Você está na página 1de 201

Copyright © 2022 Victória Aparecida

Revisão: Victória Aparecida.

Capa: Helena Fletcher

Diagramação: Victória Aparecida.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa obra poderá


ser reproduzida o transmitida por qualquer forma, meios eletrônicos
ou mecânico sem o consentimento e autorização por escrito da
autora. A violação dos direitos autorais é crime.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é
mera coincidência.

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº


9.610/98 e punido pelo artigo 184 do código penal.
Prólogo
Christopher encarou o convite em suas mãos pela terceira vez.
Fazia alguns anos que evitava voltar para o Brasil, e agora teria que
fazê-lo e definitivamente não era o que ele queria. E ele odiava fazer
algo que não tinha vontade.

O casamento de sua irmã seria em um mês e ele estava


desesperado só de pensar que veria Evelyn, sua ex-namorada e
atualmente cunhada. Seria vergonhoso se descobrissem a pessoa
fria que ele se tornou após ter seu coração partido pela mulher que
ele mais amou.

Campbell se fechou para todos de sua família, já fazia seis anos


que não os via e mesmo com saudades, não tinha a menor vontade
de visitá-los no Brasil.

Agora, estava sem saber o que fazer. Sua irmã já estava


chateada demais com ele para que não fosse. Na noite anterior,
Ashley havia ligado e ele teve que escutar por mais de uma hora da
irmã um grande sermão. Se ele não aparecesse, Ashley não o
perdoaria nunca. Sua irmã era um amor, mas ele sabia que quando
ela falava algo, era sério.

E, ele a amava demais para magoá-la assim.

Em meio a toda essa confusão, a única coisa que passava em


sua cabeça era que ele precisava encontrar alguém para ir com ele.
Uma acompanhante, mas quem? Ele não fazia a menor ideia e não
podia simplesmente contratar qualquer mulher.

A garota que ele procurava tinha que ser digna de ser sua noiva.
Alguém que ele saberia que a família inteira iria elogiar, mas as
mulheres que ele conhecia e tinha envolvimento eram fúteis, que só
se preocupavam com dinheiro, presentes e o quão cara os homens
podiam pagar a elas, sem ao menos se importar se estavam sendo
usadas ou não. Sua mãe jamais apoiaria e por mais que Evelyn
fosse levemente parecida com essas mulheres — exceto pelo fato de
o dinheiro ser realmente dela — ele queria mostrar que estava com
alguém doce. Alguém que seus pais apoiariam, assim como sua
família, para que ele se saísse por cima de seu irmão.

Sua cabeça doía só de pensar no escândalo quando Evelyn o


trocou por seu irmão, Andrew. Ele sentia os olhares de pena de sua
família sobre ele, exceto por sua mãe, que nunca gostou dela. Saber
que era traído há mais de dois meses foi o pontapé final que ele
precisava para se mudar para Nova York e fundar sua própria
empresa. Um coração partido o fez se tornar um grande empresário
bem-sucedido e isso era o único motivo que o tornava grato pelo que
aconteceu.

Levantou-se de sua cadeira e jogou o convite em cima da mesa,


precisava sair daquele escritório antes que ficasse sufocado com
seus pensamentos. Por Deus, por que era tão difícil superar essa
merda toda? Era o que ele estava se perguntando pela milésima vez,
mas não obteria resposta.

Saiu de seu escritório e observou que sua secretária não estava


em sua mesa. Precisava falar com ela antes de sair, mas não fazia a
menor ideia de onde ela estava.

Decidiu ir até o banheiro, talvez ela estivesse por lá. Pegou o


elevador e desceu um andar, o banheiro de cima estava interditado
por causa de uma reforma e a garota se recusava a usar o de seu
escritório, que ele já tinha oferecido milhares de vezes. Porém,
Melanie era tímida demais para isso.

Quando se aproximou das duas portas, observou em volta antes


de colocar a cabeça para dentro do banheiro feminino e ver se
Melanie estava lá e, BINGO! Ali estava ela, mas algo o intrigou, ela
parecia estar preocupada. Andava de um lado para o outro com o
celular na mão.

— Não, senhora White — Suspirou — Eu irei pagar, prometo.


Estou terminando de juntar o dinheiro — Ela fechou os olhos
enquanto ouvia a mulher dizer algo que Christopher, obviamente,
não podia ouvir. Ele sabia que era errado ficar bisbilhotando, mas era
curioso demais para sair dali sem saber do que se tratava — Dessa
vez é sério, senhora. Eu estou terminando de juntar o dinheiro, irei te
pagar cada centavo. Tudo bem, duas semanas e eu lhe pago cada
centavo. Obrigada.

Quando ela desligou o celular, Christopher rapidamente saiu dali


e correu até o elevador, subindo para seu andar. Preferiria esperá-la
em sua mesa. Mas, em sua cabeça surgiu uma nova questão: Qual
era o tipo de dívida de Melanie?

Alguns minutos depois o elevador se abriu e ela arregalou os


olhos ao vê-lo parado ao lado de sua mesa. Ela ajeitou seus cabelos
ruivos e se aproximou.

— Desculpe, sr. Campbell. Estava no banheiro. Precisa de algo?

— Já disse que você pode usar o do meu escritório, srta. Fisher.

— Não é necessário, obrigada. Precisa de algo? — Repetiu a


pergunta, ruborizada. Ela sempre ficava vermelha quando ele
trocava alguma palavra que ia além de algo profissional, até mesmo
oferecer o banheiro de seu escritório para ela usar, já causava
vermelhidão em seu rosto.

— Apenas gostaria de pedir que você cancele as duas reuniões


que eu teria no período da tarde e qualquer pessoa que ligar hoje,
diga que eu retorno amanhã. Estou indo embora.

— Tudo bem, sr. Campbell.

— Obrigado. Até amanhã.

— Até.

Virou-se e foi em direção ao elevador, mas parou antes de


chamá-lo, olhando para a garota de cabelos ruivos que já estava
sentada em sua mesa observando algo no computador.
— Srta. Fisher — Chamou-a.

— Sim? — Ela o encarou.

Ele pensou sobre o que iria falar, ela provavelmente o acharia


louco, mas a ideia que surgiu em sua mente quando descobriu que
ela estava endividada parecia muito conveniente. Sua secretária
trabalhava com ele há três anos, era a pessoa que ele mais confiava
porque sempre deu todos os motivos para nunca pensar o contrário.
Não podia ter tido ideia melhor. Melanie seria uma ótima esposa de
mentirinha! E por mais louco que isso poderia parecer, não custava
arriscar, ele não tinha problemas em levar um não e muito menos em
insistir.

— Venha até minha sala — Ele foi em direção ao seu escritório e


ela o olhou confusa.

— O senhor acabou de dizer que ia embora.

— Sim, mas me lembrei de uma coisa. Preciso falar com você.

Melanie se levantou, foi até a sala de seu chefe, fechou a porta e


se sentou na cadeira que ele apontou para que ela sentasse.

— Então, srta. Fisher, tenho uma proposta.

Ela franziu o cenho e comprimiu os lábios, visivelmente confusa


com aquela conversa.

— Bem, mês que vem precisarei ir até o Brasil para o casamento


de minha irmã. Faz seis anos que não vejo minha família
pessoalmente e eles sabem pouco sobre mim, pois como você sabe,
sou um homem muito reservado. Por motivos que no momento não
convém, preciso de alguém que finja ser minha esposa.

— E você quer que eu procure alguém? — Ela perguntou, ainda


confusa.
— Não. Quero que seja você.

— Você quer que eu finja ser sua esposa? — Arqueou a


sobrancelha.

— Sim. Sei que parece loucura, mas você é uma das poucas
pessoas que eu confio. Eu posso pagar, sei que você está
endividada e pagarei sua dívida.

— Como você sabe que eu estou endividada? — Arregalou os


olhos.

— Fui te procurar e ouvi você falando com alguém no celular


enquanto estava no banheiro.

— Bisbilhotar é algo muito feio, sr. Campbell! Sempre respeitei


sua privacidade.

— Foi sem querer, srta. Fisher. Estava te procurando para avisar


que iria embora.

— E aí você se achou no direito de parar e ouvir minha conversa?


— Ela cruzou os braços e ele revirou os olhos.

— Me desculpe, mas o banheiro é o pior lugar para você ter esse


tipo de conversa, não sei se você sabe, mas há muitas pessoas
fofoqueiras nessa empresa.

— E bisbilhoteiros também, pelo jeito. — Ela mordeu o lábio,


irritada.

— Me desculpe. — suspirou — E então, você aceita? Sua dívida


é de que?

— Não aceito, sr. Campbell. Desculpe — Se levantou — Eu nem


sei o motivo para essa loucura toda. Aconselho que contrate alguma
atriz.
— Por favor, srta. Fisher. Vamos fazer isso, te levo para jantar e
te conto tudo. Depois, se você quiser, negociamos o preço e você
também me conta sobre o que é sua dívida. O casamento é daqui há
um mês, mas eu posso pagar sua dívida antes do prazo terminar.
Esse casamento de mentira só irá durar o tempo que passarmos lá,
um mês mais ou menos, depois você volta a ser minha secretária e
eu apenas o seu chefe. Pense e me diga depois, você tem meu
número. Se você aceitar, amanhã mesmo nós jantamos. Te pegarei
em sua casa às oito.

— Irei pensar, sr. Campbell. Mas, já deixo claro que não me sinto
nada confortável com isso. Com licença. — Ela se levantou e saiu da
sala. Christopher preferiu não dizer mais nada, se levantando e indo
embora em seguida. Melanie estava pensativa quando ele saiu e ele
torceu para que até o fim do dia seguinte ela dissesse "sim".
Capítulo Um
Christopher jamais admitiria, mas passou a noite inteira
esperando Melanie ligar, até chegou a rezar para que isso
acontecesse e ele nem era tão religioso. Pensar em aparecer no
Brasil sem uma acompanhante dava-lhe calafrios e ele só pensava
em como todos perceberiam que ele ainda se sentia magoado por
sua ex-namorada. De fato, para ele foi uma grande humilhação
quando descobriu que seu irmão e sua namorada tinham um caso há
meses. E ele não descobriu da melhor forma.

Ainda doía lembrar de quando foi até a casa de sua namorada


fazer uma surpresa de aniversário, achando que ela estava em outra
cidade. Mas, ao abrir a porta com sua chave reserva, o surpreendido
foi ele. Os dois estavam deitados no tapete da sala e Evelyn quicava
no pau do seu irmão. Christopher precisou se beliscar para se
certificar que aquela humilhação não passava de um terrível
pesadelo.

Observar os olhares arregalados da mulher que ele amava e de


seu irmão ao vê-lo enquanto Andrew ainda estava com seu pau
enfiado na vagina dela, foi ainda pior para ele. "Eu posso explicar" os
dois disseram enquanto se levantavam totalmente nus, mas não
tinha o que explicar, a cena ridícula que Christopher presenciava
com seus próprios olhos já era o suficiente para dispensar
explicações. Explicações se dá a quem estava confuso ou com
dúvida, ele entendia muito bem o que estava acontecendo ali.

Com seu coração partido, Christopher se virou e saiu dali o mais


rápido que pôde. Ele odiava pensar que seria alvo de olhares
piedosos quando todos soubesse que sua namorada o traiu com seu
irmão, no mesmo tapete em que na noite anterior, ele a pediu em
casamento e ela aceitou, totalmente animada. Cínica, e ele se
considerava um idiota.

Por sorte, ninguém além de sua mãe sabia que ele estava quase
noivo. Só faltava a aliança e oficializar, se não, os olhares seriam
ainda piores. Entretanto, ainda se perguntava se todos realmente o
olhavam com pena, ou era apenas a vergonha que ele sentia quando
todos souberam o real motivo de seu término.

Evelyn foi até sua porta no dia seguinte ao flagrante, pediu


desculpas e tentou, mais uma vez, se explicar. Como se o fato de ser
apaixonada por seu irmão desde antes de namorarem fosse um
motivo plausível e compreensível para uma traição. Se amava
Andrew, por que diabos namorava ele? Quando ela respondeu que
era justamente para se aproximar de seu irmão, que sempre fora um
galinha, ele teve que se conter para não acertar um tapa em sua
cara. Desse ato ele não iria se perdoar, sempre fora contra violência,
principalmente contra mulheres. Não deixaria a raiva tomar conta
dele, até porque nunca seria um motivo para ele. Ele não era um
filho da puta e covarde que bate em mulheres. Porém, não pensou
duas vezes antes de partir para cima de seu irmão quando foi a vez
dele de se explicar.

Para Christopher, ele sim tinha sido um grande filho da puta. Seu
irmão sabia o quanto ele era apaixonado por aquela mulher, ele
presenciou Christopher declarando seu amor para quem quisesse
ouvir diversas vezes. Esteve sempre ao seu lado, para apunhalá-lo
pelas costas na primeira oportunidade que teve e com sua
namorada, que ele tanto amava.

O motivo de Christopher nunca ter superado esse fato totalmente,


sempre foi uma questão que rodeava sua cabeça, mas nunca teve
sinais de algum indício para chegar à resposta final. Ele
simplesmente decidiu se fechar e seguir em frente. Bem longe dali.

Christopher se sentia bem, na verdade se sentia ótimo. Nunca


mais se apaixonou, ficava com quem quisesse e quando quisesse,
mas sempre era só sexo. Sem compromisso, sem cobranças. Ele
não permitia isso. E pretendia continuar assim, era melhor do que
terminar com o coração partido novamente.

Para ele, amor nunca mais.


Quando Christopher chegou na empresa, sabia que não
encontraria Melanie ali. Ele estava meia-hora adiantado, resultado de
sua noite mal dormida. Não aguentava mais pensar nisso e se sentia
um adolescente bobo.

Entrou em sua sala e começou a resolver alguns assuntos


pendentes, quanto menos pensasse no casamento da sua irmã,
menos enlouqueceria. Ele não tinha tempo para isso.

Naquela manhã ele teve duas reuniões, por isso só viu Melanie
rapidamente quando entrou e saiu de seu escritório para ir até sala
de reunião. Entretanto, nas duas vezes que a viu, estava tentado a
perguntar algo sobre sua proposta, mas se ela não tinha ligado, era
porque não queria entrar nessa loucura, ele concluiu.

Após o almoço, ele voltou para sua sala para revisar os papéis
das reuniões que teria mais tarde. Por sorte, o dia estava sendo
produtivo, fazendo com que ele evitasse pensar no que aconteceria
em um mês.

Ouviu duas batidas na porta e permitiu a entrada de quem quer


que fosse sem tirar os olhos do papel.

— Sr. Campbell, posso conversar com o senhor? — Ele ergueu a


cabeça quando ouviu a voz de Melanie e assentiu.

A ruiva fechou a porta e se aproximou de sua mesa, sentando na


cadeira que ficava de frente para ele. Naquele momento ela nunca
se sentiu tão louca pelo que diria a seguir e se perguntou
mentalmente se não deveria procurar ajuda psiquiátrica por
concordar em se meter nessa loucura toda de seu chefe.

— Sim — Ela disse simplesmente e ele a encarou confuso — Eu


aceito sua proposta.

Um sorriso iluminou o rosto de Christopher e Melanie se


perguntou como ele conseguia ser tão bonito. E por ser tão bonito,
por que a escolheu para toda aquela loucura?
— Ótimo, srta. Fisher! — Ele tentou não demonstrar o quão
animado ficou em não ter que procurar por outra garota — Quanto
você precisa para pagar sua dívida?

— Quinze mil.

— Ótimo, pagarei vinte e cinco mil.

Melanie jurou que seu queixo foi no chão, e ela se perguntou se


ele tinha escutado o que ela disse direito.

— Não, sr. Campbell. São quinze mil. — Arregalou os olhos


sentindo seu rosto queimar.

— Eu ouvi muito bem, srta. Fisher. Porém, quero pagar a mais,


será um mês no Brasil.

Um motivo muito importante para que Christopher quisesse tanto


a ajuda de Melanie, era que ela falava português muitíssimo bem.
Tinha parentes brasileiros e sabia a língua perfeitamente. Seria um
grande ponto a mais.

Melanie abriu a boca, mas depois a fechou. Ele estava disposto a


pagar vinte e cinco mil por apenas um mês, mas depois se lembrou
que dinheiro não era um problema para Campbell.

— Temos muito o que combinar. Ainda não pensei nos detalhes


de nosso "relacionamento" — Fez aspas com as mãos — Mas
podemos jantar hoje à noite e entrarmos em um acordo. Aproveitarei
para te contar o necessário sobre minha família e quero saber mais
sobre você também. Precisamos nos conhecer bem, seremos recém-
casados.

— Combinado então, sr. Campbell — Ela se levantou e estendeu


a mão, ele também se levantou e apertou sua mão, fechando o
acordo.

— Passarei em sua casa às oito.


— Estarei pronta — Ela sorriu e se retirou.

Ele sorriu, satisfeito que as coisas sairiam como ele queria.

Exatamente no horário marcado, Christopher estava tocando a


campainha da casa de Melanie. Por sorte, a garota estava sentada
em seu sofá esperando-o.

Quando ouviu a campainha tocando, Melanie se levantou


rapidamente e pegou sua bolsinha, pendurando-a em seu ombro e
saindo rapidamente de casa. Ela abriu o portão e após tranca-lo,
virou-se para ele e sorriu.

— Olá, sr. Campbell.

Christopher sorriu, e a conduziu até seu carro.

— Nada de sr. Campbell, Melanie. Não precisamos de


formalidades fora da empresa, apenas Christopher ou Chris, como
preferir. — Ele disse e em seguida abriu a porta para que ela
entrasse.

Ele deu a volta e entrou, dando partida no carro. Assim que eles
saíram, ela o encarou.

Christopher era um homem muito na dele, conversava o


necessário, mas ainda assim era um ótimo chefe. Ele nunca a
desrespeitou e sempre quando precisou ele fora prestativo, mas
nunca teve segundas intenções. Apenas era muito grato a ela por
manter tudo organizado. Ela era a salvação para ele em muitas
situações. Em todos os anos de empresa, nunca teve alguém tão
dedicada quanto Fisher.
Melanie estava tão perdida em seus pensamentos que não notou
quando Christopher estacionou em frente à um restaurante.

— Melanie? — Chamou-a e ela o encarou assustada —


Chegamos.

— Ah sim — Sorriu e saíram do carro.

Ele a conduziu até o interior do restaurante e a mesa que tinha


reservado. Após serem atendidos pelo garçom e fazerem seus
pedidos, Christopher a encarou.

— Você precisa dos vinte e cinco mil quando?

— Ainda essa semana. — Melanie respondeu sentindo seu rosto


queimar, ela se sentia envergonhada por ter uma dívida tão grande.
Mesmo que, tecnicamente, não tenha sido ela quem fez essa dívida
enorme.

— Desculpe a inconveniência, mas posso saber o motivo de sua


dívida? — Perguntou e ela o encarou por alguns segundos.

— Eu poderei saber o motivo da proposta? — Ela arqueou a


sobrancelha direita e ele ficou surpreso. Ele jamais imaginou que
Melanie perguntaria.

— Se você disser, eu conto.

— Certo — Ela abaixou o olhar e depois o olhou novamente —


Moro naquela casa desde que nasci. Meu pai parou de pagar o
aluguel alguns anos de sua morte. Acumulou-se quinze mil e eu só
descobri quando ele morreu e eu fiquei sozinha.

— E sua mãe? — Christopher perguntou sem pensar.

— Fugiu com um amante quando eu tinha quatro anos — Seus


olhos lacrimejaram um pouco, mas ela logo se recompôs e ele se
arrependeu da pergunta não pensada — Agora é a sua vez.
— Há seis anos eu fui traído pela minha noiva, com meu irmão.
Desde então nunca mais voltei para lá. Agora, minha irmã vai se
casar e eu não quero aparecer sozinho lá.

— Não quer demonstrar o quanto isso te afeta, é isso? — Melanie


perguntou.

— Não quero aqueles dois rindo de mim. — Se justificou


rapidamente.

— Certo — Ela disse, mas não acreditou.

Era óbvio que ele não queria sair por baixo. Isso era típico de
Christopher até nos negócios, ele nunca aceitava sair por baixo,
sempre mexia os pauzinhos até que tudo saísse como ele queria e
mais uma vez seria assim.

— E acha que eu serei a melhor pessoa para você se sair por


cima? — Encarou-o, após o garçom servir seus pedidos.

— Sim.

— Mas eu sou simples. Não tenho roupas de marca e muito


menos sou rica.

— Você é o tipo de garota que minha mãe adoraria ter como


nora, Melanie. Todos vão gostar de você.

A ruiva o analisou por alguns segundos. Ainda não via motivos


para tal loucura, se fosse com ela, provavelmente preferiria mostrar a
seu ex que estava solteira e poderia beijar várias bocas se quisesse,
isso era um exemplo de pessoa bem resolvida que não precisa de
ninguém para ser feliz. Porém, isso lhe renderia o dinheiro
necessário para continuar em sua casa e ainda poderia guardar o
resto, então ficou quieta. Não teria nada a perder.

— E o que você pensou sobre nosso relacionamento? —


Perguntou e ele a encarou. Bebericou um pouco de água e pensou
por alguns minutos, antes de responder.

— Pensei que poderíamos dizer que estamos casados há dois


meses. Podemos dizer que nos casamos em Las Vegas. Você é
minha secretária e nós nos apaixonamos. É a verdade, porém, com
uma pitada de mentira.

— Certo. E você acha que sua família irá acreditar?

— Sim. Eu quase não converso com eles e quando converso


quase não falo da minha vida pessoal.

— Se o problema é com seu irmão e sua ex, por que se afastou


de sua família?

— Porque na época eu achei que era o melhor e decidi manter


isso com o passar dos anos. Minha irmã já veio me visitar algumas
vezes e minha mãe uma. Mas como ela é muito apegada ao meu pai
e ele quase não tem tempo para nada por causa da empresa, então
não veio mais. Todos já estavam chateados comigo mesmo, então
não foi tão difícil.

Melanie não pensava como ele, mas deu de ombros. Ela não
tinha nada a ver com isso, seria apenas sua esposa por um mês e
depois tudo voltaria ao normal. Apenas uma simples secretária e ele
seu chefe.

— Você quer que eu crie um contrato por escrito? — Ele


perguntou.

Melanie fez careta.

— Não. Confio em você. E não acho que seja necessário,


estamos nos fazendo favores, simplesmente.

— Tudo bem — Ele sorriu.

Os dois entraram em conversas aleatórias e principalmente sobre


a empresa, depois Christopher a levou em casa. Ele estava
agradecendo a Deus e a Melanie por tudo estar dando certo.
Capítulo Dois
Melanie quase não acreditou em como o tempo passou rápido.
Um mês já havia se passado e agora eles estavam no avião
esperando a decolagem. Tinha recebido o dinheiro de Christopher e
quitou a dívida de sua casa, o que a fez dormir muito melhor. Ela
estava aliviada em saber que não dormiria na rua.

Sobre seu "marido", já podia dizer que conhecia algumas coisas


sobre Christopher, o básico. Alguns dias eles saíam para almoçar
juntos e conhecer um pouco mais sobre o outro. Apenas para não
passar vergonha no Brasil, caso alguém fizesse alguma pergunta ou
algo do tipo.

Lembrou-se da conversa com sua melhor amiga, Megan, na


semana anterior. O modo como sua amiga ficou eufórica por essa
viagem chegava a ser assustador.

A morena era extremamente animada e extrovertida. Não tinha


papas na língua e era muito bem resolvida, o que causava algumas
vezes em Melanie uma pitada de inveja. Porém, a ruiva tinha
pensamentos diferentes de Meg em algumas questões.

As palavras de Megan ainda ecoavam em sua cabeça. E chegava


a ser engraçado o modo como ela ficou eufórica pela amiga, como
se fosse ela quem iria para o Brasil com Christopher fingir ser sua
esposa. Claro que se fosse Meg, com certeza na primeira noite
atacaria Christopher para ter uma incrível noite de sexo. Inclusive, foi
exatamente esse conselho que recebeu da amiga, mas ela não era
assim.

Chegava a ser estranho o modo como elas se davam bem, sendo


que uma era o oposto da outra. Ao contrário de Megan, Melanie era
extremamente tímida e tinha alguns pensamentos diferentes da
maioria. Que ninguém precisava saber.
— Está tudo bem? Tem medo de avião? — Christopher a chamou
quando percebeu o quão perdida estava em seus pensamentos.

Melanie o olhou com os olhos castanhos arregalados e só então


percebeu que o avião já tinha decolado. Precisava parar com essa
mania de se desligar do mundo quando começava a pensar.

— Não tenho medo de avião! Eu estou bem. Estava apenas


pensando.

— Tudo bem. — Encostou a cabeça novamente em sua poltrona.

Ele até sentiu curiosidade de perguntar sobre o que ela estava


pensando, mas decidiu respeitar. Se fosse ao contrário, odiaria que
perguntassem.

Já Melanie, também encostou a cabeça em sua poltrona e fechou


os olhos. Estava tão cansada que rapidamente pegou no sono.

Quando desembarcaram no aeroporto de São Paulo, Melanie se


sentiu nostálgica. Fazia tanto tempo que não visitava esse país, a
última vez fora quando tinha dez anos. Seu pai precisava trabalhar
em período integral e ela veio passar um tempo com sua avó. Dois
anos. Foi aí que ela aprendeu a falar português, porém, quando sua
avó faleceu ela voltou. E foi então que seu pai precisou deixar o
serviço para se dedicar a ela, e as coisas tomaram um rumo
diferente, que lhe doía o coração só de lembrar.

Melanie despertou de seus pensamentos quando uma garota


loira correu até Christopher e o abraçou fortemente.
— Eu estava com tantas saudades de você, Chris! Estou tão feliz
por você estar aqui! — Deu um beijo demorado na bochecha de
Christopher e quando se afastou dele me encarou sorridente.

Melanie a analisou, ela era linda, os cabelos loiros e longos,


corpo de modelo e olhos azuis de dar inveja a qualquer um. Era a
típica Barbie, linda. Porém, não tinha nada a ver com Christopher.

— Você deve ser Melanie, a esposa do meu irmão!

— Isso mesmo — Sorriu e sentiu surpreendida quando Ashley a


abraçou fortemente como se a conhecesse a anos.

— Estou muito feliz em te conhecer. Saber que meu irmão está


casado e feliz, me deixa tão animada! Só fico triste de ter descoberto
há apenas três semanas atrás. — Ela se afastou, mas continuava
sorrindo.

— Eu sempre falei para seu irmão que ele deveria contar, mas
sabe como ele teimoso, né?

— Oh, sei sim! — Ela riu e encarou Christopher — Vamos!


Mamãe está tão ansiosa para lhe ver!

Christopher entrelaçou seus dedos no de Melanie e os três


caminharam até à porta do aeroporto. Ashley contava os detalhes do
casamento animada, e só parou quando chegaram em seu carro.
Guardaram as malas no porta-malas e a loira jogou a chave do carro
para o irmão.

— Vá na frente com Christopher, Melanie — Ashley disse


sorrindo e abriu a porta de trás para entrar. Melanie até pensou em
dizer algo, mas a loira já estava dentro do carro, então ela sentou no
banco do passageiro. Christopher também entrou no carro e em
segundos eles estavam saindo da vaga.

Ashley voltou a falar sobre seu casamento e como estava feliz.


Chegava a ser engraçado a empolgação da loira e Melanie já
gostava dela. Era tão espontânea e engraçada, totalmente o
contrário de Campbell. Não que ele não fosse legal, mas não era tão
amigável quanto a irmã e Melanie se perguntou se ele sempre fora
assim.

Era engraçado imaginar em um Christopher animado e divertido,


se ela apenas conhecia o chefe mandão e fechado. Mas, de uma
coisa jamais poderia reclamar, ele sempre foi muito respeitoso com
ela, até mesmo quando estava irritando, Melanie percebia o quanto
ele tentava se controlar para não levantar a voz para ela.

— Seu cabelo é lindo, Melanie. — Ashley disse mudando de


assunto completamente e mexendo no cabelo da ruiva.

— Obrigada! — Sorriu. Desde seus dezessete anos pinta o


cabelo de ruivo, já estava acostumada com essa coloração e não se
imaginava com outra cor de cabelo. Se inspirou porque sempre
amou o cabelo da sua avó, que era ruiva natural.

— Já quis pintar meu cabelo dessa cor, mas não tive coragem.
Acho que será difícil abandonar meu loiro.

— Olha, eu acho difícil eu abandonar meu ruivo. São muitos anos


com essa cor de cabelo e eu me acostumei.

— Quantos anos?

— São sete anos, desde os meus dezessete anos que eu pinto


meu cabelo dessa cor.

— É tão lindo que é difícil até para mim imaginar você com outra
cor de cabelo.

Christopher não prestava muita atenção na conversa, mantinha


os olhos na rua e estava pensativo. Ele se sentia ansioso por ter que
encontrar Evelyn e seu irmão, mas se pudesse adiar esse encontro
para sempre, o faria. Ele jamais imaginou que o caso de seu irmão e
Evelyn daria certo e duraria tanto, ele jurava que ela colocaria chifres
em Andrew e ele poderia rir da cara do irmão. Mas, não foi isso o
que aconteceu.
Quando pararam em frente à enorme mansão, Melanie ficou de
boca aberta. Aquela casa dava dez da sua. Já começava a se sentir
um patinho fora da lagoa, e pensar que isso duraria um mês era mais
agonizante ainda.

Quando saíram do carro e pegaram suas malas, foram até a


porta de entrada e Ashley abriu a porta gritando por Alexandra.

— Mamãe! Christopher chegou!

Alexandra apareceu rapidamente correndo animada até o filho,


pulando em seu pescoço o abraçando forte. Melanie sorriu, vendo
lágrimas nos olhos da mulher loira. Não podia imaginar a saudades
que ela estava sentindo de seu filho.

— Olá, Melanie! Não faz ideia de como estou feliz por você estar
aqui! — Sorriu e abraçou a ruiva que sorriu.

— Estou muito feliz em conhecê-la também, dona Alexandra.

— Oh, não! Dona Alexandra não! Pode me chamar de Alexandra,


Ale, sogra ou sogrinha, mas dona Alexandra não, me sinto velha. —
Riu e a ruiva concordou sorrindo e sentindo suas bochechas
queimarem. Timidez era algo que se Melanie pudesse, mudaria.
Odiava ser tímida e ficar vermelha por tudo.

— Victor está viajando e chegará amanhã, ele ficará muito feliz


em te conhecer! — Ale disse animada.

— Vou levar as malas lá em cima, já volto. — Christopher disse e


subiu com as duas malas que tinham levado. Minutos depois, ele
voltou e Melanie estava conversando com Ashley sobre assuntos
aleatórios.

Ele se aproximou de Melanie e a abraçou, no mesmo instante


que a porta da sala se abriu e uma garota loira entrou acompanhada
de um cara muito parecido com Christopher. Com certeza era
Andrew e Evelyn, e teve mais certeza ainda quando sentiu o corpo
de Christopher tenso.

Até ela estava, a garota era linda e se quisesse Christopher de


volta com certeza só precisaria estalar os dedos. E apesar de não
ser aquela sua família, não queria ser a traída da história.

— Olá, Christopher. Quanto tempo! — Andrew disse sorrindo.

— Olá, Andrew. — Diferente de seu irmão, Christopher não


estava sorrindo — Olá, Evelyn.

A loira dos olhos verdes sorriu e Melanie se sentiu um nada perto


da garota, que além de alta era linda, aos seus olhos. Ela encolheu
os ombros e respirou fundo.

— Olá, Christopher. — Seus olhos pousaram sobre a ruiva ao


lado dele — Olá...? — Perguntou.

— Melanie.

— Minha esposa — Christopher completou e Melanie não pôde


deixar de perceber o quão surpresa Evelyn ficou.

— Olá, Melanie — Sorriu e foi até a ruiva a cumprimentando com


dois beijinhos. Em seguida, Andrew também se aproximou e beijou a
mão da garota, que percebeu o olhar reprovador que Christopher
deu. Claro que eles deviam se provocar.

— Prazer, Melanie. Sou Andrew. — Sorriu.

— Prazer — Melanie respondeu com um sorriso amarelo. Não


queria ter problemas com seu "marido", ainda estava pisando em
ovos e sem saber como agir.

Ashley e Alexandra observavam tudo sem dizer nada. Muito


provavelmente tinham medo do que aconteceria com esse
reencontro. Melanie entendia, porque mesmo sabendo da situação a
pouco tempo, também tinha.
— Desculpe, mas estou um pouco enjoada por causa da viagem.
— Melanie começou a dizer e Christopher a interrompeu.

— Você quer ir se deitar, amor?

— Sim, por favor.

— Descanse, Mel. Mais tarde chamo vocês para jantar. —


Alexandra disse e a ruiva apenas assentiu sorrindo.

Christopher passou a mão pelos ombros da ruiva e eles subiram


até o andar de cima.

— Dormiremos juntos — Ele sussurrou e ela congelou. Melanie


não tinha pensado nessa parte, ou tentava não pensar.

Ele a direcionou até o quarto que ficariam e assim que ele abriu a
porta, ela percebeu que era o quarto dele. A cama era gigante e ela
agradeceu por isso, ele fechou a porta e se virou para ela.

— Sei que não é uma situação confortável, mas seria estranho se


dormíssemos em quartos separados. A cama é grande, dá para nós
dois. Você está sentindo apenas enjoo?

— Sim, acho que foi a viagem e o nervosismo.

— Deite-se e durma um pouco. Vou ficar aqui com você.

— Não precisa, obrigada — Sorriu — Vai matar a saudade da sua


família. Eu estou sem fome e prefiro não jantar.

— Tudo bem. Prefiro não ficar por perto enquanto Andrew e


Evelyn estão aqui.

— Entendo.

Melanie pegou sua mala e colocou em cima da cama, abriu-a e


pegou um pijama confortável. Ela havia comprado dois pijamas mais
"decentes" para usar, e agora dava graças a Deus de ter comprado.

Ela foi até o banheiro que tinha no quarto e se trocou. Quando


saiu, Christopher estava deitado na cama sem camisa coberto da
cintura para baixo, com o braço tampando os olhos. Um nó se
formou na garganta da garota e ela não pôde deixar de prestar
atenção no corpo dele. Rapidamente afastou esses pensamentos e
se deitou ao lado dele na cama, cobriu-se totalmente e se virou para
o lado para não o olhar. Em minutos, adormeceu.
Capítulo Três
Christopher acordou sentindo algo em seus braços e quando
abriu os olhos, surpreendeu-se ao ver Melanie aninhada em seus
braços, dormindo tranquilamente. Ele afastou alguns fios de cabelo
que estavam caídos no rosto dela e com muito cuidado se
desvencilhou da ruiva, para se levantar. Se ela acordasse e
percebesse como estavam morreria de vergonha, ele sabia disso.

Levantou, vestiu uma camisa e saiu do quarto. Desceu até a


cozinha e quando chegou no cômodo, se arrependeu no mesmo
instante que vou Evelyn fazendo omelete. Até pensou em sair, mas
ela notou sua presença e se virou.

— Olá, Christopher. Bom dia! — Disse, sorridente.

— Bom dia — respondeu, seco — Pensei que você e meu irmão


estavam morando juntos.

— E estamos, mas ele acabou bebendo demais ontem e não o


deixei pegar o carro.

— Entendi. — Christopher deu de ombros. Pegou algumas


torradas, passou manteiga nelas, colocando-as em um prato, depois
pegou um copo e despejou suco de laranja.

— Chris — Evelyn disse e suspirou — Acho que devíamos


conversar... sobre aquele dia.

— Desculpa, Evelyn, mas não tenho nada para conversar. Vou


subir e levar o café da manhã para minha esposa. Com licença.

Ele se virou e saiu o mais rápido que pode, quase deixando


derramar o suco que estava em sua mão. Christopher a evitaria o
quanto pudesse, como sempre fez. Não que ainda sentisse algo por
ela, simplesmente não queria conversar. Se pudesse, não teria mais
contato com nenhum dos dois. Para ele, traidores não tinham uma
segunda chance. Muito menos perdão.

Quando ele entrou no quarto, Melanie continuava do mesmo jeito


de quando ele saiu, porém, agora abraçava o travesseiro. Parecia
uma criança, e Christopher achou-a adorável.

Colocou as coisas em cima da mesinha ao lado da cama, mas


decidiu não a acordar. Pegou seu notebook de sua bolsa e se sentou
em frente mesinha que tinha em seu quarto, colocando o notebook
sobre ela e ligando-o, para checar às coisas da empresa. Mesmo
que aquilo supostamente fosse suas férias, não conseguia se
desligar da empresa, porque só assim se sentia confortável.

Era estranho o modo como ele se sentia uma visita em sua


própria casa, que ele morou por tantos anos e tinha tantas
lembranças boas, principalmente com seu irmão, que ele
considerava seu melhor amigo. Mas, Andrew o apunhalou pelas
costas e ele jamais o perdoaria.

Ficou por cerca de uma hora e meia checando e-mails,


conversando com seus sócios, relendo contratos e todas as coisas
ligadas à empresa. Estava tão focado que não percebeu quando
Melanie acordou, sentando-se na cama e observando o homem
atento a seu notebook que estava de costas para ela.

Melanie não entendia como Christopher podia estar tão ligado na


empresa mesmo estando de férias e se perguntava a quanto tempo
ele estava ali, ao invés de aproveitar sua família, que ele não via a
tanto tempo.

Ela se espreguiçou e se levantou da cama, só então Christopher


notou que ela estava acordada. Se virou para ela e sorriu.

— Bom dia, Melanie.

— Bom dia, Christopher — Ela sorriu — Está acordado a muito


tempo?
— Um pouco. Estava checando algumas coisas da empresa.

— Entendi. Com licença, vou ao banheiro — Ela rapidamente


correu até o banheiro. Não queria ter que conversar sobre a empresa
com ele, não quando supostamente estava de férias. Amava o que
fazia, mas não estava com ânimo para saber dos negócios da
empresa.

Fez suas higienes e saiu do banheiro, pegou a mala e a colocou


em cima da cama, procurando algo para vestir. Christopher
continuava com os olhos vidrados no notebook e Melanie negou com
a cabeça, inconformada em como ele não conseguia se desligar da
empresa.

Olhou para o outro lado e viu o prato com torradas é um copo


com suco. Voltou a olhar para Christopher.

— Você não tomou seu café da manhã. — Ela disse e ele se


virou para encara-la.

— Era para você. Não sabia se você acordaria disposta para


tomar café lá embaixo.

Melanie sentiu que estava ruborizada e sorriu. Para ela, não tinha
necessidade dele se preocupar dessa forma.

— Obrigada, mas não precisava se preocupar.

— Está tudo bem. — Ele disse, voltando sua atenção para o


notebook — Se for tomar banho, tem toalhas dentro do armário do
banheiro.

— Obrigada.

Ela pegou um short jeans, calcinha e uma regata preta, em


seguida foi até o banheiro tomar um banho.

Enquanto deixava a água cair por seu corpo, não pôde deixar de
pensar em toda a situação, no modo como Christopher olhava para
Andrew e como o outro também parecia muito magoado, mas evitava
deixar transparecer o provocando. Achava tudo muito infantil, o que
chegava a ser irônico. O dono de uma das maiores empresas do
mundo, tão profissional e inteligente, não sabia lidar com seus
problemas pessoais. Algo do passado ainda o assombrava de uma
forma que ela não conseguia entender. E ela só teve mais certeza
que ele ainda era apaixonado por Evelyn. Porém, até compreendia,
achava ela tão linda e cheia de classe, que chegava a ser
deprimente competir, mesmo que de mentira, com ela e autoestima
nunca foi um ponto forte de Melanie.

Desligou o chuveiro e saiu dali, pegou a toalha e se enxugou.


Vestiu suas roupas e pendurou a toalha em um suporte que tinha ali.
Depois, saiu do banheiro e Christopher estava guardando seu
notebook na bolsa.

— Vamos descer para tomar café? — Ele perguntou.

— Vamos.

Eles desceram até a cozinha encontrando Ashley e Alexandra


sentadas à mesa.

— Bom dia! — Melanie disse sorridente.

— Bom dia! — As duas responderam em uníssono. Estavam


felizes em saber que Christopher seguiu com sua vida e estava
casado e feliz.

— Bom dia, mãe. Bom dia, Ash. — Christopher disse e as duas


responderam um bom dia em uníssono para ele também.

Ashley e Alexandra estavam sentadas lado a lado de um lado da


mesa, Christopher e Melanie se sentaram do outro.

— Mal posso acreditar que meu casamento já é amanhã. Estou


tão ansiosa que parece não caber no meu peito tanta emoção! —
Ashley disse animada e Melanie sorriu — Você também se sentiu
assim, Melanie?
— Sim, Ash. Nosso casamento foi algo bem simples e só entre
nós, então acredito que sua emoção e ansiedade seja muito maior,
mas ainda assim é tão emocionante quanto. — Sorriu sem ter a
menor ideia do que estava falando na prática.

— Como a história de vocês começou? — Alexandra perguntou e


Christopher engoliu em seco, olhando para Melanie.

— Como já sabem, eu trabalho para o Chris e já fazem 3 anos.


Alguns meses depois que eu comecei a trabalhar lá, ele começou a
demonstrar interesse em mim, mas eu não queria me envolver com
ninguém. Principalmente com meu chefe.

— Mas eu insisti tanto que ela não resistiu — Christopher disse e


Melanie gargalhou.

— Também, ele não saía do meu pé. Me apaixonei, mas não


queria admitir. Com oito meses que eu estava trabalhando lá,
finalmente saímos e desde então não nos desgrudamos mais. Devo
dizer que me assustei quando ele me pediu em casamento.

— Ela quase disse não porque achava muito cedo.

— Quase. Mas eu não queria perdê-lo, eu sou apaixonada por


ele. Mesmo que ele seja bem sério na maioria das vezes,
Christopher me faz tão bem, de uma forma que eu nunca me senti
antes, e isso não tem nada a ver com coisas materiais — Ashley e
Alexandra olhavam tudo com atenção e sorrindo feito bobas — É o
jeito que ele sorri, o modo como ele franze o cenho quando está
muito concentrado em algo, quando ele está preocupado com algo,
mas ao me ver abre um largo sorriso. O jeito como ele sente ciúmes
e tenta não demonstrar. Eu amo tudo nele. — Melanie corou ao
perceber que tinha exagerado um pouco, mas se queriam que ela
demonstrasse amor, aí estava.

— Eu sorrio dessa forma porque você é o que me acalma e faz


com que eu me sinta o homem mais feliz e sortudo do mundo. Eu
amo você — Ele sorriu e depositou um selinho demorado em seus
lábios, lhe causando surpresa e um coração acelerado quase saindo
pela boca. Os lábios dele eram tão macios, ela pensou.

Não pôde evitar de corar quando ouviu as duas mulheres em sua


frente soltando um "own, que lindos". Seu chefe tinha acabado de
beija-la e mesmo não sendo nada, seria difícil conviver com isso. Era
seu chefe, isso era uma completa loucura, mas ela havia aceitado e
era isso que estava mantendo-a em seu lar. Caso contrário, estaria
no olho da rua e sem saber o que fazer.

— Vocês não fazem ideia do quão feliz eu estou por vocês —


Ashley disse sorrindo e Alexandra concordou.

Christopher a abraçou e beijou o topo de sua cabeça. Ela pensou


o quanto ele era bom em fingir estar apaixonado por ela, nunca
imaginou que ele seria tão carinhoso nessa viagem. Nunca imaginou
que ele seria carinhoso com alguém, mesmo se amasse de verdade.

Os quatro tomaram café da manhã conversando sobre assuntos


aleatórios e Melanie gostava cada vez mais das duas. Eram duas
pessoas incríveis que ela com certeza sempre se lembraria e sentia
muito feliz por ter as conhecido, mesmo que depois que voltassem
para Nova York, provavelmente ocorreria uma “separação”.

— Melanie, venha comigo até meu quarto! Quero muito lhe


mostrar meu vestido de noiva! — Ashley disse quando terminaram
de tomar café da manhã.

— Claro. — As duas se levantaram e antes de sair, Melanie


depositou um selinho nos lábios de Christopher. Se era para agir
como um casal normal, então assim seria.

Depois, seguiu Ashley até o andar de cima, e a loira a conduziu


até seu quarto. Quando entraram, fechou a porta e trancou, para que
mais ninguém entrasse e visse seu tão amado vestido.

Ashley correu até seu closet e voltou minutos depois com um


vestido estilo princesa, tomara que caia com decote coração e um
cinto brilhante. Mesmo Melanie a conhecendo pouco, achou sua
cara.

— É lindo, Ash! — Sorriu — Totalmente sua cara.

— Foi amor à primeira prova, Mel! Assim que coloquei ele, tinha
certeza que seria esse. Todos os outros vestidos perderam a graça
perto dele.

— É realmente lindo, Ash!

— Estou feliz por você e meu irmão. O modo como ele te olhou
enquanto você se declarava, dá para ver o quanto vocês se amam.
Sempre tive medo de Christopher não se apaixonar novamente e
terminar amargurado.

Melanie suspirou. Muito provavelmente era assim que ele


terminaria, desde que entrou na empresa nunca soube de nenhum
relacionamento sério dele. A única coisa que ouvia era burburinhos
de algumas mulheres que trabalhavam na empresa dizendo que ele
dormiu com alguma amiga e o quanto ele era bom de cama. Nada
além disso. E, contando com o fato dele ter "a contratado" para ser
sua esposa de mentirinha, simplesmente por querer mostrar a todos
que tinha superado algo que aconteceu a tantos anos, era um
grande indício do que Ashley mais temia aconteceria. Christopher
não dava chances para o amor e não era muito difícil de perceber.

— Tive medo de não ser importante para ele no começo, Ash.


Achava que ele queria simplesmente me levar para a cama dele e
depois fingir que nada aconteceu. Mas, uma vez ele me falou que eu
realmente era diferente e que jamais insistiria em alguém se fosse
coisa de apenas uma noite. Quando ele me contou o que aconteceu
com ele e Evelyn, entendi o modo como ele parecia ter medo de se
envolver comigo. — Melanie dizia tudo com tanta naturalidade, que
poderia até acreditar em suas palavras.

— Não perdoo Andrew e Evelyn até hoje pelo que fizeram com
Christopher, a diferença é que aprendi a conviver com isso. Ele era
um menino tão doce, não tinha problemas em demonstrar o que
sentia, mas depois da traição, o desconheci completamente. Não
tinha brilho no olhar, o sorriso aberto e constante, não era o meu
irmão, o meu Christopher. E apesar da hesitação dele ser evidente
agora, estou podendo ver isso de novo, Mel. Graças a você! E isso
me deixa extremamente feliz por vocês.

— Tudo o que eu quero é sempre fazer Christopher feliz, como


ele me faz — Sorriu, emocionada pelo modo como Ashley falava do
irmão.

— Ah, você com certeza o faz muito feliz. É lindo!

Era evidente o grande amor que sentia por ele e Melanie ficou
feliz em saber como seu chefe era antes de tudo acontecer. Sentiu
por ele, nunca passou por essa situação e não sabia como reagiria.
Talvez não deixaria isso tomar conta se fosse com ela, mas não o
julgava por isso. Cada um lida de um jeito e ela compreendia
perfeitamente.

Quando desceram para a sala, Ashley correu até o homem que


estava parado ao lado de Christopher.

— Papai! — Gritou animada e o abraçou forte — Que saudades


eu estava de você.

— Eu também, princesa! — Sorriu e depois olhou para Melanie


que parou ao lado de Christopher — Você deve ser a famosa
Melanie, Alexandra só sabe falar de você desde ontem! Não sabe
quantas mensagens ela me mandou.

— Sou eu mesma! — Melanie sorriu tímida e o cumprimentou


com um abraço.

— Espero que esse cabeção tenha falado do velho pai para você!
— Sorriu.

— Ah, ele falou sim!


— Por que eu não falaria? — Christopher perguntou.

— Porque às vezes parece que você nem se lembra que tem


uma família.

Christopher revirou os olhos e puxou Melanie para um abraço,


enquanto Alexandra dizia animada que estava feliz por ter a família
toda reunida no Brasil e o quanto estava ansiosa para o casamento
de Ashley no dia seguinte.
Capítulo Quatro
Quando Melanie acordou no dia seguinte, sentiu braços
envolvendo seu corpo e então percebeu que estava dormindo de
conchinha com Christopher. Por sorte, ele estava dormindo ainda
porque não saberia como encará-lo se ele tivesse acordado também.
Ela se desvencilhou dos braços dele e se levantou.

Eram quase oito da manhã, eles sairiam no máximo até às dez e


meia para a fazenda da família Campbell, onde aconteceria o
casamento de Ashley. Melanie e Christopher seriam padrinhos.
Então, ela decidiu tomar um banho e lavar seu cabelo. Sabia que
não conseguiria voltar a dormir.

Durante o banho, não pôde deixar de pensar o quão maluco isso


tudo era. Apesar de tudo o que aconteceu, não entendia o porquê de
Christopher querer dar a volta por cima. Tanto Andrew, quanto
Evelyn, pareciam ter superado toda essa situação e estavam felizes.
E, por mais que entendesse o lado de Christopher, imaginava que se
Evelyn estalasse os dedos, ele correria para ela. Melanie achava que
não se tratava apenas de ego ferido, mas também de um sentimento
forte que ele não foi capaz de superar. Ela não queria ser a traída,
mesmo que de mentira. Mas, não via nenhum olhar de desejo vindo
de Evelyn, ela parecia realmente estar muito feliz com Andrew.

Balançou a cabeça tentando se livrar desses pensamentos, seria


apenas um mês e não tinha o porquê de se preocupar com isso,
quando fossem embora tudo voltaria ao normal, Melanie voltaria a
ser uma simples secretária e Christopher seu chefe. Fim. Não tinha o
porquê de se preocupar com nada. Estava tudo sob controle e
continuaria assim.

Ela desligou o chuveiro e se secou, colocou um vestido longo


florido, prendeu os cabelos em um rabo de cavalo, calçou seus
chinelos e saiu do banheiro. Christopher continuava dormindo, mas
agora a coberta estava abaixo de sua cintura e deixava seu tronco
em evidência, os olhos de Melanie percorreram seu peitoral e ela
mordeu o lábio inferior. Céus, de repente aquele quarto estava
quente. Melanie riu e negou com a cabeça, precisava manter o foco.

Mordeu os lábios e o encarou por mais alguns minutos, antes de


se sentar na cama para calçar sua rasteirinha. Ouviu Christopher
resmungar algo enquanto ainda dormia e riu, levantando-se e saiu do
quarto. Desceu até a cozinha e para sua surpresa encontrou Evelyn
preparando o café da manhã.

— Bom dia — Melanie disse e Evelyn pareceu se assustar, não


apenas pelo susto de alguém entrando na cozinha do nada, mas por
Melanie estar falando com ela.

— Bom dia — Ela sorriu.

— Quer ajuda? — Melanie perguntou.

— Não precisa se incomodar.

— Eu não me incomodo.

Evelyn sorriu e pediu para que Melanie colocasse algumas coisas


sobre a mesa e a ajudasse a preparar o bolo de laranja. Elas
conversaram sobre assuntos aleatórios, se Christopher aparecesse e
visse aquela cena provavelmente não saberia como lidar. Ele não
queria Melanie perto de Andrew e Evelyn.

— Você realmente está de boa comigo? — Evelyn perguntou,


enquanto Melanie colocava o bolo no forno.

— Claro que sim. Por que não estaria?

— Por causa da situação… Você não sabe?

— Sei — Melanie deu de ombros — Mas não tenho motivos para


lhe tratar mal, você seguiu em frente e está feliz com Andrew.

— Ainda não consigo acreditar. Até Ashley não me aceita


totalmente. Ela me trata bem, mas eu percebo que ela me culpa por
esse afastamento de Christopher, e eu acho que não posso discordar
dela. Eu errei, não deveria ter escondido dele. Ele não merecia.

— Realmente uma traição, é difícil de engolir. Acredito que o pior


para ele não foi a sua traição, mas sim do Andrew.

— Christopher era um homem carinhoso, fazia declarações o


tempo inteiro. Um sonho de namorado. Só que eu não o amava,
achava que o amava, mas na verdade minha queda era por Andrew,
um galinha que não estava nem aí para nada. O problema é que
acabamos nos envolvendo e só então eu percebi.

— Christopher continua assim — Melanie mentiu. Ela não sabia,


não fazia a menor ideia. E arriscava dizer que nem de longe ele era o
mesmo Christopher carinhoso, nem de compromisso sério ele queria
saber. — Ele é um marido maravilhoso. E eu fico feliz por você e
Andrew. Eu só não tenho motivos para lhe tratar mal, você não dá
em cima dele, nem algo do tipo. Por que eu te trataria mal?

— Me desculpe. É que eu realmente não esperava.

— Tudo bem, Evelyn.

A loira sorriu e Melanie sorriu também. No mesmo instante


Christopher entrou na cozinha e precisou piscar várias vezes para ter
certeza que não estava vendo sua esposa e sua ex-namorada
sorrindo uma para a outra.

— Bom dia, meu amor. — Christopher disse e Melanie o olhou


sorrindo. Ele foi até ela e lhe deu um selinho.

— Bom dia — Abraçou-o, sentindo o cheiro de sabonete e


perfume em seu corpo. Seus cabelos estavam molhados também e
ela tinha certeza que aquela era a visão do paraíso: Christopher
recém-saído do banho apenas de bermuda.

— O que estão fazendo? — Perguntou.

— Eu e Evelyn estamos preparando o café da manhã.


— Certo — Ele murmurou e beijou o topo da cabeça da ruiva.

— Bem, eu vou tomar um banho e volto já. Você fica de olho no


bolo para mim, Mel? — Evelyn pediu e Melanie assentiu. A loira saiu
da cozinha e Christopher encarou a menor com a sobrancelha
arqueada.

— O que foi? — Ela perguntou, se afastando dele.

— Por que você estava conversando com Evelyn?

— Por que eu não estaria conversando com ela? — Cruzou os


braços.

— Porque uma esposa normalmente odiaria conversar com a ex


de seu marido que o traiu.

— Acontece que eu não sou sua esposa e eu definitivamente não


dou a mínima para isso. Ela não está nem aí para você, tá na cara
que ela ama o Andrew. Por que eu deveria me preocupar?

— Que seja. Só não converse com Andrew, ele é um galinha que


não pensa duas vezes antes de machucar alguém. Ele pensa mais
com a cabeça de baixo do que com a de cima.

— Seu irmão não seria louco de dar em cima de mim,


Christopher.

— Eu não contaria muito com isso — Ele revirou os olhos — Não


vou ser o chifrudo outra vez.

— Qual é o seu problema? Supera isso, cara. Já passou! Eu não


sou assim! — A ruiva alterou o tom de voz, irritada.

— Não grita!

— Grito sim! — Ela gritou mais uma vez, mas depois voltou ao
tom de voz normal — Só porque você não consegue superar como
alguém normal, não quer dizer que eu sou obrigada a ouvir você
cogitando que eu vou te trair com o seu irmão. Nem todas as
mulheres do mundo vão ter a atitude que Evelyn teve, Christopher, e
nós dois sabemos muito bem que se Evelyn ainda te quisesse e
estalasse os dedos você correria para ela. Duvido que conseguiria
dizer não.

— Claro que não! Está louca? — Ele grunhiu. — Eu tenho nojo


dos dois! E eu já superei toda essa merda!

— Tudo bem, Christopher. — Suspirou, sabendo que não


adiantaria continuar a discutir — Então pare de agir como se ainda
estivesse com o ego ferido. E me faça um favor, fique de olho no
bolo, eu preciso arrumar minhas coisas.

Ela saiu da cozinha e foi para o quarto. Separou as maquiagens


que levaria para se arrumar na fazenda, roupas para depois porque
passariam o fim de semana lá, e outros objetos de higiene. Quando
estava guardando as coisas em sua bolsa, ouviu seu celular tocando
e quando viu o nome de sua melhor amiga na tela, sorriu. Era a
melhor pessoa que ela poderia conversar agora.

— Oi, Meg! — Ela disse animada e riu ao ouvir um gritinho do


outro lado da linha.

— Oi, meu amor! Como você está, hein? Não me ligou por que?
Eu estava preocupada, Melanie. Pedi para que me ligasse quando
chegasse e acho que faz uns dias, hein?

— Me desculpe, Meg. Eu estava tão focada em meu papel de


esposa que nem lembrei de ligar. Me desculpe mesmo.

— Agora que é esposa de um milionário esquece das amigas! —


Melanie riu ao imaginá-la revirando os olhos.

— Se pelo menos fosse de verdade — Melanie se jogou na


cama.
— Ah, minha querida, sendo de mentira ou não, eu com certeza
já estaria abusando daquele pedaço de mau caminho que é seu
chefe!

— Deixa de ser tarada, mulher! — Gargalhou — Eu não sou


louca de transar com Christopher, Meg. Isso seria pedir para me
ferrar, eu não conseguiria olhar na cara dele nunca mais.

— Porque é boba! Sexo casual não é nada demais! E outra,


vocês não transariam, vocês foderiam.

— E qual a diferença? — Perguntou, confusa.

— O grau de sujeira que a palavra foder traz, eleva o nível


totalmente. Um grau Christian Gray!

— Meu Deus, Megan. Cala a boca!

Melanie se lembrou do começo de amizade, o modo como


sempre ficava como um pimentão todas as vezes que Megan falava
alguma besteira como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Diversas vezes não sabia onde enfiar a cara de tanta vergonha das
conversas da amiga mesmo em público, mas o que Megan tinha de
desbocada, ela tinha de amiga companheira, era a pessoa mais
confiável e especial que você poderia ter como amiga, aquela que
está com você até mesmo no pior momento. Melanie a amava muito
e não conseguia imaginar como seria sua vida sem ela.

— Se você conhecesse os prazeres da vida, Mel, concordaria


comigo. Imagina só? Levar uns tapas dele, puxões de cabelo,
mordidas pelo corpo — Ela continuava divagando.

— Por Deus, Megan! — Ela cobriu os olhos — Eu não quero


saber!

— Desculpe, me perdi nos meus pensamentos.

— Percebi — Melanie fez careta. Não queria imaginar a amiga


com Christopher nessas situações, era nojento demais... mas
imaginar ela com Christopher, aí sim se tornava algo interessante
que Melanie rapidamente fez questão de mandar para bem longe de
sua cabeça.

— Mas você está bem? Está sendo bem tratada? — Megan


mudou de assunto.

— Sim. A família dele é um amor!

— Que ótimo, porque se você não fosse bem tratada, eu ia aí dar


uma lição nesse povo!

— Menos, Meg — Riu.

Christopher entrou no quarto e pegou sua roupa na mala e em


seguida foi para o banheiro.

— Meg, preciso desligar. Christopher acabou de entrar aqui, está


no banheiro e eu preciso arrumar minhas coisas para o casamento.

— Tudo bem, Mel. Mas segue minha dica, entre nesse banheiro
com ele e aproveita, mulher! Não fica mais se privando dessa
maravilha não!

— Cala a boca, Megan! Se cuida, beijos — Riu.

— Beijinhos meu amor. Se cuida — Ela mandou um beijo e


encerrou a chamada.

A ruiva arrumou a bolsa e se deitou na cama com os pés para


fora. As palavras de Megan ecoavam em sua cabeça, se Christopher
quisesse, por que não? Então, ela se lembrou dos diversos motivos
para não se meter nessa enrascada e o principal que só era da conta
dela e então afastou todos esses pensamentos de sua cabeça.

Christopher saiu do banheiro já trocado e também arrumou suas


coisas.

— Melanie — Ele disse antes de descerem para tomar café.


— Sim?

— Desculpe por tudo o que eu disse na cozinha.

— Está tudo bem, já passou. — Deu de ombros, se levantando


da cama.

— É sério, me desculpe.

— Já disse que está tudo bem, Christopher. — Ela sorriu para


amenizar a situação e deu um tapinha no ombro dele, saindo do
quarto em seguida. Christopher a seguiu. A família tomou o café da
manhã todos juntos, com exceção de Ashley que já tinha ido para
seu dia de noiva e quando terminaram todos foram para a fazenda
da família Campbell.
Capítulo Cinco
A fazenda ficava cerca de uma hora e meia da casa da família
Campbell e Melanie dormiu o caminho inteiro. Ela tinha facilidade
para dormir em viagens de carro e agradecia por isso.

Quando chegaram, Christopher a acordou acariciando seu cabelo.


Ela estranhou ser acordada assim, realmente não esperava. Chris
era "carinhoso" em muitas coisas e ela não podia negar o quanto
achava estranho, porque apesar dele sempre ter sido um bom chefe,
nunca teve um contato mais íntimo com ele, como estava tendo
agora. Ela apenas ouvia os comentários das mulheres da empresa,
sobre como ele era quente no sexo, mas frio nas atitudes, que ele
jamais misturava as coisas, e tudo se limitava a uma boa foda. Era o
maior conselho que elas davam e ele também: Não se apaixone, ele
jamais se envolverá.

Melanie tinha um grande dossiê sobre ele que pôde montar nesse
tempo todo em que trabalhava na empresa e ele estava bem
armazenado em minha cabeça. E, cada vez que as palavras de
Megan voltavam a ecoar em sua cabeça, ela se lembrava das mil e
uma razões que tornava se relacionar com meu chefe não
recomendável. Mesmo que Megan insistisse que tudo não passaria
de uma boa foda para ela, é difícil saber como agir e o que irá sentir
sem nunca ter feito isso antes. E definitivamente ela não queria que
sua primeira vez fosse com seu chefe, isso ficaria marcado para o
resto da minha vida. Ela nunca mais o olharia com os mesmos olhos.

Megan disse que ela nunca saberia se não tivesse a primeira vez,
mas mesmo tendo curiosidade, a ruiva ainda tinha em sua cabeça
que era pra ser um momento especial, e queria que fosse. Um outro
grande motivo era que ele nunca demonstrou interesse nela, ou seja,
tudo isso não passava de mais um dos devaneios de Megan Collins
que era viciada em sexo. Ou, como ela costumava dizer, uma grande
apreciadora dos prazeres da vida.

- Mel? - Ele disse a olhando com o cenho franzido - Nós chegamos.


- Ah, oi. Tá bom - Sorriu. Só então percebeu que tinha se perdido em
meus pensamentos e estava olhando-o fixamente. Ela se perguntou
por quanto tempo ficou encarando-o.

Saiu do carro rapidamente, antes que voltasse a pensar naquele


monte de bobagens novamente. Precisou piscar várias vezes para
ter certeza do que estava vendo, aquilo mais parecia um hotel do
que uma fazenda, era gigante. Melanie se perguntava para que uma
casa daquele tamanho.

- Eu sei, é enorme. - Christopher disse parecendo ler seus


pensamentos e ela o olhou - Eu também acho um exagero, mas
mamãe adora exageros.

- Está falando mal de mim, Christopher? -Alexandra disse se


aproximando. Eles vieram no carro na frente deles.

- Estou falando para Melanie o quanto o tamanho dessa casa é


exagerado.

- Compramos pensando no futuro - Alexandra a olhou e sorriu -


Quando fomos comprar essa casa, eu pensei em todos os netinhos
que Ashley, Andrew e Christopher iriam me dar e decidi comprar
essa casa com nove quartos. Todos acham um exagero, mas eu só
estou pensando nos meus netinhos. - Ela piscou.

Ela tinha sentido aquela indireta e quando olhou para Christopher


percebeu que ele também. Naquele momento só pôde sentir dó de
Alexandra, quão frustrada ela se sentiria sabendo que o tão sonhado
neto não viria? Quer dizer, pelo menos não dá parte de Christopher.
Ao pensar isso, Melanie apenas sorriu, mas de nervoso.

- Não estou apressando vocês - Ela disse, abraçando Melanie de


lado - Apenas estou deixando claro que temos espaço para vários
netinhos. Antes aproveitem muito o casamento, porque depois a
privacidade não será mais a mesma.

A ruiva apenas riu e Christopher revirou os olhos.


- Já aproveitamos muito, mãe. E pretendemos aproveitar por mais
uns bons anos.

- Certo, filhinho. - Ela revirou os olhos para ele e olhou sua nora
novamente - Você sonha em ser mãe, Melanie?

- Sim. Amo crianças - Sorriu.

- Ah, que ótimo! Você é a nora que eu pedi a Deus! - Beijou seu
rosto, fazendo-a rir mais uma vez de nervoso.

Ela realmente ficava muito chateada em imaginar como Alexandra


ficaria quando descobrisse que ela e Christopher se "separaram".
Principalmente quando ele nunca mais aparecesse com uma
namorada e consequentemente os netos não viessem. Mas, quem
sabe, algum milagre aconteça em alguns anos e ele encontre alguém
que ele seja capaz de amar e confiar? E que, dessa vez, seja
totalmente recíproco. Melanie torcia por ele, de coração. Sempre foi
do tipo que defende que o amor é essencial.

Víctor chamou Alexandra e ela se afastou. Christopher pegou as


coisas no carro e ela o seguiu até o interior da casa. A sala era
gigante e o conceito era aberto, então dava para ver a cozinha
também que era separada da sala por um balcão. Subiram para o
andar de cima e entraram em um dos últimos quartos.

- Eu e você ficamos aqui. - Christopher disse quando entraram e ela


assentiu. O quarto também era enorme, a cama era gigante e tinha
um enorme guarda-roupa, uma enorme TV e ainda era suíte.

Christopher fechou a porta do quarto e tirou a camisa, quase


fazendo-a babar em seu peitoral. Desde a conversa com Megan,
Melanie estava reparando bem mais nele e isso não era nada bom.

- Ignora tudo aquilo que minha mãe disse - Ele falou, olhando-a.

- Está tudo bem. É normal ela ter o sonho de ser avó.


- Ainda bem que tem Ashley e Andrew, porquê da minha parte não
vai ter. - Ele disse, dando de ombros.

- Ela se sentirá triste do mesmo jeito por não ter um neto seu, mas
será menos incômodo porque terá os dos seus irmãos. Você nunca
quis ser pai? - Perguntou, encarando-o.

- Já. Mas hoje não quero mais. Não quero namorar e casar com
ninguém, consequentemente, não quero filhos. Não acredito mais em
todo esse ritual de amor para ter uma família perfeita.

Ela negou com a cabeça, mais uma vez ele colocando a traição de
Evelyn como justificativa para as novas escolhas dele. Ridículo, ela
pensou. Totalmente ridículo. Nessas horas ela tinha uma grande
vontade de estapear a cara dele para ver se ele acordava para a
realidade.

- Entendi.

- Não me olhe assim como se estivesse me julgando - ele disse,


revirando os olhos.

- Mas eu estou. Só que minha opinião não vem ao caso. - Deu de


ombros e abriu sua bolsa, procurando seu remédio para dor de
cabeça.

- Tá bom - Ele disse, pegando uma roupa em sua mala e foi para o
banheiro.

Bufou quando ele fechou a porta. O que ele tinha de lindo e gostoso,
tinha de burro as vezes. Será que quem é traído nunca consegue
superar e confiar em outra pessoa novamente? Melanie se
questionou. Ela queria ter alguém para perguntar, mas não conhecia.
Todos almoçaram mais cedo e então cada um foi se arrumar. Evelyn
- que era maquiadora profissional - ia maquiar Alexandra e até se
ofereceu para maquiar Melanie também, mas ela preferiu fazer a
própria maquiagem.

Christopher estava ajudando a organizar o casamento e só voltaria


mais tarde para se trocar. Ela fez um olho mais discreto com
delineado de gatinho e um batom vermelho na boca, que seria a cor
do vestido das madrinhas. Enrolou as pontas de seu cabelo com
babyliss e o prendeu parcialmente para o lado. Ela gostava mais de
seu cabelo solto.

Tirou sua roupa para colocar o vestido, que por sinal era lindo.
Ashley escolheu todos os vestidos, os modelos não eram iguais, mas
as cores sim. Ela escolheu os modelos de acordo com o gosto de
cada uma. O de Melanie foi de última hora, no dia seguinte que eles
chegaram, ela conversou com Melanie e perguntou sobre seus
gostos de vestido, porque como ela ia entrar com Christopher, iria
escolher um vestido. E assim que a ruiva tirou o vestido da capa que
o protegia, não pôde deixar de sorrir, ele era incrivelmente lindo e
sua cara. Até mais, ela diria.

Era um vestido vermelho marsala, estilo sereia, com um decote e as


alças que caiam um pouco nos ombros, todo liso.

Esticou-o sobre a cama e tirou seu sutiã para colocá-lo, mas quase
infartou quando a porta do quarto se abriu e Christopher entrou,
paralisando no mesmo instante. Ele engoliu seco e a olhou de cima a
baixo, mordendo os lábios em seguida.

Melanie tentou cobrir seus seios com o braço e podia sentir seu rosto
queimando.
- Me desculpe, eu não sabia que você estava se trocando - Ele disse
sem tirar os olhos de seu corpo.

- Tá bom, mas dá para você virar de costas, por favor? - Ela disse,
completamente desconcertada.

- Desculpe - Ele disse se virando de costas e saindo do quarto,


fechando a porta. Ela soltou todo o ar que estava prendendo até
então, sem nem perceber.

A única coisa que passava por sua cabeça era que seu chefe tinha a
visto quase totalmente nua. O quão ótimo aquilo era, só que não.

Colocou seu vestido ainda em choque com o que tinha acontecido e


sem a menor coragem de olhar para ele após o acontecido. Ouviu
batidas na porta e seu coração acelerou novamente.

- Posso entrar agora? - Christopher disse.

- Sim - Respondeu. Precisava de alguém que fechasse seu vestido.

Ele entrou e a encarou de cima a baixo mais uma vez.

- Está linda - Sorriu.

- Obrigada. Poderia fechar meu vestido para mim, por favor?

Virou-se de lado e ele subiu o zíper lateral. Quando terminou, ela


ajeitou o vestido se olhando no espelho e quando o encarou, sentiu
seu coração acelerar pelo modo como a olhava. Com tanta
intensidade e desejo que seu corpo chegou a se arrepiar totalmente.
E isso, até onde ela saiba, não era nada bom.

- Bem, eu vou tomar um banho porque acabei suando enquanto


estava ajudando o pessoal do buffet - Ele disse, parecendo acordar
de seu transe.
- Tá bom. - Ela sussurrou e ele entrou no banheiro, fazendo-a
suspirar e descer para a cozinha em seguida.

Precisava de um copo de água gelada, pois seu corpo inteiro parecia


queimar.
Capítulo Seis
Christopher não era de ferro e muito menos podia negar o quanto
achou Melanie bonita desde a primeira vez que a viu. Também não
podia evitar o quanto estava se sentindo atraído por ela desde que
esse acordo entre os dois começou.

Melanie era uma pessoa doce, assim como o início seu nome e
em alguns momentos parecia até inocente. Pelo menos era isso o
que os olhos dela transmitiam e isso o deixava intrigado.

O modo como ela ficava vermelha quando se deitava com ele


para dormir, como pareceu assustada quando ele disse que
dormiriam no mesmo quarto, não parecia apenas timidez, mas
também medo. Isso o fez questionar se ela nunca tinha feito nada,
mas jamais seria indelicado a ponto de perguntar.

O desejo que ele estava sentindo por ela estava muito bem
controlado, ele sempre tentava se lembrar de que aquilo era
temporário e depois eles voltariam a ser chefe e secretária. Ele não
sabia o que ela pensava sobre sexo sem compromisso e não queria
machucá-la, ela era uma ótima secretária e seria um grande prejuízo
perder alguém tão responsável e competente.

Entretanto, após vê-la apenas de calcinha o desejo triplicou e


agora ele queria tê-la de todas as formas. E seria difícil controlar.
Nem a água fria estava sendo capaz de amenizar o desejo que
estava sentindo por ela naquele momento.

Quinze minutos depois ele saiu do banho, se secou e enrolou a


toalha na cintura, saindo do banheiro no mesmo momento que
Melanie fechava a porta do quarto. Dessa vez, ela percorreu os olhos
por seu corpo e o calor que após 3 copos de água ela conseguiu
cessar, voltou com força total.

Ela voltou a listar todos os motivos para evitar qualquer tipo de


relacionamento que não fosse profissional com seu chefe, mas vê-lo
a encarando tão intensamente apenas com uma toalha amarrada na
cintura a fez se perder em seu raciocínio e esquecer qualquer outro
tipo de pensamento que não fosse ligado a como Christopher era
gostoso. Ela mordeu o lábio e respirou fundo, juntando forças para
voltar a realidade e não o atacar como Megan havia aconselhado.

— Desculpe — Ela pigarreou — Achei que você ainda estaria no


banheiro. Estou saindo — Melanie se virou para sair, mas antes que
pudesse abrir a porta, Christopher foi até ela e a segurou pelo braço,
fazendo-a se virar de frente para ele — O que foi? — ela perguntou,
engolindo seco.

— Nada — Ele suspirou e colocou a mão no rosto dela,


encarando-a nos olhos e vendo mais uma vez o medo que ela nem
imaginava que deixava transparecer.

— Preciso ir — Ela sussurrou, estremecida com o toque de Chris.

— Não precisa, não — Ele colou seus lábios com urgência, mas
antes que pudesse aprofundar o beijo, Melanie o empurrou saindo do
quarto rapidamente. Será que ele tinha se precipitado? Perguntou-
se, mas não conseguia encontrar uma resposta.

Ele via o desejo nos olhos de Melanie, o modo como ela mordeu
o lábio enquanto o encarava tão intensamente, não tinha como ela
dizer que não o queria, mas por que tinha tanto medo? Será que ele
estava certo sobre a inocência dela? Mais uma pergunta sem
resposta, porém, ele tentaria descobrir.

Melanie se posicionou ao lado de Christopher e ele sorriu para


ela que retribuiu. Estendeu o braço e observou-a passar o seu braço
pelo dele. Faltava alguns minutos para que a cerimônia de iniciasse
e só por isso os dois estavam juntos naquele momento. Melanie não
sabia como olhar para Christopher por mais de cinco segundos sem
corar, então resolveu apenas olhar para a linda decoração.

Rosas vermelhas enfeitavam o caminho até o altar, entre outras


flores. As cadeiras brancas estavam posicionadas lado-a-lado, e
todos os convidados já estavam em seus lugares. Algumas crianças
corriam de volta para seus pais e outras andavam sobre o tapete,
mas logo alguém se aproximava para pegá-las.

De onde estava também podia ver o noivo de Ashley, que


conheceu há uma hora atrás. Ele estava viajando a trabalho e
chegou no dia anterior. Observando-o mexendo as pernas em sinal
de nervosismo, não pôde deixar de pensar em como seria quando
fosse a sua vez.

A organizadora disse algo para ele e então veio até onde Melanie
e Christopher estavam, seriam os primeiros a entrar. Ela pediu para
que assim que a música começasse a tocar, contassem até cinco e
entrassem. Assim fizeram, seguiram lentamente até o altar, onde
ficariam e já tinham ensaiado antes. Casamentos a deixavam
emotiva, principalmente por ser um de seus grandes sonhos, sempre
sonhou com o seu grande dia e sempre ouviu as pessoas dizerem
que será mais mágico do que ela planeja.

Quando se posicionaram no lugar que deveriam ficar, Melanie


apenas observou os outros padrinhos fazerem o mesmo e não pôde
deixar de sorrir quando chegou a vez do noivo de entrar com sua
mãe. Os olhos dele brilhavam de uma forma incrível, que mostrava o
quão emocionado e feliz ele estava se sentindo por estar ali. Era
lindo de se ver. Melanie se perguntou se seu futuro marido seria
assim também.

Quando chegou a hora de Ashley entrar, Melanie sentiu seu


coração acelerar. Ela estava linda! Seu vestido era muito mais bonito
do que qualquer outra princesa, rodado e extremamente brilhante.
Mais a cara dela impossível. Seus olhos brilhavam tanto quanto o de
Arthur, seu noivo, era nítido que ela não conseguia parar de sorrir.
Melanie olhou para o noivo que tentava controlar o choro, que foi o
estopim para que ela começasse a chorar. Dava para sentir o quão
mágico aquele momento estava sendo para os dois.

— Está tudo bem? — Christopher sussurrou. Encarou-o, pegando


o lenço que ele estava estendendo e sorriu em agradecimento,
passando levemente por onde tinham lágrimas.

— Casamentos me deixam emotiva — Sussurrou, voltando a


olhar para os noivos.

— Um dia será você — Ele disse ainda sussurrando.

— Eu sei — Sorriu — Você não está emocionado?

— Sim, mas já chorei tudo o que tinha para chorar antes da


cerimônia, quando fui falar com ela — Encarou-o novamente e ele
piscou, sorrindo. Ela balançou a cabeça rindo e voltou a minha
atenção a cerimônia. Que aliás, foi a mais linda que ela já foi em toda
sua vida!

Melanie, Christopher, Alexandra, Víctor, Evelyn e Andrew


estavam em uma mesa, enquanto comiam a sobremesa. Estava tudo
delicioso demais e mesmo tentando não exagerar na hora de comer,
Melanie acabou falhando na missão e comendo mais do que deveria.

— Tem certeza que não tem um baby a caminho? — Andrew


perguntou e Melanie revirou os olhos. Ele era bem inconveniente
quando queria.

— Claro que não, Andrew. — a ruiva respondeu.


— Não seja inconveniente, Andrew — Evelyn disse, bufando.

— Andrew é especialista em ser inconveniente e babaca —


Christopher disse e Melanie rezou para que eles não brigassem na
festa de casamento da irmã.

Andrew abriu a boca para falar, mas Evelyn deu um pisão em seu
pé e ele começou a urrar de dor. Melanie pôde ver Alexandra
suspirando tristemente e Víctor acariciando seus cabelos.

Christopher se levantou dizendo que iria ao banheiro e em


seguida Evelyn e Andrew também saíram da mesa, mas foram em
direção ao lado de fora.

— Eles eram tão unidos — Alexandra a olhou por alguns


segundos antes de abaixar a cabeça e a ruiva pôde ver lágrimas em
seus olhos — Me dói tanto vê-los assim, eu nunca pensei que um dia
eles se odiariam tanto. Melanie, eles são irmãos, como é possível se
odiarem? — Ela a encarou e por mais que quisesse ter algo a dizer
para confortá-la, não tinha respostas.

— Calma, Alê. — Víctor deu um beijo em sua bochecha e


suspirou. Ele também queria respostas.

— Christopher era uma pessoa tão amorosa. Eu ainda posso vê-


lo levemente quando está com você, mas não é a mesma coisa.
Nunca pensei que aquela traição o machucaria tanto e arrisco dizer
que o que mais machucou foi a traição de Andrew. Por mais galinha
e inconsequente que ele fosse, Christopher nunca imaginou que um
dia ele faria algo contra o próprio irmão. Acho que é por isso que
hoje ele é tão desconfiado e fechado, não deixa que os outros se
aproximem tanto. Eu estou podendo ver aquele Christopher um
pouco com você, Melanie. Tenho certeza que ele ainda é o mesmo
de antes com você. Eu rezei tanto para que ele encontrasse alguém
que o fizesse mudar o modo de pensar, fico tão feliz que seja você.
— Ela segurou sua mão em cima da mesa e sorriu, tentando não
chorar.
Melanie precisou se segurar para não pedir desculpas a ela. Ela
não era essa pessoa e duvidava muito que um dia ele realmente
encontraria alguém que pudesse amar de verdade ou que o aceitaria
daquele jeito fechado e mandão dele. Duvidava muito que ele
voltaria a ser o mesmo de antes com alguém, principalmente por
causa da grande desconfiança dele em esperar que os outros
acabassem traindo-o. Entretanto, torcia muito por ele e queria muito
que estivesse se enganando sobre isso.

Quando ia dizer algo para ela, Christopher se aproximou, deu um


beijo em sua bochecha e sentou-se novamente ao seu lado.

— Não estavam falando mal de mim, não é? — Ele sorriu.

— Claro que não, amor — Sorriu.

— Ah, acho ótimo — Ele riu.

Alexandra soltou a mão de Melanie e sorriu para ela, que sorriu


também. Em seguida, todos olharam para Ashley que estava
chamando a atenção de todos.

— Agora que todos já comemos. Está na hora de dançar até o sol


raiar! — Ashley gritou no microfone e todos gritaram.

Ela e Arthur se posicionaram no meio da pista e começaram a


valsa dos noivos, mas no meio a música mudou e os dois
começaram a dançar outras músicas animadas, fazendo-os levantar
e baterem palmas animadamente.

Quando eles terminaram a dança, todos se juntaram no meio da


pista também dançando junto com eles a próxima música que
começou. Alguns funks tocavam, Melanie e Ashley dançavam juntas
porque ambas sabiam as coreografias. A ruiva podia ver e sentir o
olhar intenso de Christopher sobre ela, mas tentava não olhar muito,
porque estava queimando todo seu corpo.

O estilo de música mudou indo para POP, ela se assustou


quando sentiu Christopher a abraçando por trás e beijando seu
pescoço.

— Não sabia que minha esposa dançava tão bem — Ele disse
em seu ouvido e Ashley piscou para ela sorrindo e se virou para seu
esposo que estava dançando com Alexandra e Víctor.

Melanie se virou de frente para Christopher.

— Eu sou ótima mesmo. Ganhei muitos concursos quando estava


na escola.

Christopher roçou sua boca na dela, mas sabia que não tinha
necessidade daquilo naquele momento. Então, o que ele queria?

Procurou Evelyn e Andrew com o olhar, mas eles estavam


conversando em um canto da festa sem nem olhar para onde eles
estavam, ou seja, não tinha nada a ver com eles.

— Por que está fazendo isso? — Perguntou, enquanto ele ainda


roçava os lábios nos dela.

— Porque eu quero… — Ele chupou seu lábio — Você.

— Christopher… — Sussurrou.

— Vai negar que está se sentindo atraída por mim?

— Christopher… — Sussurrou.

— Acha que nunca percebi o modo como você me olha na


empresa? O modo como me olhou hoje… Eu estou tentando não me
atrair por você desde o primeiro dia que você pisou naquela
empresa, mas desde que chegamos aqui está ficando cada vez mais
difícil, Melanie.

— Não podemos, Christopher. Isso vai nos prejudicar no trabalho.

— Não vai. Não estamos trabalhando — Ele mordeu o lábio


inferior dela. Seu coração estava tão acelerado quanto o dele, um
frio na barriga a fazia sentir-se tonta.

— Chris… — Ele colou seus lábios antes que ela dissesse mais
alguma coisa e ela não teve forças para se afastar, apenas o permitiu
aprofundar o beijo. E se permitiu sentir todos os efeitos que
Christopher Campbell causava sobre ela.

Deus, aquele era o melhor beijo de sua vida e a mistura do doce


em sua boca de sua bebida destilada e o amargo da cerveja que ele
bebia, tornava tudo muito mais… único. Algo que diferenciava de
todos os outros. As mãos dele percorreram a lateral de seu corpo e
ele colou mais ao seu, enquanto ela envolvia seu pescoço com seus
braços e agradeceu por estar de saltos, caso contrário precisaria
ficar na ponta dos pés para alcançá-lo.

Melanie partiu o beijo e o encarou, sentindo seu rosto inteiro


esquentar e ela sabia que com certeza estava um pimentão. Porém,
seu coração continuava acelerado, ela estava sentindo coisas um
pouco mais abaixo em seu corpo, e ela nunca sentiu esse tipo de
coisa tão rápido assim. Ele mexia com ela de uma forma que ela
nunca havia sentido antes e Melanie não achava isso nada bom.

Do outro lado, ele a queria tanto quanto ela. E chegava a ser


insuportável o modo como ele queria beijá-la outra vez, mas Melanie
o olhava tão assustada que ele não sabia se era certo. Entretanto,
podia ver o brilho em seus olhos e o modo como eles transbordavam
desejo, tanto quanto os dele.

— Você não pode se afastar de mim, Mel. Vão achar estranho. —


Ele disse ao perceber que ela estava prestes a sair correndo dali.

— Então você vem comigo — Melanie o puxou para fora do salão


e foi para um lugar mais afastado, onde ficava a piscina da fazenda.

— O que foi? — Christopher perguntou assim que eles se


sentaram em uma cadeira de tomar sol.

— Não quero que fique me beijando sem motivos.


— Eu não te beijei sem motivos, Melanie. Eu apenas estava
beijando minha esposa.

— Por Deus, Christopher! Eu não quero me envolver com você!


— Ela passou a mão por seus cabelos, enquanto balançava a
cabeça negativamente — Não sou igual a você que se envolve com
várias pessoas e segue a vida normalmente.

— Você nunca se envolveu com alguém apenas por uma noite


em uma balada e depois nunca mais o viu?

— Claro que não! — Ela respondeu, mas o modo como ela corou
e como baixou o olhar para a piscina, o deixou intrigado.

— Meu Deus! Você é… — Sussurrou e ela o encarou, assentindo


com a cabeça.

— Vai rir de mim?

— Eu não sou assim, Melanie — Ele franziu o cenho — Eu não


julgo as pessoas por isso. Você nunca namorou?

— Já. E foi por isso que ele me deixou, eu não me sentia pronta
para isso e após três meses ele me deixou. Claramente só queria me
comer. Eu sou daquelas meninas que acha que tem que ser com a
pessoa certa, que eu olhe nos olhos dele e sinta que eu não vou me
arrepender depois.

— Mas você nunca fez nada? — Ela negou com a cabeça e ele
mordeu o lábio — Você precisa se conhecer, Melanie. Você é linda e
muito sexy.

Ele não queria dizer, mas uma vez ouviu Melanie conversando
com alguém no telefone e se sentiu mal pelo modo como ela se
descrevia. Ela não se sentia linda e muito menos atraente, e aquilo
para ele era um absurdo.

— Não quero mais falar sobre isso.


— Me deixe apenas te beijar? Eu não seria tão estúpido de ser
um idiota com a melhor secretária que eu tive em todos esses anos.

— Chris… — Ela suspirou.

— Por favor… Só vamos fazer o que você quiser. — Ele


sussurrou e ela fechou os olhos. Não conseguia dizer não.

Ele a beijou novamente, dessa vez muito mais lento do que dá


primeira vez. Ele queria fazê-la sentir cada sensação que ele estava
sentindo desde que a beijou pela primeira vez, há minutos atrás. Ele
estava assustado, mas aquilo era incrivelmente bom.

Christopher não diria a Melanie, mas naquele momento ele sentiu


que deveria mostrar a ela o quão linda e sexy era. Fazê-la se amar
mais do que qualquer coisa, enxergá-la como realmente era. Linda,
adorável e sexy. E ele faria de tudo para conseguir.

Só não sabiam como tudo ficaria depois entre eles e era esse o
medo de ambos. Mas o desejo era maior.
Capítulo Sete
Quando Melanie acordou sentiu-se totalmente arrependida de ter
enchido a cara na noite anterior. Sua cabeça estava quase
explodindo, sua boca estava com um gosto amargo e a garganta
estava seca, sem contar o enorme enjoo que ela sentia, tudo o que
queria saber era como chegaria no banheiro sem vomitar antes.
Olhou para Christopher que dormia abraçado a ela, se desvencilhou
de seus braços e saiu da cama lentamente, para não o acordar. Já
não bastava ter beijado seu chefe a noite inteira, ele vê-la vomitando
seria o cúmulo para ela.

Respirou fundo e caminhou até o banheiro tentando não colocar


tudo para fora, fechou a porta e antes que pudesse tentar respira
fundo novamente, já estava debruçada no vaso colocando tudo para
fora.

Deus, como ela odiava vomitar.

Isso a remetia à época da adolescência, quando o cara que ela


era "apaixonadinha" disse que ela era gorda demais para ele.
Melanie não pesava nem cinquenta quilos, mas mesmo assim,
começou a nutrir bulimia. Foi uma das piores épocas de sua vida e
hoje ela tinha trauma de vomitar, porque era o que ela mais fazia
naquela época.

Suspirou, apoiando seu braço no vaso e se sentou no chão,


fechando os olhos e encostando a testa no braço. Melanie se
concentrou em respirar fundo, para não vomitar mais. Vomitar a fazia
sentir mais vontade de vomitar, pelo fato de estar vomitando. E ela
odiava isso.

— Melanie? — Ouviu duas batidas na porta — Você está bem?

— Estou, Christopher — Ela respondeu, meio fraca, o que não


passava firmeza no que ela havia acabado de responder.
— Está vomitando? — Ele perguntou e ela ergueu a cabeça.

— Bebi demais ontem.

— Quer ajuda?

— Você não é obrigado a me ver desse jeito.

— Para com isso, Melanie.

Ela abaixou a cabeça novamente e após alguns segundos ela


sentiu alguém do seu lado.

— Mas o que… — Ela levantou a cabeça e viu Christopher se


ajoelhando ao seu lado. Ele a olhava preocupado e aquilo a
confortou de certa forma.

— Você não trancou a porta, Mel.

— Me deixa sozinha. — Ela suspirou. Se sentia tão mal por ter


vomitado, que não queria que ele a visse daquela forma. Era algo
psicológico, como se fosse um trauma, vomitar a remetia ao passado
e lembrar o passado a deixava totalmente vulnerável.

— Não vou deixar você sozinha, Melanie. Eu vou cuidar de você


e não há nada que você possa me dizer para mudar de ideia. —
Disse firme e ela suspirou.

— Tudo bem.

— Vou te dar um banho.

— Você não vai me ver pelada! — Ela alterou o tom de voz.

— Você não precisa ficar sem roupa, é só ficar com suas roupas
íntimas. E isso você sabe que eu já vi.

—Christopher! — Ela disse indignada e ele riu.


— Se quiser eu saio.

Melanie negou com a cabeça. Ela sentia-se fraca demais para se


manter em pé sozinha. Então, ele a ajudou a se levantar, abaixou a
tampa do vaso e colocou-a sentada para tirar sua blusa. Ele se
surpreendeu ao ver que ela não estava de sutiã, e ela corou.

— Não durmo de sutiã. — Ela disse, extremamente corada — E


como você já viu meus seios ontem… — Encolheu os ombros, se
referindo à quando ele entrou no quarto.

— Tudo bem — Ele sorriu mordendo os lábios.

Depois, ele tirou o short e a levantou para colocá-la no chuveiro,


mesmo sem entender o porquê dela estar tremendo e tão vulnerável
assim. Entrou junto com ela para poder segurá-la.

Enquanto a segurava em um braço, abriu o chuveiro com o outro


e não se importou em molhar sua roupa. Naquele momento ele
apenas sentia uma grande necessidade de cuidar dela. Segurou-a
embaixo do chuveiro fazendo a água morna a molhar totalmente, ele
passou a mão pelos cabelos molhados dela para colocá-los para
trás.

— Acho que consigo ficar em pé sozinha — Melanie disse


percebendo a dificuldade dele para pegar o sabonete e a bucha.

— Certeza?

— Acho que sim.

Ele a soltou devagar e ela tentou ignorar como seu corpo reagiu
negativamente a falta de contato com o calor do corpo dele. Quando
ele se afastou, ela constatou que realmente tinha forças para ficar
em pé. Christopher a encostou na parede e ela fez careta com o
contato entre suas costas e o gelado da parede. Porém, foi
Christopher começar a ensaboa-la, que Melanie prendeu sua
respiração. Apesar da situação que ela estava, aquilo a deixava
nervosa.
Christopher também lavou seu cabelo, enquanto ela estava
sentada no chão. Aquela atenção e cuidado a deixou confusa e o
medo de acabar confundindo tudo cresceu. Ela não queria ter seu
coração partido por seu chefe, principalmente porque depois não
poderia simplesmente pedir demissão e perder o ótimo emprego e
salário que tinha. O arrependimento pela noite anterior a acertou
como um soco, mas ela não teve coragem de tocar no assunto,
porque falar a fazia querer vomitar novamente.

Quando ele terminou, a levou para o quarto e após ela se cobrir


com a coberta e trocar a calcinha molhada que vestia, ele colocou
uma camisa sua nela para a deixar mais confortável e secou seus
cabelos. E antes dela dormir, também a trouxe algumas torradas e
suco de laranja para que ela pudesse tomar o remédio e dormir um
pouco. Melanie podia jurar que pouco antes de pegar no sono, sentiu
um beijo em sua testa, mas não se atreveu a abrir os olhos.

Quando acordou, sentou-se na cama e suspirou passando a mão


por seu rosto e olhando em volta o quarto com pouca luz. Seu enjoo
tinha passado e ela sentia muito mais aliviada.

Pegou seu celular em cima da mesinha e arregalou os olhos ao


ver que já passava das três da tarde. Ela se levantou e ao lembrar
que estava com a camisa de Christopher, não pôde deixar de sorrir.
Ele havia cuidado dela com tanto carinho, que ela não sabia se
poderia lidar com isso. Não queria se apaixonar. Na verdade, não
queria nem sentir a atração forte – que no caso, já sentia – por ele.
Tinha tudo para dar errado e ela acabar com o coração partido,
enquanto ele estaria fodendo com várias outras garotas por aí.
No fundo, Melanie queria ser mais mente aberta com Megan, que
nunca teve problemas com isso, pelo menos não até onde ela sabia.
Ela apenas queria aproveitar essa situação toda sem sentir que a
cada toque e beijo ela estava se entregando um pouco. Não podia…
não deveria.

Mas, não conseguia dizer não.

Não conseguia simplesmente olhar nos olhos dele e dizer que


não queria mais que aquilo se tornasse algo além de um falso
casamento e falsas trocas de carinhos e selinhos apenas na frente
dos outros, porque estaria mentindo. Ela o desejava e o queria muito,
mas não queria se machucar. E para ela, isso seria inevitável.

Por Deus, até o fim daquela viagem ela sentia que iria
enlouquecer!

Melanie espantou os pensamentos que martelavam em sua


cabeça e acendeu a luz para pegar uma roupa sua em sua bolsa.
Ouviu a porta abrir e se virou para olhar, encontrando Christopher
apenas de bermuda que sorria lindamente para ela.

Seu coração acelerou.

— Está melhor, Mel?

— Sim — Ela sorriu.

Ele fechou a porta e foi até ela, abraçando-a por trás e dando um
selinho demorado em seus lábios.

Naquele momento ela pensou mais uma vez em dizer que não
poderia continuar com isso e ela quase disse, mas ele a virou e
beijou-a tão carinhosamente que todas as palavras se evaporaram
de sua cabeça.

A mão de Christopher entrou por baixo da camiseta que ela


usava e ele acariciou as costas dela, causando arrepios até onde ela
nem imaginava que podia sentir. Ele era sua perdição, tinha certeza
disso.

— Chris… — Ela sussurrou quando ele a pegou no colo, mas não


conseguiu continuar quando ele voltou a beijá-la. Sentiu seu corpo
ser deitado na cama e enroscou suas pernas no quadril dele
enquanto sentia a mão dele percorrer todo seu corpo e causar
sensações desconhecidas por ela até então, mas tão boas que a
fizeram ofegar.

Ele desceu seus beijos até o pescoço e subiu um pouco mais a


blusa dela, mantendo suas mãos dos dois lados do corpo dela, em
sua cintura. Melanie arfou, apertando seu ombro. Ele podia sentir
cada centímetro de sua pele implorando por cada centímetro do dela,
mas sabia respeitar que ela não estava preparada naquele momento.
Não queria assustá-la e consequentemente afasta-la.
Definitivamente, aquilo não era o que ele queria.

Quando ele ameaçou subir mais a blusa dela, Melanie arregalou


os olhos. E ele a beijou novamente, antes de colar suas testas.

— Não irei fazer nada que você não queira, Mel — Ele disse
olhando em seus olhos e ela suspirou, assentindo com a cabeça.

— Podemos descer? Estou com fome. — Ela disse baixinho.

Não fazer o que ela não queira... Para Melanie, era aí que estava
o problema! Ela estava excitada e tinha medo do que queria.
Principalmente pelo fato de não ter experiência em nada.

— Tudo bem — Christopher suspirou — Mas antes quero que me


responda porque estava daquele jeito hoje de manhã. Aquilo não
podia ser apenas ressaca, você estava muito afetada.

A ruiva suspirou e o olhou nos olhos. Podia confiar nele, ela


sentia isso.

— Quando eu era adolescente gostava de um garoto. Quando ele


ficou sabendo, me humilhou na frente de seus amigos dizendo que
jamais ficaria comigo porque eu era gorda demais. Sendo que eu
não pesava nem cinquenta quilos na época, Christopher! Aquele
garoto fodeu o meu psicológico, principalmente pelo fato de eu ter
baixa autoestima. Então, eu comecei a comer compulsivamente e
depois vomitar tudo. Simplesmente porque eu só conseguia
descontar minhas frustrações na comida. Eu cheguei a pensar quase
quarenta quilos nessa brincadeira, não me sentia bonita de jeito
nenhum e não acreditava quando os outros dizia que eu estava
magra demais. Até o dia que eu desmaiei e precisei ir para o
hospital. — Os olhos dela se encheram de lágrimas e ele beijou sua
testa — Ver meu pai com grandes olheiras e sem sair de perto de
mim um segundo sequer, fez com que eu me sentisse péssima.
Desde então parei, mas minha autoestima nunca foi das mais altas.

— Mas você é linda, Melanie. — Christopher disse sério e


Melanie mordeu seu lábio para não sorrir. Não que ela acreditasse
totalmente nas palavras dele, mas aquilo fez seu coração acelerar
novamente.

— Obrigada.

— Não estou falando por falar, Melanie. Você é linda e com todo
o respeito, muito gostosa — Ele disse piscando e ela riu, dando um
tapa no braço do mais velho em seguida — Estou falando sério.
Você precisa se amar e se ver como eu a vejo, uma mulher incrível,
linda, sexy, muito competente, pelo que vejo uma ótima amiga e
posso dizer com toda certeza que secretária também. A própria
mulher maravilha — Ele disse rindo e ela lhe deu outro tapa — Ai!
Isso dói, viu?

— Eu sei — Ela mostrou a língua.

— Quem mostra a língua, pede beijo.

— Eu sei — Ela sorriu e ele não pôde deixar de beijá-la outra vez,
mas com tanta intensidade que nem ele sabia dizer o que estava
sentindo naquele momento. Ele estava cada vez mais encantado por
Melanie, mas diferente dela, ele não se preocupava tanto com o que
poderia acontecer, porque não acha que um dia voltará a se
apaixonar por alguém. Pelo menos, é o que ele espera.
Capítulo Oito
Na segunda todos voltaram para casa, exceto Christopher e Melanie.
A garota não entendeu muito bem o porquê de ele não querer voltar
junto com todos, mas não quis confrontá-lo. Porque apesar de estar
insegura do que poderia acontecer, seu corpo inteiro queimava
quando estava com ele. E ela gostava dessa sensação.

Desde o casamento, todas as noites eles ficavam se beijando até


altas horas, mas ele nunca passava dos limites. Isso a fazia confiar
cada vez mais nele.

— Quero te levar em um lugar, Mel. — Christopher disse, sentando-


se ao lado dela no sofá.

— Que lugar? — Ela perguntou.

— Um lugar que eu adorava ir quando queria ficar sozinho aqui.

— Certo.

— Então vamos?

— Agora? — Ela arregalou os olhos.

— Agora.

— Tudo bem. — Ela deu de ombros e ele se levantou juntou com ela.
Melanie o observou enquanto ele ia até a mesa e pegava uma cesta.

— Faremos um piquenique! — Ele disse sorrindo e ela não pôde


evitar um sorriso também.

— Adoro piqueniques! — Ela disse animada e então eles saíram dali.

Christopher disse que iriam a pé, pois o local não ficava muito longe
dali. Melanie o acompanhou enquanto observava tudo ao seu redor,
ela gostava do clima dali. Trazia uma paz e calmaria que não era
encontrado onde eles moravam.

Na cidade, tudo se resumia a pressa. Trânsito, buzinas incessantes,


pessoas xingando, outras pessoas que andavam com pressa e
pareciam que iriam explodir só porque você esbarrou nelas ou
porque você não está com tanta pressa e está andando devagar. Era
tudo muito estressante. A fazenda era todo o oposto disso e ela
gostava.

O caminho todo foi feito em silêncio, principalmente porque Melanie


estava com o pensamento longe. Naquele dia ela estava tão
distraída, que em questão de segundos se perdia em seus
pensamentos, e isso estava ocorrendo o tempo todo. Talvez, porque
ela estava mais pensativa do que o habitual naquele dia.

Quando Melanie avistou um pequeno lago com águas cristalinas e


uma grande árvore perto sorriu. Ela adorava esses lugares quando
era mais nova. Na época que morou com sua avó, vivia indo nos
finais de semana para o sítio dela, onde aproveitava cada espacinho
daquele lugar. O seu lugar preferido para ficar era o pequeno lago
que tinha ali, onde ela molhava os pés e ficava refletindo sobre as
coisas que aconteciam. Ela sentia saudades daquele tempo e ver
aquele laguinho ali, a trouxe uma grande sensação de paz e
conforto. Porém, trouxe também saudades de sua avó.

— Então, o que achou? — Christopher perguntou quando viu


Melanie sorrir.

— Eu amei! Amo esse tipo de lugar! Traz uma paz tão boa — Ela o
encarou. Ele estava sorrindo assim como ela, e por alguns segundos
ela se perdeu no sorriso dele em como ele era lindo.

Escutava tantas coisas a respeito dele na empresa, que jamais


imaginou que um dia estaria com ele à beira de um lago fazendo
piquenique. As mulheres de lá sempre o descreveram como durão,
sem coração, que tudo se resumia a sexo, e que ele não se
importava com ninguém além dele. Entretanto, não era esse
Christopher que Melanie estava conhecendo. Ela não sabia dizer se
ele era desse jeito apenas com ela, mas claramente ele estava muito
longe de ser aquele homem que as pessoas descreviam. Isso a
deixou feliz, porque apesar de tudo, ele sempre foi um bom chefe
para ela, nunca houve desrespeito ou implicância. Muito pelo
contrário, ele sempre foi de elogiá-la e deixar claro que ela era a
melhor secretária que já tivera em todos os anos de empresa. Isso
sempre a deixou muito animada e motivada a ser cada vez melhor,
ela se empenhava nisso e todos os esforços nunca passaram
despercebidos por ele.

Melanie ajudou Christopher a estender a toalha sobre a grama e


folhas caídas da grande árvore e colocou a cesta em cima da toalha.
Os dois se sentaram um de frente para o outro e colocaram as
coisas em cima também. Tinha bolo, uma garrafinha de suco de
laranja, maçãs, bananas, barras de chocolate e algumas
bolachinhas.

A ruiva não se lembrava da última vez que tinha feito um piquenique,


mas estava animada. Ela amava essas coisas.

— Pelo brilho no seu olhar e sua empolgação, dá para ver o quanto


você realmente gosta de piqueniques — Ele disse sorrindo.

— Amo mesmo! Fazia muitos com minha avó. Nós fazíamos todas
as guloseimas e depois íamos para algum lugar do sítio fazer
piqueniques ou quando estávamos na cidade, íamos a um parque.

— Eu fazia isso muito com meus pais também. Nós cinco ficávamos
o dia inteiro aqui conversando sobre diversos assuntos, brincando e
nadávamos também. Era muito bom, Ash vivia grudada em mim,
éramos muito apegados — Ele dizia olhando para o lago e sorrindo,
se lembrando de tudo — Sinto falta daquela época, éramos todos
muito unidos.

— Deveriam voltar a ser, Christopher. Apesar de tudo, ainda é sua


família.
— Andrew nunca tentou se desculpar, Melanie. Não realmente. Ele
apenas me disse que essas coisas aconteciam e não tinham como
controlar, ele disse que foi mal, mas não tinha como levar aquele
pedido a sério, porque ele estava bêbado. — ele revirou os olhos e a
encarou — Eu sei que errei em me afastar de todos por um erro que
Andrew cometeu, mas foi o único jeito que eu consegui lidar com a
dor que eu senti na época.

— O que mais lhe doeu foi a traição de Andrew, não foi? —


Perguntou, observando-o atentamente.

— Claro, Mel — Suspirou — Ele é meu irmão. Por mais galinha e


cafajeste que ele fosse, eu nunca imaginei que um dia ele seria
capaz de me fazer algum mal. Eu sempre o defendi, me meti em
brigas por causa dele! Talvez por eu ser o mais velho sempre tive
esse instinto protetor, mas mesmo assim, ele é meu irmão! Eu jamais
seria capaz de fazer algo contra ele, mas Andrew não pensou duas
vezes antes de fazer comigo.

— E se ele tivesse se desculpado, acha que mudaria alguma coisa?

— Não sei... Talvez. Acho que eu não estaria mais magoado com a
situação. Não sei se as coisas voltariam a ser como antes, porque eu
jamais confiaria nele de novo do mesmo jeito que não confio hoje.

— Entendo — Eles se encararam por algum tempo em silêncio e


Christopher se aproximou mais para beijá-la. Não queria mais falar
desse assunto e sim aproveitar aquele momento. O beijo era tão
delicado, que qualquer pessoa que visse diria que eram um casal
apaixonado. Ele acariciava a bochecha dela com o polegar durante o
beijo e ela estava com as mãos sobre o ombro dele.

O coração de Melanie sempre acelerava quando ele a beijava, de


uma forma que ela nunca tinha sentido antes. Além disso, parecia
que tinha borboletas em seu estômago e no exato instante que ele a
beijava, elas davam sinal de vida. Apesar de ser assustador essa
sensação para ela, a ruiva gostava tanto disso que temia sentir falta
quando tudo voltasse ao normal.
Ela não queria e não podia se apaixonar por ele.

Já ele não pensava muito sobre isso. Na verdade, as palavras paixão


e amor estavam fora de seu vocabulário a muito tempo e por ele
continuaria assim pelo resto de sua vida. Estava muito bem assim.
Entretanto, a única coisa que ele pensava era que gostava muito de
ficar com Melanie e conversar com ela. Gostava do quanto ela era
inteligente e o modo como ela pensava. Nem sempre ela era
racional, às vezes agia com a emoção e isso estranhamente o
encantava.

Quando ele partiu o beijo, a encarou.

Não que ele já não fosse suficientemente encantado por ela. Na


verdade, estava encantado até demais, pelo medo como ela sorria,
como defendia com unhas e dentes aquilo que acreditava, como ela
ficava tão concentrada quando ele ou qualquer outra pessoa
conversava com ela, o modo como ela ficava linda quando estava
com o pensamento longe ou como parecia uma criança quando
estava empolgada com algo. Quando ela estava brava e dizia tudo o
que pensava. Céus, eram tantas qualidades que ele poderia citá-las
por dias e sempre haveria uma nova.

— Por que está me olhando assim? — Ela estava com as bochechas


coradas.

— Porquê você é linda, Mel. — Ele sorriu ao vê-la ficar ainda mais
vermelha e a beijou mais uma vez.

Melanie se sentou em seu colo com uma perna de cada lado do seu
corpo e passou os braços por seu pescoço. Christopher colocou as
mãos na cintura dela e apertou-a quando Melanie se mexeu sobre
seu membro, que estava dando sinais de vida.

— Christopher — Ela disse entre o beijo.

— Está tudo bem, Mel. Nós não vamos fazer nada que você não
queira — Ele disse olhando em seus olhos e a ruiva assentiu,
voltando a beijá-lo.

Ele queria ir com calma também, queria mostrar todos os prazeres


que poderia proporcionar a ela. Um por um, de cada vez. Fazê-la
descobrir sensação por sensação, mas com calma. E então, por fim,
se ela permitisse, fazê-la sentir tudo junto.

Christopher colocou a mão por debaixo da blusa de Melanie e


passou a mão pelas costas dela, que estava sem sutiã. Sua pele era
quente e macia, e se arrepiava ao seu toque. Ele foi subindo sua
blusa aos poucos, caso ela não quisesse, pararia. Melanie não parou
o beijo e não deu nenhum sinal de que não estava gostando daquilo,
enquanto ele continuou.

Christopher colocou a mãos nos seios de Melanie, que preenchiam


sua mão, ele os apertou levemente e ela se remexeu sobre seu pau,
mas não partiu o beijo. Ele continuou com as mãos ali e
massageando seus seios.

Ele cessou o beijo e desceu para o pescoço dela, dando beijos


molhados por ali e descendo para seu colo, chegando finalmente nos
seios dela. Christopher a olhou, como se pedisse permissão e ela
apenas assentiu com a cabeça, extremamente vermelha enquanto
mordia os lábios. Uma cena adorável e sexy para ele. Então ele
passou a língua pelos seios dela, circulando o bico, chupou-os e ela
arfou, apertando os ombros dele. Enquanto ele chupava um,
massageava o outro.

Melanie começou a rebolar contra o membro dele por cima da calça,


e gemeu baixo com a sensação do atrito junto com a boca de
Christopher em seu seio. Quando ele apertou um pouco mais o seio
dela, Mel percebeu que aquilo também era prazeroso para ele, o que
a deixou ainda mais excitada.

Ele empurrou as coisas que estavam em cima da toalha para o canto


e deitou Melanie ali, ficando por cima dela, que estava ainda mais
ofegante. Christopher voltou a beijá-la e as mãos que estavam em
seus seios desceu por sua barriga até seu short, abriu o botão e o
zíper. Em seguida colocou a mão por dentro do short e da calcinha,
sentindo a pele quente e úmida de Melanie. Ele a olhou, era
perceptível o quanto ela estava nervosa com aquela ação dele.

— Quer que eu pare? — Perguntou, olhando-a nos olhos.

— Não. — Ela disse baixo e ele sorriu, voltando a beijá-la.

Melanie estava tão molhada, que levou Christopher a loucura. Ele


começou a fazer movimentos circulares com os dedos no clitóris dela
que pareceu perder o ritmo do beijo ao sentir aquele atrito em sua
intimidade. Ela não esperava que aquilo fosse tão bom, mesmo com
tantos relatos de sua melhor amiga. Sentir aquilo era muito mais
intenso.

— Christopher — Ela gemeu entre os lábios dele, fazendo-o sorrir e


aumentar um pouco mais os movimentos. Ela fechou os olhos e ele a
observou enquanto a proporcionava prazer.

Melanie rebolava contra a mão dele, enquanto gemidos baixos saíam


de sua boca e ela mordia seus lábios para evitar alguns. Aquela era
a cena mais sexy que Christopher já tinha visto. Ele voltou a
depositar beijos molhados pelo pescoço dela que arranhou as costas
dele, ainda rebolando contra sua mão.

Melanie sentiu espasmos por todo seu corpo, enquanto um arrepio


intenso percorria todo ele. Ela arranhou Christopher ainda mais forte
e gemeu alto, porque parecia que a sensação havia triplicado. Céus!
Isso era um orgasmo? Era maravilhoso, ela pensou.

Christopher foi cessando os movimentos aos poucos e a beijou mais


uma vez. Sabia que passar dessa linha seria demais para ela
naquele dia e estava feliz em ter mostrado a primeira parte de
prazeres que ela poderia a proporcionar.

— Isso foi tão… — Ela suspirou — Bom.

— Você deveria se proporcionar esse prazer quando ter vontade.


Sabe que pode, não é?
Melanie assentiu, tentando não demonstrar a vergonha que estava
sentindo naquele momento. O que foi em vão, porque ela estava
muito vermelha.

— Tenho muito mais para te mostrar, Mel. Esse é só o começo.


Porém, iremos devagar, no seu tempo — Ele sussurrou no ouvido
dela, causando um arrepio em seu corpo e sua intimidade se
contraiu.

Ela não queria admitir, mas se sentiu extremamente ansiosa por


aquilo.
Capítulo Nove
Na terça-feira, eles voltaram para a casa após o almoço. Mais
uma vez Melanie dormiu grande parte do trajeto. Sua cabeça estava
uma grande bagunça nas últimas vinte e quatro horas e a única
solução que ela achou para não pensar mais nisso, era dormir.

O modo como Christopher era carinhoso com ela, como ele a


beijava, tocava, olhava e se importava estava a deixando muito
confusa. Até porque, de acordo com os relatos das outras mulheres
da empresa, ele não era assim. Então por que com ela estava agindo
diferente?

Será que ele realmente se importava com ela? Do medo que ele
tinha dela se demitir ela sabia, pois ele nunca escondeu. Antes
mesmo de toda essa loucura, Campbell sempre fora apenas elogios
para ela. Mas nunca houve segundas intenções e apesar de sua
inocência, ela com certeza saberia diferenciar um olhar de admiração
de um olhar cheio de segundas intenções, Megan sempre lhe deu as
melhores aulas sobre essas questões. Então, ela tinha certeza que
nunca houve segundas intenções da parte dele, e que esse desejo
que ele nutria por ela só podia ter começado após essa proposta
maluca dele ou pelo menos ele nunca deixou transparecer.

O problema era que Melanie não via motivos para ele se sentir
atraído por ela. Não quando ele vivia em um mundo cheio de luxo e
mulheres lindas, magras, impecáveis e bem-sucedidas. Era assim
que ela pensava, e era exatamente isso que questionava para si
mesma quando estava ao lado dele na cama e não conseguia
dormir.

Quando chegaram, Christopher a acordou dando um beijo em


seu rosto. Involuntariamente, ela passou os braços pelo pescoço de
Christopher e o beijou. Ela gostava tanto do beijo dele e da sensação
que isso a causava, que se pudesse o beijaria o tempo todo.
Depois de alguns minutos, eles desceram do carro e após
Christopher pegar as pequenas bolsas dos dois, eles entraram na
casa. Melanie abriu a porta para que Christopher passasse na frente
e então se assustou quando ouviu um grito feminino vindo da sala.

— Ai meu Deus! Chris! — Era uma voz enjoada e agoniante, que


Melanie não tinha escutado até então.

Quando ela fechou a porta e se virou, pôde ver uma garota alta
abraçando Christopher exageradamente, em sua opinião. Ele
retribuía o abraço e ela franziu o cenho tentando entender quem era
aquela garota.

— Essa é Natasha, prima de quarto grau do Christopher, Mel. —


Alexandra disse sorrindo e a ruiva precisou forçar um sorriso
também.

Só então a garota alta notou Melanie e quando se afastou, sorriu


para a ruiva e não querendo ser implicante, mas Melanie jurava que
aquele era o sorriso mais falso que ela já tinha visto em toda sua
vida.

— Você cresceu, Nat! — Christopher disse sorridente e puxou


Melanie para perto — Essa é minha esposa, Melanie.

— Prazer — Melanie a cumprimentou com dois beijinhos e mais


uma vez ela jurava que viu um sorriso falso de Natasha no rosto, que
pareceu murchar um pouco quando Christopher disse esposa.

— O prazer é todo meu, Melanie! Eu nem sabia que o


Christopher tinha se casado.

— Somos muito reservados — Melanie disse respondeu ainda


forçando o sorriso.

Ela sentia que aquela garota cheirava a problema, o modo como


ela olhava descaradamente para Christopher, só a fazia comprovar
que aquela garota estava louca para cometer um incesto com o
primo mais velho.
— Amor, vamos guardar as bolsas no quarto? — A ruiva disse e
ele assentiu. Pedindo licença e seguindo-a para o andar de cima.

Melanie tentou se segurar de todas as formas para não perguntar


algo, mas assim que fechou a porta, sua língua parecia não caber de
dentro da boca.

— Não vi ela no casamento — Disse e se jogou na cama.

— Ela estava em Paris desfilando. Não sabia que viria agora. —


Ele colocou as bolsas em um canto e se deitou ao lado da ruiva —
Éramos muito próximos quando ela era mais nova, ela era muito
apegada a mim e vivíamos brincando. É como se fosse minha
irmãzinha mais nova, já que ela é mais nova que a Ash.

Melanie se segurou para não revirar os olhos. De acordo com os


olhares dela, de todas as coisas que Natasha poderia considerar
Christopher, irmão era a última delas. A garota só faltava gritar que
queria ficar com ele e concluiu isso em apenas cinco minutos que a
viu. Entretanto, eles não tinham nada sério e ela não queria que ele
pensasse que estava incomodada com a situação. Aquilo era só
curtição e nada mais, não é?

— Entendi — Deu de ombros. Ele a puxou para cima dele e a


beijou. Naquele momento, Melanie se perguntou como era possível
que um simples beijo dele pudesse deixa-la totalmente vulnerável a
ele e esquecer todas as coisas que se passavam em sua cabeça.
Aquilo estava se tornando cada vez mais preocupante, mas ela não
estava nem um pouco disposta a parar agora.

Christopher subiu a blusa dela lentamente, enquanto tocava sua


pele levemente causando-a os recorrentes arrepios que se
espalhavam pelo corpo todo. Ele sentia-se cada vez mais viciado nos
efeitos que causava nela e vice-versa, ele nunca se sentira assim.
Nem mesmo quando estava com Evelyn. Mas não se preocupava
como a ruiva que estava beijando, talvez até mesmo porque não
percebesse de fato tudo isso que estava acontecendo.
— Christopher — Ouviram batidas na porta e pararam o beijo
rapidamente — Preciso de sua ajuda, filho. — Era Alexandra.

— Estou indo, mamãe — Christopher respondeu tentando


esconder a frustração.

— Obrigada — Ela respondeu e puderam ouvir quando ela se


afastou. Melanie saiu de cima dele e se sentou na cama, tão
frustrada quanto o loiro.

— Você vai descer comigo? — Ele disse se levantando da cama.

— Vou apenas tomar um banho antes.

— Tudo bem. — Ele deu um selinho nela e saiu do quarto,


deixando uma Melanie totalmente ofegante e com sentimentos
confusos.

Ela não queria gostar dele, não podia. Por mais repetitivo que
isso possa soar, era apenas a maior preocupação dela naquele
momento. Gostar de alguém que não quer ter um relacionamento
sério é pedir para sofrer, ela sabia bem disso. Entretanto,
simplesmente perdia seu autocontrole quando estava com
Christopher. Um simples sorriso já fazia seu coração acelerar e a
cada toque ela estava cada vez mais vulnerável a ele. O problema
era que essa viagem e esse “casamento” tinham prazo de validade,
após toda essa loucura acabar ela continuaria sendo apenas Melanie
Fisher, a secretária e Christopher seria somente seu chefe. Como
olhar para ele após ter trocado tantas carícias? Como seguir uma
relação profissional sendo que ela já gozou nos dedos dele?

Pensar naquilo naquele momento a fez rir, mas ela sabia que era
puro nervosismo e desespero. Nunca soube lidar com sentimentos e
agora estava mais encrencada do que antes. Sabia que não
conseguiria se afastar e que muito provavelmente curtiria uma boa
fossa quando voltasse para a casa. Mas, se ele propor continuar com
essa relação quando voltarem — o que duvidava muito — não
saberia como dizer não e tudo com certeza iria de mal a pior.
Definitivamente, ela não sabia lidar com tudo aquilo.

Naquele momento Melanie constatou que estava mais ferrada do


que imaginava e esse pensamento foi o que a atormentou durante o
longo banho que tomou.

Quando ela terminou seu banho e colocou um vestido curto


florido e rodado, porque estava mais calor do que no dia anterior.
Penteou os cabelos, prendendo-o em um rabo de cavalo. Ela saiu do
quarto preparando-se para a aguentar a Natasha, que já imaginava
que a falsidade ali transbordaria.

Assustou-se quando deu de cara com Evelyn que saía do


banheiro que ficava de frente para o quarto, elas se cumprimentaram
com um aceno. Evelyn olhou para a escada e se aproximou de
Melanie.

— Posso falar com você rapidinho, Mel? — Ela disse baixo e


olhava o tempo todo para a escada.

— Claro. — Franziu o cenho.

— É sobre Natasha. Eu não sei se você teve tempo de conhecê-


la mesmo, ficar mais de cinco minutos com ela. Então talvez você
não tenha percebido, mas quero de deixar alertada que essa garota
é uma cobra! Desde a época que eu estava com Christopher, ela
dava em cima dele. Naquela época era ainda pior, porque ela
sempre dava um jeito de sentar no colo dele, se aproveitando do fato
dele a considerar uma irmã e Ashley fazer o mesmo. Eu realmente
não sei como Christopher nunca percebeu as segundas, terceiras e
quartas intenções dela, mas ele realmente é um tapado que não vê
maldade em nada quando se trata dela. Ela já começou a atacar e
eu a ouvi falando com alguma amiga sobre realmente tentar algo
com ele, ou seja, ela quer dar o bote. Ela é totalmente patética! —
Revirou os olhos — Eu gosto de você, Mel. Por isso estou alertando
para que fique de olho nela.
Melanie estava realmente surpresa, não pelos alertas sobre
Natasha, porque ela já tinha percebido a “placa” que ela tinha
pendurada no pescoço piscando em luzes de neon rosa “Me come,
Christopher!”. Esse não seria o problema se ele não estivesse
“casado”, onde estava o respeito? E como ele podia ser tão tonto a
ponto de não ver as reais intenções da garota? Homens eram tão
lerdos que às vezes sentia vontade de dar uns bons petelecos na
cabeça para ver se acordam para a vida.

— Passei cinco minutos com ela e percebi até às décimas


intenções dela. — A ruiva revirou os olhos — Pode ter certeza que já
estou de olho e deixarei bem claro para ela com quem Christopher
está e se preciso vou falar com Christopher também.

— Boa sorte com isso, porque eu já tentei e ele dizia que eu


estava vendo coisas, porque ela sempre disse que o considerava um
irmão mais velho, que ela apenas agia como Ashley age. Porém, eu
não vejo Ashley o comendo com os olhos e ela sentar no colo do
irmão não é nada demais, Christopher sempre a mimou tanto. Ele é
o grande herói dela, depois do Víctor. Ashley sofreu muito quando
ele foi embora.

— Eu realmente percebi como os olhos dela brilharam quando viu


Christopher no aeroporto — Sorriu — Mas voltando a Natasha, se
preciso eu darei uns petelecos na cabeça dele para ver se ele
acorda. E ela, você pode deixar comigo. Muito obrigada por vir falar
comigo.

— Eu que agradeço por não me tratar mal apenas pelo que


aconteceu no passado. Para mim isso é passado, eu amo Andrew e
estou feliz com ele. Só queria tentar me desculpar, mas Christopher
não quer falar comigo.

— Um dia ele irá te ouvir, mas acho que a mágoa que ele tem,
principalmente de Andrew, acaba atrapalhando tudo, sabe?

— Sim — Ela suspirou — Vamos descer?


— Vamos — Sorriu e a seguiu até o andar de baixo.

Foram para a cozinha onde todos estavam e assim que entraram


Melanie teve que se segurar para não revirar os olhos com aquela
cena patética de Natasha pedindo a ajuda de Christopher para cortar
alguns legumes. Ela tocava nele a cada cinco segundos e sempre se
roçava nele. Por Deus, ele era tonto ou o que? Como não conseguia
perceber as intenções dela?

Olhou para Evelyn que revirou os olhos e negou com a cabeça.


Isso seria mais insuportável do que Melanie imaginava. Christopher
quando a viu sorriu para ela e Melanie forçou um sorriso também,
para não voar no pescoço dele. Como podia ser tão tapado?

Natasha continuava roçando e tocando-o insistentemente e


Melanie não encontrava um bom motivo para afastá-lo dela. Isso
estava deixando-a nervosa e ela sentia-se mais nervosa ainda por
estar nervosa.

— Natasha, pode me ajudar com essas massas? — Evelyn pediu


e Natasha fechou a cara, quase negando o pedido da loira.
Entretanto, abriu mais um de seus sorrisos falsos e apenas assentiu.
Não pôde deixar de sorrir para Evelyn que apenas piscou para ela.
Logo Natasha estava ao lado dela e Melanie foi rapidamente para o
lado de Christopher, deixando a priminha totalmente emputecida,
quase soltando fumaça pelo nariz

— Quer ajuda com isso, amor? — Perguntou, passando a mão


por seu braço. Ela percebeu quando Christopher se arrepiou e não
pôde conter o sorriso. Ela também o causava efeitos.

— Claro, meu amor — Ele a olhou e deu um rápido selinho nos


lábios dela.

Melanie concentrou-se em ajudá-lo e de vez em quando


observava Natasha que os olhava com os olhos pegando fogo. Com
certeza ela não esperava que Christopher estivesse, supostamente,
casado. Todavia, a ruiva sabia que isso não mudaria os planos dela,
por isso ficaria de olho e assim que pudesse deixaria bem claro para
ela as verdadeiras regras do jogo.

Era quase duas da madrugada e todos se encontravam em um


círculo conversando sobre diversos assuntos. Melanie estava com a
cabeça encostada no ombro de Christopher enquanto ele a
abraçava. Ela já se sentia incomodada com os olhares de Natasha
sobre eles e se segurava para não se levantar e perguntar a ela qual
era seu problema.

A morena se levantou dizendo que precisava ir ao banheiro e


Melanie viu uma grande oportunidade de falar com ela. Olhou de
soslaio para Evelyn que assentiu, como se pensasse o mesmo que
ela. Melanie sabia que Evelyn não sentia nada por Christopher pelo
modo como ela olhava para Andrew, seus olhos sempre brilhavam
intensamente e podia ver o mesmo nos olhos dele.

Melanie contou até dez e avisou a Christopher que também


precisava ir ao banheiro. Ele apenas assentiu e depositou um beijo
na testa dela antes dela se levantar e caminhar rapidamente até o
interior da casa. Apressou ainda mais os passos quando já não
estava mais na visão deles, subiu as escadas tentando ser o mais
silenciosa possível e esperou ao lado da porta do banheiro com os
braços cruzados e tentando manter a calma, porque não poderia
gritar.

Natasha demorou um pouco para sair e Melanie estava


impaciente. Porém, quando a garota saiu, assustou-se com a
presença da ruiva ali e mais uma vez sorriu falsamente tentando soar
simpática.

— Aconteceu algo, Mel?


— Desde quando eu lhe dei liberdade de me chamar pelo
apelido?

— Desculpe, não entendi.

— Pois eu irei te explicar bem, Natasha. Não pensa que eu sou


idiota porque eu sei suas intenções com Christopher e apesar de
parecer ser um anjo de pessoa, pode acreditar que eu estou muito
longe disso. Não queira mexer comigo e com meu marido. —
Aproximou-se mais dela — Ele pode até não ter percebido suas
intenções, mas eu sim. Você realmente acha que vai conseguir algo
com ele, Natasha? Ele não te vê como nada mais do que uma irmã e
você é prima dele, garota! Não tem vergonha na cara?

Ela parecia um pouco em choque, mas não demorou muito para


sorrir.

— Vai lá falar com ele, Melanie. Christopher jamais acreditaria em


você, ele me adora. Ele é tão bobinho e é dessa inocência em
relação a mim que vai fazê-lo se sentir atraído por mim quando eu
chegar nele. Ele não vai resistir.

— Eu não contaria tanto com isso, Natasha. — Semicerrou os


olhos, sorrindo debochada — Sinto lhe informar, mas Christopher me
ama e não me trocaria, principalmente por você.

Ela gargalhou e Melanie revirou os olhos, tentando mais uma vez


não voar no pescoço dela.

— Ele te ama? Ah tá! E me diz aí, você realmente acha que


existe homens fiéis nos dias de hoje, eles nunca resistem a uma
nova aventura.

— Ah! Então seu problema é ser mal-amada? — Melanie riu —


Sinto muito se você não achou alguém que te aguentasse e agora
está querendo curtir um incesto com seu primo. Só sei sentir pena de
você.
— Vai rindo. Porque quando você for a nova corna da família,
quem vai rir sou eu! — Natasha piscou.

— Eu não teria tanta confiança, mas continue tentando. Só não


esquece que no fim da noite, quem usa e abusa daquele pedaço de
mal caminho, sou eu — Melanie piscou e deu dois tapinhas no
ombro dela, virou-se e desceu as escadas sem olhar para trás.
Voltou para a área onde todos estavam reunidos e sentou-se ao lado
que a abraçou mais uma vez e beijou o topo de sua cabeça. Minutos
depois Natasha voltou também, mas diferente de antes, quase não
olhava para eles. Melanie estava sempre de olho.

Apesar de toda a segurança que tentou passar, em partes ela


sentia medo dele ceder a Natasha na primeira vez que ela desse o
bote. Sabia que ela ainda ousaria tentar. Por outro lado, sua cabeça
a lembrava que ele já passou por isso de ser traído e jamais faria o
mesmo, ele abominava isso. Era nisso que ela preferia acreditar.

Naquele momento o que a incomodava não era o fato de ser


considerada “corna”, mas sim a decepção que sentiria de confiar
tanto nele. Ela não queria se decepcionar dessa forma com ele.

E esperava do fundo do coração que isso não acontecesse.


Capítulo Dez
Christopher acordou primeiro que Melanie no dia seguinte. Na
noite anterior, ela o deixou confuso quando eles foram deitar e ela
apenas virou de costas para ele e dormiu, ele percebeu que ela ficou
quieta demais de uma hora para outra e até pensou em perguntar,
mas preferiu evitar. Às vezes era apenas cansaço.

Ele se levantou e foi para o banheiro tomar um banho e escovar


os dentes. Durante todo o banho, pensou em como aquela viagem
estava sendo bem melhor do que ele havia imaginado. Christopher
tremia dos pés à cabeça apenas de imaginar voltar ali, e mesmo com
a ideia maluca de fingir já estar casado, ele ainda tinha medo de
como as coisas iriam proceder.

Ele nunca mais viu Evelyn depois que ele foi embora dali, nem
mesmo por fotos. Christopher evitava as redes sociais,
principalmente porque na única vez que tentou ter uma, milhares de
mulheres começaram a chamá-lo totalmente interessadas no status
que ele poderia proporcioná-las. Aquilo o irritou e em menos de três
dias de rede social, acabou deletando.

Voltando a Evelyn, ele tinha medo do que poderia sentir quando a


visse, como se nunca tivesse superado o chifre que levou e voltasse
a sofrer pela primeira garota que ele amou. Mas, se surpreendeu
quando a viu pela primeira vez após tantos anos e não sentiu
absolutamente nada, diferente de ver seu irmão, que seu coração se
apertou e a mágoa fez questão de deixar claro que ainda estava ali e
permaneceria, talvez, até para sempre.

Christopher não se culpava por isso, mas nunca fora fácil de


perdoar, ele nunca aceitou muito bem essas situações onde alguém
acabava errando com ele, porque sempre tentava pensar duas vezes
antes de qualquer ato. Porém, Andrew ao menos tentou se
desculpar, a única coisa que ele ouviu de seu irmão era que essas
coisas aconteciam e quando o mandou ir se foder, lembrava-se como
se fosse ontem do sorriso debochado que ele dera. Nunca
conseguiria realmente perdoar, porque aparentemente ele não
achava que estava errado, e Andrew sempre seria o babacão de
anos atrás que agora só se dirigia a Christopher quando queria dizer
tolices e inferniza-lo.

Sentia-se mal apenas por sua mãe, que ficava visivelmente


chateada com tudo aquilo. A entendia perfeitamente, não era nada
agradável ver dois irmãos que sempre foram unidos brigarem feito
cão e gato e a parte que com certeza era a pior: não se falarem
mais. Nenhum pai ou mãe quer isso, não é assim que eles imaginam
que será a relação dos filhos, mas sabia que Alexandra não tirava a
razão dele, assim como Víctor também não, mas ele não era tanto
de expor seus sentimentos, assim como Andrew sempre fora. Ele se
considerava mais parecido com sua mãe, até tudo acontecer e ele se
fechar, tornando-se até pior que seu pai.

Quando saiu do banho, vestiu apenas uma bermuda e desceu


para a cozinha, não deixando de conferir como Melanie estava antes
de sair. Ela dormia tão serenamente, que o deixava ainda mais
encantado com sua beleza.

Na cozinha, ele deu de cara com Evelyn e Andrew sentados à


mesa. Tudo o que Christopher não queria ver naquele momento.
Revirou os olhos e caminhou até a geladeira, pegando uma jarra de
suco de laranja e se servindo em um copo, ignorou-os
completamente, como se não tivesse ninguém além dele ali. Uma
atitude muito madura para um homem de trinta anos.

— Bom dia para você também, irmão — Andrew disse,


debochado como sempre. Christopher revirou os olhos mais uma
vez.

— Ótimo dia, Andrew — Ele disse, após guardar a jarra na


geladeira e se virar para a mesa, virando o suco de uma vez para
sair daquele lugar o mais rápido possível. Devia ter imaginado que
Andrew faria alguma provocação, era sempre assim.
O loiro olhou para o irmão por alguns segundos que também o
olhava e saiu dali sem dizer mais nada. Jamais conseguiria perdoá-
lo. Nunca disse a ninguém, mas sempre esperou que Andrew pelo
menos se desculpasse pelo que fez, não sabia se as coisas
voltariam ao normal, mas pelo menos sua mágoa não seria tanta.
Entretanto, Andrew nunca fora de pedir desculpas, desde quando
eram pequenos o menino simplesmente fingia que esquecia das
desavenças e voltava a conversar normalmente com o irmão. Não
apenas com Christopher, mas com Ashley era a mesma coisa,
porém, diferente do irmão, a loira passava a próxima semana
jogando na cara de Andrew o que ele havia feito de errado, até que
percebesse que ele estava irritado, aí realmente deixava o assunto
para lá. Christopher já havia pensado diversas vezes em tentar fazer
isso com o irmão, mas sempre acabava deixando de lado quando
eles voltavam a conversar. Nunca gostou de brigas.

O problema foi que quando a situação chegou ao extremo,


Christopher jamais conseguiria fingir que nada aconteceu e seguir
em frente. E ele deixou bem claro na primeira e única vez que
Andrew o procurou para conversar. Ele sentia falta dos momentos
que passava com o irmão, mas para ele, Andrew não havia pensado
uma vez sequer nele e a falta de interesse em conversar e se
desculpar só o fez ter certeza de que nunca voltariam a ser como
antes e ele já tinha aceitado isso.

Quando ele entrou no quarto, viu Melanie sentada na cama


passando a mão pelo rosto e depois coçando seus olhos. Apesar de
na maioria das vezes achá-la a pessoa mais sexy do mundo,
naquele momento ele podia ver a garota mais fofa do mundo. Que o
fazia ter vontade de pegá-la no colo e cuidar, mesmo que já
estivesse fazendo isso do seu jeito.

— Bom dia — Melanie disse dando um pequeno sorriso.

Christopher se lembrou do modo como ela agiu na noite anterior,


virando-se para o lado sem ao menos desejar boa noite para ele e
agora estava sorrindo quase que forçada para desejar bom dia. O
que havia de errado, afinal?
— Bom dia — Ele foi até a cama e se sentou ao lado dela — Está
tudo bem?

— Sim. Por que não estaria? — Ela o encarou, mas não parecia
confusa com a pergunta dele. O que o fez ter certeza que ela estava
mentindo sobre isso e ele queria saber o porquê.

— Tem certeza? Ontem você se deitou e nem boa noite me deu,


apenas virou para o lado e dormiu.

— Eu estava apenas cansada, Christopher. Só queria dormir um


pouco.

— Não consigo acreditar em você.

— Então não acredite — Ela deu de ombros, fazendo-o revirar os


olhos.

Melanie se levantou da cama e foi para o banheiro, enquanto ele


a olhava ainda tentando entender o porquê de estar agindo assim.
Rebobinou toda a noite em sua cabeça, procurando algum motivo
para ela estar assim. Porém, após pensar em cada detalhe da noite
cerca de três vezes, teve certeza que não tinha feito nada de errado
para que Melanie estivesse assim.

Quando ela saiu do banheiro, Christopher percebeu que havia


passado tempo demais pensando no assunto, pois Melanie tinha até
tomado banho e lavado seus cabelos. Ele não pôde deixar de sorrir
maliciosamente ao ver Melanie enrolada em um roupão, levantou-se
da cama e foi até ela que procurava por uma roupa em sua mala que
estava em cima de um sofá no canto do quarto. Abraçou-a por trás e
colocou seus cabelos molhados para o lado, beijando toda a região
da nuca e lateral do pescoço. Vê-la se arrepiando e tão frágil a todos
os seus toques, o excitava de uma forma como nunca antes, não por
ela ser vulnerável a ele, mas sim por ser ela, a garota mais sexy que
já havia conhecido. Tudo o que ela fazia causava reações no corpo
de Christopher, que tentava a todo custo não deixar transparecer.
Porém, ultimamente estava cada vez mais difícil.
— Christopher — Ela sussurrou, e se odiou por não conseguir
parecer firme.

Ignorando-a totalmente, ele passou as mãos pela lateral do corpo


dela por cima do roupão e apertou a cintura dela com firmeza.
Melanie mordeu o lábio inferior, sentindo a ereção de Christopher
crescer contra seu bumbum. Queria se bater por ter saído do
banheiro apenas de roupão.

Ele desceu as mãos até as coxas dela e subiu lentamente


fazendo com que a barra do roupão subisse junto, revelando aos
poucos suas coxas por completo e seu bumbum, Christopher subiu
um pouco mais e passou a mão pela barriga de Melanie, esperando
que ela protestasse contra seus atos, mas percebeu que ela não o
faria quando sua respiração se tornou ofegante. Seus dedos tocaram
o sexo dela e ele arfou quando a sentiu totalmente molhada apenas
com alguns de seus toques. Aquilo não poderia ser mais excitante.

A ruiva pendeu a cabeça para trás, encostando-a no peito de


Christopher que começou a fazer movimentos circulares em seu
clitóris, estimulando-a. Ela gemeu baixo. O som de Melanie gemendo
era tão excitante e erótico, que poderia facilmente fazê-lo gozar. Isso
o fazia querer ainda mais, proporcionar a Melanie tudo o que estava
a seu alcance para que ela percebesse o quão sexy e incrível ela
era.

— Quero sentir seu gosto, Mel. — Sussurrou no ouvido dela —


Você permite?

Melanie por um momento pensou em dizer não, mas como se


não tivesse mais controle sobre si mesma, rapidamente estava
imaginado ele com a cabeça entre suas coxas, passando a língua
por cada centímetro de sua intimidade enquanto ela se contorcia
sobre a cama e gemia seu nome. Ela simplesmente não poderia
dizer não para aquilo e quando finalmente caiu em si, já estava
pronunciando a palavra que ele tanto ansiava escutar: — Sim.
Christopher sorriu satisfeito e a conduziu até a cama, virando-a
para si e deitando-a delicadamente sobre o colchão. Desamarrou o
roupão dela e mordeu os lábios ao vê-la vermelha com os olhos
fechados por não ter coragem de olhá-lo, enquanto ele passava os
olhos por todo o corpo dela. Ele não podia evitar, Melanie era
incrivelmente linda.

Se ajoelhou e beijou a coxa de Melanie, abrindo um pouco mais


suas pernas. Seus beijos percorreram a parte externa e interna da
coxa dela, subindo lentamente até a parte que realmente o
interessava. Christopher passou a língua lentamente por toda a
extensão da boceta de Melanie, fazendo-a morder o lábio inferior
surpreendida. Ele não tirava os olhos dela e queria capturar cada
uma de suas reações. Saber o que mais a agradava e o que nem
tanto. Ele estava totalmente disposto a ajudá-la a descobrir.

Ele focou sua língua em movimentos circulares no clitóris de


Melanie, que parecia ter ido da terra ao céu desde o momento em
que a língua do loiro tocou sua intimidade. Christopher continuou os
movimentos enquanto a observava contorcer-se levemente
apertando o lençol e mover seu quadril lentamente pressionando um
pouco mais a boceta contra sua boca.

Deslizou sua língua para baixo e pressionou contra a entrada —


totalmente — molhada dela, a fazendo gemer um pouco mais alto.
Ela não sabia descrever a sensação que estava sentindo naquele
momento, mas era tão bom que ela apenas esperava que ele não
parasse tão cedo. Na verdade, o que ela queria sentir novamente era
o orgasmo, todas aquelas sensações que ele a proporcionou
enquanto estava sentado a beira do lago na fazenda.

— Christopher — Ela gemeu. Agora sentindo a língua dele


percorrer cada canto de sua boceta. Causando uma sensação
diferente a cada movimento que ele fazia com maestria. As
sensações causadas foram ficando cada vez mais intensas e
Melanie se viu rebolando contra a boca dele que se sentia satisfeito
com as reações dela.
Em mais alguns minutos sentiu seu corpo explodindo em mais um
intenso orgasmo proporcionado por Christopher Campbell. Ele se
levantou e ficou por cima dela, a beijando ferozmente. Deixando-a
novamente excitada.

Queria sentir-se um pouco mais segura para entregar-se


totalmente a ele, e talvez aquele fosse um bom momento para isso
se não estivesse sentindo-se tão insegura em relação a situação
com Natasha. Por mais que quisesse acreditar que ele não seria
capaz de ser tão cafajeste assim, uma parte de si tentava alertá-la
que eles não tinham nada sério, realmente. Na dúvida entre ouvir os
dois lados, ela preferia não tomar partido nenhum e esperar para ver
o que aconteceria.

Ela se permitiu passar a manhã deitada com Christopher entre


beijos e carícias. Aquilo a fazia tão bem, que enquanto estava com
ele nada realmente a preocupava.

Durante o almoço, todos estavam reunidos a mesa conversando


normalmente entre si, apenas quando Christopher falava Andrew e
Evelyn ficavam quietos e vice-versa. Apesar de ninguém notar isso,
Alexandra sentia-se incomodada em ver a falta de interação de seus
meninos, comparado a como eram no passado. Eles sempre se
provocavam, de uma forma saudável e ela acabava dando alguns
puxões de orelha neles, mas sabia que era apenas brincadeira. Hoje,
as coisas já não eram assim.

Quando terminaram de comer, Andrew e Evelyn foram os


primeiros a se levantarem e se despedirem para irem embora, já que
ele precisava ir trabalhar. Natasha estava de frente para Christopher
e olhava-o tão intensamente que Melanie se segurava para não jogar
o conteúdo de seu copo na cara dela. Evelyn que estava passando
por trás de Natasha, acabou esbarrando — propositalmente — na
cabeça de Natasha que bebia seu suco, causando um quase
engasgo e molhou a blusa dela. A morena olhou para cima,
encarando Evelyn, que apenas sorriu cinicamente e deu uma
atuação digna de Oscar.

— Oh meu Deus, Natasha! Me desculpe, eu sou realmente muito


desastrada! Você quer ajuda? — Evelyn disse, com as mãos na
boca, não deixando de olhar uma vez em sinal de cumplicidade para
Melanie, que precisou segurar-se para não rir na frente de todos.

— Não, Evelyn. Está tudo bem, essas coisas acontecem. —


Natasha disse calmamente, mas foi ela voltar a olhar para todos da
mesa que Melanie pode ver através de seus olhos, quão irritada ela
estava com aquilo.

— Me desculpe mesmo — Evelyn repetiu mais uma vez e saiu


dali se despedindo mais uma vez de todos, Andrew que estava
calado até agora a seguiu para fora da cozinha.

— Evelyn sempre desastrada — Alexandra disse rindo.

— Essas coisas acontecem — Melanie disse finalmente podendo


sorrir.

Natasha se levantou pedindo licença e subiu provavelmente para


trocar de roupa. Alexandra se levantou para retirar as coisas da
mesa e lavá-las, a ruiva se prontificou a ajudá-la e mesmo que ela
tivesse dito que não precisava, Melanie fez questão.

Christopher deu um beijo em Melanie e disse que subiria até seu


quarto para tirar um cochilo. Fazia dias que ele não se envolvia com
nada da empresa, e estava realmente focado em não se preocupar
pelos próximos dias. Se conseguisse, é claro.

Ele entrou em seu quarto, fechou a porta, deitou-se na cama de


bruços e fechou os olhos. Fazia tempo que ele não conseguia ter
dias seguidos de paz, sem se preocupar com a empresa ou receber
alguma ligação. Era bom, e ele pretendia fazer isso todos os anos,
se pudesse. Desde que começou com a empresa, Christopher nunca
realmente tirou férias para descansar. Mesmo quando viajava,
sempre estava conectado a empresa. E tinha consciência de que só
estava se permitindo fazer isso por influência de Melanie.

Ouviu a porta se abrindo e continuou de olhos fechados,


esperando Melanie deitar-se ao seu lado. Sentiu ela subindo na
cama e sentando-se sobre sua bunda, suas mãos passeavam pelas
costas dele, iniciando uma massagem gostosa. Ela depositou beijo
em seu pescoço e ele sorriu.

— Chris — Opa. Aquele não era o sussurrou de Melanie. Ele se


virou rapidamente fazendo a pessoa que estava em cima dele cair
para o lado da cama.

— O que faz aqui, Natasha? — Perguntou, confuso. Natasha


estava apenas usando uma calcinha e sutiã vermelho de renda,
muito transparente.

— Vim te ver, priminho — Ela sorria maliciosamente, subiu


novamente sobre Christopher e beijou o canto da boca dele.

— Por que está fazendo isso, Natasha? — Ele estava em choque


com a ousadia da prima.

— Eu sempre quis você, Chris — Ela mordeu os lábios, passando


a mão pelo cabelo dele — Você nunca me viu com outros olhos, e eu
sempre me sinto em chamas quando estamos perto.

De repente, ele se lembrou de todos os avisos de Evelyn sobre


Natasha. Ela sempre disse que a garota não prestava e que não o
via apenas como um primo, mas ele nunca acreditou. Não podia
acreditar que sua prima, que era tão apegada a ele desde pequena
sentisse algo carnal em relação a ele. Também se lembrar do olhar
de Melanie sobre Natasha quando estavam na cozinha na noite
anterior, como ela olhava para a garota que estava ao seu lado
quase sem piscar. E como assim que ela saiu de seu lado, Melanie
foi rapidamente até onde ela estava.
— Está louca, Natasha — Ele a empurrou para a cama e se
levantou, afastando-se dela.

— Melanie não precisa saber, Christopher. Aposto que eu sou


capaz de lhe fazer gozar muito mais gostoso do que ela. — Ela se
levantou e caminhou até Christopher, ainda sorrindo maliciosamente.

— Não, Natasha! — Disse firme — Nem se você fosse a última


mulher do mundo eu ficaria com você. — O sorriso da garota sumiu
— Não me leve a mal, mas eu jamais seria capaz de enxergá-la com
outros olhos. Você é realmente como uma irmã para mim e nunca
será mais do que isso. E bem, eu estou casado e amo Melanie,
jamais serei um adúltero, já senti na pele como é a sensação de ser
traído e nunca teria coragem de causar isso em alguém, ainda mais
em Mel.

— É porque você ainda não me tocou — Ela se aproximou ainda


mais de Christopher, voltando a sorrir, como se não tivesse escutado
nada do que ele havia acabado de dizer. Colocou a mão sobre o
peitoral nu dele.

Christopher não queria ser bruto com ela, mas quando ela tentou
beijá-lo, ele a segurou firmemente pelo braço e abriu a porta,
empurrando-a para fora dali.

— Eu juro por Deus, Natasha. Se não me respeitar, todos dessa


casa vão saber o que você fez.

A garota o olhou com raiva e surpresa. Como se ser rejeitada


fosse algo novo para ela. Puxou seu braço bruscamente e saiu
marchando para o quarto onde ela estava.

Christopher negou com a cabeça, custando acreditar no que


havia acontecido.

— Finalmente viu que eu tinha razão, não é? — Ouviu a voz de


Evelyn e se assustou ao vê-la saindo do quarto onde dormia com
seu irmão.
— Me erra, Evelyn — Christopher revirou os olhos.

— Só não esconda isso de Melanie, ela já sacou o que Natasha


quer. E você pode até não saber, mas sua prima é uma grande cobra
e ela pode provocar e mentir para Melanie da pior forma possível.
Ela está insegura e não será muito difícil de acreditar em Natasha. —
Evelyn disse um pouco mais baixo.

Christopher não disse nada, apenas se virou e voltou para o


quarto, fechando a porta.

É claro que ele não esconderia de Melanie, mas saber que ela se
sentia insegura em relação a Natasha o fez questionar se a ruiva não
sabia que seria difícil alguma mulher chegar aos pés dela.

Céus, como ele desejava Melanie. O que mais o assustou era


saber que se fosse qualquer outra mulher, com certeza negaria
também, porque a única coisa que passava em sua cabeça era
Melanie, o modo como ela sorria, gemia, se contorcia sobre a boca
dele, como ela o olhava tão intensamente. Nenhuma mulher chegava
aos pés dela, e o modo como ela o fazia sentir prazer sem ao menos
ter feito nada para ele ainda, era único e muito bom.

E ele queria cada vez mais.


Capítulo Onze
Melanie sorriu ao ouvir a voz de Ashley enquanto descia as
escadas após tomar um banho. Eram quase oito da noite e ninguém
estava esperando-os naquele dia. Ficou muito feliz ao saber que ela
estava ali. Havia se simpatizado demais com Ashley, adorava o
modo como ela era animada e sincera.

Terminou de descer os degraus e foi até a loira que soltou um


gritinho animado ao vê-la, Ash a abraçou tão forte que parecia até
que se conheciam a anos e eram totalmente íntimas. Isso também
era algo que a ruiva adorava em Ashley, o modo como ela lhe fazia
se sentir da família há anos com poucas palavras. A adorava muito!
Porém, teria que se acostumar a provavelmente nunca mais vê-la
após essa viagem e isso lhe doía.

— Eu trouxe presentes para cada um de vocês! — Ashley disse


animada. Arthur ria da empolgação de sua esposa, mas Melanie
ainda era capaz de ver aquele brilho de admiração no olhar dele e
ela achava tão lindo. Almejava um relacionamento assim desde
pequena, mas ainda não teve a oportunidade de sentir essas coisas
ou conhecer alguém tão legal quanto os príncipes encantados que
imaginava quando criança e os homens de seus livros favoritos.

— A cada loja que passávamos ela via algo que lembrava alguém
— Arthur disse divertido e todos riram.

— Por que não me sinto surpreso? — Christopher disse rindo,


enquanto puxava Melanie para sentar-se ao seu lado. Ele passou as
mãos por cima dos ombros dela apertando-a mais a ele. Gesto que
não passou despercebido por ela.

— Porque você é um sem graça! — Ashley mostrou a língua e


Christopher gargalhou.

Ashley pegou vários embrulhos na grande bolsa que Arthur


segurava e começou a distribuir para todos, exceto Natasha, porque
ela nem sabia que a garota estaria ali. Melanie pegou o embrulho
roxo agradecendo com as bochechas ruborizadas, não imaginava
que loira também iria presenteá-la. A ruiva não pôde deixar de sorrir
quando viu uma pulseira da pandora com pingentes relacionados a
princesa Ariel. Seus olhos brilhavam.

— É lindo, Ash! Eu amei! — Melanie disse animada.

— Quando vi não pude deixar de pensar em você. Não sei


porque, mas senti que tinha que trazer para você. E pelo modo como
seus olhos estão brilhando, acho que acertei em cheio! — Ashley
dizia sorrindo.

— Com toda a certeza. Muito obrigada! — Sorriu — Ela sempre


foi minha princesa favorita.

— Está mais para Úrsula — Natasha resmungou, mas como


estava em uma poltrona ao lado do sofá onde Melanie e Christopher
estavam, a ruiva acabou escutando e olhando para ela com os olhos
semicerrados.

— Disse alguma coisa, Natasha? — Perguntou.

— Não, Melanie — Sorriu cinicamente, mas ela sabia que foi


intencional para que ouvisse.

Olhou para Christopher que observava seus vários presentes


com um sorriso no rosto e ela mal podia acreditar nas coisas que
estavam em seu colo.

Eram várias coisas do Batman! Garrafa térmica, almofada,


avental, caneca e até um balde de gelo. Melanie piscou algumas
vezes para ter certeza que não estava louca e sorriu divertida. Quem
diria que seu chefe todo sério e difícil de lidar gostava de Batman?

— Quando éramos pequenos Christopher me fez prometer que


eu sempre lhe daria presentes do Batman e ele sempre teria que me
dar presentes da Barbie. — Ashley disse sorrindo, como se estivesse
lendo os pensamentos de Melanie — Cumprimos com nossa
promessa até hoje. Ele sempre reclama, mas sei que é só uma
fachada para esse grande apaixonado pelo Batman escondido nessa
carranca de empresário.

A ruiva por um momento agradeceu por Ash não estranhar a


surpresa em seu rosto. Se eles eram casados, Melanie já deveria
saber disso e não se sentir surpresa. Sabia que com certeza
Christopher tinha todas as coisas do Batman que já ganhou de
Ashley guardados.

— Agora eu terei um Batman cozinheiro em casa — Melanie


sorriu enquanto mesmo sem querer imaginava a cena de Christopher
usando apenas aquele avental do Batman pela cozinha. Quão tarada
ela se tornaria por achar aquilo sexy?

Se Megan soubesse desse seu pensamento, diria que não


reconhece mais Melanie. Geralmente, esses pensamentos – e outros
bem piores – pertenciam a morena e causavam na ruiva um grande
constrangimento.

— Eu tenho um super-homem — Ashley disse piscando, e


Melanie sabia que muito provavelmente ela estava se referindo a
mesma cena que estava imaginando minutos atrás.

Patético, mas não quando ela imaginava Christopher.

— Poupe-me da cena, Ashley — Christopher revirou os olhos,


também captando o que sua irmã quis dizer. Melanie e a loira apenas
riram.
Mel entrou no quarto após terminar de ajudar Alexandra, mais
uma vez, com a louça. Estava exausta e não via a hora de tomar um
delicioso e relaxante banho para depois se jogar na cama e dormir.
Entretanto, todos esses pensamentos se esvaíram quando a porta
do banheiro se abriu e Christopher saiu do banheiro enrolado apenas
em uma toalha com gotas de água escorrendo por todo seu peitoral.

Sexy. Muito sexy.

Melanie não saberia dizer por quanto tempo ficou olhando-o, mas
fora tempo o suficiente para deixá-lo sorrindo maliciosamente. O que,
para a infelicidade – ou felicidade – dela, deixava tudo mais sexy.
Christopher não era o tipo de homem totalmente musculoso. Na
verdade, ele tinha o tronco largo e isso o fazia parecer mais forte,
mas até onde Melanie sabia ele não frequentava academia, suas
coxas grossas e bumbum grandinho o tornavam ainda mais gostoso.

Melanie se lembrou da primeira vez que o viu, na entrevista para


o cargo de secretária. Quando entrou naquela sala e se deparou com
seu novo chefe, só soube pensar em como ele era quente como o
inferno e como o sorriso dele deixava qualquer perna bamba e
calcinha úmida. Entretanto, naquele dia em especial, ele estava
demasiado babaca e de mau-humor e toda a atração que a ruiva
sentiu por ele naquele momento fora por água abaixo.

Porém, voltou com uma intensidade maior tempo depois.

Ela precisou lidar com seu temperamento difícil no começo, ele a


testava de todas as formas para saber se era realmente competente.
Melanie sentia-se orgulhosa em dizer que correspondeu a todas as
expectativas de Christopher e até mais. Em dois meses, Christopher
sentia-se totalmente dependente da competência de Melanie e ela
sabia disso. Mas, não se deixava relaxar por isso e com o tempo
acabou não sentindo mais nenhum tipo de atração por ele. Nunca
disse, mas sempre teve uma admiração pela competência,
inteligência e profissionalismo dele e isso a fez deixar de lado
qualquer atração por ele.
Agora, a atração havia voltado com o quádruplo de força e ela
estava muito ferrada. Principalmente porque agora já tinha provado
de algumas coisas e com certeza não conseguiria esquecer e deixar
para lá. Estava muito ferrada e não tinha como voltar atrás.

Provavelmente ela se estapearia nesse momento, se não


estivesse babando pelo corpo do homem à sua frente.

— Está gostando do que vê, Melanie? — Assustou-se. Estava tão


distraída que não percebeu que agora ele estava perigosamente
perto. E ela queria muito beijá-lo.

Não apenas sua boca, mas cada canto do corpo dele.

Com uma ousadia desconhecida até então, mas que Melanie


colocou a culpa nas taças de vinho que tomara desde que Ashley
chegou, ela puxou a toalha de Christopher o deixando nu.

Oh, ela gostava muito do que estava vendo.

Ele estava surpreso com a atitude dela, mas continuava com o tal
sorriso de deixar pernas bambas e calcinhas molhadas, descrito por
Melanie. Inclusive, ela se encontrava realmente assim.

— Não é justo apenas eu estar sem roupa aqui — Ele puxou-a


encostando seus corpos e mordeu o lábio inferior dela, puxando-o
para si e soltando-o em seguida.

— Eu também acho — Ela mordeu o lábio.

— Ótimo — Ele sorriu novamente.

As mãos dele percorreram o vestido dela e retirou-o rapidamente,


jogando a peça no chão. Deixando-a, para a felicidade do loiro,
apenas com uma calcinha branca de renda que segundos depois
também estava junto com o vestido. Os olhos dele percorreram todo
o corpo dela, assim como ela, era a primeira vez que realmente
conseguia visualizar o corpo de Melanie totalmente, sem nada para
impedir. Mais cedo, ainda tinha um roupão cobrindo parte do corpo
dela.

— Você é linda, Mel — Ele sussurrou olhando nos olhos dela. A


ruiva ruborizou.

Christopher nunca havia se sentido assim antes. Nunca, em toda


sua vida, alguém lhe causou tantas sensações como Melanie, ela era
capaz de enlouquecê-lo apenas por sorrir. Ele a achava sexy para
caralho e pretendia fazê-la se sentir assim.

Ele a levou até a cama e a deitou, beijando-a em seguida. Não


era um beijo feroz, era um beijo tão calmo e desconhecido por ele a
tanto tempo, exceto pelo misto de sensações em seu corpo. Metade
ele já conhecia desde que a beijou pela a primeira vez, mas a outra
parte era tão intensa e nova que o causou estranheza, mas era
incapaz de parar. Na verdade, ele queria mesmo é sentir cada
sensação que Melanie pode causar em seu corpo, várias e várias
vezes.

Melanie passou a unha pela nuca dele, mordendo seu lábio e


puxando lentamente. Ela o queria tanto que chegava doer e naquele
momento o desejo era mil vezes maior do que qualquer medo que a
atormentava.

Christopher desceu os beijos pelo maxilar, pescoço e colo dela,


estava disposto a dar o mesmo prazer de mais cedo. Porém, foi
surpreendido quando Mel o empurrou para o lado e sentou-se em
cima dele, o modo como o sexo molhado dela roçou em seu pau, o
fez arfar. Como podia sentir-se tão excitado apenas com isso? Nunca
sentiu isso antes e chegava a ser assustador, mas não se permitiu
pensar muito nisso, até porque a garota que estava em cima dele o
distraía totalmente.

Ela beijou o pescoço dele alternando entre mordidinhas e beijos


mais molhados. Ele apertava a cintura dela fortemente, com os olhos
fechados apenas sentindo as sensações prazerosas que ela lhe
causava. Era como se um fio de eletricidade passasse por todo seu
corpo e o deixasse em chamas. Christopher gostava muito disso e
sentia-se cada vez mais viciado nessas sensações.

Melanie desceu os beijos pelo peitoral e barriga dele, e ao


perceber o quanto aquilo o arrepiava sentiu-se satisfeita e mais uma
sensação que ela não sabia explicar, mas era algo como estar se
sentindo bem por ver os efeitos que causava nele.

— Tem certeza, Mel? — Perguntou quando percebeu as


intenções da mulher que estava chegando perto demais da “zona
perigosa”.

— Tenho — Ela respondeu tão rapidamente e com tanta


convicção que até a assustou.

Ela desceu um pouco mais e passou a língua pela extensão do


pau de Christopher, em seguida rodeou com a língua a glande que
estava levemente molhada, olhou para ele enquanto repetia o
movimento e ao ver que ele estava com os olhos fechados e
mordendo os lábios – uma cena que ela achou muito sexy, inclusive
–, soube que estava fazendo a coisa certa. Desceu e subiu a língua
por toda a extensão do pênis dele e novamente rodeou a glande,
colocando-o na boca em seguida. Começou a chupar e colocar na
boca até onde conseguia, movimentando-se em um vai-e-vem lento.

Christopher arfou, colocando a mão nos cabelos dela e puxou-os


levemente. Ela aumentou o ritmo e ele gemeu, puxando mais forte o
cabelo dela. Estranhamente, aquilo não estava doendo e apesar de
Melanie achar muito estranho, aquilo era bom. A ruiva alternava
entre lamber a glande e chupa-lo, e sentia-se muito poderosa em vê-
lo se contorcia enquanto gemia deliciosamente.

— Que boca, Melanie — Ele disse baixo, puxando-a para cima


dele em seguida e a olhou confusa — Não quero gozar na sua boca,
vamos com calma.

Ele a virou ficando agora por cima e quando ele ia descer


novamente, Melanie negou com a cabeça. E agora era Christopher
que a olhava confuso.

— Eu quero você. — Sussurrou, sentindo seu rosto queimar.


Como odiava ser tímida.

Christopher não pôde esconder a surpresa com o pedido dela,


não imaginava que ela pediria e muito menos que seria tão rápido.
Entretanto, sentiu-se feliz em ver que ela confiava nele mais do que
imaginava. Era totalmente recíproco.

— Tem certeza? — ele perguntou, acariciando a bochecha de


Melanie. Achava adorável o modo como ela estava vermelha agora.

— Sim. Quero você. Agora — Ela mordeu o lábio.

Christopher sorriu, e se levantou para pegar a camisinha em sua


mala. Deitou-se ao lado de Melanie e estimulou o clitóris dela,
deixando-a ainda mais excitada do que já estava. Depois, rasgou a
embalagem laminada e colocou-a. Se posicionou entre as pernas
dela e encaixou a cabeça de seu pau na entrada da boceta dela,
percebeu que o corpo de Melanie tencionou então a beijou e quando
estava relaxada o suficiente ele a penetrou lentamente. Quando já
estava totalmente dentro dela, parou por um tempo.

Melanie fincou a unha nos ombros dele e mordeu o lábio inferior.


Aquilo doía. Muito. Quando a dor ficou menor, foi tirando a pressão
das unhas do ombro de Christopher. Foi aí que ele começou a se
movimentar lentamente.

— Posso continuar? — Ele sussurrou e Melanie abriu os olhos


assentindo.

Ele então o fez, aumentando o ritmo aos poucos, sem tirar seus
olhos dos dela. O modo como eles brilhavam naquele momento com
tanta intensidade causou-lhe uma grande necessidade de beijá-la.

E ele fez.
O beijo não tinha nada de erótico, era tão calmo e delicado.
Melanie passou os braços pelo pescoço dele, apertando-o mais
contra si. Os movimentos dele se tornavam cada vez mais intensos e
logo os dois estavam gemendo contra boca do outro. Ainda era um
pouco incômodo para ela, mas agora conseguia sentir prazer
também.

— Você é tão gostosa, Melanie — Ele disse entre gemidos.

— Chris — Ela gemeu. Queria dizer o quanto ele também era


gostoso e tudo o que estava causando nela, mas sentia-se tímida
demais para isso ainda.

Minutos depois, os chegaram ao ápice junto. Novamente Melanie


sentiu espasmos por todo seu corpo, e precisou morder o ombro dele
para não gemer alto demais.

Christopher se deitou ao lado dela, e a puxou para seu peito.


Acariciou os cabelos dela e suspirou. Fazia tantos anos que não
sentia essa necessidade estar junto com alguém. Principalmente
após o sexo. Mas, não queria que aquele momento com ela
acabasse nunca. Foi a primeira vez que de fato percebeu que algo
não estava comum.

— Mel — Chamou-a, lembrando que tinha algo a contar.

— Sim? — Ela o olhou. Estava sentindo-se sonolenta,


principalmente por causa do carinho dele em seu cabelo.

— Natasha tentou algo comigo, mas eu a expulsei do quarto.


Quero lhe contar porque se ela disser algo, você já sabe.

Melanie ficou em silêncio por alguns minutos, enquanto fazia


desenhos com a unha pelo peitoral dele.

— Tudo bem. — Disse mais baixo.

— Está chateada?
— Estaria se você tivesse ficado com ela.

— Jamais seria capaz de fazer isso, você sabe.

— Tudo bem. Obrigada por me contar — Ela sorriu e lhe deu um


selinho.

Sentiu-se aliviado, como se não contar o que aconteceu fosse um


peso em suas costas. Há anos ele não se sentia assim, como se
estivesse preso a alguém. Era loucura, mas ele evitaria se
aprofundar nesses pensamentos até onde pudesse.
Capítulo Doze
Quando Melanie acordou no dia seguinte e percebeu que
Christopher não estava ao seu lado na cama, não pôde evitar um
suspiro. Sentia falta de sentir os braços dele ao redor de seu corpo.
Levantou-se e foi para o banheiro fazer suas higienes e depois de
colocar uma roupa confortável, desceu para tomar café.

Apenas Natasha estava sentada à mesa e Melanie revirou os


olhos. Porém, apenas a ignorou e sentou-se do outro lado, bem
longe dela. Melanie tentou se concentrar em suas torradas e suco de
laranja, mas a morena a olhava o tempo todo e aquilo estava
deixando-a muito irritada.

— Por que está me olhando, Natasha? — Perguntou, encarando-


a.

— Nada. Dormiu bem?

— Muito bem.

— Imagino. A cama que você dorme com Christopher é bem


confortável, né? — Natasha sorriu cínica.

— Você nem imagina o quanto — Melanie estava tentando


entender onde Natasha queria chegar.

— Ah, eu não só imagino, como já testei.

Melanie arqueou a sobrancelha e lembrou-se das palavras de


Christopher na noite anterior. Natasha queria a fazer acreditar que foi
traída.

— Ah, é? Bem que Christopher me contou que você tentou algo


com ele, mas foi rejeitada.
O sorriso de Natasha sumiu. Ela não imaginava que Christopher
contaria a Melanie o que aconteceu.

— Acorda para a vida Natasha... — Melanie estava pronta para


dizer umas poucas e boas para ela, mas antes que pudesse
continuar Ashley entrou na cozinha.

— Algum problema? — Ashley disse parada atrás da cadeira de


Melanie.

— Não, nenhum. — Natasha disse e a ruiva revirou os olhos.

— Espero que não seja nada mesmo — A loira sentou-se ao lado


da ruiva e encarou Natasha por alguns segundos.

Natasha levantou-se da mesa em seguida, pedindo licença e


quase correu para fora da cozinha. Ashley a olhou negando com a
cabeça.

— Sempre percebi o modo diferente como Natasha olhava para


Christopher. Até cheguei a comentar com minha mãe uma vez, mas
ela achou que era apenas ciúmes de irmã. Pelo jeito, eu tinha razão.

— Como você sabe? — Melanie perguntou.

— Evelyn me contou. Gostei de ver como você lidou. Ela não


achava que ele contaria. E fiquei ainda mais orgulhosa por
Christopher ter lhe contado.

— Eu também. — Sorriu.

— Você realmente se sente tranquila em relação a Evelyn? —


Ashley perguntou, encarando-a.

— Sim. Por que não? — Olhou-a confusa.

— Ah, por tudo o que aconteceu. Pelo modo como Christopher


age em relação a ela.
— Bem, no começo eu tinha meu pé atrás com toda essa história,
não entendia como ele nunca conseguiu superar o que aconteceu.
Só que depois eu entendi que o que realmente machuca ele é o fato
de Andrew nunca ter insistido em resolver as coisas.

— Realmente — A loira suspirou — Andrew nunca foi de pedir


desculpas, ele apenas voltava a conversar com a gente como se
nada tivesse acontecido e quando ele tentou da última vez,
Christopher o cortou e então ele nunca mais tentou. Mesmo que eu
tenha conversado com ele, não adiantou. Sobre Evelyn, quando
aconteceu eu nem olhava na cara dela, mas com o tempo acabei
aceitando mesmo sem entender, porque eu sempre defendi que eles
poderiam ter conversado com Christopher ao invés de traí-lo. Fiquei
meses sem olhar na cara dos dois, não os perdoava por terem feito
meu irmão ir embora. Graças a Deus, com o tempo tudo se resolveu.
Até mesmo para Christopher, ele encontrou você — Ashley sorriu.

Melanie sentiu seu coração apertar. Todos estavam tão felizes


que Christopher estava com alguém, que com certeza se sentiriam
muito frustrados se soubessem que tudo não passa de uma mentira
ou quando tudo acabar. Mesmo que soubesse o quão envolvida
estava, não acreditava que realmente continuariam tendo algo
quando voltassem. Isso a deixava mais afetada do que deveria e era
preocupante.

— Onde está Christopher? — Perguntou, mudando de assunto,


após dá um sorriso tentando ser o mais convincente possível.

— Ele precisou ir até a empresa com meu pai. Volta logo.

— Entendi.

Tomaram o café da manhã conversando sobre coisas aleatórias e


depois Ashley precisou sair para resolver algumas coisas de sua
casa com Arthur que estava quase pronta.

Melanie subiu para o andar de cima e jogou-se na cama, mas


antes que pudesse relaxar, seu telefone tocou. Quando pegou, viu o
nome de Meg na tela e sorriu, mesmo sabendo da grande bronca
que levaria da amiga por não ter ligado para ela.

— Oi, amor da minha vida — Disse, após atender.

— Teu cu, Melanie Fisher! Você não me ligou de novo. Só porque


está descansando com o gostosão do seu chefe acha que pode se
esquecer de mim?

— As coisas estão corridas, Meg. Me desculpa. — Mentiu. As


coisas não estavam nada corridas, ela apenas se esqueceu.

— Só aceito suas desculpas se o motivo de estar muito corrido, é


que você anda transando muito com o gostosão e não está tendo
tempo para me ligar.

Melanie ficou em silêncio. Como contar para sua melhor amiga


taradona que ela estava parcialmente certa?

— Aí meu Deus, Melanie! Vocês transaram! — A ruiva precisou


afastar o celular da orelha com o grito da morena.

— Calma, Megan!

— Eu sabia que você não ia conseguir resistir aquele pedaço de


mau-caminho! Quer dizer, Campbell é o caminho inteiro. — Melanie
revirou os olhos, mas não pôde segurar o riso — Agora, me conta
tudo!

— Contar o que?

— Se ele é bom de cama, se é grande…

Melanie sentiu suas bochechas corarem a cada palavra de sua


melhor amiga e a interrompeu.

— Megan, eu não vou ficar conversando com você sobre o


tamanho do pênis do Christopher!
— Mas pode dizer se ele é bom de cama!

— Ele é o meu primeiro, Megan. Eu não tenho como ter noção.

— Ele te fez gozar intensamente?

— Puta que pariu, Megan! — Colocou a mão no rosto,


agradecendo a Deus por Megan não estar ali pessoalmente, seria mil
vezes pior ver as caras e bocas que ela deveria estar fazendo, sem
contar os gestos.

— Vou considerar isso como um sim, porque me recuso a


acreditar que um homem com tantas qualidades peca justamente na
cama.

— Você realmente não tem jeito, não é?

— Ele está aí?

— Não. Saiu com o pai dele para a empresa, parece.

— Você bem que podia dar uma provocada, não acha?

— Como assim? — Melanie franziu o cenho, confusa.

— Uma fotinha para deixá-lo mais animado. O que acha?

— Megan, pelo amor de Deus! Quando você vai tomar jeito?

— Você fala como se eu tivesse dizendo algo absurdo! Um


agradinho não faz mal a ninguém, Mel. Não imagina o que isso
causa nos homens!

— Já deu por hoje, Meg. Te amo! Até qualquer dia!

— Mel! — Megan gritou.

— Tchau, Meg! — Desligou o telefone e negou com a cabeça.


Para ela, Megan jamais tomaria jeito. Ela curtia um bom sexo
sem compromisso e tinha aversão a relacionamentos sérios. Até
porque, ela assustava os homens com seu jeito desbocada de ser,
mas Melanie sabia que quem saía no prejuízo eram eles, por
perderem uma mulher independente e sem frescuras. Admirava
Megan por ser assim, ela se amava tanto que não precisava de mais
ninguém em sua vida.

Melanie lembrou-se da ideia maluca e repentina de sua amiga,


suspirou e encarou o celular em suas mãos.

Não, ela não teria coragem.

Christopher observou pela milésima vez os papéis em sua frente,


mas não conseguia se concentrar em nada. Só conseguia pensar em
Melanie. O modo como ela sorria, como ficava vermelha quando se
sentia envergonhada, como ficava brava e defendia aquilo que
acreditava. Como era amorosa e fazia com que todos se
encantassem pela simpatia dela. Os olhos castanhos que brilhavam,
a boca rosada tão chamativa que o fazia querer beijá-la o dia inteiro,
os cabelos laranjas com cheiro de morango. Ele era completamente
louco por cada parte dela.

Isso era assustador.

Ele nunca se sentiu tão atraído por alguém em tão pouco tempo.
Nunca. Até mesmo quando conheceu Evelyn, não teve aquele
interesse imediato. Mesmo quando a via quase todos os dias, porque
seu pai era sócio da empresa, não se sentia tão atraído por ela. Só
conseguiu finalmente começar após um bom tempo que já estavam
ficando. Ele amou muito Evelyn, mas percebeu que o sentimento que
está tendo por Melanie, é muito mais intenso do que na época de
Evelyn. E até então não tinha parado para pensar nisso.

Não era um bom sinal.

— Filho? — Ouviu seu pai o chamando e o encarou assustado.


Definitivamente não estava conseguindo se concentrar em nada
naquele dia. — Estou aqui falando e você está com a cabeça no
mundo da lua. Está tudo bem? No que está pensando?

— Desculpe. Não estou com cabeça hoje.

— Está pensando em Melanie, não é?

— Por que?

— Seus olhos estão brilhando, Christopher. É como eles ficam


quando você está perto dela. Nunca te vi dessa forma nem quando
estava com Evelyn.

Christopher suspirou. Seu pai nunca fora de falar coisas desse


tipo e isso o assustava ainda mais. Não queria e não podia se
apaixonar. Tinha medo de se machucar novamente, mesmo sabendo
que Melanie é doce demais para isso. Ele sabia que ela jamais faria
isso, mas tinha um lado obscuro dentro dele que ainda o fazia ter
medo do “e se…”. Apesar de saber que não conseguiria se afastar
dela.

Seu celular vibrou e ele se assustou, pegou-o da bolsa e viu que


era uma mensagem de Melanie. No mesmo momento seu pai se
retirou para ir ao banheiro e Christopher aproveitou para abrir a
mensagem.

Mel: Estou com saudades.

Em seguida, tinha uma foto de Melanie com uma lingerie de


renda preta, ela estava segurando o moletom rosa claro acima dos
seios para mostrar a lingerie. O que quase fez Christopher engasgar.
Chris: Porra, Melanie! Quer me matar?

Mel: Na verdade, eu queria você aqui comigo agora.

Chris: Logo estarei aí e acho bom você estar usando essa


lingerie.”

Mel: Estarei te esperando ;)

Christopher suspirou, seu pau ficou duro em segundos após ver a


foto e ele sabia que a única coisa que o faria se acalmar é Melanie.
Ele precisava ir embora o mais rápido possível. Sua garota estava
lhe esperando.
Capítulo Treze
Christopher entrou como um furacão dentro de casa, mas parou
assim que viu sua tia Cléo sentada ao lado de sua mãe no sofá. Por
Deus! Ele só queria encontrar sua garota e lhe ensinar a não o
provocar daquela forma.

— Christopher! — A mulher baixinha de cabelos escuros disse


animada — Quantas saudades, meu menino! Você está aí mais
lindo!

Ele foi até elas sorrindo e abraçou-a, agradecendo os elogios.

— E como a senhora está, tia?

— Muito bem! Ainda melhor por te ver. Não suma desse jeito
outra vez, Christopher! — Ela disse séria e ele apenas assentiu,
abaixando-se para dar um beijo no rosto de Alexandra.

— Já conheceu Melanie, tia Cléo?

— Não! Mas desde que cheguei sua mãe é apenas elogios a


essa menina! Quero conhecê-la.

— Ela estava no quarto, acabei supondo que estava dormindo.


Então, esperei que você chegasse para chamá-la, filho. — Alexandra
disse e Christopher precisou segurar um sorriso malicioso que
teimava surgir em seus lábios.

Ela não estava dormindo. De acordo com as outras cinco fotos


que ela mandou para ele, sendo a última há quinze minutos atrás,
ela com certeza não estava dormindo.

— Irei chamá-la. Com licença — Ele sorriu inocentemente e subiu


as escadas o mais rápido que pôde.
Abriu a porta e entrou rapidamente, somente após tranca-la olhou
para a cena mais excitante de sua vida. Melanie apenas de lingerie e
ficando cada vez mais corada pela timidez. Totalmente excitante para
ele.

Christopher caminhou até a cama tirando seu terno e sapatos, só


ele sabia o quanto aquela roupa o incomodou enquanto Melanie o
bombardeada de fotos sexy, que ele pensou seriamente e fazer um
grande quadro para colocar na parede do seu quarto, mas, preferia
tê-la pessoalmente.

— Não acredito que me fez ficar duro na frente do meu pai e mais
três pessoas, Melanie. — Ele disse observando-a enquanto ela se
ajoelhava e ia até ele que estava em pé em frente a cama.

— Eu estava com saudades e queria demonstrar — Ela fez bico,


segurando-o pela gravata e afrouxando o nó para tirá-la.

Christopher sentia-se a ponto de explodir. O modo inocente como


ela o olhava e ao mesmo tempo o jeito sexy de agir poderia fazê-lo
explodir de tanto prazer apenas por olhá-la.

Suas mãos percorreram a perna dela e subiu até o bumbum,


onde ele depositou um tapa que a fez morder os lábios.

— Minha tia está no andar de baixo e eu preciso te levar para


conhecê-la, mas tudo o que eu quero nesse momento é foder você.
— Beijou o pescoço dela sentindo-a se arrepiar. Amava o modo
como o corpo dela reagia a seus toques.

— Então me fode — Ela disse baixinho. Christopher a olhou


surpreso, mas o modo como ela o olhava tão intensamente com seus
olhos transbordando desejo, tornava tudo ainda mais excitante.

— É um desperdício não poder aproveitar essa lingerie agora,


beijar cada pedaço do seu corpo… — Melanie o interrompeu com um
selinho.
— Eu tenho várias outras e quero que você veja cada uma delas
— Ela mordeu os lábios e sentiu sua calcinha molhar um pouco mais
ao ver como os olhos dele demonstraram o quanto aquilo o afetou.

Christopher a deitou a na cama e a beijou ferozmente, enquanto


Melanie rodeava seu quadril com suas pernas, deixando seus corpos
totalmente colados. As mãos pequenas dela apressaram-se em abrir
a camisa dele, que em segundos estava no chão, assim como sua
calça acabou sendo jogada ali minutos depois.

Ele odiava o fato de não poder aproveitar mais aquele momento,


mas se demorasse muito sabia que sua mãe viria atrás e o sermão
depois seria grande. Mesmo que valesse a pena, não queria que
esse momento fosse interrompido e na próxima oportunidade
aproveitaria cada pedacinho de Melanie.

Arrancou a calcinha de Melanie e se livrou também do sutiã,


deixando beijos em seus seios. Depois, pegou uma camisinha e se
posicionou entre as pernas da ruiva, penetrando-a em seguida. Ela
estava tão excitada e quente que quase o fez mudar de ideia sobre
ser rápido e fazer o que realmente queria.

Melanie passou os braços em volta do pescoço dele e as pernas


no quadril dele. Christopher a beijou enquanto começava a estocar
rápido, do jeito que percebeu que a garota mais gostava. A resposta
veio rapidamente, com gemidos dela contra seu ouvido. Porra, aquilo
era excitante demais para ele, mas precisou cobrir a boca dela com
sua mão para que se alguém subisse não escutasse os gemidos
altos da ruiva.

As unhas dela faziam marcas em suas costas que chegavam a


queimar, mas ele não se importava. Na verdade, Christopher não se
importava com nenhum tipo de marca que Melanie deixasse nele, e
ele nunca se sentiu tão exposto assim a alguém.

Suas estocadas eram cada vez mais rápidas e fortes, ele mordia
o lábio evitando um gemido quando Melanie se contraia contra seu
pau, deixando aquilo ainda mais gostoso e excitante. Nunca se
sentiu tão excitado e aquilo nunca fora tão prazeroso quanto com
Melanie. Não que ele quisesse comparar as coisas, mas se tornava
difícil não perceber como seu corpo e cabeça regiam a Melanie. Ele
soube naquele momento o quão fodido estava.

— Porra, Melanie — Gemeu baixo quando sentiu-se chegando


em seu clímax e o corpo da garota também estava dando sinais que
estava na mesma sintonia que ele.

Ele a queria cada vez mais.

Christopher e Melanie desceram minutos mais tarde, ele já estava


com uma camiseta e uma bermuda e ela com um vestido simples,
como se nada tivesse acontecido.

Quando Cléo os viu, sorriu largamente. Sentia-se muito feliz de


ver que o sobrinho tinha seguido em frente, lhe partiu o coração vê-lo
tão mal quando tudo aconteceu, principalmente porque Christopher
sempre foi muito animado e amoroso com todos da família.

— Prazer, sra. Cléo. — Melanie cumprimentou-a com um abraço.

— O prazer é todo meu, Melanie. Não sabe o quão feliz estou de


lhe conhecer e saber que você está fazendo meu sobrinho muito
feliz. — Disse sorridente.

Christopher também sorriu e puxou Melanie para um abraço,


beijando o topo da cabeça dela.

— A senhora nem imagina o quanto Melanie me faz feliz, tia.


Não deveria, mas o coração de Melanie acelerou de uma forma
assustadora com as palavras e o gesto de Christopher.

— Não são lindos juntos, Cléo? — Alexandra disse sorridente.

— Realmente, Alê. São mesmo.

Melanie sorriu, no começo essas coisas a incomodavam um


pouco por todos acreditarem e depois acabarem se sentindo
frustrados quando o “relacionamento” chegasse ao fim, porém, agora
lhe incomodava por tudo ser uma mentira e por ela não estar
conseguindo envolver sentimentos. Entretanto, como poderia evitar
isso quando Christopher fora seu primeiro? Seria impossível
esquecer essa loucura toda.

E isso era uma merda para ela.

Quando abriu a boca para dizer algo, a porta da sala se abriu e


Ashley entrou sozinha, cumprimentou a todos na sala e após
conversar sobre coisas aleatórias com tia Cléo, se virou para
Melanie.

— Mel, você pode, por favor, vir no meu quarto comigo rapidinho?

— Claro, Ash.

As duas se levantaram e subiram para o andar de cima, indo


direto para o quarto da loira que assim que entraram trancou a porta.
Melanie observou Ashley pegar uma sacola de dentro de sua
cômoda e jogar o conteúdo em cima da cama. Dezenas de caixas de
testes de gravidez.

— Você está grávida? — Melanie perguntou boquiaberta.

— Não! Quer dizer, não sei! — Estou passando muito mal esses
dias e isso vem de antes do casamento. Porém, esses últimos dias
estou vomitando quase tudo o que como, e estou fazendo de tudo
para que ninguém perceba, o que é muito difícil, inclusive. Não quero
alarmar, mas precisava contar para alguém e eu confio muito em
você. Sem contar que minha mãe não se aguentaria e contaria para
o meu pai, aí já sabe, né? Frustração dupla.

Melanie sentiu-se feliz por saber que Ashley confiava nela,


gostava muito da loira e se pudesse queria continuar sendo amiga
dela quando tudo acabasse.

— Entendo, Ash. Pode fazer, vou ficar aqui com você. Arthur não
sabe?

— Não! O maior sonho dele é ser pai, não queria que ele ficasse
ansioso sem eu ter completa certeza. — Suspirou.

— E você? — Melanie perguntou, querendo saber qual o


sentimento dela em relação a isso.

— É o meu maior sonho também — Sorriu. Melanie também não


pôde deixar de sorrir, porque se identificava.

— Então vai fazer esses testes porque estou tão ansiosa quanto
você.

Ashley a abraçou fortemente agradecendo milhares de vezes e


depois foi para o banheiro com duas caixinhas de teste. Melanie
sentou-se na cama para esperar o resultado, mexia as pernas
freneticamente sentindo-se tão ansiosa quanto Ashley deveria estar.

Tentava não se imaginar na situação, mas foi inevitável e se


assustou ainda mais ao imaginar Christopher também. Loucura, até
porque isso não aconteceria. Odiava o fato de estar se apaixonando
e saber que não podia fazer nada para impedir. Tinha prometido que
ficaria até o final, sem contar que ele já tinha quitado sua dívida e
seria uma grande sacanagem. Sem contar que quando voltassem
ainda teria que lidar com Christopher, porque afinal de contas ele era
seu chefe.

Deus, ela estava tão perdida!


A porta do banheiro se abriu e Ashley saiu chorando. Melanie se
levantou foi até a loira.

— Deu positivo?

Ashley assentiu com a cabeça e a ruiva não pôde evitar a


emoção que tomou conta dela, abraçou a loira fortemente.

— Estou tão feliz por você! Parabéns, Ash! — Disse sorrindo.

— Precisamos fazer uma surpresa para todos — Ashley disse


entre lágrimas e soluços quando elas se afastaram.

— E iremos — Piscou para sua cunhada que a abraçou mais uma


vez.
Capítulo Quatorze
— Agora você não me escapa, Mel — Christopher disse
abraçando-a por trás.

Finalmente estavam sozinhos em casa e o que não puderam


aproveitar no dia anterior, Christopher fazia questão de aproveitar
agora.

A mulher que estava terminando de tomar seu café em frente a pia


da cozinha arrepiou-se quando as mãos dele percorreram levemente
suas coxas até a barra da camisola de renda vermelha que estava
usando – propositalmente. Na noite anterior, quando soube que
todos sairiam Melanie não pôde evitar de provocá-lo mais uma vez e
dessa vez, se tivesse sorte, poder senti-lo de todas as formas.

As mãos dele adentraram por baixo da camisola dela e percorreu da


barriga até os seios dela, onde ele apertou-os e pressionou sua
ereção contra o bumbum da ruiva que soltou um gemido baixo.
Christopher beijou o ombro direito de Melanie e colocou os cabelos
dela de lado, para dar vários beijos em toda a nuca dela que estava
extremamente arrepiada com seus toques. Claramente, aquele era
um ponto fraco de Melanie. Aproveitou para colocar a mão por dentro
da calcinha dela e sentir quão excitada ela estava.

Melanie pendeu a cabeça para trás encostando-a no peito dele


quando sentiu sua mão quente em contato com sua intimidade
molhada, os dedos de Christopher faziam movimentos circulares em
seu clitóris, e se ela não se segurasse na pia à sua frente
provavelmente acabaria caindo, porque suas pernas estavam
bambas. Ela empinou um pouco seu bumbum sentindo ainda mais a
ereção de Christopher contra ele, quando ela se mexeu contra o pau
dele, Christopher grunhiu tentando controlar toda sua vontade de
estar dentro dela. Queria ir com calma e aproveitar cada pedaço do
corpo de Melanie, afinal, teriam muito tempo para isso.
Christopher a virou e pegou no colo, colocando-a na bancada da
cozinha. Suas mãos percorreram todo o tronco dela enquanto subia
sua camisola, que em seguida estava no chão. O mesmo aconteceu
com a calcinha segundos depois. Ele puxou-a mais para frente e
abriu as pernas dela, distribuiu beijos pela parte interna das coxas
dela e subiu lentamente até a virilha, pôde perceber a respiração de
Melanie acelerada, quando a olhou, ela mordia os lábios encarando-
o e parecia ansiosa por aquilo.

Mais excitante impossível para ele.

Quando Christopher passou sua língua quente pelo clitóris de


Melanie, ela arqueou as costas, mordendo fortemente os lábios. Era
como uma corrente elétrica passasse por todo se corpo a cada toque
mais íntimo dele, tanto com os dedos quanto com a língua. Era
excitante e maravilhoso.

O modo como a língua dele a explorava a fazia gemer alto e ela não
se importava porque sabia que ninguém poderia ouvir. Ela não sabia
explicar o quão sexy se sentia quando estava com Christopher, o
modo como os olhos dele se fixavam nela transbordando desejo
fazia com que ela se sentisse a mulher mais sexy do mundo. A
sensação era tão boa, que ela queria poder sentir isso até quando
não estivesse com ele, porque sabia que isso poderia não durar.

Christopher a penetrou com dois dedos. Sua mão puxou o cabelo de


Christopher enquanto ela tentava não cair para trás, seu corpo
estava anestesiado em uma grande corrente de prazer. Ela já não
tinha mais controle sobre seu corpo e seus gemidos e ela não
imaginava o quanto isso excitava Christopher. Ele movia seus dedos
com agilidade enquanto estimulava seu clitóris com a língua,
fazendo-a gemer cada vez mais alto e puxar seus cabelos com mais
força. Mas ele não se importava.

— Christopher — Gemeu, sentindo que estava chegando ao ápice.


Melanie precisou se segurar quando um orgasmo intenso a
arrebatou, seu corpo ficou mole e quando Christopher a pegou no
colo ela apenas se agarrou nele completamente anestesiada.

Mas, obviamente, ainda queria mais.

Ele a levou para a sala, a deitou no sofá e em questão de minutos


ela estava em cima dele beijando-o ferozmente. Mordeu o lábio
inferior dele e desceu os beijos por sua mandíbula, pescoço onde
além de beijos molhados também depositou um chupão. Christopher
apertou fortemente a cintura dela, fazendo-a rir.

— Você é casado, ninguém vai ligar — Melanie disse divertida.

— Vou te marcar toda, você vai ver.

— Eu não ligo — Mordeu o lábio dele sorrindo maliciosa.

Christopher arqueou uma sobrancelha. Onde estava a garota tímida?

O som do tapa que Christopher depositou no bumbum de Melanie


ecoou por toda a sala e o gemido que ela soltou em seguida o fez
enlouquecer por descobrir que ela gostava disso.

— Por que está me olhando assim? — A ruiva perguntou mordendo


o lábio.

— Porque você é linda, gostosa. Não consigo ficar perto de você e


não sentir vontade de te beijar, preciso ficar me segurando.

Quando ela corou, ele ainda pôde ver que a menina tímida estava ali,
mas agora Melanie pôde conhecer seu novo lado. O lado que ela
ainda não tivera a oportunidade de conhecer até pouco tempo.

Ela o beijou outra vez não querendo dizer o que estava sentindo,
tinha medo de falar demais. Enquanto começava a tirar a bermuda
dele, partiu o beijo para tirá-la totalmente juntamente com a cueca.
Ela beijou o peitoral dele e desceu lentamente distribuindo beijos
pela barriga até o pau dele.
Melanie passou a língua pela glande, fazendo movimentos
circulares, Christopher remexeu-se mordendo o lábio. Ela havia
percebido o quão sensível aquela área era e adorava assistir as
reações dele. Sua língua desceu por toda a extensão dele e subiu
novamente, abocanhando-o em seguida. Christopher rapidamente
enroscou sua mão nos cabelos dela e puxou-os enquanto gemia.
Melanie sugava seu pau em um movimento de vai vem rápido
enquanto acariciava as bolas dele com a mão, fazendo-o se
contorcer na cama.

— Porra, Melanie. Que boca gostosa — Ele gemeu. Sua voz rouca a
excitou ainda mais.

O quão sexy ele conseguia ser? Porque cada vez ela o achava ainda
mais.

Melanie voltou a fazer movimentos circulares na glande dele com a


língua e a masturbar com a mão a parte que não estava na boca.
Quando Christopher soltou um alto gemido e puxou ainda mais seus
cabelos, ela aumentou o movimento da mão.

Minutos depois, ele gozou na boca dela e para a surpresa dele,


Melanie engoliu tudo. Constatou que o gosto era estranho e deixava
uma sensação estranha na garganta, mas ela não se importava com
aquilo. Principalmente quando viu o brilho nos olhos de Christopher,
o modo como ele ainda a olhava com desejo. Puta merda, como ela
gostava dele!

Christopher se sentou e a beijou, puxando-a para cima dele, se


ajeitou sobre ele e encaixou o pau dele na entrada de sua boceta.
Desceu devagar, sentindo-o preencher totalmente. Mordeu o lábio
com a sensação estranha que dava ele estar totalmente dentro dela,
um incômodo. Porém, começou a rebolar lentamente, sentindo as
mãos dele apertarem sua cintura enquanto ele chupava seu seio
esquerdo.
A sensação de estar pele com pele era muito melhor, fazia com que
as sensações fossem muito mais intensas e ela não se preocupava
porque estava tomando remédio.

Aos poucos Melanie começou a movimentar-se para cima e para


baixo lentamente, sob os olhares atentos de Christopher que estava
achando aquela cena a mais sexy de todas, principalmente quando a
ruiva mordeu os lábios. Como ele se sentia dependente dela.

Quando a sensação de incômodo passou, Melanie moveu-se cada


vez mais rápido, cravou as unhas nos ombros de Christopher
enquanto seguia com os movimentos. Ele apertava fortemente a
cintura dela, o que muito provavelmente deixaria marcas.

Os únicos sons naquela sala eram do atrito da penetração e os


gemidos dos dois quando não estavam se beijando. Quando Melanie
foi diminuindo os movimentos, ele moveu-se para cima e para baixo
rapidamente, fazendo-a gemer alto e pender a cabeça para trás.
Algumas estocadas depois, os dois chegaram ao ápice juntos.
Abraçaram-se enquanto ainda sentiam as sensações causadas pelo
orgasmo.

Deitaram-se no sofá e continuaram abraçados enquanto pensavam o


quanto gostavam da companhia do outro. Chegava a ser loucura o
modo como se tornaram tão íntimos em tão pouco tempo.
Christopher já confiava muito em Melanie, mas essa viagem o fez a
conhecer ainda mais e ver que ela era mil vezes mais confiável do
que imaginava e também uma mulher incrível e linda não apenas por
fora, mas por dentro também.

Já Melanie, pôde ver que Christopher não era apenas aquele homem
sério e estressado que via na maior parte do tempo da empresa. Ela
pôde conhecer um Christopher que poucos conheciam e sentia-se
sortuda por isso. Ela amava passar o tempo com ele, tanto quanto
gostava do sorriso dele e olha que esse era o grande ponto fraco
dela.
— Gosto de estar com você — Disseram juntos e olharam-se
assustados, rindo em seguida.

— Ótimo — Ele disse ainda rindo e deu um selinho nela. Seus olhos
brilhavam assim como os dela — Porque eu também gosto muito de
estar com você.

— Ótimo — Ela sussurrou sorrindo e em seguida o puxou para um


beijo.
Capítulo Quinze
1 SEMANA DEPOIS…

Quando Christopher e Melanie desceram do carro e seguiram até


o portão da casa de Ashley, a ruiva não pôde deixar de reparar em
seus dedos entrelaçados com os dele, ato que partiu dele. O modo
como ele estava extremamente carinhoso nessa última semana só
fazia com que ela se sentisse cada vez mais envolvida por ele. O
que para ela era péssimo, mesmo após ele também ter dito que
gostava de estar com ela. Só que quando voltassem, ela sabia que
as coisas seriam diferentes.

O portão foi aberto por Ashley e após cumprimentá-la eles


entraram. Ninguém além de Melanie e Arthur sabiam sobre a
gravidez de Ashley, que decidiu organizar um almoço em sua nova
casa com seu marido, para contar a todos a grande novidade.

Entraram na casa de Ashley e cumprimentaram Arthur que estava


assistindo a um jogo na tv. Christopher se sentou ao lado dele e
Ashley puxou Melanie para o quarto, dando a desculpa de que queria
mostrar algo para ela.

— Como Arthur está? — Melanie perguntou quando Ashley


fechou a porta.

— Mais animado impossível! Vive acariciando minha barriga e me


mimando ainda mais do que antes.

Ashley contou a novidade para seu marido no dia seguinte a


descoberta. Ela optou por dar um presente a ele com sapatinhos.
Deixou em cima da cama e quando ele chegou da empresa, viu o
embrulho em cima da cama e uma carta que Ashley escreveu para
ele. A loira nunca tinha visto ele chorar tanto quanto naquele dia. Foi
emocionante. E no dia seguinte, ela ligou para Melanie e contou
todos os detalhes. Sentia-se muito sortuda pelo marido que tinha.
— Eu quero mesmo é ver a cara de Christopher quando souber!
— Melanie disse sorrindo.

— Vai ser um tio babão, você vai ver! Ele ama crianças.

Melanie não pôde evitar imaginar Christopher com crianças. Hoje,


ela acredita facilmente que ele realmente ama crianças, mas há
algumas semanas atrás quando era apenas a secretária ela não teria
tanta facilidade em acreditar que aquele homem sério se dava bem
com crianças.

— Inclusive, nem quero imaginar quando vocês tiverem um! —


Ashley continuou sorridente e agora Melanie sorriu sem graça, sem
saber o que falar — Não pense que estou pressionando vocês, Mel.
Longe de mim! Esse é um assunto de vocês, apenas acho que seria
lindo.

— Eu sei, Ashley. — mudou de assunto para não ter que se


aprofundar nesse assunto — Mas, me conta, qual é a ideia?

— Entregar um envelope com várias cópias do ultrassom que eu


fiz anteontem e eu escrevi um bilhetinho para cada um. Eu queria
fazer algo maior, mas Arthur pediu que fosse algo mais simples. Ele
é muito discreto. Inclusive, a ideia foi dele.

— Achei lindo, Ash! Quero ver a cara de cada um quando abrir o


envelope. — Melanie disse animada.

— Eu também! — Ashley deu pulinhos e entrelaçou seu braço no


de Melanie. As duas desceram juntas e Alexandra e Víctor já tinham
chegado.

— O que as duas bonitas estavam fazendo lá em cima? —


Alexandra perguntou após cumprimentar as duas.

— Eu estava mostrando para Melanie umas roupas que comprei,


mamãe. — Ashley disse sorrindo.
— Mulheres, mãe! — Christopher disse divertido e Ashley
mostrou a língua para ele.

A campainha tocou e Ashley foi até porta. Todos sabiam que era
Andrew e Evelyn, pois eram os únicos que faltavam. A família de
Arthur mora em outro país.

»»»

Todos estavam reunidos à mesa e já tinham almoçado. Quando


todos terminaram, Ashley pediu para que todos permanecessem à
mesa porque queria presenteá-los com algo. A loira subiu para o
quarto e voltou rapidamente com os envelopes em mãos. Melanie
observava a expressão de cada um tentando não rir.

— Vocês só podem abrir o envelope quando todos estiverem com


o seu em mãos. Tem que ser todos juntos, ok? — Ashley disse e
todos concordaram.

Rapidamente ela entregou o envelope para todos, até para


Melanie que se sentiu surpresa. Não achou que ganharia um por já
saber do que se tratava.

Melanie abriu o seu tentando prestar atenção nas reações dos


outros. Sorriu ao ver a cópia do ultrassom e o bilhetinho que a loira
tinha feito para ela.

“Melanie, não é novidade que adorei você desde o primeiro dia


em que nos conhecemos. Não apenas por você fazer meu irmão feliz
e me trazer o Christopher que eu tanto sentia falta, mas também por
ser essa pessoa incrível que encanta a todos com sua simpatia.
Obrigada! E espero que aceite ser madrinha com Christopher do
nosso pequeno ou pequena! ;)”

Melanie engasgou. Ser madrinha? Quando nem era realmente a


esposa de Christopher? Loucura! Mas, não pôde deixar de sorrir com
o convite, mesmo sabendo que talvez isso não aconteceria de fato.
Enquanto todos abraçavam Ashley e Arthur animadamente.
Christopher continuava sentado ao lado de Melanie, ele a olhou e
sorriu. A ruiva quase não acreditou quando viu lágrimas nos olhos
dele.

— Eu vou ser tio, Mel!

— Sim, Christopher. — Sorriu e foi surpreendida quando ele a


beijou rapidamente e levantou-se em seguida e indo abraçar Ashley
e Arthur.

Melanie piscou várias vezes tentando não se sentir afetada pelos


pequenos gestos dele, entretanto, sabia que se afetava muito mais
do que deveria.

Levantou-se e foi até Ashley, abraçou-a, a parabenizando mais


uma vez e depois também parabenizou Arthur, que estava muito
animado e tão empolgado quantos todos ali. Alexandra, inclusive,
estava chorando de tanta felicidade.

— Vocês aceitam serem os padrinhos, né? — Ashley disse


sorrindo para Melanie e Christopher.

— É claro que sim! — Christopher disse sorridente e Melanie


também sorriu.

— Com toda a certeza! — Melanie disse.

Ashley os abraçou, enquanto dava pulinhos animada.

— Não poderia estar mais feliz! Todos os meus filhos reunidos,


felizes e agora finalmente um netinho! — Alexandra disse
emocionada e Víctor assentiu enquanto abraçava a esposa.

— Não seja tão chorona, dona Alexandra — Andrew disse


divertido.

— Deixa sua mãe, Andrew — Evelyn disse rindo.


— Isso mesmo. Ouça sua esposa — Alexandra mostrou a língua
para ele que riu.

Fazia um bom tempo que o clima não ficava leve assim com
todos juntos e isso não passou despercebido por Alexandra e Víctor,
que estavam ainda mais felizes por isso.

— Christopher, podemos conversar rapidinho? — Arthur


perguntou para Christopher que assentiu e após deixar um beijo no
topo da cabeça de Melanie, saiu atrás do cunhado.

O celular de Melanie tocou e ela pediu licença para atender indo


para a área da piscina, que era após a grande porta de vidro que
separava a cozinha do fundo. Foi até a espreguiçadeira que ficava
do outro lado e atendeu o telefone, quase perdendo a audição com o
grito que Megan deu.

— Estou apaixonada!

— O que? — Melanie perguntou, incrédula.

— Me fodi, Melanie! Estou apaixonada.

— Megan Collins não se apaixona — A ruiva repetiu as palavras


tantas vezes ditas pela amiga e sabia que nesse momento ela estava
revirando os olhos.

— Era o que eu achava, até conhecer Logan. Tinha tudo para dar
certo Mel! Ele queria apenas sexo, como eu.

— Só que aí o cara é bom demais e agora você está


apaixonada.

— Sim! Puta que pariu, Melanie! Isso não pode estar


acontecendo — Megan dizia desesperada e Melanie precisou evitar
o riso.

— Poder, até pode, Meg. Eu sempre lhe disse que isso poderia
acontecer. Será que ele não se sente do mesmo jeito por você?
— Não sei, Mel. Ele foi viajar para Orlando e eu tô sentindo
saudade dele. Estávamos nos vendo quase todos os dias.

— Desde quando?

— Conheci ele duas semanas antes de você viajar com seu chefe
gostosão. Entretanto, não estava levando a sério, até cinco dias
atrás. Comecei a sentir coisas estranhas quando ele disse que ia sair
com amigos para uma boate de strip. Agora, estou com saudades
dele.

— É, Meg. Você realmente está gostando dele.

— Vou chorar, Melanie! — Megan disse manhosa e ela riu.

— Não é para tanto, Meg. Eu sei que é uma merda,


principalmente quando a gente não tem certeza do que vai acontecer
e a gente percebe que tá se envolvendo demais e não consegue
dizer não. Até porque nem tem como... — Megan a interrompeu.

— Você está gostando de Christopher?

— Muito mais do que eu deveria, amiga. Estou conhecendo um


lado dele que nem imaginava existir.

— Estamos fodidas, Mel.

— Estamos, Meg. — Suspirou.

— Quando você voltar, vamos para uma boate encher a cara.

— Combinado.

— Preciso desligar porque tenho que terminar um artigo e depois


comer um pote de sorvete.

— Tudo bem. Boa sorte!


— Boa sorte! Te amo!

— Também te amo!

Melanie suspirou negando com a cabeça. Nunca imaginou que a


amiga gostasse de alguém com todos os discursos anti-amor dela.
Era surpreendente e ao mesmo tempo preocupante, porque Melanie
não queria ver Megan sofrer.

Se levantou para voltar para a cozinha, mas viu Andrew vindo em


sua direção e ficou parada onde estava.

— Posso conversar com você? — Andrew disse quando estava


perto de Melanie.

— Claro que pode. — Melanie sorriu.

Andrew se sentou na espreguiçadeira e Melanie fez o mesmo.

— Fico feliz que você esteja fazendo o meu irmão feliz.

Melanie apenas assentiu.

— Me sinto culpado por tudo o que aconteceu. Na época eu fui


orgulhoso demais e eu não tinha o direito de agir daquela forma com
Christopher. — Suspirou.

— A maior mágoa de Christopher foi por você não ter conversado


com ele, Andrew. Não ter insistido e demonstrado que realmente se
importa com ele.

— Mas ele é meu irmão! Como não vou me importar?

— Você não tentou conversar com ele, Andrew. Não pode achar
que uma traição passe assim facilmente só fingindo que nada
aconteceu. Eu sei que você nunca foi muito de pedir desculpas e que
esse é o seu jeito, mas algumas vezes precisamos passar por cima
das nossas manias. Eu não critico você, diversas vezes não pedi
desculpas por coisas que fiz por orgulho, mas são as coisas que eu
mais me arrependo hoje. A diferença é que não posso voltar atrás,
você sim. Conversa com ele.

— Você sabe o que ele vai fazer, Melanie.

— Ele só que ter certeza que você realmente se importa e quer


voltar a ser como era antes com ele, mas também não espere que
tudo volte ao normal rapidamente. O problema do Chris deixou de
ser a Evelyn há muito tempo, o que dói nele é você não ter tentado
nada. E uma vez não conta.

— Ele realmente conversou com você sobre isso.

— E quando eu digo que mesmo fazendo um showzinho, se você


for conversar com ele, Christopher vai te ouvir, é porque foram
palavras que saíram da boca dele.

— Eu vou tentar, mas não prometo nada! — Andrew disse,


suspirando.

— Você não tem que prometer nada para mim. Isso é uma coisa
sua e entre vocês dois. E pelos pais de vocês também, que sentem
muito mais do que qualquer um.

Andrew se levantou e Melanie fez o mesmo, ele abriu os braços


pedindo um abraço e ela assentiu abrindo os braços para que ele
viesse abraça-la e ele o fez.

— Obrigada por fazer meu irmão feliz. Eu sei que errei muito na
época.

— Está tudo bem, Andrew. Boa sorte! — Sorriu.

— Obrigado!

Quando se afastaram e se viraram para entrar, deram de cara


com Christopher na porta. Olhando toda aquela cena com os punhos
cerrados e o maxilar travado.
— Estava demorando — Christopher disse indo até eles — Não
se contentou em dar em cima da Evelyn e agora quer Melanie
também?

— O que isso tem a ver, Christopher? — Andrew perguntou — Tá


maluco?

— Maluco? Na verdade, eu estou decepcionado que mais uma


vez você tentou roubar a minha mulher. — Christopher gritou.

— Qual é o seu problema, Christopher? — Melanie perguntou,


irritada. Não podia acreditar que Christopher estava pensando que
os dois estavam o traindo.

— Com você eu converso depois e acho que temos muito o que


conversar, não? — Christopher disse, a decepção era clara em sua
voz. Melanie cruzou os braços e balançou a cabeça negativamente.
Não podia ser.

— Você não está achando que nós… — Andrew começou, mas


foi interrompido por Christopher.

— Que vocês estão me traindo? Eu deveria? O abraço de vocês


parecia tão bom.

— Não acredito! Porra, Christopher, qual é o seu problema? —


Melanie gritou — Pare de achar que todo mundo vai te trair, eu sei
que isso deve ser uma merda, mas não é isso o que está
acontecendo aqui.

— Ah, não? E o que estava acontecendo? Porque até onde eu


saiba vocês nunca trocaram nem meia dúzia de palavras e do nada
estão se abraçando muito intimamente.

— Christopher… — Melanie interrompeu Andrew.

— Quer saber? Foda-se! Eu desisto! Eu nunca te dei um motivo


sequer para desconfiar de mim. Você é tão idiota que antes de
chegar cheio de achismo deveria ter perguntado, Andrew só queria
saber como chegar em você para pedir desculpas e veio me
perguntar, porque todos que viram o pior de você, sempre me falam
que depois de ter começado um relacionamento comigo você está
melhor. Está quase igual aquele Christopher que você era. Andrew
também acha isso. E quer saber? — Olhou para Andrew — Não
compensa pedir desculpas não. Você foi um babaca na época sim,
mas seu irmão quando quer também consegue. — Olhou para
Christopher que a encarava até mesmo assustado — E quer saber,
Christopher? Pra mim já deu! — Saiu dali batendo o pé, percebendo
que Alexandra, Víctor, Ashley, Arthur e Evelyn observavam a cena na
porta.

— Quer que eu te leve em casa, Melanie? — Víctor perguntou e


Melanie apenas assentiu, não conseguindo controlar as lágrimas.

— Vou com você — Ashley a abraçou e Melanie não pôde dizer


não. Sempre tinha Megan ao seu lado quando essas coisas
aconteciam, mas sabia que se ligasse para a morena ela pegaria o
primeiro voo e naquele momento a única coisa que ela queria era
sair daquele país. Não podia acreditar que Christopher fosse tão
idiota a ponto de achar que ela o trairia, sem fundamento algum.
Como poderia estar em um relacionamento com alguém que não
saberia confiar? Então se lembrou que aquilo era apenas um
combinado, tudo falso, mas infelizmente seu sentimento por ele,
não.
Capítulo Dezesseis
Quando Melanie saiu, Christopher encarou Andrew por longos
segundos, até que o mais novo decidiu falar.

— Como você pôde achar que eu estava dando em cima de


Melanie, Christopher? Eu sou apaixonado por Evelyn! — Andrew
tentou não erguer o tom de voz.

— Não confio em você, Andrew.

— E pelo jeito nela também não. Será que você não vê o modo
como ela te olha?

— Você não sabe de nada, Andrew. — Teve vontade de gritar que


era tudo mentira, mas não o fez. Nem ela tinha jogado a merda no
ventilador, então ele também não iria.

— Sei sim, seu imbecil! Eu errei com você e eu peço minhas


sinceras desculpas por isso. Hoje, se eu pudesse voltar no tempo
teria feito tudo diferente para que você não se sentisse traído, pelo
menos. Mas, porra, Christopher! Eu não quero saber da tua mulher
não e eu não me apaixonei por Evelyn por ela ser sua namorada na
época. Eu pedi para Melanie me ajudar a falar com você. Apenas
queria me desculpar com você e não sabia como, você sabe como
eu sempre fui.

— Precisava abraçar? — Christopher não estava disposto a


ceder.

— Do modo como você está falando, até parece que abraçar é


beijar. Não tente agir com orgulho, Christopher, isso não combina
com você. E você deveria ir atrás de sua mulher e se desculpar, não
acha? Deve doer ver a pessoa que você ama não confiar em você,
quando nem motivos ela deu.
Christopher ficou em silêncio, não sabia como Melanie agiria se
ele tentasse falar com ela naquele momento. A reação da ruiva o
surpreendeu, ele jamais imaginou vê-la tão brava.

Ele não sabia o que fazer, não sabia se ia atrás dela agora ou
esperava esfriar a cabeça. Para ele, mesmo errado, ela deveria
entender a reação que teve.

Melanie estava deitada na cama com a cabeça no colo de Ashley.


Elas estavam na casa dos pais de Christopher. Para sua surpresa,
não estava chorando, talvez aquele fosse o sinal que ela estava
esperando de que eles não dariam certo juntos.

Ashley acariciava os cabelos de Melanie observando-a


atentamente. A ruiva olhou para a loira e suspirou.

— Qual é o próximo voo, Ashley?

— Eu não sei, Mel. Preciso ligar para saber. Não vai embora,
não.

Melanie suspirou. Negou com a cabeça e se levantou.

— Não tenho mais condições de continuar com tudo isso, Ash.

— Senta e conversa com ele, Mel. Eu sei que não é legal quando
nosso… — Melanie a interrompeu.

— Ele não é meu marido, Ash. Nunca foi. — soltou, sentindo o


peso sumir de suas costas.

Ashley a olhou confusa.


— Como não?

— Seu irmão me pediu para que eu fingisse ser a esposa dele e


em troca ele pagou o meu aluguel que estava atrasado. — Melanie
suspirou — Foi tudo uma troca de favores, Ash. Seu irmão estava
desesperado por ter que voltar e sem uma mulher.

— Mas o modo como vocês se olham… eu até já ouvi gemidos


vindo do quarto de vocês! — Ashley gritou indignada e Melanie
corou.

— Nos envolvemos. Da minha parte, mais do que deveria.

— Você está apaixonada por ele? — Os olhos Ashley brilharam e


Melanie assentiu, sem ânimo.

— Ele é meu chefe, Ashley. Eu não deveria me apaixonar por ele.


Vai ser uma merda daqui em diante vê-lo de segunda à sexta.

— Mas o que realmente de fato aconteceu?

— Andrew me pediu para ajudá-lo em como falar com


Christopher. Aí depois, ele me pediu um abraço e falou que estava
muito feliz por eu fazê-lo feliz. Não teve maldade alguma da parte
dele. Aí Christopher viu, e fez aquele escândalo. O que mais me
magoou, foi ele ter feito todo aquele show, sem fundamento algum.
Achar que eu me envolveria com Andrew como se fosse a Evelyn.
Eu não sou ela. Nunca dei motivos para que ele desconfiasse de
mim nem profissionalmente e não seria agora que eu faria.

— Ele realmente exagerou, mas vai saber o que passou pela


cabeça dele naquela hora… — Melanie a interrompeu.

— E precisava daquele showzinho todo na frente de vocês?

— Melanie, o maior medo que ele tem é de ser traído de novo.


Não estou defendendo-o, não me entenda mal. Porém, eu nunca vou
saber o que ele sente, nós nunca vamos, não passamos por isso.
Christopher era a pessoa mais doce que eu conhecia, foi um grande
baque para ele e eu entendo, também me sentiria péssima. Porém,
eu posso lhe garantir uma coisa, a forma como ele agiu não foi
apenas medo de ser traído, não. Ali, tinha muito medo de perder
você também.

Melanie gargalhou, negando com a cabeça. Nunca que


Christopher se sentiria dessa forma em relação a ela. Ele não se
envolve sentimentalmente com ninguém.

— Estou falando sério, Melanie — Ashley continuou — Aquilo foi


mais ciúmes do que medo de ser traído. Apesar de toda a mudança
que ele teve, eu o conheço, sei na maioria das vezes o que ele está
sentindo. Christopher gosta de você.

— Mas não vamos dar certo juntos, Ashley. Ele é meu chefe e
isso vai me prejudicar muito na empresa. Eu não devia ter me
envolvido com ele dessa forma, meu emprego é algo importante para
mim porque é meu único jeito de pagar minhas contas. O pouco que
meu pai deixou para mim quando morreu, foram para as dívidas dele
que eu nem sabia que existiam e ainda foi pouco. Então eu me
sustento com o salário que ganho ali e não posso perder isso.

— Ele não te vai te demitir, Mel.

— Mas eu não quero que a convivência se torne algo


insuportável, Ash. Isso aconteceu para que eu pudesse ver com
antecedência o quanto eu vou me machucar se eu continuar com
isso e eu não quero isso para mim.

— Mel… — A ruiva a interrompeu.

— Por favor. Só te peço que marque o próximo voo para mim, eu


só quero ir embora para a minha casa.

— Tem certeza que quer ir embora?

— Sim.
— Tudo bem então. — Ashley a abraçou por alguns minutos —
Só quero que saiba que eu gosto muito de você e ainda quero que
seja a madrinha do meu bebê.

— Serei com todo prazer — Melanie sorriu, sentindo-se


emocionada — Eu gosto muito de você também.

— Quer ficar sozinha? — Ashley perguntou e Melanie assentiu. A


loira deu um beijo na testa da ruiva e saiu dali.

Melanie suspirou, deitando na cama e abraçando o travesseiro


que tinha o cheiro de Christopher. Tudo naquele quarto lembrava ele,
até porque tudo ali também era dele. E aquilo não estava a fazendo
bem, ela precisava ir para casa e pensar um pouco em tudo o que
aconteceu. Queria organizar seus pensamentos, queria o seu
cantinho. Não tinha mais clima para ficar ali, e se Christopher
quisesse o dinheiro de volta ela daria um jeito de pagar, mas não
ficaria ali sentindo-se mal.

Quando Christopher entrou em casa, Ashley que estava sentada


no sofá o olhou negando com a cabeça.

— Cadê Melanie?

— Está no quarto e você não vai lá agora. Primeiro você vai


sentar aqui e nós vamos conversar.

Christopher bufou e sentou-se de frente para a sua irmã no sofá.


Ashley o analisou por alguns segundos e depois negou com a
cabeça.

— O que foi aquilo, hein?


— Eu acabei agindo por impulso.

— Na minha casa e em algo que era importante para mim, não é?

— Ashley… — A loira o interrompeu.

— Antes de entrar no assunto Melanie e você, primeiro eu devo


lembrar o quão desrespeitoso foi você ter dado aquele showzinho na
minha casa, em uma comemoração de uma nova vida que vem aí.
Não importa o que você pensou ou deixou de pensar, roupa suja se
lava em casa. Pensei que nesse tempo de casado você tinha
aprendido isso — Ela parou de falar por uns segundos e negou com
a cabeça, forçando uma risada — Ah, é! Tinha me esquecido
completamente que você e Melanie nunca foram realmente casados!
Onde eu estava com a cabeça, né?

Christopher engoliu seco e abaixou a cabeça. Não sabia o que


falar e não imaginava que Melanie contaria a verdade para Ashley.

— Não imaginou que ela me contaria, né? — Ashley disse como


se estivesse lendo os pensamentos dele, mas nada que o
surpreendesse porque a loira sempre o conheceu muito bem — Por
que mentir para a família toda, Christopher? Por que fingir estar com
alguém? Por que colocou Melanie nessa história? Mesmo que por
um favor... Olha a merda que isso virou!

— Porque é a única pessoa que eu confio. Sempre tive extrema


confiança em Melanie, eu não quero apresentar uma garota vulgar
para vocês, não queria que a mamãe se decepcionasse e sabia que
todos iriam amá-la. Mas o motivo principal foi a confiança.

— Engraçado você falar em confiança após a cena de hoje. A


última que você teve ali foi confiança, Christopher. Eu sei que foi
muito doloroso para você a traição, principalmente por causa do
Andrew, você nunca imaginou que ele faria isso. Ninguém imaginava,
na verdade. Só que você não pode passar o resto da sua vida
achando que vai ser traído de novo, por mais difícil que isso seja. Eu
não estou dizendo que é fácil. Porém, a partir do momento que você
se envolve com alguém, mas ainda continua comparando com seu
antigo relacionamento é porque você não está preparado e Melanie
não merece isso.

— Eu sei. Fui impulsivo.

— E deu uma grande mancada. Você poderia ter chamado


Melanie em um canto e conversado com ela. Mesmo que ainda seja
muito chato quando alguém nos acusa de algo sendo que nunca
demos motivos, é mais aceitável se conversado com calma. Sem
contar que eu tenho certeza que no fundo você sabe que ela jamais
seria capaz de fazer isso, principalmente porque ela gosta muito de
você e é recíproco. Caso contrário, você nem estaria aqui.

Christopher suspirou e assentiu com a cabeça. Não tinha o


porquê de negar que sentia algo pela ruiva, sabia que ainda não
chegava a ser amor, porque estavam nessa relação mais íntima a
pouco tempo, porém, gostava muito dela de uma forma tão intensa e
desconhecia por ele até então.

— Nunca quis magoá-la, Ash. Sei que não é motivo, mas eu


estou assustado. Nunca me senti assim antes em relação a alguém,
não nessa intensidade, sabe?

— Sei. E você vai parar por aqui e continuar a falar tudo isso para
ela, se tem alguém que precisa saber sobre os seus sentimentos,
esse alguém é a Melanie. Te desejo boa sorte, porque ela me pediu
para que marcasse o próximo voo para ela.

— Tudo bem. Obrigado e me desculpe por ter estragado esse dia


— Sorriu fraco e após dar um longo abraço e um beijo na testa de
Ash, subiu para o quarto onde Melanie estava.

Quando entrou, Melanie estava deitada na cama e mesmo não


vendo o rosto dela, podia ouvir os soluços que estava fazendo com
que ele sentisse um aperto no coração. Ele fechou a porta e
caminhou até a cama devagar, sentado no canto da cama. Melanie o
olhou e respirou fundo, afastando-se e limpando as lágrimas.
Sentou-se na cama e o encarou, mas não disse uma palavra sequer.
Não era ela que precisava falar ali.

— Me desculpe. — Ele disse, suspirando — Eu sei que fiz merda


e das grandes, peço mil perdões por isso. Eu acabei agindo por
impulso. Isso não é uma desculpa, mas eu senti medo de te perder
ali...

— Você e sua grande mania de comparar tudo com o seu


relacionamento antigo. — Melanie o interrompeu, negando com a
cabeça — Eu não sou a Evelyn, Christopher. Não vou me envolver
com seu irmão, nem com outras pessoas. E se você não foi capaz de
confiar em mim e ainda insiste em bater na mesma tecla todos esses
anos é porque não superou e não está preparado para seguir em
frente. Eu deveria ter pensado nisso antes de me envolver com você.
Deveria ter deixado como estava no começo, nada além do
necessário, apenas fingindo para a sua família. Talvez agora eu não
estivesse tão magoada com você.

— Eu gosto de você, Melanie.

— Eu também gosto de você, Christopher. Porém, eu não tenho


psicológico para me envolver com alguém que não é capaz de
confiar em mim. E é uma pena para mim que tenha criado
sentimentos por você que além de tudo é meu chefe.

— Nada vai mudar na empresa.

— Eu sei que não. Até porque, nosso relacionamento será


apenas profissional, como sempre foi e deveria ter ficado. Peço
desculpas e se quiser eu pago a parte que faltaria para completar a
quantia que você me deu, mas neste momento tudo o que eu quero
é ir embora.

— Mel, você não precisa pagar nada. Vamos tentar de novo. Eu


me desculpei e…

— Aceito suas desculpas. — Melanie respirou fundo, segurando o


choro — Mas, não quero mais nada com você. Sigo sendo sua
secretária, sobretudo porque preciso do emprego, mas nada além
disso. Só gostarmos um do outro não é necessário se você não é
capaz de seguir em frente. E eu não quero alguém pela metade,
Christopher. Eu quero ser amada e amar inteira e intensamente.

Ele passou a mão pelo rosto de Melanie que o encarou nos olhos
por alguns minutos, mas ela se levantou da cama e saiu do quarto
rapidamente.

Christopher observou a porta por alguns minutos e mesmo depois


de todas as palavras de Melanie, estava decidido que não desistiria.
Resolveria seu passado e a reconquistaria. Ele sabia que aquele
sentimento tão grande e intenso que sentia por ela não era atoa.

Seria capaz de tudo para ter Melanie de volta, mesmo que para
isso precise respeitar o tempo dela.
Capítulo Dezessete
Quando Melanie entrou no táxi, já em Nova York, a única coisa
que passava por sua cabeça era todas as lembranças que tinha com
Christopher. Não deveria ter perdido a virgindade com ele, agora isso
estaria marcado para sempre e ela não teria como esquecer primeira
vez com seu chefe.

Apesar de seu coração estar doendo, ela não se sentia


arrependida da decisão que tomou. Ninguém além de Ashley sabia a
verdade e ficariam sem saber, como se apenas tivessem se
divorciado.

Sobre Christopher, apenas precisaria aprender a lidar com o fato


de ter que vê-lo de segunda a sexta. Acredita que com o tempo, isso
se tornará algo normal e ela deixará de sentir essas coisas intensas
e borboletas na barriga que sente por ele. Esperava também que ele
não a tratasse diferente, sempre teve respeito e educação de ambas
as partes até mesmo nos piores dias e se dependesse dela,
continuaria assim.

Naquele momento, tudo o que ela precisava era de um banho


longo e relaxante, uma caneca de chocolate quente e sua cama
quentinha e confortável. Ela precisava dormir antes que sua cabeça
explodisse de tanta dor. Não havia conseguido pregar o olho desde o
ocorrido e mesmo que sentisse que também não conseguiria quando
chegasse em casa, precisava tentar.

Quando o táxi parou em frente de sua casa, o taxista ajudou-a


com as malas e após agradecer e pagar a corrida, Melanie entrou e
suspirou aliviada por estar em casa. Não precisaria trabalhar até que
Christopher voltasse, então teria alguns dias para aproveitar a folga.
Não sabia ainda se isso era bom ou ruim, mas descobriria nos
próximos dias.

Jogou a bolsa em cima do sofá e não se preocupou em levar a


mala para o quarto, podia fazer isso mais tarde. Ela só queria tomar
um bom banho primeiro.

Entrou no banheiro e se despiu, entrando no box em seguida e


ligou o chuveiro, quando a água estava na temperatura desejada, ela
se molhou. Passou a mão pelo rosto e respirou fundo, tentando
evitar todos os pensamentos que a levavam até Christopher. Mal
pode acreditar quando estava no aeroporto e ele apareceu
desesperado e pedindo para que ela ficasse. Porém, estava decidida
e repetiu as mesmas palavras ditas no quarto. Podia vê-lo engolir
seco e antes de embarcar, pôde vê-lo abraçando Ashley. Não pôde
negar que seu coração acelerou ali, mas não voltaria atrás, não
estava disposta a passar novamente por aquilo. Queria que ele
provasse que tinha superado o passado e estava realmente pronto
para um novo relacionamento.

Só não sabia se estava disposta a esperar e muito menos se ele


se esforçaria para isso. Sua cabeça dizia que não, que ele tinha
muitos afazeres quando voltar e que rapidamente desencantaria dela
e arranjaria outras mulheres para ficar. Mas, seu coração insistia em
bater mais forte cada vez que ela pensava que ele realmente estava
gostando dela, como ela estava dele. Se ele sentia as mesmas
sensações que ela ou se era apenas fogo de palha. Talvez, com
sorte, isso poderia até ser fogo de palha para ela.

Porém, duvidava disso.

Mais uma vez, não era como se o amasse. Não estava envolvida
com ele a tanto tempo para sentir amor. Nesse tempo em que era
apenas secretária dele, apesar de achá-lo lindo, nunca realmente
pensou em se envolver com ele. Brincava muito com Megan e a
ouvia falar várias vezes o quanto ela estava perdendo em não ficar
com aquele pedaço de mal caminho, mas nunca realmente pensou
nisso. Entretanto, quando aconteceu e ela pôde conhecer um
Christopher que ninguém na empresa acreditaria se ela contasse,
tudo o que sentiu foi muito intenso, de um modo que ela nunca
imaginou que os sentimentos pudessem ser. Não sabia como lidar
agora quando tiver que lidar com ele todos os dias e isso a
assustava. E mesmo sabendo que tudo o que Megan dizia era
verdade, ainda se repreendia por ter se envolvido com ele.

Quando Melanie ouviu a campainha tocar, já sabia que era sua


melhor amiga. Exatamente o que ela precisava naquele momento, o
colo de Megan para chorar e sabia que naquele dia também
precisaria ser o colo para ela. Ela estava realmente apaixonada.

Abriu a porta e quase caiu para trás quando a morena a abraçou


fortemente.

— Puta que pariu, quantas saudades eu estava de você, Mel!

— Eu também estava com muitas saudades, Megan! — Apertou-


a mais e assim que se desvencilharam do abraço fechou a porta,
puxando a amiga para o quarto. Assim que entraram, Megan
despejou todo o conteúdo de sua sacola em cima da cama:
chocolates, sorvete, balas, salgadinhos, garrafinhas de ice e uma de
vinho.

— Para que tudo isso? — Melanie arregalou os olhos observando


todas aquelas guloseimas em cima de sua cama.

— Kit anti-fossa. Doces, salgadinhos e bebidas alcoólicas para


nos embebedarmos e esquecermos aqueles homens.

Melanie negou com a cabeça, mas em seguida riu. Talvez


realmente estivesse precisando encher a cara com sua melhor
amiga.

Megan se jogou na cama e Melanie fez o mesmo. Cada uma


abriu uma garrafinha de Ice e beberam a garrafa em poucos minutos,
abrindo outra em seguida.

— Conte-me o que aconteceu. — Megan disse — Você apenas


me mandou uma mensagem dizendo que estava vindo embora.
Fiquei assustada.

— Me envolvi demais, Meg. Deveria ter escutado minha


consciência me alertando da grande merda que eu estava me
metendo, mas ele é tão… — fez careta, pensando em um bom
adjetivo para Christopher — Irresistível.

— Realmente… — Megan disse — Acho difícil que alguém


consiga dizer não para Christopher Campbell. Me desculpe, amiga,
mas é apenas a verdade.

— Eu sei. — suspirou — Na casa de Ashley, após o almoço e a


revelação da gravidez dela, você me ligou e eu fui te atender na área
dos fundos. Depois que desliguei, Andrew veio conversar comigo
porque queria saber como pedir desculpas para Christopher por
causa de todo aquele rolo do passado, eu o aconselhei e ele me
pediu um abraço, inclusive nesse abraço ele me agradeceu por fazer
Campbell feliz. Aí, meu digníssimo “marido” — fez aspas com as
mãos — viu e achou que eu estava de graça com seu irmão. Fez um
escândalo desnecessário e eu o mandei para a puta que pariu.
Chutei o balde. Cansei. Não quero estar com alguém que não está
preparado para ter um novo relacionamento porque não esqueceu o
passado.

— O que tem de gostoso, tem de sonso! — Megan negou com a


cabeça e em seguida suspirou — Queria ter motivos para odiar
Logan… Mas ele não fez nada de errado e não tem culpa que eu
envolvi sentimentos nisso — Passou a mão pelo rosto e suspirou,
irritada — Eu sempre procurei homens que quisessem apenas curtir
e muitos sempre tiveram até medo de mim por eu ser tão
independente e desapegada! Aí, encontrei Logan e tinha tudo para
dar certo. Um ótimo sexo casual sempre que quiséssemos e aí o que
aconteceu? Eu me apaixonei, Melanie! Quais as chances dessa
merda acontecer?
— Grandes. Meg, você sempre disse que os homens que você
ficava, na grande maioria das vezes, eram imbecis. Ou seja, não
tinha nem motivos para que você sentisse outra atração além do
carnal. Te conhecendo bem como eu conheço, tenho certeza que
além de pensar como você em relação a sexo, ele deve pensar como
você em relação a muitas outras coisas e não deve ter nada de
imbecil. Você não se apaixonaria se fosse o contrário.

— Odeio o fato de você me conhecer tão bem e descrever toda a


situação — Megan disse revirando os olhos e fazendo Melanie rir.

— Eu sei. Também amo você! — Beijou a bochecha dela que


gargalhou.

— Christopher não tentou te impedir de vir?

— Ele disse que gosta de mim. Tentou conversar comigo no dia e


foi atrás de mim no aeroporto, mas eu mantive minha palavra. Não
quero me machucar dessa forma, ainda mais sabendo que vai ser
inevitável. Enquanto ele não se resolver com o passado dele, vai
continuar assim, Meg. Só que quando esse dia chegar,
provavelmente não estarei disposta a tentar novamente se por um
acaso ele ainda queira. — Suspirou, encarando sua amiga — No
fundo, eu realmente acho que quando ele voltar, todo esse
sentimento que ele disse sentir vai acabar e ele vai seguir a vida dele
normalmente.

— Será, Mel?

— Eu acho que sim. Não tem motivos para ele ficar correndo
atrás de mim com tantas mulheres atrás dele. Meg, até mesmo na
empresa, se ele estalar os dedos uma grande fila vai se formar. Ele
sabe disso, todos sabem.

— Nenhuma outra mulher no mundo chega aos seus pés,


Melanie. Se ele não foi ou não é capaz de ver isso, eu sinto muito
por ele, porque ele está perdendo um mulherão da porra! — Megan
assobiou e Melanie gargalhou.
— Logan também. — Piscou.

— Nunca me imaginei nessa situação tão embaraçosa:


apaixonada e ainda por cima, por alguém que não quer nada sério.

— Estamos sujeitos a muitas coisas que não imaginamos, Meg.


Você acha que algum dia imaginei que me apaixonaria por meu
chefe ou que perderia a minha virgindade com ele?

— Ah, mas deveria. Um pedaço de mal-caminho daqueles! — As


duas riram.

— Você realmente não tem jeito! — Melanie negou com a


cabeça, ainda rindo — Mas sabe o que eu acho?

— O que?

— Você deveria tentar conquistar ele.

— Oi? Tá maluca, Melanie? — Megan negou com a cabeça.

— Megan, você melhor do que ninguém sabe ser sexy e quente


como o inferno. Use isso a seu favor. Comece um jogo de sedução
com ele, o conquiste. Esse sentimento por ele não pode ser à toa,
mulher!

Megan encarou Melanie por alguns minutos, ponderando sobre


essa ideia maluca de sua melhor amiga. Quando sorriu
maliciosamente, Melanie soube que sua amiga estava de acordo
com sua ideia.

— Você é a melhor, Melanie! — Abraçou-a e elas riram.

— Eu sei — Disse convencida, enquanto ria da empolgação da


morena.

Independente da situação que estava passando com Christopher,


se Megan terminasse feliz, ela também estaria.
— E como vai ser daqui em diante em relação a você e
Christopher? — Megan perguntou quando se acalmaram.

— Tudo vai continuar como era antes, pelo menos da minha


parte. O tratarei com educação e o mais profissional possível, espero
que ele também. Claro que vai ser muito difícil ter que lidar com ele
todos os dias, mas esse é minha fonte de renda e eu não tenho
outras opções.

Megan suspirou percebendo os olhos de sua amiga se encherem


de lágrimas. Melanie deitou a cabeça no colo dela e não segurou as
lágrimas.

— Por que eu tinha que meter nisso, Meg?

A morena apenas acariciou o cabelo de sua amiga, sem ter


respostas para a pergunta dela, sabia o medo que Melanie estava
sentindo de como seria ter que vê-lo e lidar com ele todos os dias...
E só esperava que sua melhor amiga ficasse bem.
Capítulo Dezoito
— Melanie mandou mensagem ou ligou avisando que chegou,
Ash? — Christopher perguntou, pela milésima vez.

— Acabou de mandar. Disse que está em casa e está tudo bem.


— Ashley respondeu.

Christopher queria ir embora atrás de Melanie o mais rápido


possível, mas se o problema era seu passado, ele só iria embora
quando fosse resolvido. Portanto, só iria embora após conversar com
Andrew e Evelyn.

Seus pais não sabiam sobre o falso casamento e isso acarretou


em uns bons minutos de sermão para ele. Sua mãe dizia que
Melanie era uma menina de ouro e que ele não tinha motivos para
agir daquela forma. Ele concordava com ela, Melanie realmente era
a pessoa mais preciosa que ele já tinha conhecido e obviamente agiu
de uma forma ridícula. Nunca soube lidar muito bem com o
acontecimento do passado e quando viu a suposta repetição de seu
passado, em que outra vez perderia alguém que ele ama, não
pensou em mais nada além do trauma que tinha.

Porém, estava completamente equivocado.

Para começo de conversa, Melanie não tinha nada a ver com


Evelyn, elas tinham personalidades totalmente diferentes. Além
disso, o sentimento que tinha por Melanie, mesmo que ainda não
fosse amor, era muito intenso. O modo como sentia seu corpo
estranho por estar longe da ruiva chegava a ser assustador, ele
nunca se sentiu assim. Nem mesmo quando gostava de Evelyn e foi
embora por causa da traição. A abstinência de Melanie o deixava
mal, inquieto e incompleto. Não conseguia dormir direito de noite,
porque quando pegava no sono, era ela quem aparecia em seus
sonhos e ele nunca pensou que um dia se sentiria assim novamente,
gostando de alguém. Porém, sabia os motivos para se encantar por
ela, Melanie era diferente de qualquer outra mulher, além da beleza
estonteante, tinha também o grande coração que ela tinha, seu jeito
amoroso com todos, o modo como ela defendia com unhas e dentes
aquilo que acredita e aqueles que ama. Seria difícil alguém não se
apaixonar por ela.

Por esses e outros motivos, estava mais do que disposto a lutar


por ela.

»»»

Quando parou em frente a casa de Andrew, respirou fundo antes


de apertar a campainha. A porta foi aberta por Evelyn que ao vê-lo
não soube esconder sua surpresa.

— Christopher? — franziu o cenho.

— Andrew está?

— Ele precisou sair, mas daqui a pouco já está aí. Quer entrar?

— Sim.

Ela abriu passagem para que ele entrasse e assim o fez.


Caminhou até o canto da sala enquanto Evelyn fechava a porta, ela
se virou para ele e apontou para o sofá, para que ele se sentasse.
Christopher se sentou e ela foi até o sofá que ficava de frente para o
dele.

— Melanie foi embora mesmo? — Evelyn perguntou e eu assenti


— Não a perca não, Christopher. Ela é uma garota incrível e não tem
como não perceber o modo apaixonado como ela te olha. Não jogue
seu casamento no lixo assim. Sei que talvez você não me considere
a pessoa mais apropriada para lhe dar um conselho, mas é de
coração.

— É por isso que estou aqui. Para resolver esse passado de uma
vez por todas e focar apenas no meu futuro com Melanie. Se ela
ainda quiser. — Suspirou.
— Ela vai querer, tenho certeza. — Ficou em silêncio por alguns
minutos e em seguida continuou — Realmente peço desculpas por
aquele dia, Christopher. Juro que nunca foi minha real intenção que
isso acontecesse, mas minha atração por seu irmão foi instantânea e
por mais que eu tentasse ignorar, se tornou cada vez mais
impossível. Sei que deveria ter sido honesta e rompido nossa relação
antes de ter qualquer envolvimento com Andrew, mas eu não sabia
lidar com tudo aquilo direito. Foi difícil. Quando finalmente decidi
contar, foi quando tudo aconteceu. Me desculpe, mesmo.

— Está tudo bem. Eu também devia ter lidado de uma forma


diferente e melhor com tudo isso. No fim das contas, de tanto eu
remoer isso, o grande prejudicado fui eu. Eu nem sentia mais nada
por você e insistia em remoer esse passado, mas é porque o que
mais me machucou foi a traição de Andrew e ele não ter tentado se
desculpar.

— Não teve um ano sequer que ele não chorou de


arrependimento, mas seu irmão nunca teve coragem de tentar se
desculpar novamente. Ele nunca precisou, né? Sempre com a mania
de fingir que nada aconteceu para voltar a conversar, quando viu que
isso não funcionou e o breve pedido de desculpas também não, ele
resolveu se fechar e seguir em frente. Seu irmão não foi muito
inteligente para essas coisas e eu sofri muito com isso no começo,
até pegar no pé dele e ele melhorar, e claro, eu acostumar com jeito
dele também. Porém, eu sei o quanto ele sofreu após tudo.

— Andrew sempre foi muito complicado mesmo. Inclusive, eu e


Ashley sempre dissemos que o grande prejudicado por causa dessa
mania dele, seria ele mesmo.

A porta da sala se abriu e quando Andrew entrou, assustou-se ao


ver Christopher ali. Ele franziu o cenho e após trancar a porta, ficou
parado olhando-o.

— O que faz aqui? — Perguntou, cruzando os braços. Mas por


dentro seu coração batia mais forte por ter seu irmão ali.
— Vim conversar com vocês.

— Pode falar.

Evelyn se levantou dizendo que iria tomar um banho e subiu para


o andar de cima, deixando Christopher e Andrew a sós.

— Já conversei com Evelyn enquanto você não chegava. Agora


só preciso me resolver com você.

— E com Melanie, você já se resolveu?

— As coisas entre eu e Melanie são muito mais complicadas do


que você imagina. Porém, para eu me resolver com ela, antes
preciso resolver meu passado. Se eu não resolver isso, ela não vai
me aceitar de volta. Isso é, se ela aceitar mesmo com tudo resolvido.
— Christopher se levantou, colocando as mãos nos bolsos de sua
calça.

— Se você aceitar minhas desculpas, entre nós está tudo certo.


Eu nunca tive coragem de me desculpas novamente porque a única
vez que tentei, você agiu com tanta grosseria e eu não estava
acostumado com isso. Não estou dizendo que você não estava em
seu direito, mas todas as vezes que eu passava por cima das coisas
fingindo que não tinha acontecido nada, vocês sempre faziam o
mesmo.

— O problema é que isso não é algo simples para fingir que nada
aconteceu.

— Eu sei disso. Hoje eu entendo, mas na época eu não queria


entender. Eu só espero que um dia voltemos a ser tão unidos quanto
antes, irmão. E que você e Melanie não se separem.

— Vai ser realmente difícil, mas pelo menos será mais leve de
conviver.

— Eu entendo, Chris.
Andrew foi até Christopher e eles se abraçaram, firmando ali o
laço que tinham. Ele reforçou o pedido de desculpas durante o
abraço. Acima de tudo, eram irmãos e a partir dali deixariam todo o
passado no passado e recomeçariam para que um dia, talvez,
voltassem a ser tão unidos quanto antes. Era isso o que queriam e
era isso o que seus pais e sua irmã esperavam, mesmo que se não
acontecesse estaria tudo bem porque é algo totalmente
compreensível. Paz, era isso o que estava sendo selado ali. Paz
para Christopher e um sinal verde para que ele conseguisse seguir
em frente sem mágoas e de coração aberto para viver o romance
com Melanie. Esperava que ela ainda o quisesse. Não gostava nem
de pensar em perdê-la.
Capítulo Dezenove
Assim que Christopher chegou em Nova York, deveria ter ido direto
para seu apartamento. Porém, ele precisava ver Melanie e saber se
ela ainda estava disposta a tentar algo com ele, porque o que ele
mais queria era estar com ela. Por sorte, seu amigo Logan pôde
buscá-lo no aeroporto. Campbell contou tudo para seu amigo que o
apoiou e disse que o esperaria do lado de fora para que ele pudesse
conversar com Melanie.

Quando Logan parou em frente à casa de Melanie, após os


comandos de Christopher para chegar no local, ele desceu após o
desejo de boa sorte de seu amigo e foi até o portão da casa, tocando
a campainha. Esperava que Melanie o atendesse. Minutos depois,
quando a ruiva apareceu na porta, Christopher sentiu-se mil vezes
mais ansioso. Melanie não soube esconder o quão surpresa estava,
mas quando Christopher não viu nenhum sorriso no rosto dela,
começou a se preocupar.

— O que faz aqui, Christopher? — Melanie perguntou.

— Vim conversar com você.

— Não temos nada para conversar. Que eu me lembre, tudo o que


tinha para ser dito, já foi.

— Por favor, Melanie. Só me deixe entrar e me escuta, se você


mesmo assim quiser que eu vá embora, eu prometo que irei. —
Christopher pediu, suplicante.

Melanie não teve coragem de dizer não, apenas suspirou frustrada e


pegou a chave para abrir o portão. Quando o abriu para que
Christopher entrasse, precisou prender a respiração para não se
perder naquele delicioso e marcante perfume que ele usava. Assim
que ele entrou, ela se virou e foi em direção a porta, sendo seguida
por ele. Fechou-a após entrarem e sentou no sofá, esperando que
ele começasse a falar.
— Eu sei que errei, — Ele começou, respirando fundo para não
deixar transparecer o quão nervoso estava naquele momento. Nunca
tinha se sentido assim antes — errei muito. Porém, nunca foi minha
intenção te machucar, eu apenas agi por impulso e não acho que
isso seja uma boa desculpa, mas foi o que aconteceu. Eu senti um
grande medo de te perder ali e acabei agindo da pior maneira
possível. Eu fui um babaca, idiota, estúpido e imbecil e peço minhas
sinceras e enormes desculpas por isso. Melanie, pelo amor de Deus,
você não faz ideia do quanto eu gosto de você, é tão intenso e forte
que talvez nem eu saiba à proporção que isso está tomando, mas eu
sei que eu quero você. Eu quero nós. — Suspirou — Resolvi todo
meu passado, porque não quero resquícios daquilo nos
atrapalhando. Estou aqui inteiro para você. Por favor, me dá mais
uma chance.

Melanie respirou fundo e o encarou por uns segundos. Porém, ele


não conseguia decifrar sua expressão, não sabia se ela estava feliz,
cansada ou triste. Isso o desesperou, e esse desespero só ela se
levantou, indo para o lado oposto da sala.

— Não posso, Christopher. As coisas não se resolvem de uma hora


para a outra assim. Será que você realmente é capaz de confiar em
mim? — Ela se virou para encará-lo e ele ainda continuava de
joelhos no chão — Tudo o que você sente por mim, eu também sinto
por você, Christopher. Porém, eu não posso confiar que você está
pronto para seguir em frente, não posso me envolver sem ter certeza
das suas ações futuramente. Eu te perdoo pelo que você disse
naquele dia, não tenho mais ressentimentos sobre a sua falta de
confiança em mim, mas não estou disposta a tentar novamente
agora. Quero ficar sozinha.

— Mas, Mel, você disse que gosta de mim também. Por que não
podemos tentar novamente? Por que você não pode me dar um voto
de confiança? — Christopher se levantou, colocando a mão no rosto
da ruiva, que apenas se esquivou.
— Nem sempre o fato de gostar é suficiente para continuar. E outra,
Christopher, você é o meu chefe, nós trabalhamos juntos! Já está
uma merda só em pensar em como será a partir de agora, imagina
se eu tento novamente, me envolvo ainda mais e no fim da errado.
Eu não posso me dar ao luxo de sair de meu emprego, e seria ainda
mais difícil ter que lidar com você. Eu posso até estar sendo injusta,
entendo seus traumas, mas por favor, respeite a minha opinião, é o
melhor para nós dois.

— Realmente é isso o que você quer? — Perguntou, sentindo-se


totalmente quebrado por dentro.

— Sim. Eu sinto muito. — Mordeu o lábio, segurando o choro.

— Tudo bem. Se cuida. — Suspirou e saiu dali, andando o mais


rápido que pôde para entrar no carro de seu amigo que mexia em
seu celular. Quando Logan o olhou após ele fechar a porta, pôde
perceber que seu amigo não tinha sido bem sucedido na missão de
reconquistar Melanie — Ela não quer tentar novamente, Logan. Foi
bem clara que independentemente de sentir o mesmo por mim, não
estava disposta a isso. Ela disse também que não pode confiar sem
ter certeza que nunca mais irei agir daquela forma. — Sentiu um nó
se formar em sua garganta e um aperto horrível em seu peito. Não
era possível que quando encontrou alguém que o fizesse rever tudo
aquilo que acreditava, terminaria sozinho por ter feito merda.

— Pô, cara. Não desanima, não! Se ela sente o mesmo por você, já
é um ótimo começo! Você não pode desistir, sempre deixe claro que
você não vai desistir dela. Se ela não tem confiança em tentar algo
agora, dê a confiança que ela precisa para tentar novamente, apenas
não faça besteira novamente, está bem?

— Vou tentar, cara. Só não sei se isso dará certo, Melanie é muito
decidida do que quer.

— Ela quer você, Christopher. Porém, ela também quer ter confiança
em você e em seus sentimentos por ela. Cá entre nós, você ficava
com muitas mulheres antes.
— Você também — Christopher rebateu, revirando os olhos.

— Eu sei e se eu me interessar por alguma mulher, sei que isso será


um grande problema para mim. Apesar que… — Logan parou de
falar e suspirou, negando com a cabeça — Enfim, é difícil ter total
confiança em alguém que sempre esteve com muitas mulheres.

— O problema é se ela continuar com essa decisão e eu não ter


mais chances.

— Não seja pessimista. Não vamos pensar nisso agora, apenas não
deixe de focar nela e deixar claro que você não desistirá dela e que
seus sentimentos não são passageiros.

— Você tem razão. — suspirou — O que estiver ao meu alcance eu


farei para conquistar Melanie. Não vou desistir dela tão fácil.

— Assim que se fala, cara! — Logan deu dois tapinhas no ombro de


Christopher e ligou o carro, saindo dali.

Quando Melanie dizia aquelas coisas, seus olhos diziam o contrário.


Christopher não desistiria dela, principalmente porque sabia que se a
perdesse para sempre, nunca iria se perdoar.
Capítulo Vinte
A Segunda-feira chegou e com ela o desespero quando o
despertador tocou e Melanie se lembrou que voltaria a trabalhar e
teria que lidar com Christopher. Mais uma vez, aproveitou para dar
um sermão em si mesma mentalmente, lembrando que tinha se
avisado para não se envolver com ele que poderia dar muito errado.
Em seguida, teve vontade de se estapear, lembrando que não ouviu
a si mesma e agora estava muito ferrada.

Arrastou-se para o banheiro, tentando evitar todas as palavras


que saíram da boca de Christopher e que se repetiram durante todos
os dias em sua cabeça. Por um momento desejou ser como Megan,
mas em seguida lembrou que agora ela se encontrava apaixonada
por alguém também. Durante o banho, Christopher continuou
atormentando-a em seus pensamentos e por alguns segundos ela
desejou que a água fosse as mãos de Christopher passeando por
seu corpo.

— Estou enlouquecendo, só pode! — Resmungou, enquanto


balançava a cabeça negativamente.

No momento em que ele disse todas aquelas coisas, o que ela


mais quis foi pular no pescoço dele e enche-lo de beijos. Porém, não
podia se deixar levar pela emoção. Melanie não se sentia segura em
relação aos sentimentos dele. Para ela, alguém que sempre teve
todas as mulheres aos seus pés quando quisesse, não ficaria muito
tempo sofrendo por isso. No fim da história provavelmente terminaria
com o coração partido e não estava disposta a isso.

Desligou o chuveiro, se enrolou em sua toalha, escovou os


dentes e voltou para seu quarto, escolheu a primeira roupa que viu e
pegou um sapato com salto baixo, fez uma maquiagem rápida e
penteou seu cabelo longo e ruivo. Olhou-se no espelho checando
seu visual mais uma vez e pegou sua bolsa. Decidiu tomar café na
empresa porque estava sem fome.
Ela saiu de casa e cumprimentou o taxista que morava em sua
rua e a levava todos os dias para a empresa, um velhinho simpático.
Entrou no carro dele e durante o trajeto conversou sobre
aleatoriedades. Cerca de meia-hora depois, estava em frente ao seu
local de trabalho, agradeceu e pagou o Sr. Benício. Despediu-se e
entrou na empresa, bateu o cartão e seguiu para o elevador.

Quando as portas do elevador abriram, já em seu andar, ela saiu


dele em passos lentos, rezando para que não tivesse que lidar com
Christopher tão cedo, porém, assim que ela se sentou em sua mesa,
ele saiu da sala. Quando seus olhos se encontraram, Melanie não
conseguiu evitar encará-lo por algum tempo, assim como ele não
conseguiu tirar os olhos dela, até que a ruiva desviou o olhar.

— Bom dia, Sr. Campbell — Disse, tentando soar o mais


profissional possível.

— Bom dia, srta. Fisher — Ele respondeu, mas parecia estar


meio aéreo — Pode me dizer se tenho alguma reunião hoje?

Melanie olhou a agenda e negou com a cabeça.

— Como o senhor pretendia ficar mais tempo no Brasil, ninguém


marcou reuniões para agora.

— Ah, é mesmo! Obrigado, senhorita. — Ele acenou com a


cabeça e voltou para sua sala.

Melanie finalmente pôde respirar aliviada sem se sentir afetada


pelo perfume de seu chefe que causava tantas sensações nela. Ali
ela teve certeza que definitivamente aquilo não seria nada fácil. Mas,
tinha esperança que todo esse sentimento logo acabasse e ela
pudesse seguir em frente com as coisas sendo como eram antes.

— Concentre-se em seu serviço, Melanie — Ela resmungou


passando a mão por seu rosto.

— Não sabia que a secretária do meu amigo falava sozinha —


Uma voz masculina a assustou e ela deu um pulo da cadeira,
encontrando um homem saindo do elevador. Seus cabelos eram
pretos, ele era alto e forte.

— Não estou em bom dia — Melanie disse sorrindo sem graça.

— Está tudo bem. Eu também vivo falando sozinho. Prazer, sou


Logan Miller e você? — Ele estendeu a mão e Melanie apertou,
sorrindo.

— Sou Melanie.

— Melanie — Ele repetiu seu nome sorrindo — Poderia, por


favor, avisar o pangaré do meu melhor amigo que eu estou aqui e
preciso falar com ele?

— Claro, Logan — Melanie se levantou e foi até a sala de


Christopher, deu duas batidinhas na porta e a abriu quando ele
autorizou — Sr. Campbell, seu amigo Logan está aqui e deseja falar
com o senhor.

Christopher assentiu e pediu para que ela autorizasse sua


entrada. Ela se virou para o homem que estava atrás dela e indicou a
sala com a cabeça.

— Muito obrigado, Melanie — Ele sorriu e entrou, fechando a


porta em seguida.

Melanie voltou para sua mesa e se sentou pegando os


documentos que precisaria digitalizar naquele dia. Porém, ficou
pensando em como Logan era charmoso. Não estava interessada,
mas tinha um sentimento estranho. Pensando mais um pouco
enquanto organizava toda aquela papelada, quase não acreditou
quando pensou na possibilidade.

— Será? — Perguntou-se enquanto procurava seu celular em sua


bolsa. Mandou uma mensagem para Megan perguntando qual era o
sobrenome do cara que ela estava apaixonada. Poucos minutos
depois, quando ela respondeu, teve a certeza do que estava
pensando.
Logan era o cara que Megan estava apaixonada. O quão
pequeno o mundo era?

Melanie não pôde deixar de rir quando Megan perguntou quais


eram as possibilidades dessa enorme coincidência. Ela não soube
responder sua melhor amiga, porque também fazia a mesma
pergunta para si mesma.

Mais alguns minutos mais tarde, Logan saiu da sala sendo


seguido por Christopher.

— Se você acha que está gostando dela, invista. — Christopher


disse.

— Eu vou. Só não sei se ela sente o mesmo.

A ruiva não pôde deixar de prestar atenção na conversa dos


dois.

— Você nunca vai saber se não tentar.

— O problema é tentar e perdê-la. Ela é tão bem resolvida, pensa


como eu. Mas nessa última semana ela enlouqueceu! Provocava e
quando estávamos para ter algo, sempre acontecia algo.

Melanie precisou morder o lábio para reprimir o riso. Durante o


final de semana precisou ligar para a amiga umas cinco vezes, isso
fazia parte do plano de Megan de enlouquecê-lo e agora sabia que a
amiga estava tendo muito sucesso.

— Só posso lhe desejar boa sorte.

— Valeu, cara. — Logan disse, bufando em seguida — Tchau,


Melanie! — Me olhou e sorriu.

— Tchau, Logan — acenou com a mão — boa sorte com essa


garota! — Disse séria, mas por dentro queria gargalhar.
— Obrigado! — Ele entrou no elevador e após as portas se
fecharem, Christopher se virou para Melanie.

— A garota que ele está falando é sua amiga, não é? — Melanie


arregalou os olhos. Como ele sabia?

— Como assim?

— Que eu saiba sua melhor amiga chama Megan, e ela é bem


resolvida com essas coisas. Bate perfeitamente com a descrição de
Logan.

— Você disse para ele isso? — Melanie perguntou, desesperada.


Isso atrapalharia todo o plano.

— Não. Porque não tinha certeza.

— E agora que tem também não pode contar!

— Por qual motivo?

— Megan está apaixonada por ele também, mas não sabe o que
ele sente. Ver minha amiga apaixonada é um grande milagre, então
não vamos interferir e deixar que os dois se virem.

— Vai me dizer que você não interferiu em nada? — Semicerrou


os olhos.

— Claro que não! — Ela piscou os olhos várias vezes, fazendo a


melhor cara de inocente que podia — Megan não faz joguinhos, se
ter certeza do que ele sente, não vai fazer cu doce.

— Nem ele.

— Que seja! Apenas vamos deixar que eles descubram


sozinhos.

— Tudo bem — Christopher negou com a cabeça, rindo. Depois,


voltou para sua a sala.
Já Melanie, sorriu largamente porque sabia que se as coisas
acontecessem do jeito certo, sua amiga não teria um coração partido
e isso a deixava feliz. Decidiu realmente fazer o que disse para
Christopher, não contou para Megan que Logan estava a fim dela
também. Isso a faria ter confiança demais e fazer todo o contrário, o
que poderia atrapalhar.

Isso a fez pensar que agora ficaria mais próxima de Christopher


além da empresa, de uma certa forma. Porém, rapidamente fez
questão de afastar esses pensamentos e focar nas coisas que
tinham para fazer, se ficasse pensando vinte e quatro horas em
Christopher enlouqueceria ainda mais.
Capítulo Vinte e Um
Três semanas depois…

Fazia quase um mês que Melanie e Christopher não se


relacionavam mais, as únicas palavras que eles trocavam era sobre
a empresa e uma vez ou outra sobre como seus amigos estavam.
Megan e Logan finalmente falaram o que estavam sentindo, há cerca
de uma semana e meia.

Melanie não se sentia mais confortável com aquela situação, o


que ela esperava que acontecesse com o passar dos dias, mas após
três semanas o desconforto não havia diminuído ao menos um por
cento. Christopher na primeira semana dava algumas indiretas ou
investidas às vezes, mas aos poucos foi parando e respeitando o
que Melanie havia pedido. Porém, às vezes tinha sensação que ele
estava sutilmente flertando com ela.

Os toques – quase – inocentes, o modo como a olhava


intensamente enquanto ela dizia algo, como mordia os lábios quando
ia conversar, o modo galanteador quando sorria ou a tensão sexual
que se instalava no ambiente quando os dois ficavam a sós. Ela não
sabia se era tudo proposital ou apenas seu corpo implorando por
Christopher, em total abstinência. Chegava a ser deplorável o modo
como ela precisava se tocar quase todos os dias por causa da falta
que os toques dele. Às vezes ela tinha vontade de entrar na sala
dele, sentar em seu colo e pedir que ele tocasse em cada parte de
seu corpo, como ele sabia que ela gostava. Uma vez quase se
levantou para fazer isso, mas então lembrou-se que estavam em um
local de trabalho e isso definitivamente não era certo. Nem sabia se
ele realmente sentia sua falta.

— Droga! — Murmurou, quando percebeu que havia perdido todo


o foco que deveria estar nas papeladas que ela estava precisando
organizar. Constantemente isso acontecia, mas por sorte Melanie
não deixava de ser a mesma secretária eficiente de sempre.
A porta da sala de Christopher se abriu e ele saiu apressado com
uma pasta na mão. Melanie observou o relógio e então entendeu o
porquê da pressa, ele estava atrasado. Campbell odiava atrasos, por
isso estranhou o fato dele estar atrasado. Entretanto, deu de ombros,
voltando ao trabalho. Por sorte, conseguiu se concentrar.

Horas mais tarde, quando chegou seu horário de almoço, Melanie


pegou sua bolsa e pegou o elevador para o andar de baixo. Iria
almoçar no restaurante de sempre com Megan. Hoje ela estava de
folga e disse que queria almoçar com Melanie, desde que ela voltou
do Brasil elas ainda não tinham feito isso.

Quando entrou no restaurante e avistou sua amiga em uma mesa


no canto, sorriu, indo até onde ela estava. Megan se levantou e a
abraçou fortemente.

— Como você está, hein? — Perguntou para a ruiva.

— Estou bem e você? — Respondeu enquanto se sentavam.

— Estou ótima, Mel. Eu diria, nas nuvens.

Melanie não pôde deixar de sorrir. Podia ver o brilho nos olhos de
Megan. Logan estava fazendo tão bem para sua amiga e isso a
deixava tão feliz. Até porque, se ele pisasse na bola com Megan,
Melanie com certeza pisaria com salto quinze em suas bolas. Sem
piedade alguma.

— E como estão as coisas na empresa? — Megan estava se


referindo totalmente a Christopher, a ruiva sabia bem. Ela também
sabia o porquê do tom preocupado na amiga, há cerca de três dias,
Melanie resolveu beber um pouco, mas acabou enchendo a cara e
ligando para sua melhor amiga aos prantos dizendo o quanto sentia
saudades de Christopher. Sentia-se constrangida só de lembrar, mas
pelo menos não havia ligado diretamente para ele. Seria mil vezes
pior.

— Ah, do mesmo jeito de sempre. — Encolheu os ombros — Eu


e Christopher só conversamos sobre coisas da empresa. Às vezes
me dá uma saudade dele, que chega até a ser assustador.

— Não vejo nada de assustador, Mel. Ele foi o único homem que
mexeu com você dessa forma, e se o que você sentiu por ele foi
intenso como você diz, não há nada de assustador.

— Mas foi tão pouco tempo, não era para o estrago ser tão
grande assim. Enquanto ele deve estar saindo com outras garotas eu
estou aqui… — Megan me interrompeu.

— Você não disse no telefonema que os boatos que corriam pela


empresa é que ele não estava saindo com mais ninguém e que
cortava qualquer pessoa que tentasse algo com ele?

— Sim, mas são boatos, Meg. Quem pode me garantir que isso
tudo é verdade?

— O Christopher — Melanie revirou os olhos — Ou eu mesma,


esqueceu que eu estou com o melhor amigo dele? Pelo que eu sei,
todos esses boatos que estão correndo pela a empresa são a mais
pura verdade. Pelo menos foi o que Logan me contou.

Melanie arregalou os olhos e em seguida suspirou. Desse jeito


ficava ainda mais difícil de esquecer Christopher.

— É impressão minha ou você está me encorajando a tentar


outra vez com Christopher?

— Eu estou te encorajando a ser feliz, sem medos, Melanie.

A ruiva suspirou e abaixou a cabeça, mas quando levantou e


olhou para a porta, se arrependeu amargamente. Christopher passou
pela porta acompanhada de uma loira alta, com o corpo, cabelo e
roupas impecáveis. A garota era pura elegância. Seu coração
apertou-se e quando seu olhar se encontrou com o de Christopher,
ela desviou o olhar, focando apenas em Megan, que analisava a
situação com uma sobrancelha arqueada.
— Parece que os boatos eram apenas boatos mesmo, não é? —
Melanie bufou.

Megan suspirou e segurou a mão de sua amiga por cima da


mesa.

— Por que você não conversa com ele?

— Porque eu não quero fazer papel de idiota, Meg!

O modo como os dois conversavam animadamente e rindo o


tempo todo, estava irritando Melanie, sua única vontade era de ir até
a mesa e estapear Christopher, mas como ela mesmo havia
decidido, eles não tinham mais nada. Ele tinha todo o direito de
seguir em frente, assim como ela também deveria fazer, mas não
conseguia.

— Como estão as coisas entre você e Logan? — Mudou de


assunto.

— Estão ótimas! Nunca imaginei que algum dia eu estaria de


melação com alguém.

— Realmente a gente vê de tudo nessa vida mesmo — Megan


deu um tapa no braço de sua melhor amiga e as duas riram.

— Depois de tantos discursos enumerando e ressaltando todos


os motivos que me faziam ser uma pessoa desapegada, cai na
minha própria armadilha. É que Logan não é como os outros, sabe?

— Sei — Sorriu — Até porque, se ele fosse, você não estaria


apaixonada por ele.

— Com certeza — Megan riu.

Elas fizeram seus pedidos e Melanie tentou ignorar durante todo


o almoço a presença de Christopher ali, mas foi impossível. Ela sabia
que a partir do momento que se despedisse de Megan e saísse
daquele restaurante, seu bom humor iria para bem longe.
Dito e feito. Quase uma hora mais tarde, enquanto voltava para a
empresa, contava até dez para manter a calma. Há cerca de quinze
minutos Christopher saiu do restaurante ainda acompanhado pela
loira e só de pensar em chegar em seu andar e ouvir algum gemido,
já lhe causava calafrios.

“Por que estou agindo assim?”, se perguntou. Foi ela mesma


quem disse que aquilo não daria certo, mesmo que os dois tenham
sentimentos recíprocos, que nem sempre sentimento é o suficiente
quando há a falta de confiança. Ela não quis mais e tinha certeza de
tudo o que disse, não queria se machucar. Então porque parecia tão
ruim e errado a possibilidade de Christopher estar com alguém em
sua sala. De vez em quando ela escutava risadas e isso só fazia seu
sangue ferver ainda mais, porém, ela sabia que não tinha o direito de
ficar daquele jeito.

Tentou focar nas coisas que tinha para fazer, mas a barulhinho ou
silêncio total, ela sentia seu estômago revirar. Seu coração acelerava
e seus olhos ficavam cheios de lágrimas apenas de pensar na
possibilidade do que estava acontecendo. Mas, por que ela estava
pensando o pior? Isso não poderia ser simplesmente uma reunião de
negócios? Todas essas coisas passavam por sua cabeça de uma só
vez, o que já estava lhe causando dor de cabeça.

Quase uma hora e meia depois, a porta da sala de Christopher se


abriu e a tal loira saiu sendo seguida dele.

— Foi um prazer fazer negócio com você, Campbell. — A loira


sorriu, estendendo sua mão.

— O prazer é todo meu — Ele sorriu também, apertando a mão


dela. Melanie revirou os olhos e sorriu falsamente para a loira que
acenou para ela e saiu dali.

— Foi um prazer fazer negócio com você, Campbell —


Resmungou baixo afinando a voz.

Christopher se virou para Melanie.


— Disse alguma coisa, srta. Fisher?

— Não, Sr. Campbell. Impressão sua — Sorriu cinicamente e


voltou a atenção para seu computador.

Só olhou para outro lugar quando ouviu a porta da sala de se


fechando. Passou a mão pelos cabelos e bufou. Lembrando pela
décima vez que não tinha o direito de ficar daquele jeito.

Já haviam se passado dez minutos de seu horário, Melanie


finalmente tinha terminado seus afazeres e Christopher ainda
continuava em sua sala. Ela se levantou e foi até a sala dele, bateu
na porta e assim que ele permitiu sua entrada, ela abriu a porta.

— Sr. Campbell.

— Sim, srta. Fisher?

— Precisa de mais alguma coisa hoje?

— Não. Obrigado.

— Tudo bem. Estou indo. — Se virou para sair da sala, mas


Christopher a chamou.

— Melanie?

— Sim? — Virou-se. Christopher se levantou e se aproximou


mais de Melanie.

— A Hellen é apenas… — Melanie o interrompeu.


— Hellen? — Perguntou, confusa.

— A loira que estava aqui.

— Ah. Você não tem nada o que me explicar os “negócios” —


disse fazendo aspas com os dedos — que você faz com a Hellen.
Está tudo bem.

— Melanie, eu e ela não…

— Está tudo bem, Christopher. Eu só não imaginava que você iria


trazer suas vítimas para cá, comigo aqui.

— Por Deus, Melanie! Me deixe falar! — Christopher gritou e


fechou a porta atrás de Melanie, voltando a ficar de frente para ela —
Hellen é apenas uma empresária! Estávamos realmente fazendo
negócios, coisas profissionais.

— Percebi o quão profissional era, suas risadas eram bem altas.


Porém, isso não me diz respeito, não é mesmo?

— Melanie, pare de fingir que não se importa, pelo amor de


Deus! Eu vi o modo como você ficou quando me viu com ela no
restaurante, vi como agiu quando ela foi embora.

— Eu não estou dizendo que não me importo. Estou dizendo que


não devo me importar e muito menos saber, porque não estamos em
um relacionamento. Apenas isso.

— Porque você não quer.

— Exatamente. Agora, se me dá licença, preciso ir embora. —


Ela se virou, mas antes que pudesse dar um passo, ele a puxou pelo
braço e a beijou. Melanie mal soube raciocinar ao sentir o gosto do
beijo dele, não conseguiu ter forças para empurrá-lo e nem era a sua
vontade. Sentia falta do modo como ele a apertava contra seu corpo
quando a beijava, o modo como seus corpos se encaixavam
perfeitamente. Deus, como sentiu falta daquilo. O gosto de café em
sua boca, a fez lembrar de quando ficaram a sós na fazenda dos
pais de Christopher e dos beijos matinais, após o café da manhã.

Entretanto, quando Christopher cessou o beijo e beijou a testa


dela, sussurrando um “eu sinto sua falta”, ela pareceu voltar a
realidade. O empurrou e saiu correndo dali após pegar sua bolsa,
descendo pelas escadas. Deixando Christopher totalmente
atordoado, mas ainda disposto a ter Melanie de volta.
Capítulo Vinte e Dois
Duas semanas depois...

Parado em frente ao portão da casa de Christopher, Melanie pensou


mais uma vez se aquilo realmente era o melhor a se fazer. Tinha
medo de que agora quem não quisesse mais fosse ele.

Precisou conversar com Megan para criar a coragem que faltava


para estar ali. Lutou muito contra seu sentimento e sua real vontade
que era de estar ao lado dele, tinha medo de tudo dar errado. Mas,
após as várias vezes que o viu pedir uma nova chance não podia
simplesmente deixar de se arriscar por medo. O amava e não havia
mais nada que pudesse fazer além de se declarar.

Quando tocou a campainha do apartamento de Megan, rezou para


que ela estivesse sozinha para que pudesse desabafar tudo o que
estava guardado e pedir que ela lhe desse o um conselho, antes de
tomar a decisão final.

Não era preciso de muito para ela querer ir até Chris e beijá-lo.
Praticamente todas as ações dele a levava a ter essa vontade.
Quando ele mordia os lábios enquanto estava concentrado em algo,
o modo como ele a olhava tão intensamente sem ao menos disfarçar.

A porta foi aberta por Logan sem camisa e apenas de bermuda, os


cabelos estavam desarrumados e seu queixo estava vermelho. Com
certeza ele havia atrapalhado algo.

— Oi. Eu acho que atrapalhei algo, né?

— Não atrapalhou nada, Melanie. Pode entrar.

— Eu não quero atrapalhar.

— E não vai. Entre.


— Obrigado, Logan. — Ela entrou de braços cruzados e se
encolhendo totalmente sem graça.

— Eu vou apenas avisar a Megan que você está aqui — Logan


sumiu por entre o corredor e Melanie sentou-se no sofá, esperando
sua amiga, o que aconteceu em poucos minutos.

— Oi, Mel. O que aconteceu? — Megan perguntou abraçando a


amiga, sentando-se em seguida no sofá ao seu lado.

— Não aguento mais ficar longe de Christopher.

— Está esperando o que para falar com ele, amiga? — Megan


encarava a ruiva séria, principalmente por ser namorada do melhor
amigo de Christopher sabia o quanto ele estava sofrendo também.

— Por isso vim falar com você, Meg.

— Não tem motivos para ter medo, Mel... — Logan apareceu na sala
interrompendo Megan.

— Posso me intrometer? — Ele perguntou voltando para a sala e Mel


apenas assentiu. Logan foi até onde Meg estava e a puxou para que
sentasse em seu colo, ficando também ao lado de Melanie — Eu sei
que o que aconteceu no Brasil foi uma grande merda, Mel. Você não
faz ideia do quanto o Christopher ficou arrependido do que fez, mas
você também precisa entender o lado dele.

— Eu entendo, mas... — Ele a interrompeu.

— Você precisa entender que mesmo com todos os traumas que ele
teve, Christopher permitiu se apaixonar novamente. Ele poderia ter
tentado evitar, ter se afastado, mas não. Ele quis e se esforçou para
superar todos os traumas. Ele foi atrás do irmão dele para resolver a
coisa que mais o machucava apenas para te ter de volta, para te
mostrar que você pode sim confiar nele. Entende? Ele se esforça até
hoje mesmo você fugindo dele de todas as formas possíveis. Aquela
loira daquela reunião que te deixou tão mordida é homossexual.
Você não deu chances para que ele se explicasse, mas também não
soube esconder os ciúmes. Christopher te ama tanto ao ponto de
passar por cima de tudo só para estar com você, Melanie! E você
ainda tem a coragem de dizer que sente medo, sendo que quem tem
que sentir medo é ele. Ele errou, se arrependeu, pediu desculpas e
ainda se esforçou para te provar que quer você. O que mais você
está esperando para ir atrás dele?

— Eu sou obrigada a concordar com Logan, amiga — Megan disse e


Melanie suspirou sabendo que Logan estava totalmente certo.

— Vai logo atrás dele, pare de adiar isso! — Logan disse e apesar da
grande vontade de chorar, Melanie agradeceu e os abraçou
rapidamente. Megan emprestou a chave de seu carro para que a
ruiva fosse até a casa de Christopher.

Agora, estava parada em frente ao portão de Christopher, prestes a


tocar a campainha e pedindo a Deus que ele atendesse. Respirou
fundo e apertou a campainha. Alguns minutos esperando e a portão
se abriu.

— O que faz aqui, Melanie? — Christopher perguntou, não


escondendo sua surpresa.

— Será que eu posso falar com você, por favor? — Sorriu sem jeito e
ele abriu espaço para que ela entrasse.

Ele fechou o portão e a guiou até o interior de sua casa. Após fechar
a porta, eles se sentaram em um sofá e Christopher esperou que
Melanie começasse a falar.

— Não sei como começar... — ela riu e o encarou, respirando fundo


e procurando as palavras certas — Eu estava errada e acabei sendo
dura demais com você.

— Como assim? — Ele franziu o cenho.

— Depois daquele dia na casa da sua irmã, eu acabei ficando com


medo de tentar de novo, achei que seria melhor seguir em frente e
deixar o que tivemos no Brasil. Para ser sincera, não achei que você
faria tudo aquilo, achei que em questão de poucas semanas você me
esqueceria e esperava que o mesmo acontecesse comigo. Quando
você voltou fiquei surpresa com o fato de você ter resolvido os
assuntos do passado apenas para ter minha confiança de volta, mas
não quis voltar. Ainda tinha medo e achava que poderia ser algo
passageiro para você, porque eu percebi que não seria tão fácil para
mim. Mas você mais uma vez me surpreendeu, mesmo que eu
sempre corresse você insistia... Eu não soube reconhecer todo o
esforço que você teve para me ter de volta, você poderia
simplesmente ter perdido a paciência e desistido, eu não te julgaria
por isso, não mesmo. O que eu também demorei para perceber é
que além de estar te machucando, eu também estava me
machucando achando que estava fazendo o certo. Eu sou
apaixonada por você Christopher, não posso e não quero mais
mudar isso. Espero que não seja tarde demais. Me desculpe por não
me colocar em seu lugar e ver as coisas do seu ponto de vista.

Christopher a encarava sério e com lágrimas nos olhos. Um sorriso


surgiu em seu rosto conforme as últimas palavras foram ditas, ele a
abraçou forte, puxando-a para seu colo em seguida e a beijou
desesperadamente sentindo um pouco da enorme saudade que
sentia se dissipando por tê-la ali, exatamente como Melanie se sentia
também.

— Me desculpa? — Ela perguntou quando cessaram o beijo, com as


mãos no rosto dele, acariciando a barba que estava por fazer.

— Está tudo bem, minha linda. Não tem com o que se preocupar, o
importante é que estamos juntos. Eu amo você.

— Eu também amo você. — A ruiva sorriu, beijando-o mais uma vez


— Quero você. — Ela mordeu seu lábio. Ele também a queria tanto,
que não pôde negar o pedido de Melanie, ela ergueu o braço e ele
puxou o vestido dela, jogando-o em qualquer canto da sala, depois a
deitou no sofá e também tirou sua roupa rapidamente.

Ele voltou a ficar por cima de Melanie e a beijou, enquanto


posicionou seu membro na entrada dela. A ruiva pressionou sua
intimidade contra o pau dele, ansiosa para sentir-se preenchida por
ele. Já fazia meses que não sentia os prazeres que Christopher
proporciona a ela e chegava a ser agoniante e assustador o modo
como ela se sentiu em abstinência dele.

Campbell a penetrou lentamente, gemendo por sentir quão molhada


ela estava.

— Christopher — ela gemeu, mordendo o lábio.

Ele começou com movimentos lentos, apertando a cintura de


Melanie e analisando seu rosto, vê-la com os olhos fechados
enquanto gemia e mordia os lábios, definitivamente era a cena mais
sexy do mundo. Quando ela ergueu o quadril para ter mais fricção
entre eles, Christopher aumentou os movimentos. Melanie arranhou
os ombros dele enquanto gemia.

— Meu Deus, Melanie. Quantas saudades — Ele disse, escondendo


seu rosto no pescoço dela, que o abraçou forte com um braço, com o
outro, ela desceu o outro braço até seu clitóris e começou a se
estimular, sem se dar conta do que estava fazendo. Ele se afastou
para observar a cena e gemeu.

Ela arregalou os olhos assustada e começou a tirar a mão, mas ele a


impediu.

— Nada disso, você também pode dar prazer a si mesma. Continue.


— Ele mordeu o lábio dela, aumentando ainda mais suas estocadas.
Ela gemeu ainda mais e mordeu o ombro dele, continuando a se
estimular.

Melanie sentiu espasmos por seu corpo e reprimiu um grito quando


foi arrebatada por um orgasmo. Christopher chegou ao ápice após
ela. Continuou em cima dela com o rosto escondido no pescoço dela,
acariciando sua cintura, enquanto ela acariciava seus cabelos.

— Eu estava com muitas saudades também — Melanie disse


baixinho e ele sorriu, depositando um beijo no pescoço dela.
— Não vai fugir mais de mim, né? — Christopher riu.

— Não, com certeza não. — sorriu.

— Ótimo. Porque meu próximo plano era prender você na minha


cama.

— Olha, o plano não me parece ruim. — Ela riu e ele a olhou,


surpreso com as palavras dela, que estava vermelha.

— Farei isso na primeira oportunidade que tivermos.

— Ótimo — mordeu o lábio inferior dele e o virou no sofá ficando por


cima dele, que continuava surpreso com as atitudes ousadas dela,
mas aquela era a sua garota e ele amava cada vez que ela fazia isso
— Agora, eu quero matar as saudades de novo. — Ela o beijou.
Capítulo Vinte e Três
Sentado no sofá enquanto esperava Melanie tomar banho,
Christopher ponderou sobre os motivos citados por ela para que ele
a esperasse ao invés de tomar um bom banho juntos.

"É porque a última coisa que iremos fazer é tomar banho", disse
ela. Claro que a última intenção dele era tomar banho, ficou mais de
um mês sem toca-la. Na verdade, até tinha cogitado que não fossem
para a empresa, mas ela não aceitou. Então, ele não insistiu mais,
porque aquela era a sua mulher e ele amava isso nela.

Quando chegaram na casa dela, o que ele mais queria era beijá-
la, de todas as formas possíveis e em todos os lugares de seu corpo.
Entretanto, os planos da ruiva eram diferentes e ela quis apenas
tomar um banho, mas não o incluíra nisso.

Christopher bufou, passando a mão pelo rosto e respirando


fundo, segurando-se para não ir até o banheiro e agarrá-la, mas
também lembrou que Melanie não era burra e certamente teria
trancado a porta. Pegou uma almofada e apertou-a contra seu rosto,
enquanto resmungava.

— Por que está assim, amor? — A voz de Melanie soou no


ambiente, ele rapidamente tirou-a do rosto e foi surpreendido por
mãos passeando por seu tronco e beijos em seu rosto e pescoço.
Quando ela deu a volta pelo sofá, Christopher sentiu-se a ponto de
ter um infarto, Melanie estava usando apenas uma lingerie vermelha
e um salto alto.

— Porra, Melanie — Ele gemeu, pronto para se levantar e agarrá-


la. Entretanto, ela o jogou novamente no sofá.

— Não ouse se levantar e você não pode me tocar.


— Todo esse tempo já não foi o suficiente? — ele disse, fazendo
careta e Melanie riu.

— Apenas coopere comigo, Sr. Christopher Campbell ou eu


posso ser muito má.

— Ah, mas eu estou muito ansioso por isso — Ele mordeu os


lábios.

Melanie se virou e colocou uma música em seu celular,


conectando-o no rádio. Uma versão lenta de Crazy In Love começou
a tocar e ela mordeu os lábios, movendo sua cintura lentamente no
ritmo da música. Vê-la tão sexy e confiante, e ao tempo vermelha por
timidez, se tornou a cena que Christopher mais amou ver.

Lentamente, ela se aproximou um pouco mais de Christopher e


abaixou a alça direita de seu sutiã, descendo-a pelo ombro. Os olhos
dele brilhavam e ele reprimiu um gemido. Melanie passou a mão por
seu corpo e desceu a outra alça, observando atentamente cada
reação de Christopher, que agora estava abrindo o botão de sua
calça.

— Não ouse, Christopher. Nada de se tocar.

— Então venha com a sua boca, amor. — Ele disse sem tirar os
olhos dos movimentos da ruiva.

— Hum, até que não seria uma má ideia. Você quer que eu o
coloque todo na boca? — Ela se apoiou nas pernas de Christopher,
curvando-se sobre ele.

Christopher grunhiu e fechou os olhos tentando não se distrair


com as lembranças de Melanie chupando seu pau.

— Puta merda, Melanie. — Abriu os olhos quando sentiu ela


apertando sua ereção levemente e se afastando.

— O show ainda não acabou, amor. — Ela sorriu travessa,


voltando a mexer o quadril e rebolar. Nos segundos seguintes, tirou
seu sutiã lentamente e virou-se de costas para Christopher, jogando
o sutiã nele, que pegou rapidamente.

Suas mãos percorreram todo seu corpo, e ela enrolou os dedos


no cós de sua calcinha, tirando-a lentamente ainda de costas para
ele, que se controlava para não a agarrar e fodê-la ali mesmo,
proporcionando-a o máximo de organização que pudesse aguentar,
enquanto ela estivesse gemendo e se contorcendo sobre seu pau.
Aquele pensamento o excitou ainda mais.

Quando Melanie sentou-se em uma cadeira de frente para ele


que Christopher nem havia reparado que estava ali, foi necessário
manter a calma mais do que nunca, porque a ruiva abriu as pernas
enquanto passava a mão por todo seu corpo novamente. Ela apertou
o bico de seus seios com os dedos e gemeu, mordendo os lábios
sem tirar os olhos de Christopher que observava tudo atentamente,
evitando até mesmo piscar, para não perder um segundo daquele
show.

As mãos dela desceram lentamente até sua boceta e ela


estimulou seu clitóris com movimentos circulares e lentos.

— Sabe, Christopher — ela começou, sem tirar os olhos dele e


parar de se tocar — Quase todas as noites eu sonhava com você e
depois precisava me tocar, mas não era a mesma coisa, sabe por
que?

Christopher engoliu seco. Aquilo era o ápice para ele.

— Por que, meu amor? — Ele perguntou, sem ter muita firmeza
na voz.

— Porque não eram os seus dedos me tocando — Ela aumentou


a velocidade de sua mão, mordendo o lábio para evitar um gemido
— Não eram seus dedos me penetrando — Ela penetrou dois dedos
e soltou gemido baixo — Não tinha sua língua e nem seu pau —
gemeu mais alto, penetrando mais um dedo.
— Ah, mas nós podemos resolver isso agora, meu amor. —
Christopher disse, com os olhos transbordando desejo. Aquele show
estava maravilhoso para ele, mas tudo o que queria naquele
momento, era fazê-la gozar com sua língua, dedos e depois seu pau,
para compensá-la todas as vezes que precisou se masturbar,
pensando nele. Porra, só de imaginá-la se tocando enquanto
pensava nele, Christopher sentia-se perto de entrar em combustão.

— Quero você — Ela disse baixo, enquanto rebolava sobre seus


dedos.

Christopher se levantou e foi até ela, deu um rápido beijo em


seus lábios e após afastar suas mãos e abrir mais suas pernas,
passou a língua por seu clitóris, fazendo-a arquear suas costas e
pender a cabeça para trás. Sua língua fazia movimentos diversos no
sexo dela, em seguida ele a penetrou com dois dedos, ela puxou
seus cabelos.

— Christopher — Gemeu, rebolando sobre os dedos e língua


dele. Ele continuou com os movimentos, aumentando a velocidade
dos dedos. Logo, Melanie chegou ao seu ápice.

Christopher se levantou e a beijou, pegando-a no colo e sentando


com ela em seu colo no sofá. Ele a beijava intensamente, enquanto
Melanie desabotoava sua camisa, ele a ajudou a tirar e ela jogou em
um canto da sala. Ela beijou o pescoço dele e desceu os beijos por
seu peitoral, ajoelhou-se na frente dele e retirou a calça dele junto
com a cueca.

Melanie sorriu travessa e passou a língua pela glande, com


movimentos circulares, em seguida, abocanhou o pau de Christopher
colocando-o quase todo na boca, sugou e movia-se rapidamente.
Christopher gemia baixo e puxava os cabelos ruivos, também
guiando os movimentos dela.

— Porra, Melanie. — Gemeu.


Quando ela voltou a circular a língua por sua glande, Christopher
puxou ainda mais seus cabelos e arfou, puxando-a para cima e a
beijou, enquanto ela se sentava em seu colo com uma perna de cada
lado de seu corpo. Ele encaixou seu membro na entrada de Melanie
e ela desceu, sendo preenchida por Christopher, ela mordiscou o
lóbulo de sua orelha e rebolou sobre o pau dele.

Movimentou-se para cima e para baixo se apoiando nos ombros


de Christopher, os dois gemiam e se beijavam, ele apertou a cintura
dela ajudando-a a quicar sobre seu pau. Ele encostou a cabeça no
encosto do sofá e gemeu enquanto observava-a subindo e descendo
em seu pau, rebolando. Para ele, era a melhor visão e também a que
mais a perturbaria quando ele não estivesse com ela. Havia perdido
as contas de quantas vezes naquele dia desejou chamá-la na sala
apenas para deita-la em cima da mesa e beijar cada parte de seu
corpo.

— Christopher — Ela gemeu, colando suas testas, sabia que


estava perto de chegar em seu ápice, ele a beijou, apertando um
pouco mais os dedos em sua cintura. Ele também estava perto de
gozar.

Quando Christopher moveu-se embaixo de Melanie,


intensificando os movimentos, os dois gozaram juntos,
completamente ofegantes e suados. Ela se agarrou ao pescoço dele
escondendo seu rosto na curva do pescoço dele.

— Isso foi incrível.

— Você está falando de qual parte? — Perguntou.

— Todas, mas em especial aquele strip. Meu Deus, Melanie!


Você se tocando daquela forma... — Ele gemeu baixo, lembrando da
cena.

— Agora estou com vergonha.

— Vergonha de que? De ser sexy e a coisa mais gostosa do


mundo? — Ele deu um leve tapa em seu bumbum, fazendo-a rir —
Você falou sério quando disse que se tocou quase todos os dias?

— Sim. Estava enlouquecendo.

Ele sorriu, beijando a bochecha de Melanie.

— Então temos que compensar todo esse tempo que estivemos


longe. — Christopher mordeu seu lábio.

— Com certeza — Melanie sorriu, sendo beijada por ele em


seguida.
Capítulo Vinte e Quatro
1 mês e meio depois…

Christopher estacionou na garagem de sua casa e observou Melanie


que estava ao seu lado, dormindo. Aquele dia havia sido muito
estressante, com várias reuniões que Christopher e Melanie
precisaram comparecer. Ele estava querendo abrir uma filial de sua
empresa no Brasil, e estava negociando com algumas empresas
para fazer parcerias.

Melanie sentia-se extremamente cansada, mas cedeu aos inúmeros


pedidos de Christopher para que fosse com ele até sua casa e
também prometeu-lhe uma massagem. Ela não saberia dizer se
aceitou pela insistência ou pela massagem. Entretanto, cinco
minutos dentro do carro já foi o suficiente para que ela dormisse.

Christopher beijou a bochecha da ruiva e acariciou-a em seguida.

— Acorda, amor. — Chamou-a.

Ela olhou-me confusa, mas sorriu enquanto coçava os olhos.

— Acho que dormi — Ela disse, rindo.

— Acha?

— Sim — Ela mordeu o lábio inferior.

Christopher riu, porém, em seguida a puxou para um beijo rápido.


Eles saíram do carro e ele a guiou até a porta, abriu-a e após ela
entrar, ele ficou parado na porta observando-a.

Melanie estava paralisada, ela observava tudo atentamente e


totalmente sem palavras. Havia pétalas e velas no chão, elas davam
até a sala de jantar, ela seguiu o caminho até conseguir visualizar a
mesa com várias coisas em cima. Christopher preparou um jantar
para eles.

— A minha intenção era fazer tudo sozinho, mas essas reuniões


apareceram de última hora e eu precisei pedir ajuda para Teresa —
ele disse, referindo-se a governanta da casa. Ela era a faz tudo na
casa e uma pessoa muito especial para Christopher, que em pouco
tempo também fez com que Melanie criasse um grande carinho por
ela. Um doce de senhora.

— Está tudo lindo, meu amor. — Sorriu e quando se virou, encontrou


Christopher ajoelhado e com uma caixinha vermelha aberta. Ela
colocou a mão na boca, ainda mais surpresa do que já estava.

— Sei que deveria te pedir em namoro primeiro, mas é que para toda
a minha família já somos casados. Então pensei, por que não?
Melanie, eu nunca imaginei sentir algo tão intenso por alguém, no
começo me assustei muito, preferia não acreditar que você mexia
tanto comigo e que era apenas algo da minha cabeça. Aquela
péssima mania de fingir não perceber o que está bem na minha
frente. Mas, porra, eu te amo tanto que chega a doer às vezes só de
pensar na possibilidade de te perder, porque eu já soube uma vez o
que é isso. Então, Melanie Fisher, você aceita se casar comigo?

— Meu Deus — Melanie murmurou, piscando várias vezes para ter


certeza de que aquilo realmente estava acontecendo — Sim! Eu
aceito! — Ela observou Christopher se levantar e o puxou para um
beijo. Um beijo tão apaixonado que a fez sentir borboletas no
estômago.

— Eu também amo você, amor. Obrigada por não ter desistido de


mim, mesmo que eu tenha dito tantas coisas. — Sorriu, observando-
o colocar o anel em seu dedo.

— Obrigado por ter me tornado um homem melhor. — Ele beijou a


testa da ruiva e lhe deu um selinho demorado, mas antes que
pudesse aprofundar o beijo, a barriga de Melanie roncou alto e os
dois gargalharam — Acho que alguém aqui está morrendo de fome.
— Quem? — Melanie fez cara confusa, mas em seguida gargalhou
— Vamos comer, pelo amor de Deus!

— Vamos, dragãozinha — Ele riu e ela a olhou, semicerrando os


olhos.

— Sério?

— Me desculpe, mas com esse barulho só pode ter um dragãozinho


aí dentro — Apontou para a barriga dela, que mostrou a língua para
ele, voltando a puxá-lo para a mesa em seguida.

Após o jantar, estavam deitados no sofá enquanto assistiam um filme


qualquer. Ele beijou a testa dela e sorriu, observando-a por alguns
minutos.

— Ashley ficou muito feliz por nós.

— Mas ela já sabia que tínhamos voltado — Melanie o encarou,


confusa.

— Eu disse a ela que iria te pedir em casamento.

— E como ela pode estar feliz por nós se você nem sabia se eu iria
aceitar?

— Porque você não seria louca de dizer não para um homem


desses, né? — Ele beijou a bochecha dela rindo.

— Como você é convencido, Sr. Christopher Campbell. — Ela


semicerrou os olhos.

— Eu? Convencido? Claro que não! São apenas fatos, meu amor.

— Estou feita na vida com um marido convencido. — Cobriu o rosto


com as mãos enquanto ria.
— Como não vou me sentir assim se sou casado com mulher mais
linda do mundo?

Melanie o olhou e sorriu, negando com a cabeça.

— Mas você é muito bom de lábia, né? Acha que sou assim? Fácil?

— Não, claro que não. — Ele beijou o pescoço de Melanie enquanto


subia as mãos pelas pernas dela até adentrar o vestido, puxou a
calcinha dela para o lado e gemeu ao senti-la tão úmida — Porra,
Melanie.

— Quero você — Ela disse puxando-o para um beijo.

Ele se posicionou entre as pernas dela e abriu sua calça, abaixando-


a para poder tirar seu membro para fora, puxou a calcinha para o
lado novamente e a penetrou.

— Christopher — Ela gemeu, fincando as unhas nos ombros dele.

Christopher movia-se forte e rápido, observando-a arquear a costas


e gemer alto. Melanie fechou as pernas envolta do quadril dele,
puxando-o pela nuca para beijá-lo. Ela amava cada sensação que
ele a causava e sentia-se totalmente protegida e amada quando
estava em seus braços.

Christopher também se sentia assim em relação a ela. Mesmo nos


dias ruins, era só vê-la que parecia que todo seu mau humor sumia e
ele só conseguia se concentrar no sorriso dela. Era muito grato por
ter insistido para que ela participasse de toda aquela loucura, se não
tivesse acontecido, hoje ela seria apenas sua secretária e ele não
gostava nem de pensar em o quão chata sua vida ainda seria.

— Melanie — Ele gemeu, escondendo seu rosto no pescoço dela.

A ruiva se estimulava enquanto ele mantinha os movimentos rápidos,


mais algumas estocadas e Melanie sentiu o orgasmo arrebatá-la,
logo Christopher também chegou em seu ápice. Ele beijou os lábios
de Melanie e sorriu.
— Eu amo você, srta. Fisher. — Mordeu o lábio inferior dela.

— Eu amo você, Sr. Campbell. — O puxou pela nuca para beijá-lo.


Epílogo
1 ANO DEPOIS...

Melanie olhou-se no espelho checando seu visual mais uma vez,


aquele vestido rodado fazia com que ela sentisse uma princesa, a
tiara delicada em sua cabeça e o véu preso em seu coque só fazia
ela sentir ainda mais linda. Ela estava há exatos trinta e cinco
minutos de se tornar, oficialmente, a sra. Campbell.

Se lembrava perfeitamente o dia que Christopher contou a seus


pais a verdade sobre o casamento, sua mãe só faltou pular em seu
pescoço e seu pai ficou quieto porque não tinha palavras para
descrever a loucura que achou de tudo aquilo. Todos pensavam
exatamente igual, que Christopher estava completamente louco
quando teve uma ideia dessas. Por outro lado, Ashley logo tratou de
pontuar que se não fosse por essa loucura toda, Christopher e
Melanie não estariam juntos. Isso se tornou a deixa perfeita para ele
contar que eles iriam se casar, agora de verdade.

Na empresa as pessoas só ficaram sabendo sobre os dois após o


pedido de casamento, ele fez questão de convocar uma reunião com
todos para contar sobre o noivado dos dois. Claro que após esse
anuncio os burburinhos começaram e todos diziam que ela
provavelmente tinha dado o golpe da barriga nele para conseguir que
ele assumisse o relacionamento dos dois ou que ele logo se cansaria
e arranjaria outras. É claro que ninguém colocava fé no
relacionamento por causa das antigas fofocas e até inveja,
entretanto, nenhum dos dois se importavam. As pessoas falam de
qualquer jeito e eles tinham a opção de deixar se afetar por isso ou
simplesmente ignorar todos, como já dito anteriormente eles
escolheram a segunda opção.

A porta se abriu interrompendo os pensamentos de Melanie que


se virou para ver quem era, sorriu ao ver sua cunhada entrar. Ashley
estava linda como sempre e tinha um grande sorriso no rosto,
Melanie sabia da sorte que tinha em ter uma cunhada como a sua.
— Eu nem acredito que esse dia chegou, Mel! — Ela disse com
lágrimas nos olhos.

— Nem eu, Ash! — A ruiva respirou fundo, tentando evitar a


emoção que se tornava cada vez maior — Quase não consegui
dormir de noite.

— Christopher está tão ansioso! Nunca o vi assim antes! Ele vai


babar quando ver o quanto você está linda!

— Obrigada, Ash! — Ela se abanou, sorrindo.

— Mel, preciso dizer o quanto estou feliz por essa união! Você é
como uma irmã que nunca tive, você não imagina o quanto sou grata
a Deus por ter te colocado em nossas vidas! Escolhi a madrinha
certa para o meu pequeno Daniel! Não só eu, mas toda a nossa
família te ama!

Melanie não conseguiu segurar o choro e abraçou fortemente a


loira que começou a chorar junto com ela.

— Eu amo você! Amo todos vocês! Você não faz ideia do quanto
são importantes para mim.

— Obrigada por trazer meu irmão de volta!

Melanie sorriu, sabia que era a responsável pela união dos


Campbell. Principalmente Christopher e Andrew. Claro que as coisas
nunca voltariam a ser como eram antes e todos tinham consciência
disso, mas eles se tratavam bem e havia diálogo. O perdão fez bem
para Christopher, o fez se sentir mais leve e sem amarras ao
passado.

Quando se afastaram, as duas sorriram e Ashley ajudou a ruiva a


dar uma arrumadinha em sua maquiagem que por sorte era a prova
d'agua, mas como a loira dizia: Um retoque na maquiagem nunca é
demais!
— Vamos, está na hora, srta. Campbell! — Ashley disse sorrindo
e ofereceu o braço para que Melanie entrelaçasse o seu — Está
pronta?

— Estou! — Sorriu, sendo guiada pela cunhada até o carro.

Quando as portas da igreja se abriram a ficha realmente caiu. Ela


estava casando com Christopher, agora de verdade. O pai de seu
noivo estava ao seu lado e a levaria até o altar, Victor era como um
pai, cuidava de Melanie como cuidava de seus filhos. Ele era uma
pessoa tão carinhosa que chegou a ser até um pouco difícil no
começo, a fazia sentir ainda mais falta de seu pai.

Christopher a olhava do altar com um grande sorriso no rosto,


aquele era realmente o amor da sua vida. Nunca imaginou, antes de
toda essa loucura, que um dia se apaixonaria e casaria com seu
chefe. O destino era realmente muito imprevisível e maluco, mas ela
não podia estar mais feliz.

Enquanto chegava cada vez mais perto de seu esposo, podia ver
os — poucos — convidados sorrindo para ela. Mas nada iluminava
mais aquele lugar do que o brilho nos olhos de Christopher
acompanhando com o olhar cada movimento dela. Quando se
aproximaram do altar, o loiro desceu as três escadas e Victor a
entregou a ele dando um beijo em sua testa, em seguida Christopher
fez o mesmo.

— Cuida bem dela, filho. — Victor disse sorrindo.

— Vou cuidar, pai. — Ele sorriu.


Christopher a ajudou a subir as escadas e eles se posicionaram
na frente do padre.

— Boa tarde, irmãos e irmãs. Estamos reunidos para celebrar o


amor de Christopher e Melanie.

O padre iniciou a celebração. Melanie estava extremamente feliz


e ansiosa com a notícia que daria em breve para seu amado e todos
os convidados ali presentes. Todos prestavam atenção enquanto o
padre falava sobre o amor e como ele era capaz de curar e
completar as pessoas. Os dois estavam muito emocionados e
mantinham os dedos entrelaçados.

— Hoje estamos celebrando a união e o amor de Christopher e


Melanie. Um amor que se multiplicou e que hoje traz o fruto desse
amor no ventre de Melanie. — O padre finalizou suas lindas palavras
com o anuncio que Melanie tanto se sentia ansiosa para que todos
soubessem.

A ruiva ouviu alguns múrmuros dos convidados e olhou para


Christopher que a olhava com os olhos arregalados.

— Parabéns, papai! — Disse sorrindo e precisou segurar o choro


quando viu os olhos de seu amado se encherem de lágrimas —
Descobri essa semana, achei que seria uma forma legal de te contar,
estou de três meses.

— Meu Deus, eu te amo! — Ele a abraçou forte.

Eles se sentiam completos e com a benção de Deus, que viria a


seguir, não havia mais nada que eles podiam querer.

6 MESES E ALGUNS DIAS DEPOIS...

Melanie olhava admirada o pacotinho em seus braços, sua


pequena estava ali finalmente. Christopher que estava o seu lado
também olhava a pequena tão bobo quanto ela. A pequena Clara
tinha os cabelos ruivos como o de sua bisavó e os cabelos tingidos
de sua mãe e olhos verdes como de seu pai e seu rosto era uma
mistura dos dois.

— Ela é tão linda, amor. — Christopher encostou sua cabeça no


ombro de Melanie enquanto continuava olhando admirado para sua
filha.

— Muito linda — Ela sorriu.

— Obrigada por me fazer tão feliz, Mel — Ele a olhou sorrindo.

— Eu que agradeço, não sei o que seria de mim sem vocês dois.
Eu te amo. — Sorriu.

— Eu também te amo.

Christopher selou seus lábios e em seguida eles voltaram sua


atenção a Clara, o novo grande amor da vida deles.
Agradecimentos
Olá, como vocês estão?

Nem acredito que finalmente publiquei meu primeiro livro aqui.


Escrevo desde os 12/13 anos e aquela menina que tinha o sonho de
um dia finalizar um livro e publicar, esta em êxtase aqui dentro do
meu coração.

Foi necessário passar por cima de muita coisa que me


atormentou por anos, a insegurança e o medo sempre foram muito
presentes em mim e por todos esses anos acabou me impedindo de
dar esse próximo passo.

Quero agradecer a todos os meus leitores do Wattpad. Cada voto


e comentário de vocês no Wattpad me ajudou a criar coragem, amo
ler eles. E também a você que me conheceu pela Amazon e deu
uma chance para a minha história. Obrigada pelo apoio, de todo o
meu coração!

Outro agradecimento mais do que especial e de todo o meu


coração vai para a minha irmã, quero que ela saiba que ela foi quem
me deu a coragem para enfrentar minha insegurança e medo e estar
aqui hoje. Obrigada por acreditar em mim, mesmo quando eu mesma
não acreditei, te amo muito!!

Obrigada, Deus! Nos vemos na próxima história! Fiquem com


Deus! ❤
Redes Sociais
Wattpad: https://www.wattpad.com/user/victoriaparecida

Instagram: https://www.instagram.com/autoravictoriap/

Você também pode gostar