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Propostas de resolução
Oração subordinada adjetiva relativa explicativa: "que nela fragmento do discurso de Ellen Johnson Sirleaf, tem a função
eram muitos." de argumento de autoridade, uma vez que se trata da
1.3. Oração subordinante: "ouçam-me os peixes.” reprodução das palavras de uma personalidade que obteve o
Prémio Nobel da Paz.
Oração subordinada adverbial causal: “Já que me não querem
ouvir os homens".
1.4. Oração subordinante: “O mar está tão perto" P37
Oração subordinada adverbial consecutiva: "que bem me Cenário de resposta
ouvirão.” 1. 1 e); 2 f); 3 a); 4 c); 5 b); 6 d)
1.5. Oração subordinante: “espero" 2.
Oração subordinada substantiva completiva: "que me não ALTER
falte com a costumada graça”. a) outro; altruísmo; alteridade
– amor desinteressado ao próximo
P34 (ao outro); filantropia
Sugestão de resposta – condição do que é outro, do que é distinto ou diferente
LEITURA EQUU-
1. O Padre António Vieira foi, durante toda a vida, uma b) cavalo
personalidade que perseguiu sonhos e lutou por causas, como
equídeo; equitação; equino
a liberdade dos índios e a integração de cristãos-novos,
empenhando-se sempre em combater os vícios de "grandes" equestre
e "pequenos". – família de mamíferos que incluiu os cavalos, jumentos e
2. O tema deste artigo de opinião está explícito no primeiro zebras
período do texto: "O tamanho dos sonhos deve sempre exceder a – técnica de andar a cavalo
capacidade atual de realizá-los." – relativo a cavalo
3. A. "como aprendemos a sonhar? E, porventura ainda mais CURA-
importante, como podemos incutir nos outros a vontade de c) cuidado; diligência
sonhar?"
curativo; curador/curadoria; descurar
B. "Só recentemente me apercebi de que o erro não está nas
sinecura; incúria
respostas, mas sim na pergunta que fazemos repetidamente a
todas as crianças, adolescentes e jovens adultos." – ato de curar; tratamento
C. "Uns anos mais tarde, pretender ser médica, professora ou – o que cura/ o que exerce a função de curadoria (o que está
atriz continua a ser visto pela sociedade como algo de incumbido de cuidar dos bens ou interesses de quem esteja
ambicioso." impossibilitado de fazê-lo)
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Propostas de resolução
3. P45
1. A. Locutor; 2. D. Equitativo; 6. As características literárias deste excerto, a sua natureza
3. B. Decente; 4. C. Pediatra; satírica e alegórica ultrapassam as circunstâncias que
5. A. Doloso; 6. D. Vianense; motivaram o sermão e permitem a sua reinvenção constante,
7. B. Pediforme; 8. C. Jasmim ao longo do tempo. De natureza religiosa, o sermão
transforma-se em espetáculo e a crítica atinge os pecados do
P39 mundo e as paixões humanas – a vaidade, a cobiça, a
adulação, a corrupção e a repressão – a coberto da alegoria.
Sugestão de resposta
LEITURA | ESCRITA
ORALIDADE
1. O texto associa a vandalização da estátua do Padre António
Vieira, em Lisboa, ao desconhecimento do percurso de vida e 1.1. (C)
do trabalho do missionário. O título reforça esta perspetiva, 1.2. (D)
através das palavras de Alice Vieira. 1.3. (A)
1.4. (A)
p44 1.5. (C)
Sugestão de resposta
EDUCAÇÃO LITERÁRIA P47
1. O pregador é o Padre António Vieira e os ouvintes são os Sugestão de resposta
habitantes do Maranhão, que assistem à pregação no dia de
LEITURA
Santo António do ano de 1654.
1.
2. Alegoricamente, repete-se no sermão o sucedido com
Santo António: Vieira prega no Maranhão, tal como Santo 1. D.
António terá pregado em Rimini, e os “peixes” (os 2. E.
maranhenses, neste caso) levantam a cabeça das águas para 3. A.
o escutar. Na realidade, Vieira é o verdadeiro ator em palco e 4. B.
representa a figura de Santo António, pregando. Esta atitude
5. F.
teatral é proporcionada pela sobreposição da identidade entre
os dois Antónios, complementada pela sobreposição dos 6. C.
auditórios real (homens) e ficcional (peixes).
3. Para articular o final do capítulo I e o início do capítulo II, o P48
orador recorre ao verbo “pregar”, retomando o episódio Cenário de resposta
bíblico narrado no capítulo I, em que Santo António falou aos 1. a) "Não creio"
peixes, e recorre à alegoria, falando ele próprio também aos
b) "Não creio, camaradas, que esteja convosco"
peixes.
c) "acho meu dever"
4. a)“E onde há bons e maus, há que louvar e que repreender.
Suposto isto, para que procedamos com clareza, dividirei, d) "julgo poder dizer"
peixes, o vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar- e) "Mas"; "Então"
vos-ei as vossas virtudes, no segundo repreender-vos-ei os f) "Mas fará isto simplesmente parte da ordem da Natureza?";
vossos vícios.” (ll. 19-22) "mil vezes não"
5. O princípio da liberdade aparece valorizado ao longo do texto, g) "camaradas"
direta ou indiretamente, através de expressões como: “Falando
dos peixes, Aristóteles diz que só eles, entre todos os animais, se
não domam nem domesticam” (ll. 41-42); “Os peixes, pelo
contrário, lá se vivem nos seus mares e rios, lá se mergulham nos
seus pegos, lá se escondem nas suas grutas, e não há nenhum
tão grande que se fie do homem, nem tão pequeno que não fuja
dele” (ll. 48-51).
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Propostas de resolução
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Propostas de resolução
7. Neste excerto, parte-se do sentido literal, a partir da análise caracteriza-se o seu comportamento, que é confrontado com
do comportamento dos peixes para o sentido alegórico, figuras e exemplos bíblicos, destinados a sustentar a tese do
refletindo sobre o comportamento dos homens. Compara-se, pregador e a ilustrar o caminho a seguir na emenda do vício
ainda, o comportamento das tribos homofágicas do sertão apontado.
brasileiro com as atitudes do homem citadino. 4. São várias as frases de caráter proverbial ou sentencioso
Temas: exploração dos mais fracos pelos poderosos que surgem no texto: “Os arrogantes e soberbos tomam-se
Experiências: vida na cidade, morte de um indivíduo. com Deus; e quem se toma com Deus sempre fica debaixo”
(ll. 34-35); “Chegai-vos embora aos grandes, mas não de tal
Valores: solidariedade, procura do bem comum, castigo por
maneira pegados, que vos mateis por eles, nem morrais com
comportamentos condenáveis.
eles” (ll. 98-99); “Quem quer mais do que lhe convém, perde
o que quer e o que tem” (ll. 137-138). Estas referências
P56 constituem argumentos de autoridade.
Sugestão de resposta
LEITURA | GRAMÁTICA P62
1. (D) Sugestão de resposta
2. (B) EDUCAÇÃO LITERÁRIA (pág. 64)
3. (A) 1.1. b) "O polvo com aquele seu capelo na cabeça, parece um
4. (B) monge; com aqueles seus raios estendidos, parece uma estrela;
5. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa. com aquele não ter osso, nem espinha, parece a mesma
brandura, a mesma mansidão. " (ll. 3-5)
6. Predicativo do sujeito.
c) "Fizera mais Judas?" (l.16)
d) "O polvo, escurecendo-se a si, tira a vista aos outros, e a
P57
primeira traição e roubo que faz é a luz, para que não distinga
Sugestão de resposta as cores. Vê, peixe aleivoso e vil, qual é a tua maldade, pois
LETURA | ESCRITA Judas em tua comparação já é menos traidor!" (ll. 20-22)
1. Pontos de vista apresentados no excerto: e) "Mas ponde os olhos em António, vosso pregador, e vereis
– Vieira foi um mestre na utilização da língua portuguesa nele o mais puro exemplar da candura, da sinceridade e da
como orador e como escritor, visando sempre uma verdade, onde nunca houve dolo, fingimento ou engano." (ll.
persuasão de ordem ética. 38-40)
– Vieira foi um excelente pensador. f) "o dito polvo é o maior traidor do mar". (l.7)
– Vieira foi um mestre da vida. 1.2. b) "Tenho acabado, irmãos peixes, os vossos louvores e
– Vieira enfrenta os problemas do seu tempo. repreensões" (l. 42)
– Ler os textos de Vieira ajuda-nos a responder aos desafios c) "Só resta fazer-vos uma advertência muito necessária, para
da atualidade. os que viveis nestes mares."; "Importa, pois, que advirtais,
que nesta mesma riqueza tendes um grande perigo, porque
todos os que se aproveitam dos bens dos naufragantes, ficam
p61 excomungados e malditos." (ll. 42-58)
Sugestão de resposta
EDUCAÇÃO LITERÁRIA P63
1. Neste novo capítulo, o orador vai particularizar a crítica, Sugestão de resposta
referindo os defeitos de alguns peixes, de forma alegórica.
d) "E quis mostrar o Senhor que as penas que S. Pedro ou seus
2. O orador refere os Roncadores e a sua arrogância, os sucessores fulminam contra os homens que tomam os bens dos
Pegadores e o facto de serem parasitas, os Voadores e a sua naufragantes, também os peixes por seu modo as incorrem
ambição desmedida. morrendo primeiro que os outros, e com o mesmo dinheiro que
3. O excerto organiza-se peixe a peixe, ou vício a vício, em engoliram atravessado na garganta." (ll. 73-77)
sequências bem definidas. Em cada uma dessas sequências, a e) "Para os homens não há mais miserável morte, que morrer
estrutura seguida é sempre a mesma: identifica-se o peixe, com o alheio atravessado na garganta". (ll. 78-80)
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Propostas de resolução
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Propostas de resolução
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Propostas de resolução
P82 P85
LEITURA | ORALIDADE Sugestão de resposta
GRUPO A ORALIDADE
– Guerra civil (1832-1834) entre liberais e absolutistas (Dois 1. A análise do texto e do paratexto permitem inferir os
irmãos: D. Pedro e D. Miguel) diferentes contextos de produção da obra de Garrett.
– Disputa na sucessão após a morte de D. João VI A. Dramaturgo que apresenta a sua obra.
– Independência do Brasil B. Orador num discurso político parlamentar.
GRUPO B C. Escritor de uma narrativa.
– António Feliciano de Castilho: representante da tradição D. Poeta.
literária
– Alexandre Herculano: escritor comprometido com o ideal P87
liberal e introdutor do Romantismo
Sugestão de resposta
– Almeida Garrett: escritor que lutou pelos ideais liberais, na
LEITURA
escrita e na vida pública
1. Garrett teve uma ligação muito forte à causa liberal desde
– Camilo Castelo Branco: escreveu várias obras onde critica a
os seus estudos universitários até ao momento em que se
sociedade tradicional e anuncia uma sociedade moderna
torna visconde, em 1851, o que foi considerado por muitos
– Ramalho Ortigão: integrou ao lado de Eça de Queirós a uma traição aos seus ideais.
Geração de 70, conhecida como revolucionária pelos novos
ideais que defendia
P88
– Júlio Dinis contribuiu com a sua obra para a criação do
romance moderno em Portugal Sugestão de resposta
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Propostas de resolução
4. (A) P100
5. (D) Sugestão de resposta (cont.)
6. Valor restritivo. EDUCAÇÃO LITERÁRIA
2.
p90 1.
Sugestão de resposta a) "O pobre de meu amo… respeito, devoção, lealdade, tudo
lhe tivestes (…) mas amor! (…) tão nobre e honrada
1.
Cronologia: senhora"
1.ª metade
Portugal do século XIX b) "depois daquela funesta jornada de África (…) viúva, órfã
• Romanismo e sem ninguém (…) e com dezassete anos!"
tardio
(1830-1849) Projeção: 2.
• Poemas de Romantismo:
idealismo e arte e
Garrett (marcam cultura a) "(…) acabado escolar (…)
o início do sentimento
nacional em geral
Romantismo fidalgo de tanto primor e de tão boa linhagem; (…) é guapo
português)
• Agitação política cavalheiro, (…) honrado fidalgo, bom português"
e social: crise e
guerra civil Ideologia: rutura, b) "tão bom mareante (…) um cavaleiro de Malta! (…)
contestação e
afirmação do Aquele caráter inflexível)"
"eu"
3.
p93 a) "Tem treze anos feitos;
Sugestão de resposta Um anjo (…) coração! É delgadinha (…) Há de enrijar; (…)
ORALIDADE um anjo de tal formosura e de bondade (…) que lhe quero
mais do que seu pai; Compreende tudo!"
1. Tempo conturbado para Portugal sob domínio espanhol.
b) "tem crescido de mais (…)nestes dois meses últimos; (…)
não é (…) muito forte.; Maria tem uma compreensão (…);
P99 Abençoou-nos Deus na formosura, no engenho, nos dotes
Sugestão de resposta admiráveis daquele anjo (…); a curiosidade daquela criança,
EDUCAÇÃO LITERÁRIA (PÁG. 100) aguçando-lhe o espírito – já tão perspicaz!"
1.1. A cena II é uma espécie de prólogo da peça,
caracterizando personagens e integrando o espetador no P101
universo da obra, no que respeita ao que será o Sugestão de resposta (cont.)
desenvolvimento da ação. Por outro lado, também se podem
4. a)"espelho de cavalaria e gentileza, aquela flor dos bons
inferir vários aspetos sobre a relação entre as personagens.
(…) meu, nobre amo, meu santo amo!"
Esta cena tem uma função predominantemente informativa de
b) "meu Senhor D. João de Portugal (…) meu primeiro
fornecer dados importantes ao espetador.
marido")
1.2. Proposta de esquema:
5. a) "Mas os ciúmes que meu amo não teve nunca (…)
a) Caracterização de personagens presentes e ausentes tenho-os eu"
(Telmo, D. Madalena, D. Maria, D. João de Portugal, D. Manuel
b) "Conheci-te de tão criança (…) o escudeiro valido, o familiar
de Sousa Coutinho).
quase parente, o amigo velho e provado de teus amos (…);
b) Relação entre personagens (Telmo/ Madalena; Madalena/ Quitaram-te alguma coisa da confiança, do respeito – do amor e
Manuel de Sousa Coutinho; Madalena/D. João;… carinho;(…) fiel servidor (…) leal amigo (…) ascendente no
c) Informações factuais sobre a época (lutas entre castelhanos espírito de Maria (…) Quase que és tu a sua dona, a sua aia de
e portugueses; alterações públicas na cidade; peste em criação"
Lisboa). 3. O número 7 indica o fim de um ciclo e o número 21 significa
d) Informações culturais (decadência do latim, divulgação de 3 X 7, ou seja, corresponderá a três ciclos periódicos. Assim, 7
Os Lusíadas, mito de D. Sebastião). anos foi o ciclo da busca de notícias sobre D. João de Portugal;
14 anos (2 X 7) é o tempo de vida em comum de Madalena e
Manuel e 21 anos (3 X 7) completará a tríade de 7, podendo
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Propostas de resolução
apresentar-se como o encerrar do círculo dos 3 ciclos 3. Maria acredita no regresso de D. Sebastião e D. Madalena
periódicos. não quer acreditar.
4. Telmo faz questão de relembrar D. Madalena que ela nunca
amou o seu primeiro marido e que casou com Manuel de P105
Sousa Coutinho sem provas de que D. João tivesse
Sugestão de resposta
efetivamente morrido em Alcácer Quibir. Como não crê na
morte de seu antigo amo, refere a carta escrita por ele na EDUCAÇÃO LITERÁRIA
véspera da batalha, na qual afirmava: “Vivo ou morto, 1. Maria acredita que D. Sebastião está vivo e que há de
Madalena, hei de ver-vos (…)” (ll. 151-152). Assim, estes regressar num “dia de névoa muito cerrada”(Cena III, l. 10),
agouros de Telmo intensificam os receios de D. Madalena, pois essa é a crença do povo: "Voz do povo, voz de Deus"
certa de que “esse fantasma, cuja sombra, a mais remota, (Cena III, l. 15).
bastaria para enodoar a pureza daquela inocente, para Madalena, pelo contrário, desvaloriza a crença popular e
condenar a eterna desonra a mãe e a filha!…” (ll. 188-190) assenta a sua argumentação no que lhe dizem Frei Jorge e
provocaria uma tragédia familiar. Lopo de Sousa, que aceita como verdadeiro.
2. Maria, tal como qualquer jovem de treze anos, dá largas à
P103 sua imaginação, deixando-se deslumbrar pelo oculto e pela
aventura. A figura de D. Sebastião, também ele jovem no
Sugestão de resposta
tempo do desaparecimento, torna-se lendária pelo facto de
LEITURA
terem sempre existido dúvidas quanto à sua morte na batalha
1. Este texto, publicado num jornal quinzenal, insere-se no de Alcácer Quibir.
género textual apreciação crítica.
3. A crença de Telmo e de Maria contribui para adensar os
A autora apresenta e divulga uma peça de teatro, para além de receios e o terror de D. Madalena relativamente ao futuro. De
referir as condições que levaram à sua realização. Depois de facto, se D. Sebastião estivesse vivo e regressasse, era muito
uma breve referência à ação da tragédia, salientam-se aspetos provável que acontecesse o mesmo com D. João de Portugal.
inovadores nesta representação, não omitindo algumas lacunas Ora o regresso do primeiro marido de D. Madalena implicaria
(“Claro que sentimos a falta de uma das mais belas odes do a destruição da felicidade presente, com a anulação do
Coro sobre esse prodígio maior que é a humanidade, mas casamento e a ilegitimidade da filha.
essa não é a opção do encenador, que preferiu enfatizar a
4. O poder de observação de Maria permite-lhe perceber a
linha de força dos que lutam pelas suas convicções, contra as
preocupação extrema que a sua saúde e os seus devaneios
opressões a vários títulos”).
causam à mãe. Além disso, a sua crença sebastianista (“que
A partir do conteúdo do texto, podemos inferir as qualidades não morreu e que há de vir um dia de névoa muito cerrada”)
e originalidade da peça ("Usando com inventividade os (Cena III, ll. 10-11), coloca a hipótese de, aos olhos de
elementos arquiteturais presentes no espaço central, no que D. Madalena, também D. João de Portugal voltar, o que, a ser
teria feito parte da zona denominada por orchestra – verdade, provocaria uma catástrofe no seio da sua família.
destinada à elite da polis – e os vestígios da estrutura do Finalmente, pergunta à mãe por que razão o pai não tinha
antigo teatro, contam-nos a história de Antígona com ficado “naquela santa religião” (Cena IV, l. 43) e deixara o
engenho e talento.") hábito. Maria parece expressar a sua vontade de que o pai
2. Nesta apreciação crítica estão presentes várias referências nunca deixasse a Ordem de Malta.
a elementos característicos da tragédia grega: “catástrofe”,
“conflito”, “Coro”, “elenco totalmente masculino”, número
P106
reduzido de personagens (“cinco atores”), “orchestra”,
“polis”, “pathos”. Sugestão de resposta
GRAMÁTICA
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Propostas de resolução
P108 P115
Sugestão de resposta Sugestão de resposta
LEIUTRA ORALIDADE | GRAMÁTICA
a) F; b) F; c) V; d) V; e) F; f) V; g) F; 1.1. (B)
i) F; h) F; i) F; j) F; k) V; l) F; m) V; n) V; o) F 1.2. (D)
1.3. (A)
P110 1.4. (C)
Sugestão de resposta 1.5. (A)
REFLETE SOBRE O QUE LESTE 1.6. a) oração subordinada adverbial temporal.
1. Frei Jorge é tio de Maria e cunhado de D. Madalena. b) oração subordinada substantiva completiva.
2. Os governadores espanhóis querem sair de Lisboa e vir 1.7. Modalidade epistémica com valor de probabilidade.
para Almada.
3. Maria demonstra o seu interesse e envolvimento político de P116
forma entusiasta.
Sugestão de resposta
4. Maria ouviu que o pai chegou.
REFLETE SOBRE O QUE LESTE
REFLETE SOBRE O QUE LESTE
1. Anuncia a chegada dos governadores castelhanos.
1. Anuncia a chegada de Manuel de Sousa Coutinho.
2. Os governadores anteciparam a sua chegada, mas Manuel
2. Ficam admirados da capacidade de Maria de ver e ouvir à não é apanhado de surpresa.
distância.
REFLETE SOBRE O QUE LESTE
1. Jorge e Telmo devem acompanhar Madalena e Maria.
P112
2. Miranda trata da recolha dos últimos bens.
Sugestão de resposta
REFLETE SOBRE O QUE LESTE (p. 117)
REFLETE SOBRE O QUE LESTE
1. Manuel evoca a morte de seu pai, associando-a à sua
1. Entusiasmo. morte provável. Consciente do desafio que faz ao Destino,
2. Preocupação. calcula os riscos e assume as consequências.
2. Manuel incendeia o seu palácio.
P114 1.1. Este monólogo ilustra a atitude determinada e patriótica
Sugestão de resposta de Manuel da Sousa Coutinho, que "como um homem de
honra e coração" (l. 4), não valoriza os aspetos materiais e
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
afronta os governadores. Parece, também, constituir uma
1. Manuel de Sousa Coutinho decide sair da sua casa e mudar- antevisão da "morte" para o mundo de Manuel de Sousa
se para a que fora de D. João de Portugal, primeiro marido de Coutinho, no final da peça, ao considerar que a vida é efémera:
D. Madalena. Esta atitude de desafio aos governadores revela "como é esta vida miserável que um sopro pode apagar em
um cidadão corajoso, audaz e determinado que, numa atitude menos tempo ainda!" (ll. 6-7)
honrada e patriótica, enfrentaos inimigos da nação.
2. a) (“Ah! Inda bem meu pai!”)
P117
b) (“Sim, sim, mostrai-lhe quem sois e o que vale um
Sugestão de resposta
português dos verdadeiros.”)
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
c) (“Qual?… A que foi?… A que pega com São Paulo? Jesus
me valha!”) 2.1. D. Madalena, ao ver o seu palácio a arder, apenas se
preocupa em salvar o retrato de Manuel de Sousa Coutinho.
3. Manuel: racional, honrado, fiel, firme, patriota, defensor da
Destaca-se, assim, o seu ponto de vista pessoal ao querer
liberdade/independência do país.
preservar o objeto que representa a felicidade vivida naquela
Madalena: emotiva, inquieta, temerosa, receosa, casa. D. Madalena parece interpretar a destruição do retrato
descontrolada emocionalmente, frágil, egocêntrica. como algo muito negativo, o que, de certa forma, acentua os seus
constantes pressentimentos.
12
Propostas de resolução
2.2. O incêndio do palácio tem uma dupla funcionalidade: por angustiada, possuidora de um sexto sentido que a faz viver
um lado, é o fecho da dimensão político-patriótica assumida, num permanente desassossego, agudizado após o incêndio
energicamente, por Manuel e da atmosfera de presságios do que trouxe a família para o palácio de D. João de Portugal.
1.º ato; por outro, permite a ligação ao 2.º ato, antecipando a Nas réplicas de Maria, encontram-se várias expressões que o
desgraça iminente. comprovam: “Há oito dias que aqui estamos (…) a primeira
O retrato parece, deste modo, assumir um valor simbólico, ou noite que dorme com sossego” (Cena I, ll. 12-13); “À minha
seja, é como se ele remetesse para Manuel de Sousa e a sua pobre mãe aterrou-a (…) a devorar tudo com fúria infernal”
destruição pelo fogo antecipasse a morte desta personagem. (Cena I, ll. 16-18); “não lhe sai da cabeça que a perda do
Na verdade, o mesmo fogo que consome o quadro também retrato é prognóstico fatal de outra perda maior” (Cena I, ll.
vai permitir a “purificação”, ou seja, à morte para a vida 23-24); “aquela tristeza de minha mãe, aquele susto, aquele
mundana de Manuel sucede-se a sua ressurreição espiritual terror em que está” (Cena I, l. 57).
como Frei Luís de Sousa, um dos prosadores portugueses do
século XVII. P125
Sugestão de resposta
P119 EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Sugestão de resposta 2. Maria tem um fascínio especial pelo retrato de D. Sebastião,
REFLETE SOBRE O QUE LESTE por ser de um rei que ela tanto admira e de cuja morte duvida, tal
1. Houve uma mudança de espaço do palácio de Manuel como muitos em Portugal.
Sousa Coutinho para o palácio de D. João de Portugal. O interesse pelo retrato de Camões é fruto da sua admiração pelo
2. Enquanto o cenário do ato I é alegre, o do ato II é triste. O poeta, exemplo de aventura e de mistério, incutida por Telmo, de
espaço é melancólico e de gosto pesado, sem luz natural, com quem o poeta fora amigo.
três retratos em destaque (D. Sebastião, D. João de Portugal e O terceiro retrato suscita o fascínio de Maria, pois, apesar de
Camões), há uma ligação com um espaço religioso, a capela não saber de quem é, suspeita de algum segredo com ele
da Senhora da Piedade. relacionado. A reação da mãe ao vê-lo, quando chegaram ao
palácio de D. João de Portugal, causou-lhe estranheza e
aguçou-lhe a curiosidade.
P122
3. Maria é uma criança precoce e perspicaz, que revela uma
Sugestão de resposta
intuição apurada e adivinha mais do que diz. De facto, nas cenas I
REFLETE SOBRE O QUE LESTE e II encontram-se diversas falas que o demonstram: “e que ela
1. Oito dias. disfarça (…) aquilo é pressentimento de desgraça grande” (Cena
2. Os vários retratos que estão na sala: o retrato de D. João I, ll. 57-60); “Tu não dizes a verdade, Telmo.” (Cena I, l. 62);
de Portugal marca a importância do passado no presente; o “Agora é que tu ias mentir de todo…” (Cena I, l. 77); “Mas o
retrato de Camões evoca o Portugal glorioso; e o retrato de outro, o outro… quem é este outro, Telmo?” (Cena I, ll. 140-
D. Sebastião aviva o mito sebastianista. 141); “Aquele aspeto tão triste (…) como quem não tem outro
arrimo, nem outro amor, nesta vida” (Cena I, ll. 141-142); “é que
eu sabia de um saber cá de dentro; ninguém mo tinha dito, e eu
P124
queria ficar certa” (Cena II, ll. 37-38).
Sugestão de resposta
REFLETE SOBRE O QUE LESTE
P126
1. A referência explícita de Manuel ao dono da casa
Sugestão de resposta
desdramatiza o ambiente de tensão criado na última cena em
torno do retrato de D. João de Portugal. EDUCAÇÃO LITERÁRIA (CONT.)
2. Os dados que recolhemos a partir da análise desta cena 4. Maria não sabia de quem era o retrato, mas parecia saber
vão no sentido da resolução dos conflitos: Manuel está fora que era de D. João de Portugal, o dono da casa, como se
de perigo e D. Madalena melhorou. tivesse o dom de adivinhação. O pai chama-lhe, portanto,
“feiticeira” depois de a ouvir dizer que “sabia de um saber cá
de dentro” (Cena II, l. 37).
EDUCAÇÃO LITERÁRIA (P. 125)
5. Manuel de Sousa Coutinho não considera D. João uma
1.1. D. Madalena é uma mulher extremamente sofredora, ameaça, pois está convicto de que ele morreu em Alcácer
13
Propostas de resolução
P132
P127
Sugestão de resposta
Sugestão de resposta
REFLETE SOBRE O QUE LESTE
Leitura | Gramática (pág. Anterior)
1. O discurso de Madalena demonstra o seu estado de
1. (C)
espírito.: repetições, cortes na frases, exclamações, mudança
2. (A)
de tom de voz, recomendações a todos que acompanham
3. (C) Maria.
4. (D) REFLETE SOBRE O QUE LESTE
5. (C) 1. "Oh! querida mulher minha! Parece que vou eu agora
6. embarcar num galeão para a Índia…"
a) Complemento do nome. "Vivos ambos… sem ofensa um do outro, querendo-se,
b) Complemento indireto. estimando-se e separar-se cada um para sua cova!"
7. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa. "Verem-se com a mortalha já vestida, e… vivos (…)
condenarem-se a morrer longe um do outro, sós, sós!"
Sugestão de resposta
ORALIDADE
P133
a) O rosto de Manoel de Oliveira aparece envolto em película
de filme, deixando a descoberto os olhos e o chapéu que o Sugestão de resposta
caracterizavam. REFLETE SOBRE O QUE LESTE
b) Homenagem ao famoso cineasta português desaparecido 1. Frei Jorge, no comportamento dos seus familiares, encontra
em 2015. um pressentimento de desgraça.
3. Frei Jorge disponibiliza-se para fazer companhia à cunhada. 2. Manuel e Madalena comentam a entrada dos condes de
Vimioso para o convento como sendo um sacrifício de que
eles mesmos não seriam capazes, como se vê pelas palavras
14
Propostas de resolução
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Propostas de resolução
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Propostas de resolução
no sebastianismo de Maria e do velho aio. Tudo o que se D. João de Portugal” – Modificador do grupo verbal.
segue decorre deste ponto de viragem. (F) “que estava pegada à casa de
4. D. Madalena mostra-se cada vez mais angustiada à medida D. João de Portugal” – Modificador do nome restritivo.
que percebe nas palavras do Romeiro que D. João de Portugal (G) “que não percebeu a preocupação da mãe” –
está vivo, como comprovam as seguintes indicações cénicas: Modificador do grupo verbal.
“Aterrada” (Cena XIV, l. 62), “Na maior ansiedade”
(H) “que ainda há um português em Portugal” –
(Cena XIV, l. 78), “Espavorida” (Cena XIV, l. 86), “Com um
Complemento direto.
grito espantoso” (Cena XIV, l. 100), “Com outro grito
do coração” (Cena XIV, l. 102) e “Foge espavorida e
neste gritar” (Cena XIV, l. 103). P150
(continua na página seguinte) Sugestão de resposta
REFLETE SOBRE O QUE LESTE
P144 1. A parte baixa do palácio de D. João de Portugal não tem
Sugestão de resposta “ornato algum”, mas guarda diversos objetos que fazem
EDUCAÇÃO LITERÁRIA (CONT.) antever uma mudança. De facto, “tocheiras, cruzes, ciriais e
outras alfaias” associados aos rituais da igreja evocam a
5. Os retratos são como presenças mudas que parecem
religião cristã. A toalha “como se usa nas cerimónias da
anunciar uma fatalidade iminente. No Ato I, quando arde o
Semana Santa” remete para a Paixão de Cristo e, por
retrato de D. Manuel, Madalena reage ao sucedido como
analogia, para o sofrimento das personagens. A cruz grande
indício de desgraça, como se o fogo que devora o quadro
sugere a morte, mas também o renascimento para uma nova
anunciasse a morte do marido. No início do Ato II, o retrato de
vida. A cor “negra”, o facto de ser “alta noite” e de a ação
D. João de Portugal suscita o terror a D. Madalena e fascina
decorrer na “Parte baixa do palácio” transportam consigo
Maria; já no final deste ato, ele torna-se forma de
uma conotação trágica.
reconhecimento de que um fim trágico se aproxima
rapidamente.
6. O regresso de D. João é destruidor, pois leva à catástrofe. P153
Ao anunciar que está vivo o primeiro marido de D. Madalena, Educação literária
o Romeiro torna pecaminoso um casamento por amor e 1.1. “Oh! Minha filha, minha filha!” (l. 4); “Desgraçada (…)
mancha o nascimento de Maria. Assim, vai assistir-se ao esta lembrança é que me mata, que me desespera” (ll. 6-7)…
aniquilamento desta família. 1.2. Hipérboles: “o homem mais infeliz da terra (l. 15); “Se
ORALIDADE (p. 143) ela deitou o do coração! Não tem mais,” (l. 65); metáforas:”
1. Neste esquema é possível perceber de que forma todas as “bebeu até às fezes o cálice das amarguras humanas” (l. 19),
personagens da peça, direta ou indiretamente, contribuíram “morri hoje” (l. 95), “de rasgar, fevra a fevra, os pedaços
para a catástrofe. daquele coração” (ll. 141-142)…; repetições: “a minha
LEITURA filha… Maria… a filha do meu amor, a filha do meu pecado”
(ll. 46-47), “”; pontuação: reticências, pontos de exclamação e
a) D. João pintado num retrato.
de interrogação “Não o tenho aqui… o sangue (…) querida
b) D. João transfigurado em Romeiro. filha!” (ll. 68-70)…
c) D. João transformado em Ninguém. 1.3. “Eu queria pedir-Te que a levasses já (…) Devia, devia…
e não posso, não quero, não sei, não tenho ânimo, não tenho
P149 coração.” (ll. 71-75); “Peço-Te vida, meu Deus (…) peço-Te
vida, vida, vida… para ela, vida para a minha filha!”
Sugestão de resposta
(ll. 75-77)…
1. (A) “Quem ficou contente com a mudança” – Sujeito.
(B) “que o Romeiro revele a sua identidade” – Sujeito.
P154
(C) “que iria desaparecer” – Complemento direto.
Educação literária
(D) “que desconhecia as inquietações da mãe” – Modificador
1.4. “esta lembrança é que me mata” (ll. 6-7), “lancei nesse
do nome apositivo.
abismo de vergonha” (l. 22), “nem a morte há de levantar”
(E) “porque tinha remorsos de ter amado Manuel em vida de (l. 24), “morri hoje” (l. 95)…
17
Propostas de resolução
1.5.“Oh! Meu Deus, meus Deus!” (l. 71); “vida, vida, vida” P159
(l. 76); “morre, morre?” (l. 88); “Minha pobre filha, minha Sugestão de resposta
querida filha!” (l.168)
REFLETE SOBRE O QUE LESTE
2. O diálogo entre Manuel e Frei Jorge permite perceber que é
1. O Romeiro pensa que D. Madalena chama por ele, mas
este quem ajuda Manuel a tomar as melhores decisões, no
depois apercebe-se de que ela está a chamar por Manuel de
quadro de valores da peça. De facto, a sua fé e a sua lucidez
Sousa Coutinho.
orientam as ações do irmão, que está incapaz de decidir
racionalmente: “Manuel, meu bom Manuel, – Deus sabe
melhor o que nos convém a todos: põe nas Suas mãos esse P160
pobre coração, (…) Ele fará o que em Sua misericórdia sabe REFLETE SOBRE O QUE LESTE
que é melhor” (ll. 83-85). (CENA VII)
3. a) (“Demais, o segredo de seu nome verdadeiro está entre 1. Frei Jorge não deixa Telmo falar e ordena-lhe que vá
mim e ti, além do arcebispo”) (ll. 135-136). acompanhar Maria.
b) (“Ainda há outra pessoa (…) com quem lhe prometi que REFLETE SOBRE O QUE LESTE
havia de falar (…) é o seu velho aio, é Telmo Pais” (CENA VIII)
(ll. 138-145.). 1. Concluímos que Manuel é inflexível relativamente à decisão
c) “supõe-no na Palestina talvez” que tomou.
(l. 151). 2. Os condes de Vimioso são referidos por Manuel como um
d) (“Não sabe. E ninguém lho disse, nem dirá.”) (l. 160). exemplo a seguir.
18
Propostas de resolução
19
Propostas de resolução
entendidas como a única hipótese de purificação por terem Coutinho emocionalmente descontrolado, em que a razão,
vivido no pecado. ofuscada pela dor, deixa de lhe disciplinar a expressão dos
sentimentos. Dominado por um profundo sentimento de
culpa, sofre pela desonra que atinge a filha, receando pela
P178
sua vida. Perante um casamento pecaminoso e com uma filha
Sugestão de resposta ilegítima, à luz da moral da época, verga ao peso da desgraça
EDUCAÇÃO LITERÁRIA iminente e aceita a solução proposta pelo irmão: a entrada no
1. Manuel e a sua esposa, Madalena, dialogam acerca da convento.
mudança de casa que a família terá de realizar. Serão Concluindo, Manuel é uma figura de grande densidade,
obrigados a mudar-se para o palácio que foi do primeiro oscilando entre a racionalidade e a emotividade.
marido de D. Madalena, facto que incomoda profundamente a
personagem feminina: “Rezaremos por alma de D. João de
P183
Portugal nessa devota capela que é parte da sua casa; e não
Sugestão de resposta
hajas medo que nos venha perseguir neste mundo aquela
santa alma que está no Céu, e que em tão santa batalha, DESAFIO
pelejando pelo seu Deus e por seu rei, acabou mártir às mãos 3.
dos infiéis" (ll. 6-9). 1. Introduz o tema do debate e relaciona-o com a comemo-
2. No momento em que Manuel profere esta fala, ainda não ração dos 150 anos de Amor de Perdição.
sabemos as suas verdadeiras intenções. Esta fala metafórica, 2. Refere a vivência do amor no século XIX e compara-a com
quando é proferida, só é verdadeiramente entendida no a vivência amorosa dos jovens na atualidade.
momento em que se percebe que Manuel ateou fogo ao seu
3. Analisa a vivência do amor por adolescentes e adultos, na
próprio palácio e a palavra alumiar perde o sentido simbólico
atualidade com referências à obra, numa perspetiva social e
e ganha o sentido literal.
médica.
3. (C)
4. (B)
P184
5. (B)
Sugestão de resposta
ORALIDADE | LEITURA
P179
1.
LEITURA | GRAMÁTICA
A Camilo Castelo Branco, o homem
1. (D)
B Camilo Castelo Branco, o amante
2. (B)
C Camilo Castelo Branco, o prisioneiro
3. (C)
D Camilo Castelo Branco, o escritor dominado pela cegueira
4. Complemento oblíquo.
3. (a) a sua mãe; (b) o seu pai;
5. “a obra de Frei Luís de Sousa” (c) Vila Real; (d) Joaquina Pereira;
6. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva. (e) o Porto; (f) Medicina; (g) Joaquim Pereira; (h) Ana Plácido; (i)
Ana Plácido; (j) Ana Plácido; (k) cadeia da Relação do Porto; (l)
Amor de Perdição; (m) Seide [também é comum a grafia
ESCRITA | EDUCAÇÃO LITERÁRIA
mais antiga "Ceide"]; (n) Oficializa, através do casamento, a re-
C. Manuel de Sousa Coutinho é uma personagem de lação com Ana Plácido.
contrastes.
Por um lado, nos atos I e II, o seu discurso pauta-se por uma
P185
grande lucidez e racionalidade, recusando os presságios de
Madalena e rejeitando qualquer sentimento de culpa Sugestão de resposta
relativamente ao passado. No entanto, o ceticismo em relação LEITURA
aos agouros é contrariado quando põe a hipótese de ser 1.
vítima do fogo que ateia, a exemplo do que aconteceu com o
a) maior representante da segunda geração romântica;
seu pai, que morreu ferido pela própria espada.
b) descrição viva das províncias nortenhas, “narrativa densa,
Por outro lado, o ato III apresenta-nos um Manuel de Sousa
rápida”; episódios de carácter autobiográfico.
20
Propostas de resolução
c) análise dos sentimentos e ações das personagens, justifi- menino, ouvia eu contar a triste história de meu tio paterno”,
cações e explicações dos acontecimentos, crítica a determi- “Minha tia (…) estava sempre pronta a repetir o facto”,
nado tipo de educação e leitura, pormenor e espírito obser- “Lembrou-me naturalmente na cadeia muitas vezes meu
vador. tio”, “em casa de minha irmã estavam acantoados uns
maços de papéis antigos”) se relacionam com o subtítulo.
P187
Sugestão de resposta LINHAS DE LEITURA
2.1. (B) 1. Conhecer melhor a história do seu tio Simão, de quem ou-
2.2. (C) vira muitas histórias, desde criança, e que estivera preso na
mesma cadeia.
2.3. (A)
2. É um jovem com aspeto vulgar, vestido com roupa mo-
2.4. (A)
desta.
2.5. (C)
3. A idade demasiado jovem de Simão, quando foi enviado
2.6. (B) para o degredo.
2.7. (B) 4. A impossibilidade de viver o amor; o afastamento do país,
2.8. (C) dos familiares e dos amigos; a falta de liberdade e a perda
2.9. (A) da dignidade.
P188 P190
LINHAS DE LEITURA Sugestão de resposta
1. O parentesco e a permanência na mesma cadeia. LINHAS DE LEITURA( CONT.)
2. Uma grande ânsia em relatar a história trágica de Simão 5. Retomar todos os elementos enumerados e ampliar a di-
Botelho. mensão da perda, que, por ser absoluta, se torna ainda mais
3.1. “defeitos”, “tolhiço incorrigível” dramática.
3.2. Ao mostrar modéstia, o autor pretende conseguir a sim- 6. Fez nascer a sua paixão, sentimento inexistente na infân-
patia e adesão do leitor. cia, que se caracterizava por “inocentes desejos”.
5. Ao tomar conhecimento do destino trágico do tio, o narra- calhandreira – era uma serviçal que tinha como função des-
dor sentia “amargura”, “respeito” e “ódio” (indignação, re- pejar os bacios dos aristocratas”; “num ano desafiante e em
volta). que se fez bom uso da arte de insultar. Nem que tenha sido
6. O narrador, ao longo do texto, dirige-se várias vezes ao só para se queixar do raio da pandemia”.
"leitor", mas é claro o estatuto privilegiado da "leitora", 2. Esta apreciação crítica descreve a origem e a construção
como destinatário ideal da história que vai contar: "e a lei- de um livro, aprecia-o e motiva para a sua leitura.
tora, se lhe dissessem em menos de uma linha a história da-
queles dezoito anos, choraria!" (ll. 25-26).
P197
Sugestão de resposta
P191
EDUCAÇÃO LITERÁRIA | ORALIDADE
Sugestão de resposta
1. O primeiro parágrafo do texto apresenta a linhagem de
GRAMÁTICA Simão. O quadro apresentado pode ter como título: genealo-
1. a) complemento oblíquo; gia da família de Simão Botelho.
b) complemento do nome;
c) sujeito (da oração condicional];
P198
d) modificador do nome restritivo.
Sugestão de resposta
2. a) subordinada adjetiva relativa explicativa;
b) subordinada adverbial condicional; c) coordenada copula- 2.
tiva assindética; d) subordinada substantiva completiva. A. “Os quinze anos de Simão têm aparências de vinte”;
B. “É forte de compleição; belo homem com as feições das
P193 mães, e a corpulência dela”
22
Propostas de resolução
(C) 3 P207
(D) 3 Sugestão de resposta
(E) 1 EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Gramática 1. Neste excerto, Simão está em luta consigo mesmo, divi-
1. (D) dido entre impulsos contrários. Ao longo do texto, Simão vai
refletindo, hesita e altera a sua decisão inicial de matar Bal-
2. (B)
tasar. O texto traduz, deste modo, a luta progressiva do herói
3. (B) entre razão e emoção: “Simão Botelho releu a carta duas
4. (D) vezes, e à terceira leitura achou menos afrontosas as brava-
tas do fidalgo cioso” (ll. 20-21).
P202 2. As cartas que Simão e Teresa trocavam eram utilizadas
Sugestão de resposta para transmitir sentimentos e informações.
P203 b) ausente
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
1. Após a recusa de Teresa em casar com o primo, Tadeu P208
quer obrigar a filha a fazê-lo. Tadeu exerce a sua autoridade Sugestão de resposta
de pai, impondo a sua vontade nem que seja à força. LEITURA
2. Teresa mostra ser determinada, firme, corajosa e até 1.
mesmo rebelde, já que contraria o pai e recusa casar com a) A importância de escrever cartas.
Baltasar Coutinho. Também evidencia alguma astúcia, pois
b) Escrever cartas ajuda-nos a um conhecimento de nós pró-
procura, pelas palavras e ações, comover o pai.
prios e dos outros.
3. Tadeu de Albuquerque apresenta o sobrinho como o ma-
c) "A troca epistolar não é uma mecânica passagem de
rido ideal para a sua filha, uma vez que é gentil, rico, erudito
bolas de um campo para outro. É antes uma abertura de
e possuidor de inúmeras virtudes. Contudo, o narrador revela
mundos que acontece, como sempre acontece quando essa é
a sua opinião sobre a personagem, na última frase do ex-
uma prática verdadeira, de maneira livre, lenta, imprevisível e
certo, expondo ironicamente a sua única “quebra”, isto é,
secreta."
falha: “a absoluta carência de brios”. Esta completa falta de
caráter, de dignidade, retira qualquer valor à personagem, d) "Quando vivi em Roma,…"
tão enaltecida pelo tio.
4. a) apóstrofe; b) antítese; c) emotividade P212
Sugestão de resposta
GRAMÁTICA
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
1. (A) 4.; (B) 1.; (C) 3.
1. O amor de Simão e Teresa é recíproco; no entanto, apre-
senta-se como um amor impossível, irrealizável, por ser con-
trariado pelos pais dos dois jovens. É um sentimento verda-
deiro, intenso, capaz de operar uma transfiguração
surpreendente de Simão. O amor de Mariana por Simão é, do
mesmo modo, um sentimento impossível de se concretizar,
23
Propostas de resolução
mas por não ser correspondido. É, igualmente, fonte de um coração” (l. 5), “O académico parou, e ouviu a voz íntima
sofrimento que eleva o ser humano ao heroísmo. Neste caso, que lhe dizia” (ll. 37-38).
as diferenças sociais (patentes, por exemplo, nas formas de 2. A intriga apresenta um forte pendor trágico em que são
tratamento) são também de assinalar. recorrentes os presságios:
2. “É a última vez que ponho a mesa ao senhor Simão em
a) Mariana revela abnegação ao auxiliar Simão a comunicar minha casa!” (l. 3); “Choro, porque me parece que o não
com Teresa, por muito que o amor que os une lhe cause so- tornarei a ver”(l. 10).
frimento. 3. Com a oposição luz/trevas pretende-se realçar e intensifi-
b) Mariana recusa qualquer recompensa por parte de Teresa, car a imagem de dor e desesperança de Simão e Mariana e
pois o que a move não são os interesses materiais. uma derradeira esperança na justiça divina.
ORALIDADE
P213
1.1. (A)
Sugestão de resposta
1.2. (B)
EDUCAÇÃO LITERÁRIA (CONT.)
1.3. (B)
c) Mariana sente-se inferior a Teresa, tanto social como fisi-
1.4. (B)
camente, embora seja ela própria uma mulher atraente. Este
aspeto é visível, principalmente, nos momentos em que o
narrador dá a conhecer os seus pensamentos e na forma P218
como se dirige a Teresa. Sugestão de resposta
d) Mariana mostra-se bastante perspicaz ao identificar ime- EDUCAÇÃO LITERÁRIA
diatamente Teresa, sem a conhecer e na forma como se rela- 1.
ciona com a fidalga.
a) cinematográfico
3. Logo no início da carta, Simão dá conta do seu desespero
b) temporal
e do seu desengano: “Considero-te perdida, Teresa” (l. 82).
As razões que Simão apresenta para tal desistência parecem c) divagações
derivar de um sentimento elevado de responsabilidade pes- d) concentração
soal perante a adversidade, que lhe destrói a esperança no 2. 1.ª imagem: (C).; 2.ª imagem: (B). 3.ª imagem: (A).
amor e, por consequência, a felicidade, restando-lhe apenas 3. A inserção do determinante indefinido "um" no título
a dignidade da morte. aponta para o facto de o filme apresentar uma leitura da
4. Nesta obra, encontramos excertos de linguagem culta e obra, uma adaptação livre. Este filme constitui a leitura mais
diálogos vivos de linguagem popular adequados às condi- recente.
ções socioculturais das personagens envolvidas em qualquer 4. – Filme e cartaz de 1943: realça-se a tríade amorosa.
dos casos. É o que verificamos neste excerto, em que estão Simão surge ao centro com duas armas, realçando-se a sua im-
presentes vários segmentos de linguagem corrente e até fa- pulsividade e determinação. Mariana surge do lado esquerdo e
miliar, própria do registo popular de um homem do povo destaca-se pelas suas vestes mais populares enquanto do lado
como João da Cruz: “Morra ele, que o levem trinta milhões direito surge a fidalga, Teresa de Albuquerque. Em síntese, real-
de diabos! Mas vossa senhoria há de viver enquanto eu for ça-se o triângulo amoroso e a tragédia.
João.” (ll. 42-43)
– Filme e cartaz de 1978 (aquando do Festival de Flo-
GRAMÁTICA rença; em Portugal a estreia é um ano mais tarde): realça-se
1. Oração subordinada adverbial condicional e oração subor- o amor correspondido dos dois heróis, embora a posição de
dinada adjetiva relativa explicativa, respetivamente. despedida em que se encontram permita inferir tratar-se de
um amor contrariado.
P214
Sugestão de resposta
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
1. São várias as expressões que evidenciam a importância
que Simão e Mariana atribuem ao destino: “Porque mo diz o
24
Propostas de resolução
P219 H. 1.7.
Sugestão de resposta I. 1.10.
EDUCAÇÃO LITERÁRIA (CONT.) J. 1.8.
– Filme e cartaz de 2008: a tónica é posta na figura de
Simão Botelho, com uma atitude assertiva marcada pela im- P222
pulsividade e agressividade. O olhar direto da personagem e
Sugestão de resposta
a provocação da pistola apontada são os aspetos privilegia-
dos na imagem, evidenciando a atitude desafiante de Simão ORALIDADE
face à sociedade. 1.
5. Amor de Perdição apresenta características da tragédia -"condenado à forca" correto
clássica. Neste excerto, podemos identificar o clímax que a -"de Monchique, no Porto"
morte de Baltasar constitui e a catástrofe que se adivinha -"deteriora-se"
com a “morte” dos protagonistas.
-"a pena de morte" correto
6. Simão e Teresa apresentam características de heróis ro-
-"o Porto"
mânticos.
-"para a Índia" correto
Simão era rebelde, marginal e violento antes de se apaixonar
por Teresa, tornando-se depois num amante fidelíssimo e
obstinado na defesa da sua honra de amante perseguido, P227
mas quer no amor quer no ódio revela-se excessivo. Sugestão de resposta
Teresa ama e é amada, luta contra o seu destino, alimenta-se EDUCAÇÃO LITERÁRIA | GRAMÁTICA
de sonhos de felicidade futura em vida ou após a morte. 1. Os protagonistas sonhavam com uma vida em conjunto,
Ganha coragem e é destemida na sua recusa dos abusos da feliz e calma. A realidade, no entanto, veio a ser bem dife-
autoridade paterna. rente, pois Teresa morre no convento e Simão é degredado
7. Após a entrega das armas, Simão arca com a responsabili- para a Índia, como resume a frase de Teresa: “Oh Simão de
dade da sua escolha, numa afirmação do seu livre arbítrio. que céu tão lindo caímos!” (l. xx). Deste modo, os projetos
Simão assume-se como verdadeiro protagonista e torna-se delineados nas cartas dos dois amantes têm um desenlace
agente da sua própria perdição, cumprindo o destino trágico trágico, muito diferente do sonhado.
que procurou ao longo de toda a novela. Este episódio cons- 2. O momento de descrição inserido na carta de Teresa evi-
titui, assim, a consagração do herói que reage à fatalidade dencia a idealização própria do amor vivido por Teresa e
através de uma escolha pessoal. Simão.
8. 3.
a) Tadeu de Albuquerque a) concretização
b) nascimento b) céu
c) corrupção c) causa
d) novo d) morte
P221 P228
Sugestão de resposta Sugestão de resposta
EDUCAÇÃO LITERÁRIA EDUCAÇÃO LITERÁRIA | GRAMÁTICA (CONT.)
A. 1.5. 4. (B)
B. 1.3. 5. a) Deste modo | Assim
C. 1.1. b) mas | contudo | todavia
D. 1.2. c) Por sua vez
E. 1.6. 6. No final da obra, cruzam-se o destino e o livre-arbítrio. É o
F. 1.4. próprio capitão do barco que refere a "má estrela” de Simão
G. 1.9. que o conduz à morte. Contudo, neste excerto, Mariana opta
25
Propostas de resolução
por morrer, concretizando uma opção individual premeditada fície. Assim, uma peça de teatro, um livro, uma pintura, um
e refletida. filme podem contribuir de forma muito efetiva para uma
7. b); c); d) e a). mudança de mentalidades, tal como se tem vindo a verifi-
car em vários momentos do nosso passado, contribuindo
8. (novelas) camilianas. | Nela (se cruzam) | (no) protago-
para a alteração das formas de o ser humano ver o mundo
nista, | cuja (transformação) | (da) última, (da) obra
ou os outros. No caso português, as canções de interven-
ção de Zeca Afonso tiveram, nas últimas décadas do século
P236 XX, um papel decisivo na democratização da sociedade
Sugestão de resposta portuguesa, muito marcada pela ditadura.
EDUCAÇÃO LITERÁRIA (PÁG. SEGUINTE) Em suma, o ser humano resiste à mudança, mas não resis-
te ao prazer da arte.
1. Este excerto que elenca a genealogia de Simão Botelho
apresenta um caráter documental que legitima a constru-
P241
ção ficcional, como é característico das obras românticas.
Sugestão de resposta
Para além dos pormenores sobre a ascendência de Simão,
encontramos informações que ilustram claramente o teor DESAFIO
documental deste texto, nomeadamente na referência a 2.1. (B);
datas e a locais do nosso País. 2.2. (D);
2. No segundo parágrafo pode verificar-se que a justiça
2.3. (A);
da época era corrupta e altamente distorcida por inte-
resses políticos, como se verifica no seguinte excerto: "O
P242
provinciano saiu das masmorras da Junqueira ilibado da
Sugestão de resposta
infamante nódoa, e até benquisto do conde de Oeiras,
porque tomara parte na prova que este fizera do primor de LEITURA (PÁG. SEGUINTE)
sua genealogia sobre a dos Pintos Coelhos, do Bonjardim 1. A Geração de 70 surge no terceiro quartel do século XIX,
do Porto: pleito ridículo, mas estrondoso, movido pela após as guerras liberais e quando o romantismo português
recusa que o fidalgo portuense fizera de sua filha ao filho se transformara em Ultrarromantismo.
de Sebastião José de Carvalho." (ll. 10-13) 2. a) Questão Coimbrã; b) Conferências Democráticas do Ca-
sino; c) Feliciano de Castilho; d) político-cultural
P237
3. Programa das Conferências:
Sugestão de resposta
• “Abrir uma tribuna, onde tenham voz as ideias e os traba-
LEITURA | GRAMÁTICA
lhos que caraterizam este momento do século, preocupando-
3. (B) -nos sobretudo com a transformação social, moral e política
4. (A) dos povos;
5. "do duque de Aveiro".
• Ligar Portugal com o movimento moderno, fazendo-o
6. Modificador do nome apositivo.
assim nutrir-se dos elementos vitais de que vive a humani-
7. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
dade civilizada;
8.
• Procurar adquiri a consciência dos factos que nos rodeiam
a) Complemento direto.
na europa;
b) Complemento do nome.
ESCRITA | EDUCAÇÃO LITERÁRIA • Agitar na opinião pública as grandes questões da filosofia
9. A mudança é uma característica inerente a qualquer e da ciência moderna;
sociedade e reflete a sua evolução. • Estudar as questões da transformação política, económica
No entanto, um dos aspetos mais difíceis de implementar é e religiosa da sociedade portuguesa.”
a mudança de mentalidades, uma vez que a sua evolução
se faz de uma forma progressiva e raramente rápida. Deste
P243
modo, são vários os fatores que contribuem para essas
alterações, embora o efeito das alterações seja lento. Sugestão de resposta
Na verdade, as diferentes manifestações artísticas desem- LEITURA (CONT.)
penham, nesta evolução, um papel determinante, apesar Conferências e respetivos autores:
de o seu efeito ser muitas vezes pouco percetível à super- 1. “O Espírito das Conferências”, Antero de Quental;
26
Propostas de resolução
27
Propostas de resolução
28
Propostas de resolução
Raquel: é casada com Jacob Cohen e representa a mulher 12. Craft – O britânico
adúltera. 13. Sousa Neto – O burocrata (Administração pública)
1.4. O texto A integra a intriga secundária do romance, uma 14. Palma Cavalão – O jornalista corrupto
vez que envolve personagens com menos relevo na ação, en-
15. Guimarães – O democrata
quanto o texto B constitui um momento da intriga principal.
4. História da família
1.5.
Afonso; Pedro; Carlos; Maria Eduarda
Intriga principal: texto B
Dimensão trágica
Intriga secundária: texto A
Afonso; Carlos; Maria Eduarda
O adultério: texto C
Dimensão crítica
Os textos A e B constituem a intriga principal e secundária
da história da família Maia. Carlos; Ega; Vilaça
29
Propostas de resolução
P271
P275
Sugestão de resposta
Sugestão de resposta
EDUCAÇÃO LITERÁRIA | ORALIDADE
EDUCAÇÃO LITERÁRIA | ORALIDADE
1.
ORALIDADE (CONT.)
Sensação visual: “parou ao fim do largo de Belém” (l. 3);
“numa tosca guarita de madeira” (l. 4); “magrinhas, loiri- 1. Sugestão
nhas” (l. 24). • Mudança para o Ramalhete após anos de abandono;
Sensação auditiva: “estalando os foguetes” (l. 3); “ia apre- • Qualidades intelectuais e morais das personagens num
goando” (l. 12). meio restrito e medíocre;
Sensação gustativa: “água fresca” (l. 13). • Semelhança física de Carlos com a mãe de Maria Eduarda;
Sensação tátil: “a catar” (l. 24); “vidrilhos” (l. 26) • Semelhança temperamental de Maria Eduarda com Afonso
Sensação olfativa: “poeirada” (l. 7). da Maia;
2. São várias as expressões que realçam a perspetiva crítica • Similitude dos nomes: Carlos Eduardo e Maria Eduarda;
de Carlos face a estas Corridas de Cavalos à portuguesa, que • A lenda do Ramalhete: “eram sempre fatais aos Maias as
não fazem mais do que imitar o estrangeiro, expondo o pro- paredes” da casa;
vincianismo da mentalidade portuguesa: …“Carlos cumpri- • Espaços físicos associados a destruição e morte (jardim do
mentou as duas irmãs do Taveira, magrinhas, loirinhas, Ramalhete, a Toca);
ambas corretamente vestidas de xadrezinho” (ll. 24-25), “Ao
• Hybris – amor incestuoso de Carlos e Maria Eduarda;
lado, conversando com Steinbroken, a duquesa de Soutal,
desarranjada, com um ar de ter lama nas saias.” • Peripécia – encontro do Sr. Guimarães com Ega;
• Reconhecimento – revelação do Sr. Guimarães a Ega e de
Ega a Carlos;
P274
• Pathos – sofrimento das personagens após a descoberta
Sugestão de resposta
da identidade de Maria Eduarda;
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
• Catástrofe – morte física de Afonso e morte do amor entre
1. Referência ao provérbio "Sorte ao jogo, azar no amor". Carlos e Maria Eduarda.
2. "A gente, Craft, nunca sabe se o que lhe sucede é, em de-
finitivo, bom ou mau.”
P277
3. “Maria Eduarda, Carlos Eduardo… Havia uma similitude
Sugestão de resposta
nos seus nomes.”
LEITURA | GRAMÁTICA
4. “Pareces-te com minha mãe!", "há um não sei quê na
testa, no nariz (…) esquecido…". 2.1. (B); 2.2. (A); 2.3. (D); 2.4. (A); 2.5. (B); 2.6. (A).
30
Propostas de resolução
P279 P283
Sugestão de resposta Sugestão de resposta
EDUCAÇÃO LITERÁRIA | GRAMÁTICA EDUCAÇÃO LITERÁRIA | ORALIDADE
1.1. 1. Este diálogo ocorre depois do final trágico que assolou a
A. 1.;B. 1.; C. 3.; D. 1.; E. 3.; F. 3.; G. 1. família Maia (morte de Afonso, partida definitiva de Maria
Eduarda, longa viagem de Carlos pelo mundo) e que fechou
2. No texto B, o discurso entre aspas delimita um relato de
por completo o ciclo da família. Faz ainda o retrato da cidade
discurso hipotético. Vilaça, perturbado pela notícia que Ega
de Lisboa e do País, que pouco evoluíram em 10 anos.
lhe traz e que, como procurador da família, deverá transmitir
a Carlos, simula ironicamente o que diria. 2. Tópicos
3. Neste excerto está presente o discurso indireto livre: ausência Argumentos:
de verbo de comunicação; ausência de marcas gráficas, como • o esforço é necessário por valer a pena;
os dois pontos e o travessão; transposição das formas verbais • o esforço impede o fracasso;
características de discurso indireto, com predomínio do pretérito
• o esforço motiva;
imperfeito do indicativo; presença de exclamações e de interjei-
ções; manutenção da ordem das palavras, na forma caracterís- • o esforço conduz à felicidade;
tica do discurso direto. A apóstrofe “estúpidos” constitui uma •…
marca de discurso direto dentro do discurso indireto livre. Contra-argumentos:
4. Neste excerto estão presentes duas modalidades de discurso: • o esforço pode não frutificar a médio ou longo prazo;
o discurso direto e o discurso indireto livre. Inserido no excerto de • o esforço pode causar desânimo;
discurso indireto livre, o advérbio “agora” remete para o mo-
• o esforço contém sempre alguma frustração;
mento em que as personagens dialogam, criando um efeito esti-
lístico característico desta modalidade de discurso. Assim, a narra- •…
tiva integra as falas das personagens de uma forma fluida que 3. Trágico:
não quebra o ritmo dos acontecimentos relatados. • destruição do Ramalhete;
• sofrimento das personagens;
P281 • reconhecimento;
1. 1. a); 2. c); 3. a); 4. c); 5. c); 6. b) • aniquilação das personagens;
2. Neste excerto está presente o discurso indireto livre: não é • Desistência:
apresentado verbo de comunicação; o discurso não aparece •…
isolado por marcas gráficas, as formas verbais apresentam
Cómico:
transposições características de discurso indireto, com predo-
mínio do pretérito imperfeito do indicativo; a ordem das pa- • corrida final;
lavras mantém-se na forma característica do discurso direto. • oposição entre o que se diz e o que se faz;
A interrogação e o advérbio de afirmação constituem uma • necessidade de satisfações básicas;
marca de discurso direto dentro do discurso indireto livre.
• valorização de aspetos menores;
3. Neste excerto estão presentes duas modalidades de dis-
•…
curso: o discurso direto e o discurso indireto livre. Inserido no
excerto de discurso indireto livre, a repetição do advérbio
“não” cria um efeito estilístico característico do discurso di- P285
reto. Assim, a narrativa integra as falas das personagens de 1. “me” deítico pessoal que se refere ao locutor (Ega).
uma forma fluida e não quebra o ritmo dos acontecimentos “hoje” deítico temporal que se refere ao momento da enun-
relatados. ciação.
“posso” deítico pessoal e temporal que se refere ao locutor e
ao momento da enunciação.
“amanhã” deítico temporal que se refere ao momento da
enunciação.
“me” deítico pessoal que se refere ao locutor (Ega).
31
Propostas de resolução
“te” deítico pessoal que se refere ao interlocutor (Carlos). de formas muito distintas.
“meu” deítico pessoal que se refere ao locutor (Ega). 3. (A)
4. (B)
2.
Leitura | Gramática
“nela” – retoma “peliça”
1. (D)
“seus” – retoma “do Ega” 2. (B)
“lá” (duas ocorrências – retoma “Ramalhete”) 3. Sujeito.
“o” (duas ocorrências) – John (Ega) 4. Modificador do nome apositivo.
5. Valor restritivo.
3.
Anáforas: “o” (“D. Diogo”); “essa” (“canalha”); “o” P299
(“D. Diogo”); “esses” (“canalha”, “gente”; “sua” Sugestão de resposta
(de “D. Diogo”).
ESCRITA | EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Deíticos: “eu” (locutor); “marquês” (interlocutor); “você” (in-
6. O significado do vocábulo estudar é cada vez mais
terlocutor); “o outro” (interlocutor); “aí” espaço da enuncia-
abrangente: conhecer, analisar, refletir, compreender, fazer,
ção); “Dioguinho” (interlocutor).
aprender…
Na atualidade, ao privilegiar-se a participação ativa do
P287 aprendente na construção do conhecimento, as formas de
Sugestão de resposta estudar e os locais de aprendizagem têm de ser diversos.
LEITURA | GRAMÁTICA Assim, estuda-se na sala de aula ou em casa, mas também
numa visita de estudo, num trabalho de campo, num
2.1. (D);
laboratório, no exterior da escola, enfim, um pouco por
2.2. (A); todo o lado.
2.3. (B); Aos instrumentos mais tradicionais que nos permitem
2.4. (A); estudar, como os livros, somam-se outros, como os meios
2.5. (C); tecnológicos, por exemplo. Veja-se o que aconteceu recen-
temente com a crise pandémica, em que, de um dia para
2.6. (B);
o outro, todos tiveram de se adaptar a novas formas de
2.7. (D); aprender, com o grande contributo de computadores ou de
2.8. (A). tablets e de plataformas digitais. Foi necessário ajustar os
métodos de ensino e de aprendizagem e, por isso, os alu-
nos foram confrontados com a necessidade de fazer mais,
P298
estabelecendo metas, refletindo e resolvendo problemas
Sugestão de resposta individualmente ou em grupo.
EDUCAÇÃO LITERÁRIA Concluindo, a conceção do que é estudar tem vindo a
1.1. Pedro da Maia é caracterizado de forma depreciativa. mudar ao longo dos tempos porque a própria sociedade
Assim, revela-se cobarde, incapaz de desobedecer ao Padre também muda e, se oferece mais, também apresenta
Vasques, apesar de ter embirrado com ele. É também muito outras exigências.
emotivo e, por isso, chora com muita facilidade (“dois
olhos maravilhosos e irresistíveis, prontos sempre a hume- P303
decer-se”). É também um ser apático, sem nenhum desejo 1.
forte. Concluindo, Pedro da Maia é um fraco. • Antero de Quental e Cesário Verde são poetas emblemáti-
2. Carlos foi educado de forma oposta ao seu pai. Assim, cos da literatura portuguesa.
enquanto Pedro da Maia tinha sido educado de acordo
• Constituem momentos de rutura na poesia portuguesa.
com um modelo tradicional português, com proteção
• São os poetas introdutores da modernidade.
excessiva, num ambiente feminino e religioso, a educação
de Carlos seguiu o modelo britânico, que privilegiava o • A poesia de Antero é uma das principais influências da poe-
contacto com o ar livre, a atividade física e os horários sia pessoana.
rígidos. Em conclusão, os dois modelos são antagónicos e, • "Antero ensinou a pensar em ritmo".
por isso, as duas personagens, perante o fracasso, reagem • Cesário "ensinou a observar em verso".
32
Propostas de resolução
• Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa, evoca e a realidade, concretiza-se esta oscilação constante entre
Cesário Verde e o seu poema "O Sentimento dum Ociden- esperança e desalento.
tal".
P309
P304
Sugestão de resposta
Sugestão de resposta
ORALIDADE
LEITURA
3.
1.
(B) "Mas já desmaio, exausto e vacilante,"
– "Poeta, filósofo, homem de ação; excêntrico, louco, neuró-
tico; iconoclasta, místico, santo" (C) "espada" e "armadura"
– "o fenómeno Antero" (G) "Mas dentro encontro só, cheio de dor, / Silêncio e escu-
ridão − e nada mais!"
– "mais do que o revolucionário ou o introdutor de ruturas,
é, pelo contrário, um homem que vai ao arrepio do seu 4. O tema do soneto é a vã aspiração à felicidade, à Ventura,
tempo" que se concretiza no pessimismo existencial dos dois últimos
versos: "Mas dentro encontro só, cheio de dor, / Silêncio e
– "regressar ao soneto, que é, para ele, o género poético por
escuridão − e nada mais!".
excelência."
5. A figura representa D. Quixote de La Mancha, que, na
No excerto selecionado, Antero é apresentado como um
obra de Cervantes, assume a postura de um cavaleiro an-
“poeta”, uma referência “cívica, um “filósofo” e “um
dante idealista, cansado e derrotado pela busca infrutífera de
homem de ação”. Faz-se referência ao “fenómeno Antero”,
um ideal sonhado. No soneto, o sujeito, na parte inicial do
poeta e líder, uma referência da Geração de 70 que influen-
poema, acredita na possibilidade de atingir o Ideal e assume
ciou de forma determinante as gerações seguintes.
esse desígnio: um compromisso com a vida em demanda da
felicidade. Porém, no final, perante a deceção da realidade,
P307 demonstra o seu cansaço e exaustão, tal como acontece na
Sugestão de resposta imagem.
ORALIDADE
1. (A) F P311
Verifica se já aprendeste
(B) F
1. c) III.
(C) V
2. d) II.
(D) F
3. a) I.
(E) V
4. f) IV.
(F) V
(G) V
P313
Sugestão de resposta
P308
LEITURA | GRAMÁTICA
Sugestão de resposta
1. (C)
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
2. (A)
1.
3. (D)
Entusiasmo inicial: vv. 1-4;
4. (B)
Desalento do insucesso: vv. 5-6;
5. Oração subordinada substantiva completiva: “que a IA vai
Renascimento da esperança: vv. 7-12;
tentar acompanhar a sua escrita” com função sintática de
Deceção final: vv. 13-14.
complemento direto.
2. Entre os vários momentos do texto estabelecem-se rela-
6. (A) 3.
ções de oposição que evidenciam a evolução psicológica do
(B) 5.
sujeito, ao longo do seu trajeto. Uma vez que o soneto ex-
prime o abismo entre a realidade e o Ideal ou entre o sonho (C ) 2.
33
Propostas de resolução
(D) 1. "que" é uma conjunção subordintaiva completiva – Relação com o poema: "Beleza" e perfeição da arte; fuga
(E) 1. "que" é uma conjunção subordinativa completiva. da realidade através da idealização; …
P314 P319
Sugestão de resposta Sugestão de resposta
EDUCAÇÃO LITERÁRIA | ESCRITA EDUCAÇÃO LITERÁRIA
1. O poema abre com uma antítese aparentemente contradi- 1. O tema deste soneto é a idealização do Amor, como se
tória: “Conheci a Beleza que não morre / E fiquei triste.” (vv. verifica no último terceto, onde "Ideal" e "Desejo" surgem
1-2). Estas duas ideias são contraditórias, na medida em que escritos com maiúsculas.
a visão da “Beleza” eterna não deveria ser motivo para a 2. O sujeito poético começa por caracterizar a amada pela
tristeza do sujeito poético, mas deveria, pelo contrário. ter negativa, culminando com a afirmação do caráter ideali-
sido sinónimo de alegria. zante da figura descrita, através dos vocábulos "visão",
“miragem” e “ideal” (vv.10 e 12-13).
2. a) abstrato; b) inatingível; c) ascender; d) mitológicas
3. O sujeito recorre à comparação para explicar o que sente, LEITURA | GRAMÁTICA
comparando a sua experiência à de quem sobe a um ponto
3. (C)
alto: “serra mais alta” (vv. 2-3) e a partir daí visionar a im-
4. (B)
perfeição do mundo: “Assim eu vi o mundo e o que ele en-
5. "Aquela"
cerra / Perder a cor” (vv. 6-7).
6. Modificador do nome apositivo.
4. a. “Beleza que não morre” (v. 1).
7. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
b. “ideia pura” (v. 9). 8. a) Complemento direto.
c. “ideia pura” (v. 9). b) Sujeito.
34
Propostas de resolução
– Estilisticamente quebra com a tradição e recorre ao uso ex- d) “flutuam” (v. 31)
pressivo do adjetivo e do advérbio à semelhança de Eça de e) “enfadam-se” (v. 32)
Queirós. f) “hercúleas”; “galhofeiras”; “ancas opulentas”; “troncos
varonis”; “à cabeça, embalam nas canastras/os filhos”;
P321 “Descalças” (vv. 35-41)
Sugestão de resposta
LEITURA P324
1. Sugestão de resposta
O homem: EDUCAÇÃO LITERÁRIA
– 25 de fevereiro de 1855 – nascimento em Lisboa; 2. O sujeito poético, ao referir que os representantes de clas-
– família burguesa; ses menos favorecidas regressam do trabalho, enquanto os
– os pais – proprietários de uma loja de ferragens na Rua dentistas conversam e os lojistas não fazem nada, valoriza os
dos Fanqueiros, em Lisboa, e de uma quinta, em Linda-a-Pas- que trabalham de forma árdua e em condições adversas. Por
tora; exemplo, as varinas são descritas como galhofeiras e enérgi-
cas, apesar das tragédias da vida.
– 10 anos – conclusão da instrução primária;v
3.
– estudo de francês e de inglês; alguns rudimentos de co-
mércio; a) obreiras (v. 34)
– 1886 – 16 de julho, morte. 4. A dupla adjetivação usada para descrever os calafates que
regressam “enfarruscados, secos” expressa a ideia de que as
O poeta:
condições de trabalho são difíceis e os desgastam. O adjetivo
– 1873, com 18 anos – matrícula no Curso Superior de Letras, que “secos” aponta para a magreza, associada à miséria.
não conclui;
5.
– 1873 – início da publicação de poemas em jornais;
a) “enjoa-me”, v. 6
– autodidata, em termos de formação literária e estética;
b) “as sombras, o bulício, a maresia”, v. 3
– o convívio com artistas e intelectuais de diferentes áreas
c) "um desejo absurdo de sofrer” (v. 4).
contribui para a sua formação artística;
6.
– 1881 – frequência do “Grupo do Leão”;
a) “baixo e de neblina” (v. 5)
– um dos autores que mais contribuiu para a renovação da
b) “gás extravasado” (v. 6)
poesia portuguesa;
c) “gaiolas com viveiros” (v. 13)
– precursor do Modernismo;
– Fernando Pessoa considera-o seu mestre; 7. Na 6.ª estrofe, o sujeito poético evoca um passado gran-
dioso: o do herói coletivo, das conquistas e das Descobertas,
– um dos "grandes" da nossa literatura.
e o de heróis individuais, como Camões. Este passado con-
trasta com o presente de uma sociedade decadente e angus-
tiante.
A última estrofe destaca a dureza das condições de vida das
35
Propostas de resolução
varinas, que trabalharam de manhã à noite, e regressam des- provoca-lhe tristeza e rejeição. A hipálage, “Triste cidade” (v.
calças ao seu bairro, onde “miam gatas” e “o peixe podre 33), dá conta da transferência do sentimento das pessoas
gera os focos de infeção”. para a própria cidade.
7.1. V 7.2. V 7.3. V 7.4. F
P325
Sugestão de resposta P331
LEITURA | GRAMÁTICA Sugestão de resposta
A. EDUCAÇÃO LITERÁRIA
1. Camões e Cesário Verde. 1. O sujeito poético sai e apercebe-se dos aspetos degradan-
2. lexical (por substituição). tes da cidade que a tornam doente, enumerando “as impu-
ras”, “um ratoneiro”, “a lúbrica pessoa” que vaidosamente
3. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
se entretém a escolher xailes. Trata-se, acima de tudo, de
4.do poeta (de Cesário). uma doença moral, de valores e de costumes, que afeta a ci-
5. três versos de 12 sílabas métricas. dade como sinédoque da nação no seu todo.
6. sujeito. 2.
a) comércio
P328 b) imaginação
Sugestão de resposta c) transfiguração
EDUCAÇÃO LITERÁRIA (pág. seguinte) d) lucro
1. Na parte II, já anoiteceu e a escuridão adensa-se, acen- 3.
dendo-se as luzes, como comprovam as expressões “ilumi-
a) visuais
nam-se os andares” (v. 9) e “lampiões distantes” (v. 34). Os
b) auditivas
candeeiros públicos e a lua espalham uma luminosidade que
esbate os contornos dos elementos observados: “Alastram c) olfativas
em lençol os seus reflexos brancos” (v. 11). 4. O “eu”, também ele poeta, sonha com "um livro que exa-
cerbe" e gostaria de ser capaz de captar o real e de o anali-
sar em “versos magistrais, salubres e sinceros” (v. 22). A sua
P329
poesia teria, assim, uma dimensão social e uma dimensão
2. Nas estrofes 1 e 2, há uma referência explícita à prisão, estética inseparáveis.
mencionando-se as pessoas presas em cadeias como o Al-
jube, onde “estão velhinhas e crianças”, mas que “rara-
mente encerra uma mulher de ‘dom’!” (vv. 3-4). Na estrofe P334
5, a prisão é sugerida por “Muram-me as construções retas, EDUCAÇÃO LITERÁRIA | GRAMÁTICA
iguais, crescidas / Afrontam-me” (vv. 18-19), reiterando a (PÁG. SEGUINTE)
sensação de encarceramento que os prédios, as “gaiolas” da 1. 1.O “eu” sente-se fascinado pela ideia de partir para um
parte I, causavam ao poeta. lugar diferente da atmosfera irrespirável da cidade, embora se
3. Na estrofe 6, o “eu” destaca, num recinto público vulgar”, a trate de uma utopia, de uma “quimera azul”, ou seja, de algo
estátua de Camões, “que ascende num pilar” (v. 24). inacessível.
A referência ao “épico d'outrora” (v. 24) convoca o passado 2. O sujeito poético expressa a sua ânsia de eternidade e de
glorioso de uma nação e de todo um povo, simbolizado n’Os perfeição, como se lhe fosse possível reabilitar o real através
Lusíadas (o “livro salvo a nado” da parte I). No entanto, o pre- do imaginário. No entanto, o pretérito imperfeito do modo
sente não lhe dá o devido valor, já não o compreende e colo- conjuntivo exprime a ideia de uma ação hipotética difícil de
cou-o, por isso, num “recinto público vulgar” (v. 21). concretizar.
4. a) 2.; b) 3.; c) 2.
5. a) desigualdade; b) Inquisição; c) riqueza; d) trabalham P335
6. Esta exclamação sintetiza a visão negativa do “eu” relati- Sugestão de resposta
vamente à cidade, ao seu espaço e ao seu tempo. Enquanto
3. O sujeito poético projeta numa nova geração (“Ó nossos
espaço de doença e de desigualdade social, a cidade
36
Propostas de resolução
filhos!” (v. 17), “a raça ruiva do porvir”, v. 21) a capacidade LEITURA | ORALIDADE
de religar o “porvir” ao fulgor do passado, regenerando a pá- 1. Análise do título do poema
tria doente. O desejo de percorrer os oceanos para encontrar
Texto: realça a conjugação entre uma perspetiva subjetiva e
novos locais em todos os continentes apresenta-se, no en-
uma reflexão original sobre Lisboa.
tanto, como uma impossibilidade: “Mas se vivemos, os empa-
redados, / Sem árvores, no vale escuro das muralhas!…” (est. Poema: apresenta as impressões de um sujeito que deam-
7, vv. 25-26). Os habitantes da cidade vivem “emparedados”, bula pela Lisboa noturna, tornando poético o trivial.
num espaço hostil, como enterrados vivos.
4. A sucessão de quatro adjetivos antepostos ao nome ex- P342
pressa, de forma intensa, a ideia de perigo silencioso, de feroci- Sugestão de resposta
dade, que está também presente na comparação dos cães a EDUCAÇÃO LITERÁRIA
lobos. O advérbio “amareladamente” (v. 36) sugere talvez a in-
1. Nestas estrofes está presente uma visão negativa da ci-
tensidade da luz artificial que, de forma doentia, incide sobre os
dade de Lisboa.
cães.
As referências à clausura ("ventres das tabernas"), à crimi-
5. O sofrimento causado pela visão sufocante dos “prédios
nalidade ("os roubos"), à embriaguez ("tristes bebedores"),
sepulcrais”(v. 42) projeta a cura nos “amplos horizontes”
o ambiente sombrio e de seres marginais ("dúbios cami-
(v. 43) de uma outra viagem épica, mas as marés que meta-
nhantes" e "as imorais") são alguns aspetos que perspeti-
foricamente banham a cidade já não são de água, mas de
vam o modo como o sujeito perceciona negativamente a Lis-
“fel” (v. 44), levando ao extremo a intensidade da “dor hu-
boa noturna.
mana” (v. 43) que fecha o poema.
2. Nesta expressão está presente uma metáfora.
A referência a "marés" evoca o passado glorioso perdido
P336
que se opõe a um presente opressivo e doentio.
Sugestão de resposta
EDUCAÇÃO LITERÁRIA | GRAMÁTICA (CONT.)
LEITURA | GRAMÁTICA
6. O poema apresenta frequentemente uma linguagem quo-
3. (C)
tidiana associada ao povo (“um parafuso cai nas lajes” (v. 6),
“os ventres das tabernas” (v. 30), em que os elementos refe- 4. (A)
ridos surgem em orações ligadas por coordenação e organi- 5. O advérbio alude ao tom da luz amarela produzida pelos
za-se em versos longos (maioritariamente alexandrinos, de candeeiros a gás, que iluminam a cidade de Lisboa.
doze sílabas). O discurso, tendencialmente pouco rebuscado,
aproxima a poesia de Cesário Verde da prosa.
P343
7. Os empréstimos são provenientes do francês (parte II:
ESCRITA | EDUCAÇÃO LITERÁRIA
“magasins”e “brasserie”, parte III: “vitrines”e “traîne”) e do
alemão (parte III: “mecklemburgueses”). Estas palavras con- 6. Cesário Verde é o poeta-pintor da Lisboa do século XIX.
ferem a ideia de modernidade, de elegância e de cosmopoli- Efetivamente, o sujeito, centrado em passeios casuais, capta
tismo, mas são usadas frequentemente com intenção de criti- o real urbano com extraordinária visão pictórica, mas a sua
car a sociedade lisboeta, mercantilista, da segunda metade “visão de artista” transfigura poeticamente a realidade e,
do século XIX. através dos sentidos, suplanta-a. Além disso, durante a sua
8. O poema é constituído por quatro partes de onze quadras deambulação pela cidade, destaca novos
cada uma, em que o primeiro verso é um decassílabo e os locais de convívio e novas personagens que lhe permitem
outros são alexandrinos (12 sílabas métricas). O esquema ri- contrapor o passado grandioso ao presente de uma socie-
mático é constante (tipo abba), com rima interpolada (a) e dade angustiante. Em “O Sentimento dum Ocidental”, apre-
emparelhada (b). O fim da estrofe coincide com o fim da senta uma visão crítica de uma cidade soturna, triste, imoral.
frase. Os feitos grandiosos são trocados por um quotidiano banal,
9. "E os guardas (…) Caminham de lanterna” – oração su- sem grandezas nem glória, numa clara subversão da matéria
bordinante; “que revistam as escadas” – oração subordinada épica. As pessoas da cidade não são heróis ilustres, mas
adjetiva relativa explicativa; “e servem de chaveiros” – ora- novas figuras épicas: calafates, carpinteiros, varinas – o povo
ção coordenada copulativa. trabalhador.
37
Propostas de resolução
38
Propostas de resolução
P390
Sugestão de resposta
AGORA FAZ TU
1.
A. “daquele”, “minha”, “aqui”, “nesta”, “Aquele”, “vi”.
B. “o”, “vos”, “a”, “lhe”, “los”, “aquele”, “seu”, “ali”,
“me”
2.
Deítico pessoal: “minha”, “vi”.
Deítico temporal: “vi”.
Deítico espacial: “daquele”, “aqui”, “nesta”, “Aquele”.
39