Você está na página 1de 10

COMENTÁRIO DA PROVA DE PORTUGUÊS

Como sempre, uma surpresa para os que acreditam na ideia de que “não cai gramática na prova da UFPR”: caiu, como
sempre.
Variantes, pontuação, léxico, coesão por inferência, “palavra se”, uso de conectores foram os itens deste exame de
primeira fase.
Nosso aluno não deve ter encontrado dificuldades na maior parte dessas questões, uma vez que era visível a
objetividade dos itens apresentados.
Destaque-se a questão sobre a partícula “se”: não era propriamente uma questão fácil, afinal, a função “parte
integrante do verbo” não é muito comum em provas de seleção que se dizem modernas e modernizantes. Apesar disso, a
leitura atenta e o conhecimento das diversas funções do “se” levariam à percepção dessa função no enunciado e na alternativa
correta.
Lamente-se, infelizmente mais uma vez, a ocorrência de um cochilo de revisão na questão de número 8, em que o
elaborador equivoca-se quanto à concordância verbal, escrevendo: “Os riscos que os sírios enfrentam, sem condições de
infraestrutura básica, sustenta [sic] o apelo à ajuda humanitária.”. Realmente lamentável que se peque com relação à regra
mais geral de concordância verbal, ainda que complicada por uma intercalação. Numa prova de português, numa alternativa
tida como verdadeira, não pode haver erros de português.
Quanto aos temas expostos nos textos, a distribuição foi abrangente, bacana: política nacional entremeada por humor
e seriedade via memes; a seriíssima questão síria em texto que permitiu a exploração da variação linguística da oralidade para
a escrita (discurso de um youtuber); dois textos que, em perspectiva histórica, jogam luz sobre a atual discussão sobre o
trabalho análogo à escravidão.
Aguardamos uma prova de Compreensão e Produção de Textos, na segunda fase, que não perca tanto em qualidade
e pertinência com a redução do número de questões.

1 PORTUGÊS
Resolução:
01 – A – O terceiro parágrafo sinaliza as limitações dos memes quando comparados, por exemplo, às manifestações con-
vencionais, reais, em que diálogo e debate respeitosos estão presentes.
Problemas nas demais alternativas:
(b) Os memes é que causam desconforto a diferentes esferas de poder, decorrendo daí uma tentativa de controle no
uso da Internet. A alternativa propõe que as tentativas de controle acarretam situações de desconforto.
(c) A última frase do primeiro parágrafo, com a palavra “diferença”, escancara o equívoco da alternativa ao mencionar
um modo “convergente” de as pessoas se relacionarem com os memes e tomarem posições ideologicamente.
(d) O embate tête-a-tête está presente nas manifestações ditas convencionais. É isso o que falta aos memes.
(e) Em momento algum do texto questiona-se o espaço de circulação dos memes como algo destituído de legitimidade.
Variantes, pontuação, léxico, coesão por inferência, “palavra se”, uso de conectores foram os itens deste exame de
primeira fase.

2 PORTUGÊS
Nosso aluno não deve ter encontrado dificuldades na maior parte dessas questões, uma vez que era visível a
objetividade dos itens apresentados.
Destaque-se a questão sobre a partícula “se”: não era propriamente uma questão fácil, afinal, a função “parte integrante
do verbo” não é muito comum em provas de seleção que se dizem modernas e modernizantes. Apesar disso, a leitura atenta e o
conhecimento das diversas funções do “se” levariam à percepção dessa função no enunciado e na alternativa correta.
Lamente-se, infelizmente mais uma vez, a ocorrência de um cochilo de revisão na questão de número 8, em que o
elaborador equivoca-se quanto à concordância verbal, escrevendo: “Os riscos que os sírios enfrentam, sem condições de
infraestrutura básica, sustenta [sic] o apelo à ajuda humanitária.”. Realmente lamentável que se peque com relação à regra
mais geral de concordância verbal, ainda que complicada por uma intercalação. Numa prova de português, numa alternativa
tida como verdadeira, não pode haver erros de português.
Quanto aos temas expostos nos textos, a distribuição foi abrangente, bacana: política nacional entremeada por humor e
seriedade via memes; a seriíssima questão síria em texto que permitiu a exploração da variação linguística da oralidade para a
escrita (discurso de um youtuber); dois textos que, em perspectiva histórica, jogam luz sobre a atual discussão sobre o trabalho
análogo à escravidão.
Aguardamos uma prova de Compreensão e Produção de Textos, na segunda fase, que não perca tanto em qualidade e
pertinência com a redução do número de questões.

Resolução:
As aspas em “memecrítica” indicam tratar-se de um neologismo, e não uma expressão da língua que apresenta
deslocamento de sentido usual.

3 PORTUGÊS
Resolução:
F – As duas funções (cômica e social) são equiparadas no mesmo grau
V – O conectivo “Ainda que”, na abertura do segundo parágrafo , cumpre essa função.
V – Esse paradoxo sustenta o texto do início ao fim.
F – As denúncias explicitam a função social dos memes.

Resolução:
Os dois textos apontam a função social dos memes. O texto A, contudo, vai além e aponta um limite de alcance dos efeitos
produzidos por esses memes.

4 PORTUGÊS
Resolução:
O texto é muito claro na distinção dos dois modelos de quilombos: o de rompimento procurava o isolamento como
forma de proteger sua organização e seus membros; o abolicionista contava com homens inseridos na sociedade civil,
reconhecidos, e não mais guerreiros. Os cidadãos prestantes, como menciona o texto, eram responsáveis por uma nova forma,
por assim dizer, negociada de resistência.

Resolução:
“Prestante” significa “prestativo”, “prestador”, “notável”, “brilhante”, “insígne”. Dentro do contexto, a expressão se
relaciona com os cidadãos que se distinguiam na sociedade da época. “Instância” é sinônimo, entre outros, de “lugar”, “foro”,
“categoria”, “nível”.

5 PORTUGÊS
Resolução:
Entre poucas questões de Língua (4 em 12), para que uma questão tão difícil?
Em “esforçavam-se os quilombolas para proteger seu dia a dia. A partícula “se” funciona como parte integrante do verbo.
O verbo não é “esforçar” é “esforçar-se”. Segundo dicionários de regência é verbo transitivo pronominal indireto (TDp(I). Não é
tarefa fácil reconhecer essa função sintática da partícula “se”.
O que causa estranheza é que, numa prova em que aparecem tão poucos os fenômenos linguísticos, para que e por que
um fenômeno tão difícil.
a) O “se” é conjunção integrante que introduz oração subordinada substantiva objetiva direta, ou seja, completa o sentido do
verbo “questionava”.
b) o “se” tem a função de partícula apassivadora e equivale a “cantoria abolicionista que era feita na Gávea.
c) o “se” é pronome recíproco com função de objeto direto – “entreolhavam-se” (um ao outro e o outro ao um).
d) Em “prejudicavam-se”, se for considerada a frase sem o texto como um todo, o “se” pode ter várias funções distintas pro-
nome reflexivo –objeto direto; pronome recíproco – objeto direto. partícula apassivadora (“os escravocratas eram prejudi-
cados”).
e) Em “queixar-se à polícia” está a partícula “se” que tem a mesma função da frase do enunciado: o verbo é “queixar-se”, e
não “queixar” – o “se” é parte integrante do verbo (TDpI).
Bons alunos podem ter resolvido a questão por intuição linguística, mas este não é um assunto dos mais palatáveis. No
segundo encontro da nossa maratona UFPR, revisamos este tema com a seguinte construção: “Ele queixa dos colegas que não
arrependem do mau comportamento....” Com efeito, aqui ocorre o “se” parte integrante do verbo. Lembrem-se, alunos, de que
nós brincamos que os mineiros não usam esse “se”: “Mineiro apaixona cocê.”

6 PORTUGÊS
Resolução:
( V) O trecho da linha 16 a 19 demonstra como verdadeira a primeira afirmação.
( V ) A segunda afirmação é verdadeira, como se depreende do trecho final do texto, a partir de “Além de ter bombardeio...”.
( F ) Inquestionavelmente falsa a afirmação.
( V ) Tranquila e inquestionável afirmação verdadeira.
Observação importante:
Pela segunda vez consecutiva, os elaboradores cometem um erro de concordância verbal. Na afirmação “Os riscos que
os sírios enfrentam, sem condições de infraestrutura básica, sustenta o apelo à ajuda humanitária. “O núcleo do sujeito é a
palavra “riscos” e, assim, o verbo “sustenta” deveria estar no plural:
“Os ricos [...] sustentam [...]”

7 PORTUGÊS
No ano passado, os elaboradores erraram a concordância do verbo “haver”.
Desta vez, a regra nova geral de concordância verbal – verbo concorda com o núcleo do sujeito – foi esquecido. O que faz
o aluno: terá em consideração tão somente compreensão de texto e vê a construção como verdadeira ou considera também o
português padrão e a indica como falsa?
É muito triste haver um “erro de português” numa prova de Língua Portuguesa. Ou será que modernamente os
fenômenos linguísticos têm tão pouca importância que o elaborador não precisa saber concordância?
Triste isso!

Resolução:
As alternativas b) e e) mantêm o discurso direto. A d) distorce o sentido do trecho ao dar voz aos “usuários do youtube”. A
alternativa a) também distorce o sentido original. A resposta correta é a que melhor sintetiza o conteúdo em forma de discurso
indireto.

8 PORTUGÊS
Resolução:
O “que” na fala é realmente bastante amplo. No exemplo, deve ser percebida pelo ouvinte como uma explicação: “Vocês
devem ouvir falar muito sobre a tal guerra na Síria, [já que; uma vez que; visto que] estamos o tempo todo na tevê e na internet.

Resolução:
Menciona-se “pós-abolição” e em seguida o que se tentava fazer com as “sobras humanas” que não mais podiam ser
exploradas. Claro está que se tratava da população negra brasileira.

9 PORTUGÊS
Resolução:
Identificando os problemas nas alternativas, teríamos
(b) onde – desse modo – mas – no entanto
(c) mesmo que – por isso – de modo que – por isso
(d) que – a qual – entretanto – por conseguinte
(e) pois – contudo – sendo que – assim

10 PORTUGÊS

Você também pode gostar