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MARQUÊS
AMORES INDECENTES - 4
MICHAELLY AMORIM
SINOPSE
O Marquês de Winchester estava feliz com sua vida de solteiro
libertino e se casar não fazia parte de seus planos. Por ter visto sua mãe
definhar por causa das traições de seu pai, fugia de qualquer situação
que pudesse terminar em matrimônio. Entretanto, o rei tinha outros
planos para o Marquês: não lhe deu outra escolha a não ser casar-se
com a filha do Duque de Catterfield.
Lady Clara escondia de todos um segredo que podia ser sua ruína:
Ela trabalhava no Rogue’s, um dos clubes de cavalheiros mais bem-
sucedidos de Londres, como a Dama de Copas, a melhor jogadora de
cartas do clube. Com o que adquiria no Rogue’s, ela mantinha a si e ao
resto de sua família longe da falência.
Casar-se, com quem quer que fosse, era algo inconcebível para a
moça, uma vez que isso tornaria impossível manter seu trabalho e
proteger sua família dos vícios de seu pai, mas não havia como ignorar
uma ordem real. Agora, Clara terá que se casar com um homem que a
repudia, enquanto passa suas noites flertando com a Dama de Copas.
Copyright © Michaelly Amorim, 2018
Ouvir que sua noiva não ia descer, fez com que o Marquês se
sentisse desconfortável e um pouco surpreso, nunca imaginaria que ela
seria geniosa. Aquilo era realmente algo incomum e o surpreendeu
positivamente, odiava mulheres passivas. O Duque o deixou sozinho,
mesmo com os inúmeros protestos de Winchester, e este soube que o
homem iria conversar com a filha e que ela desceria em seguida, dócil e
passiva, por ter que obedecer ao pai.
Winchester não precisou esperar muito. Lady Clara desceu e foi ao
seu encontro. Ela era exatamente como se lembrava, a única exceção,
era o semblante furioso que expressava.
― Milorde ― o saudou, ao se aproximar.
― Lady Clara ― respondeu a saudação, retirando seu chapéu e
fazendo uma mesura elegante.
― A quem devo agradecer por finalmente ter vindo visitar-me?
Winchester não esperava aquela acidez vindo dela.
As mulheres não tinham que ser dóceis e fáceis de se lidar? Não
era isso que ensinavam nas escolas femininas?
― Peço o seu perdão pela minha ausência nesses dias. Eu estive...
doente.
Clara ergueu uma sobrancelha e o olhou, sarcástica. E ele soube
que ela sabia que não estava doente realmente.
― Não foi nada grave, imagino ― Lady Clara comentou.
― Não, apenas um resfriado ― explicou-se, desconfortável, por
estar mentindo.
― Claro. Bom, agora que já cumpriu seu dever de bom noivo, eu
vou me retirar ― a jovem alfinetou, desdenhando a presença do
Marquês.
― Eu vim convidá-la a um passeio ― Winchester anunciou, quando
percebeu que ela se dirigia à porta.
A moça parou os passos, mas não se virou.
― Eu não estou interessada. ― Clara estava com as mãos em
punhos. Ele realmente pensava que ao chegar ali ela o receberia de
braços abertos?
Winchester xingou baixinho.
― Está bem. Serei honesto com você. Eu não estava doente ― o
Marquês confessou. ― E peço perdão por não ter vindo antes.
Clara já sabia que ele não tinha estado doente, e o pedido de
perdão dele amenizou um pouco a raiva que sentia. Mas não toda, ele
ainda precisava entender que suas ações tinham consequências.
― O senhor me ignorou durante um mês e, por mais que não
esteja animado em se casar comigo, assim como eu também não estou
animada em me casar com o senhor, esse fato trouxe consequências,
entre elas, falatórios sobre o noivado. Acredita mesmo que um passeio
me fará esquecer isso, ou fará que a sociedade se esqueça de que eu fui
negligenciada durante todo esse tempo?
O Marquês ergueu uma sobrancelha, ela só poderia estar
exagerando sobre a sociedade. Não tinha ouvido falarem sobre a
ausência dele.
― Eu não sabia que minhas ações foram a causa de tanto falatório.
― Claro que não, o senhor não compareceu aos eventos sociais
londrinos durante todo o mês, com exceção, ao baile da Duquesa, não o
vi em mais nenhum outro baile, ou jantar, ou sarau. Então, é evidente
que não teria ouvido.
― Eu não imaginava que teria essa repercussão ― defendeu-se.
― Sinto muito que minha ausência tenha lhe causado constrangimento.
Winchester parecia sincero, mas Clara não se deixou amolecer.
Não podia se permitir perdoá-lo tão facilmente.
― É bom que sinta mesmo. ― Clara ergueu a cabeça.
Aquelas palavras fizeram o Marquês sorrir, divertido, e ele inclinou
a cabeça observando melhor sua noiva.
Ela podia ser comum na aparência, mas sua personalidade era
completamente diferente das ladies que conhecia. Imediatamente,
Copas lhe veio à mente. Elas eram parecidas nisso, até a voz lembrava
a da outra mulher. Aquilo o fez franzir o cenho. Devia estar se sentindo
muito atraído por Copas para enxergá-la em sua noiva.
― Então, vai aceitar caminhar comigo? ― ele perguntou,
esperançoso.
― Eu não tenho opção. ― Clara suspirou, resignada, sabia que se
voltasse para o quarto, o seu pai veria aquilo como uma afronta.
― Eu não vou obrigá-la a ir comigo, se é o que teme. ― O Marquês
franziu o cenho.
― O senhor talvez não, mas meu pai não aceitará que eu faça
nenhuma desfeita. Então, vamos logo.
Clara seguiu para a porta, sem esperar por ele, que apressou para
acompanhá-la.
Uma criada já os esperava na porta para acompanhá-los e, assim,
evitar falatórios. Clara pegou uma sombrinha e o chapéu que criada
segurava e, dessa vez, esperou o Marquês.
Quando ficou ao lado de Clara, Winchester estendeu a mão para
servir de apoio para a Lady e essa, apesar do desgosto visível em seu
rosto, aceitou o gesto educadamente.
Começaram a caminhar em silêncio.
― O dia está muito bonito ― o Marquês comentou, tentando diluir o
silêncio.
― Está mesmo ― Lady Clara concordou, e o Marquês percebeu
que ainda estava irritada com ele.
― O que posso fazer para que me perdoe e esqueça o que
aconteceu? ― ele perguntou e Clara o observou bem, o homem parecia
mesmo disposto a tentar agradá-la. Era o mínimo que podia fazer, afinal.
Entretanto, Clara não sabia se queria perdoá-lo. Preferia não ter
que casar com ele.
― Sinceramente, eu não sei. Não há nada que possa fazer para
desfazer este compromisso?
O Marquês sentiu o ego reclamar, não gostou de ver que a noiva
não queria casar com ele.
― Infelizmente, isso não está em meu poder. O rei foi categórico
sobre a realização do nosso matrimônio ― ele explicou.
― Que pena. ― Clara suspirou.
― Eu não sou tão ruim assim. Prometo que será bem tratada e que
a respeitarei como minha esposa. Não é por que tenho sido um péssimo
noivo, que serei um péssimo marido.
― Sinto muito, mas suas palavras não me convencem. Não o
conheço bem, Winchester, e o pouco que conheço do senhor, não me
faz acreditar que será um bom marido.
O Marquês se retesou diante daquelas palavras e, apesar de saber
que a lady tinha seus motivos para pensar aquilo, ele não pode evitar
sentir-se ofendido.
― Eu sinto muito. Prometo me esforçar para provar-lhe que serei
um marido à sua altura, milady.
Clara voltou a ficar em silêncio. Sabia que o ego dos homens era
algo frágil e que quando se ofendiam, podiam se tornar inconsequentes,
mas estava muito irritada para se preocupar em poupar o ego dele.
― Me fale um pouco sobre você ― o Marquês pediu, depois que se
acalmou. Estava mesmo disposto a fazer a coisa certa, mas Clara não
facilitaria.
― Agora decidiu que quer saber sobre mim? ― Clara debochou, ao
lembrar que ele passou um mês fugindo dela.
― Não vai esquecer isso, não é? ― Winchester bufou, desgostoso.
― Não. ― Clara retirou a mão do braço dele e cruzou os braços. ―
Nem vou perdoá-lo tão facilmente.
― Isso tudo por causa de um mês? ― perguntou, exasperado.
― Para mim é um bom motivo.
― Eu discordo, milady ― anunciou. ― A senhorita deve ter algo
contra mim, para me odiar tanto.
Era claro que tinha, ele tinha dito que ela não o atraía em nada e
ainda tinha ficado um mês sem cortejá-la. Absolutamente, tinha tudo
contra ele.
― É um libertino, isso é algo que pesa contra o senhor. E um
Winchester ― ela completou em pensamento. ― Sua fama lhe precede.
― Nunca ouviu dizer que os libertinos dão ótimos maridos?
― Ouvi sim, mas nenhum libertino que tenha se casado, o fez
contra a vontade. E o senhor, milorde, vai se casar obrigado. Então, eu
não estou contando que seja um ótimo marido. Nem mesmo, um marido
razoável.
― Se é o que pensa sobre mim, que seja. ― O Marquês se irritou.
― Mas a senhorita também não está sendo uma companhia agradável,
se soubesse que visitá-la seria tão frustrante, eu nem mesmo teria feito
tal esforço.
― O que esperava? Que eu o perdoasse e me jogasse em seus
braços depois de tudo o que fez? Sinto muito, Lorde Winchester, mas
escolheu a noiva errada para ofender, não espere que eu o perdoe tão
facilmente.
― Ótimo, era só o que me faltava, uma mulher rancorosa. ― O
Marquês bufou, frustrado.
― A culpa é inteiramente sua ― Clara respondeu, erguendo o
queixo em desafio. ― Se tivesse cumprido seus deveres como meu
noivo, eu não teria motivos para odiá-lo. O senhor fez sua cama,
Marquês, deite-se nela. Agora, se não se importa, eu gostaria de ir para
casa.
Clara escutou cada palavra que ele disse. Mas sua mente se focou
na frase: "Conversei com o rei". Isso queria dizer que ele tentou
realmente desfazer aquele casamento.
Ela sabia que ele tentaria fazer aquilo. Era fácil imaginá-lo diante do
rei, tentando desfazer o arranjo. Mas seus instintos diziam que tinha algo
mais naquilo.
— O que o rei disse? — Foi a primeira pergunta de Clara.
O Marquês ficou desconfortável. Ele não esperava que ela
perguntasse por sua conversa com o rei e, sim, que ficasse feliz por ele
ter decidido recomeçar.
— Não importa, apenas que o casamento deve acontecer — ele
respondeu, desviando os olhos.
Clara observou bem o Marquês, seus anos como Copas tinham lhe
ensinado a descobrir quando alguém blefava e, naquele momento, ela
sentia que o Marquês não lhe era completamente sincero.
— O que está escondendo de mim, Winchester? Você me pede
para recomeçar sem mentiras e segredos, mas não parece disposto a
isso — ela apontou, olhando fixamente para o homem à sua frente.
— Tem razão, me desculpe. — Ele pareceu realmente
envergonhado por ter sido pego na sua omissão. — Eu pedi uma
audiência com o rei no dia seguinte à nossa briga. Ele me disse que
estava satisfeito com o arranjo e que se minha noiva, no caso você,
desistisse de se casar comigo, eu seria exilado como um traidor.
— Por isso, veio a mim tentando recomeçar. — Clara não estava
feliz com aquilo e isso transpareceu no seu tom de voz, assim como a
decepção.
— Eu sei que cometi alguns erros, não devia ter deixado meus
sentimentos por Copas chegar tão longe e, muito menos, lhe tratado com
tanta indiferença.
O Marquês deu um passo para ela e lhe segurou as mãos.
— Eu agora estou nas suas mãos, Lady Clara. Se não quiser se
casar comigo, não tem problemas, eu lhe devolvo Rostwell e você pode
ir ao rei cancelar o compromisso. Seu pai não irá se opor quando souber
que Rostwell é novamente dele.
— E o senhor será exilado... — ela apontou o resultado dessa
escolha.
— Sim. Minha família perderá o título, que será dado para alguém
da escolha do rei. Mas você será livre desse casamento e poderá se
casar com alguém de seu agrado.
Clara pensou, ele estava em suas mãos, pois cabia a ela decidir o
que seria feito dele. Queria poder não se importar com ele, mas, ao
mesmo, tempo sabia que não poderia. A ideia de recomeçar tudo era
tentadora.
— E se eu aceitar me casar? — Clara disse cada palavra devagar e
sentiu seu coração se aquecer, sabia que era aquilo que seu coração
queria.
― Eu prometeria fazer o possível para que esse casamento dê
certo. Serei um noivo exemplar, lhe darei flores, a levarei para passear e
não lhe serei infiel. ― O Marquês se empolgou com a possibilidade de
Clara não o odiar e, assim, tentar desfazer o casamento por vingança. ―
Faremos um casamento com direito tudo que sempre sonhou. Será
memorável. Os jornais passarão semanas comentando sobre ele. A
partir de agora, apenas o melhor para minha noiva. Conversarei com seu
pai para não poupar despesas, quero fazê-la se sentir única neste dia.
Clara percebeu que não poderia permitir um casamento enorme e
dispendioso. Aquilo acabaria por afundar sua família em dívidas, já não
bastava o dote, que sua família teria que dar ao Marquês pelo
casamento, e nem mesmo uma vida trabalhando como Copas, seria
capaz de restituir tantos gastos. Não poderia permitir que seu casamento
fosse a ruína de sua família. E o que faria depois de casada? Precisava
garantir que iria continuar como Copas, e aquele era o melhor momento
para uma barganha, ele precisava dela para não ser considerado um
traidor, e ela não poderia jogar fora todo trabalho que teve para manter o
nome da família intacto.
― Eu me caso com o senhor com algumas condições ― ela expôs.
— Diga seus termos, milady. ― O Marquês semicerrou os olhos
diante daquilo. O que ela pediria?
― Eu sei que o senhor é um homem de posses e não precisa do
meu dinheiro, então, quero que o senhor abra mão do meu dote.
Aquilo era estranho, mas Winchester concordou, afinal, Clara
estava certa, ele não precisaria do dote dela.
― Tudo bem ― ele concordou e ela continuou.
— Quero que permita que eu continue trabalhando no Rogue’s,
como Copas.
— O quê? — ele perguntou, incrédulo. — Não posso permitir que
minha esposa continue a trabalhar. Isso está fora de questão.
— Eu não posso abandonar o Rogue's. ― Ela foi firme. ― Se o
senhor não concordar com isso, terei que recusá-lo como meu noivo.
― Tudo bem. Eu concordo em permitir que seja Copas, se assim
desejar.
― E tem mais uma coisa. ― Clara respirou fundo. Aquilo seria mais
escandaloso que pedir para continuar como Copas.
― Diga. ― O Marquês ergueu uma sobrancelha.
― Quero que nos casemos imediatamente em Gretna Green.
Apenas nós dois e a testemunha, não quero nenhuma celebração de
casamento, nenhuma festa grandiosa.
― Está grávida? ― Ele a olhou, desconfiado
― O quê? Não! Por quê? ― Clara ficou confusa.
― Que outro motivo a levaria a querer se casar imediatamente
comigo, se não fosse por carregar o filho de outro homem?
― Eu não estou grávida. ― Ela o olhou, furiosa, e em seguida,
ficou vermelha. ― Eu ainda sou intocada, nunca estive com nenhum
outro homem, além de você, nem mesmo beijei outro homem.
O Marquês a observou por um momento. Ou ela estava falando a
verdade, ou era uma ótima atriz. Descobriria a verdade na noite de
núpcias. De qualquer forma, não tinha escolha nenhuma, a não ser
desposá-la.
― Vai me contar o motivo por querer se casar tão rapidamente,
então?
― Eu quero me casar logo. ― Ela decidiu contar uma meia
verdade. ― Não vejo por que esperarmos tanto para isso. E eu não
quero festa.
Winchester percebeu que ela não iria contar toda a verdade
naquele momento e não podia correr o risco de irritá-la e, com isso, ela
desistir do casamento. Então, decidiu deixar para descobrir a verdade
depois.
― Tudo bem, eu aceito os seus termos.
― Ótimo. Eu me casarei com o senhor. ― Ela sorriu, parecendo
aliviada. Continuaria a cuidar de sua família e naquele momento era só o
que importava para ela.
O Marquês a olhava, desconfiado. Mas estava disposto a ganhar a
confiança dela e descobrir os segredos da mulher que desposaria e,
para isso, faria tudo da maneira correta, ou quase.
Então, Gabriel pegou a mão de Clara, depositou um beijo no dorso
e abriu um de seus sorrisos mais deslumbrantes. Depois se ajoelhou e,
ali mesmo, a pediu em casamento.
CAPÍTULO 14 ― GRETNA
GREEN
Uma semana depois...
Clara estava dormindo, mas era um sono tão gostoso, que nem
mesmo o sacolejado da carruagem seria capaz de acordá-la. E ela até
sonhava.
Sonhava com seu marido lhe abraçando e declarando seu amor,
depois a cena mudava e sua barriga estava enorme, indicando os meses
já adiantados da gravidez. E depois o sonho mudou para ela na
carruagem com o seu marido de um lado e em seu colo um bebê lindo,
com cabelos castanhos como o do Marquês e os olhos cinzas que ela
possuía. E então o sonho se tornou um pesadelo, pois homens paravam
a carruagem e lhe puxavam o filho nos braços, dizendo que o pai dela
tinha apostado o neto e perdido.
Assustada, Clara acordou, mas a sensação de agonia causada
pelo sonho não lhe abandonou.
― Está tudo bem? ― Winchester perguntou, preocupado.
― Foi só um pesadelo. Um pesadelo horroroso ― ela respondeu,
tentando se recompor.
― Já passou ― Winchester a confortou, abraçando-a de forma
protetora. ― Eu estou aqui, não deixaria nada de ruim lhe acontecer.
Clara sorriu e sentiu, aos poucos, a angústia lhe deixar. Seu marido
a tranquilizava e ela se sentia protegida naquele abraço.
― Falta muito para chegarmos? ― ela perguntou, percebendo que
não sabia exatamente onde estavam, já que já havia anoitecido.
― Creio que apenas meia hora de viagem ― o marques estipulou,
deviam estar atravessando as colinas em direção ao castelo naquele
exato momento.
― Que bom, mal posso esperar para chegarmos em nossa casa ―
Clara comentou, entre um bocejo e outro, e o Marquês sorriu ao ouvir o
pronome possessivo ser dito com tanta naturalidade.
― Sim, logo estaremos em nossa casa.
Em exatos trinta e dois minutos, a carruagem parava em frente à
porta de entrada do castelo. Winchester desceu e ajudou Clara a fazer o
mesmo. Seguiram direto para seus aposentos, mas ao passar pela porta,
o mordomo os interceptou.
― Milady, hoje de manhã chegou uma correspondência para a
senhora.
A carta de cor preta foi entregue nas mãos dela e havia seu nome
escrito em um dos lados. A carta estava selada e o selo pertencia ao
Rogue’s, o que fez Clara franzir o cenho. Henry nunca tinha lhe escrito
em uma carta oficial como essa. Ao abrir, deu-se conta que não havia
sido Henry e, sim, Phillipa que havia escrito.
Clara leu a carta rapidamente, era um texto breve e direto e, então,
leu novamente apenas para se certificar que lera corretamente na
primeira vez.