trabalho.
Marcos:
- Não é trabalho nenhum, de verdade… Assim poderei dormir tranquilo,
sabendo que uma grávida chegou bem em sua casa.
Luana:
- Ai doutor, as vezes penso que o senhor não existe, quanta gentileza, vou
aceitar!
Marcos:
- Então vamos?!
Luana:
- Vamos…

Os dois descem juntos, e vão até o carro de Marcos, o CEO abre a porta
para Luana, que começa a evitar alguns tipos de flertes que foram surgindo
no percurso, ela sentia que não poderia cometer o mesmo erro duas vezes…
Marcos era mais acanhado, mais tímido, porém do mesmo jeito, tentava
seduzir com doçura, era uma tática diferente…
Luana estava apreensiva, não queria deixar uma coisa daquelas acontecer,
então todas as vezes cortava o assunto…
Fora que Luana seguia apaixonada por Robert, e não conseguia ocultar
isso…
Finalmente Marcos chega, e Luana agradece a carona…
Luana;
- Doutor, muito obrigada pela carona, agora eu devo ir…
Marcos:
- Você não vai mesmo me contar de quem é esse filho que está esperando?!
Luana:
- Já disse que é melhor não misturarmos as coisas, nada de pessoal e
profissional, da última vez que juntei os dois mundos, fui eu que saí ferida!
Marcos:
- Tudo bem, só estava tentando ser solicito!
Luana:
- Solicito doutor Marcos?! O senhor estava flertando comigo!
Marcos:
- Flertando com você Luana, por favor não seja ridícula!
Luana:
- Sim, desde a primeira vez em que eu vi o senhor naquela sala de reuniões,
o senhor flerta comigo, de uma maneira mais discreta, mas flerta!
Marcos:
- Está começando a inventar coisa na sua cabeça, de verdade! Está lendo
gentileza como flerte!
Luana:
- Eu conheço os homens, eles tentam táticas diferentes, mas no fundo querem
a mesma coisa!
Marcos:
- Acabo de concluir que a senhorita é completamente descompensada! Eu
sou noivo!
Luana:
- Por isso mesmo, deveria demostrar um pouco mais de respeito pela sua
noiva!
Marcos:
- Eu nunca traí a Isabel, e não seria com você a primeira vez!
Luana:
- Veja agora, está me insultando só porque me recusei a entrar no seu
joguinho de sedução!
Marcos:
- Joguinho de sedução? De onde você tira essas coisas?! Da sua
imaginação?!
Luana:
- Não seja cínico doutor! E tomara que a dona Isabel abra os dois olhos com
o senhor, porque eu não vou cometer o mesmo erros duas vezes!
Marcos:
- Acho que é melhor a senhorita sair do meu carro! E lembre-se, eu sou o
CEO da empresa em que você trabalha, deveria ter um pouco mais de
respeito!
Luana:
- Eu tenho muito respeito pelo senhor, mas isso não significa que eu deva
ficar flertando com o senhor vinte quatro horas por dia!
Marcos:
- Pense o que a senhora quiser, mas não ache que eu vou voltar a dar carona
para você, não vou cometer esse erro pela segunda vez!
Luana:
- Que ótimo, na realidade sinto um alívio!
Marcos:
- Eu não sei de onde você tirou que eu estava flertando com você, eu sou
inteiramente fiel a minha noiva, jamais faria uma coisa desse tipo!
Luana sai do carro, e imediatamente Marcos acelera, estava alteradíssimo o
CEO…
Ele corre, e chega até sua cobertura de luxo, e quando entra lá, tem uma
pequena surpresa…
Isabel:
- Oi amor, quanto tempo! Precisava te ver de qualquer jeito!
Marcos:
- Oi amor!
Marcos dá um beijo em Isabel…
Isabel:
- Esqueceu que tem uma noiva?! Não liga mais, não sente saudades?!
Marcos:
- Não seja boba Isabel! É claro que eu estava com saudades, mas pela
décima vez, estou com trabalho até o talo.
Isabel:
- O que foi amor, parece que está alterado?!
Marcos:
- Alterado, eu?! Imagina! Por que eu estaria alterado, nunca vivi uma época
tão maravilhosa na minha vida!
Isabel:
- A recepcionista me disse que você iria levar a menina problema até a casa
dela, devo me preocupar com isso?!
Marcos:
- Kimberly sempre fofocando dentro daquela empresa, não sabia que agora
você paga as funcionárias para me vigiar…
Isabel:
- Não é isso Marcos, sou uma mulher precavida, devo cuidar do que é meu,
ainda mais quando você coloca uma vagabunda dentro do seu carro!
Marcos:
- Isso é palavra para descrever outra mulher Isabel?!
Isabel:
- O que foi, agora está defendendo essa mulher?!
Marcos:
- Não se trata disso, é uma questão de respeito com o próximo! Que palavra
horrível, me admira uma mulher como você dizer uma coisa que degrade
assim outro ser humano!
Isabel:
- Você sabe que eu sou uma mulher de classe Marcos, mas eu sei muito bem
perder a compostura, viu?!
Marcos:
- Isso não é necessário, você sabe que eu sou fiel a você, e além disso, fui
apenas levar a secretária em casa, foi um gesto amigável, nada além disso!
Isabel:
- Espero mesmo que você não esteja fazendo mais nada com essa mulher,
porque não vai ser o segundo homem daquela empresa que vai perder as
estribeiras por causa daquela secretária!
Marcos:
- Você sabe que a primeira coisa que importa na minha vida, é a minha
carreira! E aliás, eu não sou o Robert que tem pai rico, se eu cair, tenho que
construir tudo de novo, é assim que funciona para homens como eu!
Isabel:
- Não diga isso meu amor, todo mundo sabe que você é dez mil vezes melhor
que Robert, mas nem sempre a vida é justa! Mas vamos parar de falar sobre
isso, vamos focar no nosso casamento, que já está bem pertinho, além
disso… agora é a hora de dormir, e a gente pode se divertir muito!
Marcos:
- Eu estava precisando mesmo de carinho!
Isabel:
- Então você procurou a pessoa certa!
Isabel e Marcos vão para cama…

E a história segue…

Capítulo 5

Os segredos de Isabel…

Isabel vai almoçar com uma amiga em um restaurante super chique da


cidade, porém a noiva de Marcos, está um pouco distante…

Beatriz:
- O que está acontecendo com você Isabel?! Está distraída, vivendo no
mundo da lua!
Isabel:
- Você sabe Beatriz, que o meu problema tem nome e sobrenome!
Beatriz:
- Meu Deus Isabel, de novo essa história?! Supera isso, agora você vai
casar, vai construir uma vida com o Marcos, você vai ver que pouco a pouco
você vai esquecer!
Isabel:
- É exatamente isso que eu sou incapaz de fazer! Não posso esquecer!
Beatriz:
- Isabel, esse homem ainda vai ser a sua ruína!
Isabel:
- Diga isso para a minha mente, que não para de pensar nele! Ainda me
lembro das noites, ele pegava, me comia dentro do banheiro, me erguia, e
mantinha aquele pênis dentro de mim! A minha calcinha chega a ficar toda
molhada só de imaginar, os lábios, a saliva, os dedos me penetrando, ele
lambendo os meus seios, todas aquelas malditas noites, em que ele me fazia
tremer!
Beatriz:
- Meu Deus Isabel! Você não está se ouvindo, está falando isso dentro de um
restaurante!
Isabel:
- Eu sei, eu tento me controlar, mas parece uma droga, quando você tem da
primeira vez, fica tentando voltar, uma e outra vez, é assim que acontece!
Beatriz:
- Onde está minha amiga centrada?!
Isabel:
- Não existe mais! Aqui só tem uma louca!
Beatriz:
- O que você vai fazer com o Marcos?!
Isabel:
- Não sei!
Beatriz:
- Essa é a sua resposta?! Não sei!
Isabel:
- O que você quer que eu diga?!
Beatriz:
- Queria ver um pouco mais de ânimo!
Isabel:
- E ânimo pra quê?! Vou voltar pra casa, e continuar pensando naquelas
noites! Sem parar!
Beatriz:
- Você está completamente fora de rotação!
Isabel:
- E não era para menos! Esse homem me envolveu!
Beatriz:
- Isso que eu temia!
Isabel:
- Aconteceu, eu não pude controlar!
Beatriz:
- Essas coisas acontecem, mas apenas para ser uma noite, não algo além
disso!
Isabel:
- Primeiro foi só uma noite, que virou uma segunda, quando percebi, já tinha
perdido as contas!
Beatriz:
- E você diz isso com um sorriso no rosto, isso que é o mais preocupante!
Isabel:
- Eu já aceitei a minha situação Beatriz!
Beatriz:
- Pois não deveria, isso jamais vai sair dessa sua imaginação, essa relação
não tem futuro, e você sabe muito bem disso!
Isabel:
- Eu sei que essa história não tem esperanças, mas não consigo esquecer dos
toques, dos momentos, dos cheiros, dos gestos!
Beatriz:
- Homens fazem isso desde que o mundo é mundo, mas nós Isabel, nós
sabemos que não devemos nos entregar por completo, quando um homem tem
a alma de uma mulher em suas mãos, eles nos jogam ao vento…
Isabel:
- Eu senti que comigo iria ser diferente, acho que todas pensa isso! Que
mulher nunca pensou que iria colocar um mulherengo nos trilhos, mas foi em
vão!
Beatriz:
- Acho melhor mudarmos de assunto, a sua sogra está chegando…
Isabel:
- Tem razão…
Luísa senta-se a mesa…
Luísa:
- Como vai Isabel, ajeitando os últimos detalhes?!
Isabel:
- Com toda a certeza minha sogra, quero que tudo saia perfeito!
Luísa:
- Quando tempo não te via Beatriz! Como vai!
Beatriz:
- Muito bem, estávamos aqui falando sobre o seu filho! E principalmente da
secretária que vem colocando aquela empresa de cabeça para o ar!
Luísa:
- O que a secretária fez dessa vez?!
Isabel:
- Por enquanto nada, mas eu sei que devo ficar esperta, senão corro o risco
de nem ao menos me casar!
Luísa:
- Por que está dizendo isso Isabel?!
Isabel:
- Porque a piranha daquela secretária, está de olho no Marcos, e eu sei
disso!
Luísa:
- Está delirando Isabel, como sabe disso?!
Isabel:
- Não se fala outra coisa entre os funcionários da empresa, ela colocou as
garras no Robert, e depois que Marcos assumiu a presidência, ela anda atrás
dele! Mas o bobo não percebe, inclusive já deu carona para ela!
Luísa:
- Isso não pode ser verdade!
Isabel:
- Pode acreditar, ainda bem que eu não nasci ontem, e já liguei as minhas
anteninhas, eu não vou deixar o meu noivo escapar com essa secretária
sedutora!
Beatriz:
- Parece que essa secretária, é como a Helena de Troia, que causou a
destruição de um império por despertar uma paixão avassaladora em dois
homens!
Isabel:
- Não diga essas besteiras Beatriz!
Beatriz:
- Me desculpe, mas vocês falam tanto dela, que tenho até curiosidade para
conhecer essa pobretona! O que ela tem que causa tantos problemas assim?!
Luísa:
- Você precisa usar esse termo Beatriz?! Por acaso os pobres não têm vez?
Beatriz:
- Não, por isso que nós que somos ricos, gostamos tanto de sermos ricos,
porque nos sentimos superiores por causa da nossa classe! Se não, qual seria
a graça!
Luísa:
- As vezes você são demasiadamente perversas, conheço muitas pessoas
pobres que são dignas, que possuem caráter, e conheço muita gente rica, que
não passa de uma fatia de bolo fina, de uma poça rasa, de uma folha
superficial!
Isabel:
- Não fique assim Luísa, tenho certeza que Beatriz tinha as melhores
intenções, apenas se expressou de uma maneira equivocada!
Beatriz:
- Com toda a certeza! Me expressei de uma maneira errônea, isso não voltará
acontecer, te garanto Luísa!
Luísa:
- Que assim seja! Enquanto isso, vou investigar esse assunto, quero o meu
filho bem distante dessa mulher! Não quero que Marcos caia nas garras de
uma interesseira, embora eu confia no meu filho, e saiba que ele jamais
cometeria essa falha!
Isabel:
- Assim espero, pois acho quero ser deixada plantada no altar!
Luísa:
- Vou investigar, e farei o possível e o impossível para tentar descobrir
alguma coisa! Também tentarei garantir que Luana seja demitida daquela
empresa, essa mulher se transformou em um fantasma em nossas vidas!
Isabel:
- Você sabe que eu amo seu filho, e não quero perdê-lo por nada! Por favor,
faça alguma coisa para me ajudar!
Luísa:
- Farei, pedirei a cabeça de Luana em uma bandeja de prata!
Beatriz:
- Resta saber se Marcos concordará com esse plano de vocês, ele pode ser
contra!
Luísa:
- Eu sou a mãe dele, eu me sacrifiquei por ele, acho que mereço uma
demostração de gratidão!
Isabel:
- Eu quero a cabeça daquela mulher, custe o que custar!
Luísa:
- Ela não terá espaço para acabar com a vida de outro CEO daquela
empresa, e eu me encarregarei disso…
Capítulo 6

Robert retorna para a empresa…

Depois de conversar seriamente com sua nora, Luísa toma a decisão de ir


falar pessoalmente com Marco sobre a situação da secretária…

E na empresa…

Luísa:
- Filho, espero que você tenha tempo para me receber!
Marcos:
- Claro que tenho mãe, me diga, a que devo a ilustríssima presença da sua
visita?!
Luísa:
- Bom, eu vim até aqui para falar sobre um assunto nada agradável.
Marcos:
- Assunto desagradável?! Manda, qual é problema?!
Luísa:
- O nome do problema é a sua secretária! Robert já voltar para o comando
da empresa, e essa mulher vai estar aqui quando ele chegar, além do mais,
sua noiva está desconfiada, e com toda a razão, Luana já saiu com o CEO
dessa empresa…
Marcos:
- A Luana e mais metade das funcionárias dessa empresa, não entendo a
razão de toda essa implicância?! Vocês descrevem a minha secretária como
se fosse um verdadeiro demônio!
Luísa:
- E ela pode chegar a ser! Filho, você tem que focar na sua noiva, você tem
que focar na sua carreira, seu casamento está para acontecer!
Marcos:
- Eu entendo tudo isso mãe, só não compreendo porque a Luana é a grande
vilã dessa história!
Luísa:
- Não é perseguição, e além disso, você sabe que o velho Robert não quer
essa mulher trabalhando aqui!
Marcos:
- E o que ele tem a ver com as contratações dessa empresa, ele deveria ficar
feliz com o lucro que essa companhia dá a cada trimestre, e não trazer
assuntos pessoais para aqui!
Luísa:
- As vezes eu acho que você está enfeitiçado, não está escutando o que está
dizendo!
Marcos:
- Mãe, se for só isso, pode ir, não quero mais falar sobre esse assunto,
apenas quero ficar tranquilo!
Luísa:
- Cuidado meu filho, para não dormir no ponto!
Luísa sai da sala de Marcos, e vai novamente tentar intimidar Luana…
Luísa:
- Será que você não se dá conta?! Não é bem-vinda nessa empresa!
Luana:
- Eu já sei disso, mas não é por causa disso que eu vou arrumar as minhas
coisas e vou embora!
Luísa:
- Não vai demorar muito, e você começará a gerar muitos problemas!
Luana:
- Eu sei que a senhora não gosta de mim, mas eu não vou mudar a minha
postura para te agradar, e nem penso em ir embora!
Luísa:
- Se você não for por bem, você vai por mal!
Luana:
- Isso é o que iremos ver!
Luísa:
- Não sabe com que tipo de gente está se metendo!
Luana:
- Claro que eu sei, estou lidando com o pior tipo de gente que existe,
interesseiros.
Luísa:
- Como ousa falar assim comigo!
Luana:
- Falo com a permissão que a senhora me deu, no momento que veio até aqui
me ofender, não posso fazer nada para mudar o passado, mas posso tomar
novas atitudes, para mudar o futuro, e é isso que eu pretendo fazer!
Luísa:
- Não terá um minuto de paz dentro dessa empresa, é só questão de tempo até
você ser demitida!
Luana:
- Vamos ver quem aguenta mais! E passar bem senhora, eu tenho muito
trabalho para fazer!
Luísa vai embora, e Luana fica consternada, por que as pessoas tratavam ela
daquela maneira?!

Algumas horas depois…

Luana entra na sala de Marcos, evidentemente que o clima não era dos
melhores, a situação de ontem deixou os dois extremamente travados…
Luana:
- Trouxe alguns papéis urgentes para o senhor assinar!
Marcos:
- Não olhe muito pra mim, eu sou um tarado, flerto como um maluco!
Luana:
- Eu nunca disse que o senhor era um tarado, o senhor ouviu isso saindo da
minha boca?!
Marcos:
- Nem foi preciso, sou um taradão e pronto! E olha que eu estava tentando
ser gentil, educado e compreensível!
Luana:
- O senhor quer mesmo discutir disso aqui dentro?!
Marcos:
- Sim, é isso que eu estou fazendo! Já que o seu chefe está te assediando!
Luana:
- Não diga isso!
Marcos:
- Mudando um pouco de assunto, e sendo mais objetivo, preciso que você
assine esses papéis para mim!
Luana:
- Que papéis?!
Marcos abre a gaveta, e pega alguns papéis…
Marcos:
- São alguns documentos contratuais da sua ficha que estavam faltando, me
dei ao trabalho de imprimir aqui mesmo, depois vou mandar para o RH.
Luana assina os papéis sem nem ao menos ler uma linha…
Ela devolve a caneta para Marcos, e em seguida conversa segue…
Marcos:
- Você tem um dom Luana!
Luana:
- Um dom?! Como assim um dom?! Que tipo de dom?!
Marcos:
- O dom de ser odiada, não sei o que você fez nas suas vidas passadas, mas
há uma karma entre nós. Muita gente está querendo a sua cabeça em uma
bandeja d prata!
Luana:
- Eu sei…
Marcos:
- Sabe que deve se cuidar, ficar mais atenta!
Luana:
- As vezes acho que é melhor ir embora dessa maldita empresa, e acabar de
uma vez por todas com esses problemas! Mas não posso me demitir, e o
senhor sabe o porque!
Marcos:
- Sei, e por enquanto só eu sei, mas daqui a pouco vai ficar mais difícil
esconder a verdade, o que pretende fazer?!
Luana:
- Vou levando, tenho que juntar um dinheiro, tenho que ter o bebê em um
hospital particular, outros gastos também virão, o senhor sabe?!
Marcos:
- Não quero me intrometer na sua vida pessoal, mas se precisar de qualquer
coisa, é só me falar!
Luana:
- Muito obrigada doutor! Mas eu acho que tenho que enfrentar tudo isso
sozinha!
Marcos:
- Não vou conseguir te manter aqui por muito tempo…
Luana:
- Eu sei! E já que o senhor está sendo tão gentil comigo, acho que posso me
abrir…
Marcos:
- Diga.
Luana:
- Esse filho que eu estou esperando é do Robert sim…
Marcos:
- Eu sabia! Sabia!
Luana:
- E sinceramente não sei o que fazer com isso!
Marcos:
- Não vai contar para ele?!
Luana:
- Me prometa uma coisa doutor!
Marcos:
- Prometer o que?!
Luana:
- Eu contei para o senhor que o Robert é o pai do meu filho, mas por favor,
me jure que nunca vai contar isso para ninguém!!!
Marcos:
- Tem certeza?! Robert é rico, poderia te ajudar com a educação do seu
filho!
Luana:
- Eu não quero saber do dinheiro dessa família, eu não quero saber do
Robert, a única coisa que quero, é criar o meu filho em paz, longe de toda
essa maldade!
Marcos:
- Se é assim que você quer, tudo bem! Não vou contar absolutamente nada
para ninguém, pode confiar em mim!
Luana:
- Obrigada doutor.
Marcos:
- Você sabe Luana, o Robert está voltando, o que sente sobre isso?!
Luana:
- Sinto um aperto no coração! Eu… eu me sentir usada por esse homem, ela
simplesmente me usou, e depois me jogou fora, como se eu não valesse
absolutamente nada. Me deixou jogada, fazendo eu acreditar
verdadeiramente que não era grande coisa!
Marcos:
- É assim que você se sente, usada?!
Luana:
- Sim, me sinto mais uma, o senhor nunca vai saber o que isso significa na
vida de uma mulher, se sentir mais um número em uma lista.
Marcos:
- Infelizmente Robert sempre foi assim, pulava de mulher em mulher, nunca
se apegada, esse era o seu maior truque de conquistador…
Luana:
- Só que eu engravidei, não é doutor? Cometi um dos piores erros,
engravidei de um homem que não vale nada!
Estou sozinha nesse mundo…
Marcos:
- Não diga isso Luana, eu estou aqui!
Luana:
- Eu sei doutor, mas isso é uma coisa pelo qual eu terei que passar sozinha…
Luana sai da sala do CEO…

Algumas horas depois…

Luana pegas suas coisas para sair, hoje está indo embora mais cedo e
Marcos percebe…

Marcos:
- Já vai Luana?
Luana:
- Sim, mas sua agenda não mudar, basta o senhor intercambiar os horários, se
for preciso!
Marcos:
- E aonde você vai?!
Luana:
- Vou fazer uma ultrassonografia, quero saber como vai o bebê!
Marcos:
- E você vai sozinha?!
Luana:
- Sim, por que?
Marcos:
- Me espera um pouco, se você quiser eu posso ir com você!
Luana:
- O senhor tem certeza?! Está cheio de compromisso doutor!
Marcos:
- Se você quiser, eu vou! Basta aceitar…
Luana:
- Tudo bem!
Marcos:
- Então estamos combinados, eu já vou!
Marcos ajeitou algumas coisas, e em seguida foi junto com Luana…
Chegando lá, os dois esperaram por alguns minutos, e logo foram
chamados…
A médica recebeu os dois, e automaticamente pensou que Marcos fosse o pai
da criança…
Médica:
- Vejo que dessa vez você trouxe o pai…
Luana:
- Não doutora, ele é só um amigo!
Médica:
- Me desculpe, é que eu pensei…
Marcos:
- Não tem nenhum problema, imagina…
Luana se deitou, e a médica começou o exame…
Médica:
- O bebê está bem, muito bem!
Luana:
- Dá pra ver o sexo doutora?!
Médica:
- Sim, e parabéns, você vai ter uma menina!
Luana:
- Uma menina?!
Médica:
- Sim, é uma menina!
Luana:
- Nossa, eu queria tanto que fosse uma menina, estou muito feliz!
Marcos:
- Parabéns Luana, você vai ser mãe de uma menininha.

Enquanto isso na empresa…

O elevador se abre, Robert Neto está de volta ao jogo…

Capítulo 7

A irmã de Sara…

Finalmente Sara e Robert voltaram de sua lua de mel, enquanto ela foi direto
para sua nova mansão, o CEO não exitou, e foi direto para a empresa…
Contudo o que Sara não sabia, era que sua irmã Bela, estava a esperando…

Sara:
- Minha querida irmãzinha, você já veio dar as boas vindas!
Bela:
- Eu não estou aqui para te dar boas vindas, estou aqui por que quero saber
que como da noite pro dia você ficou milionária?! O que você fez?!
Sara:
- Eu já nasci rica meu amor, se tropecei, foi no meio do caminho!
Bela:
- Não sei como você consegue ser irônica numa hora dessas!
Sara:
- Relaxa e goza irmãzinha, o que não tem remédio, remediado está!
Bela:
- De onde vem esse dinheiro, o que você fez para o Robert casar com você?!
Do nada, ele nunca te amou, e você sabe disso!
Sara:
- Eu não quero o amor do meu marido, eu quero o dinheiro! Até porque quem
quer o amor de Robert Neto é você Bela, não é mesmo?!
Bela:
- Já disse que essa história está no passado!
Sara:
- Sim, está no passado, mas quem não gosta de um revival?! Não é mesmo?!
Bela:
- Você não muda, sempre se aproveitando da situação, sempre querendo
ganhar alguma coisa, sempre com algum interesse! E passa por cima de quem
for, até da própria irmã!
Sara:
- Eu já disse um milhão de vezes, mas vou repetir, já que isso é tão
importante pra você! Quem é a verdadeira mocinha dessa história é você, eu
sou a vilã!
Bela:
- Você sabe o que acontece com as vilãs nos finais da história, não é
mesmo?!
Sara:
- Eu não vou me dar mal Bela, não mesmo! Estou grávida do homem que
você amou na vida, é por isso que você está aqui!
Bela:
- Cala essa maldita boca Sara! Você não sabe o que diz!
Sara:
- Claro que eu sei! Competição entre duas irmãs, e eu ganhei… ganhei o
homem, casei com ele, estou grávida dele, é isso que você não suporta,
porque você fracassou como mulher, como mulher!
Bela:
- Eu juro por Deus, esse Deus poderoso que está acima de nós, eu te perdoei,
te perdoei, porque o meu amor era platônico, e você sabia disso, você nunca
conseguiu aceitar uma derrota, tinha que ganhar em tudo, essa competição
feroz que mora dentro de você, ainda vai te matar!
Sara:
- Eu prefiro ser competidora e vencedora, do que uma mulher que sempre
deseja, e nunca vai pegar o seu prêmio! Eu peguei o meu…
Bela:
- Que grande prêmio Sara, grávida de um homem que não te ama, um homem
que gostaria de estar com outra mulher!
Sara:
- Isso não me fere Bela, muito pelo contrário, só engrandece a minha vitória,
mesmo saindo em desvantagem, dei a volta por cima, e cheguei primeiro na
linha de chegada!
Bela:
- Não pode atrapalhar a vida dos outros assim Sara, você nunca vai
entender… um ser humano jamais vai te amar, você é uma víbora!
Sara:
- Olha onde a víbora está?! Agora veja onde a santa do pau oco está?! Acho
que estou preferindo ser uma cobra por enquanto! E afinal, o que veio fazer
aqui!
Bela:
- Quero saber se o Robert é realmente pai do seu filho?!
Sara:
- Você tem alguma dúvida disso?! É óbvio que ele é o pai, embora que saiba
que você não gostaria de ouvir essa verdade!
Bela:
- Essa criança não merece a mãe que vai ter!
Sara:
- Ela terá que se contentar, e acho que enquanto cresce rodeada de riqueza,
ela não encontrará nenhum inconveniente!
Bela:
- Tudo se resume a dinheiro, dinheiro… poder… nada de amor, nada de
compaixão, nada de carinho, tudo se reduz a dinheiro!
Sara:
- E tem coisa melhor que isso?!
Bela:
- Não vou mas discutir com você, só espero que a secretária faça um inferno
na sua vida!
Sara:
- A santa desejando o mal para a própria irmã!
Bela:
- Você não é minha irmã!
De repente Ricardo chega, e percebe que as irmãs estão brigando:
Ricardo:
- Queria saber qual é o motivo de tantas brigas, estamos nessa mansão,
podemos beber champagne o dia inteiro, mas não… preferem brigar até o
dia amanhecer…
Sara:
- Eu não estou brigando com ninguém, quem veio procurar intrigas foi nossa
querida Belinha!
Bela:
- Vocês não tem noção de como sinto vergonha de ter vocês dois como
irmãos!
Ricardo:
- Não fale assim Bela, assim você fica até feia…
Ricardo e Sara riem…
Sara:
- Deixa ela falar as merdas que ela quiser Ricardo, afinal a boca é dela! Mas
vai falar isso em outro lugar, meu ouvido criou eco, não quero mais você
aqui, vai embora da minha casa, e se puder, esqueça o endereço!
Bela:
- Um dia, cada um de vocês irão pagar, esse dinheiro… não ficará com
ninguém, nem essa maldita empresa!
Ricardo:
- Do que você está falando?!
Bela:
- Logo vocês irão saber! Cada um vai ter o que merece!
Ricardo:
- Ai Bela, do jeito que você fala… me dá até uma arrepio!
Sara:
- Não liga para ela, está blefando, o que a Bela pode fazer contra nós?!
Bela:
- É, O QUE EU POSSO FAZER CONTRA VOCÊS?!

Bela vai embora…


A irmã de Sara guarda muitos mistérios, depois vai ao encontro de Marcos,
em seu apartamento…
Marcos:
- Finalmente, pensei que você não viria!
Bela:
- Me atrasei um pouco na casa de Sara!
Marcos:
- O que aconteceu?!
Bela:
- Discuti com a Sara de novo!
Marcos:
- Não é a hora de mantermos a calma?! Ainda mais porque todo mundo está
de volta, não vou ter a mesma facilidade de antes!
Bela:
- Eu sei! Mas não consigo me controlar, a minha irmã é insuportável, mas
deixa estar, enquanto ela pensa que está indo, eu estou voltando!
Marcos:
- Você não desistiu do plano, não é mesmo?!
Bela:
- Óbvio que não, vamos a todo o vapor! Não vou parar agora, de jeito
nenhum…
Marcos:
- Você confirmou que o filho não é do Robert!
Bela:
- Tenho certeza, o filho que a Sara está esperando é do velho, Robert filho.
O pai engravidou ela, e quer que o filho assuma a responsabilidade, de
verdade… cada vez que descubro os podres dessa família, eu fico mais
enojada, como eles conseguem fazer isso?!
Marcos:
- Meus ouvidos escutam essas palavras, mas eu ainda não consigo acreditar,
o velho engravidou a Sara, e colocou o filho pra assumir, essas coisas são
demais pra mim!
Bela:
- Robert Neto merece isso e muito mais, por tudo o que fez contra todas as
mulheres que passaram na vida dele, ele merece essa lição!
Marcos:
- Você tem certeza que quer seguir com esse plano?!
Bela:
- Claro, você não?!
Marcos:
- Claro que eu quero, mas tenho meus medos…
Bela:
- Confirmou que o filho de Luana é mesmo do Robert?!
Marcos:
- Mas do que seguro, na verdade é uma filha, ele é o pai!
Bela:
- Excelente! Ela assinou os papéis?!
Marcos:
- Sim, nem se deu conta!
Bela:
- Ótimo, está tudo funcionando, precisamos manter a calma! E a sua noiva,
desconfia de alguma coisa?!
Marcos:
- Não, ela nem desconfia que eu sei do caso que ela teve com o Robert!
Bela:
- Nunca confiei em Isabel, sempre soube que ela iria demostrar aquele
péssimo caráter em algum momento, mas te trair juntamente com o seu pior
inimigo, pra mo foi pesado, imagina pra você!
Marcos:
- No dia que peguei Isabel e Robert na cama, o sangue subiu, mas eu me
controlei, tinha que devolver aquilo da pior maneira possível!
Bela:
- Por isso, quando se esquecer porque estamos fazendo isso, lembre-se, os
motivos são fortes e reais, essas pessoas não prestam, vão apenas receber o
que merecem!
Marcos:
- O pior é que ela se faz de uma noiva fiel, enquanto não passa de uma falsa,
transando no meu próprio apartamento com o meu irmãozinho!
Bela:
- Acho que esse é um dos motivos mais fortes, você é filho daquele velho
muquirana, e sempre foi criado como o filho da empregada, viu todas as
melhores oportunidades ficando com Robert, e teve que se contentar com
isso!
Marcos:
- Sim, isso é o pior! Nunca tive o reconhecimento que eu merecia, nunca!
Sempre tive que pegar as sobras, o velho Robert sempre me tratava como um
bastardo, tive que estudar dez vezes mais, tive que provar mil vezes mais,
enquanto uns e outros recebiam tudo de bandeja…
Bela:
- Nunca vou entender como sua mãe aceitou tudo isso calada!
Marcos:
- Entenda uma coisa Bela, a minha mãe é apaixonada por aquele homem! Ela
nunca vai esquecer aquele maldito, nunca irá desobedecê-lo, ele colonizou a
cabeça dela, não é mais do que um fantoche na mão dele, e talvez ela nunca
me perdoe pelo que vou fazer!
Bela:
- Então que nunca te perdoe, se ela gosta de sofrer, nós não gostamos!
Marcos:
- Eu já tinha uma desconfiança quando ainda era um menino, quando fiz 15
anos tive a certeza, descobri que o velho era o meu irmão, e que Robert era
meu meio irmão..
Bela:
- Infelizmente não podemos escolher a família, não é mesmo Marcos?! Mas
vamos reverter essa história!
Marcos:
- Sim…
Bela:
- E a Luana, o que acha dela?!
Marcos:
- Ela é honesta, não merecia estar envolvida nisso tudo!
Bela:

- O que você está falando Marcos, parece que está se envolvendo demais…
Marcos:
- Sei até onde devo ir, tenho meu limite de segurança…
Bela:
- É melhor, não se apaixone meu amigo, esse é o melhor concelho que eu
posso te dar! O amor só serve pra nos destruir!
Marcos:
- Eu sei, não quero me apaixonar nunca mais, eu sei o que eu sofri, sofri com
uma traição de uma mulher, depois a rejeição de um pai, meu coração
acabou ficando congelado…
Bela:
- É a melhor maneira para não se machucar, veja o que aconteceu comigo! O
homem que eu mais amei em toda a minha vida, foi pra cama com a minha
irmã, a minha própria irmã, você não acha que eu mereço vingança?!
Marcos:
- Claro…
Bela:
- No início, ele parecia o homem perfeito… engraçado, doce, gentil…
Depois as coisas foram mudando, de desejada, eu comecei a me sentir usada,
mais uma, só mais uma, não me sentia mais uma garota especial, aquela que
ele me fez acreditar que eu era, depois veio as frases, aquelas frases que as
mulheres morrem pra ouvir, tantas declarações, tantas palavras…
Tudo era mentira…
Tudo não passava de um engano…
Foi quando eu percebi que ele começou a se cansar de mim, demostrava
estar entediado, enfadado, cada dia piorava mais…
Foi quando eu descobri que ele estava transando com a Sara, aquilo me
destruiu, me senti a pior pessoa do mundo…
Ele me disse que era homem, necessidade, nada além disso, era só sexo, eu
acho que essa foi a pior desculpa que ele poderia inventar!
Naquele momento de dor, jurei para mim mesma, que não importava quanto
tempo iria passar, eu iria me vingar dele, iria me pagar gota por gota daquele
sofrimento, lágrima por lágrima…
Eu quero ver esse homem humilhado, rejeitado, destruído…
Eu não fui a única, a secretária também não, a lista é enorme, ele já fez mal
pra muita gente…
Eu apenas vou fazer o trabalho da outra parte do universo, vou equilibrar as
coisas…
Ela já venceu muito nessa vida, chegou a hora de descobrir o que é a
derrota, chegou a hora…
Marcos:
- Agradeço aos céus por ter encontrado você!
Bela:
- O universo nos juntou, e não há como separar, não enquanto essa vingança
não ser encaminhada!
Marcos:
- Como será que a Luana vai reagir a isso tudo?!
Bela:
- Não sei se ela vai querer olhar na sua cara, mas espero que ela fique muito
feliz com o final dela!
Marcos:
- Creio que ela ficará! Todas as mulheres querem a cabeça dela, minha mãe,
minha noiva, sua irmã e também o velho!
Bela:
- Robert quer ela como um troféu! Enquanto isso Luísa, Isabel e Sara morrem
de medo da Luana, porque temem que elas destrua a vidinha delas! Isabel e
Sara não gostam dela por causa de macho, Luísa teme que seu segredo seja
descoberto, também não quer desagradar o velho!
Marcos:
- Não sei como ainda estou mantendo ela dentro daquela empresa?!
Bela:
- Com a chegada de Robert, acho que ela não ficará muito tempo lá, ele vai
ficar correndo atrás dela…
Marcos:
- Mas o importante é que ela já assinou os papéis!
Bela:
- Sim, isso é o que importa!
Marcos:
- Confesso que estou louco pela reação de todos…
Bela:
- Imagina quando descobrirem que Luana embargou a empresa, e a dona
daquele maldito lugar, acho que todos infartarão!
Marcos:
- Nem me diga, espero por isso a cada segundo do meu dia!
Bela:
- Será um grande prazer, será o orgasmo da nossa vingança!
Marcos:
- Fico pensando na reação da minha mãe…
Bela:
- Ela vai te odiar!
Marcos:
- Não estou muito preocupado com isso!
Bela:
- Não deveria ficar mesmo, é a vida, toda ação, causa uma reação!
Marcos:
- Minha mãe escolheu o lado errado da força!
Bela:
- Não é a primeira vez que uma pessoa próxima escolhe o lado ruim da
força, e nem vai ser a última!
Marcos:
- Espero que ela compreenda…
Bela:
- A vida está aí pra provar que nem sempre o bem venci no final, mas dessa
vez vai ser diferente!
Marcos:
- Eles vão pagar…
Bela:
- Sim, essa família vai pagar por todo o mal que fez, por todo o sofrimento
que causou…
Marcos:
- Pelo menos a Luana vai se livrar do Robert pra sempre…
Bela:
- A Luana pode ficar tranquila, porque o Robert vai ficar pra mim…
Isso ainda não acabou…
Capítulo 8

A competição por atenção…

No dia seguinte…

Robert Neto foi o primeiro a chegar na empresa, estava ansioso para ver
Luana, porém seus planos não iriam sair como o planejado, pois Marcos não
estava desposto a facilitar a vida do meio irmão…

Luana chegava para mais um dia de trabalho, e quando foi entrar na sala do
CEO da empresa, teve uma grande surpresa…
Robert Neto estava sentado na cadeira do principal cargo da Companhia…
Luana:
- Senhor Marcos…
Robert:
- Não Luana, o verdadeiro CEO dessa empresa está de volta, você agora é
minha secretária…
Luana parecia não acreditar no que estava vendo, era impossível…
Ela queria fugir dali, mas não iria dar esse gostinho para Robert…
Luana:
- O senhor voltou?!
Robert:
- Por favor Luana, não me chame de senhor, vamos parar com essas
formalidades!
Luana:
- E como deseja que eu o chame?! O senhor é o presidente dessa empresa, e
eu sou apenas uma secretária…
Robert:
- Sabia que eu estava morrendo de vontade de te ver! Pensei que você ficaria
mais entusiasmada com a minha volta!
Luana:
- E por que ficaria?! O senhor é meu chefe, e nada a mais…
Robert:
- Pensei que tudo voltaria a ser como antes…
Luana:
- Nada vai ser como antes, o senhor está casado, sua esposa está grávida,
acho que isso são motivos suficientes para nada ser igual!
Robert:
- Isso são detalhes, apenas detalhes! Pensei que não daria tanta importância a
isso!
Luana:
- Isso é primordial, e se o senhor não pode me respeitar profissionalmente,
eu vou me demitir!
Robert:
- Por favor Luana, eu sei que você gosta de mim! Sei que está nessa empresa,
na esperança de me encontrar, diga que é mentira?!
Luana:
- Isso é mentira, porque eu estou aqui pelo meu emprego, e não pelo senhor,
porque o que houve entre nós, jamais vai voltar a se repetir, eu me dei conta
de quem você é de verdade, por isso jamais voltaria a acontecer alguma
coisa, jamais!
Robert:
- Todas as mulheres dizem isso Luana, e sabem como acaba?! Elas acabam
na minha cama!
Luana:
- Isso jamais acontecerá, porque eu aprendo com a minha primeira falha!
Marcos entra na sala e interrompe a conversa…
Marcos:
- Vejo que você está de volta Robert.
Robert:
- Sim, voltei ao meu cargo de CEO, para a sua decepção! Eu disse que eu
voltaria!
Marcos:
- Eu sei disso! A empresa vai recomeçar a penar, já que você é um péssimo
administrador de empresas! Só não estamos na ruína ainda, porque eu
sempre estive aqui para dar respaldo!
Robert:
- Se você é tão bom no que faz, porque eu sou o CEO dessa empresa?!
Marcos:
- Simplesmente por ser o filho do chefe, você não mérito nenhum! Agora
pretendo voltar para a minha sala de vice-presidente…

Luana:
- Eu posso ir com o senhor?!
Marcos:
- Você quer vir comigo?!
Luana:
- Sim, gostaria muito continuar como sua secretária, agora na vice-
presidência…
Robert:
- Está louca Luana?! Não pode deixar o seu posto aqui!
Marcos:
- Claro que pode, se quiser vir Luana, será muito bem-vinda!
Robert:
- Agora eu estou entendendo… vocês estão juntos, não é mesmo?!
Luana:
- Nem todo mundo tem o seu mesmo comportamento senhor Robert!
Marcos:
- Robert, de verdade… você é patético! Eu respeito as minhas funcionárias,
não sou como você que se utiliza do seu status nessa empresa, para
assediar…
Robert:
- Eu não assédio ninguém Marcos, todas as mulheres que eu tive, ficaram
comigo por livre e espontânea vontade!
Marcos:
- Claro, se você acredita nisso, quem sou eu para discordar! Só queria te
dizer para agora você agir como um homem casado, pois é isso que você é
agora Robert!
Robert;
- Não se meta no meu casamento, não se meta na minha vida pessoal! Isso
não interessa a você!
Marcos:
- Não irei mais me meter, é só uma questão de tempo para udo vir a tona!
Robert:
- O que virá a tona?!
Marcos:
- A hipocrisia dessa maldita família!
Marcos vai embora, e Luana vai atrás dele, deixando Robert sozinho ampla
sala da presidência…

No escritório da vice-presidência…

Luana:
- Senhor Marcos, está tudo bem?!
Marcos:
- Sim Luana, mas na verdade era eu que deveria estar fazendo essa pergunta,
você está bem?!
Luana:
- Sim, apesar de ter ficado um pouco chocada com a volta desse senhor, me
recuperei rapidamente. Acho que o meu tempo está acabando nessa
empresa…
Marcos:
- Não diga isso, seu tempo está apenas começando…
Luana:
- O que quer dizer com isso?
Marcos:
- Que ainda há muita água pra correr por baixo dessa ponte, muita…

Capítulo 9

Robert pai exige que Marcos demita Luana da empresa…

No dia seguinte…

Robert pai chega a empresa, está decidido a conversar com Marcos sobre
um assunto que ele considera um problema, a secretária Luana…
Robert pai:
- Marcos, chegou a hora de termos uma conversa de homem para homem…
Marcos:
- Aqui estou senhor Robert.
Robert pai:
- Espero que sua mãe já tenha o avisado, quero a secretária fora dessa
empresa.
Marcos:
- Que secretária, tem milhares delas nessa empresa?!
Robert pai:
- Você sabe de quem eu estou falando, a mulher que ficou com o meu filho…
Marcos:
- Es aí mais um problema de comunicação, Robert já ficou com quase todas
as funcionárias dessa empresa!
Robert pai:
- Luana é o nome dela, a demita… Não quero mais me preocupar com isso!
Marcos:
- Eu não vou demitir a Luana, isso está fora de cogitação…
Robert pai:
- O que você está dizendo?
Marcos:
- O que você ouviu, não vou demitir a Luana, ela não vai sair dessa empresa!
Robert pai:
- Te desconheço Marcos, você que sempre prezou pela sua carreira, agora
está defendendo com unhas e dentes uma simples secretária!
Marcos:
- O senhor tem a liberdade de pensar o que seja, mas não vou demitir uma
pessoa injustamente, apenas para atender caprichos dos donos dessa
empresa!
Robert pai:
- Tudo bem, se você não demitir… eu vou pedir para o meu filho fazer
isso…
Marcos:
- Esqueça isso, está fora de cogitação também, o Robert vai fazer de tudo
para levá-la para cama novamente, não irá demiti-la, e o senhor sabe disso,
por isso veio até mim!
Robert pai:
- Pensei que você era mais inteligente que isso, pensei que fosse mais
sensato!
Marcos:
- Eu sou sensato, por isso não vou abrir mão de excelente funcionária!
Robert pai:
- Já sei o que está acontecendo aqui…
Marcos:
- E o que está acontecendo?!
Robert pai:
- Você está comendo ela, não é mesmo?! Não quer demiti-la porque ela virou
sua amante!
Marcos:
- Eu nunca fiquei com uma funcionária dessa empresa, e sabe por que?!
Porque eu as respeito, não fico atormentando, aproveitando da minha
posição, do meu cargo, isso me parece repugnante!
Robert pai:
- Você não é esse santo que fica se colocando no altar!
Marcos:
- Era só isso que o senhor veio me pedir?! Porque se sim, por favor, se retire
do meu escritório que eu tenho muito trabalho a fazer!
Robert pai:
- Você está colocando sua carreira em risco por causa dessa mulher?! O
homem mais calculista que eu já conheci, está se transformando no mais
idiota...

Robert pai foi embora, iria para a sala de seu filho…

Enquanto isso no escritório do CEO…

Isabel chega discretamente, ela estava desesperada para ver Robert Neto, e
resolve saciar sua vontade de vê-lo…
Isabel:
- Finalmente você voltou Robert, eu estava morrendo de saudades!
Robert se esquiva do beijo de Isabel…
Marcos:
- O que você está fazendo Isabel, alguém pode nos ver!
Isabel:
- E qual é o problema se alguém ver, me diga?!
Robert:
- Por favor Isabel, eu sou casado e você é a noiva de Marcos…
Isabel:
- Isso já não me interessa mais, eu estou louca por você, te desejo, penso em
você dia e noite, não consigo evitar isso, é mais forte do que eu!
Robert:
- Tivemos o nosso lance, foi muito bom, mas já acabou Isabel! Não posso
mais ficar com você!
Isabel:
- E por que não?! Você gostava tanto, se lembra?!
Robert:
- Eu ficava com você Isabel, para ter o prazer de saber que eu estava
pegando a mulher do Marcos…
Isabel:
- O que você está dizendo Robert?! Eu sei que você gostava de mim!
Robert:
- Nunca gostei, transei com você, foi bom, e ponto!
Isabel:
- Você não pode me descartar desse jeito, como se eu não fosse nada!
Robert:
- Você não representa absolutamente nada na minha vida! Não queria dizer
isso, inclusive estou ficando com pena, vou te dar um último beijinho para
você guardar uma doce recordação dos nossos velhos tempos…
O CEO beija Isabel, que mesmo depois de ouvir aquilo tudo, corresponde ao
beijo, o que ambos não esperavam, era que Robert pai surgiria de surpresa,
e pegasses os dois naquele momento tão íntimo…

Robert pai:
- O que é isso?
Robert:
- Nada pai, a Isabel já estava de saída!
Robert pai:
- Isabel, você e o Robert, estão juntos?!
Robert:
- Óbvio que não pai!
Isabel:
- Não minta Robert! Nós estamos apaixonados, essa é a verdade!
Robert:
- Do que você está falando sua maluca, eu não estou apaixonado por você!
Robert pai:
- Isabel, você e o Marcos estão de casamento mancado, e agora eu descobro
que você e o meu filho são amantes!
Robert:
- Eu posso explicar pai!
Robert pai:
- Cale a boca Robert! Será que eu terei que solucionar os seus problemas até
quando, me diga?! Isso não deve sair daqui, seria um escândalo! Uma
injúria, vá embora Isabel, e não conte isso para ninguém, se case com o
Marcos! E você Robert, nunca mais fique com as mulheres dos acionistas ou
funcionários dessa empresa!
Robert:
- Eu não tenho quinze anos!
Robert pai:
- Mas parece! Onde foi que eu errei com você Robert?!
Isabel se retira da sala, e ainda atordoada, vai até o banheiro, precisa se
recompor, chegando lá percebe que Luana estava em uma das cabines ao
lado, e depois de algum tempo, escuta a conversa que a secretária estava
tendo com uma amiga ao celular…
Ouvi uma bomba, descobre que Luana está grávida, depois disso sai
imediatamente do banheiro…
Isabel associa os fatos, e pensa que o filho que Luana está esperando é de
Robert Neto…
Ela pretende usar essa informação na hora exata…
Capítulo 10

O sacrifício e o Casamento de Marcos…

Alguns dias depois…

Toda a alta sociedade comparece no Casamento de Marcos e Isabel…


O vice-presidente da empresa garante a presença de Luana…

Alguns momentos antes do início da cerimônia…

Luana ajeita a gravata de Marcos, que está muito agradecido por ela estar
ali…
Marcos:
- Obrigado por ter vindo…
Luana:
- Imagina doutor, o senhor é o meu chefe, era minha obrigação!
Marcos:
- Você poderia ter se recusado.
Luana:
- Depois de tudo o que o senhor fez por mim, e ainda está fazendo, me sinto
em dívida!
Marcos:
- Pois não se sinta, de verdade! Faço isso porque sei que você é uma pessoa
extraordinária!
Luana:
- Não diga isso doutor, eu não sei receber elogios!
Marcos:
- Pois deveria aprender…
Luana:
- A senhora Isabel é uma mulher de sorte, eu nunca conheci um homem como
o senhor, tão respeitador, tão honrado, com um caráter inquestionável, e com
uma índole perfeita!
Marcos:
- Agora sou eu que estou ficando sem graça, também sou tímido, não se
esqueça…
Luana:
- Haha… ela é uma mulher de sorte, acho que o senhor deve amá-la e
muito…
Marcos:
- Pois está enganada, eu não amo a Isabel, se quer saber…
Luana:
- Que?! O que o senhor acabou de me dizer doutor?!
Marcos:
- Que não amo a minha noiva, e isso faz muito tempo!
Luana:
- Mas então porque o senhor está com ela?!
Marcos:
- Por vingança, quero que ela pague por uma coisa que fez comigo!
Luana:
- Vingança?! Do que o senhor está falando?!
Marcos:
- Ela me traiu Luana, me traiu.
Luana:
- Nossa, eu sinto muito. Como isso aconteceu?!
Marcos:
- Peguei ela na cama com outro.
Luana:
- Que pesado! Eu entendo o ressentimento, mas é preciso se vingar dela?!
Não acha que é um pouco demais?!
Marcos:
- Se ela tivesse me traído, eu a perdoaria, eu era muito apaixonado por ela…
o problema foi com quem ela me traiu…
Luana:
- E com quem foi?
Marcos:
- Com o pai do seu filho…
Luana:
- O Robert?!
Marcos:
- Ele mesmo, ele queria me provocar, por isso ficou com ela! A idiota se
deixou envolver, se apaixonou por ele, está completamente enfeitiçada!
Luana:
- Não posso acreditar no que o senhor está me dizendo!
Marcos:
- Pois acredite, e saiba que não foi apenas você que ele usou, a lista das
mulheres que ele machucou é extensa, mas um dia ele vai pagar, mágoa por
mágoa…
Luana:
- Do que o senhor está falando?!
Marcos:
- Na hora certa você saberá! Mas lhe adianto que se soubesse os segredos
sórdidos que guardam essa família, ficaria ainda mais boquiaberta…
Luana:
- Espero que o senhor não conte para ninguém o meu segredo…
Marcos:
- Não contarei para ninguém, seu segredo está seguro comigo…

Enquanto isso…

Sara e Robert chegam, Luísa e Robert pai se assentam…

Sara:
- Quem será a vítima da vez Robert, o que está procurando tanto?!
Robert:
- Se você não quer saber a resposta, é melhor não perguntar minha cara!
Sara:
- Como você é cínico Robert, ainda fico me perguntando porque me casei
com você!
Sara:
- Se casou comigo por causa do dinheiro!
Sara:
- Deveria ter deixado, a Bela saberia muito bem como tratar você, ela te
daria um jeito!
Robert:
- Não meta a sua irmã no nosso casamento fracassado!
Sara:
- Desculpa, não cito mais o nome dela! Mas mudando de assunto, se eu
realmente fosse esperta, teria ficado com o Marcos, ele sim é um homem
diferente, o um em um milhão, sorte de Isabel, que irá se casar com esse
homem hoje…

A cerimônia começa, Marcos já está no altar, Isabel caminha em sua


direção…
O Juiz de paz começa a cerimônia…
E chegando na hora da grande pergunta, todos os convidados se assustam
com a resposta de Marcos…
Um escândalo iria acontecer…
Juiz de paz:
- Marcos, aceita Isabel como a sua legítima esposa?
Ele olhou no fundo dos olhos dela, e respondeu…

- Não, eu não aceito…


O Juiz de paz ficou se reação, e os convidados ficaram paralisados…

Marcos:
- Eu não me aceito…
Isabel ficou consternada com a resposta do noivo, fora a vergonha que
estava sentindo, por praticamente ser abandonada no altar…
Isabel:
- O que você está fazendo Marcos?!
Marcos:
- Estou te abandonando.
Isabel:
- Por que você está fazendo isso comigo?!
Marcos:
- Porque você merece!
Isabel:
- Não, eu não mereço isso!
Marcos:
- Claro que merece!
Isabel:
- O que eu te fiz?!
Ao que Marcos grita:
Marcos:
- O que você fez?! Você teve um caso com Robert bem debaixo do meu
nariz!!!
Todos ficam chocados com a revelação de Marcos, e Sara vai tirar
satisfações com o marido…
Sara:
- Isso é verdade Robert?!
Robert:
- Não vamos discutir isso aqui!
Luísa fica envergonhada com aquela situação…
Luísa:
- Que vergonha meu deus!
Robert pai:
- Isso é um verdadeiro escândalo! O que vão dizer disso?!

Enquanto isso no altar a lavação de roupa continua…

Isabel:
- Você não deveria ter feito isso?!
Marcos:
- Vai negar Isabel?! Vai negar que ia pra cama com o CEO que está ali, e que
se casou não faz nem muito tempo?!
Isabel:
- Não, não vou negar! Tive um caso com ele sim, e o que vocês tem a ver
com isso?! O que?! Fui pra cama com ele várias vezes! Mas você não podem
apenas me julgar! Me acharem uma vagabunda, eu não fui a única!
Marcos:
- Cala a boca Isabel, você está falando muita merda!
Isabel:
- Não, agora eu vou falar tudo o que eu sei! Estão vendo aquela moça ali
atrás, sim ela mesma! Ela é secretária, o nome dela é Luana, e ela teve um
caso com o Robert!
Todos ficam espantados…
Marcos:
- Cala boca Isabel, não envolva quem não tem nada a ver com isso!
Isabel:
- Eu não vou pro buraco sozinha! Não mesmo! Essa mulher aí, ela teve um
caso com o CEO, e quase todo mundo dessa festa sabe disso, mas o que não
sabem, é que…
Marcos:
- Fique quieta Isabel…
Isabel:
- Não tem muito tempo, eu fui na empresa, e na saída dei uma passada no
banheiro, e chegando lá eu ouvi a Luana conversando com uma amiga, e
fiquei bem surpresa com o conteúdo da conversa! Ela, a Luana… disse que
estava grávida, e eu sei que esse filho é do Robert, parabéns papai, vai ter
dois filhos na mesma época, um da sua esposa, e o outro da secretária…
A notícia da gravidez de Luana cai como uma bomba…
Marcos, em um ato generoso de preservar o segredo de Luana, decide se
sacrificar…
Marcos:
- Isso não é verdade!
Isabel:
- O que Marcos, vai negar que a secretária vai ter um filho do Robert?!
Marcos:
- Ela vai ter um filho, na verdade é uma menina, mas o pai da filha dela sou
eu!
Os convidados ficam surpresos com as reviravoltas da conversa…
Marcos:
- Eu sou o pai…
Isabel:
- O que Marcos?! Você engravidou a secretária?!
Marcos:
- Sim, a menina que ela espera é minha, minha!
Depois dessa revelação, Marcos vai em direção a Luana, e pega em sua
mão, a secretária fica comovida com o gesto dele…

Eles vão até o carro, e em seguida chegam no apartamento de Marcos…

Bela já estava lá, os esperando…

Luana:
- Quem é você?!
Bela:
- Meu nome é Bela, tudo bem Luana?!
Luana:
- Como você sabe o meu nome?!
Bela:
- Você não me conhece Luana, mas eu sei muito bem quem você é!
Marcos:
- Vamos te contar absolutamente tudo, e espero que nos compreenda!
Luana:
- Mas compreender o que?!
Bela:
- Precisamos da sua ajuda, é isso!
Marcos:
- Precisamos que você os ajude a colocar um plano em prática!
Luana:
- Que plano?
Bela:
- Um plano de vingança!
Luana:
- Me desculpe, isso está me parecendo loucura demais! Plano de vingança,
do que vocês estão falando?!
Bela:
- Eu sei que agora tudo parece muito confuso, mas quando te contarmos a
verdade, você nos ajudará!
Luana:
- Que verdade!
Bela:
- A partir desse momento, Luana… você é uma mulher rica!
Luana:
- O quê?! Isso é loucura, do que você está falando?!
Marcos:
- Não tem aqueles papéis que eu pedi para você assinar naquele dia?!
Luana:
- Sim… eu lembro.
Marcos:
- Aqueles documentos era a firma autentificada de uma pequena empresa,
essa empresa embargaria a Robert Companhia, fazendo assim você
comandar aquilo tudo!
Luana:
- Espera aí, você está me deixando confusa!
Marcos:
- Desde que Robert começou sua gestão, os balances eram péssimos, e
nebulosos, imprecisos para ser mais exato. Eu maquiei os balances, e fiz
uma pequena empresa comprar ações da Robert Companhia, também fez
empréstimos, assim, ela tem a grande maioria das ações e do capital da
Robert Companhia, essa pequena empresa domina a empresa maior, me
entende?!
Luana:
- Sim, mas o que eu tenho a ver com isso?!
Marcos:
- Eu precisava de um nome desconhecido para facilitar os trâmites, e essa
pessoa tinha que ser da minha extrema confiança, coloquei então o seu nome
nessa pequena empresa, você é a única responsável pela gestão, a única! A
única que pode ter acesso ao capital, tanto da sua empresa, quanto a Robert
Companhia!
Luana:
- Isso é loucura demais!
Marcos:
- Eu sei, mas não temos muito tempo, daqui a poucos todos do conselho
saberão que você embargou a Robert Companhia, e que você, Luana, é a
nova CEO da empresa!
Luana:
- Meu Deus?! Eu?! A CEO da Robert Companhia?!
Marcos:
- Isso mesmo?! Você é uma mulher rica, e além disso presidente daquela
multinacional!
Bela:
- Quem diria que você Luana, que entrou naquela empresa como uma
secretária, que foi humilhada por todos, que sofreu tanto, se tornaria a CEO
daquilo tudo!
Luana:
- Ainda não consegui acreditar!
Bela:
- Pois acredite, aquilo tudo, agora é seu! Você foi a escolhida!
Luana:
- E por que eu?!
Marcos:
- Sabíamos que poderíamos contar com você! E seria uma excelente
recompensa, não é mesmo?! Você como uma grande CEO.
Luana:
- E o que vocês ganham com isso?!
Bela:
- Vingança…
Marcos:
- Satisfação…
Luana:
- O que fizeram com vocês:
Marcos:
- Aquela família guarda um monte de segredos! Eu quero vingança, porque
sou filho do velho Robert…
Luana:
- O que?! Filho do Robert?
Marcos:
- Sim, Robert Filho é o meu pai, e Robert Neto, é o meu meio irmão!
Luana:
- Mas por que isso? Por que ele nunca te assumiu?!
Marcos:
- Eu sou o filho da empregada! Robert filho é orgulhoso demais para assumir
um bastardo!
Luana:
- Meu Deus!
Bela:
- Calma que ainda vem mais…
Luana:
- E o que poderia ser pior?!
Marcos:
- O filho que a Sara está esperando, não é do Robert.
Luana:
- Como assim, ele não é o pai, então quem é?!
Marcos:
- Prepare o estômago! O pai da criança é o meu pai…
Luana:
- O que?! Não estou entendendo!
Bela:
- Sara está grávida do pai, e não do filho! Robert Filho é o pai do filho da
Sara!
Luana:
- Isso é inacreditável!
Bela:
- Pois pode começar a creditar, é a pura verdade!
Luana:
- O pai engravidou, e o filho vai assumir!
Marcos:
- Exatamente!
Luana:
- E o Robert sabe que o filho que ele pensa que é dele, é do próprio pai!
Marcos:
- Ele ainda não sabe a verdade, como também não sabe que somos meio
irmãos!
Luana:
- Nossa que família doida! Estou chocada! Mas me diga Bela, o que fizeram
com você?!
Bela:
- Fui usada da pior maneira, traída! Apunhalada pelas costas!
Luana:
- Mas uma vítima de Robert Neto?!
Bela:
- Sim, mas uma! Ele acabou com a minha vida!
Luana:
- O que ele fez?!
Bela:
- Primeiro me traiu com a minha própria irmã, depois e casou com ela!
Luana:
- O que, você é a irmã da Sara?!
Bela:
- Infelizmente, não se pode escolher família!
Luana:
- Ele te traiu com a sua própria irmã?!
Bela:
- Sim, por isso eu quero vingança! Eu quero Luana, que você destrua um por
um…
Luana:
- Essas coisas não ficarão impunes…
Marcos:
- Eu sei, a vingança está próxima…

Luana vai até o banheiro, e Bela e Marcos ficam sozinhos…


Bela:
- Você acha que ela vai dar conta do recado?!
Marcos:
- Acho que sim.
Bela:
- Que cara é essa Marcos?
Marcos:
- Estou apaixonado por ela, tenho medo desse sentimento…
Bela:
- Eu já sabia que você estava apaixonado por ela, isso está estampado na sua
cara, só não sei como ela ainda não percebeu?

Luana está no banheiro, e vê o reflexo do seu rosto no espelho, ela começa a


falar…
- CEO da Robert Companhia, vingança… Me transformaram em uma pessoa
que eu não sou, mas eu irei interpretar esse papel, me aguardem…

Fim…

Aguarde a terceira parte da história…


“O CEO e a Secretária – Parte III – A Vingança”
O
CEO
EA
Última
Virgem
Uma história original de:
(Elena Cadena)

Atenção:
Essa é obra de ficção que não tem o menor vínculo com a
realidade.
O Tráfico humano movimenta por ano cerca de 32 bilhões de
dólares.
Vítimas saem dos países mais pobres do mundo, e são
exploradas sexualmente.
Estima-se que 98% das pessoas traficadas para fins sexuais
sejam mulheres.
Elas vão em busca de melhores condições de vida, ajudar as
famílias ou sustentarem os filhos que já tiveram.
Porém se deparam com um verdadeiro pesadelo...

Prefácio
O que você faria pelo amor da sua vida?
Flávia vai em busca de uma vida melhor em outro país, mas o pior acontece,
a brasileira é uma vítima a mais do ‘Tráfico Internacional de Mulheres’.
Apesar do pesadelo, ela acaba se apaixonando pelo CEO Alemão Albert
Hans, herdeiro da Multinacional ‘Hans’. O romance começa a ficar mais
sério, no entanto ele nem desconfia que na realidade Flávia seja uma garota
traficada.
Entre tramas mal resolvidas, segredos e traições, ‘As Traficadas’ farão de
tudo para reconquistarem sua liberdade.
O que você faria se você fosse traficada?
‘O CEO e a Última virgem’ (Traficadas – Parte I)
Uma história onde todos procuram a mesma coisa, a liberdade…
“A Distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno,
inflama o grande”
“O Tempo não faz alguém esquecer um amor mal resolvido, o tempo só o
fortalece, pois tudo aquilo que não é vivido, não morre dentro da gente”
“Tudo aquilo que não é vivido,
não morre dentro de você”
Índice:
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Capítulo dez
Capítulo onze
Capítulo doze
Capítulo um
Não me culpem, era 1998 e eu era apenas uma garota de 18
anos.

Ainda me lembro daquele ano, foi um dos piores da minha vida, tinha
acabado de enterrar o meu pai e minha mãe se foi apenas dois meses depois,
a minha vida desabou, meus parentes não foram muito úteis naquela hora, na
verdade eles também me abandonaram, me vi sozinha em um ‘mundo cão’
que parecia querer me engolir, cansada de tantas pressões e com a cabeça
cheia, eu tentava, tentava de verdade não ver tudo de uma maneira negativa,
mas isso parecia praticamente impossível, é muito difícil ter que aceitar que
daqui para frente eu iria ter que me virar sozinha.
Me lembro também da época da escola, todas as garotas tinham ‘ficantes’ e
namorados, e eu ficava no zero a zero, nunca tive certos traquejos para ser
uma garota que se doava, eu sempre fui muito retida, foi por isso que minha
virgindade foi preservada por muito tempo, tinha tanto medo de fazer sexo,
para os outros parecia tão fácil, mas pra mim, sei lá… parecia uma coisa
muito incomoda, primeiramente por causa da minha autoestima, não me
sentia a vontade com o meu corpo, segundo porque eu achava que nenhuma
pessoa iria me amar, na verdade eu dizia isso porque eu nunca tinha sido
amada por ninguém em toda minha vida, então era extremamente fácil pra
mim acreditar no negativo, sabe, as vezes as pessoas te colocam pra baixo, e
você começa a acreditar nelas.
Eu não estou reclamando ou sendo demasiado dramática, é que na minha
história as tristezas são muitas, coisas horríveis aconteceram, eu pensei que
estava acabada, mas… teve alguém que se sacrificou por mim, teve alguém
que me amou incondicionalmente, teve alguém que me enxergou por trás das
minhas barreiras, essa pessoa, é a essa pessoa que hoje eu agradeço pela
minha liberdade.

Era verão de 1998, como já relatei, um dos anos que eu queria esquecer que
havia existido. Tinha acabado de concluir o meu ensino médio, e só me
restava ingressar no mercado de trabalho, sem os meus pais a situação ficou
ainda pior pra mim, eu não tinha opção, as escolhas eram escassas, meu
futuro era como um céu nublado, eu não conseguia ver absolutamente nada,
só tinha o meu hoje, andava e andava, dava voltas, nada… nada…
Até que uma esperança surgiu, estava lendo o jornal, e foi quando vi que
estavam precisando de garotas entre 17 e 25 anos para fazer parte de um
projeto internacional, era necessário falar inglês intermediário, e uma das
coisas que eu mais gostei no anúncio foi: ‘Viaje o mundo inteiro com a JF’,
me parecia libertador, era exatamente o que eu queria naquele momento da
minha vida, viajar, eu era só uma garota em busca de um pouco de sossego,
imagina, poder trabalhar e viajar ao mesmo tempo? Parecia mesmo um
sonho, um sonho possível…
Me julgo muito por causa daquela decisão, mas na verdade isso não deveria
acontecer, já que hoje vejo a situação de uma maneira panorâmica, vivi tudo
aquilo, e aquela Flávia de 18 anos não tinha a menor ideia do que iria
acontecer com ela.
Eu era inocente demais, estava em um péssimo momento financeiro,
realmente aquela proposta era como uma luz no fim do túnel, sei que hoje as
garotas estão mais ligadas nessas ‘propostas imperdíveis’, mas aquilo era
em 1998, as coisas eram bem diferentes e não tínhamos tanta informação
como temos agora.
Circulei aquele classificado e fui até aquele endereço, a faixada não era
muito convidativa, mas mesmo assim resolvi entrar, afinal o que eu tinha a
perder? Mal sabia eu, que tinha tudo a perder.
Subi aquelas escadas vermelhas, até que me deparei com aquela porta
amarela, bati duas vezes, e logo a vi, um dos piores seres humanos que
conheci na minha vida, Cristina abriu a porta e simultaneamente também
abriu um sorriso, ela era sem dúvida muito amistosa, te tratava super bem,
oferecia as estrelas, o céu, a lua, tudo que eu pedisse para ela naquele
momento, ela estava disposta a me dar, parecia realmente uma mulher
incrível, depois descobri sua verdadeira cara.
Ela me disse que eu trabalharia em um navio fazendo cruzeiros pela Europa,
seria uma ‘faz tudo’, seria garçonete, camareira, e teria que fazer qualquer
serviço na área de limpeza, porém seria extremamente recompensada por
isso, e fora que viajaria para os quatro cantos da Terra, parecia realmente
algo verídico, ela era muito convincente, me mostrou os catálogos, e depois
as rotas de viagens, me deu os nomes das empresas, e também os pré-
contratos, que eram chatos demais para eu ler, lembro que ela me disse.
- Flávia, não precisa ler muito, basta apenas assinar, acredite eu estou te
fazendo um favor…
Os lugares que ela me mostrou... nossa! Era um sonho, eu nunca tinha visto
lugares daquele jeito. Antes de começar a trabalhar nos cruzeiros, eu tinha
que fazer um curso na Alemanha, coisa de três meses no máximo, depois
começaria o meu novo ‘trabalho’.
O mais engraçado, foi que em nenhum momento eu desconfiei dela, muito
pelo contrário, ela me guiava, era a primeira pessoa em muito tempo que
começava a sorrir para mim, era uma época muito vulnerável.
Passou um mês, eu assinei os pápeis que ela me pediu, a papelada estava
toda em inglês, pois aquele tinha que ser um documento universal, ela
também adiantou uma parcela do meu primeiro salário, tirei o passaporte e
também comprei algumas roupas, também passei nas e livrarias comprei
vários livros de inglês, queria aprimorar a língua, e estudei, estudei como
nunca tinha estudado na minha vida, mais dois meses se passou, até que
Cristina novamente entrou em contato, eu estava pronta para recomeçar a
minha vida, em um outro lugar, era exatamente o que eu queria.
Sem nenhum receio, e com toda a inocência do mundo, arrumei as minhas
malas e fui até o aeroporto, a bagagem estava um pouco pesada, afinal de
contas achei que não fosse mais voltar. Um pouco desnorteada, vi Cristina
me esperando, fui até ela, que me fez uma pergunta um pouco indiscreta:
- Você é virgem Flávia?
Eu estranhei, mas respondi com a cabeça que sim, vi imediatamente um
sorriso sair do canto da sua boca, quando uma garota é virgem ela vale o
triplo do preço para os atravessadores, depois que eu fui sacar isso.
Quando estávamos passando pelo controle, estranhei outra coisa, Cristina
disse que ela era minha tia, e que nós íamos a passeio para Alemanha,
voltaríamos no prazo de 90 dias no máximo, não entendi por ela mentiu, mas
eu confiava tanto nela, que tudo o que ela fazia parecia certo. Tanto que eu
nem a questionei sobre isso.
Depois de algumas escalas, lá estávamos nós, Alemanha, eu nunca tinha
pisando em um país estrangeiro, a sensação era boa, de recomeço de vida,
saímos do aeroporto, e Cristina pegou um táxi, eu não sabia muito bem aonde
eu estava, o nome da cidade, e nem nada disso, apenas confiava em Cristina
como se ela fosse minha mãe.
Até que o táxi parou em uma esquina deserta, tinha uma van branca, me
lembro que tinha dois homens, Cristina pediu para eu esperar, ela
conversava com aqueles homens, e entregou alguns pápeis, eles deram um
envelope pra ela, em seguida ela pediu para eu me aproximar, eu fui, me
lembro das portas daquela van branca, elas se abriram, e eu vi muitas
garotas desmaiadas, antes que eu pudesse gritar, me lembro de Cristina rindo
e dizendo:
- Boa sorte Flávia, tenha uma boa vida…
Depois daquela frase não me lembro de mais nada, tudo apagou, de tão forte
que foi a pancada que um daqueles homens deram na minha cabeça.
Me lembro de recobrar a consciência, e ouvir em inglês vozes dizendo….
- Cuidado com a carga, cuidado com a carga.
Estava em uma espécie de container, todas desnorteadas, todas acordando
para um pesadelo, havia 12 meninas agrupadas em um espaço mínimo, mal
dava para se mexer, algumas gritavam outras não tinham força para fazê-lo,
ficavam caladas, esperando a caixa ser aberta, só escutávamos ecos, e o que
seriam as tais cargas que eles falavam? Éramos nós as cargas, pois eles não
nos viam como seres humanos, nós éramos apenas mercadorias, que tinham
que ser vendidas.
A porta se abriu e vimos homens armados até os dentes, o medo era latente,
a qualquer momento alguma coisa poderia acontecer, algumas garotas
gritavam em uma língua que eu não entendia, mas pela dor com que elas se
expressavam, deveriam estar pedindo socorro, e perguntando por que aquilo
estava acontecendo, nós não tínhamos a menor noção do que estava
acontecendo.
Nós levaram até uma casa, e que lugar era aquele? Bem diferente daquelas
paisagens afrodisíacas que Cristina tinha me mostrado.
Não tinha camas, apenas colchões velhos, roupas sujas, era um lugar
deplorável, havia garotas nessa casa, mas elas já não gritavam mais, na
verdade pareciam já estar conformadas com aquela situação, seus rostos
tinham uma expressão de derrotismo, e eu só queria ir embora dali
imediatamente.
Nos levaram até um quarto, que cheirava mal, havia apenas três colchões e
dois pratos de comida. E nos deixaram lá, estávamos catatônicas. Eu nem
poderia chorar, não conseguia, minha cabeça doía muito e estava sangrando.
Ficamos assim por aproximadamente duas horas, até que a porta do quarto se
abriu e eu o conheci, ele era a personificação do mal, falava com
agressividade ao mesmo tempo que parecia um psicopata…
- Atenção, eu sou o encarregado por essa leva…
Encarregado é nome que eles dão para os cafetões.
- Aqui quem não trabalha não come, quem não trabalha não dorme, quem não
trabalha não vive. Se você consumiu você tem que pagar, você já me devem
2.500 euros, e eu vou cobrar com juros, todas vocês possuem uma caderneta,
onde será pautado todos os seus gastos, esses 2.500 euros são os gastos das
suas passagens, e da primeira parcela do salário de vocês.
Eu nem sabia o que pensar, nunca tinha escutado o termo ‘Tráfico de
mulheres’ na minha vida, e nem sabia que estava sendo vítima disso.
As garotas que estavam comigo tentaram indagar o nosso cafetão, mas em
vão, ele deu um soco na boca de uma menina que estava na minha frente, ele
não gostava muito daquelas que abriam a boca.
Seu nome era Klaus, e ele será um personagem recorrente do meu pesadelo,
no final, ele nos disse porque aquelas 12 garotas estavam ali juntas,
separadas das outras.
- Vocês, são nossas últimas 12 virgens, e acho melhor não fazerem nada com
essa virgindade que vocês possuem no meio dessas pernas, pois é isso que
fazem vocês serem tão valiosas.
Era difícil conceber a ideia de que você é apenas um parque de diversões de
cafetões e homens ricos, eu acreditava que a escravidão humana já havia
acabado, mas muito pelo contrário, ela só se fortalece ao longo dos anos, e
continua girando bilhões e bilhões de dólares todos os anos.
Com uma desesperança na mente, e um grande desespero no coração, as
horas pareciam não passarem naquele lugar, as garotas conversavam e
tentavam entender, eu já havia entendido, seríamos escravas sexuais, objetos
nas mãos daqueles seres humanos deploráveis, tão novas e tão indefesas, as
histórias eram sempre as mesmas, garotas pobres que precisavam de
dinheiro o mais rápido possível, mas a maioria delas não sabiam o que as
aguardava.
Nós não falávamos a mesma língua, tampouco tínhamos sido criadas sob a
mesma cultura, mas éramos irmãs, não tinha como você passar por aquilo
tudo e não criar laços afetivos com aquelas pessoas, era praticamente
impossível.
Passou-se uma semana, o tempo não passava naquele lugar, demorava para
anoitecer e demorava para amanhecer, as horas eram enfadonhas, a comida
escassa e cara, quando chegava o prato de comida os ‘guardas’ faziam
questão de anotar o que você estava consumindo, e você teria de pagar na
hora certa.
Das 12 virgens que foram compradas por Klaus, apenas 6 realmente nunca
haviam tido relações sexuais, e uma das quais mentiu para o atravessador foi
Angélica, ela chegou encurvada, não queriam que descobrisse que ela estava
grávida, ela acariciava sua barriga, achou que indo para a Europa daria um
futuro melhor para o seu filho, mas ela era uma carga, não um ser humano, e
seria tratada assim, como uma simples mercadoria.
As náuseas foram ficando mais frequentes, eu tentava ajudá-la, mais era
como tapar o sol com a peneira, eles descobriam em poucos dias que a
‘virgem’ estava grávida, no dia seguinte a levaram, não sabíamos o que iria
acontecer com Angélica, tememos pela sua vida, mas quando a noite caiu ela
estava de volta, serena, calada, e com uma tristeza profunda no olhar, já não
sorria mais, já não passava mais a mão na sua barriga.
Ninguém se atreveu a perguntar o que tinha acontecido com Angélica, ela
apenas ficou quieta no seu canto. 4 dias depois soubemos que eles pediram
para um veterinário fazer o aborto, e como o procedimento foi feito de uma
maneira precária, Angélica veio a óbito algumas horas depois de passar mal,
ela vomitava sangue, e estava tremendo, sua boca estava branca.
Uma vida perdida para o tráfico, na verdade duas…

Capítulo dois
As seis virgens do harém
Quando você vê a primeira morte, aquilo te abala e te revolta, e o pior foi
que as outras garotas pareciam não se importam com isso, e era excelente
para aqueles cafetões, colocaram medo, e Angélica tinha sido o primeiro
exemplo, seja obediente e nunca fique grávida.
Parecia mesmo ser a primeira lição.
As 6 virgens que poderiam reder o que foi investido eram: Angela, Ester,
Mônica, Sabine, Eva e eu.
As primeiras a serem vendidas eram as mais bonitas, eu agradecia por ser
uma das menos favorecidas com a beleza que eles cultuavam.
Mônica foi a primeira, um milionário iria pagar muito dinheiro só para ser o
primeiro a passar uma noite com ela.
Mônica tomou banho, e a vestiram com as melhores roupas, ela tinha que
aparentar ter 16 anos, mesmo tendo 19, o magnata queria uma menininha,
considerava as maiores de 18 anos ‘muito maduras’.
Mônica foi, e nós esperamos sua volta, com um olhar de curiosidade, ela
voltou com a boca manchada, e marcas por todo o seu corpo, Klaus a
enganou, primeiramente disse para ela que seria um homem só. Ela voltou, e
no seu colchão, nos disse o segundo absurdo que eu vivi dentro daquele
lugar, nos contou que foi obrigada a ter relações sexuais com 5 homens, era
uma orgia de magnatas, ela disse que tinha que sorrir, foi apenas a primeira
vez dela, depois disso ela voltava a ser prostituída por um valor mais
abaixo, e não ganhava nada, já que devia mais do que conseguia com o seu
estupro coletivo.
Em um ritmo acelerado, era chegada a vez de mais uma garota perder a
virgindade, e a escolhida foi Angela.
A mais nova das 6, parecia um anjo, quando eu a vi arrumada, parecia um
anjo que havia caído do céu. Sua doçura era cativante, conseguia com um
olhar dizer o que sentia.
Ela foi, e mais uma vez esperávamos a sua volta, o que aconteceria? Angela
voltou, completamente bêbada, mal se aguentava em pé, mais uma vez, o
corpo estava cheio de marcas.
Angela dizia que aquele homem não a tratava como uma pessoa, mas sim
como um objeto, que era usado e depois descartado, um brinquedinho.
Ester, talvez a mais realista das seis, se preparou para tudo de ruim que
poderia acontecer, estava tentando se preparar psicologicamente para o mal.
Mas uma vez, lá vai mais uma, e eu ficava angustiada, estava chegando a
minha vez.
Ela foi e voltou, não havia marcas, mas Ester nos contou uma das histórias
mais peculiares daquele lugar, quem havia a contratado foi uma mulher, ela
queria que seu marido fizesse sexo com uma virgem, e que ela presenciasse
tudo, e foi o que aconteceu, a mulher viu todo o ato sexual, Ester contou que
tudo foi muito bizarro, mas que resolveu fingir que não estava ali, pelo
menos enquanto acontecia.
O que Sabine temia, aconteceu, era sua vez de sacrificar-se, com medo, ela
nem conseguiu dormir, mas foi rápido, nos contou, disse que era um só, e ele
não era velho, ela apenas tirou a roupa e se deitou na cama, o resto ele fez, e
deu uma certa quantia a mais para Sabine.
Klaus disse que era a vez de Eva, que ela deveria ser uma boa garota e
cumprir com a sua obrigação como todas as outras tinham cumprido, porém
Eva era diferente, não aceitava tudo tão fácil, ela resistia, não duraria muito
tempo ali.
Na noite anterior, Eva tentou fugir, mas alguém já havia alertado Klaus sobre
os planos de Eva, ela levou uma surra, e ficou tão mal, que não tinha como
fazer o programa na noite seguinte, acabando assim, que eu tive que
substituí-la, e assim é o destino, funciona de maneira misteriosa e confusa,
ainda me pergunto se Eva tivesse ido no meu lugar, aonde eu estaria agora?
Klaus me avisou que eu substituiria Eva, ele comprou um vestido e mandou
eu me maquiar, antes ele tinha uma conversa com cada garota, era na verdade
um ultimato, ele dizia que eu tinha um determinado tempo para voltar e fazer
o programa, se eu não voltasse até essa hora, ele mataria uma garota a cada
hora, e a culpa seria minha, se eu contasse para os clientes que eu estava
sendo mantida em cárcere privado, e sendo prostituída contra a minha
vontade, elas também sofreriam as consequências.
Ele me disse que esse cliente não fazia noção que aquilo era uma rede de
tráfico internacional, e que por isso eu não poderia demostrar estar
desconfortável, eu era uma ‘dançarina’, e iria em uma despedida de solteiro,
o melhor amigo do noivo tinha me ‘contratado’ para ‘alegrar’ a noite do
solteiro.
Esse amigo do noivo era um dos homens mais ricos da Alemanha, o nome
dele era Albert Hans, um CEO de uma empresa familiar, era a festa das
elites.
O motorista me levou até o prédio, a festa estava acontecendo na cobertura,
entrei no elevador, e quanto mais eu me aproximava, mas a música parecia
estar alta, muita gente na piscina, bebidas por todos os lados, e eu tinha que
ir falar com o homem que havia me contratado.
Chegando, foi a primeira vez que eu o vi, ele estava falando ao telefone,
parecia realmente estar super ocupado, ele era um homem muito atraente, e o
que ele tinha de bonito, ele tinha de arrogante.
De cara eu não gostei dele ‘que tipo de pessoa contrata uma mulher virgem,
para que o amigo se divirta na despedida de solteiro?’ Deve ser um
machista, que acha que é melhor do que todo mundo só porque é rico, mas eu
estava ali para fazer aquilo o mais rápido possível, não estava com medo
tampouco nervosa, só queria fazer para aquilo acabar.
Quando me viu, eu fui logo me apresentando:
- Eu sou a garota do Klaus.
- Você é a garota do Klaus, ok… que bom que você chegou…
- Onde está o meu cliente?
- Eu sou o seu cliente, eu te contratei para o meu amigo, que aliás está caindo
de bêbado. De onde você é?
- Do mesmo lugar que você, do planeta Terra.
- Você é interessante, mas aonde você nasceu?
- Brasil.
- Você é brasileira, é eu já sabia… O Klaus me veio com uma conversa de
que você era virgem, na verdade isso não me interessa, eu só queria uma
garota de programa.
- Mas eu sou virgem senhor, na verdade eu achei que o senhor tinha me
contratado especialmente por isso.
- Eu não acredito nisso, isso é conversa, também não me interessa muito se
você é virgem ou não.
- Então por que o senhor me contratou?
- Eu gosto como se pronuncia o seu nome, Flávia…
- Você não deveria pagar o triplo do preço por causa de um nome.
- Quando eu gosto de algo, eu pago o que for preciso para ter aquela coisa.
- Eu não sou uma coisa senhor.
- Eu sei disso. E em que lugar do Brasil você nasceu?
- Eu sou do Rio de Janeiro…
- Rio de Janeiro, é uma dos lugares mais bonitos do planeta…
- Você acha?
- Sim… O que uma brasileira veio fazer na Alemanha?
- Eu acho que eu devo encontrar o seu amigo agora, não é?
- Você está com pressa?!
- Não, apenas não estou entendendo o propósito dessa conversa.
- Vou ser sincero com você, eu não gosto muito dessas festas, e na verdade
eu não conheço o seu ‘chefe’, na verdade acho que foi um dos acionistas que
contratou você. A empresa achou que Sebastian deveria ter uma despedida
de solteiro inesquecível, eu particularmente não gosto desse tipo de coisa,
você sabe, contratar uma pessoa?!
- Então foi a empresa que me contratou?! Isso não te livra de ser uma
machista que só vê nas mulheres um objeto?
- Me desculpa, mas você disse que esse era o seu trabalho.
- Você já parou para pensar que as vezes as pessoas não tem escolhas, e que
são obrigadas a fazerem coisas que elas não querem fazer?! Nem todo mundo
nasce com a sorte de ser rico e poder fazer o que quiser na vida.
- Agora você vai me dar um sermão?!
- Não! Eu só estou dizendo que você não é tão santo quanto aparenta ser,
tenta se livrar da culpa dizendo que foi a diretoria da sua empresa, que me
contratou, mas você também foi cúmplice!
- Eu não sei por que você está com tanta raiva?!
- Acredite eu tenho meus motivos! Se eu pudesse, eu iria embora agora!
- Tudo bem Flávia, ninguém está te forçando a ficar!
- Então tudo bem, eu estou indo!
Flávia sai, vai até o elevador, mas se lembra que não pode voltar sem o
dinheiro, e volta….
Ela olha para Albert e diz…
- Eu não posso voltar sem o dinheiro senhor Hans!
- Eu sei disso, eu iria pagar depois para o seu ‘representante’.
- Se o senhor for gentil, por favor me pague agora.
- Tudo bem, se é assim que você prefere.
Albert abre a gaveta e pega um envelope e dá para Flávia.
- E agora? Pergunta Flávia.
- Está tudo certo. Garante Albert.
- Você vai contar para o meu ‘representante’ que nada aconteceu?
- Não, não tenho nenhuma intenção de fazer isso!
- Ok, eu agradeço!
- Mas me diga uma coisa, por que você está assim, tão nervosa, com raiva,
parece que está desconfortável?!
- É impressão do senhor!
- Você veio até a Alemanha obrigada?
- Não, eu vim porque eu quis!
Albert não era burro, concluiria a verdade em pouco tempo.
Ele me olhava, até que Sebastian bateu a porta, e entrou, logo perguntou:
- Esse é o meu presentinho?!
- Não, Sebastian, essa é uma convidada minha, ela é a pianista que é uma das
candidatas para tocar no seu casamento. Disse Albert.
- Se ela é mesmo a pianista, pede para ela tocar alguma coisa?!
- Não Sebastian, ela já estava de saída.
- Eu quero ouvir ela tocar.
Albert e eu nos entreolhamos, e Sebastian foi até a sala e abriu o piano, e
pediu para a música parar, todos olham para ouvir o que ele está falando…
- Atenção, meus queridos amigos, eu acho que o Albert quer ficar com o meu
presente, e inventou que essa moça aqui era pianista! Essa é a piada do ano!
Mas para a surpresa de todos ali, eu fui até o piano, abri e comecei a tocar,
minha mãe tinha me ensinado um pouco, o suficiente para me sair bem, afinal
aquelas pessoas estavam todas bêbadas, para elas não faziam diferença de
uma ópera para um ‘dó, ré, mi, fá, sol, lá, si’.
Achei que depois daquilo poderia finalmente ir embora, estava no lucro, não
precisei ficar com ninguém, e ainda fui paga, parecia que foi a melhor coisa
que tinha acontecido. Além disso, me livrei de Sebastian, que era um
completo idiota.
A única coisa que eu estranhava, era a atração que estava sentido por aquele
idiota do CEO, ele me seduzia com os olhos, um homem nunca tinha me
olhado daquele jeito, estranhamente nós não nos comunicávamos bem,
nossas conversas eram sem sentido, perguntávamos coisas sem nexo, mas os
olhares, os olhares diziam tudo, era um pouco confuso, mas eu gostava do
jeito que ele me seduzia, não sabia o que era aquilo, um homem nunca havia
demostrado interesse por mim, eu estava vivendo um pesadelo, mas ao
mesmo tempo, eu não tinha me arrependido de ter conhecido aquele homem.
Acabei de tocar, e Sebastian já estava disperso, encostado na pilastra,
Albert me observava, fui até o seu escritório para pegar minha bolsa, que eu
tinha deixado lá.
- Eu não sabia que você era pianista?!
- Nem eu.
- Você já vai?
- Acho melhor? Mas antes você poderia me fazer um favor?
- O que eu poder ajudar?!
- Você poderia tirar minha virgindade, é que eu vim aqui para isso!
Me lembro até hoje da expressão dele, primeiro me olhou com espanto, e
depois sem falar uma palavra, me levou até o quarto.
Ele acendeu a luz, e me deu um selinho no canto da minha boca, ele era um
homem muito carinhoso, depois ele começou a tirar os sapatos, a gravata, eu
tirei o vestido, e ele começou a beijar os meus lábios novamente, ele pegou
na minha cintura, e não dizia nada, eu também achei que as palavras só iriam
atrapalhar naquele momento.
Ele me deitou na cama, tirou minha calcinha, e ele tirou a calça, e aconteceu
o que tinha que acontecer, foi extremamente prazeroso, ele chupava
levemente os meus seios, e me beijava de uma maneira tão suave.
Eu achei que aquela noite iria ser traumatizante, e de repente eu estava
gemendo de prazer em cima da cama de um cara que eu nem conhecia
direito, e olha que era a minha primeira vez. Aquilo era como acertar na
loteria.
Eu definitivamente era a última virgem, visto que algum tempo depois foi
descoberto que Eva tentou fugir, porque já não era mais virgem, e temia ser
castigada por causa disso.
Foi com ele que eu perdi a virgindade, mas o meu tempo estava acabando,
teria que voltar, o motorista já devia estar me esperando.
Depois, ele dormiu, e eu aproveitei para sair sem ser percebida.
Quando desci, lá estava, meu carrasco a minha espera…

Capítulo três
Ainda bem que eu encontrei você

Voltei para aquele lugar, era tudo o que me restava, a primeira coisa que
era para ser entregue era o dinheiro, não poderia faltar nenhum centavo. O
desrespeito imperava, os homens de Klaus, com um sorriso de canto de boca
me diziam:
- E aí, como foi sua primeira vez?
Eu estava completamente envergonhada, nunca pensei que me tornaria uma
prostituta, mesmo que eu não estivesse me sentindo assim, na verdade aquilo
era uma grande sorte, pois o meu ‘cliente’ não me pediu para fazer nada
bizarro, tampouco me agrediu fisicamente ou psicologicamente, eu tinha
adorado fazer sexo com ele, mas não poderia transparecer isso, não queria
me sentir melhor do que as outras, pois eu sei o quão traumatizante havia
sido suas experiências, contudo também não queria mentir para elas, achava
isso injusto, então decidi dar apenas alguns detalhes.
Quando cheguei no nosso quarto, todas elas vieram me abordar, queriam
saber o que tinha acontecido…
- Foi muito ruim Flávia?! Me perguntou Mônica.
- Não, acho que foi normal.
- Doeu muito, ele te bateu? Falava baixinho Ester, que estava reprimida por
aquele lugar.
- Não, ele não me bateu.
- Ele fez alguma coisa esquisita? Disse Sabine.
- Não, foi algo bem natural, não teve nada demais.
- Então você teve sorte. Concluiu Eva.
- Pode-se dizer que sim.
- Ela não quer falar, mas com certeza foi a que teve mais sorte, dentre todas
nós! O cara era rico e jovem, quem aqui não queria ficar com alguém
assim?!
E eu disse:
- Eu mesma Sabine! Não gostaria de ficar com alguém com uma relação
simplesmente de dinheiro! Eu queria ficar com alguém por amor!
- Amor? Riu Mônica! - Acorda pra vida, olha onde você está?! E ainda vem
falar de amor?!
- Falo, que acredito nessas coisas, eu acredito que as pessoas podem ficar
juntas por amor uma a outra!
- Não me venha com essas besteiras! A única coisa que os homens querem
de nós, é o que temos no meio das pernas! Conclui Angela!
Ester se interveio, e foi ao meu favor.
- Eu também acredito que nós não devemos julgar todos os homens pelos
lixos que vocês conheceram na vida, e deram o nome de namorado! Seria
uma idiotice odiar as rosas, só porque uma te espetou!
- Nossa! Que belas palavras da Ester, disse tudo, e não disse nada ao mesmo
tempo! Parece realmente que você não aterriza na realidade! Você é uma puta
de merda, que fica sonhando que há pessoas diferentes lá fora, e que algum
desses homens com quem você fode, vai te libertar, pelo amor de deus!!!!!!
Disse Mônica revoltada.
- Não sou tão pessimista quanto a Mônica, acredito que tem pessoas boas no
mundo, só que acho que nós estamos muito longe delas. Falou Eva.
- Também acho, eu não disse que acho que algum desse homens vão se casar
com a gente e realizar nossas fantasias românticas, só acho que talvez
alguém pudesse ajudar a gente a sair daqui, não sei, avisar alguém.
- Flávia, você acha que alguém realmente iria se arriscar? As pessoas são
egoístas.
- Não sei Angela, talvez… Não estou dizendo pra gente fazer isso com
qualquer cliente, nós poderíamos sondá-los, ver se eles são de confiança ou
se são só uns filhos da puta!
- Isso parece muito perigoso, sabe o que aconteceria com a gente, caso
alguns desses homens dissessem que nós estamos tentando fugir?!
- Mas é exatamente isso que eu estou tentando dizer Sabine, eu disse pra
primeiro sondar, se você vê que o cara tá na sua, e te faz algum tipo de
pergunta mais pessoal, aí sim, aí sim nós podemos falar alguma coisa! Qual
é o nosso contato com o mundo lá fora? Só os clientes podem ajuda a gente!
- Isso faz sentido Flávia! Mas isso tem que ser feito com muita cautela, afinal
uma está se arriscando por todas!
- Eu sei Sabine, mas veja bem, é a única chance que a agente tem, ou vocês
querem ficar aqui até o final de suas vidas?!
- Eu não quero! Disse Eva! - Estou com você, acho que a gente tem que
tentar tudo! Isso não é vida, eles batem na gente, fazem a gente trepar com
aqueles nojentos, pra eles ficarem com todo o dinheiro!
- A Anett disse que nós ainda temos sorte, daqui um tempo eles vão começar
a nos drogar, para manter a gente nesse lugar horroroso! Eles só não fizeram
isso ainda, porque querem a gente limpa, porque os clientes são vips! A
partir do momento que isso mudar, eles vão começar a nos tratar como fazem
com as outras! Primeiro o retorno, depois a escravidão! Concluiu Eva.
- Isso faz sentido, primeiro nos usam, depois vem a parte mais difícil. Disse
Ester.
- Não acho que nós sejamos beneficiadas, o que acontece é que vocês não
deram uma boa olhada naquelas garotas lá fora, elas são zumbis, mortas em
vida, eles enchem elas de drogas, e elas não conseguem nem falar, uma me
disse que todas trabalham no bar aqui do lado, e que depois de um tempo,
nós vamos pra lá também.
Nos informou Mônica.
- Eu sei, cada dia que a gente fica aqui é pior! Esbravejou Eva.
- Por isso que tem que ser rápido!
- Eu sei disso Flávia!
- Eu também sei disso Angela!
- E o plano b? Perguntou Sabine
- Que plano b? Indagou Ester.
- Se isso não funcionar, a gente tem que dar um jeito de se proteger!
- Concordo, nós não podemos confiar plenamente nos clientes!
- A Mônica tem razão, a gente precisa de alguma coisa pra chantageá-los,
algo que eles tenham medo!
- Isso é genial Flávia, mas temos que ser rápidas, não podemos ser notadas!
- Exato, por isso que é melhor ter clientes fixos, assim você sabe da vida do
cara, e consegue alguma coisa mais rápido!
- Isso mesmo Sabine! Quanto mais você conhece o cara, mais chances você
tem de pegar algum podre dele.
- E quem aqui tem mais chances de saber disso?!
- A Flávia, ela disse que o cara não era ruim!
- Mas eu também não disse que ele era um cordeiro!
- Fala sério – Disse Mônica – O cara é um CEO, podre de rico jovem e
ainda te tratou bem, quais são as chances que temos de encontrar alguém
assim?!
- Não sei Mônica, mas não vou sair confiando assim em um cara com quem
eu fiquei só uma vez!
- Isso é verdade! Me defendeu Ester!
- E o pior, eu nem sei se eu vou encontrar com ele de novo!
- Quem gosta, sempre volta! Disse Angela.
- Ainda não acredito nessa história, você foi lá pra ficar com o noivo, e
acabou ficando com o amigo, e o pior, o cara era podre de rico e gentil, você
tem mesmo muita sorte!
- Não sei se tanto Eva, mas foi exatamente isso que aconteceu!
- Parece até mentira, mas pode me agradecer! Pois esse cliente era para ser
meu! Brincou Eva!
- Quem mandou perder a virgindade na hora errada! Disse Ester para Eva!
- Ester cala boca, eu não iria guardar uma coisa tanto tempo, igual você!
- Cala boca você Eva!
- Parem de brigar, temos que ficar unidas! Apaziguou Sabine.
- E Eva, não leve os créditos por esse cliente, você não viu que ele mudou
de ideia, ele escolheu a garota que se chamava Flávia, porque gostou como o
nome soava! Me provocou Mônica!
- Isso é tão brega, parece aqueles filmes românticos com aquelas falas
ridículas! Seguiu Angela!
- Eu gosto de filmes românticos com falas bregas! Confessou Eva.
- É verdade, eu não posso ficar com os créditos, já que o grande CEO
gostosão, que deve fazer sexo como um rei, escolheu a brasileirinha ali!
- Por favor parem de falar assim, vocês parecem esquecer em quais
circunstâncias as coisas foram feitas!
- Para Flávia! Eu aqui posso falar por experiência própria, já que vocês não
tinham experiência no assunto! Foder com um homem bonito, é uma das três
melhores coisas do mundo!
- E quais são as outras duas Eva?! Perguntou Ester!
- Ser rica, e foder com o cara com quem você gosta!
- Eu pensei que você já tinha dito foder, na verdade você disse a mesma
coisa duas vezes! Disse Sabine!
- Não, eu não disse isso! Eu disse três coisas, a primeira foder com um
homem bonito, a segunda ser rica, e a terceira é foder com o homem com
quem você gosta!
Tem uma enorme diferença em fazer sexo por fazer, e fazer sexo com quem
você gosta! É mil vezes melhor fazer amor, do que transar por transar!
- Agora Eva virou uma garota idiota e romântica!
- Eu não sou idiota Mônica por querer fazer amor com o cara que eu gosto,
você que é burra demais para não perceber que isso é realmente muito bom!
Assumam, o amor é o ingrediente mais vital em uma boa foda! Disse a
poetiza Eva.
- Olha do que vocês estão falando, as vezes parecem que vocês perdem o
senso de realidade! Terra chamando!
- A Angela faz sempre questão de foder com as nossas conversas! Disse
Ester!
- Claro, ela é uma amargurada! Opinou Sabine!
- Da próxima vez Sabine, que você dizer isso, eu juro que vou quebrar a sua
cara!
- Eu quero ver você quebrar de verdade!
- Quer saber… vai se foder e esquece que eu existo!
- Atenção garotas, vamos manter o foco no nosso plano A, e também no
nosso plano B! Precisamos nos unir e deixar nossas diferenças de lado!
Todo mundo aqui tem o mesmo objetivo, que é sair daqui!
- A Flávia tem razão, temos que manter focadas! Vamos ser garotas
inteligentes! Disse Ester!

Enquanto isso, do outro lado da história…

Albert foi trabalhar no dia seguinte normalmente, mas alguma coisa naquela
garota o deixava desconcertado, sua arrogância se anulava na presença dela,
era como se ela o transformasse em outra pessoa. Entre as doses de cafés
intermináveis, Cláudia foi fazer uma visita…
- Quem é vivo sempre aparece!
- Oi irmãozinho, vim ver como você estava administrando os nossos
milhões!
- É Cláudia, eu administro e você os gasta!
- Você sempre foi melhor com números do que eu!
- Isso com certeza é um fato, e uma das coisas mais inteligentes que você vai
dizer hoje!
- Deixando um pouco de lado as suas brincadeiras sem graça! Como foi a
despedida de solteiro ontem? Se divertiu?!
- Sim, não posso negar que foi bem proveitosa!
- E com quantas garotas o meu irmão incorrigível foi para cama?!
- Não vou falar as minhas intimidades pra você!
- Ok, me desculpa se eu sou curiosa!
- Não fale assim! A festa foi normal! E não me descreva como um homem
cafajeste, eu só amo as mulheres!
- Eu sei que você ama as mulheres, mas o problema é que você ama todas
elas!
- E tem alguma coisa de errado nisso?!
- Depende do ponto de vista de cada um!
- Exatamente!
- Um passarinho me contou que você contratou até mesmo uma garota de
programa! E que o sotaque dela era bem sexy!
- Por favor Cláudia! Pare de ouvir o que os funcionários dizem!
- O que eu posso fazer! Gosto de saber de tudo!!!!!!!!!!! É o meu defeitinho…
- Com certeza você está sendo modesta, quando diz que é um defeitinho!
- Meu Deus Albert! Você não me diz nada! Eu quero saber se ela é
brasileira! Eu sempre gostei das brasileiras, elas parecem tão bonitas! E o
sotaque delas é tão bonito! Me dá vontade de falar igualzinho a elas!
- Não adianta Cláudia! Não vou dizer nada!
- Tudo bem, não pergunto mais!
- Me diz, o que você vai fazer quando sair daqui!
- Ah, deixa eu ver: Eu vou comprar, depois eu vou comprar mais um pouco,
e para finalizar eu vou comprar mais metade da loja!
- Você é compulsiva!
- O que eu posso fazer! Fui criada assim, não posso fazer nada para mudar!
Eu sou uma princesa! E vivo como quero, ao contrário de você!
- O que você quer dizer com isso?
- Você é um bom CEO, mas tenho certeza que seria um excelente jornalista!
Você nasceu para investigar!
- Pra você é fácil dizer isso, já que não é você que tem que lidar com a
pressão do chefão!
- Você tem razão! Mas dei sorte, papai me trata como uma princesa, deixa eu
fazer tudo o que eu quero, não tenho culpa se ele é mais seu ‘chefão’ do que
seu pai!
- Cláudia, se você não percebeu, eu estou ocupado!
- Tudo bem, mas que tipo de irmão você é?
- Do tipo, muito ocupado!
- Mas antes de ir embora, eu queria te mostrar uma coisa!
- O que é?!
- Eu trouxe um presente!
- Pra mim?
- Pra mais quem seria?!
- E o que é?
Cláudia tira um embrulho da bolsa! E depois pega sua máquina fotográfica.
Albert abre o presente…
- Um porta-retratos? Eu já tenho um milhão de porta-retratos!
- Mas você vai separar um espacinho pro meu! Porque nós vamos tirar uma
foto agora! Diga X!!!!
Cláudia tirou a foto de surpresa!
- Meu Deus Cláudia! Você me pegou em um péssimo ângulo!
- Você é lindo de qualquer jeito irmão!
- Eu não vou colocar essa foto no meu escritório!
- Claro que vai! Pensa assim, um dia, daqui a muitos anos, você vai olhar
essa foto, e você vai sentir saudade dessa época, acredite em mim você vai
sentir saudades desse dia!
- Acho que eu nunca vou sentir saudade dessa foto!
- Claro que vai! Principalmente porque você vai se lembrar que nessa época
você estava apaixonado!
- Meu Deus! Você é louca, por quem eu estaria apaixonado?!
- Ainda não sei! Um dia vou conhecer ela! Mas dá pra perceber que você
está apaixonado, o único problema é que ainda não percebeu isso!
- Acho que você vê coisas demais.
- Não vejo coisas demais, apenas tenho uma sensibilidade afiada para ver
apaixonados de longe! O que posso fazer, é uma espécie de dom!
- Tudo bem, mas dessa vez, acredite… esse dom está descalibrado!
- Tudo bem! Vamos ver… agora eu tenho que ir…
- Vai ao seu labor diário de todos os dias, fazer compras até os cartões não
passarem mais!
- Meus cartões são iluminados, desculpa por isso! Mas não esqueça de
colocar esse porta-retrato em um lugar bem destacado!
- Pode deixar Cláudia, que não farei isso!
- Tudo bem, eu tenho certeza que um dia você amar essa foto, e que ainda vai
sentir falta dessa época!
- Tudo bem Cláudia, você e suas previsões malucas!
- Não vou tomar o seu tempo irmão! Beijinhos e até a próxima!
- Até a próxima!
Cláudia foi embora, e Albert continuou a fazer seu trabalho enfadonho, mas
não conseguia parar de pensar naquela brasileira, ele ficou enfeitiçado pelo
seu jeito de falar, tudo nela o atraia, se lembrava dos seus lábios, e das
curvas do seu corpo. Pensou naquilo o dia inteiro.
Sua pela, seu toque, sua inexperiência no sexo, o deixava ainda mais
excitado, era algo tentador, ele não sabia entender que química era aquela,
mas com certeza sentia uma forte conexão.
Quando Albert olhou para Flávia, e Flávia olhou pra Albert, pronto… todo
mundo entendeu, não precisava dizer mais nada, era algo, que em português
tinham 4 letras, e um super significado, ‘Amor’, uma das palavras mais
bonitas em qualquer língua…
O que será que as pessoas faziam por amor?
Sacrifícios.
Juras eternas.
Correriam riscos.
Perderia tudo o que tem.
Viveria sem nada.
Jogaria tudo ao vento, só para viver com aquela pessoa?
Era difícil saber, mas com certeza, aquela não era uma história de amor
convencional, os obstáculos eram reais e assustadores, pois mostravas duas
faces do ser humano, a boa e a má, mostrava o que os seres humanos
poderiam fazer de pior, e o que os seres humanos poderiam fazer de melhor,
mas no final qual triunfaria, a generosidade ou a ganância, a amizade ou a
maldade, o amor ou o ódio?!
As vezes, na vida real, as coisas não acabam como nos contos de fadas, mas
o mundo ainda não está perdido, ainda há esperança, afinal seria uma
idiotice odiar as rosas, só porque uma delas te espetou...
Capítulo quatro
Eu quero a garota brasileira…

Em sua sala, por mais que Albert tentasse se distrair, não tinha como,
sempre que estava ansioso cruzava os braços, o CEO alemão simplesmente
não conseguia parar de pensar naquela brasileira, era fatal, era algo
inevitável, o céu estava forrado de estrelas, e ele olhava pela janela a vista,
era uma vida tão solitária, sozinho naquele escritório, mal se notava a vida
acontecendo lá fora, o cheiro da vida, o gosto da vida, a cor da vida, se há
algo mais excitante do que alguém que te desperta curiosidade, isso é uma
coisa que ainda não foi descoberta.
Ele pensou, pensou, tentou evitar, analisou papéis e mais papéis, foi até a sua
mesa, queria se manter distraído, mas tudo era em vão, não podia controlar a
sua vontade de ligar…
Depois de mais algumas tentativas frustradas de tentar fazer alguma outra
coisa, Albert pegou o telefone, abriu a gaveta onde tinha o contato de Klaus,
discou o número, e logo foi atendido…
- Senhor Albert Hans, um dos nossos clientes mais vips! No que posso
ajudar?
- Eu queria saber se aquela garota que você me mandou ontem está
disponível?
- Qual garota?
- A brasileira?
- A brasileira, o senhor ficou satisfeito com os serviços dela, ou ela fez
alguma coisa que não o agradou?
- Eu só quero saber se ela está disponível?!
- Calma senhor Hans, não se preocupe, para clientes tão importantes como o
senhor temos garotas de alta classe, alguém que se equivale ao seu nível!
- Eu não quero outra! Eu quero a garota brasileira.
- Tudo bem se o senho insiste! Mas tem um problema aqui!
- Qual problema?
- É que a brasileira já tinha um cliente hoje!
- E não dá para o senhor fazer nada?!
- Sempre tem um jeito para fazer alguma coisa, só que isso custa?
- Quanto?
- Não posso dispensar um cliente assim em cima da hora! Terei que cobrar o
dobro da última vez.
- Não tem problema! Que horas e aonde?
- Vou marcar com o senhor, daqui a uma hora, ela encontrará o senhor!
- Vou estar esperando.
Klaus desligou o telefone e disse para um de seus homens:
- Vai chamar a brasileira!
- Sim senhor!
- Essa garota ainda vai render muito dinheiro pra gente! Ela é uma galinha
dos ovos de ouro!

Enquanto isso no quarto…

Estávamos conversando, quando de repente a porta se abre, e nós vemos um


dos capangas de Klaus…
- Ei você!
- Eu?!
- Sim, você, se arrume! Daqui a meia hora eu vou voltar, esteja pronta, você
tem um programa!
Confesso que me espantei, estava muito nervosa, eles não me disseram quem
era o cliente. Todas me olharam com um olhar de pena! - Coitada! Mas um?-
Por mais que elas não dissessem com suas bocas, seus olhos diziam isso!
Fiz o que aquele traste me mandou, me arrumei rapidamente, confesso que
estava devastada, sabia que não teria sorte todas as vezes, e que me
depararia com algum crápula.
Exatamente 30 minutos depois, o capanga abre a porta e me leva até Klaus…
- É brasileira, continue assim e nós não teremos problemas! Faça o que tenha
que fazer e volte com o dinheiro! E lembre-se, sabemos exatamente quanto o
cliente vai pagar, por isso não queira bancar a esperta, ouviu sua vagabunda!
- Sim!
- Eu disse pra você falar só sim?! É sim senhor! Me responde de novo!
- Sim senhor!
- Isso, você aprende rápido, continue assim, e você vai longe garota, longe!
Agora vai, que eu não quero que o cliente te espere por muito tempo.
- Sim senhor!
- Ivan, leva ela!
- Sim senhor!
Estava tão nervosa, que as mãos tremiam, eu estava apavorada, era apenas
minha segunda vez, e eu ainda não tinha me acostumado com aquilo, mal
tinha conseguido assimilar a primeira, e já teria a segunda!
Ivan me levou até um hotel muito discreto, sua faixada cinza, fazia minha
curiosidade aumentar mais e mais, porém ao mesmo tempo tentava tardar
aquela ‘sessão’, andava mais devagar, mas Ivan estava ali para me apressar.
Dizia que eu não podia falhar, e que eu tinha sorte, já que esse homem era
muito poderoso e que eu era uma felizarda por passar uma noite com ele, ele
ainda ressaltava que o dinheiro que ele ia me dar, eu não ganharia em um ano
de trabalho.
Obviamente eu achava aquilo uma hipocrisia da parte dele, já que eu não
ficaria com nada! Tudo iria para os bolsos sem fundos do meu cafetão, ele
sim poderia se vangloriar de quanto ganhava por noite com cada garota,
além dele não ter que submeter aquelas humilhações, também ficava com
100% do lucro, aquela exploração era incabível.
Eu não era nem uma prostituta, pois eu não ficava com um centavo do lucro
da venda do meu corpo.
Eu era sim uma traficada, sem direitos, sem escolhas…
O número do quarto era 143, e eu andei por aquele corredor muito
lentamente, em um percurso de 30 segundos, e demorei 5 minutos, não queria
ir, mas era obrigada, sabia das regras.
Cheguei em frente a porta, e bati, porém vi que ela estava entreaberta, pensei
que o cara era tão tarado, que não queria nem que eu batesse.
Vagarosamente, fui entrando, até que vi um homem sentado em uma poltrona
de costas com um copo de uísque na mão, seu relógio era redondo e preto, a
fivela de couro, não reconheci de cara, pois estava espantada.
Segui lentamente, e comecei a falar…
- Olá… Eu sou a garota, você sabe…
- Alguma coisa me diz que você não tem muita experiência no que está
fazendo!
A poltrona se vira, e era ele, Albert Hans, eu mal pude acreditar, relaxei na
hora e agradeci aos céus.
Mas ao mesmo tempo fiquei um pouco desconfiada, afinal por que aquele
homem me chamou de novo? Minha autoestima não era tão alta assim para
pensar que eu era irresistível. Mas Albert interrompeu os meus pensamentos,
fazendo uma pergunta que eu não sabia como responder:
- Por que você foi embora daquele jeito?!
- De que jeito?
- Você nem falou comigo, foi embora enquanto eu estava dormindo!
- Eu achei que não era necessário, já que nós já tínhamos feito o serviço!
- Você não se envolve com os seus clientes, entendi!
- Na verdade eu não sei como são os meus clientes, pois o senhor foi o meu
primeiro!
- Primeiro?!
- Sim, você foi o primeiro com quem eu fiz sexo na minha vida!
- Me desculpa se eu foi insensível, mas na verdade eu nem percebi!
- Engraçado, porque você pagou exatamente por isso!
- Na verdade, eu tinha pedido os seus serviços para o meu amigo, e não para
mim!
- Eu sei disso.
- Você realmente era virgem?!
- Se a definição de virgem, é alguém que nunca fez sexo, bom… sim, eu era
virgem.
- Você nunca teve um namorado?!
- Na verdade eu nunca me encaxei em relacionamentos! Acho que eu não
nasci para fazer parte de um.
- E por que?
- Porque eu me acho esquisita demais, para ter que me adaptar a uma outra
pessoa!
-E por que aceitou se tornar garota de programa?!
- As vezes as pessoas não tem tantas opções, como você, que nasceu rico em
um país desenvolvido!
- Você é muito perspicaz, não entendo como escolheu essa vida!
- Talvez eu goste, você não tem como saber!
- Sim, é verdade, talvez eu não te conheça tão bem!
- E nem eu conheço você tão bem! Na verdade esse é o segundo encontro, e
acho que já esperamos muitas coisas um do outro!
- Por que você diz isso?
- Bom… é pra se desconfiar, um dia você me contrata, e no dia seguinte
também, eu não sou tão egocêntrica de pensar que você me chamou de novo
porque eu sou irresistível na cama!
- Sabe de uma coisa, você é irresistível! Tem alguma coisa em você, alguma
coisa que eu não sei dizer o que é! Você tenta dissimular, tem uma tristeza no
olhar, mas por algum motivo, você tenta esconder. Primeiro esconder de
mim, e segundo, esconder de você mesma.
- Nossa! Como o senhor é curioso, para alguém que apenas administra
empresas!
- Eu não sou apenas um administrador de empresas, na verdade o que eu
mais queria fazer na vida era ser jornalista!
- E por que não foi?!
- Como você disse a pouco, nem todos nós temos escolhas, o meu pai tinha
muitas expectativas sobre o meu futuro! Ser CEO, foi quase uma obrigação!
- E por que você não larga tudo, e vai viver a sua vida!
- É porque eu não sei exatamente o que eu quero! Mas eu sei exatamente o eu
quero agora!
- E o que você quer?
- Eu quero você!
Ele era extremamente sedutor, sua voz, seu jeito de ser expressar, a maneira
como movimentava suas mãos, era muito fácil se apaixonar por um homem
assim. A arrogância primária caiu, estava mais doce, e mais atencioso, e
aquilo me amedrontava, eu não sabia, ele poderia muito bem ser um lobo
envolvido em uma capa de cordeiro.
Mas como ele era encantador, isso eu não poderia negar…
- Foi pra isso que você me pagou, não é? Mas antes eu quero te fazer um
pedido!
- Qual pedido?!
- Me ensina!
- Ensinar o que?
- Me ensina tudo o que você sabe sobre fazer sexo!
- Você quer que eu seja o seu professor?!
- Sim. Quero que você me ensine o que fazer e como fazer!
- Com certeza você aprende rápido!
- Sim, eu aprendo rápido!
- E o que você acha de nós começarmos essas aulas agora mesmo?!
- Pode ser!
Albert se aproximou de mim, sua camisa branca estava com os dois
primeiros botões abertos, ele então sussurrou no meu ouvido:
- Aula um…
Confesso que me arrepiei inteira, ele era sem dúvida um homem sensual…
- Quando você fazer amor com alguém, toque suavemente no seu rosto,
desse jeito…
Ele acariciou a face do meu rosto, quando ele me tocou, eu
instantaneamente senti o meu coração bater mais forte.
- Depois de tocar, você fala bem baixinho, e toca no cabelo dela, que
coincidentemente é muito bonito.
Após, beije a sua orelha, isso é muito bom, nada de pressa, a pressa acaba
com a perfeição de uma boa transa.
- Tudo bem, eu prometo que eu estou gravando tudo.
- Não fale, sinta, o sexo é pra ser sentido, e não comentado, por isso o que
você fizer entre quatro paredes, deixe lá dentro, isso é privado, faça as
coisas mais proibidas, e não conte a ninguém.
O beijo, não tem nada mais importante do que o beijo, pode ser o primeiro
ou o último, mas se você não conseguir um bom beijo, de nada vale, a
transa será fria, sem emoção, e uma transa sem emoção é o mesmo que ver
um belo piano, e não poder tocá-lo, sabe, a música é a sintonia entre os
dedos e o piano, na verdade a música não é nada além do que o orgasmo
de dois objetos, a pessoa e o instrumento.
De nada vale ter um belo livro e não poder lê-lo.
Ele envolveu seu braço direito na minha cintura, e tocou no meu rosto com
a mão esquerda, me lembro como se fosse hoje.
Ele encostou seus lábios na minha boca tão suavemente, depois
delicadamente chupou meu lábio inferior, e como aquilo era excitante, me
dava vontade de beijar cada vez mais.
Não sei mais quantos anos vou viver, mas com certeza aquele foi um dos
melhores beijos da minha vida. Depois que ele me beijou daquele jeito, foi
muito difícil, pois não achei mais ninguém que beijasse como ele o fazia,
ele tinha algo a mais nos lábios, uma coisa mágica que fazia você flutuar
sem tirar os pés do chão. Quando se aproximava, quando me tocava, meu
coração parecia que iria parar, meus pés saiam do chão, sentia borboletas
dentro do meu corpo, como ele beijava bem. Bem que uma das minhas
concelheiras me disse:
- Não tem nada melhor do que foder com o cara que você gosta.
Ele beijava, e de repente pausava, e olhava profundamente dentro dos
meus olhos, e me paralisava, aqueles olhos, eu tremia só de vê-los, era
algo perturbadoramente maravilhoso.
Depois de um longo beijo, e uma longa troca de olhares, ele me deita
lentamente na cama, eu já estava completamente excitada, ele tirou a
camisa, e me disse…
- Quando você tirar a calcinha, faça disso seu maior ato sedutor, hoje eu
vou te ensinar como.
- Como?
- Eu vou tirar pra você…
Ele tirou o meu vestido, e enquanto as velas se apagavam, ele começou a
tirar a minha calcinha com a boca, lentamente, a calcinha ia sendo
retirada, e por cada pedacinho do meu corpo que ela ia passando, ia me
dando um prazer inexplicável, era bom, simples e eficiente.
Em seguida ele tirou a parte de cima da minha lingerie, meus seios
ficaram a mostra, e ele encostou o peito dele sobre o meu, e como aquele
era selvagem e doce, ele lambia os meus seios, delicadamente, eu estava a
flor da pele, não sabia que fazer sexo era algo tão prazeroso, na verdade
nunca senti aquilo antes, como dois corpos podiam compartilhar
sensações tão deliciosas?!
Eu dava pequenos gemidos, segurava o lençol com força, minhas pernas
tremiam, ele beijava cada pedacinho do meu corpo, até que chegou na
minha vulva, ele começou a estimular o meu clitóris, fazia questão que eu
sentisse o maior prazer que eu pudesse.
Depois de muita estimulação, ele finalmente tirou a calça social, a bunda
dele era muito bonita, e foi quando começou a me penetrar, eu sentia
muito prazer, só me restava arranhas as suas costas, os gritos ecoavam
pelo quarto, ele me olhava, e também gemia…

Meus dedos escorregavam pelas suas costas….


Ele penetrava o mais profundo que podia…
Me olhava, e me paralisava…
Depois me levantou, e me encostou na parede…
Os beijos eram simples e constantes…
Os corpos suavam, e suavam…
Dava pra ouvir o barulho do pênis dele me penetrando…
Gemidos…
Gemidos…
Corpos unido….
Gemidos…
Beijos…
Aranhões…
Meu cabelo encostava na pele dele…
Meus pés tocavam em suas pernas…
Meus seios tocavam em seu peito forte…
Uma tatuagem…
Eu dava pequenas mordidas em seu pescoço…
Ele mordia os meus lábios…
De repente ele me virou..
Apertou a minha bunda…
Depois a mordeu…
Penetrou…
Apertava os meus seios…
Tocava na minha vulva…
Gemidos..
Gemidos…
Minhas pernas tremiam…
Minha voz falhava…
Minhas mãos estavam encostadas na parede…
Ele queria me dominar…
E eu deixei…
Fomos para o chão…
Tinha um pequeno espelho no teto…
Vi ele me penetrando…
Gostei da imagem...
Estava quase lá…
Estava quase lá…
Faltava pouco…
Muito pouco…
Gozei…
Minhas penas relaxaram…
Ele gozou…
E me olhou…
Falou:
- E aí, gostou?
Não respondi…
Não precisava dizer nada..
- Essa foi a aula de hoje… Se você quiser, o seu professor ainda tem muita
coisa para te ensinar.
Acabou?…
Me levantei, e coloquei a roupa, a parte boa tinha acabado, iria voltar
para a infelicidade…

- O dinheiro? Perguntei pra ele…


- Está aqui.
- Obrigada…
- Eu posso te chamar de novo?!
- Se você quiser?!
- Isso é tão estranho! Transamos e depois dissemos adeus, assim?
- É assim que tem que ser!
- Sei lá, a gente poderia sair!
- Sem saídas, eu só sou uma garota de programa, só uma garota de
programa…
- Você é mais do que isso! Só que não acredita!
Eu sorri…
- Quanto você me cobraria por um beijo a mais?
- Um beijo?
- Sim, um beijo?
- Não vou cobrar!
- Que bom, então vem aqui…
- Não vou cobrar, porque eu vou deixar para uma próxima vez!
- Bem que você disse que aprende rápido.
- Isso mesmo professor.
Capítulo cinco
Enquanto o bem tira férias, o mal trabalha dobrado…

Enquanto alguns tentam, outros conseguem, o mal trabalha mais, e o bem


descansa mais.
É difícil saber ao certo como o jogo funciona, regras, jogadores e jogadas,
a vida parece mesmo estar sempre brincando, pra lá e pra cá, as vezes um
lado ganha e as vezes perde, e no meio disso tudo estão as pessoas, que
são apenas peças em um imenso sistema de corrupção.
O tráfico de pessoas não é epenas feito por ‘caras maus’, ele é feito por
‘caras’ que são super respeitados, e que ninguém desconfiaria.
As aparências enganam, e como enganam…

Mas um dia de trabalho, Albert despertava tinha todo um império para


cuidar, e não sabia que uma das pessoas que iria lhe fazer mais mal,
estava bem do seu lado.
Sebastian, o cara da despedida de solteiro, era um dos melhores amigos de
Albert, se conheciam desde sempre, e eram quase inseparáveis.
Sebastian sempre teve uma queda por Cláudia, irmã de Albert, mas isso
nunca foi correspondido, porque por algum motivo, a irmã do CEO nunca
foi com a cara dele. Tinha alguma coisa de esquisito.

Cláudia mais uma vez foi visitar o irmão, só que desta vez, ele não estava
sozinho. Sebastian estava junto com o CEO. Cláudia não se intimidava,
mesmo que tivesse um pé atrás.
- Olá irmão! Como está sendo o seu dia.
- Está indo muito bem. Você não vai falar com o Sebastian Cláudia?! Onde
está a sua educação?!
- Hoje eu deixei ela em casa!
- Cláudia!
- Tudo bem Albert, não precisa obrigar ela a falar comigo! Disse Sebastian
se fazendo de vítima.
- Nossa. Como ele está sensível hoje!
- Cláudia, pare de provocá-lo.
- Tudo bem Albert, não falo mais nada! Desculpa eu bancar a chata! Mas
vocês dois não valem nada! A Isabel não sabe, mas o que vocês fizeram foi
imperdoável!
- O que?
- Me admira você Albert, esse cara vai se casar com a sua irmã, e você faz
uma despedida de solteiro pra ele?! Eu até jurei que não iria falar nada!
Mas isso é muita sacanagem!
- Eu já falei Cláudia, foi só uma festa entre amigos, não teve nada demais!
Se retrata Albert.
- Nada demais?! Você contratou uma prostituta para o seu futuro cunhado!
- Eu me arrependi Cláudia, tanto que depois eu não deixei ele ficar com
ela!
- Aí você ficou né Albert?! Comenta Sebastian.
- Nossa, vocês dois são dois nojentos!
- Foi um erro Cláudia, não podemos nos arrepender dos nossos erros?!
- Eu sei Albert que você pode ter dado uma vacilada, em você eu confio,
mas nele não!
- Não fique com ciúmes Cláudia, se eu escolhi a sua irmã, e não você!
- HaHaHaHaHa!!!!!!!! Isso é uma piada?!
- Não diz isso Sebastian! Diz Albert!
- Eu nunca quis ficar com você Sebastian!
- Eu sei que você guarda ressentimentos, mas você era muito nova pra mim
Cláudia!
- Desce dessa nuvem que você subiu! Eu nunca quis nada com você, e você
é ridículo de supor uma coisa dessa!
- Vamos para com essa discussão! Tenta harmonizar Albert.
- Eu não sou ridículo Cláudia, só que nós homens temos necessidades!
- Não me venha com essa conversa machista e sem nexo! E quer saber de
uma coisa, hoje eu não saí de casa para ouvir merda! Por isso vou sumir
daqui!
- E qual foi motivo da sua visita Cláudia!
- O papai, ele me mandou para te perguntar sobre os desfalques da
empresa!
- Isso sim está tirando o meu sono! Os relatórios não fecham, tem alguém
que está nos roubando! Diz Albert.
- Isso é mesmo um problema sério! Lealdade é tudo! Diz Sebastian.
- É difícil saber quem fez, pois o cara camufla tudo, podemos culpar a
pessoa errada, e isso eu não me perdoaria!
- Realmente Albert, você deve agir com muita cautela!
- Cláudia, diz para ‘chefão’, que depois nós resolvemos isso! Afinal temos
um casamento para comemorar!
- Infelizmente!
- Por favor Cláudia!
- Tudo bem Albert, não falo mais nada! Minha boca é um túmulo!
Você sabe que eu e a Isabel não nos damos muito bem, por isso não vou
mais falar desse aí, mas saibam que eu não sou obrigada a guardar o
segredinho de vocês!
- Por favor Cláudia, não vá criar problemas com a família, por causa de
nada! Diz Sebastian!
- Quer saber de uma coisa, eu não vou falar mais com você, finge que eu
não existo! Porque eu já faço isso há muito tempo!
- Tudo bem Cláudia, se assim que você prefere?!
- E para de se fazer de santo Sebastian, porque você pode enganar todo
mundo aqui, mas a mim você não engana!
- Tudo bem!
- Estou indo!
- tchau Cláudia!
Cláudia saiu do escritório do irmão, foi até o banheiro para retocar a
maquiagem, porém quando mesmo esperava Sebastian aparece bem na sua
frente…
- O que você está fazendo aqui? Ficou louco de vez?!
- Não só vim até aqui pra te dizer que é melhor você parar com essas
ameaças!
Sebastian pega no braço de Cláudia…
- Você está me machucando Sebastian!
- E é pra machucar, aí de você se continuar no meu caminho!
- Me solta! Descompensado! Eu não tenho medo de você!
- Mas se você fosse uma garota inteligente, teria muito medo de mim!
- E por que?
- Você não me conhece Cláudia! Não sabe o que eu sou capaz!
- Eu não sei o que você é capaz, mas sei que você não vale nada!
Sebastian tenta beijar Cláudia na boca, mas ela resiste…
- O que você está fazendo?!
- Me diz, você ainda é virgem ou aquele idiota do seu namorado já se portou
como um homem de verdade, e deu o que você merece?!
- Me solta seu porco! Eu não vou dizer isso pra você!
- Tudo bem! Mas você é tão gostosinha! Se eu tivesse a chance, você veria o
que é um homem com H maiúsculo!
- Duvido muito! Você é um covarde!
- Você não deveria tratar assim o noivo da sua irmã!
- Pena que a Isabel seja tão burra, e não perceba que você e nada são a
mesma coisa!
- Você quer saber de uma coisa?! Eu nunca gostei da sua irmã como eu gosto
de você!
- Se você tentar mais alguma coisa, eu juro que eu conto tudo pro meu pai!
- Vai pode ir contando pro seu papaizinho! Mas ninguém vai acreditar em
você! Todo mundo confia em mim! Seu pai, seu irmão, sua irmã, inclusive
vou me casar com ela!
- Ela não gosta de você! Seu nojento!
- E quem disse que as pessoas se casam porque são apaixonadas?! As
pessoas se casam porque isso é conveniente!
- Quer saber de uma coisa?! Se ela quiser se enganar o problema é dela, mas
eu não sou obrigada a ficar aqui com você! Eu te odeio! E um dia, um dia a
sua máscara vai cair, e todo mundo vai saber quem é você de verdade!
- Se conforme Cláudia! Esse dia não vai chegar nunca!
- Se eu fosse você, eu não teria tanta certeza assim! Porque nunca, é muito
tempo!
- Eu sempre quis te comer Cláudia!
- Sabe o dia que isso vai acontecer Sebastian?! Nunca!
- Nunca, é muito tempo Cláudia!
Cláudia se solta, e vai embora, transtornada! Mas não pode ir imediatamente
para casa, tem que encontrar o seu namorado…
Ela pega o carro, e o espera em um café próximo de uma escola, é quando
Antônio chega até a mesa.
- Oi Cláudia.
- Meu Deus! Até quem em fim você chegou! Sabe quanto tempo eu te
esperei?!
- Eu já disse pra você não chegar tão cedo, eu estava dando aulas, e agora
tenho que fazer isso em dois turnos…
- Você trabalha demais amor! Eu já disse que se você quiser eu te dou uma
ajudinha!
- Eu já disse que eu não quero o seu dinheiro Cláudia! O seu pai já acha que
eu estou com você só por causa do seu dinheiro! Quero dizer, todo mundo
acha isso! Alguém como você, não deveria ficar com alguém como eu!
- E por que não?! Eu te amo Antônio e é isso que importa!
- Eu também te amo Cláudia! Mas…
- Mas o que? Deixa os outros pra lá Antônio! Aqui, a única coisa que
importa é você e eu. Mas mudando de assunto, como foi o seu dia?
- Um pouco estressante, mas eu estou levando. E o seu?
- Também foi um pouco estressante, mas eu também estou levando!
- O que você quer fazer?!
- Eu quero transar!
- Na minha casa ou na sua?!
- Na sua!
- Feito.
Cláudia e Antônio saíram dali, e foram direto para a casa dele. Tudo estava
bagunçado! Mas Cláudia não se importava com isso, pulou no colo do
professor, e foi logo tirando a roupa, Antônio por sua vez, um pouco
atrapalhado, estava tentando tirar a blusa, mas não estava conseguindo,
depois deixou os óculos caírem.
Cláudia jogou um sapato para cada lado, e Antônio não conseguia andar
muito já que ele não tinha tirado a calça por completo, e ainda tinha que
carregar Cláudia, quase que ele tropeçou!
Ele estava se conduzindo para a cama, mas Cláudia o interrompeu.
- Não, na cama não!
- E aonde você quer?
- Em cima da máquina de lavar!
- A máquina de lavar roupa?!
- Sim! Eu quero lá em cima!
- Ok, vamos pra máquina de lavar!
- Não esquece de ligar ela!
- Você quer que a gente transe em cima da máquina de lavar roupa ligada?
- Exatamente! Você tem algum problema com isso?!
- De jeito nenhum! É por isso que eu te amo!
- Vamos pra máquina!
- Vamos pra máquina!
Antônio chega até a máquina de lavar, a liga, e os dois começam a transar ali
mesmo, o balanço não os incomodava!
- E aí amor tá gostando?!
- Tô adorando amor! Balança um pouco, mas depois de um tempo a gente se
acostuma!
- Isso aí amor! Não para não!
- Não vou parar amor!

30 minutos depois…
- E aí amor, gostou?
- Você tá brincando comigo?! Isso foi muito bom! Disse Antônio!
- Sabe o que eu mais gosto em você?!
- O fato do professor aqui ser pobre!
- Não palhaço! É você me entender assim! A gente se completa, sabe! Eu sou
a garota materialista, e você é o cara que condena o consumismo! Realmente,
os opostos se atraem.
- Realmente!
- Agora eu tenho que ir!
- Por que tão cedo?!
- Tem um jantar idiota na minha casa hoje! “O casamento idiota da minha
irmã” se esqueceu?!
- Não, não me esqueci!
- Então hoje todo mundo vai resolver os últimos detalhes dessa besteira, e eu
tenho que estar lá!
- Que pena! Você poderia ficar mais um pouco!
- Esquece Antônio! Meu pai me obrigou a ir! Não tenho como fugir, afinal de
contas, não vou perder o meu cartão de crédito favorito, só por causa
daquele idiota!
- Tudo bem, então quando vamos nos ver de novo?!
- Eu te ligo!
- Ok, fico aguardando!
-Se eu não te ligar, eu venho aqui! Não tem nenhum problema, não é?
- De nenhuma maneira! Se eu pudesse, ficaria o dia inteiro com você!
- Fazendo o que?
- O que você mais gosta de fazer?!
- Não me faça essa perguntinha! Agora vamos parar com a brincadeira, eu
realmente preciso ir!
- Tudo bem, vai lá amor! Mas eu vou sentir saudades!
- Eu vou sentir mais!
- Não, eu vou sentir mais!
- Me dá um beijo e me leva até a porta!
Antônio dá um beijo em Cláudia!
- E aí como foi esse beijo?!
- Esse beijo foi melhor do que o de ontem! E o de amanhã, vai ser melhor do
que o de hoje!
- Você sempre diz isso Cláudia!
- As melhores coisas ainda vão acontecer! Tchau!
- Tchau! Boa sorte!
- Me deseje mesmo! Porque eu vou precisar!
Cláudia entra no carro, e manda um beijo para Antônio!
A patricinha, chega em sua mansão, onde está acontecendo um jantar muito
importante, quando Cláudia chega, seu pai vai em sua direção para abraçá-
la. Alexandre nunca fez questão de esconder que Cláudia era sua filha
favorita. Isso incomodava algumas pessoas.
Isabel, a irmã de Cláudia, e Sebastian os observavam de longe, ele fazia
questão de destilar o seu veneno…
- Olha lá! Nem no jantar de organização do seu casamento ele se lembra de
você Isabel! Ele a ama, e vai amar muito mais os filhos que ela tiver! Você
terá que se contentar com as sobras!
- Por favor Sebastian! Será que você pode parar de me provocar pelo menos
hoje?!
- Isso não é provocação Isabel! Isso é constatação! E eu nem sei por que
você fica tão nervosa com essa situação?! Sempre foi assim, desde que ela
nasceu, roubou toda atenção!
- Ela não é perfeita!
- Claro que é! Olha só, todos gostam dela, é autentica! Inclusive namora um
professorzinho barato, e ninguém se opõe as suas vontades! Enquanto que
você se casará com o partido que lhe corresponde! E ninguém te dá atenção!
Você faz tudo o que seu pai manda você fazer, e mesmo assim ele não te ama,
como ama ela.
- Você pode parar com isso Sebastian!
- Não, não vou parar! Ela é um perigo! Eu já te avisei! Se você não fizer
nada! Ela sempre estará entre você e o amor do seu pai! Lembra como ele te
amava, quando você ainda era a filha única?!
Hoje te resta apenas as migalhas!
- O que você quer que eu faça! Essas suas conversas não vão nos levar a
lugar nenhum! Melhor você ficar quieto e aceitar o lugar que a minha família
está te oferecendo!
- Atenção a todos, vamos a mesa! O jantar está servido! Disse Alexandre!
E Sebastian solta o último comentário venenoso…
- Claro, a filha favorita dele chegou, agora nós podemo ir até a mesa! Porque
nós temos a noiva mais desimportante de todas!
Isabel não diz nada, mas está envenenada por sua inveja, não consegue mais
dissimular todo o ódio que sente pela sua irmã.
Todos vão até a enorme mesa de jantar da família Hans.
Alexandre começa a falar…
- Antes de tudo, eu quero agradecer a presença de todos, e dizer que quero
dar as boas vindas ao meu futuro genro, Sebastian é um grande prazer
recebê-lo aqui!
- O prazer é todo meu senhor Alexandre, estou muito feliz de poder fazer
parte dessa família tão especial!
- E você filha tem alguma coisa a dizer? Pergunta Alexandre para Isabel.
- Eu queria também agradecer a presença de todos, e dizer que vou realizar
um sonho, me casarei com o homem certo pra mim! Que manterá a minha
estirpe elevada! Ao contrário da minha irmã! Que só dá dores de cabeça
para o meu pai!
- Vai começar! Sussurrou Albert.
- O que você quer dizer com isso Isabel?! Pensei que hoje fosse o seu dia, e
que eu não devesse abrir a boca!
- Exatamente Cláudia! Mas ficamos aqui a sua espera! O papai não queria
que o jantar fosse servido até você chegar! Você sabia que hoje era um dia
importante para mim! Por que você não chegou?! Onde você estava?!
- Eu estava transando com o meu namorado!
Todos se entreolham, Albert desaperta o nó da gravata, Alexandre bebe um
pouco de vinho e Sebastian ri.
- Por favor Cláudia, não baixe o nível dessa conversa! Disse Isabel.
- Me desculpa Isabel, mas quem baixou o nível dessa conversa foi você!
Rebate Cláudia.
- Eu só perguntei aonde você estava! Não te pedi detalhes da sua vida
privada!
- Você me provocou, eu só respondi a altura!
Alexandre se mete na conversa…
- Por favor meninas, não vamos brigar! Vamos ficar em harmonia! O
casamento está chegando…
- Eu não acredito nisso pai! Ela fala uma coisa nessa na mesa, e eu não
posso nem ao menos criticá-la! Esbraveja Isabel…
- Vamos manter a compostura Isabel!
- Diga isso para a Cláudia! Não fui eu que disse que transei com o meu
namorado!
- E digo de novo Isabel! Transei com ele! E foi muito bom! Ao contrário do
que você faz com esse crápula, que vai ser o seu marido!
- Não chame ele de crápula Cláudia!
- Eu chamo sim! Porque é isso que ele é! Um crápula! Você não percebe
Isabel, você vai cometar o maior erro da sua vida se casando com ele!
- Eu não vou cometar erro nenhum! Ele será o maior acerto da minha vida!
Não sou eu que gosto de um homem de uma classe inferior!
- Você é muito soberba! Julga os de baixo e os de cima! E a única coisa que
realmente te importa é a classe social de alguém, as contas bancárias! Mas
me diga uma coisa Isabel, você transa com as contas bancárias do
Sebastian?!
- Cláudia por favor! Diz Alexandre!
- Não pai, eu não vou me calar! Eu não posso me calar! Eu sei que eu gosto
de comprar coisas, mas eu sei que no fundo não é aquilo que me completa! E
ela não pode me julgar por eu namorar um cara pobre! Porque ela também já
se apaixonou por um!
Isabel se levanta e grita descontrolada…
- Cala boca!!! Você não tem o direito de dizer isso!
Alexandre fala de novo…
- Por favor Cláudia, não nos lembre desse episódio! Isso ficou no passado!
- Não, eu não vou fingir que nada aconteceu! Por que a culpa também é sua
pai!
- Minha?!
- Sim, você sabe, no fundo a culpa é sua! Não deixou a Isabel ficar com o
motorista, e olha só no que deu?! Caiu de paraquedas nos braços desse
aproveitador!
- Cala boca Cláudia! Você não tem o direito de falar sobre isso! Isso não é
problema seu!
- Você tem razão! Se você é uma fraca, e não conseguiu nem ficar com quem
você queria ficar de verdade, realmente isso não é problema meu!
- Eu não sou fraca! Apenas obedeci o meu pai!
- Se obedecer significa nunca fazer o que se quer fazer, prfirio mil vezes
desobedecer!
- Vamos controlar os ânimos! Disse Albert…
- Não se meta nesse assunto Albert, isso não tem nada a ver com você! Diz
Cláudia.
- Tudo bem…
- Um dia, vocês vão saber que esse cara aí, que é tão estimado por vocês,
não vale absolutamente nada! Eu sinceramente espero que não seja tarde
demais!
- Tarde demais para que? Pergunta Sebastian ironicamente.
- As vezes não adianta dizer, mas o tempo vai mostrar quem você é!
- Eu sou o que vocês estão vendo! Um amigo da família! Vocês me conhecem
desde sempre! Acha que eu faria alguma coisa?!
Alexandre responde…
- Claro que não Sebastian, você é de casa, conheço seu pai desde que
éramos adolescentes…
Albert também se manifesta a favor do amigo…
- Por favor Cláudia, Sebastian é um excelente amigo na vida pessoal, e um
ótimo parceiro nos negócios!
- Pensem o que vocês quiserem?! Em terra de cego quem tem um olho é rei!
Diz Cláudia;
- Sabe Cláudia, por que você não fica quieta?! É melhor, ninguém aqui liga
para sua opinião! Diz Isabel sorrindo.
- Não diga isso Isabel! É óbvio que nos ligamos para o que a sua irmã pensa
e diz! Defende Alexandre!
- Claro pai, o jantar é meu, mas você não para se orbitar em torno da
Cláudia!
- Por favor filha, não fique com ciúmes! Eu amo vocês três da mesma
maneira!
- Não diga isso, porque é uma mentira!
- E lá vem a Isabel se fazendo de vítima!!! Diz Cláudia!
- Eu não me faço de vítima, eu apenas estou constatando! Você faz tudo o que
ele desaprova, mas mesmo assim continua sendo a favorita!
- Para com esses seus dramas! Não me culpe pelas suas frustrações! Por que
você não desiste de tudo isso, e vai correndo atrás daquele seu motorista!
- Olha ela me provocando pai!
- Por favor Cláudia, deixe a sua irmã em paz! E esqueça desse assunto!
- Não. Não vou esquecer! Porque todo mundo acha que essa família é
perfeita! E isso é uma mentira! Uma hipocrisia! Essa família está desabando,
e ninguém faz nada! Essa família está convidando um inimigo pra fazer parte
da mesa, e não percebe, porque ele se disfarça de cordeiro, mas ele é um
lobo! Então eu não vou fazer coro para loucuras de vocês! Se você quiser se
casar Isabel, então case! Mas quero que você saiba, que você ainda vai ser
uma mendiga, que vive implorando por amor, mas que nunca vai recebê-lo
em abundância! Você deu as costas para você mesma! Não coloque a culpa
em mim, não fui eu quem te traiu, você fez isso consigo mesma!
Todos ficam calados!
Cláudia se levanta da mesa, e vai embora, e Alexandre anuncia…
- Acho que não temos mais clima para jantar!
- Concordo pai! Diz Albert.
- Então, acho que devo dizê-los, que tenho uma reunião com alguns clientes,
e como aqui acabou mais cedo, acho que devo ir andando.
Diz Sebastian…
- Reunião a essa hora? Questiona Alexandre…
- Sim, devo adiantar algumas negociações antes do casamento…
- Entendo, então vá. Diz Alexandre…
- Vou indo Isabel.
- Tudo bem.
Quando Sebastian estava de saída, ouvi Alexandre dizer:
- Que bom que você veio Albert, precisamos falar sobre os desfalques, cada
vez o rombo fica maior.
- Eu sei pai, não entendo como está acontecendo, o controle é tão rígido!
Quem está fazendo isso, com certeza é de confiança!
- Eu sei! Temos que descobrir quem é!

Sebastian vai embora, e vai ao encontro ‘dos clientes’ dele.

Chegando em um bar, ele pergunta…


- Eu quero falar com o chefe?
- Quem deseja?
- Diz que é um grande amigo;
O homem vai até o ‘chefe’, e volta…
- O chefe disse que você pode entrar.
- Onde ele está?!
- Nos fundos.
Sebastian vai até uma sala que tinha nos fundos do bar. E chegando lá tem
três homens, dois capangas, e o ‘chefe’, e ele começa a falar…
- Pensei que você não fosse mais aparecer?! Onde está o meu dinheiro
Sebastian?!
- Eu já estou providenciando chefe!
- Acho bom! Porque a sua dívida é grande! Ou será que você quer pagar com
a vida!
- De nenhuma maneira ‘chefe’! Eu vou pagar, só que está cada vez mais
difícil desfalcar, notaram o rombo.
-Isso não é problema meu!
- Eu sei disso! Mas eu vou me casar! Vou conseguir muito dinheiro com esse
casamento!
- Assim espero, mas lembre-se: Eu não sou um homem muito paciente.
- Eu sei disso!
- E pra quando é o casamento?!
- Muito em breve chefe!
- Quantas vezes eu tenho que te dizer para você parar de me chamar de
‘chefe’, afinal há quanto tempo nos conhecemos?
- Faz muito tempo!
- Então por que você não me chama pelo meu nome?!
- Eu sei Klaus, prometo que vou te chamar pelo seu nome! Klaus é um nome
muito forte!
- Foi isso que o meu pai disse quando colocou esse nome em mim!
- Mas mudando um pouco de assunto! Eu quero saber se você pode me fazer
um favor?!
- Depende que tipo de favor você está pedindo!
- Eu quero que você dê um jeito em uma garota!
- O que? Matá-la?!
- Não sei, o que você quiser! Afinal não é isso que você faz? Você sabe lidar
com as garotas!
- Ela é bonita?
- Sim.
- E é arisca?
- Muito!
- Adoro, adoro domar uma garota arisca! Traz ela aqui, e a gente vê o que
faz com ela!
- Tudo bem!
- E o seu cunhado?! Ele gostou de uma das minhas garotas! Aquela que foi
pra sua despedida de solteiro!
- Se eu fosse você abriria o olho, o Albert não é burro, daqui a pouco ele
saca que você não é apenas um cafetão! Em um piscar de olhos ele descobre
que a sua garota é traficada.
Capítulo seis

Pedido de ajuda

Novamente lá estava eu, enfurnada naquele lugar, e como eu odiava aquele


quarto, o pior era a sensação de estar presa sem ter feito absolutamente nada.
Eu olhava as paredes, e confesso que quase enlouqueci lá dentro. As horas
não passavam, e eu acho que estava começando a me apaixonar por ele,
Albert parecia confiável, mas ainda não tinha certeza se deveria contar
alguma coisa para ele. Eu sabia que só tinha um tiro, uma oportunidade, e se
eu falhasse, pagarias as consequências. Eu só queria sair de lá, e tirar o
máximo de garotas que ali se encontravam, eu não queria bancar a heroína, e
nem nada disso! Eu só queria ajudar quem foi retirada de casa com falsas
promessas, e que agora eram escravizadas sexualmente.
Contei para as garotas que Albert tinha me chamado novamente, e eles me
pressionaram, me perguntaram por que eu não disse nada pra ele, eu tentava
explicar, mas elas não entendiam…
- Aí a Flávia vai encontrar o cara, e olha o que acontece? Não fala nada!
Você sabe que talvez nós não vamos ter outra oportunidade como essa!!! Me
disse Mônica transtornada.
- Mônica, era só a segunda vez que eu me encontrava com ele, não sei se ele
é confiável! Você sabe o que pode acontecer com a gente se o cara saber de
toda essa merda aqui?!
- Flávia, não acho que ele saiba que nós somos traficadas! O cara acha que
você é só uma prostituta! Disse Ester;
- Não sei, como ele sabe o contato do Klaus?! Ele é tão ingênuo assim?! Ele
pode muito bem estar fingindo!
- Não acho que isso seja possível! Diz Eva. - Ele pareceu mesmo achar que
você é só mais uma putinha em um país estrangeiro.
- Não sei, antes de abrir a boca, devemos ter muito cuidado! E vocês me
julgam, mas não estou vendo nenhuma de vocês se mexendo para resolver
essa situação! E os clientes de vocês?!
- É fácil falar né Flávia, os caras que eles arranjam pra gente, é um pior do
que o outro!!! Diz Sabine. - Olha a cara da Angela, você acha que aquele
roxo ele fez por que quis?!
- Eu sei Angela! Só estou tentando me defender! Vocês ficam me
pressionando!
- Me desculpa Flávia! Mas quem aqui tem a melhor chance?! O cara é podre
de rico deve ser influente, conhecer um monte de gente, pode colocar essa
merda toda no ventilador! Me adverte Mônica.
- Eu sei disso! Por isso não vou perdê-lo de vista! Se tiver um terceiro
encontro, eu juro que vou pedir ajuda! Vou dizer a verdade!
- Isso aí! Esse cara tem que ajudar a gente! Afirma Ester.
- Mas sabem o que a Flávia não contou?! Que o cara chamou ela, e eles
devem ter transado a noite inteira! Diz Eva.
- Não vou falar isso com vocês!
- Qual é o problema de falar Flávia?! Olha a nossa vida, você não pode nos
entreter um pouco?! Pergunta Eva.
- Não é isso! É que eu tenho vergonha!
- A coisa deve ter sido tão boa, que ela nem quer contar pra gente! Afirma
Angela!
- Foi bom, eu não posso negar!
Todas riem….
- Então conta pra gente! O que aconteceu?! Como ele fez?! Perguntou Ester.
- Primeiro a gente conversou um pouco! Depois eu pedi pra ele me ensinar
algumas coisas! Depois a gente transou! Foi mágico, pena que depois
daquilo eu tive que voltar pra cá!
- É, a carruagem vira abóbora depois da meia-noite! Diz Eva.
- Infelizmente… Mas eu tenho esperança, nós vamos sair daqui!
- Sim, vamos sair daqui! Eu já não aguento mais esse lugar! Confessou Ester.
Alguns dias passaram, eu não tive mais notícia do Albert, e estava
começando a ficar desesperançosa, ele era a minha única esperança. Klaus
começou a perceber que nós, as seis, estávamos nos reunindo demais.
Aquilo me deixava preocupada, mas eu tentava disfarçar sempre que podia,
ele não poderia desconfiar de nada.
Anos mais tarde, fui saber que Albert ligava todas as noites para saber se eu
estava ‘disponível’, e Klaus sempre dizia que aquela noite eu não podia,
porque estava com outro cliente, o que não era verdade. Ele queria me
afastar de Albert, pois ele poderia causar problemas para o seu negócio.
Enquanto isso na vida de Albert…

Sebastian chamou Albert para ir até uma festa, mas o CEO parecia estar
desanimado.
- O que está acontecendo Albert? Vai ter uma mulherada top lá! Eu sei que eu
não posso, mas você é livre, desimpedido. Aproveita essa vida de solteiro!
- Eu não estou com vontade de ir nesses lugares, cansei disso!
- Eu sei o que está acontecendo! Desde que você conheceu aquela prostituta,
você está esquisito! Fica olhando pro nada! Pensando não sei no que!
- Não é isso Sebastian, eu só quero ficar no meu canto! Curtindo a minha
solidão!
- Não minta pra mim! Por que você não vê a garota de novo!
- Bem que eu queria! Mas tem alguma coisa de estranho! Não sei, o cafetão
dela, ela mesma, parece que está escondendo alguma coisa! É tudo muito
nebuloso, por isso resolvi deixar isso pra lá!
- E faz muito bem! Essa coisa de prostituição é muito barra pesada! É melhor
você não se meter nisso!
- Mas você não acha que tem alguma coisa de errado?!
- Não, é assim mesmo cara, quem paga mais leva a prostituta pra casa!
- Não sei!
-Lá vem você, montando castelos de areia! Não tem nada cara, relaxa!
- Mas me diz uma coisa, como você descobriu esse tal de Klaus, você
conhece ele faz muito tempo?!
- Que isso Albert?! Eu tendo relações com cafetões? Por favor né?! Um
conhecido me passou o cotado dele, eu nem conheço esse cara!
- Não só te perguntei, porque foi você que tinha o contado dele.
- Eu sei disso, mas agora porque eu sei o número de um cafetão, eu estou
envolvido com ele?
- Eu não disse isso! Eu sei que você jamais estaria envolvido com esse tipo
de pessoa!
- Ainda bem que você sabe disso!
- Bom, vou acabar de fazer esse relatório e vou pra casa!
- Então tá ok! Amanhã a gente se fala.
- Tá certo! Tchau, e lembre-se que o grande dia está chegando, não faça
nenhuma besteira!
- Pode deixar, tenho que ter responsabilidades de um futuro homem casado!
- Isso mesmo!
- Tchau, e não vá embora muito tarde!
- Pode deixar….
Sebastian vai embora, e Albert fica sozinho. O que será que está
acontecendo?!
Por mais que Albert tente negar para si mesmo! Não consegue tirar aquela
garota da cabeça! Tem algum mistério que sonda a vida dela, e cada vez ele
está mais curioso! Fora que o jeito como ela é, o encantava.
- O que está acontecendo comigo?! Se pergunta Albert.
Tentou fugir, andava de um lado para outro, resolveu ir embora. Ele já não
conseguia se concentrar, não fazia nada direito, aquilo nunca tinha
acontecido! Albert era um CEO muito competente, focado, e ao que tudo
indica, nunca havia se apaixonado por ninguém.
Chegou em seu apartamento, tudo estava impecável, a decoração cinza, dava
um ar diferente ao ambiente.
Se tinha alguma coisa que Albert adorava, era sua organização, nenhum
talher fora do lugar. Mas faltava algo naquele apartamento tão luxuoso,
amor…
Lustres, luxo, uma vista impecável da cidade, um lugar muito agradável,
porém também era muito frio. A solidão, algo que Albert estava muito
acostumado, de repente começou a incomodá-lo. Faltava algo, algo faltava…
Ele ainda não sabia o que era…
Com um uísque na mão, ele caminhava pelo seu apartamento…
- E se ela estivesse aqui? Pensava ele…
- Talvez se sentasse naquela cadeira ou talvez caminhasse, e iria ver a
paisagem… Será que criticaria alguma coisa? Ou diria que o lugar é muito
agradável?! - Meu Deus! O que eu estou pensando?! Tenho que me afastar
dela, estou perdendo o controle! Estou perdendo o controle! Ela me
seduziu…
Albert achava que Flávia estava jogando com ele, que o seu jeito tímido, era
apenas algo para atraí-lo, e que ela fazia isso com todos…
Parecia estranho, outro uísque pronto, - Será que ela faz isso com todos? -
Meus Deus por que eu não consigo parar de pensar nessa mulher?! - Que
tormento -
O amor é um furacão, não se pode evitá-lo, ele acontece, quando passa, que
se pode dar conta do tamanho do estrago deixado por ele.
Uma tormenta, uma tormenta, não se pode fugir, muito menos se esconder….
- E quando ela morde os lábios – Que boca! Que boca!
Albert recordava os beijos, que foram de tirar o fôlego!
Algo dentro dele o movia, tinha que ligar, tinha que ligar, mas não poderia,
não poderia…
- Só mais uma vez! Só mais uma vez! E isso tudo acaba!
Albert começou a mentir para si mesmo, “Só mais uma vez”.
“Só mais uma vez” Será que isso era possível?
Quando acabou de tomar o terceiro uísque, Albert pegou o telefone e ligou
novamente, Klaus não acreditou que o CEO estava ligando novamente…
- Olá senhor Albert, no que posso ajudar?!
- Eu quero saber se a brasileira está disponível hoje?!
- Senhor Albert, como o senhor é um cliente especial, hoje vou te mandar
uma garota top, jovem, e muito mais bonita do que a brasileira! Também vou
fazer um preço especial para o senhor.
- Eu pago o dobro pela brasileira…
- Infelizmente hoje, ela não está disponível, senhor…
- Eu pago o triplo…
Klaus não acredita no que escuta, o triplo, era uma oferta quase irresistível,
mas ele se manteve firme…
- Infelizmente, hoje ela não pode…
- Eu não quero nenhuma outra garota, e não gosto de ficar negociando
pessoas, mas como isso é um negócio, eu pago 5 vezes mais do que o outro
cliente está pagando…
Klaus não poderia recusar aquela oferta, era as regras do jogo, em um
programa, uma garota ganhar tanto assim, isso era praticamente
impossível…
- Ok senhor Albert, vou mandar a brasileira. Qual o endereço?
- No meu apartamento.
- Ok, dentro de uma hora ela chegará aí…
- Estou esperando….
Quando desligou o telefone Albert comemorou, iria finalmente encontrá-la
novamente…
Mas Klaus tinha outros planos….
- Arrume a Mônica, hoje ela tem um programa, mas peça para ela se arrumar
bem, o cliente vai pagar uma fortuna…
- Mas senhor, o cliente não pediu a brasileira?!
- Ele é um homem poderoso, vou mandar a Mônica, ela é mais bonita que a
Flávia, e com certeza vai agradá-lo mais! Também não quero que a
brasileira se envolva muito com os clientes, não quero que isso vire um
romance, você sabe como que é quando eles se apaixonam!
- É verdade!
- Então vai logo, arrume a Mônica, peça para ela ficar bem sensual, que hoje
ela vai encontrar um CEO.
- Sim senhor.
Ivan chega até o quarto e pede para Mônica se arrumar…
- Mônica, vai se arrumar, hoje você tem um programa;
- E com quem que eu vou me encontrar?!
- Isso não deveria te interessar! Mas saiba que não vai ser nenhum sacrifício,
vai ser com um homem bem rico, um CEO.
Quando escuta aquilo, Flávia fica um pouco receosa, será que era Albert, ela
só saberia quando Mônica voltasse…
Mônica se arrumou, colocou um vestido do tipo ‘matador’, e foi ao encontro
só seu cliente.
Albert estava ansioso, ajeitou seu cabelo, passou perfume, parecia até
mesmo um adolescente.
Andava de um lado para o outro, aguardava a chegada dela…
Mônica chegou ao prédio de Albert, e ficou impressionada com a riqueza do
lugar….
Subiu até a cobertura, tocou a campainha e aguardou…
Albert foi até a porta, e estava até nervoso, porém quando abriu, se deparou
com Mônica, que com certeza era uma mulher muito atraente, porém Albert
não conseguiu disfarçar a frustração…
- Quem é você?
- O Klaus me mandou.
- Mas eu pedi a brasileira….
- Ela não pôde vir, foi aí que ele me mandou…
- Me desculpa, mas eu queria mesmo a Flávia…
- Olha pra mim, eu não sou atraente?!
- Não, eu não disse isso! É que eu realmente estava a esperando! Você é
muito bonita, mas eu estou pagando 5 vezes mais, porque eu queria que fosse
ela.
Mônica não aguentou a rejeição, não poderia entender, se achava mais bonita
do que Flávia, então por que aquele homem não queria transar com ela?
Mônica ficou surpresa, não esperava que Albert fosse tão bonito e educado,
o que fez ela ficar com mais raiva ainda.
Ela começou a tirar a roupa, e Albert a perguntou:
- O que você está fazendo?
- Olha pra mim! O meu corpo é perfeito, por que a gente não faz o que temos
que fazer?!
Albert viu Mônica nua, e disse…
- Você realmente é muito bonita, mas eu não estou no clima! Vou te pagar o
que combinamos, mas por favor se vista!
- Tudo bem.
Mônica se sentiu humilhada…
- E você conhece a Flávia? Pergunta curioso Albert…
- Sim, eu conheço ela! Adora seduzir homens como você, ela se faz de
tímida, e fisga os clientes mais inocentes!
Mônica demostrava o seu veneno…
- Eu não acho ela falsa! Defende Albert…
- Deve ser porque você não a conhece!
- Eu já percebi que você não gosta muito dela!
- Não é isso! É que eu só não consigo entender como alguém como o senhor,
viu alguma coisa de especial nela.
- As vezes as palavras não conseguem explicar os sentimentos.
- Eu acho melhor eu ir embora.
Albert pega a carteira, e dá o valor acordado para Mônica…
- Aqui está, mas diga para o seu chefe não me enganar mais!
- Muito obrigado por me pagar! Mesmo a gente não tendo feito nada!
- Não precisa agradecer! Afinal você veio até aqui!
- Em vão!
- É, foi em vão.
Albert abre a porta para Mônica ir embora.
O CEO fica decepcionado, até pensa em ligar para Klaus para reclamar, mas
depois desiste!
Bebi mais três uísques e cai na cama.
Mônica volta até o seu cativeiro. Klaus quer saber como foi o programa.
- E aí ele te pagou?
- Aqui está o dinheiro!
Klaus pega o dinheiro e mostra para Ivan…
- Aqui Ivan, eu te falei que ele ia gostar da Mônica, pagou cinco vezes
mais… O que você fez para ele gostar tanto de você?
- Eu não fiz nada!
- Como assim você não fez nada?!
- Você enganou ele, disse que iria mandar a Flávia, e me mandou! Ele não
gostou disso!
- Se ele não gostou, por que te pagou 5 vezes mais?! Se ele não tivesse
gostado não teria nem te pagado!
- Ele me pagou porque é educado! Porque ele não fez absolutamente nada
comigo, ele queria a brasileira!
- Como assim ele não fez nada com você?!
- Ele não fez nada, eu fiquei nua na frente dele, e ele pediu para eu me vesti
novamente! Nem me tocou.
- Você deve ter feito alguma coisa de errado!
- Eu não fiz nada! Quero dizer, ele não fez nada!
- Não estou gostando disso!
- Volta para o seu quarto, e se alguém perguntar, diga que o serviço foi feito!
- Então eu vou contar uma mentira?!
- Eu mando em você! E se eu mandar você mentir, você simplesmente menti!
Você está me entendendo?! Ou quer ficar uma semana sem comer?!
- Não!
- Então faça o que eu mandar você fazer!
- Sim senhor!
- Agora vai! Ivan leva ela!
- Sim senhor.
Ivan leva Mônica até o quarto.
Todas estão ansiosas para saber o que aconteceu.
Ivan diz para Mônica que é melhor ela fazer o que Klaus mandou, pois senão
sofreria as consequências.
A porta abre…
A primeira a aborda Mônica é Eva…
- E aí, era o mesmo cara?
- Que cara?
- O CEO da Flávia, era o mesmo?
- Eu não sabia que a Flávia tinha um CEO.
- Fala logo Mônica, era o mesmo cara? Insiste Eva.
E Mônica responde…
- Sim, era ele mesmo.
Eu juro que eu poderia ouvir qualquer coisa, menos aquilo, senti meu
coração apertado na hora que ela confirmou.
Todas ficaram perplexas.
- Por que ele não chamou a Flávia? Perguntou Ester.
- Porque ele queria uma coisa diferente.
- Como assim ele queria uma coisa diferente? Insistiu Ester.
- Ele queria variar, o cara é rico pra caramba, você acha que ele ia se ligar
em uma garota só?
- Não sei, isso está muito esquisito! Diz Eva.
- Esquisito por que Eva?!
- Porque o cara parecia interessado nela, e de repente pede uma outra
garota?! Você pode muito bem estar mentindo!
- Eu não estou mentindo Eva, se você quiser eu posso dar detalhes!
Aí eu me pronunciei…
- Não precisa de destalhes Mônica!
- Mas eu quero saber Flávia! Quero saber se isso é mesmo verdade, ou essa
aí está mentindo!
- Eva, eu não sou mentirosa! Eu já disse que eu fiz o serviço, e ele gostou
tanto, que me pagou 5 vezes mais!!!
- Que?!!!!!!! Exclama Sabine…
- Sim, isso que vocês estão ouvindo, ele me pagou 5 vezes mais, eu queria
perguntar para Flávia, se ele já pagou tanto assim pra ela?!
Eu abaixei a cabeça, e disse..
- Não.
- Ela não tem nem vergonha de mentir tanto! Contestou Eva.
- Eu já disse que não estou mentindo!
- Mas eu não acredito em você!
- Eva, se não quer acreditar em mim, não acredite!
Confesso que fiquei decepcionada.
- É parece que foi melhor eu não ter falado nada! Ele não era de confiança!
- Como você sabe Flávia?! Me perguntou Eva.
- Você não ouviu o que ela disse?! Eu ache, eu achei…
- Achou o que Flávia?! Que ele estava gostando de você?! Cai na real, eu
sou a mais bonita daqui, e todo mundo sabe disso!
- Nossa! A humildade passou longe! Diz Ester!
- Quem é bonita não precisa ser humilde!
- Mônica, por que você não cala essa sua boca?!
- Por que? Quem vai calar, você Eva?!
- Se você dúvida eu posso aí fazer você calar essa boca!
- Então vem…
Sabine se pronuncia…
- Por favor, não vão brigar por causa disso!
- Como assim não vão brigar?! Essa idiota acabou com a nossa única chance
de sair daqui! Grita Eva.
- Agora a culpa é minha?! Eu só fui lá pra fazer um programa! Eu não tenho
culpa se ele gostou de mim!
- Ele gostou de você Mônica?! Faça-me o favor!!! Diz novamente Eva!
- Claro, quando eu fiquei nua, ele ficou paralisado!
- Ninguém quer saber disso Mônica!
- Eu pensei que vocês queriam detalhes!
- Não, ninguém aqui quer saber de nada disso!
- O cara é um garanhão, agora eu entendo porque a Flávia sempre voltava
com um sorriso no rosto!
- Para de provocar ela Mônica!
- Será que dava pra vocês pararem com isso! Se não conseguimos desse
jeito, vamos arrumar outra maneira! Agora eu vou no banheiro tomar banho!
Vou pensar um pouco, vamos encontrar outro jeito de sair daqui!
Sai dali, entrei no banheiro, liguei o chuveiro, e chorei, não podia evitar, as
palavras de Mônica me feriram profundamente. Não queria que ninguém
percebesse, mas estava desolada.
Do lado de fora, Eva dizia:
- Aposto que ela está chorando! Ligou o chuveiro pra gente não perceber!
- Também acho! Disse Ester.
- Ela gostava dele! Deve ter sido decepcionante! Falou Ester.
- Você não tem pena do que você falou pra garota?! Perguntou Eva para
Mônica.
- O mundo é cruel…
Capítulo sete
A descoberta do desfalque

Faltavam poucos dias para o casamento de Isabel e Sebastian, a cerimônia


contaria com centenas de convidados, dentre os mais ilustres, o matrimônio
seria um acontecimento.
Contudo pouquíssimas pessoas sabiam a real situação da Família do noivo,
eles estavam falidos a um bom tempo, e iriam achar nesse casamento a
‘salvação da lavoura’.
Sebastian conseguia dissimular e enganar a todos ao seu redor, era como um
malabarista, mentia tanto, que esqueceu que a verdade existia, e via nessa
sua pior inimiga. A única pedra de tropeço nos planos de Sebastian era
justamente sua cunhada, Cláudia estava a alguns passos de descobrir toda a
verdade, e que era ele que vinha desfalcando a empresa, a última pessoa que
ninguém suspeitava.
Isabel era sua cúmplice, sabia que ele estava falido e mesmo assim aceitou
se casar com ele, ele parecia ser o ‘marido ideal’, com algumas falhas,
porém que não influenciava tanto no final das contas, ela era igualmente da
mesma estirpe, se não fosse pior.
As vésperas do grande dia, Sebastian chegou normalmente ao trabalho, e
logo foi ao seu escritório para fazer uma ligação importantíssima.
Discou o número, e esperou chamar…
- Alô;
- Quem é?
- Eu, Sebastian?
- Você está com o dinheiro?
- Ainda não, mas como você quer que eu arranje o dinheiro?! O Albert tem
que estar distraído! Você não deixa mais ele ver a garota!
- Não sei, mas a minha intuição diz que isso vai dar merda. É melhor ela não
voltar a vê-lo.
- Você tem que abrir uma exceção, ele tá louco pela garota, se você deixar
ele ver ela, com certeza vai ficar distraído, e aí que a gente entra!
- Não me parece uma boa ideia!
- Vai por mim. Só mais uma vez, e depois você some com essa garota do
mapa. Tudo depende de você, se quer o dinheiro, dá a garota pra ele.
- Você está me ameaçando Sebastian, porque se eu não estiver enganado, é
você que me deve dinheiro!
- Claro que não Klaus, eu só estou dizendo, que se você quiser o seu
dinheiro de volta, dá mais uma noite pra ele!
- Tudo bem, eu vou pensar no assunto, mas depois disso eu vou sumir com
ela daqui!
- Tudo bem! Por mim, tanto faz o que você fizer ou deixar de fazer com ela.
- E Me diz uma coisa, e aquela garota que você disse que ia trazer pra mim?!
- Fica calmo, por enquanto ela só suspeita de mim, não tem nada de
concreto, talvez eu não precise mais da sua ajuda!
- Que pena! Eu precisava de mais uma garota, mas tudo bem eu arranjo em
outro lugar.
- Vai por mim, eu estou te livrando de uma dor de cabeça.
- Tudo bem, vamos manter o contato, e não se esqueça de pagar o que você
deve, de um jeito ou de outro.
- Claro, eu não vou te decepcionar mais uma vez!
- Assim espero.
Sebastian desliga o telefone, e gira sentado em sua cadeira, mastiga o
chiclete incessantemente, mexe no seu cabelo, e revisa alguns papéis. Se
levanta e decide ir até o escritório do contador, e chegando lá, o homem não
fica muito contente de ver Sebastian novamente.
- O que você quer?
- Eu vim até aqui para saber como está indo os nossos negócios.
- Já é a terceira vez nesse mês!
- Que fosse a décima! Você vai fazer o que eu estou mandando você fazer ou
não!
- O senhor Albert vai descobrir tudo, você está retirando muito dinheiro!
- Eu sei, e juro que quando eu me casar com a Isabel, vou devolver tudo.
- Eu trabalho nessa empresa há anos! O senhor Alexandre que me contratou,
e olha pra mim, estou roubando da empresa dele.
- Você não está roubando! Apenas está remanejando verbas, pense assim, é
menos dolorido!
- Eles vão descobrir Sebastian.
- Pra você, é senhor Sebastian. E agora preste bem atenção, ou você faz o
que eu estou mandando ou todo mundo aqui vai saber que você desviou
dinheiro dessa empresa, você quer passar por isso?
- Não, de nenhuma maneira!
- Então faça o que eu te pedir!
- Mas o chefe, hoje ele trabalha até tarde, vai desconfiar se eu ficar aqui até
mais tarde, ele precisa ir embora mais cedo hoje!
- Já estou providenciando isso! Faça a sua parte, que eu faço a minha!
- E quanto você quer dessa vez?!
- Eu quero o dobro da vez anterior!
- Mas isso é muito dinheiro?!
- Faça o que deve ser feito.
- Tudo bem, e onde vamos nos encontrar?!
- No lugar de sempre, perto da ponte.
- Eu sou vou ir até a minha casa, hoje é o aniversário da minha filha!
- Dê a ela minhas felicidades!
Sebastian sai da sala, e deixa o contador sem reação, ele está nitidamente
nervoso, porém tem que disfarçar, já que hoje é aniversário de sua filha.
Enquanto o contador demostra um pouco de remorso, Sebastian caminha com
total serenidade e calma. Parece que nasceu para fazer aquilo, dissimular era
um dom em sua percepção.
Casa do Contador – 1998 – Aniversário de 21 anos de sua filha…
Era tarde, Irina estava completando 21 anos de idade, e jamais esqueceria
aquela data em específico.
O contador Clóvis chegou e deu um beijo nela, a festa ainda estava sendo
preparada, e entre as várias amigas de Irina estava Cláudia, elas se
conheciam há muito tempo, e eram inseparáveis.
Toda vez que Clóvis iria se encontrar com Sebastian, ele ia até o seu quarto
e pegava um revólver que ficava dentro do seu cofre, o genro de Alexandre
era frio e calculista, e Clóvis não confiava nele, a qualquer momento
Sebastian poderia tentar alguma coisa.
Enquanto a aniversariante abria os presentes, Cláudia levantou para ira até a
cozinha pegar um copo d’água. Só que em cima do balcão ela viu a pasta de
Clóvis, que estava escrito, ‘Desfalque Sebas’, aquilo chamou a atenção de
Cláudia, que não podia conter sua curiosidade.
O que significava ‘Desfalque Sebas’? Aquilo estava matando Cláudia, ela
pensou em perguntar para Clóvis, mas tinha medo, será que era ele que
estava desfalcando a empresa?! Não, não podia ser, Clóvis era amigo de
longa data de seu pai, e seria incapaz de fazer uma coisa dessas!
Mas era a chance de Cláudia descobrir a verdade, só lhe restava se
aprofundar naquela única pista que apareceu.
Ali mesmo decidiu seguir Clóvis.
Clóvis deu um abraço apertado em Irina, e também beijou sua mulher, se
despediu de Cláudia e das outras amigas da filha, e depois saiu.
Cláudia deu uma desculpa esfarrapada, e resolveu ir atrás de Clóvis, porém
o contador estava entrando na empresa, o que fez Cláudia se sentir uma
idiota, que estava vendo coisas que não existiam. Mas sua intuição, a dizia:
‘Corre atrás dele, corre atrás dele, não desista’.
Cláudia não poderia desistir, algo muito forte a deixava determinada, e hoje
ela descobriria o que havia por trás de tudo aquilo.
As horas passavam, e nada de Clóvis sair, mas lá estava Cláudia, escondida
em seu carro, do outro lado da rua.

20:00
Cláudia estranha, era 20h e Albert sai apressado do trabalho – Pra onde ele
está indo? - Se perguntou ela, e com tanta pressa assim?
Era estranho, pois Albert era um dos últimos a saírem, mas passou mais
alguns minutos e nada de Clóvis sair…
Cláudia continuou esperando, alguma coisa estava errada ali, ela não sabia o
que, mas hoje iria descobrir…
22:20
Sebastian sai da empresa, algo realmente estranho, já que ele teria um jantar
em breve com a Família Hans, era demasiado tarde.
22:45
Clóvis sai da empresa.
Cláudia segue Clóvis, sem que ele perceba, ela acelera o carro, parece que
está com muita pressa. Não era para ele está na festa de Irina?
A intuição de Cláudia estava certa…
Clóvis vira duas vezes a esquerda, e chega a uma ponte, lá estava Sebastian
sentado em um dos bancos, não havia ninguém naquele lugar, os dois se
aproximam e se cumprimentam, mas Cláudia não consegue ouvir
absolutamente nada, ela precisa se aproximar, ela se enconde atrás de uma
pilastra, e percebe que Clóvis está retirando alguma coisa do porta-malas.
Era uma bolsa, ele a entrega para Sebastian, que a abre e confere, Cláudia vê
dinheiro, e fica espantada.
- Eu sabia! Era ele o tempo todo!
Quando ia tirando a máquina de fotografar de sua bolsa, Cláudia percebe que
Sebastian está se movimentando se uma maneira estranha, ele toca no
sobretudo de Clóvis, e pega a sua arma.
Sebastian diz para Clóvis?
- Por que você trouxe isso ao nosso encontro?
- Foi por segurança Sebastian!
- Você não estava pensando em atirar em mim, estava?!
- Claro que não Sebastian, eu não sou um assassino! Eu só quero ir embora e
ver a minha filha!
- Sabe qual é o seu maior problema Clóvis? Você é muito medíocre! Sempre
se satisfaz com pouco! Sempre esperando as migalhas caírem da mesa! E
sabe qual é o problema disso Clóvis?!Pessoas como você são simplesmente
esquecidas pela história! Você é uma pessoa que não veio pra acrescentar
nada! É só um velho decrépito que já não serve pra mais nada.
- Por que você está me dizendo isso Sebastian, eu não fiz tudo o que você
mandou?!
- Sim, você fez. Mas também trouxe um problema junto!
- Que problema!
- Eu não sei como você pode ser tão burro!
- Você está sendo seguido, e nem se deu conta disso!
- Seguido, eu? Impossível!
- Você trouxe a vagabundinha até aqui! Seu desgraçado!
- Que vagabunda Sebastian, de quem você está falando?!
- A Cláudia te seguiu, e está vendo tudo o que nós estamos fazendo aqui,
agora! Você o tamanho do problema que você me arranjou?! Agora como eu
vou limpar essa merda toda?!
- Não sei, hoje eu vi a senhorita Cláudia na minha casa, ajudando minha filha
no aniversário dela!
- Ela deve ter visto alguma coisa!
- Deve ter sido a pasta que eu uso para maquiar os desfalques! ‘Desfalque
Sebas’!
- Mas me diga uma coisa, quem é que desvia dinheiro, e coloca uma pasta
com o nome ‘Desfalque Sebas’? Você realmente é um ser com uma
inteligência abaixo do normal.
- Mas ninguém nunca viu essa pasta.
- Parece que agora alguém viu! Vou ter que arranjar um problema por sua
causa!
- Você já não me serve para nada! Inútil.
Cláudia de longe fotografa, Sebastian com uma arma na mão, e Clóvis com
as mãos levantadas.
- Solta a bolsa Clóvis!
- Não, não vou solta! Eu quero ir embora!
- Solta a bolsa, que eu deixo você ir embora!
- Não, primeiro me devolve o revólver!
Clóvis fica com a bolsa em uma das mãos, e vai se aproximando da porte.
Sebastian fica apontando o revólver para a cabeça de Clóvis, Cláudia está
vendo tudo e também registrando…
- Me dá a merda do dinheiro Clóvis!
- Não, me deixa ir embora, eu tenho família Sebastian, eles dependem de
mim! Hoje é aniversário da minha filha!
- Me dá o dinheiro e eu deixo você ir pra casa!
- Não você está mentindo.
Clóvis não se dá conta que está andando de costas diretamente para a ponte.
Uma queda, seria fatal.
- Clóvis, raciocina! Você quer que aqui seja o fim da linha pra você?! Pensa
bem, você não quer ver seus netos?! Você é um homem honrado!
- Eu era um homem honrado, hoje eu sou um ladrão!
- Ladrão todos nós somos um pouco, a diferença é o que você está roubando!
- Eu nunca me senti bem com isso!
- Eu sempre soube que você era um fraco.
- Se ser fraco é ser honesto, então eu sou fraco!
- O mundo Clóvis, é dos mais fortes! Quem vai sobreviver hoje?! Eu ou
você?!
- Você é um louco!
- Não sou louco! Eu sou um jogador, e quem deverá ganhar o jogo hoje sou
eu!
- Não!
- Game Over…
Sebastian se aproxima dele e dá um tiro a queima-roupa na cabeça de
Clóvis, com a própria arma do contador, e acaba caindo da ponte com a
bolsa nas mãos.
Cláudia vê aquela cena toda, e fica em estado de choque, ela para de
fotografar, e corre até o seu carro, ela abre a porta, e quando coloca a mão
na chave, percebe que ela não está lá.
- Cadê a chave?! Cadê?
Cláudia fica desesperada, e procura a chave no porta-luvas, até que
Sebastian aparece do lado de fora da outra porta, e ele está com a chave nas
mãos!
- Procurando alguma coisa, cunhadinha?!
Cláudia fica branca, pega sua bolsa no desespero e começa a correr, pedi
ajuda, mas ali é um lugar deserto, ninguém a escuta…
- Pra onde você pensa que vai Cláudia?!
- O que você fez?! Você matou o Clóvis?!!!!
- Sim matei! Algum problema com isso?!
Cláudia está visivelmente abalada pelo que viu!
- O que você vai fazer comigo?!
- Cláudia, eu falei pra você não se meter no meu caminho, e agora o que eu
faço com você?! Quer nadar com o contador Clóvis!
Cláudia anda desesperada, e Clóvis ri…
- Olha pra você, ainda não se recuperou?! É só uma morte, não é pra tanto!
- Era você o tempo todo, eu sempre soube! Mas todo mundo vai saber quem
você é!
- Será que vão mesmo?!!! Acho difícil!
- Você é um doente, você não vai se casar com a minha irmã!!!
- E o que faz você acreditar que ela não sabia de nada?! Só por ela é sua
irmã?
- Do que você está falando, seu assassino?!
- Que os iguais se reconfortam! E eu e a sua irmã somos iguais! Tão
parecidos!
- Minha irmão não é igual a você
- Tem razão, ela deve ser pior!
- Você vai pagar pelo que acabou de fazer!
- Eu, vou pagar pelo que? Não fiz nada!
- Você se acha um Deus! Que vai ficar impune, mas saiba que eu tirei fotos!
- Quais, aquelas que eu posso queimar na hora que eu quiser?!
- Eu vi tudo! Você acha que o meu pai não vai acreditar em mim?!
- É verdade! Ele pode até acreditar em você, mas isso se você fosse ver ele
de novo! Uma coisa que não vai acontecer nunca mais!
Uma coisa eu te prometo, nunca mais você vai ver o seu querido papai!
- Por que? Você vai me matar?
- Deveria! Você só me traz problemas!
- Então me mata que eu quero ver se você tem coragem!
- Não me desafie Cláudia! Você não me conhece!
- Não, aí que você se engana! Eu sempre soube quem você era! Sempre,
soube que você não valia nada!
- Agora você quer ser a esperta?! Ok!
- O que você vai fazer comigo?!
- Bom, eu vou te levar pra um lugar! Você fez eu perde o meu dinheiro todo,
vou ter que consegui-lo de outra maneira!
- Do que você está falando?!
- Bom, até descobrirem o corpo do nosso amigo ali, vai demorar uns três
dias! Enquanto isso, eu vou ver o que vou fazer com você, mas te garanto,
você ferrou com tudo! Não vai dar para se despedir da família! Que pena!
- Eles vão descobrir tudo Sebastian, mas cedo ou mais tarde!
- Eu vou te falar uma coisa Cláudia que não insiram na sua escola, as
maiores verdades do mundo, nunca vem a tona.
Nesse momento Sebastian dá um golpe na cabeça de Cláudia, que desmaia
na hora, e a coloca dentro do porta-malas dele.
Ele coloca um pano na boca dela, além de prender suas mãos.
Sebastian assovia, e fecha o porta-malas, depois friamente dirige até a
mansão ‘Hans’, e Cláudia está desacordada no porta-malas.
Chegando lá, há uma pequena festa, porém o barulho é ensurdecedor.
Ele coloca o carro na garagem, entra na mansão e socializa como se nada
tivesse acontecido.
Sebastian chama Isabel em um canto…
- Vai pegar o carro da sua irmã nesse endereço…
Sebastian dá um papel para Isabel.
- Mas por que pegar o carro dela?
- Faz o que eu estou te mandando, some com o carro dela!
- Mas por que?
- Você o amor do seu pai de volta?!
Isabel diz que sim com a cabeça.
- Então faça o que eu estou te pedindo.
Isabel sai rapidamente, Sebastian dá a desculpa que ela foi buscar uma
amiga.
Isabel acha o carro de Cláudia, e o esconde em um estacionamento
clandestino, onde ela dá um nome falso.
Ela regressa até sua festa, e Sebastian pergunta se ela conseguiu…
- Consegui, sumi com o carro do radar, o que aconteceu com ela?!
- Ela viu demais, ela está desacordada no porta-malas do meu carro dentro
da garagem do seu pai!
- Desacordada ou morta?!
- Desacordada!
- E por que você foi trazer ela justamente pra cá Sebastian?!
- Eu precisava de um álibi?!
- De um álibi?!
- Depois eu te explico, agora haja naturalmente?!
- Eu tenho que ir lá ver ela, desacordada! Eu tenho que ver isso!
- É perigoso Isabel!
- Que seja! Eu vou lá!
Isabel abre a garagem, e vai até o carro de Sebastian, chegando lá, ela abre o
porta-malas lentamente, com tranquilidade ela o fazia, e com um imenso
prazer, não tinha perigo, o barulho da festa não permitia ninguém ouvir algum
pedido de socorro.
Ela abre e vê a Cláudia amarrada e amordaçada, sua cabeça sangrava,
enquanto a olhava, Isabel sorria, por dentro e por fora.
Cláudia despertava lentamente e quando viu o rosto de Isabel, pediu ajuda
com os olhos, depois tentava falar mas era em vão, Isabel sorria e disse…
- Era assim que eu sempre quis te ver na vida, sem voz, assim você não pode
chamar a atenção de todo mundo, não é?
Cláudia chorava de desespero, estava na casa de seu pai, mas não poderia
pedir ajuda…
- Tenta gritar Cláudia, ninguém vai te ouvir…
Enquanto estava com o porta-malas aberto, Alexandre chega pela frente e
pergunta o que Isabel estava fazendo ali.
Isabel fica apreensiva.
- Estava guardando um presente pai.
- E a sua amiga, cadê ela?
- Que amiga papai?
- Sebastian disse que você saiu porque iria busca uma amiga para a festa!
- Ha… Sim, ela não pode vir…
Cláudia tentava se mexer dentro do carro, pois tinha escutado a voz do seu
pai…
- Que barulho é esse Isabel?
- Que barulho pai?
- Que está vindo do porta-malas?!
- Não ouvi nada, o barulho é da música!
- Não Isabel, o barulho está vindo do porta-malas! Deixa eu ver o que tem aí
dentro?!
- Não tem nada!
Cláudia fazia ainda mais barulho, e Alexandre desconfiava! Isabel estava
nitidamente nervosa, já que se ele visse Cláudia ali, tudo estaria acabado…
- Abra o porta-malas Isabel!
- Não tem nada aqui!
Alexandre vai em direção ao porta-malas, porém quando estava bem perto, a
porta da garagem se abre, e Sebastian está com o microfone na mão,
chamando o sogro para fazer um discurso, ela até pensa em ver o porta-
malas, mas desiste, não queria deixar os convidados esperando.
Quando chega ao palco, Alexandre diz:
- Onde está a minha a Cláudia, alguém viu ela hoje?
Isabel respira aliviada...
Capítulo oito
Traficadas...
Para despistar Albert, Klaus liga para ele e diz que finalmente Flávia está
disponível. O CEO não acredita, e logo marca um encontro com a
brasileira, há dias Albert não conseguia dormir, precisava encontrá-la, e
assim, de repente surgiu a oportunidade perfeita, o irmão de Cláudia nem
desconfiou do “cafetão” de Flávia.
Novamente, o CEO marcou um encontro em seu apartamento, e as 20:00h
ele saiu da empresa.
Enquanto isso no cativeiro…
Flávia não tinha acordado bem naquele dia, estava com náuseas, além do
mal humor, a brasileira já não estava aguentando mais aquela situação,
ela estava extremamente estressada.
A noite, Ivan chegou até o quarto das ‘ex-virgens’, elas haviam brigado
tanto, que nenhuma dirigia mais a palavra.
(Naquele dia eu estava muito fora de mim, só conseguia chorar e chorar
mais, estava sensível por algum motivo, já fazia alguns meses que eu
estava ali, e já não aguentava mais. Na minha cabeça não iria ficar tanto
tempo em cativeiro, e lógico que isso começou a abalar o meu psicológico,
vomitava e sentia uma azia terrível.
Eu só tinha 18 anos, meu Deus… como o tempo voa, eu me lembro que
naquela semana foi muito difícil, eu não estava falando com a Mônica, por
mais que eu não tivesse absolutamente nada com o Albert, estava
profundamente decepcionada com ele, senti como se fosse uma traição,
longe da minha casa, longe do meu país, eu não conhecia ninguém ali,
estava rodeada de pessoas estranhas, e era a única coisa que eu tinha.
Estava desolada, me imaginei mais de um milhão de vezes sendo
resgatada, voltando para minha casa, andando livremente pelas ruas, mas
infelizmente a minha esperança estava se esgotando, já havia chegado ao
meu Limite.
Ainda assim, naquele dia anoiteceu, me lembro de Ivan ter entrado no
nosso quarto e mandado eu me arrumar, tinha um programa aquela noite,
eu ainda estava dando sorte, não tinha me relacionado com mais ninguém
além de Albert, mas eu sabia que uma hora teria que enfrentar tudo aquilo.
Sem a ajuda de ninguém fui até o banheiro, me olhei no espelho e pensei: -
Hoje eu vou fugir! Não me importa mais! Eu não aguento mais isso! Está
me matando! - Mesmo eu sabendo que se eu não voltasse, as outras iriam
pagar as consequências, porém quando alguém está desesperado, não olha
muito o que irá acontecer depois de um ato precipitado. Eu tinha uma vida
e tinha que vivê-la, até ali, eu ainda achava que poderia superar o fato de
ter sido traficada, poderia esquecer, passar uma borracha, recomeçar, mas
a realidade te alcança, te derruba, te tortura…
Andei pelo corredor da morte, estava de saco cheio daquele lugar, queria
ir embora sem olhar pra trás, a essas alturas tanto fazia o que
acontecesse, inconsequentemente eu achei que não tinha mais nada a
perder, e a vida depois me mostrou que eu tinha muito o que perder, e que
isso me deixaria dilacerada.
Era um jogo de perdas e ganhos, ganhei um amor, e perdi dois…
Era um edifício muito alto, tipicamente de Classe A, mas já não importava,
fiquei em dúvida, não sabia se fugia dali mesmo ou se faria o programa
para roubar o dinheiro para poder me sustentar por uns dias.
Quando estava dentro do elevador, lembre dos rostos de Mônica, Eva,
Sabine, Angela e Ester, e de tantas outras, me sentia culpada, o remorso
me consumia, mas era eu ou elas.
Já não podia mais aguentar aquilo calada…
Cada garota traficada tem uma história de sonhos destroçados para
contar a alguém, e isso era o mais encantador em cada uma delas, suas
histórias eram motivadoras, até chegarem ali.
Sabe aquele sonho que te vendem, - Seja Feliz, é pra isso que a gente
nasceu, para ser feliz! Foi para isso que Deus fez o ser humano! -
Bom, descobri que isso tudo não passava de palavras bonitas, eu nunca
tinha sido feliz na minha vida, ninguém nunca tinha me dito ‘Ei, eu te
amo’, ou coisas desse tipo, eu só era uma garota querendo um pouco dessa
tal felicidade, que até agora nunca havia chegando, será que é tão difícil
entender que a vida é mais dura pra uma garota solitária?!
Abriu a porta do elevador, ela corria para a direita, parecia que eu estava
entrando em um cemitério, não queria vender o meu corpo, um tapete
vermelho conduzia até a grande porta branca, onde meu ‘cliente’ estava
me aguardando, os lustres eram hipnotizantes, e havia um quadro,
coincidentemente uma garota chorando, quando o vi, fiquei ainda mais
triste, não queria fazer aquilo.
A menina do quadro chorava, mas o mais engraçado era que ela ainda
transparecia algum tipo de alívio, me lembrei da minha infância, e depois
recordei que eu era tão romântica, acreditava em coisa como ‘O amor da
sua vida’, e que um dia ele chega para todos, será?
Estava exatamente a um passo da porta, e não toquei, simplesmente entrei.
Albert estava sentado no sofá da sala, quando o vi, mesmo não querendo,
meu coração bateu mais forte, olhei pra ele, e senti um imenso alívio, e
também algum tipo estranho de felicidade momentânea, ela sorriu, e veio
até mim, me abraçou, ele parecia estar muito nervoso, e eu não sabia o por
que.
Quando ele me abraçou, sentia que os meus problemas no espaço daquele
abraço, desapareciam, me sentia confortável, quando ele me tocava, sentia
um ‘Choque’, desculpa, mas eu não posso descrever de outra maneira,
saía faísca, mas eu não podia esquecer que estava chateada, afinal de
contas ele tinha transado com a Mônica, e isso me partiu no meio, mesmo
que eu disfarçasse.
- Meu Deus! Eu achei que não iria te ver mais!
Eu tentei ser bem fria, mas não me contive e perguntei:
- Por que?
- Simplesmente porque eu estava tão ansioso para te ver, eu precisava te
ver, eu precisava falar com você, eu precisava te tocar.
- Não sei por que toda essa ansiedade?
- Deve ser porque eu gosto de você!
- Gosta mesmo?
- Por que você está me perguntando isso?
- Porque você contratou outra garota de transou com ela.
- O que? Isso não é verdade! Eu não transei com mais ninguém depois de
você!
- Não minta pra mim Albert, a Mônica me contou que vocês transaram sim!
- Não, isso é uma mentira, e se eu tivesse feito isso, te contaria!
- Não sei, por que a Mônica mentiria pra mim?!
- Não sei, mas ela chegou a vir aqui, mas eu juro que não aconteceu
absolutamente nada!
- E por que eu deveria acreditar em você?!
- Por que você deveria acreditar em mim?! Bom, hoje eu tinha um festa de
família para ir, mas quando eu soube que poderia me encontrar com você,
deixei tudo pra trás.
- Que festa?
- A minha irmã mais velha, ela vai se casar em breve, e hoje tinha tipo uma
cerimônia pré casamento só para os amigos e familiares. E deixei tudo, só
pra falar com você! Inclusive eu tinha que falar com a Cláudia, mas hoje
eu não vi ela!
- Quem é Cláudia?!
- Minha irmã mais nova, quando você conhecer ela, vocês vão se tornar
grandes amigas, disso eu não tenho dúvida!
- E quem disse pra você que eu vou conhecer sua irmã?!
- Eu supus que sim.
- Baseado em que?
E Albert diz a frase que caiu como um raio diretamente no coração de
Flávia…
- Deve ser porque Eu te amo.
Flávia não acredita no que escuta…
- Você o que?
- Eu sei que isso é estranho, mas eu nunca senti isso, e cheguei a essa
conclusão…
- De que?…
- Eu te amo, tá na cara, Eu te amo muito, não tenho como esconder isso…
- Você tem noção do que você está dizendo?! Está dizendo para uma
prostituta que ama ela!
Flávia começa a chorar, e Albert se aproxima dela, e toca em seu rosto…
- Eu amo você, eu amo você desde a primeira vez que te vi, u também não
sei explicar isso! Mas não me importa que você seja uma prostituta,
porque desde do momento que eu te vi, tudo o que é meu é seu, e tudo que
é seu é meu.
Eu sou seu, minha alma, meu corpo e o meu coração te pertencem, estou
completamente enfeitiçado, eu tentei, eu tentei fugir, mas todos os
caminhos me levavam direto pra você. Me deixe tentar te fazer feliz, e
por favor, não me negue essa oportunidade.
Foram as palavras mais bonitas que eu tinha escutado na minha vida, fico
arrepiada só de recordá-las, como quando se escuta uma música que você
gosta muito, e que faz anos que você não a escutava. Essa era a sensação,
eu nem sabia o que dizer pra ele!
Fiquei ali, paralisada, estava dominada por aquele sentimento, e fiquei
surpresa quando escutei aquilo, logo eu que há pouco dizia que ninguém
nunca havia me dito Eu te Amo, escutei várias vezes em um curto intervalo
de tempo.
Ele me olhou profundamente, me entendia completamente, eu só queria
que ele me beijasse, e com lágrimas correndo pelo meu rosto, ele me
beijou da maneira mais perfeita que eu pudesse imaginar nos meus sonhos
mais impossíveis.
Foi um beijo longo, doce e apaixonado…
Ele sorriu, e eu soube que poderia confiar nele, na ocasião não repeti para
ele que eu também o amava, ainda estava me acostumando com aquelas
expressões, que foram tão raras até então no vocabulário da minha vida.
Era ele, ele que poderia me ajudar, e não só a mim, mas todas que se
encontravam naquela situação.
Me sentei e comecei a dizer, aquilo parecia tão secreto, que eu tinha medo
de falar em voz alta.
Ele viu a minha expressão e me perguntou:
- O que foi?
- Eu tenho uma coisa pra te falar!
- O que, eu fiz ou disse alguma coisa de errado?
- Não, não é nada relacionado a você, é outra coisa!
- Então me diga!
- Eu, Albert, não estou aqui porque eu quero!
- Como assim? Você queria estar aqui no meu apartamento?!
- Não, eu estou falando que eu não vim até a Alemanha porque eu queria!
- Então veio por que?
- Eu fui obrigada a vir aqui!
- Obrigada?!
- Sim obrigada, sabe no Brasil eu não era prostituta.
- Eu sabia disso, você não me disse que era virgem?
- Exatamente isso, eu só estou aqui porque eu era virgem.
- E que isso significa?!
- Virgens valem três vezes mais…
- Do que você está falando?
- Antes de te contar, eu tenho que voltar um pouco a história.
- Tudo bem. Siga!
- Eu estava no Brasil, eu era pobre e não tinha nenhuma oportunidade a
vista, até que eu conheci uma pessoa.
- Quem?
- O nome dela era Cristina, ela parecia um anjo, sempre disponível,
sempre me agradando, e eu estava tão suscetível naquela época!
- O que ela fez com você?!
- Primeiro ela me ofereceu um emprego com um salário exorbitante, era
tanto, que parecia irrecusável, eu não poderia virar as costas pra aquela
proposta.
- E então?
- Cristina me adiantou uma parte do salário, e aí não tinha mais volta, eu
não podia mais recusar o trabalho.
Depois de um tempo, finalmente ela marcou a data da viajem, e tudo
parecia um sonho, iriam ter uma vida em um outro lugar, mas eu não tinha
a menor ideia no que estava me metendo.
- O que aconteceu depois disso?
- Nós viajamos, e aí cheguei aqui na Alemanha, logo Cristina me mostrou
sua verdadeira face, e descobri no que eu iria trabalhar!
- Espera aí, você está querendo me dizer que você foi…
- Sim, eu fui traficada, vivo em cativeiro, e não só eu, dezenas de garotas
também estão. Elas são mantidas como escravas sexuais, vendem seu
corpo, e não ficam com absolutamente nada! Chegam aqui com promessas
de uma vida nova, um sonho, e acabam se tornando prostitutas de homens
ricos.
A Cristina foi a minha atravessadora, Klaus o responsável pelo nosso
grupo, eu vivo em um quarto com outras 5 garotas!
Albert fica atordoado com as revelações de Flávia.
- Mas por que você não me disse isso desde a primeira vez?!
- Eu não podia, ele nos ameça, diz que se a gente abrir a boca, as outras
vão pagar! Nós ficamos totalmente acuadas!
- Isso é muito grave Flávia!
- Eu sei disso! Você não tem ideia em que condições nós vivemos!
- Isso não pode continuar assim! Bem que eu nunca confiei naquele
homem!
- E como você conheceu ele?!
- E não o conhecia, quem me passou o contato dele foi o Sebastian.
- Se ele souber que eu te contei tudo, eu sou uma garota morta!
- Você não vai voltar pra lá Flávia, eu vou te ajudar, a gente vai dar um
jeito de tirar aquelas garotas de lá!!!
- Você jura?!!
- O poder tem que servir pra alguma coisa Flávia?!
- E o que a gente vai fazer?!
- Vamos pra impressa pra expor toda essa sujeira! Depois vamos colocar
todas essas pessoas atrás das grades!
- Você jura Albert?!!!
- Claro Flávia, o que você esperava, que iria me contar tudo isso e eu iria
ficar quieto?!!!
- Não, eu sabia que você iria me ajudar!!!
- Primeiro vamos até a casa do meu pai! Ele é um homem influente, vai
saber o que fazer!
- Sim!
- Depois vamos salvar as outras! Mas antes de tudo me diz o endereço do
lugar onde vocês estão sendo mantidas me cativeiro!
- O endereço eu não sei ao certo, eles tentam manter isso em silêncio! Mas
eu sei que o nome do bar é ‘JF’.
Albert abre sua agenda e anota esses nomes, Klaus, Cristina, bar Jf, e
tráfico de mulheres.
Ele pega a chave do carro e sai do apartamento.
- Nós não podemos sair pela frente, o motorista vai ver a gente.
Alerta Flávia.
- Não, tem uma saída por trás. Ninguém vai ver a gente!
- Tudo bem!
Os dois descem até o subterrâneo, onde fica a garagem.
Albert abre a porta do carro, e Flávia também entra, os dois seguem até a
saída traseira do prédio.
No carro, Albert acelera, está visivelmente desnorteado, não consegue
acreditar em tudo o que está acontecendo.
Ele coloca a mão sobre a mão esquerda de Flávia e tenta tranquilizá-la:
- Vai dar tudo certo no final, você vai ver!
- Eu sei Albert!
- Eu te amo!
Albert dá um selinho na boca de Flávia, para acalmá-la e demostrar
apoio!
- Você não vai voltar pra aquele lugar horrível! Eu te prometo!
- Jura pra mim!
- Eu juro Flávia, pra aquele lugar você não volta!
- Tudo bem, eu acredito em você!
Chegando perto da mansão de Alexandre, Albert vê que a festa ainda está
rolando, mesmo que ele não de importe nem um pouco com aquilo.
Ele estaciona o carro de qualquer maneira, está com pressa para alar com
o pai.
Sai do carro e pega na mão de Flávia, e eles entram na festa, os
convidados cumprimentam Albert, que nem se dá conta disso, já que seu
único objetivo era falar com Alexandre.
Entrando na casa, Albert vai diretamente ao escritório do pai, que está
sentado e pensativo, querendo saber onde Cláudia está.
Albert entra com Flávia e diz:
- Pai, precisamos conversar urgentemente!!
Alexandre percebe que o filho está muito abalado e também inquieto, e
estranha a reação dele. O que também se dá conta é que o filho chegou
com uma garota de programa, o que não o agrada nem um pouco!
- O está acontecendo Albert?
- Eu preciso da sua ajuda!
- Por que você está tão descomposto?
- Pai eu preciso que você faça…
- Antes de tudo, peça para a moça aí esperar lá fora, se é uma conversa
importante, vamos conversar a sós.
Albert pede para Flávia sair…
- Flávia, por favor, me espera lá fora, eu juro que já te encontro!
- Tudo bem, eu te espero lá fora!
Flávia sai do escritório, e espera na sala da mansão de Alexandre.
Sebastian percebe que Flávia está na casa de seu sogro, e concluí que ela
tenha aberto a boca. Ele fica preocupado, mas depois se acalma, pois sabe
que ela não sabe que ele e Klaus são cúmplices.
Ele sobe as escadas e vai até o quero de Isabel, pega o telefone e disca um
número.
- Alô.
- Quem é?!
- É o Sebastian, quem mais seria!
- O que você quer agora?!
- Estou te ligando para te fazer um grande favor; a sua garota, ela abriu o
bico! Está aqui na casa do meu sogro, já deve ter contado tudo, com
detalhes, para o Albert, por isso se apressa, não vai demorar muito pra
polícia bater aí no seu barzinho!
- Desgraçada! Eu sabia que ela iria abrir a boca! Era tão óbvio! Vou ter
que tirar todo mundo daqui! Filha da puta! Essa ela vai me pagar muito
caro!
- Isso mesmo, se eu fosse você, começava a deslocar as mercadorias agora
mesmo!
- Eu quero ela, Sebastian, fica de olho e me diz tudo! Você acha que o seu
sogro vai fazer alguma coisa?!
- Acho que não, Alexandre é muito egoísta para se preocupar com os
problemas de uma putinha! Mas te mantenho informado de tudo o que
acontecer!
- Tudo bem!

No Escritório de Alexandre…

- Pai, eu ainda não sei como eu consegui dirigir até aqui!


- O que foi que aconteceu de tão grave assim?!
- Aquela moça que veio comigo, ela precisa de ajuda!!!
- Que tipo de ajuda! É dinheiro?! Não sabia Albert, que você se envolvia
com garotas desse meio!
- Não é a hora de discutir sobre isso!
- Tudo bem, mas me diga o que te traz até aqui?!
- Essa garota pai, essa garota não é garota de programa!
- Claro que é, isso se percebe a quilômetros de distância!
- Não pai, ela nem está aqui porque quer!
- Então o que aconteceu?! Você está começando a me deixar preocupado!
- Ela foi traficada pai! Ela saiu do país dela pra ser prostituída aqui!
- Nossa! Realmente é um fato lamentável! Diz Alexandre friamente!
- Como assim lamentável?! Isso é um crime, a gente tem que chamar a
polícia, colocar na imprensa! Procurar os culpados, e libertar as vítimas!
- Calma Albert, você está querendo apagar um incêndio, mas não tem água
para apagar uma fogueira! Você nem sabe se isso é realmente verdade!
- E por que ela mentiria?!
- Não sei filho, ela é uma mulher da vida, quem sabe não está apenas
jogando pra obter mais dinheiro?!
- E de que maneira ela ganharia dinheiro com isso pai?!! Isso é um
absurdo!
- Não, não é! Talvez ela esteja apenas brincando com você!
- Pai, eu disse pra você que aquela garota lá fora foi traficada, e você em
vez de estar telefonando pra polícia, só sabe falar o meu nome, e o que
supostamente ela faria comigo!!! Você tem noção da gravidade desse
assunto!
- Eu sei Albert, mas você tem que entender que isso não é problema nosso!
Albert fica espantado com o egoísmo do pai…
- Como assim, isso não é problema nosso?!!!
- Isso não é relevante para nós, nossa obrigação é cuidar da nossa família,
e fazer a nossa parte, só isso! Os problemas do mundo não nos interessa!
Se ela foi traficada, eu sinto muito, mas eu não vou mover uma palha pra
me meter nesse assunto!
Albert fica indignado…
- O que?! Você é muito egoísta! Se da porta pra dentro estiver tudo bem,
que se dane que tiver lá fora, não é?!! E se fosse com você pai, se coloque
no lugar, se fosse a sua filha que fosse traficada, você se importaria?!!!
- Não me diga isso Albert! Isso nunca aconteceria!
- E por que não?!
- Porque nós somos ricos, estamos acima disso! Fala aos gritos Alexandre!
- Não é porque somos ricos, que estamos acima do bem e do mal! Não
temos o peito de aço, e nem viveremos mais do que os outros! Você me dá
vergonha! Mas tudo bem, se você não me ajudar, eu faço isso sozinho!
- Albert, não se meta nisso! Isso é um vespeiro! Não vale a pena!
- Sim, ela vale muito a pena!
- Você está cego, foi gostar logo de uma prostituta Albert!
- Eu gosto de quem eu quiser pai, e nem você e nem ninguém vai me parar!
Por ela, eu vou até o fim do mundo!
- Faça o que você quiser Albert! Mas antes de fazer o que está
pretendendo, me diga onde está a sua irmã?!
- Eu não vi a Cláudia hoje!
Albert sai do escritório do pai decepcionado.
Flávia o vê saindo, e vai abordá-lo!
- E aí? Ele vai te ajudar?!
- Flávia, eu tenho que ligar pra polícia!
Albert vai até o telefone, e liga para a polícia, diz o que aconteceu, e fala
o endereço do local onde as garotas estão sendo mantidas em cativeiro, o
policial diz que já está encaminhando viaturas até o local.
Sebastian vê aquilo tudo e sussurra…
- Que comecem os jogos…
Albert diz para Flávia que ela não precisa ir até o local, mas ela insiste…
- Eu quero estar lá pra ajudar as meninas!
- Tudo bem, vamos até lá!
Os dois entraram no carro, e seguiram até o tal bar ‘JF’.
Se aproximando local, os dois visualizam várias viaturas, e lá estava o
bar, e ao lado o cativeiro…
O delegado se aproxima do carro de Albert…
- O senhor é Albert Hans? O cara que fez a denúncia?!!
- Sim sou eu mesmo! Acharam as garotas?!!!
- Deve ter havido algum engano, e nós pedimos para que isso não
aconteça mais!
- Que engano? O que aconteceu?!!!
- Acontece que isso aqui é só um bar, e não tem nenhum cativeiro do lado,
ninguém habita aquele lugar! Também não achamos ninguém chamado
Klaus e Ivan, e ninguém na região sabe de algum movimento suspeito, ou
ponto de prostituição de estrangeiras por aqui!
- Como assim?!
- Aqui está tudo limpo! Tem certeza que a sua amiguinha aí não viu coisas
de mais?!
Flávia fala espantada, pois até poucas horas atrás, tudo estava ali! O bar
com as traficadas, e o cativeiro do lado! O que tinha acontecido?!!
- Não delegado! Era aqui! Era aqui, que tudo acontecia! Estava tudo
aqui!!!
O delegado ri e fala…
- Querida, então onde está todo mundo?! Saíram voando, desaparecera do
mapa? Assim, se mais nem menos, sem deixar vestígios?
- Eles estavam aqui até pouco tempo!
- AÍ, acho melhor o senhor não acreditar em tudo que escuta por aí,
principalmente sobre um assunto tão sério como o tráfico de pessoas! Diz
o delegado para Albert.
Albert olha para Flávia, que parece não entender o que está acontecendo!
Ele dá a volta, e ela fica desolada, eles conversam dentro do carro.
- Você deve estar achando que eu sou uma mentirosa!!!
- Não, eu acredito em você! Eles devem ter saído as pressas, por isso a
polícia não acharam eles!
Flávia começa a chorar desesperada!
- Eu não sei o que está acontecendo! Eu pensei que esse pesadelo tinha
acabado! Mas olha só, eles fugiram…
- Não tem problema Flávia, você está salva! E vamos dar um jeito de
ajudar as outras! Vamos colocá-lo na prisão, e eles vão pagar!
- Você me promete?!
- Sim, e eu tenho um outro plano! Vamos chamar a atenção da mídia,
vamos pra casa de um amigo meu jornalista! Lá você conta tudo que sabe,
e ele com certeza vai nos ajudar! Benjamin é um grande amigo!
- Ele pode ajudar a gente?
- Sim, com certeza ele vai ajudar!
- Tudo bem.
Albert vai até a casa de seu amigo jornalista Benjamim. E chegando lá…
- Oi Benjamim, há quanto tempo eu não te vejo?!
- Que surpresa, você por aqui!
Benjamim olha diretamente para Flávia.
- Posso entra?!
- Claro Albert, somos ou não amigos?!!!
- Sim, claro eu somos, e é por isso que eu estou aqui!
- Entra!
- Obrigado!
Flávia e Albert entram na casa de Benjamim.
- Essa é a Flávia Benjamim, ela é brasileira.
- Muito prazer Flávia!
- O prazer é meu!
- Nós estamos aqui para fazer uma denúncia, aí você publica onde puder!
- E que tipo de denúncia! É uma coisa muito grande?!
- Garotas que foram traficadas!
- Meu Deus! Isso é muito grande!
- Eu sei disso!
- A Flávia, é uma das vítimas do tráfico humano!
- Eu sinto muito Flávia, isso realmente é muito triste e, infelizmente,
comum! Mas vamos trabalhar em cima disso!
- Você acha que pode expor isso?!
- Claro que posso!!! Eu pesquisei por muitos anos o tráfico de mulheres!
Conheço o assunto, tudo o que eu queria era chamar atenção pra isso, e
você me deu um caso, ou não?!!
- Sim, Flávia disse que tem centenas de garotas, talvez milhares, isso é
sistema podre!
- Sim isso é um sistema, organizações, empresários, até a própria mídia,
nunca se sabe quem está comprado, o tráfico humano tem muito dinheiro!
- Eu sei que é um sistema corrupto!
- Você nem imagina o quanto!
- Acho melhor, nós conversamos amanhã! A Flávia está muito cansada, ela
conta tudo! Você concorda Flávia?
- Sim, amanhã!
- Acho melhor a gente ir indo… Diz Albert..
- De nenhuma maneira Albert, dormi aqui na minha casa, no quarto de
hóspedes!
- Eu não quero incomodar!
- Não é incômodo nenhum! Aí amanhã é só pegar as informações e soltá-
las.
- Você tem razão! Até porque nós não podemos pro meu apartamento!
- Então, fique aqui!
- Tudo bem!
Benjamim leva Albert e Flávia até o quarto, e na porta o CEO diz:
- Ainda bem que ela está salva!
- É, ainda bem.
Albert fecha a porta, e pergunta se Flávia está bem…
- Está tudo bem?
- Sim, eu acho que sim! Mas eu estou um pouco preocupada com as
garotas!
- Calma, vamos dar um jeito nisso! Todo mundo vai acabar bem!
- Se você diz, eu acredito em você!
- No final tudo vai dar certo!
- Sim, no final tudo vai dar certo!
Albert tira os sapatos de Flávia, e a deita na cama, em seguida ele também
dormi.
Os dois são despertados pelas batidas na porta de Benjamim…
Albert abre a porta…
- O que houve Benjamim?
- Seu pai está no telefone, diz que é uma coisa importante.
Albert vai até o telefone, para saber o que o pai quer…
- O que foi pai?
- Você tem que vir até a empresa?!
- Hoje eu não posso, tenho que resolver uma coisa importante!
- Nada é mais importante do que isso!
- Diz logo o que aconteceu pai!
- Um ciclista passava por uma porte, aquela que fica perto da empresa, ele
viu um corpo, era o contador, o Clóvis está morto, e ainda por cima,
acharam uma mala de dinheiro junto com ele.
- O Clóvis está morto?!!! Como assim?
- Morto! Uns dizem que foi suicídio, outros que ele foi assassinado! Mas
ainda não se sabe ao certo! A filha dele está desesperada! Você tem que vir
pra cá!
- Tudo bem, já estou indo!
Albert conta o que acontecei para Benjamim e Flávia, e diz que tem que ir
até a empresa, é um assunto sério.
- Vamos Flávia, você vai comigo!
- Tudo bem!
- Mas Albert, ela tem que me contar o que aconteceu, não é melhor você
deixá-la aqui? E depois que resolver aqueles problemas você vem até a qui
buscá-la.
Albert fica na dúvida, mas Flávia o convence…
- Isso Albert, eu fico aqui, você vai lá, vê o que está acontecendo e depois
volta. Eu te espero!
- Você tem certeza Flávia!
- Absoluta! Você já fez tanto por mim!
- Tudo bem, mas eu vou voltar o mais rápido possível!
- Tudo bem, eu vou te esperar!
Albert pega suas coisas, e vai até a porta, era impressionante a sequência
de coisas inacreditáveis que estavam acontecendo, mal sabia ele que tudo
estava interligado!
Na porta, Albert dá um beijo em Flávia, e eles se despedem…
- Fica bem por favor, e não esquece que Eu te amo…
- Tudo bem, vai tudo dar certo!
- Lembre-se, eu vou até o fim do mundo pra te encontrar!
- Eu sei disso!
Os dois se beijam, e Benjamim vê tudo.
Antes de sair, Albert fala para seu amigo…
- Cuida bem dela!
- Pode deixar! Eu vou cuidar bem dela!
Albert olha pela última vez para Flávia, e vai embora.
Na mesma hora, Flávia se senta no sofá, e Benjamim fala com ela:
- Vamos começar?
- Tudo bem!
- Você pode começar a contar a história! Me diga detalhes, nomes,
lugares, coisas importantes, pra que assim nós tenhamos uma matéria de
capa! Me ajude a te ajudar!
- Tudo bem…
Flávia começa a contar tudo para Benjamim, de repente o telefone toca, e
ele vai atender…
Ele sussurra:
- Ela sabe demais…
- Quem é? Pergunta Flávia.
- Minha irmã, ela vai fazer uma prova, e está insegura, mas eu já disse que
ela sabe demais, não precisa ficar com medo!
- Entendi!
Benjamim desliga o telefone, e pergunta para Flávia:
- Como você vai fazer pra todo mundo acreditar nessa história?
- Eu não sei, só estou dizendo a verdade!
- As vezes a verdade não é o suficiente!
- Do que você está falando?!
- Já viu um castelo?
- Um castelo de verdade não!
- Não se constrói um castelo de cima para baixo!
Primeira tem a base, e depois se faz o topo, e assim funciona, se todas as
partes do sistema do Castelo fizerem o seu trabalho, o Castelo inteiro
funciona perfeitamente!
- Eu não sei por que você está me dizendo isso!
- É que as vezes, as pessoas acham que os Castelos são feitos de areia,
porém não sabem que eles são mais sólidos do que suas próprias vidas!
- Você dá voltas demais!
- Não Flávia, o mundo é um oito, uma hora em cima, a outra em baixo, e
assim ele funciona!
Assim o planeta Terra continua girando.
Não se coloca a mão no vespeiro, e se sai sem nenhuma picada.
Flávia não entendi nada.
Benjamim se levanta e diz que vai até o banheiro.
- Se alguém bater na porta você atende, é a minha irmã, ela vai passar
aqui pra pegar algumas dicas comigo, ela está muito nervosa pra prova!
- Tudo bem!
A campainha toca…
- Acho que a sua irmã!
- Pode abrir por favor.
Flávia abre a porta…

- Oi brasileira… Diz Klaus…

Capítulo nove
A Ameaça
Enquanto tudo se encaminhava, lá estava Cláudia, despertando
lentamente, o despertar era o mais difícil…
Ela já não estava mais no porta-malas do carro de Sebastian, estava
sentada em uma pequena sala, que tinha uma luminária bem fraca, e que
ficava se mexendo para lá e pra cá.
Cláudia estava desnorteada e sentia muita dor de cabeça, por causa dos
golpes que Sebastian tinha dado nela.
Com as mãos amarradas e a boca amordaçada, Cláudia se contorcia pra
ver se tinha algum jeito de sair dali, mas não podia gritar, e estava fraca
para conseguir tirar as amarras.
O desespero começou a tomar conta dela, começou a chorar, e ninguém,
ninguém poderia ouvir seus anseios por ajuda.
Até que a porta finalmente se abre, e ela avista um homem que nunca tinha
visto na vida. Era Klaus, a primeira vez que tinha visto aquele rosto, um
semblante aterrorizante, e uma imensa cicatriz que percorria todo o lado
direito da sua face. Uma tatuagem no braço esquerdo, era alto, e sua
presença impunha medo.
- Oi mocinha, dormiu bem?
Cláudia não diz nada…
- Quer que eu tire a sua mordaça, vou fazer isso, e não pense em gritar,
porque ninguém vai te ouvir.
Klaus vai até Cláudia e tira sua mordaça…
- Pronto, assim é bem melhor, eu sabia que você seria uma boa garota…
Cláudia olha pra ele e diz:
- Eu não vou gritar, não tenho força pra isso! Eu só quero saber por que eu
estou aqui!!!
- Você está aqui porque quis bancar a detetive, e descobriu coisas demais,
e quem sabe muito, sempre tem que ter a boca calada, de um jeito ou de
outro!
- O que foi? Você é o cúmplice do Sebastian?!!
- Temos negócios juntos.
- Que tipo de negócios?
- Importações e exportações.
- E o que vocês importam e exportam?
- Você logo vai saber!
- É você quem vai me matar.
- Talvez.
- Eu não sabia que o Sebastian era um bandido tão barra pesada, pensei
que ele fosse só mais um parasita!
- Ele realmente tem muito talento pra o mundo do crime; mas você não
deveria ter bancado a heroína que quer desmascarar tudo e todos, o
mundo é assim, um derrubando os outros, e todo mundo querendo o
mesmo, poder. Seu pai é um homem importante, logo você também é,
pagaria uma boa quantia pra te ter de volta.
- Então é isso? Eu fui sequestrada, você vai pedir o resgate?!
- Calma, que eu não disse isso!
- Mas insinuou que isso aqui é um sequestro!
- Não, eu só pensei alto; mas você não é de e jogar fora, é bem bonita,
iriam chover cliente pra você…
Klaus chega perto de Cláudia, e começa a passar a mão nos cabelos
dela…
- E ainda é bem tratada, sempre foi rica, não é? Dá pra notar, nunca
passou por nenhuma necessidade nessa vida, nunca soube o que
significada a palavra não. A princesa pedia, e papai sempre dava, sempre
foi assim, não é?
- Aonde você quer chegar com essa conversa?
- A lugar nenhum, mas as vezes assim é a vida, estamos lá em cima, e de
repente caímos de uma só vez.
De repente Ivan bate na porta, e diz para Klaus:
- Ele chegou.
- Então deixe ele entrar….
Sebastian entra na sala:
- Então esse aqui é o seu novo esconderijo?!!
- Você não ideia como foi difícil tirar tudo de lá tão rápido, ainda bem que
a equipe é grande.
Cláudia confronta Sebastian:
- Pra que você me trouxe aqui?!
- Você tem sorte de ainda está viva.
- Então por que você não me mata logo?!
- Vontade é o que não me falta.
Klaus acalma os ânimos…
- Calma, temos que seguir os planos Sebastian, tudo deve ser feito com
paciência, a pressa é inimiga da perfeição.
- Você tem razão! Só que as vezes eu perco o controle, por causa dessa
vagabunda eu perdi uma mala de dinheiro.
- Calma Sebastian, vão-se os anéis e ficam os dedos. Diz Klaus.
- Já descobriram o corpo do maldito contador! Eu achei que todo mundo
só iria saber daqui a três dias, mas um ciclista filho da puta viu o corpo
daquele desgraçado boiando.
- Calma, poderia ser pior! Vamos seguir o plano!
- Eu estou nervoso, está todo mundo em cima do caso, quem matou e essas
coisas! Acho bom esse seu plano funcionar!
- Você está com a arma do crime?
- Sim.
- E o carro da garota?!
- Também está escondido!
- Já se deram conta que ela sumiu?!
- Já, o namorado estava preocupado e foi procurar o meu sogro!
- O Antônio?! Pergunta desesperançosa Cláudia!
- Cala a boca! Você nunca mais vai ver aquele professorzinho! Você me
entendeu?! Diz Sebastian.
- Presta atenção Sebastian, vamos seguir com o plano!
- Ok, vamos seguir com o plano! E cadê aquela vagabunda brasileira?
- O jornalista me entregou ela em uma bandeja de prata!
- Quem, o Benjamim?
- Sim. Ele mesmo!
Quando escuta o nome Benjamim, Cláudia estranha, será que seria o
amigo de Albert, mas o que ele teria a ver com tudo isso?! E quem era a tal
brasileira?!
- E o que você fez com ela?
- Dei uma boa surra! Não aguentei, bati nela com o meu próprio cinto, eu
falei que aquela desgraçada iria me pagar, mas ainda é pouco!
- E você confirmaram mesmo isso?!
- Sim, a amiga dela contou, e nós já descobrimos, podemos colocar o
plano em prática agora mesmo!
- Vamos apresentar as cunhadas?! Diz Sebastian rindo.
- Claro. Vou chamar ela agora mesmo!
Klaus abriu a porta, e deu uma ordem a Ivan:
- Traz aquela piranha aqui!
- Sim chefe!
Flávia não conseguia andar sozinha, sua boca estava sangrando, seu olho
estava roxo, suas costas estavam em carne viva por causa da surra que
tinha levado de Klaus, mas o mais engraçado, é que ela não chorava, em
seu semblante só se via a dor de alguém que viu a liberdade escapar entre
suas mãos…
Arrastada por Ivan, Flávia chega até a salinha, e senta em uma cadeira de
frente para Cláudia, que vê aquela moça toda surrada, e fica espantada, a
irmã de Albert nunca tinha visto a violência tão de perto, indignada ela
pergunta:
- O que vocês fizeram com ela?!
Por mais que Flávia fosse uma desconhecida para Cláudia, ela pode sentir
a dor que aquela moça estava sentindo.
- Bom, agora vamos apresentar, uma para a outra, tudo bem?! Debocha
Sebastian…
- Vamos fazer o que deve ser feito!
- Nossa Klaus, você acabou com ela! Está toda suja de sangue, por favor
diga pra ela se afastar de mim, não quero que suje o meu terno! Diz
Sebastian!
Cláudia fica indignado com o que Sebastian disse:
- Ela é um ser humano! Um ser humano! Como você pode tratar alguém
assim?!!!
Ninguém responde…
- Vamos lá Cláudia, o plano é o seguinte, considere-se uma pessoa morta!
Você me viu matando o contador, e se sair daqui vai contar isso pra todo
mundo!
- Com certeza! Diz Cláudia!
- É por isso que você vai morrer! Mas antes disso, eu vou te dar a chance
de ligar para o seu pai, e se despedir, mas obviamente você dirá o que eu
mandar você dizer!
- Nunca…
- Calma, eu ainda não acabei! Você vai dizer que quem matou o Clóvis,
foram as mesmas pessoas que te sequestraram, porque lembre-se, você foi
sequestrada, por esse mesmo motivo que quando acharem o seu carro, vão
encontrar a arma que matou o Clóvis, eles vão demorar tanto tempo pra
desvendar esse caso!
Aí você se despedirá da sua amada família!
- Se você me der um telefone, eu vou gritar que foi você que matou o
Clóvis e está me mantendo em cárcere privado junto com os seus bandidos!
- Eu acho que você não vai fazer isso!
- Tenha a certeza que sim!
- Sabe por que eu tenho certeza que você vai fazer o que eu mandar você
fazer?! Porque você sempre quis bancar a heroína, sempre… Sempre quis
salvar o mundo, sempre ajudando o próximo…
- Mas eu não vou te ajudar…
- Eu sei disso, na verdade eu nem esperava isso!
- Então como você acha que eu vou ligar pro meu pai e não vou contar
nada?!
Sebastian pega uma arma, vai até Flávia, puxa o cabelo dela pra cima e
diz:
- Você não vai me ajudar, você vai ajudá-la!
- O que, você vai me chantagear?!
- Sabe quem é essa moça aqui?! Ela é a prostituta por quem o seu irmão
estava apaixonado! Ela é a brasileira!
- Eu não sabia!
- Agora sabe! E sabe qual é a melhor parte?!
- O que você quer Sebastian?
- Sabe o seu querido irmão? A felicidade dele está em suas mãos, agora eu
quero ver se você é tão boa quanto diz que é! As moças que estavam no
mesmo quarto de Flávia, disseram que ela estava passando muito mal,
sabe! Depois Flávia foi malcriada e contou para o seu irmão que ela tinha
sido traficada! O Benjamim, sabe, o amigo jornalista do Albert?! Ele
entregou ela para o meu amigo Klaus aqui! E você pode ver o estrago,
Klaus não teve nenhuma piedade de Flávia, ele açoitou a pobrezinha,
depois fez um teste de gravidez nela! E sabe o que ele descobriu, bingo…
Flávia está grávida, e sabe qual é a melhor parte?! Ela só transou com o
seu irmão, então essa puta aqui, está esperando um herdeiro do seu
querido irmão, Albert Hans, uma das maiores fortunas da Alemanha, e
olha onde está o filho dele, no ventre de uma vagabunda de rua!
- Grávida?! Diz espantada Cláudia.
- Grávida! Ela vai ter um filhinho ou uma filhinha do seu querido
irmãozinho, você vai ser titia!
- O que você vai fazer com ela Sebastian?!
- Bom, aí depende de você!
- O que você quer que eu faça?!
Nessa hora, Sebastian aponta a arma para a barriga de Flávia…
- Você vai ligar agora para o seu pai, e vai dizer tudo o que eu mandar
você dizer, e se você for teimosa, na hora eu dou um tiro no seu sobrinho, e
você vai ser a única culpada pela morte dele.
A tensão aumenta naquela sala, e Cláudia começa a chorar, Flávia se
pronuncia…
- Não faça o que eles querem! Sussurra a brasileira…
(Não faça o que eles querem!)
- Cala a boca, ou você quer perder esse bebê que está dentro do seu
ventre?!! Diz Klaus…
- Não vale a pena! Sussurra Flávia novamente!
Nessa hora Klaus dá um tapa fortíssimo em Flávia, e Cláudia grita
desesperada:
- Não faça isso com ela! Por favor! Vocês já bateram muito nela!
Sebastian fala:
- Tem gente que não aprende nem apanhando!
- Por que você tá fazendo isso Sebastian?! Questiona Cláudia.
- Eu não tenho nenhum problema com você, só que agora Cláudia você se
transformou em uma ameaça. Você sabe demais! Daqui a pouco o seu pai
morre, nós sabemos que você e o Albert iriam ficar com quase tudo, Isabel
iria ficar apenas com as sobras, e nós não podemos admitir! Tirando você
da jogada, o único que sobra é o Albert, que vai estar tão distraído te
procurando, que não vai prestar atenção em mais nada.
Sebastian continua apontando a arma para o abdômen de Flávia.
- E aí Cláudia, vai ligar agora ou vai esperar eu matar o seu sobrinho
primeiro?!
- Eu ligo. Diz Cláudia desesperada.
Klaus disca esse número aqui! Depois passa o telefone para nossa querida
amiga ali.
Klaus começa a ligar, a tensão só aumenta, Flávia tem a boca
amordaçada, Sebastian fica um pouco apreensivo, nada pode dar errado,
sabe que Alexandre está esperando o pior.
O telefone chama três vezes…
- Alô… Atende Alexandre…
Sebastian continua apontando a arma para Flávia, está com o dedo
trêmulo no gatilho…
- Pai, sou eu Cláudia… Chorando ela atende, sabe que a última vez que
ouvirá a voz do pai.
- Filha, onde você está?! Nós estamos preocupados! Tá todo mundo te
esperando!
- Me sequestraram pai, as mesmas pessoas que mataram o Clóvis, elas me
sequestraram! Eu ia pra festa da filha dele, e uns homens fecharam o
carro, mataram ele, levaram o meu carro, e eu estou aqui!
Alexandre se surpreende com a declaração de Cláudia, ele coloca a mão
no telefone e fala para Isabel, Antônio e Albert…
- Ela foi sequestrada…
Antônio e Albert ficam espantados com a revelação de Alexandre, Isabel
finge que também ficou surpresa…
- Tudo bem filha, quanto eles querem pra te liberar, seja quanto for, eu
pago!
- Eles ainda não falaram pai, mas por favor fica tranquilo, eles disseram
que vão entrar em contato com você!
Agora me escuta, eu vou ficar bem, diz pro Albert que eu vou sentir muita
falta dele… Cláudia não consegue falar, os nós em sua garganta deixam
sua voz travada, era um sacrifício, sua vida por outra. Ela tinha que fazer
isso, não suportaria ter que conviver com a morte do filho do seu irmão.
Mais difícil ainda eram as despedidas, imagine ter que se despedir das
pessoas que mais ama na vida, e não poder contar o que está
acontecendo?!
Cláudia retomou, as lágrimas deslizavam pelo seu rosto, o semblante de
dor era indescritível…
- Pai, eu te amo, Albert eu ti amo, Antônio segue a dua vida…
A ligação foi interrompida, não tinha mais nada para ser dito…
Era o fim, o fim…
- Muito bem Cláudia, fez o que deveria ser feito, estou orgulhoso de você!
Diz Sebastian, que abaixa a arma…
Do outro lado, todos ficam apreensivos…
- Chame a polícia, Cláudia foi sequestrada pelos homens que mataram o
Clóvis. Anuncia Alexandre…
- Mas pai, como assim?! Eles não pediram o resgate?! Pergunta Albert
ansioso!
- Ainda não, são bandidos profissionais. Primeiro criam a expectativa, e
depois ligam de novo.
- Mas o que o senhor vai fazer?! Pergunta Antônio.
- Já disse, vamos chamar a polícia.
O telefone toca novamente, Alexandre corre para atender…
- Alô…
Alexandre escuta, e depois desliga…
- Quem era pai? Questiona Isabel.
- Era a polícia disseram que acharam o carro da sua irmã, e também
acharam a arma que matou o Clóvis.
- São profissionais, não deixaram pistas! Nenhuma sequer. Diz Isabel.
- Vamos esperar o próximo contato…
- Eu tenho que sair! Tenho que buscar a Flávia, deixei ela com o
Benjamim, e depois de tudo que aconteceu, é melhor eu mantê-la por
perto! Diz Albert.
- Sua irmã sequestrada, o mundo desabando, e você só pensa nos
problemas alheios Albert, essa garota não nos interessa! Diz Alexandre.
- Ela pode não interessar você, mas ela me interessa e muito!
Albert sai e vai buscar Flávia na casa de Benjamim…
- Onde está o Sebastian nessa hora?!! Questiona Alexandre.
- Ele estava procurando a Cláudia papai, você deveria ter mais
consideração com ele, afinal ele estava super preocupado! Diz falsamente
Isabel.
Albert chega na casa de Benjamim, já era bem tarde, já havia passado da
hora, mas aquele dia não estava sendo fácil pra ninguém…
Ele toca a campainha, Albert está visivelmente alterado, ainda não tinha
dado tempo dele assimilar tudo o que tinha acontecido, ele só queria
pegar a Flávia e ir embora…
Benjamim estava aguardado Albert, e já tinha arranjado toda a farsa,
tinha acabado de limpar o sofá, que estava sujo de sangue de Flávia, já
que Klaus tinha espancado a brasileira bem na sua frente. Com uma frieza
de psicopata, ele abre a porta…
Albert entra…
- Tudo bem Albert?
- Não, Benjamim, nada está bem! Minha irmã foi sequestrada, nós estamos
desesperados, eu só vim aqui pra buscar a Flávia e ir embora, sabe?! Se
não fosse tão grave…
- Que coisa mais lamentável Albert, a Cláudia foi sequestrada?!
- Foi…
- Isso sempre acontece com as famílias mais ricas…
- É, eu sei… Mas onde está a Flávia?!
- É isso que eu queria te contar.
- O que? Aconteceu alguma coisa com ela?
- Sim.
- Onde ela está?
- Ela não está aqui Albert!
- Como assim ela não está aqui?! Se altera Albert.
- Ela quis ir embora.
- Por que?!
- Depois que eu descobri a farsa dela, ela achou melhor ir embora!
- Que farsa?! Do que você está falando?!!!
- Ela mentiu pra você Albert, eu estranhei, a história dela estava cheia de
furos, você sabe que eu estudo com tráfico de mulheres estrangeiras! E
ela, ela não me contou detalhes importantes sobre como uma mulher era
trafica, o cativeiro também, você mesmo viu que não tinha nenhum lugar,
não havia nenhuma garota sequer para confirmar a história dela, a polícia
não achou um vestígio! Tudo isso fez eu juntar as peças do quebra-cabeça,
ela era só mais uma prostituta querendo se dar bem com um homem rico.
- Do que você está falando Benjamim?! Pergunta Albert furioso pegando
na camisa de Benjamim, e quase batendo nele.
- Se acalme Albert, seu sei que você gostava muito dela, mas acredite em
mim, ela era só uma golpista.
- Ela não era golpista, ela estava falando a verdade, me disse que foi
obrigada a estar aqui! Então não me venha com isso!
- Você é um homem inteligente Albert, ela tentou te envolver nessa história
desde começo. Primeiro te encontrou na despedida de solteiro, depois veio
com aquela conversa de ser virgem, e me responda agora, você se deu
conta que ela era virgem?
- Não, mas talvez eu…
- Não Albert, ela não era virgem coisa nenhuma, ela apenas estava
começando a te manipular! Ela mesmo me contou!
- Te contou o que?
- Me contou que percebeu que você era diferente dos outros clientes dela,
primeiro viu que você era um homem muito rico e influente, ela e o cafetão
dela planejaram tudo, ela mesmo teria pedido para ele dizer que ela não
estava disponível para você, assim manteria o interesse da sua parte,
depois as transas, todas sem camisinha, ou eu estou errado?
- Não, nós não usamos camisinha.
- Exatamente por isso! Depois ela sabia que tinha que te comover com
algo realmente grande, e inventou que tinha sido traficada, porque assim
você ficaria do seu lado, e daria todo o apoio necessário. Eu confesso que
telefonei para alguns contatos e ninguém conhecia os nomes que ela tinha
dado, eram falsos.
- Por que ela faria isso?
- Dinheiro Albert, dinheiro, queria que você ficasse com ela, ela mesmo me
confessou…
- Ela disse tudo isso pra você?
- Sim. Me confessou tudo, depois que eu a desmenti! Inclusive quis fazer
um programa comigo, obviamente eu não aceitei!
- O que?
- Sim, ela disse que se eu quisesse nós poderíamos dormir juntos!
- Isso é mentira!
- Não é Albert!
- Eu não acredito em você Benjamim!
- Em quem você prefere acreditar Albert, em um amigo da vida toda ou
uma garota que você mal conhece? Mas eu sabia que você custaria pra
acreditar, ela disse que ligaria daqui a pouco para aclarar as coisas, e eu
acho que você deve esperar, para ouvir da própria boca dela…

Do outro lado…
Cláudia fica perplexa, tiram a mordaça de Flávia, e em seguida Klaus
começa a falar com a brasileira…
- Presta bem atenção, seja grata com o gesto da sua amiga ali, e comece a
falar agora, vou te dar a chance de falar com o seu CEO, você vai dizer a
ele que tudo o que você disse era mentira, e que só estava tentando sair da
vida, e que o usou por causa disso, se você não for convincente, eu dou um
tiro na cabeça da irmã dele…
Flávia olha pra Cláudia, e percebe que vai ter fazer aquilo, pois ela tinha
acabado de salvar a vida do seu filho, mesmo sem nunca antes ter
conhecido ela.
Klaus liga pra a casa de Benjamim…
O telefone toca, Albert fica apreensivo, Benjamim vai atender o telefone…
Klaus aponta uma pistola para a cabeça de Cláudia…
- Albert, é ela…
Albert se levanta e vai direto ao telefone. Angustiado ele diz…
- Flávia, onde você está, eles te pegaram de volta, te bateram, fizeram
alguma coisa com você?!! Me diz por favor!
- Não existe ninguém Albert, ninguém, foi tudo uma mentira.
- Por que Flávia, por que?!
- Eu tive uma vida tão difícil, mais tão difícil, eu só queria dinheiro, e você
tinha tanto Albert, queria engravidar, mas eu não consegui! Aí eu pensei,
ele não vai querer ficar comigo! A não ser, a não ser que ele tenha pena de
mim. Aí ele vai querer ficar comigo, mas eu percebi que isso não era legal,
sabe, mentir só pra conseguir ficar com um homem rico, e eu sempre menti
pra você, desde o princípio! Eu vi que você era um homem com um
coração de ouro, e me aproveitei disso!
- Não Flávia, eu não consigo acreditar…
- Eu sei que é difícil, mas é verdade, você era tão rico…
- Você então gostava do meu dinheiro! Mas antes de tudo, me responda
uma coisa, você algum dia chegou a gostar de mim?
Flávia fecha os olhos, a garganta fecha, a voz não sai, e ela diz bem
baixinho…
- Não, eu nunca gostei de você, você é muito inocente, pra não dizer bobo.
- Mas eu sim te amo…
- Você não deveria ter sentimentos tão nobres por pessoas que só desejam
o seu dinheiro..
A ligação é finalizada...
Capítulo dez
Vendida…

Naquela mesma salinha, Flávia e Cláudia estavam desoladas, uma de


frente para outra. Sebastian e Klaus se entreolhavam, felizes estavam os
dois, conseguiram seguir seus planos, e parecia que absolutamente nada
poderia dar errado. Tinham se livrado de Albert, Alexandre e Cláudia
deixaria de ser um problema em breve. E o que aconteceria com Flávia e
as outras garotas?
Os dois saíram por um momento, e Ivan foi o responsável por tomar conta
das ‘garotas’.
- Eu quero ela morta!
- Quem?
- A Cláudia, enquanto ela ainda respirar será uma ameaça.
- Se você quer tanto isso Sebastian. Mas eu estava aqui pensando, onde
está o dinheiro que você me deve?
- Eu pensei que depois de tudo aquilo que eu fiz por você, o senhor
poderia pelo menos perdoar a minha dívida.
- Não, Klaus não perdoa dívidas, Klaus vive disso.
- Depois do casamento eu pago o que te devo.
- Não, depois do casamento não. Eu quero o dinheiro agora, faça o que
tenha que fazer, mas quero o dinheiro nesse momento, não posso mais
aliviar pro seu lado.
- Tudo bem, mas o que você quer que eu faça?
- Não sei, venda alguma coisa, pede dinheiro emprestado pra sua noiva,
roube alguma coisa de valor da casa do seu sogro.
- Eu não sou ladrão, e o meu ego é muito grande pra eu ‘pedir’ alguma
coisa pra alguém.
- Dê o seu jeito, mas faça agora!
- Tudo bem, você tem alguma solução?
- Sim.
- E qual?
- Eu quero a garota.
- Que garota?
- A tal Cláudia.
- O que?! Como assim você quer aquela desgraçada?!
- Ela é bonita e também muito arisca. Eu gosto disso em uma garota. Os
clientes vão adorar ela. Eu preciso investir, e por isso eu quero ela, veio
de berço, rica, bem tratada, tudo isso só aumenta o valor dela.
- Você só pode estar brincando!
- Nunca falei tão sério na minha vida!
- Você é louco ou você esqueceu que ela sabe de tudo, e se um dia ela
escapar?
- Isso não vai acontecer, daqui alguns dias eu vou pra Espanha, vou levar
todas as minhas garotas, ordem de cima, depois de toda aquela merda que
deu.
- Me desculpa, mas o seu plano me parece inverossímil!
- Me escuta, ninguém nunca vai descobrir de nada, é impossível!
- Um homem precavido vale por dois, eu não posso deixar pontas soltas,
ela tem que estar bem morta, você me entende.
- Tudo bem, já que você não quer me vender a garota, arranje o dinheiro.
- Eu já disse que não tenho agora.
- Se vira, mas traga agora!
Sebastian pensou e repensou, não tinha como conseguir aquele dinheiro
assim, do nada, sabia que não podia dormir no ponto com Klaus, quando
se tratava de dinheiro, ele não brincava em serviço. Por mais que queria
muito ver Cláudia morta, ela viva iria pagar todas as suas dívidas, e
realmente, era impossível alguém descobrir alguma coisa, tudo estava
indo muito bem.
- Quanto você me daria por ela.
- Pagaria a sua dívida, e você sabe que não é pouco!
- Ela vai sofrer?
- Muito.
- Me prometa que ela vai sofrer!
- Não tenha a menor dúvida disso!
- Então tudo bem, vendida…
- Isso que é uma escolha bem feita.
- Mas me jure que ela nunca vai fugir!
- Eu já disse que não tem como ela fugir. Aqui os pássaros não voam.
- Tudo bem, eu já vou indo, tenho que estar em casa quando a polícia
chegar, não quero levantar nenhuma suspeita, mas antes de tudo, o que
você vai fazer com a tal brasileira?
- Eu tenho algo muito especial pra ela, algo que ela nunca vai esquecer.
- Não faça nada antes de me consultar!
- Pode deixar, tudo vai ficar bem, eu garanto, pode ir embora.

Na salinha…
- Tem algum jeito de escapar daqui? Pergunta Cláudia para Flávia.
- Não, não tem.
- Então você era a garota por quem meu irmão estava apaixonado?!
- Eu acho que nesse momento ele deve estar me odiando.
- Calma Flávia, vamos dar um jeito de sair daqui!
- Você sabe o que está te aguardado Cláudia, você sabe o que é isso aqui?
- Não.
- É uma rede internacional de tráfico humano, e eles tiram o melhor de
você, te usam, te exploram, depois te jogam fora, como se você não tivesse
nenhum valor.
- Nós podemos fugir.
- Eu tentei fugir, e olha o que aconteceu comigo, descobrir hoje que eu
estou grávida, e não tenho nenhuma esperança, sei que não vou poder
ficar com o meu bebê.
- O que eles vão fazer com você?
- Eles vão me levar até um veterinário, e ele vai fazer um aborto em mim.
Uma garota como eu, não posso me dar ao luxo de ter um bebê nesse lugar.
Imagina se fosse uma menina então? Iriam esperar ela crescer para ter o
mesmo destino da mãe.
- Isso não vai acontecer Flávia, me escuta, tudo vai dar certo, nós vamos
sair daqui, e também vamos contar a verdade pra todo mundo, eles vão me
procurar.
- Mas quanto tempo será que eles vão continuar te procurando. Eu aprendi
na vida, que não há um sentimento eterno, as pessoas sempre te esquecem,
de uma maneira ou de outra, o tempo passa e vai apagando tudo, qualquer
amor, qualquer lembrança, qualquer vestígio de algo que algum dia foi
muito bom. As pessoas vão substituindo umas pelas outras, e assim o
tempo passa…
- Não Flávia, você vai nós vamos sair daqui.
- Eu também já tive esperança, mas ela morreu hoje.
- Flávia olha pra mim. Nós não vamos morrer aqui!
- Morrer, viver, qual é mesmo a diferença?
Por mais que Cláudia se mostrasse esperançosa, Flávia já tinha se se
entregado, estava rendida e sem forças, perdeu o brilho da rebeldia,
perdeu a pouca fé que ainda tinha dentro dela. Era o amor que alimentava
Flávia, era o amor que fazia ela se levantar cada dia, e agora? Em um
piscar de olhos, ela tinha todas as chances do mundo, e agora estava em
um beco sem saída, era o mundo, girava como um oito, pra cima e pra
baixo, de baixo pra cima.
Klaus chegou até a salinha, e chamou Ivan.
- Leve a brasileira até o meu quarto.
Flávia já nem fazia mais questão de se debater, com hematomas por todo
corpo, Ivan a levou até o quarto.
Antes de sair, Klaus olhou pra Cláudia e disse:
- Bem-vinda ao time.
Cláudia não entendeu muito bem o que ele quis dizer com aquilo.
Depois disso Klaus deu outra ordem.
- Leve essa aqui pro quarto das virgens.
- Sim senhor.
Era um corredor interminável, parecia um esconderijo perfeito, ninguém
iria procurar em um hotel de beira de estrada. Homens para todos os
lados, faziam a segurança, e garantiam que ninguém estrava e ninguém
saia.
Carregada por Ivan, Flávia finalmente chegou ao quarto de Klaus, era
escuro, sinistro, não se podia ouvir nada.
Ela se sentou em cima da cama, suas costas doíam muito, seus joelhos
estavam arrebentados, e suas mãos raladas.
Sua roupa estava ensanguentava, e ao fundo poderia se ouvir uma canção
no rádio, era uma canção dos anos 60, dizia que o amor vinha rápido e
demora pra ir embora, não adiantava, os anos passavam e o esquecimento
não vinha, um grande amor é assim, o tempo o alimenta e a espera o faz
mais forte.
Era uma canção tão romântica, que chegou como uma flecha no coração
de Flávia, ela chorava lágrima por lágrima, passava a mão pela sua
barriga…
“O amor é assim, chega rápido, tão rápido,
mas demora, como demora, pra ir embora.
Os anos passam, e eu te amo mais.
Achei que algum dia iria te esquecer,
mas não adianta, não adianta.
Quando se ama alguém, como eu amo você.
O tempo é alimento, e a espera o fortalece.
Quem dera, que eu pudesse te encontrar de novo.
Só pra dizer que nunca gostei de alguém, como eu gostei de você;
Por que? Por que? Por que você me abandonou daquele jeito?
Eu não sei…
Eu não sei…
O amor é assim, chega rápido, como uma flecha
Mas você já viu, como é doloroso tirar uma flecha de um coração?
Você levou meu coração, no dia em que você foi embora…
Desde aquele dia, não respiro, não acordo, não vivo mais.
Por isso volte, volte… Traga de volta o que você levou contigo.
O amor demora, quem dera eu pudesse te dizer...”
A canção rolava, e Flávia a ouviu, porém de repente a porta rangeu, e era
ele, caminhava devagar, seus passos eram assustadores, Flávia ia se
encolhendo, e ele ia ficando cada vez mais gigante.
Ele desligou o rádio, e disse:
- Odeio essa rádio, só toca essas porcarias românticas, pra tolas no
mundo inteiro, tolas como você.
Flávia não responde nada.
- Você tinha tanto potencial! Quando eu bati o olho em você, sabia que
seria uma das melhores garotas daqui. Mas assim é a vida, quanto mais se
espera, mais se decepciona.
Por isso eu fiquei com tanta raiva, sabe por que? Porque você era a garota
dos meus olhos, minha brasileirinha. Eu paguei caro por você, esperei, te
reguardei, não injetei nenhuma porcaria no seu corpo, e nem te explorei,
mas tudo isso vai mudar a parti de agora. Não vou mais ser tão bom, isso
não funciona.
Você vai me pagar cada centavo que eu investi em você, cada moeda, vai
me devolver cada grão que você comeu até hoje.
Mas olha só pra ela! Parece que não está ligando pra nada que eu digo,
ela é superior?! Grita Klaus! Ela se acha superior, só porque está grávida
de um CEO filho da puta, que não quer saber mais dela!
Klaus bebe um drink, e solta suas gargalhadas, Flávia fecha os ouvidos.
- Você não que ouvir?! Mas foi você quem procurou por tudo isso! Iludida!
Iludida! Você não se enxerga? Você não sabe o seu lugar? Veio daquela
favela, e achou que a vida iria te colocar no topo do mundo?! Olha pra
você!!! Uma pobre coitada, o que você iria ser no Brasil? Nada. Eu te dei
a chance de conhecer, ter clientes de luxo, e olha como você me paga?! Me
apunhalando pelas costas.
Mas tudo tem um preço, o que vai sempre volta, e o mundo não é como nos
filmes, que os vilões são punidos no final, e os mocinhos são felizes para
sempre, o mundo real não é assim Flávia! No mundo real, existe um vilão a
cada esquina, disposto a foder com a sua vida!!! Esse é o mundo real.
O que eu faço com você, e com esse seu maldito bebê?!
O que eu faço.
Na hora que Klaus falou no bebê de Flávia, ela levantou a cabeça e
demostrou interesse, com os seus olhos tristes.
- Ah, ela se importa com o bebê dela! Que bonito, só depende de você o
que eu vou fazer com essa criança aí!
- Eu quero que ele viva!
- Fala mais alto que eu não estou te escutando!
- Eu quero que ele viva!
- Isso só vai depender de você!
- O que eu tenho que fazer?!
- Bom, a partir de agora, você vai se tratada como uma puta, vai trabalhar
bastante, e será um exemplo, quem sabe eu não seja benevolente?!
- O que você quer?!
- Bom, eu poderia chamar o meu amigo veterinário, sabe quantas vezes ele
fez isso pra mim?! Nossa, foram tantas vezes que eu até já perdi a conta!
- Eu não quero abortar.
- Você não tem querer aqui. Você vai fazer o que quiser que você faça!
- Eu só quero que o meu bebê sobreviva!
- É né, uma criança que foi feita com tanto amor, não merece terminar
assim, não é verdade! Mas eu ainda vou pensar no seu caso, bom por
agora te confesso que não posso te matar, seria um tiro no pé, só mato uma
garota minha quando o caso é irreversível, o que não é o seu caso. Quanto
ao bebê, ainda estou pensando.
- Por favor não me obrigue abortar, é a única coisa que eu te peço!
- Não adianta pedir! Eu vou fazer o que eu quero! Mas tem algo que pode
amolecer meu coração!
- O que?
- Sabia, eu trabalho tanto, estou tão estressado, e você está aqui, tão
bonita, sabia, que assim machucada, destruída, você parece ser ainda mais
bonita? Na verdade eu sempre gostei da sua beleza ocultada, a primeira
vista é imperceptível, mas quando se olha mais de outra maneira, percebe-
se que tem algo especial em você!
Deve ser a sua nacionalidade, as brasileiras são especiais, todo homem
sabe disso, por isso que vocês são as mais caras, porque valem a pena.
- O que você quer?!
- Essa foi a pergunta mais inteligente que você fez hoje.
Klaus se aproxima de Flávia…
- Você foi a última virgem da minha leva, sabia?! Não tem mais virgens por
aí, bem que você é praticamente virgem ainda, só se dentou com um
homem, e poucas vezes…
Está quase intacta, o CEO teve muita sorte de te pegar assim, virgem,
pura… Isso é raríssimo.
Klaus passa a mão nos cabelos de Flávia…
- Minha última virgem, contou tudo pro CEO ricaço, as mulheres sempre
se deslumbram com dinheiro e poder.
- O que você quer?!
- Fica de quatro…
Flávia não se moveu.
- Fica de quatro agora!
Flávia vai para cima da cama.
- Eu não quero fazer isso!
- Desculpa amor, você não tem opção! Talvez eu não seja tão romântico
quanto o seu CEO.
- Eu não quero!
- O que foi? Verdade, você só fez com aquele idiota, mas não se preocupe,
agora você vai conhecer um homem de verdade, e com deve-se tratar uma
mulher!
- Por favor, não!
- Não adianta pedir!
- Eu não quero, eu tô grávida!
- Isso não é problema meu!
- Tira a roupa agora, ou amanhã o veterinário vai vir cuidar de você
pessoalmente!
- Não, não!!!
- Fica de quatro, agachada… Tira a calcinha agora.
Flávia pensou, não podia deixar Klaus se livrar do seu bebê, então ela fez
o que tinha que ser feito, ela lutou pela vida só seu filho.
Flávia ficou de quatro, Klaus segurou seus cabelos.
- Agora você vai ver como um homem de verdade pega uma mulher…
Puxando os cabelos de Flávia, Klaus começou a estuprá-la em cima
daquela cama, o corpo da brasileira estava todo dolorido, mas isso já nem
importava, a tristeza nos olhos dela demostravam seu sofrimento.
Klaus era cada vez mais agressivo, batia nela, xingava, humilhava, aí
estava o seu prazer, ele repetia…
- Está gostoso ou o CEO fazia melhor?! Hem, me responde…
Flávia não conseguia dizer nada, só queria que aquilo acabasse logo…
Violência e estupro do seu corpo…
Ela só estava tentando proteger alguém ainda nem tinha nascido…
O estupro, é a maior violência contra um corpo…
O amor, é a maior força da natureza...

Capítulo onze
O Casamento de Isabel e Sebastian
Alguns dias se passaram, na mansão dos ‘Hans’ agentes entravam e saiam,
esperavam a ligação dos ‘sequestradores’, que nunca mais iriam manter
algum tipo de contato.
Os policiais chegaram a avisar a família, que em casos de sequestros de
filhos ricos, a probabilidade da vítima desaparecer ou morre são muito
grandes. Porém isso não tirava a fé de Alexandre, ele queria encontrar sua
filha de qualquer maneira, gastaria o quanto fosse preciso. Antônio não
estava nem conseguindo dar suas aulas, foi acompanhar o desenrolar do
sequestro, porém Alexandre o olhava de uma maneira tão estranha, que ele
preferiu não voltar mais, mas sempre mantinha contato com Albert, que
sempre tentava dar as informações mais recentes.
Albert vai à casa de Antônio…
- Oi, tudo indo? Perguntou Albert.
- Não, não consigo comer, dormir nem trabalhar.
- Mas as notícias não são animadoras.
- Alguma pista.
- Nada, desapareceu do mapa, nem os agentes estão com esperança,
disseram que já era pra eles terem ligado.
- Não, mas temos que manter a esperança, por que esses caras
sequestrariam uma garota rica? Eles estão querendo alguma coisa, tem
algum interesse.
- Eu sei, eu estou confiante, acho que eles estão criando expectativa pra
pedirem mais dinheiro. Mas sei lá, para que as desgraças não vem
sozinhas.
- Por que? É a tal brasileira?
- Sim cara, ela me fez de trouxa, e eu acreditei em tudo o que ela disse! Fui
muito burro mesmo!
- Não fique assim cara, você ainda vai conhecer uma garota bacana, você
vai ver!
- Pior que eu gostava dela pra caramba, não consigo entender por que ela
fez isso comigo!
- As pessoas sempre tentam se aproveitar. Ela viu que você era um cara
rico, ela só viu uma chance de mudar de vida, também não vou culpá-la
por completo, vai saber em quais condições a vida dela de desenvolveu,
talvez ela só queria uma oportunidade!
- Não acho que seja isso, ela quis me fazer de otário, se o Benjamim não
tivesse descoberto tudo, quem sabe até onde ela chegaria? Eu estava
disposto a tudo Antônio, eu queria me casar com ela, você sabe o que é
isso?! Eu nunca quis me casar com ninguém, mas sei lá, ela parecia tão
diferente!
- Assim são as decepções, em um momento você acha que a pessoa é a
certa, e depois descobrir que a tal pessoa não existe, era apenas uma
idealização da sua mente!
- É, talvez você esteja certo, acho que eu idealizei demais. O erro foi meu,
me entregue muito rápido, deveria ter ido mais devagar!
- E a paixão lá espera alguma coisa? Quando você vê, já está
completamente dominado por ela. E assim são as melhores coisas da vida,
as que acontecem rápido, e que demoram para ir embora. Reserve algum
tempo pra esquecer essa mulher aí, dá pra perceber que você está bem
apaixonado por ela.
- Se eu conseguir esquecer ela! Ainda tem essa!
- O tempo cura tudo, o tempo faz os sentimentos ficarem mais fracos.
- E seu eu disse pra você esquecer a Cláudia?! Você responderia da mesma
forma.
- Não.
- E por que não?
- Porque a Cláudia vai voltar em breve, e nesse caso, o tempo só iria fazer
eu gostar mais dela.
- Pois a minha conclusão é quase a mesma! Tudo o que não é vivido, não
morre dentro da gente, o tempo só iria potencializar isso!
- Acho melhor nós pararmos com isso! Vamos focar no sequestro, e vamos
fazer o possível para trazer a Cláudia de volta.
- Isso, enquanto isso eu esqueço aquela mulher, que só me fez mal.
- Isso cara, esquece o que não te faz bem.
- Eu vou esquecer, eu vou esquecer!

Enquanto isso na mansão Hans…

“Tudo o que respira, conspira”

Alexandre estava em seu quarto, e Isabel chega para consolar o pai…


- Pai, por que você está tão triste?!
- Eu quero a minha filhinha de volta, a minha filha querida.
Isabel fica insatisfeitíssima quando escuta aquilo, Alexandre não faz nem
questão de esconder que Cláudia é a sua filha preferida.
- Eu sei pai, nós vamos encontrá-la em breve, mas tudo aqui tem continuar
bem pra quando ela voltar.
- Do que você está falando Isabel?
- Eu soube que você está pensando em cancelar o meu casamento papai?
- E como você acha que eu vou fazer uma festa nesse momento Isabel,
minha filha está sequestrada.
- Mas papai, nós planejamos essa festa durante vários meses, como eu vou
cancelar assim, em cima da hora?
- Não sei Isabel, mas cancele, eu não vou abrir casa para festejar, olhe pra
mim! Estou acabado, desde que sua irmã se foi, não consigo nem levantar
dessa cama.
- Se eu fosse você papai, já me prepararia para o pior, caso aconteça!
- Não diga uma coisa dessa Isabel, nem de brincadeira, a sua irmã vai
voltar viva, e quando ela volta, esse vai ser o segundo dia mais feliz da
minha vida.
- E qual foi o primeiro dia mais feliz da sua vida papai?
- Quando ela nasceu!
Aquelas palavras entram como uma lâmina no coração de Isabel.
- Mas voltando aquele assunto papai, não posso cancelar meu casamento,
tenho que fazer de qualquer jeito.
- Por que tanta pressa Isabel?
- Não é pressa pai, só que eu esperei demais por isso, não seria justo
comigo!
Alexandre muda de assunto do nada, nem dá atenção para o que Isabel.
- Sabe qual era o meu maior sonho?! Ter uma netinha, queria tanto que no
final da minha vida, uma netinha me alegrasse, é o meu maior sonho,
achei que Albert seria o primeiro a me dar netos, mas pelo que vejo isso
não vai acontecer. Depois eu achei que a Cláudia me daria um neto, e
agora aconteceu isso.
- E eu papai, eu não poderia te dar netos?
- Se você me desse uma netinha, eu me orgulharia tanto de você Isabel,
você me faria tão feliz.
Por alguns momentos, Isabel estava convicta que se desse netos para o seu
pai, aquilo faria ele a amar mais.
Porém o que poucos sabiam, era que Isabel não podia ter filhos, era um
segredo, que ela escondeu muito bem. Era uma obsessão para Isabel ser
mãe, tinha uma crença que isso a ajudaria na relação com o seu pai, que
estava distante dela. E tinha que ser uma menina, ela precisava de uma
filha, mas aonde conseguiria uma filha, se não podia ter filhos?
Isabel saiu do quarto de Alexandre maquinado seu plano, chegou até a sua
suíte e pensou: - Mas é claro, uma neta, uma neta! É isso!
Assim ele vai deixar eu fazer o casamento!
Isabel já tinha o plano todo em sua cabeça, só faltava praticá-lo.
Voltando ao quarto de Alexandre…
- Pai, temos que fazer a festa do casamento!
- Você de novo com isso Isabel, eu já disse que não!
- Eu tenho que me casar pai, daqui a pouco vai ficar perceptível!
- Perceptível o que?
- Eu estou grávida.
Alexandre fica surpreso.
- Grávida?
- Sim, grávida. Por isso eu queria me casar o mais rápido possível!
- Mas por que você não me contou antes?!
- Eu até iria contar, mas você sabe, tantos problemas, que eu até desisti!
- Mas isso é uma coisa maravilhosa! Eu vou ser avô! Vibra Alexandre.
- De quanto tempo você está?
- Faz pouco tempo que eu descobri pai!
- E você sabe o sexo?!
- Ainda não! Mas acho que vai ser uma menininha!
- É o meu sonho ser avô de uma menininha Isabel! Meu sonho! Você vai
cumprir o meu sonho!!!
Isabel achava que conseguiria fazer Alexandre esquecer Cláudia, só pelo
fato dela dar uma neta pra ele. Mas o que Isabel estava planejando, já que
ela não podia ter filhos?
Diante da novidade, Alexandre mudou de ideia:
- Tudo bem filha, diante dessa notícia, não posso continuar adiando o seu
casamento, mas por favor respeite a ausência da sua irmã e faça uma
coisa mais simples.
- Claro papai, farei algo bem reservado.
- Pelo menos uma notícia boa diante de tanta desgraça!
- Você jura que você gostou pai?
- Claro filha, eu sempre quis ser avô!
- Eu juro que você vai amar muito essa criança!
- Eu já amo filha.

Na casa de Antônio…
“O lobo sabe que sua pele afasta as pessoas, por isso roubou o
pobre cordeiro, e anda por aí com sua pele, cara de santo com
um coração cheio de maldade.”

- E os negócios, estão sendo comandados por que? Pergunta Antônio.


- Sebastian está controlando tudo, nesse momento ele está se mostrando
uma pessoa incondicional, além de ser da família, ele cuida dos negócios,
auxilia minha irmã, tenta ajudar a polícia, meu pai está muito
impressionado com ele. Responde Albert.
- Engraçado, a Cláudia sempre teve um pé atrás com ele, dizia que não
poderia existir alguém assim.
- E veja só, é justamente ele que não está medindo esforços para achá-la,
eu penso que ela não o conheceu muito bem, senão se daria conta que ele é
um cara do bem, não faz mal pra uma mosca. Mas Cláudia sempre foi
desconfiada, você sabe né?!
- É, ela é muito desconfiada, acha que nada é o que parece ser, pra ela
todos estão vestindo peles de cordeiro, mas na realidade são lobos
insaciáveis.
- Isso sim é verdade, mas o do Sebastian, eu sempre soube que era uma
perseguição sem pé nem cabeça, o cara é meu amigo faz anos, ele nunca
me deu nenhum motivo pra desconfiar dele, sempre foi correto, seu único
defeito é ser mulherengo, mas aí já não é problema meu, ou não?
- Depende.
- Do que?
- Bom, você conhece um homem pelo jeito que ele trata uma mulher. Se ele
é um mau-caráter, vai tratar uma mulher de uma maneira nada elegante e
respeitosa, porém se ele é gentil e amável, bom, esse cara vale a pena, isso
não é uma verdade absoluta e nem nada disso, é apenas uma coisa que eu
acho.
- Faz sentido.
- E você, como trata as mulheres?!
- Sempre tratei bem, sei lá, um dia um amigo me disse que estava
apaixonado, e que não conseguia pensar em mais nada na vida, só na
mulher por quem ele estava apaixonado, um belo dia ele me liga do
Marrocos e diz que está lá curtindo um dos melhores momentos da sua
vida, a mulher por quem ele estava procurando estava lá, e ele deixou tudo
pra trás só pra poder viver com ele, o pai dele ficou puto da vida, ele era
um herdeiro de uma das maiores Indústrias farmacêuticas, e deixou tudo
por causa dessa mulher, eu me lembro de ter perguntado se tinha valido a
pena, e ele disse que foi a melhor coisa que ele tinha feito na sua vida.
Bom, desde aí eu vivia me perguntando se essa paixão avassaladora
existia mesmo, essa coisa de abandonar tudo e ir atrás, era incrédulo até o
dia que conheci aquela brasileira, depois que eu conheci aqueles olhos
negros, nossa! Não consegui mais esquecer, a pele, o cheiro o gosto, tudo
ficou marcado no meu corpo, agora mesmo, eu sinto como se ela tivesse
aqui, e sabe por que? Porque ela está dentro de mim. Pra todo lugar que
eu olho, pra cada pensamento do meu dia, lá está ela, eu imagino ela indo
e vindo, pra lá e pra cá, é angustiante, e as vezes eu acho que eu vou ficar
louco, mas não posso evitar, quanto mais eu me esforço para esquecer, mas
eu me lembro.
Ela me cantou uma canção em português, depois me contou o significado,
e eu não consigo parar de ouvir essa música…
Ela disse que essa seria a ‘Nossa Canção’…

“Olha aqui
Preste atenção
Essa é a nossa canção
Vou cantá-la seja aonde for
Para nunca esquecer
O nosso amor.

Você partiu e me deixou


Nunca mais você voltou
Pra me tirar da solidão
E até você voltar
Meu bem eu vou cantar
Essa nossa canção”
- É meu amigo, torça pra isso não ser amor. Porque se for, vai demorar pra
ir embora, vai demorar…
- Não é amor não, eu vou conseguir, é só uma questão de tempo, você vai
ver, mas agora eu tenho que me focar na volta da minha irmã!
Mansão Hans…
Algumas semanas depois….
Dia do Casamento de Sebastian e Isabel.

Alexandre até tentou, mas Isabel não seguiu suas instruções, e fez uma
festa para 500 convidados, algo nada aconselhável para uma família que
estava passando por um drama de um sequestro.
Semanas passaram, e A família Hans não tinha recebido mais nenhum
telefonema dos sequestradores, a polícia disse que estava desconfiada que
Cláudia poderia ter sido vendida, ou no pior das hipóteses, poderia ter
morrido nas mãos dos tais bandidos.
Mas Alexandre não iria desistir assim, queria encontrar Cláudia com vida
de qualquer maneira, mas não havia rastro, nenhuma pista sequer que
pudesse mostrar o paradeiro da herdeira dos Hans.
Era como procurar uma agulha em um palheiro.
A festa começava, os convidados já estavam em seus devidos lugares, tudo
parecia muito luxuoso, Sebastian já estava no altar, ao lado de Albert.
E chegou a hora de Isabel entrar, seu vestido era deslumbrante, um
modelo original feito sob encomenda em Paris, o custo era exorbitante,
equivalia quase ao custo final da festa, também era cravejado em pedras
preciosas.
Ela passou bem devagar pelo tapete vermelho, seu maior orgulho, seu pai
a segurou pelo braço e a conduzia, não existia mais o fantasma de Cláudia
para roubar a atenção de Isabel, apenas ela brilhava, era novamente a
filhinha do papai, nem desconfiava que ela e um futuro marido eram
cúmplices no desaparecimento de sua própria irmã, e o pior, sabiam do
tráfico de mulheres, e venderam Cláudia, assim como na Bíblia, quando
José foi vendido pelos próprios irmãos, Isabel não sentiu o menor remorso
quando soube que seu noivo tinha vendido Cláudia para pagar dívidas
com o cafetão.
Era algo repulsivo, a inveja e o ódio destroem elos fraternos, amizades
falsas, amores fingidos, a aparência realmente engana, e os segredos que
estavam sendo guardados por Isabel e Sebastian, teriam consequências
irreparáveis.
Quanta glória Isabel ostentava naquele momento, com certeza era o
momento de maior satisfação de sua vida.
Seu pai a conduzia, rumo ao pior homem do mundo, mas ela não se
preocupava com isso, ela não o amava, ele não a amava, era apenas
interesses e conveniências, algo que era o bastante para os dois.
Quanto tempo aquele castelo de mentiras permaneceria de pé?
Quanto tempo os segredos seriam mantidos naquela família?
Por quanto tempo aquela Família ficaria presa as aparências?
Por quanto tempo seriam mantidos enganados?
E os destinos dessas pessoas?
E os inocentes?
E os culpados?
Quais seriam seus desfechos?
Ou nada iria ser descoberto, e a verdade nunca viria a tona?
“A mentira é um doce veneno que é tomado em doses extrapoladas, e a
verdade é a coisa mais difícil de se tragar, quando por muito tempo o que
se imperou foi uma ilusão.”
A mentira ilude corações que não enxergam a beleza da verdade...
Isabel finalmente se casou com Sebastian, sob os olhares de aprovação de
seu irmão e de seu pai, era realmente um absurdo, até que ponto alguém
pode ser enganado dessa forma?
Enganar, iludir e omitir, três artes dominadas por Isabel e Sebastian, os
dois realmente nasceram um para o outro.

Na suíte dos recém-casados:


- De onde você inventou pro seu pai que você está grávida?!
- Eu tenho um plano.
- Você vai fazer o que Isabel, roubar uma criança da maternidade?
- Eu já disse que eu tenho um plano, e você é muito burro mesmo!
- Desculpa se eu não acompanho a sua cabeça, qual parte do você não
pode ter filhos você não entendeu?!
- Pode deixar, que daqui a pouco tempo, vai ter uma menininha chorando
pelos quatro cantos dessa casa!
- Você realmente está delirando! Ainda vai ser uma menina?!!
- Fica calma, tudo vai dar certo, é só você confiar em mim!
- Vai em frente Isabel, mostre-me do que você é capaz!
Capítulo doze
O nascimento dos gêmeos...

Era algo realmente estranho, eu estava grávida, sentia uma enorme


conexão com o meu filho, mas estava tão triste por não saber como ele
estava, ou o seu sexo. Eu estava ansiosa para ele nascer, o Klaus havia me
dito que deixaria eu ter o bebê, se eu me portasse bem. E foi assim que eu
fiz, fiquei calada, aceitei tudo, e o tempo foi passando.
Ainda me lembro das primeiras noites que Cláudia foi mantida em
cativeiro, as garotas não gostavam muito dela, pelo fato dela ser rica.
Todas estavam com muita raiva, já que o meu plano tinha fracassado, elas
também foram terrivelmente agredidas.
Um dia Ivan entro em nosso novo cativeiro e disse:
- Tem um cliente, vamos ver como vai ser a sua primeira vez Cláudia?!
Ela ficou em pânico, não conseguia falar absolutamente nada, Cláudia era
tão atenciosa, sempre me perguntava como eu estava, mas eu via que ela
não estava nada bem, nunca antes tinha vivido daquela maneira, sem
respeito, sem dignidade, sem dinheiro, sem poder ir e vir. Era uma escrava,
e pela primeira vez estava sentindo o que era se sentir daquele jeito, uma
prisioneira, uma traficada…
Ela sabia que tinha que obedecer, mas a alma de Cláudia era rebelde, por
mais que tentasse, ela não conseguia abaixar a cabeça.
Angela disse:
- Agora você vai ver como é ser estupradas todos os dias e não poder fazer
nada pra se libertar disso!
- Por que você está com tanta raiva da garota Angela, ela nunca te fez
nada! Disse Eva
- Agora você vai defender a rica aí Eva! Respondeu Angela.
- Não é culpa dela, a gente estar aqui, e nos odiar, não vai ajudar em
absolutamente nada! Completou Eva.
- Temos que nos unir, se não ficarmos unidas, vamos perder tudo!
- Olha quem fala?! Logo você Flávia, você estragou tudo, e foi tão burra
que ainda voltou pro cativeiro, e para completar ainda mais a tragédia,
está grávida! Disse Sabine.
- Eu escolhi engravidar Sabine? Me responda! E eu só estava tentando
ajudar!
- Que bela ajuda, todas aqui apanharam por sua culpa, e ainda temos que
olhar pra sua cara!
- Que ódio é esse Sabine?! Eu entendo que todas nós estamos passando
por momentos difíceis, mas não desconte em mim!
- E na sua cunhada pode?! A rica, a alemãzinha, com ela ninguém mexe, e
agora você não quer deixar ela fazer um programa com um velho nojento
te tocando sem você querer?! Por que? Por que?
- Eu não disse isso Sabine, eu apenas disse que não devemos no dividir,
vamos nos unir, eu vou ter um bebê agora, e todas vocês serão as tias dele,
todas vocês, porque vocês são minhas amigas! Vamos nos unir agora!
Cláudia no interrompeu:
- E quando o bebê nascer, o que vai acontecer?
- Eu vou trazer ele pra cá Cláudia, junto comigo!
- E se eles não deixarem você ficar com o bebê?!
- Claro que vão deixar Cláudia, o Klaus me disse que eu posso ficar com
ele!
- Pelo pouco que eu conheço desse lugar, a única pessoa que não deve
confiar é no cafetão. Ele pode tirar o bebê de você!
- Claro que não Cláudia, o filho é meu!
- Isso não importa Flávia, ela pode querer se vingar de você!
- Pelo que?
- Você denunciou ele! Isso deve ter sido o fim!
- Não, ele me estuprou, você sabe o que é isso?! Ela já se vingou de mim!
No meu filho ele não toca!
- Tomara Flávia, tomara que esse monstro não esteja planejando nada!
- O meu filho vai ficar comigo, assim que vai ser!
- Tomara.
Mônica disse:
- Desculpa interromper a conversa das convidadas vips, mas senhorita
Cláudia, está quase chegando a hora de você encontrar o seu novo cliente.
- Eu não vou transar com ninguém, ninguém vai tocar no meu corpo, sem a
minha permissão!
Mônica riu:
- Parece mesmo que você não seu conta ainda, olha onde você está! Você
vai ser obrigada, e se não cumprir as consequências, vai pagar muito
caro!
- Eu já disse, no meu corpo ninguém toca!
Eu me senti totalmente incapaz de fazer alguma coisa por Cláudia, era
extremamente difícil pra ela, naquela primeira noite, ela apanhou do
cliente, porque não quis fazer nada com ele, para e vingar de Cláudia,
Klaus deixou ela na solitária três dias, sem comida e sem água. Quando
ela voltou, estava ão pálida, parecia tão frágil, eu tentei cuidar dela com o
que tinha, logo a resistência das garotas perante Cláudia foi diminuindo,
elas não a enxergavam mais como uma inimiga, e sim como mais uma
vítima de tudo aquilo.
Klaus pegou uma implicância de Cláudia, começou a arranjar vários
clientes para ela, porém ela sempre dava um jeito de sair daquela
situação, e sempre voltava para solitária, quando voltava nós a
ajudávamos, e assim foi passando o tempo…
Um dia Ester chegou dizendo que Klaus estava planejando uma viagem,
ele iria para a Espanha, e obviamente iria nos levar também, estava muito
perigoso ficar na Alemanha, a polícia ainda estava procurando Cláudia, o
pai dela não deixava as buscas pararem.
Depois de um longo período, Cláudia baixou a guarda, e teve o seu
primeiro programa, ela voltou arrasada, mas tinha perdido as forças,
parecia ter entregue os pontos.
Seus olhos, que antes eram tão cheios de vida, foram lentamente perdendo
o brilho, o tempo tinha o poder de fazer um ser humano se adaptar a
qualquer tipo de situação.
E assim, 7 meses se passaram, sete meses de espera, havia chegando o
grande momento…
As garotas estavam apreensivas, Klaus me levou ao hospital, e disse lá que
eu era sua esposa, as dores eram insuportáveis, mas eu queria ver o meu
bebê o mais rápido possível, eu já o amava tanto.
Entrei na sala, na verdade eu apaguei, não pude fazer o parto normal, fui
obrigada a fazer uma cesariana.
Depois de um longo período, acordei em um quarto, a enfermeira trazia
dois bebês, eu estranhei, já que eu só aguardava um.
- Aqui senhora, seus gêmeos, lindos e saudáveis, quais serão os nomes
deles?
- Como assim gêmeos?! Disse eu espantada!
- Sim, a senhora teve gêmeos, uma menina e um menino. Aqui estão,
segure.
Ela colocou as duas crianças em cima do peito, eles eram tão pequenos, e
tão lindos, as mãozinhas fechadas, como eu poderia sentir algo tão grande
por pessoinhas que eu havia acabado de conhecer?! Era um sentimento
especial, fiquei com eles durantes 30 minutos.
Depois disse a enfermeira:
- A menina vai se chamar Lena, e o menino vai se chamar Ben.
- Belos nomes.
- Eles são muito bonitos, eu nem acredito que eu sou mãe agora!
- Me desculpe perguntar, mas de onde você é?
- Eu sou brasileira.
- Brasil, eu queria tanto conhecer um o Brasil, quem sabe um dia eu vou
lá!
- Quem sabe…
Ela disse que tinha que levar os bebês para o berçário.
Eu olhei pra os dois, me despedi, e lá se foram eles…

Alguns minutos depois:


Sebastian e Isabel avistam os bebês no berçário…
- Eu quero a menina.
- Você tem certeza que você quer fazer isso Isabel, ainda dá tempo pra
desistir!
- Não vou desistir de nada! Eu quero a menina.
- E o menino, o que você vai fazer com o menino?!
- Não sei, coloca na adoção, ou sei lá, pede pro cafetão dar um destino pra
ele, mas a menina não, a menina eu quero pra mim.
- Você tem certeza?
- Sim.
Pra disfarçar a gravidez falsa, Isabel viajou e disse que não poderia ficar
na Alemanha, por causa da dor de ‘perder’ a sua querida irmã, ela
mandava fotos com uma barriga falsa para seu pai e o seu irmão.
Klaus havia se registrado como o marido de Flávia, por isso o hospital
liberou a sua saída com os bebês, enquanto a brasileira repousava.
Klaus entregou Lena para Isabel. E deixou Ben em um lar de adoção.
Quando foi buscar a brasileira no hospital, ele disse que os bebês já
haviam sido levados para o cativeiro, para não chamar tanta atenção.
Flávia acreditou na mentira de Klaus, e quando chegou ao cativeiro, o
cafetão disse sorrindo que ela nunca mais voltaria a ver os filhos, a
brasileira partiu pra cima dele, e teve um colapso, teve que ser medicada,
e ficou vários dias gritando que queria seus filhos de volta na solitária,
isso era a única coisa que mantinha Flávia viva, a esperança de voltar a
ver seus filhos.
Cláudia também ficou revoltada, assim como as outras garotas, ele não
podia tirar os filhos dela assim, mas essa era a vingança de Klaus, ele não
iria deixar Flávia ficar com os filhos do homem que ela amava.
Na mansão “Hans”, todos conheceram a pequena Lena, e logo de cara
Alexandre caiu de amores pela menina, Isabel ficou tão satisfeita de ver
como seu pai a agradecia por ela ter cumprido o sonho dele.
- Agora só falta encontrarmos Cláudia, pra nossa família ficar completa.
Disse Alexandre.
E Isabel respondia:
- Claro que sim papai, nós vamos encontrar minha querida irmã!
Foi a vez então de Albert conhecer Lena, mal ele sabia que na verdade
estava segurando sua própria filha, era uma emoção tão grande que ele
sentia quando segurava aquela menina.
- Que estranho. Disse Albert.
- O que tem de estranho? Perguntou Sebastian…
- Parece que eu conheço essa menininha, ela me lembra alguém!
- Quem? Indagou Isabel.
- Ela me lembra uma brasileira, que eu conheci a algum tempo atrás, na
verdade ela é igualzinha a ela…
Alexandre repreende Albert:
- Você vê essa brasileira em qualquer lugar, agora diz que a sua sobrinha
se parece com ela, isso já passou dos limites.
Isabel e Sebastian se entreolham…

O CEO e a Última Virgem - (Traficadas – Parte II)


Albert não consegue se esquecer de Flávia, e continua a procurando,
mesmo agora estando casado com Penélope.
O sofrimento das traficadas continua.
Alexandre sofre um infarto, e Isabel conta toda a verdade para o pai.
Através de um exame de DNA, Albert descobre que Lena é sua filha.
Antônio avista Cláudia na Espanha…
Klaus tenta matar o filho de Flávia e Albert.
Depois de anos, Albert finalmente reencontra por acaso Flávia em uma
festa.
As traficadas tentam se libertar…
Segredos revelados, mortes, reencontros, não perca a segunda parte da
história.
O CEO e a Última Virgem – (Traficadas – Parte II).
CEO New York
(Série CEO E.U.A Livro I)

Angelina Jane Lira


Sinopse

ALESSANDRO MARTÍN FERRO É UM ARROGANTE CEO NA


CIDADE DE NOVA YORK, SUA VIDA MUDA
DRASTICAMENTE, QUANDO SUA NOIVA AMERICANA,
LAURA HALL, COMETE UM SUICÍDIO, SEM MOTIVOS
APARENTES…
ELA DEIXA UM DIÁRIO, ONDE CONTA OS MOTIVOS DO
SUICÍDIO, COM A BRASILEIRA MAITE, UMA MOÇA DE
ORIGEM HUMILDE QUE TRABALHAVA EM UM HOTEL NO
RIO DE JANEIRO.
OS RUMOS DA HISTÓRIA MUDAM, E MAITE VAI PARA A
CIDADE DE NOVA YORK, E ACABA INDO TRABALHAR NA
CASA DO CEO ALESSANDRO MARTÍN.
SEGREDOS SÃO REVELADOS, E UMA IMPROVÁVEL
ATRAÇÃO, ACABA SE CONVERTENDO É UM TÓRRIDO
ROMANCE.
MAS A TRAGÉDIA VOLTA A ASSOLAR A VIDA DE
ALESSANDRO…
E AGORA, DEPOIS DE TUDO, MAITE BOYER BUSCARÁ SUA
VINGANÇA, APÓS TER SE CASADO COM UM HOMEM RICO,
APENAS PARA DESTRUIR O CEO NEW YORK, EMBORA ELA
AINDA SIGA APAIXONADA POR ELE.
A VINGANÇA E O AMOR.

Sumário:
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Brasil – Rio de Janeiro

Mais um dia na minha vida, quando eu penso que as coisas vão melhorar,
infelizmente elas pioram ainda mais, meu pai está de cama, e eu temo que ele
não aguente esse segundo infarto, com todas as minhas forças suplico pra que
ela possa se recuperar, eu não sei o que vai ser da minha vida se ele morrer,
não tenho com quem conversa, pelo menos não confio completamente em
alguém para contar a exaustão dos meus problemas…
Sei que ainda muita coisa acontecerá, mas o meu maior medo é não ter
forças para poder superá-las…

3 dias depois…
Querido diário, Kate já demostra complicações em sua doença, a cada dia
suas crises respiratórias se tornam mais frequentes, o dinheiro já não está
dando para comprar remédios, ontem mesmo levei ela em um posto de
saúde, e não havia um médico, esse é o problema de ser pobre em um país
como o Brasil, você sofre e parece que ninguém liga…
Meu pai não dá sinais de melhora, já tranquei a faculdade para cuidar dele, e
quero que Kate conclua logo o ensino médio, ela vai estudar, ela vai ser
alguém, vou me sacrificar para que ela triunfe, ela merece, minha irmã não
vai se abater, ela não pode perder para essa maldita doença, as vezes me
pergunto, por que Deus permitiu que minha irmã ficasse doente, e o meu pai
em uma cama? Não tenho respontas, uma vez no hospital, uma enfermeira via
o meu sacrifício, colocou a mão sobre o meu ombro, e me disse:
- Nada acontece por acaso, as vezes o destino nos leva para longe…
Ninguém sabe o que a vida reserva para cada um… -
Agradeci seu cometário, afinal de contas ela queria me consolar, mas
confesso que não entendi o que ela quis dizer com isso.

Casa Maite – Brasil

- Pai, eu já disse que com o dinheiro que eu tenho a gente consegue se virar
por mais algum tempo!
Exclama Maite, que queria controlar a situação…
Lionel estava de cama, e queria ser útil em alguma coisa…
- Filha, você já fez demais por mim! Quero dizer, por nós!
Está na hora da vida te sorrir!
- A vida não sorri pra quem é pobre, pai! Vai, descansa e tira essa ideia da
cabeça!
- Eu sou teimoso, minha filha! Quando coloco uma coisa na cabeça, ninguém
tira! E você Maite, sabe muito bem disso!
- Não sei pai, será?!
- Eu ligo pra ele, pergunto se tem um emprego, se não tiver, tudo bem, é vida
que segue, mas se ele dar esse emprego pra você minha filha, imagina?! É
uma chance de ouro, você não pode deixar escapar! Quando se é pobre
Maite, a oportunidade passa uma vez só pela sua porta, e você tem que
agarrá-la, com todas as forças!
- Não sei pai!
- Confia no seu velho! E você sabe que eu sou um inútil, não consigo nem
ajudar a sua irmã!
- Não diga isso pai, não é verdade!
- É verdade sim! Você precisa de uma chance, e eu vou ligar para o Carlos,
ele foi meu amigo, vai me ajudar!
- Tudo bem pai, você é muito teimoso!
- Pega o telefone Maite!
Maite pega o telefone que estava encima da escrivaninha…
Lionel começa a discar, o telefone chama, e Carlos atende:
- Alô, poderia falar com Carlos Vilar?!
- É ele quem fala!
- Carlos! Aqui é Lionel, Lionel Boyer, lembra de mim?!
- Lionel! Meu Deus! Quanto tempo?! Como vai?!
- Doente meu velho amigo, doente! Por isso preciso de um grande favor seu!
- Pois então peça agora mesmo, não vou negar um favor para um amigo
doente!
- Tenho duas filhas, e por causa da minha condição, infelizmente não posso
mais trabalhar, minhas duas filhas batalham para me sustentar, mas aqui no
Brasil, você sabe! Não tem oportunidade para os pobres! Mas na América é
diferente, aí é a terra das oportunidades! Tenho certeza que se Maite e Kate
chegarem até aí, vão poder ter uma vida melhor! E isso meu caro, só
depende de você! Sei que tem negócios aí, dois empregos para minhas filhas,
e pronto, tudo estará resolvido!
- Você sabe Lionel, as coisas não são assim tão fáceis! Para entrar nos
Estados Unidos você precisa de visto, a passagem de avião é cara também!
- Você adianta Carlos, e nem que as minhas filhas trabalhem o dobro, elas
vão te pagar centavo por centavo!
- Vou ver o que posso fazer por você Lionel! Faça o seguinte, mande duas
fotos das suas duas filhas, e veremos!
- Duas fotos?! E pra quê?!
- Para ir adiantando os trâmites Lionel! Você não está desconfiando de mim,
não é mesmo velho amigo?!
- De nenhuma maneira! Vou pedir para minha filha providenciar isso
imediatamente!
- Ótimo, quando as fotos chegarem, eu vou ligar novamente com uma
resposta definitiva!
- Tudo bem Carlos! Eu sabia que você honraria nossos velhos tempos!
- Não me agradeça Lionel, ajudar um amigo, é uma obrigação!
Lionel desligou o telefone, e disse para Maite mandar suas fotos para o
senhor Carlos Vilar, ela o fez imediatamente…
Depois do trabalho, Maite o mandaria, ela era camareira, e tinha que voltar
para o Hotel de Luxo, precisava limpar uma suíte, era sua hora extra da
semana…
Capítulo 1
O suicídio e o diário perdido…

Chegando ao hotel, último turno das camareiras…


Suíte de luxo 887…

Maite chega para limpar a suíte, que ela pensava estar desocupada, porém
prontamente ela percebeu que havia alguém ali…
E estava no banheiro…
Maite foi até lá, sentia que alguma coisa estava errada, e bateu três vezes:
- Serviço de quarto. Pediram uma limpeza nesse quarto…
Ao ponto que uma mulher loira, com o batom todo borrado e com um copo
de vodca em sua mão direita sai daquele banheiro…
- Eu pedi sim por uma limpeza completa!
Imediatamente Maite percebeu que a mulher, que parecia estar perturbada,
não era brasileira, já que falava português com dificuldade e com um forte
sotaque…
- Sim senhora, eu vou começar a limpeza imediatamente…
- Está bem, enquanto isso eu vou beber mais, eu preciso beber, eu preciso
esquecer!
Maite viu que aquela mulher estava um pouco confusa, e falava coisas que
não tinham nexo…
A camareira então tentou puxar assunto:
- De onde a senhorita é?!
- Sou americana!
- E quem te ensinou a falar português?!
- Meu noivo, ele é brasileiro.
- Então a senhora mora aqui?!
- Não, vivemos em Nova York, ele não gosta muito do Brasil, e eu adoro
esse país! Mas o que posso fazer?!
Estamos aqui porque ele é um grande CEO, e veio em uma conferência aqui
no Rio, mas já voltaremos pra casa!
Se eu aguentar!
- E qual é o seu nome?!
- Laura, e o seu?!
- Maite!
- Sabe Maite, eu estou bebendo nesse quanto faz tempo, penso, penso, minha
cabeça dá voltas, eu penso em fazer uma coisa, mas não sei se vou ter
coragem!
- O que quer fazer senhora?!
- Quero morrer! É isso! Quero morrer, a culpa que eu sinto, não me deixa
dormir a noite!
- Morrer, mas você é tão jovem, tem a vida toda pela frente! Além disso, é
rica, me desculpa mas não sei como uma pessoa como você quer largar essa
vida tão boa!
- Eu sei, a capa engana, as aparências não demostram o que tem abaixo da
superfície! Eu entendo, pareço fútil demais, mas não sou! E o dinheiro, ele
não compra a paz! Eu sinto remorso, e nenhuma moeda de troca desse
mundo, será capaz de aliviar a minha angustia!
- E porque está assim?! Não quero parecer intrometida, mas porque está se
mortificando desse jeito?!
- Eu fiz uma coisa, que não deveria ter feito! Brinquei com o destino, me
deixei levar, e hoje não consigo dormir em paz!
- Não deve ser algo tao grave assim!
- Sim, é grave! A única coisa que consegue aliviar um pouco os meus
sofrimentos é o meu diário.
- Você tem um diário?! Que coincidência, eu também tenho um!
- E o que você escreve nele?!
- Coisas!
- Entendi, ninguém gosta de falar o que escreve no diário! Porque senão,
qual seria o sentido em ter um diário?!
- Justamente!
- No meu diário, eu conto sobre coisas que aconteceram na minha vida,
episódios que me deixaram destruída, pessoas que me fizeram muito mal.
- Vejo que você não está muito bem, porque não vai tomar um banho e tentar
descansar?!
- Não posso, não consigo dormir! Se pudesse, ficaria sobre a cama o dia
inteiro, para esquecer, esquecer os meus problemas, esquecer a minha vida!
- Não fique assim, você ama o seu noivo?!
- Sim.
- Pois então, em breve você irão se casar!
- Eu sei, mas há coisas no caminho! Tem uma pedra bem no meio do meu
caminho, que não me deixa seguir, não me deixa viver!
Um dia, alguém vai entender o que eu vou fazer…
- E o que a senhorita está pensando em fazer?!
- Tirar essa culpa que carrego sobre os meus ombros, ela é tão pesada, que
parece que carrego o mundo inteiro!
- A vida é dura, porém em algum sentido, ela tem que valer a pena! Se não
achar um motivo para viver, encontrará 99 para morrer!
Eu tenho que fazer a limpeza, preciso do dinheiro dessa hora extra, e também
daqui a pouco passará a chefe das camareiras, para ver se realmente eu
limpei esse quarto…
- Tudo bem…
Maite se distraí limpando o quanto, e não percebe quando Laura pega sua
bolsa e leva para dentro do banheiro…
Lá, a americana pega seu diário, e o coloca dentro da bolsa da camareira
Maite…
Depois, Laura coloca a bolsa de Maite no lugar, para que ela não se desse
conta…
Depois de limpar o quarto todo, Maite se despediu de Laura, e foi embora…

4 horas mais tarde…

Desesperada, Laura toma uma decisão precipitada, vai até a sacada do hotel
e se joga…
A americana morreu na hora, e o suicídio chocou a todos…
Seu corpo, ficou completamente desfigurado…
Capítulo 2

A repercussão do suicídio

Noticiário Televisivo do Rio de Janeiro…


- Acaba de chegar a notícia de um suposto suicídio que aconteceu faz pouco
tempo em um luxuoso hotel carioca, uma americana teria se jogado do oitavo
andar e morrido na hora… Depois voltaremos com mais informações sobre
esse caso que chocou a população carioca.

Maite ajudava o pai, quando ouviu isso na Televisão, ela achou que poderia
ser Laura, mas depois duvidou dessa possibilidade, já que achava que a
americana não iria chegar nesse ponto.
Depois disso, Maite foi até o seu quarto e sem esperar nada, abriu sua bolsa,
e lá viu um diário, na cama dizia ‘O diário de Laura’. - O que isso estava
fazendo aqui? - Se perguntou imediatamente Maite.
Um enorme curiosidade tomou conta da camareira, que abriu o diário, ela
leu apenas a primeira página…

“ Era uma linda manhã, a brisa soprava a meu favor, parecia que por mais
que eu tentasse, jamais perderia, eu tenho medo de perder, tenho medo de
não controlar as coisas, um poetiza diz que a derrota sempre vem, e por mais
que ainda não tenha topado com ela, sei que um dia vou perder, vou perder.
Alessandro jamais vai me perdoar, sei disso, seu desprezo é a minha maior
derrota, sem ele, não sei o que faria, ele não entende tudo o que aconteceu,
ele não sabe o perigo que está correndo, e está perto…
O amor está longe, está longe de nós, eu o amor, e sei que ele me ama, porém
há uma barreira entre nós, não sei dizer o que é, mas talvez nosso amor seja
frio, talvez o amor tenha que ser algo que mexa com as nossas estruturas, que
nos abale por completo, que nos deixe sem saída, que nos faça sofrer, que
nos faça infelizes, que doa na carne, que alimente a nossa alma sedenta.
Ele nunca vai perdoar pelo que fiz, nunca irá me perdoar, e eu sei disso, amo
Alessandro, amo… Mas pouco são nobres o suficiente para saber perdoar
uma fraqueza…
O ser amado cuida, não julga, porém apenas quando o amor vale a pena…
Mas a alma, a alma está na lama, a alma é pequena…
Esse segredo, me devora, não sei o que irá acontecer quando Alessandro
descobrir a verdade…”
Maite fechou o diário e falou consigo mesma: “Não Devo ler as confissões
alheias, não tenho esse direito, tenho que devolver esse diário.”

Suíte 885…
Um homem chora sob a cama de Laura:
- Por que Laura, Por que?! Diz ele deixando as lágrimas escorrerem pelo seu
lindo rosto, o desespero e o mistério consome a alma daquele homem…
- Suicídio, eu não consigo entender! Ela parecia estar bem!
O delegado que acompanha o caso, tenta consolar Alessandro…
- Senhor Alessandro, ainda não sabemos se realmente foi suicídio, os
indícios levam a crer que sim, porém ainda não sabemos.
- E o corpo, onde está o corpo?!
- Já foi retirado da calçada. O senhor terá que reconhecer o corpo!
- Como assim reconhecer?!
- É um protocolo da corporação, infelizmente o rosto, parte do troco e
pernas sofreram bastantes alterações com o impacto do choque, ela está
desfigurada!
Cada palavra que o delegado diz, fere o CEO, que não percebeu que Laura
estava tão desesperada assim, para chegar ao ponto de tirar a própria vida…
- Eu não vou ver a Laura desse jeito! Não quero ver seu corpo destruído
assim!
- E há algum outro parente próximo que possa reconhecer o corpo da sua
noiva?!
- Sim, outra pessoa irá reconhecer o corpo, vou providenciar tudo. Só não
entendo o por quê?! Não entendo por que Laura se jogou dessa altura, não
sei!
- A perícia nos dará mais respostas senhor Alessandro.
Algumas horas depois…

Casa Maite
Lionel começa a passar mal, Maite e Kate levam ele até um hospital público,
e ele é atendido, as duas irmãs aguardam notícias do pai…
Do outro lado da ala, desponta o médico que estava fazendo a cirurgia em
Lionel…
- E então doutor?! Como está o nosso pai, Lionel?! Perguntou Kate,
esperançosa…
O médico olhou para as duas, e Maite já havia entendido, ela segurou a mão
de sua irmã mais nova, e gelou por dentro, seus ouvidos iriam escutar a
notícia mais triste da sua vida, e ela tinha que demostrar força…
- Fizemos de tudo, operamos com cautela a orta, porém infelizmente o pai de
vocês não aguentou e veio a óbito!
Kate desabou, as lágrimas corriam desenfreadamente pelo seu rosto, Maite
se conteve, desmoronava por dentro, e demostrava força por fora, abraçou a
irmã, e olhava para o nada…
Era um choque, e muito triste ver uma pessoa com quem você conviveu tanto
tempo, indo embora assim, sem dizer adeus, sem dizer um até logo…
Um dia depois…
Enterro de Lionel, apenas Maite e Kate viram o caixão descer a sepultura…
Maite tinha uma rosa branca em sua mão, deixou uma lágrima sobre ela e a
beijou, e a alocou suavemente por cima da terra que cobria o corpo de seu
pai…
- Vai em paz, eu sei que um dia nós nos veremos…
Disse ela, Kate estava mais sensível perante aquela situação:
- Pai, eu sempre vou te amar, sempre. Não vai ter um dia nessa minha vida
que eu não vou me lembrar de você! Eu nunca vou te esquecer!
E no meio daquela despedida comovente, um delegado chega perto de Maite
e pergunta:
- A senhorita é Maite Boyer?!
- Sim.
- Pois eu sou o investigador Alves, e estou aqui por causa da morte de Laura
Hall, soubemos pelas câmeras do hotel que a senhorita esteve com ele, antes
dela se jogar do oitavo andar!
- Aquela moça se jogou?! Pergunta Maite surpresa, afinal era mesmo ela, no
mesmo momento ela teve um calafrio.
- Sim, supostamente foi suicídio, porém queremos saber o que ela falou com
você antes de se matar, se disse algo relevante! Precisamos que a senhorita
contribua para a investigação!
- O senhor não vai respeitar esse nosso momento, delegado?! O nosso pai
acabou de morrer, estamos enterrando o seu corpo, o senhor vem até aqui,
porque uma pessoa importante morreu?!
- Assim é a vida, eu não inventei as regras!

Maite teme que pelo fato de Laura ter colocado o diário dentro de sua bolsa,
alguma coisa aconteça a ela, e sabe que Kate precisará da irmã mais velha,
mais do que nunca.
Ela aceita ir falar com o delegado, porém ocultará o fato do diário, assim a
camareira se sentia mais segura…

Delegacia – Rio de Janeiro…


Esclarecimento por parte de Maite Boyer, a camareira do hotel…
Alessandro Martín Ferro faz questão de estar presente…
Delegado Alves começa a fazer perguntas para Maite:
- A senhorita poderia me dizer exatamente o que Laura Hall disse para você
quando conversavam?
Alessandro olhava fixamente par a Maite, desconfiava que a camareira
poderia ter alguma coisa a ver com a morte da sua noiva…
- Ela me disse que estava um pouco angustiada, que se sentia mal! Disse
Maite.
- Se sentia mal com o quê?! Perguntou o delegado.
- Tinha alguma coisa a ver com o noivo dela!
- O noivo?! E o que ela disse sobre o noivo?! Prosseguiu o delegado.
- Ela não foi muito clara, só disse que se sentia culpada! Só isso!
- E em algum momento você percebeu que ela iria cometer suicídio?! Notou
algo do tipo?!
- Ela, ela só estava bebendo muito, e eu achei que depois disso, ela iria
tomar um banho e ir para cama!
- Ela te deu alguma coisa?! Algum objeto?!
Na hora Maite se lembra do diário de Laura, porém mente em sua resposta,
não pode falar que ela está com o diário daquela moça.
- Não, ela não me deu nada!
- Tem certeza?! Ela não te deu nada?!
- Não, ela não me deu absolutamente nada!
- Estamos perguntando isso, porque depois de algum tempo que você entrou
na suíte de Laura Hall, de repente a câmera do quarto de hotel foi cortada, e
não sabemos o que houve. Não vimos Laura Hall se jogando, não
conseguidos ter acesso a essa parte, simplesmente porque a câmera não
gravou, não pegou esse momento!
- Isso é muito estranho!
- Exatamente, isso é muito estranho! Bom, não temos mais perguntas, pode ir,
e muito obrigada por contribuir com a polícia!
- De nada senhor delegado!
Antes de sair, Alessandro diz para Maite:
- Aqui senhorita, meu cartão e aí também tem meu endereço em Nova York,
se algum dia se lembrar de mais alguma coisa, é importante que me diga!
Estamos procurando um diário, lá Laura descrevia tudo o que acontecia em
sua vida, então com certeza se pegarmos o diário, vamos saber o motivo do
suicídio.
- Eu não sei de nenhum diário! Diz Maite.
- Mas pegue o cartão com o meu telefone, me ligue se lembrar de mais
alguma coisa, eu preciso entender por que a Laura fez uma coisa dessas, por
favor pegue!
Maite pegou o cartão das mãos de Alessandro, e guardou em sua bolsa…
- Se um dia me lembrar de mais alguma coisa, garanto que ligo para o
senhor!
- Isso mesmo, me ligue!
Maite vai embora, e Alessandro comenta com o delegado Alves:
- O diário de Laura é a chave desse mistério, se não encontrarmos, nunca
saberemos porque ela fez isso!
- Estranho que o diário tenha sumido! Se não foi a camareira que pegou,
então outra pessoa entrou na suíte naquela noite!
- Sim, temos que saber o que foi exatamente o que aconteceu naquela suíte!
- O que foi senhor Alessandro?! Desconfia da camareira?!
- Desconfio de todos! Não sei, mas alguma coisa me diz que ela está
mentindo!
- A camareira?! Não, ela só está abalada, o pai morreu, e agora fica sabendo
que uma pessoa cometeu suicídio, isso mexe com a cabeça de qualquer um!
- Tomara! Mas a minha intuição diz que eu ainda vou ver essa mulher! É
misterioso Alessandro…

Casa de Maite – Rio de Janeiro

A Ligação que muda o destino…

Desesperada e sem nenhuma perspectiva, Maite parecia aguardar uma


chamada do destino, era a única coisas que restava a ela, acreditar que algo
iria acontecer do nada, que alguém iria bater a sua porta com uma solução
para todos os seus problemas, será que aquilo acontecia na vida real?
Mas, havia uma esperança, e era mesmo a última, chorando de frente ao
espelho de seu pequeno espelho, com medo de tudo e de todos, uma ligação
muda o curso de toda a vida de Maite…
Ele toca três vezes, e a camareira nem deseja atendê-lo, pois acha que deve
ser mais uma notícia ruim, mas o telefone continua chamando, parece que
quem liga insiste, persiste, quer falar, quer dar uma notícia importante, ela
atende…
- Alô?!
- Sim, quem fala?!
- Carlos Vilar, gostaria de falar com Lionel!
Ainda com uma voz de choro, Maite dá a fatídica notícia:
- Infelizmente seu Carlos, meu pai não aguentou e faleceu há pouco tempo.
Há uma pausa, um silêncio que deixa as coisas latentes, o ar definitivamente
é de velório.
- Meus pêsames, de verdade Maite! Não esperava uma notícia dessas! Ainda
mais porque ligava com boas novas!
- Que boas novas senhor Vilar?!
- Arranjei o emprego para você e sua irmã, Kate! Preparei tudo, desde as
passagens até a hospedagem, só faltava mesmo vocês viajarem até aqui!
- Mas que notícia maravilhosa, eu realmente estava precisando ouvir isso
senhor Vilar! Aí posso arranjar um tratamento melhor para a Kate, podemos
refazer a vida, começar do zero!
- Exatamente Maite! Você e sua irmã serão bem-vindas aqui!
- Que grande alegria, depois de uma tristeza tão grande! Não sabe como
sonhava em conhecer os Estados Unidos!
- É o sonho de todos, devo supor!
- Com certeza! Vou falar com Kate, vamos falar com todos, e aí iremos
embarcar para os Estados Unidos!
- Porém Maite, há uma condição que deverá cumprir quando chegar aqui!
- Que condição?!
- Eu sou um viúvo solitário e triste, sempre procurei uma outra esposa, e
nunca a encontrei, vi sua foto, e te achei muito bonita, de verdade queria que
você se casasse comigo, assim que chegasse a Nova York!
Maite se surpreende com o pedido repentino de Carlos, obviamente que ele
não daria tudo aquilo de graça, mas sinceramente, ser pedida em casamento,
não estava nos planos da camareira.
- Casar com o senhor?!
- Sim, isso mesmo!
- Mas eu nem o conheço, como posso me casar com alguém que não
conheço?!
- Fácil, venha até aqui, te arranjo um vestido de noiva, e pronto, você diz
sim e eu também, e estaremos casados!
- Mas eu achava que para me casar com alguém, deveria estar
verdadeiramente apaixonada por esse homem!
- O amor vem com o tempo minha cara Maite, você ainda é muito jovem, não
sabe que a paixão é meramente um fruto da imaginação, e que a relação se
constrói no dia a dia.
- Não posso me casar com alguém que nunca vi, e se o senhor não quiser me
ajudar, não tem problema, eu dou me jeito, sempre fiz isso, e farei de novo!
- Pense bem Maite, você não tem estudos, é pobre e sua irmã está doente,
como você vai se virar no Brasil?! Não poderá depender do sistema público
de saúde, sabe que isso custa dinheiro, sua irmã não tem muito tempo! Por
que você não se casa comigo, eu te darei uma vida digna, e ainda cuidarei da
sua irmã! Você acha que tem o direito de privar a sua irmã de uma vida digna
e confortável?!
- O senhor está me chantageando, está fazendo eu me sentir culpada, não há
nada mais importante no mundo pra mim, do que minha irmã!
- Então prove Maite, traga ela aqui! Cuide dela, case-se comigo, tenha uma
vida boa, ninguém pode te julgar por você querer ter uma vida digna!
- Eu não estou me importando com os outros, estou me importando com a
minha consciência, não posso ficar com uma pessoa por chantagem ou
ganância, tenho que ficar por amor.
- Um dia, e não demorará muito a chegar, perceberá que o amor é uma
palavra bonita, que não enche a barriga de ninguém, e quando perceber isso,
será tarde! O amor é uma ideologia, e você se frustrará quando perceber que
isso não é nada do te disseram que era!
- Se o amor não existe, acho que tenho que descobrir por mim mesma, e não
por um homem que quer comprar uma esposa!
- Pelo amor de Deus! Pense na sua irmã, ela merece essa vida que você está
a forçando viver?!
- Isso é comigo e com ela! Como meu pai se enganou quando ligou para o
senhor, pensou que fosse ajudar por uma velha amizade, porém foi tudo
mentira, não passa de um aproveitador, que quer apenas, manipular as
mulheres com o seu dinheiro, mas eu posso estar na merda, com os meus
joelhos dobrados, mas não perco a minha dignidade!
- Quantos anos a Kate tem?! 17… 18…?! Talvez ela não chegue nem aos 20
com essa sua atitude, espero que saiba o que está fazendo! Levamos o peso
de nossas escolhas nos nossos ombros!
Maite pensa na irmã, e engole seu orgulho…
- Me diga quando, e como e nós vamos. Vou me casar com o senhor, mas
saiba que jamais vou amá-lo!
- Não peço seu amor, desejo outras coisas!

Capítulo 3

Rumo a Nova York

Maite e Kate arrumaram tudo, pegou as passagens, e deixou o Brasil para


atrás…
Foi uma longa viajem, e lá chegavam elas…
Porém, Maite pensava que Carlos estaria no aeroporto esperando por elas,
contudo a mãe do empresário morreu naquele mesmo dia, e Carlos Vilar não
pôde buscar sua futura esposa…
Obviamente que Maite e Kate não sabiam o que fazer, estavam em Nova
York e não tinham quase dinheiro.
A camareira teve uma ideia, ir até o endereço que Carlos havia dado para
ela, juntou seu dinheiro e pegou um táxi, porém quando chegou lá, não havia
empresa, e ninguém conhecia o tal Carlos Vilar, o que estava acontecendo?!
Será que Carlso mentiu?! Mas Por quê ela faria isso?! E agora?
Maite e Kate não poderiam voltar, não tinham dinheiro para bancar duas
passagens de volta para o Brasil, ficariam ali jogadas nas ruas de Nova
York, não conheciam ninguém, não dominavam bem o inglês, o que seriam
delas?!
Foi quando, sentada em uma das calçadas daquela grande cidade, ela abriu a
bolsa, e viu o diário daquela mulher, que havia cometido suicídio, e ela teve
uma ideia…
Pegou o cartão que Alessandro Martín Ferro havia lhe dado, e somou dois
mais dois…
Ela não tinha pra onde ir, e ele queria o diário da noiva suicida, era a união
perfeita, Maite não tinha escolha, iria barganhar, ela não tinha nada a perder.
O endereço, a levava para uma grande Mansão de Campo, algo que é
raríssimo no Estado de Nova York, só Famílias muito ricas conseguiam a
façanha de ter uma casa daquele tamanho localizada em um lugar tão
valorizado…
E ali vivia a renomada Família Martín Ferro, tradicional no ramo
empresarial, possuía uma fortuna incalculável, e guardava os segredos mais
sórdidos por trás daquelas paredes tão sólidas.
Logo na entrada, Maite e Kate pediram para falar com o senhor Alessandro
Martín Ferro…
Elas deram sorte, ele estava em casa naquele dia, cumpria seu luto com a
devoção de um cão fiel, realmente era apaixonado por sua noiva, e como de
costume, fazia questão de demostrar sua insatisfação:
- Senhor Ferro, duas brasileiras solicitam uma rápida conversa com a vossa
pessoa!
- Que seja no meu escritório, não quero que ninguém escute a minha
conversa, nessa casa as paredes têm ouvidos!
- Como o senhor quiser! Diz o mordomo.
Maite e Kate ficam impressionas com a riqueza daquele lugar, era algo que
realmente saltava aos olhos…
Elas estavam em Nova York, e provavelmente estava na Mansão mais cara
daquele Estado.
Quando entram no escritório, Alessandro está sentado em uma poltrona,
bebendo um uísque, quando vê que é ela, Maite, e mais outra moça, estão ali,
bem na sua frente…
- Eu sabia que eu iria te ver de novo…
Começa o CEO, com um tom sarcástico no ar, ele tinha razão, o destino
colocou ele novamente frente a frente com aquela mulher…
- Espero que o senhor se lembre de mim?!
- Não esqueço um rosto jamais, mas pra você está aqui, a coisa deve ser
séria!
- Tenho uma proposta!
- Que proposta?! Se é o que estou pensando, saiba que pago bem!
- Kate, me espera lá fora, tenho que conversar com esse senhor a sós!
- Como quiser Maite!
Kate sai, deixando Alessandro e Maite sozinhos naquele escritório…
- Estou com o diário da sua noiva!
- Bingo, eu sabia que estava com você! Quanto quer por ele, e acabamos
logo com isso!
- Eu não vou cobrar nada pelo diário!
- Moça, não banque a boa samaritana comigo, que eu não caio nessa! Vamos
lá, se veio até aqui, é porque quer alguma coisa!
- E isso é verdade, realmente quero uma coisa, mas não é dinheiro!
- O que foi?! O que a Laura te disse?! O que você veio procurar aqui?!
- Não vou me intrometer entre a sua relação e da sua noiva, ela não me disse
muitas coisas! Isso não é da minha conta!
- Não me diga que você leu o diário?!
- Sim, li!
- Eu sabia, não se pode confiar em brasileiros!
- Até onde me consta, o senhor também nasceu naquele solo que tanto
despreza hoje! E eu apenas uma página, respeitei a privacidade da sua
noiva!
- Se respeitasse de verdade, não haveria lido nem ao menos uma frase!
- A questão é, você quer o diário ou não?!
- Óbvio que quero! Quero saber por que a Laura tirou a própria vida daquela
maneira tão brusca, preciso saber, isso está me consumindo por dentro, não
posso viver com isso!
- Pois bem, eu te devolvo o diário!
- Então o que esperas?!
- Quero algo em troca!
- Uma barganha?! Diga logo o que quer, pois eu faço qualquer coisa por esse
diário!
- Eu quero um emprego!
- Que?! Um emprego?!
- Sim, vi que essa mansão precisa de muitos empregados, e a única coisa que
peço é um emprego, e moradia, pra mim e para minha irmã!
- Não estou ouvindo isso! Não posso te dar um emprego!
- Mas por que pode me dar dinheiro mas não pode me dar um emprego?!
- As duas coisas são diferentes!
- Diferentes como?!
- Se eu te dar o dinheiro, nunca mais te vejo na vida, agora… se eu te dar um
emprego nessa casa, vou ter que vê-la todos os dias!
- Mas ajudará alguém, escuta… eu não tenho ninguém aqui, não conheço
nada, não sei como as coisas funcionam! Nessa casa, todos falam português,
além de ser tranquilo, minha irmã pode respirar ares mais puros nessa Casa
de campo. Ela está muito doente, e é por ela que eu vim!
- Já vai começar a contar os seus dramas?! Por favor, eu não quero ouvi-los,
sou um CEO, gerencio empresas, não posso estar aqui ouvindo as suas
lamúrias!
- De verdade, seu egoísmo não me surpreende, o que mas me deixa perplexa
é o fato do senhor não aceitar o que estou te ofertando! O diário da sua
noiva, por um emprego, e nada mais!
- E onde está o diário?!
- Guardei em um lugar seguro, não lhe darei até que me empregue nessa
casa!
- Você é esperta, está tentando de todas as formas segurar a chantagem!
- Não é chantagem, é uma barganha!
- No fundo, as duas coisas significam o mesmo!

- E então?!
- Tudo bem, vou empregar você e sua irmã poderá ficar aqui com você!
Pagarei o tratamento, porém quando juntar um dinheiro, quero que deixe a
minha casa! Você me ouviu?!
Maite pula de tanta alegria…
- Não acredito! Você disse que sim?!
- Exatamente, mas quero o diário pra ontem!
- Eu sabia, eu sabia que lá no fundo, o senhor era uma boa pessoa!
- Não confunda as coisas moça, te ajudarei pois você me chantageou, e eu
faria qualquer coisa para saber o que Laura escreveu nesse maldito diário!
- Esse diário foi a minha salvação, bendita foi a hora que a sua noiva
colocou dentro da minha bolsa!
- Vamos ver se isso realmente foi uma benção ou uma maldição!
- Vou falar com a Kate, puxa! Estou tão feliz, finalmente vou conseguir
reconstruir a minha vida, finalmente vou poder começar aqui, em Nova York!
Esse lugar guarda coisas boas para a gente!
- Vou pedir para o mordomo acomodar você e sua irmã, e amanhã mesmo
quero o diário na minha mesa! Será uma simples empregada nessa casa!
- Sem problemas, eu não tenho medo de trabalhar!
- Que ótimo, espero que você cumpra com a sua parte, assim como eu estou
cumprindo com a minha!
- Eu sou uma mulher de palavra senhor Alessandro, quando dou a minha
palavra, não volto atrás!
- Assim espero, que você não se torne mais uma decepção…
- Não serei, pelo contrário, me tornarei uma agradável surpresa!

Capítulo 4

Os segredos da Mansão Martín Ferro…

A ganância é capaz de romper qualquer laço raso que nutrimos nas nossas
vidas falsas…
Naquela mansão havia mais do que membros de família, havia mais do que
empregados, naquele lugar havia segredos, segredos que fariam aquela
estrutura inteira vir abaixo.
Não se poder negar que o mal existe no mundo, ele está em qualquer lugar,
tocando alguém exatamente agora, assustando inocentes, e fazendo vilões do
cotidiano se sentirem grandes…
Se Maite soubesse estava pisando, jamais entraria naquela Mansão, há gritos
nos corredores, há segredos por detrás das portas, onde está o culpado pelo
suicídio de Laura?! Está naquela Mansão, e é grande…
Heitor, primo de Alessandro, fala ao telefone com alguém misterioso… O
também CEO planeja além…
- Ninguém pode imaginar que isso aconteceu, jamais saberão a verdade,
jamais! O diário sumiu e o segredo morreu com a Laura, nunca saberão! Essa
herança é minha, minha por direito, e eu não vou deixar ninguém tirá-la de
mim!
Alessandro, ele não vai se intrometer no meu caminho novamente, dessa vez
eu não vou cometer erros, vou cortar os fios que tiver que cortar! Sem dó e
nem piedade!

Na Mansão Martín Ferro, as coisas funcionavam de uma maneira um pouco


diferente…
Havia mais membros do que o normal, na verdade primos, irmãos, e
cunhados compartilhavam suas companhias, era óbvio que o ódio era um dos
maiores alimentos daquela comprimida sociedade familiar.
Heitor Martín Ferro.
Mariana Ferro.
Daniel.
Silvia.
Caio.
Karina.
Bruno.
Vilma.
Bárbara.
Alessandra.

E a avó, que tentava administrar aquela casa, senhora Lúcia Martín Ferro,
viúva de Fábio Martín Ferro, o homem que tinha criado tudo aquilo, o
primeiro dono de todo aquele patrimônio.
Outrora, havia paz naquela casa, porém nada mais poderia voltar ao normal.
Era uma batalha por aquela enorme fortuna, quem ao final conseguiria ficar
com ela?!
Mariana, que é a esposa de Heitor, atiça o marido a querer mais, e mais…
No quarto dos dois, uma estranha conversa começa a circular…
- Com quem você estava falando Heitor, está tão nervoso?!
- Com um cliente importante, tirando isso, não é nada de mais!
- Não me engane Heitor, eu te conheço! Sei que estava falando com a tal
pessoa misteriosa!
- Mariana, não comece! Não tenho tempo para suas especulações agora, e se
você quer saber de uma coisa, estou de sanco cheio, não aguento mais ter
que lidar o tempo todo com as suas provocações!
- Tudo seria diferente se você largasse essa mulher, essa mulher que não
deixa a gente em paz!
- Não me cobre fidelidade Mariana, eu não suportar mais as suas
hipocrisias! Quem é que fica se jogando pra cima do Alessandro?!
- Você sabe muito bem que isso faz parte de um jogo, eu não gosto dele de
verdade!
- Não gosta?! Por favor! A quem você acha que está enganando?! O que foi
hem?! Agora que a Laura é carta fora do baralho, acho que você vai correr
atrás dele, como sempre fez!
- Ele gosta da Laura, e acho que não vai conseguir esquecê-la, digo com toda
a certeza que Alessandro nunca mais voltará a amar uma mulher, e esse é o
nosso caminho! Vamos colocar a mão na Multinacional, vamos colocar a
mão nessa bendita herança! Vamos fazer, o que todos nessa casa fariam se
tivessem oportunidade!
- Não é assim tão fácil Mariana!
- Faça ser fácil! Só espero, que esse maldito diário da Laura, não tenha nada
comprometedor! Assim espero!
- E por que teria algo comprometedor?!
- Porque você não para de falar nesse maldito diário, parece até que está
com medo do que está escrito nele!
- Você está completamente louca Mariana, o que eu tenho a ver com esse
diário?!
- Não sei! Espero que não me surpreenda!
- Eu tenho que ir para empresa, depois conversamos!
- Claro Heitor, eu sempre fico para depois mesmo!
Heitor sai do quarto, e encontra Alessandra no corredor, e algo seria
revelado, mais um segredo que estava escondido naquela mansão…
Alessandra Martín Ferro, é a irmã mais nova de Alessandro, quase ninguém
sabe, porém ela e Heitor nutrem um tórrido romance as escondidas!
Heitor puxa Alessandra para dentro do quarto dela:
- Você não atende mais as minhas ligações, por que está me evitando?!
Pergunta Heitor, para sua prima, que também era sua amante.
- Eu quero acabar com isso Heitor! Já não suporto mais essa situação. Diz a
irmã mais nova do CEO.
- Que foi Alessandra?! Não gosta mais dos meus beijos?! Não está curtindo
mais ficar comigo?!
- Não me faça responder essa pergunta!
- Ou apareceu alguém na sua vida?!
- Se aparecesse, você seria o último a saber! Não te devo nenhum tipo de
satisfação!
- Ótimo, você realmente quer discutir agora?!
- Claro que não, eu acho que você já cumpriu sua cota de brigas conjugais
por hoje, sei que estava discutindo com a Mariana!
- Escuta Alessandra, me dê mais um tempo! Vou me separar da Mariana, e
vou assumir o nosso relacionamento!
- Não me faça rir Heitor! Faz anos que eu vivo escutando a mesma
historinha! Vou deixar a minha mulher, vamos ficar junto, eu vou conversar
com o seu irmão, e nada! Nada!
- Não posso deixá-la agora Alessandra! Mariana está fragilizada com toda
essa situação, o suicídio da Laura mexeu com a cabeça dela! Temos que
ficar unidos exatamente agora! Você sabe, que eu sou loucamente apaixonado
por você!
- Sabe de uma coisa Heitor! Eu já não tenho mais tanta certeza disso!
- Você é minha prima, e eu vou te dizer uma coisa que você jamais deve
esquecer!
-O quê?!
“Amor de primo, não acaba nunca”!
- Acaba sim, o nosso já se consumiu! E acho melhor você sair agora!
- Você não vai me dar nem um beijinho de despedida!
Alessandra se aproxima de Heitor, e diz em seu ouvido:
- Não!
Heitor puxa Alessandra, e diz:
- Você sabe que eu não aceito não como resposta!
E tasca um beijo na boca dela, daqueles de tirar o fôlego, intensamente
proibido, o relacionamento improvável de dois primos…
Alessandra interrompe o beijo, e dá um tapa na cara de Heitor, quando
percebe que pesou a mão, e tenta se redimir:
- Heitor, machucou?!
Ele e ri, e fala antes de sair:
- Pancada de amor, não dói!

Enquanto isso, nos Jardins da Mansão Martín Ferro:


Alessandro percebe que Maite passava para ir para o seu quarto, quando ele
entra no caminho dela, e a coloca contra a parede:
- Onde está o diário que você me prometeu?!
- Calma, eu vou te dar! Só que andei pensando bem, e decidi que devo ser
mais cautelosa, acho que devo me firmar um pouco mais no trabalho, para
que assim, o senhor não me jogue na rua, depois que eu te der o diário da
senhorita Laura!
Alessandro pega no braço de Maite, e a ameaça:
- Você está se portando como uma golpista, eu quero o diário! Ou chamo a
polícia agora mesmo, e você volta para o Brasil em dois tempos!
Maite não se acovarda:
- Faça isso, ligue agora mesmo! Mas eu te garanto uma coisa, você não vai
ver a cor desse diário na sua vida!
- Agora começou o jogo das chantagens?!
- Quem começou foi o senhor, eu não quero absolutamente nada! Só esse
emprego!
- Eu sei, eu já ouvi! Mas tenho certeza que seu interesse aqui é outro, quanto
quer?! Me diga, vamos acabar com isso de uma vez por todas! Sem mais
voltas, me diga quanto, me dê o diário e pronto! Eu nunca mais preciso olhar
para o seu rosto, e você nunca mais precisa olhar pra mim na sua vida!
- Não seria má ideia, sendo que já é bem perceptível que não nos
suportamos! Mas não, não quero dinheiro! Quero esse emprego, preciso
dele! Quando saí do Brasil, vim pra cá para reconstruir a minha vida! Quero
o tratamento da minha irmã, e pronto! Mais nada, quando tudo isso acabar,
garanto que não precisará mais nos ver, nem a mim, e nem a Kate, mas agora
eu preciso dessa ajuda! E o senhor precisa me estender a mão!
- O que você acha que eu sou?! Caridoso, gentil, amável?! Pois não sou
absolutamente nada disso, pelo contrário! Sou um homem de poucas
palavras! Um homem que não aceita ser passado para trás!
- Agora entendo porque a sua noiva se jogou daquele hotel?! O senhor não
tem a menor consideração por ninguém! É um egoísta! Só pensa em você!
- Quem é você para falar sobre a Laura?! Você nem a conhecia! E acho
melhor você começar a baixar essa bola! É assim que você falar com o seu
chefe?! O homem que abriu as portas da sua casa para você!
- O senhor abriu as portas pra mim, porque foi obrigado a fazê-lo! Por boa
vontade não seria!
- As vezes acho que você não se escuta falar! Eu sou o dono dessa
propriedade, sou um CEO renomado! Tenho dinheiro que você nunca
sonhará em ter em toda a sua vida! E mesmo assim, me trata como se eu
fosse um semelhante!
- Realmente, senhor Alessandro Martín, se acha melhor do que todos que
trabalham com você, mas na verdade, nunca apoderá negar que o senhor é
um grande bosta!!!
Ao ouvir Maite falando assim com ele, Alessandro ficou muito surpreso,
nunca uma pessoa havia o enfrentado e o combatido daquela maneira! Pela
primeira vez na vida, ele ficou sem palavras…
O silêncio tomou conta do recinto, e eles se enfrentavam apenas com a troca
de olhares, até que a secretária pessoal de Alessandro chegou e os
interrompeu, Silvia tinha um recado para o CEO prepotente:
- Senhor Alessandro, uma pessoa o espera no escritório….
- Silvia, será que você é incompetente?! Eu já disse que não atendo ninguém
não esteja na minha agenda!
- Mas senhor…
Até que Maite olha para Alessandro, e o repreender na frente de Silvia:
- Isso é jeito de você falar com uma pessoa que trabalha para você?!
Questiona Maite…
Ao que Alessandro responde:
- A secretária é minha, e eu falo com ela do jeito que eu bem entender!
Silvia se pronuncia:
- Não se preocupe, eu já estou acostumada com o jeito do senhor
Alessandro!
- Mas não deveria estar acostumada a ser tratada mal! Diz Maite…
- Vamos senhor Alessandro, acho que deve desculpas para a sua secretária
Silvia.
Diz Maite.
- Você está louca, não vou pedir desculpas para ninguém?! Diz Alessandro.
Maite olha para Alessandro, e com um olhar ameaçador fala:
- Tem certeza?! Tem certeza que não vai pedir desculpas para a moça, ela
está esperando?!
Alessandro entendeu o recado, se não pedisse desculpas, Maite jamais lhe
daria o diário de Laura, o CEO teve que engolir o orgulho, e falou bem
baixinho:
- Desculpa Silvia, pela maneira como eu falei com você! Você merece todo
respeito. Me desculpe pelo meu gento grosseiro!
- Que isso senhor Alessandro, eu nunca vi o senhor pedir desculpas para
ninguém! Diz Silvia, surpresa…
- Mas sempre há uma primeira vez nessa vida, não é mesmo?!
Silvia fica curiosa, por quê Alessandro obedecia a uma simples
empregada?! Aí tinha alguma coisa…
- Então senhor Alessandro, eu vou lá falar com a sua visita!
- Faça isso, eu já estou indo!
- Sim senhor!
Silvia vai embora, e Alessandro se revolta com Maite:
- Nunca mais me desautorize na frente dos meus funcionários, você me
ouviu?!
- Por quê?! Doeu muito ter que pedir desculpas?!
- Um homem como eu, não pede desculpas!
- Mas pra mim, qualquer pessoa que se porta de maneira equivocada, deve
pedir desculpas!
- Somos diferentes, pensamos de maneiras distintas!
- Graças a Deus! O bom Deus me livrou de me parecer com o senhor! Jamais
seria uma pessoa tão arrogante e orgulhosa!
- Não vou mais estender essa discussão com você!
- E ainda não foi embora por quê?! Acho que no fundo, o senhor gosta de
uma briga!
- Juro que quando colocar as mãos naquele diário, vou me livrar de você!
- Por essa e outras atitudes, que você vai demorar para colocar as mãos no
diário da sua ex-noiva!
- Isso é o que vamos ver!
- Exatamente, vamos ver como isso tudo vai acabar!
Alessandro vai embora, e Maite vai para seu quarto…

Mais tarde na Mansão Martín Ferro…


Quarto de Alessandro…
Bruno, primo do CEO, chega para conversar…
- E aí primo, como vão as coisas?!
- Acho que bem, na medida do possível!
- É, eu sei que as coisas não estão sendo fáceis! Você nem foi reconhecer o
corpo dela, não é mesmo?!
- Não aguentei! Não poderia ver ela naquele estado, toda desfigurada, ela se
jogou de um quarto de hotel! Você tem noção do que é isso?! Ela foi
enterrada com o caixão fechado!
- Eu sei que é duro, não é qualquer um que segura uma barra dessas!
- Eu amava muito a Laura, muito! Mas eu não sei se eu demostrei isso em
vida pra ela! Tenho remorso pela morte dela! Me culpo, todas as noites só
consigo me perguntar como uma coisa dessa foi acontecer! Me envergonho,
me culpo, me martirizo! Por isso que descobrir o motivo do suicídio dela, se
tornou a meta da minha vida!
- Confie na investigação, vamos saber por que ela fez isso!
- Não Bruno, eu quero respostas agora!
- O Heitor também ficou bem impactado com a morte da Laura!
- Seu irmão é um grande imbecil, mas ele está certo, não posso confiar na
justiça brasileira, tenho que procurar outros meios de descobrir a verdade!
- Não fale assim do Heitor, apesar de vocês dois não se darem bem, ele é
meu irmão!
- Eu sei Bruno, não quis ofender ninguém!
- Mas mudando um pouco de assunto, quem é aquela moça que você trouxe
pra cá?!
- As brasileiras?!
- “As”?! Não sabia que era mais de uma!
- Sei, na verdade são irmãs! A mais velha me pediu um trabalho, me comovi
e acabei empregando ela!
- Você, se comovendo?! Isso realmente é uma novidade!
- O que foi Bruno, acham que eu sou um monstro?!
- Foi assim que você sempre se apresentou! Não fique chateado se as
pessoas o veem assim!
- E eu lá estou me importando com o que essas pessoas pensam de mim?! Eu
quero mais é focar nas minhas prioridades, e deixar tudo pra lá!
- Sabem o que estão dizendo?!
- O que?!
- Que você tem alguma coisa com a empregada nova?!!!
- Por que estão dizendo isso?!
- Sua secretária, Silvia, saiu espalhando que a empregada nova praticamente
te obrigou a pedir desculpas para ela!
- Meu Deus! Aquela mulher tem uma língua! Como a Silvia é fofoqueira! E
não foi bem assim! Ela aumentou a situação!
- Por que?! Você não se interessaria pela empregada?!
- Óbvio que não! Ela jamais seria um alvo! E não consigo pensar em
romance com todo esse mistério que rodeia a minha vida! E além disso, eu
jamais iria olhar para uma empregadinha!
- Cuidado primo, o amor pode te pregar uma peça!
- Não em mim Bruno! Eu me conheço! Jamais ficaria com a tal Maite! Nem
achei ela atraente!
- Tudo bem, não vou insistir mais! Sei que você jamais vai olhar para uma
mulher, como você olhou para a Laura!
- Exatamente, eu sei que a Laura foi a mulher da minha vida! E nenhuma
outra, está a sua altura!
Nunca mais vou me apaixonar…

Capítulo 5
O Início de um novo amor…

Os dias se passam na Mansão Martín Ferro, e a tensão fica cada vez mais
latente, Alessandro e Maite já não se entendem mais, o jogo em que eles se
colocaram fica cada vez mais perigoso…

Depois de mais um dia de trabalho, Maite vai até seu quarto para descansar,
Kate já estava lá, havia acabado de voltar de uma consulta, e sua irmã mais
velha tinha perguntas para lhe fazer…
Contudo, quando Maite girava a chave para abrir a porta de seu quarto, viu-
se abordada por um homem de voz grave, que torcia seu pulso, e a colocava
contra a parede:
- Vá embora, ninguém quer você aqui! Dizia o homem, que tentava fazer o
possível para não mostrar o rosto.
- Eu não vou embora, seu covarde! Mostra a cara, quero ver quem é você!
Dizia Maite, que não se conformava com aquela situação, sobretudo porque
achava que quem estava a ameaçando, era inclusive o senhor Alessandro.
- Quem te mandou aqui, o senhor Alessandro?! Diz logo na minha cara!
Até que o homem respondeu:
- Foi ele mesmo, e é melhor você sair daqui o mais rápido possível! Você
não é bem-vinda! Vá embora enquanto você ainda pode!
- Eu não vou, não vou até o covarde do seu Alessandro não vir até aqui me
expulsar!
O homem vai embora, o pulso de Maite fica completamente marcado, e a
empregada promete tirar satisfações!
Ela entra e fecha bem a porta, vendo a irmã alterada, Kate vai até ela, para
acalmá-la:
- O que foi Maite, você está alterada! Aconteceu alguma coisa, não é
mesmo?!
- Não se preocupe Kate, eu quero que você fique em repouso! Não aconteceu
nada!
- Mas como assim não aconteceu nada?! Você está com o pulso marcado,
está ofegante! Não esconda as coisas de mim!
- Não estou escondendo nada de você, apenas estou te preservando!
- Por quê?! Porque eu estou tão doente, que não posso nem te perguntar o que
anda acontecendo na sua vida?!
- Não é isso Kate!
- Claro que é! Acha que eu sou uma inútil! Que não valho nada! Sou apenas
um problema a mais na sua vida, não é verdade! As vezes eu fico me
perguntando: “Por que eu?!” Por que?! Todas as garotas da minha idade são
saudáveis, e eu não!
- Kate, você vai se curar, daqui a um tempo você perceberá que tudo isso vai
passar!
- E como você sabe que eu vou me curar?! Como você pode ter tanta certeza
disso?!
- Eu sei! Eu sei Kate, que você vai se curar e vai viver muito! Você vai ser
alguém! Olha só pra gente, estamos na América, aqui é a terra das
oportunidades! Você verá, vamos conseguir dar a volta por cima aqui!
- Se eu tiver tempo para ver isso!
- Não diga isso kate, não gosto quando te vejo tão triste!
- O que eu posso fazer Maite, talvez você não entenda o que é estar tão
doente, e não saber se você vai abrir os olhos amanhã…
Finaliza Kate, que depois vai para sua cama, Maite fica pensativa depois de
ouvir as palavras da irmã.

Na manhã seguinte…

Maite acorda bem cedo, passa na cozinha, pega a bandeja de café da manhã
de Alessandro, e vai até o escritório do CEO…
Ela sabia que tinha que se adiantar, caso quisesse ver o CEO em casa…
Ela bate a porta três vezes, ao que escuta:
- Pode entrar, a porta está aberta.
Em seguida Maite entra com a bandeja nas mãos, e deixa bem a frente de
Alessandro.
- Não precisa vir servir o café da manhã, de verdade! O quanto menos topar
com a minha pessoa, melhor!
- Também concordo com o senhor! Mas tinha que vir aqui, só para fazer uma
coisa!
- E eu posso saber o que você veio fazer aqui?!
Maite se aproxima do CEO, mira o suco que esta sobre a bandeja, o pega, e
sem pensar duas vezes, joga em cima da cabeça de Alessandro, que não
acredita na atitude de sua empregada:
- Você está louca?!
- Completamente!
- Sabe quanto custa esse terno?!
- Não, nunca comprei um!
- O seu salário de três anos!
- É interessante saber que um ser humano paga melhor por um pedaço de
pano, do que para um serviço feito por uma pessoa, com tanta dedicação!
- Dedicação?! Você entornou suco em cima de mim! E o pior, foi de
propósito!
- Não duvide disso! Realmente, foi de propósito!
- Você está demitida, você é muito abusada, insolente! Quero te ver fora da
minha casa!
- Não precisa me expulsar! Depois do que o senhor fez ontem, eu juro que
não fico mais um dia dentro dessa casa!
- E eu posso pelo menos saber o que eu fiz ontem?!
- Nada demais! Só mandou um homem ir me ameaçar no meu quarto ontem a
noite! O senhor é tão covarde quem nem se deu ao trabalho de ir você
mesmo!
- Você não pode sair por aí acusando as pessoas sem mais nem menos! E eu
não mandaria uma pessoa, eu mesmo mandaria você ir embora!
- Pelo amor de Deus! Eu não acredito em você!
Profundamente irritado, Alessandro levanta de sua cadeira, e vai até Maite,
chega bem perto dela e diz:
- Eu não sou nenhum covarde! E eu mesmo vou averiguar para ver quem fez
isso! Não sou de mandar homens baterem em mulheres! Esse não é o meu
perfil!
- Tenho lá minhas dúvidas, as vezes acho que o senhor é um grande imbecil!
- Como ousa falar assim comigo?!
- Abrindo a boca e deixando as palavras saírem!
- Se eu quisesse tomar o diário de você, já teria o feito!
- E como você conseguiria?! Ele está bem escondido!
- Não acredito em você! Parece que você está blefando!
- Eu não sou de mentir!
- E como vou saber?! Se eu nem te conheço!
- Eu já disse que quando eu me sentir mais segura, te entrego o diário!
- Que assim o seja! O que eu mais quero nessa vida, é esse bendito diário!
- Quem sabe você não o consiga em breve! Assim as coisas serão bem
diferentes!
- Você é uma charlatã, fica ameaçando os outros para conseguir o que quer!
- Pelo menos eu não fico mandando capangas nos quartos dos outros!!!
- Eu já disse que não fui eu!
- E eu já disse que não acredito no senhor!
De repente os dois foram interrompidos por Lúcia, a avó de Alessandro:
- Atrapalho alguma coisa?! Pergunta a matriarca da família…
- De jeito nenhum, minha cara avó!
- Meu neto, que trajes são esses?! Seu terno está todo lambuzado de suco!
Como fez isso?!
- Um acidente vó, sabe como eu sou destrambelhado!
- Você?! Você é o meu neto mais centralizado, mais certinho, nunca derruba
nada, sempre andando na linha, não é mesmo?!
- É vó, mas de vez em quando nós cometemos falhas, não é mesmo?!
- Essa deve ser a nova empregada?!
- Sim senhora, sou a nova empregada, foi o próprio senhor Alessandro que
me contratou!
- Claro minha filha, meu neto nunca foi de se meter nessas coisas! Mas você
deve ser especial, para que ele tenha a trazido do Brasil para viver aqui com
a gente!
- Claro senhora Lúcia, acho que o senhor Alessandro me considera uma
pessoa especial!
- Na verdade não! Só te dei o emprego porque precisava!
Maite e Alessandro se entreolham nesse momento, e dona Lúcia percebe um
clima no ar…
- Depois de toda aquela tragédia da Laura, não é mesmo meu neto?!
- Exatamente vó, e você muito bem que eu não vou descansar até eu
descobrir quem fez aquilo com a minha noiva! Nem que eu tenha que mover
Terra e céus!
Finaliza Alessandro…
Maite se retira do escritório…

Ela então decide ir até seu quarto, para dar uma olhada na sua irmã:
- Ai Maite, você aqui de novo?!
- É pecado querer ver como a minha irmã está?!
- Sim, quando você faz isso de cinco em cinco minutos!
- Eu quero saber onde você foi ontem?!
- Onde eu iria?! Fui até o hospital?!
- No hospital?! Como assim Kate?! E você não me avisa nada?! Você está
bem agora?!
- Sim, estou! Foi uma queda de pressão! Sorte que aquele homem me ajudou!
- Quem te ajudou Kate?!
- O seu patrão! O senhor Alessandro! Ele me colocou no carro, e me levou
até o hospital! Ele foi exigente, pediram para fazer vários exames! Eu nunca
tinha entrado em um lugar daqueles!
- Ele te ajudou?! O senhor Alessandro?!
- Sim Maite, ele mesmo! Por que a surpresa?!
- Não, nada… é que ele sempre me pareceu um egoísta! E te ajudou assim,
do nada! É obvio que eu ficaria surpresa!
- Acho que você não deveria julgar as pessoas tão mal! Ainda mais sem
conhecê-las!
- Não venha me dar lição de moral Kate, pelo amor de Deus, era o que me
faltava!
- Por que?! Só porque sou mais nova do que você! Isso não significa nada!
Sabe Maite… eu estou sentindo tanta falta do pai!
- Eu também! Ele era tão bom com a gente!
- Eu queria tanto que ele estivesse aqui com a gente!
- Nós vamos reencontrá-lo um dia, você vai ver!
- Assim espero!
- Agora deixa eu ir, tenho que voltar para o trabalho!
- Vai lá, enquanto isso vou ir para o jardim, estou cansada de ficar trancada
nesse quarto!
- Vai Kate, mas tome cuidado para não ser pega!
- Pode deixar!
Maite volta para os seus afazeres, e Kate decide ir até o jardim imenso da
Mansão:

No jardim da Mansão:
Enquanto Kate passeava pelo jardim, de repente foi surpreendida por um
membro da Família Martín…
Bruno, fez questão de ser bem desagradável com Kate:
- Quem é você, e por que está andando pelos jardins da minha casa assim,
tão à vontade?!
- Por que você está falando assim comigo?! Eu não te fiz nada!
- Deve ser porque você invadiu a minha casa!
- Não invadi a casa de ninguém! Me respeita, você não deveria falar assim
com ninguém!
- E por que não?!
- Só porque acha que é rico, pensa que o mundo inteiro gira em torno de
você!
- Garota, você não sabe absolutamente nada da minha vida! Eu que até agora
não sei quem é você!
- E nem faço questão de me apresentar! Você é um grosseiro!
- Quem você pensa que é para falar assim comigo?!
- Não sou ninguém, é melhor assim!
Vendo a confusão, Alessandro resolve se intrometer:
- O que está acontecendo aqui Bruno?!
- Essa moça, Alessandro, invadiu a nossa casa, vou chamar agora mesmo os
seguranças!
- Calma Bruno, está tudo bem, ela não invadiu nada! É irmã mais nova da
empregada! Kate só estava tomando um pouco de ar puro, qual é o problema
Bruno?!
- Eu não sabia!
- Pois agora sabe! E eu nem preciso te lembrar que quem mandar aqui sou
eu, não é mesmo?! Quero que respeite minhas empregadas e minhas
convidadas! Vai Kate, continuar o seu passeio! Fique à vontade!
- Obrigada senhor Alessandro, você é mesmo muito gentil! Diz Kate,
olhando para Bruno!
- Não acredito que ela me provocou dessa maneira! Diz Bruno para
Alessandro…
Ao que o CEO replica:
- O que foi isso Bruno?! Nunca te vi desse jeito antes?! Tratando os outros
tão mal!
- Não sei o que aconteceu comigo, realmente acho que extrapolei um pouco!
- Acho que você extrapolou bastante! Agora vá, deixe a moça em paz!
- É, você deve estar interessada nela, já que a defendeu dessa maneira!
- Que isso Bruno, ela é praticamente uma criança, quem sabe ela não fique
melhor pra você, já que são adolescentes!
- Primo, não seja ridículo, eu jamais olharia pra essa garota, nosso santo não
bateu!
- Tudo bem, não está mais aqui quem falou! Vou para empresa, que com
certeza ganho mais!
Na empresa da Família Martín:

Heitor e Alessandro nunca se entenderam, desde que eram crianças, a


rivalidade entre primos sempre foi visível, um queria ser melhor que o
outro…
Tudo ficou perigosamente mais notável, quando Fábio Martín Ferro, avô dos
dois, fez um testamento onde o neto mais velho, nesse caso Alessandro,
comandaria a empresa e a fortuna da família, o que obviamente causou mais
ódio ainda em Heitor, que desde lá, tenta reverter a cláusula imposta pelo
avô.
No escritório de Alessandro Martín Ferro:
Heitor chega de repente, sem ser anunciado:
- O que você tem com aquela empregada, hem Alessandro?!
- É assim que você entra no meu escritório Heitor?! Sem nem ao menos ser
anunciado?!
- Eu sou o vice-presidente dessa Companhia, eu não preciso ser anunciado!
- Não quer ser lembrado de quem realmente manda aqui, não é mesmo
querido primo! Sou o CEO!
- Não quero ouvir as suas arrogâncias Alessandro, só quero saber o que
você tem com aquela empregada que você colocou dentro da Mansão?!
- Isso não é problema seu Heitor! Eu emprego quem eu quiser!
- Eu sei disso, inclusive corre o boato que vocês estão juntos! Esqueceu tão
rápido a Laura!
Alessandro vai pra cima de Heitor, e dá um soco na cara de seu primo, que
caí na mesma hora:
- Não fale da Laura, ela não precisa está na sua boca, seu idiota!
Bárbara Coelho, acionista da empresa, chega bem na hora e aparta a briga…
- O que está havendo aqui?! Vocês brigando de novo!
- Bárbara, é melhor você sair daqui! É um acerto entre homens! Diz Heitor…
- E desde de quando se tratarem como dois animais é um comportamento
humano?! Continua Bárbara…
- Aqui é uma selva de pedra Bárbara, pode nos deixar a sós por favor!
Conclui Alessandro.
- De jeito nenhum, vou chamar segurança, se vocês não se acalmarem! É
firme Bárbara.
Heitor sai da sala, e Bárbara consola Alessandro:
- De novo brigando com seu primo, Alessandro?! Isso não faz bem para a
empresa!
- Eu sei, mas ele me tira do sério.
- Mas você precisa se controlar, é CEO em uma das cidades mais
conhecidas do mundo, é um CEO New York!
- Eu sei da importância disso!
- Mudando um pouco de assunto, o que você acha da gente sair um dia
desses?! Você está tão estressando por tudo o que aconteceu, acho que agora
você deveria relaxar, o que pensa sobre isso?!
- Nada, não quero pensar sobre isso agora! Quero guardar o meu luto!
- Eu sei que você amava muito a Laura, mas Alessandro, você não poderá
viver de lembranças para sempre!
- Como você sabe disso Bárbara?! As vezes eu tenho certeza que jamais
poderei esquecer a Laura, acho que nunca vou conseguir!
- Nunca diga nunca Alessandro, não subestime a força de um novo amor na
sua vida!
- Novo amor?! Não acredito nessas coisas! Não nenhuma mulher no mundo
nesse momento que me interesse!
- Tudo bem, acho que você foi bem claro!
- Eu não queria parecer grosseiro!
- Mas foi, não é mesmo?!
- Quer saber?! Vamos marcar um jantar um dia desses!
- Jura?!
- Claro!
- Que ótimo, vou cobrar hem?!
- Pode me cobrar!
Bárbara vai embora, e Alessandro pensa, uma e duas vezes, até concluir que
é melhor tirar Maite da Mansão, mas para onde ele iria levá-la?!
Alessandro então tem uma ideia, e liga para a Mansão, e fala com Maite:
- O que tão de urgente você tinha para falar comigo?! Pergunta Maite.
- Você aí está levantando muitas suspeitas, e eu quero manter isso em sigilo,
preciso te tirar da Mansão!
- Como assim?! Você está me demitindo, é isso?! Eu sabia que não podia
confiar em você!
- Não! Não estou te demitindo, apenas vou te remanejar. Você vem aqui para
empresa, vou te contratar como minha nova secretária!
- Mas eu nunca fui secretária na minha vida! Diz Maite que fica surpresa
com a proposta de Alessandro.
- Não é vocês mesmo que diz que não tem medo do trabalho?!
- Você tem razão, quando eu começo?!
- Amanhã mesmo você começa como minha nova secretária.
- Assim espero!
- Mas não se esqueça que eu quero o diário!
- E você o terá!

Capítulo 6

O novo trabalho – O primeiro beijo – A primeira Transa…

Maite começa finalmente em seu novo trabalho, ela precisa provar que se
sairá muito bem em sua nova missão, como secretária terá que provar que
será capaz de cumprir suas novas tarefas.
Atrás de sua mesa, está ele, Alessandro.
Ele a aguardava.
Ela se sentia desconfortável naquele lugar.
A empresa era absolutamente grandiosa.
Toda aquela riqueza assustava Maite.
Sabia que os Martín Ferro eram ricos, porém não tinha da noção de quanto.
Era agitação de Nova York.
Ela chega em seu escritório, e lá está ele…
Como sempre, fazia tudo parecer simples.
Ele era tão seguro.
Ela, tão destrambelhada…
Ele não tinha medo…
Ela temia por dois…
Ele olhava…
Ela contestava seu olhar, de uma maneira forçada.
Alessandro era frívolo com seus funcionários…
Maite tentava ser o mais gentil possível.
Se novata, de longe.
A tensão e o tesão estavam no ar.
Todos percebiam que havia algo a mais por trás de toda aquela indiferença.
Parece mesmo, que só os dois não percebiam.
Ela era leve…
Ele carregava o peso do luto em seu coração…
Alessandro amava Laura.
Laura amava Alessandro, porém caiu em uma armadilha, que havia lhe
custado a vida, será?
Maite ficava entre os dois, ficava entre a irmã e seu pai, sempre no meio,
estava ela Maite.
Papéis, canetas, cochichos, rabiscos, fofocas de corredores…
Olhares:
Perdidos.
E achados.
Vidas que se cruzavam sem nenhuma pretensão…
Amores que aconteciam sem ocasião…
O que cabe em um beijo,
cabe em um abraço,
cabe em um gesto,
cabe em olhar,
cabe em um adeus.
Por quê tudo tem que acabar assim, sem mais nem menos?
Uma hora a verdade aparece, mas quando ela dará as caras?
Que segredo é esse que circula a morte de Laura Hall?
Por quê a noiva de Alessandro estava tão angustiada, o que fez ela se jogar?
O que fez?
Quais são os segredos daquela família?
E a herança da Família Martín Ferro?
E qual era a verdadeira intenção de Alessandro? O CEO New York sabia
que estava sentindo uma leve atração pela sua mais nova secretária, mas
para onde isso o levaria?
O perigo se aproximava, dos dois, tão perto e ao mesmo tempo tão longe.
Tem gente que gosta de perder, perder oportunidade de ser feliz, tem gente
que pode estar de frente para a pessoa amada, e não percebê-la.
Invisivelmente apaixonados, inevitavelmente condenados,
enlouquecidamente alucinados, pelo desejo de ser amado, de ser completo,
pelo menos por alguns segundos, segundos que são eternizados, em um beijo,
em um gesto, um sorriso ou um abraço.
Nunca se sabe por onde o amor anda…
Nunca se sabe aonde ele está.
Não se sabe em qual pessoa irá encontrá-lo, mas quando passar pela sua
frente, não deixe escorregar entre as mãos.
O tempo é curto, e o amor é grande, as vezes terá que vencer adversidades
para vivê-lo,
as vezes o seu amor cause inveja, não irão deixar vivê-lo.
Mas se valer a pena, lute.
Se for amor de verdade, lute por ele, se está incomodando tanto, deve ser
porque vale a pena.
Um CEO – Alessandro.
Uma camareira – Maite.
Pessoas que nunca viverão no mesmo mundo, pessoas que nunca sonharam
em se apaixonar…
Mas a vida tem dessas surpresas.
Um dia te nega, outro dia te dá.
Um dia de choro, e o outro de alegria.
Um dia é amor, e no outro se tornar ódio, para depois voltar a se tornar um
grande amor…
Apagar?
Como apagar?
Uma mágoa?
Uma coisa que te fere tanto.
Um ressentimento.
Uma ferida aberta.
Os Deuses criaram o amor.
Para os seres humanos compartilharem…
Mas o ódio nasceu do amor, como uma criação independente.
Alimentou seus corações…
Amargurou suas almas.
Criou ligações, e cortou outras…
Como é difícil encontrar o amor, em um mundo regido pelo ódio.
Difícil é lidar com o ódio que existe dentro de si.
Esse é o mais difícil.
E a vingança, ela se tornou o centro.
O alvo, de um coração partido.
Um coração que agora pulsa apenas para ver seus inimigos desabarem
perante de seus olhos.
A vida reserva escolhas, que talvez no começo, você não pudesse imaginar.
O pecado de odiar, o ser amado de ontem…
Quem cairá…
Que se levantará nesse limbo…
A vingança promete ser, imbatível implacável…
Nos laços da vingança, nas ondas do prazer…
Quem se atreverá a questionar a noite de amor, que ficou marcada na pele,
como se fosse uma tatuagem.

Implacável…
Imbatível…
Invencível…
Quem consegue controlar a paixão?

Fim do expediente…

Maite vai até o escritório de Alessandro, os dois não falam nada, a atração é
mais forte…
Durante um longo período, os olhares incendiaram seus corpos…
Foi quando, movida por um impulso, Maite beijou Alessandro, e depois de
uma resistência, ele cedeu…
E foi quando, eles se entregaram a paixão…
“Era tarde para mim,
muito tarde,
quando me dei conta já estava envolvida,
envolvida por um crápula escroto, que era
extremamente sensual e doce,
era tarde para mim,
quando ele me penetrava por trás, e me fazia gozar múltiplas vezes em cima
daquela maldita mesa de escritório,
era tarde pra mim, quando ele me via nunca e me comia com aquele olhar
que erradicava e me tornava uma mulher que eu queria ser,
antes eu era apenas mais uma pessoa nesse mundo, mas quando ele dizia meu
nome
– Maite, Maite –
o tempo parava,
meu mundo fechava, e a única coisa em que eu conseguia prestar atenção, era
naqueles lindos lábios,
que me comiam,
que me fulminavam,
minhas pernas tremiam,
eu gozava...
Apenas com o tom de sua voz.
Ele era puro Fire, fogo que me consumia,
fogo que eu deixava arder na minha alma…
Fire…
Fire…
Fire…
Ele passavam a mão nos meus seios, devagar, bem devagar, e eu sentia um
imenso prazer naquele toque consentido, que me levava a loucura do
prazer…
Também havia sido o dia do chocolate,
eu chupei seu pênis depois de comer uma barra inteira de chocolate,
ainda me lembro do gosto,
a mistura perfeita entre o doce do chocolate,
e o gozo que fermentava na minha língua,
ele me colocou sobre a mesa, minha calcinha estava toda molhada, era muita
atração,
com a língua mais úmida do que o habitual,
ele chupou toda minha vulva,
eu mal conseguia respirar de tanto prazer,
minhas pernas estavam estáticas,
eu simplesmente não conseguia as mexer,
e depois veio a penetração, e ele não parava de me beijar,
a mistura perfeita de amor e sexo,
eu queria gritar,
não podíamos,
havia gente do lado de fora do escritório,
eu pensei que não conseguiria conter o prazer,
até ele gozar dentro de mim,
e que sensação era aquela?!
Eram gotas, mas eu juraria que tinha um litro de esperma saindo da minha
vagina…”
Capítulo 7

A aparição do Passado

Depois daquela noite, tudo parecia voltar ao normal, pelo menos era o que
Maite e Alessandro pensavam em fazer, mas não daria certo.
Cansada de ocultar o tão valioso ‘diário de Laura’, Maite decide desenterrá-
lo, e por que a tentação da agora secretária fosse lê-lo para desvendar o
mistério de sua morte, ela preferiu respeitar a memória da ex-noiva de
Alessandro.
Chegando na empresa, a secretária foi diretamente para o escritório do CEO,
porém não era ele que estava em sua sala, e sim Bárbara.
- Você deve ser a nova secretária, não é mesmo?! Pergunta Bárbara.
- Sim, exatamente isso!
Maite estava com o diário em sua bolsa, ela o retirou e o colocou sobre a
mesa do CEO, contudo uma grande surpresa a aguardava…
Bárbara viu que Maite colocou o diário sobre a mesa, e estava olhando
fixamente para ele, como se o quisesse pegar.
Ao que ela se pronuncia:
- Hoje um homem chegou aqui, e estava procurando pela senhorita, pedi para
ele esperar pela senhorita. Diz Bárbara.
- E quem é esse homem?! Pergunta Maite, ansiosa.
- Sou eu Maite, Carlos Vilar, seu noivo, ou você já se esqueceu disso?
Entra assim, Carlos Vilar, o amigo de seu pai, lá estava ele, era uma
aparição do passado.
- Você?! Pergunta Maite surpresa.
- Sim, em carne e osso! Seu noivo, você não tem ideia de quanto eu te
procurei! Por toda essa cidade!
Vendo que Maite está distraída, Bárbara pega o diário de Laura…
Ainda em choque, a secretária fica estarrecida, não consegue nem ao menos
falar…
- Houve um erro, minha secretária te deu o endereço errado, e eu achei que
você viria em outro voo. Tenta se explicar Carlos Vilar.
- Mas o senhor, o senhor não apareceu?!
- Eu sei Maite, mas já disse, foi um engano! Mas agora que nos
reencontramos, juro que cada momento que passarmos juntos, valerá a pena!
Nesse meio tempo, Alessandro Martín Ferro entra em seu escritório, e
pergunta o por quê de todo aquele movimento em sua sala:
- O que está acontecendo aqui?!
Bárbara é mais rápida, e responde:
- Nada demais, apenas que o senhor Vilar encontrou finalmente a noiva, que
é justamente a sua nova funcionária.
Alessandro tenta disfarçar, porém não o consegue, fica também estarrecido:
- Noivo?! A senhorita Maite nunca me havia falado sobre estar noiva de
alguém!
- Mas… Maite tenta explicar, mas em vão.
- Sim, inclusive ela veio para Nova York para se casar comigo.
- Isso é verdade senhorita Boyer?!
Pergunta o CEO.
- Eu iria te conta senhor Martín.
- Não precisa senhorita Maite Boyer, eu não tenho nada com a sua vida
privada!
- Vamos meu amor, você e sua irmã, vamos para minha casa, já preparei o
nosso quarto! Diz Carlos Vilar.
- Eu não vou me casar com você! Diz Maite.
- Como não?! Você me deu a sua palavra. Cobra Carlos.
Alessandro já está visivelmente alterado, e é autoritário:
- Os senhores poderiam discutir suas questões pessoais em outro lugar?!
Antes de Maite sair do escritório, Alessandro a provoca:
- Bárbara, vamos sair para jantar hoje, só nós dois, resolvi dar uma nova
chance para a vida?!
- Claro Alessandro, hoje mesmo vamos naquele restaurante italiano, já
recebi ótimas recomendações!
- Ótimo, vamos hoje mesmo!

Maite sai da sala arrasada, Carlos vai atrás dela, e a fica rodeado:
- Você não vê que eu estou no meu trabalho?!
Diz Maite, irritada.
- Mas quando vamos conversar?! Questiona Carlos.
- Na hora do meu almoço, eu te procuro! Diz Maite.
- Ótimo.
Com os ânimos exaltados, Maite e Alessandro se esqueceram completamente
do diário de Laura, que inclusive foi pego por Bárbara…

Falando na Bárbara, ela fez questão de ir até a sala de Heitor, para


conversar com o cúmplice:
- E você achando que esse diário simplesmente não existia mais?! Diz
Bárbara.
- Esse é o diário de Laura?! Questiona Heitor.
- Sim, ele mesmo, e porque eu sou muito sortuda, consegui pegá-lo sem
ninguém ver!
- E com quem estava?!
- Eu disse pra você que aquela secretária era a camareira do hotel do Rio,
mas você não acreditou! O tempo me deu razão! Mas o que importa agora, é
que ninguém, nunca mais, saberá o que a Laura escreveu nesse diário.
- Isso é o que importa, não é mesmo?! Esconder os podres, já podemos
avançar para a segunda parte do nosso plano!
- Sim, está chegando a hora do Alessandro, e ele não perde por esperar! Diz
Bárbara.
- Essa fortuna me pertence, voltará para o lugar que nunca deveria ter saído!
- Essa empresa, será nossa!

Desolada, Maite vai até a sala de Alessandro, e tenta explicar tudo para o
CEO:
- Por favor, deixa eu explicar o que aconteceu?! Suplica Maite.
- Noiva?! Sério?! Você disse que não conhecia ninguém nesse país, e de
repente, do nada, você é noiva de um cara!
- É que essa foi a condição imposta por ele! Eu teria que me casar, se
quisesse entrar nos Estados Unidos, eu queria o tratamento para minha irmã,
entenda os meus motivos!
- O que eu entendo é que você mentiu para mim, e eu caí como um pato nessa
sua conversa de boa moça desesperada! Mas aí está você, uma bela golpista,
que deve estar louca para se casar com esse velho rico!
- Você está me ofendendo, eu nunca quis casar por dinheiro, pelo contrário,
eu queria apenas ajudar, essa foi a minha intenção, e eu tenho certeza que foi
com todas as boas intenções possíveis!
- De boas intenções, o inferno está cheio!
Você me enganou, me fez de idiota, sorte que eu nunca assumi nada para
ninguém! Teria feito papel de otário! De babaca, era isso que queria. Não é
mesmo?! Se o velho não se cassasse com você, o trouxa aqui serviria de
step!
- Minha intenção nunca foi pegar o seu dinheiro!
- Por isso todo aquele joguinho com o diário da Laura, simplesmente para
me envolver nessa sua conversa!
- Não, isso não é verdade!
- Agora, tudo está muito claro na minha cabeça! Você se aproximou, como
todas as outras o fazem, apenas pelo meu dinheiro!
- Você está me acusando injustamente, eu vim até aqui…
- Não me venha com essa conversa de irmã, pois eu não caio mais! Vai
procurar outro idiota!
- Mas Alessandro, você está entendendo tudo errado… Deixa eu explicar as
coisas!
- Não precisa explicar nada, e pra você é senhor Martín Ferro. Você está
demitida, tem 24 horas para sair da minha casa!
- Mas… mas e a gente?!
- Nunca existiu a gente?!
Maite vai embora, pega suas coisas, não precisa mais voltar para a empresa,
Alessandro não quer mais vê-la, e ela também ficou ressentida:
Na hora do almoço, foi se encontrar com Carlos:
- Como você aparece assim no meu trabalho?!
- Eu queria te fazer uma surpresa!
- Essa sua surpresa me custou o trabalho!
- Calma Maite, você não precisa trabalhar mais! Case-se comigo, e todos os
seus problemas serão solucionados.
- Eu não vou me casar com o senhor! Eu não te amo!
- Mas você me deu a sua palavra Maite!
- Não importa, já estou pagando caro por essa maldita promessa! Você não
poderá me cobrar essa dívida!
- Nem se eu te disser que estou doente?! Tenho pouquíssimo tempo de vida,
e queria passar ao seu lado!
- Você não me disse que estava doente!
- Mas estou, tenho uma doença gravíssima, não tem cura!
- Sinto muito, mas não posso me casar com você por pena!
- Mas é isso que eu te peço! Já sou um velho, e você ainda tem a vida toda
pela frente, quando morrer, toda minha fortuna será sua, não está de bom
tamanho essa recompensa?!
- Eu não quero o seu dinheiro, senhor Vilar!
- Bom, vou te dar um tempo para pensar, depois você me liga!
- Não espere por essa ligação, ela jamais chegará…

Capítulo 8
A Ligação, A morte e o diário…
(Segredos)…

Maite ficou vagando por algumas horas, precisava pensar na vida, até que
finalmente se lembrou do diário de Laura, que havia deixado sobre a mesa
de Alessandro, ela então resolve ligar para o CEO:
- Droga! Tenho que ligar pra ele!
O telefone toca 5 vezes e ele atende:
- Alô, Alessandro Martín Ferro falando…
- Senhor Alessandro, sou eu, Maite! Por favor, não desliga o telefone.
- O que você quer agora?!
- Só quero te dizer que eu deixei o diário da sua ex-noiva sobre a sua mesa!
- Mentira! Não há absolutamente nada sobre minha mesa!
- Como assim?! Hoje de manhã eu o deixei bem aí em cima!
- O que foi?! Isso é outro de seus truques?! O que você quer dessa vez?!
- Não é mentira, eu o deixei aí! Sobre a mesa! Por favor, procure direito!
- Não há nada sobre a mesa!
- Então aquela moça pegou, a Bárbara!
- Já estou entendendo o seu jogo! Quer acusar a Bárbara de pegar o diário de
Laura?! E por que ela faria isso?!
- Não sei! Mas deve ter sido ela!
- Quer saber?! Nem sei porque ainda estou falando com você! Você é uma
golpista, mentirosa! Devolva o diário da Laura, e pare de inventar coisas
sobre Bárbara, ela não é da sua estirpe!
Alessandro desliga o telefone, e Maite fica confusa, “O que será que tinha
acontecido com o diário de Laura”.
Maite liga para Kate, para que ela ajeite as coisas, elas terão que ir embora
da mansão:
- Alô Kate, está tudo bem com você?!!!
- Sim Maite! Acho que quem não está bem é você, seu tom está tão triste!
- Depois eu te conto tudo! Mas eu te liguei para te pedir para ajeitar as
coisas, vamos nos mudar!
- Como assim, a gente vai embora daqui?!
- Sim, não podemos mais ficar aí!
- E por quê?!
- Depois eu te explico Kate!
- Só queria e dizer que estou mega feliz!
- E eu posso saber por quê?!
- Hoje o médico disse que vai tentar um novo tratamento!
- Kate, mas que notícia maravilhosa!
- Eu sei, estou tão esperançosa!
- Vai dar tudo certo, você vai ver!
- Eu sei disso! Então tchau, beijos! E nunca esqueça que eu te amo Maite!
- Eu te amo mais! Beijos!
E Maite desligou, o destino estava selado…

Mais algumas horas depois…

Maite chega em seu quarto, na Mansão Martín Ferro, depois de algumas


horas, Kate já devia ter ajeitado tudo, era isso o que a ex-camareira pensava.
- Kate! Kate! Chamava Maite!
Mas ninguém respondia, não se ouvia nem um ruído…
- Kate! Kate! Insistia Maite.
Mas não obteve nenhuma resposta…
Até que Maite foi até o banheiro, a porta estava fechada…
O chão estava todo molhado…
Ela abre a porta…
E de repente, vê uma das piores cenas da sua vida:
Kate está dentro da banheira, com os pulsos cortados…
Maite, em choque, tenta reanimar o corpo da irmã, em vão…
Ela grita por socorro, até que os paramédicos chegam, e relatam o que
estava evidente:
- Kate estava morta.
Maite estava desesperada, não conseguia acreditar, Alessandro via seu
sofrimento, e tentava a consolar, mas ela estava inconsolável…
Gritos…
Lágrimas…
Negação…
Levaram o corpo de Kate, e Maite não conseguia sair de perto da foto da
irmã:
- O que aconteceu aqui?! Kate cometeu suicídio! Diz Alessandro.
Maite ouve e responde:
- Minha irmã jamais tiraria a própria vida, e eu sei exatamente quem matou a
minha irmã!
- Quem Maite?! Diga agora e contaremos para a polícia! Questionou
Alessandro!
Maite grita aos quatro ventos, quem acha que matou sua irmã:
- Foi você! Você matou minha irmã, foi você Alessandro! Queria se vingar
de mim! E tirou a pessoa que eu mais amava no mundo, você matou minha
irmã!
Gritava ela, Alessandro ficou chocado com a acusação de Maite, e tentou se
defender:
- Não Maite! Eu nunca mataria uma pessoa!
- Foi você seu desgraçado, você matou ela! Mas você vai me pagar, e vai me
pagar caro!
Bruno tenta remediar a situação:
- Calma Alessandro, ela está muito alterada por causa da morte da irmã!
- Não! Foi ele! Maldito o dia em quem entrei nessa casa! Entre com a minha
irmã, e hoje estou saindo sem ela! Mas todos vocês, dessa maldita família,
vão pagar! A morte da Kate não foi em vão! O que vocês fizeram para a Kate
e a Laura morrerem assim?! Vocês são todos assassinos! Mas eu vou mostrar
pro mundo, quem são os verdadeiros Martín Ferro! Vou me vingar, eu juro!
A família Martín Ferro, estava toda presente, ficaram desconfortáveis com
as acusações de Maite.
Ela, pegou uma foto da sua irmã e sua bolsa, e antes de ir embora disse:
- Eu ainda vou voltar aqui, e farei cada um pagar pela morte da minha irmã!
Desesperado, Alessandro tenta provar para Maite que nunca teria feito uma
coisa dessas, e mesmo ali na frente de todo mundo, ele abriu seu coração, e
isso era a coisa mais difícil de acontecer:
- Eu jamais mataria a sua irmã! Jamais! Grita ele, que continua:
- Eu seria incapaz de matar a sua irmã, pelo simples fato de eu te amar! Eu te
amo, pensei que nunca mais poderia amar uma mulher depois da Laura, mas
eu te amo, me envolvi! Morri de ciúmes, quando soube nessa manhã que
você se casaria!
- Não acredito no seu amor! Não acredito em uma palavra que saia da sua
boca! Você matou a minha irmã, você matou a própria Laura! Tudo o que está
perto de você, morre! Mas eu voltarei, e se prepare para a minha vingança!
Deixarei você e a sua família na rua da amargura, terão que implorar, se
ajoelharão perante a minha pessoa! Chorarão lágrimas de sangue! Quem
viver verá!
Vou deixar cada um aqui, sem nada! Sobre vocês, cairá a minha fúria!
Dito isso, Maite vai embora, desolada!

Enterro de Kate, apenas Maite comparece:


Com uma rosa branca em sua mão, ela jura perante o túmulo:
- Vou descobrir quem fez isso com você Kate, e pagará com a própria vida!
Essa pessoa se arrependerá do dia em que nasceu, e preferirá estar morto,
quando eu começar a minha vingança!
Alessandro Martín Ferro, você não perde por esperar…

Capítulo 9

O casamento & o mistério de Laura….


Algum tempo depois, Maite se casou com Carlos Vilar…
Depois de dois anos, ficou viúva, e herdou uma fortuna incalculável, ficando
podre de rica, dinheiro esse que ela usaria para começar a sua vingança…
Maite vai ao encontro de uma mulher:
- Fez o que eu te pedi?!
- Sim!
- O que você achou?! Pergunta Maite à mulher misteriosa…
- Estava mexendo nas gavetas dele, e achei um endereço, de uma clínica!
- ÓTIMO! Me passa logo esse endereço!
- Primeiro eu quero o pagamento!
É quando Maite Boyer Vilar, dá o dinheiro em espécie para Mariana, a
esposa de Heitor, e foi nas coisas do marido, que ela achou esse endereço,
Maite desconfiava que Heitor sabia alguma coisa sobre a morte de Laura.
- Aqui está o dinheiro! Agora me dá a porcaria do endereço!
- Aqui está!
Mariana dá o endereço da clínica para Maite.
- Como você mudou Maite, era uma mulher doce, e agora olha pra você é
puro ódio, pura vingança! Não pensa mais em Alessandro!
- Todos os dias da minha vida, penso como vou me vingar dele, e como vou
desfrutar desses momentos! Penso a cada instante, em como fazer sofrê-lo,
ele pagará pelo que fez! Nem que eu gaste toda a minha fortuna, esse
desgraçado não sairá impune!
- Vejo que a vingança virou seu único intuito na vida!
- E quem pode me julgar! Só vivo, para ter o prazer de ver meus inimigos
pagarem pelo que fizeram comigo, e com a minha irmã! E dessa vez, terá
volta!
Maite vai embora, e vai até a clínica do endereço, se surpreende, quando
percebe que é um hospício e se pergunta:
- Por quê um endereço de um hospício, estaria guardado nas coisas de
Heitor?!
Ela entra, e chegando na recepção, o atendente pergunta por quem ela está
procurando:
Ela tem uma ideia louca, que na verdade não acredita muito, porém tenta:
- Quero visitar uma amiga minha, chamada Laura Hall.
O atendente olha na lista dos pacientes, e Maite é surpreendida:
- A senhorita Laura Hall está no quarto 12.
Maite fica completamente surpresa, e vai até o quarto 12, ela pensa que pode
ser uma engano…
Ela abre a porta, e vê uma mulher completamente dopada em cima de uma
cadeira de rodas, e Maite leva a mão até a boca, é ela…
Laura Hall está viva, viva…
Maite se aproxima dela, lentamente, e mesmo estando muito perturbada, a
viúva de Carlos Villar pergunta:
- Você está viva Laura! Quem te colocou aqui?! Me diz! Quem te colocou
aqui?! Eu preciso saber!
Por conta do forte remédio que está tomando, Laura tem dificuldades para
falar, mas diz um nome:
- Ale… Alessandro…
- Eu sabia, ele armou tudo! Mas me conte Laura, por que você estava tão
triste?! O que foi que você fez de tão grave?! Me conta!
- Ale… Alessandro… Diz Laura…
- Eu vou tirar você daqui! Esse lugar está te matando!
Maite corrompe um dos enfermeiros, e foge com Laura…
A milionária, leva a ex-noiva de Alessandro até sua casa…
Maite Boyer Vilar usará Laura Hall como um trunfo, contra os Martín Ferro.
As duas se tornaram aliadas…
A vingança é um prato que se come frio…

Fim do primeiro livro. Aguarde a sequência...


O Peão e a Patroa
Elena Cadena e Angelina Jane Lira

‘O ódio é mais forte que o amor’?

Vila Madalena, lugar dominado por quatro famílias…


Os Maias, Os Castilho, Os Torres e Os Andrades…
Famílias que brigavam por extensões de terras…
O ouro negro foi descoberto em Vila Madalena, o que acirrará a disputa por
poder, o sangue escorrerá…
Petróleo será um dos motivos da guerra, porém principalmente o amor,
transformará a vida de todos esses personagens…
Um segredo tenebroso, assassinatos, violência e poder.
Santiago Andrade é o mais velho dos irmãos, o mais bruto, o mais violento,
o mais indomável, é movido única e exclusivamente pelo seu ódio, procura a
irmã mais nova há anos, porém sem sucesso, acabou se amargurando
terrivelmente.
A Família Andrade é arqui-inimiga da Família Castilho, essa guerra já
perdura por décadas…
Na Família Castilho, duas irmãs comandam a Fazenda, Paola e Sara sempre
tentaram consolar o pai, Cláudio, desde a morte de Isaura, a mãe das duas.
Cláudio Castilho recentemente, teve que registrar sua filha que teve fora do
casamento, Gleici Castilho agorá se juntará a Fazenda do pai, e terá que
criar elos com suas irmãs.
Já na Fazenda Andrade, são três irmãos: Santiago, Lucas e Diego, fora a
irmão desaparecida, Antônia.
Recém-chegada em Vila Madalena, Gleici não conhece os segredos e as
disputas daquela cidade, mas o destino faz com que ele cruze com Santiago
Andrade, o pior inimigo de seu pai…
Apesar das farpas trocadas, Gleici se sente atraída por Santiago, que a odeia
pelo simples fato de ser filha de Cláudio Castilho…
O amor se torna mais impossível quando Santiago mata Emílio Castilho, tio
de Gleici, o que faz com que a cidade presencie uma terrível série de
retaliações entre as famílias poderosas, já que Cláudio jura de morte
Santiago Andrade…
Onde está Antônia Andrade, o que aconteceu com a irmã de Santiago, Lucas
e Diego…
Entre todo esse ódio, histórias de amor improváveis acontecem pelo meio do
caminho, pessoas que jamais poderiam ficam juntas, desafiam a sociedade
de Vila Madalena, e lutam pelos seus amores…
Família Maias:
As Irmãs: Aline, Amanda e Angélica lutam para administrarem a Fazenda
depois da morte do pai, porém a missão de torna muito difícil, já que o
machismo está por todos os lugares…
Dívidas tornam a jornada ainda mais difícil, será que As Maias conseguirão
sobreviver em Vila Madalena?

Família Torres:

Conhecidos como os irmãos ‘Zés’: Zé Paulo, Zé Neto, Zé Carlos e Zé Cruz,


fazem a vida das irmãs Maias, um verdadeiro inferno.
Implicâncias e brigas por terras, conduzem a uma rivalidade extrema entre
elas e eles…
A Família Torres é aliada suprema da Família Andrade…

Nessa história, o destino vai atando cada pessoa a sua verdadeira alma
gêmea, mas será que o amor pode triunfar no meio de tanta ganância, e tanto
ódio?!

“Tudo pelo ouro, tudo pela prata”

“Em Vila Madalena, tudo se resolve na ponta da faca”

Entre o ódio e amor…


Entre a paz e a guerra…

Essas quatro famílias viverão um verdadeiro inferno…

Será que Santiago Andrade conseguirá superar seu ódio, e deixar o amor por
Gleici Castilho sobreviver?
Ou matará todo seu amor, por causa de sua vingança?

Onde está Antônia Andrade?

Entre beijos e segredos…


Capítulo 1 – The Secret
(A irmã desaparecida, a nova filha e a morte do tio) Guerra em Vila
Madalena…

Laboratório de exames de paternidade de Vila Madalena.

Lá estavam eles, aguardando o resultado do exame de DNA, Cláudio


Castilho, estava disposto a finalmente reconhecer sua filha, Gleici Castilho,
filha essa que teve fora do casamento, qual não era aceita, até a morte de
Isaura Castilho, falecida esposa de Cláudio.

- O exame está pronto. - Disse um dos assistentes.

Cláudio e Gleici foram chamados para falarem com um dos especialistas em


sua nova sala.

- E então, é minha filha ou não?! Perguntou o coronel, como era conhecido


Cláudio.
Ao que o especialista responde:
- Sim, o senhor é o pai biológico, não há nenhuma dúvida!
Cláudio sabia que Gleici era sua filha, fez o exame por puro orgulho…
Gleici parecia ter ficado um tanto quanto envergonhada, era um pouco
constrangedor fazer aquele tipo de exame…
Cláudio saiu do laboratório, e se encontrou com Emílio, seu irmão, que
estava o esperando do lado de fora, em seu carro…
Com a expressão de Cláudio, Emílio sabia que Gleici era filha de seu
irmão…
A envolveu em seus braços e disse:
- Bem-vinda a família Castilho, você tem nosso sangue, você agora é uma de
nós!
Disse Emílio, Gleici não conseguia respirar depois daquele abraço, ela tinha
medo, não tinha mais ninguém no mundo, estava sozinha, resolveu abrir os
braços para aquela nova família, mesmo sabendo que não seria muito bem
recebida.
- A moça é minha filha, vou fazer tudo certo, conforme manda a lei, registro
e também terá seus direitos! Obviamente que irá morar na fazenda Castilho,
junto com suas irmãs.
Acanhada, Gleici responde ao pai:
- Eu quero construir uma nova vida nesse lugar! Eu quero conhecer melhor
as minhas irmãs!
- Irá conhecer! E saiba que aqui em Vila Madalena, o que vale é a honra
acima de tudo! Tenha sua honra intacta, que assim não precisaremos lavá-la
com sangue!
Decididos, Emílio e Cláudio entram no carro, Gleici também, e assim tomam
o rumo da Fazenda Castilho…
Mas a frente, o destino guardava uma encruzilhada, onde uma vida seria
levada, a morte se aproximava lentamente, junto com o desconhecido…

Com cinco capangas, Santiago Andrade estava de tocaia, esperando o carro


dos Castilho…
E lá vinha ele, o carro estava vindo, lentamente…
Santiago apontou a espingarda, estava mirando sua vítima, queria Cláudio,
mas Emílio era igualmente seu inimigo…
No primeiro disparo, acertou o pneu esquerdo, o carro imediatamente parou,
Gleici, Cláudio e Emílio demoraram um tempo para perceber o que havia
acontecido, até que Cláudio desceu do carro, e viu o buraco no pneu:
- Tocaia, tocaia! Armadilha!
Gritava ele, enquanto isso, se escutava as cavalgadas ficando ainda mais
fortes, vinha rápido…
E meio a poeira, o diabo parecia que se aproximava, e que iria cobrar caro,
era o preço de uma vida…
Santiago iria levar uma vida com ele, até aquele momento não se sabia qual,
o fazendeiro tinha ódio nas pontas dos dedos, não pensaria duas vezes antes
de disparar, estava completamente cedo, queria fazer justiça a qualquer
preço, em Vila Madalena, tudo se resolve na ponta da faca…
Quando Cláudio percebeu que era Santiago Andrade, tentou ir até o carro
para pegar uma arma, mas já era muito tarde…
Gleici viu aqueles homens se aproximando, e temeu, sentiu um medo
descomunal, seu corpo quase não conseguia se mover:
Santiago e seus capangas chegaram…

- Hoje faz dez anos que a minha irmã desapareceu, e até agora, não tenho
uma notícia de seu paradero, onde está Antônia Andrade?! É a última vez
que eu pergunto!
Cláudio parece não temer as ameaças feitas por Santiago.
- Você está completamente louco, senhor Santiago! Desde da morte de seu
pai, aquela família desandou mais do que o habitual!
Santiago deu um tiro para o alto, estava alarmando…
- Todos aqui em Vila Madalena sabemos, que a família mais sem escrúpulos
é a Castilho! Deveria acabar com toda essa raça de uma só vez!
Emílio responde:
- O que pensa fazer Santiago?! Irá nos matar aqui, na beira de uma estrada?!
De uma maneira covarde?!
- É exatamente isso que vocês três merecem, a morte!
Gleici fica em silêncio:
Ao que Santiago continua:
- Quem é essa?! É a sua bastardinha, que veio morar com você?! Uma
condenada!
Gleici fica em silêncio, Santiago está completamente fora de si, qualquer
deslize, e a tragédia seria anunciada…
Vou fazer uma proposta pra você:
- Quando eu acordei hoje, eu ajoelhei e falei com Deus, que iria tirar uma
coisa que jamais poderia devolver. Eu respeito Deus, mas tenho mais
semelhanças com o diabo.
Me diga Cláudio, vou pedir pra você fazer uma escolha, e quero que preste
bem atenção.
Entre a vida de seu irmão ou de sua filha bastarda, quem você escolhe?!
Cláudio parece não entender o que Santiago disse, ele está mandado ele
escolher entre o irmão e a filha?!
Gleici deixa suas lágrimas rolarem, caindo sobre sua boca, Santigo percebe
cada canto do rosto daquela moça, cada tristeza que suas lágrimas demostra,
e aponta a espingarda para Gleici, bem no meio de seu coração:
- O que você sentiria Cláudio, se eu atirasse agora no peito da sua filha?! O
que você faria, vendo lentamente a vida abandonar o corpo dela?!
- Você está completamente louco, sai com essa arma, apontando pra qualquer
um, achando que tem poder sobre a vida e a morte!
Exclama Cláudio.
- E tenho, estou em maioria! Tenho uma espingarda, e principalmente, tenho
a coragem de usá-la!
Nesse momento, Gleici é levada por seu desespero, e corre…
Santiago pede para um de seus capangas a pegar…
Ele desce do cavalo, e fica cara a cara com Gleici, ela se rebate, mas o
capanga segura:
- Somos inimigos, tem sangue Castilho correndo nas suas veias, se você
morrer hoje moça, coloque a culpa no seu pai, o que te concedeu a vida, pois
ele te amaldiçoou grandemente com esse maldito sangue!
- Você é um louco, deveria estar em um hospício! Grita Gleici!
- A moça fala, fala não, grita! A terceira filha do demônio, o que eu faço com
ela?! Do que adianta viver tanto, vai morrer hoje, ou amanhã?! Talvez
demore dez anos, eu apenas estou adiantando as coisas! É isso que eu faço!
Santiago coloca Gleici do lado de Emílio, e pede para Cláudio escolher,
entre a vida de seu irmão ou sua filha:
- E então Cláudio, já decidiu, eu não estou brincando, quem continuará vivo,
e quem deve morrer?! Decida agora!
Cláudio se exalta:
- Eu não vou decidir absolutamente nada! Você está fora de si!
- Eu não estou brincando, filho do diabo, decida, antes que eu o faça, quem
você quer que morra?!!
Cláudio olhou rapidamente para seu irmão, e para sua filha, e tomou sua
decisão:
- Se você está tão louco assim, quero salvar meu velho irmão!
- Ouviram isso, eu sempre soube que você iria escolher pela vida do rato do
seu irmão! Emílio Castilho merece viver mais do que a bastarda! Esse é seu
veredicto! Pois eu tenho o meu…
Santiago engatilhou, enquanto falava as últimas palavras:
- Disse pra mim mesmo, que mataria aquele que você escolheu salvar…
Gleici espremia os olhos, e depois, só se ouviu três disparos, a queima-
roupa…
Emílio morreu ali, bem ao seu lado, há uma distância mínima…
Santiago deu três tiros direto no coração de Emílio, ele morreu na hora,
antes mesmo de seu corpo sem vida tocar no chão.
Cláudio foi socorrer o irmão, Gleici gritou, nunca tinha vivido uma situação
daquela, seu choro era incontrolável…
Santiago olhou para Cláudio, que estava de joelhos, tocando o corpo do
irmão, e disse:
Santiago – Da próxima vez, que irá morrer, será você! E se qualquer uma de
suas três filhas estiver com você, será quatro corpos no chão! Minha irmã,
será vingada com o sangue dos Castilho!
Não é novidade, em Vila Madalena, o sangue escorre, para haver justiça…
Cláudio não disse nada, e a última ordem de Santiago foi:
- Tragam a bastarda pra casa, vamos apresentar a Fazenda Andrade pra ela!
Um de seus capangas pegou Gleici a força, e a colocou na garupa do cavalo,
e lá foram eles, um atrás do outro, deixando a morte para trás…
O corpo de Emílio estava ali, Santiago havia matado o irmão de Cláudio a
sangue frio…
E ainda sequestrou sua filha…
A vingança viria, mas uma guerra iniciada em Vila Madalena…

Capítulo 2 – The Kiss


(A Fazenda Andrade, o início de uma nova guerra por território, os irmãos
Andrade)

Finalmente Santiago e seu comboio chegam na Fazenda Andrade, que lugar


lindo era aquele, nem parecia que era um recanto de violência.
Na Casa Grande, a principal da vasta fazenda, Santiago entra, e vai
diretamente lavar suas mãos…
Seus dois irmãos, imediatamente abordam o fazendeiro:
- Por isso que você levou cinco homens, Santiago?!
Perguntou revoltado Lucas!
- Não se intrometa na minha vida Lucas! Você não tem nada a ver com isso!
- Como na a ver?! Você matou Emílio Castilho a queima-roupa?! Todo
mundo em Vila Madalena já sabe, como pensa em se safar disso?!
- Os meus assuntos, eu sempre resolvo! Esbravejou Santiago.
- E como se não bastasse, ainda sequestrou a filha do homem?! - Fez questão
de completar Diego.
- Trouxe a filha bastarda dele, acho que não tem grande valor pra ele, entre o
irmão e a filha, escolheu a vida daquele rato primeiro!
Completou Santiago.
- Onde está a garota?!
Perguntou preocupado Lucas…
- Deixei os homens se divertirem com ela! É uma Castilho, não merece
consideração!
Disse Santiago…
Lucas o repreendeu:
- Você sabe que se deixar ela na cabana com os capatazes, eles vão estuprá-
la!
- Eu não quero saber o que vão fazer com ela naquela cabana, ela é uma
bastarda, mas é uma bastarda Castilho! Eu odeio essa família com toda a
minha alma!
Diz Santiago:
Lucas decide apelar para a memória da irmã desaparecida, para ver se
criava algum tipo de compaixão no coração de Santiago:
- Você acha que se estivesse viva, Antônia concordaria com isso?! Aquela
moça vai apanhar, vai ser violentada, se você não fazer nada! Deixou ela
sozinha, dentro de um galpão cheio de homens bêbados!
- Antônia não está aqui, por isso eu não tenho que pensar como ela!
Falou Santiago…
Diego parecia concordar com o irmão mais velho:
- Deixa a bastarda Castilho pra lá, os homens estão precisando mesmo se
divertirem!
Lucas continua com sua posição:
- O que vocês se tornaram?! Vândalos?! Cadê o caráter de vocês?!
Invocado, Santiago resolveu ir até o galpão, onde muito homens bebiam,
havia gritos, e festejos…
Quando entrou, os homens obedeciam tanto o fazendeiro, que fizeram
silêncio na mesma hora, Santiago se pronunciou em alto e bom som:
- Onde está a filha do demônio?!

Até que abriram caminho, e lá estava ela, com o roso baixo, e sentada em um
cantinho, seu rosto havia sido esbofeteado, estava sangrando, mas suas
lágrimas lavavam seu semblante:
- Alguém aqui tocou nela?! Gritou Santiago…
E um dos capatazes, rindo disse:
- Ainda não deu tempo, a festa iria começar agora!
Santiago rebateu gritando:
- Ela é filha de Cláudio Castilho, filha do demônio, mas ainda assim é uma
mulher, merece respeito! E aqui é uma fazenda de respeito, aqui nós
respeitamos nossas mulheres, não é mesmo! Não será feito coisa alguma, se
a dama em questão não quiser!
Santiago se aproximou de Gleici, e a pegou no colo, iria levá-la, até a Casa
Grande, mas em seu descuido, Gleici pegou uma arma que Santiago
carregava na cintura, ao se dar conta, Gleici já havia se distanciado:
No meio do caminho, entre o galpão e a Casa Grande, Gleici apontou uma
arma diretamente para Santiago:
Todos os funcionários começaram a rodear os dois, inclusive Diego e Lucas,
os irmãos dos fazendeiros:
Santiago, com uma arma apontada para seu peito, desafia ainda mais Gleici:
- Vamos lá, é só atirar, é só puxar o gatilho, um impulso, e pronto!
- Você é um homem ruim, matou o meu tio na frente do meu pai!
Diz Gleici, em prantos…
- O que você quer que eu diga? Que eu me arrependi, pois não há uma gota
de arrependimento circulando a minha consciência, muito pelo contrário, eu
tenho muito orgulho! Livrei o mundo de mais um verme asqueroso! Você não
sabe como as coisas funcionam nessa cidade!
Diz Santiago, e Gleici responde:
- Como uma pessoa mata outro ser humano, e não sente nem um pingo de
culpa pelo que fez! Você não tem coração, é cheio de ódio por dentro! Se vê
a sua amargura, tenta descontar em pessoas que não tem na a ver com os seus
problemas!
- Mostrei piedade, mesmo com alguém que não merece, você é uma Castilho,
mereceria tudo de ruim que te acontecesse dentro daquele galpão, mas eu
mostrei ser um homem com princípios, não deixei nenhum capataz te
encostar!
- O que você acha que eu devo fazer?! Agradecer!
Diz Gleici…
- Pra início de conversa, seria uma boa pedida!
- Eu vou te matar, vou devolver o que você quer, com ódio se paga a
violência, é assim que o mundo funciona, não é mesmo?!
Santiago rasgou a blusa que estava usando e se aproximou de Gleici:
A situação estava ficando cada vez mais descontrolada, todos em volta
estavam apreensivos, os irmãos alertam Santiago:
Lucas – Santiago, cuidado, ela pode atirar em você!
Diego – Não desafie uma Castilho!
Ele não deu ouvidos…
Santiago – O que vocês fizeram com a minha irmã?! Onde ela está?!
Gleici – Eu nem sei quem é sua irmã! Não sei o que aconteceu com ela, mas
não pode culpar o resto do mundo pelo aconteceu a ela!
Santiago: Não culpo o mundo, culpo os Castilho, e somente! Essa raça de
desgraçados, que não merecem absolutamente nada de bom! Nenhum tipo de
consideração!
Gleici: Me dê um motivo pra não puxar o gatilho?!
Santiago: Puxe, não vai ser uma bala de uma Castilho que vai me matar!
Gleici olhou para Santiago profundamente, e lentamente abaixou a arma,
dizendo:
- Não sou igual a você! Não sou uma assassina! Não vou devolver o ódio
com mais violência!
- É um mal da sua família, está no seu sangue! São uns covardes!
Santiago pega no braço de Gleici, e a leva para dentro da Casa Grande…
Chamou a empregada Valéria, e ordenou que ela levasse Gleici até o quarto
de hóspedes, e desse alguma coisa para comer, era essencial que a porta do
quarto ficasse trancada…
No jantar da Família Andrade:
Lucas parece ser o mais sensato dos três irmão:
- O que pretende Santiago, o que quer fazer com essa moça trancada lá
encima?!
- A hora da janta sempre foi sagrada nessa casa!
Disse Santiago..
Diego parece concordar com o irmão mais velho:
- Deixa ele Lucas, não sabe como o Santiago é! Deixa ele, com as loucuras
dele!
Lucas – Vocês simplesmente estão ignorando a realidade, não é mesmo?!
Daqui a pouco chega a polícia, você sequestrou uma das filhas de Cláudio
Castilho! E matou o irmão do homem, ele vai dar queixa!
Santiago – Se esse é o seu medo Lucas, fique tranquilo, essa é a bastardinha,
ele não liga muito pra ela, tanto que me deu a ordem para matá-la, eu que não
quis, além do mais, quem manda nessa cidade é o dinheiro! Nada vai
acontecer comigo, isso eu posso te garantir!
Lucas – O que você vai fazer com essa moça?!
Santiago – Ainda não sei, estou pensando em coisa para atingir aquele velho
demônio!
Valéria desceu as escadas, com uma bandeja intacta nas mãos:
- Senhor Santiago, sua convidada não quis tocar na comida!
Santiago – Que morra de fome então! Aqui ela não será mimada! Muito
obrigado Valéria, qualquer coisa eu te chamo!
- De nada senhor!
- Antes de ir Valéria, me dê a chave do quarto da bastardinha, eu quero dar
uma olhada nela!
Valéria já estava dando as chaves nas mãos de Diego, quando Santiago
coloca a mão sobre a do irmão, e pega as chaves, dizendo:
- As chaves ficarão comigo, eu irei resolver os problemas com a bastarda,
você Diego, não tem nada a ver com isso! E afinal de contas, o que se passa
por essa cabeça?! Quer se deitar com uma Castilho?! Se deleitar com uma
mulher que carrega o sangue da família que desgraçou com nossas vidas?!!
- Claro que não irmão, que ideia! Disse Diego!
Lucas:
- Mas ela é bem bonita, isso não se pode negar! E você olhou de um jeito
estranho pra ela!
Santiago:
- Olhei com ódio, como olho para qualquer uma das Castilhos! Se eu quiser
ter qualquer mulher dessa cidade, eu tenho! Sempre gostei da companhia de
uma fêmea, mas sei escolher, jamais iria desejar uma pessoa que acabou com
a vida da minha irmã!
- De dez palavras que você fala Santiago, onze são Antônia! Diz Diego!
- E o que você acha que eu deveria fazer Diego, esquecer nossa irmã?!
Questiona Santiago!
- Claro que não! Responde Diego!
- Eu ainda tenho esperança que vamos encontrá-la com vida!
Diz Santiago…
- Você parece tão tranquilo para um homem que matou um ser humano hoje,
Santiago!
Ele responde:
- Estou tranquilo, porque sei que mandei um demônio a mais para o inferno!
Diego ri do comentário do irmão mais velho…
- Você não deveria rir disso Diego, esse assunto é sério!
Pondera Lucas…
Santiago resolve responder o irmão:
- Sabe qual é o seu problema Lucas, você é certinho demais!
- Eu não sou certinho, sou sensato! Vocês dois parecem loucos, falam cada
absurdo! E pra completar, tem uma moça sequestrada no quarto de hóspedes,
e ninguém acha isso anormal!
- Esse é o problema! Vamos mantê-la aqui por agora, não para sempre! Pare
de ser dramático Lucas!
Adverte Santiago…
Diego parece já ter acabado o jantar, e vai saindo…
- Onde vai com tanta pressa?!
Pergunta Lucas…
- Vou no bordel de Vila Madalena! Lá é o meu lugar!
Diz Diego.
- De novo?!
Questiona Lucas!
- Quanto mais eu vou, mas eu quero ir! Estou viciado naquele lugar!
Completou Diego.
- Escute bem Diego, não quero que se envolva com alguma daquelas
mulheres!
Diz Santiago.
- Se o seu medo é esse, pode ficar tranquilo, se apaixonar é para os fracos!
Não sou desses!
Adverte Diego…
- Essas coisas de paixão e amor são pra mulher, homem não sente isso!
Homem sente desejo, e só! Nunca que eu vou ficar igual um idiota em cima
de uma mulher!
Disse Santiago, garantindo que nunca teve um sentimento profundo por uma
mulher.
Lucas:
- Me desculpa, mas eu não sou obrigado a ouvir essas barbaridades!
- Falou o mais sensível! Vai Lucas, ninguém suporta essa sua chatice! Falou
Diego.
Enquanto Diego foi cair na Gandaia, Lucas foi para seu quarto ler, era um de
seus hábitos prediletos…
Santiago chegou em seu quarto e revirou sobre sua cama, não conseguia
relaxar, os gritos o atormentava, essa era a grande verdade por trás daquele
CEO fazendeiro, ele era um homem atormentado pelo ódio que nutria dentro
de seu peito…
Era alimentado por rancor, não tinha um minuto de paz…
Enquanto se olhava no espelho, tentando achar alguma face de serenidade em
seu ser, ouviu um barulho, uma bandeja caindo…
Valéria foi servir um pouco de água para Gleici, e ela derrubou, estava
cansada, revoltada, queria ir embora, conseguiu se desvencilhar da
empregada, mas não contava com a presença de Santiago do outro lado do
corredor, ele a encurralou, estava sem camisa, a pele de ambos se
encostaram por alguns segundos, e o olhar foi atravessado, obvio que o
momento foi interrompido, Gleici começava a nutrir um sentimento muito
negativo por Santiago, e com muita razão, já que hoje ele quase a matou, e
ela apontou uma arma para ele:
- Até que você é bem esquentada para alguém que prega a paz, não acha?!
Diz Santiago, segurando Gleici pelos dois braços…
- Eu quero ir embora daqui!
Disse ela, um pouco desesperada…
- E pra onde você vai, seu pai hoje queria vê-la morta!
- Pra onde eu vou, não é um problema seu!
- Claro que é! Eu te roubei do seu pai, tenho que devolvê-la intacta!
- Eu não sou uma coisa! Não sou um objeto!
- Eu sei disso, uma coisa não daria tanto trabalho!
Santiago pegou Gleici no colo, e a levou até o quarto de hóspedes!
- Você vai ficar aqui, até na hora que eu decidir te soltar, você está me
entendendo?!
- Eu devia ter apertado aquele maldito gatilho, a essas horas, eu estaria
longe!
- Lhe faltou coragem, uma característica típica de sua família! E você não
sobreviveria nem alguns segundos nessa cidade, aqui as coisas funcionam de
uma maneira diferente!
Valéria entra um pouco assustada no quarto, sua mão está sangrando, o corte
aconteceu na hora que Gleici arremessou o copo, mas não era sua intenção
machucá-la.
- A sua mão está sangrando… Disse Gleici preocupada!
- Sim, acho que entrou um caco de vidro e eu não consigo tirar! Disse
Valéria.
- Vamos na cozinha, lá eu te ajudo!
- Como assim, vamos na cozinha?! Você acha que está na sua casa?!
Perguntou Santiago, ao que Gleici responde:
- Eu sou enfermeira, posso te ajudar com o corte! E também me redimir, não
queria te ferir, eu sou contra a violência!
- Se o senhor Andrade permitir?
Pediu Valéria, ao que Santiago responde:
- Vou até a cozinha com vocês, senão é bem capaz de alguém querer fugir!
Gleici, Santiago e Valéria vão até a cozinha, e lá a enfermeira faz um
curativo profissional na empregada da casa dos Andrade…
Quando estava terminando, Valéria pediu para a senhorita Gleici dar uma
olhada em sua sobrinha, que estava com febre…
- Posso levá-la até o meu quartinho, senhor Santiago?!
Perguntou Valéria…
Santiago respondeu:
- Claro, Bruninha merece um atendimento, mesmo que seja dessa criatura…
Gleici começa a ignorar Santiago, não olha mais pra ele, e nem responde
suas perguntas e insinuações maldosas…
Chegando lá, Gleici examina Bruninha, e percebe que muito provavelmente,
a menina está com anemia, por isso está tão fraquinha, ela então pedi que
Valéria faça uma sopa reforçada para ela, e na manhã seguinte a leve para
fazer exames na capital…
Valéria fica agradecida, e enquanto Santiago está distraído, a empregada
fala:
- Não sei como vou fazer exames na minha sobrinha, só tenho dinheiro no
meu próximo pagamento, que é justamente no início do mês!
Gleici então convence a empregada:
- Você deve fazer esses exames amanhã!
Gleici coloca a mão em seu bolso da calça, e pega algumas notas de
dinheiro, e entrega para Valéria…
- Toma, sei que não é muito, mas acho que é suficiente para fazer os exames
principais!
Diz Gleici…
- Por que a senhorita está fazendo isso por mim?!
- A pergunta a se fazer Valéria é: por que eu não faria isso?! Tome, aceite!
Faça os exames amanhã mesmo, e não diga nada para ninguém! Você sabe
que nessa casa, todos me odeiam, e eu não sei porque!
- Calma senhorita, vou dar um jeito de te libertar, o senhor Lucas é mais
calmo e sensato, tenho certeza que quando o senhor Santiago virar as costas,
ele vai te libertar, e poderá voltar pra sua casa!
- Eu não tenho casa Valéria, não tenho família, mal conheço o meu pai! Eu
não sou de lugar nenhum!
Santiago volta, e logo repreende Gleici e Valéria…
- Que tanto cochicho é esse?! Posso saber?! Já acabou, vamos voltar para o
seu quarto!
Gleici deu um beijinho na testa de Bruninha, e logo depois Santiago pegou
ela pelo braço, e subiram as escadas, estavam indo rumo ao quarto de
hóspedes…
Chegando lá…
Santiago: - Não pense que você me engana com essa coisa de enfermeira
boazinha!
Gleici: Eu não preciso te enganar! Você pra mim, não existe!
Santiago se sentiu incomodado com o que Gleici havia falado, feriu o ego
dele, dizendo que ele não existia, foi quando a enfermeira começou a olhar
para a janela, via a vista, e como aquela fazenda era bonita…
Santiago se sentou, e disse:
- Vamos ver, o que o seu pai vai fazer pra te ter de volta!
Vamos ver quanto a bastarda dele vale!
Ria Santiago…
- Você tenta me diminuir me chamando de bastarda, mas saiba que é em vão,
eu não me importo! Não ligo pra opinião de quem não significa
absolutamente nada pra mim!
- Você é ardilosa, mansa e perigosa! Eu sei lidar com o perigo, não caio
nesse seu jogo de boazinha! Comigo esse personagem não cola!
- Quem disse que eu estou tentando te provar alguma coisa?! Estou na casa
de um louco, já aceitei isso! Um louco não, um assassino, matou meu tio, ele
era um homem tão bom!
- Como você sabia que Emílio Castilho era um homem bom, você nem o
conhecia?!
- Ele parecia ser um homem bom! Disse Gleici!
- Parecer é bem diferente de ser! E já que é tão esperta, deveria saber disso!
- Acho melhor essa conversa acabar, não estou com vontade de escutar a sua
voz! Diz Gleici!
- Você não quer ouvir as verdades sobre a sua família, tem medo de
descobrir os podres, e não poder conviver com eles!
Como pensa que eu me tornei isso, tive que aprender a conviver com as
piores coisas que a vida pode proporcionar para um homem!
- Não quero ouvir os seus dramas, sou enfermeira, não psicóloga!
- Veja só, é muita audácia uma Castilho me afrontar assim dentro da minha
Fazenda!
- Audácia não, coragem! Uma característica que você disse que faltava na
minha família!
- Você é rápida, isso eu não posso negar! Mas saiba, você só vai embora
daqui, quando eu permitir!
- Eu vou fugir, e eu garanto que você nunca mais vai me ver!
- Tenta fugir daqui! Eu quero ver! Meus homens jamais permitirão, minha
Fazenda é uma verdadeira fortaleza, nada sai e nada entra sem a minha
permissão!
- Você não manda em mim, não manda nos seus funcionários, você não
manda nem na sua vida!
Santiago se irrita e encosta no rosto de Gleici:
- Você é filha do homem que eu mais odeio na vida, o que faz você pensar
que eu não possa fazer alguma coisa com você?!
- Faça, se quer fazer faça! Não me responsabilizo pelos seus atos, mas tudo
que vai volta, a que se faz… a que se paga!
- Não faça de virgem puritana que eu não acredito!
- Até porque eu não sou virgem, e não estou esperando um príncipe em um
cavalo branco! A afinal de contas, você está bem longe de ser um príncipe,
está mais para um mostro, um demônio! Você não tem alma!
- Que bom que sou tudo isso que você acabou de dizer, e saiba que você é a
última mulher na face dessa terra, pra quem eu colocaria os olhos!
Gleici toma uma atitude inesperada, abaixa as mãos agressivas de Santiago,
e lhe dá um beijo, o primeiro contato dos lábios, causa estranheza, mas
depois o fazendeiro se entrega, lentamente, fatalmente…
Era inevitável…
Um beijo bem lento, com todos os recantos dos lábios, com toda a doçura da
mistura das salivas, quente e lento, selvagem e calmo, ao mesmo tempo,
sereno e arrebatador…
Gleici toca nas costas de Santiago, sem nenhum movimento brusco, e ele a
envolve em seus braços…
As línguas trabalham como em uma dança, extremamente sintonizada…
Segundo após segundo, movimento após movimento…
Até que é interrompido, Santiago volta ao normal, depois do pequeno
‘surto’…
- Por quê você fez isso?!
Pergunta o fazendeiro…
- Não sei! Porque eu quis, sei lá! Eu nem gostei!
- Muito menos eu, eu odiei! Rebate Santiago!
- Não me admira, você só sabe usar essa palavra, ódio! Talvez lhe falte
amor, mas não sou eu que vou te dar esse sentimento tão nobre, você não
merece!
- Nunca mais faça isso, nunca toquei em uma Castilho!
- Nunca até agora né?! Porque a parti desse momento, não pode mais dizer
isso! E se me der muita vontade, vou dizer pra todo mundo, que nós nos
beijamos bem aqui, debaixo do seu teto!
Provoca Gleici!
Santiago cai no jogo de Gleici:
- Você não seria louca de fazer uma coisa dessas?!
- Me provoque pra você ver!
- Eu tenho uma reputação a zelar!
- A sim, a reputação do seu ódio, pode deixar, acho que vou esconder essa
vergonha que foi te beijar!
- Vergonha?! Quem tem vergonha aqui sou eu!
Diz Santiago, que já está profundamente irritado!
- Vem aqui meu amor, vem! Vem que eu te dou mais um beijinho pra te
acalmar!
Provoca Gleici mais ainda, deixando Santiago louco de raiva, ele acaba
saindo do quarto…
Ele tranca a porta, e do lado de fora pensa:
- Por quê eu fiz isso meu deus?! Eu odeio essa mulher!
Em seu cativeiro, na Fazenda Andrade, Gleici Castilho também pensa:
- Por quê eu beijei esse “tronco”, ele não tem nada a ver comigo, devo estar
ficando maluca!
Foi um beijo, bem mais que um simples beijo…
Capítulo três – The Love
(A ligação – A tentativa de fuga – O refúgio)

No dia seguinte, mais uma manhã começava na Fazenda Andrade…


Valéria voltava com a sobrinha da cidade, tinha feito os exames na menina,
com o dinheiro que Gleici deu escondido…
Quando estava seguindo o café da manhã, Diego deixou a empregada um
tanto quanto incomodada com suas perguntas impertinentes:
- Com que dinheiro você foi no médico Valéria, se o pagamento aqui na
fazenda, é feito todo o início de mês!
Lucas imediatamente interrompeu Diego:
- Não faça esse tipo de pergunta Diego, temos total confiança em Valéria!
- Eu sei, mas tem tanta prataria dando sopa, sabe como é, não é mesmo, a
tentação?!
Continuou Diego:
- O que o senhor está insinuando?!
Perguntou Valéria, já irritada com as acusações…
- Nada Valéria, mas a verdade é que você não tinha dinheiro!
Continuou Diego, ao que Valéria decide contar a verdade para os três
irmãos:
- Eu realmente não tinha dinheiro…
Santiago pergunta para a empregada:
- Então como você conseguiu esse dinheiro?
- A senhorita Gleici, me deu! Ela viu que a Bruninha estava precisando fazer
exames com uma certa urgência, não poderia esperar até o início do mês! Foi
aí que ela me deu o dinheiro, ela foi super generosa!
Santiago se levanta da mesa, visivelmente irritado, não gostou nada de ouvir
aquilo de Valéria, odiava a ideia de estar recebendo migalhas, ainda mais de
uma Castilho…
Ele foi até o quarto de hóspedes, onde Gleici ainda estava dormindo, fato
que não fez Santiago medir as palavras para acordá-la, ela se assustou:
- O que pensa que está fazendo?! Aqui nessa fazenda ninguém precisa da sua
esmola!
- Meu Deus, do que você está falando?!
- Valéria já disse que você deu dinheiro pra ela!
- E, pra que esse escândalo todo?!
- Você quis humilhar essa casa, com essa sua esmola!
- Já me dei conta de uma coisa, você não aprendeu a receber nada na sua
vida, não é mesmo?! É tão orgulhoso, que é incapaz de ver nobreza em um
gesto de doação! Quando ganhamos algo, agradecemos, e só! Não precisa
ficar chateado, e eu nem dei nada pra você, então qual é o grande
problema?!!
- Sabe de uma coisa, eu vou trabalhar que eu ganho mais!
- Isso vai trabalhar, mas e eu?! Quando vou sair daqui?!
- Quando eu quiser que você vá, você vai!
Santiago sai do quarto com o sangue fervendo, Gleici tinha essa capacidade,
de deixar o fazendeiro, completamente fora de si…

Quando estava descendo as escadas, Valéria o espera, com o telefone na


mão, nitidamente assustada, Santiago pergunta para a empregada:
- Que cara é essa Valéria?! Quem é?!
- O homem!
Lucas e Diego se entreolham, era ele…
- O demônio está me ligando, acho que já sei qual é o assunto.
Diz Santiago…
O fazendeiro pega o telefone, e é o primeiro a falar:
- Cláudio, antes de tudo quero lhe oferecer meus sinceros pêsames, pela
lamentável morte de seu irmão!
- Seu desgraçado, você o matou na minha frente, não pensou duas vezes! Irá
pagar caro por essa morte, custará sua vida! Nem que a última coisa que eu
faça, seja te ver morto, eu farei isso se concretizar!
- Mas uma ameaça Cláudio, estou aqui esperando você cumprir as primeiras!
Ainda estou respirando em cima da terra, sinto lhe informar, mas seu plano
deu errado! Posso te ajudar em mais alguma coisa?!
- Quero a minha filha de volta, o que você fez com ela?!
- Qual filha?! Aquela que você deixaria morrer no lugar do seu irmão!
- Não achei que você teria coragem de atirar em Emílio, mas você o fez, mas
a minha filha, eu quero de volta!
- A bastardinha está aqui, ainda estou em dúvida, se a mando viva ou em um
caixão!
- Se você matar a minha filha, juro que me vingarei, matarei toda a sua
família!
- Aqui estamos, os três esperando, com o peito aberto! Venha!
- Devolva a minha filha, e não teremos mais problemas!
- Faça o seguinte Cláudio Castilho, se preocupe agora com o enterro de seu
irmão, Emílio deve estar frio e duro dentro de um caixão, já mandei ele pro
outro lado, o próximo é você, quem sabe sua filha não seja a próxima…
Santiago desligou o telefone, deixando Cláudio com as palavras na boca…
Diego e Lucas ficam sem reação, porém o mais sensato dos irmãos tenta
convencer o fazendeiro:
- Santiago, deixa essa moça voltar para o pai dela, não vamos arranjar mais
problemas!
- Não, quando eu quiser, eu deixo ela ir, por enquanto ela fica, vocês
entenderam! Vou trabalhar, e ai de quem ousar libertá-la sem o meu
consentimento…
- Ela não é sua prisioneira! Alerta Lucas…
- Lucas, me deixe em paz, os meus problemas, eu mesmo resolvo!
Diego intervem…
- E como vai resolver a morte de Emílio Castilho! Você matou o velho na
frente de Cláudio, e de mais cinco capangas nossos, sua prisioneira também
viu tudo, em um tribunal, ela pode depor contra você! Já tem uma morte nas
costas, irmão… pense melhor, deixe ela ir, é um problema a menos, antes
que a polícia bata aqui, e as coisas piorem!
- Ela não sai daqui, fui claro, ela não sai daqui!
Lucas – Que fixação!
Santiago se aproxima de Lucas e diz:
- Não é fixação irmão, é ódio, é vingança! Antônia, sabe Deus onde ela
esteja agora, ficará muito orgulhosa de nós! A família Castilho acabou com
as nossas vidas, nada mais junto do que eu atormentar a vida deles, não
acha?!
Santiago coloca seu chapéu, sai da casa grande, monta em seu cavalo, e sai
para mais um dia de trabalho no campo…
Depois da saída do irmão mais velho, Lucas pega as chaves, e vai até o
quarto de Gleici, Diego alerta o irmão:
- Quando o Santiago chegar, ele vai colocar essa casa abaixo!
- Eu sei disso, mas o que posso fazer?! Isso é loucura, estou evitando um
mal! Ele irá me entender!
Lucas abre a porta do quarto, e vê Gleici, ele diz:
- Vamos rápido, eu vou te ajudar a fugir daqui!
- Jura?!
- Sim, meu irmão está completamente louco!
- Com toda a certeza!
- Vamos…
Lucas tira Gleici escondida da casa grande, a coloca dentro do carro, e a
leva até os limites das Terras Andrade, em seguida, a deixa e dá instruções
para a enfermeira:
- Siga direito, depois da segundo cercado mais a frente, chegará nas terras
de seu pai, boa sorte!
- Obrigada, eu nem sei o seu nome?
- Lucas, Lucas Andrade!
- O meu é Gleici!
- Eu sei moça, vá correndo, antes que o meu irmão se dê conta da sua
ausência!
- Sim, eu vou o mais rápido que eu puder!
Depois disso, Lucas deixou Gleici ali, no meio daquela vastidão de terras…
Depois de andar algumas horas, ela se perdeu, e tomou a direção errada…
Já estava caindo a tarde, quando uma tropa de cavalos, movimentavam uma
estrada ali perto, sem saber, Gleici foi parar nas Terras da Família Torres,
que não era muito amiga da Família Castilho…
Seis homens montados se aproximaram dela, e obviamente ela pediu ajuda:
- Olá, eu preciso chegar na Fazenda Castilho!
Ao que um homem responde:
- E por quê?! Trabalha lá?!
- Meu pai está me esperando!
- E quem é o seu pai moça?!
- Cláudio Castilho!
Os homens se entreolham, pegam Gleici e colocam na garupa, levando-a até
a casa principal da Família Torres…
Chegando lá…
Todos os quatro irmão estavam na sala, quando o capataz Castro, se
apresenta e diz que trouxe uma surpresa para eles:
Castro – Trouxe uma visita, que acredito, irá fazer todos se alegrarem!
Zé Paulo – Quem você trouxe aí Castro?!
Castro puxa Gleici e diz:
Castro – Veja quem é?! A falada filha bastarda do coronel Castilho, achei
ela perdida vagando pelas nossas terras!
Zé Paulo – Ora, Ora, Ora… Se não é a famosa bastarda da casa Castilho!
Soube que Santiago havia a sequestrado, mas parece que ela deu um jeito de
escapar…
Todos que estão na sala gargalham nesse momento…
Zé Neto – Ela pode ser uma excelente moeda de troca, já que estão todos
atrás dela!
Zé Paulo – Exatamente, quem aparecer primeiro, e pagar mais, leva pra
casa! Estamos mesmo fazer caixa, acho que essa garota caiu do céu!
Zé Neto – Talvez vamos arranjar mais problemas, isso sim! Não sei quem é
mais insano, Cláudio Castilho ou Santiago Andrade!
Zé Carlos – Não precisa ter medo, aqui o que manda é o dinheiro, vamos
esperar a oferta certa!
Zé Cruz – Estamos brincando com o fogo, mas com toda a segurança do
mundo!
Zé Paulo – Leva ela lá pra dentro, vamos ver quanto conseguimos com ela!
Castro leva Gleici para um quarto, e a tranca, desolada, por cair em outro
cativeiro, Gleici começa a chorar…
Depois de mais algumas horas, Zé Paulo sobe, e vai falar com a enfermeira:
Zé Paulo – Você é bonita?! Quando eu vejo uma mulher como você, eu
penso: Quantos homens será que ela já teve na vida?! É uma questão de
macho, sabe?!
Gleici – Eu não vou te responder isso, seu porco!
Zé Paulo – Deixa eu esclarecer uma coisinha com você, eu não sou como os
Andrade, principalmente como o Santiago, que não encosta em mulher! Eu
desço a mão, se tiver que descer, você está me entendendo?!
Gleici – Porco! Asqueroso! Eu não tenho medo de macho escroto!
Zé Paulo dá um tapa forte no rosto de Gleici, e começa a sangrar na hora!
Ela levanta a cabeça, e também dá um tapa bem no meio da cara dele…
Zé Paulo não esperava aquele tapa de volta:
Zé Paulo – Eu gosto assim, uma gata brava, selvagem, que me arranha
inteiro!
Gleici: Você é um doente, e aí de você se me encostar de novo!
Zé Paulo – O que vai acontecer?!
Quando Gleici iria responder, o capataz Castro chama Zé Paulo:
- Senhor Zé Paulo, tenho algumas pendências para resolver com o senhor!
Zé Paulo – Já vou Castro! Essa conversa não acabou, de noite eu volto, e
espero que você seja bem amável, se não quiser ter esse rostinho bonito todo
marcado de bofetadas!
Gleici – Você não vai encostar um dedo em mim, antes a morte!
Zé Paulo – Eu gosto assim, uma égua indomável!
Zé Paulo vai conversar com Castro…
Enquanto isso na Fazenda Andrade…
Santiago descobre que Lucas e Diego libertaram Gleici, obviamente o
fazendeiro fica possesso…
- Por que fizeram isso?! Por quê?!
Questiona Santiago, que não consegue disfarçar a frustração…
Diego tenta se defender da fúria do irmão:
- Não olhe pra mim, a culpa foi toda do Lucas, foi ele que abriu o quarto,
escondeu ela no carro, e levou ela embora!
- Agora você vai jogar a culpa toda pra cima de mim Diego?!
- O que posso fazer?! Foi sua ideia mesmo!
Santiago, no apogeu de sua raiva, vai até seu escritório, e derruba tudo o que
havia em cima da mesa, estava insano, colocando a Fazenda Andrade
abaixo…
- Santiago, você está completamente louco! Pondera Lucas…
- Eu disse pra você deixar ela no quarto, e qual é a primeira coisa que faz?!
Leva ela até aquele mostro!
Marcelo, capataz de confiança da Fazenda Andrade, chega com novidades:
- Patrão, a senhorita Gleici está na Fazenda Torres!
Todos se surpreendem:
- Na fazenda Torres?! Questiona Lucas…
- Sim, parece que ela se perdeu por aquelas bandas, e foi levada até a casa
dos Torres! Completa Marcelo…
- Vamos até lá, temos uma boa relação de negócio com os Torres, vamos
pedir que a devolvam!
Preparem alguns homens, vamos na Fazenda dos Torres!
- Sim Patrão!
Diego se preocupa com o irmão mais velho:
- Pra que isso Santiago, deixa isso pra lá! Esquece essa mulher!
- Não é por ela, mas eu ainda não me vinguei de Cláudio Castilho como eu
deveria!
Marcelo prepara os homens, e volta para a Casa Grande:
- Patrão, os homens estão todos prontos, só estamos aguardando suas ordens!
- Vamos para a Fazenda dos Torres!

Alguns minutos depois…


Na Fazenda Torres…
Santiago, Lucas e Diego, chegam acompanhados de seus homens…
Os Irmãos “Zés Torres”, já aguardavam a visita ilustre dos Andrade…
Na Sala da Fazenda Torres:

Zé Paulo – Se não é o meu velho amigo Santiago Andrade?!


Santiago – Como vai Zé Paulo, espero não estar chegando em um mau
momento?!
Zé Paulo – De forma alguma, já estávamos esperando sua visita, afinal de
contas, acho que encontramos uma mina de ouro, que todo mundo está
correndo atrás, não é mesmo?!
Santiago – Se está se referindo a bastarda do demônio Castilho, está correto!
Zé Paulo – Ela mesma! Eu e meus irmãos estamos com ela aqui, passando
uma tarde adorável!
Santiago – Sempre fomos famílias unidas pelos negócios, espero que agora
essa aliança sirva para chegarmos em um acordo que seja beneficente a
ambas as partes!
Zé Paulo – Com toda a certeza! Negociar faz parte, uma mão lava a outra, e
com as duas lavamos os pés!
Santiago – Diga o que quer, e solucionamos isso aqui e agora?!
Zé Paulo – Estava pensando em pedir 50 cavalos!
Santiago não pensa duas vezes…
Santiago – Aceito, temos um acordo?!
Diego interrompe a negociação, e alerta o irmão mais velho:
- Está louco Santiago, 50 cavalos?! Isso é dinheiro demais!
Santiago responde o irmão:
- Eu não te pedi permissão!
Lucas entra no meio dos dois irmãos, e fala para Diego:
- Deixa Diego, ele está completamente cego, deixa ele fazer as loucuras
dele!
Zé Neto se pronuncia:
- Temos um acordo, ou não?!
Santiago – Sim, já disse! Preparei os cavalos, e amanhã mesmo eles já
estarão disponíveis! Agora me deixe ver a bastarda!
Zé Paulo – Não tão fácil assim, meu caro amigo! O pai também está
desesperado pela filha, pagaria uma fortuna para revê-la! Sabe como as
coisas funcionam em Vila Madalena, você tem que guardam muito bem suas
coisas de valor, senão alguém vem, e as rouba de você!
Santiago – Onde quer chegar com isso Zé Paulo?!
Zé Paulo – Podemos aumentar esse valor!
Santiago – Creio que 50 cavalos já é uma fortuna considerável, não é
mesmo?!
Zé Paulo – Nem tanto, sabe que eu achei ela bem bonita, se não tivesse
compromissos, já tinha me divertido com ela lá em cima! Mas é uma gata
brava, veja o que fez no meu rosto!
Santiago se enfureceu ao topo com aquela insinuação de Zé Paulo, e não
entendeu porque estava reagindo daquele jeito, estava ansioso, despeitado,
enciumado e incontrolável:
Se conteve por um momento, por mais que seus olhos não conseguissem
esconder todo o ódio que sentiu naquele momento:
Santiago: Quantos cavalos a mais você quer?!
Zé Paulo: - Creio que 80 cavalos é o justo, assim fingiremos que nada
aconteceu aqui, continuaremos os nossos negócios, e mais uma coisa, se
Cláudio Castilho vier até aqui em busca de sua bastarda, diremos que não
sabemos de absolutamente nada!
Santiago: 80 cavalos! Feito!
Diego e Lucas – O quê?! Isso é muito dinheiro! Você está louco?!
Santiago – Nunca estive tão certo de uma coisa! Pode mandar trazê-la e os
80 cavalos serão seus!
Zé Paulo – Como um bom fazendeiro, eu não posso perder um bom negócio,
não é mesmo?! Castro, traga a senhorita Castilho aqui pra baixo, antes que
Diego e Lucas tenham uma síncope! Essa coisa de vingança, é realmente
forte, não é mesmo?! Espero que a senhorita Gleici acredite em vida após a
morte, pois você irá a enviar para os quintos dos infernos, não é mesmo
Santiago?! Assim como fez com Emílio Castilho, o velho está vestindo
paletó de madeira!
Castro traz Gleici, que está com o rosto machucado, depois do tapa que Zé
Paulo deu nela!
Ao ver Gleici, o semblante pesado de Santiago muda, porém por pouco
tempo, já que logo percebe que está machucada…
O CEO fazendeiro pergunta:
- Quem bateu nela?!
Zé Paulo – Tive que dar uma pequena lição na filha do velho Castilho! Sabe
como é, né?!
Santiago – Sua mãe não lhe ensinou que não se bate em uma mulher?!
Zé Paulo – Por favor Santiago, não seja moralista e tacanha, todos sabemos
o que acontece! Corre o boato que você deixou essa bela moça em um
galpão cheio de bêbados, para que violentassem ela!
Santiago – Isso foi para assustá-la, jamais permitiria isso na minha Fazenda!
Honro a memória de minha irmã! O que vou fazer relativo a minha vingança,
não passa por me aproveitar de uma mulher, isso eu não faço, tenho caráter, e
muito! Sei quando uma mulher me quer! Respeito as mulheres, não bato
nelas, e nem as obrigo a fazer algo que elas não queiram!
Marcelo leve ela até o carro, já estamos indo embora, acho que já está tarde,
e todos querem descansar, passar bem!
Zé Paulo – Quando você entrou por aquela porta, aceitaria 20 cavalos pela
bastardinha, ela não vale tanto!
Santiago – Que pena pra você, daria 100 cavalos fácil! E se dizem os Torres
grandes negociantes…
Os Andrade vão embora da Fazenda dos Torres…

Chegando na Fazenda Andrade…


Todos entram, e Santiago leva em seus braços, Gleici até o quarto de
hóspedes…
Ela chora, ele seca suas lágrimas, e diz:
- Preciso me vingar de seu pai no que mais doí nele, e o ponto fraco dele,
são as filhas, e você tem o sangue dele, você deve pagar pelo seu pai!
- E que culpa eu tenho?!
- As vezes carregamos a chaga de nossos antepassados! Você tem que pagar
pelo erro do seu pai!
- Pior é pagar por algo que você nem sabe o preço!
- Não tem dinheiro nesse mundo, que valha a vida da minha irmã! Teria dado
tudo, ficado pobre, para vê-la novamente!
- Eu vou fugir de novo!
- Eu não vou deixar!
- Eu sou livre, ninguém vai conseguir me prender por muito tempo!
- Esse é o seu refúgio, sua prisão, você sempre vai acabar voltando pra esse
lugar, sempre!
Santiago sai do quarto, e o tranca, Gleici vai até o banheiro e toma banho…
Já deitado em sua cama, o CEO não consegue dormir, parece que em sua
cama tem pregos…
Tentado por um desejo da pele, quer ir até o quarto de Gleici, mas luta
contra isso com todas as suas forças, era um desejo incontrolável, o corpo
pulsava, parecia procurar por ela, pela sua boca, pelo seu cheiro, pelo seu
corpo, pelas suas curvas, pelas suas formas…
Ele pegou as chaves, e foi até o quarto de Gleici…

Passo a passo ele chegava, vagando, lentamente…


Destravou a porta…
Entrou…
Ela estava dormindo…
Ele a observou…
Com cuidado…
Tocou com os dedos…
Nos seus lindos lábios carnudos…
A boca dela era linda…
Tão desejável…
Tão beijável…
Tão doce…
Ela despertou…
Olhou para ele…
E sorriu…
Com os olhos…
E com os lábios….
Gleici tirou a blusa…
E revelou seus seios…
Depois foi a vez de tirar a calça…
Por último a calcinha…
Estava nua…
Ficou de pé na frente de Santiago…
E o abraçou…
Ele tirou a blusa…
Já estava completamente envolvido por ela…
Tentou resistir…
Tentou não desejá-la…
Já era tarde…
Melhor seria se não fosse até o quarto dela…
Ela o recostou na cama…
E deitou em cima dele, nua…
o beijou…
Ele correspondeu…
Estava quase cedendo…
Tirou a blusa…
Santiago também ficou nu…
Os corpos se entrelaçaram e se corresponderam…
A partir daí…
O desejo foi a única coisa que havia naquele quarto…
Dois estranhos…
Duas almas…
Diferentes…
Se amando…
Cada qual a sua maneira…
Era muito romântico…
Os dois era muito cuidadosos…
Muito carinhosos em seus toque…
Mordidas na boca…
Mordidas no corpo…
Força na medida certa…
Enquanto Santiago a penetrava…
Olhava firmemente nos olhos dela…
E se beijavam, na mesma intensidade…
O prazer era extremo…
Santiago fez sexo oral em Gleici…
Que gritava de prazer, e segurava com força os lençóis…
A língua dele, fazia um movimento tsunami no clitóris dela, vários orgasmos
seguidos…
Ela nunca tinha transado daquele jeito…
Ele nunca havia sentido aquilo com nenhuma mulher…
Era pura tensão, era pura conexão…
E o momento foi pouco a pouco acabando…
E finalizado com um beijo…
E depois com um selinho…

Porém, o que acontece depois do prazer?

Ainda tímidos…
Gleici colocou sua roupa…
A mesma coisa fez Santiago…

Se deitaram lado a lado…


E quando Santiago estava se preparando para se levantar…
Gleici começou a acariciar os cabelos dele…
Era tão bom…
Que resolveu ficar por mais alguns minutos…
Mais alguns segundos e pronto…
tudo acabaria…
Segundos, viraram minutos…
Minutos viraram horas…
E mais horas…
Dormiram…
Um do lado do outro…
Na nossa cultura…
Chamamos essa de amor…
O dia veio chegando…
Santiago acordou, e se deu conta do que fez…
Se arrependeu, sentiu que havia traído a memória de sua irmã, por causa de
uma mulher…
E essa mulher, era a filha de seu maior inimigo…
Levantou-se da cama, lentamente…
Não quis acordar Gleici…
Naquele ponto, ele achava que poderia reverter tudo aquilo…
Poderia ficar sem ela…
O ódio era maior…
Colocou na cabeça, que teria que afastá-la…
Ela perto era um perigo…
Gleici tinha uma luz, que fazia com que Santiago se esquecesse de sua
vingança mortal…
Ele não poderia suportar isso…
Depois de muitos anos, Santiago e vingança se tornaram uma coisa só.
Era impossível separar uma coisa da outra…
Disse para si mesmo, que aquilo havia sido uma desejo entre homem e
mulher…
Que se afastasse, iria se livrar de uma vez por todas…
Achou que era momentâneo…
Nunca acreditou nessa coisa chamada amor…
Foi até o escritório, e chegou a uma conclusão, iria deixá-la ir..
No café da manhã, junto com seus irmãos:
Diego:
- Agora entendi tudo, você queria ficar com a filha do coronel pra você não
é mesmo Santiago?! Era isso que você queria!
Santiago:
- Por quê você não se mete na sua vida Diego! Não preciso das suas
opiniões para tocar a minha vida!
Lucas segue em silêncio…
Diego:
- O que pensa fazer agora?! Vai pedi-la em casamento?! Vai ter um filho com
ela?! Uma Castilho vai morar dentro dessa casa?!
Lucas se pronuncia:
- Diego, você não sabe reconhecer um homem apaixonado?!
Santiago responde a provocação de Lucas:
- Quem disse que eu estou apaixonado?!
Lucas – Não sei, dizia tanto que odiava, que se vingou dormindo com ela?!
Me engana que eu gosto!
Santiago sentia que devia uma explicação para seus irmãos, enquanto o café
da manhã continuava, Gleici acordou, e percebeu que a porta estava
destrancada, foi quando seguia para o andar de baixo, mas atrás de uma
parede, conseguia ouvir a conversa matinal dos irmãos Andrade:
Santiago dizia em alto e bom som:
- Sou homem, me deixei levar pelo impulso! Fiz sexo com ela, mas isso não
significa nada! Tanto que me arrependi profundamente! Jamais voltaria a
fazer isso novamente! Foi um erro, um erro! E quanto a estar apaixonado,
jamais me apaixonaria por uma Castilho, jamais, isso é bobagem! Nunca me
apaixonei por mulher alguma, muito menos por ela! Pra dizer a verdade não
tinha nada de mais ali!
Foi só tesão, só sexo! Continuo honrando a memória da minha irmã…
Gleici ouviu tudo isso e se sentiu muito triste, as lágrimas foram inevitáveis,
se sentiu usada, um dos piores sentimentos que uma mulher poderia
experimentar…
Voltou para o quarto…
Santiago voltou para o trabalho e deu uma ordem para Marcelo, ele deveria
levar Gleici até a Fazenda Castilho imediatamente, ela estava livre…
Mas seu coração estava naquela casa, junto com Santiago…
Ele prendeu seu coração, junto ao dela…
Marcelo chegou ao quarto de Gleici e disse:
- A senhorita está livre! O patrão mandou te dizer que agora você pode ir
embora!
- Você vai me levar Marcelo?!
- Sim senhora, o patrão me pediu para levá-la até a casa de seu pai, para não
se perder mais!
- Obrigada Marcelo, irá me fazer companhia, não é mesmo?!
- Sim senhora! Deseja deixa algum recado para o patrão?!
- Não, acho que tudo já está resolvido, acho que tudo está dito! Fui usada…
Cochichou ela…
- O que a senhorita disse?!
- Nada Marcelo, disse que estou com pressa para ir para minha casa, minha
nova casa, espero reconstruir minha vida, como fiz todas as outras vezes!
- Em Vila Madalena, as coisas são diferente?! Não é mesmo senhorita?!
- Parece que sim Marcelo?! Mas é bola pra frente! E tentar esquecer o que
aconteceu nessa fazenda! Eu não quero voltar nunca mais nesse lugar! Nunca
mais!

Marcelo abriu a porta do carro, e Gleici entrou…


Ele iria levá-la para a Fazenda Castilho, onde a enfermeira iria reencontrar
seu pai e suas irmãs…
Gleici nunca mais queria voltar naquela fazenda, nunca mais…
Jurou para si mesma, que jamais voltaria a ver Santiago novamente…
Ela o desprezava, depois de ouvir tudo aquilo que ele havia dito…

O ódio ou o amor, qual é o mais forte?!

Parece que dessa vez o ódio venceu o amor…

Capítulo 4 – The Fire


(A nova Fazenda – as irmãs – O porão – O enterro)

Um enorme portão circunda a Fazenda Castilho…


Marcelo só poderia levá-la até ali, não mais, era o limite que um emprego
dos Andrade poderia se aproximar de uma propriedade Castilho…
A Fazenda não era novidade para Gleici, ela se lembrava de algumas visitas
que fez durante sua infância, ainda como a filha bastarda do patrão…
Ela desceu do carro, estava destruída por dentro, já nutria um sentimento por
Santiago, mas naquele momento ela pensava que não era correspondido.
As portas se abriram, e ela entrou, seu pai Cláudio estava a esperando do
lado de fora, e ao lado dele, suas irmãos, Paola e Sara.
Cláudio Castilho correu para abraçar Gleici, demostrava estar desesperado:
- Te fizeram alguma coisa?! Tocaram em você?!
Gleici achou melhor ocultar alguns acontecimentos, não queria que a rixa
entre os Castilho e os Andrade se acirrasse ainda mais…
- Não, me mantiveram em um quarto, e não me fizeram nenhum mal.
- Graças a Deus aqueles homens não te encostaram, eles são os próprios
demônios dessa cidade! Você não sabe o que essa família já fez em Vila
Madalena.
- Eu não quero falar sobre isso agora! Pondera Gleici.
- Tudo bem, não vamos falar sobre isso, mas venha falar com as suas irmãs,
elas estavam com saudade de você! Diz Cláudio.
Mas parece que Paola e Sara não estavam assim tão receptivas com a meia-
irmã…
Cláudio pede para que Sara dê uma abraço em Gleici, e a coisa é um pouco
forçada…
Depois é a vez de Paola, que também dá uma abraço frio em Gleici.
Depois eles entram, Cláudio apresenta a nova casa para Gleici, mostra
todos os cômodos, a deixa a vontade, apenas faz uma ressalva…
Chegando no fundo da casa, há um porão, tem que desce alguns degraus para
chegar lá embaixo…
- Gleici, eu quero que você fique a vontade nessa casa, mas por favor, não
chegue perto do porão, é o meu recanto sagrado, não gosto que ninguém
chegue perto de lá, só isso que te peço…
- O que há de tão especial nesse porão?
Pergunta Gleici para o coronel…
- Não há nada de especial, mas tenho minhas manias, minha privacidade. Só
peço que entenda essa me pedido…
- Tudo bem, não chegarei perto desse porão! Ficarei bem afastada…
Gleici percebe, que depois de algum tempo, todos estão vestido de preto, em
sinal de luto, por causa da morte de Emílio Castilho, hoje era o enterro do
irmão do coronel…
Gleici fica perplexa, já que se apaixonou pelo homem que matou seu tio,
bem na sua frente, era para nutri algum tipo de sentimento negativo por
Santiago, mas não consegue…
Sara e Paola demostram ser bem hostis com a irmã, que de alguma maneira
tenta se encaixar, naquela situação absurda…

O enterro…
As lojas de Vila Madalena estavam fechadas, em sinal de respeito pela
morte de Emílio, seu caixão passava pelo meio da multidão, e todos estavam
a caminho do enterro, muitas pessoas presentes, e o único sentimento que
circundava aquele lugar, era o medo…
Mais sangue seria derramado, para sanar as primeiras gotas que caíram
naquele solo tenebroso…
O caixão desceu a sepultura, Gleici jogou uma rosa branca, uma despedida
simbólica, já que viu os últimos momentos daquele homem, que parecia ser
bom, já que uma multidão estava presente em sua ida para o outro plano…
O padre falava suas últimas palavras, Cláudio não derrubou uma lágrima
sequer, sua masculinidade doentia, não permitia demostrar nenhum tipo de
sentimento.
- Quem dentre vós não cometeu nenhum pecado, que atire a primeira pedra -
Disse o padre, que finalizou dizendo:
- Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal
algum...-
Era Emílio Castilho um homem digno, um homem bom?
O tempo faria questão de contar essa história…
Não adianta esconder a verdade, uma hora ela fica evidente…
Havia chegado ao fim, Cláudio e suas três filhas haviam voltado para casa…
Gleici já tinha seu quarto preparado, o que não esperava era a visita de uma
de suas irmãs, Sara precisava demarcar território, era uma mulher cheia de
ressentimentos, e coisa mal resolvidas dentro de si:
- Está bem acomodada em seu novo quarto Gleici?!
Perguntou Sara…
Mas Gleici estava pensando em Santiago, por isso não iria se deixar levar
pelas mágoas de sua meia-irmã, ela estava demasiado distraída…
- Sim, estou bem acomodada, obrigada Sara pela preocupação.
Disse a enfermeira…
- Não é preocupação, eu não ligo pra você Gleici, só estou usando a minha
educação! Acho que isso deve ser tolerável nesse momento, já que estamos
todos passando por um momento muito difícil.
Disse Sara…
- Então está admitindo que está na verdade sendo falsa, já que finge um
sentimento em nome de uma convenção social?!
- Sempre soube que você não iria se limitar ao seu papel dentro dessa casa,
de uma bastarda, nem somos irmãs!
- Sim somos, para o seu azar somos irmãs, mesmo você não querendo Sara!
Isso é um fato que você jamais vai conseguir apagar da sua vida, mesmo que
eu morra, vou continuar sendo sua irmã!
- Triste foi o dia que meu pai traiu a minha mãe, você é o resultado dessa
traição!
- Nem sempre somos concebidos com amor, mas aqui estou eu, viva na sua
frente! A prova dessa traição, a mácula que vocês sempre tentaram apagar da
história dessa ilustre família!
- Além de tudo, não mede as palavras!
- Não sou de disfarçar as palavras, não fui eu que vim com ressentimentos,
não fui eu que estou atormentando outra pessoa assim!
- Eu não vim até aqui te atormentar! Vim até aqui para você saber o que
todos nessa fazenda pensam de você, você não é bem-vinda e sabe disso!
- Sei lidar com rejeições, fui chutada minha vida inteira, e aqui estou eu,
“vivinha da Silva”, não quero que sejamos inimigas, essa não é minha
intenção! Mas não pense que eu ficarei procurando por você, ou me
subjugando a você, não sou esse tipo de pessoa, não trato como prioridade,
quem pensa em mim de uma maneira tão desprezível, esse não é o objetivo
da minha vida!
- Não gostamos de você, minha falecida mãe te odiava, não podia ouvir o
seu nome ser pronunciado, que desgosto teria de vê-la nessa casa,
caminhando com toda essa empáfia!
- Sara, sabe qual é o problema da sua vida, você ouviu de mais aquela sua
mãe amargurada, acabou se tornando uma versão mais jovem dela, não ama
ninguém, é maledicente, trata os outros, como se o mundo se baseasse entre
os superiores e os inferiores, pensa que eu não percebi como você olha para
os outros, pensa que eu não percebi como você destila desprezo por esse seu
olha arrogante?!
- Não fale mal da minha mãe, o nome dela não merece estar na sua boca!
- Sara, vou te falar uma coisa, e espero que você leve isso pra vida: olha pra
você, está morta, pensa que nada mais tem brilho, tudo é cinza. Sara, a vida é
uma coisa maravilhosa, pra quem saber enxergá-la! Ressuscite Sara, saia
desse poço de amargura que você se colocou, há vida lá fora, há vida aqui
dentro, se permita, e o mundo se abrirá pra você, não feche mais as janelas,
deixa o sol entrar, o sol da vida!
Sara parede não gostar muito do que Gleici falou para ela, foi embora,
batendo a porta, estava irritadíssima.
Depois de algum tempo, foi a vez de Paola vir falar com Gleici, Paola não
era igual Sara, estava um pouco chateada, mas na verdade era bem
animada…
- O que você falou pra Sara?! Ela faltou quebrar a porta?!
Iniciou a conversa Paola.
- Nem sei, não sei se eu falei coisas certas, talvez ela esteja um pouco
sensível com os últimos acontecimentos, só queria ter a certeza que ela fique
bem.
- Posso te fazer uma pergunta?! Estou muito curiosa!
- Faça!
- O que você fez tanto tempo na casa dos Andrade?!
- Nada… fiquei trancada a maioria do tempo!
- Fala a verdade Gleici! Como é a casa deles, sempre tive curiosidade para
saber, nunca entrei lá!
- E nem deveria pensar em entrar! Eles odeiam o coronel, odeiam, e por
consequência detestam tudo que é relacionado a eles, não viu o que
aconteceu ao tio Emílio?! Me surpreende que você ainda faça essa pergunta!
- Sim foi uma fatalidade! Mas não posso negar que tenho curiosidade para
descobrir sobre essas coisas, sabe?! Parece que o proibido é mais atraente!
- Paola, não procure sarna para se coçar, é melhor se manter bem afastada
daquele lugar! Os Andrade, só querem nos fazer mal!
- Por quê diz isso Gleici?! Aconteceu alguma coisa que você não quer nos
contar?!
- Não nada, o que aconteceu naquela fazenda, morreu lá!
Paola olha desconfiada, parece que a irmã está escondendo alguma coisa,
mas ela não insiste…
Paola vai embora, e sozinha em seu quarto, ela reflete:
- Eu preciso esquecer isso, meu deus! Está me fazendo mal…
Mas a noite, era mais difícil, ainda mais difícil…
Enquanto olhava pela janela na Fazenda Castilho…
Santiago olhava para a lua em seu quarto, na Fazenda Andrade, porém
Marcelo chega para contar as novidades para o seu patrão…
Marcelo – Patrão, tudo foi feito como o senhor mandou!
Santiago – E ela… ela deixou algum recado, falou alguma coisa?!
Marcelo – Não, não deixou nenhum recado.
Santiago – Ela parecia estar triste com a partida, você percebeu alguma
coisa?! Alguma expressão?
Marcelo – Não senhor, ela estava normal! Acho que estava satisfeita pelo
fato de ir embora!
Santiago – Era isso que ela transparecia?! Estar feliz!
Marcelo – Acho que sim, inclusive disse que nunca mais colocaria os pés
nessa fazenda!
Santiago – Ela disse isso! Que bom… que bom… não quero uma Castilho
pisando no solo dessa fazenda, imagina a vergonha, que bom que ela disse
isso, até porque eu nunca iria concordar com um absurdo desse!
Disse Santiago, visivelmente chateado, e também decepcionado!
Santiago – Pode ir Marcelo, e muito obrigado!
Marcelo – Que isso patrão, é minha obrigação!
Marcelo deixa o quarto, e Santiago vai se deitar, e é difícil, do outro lado
Gleici faz a mesma coisa, mas pensa no CEO fazendeiro, que parece ter
virado sua cabeça…
E no Silêncio da noite, onde os apaixonados aproveitam seus toques, seu
fogo, e sentem a ausência insuportável dos mesmos…

“Às vezes no silêncio da noite…


Eu fico imaginando nós dois.
Eu fico ali sonhando acordado,
Juntando, o antes o agora e o depois.

Por que você me deixa tão solto?


Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho.
Onde está você agora?”

Capítulo 5 – The Hate

(As irmãs Maias – O mistério de Antônia – A história do ódio em Vila


Madalena)

Depois de alguns dias ausentes, já era a hora das irmãs Castilho irem até a
Fazenda Maias, para fazer os balances de produção de gado, Paola convidou
Gleici para se juntar a ela e a Sara nessa visita…
Era a hora de Gleici conhecer as três irmãs Maias (Aline, Amanda e
Angélica).
E de carro, lá foram as três irmãs Castilho, Sara demostrava estar
visivelmente incomodada com a presença de Gleci, algo que tentava ser
contornado por Paola, ela tentava equilibrar a paz..
Chegaram na Fazenda Maias, a falta de verba já estava visível, as irmãs
enfrentavam um mau momento financeiramente, as dívidas estavam levando
suas últimas economias…
Mesmo assim, as Maias tentavam levar a vida de uma maneira leve, não se
sabia se conseguiam, mas tentar, elas tentavam…

Em uma visita casual, elas serviam comes e bebes, e Gleici se afastou por
um momento para admirar a paisagem…
Aline, Amanda e Angélica estavam sentadas junto com Sara e Paola, e óbvio
que o assunto era a novidade da cidade, a enfermeira e sua ida a Fazenda
dos Andrade…
Aline – E aí Sara, já faz as pazes com sua irmãzinha?!
Sara – Aline, só a trouxe porque Paola me obrigou, não suporto ela!
Paola – Sara, não fale assim, querendo você ou não, ela é nossa irmã!
Sara – Não consigo conceber isso!
Amanda – Meu Deus, eu morro de curiosidade pra saber o que fizeram com
ela na Fazenda dos Andrade!
Paola – Até tentei tirar alguma coisa dela ontem, mas nada! Ela é um túmulo!
Angélica – Segredos não conseguem ser guardados muito tempo nessa
cidade! Só sei que ela tentou fugir, mas foi pega pelos mercenários
desgraçados dos Torres, dizem as línguas, que o fazendeiro maior deu 80
cavalos pra levá-la de volta para a fazenda dele, agora me diga o por quê?!
Sara - “Fazendeiro maior”, é assim que agora vocês chamam aquele
assassino, ele matou o meu tio, sabiam!
Angélica – Por favor Sara, nós sabemos que Emílio Castilho não era nenhum
Santo! Não se passe! Mas eu quero mesmo é saber o que aconteceu na
fazenda Andrade enquanto a irmã de vocês esteve lá, me endividaria mais
um pouco, só pra saber o que eles fizeram com ela!
Paola – Acho que não foi muito ruim, porque se não ela não estaria tão
tranquila, só sinto que ela está um pouco triste!
Sara – Natural, deve ter vivido dias de horror juntos com aqueles demônios!
Amanda – Não sei se eles foram agressivos com ela?!
Sara – Você tem alguma dúvida disso?! Ela é bastarda, mas mesmo assim
tem sangue Castilho, nos odeiam de graça, se pudessem matariam todas nós!
Paola - Meu Deus, Sara! Como você é dramática!
Angélica – O povo fala, e falam muito! Se não sabem o que aconteceu,
começa a inventar suas próprias versões! Eu pensei que Dom Santiago
Andrade iria matá-la, mas não aí está ela, viva! Isso que eu não consigo
entender, tinha certeza que ele iria tentar se vingar do pai de vocês através
dela!
Aline – Vai ver ele saciou com o cadáver do velho Emílio, não precisou
fazer mais mal a ninguém!
Angélica – Você não conhece aquele homem, Aline?! Ela tem fogo nos olhos,
e quando se trata de Família Castilho, ele não perdoa, matou Emílio sem
nenhum remorso, mas por que não fez nada contra nossa cara Gleici?!
Paola – Desavenças de lado, vamos falar a verdade, os três irmãos Andrade,
um é mais bonito que o outro, nossa!
Sara – Paola, está louca?! Deixa o papai ouvir o que você está dizendo!
Paola – Claro que eu nunca vou dizer isso na cara do papai, você está
louca?! Mas uma verdade é uma verdade! Os três são gatos!
Aline – Santiago tem uma beleza mais rústica, Diego é um mulherengo
assumido, vive no bordel da cidade, e o mais certinho mesmo é o outro,
Lucas Andrade, o mais sensato com certeza!
Sara – Não sei como você ousam pensar nesses absurdos!
Amanda – Pronto, a carocha Sara não fala nesses pecados, já foi a missa
hoje?!
Sara – Não brinque com isso, tenho minha religião, e respeito ela!
Paola – Ela ainda é virgem, vocês acreditam nisso?!
Todos riem na mesa…
Sara – Paola, precisava me expor assim?!
Paola – Mas é verdade!
Aline – Eu sabia que você era virgem Sara, você tem cara de virgem!
Amanda – E um beijinho, me diga que você já tocou nos lábio de outra
pessoa nessa sua vida!
Sara fica em silêncio:
Amanda – Espera aí, não estou acreditando, você nunca beijou?!
Gleici escuta a conversa de longe, e percebe que Sara ficou envergonhada
com esse assunto, essas eram suas intimidades e não deveriam ser expostas e
nem ridicularizadas, cada qual tem seu momento…
Gleici se aproxima, e defende a irmã:
Gleici – Não entendo por que tantas risadas?! Afinal de contas todo mundo
tem um tempo diferente, e ninguém é anormal por querer respeitar sua hora!
Amanda – Estamos brincando Gleici, estamos nos divertindo! A Sara não
liga!
Gleici – Me desculpe, mas não parece que minha irmã está a vontade com
essas “brincadeiras”! Na verdade ela parece estar bem incomodada! Sexo e
beijo na boca são coisas boas, quando nós nos sentimos seguras e confiantes
para fazê-las, fora isso não!
Paola – Eu não queria ridicularizar a minha irmã, estamos apenas
descontraindo!
Gleici – Não me pareceu isso, estão pressionando ela, dizendo que se ela
não fazer as coisas como vocês fazem, ela está errada ou é anormal! Existe
um limite entre a brincadeira e a ridicularização, e isso está no sentimento
do outro, no conforto do outro, na permissão dessa pessoa, não imponha para
ela o que vocês fazem, se ela quiser fazer, fará, mas do seu jeito, no seu
tempo, na hora que ela se sentir mais confortável!
Mas estou me alongando de mais nesse assunto, não quero atrapalhar a
conversa de vocês, e nem o prato principal, que parece ser eu mesma!
Gleici se afastou, Sara pela primeira vez olhou com uma admiração
acanhada para a irmã, ela sempre se envergonhou com esses assuntos,
sempre se sentia mal quando as meninas falavam disso, se sentia anormal
por não ter tido um relacionamento, e se sentiu grata a Gleici, por sua defesa,
e sua empatia…
Angélica ficou visivelmente impressionada com Gleici:
Angélica – Agora entendo porque Santiago Andrade deu 80 cavalos por essa
mulher! Tenho que ir lá falar com ela…
Ela se levantou e foi em direção a Gleici, e puxou uma conversa com ela…
Angélica – Estamos falidas, se um milagre não acontecer, vamos ter que
demitir mais trabalhadores, o que seria um desrespeito com essa gente, que
fez essa fazenda!
Gleici – Espero que vocês consigam reerguer essa fazenda, se nota que
vocês amam muito o que fazem!
Angélica – Sim, embora essa cidade estava cada dia mais banhada em
sangue, não posso negar o apresso que sinto por esse lugar, nasci aqui, e se
depender de mim, vou morrer nessas terras!
Gleici – Eu não conheço muito bem essa cidade, e nem entendo o mapa de
ódio que existe aqui! Cheguei aqui, a primeira coisa que vi foi um homem
bom ser assassinado!
Angélica – Como tem tanta certeza que Emílio Castilho era um bom homem!
Gleici – Não sei se era, os Andrade dizem que ele era um demônio, já na
Fazenda Castilho o pintam como um anjo, não sei em quem acreditar!
Angélica – Isso é mais antigo que a roda, em Vila Madalena sempre houve
briga por poder, por demarcações de terras, por amores frustrados!
Sempre… Os Andrade e os Castilho são como cães de gatos, um não
consegue viver com o outro, compartilham uma coisa em comum, o ódio!
São as duas famílias mais poderosas da cidade, escondem segredos,
segredos do passado!
Gleici – Quais segredos?!
Angélica – Coisa que tenho certeza que algum dia virá a luz, mas que por
agora continuam ocultadas debaixo dessas terras…
Gleici – Mas acho que você sabe da história de Antônia Andrade?!
Angélica – Quem não sabe nessa cidade de Antônia Andrade?! A irmã mais
nova dos três mosqueteiros! Ela era muito jovem, já faz mais de dez anos,
um dia saiu e nunca mais voltou, pelo histórico da rivalidade entre os
Andrade e os Castilho, dizem que foi retaliação!
O povo conta muitas histórias, sequestro, estupro, dizem até que o corpo foi
esquartejado, consegue entender agora a revolta dos Andrade, imagina a dor
de saber que sua irmã pode ter sido morta desse jeito, tão brutal?!
Eu ficaria do mesmo jeito, eu não sei como eles conseguem dormir, ainda
mais sem saber uma notícia concreta…
Antônia nunca mais voltou, e Santiago tem certeza que foi a família Castilho
que fez alguma coisa com ela!
Mas entre os três irmãos, ele é o que mais mantém a esperança que ela vai
voltar um dia…
Gleici – E o que você acha, acha que Antônia está viva?!
Angélica – Pra dizer bem a verdade, acho que ela morreu! Acho que Diego e
Lucas também tem essa noção, o único que acredita que ela inda possa estar
viva é Santiago! Mas ela já desapareceu há tanto tempo…
Gleici fica intrigada com essa história..
Gleici – Mas ainda não acharam o corpo, ela pode estar viva em algum
lugar!
Angélica – Improvável, ninguém pensa que ela pode estar viva por aí
durante tanto tempo!
Gleici – As vezes o impossível acontece! Vou ficar mais por dentro dessa
história, apurar algumas coisas!
Angélica – Eu sei que se conselho fosse bom, se vendia e não se dava, mas
não se meta nessa história, é uma história de ódio e medo, as vezes certos
mistérios não devem ser revelados, para o bem do todo! Vai por mim,
quando você vê o sangue escorrer por causa de dinheiro, aquilo te muda pra
sempre! Não se sabe quem são os culpados e os inocentes nesse meio de
caminho, de vez em quando acho que não tem santo nessa história, todo
mundo tem um certo tipo de culpa ali…
Gleici – Uma menina não deveria ter sua vida interrompida assim?!
Angélica – Nem sempre a vida justa, vivemos assim, um entrando no
caminho dou outro, e mudando o rumo.
Gleici – Eu não tenho medo, vou descobrir tudo, vou até o fim!
Angélica – Até se descobrir que a trilha da morte pode estar dentro da sua
casa!
Gleici – Nunca tive medo da verdade, eu a enfrento, seja qual for a
consequência!
Angélica – Você é uma mulher corajosa!
Gleici – Aprendi na minha vida, a enfrentar os meus medos, eu não tinha uma
cama pra me esconder!
Angélica – Só te peço para ser cautelosa, Antônia saiu um dia e nunca mais
voltou, assim é em Vila Madalena, se deve andar com os dois olhos bem
abertos, é uma terra sem lei, tudo se resolve com sangue, com morte…
O ódio parece ser o oxigênio desse lugar!
Gleici – Eu já percebi isso, e onde o ódio está plantado, não se pode colher
amor!
Angélica – O amor é estranho, quando pensamos que está morto, ele
ressuscita, volta com todas as forças, ressurge das trevas…
Gleici – Eu não acredito mais no amor, todas vezes parece que acaba da
mesma maneira, machucando… massacrando…
Capítulo 6 – The Sex

(A primeira desconfiança de Diego – a dispersão de Santiago – A festa)

Fazenda Andrade…
Mais um dia começava…
No café da manhã dos irmãos…

Diego – Valéria esse café está frio!


Valéria – Levanta e vai esquentar!
Diego – É assim que você vai falar com o seu patrão?!
Valéria – O meu patrão é o senhor Santiago, você é só um menino mimado!
Diego – Olha como ela está falando comigo Santiago, você vai concordar
com isso?!
Santiago – Eu já disse que eu te amo hoje Valéria?! Perceba como o Diego
está cada vez mais abusado com a senhora!
Valéria – Sua mãe sempre dizia que ele seria o menino que daria mais
trabalho, e não estava mentindo!
Lucas chega para tomar café também…
Santiago – Alguma novidade?!
Lucas – Não muitas, as irmãs Maias vão fazer uma festa pra angariar fundos,
estão a beira da falência, vão fazer uma amostra de gados, obviamente eu
neguei o convite, mas fiz isso gentilmente!
Santiago – E por que você negou o convite, as irmãs Maias sempre
mantiveram uma ótima relação com a gente!
Lucas – Santiago, elas chamaram todos na cidade, isso significa que os
Castilho estarão lá!
Santiago – E o quê que tem?! Está com medo agora?!
Lucas – Acho que você não está imaginando a gravidade do assunto!
Santigo – Estou bancando com as consequências, ligue de novo e confirme a
presença de nós três!
Lucas – Definitivamente você está louco, já não basta ter matado o velho na
frente da própria família dele, agora quer afrontar essa maldita família
naquela festa!
Santiago – Você fala Lucas, como se eu não tivesse motivos para odiar
aquela família! Já esqueceu da Antônia!
Lucas – Tira isso da sua cabeça, não temos provas!
Santiago – Quem precisa de provas quando se sabe a verdade!
Diego – Você nunca foi um homem de festas Santiago, qual é o motivo desse
interesse repentino?!
Santiago – Isso não é da sua contada! Odeio quando se metem na minha vida!
Lucas – Definitivamente está fora de si, quer arranjar uma confusão de graça,
não entendo o motivo dessas suas loucuras?!
Santiago: - Apenas confirme nossa presença, vamos ver se a família Castilho
corresponda às nossas expectativas!
Lucas – Nossas não, suas! Quer quer arranjar briga de graça aqui, é você!
Vou indo, que eu tenho mais para fazer
Santiago – Que tenha um bom dia, e não esqueça de confirmar nossa
presença!
Lucas sai contrariado…
Santiago toma seu café, lê o jornal, mas faz algo fora de seu habitual…
Ele não foi trabalhar, subiu…
Foi para seu quarto…
Se trancou…
E ficou pensativo…
Seu corpo estava ali, mas sua mente estava com Gleici…
Acordava pensando na enfermeira, dormia pensando nela…
Morria de raiva por dentro, não queria sentir aquilo…
Queria se libertar daquela paixão absurda, era uma maldição se envolver
pela filha de Cláudio Castilho…
Só podia ser um castigo de Deus…
Santiago mentia para si mesmo…
Dizendo que aquilo iria passar…
Mas tinha que vê-la, pelo menos mais uma vez…
Pelo menos naquela festa, só precisava vê-la, nem que fosse de longe…
Já seria suficiente…
Já não aguentava mais, estava com saudades dela…
Fugia daquilo, mas não conseguia…
Cada vez que fugia, se aproximava mais…

“ E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais.


E te perder de vista assim, é ruim demais!
E é por isso que atravesso o teu futuro.
E faço das lembranças um lugar seguro.”

A desconfiança de Diego…

Diego sempre soube que Santiago era um homem de hábitos, nunca viu o
irmão mais velho ficar em casa em um dia de trabalho, estava acontecendo
alguma coisa, e ele sabia disso.
Diego estava quase seguro, que a mudança de comportamento de Santiago
tinha a ver com a presença de Gleici naquela casa, não havia outra
explicação.
Desde que a filha de Cláudio havia ido embora, Santiago anda cabisbaixo,
pensativo, aéreo…
Diego resolve conversar com Marcelo, para averiguar a situação…
Marcelo – Bom dia patrão, no que posso ajudar?!
Diego – Quero saber de algumas coisas aí, e acho que você pode esclarecer
umas dúvidas pra mim!
Marcelo – Sou todo ouvidos.
Diego – No dia que você levou a senhorita Castilho pra fazenda do pai dela,
ela por algum acaso, falou alguma coisa sobre nós, alguma coisa que chamou
a sua atenção?!
Marcelo – Acho que não, ela não falou nada demais!
Diego – Tem certeza?!
Marcelo – Sim, apenas disse que nunca mais queria colocar os pés nessa
fazenda, mas acho que isso é normal, já que ela trazida pra cá de uma
maneira forçada.
Diego – Sim, claro. Isso não me surpreende.
Marcelo – Não é só o senhor que queria saber com detalhes as opiniões
finais da senhorita Castilho, o patrão Santiago, também queria saber com
cada vírgula, o que ela havia me confidenciado no carro, enquanto ela ia
embora.
Diego – Então quer dizer que o Santiago quis saber cada detalhe?!
Marcelo – Sim, se mostrou bem interessado, não posso negar que fiquei
surpreso, nunca vi o patrão querer saber de tanto, ele sempre foi um homem
discreto, calado!
Diego – Claro, não vou mais tomar seu tempo. Volte ao trabalho, e seja
discreto Marcelo, nunca tivemos essa conversa, certo?!
Marcelo – Como o patrão quiser, aqui estou eu. Nasci para servir os
Andrade!
Diego – Sabemos disso, sabemos sobre a sua lealdade!
Diego confirmou sua desconfiança, era óbvio que Santiago estava
interessado em Gleici, e não gostou nada de saber disso, ficou puto, era
evidente que iria tirar satisfações com o irmão, e a briga iria começar:
Chegando em casa:

Diego foi como uma flecha, diretamente para o quarto de Santiago…


E já chegou com o pé na porta, Diego não iria tolerar aquilo, ele podia olhar
para qualquer mulher, menos uma Castilho, o ódio contra aquela família, era
maior do que qualquer atração sexual…
Diego: Que foi Santiago, está deprimido?! Não vai trabalhar?!
Santiago – Hoje eu não estou com vontade. Por quê, não posso tirar um dia
de folga, não mereço isso?!
Diego: - Que isso, nós sabemos que você é o que mais trabalha nessa
fazenda, o que eu não estou entendendo, é essa melancolia nos seus olhos,
parece que está abatido, alguma coisa aconteceu?!
Santiago: - Estou normal, como sempre fui! Não estou gostando desse
interrogatório! Muito menos desse tom que está usando comigo!
Diego: - Eu acho que devo ser mais direto!
Santiago: - Gosto assim, das coisas evidentes. Coloque as cartas na mesa!
Diego: - O que você fez com aquela mulher?!
Santiago – Que mulher?! Já tive algumas mulheres, você precisa especificar,
pra que eu saiba de quem você está falando!
Diego: Você sabe muito bem de quem eu estou falando! Daquela mulher, que
você sequestrou e colocou dentro dessa casa!
Santiago: - Sim, da filha bastarda do Castilho, o que quê tem ela?! E por quê
você está tão nervoso?!! Não estou entendendo!
Diego: - Alguma coisa me diz que você se envolveu com essa mulher, mas
não quero acreditar nisso, não você, logo você que não treme com a mão do
gatilho quando tem um Castilho na sua frente, seria muita sacanagem se você
se interessasse justamente pela filha do seu maior inimigo!
Santiago: - Eu não sei de onde você tira tanta bobagem?! Você começa a
inventar umas histórias nessa sua cabeça, e começa a acreditar nessas
mesmas bobagens!
Diego: - Quem me dera se fosse uma bobagem, se fosse uma bobagem, eu
não estaria tão preocupado! Por favor, não faça isso com a nossa família,
não arraste nosso nome assim, pela lama!
Santiago: - Eu jamais me interessaria por aquela mulher! Eu mandei ela ir
embora, você se esqueceu?!
Diego: Talvez você tenha feito isso por segurança, por medo!
Santiago: Por quê eu teria medo?!
Diego: - Medo de se envolver ainda mais por ela, eu te conheço, olha como
você está?! Anda pensativo, nada te anima, vive cabisbaixo, parece que nada
mais tem sentido, é tudo um mar de tédio! Essa mulher te enfeitiçou, virou a
sua cabeça!
Santiago ri, e continua discordando do irmão…
Santiago: Está pra nascer a mulher que vai fazer eu ficar como um bobo! Não
sou assim, e você sabe disso!
Diego: É por isso que eu estou desconfiado!
Santiago: Aquieta essa alma homem, jamais me ajoelharia perante mulher
alguma, quem manda na minha vida sou eu! Não sou um idiota, que precisa
de uma mulher pra sobreviver! Eu sou forte, uma rocha!
Diego: - Assim espero, até porque Gleici Castilho era a última mulher que
você poderia se interessar!
Santiago: - Eu sei disso, não há nenhuma necessidade, de ficar me lembrando
disso toda hora!
A conversa finalmente chega ao fim, mas nem por isso as confusões
cessaram, amanhã será um dia difícil, a festa na casa das irmãs Maias se
realizará, porém como será esse encontro…

No dia seguinte…
Festa na Fazenda das Irmãs Maias…
Sara, Paola e Gleici confirmaram suas presenças…
Os Irmãos Andrade já estão presentes…
Os Irmãos Torres também já se apresentaram, mesmo sabendo que não são
bem-vindos naquela casa, já que não possuem uma relação amistosa com as
Irmãs Maias…

A Rixa entre as Irmãs Maias e Os Irmãos Torres:

Todos estavam desfrutando da festa, bebendo drinks, alguns dançando, mas


eles, os Torres, sempre fazem questão de acabarem com o clima amistoso
que se apresentava…
Zé Paulo – A festa está bonita, nem parece que vocês estão desesperadas
para salvarem essa fazenda!
Diz ele, para Aline, Amanda e Angélica…
Angélica: - Sim, não é segredo para ninguém em Vila Madalena, que nós
estamos passando por momentos difíceis! Mas pelo menos, nunca fazemos
algo de errado, algo que nossos pais se envergonhariam!
Zé Paulo – O quer dizer com isso?!
Angélica – Nada, apenas respondi a sua provocação, até porque eu não sou
mulher de abaixar a cabeça pra homem escroto!
Zé Paulo – Angélica, deveria casar, ter filhos, como qualquer outra mulher
normal, mas insiste em querer ser um homem! Cuidar das finanças de um
Fazenda, não é coisa pra mulher, tem que ter pulso firme!
Angélica – E nós três temos, somos guerreiras, e não as princesas que vocês
estão acostumados, isso bota medo, não é mesmo?! Estamos falidas sim, mas
pelo menos, nunca fizemos nada de errado, sempre fomos corretas, nunca
precisamos roubar e explorar ninguém! Aqui tudo o que temos é fruto do
nosso trabalho!
Zé Paulo – Por isso estão na miséria, olha a Fazenda que seu pai deixou pra
vocês três, é essa a sua grande administração?! Se for, estou passando.
O clima está pesadíssimo, estranho seria se não o tivesse…
Naquela cidade, tudo era daquele jeito, para todos os cantos havia
ressentimentos, vinganças, mortes, ódios…
Em Vila Madalena, não parecia contribuir para a paz, apenas a guerra era
algo naturalizado…
Pela primeira vez, em muito tempo, as quatro famílias mais poderosas da
cidade estariam no mesmo lugar, era óbvio que o que não faltava eram
capangas por todos os lados…
E para piorar mais um pouco a situação, as três irmãs Castilhos chegaram ao
local, o clima era tenso, mal se ouvia as respirações, naquele terreno,
qualquer pena que caísse ao solo, iria detonar em uma questão de milésimos
de segundos…

Aline: - Elas chegaram, agora que esse lugar vai ficar ainda mais pequeno…

Parece que o tempo parou…


Sara, Paola e Gleici saíram do carro, e logo se depararam com os Irmãos
Andrade, Os Irmãos Torres…
O silêncio imperou, em seguida foi a vez de Amanda subir o som da música,
para tentar amenizar o clima de tensão…
Gleici foi para um canto, não queria chamar atenção, Santiago seguia ela
com os olhos, e era algo difícil, já que Diego estava o vigiando…
Enquanto isso, Lucas e Diego trocavam olhares de ódio com Sara e Paola,
eles não se suportavam, e nem faziam questão de esconder, mas também não
precisava, todos ali sabiam disso…
O clima foi se dissolvendo pouco a pouco, já que as pessoas estavam mais
bêbadas, e dançavam mais…
Gleici foi busca um copo de água na cozinha da casa das irmãs Maias, era a
oportunidade perfeita, Santiago foi atrás dela…
Conseguiu sair da mira de Diego, e seguiu a enfermeira…
Poderiam ficar sozinhos durante alguns instantes.
Mas Gleici demostrava estar bem chateada com Santiago, ele partiu o
coração dela, falando aquelas coisas, ele não sabia que ela tinha escutado…
Ele chegou a cozinha, onde ela tomava tranquilamente sua água:
Santiago: Por quê alguém vem beber água em uma festa?!
Gleici se surpreendeu, mas tentou manter a calma, e respondeu a pergunta de
Santiago:
Gleici: - Eu não bebo, não gosto muito!
Santiago: - Eu sei que essa não é uma pergunta muito normal de se fazer, mas
está tudo bem com você?!
Gleici: - Sim, na medida do possível, acho que está tudo bem!
Santiago: - Que bom!
Gleici: - Acho que é contraditório você dizer “que bom”, sabe… até onde eu
sei você deveria me odiar, e muito!
Santiago: - Estou tentando ser educado, isso não significa que eu me
preocupo com você!
Gleici – Então seja franco, demonstre a sua indiferença, não precisa ser
cínico!
Santiago: - Não nunca fui cínico na minha vida, isso é uma característica da
sua família! Se é uma ingrata, eu vou fazer questão de te lembrar, eu salvei a
sua vida, mesmo não merecendo!
Gleici: - Salvou a minha vida, como assim você salvou a minha vida?!
Santiago: - Naquele dia, o seu pai tinha que escolher entre Emílio e você
para morrer, e ele defendeu o irmão, se não fosse pela minha generosidade,
você estaria debaixo da terra!
Gleici: - Meu pai me explicou tudo, ele não achou que você iria puxar o
gatilho, ele não achou que você iria fazer aquela loucura!
Santiago: - Seu pai sabe que eu sou um homem de palavra, ele me conhece!
Sabia que eu iria atirar, e mesmo assim escolheu você para ser o alvo!
Gleici: - Você iria atirar em mim?! Me responda, você teria essa coragem?
Santiago se vira, e fecha os olhos, e decide ser firme, não quer demostrar
fraqueza a frente de Gleici:
- Claro que eu faria, se tivesse novamente a oportunidade, não pensaria duas
vezes!
Gleici – Você é pior do que eu imaginei! Esse seu ódio é doentio, não faz
nenhum sentido, eu nunca te fiz nada!
Santiago – Sua família fez!
Gleici – Até quando os inocentes terão que pagar pelos culpados?!
Santiago – Você carrega o sangue daquele homem!
Gleici – Pelo que vejo, ele é uma pessoa muito, mas muito melhor do que
você! Meu pai pelo menos nunca disse, que se tivesse a oportunidade, me
mataria!
Eu disse pro seu capataz, e acho que agora vou repetir na sua cara, eu não
volto nunca mais na sua fazenda, eu não queria ter o desprazer de olhar na
sua cara!
Prefiro ir embora, e nunca mais saber dessas coisas horríveis, prefiro viver
sem saber dessas coisas!
Santiago: - Pois então vá embora, ninguém aqui está te prendendo, você não
está sendo obrigada a ficar!
Gleici – Eu vou, mas não sem antes te dizer, bem na sua cara, você é a pior
pessoa que eu já conheci na minha vida! A pior!
Gleici vai embora, e Santiago fica espumando, ficou com as palavras na
boca!
Ele tentava odiá-la, mas era tão doce, que imediatamente aquele sentimento
desaparecia…
Depois de algum tempo, Diego percebe que Santiago havia ido atrás de
Gleici, e ele vai tirar satisfações com a enfermeira:
- O que você está querendo com o meu irmão?!
Perguntou Diego para Gleici, no lado de trás da casa da fazenda Maias…
- Do que você está falando?!
- Eu sei que você está seduzindo o meu irmão, mas ele jamais vai cair na sua
armadilha, meu irmão jamais se envolveria com você! É como a água e o
óleo, não se mistura!
Gleici responde a provocação de Diego:
- Cada dia eu me convenço mais, que nessa família só tem loucos!
- Tente, você é uma Castilho, isso jamais aconteceria, ouviu… jamais! Ele
nunca colocaria os olhos em você!
Enquanto isso, Santiago percebe que Diego e Gleici estão discutindo, e vai
lá para saber melhor o que está acontecendo:
Santiago – O que está acontecendo aqui?!
Pergunta o fazendeiro, nitidamente bravo com o irmão, por ele estar o
vigiando…
Diego – Nada Santiago, apenas estava fazendo questão de colocar essa
senhorita, em seu devido lugar!
Gleici – Você não estava me colocando no meu lugar, até porque eu jamais
daria essa ousadia pra você!
Diz Gleici, que deixa Diego ainda mais furioso…
Santiago: Por quê você quer se meter nos meus assuntos Diego?! Eu nunca
dei abertura pra isso!
Diego: - Agora é “meus assuntos”?! Não meu irmão, estou fazendo o certo!
Você não vê que está cometendo um erro, ela é como eles! Ou por algum
acaso, você se esqueceu da Antônia, da sua própria irmã?!
Santiago: - Não coloca a Antônia no meio disso tudo!
Gleici – Eu não o que estão fazendo aqui ainda!
Gleici se preparava para sair daquele lugar, porém Diego entra em sua
frente, e pega pelo seu braço, para impedi-la de sair, sem ele falar o que
estava preso em sua garganta…
Gleici: - Me solta!
Santiago não gosta nada da atitude do irmão, e entra na frente dele, e diz:
Santiago: - Você não ouviu?! Ela pediu pra você soltá-la!
Diego fica espantado com a atitude do irmão…
Diego: - Eu não acredito nisso, você está defendendo ela?! Está contra o seu
próprio irmão?!
Santiago: - Não seja dramático! Ela só pediu para soltá-la!
Gleici – Eu não quero atrapalhar a discussão familiar!
Diego: - Se você não percebeu, já atrapalhou! Olha isso aqui, sendo a causa
da briga de dois irmãos!
De repente, chega Zé Paulo, para fazer parte daquele momento tão
caloroso…
Zé Paulo – Eu não sabia que a festa de verdade estava acontecendo aqui
atrás! O que de tão divertido está acontecendo aqui?!
Diego – Nada Zé Paulo, pode voltar pra festa!
Zé Paulo – Uma Castilho e dois Andrade no mesmo lugar?! Ainda não ouvi
os barulhos dos tiros!
Zé Paulo é sarcástico…
Gleici – Está tudo bem, já estávamos voltando!
Zé Paulo – Bom… já que parece que essa festinha aqui acabou, vim
convidar a nossa querida Gleicinha para dançar comigo!
Gleici nega…
Gleici – Eu não vou dançar uma nota com você!
Zé Paulo – Talvez eu não tenha pedido, talvez seja uma ordem! Quem vai te
defender aqui?! Só vejo dois homens que te odeiam, e um que quer dançar
com você! Qual você escolhe?!
Santiago volta a se entrometer, não pode permitir aquilo, bem ali na sua
frente:
Santiago: Não ouviu o que ela disse?! Ela não quer dançar com você!
Percebendo que o clima está pesando entre Santiago e Zé Paulo, Diego tenta
tranquilizar as coisas…
Diego: Que saber, vamos indo Santiago, vamos deixar Gleici e Zé Paulo
sozinhos, que tenham mais privacidade!
Santiago: - Eu não tiro os meus dois pés daqui! Não sem me resolver com o
Zé Paulo!
Zé Paulo – Estou te estranhando Santiago, deixa eu me divertir um pouco,
por favor ela é uma Castilho, lembra?! O que quê tem demais nisso?!
Santiago: - Você não vai encostar um dedo nela! Você tem que aprender a
respeitar as mulheres, nem que seja na marra!
Zé Paulo – Estou espantado, nunca pensei que viveria para ver essa cena,
você defendendo uma das filhas de Cláudio Castilho. Mas não me interessa,
vou me divertir sim, e com ela!
Zé Paulo pega no braço de Gleici…
Santiago vê, e novamente entra no meio dos dois:
Santiago: Você não vai levá-la daqui, não se ela não quiser!
Gleici – Eu não preciso que ninguém me defenda, eu faço isso sozinha!
Gleici vai embora, e deixa ali os três…
Zé Paulo: - O que aconteceu aqui?! Estávamos mesmo brigando por causa de
uma mulher?! Não deveríamos fazer isso, nessa festa aqui tem sete mulheres
para cada homem! Vou procurar outra, e você Santiago, deveria fazer o
mesmo!
Zé Paulo vai embora, e Santiago olha para Diego, que aparenta estar
decepcionado com o irmão…

A festa continua, de uma estranha maneira, mas continua…


Depois de muito desgaste, Santiago decide entrar na casa, para ter um
momento de privacidade…
Amanda, vai atrás do fazendeiro:
- O que está fazendo aqui sozinho!
- Pensando um pouco na vida!
- Você nunca foi assim, mesmo discreto, sempre curtiu as festas da sua
maneira!
- Não estou muito pra festas hoje, sabe?! Deveria ter ficado em casa!
- Não, você sabe que a sua presença nessa casa, é fundamental!
- Eu sei que sou bem-vindo aqui!
- Você sabe o quanto gostamos de você e seus irmãos nessa casa,
principalmente você não sabe como eu gosto de você!
- Por favor Amanda, vamos esquecer, isso é passado!
- Mas o problema é que eu nunca conseguir esquecer os nossos momentos!
Você, melhor do que ninguém, sabe o que sinto por você! Eu ainda tinha
esperanças, que depois de tanto tempo, você voltaria!
- Pra que remexer nisso agora Amanda, já tínhamos superados isso! Você
sabe que foi uma pessoa muito especial na minha vida…
- Eu sei, por isso fiquei aqui, entre um relacionamento e outro, nunca deixei
de ter esperanças, de que… quem sabe um dia?!
- Eu nunca nutri falsas esperanças, em você!
- Eu sei! Mas nós nos divertíamos muito, porque não repetimos isso, pelo
menos agora?!
- É melhor não! Já tivemos nossa história, e ela ficou lá atrás, eu gosto muito
de você, mas acabou!
- O que está acontecendo com você Santiago, mesmo sem compromisso,
nunca foi de negar um carinho, um calor humano?!
- Não quero te prender, não quero e ferir, você não merece sobras!
- Falando assim, parece até que eu estou mendigando amor?!
- Não está, o que errado aqui nessa história sou eu.
Santiago volta para a festa, e Amanda fica sem entender nada, o fazendeiro e
ela sempre tiveram idas e vindas, e ele nunca foi de negar carícias, mesmo
sem compromisso…
Amanda desconfiou que ele estava estranho, e só poderia ser por outra
mulher, ela ficou enciumada, pois não admitiria perder desse jeito, e sempre
teve esperanças que um dia, ela e Santiago iriam oficializar aquela
relação…

Enquanto a festa rolava a festa, Sara aproveitou para ir até o banheiro, e


para seu azar, bateu de frente com Diego…
Os dois eram como fogo e gasolina, já que nenhum abaixava a cabeça para
nada, e se odiavam a morte…
A pólvora e o fósforo…
Diego – Se não é a irmã mais feia!
Sara – Eu não sei como o senhor tema audácia de dirigir a palavra a minha
pessoa! Depois de tudo o que aconteceu!
Diego: - Coragem, eu tenho de sobra! Não se faça de vítima, pois é uma
coisa que você não é Sarita!
Sara – Não me chame de Sarita, apenas as pessoas mais próximas me
chamam assim, e você é uma das mais distantes!
Diego: Até porque eu não tenho nenhum interesse em te conhecer!
Sara – Não vou esquecer de agradecer a Deus, nas minhas orações, por essa
grande dádiva!
Diego: - E então, já desencalhou?! Alguém nessa cidade teve a coragem de
ficar com você, uma mulher tão amargurada! Se um homem fez isso, devo
parabenizá-lo!
Sara – Eu jamais vou contar as minhas intimidades para um homem tão
vulgar quanto você!
Diego – Ai Sarita, desde que criança você é assim, briga para tentar
esconder a sua fragilidade!
Sara: - Nem me lembre desse terrível fato, de conhecê-lo a tanto tempo! Isso
é um dos maiores traumas que tenho na minha vida!
Diego: É… tem pessoas que não mudam mesmo, continua sendo a mesma,
para meu desprazer real! Não deveria gastar tanto tempo com você, quem te
quer?!
Sara – Se algum dia alguém me querer, isso não será assunto seu!
Diego: Até porque isso não me interessa! Me divirto muito, todas as noites
no bordel!
Sara – Que ótimo! Os Andrade são assim mesmo, cínicos, porcos, não
possuem um pingo de caráter, e ainda por cima são vulgares! Você deve ser o
pior dos três!
Diego – Saiba que pra mim, isso tudo é um elogio!
Sara – Não tenho mais paciência pra ouvir suas bobeiras, a melhor coisa que
posso fazer é deixá-lo falando sozinho!
Diego – Eu nem sei porque ainda dou atenção para uma mulher como você,
deve ser por pena?!
Sara – Não precisa sentir pena de mim, pois o único digno de pena aqui é
você! É o homem mais irritante que eu já conheci em toda a minha vida!
Diego – Até porque você não conheceu muitos!
Sara – Sou grata, pois se tivesse encontrado algum, com certeza não seria
como você!
Diego – Vai Sarita, volta pra festa, volta pra sua vida! E esquece que eu
existo!
Sara – você deveria fazer o mesmo!
Depois daquele momento, cada um foi para um lado…

Em outro momento atípico, foi a vez de Lucas e Paola se esbarrarem, sem


totalmente sem querer mesmo…
Em um dos muitos corredores da casa principal da Fazenda das Maias…
Paola – Ainda bem que não tem nenhuma arma aqui!
Lucas – Você errou de irmão, não sou violento!
Paola – Esqueci, foi o mais velho que matou a sangue frio o meu tio, não é
mesmo?!
Lucas – Você tem como provar isso?!
Paola - Não acredito que você tem essa cara de pau?! Nós dois sabemos
que ele assassinou meu tio Emílio!
Lucas – Só trabalho com provas, em um tribunal você tem que ter
embasamento para sustentar suas acusações!
Paola – Era o que me faltava! Bem que meu pai sempre diz, vocês são uns
mercenários, que está aqui para fazer mal ao próximo!
Lucas – Seu pai não é nenhum santo, como pensa em nós julgar?!
Paola – Não vou mais perder meu tempo com você, tenho mais o que fazer!
Lucas – Realmente, dar em cima de metade dos homens dessa festa,
realmente é ter muito o que fazer!
Paola – Como você tem coragem de dizer isso?!
Lucas – Digo com a boca, que é o único meio!
Paola – Só não desço o nível, porque não sou dessas!
Lucas – Tenho uma leve desconfiança!
Emburrados, esses dois também se desentenderam bastante, e assim aquele
encontro foi findado, já não havia mais nada para ser dito, pelo menos não
naquele dia, e não naquele lugar…
Capítulo 7 – The Life

(Vida de aparências – as surpresas da vida – um romance passional)

Em meio a tantas guerras por poder, Vila Madalena se revelava uma bonita
cidade, cheia de cenários deslumbrantes, e segredos amorosos..

Simone era uma jovem empregada da Família Castilho, era muito próxima
das três irmãs, (Sara, Paola e Gleici), sempre fez seu trabalho bem, porém
guardava um segredo…
Simone, mais uma vez escondida, foi até a cachoeira de Vila Madalena,
encontrar um homem, Marcelo, o capataz da fazenda Andrade.
Os dois trabalhavam para famílias que eram arquirrivais, mas o que o amor
tem a ver com isso, não é mesmo?!
Quando viu Simone, Marcelo deu um sorriso, aquele frio na barriga bateu,
estavam apaixonados…
Ao primeiro passo, se abraçaram, com muita ternura, depois se beijaram
apaixonadamente, era necessário matar a saudade, por motivos óbvios, não
podiam se encontrar com regularidade…
Simone e Madalena já nutriam um relacionamento há um bom tempo, não era
de hoje…
Depois de passarem mais um momento juntos, foi a vez de voltarem para
suas respectivas fazendas…

Fazenda Andrade -
A tarde…

Santiago sabia que Marcelo estava se envolvendo como uma das empregadas
da Fazenda Castilho, não recriminava o capataz por causa disso, muito pelo
contrário, queria lhe pedir um favor…
Marcelo – No que posso ajudar patrão?!
Santiago – Onde você foi Marcelo?!
Marcelo – Estava trabalhando patrão!
Santiago – Por favor Marcelo, não minta pra mim! Sei que você estava com
aquela moça!
Marcelo – Por favor patrão, não peça pra que eu termine com ela, gosto tanto
dela!
Santiago – Não era isso que eu estava querendo dizer, preciso te pedir um
favor!
Marcelo – Diga, no que posso ajudar?!
Santiago - Preciso que sua namorada entregue uma carta pra mim!
Marcelo – Uma carta?! E pra quem seria?!
Santiago – Preciso que ela entregue uma carta para a senhorita Gleici, pode
fazer isso por mim?!
Marcelo – Patrão, isso é muito perigoso!
Santiago – Eu quero saber, se pode fazer isso ou não?!
Marcelo – Onde está a carta?!
Santiago – Eu sabia que você não iria me decepcionar!
Santiago enviou uma carta para Gleici, através de Marcelo…

Simone, levou a carta intacta, até o quarto de Gleici…

Simone – Senhorita Gleici, preciso que a senhorita receba uma coisa!


Gleici – Que coisa, do que você está falando?!
Simone – O senhor Santiago lhe mandou uma carta, e está comigo, eu preciso
entregar pra você!
Gleici – Como assim ele enviou uma carta?!
Simone – Ele entregou para o capataz, o capata deu para mim, e eu estou
dando agora pra senhorita!
Gleici – Deixa eu ver o que diz a carta…
Gleici abriu com certa ansiedade, queria logo saber qual era o conteúdo, era
Santiago marcando um encontro, no limite das duas Fazenda, na cerca que
faziam as delimitações das terras de ambas famílias…
Gleici – Ele disse que tem uma coisa importante para dizer!
Simone – Então por quê está perdendo tempo, vá logo saber o que ele tem
para lhe dizer!
Gleici – Não é tão simples assim! Não posso simplesmente ir até lá!
Simone – Pode sim, é só ir mesmo!
Gleici – Ai Simone, pra você o mundo é dois mais dois, não é mesmo?!
Simone – O que eu puder simplificar na minha vida, eu simplifico…
Gleici decidi ir, com o incentivo de Simone, as coisas ainda mais fáceis…
Santiago já estava na cerca, com seu chapéu na mão…
E lá de longe, viu Gleici…
Ele mal conseguia acreditar que ela estava vindo, realmente…
Ele estava tão ansioso para vê-la, tinha realmente coisa para falar…
Como são as aparências da vida, Santiago tentava esconder o óbvio, estava
apaixonado…
Ele jamais daria o braço a torcer, era demasiado orgulhoso, fora que achava
aquele sentimento por Gleici, demasiado negativo, era como uma traição,
uma traição contra o nome de Antônia, sua querida irmã…
E para completar, seu ódio jamais permitia que o amor se tornasse uma coisa
importante na sua vida…
Vida…
Vida…
Por quê a vida de aparências é mais importante do que a vida que se quer
ter?
Estranho, não?!
Capítulo 8 – The Love Boy

(A descoberta – As terras – O Petróleo – A herdeira do relicário)

Santiago – Pensei que não viria?!


Gleici – Não deveria ter vindo mesmo!
Santiago – Então por quê não dá a meia volta, e vá por onde veio?!
Gleici – Não entendo a necessidade de ser tão grosseiro!
Santiago – Não fui eu que comecei!
Gleici – Pode-se ir direto ao assunto?!
Santiago – Que pensa que vim fazer aqui, saber da sua vida?!
Gleici – Até porque você não tem nada a ver com ela?! E eu jamais te falaria
nada!
Santiago – Sabe de uma coisa, eu acho que vou embora, não devo falar nada
pra você! Não deveria estar aqui!
Gleici – Eu não vou implorar!
Santiago ameaça ir embora, se vira, dá alguns passos e ouve de Gleici:
- Você precisa ser tão ridículo?! Por quê faz isso?! Por ódio, por vingança,
eu nunca fiz nada contra você, ou contra os seus irmãos! Eu nunca fiz nada
contra a Antônia, pelo contrário, eu sinto muito por ela…
Santiago:
- Você acha que sentir muito é suficiente?! Ela não vai voltar porque você
senti muito! -
Gleici:
- Mas o que eu posso fazer pra ela voltar?! Pra você deixar de ser essa
pessoa rancorosa, que mata os outros, que só sentir ódio!
Santiago:
- Eu não matei nenhum santo! -
Gleici:
- Mas fez justiça com as próprias mãos, e será que você é assim tão certo,
tão acima do bem e do mal, para julgar entra a morte a vida de uma pessoa?!
Santiago:
- Não somos iguais!-
Gleici:
- Não somos, porque entre o ódio e o perdão, eu prefiro perdoar, não sou
uma pessoa vingativa, eu não sei odiar, simplesmente não sei!
Santiago:
- É isso que te falta, te falta ódio!
Gleici:
- Na matemática da minha vida, menos ódio sempre significou mais amor!
Santiago:
- O amor não existe, o que existe é dinheiro, poder, vingança… o puro ódio!
Gleici:
- É claro que o amor existe!…
Santiago:
- E como você sabe disso?!
Gleici:
- Porque… porque “Eu te amo”…
Santiago estremece, vira para Gleici, ela pula o cercado, e vai em sua
direção…
Toca em seu ombro…
E o beija…
Na boca…
Ele corresponde, aquele beijo estava engasgado na garganta dele, mas era
muito orgulhoso para admitir seus sentimentos…
Foi mais do que um beijo, foi um momento de calmaria…
E eles não se beijavam apenas com os lábios…
Se beijavam com o corpo…
Se beijavam com a alma…
Pararam…
Se olharam…
Se beijaram de novo…
Com a mesma intensidade…
Um momento de paz…
E a realidade volta com força total…
Santiago:
- Não pense que vou cair nessas suas mentiras.
Gleici:
- Você não consegue, não é mesmo?! Simplesmente não consegue se entregar.
Acho que vou aprender, a não dizer o que eu sinto com tanta facilidade, você
não merece, você não valoriza isso!
Santiago:
- Quer saber de uma coisa, acho que hoje vou me encontrar com outra
mulher, é disso que eu estou precisando!
Gleici:
- É sério isso, não caio nessa! Os homens sempre fazem isso, testam as
mulheres! Mas eu não vou fazer uma cena, faça o que você quiser fazer, é
livre!
Santiago:
- Exatamente, sou um homem livre, posso ir pra onde eu quiser! Posso ficar
com quem eu quiser!
Gleici:
- Sim, exatamente. Você pode fazer o que você quiser!
Santiago:
- Você não criou ilusões, não é mesmo?! Até porque isso seria impossível de
ir pra frente!
Gleici:
- O seu problema, é que você fala demais!
Gleici deu outro beijo no fazendeiro, dessa vez com mais atitude, ela sabia
fazer isso muito bem…
Depois, no clímax do beijo, Gleici interrompeu, e atravessou novamente a
cerca, e fez um comentário:
- Você gostou?! Espero que sim, porque esse foi o nosso último beijo! Essa
situação não vai voltar a se repetir, e você pode me mandar mil cartas, que
eu não vou vir mais! Acabou aqui, e tenha um excelente encontro.
Foi a vez de Santiago pular literalmente a cerca, e a pegou pela cintura, e lhe
tascou um beijo, desses que tirar o ar…
Santiago:
- Foi o último?!
Gleici:
- Com certeza!
Santiago:
- Que bom, isso é uma doença!
Gleici:
- Verdade, não dá pra viver assim…
E enquanto falavam, outro beijo acontecia!
Gleici:
- Vamos parar por aqui, não conseguimos nem ter uma conversa!
Santiago:
- Você tem razão, é melhor irmos direto ao assunto! Assim eu vou embora,
você também! E finalizamos isso tudo de uma vez por todas…
Gleici:
- Então vamos ao que interessa!
Santiago:
- Estava fazendo uma limpa em uns documentos antigos, e sem querer achei
uma escritura…
Uma escritura das ‘Terras Relicário’, mas conhecido somente como
‘Relicário’…
Essas terras são cobiçadíssimas, a cada palmo, jorra petróleo, os Torres e
os Castilhos tentam se apropriar dessas terras há anos, mas a justiça
demarcou o lugar, e só vai entregar para o verdadeiro dono…
Gleici:
- E por quê você está me contando isso?!
Santiago:
- Eu ainda não terminei de contar a história, não é mesmo?!
Quem colocar as mãos nessas terras, vão estar colocando as mãos em
milhões de dólares, ali tem barris e mais barris de petróleo!
E mexendo nesses papéis, descobri o nome do dono das terras, e entendo
porque Cláudio Castilho te trouxe de tão longe, para morar tão perto dele!
Gleici:
- Do que você está falando Santiago?!
Santiago:
- O nome do antigo dono era Luiz Antônio Alba-Lima, foi morto quando
descobriram que suas terras valiam milhões, logo por herança, ficou com sua
filha, Violeta Alba-Lima, também morta, por consequência, ‘Relicário’ deve
ficar com sua filha, Gleici Alba-Lima, recém registrada pelo pai, agora
sendo chamada por Gleici Alba-Lima Castilho…
Você é a dona legítima daquelas terras, o petróleo é seu…
Gleici ficou sem reação com aquela revelação, não conseguia acreditar…
Santiago:
- Por isso que o seu pai quer você bem perto!
Quer pôr as mãos no seu dinheiro, já que você é a única herdeira viva!
Gleici:
- Eu não consigo acreditar nisso, não é possível!
Santiago:
- Eu decifrei o código inteiro pra você! Seu pai nunca quis te registrar na
vida, nunca ligou pra você! Muito provavelmente descobriu recentemente
que você é uma verdadeira mina de ouro!
Gleici:
- Não pode ser verdade meu deus!
Santiago:
- Acredite, é a mais pura verdade, e eu sei que doí!
Gleici:
Minha mãe nunca me disse nada!
Santiago:
- Talvez ela quisesse te poupar!
Gleici:
- Por quê?!
Santiago:
- Porque a primeira coisa que vão fazer quando descobrirem que você é a
herdeira do relicário, é te matar!
Gleici:
- Me matar, e por quê?!
Santiago:
- Pra colocar as mãos nas suas terras, por isso que seu querido pai, quiser
que você assine algum papel, saiba que depois de assinado, o atestado de
óbito vem!
Gleici:
- Meu pai não faria isso comigo!
Santiago:
- Então pague pra ver, mas o preço da aposta é alto, sua vida!
Gleici:
- Por quê você está me contando tudo isso?!
Santiago:
- Não pense que eu fiz isso por você, fiz isso para acabar com os planinhos
do seu querido pai, assim ele não ficará com as terras, e eu ficarei satisfeito!
Gleici:
- É, eu deveria saber que você não faria isso por mim, já que na primeira vez
que me viu, apontou uma arma em minha direção!
Santiago:
- Guarde bem esse segredo, se souberem que você sabe a verdade, vão te
caçar como um cordeiro…
Gleici:
- E você vai me deixar assim, sozinha?!
Santiago:
- Eu já disse que não gosto dessa família!
Gleici:
- Então você me contou isso para se vingar!
Santiago:
- Deveria ter feito isso contra você, mas não o fiz!
Gleici:
- Depois disso tudo, eu não consigo ir pra casa, minha cabeça está cheia
demais!
Santiago pegou Gleici pela mão, e a levou até o carro…
Foram para a casa principal da Fazenda Andrade, e subiram para o quarto
do CEO…
Chegando lá, Santiago dentou junto com Gleici, ele cuidou dela…
Passou mais algumas horas, e ficaram ali juntos…
Caíram no sono, porém Gleici despertou primeiro, e decidiu ir embora…
Quando acordou, Santiago olhou para um lado e para o outro, percebeu que
ela não estava mais ali, já havia partido, foi para longe…
Confusa, Gleici caminha, estava nitidamente angustiada…
Não era fácil digeri aquilo tudo, da noite para o dia sua vida mudou de uma
maneira imprevisível…

Fazenda Castilho:

Quando chegou lá, tudo estava diferente, não conseguia olhar pra aquilo tudo
como antes…
Desconfiava da própria sombra…
Subiu, foi até o seu quarto, Simone a seguiu, percebeu que ela estava um
pouco perturbada…
No quanto da enfermeira, Simone fecha a porta, e pergunta Gleici:
Simone:
- Senhorita, está bem?! Parece pálida?!
Gleici:
- Estou bem, só um pouco cansada!
Simone:
- A senhorita saiu a tarde toda, todos perguntaram por você! Tive que
inventar mil desculpas!
Gleici:
- Por favor Simone, não conte pra ninguém que eu fui me encontrar com
Santiago! Sabe como o meu pai reagiria!
Simone:
- Fique tranquila, não contei nada, e se depender de mim, ninguém vai saber!
Gleici:
- Obrigada pela compreensão!
Simone:
- Eu só quero que você fique bem!
Gleici: - Farei o possível para que isso aconteça!
Que tudo fique bem, que tudo termine bem…
Capítulo 9 – The Bory

(Gritos – Um corpo – Prima Zoraide)

Passando pelo corredor que corta o porão da Casa da Fazenda Castilho, a


empregada Simone, escuta os mesmos sussurros de sempre, talvez gritos,
coisas caindo no chão, a curiosidade para descer as escadas, e finalmente
descobrir o que há naquele porão, é grande… porém ela sabe que é proibido
ir até lá…
Enquanto Simone observa de longe, alguém a observava, mas ela estava tão
distraída, que não se deu conta disso…

Escritório da Fazenda Castilho:


Cláudio recebia a visita de uma velha conhecida, integrante da família
Torres, mais conhecida como ‘Prima Zoraide’, ela retornou há pouco tempo,
fez uma viagem, e tinha regressado para poder colocar ordem na casa dos
Torres.
Prima Zoraide:
- Você é um homem que sempre soube guarda muito bem todas as coisas. E
continua fazendo o mesmo…
Cláudio:
- Sempre falando nas entrelinhas, não é mesmo Zoraide?!
Prima Zoraide:
- Eu já sei da garota, não tente ser gaiato! Não se iluda que conseguiria
esconder isso de mim!
Cláudio:
- Como descobriu?! Estava guardando essa informação, já faz um tempo!
Prima Zoraide:
- Se uma pessoa sabe, é um segredo, se duas sabem, já virou uma notícia!
Cláudio:
- Pode ficar tranquila, jamais imaginei que ficaria com tudo pra mim, era
certo que alguém iria aparecer, aquelas terras foram por muito tempo
cobiçadas!
Prima Zoraide:
- Por isso mesmo, vamos dividir o bolo em partes iguais, é pra isso que eu
estou aqui, fique com a sua parte, e dê a parte dos Torres!
Cláudio:
- Minha filha não é burra! Ela vai desconfiar se eu simplesmente pedir para
ela assinar alguns papéis!
Prima Zoraide:
- Me diga Cláudio, há quantos anos estamos sonhando em consegui colocar
as mãos nas ‘Terras de Relicário’?!
Cláudio:
- Desde que o mundo é mundo!
Prima Zoraide:
- Pois então, agora que estamos perto, não vai ser um simples obstáculo que
vai nos parar, não é mesmo?!
Cláudio:
- Tudo tem que ser bem demarcado, se não vai virar uma guerra!
Prima Zoraide:
- Todo mundo tá de olho naquele petróleo! Se os Andrade, as Maias
souberem, também vão entrar na briga! Mas você sempre foi um homem
muito ardiloso, não é mesmo?! Faça valer a pena!
Cláudio:
- Só tem um jeito…
Prima Zoraide:
- Sim, só um jeito! Creio que meu sobrinho Zé Paulo, é o mais indicado para
cumprir essa missão, não é mesmo?!
Cláudio:
- Sim, ele é o mais indicado!
Prima Zoraide:
- Precisamos desse casamento para ontem!
Cláudio:
- Sim, farei de um jeito que tudo aconteça da forma mais rápida possível!
Prima Zoraide:
- Gleici Castilho irá se casar com Zé Paulo Torres, e depois nós veremos o
que será da nossa sorte!
Cláudio:
- O que tem de tão ruim no mundo do dinheiro, que um bom casamento não
possa solucionar?!
Prima Zoraide:
- Realmente, as coisas caminham para essa maravilha, essa perfeição!
Cláudio:
- Temos que ter cuidado com o seu sobrinho, parece um cão raivoso, que
ninguém amansa!
Prima Zoraide:
- Pode deixar, eu controlo o meu sobrinho pela corrente!
Cláudio:
- Antes ele deve fazer um servicinho pra minha pessoa! Tem uma pedra bem
no meio do meu caminho, e está me incomodando!
Prima Zoraide:
- Eu sei disso, a empregadinha, não é mesmo?! Está querendo saber o que
tem dentro da sua caixinha, literalmente, a curiosidade matou o gato!
Cláudio:
- Acha que seu sobrinho pode fazer o serviço de uma maneira limpa?! Nada
pode respingar em mim!
Prima Zoraide:
- Será feito hoje mesmo, de uma maneira limpa! Mas espero, que você já
comece a colocar seu planos em prática!
Cláudio:
- Já tenho meu plano todo na cabeça!
Prima Zoraide:
- Excelente!
A emboscada para Simone…

Simone e Marcelo haviam marcado de se encontrar no Rio River, que corta


parte das Fazendas Andrade e Castilho, porém o capataz se atrasou naquele
dia, não pôde chegar na hora marcada, tinha muito trabalho a fazer.
Simone, estava ansiosa, foi antecipadamente…
E enquanto esperava às margens do rio, foi surpreendida por Zé Paulo…
Zé Paulo:
- A curiosidade por ser o melhor amigo de um homem, o seu pior inimigo…
Simone se assustou, sabia que aquela hora da noite em Vila Madalena, tudo
se tornava muito perigoso, e aquele era Zé Paulo, um dos maiores carrascos
daquele lugar, e ela sabia muito bem disso:
Simone:
- O que o senhor está fazendo aqui?!
Zé Paulo:
- Estou a serviço! Vim resolver uma pequena pendência! Espero não a estar
incomodando!
Simone:
- Não, na verdade eu já estava de saída!
Zé Paulo:
- Você já vai?! Exatamente na hora que eu estou chegando!
Simone:
- Não é nada contra o senhor, imagina?! É que já chegou mesmo a minha
hora, tenho que ir!
Zé Paulo:
- Eu pensei que você estivesse esperando alguém?!
Simone:
- Mas parece que essa pessoa não chegou!
Zé Paulo:
- Chegou sim, és me aqui!
Simone:
- Eu não estava a sua espera!
Zé Paulo:
- Que pena, pois eu estava aqui, só esperando você chegar! Você sempre
vinha aqui, todas as noites, olhava as águas dos rios, e voltava pra sua vida!
Mas a hora de todo mundo chega um dia, não é mesmo?!
Simone:
- Eu tenho certeza que a minha ainda não chegou!
Zé Paulo:
- Quem dera que quem decidisse isso fossemos nós! Quem decide isso, é o
poderoso e soberano Deus!
No dia que criou essa Terra, já sabia a hora de cada homem e mulher que
iria pisar nela!
Simone:
- E por quê o senhor está falando tanto disso?! O que foi que fiz?!
Zé Paulo:
- Quis saber coisa que deveriam ficar debaixo do tapete que você limpa!
Nunca queria saber algo, que não pode pagar, pode ser custoso demais!
Simone:
- Eu sei do que o senhor está falando, mas calando a minha voz agora, não
vai impedir da verdade vir a tona!
Zé Paulo:
- Eu posso não impedir, mas eu posso atrasar! E isso já me basta!
Zé Paulo tira o revólver da cintura, e dá três tiros em Simone, que caí sobre
as margens do rio…
Zé Paulo viu o corpo de Simone, montou em seu cavalo, e foi embora, frio,
parecia que absolutamente nada havia acontecido ali..
Era uma vida indo embora, Simone foi morta, para ser escondido um segredo
que havia anos…
Marcelo chegou atrasado naquele dia, e se arrependeria o resto da vida por
aquilo…
De longe, já é possível avistar, o corpo dela, nas margens do rio, não havia
mais vida…
Desesperado, Marcelo correu, entrou no rio, gritou…
Parecia estar sufocado, gritou mais alto ainda…
Erguia com seus braços, o corpo de Simone, mas uma vítima da violência
descabida de Vila Madalena…
Parecia, que naquele lugar, a única coisa que importava era o poder, e todas
as famílias, fariam de tudo para se sentarem no trono…
A notícia se espalhou, logo todos souberam da morte de Simone…
Gleici sentiu um grande aperto no coração…
Santiago garantiu para Marcelo, que iriam encontrar o culpado…
No dia seguinte, o ar gélido consumia os corações quentes daquela cidade, e
eram poucos…

Capítulo 10 – I love you

(A obrigação – As mercenárias – Inesperada Paixão)

Fazenda das Irmãs Maias


Aline:
- E aí Amanda, seu plano funcionou?! Conseguiu seduzir o fazendeiro?!
Angélica:
- Não pergunte! A cara dela já responde tudo! É óbvio que levou um toco do
bonitão, não é mesmo Amanda?!
Amanda:
- Pelo menos eu estou tentando fazer alguma coisa pra salvar a merda dessa
fazenda, enquanto vocês ficam nas minhas costas!
Aline:
- Calma Amanda, só estamos brincando com a nossa própria desgraça!
Angélica:
- Falando em desgraça, parece que ontem a noite a coisa pegou fogo,
mataram a empregada dos Castilho!
Aline:
- Alguma coisa ela deve ter feito, não levaria três tiros no peito à toa!
Angélica:
- Pra mim foi queima de arquivo! Mandaram ela pro inferno antes dela abrir
a boca!
Amanda:
- Tenho que dar um jeito de reconquistar Santiago!
Angélica:
- Mudou de assunto rápido, hem Amanda?!
Amanda:
- Preciso fazer alguma coisa, não posso ficar de braços cruzados!
Aline:
- E o que pretende fazer?! Precisamos de dinheiro rápido, não importa como
podemos conseguir!
Amanda:
- Mas tem um problema!
Angélica:
- Que problema?!
Amanda:
- Tem alguma mulher no meio, sei que tem! O Santiago está muito estranho!
Angélica:
- Eu falo e vocês não me dão ouvidos! Acho que a bastarda do Castilho!
Aline:
- Você está louca! Isso é impossível! Nunca que uma Castilho e um Andrade
iriam se envolver!
Angélica:
- Eu só acredito em uma coisa, homens são homens e mulheres são mulheres!
Amanda:
- Você só pode estar delirando Angélica! Nunca que o Santiago iria olhar pra
Gleici, por favor!
Angélica:
- Só me dê um motivo para que isso não acontecesse?!
Aline:
- Ela é uma Castilho, e ele é um Andrade!
Angélica:
- Eu só acredito em uma coisa, atração sexual! Pele na pele, sabe o que é
isso?! Vai além de ódio besta sem fundamento! O ódio é superficial, mas a
paixão… ser for profunda, já era… vão enfrentar o que for, nem que estejam
do outro lado do mundo! Não há barreiras!
Amanda:
- Para com isso Angélica, você está começando a me assustar!
Angélica:
- E você ainda não está assustada, eu estaria em pânico! O fazendeiro
dominante é a nossa única esperança, e você ainda não conseguiu fisgá-lo,
isso só significa uma coisa, estamos ferradas!
Aline:
- Se a mulher que está mesmo no meio do caminho for a Gleici, vamos ter
que dar um jeito de afastá-lo dela!
Angélica:
- Exatamente, agora vocês estão começando a colocar essas cabecinhas de
vento para funcionar! Eu acho que tenho a solução!
Amanda:
- Que seria…
Angélica:
- Qual é a coisa mais sagrada para Santiago Andrade?!
Aline:
- A irmã desaparecida.
Angélica:
- Exatamente, tem que ser alguma coisa relacionada a ela! Ela é a chave para
afastar os dois! A lembrança de Antônia pode separar os dois de vez!
Amanda:
- Agora eu estou sacando aonde vocês duas estão querendo chegar!
Angélica:
- Então faça a sua parte, e assim a gente ajuda o universo a conspirar ao
nosso favor!
Aline:
- Mas mesmo que Amanda consiga o fazendeiro, a gente tinha que focar em
algo realmente grande, como as terras relicário, ali sim tem dinheiro pra
gente não precisar se preocupar com nada nessa vida!
Amanda:
- Mas quem é o dono misterioso dessas terras?!
Angélica:
- Não sei, mas está havendo um movimento estranho na cidade, acho que tem
pessoas que já sabem quem é o dono do lugar. A bruxa da prima Zoraide,
voltou correndo da viagem que ela tinha feito pros quintos do inferno! Os
Torres sabem de alguma coisa, e aí, é a hora de você descobrir alguma coisa
Aline…
Aline:
- Jura, vou ter que me encontrar com o Zé Paulo de novo?!
Angélica:
- O que posso fazer?! Ele é o único que pode soltar alguma coisa! Te desejo
sorte, use toda essa sedução que tem aí dentro de você! Sei lá, olha as coisas
dele, deve ter alguma pista!
Aline:
- Pode deixar, vou fazer questão de descobrir!
Angélica:
- E você Amanda, continue com o fazendeiro, vamos tentar de tudo!
As três irmãs Maias se deixaram levar pela ambição, é esse um dos pecados
da humanidade…

Uma inesperada paixão…

Sara havia passado o dia inteiro na igreja, estava muito cansada, mas mesmo
assim resolveu pegar a estrada.
Sara estava muito triste com a morte de Simone, ela a conhecia desde
menina, era doloroso para ela…
Enquanto dirigia, um cavalo entrou bem na sua frente, ela conseguiu evitar o
pior, foi uma freada brusca…
Quem estava em cima do cavalo era Zé Neto Torres, e já se sabe que esses
irmãos não são muito educados..
Sara sai revoltada de dentro do carro:
Sara:
- Por quê você fez isso?! Poderia ter acontecido uma tragédia!
Zé Neto:
- Desde menina você é assim Sara, extremamente dramática e sem graça!
Das três irmãs, você é disparado a mais sem sal!
Sara:
- Você é um grande idiota! Nem sei porque ainda perco meu tempo
discutindo com os trogloditas da sua família!
Zé Neto:
- Seu pai não compartilha da sua opinião! Ele nos adora, por ele seríamos
apenas uma família!
Sara:
- Meu pai não sabe quem são vocês de verdade!
Zé Neto:
- Ou talvez você não saiba quem verdadeiramente é o seu pai!
Sara:
- O que você está querendo dizer com isso?!
Zé Neto:
- A gente pode dizer tantas coisa, pode sentir tantas coisas, pode ver tantas
coisas! No final tudo é uma grande besteira!
Sara:
- Você está bêbado, ou algo do tipo?! Porque se nota que não está nos seus
cinco sentidos!
Zé Neto:
- Vou ter que concordar com você, só fora de mim pra fazer o que quero
fazer com você agora!
Zé Neto desceu do cavalo, e foi pra cima de Sara, a sensação dela, era de
aquilo não estava acontecendo de verdade…
Ele a estava forçando, e ela tentava se desvencelhar a todo custo!
Pela estrada, vinha outro carro… Era Diego, que estava voltando do bordel
de Vila Madalena, ele viu aquela cena, e resolveu parar…
Zé Neto estava arrancando o vestido de Sara, que gritava e chorava, pedia
socorro, estava desesperada…
Diego saiu do carro, e foi até Zé Neto, e o separou de Sara, não bateu nele,
apenas o afastou, Sara estava em estado de pânico, chorava muito…
Diego:
- O que está acontecendo aqui Zé Neto?!
Zé Neto:
- Não se meta Diego, não vê que estava passando um excelente momento
com a minha amiga Sara?!
Diego:
- Não parece que ela compartilha dessa mesma opinião, por que ela está
chorando?!
Sara andando, vai para trás de Diego:
Sara:
- Ele tentou me estuprar!
Diego olha pra Sara e pergunta:
Diego:
- Ele fez alguma coisa contra você?!
Sara:
- Só não fez porque você chegou aqui!
Diego:
- Então é isso que você faz Zé Neto?! Obriga as mulheres a fazerem coisas
com você! Você é um moleque mesmo!
Zé Neto:
- Por quê você está tão preocupado! É ela, Sara Castilho, sua inimiga, vocês
se odeiam! E afinal de contas, eu estava fazendo um favor pra ela, estava
ensinando coisas novas!
Diego parte pra cima de Zé Neto, bate nele, soco atrás de soco, ficou
extremamente nervoso, Sara percebeu que aquilo poderia culminar em uma
tragédia, e pediu para Diego parar:
Sara:
- Por favor Diego, você vai matá-lo!
Diego:
- Deveria mesmo fazer um favor pro mundo, e matar esse desgraçado, é isso
que ele merece!
Sara:
- Não faça isso por favor, já não basta todas as tragédias que aconteceram?!
Diego:
- Sara, ele não fez nada com você, não é mesmo?!
Sara:
- Graças a Deus, não deu tempo!
Diego:
- Essa família Torres, é mesmo uma escória! É o que faz essa cidade ser um
lixo!
Diego chuta Zé Neto…
Sara:
- Não posso ir pra casa assim, meu vestido está todo rasgado!
Diego:
- Vem, vou te levar pra minha casa, lá arranjamos roupas pra você! Vem!
Sara:
- Eu nunca entre na propriedade Andrade!
Diego:
- Mas pra tudo tem uma primeira vez, não é mesmo?!
Diego e Sara vão juntos no mesmo carro…
Não se falam, ela ainda parece estar bem nervosa com o acontecido, e ele
limpa as mãos, que estão sujas de sangue, depois do ocorrido…
Mesmo temerosa, Sara chega na propriedade Andrade…
Ela olha em volta, e fica encantada com a beleza da fazenda…
Quando chega lá, Diego pede ajuda para Valéria, que se espanta quando vê a
senhorita Castilho ali, bem na sua frente…
Diego:
- Valéria, por favor ajude a senhorita Castilho, auxilie no banho, dê o que
vestir depois prepare alguma coisa pra ela comer…
Valéria:
- O que você fez com ela, senhor Diego?!
Diego:
- Eu não fiz absolutamente nada! Para de perguntas, e ajude ela logo. A Sara
não está bem! Leva ela pro quarto de hóspedes!
Valéria:
- Sim senhor!
Valéria leva Sara e a ajuda…
Depois de algum tempo, Diego bebe alguns drinks olhando para a lareira da
sala, chegam Lucas e Santiago…
Lucas:
- Que história é essa de trazer Sara Castilho, para dentro dessa casa?! Já não
basta as loucuras do Santiago, agora você também?! É uma casa de loucos,
de loucos!
Santiago:
- Não me coloque no meio dessa história, que dessa vez eu juro que não
tenho nada a ver!
Diego:
- Lucas, eu estou nervoso e a última coisa que eu quero dar adora é
satisfação!
Lucas:
- Desculpa, vou fingir que nada aconteceu aqui, pelo menos fingir, mas não
sei se vou conseguir!
Santiago:
- Não era você que dizia que eu era louco Diego?! Que a pior laia eram as
Castilho, e veja só, trouxe uma para dentro de casa!
Lucas:
- Você é um inconsequente! O pai dela vai matar meio mundo quando
descobrir aonde a santa da filha dele está!
Diego:
- O Zé Neto tentou estuprar ela no meio da estrada, eu cheguei e evitei o
pior!
Santiago:
- O quê?!
Diego:
- Isso mesmo que você ouviu!
Lucas:
- Vocês brigaram?! A sua cara está toda machucada!
Diego:
- Sim, me descontrolei! Quando vi ele por cima dela, por cima dela, o
sangue ferveu!
Santiago:
- Esses irmãos Torres não valem absolutamente nada!
Lucas:
- Agora que você percebeu isso?!
Diego:
- Trouxe ela pra cá! Estava com a roupa toda rasgada, não podia voltar pra
casa naquele estado! Valéria está lá em cima cuidado dela!
Lucas:
- Amanhã mesmo, ele tem que voltar pra casa dela, senão isso vai virar um
verdadeiro pandemônio!
Diego:
- Que você acha Lucas, que eu trouxe ela pra morar aqui, não seja ridículo!
Eles brigavam, mas sempre depois entravam em um consenso…
Na manhã seguinte, Sara pediu para que Valéria ligasse para Paola e Gleici
irem buscá-la…
Quando souberam da gravidade do assunto, as duas não pensaram duas
vezes, e foram até a fazenda Andrade, isso era inédito…
As três irmãs Castilho em terras Andrade…

Gleici e Paola chegaram, logicamente que não contaram nada para Cláudio,
ele não podia nem sonhar com isso…
Sara estava no quarto de hóspedes, sendo super bem tratada…
Ela contou tudo o que aconteceu para as irmãs…
Sara já estava mais calma…
Os três irmãos estavam no andar de baixo, aguardando as Castilho descerem,
mas elas ficaram conversando por um bom tempo…
Logo Santiago subiu, e Gleici saiu do quarto de hóspedes, eles se
encontraram no corredor…
Bastou um olhar…
Santiago puxou ela para dentro do seu quarto, e os dois se beijaram
apaixonadamente:
Santiago:
- Eu estava com saudade.
Gleici:
- Eu também!
Santiago:
- Eu pensei que não ia mais te ver!
Gleici:
- Eu estou aqui…
Santiago:
- Por quê você foi embora daquele jeito?!
Gleici:
- É melhor assim!
Santiago:
- Que saudade do seu cheiro!
Os dois voltaram a se beijar, matavam as saudades, e sabiam que o tempo
era curto, Santiago, tentava… mas não conseguia se entregar, interrompeu o
momento, e repetia em voz baixa:
Santiago:
- Eu não posso, eu não posso!
Gleici:
- É por isso que isso nunca vai dar certo! Nós não nascemos para ficar
juntos!
Santiago:
- Sim, essa é a verdade! E sempre é melhor a verdade, não é mesmo?!
Gleici:
- Eu queria ser como você, e saber lidar com os meus sentimentos de uma
maneira tão fácil, mas não posso! Tudo pra mim é mais sofrido, mas
doloroso!
Santiago:
- Você não entendi, eu não consigo esquecer a Antônia, ela era a luz da minha
vida! Me sinto culpa pelo desaparecimento dela!
Gleici:
- Eu sei! Mas a culpa não é sua, e nunca a esqueça! Ela é sua irmã!
Santiago:
- As vezes eu esqueço de como era o seu rosto, e tom sua voz, eu esqueço do
seu olhar! E eu não suporto isso, quero mantê-la viva, nem que seja na minha
memória!
Gleici:
- Você é um excelente irmão, defende o Diego e o Lucas com unhas e dentes,
e nunca perdeu a esperança de um dia reencontrar a Antônia!
Santiago:
- Todos dizem que eu sou louco de ainda, depois de tantos anos, ter
esperanças com a volta dela!
Gleici:
- Você não é louco, você está certo! Eu sei que um dia, ela vai voltar pra
vocês!
Gleici e Santiago se abraçam, e voltam a trocar olhares e carícias, o beijo
veio, como um conforto, como um: “vai ficar tudo bem”.
No meio do beijo, Lucas entra no quarto sem bater, e surpreende os dois no
momento mais íntimo…
Lucas:
- Meu Deus!
Santiago:
- Você não bate antes de entrar?!
Lucas:
- Desculpa, eu deveria ter batido!
Gleici fica sem graça, e sai do quarto…
Ela volta para o quarto de hóspedes, onde Paola pergunta onde é o banheiro,
e Gleici responde:
- Na segunda porta a esquerda.
Paola:
- Vou lá rapidinho!
Enquanto isso no quarto de Santiago:
Lucas:
- Meus Deus! Santiago, o que você está fazendo?!
Santiago:
- Não estava acontecendo absolutamente nada demais?!
Lucas:
- Santiago, vocês estavam se beijando!
Santiago:
- Foi uma coisa do momento!
Lucas:
- Coisa do momento?! Essa vai ser mesmo a sua melhor desculpa?!
Santiago:
- Quer saber de uma coisa Lucas, eu não te devo nenhum tipo de satisfação!
Sai do meu quarto, vai!
Lucas sai, e vai em direção ao banheiro, estava tão atordoado, que nem
percebeu que estava ocupado…
Paola tinha entrado, tirado a blusa, o sutiã a estava incomodando…
E quando ela estava assim, Lucas entra, e vê seu seios:
Lucas:
- Meu Deus!
Paola se assusta!
Paola:
- Você não bate na porta?!
Lucas:
- Eu não sabia que estava ocupado!
Paola acaba tapando os seios…
Paola:
- O que você está aí fazendo?! Sai logo daqui!
Lucas assustado se retira, ambos ficam sem graça…
Alguns minutos depois…
Os Andrade estão na sala, esperando…
As castilho finalmente descem…
E antes de Sara ir embora, ela olha para Diego, e em um momento íntimo
diz:
Sara:
- obrigada…

Aquele agradecimento tinha intensidade de um “eu te amo”…

E foram…

A obrigação…

Alguns dias se passaram…


Era hora de Cláudio colocar seu plano em ação…
Ele convocou as três filhas, e então soltou a notícia…
Cláudio:
- Sara, você irá se casar com o Zé Paulo…
Capítulo 11 – La Boca

(O Casamento – A boca – a sedução das irmãs Maias)

As irmãs Castilho não entendem a decisão do pai…

Sara:
- Como assim casar?!
Cláudio:
- É o que você ouviu, você irá se casar com Zé Paulo! Precisamos unir as
famílias, agora mais do que nunca, precisamos de aliados, o mais rápido
possível!
Gleici:
- Você não pode abrigar nenhuma de nós a se casar, o que pensa que é, nosso
dono!
Cláudio:
- Sim, sou o pai de vocês! Me devem obediência! Não é porque já são
mulheres formadas, que podem mandar nas próprias vidas!
Paola:
- Não pode fazer isso, não pode obrigar a Sara a se casar com aquele idiota,
todo mundo sabe que ele não presta! Eu pensava papai, que você sempre
quis o melhor para nós!
Cláudio:
- Eu quero o melhor para vocês, mas também temos que pensar no nosso
futuro, nas nossas finanças, na nossa fazenda! Isso é o junto!
Sara:
- Sempre colocando o dinheiro na frente de tudo, não é mesmo papai?! E os
sentimentos, onde ficam, onde?!
Cláudio:
- Não quero saber de lamentações, você vai se casar e ponto!
Sara corre para o quarto, e chora… Fica desesperada com a notícia do
casamento.
Gleici e Paola, a seguem…
Sara:
- Ele não pode fazer isso comigo, não pode me obrigar a casar com aquele
estúpido! Ele é irmão do homem que tentou me estuprar, como vou conviver
na mesma casa?!
Paola:
- O papai só pode estar louco, de onde ele tirou essa ideia absurda?!
Gleici:
- Interesses! Dinheiro! Ele é muito ambicioso! Deve haver alguma coisa por
trás desse casamento repentino, temos que descobrir, investigar!
Sara:
- Se tivermos tempo de descobrir, parece que ele quer me casar o mais
rápido possível, com aquele homem!
Gleici:
- Fique tranquila Sara, nós vamos arranjar um jeito, vamos conseguir
impedir essa loucura!

Enquanto as irmãs Castilho tentavam achar uma maneira de sair daquela


situação, as Maias estavam procurando outro jeito de sobreviver naquele
jogo, e sua principal arma, era a sedução…
Enquanto Amanda tinha ido até a Fazenda Andrade, Aline estava a caminho
da Fazenda Torres…

Fazenda Andrade:
Amanda chega, e é recebida por Valéria…
Amanda:
- Chame por favor o Santiago, diga que a Amanda está aqui e precisa falar
com ele…
Valéria:
- Espere um momento, que eu vou chamar e já volto…
Poucos minutos, depois Santiago desce e para receber Amanda na sala…
Santiago:
- Amanda, o que você está fazendo aqui?!
Amanda:
- É assim que você recebe uma velha amiga?!
Santiago:
- Desculpa, a que devo a honra dessa visita?!
Amanda:
- Estou aqui, porque estou morrendo de saudades, sinto falta das suas mãos,
da sua pegada! Estou carente!
Amanda vai se aproximando de Santiago…
Santiago:
- Eu já disse Amanda, não temos nada a ver! Foi bom nossos momentos, mas
já passou! Não quero que você passe por essa situação!
Amanda:
- Você que me coloca nessa posição, sabe que eu gosto de você, mas me
despreza! O que custa me dar um pouco de carinho, atenção! Afinal, você
está solteiro, eu estou solteira, estamos desimpedidos!
Santiago:
- Não é assim que funciona Amanda!
Amanda:
- E por quê não é assim que funciona?! Você é homem e eu uma mulher, isso
acontece assim desde que mundo é mundo!
Santiago:
- Você é uma mulher bonita, tenho certeza que qualquer homem cairia aos
seus pés!
Amanda:
- Mas eu não quero outro! Eu quero você!
Santiago:
- Não insista Amanda! Nós dois sabemos que isso jamais funcionaria, não
adianta no enganar! Não quero fazer você passar por essa situação! Não
posso ficar com você…
Amanda:
- Eu já sei, tem outra mulher entre nós dois, não é mesmo?!
Santiago:
- Não é nada disso!
Amanda:
- Como que não, olha pra mim, qual homem me mandaria pra casa?! Só pode
ser outra, e você está tentando se manter fiel a ele, ao sentimento que sente
por ela, por isso me rejeita desse jeito!
Santiago:
- Você está começando a inventar histórias na sua cabeça, eu não tenho nada
com ninguém, sou livre!
Amanda:
- Eu sou mulher, eu sinto quando um homem está apaixonado por outra, ele
fica diferente, tenta ser fiel, mesmo ela não estando perto, não pode trair,
pois estar enfeitiçado por ela, não consegue se entregar! E esse é o seu caso!
Santiago:
- Você está delirando Amanda, não existe nenhuma outra mulher na minha
vida!
Amanda:
- Eu sei que existe! E o pior que eu desconfio de quem seja, mas me renego a
acreditar!
Santiago:
- Agora fica inventando mulheres que não existem!
Amanda:
- É a Gleici, não é mesmo?!
O semblante de Santiago muda quando ela diz o nome de Gleici,
evidenciando que era realmente ela, a outra mulher…
Amanda:
- Eu sabia que era ela!
Santiago:
- De onde você tirou isso?!
Amanda:
- Não disfarce, seu rosto entregou na hora que é ela mesmo!
Santiago:
- Agora eu tive a certeza absoluta que você está enlouquecendo!
Santiago fica um pouco nervoso, e vai até o bar para preparar uma bebida!
Amanda:
- Seus pais devem estar se revirando dentro de suas sepulturas, quem diria
que o filho mais honrados dele, daria um desgosto desse!
Santiago:
- Eu sinceramente não sei colocou essas coisas na sua cabeça, mas realmente
não fazem sentido! Olha na minha cara, onde eu iria me interessar pela filha
de Cláudio Castilho?! Eu tenho um nome a zelar!
Amanda:
- Como diz o povo por aí: “Quem manda no coração?” Eu já sei, você achou,
vou dar uns beijos, talvez uns amassos, talvez até mesmo você tenha levado
ela pra cama, mas não, tudo está sob controle, vou saber me distanciar na
hora certa, mas quando se deu conta, estava envolvido, não é mesmo?! Diga
que não foi isso que aconteceu?! Diga…
Santiago:
- Eu não vou falar uma mentira, só porque você veio aqui para ouvir uma!
Amanda:
- Para de negar Santiago, é pior ficar negando o óbvio! Sei que você gosta
dela, mas talvez você não tenha a coragem de ficar com a bastarda, sim,
porque seria uma vergonha, imagina a cidade inteira falando disso, dizendo
que você não honrou o nome da sua irmã, esqueceu da Antônia, esqueceu
dela, assim, rápido?! Foi só aparecer essa mulher para você esquecer todo o
mal que ela sofreu, quem sabe onde está agora, quem sabe se está viva?!
Amanda sabia que aquele era o ponto fraco de Santiago, e ficou o
atormentando com isso!
Santiago:
- Você não tem o direito de colocar a Antônia no meio disso tudo!
Amanda:
- Eu só lembre do nome dela, porque você a amava, e muito… mas parece
que já deixou ela se tornar apenas uma lembrança!
Santiago:
- Você mais do que ninguém, sabe o quanto eu procurei por ela, sabe como
honrei o seu nome, e nunca deixei que ela fosse esquecida!
Amanda:
- Eu sei disso, mas será que a Gleici um dia vai querer dividir você com a
lembrança da sua irmã desaparecida?! Ela é uma mulher egoísta, só pensa
nela mesma, deve estar armando com o pai para te enganar, será que você
não percebe isso?!
Pouco a pouco, ela fará você tirar essa ilusão de achar a Antônia, da sua
cabeça!
Santiago:
- Ninguém jamais vai conseguir tirar da minha cabeça a ideia de procurar a
Antônia!
Amanda:
- A Gleici vai conseguir, veja como você está?! É outro homem, cadê aquele
ódio que te definia, toda aquela raiva que havia dentro de você?! Toda
aquela sede por vingança?! Ela te quebrou, te amansou, te domou!
Santiago:
- Você está tentando me provocar, mas não vai conseguir! Sai da minha casa!
Amanda:
- Tudo bem, eu vou! Mas estou feliz, pois sei que essa desconfiança sempre
estará aí, Antônia jamais permitirá que vocês fiquem juntos, a lembrança
dela não vai deixar!

Amanda conseguiu o que queria, deixou Santiago extremamente atordoado, e


mais vulnerável…

Fazenda Torres:

Aline havia marcado um encontro com Zé Paulo:

Aline:
- E aí gostoso, quanto tempo, pensei que tinha me esquecido?!
Zé Paulo:
- Você sabe que isso é impossível!
Zé Paulo e Aline se beijaram… Aline tentava tirar alguma coisa do herdeiro
Torres:
Aline:
- E aí, quais são as novidades?!
Zé Paulo:
- Porque você não me diz logo o que veio saber?!
Aline:
- Você gosta de ir direto ao assunto, não é mesmo?!
Zé Paulo:
- Minha querida tia Zoraide me alertou, sabia que você viria até aqui tentar
arrancar alguma coisa de mim, mas eu não tão burro assim, eu já sabia que
você não prestava!
Aline:
- Eu não presto. Mas eu sei que você adora isso!
Zé Paulo:
- Sim, mas vamos pra diversão, porque o que você quer saber, descobrirá na
hora certa! As terras relicário, vão parar nas minhas mãos!
Aline:
- Como?!
Zé Paulo:
- Seus olhos brilharam, mas fique calma, logo saberá!
Aline a Zé Paulo vão pra cama…

O Primeiro Beijo, jamais é esquecido…

No dia seguinte…
Sara estava angustiada, e resolveu sair logo cedo para relaxar um pouco,
embora isso fosse muito difícil…
Foi até a cerca que corta as terras Castilho das terras Andrade, um ponto de
tensão, já que era uma área pouco visitada, contudo naquele diz, o destino ou
a coincidência, fizeram que Sara e Diego fossem estar no mesmo lugar e na
mesma hora…
Sara o viu de longe, depois foi a vez dele perceber a presença dela ali, ele
se entreolharam e foram em direção a cerca…
Não havia muito o que ser dito, mas aquele clima de ódio entre os dois,
havia dado uma trégua…
Diego:
- Como você vai!
Sara:
- Não muito bem.
Diego:
- Aconteceu alguma coisa?!
Sara:
- Sim, meu pai vai me obrigar a casar com um homem que eu nem conheço
direito!
Diego:
- Obrigar a casar?! De onde saiu isso?! Essa ideia é absurda!
Sara:
- Sim, eu sei disso!
Diego:
- Sara, eu te conheço desde criança e você nunca foi de aceitar as coisas
assim!
Sara:
- O problema é agora o meu pai precisa de mim, não si como negar isso pra
ele! Tenho medo que ele fique debilitado, ele não está bem desde a morte do
meu tio!
Diego:
- Acho melhor não falarmos nisso!
Sara:
- Também acho!
Diego:
- Mas você não pode aceitar isso!
Sara:
- Eu tenho medo!
Diego:
- Medo de quê?!
Sara:
- De quando ele me tocar, de quando ele beijar os meus lábios, não foi desse
jeito que eu idealizei!
Diego:
- E como você havia imaginado?!
Sara:
- Antes eu tinha vergonha de dizer, antes eu não falaria isso com ninguém,
muito menos com um homem…
Diego:
- O que você não gostaria que nenhum homem soubesse?
Sara:
- Eu nunca fui beijada…
Sara disse com sutileza, Diego ficou intrigado, mas aquilo também o
encantou…
Quis se tornar seu professor, quis ser o seu primeiro…
Pulou a cerca, pegou em seu rosto, e deu um terno beijo, estava rendido…
Sara não sabia, mas Diego era apaixonado por ela, desde que era um
menino, mas sempre escondeu isso…
Foi um beijo lindo, o sentimento era puro, não havia qualquer tipo de
interesse…
Foi um beijo doce, suave, natural…
Depois disso, Sara interrompeu o beijo, e assustada, saiu correndo…
Diego, com um sorriso no canto da boca, perguntou:
- Pra onde você vai?!
Ela não respondeu, apenas queri fugir, e correu, correu…
Pra onde ela iria?
Não se sabe.
Mas aquele primeiro beijo, ela e nem ele, esqueceriam…
Já sabiam, que havia marcado…
A boca não consegue negar os sentimentos, no calor de um beijo…
Capítulo 12 – La Pasión

(O sacrifício – A paixão adormecida – A eterna briga entre o bem e o mal)

Ainda sem fôlego, Sara chega em casa, e logo vai falar com Gleici:
Sara:
- Eu não posso, eu não posso me casar com Zé Paulo!
Dizia ela, com um sorriso no rosto…
Gleici:
- O que aconteceu Sara?!
Sara:
- Eu não posso, me casar com ele, porque eu estou apaixonada por outro
homem! Isso estava adormecido, mas parece que despertou dentro de mim!
Gleici:
- Eu não estou entendendo nada do que você está falando Sara!
Sara:
- Eu sou apaixonada por ele, eu não posso mais mentir! Eu gosto dele!
Gleici:
- Dele quem?!
Sara:
- Eu estou apaixonada por Diego Andrade!
Gleici:
- Meu Deus! Fale isso baixo Sara, alguém pode te ouvir!
Sara:
- Que escutem, eu não vou ficar mais me reprimindo, não posso, eu tenho que
viver isso, eu tenho que viver isso, se não isso vai me matar!
Gleici:
- E como que você descobriu que estava apaixonada pelo Diego, você não
está confundindo as coisas?!
Sara:
- Não estou! Ele acabou de me dar um beijo, e se eu soubesse que era tao
bom, já tinha feito antes! Gleici por quê você não me disse que era tão bom
beijar a boca da pessoa que a gente gosta?!
Gleici:
- Tô vendo que você está bem animada!
Sara:
- Eu acho que pela primeira vez na vida, eu experimentei o que é me sentir
feliz! Eu estou tão feliz Gleici!
Gleici;
- Que bom! Se você está feliz, eu também fico feliz!
Sara:
- Eu estou tão feliz, que parece que eu vou explodir!
Gleici:
- O amor faz isso com a gente, dá mais vontade de viver!
Sara:
- Sim, eu nunca senti isso antes, é tão renovador, é tão bom!
Sara foi para o quarto, estava muito feliz, e Gleici viu isso, estava contente
pela irmã, sabia que uma chama havia sido acesa na sua vida…

Mas havia outras coisas para serem resolvidas…

O sacrifício…

Cláudio estava em seu escritório, e seu plano estava sendo colocado em


prática…
Convocou as três filhas novamente, para pressioná-las…
Cláudio:
- Sara, espero que já tenha aceitado melhor a ideia do seu casamento!
Sara:
- Você não pode fazer isso comigo!
Paola:
- Papai por favor, coloca a cabeça no lugar, não pode obrigar a Sara a casar
com esse homem!
Cláudio:
- Ela vai se casar, querendo ou não! Já disse os meus motivos, e não quero
desculpas!
Sara:
- Não quero fazer isso agora! Isso é muito injusto!
Cláudio:
- Não pensa na sua família, em como vamos viver?! Pense pelo menos nas
suas irmãs!
Gleici:
- Não pressione a Sara, ela não pode fazer isso, não agora!
Cláudio:
- E por quê não?! O que aconteceu de tão especial, que a Sara não pode se
casar com o Zé Paulo?!
Sara estava pronta para dizer que estava apaixonada por Diego…
Sara:
- Porque eu estou…
Mas Gleici foi mais rápida, e impediu aquela tragédia, seria a morte Cláudio
ouvir que sua filha estava apaixonada por Diego Andrade…
Gleici:
- Ela não vai se casar!
Cláudio:
-Porquê?!
Gleici:
- Porque quem vai se casas com José Paulo Torres, sou eu!
Todos ficam espantados com a revelação de Gleici, que prossegue…
Gleici:
- Creio papai, que não fará diferença de qual filha se casará, não é mesmo?!
Então precisa encurralar a Sara, eu me caso com ele!
Cláudio:
- Bom, se você está pedindo!
Gleici:
- Sim, eu vou fazer o que deve ser feito!
Sara:
- Você está se sacrificando por mim, isso não é justo!
Gleici:
- Se você tem a chance de ser feliz, seja feliz por todas nós!
Cláudio:
- Amanhã mesmo, você se casa com Zé Paulo!
Paola:
- Como assim, um casamento para amanhã?! Mas já, da noite para o dia?!
Cláudio:
- Sim, você se casa com ele, amanhã mesmo!
Gleici:
- Não tem problemas, estou disposta a fazer isso!
Cláudio:
- Amanhã mesmo fazemos o casamento no civil, vamos oficializar essa
união!
Gleici:
- União essa, que nem sequer um dia existiu!
Cláudio:
- Você quis fazer isso pela sua irmã, então agora aguente as consequências!
Eu não estou te mandando para a morte, pouco a pouco vai começar a se
aproximar do seu marido, será uma excelente esposa para ele!

Gleici parece estar bem conformada com o seu casamento por obrigação, ela
queria salvar Sara, logo agora que sua irmã estava tão feliz…

Escritório da Fazenda Castilho:


Cláudio liga para prima Zoraide:
Cláudio:
- O plano deu certo, Gleici aceitou se casar amanhã mesmo com Zé Paulo,
vamos fazer apenas o civil, e pronto!
Prima Zoraide:
- Que ótimo! E eu que estava achando que esse seu plano não funcionaria,
fico feliz em ter queimado a minha língua!
Cláudio:
- Eu sabia que Gleici iria aceitar, agora só falta concretizarmos essa união, e
colocas as mãos nas terras relicário!
Prima Zoraide:
- Sim, aquelas terras… já nos pertencem!

Cláudio desliga o telefone, e comemora, a intenção dele nunca foi casar Sara
com Zé Paulo, ele sabia que Gleici iria se sacrificar, e não iria desconfiar de
seu plano, para conseguir botar as mãos nas terras relicários!

No dia seguinte:
Casamento no civil entre Gleici Castilho e Zé Paulo Torres…
Tudo foi muito rápido, Gleici chegou e assinou os papéis, em seguida foi a
vez de Zé Paulo, ela não desconfiou de absolutamente nada, e o plano contra
a enfermeira avançava, não tinha como ela sair daquela situação, o jogo
estava contra…
Os dois se casaram, e em seguida Gleici foi morar na Fazenda Torres…

Capítulo 13 – El amor

(O despeito de Santiago – O amor de Sara e Diego – E a noite atormentada


de Gleici)

O despeito de Santiago…
A noite, todos em Vila Madalena já sabiam do casamento entre Gleici e Zé
Paulo, obviamente Amanda foi até a Fazenda Andrade para consolar o
fazendeiro Santiago…

O CEO já estava no seu sétimo copo, estava afogando as mágoas…


Por mais que quisesse disfarçar, não conseguia, simplesmente a imagem de
outro homem tocando Gleici, o atormentava profundamente, aquilo feria,
torturava.
Amanda chega, fazendo questão de lembrar o casamento para Santiago, era a
melhor arma que tinha...
Amanda:
- Vejo que já sabe do último acontecimento mais comentado em Vila
Madalena…
Santiago fingiu não saber.
Santiago:
- Não faço a menor ideia do que aconteceu!
Amanda:
- Sua amada se casou com outro, era pra você saber disso! Mas eu tenho
certeza que sabe, está fingindo para tentar me enganar, não é mesmo?!
Santiago:
- Eu não me interesso por saber da vida dos outros!
Amanda:
- Tudo bem, se você, nós podemos falar de outro assunto!
Santiago:
- E quem está pensando em falar, nós podemos fazer coisas muito mais
interessantes!
Amanda:
- Esse é o Santiago que eu gosto, pegador, macho, que não nega amor pra
uma mulher!
Santiago e Amanda se beijam, e vão para o quarto do fazendeiro…
Entre beijos e amassos, Amanda pula no colo de Santiago, e quando estavam
deitados em cima da cama, o CEO, por algum motivo, se detém…
Amanda:
- O que foi?! Por quê você parou?!
Santiago:
- Eu não posso! Não posso! É melhor você ir pra sua casa Amanda!
Amanda:
- Mas por quê você não pode?!
Santiago:
- Quando eu beijo você, eu procuro a boca dela… quando eu toco na sua
pele, eu imagino o calor da pele dela, quando eu encosto no seu corpo, eu
quero sentir a forma do corpo dela, quando eu digo o seu nome, eu quero
pronunciar o nome dela, e então eu abro os olhos, e percebo que você não é
ela… Então eu me sinto mal, porque eu não deveria ter feito isso com
você… mas era com a Gleici que eu gostaria de estar, mas não posso…
Amanda:
- Pelo menos você me confessou que realmente era ela por quem você estava
apaixonado!
Santiago:
- Não me entenda mal, por favor Amanda!
Amanda:
- O que tinha quer entendido, já foi entendido, o que posso fazer, não é
mesmo?! Qual é o meu papel nisso tudo?! Você se apaixonou por ela,
aconteceu… aconteceu! Me resta aceitar, e dizer que você tem uma amiga,
que sempre vai estar esperando por você! No dia que você enjoar da Gleici,
eu vou estar aqui!
Santiago:
- Eu nunca vou enjoar dela, porque a Gleici é a mulher da minha vida, eu
estou bêbado e jamais falaria isso sóbrio mas essa é a verdade!
Amanda:
- Depois disso eu não preciso ouvir mais nada, apenas me retirar…
Amanda vai embora, e Santiago fica imóvel na cama, olhando perdido para o
teto…

A primeira noite de Gleici na Fazenda Torres…

Zé Paulo:
- Já estava ansioso pela lua de mel!
Gleici:
- Que lua de mel?! Eu casei com você, mas não vou fazer absolutamente nada
com um ser tão escroto quanto você!
Zé Paulo:
- Agora você é minha esposa, e vai cumprir seu papel de mulher!
Zé Paulo pega Gleici pelo braço:
Gleici:
- Me solta, eu não vou para lugar nenhum com você! Não vou fazer nada!
Zé Paulo:
- Claro que vai, sabe quanto tempo eu estou esperando por essa noite?! Eu te
quero faz tanto tempo! Hoje você vai me saciar!
Gleici:
- Me larga, você não vai me tocar!
Prima Zoraide ouve a gritaria no andar de cima da casa, e se aproxima:
Prima Zoraide:
- O que está acontecendo aqui?!
Zé Paulo:
- Minha esposa não quer cumprir com seus deveres conjugais!
Gleici:
- Você não vai encostar a mão em mim!
Zé Paulo:
- Isso é o que vamos ver!
Prima Zoraide:
- Zé Paulo, deixe sua mulher em paz, você não vai obrigá-la a nada! Minha
filha, você pode dormir no quarto de hóspedes!
Zé Paulo:
- Mas tia…
Prima Zoraide:
- Mas nada! Ela vai dormir sozinha, e você Zé Paulo, trate de não fazer
nenhuma gracinha, eu estarei de olho!
Gleici:
- Obrigada!
Prima Zoraide:
- Vai minha filha, vai dormir que hoje o dia foi muito longo! E você Zé
Paulo, vá para o seu quarto!
Zé Paulo, contrariado vai para o quarto, enquanto Gleici respira aliviada…
A Primeira noite de Diego e Sara…

Sara sai a noite, era o momento mais oportuno, não tinha ninguém vigiando…
Diego sabia que poderia ir até a cabana que ficava localizada na Fazenda
Andrade, era um lugar tranquilo, pouquíssimo frequentado.
Sara foi até a cabana, e viu que Diego teve a mesma ideia, já que viu ele a
esperando…
Ele abriu a porta, e ela entrou, sem falar absolutamente nada…
Eles não conversaram, mais o clima estava tão intenso, que os gestos por si
decifravam os sinais do corpo…
Ele beijou o canto da boca dela…
Ela estava nervosa…
Se sentia inexperiente…
Mas ele teve toda a paciência do mundo…
Soube fazê-la se sentir a vontade…
Começou pela boca…
E depois foi beijando cada quina do corpo dela…
Cada curva…
Cada linha…
Olhava nos olhos…
Nunca parava com o contato visual..
Sara estava ficando excitada…
Seu corpo reagia de uma forma muito natural…
Diego foi o primeiro…
E queria ser o único…
El Placer…
Ele deitou-se nu por cima dela…
E a penetrou, com doçura…
Sara passava a mão por cima das curvas de Diego…
Ele nunca imaginou, que o corpo pudesse dar tamanho prazer…
Ela já havia entendido a mecânica do sexo, a ida e a vinda…
E assim, sorrisos…
Carinhos, eles se amaram, mesmo tendo todos os motivos do mundo para se
odiarem…

A Descoberta...
Alguns minutos depois, Sara e Diego permaneceram deitados, em silêncio…
Não se deram conta que alguns homens estava se aproximando da cabana…
Cláudio Castilho, desconfiado, resolveu seguir Sara, para ver aonde a filha
estava indo, levou alguns homens da Fazenda…
Ele se surpreendeu quando viu ela entrando em terras Andrade, porém
resolveu dar corda…
Depois, Cláudio junto de seus homens se aproximaram da cabana…
O barulho era tanto, que Marcelo acordou Santiago, e pediu para eles irem
até a cabana com alguns homens, pois achava que estava havendo uma
invasão…
Diego e Sara não ouviram absolutamente nada, estavam em seu próprio
mundo…
Cláudio pediu para que um de seus capangas arrombasse a porta, e assim o
fez…
Cláudio entrou e surpreendeu Sara e Diego, seminus em cima da cama…
O coronel ficou completamente transtornado de ver aquela cena, logo Sara, a
filha que ele considerava a mais santa, a mais pura, seminua na cama com um
de seus piores inimigos…
Sara ficou sem reação, estava desconcertada…
Não sabia o que fazer…
Diego se levantou, colocou as calças, e logicamente foi enfrentar Cláudio:
Cláudio:
- Sara, como uma vagabunda deitada na cama com esse crápula, filho de uma
miserável, por quê Sara?! Esperava isso de qualquer uma, não de você!
Diego foi pra cima de Cláudio:
- Quem é a vagabunda?! Que é o filho de uma miserável?
Mas os capangas do coronel, conseguiu separar os dois…
Cláudio:
- Olha essa vergonha Sara, como vou explicar isso para os homens que
trabalham comigo?!
Sara começa a chorar e a se vestir, enquanto isso Santiago, Marcelo e Lucas
e mais alguns homens chegam na cabana…
Santiago:
- O que está acontecendo aqui?! Que bagunça é essa?!
Santiago e Lucas se dão conta do que estava acontecendo, quando viram os
lençóis revirados e Diego e Sara se vestido:
Cláudio:
- Seu nobre irmão, Santiago Andrade, está pensado que a minha filha é mais
uma das vagabundas que ele pega naquele maldito bordel!
Lucas:
- Meu Deus! Não posso acreditar que isso está acontecendo!
Santiago:
- Diego, o que você fez?!
Cláudio:
- Isso virou um escândalo, e vou ter que lavar a honra da minha família!
Santiago:
- O senhor não vai limpar honra de ninguém hoje, vai dar meia volta, e ir pra
sua fazenda!
Cláudio:
- E quem disse que eu vou ir embora tão facilmente assim?!
Santiago:
- Ou o senhor vai por boa vontade, ou vai a base de bala. O senhor decide!
Sara:
- Por favor não façam disso uma guerra, eu não quero mais sangue
derramado nessa cidade!
Cláudio:
- E o que pretende fazer Sara?! Como vou explicar uma vergonha dessa?!
Você foi pega na cama com esse homem, amanhã a cidade inteira vai
comentar, e a sua reputação estará no lixo!
Sara:
- Se a minha reputação for para o lixo, isso é um problema meu! Eu estou
cansada de viver conforme as suas vontades, eu quero andar com as minhas
próprias pernas, eu quero realizar os meus sonhos, eu quero viver a minha
vida, mesmo que eu chore, mesmo que eu me decepcione, eu quero pagar a
conta pelas minhas escolhas, mas elas serão sempre as minhas escolhas!
Cláudio:
- O que pensa em fazer Sara?! Esse homem ficou com você hoje, amanhã
estará com outra! E qual vai ser o teu destino?!
Sara:
- Não sei o que será do amanhã, mas o meu destino eu que vou escolher!
Cláudio pega Sara pelo braço e diz:
- Vamos para casa, lá eu vou fazer você voltar a ser como antes, a obedecer
o seu pai!
Sara:
- Me solta!
Diego tira Sara dos braços de Cláudio:
Sara:
- Eu não vou com o senhor!
Cláudio:
- Então é isso?! Você fez a sua escolha?! Você vai ficar com esse homem?!
Diego:
- Ela vai ficar comigo!
Cláudio:
- Tudo bem, mas a partir de hoje, não me chame mais de pai, uma filha hoje
morreu pra mim!
Sara sentiu seu peito rasgar quando ouviu aquilo, porém era o preço da sua
decisão, e só o tempo demostraria se ela tinha feito a coisa certa ou não…
Cláudio foi embora…
Santiago, Lucas, Marcelo, Diego e Sara voltaram para a casa grade da
Fazenda Andrade…
Ficou decidido, que agora Sara moraria com os irmãos Andrade, já que não
tinha pra onde ir, Diego ficou muito feliz, e na primeira noite, ele e Sara
dormiram juntos, Diego sempre consolando Sara…
Ele se tornou uma pessoa tão doce…
O amor tirou o ar de prepotente que ele tinha…
Enquanto isso, Lucas e Santiago comentavam sobre o ocorrido:
Lucas:
- O que foi isso que aconteceu?! Parecia até que não era real!
Santiago:
- Não me pergunte Lucas, eu achava que Diego não suportasse Sara Castilho,
vai ver era paixão encubada e a gente não sabia!
Lucas:
- Meu Deus, o coronel pegou os dois na cama, chega a ser engraçado!
Santiago:
- Pra mim não tem graça nenhuma! Na verdade, poderia ter acabado em
desgraça!
Lucas:
- Agora ela vai morar aqui, com a gente!
Santiago:
- A casa também é do Diego, ele também tem direito!
Lucas:
- Até porque você não tem o direito de reclamar de nada, já que andou se
cruzando com a outra filha do coronel!
Santiago:
- Não fale do que você não sabe! Isso são apenas coisa da cabeça de vocês,
minha mente é no lugar, eu jamais me envolveria com uma Castilho! Mas se
o Diego quer ficar com uma, isso já é um problema dele!
Lucas:
- Não tente disfarçar, todo mundo já percebeu! Você e a Gleicinha tiveram
alguma coisa, desde que sequestrou ela!
Santiago:
- Eu poderia discutir com você agora Lucas, mas pra ser bem sincero, estou
com preguiça! E já quero ir deitar, amanhã acho que o dia será longo!
Lucas:
- Vai Santiago, vai sonhar com a sua Gleicinha!
Capítulo 14 – El Alma

(A amante tem um lar…)

Fazenda das Irmãs Maias:

Angélica:
- Aline, estamos nas suas mãos, da cartola da Amanda não vai sair nenhum
coelho!
Amanda:
- Você fala como se a culpa fosse minha!
Angélica:
- De certo modo, a culpa é sua mesmo!
Amanda:
- O que eu posso fazer, quer que eu obrigue o cara a ficar comigo?!
Angélica:
- Agora já era, aceita que tu perdeu ele pra Gleicinha!
Amanda:
- Jamais vou aceitar isso, aquele é homem é meu, e ele vai voltar pra mim!
Angélica:
- Você acha que ele vai voltar pra você, depois de saber que todas nós
sabíamos por todos esses anos, do paradeiro de Antônia?!
Amanda:
- Cala essa maldita boca Angélica! Ele nunca vai saber disso, nunca! Se ele
desconfiar disso, ele vai me odiar pro resto da vida!
Angélica:
- Mas quem sabe se ele te odiar, você tenha alguma chance, pense bem, ele
odiava a Gleicinha, e agora está apaixonado por ela!
Amanda:
- Para de rir das desgraças dos outros!
Aline:
- Angélica, pare de dizer em voz alta que nós sabemos do paradeiro de
Antônia Andrade, as paredes têm ouvidos, e eu pensava que você era um
pouquinho mais inteligente!
Angélica:
- Desculpa, foi sem querer, sabe como é?! As vezes a língua gosta de soltar
segredos, e aí a gente dá uma segurada!
Aline:
- Então se segura, porque se descobre que nós sabíamos de tudo, podemos
parar na cadeia, e você sabe disso! O que você quer, passar o resto da vida
vendo o sol nascer quadrado?!
Angélica:
- Óbvio que não!
Aline:
- Então segure a língua! E preste atenção, que eu tenho coisa muito
interessante pra contar!
Amanda:
- Desembucha!
Aline:
- Zé Paulo estava tentando me enrolar, mas eu saquei tudo, ele casou com a
bastarda, pois ela é a grande herdeira da Terras Relicário!
Angélica e Amanda ficam espantadas com a revelação de Aline:
Aline:
- Sim, podem acreditar, a Gleici é podre de rica, única herdeira das terras
relicário, o petróleo é todo dela! Por isso Zé Paulo se casou com ela, pra
botar a mão na grana dela, é óbvio que vai ter que dividir com o coronel
Cláudio, e se depender de mim, vamos entrar nesse esquema!
Angélica:
- Como você deduziu isso?!
Aline:
- Simples, porque eu sempre fui a irmã mais inteligente!
Amanda:
- Segundo a qual fonte?!
Aline:
- A mim mesma! Pelo menos eu to perto do ouro, né Amanda?! Já você, o
que posso dizer, não é mesmo?!
Zé Paulo é caidinho por mim, fiz o serviço bem feito, já você deixou o seu
homem escapar em um piscar de olhos!
Amanda:
- Não me provoque!
Aline:
- Não é provocação, apenas estou te falando a verdade na sua cara!
Angélica:
- Porque a gente não vai logo pra parte da qual vemos o dinheiro entrando!
Aline:
- Eu vou colar no Zé Paulo, vou garanti o dinheiro dessa fazenda, e fazer
muito mais! Tudo que vocês terão na vida, vão dever a mim!
Amanda:
- Não seja tão convencida Aline, a coisa ainda nem deu certo e você já está
comemorando!
Aline:
- Eu confio no meu taco Amanda, eu sei que vai dar certo, porque eu vou
fazer dar certo!
Angélica:
- Assim que se fala, com confiança!
Aline:
- Agora deixa eu ir ficar bem pertinho da minha galinha dos ovos de ouro!

Depois da conversa com suas irmãs, Aline segue para a Fazenda Torres, lá é
bem recebida…
Vai direto para o quarto de Zé Paulo, e Gleici vê ela abraçando e entrando
no quanto de seu “marido”…
Prima Zoraide percebe que Gleici viu Aline entrando junto com Zé Paulo, e
comenta com ela:
Prima Zoraide:
- Ainda não é chegada a hora…
Diz prima Zoraide para Gleici…
Gleici:
- Eu pensei que as irmãs Maias era pessoas boas, pelo menos elas
aparentavam isso…
Prima Zoraide:
- As aparências enganam, esse deve ser o ditado mais antigo do mundo.
Essas irmãs não prestam, se você puder, se afaste! Elas não tem alma, não
tem escrúpulos! A alma é podre, podre…
No quarto:
Aline:
- Agora sou a amante!!!!
Zé Paulo:
- Não vai demorar muito, vou colocar uma aliança no seu dedo! Você vai ser
a oficial!
Aline:
- Nossa, vai ficar viúvo assim, tão rápido?!
Zé Paulo:
- Não se faça, eu sei que você não é burra!
Aline:
- Você sabe que eu estou aqui para fazer o que você me mandar!
Zé Paulo:
- Então fique preparada! Quando eu pedir, você vai fazer, sempre foi assim,
não é meu amor?!
Aline:
- Sempre foi assim, você manda, e eu obedeço!
Zé Paulo:
- Agora vem, que já que a minha esposa não faz o serviço dela, vou ter que
pedir para a minha amante!
Aline:
- E se Deus Quiser, essa amante aqui, vai ter um lar!
Os dois vão pra cama…
Capítulo 15 – La Lengua

( Uma inesperada atração)

Alguns dias se passaram, e Sara continuava morando na casa dos Andrade, e


por incrível que pareça, já estava se dando bem com todos, os irmãos de
Diego acolheram Sara, mesmo havendo tanto ódio por meio…
Paola era a única filha que estava morando com Cláudio, já que Sara havia
ido morar com Diego, e Gleici estava morando na Fazenda Torres…
Se sentindo sozinha, Paola resolveu ir visitar Sara na Fazenda Andrade, teve
que tomar muita coragem antes de ir, porém juntando as forças, ela foi, claro
que escondida…

Fazenda Andrade…
Para sua sorte, nenhum dos três irmãos estavam em casa, o que possibilitou
Paola a conversar mais tranquilamente com Sara, e por mais estranho que
aquela situação poderia ser, Paola se surpreendeu quando viu a irmã feliz…
Paola:
- De quem é esse quarto?!
Sara:
- Do Diego, na verdade agora esse quarto é meu e dele!
Paola:
- Você dorme com ele todos os dias?!
Sara:
- Sim, todos os dias!
Paola:
- Quem te viu, e quem te vê, hem Sara?! Antes não podia ouvir o nome do
Diego, e agora… dorme com ele todas as noites!
Sara:
- As coisas mudam Paola, nem tudo é pra sempre, podemos mudar de
opinião sobre as pessoas, qual é o problema disso?!
Paola:
- Eu acho que a sua opinião sobre o Diego pode ter mudado, mas o
sentimento que tinha por ele, acho que isso existe aí dentro de você há um
bom tempo!
Sara:
- Talvez isso seja verdade! Mas me diz, como está o papai?!
Paola:
- As vezes acho que ele está enlouquecendo, não para de falar sobre as
terras relicário, as vezes pego ele falando sozinho!
Sara:
- E ainda está com muita raiva de mim?!
Paola:
- Não queria te falar isso, mas não pode nem ouvir o seu nome, ainda mais
depois do burburinho da cidade, não se fala em outra coisa, estamos na boca
do povo, você por estar com o Diego, e a Gleici por ter casado com Zé
Paulo a força..
Sara:
- Queria tanto visitar a Gleici, poxa… ela se sacrificou por mim, mas como
posso entrar naquela casa, e topar de frente com o crápula do Zé Neto?!
Paola:
- Vamos deixar a poeira baixar, ainda não é o momento mais apropriado!
Você vai ver, uma hora tudo isso vai passar!
Sara:
- Que Deus te ouça, não aguento mais ter que viver no meio dessa guerra, a
qualquer momento a sua paz pode acabar, eu só quero nós três sejamos
felizes!
Paola:
- E seremos! Mas mudando um pouco de assunto, para aliviar a tensão, e aí?!
Eu sempre quis saber, vocês dois fazem aquilo muitas vezes por dia?!
Sara:
- Meu Deus, que pergunta é essa Paola?!
Paola:
- Ai, eu não posso ter curiosidade?! Eu não tenho um namorado, não sei
como essas coisas funcionam!
Sara:
- Você sabe muito bem como essas coisas funcionam, não se faça!
Paola:
- Mas pra você é diferente, você agora tem um namorado, e eu queria saber
do ritmo?! Fazem quantas vezes?!
Sara:
- Eu não vou te falar isso!
Paola:
- Ai irmã, por favor… me conta, eu quero saber! Não me mate de
curiosidade!
Sara:
- Depende do momento Paola, as vezes acontece umas três vezes, as vezes
quatro…
Paola:
- Meu Deus! Isso por dia?! Cristo Jesus!
Sara:
- Quando você tiver um namorado, você vai me entender!
Paola:
- Eu quero um namorado, não um coelho! Como é que vocês arranjam tempo
para comer?! Respirar, trabalhar?!
Sara:
- Acho que eu já falei demais!
Paola:
- É, você sempre foi discreta demais pro meu gosto! Mas não vou mais
insistir, até porque já tenho que ir embora, imagina se papai descobre que eu
estou aqui, é capaz de querer me bater!
Sara:
- Então vai logo, não quero outro escândalo! Vou te acompanhar até a
porta…
Paola:
- Não precisa, a Valéria me trouxe, eu peço ajuda pra ela, não quero te
incomodar mais!
Sara:
- Então tudo bem, vá com cuidado!
Paola:
- Pode deixar, não vai acontecer nada comigo!

Paola sai do quarto de Sara, e fica um pouco perdida, pelo corredor


principal, ela entra em um dos quartos, era de Lucas, o que ela não sabia, é
que ele estava tomando banho na suíte…

E no exato momento que Paola estava saindo, surge Lucas com apenas uma
toalha cobrindo suas partes íntimas…
Lucas:
- O que vocês está fazendo no meu quarto?!
Paola:
- Me desculpa, é que eu me perdi, e eu nem sabia se tinha alguém aqui!
Lucas:
- Você não pode sair entrando no quarto dos outros assim!
Paola:
- Eu já falei que não foi por querer, agora se não quiser acreditar, isso já é
um problema seu!
Lucas:
- Eu não acredito que você vai ficar aqui batendo boca comigo, é uma louca
mesmo!
Paola:
- Se tem uma coisa que eu não sou, é louca!
Lucas:
- Mas parece uma!
Paola:
- Se dizem que você é o irmão mais educado, eu não quero sem saber dos
outros dois!
Lucas:
- Vai ficar me ofendendo dentro da minha casa?! Você tem que ter muita
coragem de fazer isso!
Paola:
- Coragem nunca me faltou!
Lucas estava tão exaltado com a discussão, que sem querer deixou a toalha
cair, e por um instante não se deu conta disso, só percebeu pela reação de
espanto de Paola…
Paola:
- Meu Deus! Tá tudo aí, aparecendo!
Lucas:
- O que está aparecendo?… Meu Deus, a toalha caiu!
Paola:
- Ainda por cima é um tarado!
Disse Paola tapando os olhos.
Se cobrindo, Lucas disse:
- Eu respeito muito as mulheres! Nunca faria isso, ainda mais com você, que
não me atrai nem um pouco!
Paola:
- Graças a Deus eu não sou o seu tipo, pois você também não é o meu!
Lucas:
- Que bom, jamais olharia pra você, se enxerga menina?!
Paola:
- Eu me enxergo bem enxergadinha, me olho no espelho todo o dia, e gosto
muito do que vejo!
Lucas:
- Como se não bastasse, também é prepotente!
No meio daquela discussão, uma coisa de pele começa a florescer, se chama
atração física…
Paola olhou para Lucas, Lucas olhou para Paola, e pronto, os corpos
entenderam o sinal, e no meio de uma ofensa aqui, e um ofensa ali, acabou
que os dois se beijaram…
Lucas:
- Você é uma louca!
Paola:
- Você que é um traste!
E no meio daqueles beijos desajeitados, e dois foram pra cama, e o que tinha
que rolar, rolou, e foi bem do jeito doido dos dois, entre tapas e beijos…
Depois de transarem quatro vezes consecutivas, Lucas ajudou a Paola a sair
escondida da Fazenda Andrade, os dois fingiram que aquilo só foi um
momento, será?

1 mês e 12 dias depois…

Sara e Paola estão em um dos banheiros da Farmácia principal de Vila


Madalena…
Sara comprou um teste de gravidez para Paola fazer…
Depois de alguns segundos, Sara viu o resultado e iria falar para Paola:
Sara:
- Paola, você tá grávida!
Paola quase cai, a surpresa lhe dá um belo baque!
Paola:
- Meu Deus! Deu positivo?!
Sara:
- Sim, olha! Você tá grávida!
Paola:
- Isso não pode estar acontecendo comigo, estou pagando a minha língua!
Sara:
- Por quê está dizendo que está pagando sua língua?! E que reação é essa
Paola?! Você está grávida, isso é uma benção! Quem é o pai dessa criança!
Paola:
- Não conto, não conto e não conto!
Sara:
- Você está ficando louca Paola, por quê não pode contar o nome do pai da
criança?!
Paola:
- Eu vou pra casa Sara, tenho que pensar sobre isso! Eu vou ter um filho,
você sabe o que é isso?! Estou feliz, mas também estou desesperada!
Sara:
- Você está me deixando nervosa Paola, quem é o pai?! Me conta, eu sou sua
irmã!
Paola:
- Não posso contar!
Paola sai correndo da farmácia, Sara não consegue pressionar mais a irmã, e
fica sem saber quem é o pai da criança…

Fazenda Andrade…
Hora do jantar…
Marcelo, Santiago, Lucas, Diego e Sara estão conversando…
Diego percebe que Sara está incomodada com alguma coisa…
Diego:
- Aconteceu alguma coisa Sara?! Você está tão distante!
Sara:
- Minha irmã, a Paola está me deixando louca!
Santiago:
- O que ela fez dessa vez?!
Sara:
- Eu nem sei se deveria falar sobre isso…
Diego:
- O que foi que aconteceu com ela?!
Sara:
- Ela está grávida.
Quando escuta a palavra ‘grávida’, Lucas engasga na hora, e Marcelo o
ajuda:
Marcelo:
- Está tudo bem senhor Lucas?!
Lucas:
- Tudo, só dei uma leve engasgada, mas já estou melhor, obrigado pela
preocupação!
Santiago:
- Então quer dizer que a Paola está grávida?! Que felicidade, e quem é o
pai?!
Sara:
- Aí está o problema, ela não quer me dizer o nome do pai!
Lucas:
- Ela não quer dizer o nome do pai da criança?!
Sara:
- Não, até fugiu de mim, quando eu a pressionei pra descobrir o nome do
pai!
Lucas pede licença:
- Eu já estou satisfeito, vou me retirar, que amanhã o dia começa bem cedo
pra mim!
Santiago desconfia, e em seguida vai atrás do irmão em seu quarto:
Santiago:
- Por quê você ficou nervoso Lucas?!
Lucas:
- Fiquei nervoso com o quê?!
Santiago:
- Com a gravidez da Paola!
Lucas:
- Eu nem liguei pra isso Santiago, você não está prestando atenção muito
bem nas coisas!
Santiago:
- Meu Deus, Lucas… Me diga que não há a menor possibilidade de você ser
o pai dessa criança?!
Lucas:
- Você pirou?! Obvio que não!
Santiago:
- Você é o pai, não é mesmo?! Como isso foi acontecer?!
Lucas:
- Aconteceu, foi uma vez… sabe, um momento…
Santiago:
- E olha no que o momento deu?! Parabéns ao futuro papai!
Lucas:
- Não brinque com isso Santiago, é uma coisa muito séria!
Santiago:
- Eu sei disso, a Paola teve que fugir da irmã pra não conta que o pai da
criança é você! Me desculpa, mas é engraçado sim!
Lucas:
- Meu Deus, vou ser pai, ainda nem acredito nisso!
Santiago:
- Acho bom você ir procurar a mãe do seu filho!
Lucas:
- É isso que eu vou fazer!
Capítulo 16 – El Dulce Beso…

(Tentativa – Parceria – Reencontro)

Fazenda Torres…

Depois de algum tempo morando na Fazenda Torres, Gleici achou um refúgio


na companhia de Prima Zoraide, ela se manteve sempre por perto,
impedindo que coisas muito ruins acontecessem a ela…
Parecia que Zoraide tinha alguma coisa para falar, mas teria que ser no
momento exato e preciso, pois senão, tudo viria a baixo, e mais uma vez elas
conversavam…

Zoraide:
- Você ainda precisa ficar dentro dessa casa, ainda não é o momento de ir
embora…
Gleici:
- Eu já estou cansada dessa casa, não aguento mais o Zé Paulo no meu pé!
Zoraide:
- Você não disse que gostaria de descobrir a verdade, isso tem um preço,
mas você ainda terá que ficar aqui!
Gleici:
- Eu só estou aqui até agora, porque você me prometeu que iria me contar
sobre o segredo de Antônia Andrade, porque eu já sei que Zé Paulo só se
casou comigo por interesse, está de olho nas minhas terras…
Zoraide:
- Eu te disse Gleici, que se você não agir no momento certo, as coisas não
vão funcionar!
Gleici:
- Você sabe o perigo que eu estou correndo nessa casa?!
Zoraide:
- Tudo vai valer a pena, as vezes para matar todos os ratos, devesse colocar
todos eles no mesmo lugar, é assim que a armadilha funciona!
Gleici:
- Se eu estou aqui é pela Antônia, é pelo Santiago, é pelo bem das minhas
irmãs, mas isso não significa que eu não sinta medo!
Zoraide:
- Você ama aquele homem, não é mesmo?!
Gleici:
- Sim, eu amo o Santiago.
Zoraide:
- Então se você ama mesmo, mantenha ele afastado de tudo isso, estará
salvando sua vida!
Gleici:
- Você já me disse isso!
Zoraide:
- Mas repito, não é o momento de vocês ficarem juntos! Sabe como Zé Paulo
é violento, fará muito mal ao seu fazendeiro!
Gleici:
- É por isso que eu ainda não fui atrás dele!
Zoraide:
- Deixe ele bem longe disso tudo!

Quarto Zé Paulo…

Zé Paulo – Trouxe o que eu te pedi!


Aline:
- Sim!
Zé Paulo:
- Que ótimo!
Aline:
- Se depender de mim, hoje mesmo você ficará viúvo!
Zé Paulo:
- Finalmente vou me livrar da Gleici, pronta pra ficar rica?!
Aline:
- Eu nasci pra isso! Só não entendo o por quê da sua tia Zoraide ainda não
ter encomendado a morte dela, está enrolando muito, já passou da hora!
Zé Paulo:
- Também não entendo a tia Zoraide, pensei que no outro dia eu mesmo iria
dar cabo da morte de Gleici, eu quero as terras relicário pra mim!
Aline:
- E depois, o nosso casamento!
Zé Paulo:
- Sim, depois vamos dar um jeito em tudo! Mas antes vamos matar a Gleici,
hoje mesmo!
Aline:
- Vou colocar o veneno no copo de suco que ela bebe toda a noite antes de
dormir!
Zé Paulo:
- Seu plano é simples e limpo, ninguém vai desconfiar de nada!
Aline:
- Falando nisso, já está chegando a hora, vou só esperar a empregada
colocar a bandeja na frente da porta do quarto de Gleici!

A empregada então deixa a bandeja com um copo de suco na porta do quarto


de Gleici, Aline se apressa, e despeja um pó dentro do suco, e mistura
rápido, em seguida volta para o quarto de Zé Paulo…
Aline: Coloquei, agora é só esperar ela beber, e pronto… nosso problema
estará resolvido…
Zé Paulo – Vamos esperar, é só isso que nos resta, esperar!

Enquanto isso no quarto de Gleici:

Gleici puxa a bandeja, e fecha a porta, Zoraide também estava dentro do


quarto…
Quando Gleici estava prestes a beber o suco, Zoraide se pronuncia:
Zoraide:
- Não beba esse suco, jogue ele fora pela pia do banheiro!
Gleici:
- Por quê?!
Zoraide:
- Está envenenado!
Gleici se assusta e joga fora o suco…
Gleici:
- O suco estava envenenado?! Como você sabe?!
Zoraide:
- Na hora certa você saberá!
Gleici:
- Eu estou cansada desses mistérios! Alguém acabou de tentar me envenenar,
e ainda vou ter que aceitar isso, e ficar calma?!
Zoraide:
- Acredite, desespero e alarde, só iriam atrapalhar nessa hora! Essa coisa
que estamos falando, é grade, muito grande! Maior que nós!
Gleici:
- Eu juro que já não estou entendendo mais nada!
Zoraide:
- Fique calma, mas também fique alerta! Hoje você vale mais morta, do que
viva!

Zoraide em seguida saiu do quarto…

Gleici está muito nervosa, enquanto Zé Paulo e Aline estão ansiosos para
saber se o desfecho do plano deu certo…

Gleici anda de lá pra cá, de cá pra lá, está inquieta, tudo parece ficar ainda
mais perigoso, quando alguém bate na janela de seu quarto, e é Santiago…
Ela abre a janela:
Gleici:
- Meu Deus, o que você está fazendo aqui?!
Santiago:
- Precisava te ver!
Ele entra no quarto dela…
Gleici:
- Você sabe que você pode vir aqui!
Santiago:
- Faz tanto tempo que eu não te vejo!
Gleici:
- Pensei que você não quisesse saber nada de mim, ainda mais depois que eu
me casei com outro homem!
Santiago:
- É verdade, não deveria mais olhar na sua cara, mas quem disse que eu
consigo fazer isso?!
Gleici:
- Eu só quero que você me deixe em paz!
Santiago:
- Então quer dizer que você e ele estão realmente juntos?!
Gleici:
- Isso não te interessa!
Santiago:
- Se isso não me interessasse, eu não viria até aqui, entraria pela janela, e
agiria assim, feito um grande idiota!
Gleici:
- Você me rejeitou outras vezes, e eu tento reconstruir a minha vida com
outro homem, mas você não deixa, por causa desse ego ferido!
Santiago:
- Você está tentando se vingar de mim! Eu sei disso, talvez eu até mereça,
mas eu vim até aqui hoje, eu não posso ganhar nem um beijo?!
Gleici:
- Um beijo?!
Santiago:
- Sim, eu queria um beijo!
Gleici:
- E pra quê um beijo, se depois você vai sair correndo, dizendo que jamais
vai poder ficar comigo?!
Santiago:
- Gleici, eu só quero um beijo!
Santiago:
- Eu já te disse que eu adoro quando você fala o meu nome?! Vem cá!
Santiago e Gleici se beijam, as bocas já se encaixam naturalmente, as línguas
se movimentam em total conexão, um beijo doce, daqueles deliciosos, que
não dá vontade de parar…

Por um beijo doce…

De repente, no meio daquele beijo, Zé Paulo bate a porta, quer saber se o


plano de envenenamento deu certo…
Gleici se desespera e diz:
- Já vou abrir Zé Paulo, só um momentinho!
Gleici enquanto isso, pede para Santiago se esconder debaixo da cama, e ele
vai…
Gleici abre a porta para Zé Paulo:
Zé Paulo:
- Tudo bem com você?!
Pergunta ele, visivelmente decepcionado, viu que o plano fracassou…
Gleici:
- Sim, nunca estive tão bem!
Diz Gleici, dando uma leve alfinetada em Zé Paulo…
Zé Paulo:
- Que ótimo! Não tomou seu suco hoje?!
Gleici;
- Não! Não estava com sede, na verdade joguei na pia! Não queria fazer a
empregada vi até aqui buscar a bandeja, amanhã ela leva!
Zé Paulo:
- Então boa noite, durma bem!
Gleici:
- Você também, durma bem!
Zé Paulo foi embora, e encontrou Aline no seu quarto:
Aline:
- E aí, como foi?! Deu certo?!
Zé Paulo:
- Eu estou com cara que deu certo?!
Aline:
- Mas que inferno, ela não tomou o suco?!
Zé Paulo:
- Não! Jogou fora!! Disse que não estava com sede! Parece até alguém
avisou pra ela!
Aline:
- Só pode ter sido a velha!
Zé Paulo:
- Claro que não, por quê tia Zoraide faria isso?!
Aline:
- Não sei! Mas a velha tá estranha! Minha intuição me diz que a velha tá
armando contra a gente, mas como ela soube do veneno?!
Zé Paulo:
- Não delire Aline! Minha tia está do nosso lado, é da família!
Aline:
- Assim espero…

Capítulo 17 – El Cuerpo

(O encontro dos corpos)

Em seguida foi a vez de Santiago sair de onde estava escondido:


Gleici:
- Você está bem?!
Santiago:
- Sim…
Gleici:
- Acho que é melhor você ir agora!
Santiago:
- Eu não quero ir, e sinto que você também não quer que eu vá!
Gleici:
- Santiago, vamos esquecer tudo o que houve, já é passado! Você recomeça a
sua vida, e eu faço o mesmo com a minha! Eu já entendi que eu não nasci
para ficar com você!
Santiago:
- Isso é verdade! Não se pode lutar contra o destino, não e pode vencer o
ódio que existe entre nós dois, mas é assim que termina, eu para um lado, e
você para o outro?! Esquece de tudo o que aconteceu?! Deixa pra lá, como
se fosse algo irrelevante?! Como se fossemos dois estranhos…
Gleici:
- Se você tratar como algo irrelevante, é mais fácil esquecer!
Santiago:
- Mas eu não quero esquecer, talvez esse seja o problema!
Gleici:
- Você pra mim é um estranho, por favor me trate da mesma maneira, eu
preciso que você vá!
Santiago:
- Eu nunca vou poder te tratar como uma estranha, porque eu nunca vou te
esquecer.
Gleici:
- Não faça as coisas serem ainda mais difíceis!
Santiago:
- Não adianta facilitar o que existe entre nós, eu me destruo por dentro,
porque gosto de você, mas da mesma maneira, sei que jamais poderemos
ficar juntos, essa barreira é forte demais!
Gleici:
- Eu sei, mas eu não sei por que você me culpa tanto, eu Santiago, nunca fiz
absolutamente nada contra você ou sua família, mas esse seu ódio maldito
não permite você aceitar isso!
Santiago:
- Você sabe que eu nunca vou superar isso, mas você também sabe que eu
seria incapaz de fazer algum mal para você ou suas irmãs!
Gleici:
- Acho melhor você ir!
Santiago:
- Você pode me dar um último abraço?!
Gleici:
- Por quê você não me liberta disso?!
Santiago:
- Talvez porque eu não posso…
Gleici dá um abraço apertado em Santiago, em seguida ela o beija, uma
lágrima fica entre a boca dos dois…
Uma coisa leva a outra, e quando dão conta, já estão tirando as roupas, é um
encontro de corpos…
Beijos por todo o corpo, se entregam a paixão…
É algo tão forte, que não conseguem controlar, o desejo do corpo transborda
quando há paixão…
Capítulo 18 – Besame Mucho

(A Desconfiança Aflora)

Depois de passarem a noite juntos:


Gleici acorda…
Depois é a vez de Santiago…
Eles se entreolham,
E por fim ela diz:
Gleici:
- Me beija, me beija como se fosse a última vez!
Santiago a beija com toda a intensidade, como se fosse uma despedida, com
certeza aquele beijo Gleici vai se lembrar para sempre, foi o melhor de
todos…
Santiago vai embora…

Duas horas depois…


Em seu quarto na Fazenda Torres, Gleici lê seu livro, no aconchego de sua
solidão…
Zoraide chega, e pede para Gleici ir na Fazenda de seu pai, para descobrir
uma coisa muito importante…
Zoraide:
- Vá no escritório de seu pai, ele guarda na segunda gaveta da escrivaninha
uma carta amarela, foi escrita pelo seu falecido tio, Emílio Castilho, a partir
dessa carta, você vai entender muita coisa, vá rápido! Já não há mais tempo,
sua vida corre perigo, e de outras pessoas também…
Gleici nem pensa duas vezes, pega o carro e vai direto para a Fazenda
Castilho, chegando lá dá muita sorte, não há ninguém em casa…
Ela vai até o escritório, lá está a escrivaninha, basta ela abrir a segunda
gaveta para achar a carta, a chave está debaixo do abajur, Gleici já tinha
percebido o esconderijo do pai…
Ela destrava a segunda gaveta, e no meio de alguns papéis, lá está, a carta
amarela, empoeirada, ela lê com avidez, quer descobrir o segredo que está
por trás daquilo tudo…

“Não há uma viva alma nesse mundo, que não cometeu um pecado na vida,
mas eu sei que cometi um dos piores pecados. Se alguém um dia ler essa
carta, saiba que eu não fui um ser humano exemplar, estava longe de ser um
santo, mas parecia um demônio, tudo por causa dessa maldita guerra, tudo
por causa dessa maldita cidade.
Ela, sempre tão doce…
Uma menina inocente…
Quem mata um anjo?!
Mataram um anjo…
Mataram um anjo há 10 anos atrás…
Mataram a inocência de um anjo…
Quem matou?
Não vou ser eu que vou colocar a culpa em ninguém.
Não o culpo, ela era um anjo…
Um pardal…
Ele quis prendê-la em uma gaiola só pra ele…
Não deixava mais ninguém ver o pardal…
Mas ela também já não falava…
Ela não gritava…
Ela não pedia ajuda…
Ela só chorava…
O sol se foi de sua vida…
O que restou foi a escuridão…
Era um pardal preso em uma gaiola.
Que irá libertar o pardal?
Não serei eu, mas poderá ser você, que está lendo essa carta agora…
O pardal, qual será a prisão do pardal?

Emílio Castilho.”

Gleici entendeu que Emílio não poderia ser direto, ele falou em códigos,
quem seria o pardal?! Qual seria sua prisão?

O único lugar naquela casa, onde Cláudio jamais deixou ninguém entrar, era
o porão…

Era estreito, escuro… assombroso…


Úmido… assustador…
Se ouvia sussurros, barulhos, mas ninguém foi mais além, para saber o que
tinha lá dentro daquele porão…

Gleici descia as escadas, quando foi surpreendida, aquela voz, aquela


conhecida voz:

Cláudio:
- Posso te ajudar filha?! Você quer alguma coisa?
Gleici disfarça, teme qual seja a reação do pai…
Gleici:
- Estava procurando uma lanterna, a luz caiu duas vezes, então pensei que
talvez aqui embaixo houvesse alguma coisa para iluminar!
Cláudio:
- Engraçado, eu não vi a luz caindo nenhuma vez!
Gleici:
- Também o senhor não estava na fazenda, não é mesmo?!
Cláudio:
- Isso é verdade, acabei de chegar!
Gleici:
- Já que a luz já se estabeleceu, acho que não preciso mais da lanterna, não
mesmo?!
Cláudio:
- Depende do que você está procurando Gleici?!
Gleici:
- Talvez a lanterna que eu esteja procurando, não esteja aqui. E se estiver, eu
tenho certeza que eu irei encontrar em um outro momento!
Cláudio:
- As vezes é melhor não procurar muito, possa ser que encontremos algo que
não estávamos a procura!
Gleici:
- Sim, mas se não procurar, como achar, não é mesmo?! Lembra papai,
lembra que o tio Emílio sempre gostou de pardais, e eu me lembro da Sara
dizendo pra ele: “tio, liberte os pardais, eles jamais serão felizes aí presos”,
e ele dizia: “Eu os prendo, porque eu quero admirá-los na solidão da minha
gaiola!”
Cláudio:
- Engraçado você lembrar disso, você quando era pequena vinha tão pouco
aqui, a minha falecida esposa te odiava tanto, era tão difícil ela tolerar uma
visita sua!
Gleici:
- Sim eu lembro disso, mas eu nunca fiquei com raiva da dona Isaura, porque
a minha mãe sempre dizia “Gleici, ela não te ama, mas o meu amor é tao
grande, que vale por mais de um milhão de pessoas.”
Diz Gleici, comovida…
Gleici:
- Eu nunca superei a morte da minha mãe, ela era uma pessoa maravilhosa,
sempre me senti muito amada por ela, eu lembro que quando você levava a
Sara e a Paola lá na minha casa, ela ficava tão feliz, mas as minhas irmãs
estavam envenenadas pelo ódio da sua falecida esposa.
Cláudio:
- Violeta era uma mulher especial…
Gleici:
- Sim, ela era uma pessoa especial, diferente de você pai! Demorou toda
uma vida para me registrar como sua filha, e depois me obrigou a casar com
o primeiro crápula que viu pela frente! Mas antes de ir embora, eu quero te
confessar uma coisa, uma coisa que eu não teria coragem de dizer em outra
época, mas agora já não tenho mais medo…
Cláudio:
- Diga Gleici, nada do que você disser vai me surpreender.
Gleici:
- Eu amo Santiago Andrade, e hoje antes de vir para cá, fiz amor com ele na
fazenda do meu esposo, beijei seus lábios, dei meu corpo pra ele, dei minha
alma pra ele, dei todo o meu amor pra ele!
Cláudio dá um tapa na cara de Gleici…
Cláudio:
- Como você tem a coragem de dizer isso na minha cara?!
Gleici:
- Diga a verdade, e ela vos libertará…

Capítulo 19 – La cara de la muerte

(A ligação e a morte, perante a face do mal)

Cláudio tem quase certeza que Gleici sabe seu segredo…


Ele liga para Zé Paulo e dá a ordem…
Cláudio:
- Zé Paulo, eu quero que você faça o que tenha que fazer!
Zé Paulo:
- Só me diga aonde?!
Cláudio:
- Aqui na minha fazenda, depois vamos ver o que faremos com o corpo!
Zé Paulo:
- Ela está aí?!
Cláudio:
- Sim.
Zé Paulo:
- Ótimo, vamos encurralá-la!
Cláudio:
- Matamos a Gleici, e você herda as terras relicário, ficará rico, e eu mais
ainda, além disso vai tirar uma pedra do meu sapato!
Zé Paulo:
- Eu não sei por que ainda não a matamos, já passou da hora dela ir pra terra
dos pés juntos! Eu quero a minha herança!
Cláudio:
- E terá! Venha, vamos fazer o serviço agora mesmo!
Zé Paulo:
- Já estou a caminho!

Gleici sabia que não poderia ir embora, ela tinha que ver o que havia
naquele porão…
Ela resolveu ligar para Santiago, foi rápido, estava esperando seu pai se
distrair…
Pegou o telefone, discou o número, chamava, chamava e ninguém atendia, até
que ela ouviu a voz dele:
Santiago:
- Alô…
Gleici:
- Santiago, é a Gleici… eu não posso falar muito, mas por favor venha pra
fazenda do meu pai, eu preciso muito de você, vem pra cá agora!
Santiago:
- O que está acontecendo?!
Gleici:
- Não pergunte nada, só vem pra cá agora, eu preciso muito de você!
Santiago:
- Eu estou indo!
Gleici:
- Isso, isso… venha rápido!

Gleici desliga o telefone, percebe que Cláudio se ausentou da fazenda, e vá


até o porão, agora vai mais rápido…

Desce as escadas, chega até o fundo do porão, há uma porta trancada, ela
pega o extintor de incêndio para arrombar, e com duas estocadas, consegue,
a adrenalina de ver o que há atrás daquela porta é tão grande, que ela não
percebe que há um homem descendo as escadas, está bem perto…

Ele se aproxima, com uma faca na mão…


Gleici está com a maçaneta na mão…
Ela gira…
A porta se abre…
Escuridão…
A cara da morte está perto, cada vez mais perto…
Capítulo 20 - El secreto…

( Gleici, liberte o pardal)

Ela empurra a porta…


Há apenas escuridão…
Mas em um cantinho…
Onde tem pouca luz…
Há uma mulher assustada…
machucada…
Com cicatrizes no rosto…
Ela chorava…
Não gritava…
Só chorava…
Gleici se assusta, e começa a chorar copiosamente…
Era ela…
Antônia, a irmã desaparecida dos Andrade…
Gleici corre para abraçar Antônia, com toda a doçura e delicadeza que o
momento exige:
Gleici:
- Antônia, eu te achei! Ninguém vai mais te fazer mal, meu amor! Eu juro, eu
vou te tirar daqui!
Antônia retribuiu o abraço, viu mansidão em Gleici…
Gleici chorava muito, não acreditava na tamanha atrocidade que o pai tinha
cometido, trancar uma pessoa por dez anos…
Antônia não falava…
De repente, no meio de todo aquele momento emocionante…
Zé Paulo aparece por trás, e fecha a porta… Ele traz uma faca na mão
direita…
Zé Paulo:
- Por quê Gleici, não podia deixar o seu pai com o pardalzinho dele?!
Gleici:
- Se afaste de nós, seu demônio!
Zé Paulo:
- Hoje eu posso ser o seu anjo, e fazer você ver a face de Deus!
Gleici:
- Acabou Zé Paulo, será que você ainda não percebeu?!
Zé Paulo:
- A curiosidade matou o gato!
Antônia começa a se assustar…
Gleici:
- Eu te odeio, eu te odeio tanto!
Zé Paulo:
- Sim, porque todo o seu amor você guardou para o Santiago!
Gleici:
- Você é o ser humano mais podre que eu conheci!
Zé Paulo:
- Quando eu te conheci, eu sabia que o último rosto que você veria na vida,
seria o meu!
Zé Paulo se aproxima das duas, e Gleici entra na frente de Antônia…
Zé Paulo dá uma facada no abdômen de Gleici, ele apunhala com força, e
depois retira a lâmina…
Gleici grita, e depois cai, Antônia se assusta, e se afasta…
Nesse momento Santiago arromba a porta, e se dá conta da cena, Gleici
sagrando no chão, e Zé Paulo com uma faca na mão…
O fazendeiro se desespera ao ver Gleici esfaqueada e grita:
- O que você fez?! O que você fez com ela, seu desgraçado?!
No auge de seu ódio, Santiago saca uma arma, e dá um tiro no peito de Zé
Paulo, que cai na hora, morto…

Santiago imediatamente vai socorrer Gleici, que está com a mão sobre a
ferida:
Santiago:
- Você vai ficar bem, você vai ficar bem… Não me deixa, eu amo você, eu
amo você!
Gleici:
- Eu também te amo…
Com a mão ensanguentada, Gleici aponta para o canto onde está Antônia…
Gleici:
- Ali… Sua irmã… Antônia…
Santiago se vira…
Antônia está de pé…
Há quanto tempo aqueles dois esperavam por aquele reencontro…
Ele tremeu…
E as lágrimas caíram…
Ele abraçou ela, com todo amor que havia dentro dele…
Antônia chorou…
Gleici também, e foi um choro de felicidade, depois de tanto sofrimento…
De tanto ódio, o amor prevaleceu…
Depois disso, Santiago pegou Gleici no colo, e pegou Antônia pela mão, e
saíram de dentro do porão…
Gleici havia libertado o pardal…

Dois anos depois…

Sara:

- Muita coisa aconteceu nesses dois anos, e pra melhor…


Primeiro, para começar, Simone não morreu…
Depois que Antônia foi libertada, foi feito um cerco policial em volta da
velha Fazenda Castilho…
Simone e Marcelo eram policiais disfarçados, estavam infiltrados como
empregados, Zoraide era uma das informantes, que negociou delações em
troca de uma redução de pena, no dia que Simone havia sido baleada por Zé
Paulo, Zoraide trocou as balas, para ele achar que tivesse matado ela, mas
tudo não passou de um truque…
Zoraide deu todas as informações necessárias, e gravou todas as conversas
relevantes para a polícia…
Outra informante era Angélica, uma das irmãs Maias, ela foi a mais esperta,
e saiu praticamente ilesa de toda essa tramoia, foi ela que avisou que Aline
tentaria envenenar a Gleici naquele dia, ela ligou para a Zoraide, e mandou
ela jogar o suco envenenado fora.
A polícia já estava há um bom tempo no caso “Antônia Andrade”, e depois
da morte do meu tio, eles resolveram apurar o caso de vez…
Sei que quase ninguém sabia, mas meu pai junto com o meu tio sequestraram
a Antônia quando ela ainda tinha 15 anos, ela ficou 10 anos e 3 meses
trancafiada naquele porão, os dois fizeram as coisas mais absurdas com ela,
coisa que eu me envergonho, eu e minhas irmãs nos envergonhamos de ter o
mesmo sangue de Cláudio Castilho.
Antônia nunca mais falou depois disso…
Estamos tentando reconstruir com amor, a vida que o ódio destruiu…
Cláudio Castilho foi preso, condenado a mais de 29 anos de prisão…
Aline e Amanda, pegaram 17 anos…
As irmãs Maias descobriram que Antônia havia sido sequestrada pelo meu
pai, dias depois do acontecido, e com isso chantagearam ele, por anos…
Zoraide pegou 5 anos, depois da ajuda que deu para a polícia.
Angélica pegou 4 anos e 5 meses de prisão…
Todos os irmãos Torres também foram presos, inclusive Zé Neto, por
estupro, eu mesma fiz questão de denunciá-lo…
Mas agora falando de coisas boas…
Eu me casei com o Diego, estamos muito felizes…
O filho e Lucas e Paola nasceu, se chama Flávio, os dois vivem entre tapas e
beijos, já se separaram mais de 5 vezes, e já reataram mais de 6… eles se
entendem se desentendendo…
Gleici ficou rica, ao se tornar a única herdeira das Terras relicário, houve
tanta guerra por causa desse petróleo, tanta gente estava de olho nele, mas
ela conseguiu se apropriar de suas terras…
Gleici virou uma grande fazendeira...
Falando nisso, Santiago e Gleici moram juntos, estão felizes ao lado de
Antônia…
E essa é a nossa história de como o amor conseguiu vencer todo o ódio…
Fazenda Andrade…
Ao cair do sol…

Gleici corre pelos campos verdejantes…


Antônia e Santiago estão sentados, admirando o pôr do sol…
Quando ela se vira e diz bem baixinho, quase um sussurro:
Antônia:
- Eu te amo, meu irmão…
Santiago se emociona ao ver a irmã falando, depois de tanto tempo, como
era bom ouvir aquela voz, com lágrimas no olhos ele diz:
- Eu também te amo, eu sempre soube que você iria voltar..

Fim…

“Bate outra vez


com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão
enfim…”

As rosas não falam, Cartola.


O Bilionário e
a Empregada Doméstica
(Ele era podre de rico, e ela não tinha nada)
By Elena Cadena
Índice
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Sinopse:
O que acontece quando um homem faz uma aposta por uma mulher?!
Foi isso o que o sedutor José Augusto Torres fez, apostou com seu melhor
amigo, o cafajeste Pedro Lima, para ver quem conseguia levar a ingênua
empregada Margot para a cama primeiro...
O Bilionário fica obcecado pelo a virgindade de Margot, e chega a oferecer
dinheiro para dormir com a empregada.
Obviamente a aposta sai de controle, quando o bilionário cai na armadilha
que ele mesmo armou, ficando apaixonado pela a doméstica...
Sua Família soberba, não aceitará o fato de José Augusto ser amante de uma
mera empregada doméstica.
Em meio a tumultuadas brigas de ciúmes, o bilionário fica desesperado
quando sabe que Margot fugiu, e faz de tudo para voltar a encontrá-la...
Quem será que ganhou essa aposta?!
O Bilionário e a Doméstica?!
“O amor não escolhe nada, além de almas para habitá-las.”
Capítulo 1
Indo trabalhar na Mansão Torres| Um homem absurdamente bonito em uma
cama de luxo...

Já caia a tarde quando era possível perceber a presença de uma jovem


senhora em um ponto de ônibus da cidade, ela aguardava ansiosa a chegada
de uma pessoa, e ela era sua sobrinha Margot...
Depois de tanto esperar, és que surge na esquina o ônibus, fazia tanto tempo
que Nice não via sua sobrinha, nem ao menos sabia como ela tinha ficado,
quais seriam suas feições de moça...
O ônibus para, Margot desce com uma pequena mala, suas roupas humildes
denotam que está precisando de ajuda, Nice vai ao encontro de sua sobrinha,
e lhe dá uma longo e apertado abraço...
Nice:
- Margot, meu Deus! Como você ficou bonita, olha pra você, tão grande!
Margot:
- Ai tia, quantas saudades eu estava da senhora, finalmente, depois de tanto
tempo Deus me deu a dádiva de te reencontrar!
Nice:
- E como você está minha filha?!
Margot:
- Não estou nada bem, minha mãe morreu!
Nice:
- Eu sei Margot, eu sinto muito!
Margot:
- Ela morreu e eu gastei todas as minhas economias para enterra-la! Estou
desempregada, não tenho quase nada! Toda a minha vida está dentro dessa
mala!
Nice:
- Mas agora você está com a sua tia, eu arranjei um emprego pra você na
casa em que eu trabalho, por isso não fique assim, levante a cabeça, porque
agora a sorte te sorriu!
Margot:
- Vou trabalhar de doméstica, eu sei. Mas quando conseguir juntar dinheiro,
eu quero terminar os meus estudos, quero um futuro melhor!
Nice:
- Tudo ao seu tempo Nice, tenha paciência e tudo se ajeitará, você vai ver!
Margot:
- E como é essa casa em que a senhora vai me levar?!
Nice:
- Na verdade não é nem uma casa, e sim uma Mansão. A Mansão Torres, e
eu quero explicar algumas coisas.
Margot:
- Quais coisas?!
Nice:
- Preste bem atenção Margot, nessa Mansão os patrões são exigentes, são
muito mais muito ricos, eles tem uma estilo de vida completamente diferente
do nosso! Eles gastam em um dia, o que nós ganhamos em um ano!
Margot:
- Nossa tia, eles são tão ricos assim?!
Nice:
- Você ne pode supor, essa gente não sabe o que significa não ter! São muito
diferente, por isso temos que ter muito cuidado, pois gente rica desconfia de
tudo.
Margot:
- E há quanto tempo a senhora trabalha para essa família?!
Nice:
- Faz tempo, muito tempo!
Margot:
- E como são os patrões?!
Nice:
- O patrão morreu há algum tempo, por isso a patroa agora é a senhora
Augusta, ela é mãe de três filhos, José Augusto, Patrício e Laila...
Margot:
- Entendi.
Nice:
- E é bom que você já vá se acostumando com isso!
Margot:
- Então a dona da casa se chama Augusta?!
Nice:
- Sim, e o nome do filho mais velho dela é José Augusto, desde que o pai
morreu, é ele que assumiu o comando das empresas...
Margot:
- E esse José Augusto é rico?!
Nice:
- Bilionário. Mas logo se casará com sua noiva, a senhorita Alba...
Margot:
- Já estou me habituando aos nomes dos integrantes dessa família!
Nice:
- Muito bem Margot, agora vamos, já é tarde e amanhã de manhã você terá
que levantar bem cedinho para pegar no pesado, não é mesmo?!
Margot:
- Eu não tenho medo de trabalho tia, você deveria saber disso!
Nice:
- Eu sei minha filha, sua mãe sempre foi muito trabalhadora e honesta, criou
você sozinha, e sei que fez bem o serviço.
Margot:
- Só de lembrar da mãe, me dá um nó na garganta, queria tanto que ela
estivesse aqui comigo!
Nice:
- Mas ela sempre estará Margot, dentro do seu coração!
Margot:
- Eu não tenho mais ninguém nessa vida tia!
Nice:
- Você têm a mim, e é isso que importa!
Margot:
- Eu não sei como será recomeçar a minha vida nessa cidade!
Nice:
- Eu te ajudarei! Não se desespere minha cara, a vida é assim, quando se
fecha um ciclo, se abre outro!
Margot:
- Você fala com tanta segurança tia, queria ser assim como você!
Nice:
- Essa segurança Margot, só o tempo pode te dar, a gente aprende com a
vida, e cada um tem a sua própria experiência!
Margot:
- Eu sei!
Nice:
- Quando se sentir sozinha, lembre- se: “Nós nunca estamos realmente
sozinhas, sempre tem aquela pessoa que nós mais amamos nos nossos
pensamentos, nos nossos corações”!
Margot:
- Agora vou levar a vida pra frente, reconstruir, é isso que importa!
Nice:
- Sim...
Depois de uma longa conversa, finalmente Nice e Margot chegaram na
mansão Torres...
Obviamente a sobrinha de Nice ficou impressionada com tamanha riqueza,
nunca havia visto nada parecido com aquilo, era outro mundo com certeza!
Nice:
- Veja Margot, com existe gente que vive no conforto máximo!
Margot:
- Estou vendo, é realmente encantador!
Nice:
- Cuidado Margot, esse mundo pode deslumbrar muitas moças, não caia não
caia na conversa de qualquer pessoa que more nessa casa, para todas elas
somos apenas empregadas, com nossos quartinhos nos fundos, que recebe
seu salário mensalmente!
Margot:
- Eu não sou de me iludir com essas coisas tia!
Nice:
- Será Margot?! Isso é uma coisa que nós vamos descobrir juntas! Uma coisa
é o que uma pessoa diz da boca para fora, outra coisa bem diferente é o que
ela acredita da boca para dentro!
Margot:
- Não sou nenhuma deslumbrada tia!
Nice:
- É melhor ser assim minha filha, o tempo me mostrou que é melhor ir
sempre com cautela, nós não sabemos as intenções que as pessoas guardam
dentro de seu coração!
Margot:
- Já sei!
Nice:
- Vem, vamos dormir, vou apresentar o seu quartinho...
Margot:
- Vamos...
Margot e Nice chegam até o quartinho da empregada, e é realmente algo bem
diferente de todo aquele luxo que a doméstica havia visto há pouco tempo...
Nice:
- Eu sei que é pequeno, mas esse é o seu quartinho!
Margot:
- Tudo bem tia, sem problemas. Eu sabia o que mês esperava quando eu vim
trabalhar aqui!
O uniforme estava sobre a cama...
Nice:
- Esse aqui é o seu uniforme Margot, todos os empregados devem usá-lo,
para que não pensem que somos amigos ou convidados dos patrões, é para
deixar claro que trabalhamos na casa, assim como a copeira, o motorista, a
cozinheira, e assim vai.
Margot:
- Tudo bem, já entendi tia...
Nice:
- Amanhã bem cedinho venho pra te buscar, para começar, certo?!
Margot:
- Até amanhã tia!
Nice saiu do quarto, Margot abriu a sua mala, e de lá tirou a fotografia
antiga, dela com a sua mãe, passou os dedos e se emocionou, deitando assim,
e deixando se levar pelo sono...
Amanhã era dia de luta, vida difícil de quem precisa usar suas garra para
conseguir alguma coisa...

No dia seguinte:
Como havia avisado, Nice chegou bem cedo ao quarto de Margot, sua
sobrinha já estava uniformizada, estava pronta para o trabalho...
Primeiro entrou nos armário de toalhas da Mansão torres, que diga-se de
passagem, era enorme, pegou algumas e foi trocando por todos as suítes...
Em cada quarto que entrava, Margot, percebia que os donos da casa
dormiam até tarde, e havia que cuidar para trocar tudo em silêncio, se
alguém acordasse, isso poderia se converter em um motivo de demissão, por
isso a cautela redobrada...
Trocou tudo, com extrema eficiência, até que chegou na última suíte, era do
filho mais velho da família, senhor José Augusto, um homem bilionário...
Ao entrar, Margot tomou um susto logo de cara, pois esparramado em sua
king cama, o chefe está como veio ao mundo, completamente nu, de bruços,
era possível ver suas belas nádegas...
O susto da empregada era compreensível, nunca havia ficado com um homem
na vida, e ficar assim de cara, com um homem nu, deve ser realmente um
situação perturbadora, e altamente sexual...
Era ele, José Augusto, o homem mais bonito que a doméstica já tinha visto
na vida, era praticamente um galã, ficou contemplando sua imagem por
alguns instantes, ali dormindo, ele lhe parecia tão inocente...
Margot ficou hipnotizada por aquela imagem, alguma coisa nascia no fundo
de seu coração, que batia rapidamente, em uma velocidade descomunal...
Sem querer, quando iria trocar as toalhas, deixou a jarra de água cair,
despertando assim José Augusto...
José Augusto:
- O que é isso?!
Exclamou bravo como uma leão o bilionário...
Margot:
- Eu só estou trocando as toalhas senhor...
Sem perceber, José Augusto levantou, e não percebeu que se podia ver todo
o seu aparelho reprodutor, para o desespero de Margot, depois de se dar
conta, ele recorreu a uma toalha que estava nas mãos da doméstica...
José Augusto:
- Quem é você?! Perguntou ele, que nunca havia visto aquele rosto antes...
Margot:
- Eu sou a nova empregada!
José Augusto:
- Só poderia mesmo ser nova nessa casa, será que ninguém te contou que não
se entra em meu quarto antes do ponteiro bater no 12?!
Margot:
- Me desculpe senhor isso não vai mais acontecer!
José Augusto:
- Não vai acontecer mesmo, na próxima você está demitida!
Margot:
- Me demitir, só porque eu derrubei uma jarra, isso parece uma futilidade!
José Augusto:
- Está zombando da minha autoridade, senhorita?! Saiba que ninguém passa
por cima da minha palavra nessa casa!
Margot:
- Agora eu devo entender o porquê, o senhor é completamente mau
humorado, as pessoas devem morrer de medo de bater de frente com o
senhor!
José Augusto:
- Como a senhorita é, não é mesmo?! Parece que fala tudo o que lhe vem a
cabeça, e isso é demasiadamente perigoso!
Margot:
- Não acho que seja perigoso, na verdade acho que é uma das minhas
maiores qualidades!
José Augusto:
- Vejo que está tomando demasiadas liberdade para com o seu patrão!
Margot:
- Não senhor, apenas estou tentando fazer o meu trabalho, é para isso que o
senhor paga o meu salário não é mesmo?!
José Augusto:
- É impressão minha ou está me provocando?!
Nesse momento Nice aparece para fiscalizar o serviço de Margot, mas
percebe que há alguma coisa de errado! Vê José Augusto enrolado em uma
toalha, praticamente discutindo com Margot, Nice conhecia bem o gênio do
bilionário...
Nice:
- O que está acontecendo aqui?!
José Augusto:
- Acontece que todos nessa casa sabem que não se pode entrar em meu
quarto antes do meio dia, mas a nova empregada quebrou essa regra logo de
cara!
Nice:
- Desculpe senhor José Augusto, eu deveria advertir a minha sobrinha sobre
esse pormenor, mas infelizmente são tantas obrigações que deixei essa
passar...
José Augusto:
- Quer dizer que a nova empregada é a sua sobrinha?!
Nice:
- Sim senhor, pedi para a senhora Augusta ceder uma vaga para Margot, e
com toda a bondade que a compete, ela empregou a minha sobrinha!
José Augusto:
- Quer dizer que o nome dela é Margot, deve ser de origem francesa,
Margot!
Margot nesse momento não fala nada, percebe que sua tia está altamente
aborrecida com ela, e somente está esperando ficar a sós com ela, para lhe
dar a bronca que merece, pobre Margot...
Nice:
- Se o senhor nos dá sua devida licença, agora vamos limpar o setor sul da
mansão...
José Augusto:
- Você tem toda a licença, e ensine logo para sua sobrinha como funciona
essa casa, senão ela não vai durar muito tempo aqui!
Nice:
- Com toda a certeza senhor José Augusto, com licença!
Nice praticamente puxou Margot pelo braço, e nos corredores da Mansão
Torres, soltou os seus cachorros em cima de sua sobrinha...
Nice:
- O que está fazendo?!
Margot:
- Nada tia, só estava trocando as toalhas, como a senhora me pediu!
Nice:
- Porque quando eu cheguei, você estava discutindo com o patrão, você sabe
que não se deve enfrentar os donos da casa!
Margot:
- Não estava discutindo com ninguém tia, apenas estava respondendo as
perguntas que aquele homem estava me fazendo!
Nice:
- Aquele homem, Margot, é o patrão, e não se deve bater de frente com ele,
ou você quer perder o emprego?!
Margot:
- Não tia, não quero!
Nice:
- Então ande na linha, senão você não vai durar muito tempo aqui nessa
casa...
Deixando essa frase na cara de Margot, Nice saiu pisando duro, enquanto
isso, a imagem de José Augusto nu, não saia da cabeça da doméstica....
Capítulo 2
Apresentando Margot| Humilhações intragáveis...

Depois daquele começo bem difícil, chegou a hora de apresentar Margot a


Matriarca da Família Torres...
Nice sabia o que deveria fazer...
Levou Margot até Augusta...
Nice:
- Senhora Augusta, essa é minha sobrinha, a moça que eu trouxe para
trabalhar comigo!
Com frieza, e uma arrogância no olhar, a matriarca respondeu:
Augusta:
- Fui demasiadamente generosa com você Nice, sabia muito bem que nessa
casa não precisava de mais uma doméstica, espero que saiba agradecer esse
ato de bondade?!
Nice:
- Com toda a certeza senhora, garanto que Margot será uma excelente
empregada nessa casa!
Margot se aproxima de Augusta, e rapidamente percebe toda a obediência
que Nice nutre por aquela figura, quase cega...
Mas por estar ali, ela resolve agradecer a oportunidade:
Margot:
- Obrigada senhora Augusta, por essa oportunidade, ainda mais depois da
morte da minha mãe, que eu não tinha pra onde ir...
Augusta:
- Minha filha, guarde esse drama para você, até porque eu não quero saber
de sofrimento de pobre...
Margot fica sem graça com a resposta de Augusta...
Nice com a cabeça baixa, escuta reverentemente as próximas palavras de sua
patroa...
Augusta:
- Já fiquei sabendo do episódio no quarto de José Augusto, e pude notar que
sua sobrinha Nice, é um tanto quanto rebelde...
Nice:
- De nenhuma maneira senhora, ela simplesmente cometeu um erro de
principiante, enquanto ela se adapte as regras e horários da casa, não haverá
mais maus entendidos!
Augusta:
- Assim espero!
Nice:
- Com toda a certeza senhora!
Augusta:
- Espero garota...
Disse Augusta olhando para Margot...
Augusta:
- Que eu não me arrependa de ter te colocado dentro da minha casa...
Margot queria responder a altura, mas engoliu o sapo, sabia que sua tia
queria que ela fosse submissa...
Margot:
- A senhora não vai se arrepender!
Augusta:
- Continue com o serviço Nice, não te pago para ficar aí parada!
Nice:
- Sim senhora...
Nice e Margot se retiram, e nos corredores encontram Laila...
Laila:
- Nice, quem é essa moça?!
Perguntou a irmã mais nova de José Augusto...
Nice:
- Essa moça, senhorita Laila, é minha sobrinha e irá trabalhar comigo aqui,
como a nova empregada!
Laila:
- Entendi, bem que não precisa se apresentar a empregada, afinal de contas
ela é invisível!
Margot ficou impressionada como as pessoas daquela casa tratavam seus
empregados, com extrema arrogância e distância, chegando até a serem
desprezados...
Margot sabia que sua tia queria que ela fosse como uma móvel, que
escutasse tudo, e não falasse nada...
Laila ainda acrescentou:
- Não esqueça que hoje o Pedro vem para jantar com a gente, faça tudo ficar
excelente!
Nice:
- Sim senhorita!
Laila foi embora, e Nice imediatamente falou...
- É assim que as coisas acontecem nessa casa, é melhor você ir se
acostumando!
Em seguida as duas passaram no quarto de Patrício, o outro filho de dona
Augusta...
Nice:
- Senhor Patrício, queria te apresentar minha sobrinha, que agora irá
trabalhar aqui com agente...
Patrício:
- Muito prazer...
Com certeza Patrício fora o mais educado com Margot, mas também não fez
questão de se aprofundar muito...
Depois Margot foi até o seu quarto, e perguntou para o retrato de sua mãe...
Margot:
- Até quando eu vou suportar isso?! Até quando?!
A doméstica sabia que não iria aguentar aquelas humilhações diárias por
muito tempo, ficava ali porque precisava, e não queria ser como sua tia
Nice, que de tanto tempo falar ‘Sim, senhora’, já havia se acostumado em ser
obediente, e sempre a abaixar a cabeça para gente arrogante...
Capítulo 3
A Grande aposta...
O Jantar de recepção do senhor Pedro Lima...
Depois de uma longa temporada fora, finalmente Pedro Lima, melhor amigo
de José Augusto, além de diretor executivo da Empresa Familiar Torres,
havia voltado a cidade, logicamente seu grande amigo iria fazer uma jantar
íntimo para dar as boas-vindas ao seu diretor executivo...
Todos estavam convidados, e pela primeira vez, Margot teria que servir a
família Torres e seus entes mais próximos...
Caia a noite, e já estava na hora da recepção, Pedro foi recebido
calorosamente, obviamente por ser um dos herdeiros mais ricos da cidade...
Todos estavam a mesa, e já estava na hora de Margot mostrar serviço, não
demorou muito para ele perceber a nova empregada da Mansão Torres,
Pedro não levava nada a sério na vida, para ele não havia o menor problema
em brincar com as emoções femininas, muito pelo contrário, tudo em sua
vida era um jogo...
Assim que bateu os olhos em Margot, imediatamente lhe ocorreu uma ideia
arrebatadora, obviamente que apenas o confidenciaria para seu grande amigo
José Augusto, até lá, Pedro apenas observava Margot, com cautela...
Laila fazia de tudo para chamar a atenção de Pedro, tinha uma paixão
platônica por ele, que sempre escondeu, temendo ser rejeitada, sabia muito
bem da fama de Pedro, por isso morria de medo de ser feita de boba por
ele...
Alba também estava presente, a noiva de José Augusto não iria perder a
chance de pressionar o bilionário publicamente, estava ansiosa para subir ao
altar...
Laila:
- E então Pedro, como foi a viagem?!
Pedro:
- Não poderia ter sido melhor, na verdade foi inacreditável, aproveitei tudo
o que tinha para aproveitar, principalmente as mulheres...
Todos a mesa riram, menos Laila, que se sentiu uma idiota com aquela
resposta...
Enquanto enchia a taça de vinho de José Augusto, há uma intensa troca de
olhares entre o bilionário e Margot, seu jeito um tanto quanto rebelde,
transformada a empregada em um curioso enigma, e não havia nada na vida
que José Augusto gostasse mais do que um bom desafio...
José Augusto:
- Vejo que não mudou nada nessa viajem Pedro, voltou falando
primeiramente de mulheres....
Pedro:
- E há nada vida alguma coisa mais maravilhosa do que as mulheres?!
Ao que Augusta, a matriarca da família responde:
Augusta:
- Sim Pedro, as responsabilidades....
Patrício:
- Mamãe está certa, você já curtiu suas férias, agora deve voltar com ânimo
redobrado para assumir seu cargo de diretor executivo, estamos precisando
de você lá!
Pedro:
- Como sempre, o senhor certinho já mandando acordar cedo amanhã pra
bater ponto no trabalho...
Patrício:
- Garanto que se você fosse realmente bater ponto, você não ousaria ir até
aquela empresa! Você é o diretor executivo!
Pedro:
- Calme senhor vice-presidente, estava apenas brincando, nada mais!
Patrício:
- Eu sei disso! Quem disse que eu estava falando sério?!
Pedro:
- Você é a seriedade em pessoa, não sei se você sabe o que é brincar
Patrício?!
Patrício:
- Tenha certeza que eu sei quais são os momentos adequados, para brincar e
descontrair, e trabalhar e falar sério, que é uma das poucas qualidades que
infelizmente não te cabe!
Pedro:
- Sem provocações hoje, por favor, só quero curtir o meu último dia sem
trabalho!
Augusta:
- O que nos interessa aqui hoje, é te receber bem Pedro, você sabe que é
como se fosse da família!
Pedro:
- Senhora Augusta, nunca duvidei disso! Vejo José Augusto e Patrício como
irmãos, e Laila a minha irmãzinha!
Laila ficou mais decepcionada ainda...
José Augusto:
- E como vai a vida pessoal, meu caro amigo...
Pedro:
- Eu tirei essas férias justamente por isso, não tinha vida pessoal, só trabalho
e trabalho, estava difícil ter vida social, mas agora acho que já estou mais
relaxado....
Alba:
- Que bom que você está relaxado Pedro, finalmente atingiu o nível de seu
amigo, que de tão relaxado com a vida privada dele, esqueceu que depois do
noivado, costuma-se vir o casamento!
Disse Alba, em um tom bastante irônico para seu noivo José Augusto, que
não recebeu muito bem a pressão da noiva...
Pedro:
- Nossa Alba, você poderia ter se esforçado um pouco mais para isso
parecer uma indireta, porque foi tão direta que fez com que o coitado ali
fechasse a cara...
Disse Pedro, apontando para José Augusto....
José Augusto:
- Precisava falar disso hoje, aqui Alba?!
Augusta:
- Por favor, vamos nos esforçar para manter o clima amistoso nesse jantar,
não vamos brigar!
Alba:
- Brigar, é o mais fazemos nessa vida minha sogra, na verdade isso é
mentira, a verdade que faz muito tempo que o José Augusto simplesmente
finge que eu não existo! Ignora a minha existência...
José Augusto:
- Não seja leviana Alba, por favor! Você sabe que a minha vida é o trabalho
e vice-versa, por isso ainda não cumpri a sua idealização romântica de subir
ao altar, se isso verdadeiramente é tão importante assim...
Alba:
- Viu, ela fala como se eu fosse uma mulher chata que o pressiona a casar,
como se a minha vida fosse unicamente isso!
José Augusto:
- Se a sua vida não for unicamente isso, você se esforça bastante para fazer
parecer!
Augusta:
- Por favor Alba, por favor José Augusto, vamos manter a classe nesse
recinto!
Laila:
- Parece mamãe a classe passou bem longe daqui, na verdade eu ainda não
consigo acreditar que alguém organizou esse jantar aqui hoje, sei lá, acho
que essa pessoa estava achando a vida um tanto quanto entediante, e precisou
revitalizar com esse encontro explosivo...
Augusta:
- Laila, pare de zombar dessa situação!
Laila:
- Pense bem mamãe, é sempre melhor rir do que chorar, não é mesmo!
Augusta:
- Laila, para já com isso!
Laila:
- Tudo bem, vou aquietar a minha língua, não se deve jogar fogo em um
ponto de gasolina, não é mesmo?!
José Augusto:
- Viu Alba, um assunto que somente nós deveríamos estar discutindo, está no
jornal do centro da mesa de jantar da família...
Alba:
- É bom que isso aconteça José Augusto, para você finalmente perceber a
minha presença, e principalmente, para você notar a minha presença na sua
vida, se é que isso tem alguma relevância pra você?!
José Augusto:
- Se você não fosse uma pessoa relevante na minha vida, porque eu estaria
com você, por que eu teria feito aquela bendita festa de noivado que você
queria tanto?!
Alba:
- Você ouviram bem como ele diz?! Parece que eu o forcei a noivar, e agora
pareço uma louca por exigir que ele cumpra uma promessa que ele me fez,
você me disse que nós iríamos nos casar, não é verdade?!
José Augusto:
- Alba, vamos parar por aqui, você já está abusando da minha santa
paciência, e confesso que já estou começando a me cansar!
Alba:
- Fico feliz que você começou a se cansar agora, porque eu já estou esgotada
psicologicamente com essa situação faz bastante tempo...
Pedro:
- Vamos beber uma taça de vinho branco, e nos acalmar! Pessoas por favor,
somos ricos, do que tanto estamos reclamando?! Ou será que os ricos
também choram?!
Patrício:
- Por favor Pedro, não faça disso mais uma piada, a situação pede um pouco
de seriedade, acho que já estamos chegando a um limite aqui, ou vocês se
esqueceram que estão lavando a roupa suja na frente de todos, inclusive dos
empregados... Você não estão pensando nem ao menos nos comentários que
isso gerará...
Augusta:
- Não se preocupe com isso Patrício, eu levo meus empregados a mão de
ferro, e ninguém abrirá a boca para fazer qualquer comentário maldoso sobre
essa situação que está sucedendo aqui...
Laila:
- E quem é que segura a língua do povo, mamãe?! Esse é o problema de não
manter as coisas em sigilo, amanhã a cidade inteira vai saber desses
pequenos escândalos dentro da família Torres!
Augusta:
- Como sinto falta do meu marido, se ele estivesse vivo colocaria ordem
nessa casa, infelizmente hoje as pessoas acham que podem falar qualquer
coisa!
Laila:
- Ai mamãe, não começa a chorar as pitangas, deixa o papai descansar em
paz, quem tem que resolver os nossos problemas, somos nós mesmos!
Pedro:
- Isso mesmo Laila, agora você falou tudo o que precisava ser escutado aqui!
Alba:
- Eu acho que eu passei um pouco do ponto, mas não quero que isso seja
repassado pra gente fofoqueira dessa cidade, até porque eu já sou a piada
favorita deles, já que sou a mulher que vai ficar eternamente noiva!
José Augusto:
- Até quando você parece que vai enterrar o assunto, de repente da um jeito
de voltar para o mesmo ponto!
Alba:
- Isso deve ser porque eu estou esperando uma atitude sua!!!
Margot já estava tonta com aquela discussão, e no meio de tudo aquilo, ela
não aguentava mais ficar calada, enquanto servia a taça de Patrício, ela
solta...
Margot:
- As mulheres não deveriam esperar uma atitude de um homem, elas
deveriam ser a própria atitude, e fazerem algo por suas vidas, para que elas
valessem a pena...
Dito aquilo, o silêncio tomou conta do recinto, Nice ficou vermelha de
vergonha, há tanto tempo ali, a empregada nunca havia falado na sala de
jantar, algo que sua sobrinha fez pela primeira vez em que serviu naquele
lugar...
Depois do silêncio constrangedor, todos olharam para Margot, ela então
percebeu e resolveu se retirar, e foi ela que quebrou o clima...
Margot:
- A água acabou, vou até a cozinha para pegar mais...
E saiu, Nice permaneceu ali, parecia que uma faca gelada atravessava seu
coração, temia com todas as forças a reação de Augusta...
Laila:
- Até que eu gostei da nova empregada, achei que ela seria mais uma mosca
morta, pelo menos ela tem atitude...
Alba:
- Ela falou daquele jeito comigo?!
Pedro:
- Se aquilo não foi para você, sinceramente não sei o que é!
Alba:
- Você vai deixar uma empregada falar assim comigo e não vai fazer nada
José Augusto?!
José Augusto:
- Também não é para tanto Alba!
Alba:
- Não é para tanto, daqui a pouco vamos puxar as cadeiras e chamar os
empregados para se sentarem a mesa, vamos deixar eles opinarem sobre a
nossa relação também!
José Augusto:
- Como você é dramática Alba! Ela só fez uma comentário!
Augusta olhou para Nice e disse em um tom bem frio e calculista:
Augusta:
- Espero que isso não se repita Nice, quem sua sobrinha está pensando que
é?!
Nice:
- Me desculpe senhora, ela ainda está se acostumando com o trabalho!
Augusta:
- Assim espero, mais uma dessa, e ela estará no olho da rua!
José Augusto:
- Mãe, devo todo o respeito para com a sua pessoa, mas antes de qualquer
coisa, quem manda nessa casa sou eu, eu decido quem sai, quem entra, quem
é contratado e quem é demitido, nenhuma ordem será dada sem o meu
consentimento, por fique tranquila Nice, sua sobrinha somente será demitida
se fizer seu trabalho errado, caso contrário seguirá aqui, não vou despedir
uma funcionária por causa de uma coisa besta dessa, afinal de conta parece
que nessa mesa hoje, só se falaram coisas bestas e sem sentidos...
Dito isso, José Augusto se levanta, e sai...
O silêncio é ensurdecedor....
Em seguida Pedro se levanta, e vai até o escritório de seu melhor amigo...
Alba se levanta e vai embora, Patrício vai atrás dela...

Ela pede para Jonas, o motorista da família Torres, tire o seu carro, enquanto
isso ela espera, e Patrício a alcança...
Patrício:
- Você já vai embora?!
Alba:
- O que você quer Patrício?! Você viu como o seu irmão me tratou!
Patrício:
- Porque você está esperando aqui na frente?!
Alba:
- Pedi pro Jonas tirar o meu carro, eu quero ir logo embora daqui! Não
aguento mais ficar um segundo nessa casa!
Patrício:
- Tantas vezes que eu te disse Alba! O José Augusto não te merece!
Alba:
- Por favor Patrício! Não comece com isso!
Patrício:
- Não estou começando nada, só estou te falando a verdade!
Alba:
- Eu não quero mais saber disso!
Patrício:
- Eu posso esconder isso dos outros, mas não posso esconder isso de você!
Alba:
- Você sabe que eu amo o seu irmão! Sou completamente apaixonada por ele!
Patrício:
- E se você estiver errada, se você só quisesse ficar com ele por uma
teimosia que você colocou na sua cabeça!
Alba:
- Isso não é um capricho, se é isso que você está insinuando! Sabe quanto
tempo eu esperei pelo seu irmão?!
Patrício:
- Você sabe, no fundo você sabe, que todo esse tempo foi perdido, foi jogado
fora!
Alba:
- Não, isso não é verdade!
Patrício:
- Você sabe que ele nunca vai se casar com você, pra ele isso é apenas uma
brincadeira! Você sabe!
Alba:
- Você não vai conseguir me desencorajar, eu sei que embora ele não
demostre, ele é apaixonado por mim!
Patrício:
- O pior cego, é aquele que não quer ver!
Alba:
- Eu não estou cega, você que está tentando me enganar!
Patrício:
- Eu não preciso te enganar Alba, você já faz isso sozinha! Você é uma
iludida!
Alba:
- Eu não sei porque eu ainda perco o meu tempo te ouvindo!
Patrício:
- Você sabe... você sabe muito bem que eu te amo, sempre te amei, as coisas
sempre foram assim...
Alba:
- Por favor Patrício, não está certo você me dizer essas coisas!
Patrício:
- E por que não?!
Alba:
- Porque eu sou a noiva do seu irmão, entende isso de uma vez por todas! Eu
vou me casar com o seu irmão! Tenta aceitar isso!
Patrício:
- Eu posso engolir isso, mas jamais vou aceitar! Faz muito tempo que você
sabe que eu sou completamente apaixonado por você, essa rejeição me mata
cada dia um pouco mais, já não consigo mais sobreviver com esse
sentimento que me atormenta quando eu me levanto, até quando eu vou me
deitar!
Alba:
- Na vida, a gente não pode ter tudo que se quer Patrício!
Patrício:
- É injusto você me dizer isso, porque você está buscando tudo o que você
quer nessa vida!
De repente Patrício rouba um beijo de Alba, que ao princípio rejeita, mas
depois aceita...
Depois de trocarem um caloroso beijo, Jonas, o motorista vê a cena, mas não
deixa que percebam que ele viu o beijo entre os cunhados...
Até que finalmente Alba afasta Patrício e dá um tapa em sua cara depois,
exalta ela diz:
Alba:
- Nunca mais volte a fazer isso na sua vida!!!
Patrício:
- Se você odiou tanto, porque correspondeu?!
Alba:
- Não seja ridículo Patrício! Eu não correspondi nada!
Patrício:
- Tudo bem, como você quiser, não vou ficar insistindo para sempre!
Alba:
- Espero que você tenha consciência e não diga isso pra ninguém! Imagina o
escândalo que seria se descobrissem que você me beijou?!
Patrício:
- Você fala como se fosse a primeira vez que isso acontece!
Alba:
- Não foi a primeira, mas com certeza foi a última!

Os dois são interrompidos com a chegada de Jonas com o carro de Alba...

Jonas:
- Aqui está o seu carro senhorita Alba!
Alba:
- Muito obrigada Jonas! Tenho que ir agora!
Alba entra no carro, e não olha para trás, para poder dissimular...
Jonas:
- Tudo bem senhor Patrício?!
Patrício:
- Tudo, tudo ótimo!
Patrício entra em seguida...

Depois de algum tempo, Jonas começa a lavar um dos carros de José


Augusto...
Até que Margot chega para servir um copo de suco para o motorista...
Jonas:
- Noite agitada, não é mesmo?!
Margot:
- Sim, hoje os patrões receberam alguns convidados!
Jonas:
- Sim, eu sei! Sua tia estava te procurando, ela não estava com uma cara
muito boa!
Margot:
- Eu sei, estou fugindo dela, sei que quer me dar uma bronca!
Jonas:
- Você é um pouco louquinha, desculpe te dizer isso, mas não vai durar muito
tempo nesse emprego!
Margot riu e perguntou ao motorista:
Margot:
- E por que não?!
Jonas:
- Aprenda uma coisa com esse simples motorista aqui, gente rica gosta de
empregados discretos... Tem que cantar no miudinho, se não é rua...
Margot:
- Talvez eu não sirva muito para esse emprego!
Jonas:
- Essas pessoas acham que são importantíssimas! Que podem pisar em quem
seja, só porque são ricas! E nós sabemos que isso não é verdade, a vida faz
a gente a prender desde cedo, que existem dois mundo, o nosso mundo, e o
mundo deles!
Margot:
- Dois mundos?!
Jonas:
- Sim, dois mundos! Eles não gostam quando nós entramos no mundo deles, e
eles não tem coragem de vim viver no nosso, isso sem aprende bem
rapidinho na vida!
Mesmo vendo coisas bem estranhas, é melhor você fingir que não viu nada, é
assim que se mantem o seu emprego, e continua pagando as suas dívidas!
Margot:
- Então eles não gostam quando nós entramos no mundo deles?!
Jonas:
- Não mesmo, gente rica é esnobe e arrogante, acha o tempo inteiro que são
os escolhidos, e pensam que levam um rei dentro da barriga!
Margot:
- Eles podem até se acharem isso tudo, mas quando olho para eles vejo
apenas seres humanos!
Jonas:
- Que bom, porque quando eles olham pra gente, veem lacaios... Não se
engane mocinha, essa gente não se mistura com pessoas como nós, eles
vivem do outro lado do muro!
Margot:
- O último muro que derrubaram foram o de Berlim!
Jonas:
- Não se engane Margot, eles derrubam um, e levantam vinte, é assim que
essa gente é, só nos quer como escravos, não como amigos e familiares, a
não seja que seja para zombar, quanto mais cedo você aprender isso,
melhor...
Depois desse comentário, Margot volta para a cozinha...
Escritório de José Augusto... | A Grande Aposta
O bilionário e o diretor executivo tomam uma dose de conhaque...
José Augusto:
- A alba já está acabando com a minha paciência, minha vontade é de me
livra dela de uma vez por todas, queria dar um pé na bunda dela!
Pedro:
- Não seria de bom tom agora você desnoivar assim! Lembre-se, precisamos
pensar na empresa primeiro! O conselho, as aparências são mais importantes
do que qualquer coisa!
José Augusto:
- Você fala isso porque bem relaxado, eu estou com estresse até a minha
última gota de sangue!
Pedro:
- Ainda bem que você tocou no assunto, eu sabia que você precisava relaxar
um pouco, e por isso vou te propor uma coisa divertidíssima!
José Augusto:
- Eu realmente estou precisando me divertir um pouco!
Pedro:
- Então se prepara para o que eu tenho que te dizer!
José Augusto:
- Fala então!
Pedro:
- Eu tive uma ideia diabólica assim que eu coloquei os olhos nela!
José Augusto:
- Os olhos em quem?!
Pedro:
- Calma, não vou te adiantar logo assim! Eu te desafio, tenho uma aposta
para firmar com você!
José Augusto:
- Desafio?! Você sabe que eu sou uma pessoa extremante competitiva, diz
logo! Que aposta é essa, que desafio é esse?!
Pedro:
- Tem a ver com a nova empregadinha....
José Augusto:
- Quem?! A Margot?!
Pedro:
- Ela mesma, vai falar que ela não é bonitinha?!
José Augusto:
- É, até que ela é bonitinha! Mas o que você quer com ela?!
Pedro:
- Escuta bem, além de ser bonitinha, ela tem cara de ser bem ingênua! E aí
vai minha aposta?!
José Augusto:
- Que aposta?!
Pedro:
- Quem conseguir levar a empregadinha pra cama primeiro, ganha a aposta?!
José Augusto:
- Que aposta mais idiota Pedro?!
Pedro:
- Idiota, você pode dizer que essa aposta é tudo, menos idiota! Você não quer
se divertir?! Não quer relaxar?! É uma brincadeira José Augusto, uma aposta
pra ver qual de nós é mais sedutor, que consegue levar a Margot pra cama?!
Qual é o problema, ela é só uma doméstica, cara!
José Augusto:
- Você deve ter bebido demais nesse jantar!
Pedro:
- O que foi José Augusto?! Não está se garantindo?! Bom, se eu fosse você,
eu realmente ficaria com medo, já que nenhuma mulher consegue resistir aos
meus encantos!
José Augusto:
- Não é isso! Eu me garanto!
Pedro:
- Então qual é o problema?! É só uma brincadeira, pra você relaxar, uma
aposta!
José Augusto:
- Com aquela moça?!
Pedro:
- Que que tem ser a empregada, por favor, a mulher é o que menos importa,
poderia ser qualquer uma!
José Augusto:
- Você inflando o meu lado competidor!
Pedro:
- É só um jogo...
José Augusto:
- E o que o vencedor ganha?!
Pedro:
- Como você é bilionário, e eu sou rico, acho interessante colocar um prêmio
simbólico!
José Augusto:
- Que prêmio?!
Pedro:
- Quem conseguir levar a empregadinha pra cama primeiro, ganha um dólar!
José Augusto:
- Um dólar?!
Pedro:
- Sim, um dólar!
José Augusto:
- Você só pode estar brincando!
Pedro:
- Não estou, é um jogo! É uma aposta, quem ganha, se diverte mais, não é
disso que você está precisando!
José Augusto:
- Ainda não sei se isso é uma boa ideia!
Pedro:
- Que foi José, vai dar pra trás?! Ou está na verdade com medo de perder
pra mim?!!!
José Augusto:
- Eu não tenho medo dos seus dotes de sedutor Pedro, confio muito mais na
minha pegada!
Pedro:
- Então por que você está receoso desse jeito?! Que foi José, é só uma
brincadeira...
José Augusto:
- Ainda não sei!
Pedro:
- Pra mim, você está morrendo de medo de não conseguir seduzir a
empregadinha!
José Augusto:
- Não é isso!
Pedro:
- Diversão, cara! É por isso, e nada mais! Diversão! Relaxa, vai ser demais!
E aí, depende de você! E agora José?! Aceita a aposta ou não?! Vamos ver
quem leva a empregada para cama primeiro, ou não?!
Depois de insistir bastante, finalmente José Augusto aceita a aposta, afinal
só seria uma brincadeira, em sua vão concepção....
Infelizmente se deixou levar pela proposta bastante maliciosa de seu “melhor
amigo” ...
José Augusto:
- Tudo bem Pedro, você sabe que eu gosto de um bom desafio, e estou
mesmo precisando distrair a minha cabeça, está fechado a aposta!
Pedro:
- Você não vai se arrepender, essa aposta vai ser a melhor coisas que você já
fez na sua vida!
José Augusto:
- Assim espero!
Pedro:
- Assim está combinado, quem levar a empregadinha para cama primeiro,
vai ganhar um dólar, aposta firmada?!
José Augusto:
- Sim...
E os dois selam a aposta com um aperto de mãos...
Capítulo 4
O Jogo de Sedução| Colocando a aposta em prática...

Depois de selarem a aposta, só restavam a Pedro e José Augusto cumprirem


com o prometido, mas será que Margot cairia nessa armadilha...
Era arriscado, mas quem será que venceria nesse jogo que com certeza iria
magoar os sentimentos da sobrinha de Nice...

Enquanto voltava para o seu quarto, Margot foi surpreendida por Nice,
obviamente o comentário que a sobrinha fez não passaria impune...
Nice:
- Quem você pensa que é Margot?!
Margot:
- Ué, eu sou eu mesma!
Respondeu a sobrinha, em um tom bem divertido...
Nice:
- Vai, começa mesmo com as suas gracinhas! Aproveita que ainda tem um
teto, e comida quente, porque sinceramente, eu não sei qual será o seu futuro!
Margot:
- Ai tia, por que você está tão brava?!
Nice:
- Estou assim por causa do seu comentário na sala de jantar, perante os
convidados da dona Augusta!
Margot:
- Me desculpe se eu te envergonhei, mas aquela conversa toda, toda aquela
discussão, me senti no dever de falar alguma coisa, minha boca abriu, e as
palavras sopraram como o vento!
Nice:
- Eu não sabia que você era tão inconveniente Margot, pensava que você era
mais na sua!
Margot:
- E o que é ser mais na minha tia?! Ficar obedecendo ordens, e abaixar a
cabeça pra tudo que te falam?!
Nice então, nervosa com as palavras da sobrinha, deu um belo e pesado tapa
na cara de Margot, que ficou sem reação ao receber aquela agressão...
Margot:
- Por que você fez isso tia?!
Nice:
- Porque você mereceu! O que você acha, que eu obedeço porque eu gosto?!
Margot:
- Você me bateu!
Nice:
- Sim, te bati, e se você fazer de novo, saiba que eu irei segurar minha mão!
Margot:
- Eu pensei que você gostava de mim, por que você fez isso?!
Nice:
- Vai pro seu quarto, e fique lá até segunda ordem, eu não sei o que vai
acontecer com você, não sei nem se você voltará a trabalhar nessa casa!
Margot:
- O que é isso, eu vou embora só por causa de uma frase que eu falei, eu não
mereço isso!!!
Nice:
- O que você merece Margot?! Quem você acha que é?! Acha que vai virar a
dona dessa casa?! Porque acha que possui todas as liberdades, mas a vida
não é assim, rosa como você acha, e cedo ou tarde, você vai se dar conta
disso...
Margot vai até o seu quarto, chora a noite inteira, se sente sozinha e
vulnerável, pensava que sua tia iria cuidar dela, mas percebeu que não
poderia contar com Nice...

No Dia Seguinte...

José Augusto acordou naquela manhã com disposição de colocar o seu plano
em prática, iria começar o jogo da conquista, o bilionário era extremamente
competitivo, e Margot seria mais uma diversão no seu catálogo...

Ele foi até a cozinha, e chegando lá viu Nice, imediatamente perguntou pelo
seu alvo favorito...
José Augusto:
- Nice, onde está a sua sobrinha?! Não a vi ainda, já era pra estar
trabalhando, não é mesmo?!
Nice:
- Mas por que está procurando por ela, quer falar alguma coisa?! Eu posso
deixar o recado!
José Augusto:
- Se eu quisesse falar com você, eu falava, mas é com ela que eu tenho que
resolver algumas pendências, onde ela está?!
Nice:
- No quarto. Pode deixar que eu vou chama-la!
José Augusto:
- Não precisa, eu vou até lá!
Nice:
- O senhor tem certeza?!
José Augusto:
- Lógico que eu tenho certeza!
José Augusto vai até o quarto de Margot, Nice o acompanha...
Ele bate três vezes a porta, até que a empregada atende, logicamente ela se
surpreende com a presença do bilionário ali, bem à sua frente:
Margot:
- O senhor?!
José Augusto:
- O que está acontecendo que você não está trabalhando Margot?!
Margot:
- É que eu...
Nice:
- Ela não estava bem, sabe como são essas coisas senhor José Augusto,
coisas de meninas!
Interrompeu Nice...
José Augusto:
- Mas e agora, você está melhor Margot?!
Margot:
- Sim, estou bem melhor!
José Augusto:
- Ótimo, quero que você leve o café da manhã no meu quarto hoje...
Nice e Margot se surpreenderam com o pedido inusitado do bilionário:
Nice:
- Levar o café no seu quarto?! A Margot?
José Augusto:
- Sim, isso é uma ordem, e quero que me obedeça, me entendeu?!
Margot:
- Já vou levar o café da manhã no seu quarto, senhor José Augusto...
José Augusto:
- Assim que eu gosto. Estou esperando o meu café da manhã!
José Augusto foi esperar em seu quarto, e Nice desconfiou daquela situação
no ato, foi quando alertou sua sobrinha:
Nice:
- Espero que você saiba guardar distância Margot, esses homens não sabem
os limites, seja dura...
Margot:
- É só um café da manhã, e vai ver ele me chamou até lá para me dar uma
bronca, vai saber...
Nice:
- Assim espero...
Depois de passar pela cozinha, estar devidamente uniformizada, Margot
seguiu em direção a suíte do bilionário, abriu a porta, e ele estava a
esperando em sua cama, apenas de cueca, obviamente a empregada ficou
sem graça com a situação...
José Augusto:
- Pode deixar a bandeja aí em cima Margot...
Ela colocou a bandeja em cima de uma pequena mesa de centro, em seguida
já havia se deslocado para a porta, estava de saída, até que José Augusto
levantou sorrateiramente, e fechou a porta com seu musculoso braço
esquerdo:
José Augusto:
- Aonde você vai Margot?!
Margot:
- Vou embora, já trouxe o seu café da manhã, agora tenho que descer para
fazer outras coisas...
José Augusto:
- Eu mandei você ir embora?
Margot:
- Não...
José Augusto:
- Então se acalme, quando nós terminamos, pode deixar que eu deixou você
ir embora...
Margot:
- E mais o que o senhor deseja de mim?!
Até que veio a pergunta mais sensual do dia, e que realmente a empregada
não esperava...
O bilionário era direto, e isso não se podia negar...
Ele era rápido, como uma flecha lançada...
José Augusto:
- Eu queria te fazer uma pergunta...
Margot:
- Que tipo de pergunta?!
José Augusto:
- Um pergunta pessoal...
Margot:
- Pode falar...
José Augusto:
- VOCÊ É VIRGEM, MARGOT?!
Margot rapidamente ficou ruborizada, não esperava isso, e ficou ofendida...
Margot:
- Que pergunta é essa?!
José Augusto:
- Uma pergunta qualquer, e só por essa reação eu já sei que você é virgem!
Margot:
- Eu não vou falar isso com você!
José Augusto:
- Calma Margot, eu conheço as mulheres, sei muito bem o que cada uma
quer! Por isso eu te chamei aqui, queria te fazer uma proposta!
Margot:
- Que conversa mais louca é essa?! Primeiro o senhor me pergunta se eu sou
virgem, e depois diz que quer fazer uma proposta?!!!
José Augusto:
- Não vejo nada de errado nisso, muito pelo contrário! Sou um homem de
negócios, e como tal, devo ser rápido no gatilho, é assim que as coisas
acontecem no meu mundo!
Margot:
- E que proposta é essa?!
José Augusto:
- Eu quero comprar a sua virgindade. Simples assim...
Margot ficou mais vermelha ainda, não conseguia acreditar no que seus
ouvidos estavam escutando:
Margot:
- É isso mesmo que eu ouvi?!
José Augusto:
- Se você não for surda, já é meio caminho andado!
Margot:
- O senhor quer que eu vá pra cama com você?!
José Augusto:
- Isso mesmo, quero ser o primeiro homem da sua vida.
Margot:
- E em troca, eu ganharia o quê?! Dinheiro?!
José Augusto:
- Isso mesmo, te daria uma considerável quantia de dinheiro, te garanto que
seria muito mais do que você ganharia em um ano de trabalho!
Margot:
- Acho que o senhor se enganou redondamente comigo! Eu não sou garota de
programa!
José Augusto:
- Por favor Margot, sem moralismo tacanha! É só uma noite de prazer, sexo é
sexo! Mas é claro que eu não vou fazer nada do que você não queira, e ainda
vou te recompensar, dinheiro... você ainda vai ganhar dinheiro, só pra
dormir comigo, sabe quantas mulheres estariam desesperadas para estarem
no seu lugar?!
Margot:
- Nem ao menos posso supor, já que o senhor deve ser o cafajeste
irresistível, que toda a mulher já teve um dia na vida!
José Augusto:
- Não sabia que você era tão careta, isso não combina com você!
Margot:
- Você fala como se me conhecesse, mas você não tem a menor ideia de
quem eu sou!
José Augusto:
- Vamos lá Margot, quem sabe depois de você saber os valores, você muda
de ideia, eu te dou cinquenta mil reais, se você dormir comigo, o que você
acha?!
Margot:
- Cinquenta mil reais?!
José Augusto:
- Exatamente, dou esse dinheiro em notas de cem, se você quiser!
Margot:
- Você deveria me respeitar, sabia?!
José Augusto:
- Eu estou te respeitando!
Margot:
- O senhor é comprometido!
José Augusto:
- E daí?! Você já deveria saber que eu não amo a minha noiva, estou com a
Alba por estar!
Margot:
- Eu não entendo como as pessoas se casam sem amor...
José Augusto:
- Isso se chama a vida real...
Margot fica sem reação, de alguma maneira, aquela oferta mexe com seus
pensamentos de uma maneira veloz, se ela pegasse aquele dinheiro, poderia
ir embora dali, e se sustentar por um bom tempo, era só nisso que ela
pensava naquele exato instante...
José Augusto começa a se aproximar de Margot...
José Augusto:
- No que você tanto está pensando, hem Margot?! Daria um milhão só para
saber o que se passa nesses pensamentos...
Margot:
- Faz mesmo as suas gracinhas, mas saiba que eu não com a menor maldade
perante as suas atitudes...
José Augusto:
- Que foi, vai dizer que você não me gostou de me ver de cueca?! Ou melhor
ainda, você pode me ver sem essa cueca, e garanto que você enfartará!
Margot:
- Creio que a sua memória não é tão boa assim, porque para o seu governo,
eu já vi o senhor nu, e não me surpreendi nada!
José Augusto:
- Não diga isso Margot, assim você acaba com o meu ego masculino! Mas
quer saber de uma coisa, melhor do que falar, é fazer...
E assim, José Augusto deu um beijo em Margot, Levantou seus braços, a
imobilizou por completo, a empregada ficou sem ar...
Foi um beijo de tirar qualquer um do sério, Margot nunca havia sentido todo
aquele fogo, todo aquele tesão...
Talvez até mesmo uma dose de amor, já que ela se sentiu atraída por José
Augusto, desde a primeira vez que ela o viu...
Aquela sensação foi maravilhosa, a pegada daquele homem era uma coisa de
louco, e ela se rendeu ao momento, pelo menor era assim que ela se sentia,
rendida, nos braços do bilionário...
Não demorou muito tempo, para que os dois fossem interrompidos, Patrício
bateu a porta...
Patrício:
- José Augusto, você já está atrasado, precisamos ir para a empresa!
Ao que ele respondeu:
José Augusto:
- Já estou indo!
E nisso Margot aproveitou para escapar dos braços de José Augusto:
José Augusto:
- Aonde você vai?!
Margot:
- Eu vou embora!
José Augusto:
- Você não gostou do beijo?!
Margot:
- Eu odiei!!!
E assim ela saiu batendo a porta, para a surpresa de Patrício que estava a
espera de seu irmão mais velho...
José Augusto pensou...
José Augusto:
- “Essa aposta já está ganha”!
Capítulo 5
Comprando a Virgindade | A Sedução do Bilionário

Ao retornar ao seu quarto, Margot estava completamente desnorteada, se


trancou, não queria que ninguém percebesse como ela estava, porém sua paz
não iria durar mais muito tempo...
Heloísa, a outra empregada da casa, estava batendo a porta, desejava falar
com ela com certa urgência, foi quando Margot se recompôs e abriu a
porta...
Margot:
- O que foi Heloísa, porque essa pressa toda?!
Heloísa:
- Nada, só queria que você me ajudasse na limpeza da prataria, sua tia é
perfeccionista com essas coisas, não deixa ficar nem uma manchinha, ela
tenta a todo custo agradar a Dona Augusta.
Margot:
- Não estou com cabeça para isso agora, depois eu te ajudo!
Heloísa entrou no quarto e resolveu investigar aquele estranho
comportamento de sua colega de trabalho:
Heloísa:
- O que foi Margot, você está muito esquisita?! Você deveria disfarçar
melhor, assim fica perceptível que há algo no ar!
Margot:
- O que eu deveria disfarçar?! Quem não deve não teme!
Heloísa:
- Então você está devendo e muito, ‘minha mana’, sem brincadeira! E da
próxima vez que você saísse com o seu namorado, deveria tomar certos
cuidados...
Margot:
- Do que você está falando?! Que namorado?! Você deve está louca, só pode!
Heloísa:
- Eu não sei quem fez isso aí no seu pescoço, mas eu conheço muito bem um
bom de um ‘chupão’!
Margot vai se olhar no espelho, e percebe que Heloísa tem razão, há uma
marca de chupão em seu pescoço, feita por José Augusto no momento
daquele beijo avassalador...
Margot:
- Meu Deus! Como eu vou esconder isso?!
Heloísa:
- Tem um jeito!
Margot:
- Qual?!
Heloísa:
- Passa pó compacto, mas de leve e tem que ser bem da cor da sua pele, se
não pouco vai adiantar!
Margot:
- Eu acho que eu tenho um pó na minha bolsa!
Margot abre sua mala, e encontra o pó compacto, imediatamente o passa em
seu pescoço, aliviando suas tensões, já que a marca é apagada com
facilidade...
Heloísa:
- Viu Margot, saiu! Na verdade foi coberta, não é mesmo?! Porque esse tipo
de chupão demora um tempão pra sair!
Margot:
- Ai Heloísa, para com essas gracinhas!
Heloísa:
- Quando eu bati o olho em você, sabia que você era bem safada, as com
caras de santas, são as piores!
Margot:
- Heloísa, por favor! Olha as besteiras que você está falando?!
Heloísa:
- Ai mas a curiosidade está me matando, me diz aí, quem é o cara?! Já deu
tempo de você conhecer alguém nessa cidade?! Você é rápida mesmo!
Margot:
- Obvio que ele não é daqui, e você para de fazer fofocas pelos cantos,
espero que você não conte nada pra minha tia!
Heloísa:
- Fica tranquila, não vou contar nada pra comandante Nice! Até porque acho
que se ela descobrir que se está de ‘cacho’ com um homem, ela te dá uma
coça!
Margot:
- É por isso que quero que você fique em silêncio! Posso contar com isso?!
Heloísa:
- Fica calma Margotzinha, não vou contar pra ninguém que você anda se
atracando com um gostosão pelos cantos, mas não sei se vou aguentar, me
conta quem é!
Margot:
- Nem pensar, não seja intrometida!
Heloísa:
- Ai, queria tanto que um homem me pegasse de jeito, sabe quanto tempo eu
estou no zero a zero?!
Margot:
- Não.
Heloísa:
- Há muito tempo, minha filha! Daria de tudo pra ter uma noite daquelas?!
Sabe como é que é?! Não é mesmo, afinal de contas você é mulher!
Margot:
- Na verdade não!
Heloísa:
- Espera aí, se está querendo me dizer que...
Margot:
- Eu nunca estive com um homem na minha vida, não saberia nem o que
fazer!
Heloísa:
- Não precisa saber muita coisa, o corpo te leva no caminho certo, isso eu
posso te garantir!
Margot:
- Eu tenho medo!
Heloísa:
- Não tenha medo da cobra Margot, garanto que no final você vai ficar tão
impressionada, que vai querer cantar pra cobra suba de novo!
Margot:
- Ai Heloísa, você fala de um jeito!
Heloísa:
- E você queria que eu falasse de que jeito?! Estou falando como as coisas
são! Por que você acha que a sua tia vive de mal humor?! Muito tempo sem
aquilo! Amor, aprende uma coisa, sexo faz bem pra pele!
Margot:
- Você é bem descontraída, de verdade não sei se um dia vou ser assim como
você!
Heloísa:
- Mas eu estou impressionada que esse homem que te deu esse chupão
aguentou fica só nisso, porque dá pra perceber que esse cara tem fogo, eu sei
do que estou falando!
Margot:
- Na verdade ele quer transar comigo!
Heloísa:
- E por que você não se joga nisso?!
Margot:
- Porque nos meus sonhos, eu sempre achei que iria fazer amor com um
homem especial, que me esperasse, que me amasse, sabe do que eu estou
falando?!
Heloísa:
- Sei, e a maioria disso aí que você falou é idealização! Você não precisa
amar um cara, para transar com ele! Tudo o que você tem que esperar do seu
parceiro, é respeito, se tiver respeito, o prazer está liberado!
Margot:
- O que eu posso fazer, eu sou romântica!
Heloísa:
- E quem não é?! Vai garota, se joga!
Margot:
- Mas não só isso...
Heloísa:
- E que mais que tem, me conta?! Estou adorando ser sua conselheira
amorosa!
Margot:
- Não, deixa pra lá! Eu não quero contar as coisas assim, até porque o
assunto não acaba na minha pessoa, há mais alguém envolvido, e é sempre
bom respeitar isso!
Heloísa:
- Espero ter te ajudado nessa sua nova aventura!
Margot:
- Tenha certeza que você ajudou...
De repente Nice chega no quarto de sua sobrinha, e não gosta nada de ver
Margot e Heloísa conversando...
Nice:
- Mas veja bem, eu estava procurando as empregadas dessa casa, e olha
onde as duas estão, conversando! E aí, o papo está bom?!
Heloísa:
- Na verdade a conversa está boa, está tão boa, que nem dá vontade de
trabalhar, não é mesmo Margot?!
Nice:
- Não me responda desse jeito insolente, vá limpar a prataria logo, em
seguida a Margot te alcança, anda, vai logo! Não quero nem saber o que a
dona Augusta vai fazer se pegar vocês duas aqui, tricotando!
Heloísa:
- Já estou indo dona Nice, mas não precisava falar assim comigo!
Heloísa vai limpar a prataria, e Nice finalmente fica a sós com sua
sobrinha...
Nice:
- Espera aí mocinha, que eu tenho uma perguntinha pra te fazer!
Margot:
- O que foi dessa vez?!
Nice:
- Eu quero saber como foi lá em cima, e aí?! O senhor José Augusto fez
alguma gracinha com você?! Ele passou do ponto?!
Margot nervosa, responde...
Margot:
- Não tia, só levei o café da manhã e depois desci, foi só isso...
Margot queria tirar qualquer dúvida da cabeça de Nice...
Nice:
- Você tem certeza que não aconteceu nada de mais, não é mesmo?!
Margot:
- Tenho tia, afinal de contas ele é o patrão, e eu sou uma simples empregada,
não é mesmo?!
Nice:
- Espero que você entenda que essa gente não se mistura com pessoas como
nós! Não se engane com novelas em que o patrão sempre olha pra a
empregada e transforma ela em dona da casa, isso não existe na vida real!
Margot:
- Eu sei! Mas sabe tia, tudo o que eu queria da vida, é subir, sabe...
melhorar... queria tanto terminar os meus estudos, quem sabe entrar em uma
universidade...
Nice:
- Margot, isso são sonhos muito altos, e nem sempre podemos custear uma
vida assim! Como você conseguiria esse dinheiro, me diga?!
Margot:
- Não tia, eu sei! Eu sei que teria que arranjar bastante dinheiro, mas sei lá,
vai que a sorte me sorri um dia?!
Nice:
- E vai te sorrir como, me diga?!
Margot:
- Não sei tia, é só um jeito de falar!
Nice:
- Isso mesmo, é só um jeito de falar, mas nós sabemos que sonho não enche a
barriga de ninguém, o que enche a barriga é trabalho, é suor do nosso
próprio rosto, por isso volta pra Terra, e para um pouco de viver nesse seu
mundo de fantasias! A vida é dura, e é assim que ela é!
Margot:
- Não precisa mais dizer nada tia, eu já entendi muito bem!
Nice:
- Então vá, está na hora de você limpar a prataria junto com a Heloísa!
Margot:
- Já estou indo...
Margot passa a tarde toda limpando a prataria, até que dá uma parada ao
anoitecer, para poder descansar um pouco, mas parece que a matriarca, Dona
Augusta, não pretende facilitar a vida da jovem...
Dona Augusta:
- Você recebe para ficar parada Margot?!
Margot:
- Não senhora, eu já iria retomar o trabalho, só estava dando uma parada...
Dona Augusta:
- Presta bem atenção, você só me responde quando eu acabar de falar, e
abaixa essa vista, você é mesmo muito atrevida, não é mesmo garota?!
Margot sente muita vontade de responder ela, mas engole o sapo mais uma
vez, por Nice...
Dona Augusta:
- Não pense que eu esqueci o que você fez ontem, eu não esqueci! Você é
uma empregada bastante complicada, mas eu vou te dobrar, disso você pode
ter certeza! Eu odeio gente insolente, que não sabe o seu devido lugar...
Até que Margot não aguenta mais aquela situação, e indaga a matriarca da
Família Torres...
Margot:
- E a senhora pode me dizer aonde é esse lugar, onde eu devo me encaixar,
aonde eu devo ficar?!
Augusta:
- Na cozinha, e não passe de lá! É esse o lugar destinado aos empregados
dessa casa, e além disso, guarde silêncio e obedeça as ordens, você é só
uma doméstica nessa casa! Na hora que eu quiser me desfazer de você, tenha
certeza que o farei...
Margot:
- Pelo que me consta Dona Augusta, a senhora queria me ver bem longe
daqui, mas o seu filho falou que é ele que dá as ordens por aqui, e que
ninguém será demitido sem o seu consentimento, então não devo obediência
a senhora, e sim ao patrão, afinal de contas, ele que é o chefe de verdade, ele
que paga, e é ele que manda, o eu estou errada?!
Augusta:
- Como você é descarada, pensava que você era uma baratinha, mas veja só,
a barata tem asas, e quando menos se espera, ela voa bem na nossa cara!
Presta bem atenção menina, eu vou fazer a sua vida um verdadeiro inferno
nessa casa, eu quero ver quanto tempo você aguenta!
Margot:
- Eu não tenho medo de inferno, dona Augusta, eu vim de baixo, sei o que é
passar pelas maiores privações da vida, mas sabe o que é o melhor de tudo
isso?! Eu sei sobreviver nas piores situações possíveis, e essa é a melhor
parte de ser uma pobre empregada doméstica!
Dona Augusta:
- Você vai receber o que merece...
Ao ver Dona Augusta tratando mal Margot, Heloísa chama a sobrinha de
Nice para continuar a prataria, para que assim ela tire ela de lá...
Heloísa:
- Margot, você poderia me ajudar com a prataria?!
Margot:
- Claro Heloísa, isso seria ótimo!
Dona Augusta:
- Não tão fácil assim, quero que você Margot, lave todas as panelas de
tampo barroso, todas, e quero isso para hoje...
Heloísa confronta Dona Augusta:
Heloísa:
- Mas Dona Augusta, são muitas panelas para serem lavadas assim, só hoje!
Dona Augusta:
- E quero que Margot lave todas as panelas, não quero que ninguém a ajude!
Me entenderam?!
Heloísa:
- Mas Senhora!
Margot:
- Deixa Heloísa, eu lavo as panelas! Se a patroa está mandando!
Dona Augusta:
- Isso mesmo, se não gosta de trabalhar nessa casa, saiba que a qualquer
momento pode ir embora!

Margot já estava esgotadas das humilhações que sofria naquela casa, a oferta
de José Augusto, a essas alturas, já lhe parecia irresistível...
Ter a chance de sair daquela casa, realmente lhe parecia um desejo, que ela
sabia exatamente como cumprir...

Heloísa:
- Ela não pode fazer isso com você Margot! Ela não pode simplesmente
mandar você lavar todas aquelas panelas, pesadíssimas!
Margot:
- Deixa ela Heloísa, ela está mês testando! Mas não fique assim, eu acho que
sei como vou fazer para me livrar disso tudo, dessas humilhações diárias!
Heloísa:
- O que você vai fazer, vai ir embora?!
Margot:
- Na hora certa, você saberá!
Heloísa:
- Não se preocupe Margot, eu vou te ajudar a lavar a louça!
Margot:
- Muito obrigada Heloísa, você está sendo uma excelente amiga!
Heloísa:
- É pra isso que eu estou aqui...
A noite caiu, e depois de ter lavado as panelas, Margot finalmente foi para o
seu quarto descansar...
José Augusto tinha chegado, ela trouxe com ele uma maleta...
Ele foi até o seu quarto, e depois ligou para o quarto de Margot, ela
atendeu...
Margot:
- Alô, quem é?!
José Augusto:
- Quem mais poderia ser... e então, pensou na minha proposta?!
Margot:
- Não quero falar sobre isso agora!
José Augusto:
- Tem certeza, porque eu acabei de chegar da empresa, foi um dia estressante
e exaustivo, e advinha o que eu queria agora?!
Margot:
- Imagino o que o senhor quer...
José Augusto:
- Eu quero comprar a sua virgindade, e então!
Margot:
- Amanhã nós conversamos sobre isso!
José Augusto:
- Amanhã não, eu quero que você venha agora no meu quarto, é isso o que eu
mais desejo no momento...
Margot:
- Não posso ir...
José Augusto:
- E por que não?!
Margot:
- Alguém pode ver!
José Augusto:
- Estão todos dormindo, anda logo, para de fazer doce!
Margot:
- O que você quer?!
José Augusto:
- Eu quero você...
Margot desligou o telefone, abriu a porta do quarto, Heloísa percebeu que
ela saiu, mas não falou nada, sabia que alguma coisa estava acontecendo,
mas achou melhor não se aprofundar no assunto...
Margot subiu as escadas, bem devagar...
Como se fosse uma pluma, ela chegou a suíte do bilionário...
Ele abriu a porta, ainda estava de terno, na verdade quando a viu ele deu um
sorriso de canto de boca, maliciosamente...
Tirava a gravata, enquanto bebia um uísque doze anos...
Os dois já estavam dentro da suíte, e ela viu uma maleta bem em cima da
cama...
José Augusto:
- Que bom que você veio...
Margot:
- Eu estou aqui...
José Augusto:
- E aí, o que vai ser...
Margot:
- O que tem dentro daquela maleta?!
José Augusto:
- A felicidade...
Margot:
- É o que eu estou pensando?
José Augusto:
- Exatamente, como nós combinamos... cinquenta mil reais...
Margot:
- Tem certeza que você quer fazer isso?!
José Augusto:
- Óbvio, é isso o que eu quero!
Margot:
- Eu aceito...
José Augusto:
- Eu sabia que você não iria conseguir me evitar por muito tempo...
E nesse momento, José Augusto partiu para cima de Margot, e os dois
começaram a se beijar, ardentemente...
O sentimento era latente, a química perceptível...
Os dois começaram a tirar a roupa, até que foram parar na cama, depois
disso...
Só se viu a primeira fresta de luz entrar na suíte do bilionário...
Margot foi a primeira a se levantar, não levou a maleta, só o que continha
dentro, eram cinquenta mil reais...
Ela o olhou uma última vez, e saiu do quarto, como toda a delicadeza, para
não fazer nem sequer um estalo...
Chegou ao seu quarto, e colocou o dinheiro dentro de sua mala, era aquilo,
tudo o que tinha...
Ela não estava arrependida, gostou da sua primeira vez, apesar de ter uma
pegada forte, ele soube ter a delicadeza que o momento pedia, só havia uma
medo habitando Margot, e essa medo estava em seu coração, o medo de se
apaixonar...
Ela sabia, no fundo ela sabia, que para aquele bilionário, ela havia sido
apenas mais uma noite, mas para ela aquela noite, havia sido algo a mais,
uma coisa além, uma coisa especial...

José Augusto comprou a virgindade de Margot, mas pena que ela só sabia de
um lado dessa história...
Capítulo 6
A premiação do Vencedor da Aposta...

Naquele dia seguinte, Margot e José Augusto se evitaram ao máximo...


A noite caiu, e o bilionário recebeu a visita de seu melhor amigo, Pedro
veria averiguar como caminhavam a aposta dos dois...
No escritório...
Pedro:
- E então, como estão as coisas?!
José Augusto:
- Que coisas?!
Pedro:
- Você sabe muito bem, eu não poderia falar disso na empresa, vamos
combinar! Por isso eu vim até aqui, e queria te dizer que eu ainda não seduzi
a empregada, porque ainda não tive brecha, mas logo vou conseguir!

Foi quando Laila, a irmã de José Augusto, começou a ouvir a conversa toda
bem atrás da porta do escritório...
José Augusto:
- Pode parar por aí Pedro, não existe mais aposta...
Pedro:
- Como assim não existe mais aposta?! Nós não tínhamos combinado que
quem levasse a Margot pra cama primeiro ganharia uma dólar?! Qual é, vai
dizer que você esqueceu?!
Laila ficou chocada quando ouviu aquela conversa atrás da porta, ela não
poderia supor que escutaria uma coisa assim!
José Augusto:
- É óbvio que eu não esqueci!
Pedro:
- Então o que está pegando, cara?!
José Augusto:
- O que acontece é que eu venci a aposta...
Pedro começa a rir, e duvida que o bilionário conseguiu tão rápido...
Pedro:
- Espera aí, você já dormiu com a empregada?! Você está de sacanagem
comigo...
Laila fica espantada com a revelação de seu irmão mais velho...
José Augusto:
- Fale mais baixo Pedro, por favor isso não pode sair daqui!
Pedro:
- Você deve ter trapaceado, não é possível, você foi muito rápido!
José Augusto:
- Eu não tenho culpa se nenhuma mulher resiste aos meus encantos, sou um
cara extremamente charmoso!
Pedro:
- Quer dizer que você e a empregadinha já...
José Augusto:
- Apesar de tudo, eu sou um cavalheiro, não vou entrar em detalhes com
você, pode esquecer disso!
Pedro:
- Não é possível, como assim?! Você seduziu ela muito rápido!
José Augusto:
- Bati o meu recorde, não vou te enganar! Mas como eu sempre digo, José
Augusto Torres sempre ganha, apesar de tudo, e você Pedro, mas uma vez
perdeu pra mim!
Pedro:
- Nossa! Realmente, estou impressionado com a sua agilidade! Mas algo
ainda me diz que você deve ter feito alguma manobra!
José Augusto:
- Aceite Pedro, eu sou um homem mais rápido que você!
Pedro:
- E empregada não ligou que você, sabe... fosse noivo?!
José Augusto:
- Nesse ponto eu falei a verdade pra ela, estou com a Alba por conveniência,
mas a verdade é que eu não sinto mais nada por ela, faz um tempão! Pra ser
bem sincero, eu gostei de ter ficado com a Margot, sei lá, me sinto mais
desestressado, sei lá, acho que eu realmente estava precisando disso!
Pedro:
- Disso o quê?! Romantismo?!
José Augusto:
- Por favor Pedro?! Romantismo?! Você sabe que eu não acredito nisso,
nunca me apaixonei por nenhuma mulher nessa vida, e você sabe disso!
Pedro:
- Tudo bem! Já que você não está nem aí pra empregadinha, você não vai se
importar se eu der uma azarada na nosso querida Margot, não é mesmo?!
De repente José Augusto fica sério...
José Augusto:
- Não mexa com ela Pedro! Deixe ela em paz, não quero saber de você ficar
rondando ela!
Pedro:
- Opa! Espera aí, por que eu não posso me aproximar da doméstica, qual é o
problema, agora ela é sua?!
José Augusto:
- Óbvio que ela não é minha, mas não quero que ninguém brinque com ela, o
que eu já fiz, foi o suficiente!
Pedro:
- Daqui a pouco José Augusto, eu vou começar a achar que você está com
ciúmes da sua empregada favorita, é isso mesmo?!
José Augusto:
- Ciúmes, por favor! Olha bem na minha cara! Está pra nascer a mulher que
vai me colocar cabresto nessa vida! Não tenho ciúmes de ninguém, a
primeira pessoa na minha vida, sou eu mesmo!
Pedro:
- Esse é o José Augusto que eu conheço! Egoísta e mulherengo, do jeitinho
que Deus criou! Mas chega de jogar conversa fora, hora de coroar do
vencedor...
Pedro abriu a carteira, e Laila via tudo do lado de fora...
Pedro pegou um dólar e deu para José Augusto...
Pedro:
- Parabéns meu caro, és o novo vencedor, conseguiu levar a empregada para
a cama em um tempo Record! Você ganhou a aposta!
José Augusto:
- Obrigado, e é muito bom ganhar, sempre...
Pedro:
- E você lá sabe perder José Augusto?! Sempre foi assim, desde criança,
sempre com essa cede de vencer tudo na vida sempre!
José Augusto:
- Isso mesmo... Essa eu ganhei...
Pedro:
- O grande vencedor da aposta...
Laila observava tudo, pasma do lado de fora...
Mas o que a irmã de José Augusto faria com toda aquela informação?
Ela havia descoberto o segredo, a aposta... tudo...
Capítulo 7
Coração Apaixonado| Quando um homem ama uma mulher...

Passaram alguns dias na Mansão Torres, e José Augusto estava sendo


apresentado a novas sensações na vida, a que mais chamava sua atenção, era
a sensação de estar sendo ignorado, bom era isso que Margot estava fazendo
com ele, o evitava a todos os momentos, e ele achando que faria isso com
ela primeiro...
Mais uma noite na Mansão, e Margot recebe a visita de Heloísa...
Heloísa:
- Oi Margot, será que eu poderia falar com você?!
Margot:
- Claro, Helô! Entra!
Heloísa:
- Eu sei que eu não deveria entrar nesse assunto, mas acha que devo te
alertar de algum modo!
Margot:
- Fala logo Heloísa, o que foi?!
Heloísa:
- Outro dia, eu vi você saindo do seu quarto de noite, e só voltando de manhã
bem cedinho!
Margot:
- O que você está insinuando Heloísa?!
Heloísa:
- Eu sei que você dormiu com o patrão Margot!
Nessa momento Margot fica pálida, não consegue acreditar que ela havia
descoberto...
Mas naquela casa, nada fica escondido por muito tempo, as paredes tem
ouvidos, e os segredos sempre veem e a tona, seja cedo ou tarde...
A doméstica ainda tenta dissimular:
Margot:
- Eu não sei do que você está falando Heloísa!
Heloísa:
- Por favor Margot, eu não sou tonta! Você acha que eu não percebi como
você e o patrão se olham?!
Margot:
- Isso é impressão sua Heloísa! Nós nos olhamos de uma maneira normal!
Heloísa:
- Não, não tem nada de normal aqui! O patrão só hoje, perguntou por você
umas cinco vezes, no mínimo, e o pior é que ele tenta disfarçar! Você acha
que eu não percebi que você está evitando ele!
Margot:
- Você deveria escrever um livro Heloísa, não sei de onde você tira tanta
imaginação!
Heloísa:
- Não é imaginação, e você sabe disso!
Margot:
- Por favor Heloísa, não conte para ninguém!
Heloísa:
- Eu sabia que eu não estava ficando doida!
Margot:
- Por favor Heloísa, você não vai contar nada pra minha tia!
Heloísa:
- Você está brincando com o fogo Margot, o patrão, ele só está brincando
com os seus sentimentos!
Margot:
- Por favor Heloísa, não me diga essas coisas!
Heloísa:
- Mas é a pura verdade! O senhor José Augusto é noivo da senhorita Alba,
ele vai se casar com ela, você sabe disso!
Margot:
- Eu sei, eu sei disso tudo!
Heloísa:
- E porque você ficou com ele?! Essas coisas de patrão com empregada, são
bem diferentes na vida real, eu te avisei isso!
Margot:
- Eu me deixei levar pelo momento, não deveria ter cedido!
Heloísa:
- Por favor Margot, se afaste do patrão, isso será a melhor coisa que você
fará! Eu não quero ver você magoada! Não quero que ele faça você sofrer!
Margot:
- Eu não sou tão boba quanto você imagina!
Heloísa:
- Tomara Margot, tomara!
Margot:
- Você vai contar alguma coisa pra minha tia?!
Heloísa:
- Não! Mas por favor, tenha cuidado! E fique tranquila, se tem alguém que
sabe guardar segredos, esse alguém sou eu! Não vou contar pra ninguém o
que eu sei!
Margot:
- Muito obrigada!
Heloísa:
- Disponha...
Heloísa saiu de seu quarto e Margot ficou imensamente angustiada, agora ela
sabia que aquilo não era mais um segredo...
Mas a empregada iria dormir, amanhã haveria a segunda festa de noivado de
José Augusto com Alba, e os preparativos teriam que começar cedo...

No dia Seguinte...
Segunda festa do Noivado de José Augusto e Alba na Mansão Torres...
Entre muitos convidados, Margot resolve servir no jardim da Mansão para
ficar o mais longe possível de José Augusto...
Depois de alguns minutos, Pedro se aproxima de Margot:
Pedro:
- Olá Margot, como vai?!
Margot:
- O senhor sabe o meu nome?!
Pedro:
- Claro que eu sei, como eu poderia não saber o nome de uma moça tão
bonita?!
Margot fica sem graça com o elogio....
Pedro nitidamente está tentando seduzir a empregada...
Margot:
- Por favor senhor Pedro, eu até fiquei sem graça...
Pedro:
- Por que?! Por algum acaso você não está acostumada a receber elogios?!
Se me disser que não, vou agora mesmo te chamar de mentirosa...
Margot:
- Ai senhor Pedro, não deveria perder o seu tempo comigo, em uma festa
com tanta gente importante, o senhor está perdendo tempo com a garota que
está servindo o bifet?!
Enquanto joga sua conversa em Margot, Pedro levanta uma situação
extremamente incômoda, já que de longe, José Augusto começa a observar
os dois, e não fica nada feliz com o que vê...
O bilionário até tenta se segurar por uma tempo, mas depois para de
cumprimentar os convidados, com a sua noiva, para ir até onde Pedro e
Margot estão, no jardim...
A abordagem de José Augusto é super agressiva, e chama a atenção de
algumas pessoas que ali estavam...
José Augusto:
- Pedro, o que você está conversando com a Margot?!
Disse ele, nitidamente alterado...
Pedro não entende a reação do amigo...
Pedro:
- Que show é esse José Augusto?!
José Augusto:
- Espero que eu já tenha vendidos ingressos o suficiente para o espetáculo de
quinta categoria que vai ter aqui se você não me explicar o que está
acontecendo aqui?!!!
Margot:
- Senhor José Augusto, por favor, as pessoas estão percebendo! Acho que
ninguém está entendendo o que está acontecendo aqui!
José Augusto:
- Mas eu acho que sim! Vocês dois estão muito sorridentes para o meu gosto!
Pedro:
- O que que tem eu conversar com a empregada, José Augusto?!
José Augusto:
- Eu falei pra você não chegar perto dela, não falei?!
Margot:
- Como assim não chegar perto de mim?! O senhor não é o meu dono!
José Augusto pega no braço de Margot:
José Augusto:
- Não sou seu dono mesmo, se até para o meu melhor amigo você está dando
conversa!
Pedro:
- Meu Deus José Augusto, que cena de ciúmes é essa?! Ainda mais na festa
do seu próprio noivado!
José Augusto:
- Não é nenhuma cena de ciúmes! É apenas uma aviso que eu estou te dando,
não chega perto dela! Eu te proíbo!
Margot se solta de José Augusto e sai andando, para tentar disfarçar...

Em um lugar um pouco afastado ali, Alba e Augusta conversam...


Alba:
- O que está acontecendo ali Dona Augusta?!
Augusta:
- Nada Alba, José Augusto deve estar brincando com o Pedro, você não sabe
como são os homens?!
Alba:
- Sim, é verdade!

Margot sai da festa, e vai ficar na cozinha, lá encontra Jonas, o motorista, e


começa a conversar com ele, ela quer esquecer do que aconteceu no jardim
há pouco tempo...
Os dois deixam a conversa fluir, estavam falando de carros, mas José
Augusto não se aguenta, e vai até a cozinha pra ver o que Margot está
fazendo...
Ao chegar lá, e ver Jonas e a empregada conversando, faz outra cena de
ciúmes:
José Augusto:
- Veja só, você não me disse Margot que estava “namorando” o Jonas?!
Jonas não entende absolutamente nada, e responde ao bilionário....
Jonas:
- O senhor está enganado, eu e a Margot somos apenas amigos...
José Augusto:
- Não é o que parece!
Margot:
- Por favor Jonas, não ligue para o senhor José Augusto, ele está muito
bêbado!
José Augusto:
- Não coloque a culpa na bebida, eu me responsabilizo!
Jonas:
- Senhor José Augusto, está tudo bem?!
José Augusto:
- Claro que está tudo bem! Mas eu quero apenas esclarecer que nessa casa
não pode haver envolvimento de dois empregados, ou vocês se esqueceram
dessa regra?!
Jonas:
- Já disse patrão, eu e Margot somos apenas bons amigos!
Margot:
- Não ligue para ele Jonas!
Jonas:
- Eu só não estou entendo o porque do patrão está bravo assim, eu fiz alguma
coisa de errado?!
José Augusto:
- Não sei, deveria perguntar para a Margot. E aí Margot, você e o Jonas
fizeram alguma coisa de errado?!
Margot:
- Se eu quisesse ficar com o Jonas, não tenha dúvida que não seria uma regra
idiota que iria me impedir!
Jonas:
- Que isso Margot?!
José Augusto:
- Eu gosto assim, quando todas as cartas são colocadas na mesa!
Margot:
- Você está completamente paranoico!
José Augusto:
- Não Margot, eu não estou ficando paranoico, apenas estou começando a
enxergar que você não é assim tão santa!
Margot:
- É a sua festa de noivado, e olha onde o senhor está?! Na cozinha,
discutindo com a empregada e o motorista!
José Augusto:
- Verdade, deveria está lá fora, mas advinha?! Quando eu estava no jardim vi
você conversando com o Pedro, e eu não quero que você chegue perto dele!
Margot:
- E por que não?! Pelo menos o senhor Pedro sempre é educado!
José Augusto:
- Você não conhece o Pedro! Você não sabe do que ele é capaz!
Margot:
- Se eu não sei do ele é capaz, então porque você mesmo não me diz!
Nesse meio tempo, Jonas percebe que está sobrando naquela discussão, e
resolve deixar os dois sozinhos...
Margot:
- Viu o que o senhor fez?! Nem o Jonas te aguentou e foi embora!
José Augusto:
- Você realmente deve estar muito preocupada com os sentimento do seu
amante!
Nesse momento Margot dá um tapa na cara de José Augusto...
Margot:
- Que amante?! Eu não tenho nenhum amante!
José Augusto:
- Se não tem, deve ser porque está louca para ter!
Margot:
- Para de ficar em cima de mim! Me vigiando, me perseguindo! Afinal de
contas, o que o senhor quer?!
José Augusto:
- Eu quero outra noite!
Margot:
- O quê!
José Augusto:
- Eu quero ficar com você mais uma vez, igual a última vez! É isso que eu
quero...
Margot:
- Eu não posso acreditar no que você está me dizendo!
José Augusto:
- Eu pago o dobro, apenas por uma noite!
Margot:
- Nem se fosse o triplo! Você queria a minha virgindade, não é mesmo?!
Então, eu já te dei! O que mais você quer?!
José Augusto:
- Eu quero você, mais uma vez! Foi bom, não é mesmo?!
Margot:
- Eu não vou te responder isso! Olha pra isso tudo aqui, pelo amor de Deus!
Você vai se casar, será que só eu estou ouvindo isso, será que só eu estou
vendo isso?!
José Augusto:
- Isso se resolve fácil, eu termino com a Alba! É isso que você quer?!
Margot:
- Essas palavras não saíram da minha boca! Eu não pedi isso pra você! Só
que eu não me sinto nada confortável sabendo que eu estou enganando
alguém!
José Augusto:
- Margot, presta atenção! Eu não amo a Alba, entende isso! Se eu gostasse
dela de verdade, eu jamais ficaria com você!
Margot:
- E por que você quer ficar comigo?! Você é rico, pode ter a mulher que
quiser na vida, por que eu?!
José Augusto:
- Porque eu gosto de você, eu gosto do seu jeito! Eu gosto da sua atitude! Eu
gosto da maneira como você me vê!
Margot:
- Eu só sou uma empregada doméstica, será que você ainda não percebeu
isso?!
José Augusto:
- E daí?! Isso não tem importância, porque eu gosto de você, e eu quero ficar
com você!
Margot:
- As pessoas dessa casa jamais aceitarão isso! A sua mãe jamais aceitará
isso, a minha tia nunca vai aceitar essa situação!
José Augusto:
- E daí o que pensam o demais?! Eu só quero saber de você! Se você quiser
você vira a dona dessa casa amanhã. É só você dizer que sim!
Margot:
- Você está fora de si, só pode!
José Augusto:
- Não, eu nunca falei tão sério na minha vida! Eu quero ficar com você!
Margot:
- Isso é loucura!
José Augusto:
- E a vida não é um loucura por si só?!
Nesse momento Margot e José Augusto se beijam, selando sua paixão
intensa...
Mas o momento é logo interrompido por Augusta, Laila e Nice...
Elas chegam no exato momento do beijo...
Capítulo 8
A Verdade| A Beleza da Mentira

Augusta e Nice se chocam com a imagem que vê, Laila por outro lado vê
tudo com tranquilidade, afinal ela já sabia que seu irmão estava indo para a
cama com a sobrinha de Nice...
Augusta fica boquiaberta, não consegue acreditar, Nice tem uma reação
parecida...
Ninguém esperava que os dois tinham um caso...
Augusta se descompõe e quase grita, interrompendo aquele beijo tão
apaixonado...
Augusta:
- José Augusto, o que você está fazendo?! É a festa do seu noivado!
José Augusto e Margot ficam desesperados ao perceberam que foram pegos
no flagrante...
José Augusto:
- Mãe por favor, se acalme!
Augusta:
- Como eu vou me acalmar, você está beijando a doméstica na cozinha, em
plena festa de noivado! Como você queria que eu reagisse?!
Nice:
- Margot, o que você está fazendo da sua vida?! Não acredito que você caiu
na conversa do senhor José Augusto!
Margot:
- Tia, por favor... eu posso explicar...
A tensão aumenta naquela cozinha...
Laila:
- Explicar o que?! Tudo está bem claro, meu irmão e a empregada tem um
caso!
Augusta:
- E você fala com essa tranquilidade! Isso é grave Laila!
Nice:
- Margot, eu nem sei o que falar! Você não poderia ter feito isso comigo! Isso
é uma traição sem tamanho!
Margot:
- Tia, por favor... deixa eu explicar como as coisas aconteceram!
Augusta:
- Não é necessário explicar nada, você sua maldita empregada seduziu o meu
filho, e veja bem o que fez?! Eu sabia Nice, no dia que eu coloquei essa
moça para dentro, que ela seria uma maldição nessa casa! E não deu outra!
José Augusto:
- Mãe, larga de ser dramática!
Augusta:
- Ela veio para destruir as nossas vidas, será que vocês não percebem isso!
Maldito foi o dia que eu deixei essa mulher entrar nessa casa!
Nice:
- Margot, tanto que eu te adverti! Tanto que eu te falei pra você tomar
cuidado, e tudo pra quê?! Você foi pra cama com o patrão, e o que você acha
que vai acontecer agora?!
No meio de toda essa confusão, Alba e Patrício chegaram na Cozinha, e o
escândalo só aumentou...
Alba:
- O que está acontecendo aqui, que gritaria é essa no meu noivado?! Por
favor tenham um pouco de respeito!
Laila:
- Aqui nessa casa o respeito saiu quando nós estramos!
Patrício:
- O que está acontecendo Laila, por que vocês estão com essa cara?!
Laila:
- Mamãe está dando um troço só porque descobriu que o José Augusto
dormiu com a Margot...
Alba fica chocada com a revelação da cunhada...
Alba:
- Como assim ele dormiu com a empregada!
Laila:
- Dormindo, ou você quer que eu seja específica e diga as posições que os
dois usaram?! Me desculpa, mas eu não sei de mais detalhes!
Alba se aproxima de José Augusto:
Alba:
- Você me traiu José Augusto?!
Ao que o noivo responde sem nenhuma consternação, e é direto e reto:
José Augusto:
- Sim, eu te traí!
Ao que Alba responde com toda a raiva que carregava dentro de si:
Alba:
- Você me traiu com essa vagabunda?!
José Augusto:
- Ela não é nenhuma vagabunda, e eu exijo que você a respeite!
Nesse momento Margot está completamente constrangida no meio daquela
situação, ninguém a defendia, ninguém estava do seu lado...
Patrício então tentou acalmar Alba, mas ela o afastou, tomado por um uma
crise de consciência, o irmão resolveu acabar com aquele teatro de vítima
de Alba, e começou a dizer a verdade, o que tornou aquele momento épico e
trágico:
Patrício:
- Alba, não se faça de vítima! Esse não é o seu papel na história!
Alba:
- Cala boca Patrício, você vai se arrepender do que você está fazendo! E
saiba de uma coisa, eu nunca vou te perdoar, você está me entendendo!
Laila:
- Conta logo Patrício! Aproveita que hoje a gente tá tirando os esqueletos do
armário!
Patrício:
- Eu quero deixar bem claro, que a Alba não pode falar da traição de José
Augusto! Porque ela também o traiu, e foi comigo, eu sempre amei a Alba,
desde que vocês se conheceram, depois de tanto ser ignorada por você José
Augusto, finalmente ela me deu uma chance! Mas ela nunca quis algo mais
sério comigo...
José Augusto:
- Espera aí, então quer dizer que vocês dois eram amantes!
Patrício:
- Sim...
Augusta desmaia quando escuta a confissão de Patrícia, todos vão acudi-la, e
aí que Margot decide ir até o seu quarto, para pegar sua mala, ela deseja ir
embora...
Percebendo a saída de Margot, Laila corre atrás dela...
Ainda na Cozinha:
Alba:
- Você está vendo o que você fez Patrício?!
Patrício:
- Agora eu estou mais leve, falei essa verdade que estava me sufocando!
Alba:
- Você acabou com tudo! No dia do meu noivado!
Patrício olhou para José Augusto e pediu-lhe algo...
Patrício:
- Você me perdoa José Augusto, você me perdoa por eu ter ficado com a sua
noiva!
José Augusto:
- Eu te perdoo meu irmão! Quem sou eu para te julgar, eu sei hoje o que é ter
um sentimento grandioso dentro do peito!
Alba:
- Então tudo vai terminar assim?!
José Augusto:
- Alba, eu tenho mais uma coisa pra te dizer!
Alba:
- O que?!
José Augusto:
- Eu nunca te amei, nunca...
Alba:
- Então porque você noivou comigo, porque você me fez acreditar que um
dia eu iria formar uma família com você?!
José Augusto:
- Porque por um longo tempo eu fui um idiota, e se de alguma maneira eu te
feri, te peço com toda a sinceridade perdão! Eu te deixo livre, pra você ficar
com quem quiser, porque assim é a vida! E vou mais além, o fato de você ter
ficado com o Patrício não muda nada, você não me deve nada!
Alba:
- Mas você me deve!
José Augusto:
- O seu ressentimento só criará mais ressentimento, eu estou te deixando
livre Alba! Faça uma favor a si mesma, e não perca mais um segundo da sua
vida com uma pessoa que não quer ficar ao seu lado...
José Augusto então vai ver como sua mãe está, Nice também tenta reanimar a
patroa...
Todos na cozinha, e algo importante acontecerá no quarto da empregada
Margot...
Quarto da Empregada...

A doce Ilusão da Mentira...

Laila vê Margot chorando e arrumando a sua mala, é quando ela decide abrir
o jogo de vez...
Laila:
- Pra onde você vai Margot?!
Margot:
- Vou embora, não dá mais para eu ficar nessa casa!
Laila:
- E despois de tudo isso, você vai se encontrar novamente com o meu
irmão?!
Margot:
- Não sei! Quem sabe a gente invista na nossa história, e isso possa dar em
alguma coisa, sei lá...
Laila:
- Você está apaixonada por ele, não é mesmo?!
Margot:
- Por que você está me perguntando isso?!
Laila:
- Porque se você está apaixonada por ele, esse foi o pior erro que você
cometeu!
Margot:
- E se eu estiver, qual é o problema?!
Laila:
- O problema é que ele te enganou...
Margot:
- Como assim me enganou?!
Laila:
- Me diga uma coisa, só pra eu esclarecer uma dúvida, o meu irmão te
ofereceu algum dinheiro recentemente?!
Margot:
- Porque você está me perguntando isso?!
Estranha Margot.
Laila:
- Por favor Margot, seja sincera comigo! Eu estou tentando juntar as peças, e
preciso saber se ele te deu dinheiro!
Margot:
- Sim, ele me deu cinquenta mil reais para eu dormir com ele!
Laila:
- Então era isso! Pegue esse dinheiro Margot, e vá para o mais longe que
você conseguir!
Margot:
- Por que você está falando isso?!
Laila:
- Meu irmão te fez de boba! Pra você ele era apenas uma brincadeira!
Margot:
- Por que você está me falando isso?!
Laila:
- Infelizmente essa é a mais pura verdade! Ele fez uma aposta idiota com o
Pedro, os dois apostaram por você!
Margot:
- Aposta?! Mas apostaram o que?!!!
Laila:
- Apostaram para ver quem levava você pra cama primeiro! Essa era a
aposta, e eu sei disso porque eu ouvi tudo atrás da porta do escritório do
meu irmão!
Margot:
- Não, isso não pode ser verdade!
Laila:
- Mas é! Eles apostaram para ver quem dormia com você primeiro!
Margot:
- Não! Eu não acredito!
Laila:
- Foi por isso que o José Augusto te deu esse dinheiro, queria ter a certeza
que ele seria o primeiro e único a levar você para cama! Assim, ele venceu a
aposta!
Margot perde o chão...
Fica completamente desnorteada...
Escuta as palavras de Laila, mas não consegue assimilar...
Margot:
- Uma aposta, pra ver quem me levava pra cama! Isso é muito nojento, é
desprezível! É inumano!
Laila:
- Assim são os homens! São crianças e acham que mulheres são os seus
brinquedos!
Margot:
- Ele apostou com o senhor Pedro, por isso a pressa de fazer amor comigo!
Laila:
- Entenda uma coisa Margot, ele não fez amor com você, ele te usou!
Margot:
- Eu me sinto tão mal com isso que você está me dizendo! É tão horrível a
sensação de que você foi utilizada como um objeto! Eu sinto repulsa por ele,
eu sinto nojo!
Laila:
- Eu sei, mas é a pura verdade!
Margot:
- As vezes é melhor uma mentira doce, do que uma verdade amarga!
Laila:
- Mas a vida é assim Margot, a ilusão da mentira, não dura muito tempo, a
verdade sempre vem a tona! Se o amor é real ele sobrevive a qualquer coisa,
mas se era falso, não aguenta nem ao menos um leve sopro...
Margot:
- Bom, é isso! Chegou a hora! Vou embora pra bem longe, onde ninguém
possa um dia me encontrar!
Laila:
- E a sua tia?!
Margot:
- Não devo nada para a minha tia! Ela nunca quis saber de mim, e isso eu
descobri no dia em que eu desci daquele ônibus, e no dia que eu vim morar
nessa casa. Talvez a sua mãe esteja realmente certa, vim até essa casa,
acabou com a minha vida...
Deixando essas palavras de profunda dor, Margot pegou sua velha mala, e
passou pela porta de saída da Mansão Torres...
Laila viu ela sair, Heloísa tentou abordar Margot dizendo:
Heloísa:
- Margot, pra onde você vai?! Você não pode sair assim de mala e cuia no
meio dessa chuva...
Margot:
- Vou me perder nesse mundo grande de meu Deus! Não posso olhar pra
trás....
Heloísa:
- Não faça isso Margot! Por favor, fique!
Implorou a empregada, mas ouviu outra recusa...
Margot:
- Não posso, sinto que está na hora de ir embora!
Heloísa:
- E sua tia Nice?!
Margot:
- Ela vai sobreviver...
Heloísa:
- Um dia você voltará?!
Margot:
- Quem pode saber....
E dizendo essas palavras Margot foi embora, sem dizer nada...
Sumiu no mundo...
Capítulo 9
A Dor do Desencontro| Só o amor liberta a Alma...

Três Meses Depois...

Escritório da Mansão Torres...


Heloísa e Nice conversam com o investigador que José Augusto contratou,
porém nenhuma pista de Margot...
Carlos: (Investigador)
- Quando ela estava indo embora, ela disse o nome de alguma cidade, o
número de algum telefone, qualquer espécie de localização?!
Heloísa:
- Eu já respondi isso um milhão de vezes para o senhor José Augusto! Ela
não me falou nada!
José Augusto:
- Mas por favor Heloísa, tenta lembrar de alguma coisa! Você foi a última
pessoa com quem ela falou naquele dia!
Heloísa:
- Eu já disse, ela não me disse nada! Nenhum endereço, nada!
Carlos:
- Se acalme doutor José Augusto! Vamos encontrar a Margot, o senhor verá!
Mas não caia no desespero, isso só piora a situação!
José Augusto:
- Eu sei, mas entenda! Já fazem três meses! Três meses não são três dias!
Nice:
- Olhe o seu estado! Parece um mendigo, não come, não trabalha, não vive
mais! Está desesperado a todo tempo, parece que cada vez que o telefone
toca vai ter um infarto!
José Augusto:
- E o que você queria que eu fizesse Nice?! Eu preciso encontrar a Margot!
Carlos:
- Agora eu tenho que ir, qualquer notícia, vamos avisa-lo doutor José
Augusto!
José Augusto:
- Obrigada doutor Carlos! E se o senhor pudesse levar esse caso ao nível de
procura máximo, eu agradeceria muito! E não se importe com os preços, eu
pago o que for preciso!
Carlos:
- Como o senhor quiser!

O investigador Carlos deixa o escritório, e é quando Augusta e Laila


entram...
Augusta:
- Está gastando mais dinheiro com aquela empregada, não é mesmo meu
filho?!
José Augusto:
- Mãe, não começa!
Augusta:
- Olha no espelho meu filho! Você está acabado, não liga mais para sua
aparência! Esta se arruinado por causa daquela mulher!
José Augusto:
- Não vou parar com isso até encontra-la, não vê que eu estou desesperado!
Augusta:
- Meu filho, você é um respeitado CEO, bilionário... Podre de rico, poderia
ter a mulher que quisesse!
José Augusto:
- Eu quero ela mãe, é ela que eu quero, aceita isso!
Augusta:
- Eu percebo o quanto você está sofrendo! Mas presta atenção, a empresa
precisa de você, você precisa tomar conta dos negócios! Faz três meses que
você não cuida das finanças!
José Augusto:
- Eu não estou com cabeça pra isso mãe, o Patrício cuida de tudo pra mim,
não tem problema!
Augusta:
- Veja só meu filho, em que estado chegamos! Falamos sobre os nossos
problemas pessoais na frente dos empregados!
José Augusto:
- E de quem você quer esconder isso mãe?! Olha pra mim!
Abre os braços o bilionário... sua dor é carregada de potência, se sente no
tom de sua voz...
José Augusto:
- Desde que essa mulher foi embora, eu não consigo mais viver, será que é
tão difícil aceitar, que eu não sei conceber a minha existência sem aquela
mulher!
Laila:
- Mas ela foi embora!
Esbraveja Laila...
José Augusto:
- Ela foi embora por sua causa, porque você falou para ela sobre aquela
maldita aposta!
Laila:
- Eu só falei a verdade!
José Augusto:
- A culpa é sua Laila! Você é a grande culpada pela minha desgraça! Se você
não tivesse falado nada, hoje a Margot estaria aqui, mas não, você teve que
falar, não é mesmo?! Você nunca aguentou ver ninguém feliz do seu lado!
Laila:
- Se eu não falasse nada, você estaria vivendo uma mentira! Uma ilusão, era
isso que você queria?!
José Augusto:
- Mais valia, viver uma mentira, mas ela do meu lado! Você me tirou a coisa
mais valiosa que eu já tive na minha vida, e eu sei que é por causa dessa sua
inveja!
Laila:
- A coisa mais valiosa que você tem na sua vida, é os bilhões que você tem
na sua conta no bando!
José Augusto:
- Você pensa que eu não sei que você fez isso tudo de propósito! Eu sei,
ninguém pode ser feliz do seu lado, só porque o Pedro nunca olhou pra você!
Laila:
- Agora você vai começar a me julgar, quem está destruído aqui é você,
irmãozinho!
Até que Nice resolve entrar no meio da discussão:
Nice:
- Por favor, gritaria não vai levar a lugar algum!
José Augusto:
- Será que as pessoas ainda não perceberam que eu estou desesperado, eu
não consigo viver com essa incerteza, parece até que ela está desaparecida!
Laila:
- Ela não está desaparecida, ela fugiu de você José Augusto! É diferente, e
ela fugiu de você porque você foi um traste, porque você foi um lixo, você a
apostou, disso você não se lembra, não é mesmo?!
José Augusto:
- Eu me julgo por isso todos os dias! Não precisa que você me lembre a
cada segundo!
Laila:
- Se tem uma vítima nessa história toda, tenha a certeza que não é você! Você
está mais para algoz!
José Augusto:
- Você fala só pra me torturar, mas saiba que eu me culpo todos os dias! E só
Deus sabe o que se passa na minha cabeça, quando eu tento dormir!
Laila:
- Isso mesmo, quem sabe Deus um dia te perdoe! Mas a Margot, essa não
voltará mesmo!
Augusta:
- Não fale isso Laila, quer atormentar mais ainda o seu irmão, não vê seu
estado!
Laila:
- Tá certo mãe, ele já está completamente pirado mesmo!
Augusta:
- Filho, o Pedro ligou de novo, ele quer falar com você, mesmo depois da
coça que você deu nele!
José Augusto:
- Não fale o nome desse filho da puta na minha frente! Tudo culpa dele, e
dessa maldita Aposta!!! Eu odeio tanto aquele miserável, aquele lixo! Não
quero mais ouvir falar o nome dele! E a coça que eu dei nele foi pouco,
deveria ter acabado com a raça dele!
Augusta:
- Não fale assim dele meu filho, vocês foram amigos durante tanto tempo!
José Augusto:
- Ele agora é meu inimigo, e eu não quero que ninguém mais deixe o Pedro
entrar nessa casa, vocês me entenderam!!! Maldito foi o dia que eu aceitei
aquela maldita aposta!
Augusta:
- Meu filho, essa obsessão está te deixando doente!
Até que ele grita:
José Augusto:
- A minha doença mãe, se chama amor! Eu sou completamente apaixonado
por essa mulher! Quando você vai perceber isso?! Quando vai aceitar que eu
amo uma mulher que é uma empregada, e que eu faria qualquer coisa para
ficar com ela! Se ela me quisesse de volta, faria tudo para ter o seu perdão,
daria todo o meu dinheiro se fosse necessário!
Heloísa:
- Que declaração de amor foi essa...

Três longos anos depois| A ligação tão esperada chega...

Depois de longos três anos, Carlos, o investigador liga para a Mansão dos
Torres...
Por casualidade do destino Augusta atende...
Carlos:
- Alô, poderia falar com o senhor José Augusto?
Augusta:
- É mãe dele, pode falar...
Carlos:
- Achei a Margot, achei ela! Depois de três anos, finalmente descobri onde
ela mora, estou com endereço aqui, se quiser posso passar pra senhora
agora! O senhor José Augusto vai vibrar de felicidade...

Capítulo 10
A Redenção do perdão...
Augusta pega o endereço de Margot, e mesmo sabendo que José Augusto
daria a vida para saber aquela informação, ela oculta dele...
A matriarca chama sua filha mais nova, e vai a cidade de Salvador do Norte,
chegando lá vai até a pensão onde Margot se hospedava...
Augusta e Laila chegam naquele quarto humilde, e Margot abre a porta para
as duas, obviamente ela se surpreende, mas não é ríspida ao ponto de deixa-
las plantadas para o lado de fora...
Margot:
- O que vocês estão fazendo aqui?! Como descobriram aonde eu moro?!
Laila não consegue esconder a alegria de ver Margot...
E dá um abraço forte nela...
Laila:
- Meu Deus, eu não consigo acreditar que nós te achamos! Finalmente!
Margot:
- Por que?! Vocês estavam me procurando?!
Laila:
- Desesperadamente!
Margot convida Laila e Augusta para se sentarem, a matriarca não acredita,
que ela está ali, bem na sua frente...
Augusta:
- Eu não consigo acreditar...
Margot:
- No quê?!
Augusta:
- De que depois de tanto tempo, nós te encontramos!
Margot:
- Eu estou aqui!
Augusta:
- Como você tem se sustentado?!
Margot:
- Continuo sendo doméstica em casa de família!
Laila:
- Entendo...
Margot:
- E como vai a tia Nice...
Augusta:
- Ela vai bem... Levando a vida...
A conversa estranhamente caminha em um tom amigável...
Margot:
- Mas por que vocês estão aqui?!
Augusta:
- Eu vim até aqui, antes mesmo de falar para o meu filho...
Diz Augusta entre lágrimas, a emoção era latente, era como se ela visse na
sua frente a esperança, e também uma redenção...
Augusta:
- Eu vim até primeiro para te pedir perdão em meu nome, e em nome de toda
a minha família!
Margot:
- Eu pensei que eu não fosse viver para ouvir essas palavras da boca da
senhora...
Augusta:
- Eu fui estúpida, eu foi arrogante eu errei muito com você! Eu fui
extremamente preconceituosa com você, só por causa do seu ofício, e nunca
vi o seu valos como ser humano, por isso eu tinha que antes de tudo, vir até
para olhar no seu rosto e te falar essas palavras...
Margot deixava as lágrimas escorrerem pelo seu rosto...
Augusta:
- Erramos, ponto! Vamos ao que interessa, eu vim até aqui para te suplicar
algo!
Margot:
- O que a senhora tanto quer de mim?!
Augusta:
- E te peço, na verdade eu te imploro, que você venha comigo e com a Laila
para ver o meu filho... Ele está muito mal, desde que você foi embora, ele
caiu em uma depressão profunda, não consegue mais fazer nada na vida...
Margot:
- O que ele fez comigo foi grave...
Augusta:
- Eu sei, mas se ele errou, saiba que ele pagou caro por esse erro, na
verdade é como se fosse uma penitência, todos os dias ele paga um parcela...
depois de você, meu filho se transformou em outra pessoa...
Margot:
- Me desculpa, mas isso não me convence...
Augusta:
- Na vida Margot, qualquer um pode cometer um erro, mas a diferença, é o
que você faz depois desse erro, se você vai continuar fazendo sempre a
mesma coisa, ou se você quer mudar o rumo da sua vida, e foi isso que o
José Augusto fez, ele nunca mais falou com o Pedro, na verdade hoje ele o
considera um inimigo...
Margot:
- Era o mínimo que ele poderia fazer...
Augusta:
- Alba e Patrício se casaram...
Margot:
- A senhorita Alba não iria se casar com o senhor José Augusto?!
Augusta:
- Veja como é a vida, ela dá muitas voltas! Alba e Patrício oficializaram sua
relação, e já são casado faz algum tempo...
Margot:
- Que surpresa!
Augusta:
- Patrício também é o novo CEO da empresa, infelizmente José Augusto não
podia mais trabalhar.
Margot:
- E por que?
Augusta:
- Porque ele a única coisa que fazia na vida, era procurar por você! Isso
consumiu o meu filho de um jeito, que não podia mais ter vida, não mais sem
você!
Margot:
- Eu não sabia disso!
Augusta:
- Por isso eu estou te contando tudo isso! Por isso eu estou aqui hoje na sua
casa! Por favor, não te peço para que você volte com o meu filho, a única
coisa que te imploro, é para você deixar ele te ver, para que volte a ter paz
em seu coração... eu te imploro Margot, por tudo que é mais sagrado na sua
vida...
Nesse momento, Margot vai até o outro quarto, e volta com uma criança em
seus braços...
Augusta e Laila se surpreendem, a criança deve ter quase três anos...
As três se emocionam...
Augusta:
- Que é esse?!
Margot:
- Esse é o meu filho, ele se chama Samuel...
Augusta emocionadíssima começa a chorar, e faz a pergunta que não poderia
calar por muito tempo...
Augusta:
- Ele é filho do...
Ao que Margot responde:
- Sim, ele é filho do José Augusto...
Augusta e Laila pegam o menino no colo...
E Augusta fala:
- Isso vai fazer o meu filho ressuscitar, imagina quando ele descobrir que é
papai...
Laila:
- Ele vai explodir de tanta felicidade...
Augusta e Laila ficam contentes com a notícia...
Augusta:
- Meu Deus, eu sou avó!
Laila:
- E eu sou titia!
Augusta:
- Por favor Margot, volte com a gente, também leve o Samuel, você não sabe
o quanto isso vai fazer bem para o meu filho, ele vai reviver, depois que
você foi embora, ele morreu em vida...
Margot não respondeu nada...

Augusta e Laila voltaram para casa, e lá estava José Augusto, triste olhando
pela a janela...
Sua mãe foi falar com ele...
Augusta:
- José Augusto, preciso que você vá até aquele Campo na fazenda que era de
seu pai, aquele campo florido, cheio de flores, o lugar mais bonito que eu já
vi na vida...
José Augusto:
- E o que eu vou char lá mãe?!
Augusta:
- A sua redenção...

José Augusto foi até aquele Campo, era um lugar maravilhosamente bonito...
Se perdia de vista, somente a vastidão...
Ele estava sozinho, deixava a brisa bater em seu rosto, até que no horizonte
vinha uma mulher com vestido florido, segurando um menino, e ela se
aproximava no meio daquele campo florido...
Não demorou muito para José Augusto reconhecer aquela mulher, era
Margot, segurando Samuel...
Era inexplicável a emoção que aquele homem sentiu quando viu aquela
mulher, as palavras seriam injustas para descrever aquele reencontro,
simplesmente imagine a magia do momento...
Ele correu, correu rápido ao encontro daquela mulher, e a primeira coisa que
disse foi...
José Augusto:
- Eu te achei...
Margot:
- Sim...
E a segunda coisa..
José Augusto:
- Você me perdoa?!
Margot:
- Sim, eu te perdoo pelo filho que nós tivemos, o fruto do nosso amor...
José Augusto pegou seu filho no colo, e estava explodindo de felicidade, foi
quando com Samuel de um lado, usou o outro braço para entrelaçar a cintura
de Margot, e dar-lhe um apaixonado beijo...
Um momento que ficaria marcado para sempre na mente daqueles dois
eternos apaixonados...
“O amor não escolhe nada, além de almas para habitá-las...”

Fim...
O Bilionário e a Moça Pobre
Elena Cadena

Há diferenças entre pessoas, elas não são iguais, muitas das vezes não
sequer parecidas, porém o que garante que duas pessoas consigam
ultrapassar os limites das classes sociais?
Capítulo 1
A Carta
“Meu nome é Leandro Lobo, e essa é a última carta que escrevo na minha
vida, sei que não deveria fazer isso, e muito pensarão que sou um covarde,
quem me dera ser um covarde, contudo não consigo conviver com isso…
Eu amei uma mulher, e por causa de suas mentiras e traições, sei que hoje
não posso mais prosseguir com a minha vida, ela me destruiu em todos os
sentidos, não posso mais suportar tamanho ultraje, não posso mais aguentar a
dor da traição no meu peito.
Não faço isso por ressentimento, faço pela enorme dor que carrego dentro de
mim, sei que em breve acharão meu corpo sem vida, e indagarão: ‘Por que
Leandro fez isso?’ Só eu sei, esse segredo pertence apenas a mim.
Fui rico a minha vida inteira, sempre vive cercado pelo luxo, mas foi na
simplicidade que aprendi o que era o amor, foi na simplicidade que aprendi
o que era trocar um olhar de afeto puro e verdadeiro.
Agradeço a pessoa que mais me ouviu nos últimos dias, ela sabe que estou
falando com ela, não pronunciarei sei nome, pois minha família é como
abutres, que circunda a caniça antes do entardecer….
A quem se importar com a minha morte, digo que não tive uma morte
tranquila, com a paz dentro do meu coração, muito pelo contrário, morri com
o desespero dentro da minha alma, a dor de saber que jamais vou sentir
novamente aquela emoção, que acalenta a alma e o coração.
Meus bens, aí meus bens, coisas materiais, se isso realmente trouxesse
felicidade, não estaria eu aqui, desesperado, angustiado, procurando na
morte, um subterfúgio para todas as minhas dores…
Me perdoe Alexandre, sei que nunca deveria ter feito isso com você, mas
tente me compreender, eu já não posso mais viver assim, não posso, é mais
forte do que eu...”
Leandro Lobo.

Na Mansão Foster, todos ainda estão chocados com o suicídio de Leandro,


obviamente que os sete integrantes da família Foster, vai até o escritório da
casa, para tentar achar uma solução para aquele grande problema que havia
se apresentado….
Murilo, ainda um pouco cambaleado, começa a fazer o pronunciamento:
- Isso tinha que ter acontecido logo aqui, como vamos explicar isso pra
alguém?! E logo agora, é o fim, vamos declarar falência… Diz o filho mais
novo dos Foster.
- Não diga uma coisa dessas, vamos conseguir reverter essa situação, agora
que estávamos tão perto, não podemos retroceder! Diz Igor, o filho mais
velho dos Foster.
- Leandro está morto, morto! Vocês conseguem conceber essa ideia?! Diz
Eduardo. E óbvio que tudo é culpa da Ana Júlia.
- Minha?! Agora ele se mata, e a culpa é minha?! Eduardo, cresça. Ela já
queria fazer isso, não coloque a culpa em mim! Se defende Ana Júlia.
Antônia também acusa a irmã:
- Se você não tivesse traído ele, nada disse estaria acontecendo agora! Mas
veja só, ficamos sem herança, e temos um cadáver lá em cima! Eu não quero
nem imaginar o que vai acontecer quando Alexandre Lobo chegar aqui! O
que vamos falar?! Me desculpe, mas o seu irmão, bom… ele está morto, ou
melhor, ele se matou!
Ana Júlia se pronuncia novamente:
- Não mostramos a carta para ele, que diferença irá fazer!
O pai dos Foster então interrompe toda aquela discussão:
- Vamos todos ficar calmos! O desespero é um péssimo conselheiro! E Ana
Júlia, esqueça a ideia de não mostrar a carta, teremos que fazer isso! Vamos
planejar alguma coisa, por que se não fizermos isso, a ira de Alexandre
Lobo se direcionará a nós, temos que pensar e rápido! Todos aqui, sabemos
que não podemos ficar sem o dinheiro dos Lobo, estamos falidos, e se isso
não funcionar, bom… estamos perdido. Disse Henrique Foster…
A mãe dos Foster também decide falar:
- Pensem pelo lado bom, um Lobo já foi, agora só falta uma, sempre achei o
Leandro o mais fraco, era muito fácil enganá-lo, tanto que Ana Júlia
conseguiu rapidamente.
Porém o outro não, é mais esperto, e não podemos esquecer que também é o
mais rico, rico não, bilionário, Alexandre Lobo, é a chave que vai abrir
todas as portas para nós, os Foster.
Diz Aurora, a matriarca…
- Vamos chamar a polícia, sei lá, também a ambulância, não temos muito
tempo, teremos que planejar tudo o mais rápido possível!
Diz Murilo…
- Na verdade eu já tenho um plano. Diz Aurora.
- Que plano mamãe?! Pergunta Eduardo…
- A empregada Anita, ela estava muito próxima de Leandro nos últimos dias,
não será difícil fazer a mentira parecer uma verdade inquestionável. Quando
Alexandre chagar, vai morrer de ódio da mulher que fez isso com o seu
querido irmãozinho! Vamos ocultar que foi Ana Júlia que partiu o coração de
Leandro, e colocaremos toda a culpa na empregada Anita.
Eduardo questiona a mãe:
- Mas mãe, a Anita não tem a ver com isso?!
- Quem mandou ela se tornar amiga de um homem rico, ela passou o limite
do permitido, ela não deveria conversar com uma pessoa superior! Sinto
muito, porém sobrou para ela.
Vamos votar, aqui é uma democracia, ou não?!
Quem acha que devemos colocar toda a culpa em Anita levante a mão?
Dos sete integrantes da família, seis levantaram a mão, e apenas Eduardo
não concordou muito com a ideia de Aurora.
- Viu Eduardo, é a vontade da maioria, temos que achar um bode expiatório,
e será Anita, não posso fazer nada meu filho, temos que dar uma explicação
para Alexandre, ele não irá se conformar com a morte do irmão!
Henrique se pronuncia:
- Murilo, Igor e Antônia, façam a história dos dois realmente parecer um
romance, fale com os empregados, deixe rastros, porém não deixem que
Anita desconfie de nada! Que Deus nos ajude, para que Alexandre engula
essa história!
E você Ana Júlia, faça alguma coisa para encobertar essas merdas que andou
fazendo!
- Sim senhor, pai! Diz Ana Júlia.
- Vocês estão loucos, isso não vai dar certo pai, e se a Anita desconfiar! Diz
Eduardo.
- Ela não irá desconfiar de nada Eduardo, ela é só uma empregadinha! Diz
Henrique.
- Mas pai… Tenta dizer algo Eduardo.
- Mas nada, vamos colocar isso em prática, é a única saída que temos. Diz
Henrique.
- Depois do enterro, vamos abrir o testamento e descobrir o que o Leandro
deixou para a Ana Júlia, afinal de contas eles eram namorados. Diz Aurora.
- Não vejo a hora de abrir esse testamento, vamos ver o que eu vou ganhar
depois de tanto tempo aturando o Leandro.
Diz Ana Júlia.
- Vamos colocar o plano em prática, enquanto isso vou fazer o que deve ser
feito, tenho que ligar para Alexandre, e dizer o que houve com o irmão dele.
Diz Henrique.
- Boa sorte pai, pois todos nós aqui, sabemos que Lobo não vai ficar calmo
com essa notícia. Disparou Antônia.
Depois da reunião dos Foster, o patriarca Henrique fica sozinho no
escritório, terá que fazer a ligação, o chefe da família Foster dará a notícia
para Alexandre…
Henrique pega o telefone, e disca o número, começa a chamar, do outro lado
da linha, um homem com uma voz aveludada e firme responde:
- Alô, quem fala?!
- Alexandre Lobo?
- Sim, é ele.
- É Henrique Foster.
- Sim, como vai senhor Foster?!
- Estou te ligando para te dar uma notícia?!
- Já sei, Leandro aprontou de novo?! Mas antes de dizer isso, quero que
saiba senhor Foster, que meu irmão já conversou comigo sobre um
empréstimo para sua empresa, e quero que saiba que estou de acordo.
- Obrigado Alexandre, porém não estou ligando por esse motivo.
- E por que seria?!
- Como já havia dito, não tenho boas notícias para o senhor!
- Então vá direto ao ponto, não gosto nenhum pouco de suspense!
- Eu nem sei como dizer isso! Nessas horas, faltam as palavras certas.
- O senhor está me deixando mais nervoso com essas voltas!
- O seu irmão, o Leandro…
- O que tem o Leandro?!
- Ele faleceu…
Depois disso houve um silêncio profundo, que assustava a primeira vista…
- Faleceu?! Repetiu Alexandre.
- Sim, faleceu. Foi enfático Henrique.
- Como assim faleceu?! Quando?
- Na noite passada, estamos adiantando os trâmites do enterro, e esperamos a
sua presença aqui.
- Como foi a morte?
- Suicídio…
A palavra suicídio espanta Alexandre, que é mais incisivo quando descobre
a causa da morte do irmão mais novo…
- Ele se matou, Leandro, se matou?! Não pode ser, meu irmão jamais tiraria a
própria vida…
- Quem somos nós para saber os motivos de cada um, o coração do homem é
terra que ninguém conhece! Tenta consolar Henrique.
- Não senhor Foster, meu irmão nunca cometeria suicídio, você não conhece
ele! Leandro era romântico, amava a vida, jamais faria uma coisa dessas
consigo mesmo.
- Mas foi o que aconteceu, senhor Alexandre.
- Tudo nessa vida tem um motivo, e eu vou até aí para descobrir o que
aconteceu com o Leandro de tão grave, para ele querer tirar a própria vida.
Dito isso, Alexandre desliga o telefone, pega o avião e vai até onde o corpo
do seu irmão está, já sem vida, já sem esperança.
A chegada de Alexandre Lobo na Mansão Foster:
Depois de todo o ocorrido, era chegada a hora da verdade, Alexandre estava
chegando, enquanto isso os sete membros da Família Foster, preparava os
últimos detalhes, estavam todos na sala, quando ele, finalmente chegou…
Era sem dúvida um homem belíssimo, acompanhado de alguns seguranças,
estava de luto, usava roupas pretas, o que destacava ainda mais seus olhos
azuis, que conseguiam transmitir uma imensa seriedade, o bilionário Lobo,
não iria descansar, até descobrir o que havia acontecido com seu amado
irmão…
Os Foster estavam nervosos, temiam futuras retaliações, temiam que
Alexandre não concedesse o empréstimo para a empresa da Família, e isso
seria o fim…
Alexandre Lobo, cabelos negros, olhos azuis, boca vermelha, e pele morena,
era o homem mais bonito que havia pisado naquela casa, realmente ele
hipnotizava, as mulheres se apaixonavam por ele, com apenas um olhar, ele
era sexy no ponto certo…
Henrique foi até Alexandre, e deu um abraço no bilionário, que se
encontrava completamente desnorteado com toda aquela situação, ele estava
triste e também vulnerável, tudo o que os Foster necessitava para conseguir
convencer com aquela grande farsa.
Em seguida é a vez de Aurora, que também tenta consolar Alexandre…
O bilionário se senta na presença de todos:
- Quando é o enterro?
- Amanhã, o senhor pode descansar um pouco antes do sepultamento. Diz
Eduardo.
- Eu só vou descansar quando encontrar o culpado pela morte do meu irmão!
É incisivo Alexandre.
Até que Murilo o interrompe:
- Tecnicamente não há culpados, já que ele se suicidou!
Percebendo a mancada de Murilo, Igor tenta contornar a situação:
- Antes de se matar, ele escreveu uma carta…
- Uma carta? Indaga Alexandre.
- Sim, uma carta. Confirma Igor.
- Eu quero ler essa carta, onde ela está?! Diz Alexandre.
- Traga a carta par ao senhor Lobo ler Antônia.
Antônia abre uma gaveta, e pega a última carta escrita por Leandro, ela
entrega nas mãos de Alexandre…
O bilionário devora a carta ali mesmo, quer saber quais foram as últimas
palavras, os últimos pensamentos de Leandro, e fica emocionado, mesmo
não querendo, as lágrimas descem, e seu olham fica mais compenetrado, a
raiva começa a se apossar de Alexandre, afinal de contas ele descobre
finalmente, que parece haver um culpado, ou melhor, uma culpada. Alguém
fez muito mal para Leandro, para que ele quisesse tirar a própria vida.
- Sabe, faz muito tempo que eu não falava com o meu irmão! Eu não sei se
ele tinha uma namorada, uma noiva, um interesse amoroso! Sei que ele
adorava morar aqui com vocês, mas não sei de mais nada da vida pessoal
dele! Chego a me envergonhar por não saber esses detalhes, mas eu só penso
em trabalho!
- Ao que tudo indica, ele realmente tinha relação com alguma mulher. Diz
Henrique.
- Sim, uma mulher! Mas quem poderia ser?!
- Sabemos que ela fez alguma coisa que o deixou magoado!
- Mas quem é essa mulher, por acaso não é uma de suas filhas?!
- Óbvio que não! Ana Júlia e Antônia era amigas de Leandro, creio que
nunca houve nada entre eles.
- Mas essa mulher está perto, só pode estar! Ele morava aqui!
- Se acalme senhor Lobo, vou pedir para trazer um pouco de água! O senhor
está muito nervoso! Diz Eduardo…
Depois de alguns instantes, Anita aparece na sala, também triste, ela serve
um copo de água para Alexandre…
Ele não presta muita atenção em Anita, já que seu foco está em descobrir que
mulher destruiu a vida do seu irmão, o bilionário jamais conceberia a ideia
de que Leandro se interessasse por uma simples empregada.
Os Foster ficam apreensivos com a presença de Anita, e tentam acalma os
ânimos.
- Anita, por favor volte para a cozinha, não vê que estamos conversando
coisas importantes! Lugar de empregada, é na cozinha! Diz Ana Júlia.
- Sim senhorita. Abaixa a cabeça Anita, que volta imediatamente para a
cozinha.
- Não consigo entender porque meu irmão fez isso! Ele tinha toda uma vida
pela frente!
- Também fomos pegos de surpresa, não imaginávamos que Leandro iria
fazer uma coisa dessas, e o pior é que ele não deu nenhuma pista!
Disse Henrique…
- Onde fica o meu quarto?! Tenho que descansar um pouco.
- Aurora, acompanhe o senhor Alexandre até os seus aposentos! Diz
Henrique.
- Claro, é um imenso prazer ter um convidado tão ilustre na nossa casa!
- Obrigada pela hospitalidade! Diz Alexandre.
Alexandre sobe as escadas, e vai até o seu quarto, ali ele fica pensativo, e
pensamentos de vingança, começam a assolar a sua mente.

No dia seguinte…
No enterro de Leandro Lobo…
Enquanto o corpo desce a sepultura, o padre começa a dizer algumas
palavras:
“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.
Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu
nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum,
porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a
minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da
minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.”
O corpo desce a sepultura, ele é enterrado, todos vão embora, e Alexandre
diante do sepulcro do seu irmão faz uma promessa…
Ele pega um punhado de terra, e diz com toda a força do seu ser, e quando se
fala com toda a força do ser, a Terra treme, as palavras têm poder…
- Eu juro, juro que vingarei a morte do meu irmão, quem fez isso pagará!
Quem te fez o mal Leandro, pagará caro, seria melhor que não houvesse
nascido! Quem fez o mal, merece receber o mal como responta…
Que me fez o mal, não merece a minha vingança?
Os culpados, pagarão…
Capítulo dois

O testamento...

Todos sabiam que os Foster e os Lobos eram parentes distantes, daí o


motivo de Leandro ficar tanto tempo hospedado na mansão dos Foster.
Pela frente, Os Foster sempre foram pessoas boas e interessadas no bem
estar alheio, tudo uma grande farsa, essa família formada por sete membros,
sempre se interessou única e exclusivamente pelo dinheiro dos Lobo.
Tanto é assim, que todos se interessam de cara com um possível
relacionamento entre Ana Júlia e Leandro, porém com a timidez do irmão de
Alexandre, o romance permaneceu às escuras.
Ninguém na cidade, sabia que Ana Júlia e Leandro estavam namorando, era
um grande mistério.
Contudo, antes de morrer, Leandro descobriu um terrível segredo, e não
aguentou, e foi o que o levou diretamente para um caixão de três pinos.
Mas que segredo era esse?
O que os Foster mantinham em sigilo?
Com certeza era algo muito maior do que a decadência econômica, todos
sabiam que eles estavam sem dinheiro.
Nos últimos meses, Leandro que sustentava os gastos da Mansão, tudo em
consideração a Ana Júlia, sua amada, por quem Leandro morreu
perdidamente apaixonado.
O ódio começava a consumir a alma de Alexandre, ele colocou em sua
cabeça, que havia uma mulher que era a culpada por tudo, e só via isso, de
certa maneira ele não estava errado, só que todos ali eram cúmplices, os sete
membros daquela mansão, de alguma maneira influenciou no suicídio de
Leandro Lobo.
Obviamente que a Família Foster iria se aproveitar do afastamento de
Leandro e Alexandre, haviam coisas que o bilionário não sabia, já que fazia
meses que os irmão não se comunicavam.
Tanto era assim, que Alexandre se sentiu de certa maneira culpado, pois
tentou puxar pela memória, porém não conseguiu se lembrar qual foi a última
vez que os dois se encontraram.
Alexandre Lobo só pensava em trabalho, sete dias por semana, 24 horas por
dia, 365 dias por ano.
Uma coisa era inegável, Alexandre amava o seu irmão, e por esse motivo
iria destruir quem havia feito aquilo com Leandro...
Mas será que o bilionário faria isso com a pessoa certa?!
O corpo mal havia esfriado, e a Família Foster já havia marcado a leitura do
testamento de Leandro Lobo.
Alexandre queria abrir logo aquele testamento, com certeza ali havia alguma
pista sobre a mulher que havia feito tanto mal para o seu irmão.
Dois dias depois do enterro, na Mansão da Família Foster, começou a leitura
do testamento de Leandro Lobo, que aguardava muitíssimas emoções, e
muitas surpresas.
Todos estavam sentados à mesa, e o advogado de Leandro chegou,
finalmente com aquele testamento, os ânimos estavam à flor da pele.
Os Foster aguardavam essa abertura do testamento, porém ninguém estava
mais ansiosa do que Ana Júlia, ela era a mais interessada naquela leitura.
Todos são pegos de surpresa, quando o advogado se pronuncia:
- Nesse entardecer tão triste, tenho aqui o dever de fazer valer os
últimos desejos de Leandro Lobo.
Ninguém nessa sala, sabe o conteúdo desse testamento, porém há
uma observação validada em cartório, que intima a presença de
uma moça, que inclusive trabalha nessa casa, Anita Silva, deve
estar na leitura desse testamento.
- Anita Silva?! Quem é essa? Indaga Alexandre, já querendo procurar
um culpado.
- A empregada! Diz Murilo indignado!
- O que a empregada tem a ver com isso?! Pergunta Antônia.
- Anita ficava pra cima e pra baixo com o Leandro! Deve ser o motivo
pelo qual ela é citada no testamento. Destila seu veneno a matriarca
Aurora.
- Eu não posso acreditar que a empregada foi citada! Se rebela Ana
Júlia!
- Acho isso muito normal! Deixa Igor, uma dúvida na cabeça de
todos...
- Onde está essa Anita? Eu mesmo quero ver o rosto dessa tal
empregada! Diz Alexandre.
- Eunice, chame a Anita aqui agora mesmo! Dá uma ordem Aurora.
Eunice, a outra empregada da Mansão Foster, se apressa e vai chamar
Anita...
Em questão de alguns minutos, ali está Anita, e todos começam a olhar pra
ela com desconfiança, porém quem a olha com mais desprezo é justamente
Alexandre, que começa a montar uma trama, onde Anita interpreta o papel de
vilã.
O advogado então se pronuncia:
- A senhorita se chama Anita Silva?
- Sim, esse é meu nome.
- Pedi para solicitar sua presença nessa leitura de testamento, pois o
senhor Leandro, fez questão que a senhorita estivesse presente.
- Eu? Mas por quê?! Perguntou Anita, extremamente surpresa com
aquele pedido de Leandro.
- Vamos abrir o testamento todos juntos, e vamos saber quais foram as
últimas vontades de Leandro, tudo bem?! Responde o advogado.
- Tudo bem, então eu fico ali no canto, esperando. Diz Anita.
- Senhorita Anita, você foi citada no testamento, logo é uma integrante.
Sente-se à mesa por favor! Não há nenhuma diferença entre a senhorita
e todos os convidados dessa leitura. Diz o advogado.
- Claro que tem diferenças senhor, eu sou só uma empregada, e eles
são os meus patrões. Diz Anita, encabulada, e com muito medo.
- O que você faz, não te define! Se o senhor Leandro fez questão da
sua presença, é porque ele te achava uma pessoa importante. Por favor,
se sente! Diz o advogado.
- Era só o que me faltava, não há diferenças entre os empregados e os
patrões, em que mundo o senhor vive? Se não há diferenças, qual seria
a graça de ser rico? Indaga Henrique advogado que havia acabado de
defender Anita.
- Acho que não deveríamos ter essa conversa, o melhor seria que nós
seguíssemos com o que deve ser feito! Disse o advogado.
- Concordo, vamos logo ler esse bendito testamento. Disse Alexandre,
já visivelmente impaciente.
Anita se sentou, e Alexandre começou a observá-la, a leitura começou:
“O que o homem tem nessa vida? O que ele leva para o outro lado da
fronteira?!
Eu sempre desconfiei que morreria cedo, e se alguém estiver lendo essas
palavras, deve ser porque fui cedo demais...
Ao meu querido irmão deixo um abraço, aquele último que não pude dar
pessoalmente, que saudades eu sentia de você Alexandre, quanta falta você
me fez...
Ainda tenho fé que alguém irá tirar sua atenção do trabalho, você é
bilionário, por que lavorar tão intensamente?
Aos Foster, não tenho do que reclamar, são pessoas do bem, me abrigaram
em sua mansão, e me tratará com um digno membro da família...
Não tenho tanto dinheiro quanto o meu irmão, ele soube muito bem
multiplicar a sua fortuna pessoal, já eu sempre fui um esbanjador, sorte de
ainda não ser pobre, sorte a minha...
Deixo a minha querida amiga Ana Júlia 100 mil dólares, ela que sempre quis
ajudar a uma instituição de caridade, agora poderá fazer isso com
tranquilidade.
Aos outros membros dessa família maravilhosa, deixou 50 mil dólares, para
os gastos da Mansão e os empregados.
Espero que meu irmão, conceda o empréstimo que vocês tanto pediram, e
creio que devido as circunstâncias, Alexandre dará a quantia que vocês
necessitam, para liquidar as dívidas da empresa, e assim, começarem a
levantar a Companhia...”
Nesse momento, todos os Foster não conseguem esconder a grande
frustração com o testamento, depois de tanto tempo e trabalho, tudo o que
conseguiram foi 150 mil dólares, o que para eles era uma esmola...
E a leitura continuava, até que chegou ao ponto mais surpreendente:
“... Cheguei nela, deixo 1 milhão de dólares para uma querida amiga, Anita
Silva, quero que ela refaça sua vida, ela merece todas as oportunidade desse
mundo, e espero que com esse dinheiro, ela possa ter a vida que ela quiser, e
não depender mais de ninguém...”
A notícia que Anita havia ficado com um milhão de dólares, pegou a todos
de surpresa, porém o que teve a reação mais absurda, foi justamente
Alexandre, se antes ele desconfiava que Anita era amante do seu irmão,
agora ele tinha certeza, e acusou a empregada de armar contra o seu irmão:
- Quero que todos escute, um milhão de dólares para mim não
significa absolutamente nada, porém essa empregada não ficará com um
vintém dessa quantia! Diz Alexandre.
- Ele está coberto de razão! Uma empregada não pode ficar com uma
fortuna dessas! Esbraveja Ana Júlia, que morre de inveja de Anita.
- Apoiado, isso é um completo disparate! Anita, o que você fez com o
Leandro, para que ele te desse tanto dinheiro?! Diz Henrique.
- O que ela fez não né pai, o que ela deu?! Diz Antônia, com todo o
sarcasmo do mundo.
- Se você tem honra Anita, você não aceitará esse dinheiro! Garante
Aurora.
- Fala alguma coisa Anita, vai ficar aí muda, ouvindo todo mundo
falar?! Ou será que a empregada virou uma mudinha!
Sem reação, e ainda em estado de choque, Anita resolve se pronunciar diante
de todas as ofensas que está recebendo:
- Eu não admito que vocês falem assim comigo, eu sou uma
empregada, e é verdade que eu nunca vou ter tanto dinheiro quanto
vocês, mas o respeito é para todos!
O senhor Leandro sempre foi um excelente confidente, um ótimo
amigo! Ainda não sei porque ele fez isso, também não concordo
com isso, esse dinheiro não é meu, e por isso não vou aceitar.
Nunca me senti tão humilhada assim, e quero que fique claro, que
embora eu precise desse emprego, jamais irei concordar que
alguém me ofenda assim desse jeito. Eu posso não ter dinheiro,
mas tenho dignidade!
Não quero dinheiro nenhum, e estou pedindo demissão agora
mesmo!
Depois de dizer aquilo, Anita corre, e vai embora, deixando todos ali sem
reação...
O advogado então diz:
- Se a senhorita Silva, não quiser receber a herança, bom... a quantia
irá automaticamente para o familiar mais próximo do senhor Leandro,
ou seja, seu parente mais próximo, seu irmão Alexandre Lobo. E isso é
tudo, obrigada a todos os presentes.
Obviamente que isso causou uma raiva muito grande na Família Foster, como
eles conseguiriam dar a volta por cima, e agora que Anita foi embora?
Só havia uma saída, colocar a culpa toda na empregada, para que Alexandre
concedesse o tal empréstimo que os Foster precisavam, mas isso não seria
tão fácil de fazer, contudo essa família não desistiria.
E no dia seguinte, tudo começou a ser minuciosamente arquitetado, e todos
os rastros levariam a Anita...
Alexandre começou a investigar, conversou com alguns empregados, que
confirmaram a versão dos Foster, Anita e Leandro eram próximos, inclusive
foi visto saindo do quarto dele.
Mas Alexandre sabia que Anita não faria aquilo tudo sozinha, ela tinha que
ter um cúmplice, alguém que a ajudasse, alguém que estivesse por trás...
Depois de sondar, Alexandre finalmente descobriu o endereço de Anita, e
decidiu enfrentar a empregada, foi quando chegou ao bairro dela, e era um
lugar bem humilde, não havia qualquer tipo de luxo, era um outro mundo,
uma vida modesta:
Alexandre desce de seu carro, e vai até a porta de Anita, bate por duas
vezes, e quem atende é um homem:
- Pois não? Pergunta o homem!
- Eu queria falar com a senhorita Silva?!
- Qual senhorita Silva? Nesse bairro deve ter umas 40 senhoritas
Silva.
- A senhorita Anita Silva!
- Agora sim, essa aí é a minha prima, e ela mora exatamente aqui!
Se o senhor esperar um pouco, eu posso até te fazer de chamá-la!
- Aqui espero!
- Á vontade!
- Quem é?! Perguntou Anita.
- Um homem engravatado!
- Deixa que eu atendo Fernando!
- Tudo bem prima!
Anita vai até a porta, e vê que é o senhor Alexandre, ela se espanta, porém
decide não abaixar a cabeça, pois ela não permitiria outra humilhação
daquela:
- O senhor, o que veio fazer aqui?
- Vim até aqui, para conversar com a senhorita!
- Quem te deu o meu endereço!
- Eu sou um homem influente, eu estalo os dedos, e descubro as
coisas!
- E posso saber o que temos para conversar?! Porque que eu saiba, já
disse que não vou aceitar um tostão do dinheiro que o senhor Leandro
deixou naquele testamento!
- Você não espera aplausos, não é mesmo?! Pois era o mínimo que
deveria fazer, sinceramente!
- Eu não vou aturar ofensas! Não trabalho mais para os Foster, já abri
mão do dinheiro do senhor Leandro, o que quer de mim, senhor
Alexandre?!
- Eu quero saber o que quer de verdade?! Porque eu não vou cair
nesse teatrinho de moça pobre que é honesta, e que não pega nada que é
dos outros!
- Eu sou pobre, e também sou empregada. Sirvo pessoas que tem
muito dinheiro, porém não acho que sou pior que nenhuma delas! Não é
porque eu vivo em uma casa sem luxos, que vou fazer de tudo para sair
da pobreza! Posso subir de vida algum dia, porém não será ás custas da
minha dignidade!
- Nossa, belas palavras! Mas será que dignidade enche barriga,
senhorita Silva?! Será?! Quando chegou perto da senhora, tem um
alarme que toca dentro de mim, dizendo, não confie nessa mentirosa!
- Engraçado, pois também acho que tenho esse alarme dentro de mim,
que diz que o senhor vê coisas onde não existe!
- Eu vou investigar, e antes que eu descubra algo realmente grande,
vou deixar você confessar toda a verdade! O que você fez com o meu
irmão?!
- Não fiz absolutamente nada! Mas será que a pergunta não seria um
pouco diferente, e devolvo ela á você ‘O que o senhor fez com o seu
próprio irmão?! Talvez o abandonou!
- Você não tem nenhum direito de dizer isso de mim?!
- - E que direito você pensa que tem, para vir até a minha casa, e me
dizer o que bem entende?! Só porque você é bilionário possui essa
licença?! E só porque eu sou pobre, não posso ter o direito de contestá-
lo! Você é rico, mas não é um Deus!
Anita deixa Alexandre sem palavras, foi como se ela tivesse dado um xeque-
mate nele, e poucas vezes na vida, Alexandre havia ficado naquela posição,
poucas vezes.
- Eu só quero saber se você se envolveu amorosamente com o meu
irmão?! Algum motivo deve haver, já que ele te deixou um milhão de
dólares.
- Eu acho que nunca vou entender isso, mas tudo o que tive com o seu
irmão, não passou de uma amizade, e foi só, algo que o senhor não pôde
dar nos últimos meses, creio que estava muito ocupado para essas
coisas! Afinal de contas, o senhor é bilionário, deve cuidar para mantê-
los bem, pelo menos eles...
Depois de dizer isso, Anita fecha a porta na cara de Alexandre.
Depois daquele dia tão longo, Alexandre volta a mansão dos Foster...
Ana Júlia pretende colocar seu plano em ação, a família precisa do
empréstimo, e Alexandre era o único que poderia dar aquela quantia de
dinheiro.
A família Foster estava declarando falência, algo teria que ser feito, nem que
para isso, passassem por cima de qualquer um.
Em seu quarto, Alexandre reflete, e concluí, que realmente houve alguma
coisa ente Leandro:
“Tudo está batendo, Leandro teve alguma coisa com essa mulher, eu sei
disso, também é compreensível, a desgraçada é bem bonita, uma mulher
daquela, levaria qualquer homem à destruição!
Mas se foi ela que fez o meu irmão se matar, ela pagará por isso, não terei
piedade! Serei implacável, ela jamais deveria ter se metido com um Lobo...
Não somos cordeiros, não somos cordeiros...”
Até que o momento de reflexão de Alexandre foi interrompido...
Ana Júlia chega ao seu quarto, queria falar com o bilionário, de alguma
maneira os Foster teriam que garantir uma parcela considerável dos Lobo.
Eles sabiam muito bem que Alexandre estava preocupado demais com o
suicídio de Leandro, e que não iria prestar muita atenção na verdadeira
causa da morte de seu irmão.
Ana Júlia queria seduzir o bilionário, colocou uma roupa sexual, e foi a
primeira da Família Foster a tentar seduzir Alexandre…
- Oi Alexandre, vim até para saber se você está precisando de alguma
coisa?!
- Oi Ana Júlia, obrigado, mas no momento não estou precisando de nada.
- Tem certeza?! Desde que você chegou, está tão calado!
- Estou refletindo, é apenas isso.
- E você encontrou a empregada, colocou ela contra a parede?!
- Sim, e não há nenhuma dúvida, ela e meu irmão tiveram alguma coisa.
- Isso nós estávamos te falando, desde que você chegou aqui.
- Sim, por que o Leandro deixaria um milhão de dólares para alguém que ele
não tivesse intimidade?!
- Realmente, faz todo o sentido. Anita saia várias vezes do quarto de
Leandro, todos viam.
- Sim, eu sabia que ele tinha um interesse aqui, por isso ficou tanto tempo
nesse lugar! Só não sabia que ele iria se interessar logo por uma simples
empregada.
- Assim é a vida, as vezes achamos algo de valioso, nos lugares mais
improváveis.
- Me desculpa, mas não concordo com você Ana Júlia, meu irmão tinha
porte, poderia ficar com a mulher que quisesse. Mas agora, uma
empregada?! Uma moça pobre?!
- Ninguém entendia, mas sabe como era o Leandro, quando colocava uma
coisa na cabeça, ninguém conseguia tirar!
- Mas o que eu não consigo entender é o mistério que ronda esse suicídio, o
que foi que essa mulher fez de tão grande com o meu irmão?! Pois tem que
ser uma coisa muito grave, para ele ter querido tirar a própria vida.
- Isso é um mistério, quem imaginaria que o Leandro iria se suicidar por
causa de uma empregada. Mas eu tenho uma teoria…
- Que teoria?
- Não vou dizer, é só uma suposição!
- Por favor, eu estou averiguando, queria saber o que houve?! Me conte, o
que você acha!
- Eu acho que os dois tinham um caso, e ele estava muito apaixonado, mas
por algum motivo, descobriu uma traição, ou que ela estava planejando uma
traição, não sei bem ao certo, por esse motivo, não aguentou, e acabou
tirando a própria vida.
- Também já pensei nisso, e acho que ela tem um cúmplice, alguém que iria
lucrar com a morte do meu irmão. E isso eu jamais vou perdoar! Jamais.
- Se acalme Alexandre, faça justiça pelo seu irmão, mas pense pelo lado
bom, você já encontrou a culpada, agora será bem mais fácil, ou não?!
- Sim, mas preciso ter a certeza, pois se foi mesmo essa empregada que fez
isso com o Leandro, ela vai pagar muito caro, vai chorar lágrimas de sangue!
- Calma Alexandre, em breve colocará as mãos nela, e poderá fazer o que
quiser, mas o que acha de relaxar um pouco?! Você está tão tenso. Que tal se
eu te fizer uma massagem bem relaxante?!
Ana Júlia se aproxima de Alexandre, e senta ao lado dele na cama…
Porém o que Ana Júlia não esperava, era a seca reação do bilionário…
- Acho que não deveríamos nos aproximar assim!
- E por que não Alexandre? Eu sou uma mulher desimpedida…
- Mas eu não sou, estou noivo, não posso ficar com outras mulheres, estaria
desrespeitando a Antonella.
- Mas a Antonella não está aqui, ela nunc vai saber, o que acontece entre
quatro paredes, fica entre quatro paredes.
- Ninguém pode ficar sabendo, mas eu sim, não posso trair uma pessoa que
me apoiou tanto. Antonella sempre esteve comigo, me desculpa, mas não
posso fazer isso.
- O que foi Alexandre? Eu não sou uma mulher atraente.
- Com certeza você é atraente, uma mulher muito bonita. Mas estou noivo, e
costumo cumpri com os meus compromissos.
- Tudo bem! Um homem fiel, que coisa rara hoje em dia. Respeita a noiva,
mesmo ela não estando aqui, nossa! Chego a ficar com uma pontinha de
inveja.
Antonella é uma mulher de sorte. Acho que vou indo.
- Me desculpe Ana Júlia, não queria te deixar sem graça, mas realmente não
posso trair uma pessoa que estimo tanto.
- Não! Que isso?! Não estou sem graça, estou feliz pelo relacionamento tão
consolidado de vocês! Meus parabéns, e quando casarem, por favor não
esqueçam de me convidar. Agora acho que realmente já está na hora de ir,
estou com sono, já é tarde.
- Boa noite, e desculpa qualquer coisa.
- Que isso?! Não aconteceu nada aqui! Amanhã é um novo dia.
- Sim, amanhã é um novo dia.

No Dia Seguinte:

No outro dia, a missão não estava concluída, pois se Ana Júlia não
conseguiu, outra integrante da família Foster iria tentar.
Antônia foi a escolhida, a irmã chique de Ana Júlia, sempre foi cobiçada
pelos homens, era uma mulher de classe, e sempre fez questão de deixar isso
bem evidenciado, sempre teve uma ‘quedinha’ por Alexandre…
Antônia mirava nos olhos azuis do bilionário, e sabia que Ana Júlia tinha
falhado, quem sabe ela não teria mais sorte…
Se Ana Júlia deu alguma voltas, Antônia decidiu se mais incisiva em sua
abordagem…
Alexandre caminhava pelo lindo jardim da Mansão dos Foster, quando
percebeu que Antônia se aproximava sorrateiramente…
- Olá Alexandre, quer conversar?!
- Oi Antônia, como vai?! Sobre o que queria conversar?!
- Não sei, talvez você quisesse desabafar sobre tudo o que aconteceu?!
- Na realidade, não queria falar sobre isso.
- Ok, não está aqui quem perguntou!
- Me desculpe, eu não quero parecer grosseiro, na verdade nem sei mais o
que estou falando!
- Fique tranquilo, você não foi grosseiro, até porque isso seria impossível,
já que você é tão educado.
- Obrigado, Antônia.
- De nada. Já que entramos nesse assunto, acho que devo te confessar um
coisa…
- O que?! É como se fosse um segredo?!
- Praticamente é isso aí, um segredinho…
- Então o que você está esperando para me contar?
- Eu sempre gostei de você Alexandre, sempre te achei um dos homens mais
bonitos que eu vi na minha vida! Sempre tive uma paixonite por você, mas é
claro que eu nunca demostrei nada…
Alexandre fica sem reação…
- Antônia, eu nem sei o que te dizer, de verdade!
- Eu sei, isso é muito embaraçoso! Mas eu sentia que tinha que te dizer…
- Obrigada por me dizer, mas eu realmente não sei o que falar pra você!
- Não precisa dizer nada, eu só senti essa necessidade de te contar, antes que
você vá embora.
- Então é isso, obrigada por me contar!
- Mas agora me diga a verdade, você acha que eu tenho alguma chance?!
- Você sabe, a Antonella?!
- É, eu sei, a sua noiva. Ela é uma mulher de sorte, por ter alguém como
você.
- Obrigada Antônia, você é uma mulher muito agradável…
- Eu sempre tive que ser a agradável, já que a Ana Júlia sempre foi a mais
bonita.
- Não diga uma coisa dessas, você é muito bonita!
- Por favor Alexandre, não precisa ser legal comigo! Todo mundo sabe o seu
lugar, e trabalha com o que tem. Mas você não me respondeu a pergunta, eu
tenho alguma chance?!
- Você parece ser uma pessoa incrível, mas eu gosto muito da Antonella,
vamos nos casar em breve.
- É um sentimento dúbio, ao mesmo tempo que fico feliz por você, também
nem fico tão feliz assim, já que você vai se casar com outra mulher.
- Um dia você vai achar um cara que te mereça, e que vai te fazer feliz.
- É , quem sabe um dia eu não ache esse cara assim, do jeito que você está
dizendo. Mas se Deus fosse meu amigo, ele iria me mandar um cara como
você! Com uns olhos inacreditáveis, e com uma personalidade apaixonante.
- Obrigada pelos elogios, estou começando a ficar sem graça.
- Sei que você possui duas personalidades aí dentro, uma face é esse
cordeiro, doce e encantador, que faz qualquer mulher se atirar nos seus
braços, porém a outra face não é tão agradável, guarda um lobo, que é capaz
de destroçar tudo que vê pela frente.
- Esse lobo só se revela, se fazem algo contra ele…
- E fizeram, não é mesmo Alexandre?! O que você vai fazer com a Anita?!
- O que é dela, está guardado. Isso é tudo o que posso te dizer! Vou descobrir
tudo, cada detalhe, e depois disso, vou colocá-la atrás das grades, eu tenho
poder suficiente para fazer isso! Mas antes vou me vingar, pelo meu irmão.
Um Lobo não se entrega tão facilmente.
- Faça justiça, porém não faça destrua os inocentes.
- E quem aqui é inocente?! Você está defendendo a empregada?
- Não é isso, mas o que as vezes me assusta, não é os gritos dos maus, e sim
o silêncio dos inocentes…
Depois de dizer isso, Antônia vai embora, Alexandre fica com a sensação de
que ela sabia de mais alguma coisa.
Tinha alguma coisa de errado com aquela família, tinha alguma coisa de
errado circulando por dentro daquela mansão…
Depois que Antônia se retirou, foi a vez de Eduardo se aproximar…
- Como vai Alexandre?! Pela sua cara a Antônia estava te incomodando! Diz
Eduardo.
- Não, de nenhuma maneira. Antônia sempre é muito agradável, não tenho do
que reclamar!
- Deixa eu adivinhar, a primeira a se jogar pra cima de você foi a Ana Júlia,
não é mesmo?! E depois veio a Antônia?! Estou certo ou errado?
- Certíssimo, coo você sabia disso?!
- Simples, você é bilionário, e coisas assim devem acontecer um tempo todo.
- Confesso que não estaria sendo arrogante, que confirmasse que sim, isso
acontece o tempo todo, quando o seu nome está naquela lista de bilionários.
- Ai que inveja, confesso que para homens comuns, as coisas não são assim
tão fáceis!
- Suponho que não.
- Mas perdoe minhas irmãs, sabe como que é, estamos precisando de um
empréstimo e só você pode conceder, os ânimos ficam alterados! Aí de
repente bate o desespero, sabe?!
- Eu entendo tudo isso Eduardo, não estou julgando ninguém aqui! Eu sou um
homem de negócios, e dei lhe dar com dinheiro, isso é natural!
Quando uma pessoa rica, sente que seu patrimônio está ameaçado, ela
começa a usar as armas que têm.
- Ainda bem que você entende isso! Não é uma coisa pessoal, e sim uma
questão de dinheiro!
- E por que você está dizendo isso Eduardo?!
- Porque as vezes somos obrigados a fazermos coisas que não concordamos,
por um bem maior.
- Isso são os negócios, os fins justificam os meios.
- Sim, exatamente isso! Os fins justificam os meios, mas será que os meios
justificam os fins?! Deixa pra lá, acho que não dá pra salvar muita coisa,
quando tudo já começa errado.
- Do que você está falando Eduardo?!
- Dessa família Alexandre, essa família já começou errada!
- Têm alguma coisa que você queria me contar Eduardo?!
- Não, apenas estou pensando alto! Não é nada com você!
- Tem certeza?!
- Tenho, não é nada… Mas me diga, quando você vai partir?!
- Por que?! Está me expulsando da mansão Foster?!
- De nenhuma maneira?! Mas é perceptível, que você é um homem de
negócios, um homem da cidade! E acho que você não foi feito para ficar
muito tempo em uma casa de campo, como essa!
Acho que você está aflito para voltar ao caos da cidade, voltar para sua
noiva, voltar aos negócios!
Sei que vida de bilionário não é fácil não!
- Sim, você está absolutamente certo! Já não aguento mais ficar olhando para
os bosques e plantas, gosto da agitação do me trabalho, já não aguento mais
ficar aqui!
Mas ainda vou ficar, até as coisas ficarem claras para mim!
Quero a verdade, custe o que custar…

Capítulo 3

O Primo De Anita…

Os Foster estavam decididos a comprovarem sua farsa perante Alexandre…


Precisavam de um cúmplice, porém quem, quem ajudaria naquela missão?
Havia alguém, muito próximo de Anita, que se venderia facilmente por
dinheiro.
Murilo conseguiu convencer Fernando, o primo de Anita, a ir conversar com
a Família Foster naquela madrugada.
Quando a noite caiu, e ninguém mais poderia ouvir os sorrateiros passos dos
Foster, eles se encaminharam rumo ao escritório, e lá fecharam os detalhes
da culpabilização de Anita, ela não teria nem ao menos o direito de se
defender, seria condenada, antes mesmo de ser julgada.
- Aqui está Família, Fernando Silva, o primo da nossa querida Anita.
- Chegue mais perto filho, nós não mordemos, apenas queremos conversar
com você, e lhe fazer uma proposta.
Disse o velho Henrique para Fernando.
- E que pessoas como você, iriam querer com alguém como eu?! Disse
Fernando.
- Muitas coisas. Muitas coisas. Fez mistério Aurora.
- Comigo não há conversa, quero o papo reto e claro! O que vocês querem!
- Olha, papo reto e claro! Com que tipo de pessoa estamos conversando
aqui! Onde está o nível! Ironicamente diz Igor, o filho mais novo dos Foster.
É quando Henrique faz a proposta para Fernando…
- Queremos uma coisa muito simples, você terá que dizer que uma coisa que
nunca existiu é uma verdade inquestionável.
- Desculpa, não estou entendendo onde você quer chegar! Diz Fernando, que
continua…
O senhor está aí dizendo com palavras bonitas, que quer que eu minta, é
isso?!
- Exatamente filho, quero que você confirme uma história inverídica! Segue
Henrique…
- Só tenho duas perguntas, qual é a mentira, e pra quem devo mentir! Diz
Fernando…
- Isso filho, eu sabia que você não iria decepcionar! Eu sabia. Quero que
você conte uma pequena mentira sobre sua prima que trabalhou aqui, quero
que você minta sobre Anita. Diz Henrique.
- Sobre a Anita, e o que ela fez para eu mentir sobre ela?!
- Pode ficar tranquilo, não vai acontecer absolutamente nada contra a sua
prima, Anita vai ficar bem, é uma mentira inofensiva!
Diz Henrique.
- Espera aí, ninguém disse que eu teria que prejudicar alguém da minha
família. Diz receoso Fernando…
Ana Júlia se intromete:
- Eu sabia que ele não iria fazer isso com a Anita! Eles são primos.
- Calma Ana Júlia, deixa nós nos solucionarmos com o senhor Fernando!
Continuando, já disse senhor Silva, o que você dirá sobre Anita, não fará
nenhum mal a ela. E afinal de contas, ela já nem trabalha mais aqui!
Tenta acalmar os ânimos Henrique.
- E de que tipo de mentira estamos falando?! Pergunta Fernando.
- Queremos que você diga para Alexandre Lobo simplesmente uma coisa,
que Anita e Leandro eram amantes, e que ela estava pensando na herança que
ele iria deixar, que inclusive você ouviu ela falando que iria ganhar um
dinheiro e seria em breve.
Diz Henrique.
- Mas a Anita nunca disse isso! Defende Fernando.
- Mas aí que você entra, lembra?! Queremos que você diga algo que não
aconteceu, logo… uma mentira! Negocia Henrique.
- Então é para dizer que ela estava praticamente esperando pela morte do
cara que se suicidou!
- Exatamente isso! Queremos que você diga que ela estava muito interessada
na morte de Leandro Lobo.
Também, para tornar a história mais verídica, poderia dizer que Anita tinha
um namorado, e que o Leandro descobriu, isso destruiu ele, e por esse
motivo acha que Leandro tirou a própria vida!
Diz Henrique.
- Meu Deus! Isso é muito confuso, como alguém vai acreditar nisso?!
Pergunta Fernando.
- Pode acreditar em mim Fernando! Tem uma pessoa que irá confiar em cada
palavra dessa pequena mentira que estamos dizendo aqui!
Garante Henrique.
- Quem?! O tal Alexandre?! Pergunta Fernando.
- Ele mesmo, Alexandre Lobo irá acreditar em cada palavra que você disser!
Isso eu posso te garantir!
Confirma Henrique.
- E vocês tem certeza que esse cara não fazer nada contra a minha prima?!
Pergunta Fernando.
- Com certeza, ele não fará nada! Como eu disse, isso remete a outros
interesses! E em um dessas, a Anita vai estar bem longe, nunca vai descobrir,
nem ele e nem ela! Está tudo bem amarrado! Fique tranquilo.
- O senhor falando assim, com tanta segurança, eu até acredito!
- Acredite meu filho, tudo vai dar certo, e olha que eu nem cheguei na melhor
parte!
- Mas era lá que eu iria chegar agora! Quanto eu vou ganhar para falar isso
sobre minha própria prima?!
- Se tudo funcionar do jeito que estamos planejando, você ganhará por esse
servicinho, 50 mil dólares…
Fernando fica impressionado com a proposta da Família Foster, obviamente
ele ficou tentado com a oferta de Henrique.
50 mil dólares era muito dinheiro, uma soma que Fernando não vê facilmente
na sua vida, e era óbvio que ele iria ceder, aquela tentação era insuperável.
Para Fernando, não havia como dizer não.
- Eu aceito, me digam o dia e o local.
Henrique ri, e aperta a mão de Fernando, que sela o acordo, e entrega a
cabeça de sua prima em uma bandeja de prata…

Alguns dias depois daquela conversa…


Henrique vai até o quarto de Alexandre, e arma a cama de gato para o
bilionário…

- Alexandre, como está filho, mais tranquilo?!


- Não, cada dia que passa fico mais ansioso para saber alguma coisa! Esse
suicídio não entra na minha cabeça! Eu preciso descobrir alguma coisa!
- Se acalme filho, quem sabe você não terá a oportunidade de descobrir
alguma coisa agora!
- Como assim, descobrir alguma coisa?!
- Tem um homem lá fora, que quer falar com você, diz ter informações sobre
o suicídio do seu irmão.
- O que? Vou falar com ele agora mesmo!
Alexandre desce as escadas rapidamente, quer ouvir o que aquele homem
tem a falar…
Chegando na sala…
Os dois estão sozinhos…
E conversam com tranquilidade…
- É você que gostaria de falar comigo?!
- Sim, eu soube que você está querendo saber de mais alguns detalhes sobre
a morte do seu irmão.
- Sim, eu quero saber de tudo.
- Eu não sei muito, e muito menos sou cúmplice de alguém, só que…
- Só que, o que?!
- Minha prima…
- Quem é sua prima?!
- Minha prima trabalhava aqui, inclusive o senhor foi procurá-la lá na casa
dela, lembra de mim, eu sou o primo da Anita.
- Eu sabia que estava reconhecendo o seu rosto! Me lembro de você, lá
naquele dia da casa…
- Sim, sou eu mesmo! Acho que eu tenho o dever de contar o que eu ouvi!
- E o que você ouviu?!!!
- Bom… um dia ela me disse que era amante de um homem rico…
- E ela disse o nome desse homem?!
- Sim, o nome do cara era Leandro. Anita vivia dizendo que ele estava
apaixonado por ela, sabe… ela se gabava com isso.
- Você tem certeza disso?!
- Claro. Os dois eram amantes, isso eu posso te garantir!
- Ela disse isso pra você.
- Sim, e acho que essa é a parte que mais vai te interessar.
- Que parte?!
- A do dinheiro. Ela falou que esse cara iria deixar uma bolada pra ela, e
que de uma hora pra outra ela iria mudar de vida.
Alexandre fica sem reação quando escuta isso…
- Ela falou da herança?! Perguntou Alexandre para Fernando.
- Sim, falou que receberia um dinheiro em breve.
- E o que deu errado?! Se eles estavam apaixonados, por que o meu irmão se
suicidou de uma hora para outra?!
- Ele descobriu a verdade!
- Que verdade?!
- A Anita tinha um namorado, era esse que era cúmplice dela! Os dois
estavam planejando viajar com o dinheiro que o seu irmão deixasse para ela.
- O Leandro descobriu que ela tinha um namorado?
- Sim, e acho que isso que ocasionou o suicídio do seu irmão, porque pelo
que ela falava ele estava muito apaixonado por ela.
- E ela e o namorado planejavam matar o Leandro para ficar com o
dinheiro?!
- Não, acho que não chegou a tanto, a Anita queria mesmo o dinheiro, e sabia
que o seu irmão iria deixar alguma coisa pra ela.
- Você tem certeza?!
- Sim, mas acho que o seu irmão não aguentou o fato da Anita enganar ele.
- E onde está esse tal namorado?!
- Ontem mesmo, os dois estavam juntos…
- Mas se ela realmente estava atrás do dinheiro do Leandro, por que ela não
quis ficar com o dinheiro?!
- Porque ela viu o plano tinha dado errado, queriam deixar a poeira abaixar
um pouco. Mas a Anita não desistiu do dinheiro, ela ainda pensa em resgatá-
lo, vai apenas dar um tempo, e fugir com o namorado dela.
- E você sabe qual é o nome desse tal namorado?
- Lúcio. Esse é o nome do namorado da Anita.
- Por que você não veio aqui antes, para me contar isso?!
- Eu sei que deveria ter vindo antes, mas minha consciência ficou pesada.
Me senti no dever de vir e te contar tudo o que eu sabia.
- Que bom que fez isso. Qual é o seu nome?!
- Fernando.
- Ótimo Fernando, nós vamos para a delegacia agora mesmo, e você vai
dizer tudo o que sabe lá!
- Mas senhor…!
- Seguranças!
Os três seguranças pegam Fernando e o colocar no carro, Alexandre vai
obrigar o primo de Anita a depor.
- Agora eu te peguei garota! Diz Alexandre…
Antes de segui para a delegacia, o bilionário fez questão de falar com
Henrique e dizer:
- Sabe de uma coisa, considere aquele empréstimo aprovado!
O patriarca da família Foster esboça sua felicidade plenamente…
- Alexandre, obrigada por nos proporcionar uma nova chance! Nossa
empresa agradece!
- O empréstimo é de vocês, quando acabar de resolver esse problema, conte
com o dinheiro depositado na conta da empresa Foster.
- Não sei como agradecer! De Verdade! A empresa Foster irá renascer das
cinzas!
- Assim espero! Aproveitem esse empréstimo para saírem da falência.
- Faremos isso!
Alexandre vai até a delegacia…
Capítulo 4

“Corre Anita, corre, e não olhe pra trás’…

Praticamente obrigado por Alexandre, Fernando teve que contar a mesma


versão da história para o delegado, e o que era para ser uma simples
mentirinha, acabou se tornando caso de polícia.
O Delegado Santos concluiu que se a história fosse mesmo verídica, Anita
premeditou a morte de Leandro. O que seria um crime gravíssimo.
Delegado Santos:
- Não temos nenhuma dúvida que Leandro Lobo se suicidou, o laudo é
contundente. Porém se a senhora Anita Silva, intuiu receber algum tipo de
benefício com a morte do cidadão em questão, então sim, houve
premeditação. Temos que achar também o suposto cúmplice, o senhor Lúcio,
que segundo a testemunha Fernando Silva, o primo da ré, manteve um
relacionamento amoroso com Anita Silva.
Disse o Delegado Santos, na presença do escrivão na sala, e também diante
de Alexandre e Fernando.
Fernando não queria mentir para a polícia, e também não queria dizer
mentiras para prejudicar Anita, porém se sentiu intimidado pela presença de
Alexandre, ele havia acabado de contar uma versão da história, não poderia
se contradizer algumas horas depois, isso faria ele se meter em problemas
jurídicos sérios, ainda mais porque sabia que Alexandre era um homem
muito influente.
Depois de prestar depoimentos, Fernando saiu da delegacia, e foi direto na
Mansão dos Foster, queria dizer que a situação fugiu do controle, e que
aquela mentirinha inofensiva, acabou se tornando caso de polícia.
O Delegado Santos emitiu uma ordem, no nome de Anita Silva, ela
precisaria se apresentar a Polícia, para fazer esclarecimentos, e dar a sua
versão da história.
Chegando na Mansão Foster, Fernando estava visivelmente nervoso, não
pensou que a situação iria chegar naquele ponto. No fundo, ele não queria
fazer mal para Anita, sua prima nunca fez mal para ele, pelo contrário,
sempre que pôde ajudar, o fazia sem ressalvas, a culpa assolava os
pensamentos de Fernando.
- Essa merda ficou maior do que pensávamos! Aquele homem me levou na
delegacia, e tive que mentir! Desabafou Fernando…
Henrique parecia não ligar muito para as preocupações de Fernando:
- Mas na polícia você sustentou a nossa versão, não é mesmo?!
- Sim, como eu poderia dizer a verdade, se antes eu tinha falado com o tal
Alexandre.
- Isso é ótimo. Muito bom mesmo.
- Minha prima vai ser intimada, ela vai dizer a verdade! E eu?! O que faço?!
- Pega o dinheiro, dá um tempo! Espera a poeira baixar! E vamos ver o que
acontece mais pra frente!
Você citou o nome do “namorado”, não é mesmo?! Você disse o nome Lúcio!
- Sim, do jeito que vocês me pediram, disse o nome Lúcio, mesmo nunc
tendo conhecido um Lúcio na minha vida!
- Excelente, era importante dizer que ela tinha um namorado!
- Não sei se isso é seguro! Você acha que eu devo fugir?!
- É a melhor coisa a fazer, dá um tempo! Gasta essa grana, vai viver uma
vida boa, rapaz! Você ainda é jovem, pode começar do zero!
- Mas e a minha prima, e a Anita?!
- Relaxa, o Alexandre está obcecado com esse suicídio do irmão dele, daqui
a pouco ele vai embora, e a Anita vai poder viver normalmente!
- Você acha?!
- Eu tenho certeza?! Fique tranquilo, a situação não é tão grave! Vai pra casa,
descansa! E pensa em um lugar bem legal, pra onde você possa ir! Em
relação a sua prima, não precisa se preocupar, isso não vai dar em nada!
- O senhor tem razão. Não tem como provar as coisas que eu disse, atém
porque são mentiras!
- Exato, escuta filho, vai em paz, não vai acontecer nada!
- Você está certo, como alguém consegue provar uma mentira?! Não tem
como!
E dizendo isso Fernando foi embora, e Henrique demostrou sua satisfação, já
que o empréstimo estava garantido, e a culpa do suicídio de Leandro, estava
indo completamente para Anita.
No dia seguinte…
Anita recebe a intimação, não entende o que está acontecendo, contudo
depois concluí que aquilo só poderia ser armação do bilionário Alexandre,
ela sabia que ele iria fazer o possível para culpá-la pela morte de Leandro.
Nervosa, e morrendo de medo, Anita vai até a delegacia, espera ser
chamada, e em seguida senta na sala de interrogatórios…
O caso é tão importante, que o próprio Delegado Santos, decide interrogá-
la…
- A senhorita tem direito a um advogado? Diz o Delegado.
- Eu não tenho advogado. Diz Anita, receosa.
- Tudo bem, até porque as perguntas que vou fazer não são tão difíceis, a
senhorita só precisa me responder com a verdade, sendo assim, não haverá
consequências graves para você!
- Tudo bem, eu respondo essas perguntas aí.
- Ontem, uma testemunha, que manterei em sigilo, por segurança, afirmou que
a senhorita era amante do senhor Leandro Lobo.
- Isso é um completo absurdo, quem inventou uma coisa dessas?!
- Só responda a pergunta, você e o senhor Leandro, tiveram algum tipo de
envolvimento sexual?!
- Não, éramos apenas amigos! Uma mulher não pode ser amiga de um
homem?! Ou será que uma pobre não pode se relacionar com uma pessoa de
outra classe social?! Eu de verdade, não sei porque vocês estão mirando em
mim, eu não fiz absolutamente nada de errado! Será que é tão difícil entender
isso!
Diz Anita Revoltada.
- Calma senhorita Anita, estamos apenas averiguando! Estamos pegando a
sua versão, assim como pegamos a versão da testemunha!
Alega o Delegado!
- Eu sei que fez isso tudo, foi ele! O senhor Alexandre! Ele quer me culpar
por uma coisa que eu sinceramente não fiz! Eu não matei o Leandro, e
também não tenho culpa pela morte dele! Eu sou inocente! Essa situação é
muito humilhante! Muito humilhante!
- A senhorita poderia ficar mais tranquila, por favor! Pois terá que ser mais
objetiva, respondendo apenas sim ou não!
- Eu digo na sua cara, na cara do senhor Alexandre, que eu não fiz
absolutamente nada! Vocês poderiam estar procurando outros suspeitos, mas
é mais fácil vir pra cima de mim, claro! Quem vai defender uma pessoa que
não tem absolutamente nada?!
- Aqui o que importa não é o que você tem ou não, aqui o que importa é a
verdade? Quero saber se você e o senhor Leandro tinham alguma coisa?!
- Quantas vezes vou ter que repetir que éramos amigos, nunca houve nada de
caráter sexual, se é isso que vocês querem saber!
- Continuando com o interrogatório: E você, senhorita Silva, tem algum
namorado?
- No momento não tenho nenhum namorado.
- E terminou com algum relacionamento recentemente?!
- Não. Mas por que todo esse interesse na minha vida amorosa?!
- A testemunha disse que a senhorita estava envolvida em um
relacionamento, e que inclusive o nome dele era Lúcio.
- O que?! Isso é um absurdo! Eu nunca tive nenhum namorado que se
chamasse Lúcio! Isso quem está inventando é o senhor Alexandre! E como
ele é influente, deve ter contratado alguém para dizer essas mentiras! Diz
Anita, revoltada.
- Se acalme senhorita Silva, essas acusações são graves! E como você
mesmo disse, Alexandre Lobo é um homem poderoso, e se deve tomar
cuidado com homens poderosos. Alerta o Delegado…
O que Anita não sabia, era que Alexandre estava ouvindo tudo que ela dizia,
ele estava vendo tudo também, através do vidro escuro da sala de
interrogatórios.
- Eu não vou ter medo desse homem, não vou fugir! Estou cansada de ser
pisada por gente rica! Cansada!
- E foi por isso que você planejou me ficar com uma parcela da fortuna de
Leandro!
- Eu não planejei ficar com a fortuna de ninguém! Nós só conversávamos, ele
se sentia muito sozinho, e eu tentava ajudar!
- Então houve uma aproximação?!
- Sim, mas ele me respeitava muito! Por isso tudo o que essa tal testemunha
disse, não passa de puras mentiras! Jamais fiquei de olho no dinheiro de
Leandro, sou uma mulher honesta, não vou me vender para um homem em
troca de dinheiro, nunca fiz isso na minha vida, e nem vou fazer!
- Então Anita, você nunca falou em herança com alguém, nunca comentou
sobre seu suposto namorado Lúcio com oura pessoa?!
- Claro que não, até porque esse tal Lúcio nem existe!
- Ok, acho que já esclareci algumas coisas, acho que agora a senhorita pode
ir! Mas uma última pergunta, esse Lúcio, a senhorita realmente nunca
namorou alguém chamado Lúcio?!
- Já disse que não! E todas essas mentiras, eu estou certa que quem inventou,
foi o senhor Alexandre Lobo!
Acusou Anita, porém nessa mesma hora, Alexandre abre a porta e se
apresenta:
- Diga isso na minha cara senhorita Anita! Diga que eu sou um mentiroso
bem na minha cara!
- Veja só quem apareceu, o Rei de Roma. O cara que está por trás de tudo
isso! E sim, você está fazendo isso comigo! Você é um mentiroso!
- Escuta bem garota! Nenhuma mulher nunca falou comigo assim! Você tem
ideia de quem eu sou?!
- Sim, tenho! Um grande fraco, que fica inventando mentiras, para culpar
outras pessoas, pelos próprios erros!
- E que erros eu cometi, segundo a sua pessoa?!
- Não se faça de santo! Você não é nenhum cordeirinho, pelo contrário, você
não tem só sobrenome, você é um Lobo na sua vida!
- Assuma logo que você estava de olho no dinheiro do meu irmão! Ninguém
vai te culpar por você ser uma interesseira!
- Você deve dizer isso, porque você deve ser o interesseiro! Mas eu nunca
vou confessar algo que eu não fiz!
- Tem pessoas confirmando as minhas desconfianças, vai ficar mais bonito
pra você, se confessar a verdade e acabar com isso!
- Não sei de onde você retirou essas tais “pessoas”, mas elas estão
mentindo! Eu não fiz absolutamente nada contra o Leandro! Não me culpe, se
você não tem provas!
- Me desculpe as repetições, mas sim, temos provas, temos uma testemunha,
que disse aqui nessa delegacia que você e o meu irmão foram amantes!
- E se fossemos amantes, qual seria o problema?! Coisa que nunca
aconteceu! Mas o que teria de mais nisso, o fato dele ser rico e eu ser pobre!
- Sim, os mundos não se misturam! Um homem como o meu irmão, jamais
ficaria com alguém…
Alexandre trava sua fala, e Anita o incita a dizer o que ele reteve…
- Diz! Alguém como eu! Fala!
- Uma empregada! Uma moça pobre!
- Nossa, meus parabéns! Deve ser muito bom ser bilionário, para dizer tudo
em isso em uma delegacia, e ninguém te impedir! Não fico triste com as suas
ofensas, o que eu fico mais triste, é que ninguém te enfrenta, e diz que o que
você está dizendo, são verdadeiros absurdos!
- Talvez o que eu estou dizendo, não sejam verdadeiros absurdos!
- São! Disso, você pode ter certeza! Não se fala isso com uma pessoa
humilde, só porque você é rico! Não se faz isso! Um dia, alguém vai te
ensinar como tratar as pessoas, não pelo que ela possuem, e sim pelo que
elas são…
Dizendo isso, Anita pega sua bolsa, e vai embora…
O delegado Santos então aconselha Alexandre…
- Senhor Lobo, eu não queria me intrometer nesse assunto, mas vocês eram
um casal?!
Alexandre fica pasmo com a pergunta do delegado Santos.
- Óbvio que não! Nunca tinha visto essa mulher na minha vida! Só conheci
ela, depois do suicídio do meu irmão.
- Entendi! É que vendo vocês dois discutindo, sei lá, parece que são íntimos!
- Isso é um absurdo! Eu jamais me envolveria com uma pessoa assim!
- Tudo bem, não está mais aqui quem falou!
- Mas mudando de assunto, quais são suas conclusões?!
- Posso te falar a verdade senhor Lobo?!
- Claro!
- Acho que a garota não fez nada, o primo deve ter cheirado alguma ervinha
antes de vir depor! Ela não tem cara que planejou um crime desse quilate.
- E criminosa tem cara delegado?! Ela pode muito bem estar manipulando
todo mundo!
- Acho pouco provável! A moça é simples, e também parece ser honesta! Ela
fala olhando nos nossos olhos! A maioria dos bandidos que já interroguei,
olhava para baixo o tempo todo!
- Então é isso, o senhor está pensando em arquivar o caso?!
- Seria o melhor a ser feito! Acredite, essa moça, não fez nada! E isso se vê
de longe! E acho que talvez toda essa implicância com ela, seja algo a mais,
você entende?!
- O que o senhor está insinuando Delegado?!
- Nada! O pior cego, e aquele que não quer enxergar!

Uma morte inesperada…

A noite, Fernando não conseguia dormir, a culpa não permitia, por mais que
ele tentasse, nada funcionava.
Ele achava que Anita não seria prejudicada, que após dizer tudo aquilo para
o Alexandre, ele iria embora, e nunca mais voltaria, só que não foi assim que
as coisas se desenrolaram…
Na mesma noite, Fernando foi até a casa de Anita, queria deixar algo para
prima. Fernando já havia tomado uma decisão e não voltaria atrás.
Chegando na casa de Anita…
- Fernando, o que você está fazendo aqui uma hora dessas?! Pergunta Anita.
Fernando trazia consigo um pacote, estava bem envolvido.
- Eu vim até pra te dizer uma coisa.
- O que é então?! Pra você vir aqui a uma hora dessas!
- Pegue esse pacote!
Fernando dá o pacote diretamente para Anita.
- O que é isso?!
- Abre!
Anita abriu, e viu que eram dólares, e não era pouco…
- Que dinheiro é esse Fernando?!
- Eu quero que você fique com ele!
- Não Fernando! De onde você tirou tanto dinheiro, eu não posso aceitar!
- Por favor Anita, fique com ele! Eu te imploro!
- Mas Fernando…
- Fique com esse dinheiro Anita, talvez você precise dele!
- Mas precisar pra quê?! Eu não estou tão bem financeiramente falando, mas
logo vou arranjar outro emprego!
- Não Anita, você tem que ir embora daqui! Pra bem longe!
- Mas ir embora por que?! Eu adoro o campo, me faz bem!
- Só estou te pedindo para guardar esse dinheiro! Se precisar fugir, por
algum motivo, use ele, e vá embora!
Corra Anita, corra e não olhe pra trás!
- Mas Fernando, por quê eu fugiria?! Pra onde?! Ninguém vai vir atrás de
mim! Se você está preocupado com aquele negócio do suicídio, eu já fui até
a delegacia, e esclareci tudo! Pode ficar tranquilo!
- Me escuta Anita! Pegue o dinheiro, só por garantia, se precisar de fugir,
por qualquer motivo que se apresentar, pegue o dinheiro e vá!
Anita não compreende muito bem a atitude de Fernando, parece que ele está
dando um aviso, porém para não contrariá-lo, ela pega o dinheiro…
- Tudo bem Fernando, eu fico com o dinheiro! Mas me diz uma coisa, por
que você estão tão desesperado desse jeito?! Você sabe de alguma coisa que
eu não sei?!
- Me escuta Anita, você deve tomar muito cuidado, não confie em ninguém!
Isso é um jogo de podridões! Fuja na hora certa, e não deixe que eles te
joguem em uma cela, por um crime que você não cometeu!
- Eu sei disso Fernando! Eu vou tomar cuidado, eu vou!
- E principalmente, tome muito cuidado com o Alexandre Lobo, ele é o mais
perigoso, ele vai fazer de tudo para te colocar atrás das grades!
- Eu sei disso Fernando, esse homem me odeia, e o pior que eu nem sei o
motivo de tanto rancor!
- Olha pra mim Anita! Vai ficar tudo bem, mas se acontecer alguma coisa
comigo, se cuida!
- Mas o que vai acontecer com você Fernando?! Eu não estou entendendo o
que você está falando!
- Calma, respira! Vai ficar tudo bem! Fique com esse dinheiro, e na hora
certa, parta, vá pra bem longe, onde jamais Alexandre Lobo posso te
encontrar…
Anita começa a chora, Fernando está muito nervoso, e ela não entende
porque ele está falando aquelas coisas:
- Fernando, para de dizer essas coisas! Parece que você está se despedindo
de mim!
- Não prima, não é uma despedida! Vamos nos ver novamente, só que eu não
sei quando! Só te peço uma coisa, perdão!
- Mas Perdão pelo quê Fernando?!
- Um dia você saberá, mas até lá, por favor, não fique com raiva de mim, e
nem com ressentimento, não fiz nada por mal, na verdade, eu só queria um
pouco de dinheiro…
- Essas palavras não fazem sentido para mim!
- Mas um dia fará Anita, um dia fará!
Fernando foi embora, e Anita guardou o pacote com o dinheiro em uma
gaveta no guarda-roupa do seu quarto.
Algo muito ruim iria acontecer, e estava próximo…

Nasceu um outro dia, e Fernando foi até a Mansão dos Foster, queria
devolver o dinheiro, e desmentir tudo o que havia dito para a polícia.
Obviamente que a família não ficaria contente com a bomba que Fernando
soltaria, já que o empréstimo estava garantido, e que a relação entre os
Foster e os Lobo estavam indo de vento em polpa.
Se revelasse a verdade, os Foster se veriam obrigados a contar o segredo,
que fez com que Leandro se matasse, e isso era algo impossível de acontecer
para essa família real.
Contudo, Fernando não mudaria de ideia, estava firme, não poderia fazer
isso com Anita…
A alta cúpula da Linhagem Foster, novamente se agrupou, em uma reunião,
que não teria um final feliz, e isso era mais do que certo.
- Eu vim até, para devolver o dinheiro que vocês me ofereceram para mentir
pro bilionário arrogante…
Começou Fernando.
- E você trouxe tudo? - Perguntou Henrique.
- Não, trouxe 40 mil, o resto que garanto que pagarei a vocês, aos poucos!
Disse Fernando…
Henrique riu e disse:
- Não foi esse o acordo filho, te demos 50 mil, e se você não devolver os 50
mil, bom… então é melhor ficar com o bico calado! E me desculpe a minha
curiosidade feroz, mas o que fez com os 10 mil?
- Comprei algumas coisas!
- E por quê não pega esse dinheiro, e vai para um lugar tranquilo, onde
ninguém poderá te encontrar?!
- Não posso fazer isso, não posso deixar a minha prima levar a culpa por
uma coisa que não fez! Não posso continuar sustentando essa mentira! É tudo
muito pesado, meus ombros não dão conta de carregar!
- Bonito gesto filho, chega a ser comovente! Mas você entende que não
podemos deixar você nos delatar assim, não é mesmo?!
- Já pensei em tudo, não vou citar o nome de nenhum de vocês! Isso você
podem ter certeza! Vou dizer que inventei tudo sozinho! Garante Fernando.
- Olha, que rapaz mais nobre, nem parece que nasceu na plebe! Então você
vai se incriminar, e não vai entregar nem a mim, nem a ninguém da minha
família?!
- Isso mesmo! Não vou citar o nome de ninguém dessa sala!
- Te subestimei sabia Fernando?! Não pensei que você fosse tão inteligente!
E já que encontrou essa maneira de resolver o problema, bom… faça-o. Tem
nossa permissão! Desde que não diga os nossos nomes…
- Isso eu não farei, podem ter certeza! Vou agora mesmo na delegacia!
- Se acalme filho, ainda é muito cedo! Para ver que não guardamos mágoas,
venha aqui na Mansão a noite, Murilo vai treinar com você o novo
depoimento! E não se preocupe com os 10 mil, não precisa nos pagar! Já
devolveu os 40, os 10 foram uma espécie de presente, fique com ele!
- Puxa doutor Henrique, eu nem sei como agradecer! Estarei aqui a noite, não
faltarei! Diz Fernando, aliviado!
- Venha com a certeza que tudo acabará bem!
- Eu sei disso senhor Henrique, a única pessoa que me preocupa é o senhor
Alexandre, ele é muito vingativo, e também perigoso!
- Com certeza, também acho que você deve temê-lo, é um homem muito rico,
e também muito influente! E está com essa obsessão com a morte do irmão!
- Não o culpo, porque realmente esse suicídio do irmão dele foi muito
estranho, mas agora ficar procurando culpado a todo custo, isso é
desnecessário!
- Você não conhece o Alexandre, ele é um lobo em pele de cordeiro, e
procura sua vítima pelo cheio, caça sem parar, até que finalmente ostenta sua
presa morta para os outros lobos, para que a alcateia o respeite.
Mas voltando ao assunto, volte mais tarde, Murilo o auxiliará…
- Voltarei, e muito obrigada pelos conselhos!
- De nada, volte sempre filho!
Disse Henrique, após a saída de Fernando, o patriarca da linhagem Foster,
fecha as portas, pega seu charuto e diz diante dos outros membros da
distinguida família.

Quem são os verdadeiros Lobos?


Aqueles que usam as peles dos cordeiros…

- Murilo, você já sabe o que fazer. Diz Henrique


Murilo parece entende o recado do patriarca...
- Claro pai.
Antônia se intromete no assunto…
- O que vocês irmão fazer com esse cara?!
- Vamos eliminá-lo. Diz Henrique.
Antônia fica espantada com a frieza do pai:
- O que você quer dizer com eliminá-lo?!
- Larga de se fazer de desentendida Antônia! Papai vai mandar o Murilo
matá-lo, antes que ele nos entregue para a polícia, e o Alexandre descubra
tudo.
Diz Ana Júlia…
- Você vão matar uma pessoa, assim?! Sem mais nem menos! Ele garantiu
que não vai dizer os nossos nomes para a polícia. Tenta defender Antônia…
Igor contraria a irmã…
- Esse homem é um ignorante Antônia, está óbvio que se a polícia apertar
ele, ele abre o jogo, e aí, nós estamos perdidos, além de ficar sem dinheiro,
sermos alvos fáceis para a vingança de Alexandre. Se a ira dele se virar
contra alguém, que essa pessoa seja a Anita.
- Você acha filha, que eu gostaria de matar uma pessoa?! Claro que não! Sou
um homem do bem! Mas infelizmente aqui é a lei da sobrevivência, se esse
homem não ser eliminado, quem acabará liquidada, será a nossa querida
família. Defende Henrique a sua posição.
- Vocês estão se ouvindo?! Estamos falando de assassinato nessa sala, e
ninguém se sente minimamente culpado! Isso é um absurdo! Isso não é
normal! Diz Antônia.
Eduardo parece concordar com a irmã, porém não tem a força necessária
para sustentar sua opinião…
- Ela está certa, não podemos simplesmente matar alguém assim, do nada!!!!
- Eduardo não dê força para o que a sua irmã está dizendo! Todos estamos
aqui, fazendo essas coisas, para um bem maior! Estamos aqui por nossa
família, é um jogo de sobrevivência!
É um jogo de poder! Garante a matriarca da família, Aurora, que concorda
com tudo o que o marido pensa e faz.
- Está decidido, vamos fazer! Isso já é um fato! Dá a última palavra
Henrique.
- Isso é um absurdo! Vocês não podem decidir quem vive e quem morre!
Vocês não são deuses! Diz Antônia.
- Quem disse que não somos Deuses, os ricos fazem o que querem Antônia!
Sempre foi assim, e sempre vai ser. Diz Henrique.
Murilo acrescenta seu ponto de vista:
- Eliminando o tal Fernando, ganhamos muito, vamos dar um xeque mate,
além de acabar com uma testemunha, endossamos a culpa de Anita. Já que
ela que terá que dar conta do cadáver do primo.
E sabe qual é a melhor parte disso tudo?! Anita nem desconfiam de nós, ela
ficará no olho do furacão, e não saberá qual é a fonte de todos os seus
problemas!
- Bravo meu filho! Bravo! Nunca pensei que pudesse ter um filho tão forte e
audaz!
Elogia Henrique…
- Obrigada pai! Me sinto bem sendo seu objeto de ostentação!
- Você é meu orgulho!
Antônia se irrita:
- O qual absurda é essa cena, um pai dizendo que sente orgulho do filho ser
um assassino! Eu não vou compactuar com isso! Essa família me incomoda,
tudo que eu vejo vocês fazendo de errado há anos! Chega, pra mim chega! Eu
não aguento mais!
- Você não pode simplesmente se retirar Antônia! Você viu tudo, e não falou
nada! Você pode até negar, mas de alguma maneira, faz parte de tudo isso,
que agora condena com resistência! Garante Ana Júlia!
- A culpa de tudo isso, é de vocês dois! Se você Ana Júlia, e você Murilo…
Antônia é interrompida…
- Pare por aí Antônia, não queremos ouvir o que você tem a dizer! Por favor
vá para o seu quarto, tome os seus remédios, e vá dormir! Diz Henrique…
- Eu tenho nojo de vocês, nojo!!! Diz Antônia, que depois sobe para o seu
quarto…
Deixando os outros membros da Família Forte ali…

Ao cair da noite, daquele mesmo dia…


Em uma área de caça na Mansão dos Foster…

Havia chegando o momento.


Enquanto a culpa assolava Antônia em seu quarto, Alexandre atendia um
telefonema importante sobre as suas empresas no hemisfério norte.
Henrique e a família jantavam normalmente…
Murilo de longe via Fernando se aproximando…
Na Mansão de Campo dos Foster, a coisa mais normal do mundo, era ouvir
disparos, já que estavam em período de caça, e aquilo era visto na região
como um esporte…
Fernando estava no local certo e na hora marcada, de longe, com um rifle,
Murilo mirou, e só faltava puxar o gatilho… Esperou o momento certo…
O álibi da família Foster estava fortalecido, ninguém jamais iria desconfiar
deles…
Da janela de seu quarto, Antônia olha para a área de caça, no meio da
floresta…
Ela sabia que era a hora…
Mais um disparo foi ouvido, só que essa bala tinha endereço certo…
Antônia ficou calada, e todo seu corpo tremia…
Murilo puxou o gatilho, e uma bala perfurou a cabeça de Fernando, antes do
seu corpo cair no chão, já havia morrido, foi fatal…
Murilo assassinou Fernando a sangue frio, não demostrou qualquer tipo de
remorso, qualquer tipo de arrependimento…
Simplesmente fez, e voltou para casa como se nada tivesse acontecido.
Henrique pergunta para Murilo, em um tom sarcástico:
- A ovelha já foi para o abatedouro?!
- Sim, a ovelha foi para o abatedouro, e não houve nenhum problema…
- Ótimo filho, chame o ‘Lúcio’, ele deverá entrar em ação amanhã mesmo!
- Claro pai!
Antônia não conseguia dormir, ao contrário dos outros Foster, que foram se
repousar tranquilamente…
Antônia era um vulcão prestes a entrar em erupção, a única questão era:
‘Aonde essa larva iria respingar?’
Murilo acionou Lúcio, que no dia seguinte foi até a delegacia prestar
depoimento…
Na Delegacia…
- Eu quero falar com o Delegado Santos!
- O senhor tem hora marcada?!
- Diga que sou Lúcio, o namorado da Anita…
A secretária anunciou Lúcio ao delegado Santos, que obviamente o recebeu
imediatamente…
- Ora, ora, ora… Se não é uma testemunha chave do caso Leandro. O senhor
Lúcio finalmente apareceu, que sorte, pois eu estava achando que você não
existia.
- Como o senhor pode ver, eu existo e sou de carne e osso! Diz Lúcio.
- Ótimo, pois tenho algumas perguntas para te fazer!
- Não precisa me perguntar delegado, pois eu estou aqui para dizer tudo o
que eu sei!
- Então comece!
- Estou me sentindo ameaçado!
- Ameaçado, e por quem?!
- Pela Anita, é óbvio! Ela está ficando cada dia mais louca, cismou que
descobriram tudo, e que ela iria acabar na cadeia!
- Me explica isso direito!
- Ela planejou tudo, você está me entendendo!
- E você ajudou ela!
- Não, de nenhuma maneira! Eu não fui cúmplice dela! Tanto que quando
descobri o que ela estava fazendo, bom… terminei tudo com ela!
- Então do que exatamente você sabia?!
- Sabia que ela estava ficando com um cara lá mansão onde ela trabalhava!
- Você pode dizer por favor o nome desse cara?!
- Claro, nome e sobrenome, o cara se chamava Leandro Lobo, era um ricaço!
- E mesmo você namorando a senhorita Anita, nunca se importou dela se
relacionar com outro homem! Perguntou o Delegado.
- Me desculpe, mas a Anita nunca foi senhorita, nem aqui e nem na China! E
eu não era um cara possessivo, ficava com ela, mas não era bem um namoro!
- Então Anita Silva se envolveu sexualmente com o senhor Leandro Lobo?!
Você confirma isso?!
- Com toda a certeza do mundo! Ela mesma, me falava isso!
- Suponho que você tem a cabeça bem aberta para aguentar isso!
- Sou do mundo, não mando em ninguém, em ninguém manda em mim!
- E o que ela planejava?
- Algumas vezes ouvi ela dizendo que queria um dinheiro, um dinheiro que
esse tal Leandro iria deixar quando morresse!
- O senhor Leandro Lobo era jovem, como ela supunha que o mesmo iria
morrer em breve, ela premeditou alguma coisa?!
- Aí eu já não posso te falar, até porque eu não sei! Mas o que é certo
mesmo, é que ela queria dar um golpe no cara, disso aí, eu não tenho a menor
dúvida!
- Ok, estou anotando todas as suas acusações, mas por que veio falar disso
logo agora?!
- Já disse, estou me sentindo acuado, tenho medo do que Anita possa fazer, o
último que veio falar dela, bem… nesse momento está desaparecido!
Lúcio pega o delegado de surpresa:
- Do que vocês está falando?!
- Vocês não sabem?! O Fernando desapareceu, sumiu da face da Terra!
Ninguém consegue encontrá-lo!
- O Fernando Silva?!
- Ele mesmo!
- E como você sabe disso?! Como sabe que ele era a outra testemunha?!
- Bom… Não é muito difícil de adivinhar, já que ele também ouvia as coisas
que Anita dizia, a única diferença ente ele e eu, é que agora estou aqui, com
os dois pés juntos na sua frente, já o Fernandinho, pode ter ir juntando os pés
em outro lugar.
- Você acha que ela faria alguma coisa contra o próprio primo?!
- Ela sempre foi interesseira, sempre quis mais do que tinha!
- E há algum pecado nisso?! Existe alguma lei que proíba que pessoas de
classes sociais desprezadas, quererem subir na vida?! Indaga o delegado…
-Claro que não doutor, até porque todo mundo está lutando pelo seu, ou não é
assim nesse mundão de Meu Deus?!
- Sim, inclusive o senhor?! Que foi, ela te deixou, te magoou?! Saiba que
delegacia não é lugar para vinganças de casais briguentos!
- De nenhuma maneira delegado, estou aqui apenas por proteção!
- Eu vi Anita Silva, e em nenhum momento ela me pareceu perigosa, como
você está descrevendo nesse momento!
- As aparências enganam doutor, e enganam muito! Não se iluda com aquele
rostinho de anjo, porque esconde um verdadeiro demônio!
- Vigário! Grita o Delegado Santos.
- Sim senhor?!
- Tente entrar em contato com Fernando Silva. Depois ligue para Alexandre
Lobo, e peça para ele comparecer a delegacia imediatamente!
- Sim, senhor!
Lúcio se levanta, e Santos o impede de sair…
- Para onde você pensa que vai, senhor Lúcio?!
- Para minha casa!
- Não agora, vamos tentar localizar Fernando Silva, quero ver direitinho, se
essa sua história está batendo.
- Pois pode verificar, tenho certeza que o doutor não vai achar o
Fernandinho!
- Isso veremos, isso veremos. Mas enquanto isso, desfrute mais um pouco da
pousada da delegacia.
- Com todo o prazer desse mundo!

Vigário não consegue contatar Fernando, e avisa ao Delegado Santos, depois


disso liga para Alexandre Lobo, que segue imediatamente para a
delegacia…
- E aí Vigário, nada?!
- O senhor Fernando Silva não foi encontrado!
- Comece as buscas, quero saber onde ele está agora mesmo! Diz o
Delegado.
- E agora doutor, posso ir ou não?! Já viu que a minha história é quente!
- Não posso mais te segurar aqui! Vá!
- Obrigada senhor delegado, foi um imenso prazer te conhecer!
Lúcio vai embora da delegacia, enquanto isso quem chega é Alexandre, que
segue para a sala de Santos.
- E então, o que houve?! Pergunta Alexandre ansioso por uma resposta!
- Quando eu penso que esse caso está morto e enterrado, aparece uma
testemunha e muda tudo!
- Quem veio agora?!
- Lúcio, o suposto namorado da amante do seu irmão!
- Ele apareceu aqui!
- Sim, colocou a boca no trombone sem se comprometer, jogou a culpa toda
em cima dela.
- E como era esse cara?!
- Um pouco rústico, malandro e esquisito! Era esse o perfil do cowboy!
- Mas especificamente, o que ele disse?!
- Disse que a Anita era amante do seu irmão, que ela estava com ele por
interesse, que os dois eram muito próximos, dentre outras coisas.
- Eu quero os detalhes!
- Ele disse que o seu irmão descobriu que Anita e ele tinham um caso, e aí
não aguentou! Ele também confirmou a tese de premeditação do crime! Pois
segundo duas pessoas, ela sabia que haveria uma herança em jogo, e que
tinha certeza absoluta, que Leandro Lobo iria contemplá-la em seu
testamento, o que acabou acontecendo!
- Então aí estão as provas, foi ela! Ela fez alguma coisa para ver meu irmão
morto! Pressione ela, e tenho certeza que saberemos a verdade, e é isso que
eu quero, a verdade! Custe o que custar, quero saber quem fez aquilo com o
meu irmão!
- Calma senhor Lobo, ainda não temos provas contundentes, apenas temos
testemunhos! Se acalme!
- É impressão minha, ou o senhor está defendendo aquela bandida?!
- Só podemos dizer que alguém é bandida, quando ficar contatado que ela
cometeu um crime! E até agora senhor Lobo, sinto em desapontá-lo, mas não
há provas!
- E esses dois testemunhos?!
- Me desculpe dizer isso, mas essas duas testemunhas, possuem um caráter
bem duvidoso!
Vigário atende um telefonema, e parece se surpreender com a notícia,
Delegado Santos percebe que Vigário fica impressionado com algo, e
questiona o assistente:
- Vigário, o que aconteceu?!
- Acharam o corpo de Fernando Silva, em uma encruzilhada!
- Puta que pariu! Diz o Delegado surpreso…
Alexandre não consegue acreditar no que escuta…
- Prepara uma viatura, vamos pra lá agora mesmo!
- Sim senhor!
Delegado Santos, Vigário e Alexandre vão até o local onde se encontra o
corpo da vítima…
No carro, o clima é de tensão…
- Em 30 anos de profissão, meu faro nunca errou, será que eu me enganei
com essa garota! Pensa ao Delegado Santos…
- Bem que dizem por aí, que as que tem cara de santas, são as piores!
Complementa Vigário…
Chegando na encruzilhada…
Já havia uma roda de pessoas observando o cadáver…
Após o primeiro contato visual, Santos certifica que aquele corpo realmente
é de Fernando Silva.
- É ele! Diz Santos
- Sim, é ele! Confirmando Vigário.
- Delegado, o que o senhor está esperando para prender aquela mulher?!
Diz Alexandre indignado, ao que Santos responde:
- Escuta aqui senhor Lobo, o senhor poder influente, podre de rico e mandar
em quem quiser no seu pedaço, mas aqui é a minha cidade, aqui é a minha
jurisdição, aqui é sou a lei, e não vou admitir receber ordem, aqui eu sou o
responsável, aqui quem toma as decisões, sou eu!
Alexandre não diz nada, Delegado Santos, se aproxima da sua viatura, pega
o rádio e fala com a central…
- Central, emitam um pedido de prisão no nome de Anita Silva, por ser a
possível mandante do assassinato de Fernando Silva. Câmbio?!
- Câmbio, entendido. Responde a central…
O pedido de prisão estava sendo emitido, enquanto isso no outro lado da
história…
Antônia a essa altura, já estava sabendo de tudo, angustiada, ela foi até o seu
quarto, trancou a porta, foi até a terceira gaveta da escrivaninha, e pegou
uma arma…
Antônia era a mais sensata daquela mansão, tão coberta de luxos, que
guardavam podridões em seus âmagos…
Os segredos da Família Foster, pareciam não ter fim…
O que aquela família escondia tanto, que fazia as pessoas sentirem um peso
assolando aquele lugar?
Antônia pegou o telefone, e discou um número, depois se sentou, e chorando
muito, ouvia o telefone tocando, quem iria atender aquela chamada?!
Os destinos move suas peças, conforme os jogares fazem suas apostas…
O leme da vida, vai para onde o leme soprar, sempre foi assim, e sempre vai
ser…
Certas coisas, são inevitáveis… inevitáveis…
De repente, alguém atende, e uma voz se pronuncia no silêncio daquele
quarto…
O que aquelas paredes iriam testemunhar?
- Alô…
- Anita?!
- Sim é ela! Quem está falando?!
- Não importa! O que importa agora, é você ouvir tudo o que tenho que
dizer! Pegaram o seu primo, mataram ele, vão te culpar por isso!
- O que?! Quem está falando?!
- Me escuta! Se você quiser viver, fuja agora mesmo Anita! Vá pra bem
longe, onde ninguém possa te achar! Fuja! Corre Anita, corre e não olhe pra
atrás!
- Mas como eu vou fugir agora?!
Pergunta Anita desesperada, estava em busca de uma direção, um alento em
uma hora tão perturbadora!
- Pegue o necessário, e vá, não olhe pra trás! Troque de nome, porque se não
Anita, vão te encontrar!
-Quem está tentando me incriminar por tudo isso?!!! Eu não fiz
absolutamente nada!
- Eu sei disso Anita! Tenha a certeza que quem está fazendo isso, é um lobo
em pele de cordeiro! Agora vá, antes que seja tarde demais!
- E quem é você! Me diga!
- Sou alguém que é visivelmente invisível, que está cansada dos absurdos,
que já não tem esperança, que guarda o desespero concentrado dentro do
peito! Pra mim, não tem mais volta, mas você sim Anita, você pode
recomeçar! Você pode refazer sua vida, eu não tenho mais tempo! Adeus, e
que você tenha uma vida boa. Seja Feliz Anita, Seja Feliz!
Antônia desliga o telefone…
Mesmo desnorteada, Anita pega o dinheiro que Fernando deu pra ela, pega
uma pequena bolsa, derruba coisas no chão, está trêmula, muito nervosa, e
com muito medo…
Anita só pensa naquelas palavras, que ecoam em sua mente:
“Corre! Corre! Não olhe pra trás!!!”
Pegando o mínimo, Anita sai de casa, com os 10 mil dólares, e sem saber
pra onde vai, era incerto, era inseguro, mas ela não tinha opção…
Anita lutava pela vida…
Caminhando pelas ruas, ela olhava para os lados, e uma nítida sensação de
estar sendo seguida, a atormentava…
Viu uma rodoviária, deixou o destino decidir, pegou o primeiro ônibus que
saiu, entrou nele, e se sentiu aliviada…
Enquanto isso acontecei, a polícia não achou Anita na casa dela, e o
Delegado Santos soube disso e declarou:
- A partir desse momento, Anita Silva é considerada foragida da justiça…
Ao que Alexandre falou…
- Ai se eu coloco as mãos nessa mulher!
O Bilionário estava obcecado…

Chorando em seu quarto, Murilo começa a bater forte a porta, mas Antônia
não atende…
Deixando algumas lágrimas caírem pelo se rosto, Antônia olha pela última
vez para a porta, pega o revólver, e puxa o gatilho, um tiro mortal…
Fatalidades, fugas e mentiras…
Quem o lobo protege, se torna seu amigo?
Os lobos circundam, uivam e andam em bando…
Os covardes andam em bandos…
Esperam os cordeiros se dissiparem, para pegar apenas um, é assim que
funciona…
O segredo do lobo, é que ele jamais anda sozinho…
A sina do cordeiro, é que é difícil ele andar em bando…
Sempre saindo, nunca voltando…
Capítulo 5

A Verdadeira Face do Lobo…

Dois Meses depois…


Metrópole de Alvorada…
Anita conseguiu fugir, foi para a cidade de Alvorada, para recomeçar uma
nova vida.
Para não ser reconhecida, trocou de nome, agora atendia pela alcunha de
Lisa Cooper, não podia esquecer que era considerada uma fugitiva.
Anita foi obrigada a procurar um novo emprego, o dinheiro que Fernando
tinha dado para ela, estava acabando. Ela já não era a mesma, estava muito
triste com tudo o que havia acontecido, e além disso, estava sozinha nesse
mundo, já que seu primo tinha morrido, e ainda colocaram a culpa em cima
dela.
Quem conhecia bem Anita, sabia muito bem que ela seria incapaz de fazer
uma coisa dessas, porém era difícil ela provar sua inocência…
Até hoje, Anita se lembra da ligação que fizeram para ela, antes da
empregada fugir…
E fica grata, já que muito provavelmente aquela ligação, salvou a sua vida…
Do outro lado da história…
Delegacia do Campo…
Santos conversa com Vigário, sobre o suicídio de Antônia Foster:
- Dois suicídios em um período curtíssimo de tempo! Tem alguma coisa
muita estranha acontecendo naquela mansão!
- Delegado, é realmente muito suspeito!
- E o louco do Lobo, já foi embora?!
- Prestou apoio aos Foster até agora, estava no aeroporto, deve estar
embarcando agora!
- É, ele ficou aqui dois meses esperando notícias sobre a tal Anita, e nada! A
garota sumiu do mapa!
- Deve ter trocado de nome delegado!
- Com certeza Vigário, ela escapou, mas não vai ser por muito tempo, o
ilustríssimo senhor Alexandre irá caçá-la, ele não vai parar até encontrá-la e
fazê-la apodrecer na cadeia!
- Ele morreu em um dinheiro, tentando encontrar alguma pista, e nada!
- Mas ele vai achar Vigário, disso não tenha a menor dúvida! Aquele homem
não vai descansar até encontrar a tal Anita!
- Isso é estranho, não delegado?!
- Demais, parece até, que Alexandre Lobo está apaixonado por essa mulher!
- Você acha delegado?!
- Posso estar enganado, mas parece que ele está procurando nela, não a
culpa, mais algo a mais, se é que você me entende!
- Claro que eu entendo! Quer uma aventura!
- Só pode ser, por que o que um homem daqueles, vai querer com uma
empregada?!
- Verdade, só pode ser uma transa antes do casamento, por que ele vai se
casar não é mesmo?!
- Sim, vai se casar com uma dondoca lá de Alvorada, deve ser bem rica!
Mas voltando ao trabalho, continue investigando a morte de Antônia Foster,
que quero saber o que está acontecendo naquela mansão!
- Pode deixar delegado, mas uma informação relevante, eu fiquei sabendo
que o tal Alexandre Lobo, liberou a primeira parcela do empréstimo para os
Foster.
- Como você soube disso Vigário?!
- As notícias voam delegado…
- Se tem dinheiro envolvido, pode ter certeza que deve ter alguma coisa de
errado aí! Vamos ficar em cima dos Foster, e não deixe eles escaparem! Eles
querem o dinheiro não lobinho, eles querem o dinheiro do lobão!
- Pode deixar delegado!

Enquanto isso, na entrevista de trabalho de Anita…


Metrópole de Alvorada…
Antes de entrar no apartamento de luxo da cidade, Anita aguarda ser
chamada…
- Senhorita Lisa Cooper?!
- Sim, sou eu!
- Entre por favor, vou entrevistá-la agora!
Anita agora respondia pelo nome de Lisa…
A mulher que a chamou, era muito distinta, bonita, e possuía uma classe
estonteante…
Procurava uma empregada para o apartamento do noivo, que inclusive
chegaria hoje de viagem…
- Olá senhorita Lisa, estou fazendo essa entrevista, porque quero encontrar
uma empregada eficiente, que se porte bem, e que cuide do apartamento do
meu noivo, que inclusive chegará hoje de viajem.
- Eu estou aqui para servir, e farei isso com o maior prazer senhorita.
- Ótimo, se você ficar com o trabalho, quero que durma aqui, cozinhe, passe,
limpe, e mais algumas coisas, considera esse serviço muito pesado para
você?!
- De nenhuma maneira! Faço tudo.
- Você vai trabalhar nesse apartamento, porém depois que eu o meu noivo
nos casarmos, bom… não irei mais precisar dos seus serviços. Tenha a
noção que é um trabalho temporário!
- Aceito mesmo assim, estou precisando muito!
- Ótimo Lisa, estou sentindo que estamos nos dando super bem.
- Que assim seja senhorita!
- Meu noivo chega hoje, porém acho que vamos passar a noite juntos, creio
que amanhã de manhã ele venha direto para o apartamento. Porém você nem
vai vê-lo muito, porque o meu noivo trabalha demais!
- Para mim tudo bem!
- Bom… meu noivo está passando por um momento difícil, por isso Lisa, eu
te peço, seja discreta, por favor!
- Ele nem vai perceber que eu estou aqui senhorita, serei invisível!
- Isso mesmo, seja invisível! Agora eu estou ocupada demais com os
preparativos do casamento, tanto que nem posso morar com o meu noivo,
mas depois do matrimônio, vamos nos mudar para uma Mansão maravilhosa,
meu futuro marido sabe me valorizar!
- Que bom senhorita!
- Acho que vou te contratar, sei lá, minha intuição está pedindo para te
contratar! Meu nome é Antonella, e espero que você seja uma excelente
empregada doméstica para o meu futuro marido!
- Farei isso com prazer senhorita!
- Muito bem Lisa, e a parte mais importante, não esqueça de vigiá-lo, quero
saber se ele está trazendo alguma vagabunda para cá!
- Tudo bem.
- Você pode começar hoje mesmo, ajeito o apartamento, amanhã ele estará
aqui! Já que hoje ele é todo meu!
- Sim senhorita!

Antonella pega os falsos documentos de Anita, e contrata a empregada para


trabalhar no apartamento do seu noivo, “Lisa” coloca o uniforme, e já traz
suas coisas, pois dormirá no trabalho…
Já está tudo encaminhado…
Antonella fala com o porteiro que “Lisa” será a nova empregado do
apartamento de seu noivo, e que ela dormirá lá de segunda a sábado…
Anita já chega, fazendo uma faxina completa no lugar, que mais parecia um
apartamento de um imperador…
Quem consegue escapar do destino?…

Horas depois…
Apartamento da Antonella…
A campainha toca, Antonella ansiosa vai abrir, e vê que é seu noivo, pula no
colo dele, e o enche de beijos, já ele parece se esquivar um pouco, ele estar
estranho…
- Aí meu amor, que saudades!
- Antonella, calma por favor, não estou com clima para essas coisas!
- Mas Alexandre, já faz meses que a gente não se toca, e quando você chega,
me trata com essa frieza?!
- Antonella, me escuta, meu irmão se suicidou, a Antônia fez a mesma coisa
dias depois, e o que você espera de mim?! Que eu esteja bem?! Que eu
esqueça de tudo o que aconteceu?!
- Se você não esqueceu, pelo menos finja que não se importa tanto com isso,
nosso casamento está chegando!
- De cada dez palavras que você fala Antonella, onze são de casamento!
Será que você não tem a menor sensibilidade de ver que o meu irmão se
suicidou?!
- Eu sei meu amor, e fico muito triste, porém a vida segue, continua, você me
entende?! Está na hora de deixar os mortos de lado, e nos importamos mais
com os vivos!
- As vezes juro que não acredito nas coisas que você fala!
- E o que têm de errado?! Eu só estou tentando ser feliz, isso é algum
pecado?!
- Não Antonella, mas as vezes pensar nos outros é um sinal de humanidade,
sabe?! E quer saber de uma coisa, eu estou me sentindo um pouco incômodo
pelo fato de você menosprezar a morte do Leandro.
- Não estou menosprezando, é você que está obcecado demais com isso!
- E a Antônia, que sempre foi uma boa amiga, fez a mesma besteira do
Leandro, tão jovens e tão infelizes!
- Por isso meu amor, a vida é curta, por isso temos que desfrutá-la da melhor
maneira! Também por isso, contratei uma empregada para você, ela vai
ajudar nos serviços da casa, enquanto nós dois ajeitamos os últimos detalhes
da cerimônia.
- Você contratou uma empregada?! E me desculpe Antonella, mas eu não vou
poder ajudar nos detalhes no casamento, sou um homem muito ocupado,e
você sabe disso!
- Tudo bem amor, se você estiver no altar, já será de grande ajuda!
- Por favor Antonella, hoje eu não quero ser vítima do seu sarcasmo!
- Ok, e você vai dormir aqui hoje, não é mesmo!
- Terei que fazer isso, estou muito cansado, não vou ter saco para ir para o
meu apartamento agora!
- Que bom, podemos colocar as coisas em dia!
- Que coisas?!
- Sabe quanto tempo faz que você não me beija com carinho, que não me
toca?! Sabe quanto tempo a gente não faz amor?!
- Eu peço desculpas Antonella, mas hoje realmente estou muito cansado!
- Sabe Alexandre, as vezes eu acho que você não gosta de mim!
- Não diga uma coisa dessas, por favor! Você quer um carinho, é isso?!
- Sim, eu sou sua noiva agora, acho que você deveria fazer carinho sem que
eu pedisse!
- Tudo bem, é isso que você quer?! Então tá!
Alexandre beija Antonella, que corresponde, as carícias continuam, até que
o bilionário a pega no colo, e a leva até a cama…
Os dois começam a tirar a roupa em clima de romance, depois disso a noite
cai…
Um novo dia começa, e Alexandre sai apressado para o seu apartamento, só
para se trocar e comer alguma coisa…
Alexandre pega seu carro, acelera, e não para de pensar em Anita, e como
ela deve ter alguma coisa a ver também com o suicídio de Antônia, ele
estava realmente obcecado.
Chegando ao seu apartamento de luxo, o bilionário abre a porta e entra, ele
coloca a maleta no cano de sempre, e vai em direção a cozinha, quer ver
quem é a nova empregada que Antonella contratou…
Já na cozinha, Anita ajeitava os últimos detalhes do café da manhã, ela sabia
que o novo patrão chegaria em breve…
Anita se virou para pegar uma jarra de suco, quando Alexandre chega por
trás, e diz:
- Você é a nova empregada, seu nome é Lisa, não é mesmo?!
Anita reconheceu a voz imediatamente, era ele, Alexandre Lobo. Nesse
momento ela deixou a jarra cair no chão…
Alexandre se assustou, e ela se vira revelando sua verdadeira identidade…
Ninguém consegue fugir do próprio destino…
- Você?! Diz Alexandre desconcertadamente atordoado…
- Você que é o noivo da senhorita Antonella?! Diz Anita, completamente sem
chão…
- O que você está fazendo aqui?!
- Eu só vim trabalhar aqui!
- Você deveria estar em uma cadeia nesse momento, pagando pelos crimes
que você cometeu!
- Eu não cometi crime nenhum, você que quer me incriminar por tudo! Mas
eu não vou pagar por uma coisa que eu não fiz!
- Matou seu próprio primo! O tal Fernando!
- Eu nunca faria nada de mal contra o Fernando! Mesmo descobrindo que ele
disse mentiras sobre mim na delegacia! Você acha que eu sou tão burra
assim?! Eu descobri que ele era a testemunha!
- Eu sei que você descobriu, tanto que matou ele em seguida!
- Eu já disse que eu não sou nenhuma assassina! Na verdade, as vezes penso
que você fez isso para poder me ver atrás das grades!
- Nada me daria mais prazer do que te ver atrás das grades! Mas confesso
que nunca sujaria minhas mãos de sangue por causa disso!
- Você é um covarde! Eu vou embora agora mesmo!
- “Lisa”, você não vai para lugar nenhum, a polícia está te procurando! E eu
mesmo vou te entregar para as autoridades competentes!
- Não, você não pode fazer isso comigo!
- Sinto muito, mas você vai pagar pela morte do Leandro, pela morte do
Fernando, e também pelo suicídio da Antônia!
Anita olha bem nos olhos de Alexandre e diz:
- Por que você insiste em me culpar, eu nunca fiz nada contra você! Nunca, e
agora o senhor me persegue, e vai jogar alguém inocente no fundo de uma
cela, sem liberdade, sem nada! Na maior miséria que existe, e tudo isso pra
quê! Eu sinto muito pela morte do Leandro, fiquei triste com a morte do meu
primo, e também não consigo entender o suicídio da senhorita Antônia, não
sou esse mostro que você criou.
- Tente encantar alguém que não conheça a face de uma golpista! Eu não sou
burro, senhorita Anita, muito pelo contrário!
- Eu só te peço que não faça isso, por favor! Deixa eu ir embora!
Anita tenta ir embora, porém Alexandre retém sua saída…
Em uma atitude desesperada, Anita puxa uma faca, e começa a ameaçar o
bilionário:
- Eu quero ir embora, me deixa sair!
- Isso, me mostra sua verdadeira cara! E você não vai embora daqui, até eu
chamar a polícia!
- Por favor, eu juro que você não vai mais me ver!
- Não, você fica!
De repente, Anita se distrai, e a faca cai em cima da sua perna esquerda, e o
sangue começa a jorrar…
Ela cai…
- O que você fez?! Diz Alexandre!
- Deixei a faca cair, estava muito afiada! Diz Anita, gritando de dor!
Alexandre, contrariado seus argumentos anteriores, socorre Anita, tira sua
blusa e envolve na perna da empregada, em seguida pega ela no colo…
Era um momento de muito desespero…
- Você precisa ir para um hospital! Diz Alexandre…
- Não, eu não posso! Sou foragida, o meu nome é falso! Não posso ir para
um hospital!
- Tudo bem, então vou chamar um médico! Diz Alexandre, que coloca Anita
em cima do sofá, pega o telefone e liga para um médico!
As gotas de sangue vão caindo pelo chão, já que Alexandre leva Anita até o
seu quarto, para ser examinada lá!
O médico chega, e faz um curativo em Anita…
- Ainda bem que não foi mais profundo, você poderia estar morta numa hora
dessas?!
- Obrigada doutor, e não vou mais brincar com as facas!
- Não faça mais isso! Vou pedir para o seu namorado te vigiar da próxima
vez! Disse o médico.
- Não doutor, eu só trabalho aqui! Disse Anita.
- Me desculpe, é que pela preocupação do senhor Alexandre, eu pensei que
vocês fossem mais íntimos!
- Não, eu só sou uma empregada!
Alexandre entra no quarto e pergunta para o médico:
- E aí doutor, vai ficar tudo bem?!
- Sim, ela vai ficar bem, é só mantê-la bem longe das facas, e tudo vai
terminar bem!
- Tudo bem doutor! Disse Alexandre…
- Agora eu vou indo! Diz o médico.
- Eu te acompanho até a porta!
O médico vai embora, Anita continua na cama de Alexandre, e o bilionário
vai até lá…
O telefone toca, e Alexandre atende bem na frente de Anita:
- Alô…
Delegado Santos estava bem do outro lado da linha…
- Alô Alexandre, é Santos, Delegado Santos, como vai?
- Delegado Santos, vou muito bem e o senhor?!
Anita quando soube que era o delegado, ficou trêmula..
- Vou bem, queria saber se o senhor queria alguma atualização sobre o caso
Leandro?!
- Claro, tem alguma novidade para me contar?!
- Ainda não, mas continuamos procurando a principal suspeita, Anita Silva!
- Ainda não acharam ela?!
- Não, ela simplesmente desapareceu!
- Imagino!
- E o senhor soube alguma coisa dela?!
Alexandre ficou pensativo, mas acabou negando ao final, por algum motivo
não entregou Anita, e ela se surpreendeu com a atitude do bilionário…
- Não delegado, não sei absolutamente nada sobre Anita Silva.
- Tudo bem, qualquer coisa me ligue!
- Farei isso, se for necessário!
Alexandre desliga o telefone, e imediatamente Anita o contesta:
- Por que o senhor não me entregou, se era isso que mais queria?!
- Não fique feliz, só não disse a verdade pro delegado, porque eu mesmo
vou levar você até a delegacia para ter a certeza que você não vai fugir!
Anita não fala nada!
- O senhor não tem que ir trabalhar?! Não é um homem muito importante?!!
- Nem pense em fugir, vou deixar dois seguranças na porta, e eles não vão
deixar você ir embora!
- Então quer dizer que eu estou presa!
- De certa maneira sim!
- E qual é a diferença de estar aqui ou na prisão?!
- Acredite, esse quarto aqui é bem melhor do que qualquer cela!
- O que faz o senhor pensar que eu mesma não posso ligar para o delegado e
dizer onde eu estou?!
- Não é você quem diz que não quer ir para a prisão? Que seria uma
injustiça?! Então acho que você não vai fazer isso!
- Posso te surpreender!
- Não nesse sentido!
Alexandre vai trabalhar, fica oito horas fora, e volta imediatamente para
casa…
O bilionário pergunta para o segurança:
- E aí, foi tudo tranquilo?!
- Sim senhor, ela não tentou fugir!
- Tudo bem, ótimo trabalho!
- Obrigado senhor!
Alexandre vai até o seu quarto, e não encontra Anita, depois segue até o
quartinho de empregada, que tem no último cômodo do apartamento, e a
encontra:
- Vejo que você não fugiu?!
- E como eu faria isso?!
- E a perna, está melhor?!
- Está doendo um pouco, mas acho que está melhor! Quando você vai me
levar até a delegacia!
- Ainda estou pensando! Mas tenha a certeza que será em breve!
- Ótimo, porque já não aguento ficar nesse apartamento com você, isso é um
verdadeiro inferno!
- Sorte sua eu ainda ser benevolente, e você ainda chama isso de inferno!
Você realmente é muito mal-agradecida!
- Não sou mentirosa senhor, e te acho insuportável, o que posso dizer! Se
acha o dono da verdade, pois a sua posição é muito cômoda, você julga as
pessoas de cima, e nunca se arrisca, na verdade nunca vi uma vida mais
monótona!
- Eu não tenho uma vida monótona, me divirto muito!
- Pois eu acho que você tem uma vida monótona, e olha que você é rico! Até
eu que sou pobre, me divirto mais que o senhor, na verdade o seu irmão
sempre dizia que a sua vida era o trabalho!
Alexandre se senta na cada de Anita, e fica interessado no assunto, quando
ela começa a falar de Leandro!
- O Leandro dizia isso?!
- Dizia isso e muito mais, ela sempre me contava de como a sua vida era um
saco, e como a sua noiva era insuportavelmente fútil! Não acreditava muito,
até que eu conheci o senhor, e me desculpa, mas a senhorita Antonella me
pareceu bem fútil mesmo!
Os dois riram…
- Vocês eram tão próximos assim?!
- Sim, ele vivia me contando sobre as lembranças de infância! E ele falava
com muita alegria sobre as aventuras de vocês, ele te amava muito, dava pra
perceber…
- Eu sei que ele me amava, por isso não me conformo com a morte dele!
Desabafa Alexandre…
- Eu acho que quando a gente gosta muito de uma pessoa, e ela vai embora,
nós não devemos nos conformar, e sim nos confortar, e guardar a lembrança
para sempre dessa pessoa em nossos corações!
- O Leandro era exatamente como você, extremamente sensível, porém
também muito teimoso!
- Eu acho que é melhor eu ir dormir agora!
- É, vai dormir! Amanhã nós veremos o que vamos fazer!
- Tudo bem! E como o Leandro dizia, a verdadeira face do Lobo é dócil!
- A verdadeira face do Lobo é dócil!
Capítulo 6

A primeira noite…

Alexandre no dia seguinte foi para o trabalho, como sempre…


Anita ficou, continuou limpando, não sabia como iria acabar aquela situação
inusitada…
E assim, a noite foi caindo, Alexandre chegou em seu apartamento, para
evitar um encontro com o bilionário, Anita foi diretamente para o seu
quarto…
Alexandre começou a beber alguns drinks, e já estava levemente bêbado.
O bilionário foi até o quarto de Anita, e a convidou para tomar alguma coisa
com ele, estranhamente ela aceitou o convite, e foi até a sala com ele…
Chegando lá, o silêncio parecia ser o terceiro habitante da sala, Anita bebeu
seu drink, e depois tomou mais um, o mesmo fez Alexandre…
A bebida entra e a atração só floresce mais…
- E você está bem?! Pergunta Alexandre, já um pouco bêbado!
- Estou! Responde Anita, levemente alterada pelo álcool.
Alexandre se senta do lado de Anita no sofá, e o impulso parece ser mais
forte do que a razão…
De repente, sem que Alexandre espera-se, Anita dá um beijo nele, depois
disso ela mesma se afasta…
Alexandre não esperava aquilo, porém retribuí com um selinho…
Após isso, Anita senta no colo de Alexandre, e os dois começam a se beijar,
com mais intensidade, o desejo era latente…
Alexandre, com aqueles lindos olhos azuis, vislumbrava Anita, os dois
pareciam estar bem envolvidos, a atração não escolhe cor, nem gênero, nem
classe social, ela simplesmente acontece…
Alexandre a beija com paixão, de um jeito que nunca havia feito na vida,
naquele exato momento, o bilionário sabia que não poderia deixar Anita ir
embora, naquele momento ele descobriu que não poderia mais viver sem
ela…
Um beijo lento e doce, percebia-se que havia um sentimento muito forte entre
os dois, algo que seria difícil de se apagar.
O clima só foi aumentando, como um verdadeiro príncipe, Alexandre levou
Anita até o quarto, aquela noite não poderia ser mais romântica…
Anita empurrou Alexandre para ele cair em cima do sofá de seu quarto,
como estava de saia, ela apenas tirou a calcinha, o bilionário abriu o cinto
da calça, ela sentou em cima dele, e a penetração começou…
Depois foram para a cama, onde Alexandre beijava o corpo inteiro de Anita,
cada pedacinho…
Ele a abraçou e os dois dormiram juntos…
O dia chegava, e para quem iria a culpa de toda aquela noite atípica?
Anita é a primeira a despertar, logo em seguida Alexandre, a empregada
começa a colocar a roupa…
- Eu não sei como uma coisa dessas foi acontecer?!
Disse Anita…
- Eu também não sei! Foi na onda Alexandre…
- Foram as bebidas, acho que nós nos deixamos levar pelo álcool!
- É com certeza foi o álcool!
Alexandre estava sem graça com aquela situação, não mais do que Anita.
- Anita, o que vamos fazer a partir de agora?! Perguntou Alexandre.
- Não sei, acho que devo ir embora! Disse Anita!
- Você quer ir embora?!
- Por que, você quer que eu fique?! Perguntou Anita.
- Por que, você quer ficar?! Indagou Alexandre.
- Isso aqui, sabe… nunca vai vai funcionar, somos muito diferentes! Disse
Anita!
- É, eu sei! Nunca vai funcionar! Mas o que devo fazer?!
- Você não vai se casar?! Você deve seguir sua vida perfeita com a senhorita
Antonella! Diz Anita.
- Minha vida não será perfeita ao lado de Antonella!
- E por que não seria perfeita?!
- Porque eu descobri que não amo a Antonella! Diz Alexandre.
- E como você descobriu isso?! Pergunta Anita.
Alexandre tenta desconversar:
- Não sei, eu simplesmente descobri!
- Entendo! Então eu vou pro meu quarto!
- Tudo bem, a gente se vê!
Anita vai para seu quarto, e Alexandre se arruma, alguém bate a porta, é o
segurança que avisa ao bilionário:
- Senhor, a polícia está na porta, e quer falar com o senhor!
Alexandre fica surpreso:
- A polícia?!
- Sim, a polícia!
Alexandre vai até a porta, e para sua surpresa, vê Delegado Santos, junto
com vigário, também há outros agentes policiais!
Ele gela na hora, já que Anita está no quarto…
- Delegado Santos, que grande prazer vê-lo novamente!
- O prazer é todo meu senhor Lobo! Com está nesses últimos dias?!
- Vou muio bem! O que veio fazer no meu apartamento, tem alguma novidade
para me contar?!
Ao que o delegado responde:
- Eu não sei por qual motivo o senhor está fazendo isso, mas sabemos que
Anita Silva está nesse apartamento, sua noiva Antonella, a reconheceu, e me
ligou imediatamente, óbvio que eu vim correndo! Vamos prendê-la, só me
diga onde ela está!
Alexandre queria tanto aquilo há alguns dias atrás, queria colocar Anita em
uma prisão, mas naquele exato momento, ele só pensava em protegê-la.
O bilionário também ficou surpreso ao saber que sua noiva, havia
denunciado Anita:
- Antonella deve ter se confundido, aquela moça não está aqui, e se
estivesse, você sabe que eu seria o primeiro a entregá-la para as
autoridades!
- Senhor Lobo, a sua noiva nos mandou uma foto, inclusive Anita Silva,
trocou de nome, está respondendo pela alcunha de Lisa Cooper. É ela,
sabemos que ela está aqui, e precisamos levá-la!
- Sou o primeiro interessado em que ela seja presa e condenada, entregaria
ela, porém isso é absurdo, como essa mulher viria parar aqui, no meu
apartamento?! Isso é ilógico!
- Nós também achávamos isso! Porém essas coisas acontecem! Se ela
realmente não está aqui, o senhor poderia deixar os policiais darem uma
olhada, só para ter certeza! Vai ver o senhor também não percebeu que ela
está aqui!
- Você sabe que pra entrar no meu apartamento, precisaria de um mandato?!
- O senhor está nervoso, ou é impressão minha?!
- Nervoso eu?! Claro que não!
- Parece que está escondendo alguma coisa.
- Não estou escondendo nada, apenas quero que respeitem os meus diretos!
- Acho que o senhor Lobo está abrigando uma foragida da polícia?!
- Não insinue isso!
- Pois é o que parece, vamos achá-la senhor Lobo, querendo ou não, vou
voltar com um mandato! Vou prender Anita Silva, com a sua permissão ou
sem ela.
- Ela não está aqui!
Até que Anita se apresenta, para o desespero de Alexandre:
- Eu estou aqui delegado, só estava pegando as minhas coisas!
- Veja só quem apareceu, a fugitiva! Pensou que iria conseguir enrolar a
polícia e se safaria assim?!
- Eu só estava com medo de ir para a cadeia!
- Não precisa ter mais medo, porque lá vai ser a sua casa por um bom
tempo! Vamos! Vigário, algema ela!
- Isso é realmente necessário?! Pergunta Alexandre, com o coração partido!
Vigário algema Anita, que pega sua bolsinha…
- Vamos senhorita Anita, você tem que esclarecer muitas coisas! Mas antes
de tudo, quem foi que avisou para fugir no dia que iria ser presa?!
- Uma moça me ligou, ela me disse para correr, para me esconder, pois
estava perto do perigo! Acho que era a senhorita Antônia, depois eu
reconheci a voz dela! Diz Anita.
- Quer dizer que pouco antes de Antônia se suicidar, ela te ajudou?!
Perguntou o delegado.
- Sim, ela me ajudou!
- E por que ela faria isso?! Questionou o delegado.
- Não sei, eu realmente não sei!
- Você vai ter tempo para explicar na delegacia…
Anita e Alexandre se olham pela última vez, quando Santos leva a
empregada diretamente para a delegacia.
O bilionário fica totalmente desesperado, quando vê Anita sendo presa, se
sente culpado…
E por último diz:
- Me perdoa Anita, eu agora tenho certeza que você é inocente!
- Era o que eu sempre tentei provar! Diz Anita.
- Ela está sendo injustiçada, isso é um absurdo! Eu vou fazer de tudo para te
tirar de lá, eu te juro!
Anita é levada embora, e pela primeira vez, os seguranças de Alexandre,
viram o bilionário chorar…
Capítulo sete

Do ódio ao amor…
As revelações dos segredos…

Alguns dias depois…


Mansão Foster…
O clima é de festa na Mansão Foster, Henrique conseguiu injetar o dinheiro
do empréstimo de Alexandre no capital da empresa, e parecia que tudo daria
muito certo para a linhagem Foster…
Mas aquilo não acabaria bem, Eduardo parecia ser o único que se importou
com o suicídio da irmã Antônia, o resto da família, só conseguia comemorar
o fato de terem conseguido dinheiro as custas do sangue dos outros…
Será que algum dia os Foster seriam pegos?!
Ou será que eles escapariam impunes…
Mas tudo que começa mal, acaba mal…
E o fim da família estava próximo…
Eduardo estava revoltado, e uma hora ele iria explodir, como assim ninguém
ligou que Antônia tirou a própria vida?! Isso era um completo absurdo!
Eduardo não iria perdoar isso, tomou uma decisão radical, foi até o quarto e
escreveu uma carta…
Na carta, dizia tudo o que aconteceu naquela mansão, e porque ela parecia
mal-assombrada…
Todos os segredos dos Foster revelados em uma única carta…
Eduardo foi até a cozinha, dispensou todos os empregados, e por último
Eunice…
Eunice era uma das principais empregadas, Eduardo entregou a carta para
ela, e disse:
- Eunice, leve essa carta até a delegacia! Entregue diretamente nas mãos do
delegado! Você me entendeu?!
- Tudo bem senhor Eduardo, mas não posso ir agora! Tenho que dormir hoje
aqui! Disse Eunice!
- Eunice, você não pode dormir aqui! Vá para casa hoje, eu estou te
liberando, fique tranquila! Garantiu Eduardo!
- Mas se eu for embora, a senhora Aurora vai me demitir! Disse Eunice
preocupada!
- Não Eunice, nada disso vai acontecer, agora vá!
- Está acontecendo alguma coisa senhor Eduardo?!
- Não Eunice, mas vai acontecer!
Eduardo leva Eunice até a portão da Mansão:
- Leve a carta Eunice! E boa sorte! Seja feliz!
Eunice estranha, Eduardo dá um abraço nela, e fecha o portão…
A empregada cumpre o pedido de Eduardo, e vai até a delegacia…
Todos a família está reunida na Mansão, Henrique, Aurora, Igor, Murilo,
Ana Júlia e Eduardo…
Eduardo olha pela janela, e está com um detonador na mão, espalhou vários
explosivos pela casa, e disse:
- Que a justiça seja feita…
Depois de dizer isso, ele aperta o detonador, e a Mansão Foster vem pelos
ares.
A explosão foi ouvida na cidade inteira, não demorou muito para a polícia
chegar…
A única coisa que sobrou foi pó…

Na Delegacia…

- Foi o filho do meio. Ele explodiu todo mundo! Estava escrito na carta que a
empregada entregou!
Disse o delegado…
- Que loucura foi isso, não?! Completou Vigário.
- E bota loucura nisso! Na carta o tal Eduardo confirmou que o assassino de
Fernando Silva foi Murilo Foster, ele deu tiro mortal. O suicídio da irmã,
Antônia Foster, foi ocasionado por isso, a irmã sabia que a família
arquitetou a morte do primo de Anita Silva, e não suportou, por esse motivo
Antônia tirou a própria vida.
- Então foi a família toda que arquitetou o assassinato de Fernando Silva?!
Disse Vigário impressionado!
- Sim, e têm muito mais! A família Foster era especialista em dar golpes, não
foi só esses que eles mataram!
- Vai me dizer que eles também mataram Leandro Lobo?! Perguntou Vigário!
- Não, mas aí que é a parte mais cabeluda dessa história toda! Disse o
delegado Santos.
- E por que?! Perguntou curioso Vigário…
- Leandro Lobo estava mantendo um relacionamento com Ana Júlia Foster, e
é claro que a família estava soltando rojões, já que ele era rico! Mas foi ai
que Leandro chegou um dia mais cedo em casa, e pegou a amada o traindo
com outro!
- Com quem?!
- Se espante, Ana Júlia estava transando com o próprio irmão, Murilo Foster.
E foi aí que Elandro descobriu o incesto de sua querida Ana Júlia! Ele não
aguentou, gostava muito dela, tirou a própria vida, se suicidou quando
descobriu que a namorada estava transando com o próprio irmão!
- Então os dois mantinham uma relação incestuosa?!
- Sim, e ao que tudo indica, os Foster não se opunham, muito pelo contrário,
sempre concordaram com o relacionamento amoroso dos próprios filhos!
- Então foi por isso, Leandro Lobo se suicidou porque viu a namorada
fazendo sexo com o próprio irmão!
- Parece até mentira, é lógico que eles precisavam achar um culpado, nada
melhor do que a empregada, que era amiga de Leandro, foi aí que Anita
entrou, e foi incriminada por tudo!
- Que família hem?!
- O tal Lúcio, o “namorado” da Anita, se chama de verdade Renato Oliveira,
era um velho amigo da família Foster, já prendi ele! Vai ficar um bom tempo
atrás das grades, sorte dele não estar naquela mansão!
- Eu vim para te confirmar, que não houve sobreviventes, foram encontrados
os restos mortais de : Henrique, Aurora, Igor, Murilo, Ana Júlia e Eduardo.
- Ok…
- E Anita Silva, o que vai acontecer com ela?!
- O que já aconteceu, né?! Alexandre Lobo veio até a cidade para pagar a
fiança dela, e foi uma fortuna! Contei tudo para ele, o que o bilionário ficar
ainda mais culpado! Ele correu para ir encontrar com ela na saída da prisão!
- Sabia que ali tinha alguma coisa!
- Se tinha, ela está com a vida ganha, um bilionário louco por ela, nós aqui
que temos que trabalhar!
- É, vai ficar rica! Realmente, ela tirou a sorte grande!

Na saída da prisão…
Anita descobre toda a verdade, fica arrasada, mas também aliviada de ser
inocentada…
Saia da cadeia, quando um carro luxuoso parou bem na sua frente, ele abriu a
porta do carro, e estava impecável, seus olhos azuis imploravam por perdão,
mas será que Anita iria aceitar?
- Eu vim até aqui, porque queria te pedir perdão!
Alexandre Lobo, pela primeira vez na vida, pediu perdão de joelhos par uma
mulher…
- E por que eu deveria te perdoar?! Pergunta Anita.
- Porque eu te amo! Você quer que eu grite?! Eu vou falar pro mundo inteiro!
- Não precisa gritar, porque eu também amo você!
Os dois se beijam apaixonadamente…
Depois de dois anos juntos, nasceu Leandro, o primeiro filho do casal, seu
nome foi uma singela homenagem ao irmão de Alexandre…
Alexandre Lobo e Anita Lobo viveram felizes com seu filho…
E no final, o amor foi mais forte do que o ódio…

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