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Letras em dia, Português, 11.

° ano Questão de aula – Gramática por sequência

Nome: N.º: Turma:

Avaliação: O(A) professor(a):

Gramática – Sequência 2 – Frei Luís de Sousa


Lê o texto.
Põem muitos jovens de hoje, tanto ao nível do ensino secundário, como do superior, a
pergunta escaldante e o seu tanto «impertinente»: «Qual a relevância, nos tempos de hoje, de
um texto como o Frei Luís de Sousa? De que modo nos poderá dizer respeito? Que tem ele a
ver connosco, com a nossa vida, com os nossos valores, com a nossa particular circunstância?»
5 Esta pergunta foi-me feita inúmeras vezes, mas lembro-me, com particular acuidade 1, de me ter
sido feita, na Universidade de Estocolmo, onde lecionei, por um aluno dinamarquês (aliás, aluno
excelente). Respondi-lhe que, especialmente na nossa época, a peça de Garrett tinha
lancinante2 relevância. O tema do homem que vai para longe – por motivos de aventura, de
guerra, de emigração ou seja por que razão for – e é dado como desaparecido ou morto,
10 regressando, depois, para descobrir que já não tem família ou que a sua família já não é sua, por
se ter, entretanto, reconstituído – é um tema eminentemente em vigor. […] Num mundo de
guerras, de conflitos, de alta aventura e mobilidade, os «pretextos» para reencenações mais ou
menos privadas de pequenos (mas igualmente trágicos) freis luíses de sousa multiplicam-se. Na
época essencialmente trágica que […] é a nossa, a instabilidade das instituições é de regra – e a
15 família não é exceção.
Seja, no entanto, observado, de passagem, que a tragédia, em geral, e a de Garrett, em
particular, não têm de intersetar o interesse da humanidade, em geral, apenas o daquela parte
do mundo para a qual a morte é tida sempre como um fim trágico. As grandes tragédias do
mundo ocidental terminam sempre em mortes ou com algo que se parece com a morte
20 (Madalena e Manuel de Sousa Coutinho «sepultam-se» numa espécie de túmulo que é a vida
conventual). […]
No mundo habitado pelos que vivem «o sentimento trágico da vida», a dilacerante descida ao
fundo de si mesmo dos perplexos fantoches de Garrett fez, faz e fará, no futuro que se prevê, o
mais agónico dos sentidos.
LISBOA, Eugénio, 1999. «Garrett e nós (II)». Ler, n.º 46, Verão de 1999 (p. 9)
1. acuidade: relevância; 2. lancinante: angustiante.

Nos itens 1. a 7., seleciona a opção correta.

1. O pronome pessoal «ele», usado na linha 3, recupera anaforicamente


(A) «um texto» (l. 2).
(B) «um texto como o Frei Luís de Sousa» (ll. 2-3).
(C) «Frei Luís de Sousa» (l. 3).
(D) «respeito» (l. 3).

2. Na pergunta «De que modo nos poderá dizer respeito?» (l. 3) exprime-se a modalidade
(A) epistémica com valor de certeza.
(B) epistémica com valor de probabilidade.

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(C) deôntica com valor de permissão.


(D) apreciativa.

3. O verbo «fazer», nas ocorrências da linha 5, é


(A) transitivo-predicativo.
(B) transitivo direto.
(C) transitivo indireto.
(D) intransitivo.

4. A oração «onde lecionei» (l. 6) é


(A) subordinada substantiva relativa, com a função sintática de modificador.
(B) subordinada adjetiva relativa explicativa, com a função sintática de modificador apositivo do nome.
(C) subordinada adjetiva relativa restritiva, com a função sintática de modificador restritivo do nome.
(D) subordinada substantiva relativa, com a função sintática de complemento do nome.

5. Nas linhas 7 e 8, a palavra «que» é


(A) uma conjunção e um pronome, respetivamente.
(B) um pronome e uma conjunção, respetivamente.
(C) uma conjunção, em ambos os casos.
(D) um pronome, em ambos os casos.

6. A utilização de «sua» (l. 10) e de «no entanto» (l. 15) contribui para a coesão
(A) gramatical referencial, no primeiro caso, e gramatical interfrásica, no segundo caso.
(B) lexical por reiteração, no primeiro caso, e gramatical interfrásica, no segundo caso.
(C) gramatical referencial, no primeiro caso, e gramatical frásica, no segundo caso.
(D) lexical por reiteração, no primeiro caso, e gramatical frásica, no segundo caso.

7. Todas as expressões abaixo transcritas desempenham a função sintática de complemento do nome,


exceto a expressão
(A) «de Garrett» (l. 7).
(B) «das instituições» (l. 14).
(C) «de passagem» (l. 15).
(D) «da humanidade» (l. 16).

8. Transcreve das perguntas citadas no início do texto (ll. 2-4) dois deíticos pessoais que remetem para
o enunciador.

9. Indica o ato de fala concretizado no final do penúltimo parágrafo (ll. 17-19).

10. Identifica a função sintática das expressões:


a._ «muitos jovens de hoje» (l. 1);

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b. «por um aluno dinamarquês» (l. 6).

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Letras em dia, Português, 11.° ano Sugestões de resolução

Sequência 2 – Frei Luís de Sousa


1. (B)
2. (B)
3. (C)
4. (B)
5. (A)
6. (A)
7. (C)
8. «nos», «connosco», «nossa», «nossos».
9. Ato assertivo.
10. a. Sujeito.
b. Complemento agente da passiva.

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