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Português

01
a) Na anedota, os guardas procuram por artigos roubados quando, na realidade, o próprio carrinho é fruto da prática ilícita.
Nesse sentido, há um aspecto paradoxal na história porque a causa real do furto é desprezada na procura por indícios
visíveis e palpáveis do roubo. Considerando isso, é possível afirmar que a sociedade comporta-se de maneira semelhante
na procura por sinais da violência, tendo em vista que atitudes de terrorismo ou confrontos civis, por exemplo, substituem
a busca pelas causas reais da violência. Assim, o autor sugere que seria mais lógico estudar a origem da violência do que
tentar interpretar suas consequências visíveis.

b) O termo pode ser substituído por “causam”, “geram” e “produzem”, dentre outros.

02
a) Segundo o texto, Viera defende a ideia de que é preciso pregar aos ouvidos e aos olhos para que a mensagem do evangelho
possa alcançar o público. Para ele, não basta que a mensagem seja transmitida meramente em discursos religiosos; é
preciso que o público observe, por meios das ações do pregador, a prática da mensagem. Assim, a expressão metafórica
cria a ideia de que o evangelismo deve ser acompanhado de uma conduta irrepreensível por parte do pregador, a fim de
tornar-se uma mensagem efetiva.

b) O pronome sublinhado se refere aos sentidos da visão e da audição.

03
a) Na primeira ocorrência, o pronome é usado para estabelecer interlocução com o entrevistador. Na segunda, Jorge faz uso
do pronome como formar de referir-se a si ou ao público em geral. Nessa situação, portanto, o emprego pronominal é
generalizador e torna a sentença propositalmente inclusiva.

b) A elipse é marcada pela vírgula no trecho “no romance, com uma amplitude maior de movimentos e com uma técnica
diferente, às vezes até oposta àquela do conto”. É possível substituí-la pela expressão “você narra”.

04
a) No trecho

“Já faz tempo, eu vi você na rua


Cabelo ao vento, gente jovem reunida”

O enunciador caracteriza sua lembrança de modo nostálgico, tendo em vista que a descrição enaltece a figura que está
sendo apresentada, colocando em evidência a idealização dessa imagem.

b) É possível apresentar duas figuras: personificação e metonímia. A personificação é criada ao atribuir um aspecto humano,
como a vilania, a algo não humano, como o metal. A metonímia, por sua vez, é empregada a partir de uma relação de
contiguidade, na qual a expressão figurada refere-se ao dinheiro ou às moedas.
comerciais, bem como a cessão dos materiais a terceiros, a título gratuito ou não, sob pena de responsabilização civil e criminal nos termos da legislação aplicável.

05
a) Sim, o artigo indefinido “um” está substantivando a expressão “diz-que-me-diz-que”.

b) “Gentilmente” é um advérbio e reforça o porquê de a fofoca ser uma tentação: além de ter sensação de poder, o fofoqueiro
sente-se gentil, generoso, uma boa pessoa por compartilhar com os outros algo que só ele tem, ou seja, o fofoqueiro sente-
se bem, importante fazendo fofoca.

06
a) Há dois empregos do vocábulo “ovelhinha”. Vários sentidos são mobilizados: tamanho, fraqueza, inocência, inclusive ironia
na segunda ocorrência.

b) Na primeira ocorrência, o pronome relativo retoma “[eterna] dicotomia”; na segunda ocorrência, “artifício”. O pronome
possessivo “sua” refere-se a “sociedade”

07

a) O autor quis dizer que o Homo sapiens não era um ser especial apartado da natureza, mas que era outra espécie animal
dentre todas as que habitam a Terra.

b) Podem-se citar os seguintes trechos: “para nós concebermos”, “ainda conceberíamos a nós mesmos”, “nossos ancestrais
eliminaram os neandertais”.

08
a) No texto 1, o personagem que é vítima da infidelidade não sabe da traição cometida pela esposa e por isso está em paz
com ela. No texto 2, o personagem que é vítima da infidelidade sente que raiva e desejo de vingança, pois o seu pequeno
mundo desabou.

b) No texto 1 as palavras “ofensa” e “coita” são irônicas porque o eu-lírico não está sofrendo realmente, mas sim usufruindo
da situação, pois ele é amante de uma mulher casada. Nessa situação, quem deveria sentir ofensa e coita seria o marido
traído e não o emissor. Trata-se, portanto, de uma inversão de papeis.

09
a) No texto 1, é a declaração do Diabo que o Fidalgo era louco por acreditar nas mentiras escritas pela amada. No texto 2, é
a reação espantada de Sofia diante da palavra de Rubião.

b) O recurso expressivo é a frase “matar-se” ou “morrer” de amor. Trata-se de um recurso convencional porque é uma
expressão amplamente usada e, por isso, está desgastada e não corresponde a alguma intenção séria de morrer.

10
a) Em ambos os textos o que causa perplexidade são as contradições da vida amorosa.

b) O impasse é que, apesar de seus aspectos contraditórios e sofridos, não podemos deixar de amar, pois o amor é um
elemento importante da vida. Essa situação de impasse é expressa na forma de pergunta no final dos dois poemas.
Redação
COMENTÁRIO SOBRE A PROPOSTA DE REDAÇÃO – CICLO FUVEST

A proposta de redação apresentada neste simulado tenta se aproximar das novidades apresentadas na redação da Fuvest em
2023. Tradicionalmente, as coletâneas de textos que acompanhavam a frase temática tinham um direcionamento mais
sociológico, com temas mais abstratos, como na prova de 2022 ("As diferentes faces do riso"). Na prova deste ano, a presença
de um gráfico repleto de estatísticas e o recorte temático mais voltado a um problema específico ("refugiados ambientais e
vulnerabilidade social") fazem com que o primeiro simulado Fuvest do ano busque reproduzir a nova abordagem. Para isso, foi
escolhido um tema que também contempla um grande problema: misoginia e desigualdade de gênero.

O texto 1 tem a função de definir o conceito de misoginia ("ódio ou aversão às mulheres") e de relacioná-lo à violência contra a
mulher devidamente ilustrada e indicada nos dados recentes apontados pelo texto 2, com um recorte específico para a situação
no Brasil.

A noção de que a misoginia é histórica e profunda já começa a ser delineada no primeiro texto ("época da pedra lascada" e
"passado bem remoto"), passa pelo texto 3 ("construções culturais") e é reforçada no texto 4 (Eva e Pandora, associando a
mulher à origem de todos os males, nas religiões e nos mitos). Por ter raízes culturais – e não biológicas –, essa visão misógina
determina a desigualdade de gênero que se apresenta no texto 3, por meio de relações de poder (como considerar a mulher
inferior ao homem), que acabam por não garantir à mulher seu lugar na sociedade, seja no trabalho, no sistema jurídico e até
na política, como indica o texto 6.

A percepção social, pautada em crenças, ilusões e medos, julga e condena as mulheres na vida real, impedindo que elas ocupem
espaços como os homens ocupam. A letra da canção de Gilberto Gil (texto 5) apresenta com sensibilidade uma mudança de
perspectiva: se fosse possível (com o poder de um super-homem ou de um Deus) mudar o curso da história, ou seja, mudar essa
cultura machista, a glória seria restituída porque a mulher seria reconhecida.

Retomar o entendimento dos textos da coletânea e como eles globalmente se relacionam é fundamental para garantir a
adequação plena ao tema. Nesse sentido, é importante observar que as reflexões que possam surgir a partir da coletânea
dialoguem com o recorte temático apresentado, buscando extrapolá-lo na indicação de evidências contemporâneas. Nesse
sentido, vários exemplos recentes poderiam ser utilizados: os movimentos Red Pill e Incells, claramente misóginos, dão voz a
homens que defendem, em pleno século XXI, a superioridade masculina e, dessa forma, acabam por estimular a violência contra
as mulheres. O “reality show” Big Brother Brasil expulsou dois participantes homens (já famosos) por terem assediado uma
convidada do programa, mesmo cientes de que a casa é observada em tempo integral – o que revela a naturalidade desses
desrespeitos na sociedade.

O tema da redação é tão familiar e tão próximo de todos que, diante da compreensão da proposta, não é difícil relacioná-la a
muitos exemplos que evidenciam a misoginia e de que maneira ela causa e reforça a desigualdade de gênero na sociedade.

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