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MODELO DE RESPOSTA PARA AS QUESTÕES DISSERTATIVAS DA UEMA

UEMA 2012
01. O narrador insurge na trama narrativa, principalmente, quando utiliza a adjetivação dos espaços e dos
personagens. No fragmento 1 temos a frase “Vazia, vazia.”, referindo-se a Macabéa, e ainda, ao afirmar que
ela era “quase impessoal”. Esses adjetivos demonstram as marcas subjetivas do narrador sobre a personagem.
No fragmento 2 podemos observar estas marcas subjetivas na caracterização do estado físico e psicológico de
Macabéa, especialmente, quando o narrador diz que ela “raciocinou tortamente” e ainda em, “estava gasta até
a última lona, a boca a se colar no chão.”

02. O título do livro revela-se no momento de maior impacto da obra que é na morte de Macabéa. Naquele
instante, quando ela é atropelada e tem seu ponto máximo de atenção no mundo, representada pelas pessoas
que passavam pelo local no momento do acidente. Deste forma, o título soa irônico, pois “A hora da estrela”
que poderia sugerir algo grandioso é o momento da tragédia, da morte de Macabéa.

03. A temática desenvolvida no poema refere-se ao ministério da essência do ser humano. O poeta compara o
homem a um iceberg, sugerindo que nossa aparência representa a parte visível do bloco de gelo flutuante e
que nossa essência representa a parte submersa. O poema, apesar de curto, nos faz refletir sobre a dicotômica
relação, principalmente no mundo atual repleto de mídias visuais, entre o ser e o parecer, apresentando uma
crítica a essa situação.

04. A propaganda apresentada faz uma sugestão bastante polêmica tendo em vista o jogo de palavras e o contexto
social em que estamos inseridos. Podemos observar uma metáfora na frase “o vidro escuro é o segurança”. No
entanto, essa metáfora utiliza uma relação preconceituosa do contexto social, especialmente, no que se refere
ao mundo do trabalho. A publicidade relaciona a cor do vidro a cor dos seguranças, demonstrando uma visão
deturpada do negro e as posições no mundo do trabalho que eles podem ocupar.

05. Oswald de Andrade aborda através da variação linguística a questão das classes sociais no Brasil e como a
falta de acesso à educação e ao conhecimento acaba gerando um exército de trabalhadores braçais. Em síntese,
Oswald de Andrade faz uma crítica a educação formal brasileira que por não alcançar a todos acaba
segregando boa parte da população.

06. O verbo semear está sendo utilizado com dupla significação. Na frase “semear como castanheiros” temos o
verbo na sua acepção comum, relativo ao ato de plantar, porém o trecho também nos sugere um outro
significado que seria o de proliferar, espalhar descendentes, procriar.

07. a) Carlos Heitor Cony nos fala sobre dois objetos que teriam a mesma função, porém que apresentam
diferenças fundamentais. o estojo escolar tradicional e o eletrônico. O cronista deixa claro, após a
comparação, que o estojo tradicional é melhor do que o eletrônico, pois o primeiro não falhava. Com isso,
percebemos um tom saudosista e uma crítica à modernidade.
b) Podemos identificar o foco narrativo como sendo o de um narrador personagem em primeira pessoa. Isso
fica claro na utilização da primeira pessoa do singular na narração, pois o enredo diz respeito ao próprio
narrador.
08. a) Luís Fernando Veríssimo estabelece a oposição através do contraste ente as palavras “cucuia”, que significa um
lugar ruim, desagradável e a palavra “Cancun”, que indica um lugar paradisíaco, agradável de se estar.
b) A ironia e o humor de texto advém do contraste estabelecido entre as palavras “Cucuia” e “Cancun”, que apesar de
possuírem escrita e sonoridade semelhante possuem significações contrárias, opostas. Enquanto alguns brasileiros
estão em situação confortável outros encontram-se em situação muito ruim, evidenciando o contraste social existente
no Brasil.
UEMA 2013
01. Os dois textos fazem parte do Naturalismo brasileiro. Uma das características que os une é a crítica social
estampada no retrato de miséria que os dois cenários comungam quando tratam da condição dos escravos.

02. Existe entre os dois textos inicialmente uma diferença de gênero literário, pois O mulato é um romance em
prosa enquanto que A capital federal é uma peça teatral. Além das marcas típicas que diferenciam os dois
gêneros, como por exemplo o uso da rubrica e a ausência de um narrador no texto teatral, também
encontramos uma diferença de linguagem. O texto A, um romance escrito em prosa, apresenta uma linguagem
mais formal e de acordo com a norma culta da língua. Já o texto B, um texto teatral, apresenta uma linguagem
mais preocupada com a fiel representação dos diálogos entre as personagens e, por isso, contém marcas de
oralidade e elementos da variação popular da língua.

03. Amância não aceita a mudança social do final do século XIX que possibilitou que as mulheres negras
pudessem se vestir de maneira adequada ou semelhante as mulheres brancas. Desta maneira, ela pede
desculpas a Deus por comentar que as mulheres negras, estavam parecidas com senhoras brancas, fato que ela
desaprova com indignação, caracterizando as raízes da sociedade escravocrata da época. A fala surge mais
como um constrangimento moral do que como um resquício de consciência.

04. Na construção “em nada” a classe gramatical da palavra “nada” é pronome indefinido significando “coisa
nenhuma”, já na expressão “no nada” temos um substantivo, pois a palavra “nada” significa o não existir, o
não ser, sendo substantivada pelo artigo “o”.

05. Existem dois níveis distintos de linguagem neste diálogo. A personagem Benvinda apresenta uma variante
popular, enquanto a personagem Quinota demonstra um domínio da variedade padrão da língua, assim como
do personagem que escreveu a carta. Essa diferença de linguagem marca o local da fala de cada interlocutor
no momento do diálogo, nos fazendo refletir sobre a condição social dos mesmos.

06. Função conativa centrada no receptor, pois tenta convencer o leitor, através da argumentação, sobre os dois
temas do texto: Superstições e destino. A segunda função é a referencial centrada no contexto, na informação
a ser transmitida através do texto.

07. a) O primeiro texto de estética romântica apresenta um nacionalismo ufanista, com a idealização do Brasil. Já
o segundo texto de estética modernista, Drummond demonstra um nacionalismo melancólico e pessimista,
onde o lugar no qual seria feliz estaria longe, fazendo uma leitura crítica do nacionalismo de Gonçalves Dias.
08. O processo de formação de palavras utilizado para a criação da palavra “bumbameuboilizar” foi a
derivação sufixal. O falante criou um verbo a partir do substantivo bumba-meu-boi. Como esta palavra não
pertencia ao léxico do português também temos um neologismo que com o acréscimo do morfema “lizar”, que
significa “transformar em” acabará por transformar as festas de São Luís em festa de boi.

UEMA 2015
01. a) A visão sobre o homem no primeiro trecho é de miséria total, por isso, eles passam a ocupar o espaço dos
corvos. Os ratos no segundo trecho é uma metáfora para...

b) Nos trechos temos dois processos distintos, mas que nos remetem a mesma realidade de miséria vivenciada
por uma parcela considerável da população. No primeiro trecho temos a zoomorfização do homem tomando o
lugar dos corvos e no segundo trecho temos uma antropomorfização/personificação dos ratos assumindo o
lugar dos seres humanos.
02. O povo não passa de uma imaginação. A palavra imaginação poderá substituir a palavra abstração sem
prejuízo para o entendimento do texto. O texto nos sugere que o povo não existe de fato ele só passa a existir
quando causa problemas para o estado.

03. Quando eu era menina, o meu sonho era ser homem para defender o Brasil, porque eu lia a História do Brasil
e ficava sabendo que existia guerra. Só lia nomes masculinos como defensores da pátria. Então, eu dizia para a
minha mãe:

04. [...] Seu Armando que é pianista lá do salão de danças já me aconselhou:


- Não perca a calma e espere com confiança que a justiça pode tardar mas um dia vem.
Respondi então:
- Que confiança posso ter nessa justiça que vem dos homens se nunca nenhum homem foi justo para mim. [...]

05. a) Papai Noel agachou-se e recolheu tudo


(No Brasil os Papais-noéis são todos de cara raspada).

b) O título do poema associado ao seu conteúdo nos transmite a ideia de que no Brasil o Papai Noel exerce
uma outra função diferente daquela conhecida de entregar presentes. Aqui ele recolhe os presentes, pertences
daqueles que tem suas casas invadidas. A escolha do segundo verso se deu pela imagem deturpada do papai
Noel brasileiro que ao invés de possuir uma longa barba, possui a cara raspada reafirmando seu caráter às
avessas.

06. O pronome relativo “que” está retomando o termo cigarro. Esse recurso coesivo dá mais fluidez ao texto
evitando repetições desnecessárias.

07. a) Homem: supérfluo e ilusório.


Poeta: Feliz e sofrido.

b) As palavras utilizadas pelo poeta para criar a paronomásia foram “duro” e “dura”. Apesar da semelhança
fonética e fonológica, elas pertencem a classes gramaticais distintas. A palavra “duro” é um adjetivo e a
palavra “dura” é um verbo.

08. a) Que Carlos Drummond suprimiu alguns detalhes da história das pessoas citadas no poema e que a tirinha
acaba por revelar numa interpretação livre do seu autor. O destino das personagens estão todos entrelaçados e
seus finais não tão felizes também. Desta forma, a leitura do poema passa a ser trágica e não humanística
como fazem alguns.

b) Raimundo morreu num desastre, depois de beber muito a fim de esquecer Maria, que não lhe amava.
Raimundo morreu de desastre.

UEMA 2016
01. a) Milho queimados, impaciente, murchas, peladas, curta, grossa, Graciliano Ramos utiliza uma adjetivação
que demonstra toda a miséria e sofrimento daqueles que vivem a seca. Entre as personagens, a cachorra
Baleia, nome irônico diante da escassez de recursos e que com os adjetivos atribuídos a ela indicam a sua
condição.
b) Os conectivos “por isso” e “então” estabelecem relações coesivas distintas. A locução “por isso” significa “por esse
motivo” e indica, principalmente, uma consequência. “Então” exerce uma relação conclusiva com os parágrafos
anteriores.
02. Com esse recurso linguístico, o narrador, reafirma o caráter narrativo da obra, ao mesmo tempo em que sugere o
presente das mazelas sociais enfrentadas e causadas pela seca. O narrador usando a palavra “agora” sugere estar
observando os fatos no mesmo momento da narração.
03. A palavra papagaio é retomada, na segunda frase, pela palavra coitado. Na terceira frase a retomada acontece
através da palavra “amigo”.
04. Tanto o uso das reticências como o uso do adjetivo realçam a expressividade do poema. As reticências nos
indicam que o eu lírico não completou sua infância, ele ainda se encontra no estado infantil. Da mesma forma,
podemos inferir que houve uma interrupção da infância que deverá retornar a qualquer custo. O tom saudosista
presente na poesia contrasta com o melancólico observado no adjetivo “pobre” que antecede o substantivo “criança”.
05. a) Função conativa ou apelativa. Esta função da linguagem centra o seu foco no receptor ou destinatário e tem a
intenção de convencê-lo de algo. A função apelativa predominam nas propagandas, discursos e sermões.
b) O tom cerimonioso é alcançado através da utilização de pronomes possessivos para se dirigir as pessoas do
discurso, além da utilização da segunda pessoa do singular que na linguagem padrão tem perdido força.
06. a) Por que o fonema representado pela letra “S” também poderia ser representado pela letra “c”. No entanto, isso
não ocorre pela origem da palavra que vem do latim universitas.
b) Angeli critica o nível de conhecimento exigido para o ingresso dos estudantes em uma universidade.
UEMA 2017
01. a) - És tu, Volta Seca? Que é que tu queres?
- Quero que tu leias para eu ouvir essa notícia de Lampião que o Diário traz.
b) – Deixa pra manhã que eu leio.
- [...], que eu amanhã te ensino a imitar direitinho um canário.

02. a) O narrador assume um tom melancólico apresentando um contraste entre aqueles que possuem condições
financeiras e a pobreza dos capitães de areia. Posteriormente, o narrador nos apresenta um momento de
alegria, tão raro na vida daqueles meninos, trazendo uma visão humanística sobre os personagens.
b) “Pedro Bala não pensava em ser um dia o chefe de todos os malandro da cidade.”
“Volta Seca não pensava com certeza em Lampião neste momento.”
03. O narrador associa o adjetivo aventureiros ao substantivo ouvidos, recurso estilístico chamado de hipálage,
pois não existe relação semântica direta entre as duas palavras. No entanto, essa construção cria um efeito
expressivo semântico que indica a excepcionalidade daquele momento e daqueles meninos, ou seja, ouvidos
comuns não seriam capazes de ouvir aquela melodia.
04. a) A fala do Hagar indica que ele não quer o pimentão no seu hambúrguer. A palavra “suspender” possui o
sentido de retirar, excluir.
b) O recurso da polissemia que se refere a possibilidade que algumas palavras tem de assumir múltiplos
significados, dependendo do contexto.
05. a) A exaltação exigida por Bilac entra em contraste com as informações apresentadas por Antônio Carlos
Prado. Enquanto o primeiro tem uma visão ufanista do Brasil, o segundo nos mostra uma realidade de morte para as
crianças, demonstrando que o país não as ama e, portanto, se não existe reciprocidade não existe amor.
b) O autor Antônio Carlos Prado ressignifica a imagem criada por Bilac. Se antes a “multidão de insetos” se
referia ao estado natural do país, agora essa mesma multidão incorpora o sentido negativo de inseto, que tanto pode ser
os criminosos relacionados ao tráfico, quantos aos criminosos relacionados à corrupção.
06. a) O adjetivo “espetaculoso” é formado pelo processo de derivação sufixal com o acréscimo do sufixo “oso”
que é um morfema que transmite uma ideia de intensificação, intensidade ao adjetivo espetacular.
b) A palavra, no contexto apresentado pela autora, assume uma conotação negativa. Lygia Fagundes Telles está
criticando o concurso de fantasia e, posteriormente, grandes manifestações da cultura brasileira.

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